Edição 767

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Diário da Cuesta

BOTUCATU: AERONÁUTICA NEIVA A INDÚSTRIA PIONEIRA NO HEMISFÉRIO SUL

A EMBRAER inaugurou em BOTUCATU um busto de JOSÉ CARLOS NEIVA – PIONEIRO DA INDÚSTRIA AERONÁUTICA BRASILEIRA! – fundador da Indústria Aeronaútica Neiva, em outubro de 1954, posteriormente NEIVA/EMBRAER. Páginas 2, 3 e 4

REGISTRO HISTÓRICO

Importante lançamento histórico da história da indústria aeronáutica no Brasil, o livro “Brasileiros Voadores – 300 anos pelos céus do mundo”, de autoria de Laurete Godoy e de Jorge

Henrique Dumont Dodsworth – sobrinho-neto de Santos Dumont –coloca o saudoso empresário Neiva no destaque que a história da aviação lhe dedica. AERONÁUTICA

NEIVA! PÁGINA 2

NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU ANO III Nº 767 SÁBADO E DOMINGO , 22/23 DE ABRIL DE 2023 Acompanhe as edições anteriores em: www.diariodacuesta.com.br 168
JOSÉ
CARLOS DE BARROS NEIVA

Era preciso RESGATAR a história da indústria aeronáutica no Brasil e, de modo especial para nós –botucatuenses! – a sua origem pioneira e ousada em nossa cidade em 1954, com a Indústria Aeronáutica Neiva!

JOSÉ CARLOS DE BARROS NEIVA trouxe progresso e desenvolvimento para Botucatu, com seu empreendedorismo e com a fabricação de aviões que foi a base para a constituição da sólida EMBRAER. Foi um vencedor e um brilhante empreendedor.

Botucatu está a lhe dever uma homenagem póstuma! O importante livro “BRASILEIROS VOADORES – 300 ANOS PELOS CÉUS DO MUNDO”, de autoria de Laurete Godoy e de Jorge Henrique Dumont Dodsworth – sobrinho-neto de Santos Dumont – coloca o saudoso empresário Neiva no destaque que a história da aviação lhe dedica.

Aeronáutica NEIVA!

JOSÉ CARLOS DE BARROS NEIVA!

ORGULHO DE BOTUCATU!

A DIREÇÃO.

COMENTÁRIOS:

1 - ILUSTRE DOUTOR DELMANTO!

QUANTA HONRA PARA ESTA POBRE, PORÉM, MUITO ALEGRE MARQUESA!!!!!!!! Confesso que estou emocionada com sua gentileza. Nosso trabalho valerá sempre, por manifestações dessa espécie. Mais do que qualquer outra coisa que possa dar brilho ao olhar... Acabei de ligar ao querido Jorge Henrique, que vive no Rio de Janeiro, para contar sobre o destaque que o senhor deu aos nossos Brasileiros Voadores. Há muito anos procurei o senhor Neiva, orientada pelo Coronel Eurico Rogério Bueno Lycarião e fiquei encantada com a conversa que tivemos.. Apesar do tempo decorrido, ainda tenho na lembrança o orgulho que demonstrava ao falar do pai, senhor José Neiva. Tanto que, ao comentar sobre a pequena escada “de um ou dois degraus”, que o pai confeccionou para que fosse possível abastecer o Monospar ST-4 da Vasp, no primeiro voo São Paulo-Ribeirão Preto-Uberaba, declarou: “... Com isso, mesmo sem voar, ele também contribuiu para o êxito desse voo pioneiro da Vasp.” Prezado doutor Delmanto! O senhor se despede com: Grande abraço e obrigado. Quem agradece ao senhor somos nós: Jorge Henrique Dumont Dodsworth, o editor Douglas Cavallari, que orientou-me a procurar o senhor, para conseguir a indicação de algum parente do senhor José Carlos de Barros Neiva e eu... Esta alegre marquesa que está encantada e profundamente sensibilizada com o destaque que o senhor deu ao livro que elaboramos com tanto zelo. Um carinhoso abraço e muito agradecida uma vez mais. Laurete Godoy

2 - Este livro deve ser uma maravilhosa homenagem aos pioneiros da aviação brasileira, assim como a inúmeros empreendedores brasileiros e estrangeiros do nosso Brasil que nos enche de orgulho. MANFREDO COSTA NETO (FACEBBOK).

3 - Doutor Delmanto, Agradeço a você e a Marquesa Laurete pelas referências a meu Pai, e parabenizo-a pela grandiosa obra recém-publicada, que recomendo. Tenho uma minúscula observação sobre a foto de meu Pai com o Darcy Assis e o Acácio de Oliveira (Sócio da Neiva e amigo), tirada em Itu, onde eu também estava presente: o ano foi antes de 2013, provavelmente 2010. Aproveito a oportunidade para enviar saudações a D. Zélia e demais amigos que tenho em sua família, por quem mantenho apreço e carinho desde que saí de Botucatu. Mais uma vez, obrigado pela postagem em seu Blog!

Antonio Carlos de Barros Neiva

4 - A Marquesa agradece a referência elogiosa aos Brasileiros Voadores... Peço licença para repetir: “Se enxergamos um pouco mais longe, foi porque estivemos apoiados em ombros de gigantes”. O engenheiro José Carlos Neiva foi um deles... Jorge Henrique e eu agradecemos por recomendar nosso livro. Um carinhoso abraço a ambos os doutores: Delmanto e Antônio Carlos. Laurete Godoy

DIRETOR: Armando Moraes Delmanto

EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes Contato@diariodacuesta com br Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689

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Indústria Aeronáutica Neiva/Embraer + o Pioneiro José Carlos Neiva no livro da História da Aviação no Brasil!

zidos inicialmente pela CAP e, posteriormente, pela Neiva, transformaram-se em um dos grandes sucesso da indústria aeronáutica em tempo de paz, contribuindo para a formação de expressivo número de pilotos.

Como na época surgiram no mercado outros protótipos, enquanto fabricava o Paulistinha, a empresa Neiva projetou um avião metálico. Com isso, encerrou-se a série dos P-56 de dois lugares e teve início a do Regente, com quatro lugares.

A seguir veio o Neiva T-25 Universal, avião de asa baixa, acrobático, com trem de pouso triciclo escamoteável ou retrátil. Foram exportados para o Chile e Paraguai e, anos depois, algumas unidades usadas também foram doadas para a Bolívia. A FAB comprou 140 aviões e, até hoje, esses aparelhos seguem formando pilotos em todo o Brasil.”

A GRANDE ALEGRIA

O livro “BRASILEIROS VOADORES – 300 ANOS PELOS CÉUS DO MUNDO” é de autoria de LAURETE GODOY E JORGE HENRIQUE DUMONT DODSWORTH – sobrinho-neto do PAI DA AVIAÇÃO – SANTOS DUMONT. Pelo trabalho de pesquisa e pelas parcerias feitas, o livro é uma verdadeira enciclopédia da aviação no Brasil, com todo o caminho percorrido, as conquistas e a estruturação industrial.

E nessa abordagem ampla, o papel de pioneiro do Vôo a Vela, com os Planadores e, ao depois, com a fabricação do PAULISTINHA, o Engº JOSÉ CARLOS DE BARROS NEIVA marcou com destaque a sua participação positiva na Aviação Brasileira.

O cartão da autora, Laurete Godoy:

“Já em 1942, o famoso empresário paulista Francisco “Baby” Pignatari (sobrinho do Conde Matarazzo), também piloto privado, decidiu investir no mercado de aviões e criou a CAP – Companhia Aeronáutica Paulista. À partir de 1943, passou a fabricar o CAP – 4 “Paulistinha”, que foi produzido até 1947. Em 1954, Baby Pignatari foi responsável por um dos mais bonitos momentos das festividades do 4º Centenário de São Paulo: dois aviões sobrevoaram o Vale do Anhangabaú e, lançando grande quantidade de papel-alumínio cortado, proporcionaram uma linda e inesquecível chuva prateada.”

BOTUCATU GANHA SUA FÁBRICA DE AVIÕES

JOSÉ CARLOS DE BARROS NEIVA nasceu em São Paulo, em 18 de janeiro de 1924, vindo a falecer em São Sebastião, em 09 de fevereiro de 2013. ESSE LIVRO MARCA, COM DETALHES, A PARTICIPAÇÃO EMPREENDEDORA DE NEIVA NA CONSTRUÇÃO AERONÁUTICA:

“O aeromodelismo foi o grande mestre e a base da escolha profissional de Neiva. A partir daí ele e o pai, ajuda-

dos por José Buarque de Macedo e o aviador gaúcho João Luiz Job, construíram dois planadores no Rio de Janeiro. Em um deles José Carlos aprendeu a arte de planar. Depois, começou a voar sozinho, sem instrutor. Certo dia, José Bento Ribeiro Dantas, presidente dos Serviços Aéreos Cruzeiro do Sul, chamou-o e disse: “Eu acho que não é bom você ficar dando susto no seu pai, voando sem instrutor. Vou mandar você para o Rio Grande do Sul, para aprender a pilotar de verdade”.

“Assim aconteceu, o jovem ganhou passagem para Porto Alegre e pode completar o treinamento. Neiva retornou ao Rio de Janeiro habilitado como piloto de planador e, repleto de entusiasmo, iniciou a construção do primeiro planador brasileiro, que acabou vendido para a Companhia Nacional de Aviação. O sucesso foi imediato: recebeu a encomenda de outros três aparelhos para o Ministério da Aeronáutica. O aparelho recebeu o nome de Neiva B Monitor e foi o responsável pela formação de inúmeros pilotos. Carinhosamente chamado de “Neivão”, fez os primeiros voos em 1950 e, passado meio século, ainda estava em atividade no Aeroclube de Planadores de Tatuí, no estado de São Paulo.”

A VOLTA DOS PAULISTINHAS

“A seguir, foram produzidas outras séries para aeroclubes brasileiros. Nessa época, as duas fábricas de aviões que existiam no Brasil – a CNNA e a CAP -, que forneciam aviões para o Ministério da Aeronáutica, haviam encerrado as atividades. Em 1952, o governo importou dos Estados Unidos oitenta aparelhos Piper PA-18. Neiva tinha certeza de que o Brasil possuía condições de suprir o mercado interno. Empenhou-se e, por meio do CTA, obteve de Francisco Pignatari autorização para fabricar o Paulistinha.

Para cumprir a empreitada, associou-se a Antônio Araújo Azevedo, engenheiro diplomado pelo Escola Politécnica, que possuía uma oficina de reparo de aviões no interior paulista. Em 1954 foi fundada a Sociedade Construtora Aeronáutica Neiva. Dois anos depois, a empresa transferiu-se para a cidade de Botucatu, onde estava localizada a empresa de Azevedo, e foi assim que, com o aval e estímulo do Ministério da Aeronáutica, iniciou a construção de aviões.”

SUCESSO DA INDÚSTRIA AERONÁUTICA

No ano seguinte, com a fabricação de vinte Paulistinhas Neiva P-56 para a Esquadrilha de Ligação e Observação em Canoas, RS, a produção em série teve continuidade. Eram aparelhos entelados, sendo a fuselagem feita com tubos de aço soldados e as asas construídas em freijó, madeira nacional. Muitos cadetes da turma do Curso de Formação de Oficiais Aviadores de 1968, da antiga Escola de Aeronáutica do Campo dos Afonsos, receberam instrução de voo nos P-56, designados FAB L-6.

Nenhum cadete efetuou voo solo nessas aeronaves, mas foi nos Paulistinhas que receberam os primeiros ensinamentos sobre a arte de voar. Utilizados pelo Ministério da Aeroáutica, aeroclubes e particulares, os Paulistinhas, produ-

Quando o Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do CTA iniciou os estudos para fabricar o primeiro avião, contou com a colaboração de José Carlos de Barros Neiva, que apresentou ao núcleo de comando da instituição o industrial francês Max Holste, profissional decisivo na execução do projeto do Embraer BEM 110 Bandeirante.

Criada a Embraer – Empresa Brasileira de Aeronáutica, ela passou a fabricar aviões para o Ministério da Aeronáutica e, com isso, em março de 1980, a então indústria Aeronáutica Neiva S/A foi assumida pela empresa e dela tornou-se susidiária, na cidade de Botucatu.

Ao longo de trinta anos de atividade, José Carlos de Barros Neiva realizou o sonho de muitos jovens, colocando talentosos pilotos nos céus do Brasil. Pelos relevantes serviços prestados à aeronáutica brasileira, foi eleito membro do Conselho Superior do Incaer – Instituto Histórico-Cultural da Aeronáutica – e passou a ocupar a cadeira nº 2, que tem como patrono Augusto Severo de Albuquerque Maranhão.

Porém, a grande alegria aconteceu em 26 de março de 2004. Apesar de residir na tranquila Ilha Bela, ao ver, pela TV, a primeira mulher da FAB a voar sozinha, pilotando um T-25 Universal, avião confeccionado por sua fábrica. Neiva sentiu o coração bater em ritmo acelerado. Com a emoção, teve a certeza de também ter contribuído para o progresso da aviação brasileira.”

(trechos do livro “BRASILEIROS VOADORES – 300 ANOS PELOS CÉUS DO MUNDO”)

Vejam a lista dos aviões fabricados pela Aeronáutica Neiva:

• Planador BN-1

• Planador Neiva B Monitor

• Neiva P-56 Paulistinha

• Neiva Regente

• EMB-712 Tupi, avião fabricado sob licença da empresa Piper.

• EMB-810D Seneca II, avião fabricado sob licença da Piper.

• EMB-820C Navajo, avião fabricado sob licença da Piper.

• EMB-202 Ipanema

• T-25 Universal (Usado na instrução dos cadetes da Força Aérea Brasileira)

Hoje, a lembrança nos leva aos anos 60 quando os famosos “Teco-Teco” eram fabricados em Botucatu. Após a Embraer assumir a Neiva, a fábrica passou a produzir aviões agrícolas e o conhecido Tucano, além de produzir peças para o jato da Embraer.

José Carlos de Barros Neiva faleceu na cidade de São Sebastião/SP, em 09 de fevereiro de 2013. (AMD)

Diário da Cuesta 3
JOSÉ CARLOS DE BARROS NEIVA

"D'ont cry for me Argentina"

Minha primeira viagem para a Argentina foi também a que conheci a dois Franciscos.

Partimos de ônibus de Piracicaba a Campinas

O primeiro Francisco, viajamos sentados lado a lado no ônibus, para o aeroporto de Viracopos.

Eu era a única de Botucatu, numa turma de estudantes de agronomia da ESALQ

Nesse grupo só tínhamos uma senhora mais idosa, D. Hilda, que acompanhava uma sobrinha, a pedido dos pais

Como eu queria uma foto subindo no avião, pedi ao Francisco que me fotografasse nas escadas.

Ele muito gentil, aceitou e me fotografou sob a promessa que eu também tirasse uma foto dele e me deu seu endereço para a troca das fotos por carta

Nunca mais soube dele, porque só seguiu viagem até Porto Alegre, nossa primeira parada

Como podem imaginar, nunca trocamos as fotos

O segundo, foi o Francisco Egídio, que ao descermos em Poá para troca de avião rumo ao aeroporto de Bariloche.

Enquanto aguardávamos , ele junto com alguns dos seus amigos do grupo, improvisaram uma daquelas danças típicas de gaúcho, a chula, acompanhados de palmas

Fiquei alegremente surpresa.

Fizemos troca de avião alguns minutos depois

Cada um tomou seu assento

O avião levantou voo

Fomos apreciando a vista noturna de Porto Alegre, maravilhosa.

Um dos rapazes do grupo, amigo do Egídio, era um rapaz muito alto e gordo, cabelos escuros e barbudo

Comumente chamávamos: "forte como um armário" era dono de um humor um tanto ácido.

De vez em quando o ouviámos dizer: "este avião há de cair" e dava aquela risada cavernosa

Seguia-se os gritinhos de medo das meninas do grupo Já fui imaginando o que seria aquela viagem

Como as aeromoças nos serviram lanchinhos, e o Egídio continuava dormindo, careca enfiada num gorro de lã preto, colocaram tabletes de manteiga sob seu gorro, sem que ele percebesse.

E pintaram a cara das meninas que dormiam com pasta de dente

Quando anunciaram que nos aproximávamos de Bariloche, cujas luzes já percebíamos do alto.

O piloto taxiou e foi pista limpa adentro rodeada de uma grossa camada branca cintilante de neve

Meu primeiro contato com a neve

Fizemos uma guerra de bolas de neve ali mesmo.

Albano e Hilda, sua irmã, nos instavam a entrar no transporte do aeroporto para pegarmos nossas bagagens e seguir para o Hotel na adormecida Bariloche

Era julho, época de temporada de esqui naquelas montanhas brancas

Muitos tombos naquela neve escorregadia, apesar do coturno alugado especialmente para andar por ali

Um frio danado apesar da calefação do hotel, e muito chocolate quente com licor para aquecer

A cadeirinha do teleférico para a subida no Cerro Catedral o

rosto fustigado pelos flocos de neve.

Entre as atrações da pequena cidade tinhamos o "circuito chico", Bosque de Arrayanes de onde tiraram as imagens para o desenho animado Bambi, Cerro Catedral.

O cassino que fomos conhecer e aonde a turma mais endinheirada foi jogar

A boate onde fomos dançar com os guapos argentinos

Conheci um lindo moreno dos olhos muito grandes e verdes, chamado Ricardo, com quem dancei muito ao som dos anos 80.

Era cidade encantadora imersa na neve

Muitos cafés, restaurantes com a boa carne argentina, bom vinho

Não preciso desenhar que a turma era bagunceira e na noite da véspera da nossa partida para Buenos Aires quase fomos expulsos do hotel, porque o "armário ", aquele mesmo rapaz da risada cavernosa, destruiu a cama do seu quarto numa das bebedeiras da turma.

Imagine um cara do tamanho dele pulando sobre o colchão. Não podia ser diferente!

Chegados a Buenos Aires, fizemos todos os passeios possíveis

Lembro-me do jantar acompanhado do show de tango.

Uma boate chamada África, aonde fomos caminhando do hotel, pelas ruas da Buenos Aires noturna, respirando aquele ar portenho gelado

Era um lugar escuro e decorado com os bichos e cores africanos.

Não podia faltar a caminhada pela famosa Calle Florida e a compra de um belo casaco preto de couro e aquelas maravilhosas blusas de lã

Na noite do voo de volta ao Brasil, aguardávamos no salão do hotel com malas e bagagens, trocamos endereços para correspondência

Um dos rapazes, o Renato, filho de família abastada de Piracicaba, encontrava-se desaparecido desde a manhã

Um de seus amigos comprometeu-se a buscá-lo e voltariam num outro voo para o Brasil

Muitas aventuras épicas daquela turma animada

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LEITURA DINÂMICA

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–Com a OMAREAL tivemos plantada a semente de nossa Indústria Aeronáutica: o Engº Antônio Azevedo instalou, em hangar adaptado, oficina de manutenção de aviões, chegando a projetar e a construir um protótipo que obteve sucesso. No entanto, a OMAREAL não vingou. Coube a José Carlos Neiva, fabricante de planadores no Rio de Janeiro, atraído à cidade por Azevedo, a incumbência de instalar uma fábrica de aviões: a Sociedade Construtora Aeronáutica Neiva Ltda., posteriormente Neiva-Embraer. Em 1956, a Neiva passou a fabricar o PAULISTINHA P-56.”

Primeiro avião produzido em Botucatu pela Omareal. 2

– Com a incorporação da Neiva pela Embraer, surgiu a poderosa EMBRAER. Hoje, mundialmente reconhecida em sua capacidade técnica. 3

– A Embraer inaugurou em Botucatu um busto de José Carlos Neiva, pioneiro da indústria aeronáutica brasileira, fundador da Indústria Aeronáutica Neiva em outubro de 1954 A homenagem ocorreu na unidade industrial da empresa em Botucatu, com a presença de empregados e familiares do Engº Neiva

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– A “Escada Santos Dumont” leva o nome do criador. Isso mesmo, o genial Santos Dumont, inventor do avião e do relógio de pulso, inventou também esse modelo de escada que só permite subir um degrau de cada vez e com cada pé, ou seja, não é possível colocar os dois pés em um mesmo piso de um degrau! A escada foi feita para a casa de Santos Dumont em Petrópolis, também conhecida como “A encantada”, desenhada pelo próprio inventor que hoje é um pequeno museu aberto à população.

5

– Nos anos finais de sua vida, Santos Dumont lutou contra a depressão. Ele ficou desiludido ao ver sua invenção tornar-se um objeto usado na guerra. Ele chegou a pedir que a Liga das Nações proibisse o uso de aviões em guerras, mas seu pedido foi recusado. Adepto entusiasta da Revolução Constitucionalista de 1932, sofreu muito ao ver os aviões usados no conflito.

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