Diário da Cuesta
ABL Academia Botucatuense de Letras
Completamos, nesta edição, as publicações referentes ao Aniversário de Botucatu. E a comemoração do JUBILEU DE OURO da ABL - Academia Botucatuense de Letras (1972 – 2022) consagra a atuação cultural da comunidade botucatuense em sua caminhada peabiruana. Hoje, sob a presidência do Acadêmico Newton Colenci, a ABL é orgulho da “Cidade dos Bons Ares e das Boas Escolas”!
Veja o histórico da ABL na página 3
NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU ANO III Nº 773 SÁBADO E DOMINGO , 29 E 30 DE ABRIL DE 2023 Acompanhe as edições anteriores em: www.diariodacuesta.com.br 168
1972 - 2022
Memórias Acadêmicas
Elda Moscogliato
É relevante que se destaquem aqui, nesta colaboração especialmente dedicada à revista cultural Peabiru –a mais recente de tantas publicações e livros com que o Dr. Armando Moraes Delmanto tem contribuído para o destaque de seu berço natal no rol das cidades que se impõem pela excelência de sua Imprensa – fatos e vultos que tanto trabalharam para o surgimento da Academia de Letras, fator importante no registro histórico de seus anais.
Um Silogeu clássico era um velho ideal da privilegiada classe pensante botucatuense incluindo-se aqui a Igreja, a Escola, a Sociedade. Já houvera anteriormente um decidido movimento na concretização do sonho acadêmico e nem lhe faltaram na ocasião sobejas condições e elementos indispensáveis à sua realização. No entanto, a ideia nem bem nasceu, morreu por inexplicável letargia.
Vieram outros tempos.
Seu surgimento ulterior não resultou, como no de outra congêneres, de um exaustivo e denonado esforço na arregimentação de elementos capazes de corporifica-la. Não. Aqui, esse extraordinário e surpreendente fato social se deu naturalmente. Havia reservas a mancheias. Faltava-nos apenas, “un Directeur”, um regente de orquestra, um polarizador, alguém que reunisse o ideal das letras, a energia do trabalho, a abnegação altruística na construção de um Panteão que aquinhoasse Botucatu de mais esse galardão cultural.
Um organizador capaz de reunir uma safra já de si riquíssima de valores que pontificavam no jornalismo, nas letras pátrias, nas artes, nas ciências. A “célula-mater” da Educação – a querida e veneranda Escola Normal Oficial de Botucatu era o celeiro farto, figura simbólica, Minerva fecunda de “bandeirantes da Luz e do Saber”, seguida dos educandários do Arquidiocesano e do Santa Marcelina – iluminados agora pela esplen-
EXPEDIENTE
decência da Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas recém instalada, carreando para nosso ambiente a respeitabilidade de mestres da Ciência Universal.
Aqui chegado como Juiz de Direito da Comarca, o Dr. Antonio Gabriel Marão, magistrada respeitável, culto e brilhante, jornalista, sociável, observador arguto, tomou o pulso da terra acolhedora – que adotou de pronto como terra-mãe – perscrutou o ambiente social, avaliou o nível educacional do povo bom e lhano, conheceu mestres – ele mesmo, cultor do idioma e professor de Matemática – sopesou a cultura local e decidiu: - Falta nesta terra de intelectuais uma Academia de Letras!
Estendeu a ideia à esposa solícita, professora ativa no Magistério Estadual, que logo aderiu ao mesmo ideal e se pôs a secretariá-lo. Eram cultos e acarinhavam-se com os versos admiráveis do Parnaso. Almas gêmeas. Logo a seguir, em 12 de Julho de 1972, reuniram-se pela primeira vez, no Centro Cultural, Antonio Gabriel Marão, Arnaldo Moreira Reis, Olavo Godoy, Oswaldo Minicucci, Raymundo Marcolino da Luz Cintra, Sebastião Rocha Lima, e Trajano Pupo Jr. Es-
tava fundada a Academia Botucatuense de Letras.
Assumiu provisoriamente a Presidência, o Dr. Antonio Gabriel Marão, dando como marco definitivo o Dia 9 de Julho de 1972, data em que se iniciaram os trabalhos preliminares para a concretização da Academia de Letras botucatuense que assinala uma das mais belas e construtivas páginas de nossos anais históricos.
A seu lado, dedicada e amorosa, vigilante e ativa laborava D. Lidia Menon Marão – esposa e companheira, fixando as Atas preliminares na beleza de um manuscrito invejável, na inteireza da redação impecável, na transparência de relatos históricos.
Desde então dedicou-se o casal amigo aos trâmites sempre burocráticos e complicados, trabalhosos e pragmáticos, não se poupando ambos numa entrega total, sacrificante e cansativa, para a consecução final do ideal que em sendo nosso, foi por eles compartilhado com abnegação e carinho.
Por isso os acadêmicos lhes deram por unanimidade, num gesto de gratidão e amizade, o título carinhoso de – Pais da Academia E bem o mereceram!
ABL a caminho de seus 50 Anos!
A Academia Botucatuense de Letras, fundada no dia 9 de Julho de 1972, está comemorando seu 49º aniversário. A mais importante entidade cultural de Botucatu tem realizado importante caminhada peabiruana. Parabéns!
DIRETOR: Armando Moraes Delmanto
EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes
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A R T I G O
A ABL vem mobilizando a sociedade botucatuense para as comemorações dos 50 Anos da Academia de Letras de Botucatu
ABL – Academia Botucatuense de Letras 9/7/1972 – 9/7/2022
quando o idealismo de nossos intelectuais soube escolher o lema da Academia: “ Non Omnis Moriar”, ou seja, “não morrerei de todo”, é que Botucatu vem tentando viabilizar a sua Entidade Cultural Maior: a sua Academia de Letras ! Finalmente, a terceira tentativa, em 1972...
Surgia, então, a Academia Botucatuense de Letras, sob o comando firme do Dr. Antonio Gabriel Marão à frente de ilustres botucatuenses e - grande privilégio! - contando com 3 Patronos vivos, 3 botucatuenses que representavam a nossa cultura na Academia Paulista de Letras: Alceu Maynard Araújo, Francisco Marins e Hernâni Donato.
Tudo começou em 1972 - a data escolhida 09 de julho: homenagem à REVOLUÇÃO
CONSTITUCIONALISTA DE 1932 ! -, conforme podemos ver na Edição Especial Comemorativa da revista PEABIRU, quando da comemoração dos 30 anos da ABL:
“O passado nunca conhece o seu lugar. O passado está sempre no presente”. Mário Quintana
O 30º aniversário da ABL é um grande marco. É uma vitória! É a Botucatu cultural mostrando a sua sólida formação Está completada mais uma caminhada peabiruana.
A Peabiru - revista botucatuense de cultura - não poderia deixar de participar, trazendo à nossa comunidade uma edição especial comemorativa de tão importante acontecimento. Desde a primeira tentativa, em 1936, até a segunda tentativa, em 1958,
E a ABL surgia com suas particularidades de vanguarda: tinha, além dos 3 Patronos vivos, a presença inédita de 2 mulheres como Membros Efetivos: Elda Moscogliato e Dinorah Silva e Alvarez (e nesse aspecto, antecedeu em alguns anos iniciativa idêntica da Academia Brasileira de Letras).
A ABL tem apresentado uma atuação positiva e constante na vida de nossa sociedade Quer como parceira do Poder Público nas datas cívicas quer como promotora da cultura, cultuando datas, divulgando nossos intelectuais e resgatando a nossa história e a atuação prestante de nossos antepassados. A ABL tem sabido representar a cultura de Botucatu A ABL tem sabido bem representar a cultura da “Cidade dos Bons Ares e das Boas Escolas...”
Nesta edição, a Peabiru apresenta matéria especialmente escrita pelo Prof. José Celso Soares Vieira, Presidente da Academia Botucatuense de Letras, além do trabalho elaborado pelo Acadêmico José Antonio Sartori, escrito por ocasião do Jubileu de Prata da Academia e, também em comemoração àquela data, a poesia de Vanice Camargo Alves, Membro Correspondente da Academia.
O histórico da implantação da ABL , de autoria do Acadêmico Armando Moraes Delmanto, mostra em detalhes a caminhada intelectual dos botucatuenses nestes quase 70 anos A Peabiru presta uma homenagem especial destinada à memória
da Acadêmica Elda Moscogliato - a maior cronista de Botucatu ! Além do “Concurso de Crônicas Elda Moscogliato”, patrocinado pela ABL, Centro Cultural e Poder Público, era indispensável a compilação das crônicas de Elda à respeito da ABL. Selecionamos alguns de seus trabalhos que servem como registro das principais características de nossa Entidade Cultural. É preciso sempre lembrar a vitoriosa caminhada intelectual de Elda Moscogliato. Na “Folha de Botucatu”, era a única colaboradora a ter os seus escritos indo diretamente para a gráfica sem necessidade de revisão, segundo as ordens do Mestre Pedro Chiaradia. Colaborou com o jornal “Vanguarda de Botucatu”. Na “A Gazeta de Botucatu”, foi festejada cronista com coluna lida sempre com admiração por seus leitores Colaborou com a “Folha de Botucatu”, em sua 2ª fase no final dos anos 80 e, na Peabiru, foi articulista certa em todos os números da revista. Na ABL foi a alma mater a impulsionar e consolidar nossa Entidade Cultural. Foi, na verdade, uma vencedora! Uma vencedora que dignificou a cultura de Botucatu !
Raridade digna de registro é a Galeria dos Patronos da ABL, trabalho de Mestre de Hugo Pires que retratou, ou melhor, imortalizou os intelectuais que compõem o quadro de patronos da ABL. Essa galeria de quadros pertencente à Academia está na sede da ABL.
Hoje, a ABL é presidida pela Acadêmica Carmem Slvia Martin Guimarães. (AMD)
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LEITURA DINÂMICA
DR. MARÃO
Na cátedra de magistrado ou na presidência da Academia Botucatuense de Letras; na direção das Ligas Esportivas ou nas aulas de Matemática das várias escolas; na coluna do jornal ou na oratória tranquila, no Lions entre os lionistas ou no lançamento da pedra fundamental da Sociedade Libanesa local, ele foi o homem sereno e convincente, foi o juiz humano e o professor compreensivo, foi o orador agradável e caudaloso que se sentia bem entre os amigos – e os teve muitos e copiosamente – e que agradou e atraiu seus admiradores.
O Dr. Antonio Gabriel Marão era de Taquaritinga, onde possuia raízes fundas dos ancestrais. Lá cresceu, fez os primeiros estudos e lá se casou, a seu tempo, com a professora Lídia Menon Marão Frequentou a Faculdade do Largo de São Francisco, em São Paulo, onde doutorou-se em Direito. Mediante concurso público promoveu-se a Juiz de Direito Fez de Botucatu sua segunda terra natal. Na política foi aqui Vereador por treze anos
ELDA MOSCOGLIATO
consecutivos. Por indicação do então Vereador Antônio Delmanto , recebeu, por unanimidade de seus pares, o título de Cidadão Botucatuense.
O Marão teve uma legião de amigos e admiradores, em todas as camadas sociais. Foi um benemérito. Só quem lhe frequentou a mansão belíssima, conheceu-lhe os dons do espírito e a sua imensa prodigalidade
Profundamente humano, o Marão teve um proceder cavalheiresco, lhano, atencioso.
No Lions Clube de Botucatu, fez-se Governador de Distrito por quatro vezes unanimemente reeleito, ferindo as severas regras do Lions Clube Internacional.
Ainda no mundo lionístico, foi sócio-chave, detentor de um sem número de honrosas medalhas e diplomas honoríficos. Foi sócio fundador do Lions de São Manuel, Conchas e Avaré, por isso possuiu os chamados prêmios de extensão.
Conselheiro da Associação Paulista dos Municípios.
Foi ainda, Presidente de Entidades Literárias e Recrea-
Cronista Maior – O destaque fica para os ensinamentos e a postura profissional da saudosa cronista Elda Moscogliato. Uma das idealizadoras e Alma Mater da ABL – Academia Botucatuense de Letras e a mais respeitada militante da imprensa botucatuense, Elda fez escola em nosso meio cultural e jornalístico. Desde seu início na Folha de Botucatu, passando pela Gazeta de Botucatu, pelo Vanguarda de Botucatu e em todas as edições da revista cultural de Botucatu, a Revista Peabiru
Em todos esses
órgãos de nossa
tivas de Taquaritinga, Itápolis, Pereira Barreto e Botucatu.
Teve participação ativa na Revolução de 1932, o mais soberbo movimento de civismo da terra bandeirante, engrandecendo as páginas históricas do Brasil.
Teve a Medalha Vital Brasil, do MMDC e da Assembléia Legislativa.
Foi Comendador pela Ordem de Santo Amaro e Grande Oficial pela Ordem Bandeirante.
Foi Membro Efetivo da Academia Piracicabana de Letras e Presidente Vitalício, por cinco vezes reeleito, da Academia Botucatuense de Letras. Graças à sua indiscutível atividade, ao seu grande entusiasmo e empenho em vê-la firmar-se sobre suas bases, a gloriosa ABL caminha para o seu Cinquentenário , assegurando aos seus membros absoluta estabilidade, constituindo-se para o Marão “filha predileta” que lhe propiciou momentos agradabilíssimos de estudos, prazeroso lazer e o mais fraterno e cordial convívio entre amigos.
imprensa, atuou como exemplo de jornalista e cronista. Possuidora de cultura admirável, possui no prelo inúmeras obras que só engrandeceriam Botucatu e mostrariam, de forma inconteste, o valor da mulher nas letras e na imprensa. A USC – Universidade do Sagrado Coração (Bauru), já mostrou interesse em adquirir todo o seu acervo e em editar seus livros. Com a palavra o setor cultural de nossa Prefeitura...
PRESIDENTES DA ABL – ACADEMIA BOTUCATUENSE DE LETRAS
Antonio Gabriel Marão
José Celso Soares Vieira
Maria Amélia Blasi de Toledo Piza
Evanil Pires de Campos
Newton Colenci
Antonio Evaldo Klar
Carmem Sílvia Martin Guimarães (atual)
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