Edição 775

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Diário da Cuesta

NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU

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Hoje é dia de homenagear e prestar continência a todos os heróis brasileiros que serviram a Pátria durante a Segunda Guerra Mundial. É uma justa homenagem aos Pracinhas, que representaram bravamente o País, fazendo história no Teatro de Operações da Itália, ao final daquela Grande Guerra.

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Monumento aos Pracinhas da Força Expedicionária Brasileira no Parque Brigadeiro Eduardo Gomes e Parque Carlos Lacerda (Aterro do Flamengo), RJ, inaugurado em 1960.

Cemitério Militar Brasileiro em Pistoia/Itália, Tumba do Soldado Desconhecido e Museu da FEB (Mário Pereira, Administrador)

POSSE NA ACADEMIA DE LETRAS

Tomou na ABL – Academia Botucatuense de Letras, na última sexta-feira (28), o empresário, comunicador e advogado Maurício Serodio. A sessão foi presidida pelo Acadêmico Newton Colenci e secretariada pelo Acadêmico Olavo Godoi. A tese do novo acadêmico foi sobre o Maestro Villa-Lobos. O filho do homenageado, Jesse Serodio, interpretou a música Trem do Caipira, consagrada composição de Villa Lobos com letra do poeta Ferreira Gullar. Grande público prestigiou a solenidade realizada na sede da ABL.

ANO III Nº 775 TERÇA-FEIRA , 02 DE MAIO DE 2023

Força Expedicionária Brasileira (FEB)

Força militar enviada pelo Brasil à Europa para lutar ao lado dos Aliados, contra o Eixo, na Segunda Guerra Mundial. Foi constituída em agosto de 1943 e entregue ao comando do general-de-divisão João Batista Mascarenhas de Morais. Adotou como emblema uma cobra fumando, em alusão àqueles que diziam que era mais fácil uma cobra fumar do que o Brasil participar da guerra.

Durante a fase de estruturação da FEB, diversos oficiais brasileiros foram enviados aos Estados Unidos para se familiarizar com os métodos militares norte-americanos. No final de 1943, foi decidido que o destino do corpo expedicionário brasileiro seria o teatro de operações do Mediterrâneo. O 1º Escalão da FEB, chefiado pelo general Zenóbio da Costa e composto de aproximadamente cinco mil homens, desembarcou na em julho de 1944. Em setembro, desembarcariam os 2º e 3º Escalões, comandados, respectivamente, pelos generais Osvaldo Cordeiro de Farias e Olímpio Falconière da Cunha. Até fevereiro de 1945 ainda chegariam à Itália mais dois escalões, além de um contingente da Força Aérea Brasileira (FAB) com cerca de quatrocentos homens, sob o comando do major-aviador Nero Moura. Ao todo, o Brasil enviou à Itália pouco mais de 25 mil homens.

As forças brasileiras integraram-se ao V Exército norte-americano, comandado pelo general Mark Clark, que por sua vez fazia parte do X Grupo de Exércitos Aliados. O objetivo maior dos Aliados na Itália naquele momento era manter o exército alemão sob pressão, de modo a não permitir que seus comandantes deslocassem tropas para a França, onde se preparava a ofensiva final das forças aliadas no ocidente.

O Brasil no teatro de operações Exatamente sete meses e 19 dias foi quanto durou a campanha da FEB na Itália. De 16 de setembro de 1944, quando um batalhão do 6° Regimento de Infantaria iniciou a marcha que redundaria nas conquistas de Camaiore e Monte Prano, até 2 de maio de 1945, dia em que a ordem de cessar fogo foi expedida pelo comando do 4° Corpo do V Exército americano, ao qual a FEB era subordinada, os brasileiros se empenharam em várias batalhas.

A FEB lutou na Itália em duas frentes. A primeira foi na região do rio Serchio durante durante o outono de 1944, e a segunda no vale do rio Reno, em plena cordilheira apenina. Aí, por mais de dois meses os soldados brasileiros enfrentaram um rigoroso inverno e, sob o fogo constante do inimigo, alcançaram seus maiores feitos: as conquistas de Monte Castelo, em 22 de fevereiro de 1945, e de Montese, em 14 de abril, e o aprisionamento da 148ª Divisão Alemã, de remanescentes de uma Divisão de Infantaria Italiana e de forças blindadas do Afrika Korps, em 28 de abril.

EXPEDIENTE

A missão mais importante que coube à FEB foi, sem dúvida, a tomada de Monte Castelo. A elevação, dominada pelos alemães, era uma posição estratégica que impedia o 4° Corpo de Exército de prosseguir a marcha até Bolonha, objetivo maior do comando das Forças Aliadas na Itália. No dia 24 de novembro de 1944 foi feita a primeira ofensiva. Depois de se apoderarem do monte Belvedere, ao lado de Castelo, os brasileiros sofreram uma violenta contra-ofensiva alemã que os obrigou a abandonar as posições já conquistadas. No dia 29 os Aliados iniciaram a segunda ofensiva a Monte Castelo, igualmente barrada pelos regimentos de infantaria alemães. No dia 12 de dezembro iniciou-se o também frustrado terceiro assalto dos expedicionários brasileiros a Monte Castelo, que não durou mais de cinco horas. Mesmo assim, as vanguardas da FEB conseguiram chegar além da metade do caminho programado.

O dia 19 de fevereiro de 1945 foi a data estabelecida pelo comando do V Exército para o início de nova ofensiva, que ficaria conhecida como Operação Encore. Nela seriam empregadas todas as forças do 4° Corpo de Exército, visando a expulsar o inimigo do vale do rio Reno e persegui-lo até o vale do rio Panaro. A missão dos brasileiros seria desalojar os alemães de Castelnuovo de Vergato, do Monte Soprassasso e, mais uma vez, de Monte Castelo. A grande vitória finalmente ocorreu em 21 de fevereiro.

Do início de março a meados de abril de 1945 houve um período de menor número de operações. O comando aliado organizava, então, o plano final da campanha da Itália, a chamada Ofensiva da Primavera, destinada a levar com rapidez à derrota definitiva teuto-italiana. Foi estabelecido que caberia à FEB seguir na direção de Vignola, o que veio a acarretar os vitoriosos ataques a Montese e Zocca. A partir dessas vitórias iniciou-se a perseguição aos alemães que batiam em retirada. Seguiram-se o cerco a Colecchio, Fornovo di Taro, a rendição de divisões inimigas e a corrida para o vale do Pó. Prosseguindo em direção a Turim, os brasileiros ocuparam a cidade de Alessandria, em 30 de abril.

De 8 de maio - data da rendição da rendição da Alemanha e portanto do fim da guerra na Europa - até 3 de junho a FEB foi empregada na ocupação militar do território conquistado e começou a preparar seu retorno ao Brasil. Quando o 1° Escalão regressou ao Brasil, em 18 de julho de 1945, 454 mortos, ficaram enterrados no cemitério brasileiro localizado na cidade de Pistóia, perto de Florença. É Registro Histórico.

DIRETOR: Armando Moraes Delmanto

EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes

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Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689

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NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE

Brigadeiro Eduardo Gomes e Parque Carlos Lacerda (Aterro do Flamengo)

Monumento aos Pracinhas da Força Expedicionária Brasileira no Parque Brigadeiro Eduardo Gomes e Parque Carlos Lacerda (Aterro do Flamengo), RJ, inaugurado em 1960.

Rio de Janeiro: Cidade Maravilhosa!

Monumento aos Soldados Heróis da Segunda Guerra

Em 1965, o Rio era exemplo para o Brasil de administração séria, competente e revolucionária!

O Brasil tem com orgulho duas áreas consideradas modelos de atuação positiva da Administração Pública no resguardo e na criação de espaços destinados ao urbanismo, paisagismo e lazer: o Parque Ibirapuera, em São Paulo e o famoso Aterro do Flamengo, com os Parques Eduardo Gomes e Carlos Lacerda.

O destino da imensa área entre o Aeroporto Santos Dumont e a Avenida Rui Barbosa começou a ser traçado em 1952. Com o desmonte do Morro de Santo Antônio - derrubado para dar lugar à Avenida Chile, na região que hoje abriga os prédios da Petrobras e do BNDES - toneladas de entulho ficaram sem destinação. Surgiu então a ideia de usar esse material para aterrar a área entre o Museu de Arte Moderna e as proximidades da Praça Paris, onde aconteceria, em 1955, o Congresso Eucarístico Internacional. A transferência do entulho prosseguiria até 1958, com o aterramento chegando próximo ao Catete.

O descampado chamou a atenção da arquiteta e paisagista autodidata Lotta (Maria Carlotta) Macedo Soares, que convenceu o então governador Carlos Lacerda a abandonar a ideia de fazer uma via expressa à beira-mar, com quatro pistas e uma mureta, e construir ali uma versão carioca do Central Park, de Nova York. Foram dois anos para criar o conceito do parque e outros três na infraestrutura, que incluiu a construção de um emissário submarino e o aterramento com entulho da obra do Túnel Rebouças e areia do fundo da Baía de Guanabara (dragada com uma máquina semelhante à usada na abertura do Canal do Panamá).

No fim das contas, o Rio ganhou uma área de lazer de 1,2 milhão de metros quadrados com quadras polivalentes, campos de futebol, playground, anfiteatro, pistas de skate e de aeromodelismo, restaurante e marina. Sem falar nas 11.600 árvores, de 190

espécies diferentes. Assinando isso tudo, uma espécie de who is who da arquitetura, urbanismo e paisagismo verde e amarelos: Afonso Reidy, Ethel Bauzer Medeiros, Jorge Moreira, Carlos Werneck de Carvalho, Sérgio Bernardes, Luiz Emygdio de Mello Filho e Hélio Mamede formaram o time inicial do Grupo de Trabalho para a Urbanização do Aterrado Glória-Flamengo. O ajardinamento foi encomendado a ninguém menos que Roberto Burle Marx.

Curiosamente, cerca de 40% do projeto tombado não estão prontos até hoje. A área do parque, que hoje se estende até o início da Praia de Botafogo, teria, por exemplo, duas bibliotecas, que nunca foram construídas. E a atual Marina da Glória seria apenas um atracadouro. A inauguração aconteceu em 1965. Um dos eventos comemorativos da abertura do parque foi no dia 17 de outubro daquele ano. Oficialmente, são dois parques: o Brigadeiro Eduardo Gomes (do Aeroporto Santos Dumont até o Monumento aos Pracinhas) e o Carlos Lacerda (do monumento ao Túnel do Pasmado). É Registro Histórico.

É considerado hoje a maior área de lazer à beira mar do mundo

“Ondas” em gramado em frente ao MAM, com duas espécies de gramínea, formando curvas que remetem as ondas. Palmeiras Imperiais para deixar tudo mais monumental. Pura bossa!

Parque
A
as eleições foram
excelente administração
do governador Lacerda no Rio de Janeiro o credenciou a ser candidato a Presidente da República, em 1966. Infelizmente,
canceladas.
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Força Expedicionária Brasileira (FEB)

Força militar enviada pelo Brasil à Europa para lutar ao lado dos Aliados, contra o Eixo, na Segunda Guerra Mundial. Foi constituída em agosto de 1943 e entregue ao comando do general-de-divisão João Batista Mascarenhas de Morais. Adotou como emblema uma cobra fumando, em alusão àqueles que diziam que era mais fácil uma cobra fumar do que o Brasil participar da guerra.

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Diário da

“Sabor de infância”

“Cantar, dizem, é um afastamento da morte. A voz suspende o passo da morte e, em volta, tudo se torna pegada da vida. Dizem mas, para mim, a voz serve-me para outras finalidades: cantando eu convoco um certo homem. Era um apanhador de pérolas, um vasculhador de maresias. Esse homem acendeu a minha vida e ainda hoje eu sigo por iluminação desse sentimento. O amor, agora sei, é a terra e o mar se inundando mutuamente.” Mia Couto

Foi juntando letras que aprendi a ler.

Aproximei algumas palavras e saíram frases, a que dei sentido.

Daí parti a buscar imagens e a elas uni sentimentos.

Foram surgindo estórias.

Quando me dei conta o sonho de infância virou realidade, de forma virtual, mas real, e vi minhas estórias sendo lidas e mais que isso, sendo apreciadas.

A emoção tomou conta e o que era uma brincadeira, virou rotina.

Pegou gosto!

Passaram meses, anos e quase todos os dias uma nova ideia, uma nova lembrança, um sabor inesquecível de um momento especial vivido.

Um texto saiu numa coletânea de autores.

Que emoção ao receber o volume, sentir o cheiro, virar suas páginas numa carícia demorada.

Os olhos sempre buscando a imagem que vai juntar as letras.

Esses dias dei com a imagem do sorvete de ameixa lá no Instagram.

Cheguei a sentir o sabor.

Ao sabor surgiu a memória do Bar Colosso na esquina ao lado do Jardim do centro em Avaré.

Menina gulosa que era, ali comprava sempre uma casquinha que é muito diferente das casquinha de hoje.

Era de um biscoito meio sem gosto, mas que crocante e unido ao sabor do sorvete ficava saboroso.

Tínhamos poucos sabores de sorvete: predominavam: chocolate, creme, morango, ameixa, coco, abacaxi, limão, coco queimado.

Meu pedido era sempre de uma bola de ameixa e uma de coco queimado.

Passeava na praça saboreando o sorvete com prazer.

Era a jóia do pacote.

No dia 14 de abril último, além de aniversário da cidade, foi o oitavo aniversário da Ludi’s Sorveteria, fica lá na esquina do Jardim Paraíso, por acaso frente a uma praça.

É de propriedade de uma amiga, a Luciana.

Dei os parabéns e perguntei depois, -”você tem sorvete de ameixa? E de coco queimado?”

Ela respondeu que sim.

Mais tarde ela mandou mensagem que tinha o de ameixa, e que o de coco queimado, ia fazer.

Anteontem mandou-me o vídeo do sorvete já preparado, a boca salivou.

Mal posso esperar o momento de ir lá para sentir o sabor da minha infância.

Não é a na mesma sorveteria, não é na mesma praça, nem na mesma cidade.

Como agradecer tanta gentileza???

Aqui vai, esta é para você Luciana Sauer Sartor

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