Diário da Cuesta
NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU
Acompanhe as edições anteriores em: www.diariodacuesta.com.br
ALBERTO DINES E A “NOVA VISÃO DO PARAÍSO”
ALBERTO DINES representou o melhor do jornalismo brasileiro. Quer como jornalista competente à frente do “JORNAL DO BRASIL”, quer, ao depois, como maestro no “OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA”, que mudou a crítica positiva dos trabalhos da imprensa...
ALBERTO DINES - com certeza! - deixa-nos um legado valioso sobre a liberdade de imprensa e a importância da abordagem de temas que realmente interessem ao Brasil e aos brasileiros Assim, o trabalho pioneiro de Alberto Dines, publicado nas revistas “Pau Brasil” e “Peabiru”: “POR UMA NOVA VISÃO DO PARAÍSO”, terá, nesta edição, colocada a sua importância e dimensão na imprensa brasileira.
Ainda bem que temos jornalistas conscientes e comprometidos com a melhoria do meio ambiente, da informação objetiva e cidadã e com o envolvimento da sociedade organizada na defesa de um mundo melhor para a humanidade. Os nomes de Alberto Dines, Claudio Willer, Newton Rodrigues, Miguel Abellá, Ênio Squeff, João Pedro Costa, Washington Novaes e tantos outros representam um raio de esperança na boa orientação da sociedade brasileira para que participe consciente de temas vitais para o nosso futuro. Muito boa a lembrança do trabalho pioneiro de Alberto Dines e das revistas “Pau Brasil” e “Peabiru”. Página 3
ANO III Nº 776 QUARTA-FEIRA , 03 DE MAIO DE 2023
Página 2
Pau-Brasil: árvore de 500 anos é encontrada na Bahia.
A importância fundamental da liberdade na mídia tem marcado a atuação de líderes democratas através dos tempos. Benjamin Franklin, considerado um dos pais fundadores dos Estados Unidos foi um dos autores da Declaração da Independência. Também fundou a Universidade da Pensilvânia, tendo sido o primeiro embaixador dos Estados Unidos na França. A sua aproximação com a maçonaria americana colaborou para a construção da primeira biblioteca pública da Filadélfia
A sua famosa frase “Aqueles que abrem mão da liberdade essencial por um pouco de segurança temporária não merecem nem liberdade nem segurança”, repercutiu e influenciou movimentos democráticos no mundo todo e, no Brasil, passou a ter o lema de um jornal carioca, o “Tribuna da Imprensa”, inspirado em sua frase libertária: “Quem troca liberdade por um pouco de segurança, não merece liberdade e nem consegue segurança”.
Carlos Lacerda, ao fundar o jornal “Tribuna da Imprensa” tinha por objetivo aglutinar democratas na fase do processo político de consolidação da democracia brasileira, em 1949. E essa bandeira democrática mobilizou movimentos por todo o Brasil. E, em Botucatu, no interior de São Paulo, um grupo de estudantes elevou a frase/lema do jornal carioca para o seu jornal estudantil: “Tribuna do Estudante”: “Quem troca a liberdade por um pouco de segurança, não merece liberdade e nem consegue segurança”.
Ao fundar a Tribuna foi constituído um Conselho Consultivo composto por Adauto Lúcio Cardoso, Alceu Amoroso Lima, Gustavo Corção, Heráclito Fontoura, Sobral Pinto e Luís Camilo de Oliveira Neto. Foi animador esse lançamento com tão expressivo conselho consultivo. Após Lacerda, a “Tribuna da Imprensa” atuou sob a direção de Hélio Fernandes, aguerrido e conceituado jornalista.
E todos que militamos no jornalismo defendemos o Direito à Liberdade da Imprensa. Assim, reveste-se de importância o registro histórico do jornal estudantil “A Tribuna do Estudante” que levava com destaque, acima de seu título, a frase inspirada no ensinamento de Benjamin Franklin: “Quem troca a liberdade por um pouco de segurança, não merece liberdade e nem consegue segurança”.
A Direção.
EXPEDIENTE
DIRETOR: Armando Moraes Delmanto
EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes
Contato@diariodacuesta com br
Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689
O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios.
Diário da Cuesta 2
WEBJORNALISMO DIÁRIO
NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU
E D I T O R I A L
“Por uma nova visão do Paraíso”
seus mecanismos. Resgatá-la, passou a ser um dos primeiros compromissos deste novo ser humano, alquebrado e iluminado, machucado e pertinaz.”
A preocupação com a ecologia, hoje, tem destaque e apoios no mundo todo Mas, nem sempre foi assim... O mundo passou a “pensar” a ecologia com seriedade e preocupação em meados dos anos 60. Os EUA e a Europa foram os primeiros a sentirem a “explosão da ecologia”, preocupação que só chegou até nós em meados dos anos 70. Nessa época eram pouquíssimas as associações (ONGs) que tratavam desse grande problema para a humanidade. Hoje, a proliferação de entidades e associações que “cuidam” do assunto é gigantesca, forçando a que haja uma pesquisa relativa à confiabilidade das ONGs e ao engajamento concreto de seus dirigentes
Em seu emblemático artigo “Por uma nova visão do Paraíso” (revista Pau Brasil, julho/agosto de 1984 e revista cultural Peabiru, janeiro/fevereiro de 1999), Alberto
Dines nos trazia a sua preocupação com o tema, resgatando a peça fundamental de qualquer “brasiliana”, escrita por Sérgio Buarque de Hollanda, em 1931: “Visão do Paraíso” (Editora José Olympio,1932).
Na obra, destaca Dines, o historiador procura o cenário do Novo Mundo que seria ocupado pelos europeus, especialmente pelos espanhóis e pelos portugueses, sendo certa a diferença da visão que eles tinham do “paraíso”, com o pragmatismo dos espanhóis e com o caráter imaginativo dos portugueses, traços particulares
da formação espiritual desses dois povos E isso seria marcante na atuação de ambos no continente americano. Dines diz que “a recuperação do meio ambiente é uma das missões cruciais na pauta deste (novo) renascimento. A natureza é a própria representação do Paraíso, seja no seu visual - bucólico ou agreste – seja na simplicidade dos
E diz mais: “Ecologia, que há 20 anos era apenas a ciência que estudava o relacionamento entre os seres vivos e seu meio ou ambiente, transformou-se em cruzada. Saiu das universidades, centros de pesquisas para ganhar foros de religião, mística, culto, ideologia.
Na fulminante trajetória do progresso, cujo apogeu resume-se ao curto período de três mil anos, a cada avanço tecnológico ou científico corresponde sempre um gesto de defesa. Do alfabeto à TV – para mencionar apenas o processo de comunicação – cada passo adiante foi recebido com dúvidas e ressentimentos. Era o medo do aprendizado, medo do desconhecido, insegurança Não se discutia o progresso, mas suas conveniências.”
Hoje, o mundo todo vive essa preocupação concreta com a preservação do meio ambiente. E o avanço tecnológico ou científico - que hoje pode ser do alfabeto à revolução da informação pela internet – consolida cada vez mais parcelas conscientes dos mais variados povos compromissados com a ecologia e com o resgate do “Paraíso” que idealizamos para as gerações vindouras (AMD)
Comentários:
1 -Ainda bem que temos jornalistas conscientes e comprometidos com a melhoria do meio ambiente, da informação objetiva e cidadã e com o envolvimento da sociedade organizada na defesa de um mundo melhor para a humanidade. Os nomes de Alberto Dines, Claudio Willer, Newton Rodrigues, Miguel Abellá,
Ênio Squeff, João Pedro Costa, Washington Novaes e tantos outros representam um raio de esperança na boa orientação da sociedade brasileira para que participe consciente de temas vitais para o nosso futuro. Muito boa a lembrança do trabalho pioneiro de Alberto Dines e das revistas “Pau Brasil” e “Peabiru”. Valeu! (haroldo-leao@hotmail.com)
2 - Atenção!!! Existe uma organização denominada “CHRISTIAN CHURCH WORLD COUNCIL” sediada na SUIÇA. Essa organização tem 6 entidades em sua direção: “Comitê International de la Defense de l´Amazon”; “Inter-American Indian Institute”; “The International Ethnical Survival”; “The International Cultural Survival”; “Workgroup for Indigenous Affairs” e “The Berna-Geneve Ethnical Institute”. Está estranhando? Pois tem mais! No seu estatuto, o item I, diz o seguinte: “É nosso dever garantir a preservação do território da Amazônia e de seus habitantes aborígines, para o seu desfrute pelas grandes civilizações européias, cujas áreas naturais estejam reduzidas a um limite crítico”. Que os políticos brasileiros, mas principalmente, que a sociedade organizada fique atenta para essas ONGs “fajutas” cheias de gringos que estão vendendo, esse é o termo exato, vendendo o Brasil para os estrangeiros. (pinto. rodolfo28@yahoo.com.br)
Diário da Cuesta 3
Dia do pau-brasil: símbolo da exploração e da resistência da natureza
by Portal Ambiente Legal/ Fábio Gallacci
to de tecidos e também para a confecção de arcos de violinos, além de esculturas, mesas e imagens de santos.
Podendo atingir 30 metros de altura e 1,5 metro de tronco, coberta por flores amarelas de outubro a novembro, a árvore possui um interior de forte coloração vermelha, num tom que se assemelha a brasas de fogo, daí o nome dado na língua portuguesa. Sua madeira é muito pesada, lisa e dura e, por isso, muito cobiçada para a construção naval e marcenaria de luxo. Ainda hoje, com planos de manejo, o pau-brasil continua sendo usado na confecção de arcos de violino e exportado em pequenas quantidades, de acordo com o Ministério do Meio Ambiente.
Presente na lista oficial da flora brasileira ameaçada de extinção, desde 1992, o pau-brasil (Caesalpinia echinata Lam) também é conhecido por ibirapitanga, pau-vermelho, pau-de-pernambuco, arabutã, ibirapitã, muirapiranga, orabutã, pau-rosado e pau-de-tinta.
O nome científico Caesalpinia é uma homenagem ao médico e botânico italiano Andrea Cesalpino, que viveu no século 16. Echinata significa “cheio de espinhos” em latim, e Lam é a abreviatura de Lamarck que, em 1789, descreveu a espécie pela primeira vez.
Paisagismo
Cobiçada desde o primeiro momento em que os portugueses desembarcaram no País, em 1500, essa árvore de madeira nobre que é um símbolo nacional começou a ser explorada em larga escala a partir de 1503. Depois de ser considerada extinta na natureza, foi redescoberta em 1928, em Pernambuco.
Ao longo do tempo, também foram encontrados, e mantidos até o momento, exemplares que resistiram à devastação ou passaram por manejo no Rio de Janeiro e na Bahia. Hoje é celebrado o dia desse exemplo de resistência da natureza que acabou batizando a nação: o pau-brasil.
A cor avermelhada de sua madeira chamou a atenção na época do descobrimento, pois era considerada perfeita para tingimen-
Originário da Mata Atlântica, o pau-brasil ocorria do Ceará ao Rio de Janeiro. Ele floresce entre setembro e outubro e frutifica de novembro a janeiro. Em 1961 foi declarada árvore símbolo nacional. Em 1972, árvore nacional.
Atualmente, ela está restrita a poucas manchas naturais em Pernambuco, árvores esparsas na Bahia e raras áreas comerciais plantadas, além de exemplares usados em paisagismo.
“Na floresta, essa árvore tem um crescimento muito lento. Algumas mudas por aqui podem ter 50, 60 anos e ainda estão esperando a entrada da energia solar para conseguir subir e se desenvolver”, conta o especialista Fábio André Faraco, chefe do Parque Nacional do Pau-Brasil, na Bahia. “Árvore centenária de pau-brasil, podemos dizer que hoje é possível encontrar apenas uma em um milhão”, acrescenta ele, lembrando da exploração predatória desse recurso natural ao longo da história do País.
Diário da Cuesta 4
“Terra Brasilis” (1519). Mapa por Pedro Reinel e Lopo Homem, Atlas Miller, Biblioteca Nacional de Paris – Exploração do pau-brasil
A madeira do pau-brasil é muito pesada, lisa e dura (Foto: Devanir Gino/TG)
Diário da Cuesta 5 (REVISTA PEABIRU, Nº 14, DE MARÇO/ABRIL DE 1999)
Diário da Cuesta 6 (REVISTA PEABIRU, Nº 14, DE MARÇO/ABRIL DE 1999)