Diário da Cuesta
ORDEM RELIGIOSA FUNDADA EM BOTUCATU
- Irmã Henriqueta, nossa Mãe Espiritual! -
A CONGREGAÇÃO SERVAS DO SENHOR, foi fundada por Dom Henrique Golland Trindade, em 1952, sendo Superiora da Ordem, sua irmã biológica, Irmã Henriqueta. Histórico à página 3.
DEFESA
AMBIENTE
ANO III Nº 785 SÁBADO E DOMINGO , 13 E 14 DE MAIO DE 2023 Acompanhe as edições anteriores em: www.diariodacuesta.com.br
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DO MEIO
E DA CIDADANIA EM BOTUCATU
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DIA DAS MÃES
ELDA MOSCOGLIATO
Contam as antigas crônicas que a rainha Helena, ao ser-lhe tirado dos braços o filho recém-nascido para que a ama o alimentasse, volveu-se no leito, ainda gemente e débil, e num gesto de extremo sacrifício tomou-o de novo em seu seio, exclamando exaltada:- “É filho de minhas entranhas! Eu só, hei de amamentá-lo!” Essa criança, mais tarde, foi o grande São Luís, rei de França.
Mais do que os laços da carne, a interação mãe-filho tem algo de misterioso e divino que a linguagem humana não alcança traduzir. O amor materno preenche a literatura de todos os tempos e desde a Bíblia, as narrativas ilustram as páginas mais comoventes da humanidade.
A sublimidade do amor materno concentra-se na figura admirável de Maria – “que tudo guardava em seu coração!” E a grandeza do amor filial se perpetuou na frase dorida do alto do Calvário: “Eis aí, tua mãe !” Por isso, o mês de Maio exalta afigura da Mãe.
Velha crônica nos fala de Beatrice Snipes. Criminosa confessa, guardava na penitenciária americana o termo de sua gravidez para em seguida sofrer a pena condenatória da cadeira elétrica. Comoveu-se a sociedade estadunidense e com ela, o mundo inteiro. Uma onda de ternura envolveu o pequenino ser que nasceria já órfão. Houve apelos de todos os países. Em favor do bebê, a pena foi comutada. O filho salvou a mãe.
Naquela manhã, a introdução materna despertara a velha duquesa tornando-a mais triste e alquebrada. No exílio voluntário do severo e vetusto castelo, ela recusou, com o semblante trespassado de tristeza e de dor, o carinhoso desvelo da criadagem fiel. O filho, o Duque D’Aosta, lutava na África. O dia todo, ela o passou na solidão da capela, frente ao S. Sacramento.
À tarde, um telegrama fatídico chegou ao castelo. Coube ao mordomo levá-lo. Ela ainda rezava. Recusou abrí-lo, dizendo simplesmente: - Pode lê-lo, meu caro. Meu filho está morto! E voltou à oração.
Há na história romana, a narrativa admirável de Coriolano. O herói, banido de Roma, jurou vingar-se. Fora dos muros, arregimentou um aguerrido exército e marchou contra a cidade, ameaçada de total destruição. Nem dele-
EXPEDIENTE
gação de paz, nem emissário neutro lograram demovê-lo. Sua vitória era iminente.
Eis que surge à sua frente, a figura admirável de Veturia. A eloquência materna fê-lo levantar o cerco. Roma estava salva.
Há muitos anos atrás, incendiou-se de forma trágica, a famosa barca de Niterói, que levava em seu limitado bojo, número excessivo de passageiros. Ao primeiro sinal de fogo, estabeleceu-se o pânico. Houve muita morte.
Uma pobre senhora grávida, sem que o percebesse, foi atirada às águas. Não sabia nadar e no auge do desespero, desmaiou. Quando deu acordo de si, estava num leito de hospital. O ventre enorme dos oito meses de gestação, serviu-lhe de bóia. Ao seu lado, agora, estava o recém-nascido.
Mais uma vez, o bebe salvara a mãe.
Uma das mais trágicas e emocionantes reportagens dos tempos modernos foi há pouco tempo divulgada através de uma foto dramática: Aterradas pela miséria e pela fome, as populações etíopes demandavam outras plagas à procura de abrigo e pão, varando as inóspitas regiões africanas.
Em meio, a figura sofrida e silenciosa de uma mãe, jovem, bela e humilde, aguentando em seu mísero regaço, um esquálido bebê moribundo. O trágico desse grupo comoveu o mundo inteiro.
( A Gazeta de Botucatu - 09/05/1986 )
DIRETOR: Armando Moraes Delmanto
EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes
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Dia das Mães: como surgiu a comemoração no Brasil
Congregação das Servas do Senhor
14/10/2022
ciais, como a Casa das Meninas e o Asilo Padre Euclides, e hoje estão presentes na Vila dos Meninos, localizada na Vila Aparecida. Estes projetos se conciliam com o propósito da congregação, segundo sua superiora: “Nosso cotidiano é pautado pela oração, pela vida comunitária e pelo trabalho”.
Hoje em dia, a congregação conta com 16 irmãs, dos 23 aos 90 anos de idade, que seguem uma rotina definida. “O nosso horário de despertar é sempre às 05h30 da manhã. Continuamos com a oração, temos a Santa Missa – nos dias que não tem em casa, nós vamos fora – temos o café da manhã e, depois, os trabalhos da casa, e assim continuamos. Este é o período mais tranquilo de oração, em que as irmãs se reúnem para estarem ali juntas”, explica Fátima.
Esta disciplina necessária para seguir a vida religiosa pode ser uma das razões pelas quais a Igreja Católica sofre com a falta de vocações, segundo a superiora. “Querendo ou não, ela exige uma certa perseverança, exige um certo ‘deixar tudo’. Como eu sempre falo, na vida religiosa nós temos tudo e não temos nada, porque nada é nosso. Isso é muito difícil para a juventude de hoje, porque nós vivemos na época que é do ‘poder’ e do ‘ter’”.
A Congregação das Servas do Senhor, criada em Botucatu pelo Bispo Henrique Golland Trindade e sua irmã biológica, Irmã Henriqueta, completou 70 anos de fundação (2022). A ordem foi fundada em 15 de setembro de 1952 e conta com casas em diversas cidades, como Itatinga, Bebedouro, São Paulo, Uberaba (MG), Frutal (MG) e Macaé (RJ).
A congregação foi idealizada por Dom Henrique enquanto ainda era Bispo da Diocese de Bonfim, na Bahia, ao perceber as necessidades espirituais e materiais da população carente do meio rural, conforme conta a Superiora da Ordem, irmã Fátima Garcia Leal. “Ele ia pra zona rural e encontrava crianças sem catequese, famílias que nem mesmo sabiam como responder à Santa Missa. Ele se preocupava com aquilo e pensou em fundar uma congregação para auxiliar nesse sentido”, conta Fátima.
No entanto, Dom Henrique foi transferido para a diocese de Botucatu antes de concretizar este projeto. Ao chegar à nossa cidade, encontrou a mesma realidade entre a comunidade rural da diocese. Para implantar a Congregação das Servas do Senhor, Golland necessitou do auxílio de sua irmã de sangue, Irmã Henriqueta, que era religiosa da Congregação das Irmãs da Divina Providência.
Conta a irmã Fátima: “Ela necessitou de uma licença especial do Papa para auxiliar na fundação da Congregação, porque ele, sendo um bispo, tinha todas as suas ocupações, e também por ser uma congregação feminina, ele viu que era melhor que a irmã dele acompanhasse. Ela veio e ficou conosco até morrer”.
Em nossa cidade, a ordem foi responsável por diversas obras assisten-
Além disso, a irmã ainda aponta a crise na instituição familiar como causa da carência de vocações. “As famílias antigas tinham mais filhos, e as famílias de hoje são um, dois, no máximo três filhos”. E prossegue: “As famílias de hoje não têm o mesmo alicerce das famílias passadas, e a vocação se alicerça na família. Hoje até mesmo os casamentos não são duráveis. Quantas pessoas que hoje assumem o casamento com aquela questão ‘se deu certo, deu, se não deu, estou separando’? E a vida religiosa também se tornou isso ‘eu vou pro convento, se deu certo, deu, se não deu, eu retorno’. Então, às vezes até entra, mas não tem aquela perseverança”, esmiúça a Superiora. O cotidiano da ordem se tornou ainda mais complexo após o falecimento de quatro irmãs durante os quatro primeiros meses de 2021, sendo três delas em decorrência de infecção pela covid-19. Segundo a irmã Fátima, foi necessária fé e unidade para superar esse momento. “As famílias passaram por isso e nós, enquanto família religiosa, passamos por isso também. E vejo que numa dinâmica de fé, acredito que para nós isso foi muito tranquilo, porque a gente viveu essa dimensão da fé, viveu essa dimensão da unidade. Embora a gente tenha sofrido com tudo, eu acredito que para nós, especialmente aqui em Botucatu, a população foi muito solidária em tudo, porque a gente teve o apoio espiritual da Igreja e também não faltou o apoio em sentido material da comunidade”. Mesmo com estas dificuldades, o serviço de animação vocacional da congregação segue sendo procurado por jovens que desejam se tornar Servas do Senhor, segundo a superiora. “O acompanhamento vocacional começa a partir do momento em que a jovem manifesta o desejo de querer a vida religiosa. Geralmente nós temos uma irmã que faz esse trabalho vocacional e aí começa o acompanhamento, porque é muito importante nesse tempo que a jovem está decidindo ter alguém que a acompanhe, porque aparecem muitas dúvidas, a pessoa fica muito insegura, então sempre tem esse acompanhamento. Geralmente, a gente também promove encontros para que as jovens venham, conheçam e experimentem para verem se realmente é isso que querem”.
A Congregação das Servas do Senhor se localiza na Rua Carvalho de Barros, número 99, no Jardim Dona Nicota de Barros. Devido à fragilidade das irmãs idosas ao contágio pelo coronavírus, as missas na Capela do Convento não estão abertas ao público até o presente momento.
(Jornal Audácia/Mateus Conte)
Diário da Cuesta 3
Minha Mãe, Saudades... HOMENAGEM DIA DAS MÃES!
“Ah, que vontade de escrever bobagens bem meigas, bobagens para todo mundo me achar ridículo e talvez alguém pensar que na verdade estou aproveitando uma crônica de rapaz; e, entretanto, eu hoje não me sinto rapaz, apenas um menino, com o amor teimoso de um menino, o amor burro e comprido de um menino lírico...”
Rubem Braga
E é como um menino que estou homenageando a minha mãe.
- Atenção!
- Estátua!
Capturando um momento passado e o registrando para sempre... Saudades...
Sim, saudades como as de um menino...
apelido de Fióca, coisas daquele seu tempo no interior... Uma sua irmã era a tia Fiinha (Lucila) e a outra, a tia Nenê (Jandira ). Meus pais resolveram dar o nome de Fióca Helena para a minha irmã, a Fióquinha. Sempre achei essa escolha muito criativa
Era uma raridade na família. Visitava os parentes distantes e nunca deixou de ir a um enterro de alguém da família, mesmo que distante. Era sempre solidária. Convidada pelo então Bispo, Dom Henrique Golland Trindade , era vice-presidente da Vila dos Meninos “Sagrada Família” , entidade assistencial presidida pelo Sr. Luiz Baptistão . Permaneceu e trabalhou pela entidade desde a sua criação ( 1953 ), até a sua inauguração ( 1966 ).
Gostava como ela cuidava da nossa casa, das plantas, da comida, da arrumação, dos quadros, dos enfeites. Os meus aniversários eram sempre alegres e cheios de amiguinhos e parentes. Num deles, o bolo era uma piscina , me lembro bem. Num outro, era um campo de futebol . Era costume a presença dos primos e das primas e dos adultos também, as tias e as pessoas mais amigas.
Depois, a adolescência e, antes, o internato em São Paulo por dois anos . Um mundo novo e surpreendente se abriu para mim. Cresci com aquela “independência” repentina, cheia de novidades e responsabilidades. Passei a ser mais um entre tantos. Foi bom e me entrosei bem. Os jogos, o horário de estudo, as missas... O Colégio era dos Padres Salesianos . Todo dia tinha missa e, no final da tarde, tinha a reza . Lá, garanti minhas indulgências plenárias...
Minha irmã Fióca Helena, minha mãe Fióca, meu irmão Décio e eu.
A vida, me disseram um dia, passa rapidamente e, quando percebemos, ela já passou... se foi...
Minha mãe se chamava Rita, mas tinha o
Ela sempre foi uma guerreira. Num determinado momento de sua vida, enfrentando dificuldades, passou a buscar peças para o enxoval das noivas, em São Pedro, perto da sua Piracicaba. E saia pelas ruas íngremes de Botucatu, nas casas de sua clientela de moças casadoiras... Sempre se deu bem. Nunca ouvi uma reclamação de sua boca.
Tiro de Guerra. Os Bailes de Carnaval e o conselho de sempre : “- Não exagere em nada. Tome cuidado.” O bom período no Colégio La Salle , onde eu me descobri aluno assíduo e presente. A volta a São Paulo para fazer o Curso Preparatório . Em Botucatu , o prof. Agostinho Minicucci tinha feito meu teste vocacional . Surpresa. Estava
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Meu pai Antônio, minha mãe Fióca , meu irmão Décio, minha irmã Fióca Helena e eu.
fazendo o Curso Científico , visando a Medicina e o teste deu “política e direito”...
Entrei nas Faculdades de Direito e de Sociologia e Política . Não fui trabalhar em jornal , mas fui para a política . O mais jovem de toda a equipe, “careca” da São Francisco e batalhando pelas causas da minha cidade . Cada vez tinha menos oportunidade de vê-la. Mas ela sempre acompanhava cada passo que eu dava.
O meu casamento com a Beth , os nascimentos do Marcelo e do Armandinho . A sua presença sempre meiga e incentivadora. A minha eleição para vereador de Botucatu. A sua preocupação com os imprevistos da política . O meu retorno a Botucatu , onde instalei meu escritório de advocacia.
Mais uma vez, a volta para a capital Novos desafios profissionais. A importância de pertencer a um grupo competente e prestigiado . Foi quando a perdi . Já vinha adoentada, mas a perda sempre é amarga e sinalizadora... Sim, sinalizadora . Um vazio tomou conta de mim . A dimensão da sua lembrança era e é imensa Diferente das outras ausências de pessoas queridas... Diferente.
E é assim que eu escrevo esta crônica Diferente . Não é o avô da Laura, do Neto e do Caio , nem o pai do Marcelo e do Armando que a está escrevendo mas “apenas um menino, com o amor teimoso de um menino, o amor burro e comprido de um menino lírico...” (AMD). (Blog do Delmanto, 10/05/2013/atualizado)
comentários:
Delmanto disse
Que este meu desabafo que fui buscar lá no fundo da alma para escrever esta crônica seja, também, uma homenagem a todas as mães! Especialmente, às minhas amigas que acompanham este Blog e lhe dão vida e expressão. Nunca é fácil falar da família. Mas, às vezes, não só é preciso como fundamental. E falar da minha mãe resultou de uma inspiração espontânea que brotou e cresceu e tomou conta deste escriba. Quem bom que tenha sido assim... Espontânea. Espero que gostem. E espero que guardem um pouco da imagem que guardo dela, que compreendam a saudade que tenho dela e entendam a magia que me fez escrever este post. É isso. Tudo muito simples... A vida é assim... Ainda bem. 10 de maio de 2013 às 08:59
1 - Armando, são momentos de «sem palavras”...quando nos lembramos delas.... Envio-lhe um poema que fiz em 2008, e dê um forte abraço na Bete. Carmen Sílvia. 10 de maio de 2013 às 11:29
2 - Joana Sant’Iago (Facebook): muito lindo! A melhor parte da gente é essa, quando tiramos todas as cascas e nos expomos para manifestar o amor. Infelizmente demora muito para se criar essa coragem esse DANE-SE o que o outro pensa. Muito linda a sua mãe. 10 de maio de 2013 às 11:39
3 - Eliane Lobato (Facebook): Bom dia Joana! e obrigada por nos colocar ao alcance um seu amigo que já nos emociona logo pela manhã 10 de maio de 2013 às 11:39
4 - Ana Maria Nogueira Pinto Quintanilha (Facebook): Fiquei emocionada, Armandinho! 10 de maio de 2013 às 11:40
5 - Grace Maria Ma�os (Facebook): Bonito seu escrito em homenagem a sua mãe , elas são únicas e insubstituíveis. A minha foi maravilhosa ..... quanta saudade dela !! 10 de maio de 2013 às 11:41
6 - Tânia Yoshi Mukai (Facebook): Linda. 10 de maio de 2013 às 11:42
7 - Família... Como tudo muda com o tempo. Mesmo entre irmãos, vão se distanciando uns dos outros movidos pela realidade de uma nova família constituída e pelos afazeres que nos consomem... Vai se esgarçando o tecido familiar... Com os primos e primas essa
realidade é ainda mais forte. Daí a importância de se procurar os bons momentos, fazendo do dia-a-dia um viver intensivo e atento. Mas, nunca é assim... Bela homenagem, Armando. Um abraço especial. Felicidades! (Maria de vlourdes) 10 de maio de 2013 às 14:05
8 - Mirian Emilio de Oliveira (Facebook): Te entendo! somos sempre crianças dengosas qdo falamos em mãe, principalmente aquelas que foram maravilhosas em tudo e nos deixaram tão cedo. Um abração! 10 de maio de 2013 às 17:01
9 - Eunice Lima (Facebook): Linda homenagem. Mulher elegante, “chic”, distinta como era citada pela pela minha família. 10 de maio de 2013 às 22:48
10 - Priscila Barros (Facebook): Linda foto!!! 11 de maio de 2013 às 08:25
11 - Puxa, Armando, essa pegou fundo... Como é bom sentir e poder dizer isso tudo... (carla.bueno@bol.com.br) 11 de maio de 2013 às 08:26
12 - Oi, pai, quando você pediu para que eu tirasse uma foto do quadro da vovó Fióca, não desconfiei de nada, mas quando eu fiz a montagem das fotos de seus antigos aniversários, já comecei a imaginar que alguma de família sairia no blog. Ficou muito bom. Muito bom mesmo. Marcelo Delmanto (adv.marcelo. delmanto@gmail.com) 11 de maio de 2013 às 08:54
13 - Caro e estimado amigo Armando, Fiquei muito feliz pelas singelas memórias de sua mãe. Mãe é sempre aquela que luta nos bastidores, para a felicidade da família. Como você, guardo gratas recordações de minha mãe. E, depois que a perdemos sentimos um vazio, muito difícil de ser preenchido. Olavo Pinheiro Godoy (Academia Botucatuense de Letras) 11 de maio de 2013 às 12:51
14 - Armando Delmanto (Facebook): compartilhou sua foto. Homenagem a minha avó paterna, vovó Fióca! Saudades... Que bom vc ter esse sentimento pela vovó. Sinal que ela soube demonstrar o amor nas pequenas coisas do dia a dia! E é o amor verdadeiro, gratuito, enfim, o amor que apenas os pais podem dar! Receba um grande abraço do seu filho Armando. 11 de maio de 2013 às 14:29
15 - Rosane Schembeck (Facebook): Que linda! 12 de maio de 2013 às 08:05
16 - Andrea Morato (Facebook): adorei esse poetar, Armando Moraes Delmanto. Armando Delmanto, pra sua linda companheira e pra sua linda mãe, um feliz dia das mães. Bjs. 12 de maio de 2013 às 08:06
17 - Thales Ma�os Filho (facebook): Para não ser repetitivo, concordo com todos os comentários, especialmente o da Grace; abraços, Armando. 12 de maio de 2013 às 09:26 (Blog do Delmanto, 10/05/2013)
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COMO SURGIU O DIA DAS MÃES
Olavo Pinheiro Godoy (da Academia Botucatuense de Letras)
Certo dia, em 1925, uma mulher alta e enérgica, de aspecto decidido, entrou num hotel de Filadélfia e encaminhou-se na direção de um grupo de senhoras da Associação das Mães de Veteranos de Guerra, reunidas em convenção. Em altos brados as censurou, denunciando-as por venderem o cravo branco do “Dia das Mães” com fins lucrativos. Diversas pessoas tentaram acalmá-la, mas ela estava irritada demais para que a fizessem parar. Finalmente foi chamado um policial e a irada senhora foi presa sob a alegação de perturbar a ordem. Assim terminava mais um incidente na atribulada carreira de Anna Jarvis, a primeira batalhadora pela criação do “Dia das Mães”.
Quando um Juiz constrangido pôs Anna Jarvis em liberdade, um repórter foi visitá-la em sua casa, à rua 12 Norte, na Filadélfia. Anna Jarvis bela senhora de cabelos grisalhos e 60 anos de idade, estava sentada numa cadeira de balanço, encarando o retrato de sua mãe. O jornalista perguntou-lhe:- “Por que a senhora não para de lutar contra o mundo?
Deveria estar orgulhosa por ser a criadora do “DIA DAS MÃES”. – Está sendo comercializado – foi a resposta – O senhor leu o que escrevi ao Presidente Coolidge?
O rapaz acenou afirmativamente. A carta havia sido publicada pelos jornais. Ela dissera: “Estou tentando, de todas as maneiras ao meu alcance, evitar que o “DIA DAS MÃES” seja aviltado por certa classe de indivíduos e organizações que veem nele apenas um meio para ganhar dinheiro”.
-Mas, retrucou o repórter, ninguém está explorando o “DIA DAS MÃES” de maneira pouco recomendável. Afinal, foi a senhora mesma quem pediu durante anos para que o cravo branco fosse transformado em símbolo do “DIA DAS MÃES”. Foi a senhora quem instituiu para que todos mandassem mensagens de carinho às mães, por telegrama ou carta.
-Em outras palavras, disse Anna Jarvis, o senhor está-me dizendo que o meu triunfo é também o meu fracasso. Pois bem: tem razão, meu rapaz. Acontece que esse é o meu paradoxo da minha vida.
Este não era o único paradoxo na vida de Anna Jarvis. Embora fosse uma mulher extremamente bela, jamais se casara. Nascera em 1864 em Graffton, Virginia Ocidental, onde crescera transformando-se numa beldade alta e ruiva. Por que uma jovem assim teria permanecido solteira?
Segundo um amigo da família, ela tivera um caso de amor mal sucedido, isso a deixara abalada e desiludida. Daí por diante, voltara as costas para todos os homens.
Ao sair da Faculdade Mary Baldwin, em 1883, dedicara-se ao magistério em Grafton. Não que precisasse do salário. Sua mãe, viúva, gozava de boa situação. Alguns anos mais
tarde Anna, sua mãe e sua irmã mais nova, Elsinore, que era cega, mudaram-se para Filadélfia. Anna empregou-se como Assistente no Departamento de Publicidade de uma Companhia de Seguros. Assim viveu dos 20 aos 40 anos. Então, em 1905, perdeu a mãe. Foi um golpe, sem dúvida, que marcou, entretanto, o inicio de nova e vital etapa na vida de Anna Jarvis.
Contava ela então 41 anos, era dona de uma bela casa, tutora da irmã cega e principal beneficiária da herança materna. Durante o período de luto, uma visão tomou corpo em seu espírito: A INSTITUIÇÃO DE UM DIA DAS MÃES
Sugeriu a idéia ao Prefeito Reyburn, de Filadélfia. Este foi o principio da cruzada de Anna Jarvis, cujo ponto básico era a homenagem que ela insistia deveria ser prestada não só às mães vivas, mas também às que já haviam morrido. De sua casa ela dirigiu uma das mais estranhas e eficientes campanhas epistolares de que se tem notícia. Escreveu a governadores, congressistas, clérigos, industriais, clubes femininos – a qualquer um que pudesse exercer influência. Às respostas a essas cartas foram em número tão considerável -e demandavam tanta correspondência – que Anna deixou o emprego que tinha afim de se dedicar inteiramente à sua campanha.
Quando verificou que sua casa se tornara pequena para servir de escritório, comprou a casa vizinha. Em breve era convidada a visitar outras cidades para falar perante diversas organizações. Escreveu e imprimiu folhetos sobre o seu plano, distribuindo-os gratuitamente. Todas essas atividades consumiram boa parte de sua herança, mas Anna jamais permitiu que isso a preocupasse.
Corriam os dias em que outras mulheres enérgicas lutavam pelo direito de voto. Os objetivos de Anna Jarvis eram mais sentimentais, menos sujeitos a controvérsias. Como poderia um legislador combater algo tão doce, puro e cheio de idealismo como o “DIA DAS MÃES”? A Virginia Ocidental foi o primeiro Estado norte-americano a adotar oficialmente a data festiva, seguiram-se Pensilvânia e outros.
Anna Jarvis, inspirada por esses primeiros sucessos, continuou a escrever, a viajar e a fazer conferências. Em 1914 sua eloquência per-
suadira o Deputado J. Thomas Hoflin, do Alabama, e o Senador Morris Sheppard, do Texas, a apresentarem uma proposta conjunta para que se observasse em toda nação americana o “DIA DAS MÃES”, proposta esta aprovada pelas duas casas do Congresso.
O verdadeiro grande momento de Anna Jarvis chegou quando o Presidente Wilson assinou uma proclamação na qual recomendava que o segundo domingo de maio (aniversário da morte de sua mãe) fosse observado no país inteiro como o “DIA DAS MÃES”. Para Anna Jarvis, esse triunfo não era suficiente. Ainda era preciso conquistar o resto do mundo. Assim, a correspondência, os discursos e os folhetos de exortação continuaram, agora em escala internacional. E o esforço foi notavelmente bem sucedido. No decurso de sua vida, 43 outros países adotaram o “DIA DAS MÂES”. Infelizmente os triunfos vinham acompanhados de frustrações. “Estão comercializando o meu “DIA DAS MÃES”! escrevia ela agora, desesperada, para centenas de jornais. “Não era isso o que eu pretendia” “Queria que esse fosse um dia de sentimento e não de lucro”
Por qualquer razão ela considerava os floristas os seus principais inimigos, embora também desprezasse os fabricantes de cartões de felicidades e de bombons e qualquer pessoa que ganhasse dinheiro em razão do “DIA DAS MÃES”. Mas os floristas representavam algo muito especial; eles estavam se aproveitando da flor preferida de sua mãe, o cravo branco. Funcionários das organizações de floristas vieram vê-la.
-Não fomos nós que começamos isso, minha senhora - explicaram eles – Mas agora não podemos parar e não podemos evitar o lucro que disso nos advém. Todos exigem flores.
Por essa época, todo o dinheiro que Anna herdara já se fôra. Então, inesperadamente, ela recolheu-se à sua casa da Rua 12 Norte, sozinha com a irmã, e recusou-se a receber quem quer que fosse. Durante anos manteve o mundo afastado de sua vida. Faleceu em 1948 no Sanatório da Praça Marshall, em West Chester na Pensilvânia.
NOTA: Quando da elaboração desse trabalho de pesquisa histórica, descobrimos que, a introdução do “DIA DAS MÃES” no Brasil aconteceu por iniciativa da Associação Cristã de Moços de Porto Alegre, que para esse fim promoveu solenidade presidida pelo escritor Alvaro Moreyra da Academia Brasileira de Letras, e tendo como oradora oficial a poetisa JULIA LOPES DE ALMEIDA.
Por solicitação da Sra. Alice de Toledo Tibiriça, presidente do II Congresso Internacional Feminista, e, depois, de uma comissão do mesmo Congresso Feminista, o chefe do então Governo Provisório, Sr. Getúlio Dornelles Vargas, promulgou o Decreto 21.366, de 5 de Maio de 1932, instituindo oficialmente o “ DIA DAS MÃES” no segundo domingo de Maio.
Em 1947, por determinação do Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Jaime Câmara, o “DIA DAS MÃES”, no segundo domingo do mês de Maio, foi incluído no Calendário Oficial da Igreja Católica.
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LEITURA DINÂMICA
1
– A MÃE DE JESUS - Ser mãe vem ao encontro da plenitude do ser feminino. Toda mulher é chamada a gerar um novo ser humano, seja física ou espiritualmente. Com Maria, Mãe de Jesus, também foi assim. Ela foi escolhida por Deus para uma gravidez incomum, em que o fruto de seu ventre traria a vida eterna para toda a humanidade. Para isso, Nossa Senhora contou com auxílio do Céu, nasceu imaculada para o propósito divino de ser geradora do Salvador, mas o Pai a dotou de virtudes naturais, que são inerentes ao ser mulher e, na maior parte dos acontecimentos de sua vida.
2
– A Princesa Isabel é considerada a Mãe dos Escravos. A Princesa Isabel era filha de Dom Pedro II, Imperador do Brasil entre 1840 e 1889, e é uma figura extremamente conhecida de nossa história por ter assinado a lei que Aboliu a Escravatura do Brasil – a Lei Áurea.
3
– A Mãe das Águas! Iemanjá é a divindade que exerce domínio sobre todas as águas. Iemanjá e Nossa Senhora dos Navegantes representam a mesma divindade.
5
– Irmã Henriqueta: Mãe Espiritual de Botucatu. Botucatu tem o privilégio de ser sede da fundação de uma Congregação Religiosa: CONGREGAÇÃO DAS SERVAS DO SENHOR. E Dom Henrique trouxe como Reitora sua irmã biológica, Irmã Henriqueta, que pertencia à Congregação das Irmãs da Divina Providência.
4
– O Diário registrou as comemorações do Dia das Mães em Botucatu. Sempre um sucesso. No auditório “Angelino de Oliveira”, da Rádio PRF-8 ou na Concha Acústica, no Largo do Paratodos
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