Diário da Cuesta
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Confeitaria Colombo
Fundada em 1894, a Confeitaria Colombo faz história no Rio de Janeiro, sendo considerada até hoje uma das mais respeitadas casas comerciais do país. Tombada como patrimônio cultural e artístico da cidade, a confeitaria está totalmente ligada com a história urbana do Rio de Janeiro. Conforme a cidade crescia, a confeitaria ia se fortalecendo como ponto de encontro social, inclusive de grandes nomes da literatura, como Olavo Bilac e Machado de Assis.
Além dos doces e salgados, arquitetura da confeitaria atrai turistas de todos os cantos. Com décor art nouveau, com muitos espelhos de cristais trazidos da Bélgica, mármores, piso e mobiliário em jacarandá, o design da Confeitaria Colombo é inspirado na fase da Belle Èpoque do Rio de Janeiro, com visual que remete aos costumes franceses da época. Tanto que em 1922, a Confeitaria Colombo trouxe da França a icônica claraboia e também o elevador, um dos primeiros do Rio.
Prefeitura de Botucatu inicia
Operação Migrante 2023
Desde o último final de semana as equipes da Assistência Social, Saúde, Guarda Civil Municipal e Defesa Civil iniciaram a Operação Migrante 2023. A ação consiste em realizar a busca ativa de pessoas em situação de vulnerabilidade social e que estejam expostas ao frio, encaminhando-as para o Espaço Acolhedor. No Espaço Acolhedor, os usuários podem tomar banho, recebem roupas limpas, refeições e podem pernoitar. Na manhã seguinte recebem café da manhã e passam por atendimento com a equipe do Espaço Acolhedor.
ANO III Nº 789 QUINTA-FEIRA , 18 DE MAIO DE 2023
NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU
DIÁRIO DA CUESTA
Estamos vivendo tempos revolucionários!!!
John C. Calhoun - 7º Vice-Presidente dos EUA
“O intervalo entre a decadência do antigo e a formação e o estabelecimento do novo constitui um período de transição, que deve sempre ser necessariamente de incerteza, confusão, erro e fanatismo selvagem e feroz”
John C. Calhoun/7º Vice-presidente dos EUA.
Essa “ONDA DE MUDANÇA” que está acontecendo nos países árabes e na Europa e, agora, no Brasil, traz de forma emblemática o desejo de “mudar o mundo”: suas estruturas superadas, sua economia superada, suas leis defasadas, seus partidos políticos ultrapassados, a corrupção crescente, sua moral discutível e seus valores estagnados... É o “antigo” a impedir que o “novo” se estabeleça As mudanças ocorridas com a chamada REVOLUÇÃO DA INFORMAÇÃO, com as redes sociais mobilizadas, realmente transformou o Planeta Terra na ALDEIA GLOBAL na qual estamos vivendo Então, as pessoas realmente sentem que podem mudar o mundo. Mas é muito difuso o movimento popular. A frase que abre este post, do 7º vice-presidente dos Estados Unidos, John C. Calhoun, praticamente retrata o que vem ocorrendo, HOJE, em nosso Planeta:
“O intervalo entre a decadência do antigo e a formação e o estabelecimento do novo constitui um período de transição, que deve sempre ser necessariamente de incerteza, confusão, erro e fanatismo selvagem e feroz”
Daí a importância do estudo do sociólogo Paolo Gerbaudo sobre as manifestações que estão assustando o mundo todo e a importância de um rumo, através de uma organização a ser estruturada em substituição à atual realidade política (partidos políticos) e à repulsa explícita aos políticos. É preciso conseguir ultrapassar esse INTERVALO entre a decadência do antigo e a formação e o estabelecimento do novo!!! Vejam o que diz esse sociólogo italiano Paolo Gerbaudo:
“AS PESSOAS SENTEM QUE PODEM MUDAR O MUNDO”!
(Paolo Gerbaudo, sociólogo e jornalista, estuda novas manifestações - trechos da entrevista à 08)
Folha de SP, 08)
“1. A ascensão das redes sociais permite que a sociedade se organize de forma mais difusa, especialmente as classes médias
emergentes e a juventude das cidades. Isso desorientou os políticos e os velhos partidos, que estavam acostumados a buscar consensos através dos meios de comunicação de massa.
2. Os partidos têm pouco a fazer diante das novas formas de comunicação mediadas pelas redes sociais. A não ser que mudem completamente as suas práticas, baseadas no velho sistema de quadros e caciques locais, e se abram para novas formas de participação popular. Há um problema fundamental na democracia representativa como ela existe hoje. Ou os partidos encontram um caminho para reconquistar legitimidade, ou vão ser superados por novos partidos sintonizados com as demandas da sociedade pós-industrial de hoje.
3. A crítica à partidocracia é legítima. Por outro lado, às vezes parece haver nos movimentos uma crença quase religiosa de que é preciso eliminar todas as mediações. Eles parecem ter a ilusão de que a solução é eliminar os partidos, os sindicatos. A política é uma obra coletiva, não um agregado de indivíduos. São blocos diferentes que interagem. Para isso, você precisa dos partidos Eles sempre existiram e sempre vão existir.
4. Mas, assim como aconteceu lá, é de se apostar que o outono brasileiro› vai ressurgir em novas ondas e novas formas Estamos vivendo tempos revolucionários, em que as pessoas voltaram a sentir que podem mudar o mundo. Veja o que está acontecendo agora no Egito.”
DIRETOR: Armando Moraes Delmanto
EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes
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Diário da Cuesta 2
EXPEDIENTE
NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU WEBJORNALISMO DIÁRIO
A R T I G O
As pessoas querem mudar o mundo!
Confeitaria Colombo
festeja aniversário com menu inspirado em Alberto I, rei da Bélgica
A minha, a sua, a nossa Confeitaria Colombo está completando 129 anos agora em 2023. Para festejar a data, inspirou-se no menu oferecido para o Rei da Bélgica Alberto I e sua esposa, a Rainha Elisabeth, em passagem pelo Rio em 1920.
A Confeitaria Colombo resolveu comemorar esse aniversário, nem um pouco redondo, em homenagem aos tempos de hoje tão necessitados de comemorações. Para tanto, será servido em um dos lugares mais lindos do mundo, o Salão Cristóvão, a inspiração do menu oferecido para o Rei da Bélgica em sua visita ao Brasil há 101 anos atrás. O menu degustação em três fases acompanha um presente muito especial: a impressão do cardápio da época com desenhos franceses da década de 20, feitos especialmente para a visita dos Reis Belgas.
Diário da Cuesta 3
“Zeca e as pescarias”
Maria De Lourdes Camilo Souza
Zeca Camilo, meu pai, cresceu em uma fazenda ali para as bandas de Presidente Venceslau
Menino ainda, saia cedo para vender os queijos que sua mãe, minha Vó Maria fazia.
Não frequentou escola.
Autodidata, aprendeu a ler sozinho.
Gostava de recitar os poemas de Catulo da Paixão Cearense, livro que ganhou do seu padrinho.
Muitas vezes ia até o rio pescar e já trazia os peixes limpos para comerem.
Tinha irmãos pequenos para serem alimentados.
Bem jovem, Zeca saiu de casa e ganhou mundo para trabalhar.
Muitas vezes a saudade dos tempos de menino assaltava seus pensamentos e ele voltava para a fazenda.
Marcava com os amigos de infância as viagens ao Mato Grosso, as pescarias e caçadas.
Foi numa dessas viagens que ali pelas imediações do Rio Pau Vermelho, foram pescar.
Munidos de varas de pesca, anzóis, minhocas para iscas, um bornal com pão, queijo, garrafões de pinga saíram para a grande aventura.
Armaram uma barraca e acamparam na beira do rio e começaram a pescaria.
Jogaram a linha e lá ficaram calados aguardando o peixe morder a isca..
O acampamento durou vários dias. Durante as noites, faziam uma grande fogueira e em volta dela contavam causos enquanto tomavam uns goles da marvada pinga, mordiscando uns nacos da deliciosa carne que Vó Maria tinha preparado, embebida na banha e conservada em latas grandes que duravam por um tempo maior, na falta de refrigeração.
Numa dessas noites tinha esfriado bastante e eles estavam ali embrulhados em ponchos de lã, chapéu enfiado na cabeça, bebericando e rindo das peripécias do dia, quando o Quincas, um dos irmãos do meu pai, viu que algo grande se arrastava sorrateiro no meio do mato próximo á fogueira.
Ele deu um salto assustado e agarrando um dos paus da fogueira, com a ponta em brasa, fez sinal de alerta para o Zeca, meu pai que por sua vez também se muniu de outra tocha e foram no encalço da enorme cobra que se movia bamboleante.
Os outros companheiros de pescaria, saltaram amedrontados, mas já procuravam facão e pedras para se defenderem.
Rui, outro dos meus tios, rodeou a fogueira, tendo em mãos uma enorme pedra.
E foi então que ao brilho do luar de junho, Simão, o mais novo e baixote dos irmãos, conseguiu numa luta danada, em conjunto com os companheiros, matar a enorme cobra a pauladas.
Chico Romão, organizador das aventuras, desferiu vários golpes de facão, decepando o grosso pescoço da cobra.
Quando meu pai retornou dessa pescaria dava á essa luta com a cobra verdadeiros tons de guerra.
E finalizava a estória dizendo: “Matou a cobra e mostrou o pau” e gargalhava de olhos semicerrados, chacoalhando a barriga: “He He He”.
Ríamos assustadas com a estória sangrenta, e depois ainda acabávamos tendo pesadelos.
Diário da Cuesta 4 A R T I G O