da Cuesta
Aniversário da fundação da Estação de Vitoriana (Victória) 20/06/1888
A tipologia da Estação de Vitoriana era padrão à época: são dois blocos e a Plataforma no meio. A distância entre Vitoriana e Botucatu é de 16Km e o desnível entre as cidades é de 251m... É muita subida para pouca quilometragem. Assim, saindo de Vitoriana a cada 4 km tinha uma Estação para abastecer e dar fôlego para as Marias Fumaça. (Voluntários do Túnel). Página 3
VITORIANA
DO CONDE DE SERRA NEGRA à chegada da SOROCABANA, dos primeiros imigrantes, a VILA de VITÓRIA, depois VITORIANA, sempre foi o caminho seguro para BOTUCATU, então “Boca do Sertão” por sua posição geográfica estratégica para todo o oeste do Estado até o Paraná e o Mato Grosso. As suas Fazendas de Café receberam os imigrantes, italianos em sua maioria, que vieram enriquecer a nossa região com toda a cultura milenar européia...
VITORIANA CRESCE COM BOTUCATU
Escola de Vitoriana, com dois pavimentos, entrando na fase de acabamento. Essa iniciativa da Prefeitura Municipal de Botucatu consolida o positivo desenvolvimento por que passa esse tradicional Distrito de Botucatu. AVANTE!
ANO III Nº 817 TERÇA-FEIRA , 20 DE JUNHO DE 2023 Acompanhe as edições anteriores em: www.diariodacuesta.com.br ANTES HOJE
Diário
NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU
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NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU WEBJORNALISMO DIÁRIO
A ESTAÇÃO DE VICTÓRIA DA EFS ESTRADA DE FERRO SOROCABANA
de se unir com as desta última, que estavam chegando ao mesmo ponto na mesma época. Isso significava altos custos não previstos para uma empresa que já não estava bem das pernas. Finalmente, em 1892, quebrou. Daí surgiu a CUSY (Companhia União Sorocabana-Ytuana), que viveu um longo período de dificuldades até ser adquirida pelo Governo Paulista em 1905.
Victória acabou sendo a estação escolhida para juntar-se às linhas da Ytuana. Isto fez do lugarejo um entroncamento. O nome parece não ter sido nenhuma homenagem à rainha Victoria da Inglaterra, nem aos feitos da Guerra do Paraguay, mas, sim, à própria vitória jurídica contra o rival.
A localidade de Vitoriana, um distrito pouco habitado e afastado da sede do município de Botucatu, já foi um ponto importante da ferrovia Sorocabana entre os anos de 1888 e de 1954.
A linha, que buscava o centro de Botucatu para dali seguir para a promissora aldeia de Bauru (e também para a foz do rio paranaense Tibagy no Paranapanema), chegou a Victoria, nome original da estação em 1888.
Mas as linhas, nem de uma ferrovia, nem de outra, eram maravilhas. Acidentes nas linhas próximas a Victória não eram incomuns O primeiro relatado ocorreu meses depois da inauguração do trecho Alambary-Victória. No fim de novembro de 1888, houve um descarrilamento em Alambary, fazendo os passageiros pernoitar ali (outro lugarejo; pergunta-se: onde se enfiava esse pessoal?). Em 4 de dezembro, outro, perto de Piramboia, onde um dos carros rodou fora dos trilhos por mais de duzentos metros, sem também deixar mortos. Os dois foram relatados pela diretoria da ferrovia como “falhas do pessoal da manutenção”.
Mapa da região, desenhado durante a revolução de 1924, quando os revoltosos fugiram de São Paulo
Na mesma época, a Sorocabana havia ganhado a sua Batalha de Pirro: conseguiu ficar com as linhas da Ytuana que vinham de Piracicaba por navegação fluvial através do rio Piracicaba e depois do Tietê, depois de longa batalha jurídica advinda dos famosos “direitos de zona” e ficou com as linhas férreas da concorrente que vinham de Porto Martins, no Tietê, e seguiam até a estação de Igualdade e São Manuel.
Porém, as linhas, além de terem bitola diferente (0,96 m contra um metro das da Sorocabana), eram mal construídas e teriam
Outros desastres devem ter acontecido. Dois foram reportados e “descobertos” por mim na imprensa. Um em 1929, quando um acidente com um trem cargueiro matou o maquinista bem próximo a Victória e outro em 1948, quando o trem noturno N-5 da Sorocabana sofreu dois descarrilamento seguidos mataram uma pessoa no primeiro, próximo à estação de Oiti, e, seguindo viagem mais rapidamente depois de conseguirem realinhar o trem nos trilhos, quase em Victória outro carro de segunda classe descarrilou, gerando mais pânico e tentou incendiar a composição.
Em 1954, com a entrega da linha nova entre Conchas e Botucatu, que mudou totalmente o traçado entre as duas cidades, Victória, que já se chamava Vitoriana desde 1945, foi desativada, junto com o ramal que seguia para Porto Martins.
De lá para cá, Vitoriana pouco cresceu. A estação, construída no mesmo estilo das estações erigidas por volta de 1911 na ferrovia (como Itararé, Angatuba, Luiz Pinto, Indaiatuba e Piapara, novo nome de Alambary), hoje funciona como escola. Bem conservada, perdeu no entanto toda a cobertura da plataforma e seus dois blocos estão separados. Trilhos, claro, foram retirados logo após a desativação já há 60 anos.
(Blog do Ralph Giesbrecht – 16/11/2014)
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Estação de Vitoriana (ex-Victória) em 2011. Foto Daniel Gentili
Estação de Alambary (hoje Piapara), em 2002 - Foto Adriano Martins
DOMINGOS SCARPELINI
O atual distrito de Vitoriana, que anteriormente se chamava Vitória, nome este que foi dado em virtude de disputa entre as ferrovias Paulista e Sorocabana para ver qual primeiro alcançaria o “pé da serra”, rumo à importantíssima cidade de Botucatu, localizada e florescente no alto da serra e daí rumo ao interior do Estado.
A conquista coube à Estrada de Ferro Sorocabana e com isso a vitória alcançada. Daí o nome Vitória.
Transformada em distrito no ano de 1929, teve posteriormente seu nome mudado para Vitoriana para diferenciar do nome Vitória, capital do Estado do Espírito Santo
Durante muitos anos, ficou Vitoriana como ponta de linha da referida E.F.Sorocabana, dadas as dificuldades para vencer o trecho “Vitoriana-Botucatu” pela íngreme serra que, apesar de poucos quilômetros uma da outra, apresenta desnível de 400 metros, mais ou menos.
O problema da subida da serra só solucionou com a vinda de engenheiros ingleses, encarregados da construção da mesma ferrovia. Daí se tornar Vitoriana o local de desembarque de um grande número de imigrantes, onde eram procurados por fazendeiros de café de toda a região, para serem conduzidos para suas propriedades, em substituição ao trabalho dos negros escravos, extinto com a Lei Áurea.
Meus avós – lado paterno – com toda a família, inclusive meu pai, foram levados para a então “Fazenda São Bento”, das famílias Dinucci e Lunardi, com centenas de milhares de cafeeiros.
Juntamente com eles foram encaminhados muitos outros imigrantes, a maioria italianos e, em número menor, portugueses e espanhóis. Donde a razão, nesta região, Botucatu, São Manuel, Pardinho, Vitoriana, etc., existir, na época, total prevalência da raça italiana. Foram tempos em que a Vila passou por grande progresso. Aos sábados e domingos, os trabalhadores rurais iam à vila para as compras necessárias e, como atrativo, à Estação para assistirem à chegada de trens de passageiros com parada
Vitoriana
obrigatória por alguns minutos, quando se ofertavam às pessoas suculentas frutas da região e deliciosos doces. Além do mais, assistiam às missas, batizados, crismas e às famosas festas em louvor à Nossa Senhora das Vitórias. Importa dizer que a planta, bem como a imagem da Santa que até hoje o nicho do altar principal foram ofertas da Condessa de Serra Negra, sendo a imagem oriunda da França.
A zona rural, afora latifundiários com seus milhões de cafeeiros, já era tomada por centenas de minifúndios de propriedade de italianos que foram os que mais se adaptaram ao tamanho da terra. Dadas as facilidades e vantagens proporcionadas, inclusive pelo Governo, permitindo compras a longos prazos e juros insignificantes, milhares de imigrantes se tornaram proprietários de seu “pedaço de terra”, de onde tiravam seus sustentos e de sua família com o plantio de café e outras culturas. Foi um modelo de “Reforma Agrária” que talvez servisse de exemplo para os dias de hoje, quando tanto se tem falado sobre essa questão.
Na Vila, propriamente dita, portanto zona urbana, se estabeleceram com lojas de armarinhos, secos e molhados, etc., diversos imigrantes árabes (o Jacó, o Meserani, o Zacharias, por sinal, grande latifundiário na região e empresário). Registra-se, também, o comércio do italiano Bissacot com seu célebre armazém de secos e molhados e padaria, onde com apenas um tostão ou 100 réis, se comprava um “sanduichão” de mortadela. Fale-se, também, de seu filho Guido Bissacot, exímio violonista, autor de diversas músicas, inclusive “Sinos de Vitoriana” que , na época, foi executada pelo Brasil inteiro. Já havia, como grande orgulho, o Grupo Escolar Conde de Serra Negra.
Dentre os habitantes ou moradores da Vila, existiam duas personagens a respeito das quais muito se falava.
Uma, João Jacó, árabe, primeiro agente dos Correios e Telégrafos e dono de terras no distrito.
Outra, Chico Grandi, fabricante de forma artesanal de famosas botinas “ringideira”, feitas todas com o que de melhor havia em termos de material e altamente disputadas por
fazendeiros, administradores de fazendas e, inclusive, por pessoas da zona urbana. Davam ela “status” de poder. Só figuras importantes tinham o privilégio de calçar as referidas botinas que “rangiam” durante as passadas.
Ficou-se sabendo também que Chico Grandi era um tanto temido por fazer parte de certa sociedade secreta, adoradora do “Bode Preto”. Rumava ele semanalmente para fora do distrito, para fazer parte das sessões. Seria a Máfia? Maçonaria?
- Pela grandeza de seu coração estaria ele mais para maçonaria. Pois bem, as duas figuras acima, por motivos nunca descobertos, viviam às turras. Viviam recíproca e verbalmente se agredindo através de palavrões os mais diversos, colhido do idioma próprio da origem de ambos.
O italiano xingando o “turco” de “Testone” ( cabeça dura, cabeçudo, teimoso), “Leda Cullo” (puxa saco). “Orechione” (nojento, veado), “Malcazone” (bandido), “Maledeto” (maldito), etc. O arábe, por sua vez, não deixava por menos e sacava as suas: “Ibem Charmura” (filho da p.), “Kizeb” (mentiroso), “Harone” (ladrão), “Hasta Tirra” (cabeça dura), etc., etc. Contudo, quando alguém, se achegando do italiano, entendia de falar mal do “turco” caía no desaponto, pois era logo contido pelo italiano com advertência de que, falar mal daquele “turco”, era um direito que só a ele assistia e a mais ninguém. De outra banda, o “turco” procedia do mesmo modo, não admitindo que se falasse mal daquele “Ibem Charmuta”, o direito era só dele. Ou melhor, o direito de se maltratarem mutuamente cabia a ambos e a mais ninguém.
Geralmente a polêmica acabava com a promessa de aquele que morresse primeiro, o sobrevivente seria levado pelo morto, se possível, no mesmo dia ou então dentro do menor tempo possível.
Acontece que João Jacó acabou por morrer antes, para tristeza de Chico Grandi , fato ocorrido no dia 01/04/1958 . Exatamente sete dias depois do falecimento (07/04/58 ) de João Jacó , o velho italiano recebe a visita do velho “amigo turco”, que o encontra em sua residência muito enfermiço. Nesse instante, os espíritos se encontram e se confraternizam em um abraço tríplice e partem juntos para o Oriente Eterno , onde certamente ainda se acham. Assim, a promessa de busca ao sobrevivente se cumpre, também por vontade do G.A.D.U., que é DEUS.
Diário da Cuesta 4
“Acervo Peabiru”
A R T I G O MEU PEDACINHO DE CHÃO
Cármino De Léo Filho
Uma História / Uma Paixão / Muitas Saudades / Meu tributo a ti, Terra Querida, minha Pequena Grande e Soberana VITORIANA . . . Terra natal dos meus sonhos; cheiro de mato; de terra molhada e gosto de mel. Pés ainda a sentir a terra que os encardiam, mãos a sentir as pedras ao longe arremessadas sem destino.
Que saudade, querida... Do verde campo que encantava meus olhos ao azul do céu, que me contemplava. Ora o sol ora a lua, a protagonizarem o espetáculo diário de cores no horizonte com efeitos naturais indescritíveis. Assim eram os teus alvoreceres e entardeceres diários. Mãos a tocar a límpida e cristalina água da mina, pés a sentir a maciez da relva fria do inverno. Meu saudoso abacateiro de galhos fortes a me sustentar num balanço feito em cordas e em peripécias inimagináveis, como que longos braços a me abraçarem, a me proteger. Se terra tombada pelo homem, a frutificar, és terra tombada como patrimônio deste coração a sonhar. Doce berço onde nasci, pé de serra querido das longas procissões de Maio com o “Andor de Nossa Senhora das Vitórias” a glorificar nossas caminhadas resistentes ao sol, às chuvas ou ao intenso frio. Velas em mãos a derreterem sobre nossos dedos,
que, se queimados, eram como indulgências de nossas almas em favor do irrestrito perdão, homenageando o mês Mariano
Ao seu final, quermesse e festa da Padroeira encerravam as festividades do mês de Maria. Um “serviço fixo de alto-falantes”, fundado em 1950 (há 70 anos atrás) por seu então mantenedor, e meu pai Cármino de Léo, encerrava suas atividades diárias no coreto da paróquia voltando às suas dominicais apresentações musicais, partindo do estabelecimento comercial da nossa família, com a razão comercial Bar Central, na rua Condessa de Serra Negra (antiga Rua do Comércio, 85 - centro).
Tudo agora era triste. O sepulcral silêncio noturno tomava conta do pequenino
lugarejo, das vielas mal construídas sem conservação, sem iluminação e de trânsito impossível. Com isso, dando início à contagem regressiva para as próximas festividades da Paróquia. Saudades, muitas saudades. Consagrados deveres, devotos respeitos e sagrados hábitos, eram a tríade a sustentar nossos dias. Lá, os educadores amigos; entremeio escola e lar as filhas de Maria e congregados Marianos cumpriam seu papel, e, de outro lado, na consagrada família nossos pais a nos ensinar, pregavam seus ensinamentos para um futuro melhor. Encantos perdidos, aos dezesseis anos, chorando tive que partir para estudar. Tudo o que “Um dia aqui deixei”, inspiraram-me a te homenagear. “Eis o teu tributo” Vitoriana, Minha Terra querida; meu inesquecível pedacinho de chão; meu pé de serra querido; meu rincão florido”.
Diário da Cuesta 5
Momentos Felizes
FALAR COM UM LIVRO
Apenas com a intenção de arrumar os livros atravessei a sala grande e cheguei até minha modesta biblioteca. É de madeira escura e a estante predileta fica à esquerda de quem olha para ela. Além da mesa maior, existem cadeiras, sofás, aparelho de som, vasos com flores e vasos de plantas sem flores, álbuns de fotografias e, nas paredes, fotografias de pessoas muito queridas. Há também um piano e um entalhe de madeira com a deusa grega da Justiça, sendo que esta peça foi recebida de presente do entalhador, artista por vocação, meu amigo Júlio Vaz. Antes porém de começar as tarefas de arrumar e limpar o pó, passei um produto conservante na madeira com a clássica flanelinha amarela, de espanar cada volume cuidadosamente, sem a preocupação de ler sequer o título da obra ou o nome do autor, fiquei a olhar distraidamente esses livros, alguns de capas vermelhas, outros de capas escuras e quase uniformes, tal qual um Batalhão em dia de desfile, cujo aspecto elegante e sóbrio oculta, na monotonia da cor, a diversidade das pessoas que neles deixaram a riqueza do saber.
São os livros de Direito, de Filosofia e de Pedagogia, de História Mundial, de amenidades e de recolhimento nas horas calmas de alguns dias.
São as melhores encadernações que possuo, sem sentir ainda a paixão por volumes exóticos das encadernações luxuosas, edições raríssimas, não deixando, outrossim, de apreciá-las como merecem; prefiro encontrá-las nas bibliotecas públicas a esforçar-me por possuí-las.
Os livros de Direito são os mais belos da minha pequena seara do conhecimento.
Hoje, fitando-os mais uma vez com suas roupagens grenás, mais escuras ou mais claras, com as letras douradas tão semelhantes, recordava o mundo da inesquecível sala de aula com meus alunos, destinatários finais de todo o saber jurídico-filosófico-pedagógico, emanado dos melhores e conceituados autores.
Roque Roberto Pires de Carvalho
A multiplicidade do pensamento científico-cultural desses homens e mulheres, permitiram saciar a sede do conhecimento, vivenciar os sonhos da juventude já distante e encontrar a segurança nessas páginas antigas, porém, sempre e muito atuais.
Na arrumação da estante, encontrei uma apostila, nome muito singelo para uma obra de altíssimo valor acadêmico, de autoria do saudoso professor
Francisco Ribeiro dos Santos, aliás, meu primeiro professor e primeiro livro de Introdução à Ciência do Direito (Filosofia do Direito), oportunidade em que tive para conhecer os nomes de Kelsen, Duguit, Del Vecchio, Cossio, Savigny e tantos outros luminares dessa ciência.
Na prateleira superior, alinhados um ao lado do outro ou enfileirados como militares com seus galões dourados, livros de doutrina e de jurisprudência prestam continência e se apresentam aos seus consulentes.
Logo abaixo, numa miscelânea de estilos e épocas, revistas antigas e atuais, recortes de jornais, apostilas, dicionários em vários idiomas, teses universitárias em Educação, Odontologia e Medicina, envelopes, diplomas, cartões de prata com suas gravações alusivas a solenes eventos, registram frases que ficaram para sempre na memória de quem os recebeu e de quem teve a oportunidade de participar desses momentos, que, sem dúvida, foram emocionantes.
Em igual contingente aos livros de Direito, encontram-se os livros de Filosofia e os de Pedagogia que acompanharam uma inesquecível Mestra, em toda sua carreira de magistério no ensino superior. Esses livros, hoje professores silenciosos, parecem lhes dizer alguma coisa... Enquanto passava a tal flanela amarela parecia ouvir, nas prateleiras, seus pedidos... Estavam ali inertes, aguardando apenas o momento de colocar à disposição suas permanentes luzes, respondendo perguntas e solucionando tantas dúvidas.
Cada livro é uma alma e, na biblioteca estão algumas das mais belas almas do conhecimento e do saber. Nada entretanto, distingue-os na aparência e, por mais rica que seja a sua encadernação ou mais modesta que seja a capa de papel ordinário, há uma riqueza para quem os busca, para desfrute de algumas horas.
Entre o autor e o leitor cria-se uma simbiose, uma sintonia fantástica! Há uma interação prazerosa, e folhear e ler as páginas de um livro é como embarcar para uma viagem acompanhado de um cicerone escolhido com o maior interesse e carinho.
Independentemente da modernidade tecnológica vinda pela internet, manusear um livro, tocar suas páginas com as mãos, acariciar suas letras, é transportar-se até o pensamento do seu autor, em comunhão e para ele, era o mesmo que falar com um livro.
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