Edição 820

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Diário da Cuesta

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A Brasileira que foi Rainha de Portugal!

D. MARIA II

Em 1826, D.Pedro IV, promulga a Carta Constitucional da Monarquia Portuguesa e renúncia a favor de sua filha, Dona Maria Segunda.

Na data de 23 de junho de 1828, D. Miguel usurpa o trono de Portugal de sua sobrinha D.Maria II (filha de D. Pedro) e inicia uma Monarquia Absolutista. E 1832 marca o início das LUTAS LIBERAIS, a Guerra Civil de Portugal que se prolongaria por 2 anos (1832/1834), com a vitória de D.Pedro IV (D.Pedro I, do Brasil) que restituiu o trono do Reino de Portugal para sua filha, D. Maria II. Página 3

Pedro I, do Brasil & Pedro IV, de Portugal

Pedro I do Brasil ou Pedro IV de Portugal, apelidado de “o Libertador” e “o Rei Soldado”, foi o primeiro Imperador do Brasil como Pedro I de 1822 até sua abdicação em 1831, e também Rei de Portugal e Algarves como Pedro IV entre março e maio de 1826. Garantiu o trono do Império Brasileiro ao seu filho Pedro II e recuperou e garantiu o trono de Portugal à sua filha Maria II.

Nascimento: 12 de outubro de 1798, Palácio Nacional e Jardins de Queluz, Queluz, Portugal

Falecimento: 24 de setembro de 1834, Queluz, Portugal

Nome completo: Pedro de Alcântara Francisco Antônio João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon.

ANO III Nº 820 SEXTA-FEIRA , 23 DE JUNHO DE 2023
NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU

EDITORIAL

Já havíamos feito trabalhos sobre as imigrações Belga, Japonesa e Italiana, estava faltando a que formou, estruturou e definiu a nossa nacionalidade: a Portuguesa!

O destino do Brasil estava ligado a Portugal. O nosso descobrimento, em 1500. A nossa Redescoberta, em 1808!

Sim, REDESCOBERTA, pois o Brasil passou a ter outro destino após a vinda de Dom João VI e de toda a Corte Portuguesa para o nosso país. De Colônia, passamos a ser sede do Reino Português. Todo o progresso daí advindo (Faculdade de Medicina, Biblioteca Nacional, os portos abertos, os costumes europeus, a Fábrica de Ferro, etc.) moldou uma Nação Especial: unida, mesma língua, território continental, objetivos definidos que levariam à implantação do Império Brasileiro com Dom Pedro I

E todos sabemos, pois é da nossa história, que D. Pedro I teve que abdicar do trono brasileiro a favor de seu filho D. Pedro II, pois o trono de Portugal, destinado à sua filha, futura rainha D. Maria II, havia sido usurpado por seu irmão D. Miguel. E foi tão carinhoso e determinado o apoio que recebeu da população portuguesa ao desembarcar no Porto, em 1832, que D. Pedro I (D. Pedro IV, em Portugal), deixou expresso que, o seu coração, após a sua morte, ficaria encerrado em uma urna de prata, na Igreja da Lapa, na cidade do Porto. Isso nos dá a verdadeira dimensão dos laços afetivos e cívicos entre Portugal e o Brasil.

É Registro Histórico! A DIREÇÃO.

EXPEDIENTE

E na Praça da Liberdade, considerado o “coração do Porto”, tem o monumento que mostra Dom Pedro IV, montado em seu cavalo: “O Libertador!”

DIRETOR: Armando Moraes Delmanto

EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes

Contato@diariodacuesta com br Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689

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NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU WEBJORNALISMO DIÁRIO

POUCO LEMBRADA NO BRASIL, FILHA DE DOM PEDRO I SE CASOU TRÊS VEZES, TEVE 11 FILHOS E

ASSUMIU O TRONO PORTUGUÊS COM APENAS 7 ANOS

Nascida no Rio de Janeiro, Maria da Glória enfrentou traições e se tornou importante figura em Portugal

FABIO PREVIDELLI

e se autoproclama rei absoluto de Portugal, rejeitando Maria da Glória como sua noiva e rainha, e contando com o apoio de Carlota Joaquina.

Apesar do duro golpe, com a ajuda do pai, ela consegue derrubar o marido e é proclamada rainha de Portugal 7 anos depois, aos 15 anos, em 1833 — mesmo ano em que seu pai veio a falecer. Mesmo com o casamento sendo reconhecido pelo Vaticano, ele não chegou a ser consumado fisicamente e, por isso, acabou anulado.

Filha de Dom Pedro I com a imperatriz Leopoldina, Maria II nasceu no Rio de Janeiro, onde a corte portuguesa estava instalada em terras tupiniquins, em 4 de abril de 1819. Primogênita do imperador do Brasil e de sua primeira esposa, a pequena monarca de olhos claros tinha um nome digno de realeza: Maria da Glória Joana Carlota Leopoldina da Cruz Francisca Xavier de Paula Isidora Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga.

Tendo recebido o título de Princesa da Beira e do Grão-Pará, ela se tornou rainha de Portugal aos 7 anos de idade, em 1826 Quando seu avô, D. João VI, morreu naquele ano, dom Pedro era o legitimo herdeiro da coroa portuguesa, no entanto, como ele desempenhava o papel de imperador do Brasil, acabou abdicando do trono a favor de Maria da Glória, depois de ter outorgado a Carta Constitucional. O monarca cedeu o trono português com duas condições: o casamento da filha, quando atingisse a maioridade, com o tio D. Miguel e que ele jurasse a Carta Constitucional

Ao governar o país lusitano, ela enfrentou as mais distintas adversidades: desde rebeliões, até acusações de ser uma tirana. O primeiro fracasso matrimonial não a impediu de laçar outras relações, muito pelo contrário, ela ainda se casaria mais duas vezes — em todas as ocasiões ela seguiu a sina da primeira união e não escolheria seus companheiros. Segundo a própria, ela dizia a amigos que sua função era parir herdeiros.

Em 1835, ela se casa pela segunda vez, agora com Dom Augusto de Beauharnais, que era irmão da madrasta de Maria da Glória, Dona Amélia, e neto de Napoleão Bonaparte. Entretanto, a união não dura muito, afinal, Dom Augusto morre dois meses depois do casamento, vítima de uma grave inflamação que se espalhou por garganta, esôfago e estômago.

Na ocasião, foi levantada a possibilidade dele ter perecido por um envenenamento, porém, a hipótese foi descartada após uma necropsia feita pela junta médica brasileira, que foi convocada por Maria da Glória e sua madrasta. Existem registros que dão conta de que Beauharnais teria morrido em virtude de uma angina.

Maria II se casou pela terceira vez com Fernando Augusto de Saxe-Coburgo-Gotha que, após a união, se tornou príncipe consorte. O matrimônio gerou 11 filhos, sendo que dois destes foram reis de Portugal: Pedro V de Portugal e Luís I de Portugal.

Apesar do alto número de gestações, Maria II tinha a saúde frágil e todas as suas gravidezes foram de alto risco — o que ajuda a explicar que somente 7 de seus herdeiros sobreviveram. A ativa vida sexual da monarca foi uma maneira dela não dar margem, nem espaço, para o marido pensar em outra cônjuge. De acordo com historiadores, ela criou essa preocupação em sua infância, quando presenciou inúmeras brigas entre seus pais pelas inúmeras traições de Pedro I com a Marquesa de Santos. Mas, apesar dos inúmeros entreveros, ela tinha uma boa relação com o pai, afinal, era considerada a preferida do imperador

A carta constitucional e a família real / Crédito: Wikimedia Commons

Assim, em 1826, a princesa deixa o Rio e parte em direção a Viena, onde será educada pela Corte, o que legitimará sua participação em uma potência europeia, além de fortalecer o Partido Liberal. Neste mesmo ano, D. Miguel regressa ao reino

Dona de hábitos simples, como caminhar a pé por Lisboa e manter contato com outras mães e suas crianças, Maria da Glória teve um casamento muito feliz, mesmo ele sendo fruto de um acordo. Em terras lusitanas, a monarca é conhecida como “A Educadora”, por estimular a educação e as artes no país.

Maria da Glória Joana Carlota Leopoldina da Cruz Francisca Xavier de Paula Isidora Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga morreu no seu 11º parto, em 15 de novembro de 1853, com apenas 34 anos.

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Maria II - Wikimedia Commons

A CARTA CONSTITUCIONAL DE 1826

2) estipula o princípio da separação de poderes que, além dos clássicos três, legislativo, executivo e judicial, passa a ter mais um, o moderador. O poder legislativo pertence às Cortes com a sanção do rei e é exercido por duas câmaras: a dos Deputados, electiva e temporária e a dos Pares, com membros vitalícios, nomeados pelo rei e sem número fixo, sendo os lugares hereditários. O poder moderador, o mais importante, pertence exclusivamente ao rei, que vela pela harmonia dos outros três poderes e não está sujeito a responsabilidade alguma. O poder executivo também pertence ao rei, que o exercita através dos seus ministros. O poder judicial é independente e assenta no sistema de juízes e jurados;

A Carta Constitucional representou um compromisso entre a doutrina da soberania nacional, adoptada sem restrições pela Constituição de 1822, e o desejo de preservar os direitos régios, o que descontentou os vintistas, que eram mais radicais, e os absolutistas, bastante mais conservadores. Acabou, todavia, por ser jurada por todos, incluindo D. Miguel.

Vigência

A Carta vigorou durante três períodos:

1 - o primeiro entre Julho de 1826 e Maio de 1828, data em que D. Miguel convocou os três Estados do Reino, que o aclamaram rei e decretaram nula a Carta Constitucional;

2 - o segundo iniciou-se em Agosto de 1834, com a vitória do Partido Liberal na Guerra Civil e a saída do País de D. Miguel, e termina com a revolução de Setembro de 1836, que proclama de novo a Constituição de 1822 até se elaborar nova Constituição, o que sucedeu em 1838;

3 - o terceiro período começa com o golpe de Estado de Costa Cabral, em Janeiro de 1842, e só termina em 1910, com a República. Durante este último período sofreu três revisões profundas, em 1852, 1885 e 1896.

Influências

Não se sabe ao certo quem foi o seu autor, presumindo-se que tenha sido José Joaquim Carneiro de Campos Quem quer que fosse utilizou como fontes a Constituição do Império do Brasil, a Constituição de 1822 e a Carta Constitucional outorgada por Luís XVIII de França em 1814. Tiveram ainda influência doutrinal as ideias de Benjamin Constant.

Características

As suas características mais importantes são as seguintes:

1) A carta é uma concessão régia, que não só não afirma, ao contrário da Constituição de 1822, o princípio da soberania popular, como concede ao rei um importante papel na ordenação constitucional;

3) a Carta enumera ainda os direitos dos cidadãos, de que os mais importantes são o direito de liberdade de expressão, oral e escrita, o direito de segurança pelo qual ninguém pode ser preso sem culpa formada, e o direito de propriedade. Mas não indica quaisquer deveres, o que é bastante significativo.

Embora liberal, ficou longe do espírito democrático da Constituição de 1822.

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EsporteDestaque em À deriva

Sem treinador desde o fim da última Copa, a seleção brasileira segue perdida pelos campos

Nessa semana foi noticiado que a CBF teria um acordo verbal com o treinador do Real Madrid, Carlo Ancelotti, para que o mesmo assuma a seleção brasileira após o término de seu contrato com o clube espanhol, ou seja, julho de 2024.

Em que pese seja um vencedor nato, a postura de submissão que a entidade máxima do futebol brasileiro se porta neste cenário, ofende toda a rica história e conquistas do país com o maior número de títulos mundiais.

Não há dúvidas de que o currículo de Ancelotti o credencie para comandar a seleção brasileira. No entanto, deixar a equipe sem um técnico efetivo em seu comando mostra o quão perdido e pobre está o futebol visto por esses lados.

Essa amostra de pobreza criativa e tática do Brasil foi vista nessa semana quando a seleção acabou sendo superada em Lisboa pela equipe de Senegal, nessa que foi a terceira derrota para uma equipe africana em quatro jogos.

Ter um treinador interino tanto tempo à frente tam-

bém evidencia que os diretores da CBF não sabem que caminho tomar, já que era sabido que Tite não continuaria no comando da equipe desde antes do início da última Copa.

Caso a CBF aceite mesmo aguardar pela chegada de Ancelotti daqui um ano, o Brasil terá disputado até lá, seis rodadas das eliminatórias para a Copa de 2026 além de estar em meio à disputa da Copa América, nos Estados Unidos. É uma aposta muito arriscada perder um ano e meio do ciclo de preparação para a disputa de mais um Mundial depositando toda a confiança de um bom desempenho em um treinador que, apesar da vasta lista de títulos conquistados, não possui contato com o futebol brasileiro e não possui experiência alguma de trabalho com seleções.

Enquanto isso, o Brasil segue sem comando, na esperança de que Ramon Menezes conquiste bons resultados para que a pressão da mídia e, principalmente, da torcida, não obrigue os cartolas mudarem seu “planejamento” para encontrar um treinador “pra ontem”.

Diário da Cuesta
Alves
Vinícius

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