Diário da Cuesta
NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E
DA CIDADANIA EM BOTUCATU
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Nelson Rolihlahla Mandela, nascido em 18 de julho de 1918, em Mvezo, África do Sul, foi um advogado, líder rebelde e presidente da África do Sul de 1994 a 1999, considerado como o mais importante líder da África Negra, vencedor do Prêmio Nobel da Paz de 1993, e pai da moderna nação sul-africana, onde é normalmente referido como Madiba ou “Tata”. (Wikipédia) Página 3
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ANO III Nº 841 TERÇA-FEIRA , 18 DE JULHO DE 2023
Os Ensinamentos de Mandela
1. Acreditar que é possível (mesmo quando parece impossível)
A mensagem de que é possível alcançar a paz, mesmo quando todas as probabilidades ditam o contrário, é uma das mais fortes do legado de Nelson Mandela. “Madiba destacou-se como alguém que mudou o destino de todos. Ele fez-nos acreditar que a paz é possível mesmo nas situações mais difíceis”, afirmou John Volmink. “Todos concordamos que há muitos problemas no mundo e a África do Sul foi um lugar único. A raiz dos seus problemas era algo que ninguém pode mudar: a raça. O único caminho era encontrar um líder que unisse toda a gente e construísse essa ponte, de um lado para o outro. Nelson Mandela fez isso, quando ninguém acreditava ser possível”, prosseguiu.
2. Tratar todos da mesma forma
John Volmink destacou ainda as qualidades inatas de liderança que Mandela tinha, sublinhando a sua capacidade de reconhecer a humanidade em cada pessoa. “Aprendi com Nelson Mandela que ‘a medida de um homem é determinada por aqueles que não podem fazer-lhe nenhum favor’. Fosse quem fosse, Nelson Mandela tratava todos da mesma forma. Esse é um grande atributo de líder. Porque, em qualquer caso, restaura a dignidade e reconhece a humanidade”.
3. Dialogar com o inimigo
“Usamos muitas vezes as palavras perdão ou reconciliação para descrever Mandela. Eu prefiro dizer ‘falem com o inimigo’. Esta era a mensagem específica que ele transmitia sempre”, começou por dizer Willie Esterhuyse, recordando uma das frases míticas de Madiba: ‘Se quiser fazer as pazes com o seu inimigo, tem que trabalhar com ele. Aí, ele torna-se seu parceiro’. Esta frase, prossegue o professor, “capta não só a visão de Mandela, mas toda a sua personalidade. Ele era a encarnação da necessidade de paz, num mundo violento”.
4. Pôr-se na pele do outro
A empatia é uma das premissas da filosofia Ubuntu, pela qual Nelson Mandela se regia e que ajudou a espalhar pelo mundo. “Ninguém nasce com ódio, é algo que se aprende, que é passado de geração para geração, de pais para filhos e não se questiona. É importante não ignorar. É preciso ouvir a lógica da narrativa. E se eu ouço o outro, o outro tem de me ouvir a mim. Os dois temos uma lógica, não somos loucos”, explicou John Volmink. “Nelson Mandela criou isso”, prosseguiu o presidente da Academia Ubuntu, dando como exemplo a frase proferida no dia em que foi preso, em 1964: “Combati a dominação branca e combati a dominação negra. E este é um ideal pelo qual vivo e pelo qual estou preparado para morrer”. Quando saiu da prisão, 27 anos mais tarde, voltou a dizê-lo. “Nelson Mandela era comprometido com a coesão racial e com a justiça, mas também em compreender as razões do outro”.
5. Ser humilde
Em 1964, Nelson Mandela foi condenado a prisão perpétua, tendo cumprido 27 anos de cadeia. Estes anos que esteve encarcerado “deram-lhe perspetiva e humildade”, como explica John Volmink. “Uma vez estávamos num encontro, ele ia subir ao palco para fazer um discurso e todos estavam a cantar e a dar-lhes as boas vidas. Ele ficou ali sem dizer nada. Perguntaram-lhe: ‘porque é que não fala?’, ao que respondeu: ‘porque vocês acham que estas pessoas sabem que eu sou. Têm de me apresentar’”, prossegue.
6. Ser agradável com os outros
Além de todas as características conhecidas de Madiba, Willie Esterhuy-
EXPEDIENTE
se lembra Nelson Mandela como alguém “muito agradável”. Para ilustrar, recorda uma história em que teve de ir buscar Nelson Mandela a um hotel, para uma reunião secreta com Frederik de Klerk, na altura presidente da África do Sul. “Tive que o ir buscar no meu carro, um carro de família e muito velho, que eu achava não ser digno. Ele sentou-se comigo, à frente, e eu pedi-lhe desculpa por não ter encontrado um carro melhor. Ele olhou para mim e disse: ‘Jovem, por favor, não tente impressionar as pessoas com o seu carro, impressione-o com o seu caracter’”.
Esta simpatia também foi ilustrada por Ximenes Belo, que o caracterizou como uma pessoa afável, generosa, alegre e compreensiva com os problemas dos outros. “Por exemplo, quando o conheci, ele estava a par de todos os problemas de Timor Leste e apelava para que houvesse mais diálogo e compreensão entre nós e a Indonésia”, lembrou o Bispo.
7. Saber quando é altura de parar Em 1994, quatro anos após a sua libertação, Nelson Mandela é eleito o primeiro presidente negro da África do Sul, naquela que foi a primeira eleição democrática do país. No final do primeiro mandato decidiu não concorrer novamente ao cargo, pois reconheceu que havia outras figuras em ascensão. Esta capacidade de deixar o poder é elogiada por Willie Esterhuyse. “É preciso saber quando dizer chega”, diz o professor, lembrando o exemplo de Mandela. “Não abusem da posição de poder, porque se abusarem, corrompem o ideal do Estado, a corrupção torna-se sistémica e quando a corrupção se torna sistémica, está tudo acabado”, remata.
8. Recusar a violência
“Não podemos vencer uma guerra, mas podemos vencer umas eleições”. Esta é uma das famosas citações de Madiba, que ilustra a vontade de encontrar a reconciliação entre a humanidade. E esse é, para D. Ximenes Belo, um dos principais legados do líder sul-africano: “esquecer os ódios, as violências e, sobretudo, abrir os corações e as mentes para trabalhar para a construção da paz, afirmou o Bispo. “Temos de trabalhar para que haja reconciliação, tolerância e diálogo entre os homens”, conclui o Prémio Nobel da Paz.
DIRETOR: Armando Moraes Delmanto
EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes
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Nelson Mandela: seu nome é LIBERDADE!
extraordinários.
A exemplo do indiano Mahatma Ghandi, do Dalai Lama e de outros grandes líderes das lutas sociais, a primeira grande preocupação de Mandela foi justamente evitar a revanche, a vingança, o derramamento de sangue. Não houve “paredón” na África do Sul, a transição se deu de forma pacífica, os negros assumiram o poder e a vida seguiu seu curso.
Exatamente isso: Liberdade! 27 anos preso. Não foi um ano ou dois anos! Foram 27 anos de prisão, tortura e humilhação. Advogado, batalhador pelo fim da mais cruel discriminação racial, o apartheid, enfrentou com coragem a adversidade de um regime racista onde a segregação dos negros era oficial, era LEI!
De 1962 a 1990, permaneceu na prisão, sem esmorecer. Em 1993 recebeu o PRÊMIO NOBEL DA PAZ. Foi o primeiro presidente negro da África do Sul. Mudou o destino daquela Nação Negra. Governou com justiça social, preservando os direitos humanos e foi, sempre, tolerante com a transformação do país. Soube manter a esperança e, hoje, com 94 anos é exemplo de luta pelos Direitos Humanos, pela Igualdade dos Povos e pela LIBERDADE!
Seu nome: NELSON MANDELA!
O articulista da TRIBUNA DA IMPRENSA, Carlos Newton, fez o registro da data:
“Nelson Mandela, o ícone da liberdade racial e dos direitos sociais, completa 94 anos
Um dos maiores mitos da História contemporânea, Nelson Mandela completa 94 anos nesta quarta-feira, 18 de julho, uma data importante na África do Sul. A tão sonhada democracia ainda não trouxe para os negros a igualdade sonhada por Mandela, porque a transformação do país necessariamente tem de ser lenta e gradual, da forma que ele mesmo preconizou. Mas os avanços já obtidos são
Herói da luta contra o regime da segregação racial, “Tata” Mandela ou “papai” Mandela, como é chamado com respeito e afeto, tem seu aniversário comemorado não só com múltiplas homenagens, mas também com debates críticos sobre a melhor maneira de prosseguir com sua luta social e seu trabalho de reconciliação do povo sul-africano.”
(Tribuna da Imprensa – 18/07/2012)
“O maior líder moral do mundo Em 2008 a revista Times em seu artigo sobre o estadista, divulgou as “Oito Lições de Liderança” de Nelson Mandela e o denominou “o maior líder moral do mundo”. O jornalista Richard Stengel também foi responsável por sua autobiografia Long Walk to Freedom (O Longo caminho para a Liberdade).
As oito lições de liderança de Nelson Mandela:
1. Coragem não é a ausência de medo, é algo que permite inspirar os outros a irem além do temor
2. Lidere na dianteira, sem nunca deixar de ter uma base segura atrás
3. É vital saber liderar ao lado, fazendo com que os liderados acreditem que estão na frente.
4. Conheça o seu inimigo, particularmente os passatempos favoritos dele
5. Mantenha seus amigos bem próximos e os inimigos mais perto ainda
6. As aparências são muito importantes E nunca se esqueça de sorrir
7. Não é apenas branco ou preto. Veja sempre as outras possibilidades
8. Desistir ou abandonar idéias, tarefas ou relacionamentos fracassados não deixa de ser uma forma de mostrar liderança.
Nelson conquistou o prêmio Nobel da Paz na década de 90 e é considerado “estadista global” merecedor do mesmo Mandela é personagem do livro escrito pelo consultor palestrante César Souza Você é o Líder da sua Vida? (2007, Ed. Sextante - Trecho do livro)
Mandela, hoje com mais de 90 anos, anda com dificuldades e tem problemas de memória, mas será considerado sempre um dos grandes líderes promotores da paz e da igualdade entre as raças e nações do mundo contemporâneo. ”
Nelson Rolihlahla Mandela (18/07/2012) é um advogado, ex-líder rebelde e ex-presidente da África do Sul de 1994 a 1999, considerado como o mais importante líder da África Negra, ganhador do Prêmio Nobel da Paz de 1993, ePai da Pátria da moderna nação sul-africana.
Até 2009 havia dedicado 67 anos de sua vida a serviço da humanidade - como advogado dos direitos humanos e prisioneiro de consciência, até tornar-se o primeiro presidente da África do Sul livre, razão pela qual em sua homenagem a ONU instituiu o Dia Internacional Nelson Mandela no dia de seu nascimento, como forma de valorizar em todo o mundo a luta pela liberdade, pela justiça e pela democracia.
Foi o mais poderoso símbolo da luta contra o regime segregacionista do Apartheid, sistema racista oficializado em 1948, e modelo mundial de resistência. (Wikipedia)
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“A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo.” Nelson Mandela.
Momentos Felizes
APELIDOS
Na primeira metade do século vinte, em um mês qualquer, o pai vai ao Cartório de Registro Civil para registrar o nascimento do seu décimo filho. Em lá chegando foi atendido pelo Oficial que se prontificou aos serviços, apresentou uma tabela de custas e perguntou qual seria o nome da criança. O pai havia levado o nome em um pedaço de papel que era para não esquecer. Munido da competente Certidão regressa ao lar. Foi uma festa,. A família reunida comemorou a chegada do novo INFANTE e CIDADÃO que se espera, prestante, seguindo as trilhas das pessoas mais ilustres da família. E assim começou a extraordinária viagem pela vida, cheia de peripécias envolvendo as mais diversas situações desde menino, doravante chamado pelas irmãs e tias de TETÉIA; A mãe gostava e ele era mesmo, muito gracioso. Com o passar dos meses e dos anos o menino vai crescendo e, vez por outra, ele ouvia seus tios chamando-o de FEDELHO. Acreditando tratar-se palavras de carinho, aceitou e não mais estranhava que seu nome era sempre substituído por um apelido e foi se acostumando aos mais diversos chamados, tanto das pessoas da família como de seus amiguinhos. Ao ser matriculado na escola primária ouviu, pela primeira vez ser chamado de ALUNO. Quando já era considerado mocinho o pai coloca-o para trabalhar em um Banco e lá, quando registrado como “de menor” passou a chamar-se de CONTÍNUO e após um ano de bons serviços de faxina, foi promovido a categoria de FUNCIONÁRIO. Jogando pelo time de futebol dos Bancários seu apelido era VELA, dada suas pernas altas, magras e alvas. Convocado para o Serviço Militar, foi incorporado como RECRUTA/SOLDADO. No quinto mês da prestação de serviços foi promovido a CABO e até o final do ano mais uma promoção para SARGENTO. Colecionava com uma certa facilidade seus novos apelidos e acostumava-se à eles sem qualquer objeção. Deixando a Caserna assumiu a postura de NAMORADO, no ano seguinte já era NOIVO e posteriormente era conhecido como MARIDO. Não demorou muito, eis que ouve, pela primeira vez, ser chamado de PAI. Dentre todos seus apelidos anteriores, este foi o que mais o engrandeceu e o tornou muito feliz. Tão feliz que resolve frequentar uma Faculdade de Direito e lá se vê envolvido com o nome de CALOURO/ACADÊMICO. Passado o tempo regulamentar eis que se depara com um novo Apelido o de BACHAREL e a seguir ADVOGADO, recebendo da esposa seu anel de grau na cor vermelha. Pois bem, ao colocar seu nome de batismo em uma placa publicitária, seu sogro fez uma correção e uma sugestão. - Olha, aqui no interior o povo respeita muito quando lê na placa e antecedente ao nome a palavra DOUTOR. Você vai ver que logo mais, uma fila vai se formar para consultá-lo. Seguiu a orientação e depois de aproximadamente trinta dias a profecia se concretizou. A fila formada era para pedir orientações grátis; lembrou-se que era um mandamento da Ética profissional prestar serviços aos mais carentes e conformou-se. No Fórum era tratado por DOUTOR, CAUSÍDICO, e, para alguns invejosos ele não passava de um RÁBULA. Nas
Roque Roberto Pires de Carvalho
audiências, ou era AUTOR ou era RÉU, nas Ações poderia ser EXEQUENTE ou EXECUTADO, nos Precatórios era “AD HOC” e quando finalizava uma processo a sentença declarava ABSOLVIDO ou CONDENADO. Nas condições de Advogado foi admitido como Professor em várias Faculdades mas, alunos irreverentes o chamavam de PRÔ. Concluindo um curso de pós-graduação “strictu senso” observou que em seu diploma havia sido acrescentado o título de MESTRE. Achou excessivo esse título e questionou, tentou argumentar contra mas não adiantou fazia parte das normas educacionais. Nas agências bancárias, era chamado CLIENTE, no atendimento o funcionário, olhando apenas para o notebook, pedia só o seu CPF e na fila do caixa como PRÓXIMO. Seu nome de batismo desapareceu, não era lembrado. No âmbito familiar, teve as alegrias de ser chamado de SOGRO, AVÔ, BISAVÔ, neste quesito não se importava nunca. Em um dia qualquer seu nome perdeu totalmente a graça, passou a ser conhecido como VIÚVO e, ao invés de ficar se lamentando, deixou passar alguns anos para escolher uma nova família e assim, foi premiado com o apelido de PADRASTO acompanhado de enteados e netos postiços que, sem saber o nome certo para chamá-lo diziam simplesmente ÓQUE, ou seja, novo e agradável apelido, que as crianças nem mesmo sabiam do que se tratava; não obstante, era muito engraçado para rir em momento de descontração geral. Assim motivado, passou a ser um RABISCADOR de crônicas. Vendo que as mesmas se acumulavam nas gavetas, procurou uma gráfica e entabulou uma primeira edição e, sem querer ou pedir, ouviu alguém chamá-lo de ESCRITOR. Ocorre que Apelidos não são objeto de desejo, eles chegam vagarosamente e vão se instalando no subconsciente e passam a vigorar por toda uma vida. Não é de boa praxe ou educação, lutar contra eles. Como é inveterado leitor de livros, jornais e revistas lembrou-se de ter visto alhures alguém dizer que “a vida é levada progressivamente mas é vista retrospectivamente”. Televisões noticiavam à exaustão, uma tal de Pandemia que havia se alastrado pelo mundo, e que medidas de precaução deveriam ser tomadas com rapidez. Pessoas longevas como ele eram consideradas no grupo de risco, ou seja, ele era o próprio RISCO. Quando acompanhava alguém aos Hospitais recebia um adesivo de ACOMPANHANTE. Em retrospectiva, pensou, pensou, e agora, progressivamente... Ainda está faltando o apelido de PACIENTE e acredita mesmo, que o seu nome de registro de nascimento e batismo só será correta e verdadeiramente escrito em uma placa, simples e simplesmente, para alertar eventuais leitores, jazer ali um CIDADÃO PRESTANTE – só isso!
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