Edição 843

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Diário da Cuesta

NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU

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REGISTRO HISTÓRICO:

1ª Feira do Livro de Geografia 1968 – Botucatu

Idealizada pelo saudoso professor Álvaro José de Souza, Botucatu sediou a 1ª. Feira do Livro de Geografia do Estado de São Paulo e do VIº Congresso Interuniversitário de Geografia. Era o ano de 1968 e o Sucesso foi total. Com a participação de 300 estudantes de Geografia de todo o Estado, a Feira do Livro de Geografia foi visitada por mais de 3.000 pessoas. Página 2

HOJE, COMEÇA A FESTA DE SANTANA

Ocupando toda a Praça da Catedral com inúmeras atrações recreativas e religiosas, a tradicional FESTA DE SANTANA tem início nesta quinta-feira (20) indo até dia 26 de julho. Página 3

ANO III Nº 843 QUINTA-FEIRA , 20 DE JULHO DE 2023

1ª Feira do Livro de Geografia 1968 – Botucatu

O ano de 1968, já o dissemos, foi o ano que não acabou... Mas tivemos realizações positivas... Foi o início das FEIRAS DE LIVRO, realizadas pela FUNDAÇÃO PARA O LIVRO ESCOLAR, pertencente ao Governo do Estado. Percorremos grande parte do interior paulista realizando essas feiras da FDE.

Em Botucatu, de modo particular, pudemos realizar a 1ª FEIRA DO LIVRO DE GEOGRAFIA, uma realização da FDL e da Prefeitura e Câmara Municipais de Botucatu

Recordo, sempre, da realização dessa FEIRA DO LIVRO DE GEOGRAFIA, em 1968, praticamente 50 anos atrás...

O escritor botucatuense, Hernâni Donato, participou e prestigiou essa iniciativa que contou com o apoio oficial da Prefeitura Municipal, através do prefeito Joaquim Amaral Amando de Barros, do então presidente da Câmara Municipal, vereador Antônio Delmanto (meu pai) e da coordenação direta do José Antonio

Pinheiro Aranha (pela Prefeitura Municipal) e do prof. Álvaro José de Souza (UNIFAC), com a participação técnica e material da FUNDAÇÃO PARA O LIVRO ESCOLAR, através de seu presidente, Paulo Zingg.

Hernâni Donato, sempre nos traz lembranças boas e positivas. Esse foi nosso primeiro encontro. Voltamos juntos para São Paulo. Era o início de uma grande amizade que produziria muito para a imprensa botucatuense e para a nossa literatura.

O prof. Álvaro José de Souza, colaborador da revista PEABIRU e idealizador desse evento pioneiro, deixou-nos o seu testemunho sobre a realização da 1ª FEIRA DO LIVRO DE GEOGRAFIA que foi realizada ao mesmo tempo que o VIº Congresso Interuniversitário de Geografia: Botucatu mostrava, mais uma vez, o seu pioneirismo cultural Foi um sucesso. Uma Feira inédita, sobre Geografia, com uma grande participação popular e de professores e estudantes de Geografia de todo o Estado!

“Em termos mundiais, 1968, tornou-se conhecido como o “Ano que não terminou”, mercê das inúmeras convulsões vividas principalmente em países do chamado “Primeiro Mundo”: foram as “barricadas” dos estudantes parisienses, as manifestações contra a Guerra do Vietnã, nos Estados Unidos e tantos outros problemas similares. O Brasil não escapou à convulsão: na época, lecionávamos também na PUC-São Paulo e testemunhamos a invasão do prédio da rua Monte Alegre Botucatu também viveu seus problemas, mas, de certa forma, a ITE fora uma “ilha de tranquilidade”. Bom ou mau? Não nos compete dizer neste relato. O certo é que, para nós, do curso de Geografia, muitas conquistas se deram. Se o ano terminou ou não, o fato é que ele está guardado, com certeza, na memória de todos os que participaram dos eventos que ocorreram

EXPEDIENTE

No início do ano, o Departamento de Geografia foi criado, ganhando seu estatuto e uma estrutura que não havia anteriormente. Foi o primeiro Departamento surgido na Escola. O Centro de Estudos Geográficos, órgão dos alunos do curso de Geografia já existia. Foi ele o responsável pela organização de um dos eventos mais marcantes vividos por Botucatu em termos estudantis: o VIº Congresso Interuniversitário de Geografia.

Com a ajuda do então prefeito Municipal, Joaquim Amaral Amando de Barros, os alunos e professores do curso de Geografia mobilizaram-se e receberam em Botucatu, na “Semana da Pátria”, mais de 300 estudantes de todos os cursos de Geografia do Estado de São Paulo, naquele que ficou para os Anais da UPEGE - União Paulista dos Estudantes de Geografia - como o Congresso melhor estruturado. Esteve presente em Botucatu o geógrafo de renome mundial, professor Aziz Nacib Ab’Saber, hoje no Instituto de Estudos Avançados da USP.

Estudantes de São Paulo, Bauru, Lorena, Lins, Catanduva, Rio Claro, Franca, Santos, Jaú, Araçatuba, Presidente Prudente, Campinas, Sorocaba e de outras cidades aqui estiveram; foram hospedados nos hotéis Botucatu e Peabiru, na época, os melhores da cidade e considerados de elevado padrão para o Estado. Nunca, na história dos Congressos Estudantis, fora possível proporcionar semelhante tratamento aos visitantes, acostumados à hospedagem em escolas, quartéis, alojamentos improvisados, etc.

Complementando os eventos estudantis, realizou-se no antigo prédio Banespa, cedido pela sua administração central, a 1ª Feira do Livro de Geografia, promovida pela Fundação para o Livro Escolar do Estado de São Paulo. O prédio do Banespa localizavase onde está o atual prédio da instituição bancária (Santander), tendo sido utilizados os seus dois pavimentos. A abertura contou com a presença de inúmeras autoridades, inclusive o Sr. Paulo Zingg, Diretor da Fundação patrocinadora do evento. Essa feira do livro foi visitada por mais de 3.000 pessoas e foi a única realizada no Estado em todos os tempos. A mesma foi objeto de amplo noticiário nos jornais da Capital.”

Revista PEABIRU Nº 10, de julho/ agosto/1998 – artigo “Botucatu – 1968

– Notas de um recém chegado”, prof. Álvaro José de Souza (AMD)

DIRETOR: Armando Moraes Delmanto

EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes

Contato@diariodacuesta com br Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689

O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios.

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Botucatu: Festa de Santana 2023

Botucatu se prepara para receber a tradicional Festa de Santana, que celebrará a padroeira da cidade. O evento será realizado no Largo da Catedral e contará com uma programação festiva e religiosa, trazendo momentos de diversão, música e fé para os moradores e visitantes.

A festividade terá início no dia 20 de julho, quinta-feira, e se estenderá até o dia 26 de julho, quarta-feira. Durante esse período, o público poderá desfrutar tanto da parte recreativa quanto da parte religiosa do evento.

A parte recreativa, que ocorrerá de 20 a 23 de julho, proporcionará entretenimento e música ao público presente. No dia 20 de julho, às 20 horas, a dupla João Vitor & Gabriel subirá ao palco para animar a plateia com seu repertório

variado. Em seguida, às 21h30, será a vez da Banda Brown Town agitar o público com sua energia contagiante.

No dia 21 de julho, às 20h30, o grupo 4 No Sertão trará o melhor da música sertaneja para os presentes. Já no dia 22 de julho, ao meio-dia, a dupla Denise Amaral & Isaac Ferraz encantará o público com sua apresentação. Às 20h30, o cantor Maurício Gasperini, ex-vocalista da banda Rádio Táxi, subirá ao palco para embalar a noite com seus sucessos.

No dia 23 de julho, ao meio-dia, será a vez de Luan Carbonari, destaque do programa Canta Comigo da TV Record, mostrar seu talento musical. Às 20h30, o grupo ABR3 encerrará a parte recreativa da festa com um show animado.

Além das atrações musicais, a Festa de Santana contará com uma deliciosa parte gastronômica na Praça de Alimentação. Será possível saborear o tradicional X-Catedral, além de pastéis, mini pizzas, sopa de mandioca e bolos no pote. No dia 22, durante o almoço, será servida uma saborosa feijoada completa, das 12h às 14h30, acompanhada de música ao vivo. Já no dia 23, o destaque será o almoço italiano, também das 12h às 14h30, com música ao vivo.

Além da parte recreativa, a festa também reserva momentos de devoção e fé com a parte religiosa, que ocorrerá até o dia 26 de julho (Dia de Santana). Essa parte da celebração incluirá missas, procissão, benção aérea e momentos de reflexão para os fiéis que desejam expressar sua devoção a Santana, padroeira de Botucatu.

O evento é realizado em parceria pela Catedral Basílica Menor de Sant’Ana da Arquidiocese de Botucatu, Romagnolli Eventos, e Prefeitura de Botucatu.

(Fonte: Leia Notícias)

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Botucatuense de
publicado na Edição nº 01 do Diário da Cuesta, em 10/11/2020.
Artigo do saudoso professor Álvaro José de Souza, Membro Efetivo da ABL – Academia
Letras,

Em 2024 Plano Real completa 30 anos de emissão

PARTE II

Edil Gomes

Elementos usados nas cunhagens

Em 1993 era lançado o Cruzado Novo e em 1994 substituído pelo Real, um tempo muito curto para uma troca de todas as cédulas e moedas em circulação. Para se ter uma ideia de como foi essa troca repentina, vamos transcrever alguns trechos de uma entrevista de Carlos Roberto de Oliveira, funcionário da Casa da Moeda do Brasil, chefe da divisão de Engenharia de Produto, que na época estava responsável pela criação do meio circulante. Tudo foi muito rápido, e todos foram tomados de surpresa, já que a concepção era realizada por funcionários da Casa da Moeda que tinham outros produtos em paralelo para desenvolverem: “Em 10 de janeiro de 1994, tive a primeira reunião com o sr. Antônio Carlos Meda, Chefe do Meio Circulante do Banco Central. Em resumo ele me disse que precisava de dois projetos: um para uma nova família de cédulas, outro para uma nova família de moedas. Os dois para antes do Carnaval, que naquele ano seria daí a pouco mais de um mês, em 15 de fevereiro. Ele previa o lançamento para o dia 1 de maio de 1994.”

E o grande projeto começou primeiramente nas cédulas, conforme continua o relato: “Respondendo interinamente pelo departamento, designei os projetistas para me ajudarem e comecei a abrir as gavetas. Dada a premência do tempo, o real nasceu como uma colcha de retalhos, aproveitando um monte de cédulas do passado. A efígie da República, da cédula lançada em 1989 para homenagear os 100 anos da Proclamação O beija-flor, daquela cédula de 100 mil cruzeiros, de 1992, que homenageou a Conferência Internacional do Meio Ambiente, realizada no Rio de Janeiro. Os outros animais, tivemos que gravar um a um, todos eles.”

Tal compromisso na criação obrigou a CMB a adiar o lançamento e com relação as moedas temos o seguinte relato: “Houve grande reaproveitamento. Entramos em contato com os fornecedores de aço, disco, e eles vieram correndo. De minha parte, eu já havia concluído que não seria possível atender à demanda na data marcada, e o Banco Central alterou-a para 1 de julho de 1994. Mesmo assim, decidiu-se importar uma pequena quantidade – pequena em se tratando do Brasil – duzentas e cinquenta milhões de cédulas foram fabricadas no exterior. Cumpri a missão, graças a Deus: as artes ficaram prontas, depois de executados mil e um ajustes determinados pelo Banco Central, e sem computador. Eu desengavetei uns retalhos

e fui colando, montando, com a equipe de projetistas que me restou.” Com relação as moedas da primeira família, podemos notar que foi executado um único projeto e adotado em todos os valores. Tendo somente a primeira mudança na moeda de 25 centavos que foi lançada dois meses depois não seguindo o padrão.

De acordo com o relato do departamento de matrizes o desenho da efigie da república usado nas moedas e cédulas, segue o modelo da moeda de 1 Cruzado Novo de 1989. Nas cédulas podemos notar que foi utilizado a mesma efígie da República da cédula de 200 cruzeiros comemorativa ao centenário da república.

A efígie da república é usada em moedas do Brasil desde a sua proclamação e tem tido diversas alterações desde a sua concepção para representar a República no Brasil.

Nas atuais moedas de 1 real bimetálicas, foi adotado traços de grafismo representando a etnia indígena, através da cultura marajoara, uma sociedade da era pré-colombiana, que floresceu na ilha de Marajó, no Estado de Amazonas. Um grupo que alcançou o maior nível de complexidade social na pré-história brasileira, tal grafismo já foi utilizado em moedas do Brasil de 1938 a 1942.

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Edil Gomes, botucatuense, numismata, filatelista, membro da Sociedade Nusmismática Brasileira e da Sociedade Numismática Paranaense

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“Mistério”

“Solo il mistério nos hace viver. Solo il mistério. “

Federico Garcia Lorca

Maria De Lourdes Camilo Souza

Parafraseando D. Milú, personagem da saudosa atriz Miriam Pires fica em minha cabeça seu bordão da novela Tieta.

Ela esbugalhava seus olhos azuis, naquela cara muito branca, arcava os cantos da boca e dizia : “Mistério” !

Estamos em meados de julho, vivendo cada dia entre palavras, visto que escrevo.

“Olho a rosa na janela, sonho um sonho pequenino, se eu pudesse ser menino, eu roubava essa rosa, e ofertava todo prosa á primeira namorada...” e a música Modinha, na voz de Sergio Bittencourt escuto na minha mente.

Na verdade eu sonho grande, gigantesco e respiro fundo um grande sopro que seguro preso no meu íntimo e solto o ar como um vendaval para ir até o alto e voar longe.

Na mente quieta crio o mundo.

Antevejo no silêncio um sol num céu azul sem nuvens e o vento segue balançando as folhas e flores das árvores deixando algumas escaparem para seguirem banhadas nas águas do rio que segue manso até o oceano.

Pássaros seguem seu voo em formato de um grande V, livres a novas terras e nova vida.

O olhar segue seu vôo e a imaginação vai além dos rumos com montanhas e lagos onde os peixes nadam alegres e coloridos nas águas cristalinas.

Campos coloridos deixam para trás, manadas se espalhando sobre as verdes pastagens.

Montanhas pedregosas com picos brancos de neve, entre searas e rios.

E o olhar segue vagando na meditação e o dia vai surgindo as vezes nublado, e as vezes claro esperando ser vivido.

O que virá?

Como diria assombrada a D. Milú: “Mistério”

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