Edição 846

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Diário da Cuesta

Guilherme de Almeida

“Príncipe dos Poetas Brasileiros”

(24/07/1890 – 11/07/1969)

Participou da Semana de Arte Moderna de 1922 e foi o primeiro modernista a entrar para a Academia Brasileira de Letras, em 1930. Em 1932, combateu na Revolução Constitucionalista como um dos líderes, o que lhe custou a prisão e o exílio na Europa É autor da emblemática poesia “Nossa Bandeira”, simbolizando a raça e a fibra dos paulistas. Em 1959, foi eleito “Príncipe dos Poetas Brasileiros” em concurso patrocinado pelo jornal “Correio da Manhã”, escolhido num colégio eleitoral de mil componentes, concorreu com os poetas Manuel Bandeira, Carlos Drumond de Andrade, Vinícius de Moraes e Mauro Mota. Páginas 2 e 3

Exportações de Botucatu e região registram superávit de US$ 800 milhões

Os maiores destinos das exportações foram a China, Estados Unidos e Tailândia. Os produtos mais exportados pela região de Botucatu foram pastas de madeira, sementes e frutos oleaginosos e aeronaves e aparelhos espaciais

No primeiro semestre de 2023, as exportações referentes à regional do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) de Botucatu - que abrange 28 municípiosregistraram US$ 981 milhões, com aumento de 0,4% na comparação interanual. As importações somaram US$ 177,1 milhões, o que significa queda de 68,9. O superávit da balança comercial ficou em US$ 803,9 milhões. (Fonte: Notícias.Botucatu)

NA DEFESA
MEIO AMBIENTE
ANO III Nº 846 SEGUNDA-FEIRA , 24 DE JULHO DE 2023 Acompanhe as edições anteriores em: www.diariodacuesta.com.br
DO
E DA CIDADANIA EM BOTUCATU

Guilherme de Almeida

(obra de Lasar Segal)

Guilherme de Almeida (1890-1969) foi um poeta brasileiro. O primeiro modernista a frequentar a Academia Brasileira de Letras. Ocupou a cadeira n.º 15. Era membro da Academia Paulista de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, do Instituto de Coimbra e do Seminário de Estudos Galegos de Santiago de Compostela. Foi também advogado, jornalista e tradutor.

Guilherme de Andrade e Almeida nasceu em Campinas, São Paulo, no dia 24 de julho de 1890. Filho de Estevam de Almeida, jurista e professor de Direito, e de Angelina de Andrade cursou Direito em São Paulo (São Francisco/USP), onde se formou em 1912.

Ingressou no jornalismo literário. Foi redator do jornal O Estado de São Paulo e do Diário de São Paulo. Foi diretor da Folha da Manhã e da Folha da Noite.

Academia Brasileira de Letras

Guilherme de Almeida foi o primeiro modernista a frequentar a Academia Brasileira de Letras. Em 1930, foi eleito para a cadeira n.º 15.

Tendo participado da Revolução Constitucionalista de São Paulo, foi obrigado a se exilar do país. Viajou pela Europa, fixando-se por longo tempo em Portugal.

Quando regressou ao Brasil, retomou à atividade literária e traduziu treze livros de poesia A crítica ressaltava a excelência de suas traduções Era um refinado humanista, sabia grego, latim e muito da cultura renascentista. Publicou 26 livros de poesia.

Autor de grande e elogiada obra, além de “Nossa Bandeira” entre outras homenagens à cidade, existem os poemas “Moeda Paulista” e a linda “Oração Ante a Última Trincheira”. Também escreveu a letra do “Hino Constitucionalista de 1932/MMDC”, O Passo do Soldado, de autoria de Marcelo Tupinambá, com interpretação de Francisco Alves.

Em homenagem aos pracinhas brasileiros, que lutariam na Segunda Guerra Mundial, ele escreveu a famosíssima Canção do Expedicionário, com a música do não menos genial Spartaco Rossi. Ainda em contribuição com São Paulo, Guilherme de Almeida foi presidente da Comissão Comemorativa do Quarto Centenário da cidade de São Paulo.

Guilherme de Andrade e Almeida morreu em São Paulo, no dia 11 de julho de 1969.

EXPEDIENTE

“Nossa Bandeira”

Bandeira da minha terra, Bandeira das treze listas: São treze lanças de guerra Cercando o chão dos paulistas!

Prece alternada, responso Entre a cor branca e a cor preta: Velas de Martim Afonso, Sotaina do Padre Anchieta!

Bandeira de Bandeirantes, Branca e rôta de tal sorte, Que entre os rasgões tremulantes, Mostrou as sombras da morte.

Riscos negros sobre a prata: São como o rastro sombrio, Que na água deixara a chata Das Monções subido o rio.

Página branca-pautada

Por Deus numa hora suprema, Para que, um dia, uma espada Sobre ela escrevesse um poema:

Poema do nosso orgulho (Eu vibro quando me lembro) Que vai de nove de julho A vinte e oito de setembro!

Mapa da pátria guerreira

Traçado pela vitória: Cada lista é uma trincheira; Cada trincheira é uma glória!

Tiras retas, firmes: quando O inimigo surge à frente, São barras de aço guardando Nossa terra e nossa gente.

São os dois rápidos brilhos

Do trem de ferro que passa: Faixa negra dos seus trilhos Faixa branca da fumaça.

Fuligem das oficinas; Cal que as cidades empoa; Fumo negro das usinas Estirado na garoa!

Linhas que avançam; há nelas, Correndo num mesmo fito, O impulso das paralelas Que procuram o infinito.

Desfile de operários; É o cafezal alinhado; São filas de voluntários; São sulcos do nosso arado!

Bandeira que é o nosso espelho! Bandeira que é a nossa pista! Que traz, no topo vermelho, O Coração do Paulista!

DIRETOR: Armando Moraes Delmanto

EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes

Contato@diariodacuesta.com.br

Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689

O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios.

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NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU WEBJORNALISMO DIÁRIO

“Dia perfeito”

MARIA DE LOURDES CAMILO SOUZA

Pedrinho acordou cedo sem que sua mãe o viesse acordar como sempre acontecia.

Já tinha sua mochila pronta para o dia.

Correu lavar o rostinho e escovar os dentes e já entrou embaixo do chuveiro cantando, enquanto se lavava.

Estava animado.

Passara toda a semana com o Vô Zico fazendo o papagaio que iam soltar lá no campinho da vila, onde era descampado e seus amiguinhos gostavam de jogar futebol.

Foram procurar as varetas, o papel, a cola.

Cortaram as folhas em pedaços triangulares coloridos passando a cola com o pincel, com cuidado para não estragar o desenho bonito, colaram as varetas, recobrindo-as com finas tiras de papel.

Depois veio a parte divertida da coisa, fizeram anéis coloridos de papel e formando elos, fizeram um grande rabo e colaram na ponta inferior do papagaio.

Fizeram alguns pedaços longos e colaram nas partes laterais como longas franjas.

Ansiosamente e a toda hora ia lá ver se a obra prima estava seca, e já imaginava aquele portento levantando voo, enquanto dava linha do carretel para que aproveitando o vento se elevasse no céu azul.

Vô Zico chegou no seu fusca branco para buscá-lo.

Estacionou em frente a casa e saiu já chamando.

“Pedrinho! Vamos!

Escutou sua voz rascante e alta lá da cozinha, enquanto engolia seu último naco de pão com manteiga e bebia o último gole do café com leite morninho.

Levantou-se arrastando a cadeira e limpando as migalhas de pão da camiseta verde.

E saiu correndo e gritando: -”Estou pronto Vovô!

Pegou as alças da mochila, colocando-a nas costas, foi buscar o papagaio que pegou com muito cuidado para não amassar e o seu cãozinho poodle Nicky não morder o rabo, estragando tudo Correu para fora junto com todos da família: papai, mamãe que levava o bebê no colo que batia palmas.

Todos cumprimentaram o Vô Zico e eles entraram no carro. Saíram se despedindo animados.

Pedrinho tinha colocado a mochila e o papagaio no banco traseiro do fusca, ao lado dos apetrechos de pescaria do avô.

Perto do campinho tinha um riacho, ali iam pescar um pouco.

Pedrinho já tinha arrumado, junto com o avô, umas minhocas de isca que estavam cuidadosamente armazenadas numa latinha.

Os anzóis apoiados no banco traseiro junto com o bornal. Chegaram ao riacho depois de uma viagem de meia hora.

O sol já estava quente, e Pedrinho já estava com seu boné

Vô Zico também trazia em sua cabeça branca o chapéu de palha.

Ficaram ali sentados na beira do rio, pescando até a hora do almoço.

Depois comeram uns sanduíches de frango desfiado no molho, que Vó Carola tinha preparado e bebericaram o suco de frutas gelado da garrafa que trouxeram no isopor.

Guardaram os peixinhos na frasqueira térmica .

Descansaram um pouco sob a sombra de uma árvore.

Pedrinho ficou olhando as nuvens no céu, comparando-as com formatos de bichos.

Vô Zico tirou uma soneca.

Já eram duas da tarde quando seguiram a pé para o campinho ao lado levando o papagaio.

Pedrinho viu feliz que ele primeiro revoluteou e dançou ao sabor de um vento leve.

Subiu e subiu até tocar as nuvenzinhas em forma de anjinhos lá no céu cor de anil, onde brincava de esconde-esconde.

Ficaram ali em estado de êxtase olhando as idas e vindas da pipa colorida.

Voltaram para casa cantando uma daquelas modas de viola que o Vô gostava tanto.

Pedrinho entrou em casa cansado.

Caiu exausto no sofá, adormecendo em seguida.

A mãe e o pai despediram-se do Vô Zico, agradecendo os peixinhos frescos, produto da pescaria de Vô e neto.

Esperaram o fusca virar a esquina acenando.

Pedrinho sonhava com aquele dia perfeito.

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