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O empresário Octávio Guinle, nasceu no Rio de Janeiro, uma das figuras mais célebres da então capital do Brasil.
Seu maior legado foi a fundação do mundialmente famoso Copacabana Palace, em 13 de agosto de 1923. Eleito diversas vezes o melhor hotel da América do Sul pela World Travel Award, o local sempre representou luxo e sofisticação.
Octávio Guinle ajudou a gravar o nome da família na história brasileira. Tudo começou com pai, Eduardo Pallasim Guinle, em 1870, com um armazém no Rio. Os negócios da família se diversificaram para a construção de ferrovias, estradas e o setor imobiliário. A grande virada veio com a concessão para a fundação da Companhia Docas de Santos, cujos lucros fizeram dos Guinle uma das famílias mais ricas do Brasil. Desta maneira, Octávio já nasceu no meio da riqueza.
Seu grande feito, a fundação do Copacabana Palace, ocorreu por solicitação do presidente Epitácio Pessoa, que queria um gran-
de hotel como parte das celebrações do centenário da independência do país. A obra demorou mais do que o previsto para ser inaugurada e enfrentou várias dificuldades, como as ressacas do mar do Rio de Janeiro. No entanto, foi inaugurada com toda a pompa para sua época e tornou-se um símbolo do luxo, elegância e glamour. Não demorou muito e por ali passaram reis, rainhas, celebridades, políticos e milionários - o hotel também possuía um cassino.
Em 1938, Octávio converteu um dos vastos salões do Copacabana Palace no Golden Room, um dos principais espaços para apresentações musicais da época. Em 1946, ele fundou o Bife do Ouro, restaurante de luxo que também funcionava no hotel. O local ainda chegou a abrigar o mais bem equipado teatro da cidade. Ao morrer, em 14 de maio de 1968, Octávio deixou três filhos, Octávio Júnior, José Eduardo (pai de Jorginho Guinle) e Luiz Eduardo (pai da atriz Guilhermina Guinle).
DIRETOR: Armando Moraes Delmanto
EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes
Contato@diariodacuesta com br Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689
A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios.
Contador de histórias, o diretor Otávio Escobar considera-se privilegiado. Escolhido pelos filhos de Jorginho Guinle - Georgiana e Gabriel - para contar a história de seu pai, descobriu um personagem extraordinário. “Ele faz parte do imaginário brasileiro. Sou um homem de 60 anos e como todos da minha geração invejava o playboy que teve casos com todas aquelas mulheres deslumbrantes de Hollywood. Ao me aprofundar na pesquisa, descobri um personagem muito mais rico e complexo.” Jorginho Guinle viveu o apogeu do Rio, nos anos 1940 e 50. Evoca um Brasil mítico, das grandes fortunas. Um Rio que poderia ter sido - grandioso e sofisticado? -, antes que décadas de corrupção e violência reduzissem a cidade chamada de maravilhosa, apesar de toda a sua beleza, ao atual estado de penúria. “Era realmente o meu objetivo, pensar o Brasil a partir de Jorginho e do que representava.” Jorginho ficou famoso como playboy O homem que nunca trabalhou. Seu problema foi um erro de cálculo. Ao esbanjar a fortuna que recebeu de herança, não imaginou que viveria tanto. Dilapidou até o último centavo. Morreu pobre. Seu nome está ligado ao apogeu do Copacabana Pa-
lace, quando o hotel acolheu grandes estrelas - Rita Hayworth, Kim Novak.
Ao amigo que lhe perguntou se havia feito sexo com elas, respondeu - “Não serei eu a desmentir.” Fez-se a lenda. Para contar sua história em Jorginho Guinle - $ó
Se Vive Uma Vez, Escobar adotou o formato do docudrama. “Desde o princípio pensei em quatro pilares - depoimentos, narração em primeira pessoa, música e material de arquivo. Meu pesquisador descobriu preciosidades, como a participação dele, numa ponta em A Lágrima Que Faltou, de Melville Shavelson, com Danny Kaye e Louis Armstrong. Pagar os direitos das músicas, das imagens, nada foi barato. Mas teria sido impraticável, além de mais caro, reconstituir tudo.” Por que Jorginho agora? “Porque estamos vivendo num país dividido pelas fake news e pelo prazer que as pessoas parecem que estão tendo em se ofender e odiar. Pesquisando, ouvi de todas as fontes que ele não tinha inimigos. Era um gentleman. Até nisso acho que Jorginho nos deixa uma lição e evoca um Rio e um Brasil sonhados, que não têm mais respaldo na realidade.” O filme é muito bom. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Saudosismo? Sim. Mas leve, com lembranças boas e retempero para continuar a caminhada...
Em 2005, no Centenário de seu nascimento, publiquei uma edição especial da revista PEABIRU dedicada a ele: “Médico Cidadão”. Na abertura da revista, eu escrevi nas “primeiras palavras”: “Esse o retrato que gostaria de apresentar a todos os botucatuenses: o retrato do Médico Cidadão. O retrato daquele que tinha a profissão, de fato, como um sacerdócio e o exercício da política, como uma tarefa, exatamente isso: uma tarefa a ser cumprida!”
DOIS MOMENTOS:
E, nas “palavras finais”, completando o trabalho sobre sua vida, eu escrevi: “No ano de 1976, eu lançava o meu primeiro livro sobre Botucatu. “Crônicas da Minha Cidade, e fazia a seguinte dedicatória: “Para Antônio Delmanto: meu pai, meu amigo, meu exemplo.” Hoje, é para ele e sobre ele todo o trabalho. Missão cumprida...
Esse trabalho que dedico a meu pai é – com certeza! – o mais importante que escrevi em toda a minha vida e ao qual dediquei todo o meu entusiasmo de filho e cidadão.
Saudades!”
Ontem, passei um bom tempo percorrendo meus registros do passado: fui a Vitoriana onde ele tinha um sítio, onde íamos nos finais de semana; passei na Misericórdia onde ele clinicava e operava; passei no clube (AAB); passei pelo sobrado na Praça do Paratodos; passei pelo Albergue Noturno que ele construiu e doou ao Município Saudosismo? Acredito que sim. Mas uma coisa leve, com lembranças boas e retempero para continuar a caminhada
Para encerrar, vou relatar as palavras registradas no meu livro, lançado em 2010:
“ História da Vitória Política Paulista: 1934”:
“Eu me lembro de um fato ocorrido em 1994, quando eu fui candidato a Deputado Federal pelo PDT de São Paulo, tendo conseguido a legenda graças à interferência do jornalista amigo, Roberto D’Avila, então Secretário do Meio Ambiente do Rio. No absurdo da estrutura política brasileira, os parti-
dos tinham e tem donos e, os não apadrinhados, só participam quando ocorre uma oportunidade dessas... Pois bem, fui até meu pai, político forjado no Partido Democrático, que se transformou depois no Partido Constitucionalista e acabou por formar a base da União Democrática Nacional, para pedir, como sempre, seus conselhos.
Fui direto na minha dúvida: “Olha pai, eu fui convidado para sair candidato pelo PDT a deputado federal Mas, está difícil Eles (do PSDB) estão com a prefeitura municipal (Botucatu), deputado estadual, governador do estado e presidente da república... Está duro. Não sei se vale a pena...”
Eu tinha, na época, os meus 47/48 anos E levei um “pito”! Ele, com seus 89 anos: “Olha aqui, se eu tivesse 10 anos menos, eu sairia candidato. Você tem que levantar a bandeira, rapaz! Senão, como é que vai ter mudança?”
Então, eu me senti deste tamanhinho...
Sai candidato. Foi uma vitória inesperada: 12 mil votos, só em Botucatu! Fui eleito 3º suplente (há + de 20 anos!). Não gastei um tostão... Quer dizer, fui candidato numa época em que não acreditava e a eleição foi uma surpresa... Meu pai me deu aquela lição de cidadania, aquele inesquecível “pito” e...morreu... Morreu em agosto e não chegou a ver o resultado da eleição...
Então, eu repito:
É claro que vale a pena! Vale a pena lutar! Vale a pena viver!
É isso que tenho procurado fazer durante toda a minha vida Confesso que sem o desempenho contínuo que a cobrança paterna me teria feito Mas tenho procurado fazêlo. Este livro faz parte desse esforço.”
É isso.
Saudades!
1– O famoso play-boy brasileiro fez história e ganhou
excelente filme ...
2– Começou a viajar para Hollywood e a paquerar as jovens candidatas ao estrelado. Mas logou partiu, com suas relações sociais, a se aproximar da musas de Hollywood...
5–
E a musa platinada LANA TURNER coroou as visitas das estrelas ao Rio... E tantas e tantas outras , inclusive a “notícia” de que Jorginho teria “conquistado” a atenção de Marilyn Monroe...