Diário da Cuesta
NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU
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A IGREJA PRETA - 1ª IGREJA PRESBITERIANA DE BOTUCATU
Fundada em 1885, pelo Reverendo George Anderson Landes, em 1890 teve sua sede instalada e, em 1935 foi inaugurada a nova sede da atual Igreja, a IGREJA
PRESBITERIANA DE BOTUCATU – A Igreja Preta ! – é data histórica: 138 Anos!
Botucatu está no “meio-dia” da sua existência e de seu progresso...
“Botucatu não se encontra mais na calada da noite e muito menos nas asas da alvorada, uma vez que é uma cidade que já se encontra no meio dia da sua existência e do seu progresso: com sol a pino, que aponta a sua pujança, o seu progresso, tendo tudo de bom que uma cidade pode desejar”.
Reverendo Antonio Coine Página 2
ANO III Nº 872 QUARTA-FEIRA , 23 DE AGOSTO DE 2023
BOTUCATU ESTÁ NO “MEIO-DIA” DA SUA EXISTÊNCIA E DE SEU PROGRESSO...
Reverendo Antonio Coine.
Já é tradicional a participação da ABL – Academia Botucatuense de Letras nas comemorações do Aniversário de Botucatu e a participação do Reverendo Coine , como Orador Oficial da ABL, nas festividades do Aniversário de Botucatu, ficou marcado como importante retrato histórico de nossa cidade. O Reverendo Coine destacou o desenvolvimento da cidade desde 1719, com a criação das fazendas jesuítas que originaram o município
“Queridos Concidadãos: costume, entre nós, quando uma pessoa muito querida aniversaria, parabenizarmos e promovermos uma grande festa celebrativa.
Pois bem!
A nossa querida cidade de Botucatu, comemora, hoje, o seu aniversário. Isso é uma grande alegria e bênção para todos nós.
Porque dissemos: para todos nós?
Porque somos, todos nós, de maneira total e indistinta, filhos dessa amada cidade, que nos acolheu no seu seio como o faz a mãe, quando acolhe seus filhos para dar-lhes proteção, amor e carinho.
E é justamente isso que Botucatu tem feito para cada pessoa que aqui tem chegado e feito dela o seu lar e estabelecido sua família.
É certo que a nossa querida Botucatu, como a vemos hoje, não é a mesma que foi no passado, ou até mais, como já nos escreveram nossos ilustres historiadores, cujos registros se encontram nos fartos e famosos escritos do nosso ilustre concidadão Dr Armando Delmanto e outros historiadores nossos.
Por esse motivo gostaria de convidá-los, neste momento, a que dirijam seus pensamentos em páginas importantes, como se estivessem folheando um álbum de família.
Ali poderemos vislumbrar, na primeira página, o nosso passado.
Mais adiante poderemos nos defrontar com o nosso presente.
E na página seguinte observaremos o nosso futuro, bem como de nossas gerações seguintes.
NO PASSADO
Nos depararemos com os nossos pioneiros.
Ali se encontram as primeiras sementes daquilo que hoje usufruímos.
Se olharmos para o passado, poderemos ver nossa querida cidade de Botucatu retratada de maneira bem simples e humilde, dentro de um sertão incomensurável.
Nas fotos dessa primeira página do nosso álbum teremos a oportunidade de voltar no tempo e ali encontrarmos, primeiramente, os jesuítas, quando, lá pelo ano de 1719, a famosa e elitizada Companhia de Jesus, numa fazenda, havia se estabelecido.
Escreve-nos Armando Delmanto que: Em pesquisas realizadas em Sorocaba, o escritor botucatuense, Hernâni Donato, comprovou que os primeiros botucatuenses nasceram nessa fazenda”. (in “Memórias de Botucatu I”, de Armando M. Delmanto, págs. 16/17, 2ª edição 1995);
O passado da nossa cidade deveria, em muito, aguçar as nossas mentes, nos dias de hoje, para entendermos o seu real valor.
Uma vez que sabemos que esta cidade nasceu sob o signo da cruz, “segundo o Prof. Plínio Airosa, da USP” isso deve nos levar a refletir naquilo que o Supremo Deus, o Criador disse, cerca de dois mil e
EXPEDIENTE
quatrocentos anos atrás, através dos lábios do Profeta Malaquias, que não devemos desprezar “o dia dos humildes começos”.
Ao falar isso Ele quer nos dizer que nele, no passado, foram plantadas as sementes de uma visão futura, daquilo que nossos antepassados, os nossos pioneiros, os nossos colonizadores sonharam para essa cidade: Progresso, Amparo, Proteção, Saúde, Educação, para todos, indistintamente.
Isso quer nos lembrar ainda, que esta cidade, no seu passado, teve aqueles que a fizeram, que a construíram: e foram os braços fortes dos escravos e dos livres; dos proprietários e dos trabalhadores. Todos eles, homens, mulheres e crianças fortes, dignas de serem lembrados e homenageados por nós cidadãos da modernidade.
Pobre povo aquele que não conhece e pouco se interessa pelo seu passado.
Lembramo-nos de uma frase do ilustre educador e pastor presbiteriano que aqui esteve por volta do ano de 1868, Revdo. Prof. George Whitehill Chamberlain, recém formado pela Universidade de Princeton Ele esteve hospedado na casa de Domingos Soares de Barros, pois este estava interessado em conhecer as doutrinas contidas nas Sagradas Escrituras, a Bíblia. Quando estabelecia a primeira Escola Americana, na rua Líbero Badaró, em São Paulo, que se tornaria a hoje Universidade Presbiteriana Mackenzie, Chamberlain uma belíssima e importante frase que se encontra registrada nos livros de história do presbiterianismo: “Nós trabalhamos na calada da noite, mas outros virão ao nosso encontro no alvorecer”. Poderemos, com absoluta certeza, parafraseá-la pensando no que os nossos pioneiros, tais como o Capitão José Gomes Pinheiro, dentre outros, disseram também: “Trabalharemos com afinco na calada de noite, mas outros virão até nós, para nos ajudar, nas asas da alvorada”.
Hoje, queridos concidadãos, Botucatu não se encontra mais na calada da noite e muito menos nas asas da alvorada, uma vez que é uma cidade que já se encontra no meio dia da sua existência e do seu progresso: com sol a pino, que aponta a sua pujança, o seu progresso, tendo tudo de bom que uma cidade pode desejar.
O PRESENTE E O FUTURO
Ao olharmos, agora, para a página do nosso álbum que aponta o nosso presente, entendemos melhor o lugar onde já nos encontramos situados podendo contemplar aquilo que estamos usufruindo. Aquilo que temos recebido, aquilo que tem nos abençoado e nos tem feito progredir.
Quem se encontra no presente, deve também, à semelhança dos nossos antepassados pioneiros, com
DIRETOR: Armando Moraes Delmanto
EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes
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o olhar de agradecimento, ter uma visão do futuro.
Aquilo que usufruímos hoje da honestidade do caráter, como fruto do trabalho laborioso conquistado pelo suor do nosso rosto e abençoado pelo Criador é a base no solo da herança que deixaremos para aqueles que nos substituirão. E essas vidas já se encontram nos ventres maternos, nas crianças que se movem em nossa cidade, nos adolescentes e jovens alegres que caminham festivos e satisfeitos em nossas ruas povoando nossas escolas.
Por isso é necessário que, olhando ao nosso redor vejamos se há ainda uma única pessoa com fome, uma única criança sem a educação devida, alguém desabrigado ou desamparado pelas circunstâncias da vida, e não nos omitirmos.
Não podemos encher os nossos bolsos com as riquezas honestas, pelas quais lutamos e angariamos, sabendo que há fome, falta de educação, abrigo e outras coisas que constituem o bem dos seres humanos, nossos irmãos.
Se bem que podemos dizer com orgulho santo que a nossa Botucatu tem servido de exemplo nessas áreas para outras cidades. Por isso somos chamados de Cidade dos Bons Ares, das Boas Escolas e das Boas Indústrias, e, porque não dizer de Bons e Caridosos Corações.
É certo de que não poderemos nos deleitar tranquilamente na poltrona do nosso sucesso, com a consciência tranquila, enquanto milhares de brasileiros vivem na necessidade. Deus mesmo disse que devemos ser o amparo das viúvas, dos órfãos, dos pobres, dos enfermos, dos estrangeiros e de todos que necessitam da nossa ajuda, do nosso amor, do nosso carinho, da nossa caridade. Por isso, devemos continuar a realizar este grande empreendimento, seja aos nossos munícipes, como também, de outros municípios, aos quais temos estendido nossas mãos com amor cristão. Para quem não sabe, daqui têm saído toneladas de roupas e alimentos para o sustento de tribos indígenas e pessoas carentes em rincões muito afastados da nossa cidade, no Mato Grosso do Sul e, até no Amazonas e Nordeste Brasileiro
Finalizamos usando as palavras do salmista que dizia, há cerca de três mil anos atrás: “Bem-aventurado é o povo cujo Deus é o SENHOR!” (Sl 144.15)
E Deus mesmo nos concita através dos lábios do profeta Jeremias: “Procurai a paz da cidade para onde vos fiz transportar e orai por ela ao SENHOR; porque na sua paz vós tereis paz” (Jeremias 29.7).
Que Deus, o Supremo Criador, Mantenedor e Sustentador do Universo abençoe nossa querida cidade, nossa mãe amorosa.
Parabéns querida BOTUCATU!!! Muitíssimos anos de vida e progresso.”
Acadêmico Reverendo Dr. Antonio Coine, Membro Honorário da Academia Botucatuense de Letras e Pastor Emérito da Igreja Presbiteriana do Brasil.
Acervo Peabiru
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a r t i g o
DOM LÚCIO ANTUNES DE SOUZA: O BISPO
CABOCLO DE BOTUCATU!
DOM LÚCIO ANTUNES DE SOUZA
O nosso inesquecível 1º Bispo Diocesano - DOM LÚCIO ANTUNES DE SOUZA - carinhosamente chamado de BISPO CABOCLO, vamos elencar as conquistas que tiveram Dom Lúcio à frente e que alavancaram o crescimento e desenvolvimento de Botucatu
Importante, sempre, a releitura da HISTÓRIA DE BOTUCATU... O porquê ser chamada de “Cidade dos Bons Ares e das Boas Escolas”!
O TRIPÉ EDUCACIONAL DE BOTUCATU é a origem de tudo.... O famoso TRIPÉ EDUCACIONAL DE BOTUCATU que propiciou a que conquistássemos, anos depois, a FCMBB – hoje UNESP! – representa os pioneiros visionários – Monsenhor Ferrari e Bispo Dom Lucio – que delinearam, com sabedoria, o FUTURO DE BOTUCATU!
Vamos valorizar a nossa PÁTRIA PEQUENA, a NOSSA BOTUCATU!
(do livro “Memórias de Botucatu”, 1995)
ral ( o Nenê Cardoso, Intendente Municipal), o Cel. Raphael Augusto de Moura Campos, o Cel. Amando de Amaral Barros, João Batista de Souza Aranha, Antonio de Carvalho Braga, José Vitoriano Villas Boas e Domingos (Domingão) Gonçalves de Lima.
HISTÓRICO: No início do século, Botucatu já se constituía em importante polo irradiador de cultura e “boca do sertão”, entrada para a imensidão do interior... Na segunda metade do século retrasado, a imigração dos americanos do sul, derrotados na Guerra Civil Americana, propiciou a que Botucatu passasse a ser importante sede do Protestantismo, inclusive com escolas, as melhores, criadas para atenderem à exigente clientela que tinha vindo de outra cultura e de outra realidade.
Mesmo com a diminuição da presença física dos norte-americanos, no início de 1900, Botucatu continuava com a presença forte dos protestantes e sua influência na sociedade botucatuense Esse, acreditamos, o motivo principal da criação da Diocese de Botucatu, que teve no Monsenhor Paschoal Ferrari o seu grande batalhador, sabendo motivar os chefes políticos de então e, com diplomacia, até os protestantes quanto à importância da criação de uma Diocese.
Atestando a afirmativa de que era grande a influência do protestantismo entre nós, basta que se destaque a vinda para Botucatu do Dr. Vital Brasil, trazido pela comunidade protestante local que tinha a sua escola, o seu dentista, o seu cemitério e, por quê não, o seu médico?
No ano de 1904, a 3 de julho, acontecia reunião da Comissão Pró-Instalação do Bispado, na residência do Monsenhor Ferrari. Os presentes : o Cel. Antônio Cardoso do Ama-
Monsenhor Paschoal Ferrari, indiscutivelmente, foi o grande paladino da criação de nossa Diocese. Na ocasião, Botucatu disputou com o município de Itu essa primazia. De se destacar que a família Cardoso de Almeida liderava politicamente São Paulo (Deputado Federal José Cardoso de Almeida) e tinha estreitos laços de parentesco com o Monsenhor Ferrari, além do prestígio sempre discreto mas poderoso do Conde de Serra Negra
A criação de novas dioceses já se fazia necessária : a Diocese de São Paulo abrangia parte do sul de Minas Gerais, todo o Estado de São Paulo e quase todo o Estado do Paraná Após muita luta, sempre tendo à frente o Monsenhor Ferrari, em 1908, Sua Santidade o Papa Pio X, criava a Diocese de Botucatu, com território abrangendo 50% do Estado de São Paulo, limitando-se, ao norte, com o Rio Tietê, ao sul com o Paranapanema, a leste com o Oceano Atlântico e a oeste com o Rio Paraná.
Com a criação da Diocese, foi designado como seu 1º Bispo, D. Lúcio Antunes de Souza, sagrado em Roma, em 15/11/1908, tomando posse na Diocese em fevereiro (20) de 1909, sendo que o Monsenhor Paschoal Ferrari, governou a Diocese em seus primeiros dias.
Dom Lúcio, sem dúvida nenhuma, foi o grande consolidador de nossa Diocese. Sebastião de Almeida Pinto, em seu livro “No Velho Botucatu”, edição de 1955, exaltou a figura do bispo pioneiro : “O primeiro Bispo de Botucatu foi D. Lucio Antunes de Souza, mineiro de Lençóis do Rio Verde, que era secretário do Bispado de Diamantina. Grande figura do clero. O ilustre prelado foi sagrado em Roma, a 15 de novembro de 1908. No dia 20 de fevereiro de 1909, para tomar conta de sua Diocese, chegava a Botucatu o grande pastor. Recepção
estrondosa. Uma verdadeira consagração. A cidade inteira estava na estação. Cinco mil pessoas entusiasticamente saudavam o prelado. Em nome da Diocese, foi ele saudado pelo MM Juiz de Direito da Comarca, o Dr. José de Campos Toledo. Depois, com enorme cortejo, sob o estrugir da `foguetaria, com as bandas tocando alegremente, Sua Excelência Reverendíssima, foi conduzido à residência episcopal. Esta era a modesta casinha existente onde hoje está a Casa das Meninas “Amando de Barros”.
Começou o fecundo apostolado de D. Lúcio, o Bispo Caboclo como era chamado, apesar de sua cultura notável. Pela sua simplicidade, pela sua modéstia e disposição para viajar pelos sertões, pelo amor que tinha aos trabalhos agrários, D. Lúcio era mesmo um Bispo caboclo. Graças aos seus esforços, criaram-se novas paróquias e construiram-se muitas igrejas. Tivemos o Seminário e o Palácio Episcopal. Trouxe o Colégio dos Anjos, que se transformou nesse magnífico e modelar educandário que é o Instituto Santa Marcelina. Esta casa de ensino é um dos motivos de orgulho, aliás justo orgulho, dos botucatuenses. D. Lúcio executou um sem número de obras, desenvolvendo o progresso espiritual e intelectual da zona, atingindo índices que não podem ser expressos por cifras, porque não são construções materiais que se avaliam aos metros ou às toneladas. Justas são as palavras que um historiador a seu respeito escreveu : “Grande Bispo, Grande Homem ! Não são demasiadas as homenagens que a cidade lhe prestou dando seu nome a uma vila, a uma das principais avenidas da urbe e a um dos seus grupos escolares.
TRIPÉ EDUCACIONAL DE BOTUCATU É o famoso TRIPÉ EDUCACIONAL que possibilitou a que Botucatu merecesse o slogan: «Cidade dos Bons Ares e das Boas Escolas» O famoso “Tripé Educacional” proporcionou a que conquistássemos, anos depois, a FCMBB - hoje UNESP! E na construção dessa realidade educacional, dois nomes se destacam: Monsenhor Paschoal Ferrari e Dom Lúcio Antunes de Souza!
1) 1910/1911 - ESCOLA NORMAL “Dr. Cardoso de Almeida”; 2) 1912 - Colégio dos Anjos/Santa Marcelina; 3) 1913 – Colégio Diocesano”Nossa Senhora de Lourdes/La Salle
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Dona Ziza
Maria De Lourdes Camilo Souza
Perto de nossa casa ali na Cardoso, subindo a rua da Igreja Presbiteriana, vivia uma senhora, a D. Ziza.
Era já de idade avançada, eu a via como austera, estava sempre de roupas escuras.
Acho que nunca conversei muito com ela.
Estes dias acabei fazendo uma descoberta bem interessante, entre os cadernos deixados por minha mãe, aliás um vício que eu também tenho.
Os meus são um pouco diferentes dos dela.
Ela tinha cadernos de receitas.
E numa coisa somos bem parecidas.
Ela começava os caderninhos com receitas de comida, muito bonitinhos com sua letra bonita inclinada, muito uniforme.
A parte detrás dos cadernos eram receitas de remédios caseiros, pontos de crochê ou tricot, simpatias para vários males.
Ela recortava alguns informes de jornais ou revistas e os colava nos cadernos.
Tanto de receitas de comidas, doces, bolachas, pães, geléias, e sempre anotava o nome da amiga ou parente que forneceu a receita.
E na parte de trás eram pomadas, garrafadas de ervas, banhos para alguns males, simpatias ensinadas pelas suas inúmeras amigas.
Endereços úteis, telefones.
Recortes de jornais sobre lugares onde encontrar peças para conserto de bonecas, material de artesanato.
Um caderno era sobre suas aulas de artesanato no Colégio Santa Marcelina.
Ela tinha o costume de manter as amizades por perto, fazia visitas, e nos levava junto.
Mandávamos cartões de Natal.
E consequentemente recebíamos. Estes cartões eram guardados carinhosamente em latas daquelas bolachas amanteigadas importadas, lindamente decoradas que tínhamos ganho de presente.
Enviávamos telegramas de pêsames aos que tinham perdido algum membro da família e não pudemos estar presentes. Mantinhamos os contatos sociais pessoalmente.
Depois surgiu o telefone e a TV, as visitas foram se espaçando um pouco.
Voltando á Dona Ziza, sua amiga, era frequentadora da Igreja Presbiteriana.
Esta semana encontrei um caderno que ela deu para a minha mãe, a Filhinha, como era o apelido da minha mãe.
Descobri que tinha muito carinho e cuidado por ela e nesse caderno fez um tipo de dedicatória e escreveu algumas orações nas folhas seguintes.
Minha mãe tinha fases depressivas e procurava auxílio nas orações.
D. Ziza percebeu seu sofrimento, e carinhosamente a ajudava, dentro da doutrina cristã com palavras de alento.
Senti-me muito grata a ela por essa ajuda e carinho, que eu creio mantinha em segredo, como deve ser a caridade cristã.
Deus a tenha em seu santo lugar, cara D. Ziza.
ARTIGO
Diário da Cuesta 4
LEITURA DINÂMICA
O IDEALIZADOR DA DIOCESE DE BOTUCATU:
MONSENHOR PASCHOAL FERRARI !
Monsenhor Paschoal Ferrari, indiscutivelmente, foi o grande paladino da criação de nossa Diocese. Na ocasião, Botucatu disputou com o município de Itu essa primazia. De se destacar que a família Cardoso de Almeida liderava politicamente São Paulo (Deputado Federal José Cardoso de Almeida) e tinha estreitos laços de parentesco com o Monsenhor Ferrari, além do prestígio sempre discreto mas poderoso do Conde de Serra Negra
A criação de novas dioceses já se fazia necessária : a Diocese de São Paulo abrangia parte do sul de Minas Gerais, todo o Estado de São Paulo e quase todo o Estado do Paraná. Após muita luta, sempre tendo à frente o Monsenhor Ferrari, em 1908, Sua Santidade o Papa Pio X, criava a Diocese de Botucatu, com território abrangendo 50% do Estado de São Paulo, limitando-se, ao norte, com o Rio Tietê, ao sul com o Paranapanema, a leste com o Oceano Atlântico e a oeste com o Rio Paraná. Com a criação da Diocese, foi designado como seu 1º Bispo, D. Lúcio Antunes de Souza, sagrado em Roma, em 15/11/1908, tomando posse na Diocese em fevereiro (20) de 1909, sendo que o Monsenhor Paschoal Ferrari, governou a Diocese em seus primeiros dias. Página 3
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