Diário da Cuesta
No mês setembro (dia 1º) se comemora o aniversário da consagrada pintora Tarsila do Amaral que juntamente com Anita Malfatti ocupa o destaque maior entre as pintoras brasileiras. Página
NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU ANO III Nº 880 SEXTA-FEIRA , 01 DE SETEMBRO DE 2023 Acompanhe as edições anteriores em: www.diariodacuesta.com.br
TARSILA
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DO AMARAL
A R T I G O
Guido Bissacot
Diversas senhoritas consultaram-me sobre a nova técnica do violão. Por meio deste jornal vou responde-las, apesar do pouco que sei.
O violão é de origem napolitana. Seu verdadeiro nome é guitarra. Existem de seis, nove e doze cordas, porém o mais comum é o de seis.
O encordoamento deve ser feito assim: as três cordas cantantes (mi-si-sol) deverão ser de tripa e os três bordões (baixo – mi- lá – ré) de seda. É esse o usado na Europa pelos grandes violonistas. Com essas cordas o instrumento produz som muito agradável, ao passo que com o encordoamento de aço produz som metálico.
No Brasil usam-se muito as cordas de aço; produzem também um belo som, mas, para isso conseguir depende muito da delicadeza no ferí-las.
Há violonistas que querem fazer do violão uma banda de música, forçando o instrumento. Nesse caso, então, torna-se metálico, rústico, sobretudo quando o encordoamento é de aço. N’\ão pode ser forçado; o som deve ser natural, de conformidade com a caixa harmônica, que é pequena, tanto que é chamado instrumento de salão, devido ao som baixo que produz.
O violão, há muitos anos atrás era considerado medíocre para a execução de músicas clássicas, mas, o imortal maestro Francisco Tarrega, genial criador da nova técnica, elevou alto o instrumento.
Segundo a nova técnica de Tarrega vamos começar as explicações pelo modo de segurar o violão. Ele deve ser apoiado sobre a coxa da perna esquerda. O cabo ou braço deve ficar mais alto que a espadua esquerda, sendo que essa posição torna-se melhor pondo embaixo do pé esquerdo um banquinho de 20 a 25 centimetros de altura. Fica, então, preso entre o peito e o ante-braço direito, e ficando, assim, livres as duas mãos. O polegar da mão direita não é ocupado nas cordas, ficando embaixo do braço ou cabo escondido na palma da mão. A mão direita tem hoje uma posição muito diferente, sendo impossível explicar aqui.
A dedilhação da mão direita é o principal. Havendo vícios não se poderá tocar bem.
EXPEDIENTE
O Violão e a Técnica Moderna
Uma de suas principais dedilhações e talvez a mais difícil para o principiante é a do “stacato” rápidp, na qual se empregam os dedos indicador e médio, alternados. O polegar dessa mão só é ocupado nos baixos e acordes, no canto ele é proibido.
As notas ligadas são feitas com a mão esquerda auxiliada com a direita, mas, ao passo que se deve liga-las somente com a mão esquerda, porque introduzindo-se a mão direita talham-se as ligaduras. Essas notas ligadas somente com a mão esquerda são feitas por meio de ecos. O eco faz dando a vibração de uma corda e apoiando em seguida, com força, um outro dedo, na corda que segue (sem auxílio da direita). No nosso fraco modo de pensar, no violão não existem posições como no violino. Porque é um instrumento de acordes. Nesse caso, então, quantas posições não teria o piano? O violonista F. Cozzuli diz no seu método que o violão tem cinco posições, sendo fá, sol, lá, si e dó. O violonista Antonio Navajas diz diferente: considera posições as pestanas. Mais uma vez diremos: não tem posições.
Muita gente pensa que ré menor, dó menor, etc, são posições. É puro engano, são acordes. Sendo o violão um instrumento de acordes deve-se procurar executar nele músicas ricas de harmonia, sendo esse o estilo que mais agrada, isto na nossa opinião.
Antigamente, o violão requeria acompanhamento, mas, hoje, com a nova técnica, ele faz o canto e o acompanhamento ao mesmo tempo. Existem músicas para dois, três e mais violões, mas é muito raro em concerto.
O violão não é o instrumento mais difícil como muita gente crê. Pensamos não haver um instrumento mais difícil que o outro. No Brasil, principalmente nas cidades pequenas, são poucos, ou não existem bons professores de violão. Todos aprendem sem mestres, com auxílio de métodos práticos e de ouvido. A dificuldade está aí porque aprendendo de ouvido e viciado, será impossível tocar bem o instrumento. A Espanha é o país que tem dado os maio -
DIRETOR: Armando Moraes Delmanto
EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: GRAFMAIS/ Edil Gomes (14.99609-2337)
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Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689
res violonistas porque lá existe conservatório para esse instrumento, sendo ele lá muito apreciado e cultivado. Acreditamos que ele seja pobre e ingrato.
Atualmente existem muitas traduções de obras clássicas para violão. Aconselhamos as de F. Tarrega, A. Segovia, Sor, Aguado, Diabelli, Carcassi, porque são bem traduzidas. Devem ser evitadas as traduções com dedilhações erradas, como temos visto algumas, porque viciam o principiante, e, ao inverso disso, os bons métodos ensinam muito. É necessário também que o violão seja bom, de afinação perfeita e de sonoridade. Temos em São Paulo um bom fabricante de violões, o sr. Romeu Giorgio. Esses violões são feitos de acordo com a nova técnica e de muita sonoridade. Às senhoritas que me consultaram aconselhamos esse fabricante e quanto a métodos, devem ser preferidos o Aguado e Carcassi. Existem outros métodos de técnica antiga, nos quais também se encontram bons exercícios.
O principal é começar sem vícios e por música, procurando, em primeiro lugar, conhecer todo o braço do violão (por música). É necessário também saber que não se deve pensar que em dois ou três anos fica-se violonista.
Victória, 7 de janeiro de 1933
NOTA: Artigo escrito pelo consagrado músico botucatuense, Guido Bissacot, diretamente do Distrito de Victória (Vitoriana) onde nasceu e ainda residia, para o “Jornal de Notícias”, de 12/01/1933. A Revista Peabiru após pesquisa no Acervo Histórico do Centro Cultural descobriu este que talvez seja o único artigo escrito por Guido Bissacot que ensinou música para muitas gerações de jovens botucatuenses. Guido Bissacot (1903/1971) tocava vários instrumentos, mas foi no violão clássico que se destacou, realizando concertos e recitais por todo o Brasil. Entre suas composições destacam-se: Marlene, Marilene, Norma, Marisa, Marilu, Choro em Lá, Choro em Ré, Parafusando, Gemido de Violão, Marcha, Variação sobre a Marcha Triunfal Brasileira, Noites Sevilhanas, Noturno op. 1 e Torre de Vitoriana.
ILUSTRAÇÃO: é de autoria de nosso colaborador José Sebastião Pires Mendes a ilustração de Guido Bissacot. (AMD)
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MARIA DE LOURDES CAMILO SOUZA
Experimente um dia viajar pela estrada de Santos, com um ótimo motorista, daqueles que se prepara para lhe proporcionar uma deliciosa viagem. Ele prepara o carro, abastece, revisa pneus, mandar lavar os vidros, verifica o óleo. Faz uma seleção das melhores músicas, prepara um bornalzinho com balinhas, bolachinhas, lanchinhos, água...
Verifica se o ar condicionado está funcionando bem. Se atrasa pelo menos meia hora para arrumar as bagagens, mas coloca tudo de maneira perfeita no bagageiro. Todos a bordo, bem instalados?
E lá vamos nós...
Dá a partida, liga o som, olha pelo retrovisor, e a aventura começa. Vamos pela estrada que vamos apreciar melhor a paisagem. Chegando na cuesta vai num ritmo que todos possam ver as maravilhas ali expostas. Ensina as crianças, dá os dados de cada lugar. Ensina como dirigir na chuva, sobre o melhor uso dos faróis na estrada. Se encontrar um lugar perto da mais bonita paisagem estaciona com segurança para que todos possam apreciar melhor a beleza do lugar.
E descem todos respirando o ar puro. Minutos depois seguimos viagem. A música vai tocando suave... O saquinho com as balas passando de mão em mão.. São muitas horas de viagem, então quando vê se aproximar um bom posto na estrada, pergunta se alguém precisa ir ao banheiro. E pára ali sem pressa para que todos possam movimentar as pernas. E voltando á estrada continua com segurança e determinação mas sempre apreciando o caminho, a companhia...
Conhece bem as estradas, sabe cada lugar turístico e vai citando sem afetação de quem se vangloria, apenas mostra.
Respeita o sono dos passageiros, diminuindo o som, mudando para uma música tranquilizante.
Passando por São Paulo já estão todos mais animados, logo estaremos chegando Santos, praia, sol, caminhadas na orla com os pés nus na areia... Já vamos antevendo os próximos dias felizes.
As curvas da estrada de Santos, a vegetação, a Biquinha, os túneis e logo o mar...
O cheiro da maresia, aquele calor, e toda aquela beleza se descortinando aos nossos olhos.
Conheci um dia um motorista assim que nos levou pelas estradas de Santos.
Diário da Cuesta 4
“Se você pretende Saber quem eu sou Eu posso lhe dizer. Entre no meu carro
Na estrada de Santos E você vai me conhecer”
EsporteDestaque em
Botucatu receberá a Seleção
Brasileira de Futsal Down
Equipe passará três dias em nossa cidade realizando diversas atividades
Botucatu segue sendo exemplo de inclusão, tendo o esporte como sua grande ferramenta social.
Um dos grandes exemplos é o INCAS, projeto de futsal Down DI de Botucatu, que vem realizando partidas amistosas e conquistando cada vez mais, novos admiradores.
No último sábado (26), a equipe viajou até Campinas para um amistoso contra o time da Ponte Preta S21 de futsal down. Aequipe campineira é a atual campeã da Copa do Brasil de futsal.
A Ponte conta com treinadores coordenadores e o melhor jogador do mundo de futsal Down, Renato Gregório, faz parte da seleção brasileira de futsal Down, que se prepara para a disputa da Copa América de futsal este ano.
Isac Rodrigues, treinador do projeto comentou a respeito do resultado do jogo, que foi 12 a 8 para Ponte Preta. “No momento o placar é a última coisa que importa. O projeto vem mostrando evolução, e o Instituto Suman iniciará no próximo mês uma turma voltada somente para o treinamento de competições da modalidade”, comentou.
“A integração entre professores, voluntários, pais e alunos foi perfeita, assim conseguimos proporcionar uma viagem incrível a toda equipe de Botucatu, principalmente aos atletas. Ao chegar em Campinas fomos muito bem recepcionados por toda a equipe da Ponte Preta e seus familiares e coordenadores, o carinho e cuidado nos fizeram sentir como se fossemos atletas profissionais”, concluiu Isac.
Na sequência à partida em Campinas, foi anunciado nessa semana que a Seleção Brasileira de Futsal Down, estará em Botucatu nos dias 1º,2 e 3 de setembro para uma série de atividades.
Nesta sexta-feira (1º), atletas e dirigentes estarão a convite da Associação Atlética Botucatuense, visitando o clube e conhecendo a estrutura, onde a equipe da casa treina diariamente.
A atividade faz parte da clínica a ser desenvolvida nestes dias, onde constam palestras, treinos e jogos amistosos, que integram a preparação do selecionado para as próximas competições.
Vinícius Alves
O clube vai recepcionar a delegação do país, de acordo com as prioridades estabelecidas pela Confederação Brasileira de Desportos para Deficientes Intelectuais.
O presidente da AAB, Cacá Deléo, ressaltou a importância quando se refere a inclusão, trazendo essa clínica para todos de Botucatu e região:
“O futsal é uma modalidade esportiva que encanta a todos, e a Seleção Brasileira de Futsal Down, com toda sua dedicação e talento, certamente representa uma fonte de inspiração e superação para todos os apaixonados pela nossa modalidade. A AAB sente-se honrada em poder receber esses grandes atletas e ser palco de momentos memoráveis em prol da inclusão e do esporte”, salientou o presidente do clube.
Além dos atletas e comissão técnica da seleção, o INCAS Futsal Down, também estará presente no evento. O projeto conta com 40 alunos, dos sexos masculino e feminino de todas as idades.
A APAE de Botucatu, também estará presente com os alunos, professores e pais, acompanhando e interagindo com todos nessa que ação ocorrerá durante todo o final de semana no clube.
Confira a programação completa:
Dia 01/09 (sexta-feira)
Chegada ao Clube, acompanhamento do treino da equipe de futsal AAB e Coletiva de imprensa com o Cleiton Monteiro – Técnico da Seleção Brasileira e dirigente da Confederação Brasileira de Futsal de Down.
Dia 02/09 (sábado)
Treino a partir das 10h no Ginásio 2 da AAB. Os jogadores do INCAS Futsal Down, participarão do treino junto à Seleção Brasileira. No período da tarde às 15h, palestra com o Cleiton Monteiro – Técnico da Seleção Brasileira e dirigente da Confederação Brasileira de Futsal de Down, na sala de audiovisual da AAB.
Dia 03/09 (domingo)
Amistoso de integração a partir das 10h entre INCAS Futsal Down e AAB (Sub14-B) e após a Seleção Brasileira de Down contra a AAB (Sub14-A), no Ginásio 2 da AAB.
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