Edição 890

Diário da Cuesta

DANTE ALIGHIERI

Há 700 anos morria o poeta Dante Alighieri – pai da poesia e da língua italiana -, no dia 13 de setembro de 1321, em Ravenna/Itália. Página 2

COQUETEL DE LANÇAMENTO DA COLETÂNEA

LITERÁRIA 2023, DA APEB, DIA 14 DE SETEMBRO

NA AAB

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SUCESSO NO LANÇAMENTO DA COLETÂNEA LITERÁRIA

Lançamento cultural de sucesso, em 2022, da Coletânea Literária da APEB teve destaque no Diário da Cuesta.

5 Dia 21/10/2022 na Associação Atlética Botucatuense

Lançamento da 30a edição da Coletânea da APEB - Associação de Poetas e Escritores

Diário da Cuesta

Botucatuenses

Maria De Lourdes Camilo Souza Chegamos ao Clube um pouco antes das 20 hs, e já ouvíamos o som de música alegre. O alvoroço das pessoas chegando para a solenidade. Meu coração saltou alegre do peito, relembrando as inúmeras vezes que frequentei aquele clube, e o motivo tão importante para mim nessa ocasião. Logo na entrada assinamos o livro de presença e subimos os degraus para o salão 1, que já estava quase lotado. Vi as pessoas que lá estavam entusiasmadas ouvindo a música alegre da banda do Bolinha que a regia animado em pé sobre o pequeno palco. Escolhemos uma mesa e nos sen- tamos, olhando tudo e todos, procu rando rostos conhecidos. Numa mesa próxima a nossa um menino em pé dançava completa mente envolvido ao som da música. As garçonetes serviam as pes soas. Tudo em agradável harmonia. Vimos chegar algumas autori dades, como alguns vereadores e a Secretaria da Cultura de Botuca tu, Cris Cury Ramos, prontamente saudadas pela Presidente da APEB, Jenifer Almeida Donida , elegante mente trajada em um longo azul. Após a agradável e muito aplaudi da apresentação da banda, tivemos dança do ventre e Flamenga. Um dos autores, muito jovem fez um surpreendente monólogo. Começou então a solenidade. Narraram a história da APEB e seus fundadores. O discurso emocionado da presi- dente, a presença dos membros da Diretoria, as autoridades presentes. Começaram então a entrega dos livros da coletânea aos autores pre-

sentes. Fui agradavelmente surpreendida com a presença de autores muito jovens, talentosos, participando dessa memorávelFinalmentecoletânea. recebi meu livro das mãos da vereadora Alessandra Lucchesi de Oliveira. Não me cansava de admirá-lo, manuseá-lo, mostrá-lo. Nem em meus sonhos mais loucos pensei que um dia chegaria a ter em minhas mãos uma coletânea onde algo escrito por mim estivesse entre os mais laureados autores da nossa cidade, quiçá conhecidos mundialmente como Alcides Nogueira Voltei para casa segurando firme junto ao regaço os livros e levitando entre nuvens suaves e macias, ainda duvidando de trazer um velho sonho de menina para a mais incrível realidade.

APEB lança amanhã sua coletânea literária

A Associação dos Poetas e Escritores de Botucatu, com 31 anos de atuação, lança a Coletânea Literária 2023, às 20 horas no Salão PUB da Associação Atlética Botucatuense. São 65 autores que trazem trabalhos reunidos durante o ano. O livro conta com o apoio na edição da Prefeitura Municipal de Botucatu, foram impressos 400 exemplares e tem 240 páginas

Já é uma tradição o lançamento no segundo semestre de cada ano, nessa edição com apresentação do padre, professor e poeta Nelson Maria Brechó da Silva e o prefácio do Prefeito de Botucatu Mário Pardini.

A capa é da fotógrafa Eliete Soares em que capturou o momento de uma abelha recolhendo o polém de uma flor que será transformada em mel, para finalizar o epílogo do escritor Edil Gomes, que trazemos a seguir:

“A abelha é tão pequena, mas faz um trabalho importante, ela poliniza as plantas para que venham os frutos e ainda produz o mel.

Nessa edição ela foi a nossa mascote e homenageada em lugar de destaque, na capa, afinal estamos próximos da primavera.

Assim como cada verso das páginas dessa coletânea, cada um fez o seu texto, retirou e transformou, esses pensamentos pousarão em outros lugares e se transformarão, gerando novas ideias, resgatando lembranças, trazendo esperanças que saiu dessa flor.

Cada um do seu jeito, com a sua forma de expressar conseguiu sintetizar o seu pensamento em palavras que agora se materializou e a qualquer tempo poderá ser relembrado ultrapassando gerações.

Foram mais de 60 personagens dessa história, sei que não foi fácil, pois cada momento de nossa vida são fases boas ou ruim e isso nos transforma e nos impulsiona para aprender com os erros e no final ter o gosto do mel do sucesso alcançado.

Parece uma simples abelha, mas sem ela não teria a primavera e sem você não teria essa coletânea que celebra os 31 anos da APEB.

Parabenizamos a todos que com a união fortalecem a Associação dos Poetas e Escritores de Botucatu.”

EXPEDIENTE

DIRETOR: Armando Moraes Delmanto

EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes

Contato@diariodacuesta.com.br

Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689

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Dante Alighieri

Dante, um dos maiores ícones culturais do Ocidente, morreu há exatos 700 anos. Era 13 de setembro de 1321 quando a cidade de Ravenna, na Itália, testemunhou a morte do poeta Dante Alighieri, considerado um dos pais da poesia e da língua italiana.

Ele foi muito mais do que um literato: numa época onde apenas os escritos em latim eram valorizados, redigiu um poema, de viés épico e teológico, “La Divina Commedia” (A Divina Comédia), que é uma das obras-primas da literatura universal e um dos pontos mais altos atingidos pelo espírito humano. Ela se tornou a base da língua italiana moderna e culmina a afirmação do modo medieval de entender o mundo.

Dante foi condenado ao exílio pelo novo governo de Florença. Se fosse capturado por soldados da cidade seria queimado vivo. Após passar por vários principados, em 1318, ele foi convidado para ser hóspede de Guido Novello da Polenta, príncipe de Ravena, onde morreu em 1321, o mesmo ano em que terminou de escrever os versos do Paraíso, a parte final de sua obra-prima, a Divina Comédia.

Essa obra foi originalmente intitulada Comédia e mais tarde foi rebatizada com o adjetivo Divina pelo grande escritor Boccacio.

OS ENCANTOS DECORRENTES DE UM LIVRO

Elda Moscogliato

No meu último aniversário natalício, entre os muitos abraços e presentes recebidos, uma das manas aproximou-se dando-me com os cumprimentos cheios de afeto, um delicado volume envolto em belo e fino papel:

- Você gosta de leituras, por isso comprei-lhe o último livro da Sra. Leandro Dupré. Não conheço o seu conteúdo mas assegurou-me o Carlos Rosa, da Livraria São Francisco, que você vai gostar dele. Fala de Botucatu das primeiras décadas deste século.

- De Botucatu? Da Zezé Monteiro?

Mamãe adiantou-se com viva elasticidade de gestos e, com privilégios tríplices de mãe, de leitora inveterada e de quase contemporânea da autora, arrebatou-me o volume. O livro passou-me pelo nariz sem nem sequer ver-lhe eu a capa e nem tão pouco, o titulo.

Daí por diante, foi um suceder de dias alegres quando, nos intervalos dos afazeres do almoço e do jantar o livro era lido em deliciosos instantes entremeados de velhas recordações, num jogo cerrado de memórias entre ela e papai.

Numa feita, o livro escondido debaixo do travesseiro para defender a incolumidade da sua inteira leitura, sumiu. Papai achara-o e o contrabandeara para o seu pequeno escritório, a fim de lê-lo nos intervalos das aulas de musica, enquanto aguardava o horário dos alunos.

Sob determinações severas de que não chegara a última página, ele voltou às mãos da leitora:

- Seu pai lê o livro depois!..

Sucediam-se as memórias e os diálogos entre os dois:

- Você se lembra de D. Rosinha, a mãe dela?

- Se lembro. Já velhinha, ela ficava à janela junto a D. Nicota na sala da casa velha que cedeu seu lugar ao que é hoje o Peabiru..

- Eu conheci de vista, o Capitão Monteiro...

Eu me lembro da irmã Guiomar, de que a autora fala. Era linda, elegante! Tinha fazenda nos arredores. Quando vinha à cidade, vinha a cavalo, em traje

de montaria, muito bem talhado, de botas, relho na mão enluvada. Tinha um porte altivo, independente, rijo. Sentada no selim, à moda da época, seu perfil se destacava na sombra do chapéu amplo, de abas largas ... No poeirão da Rua Curuzu, a caminho da cidade, era ela o tipo refinado das damas românticas da “belle époque” que de quando em quando ainda vemos nos filmes clássicos

E no comentário das páginas lidas, feito às refeições, nós os filhos, uma vez mais nos integramos emocionalmente nos velhos tempos de Botucatu antigo que a Sra. Leandro Dupré, no seu estilo próprio agora também ditado pelas recordações familiares nos traz à baila, sem o prever contudo, que em meus pais. seus leitores botucatuenses, ela tem as melhores testemunhas do que afirma com relação à vida citadina daqueles tempos e mais ainda, tem neles, os seus mais sinceros e ardorosos críticos.

Eles não pertenciam à classe social da autora. Eram modestos. de vida simples. Mas acompanhavam como espectadores atentos, a vida social da época...