Edição 901

Page 1

Diário da Cuesta

NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU

Acompanhe as edições anteriores em: www.diariodacuesta.com.br

LAGEADO: ESTRAGOS DA CHUVA!

A Fazenda Lageado foi um dos locais mais afetados pela tempestade que caiu sobre Botucatu no final da tarde de sábado, 23 de setembro. Diversas estruturas cederam, como um an�go barracão de madeira localizado na área histórica, no terreiro do Museu do Café. Uma árvore caiu ao lado da sede da Fepaf- Fundação de Estudos e Pesquisas Agrícolas e Florestais. Alguns departamentos também �veram danos, principalmente no telhado. Outras estruturas foram afetadas como o telhado do barracão do Centro de Raízes e Amidos Tropicais-Cerat, que foi parar no terreiro de café. A chuva causou estragos nas seguintes bairros de Botucatu: Jardim Ouro verde, Cambuí, Jardim Flamboyant, Monte Mor, Vila dos Lavradores, Vila Antár�ca, Jardim Paraíso, Estrada Municipal Alcides Soares, Jd. Itamara�. (Vídeo, fotos e texto do No�cias.Botucatu)

ANO III Nº 891 TERÇA-FEIRA , 26 DE SETEMBRO DE 2023

A BELEZA DAS BORBOLETAS

Tudo o que é visível é expressão, toda natureza é imagem, é linguagem escrita. A sensibilidade para a linguagem da natureza, a sensibilidade para a diversidade que a vida criadora em toda parte apresenta e o desejo ardente de saber a sua explicação são tão antigos quanto o próprio homem. Nós hoje parecemos imensamente tão distantes da veneração da natureza. Mas, apesar de tudo, deve ser um erro julgar que nós e toda humanidade atual somos incapazes dever a natureza com devoção.

Eder Trezza era um filatelista que amava a natureza em todo o seu aspecto. Principalmente, a beleza das borboletas. Transformava esse amor telúrico pelas borboletas em linda coleção de selos. Frequentador assíduo, das reuniões do Departamento Filatélico do Centro Cultural, onde, poeticamente, explicava, aos demais colecionadores, os mais diversos tipos desses lepidópteros existentes em todo o universo. Era dotado de uma alma cordialíssima, um apaixonado pela natureza que levam o homem à bem aventurança ou à sabedoria. Um deles, o mais singelo e ingênuo, é o caminho de assombro diante da natureza e de observação respeitosa de sua linguagem. Por isso é que apreciava a coleção de selos sobre borboletas, pássaros, aves etc...

Gostava de dizer um verso de Goethe: “Existe para admirar”. Começar admirando e terminar admirando, não é, no entanto, um caminho vão. Ainda que admire o musgo, um cristal, uma flor, um inseto dourado, ou um céu com nuvens, o mar com suas gigantescas ondas, uma asa de borboleta com a composição de suas rugas cristalinas, a forma e a moldura de suas bordas, a escrita e os ornamentos múltiplos de seu desenho e as transposições e matizes infinitamente suaves e encantadores das suas cores.

Em nossas tertúlias filatélicas, divagava, afirmando que na observação da natureza a alma pode passear, pois são um paraíso repleto de formações belas e gentis, dispostas em harmonia, sem serem demais meticulosas.

Sobre as rutilantes asas douradas, partiu o Prof. Trezza, companheiro filatelista; já brilha mais esmaecida a luz crepuscular, pouco a pouco se apaga o ouro avermelhado e quase toda a magia fica no brilho da eternidade!

DIRETOR: Armando Moraes Delmanto

EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes

O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios.

Diário da Cuesta 2
EXPEDIENTE
NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU WEBJORNALISMO DIÁRIO
Contato@diariodacuesta com br Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689

Momentos Felizes

“FUNICULI FUNICULÁ X CANICULI CANICULÁ”

Era um fi nal de tarde ensolarado..., última tarde de inverno com sol escaldante no início da Primavera. Entendidos em assuntos atmosféricos diziam ser inusitado registros em torno de 31/33ºC nesta época do ano. Mesmo com essas temperaturas ele não perdia a vontade e nem o gosto de escrever. O que faltava era assunto. Andou pela casa grande, pelos jardins e nada surgia em sua mente capaz de preencher míseras quarenta linhas. Recolheu-se à biblioteca e lá se encontrava em um canto, esquecido, velho baú. Estava ali a musa inspiradora para esta crônica. Garimpando o que havia sido ali guardado há muito tempo, verdadeira sepultura de discos de vinil. Lembrou-se possuir uma vitrola movida a eletricidade, uma agulha rombuda que esperava uma oportunidade para cumprir sua missão. Feito um teste a vitrola funcionou e uma limadura rápida de esmeril deixou a agulha em condições razoáveis de uso. Dentre os veteranos discos, um LP de 33 1/3 rpm da RCA, selo vermelho, chamou a sua atenção e aguçou o desejo de ouvir. Tratava-se de uma alegre/festiva canção italiana intitulada “Funiculi Funiculá” de autoria de Giuseppe “Peppino” Turco (1846-1903), música de Luigi Denza (18461922) na voz imortal de Sérgio Franchi, com orquestra (1966). Letra e música eram próprias para um fi nal de inverno. Na cidade,  nessas noites de  calor intenso era comum as famílias reunirem-se na praça principal onde a Banda do Salim entoava além das músicas típicas engatava o “Funiculi

Funiculá” para alegria geral. Crianças grandes e pequenas em grandes alegrias, cantavam e dançavam com a música na maior confraternização.

Italianos presentes diziam que a música era para confraternização universal. Oxalá !. Ele gostava de ouvir essa canção – era da sua juventude e conhecia alguns rudimentos da letra e da música. Da mesma maneira empolgava-se ao ouvir o povo, amigos, parentes e conhecidos entoarem em uníssono o “Funiculi/Funiculá”. Na sua imaginação girava a oportunidade de uma possível adaptação da letra original ao momento presente. Assim surgiu o “Caniculi Caniculá” que para ele dava na mesma coisa. Quer divertir-se ? – cante o “Caniculi/Caniculá”. O sol forte não irá estranhar a mudança do título e nas estrofes do Autor Peppino. Para não maltratar o italiano ele preferia a música sem se importar com a letra. O sol já procurava a linha do horizonte deixando no céu um tom alaranjado. O vento sul fez um volteio e soprou levemente a copa das árvores trazendo o aroma orvalhado e gostoso das fl ores noturnas,  sedentas de sereno. Estrelas  no céu e luzes artifi ciais brilham e enfeitam as ruas da cidade e assim, não havia mais razões para cantarolar “Funiculi

Funiculá” ou assobiar “Cuniculi Cuniculá”. Desligou a vitrola, guardou o disco, fechou novamente o baú das saudades, apagou as luzes da casa grande e nas orações da noite agradeceu a Deus, além de outras tantas coisas recebidas o dom de gostar das canções italianas.

Diário da Cuesta 4

Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.