Edição 91

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Diário da Cuesta NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU

ano I Nº 91

Terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

Botucatu: a reconstrução urbana, PONTE a PONTE...

É a concretagem da laje da nova Ponte da Rua Antônio Bernardo e nas próximas semanas estará sendo aplicada a massa asfáltica e a instalação de defensas e guarda-corpos.

EVITE AGLOMERAÇÃO FAÇA DISTANCIAMENTO SOCIAL


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Diário da Cuesta

ARTIGO

“ Historinha “

José Maria Benedito Leonel Uma vez eu, mocinho ainda, entrei no “ Salão “ da Misericórdia Botucatuense. Ali estavam amparados os doentes pobres, separados por enfermarias Masculina e Feminina. Era uma quinta - feira, dia de visita, 13:00 horas. O que me levou lá? Nunca soube e não sei! Fui andando entre as camas dando “oi” aos doentes. De repente me vi em frente à cama de uma menininha que tinha sofrido queimaduras pelo corpo. Teria ela oito ou nove anos. Não sei descrevê-la. Sei que era magra, morena, de olhos pretos, cabelos lisos e compridos. Sua fala receosa era baixa, suave e ela tinha traços bonitos. Sempre parecia envergonhada. Seu nome, pra tristeza minha, traído pela memória, perdi no tempo. Seus pais, naquele dia de visita não vieram e ela lamentou isso justo pra mim. Coitadinha!

Eu, desajeitado nos meus quinze anos, tentei entretê-la com umas palavras. Falei a ela meu nome, disse que também era de sítio, que estudava e sei lá mais o quê. Acabado o assunto dei tchau e fui embora. Aquela menininha ficou na minha cabeça a semana toda. Não teve jeito, na quinta-feira seguinte, eu tava lá, levando balas e bolachas doces pra ela. Seus não vieram de novo. Por quatro quintas - feiras seguidas isso aconteceu. Só eu pra vê-la, pra envolver suas mãos pequenas nas minhas. Eu penteava ,com delicadeza, seus cabelos. Ela me esperava e eu esperava a quinta-feira. Eu estava fraternalmente amando aquela criança. Na esperada quinta-feira seguinte entrei no “Salão” e a cama dela estava vazia. Ela tinha tido alta na quarta-feira e seus pais a levaram. Deu um vázio em mim. Nunca mais a vi. Tomara que ela tenha sido feliz. O que guardei dessa historinha verdadeira de minha vida, que só eu e minha mãe sabia? Guardei uma certeza: às vezes um dia

antes ou um dia depois é um desencontro pra sempre. Simples assim.

É bom saber. O artista plástico e conhecido webdesigner botucatuense Marco Antonio Spernega, foi quem idealizou a Cuesta de Botucatu estilizada e com todo o seu simbolismo: a escarpa, o verde representando as nossas matas e o azul do céu... A criação do Spernega valorizou a nossa CUESTA que teve, em sua estilização, o impacto que as obras dos grandes artistas tem. Vejam no Expediente o logotipo do Diário da Cuesta! Marco Spernega tem exposto seus trabalhos em concorridas exposições. Esta ilustração é uma obra de arte e de simbolismo histórico!

DIRETOR: Armando Moraes Delmanto

EXPEDIENTE NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU WEBJORNALISMO DIÁRIO

EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes Contato@diariodacuesta.com.br Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689

O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios.


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ARTIGO Elda Moscogliato Como é maravilhosa nossa atávica latinidade, não? Como é profundo esse sentimentalismo arraigado em nós ambos que nem a crosta dos anos – carregados de um realismo cruel e convincente a gritar-nos a toda hora que o mundo de hoje é outro, muito outro – é capaz de extinguir! Como é linda e enternecedora essa amorável ternura que ao menor sopro das evocações nos reaviva os melhores e mais edificantes momentos da existência transportando para as figuras, as coisas e as épocas a carga emocional que trazemos de longe. Como é bom constatarmos que não estamos sós. Que essa teimosa sentimentalidade envolvente não subsiste em nós tão somente. Que remanesce nas alturas que você ocupa onde os horizontes mais abertos e largos oferecem outro conceito do quotidiano, nem por isso capaz de diminuir-lhe a memória em potencial. Como é bom saber que daí de cima dimanam espontâneos e magníficos os raios da amorável fraternidade que não morre, que vê a todos, na planura, com olhos bondosos e acenadores. Como é bom verificarmos que maior e mais potente do que a distancia e o longo caminho de vinte anos percorrido é a envolvente e pura

FRATERNIDADE ITALIANA amizade remanescente. A exposição do MASP da Capital, que você já deve ter visto e que nos ofereceu há pouco tempo aqui, no Brasil-Itália, uma retrospectiva breve da Colonização Italiana, vem despertar-nos, pelo noticiário dos jornais, facetas ciosamente guardadas do passado. Como era linda a amizade entre os imigrantes. Aqui, em Botucatu, eles formavam uma só família. Não importa que viessem dos Abruzzos, ou do Piemonte, da Toscana ou da Calábria. Tudo era um só traço afetivo a unir, a estreitar vínculos, a miscigenar famílias, a entrelaçar nomes. O grupo de nosso avô paterno era grande. Mas vinculavam-se pelo compadresco mais sólido do que o sangue, os Francisco Grecco, Francisco Grande, de Vitoriana, José Pedutti. A horta, o pomar, fazia o denominador comum. Trocavam-se mudas, sementes. Faziam-se experiências. Ensaiavam-se culturas. Todos tinham o seu quintal. Vasto, espaçoso, ubertoso, pródigo. O cooperativismo entre eles, faria inveja às mais bem organizadas agremiações agrícolas de hoje. Tudo era planejado. Esperava-se o dia, o mês, a lua. A enxertia era para eles, um cerimonial. Reunidos os quatro, desciam ao nosso quintal. Enxer-

tia no parreiral, previamente podado. A planta-cavalo, tronco matriz, já fôra previamente escolhida. A plantinha a enxertar, que iria haurir do galho mestre toda a vitalidade e a seiva, já fôra separada. Essa era o presente do amigo. De um, ou de outro. Agora, todos juntos, num emaranhado e pitoresco linguajar de dialetos, agiam concomitantemente : um aproximava o garfo ou enxerto, outro aplicava a cera fina e maleável enquanto o terceiro trançava a tira de casca. Enxertia de borbulha. Tudo realizado, era uma festa para os olhos. Vovô presidia. Agora, a espera. O quotidiano cuidado, o zeloso observar, o constante umedecer a terra facilitando a plena saúde da nova planta a ressurgir. Tempos depois, os nódulos vermelhos avolumando-se, abrindo-se de um dia para outro. O espoucar surpreendente das tenras folhinhas, já verdes e macias. Depois, os primeiros tênues tentáculos à procura do apoio. Eis então, delicadas vergônteas , os primeiros ramúnculos. Que alegria para os amigos. A expectativa ansiosa, a satisfação do trabalho conjunto realizado. Esses encontros semanais acabavam na gostosa reunião ao redor da vasta mesa da sala de jantar simples e acolhedora. E havia sempre um vinho, da última safra, para celebrar o acontecimento. Ao redor deles, o mundo infantil dos netos trêfegos e brejeiros. Acervo Peabiru


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Diário da Cuesta

Esportes Lucas Nogueira

Novos contratos para os pilotos brasileiros de Fórmula em 2021

A cada ano que passa, o sonho de ver um brasileiro no grid da Fórmula 1 pode estar cada vez mais perto de se tornar realidade, temos seis brasileiros avançando para chegar a maior categoria do esporte à motor

As categorias de base para alcançar a Fórmula 1, são naturalmente a Fórmula 2 e a Fórmula 3 e neste ano de 2021 muitos brasileiros tem visto seus sonhos de conquistar grandes campeonatos, com o anúncio de novos contratos e mudanças de categorias. Como é o caso de Dudu Barrichello, filho de Rubens Barrichello (ex-piloto F1), que deixou o Estados Unidos mudando da USF2000 para iniciar um novo contrato com a JD Motorsport para disputar a Fórmula 3 Regional Europeia. Enzo Fittipaldi, neto de Emerson Fit-

tipaldi, deixa a Fórmula 3 e inicia contrato nos Estados Unidos na Indy Pro 500, categoria do esporte que dá acesso aos pilotos à Fórmula Indy. Enzo conquistou o quarto lugar no campeonato passado de Fórmula 3 e neste ano foi campeão no campeonato virtual oficial de F1 com seu irmão Pietro como companheiro. Pietro renovou contrato com a Haas F1 como piloto reserva caso algum piloto principal não possa correr, como foi o caso ano passado com o acidente de Grosjean no Bahrein. Pietro conquistou a 17ª e 19ª colocação em duas das corridas que participou. Caio Collet, afilhado no esporte desde cedo por Felipe Massa, for a vicecampeão na Fórmula Renault e segue no programa para jovens pilotos da Alpine indo competir na Fórmula 3. O piloto assinou contrato com a MP Motor-

sport e será companheiro de equipe do campeão da Fórmula Renault, o francês Victor Martins. Este ano teremos também, três brasileiros na Fórmula 2, Guilherme Samaia, Felipe Drugovich e o novato Gianluca Petecof. A Fórmua 2 é o degrau mais próximo da Fórmula 1, nessa temporada de 2021, teremos três novatos vindos da F2 para a F1, Yuki Tsunoda, Mick Schumacher e Nikita Mazepin. Drugovich este ano renovou seu contrato com a Uni-Virtuosi, Petecof entra disputando pela equipe da Campos Racing e Guilherme assinou com a Charouz Racing e disputará sua segunda temporada na F2.

Gianluca Petecof, Felipe Drugovich e Guilherme Samaia


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