Diário da Cuesta ANO III
Nº 929
SÁBADO/DOMINGO, 28 E 29 DE OUTUBRO DE 2023
NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU
TURISMO RAIZ As Novas Comitivas
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Ilustrações do livro “Uma História Desenhada”, de Vinício Aloise
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Diário da Cuesta
PIRACICABA e o famoso DICIONÁRIO DO DIALETO CAIPIRACICABANO 2
ARTIGO
“Pelego branco “
José Maria Benedito Leonel
Perdi um pelego branco. Tava gasto, surrado, pequeno, mas era um pelego bão. Senti a perda. Afinal, amoitou-se ele num jaraguá alto da fazenda dos Correia? será que o perdi num banhado nas terras dos Fonseca? Só Deus sabe! Enfim, faz parte do preço que vivo pagando por não ter querência. Quem mandô andá por aí como um cão sem dono? Talvez seja um castigo pequeno pra quem deixô mãe chorando na despedida? Eu já devia ter abandonado essa sina, fosse pelo que fosse. Mas qual o quê! De minha parte o que me resta? O ca-
valo baio envelhecendo? O cachorro preto na cor e no nome, perdendo a valentia e o faro? a traía surrada? o pala gasto, já não oferecendo garantia nas tempestades? Já nem acerto mais contas. Andando por este mundo ganhei menos do que perdi. O meu pelego branco, que nas horas de vento misturava-se com as crinas do baio, ficou pelos campos. Ao menos ainda sei que ele pode aninhar um nhambu, uma cadorninha desbandada. Mas onde perdi meus sonhos? Em que várzea da vida ficou minha juventude? Em que retiro deixei minhas esperanças? Qual foi a última porteira aberta para o meu amanhã?
Muito bom. Os bons empresários e as prefeituras espertas estão partindo para a valorização do nosso interior. Em Piracicaba tem um escritor, Cecílio Elias Ne�o, que publicou o “Dicionário do Dialeto Caipiracicabano” (Arco, Tarco, Verva). No dicionário, TARCO é o mesmo que talco. Piracicabano, como se sabe, sempre fica em dúvida, no barbeiro, entre tarco (talco), arco (álcool) e Acqua Verva (Velva). Mas, com muié, prefere tarco. Muié diz: “Depois do banho meu marido sempre qué qui eu use tarco!. È isso mesmo! As prefeituras estão incentivando (sempre em parceria com a iniciativa privada) a formação de monitores para a implantação do Turismo Rural. São dadas aulas de “caipirês”, com toda a terminologia da língua caipira. São contratados violeiros que conheçam as mais clássicas musicas caipiras. Cursos de culinária regional, com as receitas dos pratos típicos das comitivas. Enfim,
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Qualquer dia perco o reio de guasca. Ou perco o laço. Eu vou cumprindo minha sina, deixando atrás de mim pelegos e ilusões, laços e boiadas, arreios e lenços de despedidas. Só me conduz uma certeza: um dia tudo acaba e minha mãe, se viva, deixa de espera por mim.
proporcionar o resgate da cultura rural do século retrasado e implementar o poderoso e rentável ramo turístico. E nada melhor do que sair , num final de semana da capital, com seu trânsito louco e a correria de sempre, chegando num bucólico interior, com cachoeiras, cabras, vacas e cavalos, bebendo leite “direto da fonte”, pisar na terra e tomar um belo banho no riozinho de águas limpas... A música chamada de caipira, de música raiz me encanta. E é preciso sempre relembrar as suas origens e a importância que ela carrega no fundo de sua musicalidade. A raiz caipira na música se revela por sua simplicidade, regada a poesia, tirada de valores étnicos que se consolidam num mundo de vivências especiais e expressões espontâneas. As músicas expressam sentimentos dos mais variados tipos, quase sempre ligados à terra, à natureza, mostrando que o homem e a natureza são uma só realidade. E na cidade de Botucatu, antigamente chamada de “boca do sertão”, é inevitável não sentir a presença da mais pura raiz caipira, uma vez que os principais compositores de sucesso, seja da moda de viola caipira ou dos repentes, viveram e se inspiraram na região e em seus moradores para compor suas lindas melodias. Assim, Angelino de Oliveira, Raul Torres, Serrinha, Carreirinho da dupla Zé Carreiro e Carreirinho, o Tonico da dupla famosa Tonico & Tinoco, Zé da Estrada da dupla Pedro Bento e Zé da Estrada, tiveram papel fundamental na história da música raiz do Brasil. (AMD)
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É PIAPARA
ARTIGO JOSÉ MARIA BENEDITO LEONEL Na serra da Bocaina, o peru do morro não gluguleja no assobio do vento, mas beija seu vizinho, um riozinho marrento, que brinca de esconde esconde por entre as pedras, ladras de seu leito. Depois dele a serra deita, se ajeita e se esparrama numa estrada de areia sem graça, sem vida, mirrada, que volta e meia, serpenteia cheia de si e de nada. Eis que surge um arruado, um vilarejo, velho, uma aldeia ilhada, sufocada por eucaliptos esguios, vazios, frios e mentecaptos, unidos e perfilados como soldados de um forte exército neste deserto verde, chamado morte. No passado pastavam por ali cabras, bodes e cabritos e era tudo tão boni-
to. O que trago desse arrumado? Meu passado! O que levo comigo do meu lugarejo? Levo meu pejo! E dessa aldeia? A minha alma! Pouca coisa tem minha aldeia além de areia. Tem galos que cantam doidos, cachorros que trocam latidos nas noites de lua cheia, de melancolia e ais. E tem canários da terra nos quintais...e tem mais: tem gente de valia que deles tratam todos os dias. Não se mata, não se caça, não se prende, não se espanta. Aqui se acolhe o filhote que pia, o canário que canta. Canta, expia, para. É Piapara. Sem alçapão e gaiolas, doce ponteado de viola pro meu coração. Canta, expia, para. É Piapara. Já tô em casa de novo. Abraços.
“Não perca a cabeça “
José Maria Benedito Leonel
Meu pai dizia pra nóis, “no pulo de burro, não perca a cabeça”. E ele continuava o conselho, se perdê a cabeça, você cai, machuca, quebra e até morre. Sabe o que é? Burro/mula que pula feio, esconde a cabeça entre os membros anteriores ou seja,entre braços e cascos. E daí o bicho pega. Vi burro pulando muitas vezes,derrubando gente da lida, peões de nome e anônimos querendo fama. Vi burro veaco, chasqueando duro, pulando de corrupio, urrando na espora, querendo arrancá o peão e o cutiano. Vi burro refugá e pulá feio,no sol do meio dia, barrigueira frouxa. Foi, já que pulô, cortado de espora. Eu era criança mas vi. Quem tava nele era meu pai. Foi ali na invernada dos Pessoa, perto da Água do Corvo. «Não perca a cabeça», ele dizia. Lá se foram os anos. Peguei outro rumo na vida e embora goste, sou de pouca valia na lida. Ando no meu cavalo com quem me entendo. Nóis se gosta e zela um do outro. Matinando penso, será que o pai mandava não perdê a cabeça do burro ou a minha? Burro pulando é hora dura na vida, onde o equilíbrio e a coragem andam juntas, encangadas. Nas horas amargas da minha vida, quando lido com os
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preconceitosos, com os excludentes, com os segregadores, com os arrogantes, com os desonestos intelectuais, com os violentos e infames, lembro do pai falando, “não perca a cabeça”. Agora, nesse caso, a cabeça é minha e preciso de muito equilíbrio emocional e paciência. Não, não posso excluí-los e praticar a prática deles. Minha régua é outra ou, como já ouvi dizê, sou de outra enfermaria. Preciso respeitá-los e com tolerância, acolhê-los. Não, não é fácil, mas a saudade da civilidade e das falas serenas são justas. Ainda acredito na humildade e nas pessoas afáveis. Simples assim.
DIRETOR: Armando Moraes Delmanto EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes Contato@diariodacuesta.com.br Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689
O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios.
Zé Maria e Vinício Aloise
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“...Pino Filliponi, que trabalhava na chave da estrada sorocabana, animava as festas de Pietro Aloísi, com sua chorosa e romântica sanfona. Ela falava, no seu gemido, muito da saudade da Itália. - Vamos, Pino, o sole mio... Os italianos de Botucatu estavam chegando, eram os Martin, os Pedretti, os Delmanto, os Minicucci, os Guadanini, os Alfredi, os Tortorela, os Simonetti, os Losi, os Lunardi, os Blasi, os Bacchi, os Pompiani, os Molini, os Mori, os Monteferrante. Cada encontro era saudado com gritos, palavrões, corteses gesticulações napolitanas, esbravejamentos calabreses e risadas de Campobasso. A comida farta e generosa, regada pelo melhor vinho, esquentava os ânimos, esparramava alegria, esfuziava gestos, explodia gargalhadas. Alambari revivia a Itália.
DIRETOR:
O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e
Esses almoços em Alambari, constituíam um prolongamento dos encontros italianos na conhecida “Pensão Franchino” em Botucatu (baixada), famosa pela qualidade de suas massas e de propriedade de Francesco Aloisi, “fratello” de Pietro. E falava-se de tudo, desde Vitório Emanuelle até Il Duce, da Revolução de 24 ao Prefeito Cardosinho de Botucatu. Era proibido falar italiano, pois a di-
versidade de dialetos impedia o entendimento. Também não se podia falar o português. Mas todos se entendiam na alegria, no vinho, nos abraços e nos apetitosos quitutes de Dona Antônia e suas filhas que não paravam o dia todo na faina de bem servir. Vado Tonin, com sua máquina fotográfica, tipo caixão, comprada no Progresso Garcia, ia imortalizando as cenas daquela província da Itália, chamada Alambari. - Qui é la própria Itália... Qualquer giorno, o Vesúvio começa a vomitar brasa ali... E mostrava a Serra de Botucatu... Guarda, Dr. Aleixo, não parece próprio a nostra Itália?!? A festa ia pela madrugada afora...” ( “As Boiadas Passam...As Lembranças Ficam...”, 1992, págs. 83/85, de Agostinho Minicucci e ilustrações de Benedito Vinício Aloise).
UM REGISTRO HISTÓRICO DA IMPORTÂNCIA DAS REUNIÕES DA COLÔNIA ITALIANA EM ALAMBARI (PIAPARA)
E salve OS BENEDITOS!
vezes e em várias administrações. Mas a hora de Piapara há de chegar! Este artigo é mais um apoio à definitiva inclusão de Piapara no planejamento turístico de Botucatu. É uma preciosidade que está isolada exatamente pela dificuldade de acesso.
Os Beneditos de Piapara
De Piapara são sempre lembrados os nomes do saudoso Mestre do Desenho, o professor Benedito Vinício Aloise e o também professor, escritor e comunicador José Maria Benedito Leonel... OS DOIS BENEDITOS! Falar de Piapara e não falar dos dois é difícil... Divulgaram e promoveram a antiga Alambari. Desde as ilustrações de Piapara, de suas casas, do comércio, do trem, dos tropeiros, das comitivas, do gado até o seu histórico com seu magnífico Balneário e Termas que ainda não aconteceu...mas que virá, com certeza! Piapara é um tesouro ecológico e turístico que ainda deverá ser lapidado para enriquecer a terra da CUESTA DE BOTUCATU. Recentemente, noticiou-se o empenho do Zé Maria para que fosse asfaltada a estrada vicinal que liga Botucatu a Piapara... RECADO: O asfaltamento da estrada que liga Botucatu a Piapara é possível. Existe verba estadual para essas estradas vicinais. Basta ter vontade política! Esse é o caminho já tentado várias
artigo
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O Balneário “São Domingos” idealizado por Gastão Pupo, Trajano Pupo e Aluizio de Azevedo Marques possuía “água grandemente mineralizada, proveniente
BALNEÁRIO E TERMAS DE PIAPARA Não é essa uma descoberta nossa. Outros botucatuenses, de muita visão e amor a Botucatu, já sonharam muito com um empreendimento turístico em Piapara. E não ficaram no sonho: mandaram examinar a água e idealizaram um empreendimento adequado à época. Piapara era sempre escolhida para as festas da colônia italiana, para os encontros e confraternizações... Em meados de 1936 já se pensava em um empreendimento hoteleiro com estação de águas para Piapara. Todos os jornais botucatuenses publicaram no ano de 1936 o anúncio (a propaganda) publicitário que estamos reproduzindo como ilustração desta matéria.
1936
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estação de Piapara
de Nello Pedretti, que previa em sua propaganda à população botucatuense “diversões - locais para pescarias e caçadas - passeios agradáveis -alimentação salutar - paisagens imponentes - piscina - leite puro - esportes banhos em águas medicinais e de sol - cinemas”. Na propaganda da água a mesAlambari em 1945, atual Piapara, ma ênfase: ilustração do saudoso Mestre Benedito Vinício Aloise “S. Domingos” - Água Mineral de um poço artesiano com 480 metros de Natural. Bastante Alcalina, Sulfatada, profundidade. Efeito surpreendente no Cloretada, Sulfídrica e Radioativa”. tratamento de enfermidades do EstomaE sem estarem na atual onda turística, go, Nervos e Pele”. promoviam Botucatu : E os idealizadores do empreendimen“ - Passe as suas férias em Botucatu to não tinham conhecimento da existên- Cidade Ideal para Férias e Para Descanso”. cia do Aqüífero Botucatu/Guarani e nem É VIÁVEL ? ! ? Basta ter vontade polísabiam que o IPT - Instituto de Pesquisas tica e capacidade de coordenação junto a Técnológicas já vem estudando o assunto empresários do setor. e comprovando a qualidade dessa água É viável. O Poder Público teria que subterrânea. Na Revista PEABIRU, em ar- oferecer o mínimo de infra-estrutura, ou tigo-reportagem sobre o Aqüífero de Bo- seja, conseguir do Governo do Estado o tucatu, dizíamos que “...A água que jorra asfaltamento da estrada vicinal que leva em Paraguaçu Paulista tem uma tempe- até Piapara. Investir em termos de melhoratura de 75 graus centígrados. Tanto é ria da infra-estrutura do povoado e BUSassim, que o IPT está fazendo estudos CAR a parceria com a iniciativa privada, para os que desejarem utilizar “o precio- propiciando o acesso dos empresários às so líquido” em projetos turísticos no oes- linhas de financiamento que existem a te do Estado. Foz do Iguaçu já está expe- nível do Governo Federal (EMBRATUR/ rimentando esse “boom”: seus melhores BNDES). hoteis estão perfurando poços artesianos Esse é um caminho viável para que se para abastecer suas piscinas com água dote Botucatu do tão almejado desenvolquente (com mil metros de profundidade vimento. A falta de dinheiro das Prefeitutem-se água com temperaturas entre 40 ras e, por consequência, da Prefeitura de e 60 graus centígrados).” Botucatu é indiscutível... Daí a necessidaA coordenação do sonhado empreen- de de muita criatividade e de se buscar o dimento da Botucatu dos anos 30 era caminho que está viabilizando todos esses empreendimentos no Brasil : a parceria com a iniciativa privada. O BALNEÁRIO E TERMAS DE PIAPARA é um empreendimento viável ! BOTUCATU “ é uma cidade ideal para férias e para descanso”... (AMD)
PIAPARA: TURISMO ECOLÓGICO!
Há muito tempo se discute a importância do turismo no desenvolvimento de Botucatu. E mais : discute-se a validade da assertiva de que o turismo é uma industria e que bem direcionado pode suprir as necessidades sócio/econômicas de um município. Na Europa e nos Estados Unidos isso já é realidade há muitos anos. Também no Brasil, nos últimos 15 anos, o turismo vem sendo tratado de forma empresarial, objetivando o lucro mas sem deixar de respeitar a ecologia e as características próprias de cada região.
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PIAPARA: TURISMO ECOLÓGICO BALNEÁRIO E TERMAS
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a r t i g o As Novas Comitivas
Antes das estradas de ferro, e muito antes dos caminhões, o comércio de mercadorias era feito por tropeiros, nas regiões onde não havia alternativas de navegação marítima ou fluvial para sua distribuição. As regiões interioranas, distantes do litoral, dependeram durante muito tempo desse meio de transporte por mulas. Desde fins do século XVII, as lavras mineiras, por exemplo, exigiram a formação de grupos de mercadores no comércio interiorano. Inicialmente chamados de homens do caminho, tratantes ou viandantes, os tropeiros passaram a ser fundamentais no comércio de escravos, alimentos e ferramentas dos mineiros. Longe de serem comerciantes especializados, os tropeiros compravam e vendiam de tudo um pouco: escravos, ferramentas, vestimentas etc. A existência do tropeirismo estava intimamente relacionada ao ir-e-vir pelos caminhos e estradas, com destaque para a Estrada real -via pela qual o ouro mineiro chegou ao porto do Rio de Janeiro e seguiu para Portugal. O constante movimento, o ir-e-vir das tropas, não só viabilizou o comércio como também se tornou elemento chave na reprodução econômica do tropeirismo. TROPEIRO Tropeiro é a designação dada aos condutores de tropas, assim designadas as comitivas de muares, e cavalos entre as regiões de produção e os centros consumidores, a partir do século XVII no Brasil pelos Bandeirantes. Mais ao sul do Brasil,
também são conhecidos como carreteiros, pelas carretas com as quais trabalhavam. Num sentido mais amplo também designa o comerciante que comprava tropas de animais para revendê-las, e mesmo o “tropeiro de bestas” que usava os animais, para além de vendê-los, transportar outros gêneros para o comércio nas várias vilas e cidades pelas quais passava. Além de seu importante papel na economia, o tropeiro teve importância cultural relevante como veiculador de ideias e notícias entre as aldeias e comunidades distantes entre sí, numa época em que não existiam estradas no Brasil. Um dos marcos iniciais do tropeirismo foi quando a Coroa Portuguesa instalou em 1695 na Vila de Taubaté, a Casa de Fundição de Taubaté, também chamada de Oficina Real dos Quintos. A partir de então, todo o ouro extraído das Minas Gerais deveria ser levado a esta Vila e de lá seguia para o porto de Parati, de onde era encaminhado para o reino, via cidade do Rio de Janeiro. Ao longo das rotas pelas quais se deslocavam, ajudaram a fazer brotar várias das atuais cidades do Brasil. As cidades de Taubaté, Sorocaba, Viamão, Santana de Parnaíba, Castro, Cruz Alta e São Vicente são algumas das pioneiras que se destacaram pela atividade de seus tropeiros. (Wikipédia, a enciclopédia livre) A exploração das áreas de antigas fazendas, sítios e Vilas Rurais para atividades turísticas está sendo tratada com a seriedade própria de empresários que sabem que aí está um filão muito pouco explorado e que pode render muito para regiões que entraram em decadência após o ciclo produtivo de seu meio rural. Muitas Prefeituras, com a ajuda e orientação do Sebrae, promovem seminários e fornecem orientação e assessoria aos interessados em ingressar nesse novo ramo empresarial. Assim, procurando definir o perfil rural de uma típica cidade que vivenciou
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o TROPEIRISMO é que fomos buscar na história de Botucatu, os elementos para que possa ser “adotado” o novo conceito das NOVAS COMITIVAS. E para que possamos planejar o nosso turismo rural explorado empresarialmente é preciso que o Poder Público estabeleça as regras para o trabalho em parceria com a iniciativa privada. Além de visitação a tudo o que tenha em termos da cultura de café, como o Museu do Café e as antigas Fazendas , é preciso que se tenha um projeto inicial para a exploração empresarial do turismo rural, do turismo-raiz na cidade de Botucatu/SP. A ideia das Novas Comitivas surgiu exatamente para incorporar a tradição rural de Botucatu que é tipicamente RAIZ na atuação dos tropeiros e das comitivas do passado. Assim, somando à atuação das comitivas temos a música sertaneja-raiz, a chamada música caipira, mais uma vez Botucatu é privilegiada: os maiores expoentes da implantação e divulgação da música caipira são de Botucatu. Os nomes de Angelino de Oliveira, Raul Torres e Serrinha, estão gravados definitivamente na história da musica caipira, da música sertaneja-raiz. (AMD)
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Revista Hippus (Edição nº 42, de março/83, páginas 40 e 41, com o título de “Tropeirismo em Botucatu”)
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LEITURA DINÂMICA
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– Amigos e educadores de Botucatu, o prof. Agostinho Minicucci e o prof. Vinício Aloise fizeram inúmeros trabalhos juntos
– Continua uma promessa o aproveitamento turístico de Piapara (Alambari). A exploração da água mineralizada de Piapara está a merecer do Poder Público o devido apoio e implantação viabilizando, assim, o grande sonho dos botucatuenses do passado.
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– O livro escrito por Minicucci e Vinício retrata a Botucatu rural/ ecológica, com suas comitivas, seus tropeiros e a Piapara (Alambari) que era rota do progresso...
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– Encontro literário em evento da ABL – Academia Botucatuense de Letras
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– Ilustração das Três Pedras do mestre Vinício Aloise em seu livro “Uma História Desenhada”
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– O retrato histórico de Piapara através da pena de Vinício Aloise