Diário da Cuesta ANO III
Nº 962 QUARTA-FEIRA, 06 DE DEZEMBRO DE 2023
NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU
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Dia 6 de Dezembro comemoramos o Dia do Papai Noel! Mas porque essa data? Bem, nesse dia é comemorado o Dia de São Nicolau um arcebispo que costumava ajudar os pobres e necessitados de sua cidade, colocando moedas de ouro nas chaminés das casas durante toda época de Natal. Anos depois, muitos milagres foram atribuídos a São Nicolau fazendo com que ele virasse um santo. Foi na Alemanha que sua imagem se tornou um Símbolo Natalino e se espalhou para o mundo todo, e é por isso que o dia do Papai Noel é comemorado nessa data!
EMBRAER amplia mercado para seu cargueiro militar
A Coréia do Sul é o sétimo país a selecionar o C-390, além de Brasil, Portugal, Hungria, Holanda, Áustria e República Tcheca. O C-390 está redifinindo o transporte aéreo militar e desafiando a lógica por trás das plataformas da geração atual e futura. A escolha da Coréia do Sul foi feita no processo de licitação pública para o programa Large Transport Aircraff que fornecerá novas aeronaves de transporte militar à Força Aérea da República da Coréia. (Fonte: Notícias.Botucatu)
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Origem da roupa de Papai Noel Hoje, o Papai Noel tem uma longa barba branca e usa uma roupa vermelha com detalhes em branco. Possui um gorro vermelho e leva um cinto de botas pretas. Além disso, ele carrega um grande saco de presentes. Mas nem sempre foi assim. As primeiras imagens de Papai Noel apresentavam um homem magro, outras se assemelhavam a um duende. E as suas roupas eram escuras, em tons de marrom e verde. O cartunista alemão Thomas Nast (1840-1902) trabalhou durante anos no desenho do Papai Noel. Em uma delas, publicada pela revista Harper’s Weeklys, o Papai Noel apresenta o seguinte aspecto: Foi somente em 1931, através de uma campanha publicitária da Coca-Cola que o Papai Noel ganhou o aspecto mais próximo do que conhecemos hoje:
EXPEDIENTE
DIRETOR: Armando Moraes Delmanto
NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU
EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes
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ARTIGO
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O NATAL NA LITERATURA
ELDA MOSCOGLIATO Muito antes dos evangelistas devem ter sido os anjos, no seu coro de vozes celestiais, que primeiro contaram, como poema literário, a glória daquela brilhantíssima Noite. Seria essa a fonte primitiva, jorrada dos céus, que vem inspirando os artistas da pena, na composição das mais lindas páginas natalinas da antologia universal. Os pastores depois, eis que foram eles despertados pelo brilho invulgar da Estrela e pelo cantar dos anjos. Dirigiram – se na direção da gruta e quedos e emocionados prostraram –se diante do Menino. Aquele encontro enternecedor e humilde deve ter – lhes despertado o dom da narrativa. A partir de então, reunidos no campo, na vigília do rebanho ou à noitinha, ao redor do lume acolhedor, pautaram seu linguajar rude e simples na narração sempre renovada e sempre encantadora da história do Presépio. Essa é a origem da poesia jogralesca e popular que enriquece desde priscos tempos o cancioneiro popular. Papini diz que por insondáveis desígnios do Alto, primeiro acolheram o Deus – Menino, os anjos do céu. Depois, a Natureza estática e silenciosa da madrugada de luz, moldura do Universo que é obra divina. A seguir, os animais: o jerico e o boi, que lhe acalentaram os membros frágeis de Homem – Deus, com seu bafo morno e bom, contra os rigores do frio. Logo após, os pobres. Os humildes pastores foram se aproximando. Traziam nas vestes de pele o suor do pastoreio. Sua língua era tartamudeante e sua mente tolhida. Mas o coração era simples e puro. Bem mais tarde chegaram os Reis Magos. Traziam consigo a sa-
bedoria e a ciência de seu tempo. Porém, sabiam o que buscavam. A Estrela guiou – lhes os caminhos. Viram o Menino já crescido e voltaram, cada qual, após os simbólicos tributos, aos seus rincões distantes. E não se ouviu mais falar deles. Estaria ali, o enigmático mutismo da Ciência que mal dirigida se afasta voluntária e ostensivamente das origens divinas das coisas da Criação? Os evangelistas marcaram também o Nascimento de Cristo e cada um, no seu estilo peculiar, fixou a única imperecível história que transpõe os tempos e que ilumina, faz vinte séculos já, os horizontes da Cristandade.O retábulo do Presépio tem sido tema universal, em todas as Artes. Visualizamos aqui, o Natal na literatura dos povos. Dos recônditos da palavra escrita surge – nos a narrativa sempre enternecedora, sempre cálida aos nossos sentidos, sempre encantadora. Não há escritor que como tal se tenha, grandiloquente ou bisonho, famoso ou insipiente que não conte em seu acervo literário, com ao menos uma composição sobre o Natal. E por surpreendente e misterioso dom, essa fonte inspiradora é imarcescível. As antologias multiplicam – se periodicamente em todos os idiomas. Coletâneas rigorosamente selecionadas apresentam os melhores contos da Literatura Universal. Dentre eles destacam – se como clássicos, nomes mundialmente consagrados. Esses,são multidão. São páginas riquíssimas de conteúdo humano, traçadas com muito colorido e encanto. Homens e mulheres, artistas todos, firmaram seu talento, a sua acuradíssima sensibilidade para sobrelevar tão somente, num singelo conto natalino, a chama viva e transcendente da Fé. Porque histórias de Natal, escrevem – se com grande sensibilidade, com real talento e sobretudo, com o coração.
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“Na minha vila, a única vila do mundo, as mulheres sonhavam com vestidos novos para saírem. Para serem abraçadas pela felicidade.” - Mia Couto in “O fio das missangas” MARIA DE LOURDES CAMILO SOUZA Houve um tempo na minha infância e adolescência, que eu não me lembro com muita clareza, talvez por querer esquecer mesmo. Apesar dos meus pais trabalharem, os tempos eram difíceis, mas nunca nos faltou nada. Quando vejo crianças lanchando donuts, yougurtes, bolachas recheadas. Lembro de comer salada de tomate com pão. Era temperada com vinagre Castelo, sal e azeite, no lanche da tarde e tenho saudades, pois passava o miolo do pão naquele molho. Naqueles dias tínhamos a Vovó Angelina que era costureira, e que fazia os nossos vestidinhos. Minha mãe comprava o tecido na Casa Royal, depois de bater um papo com D. Olga, que estava sempre ali na perto da porta de entrada da loja. Quando íamos a Avaré o tecido ia na mala. Vovó tirava as nossas medidas, comprava os aviamentos e costurava vestidinhos iguais. Depois de provas e espetadas dos alfinetes, os vestidinhos ficavam lindos. Mal podíamos esperar para estrear os vestidos na matine do Cine Cassino. E se ficava muito bonito minha mãe nos levava ali no estúdio do Progresso Garcia para tirar fotos. Aquelas em preto e branco. Ele tinha uma espécie de palco parecido com os de teatro, com aquele fundo que realçava as fotos. Tentava melhorar a nossa pose. Eu me lembro muito dele. Era um homem baixinho, de cabelos grisalhos e seu hálito cheirava a jaboticaba. Demorava tempo arrumando a máquina fotográfica daquelas antigas, preparava as chapas, arrumava o cabelo do freguês, até que achasse que estava perfeito. Nossos cabelos lisos de franjinha muito brilhantes, cortados de tigelinha, tinham que estar perfeitos, sem nenhum fio fora de lugar. Tanto preparo me fascinava ao mesmo tempo que cansava. Tinha mais é vontade de sair do estúdio e ir explorar e correr pelo quintal, entre as árvores, onde com certeza tinha uma bela jaboticabeira. Eu nunca gostei muito de tirar fotos. Pode-se notar nas nossas fotos de infância, pois estou com aquela cara amarrada. Meu Tio Domingos, muito querido, tirava fotos nossas sempre que íamos para Avaré. Fazia milagres para poder me incluir nas fotos, e tentar me arrancar um sorriso, devia ser um sacrifício para ele. Mas era um gentleman, lindo, elegante, usava um bigodinho sempre bem aparado, era educadíssimo. Ele era alfaiate e sempre que íamos a Avaré passávamos na sua loja para saudá-lo. Muitas vezes minha mãe acabou comprando alguns metros de gabardine para vovó Angelina fazer um belo tailleur. Sempre o admirei e amei, achava que era parecido com um ator americano muito famoso naqueles tempos chamado Errol Flin. Ele poderia estar pescando no Panema, coisa que gostava de fazer, mesmo assim estava a caráter, elegante! Ele sempre tinha que me convencer a melhorar a cara para as fotos. Minha mãe e minhas tias eram todas muito bonitas e muito elegantes, usando os vestidos que Vó Angelina costurava com carinho. Meus tios também eram bonitos. Tio Carlos, irmão da minha mãe era lindo. Tinha belos olhos verdes e cada vez que nos via tinha mania de nos pegar pelas bochechas. Eu particularmente odiava, mas, sabia que era demonstração de puro carinho. Belos tempos aqueles. Hoje as pessoas usam qualquer tipo de roupa, até para ir à Igreja. Já me encontrei com um homem de pijamas no supermercado. São outros tempos, outra mentalidade.