Edição 972

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Diário da Cuesta ANO IV

Nº 972

SEGUNDA-FEIRA, 18 DE DEZEMBRO DE 2023

NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU Acompanhe as edições anteriores em: www.diariodacuesta.com.br

A VIDA BANDIDA DE DIOGUINHO “Em um baile, Dioguinho deixou seu chapéu de palheta sobre uma cadeira e foi dançar. Quando voltou, uma pessoa estava sentada no chapéu. “Ele atirou e matou a pessoa. Ele sempre estava armado”. Página 4 Em um baile, um desavisado senta sobre o chapéu (palheta) de Dioguinho e o amassa. Discussão. Ofensas. E Dioguinho começa sua vida de bandido...


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artigo

SIMPLES ASSIM

José Maria Benedito Leonel Não vem não! Você é inconveniente, sem noção, entrona, espaçosa, insensível. Você não tem o mínimo tato, sensibilidade , senso de oportunidade, finesse. Bruta, provoca separações doídas,deixando amantes em lágrimas, se perguntando o porquê. Neste tribunal da vida você impassível, vai sair vencedora. Eu, sem o diploma devido, advogo para os que amam, para os que tinham sonhos, para Joanas e Josés, para os que perdem. Sairei de cena cabisbaixo. . Eu vou perder, fazer o quê. Só eu sei quantos já perdi e quanto doeu; os de sangue , os de casa e os de coração. E tantos já foram embora; o Ademar, o Belésia, o Jaime, o Zé Maurício, o

Zé Vieira, a Laís, o Caram, o Nardo, o Nê Tavares e tantos outros. Você, para vir ,corta atalhos, passa por pinguelas, galopa em potros xucros, faz tribofes nas corridas atadas, mas não erra o alvo. Faz-me muito mal perceber o desencanto que fica nos olhos tristes das mulheres quando você leva seus homens,

ladra de amores. E também já vi homem chorando por suas mulheres, vazios de amanhãs. Não, você não é a amante que divide; você, mais egoísta , não deixa nada, só a saudade, que não é presente seu. Mas reconheço: você é justa e cumpre a Constituição lá do alto, a Carta Magna CELESTIAL que diz; Artigo 1°- todos são iguais perante a morte, sem nenhuma discriminação. parágrafo único :pode acontecer variações entre o tempo do evento para cada um, mas o “caput’ do artigo será cumprido. Sabe porquê gosto de Cristo? Porque Ele ressuscitou Lázaro e em três dias venceu você. Se não for verdade, deixo de gostá d’Ele.. Simples assim.

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Dioguinho não admitia nada de errado em Botucatu, onde vivia sua família. Vida bandida por aí, aqui não... E assim foi até seu estranho desaparecimento, muito estranho...

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Moacir Bernardo é um entusiasta. É incansável. Já pela segunda vez resgata tipos populares de nossa história. Primeiro, com Ana Rosa, agora, com esse bandido famoso que chegou a merecer 2 filmes sobre sua vida, vários artigos na imprensa, livros, documentários de televisão. Ora, nos EUA tivemos Jesse James, aqui entre nós, tivemos o Cangaceiro, Meneguetti e tantos outros tipos com profundas raízes no imáginário popular... Dioguinho é um desses ídolos ao aveso, exatamente pela vida bandida que levou.

Uma época, Dioguinho tinha um bando. Eram 10 a 12 pessoas + o irmão e ele. Todos marginais, como ele. Lembravam o Bando de Lampião que só surgiu depois de 25 anos do desaparecimento de Dioguinho. Diogo da Silva Rocha, nasceu em Botucatu, dia 9 de outubro de 1863 e recebeu o seu batismo no dia 13 de outubro. Morava em uma casa na atual rua Amando que foi demolida há pouco tempo. Era de uma família tradicional de portugueses.

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O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios.


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“Dia da Bondade” Maria De Lourdes Camilo Souza

Dias atrás vi num desses posts que era o Dia da Bondade e uma foto significativa de uma criança abraçando a outra, quaisquer dizeres a respeito, achei bonito. Agora todo da é Dia de alguma coisa, já repararam? Dia de alguma profissão, Dia da Árvore, Dia do Índio, dia disso, dia daquilo... O Natal chegando.. O comércio funcionando .. Enfeites de Natal. Cantatas, carreatas lindas... Fiquei procurando lá no meu íntimo “O Espírito do Natal”, nestes dias complexos. Não consegui visualizar. Talvez porque faltam alguns dias. Como diz aquela música “Natal todo dia”, Bondade não deveria ser utilizada todo o tempo? Acho que deveria ser assim. Quem sabe mudar o olhar? Mudar a situação? Mudar o interior? Esperar o Cristo nascer? Sabe de uma coisa? Ele não deveria estar em nós? Estar em cada ato, palavra, ação, no olhar para com o próximo? Porque esperar o Natal para isso nascer dentro de nós? O amor vai estar no presente que dermos na Noite de Natal? Ele está aqui dentro, vivo em nós e é todos os dias de cada mês, de cada ano. Basta acordar e reconhecer, e manifestar. A data é simbólica e o sentimento tem que ser real. Vencer a batalha do Bem contra o mal todos os dias e todas as horas não só dentro de nós. Feliz Natal, queridos! Gratidão a todos que me seguem! Gratidão “Diário da Cuesta” que me deu esta oportunidade! Que o Cristo renasça todos os dias em nós!


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?Lampião paulista? aterrorizou a região no final do século 19

?Dioguinho?, nascido em Botucatu, andava em bando e foi acusado de vários assassinatos. Ele sumiu numa emboscada da polícia, mas o corpo nunca foi encontrado por Rita de Cássia Cornélio

Um homem bem vestido, de família tradicional botucatuense se tornou um bandido temido no Interior paulista. O fantasma de “Dioguinho” que, na pia batismal recebeu o nome de Diogo da Silva Rocha, assombrou por várias décadas a comunidade interiorana.

Mesmo depois de morto, sua vida foi retratada em pelo menos cinco livros. Em documentários e inúmeras páginas de jornais da Capital, seu jeito rude de agir fez com que o bandido “Dioguinho” se tornasse uma lenda para cidades da região de Ribeirão Preto. Seu corpo, nunca foi encontrado, por isso, acredita-se que somente seu irmão tenha sido morto em uma emboscada preparada pelo governo do Estado de São Paulo. As pessoas que o delataram à polícia foram morrendo misteriosamente, após seu desaparecimento. Daí nasceu a lenda de que ele não tinha morrido na emboscada e continuava agindo. Para o pesquisador e historiador botucatuense Trajano Carlos De Figueiredo Pupo, a imagem que ficou de “Dioguinho” em Botucatu é de homem corajoso, porém mau. “Ele enfrentou o sistema, ousou enfrentar a polícia, mas nunca para defender os pobres como Robin Hood.” Na comparação, o historiador arrisca a dizer que a faceta negativa do bandido sobressaiu sobre a positiva. “Um herói que enfrentou a polícia, porém como um cangaceiro. Ele está mais para Lampião do

que para Robin Hood.” Moacir Bernardo, autor de “A Vida Bandida de Dioguinho”, obra datada de 2000, ressalta no livro que o protagonista faz parte da história do faroeste caboclo. “Nos Estados Unidos da América viveram muitos bandidos sanguinários que faziam verdadeiras carnificinas, assassinatos em emboscadas, assaltos a bancos entre outros crimes. Foram imortalizados em livros e filmes do gênero faroeste ou western.” No Brasil, na década de 20/30, os cangaceiros de Lampião, bando de marginais liderados pelo capitão Virgulino Ferreira da Silva infernizaram e levaram pânico à região do

nordeste brasileiro. Eles invadiam e saqueavam fazendas e pequenas cidades. Foram imortalizados em livros, matérias jornalísticas, músicas, poesias, teatro, filmes e tantas outras publicações. “No faroeste caboclo, ‘Dioguinho’ figura como um dos mais conhecidos.” Segundo o autor da obra, “Dioguinho” teria matado mais de 50 pessoas em sua trajetória bandida. Em Botucatu, sua terra natal, ele não cometeu crimes. Atuou mais na região de Ribeirão Preto. Sua marca registrada era sua elegância no trajar. “Estava sempre bem arrumado. Era um bandido chic. Um jornalista, de Ribeirão Preto, escreveu um livro de 500 páginas e descreve o bandido com tules e rendas.” Bernardo lembra que seu livro é o quarto sobre a vida de “Dioguinho”. “Depois saiu um quinto. O meu é um resumo da história. Eu tenho conhecimento de que em 1907 fizeram um livro, 1920 outro, 1940 outro, além dele figurar em muitas revistas e jornais como: Diário Popular, Notícias Populares, o Estado de São Paulo. Tem ainda um documentário feito pela afiliada da Globo em Ribeirão Preto.” (JCNET) Ilustração do Dioguinho do Mestre Vinicio Aloise


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