Diário da Cuesta ANO IV Nº 978 TERÇA-FEIRA, 26 DE DEZEMBRO DE 2023
NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU
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Final de ano positivo na última reunião do Poder Legislativo:
PARQUE DA GRANDE REPRESA DO RIO PARDO
BOTUCATU começa a construção de seu futuro no turismo sustentável com o PARQUE DA GRANDE REPRESA DA CUESTA!
Em sua última Sessão Extraordinária do ano de 2023, a Câmara Municipal de Botucatu aprovou, por unanimidade, Convênio para a construção do “Parque da Represa do Rio Pardo”, entre a Prefeitura Municipal de Botucatu e o Governo do Estado de São Paulo que repassará a Botucatu o valor de R$ 571.081, 63, sendo a contrapartida no valor de R$ 661.637,63. Página 2
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Em sessão extraordinária Câmara aprova convênio para construção do “Parque da Represa do Rio Pardo”
Para execução do convênio, será repassado a Botucatu o valor de R$ 571.081,63 sendo a contrapartida financeira de R$ 661.637,63 A Câmara Municipal de Botucatu (20/12) contou com Sessão Extraordinária para a deliberação em regime de urgência de um Projeto de Lei de autoria executiva (PL 150/2023). A matéria, aprovada por unanimidade dos votos, autorizou a Prefeitura Municipal de Botucatu a celebrar convênio com o Governo do Estado de São Paulo, por intermédio da Secretaria de Turismo e Viagens, objetivando a transferência de recursos financeiros para construção da etapa I do “Parque da Represa do Rio Pardo”. Tal etapa diz respeito à estruturação da portaria principal do Parque e da pista de caminhada que dará acesso a
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área de uso comum da represa (prainha). De acordo com o projeto, para execução do convênio, será repassado ao Município o valor de R$ 571.081,63 (quinhentos e setenta e um mil, oitenta e um reais e sessenta e três centavos) sendo a contrapartida financeira de R$ 661.637,63 (seiscentos e sessenta e um mil, seiscentos e trinta e sete reais sessenta e três centavos). Conforme salientaram os parlamentares presentes, o “Parque da Represa do Rio Pardo” será um complexo turístico que agregará oferta diferencial à cidade de Botucatu, fomentando o turismo regional. Vale destacar que os vereadores estão em recesso parlamentar e voltam a se reunir em plenário para sessões ordinárias, em fevereiro. Nesse período o Presidente da Casa, como foi o caso recente, pode convocar os legisladores para sessões extraordinárias para votar projetos de urgência.
DIRETOR: Armando Moraes Delmanto EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes Contato@diariodacuesta.com.br Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689
(Fonte: Tribuna de Botucatu) O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios.
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ARTIGO
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“Pago-te um café, se me contares o teu amor”. José Tolentino Mendonça “Criando um sonho”
MARIA DE LOURDES CAMILO DE SOUZA O menino e o mar e o sonho de nele navegar... Pipo morava numa encantadora aldeia de pescadores. Todas as manhãs ele acordava com as vozes dos pais sussurrando para não acordarem os filhos e sonolento abria os olhos e ia ver pela janela da cabana que viviam os pescadores saírem para a pesca, na madrugada ainda sem os raios do sol. Dava um adeus ao pai e aos amigos pescadores que iam todos os dias jogar as redes ao mar e trazer o alimento e sustento para as famílias da aldeia. Ficava olhando o sol sair e dava asas ao sonho de construir um lindo barco. Saia depois do café da manhã e ia vaguear pela praia em busca de madeira que o mar trazia dos naufrágios. Ia juntando tudo num barraco abandonado perto do farol. Estava trabalhando numa pequena maquete e colocando o sonho em prática. O belo navio começava a ganhar forma. Aos domingos ia sempre ao Museu do Mar que ficava na cidade vizinha para ver os detalhes dos navios, e ler nos livros da biblioteca sobre o assunto. Voltava para casa com aqueles olhos de sonho, e corria para trazer seu sonho à realidade. O pequeno barco estava quase pronto para fazer o teste nas águas. Chamou os amigos para o grande dia. Animados correram até a prainha levando o caprichado navio. O barquinho tinha ganho até um pequeno motor. Solene e empolgado Pipo fez um pequeno e emocionado discurso e soltou seu barco ao sabor das ondas. Os amigos aplaudiram e fizeram um brinde com suco de laranja. O barco enfrentou as ondas e foi braviamente ao sabor do vento até que chocou-se com as pedras do barranco e sossobrou. As mesmas ondas que o levaram altaneiras devolveram os destroços à praia. Apesar desse incidente Pipo não desanimou. Logo na manhã seguinte voltou a trabalhar em um novo e mais potente arquétipo. E assim foram passando os anos até que Pipo tornou-se um alto e belo jovem e seguindo a tradição familiar agora ajudava o pai na pescaria mas, continuava com seu sonho, estudava e trabalhava numa oficina aonde construía agora um barco grande. Os amigos que não foram morar em outros lugares para estudar, trabalhavam na pesca e também corriam ajudar quando podiam. O veleiro estava ficando ma beleza. Pipo tinha conseguido investimentos para aperfeiçoar sua obra prima. E chegou o grande dia do lançamento ao mar. Todo o pessoal da vila e também das vizinhanças veio para o grande evento. Levaram o barco até a rampa, a champanhe estava ali para celebrarem. Imitando aos grandes lançamentos dos famosos armadores a champanhe bateu no casco explodindo em bolhas. Brindaram e Pipo lentamente lançou o lindo barco ao mar. As ondas rebeldes lambiam o casco forte e bem pintado. Foi navegando ali pelas praias conhecidas. Olhava encantado como tudo funcionava perfeitamente graças ao seu trabalho de tantos anos. Tinha pintado no casco o nome de “Iemanjá “ em homenagem à entidade rainha do mar. E foi navegando até o infinito.
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A revolução social do agro Muitos brasileiros de esquerda, entre eles o presidente Lula, repetem que a redução da pobreza e da desigualdade depende da mão pesada do Estado. Desse ponto de vista, só seremos um país mais rico e igualitário se o governo cobrar mais impostos, conceder mais bene�cios sociais, criar fundos de desenvolvimento regional e investir mais em sistemas estatais de educação. O agronegócio vem mostrando ao Brasil outro caminho para a revolução de indicadores sociais. Não é um caminho novo ou recém-construído, mas um já bastante conhecido por economistas e trilhado por nações ocidentais: o do bom e velho crescimento da produtividade e da economia. Por onde se espalha, o agronegócio brasileiro vem criando empregos, diminuindo a desigualdade, engrossando a classe média e atraindo migrantes em busca de uma vida melhor. Essa revolução social é mais visível no Centro-Oeste. Entre 1986 e 2022, enquanto a economia brasileira cresceu em média 108%, a do Mato Grosso cresceu 780%, a do Mato Grosso do Sul, 307%, e a de Goiás, 188%. O boom econômico criou cidades prósperas onde antes não havia nada, atraiu construtoras, diminuiu a pobreza e fez o orçamento de prefeituras e estados se multiplicar sem que fosse necessário aumentar alíquotas. O Centro-Oeste já é a segunda com menor desigualdade de renda do Brasil. Seu índice de Gini encostaria no da região Sul não fosse pelo Distrito Federal, onde os altos salários da elite do funcionalismo público puxam a desigualdade para cima. Apesar de ter apenas 5% dos beneficiários do Bolsa Família, o Centro-Oeste vem erradicando a pobreza de forma impressionante. Em 2022, dos quatro estados que mais reduziram a extrema-pobreza, três são dali: Mato
Grosso (redução de 23% em apenas um ano), Mato Grosso do Sul e Goiás (ambos com 28%). O quarto da lista é da região Norte, Rondônia, que também é beneficiado pelo agro. Enquanto isso, a pobreza persiste no Nordeste, que tem 47% dos beneficiários do Bolsa Família. Estados como Paraíba, Piauí e Ceará estão entre os que menos reduziram a pobreza, de acordo com a mais recente Síntese de Indicadores Sociais do IBGE. Mas a onda de prosperidade do agro, que décadas atrás enriqueceu o Sul, também está chegando ao Nordeste. Na região conhecida como Matopiba (leste de Tocantins, sul do Piauí e Maranhão e oeste da Bahia) a produção de soja e algodão vem criando bolhas de riqueza. Outro mito da esquerda que o agro derruba é o de que um país, para enriquecer, precisa parar de exportar produtos agrícolas para privilegiar o crescimento da indústria. Na verdade, um país precisa aumentar a produtividade em todas as áreas – seja na indústria quanto na produção agrícola ou extração de matérias-primas. É o exemplo de Rio Verde, uma das cidades mais prósperas de Goiás, polo da produção de soja. As exportações só desse município somaram 4,5 bilhões de dólares no ano passado. Esse valor é quase o dobro as exportações do estado do Ceará no mesmo ano (2,3 bilhões de dólares). A revolução social do agro brasileiro poderia ter sido maior se o Estado atrapalhasse menos: se construísse estradas ou deixasse a iniciativa privada construir ferrovias, se ao menos fornecesse um serviço confiável de energia elétrica para essas regiões, onde apagões ainda hoje são constantes. A revolução de indicadores sociais causada pelo agro mostra que a prosperidade, a prosperidade de verdade, não virá das mãos dos políticos. Será um resultado da liberdade econômica. (Editorial/Partido Novo)
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Momentos Felizes
RAIOS DE DEZEMBRO Esse era o mês do ano, ano do fim do mundo segundo alguns periódicos...! Sol escaldante ainda na primavera, às vésperas de um verão que promete ser muito quente também. Quando anoitece a cidade veste sua roupagem alegre para as festas natalinas, com suas lojas e vitrines repletas de multicoloridas luzes. Nas ruas, muitas pessoas ficavam admiradas com o movimento no interior das lojas e exibiam sorrisos e sacolas em profusão. Chuvas de verão não avisam..., simplesmente chegam com algum alarido, acompanhadas de vento forte e desaba sobre a cidade um temporal de granizo, com a ferocidade e insistência dos coriscos, raios e trovões de grande intensidade. As lojas fecham suas portas e as ruas e calçadas são lavadas pelas águas da correnteza que assusta os transeuntes. Sob a proteção de uma marquise um homem, todo encharcado, fica assobiando ou cantarolando para disfarçar o medo. Descarga elétrica provocada por raios escurece a cidade como breu. No jardim da Praça, sob coriscos e relâmpagos, centenária árvore agoniza com seus galhos despidos, revelando uma oração tristonha. Pássaros em seus ninhos protegem seus indefesos filhotes e as outras aves buscam nos telhados vizinhos um melhor abrigo. Na casa grande, uma família temerosa com
5 Roque Roberto Pires de Carvalho
o intenso barulho das chuvas sobre o telhado, reza uma prece para Santa Bárbara amainar a tormenta. Longe dali só o ladrar dos cães de rua e o homem que estava sob a marquise não era visto por mais ninguém. Os sinos da Igreja eram acionados pelo vento forte; seu bimbalhar descontrolado parecia ser o mesmo que chamava os fiéis para a missa domingueira. Quando o som do badalar era mais forte dava a impressão de estar afugentando o vendaval para bem longe e assim, como movida por uma força estranha, uma chuva fina passou a respingar sobre as casas, lojas, ruas, árvores e flores do jardim. Lentamente as luzes artificiais foram restabelecidas iluminando novamente a cidade ainda assustada. Coriscos e trovões só eram vistos e ouvidos ao longe... e a cidade voltava a ser agitada... Uma lua branca, muito pálida escondida sobre algumas nuvens escuras parecia oferecer sua paz na terra e sua mensagem prenunciava a chegada do NATAL, próximo, muito próximo...