Edição 986

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Diário da Cuesta ANO IV

Nº 986

SEXTA-FEIRA, 05 DE JANEIRO DE 2024

NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU

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Registro Histórico:

O CAMINHO DO IGUATEMI

“... a vereda que se deve seguir é entrar pela serra de Botucatu onde tenha maior comodidade e daí botar o agulhão em ponto fixo na barra do rio Pardo e aí cortando o sertão, bem pelo meio da campanha entre os dois rios Paranapanema e Tietê, fugindo sempre de avizinhar dos matos e pantanais que ambos tem por toda a margem...” (Hernâni Donato). Página 3

Aérea espanhola celebra final de ano com entrega tripla de jatos da Embraer

Carlos Martins A companhia aérea Binter terminou o ano com mais 3 novos jatos E195-E2 da Embraer, que foram entregues simultaneamente. A entrega feita esta semana foi dos jatos de matrícula EC-OEB, EC-OEC e EC-OEP, todos do modelo E195-E2, que na espanhola leva até 132 passageiros. As aeronaves saíram de São José dos Campos uma após a outra e fizeram escala técnica de reabastecimento em Recife, antes de chegarem ao destino final, no Aeroporto de Gran Canária.


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ARTIGO

“O ilusionista” José Maria Benedito Leonel Eu gostaria de ser mágico... Sabe por que? Porque eu viveria de ilusão. De tanto iludir, aceitaria ser iludido. Habilidoso com as mãos e com os lenços ninguém perceberia meus tremores nas despedidas e nem as lágrimas no olhares furtivos e cúmplices. Faria desaparecer do baralho as damas de copa e de ouro, só por ironia. Embora belas, eu, submisso sempre, mandaria nelas.

EXPEDIENTE NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU WEBJORNALISMO DIÁRIO

Tiraria pombas e coelhos da cartola pra crianças e devolveria sonhos aos corações dos velhos. Tudo magia. iludido e iludindo a vida, eu não teria espaços vazios, dias sem amanhã, horas mortas. De repente, eu mágico, transformaria o mortal punhal em uma rosa branca e a lagrima da boneca triste se desmancharia num beijo fugaz de um principe que eu tiraria de minha caixa de magia. Ilusão, eu sei. É a magia que encanta a rotina do dia, o dissabor do desencanto, o silêncio dos conflitos evitados. Mas eu não sou mágico e pouco me iludo. Eu já disse adeus as ilusões e ás luzes da ribalta. De mágica, só sei os truques ( nem sempre suficientes) da sobrevivencia e do equilíbrio emocional na convivência humana.. Não, não sou mágico, mas se fosse, haveria de fazer o lobo e o cordeiro beberem juntos a água do mesmo riacho...

DIRETOR: Armando Moraes Delmanto EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes Contato@diariodacuesta.com.br Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689

O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios.


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O CAMINHO DO IGUATEMY PASSAVA POR BOTUCATU Olavo Pinheiro Godoy

Embora devassados e em grande parte explorados pelos paulistas caçadores de índios do século XVII, os sertões ao oeste e sudoeste de São Paulo, que limitavam com terras do domínio da Espanha, ficaram relativamente abandonados desde o descobrimento das minas de ouro. Começaram por isso os castelhanos a ocupar esse território, tão ostensivamente, que em meados do século XVIII a metrópole recomendava aos governadores de São Paulo várias medidas à respeito. Tormentoso foi, para Lisboa, o governo de Rodrigo César. Os restos de vida econômica e social, dispersos pelas vilas e fazendas, eram baforadas de despeito que ele soprara com crueldade. E, para amparar a capitania de São Paulo, encostaram-na ao governo do Rio, para erguer- lhe as forças perdidas, perdendo ela, porém, a magra autonomia em que parecia achar-se. E acéfala permaneceu dezessete anos, de 1748 a 1765, quando , de novo desmembrada, teve governo próprio, entregue ao Morgado de Matheus, D. Luiz Antônio de Souza Botelho e Mourão. Sabia a coroa quanto as bandeiras lhe deram : toneladas de ouro de lei, e opulenta quantidade de gemas preciosas. Vira o alargamento surpreendente, por ela realizado, da sua nesga de chão, espremida contra o meridiano de Tordesilhas. E sentiu que só a coragem, a força de paulista lhe podiam dar mais, muito mais. A coroa portuguesa pedia mais riquezas. Esperava-se que as entranhas das minas viessem abarrotar de novo as arcas de Lisboa. O importante, no momento, era conter a invasão castelhana pelo Paraguai. O historiador Hernâni Donato conta que “a fim de manter sólida tal posição e aumentada a flexibilidade do sistema defensivo, além da fundação de povoações, o Botelho e Mourão quis um caminho bem aberto e conservado, até o Iguatemy.” O QUE FOI O IGUATEMY? A fortaleza de Nossa Senhora dos prazeres do Iguatemy, fundada em 22 de setembro de1767 na confluência do rio Iguatemy com o Forquilha, extremo sul do Mato Grosso, aventureiros partidos de São Paulo, por ordem do governo, e reunidos a outros em caminho, assentaram acampamento, a pretexto de fazer plantações para suprimento indispensável. Mascaravam deste modo, intuitos reais de fortificar a fronteira e preparar um centro de defesa e de ataque, assegurador de conquistas territoriais realizadas. Simples pouso temporário, para constar; baluarte guerreiro, logo depois, presídio e núcleo de irradiação, foi o lugarejo sede e causa de drama pungente. Ergueu-se aí a casa forte à beira do rio. O CAMINHO: FOCO IRRADIADOR DE POVOAÇÕES . . . e continua Hernâni : “ minucioso em tudo, faz saber qual o traçado do seu desejo: “a vereda que se deve seguir é entrar pela serra de Botucatu onde tenha maior comodidade e daí botar o agulhão em ponto fixo na barra do rio Pardo e aí cortando o sertão, bem pelo meio da campanha entre os dois rios Paranapanema e Tietê, fugindo sempre de avizinhar dos matos e pantanais que ambos tem por toda sua margem. . .” O historiador Aluísio de Almeida in “ O Maldito Iguatemi” fala do caminho. “... um manuscrito sobre os caminhos de Mato Grosso, existente na Biblioteca Nacional, esclarece perfeitamente que, apesar de ser mais usado o Tietê na viagem de ida, preferiam às vezes os bandeirantes, principalmente voltando, subir o Paranapanema até às cabeceiras de seus tributários, deixando as canoas na fazenda do “Padre Reitor do Colégio”. Daí de Sorocaba a Itú eram cerca de 15 léguas de campo com o Ipanema à frente para orientá-los”. OS JESUÍTAS As fazendas dos jesuítas ocupavam os campos e cerrados, com matas pelos montes, a começar navertente oriental da serra de Botucatu, com o Tietê e o Paranapanema por limites até as margens do Sorocaba.Eram duas juntas : de Botucatu e Guareí. Esta mais perto de Sorocaba. A atual cidade de Botucatu –note-se bem – fica fora da antiga fazenda. Existem ainda vestígios da sede da fazenda Guareí, ao lado direito do pequeno rio desse nome. Além, lá está o significativo rio Santo Ignácio, correndo para o Paranapanema . Mais além o Avaré, morro do Padre, e, enfim, a corda da serra, além da qual a esquerda ficavam os campos advinhados por Dom Luiz , Campos Novos do Paranapanema. ALMEIDA LEME, O ABRIDOR DE CAMINHOS Em fevereiro de 1771 recebia Dom Luiz Antônio uma carta de José de Almeida Leme, Capitão-Mor de Sorocaba, propondo-se abrir à sua custa o caminho de Sorocaba a Iguatemy. Ficou contentíssimo. Voltava a ficar persuadido de que pela serra de Botucatu e costeando o Paranapanema, como dizia o Almeida Leme, devia haver muitos campos e poupava-se a grande volta do Tietê. “ Eu tenho um mapa antigo afirmava o fidalgo – em que se vê o roteiro de um caminho que seguiam os antigos

paulistas, o qual, saindo de São Paulo para Sorocaba, vai daí à fazenda de Botucatu que foi dos padres. Desta a São Miguel junto do Paranapanema, que se acha hoje destruído. Daí costeando o rio pela esquerda se ia a Encarnação, S. Xavier e a S. Inácio, lugares que hoje se acham destruídos; aí embarcam no Paranapanema e desde o salto das Canoas até a barra deste rio gastavam 20 dias. Daí entrando no Paraná navegavam o rio Ivinheíma ou das Três Barras até suas vertentes e daí, tornando a largar as canoas atravessavam por terra as margens da Vacaria, direitos a uma povoação chamada Santo Inácio, e mais adiante dela tornavam a embarcar em outro rio considerável, que desagua para o Paraguai, o qual rio acho em alguns mapas nomeado Aguareí e em outros Corrientes. . .” Francisco Pais, que era de Cotia, e José de Almeida Leme, de Sorocaba, resumem a energia e coragem dos abridores de caminhos do Brasil. Esse caminho militar construído pelo Capitão-Mor de Sorocaba, José de Almeida Leme com gente de Itu, Parnaíba, Araçariguama, Cotia, Sorocaba, Jundiaí, utilizando alguns índios com experiências no sertão, abriram o ”picadão” de São Paulo passando por Sorocaba, Guareí, contornando a serra de Botucatu pelos arredores da atual cidade de Pardinho, passando por Santa Cruz do Rio Pardo em demanda da fatídica fortificação do Iguatemy. A ESCÓRIA DO VICIO E DO CRIME O historiador Carvalho Franco salienta que “por todo o território da capitania, quando não eram os bandos ríspidos, mandando caçar a escória do vicio e do crime e embarcá-los para o presidio; impunha aos insubmissos, como escrevia o Margado de Matheus, a consumição. Pagavam por isso os pais pelos filhos, as esposas pelos maridos e os irmãos pelos irmãos. Essa “escória do vício e do crime” muitas vezes, por doenças, fugas, ou necessidade de mão de obra,iam ficando pelo caminho a engrossar os pequenos arraiais em formação ao longo do caminho do Iguatemy. Com carradas de razão o Capitão José Gomes Pinheiro usando da tribuna da Câmara de Itapetininga descrevia os habitantes da época “ . . . gente rude de pouca ou nenhuma obediência às autoridades, e grande parte criminosos o que pendem para esse lugar, por não haver autoridade suficiente para corrigí-los. . .” CEMITÉRIO DE PAULISTAS Denominado por um historiador de “cemitério de paulistas” a fortaleza-presidio era a imagem do inferno, estendido no pantanal, sob um lençol de mosquitos pestilentos, o presídio escancara a guelamaldita para receber os seus migrantes forçados. Imagine-se uma área insulada entre matas e campos desertos, à beira de um rio morto, envolta em neblina escura e farta, sob um silêncio pesado, a léguas e léguas de aglomerados humanos. E aí, sem esperança e sem conforto, um rebanho de paulistas alucinados, oprimidos e famintos, com os olhos tristes fincados na penumbra, onde a demência lhes mostra balouçando, como farrapos de trevas, a cabeça, o corpo e os membros de um espectro sinistro. A igreja coberta de cascas de palmito, abrigava, entretanto, a gente do local. Choças de barro ou tapume de folhas de palmeira, cobertas de capim, simulavam vivendas; e só.. . porque animais domésticos e hortas eram luxo incompatível com a pobreza do meio. Nas terras da aldeia, algumas centenas de pessoas tentavam cultivar o indispensável à vida; mas os ratos e os gafanhotos devoravam tudo; tentavam dormir, para esquecer os sofrimentos, mas as pulgas, as baratas, os grilos, os pernilongos, impediam o repouso e o sono, e criavam a fadiga, a irritação, o desespero. E não tardou a malária avassalante e impiedosa e a fome veio, como consequência do isolamento; e os índios guaicurus assíduos, diabólicos, malvados, roubavam o pouco de calma que a babel dos males pudesse deixar. As mortes sucediam-se com miúda frequência. FIM DO PRESÍDIO Em 1777, estando no comando do forte Martin Lopes Lobo, os guaicurus invadem o reduto, matam e depredam, roubam o que podem. Coincidindo com o ataque de D. Pedro de Ceballos à Santa Catarina, ou em consonância a um plano conjunto, D. Agostinho Fernandes de Pínedo , “General da Cidade do Paraguai”,marchou de Assunção com seis mil homens e apresentou-se, de repente, diante do posto fracamente guarnecido. Intimada a render-se, a guarnição de 116 homens teve de capitular, sem luta, a 27 de outubro de 1777. De posse da praça, destruiu-a D. Pínedo. Mas, as ruínas de Iguatemy, ocupação das terras pela gente luso-brasileira, iria constituir o marco, o documento de posse, que garantiria ao Brasil, um século depois, o direito ao território ocupado. Bibliografia: * “São Paulo”- João Toledo – Imprensa Metodista * “Bandeiras e Bandeirantes de São Paulo”- Carvalho Franco – Editora Nacional - 1940 “Achegas para a História de Botucatu”-Hernâni Donato - 1985 “Fronteiras Flutuantes”- General Souza Junior - Gráfica Laemmert - Rio - 1954 * “Maldito Iguatemi”- Aluísio de Almeida in Revista do Arquivo Municipal- XCVI -1944 (1) Aluísio de Almeida conheceu, além de Guareí, mais uma légua de caminho bem fundo, entre taquarís e mato seco e cerrados, com mais de cem anos de existência e que, por certo, foi traçado sobre a antiga picada e - quem sabe - o próprio Peabiru. Simples valos de divisas duram séculos... Por que não este rumo? (Acervo revista Peabiru)


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“Quando se sonha sozinho, é apenas um sonho. Quando sonhamos juntos, é o começo da realidade.” Miguel de Cervantes. Maria De Lourdes Camilo Souza Amanheceu 24 de dezembro e neste dia vou ser pródiga com meus sonhos, porque sussurraram no meu ouvido que hoje posso só Tudo. Entendeu? Nada de humildade, modéstia ou simplicidade, parcimônia. Pára com isso! Então hoje “Tudo posso naquele que me fortalece” “O sonhos mais lindos, sonhei.” Vamos começando a sonhar alto e sem medo de ser feliz! Não vou deixar barato e fazer a brincadeira do contente e aceitar o pouco. Nada disso. Quero ter tudo o que mereço e sei que mereço só o melhor que a vida pode me oferecer. E isso vai acontecer porque começo desejando colocar no primeiro minuto deste novo ano que está logo ali na próxima semana, dando aquele salto quântico tão esperado e cair com os dois pés bem plantados na Nova Era. Na nova Terra onde tudo é perfeito. Começando por vales verdejantes, floridos, perfumados, habitado por todos os tipos de bichos e seres humanos perfeitos, maravilhosos. Onde a magia funciona. Imagino uma mesa linda e enorme de café da manhã e ela surge aos meus olhos. Sentados á essa mesa muitas pessoas felizes da nossa família da humanidade. Sobre essa mesa lindamente posta estão as mais lindas e deliciosas frutas, bolos, pães, frios, pratos quentes fumegantes, bolachas, geleias. Jarros dos mais variados sabores de sucos, muito gelados. E reina nessa refeição uma harmonia perfeita, cada pessoa ali presente respeitando e se dedicando a tornar o desjejum do próximo mais delicioso e feliz. Ouve-se ao fundo uma suave música. A grande aventura já começou. Cada um se prepara para dar início a sua missão nessa nova era e ir cocriando em sua própria área de atuação. E será apenas nos sentarmos ali sobre a grama verde e em contacto com a natureza, respirar e deixar fluir. As borboletas tocando as flores. Os pássaros passeando alegres. Os raios do sol acariciando nossa pele. E começo a criar um mundo perfeito onde só prevaleça a Paz, Abundância, saúde, prosperidade, muito Amor para todos. Um novo Gênesis recriado pelo Eu Sou presente em nós. Apenas Tudo de melhor. A Nova Era já começou e fazemos parte. A Luz venceu!


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