Diário da Cuesta ANO IV
Nº 995 TERÇA-FEIRA, 16 DE JANEIRO DE 2024
NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU
Acompanhe as edições anteriores em: www.diariodacuesta.com.br
16 de Janeiro: Dia Internacional dos Beatles
Cuesta Road 300
Três profissionais de Botucatu, em 2004, mostrando a sua paixão de adolescência pelos Beatles e Bee Gees, realizam espetáculo histórico no Teatro Municipal de Botucatu. Arnaldo Machado (psiquiatra), Antonio Carlos Blasi (veterinário e docente Unesp) e Luís Carlos Santos (administrador. Página 2
Os Beatles encantam o mundo e mobilizam gerações...
Em 2004, a banda botucatuense Cuesta Rood 300 dava a devida valorizada na tradição dos geniais ingleses...
2
“Andante” José Maria Benedito Leonel
Negou-me os olhos e quis, passos rápidos, pelas beiradas dos capins mais altos, arredios de se vê. Mas eu o vi e parei o trote do cavalo baio. Magro e allto, barba de palmo, no resto do rosto judiado do sol. No ombro um “piquá” de latas, de trapos, de dores. Nas mãos umas bugigangas, pedaços de correntinha de feira e um cabo de canivete cor de maravilha. Na canela esquerda, como peia, uma correia de couro cru amarrado um velho cano de bota. Nos pés, nada tinha. Minto. Tinha unhas grandes e solas grossas, indiferentes à areia quente das estradas deste mundão de Deus. Negou-lhes o baio a proximidade, obrigando-me a usar as esporas. Refugou, mas admitiu a companhia, visto que lhe impus rédeas curtas em freio pesado. O sol ia alto naquele caminho boiadeiro no meio do cerrado, quando se deu tudo o que conto. Fiz gosto no cumprimento. Ele, levantando os olhos, verdes como brotos de primavera, parou-os em mim, medindo-nos a mim e ao cavalo, por inteiro. Não disse nada. Apeei sem receio, desfiz a matula e repartimos uns pedaços de mandioca macia com uma sobra de farofa e uns “taio d’agua”. Comeu e bebeu quieto. Puxei prosa, cutuquei assuntos, no melhor dos intentos. Nada obtive, nem uma só palavra.
EXPEDIENTE NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU WEBJORNALISMO DIÁRIO
Diário da Cuesta
Só aquele olhar vago, triste e verde. Quando eu já partia, cismado os porquês e os sentidos desta vida, cavalo pedindo rédea, ouvi sua voz se distanciar cantando: “Passarinhos das estradas, pedi pro meu bom Jesuis, pra avisá minha mãezinha, que eu carrego a minha cruz, a morena que eu quis bem...” Meio triste, meio alegre, falei pro cavalo baio:---ao menos na cantiga ele é rico, ele tem mãe! A minha tá no meu coração e no que faço de certo quando acerto. Respeito e carinho a todas as mães e saudade da minha. Simples assim.
DIRETOR: Armando Moraes Delmanto EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes Contato@diariodacuesta.com.br Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689
O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios.
Diário da Cuesta
3
“Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band” comemorou 50 Anos! BEATLES BEATLES BEATLES: 50 ANOS!!
“Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club
Band” foi concebido quando John Lennon, Paul McCartney, Ringo Starr e George Harisson não tinham nem completado 30 anos. Em 1º de junho de 1967, “Sgt. Pepper’s”, uma obra básica da cena emergente do rock psicodélico, chegou às lojas e liderou a lista de sucessos no Reino Unido durante 27 semanas, além de ficar 15 semanas no lugar mais alto do ranking da revista americana “Billboard”.
Não se tratava de um simples disco de 13 canções, senão que as músicas se sucediam de maneira contínua, sem interrupções, criando uma obra global, passando a ser conhecido como o primeiro álbum conceitual da história. Em Botucatu, em 2004, o grupo CUESTA ROAD -300 prestou sua homenagem registrada no moderno JORNAL DA CUESTA, de 18 de março de 2004.
4
Diário da Cuesta
Jornal da Cuesta, 18/03/2004
5
Momentos Felizes
CAMÉLIAS BRANCAS E ROSADAS
Nas tardes frias do outono ele ouvia bater os sinos da Igreja. Era o sonoro convite para a meditação pedindo que a natureza e as pessoas parassem para rezar uma oração. Igreja um tanto vazia, luz dos vitrais coloridos sob a luz do entardecer, o silêncio e lá no fundo das lembranças, ainda era possível ouvir o Canto Gregoriano. O tempo passou mas as tardes do outono continuam lindas!
Diário da Cuesta Roque Roberto Pires de Carvalho
Tudo é maravilha! A estação outonal também é um convite para meditação nas cores solenes das nuvens. Naquela tarde ele olhava para o infinito do horizonte e assistia o bailar das nuvens inquietas, o despontar das primeiras estrelas da noite em céu azul profundo; árvores pequenas e médias do jardim em gramado de muito verde recebiam os últimos raios do sol, deixando para a lua crescente o compromisso de continuar com a natureza quieta e calma. O amanhecer é tão lindo quanto o crepúsculo, só que agora abrindo as janelas da casa grande, recepciona o sol mostrando a sua grandiosidade e beleza, colorindo todas as flores do jardim. Eis que surge perante seus olhos a beleza dos pés de Camélias com suas folhas verdes/escuras, grossas e belas, flores brancas e rosadas independentes de eventual perfume. Radiosa manhã! O friozinho batia manso com as alegrias de uma estação bonita. Beleza paralisante de um novo dia. Para quebrar o silêncio, apenas o trinado de passarinhos travessos, hora sagrada para agradecer a Deus por mais um dia...