Diário da Cuesta ANO IV
Nº 996 QUARTA-FEIRA, 17 DE JANEIRO DE 2024
NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU
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O MAIS DESTACADO HISTORIADOR BRASILEIRO, JOAQUIM NABUCO (19/08/1840 – 17/01/1910), FOI POLÍTICO, DIPLOMATA, JURISTA, ORADOR E JORNALISTA. Página 2
BOTUCATU: EMBRAER ATINGE PRODUÇÃO HISTÓRICA DO IPANEMA Empresa entregou 65 aeronaves Ipanema em 2023
A divisão de aviação agrícola da Embraer entregou 65 aeronaves Ipanema em 2023, uma alta de 18% em comparação com o ano anterior. Com isso, em dezembro, a companhia atingiu a marca histórica de 1.600 unidades produzidas e entregues ao longo das cinco décadas de produção ininterrupta da aeronave, produzida em Botucatu. Desde o lançamento da nova versão do modelo EMB-203 em 2020, a empresa tem registrado crescimento con�nuo nas vendas e planeja aumentar a produção para 70 aeronaves este ano. “O agronegócio tem um significativo impacto positivo para Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil e estamos muito satisfeitos em ver
como o Ipanema tem contribuído para a alta produtividade, eficiência e sustentabilidade do setor”, afirma Sany Onofre, Gerente do Programa Ipanema da Embraer. Líder do mercado nacional de pulverização aérea, o Ipanema apresenta inovações e aprimoramentos que elevam a robustez a um baixo custo operacional e de emissões de carbono. O Ipanema é o único avião agrícola certificado e produzido em série para voar a etanol, uma fonte de energia renovável e que proporciona aumento de potência do motor da aeronave. (FONTE: NOTÍCIAS.BOTUCATU/ ACONTECE BOTUCATU)
LEITURA DINÂMICA Notícias de Botucatu e sua gente
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JOAQUIM NABUCO
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Nascido em 19 de agosto de 1849, no Recife, Joaquim Aurélio Barreto Nabuco Araújo foi historiador, diplomata, jornalista, jurista e deputado pela Província de Pernambuco. Um dos principais líderes abolicionistas do Brasil, Nabuco escreveu ensaios e livros, além de cartas e discursos, condenando a escravidão. Nessas obras, que podem ser lidas no portal Domínio Público, ele analisava a escravidão sob diversos aspectos (histórico, jurídico, religioso, social e político). Joaquim Nabuco escreveu também em jornais e revistas. Compareceu às sessões preliminares de instalação da Academia Brasileira de Letras (ABL) e foi o fundador da cadeira n° 27. Em 17 de agosto de 2020, foi promulgada a lei nº 14 .038 que regulamenta a profissão de Historiador, estabelece os requisitos para o exercício da atividade profissional e determina o registro em órgão competente. Nesta data, o Arquivo Nacional presta homenagem a todos as historiadoras e historiadores do país. O Dia do Historiador foi instituido em homenagem a Joaquim Nabuco, em 17/12/2009, pela Lei nº 12.130.
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O PEQUENO PRÍNCIPE
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Bahige Fadel
Não sei o que me deu hoje, quando resolvi rever o livro O Pequeno Príncipe, de Saint-Exupéry. Quando estava na ativa como professor, costumava explicar algumas frases interessantes desse livro. Nem sempre despertava o interesse dos alunos, que estavam preocupados com coisas muito mais importantes, como as redes sociais. Mas alguns até faziam observações sobre meus comentários. Pois é. Hoje me deu na telha revisitar essas frases. Há muitas, mas dedicarei um espaço para esta: ‘É preciso que eu suporte duas ou três larvas se quiser conhecer as borboletas.’ E por quê? É que nesse mundo de Deus, muita gente acha que as coisas boas aparecerem de mão beijada, sem o mínimo esforço. Quando um pai repreende o filho, por ele estar acomodado, não é raro esse filho dizer, como se fosse o dono da verdade: Não pedi pra nascer. Ou ainda pior: Como sou seu filho, é sua responsabilidade cuidar de mim. Nunca me esqueço de uma ocasião em que um aluno, achando-se muito esperto, lascou essa de ‘não pedi pra nascer’. Dei uma gargalhada. Perguntei a ele se havia pesquisado muito para chegar àquela observação. Depois perguntei à classe se havia alguém que tinha pedido pra nascer. Se a pessoa não existe ainda, como é que vai ou não pedir pra nascer? É uma frase absurda, que é frequentemente pronunciada por quem deseja abster-se das responsabilidades. Por quem deseja que tudo venha de mão beijada. Certa ocasião, comentei com um amigo, dizendo-lhe que estava numa boa, que estava nadando de braçada. Ele, rindo, me disse: Todo mundo vê as pingas que eu tomo; não vê os tombos que eu levo. É verdade. As pessoas tendem a ver o resultado do esforço - o sucesso - mas não o trabalho
desenvolvido para se conseguir esse resultado. E os invejosos ainda colocam dúvidas naquele sucesso: Deve ter enganado alguém ou é herança. Ou será que é político? Esses invejosos são incapazes de aceitar que o outro é capaz, trabalhador, eficiente, esforçado. Assim, conseguiu honestamente o que popssui. A frase tirada do livro de Saint-Exupéry me levou a essas e outras reflexões. As pessoas admiram a beleza das borboletas, não as larvas que elas eram, mas não existem borboletas sem terem sido larvas. Isso quer dizer que, se a gente quiser o sucesso, é preciso aceitar o trabalho, o sacrifício, as privações. Se você esperar pelo grande prêmio da loteria, dificilmente terá algum sucesso. A escolha é nossa. Mas devemos ter consciência de que é preciso suportar as larvas, se quisermos usufruir da beleza das borboletas.
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“Viagem”
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Oh tristeza me desculpe estou de malas prontas Hoje a poesia Veio ao meu encontro Já raiou o dia Vamos viajar” Vamos indo de carona na garupa leve do vento macio Que vem caminhando Lá do fundo do mar” Paulo César Pinheiro MARIA DE LOURDES CAMILO SOUZA A viagem estava comprada, marcada. Juntamos umas poucas roupas numa maleta pequena controlamos a ansiedade e o medo, respiramos fundo, fechamos a porta da casa e fomos embora sem olhar para trás. Começava de ônibus, passava pelo aeroporto. Quando já estávamos sentados na poltrona do avião, que seguia lotado rumo ao sul. Tomamos um café, uma água, com direito a biscoitos. No guardanapo uma mensagem: De: Para: “Estive nas nuvens e me lembrei de você “ No pequeno copo de isopor: “Gente que só funciona depois de um café “ Quando menos se esperava veio o anúncio do piloto: “Senhores passageiros afivelem os cintos, em minutos pousamos em Pelotas. Arregalei os olhos surpresa : Já??? Descemos debaixo de uma chuva que apesar de fria não refrescava o ar espesso. Ao lado da escada um enorme recipiente lotado de guarda-chuvas, mas o povo destas plagas nem se preocupam de usar, tanto que chove por estas bandas. Mas nós, paulistas raiz, nos aferramos ao “paraguas” e lá fomos desviando dos pingos grossos, sob sua proteção. Devolvemos ao seu lugar logo que chegamos para dentro do prédio pequeno do aeroporto internacional que passa por reformas, e lá fomos escoltados á condução que nos levaria até Rio Grande. Chegamos já na noite fechada até a recepção do pequeno hotel onde fizemos as reservas. Um moço gordinho, muito inseguro e suarento nos atendeu muito gentilmente. Depois no levou até o nosso apartamento, reforçando várias vezes que o café da manhã era no 1° piso e era uma delicia. Comprovamos a sua sugestão, na manhã ensolarada do dia seguinte. Começou aí o caso de amor com esse povo gaúcho. Comemos muito, quase acabamos com o delicioso café. Falei : vou embora antes que coma até os pés das mesas. Agradecemos a senhora dona do hotel e sua fiel escudeira, cuja face redonda nos lembrava dos índios dos sete povos das missões. Ela também devolveu a simpatia dizendo -”Merece” Respondi: - “Obrigada “mimosa”! O rosto queimado de sol cheio de rugas, se abriu num sorriso branco, os olhinhos puxados brilharam. Ficou aí estabelecido o vínculo dos paulistas com os gaúchos. Dali saímos para as ruas do centro histórico, repletas de casas antigas, igrejas lindas, a visita ao mercado municipal. Mas o ápice de final da manhã foi comer aquele linguado empanado frito e dourado, batata frita, bolinho de peixe, arroz, feijão preto e salada, trazidos com aquele sorriso simpático da Maria, funcionária do restaurante mais procurado que fica ali na ponta do Mercado, recém pintado de amarelo, a poucos passos das águas da Lagoa dos Patos. Pelas portas podemos comer e acompanhar o movimento dos barcos de passeio e dos pescadores daquela região. No galpão a frente mais cedo, bandos de pescadores limparam o pescado trazido do mar, e vendido ali mesmo.Deitados nos paralelepidos bandos de cachorros bem nutridos ficam ao sol, vendo os turistas que por ali passam. O cheiro do peixe fica por ali, mas faz parte do costume do povo que ali busca comprar um peixe fresco. Voltamos no tempo da estória daquela cidade antiga.