Diário da Cuesta ÍTALO ROSSI ANO IV
Nº 998 SEXTA-FEIRA, 19 DE JANEIRO DE 2024
NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU
Acompanhe as edições anteriores em: www.diariodacuesta.com.br
Botucatuense que brilhou na TV PÁGINA 3
Ítalo Rossi (19/01/1931 – 02/08/2011)
Ítalo Balbo Di Fratti Coppola Rossi nasceu em Botucatu, São Paulo, em 19 de janeiro de 1931. Filho de Iacopina Coppola e Ottorino Umberto Rossi, um casal ítalo-brasileiro que se conheceu quando o pai, então jovem imigrante italiano, foi trabalhar na cozinha do hotel de seu avô materno, em Botucatu. Estreou na Globo em 1965. Destacou-se em novelas como ‘Que Rei Sou Eu?’ (1989) e ‘Senhora do Destino’ (2004) e no seriado ‘Toma Lá, Dá Cá’ (2008). Morreu em 2011, aos 80 anos. Ítalo Rossi estreou como membro do Teatro Brasileiro de Comédia (TBC) e, em seu primeiro trabalho, ganhou o prêmio de ator Revelação, na Associação Brasileira de Críticos Teatrais, com a peça ‘A Casa de Chá do Luar de Agosto’ (1956). Três anos depois, fundou o Teatro dos Sete, ao lado de Fernanda Montenegro, Fernando Torres, Sergio Britto e Gianni Ratto. Juntos, lançaram o espetáculo ‘O Mambembe’, de Artur Azevedo, que representou um marco no teatro nacional ao sugerir uma aproximação entre a plateia e o palco.
NO ARTIGO SOBRE PAULO FRANCIS – O MAIS POLÊMICO JORNALISTA DO SÉCULO XX ! – A REFERÊNCIA AO ATOR DA GLOBO, O BOTUCATUENSES ÍTALO ROSSI. PÁGINA 3
JARDIM TROPICAL
No final de 2023, a Prefeitura Municipal de Botucatu concluiu uma obra que foi aguardada por décadas: o asfalto no Jardim Tropical. Um bairro com mais de 40 anos de lançamento e que desde então tinha ruas de terra. Foi necessário investimentos importantes no Jardim Tropical, a começar pela implantação das galerias de águas pluviais, guias e sarjetas, até chegar ao pavimento. Mais um passo importante rumo a universalização do asfalto nos bairros urbanos de BOTUCATU.
2
Diário da Cuesta
ARTIGO
“Sem rumo...“ José Maria Benedito Leonel
Nao tenho receita, nem roteiro Sou andarilho, forasteiro Ando por aí sem trilha, à toa, canoa no rio, vazio de mochila não procuro porto,nem ilha me recolho onde escolho e olho a lua cheia ou minguante, errante no deserto da praia. Vida que vai e vem, bem ou mal como as ondas que crescem e morrem no oceano como nossos amores e planos. Assim como eu, o amor se foi Eu sem ela, ela sem eu Não entendeu? Nem eu! É só mais um poema que morreu sem ser inteiro, passageiro. Aprendiz de ser feliz Rasgo o que escrevo, nego o que sinto minto que procuro a luz no escuro. Não faz sentido o que digo mas eu não ligo. Daqui a pouco o sol se esconde e não sei onde... Não queira me entender sou cigano e engano o bem-te -vi que me viu só o barqueiro sabe as curvas do rio e o aboio pertence ao vaqueiro e o adeus ao forasteiro.
EXPEDIENTE NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU WEBJORNALISMO DIÁRIO
DIRETOR: Armando Moraes Delmanto EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes Contato@diariodacuesta.com.br Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689
O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios.
3
Diário da Cuesta
a r t i g o PAULO FRANCIS Desde o lançamento do Diário da Cuesta que estava programada uma homenagem ao jornalista Paulo Francis, o maior e mais polêmico jornalista brasileiro do final do século XX. O aguerrido intelectual brasileiro “deu seu adeus às armas” na cidade de Nova York. Perda irreparável... Com 66 anos de idade, Paulo Francis estava no auge de sua vitoriosa carreira. Tendo atingido o “estado de graça” no exercício da cidadania, Paulo Francis era dos raros brasileiros que podia se dar ao luxo de dizer, sempre, o que pensava. As suas críticas e as suas observações iam do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, passavam por intelectuais “politicamente corretos” como Antônio Houaiss e “peneiravam” políticos como Lula da Silva e Mário Covas. Não precisava agradar a ninguém. O seu sucesso estava, exatamente, em dizer o que todos gostaríamos de dizer... Nós. particularmente, sempre fomos admiradores dos escritos de Paulo Francis. Ele faz parte de uma galeria de brasileiros que fizeram do jornalismo a porta principal na defesa da cidadania, tão necessária a este país. Com David Nasser. Carlos Lacerda, Samuel Wainer. Nelson Rodrigues e poucos mais, Paulo Francis foi modelo de profissional competente e vencedor. Durante 25 anos, em Nova York, ele fazia o contraponto da política e da cultura brasileiras. Uma citação famosa de Paulo Francis era lapidar : “...a imprensa brasileira devia ter mais personalidade, mais opinião... “ Muito culto, escritor, ator e crítico teatral, estudioso, não se deixava “encantar pelo sucesso passageiro”. Foi um guerreiro. Um vencedor. Em 1993, no lançamento do 2° volume do “MEMÓRIAS DE BOTUCATU” , fazíamos a abertura do livro com uma citação de Paulo Francis : “Para mim, uma cidade sem passado, sem lembrança concreta de seus antepassados, sem as impressões digitais de sua história, me confrange... “ Brilhante! Diz tudo... Em 1991, tínhamos uma coluna, “RECADO URGENTE’ , no Jornal de Botucatu e, em 04/01/91, escrevíamos o artigo “Paulo Francis, Ítalo Rossi, Luthero Maynard e outros...” Nesse artigo, fruto de “garimpagem beneditina” na grande imprensa de tudo que era relacionado a Botucatu. fazíamos a sugestão de que
o Poder Público fizesse um trabalho dirigido objetivando a divulgação positiva de nossa cidade. Com certeza, a própria sonorização da palavra BOTUCATU propiciou a que fosse usada como referencial pouco sério... Dois momentos de Paulo Francis no espaço de praticamente 20 anos... Vamos ao artigo : “É extremamente importante que se busque - caso a caso - o resgate da imagem de Botucatu. A imprensa brasileira tem trazido citações de pessoas famosas que denigrem a imagem de Botucatu. São citações que tomam Botucatu como referencial negativo, como mau exemplo. Três dessas citações tínhamos arquivadas para estudo e posterior análise: a do ator botucatuense ITALO ROSSI, que em entrevista à revista “Manchete “ (de 4/6/77), sobre o sucesso de sua carreira, ao dizer que era botucatuense o fez de forma pouco elogiosa à cidade; a do jornalista Luthero Maynard (sobrinho do Prof. Alceu Maynard de Araújo, botucatuense de coração e Patrono da Academia Botucatuense de Letras) que em sua coluna “Definições”, no jornal “Folha da Tarde “,de 12/12/90, de forma gratuita fez a seguinte afirmação: “O inferno existe. E é pior que Botucatu “, e a do jornalista brasileiro mais agressivo, culto, idolatrado e bem pago do momento: PAULO FRANCIS. Temos dois registros de Paulo Francis referentes à Botucatu. O primeiro, data de 13/12/73, quando em sua coluna no jornal carioca “Tribuna da Imprensa “, referindose à eleição do Presidente Ford pelo Congresso Americano em substituição a Nixon que renunciara, dizia que «... o Congresso, seguindo a vigésima-quinta emenda da Constituição “elegeu” Ford, mas lugar de executivo é em próprio executivo e não legislativo. Ford fez todos os ruídos apropriados de lealdade a Nixon, por certo. Deve o diabo a Nixon. Chega a vice-presidente da nação mais poderosa do mundo, tendo um nível de competência de vereador de Botucatu. É tão chato que ninguém se dá ao trabalho de acatá-lo. Mas não bate carteira. Já é alguma coisa nos Estados Unidos de hoje “. O segundo registro, nos traz o consagrado jornalista em sua coluna do jornal “Folha de São Paulo”, de 26/01/89, analisando o Presidente Bush, recém eleito, e sua mulher Barbara : «...Ela tinha 16 anos quando
conheceu Bush, foi o primeiro e, presumivelmente, o último que beijou na boca, porque foi amor a primeira vista. Sabe-se que ela prefere mil vezes ficar em Kennebunkport, o palácio da família , no Maine, mas o que fazer ? Toda mulher inteligente sabe que os homens são essencialmente infantis toda a sua vida e precisam fazer alguma coisa que os faça sentir realizados, já que não podem, como Barbara, ser mãe, avó e “with a litle bit of luck”, bisavó . Há 42 pessoas da família Bush com quem ela convive. Basta como “realização “. Mas não para George. Sabe-se que Barbara odeia Washington, que acha. corretamente, provinciana, Botucatu-sur-mer, e , nunca disse, mas imagino que considere o Texas uma aberração da natureza, mas foi lá que Bush, financiado pelo Tio, brincou de empresário e começou sua carreira política. “ Dá para formar um quadro crítico ? Botucatu tem sido usada como referencial negativo, como exemplo do que há de pior. Que fazer ? Lançar artigos agressivos contra esses notáveis ? Fazer Moções indignadas através da Câmara Municipal ? Que fazer?’’ Talvez um trabalho de relações públicas direcionado e de alto nível surta melhor resultado ou algum resultado. O importante é que as autoridades constituídas e as forças culturais da cidade realizem um trabalho profissional que busque a divulgação junto a essas pessoas e à mídia em geral de que Botucatu tem, sim, os seus defeitos, como qualquer cidade, de qualquer Estado, de qualquer país, mas que tem também as suas coisas boas, que são muitas, tem um povo bom, mesclado de tantas raças quanto o próprio Brasil e que esse mesmo povo, através dos tempos, a tem colocado em destaque perante a história paulista e nacional. “ Luthero Maynard e Paulo Francis esclareceram que não citaram Botucatu com “animus injuriandi”, muito pelo contrário... Os dois volumes do “MEMÓRIAS DE BOTUCATU” e este artigo transcrito chegaram às mãos de Paulo Francis, através do malote que o jornal “O ESTADO DE SÃO PAULO” enviava regularmente àquele seu jornalista. A imprensa brasileira e nós todos brasileiros participantes - prestamos nossa homenagem a esse excelente profissional. O Brasil, com certeza, perde um de seus mais positivos referenciais do correto exercício da cidadania. PAULO FRANCIS honrou o jornalismo brasileiro. Enfrentou com destemor os “politicamente corretos” e os “mansamente engajados’’. Foi poderoso. Foi vencedor. (A.M.D)
Diário da Cuesta
4
"Os seres sensíveis conversam com flores, sorriem com os raios de sol e dançam com as borboletas. Os seres sensíveis ouvem com a alma, melodias singelas, no ar, nos sonhos de estrelas do mar. Trazem no olhar a profundidade da existência. Seres sensíveis são presenças irradiantes, intensas pois, estão constantemente a vibrar a vida mais íntima no coração." ~Ana Rita Sanches
Maria De Lourdes Camilo Souza
O que é a vida? Um punhado de instantes. Passa num átimo. Quando pensou, -vou? Jogou tudo para o alto e foi. Demorou mas chegou. Se experenciou e assimilou cada instante. Viveu, viu a beleza das cores A sutileza e carinho que veio Até num pequeno guardanapo Na frase impressa num copo. Ou nos pequenos detalhes feitos de amor, de carinho liquido. Na paleta do dia. Sentiu o perfume Seja do peixe colhido nas águas do mar Seja aquele aroma do café da manhã, das horas boas Cada segundo feliz vale dois segundos Está lá naquele seu sorriso, olhos marcados, Seu suspiro leve, alegre. Guarde apenas isso Deixe as dores da caminhada, Os tropeços, tudo aquilo que dói . Solte nas Belas e vagarosas ondas Elas levam tudo, lavam , E devolvem nas areias da vida. Recolha as conchas bonitas, diferentes, Reluzentes, Trazem no seu interior O som do sonho vivido, bem nítido na retina. Preso, emoção incontida. Desce em cada lágrima. Lá dentro guardada. Aproxime do ouvido, Feche os olhos e escute A música da felicidade.