Cora coralina

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Cidade de Goiás – A imponente casa que se ergue à beira do Rio Vermelho chama a atenção de quem conhece a antiga capital do estado de Goiás. Tanto a cidade quanto a casa encantaram a menina que nasceu ali em agosto de 1889, mas não foram suficientes para a mulher em que ela se transformou. Para se livrar do conservadorismo imposto às mulheres à época, ela se desprendeu das raízes e deixou o lugar em que cresceu para buscar os seus sonhos. A menina Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas se transforma, por sua vida e genialidade, em Cora Coralina, a poetisa de Goiás. Apesar de passar boa parte da vida fora da cidade, Cora renasce como poetisa quando volta a Goiás, 45 anos depois, e coloca em seus versos as durezas do que viveu (http://agenciabrasil.ebc.com.br/cultura/noticia/2015-04/marcada-por-memorias-poesia-de-cora-coralina-destaca-vida-simples-edura ). “A cidade e sua gente estão presentes na poesia. Aquilo que a gente vê claramente é essa recuperação da memória, ela fala no tempo presente, mas recuperando aquilo que ela viveu, passando a limpo para que os jovens não caiam nos mesmos erros”, explica a professora de literatura da Universidade Federal de Goiás (UFG) Goiandira de Fátima Ortiz de Camargo, lembrando que a jovem se sentiu pressionada a deixar aquele local. Segundo a diretora do museu Casa de Cora Coralina e amiga da poetisa, Marlene Vellasco, a menina Ana teve vida curta. “Ela cria esse pseudônimo aos 14 anos e o assume. A Ana fica esquecida no passado, a menina feia, de pouco cabelo, a bobona da casa. Ela se assume como Cora Coralina que é um nome forte que significa coração vermelho, em homenagem ao rio”, explicou Marlene. Há 30 anos, em 10 de abril de 1985, Cora Coralina morreu em Goiânia, por complicações de uma pneumonia. Filha de um desembargador e de uma dona de casa, ela passou sua infância e adolescência na velha casa da ponte (http://agenciabrasil.ebc.com.br/cultura/noticia/2015-04/especialistasquerem-que-museu-de-cora-coralina-mostre-artista-mais-humana), às margens do Rio Vermelho, transformada hoje em museu. Cora se apaixona pelo advogado e chefe de polícia, Cantídio Tolentino de Figueiredo Bretas, e deixa Goiás com ele, em 1911, já grávida de gêmeos – os dois primeiros de um total de seis filhos. Cantídio era casado e, como na época não existia o divórcio, eles só puderam oficializar a união em 1925, quando ele ficou viúvo. Ela cria os quatro filhos que sobrevivem no estado de São Paulo e, após a morte do marido, atua em várias atividades para sustentar a família.


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