José Santos O alentejano que em Lisboa vende plantas carnívoras e animais exóticos pág. 13
SEXTA-FEIRA, 14 SETEMBRO 2012 | Diretor: Paulo Barriga Ano LXXXI, N.o 1586 (II Série) | Preço: € 0,90
5 200 alunos do pré-escolar ao secundário começam hoje as aulas no concelho de Beja
Tocou para a entrada pág. 8/9
Politécnico de Beja só esgotou 40 por cento das vagas Beja com mais alunos e menos professores Escolas Profissionais são alternativa
Amanhã é Dia da Democracia No preciso dia em que estão programadas manifestações de protesto contra a austeridade e a carestia, a ONU celebra o Dia Internacional da Democracia. E o “DA” falou com os deputados eleitos por Beja sobre o “estado a que isto chegou”. págs. 16/17
Alvito debate o papel das autarquias locais no País pág. 11
Grupo de trabalho quer “aeroporto indústria” Arranca hoje o ano letivo 2012/2013. No concelho de Beja são mais de cinco mil os alunos que se apresentaram ao primeiro dia de aulas, em escolas com mais colegas e com muito menos professores. No IPBeja, perto de 60 por cento das vagas disponibilizadas ficaram em aberto. Entretanto, com a machadada no ensino regular, as escolas profissionais voltaram a ser alternativa.
FILIPA FIGUEIREDO
pág. 10
Troia: a mais luxuosa das aldeias alentejanas
SUSA MONTEIRO
págs. 4/5
Planície Mediterrânica desde hoje em Castro Verde págs. 30
Diário do Alentejo 14 setembro 2012
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Editorial Maravilha
Vice-versa “Há pequenos apontamentos em termos de suspensão” de trabalhos nas obras da subconcessão Baixo Alentejo, que incluem a construção da A26 (Sines/Beja) e a requalificação do IP2 (São Manços/Castro Verde). Sérgio Silva Monteiro, secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, citado pelo “Público”, em 19 de dezembro de 2011
Paulo Barriga
As notícias “não foram as mais agradáveis” já que a A26 não será uma realidade na região “nos próximos tempos”, como estava delineado, disse José Maria Pós-de-Mina, presidente da Cimbal, após uma reunião com Sérgio Silva Monteiro, quarta-feira passada. O autarca explicou que está a ser “renegociado o contrato de concessão das Estradas do Baixo Alentejo” o que faz com que haja uma “diminuição dos serviços prestados a nível das vias a qualificar e uma redução dos troços a serem objeto de intervenção”.
F
oi uma maravilha. Este sábado, em Troia, decorreu a declaração oficial das 7 Maravilhas – Praias de Portugal. Das quatro praias alentejanas a concurso, duas maravilharam: a praia das Furnas, do lado de lá de Vila Nova de Milfontes, e a praia da Zambujeira do Mar. De fora das eleitas ficaram as duas praias da casa: Troia e Carvalhal, ambas no concelho de Grândola. Odemira viu assim reconhecidas duas das praias do seu território costeiro. Eufórico, o presidente da autarquia odemirense exaltou o bom trabalho de conservação e de preservação territorial que por ali tem sido feito. Nada mais louvável. A Zambujeira do Mar, não a praia urbana em si, mas todos os recantos de rocha e areia que a envolvem – Alteirinhos, Nossa Senhora, Machados, Tonel, Carvalhal, Amália – são verdadeiros pedaços da poesia que originou o mundo. As Furnas também, à sua maneira. Mas naquela freguesia, Longueira-Almograve, não são menos maravilhosas as praias dos Nascedios ou do Almograve. Como atrás delas não ficam as “derrotadas” Troia e Carvalhal. Da mesma forma que o Colosso de Rodes não seria mais imponente que o Farol de Alexandria. Nem mais vistosa a Pirâmide Quéops do que os Jardins Suspensos da Babilónia. Uma maravilha é uma maravilha. E ponto final. Nunca uma maravilha pode ser mais maravilhosa do que outra maravilha. São apenas maravilhas. Coisas assombrosas. Indizíveis. Prodigiosas. Que não se podem dividir nem hierarquizar. Picasso, na sua obra, não é nem mais nem menos maravilhoso que Miguel Ângelo. São somente maravilhosos. Claro que fiquei eufórico com a eleição da minha praia, a Zambujeira do Mar, como maravilha. Nada que quem lá vá, ainda que por uma única vez, não constate de imediato. O problema destas maravilhas, destas que se dão ao povo para votar, é que por vezes degeneram em maravilhas de pacotilha. Lembram-se quando se deu ao povo a possibilidade de escolher a mais maravilhosa personalidade portuguesa do século XX? O resultado foi o maravilhoso Salazar.
In Rádio Pax, 12 de setembro de 2012
Fotonotícia Autoestrada para lado nenhum. Até há bem pouco tempo, Sines e Santo André estavam ligadas por uma via rápida que libertava o tráfego intenso entre o polo industrial e a zona habitacional do complexo sineense. Depois, lembraram-se, e bem, de inventar uma autoestrada entre Sines e Beja, a A26. Mas o que aconteceu é que as vias rápidas existentes por mais de duas décadas acabaram por ficar limitadas a uma só faixa. E a apregoada autoestrada derivou num sucessivo amontoado de escombros e de estruturas fantasma. Isto apesar das belas placas rodoviárias que por lá colocaram. PB Foto de Filipa Figueiredo
Voz do povo Quanto gastou em manuais escolares?
Inquérito de José Serrano
Isabel Carvalho 52 anos, médica
Vanda Morais 37 anos, educadora de infância
Jorge Revez 40 anos, bancário
Este ano já gastei com o meu filho mais novo, que vai para o 10.º ano, 250 euros. Em sete manuais e respetivos livros auxiliares. Sessenta euros a mais em relação ao ano passado. Isto sem contar com o restante material escolar. Desta vez comprei tudo on line. Por ser mais cómodo, mais fácil e mais rápido.
Tenho dois filhos em idade escolar. Já lhes comprámos os manuais. Gastámos cerca de 350 euros. Mais 150 que no ano passado. A minha filha vai para o 5.º ano, tem mais disciplinas e são precisos mais livros. Costumamos comprar on line porque é mais económico. E compramos faseadamente. Para não nos custar tanto.
Tenho uma filha no 5.º ano e outra que começa agora a primeira classe. Não comprei ainda todos os manuais, mas na totalidade devo gastar cerca de 200 euros. São para aí uns 15 livros. Compro on line. Pelo conforto de escolher, encomendar e receber em casa à distância de um clique. Este é o mês mais exigente do ano, com mais gastos.
Fátima Cascalheira 42 anos, empregada de lavandaria
Tenho dois filhos a estudar. Um na terceira classe, outro no 5.º ano. Gastei 125 euros nos manuais. E foi porque consegui fazer a reutilização de alguns. Ainda assim, gastei o dobro em relação ao ano passado. Comprei tudo no comércio tradicional. Este mês é horrível. Nesta altura já não há dinheiro para nada.
Rede social
Semana passada SEXTA-FEIRA, DIA 7 GRÂNDOLA DETIDOS POR FURTO DE COBRE O Núcleo de Investigação Criminal de Grândola da GNR deteve cinco pessoas suspeitas de furto de cobre, informou a força de segurança. A ação decorreu durante buscas domiciliárias emanadas pelo tribunal que possibilitaram ainda a apreensão de 146,5 doses, nove plantas de canábis e 34,9 gramas de liamba. As cinco pessoas ficaram detidas até serem presentes a tribunal.
SÁBADO, DIA 8 BEJA JOVEM MORRE ELETROCUTADO QUANDO FURTAVA COBRE Um jovem de 21 anos morreu vítima de eletrocussão e da queda de um poste de eletricidade, quando procedia ao furto de cobre na zona de Albernoa, perto de Beja, revelou à agência Lusa fonte da GNR. O jovem foi eletrocutado durante a madrugada, tendo caído de um poste com três a quatro metros de altura, relatou a fonte, indicado que a vítima acabou por morrer no Hospital de Beja, para onde foi transportado pelos bombeiros. Uma jovem de 20 anos que o acompanhava alertou o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM). Horas antes do acidente, a vítima já teria furtado alguns metros de fio de cobre na zona de Quintos (Beja). Segundo a fonte da GNR, a vítima mortal estava referenciada por outros furtos de cobre na zona de Beja, onde residia o casal. A jovem que também estava no local foi constituída arguida.
DOMINGO, DIA 9 OURIQUE CHOQUE EM CADEIA FAZ CINCO FERIDOS LIGEIROS Cinco pessoas sofreram ferimentos ligeiros na sequência de um choque em cadeia que envolveu cinco viaturas ligeiras no IC1, na zona de Ourique. Os cinco feridos receberam tratamento no local, uma vez que apresentavam apenas “escoriações”, acrescentou a mesma fonte. Em declarações à Lusa, uma fonte da GNR adiantou que a colisão, no sentido norte-sul do IC1, envolveu cinco viaturas ligeiras e que a circulação esteve condicionada no local do acidente durante cerca de duas horas. Prestaram socorro às vítimas seis bombeiros das corporações de Ourique e Castro Verde, apoiados por três veículos.
SEGUNDA, DIA 10 ALJUSTREL RECOLHIDOS 1100 PRODUTOS ALIMENTARES A Campanha de Recolha “Piscina Solidária”, promovida pela Câmara Municipal de Aljustrel durante o mês de agosto, angariou 1100 produtos alimentares, dos quais 160,5 quilos de massa, 194 litros de leite e 154 quilos de arroz. A ação de solidariedade reverterá a favor da loja social do concelho e irá permitir, segundo a autarquia, “ajudar 90 famílias com dificuldades financeiras”. Esta iniciativa de recolha de alimentos foi realizada para assinalar o Dia Internacional da Solidariedade, tendo sido alargada a todas as terças-feiras do mês de agosto.
TERÇA-FEIRA, DIA 11 FERREIRA DO ALENTEJO EDIFÍCIOS MUNICIPAIS MAIS ACESSÍVEIS O município de Ferreira do Alentejo anunciou que está a melhorar o acesso aos edifícios municipais para pessoas com mobilidade reduzida. A obra integra-se no projeto “Concertar para Integrar”, promovido pela autarquia, no âmbito de uma candidatura ao Programa de Desenvolvimento Rural. A intervenção vai beneficiar quatro edifícios municipais, nomeadamente a Divisão de Ação Social, Educação e Formação, o serviço de desporto da Divisão de Cultura e Desporto, a Divisão Técnica e a Loja Social.
3 perguntas a José Manuel Guerreiro Pároco de Ourique O projecto “Idosos + Jovens” está nos cinco finalistas Prémio Voluntariado Jovem Montepio. No que consiste este projecto e o que significa este reconhecimento?
O projecto “Idosos + Jovens” é uma iniciativa da Paróquia de Ourique, promovido pelo Espaço Solidário criado pela mesma, e que candidatámos ao Prémio Voluntariado Jovem Montepio 2012. Pretende este projeto reconhecer, promover e divulgar o voluntariado entre as crianças e os jovens e, ao mesmo tempo, celebrar o Ano Europeu do Envelhecimento Ativo e a solidariedade entre gerações. Este projeto em concreto, pretende realizar diversas ações ao longo do ano de 2013, promovendo o intercâmbio de culturas e saberes numa perspetiva inter-geracional no concelho de Ourique. Para nós, é o reconhecimento do trabalho até aqui desenvolvido e da a ideia de que a solidariedade não se pode limitar apenas à perspetiva da caridadezinha. Ser solidário, não é apenas dar algo, mas essencialmente doar-se aos outros.
Deixa-me lá ver se já são horas de entrar outro DJ Foram 12 horas de seguidinha, sem parar, a bailar ao som de uma boa mancheia de DJ’s, na primeira edição do Roxo Summer Feast, que este fim-de-semana decorreu naquela barragem do concelho de Aljustrel. Para o ano há mais.
Não lhe olhem ao vestidinho, a rapariga toca mesmo bem Foi uma cereja no cimo do bolo, tal como diz, em inglês, o título do primeiro álbum a solo de Luísa Sobral. Que este sábado esteve no Pax Julia a mostrar a plenitude das suas virtudes e onde, entre outras, interpretou o grande sucesso “Xico”.
Cantámos que nos fartámos na Festa do Avante Quais as valências do Espaço Solidário de Ourique e como tem sido a procura por parte das pessoas?
O Espaço Solidário, inaugurado a 26 de fevereiro deste ano, tem conseguido dar uma resposta bastante positiva às necessidades imediatas dos ouriquenses. Através das várias valências (Banco Alimentar, Banco de Ajudas Técnicas, Grupo de Voluntariado e Loja Social) já foram atendidas quase uma centena de famílias. O Espaço promove também pequenos cursos, como o de Cake Design e de Inglês para adultos.
A solidariedade faz ainda mais sentido nos tempos que correm?
A solidariedade não tem tempo ou hora marcada. Toda a nossa vida deveria ser uma oportunidade para a solidariedade. É claro que na situação atual, a solidariedade é mais falada e, quem sabe, mais praticada. Contudo e, para nós, paróquia, é algo inerente à nossa missão. Ser Igreja não se resume apenas ao culto religioso, mas a ser um sinal de luz para as pessoas que nos procuram. Se o nosso pequeno contributo os ajudar a encontrar esse caminho de luz, então estamos a cumprir fielmente a nossa missão. Marco Monteiro Cândido
Este ano, a festa da reentrada política do Partido Comunista Português associou-se à candidatura do cante alentejano a Património da Humanidade. Todas as oportunidades são poucas para dar a conhecer as nossas modas ao mundo.
Só mais um pouco para a direita, sem rebentar o balão A Câmara Municipal de Beja andou a semana passada por terras de Beringel. Executivo e técnicos estiveram mais próximos dos problemas da população que até teve direito a aulas de ginástica e tudo. Assim deveria ser o ano inteiro.
Há sete praias “maravilha”, duas e meia são em Odemira Aqui ainda o presidente da Câmara de Odemira não sabia que a Zambujeira do Mar também haveria de ser eleita uma das 7 Maravilhas de Portugal. Estava apenas contente pela praia das Furnas. E depois ainda elegeram Odeceixe. Tanta boa notícia.
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A Sonae tem investido bastante em espaços verdes e na conservação da natureza. Mas a terra continua sem vida própria. A única coisa que está aberta o ano inteiro é o supermercado. De resto, funcionam os hotéis, alguns restaurantes e o casino. Quem cá vive são pessoas a entrar na terceira idade. Há poucas crianças, pouca humanização do espaço”. Horácio Zagalo
Troia
O Alentejo começa dentro de um resort de luxo
Em Troia já não há troianos São pouco mais de duas dezenas, os eleitores inscritos em Troia. E a grande maioria nem sequer habita a língua de areia onde o Alentejo começa. Aliás, para todos os efeitos nem sequer existe uma denomina-
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rocurar e encontrar um habitante de Troia, dos verdadeiros, dos que lá vivem de facto, é um exercício de pura poesia. São pouco mais de duas dezenas, segundo o presidente da Junta de Freguesia de Carvalhal. Duas dezenas entre a gigantesca multidão que todos os dias acorre ao extremo norte da península. Para trabalhar no novo resort de luxo. Ou simplesmente para veranear nos areais da foz do Sado. Não há um único cidadão deste País que traga o topónimo Troia gravado no seu cartão de identificação. Nos últimos anos, não há memória de ter acontecido qualquer nascimento por aquelas paragens. Horácio Zagalo, com os seus setentas e muitos, habita em Troia desde que os irmãos José e Agostinho Silva, fundadores da Torralta, decidiram fazer de Troia um Algarve às portas de Setúbal. Foi em 1967. E desde então que assistiu à invenção, à ascensão e queda e nova ascensão de uma “aldeia” que nunca o foi. Propriamente. Aliás, ninguém sabe ao certo de onde provém a própria designação de Troia. O que se sabe é que por ali, um século antes de começar a nossa era, existiu um agregado populacional que se dedicava à pesca e à conservação de pescado, o chamado garum, que Roma apreciava e fazia distribuir por todos os cantos do império. Dizem os historiadores que, por esses tempos, nem existiria a península que hoje conhecemos. Mas antes a ilha de Ácala, referida nas escrituras desde tempos remotos. Ainda hoje, na denominada zona da “caldeira”, existe uma importante estação arqueológica com zonas de habitação visíveis, termas, columbário e, claro, variados vestígios da atividade fabril. Atividade que terá laborado até ao século VI. Desde então, poucos ou nenhuns são os relatos de ocupação deste pequeno paraíso da margem esquerda do Sado. Tirando uma ou outra comunidade de pescadores do rio que, sazonalmente, ali lançam ferros e redes. Ainda hoje. Mas de Troia, da origem deste nome que nos remonta para as guerras pela bela Helena, não se encontra facilmente referências nos 14 séculos que se sucederam à extinção das salgas romanas. Pelo que a história de Troia, desta que hoje conhecemos, se confunde com a própria história da Torralta – Clube Internacional de Férias. Quando pela primeira vez se abordou em Portugal o
ção específica para os raros cidadãos de Troia, no concelho de Carvalhal, Grândola. Não são troianos, nem troienses. São apenas habitantes de uma das mais despovoadas e envelhecidas “aldeias” alentejanas. Como tantas outras. Mas diferente de todas elas. Texto Paulo Barriga Fotos Filipa Figueiredo
Praia Apesar dos investimentos de luxo, Troia continua a ser procurada pelas gentes de Setúbal
Horácio Zagalo Um dos poucos cidadãos com morada fixa em Troia
conceito de “casa de férias”. E os irmãos José e Agostinho Silva planearam para Troia um mega-investimento turístico, com mais de 70 mil camas, formado em “bandas habitacionais” em torno de duas grandes torres – o Hotel Torralta. Horácio Zagalo assistiu à construção, em 1970, das célebres torres da Torralta. E à sua ainda mais mediática demolição em 2005. A Torralta faliu logo após o 25 de Abril de 1974 e o seu património passou para a posse do Estado. Até que por altura da Expo’98, os terrenos e o património da antiga Torralta passaram para as mãos da Sonae Turismo, de Belmiro de Azevedo. “Muito tem mudado ao longo destes anos”, refere Horácio Zagalo, “mas o verdadeiro problema de Troia mantém-se: a falta de habitantes”. Não há dúvida, prossegue Zagalo, “que hoje isto está bastante melhor. A Sonae tem investido bastante em espaços verdes e na conservação da natureza. Mas a terra continua sem vida própria. A única coisa que está aberta o ano inteiro é o supermercado. De resto, funcionam os hotéis, alguns restaurantes e o casino. Quem cá vive são pessoas a entrar na terceira idade. Há poucas crianças, pouca humanização do espaço”. Zagalo, como os demais e raros habitantes de Troia, reside no chamado “núcleo antigo” de Troia. O que resta de algumas das “bandas” da Torralta, assinaladas com as letras do alfabeto, que, com as novas construções da Sonae, “ficaram emparedadas entre os hotéis e a zona da marina”. “O que é natural”, reconhece, “afinal eles fizeram todo este investimento e têm que daí retirar benefícios”. Ao contrário da invenção do “turismo de massas” levada à prática pela Torralta nos anos 1970, o Troia Resort prevê a criação de “apenas 6 800 camas”. Num conceito muito orientado para o turismo de luxo, o que confere a Troia, às praias de Troia, um ar bastante cosmopolita. Nos areais de mar e de rio cruzam-se os novos turistas endinheirados que procuram os novos hotéis com os magotes de veraneantes que, diariamente enchem os ferry boats provenientes dos bairros de Setúbal. E, entre eles, por vezes, lá se encontra alguém com residência em Troia. Muito raramente. É mais fácil observarem-se golfinhos aos saltos nas águas do rio Sado.
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Ricardo Costa Presidente da Junta de Freguesia de Carvalhal
Turismo e mais turismo
Troia, nas últimas eleições, tinha apenas 26 eleitores inscritos. Estamos a falar de uma localidade moribunda em termos de humanização do território?
Para além do Troia Resort, do grupo Sonae, que contempla um hotel de cinco estrelas com casino, centro de congressos e marina, três aparthotéis de quatro estrelas, apartamentos e moradias e um hotel de cinco estrelas com campo de golfe, na zona de Troia estão em marcha outros investimentos de grande vulto: o Costa Terra, de Pedro Queiroz Pereira – cinco aparthotéis, três hotéis, quatro aldeamentos turísticos e campo de golfe; a Herdade do Pinheirinho, do grupo Pelicano – dois hotéis, três aparthotéis e três aldeamentos e a Herdade da Comporta, do grupo Espírito Santo – quatro hotéis, um aparthotel e aldeamentos turísticos. Fonte “Diário Económico”
Troia é neste momento uma zona da Freguesia de Carvalhal virada essencialmente para os serviços ligados ao turismo. Neste momento, os eleitores nesta zona aumentaram em cerca de 50 por cento face às ultimas eleições, como resultado da fixação de pessoas com trabalho na zona, optando pela nossa freguesia, e também pela qualidade urbana e ambiental. Como se processa o relacionamento da junta de freguesia com os grandes grupos económicos que detêm, quase na totalidade, a península de Troia?
A Freguesia do Carvalhal pelas funções que desempenha, no apoio e resolução dos problemas da população, tem uma grande proximidade às situações e temos encontrado, por parte dos operadores, alguma dificuldade em perceber as nossas funções em áreas como o trânsito, sinalética, acessibilidades, nada que não se tenha resolvido com algum trabalho da nossa parte. Temos tido um papel muito reivindicativo particularmente no serviço e preços praticados nas ligações fluviais da península com a capital de distrito, Setúbal, via muito utilizada pelos habitantes da freguesia, do resto do concelho de Grândola e também de Santiago do Cacém. O balanço da nossa relação institucional é positivo, existe um respeito institucional e um bem comum, que é o servir bem quem nos visita e traz riqueza para todos. É favorável ao modelo de desenvolvimento turístico que foi e ainda está a ser implementado em Troia?
Conservas de peixe Na zona da caldeira de Troia, onde está previsto pelo grupo Sonae a criação de um aldeamento turístico com 125 moradias, um centro equestre, dois centros de interpretação ambiental e arqueológica e um hotel de charme, situa-se uma das mais importantes estações arqueológicas romanas de fabrico de conserva de peixe. Um núcleo populacional que esteve ativo entre os séculos I a.C. e VI d. C. e que se dedicava ao fabrico de pasta de peixe, especialmente atum, a que os romanos chamavam garum, um produto muito apreciado no império. Historiadores e arqueólogos identificam o local como a antiga ilha de Ácala.
Sempre o defendemos e é óbvio que o conjunto de infraestruturas, as empresas, a possibilidade de criação de postos de trabalho, mais de 5 000, com todo o projecto em velocidade de cruzeiro, a geração de riqueza e a promoção do território são realidades que qualquer presidente de junta de freguesia defende e apoia e é o que temos feito, na nossa atividade e com o nosso voto na Assembleia Municipal, aprovando os planos de pormenor.
Teme que Troia se transforme num gueto para ricos?
O projeto global de Troia prevê uma oferta turística variada, e ao alcance de várias “carteiras”, no entanto reconheço que neste momento o nível e a qualidade são acima da média, a que naturalmente só terá acesso quem tem maiores capacidades financeiras. A Freguesia de Carvalhal preserva uma das maiores áreas costeiras do País, onde se incluí Troia. Como é que uma pequena autarquia gere e convive com toda esta grandiosidade?
A Freguesia do Carvalhal e as suas gentes sabem receber e, neste sentido, é potenciado de uma forma inteligente, constante e consistente pela freguesia que o mar e as praias dão direta ou indiretamente, a cada um de nós, o nosso ganha pão, e uma grande parte da nossa subsistência.
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Os alunos que vão voltar hoje aos bancos da escola no concelho de Beja, do pré-escolar ao ensino secundário.
Educação
Ano letivo arranca hoje em todo o concelho de Beja
Mais alunos e menos professores no regresso às aulas Desde o pré-escolar até ao ensino secundário, cerca de 5200 alunos do concelho de Beja vão hoje regressar às salas de aula, cumprindo o prazo que determina o calendário oficial. Num ano marcado por várias alterações – nos currículos, nos modelos de gestão, na própria autonomia das escolas – tudo parece estar a postos, apesar das insuficiências materiais e humanas, para o início do funcionamento das atividades letivas. Texto Carla Ferreira Ilustração Susa Monteiro
E
m Beja, o número de alunos, contrariando a tendência nacional verificada nos últimos três anos – menos cerca de 200 mil alunos, o que equivale a uma diminuição de 14 por cento, segundo dados do Ministério da Educação – parece não ter sofrido perdas. O Agrupamento de Escolas n.º1 de Beja (Santa Maria), que recebe hoje, em articulação com as atividades letivas (que arrancaram a quarta-feira, dia 12), a visita dos parceiros no projeto europeu Comenius “Folk in Europe”, abre este ano as portas para 1015 alunos, registando um “aumento”, enquanto que Santiago Maior (Agrupamento n.º3) tem inscritos 1190 crianças e jovens, mantendo o que já tinha no ano letivo transato, com a diferença de que constituiu “menos uma turma”, informa o diretor Joaquim Cabecinha. Por seu turno, o Agrupamento de Escolas n.º2 de Beja (Mário Beirão) vai acolher 1274 alunos, um acréscimo de quatro em relação a 2011/2012. Quanto à Escola Secundária Diogo de Gouveia, o aumento é bem mais significativo. Somam-se mais “cerca de 50 alunos” em relação ao ano anterior, chegando-se assim aos 861, já incluídos os alunos dos cursos de aprendizagem, explica o diretor, José Pereira. O único estabelecimento a acusar perdas é a Escola Secundária D. Manuel I, que abre o novo ano com 830 alunos registando “um ligeiro decréscimo” em relação a 2011/2012, “devido ao encerramento do Centro Novas Oportunidades”, informa Pedro Martinho, subdiretor. Mas se contabilizarmos o número de professores a lecionar em Beja, o cenário já é outro. No Agrupamento de Santa Maria, o novo ano escolar arranca com 93 docentes, menos uma dezena do que no ano anterior, o que corresponde, justamente, aos contratados que ficaram de fora, sendo que
“destes lugares, só quatro são recuperáveis”, adianta a diretora, Domingas Velez. Quanto ao global dos recursos humanos existentes, a responsável aponta “insuficiências” nomeadamente em termos de assistentes operacionais, para cobrir “as necessidades reais de vigilância, higiene e acompanhamento, principalmente no 1.º ciclo, com a lecionação das Atividades de Enriquecimento Curricular”. Nas escolas do Agrupamento de Mário Beirão o número desce de 123 para 114. “Terminámos o ano letivo com nove docentes contratados, seis dos quais em regime de substituição. Não se concretizaram apenas duas renovações”, nomeadamente na disciplina de Informática, adianta a responsável, Maria Dulce Alves, considerando “suficientes” os recursos humanos de que dispõe no sentido de
“garantir um desenvolvimento harmonioso do processo ensino-aprendizagem”. Um total de 113, menos seis do que em 2011/2012, são este ano os docentes que entram ao serviço no Agrupamento de Santiago Maior, onde não ficaram colocados oito professores contratados. Entre meios humanos e materiais, resume Joaquim Cabecinha, está reunido o “indispensável” para o normal funcionamento das atividades letivas. Também na Escola Secundária Diogo de Gouveia, que contará com 78 professores no arranque do novo escolar, se
registou uma diminuição, destacando-se, segundo a direção, “a saída de 15 professores contratados. Mantiveram-se apenas quatro professores contratados”. Mas apesar de tudo, os recursos humanos ao nível da docência são considerados “suficientes”. “Faltam-nos apenas um docente para a área de Informática e dois técnicos especializados para os cursos profissionais. Aguardamos para breve a sua colocação”, explica José Pereira, que descreve uma outra realidade quanto aos auxiliares de ação educativa. “Em número insuficiente”, diz, “face à dimensão da escola e à tipologia dos cursos que neste momento temos”. A Escola Secundária D. Manuel I repete a tendência geral. Começará o novo ano com 95 professores, re-
gistando uma “redução” face a 2011/2012. “Das reconduções previstas para docentes contratados, apenas uma docente não permaneceu na escola, encontrando-se, porém, já colocada noutra escola”, explica Pedro Martinho, admitindo um arranque com recursos materiais e humanos “suficientes”. De todas as escolas e agrupamentos contactados pelo “Diário do Alentejo” só Santiago Maior confirmou a manutenção da sua oferta educativa/formativa. O Agrupamento de Santa Maria, por exemplo, passará a contar com mais uma sala de jardim de infância, abrindo o Curso de Educação e Formação de Eletricidade e Informática (um só curso com dupla saída) e aumentando também o número de turmas de Ensino Artístico, que passarão a nove. A Escola de Santa Maria, que comemorará em breve duas décadas de vida, fará uso igualmente “dos conhecimentos adquiridos pelos docentes que frequentaram formação na Europa, de forma a melhorar o sucesso escolar dos nossos alunos”, informa Domingas Velez. Na Diogo de Gouveia, à oferta já existente somam-se dois cursos profissionais de nível 4 (Técnico de Gestão Desportiva e Técnico de Multimédia), estando também disponível o Curso de Ciências e Tecnologias, ao nível do Ensino Recorrente, em regime noturno. Com o objetivo, adianta a direção, “de possibilitar a conclusão do Ensino Secundário a quem, em altura própria, não o conseguiu ou àqueles que só mais tarde despertam para a aprendizagem a um nível superior ao 9.º ano”. Restam ainda, em colaboração com o Centro de Formação Profissional de Beja, os cursos de Aprendizagem, de
Mecatrónica Automóvel e de Esteticista Cosmetologista. Além de “reforço da disciplina de Inglês”, o Agrupamento de Mário Beirão conta este ano, entre os novos recursos educativos, com Apoio ao Estudo (AE), Sucesso Para Todos (SPT), uma turma de Percursos Curriculares Alternativos (PCA) e com o Gabinete de Apoio aos Exames (GAE). Além do 3.º ciclo do ensino básico, do ensino secundário regular e dos cursos de educação e formação de adultos, a Escola Secundária D. Manuel I dispõe também de um leque de ofertas ao nível do ensino profissional, nas seguintes áreas: Gestão, Marketing, Manutenção Industrial (variante mecatrónica), Gestão de Equipamentos Informáticos, Saúde, Turismo e Gestão e Programação de Sistemas Informáticos. A escola possui também uma parceria de ensino com o Estabelecimento Prisional Regional de Beja.
IPBeja reconverte áreas educativas e aposta em novos cursos
Poucos candidatos ao Politécnico
Alunos do bairro das Pedreiras entre Santiago e Mário Beirão Os alunos de etnia
cigana originários do bairro das Pedreiras, que se inscrevem pela primeira vez no préescolar ou no 1.º ano, vão este ano ser repartidos equitativamente pelos agrupamentos de Mário Beirão e de Santiago Maior. Há um ano, a polémica instalou-se no Agrupamento de Santa Maria, que recebeu a maioria destes alunos após a frequência provisória de aulas no Regimento de Infantaria de Beja, engrossando a já considerável comunidade escolar cigana do agrupamento. Falou-se em “guetização da escola” e a diretora, Domingas Velez, chegou a apresentar demissão. A medida agora concretizada parece-lhe, por isso, “justíssima”, e benéfica para Santa Maria, uma vez que “os resultados escolares de alunos sinalizados por abandono escolar e irregular assiduidade não estarão concentrados num só agrupamento”, diz. E acrescenta que também assim se “promove a integração e inclusão social pelas escolas do concelho, sendo um dever de todos melhorar o que pudermos na sociedade que integramos e construímos”. Tal divisão, discorda Dulce Alves, da direção de Mário Beirão, já “acontece desde o ano letivo transato”, ou seja, “em 2011-2012 este agrupamento acolheu 10 dos alunos em questão”. E em 2012-2013, esclarece, “este número evoluiu para 15”. Também Joaquim Cabecinha, responsável pelo Agrupamento de Santiago Maior, explica que, “desde o ano letivo de 2010/2011, os alunos de etnia cigana oriundos do bairro das Pedreiras, e que se matriculam pela primeira vez no ensino básico e na educação pré-escolar, são distribuídos equitativamente por dois agrupamentos da cidade: Santiago Maior e Mário Beirão”. Situação que se repete, conclui, nos anos letivos de 2011/2012 e de 2012/2013.
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A Câmara de Vidigueira vai promover, a partir de outubro, oficinas de teatro para crianças entre os sete e os 10 anos com o objetivo de criar um grupo de teatro infantil. As oficinas vão decorrer semanalmente no Centro Multifacetado de Vidigueira e as inscrições, que são gratuitas, devem ser efetuadas até 21 de setembro naquele local e nas juntas de freguesia e na câmara de Vidigueira.
Diário do Alentejo 14 setembro 2012
Vidigueira promove oficinas de teatro para crianças
Dos 18 cursos disponíveis nas quatro escolas superiores que integram o Instituto Politécnico de Beja (IPBeja), apenas três conseguiram colocar mais de 20 alunos na primeira fase de candidatura. E outros dois não conseguiram sequer interessar a um único candidato.
N
a primeira fase das candidaturas ao ensino superior, das 550 vagas apresentadas pelas escolas superiores de Saúde, Educação, Tecnologia e de Gestão e Agrária do IPBeja, apenas foram preenchidas 237, pouco mais de 40 por cento, revelou a Direção Geral do Ensino Superior no seu sítio. Vito Carioca, reconhecendo que situação não é a ideal, chama a atenção para o facto do fenómeno ter afetado todo o sistema do ensino superior português. No entanto, o presidente do IPBeja mostra-se “otimista” e espera que a segunda fase de candidaturas e os concursos especiais (por exemplo, para maiores de 23 anos) possam reverter a situação. De qualquer forma a instituição já tem “equipas a trabalhar nas diversas áreas formativas” de forma a reconverter alguns cursos e pensa, no futuro, apresentar outras propostas, nomeadamente na área da Aeronáutica, de forma a tirar partido da proximidade com a estrutura aeroportuária de Beja. Do ponto de vista financeiro, seja qual for o número de alunos inscritos, tal não terá repercussões no orçamento deste ano,
O presidente do IPBeja mostra-se “otimista” e espera que a segunda fase de candidaturas e os concursos especiais (por exemplo, para maiores de 23 anos) possam reverter a situação.
mas pode vir a afetar o de 2014, apesar de Vito Carioca estar convencido de que conseguirão “ultrapassar a situação”. Este ano, a nível nacional, foram colocados mais de 40 mil alunos na primeira fase, sendo que 54 por cento conseguiu entrar na sua primeira opção. No entanto, do total de cursos propostos na primeira fase do concurso de acesso ao ensino superior, 119 de universidades e 233 de politécnicos, 352 não conseguiram atingir os 20 candidatos, havendo, neste momento, 12 306 vagas disponíveis. Em Beja, a Escola Superior de Saúde foi a única que conseguiu atingir o pleno de candidatos para um determinado curso: Enfermagem (35 colocados). Nas outras escolas do IPB os cursos mais procurados foram os de Serviço Social (28) e Desporto (22), ambos na Escola Superior de Educação (ESE), seguidos por Educação Básica (16), também na ESE, Gestão de Empresas (17) e Solicitadoria (16), ambos na Escola Superior de Tecnologia e Gestão. Os cursos de Turismo e Educação e Comunicação Multimédia interessaram a 15 caloiros cada um. No lado oposto aparecem Engenharia Alimentar e Engenharia Civil, sem nenhum candidato, e Engenharia do Ambiente com apenas dois interessados, tantos quantos no curso de Saúde Ambienta l, na Escola Superior de Saúde. A Escola Superior Agrária, nas 80 vagas disponíveis para os três cursos, conseguiu, até agora, apenas seis inscrições. AF
Diário do Alentejo 14 setembro 2012
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“Idosos + Jovens” de Ourique finalista
O projeto “Idosos + Jovens”, do Espaço Solidário de Ourique, é um dos cinco finalistas do Prémio Voluntariado Jovem Montepio, que visa reconhecer, promover e divulgar o voluntariado jovem e estimular projetos inovadores e apoiar outros em curso. O “Idosos + Jovens”, candidatado pelo Espaço Solidário de Ourique, uma parceria entre a paróquia e a Câmara de Ourique, consiste
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em várias atividades desportivas, culturais e ambientais e na troca de saberes entre a população sénior e os jovens. O projeto é apresentado no próximo dia 19, em Braga, onde será conhecido o vencedor do prémio e se o “Idosos + Jovens” vencer irá receber um prémio no valor de 25 mil euros, que será investido num circuito de manutenção física em Ourique para jovens e idosos.
O que se pretende é que os alunos cresçam enquanto adultos responsáveis, autónomos, empreendedores e com sentido crítico e cívico”. Sandra Rodrigues
Maioria das escolas profissionais com mais alunos
Quem opta por uma profissão? Arrancou mais um ano letivo nas escolas profissionais. Destinado a todos os jovens que tenham concluído o 9.º ano de escolaridade, esta vertente do ensino secundário que privilegia a formação prática, com o objetivo de desenvolver nos alunos competências para o exercício de uma profissão, tem captado cada vez mais estudantes. O “Diário do Alentejo” traçou um roteiro por várias escolas profissionais da região e constatou que há cursos para todos os gostos e necessidades.
como uma instituição de ensino profissionalizante não superior na região, que apresenta as melhores condições para responder a este tipo de formação, nomeadamente nos setores de atividade ligados ao desenvolvimento rural, com particular enfâse para a agricultura e com tudo o que se relaciona com regadio”. Mas nem só em Serpa foram admitidos mais alunos. O ensino profissional bate este ano record em Odemira. A Fundação Odemira, proprietária da Escola
Profissional de Odemira, anuncia que “foram admitidos 112 novos alunos”, o que perfaz um total de 234. “As áreas chave da formação na escola mantêm-se. Mantemos os cursos de Produção Agrária e da área da restauração (Cozinha e Mesa/Bar). Este ano, contudo, introduzimos uma nova área de ensino tecnológico (energias alternativas)”, avança Paulo Trindade, presidente do conselho de administração da Fundação Odemira. Fundação, esta, que apesar do
aumento de alunos, tendo em consideração os cortes de financiamento que afetam o ensino profissional, teve de ajustar a estrutura de recursos humanos, reduzindo o número de professores. Recorde-se que Nuno Crato, ministro da Educação, reafirmou recentemente a intenção traçada pelos anteriores governos socialistas de ter metade dos jovens do secundário na via profissional. Mas para Paulo Trindade, “o ensino profissional ministrado pelas escolas profissionais será afetado
Texto Bruna Soares Ilustração Susa Monteiro
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á vários anos que a maioria das escolas, de gestão privada, pertencentes a associações empresariais, fundações, cooperativas, autarquias e sociedades, formam jovens no distrito. Recorde-se, no entanto, que existe também em escolas secundárias públicas, além dos cursos científico-humanísticos, cursos profissionais. A Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Serpa (Epdrs) começou o seu ano letivo na segunda-feira, 10, e, enquanto escola pública, de acordo com Luís Barradas, seu diretor, “está totalmente dependente das políticas públicas que o Governo, e em particular o Ministério da Educação, determinam”, pelo que foi necessário “adaptar-se a essas circunstâncias”. A escola, porém, começa o ano letivo com 183 alunos, o que “representa um aumento de 11 por cento relativamente ao ano anterior”. Verifica-se ainda “um aumento do número de turmas no ensino profissional”. O ano passado existiam seis, este ano contam-se oito. “Felizmente, como aumentaram o número de turmas, foi possível manter o quadro docente”, diz o diretor. Em Serpa, na opinião de Luís Barradas, “o ano letivo arranca com uma dinâmica e projetos cuja dimensão ultrapassa em muito as melhores expetativas”. O responsável defende também que “a Epdrs se assume, cada vez mais,
As escolas profissionais têm hoje um ensino que foi sendo aferido ao longo de 20 anos” e que “é de inquestionável qualidade”. “Não fosse assim e não teria sido adotado e ‘colado’ sem alterações nas escolas oficiais.
com a medida, nomeadamente pelo aumento da oferta nas escolas públicas”, lembrando, no entanto, que “esta medida pode constituir uma oportunidade para as escolas profissionais, uma vez que podem especializar-se em áreas tecnológicas onde o ensino público, por falta atualmente de capacidade de investimento, terá mais dificuldade em desenvolver cursos”. Balbina Matos, por sua vez, presidente de Direção da Escola Profissional de Cuba, considera que “as escolas profissionais têm hoje um ensino que foi sendo aferido ao longo de 20 anos” e que “é de inquestionável qualidade”. “Não fosse assim e não teria sido adotado e ‘colado’ sem alterações nas escolas oficiais”, diz. A Escola Profissional de Cuba conta com cerca de 135 alunos e o
número de estudantes cresceu ligeiramente este ano. O número de professores, contudo, “é menor”. Em Cuba a escola aposta nas áreas da eletricidade, da mecânica, das energias renováveis, do design e do marketing. “Alunos e famílias reconhecem que ao terminarem o 12.º ano na via profissionalizante os jovens têm uma qualificação profissional. Têm competências e amplos conhecimentos técnicos que não teriam no 12.º ano de via normal”, defende Balbina Matos. Em Beja há vários anos que a Escola Profissional Bento de Jesus Caraça forma alunos e, na opinião de Maria da Saudade Cordeiro, diretora da delegação, os alunos optam por este ensino “porque sabem que esta escolha lhes permite adquirir uma formação técnica facilitadora da integração no mercado de trabalho, e não inibidora do prosseguimento de estudos”. Na Escola Profissional Bento de
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Jesus Caraça o número de alunos também aumentou, mas mantém-se o número de turmas, num total de cinco. O número de docentes, esse, também se mantém. A oferta formativa da delegação da escola em Beja é diversificada e caracteriza-se por não se repetir em anos consecutivos. Este ano os alunos distribuem-se por quatro cursos: Gestão do Ambiente, Informática de Gestão, Animador Sociocultural e Higiene e Segurança do Trabalho e Ambiente. A Escola Profissional de Moura, por seu turno, conta com 175 alunos, mais sete que no ano transato. Em Moura o número de professores também se mantém. E o objetivo é que “os alunos possam ter aprendizagens significativas que lhes permita adquirir competências chave para a sua vida profissional”. No fundo, o que se pretende “é que os alunos cresçam PUB
A Arruança – Associação Juvenil promove amanhã, sábado, a segunda edição do Mercado Livre. A iniciativa acontece no largo do Museu Regional de Beja entre as 9 e as 20 horas. De acordo com a organização, “depois de uma primeira edição que superou as expetativas, a sua repetição era inevitável”. A associação pretende realizar a iniciativa durante todas as estações do ano.
09 Diário do Alentejo 14 setembro 2012
Mercado Livre volta ao largo do Museu
O ensino profissional deixou de ser encarado como um ensino de segunda. Os alunos e os pais sentem que as escolas profissionais fazem um melhor acompanhamento dos jovens e que permitem mais saídas no final do secundário”. António Pereira
enquanto adultos responsáveis, autónomos, empreendedores e com sentido crítico e cívico”, diz Sandra Rodrigues, presidente do conselho de direção da escola. “É importante e necessária a aposta no ensino profissional para a qualificação de quadros intermédios, porém esta deve ser uma aposta que assente na mudança de valores e atitudes, e que o ensino profissional possa ser visto como paralelo ao ensino regular e não como uma solução para os alunos com resultados menos satisfatórios”, diz a presidente. Em Moura, no que diz respeito aos cursos profissionais, este ano as apostas vão para Restauração – Restaurante/Bar e Design de Moda. Já em Vidigueira, na Escola Profissional Fialho de Almeida, aposta-se no curso de Viticultura/ Enologia, uma vez que para a
escola se enquadra nas necessidades do concelho e da região. A aposta recaiu ainda no curso de Multimédia/Audiovisuais. Em Vidigueira o ano letivo iniciou-se com 130 alunos, mas aqui, ao contrário do que se verifica em outras escolas, houve uma quebra em relação aos anos anteriores. “A população escolar que termina o 9.º ano tem vindo a diminuir e, por outro lado, as escolas secundárias estão também a investir nos cursos profissionais e procuram manter os alunos que concluem o ensino básico”, explica António Pereira, presidente de direção da escola. Mas afinal o que distingue este ensino? António Pereira não tem dúvidas: “O ensino profissional deixou de ser encarado como um ensino de segunda. Os alunos e os pais sentem que as escolas profissionais fazem um melhor
acompanhamento dos jovens e que permitem mais saídas no final do secundário, pois preparam para o exercício de uma profissão e também para a continuação de estudos no ensino politécnico ou universitário”. Em Mértola comemora-se, este ano, 20 anos de ensino profissional e a intenção é manter o projeto formativo e social de ensino profissional com qualidade no concelho. Segundo Isabel Campos, diretora da Alsud – Escola Profissional, “este festejo, contudo, não escamoteia as dificuldades que este novo ano traz”. “As atividades letivas iniciaram-se no dia 12 e não há qualquer resposta em relação a candidaturas financeiras, nem em relação a outros aspetos essenciais para um arranque tranquilo do início do ano, logo as perspetivas são, infelizmente, pouco animadoras e nada facilitadoras no
arranque”, diz. A escola, em termos numéricos, espera manter o número de 78 alunos nos cursos profissionais. Tem a funcionar quatro cursos diferentes: Assistente de Arqueólogo, Apoio à Infância, Gestão Cinegética e Proteção Civil. O número de docentes deverá manter-se. Para a Alsud, é fácil perceber porque cada vez mais jovens optam por esta via. “Têm maior consciência do valor dos técnicos intermédios, da maior valorização do emprego qualificado/certificação, dos incentivos financeiros para o fazerem, da procura de um estímulo escolar diferente e da procura de uma via diferente para concluir o 12.º ano”. O “Diário do Alentejo” contactou também a Escola Profissional de Alvito. No entanto, até ao fecho de edição, não obteve resposta.
PS preocupado com privatização da ANA
Diário do Alentejo 14 setembro 2012
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A Federação do Baixo Alentejo do PS manifestou “sérias” preocupações com a privatização da ANA – Aeroportos de Portugal e exigiu a definição de “obrigações concretas” para o comprador da empresa relativas ao aeroporto de Beja. No “modelo específico” da privatização da ANA, deve incluir-se, no caderno de encargos, “obrigações concretas” para “o comprador da empresa” e relativas ao
Plano para energias sustentáveis de Beja aceite O Plano de Ação para as Energias Sustentáveis (PAES) da Câmara de Beja foi aceite pelo secretariado técnico do Pacto dos Autarcas, “um passo muito importante para implementação” de uma política sustentável na área energética no município. O plano, já aprovado pela Câmara de Beja, inclui vários projetos nas áreas de produção de energia renovável,
“aproveitamento e desenvolvimento” do aeroporto de Beja, “justamente porque é um projeto político de interesse para o desenvolvimento” da região e do País, refere o PS. No comunicado, o PS considera “primordial que o aeroporto de Beja passe a constar no Plano Estratégico de Transportes” e exige ao Governo “uma política séria e adequada de requalificação das acessibilidades rodoviárias e ferroviárias”.
eficiência energética, mobilidade sustentável e informação ambiental, explica a autarquia. Produção de energia por microgeração, redução do consumo de energia elétrica, mobilidade sustentável através do projeto “Táxis Coletivos” e da Rede de Transportes Urbanos, ações de informação ambiental, remodelação da rede de águas de Beja e hortas urbanas são alguns dos projetos previstos no plano.
Fábrica de aviões abre em Évora
“Aeroporto indústria” em Beja A exploração da vertente industrial – colocando a carga e o transporte de passageiros num “patamar posterior” – foi a solução encontrada pelo Grupo de Trabalho do Aeroporto de Beja para uma melhor e mais rápida viabilização desta infraestrutura aeroportuária.
Presidente do Grupo de Trabalho do Aeroporto de Beja
Privatização da ANA vai salvaguardar opção estratégica Como é que, num momento de crise e recessão, se pensa poder criar uma zona industrial que sirva de alavanca ao aeroporto?
Texto Carlos Júlio Foto José Ferrolho
A Zona Industrial já lá está e há mesmo já uma proposta de investimento, mas que, claro, não chega. Por isso, propomos uma série de medidas de discriminação positiva para as empresas que aqui se queiram instalar. Num momento de recessão poderá ser mais difícil atrair empresas, mas o setor aeronáutico é ainda um setor em grande expansão e há todas as condições para que esse tipo de empresas aqui se instale. Mas não se pode ficar parado à espera que as empresas apareçam. O papel aqui do Aicep é fundamental em procurar a nível mundial clientes para o aeroporto e para a Zona Industrial.
O
relatório foi entregue ao Governo no final da semana passada e nele se refere que “todas as forças da região” consideram que o aeroporto de Beja é “um ativo extraordinário e muito importante”. O relatório defende também que o aeroporto deve continuar a fazer parte da ANA, ainda que deva ser revisto, com caráter de urgência, o seu Plano Estratégico, anteriormente elaborado por aquela empresa que deverá, segundo as intenções do Governo, ser privatizada em breve (ver caixa). A “mudança de paradigma” implica, num primeiro momento, segundo o relatório, “uma importante campanha de comunicação”, seguida de ações como a “evidência do baixo custo de oportunidade” do projeto, o “envolvimento das estruturas económicas e sociais da região, concretizado num conselho consultivo”, a “consideração do aeroporto de um ponto de vista nacional integrador, atendendo à sua especificidade de Aeroporto Indústria e de Aeroporto Premium para Lisboa e sul do País”. Relativamente à área industrial a desenvolver, o relatório aponta um conjunto de atividades relacionadas com a aeronáutica, a manutenção, a formação, a agroindústria e atividades em geral que necessitem de utilizar o aeroporto. Esta Zona Industrial deverá ter “condições especiais e características discriminatórias positivas”, entre as quais isenções e incentivos fiscais, a criação de uma entidade financeira específica de capital de risco de modo a complementar o investimento privado, dotar uma verba própria para quem se instalar na Zona Industrial durante o próximo Quadro Estratégico Comunitário (2014-2020) e alterar as condições de disponibilização dos terrenos, de modo a permitir o financiamento privado. O grupo de trabalho propôs também ao Governo que seja criada uma estratégia de médio/longo prazo de forma a desenvolver no Alentejo um cluster aeronáutico nacional. Para tal é proposta a constituição de um “Grupo de Missão”, de modo a articular as várias valências. Além do antigo governador civil João Paulo Ramôa, que assume a presidência,
João Paulo Ramôa
Solução O grupo de trabalho defende a exploração da vertente industrial do aeroporto A privatização da ANA não pode pôr em risco esta opção estratégica?
o grupo de trabalho criado pelo Governo é constituído por mais seis elementos em representação da Força Aérea Portuguesa, ANA, Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo, Entidade Regional de Turismo do Alentejo e as associações de municípios e empresarial
do Baixo Alentejo e Alentejo Litoral. As obras de adaptação de uma parte da Base Aérea n.º 11 para utilização civil custaram 33 milhões de euros, tendo o aeroporto de Beja começado a operar a 13 de abril de 2011, embora na maior parte dos meses quase sem voos nem atividade aérea.
Dia 21 Embraer inaugura fábricas em Évora
A
s duas novas fábricas da construtora aeronáutica brasileira Embraer vão ser inauguradas em Évora na próxima sexta feira (21 de setembro), apesar de já estarem em laboração experimental desde junho. As primeiras entregas para a Embraer no Brasil deverão acontecer “no final do ano”, consistindo em componentes para o Legacy 500, um dos aviões executivos da empresa, disse recentemente Paulo Marchioto, responsável pela Embraer Portugal e diretor das fábricas da cidade alentejana. As unidades, uma de estruturas metálicas (partes de asas) e outra de materiais compósitos (componentes para caudas), começaram a ser construídas em novembro de 2010, envolvendo um investimento inicial na ordem dos 180 milhões de euros. Até final deste ano, a empresa brasileira, a terceira maior construtora aeronáutica mundial, prevê ter cerca de 100 trabalhadores em Évora e estima que esse número chegue aos 400 em 2015, ano de “velocidade de cruzeiro”, embora ainda possa aumentar até aos 600, com as “expansões” previstas para o complexo. CJ/Lusa
Penso que não e haverá sempre a possibilidade de reversão do aeroporto para o Estado no caso de os novos acionistas da ANA não considerarem esta opção de “aeroporto indústria”, que é uma característica única que aqui existe e que não existe em mais nenhum aeroporto em Portugal, seja Faro, Lisboa ou Porto. Tenho a informação de que o contrato de privatização vai ter uma cláusula onde está garantida a reversão do aeroporto caso esta opção não seja garantida. O Grupo de Trabalho defende também a criação de um cluster aeronáutico nacional. Na próxima semana (dia 21) vão ser inauguradas as duas fábricas da Embraer, em Évora. Pode haver articulação entre o aeroporto de Beja e a indústria aeronáutica de Évora?
Claro que sim. Quando propomos a criação de uma indústria aeronáutica é de dimensão nacional, em que o aeroporto surge apenas como uma peça. Temos que trabalhar com as indústrias que se estabeleçam em Beja, mas também com o cluster aeronáutico de Sevilha, com o de Évora ou com outro qualquer. O investimento da Embraer em Évora vai necessariamente precisar de empresas satélites, que – caso necessitem de utilizar um aeroporto – se instalarão em Beja. CJ
Castro Verde acolhe, no dia 19, no Fórum Municipal, a partir das 10 e 15 horas, uma sessão de capacitação para os gabinetes de Apoio ao Desenvolvimento do Baixo Alentejo. A iniciativa é promovida pela Agência de Desenvolvimento Regional do Alentejo (Adral), em parceria com a Associação de Municípios do Baixo Alentejo e Alentejo Litoral
(Ambaal), e surge no âmbito do “Guia do Investidor – Projeto Alentejo INVEST”. No mesmo dia, nas futuras instalações do Centro de Promoção do Património e Turismo de Castro Verde, será apresentado por Francisco Duarte, presidente da Câmara Municipal de Castro Verde, o Programa Municipal de Desenvolvimento Económico.
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Desenvolvimento em destaque em Castro Verde
Encontro intermunicipal em Alvito
Agora designado pela ANMP
Eleitos debatem papel das autarquias
A Caeiros de regresso ao QREN
Fernando Sousa Caeiros, antigo presidente da Câmara de Castro Verde e ex-vogal da comissão diretiva do Inalentejo, foi recentemente designado pela Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) para representá-la, no âmbito do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN), na equipa conjunta que já está a fazer, a nível nacional, o acompanhamento e monitorização da execução de projetos de iniciativa municipal. Texto Carlos Júlio
A
equipa conjunta, cujo período de vigência não está definido, foi criada por um despacho governamental, publicado no final de agosto em “Diário da República”, e resulta de um acordo entre o executivo e a ANMP baseado “na necessidade de garantir um acompanhamento sistemático da execução de todas as operações do QREN, mormente daquelas que são promovidas diretamente por municípios, procedendo-se, em conformidade, a uma avaliação contínua da capacidade de concretização por parte dos municípios dos projetos por estes executados”. Esta equipa conjunta, para além de Fernando Caeiros, em representação da ANMP, integra também representantes do gabinete do secretário de Estado da Administração Local e da Reforma Administrativa, do gabinete do secretário de Estado Adjunto da Economia e Desenvolvimento Regional e do gabinete do secretário de Estado do Orçamento. Integram igualmente esta estrutura o presidente do Instituto Financeiro para o Desenvolvimento Regional, o coordenador do Observatório do QREN e o presidente das comissões diretivas dos programas operacionais regionais do continente das regiões convergência, que se juntará à equipa conjunta quando o respetivo programa operacional estiver em causa. Entre os diversos objetivos da equipa é estabelecida a elaboração de “um relatório síntese mensal assinalando as operações que, de acordo com as disposições
regulamentares aplicáveis e em consonância com o previsto no memorando de acordo celebrado entre o Governo e a ANMP, foram alvo de rescisão dos respetivos contratos de financiamento ou não reúnem condições para uma aprovação e celebração do respetivo contratos”. Cabe também à equipa conjunta estabelecer “os critérios mais ajustados a observar para que as candidaturas em causa possam ser consideradas como viáveis ou reveladoras de incapacidade de execução até ao final do atual quadro de programação, sendo promovida, no âmbito das disposições regulamentares aplicáveis, a sua transição para o período de programação 2014 -2020”. O despacho governamental estabelece também que em janeiro do próximo ano, “o Governo e a ANMP realizarão uma análise dos resultados da monitorização empreendida por esta equipa conjunta, devendo concluir se estarão atingidos os seus objetivos e os montantes libertados por programa operacional, no âmbito da reprogramação do QREN, ou se se justificam ações adicionais para uma adequada execução do QREN”. Fernando Sousa Caeiros, que esteve à frente da Câmara Municipal de Castro Verde durante quase 32 anos (1976-2008), deixou as funções autárquicas para assumir em julho de 2008 o cargo de vogal executivo, escolhido pelas câmaras, no Conselho Diretivo do Inalentejo – Programa Operacional do Alentejo. Depois de já ter sido reconduzido no cargo pelo atual executivo, Fernando Caeiros abandonou as funções em finais de março deste ano por “não possuir qualquer licenciatura académica”, condição que o Governo estaria a exigir para titulares de cargos por nomeação política em organismos públicos, sendo substituído por Filipe Palma. Esta situação não se verifica agora já que Caeiros integra a equipa conjunta como representante da ANMP, “não se colocando a necessidade ou não de licenciatura, mas sim a experiência em lidar com os projetos e as candidaturas, oriundas dos municípios, aos fundos comunitários”, disse o próprio ao “Diário do Alentejo”.
s comunidades intermunicipais do Alentejo (Cimbal, Cimac e Cimal) e a Associação de Municípios da Região de Setúbal (AMRS) organizam, na terçafeira, 18, pelas 10 horas, no Centro Cultural de Alvito, um encontro de eleitos locais para debater o papel das autarquias no País. A intenção é encontrar soluções que possam ajudar a alterar a situação vigente, até porque, em comunicado de imprensa, estas instituições informam que “estão preocupadas com a situação que os municípios estão a viver, decorrentes de leis limitadoras da sua autonomia administrativa e financeira”. A redução de autarquias, bem como o empobrecimento e desemprego nos seus territórios também são alvo de preocupação e, neste sentido, serão debatidos temas sobre os quais, na opinião das associações, “urge atuar com a maior celeridade possível, sob pena de se verificar o efetivo estrangulamento das autarquias locais, motor fundamental do desenvolvimento em Portugal”. Pretendem os seus mentores que saia deste encontro um conjunto de ideias e propostas que serão defendidas no próximo Congresso Extraordinário da Associação Nacional de Municípios Portugueses PUB
(ANMP), que se realizará em Santarém. A abertura do encontro será feita por João Penetra, presidente da Câmara Municipal de Alvito, seguindo-se o debate em torno do tema “Princípios fundamentais da República Portuguesa e Autonomia do Poder Local/ Empobrecimento do País e Leis Limitativas ao Exercício da Democracia”. Estão agendadas intervenções de Carlos Beato, presidente da Cimal, e de José Maria Pós-de-Mina, presidente da Cimbal. A moderação do debate encontrase a cargo de Alfredo Monteiro, presidente da AMRS. As conclusões do primeiro painel serão feitas por Ângelo de Sá, presidente da Cimac. Na segunda parte do encontro destacase o painel “Reorganização Administrativa Territorial Autárquica/Re or ganização dos Serviços Públicos e Reorganização em Números”. As primeiras intervenções ficam a cargo de Alfredo Monteiro e Ângelo de Sá, seguindo-se um debate que contará com a moderação e conclusões de Carlos Beato. Será ainda colocada a apreciação/votação a proposta de declaração do encontro. O encerramento encontra-se a cargo de José Maria Pós-de-Mina e deverá acontecer pelas 13 horas.
Diário do Alentejo 14 setembro 2012
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Mobilização de cidadãos em Beja
À semelhança do que vai acontecer em várias cidades do País, em Beja também está prevista uma mobilização de cidadãos sob o lema “Que se Lixe a Troika! Queremos as nossas vidas”. Acontecerá amanhã, sábado, pelas 17 horas, na praça da República. O apelo foi feito por um movimento de cidadãos que quer levar os portugueses a manifestarem o seu estado de espírito.
Ulsba promove hábitos saudáveis junto de crianças A Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (Ulsba) vai desenvolver, nos próximos quatro anos letivos, um projeto para promover hábitos de alimentação e atividade física saudáveis junto de alunos do 1.º ciclo do ensino
básico da região. Segundo a Ulsba, o projeto “Lancheira Sorriso em Movimento”, que arranca este mês e vai decorrer até junho de 2016, irá acompanhar os alunos no seu percurso escolar desde o 1.º ao 4.º ano. O objetivo é “conhecer os lanches e as brincadeiras de recreio dos alunos,
promover o consumo de pão, leite, iogurte e fruta, despromover o consumo de salgados, doces e refrigerantes e chás açucarados e promover brincadeiras de recreio que contribuam para o bem-estar cognitivo, afetivo e psicomotor dos alunos”, explica a Ulsba.
“Esvaziamento de conteúdo político” na origem da saída
Seminário evidencia Guadiana e turismo A Associação de Defesa do Património de Mértola (ADPM) promove, no dia 20, no Cineteatro Marques Duque, o seminário “Desenvolvimento Sustentável do Baixo Guadiana e Turismo: Uma Relação Simbiótica”. De acordo com a ADPM, “no seminário estarão presentes oradores especializados a nível nacional e internacional”. O objetivo “é abordar temas como o turismo, participação, governança e desenvolvimento sustentável”. Serão ainda apresentados casos de boas práticas nacionais, designadamente no que à dinamização turística diz respeito. O seminário pretende apresentar os resultados/ /cenários para o desenvolvimento turístico do Baixo Guadiana para o ano de 2025, servindo igualmente de palco para uma pré-apresentação do Plano de Ação para o Desenvolvimento Turístico do Baixo Guadiana, do projeto “Potenciar o Desenvolvimento Turístico 2010/2025”.
Vice-presidente de Grândola renuncia ao mandato
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vice-presidente da Câmara Municipal de Grândola, Aníbal Cordeiro, anunciou a renúncia ao mandato, por considerar que deixou de ter “condições políticas” para exercer as suas funções na autarquia. O autarca, independente eleito pelo PS, adiantou à agência Lusa que a decisão foi tomada “com alguma mágoa e algum desencanto”, por sentir um “esvaziamento de conteúdo político” do seu cargo. Desde que integrou o executivo municipal de Grândola, em 2005, as decisões eram “partilhadas ao máximo”, havendo “um envolvimento muito grande” do vice-
-presidente, lembrou Aníbal Cordeiro, salientando que nas “últimas semanas” essa realidade mudou. “Eu não tive sequer conhecimento prévio de algumas decisões que foram tomadas”, frisou. Assegurando que a demissão foi “pacífica”, Aníbal Cordeiro afirmou que apenas tinha duas opções: ou “ignorava e continuava a receber os quase 2.000 euros de ordenado” ou “tomava a decisão mais justa”. Para o autarca, não existem razões para a mudança de atitude do executivo, especulando que poderá estar relacionada com a sua disponibilidade para ser candidato, pelo
PS, à presidência da câmara nas eleições autárquicas do próximo ano. Contactado pela Lusa, o presidente do município, Carlos Beato (independente eleito pelo PS, a cumprir o terceiro e último mandato em Grândola), afirmou que a renúncia de Aníbal Cordeiro “não era um desfecho previsível” para si, assegurando que a decisão até o “surpreendeu, tendo em conta o percurso comum ao longo da última década”. Carlos Beato disse respeitar a decisão do ex-vice-presidente, fazendo questão de “registar o contributo dado à causa do serviço público autárquico” e escusando-se a fazer mais comentários.
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Notícias de Beja
A Planície
Correio do Alentejo
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Perfil
José Santos, de Vila Nova de Milfontes, e o seu Zoo Exótico
Um alentejano na selva de Lisboa Uma das poucas lojas especializadas em animais e plantas exóticas foi criada em Lisboa pelo alentejano José Santos. Apaixonado pela natureza, dedica-se à comercialização de camaleões do Iémen, rãs-flechas da Amazónia, dragões barbudos australianos e outros animais raros. No seu Zoo Exótico encontram-se também plantas carnívoras, que apesar do nome não mordem ninguém. Texto Alberto Franco
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ai longe o tempo em que os animais de estimação se resumiam a cães e gatos. De há uns anos para cá, a moda dos animais exóticos veio diversificar as opções. Se muitos continuam a gostar de latidos e miados, também há os que preferem os silvos duma barata assobiadora ou duma cobra do milho. A pensar nos apreciadores de bichos mais invulgares, o alentejano José Santos abriu há dez anos, em Lisboa, o Zoo Exótico, uma loja que vende roedores, répteis, anfíbios, peixes e insetos originários de paragens longínquas. José Santos, 43 anos, nascido em Vila Nova de Milfontes, começou por trabalhar como bancário, primeiro na sua terra, depois em Lisboa. Mas o gosto pelos bichos levou-o a dar uma volta à vida. Mudou de ramo e empregou-se numa empresa de criação e fornecimento de animais, em Sintra. “Já nessa altura trabalhava com animais exóticos. A empresa importava cobras, insetos, tarântulas, escorpiões, mas nessa altura, há uns dez anos, tinham pouca procura. Porque tinham medo ou não sabiam tratar deles, as pessoas não compravam.” Aos poucos, os portugueses tornam-se mais afoitos. A moda dos animais exóticos pegou e José Santos decidiu abrir a sua própria loja, em sociedade com um amigo, médico-veterinário de profissão. No Zoo Exótico encontram-se dragões barbudos da Austrália, “uns lagartos com 30/40 cm, muito mansos”, iguanas, dragões de água, tritões, salamandras, cobras do milho, tartarugas terrestres, camaleões do Iémen, “os que mais se vendem”, e as curiosas rãs-flechas. “Chamam-se assim porque as que vivem no seu ambiente natural, o rio Amazonas, comem formigas, que por sua vez se alimentam de plantas tóxicas. Como essa toxicidade se transmite às rãs, os índios esfregam com elas as pontas das flechas, para as envenenarem.” Os roedores estão representados por várias espécies de ratos (gerbos, hamsters), porquinhos-da-índia, chinchilas, ouriços pigmeus africanos, e alguns tipos de esquilos. Quanto a insetos, há baratas assobiadoras, “quando se pega nelas guincham”, bichos-de conta gigantes e bichos-paus, que “se disfarçam nas folhas das silvas de que se alimentam”.
Os animais que José Santos comercializa são importados da América do Sul e de países como a Alemanha, Espanha e Holanda. “Todos eles são criados em cativeiro. A lei proíbe a venda de animais capturados nos seus habitats, por razões de proteção que nós também defendemos. Além disso, os de cativeiro são mais apropriados para animais de estimação, pois não sofreram o stresse de serem apanhados na natureza”. Aos compradores, a loja procura transmitir os conhecimentos indispensáveis ao bem-estar animal. “Temos de recriar em nossa casa o habitat original dos animais, através de terrários, lâmpadas ultravioletas, aquecimento, etc. Não é muito difícil. Também não se pode dizer que os animais sejam caros. O maior investimento é o que se faz inicialmente nos equipamentos”. O Zoo Exótico vende também plantas: orquídeas, catos, tillandsias, plantas suculentas e plantas carnívoras. Estas últimas são as que suscitam maior curiosidade. “Ao contrário do que muitas vezes se pensa, as plantas carnívoras não mordem…”, brinca José Santos. “São iguais às outras, com a diferença de que sintetizam proteína animal e se alimentam de insetos. Têm armadilhas, a mais conhecida das quais é a ‘armadilha de Vénus’, que, ao fechar-se, prende as moscas. Outras têm filamentos pegajosos, onde os insetos ficam presos”. As plantas carnívoras - sarracénias, dioneias, muscípulas e outras- são importadas quase todas da Holanda. “Em Portugal também temos algumas, mas não estão muito divulgadas”, explica José Santos. Porém, no que respeita a plantas, a grande especialidade de José Santos são as orquídeas. “Cultivo-as desde os 15 anos. Mais do que uma planta, são uma família de plantas, com 25 membros diferentes, cores muito belas e perfumes originalíssimos, a coco, canela, baunilha, etc.” Autor de um livro sobre orquídeas e colaborador em revistas da especialidade, José Santos garante que “são plantas fáceis de cultivar, mas que exigem certos conhecimentos.” No Zoo Exótico, além de cursos de tratamento de mamíferos, répteis e anfíbios, é ministrada formação aos interessados na cultura de orquídeas.
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13 Diário do Alentejo 14 setembro 2012
Todos eles são criados em cativeiro. A lei proíbe a venda de animais capturados nos seus habitats, por razões de proteção que nós também defendemos. Além disso, os de cativeiro são mais apropriados para animais de estimação, pois não sofreram o stresse de serem apanhados na natureza”.
Diário do Alentejo 14 setembro 2012
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A praia das Furnas, em Vila Nova de Milfontes, e a Zambujeira do Mar, ambas no concelho de Odemira, foram eleitas no leque das 7 MARAVILHAS – PRAIAS DE PORTUGAL. O reconhecimento merecido para uma das mais belas e preservadas zonas costeiras da Europa. E Odemira ainda pode festejar a eleição de Odeceixe, praia cuja margem direita do rio fica no seu território. Um dia em grande para a costa alentejana.PB
É profundamente gravosa, profundamente injusta a política fiscal e o aumento de impostos que se vai seguir. Teresa Costa Macedo, “Público”, 12 de setembro de 2012
Opinião
Os pés dos portugueses João Mário Caldeira
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verão é o pior inimigo dos pés dos portugueses. Não pelo suor e concomitante chulé ferindo pituitárias mais delicadas. Não pelo pé de atleta, honroso nome atribuído às ampolas da pele incubadas por fungos na planta dos calcantes. Muito menos pelo calor aflitivo que assa os dedos dentro dos sapatos. Outra situação deflagra de mais impacto logo que o indígena põe os pés à mostra, desapacientado com a temperatura. Uma quase vergonha nacional. É que os pés dos portugueses são horríveis. Talvez mais no aspeto do que na função. Quando se descalçam aparece um verdadeiro mostruário de mazelas. Eles são os calos, os joanetes, as unhas retorcidas, os dedos encavalitados, as varizes, a gota, os inchaços, para não falar nos pés-planos e outras más formações que andam escondidos durante grande parte do ano. O que vale é que os mais novos escapam em grande parte a esse rol de misérias. Muitas das deformações congénitas foram tratadas a horas, nunca andaram descalços no verdadeiro sentido da palavra e o calçado que usam desde pequenos vai ao encontro da comodidade dos pés respeitando a ergonomia da função. Têm assim em bom estado essas inferiores extremidades que carregam connosco uma vida inteira arrastando-nos para o bem e para o mal. Mas se recuarmos menos de meio século atrás o panorama é outro. Grande parte da população portuguesa andava descalça, não só a do litoral mas também a do interior. Remanescendo do avô Sapiens, os pés ganhavam uma rijeza à prova das maiores contundências, a planta transformava-se em palmilha impenetrável, os dedos espalmavam-se para aderência mais propícia. Um regresso ao estado natural a que era obrigada muita gente. Os meus companheiros de escola andavam na maioria descalços vivendo nos limites da miséria. Lembra-me hoje que os invejava em muitas ocasiões pela vantagem que levavam na maioria dos jogos e corridas. Só no futebol é que não. Aí, se queríamos competir com eles tínhamos que lançar fora os butes. Os descalços ficavam em desvantagem. Quando esta deserdada gente conseguia um par de sapatos, por vezes cedidos por outros, mortos ou vivos, e muitas vezes desadequados no tamanho, passava as de Cristo para acomodar nos contrafortes de bezerro as chancas habituadas à liberdade. Os que tinham dinheiro encomendavam obra nova. O mestre sola mandava pôr o pé sobre um pedaço de papel e circundava-o com um lápis adaptando essa matriz a formas de madeira que correspondiam ou se aproximavam do desenho, bem como do volume do pé do freguês. Com mais ou menos habilidade, o artista batia, ajeitava, cosia e ferrava, dando à luz coisa durável, por vezes para uma vida inteira a poder de acrescentes e consertos. Metidos dentro dessas fortalezas de couro endurecido, que arrostavam com as maiores agruras do campo, os pés acomodavam-se melhor ou pior adquirindo muitas das marcas que hoje mulheres e homens ostentam no verão ao descalçarem-se proporcionando a tal panóplia de horrores. Um calista com casa aberta ou de consulta ambulante lá resolvia
O anúncio de Vítor Gaspar simboliza um Governo em recuo, que deixou de confiar no músculo das suas políticas e se agarra a um esqueleto débil para dar prova de vida. Editorial do “Público”, 12 de setembro de 2012
casos mais impertinentes a poder de escaldões e de faca afiada mas muitas das mataduras ficavam por tratar. Falar de um pedicuro nesse tempo era o mesmo que falar numa alma do outro mundo. Por isso, quando hoje dou com os olhos nos pés descalços de gente do meu tempo não me admiro nem fico escandalizado com o que vejo. Tenho pelos portadores um respeito sem limites.
Para onde vai o nosso dinheiro? Beja Santos Defesa do consumidor
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ara onde vai o nosso dinheiro, uma jornalista nos bastidores da Administração Pública, por Lurdes Feio (Ésquilo, 2012), é uma contundente reportagem que põe ao leitor um conjunto de questões pertinentes, e sempre inquietantes, sobre o funcionamento da máquina do Estado. Com ficção ou sem ela, vamos acompanhar a viagem de Maria T., uma profissional na área da comunicação social a quem um dirigente da Administração propôs que coordenasse a publicação de uma revista temática. Passo a passo, Maria T. vai descobrir procedimentos que jamais supusera existirem: tinha que ser tratada por doutora para que o pessoal não lhe perdesse o respeito, até porque o sonho (ainda que inconfessado) do comum funcionário público que não era doutor seria poder vir a sê-lo um dia. Maria T. foi descobrindo barreiras entre técnicos licenciados que passavam, por exemplo, pela importância da dimensão do gabinete onde trabalhavam. Com o passar dos meses descobriu muita gente arrogante e complexada, descobriu a burocracia mais enredada para ter acesso a material de trabalho, descobriu o peso enorme das secretárias dos diferentes chefes, descobriu impunidade e desresponsabilização, a dança dos papéis de uma secretária para outra, a etapa obrigatória dos despachos à consideração superior dentro daquela estranha conceção em que muitos funcionários públicos confundem rigor com excesso de zelo. Maria T. era, no fundo, uma carta fora do baralho, não podia entender aquela mentalidade de cumplicidades e inimizades, uma quase permanente rejeição à mudança e, no caso em apreço, a rejeição é uma publicação que mostrasse aos contribuintes as atividades do organismo e a sua importância para o bem-comum. Maria T. era encarada por aqueles funcionários como uma presença supérflua e ela dá a sua interpretação: “Pessoas que cometiam erros crassos de ortografia num simples parágrafo de email, de que eram incapazes de redigir um texto claro e conciso, que não tinham a menor sensibilidade para distinguir o essencial do acessório no documento informativo e para quem a simples divulgação pública de aspetos factuais da sua ação constituía uma invasão inadmissível do sigilo da sua atividade, achavam-se perfeitamente à altura de fazer o trabalho dela, inclusivamente editar uma revista”. E mais adiante: “Foi-se apercebendo aos poucos de que, para o comum funcionário público, a classe dos jornalistas era uma espécie à parte, cuja única atividade prática consistia, na maioria das vezes, em ser mero veículo de transmissão para a opinião pública das reivindicações dos sindicatos”. Sempre com surpresa, Maria T. foi aprendendo que as pessoas que garantiam que a Administração Pública era transparente eram as mesmas que tudo faziam para não disponibilizar informação para a publicação que ela dirigia. Aprendeu
também algumas regras de jogo incompatíveis com a sua prática profissional: a cunha de funcionários para pôr familiares e amigos em boa posição dentro dos concursos de admissão de pessoal; encontrou serviços em que os funcionários estavam sistematicamente ausentes, caso dos juristas que pediam aos colegas que informassem quem os procurava que estavam em serviço externo; descobriu técnicos que estavam sempre em reunião e quando Maria T. precisava desesperadamente de uma informação um colega amigo punha-os em contacto através do telemóvel; com estranheza, encontrou funcionários que maltratavam outros, viu a pouca transparência dos concursos, o permanente resmungar pelas classificações de serviço e os motoristas sempre muito bem pagos com quaisquer alcavalas e horas extraordinárias. Maria T. é também confrontada com privilégios e mordomias, e põe à cabeça os gabinetes dos governantes, cada clique partidária apossa-se dos respetivos gabinetes, cada membro do Governo nomeia assessores e adjuntos que nunca sofrem com a crise (recebem, pasme-se, suplementos equivalentes aos subsídios de férias e Natal que foram cortados aos demais funcionários públicos). Há também as nomeações para os cargos dirigentes da Administração, há nomeações delirantes. No jornal “Público” (edição de 30 de julho) António Correia de Campos dava conta de algumas nomeações estapafúrdias da responsabilidade do ministro da Saúde: “Em 12 nomeações para presidentes de agrupamentos de centros de saúde, uma peça essencial da rede de cuidados de saúde, apenas seis são originários dos serviços de saúde, apenas dois sendo médicos. O lote inclui um dirigente desportivo e organizador de eventos locais, um ex-secretário de presidente de câmara, vendedor de máquinas industriais, dispensado pela derrota eleitoral do seu presidente, e um antigo diretor financeiro de empresas de rochas ornamentais e ex-acessor de vereador. Personalidades certamente competentes nas anteriores funções, a quem agora vai ser entregue a gestão a nível supraconcelhio de uma das mais estratégicas reformas da saúde”. Lurdes Feio não anda à procura de escândalo alvar, nem do mórbido de todos os vícios do sistema da interminável Administração, mas inclui, por imperativo de desmascaramento, aqueles que têm gabinetes vitalícios e prerrogativas de secretária, um lugarzinho cativo na garagem, o permanente desaparecimento de material de trabalho, as cumplicidades com os fornecedores, os processos disciplinares quase sempre arquivados, os funcionários que fazem a manhã e outros colegas que fazem a tarde, o uso escandaloso da mala diplomática, os tais boys e as tais girls que o partido impõe e que depois vão ser espalhados, com lugar cativo, nas empresas municipais, institutos, fundações, setor empresarial do Estado e pelos inúmeros organismos e estruturas paralelas criadas pelos governos, isto para já não falar nas obras em casa do senhor ministro e nos compadrios nos licenciamentos da construção nas equipas que nas obras públicas emitem pareceres a nível autárquico. Marcelo Rebelo de Sousa escreve no prefácio: “Nesta coleção de situações, factos, pessoas e circunstâncias perpassam as pequenas grandes questões culturais da nossa Administração Pública. Com argúcia, algum humor e bastante senso crítico. Questões culturais – digo bem, já que o problema maior da Administração Pública portuguesa é cultural, de cultura cívica, de mentalidade. Encontro nesta obra muitas referências ou evocações que me são familiares. Vale a pena ler as linhas que se seguem. Para uns, explicam coisas que, antes, não entendiam. Para outros, lembram episódios das suas sagas pessoais e coletivas. A autora merece uma palavra amiga de elogio e de agradecimento”. Resta saber, já que o dinheiro do contribuinte aparece delapidado nesta reportagem de Lurdes Feio, como atalhar, inverter e pôr uma nova ordem, introduzindo outros tipos de motivação na nossa Administração Pública.
O Governo retirou-o de funções por não possuir uma licenciatura. Mas agora, por indicação da Associação Nacional dos Municípios Portugueses, FERNANDO CAEIROS, ex-autarca de Castro Verde, reentra pela porta grande na equipa conjunta que irá acompanhar e monitorizar a execução dos projetos municipais ao nível do Quadro de Referência Estratégica Nacional. Uma chapada de luva branca na saloiice. PB
Há 50 anos O precário futuro das minas de S. Domingos
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“Nota do Dia” da edição de 8 de setembro de 1962 do “Diário do Alentejo” anunciava a morte de uma mina. Assim: “Segundo nos revela o nosso prezado correspondente na Mina de S. Domingos, na ‘continuação de um vasto programa desde há muito estabelecido e posto em execução, tem a firma «Mason and Barry, Lte.», exploradora das minas de S. Domingos, levado a efeito diversas pesquisas numa larga área do concelho, com as quais tem dispendido algumas centenas de contos. Infelizmente, todos os seus esforços têm sido baldados, pois que nada de positivo ainda se concretizou, o que realmente é muito desalentador para esta região, onde as fontes de trabalho pouco abundam’. ‘Desde há muito – acrescenta – que se vem falando com certa insistência na possibilidade de se erguerem aqui novas indústrias, mas não se enxerga que, num futuro próximo, tal venha a acontecer, o que, de uma maneira geral, preocupa os habitantes desta região – não só os que empregam a sua actividade na indústria mineira, como o restante pessoal, que sempre tem beneficiado com a laboração da Mina (já com 102 anos de existência e uma regularidade notável). Ainda hoje, apesar das dificuldades da hora presente, que mais se agravarão com a anunciada paralização da sua fábrica de enxofre, a referida firma mantém ao seu serviço cerca de 1.400 operários, que representam à roda de 5.000 almas’. ‘Mas como não há princípio sem fim – comenta ainda o nosso solícito correspondente – o formidável jazigo que outrora desafiava a fragilidade do homem tem cedido à sua vontade indómita, através de um martelar constante ao longo de tantos milhares de dias, sem desfalecimentos, e num admirável espírito de sacrifício e de abnegação frente ao perigo. Não admira, pois, que a massa piritosa comece a rarear, não estando distante o seu esgotamento, segundo as mais autorizadas previsões dos técnicos. De tudo isto se conclui que as perspectivas são realmente pouco animadoras quanto ao futuro, mas também não será aconselhável qualquer alarme precipitado, porquanto a laboração ainda poderá durar mais alguns anos, mas como é natural empregando menor número de trabalhadores’. Cremos, porém, que o melindroso problema há-de certamente merecer todo o cuidado e boa vontade por parte das entidades competentes, mas urge que seja tratado a tempo, evitando-se graves transtornos, dificuldades, clima propício ao descontentamento e ainda para uma melhor e mais eficiente aplicação das leis de protecção ao trabalhador e seus familiares. Oxalá possamos constatar medidas adequadas e que o pessoal que venha a exceder os trabalhos mineiros seja, pouco a pouco, colocado noutras indústrias.” Carlos Lopes Pereira
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Durante toda esta semana e no início da próxima abre o ANO LETIVO 2012/2013. Abre com mais alunos e com menos professores. Abre com o maior despedimento coletivo ao nível do Estado de que há memória em Portugal. Perto de 50 mil professores contratados foram postos no olho da rua, ainda que, para muitos deles, houvesse trabalho. Também aqui, o Governo ainda não percebeu os custos desta operação rasca. PB
15 Diário do Alentejo 14 setembro 2012
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Na última sexta-feira, Pedro Passos Coelho fez a pública confissão da sua derrota (…) penso que está a encerrar um ciclo, e dos mais agressivos, medíocres, e perigosos na sociedade portuguesa. Nada pode preservar da condenação esta gente que se mobilizou a si própria com sobranceria e desprezo. Esta gente de coração de gelo. Baptista-Bastos, “Diário de Notícias”, 12 de setembro de 2012
Cartas a diretor Passos Coelho: o contrário Nicolau Gonçalves Dirigente da Federação do PS do Baixo Alentejo
Quando se encetou o processo de eleições antecipadas e consequentemente o período de campanha eleitoral, há pouco mais de ano atrás, o agora primeiro-ministro desdobrava-se em explicações e clarificações sobre as suas intenções para a governamentação, sobretudo pretendendo destruir a argumentação do PS de que se tratava de um programa ideológico neoliberal escondido, experimentalista e impreparado. Afirmava-se como o detentor das soluções indolores e da libertadora competência económica, prometendo não aumentar impostos, tão pouco sacrificar os contribuintes, as famílias e as empresas. E que jamais acabaria com o 13.º mês, muito menos com o 14.º mês, aos trabalhadores. No seu programa de salvação patriótica nem sequer constaria a intenção de despedir pessoas ou cortar salários. Pois bem, sabemos todos que as medidas tomadas pelo atual governo, liderado e pensado por Passos Coelho, foram exatamente o contrário do que anunciou. Sempre o contrário. Dolorosamente. Falaciosamente. Mas o mais preocupante e grave é que todas as medidas, sobretudo as que ultrapassam o acordo com a troika, foram manifestamente exageradas e incompetentes, conduzindo o País ao aumento do défice, ao maior número de desempregados de sempre, à retração económica, à drástica redução do poder de compra e à falência sistemática de empresas. E se assim é, se a receita para cumprir os objetivos foi um enorme falhanço, porque insiste o Governo em repetir essa fórmula obrigando os portugueses a maiores sacrifícios? Será desespero? Ou falta de competência? Ou continuam as experiências económicas neoliberais? Nos últimos dias têm-se repetido incompreensões e discordâncias de economistas, sindicatos, partidos políticos, patrões e cidadãos quanto às medidas anunciadas de reforço da austeridade e de repetição de uma estratégia falhada. Sobretudo no PSD, onde os mais doutos economistas se demarcam, incrédulos, do caminho anunciado. Passos Coelho vive o drama de querer indicar um caminho que o próprio desconhece e de pretender vender uma esperança que não tem. Mas a obsessão por essa utopia – de que ninguém
consegue sequer vislumbrar uma ténue noção – fá-lo governar ao contrário da própria governação. À deriva. Numa experimentação do sonho de que somos – os portugueses – meros objetos de teste. Mas ao contrário do caminho orientado por Passos Coelho e pelas suas fantasias ideológicas existe um outro rumo, com melhores alternativas e mais sérias escolhas para fazer.
Tribunal Constitucional António Bento Martins Mina de São Domingos
Não sabemos bem para que serve esta Entidade, o Povo não sabe, eu também não sei, ou sei que nada sei, mas sabem os seus membros, os constitucionalistas, um grupo de 7/8 sábios doutores, de letra muito maiúscula, mais ainda que o Governo da Nação, cujas decisões, importantes que sejam, de nada valem ... Com efeito, disse outro dia, na televisão que temos, o primeiro-ministro, em palavras decisivas para o futuro do País, o atrás mencionado como sabem, que o que ele dizia, coisa importante pelos ‘vistos’, para a solução da crise que nos afeta, não seria de molde a merecer a aprovação do Tribunal em causa! – parece que a razão tinha a ver com o facto de serem maiores ou menores as medidas de austeridade usadas pelo Governo e aí, ‘berrava’ a oposição, que a coisa necessária era avançar pelo desenvolvimento, fácil, como afirmava, embora seja verdade que a grande dificuldade é não haver dinheiro.. Eu, se me permitem, penso que seria possível satisfazer os desejos dos constitucionalistas doutores, e das grandes opiniões, dos partidos não afetos, além de tantos outros que pululam na praça pública, na expectativa do dinheiro e fortunas inacabáveis do seu progresso. Para isso, sugiro eu, uma coleta para a grande obra de piedade que seria tirar Portugal do abismo em que o colocaram, uma vez que dispõem do dinheiro para tanto... Sim, porque, quebrando os compromissos com os Senhores do Euro e com o Povo cheio de dívidas e a desfalecer de fome, melhor que fazem é pedir à China! Não irá o Povo, não precisa, se bem que todos os ‘palradores’ das TV’s parecem ignorar que fome e miséria sempre tem havido, neste País, que já faleceu, se calhar até pelo seu funeral a que recentemente assistimos, nas celebrações de Guimarães! Sabem uma coisa? – por este andar não iremos ‘sair da cepa torta’.
Teimosia obediente e cega José Carlos Albino Messejana
A situação de Passos Coelho, com o seu Governo e sua maioria parlamentar, é de grande agitação e fragilidade, que está a tentar ser combatida com encenação de firmeza, segurança e confiança, mas que tresanda a teimosia cega e autista, perante as realidades e factos à vista de todos. Na nossa história democrática já assistimos a posturas e modos semelhantes, que, invariavelmente, conduziram os atores e o País a graves situações. Cada um lembrar-se-á dumas ou doutras, em épocas diferentes. As realidades “reais” da esmagadora maioria das pessoas e populações do País são duma dureza social, económica e anímica tremenda e, tudo indica, em crescendo. A proclamada “paciência” dos portugueses começa a esgotar-se. Os “casos”, de vária índole, com governantes e dirigentes da maioria são diversos e graves e as vozes dissidentes no PSD e sua área de influência multiplicam-se a um ritmo acelerado. O CDS-PP, ora escondendo-se, ora divergindo das lideranças em presença, começa a ser um aliado incomodado. A obediência total e única aos ditames de Merkel e dos “mercados imperiais” e seus “representantes” nas instituições europeias e internacionais, que afincadamente elogiam o Governo, apenas respondem aos interesses dos países ricos e poderosos e são geradores de graves impasses na União Europeia. Mas, mais grave, empobrecem o nosso País e destroem os laços básicos da coesão social e territorial. Em espiral e com efeito dominó, o País poderá ficar desertificado e/ou desfigurado de magrezas várias. Por tudo isto, e fora de jogos partidários, é imprescindível travar este caminho para o vazio, pelo que nos são exigidos combates sociopolíticos firmes, inteligentes e responsáveis, que evitem danos irreparáveis e permitam a construção de alternativas no modelo e governação do nosso desenvolvimento sustentável. Perante a descrença na política, agravada por casos em curso, esta situação e desafios podem ser uma oportunidade para credibilizar a intervenção política, partindo do social, económico e territorial, construindo inovadoras propostas e práticas Políticas, com P grande. Para que “a tampa não salte por implosão”, há que tudo fazer para evitar males maiores e ir construindo as bases de novos caminhos de esperança e motivação. Respondermos a estes desafios é uma exigência cívica!
Diário do Alentejo 14 setembro 2012
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Política Amanhã, 15 de setembro, é considerado pela ONU como o Dia Internacional da Democracia. Em Portugal, sensivelmente metade da população já nasceu depois do 25 de Abril. Para grande parte destes cidadãos, a democracia é um dado adquirido, e a comparação com o regime ditatorial que nos oprimiu durante 48 anos, é uma tarefa
A Nossa Democracia
quase impossível, tornando frágil ou displicente a defesa da ideia de democracia. Ilustração Susa Monteiro
Deputados eleitos por Beja no Dia Internacional da Democracia
O estado a que isto chegou
O
“Diário do Alentejo” convidou os três deputados eleitos por Beja para refletirem, brevemente, sobre o estado da democracia em Portugal. Luís Pita Ameixa (PS) e João Ramos (PCP) enviaram-nos depoimentos escritos que publicamos nesta página. Mário Simões (PSD), por motivos de agenda, não teve a possibilidade de fazer o mesmo, mas disponibilizou-se para, por telefone, dizer de sua justiça. O deputado social-democrata considera que “a democracia não está em causa, mas pode ser sempre melhorada”. No entanto, Mário Simões assinala “uma perda na qualidade da democracia na última década”, referenciada em estudos sobre o tema, e que resultam da “perda de qualidade de vida” dos portugueses, “um sentimento generalizado” que tem “repercussões na falta de confiança nos políticos e nos partidos”. No entanto, “existe algo que se mantém, e até reforça: as pessoas percebem que podem protestar, participar, exercer os seus direitos”, afirma. Mas Mário Simões avisa que “não são só os partidos a serem
afetados” pela falta de confiança dos cidadãos, “os sindicatos também o são”. Para o deputado, os sindicatos, agora, “debatem no plano das emoções” em detrimento do “combate político e ideológico”, mas eles próprios são vítimas do desinteresse das populações. Como indicadores deste estado de coisas temos “ a elevada abstenção, o desinteresse pela participação política” o que leva, segundo o deputado do PSD, a que “todas as instituições acabem por sofrer desgaste e falta de confiança” por parte dos cidadãos. No entanto, Mário Simões diz que “Portugal sempre mostrou que se consegue reinventar. Foi assim na República, e foi assim no 25 de Abril. Neste momento, estamos a passar por um reajustamento na sociedade”, mas o deputado espera “que seja possível” descobrir os consensos necessários “para deixar para o futuro, para os nossos filhos, um Portugal melhor”. Até porque, lembra, citando Churchil “a democracia pode não ser o regime perfeito, mas a inda não inventa ra m nada melhor”. AF
Luís Pita Ameixa
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primeiro ponto a sublinhar é que em Portugal há demo-
cracia. Foi o 25 de Abril de 1974, nunca o podemos esquecer, que fez a viragem para a democracia atual em Portugal, num processo que começou no golpe de Estado do MFA, e se prolongou por dois anos, até se estabilizar com a força do voto na importantíssima eleição constituinte e pelas regras democráticas plasmadas na Constituição da República aprovada em 2 de abril de 1976. A nossa democracia baseia-se na soberania popular e no voto universal, na liberdade e pluralismo de expressão, na separação de poderes e na representação, no poder local autónomo, e também no aprofundamento do desenvolvimento social, económico e cultural da sociedade. Como, na sua sabedoria, disse, Aristóteles, “a base da sociedade é a justiça” e, assim, a democracia tem de ter um conteúdo material de igualdade de oportunidades, de acesso aos bens culturais, de defesa do meio
ambiente, de equilíbrio nas relações de trabalho, de distribuição equitativa dos rendimentos. Hoje a nossa democracia vive os momentos difíceis da crise económica e financeira e a saída da crise constitui um desafio a si própria. Em democracia há sempre soluções políticas, e Portugal, no quadro das democracias mais avançadas do mundo, que são as europeias, tem de encontrar o seu caminho de desenvolvimento com justiça social, o que, em nossa opinião, vai em substituir a austeridade cega, financista e recessiva do Governo PSD+CDS por, é certo, políticas de rigor financeiro mas que não esqueçam que a chave está no estímulo ao crescimento económico de modo a promover o emprego, a defender as empresas, e assegurar um ordenamento económico justo.
“Democracia participativa”
João Ramos
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emocracia. O poder do povo exercido através dos seus representantes. Mas quantas vezes, os eleitores
não se sentem representados por aqueles que escolhem, nem fazem ideia que votando em determinado partido, contribuíram para eleger determinado candidato. Mas o empenho em esclarecer essa relação é, da parte de alguns, bem pouco. Depois falam em legitimidade. Uma legitimidade que lhes permite fazer tudo pelo facto de a maioria dos votantes ter escolhido candidatos dos seus partidos, ignorando completamente que chegar ao poder não os libertam das propostas políticas apresentadas e expressas nos programas eleitorais. Pelo contrário, obriga-os. Tudo isto é potenciado por uma informação desadequada. E o empenho em clarificar os processos é inversamente proporcional à vontade de aceder ou manter-se no poder. Isto demonstra-nos que a democracia é um bem frágil que necessita constante vigilância. Exige cidadãos críticos, interventivos e reivindicativos. Daí a importância da democracia participativa. Porque exercer a democracia implica pensar nela e no seu significado, a todo o momento. Será democrático um país com mais de um milhão e duzentos mil desempregados e em que 20 por cento da sua população é pobre? Será democracia destruir o aparelho produtivo nacional, motor da produção de riqueza? Será democracia aproveitar uma crise para tirar dinheiro a quem trabalha e entrega-lo a quem já muito tem? Será viver em democracia abdicar da soberania nacional, seja ela económica, alimentar ou política? Será democracia os governantes descartarem as suas responsabilidades desculpando-se com os que lá estiveram antes, quando antes também eles lá estiveram? Será democracia que quem deveria apresentar soluções só nos diga que não temos alternativa? Será democracia ter um Chefe de Estado que jura cumprir a Constituição e logo em seguida apoia medidas que a contrariam? A democracia foi conhecida e conquistada em Portugal com a Revolução de Abril. O povo conquistou o seu poder e é ao povo que lhe cabe mantê-lo. E de vez em quando o povo tem que mostrar a quem tem decidido, de quem é efetivamente o poder. Assim o povo queira e teremos menos dúvidas sobre o que é uma democracia.
é a soma dos anos de mandatos dos quatro presidentes de câmara que agora não se podem recandidatar.
Diário do Alentejo 14 setembro 2012
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Texto Paulo Barriga Infografia José Serrano
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Futebol juvenil
Diário do Alentejo 14 setembro 2012
Campeonato Nacional de Juniores 2.ª Divisão Série E - 2.ª jornada: Oeiras-Atlético, 3-1; Farense-Louletano, 2-1; Barreirense-Olímpico do Montijo, 2-1; Beira Mar de Almada-Lusitano de Évora, 1-0; Lusitano VRSA-Moura, 6-1. Classificação: 1ºs Oeiras e Beira Mar de Almada, 6 pontos. 2º Barreirense, 4. 3ºs Atlético, Olímpico do Montijo, Farense e Lusitano VRSA, 3. 8º Lusitano de Évora, 1. 9ºs Louletano e Moura, 0. Próxima jornada (15/9): Oeiras-Farense; Louletano-Barreirense; Olímpico do Montijo-Beira Mar de Almada; Lusitano de Évora-Lusitano de VRSA; Atlético-Moura.
Campeonato Nacional de Juvenis – Série E – 3.ª jornada (9/9): Beira Mar de Almada-Imortal, 1-3; V. Setúbal-Odemirense, 2-0; LouletanoLusitano de Évora, 5-2; Estoril Praia-Oeiras, 1-4; Despertar-Cova da Piedade, 0-2. Classificação: 1ºs Oeiras, V. Setúbal e Louletano, 9 pontos. 4ºs Cova da Piedade e Lusitano de Évora, 4. 6ºs Imortal e Beira Mar de Almada, 3. 8ºs Odemirense e Estoril Praia, 1. 10º Despertar, 0. Próxima jornada (16/9): Imortal-Despertar; Odemirense-Beira Mar de Almada; Lusitano de Évora-V. Setúbal; Oeiras-Louletano; Cova da Piedade-Estoril Praia.
Campeonato Nacional de Iniciados – Série G – 1.ª jornada (9/9): Olhanense-Desportivo de Beja, 6-0; Lusitano VRSA-São Luís, 3-2; Imortal-Louletano, 1-0; Despertar-Esperança de Lagos, 0-3; Odiáxere-V. Setúbal, 1-6. Classificação: 1ºs V. Setúbal, Olhanense, Esperança de Lagos e Lusitano VRSA, 3 pontos. 5ºs Imortal, Louletano, São Luís, Despertar, Desportivo de Beja e Odiáxere, 0. Próxima jornada (16/9): Desportivo de Beja-Odiáxere; São Luís-Olhanense; Louletano-Lusitano VRSA; Esperança de Lagos-Imortal; V. Setúbal-Despertar.
Bom senso
Desporto
José Saúde
Taça de Portugal
Um Vasco da Gama de Honra A 2.ª Eliminatória da Taça de Portugal vai disputar-se no próximo domingo, pelas 15 horas, com a formação do Vasco da Gama da Vidigueira, único clube do distrito de Beja ainda em prova a receber a formação açoriana do Santa Clara, equipa que disputa a 2.ª Liga Nacional.
equipas prováveis
Vasco da Gama José Maria José Verdades José Maria Navas Hugo Baltazar Diogo Abílio Teixeira Pavel Vieira José Cláudio Mário Verdades José Feio Valdemar Mané Fernado Piçarra (treinador)
Texto e foto Firmino Paixão
P
revê-se “um jogo muito difícil, frente a uma equipa profissional extremamente competitiva”, diz Fernando Piçarra, treinador do Vasco da Gama, assumindo que “a percentagem de favoritismo é mínima”, mas é nela que os atletas da Vidigueira vão “assentar a sua postura”. Prometem fazer “do jogo uma festa em que os jogadores se deverão divertir ao máximo e saborear o momento que é único para muitos”. Depois, diz Piçarra, “vamos procurar o melhor resultado possível dentro das dificuldades que esperamos. O nosso adversário é que é o favorito, mas eu acredito na minha equipa e tenho fé que aconteça qualquer coisa”. E lembra “no ano passado tive essa experiência com o Moura em Guimarães em que nos diziam que íamos levar 10 ou 20 e aos 89 minutos estávamos a ganhar 1-0”. O Vasco da Gama conta, naturalmente, com o facto de jogar em casa e ter o apoio do seu público.
Campeonato de futebol da AF Beja 2.ª Divisão O Campeonato Distrital da 2ª Divisão não se realizará esta época devido ao reduzido número de equipas inscritas na prova (Negrilhos, Messejanense, Saboia, Renascente e Ourique) estar abaixo do regulamentado (8). Recorde-se que Guadiana, Cuba, Bairro da Conceição e Amarelejense foram repescados para a divisão principal, reduzindo o quadro competitivo secundário.
Clube Recreativo e Desportivo de Cabeça Gorda O Clube Recreativo e Desportivo da Cabeça Gorda promove amanhã à tarde (16 horas), no Campo de Jogos José Agostinho de Matos, a segunda edição do Torneio de Futebol João Bento. Para além da equipa local, a prova terá a participação do Estrela de Santo André e do Futebol Clube São Marcos.
Santa Clara Hélder Godinho André Gonçalves Accioly Luiz Carlos Sérginho Tony Godinho Pedro Cervantes Pacheco Ruizinho Porcellis Luís Miguel
Fernando Piçarra
Torneio de Futebol José António Castilho
Triunfo tangencial do Aljustrelense
O
Sport Clube Mineiro Aljustrelense venceu o Torneio de Futebol José António Castilho, competição organizada pela rádio Castrense em homenagem póstuma ao seu antigo colaborador. Os mineiros derrotaram na final a formação do Futebol Clube Castrense, por uma bola a zero, chegando assim ao triunfo no redenominado torneio organizado pela emissora local de Castro Verde que contou ainda com a participação das equipas do Almodôvar e do São Marcos. Nas eliminatórias o Aljustrelense já tinha ganho ao Desportivo de Almodôvar por 2-0, enquanto o Castrense bateu a equipa de São Marcos da Ataboeira 1-0. No apuramento para os 3.º e 4.º lugares o Almodôvar venceu o São Marcos por uma bola a zero. Classificação final: 1.º Aljustrelense. 2.º Castrense. 3.º Almodôvar. 4.º São Marcos.
É chover no molhado, assumo, porém o atual quadro do futebol primodivisionário da AF Beja deixava antever que era necessário estabelecer parâmetros que marcassem o número (14) de equipas que compõem o calendário desportivo regional. Previa-se que a repescagem de conjuntos que militavam no escalão secundário, se apresentava óbvia. Emiti, em tempos, uma opinião, embora pela rama, que sintetizava o estado real pelo qual passa o futebol distrital. Lancei achas para a fogueira e não olvidei a escassez de condições financeiras que os clubes atravessam. A avalanche de coletividades que surgiram à estampa foi louvada e criou-se uma expetativa risonha, esquecendo-se, por outro lado, que não se aferiu com rigidez o fiel da balança. Portugal é, com a evolução do tempo, terra queimada e as autarquias veem-se economicamente limitadas. O mal vem de cima. Os subsídios são chão que já deu uvas. Os clubes jogavam com orçamentos que lhes permitiam uma certa estabilidade, sabendo, à partida, que o contributo da câmara era um quinhão celestial. O objetivo passava por dotar a localidade com classes desportivas excecionais. O movimento associativo impunha regras de rigor. Os clubes proliferavam. A 2.ª divisão empolgou-se de tal forma que a AF Beja fez ao longo dos últimos anos um campeonato com duas séries. Agora tudo se resume à saudade. Saudade explicitada na celeridade de um país cada vez mais de tanga. E o futebol, mesmo implícito na sua secundariedade, perde o ímpeto que o levou ao rubro. O órgão máximo da bola bejense aguarda pelas alvíssaras dos seus associados. Espera pela chegada da última carruagem que traga aventureiros que, não obstante a lista de inscritos, permita reunir o número de clubes para uma prova que se espera minimamente competitiva. Fica o desafio: haja bom senso por que o tempo urge.
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O Sport Clube Mineiro Aljustrelense está a promover treinos de captação para jovens dispostas a integrar a sua equipa de futebol feminino. Depois de na época anterior ter conquistado o campeonato e a Taça Distrito de Beja, o clube mineiro viu sair algumas das jogadoras para outros clubes.
Diário do Alentejo 14 setembro 2012
Captação para futebol feminino em Aljustrel
Ana Cabecinha na China A marchadora alentejana Ana Cabecinha, do Clube Oriental de Pechão, está na China onde vai participar na final do Challenge Mundial de Marcha Atlética, que se disputa na cidade de Ordos, na região da Mongólia. A atleta cumprirá hoje a sua prova na distância de 10 quilómetros.
Treinador de juvenis do Desportivo de Beja fez estágio no FC Porto
Aprender a formar e partilhar O Clube Desportivo de Beja pretende recuperar o prestígio de outrora, recolocando as suas equipas de formação em patamares competitivos nacionais. Texto e foto Firmino Paixão
O
treinador Paulo Paixão, 32 anos, licenciado em educação física com mestrado em treino desportivo, atual técnico da equipa de juvenis do Clube Desportivo de Beja, já prepara a época desportiva com objetivos bem definidos. O jovem bejense cumpriu recentemente um estágio técnico no Futebol Clube do Porto, de onde trouxe novas competências que, aliadas à sua inquestionável ambição, serão partilhadas no clube onde se formou como jogador e iniciou a carreira de treinador. O técnico acentuou que “o Desportivo, apesar de todas as contrariedades, está a recuperar a sua dignidade e o seu património em recursos de formação, e este ano já conseguimos trabalhar em todos os escalões”. Quais os objetivos para esta temporada, depois do 3.º lugar do ano passado?
Realmente podemos considerar que o nosso campeonato do ano passado foi muito positivo atendendo às condicionantes que são conhecidas. Conseguimos um excelente segundo lugar, com uma equipa maioritariamente de juvenis de primeiro ano. Tendo em conta que representamos o Clube Desportivo de Beja, e com o grupo que temos, os objetivos esta época apontam para melhores resultados na Taça Armando Nascimento e no campeonato distrital. O plantel foi reforçado?
Os grandes reforços são os nossos iniciados que subiram e se juntaram a alguns juvenis que permaneceram do ano passado. Entraram alguns miúdos do Bairro da Conceição, clube que não fez equipa e nós aproveitámos três ou quatro atletas. Veio um atleta de Cuba, onde também não fizeram equipa, e perdemos dois
jogadores, um porque foi com os pais para a Alemanha, outro porque o Despertar conseguiu convencê-lo. O escalão de juvenis tem apenas oito clubes. É curto?
É um número manifestamente escasso. A competitividade que se gera entre os clubes é que faz evoluir os atletas. Nós temos qualidade na base, mas é preciso que eles tenham uma competitividade forte para evoluírem, porque havendo excessiva facilidade de algumas equipas e excessiva dificuldade de outras isso conduz à desmotivação e os atletas não se valorizam. Compreendemos esta recessão motivada pelas condições económicas dos clubes, o futebol distrital vive em grandes dificuldades, mas é preciso darmos oportunidade aos jovens para praticarem desporto.
PAULO PAIXÃO 32 anos Licenciado em Educação Física Mestrado em Treino Desportivo
Percurso como jogador Desportivo de Beja (formação até sénior) Baleizão Desportivo das Neves Piense Percurso como treinador Desportivo de Beja (Adjunto de Francisco Graça nos Nacionais de juniores e seniores) Seleções distritais sub-14 da AF Beja (Adjunto) Formador nos Cursos de Treinadores da AF Beja Treinador da Seleção sub-15 Sul da FPF Coordenador de scouting do FC Porto (Beja)
Motivação é o que não falta ao técnico, que acabou de cumprir um estágio no Futebol Clube do Porto…
Foi uma experiência extraordinária, muito enriquecedora no plano da aprendizagem e a todos os níveis. É outro mundo, ali não falta nada, têm todas as condições e mais algumas, mas depois regressamos a outro planeta onde as dificuldades são muitas, mas é preciso trabalhar. Foi uma experiência muito positiva porque me permitiram uma inserção plena na estrutura técnica e uma aprendizagem muito rica. Que novas competências trouxe como treinador de futebol?
Convivi com uma equipa de scouting muito experiente, de antigos jogadores e treinadores que agora se dedicam à prospeção de talentos. Bebi muito da sua experiência numa saudável convivência. E o próprio Vítor Pereira disse-me, informalmente, que o convívio com eles era como um curso de treinadores, ele próprio o sentiu quando os conheceu. Depois a partilha no terreno com os técnicos Vítor Frade, um académico licenciado pela Faculdade do Porto, e com antigos jogadores como o Folha, Frasco, Capucho e outras antigos atletas que têm o saber empírico. Nota-se uma boa conjugação desses aspetos que resulta naquela mística de “jogar à Porto”. Não foi a sua primeira experiência nesta área? Já tinha estagiado com o Oceano Cruz na Seleção de sub-21?
Tive oportunidade de estagiar com o Oceano Cruz nos sub-21, sempre que for possível continuarei a fazê-lo, pretendo sempre evoluir mais, infelizmente para isso temos que sair um pouco daqui. Com o Oceano a experiência foi diferente porque num contexto de seleção o trabalho é um pouco diferente, são jogadores que vêm dos clubes com períodos limitados de trabalho. Essas experiências são mais-valias postas ao serviço do Desportivo de Beja?
As minhas perspetivas são muito abertas, gosto de receber informação de todos os lados e aplicá-la naquilo que são as minhas intervenções no treino, neste caso no Desportivo de Beja, e em todas as áreas: na gestão do grupo, aos níveis técnico e tático e em situações de jogo. Tudo o que vamos aprendendo, vamos partilhando com o grupo. Depois e em função do meu trabalho de descoberta de talentos no âmbito na colaboração que tenho com o Porto, é sempre possível levar lá miúdos que revelem alguma qualidade, como recentemente sucedeu com o Rafael Graça, jogador do Desportivo que tem, de facto, uma grande qualidade.
Diário do Alentejo 14 setembro 2012
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Mundial de kayak pólo na Polónia
A seleção nacional de kayak pólo, que incluía o jogador bejense João Roque (Associação Juvenil Pagaia Sul), concluiu na 21.ª posição a sua participação no Campeonato do Mundo da modalidade, disputado na cidade polaca de Poznan.
BTT em Milfontes: “Passeio das Pedalêras”
Realiza-se no próximo dia 23, em Vila Nova de Milfontes, um passeio de BTT denominado “Passeio das Pedalêras”, com percursos de 15 e 32 quilómetros. A receita do evento reverte a favor da ACDR Brunheiras, Agrupamento de Escuteiros e Clube Náutico de Milfontes.
Mértola no Campus de Jovens A Mancumunidad de Beturia, em parceira com os Municípios de Mértola, Castro Marim, Vila Real de Santo António e Ayamonte, realizam entre 14 e 16 de setembro um “Campus de Jovens” que reunirá cerca de 50 membros das várias comunidades, num intercâmbio cultural e desportivo. A última edição deste campus realizou-se em Mértola.
Gala da Associação de Atletismo de Beja marcou despedida do executivo
Os críticos não deram a cara A Associação de Atletismo de Beja encerrou oficialmente a temporada desportiva 2012 com a realização da sua tradicional gala dos Campeões, evento onde distinguiu os melhores atletas da época nos vários escalões. Texto e fotos Firmino Paixão
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oram 81 os atletas que repartiram entre si os 224 títulos em disputa durante a época desportiva para os escalões infantis, iniciados, juvenis, juniores, seniores e veteranos. O juvenil Diogo Luz, da Juventude Desportiva das Neves, atleta multidisciplinar, com os seus 12 títulos distritais, foi o que maior número de vitórias conseguiu nesta temporada. Foram distinguidos nove campeões no escalão de infantis (a mais medalhada foi Ana Braga, do Beja Atlético Clube, com seis títulos), 15 atletas iniciados (Isabel Braz, do Beja Atlético Clube, conseguiu o melhor registo com oito títulos), também 15 atletas na categoria de juvenis (já destacado o feito de Diogo Luz), nove juniores (Patrícia Vaz, do Castrense, e Henrique Água Doce, do Bairro da Conceição, igualaram-se com sete títulos). Destacaram-se ainda 17 atletas seniores, em que a mais ganhadora foi a jovem Liliane Amaro, da Juventude Desportiva das Neves, com 10 títulos distritais, ela que teve também outras prestações muito relevantes a nível nacional, e ainda 16 atletas na categoria de veteranos, onde sobressaíram Marcolino
Gala do atletismo Campeões distritais na categoria de Juvenis
Batista (Juventude Desportiva das Neves) e António Casaca (Beja Atlético Clube), ambos com quatro títulos. No plano coletivo o mérito foi repartido por oito clubes, mas o que maior número de títulos arrecadou foi o Clube Natureza de Alvito (14). Com uma notória ausência de muitos atletas e de alguns clubes, a gala serviu ainda para oficializar também a entrega dos diplomas de Sócio de Mérito aos seguintes atletas e dirigentes: Carlos Gradiz, Luciano Conceição, João Parente, José Silveira, Carlos André, Joaquim Patrício e Amílcar Pereira. Naquele que foi o seu último ato público enquanto presidente da Associação de Atletismo de Beja, António Casaca acentuou que “este ciclo terminou com a distinção daqueles que foram os grande
campeões da última temporada. É uma despedida em beleza, só lamento que alguns atletas e clubes não tenham estado presentes, mas também sabemos que a gala coincidiu com a realização de outros eventos”. O dirigente lembrou: “A gala do campeões foi uma iniciativa minha, consegui que ano após ano ela se tivesse realizado, umas vezes com mais brilho, outra vezes com menos, mas tem sido sempre uma consagração dos atletas que se destacaram com títulos nacionais, regionais e distritais. Esperemos que estas cerimónias se mantenham cada vez mais vivas e participadas”. Embora em final de mandato, Casaca garante ser uma presença assídua nos eventos da modalidade: “evidentemente que sim, o que eu tinha dito quando anunciei que não
me recandidatava a presidente da Associação, foi que existindo algum membro dos atuais corpos gerentes que quisesse avançar podia contar comigo, não na direção, mas por exemplo na assembleia geral”. E reiterou essa ideia: “Surgiu uma lista e eu fico muito contente por existirem ainda pessoas disponíveis para ocupar estes cargos dirigentes, mas por outro lado fico triste e apreensivo por só existir uma lista”. Em tom manifestamente crítico explicou depois que “há tanta gente que critica, gente que em determinados momentos só não nos pisam porque não podem, essas pessoas deviam aparecer agora, deviam dar a cara e não deram e nunca darão, é pena que seja assim. Criticam-me dizendo que eu sou isto ou aquilo, que sou ditador e totalitário, pois eu sou tudo isso, então
que apareçam aqueles que o não são e corram com os ditadores. Façam melhor. Sempre respeitei toda a gente e procurei o consenso e o apoio de todos os dirigentes de clubes, aos que me ajudaram agradeço, aos outros não posso fazê-lo”. Olhando para o futuro e para o que pode valer o novo executivo que será esta noite eleito, Casaca garantiu ter a certeza que “vai existir um trabalho de continuidade, vão certamente surgir algumas inovações e é bom que elas apareçam, porque temos que estar atentos aos tempos que correm e todos os anos surgem novas formas de divulgar a modalidade e nós devemos apoiá-las”, concluindo que “tenho total confiança nos elementos que vão ser eleitos para a futura direção. Temos um leque de dirigentes dispostos a trabalhar e temos um excelente diretor técnico que tem muitas ideias, muitas iniciativas e uma vontade enorme de divulgar a nossa modalidade. Acredito que no futuro o trabalho desta associação irá crescer e ser melhorado”. Joaquim Braz na sucessão A
Associação de Atletismo de Beja reúne-se esta noite em Assembleia Geral ordinária com o ponto único de eleição dos novos corpos sociais. A única lista presente a sufrágio é a liderada por Joaquim Braz, que terá António Casaca a liderar a assembleia geral, Gervásio Amaro no conselho fiscal, Joaquim Curre no conselho jurisdicional, António Machado no conselho técnico e João Batista no conselho de arbitragem.
Participação de 12 seleções
Europeu de Patinagem Artística em Grândola
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Campeonato da Europa de Patinagem Artística, nas categorias de cadetes e juvenis que, a partir da próxima terça-feira, 19, se disputará na vila de Grândola, terá a participação de 12 seleções. Alemanha, Áustria, Dinamarca, Eslovénia, Espanha, França, Grã-Bretanha, Holanda, Itália, Suíça e Portugal, serão os países representados
nesta importante competição que terá como palco o pavilhão do Complexo Desportivo Municipal José Afonso, na Vila Morena. Associado a esta realização as seleções nacionais de cadetes e juvenis, anteciparam a sua presença naquela vila do litoral alentejano para cumprirem um estágio que tem em vista a preparação para a próxima edição da Taça Latina. A or-
ganização do Europeu de Grândola está a cargo da Federação de Patinagem de Portugal, em parceria com o Município de Grândola, a Associação de Patinagem de Setúbal e o Hóquei Clube Patinagem de Grândola. Carlos Beato, presidente da Câmara Municipal de Grândola, já referiu que “é para nós motivo de orgulho receber em Grândola, Vila Morena, um evento com esta impor-
tância e significado”, sublinhando que “o concelho de Grândola tem vindo a viver, nos últimos anos, um processo ímpar de desenvolvimento, sendo hoje um símbolo de qualidade e de excelência, graças às virtualidade de um território de exceção e à natureza calorosa e fraterna do seu povo”. As delegações concorrentes chegam a Grândola na
próxima segunda-feira, iniciando o programa com treinos oficiais na terça-feira (18/9), a partir das 8 e 30 horas. A competição terá início pelas 8 horas de quartafeira (19/9), ainda que a cerimónia de abertura se realize apenas às 20 e 30 horas. O encerramento dos campeonatos está marcado para sábado, dia 22, pelas 20 e 30 horas.
Rali Nerbe/Aebal Cidade de Beja 2012 Disputa-se amanhã a edição 2012 do Rali Cidade de Beja, competição organizada pela secção de Motorismo do Aero Clube de Beja, com a parceria do Nerbe-Aebal – Associação Empresarial do Baixo Alentejo e Litoral. A prova destina-se a veículos VSH (viaturas
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A equipa do Barrancos Futsal apresenta-se amanhã, pelas 16 horas, no Pavilhão Paulo Guerra, naquela vila raiana, com um torneio em que participam as formações do Clube Desportivo de Beja e da Associação Desportiva de Vila Nova de São Bento.
sem homologação) com cilindrada até 3500 cm3 e integra o Campeonato Regional de Ralis do Sul, prova organizada pela Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting. O Rali terá uma etapa única com três troços cronometrados (PEC) com partida em Cabeça Gorda, junto ao Campo de Futebol José
Diário do Alentejo 14 setembro 2012
Barrancos Futsal apresenta-se amanhã
Agostinho de Matos, e chegada na Estrada de Vale de Rocins (Salvada), com início às 13 e 30 horas, 15 e 10 horas e 16 e 50 horas. O Parque de Verificações Técnicas e o Parque Fechado serão na instalações do Nerbe, local onde se verificarão também as partidas e chegadas para os, e dos, troços.
Zona Azul prepara a época desportiva que terá novo figurino competitivo
Um plantel habituado a sofrer A equipa de seniores da Zona Azul, que na última época falhou por pouco a subida à 2.ª Divisão Nacional, já prepara a nova época desportiva. Texto e foto Firmino Paixão
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ma temporada com a novidade de um novo modelo competitivo, que começa por um campeonato inter-regional. Outra novidade é a chegada de Luís Amaral, 43 anos, a treinador da formação principal. Um técnico que conhece o terreno que pisa, foi atleta e dirigente do clube, e que, sem limite para a ambição, modera a fronteira dos objetivos. A Zona Azul já prepara a nova época desportiva e a grande novidade é a liderança de um novo técnico?
Em termos internos essa é de facto a grande novidade, mas há outras, a principal em termos competitivos é que o campeonato onde estamos inseridos este ano não será organizado pela Federação, mas sim pelas associações regionais de Beja, Évora, Algarve e Setúbal. Haverá uma fase regional e depois uma intermédia, não estando ainda definido o número de equipas que passam à segunda fase.
que nós jogamos com a prata da casa. Este ano a base do plantel manteve-se e tentámos recuperar alguns miúdos que estavam ausentes e que voltaram porque vieram estudar para a região. Também estamos a contar com alguns atletas mais experientes que estavam afastados da modalidade e que, ao que tudo indica, vão voltar para integrar a equipa. Um plantel forte e capaz de fazer coisas interessantes?
Para já o plantel dá-me garantias que vai estar ao nível do que tem vindo a fazer nas últimas temporadas. Como disse, o núcleo duro mantém-se e é um conjunto de jogadores com alguma experiência, habituado a trabalhar e a sofrer, e que nos dá algumas garantias.
E os objetivos para a temporada?
Já falámos isso com o grupo e posso assumir desde já que o objetivo inicial será ultrapassar a primeira fase. A seguir logo se verá... Na época passada a 2.ª Divisão esteve muito perto...
Se bem me lembro, no ano passado, ninguém referiu que esse seria um dos objetivos principais. As coisas foram acontecendo, a equipa foi-se preparando para ganhar os jogos, começou mal e acabou bem. Depois, na última fase, e por variadíssimas razões, acabou por não conseguir o objetivo que nessa altura teria sido definido entre o grupo, que seria tentar ascender à 2.ª Divisão. Neste momento, aquilo em que quero que estejamos focados, não pensando para já no acesso à 2.ª Divisão, é sermos bem sucedidos nesta primeira fase da prova.
Para já o plantel dá-me garantias que vai estar ao nível do que tem vindo a fazer nas últimas temporadas. Como disse, o núcleo duro mantém-se e é um conjunto de jogadores com alguma experiência, habituado a trabalhar e a sofrer, e que nos dá algumas garantias.
O andebol tem sentido a recessão que tem atingido noutras modalidades?
A Federação de Andebol de Portugal teve um empenho no sentido de minimizar um bocadinho o esforço financeiro dos clubes com as deslocações, daí ter surgido esta opção de uma primeira fase inter-regional. Mas a crise e as suas restrições são transversais à nossa sociedade e os clubes, mais cedo ou mais tarde, uns mais, outros menos, acabam também por ser atingidos por este flagelo. A Zona Azul mantém um bom trabalho nos escalões de formação?
Nos últimos anos temos estado afastados dos patamares cimeiros, como, por exemplo, a 1.ª divisão de iniciados e juvenis, mas o clube está atento a essa situação, normalmente são coisas que
O campeonato será mais fácil este ano?
Teoricamente esta primeira fase não será constituída por aquelas equipas que tradicionalmente são candidatos assumidos à subida de divisão. Estou a pensar no Torrense, no Alto do Moinho. Para já não encontraremos esses habituais candidatos, mas teremos acontecem por ciclos e nós, este ano, estamos a tentar outra vez ter uma base com muitos miúdos que evoluam pelos vários escalões de formação para que possamos ter um bom suporte cá em cima nos seniores.
O plantel recebeu alguns reforços?
Há algum tempo
Quem é o Luís Amaral, o que podemos conhecer do seu perfil?
equipas bem complicadas, cujo valor não podemos menosprezar. E poderá surgir uma ou outra equipa que, não sendo candidata, pode entrar nas contas dos lugares que darão acesso à segunda fase. O distrito tem poucas equipas a competir a este nível, a Zona Azul tem sido o único representante...
Já que estamos a falar de novidades, acho que não vou cometer nenhuma inconfidência, creio que Serpa terá esta época uma equipa de seniores, com muita juventude e outros jogadores com alguma veterania. É muito importante ter surgido mais uma equipa aqui no nosso distrito.
Estou na Zona Azul desde os 11 anos, joguei até aos 25, percorri todos os escalões, depois fiz um interregno devido às obrigações profissionais e pessoais. Voltei já com alguma idade, aos 28, e consegui jogar até aos 35, ainda dei uma ajuda ao grupo. Paralelamente a isto sou professor de informática na Escola D. Manuel I, em Beja. Surgiu o convite para entrar para dirigente, onde estive dois anos e depois um segundo convite para integrar a equipa técnica que aceitei. Desde há seis anos a esta parte, passei por quase todos os escalões de formação e cheguei agora aos seniores para substituir o Carlos Guerreiro.
saúde
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Fax 284326341 R. 25 de Abril, 11 cave esq. – 7800 BEJA
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Consultas às 6ªs feiras na Policlínica de S. Paulo Rua Cidade S. Paulo, 29 Marcações pelo tel. 284328023 BEJA
Estomatologia
Cirurgia Maxilo-facial
▼
DR. MAURO FREITAS VALE
Consultas e ecografia 2ªs, 4ªs, 5ªs e 6ªs feiras, a partir das 14 e 30 horas Marcações pelo tel. 284311790 Rua do Canal, nº 4 - 1º trás 7800-483 BEJA
Praça Diogo Fernandes, nº11 – 2º Tel. 284329975
▼
UROLOGISTA
Hospital de Beja Doenças de Rins e Vias Urinárias Consultas às 6ªs feiras na Policlínica de S. Paulo Rua Cidade S. Paulo, 29
BEJA
Terapia da Fala
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MÉDICO DENTISTA
Terapeuta da Fala VERA LÚCIA BAIÃO
Prótese/Ortodontia Marcações pelo telefone 284321693 ou no local
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Consultas em Beja CLINIBEJA – 2.ª a 6.ª feira Rua António Sardinha, 25, r/c esq.
Rua António Sardinha, 3 1º G 7800 BEJA
Urologia
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MÉDICO
FRANCISCO FINO CORREIA
Consultor de Psiquiatria
MÉDICO UROLOGISTA RINS E VIAS URINÁRIAS Marcações de 2.ª a 6.ª feira a partir das 14 horas Rua Capitão João Francisco de Sousa, n.º 20 7800-451 BEJA Tel. 284324690
▼
DRA. TERESA ESTANISLAU CORREIA
Tm. 962557043
HORÁRIO: Das 11 às 12.30 horas e das 14 às 18 horas pelo tel. 218481447 (Lisboa) ou Em Beja no dia das consultas às quartas-feiras Pelo tel. 284329134, depois das 14.30 horas na Rua Manuel António de Brito, nº 4 – 1º frente 7800-544 Beja (Edifício do Instituto do Coração, Frente ao Continente) ▼
Dr. José Loff
Médico Dentista Consultas em Beja Clínica do Jardim
Marcações pelo telef. 284328023
ULSB/Hospital José Joaquim Fernandes
Dermatologia
Clínica Dentária
Luís Payne Pereira
AURÉLIO SILVA
Psiquiatra no Hospital de Beja
Marcações pelo 284322446;
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PARADELA OLIVEIRA
Medis, Advance Care,
Seguros/Acidentes
JORGE ARAÚJO
Consultório Rua Capitão João Francisco Sousa 56-A 1º esqº 7800-451 BEJA Tel. 284320749
Medicina dentária
Urologia
Estomatologista (OM) Ortodontia
FERNANDO AREAL
Psiquiatria
Acordos com A.D.S.E., CGD,
DR. JAIME LENCASTRE
Psiquiatria
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Psicologia Educacional
JOSÉ BELARMINO, LDA.
Médico Especialista pela Ordem dos Médicos e Ministério da Saúde Generalista
Marcação de consultas de dermatologia:
Marcações a partir das 14 horas Tel. 284322503
Drª Ana Teresa Gaspar
DR. A. FIGUEIREDO
CONSULTAS DE OBESIDADE
Dr. Carlos Machado
CLÍNICA MÉDICA DENTÁRIA
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Rua Capitão João Francisco de Sousa, 56-A – Sala 8 Marcações pelo tm. 919788155
Acordos com: ACS, CTT, EDP, CGD, SAMS. Marcações pelo telef. 284325059 Rua do Canal, nº 4 7800 BEJA
Fisioterapia
Obesidade
LUZ
Médico oftalmologista
Consultas de 2ª a 6ª
MÉDICO ESPECIALISTA EM CLÍNICA GERAL/ MEDICINA FAMILIAR
Fisiatria
Rua António Sardinha, 25r/c dtº Beja
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Chefe de Serviço de Oftalmologia do Hospital de Beja
GASPAR CANO
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Oftalmologia
Especialista pela Ordem dos Médicos
CONSULTAS às 3ªs e 4ªs feiras, a partir das 15 horas MARCAÇÕES pelos telfs.284322387/919911232 Rua Tenente Valadim, 44 7800-073 BEJA
FERNANDA FAUSTINO
Ginecologia/Obstetrícia
FAUSTO BARATA
DOENÇAS DO SISTEMA NERVOSO
Rua Manuel Antó António de Brito n.º n.º 6 – 1.º 1.º frente. 78007800-522 Beja tel. 284 328 100 / fax. 284 328 106
(Diplomada pela Escola Superior de Medicina Dentária de Lisboa)
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HELIODORO SANGUESSUGA
Directora Clínica da novaclinica
Laboratório de Análises Clínicas de Beja, Lda.
Neurologia
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Urgências Prótese fixa e removível Estética dentária Cirurgia oral/ Implantologia Aparelhos fixos e removíveis VÁRIOS ACORDOS Consultas :de segunda a sexta-feira, das 9 e 30 às 19 horas Rua de Mértola, nº 43 – 1º esq. Tel. 284 321 304 Tm. 925651190 7800-475 BEJA
Cirurgia Vascular
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HELENA MANSO CIRURGIA VASCULAR TRATAMENTO DE VARIZES Convenções com PT-ACS CONSULTÓRIOS: Beja Praça António Raposo Tavares, 12, 7800-426 BEJA Tel. 284 313 270 Évora CDI – Praça Dr. Rosado da Fonseca, 8, Urb. Horta dos Telhais, 7000 Évora Tel. 266749740
Otorrinolaringologia
DR. J. S. GALHOZ Ouvidos,Nariz, Garganta Exames da audição Consultas a partir das 14 horas Praça Diogo Fernandes, 23 - 1º F (Jardim do Bacalhau) Telef. 284322527 BEJA
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saúde
23 Diário do Alentejo 14 setembro 2012
PSICOLOGIA ANA CARACÓIS SANTOS – Educação emocional; – Psicoterapia de apoio; – Problemas comportamentais; – Dificuldades de integração escolar; – Orientação vocacional; – Métodos e hábitos de estudo GIP – Gabinete de Intervenção Psicológica Rua Almirante Cândido Reis, 13, 7800-445 BEJA Tel. 284321592
_______________________________________ Manuel Matias – Isabel Lima – Miguel Oliveira e Castro – Jaime Cruz Maurício Ecografia | Eco-Doppler Cor | Radiologia Digital Mamografia Digital | TAC | Uro-TC | Dental Scan Densitometria Óssea Nova valência: Colonoscopia Virtual Acordos: ADSE; PT-ACS; CGD; Medis, Multicare; SAMS; SAMS-quadros; Allianz; WDA; Humana; Mondial Assistance. Graça Santos Janeiro: Ecografia Obstétrica Marcações: Telefone: 284 313 330; Fax: 284 313 339; Web: www.crb.pt Rua Afonso de Albuquerque, 7 r/c – 7800-442 Beja e-mail: cradiologiabeja@mail.telepac.pt
CENTRO DE IMAGIOLOGIA DO BAIXO ALENTEJO ECOGRAFIA – Geral, Endocavitária, Osteoarticular, Ecodoppler TAC – Corpo, Neuroradiologia, Osteoarticular, Dentalscan Mamografia e Ecografia Mamária Ortopantomografia
António Lopes – Aurora Alves – Helena Martelo – Montes Palma – Maria João Hrotko – Médicos Radiologistas –
Dr. Sidónio de Souza – Pneumologia/Alergologia/ Desabituação tabágica – H. Pulido Valente Dr. Fernando Pimentel – Reumatologia – Medicina Desportiva – Instituto Português de Reumatologia de Lisboa Dr.ª Verónica Túbal – Nutricionismo – H. de Beja Dr.ª Sandra Martins – Terapia da Fala – H. de Beja Dr. Francisco Barrocas – Psicologia Clínica/Terapia Familiar – Membro Efectivo da Soc. Port. Terapia Familiar e da Assoc. Port. Terapias Comportamental e Cognitiva (Lisboa) – Assistente Principal – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo. Dr. Rogério Guerreiro – Medicina preventiva – Tratamento inovador para deixar de fumar Dr. Gaspar Cano – Clínica Geral/ Medicina Familiar Dr.ª Nídia Amorim – Psicomotricidade/Educação Especial e Reabilitação (dificuldades específicas de aprendizagem/dislexias) Dr. Sérgio Barroso – Especialista em Oncologia – H. de Beja Drª Margarida Loureiro – Endocrinologia/Diabetes/ Obesidade – Instituto Português de Oncologia de Lisboa Dr. Francisco Fino Correia – Urologia – Rins e Vias Urinárias – H. Beja Dr. Daniel Barrocas – Psiquiatria – Hospital de Évora Dr.ª Lucília Bravo – Psiquiatria H.Beja , Centro Hospitalar de Lisboa (H.Júlio de Matos). Dr. Carlos Monteverde – Chefe de Serviço de Medicina Interna, doenças de estômago, fígado, rins, endoscopia digestiva. Dr.ª Ana Cristina Duarte – Pneumologia/ Alergologia Respiratória/Apneia do Sono – Assistente Hospitalar Graduada – Consultora de Pneumologia no Hospital de Beja Dr.ª Isabel Santos – Chefe de Serviço de Psiquiatria de Infância e Adolescência/Terapeuta familiar – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo Dr.ª Paula Rodrigues – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr.ª Luísa Guerreiro – Ginecologia/Obstetrícia Dr. Luís Mestre – Senologia (doenças da mama) – Hospital da Cuf – Infante Santo Dr. Jorge Araújo – Ecografias Obstétricas Dr.ª Ana Montalvão – Hematologia Clínica /Doenças do Sangue – Assistente Hospitalar – Hospital de Beja Dr.ª Ana Cristina Charraz – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr. Diogo Matos – Dermatologia. Médico interno do Hospital Garcia da Orta. Dr.ª Madalena Espinho – Psicologia da Educação/ Orientação Vocacional Dr.ª Ana Margarida Soares – Terapia da Fala - Habilitação/Reabilitação da linguagem e fala. Perturbação da leitura e escrita específica e não específica. Voz/Fluência. Dr.ª Maria João Dores – Técnica Superior de Educação Especial e Reabilitação/Psicomotricidade. Perturbações do Desenvolvimento; Educação Especial; Reabilitação; Gerontomotricidade. Enfermeira Maria José Espanhol – Enfermeira especialista em saúde materna/Cuidados de enfermagem na clínica e ao domicílio/Preparação pré e pós parto/amamentação e cuidados ao recémnascido/Imagem corporal da mãe – H. de Beja Marcações diárias pelos tels. 284 322 503 Tm. 91 7716528 | Tm. 916203481 Rua Zeca Afonso, nº 6, 1º B, 7800-522 Beja Clinipaxmail@gmail.com
medicina geral e familiar Dr. Luís Capela
endocrinologia|diabetes|obesidade Dr.ª Luísa Raimundo
pneumologia|consulta do sono Dr.ª Eulália Semedo
ginecologia|obstetrícia|colposcopia Dr.ª Ana Ladeira
otorrinolaringologia|ORL pediátrica ;ǀĞƌƟŐĞŵͮŽŶĐŽůŽŐŝĂ ĚĂ ĐĂďĞĕĂ Ğ ƉĞƐĐŽĕŽͿ
Dr.ª Dulce Rocha Nunes
Diversos Acordos
psiquiatria e saúde mental Dr. Daniel Barrocas
psicologia clínica Dr.ª Maria João Póvoas
psicologia educacional Dr.ª Silvia Reis
terapia da fala Terapeuta Vera Baião
ĮƐŝŽƚĞƌĂƉŝĂͮƌĞĂďŝůŝƚĂĕĆŽ ;ƉſƐͲ s ͬ ƉſƐͲĐŝƌƵƌŐŝĂͬ ƚƌĂƵŵĂƚŽůŽŐŝĂͬ ĐŝŶĞƐŝŽƚĞƌĂƉŝĂͬ ĐŽůƵŶĂͿ
Terapeuta Fábio Apolinário
cirurgia vascular Dr.ª Helena Manso
ŵĞĚŝĐŝŶĂ ĞƐƚĠƟĐĂ Dr.ª Nídia Abreu
podologia Dr. Joaquim Godinho
medicina dentária Dr. Jaime Capela (implantologia) ƌ͘ǐ ŶĂ ZŝƚĂ ĂƌƌŽƐ ;ŽƌƚŽĚŽŶƟĂͿ Dr. António Albuquerque
prótese dentária Téc. Ana João Godinho
cirurgia maxilo-facial Dr. Luís Loureiro
Convenções: ADSE, ACS-PT, SAD-GNR, CGD, MEDIS, SSMJ, SAD-PSP, SAMS, SAMS QUADROS, ADMS, MULTICARE, ADVANCE CARE Horário: de 2ª a 6ª feira, das 8 às 19 horas e aos sábados, das 8 às 13 horas Av. Fialho de Almeida, nº 2 7800 BEJA
Telef. 284318490 Tms. 960284030 ou 915529387
Clínica Médico-Dentária de S. FRANCISCO, LDA. Gerência de Fernanda Faustino Acordos: SAMS, ADMG, PSP, A.D.M.E., Portugal Telecom e Advancecare Rua General Morais Sarmento, nº 18, r/chão; TEL. 284327260 7800-064 BEJA
pediatria do desenvolvimento ƌ͘ǐ ŶĂ ^ŽĮĂ ƌĂŶĐŽ
psicomotricidade|apoio pedagógico Terapeuta Helena Louro
exames audiológicos Audiograma|Timpanograma
ƉƌſƚĞƐĞƐ ĂƵĚŝƟǀĂƐ Manutenção de todas as marcas Rua António Sardinha 23, 7800-447 Beja Telefone: 284 321 517 | Móvel: 961 341 105 | Fax: 284 327 331 clinibeja@gmail.com| www.facebook.com/clinibeja
www.clinibeja.com
institucional diversos
24 Diário do Alentejo 14 setembro 2012 Diário do Alentejo n.º 1586 de 14/09/2012 Única Publicação
Diário do Alentejo n.º 1585 de 14/09/2012 Única Publicação
CARTÓRIO NOTARIAL DE MÉRTOLA
A Autoridade Florestal Nacional faz público que, nos termos do art.º 6.º do Regulamento da Lei nº 2097, de 6 de Junho de 1959, aprovado pelo Decreto n.º 44623, de 10 de Outubro de 1962, O CLUBE DE CAÇA E PESCA DA MIJNGORRA requereu, pelo prazo de 10 anos, uma concessão de pesca na albufeira do Vilar, Herdade do Vilar e Vale de Água, freguesia de Trindade, concelho de Beja. Todas as pessoas singulares ou colectivas que se julguem prejudicadas nos seus direitos devem apresentar a sua reclamação por escrito devidamente justificada, na Unidade de Gestão Florestal do Baixo Alentejo – Antiga Estrada de Évora – Rua de S. Sebastião – Apartado 6121, 7801-908 Beja no prazo de 30 dias a contar da data de divulgação deste Edital. Para consulta dos interessados encontra-se nos referidos serviços o projecto de Regulamento, proposto pela entidade requerente para vigorar na área a concessionar.
Conservador em substituição: Alexandre José da Silva Santos
CERTIDÃO NARRATIVA (Conforme Art.º 100 do Código do Notariado) Alexandre José da Silva Santos, Conservador em substituição do Cartório Notarial de Almodôvar, certifica, Que, para efeitos de publicação foi lavrada em trinta de agosto do ano de dois mil e doze neste Cartório Notarial e exarada a partir de cinquenta e três a folhas cinquenta e quatro verso do livro de notas para escrituras diversas número cento e quarenta e sete – C, uma Escritura de Justificação Notarial, na qual Manuel Augusto Costa, N.I.F. 130 771 481 e mulher Maria Alice dos Reis Afonso Costa, N.I.F. 152 222 014, casados segundo o regime da comunhão de adquiridos, naturais, ambos da freguesia e concelho de Almodôvar, residentes habitualmente em Fontes Ferrenhas, portadores dos cartões de cidadão números 05539651 8zz1 e 07165737 1zz6, válidos até 19-01-2017 e 30-10-2013, respetivamente, emitidos pela República Portuguesa declararam: Que, são donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem do prédio urbano, localizado nas Fontes Ferrenhas, freguesia e concelho de Almodôvar, composto de edifício de rés-do-chão e logradouro, com a área total de quinhentos e sessenta e nove vírgula setenta e quatro metros quadrados, sendo duzentos e cinquenta e cinco vírgula trinta e dois metros quadrados de superfície coberta, e sendo trezentos e catorze vírgula quarenta e dois metros quadrados de logradouro a confinar do Norte com uma via pública do Sul com herdeiros de José Zacarias do poente com Manuel Celestino e do nascente com Joaquim Rodrigues, inscrito na matriz predial urbana em nome do ora justificante varão sob o artigo 2861 com o valor patrimonial e atribuído correspondente de 23.180,00€ Que, o prédio não se encontra registado na Conservatória do Registo Predial de Almodôvar. Que, o referido prédio veio à posse dos ora justificantes por o haver adquirido por compra meramente verbal a Jorge Joaquim dos Reis e mulher Cidália Maria Parreira da Silva Reis, casados no regime da comunhão geral de bens e residentes que foram ao sitio dos Quartos, freguesia de São Clemente, concelho de Loulé, entretanto já falecidos, feita em data que não sabem precisar, há mais de trinta anos, sem que, todavia, desse facto, tenha ficado a dispor de título válido para o seu registo, tendo entrado de imediato na posse do mesmo, inexistindo pois, qualquer título formal que comprove esta transmissão meramente verbal. Que, porém desde o ano de mil novecentos e oitenta e dois sem interrupção, pelo que, continuadamente e em permanência os justificantes entraram na posse e fruição do prédio, usufruindo de todas as utilidades por ele proporcionadas e suportando os respectivos encargos, contribuições e impostos e com ânimo de quem exercita direito próprio, ignorando lesar direito alheio, à vista e com conhecimento de todos, sendo reconhecidos como seus donos Que, sempre habitaram, permaneceram e melhoraram a casa, pagando as respectivas contribuições e impostos tendo portanto adquirido o prédio e, sem qualquer interrupção mantido a sua posse ostensivamente sem a oposição de quem quer que fosse e com conhecimento de toda a gente, agindo sempre por forma correspondente ao exercício do direito de propriedade, sendo por isso uma posse própria, pública, porque à vista de todos e sem a menor oposição de quem quer que seja, pacífica, porque exercida sem violência, contínua, porque mantida ao longo de todos estes anos e de boa fé, a qual dura há mais de vinte anos, pelo que se verificam todos os requisitos legais para a aquisição do referido prédio invocando para tanto a usucapião Que, dado o modo de aquisição, sem documento algum que titule suficientemente o seu direito e lhes permitam para efeitos de registo predial, fazer prova do seu direito de propriedade do aludido prédio justificam a aquisição do mesmo no presente acto por usucapião. Declararam os segundos outorgantes: Que, por serem inteiramente verdadeiras, confirmam as declarações que antecedem. É extracto certificado da escritura e vai conforme o original, declarando que, da parte omitida nada consta que altere, prejudique, modifique ou condicione a parte transcrita Almodôvar, trinta de agosto de dois mil doze. O Conservador, em substituição Alexandre José da Silva Santos
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EDITAL
Fonte: Carta Militar 531 e 540 IgeoE
Évora, 24 de Abril de 2012-09-10 O Director Regional Carlos de Sá Ramalho
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Diário do Alentejo n.º 1586 de 14/09/2012 2.ª Publicação
TRIBUNAL JUDICIAL DE MOURA Secção Única
ANÚNCIO Processo: 79/11.0TBMRA Ação de Processo Sumário Autor: Manuel Coelho Calisto e outro(s)... Réu: Francisco Baleizão Coelho Nos autos acima identificados, correm éditos de 30 dias, contados da data da segunda e última publicação deste anúncio, citando: Réu: Francisco Baleizão Coelho, filho(a) de José Coelho Miguel e de Maria Jorge Baleizão Coelho, nascido(a) em 11-10-1944, freguesia de São Sebastião da Pedreira [Lisboa], NIF 118920189, domicílio: Rua da República, Nº 17, 7885-039 Amareleja com última residência conhecida na(s) morada(s) indicada(s) para, no prazo de 20 dias, decorrido que seja o dos éditos, contestar, querendo, a ação, com a cominação de que a falta de contestação importa a confissão dos factos articulados pelo(s) autor(es) e que em substância o pedido consiste tudo como melhor consta do duplicado da petição inicial que se encontra nesta Secretaria, à disposição do citando. O prazo acima indicado suspende-se, no entanto, nas férias judiciais. Fica advertido de que Não é obrigatória a constituição de mandatário judicial. N/Referência: 655335 Data: 17-02-2012 O Juiz de Direito, Dr(a) Rui Miguel Fonseca Machado O Oficial de Justiça, Rosália Infante
Diário do Alentejo n.º 1586 de 14/09/2012 Única Publicação
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Em conformidade com o disposto no nº 1 do art.º 41 dos Estatutos da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Mértola, CONVOCO, todos os Associados no pleno gozo dos seus direitos a reunirem-se em Assembleia Geral Extraordinária no próximo dia 19 de Setembro de 2012, pelas 20H30, na Sede da Associação com a seguinte: ORDEM DE TRABALHOS 1. Parceria entre Associações do Distrito de Beja para consórcio no transporte de doentes não urgentes; 2. Abate de veículos e equipamentos que não sejam funcionais; 3. Outros assuntos de interesse coletivo. Se, à hora marcada não se verificar o número de presenças previstas nos Estatutos, a Assembleia Geral poderá deliberar 30 minutos depois da hora inicial, com qualquer número de presenças, desde que não inferior a três associados efetivos. Mértola, 03 Setembro de 2012 O Presidente da Assembleia Geral, Manuel Romba Ruas
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Concurso para Exploração do Restaurante Encontra-se aberto o período para a apresentação de proposta para exploração do restaurante do NERBE/AEBAL: • Localização: Restaurante do NERBE/AEBAL, sito na Rua Cidade S.Paulo em Beja, • Espaço completamente remodelado, mobilado e equipado • Composto por: sala de refeições, bar, cozinha, sanitários e arrecadações • Facilidade de estacionamento • Data prevista de entrada em funcionamento: 15 Outubro 2012 Os interessados deverão até ao dia 30 de Setembro, entregar a sua proposta financeira, em carta fechada dirigida à Direção. Par além da proposta financeira, será considerado o melhor projeto de exploração e dinamização do espaço. NERBE/AEBAL-Associação Empresarial do Baixo Alentejo e Litoral Rua Cidade de S.Paulo Apartado 274 7801-904 Beja Telef: 284311350 Fax: 284311351 http://www.nerbe.pt e-mail: nerbe@mail.telepac.pt
institucional diversos
25 Diário do Alentejo 14 setembro 2012
Diário do Alentejo n.º 1586 de 14/09/2012 Única Publicação
MUNICÍPIO DE ODEMIRA AVISO Deliberação de elaboração do Plano de Intervenção em Espaço Rural da Herdade do Zorreiro – Malavado Torna-se público, nos termos do Decreto-Lei n.º 380/99 de 22 de Setembro, na atual redação, que por deliberação tomada em reunião ordinária da Câmara Municipal de Odemira em 16 de agosto de 2012, foi aprovada a proposta de contrato a celebrar entre a Câmara Municipal de Odemira e a Atlantic Growers, para a elaboração de um Plano Intervenção em Espaço Rural da Herdade do Zorreiro – Malavado, tendo o respectivo contrato sido celebrado em 05 de setembro de 2012. Na sequência deste contrato para planeamento e da deliberação da Câmara Municipal de 06 de setembro de 2012, torna-se público o início do procedimento de elaboração do Plano Intervenção em Espaço Rural da Herdade do Zorreiro – Malavado. A área de intervenção deste Plano encontra-se delimitada em planta anexa a este aviso, devendo a sua elaboração estar concluída no prazo de cinco meses. Acresce que o Plano Intervenção em Espaço Rural da Herdade do Zorreiro – Malavado não se encontra sujeito a avaliação ambiental estratégica por apenas implicar a utilização de uma pequena área a nível local e não ser susceptível de produzir efeitos significativos no ambiente. De acordo com o n.º 2 do artigo 77º do referido diploma legal, publicita-se ainda a abertura de um período de participação preventiva, por um prazo de 15 dias úteis a contar da data de publicação deste aviso no Diário da República. Durante este período os interessados poderão, por escrito e de acordo com formulário disponível na Câmara Municipal e no seu sítio da internet, formular sugestões ou observações, apresentar ou obter informações ou esclarecimentos sobre questões que possam ser consideradas no âmbito da elaboração do referido Plano. As participações deverão ser entregues em mão, por correio eletrónico para planeamento@cm-odemira. pt ou por correio para o Municipio de Odemira, Praça da República, 7630-139 Odemira. Durante aquele período os interessados poderão ainda consultar, na Junta de Freguesia da Longueira-Almograve, no Balcão Único do Município de Odemira e no sítio da internet http://www.cm-odemira.pt, o contrato para planeamento e os termos de referência do Plano Intervenção em Espaço Rural da Herdade do Zorreiro – Malavado. Estes documentos acompanharam a deliberação da Câmara, e os termos de referência consistem na fundamentação da estratégia de intervenção e base programática, estabelecendo o enquadramento legal e territorial, e definindo a oportunidade de elaboração, objetivos, conteúdos, metodologia, constituição da equipa de trabalho, fases e prazos a observar no processo.
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Diário do Alentejo n.º 1586 de 14/09/2012 ÚnicaPublicação
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necrologia diversos
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MISSA
Vila de Frades/Cuba MISSA E AGRADECIMENTO
Francisco António Carocinho
São Brissos
Maria Virgínia Cavaco
António Zacarias Moreira
1º Ano de Eterna Saudade
N. 19/09/1916 – F. 19/08/2012 30º Dia de Eterna Saudade
1º Mês de Eterna Saudade
Seus filhos, netos e restan-
Seus familiares, na impossibilidade de o fazerem pessoalmente, vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que acompanharam o seu ente querido à sua última morada ou que de outro modo manifestaram o seu pesar, e participam que será celebrada missa pelo seu eterno descanso no dia 19/09/2012, quarta-feira, pelas 19 horas na Igreja Matriz de Cuba, agradecendo desde já a todas as pessoas que nela participem.
No dia 12 de Agosto de 2012
te família, comunicam que será celebrada missa pelo seu eterno descanso no dia 20/09/2012, quinta-feira, às 19 horas na Igreja do Salvador em Beja, agradecendo antecipadamente a todas as pessoas que nela compareçam.
completou-se um mês sobre o seu falecimento. Seu marido, filhos e netos recordam-na com muito amor e profunda saudade. Jamais te esqueceremos. Que Deus te tenha em bom descanso. Da tua neta Sandra.
Serpa PARTICIPAÇÃO
Maria da Consolação Piçarra Faleceu a 10.09.2012 É com pesar que participamos o falecimento da Sra. D. Maria da Consolação Piçarra, de 88 anos, viúva, natural da freguesia de Santa Maria de Serpa. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no dia 12/09/2012 pelas 11.00 horas, da Casa Mortuária de Serpa para o cemitério local. Apresentamos à família as cordiais condolências.
AGÊNCIA FUNERÁRIA SERPENSE, LDA Gerência: António Coelho Tm. 963 085 442 – Tel. 284 549 315 Rua das Cruzes, 14-A – 7830-344 SERPA
Diário do Alentejo n.º 1586 de 14/09/2012 Única Publicação
COOPERATIVA AGRÍCOLA DE VIDIGUEIRA CRL
CONVOCATÓRIA EXPLICAÇÕES
– Dou explicações de
CERTIFICAÇÃO. A atividade funerária reveste-se de uma complexidade muito própria. O objetivo da Agência Funerária Baiôa é prestar o melhor serviço, ao melhor preço, indo de encontro às expectativas dos nossos clientes, no respeito absoluto e profundo da pessoa humana, de uma forma despretensiosa e honesta. Trabalhamos com os mais rigorosos parâmetros e critérios de qualidade, em todo o país e estrangeiro. E por isso, esta carta tem como objetivo a divulgação junto de V. Exª. do processo de certificação do sistema de gestão da qualidade que concluímos no final do passado mês de junho. Somos a primeira e única Agência Funerária, exclusivamente Portuguesa, certificada no sistema de gestão da qualidade, ISO 9001:2008 e NP EN 15017:2007. E a primeira empresa Certificada do concelho de Mértola, contribuindo assim para a melhoria do tecido empresarial do nosso concelho e região..
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Nos termos do artigo 23.º parágrafo 3.º dos Estatutos, convoco a Assembleia Geral desta Cooperativa, para reunir em sessão extraordinária, na sede desta Cooperativa, sita no Bairro Industrial, para o dia 27 de Setembro de 2012, pelas 17 e 30 horas, com a seguinte ordem de trabalhos: 1. Balanço da Campanha de Produção – Comercialização de 2011/2012; 2. Perspectivas para a Campanha de 2012/2013; 3. Discussão e deliberação sobre a constituição de hipoteca voluntária sobre o prédio descrito na Conservatória com o n.º 8543, folha 53 verso do livro B24, com o Art.º Matricial n.º 1439, para garantir responsabilidade já assumida ou a assumir perante a Caixa Agrícola Guadiana Interior, até ao montante de quinhentos e vinte mil euros, à taxa de juro e demais condições que entender, atribuindo à Direcção os poderes para o efeito. 4. Discussão e deliberação sobre a constituição de hipoteca voluntária sobre o prédio descrito na Conservatória com o n.º 3069/20120828, com o Art.º Matricial n.º 3529, para garantir responsabilidade já assumida ou a assumir perante o BES, até ao montante de duzentos e cinquenta mil euros, à taxa de juro e demais condições que entender, atribuindo à Direcção os poderes para o efeito. 5. Outros assuntos de interesse para a Cooperativa. Vidigueira, 12 de Setembro de 2012 O Presidente da Mesa da Assembleia Geral José António Batuca Pereira NOTA: Art.° 26.°, n.° 2 – Se à hora marcada para a reunião, não estiverem presentes a maioria dos cooperadores, a assembleia reunirá, com qualquer número, uma hora depois da indicada.
A Biblioteca Municipal Manuel José “do Tojal”, em Vila Nova de Santo André, convida todas as famílias a juntarem-se à celebração do seu aniversário, no próximo sábado, dia 15, pelas 16 e 30 horas, e assistir pelas mãos do maestro Fernando Malão à sua comemoração, enchendo a sala de sons e ritmos.
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À descoberta do ritmo em Vila Nova de Santo André
Pais
Comer fruta é preciso e assim sabe ainda melhor.
Pela tua mão
A páginas tantas ...
Dica da semana A página Vitória, Vitória tem-te mostrado muitos livros, autores e ilustradores. Por isso, e nada mais oportuno, que te ensinar a fazer o teu próprio livro. Segue passo a passo e vais ver que não é difícil. Bom trabalho!
O outono está no fim, poucas são as árvores que teimam em manter a folhagem e um inevitável inverno faz-se anunciar. É este o novo livro que a editora Orfeu Negro lança sobre a chancela Orfeu Mini, com a assinatura do ilustrador francês Benjamim Chaud. Um livro rico em ilustrações cheias de detalhes que no fundo são a marca deste ilustrador, como também o seu sentido de humor ao criar situações insólitas. E é isto que vais encontrar na Cantiga do Urso, onde uma floresta prepara-se para adormecer e um pequeno urso teima em contrariar a natureza resolvendo perseguir uma abelha. O pai urso vê-se obrigado a segui-lo e no meio de tantas e atribuladas situações dá-se o reencontro. Sim, mas na ópera. Depois de tanta confusão dá-se o sossego, usufruindo por fim daquilo que os ursos mais gostam, o mel, mas sob o céu estrelado de Paris. https://www.facebook.com/benjamin.chaud.1
Deixamos-te aqui algumas sugestões para enriqueceres os teus desenhos, basta para isso adicionares álcool, sal, lápis de cera ou mesmo paus de giz. Faz tu as tuas próprias experiências e mostra-nos o resultado.
Neste quarto volume de Harry Potter, o protagonista é convidado pelo seu amigo Ronald Weasley (Ron) para um jogo de Quidditch entre a Bulgária e a Irlanda. Harry persente que em Hogwarts passam-se coisas estranhas e nesse mesmo momento Harry é estranhamente inscrito no torneio dos três feiticeiros, onde passará por dragões, sereias e muitas outras criaturas estranhas até chegar ao pé do seu inimigo, Lord Voldemort, que o quer matar. Será que é neste volume que Harry será morto, ou não? MRF, 9 anos
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Serpa é finalista dos Prémios LivCom
A cidade de Serpa, a única portuguesa a concorrer até à data, é finalista dos Prémios Livcom para Comunidades Habitáveis, que vão ser divulgados em Al Ain, nos Emirados Árabes Unidos, entre 22 a 26 de novembro. Serpa irá disputar o prémio da classe whole city (toda a cidade) e na categoria A até 20 mil habitantes com mais 11 cidades da Irlanda, Japão, China,
Austrália, Moldávia e Canadá, explica o município. Segundo a autarquia, os critérios de avaliação das candidaturas aos prémios englobam as áreas de melhoria das paisagens naturais e urbanísticas; artes, cultura e património; melhores práticas ambientais; participação e empoderamento da comunidade; estilos de vida saudáveis e planeamento estratégico.
Boa vida Comer Bife de frango Recheado com Queijo
Filatelia A exposição de Viana do Alentejo
Ingredientes para 4 pessoas: 8 bifes de frango com (100 gr cada), 16 fatias de queijo, 100 gr de farinha de trigo, 100 gr de pão ralado, 2 ovos inteiros, q.b. de pimenta, q.b. de sal, q.b. de azeite, 4 dentes de alho. Confeção: Bata os bifes com um martelo e tempere com sal e pimenta. Sobre cada um sobreponha quatro fatias de queijo. De seguida, ponha o outro bife por cima, apare os lados com uma faca e una com palitos. Siga esta operação na restante carne. Passe os bifes por farinha, ovo batido e pão ralado. Leve a fritar numa frigideira com azeite e alhos esmagados. Coloque-os sobre papel absorvente. Acompa n he com u m arroz de legumes. E bom apetite… Nota: Pode utilizar outro tipo de carne e o queijo é ao gosto de cada pessoa.
António Nobre Chefe executivo de cozinha – Hotéis M’AR De AR, Évora
D
ecorreu com assinalável êxito, a I Mostra de Filatelia de Viana do Alentejo. O certame foi uma realização conjunta do Clube Nacional de Maximafilia (CNM) e da Câmara Municipal de Viana do Alentejo e decorreu entre 7 e 10 de setembro, na igreja da Misericórdia, sita no interior do castelo da localidade. Em jeito de justificação do evento, Joaquim Cortes, presidente do CNM, fez um breve resumo da vida do clube e justificou a escolha das coleções em exposição. O presidente da Câmara Municipal, Bengalinha Pinho, no ato inaugural, congratulou-se por esta realização, a primeira deste género cultural na sede do concelho e chamou a atenção dos visitantes para a importância e riqueza do património edificado e imaterial daquela região. Duarte Martins, do departamento de marketing dos correios, realçou a importância de que se reveste hoje o selo personalizado e o selo com vinheta anexa publicitária, conhecido por selo corporate, produtos que são cada vez requeridos. Estiveram expostas 15 coleção, que abarcaram várias disciplinas filatélicas. Exposição nacional multilateral Através do noticiário filatélico nº 45/12, acabam de ser divulgados três dos carimbos que irão ser utilizados na exposição nacional/multilateral
que irá ter lugar em Ílhavo, de 2 a 7 de outubro. Curiosamente, os três carimbos têm como ilustração única uma embarcação à vela característica dos três países participantes: Croácia, Grécia e Portugal. Um dos carimbos, o do dia 3, assinala o Dia da Croácia – HRVATSKI DAN e, o outro, o do dia 4, o Dia da Grécia - HMEPA Edia. A exposição decorrerá no Museu de Ílhavo e é organizada pela Secção Filatélica e Numismática do Clube Galitos, de Aveiro.
Letras Sandokan & Bakunine
A
o princípio, para Bruno Margo, era o cinema. Margo, que estudou cinema em Lisboa e depois em Nova Iorque, estreia-se agora na escrita com este livro, um dos finalistas do prémio Leya e uma aposta forte da editora Maria do Rosário Pedreira. Quando o leu, revelou a editora, não lhe encontrou referências a outras obras literárias mas foram muitas e diversas as imagens de cinema que lhe Sandokan & Bakunine lhe evocou. Surpreendeu-a a imaginação de Margo, um perfeccionista que, após saber que o seu livro seria publicado, imitou uma das personagens e burilou incansavelmente a escrita e as histórias do seu romance. Sandokan conta a história de um escritor a quem roubaram o computador e a quem publicaram, na Internet, o seu romance incompleto. Dentro desta história, a história do romance roubado: a das férias de Artur, adolescente que quer resolver a história do misterioso desaparecimento de uma rapariga. Inclui ainda a história de um explorador irlandês que, mordido pela mariposa-vampiro, sucumbe ao tratamento ministrado por um feiticeiro. Tudo por causa de uma promessa à mulher, que Barlow cumpre literalmente. Há, ainda, uma galeria de personagens fantásticas que dão cinema à escrita de Margo. Ao princípio, já o escrevi, era o cinema e o jovem autor concebeu esta intriga como o argumento do filme que gostaria de realizar. Não é só a intriga, porém. Se a imaginação viva de Margo a impõe, a qualidade da sua escrita serve-a, com justeza. Maria do Carmo Piçarra
Emissão Portugal-Brasil Na passada sexta
feira, dia 7, os correios puseram em circulação uma emissão a assinalar o “Ano de Portugal no Brasil e do Brasil em Portugal”, que decorre desde o dia 7, Dia da Independência do Brasil, e o dia 10 de Junho de 2013, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. A emissão tem dois selos, ambos da franquia de 0,80 €; um é dedicado a Fernando Pessoa e o outro a Cruz e Sousa. Apresentam à direita (do observador) uma vinheta com um excerto do poema, “Mar Português”, no selo de Fernando Pessoa, e 2Ser Pássaro2, no de Cruz e Sousa. Os motivos dos selos brasileiros são os mesmos, mas neste caso a sua franquia é de dois reais. Geada de Sousa
Sandokan & Bakunine Bruno Margo Teorema 13,90 euros 184 pág.s
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Jorge Palma, Mesa e Miguel Araújo vão estar hoje no palco das Piscinas Municipais de Vidigueira para o arranque de mais um Festival Vidigueira, um evento dedicado à juventude que promete “terminar em grande a temporada dos festivais de verão”. Amanhã, sábado, o serão fica por conta de Wraygunn, Linda Martini e doismileoito. Rui Estevão (hoje) e Tigerman vs A Boy Named Sue (amanhã) são os DJ Set convidados para animar as madrugadas.
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Jorge Palma e Wraygunn no Festival Vidigueira
Fim de semana
Sete Sóis passa por Odemira bailarino de flamenco Jesús História doSete jazzLuas no espaço Oficinas ArrancaO hoje, sexta-feira, no espaço Fernández, oriundo de Cádis, pisa hoje à noite, a partir das 21 e 30 horas, o palco do Oficinas, em Aljustrel, o curso livre de iniciação à história do jazz “Jazz de A a Z”. A ação, Cineteatro Camacho Costa, integrando a programação do Festival Sete Sóis Sete Luas, de que decorrerá até 4 de maio estruturada em oito sessões, sempre às sextas-feiras, é micuja rede Odemira faz parte. Integrando também o ciclo Odemira Cultural, que decorrerá ao nistrada por António Branco, dinamizador do Clube de Jazz do Conservatório Regional longo de todo o mês de setembro, está agendada para amanhã, no Mercado Municipal, pedo Baixo Alentejo. A primeira sessão, pelas 21 e 30 horas, abordará o tema “Dos campos lasalgodão 11 horas,aaNova inauguração de Orleães”.de uma exposição do escultor espanhol César Molina.
Festival arranca hoje com a 7Luas.Orkestra.20
Mais Mediterrâneo na Planície em Castro Verde
É
com a 7Luas.Orkestra.20, a celebrar duas décadas de Festival Sete Sóis Sete Luas (SSSL), que arranca hoje, ao serão, o programa musical de mais uma Planície Mediterrânica, a passar por Castro Verde até domingo, 16. Dirigido pelo italiano Mário Incudine, o coletivo (na foto) propõe para o palco do anfiteatro da vila um espetáculo original feito das contribuições de seis virtuosos das tradições musicais do Mediterrâneo: o percussionista Shlomo Deshet, de Israel; o português Luís Peixoto, na sanfona e bandolim; o acordeonista basco Agus Barandiaran; a cantora Mara Aranda e o baixista Pino Ricosta, ambos de Valência. “Mantendo o figurino e a qualidade da programação”, como garante a organização, a cargo do município local, do Festival SSSL e da Associação PédeXumbo, a Planície Mediterrânica alarga este ano o âmbito geográfico das suas propostas a toda a bacia do Mediterrâneo, convocando o Sul da Europa, o Norte de África e o Próximo Oriente para a mesma “festa de sons, tons, sabores e afetos”. No desfile musical sucede-se já amanhã, sábado, pelas 16 ho-
ras (cineteatro municipal), a apresentação de “Em Casa”, o primeiro álbum a solo da cantora, acordeonista e concertinista Celina da Piedade, que contou com as participações especiais de Rodrigo Leão, Kepa Junkera, Uxia e Samuel Uria, entre outros. À noite, no mesmo espaço, chega de Múrcia La Banda del Pepo, a que se seguirá uma animação de rua (“Incêndio!” e “Dino2”) pelo grupo de teatro catalão L’Avalot. Para o encerramento, no domingo, apresenta-se pelas 19 e 30 horas, no anfiteatro municipal, o projeto Orient 7Sóis, dirigido pelo músico português Rão Kyao e com as participações do croata Marko Kalcic (baixo), do grego Kelly Thoma (lira de creta), do argelino Salim Allal (alaúde e voz) e do andaluz Miguel Angel (guitarra flamenca). Como em anos anteriores, a Planície Mediterrânica vai ocupar vários espaços da zona nobre de Castro Verde (jardim do Padrão e rua D. Afonso I, além das salas de espetáculos) oferecendo exposições, bailes, oficinas de dança, gastronomia, artesanato, passeios, feira do livro e vários momentos de cante alentejano protagonizados pelos corais do concelho.
Bruxas e demónios na Alvalade Medieval A comemorar 502 anos de Foral Manuelino, Alvalade acolhe, entre hoje e o próximo dia 20, a 10.ª edição da sua Feira Medieval, este ano centrada no universo das personagens fantásticas, grotescas e vis. A Alvalade Medieval, organizada por uma comissão local, é já considerada umas das festas mais importantes do concelho de Santiago do Cacém, pelo elevado número de visitantes que atrai anualmente. Entre os pontos altos do certame, destacam-se o cortejo pelas ruas e praças da freguesia, logo na abertura, e amanhã, sábado, o cortejo régio, além do torneio a cavalo, também muito visitado. As representações centram-se este ano no imaginário medieval, em torno dos medos, do demónio e da bruxaria.
Fim de semana a cavalo em Serpa Serpa acolhe no seu centro histórico, entre hoje e domingo, 16, mais uma Serpa Equestre, evento que tem como missão a promoção e divulgação da arte equestre, através da dinamização de algumas das iniciativas tradicionalmente organizadas no concelho. Além da Gala Ibérica, agendada para amanhã, sábado (largo dos Condes de Ficalho, pelas 22 horas), e considerada o ponto alto do evento, a programação contempla animação musical, passeios e batismos a cavalo, e ainda desfile e apresentação de criadores de Puro-sangue Lusitano de coudelarias de todo o distrito de Beja. Também, ao longo do evento, será lançado o I Concurso Ibérico de Modelo e Andamentos da Raça Lusitana.
Realizou-se, no passado sábado, a Gala “7 Maravilhas – Praias de Portugal” que elegeu as sete melhores praias do país. Destaque para a eleição de duas praias alentejanas: Praia das Furnas, em Vila Nova de Milfontes, e a Praia da Zambujeira do Mar. Todavia, houve outras que ficaram de fora, como a Praia de Quintos, que ficou escandalizada com os resultados anunciados: “Pois, é sempre a mesma coisa… Umas são tratadas como paraísos na terra e outras nunca deixarão de ser tratadas como uma ETAR. É o país que temos!” A praia do concelho de Beja já terá exigido a recontagem dos votos, nomeadamente nas categorias de “Melhor praia sem dunas”, “Melhor praia sem ondas de 40 cm”, “Melhor praia com vista para Baleizão” e “Praia onde é menos provável apanhar Pé de Atleta”.
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eleiÇÕes s praias das melhore de portugal os exige a re t in u q e d ia pra s votos contagem do
facebook.com/naoconfirmonemdesminto
Bode respiratório: GPS, a semente do Diabo
Restauro em Igreja de Santa Clara do Louredo foi feito com recurso à técnica do “una os pontos” O semanário “Expresso” noticiou na sua
descrição «Redesenhe a cara do Messias -
última edição que uma Igreja de Santa
una os pontos do 1 ao 49», mas como me
Clara do Louredo foi alvo de um “res-
disseram que ele era pintor, não liguei
tauro”, nos anos 80, como aquele que foi
muito…”, afirmou o pároco. Quando
notícia em Espanha. O “Expresso” até
questionado se, naquela altura, não es-
perguntou “Terá Cecilia Giménez pas-
tava preocupado com a preservação do
sado por Beja para ‘restaurar’ pinturas?”
património, o Padre respondeu que não
(Ah ah ah, tens a piada de um ataque car-
percebia nada de património e acrescen-
díaco, oh “Expresso”! Ria-se, caro lei-
tou: “Sei que a Diocese não achou muita
tor, senão o “Expresso” começa a debi-
piada à coisa… Uns chatos… Veja lá
tar piadas dos Malucos do Riso…). Mas
que ainda tiveram a lata de me ameaçar
parece que não. Segundo consta, a pin-
quando quis substituir o altar por caixi-
tura de Jesus Cristo, datada do séc. XIX,
lharia de alumínio com vidros duplos. E
foi restaurada por um pintor a pedido
era muito mais barato e fácil de limpar
do Padre: “Eu achei estranho quando ele
do que aquelas madeiras, cruzes e outras
apareceu com um kit de pintura com a
cenas religiosas…”.
Inquérito
Prezado leitor, o assunto que lhe trago hoje é da maior importância. Trata-se de algo que está a minar este planeta e é, em última análise, aquilo que está a desregular esta sociedade e a transformá-la numa selva. Falo, como é evidente, dos aparelhos de GPS. Não há telemóvel, tablet, micro - ou mesmo canivete suíço que não tenha um sistema de posicionamento global. O meu telemóvel tem GPS, o que me deixou (inicialmente) satisfeito. Pensei quando o adquiri que “agora sim, nunca mais me perderia”, o GPS ajudar-me-ia a seguir, literalmente, o meu caminho… Nada de mais errado. Ao que parece, os sistemas de GPS são muito finos: têm de ter os mapas atualizados, as suas baterias têm de ser recarregadas a toda a hora, os seus chakras devem estar sempre alinhados, e chantageiam-nos com idas a restaurantes requintados se queremos que nos deem indicações corretas…, enfim, precisam de muita manutenção! Estará o leitor a pensar, “isso és tu que não tens jeitinho nenhum para trabalhar com eles!”. Até pode ser, mas desconfio que o meu GPS me quer mal – se escolho a opção “caminho mais curto”, habilito-me a viajar por caminhos de cabras e a cruzar desfiladeiros agarrado a uma liana; se escolho a opção “caminho mais rápido de carro”, leva-me para autoestradas tão caras que quando o portageiro me pede o dinheiro, a minha vontade é entregar-lhe as chaves da viatura e dizer: “Vendido!”. Mas isto não é nada… Numa recente ida a Lisboa, o meu GPS aliciou-me, por várias vezes, a seguir por sentidos proibidos e ruas cortadas, para além de me incentivar a atropelar lisboetas que contam (mal) anedotas de alentejanos. A seguir, a meio da Ponte 25 de Abril, a senhora de voz metalizada dentro do aparelhómetro disse-me “Vire à direita.” – Ora, eu sei que, às vezes, posso ficar um
pouco deprimido, mas também não é motivo para tanto… Além disso, numa autoestrada, insistiu comigo para fazer inversão do sentido de marcha! Em contramão? Numa autoestrada? Não acredito em teorias da conspiração, mas tenho quase a certeza que o meu GPS me quer transformar num daqueles idosos que conduzem veículos que não exigem a posse de carta de condução… Depois, as vozes do GPS são impessoais e sem piada. Deviam ser vozes mais familiares… Por exemplo: um GPS com voz de alentejano teria a sua piada – “Siga pelo IP8. Se não fossem os sucessivos governos, ia na A26.” Melhor ainda se a voz fosse de um daqueles alentejanos que ficam muito nervosos quando têm de ir a Lisboa, já que quando estivéssemos a 25 km da capital o mais provável seria ouvir: “Este trânsito é demais p’ra mim… O quê? Onde é que eu tenho que virar? Vamos para aonde? Estamos completamente rodeados… Autodestruir! Autodestruir!”… E, claro está, também seria imprescindível um GPS com a voz de Vitor Gaspar, para andarmos sempre na linha e aumentarem os acidentes por dormir ao volante: sempre que nos enganássemos no trajeto, soaria a mensagem automática – “O seu novo percurso será recalculado quando pagar as dívidas às finanças ou aceitar novos valores do IMI.” Todavia, o mais provável seria que quando Vítor Gaspar acabasse uma frase, já tivéssemos chegado ao destino: “Vi… re… à… es… quer…” e de repente tínhamos chegado à Zambujeira do Mar, vindos de Oslo... Caro leitor, porque raio é que temos de clamar por alguém que nos oriente? Está mais que visto que se existissem GPS na época dos descobrimentos nunca teríamos chegado à Índia! Está na hora de lutar, uma vez mais, pela nossa independência… Nós conseguimos orientar-nos e escolher os nossos destinos! Não precisamos de uma máquina que nos diga para onde se deve ir… É altura de recomeçar a seguir as indicações das placas.
Vai festejar o Dia Internacional para a Preservação da Camada de Ozono (16 de setembro)?
HUMBERTO GÁS NATURAL, 24 ANOS Pessoa que se gaba de emitir muitos gases para a atmosfera, especialmente depois de comer feijoada
PEDRO PASSOS COELHO, 48 ANOS Primeiro-ministro
BURACO DO OZONO, MAIOR DE IDADE, Fenómeno do Entroncamento
Eu cá não alinho nessas coisas. Para mim, essa coisa da camada do ozono é tudo um grande esquema para as pessoas não usarem sprays desodorizantes. Ah, não sei quê, porque faz mal ao buraco do Osório… E os fumos das fábricas, não prejudicam a camada do Osvaldo? E os escapes dos carros não são maus para a camada do otorrino? Qualquer dia nem se pode espirrar que a camada do Ozil fica logo constipada!
Amigos, como cidadão, pai e especialista em farófias, não podia deixar de festejar este dia da preservação da camada do Ozono. Ao que parece, até a camada do Ozono já conseguiu resolver, finalmente, o seu buraco. E nós também vamos conseguir! Estou certo que, todos juntos, o conseguiremos tapar… A dúvida é saber se nos livramos dele ou ficamos soterrados...
Nem me fale disso, que eu ando muito deprimido… Antigamente, ainda se recebia um subsídio para trabalhar como buraco, mas agora é só pagar impostos e levar com os raios ultravioletas no lombinho… Se isto continua assim, tenho de emigrar. Quem é que paga a escola e a comida dos meus buraquinhos? A minha mulher fugiu com o Buraco das Contas Públicas da Madeira, e eu tenho de me virar sozinho. Alguém sabe se Marte tem camada do Ozono que precise de um buraco? Posso fazer um part-time.
Nº 1586 (II Série) | 14 setembro 2012
RIbanho
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Hoje, sexta-feira, o céu deverá estar limpo e a temperatura oscilará entre 18 e os 34 graus centígrados. Amanhã, sábado, o sol brilhará em toda a região e no domingo também não são esperadas nuvens.
Luís Clemente vence concurso internacional em Budapeste
“Sem enamoramento não há música”
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indo do universo das bandas (Filarmónica de Ferreira do Alentejo e Sinfónica da Covilhã), Luís Clemente venceu há dias o Concurso Internacional de Direção de Orquestra Sinfónica de Budapeste, destacando-se entre uma dezena de maestros de orquestra de todo o mundo. “Duas semanas de intenso trabalho musical” ao mais alto nível da tradição europeia, que culminaram também com o convite para dirigir a Orquestra Sinfónica da Hungria, cujo repertório da próxima temporada deverá incluir algumas partituras portuguesas. Venceu há dias o Concurso Internacional de Direção de Orquestra Sinfónica de Budapeste. O que significa para si esta distinção?
Um grande privilégio. Não esperava alcançar nenhum lugar de destaque, muito menos num contexto tão tradicional. Por outro lado, sabia do nível de participantes que iria encontrar. Todos eles trabalham regularmente com orquestra sinfónica e praticamente todos eles estudam na Áustria ou Alemanha, países com grande tradição no ensino de direção de orquestra. Além disso, sendo uma competição orientada por Michael Dittrich, que tem uma carreira impressionante enquanto músico e maestro, muitos jovens talentos passaram já por estas duas semanas de intenso trabalho musical. Participei essencialmente porque queria fazer um balanço pessoal fora de fronteiras e a um alto nível musical, depois de terminar os estudos oficiais de direção de orquestra em 2011, em Itália, e antes de começar o doutoramento, já no ano letivo 2012/2013. Que impacto pode este prémio ter na sua carreira futura?
Não tenho grandes expetativas. Apesar de ser ainda muito jovem para esta profissão, sei das dificuldades inerentes no nosso país. Num registo mais pessoal, este prémio dá-me alguma PUB
confiança para continuar a investir nos meus conhecimentos. Ter conseguido ganhar, sendo o único participante oriundo de um contexto “bandístico”, faz-me ficar confiante que algum dia, seja em Portugal ou em qualquer parte do Mundo, terei a oportunidade de estar à frente de uma orquestra. A vitória dá-lhe direito a um convite para dirigir a Orquestra Sinfónica da Hungria na próxima temporada. Como encara este desafio?
Luís Clemente
35 anos, natural de Évora Iniciou o seu percurso musical com apenas oito anos, na Banda Filarmónica de Ferreira do Alentejo. Mais tarde, licenciou-se em Ciências Musicais (Lisboa) e Direção de Orquestra (Londres), tendo também concluído um mestrado em Etnomusicologia, na Maryland University, EUA. Entre 2008 e 2011 estudou Direção de Orquestra em Itália com o maestro holandês Jan Cober, área em que está atualmente a realizar estudos de doutoramento na Universidade de Aveiro. É maestro das bandas Filarmónica de Ferreira do Alentejo e Sinfónica da Covilhã, além de responsável pelo Centro de Estudos de Direção de Orquestra de Sopros (CEDOS) e Estágio Nacional de Orquestra de Sopros (EnOS).
Com muita alegria e confiança mas com a mesma responsabilidade e empenho com que me comprometo com qualquer projeto musical. Pretendo efetuar um programa musical que inclua algumas obras de compositores portugueses, desconhecidos da maioria das orquestras na Europa de Leste, como Joly Braga Santos, Luís de Freitas Branco, Lopes Graça ou Frederico de Freitas... Resta saber se conseguirei autorização para a interpretação destas obras (risos). Diz que a “dedicação à música requer enamoramento constante”. É assim que se sente quando dirige?
Sem dúvida alguma! Se alguma vez consegui influenciar alguém a fazer melhor música, só poderá ter sido pela forma sincera – e por vezes intensa e até mesmo chata – como procuro o melhor resultado musical. Se não estivermos realmente apaixonados pela música que fazemos, se não a transpirarmos por todos os poros, de nada vale o trabalho mecânico e repetitivo que é, irremediavelmente, o de um músico. Só através de um estudo minucioso, paciente, repetitivo, mecânico, intelectual, de horas e horas de convivência com uma partitura, é que podemos aspirar – curiosamente – a conseguir a libertação total da mecânica para a exteriorização do sentimento. Sem enamoramento não há música e sem música a vida seria infinitamente mais pobre. Carla Ferreira
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Artesanato, aromas e sabores na Feira de Setembro em Moura Inauguradas ontem, quinta-feira, a 32.ª Feira do Artesanato e a 3.ª Mostra Transfronteiriça de Aromas e Sabores vão garantir um fim de semana animado no Parque Municipal de Feiras e Exposições da cidade de Moura. Ambas fazem parte da Feira de Setembro, que nesta edição completa 710 anos de realização ininterrupta, apostando no artesanato, produtos regionais, plantas aromáticas e medicinais, mel e gastronomia típica da região como principais aliciantes. Entre as atividades e iniciativas programadas destacam-se, ainda hoje, o fórum sobre o futuro das régies-cooperativas, numa organização da Comoiprel, e a entrega de cabazes de legumes de produtores de Moura, seguida de uma sessão de esclarecimento. Amanhã, sábado, o dia será dedicado à cooperação transfronteiriça, através da Jornada Técnica Transfronteiriça do Projeto EPAM – Plantas Aromáticas e Medicinais. Destacam-se também, no mesmo dia, o 3.º Fórum da Escola Nacional de Caça, Pesca e Biodiversidade; o 19.º Concurso de Méis; a assembleia geral da Apivale – Associação de Apicultores do Vale do Guadiana; e uma oficina de fabrico de detergentes ecológicos. No que respeita a animação musical, o ponto alto será a atuação de Jorge Roque, vencedor da última edição do programa “Operação Triunfo”, da RTP1. No domingo, 16, está prevista uma oficina de fabrico de cosméticos naturais, assim como a continuação da mostra de aromas e sabores e do concurso de petiscos, entre outras ações. Sendo o concelho de Moura terra de cantadores e cantadeiras, a Câmara Municipal de Moura, entidade organizadora, entendeu este ano homenagear o cante alentejano, dedicando-lhe o espaço da entrada da feira, que será preenchido por uma exposição onde se pretende promover e valorizar esta arte.
Coral de Odemira festeja aniversário com encontro de cante O Grupo Coral de Odemira celebra amanhã, sábado, o seu 35.º aniversário através de um encontro de cante alentejano, que tem início pelas 17 horas, com desfile entre a praça José Maria Lopes Falcão e o jardim Sousa Prado. Aí atuarão os corais da Casa do Povo de Garvão, de Cercal do Alentejo, Vozes Femininas de Amoreiras-Gare, Ceifeiras de Malavado e o coletivo anfitrião, que é o mais antigo do concelho de Odemira, tendo sido fundado em 1977.