Edição nº 1521

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JOSÉ FERROLHO

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O patrão dos patrões já foi o empregado dos empregados António Saraiva em entrevista Antó

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SEXTA-FEIRA, 17 JUNHO 2011 | Diretor: Paulo Barriga Ano LXXIX, Nº 1521 (II Série) | Preço: € 0,90

Proletário Alentejano deve 2 milhões FRANCISCO SILVA CARVALHO

A falta de crédito bancário e o cair de dívidas a curto prazo estão a asfixiar a Cooperativa Proletário Alentejano. João Machado, presidente da direção, pondera demitir-se, mas garante que nem as oito lojas associadas, nem os 80 postos de trabalho estão em risco. pág. 5

Deserto avança pelo Alentejo adentro Nos últimos 10 anos a área desértica duplicou em Portugal, nomeadamente no Alentejo. Hoje é Dia Mundial do Combate à Seca e à Desertificação. pág. 7

Doentes esperam 495 dias por consultas No final de 2010, mais de 90 por cento dos utentes “muito prioritários” do Alentejo esperavam em média mais de 495,9 dias por uma consulta de especialidade. pág. 4

Chocalhos fazem-se ouvir na Unesco

A arte dos chocalheiros, que ainda subsiste em Alcáçovas, vai integrar a lista do património cultural imaterial da Unesco, com urgência de salvaguarda. Trata-se da mais importante relação de manifestações culturais que se podem candidatar a Património da Humanidade. Pelo que, neste momento, está a ser desenvolvido um plano integrado para salvaguardar os chocalhos e as práticas ancestrais do seu fabrico. Projeto pioneiro que vai ser apresentado ao público amanhã, sábado, na igreja de São Francisco, em Alcáçovas. págs. 2/3

Câmara de Beja continua sem pagar à PSP Joaquim Passinhas, da direção da ASP, revela que mais de metade do efetivo da PSP tem mais de 45 anos e que o material operacional está obsoleto. pág. 15

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Chocalhos em debate, sábado em Alcáçovas

Decorre amanhã, sábado, em Alcáçovas, na igreja de S. Francisco, o colóquio “A arte dos chocalheiros – História e salvaguarda”, que pretende ser um primeiro passo na implantação e desenvolvimento do plano de salvaguarda para o ofício, a apresentar na ocasião pelo seu coordenador, o antropólogo Paulo Lima. A iniciativa, que arranca pelas 15 e 30 horas, é organizada pela junta de freguesia local e Câmara Municipal de Viana do Alentejo, integrando a 14.ª Quinzena Cultural de Alcáçovas. Serão oradores vários especialistas em património, estando prevista também uma homenagem aos mestres chocalheiros.

Na capa

Cada chocalheiro que ainda resiste tem nas suas mãos, além de uma arte e uma técnica que vêm diretamente do período romano, também este encontro de culturas ibero-pirenaico, sendo em si mesmo a chave que desoculta toda uma história peninsular. Paulo Lima, antropólogo.

Arte dos chocalheiros mais perto de ser reconhecida pela Unesco

A chocalhar se conta a história peninsular A arte dos chocalheiros, que tem o seu núcleo de resistência em Alcáçovas, Viana do Alentejo, deverá integrar no próximo ano a lista da Unesco para o património imaterial que requer medidas urgentes de salvaguarda. Arte e técnica que vêm diretamente do período romano, os chocalhos, aparentemente mais um ofício tradicional em extinção, desvendam afinal a história das trocas culturais peninsulares que se faziam nas rotas da transumância, entre a Cantábria e os campos de Ourique. O que justifica o plano de salvaguarda que será apresentado amanhã, sábado, na igreja de São Francisco, em Alcáçovas, pelo antropólogo Paulo Lima, coordenador do projeto. Texto Carla Ferreira Fotos Francisco Silva Carvalho

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omo um padeiro astronauta, Francisco Cardoso faz sair da forja vários chocalhos acabados de “cozer”. Liberto do fato espacial, vemos-lhe o rosto ensopado em suor e adivinhamos a temperatura que faz crepitar as fornadas e fundir o latão na chapa de ferro, por debaixo da pasta de barro e palha que os envolve. 1200 graus, confirma José Maia, 66 anos, mestre de Francisco e do próprio filho, Guilherme Maia, ambos agora sócios na empresa Chocalhos Pardalinho, cujas novas instalações têm as portas abertas há dois meses na zona industrial de Alcáçovas, concelho de Viana do Alentejo. Antigos aprendizes, mestre e uma empregada apressam-se agora a fazer rolar no chão os “pãezinhos” acabados de sair. Uma operação repetitiva, como uma dança ritual, que leva o seu tempo até que o latão derretido se espalhe uniformemente e ganhe a forma da chapa moldada na bigorna. Segue-se depois um banho de água fria e a afinação, a poder de sábias marteladas. Apenas uma porta separa a zona de fabrico na sala de receção, decorada, ao jeito de um museu, com fotografias em grandes dimensões das várias fases de fabrico, cuja iluminação é garantida por lâmpadas revestidas de chocalhos, a provar a função, também decorativa, destes objetos ancestrais, que os romanos já produziam. É aqui, neste edifício de linhas modernas, a sobressair dos restantes armazéns e oficinas das redondezas,

que repousa o futuro da arte de fazer chocalhos. E não é boa vontade, romantismo ou alarmismo jornalístico. É a realidade gritante. Se recuarmos ao século XVIII, vamos encontrar, em Alcáçovas, referência a 14 oficiais de chocalheiro, sendo que, atualmente, se descontarmos os Pardalinho, apenas há registo de um outro no ativo, Joaquim Sim Sim, septuagenário e a caminho da reforma. “Entre Portugal e Espanha, não haverá 20 chocalheiros e, em Portugal, se calhar daqui a cinco anos teremos apenas os chocalheiros de Alcáçovas, com os Pardalinho, que são o caminho para uma certa industrialização da arte”, conta Paulo Lima, antropólogo e coordenador da equipa que, desde há cerca de um ano, vem recolhendo dados para um plano de defesa das artes chocalheira e esquilaneira, a inscrever no próximo ano na lista da Unesco para o património imaterial que requer medidas

urgentes de salvaguarda. Será, de resto, a primeira manifestação em Portugal a integrar esta lista. O projeto, que tem como instituição mãe a Junta de Freguesia de Alcáçovas, recebe o apoio financeiro da Câmara Municipal de Viana do Alentejo e está a ser trabalhado com a empresa Sistemas do Futuro, especialista em novas tecnologias ao serviço da gestão do património. Além de Paulo Lima, completam a equipa a historiadora de arte Ana Pagará e o fotógrafo Augusto Brázio, todos a trabalhar pro bono, “aos fins de semana”. A pergunta impõe-se: afinal, o que têm de especial os chocalhos? Aparte de ser um ofício tradicional, como o são também as artes do cadeireiro ou do oleiro, aparentemente nada. Mas à medida que vamos escavando na sua história, as surpresas sucedem-se. “É um mundo que se abre”, revela Paulo Lima, avançando com uma terminologia antropológica: “É o que


chamamos um objeto total porque nos obriga a pensar a sociedade”. Em primeiro lugar, sobressaem o seu caráter multidisciplinar e a sua antiguidade. Em cada exemplar, que carrega uma técnica praticamente intacta desde há dois mil anos, encontram-se as artes do caldeireiro, no trabalho da chapa, do ferreiro, patente no caldeamento (liga de metais), e do músico, porque o processo termina com a afinação do objeto, que não se aprende da noite para o dia. Mas talvez mais importante do que isso é a sua ligação primordial à criação de gado e, através dela, à transumância no território peninsular, que determinava a deslocação sazonal de milhares de cabeças, entre a montanha e a planície, no inverno, e no sentido contrário, quando chegava o tempo quente. Ou seja, entre a Cantábria e os campos de Ourique. “A transumância que, desde a época medieval, se estende por várias canadas fundamentais, vai não só estruturar algumas das povoações da época contemporânea – Entradas tem este nome porque era ali que entravam os gados que vinham da serra da Estrela – como constituir um instrumento de transmissão de cultura, através destes homens que fazem todos os anos esta circulação, de cima a baixo”, explica o antropólogo. Neste sentido, adianta Paulo Lima, cada chocalheiro que ainda resiste

Parecendo apenas um elemento decorativo, um capricho dos donos de rebanhos e manadas, o chocalho tem funções preciosas, que não caíram em desuso apesar dos avanços da tecnologia também no mundo rural. Uma percentagem bastante significativa dos chocalhos vendidos destina-se ainda à sua missão primordial: a criação de gado. É uma espécie de GPS. De noite ou ao longe, o conhecedor deste “mapa sonoro” ficará a saber se o gado anda ou para, se bebe ou está doente.

tem nas suas mãos, além de uma “arte e uma técnica que vêm diretamente do período romano”, também “este encontro de culturas ibero-pirenaico”, sendo em si mesmo “a chave que desoculta toda uma história peninsular, mostrando que, afinal, estamos em contacto cultural”. A “maldição” das filhas Ora, Alcáçovas está estrategicamente situada no final de uma das canadas peninsulares, a Soriana Ocidental, e regista a “particularidade” de as marcas ou brasões dos mestres chocalheiros se encontrarem “integradas no urbanismo”, nomeadamente nas chaminés, o que diz bastante do estatuto local deste ofício face a outras artes metalúrgicas tradicionais. Paulo Lima tem também em seu poder a árvore genealógica dos Sim Sim, família que se afirmou (duplamente, a julgar pelo nome) como autoridade e referência no que ao fabrico dos chocalhos diz respeito – vindos de Vila Real, nos finais do século

Criatividade ao serviço da defesa do chocalho c

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o plano de salvaguarda das artes dos chocalheiros e dos esquilaneiros constam con vários objetivos ou “pontos criativos” para pa implementar entre 2011 e 2015, cuja missão é “chamar a atenção para uma arte em extinção”, mas sobretudo “m “mostrar que ela é reninstrument de trabalho”, refere tável e que pode ser um instrumento o antropólogo Paulo Lima. Um dele deles passa por reformular a atual Feira do Chocalho, que se realiza em julho, fazendo dela um verdadeiro certame eeconómico. Promover púb a experimentação do ofício pelo público em geral, através de um fórum-oficina, é também ou outra das ideias, assim como o cruzamento entre a metalur metalurgia e o design, de que p as artes e artefacpoderão resultar novos caminhos para tos antigos. Está também nos planos da equipa a abertura de um centro de documentação, de eexposição e de experimentação, bem como a produção de uma carta de qualiEntre dade do chocalho tradicional. Entretanto, o objetivo mais imediato é a inscrição da arte dos ch chocalheiros na lista da Unesco referente ao património cult cultural imaterial que resalvaguard o que deverá aconquer medidas urgentes de salvaguarda, tecer já no próximo ano. Carla Ferreira

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Nem as novas tecnologias substituem o GPS do gado

XVII, a partir de 1800 eram já “juízes” dos chocalheiros – e através dela pôde apurar que durante cerca de 400 anos não se quebrou a cadeia do ofício entre pais e filhos varões. A arte vai acabando, conclui Paulo Lima, “não porque deixa de haver compradores, mas porque os chocalheiros vão tendo filhas”. Gregório Sim Sim, 77 anos, confirma o fenómeno. “Tenho uma filha, não tenho continuação. Isto vai ter que fechar, quando eu não puder dar conta”, diz, sentado no seu “trono” de mestre chocalheiro, na oficina de toda a vida, onde desde há uma década apenas se “entretém” a fazer “coleiras para uns chocalhos”. Encerrou a forja, “aborrecido” com as sucessivas obras que a lei lhe impunha por causa do ruído próprio do ofício e assim deu fim a um percurso que começou aos 12 anos, um mês depois do exame da 4.ª classe. “Entusiasmei-me logo. O meu pai trabalhava nisto, e eu comecei logo de pequenino a bater marteladas nos dedos porque queria fazer chocalhos”, lembra, chamando a atenção para um padrão que parece irremediável: “Se formos analisar, todos os filhos dos operários não quiseram continuar operários. É um ofício um bocadinho pesado, violento, e as pessoas não querem”. Sabe, no entanto, que se continuasse no ativo não lhe faltariam clientes. “Menos do que antigamente”, mas o suficiente para continuar a viver da arte. Foi isso que perceberam também os sócios da Chocalhos Pardalinho, que acabaram de estrear instalações de maior dimensão porque “a empresa está a crescer e estamos a aumentar o volume de vendas”, informa Guilherme Maia, de 37 anos, garantindo ter “trabalho para mais” do que os atuais quatro colaboradores, sócios incluídos, assim “haja gente a querer aprender a fazer chocalhos”. O grosso da produção é absorvido pelo chamado “cliente profissional”, proprietário de gado bovino, ovino e equino – “para localizar o gado nas pastagens, por gosto, por tradição” – que é português, de norte a sul, mas também os há franceses e espanhóis. A nova aposta, “preparando já o futuro”, é no mercado decorativo, que tem alimentado as vendas da empresa ao longo da “época baixa” do chocalho tradicional, entre novembro e finais de fevereiro. Apesar de a vida não lhe correr mal, ter a arte dos chocalheiros reconhecida pela Unesco, é “uma ferramenta importante” que Guilherme Maia não dispensa. “Será bom para vendermos, para captarmos turismo, para que nos visitem, tanto a nós, fabricantes de chocalhos, como à localidade”, sustenta.


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Assembleia Municipal de Odemira reúne-se em Zambujeira

Hoje Ana Sofia Varela e Baile Popular em Mértola João Pedro Pais, Ana Sofia Varela e Baile Popular são os convidados musicais das tradicionais festas da vila de Mértola, que decorrem durante todo mês, mas com as principais atividades a acontecerem entre os dias 22 e 26. No dia 22 o castelo de Mértola recebe os artistas locais Snake Belt, Talego, Bacoustic e DJs Randy One, Bastos e Erre Mira. No dia seguinte a festa prossegue com a música de Noiserv e a entrega do Prémio Jovem do Ano. À noite sobe ao palco a Arquitectuna e Ana Sofia Varela com o espetáculo “Fados de Amor e Pecado”. No dia de S. João, 24, a música desce ao cais do Guadiana com o grupo Baile Popular e o conjunto Século XXI. No dia 25, pelas 18 horas, terá lugar o espetáculo infantil “A turma da Elsa”, no Cineteatro Marques Duque. A noite volta a ser de festa no cais do Guadiana com a atuação de João Pedro Pais. O domingo é dedicado novamente aos artistas locais e ao convívio com a tradicional sardinhada. PUB

Com o objetivo de descentralizar a política local e promover a aproximação entre a Assembleia Municipal de Odemira e a população, a próxima sessão ordinária deste órgão vai decorrer em Zambujeira do Mar, na terça-feira, dia 21, a partir das 20 e 30 horas, na sede da

Biblioteca de Santiago recebe manuais escolares para serem entregues a famílias carenciadas A Biblioteca Municipal de Santo André, no concelho de Santiago do Cacém, associou-se ao projeto “Dar de Volta – Troca de Manuais Escolares” e, nesse sentido, está a receber os manuais escolares para serem entregues a famílias que necessitem. O objetivo é ajudar as

associação cultural, recreativa e desportiva local. Entre outros assuntos estará em debate a “Reorganização da rede de urgências hospitalares, no âmbito do Serviço Nacional de Saúde – transporte pré hospitalar dos doentes urgentes e emergentes do concelho de Odemira”.

pessoas com mais dificuldades económicas. “Dar de Volta” é um projeto intermunicipal promovido pela Associação de Municípios da Região de Setúbal, que tem como objetivo a reutilização de manuais escolares. O projeto decorre até 31 de agosto e os manuais são disponibilizados ao público a partir de 1 de setembro. São aceites apenas os manuais escolares em vigor nos últimos seis anos letivos.

Esperas ultrapassam os 495 dias por consulta de especialidade

Retalhos da vida dos doentes No final de dezembro de 2010, mais de 90 por cento dos utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS) da região do Alentejo, com classificação de “muito prioritário” para aceder a uma consulta de especialidade, tinham um tempo médio de espera de 495,9 dias, revelou o Observatório Português dos Sistemas de Saúde (OPSS), no relatório de primavera divulgado esta semana na Fundação Gulbenkian, em Lisboa. Texto Aníbal Fernandes

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Lei 41/2007 veio regular os Tempos Máximos de Resposta Garantida (TMRG) aos cuidados de saúde, em 30 dias, para os casos considerados “muito prio-

ritários”, 60 dias, para os “prioritários” e 150 dias, para os “normais”, período em que os utentes deveriam ser atendidos pelos hospitais da rede do SNS, “no âmbito das solicitações feitas pelos médicos de Medicina Geral e Familiar”. No relatório apresentado esta semana, a OPSS quantifica os tempos médios de espera por grau e região de quem aguardava consulta no hospital. No Alentejo para os casos “muito prioritários” contabilizavam-se 616 “pedidos não concluídos”, com um tempo médio de 495,9 dias de espera, o que representava 91 por cento de incumprimento da lei. Nos casos “prioritários”, os 2570 utentes em espera aguardavam há 424,5 dias por uma consulta (82 por cento) e nas requisições “normais” eram 21 970 os doentes sem acesso

a um especialista (429,7 dias / 67 por cento). No hospital José Joaquim Fernandes, em Beja, o tempo máximo de resposta para as consultas de cardiologia e psiquiatria era, respetivamente, 1143 e 211 dias, sendo este, mesmo assim, o valor mais baixo a nível nacional. Dados que entretanto foram refutados pelo conselho de administração daquela unidade, em conferência de imprensa realizada na tarde de quarta-feira. Nas cirurgias foi onde “se verificou uma maior não conformidade no cumprimento dos tempos máximos de resposta garantida”. O Alentejo não apresenta soluções para os casos de cirurgia vascular. Na urologia, os caso “muito prioritários” têm de esperar, em média, 39,8 dias, mas em oftalmologia e otorrino são quase seis meses (173 e 162).


A Biblioteca Municipal de Mértola regressa a casa no dia 24, dia do feriado municipal. Após as obras de ampliação e remodelação, o antigo edifício da cadeia, localizado no centro histórico da Vila Museu, volta a receber a biblioteca, no mesmo dia em que foi inaugurada há 19

Campanha de reciclagem de radiografias arrancou esta semana A Assistência Médica Internacional (AMI) lançou esta semana a 16.ª Campanha de Reciclagem de Radiografias, sendo possível até 5 de julho entregar em qualquer farmácia as radiografias com mais de cinco anos ou sem valor de diagnóstico. Segundo a AMI, as radiografias serão posteriormente recolhidas e recicladas para a extração dos sais de prata que contêm. “Além de permitir encaminhar de forma racional este tipo de

anos. A inauguração das novas instalações terá lugar pelas 18 horas. A obra de renovação da biblioteca foi financiada pelo Feder em 451.226,62 euros, o que corresponde a 70 por cento do investimento elegível aprovado, sendo o restante investimento municipal, esclarece a câmara municipal.

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Biblioteca de Mértola regressa ao edifício da antiga cadeia

material, o projeto serve os quatro pilares da AMI, já que alerta consciências e cria riqueza para os projetos da AMI nas áreas da Assistência Médica, Ação Social e Ambiente em Portugal e no Mundo”, refere a organização. Em 15 anos, a AMI já reciclou cerca de 1200 toneladas de radiografias, que resultaram na angariação de mais de 1 milhão e 200 mil euros. A AMI diz que já recuperou mais de 12 toneladas de prata, participando assim na sustentabilidade ambiental do planeta.

Cercibeja promove festa para angariação de fundos A Cercibeja – Cooperativa de Educação e Reabilitação de Cidadãos Inadaptados de Beja promove no dia 25, no recinto da Ovibeja (entrada pelo rotunda do pastor), o evento “80’s Colours”, que visa recolher fundos para a construção do lar residencial Vidas Coloridas II. O evento, que se inicia com um jantar, pelas 20 e 30 horas, deverá conta com a presença de Nicolau Breyner, Rita Pereira, Sara Barradas, José Raposo, Pedro Granger, Mafalda Bessa e Sílvia Rizzo. Após o jantar, a animação ficará a cargo da banda Xafarix LX e do DJ I Love 80’s.

Voluntariado Jovem para as Florestas em Castro Verde

Presidente da direção, João Machado, pondera demitir-se

Proletário Alentejano deve dois milhões A falta de crédito bancário e as dívidas a curto prazo “herdadas da anterior gestão” criaram “constrangimentos financeiros” à Cooperativa Proletário Alentejano. O presidente da direção garante, no entanto, que “nem as oito lojas da Coop nem os cerca de 80 postos de trabalho estão em risco”, mas não descarta a hipótese de se vir a demitir do cargo. Texto Nélia Pedrosa Foto José Ferrolho

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s avultadas dívidas a curto prazo “herdadas da anterior gestão”, quatro milhões e meio de euros, e a dificuldade em obter um empréstimo por parte da banca está a criar “constrangimentos financeiros” à Cooperativa Proletário Alentejana, que é proprietária de lojas em Beja, Alcaria da Serra, Portel, Vidigueira, Aljustrel e Vila de Frades. Com o objetivo de “abater a dívida de quatro milhões e meio de euros”, a cooperativa já alienou uma herdade que detinha no concelho de Vidigueira e reduziu “os custos com pessoal em cerca de 20 por cento”, mediante “a não renovação de cinco contratos de trabalho a termo resolutivo certo e a transferência de oito funcionários para uma nova empresa criada para a área da restauração e de quatro para a entidade que adquiriu a herdade”. Em curso está também “a diminuição significativa dos custos intermédios, ou seja, com os consumos correntes, como o papel”, e a dilatação dos prazos de pagamento a fornecedores, “aliás uma recomendação do projeto de via-

bilidade económico-financeiro elaborado para a Coop”, esclarece o presidente da direção, João Machado. A direção continua ainda, “todos os dias, a tentar encontrar soluções, inclusivamente com as entidades financeiras parceiras da Proletário”, com vista “a conseguir um empréstimo ou a reestruturação da própria dívida”. Mas “a não entrega das contas do exercício de 2010 da Proletário por parte da CoopLisboa – União de Cooperativas de Consumo [responsável pela sua contabilidade]”, atualmente em processo de insolvência, “está a inviabilizar o crédito”, diz o responsável, reforçando que “a falta de informação por parte da União de Cooperativas está a cortar as pernas à Proletário”. A dívida situa-se, neste momento, nos “dois milhões de euros”. João Machado garante, no entanto, que “nem as oito lojas da Coop nem os cerca de 80 postos de trabalho estão em risco”. “A cooperativa não está em risco, está como qualquer empresa que se depara com um mercado que neste momento não funciona como deveria funcionar e isso necessariamente acarreta muitas restrições a nível financeiro que todos os dias estamos a tentar ultrapassar “, afirma o presidente, salientando “que neste momento a cooperativa tem cerca do dobro em património daquilo que tem em termos de dívidas e isso necessariamente salvaguarda não só os trabalhadores como também fornecedores”. O responsável lembra ainda que “num momento em que outras grandes cooperativas de consumo do País encerraram, a Proletário não fechou qualquer loja, abriu uma segunda em

Vila de Frades, num processo que não implicou qualquer investimento e que permitiu assegurar dois postos de trabalho”, e alargou o serviço loja on line a outras lojas fora de Beja. A quebra média de vendas na Proletário “anda, atualmente, à volta dos 13 por cento, que é a quebra média do mercado”, diz ainda João Machado, acrescentado que “as lojas mantêm o mesmo número de clientes que no início de 2008, a grande diferença está no volume de compras”. Perante o que apelida de “abuso de confiança por parte da CoopLisboa”; a “falta de acesso ao crédito”; e “a situação resultante dos erros de gestão claros e evidentes cometidos na anterior gestão, nomeadamente a fusão por incorporação das cooperativas de Vidigueira e Portel, que prejudicaram a Proletário”, João Machado revela que “a demissão do cargo de presidente da direção é um cenário que está a ser devidamente ponderado”. “É algo que obviamente só farei em última análise e não deixarei a cooperativa em mãos que não são desejáveis, não deixarei que exista um vazio de poder”, afiança o responsável que lamenta, ainda, “a inexistência de solidariedade e apoio por parte da assembleia geral, algo que é fundamental”. O presidente da direção defende assim “a necessidade da cooperativa ser vista como um todo, como uma entidade que tem 35 anos e que merece respeito, assim como quem a está a dirigir neste momento”. A concluir, João Machado lamenta igualmente que “a banca não veja as cooperativas de forma diferente, porque não são empresas normais, digamos assim, não visam o lucro necessariamente”.

A Câmara Municipal de Castro Verde tem abertas inscrições para o programa Voluntariado Jovem para as Florestas 2011, promovido pelo Instituto Português da Juventude, em colaboração com a Autoridade Florestal Nacional e o Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas. A iniciativa tem como objetivos “incentivar a participação dos jovens no grande desafio que é a preservação da natureza e da floresta através de ações de prevenção e sensibilização”. A duração prevista para este programa é de quatro quinzenas, entre 1 de julho a 31 de agosto, com um horário compreendido entre as 12 e as 20 horas, durante um único turno de 5 e 30 horas e destina-se a jovens entre os 18 e os 30 anos que gostem de atividades ao ar livre. As inscrições podem ser feitas até dia 22.

Campos de férias em Alvito Ateliês de espantalhos, astronomia e tecelagem, jogos e contos tradicionais, teatro e cinema são atividades de campos de férias que vão decorrer no verão em Alvito para “transmitir” a crianças o património do Alentejo. As edições do Campo de Férias Património, promovidas pela empresa Spira, arrancam no próximo dia 26 e vão decorrer até 3 de setembro, para “transmitir”, “de forma divertida e didática”, a crianças dos seis aos 12 anos, a forma de estar e conviver, tradições, atividades económicas e o património do Alentejo. Cada campo de férias dura sete dias e recebe no máximo 40 crianças de qualquer nacionalidade, desde que falem português, inglês, francês ou espanhol, e o campo da primeira semana de julho vai ser bilingue (português e inglês) e incluir uma componente letiva de aprendizagem de inglês.


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Bispo de Beja recomenda moderação

António Vitalino Dantas, comentando o desfecho eleitoral de 5 de junho, pediu moderação ao futuro governo. E constatou que o seu rebanho se está a virar mais para os partidos que exercem o poder efetivo, perdendo-se no Alentejo a “fidelidade” tradicional que o povo mantinha com o PCP.

Preço da água azeda política ouriquense Em Ourique, segundo o presidente da concelhia do PSD, a câmara acaba de aumentar o preço da água canalizada, “de má qualidade”, em 100 por cento. Um aumento “prepotente e injusto”. Já o PS local diz que os sociais-democratas demonstram “desconhecimento e ignorância” nesta matéria que, aliás, foi votada unanimemente nos diferentes órgãos autárquicos. O que se passa, diz o vereador socialista Fernando Romba, é que foi apenas introduzido no preço uma tarifa de disponibilidade, que antes não existia. E nada mais.

Contabilidade na sucessão de Sócrates

Alentejo com Seguro Se o número de apoios expressos, neste momento, significasse alguma coisa poder-se-ia dizer que António José Seguro seria o próximo secretário-geral do PS, tal a diferença de apoiantes, publicamente assumidos, relativamente a Francisco Assis. É assim no Alentejo, mas é assim também noutras zonas do País. Na “contagem de espingardas” António José Seguro leva uma clara vantagem, embora muitos “barões” e “notáveis” do PS não se tenham ainda pronunciado a favor deste ou daquele candidato às eleições diretas de 22 e 23 de julho, destinadas a substituir José Sócrates na liderança socialista. Texto Carlos Júlio com Lusa

É

o caso do presidente da Câmara Municipal de Beja. Jorge Pulido Valente disse ao “Diário do Alentejo” que ainda não decidiu quem apoiar. “Estou à espera de ouvir as propostas dos candidatos e de ler os seus programas e só depois me vou pronunciar”, disse, acrescentando, no entanto, que António José Seguro já o contactou por telefone. “Mas ainda é cedo para tomar qualquer posição relativamente a este ou àquele candidato”. Diferente é a posição de Luís Pita Ameixa. O presidente da distrital do PS do Baixo Alentejo, e deputado reeleito, apoia António José Seguro numa ótica de “grande reorganização do PS” e como forma de “construção de um novo caminho político de esperança para a esquerda democrática”, disse. Já o presidente da distrital do PS/Évora e vice-presidente da atual direção, Capoulas Santos, considerado muito próximo de José Sócrates, apoia Francisco Assis. O também eurodeputado afirma-se convencido de que a escolha do futuro líder não encerra qualquer confronto ideológico, mas que “Francisco Assis tem uma conceção do PS mais virada para o futuro, sem renegar o passado”, enquanto Seguro “tem uma posição de rutura mais assumida”. Este apoio de Capoulas Santos a Francisco Assis, no entanto, não foi seguido por outras figuras de peso no PS eborense. Carlos Zorrinho, o “pai” do Plano Tecnológico Nacional e (ainda) secretário de Estado da Energia e da Inovação já demonstrou publicamente o seu apoio a António José Seguro. Na sua página no Facebook, Carlos Zorrinho escreveu que apoia “com determinação” António José Seguro “na perspetiva inclusiva pela qual sempre pugnei na minha vida política e partidária”. E acrescenta: “Escolher em política é um exercício

complexo. Escolher entre pessoas que admiramos é ainda mais duro. Acredito que o novo ciclo que José Sócrates com dignidade abriu no PS deve ser substantivo e inclusivo. Por isso apoio António José Seguro porque escolher é preciso. Mas saúdo Francisco Assis, grande político e grande socialista. Seguro e Assis são parte do futuro do PS independentemente de quem ganhar agora”. Também o bejense António Serrano, ministro da Agricultura cessante, considera que António José Seguro é quem tem “melhores condições para liderar o PS dada a complexidade da situação do País”, salientando que se revê “na abordagem” do candidato e na sua capacidade para “fazer consenso”, uma vez que essa característica vai ser, nos próximos tempos, muito importante na forma de atuação “dentro e fora do PS”. Relativamente a Portalegre, também o presidente da distrital, Jorge Martins, já veio anunciar o seu apoio a António José Seguro. Público é também o voto de Ceia da Silva na candidatura de António José Seguro. Nesta “contagem de espingardas” surge em Portalegre ainda o apoio do atual governador civil, Jaime Estorninho, a Francisco Assis. A pouco mais de um mês das eleições, há ainda muito “território para desbravar” por cada um dos candidatos. Em breve, quer António José Seguro, quer Francisco Assis, vão estar na estrada, em campanha, junto das distritais e dos núcleos locais do PS. Na altura se saberá, com mais rigor, quem apoia quem e quem terá, então, maiores possibilidades de substituir José Sócrates na liderança do partido e de protagonizar a oposição ao governo PSD/CDS, que deverá ser empossado já na próxima semana.


Grândola recebe amanhã, sábado, o XXVII Encontro Nacional e o XXI Encontro Internacional de Dadores de Sangue, comemorando, deste modo, o Dia do Dador de Sangue, que se assinalou na terça-feira. O objetivo do evento, realizado pela primeira vez em Grândola e onde são esperadas mais de duas mil pessoas, tem como objetivo “sensibilizar

Pagamentos das câmaras Segundo dados da Direção-geral da Administração Local, referentes a dezembro de 2010, Almodôvar é o município do Baixo Alentejo que menos tempo demora a pagar aos fornecedores, situando-se em 17.º lugar, com um prazo médio de pagamento de nove dias. Ourique, por sua vez, é o município do distrito que mais demora a pagar, ocupando o 283.º lugar, com uma média de 417 dias (em 2009 a média era de 262). Na listagem dos que demoram menos a pagar aos fornecedores

a sociedade para a necessidade de doar sangue e para a importância da contribuição dos doadores voluntários”. A sessão solene comemorativa está marcada para as 11 horas no jardim 1.º de Maio e contará com a presença, entre outros, dos presidentes do Instituto Português do Sangue e da Federação das Associações de Sangue.

destaque ainda para Grândola (28.º, 20 dias), Alvito (29.º, 20 dias) e Serpa (30.º, 26 dias). Na tabela dos que demoram mais tempo há a destacar os municípios de Barrancos, na 271.ª posição (285 dias), Sines, em 245.º (217 dias), e Aljustrel, em 211.º (163 dias). O município de Beja situa-se na 192.ª posição, com uma média de 143 dias (em 2009 era de 98 dias). Em termos do Alentejo destaque também para o município de Portel que é o terceiro na tabela dos que demoram menos tempo, com uma média de quatro dias.

Editorial existir.net Paulo Barriga

Hoje é Dia Mundial do Combate à Seca e à Desertificação

Área desértica duplica nos últimos 10 anos Assinala-se hoje o Dia Mundial de Combate à Seca e à Desertificação, proclamado pela Organização das Nações Unidas a 17 de junho de 1994. Numa das regiões mais afetadas pela seca nos últimos anos, a questão da desertificação dos solos no Alentejo deve-se ao uso que se faz dos recursos, segundo o especialista em secas e alterações climáticas, Afonso do Ó. “O que tem sido fundamental na desertificação é a utilização do solo e da água”. Uso abusivo dos solos, produções desadequadas e intensivas contribuíram para uma desertificação das terras ao longo dos anos, desde há largos anos. “Durante a ditadura, quando se fez a Campanha do Trigo, fez-se uma exploração intensiva do solo e água, o que levou à desertificação e degradação de grande parte dos recursos”. Texto Marco Monteiro Cândido Ilustração Susa Monteiro

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aralelamente à desertificação dos terrenos, o despovoamento humano do interior, levando as pessoas para o litoral do País, teve influência no processo, como que equilibrando os pratos da balança. “O abandono rural que aconteceu nas últimas décadas inverteu essa situação. Em termos naturais, houve uma melhoria, com a recuperação dos ecossistemas e dos solos”. No entanto, o investigador considera que, neste momento, há novamente uma intensificação da agricultura o que leva, mais uma vez, a “alguma degradação dos recursos”. De acordo com o Índice de Aridez 2000-2010, as áreas desertificadas em Portugal Continental duplicaram na última década, passando de 32 para 60 por cento. Este fenómeno acontece com especial incidência no sul do território nacional. Segundo Afonso do Ó, foi nesta última década que a intensificação agrícola aumentou, com a reflorestação dos olivais, do regadio e das vinhas. “No Alentejo tem havido uma intensificação nos últimos anos e isso acaba por causar

um maior stress para o solo e para a água”. E fará sentido falar em desertificação? Para o investigador, sim, até porque há muitos locais onde os recursos estão a ser explorados no limite. “Quando não temos praticamente solos na maior parte do Baixo Alentejo, excetuado os barros de Beja, Vidigueira e Alvito, e quando há intensificação o solo perde fertilidade e a sua capacidade de alimentar as culturas e os ecossistemas”. O delegado regional de Beja da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Alentejo, Miguel Cardoso, considera fundamental o bom senso nas explorações agrícolas para minimizar os efeitos da seca e da desertificação. “O teor de matéria orgânica no solo tem vindo a diminuir, levando à diminuição da capacidade de

armazenamento de água no solo e da capacidade produtiva. No entanto, a sensibilização para a adoção de boas práticas agrícolas e ambientais e a capacidade já instalada, de regadio, permite alterar completamente este cenário”. A intensidade de exploração dos solos e as práticas culturais utilizadas podem fazer toda a diferença, refere Miguel Cardoso. Existe, em Portugal, um programa de ação nacional de combate à desertificação, no âmbito da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação, do Ministério de Agricultura. O que acontece, segundo Afonso do Ó, é que “o plano de ação não tem orçamento próprio, dependendo da boa vontade das pessoas, acabando por não ter, praticamente, quaisquer resultados”.

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er e estar não é propriamente o mesmo que existir. Aliás, nos dias que correm, ser e estar não é, de todo, o mesmo que existir. O “Diário do Alentejo” é um jornal com oito décadas de história. E no entanto não existe. O “Diário do Alentejo”, desde janeiro do presente ano, está a sofrer uma forte reforma gráfica, editorial e programática. E ainda assim não se lhe conhece existência. Para um jornal existir, hoje, tem que sobreviver muito para lá da mera presença física, muito para lá do papel e da tinta com que se imprime. Quem nos tem lido – e são cada vez mais os assinantes, os anunciantes e os leitores em banca – sabe quem somos e onde estamos. Mas, mesmo assim, permanecemos estranhamente sem existir. Porque para existir é necessário estar presente, aparecer, permanecer a cada instante. E tal, agora, apenas é possível lá no tal lugar onde o universo, a natureza, as sensações, a vida e até o ser e o estar se tornam virtuais: a Internet. Nos últimos seis meses, por questões técnicas e de rearranjos, o sítio eletrónico do “Diário do Alentejo” esteve em baixo. E essa foi a precisa demora na nossa inexistência. Mas hoje, que é sexta-feira, 17 de junho, tornámos a existir em www.diariodoalentejo.pt. Que é o largo onde todos podemos estar com esta nossa nova maneira de ser.

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Encontro de dadores de sangue em Grândola


Diário do Alentejo 17 junho 2011

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Os alentejanos, mais do que todos os outros portugueses, têm obrigação de defender a importância estratégica de Sines para a região e a necessidade de que o investimento na ferrovia se faça sem a mínima vacilação. Francisco Manuel sabino, “Diário de Notícias”, 14 de junho de 2011

Este é o Momento…de se correr atrás de lugares…uma coisa eu informo o CDS Beja irá estar nos devidos lugares proporcionalmente ao nosso peso político e porque temos isso legitimado pelos votos que obtivemos… Sílvia Ramos, presidente da distrital de Beja do CDS-PP, Rádio Pax, 10 de junho de 2011

Opinião

O voto de Cavaco Silva Bruno Ferreira Humorista

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uito já se disse e escreveu sobre o resultado das eleições legislativas deste 2011. No entanto, uma dúvida continua a tirar-me o sono. Em que candidato votou o Presidente Cavaco Silva? Certamente, conclui o leitor, não terá sido em José Sócrates, líder do seu arquirrival Partido Socialista, teimoso, arrogante para os jornalistas, portador de tiques de autoritarismo e com assaz fixação pelas grandes obras públicas (recorde o leitor as suas próprias obras de engenharia, as tragicómicas casas cujos projetos assinou o engenheiro em Valhelhas, Covadoude e Rapoulas). Com toda a certeza que, segue o raciocínio o leitor, também não terá sido em Paulo Portas, que se divertiu, durante grande parte do cavaquismo, enquanto antigo diretor do jornal “O Independente”, a lançar manchetes assassinas para o governo de Cavaco, atingindo em cheio muitos dos notáveis integrantes e apoiantes do executivo laranja. Muito menos, com clareza se poderá concluir, Cavaco Silva terá entregado o seu voto ao seu colega de economia, e líder do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã. Ter-lhe-ão ficado atravessadas as causas fraturantes bloquistas. E não se adivinha particular apreço do Presidente por cuspidores de fogo, malabaristas ou defensores da despenalização da canábis. Prosseguindo na lista de possibilidades de voto de Cavaco Silva, com toda a certeza se estabelece como garantido que o Presidente não terá votado em Jerónimo de Sousa. O comunista está nos antípodas do terreno pisado pelo social-democrata. A votar em algum Jerónimo, quando muito, Cavaco votaria em Jerónimo Stilton, o ratinho intelectual que vê agora a sua biografia publicada em jor “Sol”. formato de caderneta de cromos com o jornal r Sobra, pois, resume o leitor, o candidato óbv óbvio para Cavaco co Silva. O seu colega de partido, Co Pedro Passos Coelho. Mas se aparentemente Coel Coelho tem tudo para óbv do Presidente, ser a escolha óbvia há fatores que det determinam precisacontrár E não se prenmente o contrário. dem apenas com o nome próprio do candidato ser o mesmo de Santana Lopes. Na verdade não nos podemo esquecer que mos enqu enquanto líder da t JSD, durante os tempos das maiorias cavaquistas, Passos se entretinha a desafiar o primeiro-ministro, sobretudo aameaçando votar Orçame contra o Orçamento de Estado se Cavaco não cedes cedesse na questão da Prova Geral de Ace Acesso. Mas há mais. Votando em Passo Passos Coelho, Cavaco

A cooperativa de consumo PROLETÁRIO ALENTEJANO, que fica bem no coração da cidade e com fartura de estacionamento por perto, está em grandes dificuldades. Vencem dívidas gigantescas a curto e os bancos não se chegam à frente. A direção pondera demitir-se. E a população deveria ponderar fazer lá o avio. PB

abriria as portas à coligação PSD/CDS-PP, ajudando a trazer para o governo, e logo como figura de proa, o seu ódio de estimação, Paulo Portas. Persiste, pois, o mistério e a razão que me tira o sono. Em quem terá votado Cavaco Silva? Com quem mais se identificará? Que perfil de primeiro-ministro escolheria este político que muitos ainda recordam dos tempos de primeiroministro teimoso, arrogante para os jornalistas, portador de tiques de autoritarismo e com assaz fixação pelas grandes obras públicas?

As expectativas são altas, esperemos que contribua de forma decisiva para a tão desejada e ansiada sustentabilidade deste país, não esquecendo a sua e nossa região, Beja e o Baixo Alentejo.

O ferreiro Francisco Martins Ramos Antropólogo

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Sustentabilidade Luís Covas Lima Bancário

o rescaldo dos resultados eleitorais é tempo de preparação de um novo governo que se pretende forte, ambicioso e nada relutante. Tem de haver um rumo, sem desvios, assertivo nas convicções e decisões e, principalmente, intolerante com indefinições. As linhas de orientação que nos são impostas são para cumprir e sem margem para erro. Temos de ser competentes, exigentes e rigorosos na execução. Nas condições atuais, a sustentabilidade é um oásis anunciado, difícil de alcançar. A Grécia é um bom exemplo do que não deveremos fazer. Plano de resgate, dificuldades para fazer face à dívida soberana. Cenário em default. A maior parte das regiões refletem a imagem do País. Há a realçar a assimetria entre os grandes centros urbanos e o interior do País eternamente esquecido. Portugal tem que cumprir, não ignorando as suas regiões mais desfavorecidas e sempre prejudicadas nas opções de investimento, com reflexos imediatos ao nível da sua competitividade. É uma luta desigual que tem de ser assumida pelos três deputados eleitos pelo círculo de Beja, Luís Pita Ameixa pelo PS, João Ramos pela CDU e Carlos Moedas pelo PSD. Regressado a Beja, Carlos Moedas, colaborador do gabinete de estudos do PSD, fez parte da equipa que negociou o Orçamento do Estado para 2011 com o Governo do PS, foi um dos intervenientes diretos na sempre difícil negociação com a troika e está nomeado para negociar as bases programáticas do futuro governo de coligação. Antes do ato eleitoral, numa entrevista a uma rádio local, referiu a economia enquanto pólo aglutinador de oportunidades. É efetivamente um fator decisivo para o desenvolvimento. É a mola real para a existência de mercado e dos mecanismos de oferta e procura que lhe são inerentes. Propõe ainda incentivos ao empreendedorismo e à criação de empresas. O emprego será uma consequência. Em termos de conteúdo programático, surpreendeu, ao falar na monitorização do Estado. Insistiu ainda no Plano de Emergência Social como tábua de salvação para os mais necessitados. Retive, particularmente, o seu compromisso com “investimentos de proximidade” traduzidos em acessibilidades e consequente progresso. Ficou bem vincada a “ligação direta de Beja/Lisboa, através do Intercidades”, a viabilidade do aeroporto, a concretização do IP8 e a dinamização do turismo, não esquecendo, iniciativas arrojadas para atraírem jovens agricultores.

ferreiro era considerado, em todas as culturas, um ser acima do homem vulgar: divino ou maléfico. De facto, quem manipula o fogo e sabe moldar a natureza bruta do metal, só com a conivência dos deuses! Na nossa sociedade, perdido o caráter sagrado da profissão – que se associava à feitiçaria e ao sobrenatural – os artesãos do ferro foram, desde sempre, os grandes impulsionadores da mudança, quer ela se consubstanciasse no arado ou na espada. Documentos reais atestam o interesse da extração e laboração, uso e comércio do ferro em Aljustrel, Alandroal, Évora e Nisa. A confraria dos ferreiros surgiu no princípio do século XIII, demonstrando assim a importância do ofício, orientado para a produção de artefactos utilitários: alfaias agrícolas, armas, grades, foices, portões, arcas, enxadas e martelos. Forjado ou fundido, o ferro deu, desde sempre, ao artesão, a possibilidade de veicular dois tipos de saberes: um mágico e outro técnico. Na realidade, nas primeiras décadas deste século, ainda os ferreiros alentejanos competiam com os barbeiros na aplicação da medicina popular: reminiscências da função “extraordinária” da profissão. É a metalurgia do ferro que produz os instrumentos do próprio ofício, situação única que não acontece nas outras atividades artesanais. Por outro lado, a dureza da matériaprima não obstou à afirmação da sensibilidade artística do profissional, aliando a função utilitária com a estética, ou enfatizando, mais recentemente, apenas a vertente decorativa. A parafernália artística das peças feitas de ferro é múltipla: cataventos ilustrados com andorinhas, peixes e galos; cruzes de campanários, de sepulturas singelas, de igrejas majestosas ou de nichos das “alminhas”; gatos de chaminé ou cães de fogo; sardões e cães como batentes de portas; outras figuras zoomórficas e decorações geométricas em fechaduras, candeeiros e adornos. O ofício de ferreiro é dos que consubstanciam em plenitude as características essenciais da atividade artesanal: faz a transição entre as sociedades pré-industriais e industriais; o artesão é senhor do artefacto e dos instrumentos para o trabalhar e produzir; a profissão tem, geralmente, um caráter familiar, transmitindo-se de pais para filhos; a atividade serve e complementa, essencialmente, o setor primário. Indústria rural de complemento, o artesanato do ferro representou, desde sempre, no Alentejo, um setor importante na luta árdua do homem com a terra. Ainda hoje, aqui e além, algumas famílias de ferreiros ultrapassam as fronteiras do universo local: artesãos localizados em Moura, Santiago do Cacém, Reguengos de Monsaraz e Castelo de Vide são identificados como poetas do ferro, numa dicotomia aparentemente contraditória, que une sensibilidade e dureza.


O segredo para o sucesso? Tento ser um deles sem deixar de ser um de nós. Isso inclui ler o Alcorão ou cumprir o Ramadão. E eu faço-o… José Romão, treinador natural de Beja ao serviço de uma equipa do Kuwait, “A Bola”, 14 de junho de 2011

Cartas ao diretor Antigamente!... Vive-se muito do antigamente. Mas o antigamente já passou. Agora temos de encarar o presente e olhar para o futuro que não se apresenta nada risonho. Exige-se mais de cada indivíduo. Quer-se mais competência e instrução. Hoje, mesmo muitos licenciados estão no desemprego ou a desempenhar funções nada compatíveis com o seu grau académico. E ter o quinto ano liceal ou equivalente tem o mesmo valor, no que concerne ao emprego, que a quarta classe do chamado ensino primário. Obtiveram-se cursos superiores, mas não houve correspondência laboral. A Economia falhou. Não há desenvolvimento. Com a falência de muitas empresas o número de desempregados aumentou, bem como as dificuldades das famílias que não conseguem responder aos compromissos assumidos e algumas têm de recorrer a instituições de solidariedade. Para tentar obstar a estas situações existe o subsídio de desemprego, mas que não chega a todos os que dele necessitam, dado o número também crescente dos que, saídos das universidades, não conseguem entrar no mundo do trabalho e, por isso, não têm direito a qualquer ajuda do Estado, desgastado por tão grande desequilíbrio social. E ficam a viver à custa dos pais, alguns, também, já em situação de desemprego. E o prazo do subsídio está a ser encurtado… É a crise! Não é só nossa, parece. Mas com a nossa é que nos temos de preocupar. Dizem que já batemos no fundo. Oxalá que o embate tenha tido força suficiente para provocar um solavanco ascendente que nos traga alguma esperança e melhores dias para todos. Bem o merecemos!

Água com fartura Manuel Henrique Guerreiro Corte do Pinto

(…) Ontem fui com a minha esposa e dois cunhados almoçar a Beja. Depois fomos visitar o Festiva1 do Amor. Daí fomos para o Continente fazer compras. Chegamos ao Continente por volta das 16 horas e às 16 e 30 estávamos despachados. No entanto, quando chegámos à porta da saída já havia uma bicha enorme à espera que deixasse de chover, mas cada vez era mais a chuva, até de granizo. Qual não é, porém, o meu espanto quando vi a água dentro de casa, e em grande quantidade o que originou que talvez uns 10 ou 12 funcionários tivessem que varrer a água com vassouras, outros com cartões, ainda alguns com máquinas aspiradoras. Apesar dos meus 73 anos, feitos a 12 de outubro, não me lembro de ter visto coisa igual. Posso informar que sou assinante do vosso jornal há décadas e que antes de ser assinante o lia todos os dias, na Casa do Povo, aonde eu era funcionário. Também tenho vários artigos publicados. Recordo-me de um: “Ainda há gente séria”, quando perdi em Mértola um saco com 400 euros em moedas e o mesmo me foi entregue. Como o “Diário do Alentejo” Não há outro igual Por esse motivo o considero O melhor jornal de Portugal

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Efeméride 19 de junho de 1911 Nasce “O Bejense”

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Artur Martins Beja

O “Diário do Alentejo” É o melhor Jornal do Universo E é dedicado a esse Jornal Que eu fiz este Verso

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Está certo que agora está na moda candidatar tudo o que rime (e não rime) a património cultural imaterial da Unesco. Mas neste momento, Portugal tem apenas uma manifestação que está na lista das urgências de salvaguarda: a quase extinta arte dos CHOCALHEIROS DE ALCÁÇOVAS. PB

Diário do Alentejo 17 junho 2011

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No Dia Mundial de COMBATE À SECA E À DESERTIFICAÇÃO, uma má notícia: as áreas desertificadas em Portugal continental duplicaram na última década, passando de 32 para 60 por cento do território. Sendo que este fenómeno ocorre com especial incidência nas regiões a sul do tejo. E nem as novas culturas ajudam. PB

aparecimento do semanário “O Bejense”, a 19 de junho de 1911, é o resultado das divisões que ocorrem no interior do campo republicano, bem visíveis aquando da eleição, pelo Parlamento, de Manuel de Arriaga como Presidente da República, em 24 de agosto deste ano. Herdeiro de um título do mesmo nome, que se publica, em Beja, de 3 de abril de 1860 a 17 de setembro de 1897, “O Bejense”, que agrupa em torno de si a elite republicana da cidade em luta declarada contra os seguidores de Afonso Costa, cujo porta voz na capital do Baixo Alentejo é o jornal “O Porvir”, surge tendo como diretor Manuel Duarte Laranja Gomes Palma, como secretário de redação Francisco Manuel Pereira Coelho e como editor José Pacheco. O jornal é propriedade da empresa “O Bejense”, a sede da administração fica no n.º 13 da praça da República e custa 30 réis o número. Constituindo-se por iniciativa do setor mais conservador da República emergente, “O Bejense” vai acompanhar a evolução da ala direita dos republicanos até ao 28 de maio de 1926, sendo o órgão oficial dos diferentes partidos que se vão formando neste campo do republicanismo. Assim, em dezembro de 1912, o jornal passa a porta-voz do Partido Unionista. Em outubro de “O Bejense”, de 19 de março de 1913, já órgão do 1920, quando em resulPartido Unionista, onde se relata a campanha tado da fusão do Partido de propaganda deste partido no Baixo Alentejo Unionista com o Partido destinada à sua implantação na região. Evolucionista, surge o Partido Republicano Liberal, “O Bejense” transforma-se em órgão oficial deste partido. Mais tarde, em fevereiro de 1923, constitui-se o Partido Republicano Nacionalista a partir da junção dos partidos Liberal e Reconstituinte (Partido Republicano de Reconstituição Nacional), este último formado no seguimento de uma cisão ocorrida no Partido Democrático protagonizada por Álvaro de Castro. Na senda do seu alinhamento com o republicanismo conservador, “O Bejense” adquire, agora, a função de porta-voz deste novo partido da direita republicana. Com o aproximar das eleições de 8 de novembro de 1925, o Partido Nacionalista entra, no Baixo Alentejo, num processo de cisão interna. As divergências quanto aos nomes dos candidatos a apresentar pelo círculo de Beja entre a Comissão Municipal da cidade, que propõe as figuras de António Aresta Branco e Joaquim Lança, e a Comissão Distrital que não abdica do nome de Jaime António Palma Mira, conduzem à desvinculação do partido do Centro Republicano Nacionalista de Beja, que passa a designar-se Centro Republicano Dr. António Aresta Branco, e do semanário “O Bejense” que se constitui em porta voz deste grupo dissidente, liderado por Joaquim Lança. PS – No número anterior do “DA”, por lapso, foi referido que Ernesto Jardim Vilhena, candidato nas eleições de 1915, em representação do Partido Democrático, pelo Baixo Alentejo, pertencia à família Vilhena de Beja. Ao contrário, Ernesto J. Vilhena é de Ferreira do Alentejo, sendo filho de Júlio de Vilhena, líder do Partido Regenerador. Ver a este propósito trabalho de Pita Ameixa sobre a Primeira República no concelho de Ferreira do Alentejo.

Há 50 anos Diferenças entre o Liceu e a Escola Comercial...

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lguns títulos de primeira página da edição de 17 de junho de 1961 do “Diário do Alentejo”: – “Uma comissão de Moura solicitou ao sr. ministro da Educação Nacional a criação do curso geral do comércio na Escola Industrial e Comercial daquela vila”. – “Comemorações do 28.º aniversário da Legião Portuguesa amanhã em Beja”. – “Tomaram hoje posse os novos presidente e vice-presidente da União Nacional em Ourique”. – “O abastecimento de água à Salvada e Cabeça Gorda”. Havia mais novas do distrito nas outras edições dessa semana: – “Iniciativas em Vidigueira e Vila Nova da Baronia a favor das vítimas de Angola”. – “Um serão literário-musical na Escola Comercial e Industrial a favor do Expedicionário do R. I. 3”. – “Progresso comercial de Beja: A inauguração das novas instalações da Oliva”. – “Foi inaugurada a Casa da Lavoura de S. Teotónio”. – “A ponte sobre o rio Guadiana em Mértola será inaugurada no próximo dia 21 pelo sr. Presidente da República”. – “Em visita à Associação dos Bombeiros Voluntários esteve em Beja o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses”. – “Messejana pede a ligação a Ourique – sede da sua comarca”. – “O progresso das freguesias do concelho de Beja: Em S. Matias e Baleizão foi ontem [11] festivamente inaugurada a luz eléctrica”. No “Varandim da Cidade”, espaço de opinião da habitual coluna “Beja Dia-a-Dia”, o jornalista Melo Garrido comentava: “Terminaram ontem as aulas do Liceu, primeiro sinal do encerramento da época lectiva de 1960-61. Os alunos – e também os pais... – esperam agora a afixação das ‘notas’, que são decisivas para a passagem do ano ou para a admissão a exame. O ‘mundo escolar’ vive, nestes dias próximos, um clima de expectativa que, para muitos, é de dolorosa incerteza... É sempre, assim, nesta época, em que se faz o julgamento definitivo da maior ou menor aplicação dos estudantes. As aulas da Escola Comercial e Industrial prolongar-se-ão até à próxima segunda-feira, a marcar mais uma acentuada diferença de processos e de orientação que existe, no nosso País, entre o Ensino Liceal e o Ensino Técnico, apesar da sua sensível paridade. Diferenças que em muitas facetas – e das mais importantes – não têm justificação plausível, anote-se, a simples propósito...”.

Constantino Piçarra Carlos Lopes Pereira


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Diário do Alentejo 17 junho 2011

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AVISO – DISCUSSÃO PÚBLICA Pedro Nuno Raposo Prazeres do Carmo, Presidente da Câmara Municipal de Ourique: Torna público que, nos termos do n.º 3 e 4 do artigo 77.º do Decreto –Lei n.º 380/99, de 22 de Setembro, alterado e republicado pelo Decreto-Lei 316/2007, de 19 de Setembro rectificado pela Declaração de Rectificação n.º 104/2007 de 6/11, em cumprimento da deliberação da Câmara Municipal de Ourique tomada em reunião ordinária de 8 de Junho de 2011, se encontra aberto o período de discussão pública da Proposta do Plano de Pormenor da Quinta da Arrábida - Monte da Rocha, que decorre durante 22 dias úteis, contados a partir do 5.º dia após a presente publicação. A Proposta do Plano, o respectivo Relatório Ambiental, a Acta da Conferência de Serviços e demais Pareceres emitidos durante as fases de acompanhamento e concertação encontram-se disponíveis para consulta no site www.cm-ourique.pt e no Gabinete de Apoio ao Presidente, sito no Edifício dos Paços do Município, durante os dias úteis, entre as 09h00 e as 17h30. A Câmara Municipal de Ourique promoverá em data a publicitar oportunamente duas sessões públicas de esclarecimento sobre o Plano. Os interessados que queiram devem apresentar as suas reclamações, observações, sugestões ou pedidos de esclarecimento através de requerimento escrito dirigido ao Presidente da Câmara Municipal de Ourique e enviado por correio registado com aviso de recepção para a Câmara Municipal de Ourique, sita na Avenida 25 de Abril, n.º 26, 7670 -250 Ourique, ou entregue pessoalmente mediante recibo no Gabinete de Apoio ao Presidente, na mesma morada. O presente aviso e outros de igual teor, serão publicados no Diário da República, na comunicação social, no site www.cm-ourique.pt e afixados nos locais de estilo. Ourique, 8 de Junho de 2011 O Presidente da Câmara Pedro Nuno Raposo Prazeres do Carmo (assinatura ilegível)


Não está previsto o lançamento de foguetes, mas não faltará animação cultural e desportiva na tradicional Feira Anual do Idoso que hoje inaugura em Albernoa, Beja, e que prossegue até domingo. Um encontro onde não faltarão caminhadas, demonstrações de comidas saudáveis, ginástica, teatro, acordeonistas, música tradicional e bailaricos.

Perfil

XIV Quinzena Cultural de Alcáçovas

Também termina este domingo a edição 2011 da Quinzena Cultural de Alcáçovas. Um cardápio culturas que tem mostrado naquela vila alentejana, desde o passado dia 10, cante coral, música de raiz popular, bailes, artesanato, exposições e tasquinhas. E pirotecnia, por certo.

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Feira Anual do Idoso em Albernoa

Agora com os incêndios, têm dado cabo de tudo. Isto não há perigo nenhum. Os foguetes não fazem mal às florestas por causa dos incêndios. A maldade vem da ruindade de quem faz esses crimes”. Hígino da Piedade, estanqueiro

A “estrondosa” história do último fogueteiro do sul do País

“Estrala” a bomba e o foguete vai no ar “H

ígino da Piedade Leça Correia – Encarrega-se de todos os trabalhos de pirotecnia, com garantia e técnica profissional em todo o género”. Assim se lê no velho livro de faturas, amarelecido e desbotado, que repousa em cima da mesa da sala do velho fogueteiro. Ou estanqueiro, como também é designado quem fabrica foguetes e outras peças de pirotecnia. E se estanqueiro é isto, o termo também remete para aquele que é dono de uma tabacaria, um estanco. Hígino da Piedade não é dono de tabacaria, mas a mesa da sala, onde passa os serões em frente à televisão, vendo os canais que a parabólica lhe traz da América ou da Alemanha e onde as pessoas lhe acenam, falam com ele, é um campo de batalha de beatas de cigarro tombadas, de cinzeiros cheios e atulhados de tabaco já fumado. Cigarros que nunca lhe causaram problemas com os foguetes. “Nunca me descuidei”, diz. Junto a Beja, no Monte dos Beatos, vive Hígino. Em frente à casa onde reside e está o paiol, onde repousam, adormecidos, os foguetes, à espera que alguém lhes dê a fugaz vida que se esgotará no breve arder do rastilho, antes de caírem inertes sobre a terra dura. Numa placa, escrita à mão a tinta vermelha, a frase “Perigo de Explosão” não engana. A sinalética nas paredes do paiol também não: nelas se avistam os desenhos de uma, hipotética, explosão, como que a prever um futuro que não se quer viver. Na porta, o aviso: “Artifícios Pirotécnicos – Perigo”. “Isto não precisava de tanta segurança”. Hígino não compreende, não concorda com as medidas para precaver azares. “Agora com os incêndios, têm dado cabo de tudo. Isto não há perigo nenhum. Os foguetes não fazem mal às florestas por causa dos incêndios. A maldade vem da ruindade de quem faz esses crimes”. No entanto, exibe orgulhosamente a rede que tem no teto do paiol, por baixo das telhas, para evitar, em caso de explosão, que os foguetes se escapem: “Se rebentar, não há problema nenhum. Se houvesse uma explosão, as telhas caíam e a rede tapava naquela área os foguetes, que não passavam para cima”. Dentro do paiol, arrumado e espaçoso, é notório o cheiro a pólvora, a um ambiente explosivo adormecido.

Às portas de Beja vive, senão o último e único, um dos últimos estanqueiros do Alentejo e Algarve. Ou fogueteiros, como são normalmente conhecidos os homens que fabricam o material pirotécnico. Em tempo de festas populares, Hígino da Piedade já não faz a festa, nem deita os foguetes. Texto Marco Monteiro Cândido Foto José Serrano

Com licença para armazenar 500 quilos, hoje não estão lá mais de 100, quantidade declarada e do conhecimento da polícia, devidamente credenciada pela fábrica. De chapéu de aba pequena à banda, Hígino mostrase entusiasmado enquanto fala sobre o conteúdo das caixas que tem armazenadas. “Isto é uma profissão linda. Ou era, porque agora está dominada por esta porcaria, o fogo que vem da China”. O fogueteiro não consegue compreender como é que se prefere comprar o material ao estrangeiro a fabricá-lo em Portugal. “Como é mais barato comprar lá fora, não se faz cá. E depois não há dinheiro para nada e o País está como está”. Apesar de tudo, “quando há serviço, é rentável”. “Por exemplo, os foguetes de cana vendo-os a 60 euros a dúzia. Numa festa de 1500 euros ganham-se 250”, diz. De casaco largo, cor de vinho tinto aguado, coçado todo ele, em especial nas mangas, mesmo onde assentam os cotovelos, Hígino já leva 60 anos de fogueteiro. Natural de Beringel,

começou aos 14, mais coisa, menos coisa, e hoje já tem 75. “Comecei com um homem que tinha 90 anos. Quando éramos moços andávamos atrás dos foguetes a apanhar as canas e davam-nos cinco tostões. Eu engracei com aquilo”. Homem de dotes artísticos, porque os foguetes são uma arte, acrescenta logo de seguida: “Mas eu também era dourador, fazia restaurações a folha de ouro. Eu trabalho com os foguetes, sou fogueteiro, mas também sou pintor de arte”. A casa de Hígino, a um foguete de distância do paiol, é o lugar onde passa o seu tempo, sozinho, desde que ficou viúvo, há cerca de 20 anos. Ao longe, vê-se a silhueta da cidade. O quintal tem um ar descuidado, ou pelo menos assim parece a quem vê os destroços de mil e um objetos caídos pelo chão. Os gatos, os muitos gatos, correm livremente, entre os obstáculos que encontram e os púcaros de água que estão espalhados um pouco por todo o lado. Numa pequena divisão, onde agora passeiam

“Isto é uma profissão linda. Ou era, porque agora está dominada por esta porcaria, o fogo que vem da China”.

os gatos e os pombos, repousam as estruturas antigas de fogo preso. “Para fazer aquelas peças que ali estão, por menos de cinco mil euros não as fazia. E agora está tudo para aqui”. Os tempos são outros e os foguetes também. “Isto já pouco se usa. O material agora vem todo dos chineses”. O estanqueiro recorda sempre o tempo que passou, muito melhor do que aquele que vive agora. “Antigamente,

em cada festa, fazia 1500, 2000 euros. De há 10 anos para cá isto terminou de uma certa maneira. Só pelo 25 de Abril ou assim. Festas da igreja, nada”. Mas para Hígino a queda do negócio não significa, apenas, a queda do negócio. É um pouco do espírito de comunidade que se perde: “O fogo de artifício é para juntar o pessoal, é convívio”. Apesar de admitir a perdição em que o negócio se encontra, sempre por culpa dos chineses e dos seus foguetes e festivais (pequenas caixas pirotécnicas com inúmeros efeitos e cores e de fácil manuseamento), o último e único estanqueiro do Alentejo e Algarve acha que pode recuperar. E para isso também está disposto a ensinar quem quiser aprender, mas duas certezas ninguém lhas tira: “O que há são moços novos que não sabem fazer nada” e “segredos profissionais não ensino”. De corpo cheio de mazelas, nas pernas, nos braços, e reformado por invalidez, nunca teve acidentes com foguetes. “Já me tiraram ossos de todo o corpo, tenho sido operado uma quantidade de vezes, mas com foguetes, nada”. Ou melhor, pequenos descuidos, nada de especial, nas palavras de Hígino. “Quando dava notícia, estava tudo a arder. Tive aí um azar, na casa das galinhas, em que o material aqueceu e houve uma explosão. Partiu-me os vidros das janelas”. A descontração do fogueteiro a falar destas situações é tão natural como naturais podem ser os azares que acontecem com foguetes. “Até nas festas isso é normal. Um moço vai apanhar uma bomba e fica sem os dedos. Não se deve mexer. Mas se até os pirotécnicos têm azares. Eu, felizmente, nunca tive ferimentos”. E é na sala de uma casa que parece abandonada, como se o tivesse sido há mais de 20 anos, que Hígino da Piedade Leça Correia passa as suas noites, noites que outrora eram de festa e onde largava foguetes. Por ora, vai fumando, escrevendo em inúmeras folhas brancas sobre “a natureza, a evolução dos terramotos ou explosivos”, rodeado de crucifixos de madeira, talhados a navalha, pintados por si e espalhados um pouco por toda a casa. Ao mesmo tempo, num qualquer canal estrangeiro, alguém acena e Hígino fica contente por ser para ele.


❝ 2013 Entrevista

As empresas e os empresários não querem subsídios. Querem é que o Estado faça aquilo que lhe compete, que é fiscalizar e regular.

Diário do Alentejo 17 junho 2011

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é o ano em que António Saraiva aposta para Portugal sair da recessão. O patrão dos patrões prevê que estes dois anos sejam difíceis para a economia.

António Saraiva, natural de Ervidel, é presidente da CIP

De líder sindical a patrão dos patrões

António Saraiva, presidente da Confederação da Indústria Portuguesa (CIP), subiu na vida a pulso. Deixou cedo o Alentejo, acompanhando os seus pais, para trocar as voltas às dificuldades, mas o caminho não foi fácil. Trabalhou na Lisnave, onde garante que teve “uma vida muito dura”, e chegou a dirigente sindical. Fez o primeiro contrato social do País. A sua veia para a negociação garantiu-lhe, posteriormente, um cargo de diretor comercial na empresa Zénite. Hoje é o proprietário desta empresa de torneiras. Chegou à presidência da CIP e o patrão dos patrões considera que, perante a situação que o País atravessa e tendo em conta a sua experiência acumulada, Portugal “precisa de um amplo acordo social para o desenvolvimento”. Até porque, “sermos derrotistas não nos leva a lado nenhum” e “sermos velhos é não acreditarmos no futuro”. Entrevista de Bruna Soares Fotos José Ferrolho

Já foi líder sindical e atualmente é líder patronal…

Tenho esta experiência acumulada. Já fui líder sindical e hoje sou líder patronal. Mas tenho, sobretudo, este saber de experiência feito, com preocupações sociais muito fortes, porque as minhas origens são humildes e não as renego. Acho que o País tem uma necessidade enorme de um acordo, como finalmente parece que vamos ter, para um governo estável, mas simultaneamente um acordo social, que temos que subscrever entre governo, sindicatos e empresários. É preciso um amplo acordo social para o desenvolvimento. Todos temos de fazer parte da solução. Enquanto presidente da Confederação da Indústria Portuguesa e dono das torneiras Zénite, qual acha que deve ser, neste momento particularmente difícil para o País, a visão dos empresários?

Os empresários devem ter desde logo, dado que é isso que os caracteriza, uma visão otimista. Sermos derrotistas não nos leva a lado nenhum. Não é segredo para ninguém que o nosso país atravessa uma situação complicada e o grande desafio de todos nós, e particularmente dos empresários, é gerarmos

condições para termos crescimento económico. Temos de fazer com que isto aconteça e isso faz-se com empresas, com empreendedorismo, com garra e com iniciativa. É claro que os empresários devem de ter a noção de que as coisas não estão fáceis. Os investimentos devem de ser muito cautelosos, mas têm de ser feitos. Estes investimentos, porém, devem ser feitos em setores de atividade que tenham algum futuro. Sermos velhos é não acreditarmos no futuro, como alguém me disse. Temos de ter permanentemente este espírito jovem. Há setores de atividade mais promissores do que outros. Considera, então, que é preciso que os empresários arrisquem?

Estamos no Alentejo e temos aqui uma infraestrutura aeroportuária que dá possibilidades para um melhor escoamento dos produtos. Temos ainda o plano de regadio e temos um valioso conjunto de jovens empresários agrícolas. Por isso temos de acreditar nesta região, acreditando igualmente no País. O que eu aconselharia aos empresários é que tenham uma visão moderna, que não pensem que aquilo que os seus avós e os seus pais faziam, porque saiu bem, é um

êxito assegurado. O mundo muda muito rapidamente e temos de sair da “caixa”. Temos de ganhar horizontes e temos de olhar mais além. É preciso que os empresários saiam das suas zonas de conforto, de tradição e que sejam ousados. É preciso que os empresários empreendam e que não desanimem. Todas as crises geram oportunidades. É certo que as coisas não estão fáceis, mas cabe-nos a nós fazer para que estejam melhores. Tenhamos mundo, porque Portugal é pequeno numa economia global. A estratégia passa pela exportação?

Passa muito pela exportação, mas não a podemos entender como uma moda. Hoje em dia diz-se que Portugal vai ter saída pela exportação dos nossos produtos, bens e serviços transacionáveis. Temos de saber produzi-los, mas num mercado global. Hoje a concorrência é muito forte e é desigual. O nosso modelo europeu não é igual ao asiático e por isso quando se fala em exportar e internacionalizar a nossa economia não se pode tratar de uma moda. Vou exportar mais, mas vou exportar o quê? Para onde? Temos de nos saber diferenciar e ter produtos que sejam diferentes para melhor do que os que os nossos


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Mérito e capacidade de negociação

A

concorrentes já hoje produzem. Temos de ter uma economia mais amiga das empresas. As empresas e os empresários não querem subsídios. Querem é que o Estado faça aquilo que lhe compete, que é fiscalizar e regular. Por isso, menos Estado e melhor Estado. O Estado deixando a economia de mercado e a iniciativa privada funcionar. O Estado tem de ser fiscalizador e regulador e não interventor, como até agora, de alguma maneira, tem sido. Exportar é a palavra de ordem, mas temos de ter uma economia favorável, dando às empresas condições para produzirem os seus bens e serviços, pelo menos em pé de igualdade com aqueles com quem hoje combatemos. Não é com estes critérios de termos os custos mais altos, sejam eles energéticos, da água ou das comunicações. Não é termos uma burocracia excessiva. Não é termos um Estado tutor e omnipresente. As medidas de austeridade vão refletir-se na economia e na própria vida das empresas…

Digamos que vamos ter dois patamares. Espero que em 2013 possamos sair desta recessão. Em 2011 e 2012, no programa de ajustamento que contratualizamos com a troika, já sabemos que a economia vai estar em recessão. Isto não gera crescimento económico e não gera mais emprego. No mercado interno temos de contar com redução do consumo, com retração do investimento. Aquilo que falta no programa de ajustamento que assinámos com a troika é, precisamente, crescimento económico. O programa com a troika diz-nos o que devemos fazer. Como devemos fazer cabe-nos a nós, e é aí que temos de agir. Temos de gerar, apesar dos condicionalismos impostos, formas de como vamos fazer, de como vamos aplicar o programa, sendo certo que vamos ter dois anos recessivos. Temos de aproveitar este tempo, que vai ser de ajustamento, de nivelamento e de clarificação de muitas práticas anómalas em que nos encontramos, para fazer correções e restruturações empresariais que têm de ser feitas.

ntónio Saraiva, presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), é natural de Ervidel, freguesia do concelho de Aljustrel. O empresário nasceu nesta terra soalheira, marcada pela tradição agrícola, em 1953. Quando tinha seis anos foi com os seus pais para Lisboa, que procuravam na altura uma vida melhor. “Nos primeiros tempos foi muito difícil. Não é fácil uma criança alentejana ser inserida numa comunidade lisboeta”, conta António Saraiva ao “Diário do Alentejo”. O homem que tem vindo a somar sucessos ao longo da vida aprendeu, contudo, a defender-se muito cedo. “Foi preciso afirmar-me naquela realidade e comecei por vencer as lutas dos bairros populares”, lembra. E acrescenta: “A vida era muito dura. Na verdade vivi durante cinco anos num quarto com os meus pais”. António Saraiva sentiu a necessidade de ir trabalhar muito cedo para ajudar a família, mas também para alargar horizontes. “Acabei a escola industrial e fui para a Lisnave. Iniciei outra fase dura da minha vida. Durante três anos andei a bordo e era um trabalho bastante violento. Depois, com sorte e algum espírito de iniciativa, acabei por ir para a direção comercial, para uma seção nova de planeamento de cargas, e aqui comecei uma fase diferente da minha vida”, conta. Entrou no serviço militar em 22 de abril de 1974, três dias antes do 25 de Abril, e foi eleito delegado ao Movimento da Forças Armadas pela sua companhia de milicianos, garantindo: “Foi aqui que começou a minha vida associativa”. Em finais de 1975 regressa e chega à liderança da Comissão de Trabalhadores da Lisnave. “Fui líder sindical. São estas as voltas que o mundo dá”, afirma, entre sorrisos, defendendo: “Fiz o primeiro contrato social do País”. Rapidamente lhe reconhecem a sua “capacidade de negociação” e é convidado para diretor comercial da empresa luso-italiana, produtora das torneiras Zénite, onde exerceu o cargo durante vários anos. “Em 1996 o grupo anunciou que queria vender e eu na altura tive um clique e anunciei que comprava. Passei de trabalhador por conta de outrem a patrão. Desde esta data que sou o dono das torneiras Zénite”. Foi eleito presidente da Associação dos Industriais Metalúrgicos e os colegas entenderam que deveria ser presidente da Confederação da Indústria Portuguesa (CIP), cargo que ocupa atualmente. Bruna Soares

Há algum setor que, apesar desta conjetura, esteja a dar sinais positivos?

O setor metalúrgico e metalomecânica, no

Saiu muito cedo desta região, nomeadamente de Ervidel, no concelho de Aljustrel. Com a passar dos anos mudou muita coisa neste seu Alentejo?

Mudou muita coisa e temos de reconhecer que mudou para melhor. Tinha seis anos quando fui para Lisboa, em 1959. O meu pai era sapateiro e a minha trabalhava no campo. Nessa altura, as oportunidades que o Alentejo dava às camadas mais desfavorecidas eram nulas. Não havia grande futuro. Hoje o País está diferente, e independentemente de algumas desigualdades que ainda temos, e que temos de combater, oferece outras possibilidades. Quando saí do Alentejo não havia televisão. As famílias não as tinham e em Ervidel eventualmente existiriam três automóveis. É certo que hoje os jovens, embora tenham outras oportunidades, também têm diferentes ameaças. E temos de olhar para eles, de modo a que tenham melhor acesso ao trabalho, aos seus projetos de vida. Como se pode cativar os jovens para o empreendedorismo?

Temos hoje condições, no que diz respeito a apoios. Se os jovens se candidatarem, se tiverem espírito empreendedor, há possibilidade de criarem as suas empresas. Há condições para ajudar projetos, mas também há critérios de seletividade que hoje mais do que nunca têm de ser exigentes. Se os jovens tiverem vontade e dinâmica ainda há possibilidades e linhas de apoio.

Num momento de crise como este há, certamente, setores que estão mais em crise do que outros...

Os que estão mais em crise são os de mão-de-obra intensiva e com baixo valor acrescentado dos seus produtos. Diria setores tradicionais que têm muita mão-de-obra pouco especializada, assente em baixos salários e em produtos pouco inovadores. Estes já estão em crise e vão estar fortemente ameaçados. A construção civil, no setor habitação, está em crise profunda. Não se vão construir casas novas nos próximos oito a 10 anos. Temos um excesso de oferta instalada, que vai seguramente ser suficiente para a procura que se vai registar. É na reabilitação urbana que o setor de construção tem crescimento possível.

de rega de Alqueva e com o aeroporto de Beja. Se existir dinâmica e empreendedorismo temos condições para fazer melhor. O setor das frutas, dos legumes e das flores tem crescido e tem tido índices de aumento de exportação significativos e dignos de registo. Temos condições nesta nova e diferente agricultura. Começam a aparecer também excelentes exemplos na área turística, no setor da vinha e do azeite. Temos condições para crescer, aproveitando o know-how que ainda temos e, claro, esta terra excecional.

O acesso ao crédito, contudo, está cada vez mais difícil...

Não é segredo para ninguém que o nosso país atravessa uma situação complicada e o grande desafio de todos nós, e particularmente dos empresários, é gerarmos condições para termos crescimento económico.

primeiro trimestre deste ano, cresceu 150 por cento nas exportações. As máquinas e equipamentos industriais, os moldes e todas as empresas ligadas à indústria automóvel estão com carteiras de encomendas muito significativas. A têxtil mais tecnológica e o calçado também se têm distinguido pela positiva. No futuro, em minha opinião, tudo o que tenha a ver com o mar e com energias alternativas tem condições para crescer. Como é que o Alentejo pode dar um contributo ao País?

No nosso Alentejo temos hoje condições infraestruturais, nomeadamente com o plano

Está cada vez mais difícil e o custo do crédito também é cada vez mais alto. Por isso não referi a banca tradicional para apresentarem os seus projetos. Os jovens empreendedores devem apresentar os seus projetos junto das sociedades de garantia mútua e dos chamados Business Angels, porque aqui terão condições mais vantajosas. Manteve a ligação à sua terra?

Sim, mas quando o meu avô morreu deixei de ter uma ligação mais permanente. Venho muitas vezes a Ferreira do Alentejo, uma vez que a minha mulher é dessa terra. Mas vindo a Ferreira também acabo por ir a Ervidel, nomeadamente quando trago os meus pais, para ver amigos e familiares. Mantenho as raízes à terra que muito amo.


Diário do Alentejo 17 junho 2011

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Vidigueira promove Férias Jovens’11

Região

A Câmara de Vidigueira abriu inscrições para a iniciativa Férias Jovens’11, que irá decorrer entre julho e agosto, com o objetivo “de proporcionar aos mais novos uma aprendizagem de competências motoras, psicomotoras e sociais, através da participação em atividades desportivas e de lazer, passeios temáticos e ateliers”. A

Escola Bento de Jesus Caraça organiza jantar convívio A Escola Profissional Bento de Jesus Caraça de Beja, que completou no ano passado 20 anos de existência, promove amanhã, sábado, mais um jantar convívio que reunirá professores e alunos ligados à instituição. No decorrer do jantar, que terá

lugar numa unidade hoteleira da cidade, “serão visualizados filmes com fotografias dos últimos 20 anos, para que todos possam avivar a memória, recordando e partilhando emoções vividas enquanto alunos e professores”. A organização está a cargo da turma o 3.º ano do curso Técnico de Turismo

Estudo traça perfil dos turistas que chegam de avião a Beja

Piscina de Moura iniciou época balnear

A Piscina Municipal de Moura já abriu ao público, “cumprindo a presente época balnear”. O equipamento funciona entre as 10 e as 20 horas, com encerramento às sextas-feiras. Inaugurada em 1976, a piscina tem vindo a registar, segundo a autarquia, um aumento do número de utilizados “de ano para ano”. Em 2009 o número de utentes situou-se nos 17.566. No ano seguinte aumentou para 26.273 pessoas. A piscina é também frequentada, gratuitamente, por crianças dos ensinos pré-escolar e básico “que ali desenvolvem várias atividades, assim como idosos do concelho para a prática da atividade física sénior, entre outros”. Do complexo faz parte uma mata, onde a câmara instalou um conjunto de equipamentos, nomeadamente um campo de voleibol, pistas de minigolfe, mesas de ténis, matraquilhos em pedra, um ringue de patinagem, mesas para jogos de xadrez e damas e uma zona para piqueniques.

iniciativa destina-se a crianças e jovens com idades entre os cinco e os 12 anos. No âmbito deste programa, foi igualmente criado o cartão férias jovens “que permite acesso às atividades, para além da utilização livre das piscinas municipais e dos campos de ténis”. As inscrições podem ser feitas no Pavilhão Municipal de Desporto.

O

Quem são e de onde vêm

Instituto Politécnico de Beja (IPB) vai estudar o perfil dos turistas que vão chegar ao Alentejo até outubro, através da primeira operação comercial de voos charters no aeroporto da cidade, que liga semanalmente Londres e Beja. O estudo, em parceria com a ANA – Aeroportos de Portugal, pretende “recolher informação” para “conhecer o perfil” dos turistas que chegam ao aeroporto de Beja através da ligação entre Londres e Beja e sobre a “experiência turística” que viveram durante a estadia no Alentejo, explica o IPB. Segundo o Politécnico, para a realização do estudo, quatro alunos do mestrado em Desenvolvimento Comunitário e Empreendedorismo, da Escola Superior de Educação de Beja, vão realizar, aos domingos e até 16 de outubro, questionários aos passageiros

da ligação entre Londres e Beja. Os primeiros resultados do estudo deverão ser conhecidos em setembro, prevê o IPB. O aeroporto de Beja, a operar desde 13 de abril, quando se realizou o voo inaugural até Cabo Verde, recebeu no dia 22 de maio o primeiro de 44 voos charters das 22 operações que o operador turístico britânico Sunvil irá realizar até 16 de outubro entre o aeroporto de Heathrow, o principal de Londres, e o de Beja. Cada operação realiza-se ao domingo e inclui dois voos, um Heathrow/Beja e outro Beja/ /Heathrow, a bordo de um avião Embraer da companhia aérea British Midland International (BMI) com 49 lugares. Os voos Londres/Beja partem às 6 horas do aeroporto de Heathrow e chegam às 8 e 55 ao de Beja e os voos de regresso Beja/Londres partem às 9 e 25 do aeroporto de Beja para chegar às 12 e

20 ao de Heathrow. Segundo a ANA, a nova ligação Londres/ Beja/Londres foi classificada pelo jornal britânico “The Sunday Times” como “uma das seis mais interessantes propostas para os londrinos se deslocarem este ano” e revela como é “notória a atenção que o Alentejo está a suscitar junto dos media ingleses”. Segundo informações do operador turístico britânico Sunvil, avançadas à Lusa, a média de idade dos passageiros que já tinham reservado, até ao passado dia 20 de maio, viagens para o Alentejo através dos voos charters entre Londres e Beja, rondava os 50 anos. Os principais destinos daqueles turistas que comparam pacotes turísticos no Alentejo, que o Sunvil está a comercializar no Reino Unido, são Évora, Troia, Vila Nova Milfontes, Estremoz, Castelo de Vide, Marvão, Beja, Portel e Alqueva.

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O grupo coral Ceifeiros de Cuba comemora amanhã, sábado, partir das 21 e 30 horas, no largo Visconde da Esperança (largo da Bica), em Cuba, o seu 78.º aniversário. As comemorações contarão com a atuação, para além do grupo aniversariante, dos grupos corais Os Alentejanos (Damaia), Cantares de Évora, Vindimadores da Vidigueira, do Rancho Folclórico da Cada do Povo de Veiros (Estremoz) e de marchas populares de Cuba.

Música, gastronomia e turismo são apostas da XXI Pimel Música, gastronomia, exposições, conferências e sobretudo muita animação voltam a marcar mais uma edição da Pimel – Feira do Turismo e das Atividades Económicas, que decorre em Alcácer do Sal entre os dias 22 e 26. Durante cinco dias, empresas e artesãos mostram a sua arte num certame onde também estarão em foco os produtos locais tradicionais, bem como novos produtos que começam, agora, a ter destaque como é o caso do vinho. No plano musical os destaques vão

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Ceifeiros de Cuba comemoram 78.º aniversário

para Kris Rosa e Banda Brasil (dia 22), Virgem Suta (23), bandas filarmónicas Amizade Visconde de Alcácer e Progresso Matos Galamba (24), Expensive Soul (25) e Áurea (26). Haverá ainda animação pelos Dj Rita Mendes e Fura (22), James Warren e Tcha Tcha (23), Fernando Alvim e Vacaciones Djs (24) e Demo e Project 4Mattik (25). Destaque ainda para a corrida de touros, no dia 26, que contará com as participações dos cavaleiros Luís Rouxinol, Rui Fernandes e João Telles Jr. e dos forcados amadores de Montemor e Lisboa. Os touros são da ganadaria Arriaga.

Joaquim Passinhas da ASSP alerta

Cuidados reforçados no verão

Metade dos PSP Litoral com mais saúde O tem mais de 45 anos Começou ainda novo a trabalhar como mecânico, mas o sangue falou mais alto e acabou por ingressar na PSP. Francisco Passinhas, membro da direção nacional da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia, a prestar serviço em Beja, terra onde nasceu, deseja que o próximo ministro da tutela tenha “uma visão para o século XXI” e que esteja “familiarizado com a problemática policial”. Texto Aníbal Fernandes Foto José Ferrolho

O

dia dos “secos e molhados” que opôs polícias a polícias no terreiro do Paço, em Lisboa, já foi há duas décadas e o nosso entrevistado estava presente. Na altura, os agentes da PSP folgavam um dia, de 15 em 15 dias. Desde janeiro de 2010 que o Estatuto dos Profissionais da PSP estabeleceu uma folga semanal e 36 horas de trabalho. Todo o trabalho para além desse período vai para “um banco de horas” que tem suscitado problemas em alguns comandos da PSP por todo o País. Em Beja nem por isso: “O superintendente Viola deu a hipótese dos departamentos se organizarem” e as coisas têm corrido bem, explica o sindicalista Passinhas. Diz que é difícil ser polícia na terra onde nasceu e onde já o pai e avô desempenharam as mesmas funções. Será por isso que lhe custa apontar o dedo ao município local e sentir a necessidade de dizer que no dia em que falámos – quarta-feira

– ainda não tinha sido regularizada a dívida de seis meses por trabalho gratificado prestado à Emparque. “Quem trabalha deve ser remunerado”, defende como questão de princípio. “Se a câmara já recebeu da empresa concessionária dos estacionamentos na cidade, não há razão para não nos ter pago”, afirma. Passinhas mostra-se preocupado com o futuro da PSP em Beja. “Neste momento somos cerca de 200 efetivos, mas metade está acima dos 45 anos”. O agente teme que, a médio prazo, não seja possível passar o testemunho às gerações mais jovens. A polícia está a ser afetada pela crise em coisas tão comezinhas com a falta de dinheiro para comprar tinteiros para as impressoras ou para a manutenção do parque automóvel, que só não é pior “porque tem havido uma boa gestão da frota por parte do comando e dos responsáveis pelas viaturas”. Vejamos ao pormenor: das seis motos uma é nova, quatro têm mais de 10 anos e uma já passa dos 20; os carros estão todos com uma década em cima; falta uma carrinha de transporte de pessoal – a que existe já merece reforma – e dava jeito ter uma viatura com proteção de vidros. Quando “pedimos mais condições para os polícias poderem desempenhar a sua missão é para podermos dar mais condições de segurança à população”. É por isso que não se esquiva a referir que a crise já está a trazer problemas ao exercício da atividade da PSP.

s cuidados de saúde vão ser reforçados, entre 16 de julho e 28 de agosto, em duas zonas balneares do concelho de Odemira, destino de milhares de turistas no verão. O reforço vai abranger as zonas balneares de Vila Nova de Milfontes e Zambujeira do Mar, os locais mais procurados e de maior fixação de veraneantes, adiantou à Lusa o diretor do Agrupamento de Centros de Saúde Alentejo Litoral, Paulo Espiga. No Edifício do Farol, na praia de Vila Nova de Milfontes, e na antiga extensão de saúde de Zambujeira do Mar vão estar enfermeiros para prestar cuidados de saúde dentro do seu âmbito de atuação, todos os dias, entre as 12 e as 18 horas, precisou o responsável. O reforço está previsto no Plano de Apoio às Praias do Litoral de Odemira, que visa prestar “um serviço de primeira linha” para responder a “pequenas situações de emergência”, como queimaduras solares ou picadas de peixes, em

que não é necessário as pessoas deslocarem-se a um serviço de urgência, disse. Desta forma, explicou, as pequenas situações de emergência são “facilmente” resolvidas pelos enfermeiros no local e evita-se que as pessoas se desloquem a um serviço de urgência sem necessidade ou quando apenas necessitam de cuidados de enfermagem. No entanto, em casos graves e “verdadeiramente urgentes” ou para cuidados médicos, avisou, as pessoas terão que se deslocar às duas unidades de saúde de referência na região, ou seja, o Serviço de Urgência Básica (SUB) de Odemira ou o Hospital do Litoral Alentejano, em Santiago do Cacém. O Plano de Apoio às Praias do Litoral de Odemira resulta de um protocolo, em vigor deste 2004, entre a Cruz Vermelha Portuguesa, que fornece o pessoal, e a Administração Regional de Saúde do Alentejo, que fornece tudo o resto.

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CANDIDATURAS ABERTAS De 28 de Junho a 05 de Agosto GAL – Margem Esquerda do Guadiana

PRODER ABORDAGEM LEADER EIXO 3 – DINAMIZAÇÃO DAS ZONAS RURAIS Concurso nº 2/2011 3.2 - «Melhoria da Qualidade de Vida» 3.2.1 - «Conservação e Valorização do Património Rural» 3.2.2 - «Serviços Básicos para a População Rural»

Inovação social em Castro

A

Cooperativa de Educação e Reabilitação de Crianças Inadaptadas e Solidariedade Social de Castro Verde, Ourique e Almodôvar (Cercicoa), realiza-se hoje, sexta-feira, em Castro Verde, o seminário “Inovação Social e Sustentabilidade”. Segundo o presidente da Cercicoa, António Matias, este é o pri-

meiro de um ciclo relacionado com a sustentabilidade das organizações. “Com este seminário pretendemos fazer um diagnóstico da realidade social onde costumamos intervir”, esclarece. O seminário “Inovação Social e Sustentabilidade” decorrerá no cineteatro municipal, entre as 9 e as 12 e 30 horas.

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Festival do Peixe do Rio e do Pão em Moura

Diário do Alentejo 17 junho 2011

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Recriações históricas, dança, pregões populares, artesãos a trabalhar ao vivo e gastronomia vão animar o Festival do Peixe do Rio e do Pão, que vai decorrer amanhã, sábado, nas ruas do centro histórico de Moura. O festival, organizado pela Câmara de Moura e pela cooperativa Comoiprel, pretende “recriar o imaginário coletivo” associado aos

Biólogos de Castro Verde ensinam aves a atravessar redes A Liga para a Proteção da Natureza (LPN) está a testar passagens de redes, na zona de Castro Verde, de modo a que as aves não fiquem encurraladas nas vedações de arame, que

delimitam as propriedades. Depois de nascerem, as crias de abetarda ou de cisão encontram nas redes um obstáculo e não conseguem procurar alimento, refúgio ou água. Os predadores, por sua vez, já se habituaram a procurar animais vulneráveis junto às redes. A

LPN já instalou várias passagens para as aves, de modelos diferentes, e está a estudar a sua eficácia. Para tal, instalou cinco câmaras fotográficas, que ajudam a perceber se as aves estão ou não a utilizar as passagens.

Na próxima segunda-feira, 20, em Beja

Propostas até final do mês

Miguel Urbano lança novo livro

Odemira apresenta Orçamento Participativo

O

escritor e jornalista Miguel Urbano Rodrigues acaba de publicar um novo livro, Tempo de Barbárie e Luta, que reúne as mais recentes intervenções do autor em congressos e encontros internacionais. Este livro de Miguel Urbano Rodrigues é um dos primeiros títulos da nova editora portuguesa Página a Página. Em Beja, a obra é apresentada na Biblioteca Municipal José Saramago, na próxima segunda-feira, 20, às 21 e 30 horas, pelo historiador Santiago Macias, com a presença e intervenção do autor e da diretora da biblioteca, Paula Santos. PUB

rios e ribeiras do concelho, materializado na pesca e no peixe, e a ligação com os moinhos que moem o trigo para fazer o pão. O evento irá também envolver atores associados à restauração, “reinventando novas gastronomias à base de peixe, que possam contribuir para a revitalização económica e qualitativa” do setor, explica o município.

Trata-se de uma iniciativa conjunta da Biblioteca Municipal de Beja, da editora Página a Página e da Cooperativa Cultural Alentejana. Em Lisboa, Tempo de Barbárie e Luta é apresentado no dia 21, às 18 e 30 horas, na Casa do Alentejo, pelo jornalista Armando Pereira da Silva, seguindo-se uma intervenção do autor. No Porto, a sessão de lançamento realiza-se no dia 28, às 21 e 30 horas, no Clube Literário do Porto, com apresentação de Cristina Nogueira, professora e investigadora, e também com a participação de Miguel Urbano Rodrigues.

A

população do concelho de Odemira pode apresentar, até ao final do mês, propostas para o Orçamento Participativo, processo “onde se podem propor e votar investimentos, projetos e ações de interesse coletivo, num montante global de 500 mil euros, que serão integrados no orçamento municipal do próximo ano”. Esta iniciativa da Câmara de Odemira, lançada pela primeira vez este ano, pretende “fomentar a cidadania ativa e a aproximação entre a gestão pública e os cidadãos, na procura de soluções para melhorar a qualidade de vida no concelho”. A análise técnica das propostas e consequente admissão ou exclusão, de acordo com critérios definidos nas normas do Orçamento Participativo,

decorrerá entre julho e setembro. A votação das propostas acontecerá em outubro. A última fase será a apresentação pública dos resultados, entre novembro e dezembro, sendo que as propostas mais votadas serão incorporadas no orçamento municipal de 2012.


O 3.º Torneio de Futebol de 7 José Carlos Dias, iniciativa do Clube Recreativo e Desportivo da Cabeça Gorda, está a decorrer naquela freguesia até ao final do mês, com a participação de 12 equipas. O evento evoca o antigo atleta de dirigente do Ferrobico José Carlos Dias.

V Gala do Futebol da AF Évora

Realiza-se no próximo dia 25, na Arena Multiusos de Évora, a quinta edição da Gala do Futebol Distrital de Évora, evento em que serão distinguidos os vencedores das diversas provas disputadas ao longo da época 2010/2011 e atribuídos os prémios formação e prémios de reconhecimento.

17 Diário do Alentejo 17 junho 2011

Futebol de 7 em Cabeça Gorda

Palmarés Vencedores das etapas

Desporto

Mora/Campo Maior Bruno Lima (Onda/Boavista) Vila Viçosa/Mértola Bruno Sancho (LA/Antarte) Aljustrel/Reguengos de Monsaraz Evaldas Siskevicius (La Pomme) Montemor-o -Novo/Redondo Filipe Cardoso (Barbot/Efapel) Geral Individual: 1.º Evaldas Siskevicius (La Pomme) 2.º Filipe Cardoso (Barbot/Efapel) 3.º Bruno Sancho (LA/Antarte) Geral Equipas: 1.ª La Pomme Marseille, 2.ª Rabobank 3.ª Onda Boavista Geral Montanha 1.º César Fonte (Barbot/Efapel) Geral Pontos 1.º Bruno Sancho (LA/Antarte) Geral Juventude 1.º Leonel Coutinho (ASC/Vitória)

Pela estrada fora Embora reduzida a quatro dias, a Alentejana tenta recuperar o fulgor de outros tempos

Lituano Siskevicius venceu a 29.ª Alentejana

A Volta ao Alentejo tem futuro O ciclista lituano Evaldas Siskevicius, corredor da La Pomme Marseille, venceu a 29.ª edição da Volta ao Alentejo. Texto e fotos Firmino Paixão

N

asceu em Vilnius, há 22 anos, e veio ao Alentejo conquistar os seus primeiros êxitos como ciclista profissional. Venceu a etapa que terminou em Reguengos de Monsaraz e, nas restantes, sempre decididas ao sprinte, cortou a meta entre os primeiros. Vinte e nove voltas, outros tantos vencedores, um registo inédito. Siskevicius venceu a prova e, simultaneamente, o troféu Xavier Tondo, instituído para homenagear o espanhol vencedor da prova em 2005, recentemente falecido num acidente. Em tempo de contenção a Alentejana assinou o ponto no calendário nacional, com um pelotão mais modesto, com menos mediatismo, mas com

a mesma dignidade de sempre. E o que virá depois da meta final que, este ano, foi traçada na vila florida do Redondo? A Volta ao Alentejo terá futuro? “Esta volta tem futuro, porque tem um passado fantástico”, responde Joaquim Gomes, vencedor da edição de 1988, hoje diretor geral da Lagos Sports. E acrescenta: “Gostaríamos que a evolução da prova fosse crescente, mas o futuro é incerto e hoje, porventura, com mais dificuldades do que no passado, fazer esta volta, que foi a possível, mas que não deixa de ser a volta de todos os alentejanos, não deixa de ser também uma vitória”. O diretor da prova argumenta ainda: “Infelizmente, não foi só a Volta ao Alentejo que perdeu o fulgor de outros tempos, e que saudades que eu tenho dessas épocas, mas nos tempos que correm devemos regozijar-nos por mantermos a prova na estrada”, concluiu. Opinião idêntica tem Alfredo

Esta volta tem futuro, porque tem um passado fantástico, mas o futuro é incerto...

A Volta ao Alentejo não pode acabar. As autarquias têm que reassumir as suas responsabilidades.

Joaquim Gomes

Alfredo Barroso

Barroso, autarca do Redondo, e representante da Comunidade Intermunicipal do Alentejo Central, parceira da Lagos Sports na organização da Alentejana. “A Volta ao Alentejo não pode acabar”, diz. Mas avisa: “As autarquias têm que reassumir as suas responsabilidades na volta e reforçar esta parceria com a Lagos Sports de modo a que a prova possa, porventura, já na 30.ª edição, voltar aos cinco dias e reintroduzir um cheirinho de montanha”. O protocolo com a Lagos Sports assegura a realização da prova 2012, mas, insiste Barroso: “É preciso mobilizar mais autarquias e, sobretudo, fazer com que os autarcas sintam que a sua Volta ao Alentejo está viva, e os alentejanos mostraram bem isso com o seu apoio e entusiasmo, ao longo das estradas, nas vilas e aldeias por onde passámos. Agora é necessário que todas as autarquias entendam que é importante divulgarmos o Alentejo pela via do ciclismo”.


Diário do Alentejo 17 junho 2011

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Torneio de Futsal Município de Cuba

A Câmara Municipal de Cuba promove a partir da próxima segunda-feira, dia 20, mais uma edição do Torneio de Futsal Município de Cuba 2011, aberto à participação de equipas de sete jogadores em que apenas três podem ser federados. As inscrições têm como limite o dia de hoje e podem ser efetuadas junto do município ou das juntas de freguesia.

Água Doce é campeão nacional Henrique Água Doce, atleta do C.C.D. Bairro da Conceição, de Beja, é o novo campeão nacional de juvenis, na prova do Octatlo (100 e 300 mts, 110m barreiras, lançamentos de peso e dardo, salto em altura e comprimento e 1000 mts), realizada no Complexo Desportivo do Luso. O atleta bejense fez um registo de 5358 pontos, melhor marca nacional do

ano, a escassos 197 dos mínimos para o Campeonato do Mundo de Juvenis. Água Doce bateu o histórico recorde do também bejense Luís Barroso (ex-atleta da Zona Azul) nos 300 mts, com a marca de 36”22. Nestes campeonatos nacionais de provas combinadas participou, igualmente, o atleta juvenil da J.D.Neves, Diogo Luz, que obteve o 5.º lugar, com 5056 pontos.

David Tomé foi “Árbitro do Ano”

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O fisioterapeuta da arbitragem bejense Pela segunda vez em sete épocas de arbitragem, o almodovarense David Tomé, de 25 anos, foi eleito pelo conselho de arbitragem da AF Beja “Árbitro do Ano”. Texto e foto Firmino Paixão

A

última nomeação tinha ocorrido na época 2007/2008 e na temporada seguinte teve uma passagem efémera pela 3.ª categoria nacional, escalão para o qual vai de novo concorrer com o objetivo dee ali se ão, enfixar. Fisioterapeuta de profissão, mas das quanto árbitro foi uma das vítimas alegadas fraudes detetadas nas avaliações finais da temporada. Está feliz com esta distinção?

Estou feliz por ter chegado de novo ovo ao primeiro lugar, como já tinha acontenfo um cido há dois anos. Foi um triunfo pouco suado, porque tentaram impeória da dir que eu chegasse lá. Uma vitória udo do justiça, da humildade e sobretudo trabalho que desenvolvi. Agora espero ascender mais uma vez à terceiraa categoria nacional. As polémicas em torno das classificações cações finais não beliscaram o seu mérito??

Não, mas fui um dos árbitros que envolveram no sistema, tentaram prejudicar-me com a falsificação de docuoi uma mentos. Daí eu acentuar que foi e. vitória da justiça e da humildade. Como é que foi afetado?

Alguém criou uma conta de e-mail edidos com o meu nome e forjaram pedidos de dispensa de jogos, tentando impedir que eu chegasse ao primeiroo lugar, ção da por não beneficiar da bonificação mento assiduidade previsto no regulamento de arbitragem. Sente-se o melhor árbitro da temporada?

Dador de SANGUE é dador de VIDA

Não me sinto o melhor árbitro,, sinto que fui capaz de chegar ao primeiro lugar tal como podia ter acontecido com outro colega meu, porque há muitos árbitros na primeira categoria com qualidade para chegar lá. Tive alguma pontinha de sorte durante a época.

Todos sonhamos chegar à 1.ª liga, não é fácil, mas tudo farei para ir progredindo na carreira. Como se define como juiz de futebol?

Tento cuidar bem da minha condição física, estudar as regras e atualizar-me, além de procurar acompanhar os lances tão perto quanto possível. Não digo que nunca erro, o que afirmo é que tento errar o menos possível. O que vai mudar na sua vida?

Nã o mud a r á nada, também não mudou na última passagem que fiz pela 3.ª categoria nacional. O que prometo é trabalho, aplicação, muito estudo e muito empenho, isso é o que prometo a quem confia em mim. É um árbitro jovem, também ambicioso?

Tenho a ambição legítima de qual-

quer árbitro, que é chegar o mais longe possível. Todos sonhamos chegar à 1.ª liga, não é fácil, mas tudo farei para ir progredindo na carreira. Que motivações o trouxeram para a arbitragem?

Fui jogador mas o jeitinho não era muito. Depois dediquei-me à arbitragem para continuar perto do futebol. A arbitragem é um mundo impressionante, é uma causa que abraço com muito gosto. Fisioterapia e futebol complementam-se?

São coisas totalmente distintas, não é fácil ser fisioterapeuta, como não o é ser árbitro de futebol. Mas, naturalmente, que a fisioterapia e o desporto se complementam na recuperação dos fatores físicos.


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O 3.º passeio BTT Trilhos do Concelho, organização da divisão de Desporto da Câmara Municipal de Beja, realiza-se no próximo domingo, dia 19, pelas 8 horas, com concentração no parque da cidade. O passeio terá dois percursos, na extensão de 20 e 40 quilómetros, com graus de dificuldade diferentes. O evento integra-se no projeto Circuito BTT e Cicloturismo 2011 desenvolvido pelo município.

Pista de karts em Cuba Na pista de karts de Vale de Aradas, empreendimento privado localizado a cerca de quatro quilómetros da vila de Cuba, decorre ao longo do dia de amanhã um programa de componente desportiva e lúdica, em que vão participar alguns dos pilotos do circuito nacional da modalidade. Trata-se de uma infraestrutura de característica “super

Diário do Alentejo 17 junho 2011

Trilhos do concelho de Beja em BTT

especial”, com a extensão de 900 metros, para competição ao par. Logo pelas 11 horas os pilotos farão uma primeira abordagem de adaptação e a competição que assinala a estreia da pista está marcada para as 15 horas. Às 18 e 22 horas realizam-se concertos musicais que culminam com a inauguração oficial desta primeira super especial de karts no Baixo Alentejo.

XIX Gala dos Campeões da A.F.Beja

O futebol bejense “engalanado” A grande família do futebol distrital reúne-se hoje em Beja para a tradicional Gala dos Campeões que consagra os melhores da época desportiva 2010/2011. Texto e fotos Firmino Paixão

T

odos à gala! Estes foram efetivamente os melhores. Porque marcaram mais golos, porque sofreram menos ou porque conquistaram mais pontos e, por isso, foram campeões e ganharam taças, ou simplesmente porque em jogo se revelaram mais disciplinados. Sem fatores de subjetividade, nomea-

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ções ou eleições, a A.F.Beja há 19 anos consecutivos que acentua e premeia o mérito dos seus agentes desportivos. E porque se concluiu recentemente a época desportiva 2010/2011, esta noite será de gala, para aplaudir os melhores da temporada. José Luís Ramalho, presidente da Associação de Futebol de Beja, considera que “a época correu muito bem”. E sublinha: “E devo agradecer, por isso, aos atletas, aos dirigentes e aos treinadores, a todos os agentes desportivos envolvidos, que não nos complicaram a vida”. O dirigente adianta ainda que “foi uma época absolutamente normal e até bastante positiva”.

Antecipamos aqui para quem, em termos individuais ou coletivamente, os holofotes serão direcionados, sendo que não estão ainda apuradas as classificações nacionais da arbitragem, não permitindo que a A.F.Beja distinga hoje esses juízes. C a mpeões: 1.ª Div i são: Despertar; 2.ª Divisão: Guadiana; f utsa l: Ba ronia; feminino: Serpa; juniores: Despertar; juvenis: Odemirense; iniciados: Despertar; infantis: Moura; e benjamins: Despertar. Taças: Taça Distrito de Beja – seniores: Rosairense; futsal: N. S. Moura; e juniores: Despertar. Taça de Honra 2.ª Divisão:

Guadiana. Supertaça seniores: Rosairense. Supertaça juniores: Despertar. Torneio Abertura Futebol Feminino: Aljustrelense. Taça Armando Nascimento (juvenis): Despertar; Taça Melo Garrido (iniciados): Despertar; Taça Dr.Covas Lima (Operário). Taça Joaquim Branco (benjamins): N. S. Beja. Taças disciplina: 1.ª Divisão: A ldenovense; 2 .ª Div isão: Santa Clara-a-Nova; futsal: Almodovarense; futebol feminino: C.B.Castro Verde; juniores: Cuba; juvenis: Almodôvar; iniciados: Ourique; infantis: Alvito; e benjamins: Renascente. Prémios individuais: melhor

marcador – 1.ª Divisão: Gonçalo (São Marcos); 2.ª Div isão: Bruno Silva (Ourique); futsal: Helder Brás (Almodovarense); e futebol feminino: Ana Capeta (Aljustrelense). Guarda-redes menos batido – 3.ª Divisão: Telmo (Moura); 1.ª Divisão: Eduardo (Despertar); 2.ª Divisão: João Baiôa (Guadiana); futsal: Luís Lebre (Baronia); e futebol feminino: Ana Feliciano (Serpa). Árbitros: 1.ª categoria distrital: David Tomé; 2.ª categoria distrital: Roberto Vasconcelos; 1.ª categoria distrital futsal: Daniel Galego; melhor árbitro assistente: José Lopes Silva; e melhor observador: Mário Batista.


D Diário do Alentejo 117 junho 2011

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Carrinhos de rolamentos em Odivelas

Amanhã, sábado, a freguesia de Odivelas, em Ferreira do Alentejo, vai receber durante todo o dia, a partir das 10 horas, uma prova do campeonato de carrinhos de rolamentos Alcácer Gravity Race. A não perder! A organização convida todos a levar ou construir o seu carrinho e a participar nas corridas, ajudando a renascer a tradição dos carrinhos de rolamentos. Para miúdos e graúdos.

Vitória, estória vitória conta a tua

Serpente de bolhas

Desenho da Laura, de 6 anos, de Santiago do Cacém

A páginas tantas ... Numa época em que tudo gira em torno dos computadores, da Internet, dos gadgets, falar de livros e sobre livros, e sobretudo continuar a folhear esse magnifico objeto, pode parecer estranho. De Lane Smith, É um livro traduzido já em 17 idiomas e que nos chega através da Editorial Presença, fala-nos exatamente do ser-se um livro. Uma conversa sem “scrolls, passwords ou a screen name”. Um livro divertido que te levará ao prazer da leitura em papel. Se quiseres podes ver uma pequena animação aqui (http://www.youtube.com/watch ?v=x4BK_2VULCU&feature=player_embedded), ou conhecer um pouco mais sobre este autor (http://www.lanesmithbooks. com/LaneSmithBooks/Lane_Smith_Books.html)

Dica da semana Com as férias à porta, é tempo de aventuras com a família e com os amigos. Começa por arranjar um caderno e pintas as páginas com aguadas de cor porque o resultado final será muito mais apelativo. Agora junta bilhetes de espetáculos, cinema, exposições ou até um simples pau de gelado, coisas que tenhas gostado de ver e viver. Cola, desenha, recorta e dá vida ao teu caderno. Quando as férias acabarem podes sempre folheá-lo e relembrar-te de grandes momentos. Agora é tempo da aventura começar.

Agora sim já só apetece brincadeiras ao ar livre e quem é que não gosta de fazer bolas de sabão, com brinquedos próprios ou com uma simples esferográfica? Esta semana vamos ensinar-te a fazer uma serpente de bolas, com dezenas de bolhinhas. Vais precisar de uma garrafa de plástico, um pano de cozinha, um elástico e um alguidar com água e sabão. Cortas o fundo da garrafa e colocas o pano, preso com o elástico (ver imagem). Mergulhas o fundo da garrafa na água e é soprar. Ganha quem conseguir fazer a serpente maior.


A companhia bejense Lendias d’Encantar visita hoje, sexta-feira, a vila de Ourique, propondo dois espetáculos no Cineteatro Sousa Telles. A peça para a infância, “Partida, Lagarta, Fugida!”, será apresentada em duas sessões, às 10 e 30 e às 14 e 30 horas, para as escolas do concelho. Ao serão, a partir das 21 e 30 horas, o palco é da comédia “Grávida Abandonada Procura Namorado”, com texto original de António Manuel Revez e interpretação de Ana Ademar e António Marques Revez.

Fim de semana

Poesia “pintada” na Herdade do Rocim O artista plástico Norberto Nunes propôs-se “pintar” poemas de Fernando Pessoa e o resultado pode ser visto na exposição “Quanto fui, quanto não fui, tudo isso sou!”, cuja inauguração está agendada para amanhã, sábado, na Herdade do Rocim, em Cuba, a partir das 17 e 30 horas. A cerimónia conta com a contribuição do pianista Domingos António.

Festival Terras sem Sombra propõe concerto “Leste/Oeste”

Sofia Gubaidulina e Bach na igreja matriz de Grândola

A

igreja matriz de Grândola é a próxima paragem do Festival Terras sem Sombra, amanhã, sábado, pelas 21 e 30 horas. Edifício característico da arquitetura pombalina, o templo oferece, segundo a organização, a cargo da Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja, o “intimismo adequado a um programa pouco vulgar”, que aproxima a compositora russa contemporânea Sofia Gubaidulina e o mestre supremo do barroco Johann Sebastian Bach, num concerto que dá pelo nome de “Leste/ /Oeste”. A Irene Lima, no violoncelo, e a Pedro Santos, no acordeão, membros de uma elite de intérpretes portugueses que se projetaram internacionalmente, cabe a execução de

21 Diário do Alentejo 17 junho 2011

Lendias d’Encantar com duas peças em Ourique

três momentos culminantes de “As Sete Últimas Palavras de Cristo na Cruz”, obra fundamental de Gubaidulina, que revolucionou a música religiosa nos finais do século XX, e de duas suites para violoncelo de Bach (n.º 1 em sol maior e n.º 2 em ré menor). Em suma, um repertório que promove o encontro entre o sagrado e o profano, “unindo duas tradições musicais europeias, a oriental e a ocidental, numa continuidade espiritual soberba, que apela ao reencontro interior mais profundo”. Recordamos que o Festival Terras sem Sombra, este ano sob a direção artística do italiano Paolo Pinamonti, arrancou em março e já percorreu várias pérolas do património religioso do Baixo Alentejo, em Santiago do Cacém, Almodôvar, Castro Verde e Vila de Frades. A edição de 2011 fecha a 9 de julho, na cidade de Beja, com o concerto “En plein air”, protagonizado pelo tenor Mário João Alves e pela Banda Sinfónica da GNR, dirigidos por Marcello Panni. Tal como o nome sugere, é um concerto ao ar livre enquadrado pela igreja da Misericórdia, na praça da República.

Os “3 Desejos” de Joana Rios em Santiago A cantora e compositora Joana Rios vai estar hoje à noite, a partir das 21 e 30 horas, no Auditório Municipal António Chainho, em Santiago do Cacém, para um espetáculo de apresentação do seu novo disco, “3 Desejos”. Exprimindo-se em português e castelhano, a cantora percorre “sonoridades intensas e cinematográficas”, entre as raízes da música popular e as suas influências de cariz erudito.

Trio Odemira comemora bodas de ouro em Sines Com um DVD comemorativo dos seus 50 anos de carreira acabado de sair, o Trio Odemira sobe amanhã, sábado, ao palco do Centro de Artes de Sines, a partir das 22 horas. Uma oportunidade para voltar a ouvir “Ana Maria”, “Anel de Noivado” e “Tu e eu”, apenas alguns dos mais de mil temas gravados em 92 discos de longa duração e CD. Grupo lendário da música popular em Portugal, o Trio Odemira já atuou nos palcos de boa parte do mundo, da América do Norte ao Extremo Oriente.


22 Diário do Alentejo 17 junho 2011

Esta doce cachorrinha de quatro meses é a última de uma ninhada de quatro irmãs. As outras já foram adotadas e ela espera também a sua oportunidade em breve, pois precisa mesmo de uma família onde possa socializar com os amigos humanos e brincar com conforto e em

segurança. Já está vacinada e desparasitada e em adulta a associação responsabiliza-se pela sua esterilização. Venham conhecê-la ao Cantinho dos Animais de Beja. Contactos: 962432844 sofiagoncalves.769@hotmail.com

Boa vida Comer Caldeirada de lulas Ingredientes para 4 a 5 pessoas 2 kg de lulas 2 cebolas medias 4 dentes de alho 1 dl de azeite 1 molho de salsa q.b. de sal q.b. de pimenta branca moída 400g de tomate 800 g de batatas 100 g de pimentos verdes q.b. de água

Confeção : Arranjam-se as lulas e cortam-se às rodelas. Num tacho coloca-se azeite, alho picado, cebola às rodelas, sal e pimenta. Quando a cebola começar a alourar juntam-se as lulas e deixam-se fritar um pouco. De seguida misturam-se os tomates cortados aos bocados sem pele e sem grainhas e um pouco de água. Quando as lulas estiverem quase cozidas juntam-se as batatas cortadas às rodelas grossas e vai-se adicionando água suficiente para cozer. Quase no final retifique os temperos e junte tiras de pimento verde às tiras finas e polvilhe com salsa picada. Bom apetite…

António Nobre Chefe executivo de cozinha – Hotéis M’AR De AR, Évora

Jazz

Wadada Leo Smith – “Spiritual Dimensions”

C

om o dealbar do novo milénio, a carreira de Wadada Leo Smith parece ter conhecido um revigorado impulso. Basta atentar nas inúmeras formações e gravações dos últimos anos – em diferentes contextos –, desde duos com Anthony Braxton e Jack DeJohnette até ao trabalho com a mais alargada Silver Orchestra, passando pelo Golden Quartet, recentemente alargado para quinteto (como gosta de dizer, “uma formação para a vida, independentemente do pessoal ou da direção que tome”). Como trompetista, compositor, teórico e pedagogo – e membro fundador da seminal AACM (Association for the Advancement of Creative Musicians) – Wadada Leo Smith é figura de proa do jazz americano mais aventuroso do último meio século, nele deixando a sua marca indelével e insuflando nas gerações mais novas a apetência pelo risco e pela liberdade musical. Poucos meses após o magnífico “America” (Tzadik), com DeJohnette como único consorte, o músico voltou a documentar neste duplo ao vivo duas das vertentes mais representativas do seu trabalho recente. O primeiro disco apresenta o Golden Quintet num registo gravado ao vivo na edição de 2008 do Vision Festival, evento icónico da vanguarda nova-iorquina. Da formação avulta a presença do superlativo pianista que é Vijay Iyer – que transita do anterior “Tabligh”, tal como o contrabaixista John Lindberg – e de dois bateristas (Don Moye, essa outra lenda da AACM e do Art Ensemble of Chicago, e Pheeroan AkLaff). Wadada continua a evidenciar uma espantosa amplitude de movimentos, metamorfoseando-se do registo mais clássico e límpido ao mais experimental e árido. Em “Al-Shadhili´s Litany of the Sea: Sunrise” fica bem patente a Wadada Leo Smith – forma notável como a secção rítmica vai burilando “Spiritual Dimensions” a base de sustentação para os voos do trompetista. Disco 1: Wadada Leo Smith Contradizendo o nome da peça, “Pacifica” começa (trompete), Vijay Iyer (piano, efervescente até que, sensivelmente a meio, tudo sintetizador), John Lindberg muda, com o piano esparso e as notas bem medi(contrabaixo), Pheeroan AkLaff das expostas por Smith. Inexplicável é o fade out (bateria) e Don Moye (bateria). abrupto... “Umar at the Dome of the Rock, parts 1 & Disco 2: Wadada Leo Smith 2” começa com um solo de bateria, a que se junta de(trompete), Michael Gregory pois o piano numa dança frenética, interrompida no (guitarra), Brandon Ross momento em que Wadada inicia um belíssimo solo. (guitarra), Nels Cline (guitarra), Depois, a peça adquire progressivamente contornos Lamar Smith (guitarra), de maior abstração, com John Lindberg a explorar Okkyung Lee (violoncelo), Skuli as potencialidades do contrabaixo até ao âmago. O Sverrisson (baixo elétrico), disco termina com “South Central L. A. Kulture” e o John Lindberg (contrabaixo) seu balanço funk. e Pheeroan AkLaff (bateria) No segundo disco, gravado em abril de 2009, o trompetista rodeia-se de uma formação atípica, baEditora: Cuneiform Records tizada Organic e de constituição mais recente: quaAno: 2009 tro (!) guitarras, dois baixos, violoncelo e bateria. Claramente continuador da estética desenvolvida por Miles Davis na viragem dos anos 60 para os anos 70 do século passado, o som da formação consubstancia-se em longas deambulações cheias de um groove elétrico alimentado pelo tricot de alta voltagem tecido pelas guitarras, ora mais abrasivo (“South Central L. A. Kulture”, “Angela Davis”) ora mais atmosférico e espiritual (“Joy:Spiritual Fire:Joy”). A peça central é “Organic”, que começa maquinal e depois evolui para um funk hipnótico. Não será para todos os ouvidos, mas “Spiritual Dimensions” é mais uma prova cabal da relevância musical de alguém que se recusa a estagnar e que continua tão interveniente como no princípio. Não esquecer que Wadada Leo Smith é um dos nomes de proa do cartaz do Jazz em agosto 2011, apresentando-se com os Organic no dia 7 daquele mês estival. António Branco

Petiscos Pelos vilões, marchar, marchar!

C

onta-se que num desses juramentos de bandeira que havia, e há, aí pelos quartéis do país inteiro, um dia, uma mãe extasiada com o seu garboso filho desfilando com o batalhão de instrução, dizia para o marido: “Oh! Zé, vê só o nosso Carlinhos. Que bem que ele vai. Tão bem posto, tão direito, tão composto, marchando com perfeição. E é o único que vai com o passo certo. Os outros todos vão com o passo trocado!”. O molho de vilão, o meu molho de vilão, o molho de vilão da tradição bejense nos apertos dos calores do verão, também vai com o passo trocado. Ninguém o prepara assim, como nós fazemos. Pode-se procurar nos livros da especialidade, compêndios, livros grossos, fininhos, antigos, mais modernos, com e sem fotografias, apontamentos diversos, tanto faz, desde que não tenha origem em Beja ou nos seus arrabaldes, ninguém o faz como nós. Comecemos então pelo princípio, como São João, a Águia de Pathmos, para quem no princípio era o verbo. Segundo o Jorge Pestana Bastos está mal traduzido do grego, mas isso são outras histórias. Aqui, no princípio, era a velha intenção de, durante os estios e as suas altas temperaturas, se conseguir que os alimentos se preservassem durante mais tempo. Neste caso com recurso ao vinagre. É portanto uma peça de caça ou capoeira, assada ou cozida, partida em pequenos bocados, acrescentada com cebola e salsa ou coentros, em infusão num molho vinagrette, desculpem lá o galicismo. Um molho que leva azeite, vinagre, sal e pimenta. Toma no Alto Alentejo o singular nome de São Cristóvão. E que serve para fazer 20 pratos diferentes. O nosso molho de vilão tinha e tem uma pequena diferença. Mas nessa diferença cabia Beja inteira. O animal – supúnhamos que é uma perdiz mas pode ser uma galinha de campo ou um coelho – é bem grelhado, se possível no carvão, e esquartejado em pequenos troços. Leva o referido molho, azeite, muito e bom vinagre, sal e pimenta, cebola cortada fina e coentros picados. Mas além disso – e aqui é que está o segredo – a carcaça sobejante, acastanhada pelas brasas, é cozida em pouca água e uma cebola inteira, longamente, horas a fio, de forma a dali resultar um caldo escuro e grosso, com intenso sabor a carne. É esse caldo que se junta ao citado molho e que o torna diferente. Há também quem coza a peça e junte o caldo do cozido. Pessoalmente, prefiro da forma que indiquei. Come-se três dias depois. De preferência mais. Não vai ao frio, salvo duas ou três horas antes de ser consumido para refrescar. Faça, é simples, é fresco. O calor está a caminho. Espere por ele à antiga: com um bom molho de vilão! António Almodôvar


Alojamento: O Monte da Herdade da Coitadinha é o centro do Parque de Natureza de Noudar. A casa principal tem seis quartos standard, duplos, com casa de banho privativa. O antigo refeitório dos trabalhadores foi ampliado e transformado também numa zona de alojamento para grupos maiores, até 30 pessoas.

Como chegar: O Parque de Natureza de Noudar fica a oito quilómetros de Barrancos, na estrada que liga a vila ao Castelo de Noudar. Uma estrada em mau estado de conservação, apenas alcatroada num pequeno troço.

Atividades: Passeios a pé, de bicicleta ou de carro elétrico; visitas acompanhadas por especialistas; organização de piqueniques, caças ao tesouro, observação de fauna e flora; etc.

23 Diário do Alentejo 17 junho 2011

Onde comer: Os restaurantes mais perto situam-se em Barrancos, mas os visitantes podem também solicitar, por encomenda, a confeção de refeições no Parque de Noudar. Ali existe também uma loja que vende produtos da herdade, nomeadamente mel, chás e algum equipamento.

Mais informações em http://www.parquenoudar.com/

Parque de Natureza de Noudar À espera do lince ibérico

A

estrada não é convidativa, mas a paisagem é deslumbrante neste mês de junho de muita chuva. Com a terra menos seca do que é habitual, o verde ainda irrompe aqui e ali. De repente uma manada de vacas atravessa o caminho, com dois vaqueiros, a cavalo, um à frente outro atrás. Seguimos uma dezena de minutos em fila indiana, até que elas entram por uma porta na vedação. Estão a mudar de pastagem e são um dos elementos marcantes na atividade agropecuária da Herdade da Coitadinha, com uma área de mil hectares, adquirida em 1997 pela Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA), com o objetivo de desenvolver nesta propriedade “um projeto de compensação pela perda de habitats a nível dos ecossistemas de montado, galerias ripícolas e matagais mediterrânicos” provocados pela construção da barragem de Alqueva. Nasceu assim o Parque da Natureza de Noudar assente nas vertentes ambiental, agrícola e turística. O antigo monte foi transformado em alojamento turístico e o estudo e a valorização ambiental, integrada na Rede Natura, são hoje uma realidade. “Esta é uma paisagem muito intensa que toca quem nos visita e que os faz voltar. Temos este silêncio muito próprio que é feito de todo este barulho dos pássaros, das vacas logo de manhã, das rãs à noite, um silêncio muito povoado. Não é uma paisagem plastificada ou esverdeada. É o Alentejo puro e duro”, diz a diretora do Parque, Bárbara Pinto, enquanto conversamos numa das varandas da casa principal, de onde se tem uma vista magnífica. “A primavera é a época mais bonita porque os campos fazem tapetes enormes de cores que vão do roxo ao amarelo, ao vermelho e ao branco. Tudo isto rebenta em cor. Agora no verão temos um ambiente mais duro, também com uma beleza muito própria, e onde assenta bem a palavra resistência. É quando melhor percebemos o que o Alentejo é, por que é que os Alentejanos são o povo que são, uma vez que as condições ambientais e de clima são as mais difíceis, mas que cada vez são também as mais procuradas pelas pessoas, pelos turistas que nos visitam, dada a sua força”. Bárbara Pinto é bióloga e, durante a nossa conversa, repetidas vezes fala desse “tesouro ambiental” que, na sua opinião, constitui

toda esta região. E, embora saliente que cada uma das suas componentes é uma peça importante no todo, destaca algumas. “São mil hectares de diversidade, um autêntico hotspot de biodiversidade. Ao todo temos, nos vários grupos biológicos, para cima de mil espécies identificadas. Em termos de flora já identificámos aqui uma espécie nova para Portugal, que não estava identificada em mais lado nenhum do País, ligada às zonas mais húmidas, de ribeira; temos também um conjunto de 10 espécies de plantas que são muito raras em Portugal e que existem aqui no Parque”. Para a bióloga, o objetivo deste projeto é provar que é possível “compatibilizar biodiversidade com agricultura e com turismo, que são áreas que andam muitas vezes em conflito. Mas são estes valores naturais, em conjunto que trazem cá as pessoas”. Mas não só: há muitas propostas de atividades para quem visita o Parque de Noudar (que foi buscar o nome ao castelo vizinho, que domina a paisagem, mas cujo estado de JOSÉ FERROLHO

Vamos lá saindo

conservação, sobretudo das muralhas, torna atualmente perigosa qualquer visita). “Apesar de toda esta calma temos aqui muitas atividades. As pessoas podem encontrar desde o silêncio à tranquilidade absoluta e ao não fazer nada, até a descoberta empenhada dos valores culturais e ambientais desta região. Não temos aqui as atividades mais tipificadas, tipo radicais. Não temos nada disso. Temos sim trilhos por toda a herdade que podem ser percorridos a pé, de bicicleta ou em carrinhos elétricos todo o terreno. Os trilhos podem ser acompanhados através de um guia digital que dá uma total autonomia às pessoas e em que está toda a informação que cada visitante vai encontrar em cada trilho, e que vai desde o cantar das aves – e muitas vezes as próprias aves que estão no terreno reagem ao canto que ouvem do equipamento, interagindo com ele – até ao poderem reconhecer todas as plantas ali existentes”, diz Bárbara Pinto Os oito carros elétricos, com uma autonomia de quatro horas, são um verdadeiro

sucesso. “Não fazem ruído, não poluem, os percursos pelos quais podem andar estão todos identificados e podem servir de meio de transporte para, por exemplo, os visitantes usufruírem de um outro produto que nós oferecemos, que é o de um piquenique no campo. Preparamos uma cesta de piquenique, com todo o equipamento necessário que vai desde a louça à manta para se deitar, o que é muito agradável” refere a diretora do Parque. Mas não é só de dia que existe a oferta de atividades. A noite é também terreno propício para “sair a descoberta”. Sobretudo a noite escura que deixa ver o céu estrelado. “A noite aqui tem muita qualidade, nas noites sem lua o céu é muito escuro e, para quem gosta de astronomia e de observar o céu, é um dos melhores locais para o fazer no nosso país, aliás como em toda esta região de Alqueva. Temos também várias atividades que se fazem à noite, como a observação de fauna maior, javalis ou veados, que se observam ao crepúsculo, caças ao tesouro noturnas, dirigidas também a adultos, que são também muito divertidas”, diz Bárbara Pinto, salientando que está neste momento em curso um projeto com vista a criar as condições para a reintrodução do lince ibérico no parque. “Estamos muito empenhados nisso. Temos já projetos financiados para fazer a reabilitação destes habitats todos, porque esta zona de Moura/Barrancos é uma zona de ocorrência histórica do lince. Ainda no ano passado tivemos aqui a presença confirmada de um lince. Era um lince do programa espanhol da Junta da Andaluzia, que estava identificado, tinha um chip e era seguido por satélite. Por isso, era fácil saber onde é que ele estava. Os linces precisam de territórios muito grandes, que para além de abrigo e refúgio têm que ter comida. O lince que aqui esteve no ano passado percorria em cada migração cerca de 400 quilómetros”, refere a bióloga, dizendo que, “como 98 por cento da alimentação do lince tem na base o coelho bravo, temos que começar por recuperar as populações de coelho bravo, e estabelecer essa como a área prioritária para a introdução de linces, que poderão vir dos centros de reprodução, em cativeiro, ou mesmo favorecendo populações que ainda possam existir aqui na serra Morena, no lado espanhol”. Projetos de um projeto já “maduro” no terreno, entre a ribeira de Múrtiga e o rio Ardila (do outro lado já é Espanha), que tem visto o número de visitantes aumentar, sobretudo nos fins de semana e férias, mas também nos períodos da passagem de ano e da Páscoa. “Nós abrimos ao público em 2006 a componente de alojamento e daí para cá, todos os anos, as nossas taxas de ocupação têm aumentado e consolidado. Passámos de um público mais generalista para grupos mais especializados, que voltam muitas vezes, e mesmo nestes tempos difíceis que estamos a atravessar não notamos ainda uma grande quebra”, salienta Bárbara Pinto. Carlos Júlio


Nº 1521 (II Série) | 17 junho 2011

FUNDADO A 1/6/1932 POR CARLOS DAS DORES MARQUES E MANUEL ANTÓNIO ENGANA PROPRIEDADE DA AMBAAL – ASSOCIAÇÃO DE MUNICÍPIOS DO BAIXO ALENTEJO E ALENTEJO LITORAL Presidente do Conselho Directivo Jorge Pulido Valente | PRACETA RAINHA D. LEONOR, 1, 7800-431 BEJA | Publicidade e assinaturas TEL 284 310 164 FAX 284 240 881 comercial@diariodoalentejo.pt Direcção e redacção TEL 284 310 165 FAX 284 240 881 jornal@diariodoalentejo.pt | Assinaturas País € 28,62 (anual) € 19,08 (semestral) Estrangeiro € 30,32 (anual) € 20,21 (semestral) Director Paulo Barriga (CP2092) | Redacção Bruna Soares (CP 8083), Carla Ferreira (CP4010), Carlos Lopes Pereira (CP2969), Nélia Pedrosa (CP3586), Ângela Costa (estagiária) Fotografia José Ferrolho, José Serrano | Cartoons e Ilustração Carlos Rico, Luca, Paulo Monteiro, Susa Monteiro | Colaboradores da Redacção Alberto Franco, Aníbal Fernandes, António Melão, Carlos Júlio, Marco Monteiro Cândido, João Fialho | Provedor do Leitor João Mário Caldeira | Colunistas António Almodôvar, António Branco, António Nobre, Constantino Piçarra, Francisco Pratas, Geada de Sousa, José Saúde, Luiz Beira, Rute Reimão | Opinião Ana Paula Figueira, Arlindo Morais, Bruno Ferreira, Carlos Félix Moedas, Cristina Taquelim, Firmino Paixão, Francisco Marques, Francisco Martins Ramos, Graça Janeiro, João Madeira, José Manuel Basso, Luís Afonso, Luís Covas Lima, Luís Pedro Nunes, Manuel António do Rosário, Maria Graça Carvalho, Nuno Figueiredo Publicidade e assinaturas Ana Neves | Paginação Antónia Bernardo, Aurora Correia, Cláudia Serafim | DTP/Informática Miguel Medalha Projecto Gráfico Alémtudo, Design e Comunicação (alemtudo@sapo.pt) Depósito Legal Nº 29 738/89 | Nº de Registo do título 100 585 | ISSN 1646-9232 Nº de Pessoa Colectiva 501 144 587 Tiragem semanal 6000 Exemplares Impressão Grafedisport, SA – Queluz de Baixo | Distribuição VASP

RIbanho

www.diariodoalentejo.pt POR LUCA

Hoje, sexta-feira, prevê-se céu pouco nublado. A temperatura vai oscilar entre os 13 e os 29 graus centígrados. Amanhã, sábado, o sol deverá brilhar e no domingo espera-se céu limpo.

Gabriel Rui Silva revisita em livro o escritor bejense

Manuel Ribeiro, comunista e católico

N

ascido em Albernoa, o ativista político, poeta e romancista Manuel Ribeiro (1878-1941), hoje pouco mais do que um nome de largo em Beja, é revisitado pelo investigador Gabriel Rui Silva no livro Manuel Ribeiro, o romance da fé, a apresentar amanhã, sábado, na Biblioteca Municipal de Beja, pelas 17 horas. A obra, uma versão não académica da tese de doutoramento do autor, desvenda o percurso de um homem que sonhou com uma aliança entre católicos e comunistas e que deixou em Sarça Ardente “uma das mais belas declarações de amor ao Alentejo”. Manuel Ribeiro foi o autor mais lido nos anos 20 do século passado em Portugal. Hoje é praticamente um desconhecido. Porquê?

Manuel Ribeiro, hoje desconhecido, atreveu-se a pensar pela sua própria cabeça. Aderiu à causa do sindicalismo revolucionário e atingiu a liderança. Rompeu com os anarcossindicalistas, depois de ser um dos fundadores de “A Batalha”, e criou a Federação Maximalista Portuguesa, embrião do partido comunista português, partido cuja constituição protagonizou. Rompeu com o partido que ajudara a fundar depois de um retiro espiritual na mais rigorosa ordem católica, a Cartuxa, aproximando-se dos valores da democracia cristã e, por fim, afastou-se de uma igreja que o pretendeu instrumentalizar. Tudo isto sem ser apóstata e com um projeto muito preciso e seu que vinha delineando desde 1914. Em que consistia este seu projeto, hoje impensável, de aliança entre o catolicismo e o PUB

comunismo?

Gabriel Rui Silva 54 anos, natural de Almada

Licenciado em Filologia Românica, dedicou a sua tese de doutoramento em literatura portuguesa ao autor bejense Manuel Ribeiro. É atualmente membro do Centro de Estudos em Letras (CEL) da Universidade de Évora e durante anos lecionou em França, enquanto assistente de língua portuguesa, e, em Itália, na qualidade de leitor de português, nas universidades de Bolonha e de Perugia. Desenvolveu também trabalho na área da poesia experimental, organizando e participando em exposições em Portugal e no estrangeiro.

O que Ribeiro parece ter antevisto foi a realidade que muitos anos depois se materializou na Itália do pós-guerra: o compromisso histórico, a aliança entre comunistas e católicos. Ribeiro parece ser o grande precursor de um projeto que lhe permitiu pensar como possível a ultrapassagem do emergente poder de Salazar a partir de 1930, ano em que publica Novos Horizontes, ensaio para uma democracia cristã; ano, aliás, em que se reaproxima do PCP de Bento Gonçalves e dirige “Renascença”, revista católica que está na origem da rádio com o mesmo nome. Facto é que Ribeiro se viu impossibilitado de publicar o segundo volume do seu ensaio e viu frustrada uma segunda tentativa com o jornal “Era Nova”. De que forma é que a região onde nasceu e cresceu se encontra presente nos seus escritos?

Manuel Ribeiro publicou 10 romances, entre eles A Planície Heroica, romance que importa ler conjuntamente com O Crime do Padre Amaro, de Eça, pois é o seu antípoda, um romance todo ele passado no Baixo Alentejo. Por sua vez, A Batalha nas Sombras impõe a sua alta temperatura narrativa no espaço alentejano e, por fim, Sarça Ardente, romance póstumo, é uma das mais belas declarações de amor ao Alentejo. As pausadas mas musculadas descrições de Ribeiro, a sua propensão contemplativa, o sol, o ar e a terra que preenchem os seus romances só são possíveis a quem bebeu com o leite materno a vastidão da planície. Entrevista de Carla Ferreira

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Musibéria abre portas amanhã em Serpa O Musibéria - Centro Internacional de Músicas e Danças do Mundo Ibérico abre, amanhã, sábado, pelas 18 horas, em Serpa. O Musibéria, projeto da Câmara Municipal de Serpa, orçado em dois milhões de euros e cofinanciado pelo Inalentejo e pelo QREN, tem como objectivo principal difundir internacionalmente, através de atividades culturais e educacionais, a música e a dança de ascendência Luso-Espanhola (ALE) existente em todo o mundo. O centro irá acolher, entre outras atividades, cursos de curta duração, simpósios e semestres académicos. A Câmara Municipal de Serpa adianta que o centro “pretende ser um braço especializado das entidades universitárias que o utilizem, oferecendo formação em música e dança de raiz ibérica a artistas, alunos, professores e público em geral”. A cerimónia de inauguração conta com as participações do Grupo Coral e Etnográfico da Casa do Povo de Serpa, grupo Mosto e Duo Ibéria. Laurent Filipe, diretor-geral do centro, também marcará presença.

Feira de S. João em Colos A vila de Colos, no concelho de Odemira, vai estar em festa com a Feira de S. João, entre os dias 23 e 25. A feira tradicional apresenta-se este ano renovada e mais dinâmica. Mostra de gado, artesanato ao vivo, produtos locais, música tradicional, mastro de S. João e bailes são alguns dos ingredientes deste evento, que decorrerá junto ao Campo de Futebol de Colos. A mostra de artesanato e produtos locais poderá ser vista entre as 10 e as 22 horas, com entradas livres. No dia 23, quinta-feira, pelas 22 horas, haverá a tradicional fogueira de S. João e na noite de 24 acontece um baile com a banda Karisma. No dia 25, pelas 9 horas, decorre um passeio equestre e, pelas 16 horas, terá início um espetáculo de música tradicional, com a actução dos grupos corais Vozes Femininas de Amoreiras-Gare, Vozes de Casével, Os Cardadores da Sete, Gentes do Alto Mira e Maravilhas do Alentejo. À noite haverá baile com a artista Ana Páscoa. A iniciativa é promovida, entre outras entidades, pela Junta de Freguesia de Colos, que conta com o apoio do município de Odemira e da Sociedade Recreativa Colense.


Castro promove formação em apicultura e horticultura

Sexta-feira, 17 junho 2011 Nº 1521 (II Série)

A Câmara de Castro Verde, em colaboração com o Centro de Formação Profissional de Aljustrel, vai desenvolver um conjunto de ações de formação em áreas que permitam o desenvolvimento ou o início de atividades produtivas, nomeadamente apicultura e horticultura. A formação, a decorrer em horário pós-

-laboral ou aos sábados, conforme horário a estabelecer com os interessados em número de pelo menos 10 participantes, são gratuitas e estão abertas a todos os interessados com formação escolar superior ao 4.º ano de escolaridade. As inscrições, abertas até ao dia 30, podem ser efetuadas no edifício da câmara.

JOSÉ FERROLHO

Cadernodois

Casa Agrícola Cores de Lobão investe sete milhões de euros

Mais 600 mil oliveiras e novo lagar em Serpa A Casa Agrícola Cortez de Lobão volta a investir no concelho de Serpa. Estão a ser plantadas 600 mil oliveiras e a construir-se um lagar. A produção de azeite vai duplicar. O novo lagar terá capacidade para transformar 450 toneladas de azeitona por dia, o equivalente a uma produção de mais de seis mil toneladas de azeite por campanha olivícola.

A PUB

Casa Agrícola Cortez de Lobão está a plantar 600 mil oliveiras e a construir

um lagar no concelho de Serpa, num investimento de sete milhões de euros, que irá permitir duplicar a produção de azeite. Das novas 600 mil oliveiras, 300 mil já estão plantadas na herdade Maria da Guarda e as restantes vão ser plantadas até à primavera de 2012 naquela e na herdade vizinha da Capela, disse à Lusa João Cortez de Lobão, da casa agrícola. Após a conclusão da plantação do novo olival, que vem juntar-se às 500 mil oliveiras plantadas numa primeira fase na herdade Maria da Guarda, a casa agrícola,

no total das duas herdades, ficará com um milhão e 100 mil oliveiras de quatro variedades e dispersas por 1350 quilómetros de linhas de árvores. O lagar, que está a ser construído na herdade Maria da Guarda, deverá ficar concluído “entre o final deste ano e o primeiro trimestre do próximo ano” e começar a funcionar na campanha olivícola de 2012, estimou João Cortez de Lobão. O novo lagar terá capacidade para transformar 450 toneladas de azeitona por dia, o equivalente

a uma produção de mais de seis mil toneladas de azeite por campanha olivícola, precisou. Através do investimento no novo olival e no lagar, a herdade Maria da Guarda irá “duplicar” a produção de azeite, disse o responsável, referindo que este ano a herdade produziu 500 toneladas de azeite e prevê produzir 700 toneladas em 2012 e um milhão de toneladas de azeite em 2013. Atualmente, “mais de 60 por cento” da produção de azeite da herdade, um azeite virgem extra comercializado sob a marca

“Lagaretta”, é exportado para os Estados Unidos da América, Itália, Espanha e Brasil, disse. A plantação do novo olival e a construção do lagar correspondem à segunda fase do projeto de investimento da Casa Agrícola Cortez de Lobão no concelho de Serpa, num total de 14 milhões de euros. O projeto arrancou em 2006 com a primeira fase, que incluiu a conversão de uma área de 500 hectares em regadio e a plantação de 500 mil oliveiras na herdade Maria da Guarda, num investimento de sete milhões de euros.


2 / cadernodois / Diário do Alentejo /17 de junho de 2011

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3 / cadernodois / Diário do Alentejo /17 de junho de 2011

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4 / cadernodois / Diário do Alentejo /17 de junho de 2011

institucional/diversos Diário do Alentejo nº 1521 de 17/06/2011 2ª Publicação

Diário do Alentejo nº 1521 de 17/06/2011 Única Publicação

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N.º da Venda: 0248.2011.39 - Fracção autónoma designada pelas letras “BC”, correspondente ao nono andar A, tipologia T2, com a área bruta privativa de 83,8000 m2, destinado a habitação, do prédio urbano sito Avenida Cidade de Bratislava, lote 6 em Lisboa, inscrito na matriz da freguesia de Marvila, concelho de Lisboa sob o artigo 2642. Manuel José Borracha Pólvora, Chefe de Finanças do Serviço de Finanças BEJA-0248, sito em PRACA DA REPUBLICA, BEJA, faz saber que irá proceder à venda por meio de propostas em carta fechada, nos termos dos artigos 248.º e seguintes do Código de Procedimento e de Processo Tributário (CPPT), do bem acima melhor identificado, penhorado ao executado infra indicado, para pagamento de divida constante em processo(s) de execução fiscal. É fiel depositário(a) o(a) Sr(a) ANTONIO JOSE VIEIRA DE MATOS, residente em BEJA, que deverá mostrar aquele bem a qualquer potencial interessado (249.º/6 CPPT), entre as 09:00 horas do dia 2011-06-10 e as 16:00 horas do dia 2011-07-26 O valor base da venda (250.º CPPT) é de € 71.385,00. As propostas deverão ser enviadas via Internet, mediante acesso ao “Portal das Finanças”, em www.portaldasfinancas.gov.pt na opção “Venda de bens penhorados” ou entregues neste Serviço de Finanças, em carta fechada dirigida ao Chefe do Serviço de Finanças, mencionando o número da venda no envelope e na respectiva proposta, indicando nesta ultima, nome, morada e número de identificação fiscal do proponente. O prazo para recepção de propostas termina às 16:00 horas do dia 2011-07-26 procedendo-se à sua abertura pelas 10:00 horas do dia 201107-27, na presença do Chefe do Serviço de Finanças (253.º/a CPPT). Não serão consideradas as propostas de valor inferior ao valor base da venda (250.º/c CPPT). Se o preço mais elevado, com o limite mínimo do valor base para venda, for oferecido por mais de um proponente, abre-se licitação entre eles, salvo se declararem que pretendem adquirir o(s) bem(ns) em compropriedade (253.º/b CPPT). Estando presente só um dos proponentes do maior preço, pode esse cobrir a proposta dos outros, caso contrário proceder-se-á a sorteio (253.º/c CPPT). A totalidade do preço deverá ser depositada, à ordem do órgão de execução fiscal, no prazo de 15 dias, contados do termo do prazo de entrega das propostas, mediante guia a solicitar junto do órgão de execução fiscal, sob pena das sanções previstas na lei do processo civil (256.º/e CPPT e 898.º Código de Processo Civil - CPC). No caso do montante superior a 500 unidades de conta, e mediante requerimento fundamentado, entregue no prazo de 5 dias, contados do termo do prazo de entrega de propostas, poderá ser autorizado o depósito, no prazo mencionado no parágrafo anterior, de apenas a uma parte do preço, não inferior a um terço, e o restante em até 8 meses (256.º/f CPPT). A venda pode ainda estar sujeita ao pagamento dos impostos que se mostrem devidos, nomeadamente o Imposto Municipal Sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis, o Imposto do Selo, o Imposto Sobre o Valor Acrescentado ou outros. Mais, correm anúncios e éditos de 20 dias (239º/2 e 242º/1 CPPT), contados da 2.ª publicação (242º/2), citando os credores desconhecidos e os sucessores dos credores preferentes para reclamarem, no prazo de 15 dias, contados da data da citação, o pagamento dos seus créditos que gozem de garantia real, sobre o bem penhorado acima indicado (240º/CPPT). Teor do Edital: Identificação do Executado: N.º de Processo de Execução Fiscal: 0248200901042920 NIF/NIPC: 110616626 Nome: ANTONIO JOSE VIEIRA DE MATOS Morada: R FERNANDO NAMORA 13 - BEJA - BEJA 2011-06-07 O Chefe de Finanças: Manuel José Borracha Pólvora O Chefe de Finanças: Manuel José Borracha Pólvora

EDITAL JORGE PULIDO VALENTE, PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE BEJA: FAZ PÚBLICO, nos termos do artigo 77º. do DecretoLei 380/99, de 22 de Setembro, na redacção conferida pelo Decreto-Lei nº.46/2009, de 20 de Fevereiro, que se encontra aberto por um período de 22 dias úteis, a decorrer entre 7 de Junho e 11 de Julho de 2011, a discussão pública da alteração ao Plano de Urbanização da Expansão Norte - Beja, cujos documentos estão disponíveis para consulta nos seguintes locais: • Instalações dos Serviços Técnicos da Câmara Municipal de Beja – Praça da República, nº.41 - Beja; • Página do Município na Internet. As reclamações, observações ou sugestões deverão ser apresentadas por escrito. Beja, 3 de Junho de 2011 O Presidente da Câmara Municipal de Beja Jorge Pulido Valente

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5 / cadernodois / Diário do Alentejo /17 de junho de 2011

institucional/diversos Diário do Alentejo nº 1521 de 17/06/2011 1ª Publicação

Regulamento do Concurso de Ideias para a Elaboração de um Logotipo da Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo – CIMBAL – Artigo 1.º (Objecto) O presente regulamento estabelece o quadro do concurso para a elaboração de um logótipo da Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo, sendo esta a entidade promotora do concurso. Artigo 2.º (Princípios Fundamentais) 1. O presente concurso admite a participação de pessoas singulares ou colectivas. 2. Qualquer trabalho que não seja original será de imediato desclassificado. 3. A figuração nos suportes de qualquer marca, assinatura, rubrica ou qualquer elemento que à identificação do concorrente será motivo de desclassificação. 4. Reserva-se o direito de não atribuição de qualquer prémio caso o nível dos trabalhos não seja considerado adequado. 5. Da decisão do júri não existirá recurso. Artigo 3.º (Disposições Gerais) 1. O tema do logótipo deverá reflectir o território e o objecto / atribuições da CIMBAL; 2. O logótipo seleccionado será utilizado nos documentos administrativos, formulários, materiais de divulgação, páginas web ou outros elementos identificativos da Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo. Artigo 4.º (Júri) 1. O júri de avaliação dos logótipos do concurso será constituído pelos seguintes elementos: a. Presidente da Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo, Jorge Pulido Valente; b. Vice-Presidente da Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo, João Manuel Rocha da Silva; c. Vice-Presidente da Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo, António José Messias do Rosário Sebastião; 2. O concurso é interdito a qualquer elemento do júri, assim como às demais pessoas envolvidas na sua organização. 3. O anonimato dos concorrentes só será levantado após a classificação final. 4. Os membros do júri são obrigados ao sigilo. 5. Compete ao júri a verificação da conformidade das propostas com os requisitos do concurso e a avaliação dos trabalhos aceites. 6. o Júri reserva o direito de não atribuição do prémio, caso a qualidade dos trabalhos não o justifique. Artigo 5.º (Publicitação do Regulamento e Abertura do Concurso) 1. A abertura do concurso será publicitada num jornal regional, bem como no site do Beja Digital – www. bejadigital.pt 2. No site será ainda disponibilizado o regulamento do concurso. 3. A divulgação do concurso será diligenciada junto das escolas superiores, secundárias e profissionais, bem como dos 13 Municípios que fazem parte da área geográfica da CIMBAL. 4. O concurso decorrerá entre os dias 17 de Junho e 9 de Julho de 2011. Artigo 6.º (Apresentação dos Logótipos) 1. Os trabalhos deverão ser entregues em suporte de papel com a respectiva impressão em formato A4. Deverá ser apresentada: - Uma versão a cores; - Outra em escala de cinza. 2. O autor da proposta vencedora deverá apresentar uma versão digital do logótipo em formato editável (vectorial). 3. Os trabalhos deverão ser entregues, em envelope A4 fechado, com a menção exterior “Concurso de Ideias para um Logótipo da CIMBAL”. O interior deste envelope

deverá conter: a) As várias versões do logótipo (acima referidas); b) Uma memória descritiva e justificativa da escolha feita; c) Um envelope fechado (sigiloso), sem qualquer identificação exterior, contendo no seu interior a identificação, morada, e-mail e contacto telefónico do autor, em letra legível, bem como fotocópia do documento identificativo (BI ou Cartão do Cidadão) e do NIF e a declaração (presente em anexo) devidamente preenchida e assinada. 4. Os trabalhos serão entregues em mão (até às 17:00 horas, do dia 9 de Julho de 2011) ou por carta registada, com aviso de recepção, para a seguinte morada (contando neste caso a data de expedição): Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo (Concurso de Ideias para um Logótipo da CIMBAL) Praceta Rainha D. Leonor nº 1 Apartado 70 7800 – 953 Beja 5. Cada candidato poderá apresentar num máximo três trabalhos a concurso, que poderão ser a nível individual ou colectivo. Artigo 7.º (Avaliação das Propostas) Os critérios de avaliação do logótipo são os seguintes: • Criatividade, reflectindo: - Carácter dinâmico (15%) - Inovador (20%); • Adequação da imagem ao objecto do concurso, permitindo: - Legibilidade e reconhecimento fácil da CIMBAL (25%) - Carácter intermunicipal (20%); • Qualidade da imagem permitindo: - Transposição fácil para os meios electrónicos (10%); - Reprodução em pequenas e grandes superfícies (10%); Artigo 8.º (Prémio) O prémio é único, sendo atribuído à proposta vencedora o valor pecuniário de 500,00€ (quinhentos euros). Artigo 9.º (Divulgação) 1. O resultado do concurso considera-se oficialmente divulgado após a afixação da lista, no site do Beja Digital, e a comunicação por escrito ao concorrente premiado. 2. O logótipo vencedor será apresentado, oportunamente. Artigo 10.º (Direitos de Propriedade) 1. O logótipo vencedor será propriedade da Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo. 2. Os direitos de propriedade intelectual serão detidos pelo autor do logótipo. 3. A entidade proprietária do logótipo reserva-se o direito de o utilizar sob a forma e para os efeitos que lhe aprouver. 4. O júri poderá sugerir adequações ao logótipo vencedor, de acordo com o seu autor. 5. Os restantes logótipos são propriedade exclusiva dos seus autores. Artigo 11.º (Disposições Finais) 1. A resolução de casos omissos ou dúvidas caberá aos membros do júri. Para tal, o júri deverá ser contactado formalmente dentro do prazo limite de apresentação dos logótipos. 2. A participação neste concurso implica a aceitação deste Regulamento sem reservas. O Presidente do Conselho Executivo Jorge Pulido Valente

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†. Faleceu a Exma. Sra. D. ISAURA ROSA DA CONCEIÇÃO, de 76 anos, natural de São Nossa Senhora das Neves – Beja, casada com o Exmo. Sr. Cândido António Aurélio. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 09, da Casa Mortuária de Nossa Senhora das Neves, para o cemitério local.

†. Faleceu a Exma. Sra. D. ANA BENTES, de 88 anos, natural de Salvada – Beja, casada com o Exmo. Sr. José Mestre Graça. O funeral a cargo desta Agência realizouse no passado dia 10, da Casa Mortuária de Salvada, para o cemitério local.

†. Faleceu a Exma. Sra. D.

†. Faleceu a Exma. Sra. D.

FRANCISCA MARIA, de 89 anos, natural de Alcaria Ruiva - Mértola, viúva. O funeral a cargo desta Agência realizouse no passado dia 10, da Casa Mortuária de Nossa Senhora das Neves, para o cemitério local.

MARIA MARGARIDA CHIADO BARROCAS, de 78 anos, natural de São João Baptista - Beja, solteira. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 11, das Casas Mortuárias de Beja, para Jazigo de família no cemitério desta cidade.

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Nasceu 11.03.1952 Faleceu 13.06.2011

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Faleceu o Ex. Sr. Marciano Parreira Graça, natural de Vidigueira, Casado. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 09, da casa mortuária de Selmes para o cemitério local. Sua esposa, cunhada, sobrinhos e restante família na impossibilidade de o fazer pessoalmente agradecem por este meio a todas as pessoas que o acompanharam à sua ultima morada ou de outro modo manifestaram o seu pesar.

Faleceu o Ex. Sr. Ernesto José Cossano Correia, natural de Selmes, Divorciado. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 15, da casa mortuária de Vidigueira para o cemitério local. Seus filhos e restante família na impossibilidade de o fazer pessoalmente agradecem por este meio a todas as pessoas que o acompanharam à sua ultima morada ou de outro modo manifestaram o seu pesar.

AGÊNCIA FUNERÁRIA ESPÍRITO SANTO, LDA. Tm 963044570 – Tel. 284441108 Rua das Graciosas, 7

AGÊNCIA FUNERÁRIA ESPÍRITO SANTO, LDA. Tm 963044570 – Tel. 284441108 Rua das Graciosas, 7

7960-444 VILA DE FRADES/VIDIGUEIRA

7960-444 VILA DE FRADES/VIDIGUEIRA

Serpa PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO

Vale de Vargo

Faleceu 08.06.2011

Margarida da Piedade Abraços de Brito Orelhas Marido, filhos, netos, irmãs, sobrinhos e restante família cumprem o doloroso dever de participar o falecimento da sua ente querida ocorrido no dia 09/06/2011, e na impossibilidade de o fazer individualmente vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que a acompanharam à sua última morada ou que de qualquer forma manifestaram o seu pesar.

FRANCISCO SILVA RODRIGUES, de 47 anos, natural de São Matias - Beja, solteiro. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 14, da Igreja Paroquial de São Matias, para o cemitério local.

h É com enorme pesar e solidários na dor da família que participamos o falecimento do Sr. Horácio Seita Galego de 84 anos, viúvo. O funeral a cargo desta Funerária realizou-se no passado dia 13 de Junho da Casa Mortuária de Vale de Vargo para o cemitério local. A família na impossibilidade de o fazer individualmente, agradece a todas as pessoas que pela sua presença ou de outra forma expressaram o seu pesar.

AGÊNCIA FUNERÁRIA SERPENSE, LDA.

Funerária

Gerência: António Coelho Tm. 963 085 442 – Tel. 284 549 315 Rua das Cruzes, 14-A 7830-344 SERPA

†. Faleceu o Exmo. Sr. JOSÉ

Central de Serpa, Lda. Rua Nova 31 A 7830-364 Serpa Tlm. 919983299 - 963145467

MISSA

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†. Faleceu a Exma. Sra. D. MARIA CUSTÓDIA, de 95 anos, natural de São Domingos – Santiago do Cacém, viúva. O funeral a cargo desta Agência realizouse no passado dia 14, da Casa Mortuária de Beringel, para o cemitério local.

†. Faleceu o Exmo. Sr. MANUEL ISIDRO BRITO ALEIXO, de 73 anos, natural de Brinches - Serpa, casado com a Exma. Sra. D. Ermelinda da Consolação Borrego Franco Brito Aleixo. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 16, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

Às famílias enlutadas apresentamos as nossas mais sinceras condolências.

Consulte esta secção em www.funerariapax-julia.pt PARTICIPAÇÃO, AGRADECIMENTO E MISSA DE 30º DIA

Espírito Santo MISSA DO 30º DIA

João da Cruz Fernando Venâncio Sua esposa, filhas, genros, netos, irmãos e restante família, cumprem o doloroso dever de participar o falecimento do seu ente querido ocorrido no dia 26/05/2011 e na impossibilidade de o fazer individualmente vêem por este meio, agradecer reconhecidamente a todos quantos se dignaram a acompanha-lo à sua última morada ou de outro modo manifestaram o seu pesar. Mais expressa o seu profundo agradecimento a médicos, enfermeiros e pessoal auxiliar do 2º piso do Hospital de Beja em especial ao Dr. Vítor Almeida pelo apoio e ajuda prestados durante a sua doença e internamento. Será celebrada missa pelo seu eterno descanso no dia 25/06/2011, sábado, às 18h30 na Igreja de Nossa Senhora do Carmo em Beja, agradecendo desde já a todas as pessoas que nela participem.

Arnaldo José Filipe Batista Nasceu a 18/12/1954 Faleceu a 21/05/2011 1º Mês de Eterna Saudade

José Miguel Caeiro Lebre 1º Ano de Eterna Saudade Seus pais, esposa e restante família participam que será celebrada missa pelo seu eterno descanso no dia 18/06/2011, sábado, às 18h30 na Igreja de Nossa Senhora do Carmo em Beja, agradecendo antecipadamente a todas as pessoas que nela participem.

CAMPAS E JAZIGOS DECOR AÇÃO CONSTRUÇÃO CIVIL

“DESDE 1800”

Rua de Lisboa, 35 / 37 – Beja Estrada do Bairro da Esperança Lote 2 Beja (novo) Telef. 284 323 996 – Tm.914525342

Sua irmã e filhos participam que será celebrada missa pelo seu eterno descanso, no dia 21/06/2011, terça-feira às 18h30 na Igreja da Sé, em Beja, agradecendo antecipadamente a todas as pessoas que nela participem.


8 / cadernodois / Diário do Alentejo /17 de junho de 2011

Outras novidades

Filatelia

Espaço bd

Geada de Sousa

L’homme Squelette, por Will Argunas e Tony Hillerman, sob edição Casterman. Uma interessante obra policial localizada no ambiente tribal navajo.

Luiz Beira com apoio técnico da Desipaper/Torre da Marinha

1.º Voo Beja/São Filipe/Beja

Pelos tempos de Bonaparte

T

M

al como oportunamente anunciámos, realizou-se em 13 de abril o primeiro voo comercial entre as cidades de Beja e de S. Filipe (ilha do Fogo), em Cabo Verde. A pedido do núcleo de colecionismo do Centro Cultural e Desportivo do Hospital José Joaquim Fernandes de Beja (Ncccd-HJJF) os correios portugueses emitiram um carimbo especial para assinalar filatelicamente o acontecimento. O acontecimento filatélico não se ficou por aqui. Com efeito, os serviços de filatelia dos CTT – Correios de Portugal, através do seu diretor dr. Raul Moreira, interessaram os colegas de Cabo Verde levando estes a emitirem, também, um outro carimbo, para assinalar o regresso a Portuga l deste voo pioneiro entre as duas cidades. A sua ima-gem é idêntica; só que enquanto no carimbo português o avião voa para ocidente, no carimbo cabo-verdiano ele voa para oriente. O carimbo de Cabo Verde só foi aposto na correspondência incluída na mala postal especial que foi transportada no avião, pelo que todos os sobrescritos que apresentam unicamente o carimbo português não voaram até Cabo Verde. Acrescente-se que, por haver filatelistas não interessados em fazer seguir no avião a sua correspondência, era possível obter na estação de correio de Beja a aposição do carimbo português, desde que elas apresentassem um selo para a aposição do carimbo. O Ncccd-HJJF fez circular centena e meia de sobrescritos, que podem ser dispensados até ao seu esgotamento, a todos os interessados. Na oportunidade esteve patente ao público na Biblioteca Municipal de Beja uma pequena exposição filatélica e bibliográfica sobre o correio aéreo em Portugal. Para informação do público visitante o Ncccd-HJJF editou um catálogo onde se podia ler um texto sobre “O transporte da mensagem através dos tempos”. Escreve o autor: “Desde tempos imemoriais que o envio de uma mensagem, seja ela qual for, preocupou o Homem; pode

dizer-se que a procura da sua solução é tão antiga como o próprio Homem. No capítulo 8, versículos 11 e 12 do Genesis lê-se que ... (Noé) ‘aguardou mais sete dias; depois soltou novamente a pomba que voltou para junto dele, à tarde, trazendo no bico uma folha verde de oliveira’. Estava entregue ao destinatário a primeira carta de que há registo escrito”. Acredite-se ou não no texto bíblico, é ponto assente que em tempos muitíssimo recuados terá havido um dilúvio, universal ou não para o caso não interessa. O que é certo é que há na tradição oral de alguns povos, que não podem ter sido influenciados por aqueles que acreditam no livro sagrado, a Bíblia, relatos de dilúvios que, à exceção dos escolhidos, aniquilaram a restante população. Os estudiosos que se dedicam ao estudo da tradição oral destes povos localizam estes acontecimentos milénios antes destes povos terem sofrido a influência de qualquer religião praticada no mundo então conhecido. Bem mais recentemente temos outra carta que foi entregue ao destinatário e cuja entrega é celebrada quase diariamente em todo o mundo. Veja-se a prova de atletismo maratona. Sobre o que celebrizou esta prova presente em todas as grandes competições de atletismo diz o autor do texto do catálogo referido: “Bem mais recentemente o grego Filipíades morreu por exaustão após ter corrido 42,195 quilómetros para transmitir aos seus irmãos gregos a vitória que tinham acabado de conquistar, no local chamado Maratona, face aos invasores persas”. Segundo reza a História, apesar do carteiro encarregado de fazer a entrega ter morrido de exaustão, a carta foi entregue ao destinatário. É vulgar num qualquer filme de cowboys, filmes que tentam retratar a colonização do oeste americano, verem-se os célebres sinais de fumo; fumo este que não era mais do que uma carta que a comunidade autóctone enviava a todos os seus membros, a informá-los da presença de intrusos no seu território.

uita intriga, mesmo muita intriga, é o que encontramos nesta série, um tanto política, que atravessa a época agitada da Europa, sobretudo da França, quando Napoleão Bonaparte já era quase imperador. “Les Coqs”, sob edição Dargaud, com argumento de Jean Dufaux e grafismo de Martin Jamar, é o quinto volume da série “Double Masque”, que tem recebido elogiosas críticas pelo mundo francófono. Uma obra que nos seduz plenamente e a exigir edição em português.

Qui a Tué le President? Editora: Delcourt. Autores: Fred Duval, Jean-Pierre Pécau e Colin Wilson. Obra: “Qui a Tué le President?”, quinto volume da série “Jour J”.

Com este álbum, o notável desenhista neozelandês Colin Wilson regressa com o seu grafismo ao panorama da BD francófona. Aparentemente, a narrativa iria incidir sobre o assassinato do presidente John Kennedy em Dallas... Mas, não é bem assim. Esta bizarra e bela série, “Jour J”, propõe-se não mostrar como as situações aconteceram, mas como talvez pudessem ter acontecido. É com este jogo de hipóteses que a obra nos encanta.

E, para este tomo, o presidente assassinado em Dallas não é Kennedy mas sim Richard Nixon!

La Bataille d’Asgard Editora: Lombard. Autores: Yves Sente e Grzegorz Rosinski. Obra: “La Bataille d’Asgard”, trigésimo segundo tomo da série “Thorgal”.

Neste espetacular álbum continua a saga do misterioso herói Thorgal, que, desde bebé, foi adotado e educado pelos viquingues. Mas, para este mesmo tomo, Thorgal é mais um ator secundário que o verdadeiro herói central. Este protagonismo recai em seu filho Jolan. Uma grande batalha vai acontecer... E o adversário é essencialmente constituído por uma horda de seres monstruosos...

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O Bar do Hotel Francis já reabriu! Esperamos por si...


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