Edição nº 1526

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Da Rádio Vidigueira à consagração dos Emmy Guio Guionista António Barreira reconhecido em Los Angeles A pela novela “Meu Amor”

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SEXTA-FEIRA, 22 JULHO 2011 | Diretor: Paulo Barriga Ano LXXIX, Nº 1526 (II Série) | Preço: € 0,90

Ligação ferroviária à capital é reatada domingo, em automotora, mas obriga a transbordo em Casa Branca

Beja-Lisboa aos soluços A CP anunciou para este fim de semana a reabertura do troço ferroviário entre Beja e Casa Branca, disponibilizando nove ligações diárias

indiretas a Lisboa, com recurso a automotoras movidas a diesel. Uma meia vitória para os adeptos da eletrificação desta linha. Na precisa

ocasião em que correm 100 anos sobre a inauguração da estação da Funcheira. Sem motivo para grandes festejos. págs.pág. 7 e 11 5

Entre o período fenício e os Descobrimentos, Beja foi uma das mais cosmopolitas e importantes urbes do sudoeste peninsular. Há décadas que a arqueóloga Conceição Lopes tenta perceber quais as razões da ascensão e declínio da cidade. E as respostas começam a aparecer por entre os cacos da grande escavação que decorre na praça da República.

JOSÉ SERRANO

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História da cidade revelada caco a caco

Câmara propõe extinção da Expobeja A empresa gestora do Parque de Feiras e Exposições de Beja acumula prejuízos. Situação que levou o principal acionista, a Câmara Municipal, a propor esta quartafeira, em reunião do executivo, a extinção da Expobeja. Sem que, entretanto, tenha previsto alternativas de futuro, acusa Lopes Guerreiro, atual diretor executivo. pág. 14

António Zambujo abre hoje festival de Sines O bejense António Zambujo, cuja límpida voz sintetiza como nenhuma outra as lágrimas do fado e os sorrisos da bossa nova, abre hoje, pelas 18 e 45 horas, o Festival Músicas do Mundo de Sines. Em sete dias, o maior evento de world music do País apresenta 36 espetáculos com artistas provenientes de 23 países. pág. 21

Artesãos de Odemira reunidos na Faceco Abre hoje as portas mais uma edição da Feira das Atividades Culturais e Económicas do Concelho de Odemira. Até domingo, São Teotónio, é a capital do artesanato produzido no litoral alentejano. E de todas as atividades tradicionais deste que é o maior e mais diversificado concelho português. pág. 4 PUB


❝ Na Reportagem capa

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Chegada ao século XVI e ao tempo de D. Manuel, coincidentemente duque de Beja, a cidade passa a acompanhar a viragem atlântica do próprio reino e “começa a ficar um pouco à margem de um outro comércio, ganhando um caráter mais regional e agrícola, e menos cosmopolita”.

“O perfil social de Beja na época romana é um perfil igualzinho ao de Ossónoba, Faro, ao de Lisboa ou ao de outra cidade qualquer do litoral (...) era a população típica de uma cidade com um comércio e uma indústria bastante desenvolvidos, muito diferente daquela que encontramos nas cidades retraídas do interior, como Idanha ou Évora”.

Projeto Arqueologia das Cidades de Beja

Uma cidade contada em cacos Saberá o bejense do século XXI, que traz às costas o pesado fardo do interior

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á diz o senso comum que conhecer o passado é a melhor forma de compreender o presente e projetar o futuro. Uma receita que é aconselhada por terapeutas para resolver perturbações comportamentais individuais e que, talvez, possa também ser aplicada às comunidades que lidam com problemas de autoestima. Conceição Lopes não é psicóloga, nem sequer é natural de Beja, mas já leva “praticamente mais de metade” do seu percurso a trabalhar no Alentejo, remexendo com especial interesse os vestígios da velha Pax Julia, grande colónia romana do sudoeste peninsular, que lhe forneceu matéria para uma tese de doutoramento. Sabe, por isso, de tanto tropeçar em arcos, muros, colunas, pratos, tachos, panelas e talhas que a cidade “é um património em subsolo, maravilhoso, riquíssimo”. E também que, paradoxalmente, quem diariamente caminha sobre as calçadas que escondem estes tesouros não quer saber de tal coisa. Não pergunta, não indaga, não fala sobre o assunto e muito menos se orgulha. “É a minha grande incógnita”, desabafa, enquanto aponta para o muro lateral leste do majestoso templo romano descoberto em 2008, em plena praça da República, tido como “maior e mais interessante que o de Évora”, que é afinal o principal ponto de interesse turístico da vizinha declarada Património da Humanidade. Em cima, descreve, “estava o café “Pelourinho’ que funcionou aqui até há muito pouco tempo; e a tipografia do ‘Diário do Alentejo’, mais recente, que também funcionava aqui, todo o seu muro estava assente em cima do tanque romano. Mas jamais alguém falou no templo, a não ser o Abel Viana [arqueólogo, em 1939], e ele está aqui à superfície”. A arqueóloga, responsável pelo Centro de Estudos Arqueológicos das universidades de Coimbra e Porto, coordena as escavações do projeto Arqueologia das Cidades de Beja e com ele pretende refazer a história do burgo desde o século VII a.C., a data dos vestígios mais antigos que encontrou na praça da República, até aos dias de hoje. A Câmara Municipal de Beja vai em breve construir, no quarteirão fronteiro aos paços do concelho, um edifício “sustentável” para albergar todos os seus serviços técnicos e é nesse sentido que no respetivo logradouro nascerá um “museu vivo”, onde se inclui parte do referido templo romano, além de outros achados saídos deste núcleo arqueológico. Intimamente, Conceição Lopes espera também conseguir com este trabalho, “que envolve todos, a câmara, a universidade, a população, levantar a autoestima dos bejenses relativamente ao património”. E avança com um objetivo ainda mais ambicioso: “Vamos colocar este património no património do País, porque ele

e todas as suas inerências, que durante séculos, entre o período fenício e as Descobertas, aqui cresceu e se consolidou um centro cosmopolita, com fortes ligações ao Mediterrâneo e às cidades do sudoeste peninsular, como Huelva, Cádis ou Miróbriga? A resposta dorme debaixo das calçadas da cidade, “um património riquíssimo” que a arqueóloga Conceição Lopes quer desvendar aos seus herdeiros, se possível quebrando-lhes o mau hábito de se esquecer do passado e não se orgulhar dele. As escavações ainda decorrem no núcleo arqueológico da praça da República, revelando todos os dias novos cacos, novas histórias. Texto Carla Ferreira Fotos José Serrano

é muito importante. É um trabalho que temos que fazer, mas com a comunidade toda”. Beja romana tem um perfil de cidade litoral

Saberá o bejense do século XXI, que traz às costas o pesado fardo do interior e todas as suas inerências, que durante séculos, entre o período fenício e as Descobertas, aqui cresceu e se consolidou um centro cosmopolita, com fortes ligações ao Mediterrâneo e às cidades do sudoeste peninsular, como Huelva, Cádis ou Miróbriga? Talvez não, mas certamente não lhe faria mossa dar uma vista de olhos aos materiais encontrados, importados de territórios como os atuais Chipre, Líbano, Líbia ou Tunísia, e conhecer o período em que Beja parece ter sido um importante núcleo difusor das mercadorias que chegavam ao porto de Mértola, dada a sua localização estratégica entre três importantes linhas de água: o Guadiana, o Sado e o Guadalquivir, em Espanha. Além dos objetos do quotidiano, há a epigrafia a atestá-lo. As inscrições estudadas pelo professor José d’Encarnação, da Universidade de Coimbra, e levadas em conta pela arqueóloga nas suas conjeturas, indicam que “o perfil social de Beja na época romana é um perfil igualzinho ao de Ossónoba, Faro, ao de Lisboa ou ao de outra cidade qualquer do litoral”. É fundamentalmente uma epigrafia de libertos – antigos escravos, a quem o patrono ou o próprio imperador terão concedido alforria – e essa, continua a investigadora, “era a população típica de uma cidade com um comércio e uma indústria bastante desenvolvidos, muito diferente daquela que encontramos nas cidades retraídas do interior, como Idanha ou até mesmo Évora”. Perguntará o mesmo bejense curioso, seguindo um raciocínio lógico, se depois deste período áureo o que se segue é a decadência? Conceição Lopes responde que não. Chegada ao século XVI e ao tempo de D. Manuel, coincidentemente duque de Beja, a cidade passa a acompanhar a viragem atlântica do próprio reino e “começa a ficar um pouco à margem de um outro comércio, ganhando um caráter mais regional e agrícola, e menos cosmopolita”. O que, salvaguarda a arqueóloga, não é sinónimo de “regressão ou decadência – o que acontece é que os circuitos se alteram e a cidade muda de perfil”. Évora, mais próxima dessa rota, acabará também por tirar partido de uma “preferência da coroa pela sua aristocracia”, já posterior a D. Manuel I, e que é patente, por exemplo, na edificação da universidade, a segunda a ser fundada em Portugal. O que diz o lixo Mas os sinais de riqueza continuam por lá, entre entulhos e estruturas que


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se foram reciclando para dar lugar a novas edificações, num contínuo reaproveitamento até aos dias de hoje. “Ainda hoje estivemos a escavar milhares de ostras, que devem ser do século XVII, ou seja, a cidade não deixa de ter dinheiro, de ser rica, de ser uma cidade importante”, esclarece Conceição Lopes, avançando no tempo, até ao século XIX, para confirmar a sua suposição. É um “grande século” para Beja, diz, e não admira, por isso, que o próprio visconde da Ribeira Brava tenha sido aqui governador civil. O “boom de materiais” de altíssima qualidade contempla faianças, porcelanas, vidros, e evidencia um importante poder de compra, muito provavelmente por parte das “elites rurais que estavam aqui estacionadas, já que as terras, os famosos barros de Beja, sempre foram um atrativo”. Já no século XX, o que dizem os utensílios do quotidiano é o que sabemos da história contemporânea e dos testemunhos ainda vivos sobre a sociedade do Estado Novo. A cidade “ruralizou-se e empobreceu”, desvendando dois mundos bem distintos. O de uma certa burguesia PUB

Miscigenação norte/sul

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á indícios, sobretudo nas escavações arqueológicas que foram efetuadas no castelo há uns anos, de que Beja terá sido praticamente destruída no período da reconquista cristã e que terá demorado a recompor-se desse revés. “Há uma fonte que nos diz que, no século XI, a cidade é destruída duas vezes. Pelas lutas entre cristãos e muçulmanos e também devido aos conflitos internos entre as várias fações muçulmanas que aqui dentro disputavam o poder”, refere Conceição Lopes. Prova desse ressurgir tardio é a reforma urbanística feita ao tempo de D. Manuel I, já no século XVI, com casas feitas literalmente “em cima de ruínas muçulmanas”. A arqueóloga sublinha também a ausência de elementos para compreender o que se terá passado em Beja entre o final do século XII e meados do século XV. Suspeita-se, concretiza, que terá sido “um momento em que as comunidades se misturam, partilham coisas; um momento de grande povoamento com gente que vem do norte. É que os muçulmanos não morreram todos, continuaram cá e as pessoas misturaram-se. Não se mataram todos uns aos outros, a maioria das vezes casaram-se ou amigaram-se, fizeram filhos”. Carla Ferreira

endinheirada e o da classe pobre, que é traída pelos seus despojos. “Quando só se partem pratos para a sopa, e não se encontram ossos de cabrito ou de borrego, por exemplo, temos que pensar por que é que isso acontece”, confessa a investigadora. Ainda assim, a cidade não perde relevo do ponto de vista cultural, continuando na senda de uma “tradição esclarecida que está na sombra”, e com a qual a própria arqueóloga, beirã, se deparou quando cá chegou, nos anos 80: “Conheci aqui pessoas que só conhecia dos livros e essa gente não chegou naquela altura, sempre andou por aqui”. Os cacos falam pelos que não têm registo nos documentos que fazem a História - porque não fizeram doações, porque ninguém os nomeou para cargos, porque não sabiam alinhar um par de letras para escrever uma carta. Na arqueologia, conclui Conceição Lopes citando o colega Cláudio Torres, “fazemos a história dos que não aparecem na História, estes que atiram coisas para o lixo, de que só conhecemos os pratos de sopa”.


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Sei quem sabe 2 apresentado na Faceco

Hoje

A Fundação Odemira Edições vai apresentar a obra Sei quem sabe 2 hoje, sexta-feira, pelas 18 horas, no auditório da Faceco. Estão confirmadas as presenças dos autores Clara Pinto Correia, António Garcia Pereira, Ana Carvalheira, Cláudio Torres, Luís Duarte, Ricardo Gil Soeiro, Jaime Roriz e Luís Resina. Sei quem sabe 2 é um livro com 16 perguntas sobre os mais variados temas feitas pelos alunos da Escola Profissional de Odemira, que são respondidas por reconhecidos especialistas na matéria que embarcaram no desafio da Fundação Odemira Edições.

É muito bom que existam cada vez mais pessoas a poder fazer coisas bonitas e agradáveis, uma vez que isso é sinónimo que também há mais pessoas a poder apreciá-las e tocá-las”.

A arte de bem-fazer em Odemira

Texto Bruna Soares Fotos José Ferrolho

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o longe um chapéu-de-sol colorido e todo feito em tecido desperta a atenção de quem deambula numa das ruas de Odemira. O atelier de tecelagem de Helena Loermans dá cor à vila, que se prepara, à semelhança de anos anteriores, para promover o concelho na Faceco – Feira das Atividades Culturais e Económicas do Concelho de Odemira, que começa hoje, sexta-feira, em São Teotónio, e se prolonga até domingo.

Dinossauros Paulo Barriga

Faceco abre portas hoje e prolonga-se até domingo

Ofícios e atividades tradicionais vão estar em destaque na Faceco, em S. Teotónio, no concelho de Odemira. A feira mais uma vez mostra o que de melhor se faz e produz no concelho e o “Diário do Alentejo” espreitou o atelier de um artesã que vai estar, à semelhança de dezenas de artesãos, a trabalhar ao vivo no certame. O maior emblema do evento continua a ser o artesanato e a arte de bem-fazer continua de pedra e cal em Odemira.

Editorial

Este ano, o pavilhão do artesanato, verdadeiro emblema do certame, dá destaque aos têxteis e Helena Loermans, artesã, conhece-os e sente-os de forma muito especial. No seu atelier de tecelagem cruzam-se novelos e texturas e viaja-se ao mundo das cores. Viagem, essa, que poderá ser feita durante este fim de semana na Faceco, uma vez que dezenas de artesãos vão trabalhar ao vivo na feira. Helena Loermans, especialista na área têxtil, vai lá estar e abriu as portas do seu atelier ao “Diário do Alentejo”. Para a artesã, “é muito bom que existam cada vez mais pessoas a poder fazer coisas bonitas e agradáveis, uma vez que isso é sinónimo que também há mais pessoas a poder apreciá-las e tocá-las”. É assim que dá a conhecer as vantagens do artesanato. E explica: “Se mantivermos a arte viva todos beneficiamos”. A Faceco é, assim, em sua opinião, “bastante importante para promover esta maneira de estar na vida e para dar a conhecer o que de bom se faz”. Foi uma história de amor que trouxe Helena Loermans, holandesa, a Portugal. Depois foi a luz do País que

acabou por a encantar. “Foi um caminho que não consigo explicar. Tudo aconteceu e, no percurso, tive a sorte de parar em Odemira e de decidir que era por aqui que queria ficar”, diz. Na Holanda era analista médica. Fazia investigação de tecidos humanos e animais. Hoje, entre sorrisos, conta: “Continuo a trabalhar com tecidos”. E acrescenta: “Acho que a minha curiosidade científica ficou sempre cá e faço agora pesquisa na área têxtil. Visito regularmente a Fondazione Arte Della Seta Lisio, em Florença, Itália, onde aprofundo o estudo do têxtil e das suas múltiplas técnicas, com o objetivo de me manter a par das últimas tecnologias ligadas ao design por computador”. Na verdade, Helena Loermans sonha “poder trabalhar com fios tratados, através da nanotecnologia”. “Era muito bom fazer echarpes com fios antimosquitos, antiultravioleta, antibactérias”, confessa. Daqui a um tempo, quem sabe, se não será possível comprar echarpes, mantas e peças de tecido destinadas a acessórios de moda made in Odemira, com base em materiais inovadores. Os centímetros de fio continuam

a passar-lhe pelos dedos. As tábuas batem no tear e diz: “As pessoas procuram peças únicas, de toque agradável e de toque diferente. É isso que me empenho em fazer. Juntando o tradicional ao contemporâneo. O artesanato é, sem dúvida, uma forma de fazer peças únicas”. A Faceco, porém, não é só artesanato e são vários os ramos de atividade que são promovidos durante o evento. Ainda no âmbito das atividades tradicionais, e inserido no tema principal do certame – a Floresta –, os visitantes, segundo a Câmara Municipal de Odemira, organizadora do evento, poderão “assistir à tiragem de cortiça, no dia 23”. Na verdade, vários tiradores de cortiça vão mostrar o ofício. Destaque ainda para o Museu do Medronho, espaço que recria uma destilaria de medronho, e para a Venda da Aldeia, onde, para além de petiscos, se vai recriar o ambiente da tasca antiga. Aqui, a animação musical também vai ser uma constante, não faltando o cante ao baldão e à alentejana. As noites, essas, vão ser preenchidas com os espetáculos da Banda 3G, Os Golpes e a Orquestra Chave D’Ouro.

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á uma designação muito comum e amplamente aceite para os autarcas que se mantêm no poder durante sucessivos mandatos: dinossauros. Termo que estipula, de alguma forma, um plano temporal antigo, passado, quase sempre ultrapassado, pré-histórico, portanto. O autarca dinossauro era suposto ser uma espécie em vias de extinção. Tanto mais que na última revisão das regras do jogo, os mandatos dos edis foram limitados a um máximo de três, consecutivos. É evidente que as normas têm sempre as suas nuances e que em Portugal nuance pode querer dizer oportunidade. Ou chicoespertismo. As próximas eleições para as autarquias locais, salvo seja, representam a primeira época de caça aberta aos dinossauros. Aqueles que estão há três mandatos subsecutivos à frente de determinada câmara têm que se render ou que mudar de poiso. E mudar de poiso parece ser exatamente o que está para acontecer na generalidade dos casos, uma vez que, em falsa surdina, já se escutam os clamores das grandes agitações préeleitorais. Aquele que é velho para Grândola pode aparecer pintado de fresco em Alcácer do Sal. O que caiu em desuso em Serpa pode ser uma novidade em Beja. Quem está maduro em Cuba pode muito bem amanhecer na primavera de Vidigueira ou Alvito. Dando-se assim um fenómeno verdadeiramente insólito e assinalável: a passagem dos dinossauros da pré para a pós-história. Correndo o risco, g alguns deles,, de nem assar pela passar rópria própria História.


O concelho de Castro Verde vai receber, a partir do dia 7 de setembro e até 12 de outubro, uma unidade móvel do Núcleo Regional do Sul da Liga Portuguesa Contra o Cancro, destinada a efetuar a 5.ª Volta do Rastreio do Cancro da Mama. O rastreio é destinado a mulheres com idades compreendidas entre os 45 e os 69 anos, convidadas a

PSD de Odemira critica PS A comissão política de secção de Odemira do PSD considera que se não fosse a eleição de um deputado pelo PSD “mais uma legislatura passava” onde seria previsível que “os eleitos de Beja e as políticas regionais” não olhassem para Odemira, “aliás, que não olhassem para o nosso Alentejo”. Os sociais-democratas acusam os eleitos do PS no distrito de Beja de

participar através de carta personalizada. Esta ação, totalmente gratuita para as utentes, insere-se na intervenção do Núcleo Regional do Sul da Liga Portuguesa Contra o Cancro, integrada no Plano Oncológico Nacional e no Programa Europeu Contra o Cancro, que tem como objetivo a redução da letalidade da doença.

terem permitido, nos últimos 16 anos, “que o Baixo Alentejo perdesse toda a influência em áreas tão diferenciadas como a agricultura, ambiente, saúde e justiça” e dizem que “grande terá que ser o esforço para tentar reconquistar alguma desta influência perdida”. O PSD refere ainda, em comunicado, que “o esquecimento de Odemira foi grande ao ponto de se considerar a hipótese de

deixar ‘Beja’”. “Os homens e mulheres de Odemira têm orgulho de serem alentejanos e Beja, capital de distrito, é uma referência deste nosso Alentejo. É um facto que não teríamos de deixar de ser alentejanos se alguma revisão administrativa do País empurrasse Odemira para Setúbal mas perderíamos parte da nossa identidade”, diz.

Trabalhos de beneficiação começam em agosto

Portas de Mértola entram em obras A beneficiação da principal zona comercial de Beja, conhecida como Portas de Mértola, deverá começar em agosto, num investimento de 900 mil euros que prevê ensombrar ruas, instalar fontes decorativas e alterar o arranjo urbanístico de um terreiro.

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empreitada foi adjudicada na terça-feira e será consignada “o mais rápido possível” e as obras deverão começar “durante o mês de agosto” e durar um ano, disse à Lusa o presidente da Câmara de Beja, Jorge Pulido Valente. O Projeto Integrado de Beneficiação da Baixa de Beja, PUB

vulgarmente conhecida como a zona das Portas de Mértola, vai abranger as ruas de Mértola e Capitão João Francisco de Sousa e o Terreiro dos Valentes. A intervenção pretende “requalificar e beneficiar” a zona, “uma aspiração de longa data dos comerciantes”, para lhe “dar uma nova dinâmica e maior capacidade de atrair pessoas” e, desta forma, “contribuir para revitalizar o comércio”, explicou o autarca. O município, sublinhou, quer “defender o património comercial e social que a memória coletiva dos bejenses associa às Portas de Mértola”, uma zona no centro de Beja onde está

concentrado o comércio tradicional e é “sala de estar” para muitas pessoas e ponto de encontro de conversas de rua. Segundo Jorge Pulido Valente, a câmara vai reunir com o empreiteiro da obra para “programar a intervenção” e depois com os comerciantes e a população com o objetivo de “minimizar os impactos e incómodos” na atividade comercial da zona. O projeto inclui a instalação de toldos de ensombramento de zonas nas ruas de Mértola e Capitão João Francisco de Sousa, semelhantes aos que são colocados durante o verão numa famosa rua comercial da cidade espanhola de Madrid, a Calle Preciados.

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Rastreio do cancro da mama em Castro Verde

A requalificação de infraestruturas, como as de saneamento, a instalação de várias fontes decorativas e a modificação do atual arranjo urbanístico do Terreiro dos Valentes são outras intervenções previstas no projeto, que deverá ser financiado em 85 por cento por fundos comunitários e em 15 por cento pela Câmara de Beja. O projeto está integrado no Programa de Regeneração Urbanística do Centro Histórico de Beja, idealizado e aprovado pelo anterior executivo CDU e que prevê, entre outras ações, reabilitar o bairro da Mouraria e requalificar edifícios públicos.

À descoberta do jardim de Beja no verão “Photopaper: À Descoberta do Jardim… em família” é a proposta da Câmara Municipal de Beja para as tardes de verão. A atividade, “que se consubstancia num jogo para pais e filhos, avós e netos, consiste na procura de pistas dentro do jardim público”. A iniciativa realiza-se todas as semanas, sempre à quinta-feira, a partir das 16 e 30 horas, até setembro. Com participação gratuita, os interessados deverão inscrever-se a cada segunda-feira, a partir das 9 horas, diretamente na Casa do Lago ou através do número 284 311 922. A iniciativa, desenvolvida com o apoio das monitoras da Casa do Lago, compreende percursos a pé pelo jardim com equipas às quais são entregues fotos de pormenores e pistas que levem à descoberta de determinados pontos relevantes no espaço. Ganha quem fizer o circuito completo em menos tempo.


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Casa do Povo de Baleizão e ADPM estreitam laços

A Casa do Povo de Baleizão e a Associação de Defesa do Património de Mértola (ADPM) assinaram um protocolo de colaboração que “visa estreitar os laços de interajuda e a promoção de trabalho conjunto na tentativa de melhor servir as populações”.

Plano de emergência de Santiago do Cacém em consulta pública O Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil do Município de Santiago do Cacém está em consulta pública. O documento está disponível na página da autarquia na Internet, na sede do município e em todas as juntas de freguesia do concelho.

Alternativa Medidas serão decididas “muito brevemente”, disse Domingas Velez

Perto de metade tem idade superior à média

Medidas alternativas para alunos ciganos O Agrupamento de Escolas de Santa Maria, em Beja, vai implementar “medidas alternativas” para 38 dos 63 alunos do 1.º ciclo do ensino básico do bairro das Pedreiras que ficaram na escola, porque têm idades superiores à média e alguns são pais.

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os 63 alunos, 38 têm “idade superior à média relativamente ao ano de escolaridade” em que estão inscritos, como alunos com 14 anos no 2.º ano, outros com 16 anos no 3.º ano e até há alunos que já são pais, disse aos jornalistas a diretora demissionária do agrupamento, Domingas Velez. Para evitar turmas com alunos de “idades desfasadas”, ou seja, com crianças de seis anos a frequentar aulas com alunos entre 12 e 16 anos, o agrupamento vai implementar “medidas alternativas”, disse. As medidas, que estão “em estudo” e serão decididas “muito brevemente”, visam criar turmas “homogéneas em termos de faixa etária” e para que os alunos mais velhos possam frequentar a escola através de alternativas que “lhes deem escolaridade e competências”. Segundo a responsável, os 38 alunos serão encaminhados para “medidas alternativas”, como o Percurso Curricular Alternativo, que pretende “igualar as competências adquiridas pelos alunos por ciclo, mas com disciplinas e currículos adaptados” e com uma vertente prática vocacional e de preparação para a vida ativa ou para seguirem outras vias de ensino alternativas, que lhes permitam adquirir a escolaridade obrigatória.

Após a distribuição, pelos três agrupamentos do ensino básico de Beja, dos 79 alunos do bairro das Pedreiras, de etnia cigana, que tinham aulas no Regimento de Infantaria n.º 3, o agrupamento de Santa Maria ficou com 63 alunos e os restantes foram divididos pelos outros dois agrupamentos, Mário Beirão e Santiago Maior, disse Domingas Velez. Além dos 63 alunos do bairro das Pedreiras, o agrupamento de Santa Maria tem outros 42 alunos de etnia cigana, oriundos da rua da Lavoura e do bairro do João Barbeiro, e 140 alunos do bairro da Esperança, considerado problemático. O agrupamento de Santa Maria tem uma “carga” de alunos com “dificuldades de aprendizagem, pouca motivação para o estudo, falta de assiduidade e abandono escolar”, disse, referindo tratar-se de “valores” que “influenciam” e “põem em causa” a prática pedagógica dentro das salas de aulas e a aprendizagem de todos os alunos. As “medidas alternativas” visam “melhorar” esta situação, disse, explicando que as medidas vão ser projetadas seguindo referências de idades, ou seja, só podem frequentar o 1.º ano alunos até aos nove anos, o 2.º ano alunos até aos 10 anos, o 3.º ano alunos até aos 11 anos e o 4.º ano alunos até aos 12 anos. A distribuição dos alunos do bairro da Pedreiras, com base num acordo de 2010, é contestada por pais e encarregados de educação de alunos do agrupamento de Santa Maria e levou à demissão de Domingas Velez do cargo de diretora do referido estabelecimento.


Sylvie Cascalheira, de 39 anos, enfermeira de profissão, é a coordenadora distrital do movimento de mulheres social democratas recentemente criado. A responsável destacou-se na vida política pelas candidaturas que protagonizou à Junta de Freguesia de Baleizão, adianta a distrital de Beja do PSD, que refere ainda que

Évora-Lisboa em uma hora e 36 minutos As obras de modernização e eletrificação efetuadas pela Rede Ferroviária Nacional (Refer) no troço Bombel/Vidigal-Évora vão permitir que a ligação entre a cidade de Diana e a Estação do Oriente seja cumprida em pouco mais de hora e meia, mas o comboio levará apenas uma hora e 22 minutos para chegar

Nove ligações entre Beja e Lisboa a partir de domingo

à estação de Sete Rios, menos 28 minutos do que antes do encerramento. O “Diário do Alentejo” tentou saber quais os horários e preços das várias ligações através da linha de apoio ao cliente da CP (808 208 208), mas até ao fecho da edição essa informação ainda não tinha sido disponibilizada aos respetivos serviços.

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Chegou a automotora A CP anunciou para domingo o regresso das ligações entre Beja e Lisboa, mas os passageiros do Baixo Alentejo vão ter de fazer transbordo em Casa Branca. Tal medida não é suficiente para satisfazer a comissão de trabalho para a defesa das ligações ferroviárias, criada no âmbito da Assembleia Municipal de Beja, nem o movimento de cidadãos “Beja Merece” que, no próximo dia 26, vai participar, em Lisboa, numa audição pública parlamentar sobre o assunto. Entretanto, Jorge Pulido Valente, presidente da Câmara de Beja, reuniu-se na terça-feira com Carlos Moedas, secretário de Estado Adjunto do primeiro -ministro e, entre outros temas, falaram também das ligações ferroviárias.

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erão nove as ligações diárias indiretas entre Beja e Lisboa. Cinco entre Casa Branca e a capital do Baixo Alentejo e quatro no sentido contrário. Ana Maria Portela, diretora de comunicação da CP, divulgou ainda uma viagem de ida e volta entre Vila Nova de Baronia e Beja. No fim de semana serão apenas três as ligações a Lisboa, num percurso que, mesmo com a mudança a meio do caminho, irá durar menos “quatro ou cinco minutos” do que a oferta anterior. Apesar de a CP garantir que os passageiros da ligação entre Beja e Lisboa viajarão em “automotoras diesel modernizadas” e com conforto “equivalente” aos comboios intercidades, com bancos confortáveis e mais espaço entre eles, tomadas para ligar computadores e climatização, a obrigatoriedade de transbordo em Casa Branca não agrada nem ao grupo de trabalho nem ao movimento “Beja Merece”. A eletrificação da linha de Beja e a as ligações diretas a Lisboa e ao Algarve são reivindicações que os bejenses pretendem ver satisfeitas. Bernardo Loff, presidente da Assembleia Municipal de Beja, no final da reunião de terça-feira, admitiu que a reabertura da linha veio dar “um novo ânimo”, mas reafirmou que o grupo de trabalho vai insistir nas suas pretensões. Por seu lado a porta-voz da CP justifica o fim das ligações diretas com o facto da linha de Beja não estar eletrificada e não ser “uma boa decisão de gestão fazer circular, sobre troço eletrificado, uma locomotiva diesel, prejudicando o restante tráfego, multiplicando os custos da Linha do Alentejo e duplicando o custo de operação”. Pulido Valente disse ao “Diário do Alentejo” que Carlos Moedas lhe garantiu que “não há nada no documento assinado com a troika que obrigue ao encerramento” do troço entre Casa Branca e Ourique. O autarca mostrou-se de alguma forma satisfeito com a melhoria do serviço apresentada pela CP, mas, em declarações à Lusa, defendeu que se deve “continuar a reivindicar” a eletrificação do troço entre Casa Branca e Beja. No que diz respeito à ligação ao Algarve, o edil teme “que a situação que o País está a atravessar” não permita restabelecer a ligação. “Este caso é mais complicado. O serviço não é competitivo. Ninguém vai de comboio para o Algarve”, disse Pulido Valente que, no entanto, defende a ligação “pelo menos” até à Funcheira. AF com Lusa

a criação do referido organismo “não é um ato simbólico, mas uma decisão que pretende valorizar o contributo das mulheres na dinâmica do PSD”. “A história do PSD é reveladora de como a ação das mulheres tem sido determinante na projeção do partido e na qualificação das suas propostas políticas”, conclui.

BMW

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Movimento das mulheres social democratas do distrito de Beja


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Ficámos órfãos! Mas deixe-me dizer que só pertencemos ao distrito de Beja por razões administrativas, porque Beja também nunca nos passou cartão nenhum. Tirando essa ligação funcional e administrativa com o Governo Civil, pergunto o que Beja reinvindicou até hoje para Odemira? José Alberto Guerreiro, presidente da Câmara Municipal de Odemira, ao “Correio Alentejo”, 15 de julho de 2011

Opinião

Os governadores civis Francisco Orelha Autarca

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extinção dos governadores civis foi uma atitude sem lógica, irresponsável, inconstitucional, de quem não conhece a realidade do País, principalmente a do seu interior, porque só a Assembleia da República tem poderes para decidir sobre esta temática. Reduzir custos foi a justificação encontrada para tomar esta medida. Ora uma coisa nada tem a ver com a outra, se o problema é financeiro, meramente economicista, teria que ser feita uma análise ou um diagnóstico a todos os governos civis e diminuir os custos desta organização governamental. Se necessário, proceder-se a um aumento das receitas pelos serviços prestados mas manter o governador civil em funções como um representante do governo central nos distritos. É imprescindível existir uma figura que deO facto insólito de se extinguirem sempenhe estas competêngovernadores civis cias, que represente o governo região. O papel do governae de se concentrar na dor civil é de extrema importodo o poder em tância porque trabalha em esLisboa é uma visão treita ligação com as forças de segurança, nomeadamente a curta que visa transformar os que Guarda Nacional Republicana, habitam no interior a Polícia de Segurança Pública, as Forças Armadas, a Proteção em portugueses Civil, as autarquias, e até é um de segunda apaziguador de pequenos conprevalecendo os flitos sociais e étnicos. Só em Lisboa não se justifica manter votos e os cifrões o governador civil, uma vez que em detrimento do bem estar comum. os ministérios governamentais bem como a Assembleia da República se encontram aí sediados, por sua vez o interior do País com a perda desta figura fica mais isolado, perde o direito de reivindicar e o cidadão fica cada vez mais longe dos órgãos de decisão. Em contradição, aqui ao lado, na nossa vizinha Espanha, os poderes dos delegados regionais foram reforçados. E nós por cá que devíamos combater o isolamento do interior do País em que a desertificação aumenta, o decréscimo demográfico é acentuado, com esta tomada de decisão contribuímos para agravar o problema. Quando isto acontece, poderá também antever-se o agravamento de outras questões do mesmo género, nomeadamente o fecho de escolas, dos postos da GNR, centros de saúde, a intenção de se extinguirem autarquias. Ficamos cada vez mais pobres, mais isolados, menos seguros, apoderando-se de nós a apatia e a desmotivação, tudo isto sobre a capa do despesismo. O despesismo não pode servir de desculpa para tudo! Triste sina que é residir no interior do País. O facto insólito de se extinguirem governadores civis e de se concentrar todo o poder em Lisboa é uma visão curta que visa transformar os que habitam no interior em portugueses de segunda prevalecendo os votos e os cifrões em detrimento do bem estar comum. Outra das razões apontadas para esta tomada de decisão foi o facto dos governadores civis serem nomeados pelo governo e apenas pelo governo. Se esse é o motivo, porque

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Comemoram-se amanhã 100 anos sobre a inauguração do mítico entreposto ferroviário da FUNCHEIRA. Um século a ver passar os comboios, essas máquinas carregadas de esperança, de oportunidades, de novidades e dessa capacidade ímpar de aproximar as gentes do interior e do litoral. Uma data histórica, por conseguinte. PB

O que fez o sucesso dos vinhos do Alentejo foi a qualidade. Começou nos cuidados da vinha, nas adegas bem equipadas e na capacidade de produzir, mesmo ao nível mais baixo da escala, vinhos de boa qualidade, assinados por técnicos competentes. João Paulo Martins, revista “Única”, 16 de julho de 2011

não se pensou antes numa alteração legislativa em que a forma de escrutínio fosse consensualmente mais democrática? Foi falta de vontade política!

Quando viver a infância? Francisco Marques Músico

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uma altura do ano em que as nossas crianças entraram de férias resolvi escrever estas palavras para que possamos pensar na forma como as devemos deixar viver este momento e até, quem sabe, a sua infância. Assim, começo por dizer que me parece que atualmente queremos dar o melhor às nossas crianças. Tentamos dar-lhes tudo “do bom e do melhor”, como brinquedos caros e roupas de marca. Colocamos nos seus quartos os mais diversos objetos de entretenimento: computadores, televisões, consolas de jogos. Protegemo-las das doenças – da varicela, da rubéola, do sarampo. Evitamos que se magoem, que partam a cabeça, um braço ou uma perna. Pomo-las a frequentar aulas de todas as áreas científicas, de matemática, de inglês, de música. Levamo-las ao fim da tarde para participarem em diversas atividades desportivas, como o futebol, o atletismo ou o judo. Parece mesmo que as nossas intenções são as melhores. E não devem ser? Claro que sim. Mas serão mesmo? Talvez não. Como escrevi anteriormente, estou crente que a nossa intenção é a melhor, mas ao fazermos isto estamo-nos a esquecer de um aspeto muito importante: as nossas crianças precisam de ter infância e de poder vivê-la. As nossas crianças precisam de brincar com brinquedos que lhes deem prazer e as eduquem de uma forma natural e não explícita, como as “bonecas de trapos” ou os “carrinhos As nossas de lata”. Precisam de ter roupas crianças precisam confortáveis que as mantenham quentes no inverno ou que sejam de brincar com arejadas no verão, mesmo que brinquedos que não sejam de uma marca espelhes deem prazer cial. Precisam de contactar com e as eduquem de objetos reais que as transportem uma forma natural para o mundo real e não vivam alienadas e solitárias em mundos e não explícita, como as “bonecas fictícios e virtuais. Que corram riscos e façam uns arranhões de trapos” ou os para sentirem, não só a frustra“carrinhos de lata”. ção de perder um jogo virtual no computador, mas também a dor real causada por uma ferida. Que aprendam inglês ou música mas que usem esses conhecimentos a comunicar com outras crianças. Que pratiquem modalidades desportivas como forma de estimular até a competição, não com os outros mas com elas próprias, assim como sentir o prazer da vitória e a frustração real da derrota. Vamos então dar mesmo o melhor às nossas crianças e deixá-las imaginar, criar, inventar e ser felizes à sua maneira e não da forma que nós idealizamos para elas.

A invenção da tradição Francisco Martins Ramos Antropólogo

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ela mais insignificante razão faz-se apelo ao conceito de tradição. De facto, até há bem pouco tempo, alguns autores rejeitavam tal conceito, afirmando que não constituía uma categoria analítica. Entretanto, os tempos mudam e as perspetivas científicas acompanham tal mudança. Assim, “torna-se necessário”, face à globalização e à mundialização de saberes e técnicas, consciente ou inconscientemente, legitimar a diferença face ao “outro” – estrangeiro, estranho, visitante, turista, galego, mouro, bimbo, lisboeta (Ramos & Silvério 1999). Daí a ênfase colocada na ideia do tradicional. Todavia, tradições que parecem ser ou pretendem ser antigas são, muitas vezes, bastante recentes na sua origem e, algumas vezes, inventadas (Hobsbawm 1998). O processo da construção ou da reconstrução das tradições visa, segundo Anthony Smith (1982), insuf lar valoAs populares marchas de Lisboa, res, perpetuar práticas, ligar o passado ao presente, repetir e supostamente justificar comportamentos. originárias dos Ainda de acordo com o bairros tradicionais historiador inglês, a invenção de Lisboa, do da tradição, nomeadamente a ocorrida após a Revolução tempo dos Industrial, estabelece: coesão Descobrimentos, social ou pertença, legitimação são uma criação das instituições, de status e de do século XX; relações de autoridade, socialização, assimilação de crenças, O Carnaval de valores e convenções comporÉvora, de origem tamentais (Hobsbawm 1988). supostamente Está pois provado que medieval, é uma muitas das tradições com fraude histórica; que enchemos o nosso discurso são falsas, recentes e até O branco das acidentais. nossas aldeias e Repare-senalgunsexemplos vilas proliferou estrangeiros e portugueses: no século XX; As populares marchas de Lisboa, supostamente origiA saia escocesa nárias dos bairros tradicioé também uma nais de Lisboa, do tempo dos invenção do Descobrimentos, são uma século XIX. criação do século XX; O Carnaval de Évora, de origem supostamente medieval, é uma fraude histórica; O branco das nossas aldeias e vilas proliferou no século XX; A saia escocesa é também uma invenção do século XIX; O estilo gótico do Parlamento Inglês foi concebido no século XIX. Finalmente o episódio mais caricato: Aquando da segunda volta ao Alentejo em Bicicleta, o cartaz que a promovia tinha escrito: “II Volta ao Alentejo em Bicicleta – Uma Clássica do Ciclismo Nacional”. Um país com História, como é o nosso, não precisa de inventar tradições.


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O silêncio em torno da reabertura da ligação de comboio entre Beja e Funcheira faz temer o pior: o ENCERRAMENTO definitivo desta importante alternativa de ligação da capital do País ao Algarve, desta via essencial de combate ao isolamento e à desertificação. Faltarão motivos para celebrar os 100 anos da Funcheira. PB

Efeméride 18 de julho de 1926 Em Beja, conferência pedagógica da professora Delfina dos Santos Serrão

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echando o ano letivo de 1928/1929, realizam-se no distrito de Beja quatro conferências pedagógicas. Os concelhos escolhidos foram os de Serpa, Vidigueira, Aljustrel e Beja. Nesta cidade, perante todos os professores do ensino primário do concelho, a conferência ficou a cargo da professora local, Delfina dos Santos Serrão. Desta conferência, uma peça atualíssima em termos pedagógicos e didáticos, publicada na íntegra no semanário “Ala Esquerda” de 1 de agosto de 1929, limitar-me-ei a explicitar algumas passagens, acrescidas de um pequeno comentário final. Atentemos, pois, nas palavras desta ilustre professora do ensino primário: “Na minha lição de hoje segui, como Vossas Excelências viram, o método indutivo – analítico, empregando o processo experimental (…). De resto, é o que faço em todas as lições que reclamam a experiência, adotando o mesmo processo intuitivo em todas as outras É o processo experimental intuitivo e eurístico, que apela para atividade mental do aluno dentro do círculo das noções que já possui; é este processo em forma indutiva (…) que, partindo dos factos da sua observação, da análise da experimentação enfim, exige da creança a natural conclusão dos factos. (…) a criança é ativa logo os meios da sua educação devem ser ativos (…) o ensino verbalista, árido, seco em que o professor falava e o aluno escutava ou fingia escutar por vezes cheio de aborrecimento (…) sucedeu o ensino (…) que exige o emprego dos meios que satisfaçam a curiosidade da creança, colocando-a em contacto com as coisas e criando-lhe o espírito de observação. (…) a moderna pedagogia (…) tem [procurado] criar na creança um trabalhador, um transformador das energias naturais e sociais e repele toda essa série de prémios e castigos que o ensino jesuítico nos legou (…). Efetivamente assim deve ser porque a disciplina que tem por base o medo não educa, perverte. (…) Adoto também de preferência a forma dialogal – socrática (…), também chamada evolutiva, por ser a que melhores resultados dá e ser aconselhada para a Escola Primária. E visto a expositiva por mais adequada a inteligências mais desenvolvidas. Na evolutiva ou dialogal socrática é o aluno que trabalha procurando e o professor conduzindo-o; na expositiva é o professor que trabalha ativamente. (…) embora a evolutiva seja melhor porque é princípio assente que se não deve dar ao aluno aquilo que ele por si não possa encontrar (…).” Tivesse a escola pública, embora embrulhada num discurso moderno e progressista, seguido, nos últimos 10/15 anos, estes ensinamentos e os alunos oriundos das classes mais débeis do ponto de vista económico, social e cultural teriam dado, ao longo da escolaridade obrigatória, o “salto” do pensamento concreto para o pensamento abstrato, com isto desenvolvendo a sua “inteligência” a ponto de poderem rivalizar em conhecimentos com a elite filha da burguesia. Certificar o conhecimento inexistente, sem esforço para o desenvolver nos alunos, perverteu a escola democrática e abriu caminho para a criação de uma outra que Delfina Serrão não deixaria de apelidar de jesuítica. Constantino Piçarra

Páginas Esquecidas Recolha de Luís Amaro Há 50 anos O estranho assassinato do ex-comunista “Lambanas”

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ontinuam as investigações do crime do ex-preso político de Aldeia Nova de S. Bento”, titulava o “Diário do Alentejo” na primeira página, a 22 de julho de 1961. E noticiava, em linguagem oficiosa: “As autoridades estão a empreender intensas diligências para descobrir o autor da morte do pedreiro José Miguel, ex-preso político, natural de Aldeia Nova de S. Bento, que, como noticiámos, foi assassinado, com três tiros, numa azinhaga em Feijó, próximo da Cova da Piedade. As investigações desenvolvem-se particularmente em determinadas localidades alentejanas. Dada a filiação política do José Miguel, e o facto de o crime ter sido executado em obediência a instruções de carácter muito especial, o caso oferece muitas dificuldades aos investigadores, que trabalham activamente, mas em absoluto sigilo.” Na véspera, o jornal informava que “O assassinato dum ex-preso político continua a ser activamente investigado” e, citando “O Século”, adiantava mais dados sobre a morte do pedreiro de 41 anos: “A Polícia Judiciária e a P.I.D.E. desenvolvem intensa actividade para penetrarem no sector comunista ao qual a vítima pertencera e que abandonara recentemente, por ter reconhecido que essa actividade era perniciosa para as classes trabalhadoras e para a sua família. Os nove anos de filiação convenceram-no dessa realidade, apesar de exercer lugar de comando dentro da organização. (...) A área do Alentejo está a sofrer um cerco, nomeadamente na zona de Aljustrel. Ambas as corporações pretendem obter elementos para a descoberta do crime. Quando ele é comum surgem informações, mesmo as mais díspares, de vários pontos, colaborando com os investigadores. Neste caso, porém, apresenta-se uma porta fechada na organização, atendendo a que foi dela ditada a sentença de morte contra o José Miguel, que era considerado traidor do partido, desempenhando funções duplas”. Na edição anterior, o “Diário do Alentejo” já tinha dado relevo ao acontecimento, sempre transcrevendo “O Século”: “O José Miguel era casado (...) e tinha cinco filhos (...). Veio de Serpa há pouco mais de um mês. Trabalhava no campo mas, em Fevereiro deste ano, com outros trabalhadores rurais foi preso por suspeita de constituição da célula comunista local. Esteve preso dois meses e, depois, foi solto, mas a sua saída da cadeia coincidiu com a prisão de outros elementos daquela organização clandestina. A vida passou-lhe a ser penosa naquela terra alentejana e, por isso, o José Miguel ‘Lambanas’ deslocou-se para Vale de Flores e mudou de profissão (...).” Carlos Lopes Pereira

Desenho de Alberto de Sousa

Beja visitada pelo escritor brasileiro Afrânio Peixoto (1876-1947)

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or que vim a Beja? Sua história, seu parentesco fenício (Mértola=Myrtilis), sua origem Celta, a Pax Julia dos Romanos, os Suevos, a Be-xu dos Sarracenos? Os duques de Beja, principalmente o “Venturoso” D. Manuel? Beja, ponto estratégico, as campanhas da Restauração? Não sei. Vim visitar Mariana de Alcoforado… Ver, no Museu Arqueológico, a janela gradeada que estava no Convento da Conceição “na varanda donde se vêem as portas de Mértola”, por onde, e aonde o amante devia volver… Ver, no que resta do Convento da Conceição, o grande Mosteiro de duzentas freiras, que habitou a “freira portuguesa”… olhar por onde eram as portas de Mértola, Mértola na distância… Dois livros deu Portugal ao mundo: Os Lusíadas, intraduzível epopeia… e As Cartas, Lettres d’amour d’une religieuse. Lettres Portagaises, que só têm tradução, até no vernáculo, pois não se lhes conhece o original, se não foram compostas na língua estranha, pois o amor falaria ou escreveria, para se fazer entendido, a língua do amado… Um soldado nobre, que acabaria Marechal de Chamilly, obtuso de entendimento, sem nenhuma delicadeza, bem digno, portanto, de ser amado por uma mulher de génio no coração, e na força da idade e do sangue, e, a mais, num Convento de Freiras… Destas cartas, dignas de se emparelharem às de Heloísa, as de Júlia de Lespinasse, vem a dizer-se “une portugaise”, por uma carta de amor, ao tempo de M.me de Sevigné, perita em cartas… Foi por isso, e por ela, Sôr Mariana, que vim a Beja…. “Deixa, deixa de consumir-te em vão, infeliz Mariana! deixa de anelar um amado que não tornarás a ver, que passou o mar para te fugir, que está em França no meio dos prazeres, que não pense um momento nas tuas penas, que te dispensa de todos estes transportes, que nem sabe agradecer-tos…”. “Choro por amor de ti as inesgotáveis delícias que perdeste. Porque fatalidade não quiseste lográ-las? Ai, que, se as conhecesses, verias que são bem mais doces sem dúvida, do que a de me haveres enganado, e terias experimentado que se é muito mais feliz, e que se sente alguma coisa mais deleitosa, em amar violentamente… do que em ser amado”. Graças a Deus, que assim é. Em vez de mais um homem feliz, uma loucura de coração de mulher, que inspira ao mundo a comoção de uma obra prima… Agora vou passar pela estrada de Mértola…

09 Diário do Alentejo 22 julho 2011

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É também neste fim de semana que reabre o troço da ferrovia entre CASA BRANCA E BEJA, inaugurando por igual a utilização exclusiva da automotora neste percurso. Para já são cinco ligações diárias para Lisboa. Cumpriu-se a vontade da CP, num processo negocial onde certos autarcas e partidos ficam muito mal na fotografia. PB


10 Diário do Alentejo 22 julho 2011

- A Universidade católica quer que professores, funcionários e alunos se vistam com dignidade. O reitor diz que não lhe parece apropriado alguém ir para a universidade de chanatos ou com uma camisola do Benfica. - Bem… quanto aos chanatos não sei. Mas criticar o uso da camisola do Benfica, a “instituição”, o clube da “catedral”, parece-me uma tremenda heresia!..., Luís Afonso, Bartoon, “Público”, 20 de julho de 2011

O regresso do maltês João Mário Caldeira Provedor do leitor

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stamos em época difícil, de indignação. Em tempos passados para equilibrar as contas, Salazar roubou-nos a liberdade. Hoje os governos que temos, para as equilibrar estão a vender a soberania do País aos credores estrangeiros que põem e dispõem em nossa casa. Tal como há oitenta anos atrás não estranhemos a revolta dos mais pobres apanhados na voragem impiedosa. Tem, pois, algum cabimento revisitar um trabalho sobre a reação de alguns nos duros tempos do Estado Novo de que se apresenta um breve trecho aos

leitores interessados: “O fenómeno da marginalidade tem persistido ao longo dos tempos acompanhando o homem. Em termos gerais, tudo acontece ou porque o expulsam do convívio ou porque é obrigado a abandonar a relação que mantinha com os outros. Mal vai a coisa, entretanto, quando o homem tresmalha do grupo dos seus iguais de uma forma compulsiva. Nos anos da crise que pôs de rastos a população rural do Alentejo, com maior incidência na meada do século passado, aumentou o número de tresmalhados, gente desorientada que sempre aqui recebeu o nome de malteses. Chamavam-lhes também ferraganas em certos locais da Margem Esquerda do Guadiana. Se o primeiro termo sugere de imediato o vadio, o marginal, o segundo, com curso mais restrito em termos regionais, parece referir o maltês andrajosamente vestido na fase terminal da sua vida errante. Com efeito, a segunda designação aponta para ferragoilo que, no velho português significava vestimenta antiga, larga, com capuz, parecendo corresponder no árabe popular a feriyûl e que perdura no italiano como ferraiolo. Em todos os idiomas, por igual, os termos referem indumentária avantajada, algo desajustada ao corpo humano. A palavra ferragana degenerou em farragana, forma que continua a vigorar no sudeste alentejano. O maltês foi localmente temido como um sujeito perturbado que vagueava sem rumo, e mais ainda quando surgia numa curva do caminho transvertido em farragana, com a barba e cabelos emaranhados, envolto num monte de farrapos. Numa primeira fase desconfiava-se do seu recalcamento de homem inteiro, fauno abramado, capaz de tudo. Depois temia-se pela sua figura repelente, de monstro em carne viva. Benziam-se as mulheres ao saírem para o campo, temendo encontrá-lo no descampado ou nos lavadoiros de roupa da ribeira. Com ele metiam medo aos filhos quando estes não lhes queriam dar mão ou se recusavam a cumprir obrigações. Corria a fama que raptavam crianças para as deformarem fisicamente, vivendo de exporem nas feiras o seu aleijão. A saga do maltês começava em desespero de causa, sem trabalho, sem esperança, sem tábua de salvação aonde se agarrar, atanazado pelos reflexos de um relacionamento difícil no meio. Desaparecia um dia de junto dos seus iguais, com a manta ao ombro, quase sem rumo. Sem dizer água vai. De cara ao vento, à procura de tudo e de nada. Sorvendo o gozo da liberdade, esquecido que ela é sempre fugaz para os que nada têm. Naquele momento especial, no entanto, sentia-se dono do mundo. Esmorecendo-lhe com o tempo o ímpeto inicial e com o estômago a dar-lhe aviso, o instinto impelia-o para sítios de agasalho onde o fumo, saindo pela chupa, prenunciava tacho ou panela fervendo ao lume. Se houvesse quem vendesse algum sustento, aí empregaria o pouco que levava sem ter de recorrer à humilhação de começar logo a pedir esmola. Até falava em trabalho, como se não tivesse renunciado a tal forma de aviltamento. Parecia viver ainda na realidade de onde se expulsara. A pouco e pouco, o maltês ia-se assumindo como tal, detentor de uma libertação que, como verificaria, o mantinha cada vez mais preso. A maltesaria é uma forma de liberdade que se paga caro. No seu verdadeiro drama, o maltês não era considerado um excluído, um desgraçado, uma vítima de quem se tivesse dó. Era um ser maldito, um pária, um fraco que não aguentou a luta, um madraço que nada fez pela vida, apesar de ter bom corpo para o trabalho, como diziam. O que fugiu a confrontações e seguiu o caminho demissionário dos cobardes, o eterno suspeito de delitos ocorridos durante o encoberto da noite. Assim o viam os companheiros. Assim o viu, em geral, o Alentejo do seu tempo e sem qualquer piedade as autoridades que assombravam os campos da região, com especial relevo para a GNR. Se de um lado lhe chovia, do outro lhe ventava: para os camaradas era um cobarde, para o regime um traidor dos valores pátrios que exigiam outro comportamento. Todavia o maltês, numa perspetiva mais humanista, podia ser o vagabundo que nada tem mas leva o sol na algibeira, como o considerou Manuel da Fonseca na sua lírica redentora. Da mesma forma que o poeta, não custa vê-lo como resíduo de um sistema injusto, aquele que foi obrigado a auto marginalizar-se, submetendo-se à humilhação pública. Meio mártir, meio herói. Um homem a quem Deus, todavia, não recusou totalmente a luz do dia (...).”

Portugal perdeu demasiado tempo em inutilidades e gastou o dinheiro que não tinha em ilusões, a maior das quais a de que o estado funcionaria como um seguro de vida para todos”, José Eduardo Moniz, “Diário Económico”, 19 de julho de 2011

Cartas ao diretor Um obituário muito pessoal Catarina Féria Castro Verde

A arqueóloga Maria Maia, que faleceu em Faro, quinta-feira, que era minha tia e o meu obituário dela tem que ser necessariamente muito pessoal. Na minha carreira de jornalista escrevi obituários de políticos internacionais e figuras públicas, muitas delas quando estavam ainda vivas para ficarem “em carteira”. Curiosamente é mais difícil escrever uma biografia, mesmo que curta, sobre uma pessoa que conhecemos bem. A Maria Adelaide nasceu em Lisboa em 1947 mas não gostava do nome Adelaide e desde cedo quis ser Maria. Fotografias da sua infância, uma das quais está na minha sala, mostram uma menina de cabelo muito preto com um laço e enormes e luminosos olhos verdes. A Mariazinha, como a minha avó lhe chamava, revelou-se caprichosa, decidida e cheia de inúmeros talentos criativos. A matemática e as ciências que tanto deliciavam a sua mãe e irmão, Henrique, nada a atraiam. A história apaixonou-a e tirou o curso onde conheceu o Manuel Maia, com quem veio a casar e assim surgiu essa entidade que eram os “Maias”, com um lugar próprio na mitologia da família, entre amigos e no meio profissional entre historiadores e arqueólogos. Em meados dos anos 70, os Maias “descobriram” Cabanas no Algarve onde passávamos férias todos os anos. A Maria era uma tia extremosa, excêntrica, divertida, que adorava contar histórias fascinantes e fazer serão até às tantas. Entretanto, os Maias mudaram para Castro Verde e aí iniciaram as suas escavações, que resultaram em importantes achados arqueológicos como o depósito de lucernas de Santa Bárbara dos Padrões. A Maria enamorou-se de Castro, das pessoas e dos cacos que ali encontrou e meticulosamente limpou e juntou como puzzles do passado romano. Adepta da feira de Castro, fã dos Ganhões, apreciadora da comida alentejana, a minha tia escolheu Castro Verde para viver e foi aí que quis ser enterrada. No Algarve descobriu muralhas e vestígios da cidade fenícia em Tavira e o célebre vaso do perído islâmico e no início de carreira estudou a terra sigillata de Troia de Setúbal, uma cerâmica romana que ajudou a classificar. Com ela aprendi a nadar, a fazer bainhas de saias, a apanhar e a cozinhar caracóis e mil outras uitilidades que tenho aplicado ao longo da vida. Inteligente e incansável, transmitiu-me o interesse e paixão pela história, mas não pela arqueologia. Conhecedora da fauna e flora alentejana e algarvia que aparecia nas escavações,

Maria estava feliz a juntar peças de vasos, com o Manuel ao lado e um cão a correr pelo campo. Assim a quero recordar.

Salvar Portugal António Tavares d’Almeida Serpa

Portugal tem umas Forças Armadas como se tivéssemos em guerra, não é o caso. Não temos que copiar a Coreia do Norte, onde parte do povo morre à fome e outros tantos imigram para a vizinha Coreia do Sul. As nossas Forças Armadas são compostas por dezenas de generais, dezenas de almirantes e centenas de coronéis. Ora isto num país pobre e pequeno... custa milhões por ano! A solução social e económica, salvando os espaços físicos existentes e os docentes no ativo, passaria por transformar o Colégio Militar e outras escolas militares em academias de informática e outras áreas tecnológicas para formarem a nossa juventude, pudendo a longo prazo utilizar essa mão de obra qualificada e trabalho intelectual em território português e não só. A exportação de formandos para países como Angola, Moçambique e outros países em crescimento com o qual a nossa pátria tem alianças diplomáticas de longa data e sem a barreira da língua. Quanto ao armamento – que custou milhões – como dois submarinos, navios de guerra, aviões-caça, tanques de guerra, entre outros equipamentos, deveria ser tudo vendido a países como a Venezuela, que quiçá estará interessada! A nossa costa só precisa de alguns barcos patrulha, assim como aviões e helicópteros. Já na agricultura, desde o 25 de Abril (1974), Portugal só teve um ministro que entendeu os agricultores: o professor António Barreto. Quanto comecei a produzir cevada dística e trigo – em 1972 – o preço dos cereais era mais elevado que hoje em dia. Se houvesse um preço mínimo para os cereais de 20 cêntimos por quilo, o Alentejo agrícola não estaria tão abandonado, despovoado e certamente estaríamos a produzir muito mais e consequentemente não importaríamos tanta matéria prima. As empresas cervejeiras em Portugal que têm lucros de milhões em vez de ajudarem os agricultores com preços justos pelos seus cereais dão preferência a investir milhões em patrocinar festivais de música, equipas e eventos de futebol. Bastava que uma pequena fatia desse bolo de milhões de lucro fosse partilhado sob a forma de um preço justo pago aos agricultores pela sua matéria prima produzida. Penso que tudo isto só depende de pessoas como o dr. Pires de Lima que podem pagar a melhor cevada dística do mundo que é produzida no Alentejo a preços mais justos.


Américo Marques

11 Diário do Alentejo 22 julho 2011

❝ Efeméride

Uma automotora de manhã e outra logo depois de almoço não dão para as pessoas irem ao médico ou fazer outra coisa qualquer. Com um horário melhor talvez houvesse mais utentes. Mas tenho pena se vier a fechar”.

“As gentes da Funcheira têm uma particularidade muito própria. Vivemos sempre no meio ferroviário, numa terra que tinha quase tudo. A Funcheira tinha sapateiros, barbeiro, talho, um clube de futebol. Era uma aldeia quase à parte de Garvão, apesar de nos darmos bem, mas que tinha uma autonomia específica”.

Aniversário da Funcheira

Os 100 anos da aldeia-estação Comemora-se amanhã, 23 de julho de 2011, os 100 anos da Funcheira, al-

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á 100 anos o cenário seria bem diferente. Uma vida nova começava junto ao local situado entre dois montes, a Funcheira de Cima e a Funcheira de Baixo, a dois quilómetros de Garvão, no concelho de Ourique. A necessidade de uma nova estação de caminhos de ferro, para efetuar a ligação da linha do Sul à linha do Sado, tinha como plano inicial o alargamento da estação de Garvão e a construção de novas linhas. Fruto da oposição de alguns proprietários dos terrenos que teriam que ser cedidos, a direção do Sul e Sueste dos Caminhos de Ferro foi obrigada a encontrar nova localização, o que veio a acontecer no local que é hoje a Funcheira. Em 1911 começaram os trabalhos naquela que viria a ser uma das mais importantes e movimentadas estações a sul do Tejo e, consequentemente, a fixação de população, levando ao aparecimento da povoação. Assim, em agosto de 1914, os comboios começaram a laborar na recém-criada aldeia-estação da Funcheira, com a inauguração do troço Garvão-Alvalade. Cem anos depois do início dos trabalhos, a Funcheira é hoje uma pálida imagem da terra e da estação que já foi, à semelhança de muitas outras estações ao longo da linha do Alentejo. Da terra com cerca de 500 habitantes, muitos deles ferroviários e com trabalhos ligados à ferrovia, comércios vários, casas e ruas arranjadas, um clube de futebol (o Clube Ferroviário da Funcheira) e um rancho folclórico, hoje, pouco resta. Com uma população envelhecida, de ruas quase desertas, a própria estação, que tanto movimento deu à terra, fazendo fazendo-aa surgir entre dois montes, está praticamente abandonada. Exceção feita ao pequeno café que ainda vai funcionando, para servir os poucos habitantes da aldeia e os escassos passageiros que ainda vão chegando ou partindo nos comboios para Lisboa, Beja ou Algarve.

deia-estação emblemática do Baixo Alentejo, ponto de passagem ou paragem para muitos que usaram o comboio como meio de transporte. Hoje, a estação e a própria aldeia estão muito diferentes daquilo que já foram. Texto Marco Cândido Monteiro Foto José Serrano

Este sábado, 23 de julho, a Funcheira volta a estar em festa. Uma festa a relembrar tudo o que a estação e a terra foram e deixaram de ser, uma festa como as que havia antigamente, quando ainda havia muita gente na aldeia e muita gente ia à aldeia. A ideia, de comemorar a data dos 100 anos do surgimento da aldeia e da estação que a fez surgir, partiu de um grupo de pessoas, autointitulado “Amigos da Funcheira”, a partir da recolha de material para o livro Funcheira – Tesouro Perdido dos caminhos de ferro. “Há uns três anos que se está a trabalhar num livro sobre a Funcheira e, nesse processo, descobriu-se que a estação da Funcheira fazia 100 anos em 2011”. Segundo Américo Marques, um dos “Amigos da Funcheira” e filho de ex-ferroviários, este foi o mote para as pessoas se juntarem e arrancarem com esta iniciativa, “tudo gente ligada à Funcheira, ferroviários ou filhos de ferroviários”. O programa da festa retrata bem a importância que os caminhos de ferro tiveram no surgimento da terra e como moldou as vidas dos funcheirenses. Para além da apresentação do livro que deu o mote às comemorações, a

Cem anos depois do início dos trabalhos, a Funcheira é hoje uma pálida imagem da terra e da estação que já foi (...). Da terra com cerca de 500 habitantes, muitos deles ferroviários e com trabalhos ligados à ferrovia, comércios vários, casas e ruas arranjadas, um clube de futebol (o Clube Ferroviário da Funcheira) e um rancho folclórico, hoje, pouco resta.

missa celebrada será em honra da estação da Funcheira e haverá uma exposição de fotografias da terra, invariavelmente, com comboios nas imagens. Para Américo Marques, a realização destas festas “é o fechar de um ciclo de história da estação e da população”. “As gentes da Funcheira têm uma particularidade muito própria. Vivemos sempre no meio ferroviário, numa terra que tinha quase tudo. A Funcheira tinha sapateiros, barbeiro, talho, um clube de futebol. Era uma aldeia quase à parte de Garvão, apesar de nos darmos bem, mas que tinha uma autonomia específica”. Longe vão os anos em que a azáfama em torno da estação ferroviária, o movimento dos comboios, carregando e descarregando bens, os passageiros que entravam e saíam, e a própria população local, davam um colorido especial ao local. Hoje, a velha estação, de ar imponente e telhado cor de barro em forma de pequenas conchas, está praticamente ao abandono, com a sala de espera encerrada e o teto em risco de abater. Os armazéns e os dormitórios estão vazios das vidas que os encheram. E se os comboios rumo ao Algarve ou a Lisboa ainda vão parando e trazendo alguns passageiros (com os dias de maior movimento a aproximarem-se, quando chegarem os viajantes em direção ao Festival do Sudoeste), a linha para Beja, com uma automotora que vai de manhã e volta depois de almoço, está em risco de fechar, por falta de passageiros e viabilidade económica. Américo Marques não sabe qual será o futuro da linha. Mas sabe que se há poucas pessoas a apanharem o comboio, isso se deve aos horários desajustados: “Uma automotora de manhã e outra logo depois de almoço não dão para as pessoas irem ao médico ou fazer outra coisa qualquer. Com um horário melhor talvez houvesse mais utentes. Mas tenho pena se vier a fechar”.


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O Alentejo tem um filão de histórias que podem ser exploradas durante muito tempo. Infelizmente, não temos ainda condições para fazer novelas de época, que são caríssimas. Mas havemos de lá chegar.

Entrevista

Quanto tinha 13 anos decidi que queria escrever novelas, o que é estranho, pois nessa idade um miúdo quer ser tudo menos escritor, e ainda menos numa área tão específica.

António Barreira começou a escrever para a Rádio Vidigueira e acabou vencendo um Emmy

A vida dele quase dava uma novela “Quando as pessoas acreditam muito numa coisa, ela a Rádio Vidigueira encorajou-o a ir mais longe. Depois acaba por lhe vir parar às mãos”. Guiado por esta máxima, de classificar em 1.º lugar num curso de guionismo, coo alentejano António Barreira atingiu o topo na profissão meçou a escrever para a TVI e a colecionar êxitos. Em que escolheu quando tinha apenas 13 anos: argumen- 2010 obteve a consagração mundial na sua especialitista de novelas. Autor de telenovelas de grande audiên- dade, quando a novela “Meu Amor” foi galardoada com cia – “Fascínios”, “A Flor do Mar”, “Meu Amor”, “Remédio um prémio Emmy. Em entrevista ao “Diário do Alentejo”, Santo” –, António Barreira nasceu em Vidigueira, há 37 António Barreira contou a sua história.

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anos. O sucesso obtido pelas novelas que escreveu para

Entrevista de Alberto Franco

Em pouco mais de 10 anos, passou de colaborador da Rádio Vidigueira a guionista distinguido com um prémio Emmy, o que até hoje nenhum português tinha conseguido. Como foi o seu trajeto?

Aconteceu de forma natural. Costumo dizer que quando as pessoas acreditam muito numa coisa, ela acaba por lhe vir parar às mãos mais cedo ou mais tarde. Quanto tinha 13 anos decidi que queria escrever novelas, o que é estranho, pois nessa idade um miúdo quer ser tudo menos escritor, e ainda menos numa área tão específica. Estávamos em 1987 uma altura em que não existia indústria audiovisual em Portugal. Tinham-se feito algumas experiências de telenovelas portuguesas, mas a grande referência eram as brasileiras, da TV Globo. Eu era um espectador atento dessas novelas. Apreciava a forma como os autores deixavam os espectadores em suspenso, aqueles ganchos e entrechos que se criam quando se constrói uma história... E ao mesmo tempo o poder que exerciam sobre uma larga camada populacional, que lhes permitia juntar todos os dias uma família frente à televisão. A sua estreia aconteceu na Rádio Vidigueira, com algumas radionovelas que fizeram furor...

É verdade. Numa conversa com o diretor da Rádio Vidigueira, José Pinto Janeiro, veio-nos à cabeça a ideia de fazer uma radionovela. Em 2 de março de 1996 estreou a primeira, que se chamava “Mentiras”, e que se fosse adaptada aos nossos dias ainda daria uma grande história. Passava-se numa aldeia que ia ser submersa por uma barragem – tal como a aldeia de Luz – e focava os problemas da mudança da população para uma nova povoação, feita à imagem e semelhança da antiga, mas que não contava a história dos seus habitantes, porque aquelas pedras da calçada não tinham as suas marcas. O acolhimento do público foi tão

bom que fizemos mais duas radionovelas: “O Tempo não Para”, em 1998, e “A Escolha do Coração”, em 2000. Nessa altura eu já tinha acabado o curso de Direito e estava em Lisboa a trabalhar como diretor do departamento jurídico duma multinacional. Ia ao Alentejo ao fim de semana para gravar os episódios das novelas com os colegas. Foi um período muito feliz, muito saudável, em que fiz amizades para o resto da vida. Como passou das radionovelas para as telenovelas?

Em 2001, a então empresa de audiovisuais NBP, atual Plural, lançou um concurso para novos guionistas. Eu fiquei em 1º lugar na categoria de telenovelas e convidaram-me para trabalhar na Casa da Criação, a empresa que escreve a maior parte das novelas da TVI. Já estava casado, tinha uma filha, mas não hesitei em trocar o trabalho de jurista pelo guionismo. Comecei por colaborar nos guiões de novelas como “Saber Amar”, “O Teu Olhar”, “Queridas Feras”, “Mundo Meu”, “Dei-te quase Tudo” e “Morangos com Açúcar”. Em 2007, André Cerqueira e José Eduardo Moniz perguntaram-me se estava preparado para ser autor titular. Respondi afirmativamente e estreei-me a solo com a novela “Fascínios”, que tinha um elenco de luxo e foi um mega-sucesso. Isso fez-me continuar. Escrevi “A Flor do Mar”, em parceria com Maria João Mira, na minha opinião a melhor guionista portuguesa, e “Meu Amor”, que projetou a ficção portuguesa além-fronteiras ao ganhar um prémio Emmy. Qual a novela que mais gostou de escrever?

É difícil responder, pois todas elas são importantes para a nossa carreira, para a nossa formação enquanto profissionais. As personagens são como se fossem nossos filhos e não é fácil apontar as nossas preferidas. “Fascínios” deu-me muito prazer, e muito medo, por ser a primeira novela a solo. A “Flor do Mar” e o “Meu Amor” também me deram gozo, assim como a atual, “Remédio Santo”, que trata temas pouco usuais nas novelas portuguesas: o misticismo, o charlatanismo, etc. Q uais as qualidades de um b om argumentista?

Deve começar por ser um bom observador da realidade, para descobrir o que pode criar afinidades com o espectador. Depois, deve acreditar naquilo que faz,


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Estreei-me a solo com a novela “Fascínios”, que tinha um elenco de luxo e foi um mega-sucesso. Isso fez-me continuar: escrevi “A Flor do Mar”, em parceria com Maria João Mira, na minha opinião a melhor guionista portuguesa, e “Meu Amor”, que projetou a ficção portuguesa além-fronteiras ao ganhar um prémio Emmy.

Acaba por se criar uma forma muito portuguesa de contar histórias, quanto mais não seja por estas serem histórias baseadas na realidade do nosso País.

estar convicto que a sua história é a melhor do mundo. Deve ainda ser brioso, no sentido de tentar criar o melhor texto possível, a intriga que consiga prender diariamente os espectadores, e, se conseguir, deve ser disciplinado. Eu não tenho esta última qualidade, pois não tenho horários para escrever. Sou completamente caótico.

que podem ser exploradas durante muito tempo. Infelizmente não temos ainda condições para fazer novelas de época, que são caríssimas. Mas havemos de lá chegar. Pensa escrever argumentos para outros formatos sem ser telenovelas?

Sou autor exclusivo da TVI e, como tal, depende do que ela me encomendar. O próximo PUB

O primeiro português a receber um Emmy

O

s prémios americanos Emmy são os Óscares da televisão. Divididos em várias categorias, premeiam as melhores obras que passam pelo pequeno ecrã. Em 2010 o Emmy da categoria de Melhor Novela foi atribuído a “Meu Amor”, exibida na TVI e escrita por António Barreira. “Estarmos nomeados era já uma vitória”, confessa o guionista alentejano. “Estávamos a competir com o mundo inteiro, com indústrias de audiovisuais muito fortes, como a argentina e a filipina. Ao todo, eram mais de 120 produções, avaliadas por um júri de 700 membros”. Depois de uma pré-seleção de três, o júri considerou “Meu Amor” a melhor novela mundial no ano de 2010. Para António Barreira, ser considerado o melhor do mundo aos 36 anos “foi bom, mas sobretudo estranho. Muito estranho”. AF

“Estarmos nomeados era já uma vitória. Estávamos a competir com o mundo inteiro, com indústrias de audiovisuais muito fortes.

A nossa ficção televisiva já entrou na maioridade? Já se pode falar numa escola portuguesa de guionismo?

Penso que sim. Temos excelentes profissionais, tanto a escrever para a TVI como para a concorrência. E isso é excelente, pois motiva-nos para fazer melhor e dar mais de nós próprios aos projetos. Com tudo isto, acaba por se criar uma forma muito portuguesa de contar histórias, quanto mais não seja por estas serem histórias baseadas na realidade do nosso país. O Alentejo dá boas histórias?

Sem dúvida. Neste momento está no ar a novela “Anjo Meu”, que não é minha mas que se passa no Alentejo, nos anos 80. Começou com a Reforma Agrária, em 1975, e avançou até à década seguinte, mostrando o que mudou. O Alentejo tem um filão de histórias

trabalho poderá ser um telefilme ou uma série. Fora da televisão, gostaria de contar em livro a história dos meus avós paternos, que eram espanhóis e fugiram para Portugal no tempo da Guerra Civil. Eram da região de Huelva e o meu avô era responsável pelos caminhos de ferro daquela zona. Além disso, era monárquico convicto. Não gostava do Franco e a forma de o demonstrar foi fazendo

descarrilar o comboio, o que é um ato terrorista. Tiveram de fugir, senão morriam. Atravessaram o Guadiana com água até ao pescoço, com um tio meu recém-nascido, andaram escondidos nos campos, etc. É uma história muito bonita, de amor e de coragem, que penso contar quando tiver tempo. Por enquanto é impensável, pois a palavra tempo está riscada no meu dicionário.


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Projeto da ADPM apoiado pela Fundação EDP

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O projeto “Sobre Rod@s” da ADPM foi um dos 27, em todo o País, que mereceram o apoio da Fundação EDP, no âmbito do Programa EDP Solidária. O projeto consiste na dinamização de um espaço integrado, num veículo, e tem como objetivo “contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos idosos”.

Região Parque de Feiras Relações entre Pulido Valente e Castro e Brito já tiveram melhores dias

Administração reuniu-se três vezes em 2011

Câmara extingue Expobeja “Toda esta questão parece-me que está a ser colocada ao contrário”. As palavras são de Lopes Guerreiro, diretor executivo da Expobeja há sete anos a esta parte, colocado perante a decisão da Câmara Municipal de extinguir a empresa que gere o Parque de Feiras e Exposições de Beja.

O

que seria normal era que se debatesse primeiro o que é preciso para dinamizar mais o parque e depois se procurasse o modelo para o fazer. Mas dissolver, sem se apresentar qualquer alternativa, não me parece a solução para os problemas que aqui existem”, diz Lopes Guerreiro ao “Diário do Alentejo” . O Parque de Feiras e Exposições de Beja integra diversos equipamentos da Câmara Municipal e da Associação de Criadores de Ovinos do Sul (ACOS), muitos deles concebidos em conjunto, pelo que em março de 2003 foi decidida a constituição pelas duas entidades (a câmara com 60 por cento do capital e a ACOS com 40 por cento) de uma empresa municipal com participação de capital privado para gerir aquele espaço, onde se realizam várias atividades, desde o mercado semanal até à Ovibeja. Nascia assim a Expobeja – Sociedade Gestora do Parque de Feiras e Exposições de Beja, que atualmente dispõe de quatro funcionários (dois do quadro, um destacado pela Câmara Municipal e outro pela ACOS) e que, nos últimos “três anos tem tido prejuízos crescentes”, reconhece Lopes Guerreiro, embora sublinhe que “isso resulta essencialmente da crise económica e tem reflexos em todos os parques de feiras e exposições”. O ainda diretor executivo da ExpoBeja, sem qualquer cargo na administração – que é partilhada por Jorge Pulido Valente e Miguel Góis, pela câmara, e por Manuel Castro e Brito, pela ACOS – considera que “a viabilidade ou inviabilidade do parque depende muito da forma como é integrado na estratégia e na atividade

da Câmara Municipal, já que é muito difícil a rentabilização deste tipo de estruturas no interior do País apenas com a realização de eventos. Tem de haver outras apostas da autarquia para a sua viabilização”. Caso a proposta de extinção da Expobeja seja ratificada na reunião da Assembleia Municipal, marcada para setembro, colocam-se três possibilidades para a gestão do parque. Ou a câmara avança sozinha. Ou a ACOS fica com a totalidade das participações. Ou cada uma destas entidades passará a gerir autonomamente os seus equipamentos. Mas ninguém sabe o que vai acontecer. Jorge Pulido Valente, presidente da Câmara Municipal e do conselho de administração, já veio dizer que “é uma situação que será tratada a seu tempo, depois de ultrapassado a dissolução da Expobeja” e justificando a dissolução com o facto de se tratar de “uma empresa com um défice recorrente”. Manuel Castro e Brito, da ACOS, não tem querido pronunciar-se sobre esta questão em público. Questionado pela Rádio Voz da Planície disse que “a decisão foi tomada pelo sócio maioritário que pode fazer o que entender”. O “Diário do Alentejo” sabe que já há vários meses que a Câmara de Beja considerava que a dissolução da Expobeja era a solução para a empresa, numa altura em que as relações entre a ACOS e a câmara também “não são as melhoras”. O relacionamento entre a ACOS e o anterior executivo da CDU era “muito mau” e esperava-se que a mudança política da câmara trouxesse uma melhoria nas relações entre os dois parceiros na Expobeja, até porque um dos pontos do programa do PS passava por ”valorizar o Parque de Feiras e Exposições”. Tal parece não ter acontecido e um sinal é o facto das reuniões da administração da Expobeja, que deviam ser mensais, serem cada vez mais escassas. Este ano a administração reuniu-se apenas três vezes. Carlos Júlio


Famílias com “parcos recursos económicos” e “grandes dificuldades” em comprar ou arrendar casa no mercado livre podem candidatar-se às 16 habitações sociais que a Câmara Municipal de Castro Verde construiu para atribuir aos mais carenciados no concelho. O município adianta que as inscrições para atribuição das 16 habitações, com tipologias T2 e

Biblioteca vai a Melides e Carvalhal Melides e Carvalhal são as praias do concelho de Grândola que recebem ao longo de julho e agosto a iniciativa Biblioteca na Praia, que funciona de segunda a sexta-feira, entre as 10 e as 17 horas. A Biblioteca de Praia é uma extensão itinerante da Biblioteca Municipal de Grândola, que se traduz

Posse ao adjunto do Comando do RI3 O adjunto do comandante do Regimento de Infantaria n.º 3 (RI3), Fernando da Silva Franco, tomou posse no início desta semana. O sargento-mor de infantaria, natural de Albernoa, concelho de Beja, foi incorporado em 1980 na Escola Prática de Cavalaria, para frequentar o curso geral de sargentos milicianos. Ao longo dos últimos 30 anos prestou serviço em diversas unidades, nomeadamente no esquadrão de Lanceiros da Zona Militar da Madeira, RI3, comando da Zona Militar dos Açores, Regimento de Guarnição n.º 2 e Instituto de Acão Social das Forças Armadas. Foi promovido ao posto de sargento-mor em outubro de 2010. É agraciado com as medalhas de comportamento exemplar graus cobre e prata, medalha de mérito militar de quarta classe e medalha de D. Afonso Henriques terceira e quarta classes. Entretanto, o RI3 recebeu a visita do comandante da Brigada de Reação Rápida, Fernando Celso de Campos Serafino, integrado no périplo que o major general vem fazendo às unidades da brigada, desde que assumiu funções.

Ferreira teme perda de médicos A Comissão de Utentes dos Serviços Públicos do Concelho de Ferreira do Alentejo solicitou aos grupos parlamentares um pedido de esclarecimento junto do primeiro-ministro e do ministro da Saúde “quanto à aplicação da obrigatoriedade do receituário via eletrónica a partir do dia 1 de agosto, bem como informação a todos os utentes da viabilidade da instalação em todos os centros de saúde e extensões dos meios necessários para a prestação dos cuidados médicos a todos os utentes”. A comissão refere que “o serviço médico de proximidade existente, com a introdução do receituário eletrónico, por ainda não ter sido instalado o sistema informático em seis postos médicos do concelho, permitindo ao médico a emissão de receitas conforme o estipulado por legislação a partir do próximo dia 1 de agosto, corre o risco da perda da valência do médico de família nessas localidades/aldeias, passando a população a ter que se deslocar ao centro de saúde concelhio, a fim de o médico lhes poderem passar o receituário”. “A concentração dos serviços médicos no centro de saúde de Ferreira do Alentejo não serve os interesses das populações”, conclui.

Beja tem gabinete de consulta jurídica Até ao final do mês vai abrir em Beja um gabinete de consulta jurídica. O protocolo de constituição foi assinado recentemente pelo presidente da Câmara de Beja, o bastonário da Ordem dos Advogados e os presidentes do conselho distrital de Évora e da delegação de Beja da Ordem dos Advogados. O gabinete vai ser instalado na rua Abel Viana n.º 1, em Beja, num imóvel cedido pela câmara em regime de comodato e por um período de cinco anos, renováveis. A autarquia salienta que a criação do referido gabinete tem em vista a “salvaguarda dos direitos fundamentais, nomeadamente o acesso ao direito, à informação, à consulta jurídica e ao patrocínio judiciário por parte de todos os cidadãos independentemente das suas condições”. A câmara adianta ainda que “partilha o interesse em combater a procuradoria ilícita e a consequente usurpação de funções próprias da advocacia como lesiva dos interesses dos cidadãos”.

T3 e que foram construídas pela autarquia na rua da Reforma Agrária, em Castro Verde, podem ser efetuadas até dia 12 de agosto. Segundo a Câmara Municipal de Castro Verde, as habitações destinam-se a famílias de estratos sociais de “parcos recursos económicos e com grandes dificuldades na aquisição ou arrendamento de habitação no mercado livre”.

num serviço gratuito de cultura e informação, ao dispor de todos os veraneantes, promovendo a leitura em tempo de férias. Diariamente são disponibilizados para consulta e empréstimo na praia livros, jornais diários e semanários, revistas, pequenos contos, banda desenhada e alguns livros úteis. A iniciativa destina-se a adultos, jovens e crianças. PUB

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Atribuição de habitações sociais em Castro Verde

Novidade este ano é a colaboração do Centro de Ciência Viva do Lousal – Mina da Ciência que levará muita ciência e diversão às praias de Melides e Carvalhal. A Biblioteca na Praia é um projeto que nasceu na década de 90, e que este ano reúne um conjunto de 500 livros, que são renovados quinzenalmente.


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Feira do Melão regressa entre 5 e 7 de agosto

Romaria e procissão no rio Sado em Alcácer Alcácer do Sal recebe amanhã, sábado, a IV Romaria e Procissão no rio Sado, “na qual Nossa Senhora do Castelo abençoará a população e, em particular, os homens do mar”. Esta é uma iniciativa da Junta de Freguesia de Santa Maria do Castelo, que conta com o apoio da Câmara Municipal

Animação musical, gastronomia vária, concurso de melhor doce de melão e muito convívio são algumas das propostas da Feira do Melão, que se realiza em Figueira dos Cavaleiros nos dias 5, 6 e 7 de agosto. Como novidade na edição deste ano, adiantam os responsáveis, haverá ainda um prémio para o melhor stand a participar no certame.

de Alcácer do Sal. O evento tem início com um concerto de Carlos Mendes na ponte Pedonal pelas 21 horas. Meia hora depois será celebrada missa na igreja de Santa Maria do Castelo, ao mesmo tempo que a ponte Pedonal recebe mais um concerto, desta vez pela Banda da Sociedade Filarmónica Amizade Visconde D´Alcácer. Com cerca de 30

barcos inscritos oriundos de Setúbal, Carrasqueira e da cidade de Alcácer do Sal, a imagem de Nossa Senhora do Castelo parte em procissão até ao rio Sado, pelas 22 e 15 horas, acompanhada da Sociedade Filarmónica Progresso Matos Galamba. A terminar a noite sobe ao palco Tozé Pratas e Dina Teresa na margem sul do rio Sado.

Há três semanas que a cultura habita as ruas de Évora

Assembleias de rua chegaram ao Alentejo Há três semanas que os fins de tarde para algumas dezenas de pessoas em Évora são diferentes. Quando soam as sete da tarde é vê-los na praça do Sertório, reunidos em assembleia de rua, geralmente com manifestações artísticas a acontecerem ali mesmo ao lado. Dizem ser um movimento de cidadania, apartidário, de base, cujo propósito é refletir sobre as questões da cultura e de como a tornar mais forte e participada.

A

utointitulam-se “A cultura está viva e manifesta-se na rua” e tudo nasceu de um apelo individual, a que muitos ouPUB

tros se juntaram, feito a partir do facebook. Em cada assembleia combinam o que vai acontecer no dia seguinte e ali não há cargos de direção nem de representação. Cada qual representa-se a si próprio. Pedro Pinto, 33 anos, músico, foi quem tomou a iniciativa de, através do facebook, lançar o repto para, quem quisesse, se juntar ao fim da tarde do passado dia 4 para debater as questões da cultura em Évora. Apareceram logo nesse dia mais de 30 pessoas, no largo do Sertório, frente à Câmara Municipal. Hoje, Pedro Pinto diz ao “Diário do Alentejo” que aquilo que o motivou foi “a vontade de dialogar, de partilhar, de perceber se os outros têm opiniões

comuns e ganhar força nessa partilha. Secretamente esperava esta mobilização, só não sabia se era a altura certa”. Pelos vistos era a altura certa, já que, como afirma Margarida Alegria, de 24 anos, marionetista e ativista da primeira hora deste movimento, “cada um tem as suas razões, mas há muito tempo que as praças, as ruas desta cidade não abriam os braços à liberdade, à liberdade artística, à liberdade de Ser. Cada um vale por si e juntos somos a expressão dessa liberdade. Dá-se voz às palavras que tantas vezes, e durante muito tempo, têm vivido fechadas em pensamentos”, diz, e acrescenta que, na sua opinião, “a partir de agora é possível tudo! Construir um novo caminho para o futuro, no

presente, sem esquecer o passado. E aqui está a importância do encontro de gerações, de pessoas com diferentes percursos de vida. É por isso que dizemos que, no movimento, queremos Todos e Tudo”. Hugo Miguel Coelho, 35 anos, autor e diretor de produção, um dos participantes habituais nestas assembleias de rua, diz: “Encontrei aqui pessoas com preocupações e inquietações similares às minhas. E. acima de tudo, encontrei aqui novos intervenientes, que não vinham dos projetos do costume, com os hábitos do costume e com o discurso do costume”. Uma visão que também é, de algum modo, partilhada por Diana Mira, coordenadora geral da asso-

ciação PédeXumbo. “O facto de existirem pessoas de diferentes gerações e linhas estéticas a conversar na rua é um interessante. Este é um movimento também claramente influenciado pelas assembleias que se vivem em imensas cidades europeias”. Para hoje à noite está prevista mais uma assembleia de rua, de novo na praça do Sertório, uma das principais praças da cidade, com diversas expressões artísticas já programadas. Uma das propostas que vai ser debatida é a suspensão das assembleias, devido ao período de férias, continuando os debates e discussões no facebook (a página, a que se acede por convite, já tem mais de mil “amigos”) ou no sítio http://www.culturanarua.com/.


O IX Grande Prémio da Casa do Benfica de Beja realiza-se no próximo domingo, dia 24, na barragem de Santa Clara de Louredo, com concentração prevista para as 6 horas no Clube de Caça e Pesca de Boavista. As provas decorrem entre as 9 e as 13 horas.

Desporto

Desportivo de Beja reforça-se para 2011/12

O Clube Desportivo de Beja, ainda sem data para arranque da época desportiva, continua a arregimentar reforços para o plantel que continuará sob orientação do treinador Carlos Simão. José Cláudio (ex-Despertar) e Hugo Trincalhetas (ex-Castrense), Miguel Pardal (ex-Bairro da Conceição), Jorge Monteiro (ex-Moura) e Semedo (ex-Aldenovense) são as últimas aquisições conhecidas.

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Benfiquistas à pesca em Santa Clara de Louredo

Eusébio Rosa vence pela quarta vez O atleta Eusébio Rosa, do Sport União Caparica, foi o vencedor absoluto da 7.ª Ultra Maratona Atlântica Melides/Troia, cumprindo os 43 quilómetros da prova com o tempo de 3.08.01 h, um tempo acima do recorde da prova (3.00.40 h) que o próprio bateu na edição de 2010. No setor feminino a vitória sorriu à atleta espanhola Gema Borgas (C.A. Playas Castellon) com o tempo de 3.42.44 h, novo recorde neste setor. Coletivamente venceu o Clube de Atletismo da Barreira. Partiram de Melides 266 atletas verificando-se apenas 18 desistências durante o percurso.

Arbitragem bejense brilha no futsal

“Correr por gosto não cansa” O bejense Daniel Lança, de 24 anos, vendedor de peças auto, falhou por pouco a distinção de melhor árbitro da 3.ª categoria nacional de futsal. Texto e foto Firmino Paixão

M

as o segundo lugar conquistado abre-lhe as portas a novos desafios, agora no segundo escalão. A ele e a Adão Henriques, sexto classificado e também promovido. E pela primeira vez o conselho de arbitragem de Beja tem juízes neste escalão, apesar da reduzida expressão que a modalidade tem na região. Naturalmente feliz com esta promoção invulgar?

Sendo a primeira vez que isso sucede, fico feliz por isso e satisfeito por o meu colega Adão Henriques ter ascendido comigo. Na próxima época estaremos novamente juntos. Foi uma época em que correu tudo como planeado, trabalhámos muito e quando se trabalha assim só se pode ter sucesso. Um segundo lugar de sacrifício?

Sobretudo de muito trabalho e muito sacrifício durante toda a época. E continuo a trabalhar para entrar bem na próxima temporada e poder ter bons resultados. Mais valorizado por estar numa região interior com o futsal pouco dinamizado?

É complicado, de facto. O futsal na região está pouco desenvolvido em relação a outros distritos mas, como lhe disse, a receita é a máxima dedicação à causa, muito trabalho e muito sacrifício. O que fez para merecer esta promoção?

Muita dedicação e muito empenho. Também algum conhecimento. Procuro sempre saber mais e quando tenho dúvidas tenho a humildade de as esclarecer. Estou sempre à procura de novas situações que possam surgir para me aperfeiçoar e estar preparado para quando elas ocorrem durante os jogos. Alguma coisa vai mudar na sua carreira de árbitro?

Na prática não quero que mude nada, quero manter a humildade e a dedicação para poder atingir outros patamares superiores. Cada passo de sua vez, sem pressas nem precipitações, para não tropeçar nem cair.

Naturalmente que mudará, até porque é o ponto de chegada de uma das metas com que sonhei quando entrei no mundo na arbitragem. Na prática não quero que mude nada, quero manter a humildade e a dedicação para poder atingir outros patamares superiores. Cada passo de sua vez, sem pressas nem precipitações, para não tropeçar nem cair. E os seus outros sonhos são...

O sonho de um árbitro é atingir a primeira categoria nacional, sei que vou encontrar dificuldades acrescidas, novas exigências, o jogo vai ser mais rápido, mais competitivo, as equipas trabalham muito melhor. Vão ser exigências novas, tudo será diferente do que é até aqui, vou estabelecer como meta a manutenção, sem pensar para já noutros objetivos. A manutenção neste escalão com a melhor classificação possível. Porque escolheu o futsal?

É uma boa pergunta. Comecei pelo futebol de 11, depois tive a possibilidade de mudar para o futsal, já

arbitrava a nível regional e algumas maratonas. Gostei, senti- -me bem, tive algumas dúvidas nesta opção porque gostava muito do futebol de 11 mas quando entrei no quadro nacional vi que era disto que eu gostava e cá estou. Mas sabe que a visibilidade é diferente...

Em Portugal e a nível mundial concordo que são modalidades com pesos distintos, mas as coisas estão a mudar e estou confiante no futuro. A modalidade está em expansão, seguramente que nunca atingirá a expressão do futebol de 11, mas é uma boa modalidade e já tem algum prestígio. O futsal regional pode evoluir?

Quero acreditar que sim e estou convencido disso. Para já as coisas estão bem encaminhadas, mas a única dúvida no seu crescimento passa pela conjuntura difícil que atravessamos e pelas dificuldades que daí derivam para a sobrevivência dos clubes. Mas eu estou otimista.

O distrito de Beja tem poucas equipas...

Não existe formação e neste distrito aposta-se mais no futebol de 11, o futsal está em segundo plano, é preciso que as pessoas apostem mais nesta modalidade sobretudo ao nível dos escalões de formação. É bem compensado financeiramente?

As compensações financeiras ficam aquém do futebol de 11, mas isto é um hobby, correr por gosto não cansa, é por isso que cá andamos e continuaremos até que nos permitam. Tento conciliar a profissão com a arbitragem, às vezes é um pouco difícil, mas tenho que agradecer sobretudo à minha esposa que me tem ajudado muito. A esposa percebeu que casou com um árbitro de futebol?

Sim, mas tem-me acompanhado muito, ajuda-me imenso e certamente que vai estar sempre ao meu lado a incentivar-me. Não tenho dúvidas disso.


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BTT Beja – Trilhos do Concelho à noite

Dia aberto nas piscinas de Santiago do Cacém

A Câmara Municipal de Beja, através da sua divisão de Desporto e em parceira com o Despertar Sporting Clube, organiza hoje, sexta-feira, o quarto evento de BTT de 2011, uma edição noturna subordinada ao tema “Trilhos do Concelho de Beja”. O passeio terá a extensão de 25 quilómetros e a concentração realiza-se no parque da Cidade pelas 20 horas.

Sara Inácio (J.D.Neves) bateu novo recorde A pista do Estádio Universitário em Lisboa recebeu recentemente os Campeonatos Nacionais de Juniores, competição que contou com a presença de seis atletas femininas do distrito de Beja, representando a Juventude Desportiva das Neves (3), a Sociedade Recreativa e Desportiva Entradense (2) e o Futebol Clube Castrense (1). A juvenil Sara Inácio, das Neves, conquistou um excelente quarto lugar nos 800 m, com o tempo de 2´.18”,10 assegurando um novo recorde distrital da distância nas categorias de juvenis, juniores e seniores. As

Realiza-se hoje, sexta-feira, entre as 17 e 30 e as 19 e 30 horas, o open day nas Piscinas Municipais de Santiago do Cacém. Uma atividade direcionada para a população com a realização de várias modalidades no interior e no exterior do edifício das piscinas municipais.

restantes atletas presentes conseguiram os seguintes resultados: Patrícia Vaz (juvenil do Castrense) foi 5.ª classificada na 4.ª meia-final dos 100m; Adriana Carneirinho (júnior do Entradense) foi 7,ª na 4.ª meia-final dos 100m; Liliane Amaro (júnior das Neves), 5.ª classificada na 2.ª meia-final dos 100 m e 5.ª na 1.ª meia-final dos 200 m; Teresa Mestre (júnior do Entradense), 4.ª classificada na 2.ª meiafinal dos 100 barreiras e 6.º lugar na final; Elsa Patriarca (juvenil das Neves), 7.ª no lançamento do dardo 600gs; E Sara Inácio (juvenil das Neves) 7.ª classificada nos 1500 m.

Ciclista natural de Cuba

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João Letras pedala para o sucesso O jovem cubense João Letras, formado nas escolas do Centro de Ciclismo de Cuba, procura afirmar-se como profissional no pelotão velocipédico português. Texto e foto Firmino Paixão

J

oão Letras nasceu na vila de Cuba há 19 anos, tem formação profissional na área da informática, mas as bicicletas são, desde o berço, a sua paixão maior. O pai e o irmão, ambos praticantes amadores, moldaramlhe a vocação, quem sabe traçaram-lhe o destino, e o jovem cubense é hoje corredor da equipa do Centro de Ciclismo do Cartaxo – Escola de Ciclismo José Maria Nicolau, na categoria de Sub-23. João Letras explica essa opção: “Isto é uma paixão que tenho desde criança, o meu pai e o meu irmão eram corredores amadores do Centro de Ciclismo de Cuba e eu, naturalmente, segui-lhes o caminho. Uma paixão de família que em mim tem vindo a aumentar”. Não se pode dizer que João tenha nascido em cima de uma bicicleta, mas é certo que logo que pôde trepou para cima dela: “Sim, ainda me lembro desse tempo, gostei do ciclismo,

A sua dádiva de SANGUE é urgente

tomei-lhe o gosto e por mim será para continuar. Ainda me lembro da minha primeira prova, não correu lá muito bem, fiz penúltimo, ainda por cima na Cuba, mas com uma bicicleta emprestada”. O ciclista recorda também: “Comecei a correr no clube da minha terra, foi uma opção natural, com muito gosto, com muito orgulho por dignificar a minha terra e representar este clube”. Mau grado não tem qualquer recordação do carismático fundador do Centro de Ciclismo de Cuba: “Já não conheci o ‘Manelico’, creio que já tinha falecido quando eu me iniciei na modalidade, mas tenho ouvido falar muito nele, sei que fundou o clube e esteve muitos anos a dirigi-lo mas conhecer a sua história nunca me despertou grande interesse”. João Letras fez toda a sua formação desportiva no C.C.Cuba, até à categoria categori de júnior, e quando subiu a Sub 23 “a “as coisas complicaram-se” porqu porque arran teve “dificuldade em arranjar equipa”: “Entrei a meio da época para o Centro de Ciclismo de Tavira, fi fiz uma ou duas provas ma mas não foi aquilo que espe esperava. Fiz lá um bocado dda época, também lá estão ou outros jovens alentejanos alentejanos, mas não me adaptei muito bem”. Residindo numa região onde a modalidade não implan está muito implantada, João Letra Letras surgir-lh viu surgir-lhe segund uma segunda oportuni“Entre dade: “Entrei dest a meio desta

época para o Centro de Ciclismo do Cartaxo – Escola José Maria Nicolau, têm apostado mais em mim, levam-me a todas as provas e estou a gostar imenso desta equipa”, diz, justificando que entrou tarde na equipa “porque ela estava completa, mas houve uma desistência” e conseguiu entrar. Embora a curiosidade ainda não lhe tenha despertado o interesse em saber quem foi o patrono da sua equipa, João Letras confessa que se sente orgulhoso por ser treinado por um neto de José Maria Nicolau: “É uma honra muito grande”. O jovem ciclista é fã incondicional do recentemente retirado Cândido Barbosa, “um sprinter” como ele, “com grande espírito de conquista”. No plano internacional gosta de Cavedinsh e de Andy Shleck. Desde que integrou o pelotão nacional em equipas de Sub/23, João Letras fez duas provas pelo Tavira: “Uma em linha de uma dia, em Valongo, depois, em setembro, fiz o Grande Prémio Costa Azul, as duas corridas com a camisola do Tavira”. Este ano o maior desafio foi a participação na Volta ao Alentejo: “Correu bem, o meu objetivo era acabar a prova e consegui, por isso não podia ter sido melhor. Em alguns momentos andei na frente, nas disputas ao sprint, sentia-me bem, a minha especialidade é essa”, refere o corredor, sublinhando que o seu forte é o sprint: “Considero-me também um bom rolador, mas tenho que perder mais peso para melhorar como trepador, sinto essa necessidade nas subidas para conseguir acompanhar o pelotão”. Ainda longe dos pódios, “a melhor classificação foi um 39.º lugar numa etapa da Volta ao Alentejo”: “Esta época foi a primeira prova por etapas, mas sei que tenho um trabalho duro pela frente, tenho que trabalhar mais, comecei há pouco tempo, tenho um longo caminho a percorrer”. Os objetivos mais imediatos estão definidos: “Trabalhar para participar na Volta a Portugal do Futuro que se disputa em setembro. Tentarei andar lá na frente a disputar etapas ao sprint para ver se consigo uma vitória. Até lá é trabalhar muito, esforçar-me, corresponder às chamadas que a equipa me fizer para participar noutras provas”.


O Despertar Sporting Clube, que na última época desportiva se sagrou campeão distrital da 1.ª Divisão da A.F.Beja e garantiu o acesso à 3.ª Divisão Nacional, inicia na próxima segunda-feira, 25, a temporada 2011/2012. Filipe Felizardo (ex-Aldenovense), de 38 anos, é o novo técnico da formação bejense após a renúncia de João Caçoila em continuar à frente da equipa.

240 crianças de Santiago do Cacém ocupam tempos livres A Câmara Municipal de Santiago do Cacém promove até agosto animação lúdico-desportiva no Parque Urbano de Rio de Figueira. A ocupação de tempos livres envolve 240 crianças provenientes das 11 freguesias do concelho com idades entre os sete e os 14 anos. As atividades acompanhadas por dois vigilantes das piscinas e dois professores desenvolvem-se entre as

Cooperação transfronteiriça

Desporto liga Beja a Huelva

O

Instituto Politécnico de Beja (IPB) está a desenvolver um programa de formação internacional em parceria com a Universidade de Huelva e uma universidade da Turquia. A revelação foi feita ao “Diário do Alentejo” por Luís Murta, coordenador da cadeira de Educação Física e Desporto da Escola Superior de Educação de Beja (ESEB). O docente adiantou que têm em preparação um programa de formação internacional, cuja candidatura será feita e esperam que tenha sucesso. O projeto envolve a ESEB, enquanto coordenadora do mesmo, a Universidade de Huelva e outra da Turquia. “A ideia é criar um programa de estudo para os alunos das três instituições, a três ou quatro anos. Será um programa de formação sobre determinada temática específica, inovadora, que não exista na sua formação base e que irá ser feita anual e alternadamente nos três países”. Este é apenas um dos exemplos bem-sucedidos de parcerias entre o IPB e outras comunidades académicas, por agora na área da Educação Física e Desporto, mas com tendência a alargar-se a outras áreas. Outro exemplo recente foi a realização do 1.º Encontro Transfronteiriço de Professores de Educação Física e Desporto, Além da partilha que juntou na vila de Mértola de vivências, a os docentes dessa área das duas comunidades académiideia era identificar cas. “Este encontro resultou de algumas áreas um contacto mais amplo e que onde pudéssemos já vem acontecendo entre as desenvolver duas instituições, não só nesta outros projetos e área, mas particularmente em que cada um nesta área da Educação Física e do Desporto, e que nós temos apresentasse a vindo a trabalhar em conjunto. sua investigação Vamos estabelecendo contactos isoladamente entre docentes, mas ainda não tínhamos juntado todos os professores das duas instituições que lecionam nesta área e surgiu a necessidade de encontramos um momento que proporcionasse esse encontro”, explica o docente. Desta feita, adianta Luís Murta: “Na realização do encontro fomos nós que sugerimos essa possibilidade. Temos cá dois professores da Universidade de Huelva em trabalho de investigação, outras vezes vamos nós lá. Mas neste encontro proporcionámos-lhes um pouco do conhecimento da região, porque as visitas são normalmente de trabalho. Surgiu a possibilidade de nos juntarmos em Mértola, uma terra que me é muito cara porque, não sendo um alentejano, foi por ali que entrei na região”. Os objetivos do encontro estavam identificados, revelou Luís Murta: “Além da partilha de vivências, a ideia principal era, efetivamente, identificar algumas áreas onde pudéssemos desenvolver outros projetos e que cada um apresentasse um pouco o que são as suas linhas de investigação e formação e ver onde é que podemos encontrar pontos comuns”, e as expectativas, apesar de elevadas, foram inteiramente correspondidas, sublinha. Firmino Paixão

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10 e as 12 horas. As crianças desenvolvem jogos didáticos nos campos de jogos e no circuito de manutenção e atividades aquáticas nas duas piscinas descobertas. Trata-se, segundo a autarquia, “de uma maneira de proporcionar a estas crianças mais uma ocupação com atividades ao ar livre”. A câmara efetuou recentemente obras nas duas piscinas descobertas e na sua zona envolvente para receber esta atividade.

19 Diário do Alentejo 22 julho 2011

Despertar Sporting regressa ao trabalho


D Diário do Alentejo 222 julho 2011

20

Nas rotas do Caminho de Santiago

A Biblioteca de Santiago do Cacém convida crianças entre os três e os 10 anos, famílias e ATL a percorrem as rotas do Caminho de Santiago, através da música, da palavra e da imagem, evocando uma época em que caminhantes de diferentes partes do mundo seguiam rumo a Compostela levando dias de travessia e noites de descanso com as narrações populares dos seus lugares de origem. Dia 21 e 28 pelas 10 horas, com marcação prévia.

Vitória, estória vitória conta a tua Uma sopa diferente Descobre os pares correspondentes

Dica da semana A páginas tantas ... O País das Pessoas de Pernas para o Ar, de Manuel António Pina, editado pela primeira vez em 1973, tem agora uma nova edição com ilustrações de Marta Madureira. Um livro composto por quatro contos, onde o humor é a nota dominante. Um mundo

às avessas que se sobrepõe à ordem natural do universo. Pessoas que usam luvas nos pés e sapatos nas mãos, a história de um peixe vermelho que escreve um livro, um menino Jesus que não queria ser Deus e um bolo que queria ser comido, mas que não foi, tornam este livro surpreendente e divertido. Aproveita.

Inês Cardoso, 8 anos, Moura

Esta semana ensinamos-te a fazer mochos a partir de caixas de ovos. Vais precisar de uma caixa de ovos em cartão, tesoura, cola e materiais que queiras usar para decorar, como tintas, papéis e tecidos. Juntamos um esquema com os passos que deves seguir para poderes dar asas ao teu mocho.


DR

Inaugura hoje, em três espaços da vila de Vidigueira, a exposição de pintura e escultura “Na máquina do tempo”, do artista plástico Gil Teixeira Lopes. A mostra é organizada pela câmara municipal local e pelo Museu Jorge Vieira, em Beja, e pode ser visitada no átrio dos paços do concelho, galeria do posto de turismo e no museu municipal, até 20 de agosto.

Fim de semana

Teatro Fórum de Moura nas Noites de Rua Cheia Prosseguindo até agosto, as Noites de Rua Cheia, no concelho de Serpa, sugerem para a noite de hoje, sexta-feira, um concerto pelo grupo Notas Soltas, em Pias, e a apresentação, em Brinches, da nova produção do Teatro Fórum de Moura, “Alto e para o trabalho!”, que se repete amanhã, sábado, em Vila Nova de São Bento. No mesmo dia, David Alves atua em Vale do Poço, Cláudia Estrela em Santa Iria, Teresa & Rodrigo Maurício em Vila Verde de Ficalho e Os Amigos da Pinguinha na Mina da Orada.

Festival Músicas do Mundo regressa hoje a Sines

António Zambujo abre FMM

Cante celebrado com Alqueva à vista

Paulo de Carvalho em Santiago do Cacém

A vila medieval de Monsaraz vai receber entre hoje, sexta-feira, e o próximo dia 30, a Festa do Cante nas Terras do Grande Lago, iniciativa integrada no programa Monsaraz Museu Aberto, que convida vários corais da região, tendo como anfitriões o município de Reguengos de Monsaraz e o Grupo Coral da Freguesia de Monsaraz. No dia 29, pelas 21 e 30 horas, na praça de Armas do Castelo de Monsaraz, pode ver-se o espetáculo “Modas à Campaniça” e, no dia seguinte, atuam vários agrupamentos do Baixo Alentejo: o Grupo Coral de Baleizão, Grupo Coral e Etnográfico Os Camponeses de Pias e o Grupo Coral Os Ganhões, de Castro Verde. O desfile encerra com o espetáculo “A Festa do Cante”, que terá uma participação especial dos bejenses Adiafa.

O lendário Paulo de Carvalho, que está a comemorar meio século de carreira, é esperado no domingo, 24, em Santiago do Cacém, para um concerto na Quinta do Chafariz, agendado para as 22 horas. O espetáculo insere-se nas comemorações do Dia do Município, 25, e promete um desfile por temas recentes e também por algumas canções que marcaram a história portuguesa mais recente.

O

maior evento de world music do País, o Festival Músicas do Mundo, regressa hoje, sexta-feira, a Sines para uma maratona de 36 espetáculos, que percorre 23 países em sete noites. E a abertura, pelas 18 e 45 horas, no castelo, fica a cargo de um bejense, o fadista António Zambujo, considerado uma das vozes mais originais da canção de Lisboa, à qual junta influências melódicas e harmónicas do cante alentejano e da bossa nova brasileira, bem a condizer com o espírito de fusão do evento. Em Sines, o cantor já elogiado pelo consagrado Caetano Veloso dedica o serão ao seu álbum “Guia”, eleito pela imprensa como um dos melhores discos portugueses de 2010, e inaugura o palco em que, nessa mesma noite, pisarão mais três projetos. Por ordem de atuação: Le Trio Joubran, trio de alaúdes palestino; o senegalês Cheikh Lô, reputado como “um dos mais brilhantes músicos africanos do nosso tempo”; e os norte-americanos Secrets Chiefs 3, uma criação de três antigos membros da banda Mr. Bungle, que executa um rock progressivo instrumental com influências sinfónicas, de heavy metal e música árabe. Amanhã, sábado, cabe a António Chainho, guitarrista também alentejano (aldeia de S. Francisco da Serra, Santiago do Cacém), as honras de abertura no castelo, com um espetáculo intitulado “LisGoa” em que, justamente, evoca os 500 anos de ligação cultural entre Portugal e Índia. Seguem-se-lhe o chinês Mamer, herdeiro da cultura nómada do povo cazaque de Xinjiang, a banda galega Berrogüetto, um dos mais importantes grupos de folk europeu e a maior das surpresas da edição de 2011: o projeto Congotronics vs Rockers, um diálogo em palco entre 10 músicos originários dos grupos congoleses da série Congotronics e outros tantos da cena rock alternativa. O projeto português Aduf, que convida a cantora basca María Berasarte; a paulistana Luísa Maita, que atua pela primeira vez em Portugal; o projeto De Tangos y Jaleos, que mostra “o verdadeiro f lamenco popular”; e ainda o ganês Ebo Taylor, acompanhado pela orquestra Afrobeat Academy, são as sugestões da programação de domingo, 23, encerrando o primeiro fim de semana de concertos.

21 Diário do Alentejo 22 julho 2011

Vidigueira recebe obras de Gil Teixeira Lopes


22 Diário do Alentejo 22 julho 2011

Estes lindos cachorrinhos com sete semanas de idade procuram donos “cinco estrelas”. A mãe é pequena e o pai desconhecido mas devido à sua estatura atual ficarão pequenos. Estão numa família de acolhimento temporário pois é muito perigoso irem para o canil. Serão vacinados e desparasitados antes da adoção. Contactos: 962432844 sofiagoncalves.769@hotmail.com

Boa vida Revista Memória Alentejana

A

caba de sair um novo número darevista “Memória Alentejana”, com o principal caderno temático dedicado a Almada, concelho onde se estima que vivam cerca de 60 mil alentejanos e descendentes, mais do que a cidade mais populosa do Alentejo, Évora. O segundo caderno foca o centenário do nascimento de Manuel da Fonseca, com textos de Vítor Proença, Artur Fonseca, Urbano Tavares Rodrigues, António Chainho, Hélder Costa, Eduardo Dâmaso e Eduardo M. Raposo. Uma grande entrevista a João Cordovil, presidente da CCDR Alentejo, assim como a Manuel Macaísta Malheiros, ex-governador civil de Setúbal e José Gonçalves, presidente dos SMAS de Almada e vice-presidente do município, naturais respetivamente de Alcácer e do Torrão, são outros aspetos de interesse desta edição, assim como artigos de memória de um militar do 25 de Abril, coronel Andrade da Silva e outro sobre o PREC, do diretor da semanário “Folha de Montemor”. A revista que foi lançada em Almada, no Auditório do Feijó, com a presença de alguns dos seus protagonistas, a 18 de junho, tem apresentações previstas para a Funcheira, a 23 de julho – no âmbito das comemorações do centenário desta estação ferroviária –, e para Montemor, a 30 de de julho, na “Galeria 9ocre”. No Baixo Alentejo está à venda na livraria “Vemos, Ouvimos & Lemos”, em Serpa, e no quiosque “O Bandeirante”, em Beja, e é distribuída para as bibliotecas municipais e associações culturais de todos os municípios alentejanos. EMR

Comer Bacalhau assado na brasa com alho e colorau Ingredientes para 4 pessoas 800 g de lombos de bacalhau (já demolhado de preferência) 4 dl de azeite 8 dentes de alho 1 colher de chá com colorau q.b. de vinagre Preparação Lave e seque o bacalhau com papel absorvente. De seguida assa-se nas brasas ou no grelhador. Polvilham-se os lombos com o colorau. Numa frigideira coloca-se o azeite ao lume com os alhos laminados e fritam-se sem deixar escurecer e junte um pouco de vinagre. Coloque o bacalhau num recipiente e regue com o molho. Acompanhe com um puré de batata ou batata assada e brócolos cozidos. Bom apetite… António Nobre Chefe executivo de cozinha – Hotéis M’AR De AR, Évora

Dois copos de conversa Cuidado com as temperaturas

Q

uando se toma cerveja a regra de serviço na restauração e nas nossas casas é consensual: a cerveja bebe-se fria; e com razão: o frio faz com que o gás dissolvido se escape mais lentamente, possibilitando uma melhor degustação. Tal como a cerveja, e ao contrário do que se pratica em Portugal, nenhum vinho deve ser consumido à temperatura ambiente. Os vinhos brancos e rosados devem ser servidos entre nove e 11 graus e os tintos entre 16 e 18 graus, ou seja, os vinhos tintos devem ser refrigerados! O vinho contém álcool e outros compostos que se evaporam facilmente. Ao servirmos a uma temperatura elevada, estamos a reduzir ou a piorar a maior parte dos compostos nobres que caracterizam o aroma e o gosto do vinho; é o que se passa à temperatura ambiente, que nos restaurantes e em casa, está quase sempre acima dos 22 graus. O vinho torna-se plano na boca, quente no nariz, fazendo lembrar uma sopa; e eu até gosto muito de sopas, mas o tempo das sopas de vinho – conhecidas por sopas de cavalo cansado – já pertence à história (esta bebida energética que resulta da mistura de vinho, pão, açúcar e canela não deve ser, em caso algum, proposta a uma criança ou jovem, por se tratar de um bebida alcoólica;

também os adultos não devem consumi-la por se tratar de um alimento desequilibrado, que cria dependência e que gera vários malefícios para a saúde. Qualquer bebida alcoólica deve ser bebida apenas por prazer e com moderação). No verão o serviço do vinho tinto e dos vinhos fortificados, como o Porto, o Madeira ou os Moscatéis é ainda mais sofrível. Peço ao leitor que contribua para esta mudança de atitude: sempre que lhe propuserem uma garrafa de vinho tinto que não se encontre refrigerada para a temperatura de serviço, peça um recipiente com gelo e exija a colocação do seu tinto no gelo ou água gelada durante cinco a 10 minutos. Na maioria dos restaurantes nacionais, provavelmente terá que lidar com o sarcasmo e o discurso obsoleto de algum “professor encartado”, do mais ilustre entre os empregados, ou mesmo do próprio dono do estabelecimento. Tente explicar com os argumentos que aqui lhe transmito e, se não se importar, proponha que o “professor” prove um pouco do vinho na temperatura correta. Também pode propor que, nesse restaurante, passem a comprar este seu “Diário do Alentejo” e a ler estas crónicas. A proposta é válida no Alentejo, de norte a sul e da fronteira até ao Atlântico. Aníbal Coutinho

Vinho de Calendário

Vinho Diário

O investimento alemão começou no Algarve, perto de Armação de Pera, e o bom gosto subiu até ao campo branco, para a herdade dos Grous, em Albernoa, concelho de Beja. O XX Concurso “Os Melhores Vinhos do Alentejo”, organizado pela Confraria dos Enófilos do Alentejo, premiou com a talha de ouro o IG Alentejano Herdade dos Grous, Reserva, 2010, como o melhor tinto do Alentejo. Como ainda não está no mercado, delicie-se com o 2008.

Um dos vinhos que mais me impressionou na mais recente prova cega que deu origem ao meu “Guia Popular de Vinhos”, edição 2012, que estará nas bancas em setembro, foi o Porta da Ravessa, DO Alentejo, branco de 2010. Uma das compras seguras em qualquer prateleira.

Noites na Nora Atores e “não atores” juntos no palco

U

m mundo com grande potencial tanto a nível humano como económico”, mas, no entanto, “desconectado. Isolado. Incompreendido. Não valorizado.” É assim que Lídia Saragaço, 53 anos, define hoje o mundo rural. Um mundo onde, apesar da incompreensão por quem lhe é exterior, acha “maravilhoso” viver. O “cheiro a terra molhada”, compensa-lhe, e até lhe faz “pagar com agrado, o preço da falta de anonimato pela atenção que

lhe é dispensada – “Quando preciso dela, ou mesmo quando não preciso” –, confidencia Lídia. A experiência da ligação à terra de Lídia e de outras 10 pessoas que, a partir de domingo, dia 24, integram a residência artística do Teatromosca no Noites na Nora, são o que Pedro Alves, diretor da companhia, procura para dar outra voz a (à) “Europa”, espetáculo de teatro construído a partir do texto “Once in Europe”, de Jonh Berger, escrito em 1983.

“Europa” é um dos textos que integra a trilogia literária “Into their labours”, que o Teatromosca se propôs levar a cena. “Partindo dos textos de John Berger, pretende-se, com esta trilogia de espetáculos teatrais, elaborar um retrato do modo de vida camponês, refletindo sobre a sua cultura e o seu progressivo desaparecimento” que, associado à diáspora forçada em direção aos grandes centros urbanos, tem levado ao apagamento da milenar relação com a terra, à quebra de

laços com a tradição e a comunidade, conduzindo a uma progressiva perda de identidade. Uma residência artística que faz todo o sentido, sobe ao palco do Noites na Nora, no dia 28, pelas 22 e 30 horas, e junta em palco jovens atores profissionais e elementos seniores da comunidade de Serpa, como mais um reflexo do conflito entre o rural e o urbano, entre a tradição e modernidade, entre o passado e o futuro. Sandra Serra


23 Diário do Alentejo 22 julho 2011

Jazz Marc Copland/Gary Peacock – “Insight” Marc Copland – “Alone”

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Marc Copland/ Gary Peacock – “Insight” Marc Copland (piano) e Gary Peacock (contrabaixo). Editora: Pirouet Records Ano: 2010

Marc Copland – “Alone” Marc Copland (piano). Editora: Pirouet Records Ano: 2010

arc Copland (n. 1948, Filadélfia) é um dos pianistas de jazz mais reconhecidos e prolíficos da atualidade. Muito mudou desde os tempos em que Copland se apresentava como saxofonista na sua cidade natal, antes de se mudar para Nova Iorque. Depois de uma década afastado dos palcos, ressurgiu como pianista em meados dos anos Oitenta, apostado em prosseguir um caminho próprio, feito de uma síntese eficaz de diferentes influências. Do seu pianismo tranquilamente inovador ressaltam evidentes o apurado sentido lírico e a particular conceção harmónica, aspetos que têm vindo a constituir-se como verdadeiras imagens de marca no som do músico norte-americano. Copland é um virtuoso, embora não faça uso destemperado desses dotes técnicos, preferindo uma abordagem mais serena, fugindo a estereótipos do género. De uma assentada, apreciam-se dois dos seus mais recentes opus, ambos na Pirouet Records, editora de Munique. O primeiro, “Insight”, resulta da celebrada parceria com o mestre-contrabaixista Gary Peacock – associado nos últimos anos sobretudo ao trio Standards de Keith Jarrett –, que remonta ao final dos anos 1980 (com “My Foolish Heart”, de 1988) e que se desenvolveu ao longo da primeira década deste século com o New York Trio. Este disco capta o lado mais contido da colaboração entre os dois músicos. Logo em “All Blues”, o tema que abre o disco, soam claros os ecos daquele que parece ser o modelo de referência mais caro a Copland – Bill Evans –, reiterados na versão de “Blue in Green”, outro tema histórico com a chancela da dupla Miles/Evans. Na realidade, ambas as peças vivem de uma simbiose perfeita entre piano e contrabaixo, denunciadora de plena cumplicidade e conhecimento mútuo. Tal fica, de resto, claro na maioria das peças do disco, com destaque para o ambiente mais frenético de “Rush Hour” e para “River´s Run”, onde essa simbiose atinge verdadeiro brilhantismo. Outro belo momento é “The Pond”, tema da autoria de Peacock, que, na sua toada hipnótica a partir de um motivo que se vai desfiando, remete para “A Closer View”, disco do contrabaixista com o guitarrista Ralph Towner. “Late Night” vem embebida numa matriz blues e “Benediction”, assinado pela dupla, é de uma beleza simples e enternecedora. “Alone”, o segundo dos discos ora em apreço, é uma aventura a solo, onde o músico revela o seu lado mais poético e intimista. O disco abre com uma versão de “Soul Eyes”, de Mal Waldron, que desde logo cativa pela sua tranquilidade e recato. Do programa do disco, destaque para o notável trabalho de releitura de três temas da canadiana Joni Mitchell (“I Don´t Know Where I Stand”, “Rainy Night House” e “Michael from Mountain”), com destaque para o belíssimo trabalho melódico no primeiro. O pianista surpreende ainda com uma versão de “Fall”, de Wayne Shorter. Dos originais apresentados nota particular para o longo e serpenteante “Night Whispers”. Duas amostras do labor de um pianista maduro e consequente, dos melhores que o jazz tem neste início de século. António Branco

Férias em Alfundão e Figueira de Cavaleiros Estão abertas inscrições, na Junta de Freguesia de Alfundão, para mais uma edição das Férias Divertidas. Um conjunto de atividades pensadas especialmente para os mais novos, com idades entre os seis e os 15 anos, que vão ocupar e dinamizar os meses de julho e agosto. Férias na Aldeia é a sugestão de Figueira dos Cavaleiros para ocupar os tempos livres das crianças entre os seis e os 12 anos.

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Nº 1526 (II Série) | 22 julho 2011

FUNDADO A 1/6/1932 POR CARLOS DAS DORES MARQUES E MANUEL ANTÓNIO ENGANA PROPRIEDADE DA AMBAAL – ASSOCIAÇÃO DE MUNICÍPIOS DO BAIXO ALENTEJO E ALENTEJO LITORAL Presidente do Conselho Directivo Jorge Pulido Valente | PRACETA RAINHA D. LEONOR, 1, 7800-431 BEJA | Publicidade e assinaturas TEL 284 310 164 FAX 284 240 881 comercial@diariodoalentejo.pt Direcção e redacção TEL 284 310 165 FAX 284 240 881 jornal@diariodoalentejo.pt | Assinaturas País € 28,62 (anual) € 19,08 (semestral) Estrangeiro € 30,32 (anual) € 20,21 (semestral) Director Paulo Barriga (CP2092) | Redacção Bruna Soares (CP 8083), Carla Ferreira (CP4010), Nélia Pedrosa (CP3586), Ângela Costa (estagiária) Fotografia José Ferrolho, José Serrano | Cartoons e Ilustração Carlos Rico, Luca, Paulo Monteiro, Susa Monteiro | Colaboradores da Redacção Alberto Franco, Aníbal Fernandes, Carlos Júlio, Firmino Paixão, Marco Monteiro Cândido | Provedor do Leitor João Mário Caldeira | Colunistas Aníbal Coutinho, António Almodôvar, António Branco, António Nobre, Carlos Lopes Pereira, Constantino Piçarra, Francisco Pratas, Geada de Sousa, José Saúde, Luiz Beira, Rute Reimão | Opinião Ana Paula Figueira, Arlindo Morais, Bruno Ferreira, Carlos Félix Moedas, Cristina Taquelim, Daniel Mantinhas, Filipe Pombeiro, Francisco Marques, Francisco Martins Ramos, Graça Janeiro, João Machado, João Madeira, José Manuel Basso, Luís Afonso, Luís Covas Lima, Luís Pedro Nunes, Manuel António do Rosário, Marcos Aguiar, Maria Graça Carvalho, Nuno Figueiredo Publicidade e assinaturas Ana Neves | Paginação Antónia Bernardo, Aurora Correia, Cláudia Serafim | DTP/Informática Miguel Medalha Projecto Gráfico Alémtudo, Design e Comunicação (alemtudo@sapo.pt) Depósito Legal Nº 29 738/89 | Nº de Registo do título 100 585 | ISSN 1646-9232 Nº de Pessoa Colectiva 501 144 587 Tiragem semanal 6000 Exemplares Impressão Grafedisport, SA – Queluz de Baixo | Distribuição VASP

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POR LUCA

Hoje, sexta-feira, espera-se céu limpo e vento fraco. A temperatura vai oscilar entre os 14 e os 33 graus centígrados. Amanhã, sábado, o sol deverá brilhar e no domingo também não são esperadas nuvens.

Justino Engana, diretor da rádio bejense

25 anos a dar voz à planície

C

omemorou recentemente o seu 25.º aniversário com um Festival de Verão ao qual a população de Beja respondeu em massa. É assim que a Rádio Voz da Planície prova que continua fiel à sua génese – a de “rádio popular” – sem, no entanto, descurar a informação, área na qual foi pioneira, ou deixar-se abater pelo difícil momento económico, que exige “milagres”. Mal nasceu, rapidamente a Rádio Voz da Planície (RVP) assume o rótulo de “rádio popular”, em contraste com a sua concorrente, criada por empresários da cidade. Em 25 anos, como evoluiu a vossa ligação com os ouvintes?

É verdade que o processo de criação da então Voz de Beja foi, comparativamente com a Rádio Pax, diferente na sua génese e motivações, o que levou à criação de um produto diferente. Esse rótulo de “rádio popular” surge associado a uma maior ligação às pessoas e às coletividades, por dois fatores: a informação e as atividades de rua. No início, como todas as rádios locais, a RVP tinha os programas de discos pedidos que permitiam a grande novidade de qualquer pessoa “falar na rádio”. Passada a novidade, o que ficou foi a informação, e, como ficou provado no passado dia 11, com o grande Festival de Verão que assinalou os 25 anos, as iniciativas com o carimbo de qualidade a que a rádio habituou os seus ouvintes. Face a outras rádios, a RVP ganhou uma maturidade precoce ao nível da informação. Esta continua a ser uma prioridade para a estação?

Há 25 anos, não havia na região PUB

Justino Engana,

46 anos, natural de Salvada, Beja

Iniciou-se no mundo do trabalho com apenas 13 anos na já extinta Fotopax, loja bejense onde foi conhecendo todos os segredos da fotografia ao longo de duas décadas. Na Rádio Voz da Planície foi inicialmente produtor e realizador de vários programas, depois membro dos órgãos sociais e, ao longo dos últimos 11 anos, tem tido a seu cargo a coordenação geral da estação e a direção de informação. Ativo na vida pública e associativa, foi membro fundador do grupo de teatro Jodicus, dirigente do Despertar Sporting Clube e da Fundação Joaquim Honório Raposo, e também presidente da Junta de Freguesia de Salvada, entre 1996 e 1999.

jornalistas, nem com formação em rádio, nem tão pouco em número suficiente para responder às necessidades de todos os projetos. Foi preciso formar esses jornalistas e aí a Voz da Planície foi pioneira, realizando cursos de formação profissional, que pelos vistos deram os seus frutos, já que muitos dos que os frequentaram estão aí no mercado de trabalho. Hoje a informação continua a ser uma prioridade no nosso projeto. Continua a fazer todo o sentido a existência de rádios locais e essas rádios só podem afirmar-se hoje pela produção de conteúdos de proximidade, entre eles a informação.

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“Ser voluntário” promove ateliers de verão em Moura “Ocupar as crianças e jovens durante o período das férias escolares, proporcionando-lhes a oportunidade de desenvolver capacidades de intervenção e participação social e cívica e contribuir para o seu processo de educação” são os objetivos dos ateliers de verão, promovidos pela Câmara Municipal de Moura nos meses de julho e agosto. Dezenas de crianças e jovens, com idades entre os cinco e os 17 anos, estão a participar num conjunto de atividades denominado “Ser voluntário”, que envolve instituições como a Appacdm, a Casa Abrigo da Associação de Mulheres do Concelho de Moura, os Bombeiros Voluntários de Moura e a associação SOS Animais. Frequentam ainda diferentes ateliers, nomeadamente a Oficina do Joalheiro, que decorre no Museu de Joalharia Alberto Gordillo; as Férias de Artista, na Sala da Salúquia do Grupo de Teatro Fórum de Moura; as Férias a Nadar, na piscina municipal; ou a Net Férias, no Espaço Internet. No dia 1 de setembro terá lugar um convívio que juntará todos os participantes nos ateliers.

Como lida uma rádio local com o momento económico que atravessamos?

Lida mal. Manter de pé este tipo de projetos, em regiões habitualmente já por si deprimidas do ponto de vista económico, é quase um milagre. Nós somos um barómetro da economia local, já que somos os primeiros a sentir as dificuldades dos empresários. Depois existem algumas incompreensões que nos deixam perplexos, como é o caso do novo executivo da Câmara de Beja que, em quase dois anos de mandato, comprou à Voz da Planície pouco mais de 300 euros de serviços e publicidade. A questão que colocamos é se este é o posicionamento de quem defende a existência de projectos locais de comunicação social. Não falamos de subsídios, até porque a lei não os permite, falamos da compra de serviços visando a informação dos munícipes sobre a atividade autárquica. Entrevista de Carla Ferreira

Petiscos, artesanato e animação em São Luís Entre os dias 29 e 31, a localidade de São Luís recebe a 13.ª edição das Tasquinhas de São Luís, uma iniciativa onde os petiscos e a animação são os ingredientes principais. As atividades irão decorrer no largo da Junta de Freguesia de São Luís. As entradas são livres. Durante três dias a aldeia de São Luís “proporciona aos odemirenses e veraneantes uma incursão na gastronomia típica da região do Alentejo, onde não faltarão os enchidos, queijos, vinhos e doces e muitos outros petiscos tradicionais”, destaca a organização. A par dos petiscos, haverá artesanato, quermesse, animação infantil, bailes, animação circense com Enano Free Artist, a atuação do grupo Titãs e um espetáculo de música tradicional com o Grupo Etnográfico Gentes do Alto Mira. As Tasquinhas são organizadas pela Sociedade Recreativa e Musical Sanluizense, com o apoio da Junta de Freguesia de São Luís e da Câmara de Odemira.


Tasquinhas junto à baía de Sines até 15 de agosto

Sexta-feira, 22 julho 2011 Nº 1526 (II Série)

A Câmara de Sines organiza até 15 de agosto, na avenida Vasco da Gama, mais uma edição das Tasquinhas, iniciativa “que conjuga paisagem, animação e sabores locais numa das principais zonas de interesse turístico da cidade: a baía de Sines”. O espaço é gerido pela autarquia, sendo a exploração assegurada pelas associações e coletividades de Sines, com a oferta complementada por alguns outros produtores e comerciantes. O evento conta com a participação de 13 tasquinhas. O programa inclui a realização de mais uma edição do concurso de melhor prato de sardinha de Sines. As Tasquinhas estão abertas ao público entre as 12 e as 2 horas.

Cadernodois

Cimeira Internacional de Verão em Zambujeira do Mar

Zambujeira do Mar, no concelho de Odemira, acolhe até domingo a Cimeira Internacional de Verão do Voluntariado. Cento e quarenta voluntários de vários pontos do mundo vão ajudar a caiar os muros e paredes de Aldeia das Amoreiras.

JOSÉ FERROLHO

Voluntários de todo o mundo caiam Aldeia das Amoreiras

C

erca de 140 voluntários de vários pontos do mundo irão juntar-se à população de Aldeia das Amoreiras, no concelho de Odemira, para ajudarem a caiar muros e paredes e tornarem a localidade mais bonita. Esta ação está integrada na edição de 2011 da Cimeira Internacional de Verão do Voluntariado, que tem lugar em Portugal, até domingo, no Zmar, um parque de campismo “amigo do ambiente” situado na freguesia de São Salvador, em Odemira, a poucos quilómetros de Zambujeira do Mar. André Oliveira, presidente da Intercultura – AFS Portugal, associação de juventude e voluntariado que organiza o evento, disse à Lusa que esta será uma forma de proporcionar o “convívio entre os voluntários e a comunidade que os irá acolher”, visando também “combater o isolamento das pessoas que vivem nestas aldeias”. A Cimeira de Verão do Voluntariado é um evento promovido desde 2008 pela European Federation for Intercultural Learning (EFIL), plataforma que congrega as organizações ligadas à aprendizagem intercultural existentes na Europa. Segundo o líder da organização portuguesa, o evento oferece uma “oportunidade de formação e reforço da identidade europeia”, com uma “componente de aprendizagem muito importante”. Apesar das “condições únicas” de que o local escolhido dispõe, André Oliveira assegurou que o PUB

evento “não é apenas um encontro lúdico”, aspirando a “ajudar a manter o projeto europeu através de um trabalho de base feito com os voluntários, que são, na maioria, cidadãos europeus”. O objetivo é, através da promoção do convívio intercultural e do acesso às ações de formação, cujo tema central é, em 2011, a multiculturalidade, formar “cidadãos e líderes mais responsáveis”. Sublinhando a importância da aprendizagem intercultural na formação dos indivíduos,

André Oliveira apontou como exemplo a francesa Christine Lagarde, atual diretora-geral do Fundo Monetário Internacional, que, sendo hoje uma “líder”, foi nos tempos de juventude membro da organização. A Intercultura – AFS Portugal, anfitriã da edição deste ano da Cimeira de Verão do Voluntariado, faz parte da AFS Intercultural Programs, uma organização sem fins lucrativos que promove o intercâmbio de estudantes do ensino secundário a nível mundial.

Esta associação providencia condições para que jovens portugueses possam estudar num um país estrangeiro, durante períodos de três meses, seis meses ou um ano, assegurando também que estudantes de fora possam vir fazer o mesmo em Portugal. Neste momento, a Intercultura – AFS Portugal procura famílias de acolhimento em qualquer ponto do País para os cerca de 100 estudantes estrangeiros que chegarão a Portugal em setembro.


2 / cadernodois / Diário do Alentejo /22 de julho de 2011

saúde Análises Clínicas

Medicina dentária ▼ Dr.ª Heloisa Alves Proença Médica Dentista Directora Clínica da novaclinica

Laboratório de Análises Clínicas de Beja, Lda. Dr. Fernando H. Fernandes Dr. Armindo Miguel R. Gonçalves Horários das 8 às 18 horas; Acordo com beneficiários da Previdência/ARS; ADSE; SAMS; CGD; MIN. JUSTIÇA; GNR; ADM; PSP; Multicare; Advance Care; Médis FAZEM-SE DOMICÍLIOS Rua de Mértola, 86, 1º Rua Sousa Porto, 35-B Telefs. 284324157/ 284325175 Fax 284326470 7800 BEJA

Cardiologia

RUI MIGUEL CONDUTO Cardiologista - Assistente de Cardiologia do Hospital SAMS CONSULTAS 5ªs feiras CARDIOLUXOR Clínica Cardiológica Av. República, 101, 2ºA-C-D Edifício Luxor, 1050-190 Lisboa Tel. 217993338 www.cardioluxor.com Sábados R. Heróis de Dadrá, nº 5 Telef. 284/327175 – BEJA MARCAÇÕES das 17 às 19.30 horas pelo tel. 284322973 ou tm. 914874486

MARIA JOSÉ BENTO SOUSA e LUÍS MOURA DUARTE

Cardiologistas Especialistas pela Ordem dos Médicos e pelo Hospital de Santa Marta Assistentes de Cardiologia no Hospital de Beja Consultas em Beja Policlínica de S. Paulo Rua Cidade de S. Paulo, 29 Marcações: telef. 284328023 - BEJA

Exclusividade em Ortodontia (Aparelhos) Master em Dental Science (Áustria) Investigadora Cientifica - Kanagawa Dental School – Japão Investigadora no Centro de Medicina Forense (Portugal) Rua Manuel Antó António de Brito n.º n.º 6 – 1.º 1.º frente. 78007800-522 Beja tel. 284 328 100 / fax. 284 328 106

FAUSTO BARATA

ALI IBRAHIM Ginecologia Obstetrícia Assistente Hospitalar

Consultas segundas, quartas, quintas e sextas Marcações pelo tel. 284323028 Rua António Sardinha, 25r/c dtº Beja

CLÍNICA MÉDICA ISABEL REINA, LDA.

Obstetrícia, Ginecologia, Ecografia

Técnica de Prótese Dentária Vários Acordos

(Diplomada pela Escola Superior de Medicina Dentária de Lisboa)

FRANCISCO BARROCAS

Psicologia Clínica Psicoterapeuta e Terapeuta Familiar

Membro Efectivo da Sociedade Portuguesa de Terapia Familiar e da Associação Portuguesa de Terapias Comportamental e Cognitiva – Lisboa

Cirurgia Vascular

Oftalmologia

HELENA MANSO

JOÃO HROTKO

CIRURGIA VASCULAR TRATAMENTO DE VARIZES

Médico oftalmologista Especialista pela Ordem dos Médicos Chefe de Serviço de Oftalmologia do Hospital de Beja

Convenções com PT-ACS

Consultas de 2ª a 6ª

CONSULTÓRIOS: Beja Praça António Raposo Tavares, 12, 7800-426 BEJA Tel. 284 313 270 Évora CDI – Praça Dr. Rosado da Fonseca, 8, Urb. Horta dos Telhais, 7000 Évora Tel. 266749740

Rua General Morais Sarmento. nº 18, r/chão Telef. 284326841 7800-064 BEJA

Neurologia

CLÍNICA MÉDICA DENTÁRIA

Acordos com: ACS, CTT, EDP, CGD, SAMS.

Rua Bernardo Santareno, nº 10 Telef. 284326965 BEJA

Fisioterapia

Clínica Geral e Medicina Familiar (Fac. C.M. Lisboa) Implantologia Oral e Prótese sobre Implantes (Universidade de San Pablo-Céu, Madrid)

Fisioterapia

CONSULTAS EM BEJA 2ª, 4ª e 5ª feira das 14 às 20 horas EM BERINGEL Telef 284998261 6ª e sábado das 14 às 20 horas

Centro de Fisioterapia S. João Batista

Medicina dentária ▼

LUÍSA GALVÃO PSICOLOGIA CLÍNICA Consultas Crianças, Adultos e Avaliação Psicológica

CONSULTAS às sextas-feiras das 9 às 20 horas Tel. 284326965 Tlm. 967630950

DR. JAIME LENCASTRE Estomatologista (OM) Ortodontia

JORGE ARAÚJO Assistente graduado de ginecologia e obstetrícia ULSB/Hospital José Joaquim Fernandes Consultas e ecografia 2ªs, 4ªs, 5ªs e 6ªs feiras, a partir das 14 e 30 horas Marcações pelo tel. 284311790 Rua do Canal, nº 4 - 1º trás 7800-483 BEJA

Estomatologia Cirurgia Maxilo-facial ▼

DR. MAURO FREITAS VALE MÉDICO DENTISTA

Marcações pelo telefone 284321693 ou no local Rua António Sardinha, 3 1º G 7800 BEJA

Fisiatria – Dr. Carlos Machado Psicologia Educacional – Elsa Silvestre Psicologia Clínica – M. Carmo Gonçalves Tratamentos de Fisioterapia – Classes de Mobilidade – Classes para Incontinência Urinária – Reeducação dos Músculos do Pavimento Pélvico – Reabilitação Pós Mastectomia Acordos com A.D.S.E., ACSPT, CGD, Medis, Advance Care, Multicare, Seguros Minis. da Justiça, A.D.M.F.A., S.A.M.S. Marcações pelo 284322446; Fax 284326341 R. 25 de Abril, 11 cave esq. – 7800 BEJA

Otorrinolaringologia ▼

DR. J. S. GALHOZ Ouvidos,Nariz, Garganta Exames da audição Consultas a partir das 14 horas Praça Diogo Fernandes, 23 - 1º F (Jardim do Bacalhau) Telef. 284322527 BEJA

Pneumologia

DOENÇAS PULMONARES ALERGOLOGIA Sidónio de Souza Ex-Chefe Serviço Hospital Pulido Valente Consultas às 5ªs feiras Marcações: tel. 284 32 25 03 CLINIPAX Rua Zeca Afonso, nº 6 1º B - BEJA

Consultório Centro Médico de Beja Largo D. Nuno Álvares Pereira, 13 – BEJA Tel. 284312230

Luís Payne Pereira Médico Dentista

DOENÇAS DO SISTEMA NERVOSO

Psiquiatria

Médico Psiquiatra Psicanalista da Sociedade Portuguesa de Psicanálise Membro da International Psychoanalytical Association SUPERVISÃO DE GRUPO EM PSICOTERAPIA Informações e Inscrições 91 790 28 36

Dr. José Loff

Orlando Fialho

OUTUBRO 2011

Clínica do Jardim Praça Diogo Fernandes, nº11 – 2º Tel. 284329975

Clínica Dentária

CONSULTAS às 3ªs e 4ªs feiras, a partir das 15 horas MARCAÇÕES pelos telfs.284322387/919911232 Rua Tenente Valadim, 44 7800-073 BEJA

Médico Especialista pela Ordem dos Médicos e Ministério de Saúde Generalista CONSULTAS DE OBESIDADE

Dermatologia

DRA. TERESA ESTANISLAU CORREIA

Urgências Prótese fixa e removível Estética dentária Cirurgia oral/ Implantologia Aparelhos fixos e removíveis VÁRIOS ACORDOS Consultas :de segunda a sexta-feira, das 9 e 30 às 19 horas Rua de Mértola, nº 43 – 1º esq. Tel. 284 321 304 Tm. 925651190 7800-475 BEJA

Oftalmologia

HORÁRIO: Das 11 às 12.30 horas e das 14 às 18 horas pelo tel. 218481447 (Lisboa) ou Em Beja no dia das consultas às quartas-feiras Pelo tel. 284329134, depois das 14.30 horas na Rua Manuel António de Brito, nº 4 – 1º frente 7800-544 Beja (Edifício do Instituto do Coração, Frente ao Continente)

Clínica Geral

GASPAR CANO

Consultas em Beja

HELIODORO SANGUESSUGA

DR. A. FIGUEIREDO LUZ

Marcação de consultas de dermatologia:

Neurologista do Hospital dos Capuchos, Lisboa

DR. JOSÉ BELARMINO

Marcações pelo telef. 284325059 Rua do Canal, nº 4 7800 BEJA

DRª CAROLINA ARAÚJO

JOSÉ BELARMINO, LDA.

Obesidade

Rua Capitão João Francisco de Sousa, 56-A – Sala 8 Marcações pelo tm. 919788155

Consultas de Neurologia

Prótese/Ortodontia CONSULTAS 2ªs, 3ªs e 5ªs feiras Rua Zeca Afonso, nº 16 F Tel. 284325833

Beja: CLINIPAX, Rua Zeca Afonso, nº 6 - 1º-B, 7800-522 Beja Tel./Fax 284322503 TM. 917716528 Albufeira: OFICINA DOS MIMOS – CENTRO DE DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA E DA FAMÍLIA DO SUL, Quinta da Correeira, Lote 49, 8200-112 Albufeira Tel. 289541802 Tm. 969420725

FERNANDA FAUSTINO

Ginecologia/Obstetrícia

Assistente graduado de Ginecologia e Obstetrícia

Psicologia

CÉLIA CAVACO Oftalmologista pelo Instituto Dr. Gama Pinto – Lisboa

MÉDICO ESPECIALISTA EM CLÍNICA GERAL/ MEDICINA FAMILIAR Marcações a partir das 14 horas Tel. 284322503 Clinipax Rua Zeca Afonso, nº 6-1º B – BEJA

Psiquiatria

FERNANDO AREAL MÉDICO Consultor de Psiquiatria Consultório

Rua Capitão João Francisco Sousa 56-A 1º esqº 7800-451 BEJA Tel. 284320749

Assistente graduada do serviço de oftalmologia do Hospital José Joaquim Fernandes – Beja

Psiquiatra do Hospital de Beja

Marcações de consultas de 2ª a 6ª feira, entre as 15 e as 18 horas Rua Dr. Aresta Branco, nº 47 7800-310 BEJA Tel. 284326728 Tm. 969320100

Rua Cidade São Paulo, 29, BEJA Marcações: Tel. 284328023

PARADELA OLIVEIRA Retoma as consultas na Policlínica São Paulo


3 / cadernodois / Diário do Alentejo /22 de julho de 2011

saúde PSICOLOGIA ANA CARACÓIS SANTOS – Educação emocional; – Psicoterapia de apoio; – Problemas comportamentais; – Dificuldades de integração escolar; – Orientação vocacional; – Métodos e hábitos de estudo

GIP – Gabinete de Intervenção Psicológica Rua Almirante Cândido Reis, 13, 7800-445 BEJA Tel. 284321592

_______________________________________ Manuel Matias – Isabel Lima – Ana Frederico Hugo Pisco Pacheco – Miguel Oliveira e Castro Ecografia | Eco-Doppler Cor | Radiologia Digital Mamografia Digital | TAC | Uro-TC | Dental Scan Densitometria Óssea Acordos: ADSE; PT-ACS; CGD; Medis, Multicare; SAMS; SAMS-quadros; Allianz; WDA; Humana; Mondial Assistance. Graça Santos Janeiro: Ecografia Obstétrica Marcações: Telefone: 284 313 330; Fax: 284 313 339; Web: www.crb.pt

Rua Afonso de Albuquerque, 7 r/c – 7800-442 Beja E-Mail: cradiologiabeja@mail.telepac.pt

CENTRO DE IMAGIOLOGIA DO BAIXO ALENTEJO ECOGRAFIA – Geral, Endocavitária, Osteoarticular, Ecodoppler TAC – Corpo, Neuroradiologia, Osteoarticular, Dentalscan Mamografia e Ecografia Mamária Ortopantomografia Electrocardiograma com relatório António Lopes – Aurora Alves – Helena Martelo – Montes Palma – Maria João Hrotko – Médicos Radiologistas – Convenções: ADSE, ACS-PT, SAD-GNR, CGD, MEDIS, SSMJ, SADPSP, SAMS, SAMS QUADROS, ADMS, MULTICARE, ADVANCE CARE

Horário: de 2ª a 6ª feira, das 8 às 19 horas e aos sábados, das 8 às 13 horas Av. Fialho de Almeida, nº 2 7800 BEJA Telef. 284318490 Pneumologia

Urologia

Drº Sidónio de Souza – Pneumologia/Alergologia/ Desabituação tabágica – H. Pulido Valente Drº Fernando Pimentel – Reumatologia – Medicina Desportiva – Instituto Português de Reumatologia de Lisboa Drª Verónica Túbal – Nutricionismo – H. de Beja Drª Sandra Martins – Terapia da Fala – H. de Beja Drº Francisco Barrocas – Psicologia Clínica/Terapia Familiar – Membro Efectivo da Soc. Port. Terapia Familiar e da Assoc. Port. Terapias Comportamental e Cognitiva (Lisboa) – Assistente Principal – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo. Drº Rogério Guerreiro – Naturopatia Drº Gaspar Cano – Clínica Geral/ Medicina Familiar Drª Nídia Amorim – Psicomotricidade/Educação Especial e Reabilitação (dificuldades específicas de aprendizagem/ dislexias) Drº Sérgio Barroso – Oncologia – H. de Beja Drª Margarida Loureiro – Endocrinologia/Diabetes/ Obesidade – Instituto Português de Oncologia de Lisboa Dr. Francisco Fino Correia – Urologia – Rins e Vias Urinárias – H. Beja Dr. Daniel Barrocas – Médico Interno de Psiquiatria – Hospital de Santa Maria Dr. Carlos Monteverde – Chefe de Serviço de Medicina Interna, doenças de estômago, fígado, rins, endoscopia digestiva. Dra. Ana Cristina Duarte – Pneumologia/Alergologia Respiratória/Apneia do Sono – Assistente Hospitalar Graduada – Consultora de Pneumologia no Hospital de Beja Drª Isabel Martins – Chefe de Serviço de Psiquiatria de Infância e Adolescência/Terapeuta familiar – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo Drª Paula Rodrigues – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Drª Luísa Guerreiro – Ginecologia/Obstetrícia Drª Ana Montalvão – Hematologia Clínica /Doenças do Sangue – Assistente Hospitalar – Hospital de Beja Drª Ana Cristina Charraz – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr. Diogo Matos – Dermatologia. Médico interno do Hospital Garcia da Orta. Dr. José Janeiro – Medicina Geral e Familiar – Atestados: Carta de condução; uso e porte de arma e caçador. Drª Joana Freitas – Cavitação, Lipoaspiração não invasiva,indolor e não invasivo, acção imediata, redução do tecido adiposo e redução da celulite Dr.ª Ana Margarida Soares – Terapia da Fala - Habilitação/ Reabilitação da linguagem e fala. Perturbação da leitura e escrita específica e não específica. Voz/Fluência. Dr.ª Maria João Dores – Técnica Superior de Educação Especial e Reabilitação/Psicomotricidade. Perturbações do Desenvolvimento; Educação Especial; Reabilitação; Gerontomotricidade. Enfermeira Maria José Espanhol – Enfermeira especialista em saúde materna/Cuidados de enfermagem na clínica e ao domicílio/Preparação pré e pós parto/ amamentação e cuidados ao recém-nascido/Imagem corporal da mãe – H. de Beja Marcações diárias pelos tels. 284 322 503 Fax 284 322 503 Tm. 91 7716528 Rua Zeca Afonso, nº 6, 1º B, 7800-522 Beja clinipax@netvisao.pt

DR.ª FÁTIMA

AURÉLIO SILVA

CAETANO

UROLOGISTA

Terapia da Fala

Doenças Respiratórias Alergias Respiratórias Apneia do Sono

Hospital de Beja Doenças de Rins e Vias Urinárias

Terapeuta da Fala VERA LÚCIA BAIÃO

Consultas às quintas-feiras Praça António Raposo Tavares, 12 – 7800-426 BEJA Tel. 284313270

Consultas às 6ªs feiras na Policlínica de S. Paulo Rua Cidade S. Paulo, 29 Marcações pelo telef. 284328023

BEJA

Consultas em Beja CLINIBEJA – 3ªs, 5ªs, 6ªs Rua António Sardinha, 25, r/c esq. CENTRO DE FISIOTERAPIA S. JOÃO BATISTA – 2ªs e 4ªs Rua 25 de Abril, 11, cave esqª Tm. 962557043

medicina geral e familiar Dr. Luís Capela

endocrinologia | diabetes | obesidade Drª Luísa Raimundo

terapia da fala Drª Vera Baião

psiquiatria e saúde mental Dr. Daniel Barrocas

Diversos Acordos

Įsioterapia | reabilitaĕĆo (pós-AVC/ pós-cirurgia/ traumatologia/ cinesioterapia/ coluna) Dr. Fábio Apolinário

ginecologia | obstetrícia | colposcopia Drª Ana Ladeira

psicologia clínica Drª Maria João Póvoas

psicologia educacional Drª Silvia Reis

podologia Dr. Joaquim Godinho

cirúrgia vascular Drª Helena Manso

medicina dentária Dr. Jaime Capela (implantologia) Drª Ana Rita Barros (ortodonƟa)

prótese dentária Téc. Ana Godinho

cirurgia maxilo-facial Dr. Luís Loureiro

pediatria do desenvolvimento Drª Ana SoĮa Branco

psicomotricidade | apoio pedagógico Drª Helena Louro

Rua António Sardinha nº 23, 7800-447 Beja Telefone: 284 321 517|Tlm: 96 134 11 05 e-mail: clinibeja@gmail.com

Clínica Médico-Dentária de S. FRANCISCO, LDA. Gerência de Fernanda Faustino

Acordos: SAMS, ADMG, PSP, A.D.M.E., Portugal Telecom e Advancecare Rua General Morais Sarmento, nº 18, r/chão; TEL. 284327260 7800-064 BEJA


4 / cadernodois / Diário do Alentejo /22 de julho de 2011

institucional/diversos Diário do Alentejo nº 1526 de 22/07/2011 Única Publicação

Diário do Alentejo nº 1526 de 22/07/2011 Única Publicação

CARTÓRIO NOTARIAL DE SÃO BRÁS DE ALPORTEL DE AMÉLIA DE BRITO MOURA DA SILVA CERTIFICA, para efeitos de publicação, nos termos do disposto do artigo cem, número um do Código do Notariado, que no dia treze de Julho de dois mil e onze, a folhas cento e catorze e seguinte do livro de notas para escrituras diversas número dezassete deste Cartório, foi lavrada uma escritura de Justificação Notarial, em que JOSÉ CAROLINA, viúvo, natural da freguesia de Santa Cruz, concelho de Almodôvar, residente na Rua Manuel Arriaga, n.° 18, r/c, freguesia e concelho de São Brás de Alportel, contribuinte fiscal número 177.614.790 é dono e legítimo possuidor, com exclusão de outrem, do seguinte: Prédio urbano sito na Rua Guerra Junqueiro, freguesia e concelho de Castro Verde, composto por habitação com três divisões, destinado a habitação, que confronta de norte com Rua Guerra Junqueiro, de sul com Maria Jerménia e outros, de nascente com próprio e de poente com Rua da Padaria, com a área total de cento e dez vírgula quarenta metros quadrados, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 6350, com o valor patrimonial de dez mil e duzentos euros, que é o atribuído, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Castro Verde. Que em data imprecisa do ano de mil novecentos e setenta e um, por compra meramente verbal feita a Manuel Gomes e mulher Teresa de Brito, casados sob o regime da comunhão geral, residentes que foram em Castro Verde, compra essa que não lhe foi nem é agora possível titular por escritura pública, dado o falecimento dos vendedores. Que desde essa data e sem qualquer interrupção, entrou na posse do referido prédio, pessoalmente e em nome próprio, tendo vindo desde então a gozar todas as utilidades por ele proporcionadas, nele praticando os actos materiais de fruição e conservação correspondentes ao exercício do direito de propriedade, pagando os respectivos impostos, procedendo assim, como seu dono e senhor, à vista e com o conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, pelo que exerceu uma posse pacífica, contínua e pública e isto, como se disse, por prazo superior a vinte anos. Que, dadas as enunciadas características de tal posse, adquiriu o dito prédio por USUCAPIÃO, título esse que, por sua natureza não é susceptível de ser comprovado pelos meios extrajudiciais normais. São Brás de Alportel, treze de Julho de dois mil e onze. A Notária, Amélia de Brito Moura da Silva

CÂMARA MUNICIPAL DE CUBA

AVISO Primeira Alteração ao Plano de Urbanização da Vila de Cuba Período de Participação Pública Para os devidos e legais efeitos torna-se público que a Câmara Municipal de Cuba deliberou na sua reunião ordinária de 22 de Junho de 2011 determinar o início do Procedimento referente à Primeira Alteração do Plano de Urbanização da Vila de Cuba. Para o efeito foi fixado o prazo de 15 dias (08 de Julho a 28 de Julho de 2011) para o período de participação pública nos termos do disposto no n.º 2 do artigo 77.º do RJIGT, sendo este destinado à formulação de sugestões e à apresentação de informações sobre questões que possam ser consideradas no processo de elaboração do Plano; Para mais informações recomenda-se a consulta do Aviso n.º 13864/2011, publicado no DR. 2.º Série, n.º 129, de 07 de Julho de 2011, ou o acesso à documentação através do endereço electrónico www. cuba.pt Paços do Município de Cuba, 08 de Julho de 2011. O Presidente da Câmara Francisco António Orelha


5 / cadernodois / Diário do Alentejo /22 de julho de 2011

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6 / cadernodois / Diรกrio do Alentejo /22 de julho de 2011


7 / cadernodois / Diário do Alentejo /22 de julho de 2011

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Inácia Maria Severo Galhardo Gonilho 1º Ano de Eterna Saudade

†. Faleceu o Exmo. Sr.

†. Faleceu o Exmo. Sr.

†. Faleceu o Exmo. Sr.

†. Faleceu o Exmo. Sr.

ANTÓNIO JOAQUIM AMADOR BARRADINHAS, de 85 anos, natural de Nossa Senhora das Neves - Beja, viúvo. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 16, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

MARCELINO PALMINHA BAIÃO, de 80 anos, natural de Baleizão - Beja, casado com a Exma. Sra. D. Maria Teresa da Graça Baião. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 18, da Casa Mortuária de Baleizão, para o cemitério local.

ANTÓNIO JESUÉ CHORA, de 71 anos, natural de Santiago Maior - Beja, casado com a Exma. Sra. D. Maria Madalena Pires da Lancha Chora. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 18, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

ANTÓNIO DOMINGOS CALCETEIRO, de 77 anos, natural de Salvador - Beja, casado com a Exma. Sra. D. Carolina Maria Toucinho Calceteiro. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 18, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

CUBA

TRINDADE

BERINGEL

Sua mãe e irmã participam a todas as pessoas de suas relações e amizade que será celebrada missa pelo eterno descanso da sua ente querida no dia 26/07/2011, terça-feira, às 18.30 h na Igreja do Carmo em Beja, agradecendo desde já a todos os que nela participem.

Santana/Portel PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO

†. Faleceu a Exma. Sra. D.

†. Faleceu a Exma. Sra. D.

CATARINA JÚLIA FIALHO CABEÇA, de 87 anos, natural de Cuba, viúva. O funeral a cargo desta Agência realizouse no passado dia 15, da Casa Mortuária de Cuba, para o cemitério local.

ANA BÁRBARA VENTURA, de 81 anos, natural de Trindade - Beja, viúva. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 19, da Casa Mortuária de Trindade, para o cemitério local.

†. Faleceu o Exmo. Sr. JOSÉ FRANCISCO BOLINHAS, de 87 anos, natural de Beringel Beja, viúvo. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 21, da Casa Mortuária de Beringel, para o cemitério local.

Às famílias enlutadas apresentamos as nossas mais sinceras condolências.

Consulte esta secção em www.funerariapax-julia.pt

Serpa

Serpa

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É com enorme pesar e solidários na dor da família que participamos o falecimento do Sr. Satiro da Conceição Cuiça, de 85 anos, viúvo. O funeral a cargo desta Funerária realizou-se no passado dia 16 de Julho da Casa Mortuária de Serpa para o Crematório de Elvas. A família na impossibilidade

É com enorme pesar e solidários na dor da família que participamos o falecimento do Sr. João Miguel Martins de 84 anos, casado com a Sra. Virgínia Pereira Martins. O funeral a cargo desta Funerária realizou-se no passado dia 20 de Julho da Casa Mortuária de Serpa para o cemitério local. A família na impossibilidade de o fazer individualmente, agradece a todas as pessoas que pela sua presença ou de outra forma expressaram o seu pesar.

de o fazer individualmente, agradece a todas as pessoas que pela sua presença ou de outra forma expressaram o seu pesar. Funerária Central de Serpa, Lda.

Rua Nova 31 A 7830-364 Serpa Tlm. 919983299 - 963145467

Funerária Central de Serpa, Lda.

Rua Nova 31 A 7830-364 Serpa Tlm. 919983299 - 963145467

MISSA

António Henrique Campos Quinta Queimada Campaniço 16 Anos de Eterna Saudade Filho, Mais um dia 26 de Julho se aproxima, faz 16 anos que partiste. Para mim é como se tivesse sido hoje. Estarás sempre presente nos nossos corações com muitas saudades. Até ao nosso reencontro. Seus pais e irmãs participam que será rezada missa pelo seu eterno descanso no dia 26/07/2011, terça-feira, às 19 horas na Igreja do Salvador em Beja, agradecendo desde já a todas as pessoas que compareçam no piedoso acto.

Vila de Frades PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO

Mariana Luísa Carapeto Nasceu 27.07.1919 Faleceu 14.07.2011

Faleceu a Exma. Sra. Mariana Luísa Carapeto, natural de Vila de Frades, viúva. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 15, da casa mortuária de Vila de Frades para o cemitério local. Suas filhas, genros, netos e restante família na impossibilidade de o fazer pessoalmente agradecem por este meio a todas as pessoas que o acompanharam à sua última morada ou de outro modo manifestaram o seu pesar. AGÊNCIA FUNERÁRIA ESPÍRITO SANTO, LDA. Tm 963044570 – Tel. 284441108 Rua das Graciosas, 7 7960-444 VILA DE FRADES/VIDIGUEIRA

Esposa e filhos de ANTÓNIO DOMINGOS CALCETEIRO, agradecem do fundo do coração, a toda a equipa (médicos, enfermeiros e auxiliares), em especial ao Dr. Paulo Jácome, Dr. Pedro Costa, Dr. Carlos Voabil e Dra. Fátima Caratão do Hospital de Beja, por todo o apoio e ajuda prestados ao seu ente querido.

PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO

Jorge Manuel Aleixo Rosado Baptista Justino José Coelho Nasceu 12.01.1936 Faleceu 18.07.2011

Faleceu o Ex. Sr. Justino José Coelho, natural de Santana, casado com a Exma. Sra. D. Mariana Gertrudes Gonçalves Sêco. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 19, da Igreja de Santana para o cemitério local. Sua esposa, filhos, noras e netos e restante família na impossibilidade de o fazer pessoalmente agradecem por este meio a todas as pessoas que o acompanharam à sua última morada ou de outro modo manifestaram o seu pesar. Expressam também o seu profundo reconhecimento a médicos, enfermeiros, auxiliares e amigos do Hospital São João de Deus em Montemor-o-Novo pelo carinho, dedicação, apoio, disponibilidade e ajuda prestados durante a sua doença. AGÊNCIA FUNERÁRIA ESPÍRITO SANTO, LDA. Tm 963044570 – Tel. 284441108 Rua das Graciosas, 7 7960-444 VILA DE FRADES/VIDIGUEIRA

Irmã, esposa, filhos, cunhados, sobrinhos e restante família cumprem o doloroso dever de participar o falecimento do seu ente querido ocorrido no dia 07/07/2011, e na impossibilidade de o fazer individualmente vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que o acompanharam à sua última morada ou que de qualquer forma manifestaram o seu pesar.

AGÊNCIA FUNERÁRIA POPULAR BEJENSE, LDA. Rua António Sardinha, nº 12, 7800-447 BEJA Tel. 284323555 Tm. 965217456

PARTICIPAÇÃO

Vimos participar o falecimento do Exmo. Sr. Manuel Angelino Solené, de 39 anos de idade, solteiro, natural de Luanda, Angola. O funeral realizou-se no dia 18/07/2011 do Hospital de Beja para o cemitério local.

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8 / cadernodois / Diário do Alentejo /22 de julho de 2011

Outras novidades

“Separar resíduos para reciclagem”

Filatelia

Espaço bd

Geada de Sousa

Planet Raqnger/2, por Jassens e Julien/CDM, sob edição Lombard. Muito divertido e muito desastrado.

Luiz Beira com apoio técnico da Desipaper/Torre da Marinha

Com a arte e a coragem de Marini

A

“Poupar água para ter amanhã”

“Água da torneira, água de confiança”

A água em nova emissão dos correios

A

água é o motivo de duas cartas inteiras emitidas no passado dia 20 de maio. Uma legenda na margem superior de cada um dos selos, diz-nos “Água da torneira, água de confiança” e chama-nos a atenção para o desperdício, pois a legenda do outro selo alerta-nos de que hoje é preciso “Poupar água para ter amanhã” . Na mesma ocasião foi emitida uma outra carta inteira dedicada à reciclagem. Para além de quatro contentores apresenta a legenda “Separar resíduos para reciclagem”. Para os menos versados em filatelia, acrescente-se que uma carta inteira não é mais do que um sobrescrito com o selo já impresso; tal como os bilhetes postais já não precisa de selo para circular. Um bom exemplo de uma carta inteira bem conhecido de todos é o sobrescrito de correio azul ou de correio verde à venda nos correios. A água é um elemento muito presente nos selos portugueses. São vários os selos a ela dedicados e inúmeros aqueles outros onde ela está presente ou se adivinha. Veja m-se as emissões “Ág ua – Proteção das zonas húmidas”, ciclo Recursos Naturais (24/11/1978); emissão “Água” (22/3/2006) e “Barragens” (19/4/2007). Os selos da emissão “Água” ostentam na parte superior uma legenda: “Água bem de consumo” e “Ciclo da água” (selo de N20gr); “Água bem a preservar” e “Água fonte de energia” (A20gr); e “Água fonte de prazer” e “Água fonte de vida” (E20gr). Os da emissão “Barragens” mostram as barragens de Castelo de Bode (selos de

0,30 e 1€); de Agueira (0,30 €); de Valeira (0,61); e do Alto Linhoso (0,75). Do selo de 0,30 da barragem de Castelo do Bode foram emitidos 20 000 exemplares com a tarja promocional “EDP sinta a nossa energia”. Este precioso bem pode ser observado na primeira emissão comemorativa portuguesa, que circulou em 13 e 14 de junho de 1895; trata-se da emissão comemorativa do 7.º Centenário do Nascimento de Santo António. Um dos vários motivos dos selos mostra-nos Santo António pregando aos peixes. Um pouco mais de um quarto de século depois, na emissão comemorativa do 4.º Centenário do Nascimento de Luís de Camões, também se pode observar a água; vê-se o grande épico naufragado do rio Mecão, salvando os Lusíadas, que transporta na sua mão direita. Esta mesma cena repete-se na emissão do 4.º centenário da publicação dos Lusíadas, de 1972. Também à água, mas neste caso à falta dela, foi dedicada uma outra emissão. Trata-se da emissão Ano Internacional dos Desertos e da Desertificação, entrada em circulação em 21 de junho de 2006. Como se sabe a desertificação é uma ameaça para todo o mundo. Também no nosso país, em especial no sul, essa é uma ameaça bem real. A s Naçõ e s Un id a s de c id i r a m, em 1995, criar o Dia Mundia l da Desertificação, efeméride que se celebra anualmente a 17 de junho. A água é um tema interessante, para o qual não faltam selos pois, como noutro parágrafo se escreveu, a água está presente em inúmeras emissões portuguesas, nomeadamente as alusivas a pontes, barcos, peixes, etc..

s edições ASA começaram finalmente a editar a mais recente série do italiano Marini (a quem às vezes atribuem a nacionalidade suíça, o que não é verdade): “As Águias de Roma”. Famoso e bem popular em Portugal pelas suas séries anteriores (“Gipsy”, “Rapaces”, “O Escorpião”, etc.) Marini, desta vez, quis ser autor total (guião e grafismo) da obra e foi mais longe documentando-se sobre a antiga Roma, donde resulta agora esta obra deslumbrante e plena de coragem da parte do autor, não tendo contemplações nas cenas violentas e sexuais da época. É também a história de uma exemplar amizade selada com um “pacto de sangue”. Nos tempos do imperador Augusto (já envelhecido) acontece... Teoricamente um dos jovens existiu mesmo: Armínio. Chamar-se-ia Ermanamer, filho de Sigmar, rei dos Queruscos, um dos povos

germânicos. No tratado de paz com Roma entrega o filho para que seja educado à maneira nobre do Império. Ermanamer é entregue aos cuidados do austero Tito Valério Falco que tem um filho da mesma idade, Marcos. Ermanamer recebe então o nome de Caio Júlio Armínio e a cidadania romana. Logo de início, Marcos e Armínio detestam-se e brigam por “dá cá aquela palha”. Mas o tempo e o convívio forçado trocaram-lhes as voltas e entre ambos nasce uma sólida amizade. E por aqui se resume o conteúdo do “Livro I” desta série.

Lançamentos em Beja Na inauguração do salão internacional de BD “Beja-2011” foram lançadas várias publicações muito interessantes. Salienta-se, desde já, as revistas “BD Jornal” n.º 27 ( ed. de Machado Dias) e “Zona Gráfica 2” (ed. de André Oliveira,

L’Héritage du Kaiser Editora: Delcourt. Autores: Herik Hanna e Trevor Hairsine. Obra: “L’Héritage du Kaiser”, sexto tomo da série “Le Casse”.

Um agente dos serviços secretos alemães é apanhado e torturado pelos seus superiores. Algo de ousado o havia levado a tentar apossar-se do “tesoiro dos nazis”. Certamente será executado. Mas o agente tem truques para poder escapar. Será que o consegue ou vai apenas, de um modo inesperado, deixar de ser um mero prisioneiro?

Fil e Miguel Peres), com exemplos da arte das novas gerações nacionais. Também como novidade, “Mundos em Segunda Mão/Volume 1”, do sérvio Aleksandar Zograf, que peca por excesso de texto.


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