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Apesar das dificuldades Museu de Beja não vende património pág. 12 Ministra da Agricultura não tem dinheiro para concluir Alqueva pág. 6 Governo transforma Novas Oportunidades em escolas profissionais pág. 8 Licores e aguardentes em São Barnabé págs. 4/5 SEXTA-FEIRA, 25 NOVEMBRO 2011 | Diretor: Paulo Barriga Ano LXXIX, N.º 1544 (II Série) | Preço: € 0,90
Escavações na baixa da cidade revelam novos enterramentos
JOSÉ SERRANO
Necrópole islâmica de Beja é uma das maiores do País
O Regimento de Infantaria n.º 3, em Beja, recebe até 22 de dezembro, os jovens do Sul do País que completem 18 anos em 2011. São os chamados Dias da Defesa Nacional. Uma jornada obrigatória onde se exibem as virtudes das Forças Armadas e se apela ao interesse de eventuais voluntários. A primeira ação decorreu esta semana. Com jovens de Portimão. Reportagem nas páginas 16 e 17
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Talvez queiram ir à máquina zero
pág. 13
Vice-versa
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Editorial
“Gostava que me provassem onde é que o governo anterior tinha o dinheiro necessário para concluir Alqueva”. Assunção Cristas, ministra da Agricultura
Greve Paulo Barriga
“A questão das verbas é uma opção política e o anterior governo tinha-as garantido”. Luís Pita Ameixa, deputado do PS por Beja
F
oi ontem, a greve. Foi grave, a greve? A resposta é tramada. O Governo e os sindicatos andarão por esta altura a contabilizar a gravidade da greve. E, como sempre, a greve não terá sido assim tão grave para uns, como o foi certamente para os outros. O grave desta greve, a anterior também já apontava nesse sentido, é que a greve, as greves gerais, estas, alteraram o paradigma da própria greve. Antes do abismo, fazer a greve era uma questão do foro dos direitos dos trabalhadores. Depois do afundanço, é coisa do campo dos deveres dos cidadãos. Porque após a nossa perda da independência nacional para a Alemanha, a greve passou do trabalho para a sobrevivência. E temos visto nos últimos tempos, repetidamente, na Europa e na margem sul do Mediterrâneo, que quando a questão está do lado da sobrevivência, é muito raro que os governos lhe sobrevivam. Mesmos os mais férreos. Mesmo os melhor engravatados. Pode ser uma questão de tempo. Apenas isso. Mas não há volta a darlhe. É da lei da sobrevivência de que agora falamos. E não do simples direito à greve. A soberania de uma nação assenta num tridente elementar: órgãos representativos, território, povo. E povo é aquela palavrinha tramada e pegajosa que, ao fim de três décadas, em Portugal, deixou de ter a tal valia ideológica, a tal pertença a esta ou àquela força política. A este ou àquele sindicato. O povo, que faz a greve, está como as próprias greves, indomável. Indignado. Porque deixou de acreditar nos seus órgãos representativos. Deixou de acreditar, apenas. Por isso mesmo faz da greve um dever. E já não apenas um direito. E isso da greve ser um dever é mesmo muito grave.
Fotonotícia Disco Voador. Os Clã têm um disco novo. Dedicado aos mais novos. Muitos grupos e muitos cantores têm experimentado fazer música para a infância e juventude. Com maior ou menor sucesso. Mas este disco dos Clã é, de facto, muito bem conseguido. Que o digam estes miúdos da EB 2/3 de Santiago Maior, em Beja, que tiveram o privilégio de o partilhar com a própria Manuela Azevedo. É que os Clã vieram apresentar o disco em Beja, mas chegaram um dia antes do concerto. Para colocar a miudagem das escolas com molas e asas nos pés. E para saltar, claro. PB Foto de José Ferrolho
Voz do povo Acha que as câmaras devem poupar nas luzes de Natal?
Inquérito de Ângela Costa
Olívia de Sousa, 75 anos, reformada
Cristina Silva, 19 anos, empregada de loja
Sérgio David, 39 anos, comerciante
Tiago Nunes, 24 anos, estudante
Eu gosto muito das luzes de Natal, mas realmente estamos em crise. As câmaras não vão, agora, pegar nesse dinheiro e fazer alguma coisa e as luzes sempre davam uma alegria em tempo de crise. Acho que podiam pôr luzes, ainda que fossem menos. É pena, porque Beja está cá tão escondidinha e nunca tem nada. Eu acho mal, porque as luzes dão vida à cidade. As pessoas também vão onde há mais vida, mais alegria. Mas pronto, se não se pode, não se pode.
Não. É sempre bonito a cidade estar iluminada, como se vê em muitos outros sítios. Mas, uma vez que estamos em crise, colocar luzes só na praça da República é melhor do que nada. Por outro lado, acho que deviam colocar nas zonas mais movimentadas, nas entradas e nas zonas comerciais. Mesmo com a crise podiam iluminar um bocadinho mais a cidade.
Algumas sim, outras não. Acho que Beja devia gastar mais e Lisboa devia gastar menos, por exemplo. Acho muito mal este ano Beja só ter luzes na praça da República, não se devia poupar nisso. As luzes tiram as pessoas de casa. As pessoas, assim, vão para a zona comercial e a cidade está como está. Eu abri um estabelecimento e gostava de ter luzes no centro histórico, para as pessoas continuarem a circular nesta zona.
Sim. Nesta fase é importante a máxima contenção possível e as luzes de Natal é um setor onde se pode poupar. Tem que se começar por algum lado e pode ser por aí. Vão pôr algumas na praça da República e já é melhor do que nada, mas não sou muito adepto das luzes de Natal, é-me indiferente.
Semana passada
Rede social
QUINTA-FEIRA, DIA 17 ÉVORA DEZENAS DE AGRICULTORES EM MARCHA LENTA Várias dezenas de agricultores alentejanos participaram numa marcha lenta pelas ruas de Évora, em defesa da produção nacional e regional e para exigir preços justos pelo trabalho e pelos custos da produção agrícola. Promovida pelo Conselho para o Desenvolvimento Rural do Alentejo (Ruralentejo), em colaboração com a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) e associadas, o protesto integrou uma marcha lenta e um plenário de agricultores. No documento aprovado em plenário, são apontadas “soluções” para o aumento da produção agrícola em Portugal, que passam por “renegociar, neste nova Política Agrícola Comum (PAC), o fim do desligamento das ajudas”, passando a “ligar as ajudas à produção”.
3 perguntas a Sandra Saúde Pró-presidente do Instituto Politécnico de Beja
Em que consiste o Fórum para o Desenvolvimento?
“Costa Alentejana” é a nova marca promocional do litoral alentejano, que aposta numa estratégia comum para os seus cinco municípios (Alcácer do Sal, Grândola, Sines, Santiago do Cacém e Odemira), procurando atrair maior procura e afirmar-se como “o próximo destino turístico de Portugal”. “É um território de excelência e ímpar, com grandes possibilidades para se destacar como uma zona de oferta diversificada. Esta estratégia comum serve para passarmos, cada vez mais e melhor, esta mensagem”, frisou o presidente do município de Grândola e da Entidade Regional de Turismo (ERT) do Alentejo Litoral. A nova estratégia comum de comunicação turística dos cinco municípios foi divulgada no evento “Costa Alentejana, Turismo todo o ano”, realizado em Sines.
O Fórum é um projeto estruturante inscrito no Plano Estratégico do IPBeja para 2010-2013, que resultou do trabalho desenvolvido em parceria com os vários stakeholders regionais. Desafiámos meio académico, autarquias, empresas, associações e centros de conhecimento a juntarem-se a esta iniciativa com o propósito comum de encontrarmos soluções para o desenvolvimento da região tendo por base as novas plataformas logísticas e de acessibilidades de que dispomos e previstas; as características e os investimentos em curso no setor agrícola; a atratividade e o potencial turístico da região; o fraco dinamismo empresarial e a dificuldade de atrair investimento; e as dificuldades socioeconómicas dos territórios de baixa densidade demográfica, como é o nosso.
BAIXO ALENTEJO GNR APREENDE 40 JAVALIS
Em que contexto surgiu, que entidades envolve e quais os temas a tratar?
SEXTA-FEIRA, DIA 18 ALENTEJO LITORAL QUER AFIRMAR-SE COMO “PRÓXIMO DESTINO TURÍSTICO DE PORTUGAL”
A GNR apreendeu, entre os dias 14 e 18, 40 javalis que estavam ilegalmente em cativeiro nos concelhos de Almodôvar e Mértola, no Baixo Alentejo, anunciou a força de segurança. Os animais, classificados como espécies cinegéticas, estavam “em regime de cativeiro sem alvará emitido pela Autoridade Florestal Nacional, violando o disposto na Lei da Caça”, explica a GNR. Os javalis foram apreendidos por equipas do Núcleo de Proteção Ambiental do Destacamento Territorial de Almodôvar da GNR. A GNR elaborou dois autos de notícia por contra ordenação e apreensão, por infração à Lei da Caça.
SEGUNDA-FEIRA, DIA 21 MOURA GNR DETEVE DOIS INDIVÍDUOS QUANDO TENTAVAM ROUBAR CAIXA MULTIBANCO Dois homens, de 35 e 39 anos, foram detidos em Santo Aleixo da Restauração, Moura, quando tentavam roubar uma caixa multibanco com recurso a um maçarico. De acordo com uma fonte da GNR, além dos dois homens detidos em flagrante, um terceiro elemento do grupo fugiu às autoridades. Os três homens são suspeitos de terem cometido outros crimes idênticos no sul do País, disse fonte da GNR. “Há indícios de que os três homens estejam relacionados com outros furtos idênticos” ocorridos nos distritos de Beja, Faro, Évora e Setúbal e, por isso, a GNR e a Polícia Judiciária estão a desenvolver diligências para “relacionar” o grupo com os outros casos, explicou o oficial de relações públicas do Comando Territorial de Beja da GNR, tenente-coronel José Candeias.
FERREIRA DO ALENTEJO SEMANA DA IGUALDADE Durante esta semana, em Ferreira do Alentejo, o tempo é de “igualdade”. A Câmara Municipal promove, por todo o concelho, workshops sobre reciclagem de roupas, ações de divulgação sobre os apoios sociais disponíveis, debates sobre “o idoso e os medicamentos”, ginástica, pintura, tudo integrado na “Semana da Igualdade”.
Num contexto adverso de crise económico-financeira e de interioridade mas, simultaneamente, onde nos últimos 10 anos têm sido investidos importantes verbas ao nível da construção das infraestruturas do Alqueva, do aeroporto de Beja, do início da construção da A26, da valorização das infraestruturas do IPBeja, entre outras, pareceu-nos fundamental questionarmo-nos sobre como este território e, particularmente, os seus cidadãos e empresas, estão a aproveitar estas oportunidades. Neste sentido já foram realizadas visitas de trabalho a empresas da região. Criou-se também a Agenda para o Desenvolvimento, cujo próximo evento está agendado para 17 de janeiro tendo por base as boas práticas municipais de captação de investimento e de ajuda à capacitação empresarial. Que ações em concreto resultaram já das iniciativas desenvolvidas?
É importante per si a existência de uma plataforma inter-regional que congregue conhecimentos, competências e disponibilidade para a reflexão, e entre todos os atores pareceu ser consensual que caberia ao IPBeja um papel chave de dinamizador. Esta plataforma de reflexão e ação já permitiu reforçar o conhecimento e explorar sinergias de trabalho complementares. Resultante dessa plataforma é, também, de destacar a formalização da Rede de Fomento ao Empreendedorismo do Baixo Alentejo e Alentejo Litoral, que congrega as diversas estruturas existentes de fomento ao empreendedorismo e/ /ou de acolhimento empresarial. NP
Com a “Oliveirinha da serra” é que eles os encantaram O novo CD da Leopoldina, a avestruz do Continente, tem a participação especial dos alunos do Agrupamento de Escolas de Vidigueira. Que cantaram a “Oliveirinha da serra”. E correu bem.
Não, não é uma avestruz. É mesmo um falcão medieval A praça da República de Beja recebeu esta semana uma recriação de uma feira dos tempos da Idade Média. A coisa até estava porreira, a chuva é que não deu tréguas.
Este, embora não pareça, é do tempo dos romanos Não era propriamente uma legião, mas esta quarta-feira, outra vez na praça da República, o tempo foi dos romanos. Pelo menos uma meia-dúzia deles andaram de latas vestidas a entusiasmar os alunos das escolas. E quem por ali passava.
Um rapaz sem par nos 25 anos da Associação da Agrária Para celebrar meio século de existência, entre outras atividades, a Associação de Estudantes da Escola Superior Agrária improvisou um bar/discoteca mesmo à porta do estabelecimento.
Mais uma etapa do Fórum para o Desenvolvimento António Mendonça, antigo ministro das Obras Públicas, foi um dos oradores de mais uma jornada do Fórum para o Desenvolvimento, do IPBeja. Luís Serrano também lá estava.
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A maior parte dos produtores de aguardente de medronho ainda funciona no mercado paralelo e, no próximo ano, receio bem que esta realidade aumente, como aconteceu nos últimos dois anos. É que isto é um rendimento extra muito grande e não pagando impostos é uma maravilha”. Sónia Cabrita
São Barnabé é terra de medronho e medronheiros
O fruto proibido é sempre o mais apetecido Este fim de semana, a pequena aldeia de São Barnabé, uma freguesia
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o alto do Pico do Mú, o vento matinal de novembro parece cortar a pele de quem anda por ali. Numa paisagem dominada pelas ventoinhas gigantes que aproveitam a energia do vento, depressa são os montes e vales, num constante vai e vem, que tomam conta da vista. Pelas encostas, ainda com a geada da noite, os medronheiros vão cobrindo os terrenos xistosos. O Pico do Mú é um dos pontos mais altos da serra do Caldeirão, com 574 metros, barreira natural entre o Baixo Alentejo e o Algarve, situando-se no concelho de Almodôvar. É ali bem perto, no fundo de um vale, que repousa São Barnabé, freguesia conhecida, sobretudo, pelo medronho. Este é um Alentejo diferente, quase do tempo da criação dos tempos. Entre serras e serranias, por uma estrada acidentada e esburacada, serpenteando, faz-se o caminho do medronho e de São Barnabé. Ao longe é já Algarve, envolto nas nuvens e brumas que envolvem estas planícies invertidas. Na destilaria de Sónia Cabrita, onde se produz a Aguardente de Medronho de São Barnabé, marca registada, o silêncio e a inatividade aparente enganam o visitante mais incauto. Dentro das pequenas cubas de plástico, os medronhos vermelhos, frutos com 20 por cento de açúcar e 0,05 por cento de álcool cada, vão fermentando, em processos químicos mais antigos do que há memória. O alambique não está a funcionar, a destilar, porque a fermentação dos frutos ainda não terminou. No entanto, se o processo de destilação estivesse a decorrer, mais ninguém, para além do produtor, poderia estar presente. “Hoje em dia não se pode conviver no alambique. Antigamente, os alambiques funcionavam como espaço lúdico em que as pessoas, essencialmente homens, se juntavam, faziam os seus petiscos à volta da caldeira, enquanto o destilador estava a destilar. Hoje, em termos legais, não pode haver convívio à volta do alambique. Eu não posso convidar ninguém para comer uma chouriça assada junto ao alambique, coisa que se fazia antigamente”. Esta exigência legal não faz qualquer sentido para Sónia Cabrita, que considera que quem a fez não percebe nada do assunto. “Eu não vejo mal nenhum, porque isso não prejudica em nada a qualidade do produto e está a descaracterizar aquilo que os alambiques representam para estas terras pequenas”. Mais do que uma questão de negócio, a
do concelho de Almodôvar, recebe o I Festival Internacional de Licores e Aguardentes Tradicionais. Terra entre serranias, tem no medronho o seu símbolo maior e na aguardente o produto mais conhecido, apesar de serem poucos, muito poucos, os que a produzem legalmente. Texto Marco Monteiro Cândido Fotos José Serrano
aguardente de medronho está enraizada nos costumes e tradições das gentes de São Barnabé. O avô de Sónia Cabrita, João Guerreiro, foi o proprietário do alvará número um do concelho de Almodôvar para a destilação de medronho, sendo o primeiro dos primeiros alambiques legalizados, corria o ano de 1962. Custou na altura 50 escudos (hoje, 25 cêntimos), valor de importância considerável. O negócio passou para os pais de Sónia, que é hoje, depois de uma irmã, quem se dedica exclusivamente ao negócio. A aproximação foi “um processo natural”, como o é a fermentação do medronho, que, apenas com água e fechado em cubas, resulta na pasta que vai dar origem à aguardente, depois de destilada. “Quase sempre se associa o medronho ao mercado paralelo” Na década de 60 do século
passado, nos tempos em que as noites de inverno se passavam em torno da feitura da aguardente de medronho, com o alambique a destilar, em que não havia nada, nenhum divertimento, nem televisão, havia cerca de 150 alambiques legalizados na freguesia de São Barnabé. Hoje existem apenas três. Seis, se for contabilizado todo o concelho de Almodôvar. Sendo uma bebida com tradição de produção e consumo na terra, não é de estranhar que a aguardente de medronho constitua um suplemento fundamental para as economias familiares. A questão é que, em São Barnabé, apenas existem três produtores legalizados, ao passo que todos os outros atuam num mercado paralelo, dinamizado e alimentado por quem produz e por quem consome. Para Sónia Cabrita este é um problema difícil de contornar e está muito relacionado com o aspeto tradicional, já que “as
pessoas têm muita resistência à mudança”. “A maior parte dos produtores de aguardente de medronho ainda funciona no mercado paralelo e, no próximo ano, receio bem que esta realidade aumente, como aconteceu nos últimos dois anos. É que isto é um rendimento extra muito grande e não pagando impostos é uma maravilha”. Sónia Cabrita queixa-se da dupla tributação que a aguardente de medronho sofre, uma vez que paga o Imposto sobre o Álcool e o IVA. Quando chega ao consumidor final, uma garrafa de aguardente de medronho de 75 centilitros, com os impostos em ordem, é vendida por Sónia Cabrita a cerca de 18 euros. “Os impostos fazem com que a bebida fique muito cara e acabam por afastar os consumidores”. No mercado paralelo, um garrafão de cinco litros fica a cerca de 70 euros. A produtora de aguardente de medronho acredita que este produto pode chegar a outro tipo de consumidores a partir do momento em que os produtores começarem a legalizar os seus negócios, como aconteceu na zona de Monchique, onde já existe uma confraria. “Há que dar a conhecer o produto no País e mesmo no mercado externo. Temos que ser muitos produtores para conseguir levar a aguardente de medronho ao nível da grappa e da vodka”. Apesar de considerar que a aguardente de medronho ainda tem muito caminho para desbravar, Sónia Cabrita tem a perfeita noção de que “um dos grandes problemas dos produtores legalizados” está relacionado com “os consumidores considerarem que a aguardente de medronho legalizada não é igual à tradicional”. “Isto é completamente absurdo porque a única diferença é que temos o alambique, as licenças e pagamos os impostos”. No que diz respeito ao método, as mudanças entre o que se produzia antigamente e o que se produz hoje são muito poucas ou nenhumas. “Há muitas pessoas que podem pensar que é diferente, mas não é. A Universidade do Algarve é que tem descoberto algumas coisas, pequenas dicas que podem ajudar a melhorar o produto final, mas nada de especial”. O presidente da Junta de Freguesia de São Barnabé, Sérgio Palma, também está a tratar da legalização o seu alambique, que já vem do tempo do seu avô. O processo está quase finalizado, faltando apenas a questão do engarrafamento. E talvez seja por esta ligação familiar que Sérgio Palma está mais sensibilizado para a
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Licores, aguardentes e gastronomia
O
I Festival Internacional de Licores e Aguardentes Tradicionais de São Barnabé está incluído na Feira do Cogumelo e do Medronho, que já vai na sua quinta edição. Este evento é organizado em parceria pela Associação de Defesa do Património de Mértola (ADPM) e pela Câmara Municipal de Almodôvar. Para o presidente da ADPM, Jorge Revez, este festival é mais um aspeto da estratégia delineada para a valorização dos recursos silvestres da região, englobada no Programa de Valorização Económica dos Recursos Endógenos (Provere). “O objetivo prende-se com a promoção deste tipo de recursos, dar a conhecer os territórios com estes recursos, e dar a conhecer a importância que estes recursos podem assumir e já assumem, nalguns casos, na economia destes territórios, como é a aguardente de medronho na zona de São Barnabé, que representa um fortíssimo contributo para a economia daquelas famílias”. Jorge Revez sublinha que este trabalho pretende promover e incentivar os produtores legalizados, não esquecendo, contudo, as questões da “legalização e certificação dos produtos”. O evento vai contar com a venda de produtos locais, provas de degustação, workshops de cozinha (um deles com o chef Luís Baena), tasquinhas, conferências, música e dança. Tudo em torno do medronho e seus congéneres. MMC
questão da legalização, onde o primeiro festival internacional pode dar uma ajuda. “O medronho é uma mais-valia para a freguesia, o que é pena é não estar toda a gente legalizada. Mas este evento pode servir para um maior entusiasmo em torno do produto, fazendo com que todos se legalizem e tenham um produto no mercado que reúna todas as condições que a lei exige”. Segundo o autarca local, a junta de freguesia tem tentado ajudar com os processos de legalização, mas nem todas as pessoas estão recetivas. “Ainda falta algum tempo para todos compreenderem que o medronho tem mesmo que ser legalizado”. A arte de fazer aguardente de medronho Junto à
igreja de São Barnabé a azáfama toma conta do espaço. Prepara-se o recinto e montam-se as estruturas onde vai decorrer o I Festival Internacional de Licores e Aguardentes Tradicionais. Nas restantes ruas, o movimento é pouco. A população é cada vez menor, cada vez mais envelhecida e está-se na época da apanha do medronho, que começa em setembro e se prolonga até ao fim de novembro, início de dezembro. Por isso, os que de uma forma ou de outra estão ligados a esta arte, andam a apanhar os frutos. E é aqui que todo o processo tem início, pois para se obter uma boa aguardente de medronho, os cuidados devem acontecer logo na apanha do fruto. Sónia Cabrita dá o mote: “Não se podem apanhar as folhas, os pedúnculos, nem os medronhos verdes”.
Depois de apanhados os medronhos, estes são postos em cubas para fermentar. O tempo de fermentação depende do tamanho e do material de que são feitas as cubas. “Se for em inox, por ser mais frio, demora mais tempo a fermentação, que é um processo bioquímico simples em que os açucares se transformam em álcool, com libertação de dióxido de carbono”. Com, pelo menos um mês de fermentação, a pasta que se obtém vai para destilação, em caldeira, processo que pode demorar de uma a três horas, consoante o método que utilize. Durante este processo, depois de arrefecida, a aguardente de medronho é a que provém do coração do que é destilado. Não é o primeiro líquido que sai, a cabeça, nem o último, uma espécie de água com álcool, mas sim o do meio: o coração. Sónia Cabrita assume que há um saber quase inato dos mais velhos, que sabem reconhecer o volume de álcool da aguardente pelas bolhas que faz, pelo cheiro que deixa nas mãos ou pelo aspeto da chama que faz quando queimada. E que esse saber é muito difícil de ensinar, de passar de geração em geração. Mas é com esperança no futuro, nos medronheiros das serras e serranias em volta de São Barnabé, que, já este fim de semana, Sónia vai abrir uma pipa de madeira onde envelhece aguardente de medronho há 14 anos. Afinal de contas, o I Festival Internacional de Licores e Aguardentes Tradicionais “é a melhor coisa que podia ter acontecido”.
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Hoje em dia não se pode conviver no alambique. Antigamente, os alambiques funcionavam como espaço lúdico. Transportes de Serviços Urgentes Urgente diurno (recolhas e entregas no próprio dia) z Urgente nacional (de hoje para amanhã) z Urgente Espanha (de hoje para amanhã, antes das 10H) z Urgente internacional (o mais urgente com cobertura mundial) z e-comerce – para empresas que comercializam os seus produtos através da Internet z Outros Contactos: Beja, Évora – 284 321 760 | Sines – 269 636 087 z
Campanha de recolha de alimentos em Vidigueira
Diário do Alentejo 25 novembro 2011
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No âmbito do Banco Alimentar Contra a Fome, a Câmara Municipal de Vidigueira, através do seu núcleo de voluntariado, vai promover, este fim de semana, dias 26 e 27, uma campanha de recolha de alimentos, destinados a pessoas carenciadas. Os voluntários interessados em participar nesta campanha podem inscrever-se no serviço de ação social da Câmara Municipal de Vidigueira.
Atual Ministra da Agricultura adia projeto
Não há dinheiro para finalizar Alqueva Assunção Cristas não se compromete com a meta de 2013 para a conclusão de Alqueva. Esta semana, durante o debate na especialidade do Orçamento do Estado para 2012, a ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território, em resposta a questões levantadas por Luís Pita Ameixa, do PS, e João Ramos, do PCP, revelou que “a prioridade máxima é aproveitar a capacidade de regadio já instalada” e que, segundo a governante, neste momento, não ultrapassa os 25 por cento do total já infraestruturado. Texto Aníbal Fernandes
“G
ostava que me provassem onde é que o governo anterior tinha o dinheiro” necessário para concluir Alqueva. Foi com esta frase que a ministra da Agricultura atirou para as calendas a conclusão do projeto. Pita Ameixa, do PS, na interpelação a Assunção Cristas, contrapôs que “a questão das verbas é uma opção política e o anterior governo tinha-as garantido”. No entanto, a ministra acusou os socialistas de terem financiado a EDIA “sempre através de emissão de dívida”, recorrendo ao financiamento bancário, opção que nesta conjuntura “está completamente vedada à economia portuguesa e ao setor empresarial do Estado (SEE)”. “Faremos as infraestruturas à medida das possibilidades e das condições de financiamento”, garantiu. João Ramos, do PCP, lembrou, tal como Pita Ameixa, a necessidade do País em produzir bens alimentares para reduzir a dependência das exportações e quis saber se o Governo se propõe ter uma “intervenção
ativa” para que os mais de 30 000 hectares de terrenos infraestruturados não utilizados possam ser explorados no sistema de regadio. Na resposta, a ministra comprometeu-se, através da Direção Regional de Agricultura, a “identificar os terrenos que estão disponíveis e as intenções dos proprietários”. “Há pessoas que veem chegar a água, e isso, para elas, é um embaraço, porque não sabem fazer regadio”, afirmou Assunção Cristas, que aponta como solução para o problema a disponibilização de mais informação e a criação de parcerias com agricultores ribatejanos que têm know-how da cultura do regadio. O deputado do PSD Mário Simões
também participou no debate e centrou a sua intervenção numa cerrada crítica à EDIA, uma “empresa de desenvolvimento e fins múltiplos e que hoje está transformada numa empresa de construção civil”, disse. O deputado do PSD lembrou que Alqueva era um empreendimento de várias valências “assumindo particular relevo a hidroagrícola, a hidroelétrica e o abastecimento de água às populações”. Mário Simões acusou os governos do Partido Socialista de terem hipotecado a “fonte principal de receita – a valência elétrica”, e quis saber se o Governo do PSD/CDS “pondera renegociar o contrato com a EDP, atualizando de forma expressiva o valor das rendas”. A ministra não lhe respondeu.
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EDAB deverá ser liquidada até final do ano A Empresa de Desenvolvimento do Aeroporto de Beja (EDAB) deverá ser liquidada até final deste ano, após a assembleia-geral aprovar as contas e o plano de liquidação. A comissão liquidatária já terminou a avaliação do passivo e dos ativos e está a preparar as contas da EDAB até ao passado dia 22 de setembro, quando a assembleia-geral aprovou a dissolução da empresa, disse o presidente da empresa, José Queiroz, à Lusa. Após o “aval” do auditor, será marcada uma reunião da assembleia-geral da EDAB para apresentação e aprovação das contas, explicou José Queiroz, que integra a comissão liquidatária, juntamente com o outro administrador da empresa, Manuel Barroso. Nesta reunião, também vai ser apresentado “um plano prévio de liquidação da empresa, ou seja, quanto é que é preciso pagar e a quem e para quem é que são transferidos os ativos e os passivos da empresa”, e vão ser definidos os trâmites a seguir, explicou. Posteriormente, será marcada uma nova reunião da assembleia-geral para aprovar o plano de liquidação da EDAB, acrescentou.
Alentejo chega às 35 mil toneladas de azeite O Alentejo, a região portuguesa que mais azeite produz, deverá registar um ligeiro aumento na produção da campanha olivícola de 2011/2012, que poderá chegar às 35 mil toneladas. A produção estimada para a atual campanha olivícola, a decorrer até meados de fevereiro, “deverá ser ligeiramente superior” à de 2010/2011, disse à Lusa Henrique Herculano, do Centro de Estudos e Promoção do Azeite do Alentejo. As estimativas para os 165 mil hectares de olival no Alentejo apontam para uma produção de “200 toneladas de azeitona”, a mesma quantidade registada na campanha olivícola de 2010/2011. No entanto, estimou, os cerca de 60 lagares do Alentejo deverão produzir “35 mil toneladas de azeite”, mais cinco mil toneladas do que na campanha olivícola de 2010/2011. A “diferença” deve-se “sobretudo ao rendimento da azeitona em azeite”, que, na atual campanha olivícola, está a ser “mais elevado”, explicou. “Até agora, a qualidade da azeitona tem sido boa, mas estamos na expetativa para ver o resultado das chuvas”, que “poderão favorecer o ataque de fungos”, o que irá “afetar e piorar a qualidade das azeitonas”, alertou Henrique Herculano.
A Câmara de Castro Verde quer investir mais de 1,2 milhões de euros num centro para acolher microempresas e profissionais liberais e apoiar o desenvolvimento económico do concelho. “O tecido empresarial de Castro Verde é extremamente débil e dependente da indústria mineira”, por isso, “é urgente criar o centro para incentivar a criação de empresas e diversificar o tecido empresarial” e, assim,
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“apoiar o desenvolvimento económico” do concelho, explicou o presidente da autarquia. Através do Centro de Iniciativas Empresariais do Baixo Alentejo, que irá “dar resposta” à falta de infraestruturas no concelho para acolher empresas, o município quer “abrir portas e criar condições” para microempresas e profissionais liberais em início de atividade poderem instalar-se em Castro Verde.
07 Diário do Alentejo 25 novembro 2011
Castro cria centro para microempresas
era o número de inscritos no Centro de Emprego de Beja, segundo dados oficiais de setembro último.
Desemprego em Beja atingia 3 056 pessoas, segundo dados de setembro
À espera de um emprego Entre os que vêm inscrever-se pela primeira vez e os que já se habituaram a encarar a perda de trabalho com sangue frio, cruzam-se no Centro de Emprego de Beja por estes dias gente que espelha o frágil mercado de trabalho da região. Ancorado nas obras públicas e na construção civil, ambas estagnadas, e na exploração agrícola intensiva, com necessidades sazonais de mão de obra. Em Beja, 3 056 pessoas estavam sem trabalho, segundo dados de setembro último. Texto Carla Ferreira Ilustração Susa Monteiro
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os 46 anos, João Felisberto, de Albernoa, já fez de tudo um pouco. Trabalhou no campo, numa fábrica de conserva de azeitona, foi pastor, mineiro em Aljustrel, andou na construção dos canais do sistema de rega de Alqueva e, recentemente, passou uma larga temporada na região de Bragança, em operações de terraplanagem nos itinerários IP2 e IC5. Foi daqui que saiu dispensado e com uma carta para entregar no Centro de Emprego de Beja. Há duas semanas que está inscrito e esta é, por isso, a primeira vez que cumpre a apresentação periódica a que está obrigado enquanto beneficiário de subsídio. São quase 10 da manhã e, ao contrário do que é costume, a sala de espera quase vazia onde João Felisberto se despede não faz jus ao número de desempregados que nos revelam as estatísticas. Segundo o último relatório mensal tornado público pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), estariam em situação de desemprego, no final de setembro, um total de 23 345 pessoas no território de toda a Delegação Regional do Alentejo do IEFP, que abrange 11 centros de emprego, do norte ao sul, e do interior ao litoral alentejano. Neste universo, uma fatia de 69,8 por cento está inscrita há menos de um ano, sendo que a faixa etária mais afetada, com uma percentagem de 43,8, é a que se situa entre os 35 e os 54 anos. No caso concreto do Centro de Emprego de Beja, se somarmos os inscritos por cada um dos seus sete concelhos de abrangência, chegamos ao resultado de 3 056 pessoas sem trabalho, segundo dados de setembro último. “Não é a primeira vez que me vejo sem trabalho. Desde 2007 que as coisas têm andado assim”, continua João Feliberto, consciente de que “as perspetivas não são muito boas”, mas determinado a fazer “o que for aparecendo”. “Eu não quero estar é parado”, conclui este pai de dois filhos. Dez anos mais novo, José Oliveira também está de abalada depois de mais uma apresentação quinzenal. Durante seis anos trabalhou
em Espanha, como motorista internacional, mas em final de junho do ano passado “o patrão fechou a porta e deu-nos o papel para o desemprego”, conta. Desde então, foi intercalando o subsídio com períodos curtos de trabalho, o último dos quais numa associação de municípios da região, com um contrato de apenas três meses, o suficiente para cobrir as ausências nas férias de verão. A esposa,
que trabalha num estabelecimento comercial da cidade, vive na também corda bamba dos contratos de seis meses e ambos sustentam duas crianças pequenas, respetivo infantário, prestação mensal e as outras despesas da casa. “A situação financeira vai-se equilibrando mas é muito complicado. Fizemos muitas alterações de vida, deixámos de ir a restaurantes, por exemplo”, explica, deixando claro que voltará a sair do País se a isso se vir obrigado: “Temos que ir para onde há trabalho”. Tal como João
Segundo o último relatório mensal do IEFP, estariam em situação de desemprego, no final de setembro, um total de 23 345 pessoas no território de toda a Delegação Regional do Alentejo.
Felisberto, também teme as consequências da “paragem” de obras públicas, como a requalificação do IP2 entre Beja e Castro Verde e a construção da A26, autoestrada que ligará Sines a Beja. Já entrou em contacto com uma fábrica da região que produz manilhas, mas o turno extra que está previsto e que poderia garantir-lhe trabalho só será uma realidade se as encomendas das empresas de construção continuarem a bom ritmo. Com 28 anos e pela primeira vez desempregado depois de oito anos de trabalho, também na construção civil, Bruno Martins entra agora em passo rápido e apressa-se a tirar a senha. É também dia da sua primeira apresentação quinzenal. Sempre trabalhou na construção civil, mas está disposto “a aprender outras coisas e a mudar de área para conseguir arranjar trabalho”. E até a sair do País. Tudo menos criar o seu próprio negócio, desabafa: “Isso nem pensar, como as coisas estão hoje…”. Entretanto, não desespera. Tem companheira, que trabalha, vivem ambos na casa dos pais dele, e não têm ainda filhos. Destes 23 345 desempregados registados em toda a região, no final do terceiro trimestre do ano, 12 735 são mulheres. Um número que excede em 2 125 os homens sem trabalho. “Se isto já está a ficar difícil para eles, homens, para nós ainda vai ser pior”, vaticina Fátima Dores, de 36 anos, que vem de Vila Nova da Baronia, concelho de Alvito, para “meter os papéis para o desemprego”. Desde janeiro que vem ganhando a vida no campo, trabalhando num olival, mas recentemente foi enviada para casa, juntamente com cerca de duas dezenas de colegas, uma delas sua filha, com 20 anos. “Já é a terceira ou quarta vez que estou desempregada”, diz, com um ar resignado, lembrando que também já trabalhou num supermercado e fez limpezas e pinturas. A solução, para já, enquanto não surge outra oportunidade, é “tentar gastar o menos que podemos”, até porque o marido, que trabalha na construção civil, também tem o seu posto de trabalho preso por um fio. “A empresa onde ele trabalha também vai fechar”, explica. Lília Dores, de 29 anos, vem também de Vila Nova de Baronia e espera acompanhada de uma amiga a sua vez para ficar registada no Centro de Emprego de Beja. Completou o 12.º ano na área de Informática e não tinha nos seus planos de vida trabalhar na apanha da azeitona, como aconteceu até há menos de um mês, perto de Vidigueira, antes de ser dispensada. “Era um trabalho duro e mal pago. Muito. Eu espero uma coisa melhor”, queixa-se. Casada e com o marido, pintor, também desempregado, sempre viveu na casa da sogra e agora precisa ainda mais da ajuda da família “porque isto está muito mau”, conclui.
Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências
Diário do Alentejo 25 novembro 2011
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O Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências (RVCC) é, de acordo com a Agência Nacional para a Qualificação (ANQ), um processo “através do qual são reconhecidas as aprendizagens que os adultos desenvolvem ao longo da vida, nos vários contextos em que se inserem, desde que sejam passíveis de gerar conhecimentos e competências”. Através
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deste procedimento, “os interessados podem aceder a um certificado, emitido com base no que aprenderam pela experiência de vida, fora dos sistemas formais de educação e formação”. Pretende-se, desta forma, “aumentar o nível de qualificação e de empregabilidade dos adultos ativos, incentivar a formação ao longo da vida e promover o seu estatuto social”.
Cerca de seis centenas de adultos encontram-se atualmente em processo de reconhecimento de competências de nível básico e secundário nos centros novas oportunidades da Rota do Guadiana, Saber Ser Santiago Maior e Esdime. Até ao final do ano estas três entidades preveem certificar, no seu conjunto, perto de 150 adultos.
Governo quer redirecionar os centros para o ensino profissional
Acabaram-se as Novas Oportunidades O Governo pretende redirecionar a rede de centros novas oportunidades (CNO), transformando-os em centros nacionais para o ensino profissional, no âmbito de um plano mais vasto para apostar no ensino profissional, que elege como “uma nova prioridade” em Portugal. Mas nem todos os CNO serão transformados. Aqueles que se irão manter, sendo que a dimensão da rede ainda não está definida, continuarão com as mesmas funções de diagnóstico, encaminhamento, validação e certificação de competências, e ainda a formação para adultos que vinha sendo feita, no entanto, o financiamento que será dado a estes centros será mais limitado. Texto Nélia Pedrosa com Lusa Ilustração Paulo Monteiro
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s associações de desenvolvimento local do Alentejo com centros novas oportunidades, a par de “diversas iniciativas de procura de esclarecimentos junto da tutela e partidos com assento na Assembleia da República”, já agendaram uma conferência de imprensa para o dia 7 de dezembro, em Beja. Segundo dados da Agência Nacional para a Qualificação (ANQ), existem atualmente no Baixo Alentejo 17 CNO.
A coordenadora do Centro Novas Oportunidades da Rota do Guadiana – Associação de Desenvolvimento Integrado, com sede em Serpa, adiantou ao “Diário do Alentejo” que não tem “qualquer informação proveniente da ANQ”, organismo que tutela os CNO, sobre a decisão do Governo, mas diz que a associação está, como sempre esteve, “aberta a rever com a tutela e parceiros regionais o atual sistema, quer nos seus pontos fortes quer nos aspetos que devem ser melhorados”.
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Diário do Alentejo nº 1544 de 25/11/2011 Única Publicação
SESSÃO DE INFORMAÇÃO DAS CÂMARAS MUNICIPAIS AOS SEUS FUNCIONÁRIOS NO DIA 28 DE NOVEMBRO EM BEJA Na reunião do Conselho Executivo da CIMBAL – Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo, do passado dia 14 de Novembro, foi aprovada uma posição que considera desastrosa para o Poder Local e para os portugueses a Proposta de Lei do Orçamento de Estado para 2012 e, promover uma acção que envolva as Câmaras Municipais no dia 28 de Novembro às 10 horas na Praça da República, em Beja. Esta acção, pretende reunir os eleitos e os trabalhadores das autarquias do Distrito, para esclarecimento destas medidas previstas no Orçamento de Estado para 2012, em que se incluem fortíssimos cortes aos direitos e salários dos trabalhadores (como por exemplo, subsídio de Natal e de férias) e às Câmaras Municipais, prejudicando as populações. Assim, convidam-se os trabalhadores das Autarquias a participarem nesta iniciativa, cujo transporte será assegurado pelo respectivo Município. Beja, 22 de Novembro de 2011. O Conselho Executivo da CIMBAL
Por outro lado, acrescenta Filomena Machado, os responsáveis pela Rota do Guadiana consideram “que a tutela deve estar atenta ao que se passa no interior do País, em meio rural e qual o impacto das medidas na vida das pessoas e das organizações”. “O Centro @prender da Rota do Guadiana é um espaço plurifuncional, onde funciona o centro novas oportunidades mas também o núcleo de educação e qualificação. É, e continuará a ser, um espaço ao serviço da comunidade e das populações, na área da educação e formação de adultos, com ou sem CNO. O importante é que não nos fechem a porta sem que haja diálogo e negociação. Acreditamos que o capital de experiência acumulado ao longo dos 19 anos de existência da associação será tido em conta na revisão desta matéria”, diz ainda a coordenadora, lembrando que o CNO da Rota do Guadiana, nascido em 2004, “nunca interrompeu o seu funcionamento, apesar de alguns estrangulamentos financeiros associados aos programas de cofinanciamento”. “Já passámos por muitas dificuldades, mas continuamos a acreditar que o sistema de reconhecimento, validação e certificação de competências escolares e/ou profissionais faz sentido em Portugal como noutros países”, conclui. ConceiçãoCasanova,coordenadora do CNO do Agrupamento de Escolas de Santiago Maior, de Beja, a funcionar desde 2006, lembra, por sua vez, que a Iniciativa Novas Oportunidades, que está na génese dos centros, “já foi considerada ‘uma das mais democráticas formas de justiça’, pois permitiu que todos aqueles que, por diversas razões foram esquecidos e abandonados ano após ano, tivessem uma nova oportunidade de aumentar o seu nível de escolaridade”. “O programa Novas Oportunidades abriu caminhos e mentes, e redirecionou percursos de vida. Está a redesenhar, melhorando, a imagem da escola, valorizando-a aos olhos daqueles que passam pelos centros de novas oportunidades. Com o seu contributo temos hoje já uma população mais consciente da importância da formação ao longo da vida”, acrescenta a responsável, adiantando que “não conhecendo ainda qualquer decisão oficial sobre o assunto, qualquer comentário assumiria contornos de mera especulação”.
As associações de desenvolvimento local do Alentejo com centros novas oportunidades já agendaram uma conferência de imprensa para o dia 7 de dezembro, em Beja. Conceição Casanova diz, no entanto, que “é com preocupação” que ouve e lê as “notícias veiculadas pela comunicação social acerca do futuro dos centros de novas oportunidades”. “A preocupação que nos invade, principalmente pelos candidatos inscritos
e/ou em processo e por alguns profissionais, que, sendo contratados, veem o futuro com preocupação, não nos impede de, empenhadamente, continuar a trabalhar em prol da qualificação da população desta região”, conclui. Também a coordenadora do CNO da Esdime – Agência para o Desenvolvimento no Alentejo Sudoeste, uma das seis entidades a nível nacional convidadas pelo Ministério da Educação para implementar em 2000 o processo de reconhecimento, validação e certificação de competências, afirma não dispor de qualquer informação oficial sobre a transformação dos centros. “Sabemos, pela comunicação social e através de mensagens trocadas com colegas nas redes sociais, que vai haver uma reorientação dos centros novas oportunidades para centros nacionais de ensino profissional. Em que medida, com que objetivos, que tipo de público vai abranger, que tipo de ações vamos desenvolver, isso não sabemos rigorosamente nada”, diz Renata Veríssimo, adiantando que só após a abertura do próximo período de candidaturas para os CNO, no âmbito do POPH – Programa Operacional Potencial Humano, é que terão resposta “sobre a continuidade” do centro novas oportunidades da Esdime. “Sabemos apenas que essa triagem [dos centros], de certa forma, será feita mediante a avaliação da candidatura e a dissipabilidade financeira para cobertura dos CNO”, diz.
A Câmara de Beja está a melhorar a rede viária rural das freguesias de Baleizão e Quintos e a criar caminhos florestais no Perímetro Florestal de Cabeça Gorda e Salvada, num total de 39 quilómetros. Os trabalhos, que decorrem com o apoio do Regimento de Engenharia n.º 1, arrancaram na semana passada e deverão terminar em janeiro de 2012.
750
Nas freguesias de Baleizão e Quintos os trabalhos incluem a melhoria da rede viária rural numa extensão de 16 quilómetros. No Perímetro Florestal de Cabeça Gorda e Salvada os trabalhos incluem a criação de três quilómetros de caminhos florestais e a melhoria de aceiros com cerca de seis metros de largura e numa extensão de quase 20 quilómetros.
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Beja melhora vias rurais e caminhos florestais
é o número de doentes por médico no Alentejo, enquanto a média nacional é de 604.
Hospital de Serpa deverá regressar à Misericórdia
No Alentejo a saúde é cara e não há médicos
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estudo elaborado pelo Grupo de Trabalho para a Reforma Hospitalar revela que a região Alentejo é aquela onde o rácio habitante/médico é o mais baixo de todo o território nacional. Dos cerca de 19 mil médicos que integram o Serviço Nacional de Saúde (SNS), o documento sugere que 2 337 “podem e devem” ser transferidos para o interior do País. A média nacional de doentes por médico é de 604, mas no Alentejo o número sobe para 750. PUB
Na zona Centro este valor baixa das cinco centenas (494). O relatório não diz, em concreto, mas o ministro da Saúde, em declarações à comunicação social, foi taxativo: há médicos a mais nos hospitais. Paulo Macedo, baseado nos resultados do estudo, avançou com a proposta de pôr médicos especialistas a dar consultas nos centros de saúde, mas a ideia promete gerar polémica. Bem como a “dispensa” de 1 453 camas, das 23 085 existentes, e o fecho de 64
blocos operatórios, dos 532 que agora estão em funcionamento. Em 2010, os hospitais da região Norte gastaram 1 850 milhões de euros, quando em Lisboa e Vale do Tejo, para a mesma população, foram consumidos 2 321 milhões de euros. Cada habitante custou, no Norte, 508 euros; 631 em Lisboa; e 670 no Alentejo. Mesmo com a capitação ajustada – tendo em conta o índice de envelhecimento, por exemplo, – é na região alentejana onde se encontram os custos mais elevados.
Hospital de Serpa deverá regressar à Misericórdia O Hospital de
São Paulo, em Serpa, integrado na Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo, “é uma das unidades hospitalares nacionalizadas que o Governo pretende devolver às misericórdias”, noticiou esta semana a Rádio Voz da Planície, adiantando que o primeiro-ministro afirmou que o Governo vai “devolver hospitais nacionalizados às santas casas em 1974” e que o processo será programado “a partir do
primeiro trimestre do próximo ano”. Entretanto, o presidente da União das Misericórdias, Manuel Lemos, confirmou ao “Jornal de Notícias” a “negociação para a transferência de diversas unidades, entre elas a de Serpa”. De acordo com Manuel Lemos, a transferência englobará “grandes hospitais, unidades médias e pequenas como a de Serpa”, sendo que o plano é “manter as unidades a transferir integradas no Serviço Nacional de Saúde”.
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RAFAEL RODRIGUES
Diário do Alentejo 25 novembro 2011
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Mina de São Domingos
Movimento na Internet quer salvar eucaliptos
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stá a circular na Internet uma petição para “salvar os eucaliptos da mina de São Domingos”, que conta já com cerca de 400 assinaturas. Segundo este abaixo-assinado, “o estado em que se encontram os eucaliptos que dão beleza às ilhas que se encontram na Tapada Grande, se não forem tomadas medidas, dentro de pouco tempo, vão perder-se para sempre. É urgente que se faça alguma coisa, caso contrário no espaço de um ano ou dois vai ficar só a elevação de terra e mais nada”. Segundo António Peleja, um dos promotores do abaixo-assinado, “este ano cortaram os eucaliptos que existiam perto da Tapada Grande e há pouco tempo soube que os eucaliptos das ilhas estavam a morrer. A petição visa tentar recuperar ou mesmo reflorestar a zona”. A mata de eucaliptos junto à Tapada Grande pertence à antiga empresa mineira La Sabina, que regularmente vende as árvores para serem cortadas. Uma área foi cortada há dois anos e outra recentemente. “Cortaram os eucaliptos e deixaram todo o desperdício, ramos, etc., no chão a apodrecer, o que é mau em termos visuais, de paisagem, mas também causa problemas às ‘regatas’ que conduzem a água para a Tapada e que ficam entupidas”, diz ao “Diário do Alentejo” o presidente da Junta de Freguesia de Corte de Pinto. João Venâncio refere que o madeireiro “cortou os eucaliptos, mesmo junto à Tapada, onde não podia cortar, porque é
uma zona de proteção e, ao contrário do que a lei obriga, deixou todo o lixo no terreno”. O Regulamento do Plano de Ordenamento da Albufeira da Tapada Grande foi publicado em “Diário da República” de 4 de julho de 2005 e estebelece a proteção ambiental de toda a zona de influência daquela reserva de água, que é, sobretudo no verão, um dos principais destinos turísticos da região. O autarca diz que vê com “bons olhos” este abaixo-assinado, uma vez que “a Tapada Grande é o ex-libris da Mina”, e acrescenta que é necessário que as diversas entidades assumam as suas responsabilidades. Quanto aos eucaliptos na ilha, João Venâncio diz que existem alguns que estão secos e que deviam ser cortados e limpos. Mas o que o preocupa mais é o estado em que ficou toda a zona depois do corte de eucaliptos. “A mata é da empresa La Sabina e o madeireiro a quem vende os eucaliptos tem que deixar o terreno todo limpo e deixar intacta a zona de proteção, o que não tem feito”, conclui João Venâncio, dizendo já ter avisado “quer a câmara, quer a Sabina” desta situação. Revela também que o próprio madeireiro já terá sido notificado pela GNR, através do Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente, para retirar os detritos do local. A petição pode ser consultada em http:// www.peticaopublica.com/?pi=P2011N16168 Carlos Júlio
Alunos de Vidigueira na Missão Sorriso
A Vini&Cultura é a prova de que valeu a pena apostar no vinho, na cultura, na tradição e nos produtos locais, e isso satisfaz-nos muito.
Presidente da Câmara Municipal de Ourique
Vini&Cultura
Vinho novo em Ervidel O autarca considera que, “apesar dos tempos de rigor que se exigem, que têm forçado as autarquias a ser mais comedidas, é preciso ir ao encontro daquilo que são as boas práticas”. E, neste sentido, garante que a Vini&Cultura “é dos eventos mais legítimos de se fazer no concelho, por tudo o que representa e pela expressão que atinge”. A Câmara Municipal de Aljustrel quer, assim, dinamizar ainda mais o certame e, para Nelson Brito, a par da atividade vitivinícola, é preciso trazer cada vez mais ao evento “os produtos que a terra pode dar”, até porque a freguesia, tal como o concelho, lembra, “beneficia do regadio de Alqueva”. Este ano, para além do destaque principal, o vinho, também há espaço para a promoção de outro produto emblemático: o azeite. Durante o evento, o lagar da aldeia vai estar a funcionar e, aqui, será explicado aos visitantes todo o
Texto Bruna Soares
Direito de Resposta Não poderia deixar em claro e denunciar que a notícia “Moura e Amareleja de candeias às avessas” está ferida de incorreções e de falsidades. Pretende-se dizer que houve falta de educação, correção e urbanidade da parte do presidente da junta, o que é completamente falso e pode ser comprovado pelas pessoas que estiveram nessa reunião. Dá-se a entender que a proposta de rescisão é consequência dessa mesma reunião o que é falso, na medida em que esse era um dos pontos que o senhor presidente da câmara trazia para esta reunião.
processo de produção de azeite. Haverá ainda espaço, segundo a autarquia, para “a degustação das diferentes qualidades de azeite”, bem como para uma tradicional “tiborna”. Para além da rota das adegas, está agendado um encontro de poetas populares, uma tertúlia sobre o vinho de talha e conversas em torno da questão do azeite, entre outras iniciativas. “A Vini&Cultura é a prova de que valeu a pena apostar no vinho, na cultura, na tradição e nos produtos locais, e isso satisfaz-nos muito”, defende Manuel Nobre, presidente da Junta de Freguesia de Ervidel. E lembra: “Este certame permitiu que o vinho produzido em Ervidel fosse mais conhecido, bem como a freguesia que o acolhe. A Vini&Cultura funciona também como um incentivo para os produtores”. Para o autarca, “a Vini&Cultura não se esgota nos dois dias de feira”, porque “esta é uma cultura que existe o ano inteiro”.
JOSÉ FERROLHO/ARQUIVO
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Moura e Amareleja de candeias às avessas
Pedro do Carmo
Manuel Nobre
É a altura de abrir as talhas e de dar a provar o vinho novo. Em Ervidel, no concelho de Aljustrel, a tradição ainda é o que era e, durante este fim de semana, as adegas abrem portas e acolhem locais e forasteiros.
Quanto à guerrilha. Se exigir o cumprimento das obrigações da câmara perante a freguesia de Amareleja se considera guerrilha, então certamente será! No que respeita às histórias antigas, vosso sublinhado, passemos às verdades: Valadas Gonçalves esteve contra a ocupação do aeródromo como a maioria esmagadora do povo de Amareleja; Quanto aos 70 000 euros que se pretende dizer que se recebe, é pura e desavergonhada mentira. Por essa ocupação recebemos exatamente 27 662, 77 euros. O povo de Amareleja esteve contra essa ocupação porque era desnecessária, pois havia mais cerca de 800 hectares precisamente aí; só que nas costas da população usurparam o terreno
Diário do Alentejo 25 novembro 2011
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rvidel, no concelho de Aljustrel, dá a provar, a locais e forasteiros, durante este fim de semana, o vinho novo. A Vini&Cultura, que completa 10 anos de existência, já está enraizada na freguesia e o certame é, sobretudo, uma oportunidade para divulgar os produtos da terra, mas também da região. Em Ervidel a tradição ainda é o que era e, enquanto se prova o vinho, brinda-se à identidade, às vivências, à cultura. As adegas, essas, abrem portas e ao convívio e à boa disposição juntam-se as memórias do povo alentejano. A aldeia prima por saber acolher quem a visita e, durante o certame, que decorrerá até domingo, são muitas as propostas e atividades ao dispor dos visitantes. Destaque para as barraquinhas de produtos regionais, para os vários espetáculos, para a adega principal, para o artesanato, para a doçaria e para a gastronomia, entre outros. “Este é um certame que sabe preservar a memória, que defende o património, a tradição e as vivências das gentes da freguesia e da região. O vinho, produto emblemático, assume um papel principal, mas a ele associam-se vários produtos da terra, como o famoso grão-de-bico, que também é produzido na freguesia”, conta Nelson Brito, presidente da Câmara Municipal de Aljustrel, entidade organizadora do evento.
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Com o tema “Oliveirinha da Serra”, cantado por um grupo de alunos, o Agrupamento de Escolas de Vidigueira é a única participação das escolas do Alentejo no CD da Leopoldina, editado no âmbito da Missão Sorriso, uma campanha para apoiar crianças e seniores na área da saúde. A participação de Vidigueira surge enquadrada no projeto de Cante Alentejano dinamizado pela Escola de Música da Câmara Municipal nas atividades de enriquecimento curricular.
Um presidente na Academia de Letras e Artes Como encara esta posse como académico da Academia de Letras e Artes?
É um forte motivo de orgulho e uma nova responsabilidade na defesa da cultura e do património, sendo uma distinção de uma entidade exterior à região e que é feita como reconhecimento do trabalho já realizado em Ourique. Ficou surpreendido?
Confesso que fiquei bastante surpreendido. Não imaginava poder ser motivo de tal distinção e convite. Quais as razões que a Academia considerou para o empossar?
Trata-se de um reconhecimento do trabalho desenvolvido em prol da cultura, da educação e do conhecimento enquanto presidente de câmara. Recordo que nos últimos cinco anos abrimos um cineteatro em Ourique com cerca de 11 mil espectadores em todas as atividades, uma biblioteca com 13 mil titulos, cerca de mil inscritos e mais de 7 500 requisições num ano e meio. Desenvolvemos a modernização das escolas com acesso à Internet e novos equipamentos pedagógicos, criamos projetos de incentivo à leitura em parceria com a Fundação Calouste Gulbenkian, realizamos conferências e atividades promotoras da cidadania e da valorização da cultura e ainda a promoção de exposições e de artistas junto da comunidade local. E na área do património criamos um centro de investigação e recuperamos o acervo arqueológico do depósito votivo de Garvão. do aeródromo que estava licenciado e que era referido em todos os mapas de Portugal. Quando se diz que “Apesar do ambiente pouco colaborador o município não deixou de investir na freguesia, referindo as obras de regularização da ribeira, na conduta para melhorar o abastecimento de água, a piscina, o pavilhão multiusos e a área industrial, como prova do seu empenhamento no desenvolvimento da freguesia”. Tudo isto é pura mentira, quem tiver dúvidas venha à Amareleja e pergunte a qualquer cidadão onde estão essas obras. O presidente da Junta de Freguesia de Amareleja António José Valadas Gonçalves NR: O presidente da Junta de Freguesia de Amareleja foi contactado pelo “DA” e não quis prestar declarações, tendo-nos remetido para o comunicado citado na notícia em causa.
Gosta de ler?
Gosto imenso de ler, embora tenha muito pouco tempo para desfrutar com qualidade desse prazer. Sobretudo aprecio os romances históricos. Qual foi o último livro que leu e recomenda?
O último livro foi do Francisco Moita Flores, Mataram o Sidónio, sobre a figura de Sidónio Pais e o seu assassinato. Trata-se de um relato interessante sobre aquele período político e social, muito romanceado é claro. Um estilo muito próprio de Moita Flores, que recomendo. E agora iniciei o livro Cartas a um Jovem Político, de Fernando Henrique Cardoso, antigo Presidente do Brasil. Paulo Barriga
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Taipa promove recolha de presentes em Odemira
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Até ao dia 9 de dezembro, os “Aliados do Natal” vão andar pelo concelho de Odemira para angariar presentes que serão depois oferecidos às crianças de várias localidades, numa iniciativa da Taipa – Organização Cooperativa para o Desenvolvimento Integrado do Concelho de Odemira. Pelo nono ano consecutivo, a iniciativa “dá corpo e vida ao
Pai Natal, numa linha solidária que pretende criar uma troca gigante de presentes em todo o concelho e ajudar o Natal das famílias mais desfavorecidas e a todas as crianças em geral”, explicam os responsáveis. À semelhança de outros anos, numa primeira fase, os presentes serão distribuídos junto das famílias mais carenciadas do concelho.
“O Estado e as entidades regionais têm obrigação de olhar para os museus que são parte do seu património”, diz o diretor do Museu de Beja, salientando que no atual quadro de restrições financeiras a única opção é o corte de despesas: “O nosso orçamento para 2012 apresenta uma redução de atividades na ordem dos dois terços”.
Alienação de tesouros é uma solução para instituições em dificuldades
Museu de Beja não vende património E se, para fazerem face à crise, os museus portugueses começassem a vender algumas peças que possuem, sejam repetidas ou porque são muito valiosas? A pergunta foi feita recente recentemente num debate promovido no Porto. E o repto partiu da museóloga Inês Fialho Brandão, responsável pelo Museu de Santa S Marta em Cascais, que, preto no br branco, considerou que “os museus portugueses portu têm de começar a considerar a aalienação de peças do seu património, e dde entender isso como um ato normal de ggestão, que não põe em causa o projeto cívico, cív nem o vínculo com o seu público”, como acontece já hoje, sobretudo nos Estados Esta Unidos. Texto Carlos Júlio Ilustração Paulo Monteiro
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abendo as dificuldades financeiras que muitos museus atravessam, nomeadamente os que se situam fora dos grandes centros urbanos, com menos visitantes e menos capacidade de angariar “mecenas”, o “Diário do Alentejo” quis saber como é que esta proposta foi
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recebida entre os especialistas do meio museológico e artístico. José Carlos Oliveira, diretor do Museu Regional de Beja, que atravessa, como é do conhecimento público, uma situação muito difícil do ponto de vista financeiro, com salários em atraso e dificuldades de toda a ordem, diz que “é uma proposta que não faz sentido nenhum em Portugal”: “Isso é típico dos museus norte-americanos, que são sobretudo privados e que têm por trás fundações. Rentabilizam as coleções vendendo peças de menor interesse. Faz parte da sua gestão corrente, mas aqui não. A maior parte dos nossos museus são públicos, as peças fazem parte do património nacional ou regional e quando temos peças repetidas utilizamo-las para empréstimo a outros museus. Isso sim, faz parte da nossa gestão corrente”, acrescenta. A mesma ideia é defendida por Joaquim Oliveira Caetano, antigo diretor do Museu de Évora e conservador de Pintura do Museu Nacional de Arte Antiga. “Os museus americanos são, em grande parte, de arte contemporânea e pretendem mostrar visões mais ou menos enciclopédicas. Para eles é normal alienarem peças. Se têm três Mondrian vendem dois para comprar um quadro de um outro autor que não esteja representado na coleção”. “Os museus portugueses não são deste tipo. As coleções não resultam duma escolha feita no mercado contemporâneo, mas sim de uma sedimentação que vem do passado. Não são uma soma de objetos, mas sim o reflexo do que aconteceu num determinado território”, diz Oliveira Caetano e lembra o caso do Museu Regional de Beja. “É um bom exemplo do que acabo de dizer: o tipo de peças que tem é uma súmula do que foi a expressão da cidade ao longo dos tempos”. Considerando que a proposta de alienar património dos museus “é uma interpretação bacoca de modelos que não têm absolutamente nada a ver connosco”, Oliveira Caetano, recorda que os museus portugueses resultam essencialmente “da extinção das ordens religiosas e que foram completados com outras coleções”: “Por isso têm uma base territorial muito forte e a venda de peças seria muito mais do que abrir mão de uma obra de arte. Dando um exemplo, não vale a pena vender dois painéis de São Vicente para comprar um Rembrandt. As nossas coleções estão intensamente ligadas à história e à memória do povo português”. Idêntica posição tem Santiago Macias, investigador do Campo Arqueológico de Mértola, que salienta o facto dos nossos museus, sobretudo aos municipais, terem “um vínculo muito forte a coleções constituídas a partir dos territórios”: “Não estou a ver o Museu de Mértola a vender as suas peças”, diz. O historiador refere ainda que as coleções “não devem ser usadas para resolver questões pontuais de tesouraria, como quem recorre a uma casa de penhores. É que a tentação pode ser essa, em vez de se discutir uma política de
intercâmbios, assunto que merecerá, sempre, um amplo debate. Vejo, por isso, com pouco entusiasmo, a prática da venda de património”. Em alternativa, Santiago Macias defende que o empréstimo de peças, “no quadro de exposições temporárias temáticas, deverá ser estimulada e poderá permitir uma circulação de coleções” e considera que “é crucial discutirmos primeiro qual a função dos museus na sociedade atual, em vez de andarmos a lançar soundbytes, que são muito vistosos mas que, no essencial, nada resolvem”. Relativamente a sugestões para equilibrar as “contas” dos museus, os três especialistas ouvidos pelo “Diário do Alentejo” dizem não ter respostas. José Carlos Oliveira diz mesmo que essa é a pergunta do “bilião de dólares”, uma vez que a receita proveniente das entradas na maior parte dos museus (excetuando o dos Coches e do de Arte Antiga) “são irrelevantes”, pelo que é muito difícil pensar que “estes museus alguma vez possam dar lucro”. Sendo assim, “o Estado e as entidades regionais têm obrigação de olhar para os museus que são parte do seu património”, diz o diretor do Museu de Beja, salientando que no atual quadro de restrições financeiras a única opção é o corte de despesas: “O nosso orçamento para 2012 apresenta uma redução de atividades na ordem dos dois terços”. Joaquim Oliveira Caetano aponta o “sobredimensionamento” que a rede museológica tem em Portugal. “Isso aconteceu porque era fácil construírem-se museus em toda a parte, mas muitos esqueciam-se que, depois de construídos, esses edifícios tinham que ser equipados e mantidos. Por outro lado, criaram-se estruturas muito pesadas ao nível dos serviços centrais, levando a que a generalidade dos museus do Estado tenham hoje muito menos pessoas a trabalharem neles do que há 20 anos atrás”. Oliveira Caetano aponta o caso do Museu Regional de Beja como paradigmático. “As pessoas pedem muito ao museu, como expressão da sua identidade e do seu território, mas depois não existe uma estrutura política ou administrativa que o suporte. O Museu de Beja é exemplo disso: faz parte dum espaço cultural – a cidade e o Alentejo – que não tem uma relação exata com qualquer entidade do ponto de vista institucional. E isto também dificulta a inserção deste tipo de museus no espaço para que foram criados”. Já Santiago Macias não poupa nas palavras quando se refere à situação que o Museu de Beja atravessa. “É uma história triste, de incapacidade da tutela em resolver o problema ou de avançar com um plano para ultrapassar uma situação constrangedora. No lugar do José Carlos (Oliveira, diretor do Museu Regional de Beja), já teria fechado as portas do museu, pelo menos em boa parte da semana, por falta de condições de trabalho”, diz o historiador e também autarca na Câmara Municipal de Moura.
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Pelo menos em extensão”, esta será “provavelmente uma das maiores necrópoles islâmicas conhecidas em Portugal” Miguel Serra
Novos enterramentos encontrados na baixa da cidade
Necrópole islâmica de Beja pode atingir seis hectares Onze novos enterramentos islâmicos encontrados no decorrer das obras de beneficiação da baixa de Beja permitem projetar uma necrópole de “grandes dimensões”, provavelmente “uma das maiores conhecidas em Portugal” deste período histórico.
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Escavações Nas Portas de Mértola voltaram a ser encontrados enterramentos do período islâmico
esperança média de vida de então; e um do sexo feminino. As características destes novos enterramentos são “idênticas” às dos 19 esqueletos da época islâmica encontrados pela mesma empresa na rua Gomes Palma, no âmbito do acompanhamento de uma intervenção da Empresa Municipal de Água e Saneamento de Beja (EMAS), que decorreu entre 2005 e 2006. “Têm a face virada para sudeste, na direção de Meca, não apresentam espólio e são sepulturas simples, escavadas na rocha ou na própria terra”, diz Miguel Serra, lembrando que, até esta data, não era conhecida
a localização exata deste vasto cemitério. Escavações mais recentes, efetuadas por outra empresa no Liceu de Beja, no âmbito do Programa de Modernização do Parque Escolar, vieram acrescentar mais uma peça a este puzzle, fazendo prever “que muito possivelmente poderiam aparecer mais vestígios nesta zona da baixa da cidade”, adianta o responsável. O que, sim, é “surpreendente é a grande dimensão que a necrópole atinge, o que nos faz estar mais alerta para qualquer tipo de obras de subsolo na área compreendida entre as Portas de Mértola e o Liceu de Beja, passando pelo Jardim do Bacalhau”.
A propósito do Plano Rodoviário Nacional
Quercus contra o corte de sobreiros
A
associação ambientalista Quercus exigiu na semana passada uma “rápida revisão em baixa” do Plano Rodoviário Nacional para retirar da proposta a construção de estradas que não sejam “estritamente necessárias” e, assim, evitar o abate de espécies florestais protegidas. Segundo a Quercus, o atual Plano Rodoviário Nacional está “desajustado” em relação às necessidades de ordenamento do território e à realidade socioeconómica do país. Através da “revisão em baixa”, a Quercus pretende que o Governo “retire, da proposta do futuro Plano Rodoviário Nacional, estradas, vias rápidas e autoestradas que não sejam
José António Falcão Diretor do Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja
Pelos caminhos de Santiago Como encara esta condecoração por parte da presidência francesa?
A notícia apanhou-me em Baleizão, num dia de trabalho, quando estava a terminar o inventário da igreja de S. Pedro de Pomares – um monumento cuja avançada ruína me inquieta e com a qual não me conformo. O telefone tocou e vi que o indicativo era de Paris. Pensei que fosse uma chamada de um professor da universidade ou de um dos colegas do Louvre com quem colaboro. Mas, afinal, ligavam-me do Eliseu! Fiquei muitíssimo surpreendido. Que posso dizer? À surpresa juntou-se um sentimento de alegria. É importante saber-se que o nosso trabalho é útil e apreciado. Além disso, trata-se de uma boa oportunidade para se falar um pouco do Alentejo, do Caminho de Santiago e de outras coisas relacionadas com a valorização do património cultural e natural da Europa.
Texto Carla Ferreira Foto José Ferrolho
ovos achados arqueológicos no âmbito das obras de beneficiação da baixa de Beja permitem acrescentar mais dados ao que já se sabia sobre a necrópole islâmica da cidade, que teria “grandes dimensões”, ocupando uma área “entre os cinco e os seis hectares”, explicou ao “Diário do Alentejo” Miguel Serra, da empresa Palimpsesto, que está a fazer o acompanhamento arqueológico da intervenção. Segundo o arqueólogo, “pelo menos em extensão”, esta será “provavelmente uma das maiores necrópoles islâmicas conhecidas em Portugal”, confirmando assim “o importante estatuto político-administrativo da cidade ao longo dos séculos X e XI”, já referido em fontes escritas. No contexto dos trabalhos de renovação de infraestruturas no subsolo foram encontrados, até esta semana, 11 enterramentos islâmicos, todos localizados na rua Capitão João Francisco de Sousa e quatro dos quais levantados para estudo: três do sexo masculino, um dos quais com mais de 40 anos, sendo considerado “idoso” para a
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As obras de requalificação e ampliação da sala de cinema da vila de Aljustrel, o Cine Oriental, já começaram, num investimento de 1,1 milhões de euros que vai permitir a reabertura do espaço em 2013 como sala polivalente. A empreitada, prevista durar 15 meses, começou no início deste mês e o Cine Oriental irá reabrir em 2013. O Cine Oriental fechou há “cerca de seis meses”, por “falta de condições” e “razões de segurança”, e, desde então e até à reabertura do espaço, as sessões de cinema em Aljustrel decorrem no auditório da Biblioteca Municipal.
Diário do Alentejo 25 novembro 2011
Mais de um milhão de euros para o Cine Oriental
estritamente necessárias para a mobilidade sustentável do país”, explicou à Lusa Domingos Patacho, da associação ambientalista. Segundo o responsável, já existe uma rede rodoviária “bastante grande” e “a crise económica faz reconhecer que não é prioritário fazer mais estradas”, mas o atual Plano Rodoviário Nacional prevê a construção de mais “cerca de dois mil quilómetros” de estradas. A exigência da Quercus surge após o Governo ter declarado a “imprescindível utilidade pública” de dois lanços rodoviários no Alentejo, que vão implicar o abate de 1 592 sobreiros (1 155 adultos e 437 jovens) e 474 azinheiras (144 adultas e 330 jovens), num
total de 2 066 árvores. Trata-se da construção do lanço Relvas Verdes/nó de Roncão, em Santiago do Cacém, da Autoestrada 26, entre Sines a Beja, e do lanço Évora/São Manços do Itinerário Principal 2. Segundo a Quercus, a construção dos dois lanços “vai conduzir à destruição de mais 2 066 sobreiros e azinheiras, com impactes cumulativos bastante elevados sobre os montados”. As árvores a abater estão espalhadas por 10,21 hectares de “povoamentos de sobreiro dominante e de pequenos núcleos de valor ecológico elevado”, situados ao longo dos traçados dos troços, refere a Quercus.
Muito deste reconhecimento terá a ver com o trabalho desenvolvido em torno da defesa e preservação do património sacro do Baixo Alentejo. Estas distinções são um tónico para prosseguir o seu trabalho?
O Alentejo faz de tal maneira parte da minha vida que, às vezes, fico a pensar se não chega a confundir-se com ela. Que alguém se mantenha fiel à sua terra, mesmo no meio de dificuldades ásperas, é uma prova constante, mas é também um destino, uma maneira de estar. Lembro-me sempre, a este respeito, do meu mestre Túlio Espanca. Ser-se alentejano constitui uma paixão, inabalável como a de soror Mariana. Quanto às distinções, não se pedem, não se recusam, agradecem-se. Eu, que sou monárquico, estou grato ao governo da República Francesa. E vou lendo nas entrelinhas. Em período de crise, o Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja vai abrandar a sua atividade? Como estão os vossos projetos?
Somos uma pequena equipa, leve e flexível, formada essencialmente por voluntários, o que, tendo sido sempre uma vantagem, se tornou agora, em tempos de crise, um fator estratégico. Além da nossa atividade quotidiana, mais orientada para tarefas de apoio técnico e dinamização, estamos a desenvolver ativamente um projeto científico de fundo, o “Atlas do Património Religioso do Baixo Alentejo”, e a preparar a edição do Festival Terras sem Sombra em 2012, que conta com uma programação soberba, da responsabilidade de Paolo Pinamonti. Encontram-se na calha, igualmente, exposições, livros e algumas novidades em termos de rede museológica. A arte contemporânea é uma prioridade. A luta contra a exclusão, outra. Paulo Barriga
Diário do Alentejo 25 novembro 2011
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Na semana passada fiquei envergonhado com o orgulho com que os nossos governantes e muitos comentadores políticos anunciaram a, cito, “passagem de Portugal no exame da troika”. Pedro Tadeu, “Diário de Notícias”, 22 de novembro de 2011
Opinião
Custa menos comprar o leite do que ter uma vaca
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As escavações que decorrem nas PORTAS DE MÉRTOLA, em Beja, voltaram a trazer à luz do dia um assinalável número de enterramentos islâmicos. Os arqueólogos retiraram algumas ossadas para datação. Mas se estes achados estiverem relacionados, por exemplo, com os do Liceu, podem indicar que a cidade, neste período, era, de fato, imponente. PB
Encontrei, há pouco, um dos meus antigos alunos de Coimbra. “Que fazes? Por onde andas?”. Despediu-se ontem da empresa de arqueologia onde trabalhava. Recebia 19 euros por dia pela realização de trabalho especializado. Eis o admirável mundo novo. Santiago Macias, avenidadasaluquia34.blogspot.com, 21 de novembro de 2011
Quase Todos os Nomes Bruno Ferreira Humorista
Muito mais havia para dizer sobre nomes. Nomes feios, nomes de guerra... Mas uma coisa convém não esquecer: chamar, sempre, os bois pelos nomes.
G A T
Ana Paula Figueira Docente do ensino superior
minha crónica de hoje honra a economia, a ciência que toda a política precisa. Porque os tempos são de austeridade, algures entre a prodigalidade e a avareza, permitam-me focar três temas que têm ocupado alguns dos meus pensamentos e que não deixam de estar interligados: 1) fazer política, hoje, em Portugal: já noutra ocasião aqui falei dos “trombeteiros” de Bacon, que fazem jus ao provérbio francês “beaucoup de bruit, peu de fruit” mas cuja utilidade política é elevada; pois, confirmo que hoje tropeçamos com eles a todo o momento e em todo o lado! Só me lembram a imagem anedótica dos cachorros agarrados aos nossos tornozelos e, por mais que se abanem, não largam. Onde estão os verdadeiros políticos? Pessoas de que são exemplo Álvaro Cunhal, Mário Soares e Francisco Sá Carneiro. Homens de profundas convicções, fiéis à sua ideologia, mas que se sabiam respeitar. Porque eu ainda acredito que a política é feita Onde estão os com verdades simples e com o verdadeiros políticos? Pessoas coração das pessoas, lamento ver, ouvir e ler tanta douta rede que são exemplo comendação sobre o que fazer. Álvaro Cunhal, Pior: muitas vezes, a recomenMário Soares dação transforma-se em acirrados desaforos, até pessoais; e Francisco Sá Carneiro. Homens 2) crónicas de opinião: aceitei o convite para ocupar este espaço de profundas neste jornal com imenso praconvicções, fiéis zer; o meu objetivo é estimuà sua ideologia, lar a reflexão e, por isso, me asmas que se sino como “docente do ensino superior”. Lamento ler crónisabiam respeitar. cas de opinião – e não me refiro Porque eu ainda especificamente a este jornal acredito que a que não honram a condição em política é feita com que os seus autores se assinam verdades simples e usam o espaço apenas como e com o coração “trombeteiros” que são; 3) por fim, “last but not least”, não das pessoas, lamento ver, ouvir posso deixar de lamentar os resultados do teste que a revista e ler tanta douta “Sábado” fez recentemente a recomendação 100 alunos de universidades de sobre o que fazer. Lisboa. Apesar de a carapuça não caber em todas as cabeças, saliento por um lado que “formação” não é sinónimo de “educação” e uma não é consequência da outra; por outro lado, recordo uma entrevista que, em agosto deste ano, o prof. António Câmara, CEO da YDreams, deu ao “Diário Económico”, onde referiu que “em Portugal se sonha demasiado baixo” e que parte da culpa é do “sistema de ensino” que não estimula a criatividade, “aquilo que nos vai poder distinguir do resto do mundo”. Talvez essa seja uma das razões que contribuem para a abundância de trombeteiros que procuram desesperadamente quem lhes dê atenção pois… custa menos comprar o leite do que ter uma vaca!
osto muito da temática da onomástica. Sou assim uma espécie de sr. José, o personagem de Todos os Nomes, de Saramago, que trabalhava na Conservatória Geral do Registo Civil, e se distraía a colecionar recortes sobre as cédulas dos indivíduos que iam nascendo, usando como critério apenas os seus nomes. É que existem nomes para todos os gostos e feitios. E nem me estou a referir a Lyonce Viktórya, a filha da Floribela e do Djaló. Ao contrário do que pensará o leitor sensato, os pais não calcularam que a filha poderá vir a ser alvo de bulling etimológico, ou mesmo coação hermenêutica na escola, e têm a justificação perfeita para a sua escolha: “Lyonce vem da fusão de Luciana e Yannick e Viktórya pelo nosso amor ter vencido todos os obstáculos e má-língua de tanta gente, principalmente daqueles que até hoje só apareceram na nossa sombra, graças à nossa luz e por sermos figuras públicas tão mediáticas”. O que diria o sr. José se se deparasse com uma cédula deste calibre? Os meus pais sempre me contaram que não foi fácil a Conservatória de Beja aceitar o meu nome nos seus registos. E não me parece que Bruno fosse um nome com raízes aramaicas, ameríndias, nem mesmo de origem tibeto-birmanêsa. Existem nomes que nos condicionam para o resto da vida. Estou a pensar em Goreti. Ao longo da minha vida já me cruzei com duas Goretis que trabalhavam em dois supermercados. Uma cortava fatias de fiambre e queijo. E a outra era caixa. O que não é mau de todo, nos tempos que correm, porque é um trabalho. Posto isto, e para os leitores que estão à espera de uma menina, e que queriam, desde já, evitar testes psicotécnicos, dúvidas existenciais, inscrições em cursos superiores sem saída e presença assídua em centros de emprego, mais vale jogarem pelo seguro. Goreti pode não ser um nome glamoroso, mas ao serviço de um Belmiro ou de um Jerónimo Martins, sempre leva para casa 475 euros ao fim do mês. E com sorte umas fatias de queijo gouda de marca branca. Há por outro lado pais que, ao escolherem nomes para as suas filhas, o fazem na perspetiva de as deixar em boa posição, uns vinte anos mais tarde, para concorrerem a um reality show. Basta ver nomes como Cleide, Jade ou Doriana. O leitor desta crónica tem alguma amiga nas suas relações com estes nomes? Bem me parecia. Ainda na temática da “Casa dos Segredos”, podemos constatar o recente estilo das abreviaturas do apelido. Nomes como Hugo F., João M. ou Daniela P. poderão vir a ser nomes comuns soletrados nas conservatórias de registo civil, oferecidos pelos pais, fãs destes concorrentes, aos seus filhos (está para se saber o precursor deste género de abreviatura. Há quem diga que foi o autor das letras do Rui Veloso, o Carlos T, e quem aposte no músico J.P. Simões). De notar que os participantes deste concurso são tratados sem o artigo antes do seu nome próprio, tal como acontece com os grandes personagens históricos, como Jesus Cristo, Napoleão ou Camões. Não dizemos nunca “o” Jesus disse: “Não julgueis para não serdes julgados”. A menos que estejamos a falar do treinador do Benfica, o Jorge (e nesse caso a citação seria “Não julguizem para não serdem julgados”). Mas a propósito desta modalidade na “Casa dos Segredos” habituámo-nos a ouvir frases como “eu penso que João M. gosta de Fanny. Mas Fanny tem uma relação fora da casa, com Diogo. E Diogo não está nada contente com o comportamento de Fanny junto de João M”.
O esplendor de Portugal! Luís Covas Lima Bancário
ive o privilégio de assistir ao vivo ao jogo Portugal–Bósnia, na companhia da minha mulher e filhas, o qual foi decisivo para o nosso apuramento para a fase final do Campeonato da Europa de Futebol, que se realizará na Polónia e na Ucrânia, países anfitriões que em conjunto serão responsáveis pela sua organização. Independentemente dessa jornada épica, onde a excelente exibição e o brilhante resultado final se conjugaram num cenário perfeito, há que realçar outros factos não menos importantes e que se evidenciaram ao longo do desafio. O primeiro foi a “A Portuguesa”, designada na Constituição da República Portuguesa como um dos símbolos nacionais de Portugal. Não falo tanto da sua execução antes do início do jogo, quando ambas as equipas se perfilam com o trio de arbitragem, apesar de ser igualmente marcante. Falo sim do movimento genuíno e espontâneo que resultou no decorrer da segunda parte. O hino nacional num “encore” de 45 000 vozes. Verdadeiramente arrepiante. O segundo manifestou-se no conjunto. Um misto de intenções e emoções, um grandioso quadro nacional, onde cada um desempenhou as suas funções com competência e abnegação, público incluído. O terceiro esteve relacionado com um jogador da seleção das quinas, o Carlos Martins. Ou melhor, com o seu filho, o Gustavo. O internacional português teve conhecimento há relativamente pouco tempo que o seu filho com três anos de idade apenas sofre de leucemia. Foi bonita e sentida a manifestação de solidariedade que os seus colegas de profissão após o final do jogo lhe prestaram no balneário. Acresce-lhe a solidariedade do povo português, que por estes dias se manifesta com a dádiva de sangue para efeiO momento que tos de colheita e que, pessoalinteressava era mente, gostaria de ver repetida aquele. Celebrar por toda e qualquer criança que esteja em sofrimento. até ao último Finalmente, o quarto, a euinstante, porque foria. Uma alegria desmedida amanhã logo se e contagiante. O momento que verá. Será outro interessava era aquele. Celebrar dia, o regresso até ao último instante, porque à vida real, amanhã logo se verá. Será outro dia, o regresso à vida real, onde a crise nos onde a crise nos acompanha acompanha em em permanência e se reclama permanência e agora mais do que nunca o esse reclama agora plendor de Portugal! Mas permais do que gunto-me... por que é que o fununca o esplendor tebol pode ser um verdadeiro “agregador” do interesse naciode Portugal! nal e a política não o é?
Este é um fim de semana para não ficar em casa. Apesar do frio, há coisas bem retemperadoras para fazer por esse Alentejo fora. Apenas dois exemplos: provar o vinho novo em Ervidel, na VINICULTURA, ou o medronho, em São Barnabé, no FESTIVAL DE LICORES E AGUARDENTES. PB
Há 50 anos Muralhas, a “roleta” da lavoura e um hotel
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ou alentejano dos quatro costados, mas a minha vida oficial obrigou-me a assentar arraiais na capital, há mais de 20 anos. Sempre que me é possível, cá venho de abalada até à cidade-mater, matar saudades, abraçar velhos amigos e ver os progressos operados durante as minhas grandes ausências. E, sim senhores, alguma coisa se tem feito. Coisas que os residentes não notam, obcecados pelo seu pessimismo, como aliás acontece em todos os meios pequenos: arruamentos, jardins, estabelecimentos, prédios modernos, etc., etc.. Enfim, Beja, se não é uma cidade em franco progresso, também não é uma cidade atrasada. O que nos falta é um hotel. Um hotel de turismo, não digo um hotel de luxo. Cheguei a convencer-me, pelo que me disseram e li, que seria um facto a sua construção. Mas, umas vezes por causa das muralhas, outras por ‘muralhas mais difíceis de transpor’, tudo ficou sem efeito. E é pena. Resta-nos o velho ‘Bejense’, que, do mal o menos, lá vai ‘fazendo das tripas coração’ e salvando as ‘honras do convento’. (…) Mais pena faz que os homens de dinheiro da terra não se reúnam, realizando capitais (que nunca poderiam perder desde que fossem bem administrados) e, para seu proveito e bem local, construíssem um hotel condigno. Seria, sem dúvida, um melhor investimento do que na ‘roleta’ da lavoura. Agora é o momento. Amanhã pode ser tarde. Tenhamos como exemplo esse grupo de rapazes desempoeirados que montou o ‘Pelourinho’. Dotaram a cidade com um belo estabelecimento e não alteraram a sua vida por causa disso. E, vejamos, um café não é um hotel. Cafés há muitos… É triste constatar que as duas principais cidades do Alentejo não possuem um hotel à altura: Évora e Beja. Porque esperamos? Que os estrangeiros e nacionais se aborreçam de por cá passar, por falta de comodidades? Faça-se alguma coisa de construtivo em vez de se perder tempo na crítica, à mesa dos cafés. Olhem que a oportunidade é esta e ‘mesmo que o ano seja mau’ o negócio é bom.” Esta carta, assinada por A. Andrade, “um alentejano bairrista”, preenchia a coluna “Varandim da Cidade” da edição do “Diário do Alentejo” de 24 de novembro de 1961. O jornalista Melo Garrido dava o seu aval à missiva, sublinhando que “nela se produzem afirmações e se emitem conceitos de inegável interesse bairrista e que merecem a nossa concordância”. Carlos Lopes Pereira
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15 Basta olhar para o corridinho de pessoas que entra e sai dos centros de emprego para perceber que a coisa vai de mal a pior. Não são necessários os números das estatísticas oficiais, nem dos sindicatos, nem da OCDE: o DESEMPREGO é uma calamidade social alarmante em Portugal. E tudo indica que as coisas vão piorar. PB
Foi Cavaco quem empurrou o carrinho pela encosta abaixo (…) Não vejo porque é que um colunista deva ser capado politicamente. Vasco Pulido Valente em entrevista a Pedro Lomba, “Público”, 21 de novembro de 2011
Cartas ao diretor Professores... no limiar da rutura! Maria Virgínia Sebastião Mértola
De acordo com a opinião de especialistas, os professores estão a sofrer daquilo a que chamam de “burn-out”, uma espécie de desalento com a profissão cujos sintomas se manifestam física e psiquicamente nos indivíduos em causa. Algo que comparam ao “descarregar de uma bateria”. Esse sentimento, quase sempre ligado a perturbações diversas do foro psiquiátrico e psicológico, conduzem a um mal-estar generalizado levando quase sempre a um quadro depressivo agravado que, não raras vezes, pode culminar em tentativas de suicídio. A imolação, recente, de uma professora francesa, em frente ao colégio onde lecionava, é um exemplo extremo deste estado agravado. Hoje sabemos que grande parte daqueles profissionais está desmotivada com a sua atividade. A indisciplina dos alunos, a falta de incentivos e reconhecimento profissionais, a burocratizaçao do sistema educativo, entre outros, são alguns dos problemas inerentes à classe e que alavancam esse descontentamento generalizado. Não por falta de vocação, como alguns (os menos esclarecidos) teimam em afirmar, mas porque quem legisla desconhece o contexto real da profissão, suas lacunas e constrangimentos. Até quando vamos continuar a “reformar” o sistema educativo esquecendo um dos seus principais intervenientes? Sem professores motivados não há relação pedagógica saudável e não se atinge o objetivo último da educação: formar cidadãos plenos. É suposto os professores serem detentores de um conjunto de valores sociais, morais e éticos capazes de mover consciências e de ajudar a construir e reconstruir a realidade social. No entanto, sem a aceitação social do professor, como agente fundamental do crescimento e desenvolvimento das sociedades, a tarefa é árdua e muitas vezes não resulta. É esse desalento decorrente da tarefa de educar que conduz, muitas vezes, ao abismo emocional e, não raras vezes, ao desgaste físico. Perguntam-me: e qual a solução? Não há soluções mágicas e imediatas, mas há o acordar de consciências para ajudar a alterar políticas lesivas dos direitos de quem tem por missão a educação.
“Democracia musculada”: Não! José Carlos Albino Messejana
Sei que a situação atual (de “emergência nacional” e “descalabro mundial”) nos toca, em primeiro lugar, no “tronco e membros”, ou seja, na satisfação das necessidades básicas de alimento do bem-estar que fomos construindo. Mas a “cabeça”, alimentada pelo “coração”, também existe, chorando ou rindo. E sem rumo não há esperança. Sou dos que, ainda, tem fome de liberdade e democracia. Não me sinto, há muito, a viver uma democracia plena. E, hoje, ver reduzir-me os meus direitos é impensável. Nas crises, a participação cidadã é um ingrediente indispensável para as superar. Acreditar nos milagres de mandantes superiores é uma falácia. Tudo isto, porque observo e sinto um governo que decide sobre tudo e todos, sem “dar cavaco” a ninguém. Posso, quero e mando é o lema. (…) Perante estes desígnios de atraso civilizacional, é necessário que a esmagadora maioria diga não! A superação das crises exige, sim, mais e melhor democracia!
Nota da Direção Na entrevista que Henrique Troncho concedeu à última edição do “DA”, por um lapso de paginação, não foi incluída a seguinte pergunta: “Qual considera ter sido o seu grande contributo para a consolidação e desenvolvimento desta empresa?”. A resposta do administrador da EDIA é publicada na íntegra e sem qualquer tipo de filtro. Pedimos desculpa pela maçada que esta situação possa ter causado ao entrevistado. E aos nossos leitores também. PB
Diário do Alentejo 18 novembro 2011
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Efeméride Efeméride
Novembro de 1923
1.º Congresso do PCP
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a i s c onc re t a mente , em Lisboa, de 10 a 12 de novembro de 1923, com a presença de 139 delegados, realiza-se o 1.º congresso do recém-formado Partido Comunista Português. Das teses apresentadas a congresso há uma que se prende com a questão agrária e que é apresentada por Carlos Rates, primeiro secretário-geral do partido. A tese, em síntese, defende que o “problema económico mais urgente” do País é o de “forçar o solo a produzir tudo quanto é suscetível de produzir” e que para isso ser possível “o Estado proletariano cederá a terra, a terra que cada um possa trabalhar por suas mãos, e facultará aos camponeses os créditos necessários para a exploração agrícola, a par duma assistência efetiva” (1). Esta tese, a cujo conteúdo não seriam estranhos os relatos divulgados na imprensa sobre as dificuldades ocorridas na Rússia relativas à concretização da nova política agrária, representa uma rutura com as ideias até então defendidas pelo movimento social dos trabalhadores do campo organizados na Federação dos Trabalhadores Rurais que no ano anterior, no 5.º congresso, efetuado em Évora, de 16 a 17 de dezembro, reiteravam o seu apoio à tese da socialização da propriedade agrária, ou seja, a sua entrega aos trabalhadores para ser exploração em coletivo. A tese do PCP sobre a terra vai ter acolhimento, sobretudo, nas associações de trabalhadores rurais do Baixo Alentejo, nomeadamente as associações de Sobral da Adiça, Beja, Vale Vargo e Aldeia Nova de S. Bento, que juntamente com associações de outras localidades, como Coruche, Estremoz, Santiago do Cacém, etc., encabeçam o processo de cisão no movimento social dos trabalhadores agrícolas, o qual ocorre aquando da realização do 6.º congresso, e último, da Federação dos Trabalhadores Rurais, realizado em Santarém, de 20 a 22 de setembro de 1925. Dois anos após a realização do seu 1.º congresso, temos o PCP implantado no distrito de Beja, com células organizadas no mundo rural, publicando com regularidade o “Trabalhador Rural”, jornal mensal, com sede em Beja, na rua dos Aferidores, tendo como redator principal Miguel Simão Quaresma e Jerónimo Toucinho como editor. (1) Carlos Rates, “O Papel das Comunas e a Questão Agrária”, In “O Comunista”, Lisboa, n.º s 4 e 5, de 15 de julho e 10 de setembro de 1923. Constantino Piçarra
Diário do Alentejo 25 novembro 2011
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Reportagem Jovens de Beja, Évora, Faro, Portalegre e Setúbal no RI3
Os dias da Defesa Nacional Chegam em autocarros ao Regimento de Infantaria n.º 3, vindos dos distritos de Beja, Évora, Faro, Portalegre e Setúbal. São jovens e todos com-
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o Regimento de Infantaria n.º 3, em Beja, os soldados alinham-se à entrada. Pouco depois ouve-se o clarim. Está na hora de render a guarda. Ainda mal a manhã acordou e já os militares do RI3 têm tudo pronto para receber mais um grupo de jovens, desta vez vindos de Portimão, para participarem em mais uma jornada do Dia da Defesa Nacional. Os autocarros aproximam-se. Os jovens, ainda pouco acostumados às regras dos militares, falam alto, riem muito e prestam, sobretudo, pouca atenção. Muitos imitam os militares que marcham. Mas o cenário rapidamente se altera. Os militares das Forças Armadas pedem silêncio, explicam as regras e apelam ao bom senso. No fim perguntam: “Há dúvidas?”. E, neste momento, já é o silêncio quem mais impera. Ninguém se manifesta. “Ótimo”, afirma uma das oficiais. Os jovens alinham-se. Não sabem muito bem ao que vieram e a maioria pensa que o Dia da Defesa Nacional é uma ação de recrutamento para o Exército, para a Marinha ou para a Força Aérea. Hugo
pletam 18 anos em 2011. Foram convocados para o Dia da Defesa Nacional e a sua presença é obrigatória. Na unidade militar, até ao próximo dia 22, está tudo a postos para os receber. É tempo de perceber o que é isto da Defesa Nacional, até porque esta é uma tarefa que toca a todos, e não só aos militares, como muitos destes jovens pensam. Neste dia ninguém é recrutado, mas quem quiser futuramente ingressar nas Forças Armadas é bem-vindo. Texto Bruna Soares Fotos José Serrano
diz que “não quer ser militar”. Joana responde: “Eu também não”. O João, por sua vez, afirma: “Tenho de pensar”. “Quando chegam ao RI3 estes jovens têm um misto de sentimentos. Nota-se uma certa apreensão, mas este dia acaba por ser também um motivo de encontro, uma vez que muitos deles já se conhecem. O dia representa uma aventura, mas ao mesmo tempo os jovens questionam: o que é que
eles [militares] querem de mim. O que é isto da Defesa Nacional? Estes jovens têm muitas expetativas. Este dia acaba por ser um desafio”, considera Vilas Leitão, comandante do Regimento de Infantaria n.º 3. O barulho inicial dos jovens, consoante o tempo passa, vai dando lugar ao silêncio. Há, no entanto, quem deixe escapar uma gargalhada mais alta, quem não consiga controlar-se. Dentro de momentos
proceder-se-á à cerimónia do içar do estandarte nacional e o momento, como explicam os militares, não é o indicado para brincadeiras. Os oficiais tentam controlar a situação e são incisivos quando falam. Pedem respeito pela cerimónia que vai decorrer. Mariana, uma das muitas alunas que completa este ano 18 anos de idade, foi a escolhida para içar a bandeira nacional. “Este é um momento que a vossa colega não vai esquecer”, diz o comandante do RI3 aos jovens presentes. E rapidamente acrescenta: “Espero que também todos vós guardem este dia na vossa memória”. O ar relaxado dos jovens contrasta com o dos militares, cientes da sua postura e dos seus valores. Mas aos poucos os jovens de Portimão vão-se habituando às regras da unidade. “A Defesa Nacional não é só um assunto dos militares” “A ideia que as pessoas têm
é que a Defesa Nacional é um assunto dos militares. As Forças Armadas são o braço armado dessa Defesa Nacional,
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porque o Ministério da Agricultura tem a sua componente de Defesa Nacional, o Ministério da Saúde tem a sua componente de Defesa Nacional, assegurando os hospitais e os centros de saúde, o Ministério dos Transportes também tem a sua componente. A Defesa Nacional é de todos e todos são poucos para a garantirem”, explica o coronel de Infantaria Vilas Leitão. Os jovens escutam atentos. Não interrompem e rapidamente formam uma fila para se dirigirem ao local onde será servido o pequeno-almoço. Enquanto uns comem, outros procedem à identificação. O tempo é controlado ao milímetro. O rigor, no RI3, é quem mais ordena. Joana, de cabelos longos, conversa com os amigos, que ostentam óculos de sol de cores variadas. Estão expectantes quanto às atividades que prepararam para si. A jornada começou às 9 e 30 horas e só terminará às 17 horas. Na parte da manhã, entre outras coisas, são explicadas as razões porque existe o Dia da Defesa Nacional, o significado da Defesa Nacional, o que é ser cidadão, as missões das Forças Armadas, a sua organização e os recursos que lhe estão afetos. À tarde, entre outras atividades, há espaço para uma visita à Base Aérea nº 11, em Beja. “Todos os que participam no Dia da Defesa Nacional têm direito a alimentação, transporte e, em caso de necessidade, alojamento por conta do Estado”, lembra o comandante do RI3. A comparência dos jovens é um dever militar obrigatório para todos os cidadãos portugueses que cumpram 18 anos de idade, que ocorre nos Centros de Divulgação de Defesa Nacional, com sede
“Estes jovem têm um misto de sentimentos. Nota-se uma certa apreensão, mas este dia acaba por ser também um motivo de encontro. O dia representa uma aventura, mas ao mesmo tempo os jovens questionam: o que é que eles [militares] querem de mim.
Defesa Nacional, “vai acolher 3 200 jovens”. Na segunda-feira passada, 135 jovens, vindos de Portimão, cumpriram o seu dever, em Beja, e, durante todo o dia, as atividades foram viradas para “a promoção dos valores”. “Julgo que os jovens com 18 anos, não só pelas novas tecnologias, como também pela comunicação social, quer também pelos planos curriculares, estão predispostos para esta questão da Defesa Nacional”, considera o comandante da unidade. Nos altifalantes do RI3, neste dia, tocavam músicas bem conhecidas dos jovens. E, enquanto deambulavam de atividade em atividade, descontraíam. É uma das táticas para os familiarizar. O Dia da Defesa Nacional é, exclusivamente, preparado para estes jovens e a ideia é que PUB
em unidades militares. “A missão do RI3 é aprontar o efetivo operacional que lhe for determinado por escalão superior. Em termos estruturais temos uma unidade operacional e daí decorrem as suas atividades. Como o RI3 tem um encargo operacional de escalão pelotão, há condições de natureza operativa que levam a que possa fazer algo mais. Restabelecida a missão pode constituir-se como um Centro de Divulgação de Defesa Nacional, que abrange os distritos de Beja, Faro, Évora, Portalegre e alguns concelhos do distrito de Setúbal (Sines, Alcácer do Sal e Grândola)”, revela o coronel de Infantaria. Na verdade, durante as jornadas do Dia da Defesa Nacional, nesta que é sua nona edição, que decorre até ao próximo dia 22, o RI3, enquanto Centro de Divulgação de
eles levem uma ideia positiva das Forças Armadas e, de ano para ano, isso está a acontecer. “A imagem dos militares melhorou muito junto dos jovens”, adianta o coronel Vilas Leitão. Os oficiais, enquanto decorriam as atividades, ironizavam: “O almoço é esparguete com sardinhas”. Os jovens faziam uma cara apreensiva. Desconfiavam, riam, mas estavam preparados para tudo. Rapidamente apreenderam as regras da unidade. Em fila, sem dispersarem, como um autêntico pelotão seguiam pela parada. Depois da cerimónia do arriar da bandeira rumaram até ao sul. O dia, esse, só terminou com a sua chegada a Portimão, local de onde partiram assim que o sol raiou.
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Futebol feminino: Aljustrelense na frente
As equipas femininas do Mineiro e da Casa do Benfica de Castro Verde repartem o comando do respetivo campeonato distrital, com vantagem dos tricolores no índice de golos marcados e sofridos. O Futebol Clube de Serpa, detentor do título da época anterior, posiciona-se no terceiro posto com os mesmos pontos do Odemirense. Amanhã, sábado, joga-se mais uma ronda. Resultados da 4.ª jornada: CB Castro Verde-Serpa, 4-2; CB Almodôvar-Ourique, 1,7; Aljustrelense-Odemirense, 7-1. Líder: 1.º Aljustrelense, 10 pontos. 2.º Benfica Castro Verde, 10. 3.º Serpa, 6. 4.º Odemirense, 6. 5.º Ourique, 3. 6.º Benfica Almodôvar, 0. Próxima jornada (26/11): Odemirense-CB Castro Verde; Serpa-Almodôvar; e Ourique-Aljustrelense.
Nacional da 3.ª divisão
Quem ficará com o filão? dirigentes locais, recebeu recentemente alguns reforços para o plantel. “Sempre temos mais opções, foram reforços condicionados ao investimento que foi possível ao clube realizar, mas sempre ganhámos mais consistência e ficamos com um leque de soluções mais diversificado do que tínhamos”, diz. Pelo meio também a vantagem de uma paragem de uma semana no campeonato para melhor integração dos novos recrutas.
Texto e fotos Firmino Paixão
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odos ao derby entre o Mineiro e o Despertar, os únicos representantes sul alentejanos no Nacional da 3.ª Divisão, ambos em apuros na classificação, mas com um longo percurso até final do campeonato. Em comum têm os constrangimentos financeiros que impediam as equipas de se apetrecharem melhor, para que a época fosse tranquila. O Aljustrelense, vindo de boas campanhas na 2.ª divisão, aparenta um declínio que o executivo quer evitar e que a sua massa associativa não merece. Os bejenses, depois de uma travessia no deserto do futebol sénior que durou duas décadas, ascenderam meteoricamente ao escalão nacional e estão a sofrer para “levar a cruz ao calvário”.
Vão estar em campo duas equipas que precisam muito de pontuar, mas nós faremos o nosso trabalho. Eduardo Rodrigues
Eduardo Rodrigues (treinador do Aljustrelense): Ambos querem pontuar Na
ressaca de um inesperado mas merecido triunfo em casa do Esperança de Lagos, então líder da prova, o Mineiro surge motivado e é exatamente por aí que o técnico mineiro analisa o derby: “Por termos ganho em casa do primeiro classificado não quer dizer que seja fácil ganhar ao último”. São jogos diferentes, reforça Eduardo Rodrigues: “Vão estar em campo duas equipas que precisam muito de pontuar, mas nós faremos o nosso trabalho, manteremos a postura e a dignidade que temos tido até aqui porque devemos pontuar nos jogos em casa para podermos subir alguns furos na tabela”. O técnico algarvio, que já com a temporada em curso chegou a Aljustrel para render Sérgio Abreu que foi a opção inicial dos
Estamos preparados para disputar uma partida que será difícil. Vamos a Aljustrel dignificar a camisola e tentar somar pontos. Filipe Felizardo
Filipe Felizardo (treinador do Despertar): Será mais um “jogo difícil” Na antevi-
são da deslocação ao Estádio Municipal de Aljustrel o treinador dos bejenses diz: “Estamos preparados para disputar uma partida que será difícil, é um derby e estes jogos têm sempre características diferentes. Esta paragem permitiu-nos recuperar alguns jogadores, e vamos a Aljustrel tentar cumprir com aquilo que é nosso apanágio, dignificar a camisola e tentar somar pontos”. O técnico despertariano diz que estava consciente das contrariedades que iria encontrar, mas nesta primeira fase procurará ainda somar alguns pontos que não deixem a equipa distanciar-se muito dos conjuntos que estão no seu campeonato, ou seja, na segunda metade da tabela, para, na segunda fase da prova, tentar a manutenção. Fábio Brito, um jogador das escolas do clube, vai regressar ao plantel após a libertação de compromissos militares. Será mais uma opção. “O clube não tem condições para se reforçar com jogadores vindos de outros campeonatos ou de outros patamares”, diz o treinador, assegurando, no entanto, que “ainda é cedo para deitar a toalha ao chão”: “Ainda temos muito campeonato”. Jogos da 10.ª jornada: Fabril-Sesimbra; Aljustrelense-Despertar; Lagoa-Lagos; Redondense-Quarteirense; Messinense -Pescadores; Farense-União de Montemor.
Transferências de inverno
Barbeiro em Cuba e Jorginho no Castrense
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om os campeonatos em curso, algumas equipas ainda se movimentam no mercado de transferências. A valorização dos plantéis ou a substituição dos treinadores de equipas com prestações menos conseguidas. Depois de no Vasco da Gama Luís Varela ter rendido
Hugo Relíquias (que assumiu os juniores do Moura), João Barbeiro foi render António Rolim no comando do Sporting de Cuba. Mais notícias de movimentações vêm de Castro Verde, onde o treinador Francisco Fernandes, não obstante a liderança do Distrital de Beja, continua a reforçar o seu
Campeonato Nacional de Juniores (11.ª jornada): Estoril-BM Almada,0-0; Atlético-Olhanense, 1-1; U.Montemor -Oeiras, 1-4; Despertar-Imortal, 3-2; Internacional-Lusitano, 2-1; Farense -Desp.Portugal, 1-0. Líder: Internacional Almancil, 25 pontos. 9.º Despertar, 11. Próxima jornada (26/11): Despertar -Lusitano de Évora. Campeonato Nacional de Juvenis (13.ª jornada): Cova Piedade-U.Montemor, 4-0; Casa Pia-Odemirense, 1-1; Estoril-Olhanense, 0-2; Amora-O Elvas, 2-1; Oeiras-Barreirense, 0-1; Imortal-V. Setúbal, 2-3. Líder: Casa Pia, 31 pontos. 6.º Odemirense, 18. Próxima jornada (27/11): Odemirense-União de Montemor.
Desporto Três pontos para dividir por duas equipas que tanto precisam deles. E não podiam ganhar os dois? A vontade é muita, a motivação ainda é maior, resta esperar por uma boa partida de futebol.
Futebol Juvenil
plantel. Nos últimos dias o emblema de Castro Verde viu sair Luís Carrega (que não era primeira opção do técnico) e reforçou-se com dois avançados, Pázinho (ex-Despertar) e Jorginho (ex-Reguengos), atleta bem conhecido do técnico do Castrense. Firmino Paixão
Campeonato Nacional de Iniciados (13.ª jornada): Lusitano VRSA-Despertar, 1-0; Louletano-Olhanense, 1-2; Lusitano-Lagos, 1-0; Odeáxere-Barreirense, 3-2; Castrense-V.Setúbal, 0-1; Juventude -Imortal, 2-2. Líder: Olhanense, 29 pontos. 10.º Despertar, 12. 11.º Castrense, 10. Próxima jornada (27/11): Olhanense-Despertar; Imortal-Castrense. Taça Armando Nascimento – Juvenis (3.ª jornada): Despertar-Desportivo de Beja, 2-0; Boavista-Aljustrelense, 3-1; Moura-Castrense, 5-0; Sporting Cuba-Aldenovense, 1-0. Líder: Moura, 9 pontos. Próxima jornada (27/11): Desportivo de Beja-Moura; Aljustrelense-Despertar; Boavista-Sporting de Cuba; Castrense -Aldenovense. Campeonato Distrital de Iniciados (6.ª jornada): Odemirense-Despertar, 10-3; Amarelejense-Almodôvar, 2-1; Serpa-Milfontes, 4-0; Ourique-Negrilhos, 4-0; Bairro da Conceição-Guadiana, 2-2; Ferreirense-Moura, 0-11. Líder: Odemirense, 18 pontos. Próxima jornada (27/11): Desportivo de Beja -Odemirense; Despertar-Amarelejense; Almodôvar-Serpa; Milfontes-Ourique; Negrilhos-Bairro da Conceição; Guadiana-Ferreirense. Campeonato Distrital de Infantis Série A (9.ª jornada): Sporting de Cuba-Beringelense, 6-2; Operário-Despertar A, 0-25; Bairro da Conceição-Vasco da Gama, 0-6. Líder: Despertar A, 21 pontos. Próxima jornada (26/11): N.S:Beja-Sporting de Cuba; Vasco da Gama -Operário; Ferreirense-Alvito. Série B (5.ª jornada): Barrancos-São Domingos, 11-2; Despertar B-Guadiana, 0-3; Aldenovense-Serpa, 4-2; Santo-Aleixo-Moura, 3-3. Líder: Moura, 13 pontos. Próxima jornada (26/11): São Domingos-Santo Aleixo; Guadiana-Barrancos; Serpa-Despertar B; Moura-Piense. Série C (5.ª jornada): Renascente-Almodôvar, 5-6; Boavista-Aljustrelense, 2-4; Operário-Milfontes, 5-0; Castrense-Ourique, 8-2. Líder: Operário Rio Moinhos, 15 pontos. Próxima jornada (26/11): Almodôvar-Castrense; Aljustrelense-Renascente; Milfontes -Boavista; Ourique-Odemirense. Campeonato Distrital de Benjamins (5.ª jornada): Série A: Alvito-Sporting de Cuba, 3-10; Despertar A-Vasco da Gama, 1-1; N.S.Beja-Figueirense, 17-0; C.B.Beja-Ferreirense, 1-7. Líder: Sporting de Cuba, 13 pontos. Próxima jornada (26/11): Sporting Cuba-C.B.Beja; Vasco da Gama-Alvito; Figueirense-Despertar A; Ferreirense-Beringelense. Série B: Moura-Bairro da Conceição, 1-1; Guadiana -Serpa, 0-1; Piense-Desportivo de Beja, 6-2; Amarelejense-Despertar B, 0-12. Líder: Despertar B, 15 pontos. Próxima jornada (26/11): Bairro da Conceição-Amarelejense; Serpa-Moura; Desportivo de BejaGuadiana; Despertar B-Aldenovense. Série C: Aljustrelense-Odemirense, 5-3; Ourique-Almodôvar, 4-8; Rosairense -Castrense, 0-14; Renascente-Milfontes, 7-1. Líder: Almodôvar, 12 pontos. Próxima jornada (26/11): Odemirense-Renascente; Almodôvar-Aljustrelense; Castrense -Ourique; Milfontes-Panóias. Distrital de Juniores Joga-se amanhã, sábado, após uma breve paragem da prova, a quarta jornada do Campeonato Distrital de Juniores da A.F.Beja. Os jogos são os seguintes: Amarelejense-Desportivo de Beja; Aljustrelense-São Domingos; Vasco da Gama-Moura; Odemirense-Piense; Almodôvar-Castrense.
Após uma semana de interrupção, regressa na tarde de amanhã o Campeonato Distrital da 2.ª Divisão da A.F.Beja, com a disputa da 8.ª jornada, que contempla as seguintes partidas: Barrancos-Vale de Vargo; Cabeça Gorda-Messejanense; Saboia-Alvorada; Negrilhos-Anarelejense; Piense- Bairro da Conceição; e Renascente-Ourique. Folga o Sanluizense.
Moura joga em Fátima O Campeonato Nacional da 2.ª Divisão também é reatado este fim de semana, cumprindo-se a jornada número 10, que leva a formação do Moura até ao recinto do Desportivo de Fátima. É uma deslocação difícil para os alentejanos, mas também é verdade que em passado recente a formação
Distrital Rosairense teve dificuldade para entrar na defesa do Cuba
do Moura foi conquistar pontos em terrenos que teoricamente pareciam bastante adversos. Jogos da 10.ª jornada: Fátima-Moura; Louletano-Pinhalnovense; Reguengos-Juventude; Monsanto -Mafra; Carregado-Caldas; Sertanense-Vendas Novas; Torreense-1.º de Dezembro; Tourizense-Oriental.
Distrital Vasco da Gama derrotou o Aldenovense
Jornadas trocadas no Distritalão
Um campeonato aos solavancos Os jogos Milfontes-Almodôvar e Panoias-Aldenovense são os mais importantes da 9.ª jornada do Distritalão, jornada marcada para o próximo domingo. Numa ronda em que o líder recebe o Desportivo de Beja. Texto e foto Firmino Paixão
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não realização do Torneio Eusébio, agendado para o fim de semana passado, motivou a antecipação da jornada marcada para o dia 8 de dezembro. Uma decisão que teria sido completamente acertada se tivessem sido puxadas as jornadas 9 e 10 e o campeonato pros-
seguia o calendário com normalidade. Assim jogou-se já a 11.ª ronda e ficaram para trás a 9.ª e a 10.ª. Pode parecer um preciosismo, mas não é, se atentarmos na gestão dois plantéis, nas lesões e no cumprimento de castigos disciplinares. No balanço da ronda verifica-se que ganharam todas as equipas visitadas. Marcaram-se apenas 18 golos, e cinco equipas visitantes ficaram em branco. O líder bateu o Odemirense com o resultado mais dilatado. Aldenovense, Ferreirense e Odemirense afundam-se na tabela, o Panoias e o Milfontes emergem e dão luta ao líder. Em Cuba, a estreia de novo técnico resultou na vitória sobre o Rosairense. O Guadiana conseguiu o segundo triunfo, à custa do Desportivo de Beja, e o
Almodôvar retificou a recente goleada frente ao Serpa. O Panoias surpreende com um brilhante terceiro lugar, logo atrás do Milfontes, e o Castrense na frente, com seis pontos de vantagem. Resultados da 11.ª jornada; Almodôvar-Serpa, 2-0; Milfontes-São Marcos, 1-0; Vasco da Gama-Aldenovense, 2-0; Guadiana-Desportivo de Beja, 2-1; Panoias- -Ferreirense, 3-2; CastrenseOdemirense, 3-0; Sporting de Cuba-Rosairense, 2-0. Próxima jornada (27/11): Milfontes-Almodôvar; Vasco da Gama-Serpa; GuadianaSão Marcos; Panoias--Aldenovense; CastrenseDesportivo de Beja; Rosairense-Ferreirense; Sporting de Cuba-Odemirense.
Sub/18 jogaram em Moura e Beja
Ensaios com a Noruega
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Seleção Nacional Sub/18 esteve esta semana no Baixo Alentejo para disputar dois jogos amigáveis com a Noruega. O primeiro disputou-se na terça-feira em Moura e o segundo teve lugar ontem, no Complexo Desportivo Fernando Mamede, em Beja. Os 20 jogadores que o treinador nacional Emílio Peixe trouxe ao Alentejo foram: Bruno Varela, Hélder Costa, João Cancelo,
João Teixeira, Sancidino Silva e Tiago Duque (Benfica); Alexandre Guedes, Carlos Chaby, Iuri Medeiros, Luís Cortez, Mané e Mickael Meira (Sporting); Frederic Maciel, Gonçalo Paciência, Jorge Azevedo, Leandro Silva e Lima Pereira (Porto); Pedro Eira (Braga); Yalani Baio (Liverpool); Alexandre Frade (Nantes). O técnico luso trouxe apenas três atletas internacionais neste escalão, o guardião Bruno Varela (11
internacionalizações) e os avançados Hélder Costa (34) e Sancidino Silva (34). O conjunto nacional chegou na segunda-feira a Beja, dia em que efetuou um primeiro treino no relvado bejense, orientado pelos técnicos Edgar Borges e Emílio Peixe, a preparar o jogo de Moura. Na quinta-feira, o ensaio para a partida de Beja realizou-se no Complexo Desportivo de Vila Nova de São Bento. FP
Eleições na Federação Portuguesa de Futebol
Ramalho recebeu Carlos Marta
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arlos Marta, candidato às eleições do próximo dia 10 de dezembro para a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) sob o lema “Pelo Futebol, Por Portugal”, afirmou em Beja que a sua candidatura é positiva, e para fazer mais e melhor, para tornar o futebol mais forte e mais competitivo. “Não é uma candidatura contra ninguém, e isso é um fator muito positivo com que nos apresentamos a es-
tas eleições, queremos falar apenas e só de futebol”, acentuou o candidato referindo ainda: “Desta forma estamos a dar um grande contributo para a afirmação e credibilização do futebol nacional, temos conseguido passar a mensagem de que estamos muito bem preparados para este difícil desafio e, seguramente, mereceremos a confiança dos diferentes delegados”. O candidato esteve num terreno já antes
“minado” pelo candidato Fernando Gomes ao convidar José Luís Ramalho para seu mandatário nacional. Mas disse: “Tenho essa consciência, mas não impede que não tenha por todas as estruturas o mesmo respeito e consideração, independentemente do apoio ou não. É fundamental que a minha candidatura possa estar também em Beja para permitir uma discussão aberta e franca sobre os problemas do futebol”. FP
Hoje palpito eu... Manuel Maria da Costa Vilhena
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ais um antigo internacional que desfila nesta galeria de apostadores. Guarda-redes de grande craveira, representou alguns dos mais emblemáticos clubes do distrito. Iniciou-se no Serpa e prosseguiu a sua carreira no Ferreirense, Desportivo de Beja, Piense, Alfundão, Sporting de Cuba e Baleizão. Entre os postes foi uma das melhores referências do seu tempo. Experimentou a carreira de treinador, começando pelos iniciados do Serpa, mas orientou ainda as equipas seniores do Ferreirense, Sporting Cuba e Baleizão e os juvenis e juniores do Sporting Ferreirense, clube que, em conjunto com o Serpa, são denominadores comuns na sua vida desportiva. O ponto mais alto da sua carreira foi a estreia como internacional júnior frente à Hungria, quando representava o Serpa. Aos 54 quatro anos continua na rota do futebol, agora como técnico de equipamentos do emblema de Ferreira do Alentejo, vila onde nasceu.
(1) MILFONTES/ALMODÔVAR O bom campeonato que o Milfontes tem vindo a fazer, aliado ao fator casa, leva-me a prognosticar o triunfo da equipa da foz do Mira. (X) VASCO DA GAMA/SERPA O Vasco da Gama tem feito uma recuperação a todos os títulos notável, mas o Serpa também é uma equipa que está a dar cartas no campeonato. (1) GUADIANA/SÃO MARCOS Duas equipas que estão no fundo da tabela e que têm um objetivo comum que é a manutenção. O fator casa pode ser decisivo. (X) PANOIAS/ALDENOVENSE Uma e outra equipa estão a fazer um campeonato muito interessante. O Panoias beneficia de jogar no pelado, ainda assim vou pelo empate. (1) CASTRENSE/DESPORTIVO DE BEJA O Castrense foi a equipa que mais pontos conquistou neste campeonato e já o lidera. Joga em casa e não vai facilitar diante do Desportivo. (2) ROSAIRENSE/FERREIRENSE O Ferreirense tem feito bons resultados fora de casa, e vai estar perante uma equipa aguerrida mas que jogará fora do seu ambiente. (2) SPORTING DE CUBA/ODEMIRENSE O Sporting de Cuba tem uma equipa jovem, com muita garra, mas aqui pesará a experiência e o grande valor dos jogadores do Odemirense.
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Campeonato Distrital da 2.ª Divisão de Beja
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Beja Basket Clube venceu o Reguengos
O Beja Basket Clube recebeu e venceu a formação do Atlético de Reguengos, por quatro pontos de vantagem (68/64), em jogo relativo à terceira jornada do Campeonato Nacional de Basquetebol da 2.ª Divisão. A prova prossegue no domingo com a realização de mais uma ronda, em que os bejenses se deslocarão à nave desportiva do Ferragudo. O campeonato é liderado pelos Salesianos de Évora, com o pleno de pontos (seis) e o Beja Basket Clube é o 5.º com três pontos.
Andebol Uma troika no comando Como se esperava, a Zona Azul folgou na jornada do fim de semana e foi alcançada no comando do Nacional da 3.ª Divisão Seniores Masculinos Zona Sul pelas equipas do Boa Hora e do Torrense. Amanhã, sábado, os bejenses voltam ao seu pavilhão para jogar com os lacobrigenses do Costa D’Oiro, adversário acessível para a equipa se manter na frente. Resultados da 9.ª jornada: Almada-Lagoa, 29-26; Oriental-A.C. Sines, 31-23; Torrense-Loures, 27-20; Costa D’Oiro-N.Guadiana, 25-26; Boa Hora-Redondo, 35-29. Classificação: 1.º Boa Hora, Zona Azul e Torrense, 22 pontos. 4.º Lagos, 20. 5.º Almada e Redondo, 16. 7.º Oriental e Náutico Guadiana, 14. 9.º Loures e Costa D’Oiro, 12. 11º Andebol Clube de Sines, 10. Próxima jornada (26/11): Zona Azul-Costa D’Oiro; N.Guadiana-Torrense; Redondo-Oriental; A.C.Sines-Almada; Loures-Boa Hora.
Serpa joga em Lagoa No reatamento do Campeonato Nacional de Andebol da 1.ª Divisão em iniciados masculinos, a equipa do Centro de Cultura Popular de Serpa desloca-se amanhã a Lagoa para disputar a nona jornada.
Hóquei Grândola goleou mineiros O Hóquei de Grândola, esta época, está imparável. Cinco jogos, cinco vitórias, liderança categórica do Nacional da 3.ª Divisão. As restantes equipas alentejanas ocupam o rodapé da tabela classificativa. Resultados da 5.ª jornada: Seixal-Lisbonense, 3-4; Azeitonense-Hóquei de Santiago, 5-5; Aljustrelense-Hóquei de Grândola, 1-6; Boliqueime-Estremoz, 9-2; Castrense-Salesiana, 0-3. Líder: Hóquei de Grândola, 15 pontos. 8.º H.Santiago, 4. 9.º Aljustrelense, 3. 10.º Estremoz, 3. 11.º Castrense, 1. Próxima jornada (26/11): H.Santiago-Seixal; H.Grândola-Azeitonense; Estremoz-Aljustrelense; Salesiana-Boliqueime; Os Lobinhos-Castrense. Na 2.ª Nacional o Vasco da Gama, de Sines, perdeu mais uma vez em casa com a formação do Biblioteca (3-5) e desceu um degrau na tabela, ocupando a penúltima posição sem qualquer ponto.
São Matias- -Jungeiros, Beringel-Sta Vitória, P.Gordo-Faro Alentejo. Série D – 26/11 – QuintosNeves, Brinches-Salvadense, Serpense-Louredense, Sobral-Ficalho. Série E – 26/11 – AlbernoenseS.C.Nova, Sete-Almodovarense, FernandesSanjoanense, Trindade-Alcariense.
C.M.O.
Taça Fundação Inatel agenda da 5.ª jornada Série A – 26/11 – Cavaleiro-Longueira, Soneguense-Bemposta, Cercalense-C.Redondo. Série B – 27/11 – Amoreiras-N.Redonda, GarvãoColense, Luzianes-Santa Clara, Pereirense-Relíquias. Série C – 26/11 – Mombeja--Figueirense,
19.º Crosse dos Cavaleiros
Hugo Pinto venceu em Santiago
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atleta Hugo Pinto, da equipa RB Runing, venceu o 19.º Crosse dos Cavaleiros, em Vale de Santiago, competição organizada pelo Núcleo Desportivo e Cultural de Odemira em parceira com a junta de freguesia local, Câmara Municipal de Odemira e com o apoio técnico da Associação de Atletismo de Beja. A prova serviu cumulativamente de Corta Mato de Abertura da associação regional da modalidade. Competiram 275 atletas em vários escalões e em representação de 33 clubes. Paralelamente ao crosse
realizou-se o 5.º Passeio Pedestre dos Cavaleiros, iniciativa que reuniu mais de 170 participantes. Hugo Pinto, vencedor da prova rainha, cumpriu os 9,2 quilómetros no tempo de 30,38, à frente de Jorge Varela (Areias de São João) e de Carlos Silva (Sporting) que completou o pódio masculino. No setor feminino a vitória sorriu à atleta do Sporting Clarisse Cruz, que percorreu a distância de os 5,5 quilómetros com o registo de 20,33s. O Clube Oriental do Pechão sagrou-se vencedor coletivo. Firmino Paixão
Futsal
Vila Nova de S. Bento lidera isolado
A
Associação Desportiva de Vila Nova de São Bento recebeu e venceu a formação dos “leões” de Moura e isolou-se no comando da classificação do Campeonato Distrital de Futsal. Resultados da 3.ª jornada: Vila Ruiva-I.P.Beja, 3-1; Alcoforado--Almodovarense, 1-1; V.N.S.Bento-N.S.Moura, 3-2; A.Surdos Beja- -Alfundão, 3-15. Classificação: 1.º A.D.V.N.São Bento, nove pontos. 2.º Alfundão e N.S.Moura, 6. 4.º Almodovarense, 5. 5.º I.P.Beja, 4. 6.º Vila Ruiva, 3. 7.º Alcoforado, 1. 8.º Ass. Surdos Beja,0. Próxima jornada (25/11): I.P.Beja-V.N.S. Bento; Almodovarense-Vila Ruiva; Alcoforado-A. Surdos Beja; N.S. Moura-Alfundão. Alentejanos jogam entre si O Campeonato Nacional da 3.ª Divisão de Futsal prossegue na tarde de amanhã
com a realização de uma ronda curiosa, a sétima, em que as quatro equipas alentejanas vão jogar entre si. O Baronia dá um salto a Viana do Alentejo e o Évora Futsal desloca-se a Sines para defrontar os Independentes. Resultados da 6.ª jornada: Atalaia-Portela, 2-7; Messines-Sporting Viana, 4-4; Baronia-Independentes, 3-5; Évora Futsal-Indefetíveis, 1-4; Sassoeiros-Quinta do Conde, 3-3; Benfica VRSA-Rangel, 3-7; Louletano-Sonâmbulos, 7-2: Líder: Rangel de Queluz, 18 pontos. 4.º Independentes de Sines, 13. 8.º Sporting Viana, 7. 10.º Baronia, 5. 14.º Évora Futsal, 0. Próxima jornada (26/11): Sporting de Viana-Baronia; Independentes-Évora Futsal. Firmino Paixão
Aprendendo, sempre! José Saúde
Prova-se que ninguém nasce ensinado. Aprendemos todos os dias. Mal daquele que se sente imaculado quando coloca no cimo das suas atitudes um soberbo ar de detentor de uma verdade única. Não! Não deve ser assim. A humildade não é só sinónimo de pobreza. Assume-se, também, como uma vertente que, a espaços, é inusitadamente aproveitada por um rol de carolas que no seu púlpito reclamam benefícios próprios. Neste contexto, importa destacar a universalidade desportiva e os seus sistemáticos moldes de adaptação às realidades por ora vigentes. O futebol, por exemplo, é uma modalidade que ao longo da sua história tem sido confrontada, com díspares alterações às leis do jogo que levam os diretos intervenientes no espetáculo a posturas despropositadas e, inevitavelmente, assumirem o papel de protagonistas num coletivo por vezes sem roque. Dentro de uma perspetiva que considero esclarecedora, sito um exemplo que me foi dado observar num jogo de futebol ao qual assisti no último fim de semana: a certa altura do encontro, dois jogadores da mesma equipa chocaram, ficando ambos contorcidos com dores, o que levou os massagistas dos emblemas em confronto a prestarem-lhes o respetivo apoio médico. Tudo bem e aplaude-se a atitude. O que não se compreende foi a reação dos elementos do banco adversário que em uníssono ergueram as suas vozes contra a decisão do árbitro que, justamente, reatou a partida com os dois jogadores em campo. O árbitro procedeu em conformidade com o determinante da lei. Todavia, criou-se de imediato um burburinho ensurdecedor junto ao banco adversário, restando, depois, o esclarecimento prévio do árbitro assistente para sossegar as hostes. Resumindo: diz a lei que a obrigatoriedade de uma saída do retângulo de jogo só acontece quando os casos são isolados e não quando os jogadores em causa são da mesma equipa. Aprendendo, sempre!
Diário do Alentejo 25 novembro 2011
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Equipa feminina do Mineiro
Vera Costa lidera projeto de qualidade em Aljustrel A equipa feminina do Mineiro Aljustrelense é um misto de sensualidade e técnica futebolística. Joga futebol de primeira qualidade e surpreende positivamente todos o que forem à bola só para verem as pernas às meninas. Texto e fotos Firmino Paixão
“
Q
ueremos ser campeãs e ganhar uma nova taça, mas pugnamos, principalmente, pela união do grupo e por trazermos mais mulheres para o futebol e promovermos a modalidade”. A afirmação é de Vera Costa, a jogadora treinadora da equipa sénior feminina do Mineiro Aljustrelense, aliás, uma das mais valias, senão a maior, da equipa que atualmente lidera o respetivo campeonato. Quando se fala de objetivos a técnica assume: “O primeiro objetivo é o convívio e a união do grupo, isso é o mais importante, e depois virão os resultados. Não vou negar que não tenho objetivos, toda a agente quer ganhar”. O recrutamento de jogadoras não é tarefa fácil, mas Vera diz:
“Com o decorrer dos jogos vão -nos procurando, até miúdas de 10 anos, e temos a nossa guarda-redes que tem 43. Não fechamos a porta a ninguém. Quem quiser vir treinar pode vir, temos a Marina, a Fernanda e a Carla, que são do norte, quem quiser vir jogar futebol pode fazê-lo, a porta está sempre aberta”. No balneário a relação é de amizade e a mensagem passa facilmente. A treinadora explica: “Já aqui estou há três anos, iniciei este trabalho com elas, numa época em que não houve competições, mas eu organizei torneios. Somos uma família, conhecemo-nos bem, temos a Ana Rita Nascimento que não jogava no Alentejo há 10 anos, veio da Casa do Benfica de Setúbal, a Rute também não estava por cá há algum tempo, mas são atletas que já jogaram comigo e por isso foi fácil, ouvem-me e respeitam-me como treinadora, mas somos todas amigas”. Depois, também pesa a experiência e o currículo de Vera Costa: “Estive na seleção nacional com a Ana Rita Nascimento, também atleta do Mineiro, tenho uma longa experiência, já
jogo há 20 anos, já passei por vários clubes e por vários outros projetos que me têm dado outra bagagem. Na realidade o que tenho de diferente das outras jogadoras é a minha experiência no futebol, apesar de ter alguma formação, porque estou a terminar o curso superior de Técnica de Desporto e já olho para o futebol de outra maneira”. Quanto à qualidade das praticantes a treinadora mineira é perentória: “O nosso campeonato pode ter poucas equipas, mas tem muita qualidade. O Castro, o Serpa, o Odemirense e o Ourique são equipas de qualidade, o Almodôvar ainda está no início, é normal que possa ganhar mais consistência, mas temos atletas muito boas no nosso distrito”. O reduzido número de equipas em prova não preocupa Vera Costa: “Na época passada eram cinco, mas há mais equipas, o Amarelejense e o Barrancos têm equipas, só que não têm apoios nem ninguém que puxe por elas”. E pormenoriza: “O futebol feminino é diferente, a mulher é completamente diferente, tem que ser tratada de outra forma,
Os homens dizem que vêm ao futebol feminino para ver as pernas às meninas. Podem vir só por isso, mas depois começam a gostar do que veem dentro do campo, porque nós jogamos à bola Vera Costa
diz-se a um homem para ir ao treino e ele vai. Uma mulher já tem que se saber levar, dar-lhe formação ao nível do passe e do domínio de bola, dar-lhe noções do jogo ao nível técnico e tático, porque uma mulher não teve escola, não teve formação”. Então se o futebol é masculino, mas a bola é feminina, onde é que está a diferença? Vera tem a resposta na ponta da língua: “É uma questão de mentalidade. Os homens dizem que vêm ao futebol feminino para ver as pernas às meninas. Podem vir só por isso, mas depois começam a gostar do que veem dentro do campo, porque nós jogamos à bola, há jogadoras com grande qualidade, nós jogamos futebol com a bola no chão, fazemos passes e dribles bonitos, ainda assim a mentalidade está mais aberta do que há alguns anos”, conclui a treinadora, responsável por um projeto interessante que ganha raízes na equipa tricolor, onde até o presidente do Mineiro Aljustrelense, Vasco Santana, faz questão de apoiar a equipa com a sua presença no banco de suplentes.
saúde
Sexta-feira, 25 NOVEMBRO 2011 Nº 1544 (II Série)
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Análises Clínicas
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Medicina dentária ▼ Dr.ª Heloisa Alves Proença Médica Dentista Directora Clínica da novaclinica
Laboratório de Análises Clínicas de Beja, Lda. Dr. Fernando H. Fernandes Dr. Armindo Miguel R. Gonçalves Horários das 8 às 18 horas; Acordo com beneficiários da Previdência/ARS; ADSE; SAMS; CGD; MIN. JUSTIÇA; GNR; ADM; PSP; Multicare; Advance Care; Médis FAZEM-SE DOMICÍLIOS Rua de Mértola, 86, 1º Rua Sousa Porto, 35-B Telefs. 284324157/ 284325175 Fax 284326470 7800 BEJA
Cardiologia
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RUI MIGUEL CONDUTO Cardiologista - Assistente de Cardiologia do Hospital SAMS CONSULTAS 5ªs feiras CARDIOLUXOR Clínica Cardiológica Av. República, 101, 2ºA-C-D Edifício Luxor, 1050-190 Lisboa Tel. 217993338 www.cardioluxor.com Sábados R. Heróis de Dadrá, nº 5 Telef. 284/327175 – BEJA MARCAÇÕES das 17 às 19.30 horas pelo tel. 284322973 ou tm. 914874486
MARIA JOSÉ BENTO SOUSA e LUÍS MOURA DUARTE
Cardiologistas Especialistas pela Ordem dos Médicos e pelo Hospital de Santa Marta Assistentes de Cardiologia no Hospital de Beja Consultas em Beja Policlínica de S. Paulo Rua Cidade de S. Paulo, 29 Marcações: telef. 284328023 - BEJA
Exclusividade em Ortodontia (Aparelhos) Master em Dental Science (Áustria) Investigadora Cientifica - Kanagawa Dental School – Japão Investigadora no Centro de Medicina Forense (Portugal) Rua Manuel Antó António de Brito n.º n.º 6 – 1.º 1.º frente. 78007800-522 Beja tel. 284 328 100 / fax. 284 328 106
Assistente graduado de Ginecologia e Obstetrícia
ALI IBRAHIM Ginecologia Obstetrícia Assistente Hospitalar Consultas segundas, quartas, quintas e sextas Marcações pelo tel. 284323028
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FRANCISCO BARROCAS
Psicologia Clínica Psicoterapeuta e Terapeuta Familiar Membro Efectivo da Sociedade Portuguesa de Terapia Familiar e da Associação Portuguesa de Terapias Comportamental e Cognitiva – Lisboa Beja: CLINIPAX, Rua Zeca Afonso, nº 6 - 1º-B, 7800-522 Beja Tel./Fax 284322503 TM. 917716528 Albufeira: OFICINA DOS MIMOS – CENTRO DE DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA E DA FAMÍLIA DO SUL, Quinta da Correeira, Lote 49, 8200-112 Albufeira Tel. 289541802 Tm. 969420725
FERNANDA FAUSTINO Técnica de Prótese Dentária Vários Acordos
(Diplomada pela Escola Superior de Medicina Dentária de Lisboa) Rua General Morais Sarmento. nº 18, r/chão Telef. 284326841 7800-064 BEJA
CLÍNICA MÉDICA ISABEL REINA, LDA.
Obstetrícia, Ginecologia, Ecografia
HELENA MANSO CIRURGIA VASCULAR TRATAMENTO DE VARIZES Convenções com PT-ACS
Oftalmologia
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JOÃO HROTKO Médico oftalmologista Especialista pela Ordem dos Médicos Chefe de Serviço de Oftalmologia do Hospital de Beja
JOSÉ BELARMINO, LDA.
DR. JOSÉ BELARMINO Clínica Geral e Medicina Familiar (Fac. C.M. Lisboa) Implantologia Oral e Prótese sobre Implantes (Universidade de San Pablo-Céu, Madrid)
Acordos com:
Fisioterapia
LUÍSA GALVÃO PSICOLOGIA CLÍNICA Consultas Crianças, Adultos e Avaliação Psicológica
CONSULTAS às sextas-feiras das 9 às 20 horas Tel. 284326965 Tlm. 967630950
DR. JAIME LENCASTRE Estomatologista (OM) Ortodontia
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JORGE ARAÚJO Assistente graduado de ginecologia e obstetrícia ULSB/Hospital José Joaquim Fernandes Consultas e ecografia 2ªs, 4ªs, 5ªs e 6ªs feiras, a partir das 14 e 30 horas Marcações pelo tel. 284311790 Rua do Canal, nº 4 - 1º trás 7800-483 BEJA
Acordos com A.D.S.E., ACS-PT, CGD, Medis, Advance Care, Multicare, Seguros Minis. da Justiça, A.D.M.F.A., S.A.M.S. Marcações pelo 284322446; Fax 284326341 R. 25 de Abril, 11 cave esq. – 7800 BEJA
Estomatologia Cirurgia Maxilo-facial ▼
DR. MAURO FREITAS VALE MÉDICO DENTISTA
Marcações pelo telefone 284321693 ou no local Rua António Sardinha, 3 1º G 7800 BEJA
Pneumologia
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DOENÇAS PULMONARES ALERGOLOGIA Sidónio de Souza Ex-Chefe Serviço Hospital Pulido Valente Consultas às 5ªs feiras Marcações: tel. 284 32 25 03 CLINIPAX Rua Zeca Afonso, nº 6 1º B - BEJA
Generalista CONSULTAS DE OBESIDADE
de Sousa, 56-A – Sala 8 Marcações
Marcações pelo telef. 284325059
pelo tm. 919788155
Dermatologia
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DRA. TERESA ESTANISLAU CORREIA
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Marcação de consultas de dermatologia:
Medicina dentária ▼
Luís Payne Pereira
HELIODORO SANGUESSUGA
Médico Dentista
DOENÇAS DO SISTEMA
Consultas em Beja
CONSULTAS
Clínica do Jardim
às 3ªs e 4ªs feiras,
Praça Diogo Fernandes, nº11 – 2º Tel. 284329975
a partir das 15 horas MARCAÇÕES pelos
Clínica Dentária
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7800-073 BEJA
Psiquiatria
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Dr. José Loff Urgências
FERNANDO AREAL
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GASPAR CANO
telfs.284322387/919911232 Rua Tenente Valadim, 44
HORÁRIO: Das 11 às 12.30 horas e das 14 às 18 horas pelo tel. 218481447 (Lisboa) ou Em Beja no dia das consultas às quartas-feiras Pelo tel. 284329134, depois das 14.30 horas na Rua Manuel António de Brito, nº 4 – 1º frente 7800-544 Beja (Edifício do Instituto do Coração, Frente ao Continente) Clínica Geral
NERVOSO
Fisiatria – Dr. Carlos Machado Psicologia Educacional – Elsa Silvestre Psicologia Clínica – M. Carmo Gonçalves Tratamentos de Fisioterapia – Classes de Mobilidade – Classes para Incontinência Urinária – Reeducação dos Músculos do Pavimento Pélvico – Reabilitação Pós Mastectomia
Médico Especialista pela Ordem dos Médicos e Ministério de Saúde
ACS, CTT, EDP, CGD, SAMS.
Fisioterapia
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Centro de Fisioterapia S. João Batista
DR. A. FIGUEIREDO LUZ
Rua do Canal, nº 4 7800 BEJA
Consultório Centro Médico de Beja Largo D. Nuno Álvares Pereira, 13 – BEJA Tel. 284312230
CONSULTAS EM BEJA 2ª, 4ª e 5ª feira das 14 às 20 horas EM BERINGEL Telef 284998261 6ª e sábado das 14 às 20 horas
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Rua Capitão João Francisco
CONSULTÓRIOS: Beja Praça António Raposo Tavares, 12, 7800-426 BEJA Tel. 284 313 270 Évora CDI – Praça Dr. Rosado da Fonseca, 8, Urb. Horta dos Telhais, 7000 Évora Tel. 266749740
Neurologista do Hospital dos Capuchos, Lisboa
Rua Bernardo Santareno, nº 10 Telef. 284326965 BEJA
Obesidade
Consultas de 2ª a 6ª
DRª CAROLINA ARAÚJO
Prótese/Ortodontia CONSULTAS 2ªs, 3ªs e 5ªs feiras Rua Zeca Afonso, nº 16 F Tel. 284325833
▼
Consultas de Neurologia
Rua António Sardinha, 25r/c dtº Beja
Cirurgia Vascular
Neurologia
CLÍNICA MÉDICA DENTÁRIA
Ginecologia/Obstetrícia
FAUSTO BARATA
Psicologia
MÉDICO ESPECIALISTA EM CLÍNICA GERAL/ MEDICINA FAMILIAR Marcações a partir das 14 horas Tel. 284322503 Clinipax Rua Zeca Afonso, nº 6-1º B – BEJA
Prótese fixa e removível Urologia
Estética dentária
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MÉDICO Consultor de Psiquiatria
Implantologia
AURÉLIO SILVA
Consultório
Aparelhos fixos
UROLOGISTA
e removíveis
Hospital de Beja Doenças de Rins e Vias Urinárias
Cirurgia oral/
Rua Capitão João Francisco Sousa 56-A 1º esqº 7800-451 BEJA
VÁRIOS ACORDOS
Tel. 284320749
Oftalmologia
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CÉLIA CAVACO Oftalmologista pelo Instituto Dr. Gama Pinto – Lisboa Assistente graduada do serviço de oftalmologia do Hospital José Joaquim Fernandes – Beja Marcações de consultas de 2ª a 6ª feira, entre as 15 e as 18 horas Rua Dr. Aresta Branco, nº 47 7800-310 BEJA Tel. 284326728 Tm. 969320100
Consultas :de segunda a sexta-feira, das 9 e 30 às 19 horas Rua de Mértola, nº 43 – 1º esq. Tel. 284 321 304 Tm. 925651190 7800-475 BEJA
Consultas às 6ªs feiras na Policlínica de S. Paulo Rua Cidade S. Paulo, 29 Marcações pelo telef. 284328023
Otorrinolaringologia
DR. J. S. GALHOZ Ouvidos,Nariz, Garganta Exames da audição Consultas a partir das 14 horas Praça Diogo Fernandes, 23 - 1º F (Jardim do Bacalhau) Telef. 284322527 BEJA
BEJA ▼
saúde
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Diário do Alentejo 25 novembro 2011
PSICOLOGIA ANA CARACÓIS SANTOS – Educação emocional; – Psicoterapia de apoio; – Problemas comportamentais; – Dificuldades de integração escolar; – Orientação vocacional; – Métodos e hábitos de estudo GIP – Gabinete de Intervenção Psicológica Rua Almirante Cândido Reis, 13, 7800-445 BEJA Tel. 284321592
Clínica Médico-Dentária de S. FRANCISCO, LDA. Gerência de Fernanda Faustino Acordos: SAMS, ADMG, PSP, A.D.M.E., Portugal Telecom e Advancecare Rua General Morais Sarmento, nº 18, r/chão; TEL. 284327260 7800-064 BEJA
_______________________________________ Manuel Matias – Isabel Lima – Ana Frederico Hugo Pisco Pacheco – Miguel Oliveira e Castro Ecografia | Eco-Doppler Cor | Radiologia Digital Mamografia Digital | TAC | Uro-TC | Dental Scan Densitometria Óssea Acordos: ADSE; PT-ACS; CGD; Medis, Multicare; SAMS; SAMS-quadros; Allianz; WDA; Humana; Mondial Assistance. Graça Santos Janeiro: Ecografia Obstétrica Marcações: Telefone: 284 313 330; Fax: 284 313 339; Web: www.crb.pt
Rua Afonso de Albuquerque, 7 r/c – 7800-442 Beja E-Mail: cradiologiabeja@mail.telepac.pt
CENTRO DE IMAGIOLOGIA DO BAIXO ALENTEJO ECOGRAFIA – Geral, Endocavitária, Osteoarticular, Ecodoppler TAC – Corpo, Neuroradiologia, Osteoarticular, Dentalscan Mamografia e Ecografia Mamária Ortopantomografia Electrocardiograma com relatório
Dr. Sidónio de Souza – Pneumologia/Alergologia/ Desabituação tabágica – H. Pulido Valente Dr. Fernando Pimentel – Reumatologia – Medicina Desportiva – Instituto Português de Reumatologia de Lisboa Dr.ª Verónica Túbal – Nutricionismo – H. de Beja Dr.ª Sandra Martins – Terapia da Fala – H. de Beja Dr. Francisco Barrocas – Psicologia Clínica/Terapia Familiar – Membro Efectivo da Soc. Port. Terapia Familiar e da Assoc. Port. Terapias Comportamental e Cognitiva (Lisboa) – Assistente Principal – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo. Dr. Rogério Guerreiro – Naturopatia Dr. Gaspar Cano – Clínica Geral/ Medicina Familiar Dr.ª Nídia Amorim – Psicomotricidade/Educação Especial e Reabilitação (dificuldades específicas de aprendizagem/ dislexias) Dr. Sérgio Barroso – Oncologia – H. de Beja Drª Margarida Loureiro – Endocrinologia/Diabetes/ Obesidade – Instituto Português de Oncologia de Lisboa Dr. Francisco Fino Correia – Urologia – Rins e Vias Urinárias – H. Beja Dr. Daniel Barrocas – Médico Interno de Psiquiatria – Hospital de Santa Maria Dr. Carlos Monteverde – Chefe de Serviço de Medicina Interna, doenças de estômago, fígado, rins, endoscopia digestiva. Dr.ª Ana Cristina Duarte – Pneumologia/Alergologia Respiratória/Apneia do Sono – Assistente Hospitalar Graduada – Consultora de Pneumologia no Hospital de Beja Dr.ª Isabel Martins – Chefe de Serviço de Psiquiatria de Infância e Adolescência/Terapeuta familiar – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo Dr.ª Paula Rodrigues – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr.ª Luísa Guerreiro – Ginecologia/Obstetrícia Dr.ª Ana Montalvão – Hematologia Clínica /Doenças do Sangue – Assistente Hospitalar – Hospital de Beja Dr.ª Ana Cristina Charraz – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr. Diogo Matos – Dermatologia. Médico interno do Hospital Garcia da Orta. Dr. José Janeiro – Medicina Geral e Familiar – Atestados: Carta de condução; uso e porte de arma e caçador. Dr.ª Joana Freitas – Cavitação, Lipoaspiração não invasiva,indolor e não invasivo, acção imediata, redução do tecido adiposo e redução da celulite Dr.ª Ana Margarida Soares – Terapia da Fala - Habilitação/ Reabilitação da linguagem e fala. Perturbação da leitura e escrita específica e não específica. Voz/Fluência. Dr.ª Maria João Dores – Técnica Superior de Educação Especial e Reabilitação/Psicomotricidade. Perturbações do Desenvolvimento; Educação Especial; Reabilitação; Gerontomotricidade. Enfermeira Maria José Espanhol – Enfermeira especialista em saúde materna/Cuidados de enfermagem na clínica e ao domicílio/Preparação pré e pós parto/ amamentação e cuidados ao recém-nascido/Imagem corporal da mãe – H. de Beja Marcações diárias pelos tels. 284 322 503 Fax 284 322 503 Tm. 91 7716528 Rua Zeca Afonso, nº 6, 1º B, 7800-522 Beja clinipax@netvisao.pt
António Lopes – Aurora Alves – Helena Martelo – Montes Palma – Maria João Hrotko – Médicos Radiologistas – Convenções: ADSE, ACS-PT, SAD-GNR, CGD, MEDIS, SSMJ, SADPSP, SAMS, SAMS QUADROS, ADMS, MULTICARE, ADVANCE CARE
Horário: de 2ª a 6ª feira, das 8 às 19 horas e aos sábados, das 8 às 13 horas Av. Fialho de Almeida, nº 2 7800 BEJA Telef. 284318490 Tms. 924378886 ou 915529387
Terapia da Fala
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Urologia
Terapeuta da Fala VERA LÚCIA BAIÃO Consultas em Beja CLINIBEJA – 3ªs, 5ªs, 6ªs Rua António Sardinha, 25, r/c esq. CENTRO DE FISIOTERAPIA S. JOÃO BATISTA – 2ªs e 4ªs Rua 25 de Abril, 11, cave esqª Tm. 962557043
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FRANCISCO FINO CORREIA MÉDICO UROLOGISTA RINS E VIAS URINÁRIAS Marcações de 2.ª a 6.ª feira a partir das 14 horas Rua Capitão João Francisco de Sousa, n.º 20 7800-451 BEJA Tel. 284324690
institucional diversos
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Diário do Alentejo 25 novembro 2011 Diário do Alentejo nº 1544 de 25/11/2011 1.ª Publicação
Diário do Alentejo nº 1544 de 25/11/2011 Única Publicação
Diário do Alentejo nº 1544 de 25/11/2011 Única Publicação
MISERICÓRDIA NOSSA SENHORA DE ASSUNÇÃO DE MESSEJANA MINISTÉRIO DAS FINANÇAS Direcção-Geral dos Impostos SERVIÇO DE FINANÇAS DE MOURA-0299
CÂMARA MUNICIPAL DE BEJA Exumação de Cadáveres
ANÚNCIO
Óbitos ocorridos entre Abril/2005 e Setembro/2005
VENDA E CONVOCAÇÃO DE CREDORES N.º da Venda: 0299.2011.38 - A fracção autónoma designada pela letra A, constituído em propriedade horizontal, do prédio urbano sito na Avenida do Carmo, nº 53 e 53 A, Freguesia de São João Batista, deste Concelho, inscrito sob o artigo 3429, descrito na Conservatória do registo Predial sob o nº 1195/19961114-A, destinada a habitação. Fernando Manuel Fernandes Durão, Chefe de Finanças do Serviço de Finanças MOURA-0299, sito em RUA DA CARNEIRA, 20, MOURA, faz saber que irá proceder à venda por meio de leilão electrónico, nos termos dos artigos 248.º e seguintes do Código de Procedimento e de Processo Tributário (CPPT), e da portaria n.º 219/2011 de 1 de Junho, do bem acima melhor identificado, penhorado ao executado infra indicado, para pagamento de divida constante em processo(s) de execução fiscal. É fiel depositário(a) o(a) Sr(a) MANUEL RUI ANDRADE GAFENHO, residente em MOURA, o(a) qual deverá mostrar o bem acima identificado a qualquer potencial interessado (249.º/6 CPPT), entre as 16:00 horas do dia 2011-10-20 e as 23:59 horas do dia 2012-01-10. O valor base da venda (250.º CPPT) é de € 113.624,00. As propostas deverão ser apresentadas via Internet, mediante acesso ao “Portal das Finanças”, e autenticação enquanto utilizador registado, em www.portaldasfinancas.gov.pt na opção “Venda de bens penhorados”, ou seguindo consecutivamente as opções “Cidadãos”, “Outros Serviços”, “Venda Electrónica de Bens” e “Leilão Electrónico”. A licitação a apresentar deve ser de valor igual ou superior ao valor base da venda e superior a qualquer das licitações anteriormente apresentadas para essa venda. O prazo para licitação tem início no dia 2011-12-26, pelas 23:59 horas, e termina no dia 2012-01-10 às 23:59. As propostas, uma vez submetidas, não podem ser retiradas, salvo disposição legal em contrário. No dia e hora designados para o termo do leilão, o Chefe do Serviço de Finanças decide sobre a adjudicação do bem (artigo 6.º da portaria n.º 219/2011). A totalidade do preço deverá ser depositada, à ordem do órgão de execução fiscal, no prazo de 15 dias, contados do termo do prazo de entrega das propostas, mediante guia a solicitar junto do órgão de execução fiscal, sob pena das sanções previstas (256.º/1/e) CPPT). No caso de montante superior a 500 unidades de conta, e mediante requerimento fundamentado, entregue no prazo de 5 dias, contados do termo do prazo de entrega de propostas, poderá ser autorizado o depósito, no prazo mencionado no parágrafo anterior, de apenas uma parte do preço, não inferior a um terço, e o restante em até 8 meses (256.º/1/f) CPPT). A venda pode ainda estar sujeita ao pagamento dos impostos que se mostrem devidos, nomeadamente o Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis, o Imposto de Selo, o Imposto Sobre o Valor Acrescentado ou outros. Mais, correm anúncios e éditos de 20 dias (239.º/2 e 242.º/1 CPPT), contados da 2.ª publicação (242.º/2), citando os credores desconhecidos e os sucessores dos credores preferentes para reclamarem, no prazo de 15 dias, contados da data da citação, o pagamento dos seus créditos que gozem de garantia real, sobre o bem penhorado acima indicado (240º/CPPT). Teor do Edital: Identificação do Executado: N.º de Processo de Execução Fiscal: 0299200901009060 (e apensos) NIF/NIPC: 186054610 Nome: MANUEL RUI ANDRADE GAFENHO Morada: R DAS CARMELITAS N 34 R/C - MOURA - MOURA 2011-11-17 O Chefe de Finanças: Fernando Manuel Fernandes Durão
Sep. n°. 9239 9240 9243 9244 9246 9247 9250 9252 9253 9254 9256 9258 582 593 594 597 599 600 601
Nomes
Raul Simões Pereira da Silva José Rodrigues Feto-Morto filho de Carla Alexandra de Sousa dos Santos Valente Gomesinde Lourenço Matinha Feliciana Maria Ninhos Pinto Mariana Angelina Raposo Manuel Afonso Augusta Teresa Rosa Madeira Venância da Encarnação Barbas Gonçalves Catarina Augusta Pestana Joaquim Francisco Floro Piedade Rodrigues da Silva Mariana Teresa Maria de Lurdes Rafoto da Silva Brás Manuel Guerreiro Pincho Custódia Mirosa da Graça Tarugo Ventura Jaqueline Jeanne Frey Cerqueira Maria Joaquina Zorro António Francisco Cascarrinho Balala
Beja, 16/09/2011 O Coordenador Técnico do Cemitério António M. I. Barriga
OFICINA z
RECTIFICAÇÕES DE CABEÇAS E DE BLOCOS
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TESTAGENS
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Diário do Alentejo nº 1544 de 25/11/2011 Única Publicação
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Nos termos dos artigos 19º, 28º e 29º dos Estatutos da Santa Casa da Misericórdia de Beja, convoco todos os Irmãos desta Santa Casa para uma reunião Ordinária da Assembleia Geral, a realizar no dia 29/11/2011 (terça-feira) pelas 17 horas, nas Instalações da mesma, sita na Rua D. Manuel 1, n.° 19, nesta cidade, com a seguinte: ORDEM DE TRABALHOS 1. Apreciação e Votação da Acta n° 1 da Assembleia Geral de 15 de Abril de 2011. 2. Apresentação, Discussão e Votação do Plano de Actividades e Orçamento para 2012. 3. Deliberação sobre alienação de Bens imóveis (Bairro do Refúgio) Se à hora marcada não estiverem presentes o número de Irmãos legalmente estabelecidos para seu funcionamento, a Assembleia Geral iniciar-se-á 30 minutos depois com qualquer número de presentes. Santa Casa da Misericórdia de Beja, 14 de Novembro de 2011 O Presidente da Mesa da Assembleia Geral Engenheiro João Paulo Ramôa
CONVOCATÓRIA Nos termos da alínea a) do n° 2 do Art° 24 dos Compromissos, convoco a Assembleia Geral da Misericórdia Nossa Senhora de Assunção de Messejana para a Reunião Ordinária, a realizar nas instalações da mesma, no dia 16 de Dezembro de 2011, sexta-feira, pelas 19 horas, com a seguinte ordem de trabalhos: 1. Leitura e aprovação da acta anterior. 2. Apresentação, discussão e votação do plano de actividades e orçamento para 2012, assim como o respectivo parecer do Conselho Fiscal. 3. Eleição dos Corpos Sociais para o triénio 2012/2014. Caso à hora marcada não se encontre presente o número legal de irmãos, a Assembleia Geral reunirá uma hora mais tarde (20 horas), em segunda convocatória, com qualquer número de irmãos, nos termos do n.° 1 do Art.° 26 dos Compromissos. Messejana, 15 de Novembro de 2011. O Presidente da Assembleia Geral Dr. José Duarte Brando Albino
Diário do Alentejo nº 1544 de 25/11/2011 Única Publicação
MISERICÓRDIA NOSSA SENHORA DE ASSUNÇÃO DE MESSEJANA
CONVOCATÓRIA
Nos termos do n° 3 do Art° 24 dos Compromissos, convoco a Assembleia Geral da Misericórdia Nossa Senhora de Assunção de Messejana para a Reunião Extraordinária, a realizar nas instalações da mesma, no dia 16 de Dezembro de 2011, sexta-feira, pelas 18 horas, com a seguinte ordem de trabalhos: – Consulta à Assembleia Geral sobre o reconhecimento de admissibilidade de recandidatura dos irmãos que integram os actuais Corpos Sociais para o triénio de 2012 a 2014, nos termos do n.° 1 do Art.° 15 dos Compromissos e do n.° 4 do Art.° 57 do Dec-Lei n.° 119/83 de 25 de Fevereiro. Caso à hora marcada não se encontre presente o número legal de irmãos, a Assembleia Geral reunirá uma hora mais tarde (19 horas), em segunda convocatória, com qualquer número de irmãos, nos termos do n.° 1 do Art.° 26 dos Compromissos. Messejana, 15 de Novembro de 2011 O Presidente da Assembleia Geral Dr. José Duarte Brando Albino
Diário do Alentejo nº 1544 de 25/11/2011 Única Publicação
CAIXA DE CRÉDITO AGRICOLA DE BEJA E MÉRTOLA, C.R.L
CONVOCATÓRIA DE ASSEMBLEIA-GERAL
De harmonia com a Lei e os Estatutos da Caixa de Crédito Agricola de Beja e Mértola, C.R.L., pessoa colectiva nº 501064800, com sede em Largo Eng.º Duarte Pacheco, nº 12, em Beja, convoco os associados, no pleno gozo dos seus direitos, a reunirem-se em Assembleia Geral em sessão ordinária, no dia 15 de Dezembro de 2011, na Agência de Beringel, da Caixa de Crédito Agricola Mútuo de Beja e Mértola, CRL, sito na Praça Dr. Carlos Moreira, nº 14, em Beringel, pelas 17:00 horas, com a seguinte ordem de trabalhos: Ordem de Trabalhos Apreciação e votação do Plano de Actividades e Orçamento para o Exercício de 2012 Deliberação sobre a Declaração da Politica de Remuneração dos Órgãos Sociais e Revisor Oficial de Contas para o Exercício de 2012 Outros Assuntos de interesse O Plano de Actividades e o Orçamento para o Exercício de 2012, estarão à disposição dos Senhores Associados na sede da Caixa Agrícola às horas normais de expediente, durante os oito dias que antecedem a Assembleia-Geral. Se à hora marcada não estiverem presentes mais de metade dos Associados, a Assembleia reunirá uma hora depois, com qualquer número de sócios presentes. A Assembleia reunirá fora da sede social da Caixa devido à inexistência de sala com condições para a realização desta Assembleia. Beja, 22 de Novembro de 2011 O Presidente da Mesa da Assembleia-Geral Engº Rui Manuel Inácio Garrido
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CABEÇA GORDA
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†. Faleceu o Exmo. Sr. JOSÉ
†. Faleceu o Exmo. Sr.
†. Faleceu a Exma. Sra. D.
†. Faleceu a Exma. Sra. D.
FRANCISCO QUARESMA, de 82 anos, natural de Viana do Alentejo, casado com a Exma. Sra. D. Sé de Jesus David. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 16, da Casa Mortuária de Vila Alva, para o cemitério local.
FRANCISCO PESTANA DOS SANTOS PRAZÊRES, de 66 anos, natural de Vila Nova de São Bento - Serpa, casado com a Exma. Sra. D. Alice Maria Rosa Pereira. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 17, da Casa Mortuária da Cabeça Gorda, para o cemitério local.
ANA ROSA DOS SANTOS CAROCHINHO MODESTO, de 60 anos, natural de Beringel - Beja, casada com o Exmo. Sr. Fernando Júlio Esteves Modesto. O funeral a cargo desta Agência realizouse no passado dia 18, da Casa Mortuária de Beringel, para o cemitério de Beja.
CÂNDIDA MARIA SEGURADO GONÇALVES, de 75 anos, natural de Cabeça Gorda - Beja, casada com o Exmo. Sr. Manuel Martins Pedro. O funeral a cargo desta Agência realizouse no passado dia 21, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.
FERREIRA DO ALENTEJO / BEJA
BEJA
SANTA CLARA DE LOUREDO / PINHAL NOVO
LISBOA
†. Faleceu o Exmo. Sr. JOSÉ
†. Faleceu a Exma. Sra. D.
TEIXEIRA QUINZE DIAS, de 59 anos, natural de Oliveira do Douro - Cinfães, casado com a Exma. Sra. D. Ana Maria Neninha Moisão Dias. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 22, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.
FRANCISCA DAS DORES RIBEIRO, de 83 anos, natural de Santa Clara de Louredo Beja, viúva. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 23, da Casa Mortuária de Santa Clara de Louredo, para o cemitério do Pinhal Novo.
†. Faleceu a Exma. Sra. Dra.
Manuel Joaquim Cascalheira
Custódia Maria Arsénio Filhos, noras, genro e netos participam o falecimento da sua ente querida ocorrido no dia 08/11/2011, e na impossibilidade de o fazer pessoalmente agradecem por este meio a todas as pessoas que a acompanharam à sua última morada ou que de outro modo manifestaram o seu pesar. Será celebrada missa pelo seu eterno descanso no dia 08/12/2011, quinta-feira, às 10.00 horas na Capela do Bairro Nossa Senhora da Conceição em Beja, agradecendo desde já a todas as pessoas que nela participem.
AGRADECIMENTO
8º Ano de Eterna Saudade Sua esposa, filhos, nora, genro, netos e bisneto, participam a todas as pessoas de suas relações e amizade que mandam celebrar missa pelo eterno descanso do seu ente querido no dia 27/11/2011, domingo, pelas 18 e 30 horas na Igreja da Sé em Beja, agradecendo desde já a todos os que se dignarem assistir ao piedoso acto.
AGÊNCIA FUNERÁRIA POPULAR BEJENSE, LDA. Rua António Sardinha, nº 12, 7800-447 BEJA Tel. 284323555 Tm. 965217456
PARTICIPAÇÃO
†. Faleceu a Exma. Sra. D. MARIA HELENA BATISTA, de 78 anos, natural de Ferreira do Alentejo, solteira. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 21, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.
Faleceu em 16.11.2011 A família de LAURINDA MARIA CATARINO agradece a todos os que de algum modo os acompanharam nesta hora difícil de despedida.
Vimos participar o falecimento da Exma. Sra. D. Maria Antónia Polquério Pereira, de 86 anos de idade, viúva, natural da Póvoa de S. Miguel, Moura. O funeral realizou-se no passado dia 24/11/2011 da casa mortuária de Marmelar para o cemitério local.
Consulte esta secção em www.funerariapax-julia.pt
Beja
Serpa
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É com enorme pesar e solidários na dor da família que participamos o falecimento do Sr. Francisco António Correia de 83 anos, viúvo. O funeral a cargo desta Funerária realizou-se no passado dia 20 de Novembro da Casa Mortuária de Vales Mortos para o cemitério local. Á família enlutada expressamos os nossos sentidos pêsamos.
É com enorme pesar e solidários na dor da família que participamos o falecimento da Sra. Laurinda Maria de 83 anos, viúva. O funeral a cargo desta Funerária realizou-se no passado dia 17 de Novembro da Casa Mortuária de Beja para o cemitério local. Á família enlutada expressamos os nossos sentidos pêsamos.
É com enorme pesar e solidários na dor da família que participamos o falecimento da Sra. Mariana Rita Estevens Paraíba de 86 anos, viúva. O funeral a cargo desta Funerária realizou-se no passado dia 22 de Novembro da Casa Mortuária de Serpa para o cemitério local. Á família enlutada expressamos os nossos sentidos pêsamos.
Funerária Central de Serpa, Lda. Rua Nova 31 A
MARIA ALICE SIMÕES DA SILVA, de 78 anos, natural de São Mamede - Lisboa, solteira. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 23, da Capela do Hospital Amadora / Sintra, para o cemitério dos Olivais em Lisboa, onde foi cremada.
Às famílias enlutadas apresentamos as nossas mais sinceras condolências.
Vales Mortos
Vila Ruiva
PARTICIPAÇÃO
Joaquim José Guerreiro Pires Nasceu 08.12.1966 Faleceu 11.11.2011 Faleceu o Exmo. Sr. Joaquim José Guerreiro Pires, natural de Albernoa, divorciado. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 18, da Igreja de Vila Ruiva para o cemitério local. AGÊNCIA FUNERÁRIA ESPÍRITO SANTO, LDA. Rua Das Graciosas, 7 7960-444 Vila de frades/Vidigueira Tm.963044570 – Tel. 284441108
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4º Ano de Eterna Saudade Filha, netos e genro participam a todas as pessoas de suas relações e amizade que será celebrada missa pelo eterno descanso do seu ente querido no dia 29/11/2011, terça-feira, pelas 18 e 30 horas na Igreja da Sé em Beja, agradecendo desde já a todos os que nela comparecerem.
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ra que o elemenManuel Narra conside para presidir às PCP o to designado pelo nicipais será o próxim associações intermu à Câmara de Beja. sta candidato comuni organismos são já estes As eleições para João Rocha e o próprio 8 nos próximos dias. pág. estão na corrida. Manuel Narra não
al Republicana A Guarda Nacion a operação a tem em march Até fevereiro ”. “Azeitona Segura da GNR vão as de 2012, patrulh da região de percorrer os olivais r aquela que protege para Moura da maior riqueza é, por certo, a a. Para além de região: a azeiton nos olivais, esta evitar os furtos ente preventiva operação é igualm e o trabalho ção contra a imigra ilegais. págs.
16 e 17
alto Sines e Beja com o na mira r de compra Ouro alentejan ngeiras pode anteriores à crise. Mas em de empresas estra com Sines Os dados são os concelhos de recentemente O Governo assinou contratos de prospeção as diferentes empres Vários são no Alentejo. . e pesquisa mineira terreno a eiras estão já no Empresas estrang subsolo. E já há “excedo cos avaliar a riqueza Grândola. Barran em 6 lentes resultados” estão na mira. pág. e Moura também
INE, 2009, segundo o nacional acima da média resie de Beja estavam de compra dos seus o quanto ao poder aliás, o único concelhdo dentes. Sines era, o no top 10 do índice 11 do Baixo Alentej pág. al de Estatística. Nacion o Institut
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Esta semana és tu quem constrói o jogo, e para isso basta alguns pedaços de cartão, uma folha branca onde possas desenhar a tua personagem e um dado. Mas atenção, é preciso desenhá-la sem pernas, porque a finalidade do jogo é subir no cartão, previamente marcado como se fosse uma régua e ir acrescentando as pernas à medida que te saem as pintas do dado. Vamos ver quem é o “perna longa”.
A Câamara Municipal de Santiago do Cacém promove um ateliê de percussão criativa, onde o som, o ritmo, a energia e a cor são as palavras que ecoam. Destinado a um público a partir dos 14 anos, e com um limite máximo 20 inscrições, é caso para te apressares e não perderes a “banda”. As inscrições são no Auditório Municipal António Chainho até hoje, sexta-feira.
Dica da semana Ann Wood é uma artista nova iorquina que trabalha essencialmente com materiais recuperados, muitos deles tão ou mais antigos que os teus bisavós. Há uma espécie de ternura na reutilização destes materiais, acabando por serem uma fonte de inspiração. Lugares abandonados, encantados e criaturas que habitam este pequeno palco que é a sua obra. Da mesma autora trazemos-te uma ideia que facilmente podes por em pratica com mais ou menos detalhes. Para conheceres um pouco mais do seu trabalho podes ir ao site (http://annwood.net/blog/)
A páginas tantas ...
Minimalário, editado pela Kalandraka, é um livro em que os animais são reis e senhores da história. Histórias divertidas, com um retrato humorístico de cada um. Ao todo 114 animais unem-se aos pares ou em trios, criando episódios mais ou menos inesperados. Do elefante ao piolho, da tartaruga ao morcego, todos cabem neste livro escrito e ilustrado pela dupla humorística galega Pinto e Chinto – David Pinto e Carlos López –, onde a lógica se mistura com situações completamente improváveis ou mesmo absurdas. Um livro para descobrires devagar e sorrires sobre o olhar satírico dos autores.
27 D Diário do Alentejo 225 novembro 2011
Ateliê de percussão criativa em Santiago do Cacém
28 Diário do Alentejo 25 novembro 2011
O Bip é um cachorro com menos de três meses que procura uma família definitiva onde possa crescer saudável e fazer as suas brincadeiras. Tem uma pelagem muito bonita e é muito dócil. Vai ficar de porte médio/grande. Antes da adoção é desparasitado e vacinado. Contactem o Cantinho dos Animais de Beja e venham conhecer o Bip. Contactos: 962432844; sofiagoncalves.769@hotmail.com
BD
Boa vida
Petiscos Um coelho prós amigos
Comer Coelho bravo com cogumelos Ingredientes para quatro pessoas: Para o coelho: 1,5 kg. de coelho bravo, 2 cebolas médias, 4 dentes de alho, 1 dl de aguardente velha, 4 dl de vinho branco alentejano, 1 folha de louro, 1 molho de salsa, 1 dl de azeite, 150 g. de toucinho salgado, 500 g. de cogumelos, q.b. de sal, q.b. de pimenta branca. Para o arroz de manteiga: 320 g. de arroz carolino, q.b. de água, 50 g. de manteiga sem sal, q.b. de sal grosso. Confeção do coelho bravo: Depois de limpar o coelho corte-o em pedaços. Tempere com sal, pimenta, cebola picada, alho picado, vinho, aguardente velha, louro e ramos de salsa. Deixe marinar no mínimo uma hora. Retire o coelho da marinada. Leve um tacho ao lume com o azeite e o toucinho cortado aos quadrados e deixe fritar. De seguida, coloque o coelho e deixe alourar. Junte a marinada e água se necessário. Tape e deixe estufar lentamente mais ou menos 40 minutos. Entretanto, limpe os cogumelos e corte-os em pedaços. Junte-os ao estufado. Tape o tacho e deixe cozinhar por mais 10 minutos. Retifique o tempero a seu gosto. Confeção de arroz de manteiga: Num tacho coloque bastante água e tempere com sal. Quando a água começar a ferver, coza o arroz durante +/12 minutos. Escorra-o num passador de rede. Coloque-o num tabuleiro de forno e espalhe pequenas nozes de manteiga por cima e leve-o ao forno brando até a manteiga estar derretida. Envolva o arroz e reserve. Sirva tudo bem quente e acompanhe com uma salada mista. Bom apetite… António Nobre Chefe executivo de cozinha – Hotéis M’AR De AR, Évora
Um Hergé muito frontal Filatelia “Diário do Alentejo” ganha mais um prémio
A
rubrica Filatelia acaba de ser distinguida pela quarta vez com o Prémio de Mérito – Literatura “A. Guedes de Magalhães (melhor autor)” (2010). Este mesmo prémio foi atribuído ex aequo a Américo Rebelo pelos seus artigos publicados em diversas revistas. Os restantes prémios de literatura – 2010 foram atribuídos a: prémio “Godofredo Ferreira” (melhor livro)” a Isabel Freitas Valente e João Rui Pita, pelo seu livro À Descoberta da Europa na Filatelia Portuguesa. Prémio “O Philatelista” (melhor periódico) à revista “Vale do Neiva Filatélico”, da Associação de Filatelia e Colecionismo do Vale do Neiva. O prémio “Carlos Trincão”, que distingue obras não incluídas nas categorias anteriores, foi atribuído ao catálogo do Dia do Selo 2010 da Associação de Filatelia e Colecionismo do Vale do Neiva. O prémio “Aníbal Queiroga” (melhor website de filatelia) distinguiu http:/sfaac-filatelia.blogspot.com da secção filatélica da Associação Académica de Coimbra. Por último, o prémio “Juvenil de Literatura Filatélica” premeia “A Carta”, artigo de Gonçalo Lima, publicado na “Revista Lusitana” n.º 22. No âmbito desta festividade terão lugar diversas atividades, nomeadamente o Salão de Filatelia “Monarquia versus República”, onde estarão presentes seis coleções, três representativas do período monárquico e outras três do período republicano; o lançamento de o “Timbre” (revista da Confraria) e o Congresso da Federação Portuguesa de Filatelia. Após o almoço proceder-se-á à entrega dos prémios anuais da FPF já referidos, do galardão de “Filatelista Eminente” e do diploma de “Carteiro Honorário” que este ano distingue o confrade João Soeiro. As celebrações, que este ano são organizadas pela Confraria Timbrológica Meridional (Évora), encerram com a assinatura do protocolo entre a FPF e a sua congénere da Croácia.
Com o tomo “Carvão no Porão” da série Tintin, agora reeditado pela Asa, o grande mestre Hergé revela-se bem frontal na sua denúncia a patifarias socioeconómico e políticas que hoje ainda empestam o mundo: o racismo, a escravatura e o tráfico de armas. Aliás, o antirracismo de Hergé já tinha sido indicado noutras aventuras de Tintin, como, por exemplo, “O Lótus Azul” e “Tintin na América”. Vale a pena continuar a atacar o artista por um aspeto, vagamente duvidoso, pela sua obra “Tintin no Congo”? Só da parte de mentes opacas e frustradas! Em “Carvão no Porão” há a intervenção de quase todos os fundamentais personagens da série, inclusive, do “nosso” Oliveira da Figueira. E surge um personagem novo: o piloto estoniano Piotr (e não Xyssa!) Zsut. Álbum a ler e a interpretar com muita atenção.
“Le Complot Politique” Com edição Dargaud e autoria de Pierre Boisserie, Philippe Guillaume e Erik Juszezak, “Le Complot Politique” é o quinto e penúltimo tomo da série “Dantes”, uma muito interessante e atualizada adaptação do famoso clássico literário “O Conde de Monte Cristo”. Uma obra bem conseguida e que vale bem a pena ler e colecionar, onde se denunciam, mesmo sob ficção, as falcatruas da política e da economia da França de hoje. Só da França?... Luiz Beira
Geada de Sousa
O
s mais antigos testemunhos que temos da caça estão relacionados com restos de animais de grande porte. Dir-se-á que inevitavelmente: são desses que os vestígios durante mais tempo permanecem com alguma expressão física remanescente. Mas quando passamos à análise de tempos mais recentes, os coelhos aparecem de imediato. Havia muitos e eram facilmente capturados em armadilhas, mesmo que muito primitivas. É também por isso que fazem parte do primeiro grupo de animais a serem domesticados. No princípio, domesticar seria qualquer coisa idêntica ao ato moderno de meter no frigorífico: se não o vamos comer de imediato, então vamos conservá-lo para não se estragar, à falta de melhor, vivo. Mais tarde as pessoas deram-se conta que os animais em cativeiro também se reproduziam e que os animais “amansavam” pelo contacto permanente com os humanos. Sendo assim, alguns, podiam tornar a ganhar a liberdade perdida porque já não abandonariam a nova convivência que lhes tinha passado a ser grata. Falemos então do coelho. Esta receita aplica-se igualmente ao bravo ou ao manso. Em qualquer dos casos é carne branca, saborosa e muito saudável. Passemos ao dito, com mostarda. Um coelho bem cortado pelas pernas e pelas mãos e o tronco em dois ou três bocados. Guarde o fígado à parte. Três colheres de sopa de mostarda, de preferência de Dijon ou tipo Dijon, sal e pimenta branca de moinho. Cento e oitenta gramas de manteiga; três colheres de sopa de azeite; um copo de vinho de caldo de carne; duzentos gramas de chalotas ou cebolas pequenas; uma colher de sopa de açúcar; duzentos e cinquenta gramas de cabeças de cogumelos, lavadas. E mais uma colher de sumo de limão; cento e cinquenta gramas de bacon cortado aos troços; uma colher de sopa de vinagre de vinho tinto; seis a sete colheres de salsa muito bem picada. Esfregue bem cada bocado do coelho com a mostarda e polvilhe-os com a pimenta. Aqueça a manteiga e o azeite num tacho grande com fogo médio e quando estiver quente ponha lá o coelho já temperado. Baixe o fogo, cubra o tacho e mexa de vez em quando até que a carne esteja bem tenra. Retire o coelho para fora e deite o caldo de carne mexendo o fundo do tacho. Deixe ferver até reduzir este caldo com o molho. Prepare as cebolinhas, deixe-as cozer três minutos em água a ferver e ponha-as a seguir numa caçarola com manteiga e açúcar para dourarem. Leve os cogumelos e o bacon ao lume num tacho com uma colher de sopa de azeite e uma colher de sopa de limão. Frite durante alguns minutos. Junte este preparado às cebolas. Frite o fígado aos bocadinhos em manteiga com lume brando, com um golpe final de vinagre. Num tacho disponha o coelho e o fígado, noutro tacho as cebolinhas, o bacon e os cogumelos. Deite por cima a salsa bem picada. Aqueça e sirva bem quente com triângulos de pão frito. António Almodôvar
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Dois copos de conversa De volta às garrafeiras
Susana Santos Silva Quintet “Devil´S Dress”
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urante esta época festiva e consumista proponho que, relativamente ao vinho, reserve o consumo para a mesa e, em cima dela, ponha os melhores néctares que se encontram esquecidos na sua garrafeira. Há quanto tempo não abre um vinho estagiado na sua cave ou armário? Por vezes temos garrafas debaixo do nosso nariz que deixamos ao esquecimento e que nos dariam um prazer enorme, pela qualidade surpreendente do líquido que encerram e pela história de afetos que nos transmitem. Neste Natal volte à sua cave, namore com os tesouros escondidos e prepare-se para a sua descoberta. Posicione a garrafa durante uma hora na posição vertical. Sem nunca abandonar a verticalidade, limpe bem a garrafa, retire a cápsula ou o lacre que envolve o gargalo e inspecione o estado da rolha. Se esta estiver deteriorada tente a sua remoção com uma pinça que encontrará em qualquer boa garrafeira. Abra a garrafa um quarto de hora antes do serviço. Se for um vinho com mais de cinco anos pode separar o líquido da borra, vertendo suavemente o vinho numa garrafa de vidro ou cristal, também designada por decantador ou “decanter”. Por regra prefiro não decantar os vinhos sugerindo antes a sua revelação direta num bom copo. Se não tiver vinhos guardados em casa então lembre-se que um guia de vinhos pode auxiliar a sua escolha e revelar-se um apetecível presente para o sapatinho. Tenha um santo Natal. Se conduzir não beba.
“D
evil´s Dress” é um disco que entra para a história do jazz em Portugal, por ser o primeiro de uma formação liderada por uma mulher não-cantora e não-pianista. Aos 32 anos, Susana Santos Silva é conhecida, sobretudo, por integrar as fileiras da Orquestra Jazz de Matosinhos (OJM), no seio da qual se tem apresentado em Portugal e lá fora, partilhando o palco com músicos de renome global como Lee Konitz, Maria Schneider, Mark Turner e Kurt Rosenwinkle. Com uma completa formação académica – é licenciada pela Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo (Porto), tendo estudado também em Karlsruhe (trompete barroco) e Roterdão (Jazz Performance) – decidiu, em 2007, criar o seu próprio grupo, motivada pela necessidade de se exprimir enquanto músico e de poder tocar com quem admira. Depois de um natural processo de amadurecimento, a trompetista considerou que havia chegado o momento de lançar o disco de estreia: “Devil´s Dress”, editado no âmbito da parceria que a editora Tone of a Pitch estabeleceu com a OJM, revela uma personalidade musical com muito para dar ao panorama português, acompanhada por um punhado de músicos com provas dadas: o saxofonista José Pedro Coelho, o guitarrista André Fernandes, o contrabaixista Demian Cabaud e o baterista Marcos Cavaleiro. Se já a sabíamos uma instrumentista valorosa, de som límpido e espaçoso, desponta aqui – apesar das reservas que a própria revela em se considerar como tal – uma compositora de ideias claras, que só não assina duas das peças incluídas no programa. Na sua escrita funde elementos vários, da tradição à contemporaneidade do jazz, aqui e ali pontuada por uma sensibilidade pop. As peças que constituem “Devil´s Dress” são fundamentalmente tempos médios polidos, sem agitações particulares, que funcionam de modo equilibrado e elegante. Escutem-se “Go” (os sopros em perfeito entendimento), a tranquilidade etérea de “Warmth”, “En Febrero” (original de Cabaud, com Fernandes na guitarra acústica) e “Anjo da Guarda”, próxima de um certo “jazz de câmara”. Uma estreia promissora. António Branco
“Devil´s Dress” Susana Santos Silva (trompete, fliscórnio), José Pedro Coelho (saxofone tenor), André Fernandes (guitarra), Demian Cabaud (contrabaixo) e Marcos Cavaleiro (bateria). Editora: TOAP/OJM. Ano: 2011
Diário do Alentejo 25 novembro 2011
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João Tordo Dom Quixote, PVP: 10,98 euros 269 págs
Letras Anatomia dos mártires
Aníbal Coutinho
Vinho de Calendário
C
atarina foi militante e pela sua militância faleceu nos campos de Baleizão. Por uma vez, a ditadura e a resistência concordavam – embora, evidentemente, com propósitos diametralmente opostos; mas existiam as vozes dissidentes e, no caso de Mariana Janeiro, uma voz dissidente no interior do próprio partido”. Anatomia dos Mártires é a ficcionalização da obsessão, confessada por João Tordo, pelo mito de Catarina Eufémia. Narra o processo de questionação iniciado por um jornalista quando escreve um artigo sobre o biógrafo de um mártir religioso relacionando esta história à da camponesa assassinada pela GNR em 1954. As reações fortes ao artigo estimulam o repórter a aprofundar não só a história de Catarina mas também a relação dele próprio com os outros e com a realidade em redor. Quanto a Tordo – prémio Saramago 2009 –, enquanto, como fundo, traça com pinceladas precisas o estado do mundo no início da crise económica mundial, em 2008, particularizando o consumismo vigente em Portugal, questiona os modos pelos quais um(a) mártir é apoderado(a) pelo público como um mito e é perdido pela humanidade enquanto pessoa. O que se sabe sobre Catarina Eufémia? De que modo a sua família perdeu o direito à memória dela, do seu afeto e até às suas cinzas? “A ideia dela permanecerá [...]. A mulher continuará a ser uma incógnita.”, diz uma personagem. No tempo das “praças de jorna”, com a planície alentejana como fundo, quantos camponeses foram mortos, como Catarina, e esquecidos pela História dos vencedores (a da ditadura mas também da resistência triunfadora), questiona esta Anatomia – que confirma o talento de Tordo e as qualidades da sua escrita? Maria do Carmo Piçarra
Um dos produtores que mais se tem revelado pela qualidade crescente dos seus vinhos é Terras de Alter, de Alter do Chão. Na mais recente competição “A Escolha da Imprensa”, organizada pela “Revista de Vinhos”, o tinto IG Alentejano Outeiro 2009 ficou no top 10.
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Vinho Diário Um dos vinhos que mais me impressionou na recente prova cega que deu origem ao meu “Guia Popular de Vinhos”, edição 2012, já nas livrarias e nos supermercados, foi o branco regional alentejano Versátil 2010.
Diário do Alentejo 25 novembro 2011
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Geada de Sousa apresenta livro em Beja
José Geada de Sousa, colaborador do “Diário do Alentejo”, apresenta hoje, sexta-feira, na Biblioteca Municipal de Beja, o livro Ouro Vermelho e Filatelia, iniciativa integrada no ciclo “Conversas com B de Beja”. A sessão de lançamento tem como intervenientes Francisco Barbosa da Costa, da Federação das Associações de Dadores de Sangue de Portugal, e Pedro Vaz Pereira, da Federação Portuguesa de Filatelia. A organização da iniciativa está a cargo da Biblioteca Municipal de Beja e da Associação Humanitária dos Dadores de Sangue de Beja.
Fim de semana Tuna da Agrária comemora 20 anos com festival
A Tuna Académica Semper Tesus da Escola Superior Agrária de Beja está a comemorar duas décadas de existência, organizando o festival FiTAL Pax Julia, que decorre entre hoje e amanhã, sábado, em dois espaços da cidade. Hoje, sexta-feira, estão previstas serenatas na praça da República, a partir das 22 horas, e amanhã é a vez do auditório do Instituto Politécnico de Beja acolher as quatro tunas a concurso (Évora, Loulé, Açores e Beira Interior) e as convidadas (Tuna Académica de Enfermagem de Beja e Tuna Moça – Tuna Feminina da Escola Agrária de Beja).
Edição do município homenageia Manuel da Fonseca
A poesia tem “morada” em Castro Verde
O concelho de Vidigueira começa já hoje, sexta-feira, a celebrar a quadra festiva que se avizinha com o primeiro dos concertos do ciclo “Natal com Música”, que percorre, até 12 de dezembro, todas as suas freguesias. O primeiro serão natalício está agendado para as 21 horas, na Sociedade União Vilafradense, em Vila de Frades, e convida o grupo Viticária Fermata Musik. Seguem-se os Sol de Guadiana, em Selmes; o grupo coral Os Vindimadores de Vidigueira, em Marmelar; a Banda Filarmónica dos Bombeiros Voluntários de Vidigueira, em Pedrógão do Alentejo; o Coral Vozes da Vidigueira com uma audição da escola de música, na sede de concelho; e, para terminar, a 12, os Improvisos do Sul, que atuam em Alcaria da Serra.
“Rosa, Esperança” contra o cancro no Pax Julia
Feira do Livro de Grândola homenageia Redol Grândola inaugura amanhã, sábado, a sua 27.ª Feira do Livro, que decorre na biblioteca municipal até 8 de dezembro. A iniciativa arranca, pelas 16 horas, com a exposição “Alves Redol – Centenário do Nascimento” e um documentário sobre a vida e obra do autor de Gaibéus. Destacam-se ainda na programação da feira a exposição comemorativa “Manuel da Fonseca – Por Todas as Estradas do Mundo” e o espetáculo de poesia e prosa “À Fala com Manuel da Fonseca”, além de sessões de promoção do livro e da leitura com José Fanha, a apresentação do livro Golfinhos do Sado e uma sessão de informação sobre o novo acordo ortográfico.
Ciclo “Natal com Música” arranca hoje em Vila de Frades
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oi em Castro Verde, em tempo de feira, que Manuel da Fonseca celebrou o seu último aniversário. A biblioteca municipal estava a ser construída e o escritor alentejano que acabaria por emprestar-lhe o nome já não chegou a vêla povoada de livros e de gente. Uma amizade antiga que justifica um programa de comemorações próprio em torno do centenário do nascimento do autor de Seara de Vento e que amanhã, sábado, cumprirá dois momentos importantes, justamente no “largo” em que a câmara municipal local quis transformar a sua biblioteca, em memória do autor. O primeiro, agendado para as 21 e 30 horas, será o espetáculo de prosa e poesia “À fala com Manuel da Fonseca”, pela Associação Andante, que propõe uma viagem de 50 minutos pelos personagens mais marcantes dos romances, contos e poemas
do escritor, que também, e sobretudo, foi um exímio contador de histórias. Segue-se a apresentação do livro Morada da Poesia: Poetas celebram Manuel da Fonseca, uma edição da autarquia coordenada por Luís Filipe Maçarico que reúne poemas e outros textos de um “grupo de amigos-poetas”. A saber: Belmira Besuga, Cristina Pombinho, Isabel Mendes Ferreira, Maria Conceição Baleizão, Maria José Lascas, Miguel Rego, Paula Cristina Lucas da Silva, Manuela Rosa e Rosa Dias. Com ilustrações de Manuel Passinhas (na foto), a obra contém igualmente o artigo “Manuel da Fonseca: Poeta da Consciência Social, Pintor do Real, Repórter do Futuro”, publicado por Luís Filipe Maçarico em 1999 e que relembra, segundo a autarquia, “a existência exemplar de Manuel da Fonseca: semear beleza, partilhar sonhos, desassossegar os que à sua volta não viam a realidade”.
O Pax Julia Teatro Municipal, em Beja, tem em cena amanhã, sábado, a peça “Rosa, Esperança”, encenada pela oficina de artistas Quem não tem Cão no âmbito de um projeto de teatro de pesquisa chamado “Mulheres e o Cancro da Mama”. A produção, que sobe ao palco a partir das 21 e 30 horas, é descrita como “um espetáculo forte e sem complexos que pretende chamar a atenção para uma dura realidade que mata quatro mulheres por dia em Portugal”. “Rosa, Esperança” conta com a participação de sete mulheres que, não sendo atrizes, decidiram partilhar com o público a sua experiência de luta contra o cancro num palco. A iniciativa insere-se nas comemorações dos 70 anos da Liga Portuguesa Contra o Cancro e tem como principal objetivo a sensibilização para a prevenção.
31 Diário do Alentejo 25 novembro 2011
Última hora
A banda bejense Caracol Blues acaba de lançar o seu primeiro álbum. Numa investigação conjunta com o extinto semanário Se7e, apurámos que vão fazer uma digressão: a primeira parte dos seus espetáculos será da responsabilidade dos Tremoço Funk e dos Pipis Ska.
GNR de Moura guarda azeitonas e aproveita para multar oliveiras mal estacionadas
Mário Simões e Pita Ameixa podem protagonizar nova campanha da Benetton A Benetton lançou uma campanha publicitária sobre o lema “unhate” (ou, em alentejano, não se amofinem) em que líderes mundiais desavindos aparecem aos beijos. A marca italiana está a equacionar lançar uma campanha na região, com o objetivo de pacificar as relações entre dois homens que estão de costas voltadas: os deputados por Beja Pita Ameixa e Mário Simões. Os italianos acreditam que se conseguirem fazer com que os deputados se beijem, sob o lema de campanha “Vá um bêjo, homem…”, Mário Simões poderá começar a
achar o aeroporto de Beja uma boa ideia, e Pita Ameixa passará a achar o Orçamento do Estado uma dádiva divina. Contudo, apurámos que os intervenientes não estão interessados em participar, segundo comunicados enviados para a nossa delegação em Vales Mortos. Ambos dizem que não se beijam porque Mário Simões não quer, e citamos, “apanhar socialismo estatizante desse senhor” e Pita Ameixa prefere beijar um cato, “pois não quer ser contagiado com neoliberalismo disfarçado”.
M Manuel Narra prevê futuro candidato ppara Câmara de Beja a ler borras de café E entrevista à última edição do “Diário do Alentejo”, o presidente da Câmara Em d de Vidigueira vaticinou que o “próximo presidente da Ambaal será o futuro ccandidato da CDU a Beja”. A “Não confirmo nem desminto” descortinou o m método que levou a esta previsão: a leitura de borras de café. Ao que apurámos, o presidente Narra usa a mesma técnica que levou os especialistas a prever o fim d do comunismo na cabeça de Gorbachev ou a descobrir que o Porto ia ganhar o ccampeonato da época passada a duas jornadas do fim. Manuel Narra já sabe o n nome do candidato mas não quis desvendar o mesmo. Apenas desvendámos q que esse nome foi descoberto numa chávena que também revelou que em 2012 h haverá pouco dinheiro, protestos de rua e um novo álbum dos Diapasão.
Inquérito Que balanço faz dos dois anos de Pulido Valente à frente da Câmara de Beja? MIGUEL GÓIS, 32 ANOS Vereador da CM de Beja e agente da Hugo Boss na região Tem sido o melhor mandato autárquico da história dos mandatos autárquicos, verdadeiramente excecional. Pelo menos era o que vinha na Wikipedia. Posso dizer que já lançámos os pilares que prometemos na campanha eleitoral. Nem os romanos fizeram tantos pilares como nós. E aposto que também não fizeram tanto pelo vinho como nós.
HERMENGARDA HERCULANO, 25 ANOS Membro da célula comunista na CM de Beja e mestre em sombras chinesas Foi a pior coisa que aconteceu ao nosso concelho desde que uma serpente assassina esteve à solta e tiveram que soltar um touro da ganadaria Brito Paes para tratar dela, ou lá o que foi… O clima de tensão na câmara é indescritível: há dias em que ligamos o ar condicionado a 23º graus e eles baixam para 22º, os malvados. Já tenho marcas do frio no meu corpo. Qualquer dia só metem descafeinado na máquina do café em vez do lote dourado italiano, só para nos chatear…
A GNR de Moura tem desenvolvido uma operação que pretende proteger um dos bens mais valiosos daquele concelho que é a azeitona. A Operação “Azeitona Segura” já está em marcha, não deixando de estar envolta em alguma polémica, como nos relatou o cabo Jaime Orégãos: “Já tivemos de multar duas oliveiras mal estacionadas. Estavam fora da área delimitada e nem sequer tinham o ticket de estacionamento. Aqui a lei é igual para todos. A oliveira até podia ser prima de uma anona do Presidente da República que isso não interessa, paga como os outros. Também já multámos um trator que ia a abrir, quase a 14 quilómetros por hora, quando só devia ir a 12. Sujeito a atropelar espécies em vias de extinção como o caracol malhado da Polinésia ou a rola lilás de bico magenta”. No resto do distrito, a GNR está a desenvolver outras operações: em Odemira está a começar a “Conquilha Protegida” e em Vidigueira destaque para a “Laranja Livre de Cuidados”.
Ambientalistas protestam pelo mau cheiro em Sines mas não conseguem ir lá manifestar-se porque não se pode com o odor São cada vez mais os habitantes de Sines que se insurgem contra o cheiro que invade a cidade costeira. Os ambientalistas estão revoltados e pretendem manifestar-se contra aquele atentado ambiental, mas estão com muitas dificuldades em deslocar-se até lá. “Fui a Sines e foi horrível! Ainda sinto o cheiro na minha roupa e na pele. Não sei se pode haver reações alérgicas ao mau cheiro, mas a um colega nosso apareceu um dedo mindinho no pescoço. Ele foi ao médico e este disse-lhe que se tratava de uma virose que anda para aí”, afirmou o ambientalista António Paz Verde, que acrescentou: “Aquilo é mesmo horrível, parece que o rio Trancão e o Matadouro de Beja tiveram um filho em Mordor e depois deixaram-no em Sines”.
Nota: Depois da entrevista de Henrique Troncho na última edição deste jornal, realizada por email, o “Diário do Alentejo”, sempre na vanguarda da tecnologia, tem o prazer de informar os estimados leitores de que este inquérito foi realizado através de telégrafo.
ALOÍSIO LIMALHA, 48 ANOS Comerciante nas Portas de Mértola que está a tirar um curso de sobrevivência para fazer face às obras naquela zona Eu nem me apercebi do mandato passar. Aliás, aqui não nos apercebemos de nada, nem dos clientes, nem do dinheiro a entrar na caixa. Há alturas em que faz tanto silêncio nas Portas de Mértola que até já ouvi duas traças a discutir. Agora peço desculpa, mas tenho de ir descalçar estas galochas. Isto das obras é uma chatice, tenho de ir tirar a terra das virilhas…
Nº 1544 (II Série) | 25 novembro 2011
FUNDADO A 1/6/1932 POR CARLOS DAS DORES MARQUES E MANUEL ANTÓNIO ENGANA PROPRIEDADE DA AMBAAL – ASSOCIAÇÃO DE MUNICÍPIOS DO BAIXO ALENTEJO E ALENTEJO LITORAL Presidente do Conselho Directivo Jorge Pulido Valente | PRACETA RAINHA D. LEONOR, 1, 7800-431 BEJA | Publicidade e assinaturas TEL 284 310 164 FAX 284 240 881 comercial@diariodoalentejo.pt Direcção e redacção TEL 284 310 165 FAX 284 240 881 jornal@diariodoalentejo.pt | Assinaturas País € 28,62 (anual) € 19,08 (semestral) Estrangeiro € 30,32 (anual) € 20,21 (semestral) Director Paulo Barriga (CP2092) | Redacção Bruna Soares (CP 8083), Carla Ferreira (CP4010), Nélia Pedrosa (CP3586), Ângela Costa (estagiária) Fotografia José Ferrolho, José Serrano | Cartoons e Ilustração Carlos Rico, Luca, Paulo Monteiro, Susa Monteiro | Colaboradores da Redacção Alberto Franco, Aníbal Fernandes, Carlos Júlio, Firmino Paixão, Marco Monteiro Cândido | Provedor do Leitor João Mário Caldeira | Colunistas Aníbal Coutinho, António Almodôvar, António Branco, António Nobre, Carlos Lopes Pereira, Constantino Piçarra, Francisco Pratas, Geada de Sousa, José Saúde, Luiz Beira, Rute Reimão | Opinião Ana Paula Figueira, Arlindo Morais, Bruno Ferreira, Carlos Félix Moedas, Cristina Taquelim, Daniel Mantinhas, Filipe Pombeiro, Francisco Marques, Francisco Martins Ramos, Graça Janeiro, João Machado, João Madeira, José Manuel Basso, Luís Afonso, Luís Covas Lima, Luís Pedro Nunes, Manuel António do Rosário, Marcos Aguiar, Maria Graça Carvalho, Nuno Figueiredo Publicidade e assinaturas Ana Neves | Paginação Antónia Bernardo, Aurora Correia, Cláudia Serafim | DTP/Informática Miguel Medalha Projecto Gráfico Alémtudo, Design e Comunicação (alemtudo@sapo.pt) Depósito Legal Nº 29 738/89 | Nº de Registo do título 100 585 | ISSN 1646-9232 Nº de Pessoa Colectiva 501 144 587 Tiragem semanal 6000 Exemplares Impressão Grafedisport, SA – Queluz de Baixo | Distribuição VASP
RIbanho
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Hoje, sexta-feira, 25, o sol deverá brilhar em toda a região. A temperatura vai oscilar entre os 9 e os 19 graus centígrados. Amanhã, sábado, prevê-se céu limpo e no domingo não são esperadas nuvens.
Mourense dirige a Casa da Fonte, em Oeiras
Teatro do Mar recria Al Berto na rua
DR
Em defesa das crianças indefesas O que é a Casa da Fonte?
Com base nessa experiência, considera que Portugal trata bem as suas crianças?
A Casa da Fonte é um centro de acolhimento de emergência, que acolhe crianças dos zero aos 12 anos em situação de risco social grave. O centro de acolhimento proporciona todos os cuidados básicos às crianças acolhidas e diligencia no sentido da promoção integral dos seus direitos, de acordo com as convenções internacionais de proteção à infância.
De acordo com os motivos já adiantados, julgo que têm sido feitos esforços sérios no sentido da proteção ser cada vez mais efetiva, mas, ao nível das várias estruturas intervenientes na proteção das crianças e jovens, noto por vezes algum atropelo e em alguns casos o superior interesse da criança é deixado à margem. No entanto, apesar de considerar a ação das comissões de proteção de crianças e jovens e dos tribunais meritória, sinto que falta uma verdadeira política integrada de proteção das crianças onde efetivamente sejam evidentes os mecanismos de “bons tratos” das nossas crianças.
Há quanto tempo funciona a Casa?
A Casa da Fonte funciona desde 2001 e foi criada devido à necessidade de dar resposta às situações de acolhimento urgente de crianças em situação de perigo iminente de vida. Até novembro de 2011, o centro acolheu 796 crianças em situação de risco social grave. A sua área de intervenção é o distrito de Lisboa. O que o levou a optar por este trabalho?
Por um lado, a formação técnica e as experiências de trabalho anteriores. Sou licenciado em Educação Especial e Reabilitação pela Faculdade de Motricidade Humana e mestre em Saúde Pública pela Universidade Nova de Lisboa/Escola Nacional de Saúde Pública e trabalhei anteriormente no Ministério da Educação nas áreas da promoção da saúde. Desta atividade ficou-me a vontade e a motivação para trabalhar mais perto do terreno as situações de proteção da infância e da prevenção primária. Acredito que o trabalho junto da comunidade e o trabalho preventivo serão organizadores das crianças que acompanhamos. PUB
Que relações mantém com o Alentejo?
António Santinha
41 anos, natural de Moura Licenciado em Educação Especial e Reabilitação e mestre em Saúde Pública, António Santinha dirige a Casa da Fonte, um centro de acolhimento de emergência de crianças em risco, situada em Oeiras. Até à data, o centro acolheu 796 crianças em situação de risco social grave. Tal experiência “tem sido muito gratificante”, pois produziu “resultados importantes, melhorando significativamente a qualidade de vida das crianças que por nós passam”.
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São de uma imensa saudade, pois é na minha terra que guardo os amigos de infância, a família e as memórias de tempos bem passados. Pratiquei voleibol e natação na minha terra, e ainda hoje mantenho essas atividades promotoras de bem-estar e que nos ligam aos tempos de infância e adolescência. Para os meus amigos de Lisboa sou um alentejano que gosta de cozinhar e reunir todos em volta de uma mesa grande. Tenho na varanda uma pequena horta com poejos, orégãos, coentros, cebolinho, cidreira e erva-luísa, e os aromas dão para matar a saudade. Sempre que posso regresso a casa e perto da família e amigos até o ar que se respira fica diferente. Pena é que o tempo seja sempre tão pouco e que a distância seja ainda considerável. Alberto Franco
A companhia Teatro do Mar prepara-se para apresentar amanhã, sábado, pelas 22 horas, no largo Poeta Bocage, a performance multimédia “A Travessia (da Memória)”, que surge no âmbito do Programa de Regeneração Urbana de Sines e tem com base de inspiração “Mar-de-Leva”, do poeta Al Berto. Um espetáculo multidisciplinar e de rua que aborda, “de forma alegórica, poética e visual, algumas das memórias da cidade: as suas pessoas, as artesanais profissões, sobretudo as de rua, o cante, as paisagens esquecidas, o mar como guardião de todos os tesouros e a escrita do poeta que, através das palavras, eterniza os momentos, imprimindo-os, como pérolas de tinta, no papel do imaginário coletivo”, explica a companhia.
Mário Rocha expõe na Mina O Hotel São Domingos, na freguesia de Mina de São Domingos, em Mértola, inaugura amanhã, sábado, a partir das 15 horas, uma exposição de pintura do artista plástico minhoto Mário Rocha, que conta com uma participação especial de Eva von Knobelsdorff, autora de uma mostra de desenho. Mário Rocha é responsável pelo evento Arte na Leira, que já conta com 13 edições a animar o cartaz turístico e cultural da serra de Arga, em Caminha, Viana do Castelo e Ponte de Lima. A exposição vai estar patente até ao próximo dia 24 de dezembro.
Paragem do Intercidades na Estação de Funcheira mantém-se A CP vai fazer alterações nas paragens do Intercidades Lisboa/Faro em dezembro, mas a paragem na Estação de Funcheira, concelho de Ourique, defendida por autarcas alentejanos, vai manter-se, anunciou o município de Ourique. Recorde-se que a paragem na Estação de Funcheira foi defendida pelos autarcas de Almodôvar (PSD), Castro Verde (CDU) e Ourique (PS). “Com esta decisão”, frisa o município, a Estação de Funcheira vai continuar “a ter um lugar de destaque na rede ferroviária do sul, dando continuidade a um legado de 100 anos de atividade”.