CDU chumba orçamento
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Executivo camarário de Beja promete processar oposição
SUSA MONTEIRO
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2011 Retrato do primeiro ano do resto da nossa crise
SEXTA-FEIRA, 30 DEZEMBRO 2011 | Diretor: Paulo Barriga Ano LXXX, N.º 1549 (II Série) | Preço: € 0,90
Vice-versa
Diário do Alentejo 30 dezembro 2011
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Editorial
“O primeiro passo é a gestão por duodécimos, mas obtivemos um parecer da Associação ação Nacional dos Municípios Portugueses (ANMP) que diz que, começando o ano sem orçamento rçamento ç aprovado, o órgão responsável por essa situação pode ser objeto de queixa. É isso que ue vamos fazer”, revelou o presidente da Câmara Municipal de Beja, Jorge Pulido Valente. nte.
Crise Paulo Barriga
O líder da bancada da CDU na Assembleia Municipal de Beja, Rodeia Machado, justificou o “chumbo” da proposta camarária por se tratar de “um mau orçamento”, sobretudo quanto às verbas para as freguesias, “que ainda ficavam pior do que estão”, e para as coletividades.
E
ste foi o ano da crise. Foi? Este foi, pelo menos, o ano da crise anunciada. Ou o primeiro ano do resto da nossa crise. Ninguém sabe o que nos trará, em termos de crise, 2012. Mas uma coisa é certa: os agentes sociais, transversalmente, irão repetir a palavra crise vezes sem conta durante o ano que agora se propõe entrar. A palavra crise é pegajosa, persistente e, acima de tudo, alienatória. Mais das vezes, de tanto matraqueada, a crise existe ou subsiste apenas no nosso subconsciente. É evidente que as coisas estão como nunca estiveram. Mas também parece óbvio que a repetição massiva, que a vulgarização da crise, parece fazer parte de uma gigantesca campanha de persuasão que está a levar as pessoas ao acomodamento, ao adormecimento, à aceitação inquestionável desta fatalidade. A crise. O termo vem do grego e uma das suas aceções é precisamente “determinação”. O contrário, por conseguinte, do fardo que nos querem montar às costas. Relembrar a crise a cada instante, para lá de deprimente, é levar ao acolhimento da mesma. Saqueio estas palavras a um tipo já falecido que se chamava Einstein: “A crise é a melhor bênção que pode ocorrer com as pessoas e países, porque a crise traz progressos. A criatividade nasce da angústia, como o dia nasce da noite escura. É na crise que nascem as invenções, os descobrimentos e as grandes estratégias. Quem supera a crise, supera-se a si mesmo sem ficar ‘superado’. Quem atribui à crise os seus fracassos e penúrias, violenta seu próprio talento e respeita mais os problemas do que as soluções. A verdadeira crise é a crise da incompetência... Sem crise não há desafios; sem desafios, a vida é uma rotina, uma lenta agonia. Sem crise não há mérito. É na crise que se aflora o melhor de cada um...”. É esta a mensagem de Bom Ano que o “Diário do Alentejo” deixa aos seus leitores. E uma promessa: em 2012 vamos tentar não escrever ou escrever o menos possível a palavra crise no nosso jornal. Sem crise.
Fotonotícia Com um brilhozinho nos olhos. Abriu recentemente em Beja a primeira smart shop da cidade. Chama-se “Olhos Mágicos” e está no Centro Comercial Pax Julia, ironicamente ao lado do café “Tasse Bem!”. As smart shops comercializam, sob a forma de outros produtos, as drogas que escapam ao crivo da lei. Locais onde se podem encontrar sais-de-banho que têm o tal efeitozinho do ecstasy, incensos que podem muito bem ser fumáveis, chupa-chupas que fazem rir. Enfim, um paraíso para os adeptos da risota. Uma dor de cabeça para os papás que não gostam nada da risota e que até costumam promover abaixo-assinados contra estas lojas. PB Foto de José Serrano
Voz do povo Já sabe onde vai passar a passagem de ano?
Inês Malveiro, 21 anos, estudante de enfermagem
Vou para Portimão porque já o ano passado fui e porque gosto do sítio. Nem vai haver concertos este ano, só fogode-artifício, por isso vou só mesmo porque os meus amigos escolheram ir para lá, mais nada. Somos cerca de 20 pessoas e vamos por uma agência, é mais fácil. Está já tudo marcado, ficamos num apartotel e assim não é muito caro.
Inquérito de Ângela Costa
Tiago Guerreiro, 23 anos, estudante de desporto
Idalina Barras, 38 anos, professora
António Conceição, 33 anos, técnico de farmácia
Este ano vou para Vilamoura. Vou com um grupo de amigos, somos aí umas oito pessoas. Não foi por nenhum motivo especial que escolhemos ir para Vilamoura mas por acaso este ano até era mais barato e também para alterar um pouco o hábito de ir sempre para Albufeira.
Vou passar a passagem de ano em casa. Não é por nenhum motivo especial, é só porque gosto de passar em casa. Junto umas quatro ou cinco pessoas e fazemos uma passagem de ano mais calma. Não é o primeiro ano que ficamos em casa. Já há muitos anos que ficamos, não é pela crise é mesmo por opção.
Vou ficar em casa. No meu caso é por uma questão familiar, é por causa do miúdo que ainda é muito pequenino e nesta altura está bastante frio para sair de casa com ele, por isso juntamos uns amigos e ficamos em casa. Não é só por causa da crise, mas assim junta-se o útil ao agradável. Também é por uma questão de comodismo que ficamos em casa.
Semana passada QUARTA, 21
Na sua mensagem de Natal, o Bispo de Beja alertou para a necessidade de “não deixar ninguém só no sofrimento, ser solidário, fortalecer a fé e a esperança no futuro”. D. António Vitalino Canas exortou quem se encontra desempregado ou em dificuldades financeiras a “não desanimar” e “pedir ajuda, sem vergonha”, acabando por manifestar a esperança de que “melhores dias virão”.
SEGUNDA, 26 BEJA UM MORTO NA ESTRADA NA “OPERAÇÃO NATAL” Saldou-se em um morto, o saldo da Operação Natal da GNR. Um despiste ocorrido entre Aljustrel e Ferreira do Alentejo, na passada sexta-feira, vitimou uma pessoa e originou mais quatro feridos com gravidade. Durante os quatro dias em que decorreu esta operação, e que incidiu em especial na A2, IC1, IP2, IP8 e EN2, a GNR contabilizou 24 acidentes. Para além das vítimas já referidas há ainda a contabilizar mais um ferido grave e quatro feridos ligeiros. A nível nacional registaram-se 11 mortes (menos uma do que em 2010), mas os feridos ligeiros, em número de 35, quase que duplicaram em relação ao ano anterior. Excesso de velocidade, uso do telemóvel durante a condução e manobras perigosas são as infrações mais detetadas, sendo a primeira a principal responsável por grande parte dos acidentes.
TERÇA, 27 ODEMIRA CÂMARA SENTE-SE DISCRIMINADA NA A22 O município de Odemira afirma estar a ser discriminado por ser o único do distrito de Beja a não beneficiar de descontos na A22. Em nota de imprensa, a câmara municipal diz não entender as razões porque o decreto lei que isenta os automobilistas do pagamento de 10 viagens e 15 por cento das portagens ter “deixado de fora” os habitantes do concelho.
QUARTA, 28 COMÉRCIO COMEÇARAM SALDOS DE INVERNO É a grande oportunidade para os comerciantes escoarem os artigos em armazém , e dos fregueses fazerem compras a bom preço. A Associação do Comércio e Serviços e Turismo do Distrito de Beja (ACSTDB) fez um balanço muito negativo do período de vendas do Natal, estimando a quebra de vendas em cerca de 30 por cento, quando comparados os números com o ano passado. Citado pela Rádio Pax, Francisco Carriço, presidente da ACSTDB, queixa-se das dificuldades sentidas pelo setor no interior do país e receia que, em 2012, mais estabelecimentos comerciais do distrito possam vir a encerrar. O período de saldos revela-se, assim, uma oportunidade para os comerciantes realizarem algum capital de forma a adquirirem novas coleções. Os saldos prolongam-se até 28 de fevereiro.
Sim, as insolvências aumentaram bastante. Na região estamos com uma média superior à média nacional, que ronda as 12 insolvências por dia. Não posso, neste momento, precisar números, mas temos essa certeza. Estas insolvências contribuem para o agravamento da situação económica e social da região. As pequenas aldeias e vilas são quem mais se ressente, até porque não podemos esquecer que os estabelecimentos comerciais também são centros dinamizadores destas terras, contribuindo decisivamente para a vida social da comunidade. O que representam as medidas de austeridade para o tecido empresarial do distrito?
As medidas de austeridade estão a provocar uma paragem na economia e estão a sentir-se fortemente no distrito. Este Governo seguiu, em minha opinião, o caminho errado. Deveria, antes, dinamizar a economia, contribuindo para o avanço dos setores do comércio, da indústria, da agricultura, do turismo, entre outros. As pessoas compram cada vez menos e também se produz cada vez menos, o que só pode contribuir para o agravamento da situação social e económica do País. O Produto Interno Bruto baixou e vai continuar a baixar. É certo que a crise vai agravar-se cada vez mais. Quais são, neste momento, as principais preocupações dos comerciantes do distrito de Beja?
A falta de poder de compra dos consumidores. Sempre frisei, no entanto, que o turismo seria a saída para a crise no Baixo Alentejo. A taxa de ocupação das unidades hoteleiras, nesta quadra, ronda os 80 por cento. É muito importante para a região que estes consumidores se mantenham, contribuindo para o desenvolvimento do comércio. Os comerciantes, para além dos consumidores habituais do distrito, têm, deste modo, de virar-se também para os visitantes. Como decorreram as vendas de Natal no comércio tradicional?
Houve uma quebra significativa, na ordem dos 30 por cento. Os setores mais afetados, entre outros, foram os do vestuário e do mobiliário. O mês de dezembro é sempre o mais forte para o comércio e, este ano, infelizmente, isso não se verificou. Tem sido uma hecatombe. A partir de agora, com o aumento do IVA, creio que o setor mais afetado será o da restauração. Bruna Soares
Contentes da vida lá vão eles a desbobinar modas de Natal pelas ruas de Barrancos. Este ano ocorreu o III Encontro de Zambombas, mas não é necessária grande organização para ver esta gente feliz. CORREIO ALENTEJO
IGREJA BISPO DE BEJA ESTÁ ATENTO ÀS DIFICULDADES
Durou a noite toda e ainda se aqueceram no braseiro
Em tempo de crise, as insolvências na região têm aumentado?
São giras e foram os idosos de Grândola que as fizeram Árvores de Natal para todos os gostos e de todos os feitios plantadas nas ruas de Grândola. Obras de arte construídas em materiais reciclados pelos utentes dos lares e centros de dia. DR
SEXTA, 23
Presidente da Associação do Comércio, Serviços e Turismo do Distrito de Beja
Não são três, nem cinco, são 4 ao Sul Que tocam e cantam bem que se fartam. O projeto sulista de José Barros, dos Navegante, deu um belo concerto de Natal em Odemira. O Pedro Mestre levou a sua viola campaniça. CÂMARA MUNICIPAL DE ALJUSTREL
O deputado do PSD por Beja, Mário Simões, ofereceu a todos os seus colegas da Assembleia da República uma garrafa de “Bons Sinais”, uma marca da Adega Cooperativa de Vidigueira. Mário Simões pretendeu, através deste gesto, chamar a atenção para as potencialidades agrícolas do Alentejo e enviar “sinais positivos” nesta quadra festiva, apesar das “dificuldades do presente”.
4 perguntas a Francisco Carriço
Quem disse que só os adolescentes é que dominavam as tunas? Esta é a recentíssima Tuna da Universidade Sénior de Aljustrel. E esta foi também a sua primeira apresentação em público. Correu bem a estreia, jura quem assistiu à festa de Natal de Aljustrel. CÂMARA MUNICIPAL DE ALJUSTREL
NATAL MÁRIO SIMÕES OFERECEU VINHO A DEPUTADOS
O ESTADO DE BARRANCOS
Rede social
Nem sempre o Pai Natal traz as barbas brancas Estes, os Pais Natal do Grupo Motard “Os Cortenhos”, da Corte Vicente Anes, nem sempre a usam. Mas nem por isso a criançada que deles recebeu prendas se importou muito. É Natal, é Natal.
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Foram feitos debates com especialistas, aprovadas moções e, em fevereiro, acontecia uma concentração no largo da estação da CP, em Beja, que juntou várias dezenas pessoas da região. O povo estava na rua e a luta partia de um grupo de gente que queria defender a sua cidade e, consequentemente, a sua região.
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acontecimento2011 “Beja Merece” une sociedade em torno dos comboios
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inda mal o ano tinha começado e já as gentes da cidade de Beja se sentiam “traídas” com o fim das ligações ferroviárias diretas a Lisboa. O novo modelo de exploração da Linha do Alentejo anunciado pela CP – uma ligação em automotora entre Beja e Casa Branca, no concelho de Montemor-o-Novo, onde é efetuado o transbordo para o Intercidades entre Évora e Lisboa – não satisfazia. Um grupo de cidadãos, impulsionado pela Associação de Defesa do Património de Beja (ADPB), acabaria por criar o movimento “Beja Merece”, que levou a cabo durante todo o ano diversas iniciativas, contra o fim das ligações ferroviárias diretas a Lisboa, protagonizando, entre outras atividades, um “Assalto à Estação”. Aquando desta iniciativa, Florival Baiôa, presidente da ADPB e um dos rostos mais visíveis desta causa, garantia que era preciso fazer tudo “para defender esta linha”. “As gerações futuras não nos perdoarão se não lutarmos por esta linha”, sustentava. Foram várias as forças vivas da cidade que apoiaram esta causa e
Um aeroporto à espera de ser rentabilizado
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os partidos políticos também marcaram a sua posição, merecendo a decisão da CP várias críticas, tanto à esquerda com à direita. Uma petição, no entanto, que recolheu mais de 15 mil assinaturas, acabaria por marcar esta luta, seguindo-se uma ida à Assembleia da República, protagonizada por uma embaixada do Alentejo, na altura em que também já se anunciava outra das intenções da CP: encerrar o serviço regional entre Beja e a estação da Funcheira, o que para o movimento contribuía “ainda mais para o isolamento da região”. Foram feitos debates com especialistas, aprovadas moções e, em fevereiro, acontecia uma concentração no largo da estação da CP, em Beja, que juntou várias dezenas pessoas da região. O povo estava na rua e a luta partia de um grupo de gente que queria defender a sua cidade e, consequentemente, a sua região. Jorge Serafim, outro dos rostos desta causa, e porta-voz do movimento, afirmou: “É muito grave que nunca ninguém tenha equacionado eletrificar a linha do Alentejo”. Foi ainda criado um grupo de trabalho no âmbito da Assembleia Municipal de Beja, que, entre outras coisas, fez um documento síntese para entregar ao Governo, onde estavam espelhadas reivindicações e argumentos a favor da ligação ferroviária à capital. Na verdade, pretendia-se ainda que as autarquias da região e a sociedade civil engrossassem o coro de descontentamento contra as decisões da CP. Entretanto, o jornal “Público” revelava que o Governo de José Sócrates tinha negociado com o FMI, o Banco Central Europeu e a Comissão Europeia o encerramento de cerca de 800 quilómetros de ligações ferroviárias em todo o País “à revelia da Refer”, através de uma equipa conjunta dos ministérios das Finanças e das Obras Públicas e Transportes. O “Diário do Alentejo”, no entanto, apurou que o ex-secretário de Estado dos Transportes também teria sido posto à margem da negociação. Em julho chegou a automotora. A CP anunciava o regresso das ligações entre Beja e Lisboa, mas os passageiros do Baixo
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m voo para África, promovido pela Câmara Municipal de Ferreira do Alentejo, acabou por marcar o primeiro dia do aeroporto de Beja. Em abril, um voo comercial de passageiros, com destino a Cabo Verde, e com caráter excecional, foi o ponto de partida. No mesmo dia a ANA e cinco operadores dos setores turístico e aeronáutico assinaram acordos com o objetivo de potenciar o desenvolvimento comercial e económico da infraestrutura, que ainda não estava certificada e cuja entrada em funcionamento não tinha data prevista. Já anteriormente se anunciava que o aeroporto poderia começar a ser utilizado a partir da primavera, uma vez que uma operadora turística britânica tinha marcado para o dia 22 de maio o seu voo charter inaugural entre Londres e Beja. Os primeiros turistas acabaram por chegar. A bordo,
Alentejo teriam de fazer o transbordo em Casa Branca. Em setembro, a eletrificação da linha de Beja acabaria por ir a votos na Assembleia da República, resultante dos projetos de resolução apresentados pelo PCP, BE e Os Verdes, que não mereceram luz verde. Com os projetos de resolução chumbados, o movimento “Beja Merece”, em novembro, colocava termo a uma fase de luta, promovendo um espetáculo de agradecimento através do qual agradeceu às pessoas e instituições que contribuíram para que a petição “Ramal de Beja e outras dores de alma” chegasse ao Parlamento. Dezembro seria o mês de mais uma “dor de alma” com centenas de pessoas na estação ferroviária de Alvalade do Sado, em Santiago do Cacém, em protesto contra os novos horários dos comboios intercidades e a supressão do serviço regional na linha do Sul. Bruna Soares
juntamente com os primeiros turistas, vieram jornalistas, funcionários do Turismo de Portugal na capital britânica e quadros da Sunvil Discovery. A ANA anunciou, na altura, que a ligação entre a capital de distrito e Londres se iria manter durante seis meses. Em outubro, por sua vez, a ausência de qualquer referência no Plano Estratégico dos Transportes e as declarações do secretário de Estado do setor, considerando que o aeroporto de Beja era “um problema para o Governo” e que “a vontade do Estado era que o desenvolvimento fosse feito por privados” vieram colocar esta questão no centro do debate político bejense. No mesmo mês começaram a chegar passageiros nos voos charters da operação que o Grupo Vila Vita realizou até novembro para transportar turistas alemães até Portugal, anunciando-se ainda a operação de 31 voos charter programada para 2012, destinada a transportar turistas da Alemanha para o Alentejo. 2011 termina com um aeroporto à espera de uma estratégia de rentabilização e de passageiros. BS
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A surpreendente eleição de Carlos Moedas já era, só por si, passível de menção como figura do ano 2011 no Baixo Alentejo. Mas Moedas mal assentou arraiais na Assembleia da República e já estava daí a ser subtraído por Pedro Passos Coelho para integrar o elenco governamental.
personalidade2011 Assistência Económica e Financeira. Carlos Moedas nasceu em Beja, em agosto de 1970, cidade onde viveu até terminar com brilhantismo os seus estudos liceais. Filho de José Moedas, falecido jornalista do “Diário do Alentejo”, com fortes ligações ao PCP, Carlos iniciou a sua carreira política tardiamente, no “consolado” de Manuela Ferreira Leite. Chegou ao PSD pelas mãos de António Borges, que conheceu e com quem trabalhou na sua demanda pelo estrangeiro. Pedro Passos Coelho chamou-o para o seu círculo mais chegado de colaboradores, chegou a confidenciar, pela sua inesgotável capacidade de trabalho e organização. Carlos Moedas é engenheiro civil de formação. Terminou a licenciatura em 1993, no Instituto Superior Técnico, em Lisboa. Posteriormente fez um MBA em Harvard. E desde então
VÍTOR PIRES
Carlos Moedas Dos grandes negócios internacionais a delfim de Passos Coelho
João Ramos
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oi a votos, pela primeira vez, e fez-se eleger deputado pela CDU. Na anterior legislatura, durante a qual substituíra o histórico deputado comunista José Soeiro, já tinha demonstrado grande agilidade política e uma incansável capacidade de trabalho. Este enfermeiro de Santo Amador, Moura, com apenas 39 anos, exibe uma maturidade pouco comum enquanto parlamentar e não perde um momento para estar junto das populações que o levaram a São Bento.
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esde as eleições de 1995 que o Partido Social Democrata não elegia um deputado pelo círculo eleitoral de Beja. E muito menos desde que a revisão da lei eleitoral deixou ao distrito de Beja a possibilidade de mandar para a Assembleia da República apenas três representantes. Mas em 2011, em plena euforia da entrada do FMI em Portugal, com a implosão da “época socrática”, o PSD de Beja tornou a ganhar assento em São Bento. O autor da proeza: Carlos Moedas. O engenheiro civil e agora influente homem de negócios retornado à sua terra natal, Beja, não só conquistou a simpatia do eleitorado, como a sua votação chegou a assustar as demais forças políticas que tradicionalmente disputam, no distrito de Beja, os assentos parlamentares. A surpreendente eleição de Carlos Moedas já era, só por si, passível de menção como figura do ano 2011 no Baixo Alentejo. Mas Moedas mal assentou arraiais na Assembleia da República e já estava daí a ser subtraído por Pedro Passos Coelho para integrar o elenco governamental. Não enquanto ministro, mas sim na qualidade de “braço direito” do próprio primeiro-ministro, como seu secretário de Estado Adjunto, o único com lugar cativo no Conselho de Ministros. Uma decisão muito pouco surpreendente, uma vez que Carlos Moedas, a par de Eduardo Catroga e enquanto membro do Gabinete de Estudos do PSD, era já um dos principais rostos laranja nas negociações do orçamento de Estado para 2011, no posterior diálogo com a troika e, mais tarde, na implementação em Portugal do Programa de
ocupou diferentes cargos de consultadoria e gestão. Primeiro em França, no grupo Suez, mais tarde em Londres, na poderosa Goldman Sachs. Esteve envolvido na compra da empresa sueca Tornet pelo grupo Lehman Brothers. Trabalhou com o Eurohypo Investment Bank e foi diretor-geral da Aguirre Newman. Quando a política o apanhou, já tinha criado a sua própria empresa de investimentos e de transações imobiliárias, a Crimson Investment Management. Foi com base nesta sua vasta experiência no mundo da economia e da finança mundial que terá sido chamado para coordenar o setor económico do Gabinete de Estudos do PSD. E, consequentemente, para integrar o XIX Governo Constitucional. Atualmente, e por razões que se prendem com as funções que desempenha, é fortemente criticado pela oposição. Mas, apesar da austeridade imposta ao País pelo Governo e de que Moedas é um dos rostos mais visíveis, na região que o elegeu continua a dispor de alguma margem de apoio e simpatia: “esperar para ver”, é a palavra de ordem dos seus eleitores. Embora as fações mais à esquerda jamais lhe perdoem o afastamento que encetou em relação ao percurso e carisma político e social do seu próprio pai. Carlos Moedas é a figura do ano 2011 no Baixo Alentejo. Principalmente por ter arriscado, com sucesso, a sua eleição no terreno, coisa que o PSD não conseguia há 16 anos, e por ter sido chamado para ajudar a deslaçar o imbróglio a que chegaram as finanças públicas portuguesas, num Governo que passará, por certo, à História. Para o bem ou para o mal. Paulo Barriga
Pita Ameixa
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ão parece o mesmo. Enquanto duraram os governos socialistas, principalmente os de José Sócrates, Ameixa parecia que tinha uma venda nos olhos. A sua lista por Beja perdeu um deputado, mas a mudança de Governo fez com que Ameixa tornasse a assentar os pés na terra. A fazer política de combate pela sua região. A denunciar os seus problemas. Enfim, é na oposição que Pita Ameixa se revela verdadeiramente um bom deputado.
Mário Simões
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hegou a São Bento a reboque de Carlos Moedas. Enquanto líder da distrital laranja fez uma oposição cerrada ao Governo socialista. Alteradas as correlações de forças, Mário Simões, no sentido inverso de Pita Ameixa, é incapaz de beliscar qualquer que seja a política ou deliberação do Governo para a região, mesmo que má. Mas há que reconhecer valor à sua incansável agenda e poder de influência. E até à sua criatividade, revelada, por exemplo, no caso dos vinhos “Bons Sinais”.
A partir de outubro, as oito linhas de extração, permitiram que se pudessem transformar dois milhões de que quilos de azeitona por dia, num total de 50 milhões de quilos de azeitona, cerca de 10 milhões de litros de azeite.
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Aníbal Coelho da Costa Faleceu em agosto de 2011
José Luís Conceição Silva Faleceu em junho de 2011
Em junho falecia, em Brasília, no Brasil, onde residia desde 1967, José Luís Conceição Silva. O professor universitário, resistente antifascista e dinamizador cultural, tinha 94 anos de idade. Para além de professor de matemática, em Beja e Évora, Conceição Silva, com raízes em Vila de Frades de onde eram naturais os seus familiares maternos, dirigiu a Adega Cooperativa de Vidigueira, administrou sociedades agrícolas e publicou no “Diário do Alentejo”. Durante 25 anos “deu cartas na região como ativista político e cultural, arrastando atrás de si toda uma série de gerações que apreciavam os seus dotes”. Em 2008 recebeu a medalha de mérito dourada atribuída pela Junta de Freguesia de Vila de Frades, que atribuiu ainda o seu nome a um largo da vila.
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O médico Aníbal Coelho da Costa, que exercia a sua atividade em Ferreira do Alentejo desde 1958, faleceu em agosto, aos 80 anos de idade, vítima de doença prolongada. Natural de Grândola, o clínico destacou-se, para além da medicina, pela sua “intervenção cívica em vários momentos da vida política da região e do País”. Militante do PS desde 1974, foi deputado à Assembleia da República e presidente da Assembleia Municipal de Ferreira do Alentejo, assim como da Administração Regional de Saúde (ARS) de Beja, tendo ainda sido distinguido pelo antigo Presidente da República Jorge Sampaio com o título da Ordem da Liberdade.
economia2011 O ano do azeite
O segundo maior lagar do mundo e os segundos maiores produtores estão em Ferreira do Alentejo
Mário Elias faleceu em outubro de 2011
Mário Elias, figura incontornável das artes e das letras alentejanas, morreu em outubro, aos 77 anos, vítima de doença prolongada. O artista nasceu em Mértola em 1934. No início dos anos 60 integrou o movimento poético “desintegracionismo” e, desde então, publicou variadíssimos poemas e ensaios sobre pintura, literatura e biografias de autores. Escreveu três peças de teatro. Foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian em 1964. Caricaturista e pintor, ganhou prémios de pintura e tem obras suas em diferentes coleções particulares. Expôs individual e coletivamente com Almada Negreiros, Manuel Ribeiro de Pavia, Júlio Pomar ou João Abel Manta. Nos últimos tempos colaborava com biografias breves para o “Diário do Alentejo”. Nélia Pedrosa
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az a 6 de janeiro um ano que o ex-primeiroministro, José Sócrates, acompanhado pelo ministro da agricultura António Serrano, inauguraram, em Ferreira do Alentejo, aquele que seria à altura o maior investimento do setor agroalimentar no nosso país: o Lagar do Marmelo, do grupo Sovena, detentor da marca Oliveira da Serra. Nove meses depois, no mesmo concelho, entraria em laboração plena o segundo maior lagar do mundo, nas antigas instalações da extinta Cooperativa Agrícola de Ferreira do Alentejo, um investimento de 20 milhões de euros, da empresa Cartoil. Este equipamento tinha começado a trabalhar, parcialmente, na campanha anterior, transformando 20 milhões de quilos de azeitona que produziram cerca de quatro milhões de litros de azeite. A partir de outubro, as oito linhas de extração, permitiram que se pudessem transformar dois milhões de que quilos de azeitona por dia, num total de 50 milhões de quilos de azeitona, cerca de 10 milhões de litros de azeite. Apesar da Cartoil ser proprietária de olivais, a azeitona de todas as variedades aqui transformada é, na sua maior parte, comprada a olivicultores dos arredores. O lagar criou cerca de duas dezenas de postos de trabalho diretos e mais alguns indiretos, quer na manutenção dos olivais, quer nas campanhas de apanha do fruto, nas herdades da empresa. Já o lagar da Sovena, o primeiro do grupo em Portugal, correspondeu a um investimento de cerca nove milhões de euros e criou 15 postos de trabalho, que se vieram juntar aos 200 existentes na Herdade do Marmelo. O projeto da empresa Elaia do grupo Sovena está preparado para transformar 30 mil toneladas de azeitona, vindas de 57 herdades próprias nos concelhos de Ferreira do Alentejo, Avis e Elvas. Tem capacidade para produzir oito milhões de litros de azeite por campanha, ao ritmo de 200 mil litros por dia e, em velocidade de cruzeiro, transformar 960 toneladas diárias. O azeite produzido no lagar destina-se a ser comercializado pelas duas marcas emblemáticas do grupo, Oliveira da Serra e Andorinha, esta última virada para a exportação, nomeadamente, para o Brasil, EUA, Bélgica e Alemanha, apresentando-se a China e a Índia como novos destinos da marca. Aníbal Fernandes
Turismo sempre a crescer
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elo segundo ano consecutivo o Alentejo foi distinguido como a “Melhor Região de Turismo Nacional”, prémio atribuído pela Publituris Portugal Travel Awards. Na mesma ocasião, António Ceia da Silva, presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo, foi agraciado com o prémio “Personalidade Turística 2011”. A região foi a que mais cresceu em termos de dormidas de turistas – em agosto o aumento cifrava-se nos 16,9 por cento -, e é onde atualmente se regista o maior investimento no setor, o que permite antever para o futuro uma maior oferta em quantidade e qualidade. Em declarações à comunicação social, Ceia da Silva disse que “o turismo no Alentejo está a posicionar-se num segmento de elevadíssima qualidade e a região está a superar as expetativas dos turistas desde as tasquinhas às unidades de cinco estrelas”.
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há condições extraordinárias para que esta cultura se instale e tenha um aumento progressivo. O investigador acredita que a uva de mesa poderá ter um papel importante, tanto ao nível económico, como social, na região, criando janelas de oportunidade nos mercados internacionais, ao mesmo tempo que se abastece o mercado interno
inovação2011 Uva de mesa confere grau de Cavaleiro
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uís Peres de Sousa, de 59 anos e natural de Arouca, é, desde outubro passado, para além de docente universitário e engenheiro agrónomo, Cavaleiro da Ordem de Mérito Agrícola da República Francesa. O motivo? O trabalho em torno da uva de mesa, do seu desenvolvimento e implementação, sendo que uma das abordagens tem que ver com o impacto económico e social que a produção de uva de mesa pode ter na região do Alentejo. O professor-adjunto e investigador da Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Beja, Luís Peres de Sousa, foi um dos nomes que se distinguiu na área da investigação por terras do Alentejo, nomeadamente no que diz respeito à cultura da uva de mesa. Nomeado pelo Estado Português para representar Portugal na Organização Internacional da Vinha e do Vinho (a OIV, um organismo científico responsável pela elaboração de normas para os seus 44 estados-membros), e eleito, pelos países membros, presidente da subcomissão Uvas de Mesa, Passas e Produtos Não Fermentados da Videira, viu o seu trabalho
Folha do cardo no combate ao cancro
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Centro de Biotecnologia Agrícola e Agroalimentar do Baixo Alentejo e Litoral (CEBAL) tem vindo a estudar desde 2008 o potencial antitumoral da folha do cardo. Face aos cancros da mama e do fígado, os resultados são promissores, com os ensaios in-vitro a demonstrarem que o extrato da folha consegue bloquear proliferação de células tumorais.
Nova apanha da azeitona
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ma equipa de investigadores de mecanização agrícola do departamento de Engenharia Rural da universidade de Évora está na fase de pré-produção de um equipamento vocacionado para a apanha da azeitona em olival intensivo. A abordagem lateral às oliveiras, a utilização de tratores agrícolas como fonte de potência e versatilidade e adaptabilidade a qualquer exploração são as principais características.
Conhecer o genoma do sobreiro
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equenciar o genoma do sobreiro, árvore que é símbolo nacional e de cuja cortiça Portugal é o principal produtor mundial, é o objetivo do Centro de Biotecnologia Agrícola e Agroalimentar do Baixo Alentejo e Litoral (CEBAL). O estudo do genoma do sobreiro permitirá compreender os mecanismos biológicos da espécie e de que forma é que a sua informação genética está estruturada.
reconhecido no passado mês de outubro quando foi distinguido Cavaleiro da Ordem de Mérito Agrícola da República Francesa. O reconhecimento pelo contributo fundamental que tem prestado ao setor vitivinícola e consequente distinção foram feitos pelas mãos do ministro da Agricultura e Pescas francês, Bruno Le Maire, e aconteceu no âmbito de uma série de reuniões da OIV. O trabalho de investigação de Luís Peres de Sousa, principalmente através da OIV, tem consistido, numa primeira fase, no estabelecimento dos limites técnicos e científicos para a comercialização da uva de mesa, um trabalho de monta, uma vez que significou a criação de limites para o comércio mundial. Também a publicação de um guia, por parte da OIV, para a produção sustentável da uva de mesa, evidenciou o trabalho desenvolvido pela subcomissão presidida por Luís Peres de Sousa. Neste momento, o trabalho de investigação de Luís Peres de Sousa centra-se nos efeitos que o consumo destes produtos têm na saúde humana, ao mesmo tempo que se procede a uma atualização científica do guia para a produção de uvas passa. Luís Peres de Sousa acredita que a produção de uva de mesa PUB
poderá ter um impacto económico-social na região do Alentejo, principalmente na zona de regadio de Alqueva. Segundo um livro publicado pela OIV sobre o impacto das alterações climáticas na cultura de uva de mesa em Portugal continental, foi estudada a evolução possível da cultura no país e na região com um aumento de temperatura de dois graus centígrados. Segundo Luís Peres de Sousa, caso isso aconteça, há condições extraordinárias para que esta cultura se instale e tenha um aumento progressivo. O investigador acredita que a uva de mesa poderá ter um papel importante, tanto ao nível económico, como social, na região, criando janelas de oportunidade nos mercados internacionais, ao mesmo tempo que se abastece o mercado interno, uma via na qual a OIV tem vindo a trabalhar. Um trabalho que assume uma maior importância numa região onde os recursos são escassos mas onde já existe o maior produtor nacional de uva de mesa, a Herdade Vale da Rosa, em Ferreira do Alentejo. Marco Monteiro Cândido
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José António Falcão e a sua “pequena equipa, formada essencialmente por voluntários”, têm sido responsáveis pelo estudo, salvaguarda, valorização e projeção internacional de um espólio de arte sacra que, na maior parte dos casos, nem sequer era conhecido pelas comunidades locais.
cultura2011 José António Falcão duplamente distinguido lá fora
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uas distinções internacionais, emanadas dos governos espanhol e francês, marcaram o ano de José António Falcão e, através dele, do Departamento do Património Histórico e Artístico (DPHA) da Diocese de Beja, que dirige desde a sua fundação, em 1984. Em março, um mês após a inauguração do oitavo polo da rede museológica da Diocese de Beja, o Museu de Arte Sacra de Grândola, que abriu ao público com a exposição “Loci Iacobi – Lugares de Santiago”, o historiador de arte e conservador de museus foi agraciado pelo rei Juan Carlos I com a Cruz da Ordem Civil do Rei Afonso X, o Sábio. Uma insígnia que surgiu por proposta do Governo do país vizinho, tendo sido atribuída sob a égide do seu Ministério da Educação e Ciência com o propósito de “premiar os méritos contraídos no campo da educação, ciência, cultura, docência e investigação, em Espanha ou no âmbito internacional”. Recorde-se que a mostra “Loci Iacobi – Lugares de Santiago”, cuja organização se repartiu entre o DPHA da Diocese de Beja, a Secretaria Xeral para o Turismo da Galiza, Espanha, e a Communauté d’Agglomération de Puyen-Velay, em França, é assumidamente a face e a “primeira etapa” de um projeto homónimo que visa a criação de uma rede internacional dos lugares relacionados com Santiago, o apóstolo que deu origem à mais antiga via de peregrinação europeia. Mais recentemente, em novembro, foi o Presidente da República francesa, Nicolas Sarkozy, quem condecorou o diretor do DPHA da Diocese de Beja com a Medalha da Juventude e dos Desportos, reconhecendo a sua intervenção “no estudo do caminho de Santiago, um trabalho que se traduz, já à escala europeia, na mobilização das comunidades locais para a defesa das vias de peregrinação a Santiago de Compostela”. A notícia, sintomaticamente, surpreendeu o especialista em arte sacra em Baleizão, em pleno trabalho de inventariação da igreja de São Pedro de Pomares, atualmente em avançado estado de ruína. “É importante saber-se que o nosso trabalho é útil e apreciado”, confessou então ao “Diário do Alentejo”,
sublinhando tratar-se de “uma boa oportunidade para se falar um pouco do Alentejo, do Caminho de Santiago e de outras coisas relacionadas com a valorização do património cultural e natural da Europa”. Entre uma condecoração e outra, o DPHA da Diocese de Beja pôs no terreno o VII Terras Sem Sombra – Festival de Música Sacra do Baixo Alentejo, edição que abriu portas ao regresso do italiano Paolo Pinamonti à programação cultural em Portugal, depois de uma saída algo amargurada do Teatro Nacional de São Carlos, em 2007. Beja, Santiago do Cacém, Almodôvar, Castro Verde, Vila de Frades e Grândola foram, entre março e julho, as paragens deste festival itinerante que encantou e no qual manterá funções de programador por mais dois anos aquele que é o atual diretor do Teatro Nacional de la Zarzuela, em Madrid. José António Falcão e a sua “pequena equipa, leve e flexível, formada essencialmente por voluntários”, como o próprio reconhece, têm sido responsáveis pelo estudo, salvaguarda, valorização e projeção internacional de um espólio de arte sacra que, afinal, veio a revelar-se riquíssimo, quando, na maior parte dos casos, nem sequer era conhecido pelas comunidades locais. Um labor pioneiro, por várias vezes premiado e distinguido, pelo que já se tornou referência neste setor. Carla Ferreira
Ilustradores de Beja de parabéns
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steve de parabéns a banda desenhada que se faz em Beja no ano que agora finda. Susa Monteiro foi a primeira a ser distinguida, nos finais de outubro, com o Prémio Stuart de Desenho de Imprensa, que reconheceu a qualidade da ilustração que a autora deu a publicar para a capa do “Diário do Alentejo”, dedicada ao centenário do nascimento de Manuel da Fonseca. Bejense, Susa Monteiro começou a dedicarse à BD e à ilustração a partir de 2002, através do ateliê Toupeira, o embrião do que é hoje o Festival Internacional de BD de Beja, de cuja equipa dirigente faz parte. Ilustra regularmente para o “Diário do Alentejo” e para a revista “Visão”, cúmplice de António Lobo Antunes nas suas crónicas quinzenais, e desenhou a mais recente edição de Cartas Portuguesas, atribuídas a Mariana Alcoforado. Outro premiado, este duplamente, foi Paulo Monteiro. O ilustrador, também colaborador permanente do “Diário do
Alentejo”, e diretor do Festival Internacional de BD de Beja, arrecadou, entre outubro e dezembro, dois importantes prémios nacionais. O álbum O amor infinito que te tenho e outras histórias, editado em 2010 pela chancela Polvo, foi, no âmbito do Festival Internacional Amadora BD, eleito o Melhor Álbum de Banda Desenhada de 2011, enquanto que nos Troféus Central Comics recebeu a distinção de Melhor Publicação Independente. “Beja deve ser a cidade com mais autores de banda desenhada por metro quadrado”, observou o autor em declarações recentes. Com mestres assim, não admira. CF
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Presidenciais
Cavaco vs Lopes Candidatos lutam hoje pela vitória em Beja
PÁGS | 2 e 3
SEXTA-FEIRA 7 JANEIRO 2011 Director: Paulo Barriga Ano LXXIX, Nº 1498 (II Série) Preço: € 0,90
Manuel da Fonseca nasceu há 100 anos, a 15 de Outubro de 1911, em Santiago do Cacém. O “Diário do Alentejo” celebra a efeméride publicando ao longo de 2011 um vasto conjunto de artigos, documentos, entrevistas e reportagens em torno da vida e da obra do “maltês” das letras portuguesas. Como muitas serão, também, as iniciativas que ao longo do ano marcarão o centenário do nascimento do autor de Seara de Vento, cujo momento alto será a apresentação do espectáculo multidisciplinar “Aldeia Nova”, que o músico e criador bejense Paulo Ribeiro está a encenar ao abrigo da rede intermunicipal A CAL. Na capa, uma ilustração inédita de Susa Monteiro.
Manuel da Fonseca 1911-2011
PÁG | 16
Regionalização
PS Beja insiste na região do Baixo Alentejo PÁG | 4
Museu Berardo
“Bedeístas” bejenses mostram-se em Lisboa CADERNODOIS
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desporto2011 Vítor Costa O judoca que conquistou a Europa
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ano de 2010 foi de consagração para o médico e judoca Vítor Costa, nascido em Albufeira, que ao título europeu conquistado em 2009, em Malta, juntou um segundo triunfo conseguido na cidade austríaca de Leibnitz. O médico-cirurgião ortopedista, José Vítor Costa, duas vezes campeão Europeu de Veteranos na categoria de 66 quilogramas (2009 e 2011) e assíduo nos pódios dos campeonatos do mundo, recorda que o judo foi um caso de amor à primeira vista: “apareço no judo apenas por curiosidade, mas a partir daí não mais o deixei, comecei a praticar quando tinha 16 anos, foi uma novidade, eu morava em Faro e em 1968 fizeram lá umas demonstrações da modalidade, eu não conhecia, nunca tinha visto, mas inscrevi-me logo (Sport Faro e Benfica). A partir daí comecei a treinar e não mais parei”. Depois veio o curso de Medicina, mas sempre lado a lado com o judo, sublinha: “Fui estudar para Lisboa, inscrevi-me no Ginásio Clube de Portugal e aí estive 10 anos, fiz lá toda a minha carreira desportiva ao nível de seniores e em 1981 acabei o curso de Medicina, enveredei pela carreira hospitalar e vim para Beja”. Então aderiu ao Judo Clube de Beja, que tinha sido o primeiro clube de Portugal, fundado em 1957 e com um percurso com grande história que faz questão de assinalar, lembrando Francisco Cruz Martins, seu fundador, e o primeiro dojo de Beja, na avenida Miguel Fernandes. Foi aí, em finais da década de 50, que conheceu essa figura mítica do judo português, o mestre Kiyoshi Kobayashi. Vítor Costa reconhece que a excelência competitiva de um atleta se faz cerca dos 30 anos, altura em que atinge o auge da condição física e a partir daí, como ele próprio tem sido exemplo, os desportos fazem-se para manutenção da saúde física. Mas conta que “no judo apareceram os campeonatos para veteranos e competições de expressão técnica, que são os katas, e eu tenho tentado manter-me ativo, é uma forma de me obrigar a treinar mais e manter a boa condições física, e uma questão de gosto. Antes houve também uns Jogos Médicos Mundiais para todas as modalidades e eu entrei em 84 e depois concorri durante quatro anos (primeiros lugares nas Açoteias, Casablanca, Lisboa e Le
Touquet). Quando surgiram os Mundiais e os Europeus de Veteranos comecei apenas a participar nestas provas”. E foi nessa vertente competitiva que surgiram os seus momentos altos que descreve com tal simplicidade, como se pouco ou nada tivesse acontecido: “Em 2002 participei pela primeira vez no Mundial de Veteranos que foi na Irlanda do Norte (segundo classificado). Depois tenho participado em campeonatos de kata e voltei em 2009 ao Europeu, que ganhei, e fui terceiro no Mundial. Este ano fui terceiro no Mundial e ganhei outra vez o Europeu”. Presenças que se fazem a expensas próprias. Graduado com o sexto dan desde há um ano, Vítor Costa tem um percurso invulgarmente rico na modalidade que abraçou. Foi árbitro nacional durante muitos anos, função que pôs de lado para se dedicar à Comissão Nacional de Graduações, um órgão da Federação Portuguesa de Judo que acumula com a presidência da Associação de Judo de Beja. Pelo meio está construído um riquíssimo currículo desportivo que envolve centenas de competições nacionais e internacionais com participações muito meritórias e presenças anuais no Japão onde se valoriza tecnicamente. O exemplo de um médico que adotou o judo como desporto e a cidade de Beja para exercer a sua profissão. Firmino Paixão
Francisco Fernandes
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utro dos eleitos é o treinador Francisco Fernandes, 51 anos, atual líder do Castrense no regresso à 3.ª Divisão Nacional. Um impressionante currículo como jogador (Zona Azul, Desportivo de Beja, Vitória de Setúbal, União da Madeira, Vasco da Gama Sines) e como treinador das principais equipas do Baixo Alentejo.
Carlos Guerreiro
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treinador Carlos Guerreiro, antigo jogador da Zona Azul, de Beja, e do Vasco da Gama da Vidigueira, é profundo conhecedor da modalidade e tem a sua equipa na rota da 2.ª Divisão Nacional de Andebol. Personalidade discreta, realista, didático e muito eficaz, merece figurar no Quadro de Honra de 2011.
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Fluviário de Mora vai ter guia áudio
Odemira quer isenções e descontos na A22 O município de Odemira exigiu a alteração do critério legal que define os concelhos abrangidos por isenções e descontos nas portagens da Via do Infante de Sagres (A22), alegando estar a ser alvo de “discriminação negativa”. “Vemo-nos completamente discriminados negativamente” e, em comparação com
A Câmara de Beja vai suspender durante o próximo ano as candidaturas ao Fundo de Apoio às Microempresas (FAME), devido à “fraca procura” e às dificuldades financeiras da autarquia, disse o presidente do município. “As novas regras mais exigentes do FAME, que se tornaram menos aliciantes para as microempresas e, por isso, tem havido uma fraca procura e muito poucas candidaturas, e as dificuldades financeiras do município, levaram à suspensão de candidaturas ao fundo durante o ano de 2012”, explicou Jorge Pulido Valente. No entanto, frisou, a Câmara de Beja vai considerar a hipótese de reativar o FAME em 2013, “se houver condições, necessidade e interessados”. Atualmente, o FAME tem “apenas duas candidaturas”, uma em curso e outra em fase de apreciação, para as quais o município tem verbas disponíveis, disse o autarca.
Vidigueira com os pobres A Câmara Municipal de Vidigueira anunciou um novo serviço de refeitório social destinado a idosos, reformados e pensionistas, com fornecimento diário de almoço e jantar, de segunda a sexta-feira. Os interessados em beneficiar deste serviço devem fazer inscrição, mediante requerimento, no serviço de Ação Social da autarquia. O refeitório social é, segundo o município, uma resposta social que consiste no fornecimento de refeições a pessoas social e economicamente desfavorecidas, bem como a funcionários e colaboradores da autarquia.
Natal em Almodôvar A Câmara de Almodôvar entregou cabazes de Natal, com bens de primeira necessidade, a 50 famílias carenciadas do concelho para lhes “proporcionar maior conforto” nesta quadra festiva. As famílias, que foram sinalizadas pelos serviços de ação social, receberam, cada uma, um cabaz com bens alimentares, como azeite, cereais, bacalhau, óleo, leguminosas e um bolo-rei “para adoçar o Natal”, explica o município.
municípios “que não são utilizadores regulares” da A22, “é perfeitamente ridículo o critério definido neste decreto-lei”, criticou à Agência Lusa o autarca de Odemira, José Alberto Guerreiro.Na base da contestação está o decreto-lei 111/2011, de 28 de novembro, referente à introdução de portagens nas antigas SCUT, como é o caso da A22, no Algarve.
JOSÉ SERRANO
Atual Beja suspende FAME
O Fluviário de Mora, que já recebeu mais de 660 mil visitantes, vai disponibilizar a partir de janeiro um novo serviço Guia Áudio para fornecer “todas as informações e curiosidades” a quem visita o espaço. O Fluviário, construído e gerido pelo município de Mora, divulgou que esta vai ser uma das novidades a concretizar no próximo ano.
Assembleia Municipal chumbou orçamento para 2012
Câmara de Beja em regime de duodécimos Os dois partidos com maioria no executivo (PS) e na Assembleia Municipal (CDU) não conseguiram chegar a acordo. Entretanto, o executivo socialista anunciou que vai avançar com uma queixa junto do Ministério Público, alegando que o chumbo “tem contornos de ilegalidade”.
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ela primeira vez, ao longo destes 35 anos de poder local democrático, a Câmara Municipal de Beja vai ser gerida em regime de duodécimos, depois de a Assembleia Municipal ter inviabilizado esta terça-feira, 27, o orçamento para 2012 proposto pelo executivo. O documento foi reprovado com os votos contra da CDU e do Bloco de Esquerda, a abstenção do PSD e de um elemento da bancada do PS, e os votos favoráveis dos restantes eleitos socialistas.
No final da reunião, o executivo socialista anunciou que vai avançar com uma queixa junto do Ministério Público contra a Assembleia Municipal. Segundo a legislação, os orçamentos devem ter aprovação o mais tardar no mês de dezembro, pelo que, “como a responsabilidade pela reprovação é da Assembleia Municipal e não da Câmara, isto tem contornos de ilegalidade”, disse o presidente do município, Jorge Pulido Valente, acrescentando que a maioria comunista “não fundamentou tecnicamente e politicamente a reprovação”, nem a Assembleia Municipal no seu conjunto chegou a apresentar, como deveria, qualquer recomendação formal junto da Câmara. Os dois partidos com maioria no executivo (PS) e na Assembleia Municipal (CDU) não conseguiram chegar a acordo, mantendo as diferenças que separavam ambas
as propostas, traduzidas num valor de perto de 200 mil euros em transferências para as juntas de freguesia, Assembleia Distrital e Conservatório Regional, no contexto de um orçamento que totaliza 38, 5 milhões de euros. Fernando Silva, membro da bancada comunista, justificou o chumbo da CDU pela discordância quanto às transferências para as freguesias, que saem “discriminadas”, sublinhando também que este orçamento não assegura o funcionamento do Museu e Conservatório Regional nem inclui as propostas do maior partido da oposição em Beja. Já o bloquista José Pedro Oliveira, que lamentou igualmente o facto de as propostas da sua bancada não terem sido consideradas, considerou “confuso” todo o processo de discussão do orçamento com os partidos da oposição. Quanto aos social democratas,
João Paulo Ramôa frisou que a sua opção seria sempre pela abstenção, fosse qual fosse a cor política do documento, por ser “fundamental” haver um orçamento aprovado. Além disso, adiantou, o que separa PS e CDU são “verbas residuais”, o que leva a concluir que já foi dado início à campanha eleitoral para as autárquicas de 2013. O líder dos eleitos socialistas, Paulo Arsénio, encarou como “previsível” o chumbo do orçamento e avisou que é dentro da lei que têm que ser encontradas as “soluções democráticas” para ultrapassar o impasse criado. Alguns projetos terão que ser adiados em função do regime de duodécimos em que será gerida a autarquia bejense, alertou Jorge Pulido Valente, dando como exemplos as Hortas Urbanas, o Parque da Aldeia das Neves e a requalificação do Colégio de Beringel.
Um total de 185 cabazes alimentares foram distribuídos, na quadra natalícia, pelas famílias carenciadas do concelho de Odemira e cerca de mil prendas foram entregues a crianças e adolescentes das 17 freguesias. A iniciativa enquadra-se na campanha “Aliados do Natal”, uma campanha de recolha de brinquedos, livros, roupas e
Câmara de Alcácer ajuda famílias em apuros A comparticipação de medicamentos, a isenção do pagamento da água e a aquisição de bens alimentares são apoios que o município de Alcácer do Sal vai atribuir, no próximo ano, a agregados familiares “em apuros” no concelho. As medidas estão previstas no Regulamento Municipal de Apoio a Famílias Carenciadas, aprovado por unanimidade na última reunião da Assembleia Municipal e que entra em vigor no início de 2012,
bens alimentares, promovida pelo nono ano consecutivo pela Taipa - Organização Cooperativa para o Desenvolvimento Integrado do Concelho de Odemira, em parceria e colaboração com o município, empresas, particulares, escolas, juntas de freguesia e instituições particulares de solidariedade social (IPSS) do concelho.
divulgou a câmara municipal. O regulamento estipula que as famílias do concelho que estejam “em apuros” se possam candidatar a vários auxílios económicos diretos, destinados “exclusivamente a situações de emergência social de caráter pontual e temporário”. Entre os apoios contam-se a isenção do pagamento de água, a comparticipação financeira em medicamentos, a aquisição de bens alimentares de primeira necessidade e a comparticipação em despesas de habitação.
Unidades hoteleiras com taxa de ocupação de 80 por cento
Passagem de ano no Alentejo “é diferente e anti-stress”
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taxa de ocupação nas unidades hoteleiras do Alentejo para a passagem de ano situa-se nos 80 por cento, sendo os portugueses a grande maioria dos clientes, revelou à Lusa o presidente da Turismo do Alentejo. “Estamos com uma taxa de ocupação de 80 por cento e existem mesmo já unidades hoteleiras completamente cheias”, disse o presidente da Entidade Regional de Turismo (ERT) do PUB
Alentejo, António Ceia da Silva. No entanto, o responsável fez questão de frisar que a elevada taxa de ocupação registada nesta altura não abrange de igual modo todo o território alentejano. Mas Ceia da Silva reforçou o otimismo, afirmando que até sábado “tudo vai estar a 100 por cento”. De acordo com o responsável da ERT do Alentejo, o turista português preenche em “90 por cento” os espaços hoteleiros do
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Oferta de mil prendas e 185 cabazes em Odemira
Alentejo e a zona de Évora lidera, nesta altura, com a maior taxa de ocupação. “Vai ser uma boa passagem de ano no Alentejo em termos turísticos”, afirmou. Ceia da Silva explicou que o perfil do turista que visita o Alentejo, nesta altura do ano, é um “cliente com poder de compra” e de “escolaridade elevada”. “É um cliente com poder de compra, com rendimento médio
alto e com escolaridade elevada (licenciados)”, sublinhou. Ceia da Silva rejeitou fazer comparações com as ofertas turísticas do Algarve e da Madeira nesta época, mas destacou que a passagem de ano no Alentejo é “diferente” e “anti-stress”. “A nossa passagem de ano é diferente, tem menos espetáculo, é mais direcionada para o convívio familiar, anti-stress e em contacto com a natureza”, considerou.
Mais estrangeiros O número de dormidas de estrangeiros nos empreendimentos turísticos do Alentejo subiu 28,4 por cento no mês de outubro, correspondendo a um crescimento absoluto de mais de 8.220 dormidas, continuando a tendência de crescimento que se regista desde o início do ano, divulgou a Turismo do Alentejo. Citando dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), a Turismo do Alentejo indica que, no mês de outubro, entre os mercados que mais contribuíram para o aumento contam-se o do Reino Unido, que totalizou mais de 5.100 dormidas, bem como o francês. Nos valores acumulados entre janeiro e outubro, o mercado externo totaliza já 312.600 dormidas de estrangeiros, um valor que está 26,6 por cento acima do registado no mesmo período de 2010.
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O ano de 2012 será ainda pior pelo que se conhece e pelo que se pode deduzir. Mas pior, muito pior é a falta de expetativas, a falta de esperança que existe para os anos seguintes. Manuela Arcanjo, “Jornal de Negócios”, 26 de dezembro de 2011
Opinião
Escrever é enganar o tempo Cristina Taquelim Mediadora de leitura
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oltar é o último momento da viagem e gosto de o fazer lentamente. Tanto tempo fora, exige cuidados no regresso…. Não se pode regressar de supetão! Podemos não aguentar a emoção. Os golpes de vento, o frio. Por cá, aparentemente, tudo está na mesma… No entanto nas muitas casas onde habito, as mulheres estão todas mais maduras e nas aldeias, o feminino que sempre foi o suporte das casas, pouco a pouco sai e ganha as ruas. É lenta esta mudança. Ninguém as vê, mas elas lá estão resistentes e na base da estrutura das pequenas comunidades. Entre muitas outras coisas, cuidam dos netos. Algumas contam, algumas cantam. Algumas leem livros. Na Trindade vive uma destas mulheres. Uma mulher leitora. Não sei muito sobre ela, mas sei que só ela conhece O LIVRO quase de cor. Herdou-o do pai, todo escrito a recortada caligrafia. O LIVRO a partir do qual ensaia o preA afirmação de sépio da Trindade enquanto cada país, cidade, aqui lê um pedacinho da loa, organização, de ali canta a cantiga da cigana que ia adorar o menino, de cada pessoa, vez enquanto lamenta, não ter constrói-se da mais gente a ajudar a fazer o sua capacidade Presépio, não ter um tocador. de construir Este auto de Natal, tão ancompromissos, tigo, onde só entravam hoentre deveres e mens, hoje quase não os tem. Fazia-se na véspera de Natal, direitos, entre na rua, no largo. Fogueiras toresponsabilidade e liberdade entre a das em volta e entrava a loa. A aldeia enchia-se de povo preprodução e o lucro, parado para escutar uma noite entre tradição inteira e todos sabiam que grae contemporaças a ele teriam o necessário para o almoço de Natal. neidade, mas O LIVRO jaz sobre a mesa, sempre em torno envelhecido. Apenas ela é cadas pessoas. paz de o tornar vivo quando o As pessoas são conta. Diz o LIVRO, servindo sempre a solução, de ponto e de modelo. Ela nunca o problema. sabe qual é a cadência certa, o LIVRO não. O LIVRO não conta como tudo se fazia, não conta que as vestes eram feitas de saca e pano de camisa… Sem ela O LIVRO é letra morta. São as pessoas que dão sentido aos livros. Diria mesmo mais são as pessoas que dão sentido aos objetos culturais. As viagens à memória são sempre instrutivas. Obrigam-nos a recordar o que fomos e a perceber que temos de olhar melhor para o que acontece perto de nós, como o auto de Natal da Trindade e tantos outros. Não por ser moda, mas porque o que ali vai acontece - dia 6 de janeiro - O Presépio, nos diferencia e apesar de todas as crises, persiste. Resiste. A afirmação de cada país, cidade, organização, de cada
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Vai entrar, frio e turvo como lhe compete, um novo ano. É lugar-comum dizer-se, nos cafés e nas barbearias desta vida, que este será o pior ano das últimas décadas e das décadas futuras. Que a carroça da troika nos arrastará pela lama da crise. E outras coisas assim para o miserável. Os votos do “DA” são que 2012 seja o ano da ESPERANÇA. Só para os chatear. PB
Esta combinação explosiva, entre o rumo da Europa definida por Berlim e os bons alunos desse rumo que governam em Portugal, fazem desde 2011 o ano do retrocesso de mais de três décadas do nível de vida dos portugueses. Tomás Vasques, “I”, 26 de dezembro de 2011
pessoa, constrói-se da sua capacidade de construir compromissos, entre deveres e direitos, entre responsabilidade e liberdade entre a produção e o lucro, entre tradição e contemporaneidade, mas sempre em torno das pessoas. As pessoas são sempre a solução, nunca o problema. A afirmação de um mundo mais MUNDO, passará sempre pelo compromisso que permita que cada um de nós esteja individualmente melhor, porque todos vivemos melhor e mais inteiros. Estes são os meus votos para o ano que agora começa!
A Crise e o Futuro… Domitília Diogo Soares Investigadora
alguma prosperidade e progresso social é necessário mudar de modelo. É necessário criar sinergias positivas, entre perspetivas económicas, mundo do trabalho e vida quotidiana. O objetivo atual, perante esta crise, que parece não ter fim à vista, é o de criarmos um novo modelo económico, social e ecológico. Aqui a nossa cidadania deverá ter uma palavra forte, na afirmação da necessidade um novo modelo de sociedade, com maior justiça social e mais inclusivo. Aqui fica o nosso desafio para 2012! Bom Ano para todos. E mãos à obra, porque ela é de todos nós e será determinante para o nosso futuro e dos nossos filhos.
Apesar de tudo, é tempo de esperança
A A
s sociedades contemporâneas e, particularmente, a sociedade portuguesa são atravessadas por múltiplas crises financeiras, económicas, políticas e sociais, mas também por crises mais profundas ao nível dos valores, da ética e da moral. Os cenários das várias crises financeiras que se fazem sentir em muitos países, especialmente, na Europa e nos Estados Unidos têm reflexos profundos nas decisões governamentais, de cada Estado, as quais vão, consequentemente repercutir-se no quotidiano dos cidadãos. Mas a questão que desde há muito e, particularmente, neste início do ano de 2012, se coloca é a de saber se os cidadãos perderam ou não a confiança nos vários “poderes” públicos que os governam, no seu futuro e no futuro dos seus filhos. O medo do desemprego, da pobreza, o permanente crescimento das desigualdades sociais e regionais cria nos cidadãos, sentimentos de descrença e desânimo. A incapacidade da economia de criar empregos de qualidade, O medo do de gerar um crescimento forte, desemprego, alimenta o pessimismo de todos nós. As crises destes últida pobreza, o mos anos vieram confirmar e permanente acelerar este lento movimento crescimento das de degradação. A crise em desigualdades curso, na nossa opinião, deve sociais e regionais ser considerada como o fim cria nos cidadãos, de um ciclo, ou seja, o esgotamento de um modelo, ao qual sentimentos muitos chamam “neoliberal”. de descrença O período atual deve ser come desânimo. A preendido como o resultado incapacidade da exaustão desse tal modelo da economia de “neoliberal” que teve como picriar empregos de lares os baixos salários e a exqualidade, de gerar ploração dos cidadãos mais fracos, a apropriação por alum crescimento guns dos recursos existentes forte, alimenta nos cofres do Estado e dos reo pessimismo cursos naturais, a carga fiscal de todos nós. excessiva sobre os salários, os comportamentos desviantes, associados à corrupção, designadamente, à fraude e evasão fiscais e aos “crimes de colarinho branco”, etc, etc,. Se se pretende encontrar algum equilíbrio social,
Manuel António Guerreiro do Rosário Padre
pesar: * Dos cenários de crise e das mutações bem visíveis; * De uma quebra na ostentação e no habitual frenesim consumista, embora sejam visíveis sinais de exuberância e excentricidade; * Do flagelo do desemprego, da precariedade, das muitas interrogações quanto ao futuro; * Do sofrimento, da insegurança e da instabilidade … Neste tempo natalício respira-se sempre um ar diferente: * Multiplicam-se os gestos de solidariedade à escala local ou global; * Afirma-se e cresce uma mentalidade mais propensa ao realismo, à contenção e à sobriedade; * Parece ganhar consistência alguma reflexão crítica sobre o nosso modo de vida, o lugar dos valores, e o modelo de desenvolvimento vigente. Para além dos aspetos acima mencionados, para mim, como cristão, o Natal desafia-me a entrar no coração do mistério de um Deus que, por amor, entra na história, partilha a nossa condição, e nos convida a acolhermos a boa notícia de que somos filhos e irmãos, logo, corresponsáveis pelo futuro, nosso e das futuras gerações, e nos pede compromisso, na certeza de que um mundo diferente e melhor é possível e está nas nossas mãos. O Natal recorda-me também S. Francisco de Assis, o “irmão universal”, um homem que sonhou um mundo mais fraterno e menos materialista, e nos legou uma espiritualidade da primazia do Ser, que revolucionou o seu tempo, atravessou os séculos e ecoa ainda hoje nos quatro cantos do mundo. Quero, por isso, terminar este texto com um extrato de uma das suas mais belas mensagens: Senhor: Fazei de mim um instrumento da vossa Paz. Onde houver Ódio, que eu leve o Amor, Onde houver Ofensa, que eu leve o Perdão. Onde houver Discórdia, que eu leve a União. Onde houver Dúvida, que eu leve a Fé. Onde houver Erro, que eu leve a Verdade. Onde houver Desespero, que eu leve a Esperança. Onde houver Tristeza, que eu leve a Alegria. Onde houver Trevas, que eu leve a Luz! Um Santo e Feliz Natal e um Ano Novo alicerçado na Esperança.
Mas não vai ser tarefa fácil, de todo. As medidas governamentais que se avizinham, austeras como ferros de tourear, não deixarão grande margem para o sonho ou para a esperança. Manter o nível de vida adquirido nos últimos 30 anos, embora que fictício e embrulhado na trapaça, não vai ser viável. Mas como diz o povo, PARA PIOR, ANTES ASSIM. PB
Há 50 anos Depois do mau tempo chegará a bonança
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stava 1961 a chegar ao fim. Fora um ano horrível para a ditadura salazarista – o assalto ao paquete “Santa Maria”, o início da luta armada emancipadora em Angola, a tentativa de golpe de Botelho Moniz, o incremento da resistência antifascista, a espetacular fuga de Caxias de oito militantes comunistas, a libertação de Goa do jugo colonial – e a noite de 31 ainda testemunharia a ação militar contra o quartel de Beja... Na edição de 30 de dezembro do “Diário do Alentejo”, no “Varandim da Cidade”, o jornalista Melo Garrido, consciente desses “dias negros”, contornava a censura fascista e, apesar de tudo, deixava uma palavra de esperança; “Foi um dia de cariz triste, este último dia útil do triste ano de 1961. Dia de autêntico Inverno, sem o Sol a dar-nos um único ou pálido sorriso. Choveu quase sempre, uma chuva forte, matraqueada, friorenta. Por isso, tem maior curiosidade, chega a ter significado, esta notícia que, com espanto, recebemos quando de manhã demandávamos a redacção: chegou hoje a Beja a primeira andorinha de 1962! Pusemos dúvidas mas garantiram-nos que a viram no ‘Largo do Bacalhau’ a voar, rente ao chão, talvez um pouco decepcionada com a violência do tempo mas firme nas intenções de estabelecer aqui, desde já, o seu novo período de habitação. Do caso se pode tirar qualquer destas ilações: ou as andorinhas mudaram de costumes, deixando de ser as mensageiras da Primavera para serem as do Inverno; ou então (e esta é a hipótese que perfilhamos) a simpática avezinha que esta manhã andava, alvoroçada, a voar no renovado ‘Largo do Bacalhau’, apressou propositadamente a sua vinda para nos ‘dizer’ que, mesmo nos dias mais tristes, mais negros, devemos albergar sempre um raio de esperança, um voto de fé, porque atrás do mau tempo, mesmo do pior tempo, acabará por surgir um tempo melhor – a almejada bonança. De facto, sempre assim tem sido e há-de continuar a ser.” Também hoje, concidadãos, tenhamos a esperança de que estes tempos desgraçados dos coelhos e portas chegarão ao fim mais cedo do que tarde. Tenhamos a esperança, a certeza até, de que é possível – e necessário! – trilhar outros caminhos, que não este da decadência nacional que nos impõem, e construir um presente melhor. Lutemos, pois, rejeitemos a “inevitabilidade” de sermos cada vez mais explorados, mais oprimidos, mais humilhados pela corja dominante e serventuários, a soldo do grande capital. Lutemos, libertemos Portugal da submissão e do atraso, conquistemos o futuro! Carlos Lopes Pereira
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TODOS OS GOVERNOS passados, desde a nossa entrada na CEE, 13 o governo presente e, em jeito de previsão estelar, todos os governos futuros são culpados pelo estado a que isto chegou. Os governos e as suas políticas de desmembramento social e puramente economicistas e financeiras. A Justiça, em Portugal, ainda terá uma palavra a dizer. PB
- O primeiro-ministro quer democratizar a economia. - A nossa economia consiste em tubarões a comer peixinhos. Como é que se democratiza isso? - Se calhar nem todos têm as mesmas oportunidades. A ideia é permitir que todos os tubarões possam comer peixinhos. Luís Afonso, Bartoon, “Público”, 27 de dezembro
Cartas ao diretor O nosso governo é cego Diamantino António, Funcheira
Não é preciso sermos inteligentes, falamos do nosso país, como é que nós vamos sair da crise da maneira como este Governo está a pedir sacrifícios? O País está parado, não há recuperação económica. Dando um exemplo, na lavoura, a construção e as empresas não têm desenvolvimento, os industriais precisam dos trabalhadores e os trabalhadores precisam dos patrões, se não houver produção e salários, onde é que o Governo vai buscar dinheiro para dar aos gulosos da troika? O dinheiro não se arranja caindo do céu, por isso o Governo não tem juízo, talvez por falta de mentalidade, só indo a um psiquiatra é que lhe poderá dar a cura.
Do Estatuto do Aluno José Caros Albino Messejana
Pelas notícias vindas a lume, quero fazer um alerta. Para as Escolas, mas, também, à sociedade em geral. Podem-se correr riscos por se querer “matar abelhas com carabina”. Falo da criminalização de pais de alunos absentistas e/ou indisciplinados, contida no projeto de novo Estatuto do Aluno. Como vem sendo hábito, parece que perante males sociais a solução passa por mais repressão. Esta lógica já deu e vai dando maus resultados no País. De facto, o absentismo e indisciplina elevado e grave de muitos Alunos é algo que tem que ser combatido. Mas, parece óbvio que estes problemas tem origem em complexas situações sociais e psicológicas, no quadro dos perturbantes tempos da atualidade. Castigar os pais nada resolve, antes, agrava os problemas, criando novas fricções e estigmas. Aguardemos, pois, com ativa atenção crítica pela apresentação do projeto governamental de novo Estatuto do Aluno. Para que não seja o estatuto dos castigos aos “maus pais”. Complexos e difíceis problemas, exigem múltiplas medidas e políticas que ataquem as causas das coisas, na base da tolerância e persuasão.
Políticos fora de prazo José Fernando Batista Aljustrel
Não é a economia e o sistema financeiro que estão em crise. O mal de Portugal e da Europa chama-se política. Os políticos falharam, deixaram-se dominar pelo compadrio, pela corrupção, estão vazios, sem ideias, governaram apenas para os votos e esqueceramse do essencial; as populações que deviam servir. O quadro é demasiado negro e duvido que alguém o conteste, pois o povo está cansado destas políticas, destes roubos, das mentiras e das fantochadas. A democracia nunca estará em causa, não queremos ditadores e ditaduras, mas estes políticos já estão manifestamente fora de prazo e os exemplos da Grécia e Itália são conhecidos. Desde que chegou ao poder um tecnocrata, de seu nome Papademos, sem ligações a partidos, a contestação nas ruas quase desapareceu. Em Itália, outro tecnocrata de prestígio, Mário Monti, formou um governo de gente com prestígio e sem ligações à suja política italiana e as pessoas olham-no com confiança apesar, das duras medidas de austeridade. Quando houver eleições em ambos os países estes senhores provavelmente sairão de cena. Mas estará o povo disposto a hipotecar o seu futuro e a voltar a suportar a hipocrisia, a mentira e a corrupção? Claro que não! A verdade é que há democracia para além da atual política e dos atuais políticos. O povo é quem mais ordena…
Diário do Alentejo 30 dezembro 2011
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Efeméride Efeméride
2 de janeiro de 1918
Tomada de posse dos novos corpos administrativos da Câmara de Beja
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o seguimento das eleições de 4 de novembro de 1917 para o poder local (3.º Governo de Afonso Costa), no início do novo ano, mais precisamente a 2 janeiro de 1918, tomam posse, nos paços do concelho de Beja, os novos corpos administrativos do município. As eleições locais de finais de 1917 realizam-se em Beja num contexto de forte agitação social que tem como pano de fundo a carestia e a falta de géneros provocada pela guerra. A 19 de junho, no seguimento do que já tinha acontecido a 9 e 10 deste mês, os trabalhadores de Baleizão retiram 93 sacos de farinha da estação de caminho de ferro desta localidade e fazem a sua entrega à Junta de Paróquia a fim de que a farinha seja vendida ao preço da tabela (12 centavos / Kg). No dia seguinte, ao repetirem a ação, são recebidos a tiro pela GNR de que resulta um morto e três feridos. Em novembro, na cidade de Beja, os acontecimentos que marcam o quotidiano são as greves dos sapateiros por melhores salários e a dos alunos do liceu contra a recente reforma do ensino. É, pois, neste quadro que se trava a disputa eleitoral entre democráticos e unionistas, as duas formações políticas republicanas com expressão no concelho e no distrito. Como desde o 5 de Outubro de 1910 que o município de Beja é dominado pelo Partido Unionista, os democráticos, com o objetivo da vitória, procuram o apoio do Partido Socialista, integrando na sua lista dois importantes membros desta agremiação política – Bernardo António Pratas e José João Coroa –, aproximação decisiva para a vitória democrática, uma vez que esta acontece apenas por treze votos. Fechadas as urnas e contados os votos ganha a lista de Ezequiel do Soveral Rodrigues, proprietário, Henrique Augusto Silva, advogado, e Luís da Rocha, industrial, e perde a candidatura unionista onde, entre outros, se encontram Gomes Palma, advogado e proprietário, José Martins de Mira Galvão, engenheiro agrónomo, e Cândido de Brito Penedo, que tinha sido administrador do concelho de Beja durante o Governo de Pimenta de Castro. Assim, e em conformidade com os resultados eleitorais, dia 2 de janeiro de 1918, tomam posse o Senado Bejense, tendo como presidente Henrique Augusto Silva, e a Comissão Executiva da Câmara, liderada por Ezequiel Rodrigues, cargos que não chegam a exercer uma vez que o novo poder sidonista dissolve todos os municípios, nomeando em sua substituição comissões administrativas. Desta forma, em Beja, os unionistas que tinham perdido as eleições de 4 de novembro de 1917 regressam ao poder municipal por via da imposição destas comissões administrativas, com o derrotado Cândido de Brito Penedo em Presidente da Câmara Municipal. Constantino Piçarra
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❝ Entrevista
Contribuir para melhorar a qualidade de vida dos que residem na região implica atuar de forma integrada e multidisciplinar, em cada projeto, em cada atividade”.
Associação vê esforço reconhecido a nível nacional e internacional
ADC Moura entra na maioridade com balanço positivo A Associação para o DesenvolUm balanço muito positivo, tendo em conta o emprego gerado, direta e indiretamente, as competências desenvolvidas, no seio da equipa e junto das pessoas e organizações locais, os recursos financeiros atraídos para o território, o reconhecimento entretanto conseguido, quer a nível nacional, quer mesmo ao nível internacional… Alegranos particularmente que este reconhecimento venha associado ao próprio concelho de Moura, que temos ajudado a projetar externamente, através da promoção dos seus múltiplos valores, mas também por via da qualidade do trabalho que apresentamos. Ao longo desse período, certamente muita coisa mudou na região, ao nível económico e social. Que mudanças destaca?
Mudou menos do que se desejaria, quanto aos principais indicadores sociais, particularmente os demográficos, e económicos. Há algumas mudanças notórias (nem todas absolutamente positivas, na minha opinião), ao nível das acessibilidades, de alguns setores agrícolas, do turismo, dos serviços sociais e, por exemplo, das energias renováveis. E há casos muito interessantes de inovação e boas práticas empresariais, demonstrando que é possível investir com sucesso neste território, mesmo em setores não tradicionais. Como o nosso trabalho é feito no terreno, junto das pessoas, das empresas e de outras organizações, temos o privilégio de poder ainda observar inúmeras outras pequenas mudanças, a que atribuímos enorme significado. Recentemente, parece haver também uma mudança importante de contexto, que poderá influenciar positivamente o futuro próximo da região: assistimos a uma revalorização do mundo rural, da sua importância para a produção de alimentos, para a qualidade do ambiente e para o equilíbrio territorial. Nos projetos em que me envolvo atualmente, eu própria testemunho um crescente interesse por “trocar a cidade pelo campo”, para viver, para trabalhar, para investir. A nossa região terá de ser capaz de acolher essas pessoas e aprofundar esta dinâmica. Quais as necessidades que inicialmente detetaram e justificaram a vossa intervenção?
vimento do Concelho de Moura completou 18 anos. Em entrevista ao «Diário do Alentejo», a presidente da associação, Clara Lourenço, classifica o balanço como «muito positivo». Apesar da região não ter mudado tanto quanto se desejaria, a ADC Moura contribuiu para a criação de emprego, desenvolveu competências, atraiu recursos financeiros para o território e viu reconhecido o seu trabalho, quer a nível nacional, quer mesmo ao nível internacional. Texto Alberto Franco DR
Que balanço faz dos 18 anos de existência da associação?
Não estive na génese da associação, mas sei que nasceu da necessidade de construir uma plataforma para a ação cidadã em favor do desenvolvimento deste território, um espaço de reflexão sobre necessidades e oportunidades ligados ao concelho de Moura e à região e de contributo para a construção partilhada de soluções. Atualmente, essas necessidades são diversas?
A necessidade de consolidar espaços de participação cívica, por um lado, e as necessidades (também as oportunidades!), de natureza social e económica, que determinam a vontade de intervir neste território subsistem. Estas, é claro, vão apresentando ao longo do tempo algumas variações, que fazem com que a nossa intervenção vá igualmente seguindo novos rumos e tenhamos de ir abraçando novas áreas de trabalho e novos desafios. A vossa intervenção associa o desenvolvimento, à educação, aos valores ambientais e à valorização do espaço rural. Como se conciliam estas múltiplas vertentes?
Contribuir para melhorar a qualidade de vida dos que residem na região implica atuar de forma integrada e multidisciplinar, em cada projeto, em cada atividade. Creio que esta atitude permanente distingue as
associações de desenvolvimento local de outras entidades, habitualmente especializadas num determinado setor. Dificilmente acedemos, como nestas, a uma compreensão tão abrangente das realidades locais, que considero indispensável à consecução dos objetivos do desenvolvimento sustentável, necessariamente integradores das dimensões económica, social e ambiental. É claro que isso é muito difícil de fazer, quando se depende da aprovação de projetos em programas cada vez menos abertos a uma abordagem multidisciplinar. Somos obrigados a decompor a estratégia de ação delineada em múltiplos sub-projetos, reduzindo as possibilidades de a realizar integralmente e nos tempos previstos. Como avaliam as potencialidades, naturais e outras, do concelho de Moura?
O concelho de Moura é imensamente rico, em património cultural e natural. Mas não está imune a um problema tão habitual que é “darmos pouco valor ao que temos ao pé da porta, ao que vemos todos os dias”. Por isso, uma componente presente em todos os nossos projetos é a criação de oportunidades, particularmente através da demonstração, para as pessoas conhecerem melhor e aprenderem a dar valor a este património, que é seu e único, contribuindo para a renovação do sentimento de pertença e identidade territorial e, sempre que possível, tornando-o interessante numa perspetiva económica, de criação de emprego e de rendimentos. Dos muitos projetos em que a ADC Moura esteve, ou está, envolvida, quais os que destaca?
Todos foram importantes, mesmo os mais pequenos, embora alguns sejam verdadeiramente emblemáticos na vida da associação, como os projetos Roda-Viva (PIPPLEA, 1999-2001) e Empreender Mais e Melhor (EQUAL, 2005-2008), o primeiro porque marcou o arranque de um amplo trabalho de proximidade e de animação territorial, com presença de animadores locais em todas as aldeias do concelho; o segundo, por ter obrigado à elaboração de um “produto final”, um documento de sistematização, induzindo uma mudança importante nas técnicas internas de registo e análise crítica dos projetos e, sobretudo,
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“Uma componente presente em todos os nossos projetos é a criação de oportunidades, particularmente através da demonstração, para as pessoas conhecerem melhor e aprenderem a dar valor a este património, que é seu e único, contribuindo para a renovação do sentimento de pertença e identidade territorial e, sempre que possível, tornando-o interessante numa perspetiva económica, de criação de emprego e de rendimentos.
definindo uma nova política de comunicação dos mesmos, assente na disseminação dos seus resultados e na proposição política, que passou a integrar os processos de trabalho em todos os novos projetos. A participação em diversos projetos EQUAL foi também fundamental para o alargamento das redes de trabalho nacionais e internacionais, em particular na área do apoio à criação de empresas e ao empreendedorismo. No momento atual, são especialmente relevantes os projetos Encontros (Escolhas, 2006-2012), dedicado à integração escolar e social das comunidades ciganas de duas aldeias do concelho, e MEDISS (MED, 20092012), que tem como objetivo a consolidação duma rede mediterrânica ligada aos aromas e sabores e através do qual se tem contribuído particularmente para o desenvolvimento da fileira das plantas aromáticas e medicinais no Alentejo. Todos os projetos se sustentam num conjunto base de princípios que concretizam a missão da ADCMoura e em modos de fazer comuns que lhes conferem uma certa identidade. Estão sempre nas nossas intervenções, seja qual for a área de ação, a promoção da participação e do empoderamento
das pessoas e organizações com que trabalhamos, seja num âmbito territorial ou setorial, ou a transmissão de valores associados à responsabilidade social e ambiental e à igualdade de oportunidades, mesmo quando apoiamos a criação de uma microempresa, ou uma abordagem permanente de investigação-ação, com tónica na experimentação de processos e ferramentas de trabalho inovadores e plenamente ajustados aos problemas locais a que se pretende responder. Os Percursos de Rodapé são uma das vossas iniciativas mais conhecidas. Em que consistem, quando começaram e quantas pessoas já participaram neles?
São percursos pedestres, de bicicleta ou em canoa, baseados na descoberta de valores naturais e culturais do nosso território. Há sempre um tema, ligado a uma localidade, e um guia, que pode ser um cientista, especializado em aves, em arqueologia, em geologia…, ou uma pessoa desse mesmo local, agricultor, pastor, antigo contrabandista… Começaram em 2001 (sete percursos por ano, todos os anos) e já neles participaram cerca de oito centenas de pessoas, de diversos pontos do país.
As associações de desenvolvimento local são ainda, muitas vezes, as principais reservas de recursos humanos qualificados e de conhecimento que encontramos em locais distantes dos grandes centros urbanos. Quantas pessoas trabalham, direta e indiretamente, na associação?
Neste momento, somos uma equipa de 11 pessoas, nem todas a tempo inteiro. Mais seis, contando com professores e formadores. Este número variou muito ao longo do tempo, por estar dependente da existência de projetos que possibilitem o seu financiamento. Em todo o caso, mesmo quando passamos por fases de relativa estabilidade, com diversos projetos plurianuais, nunca
somos muitos mais. Sempre optámos por trabalhar com parceiros especializados nas áreas que não dominamos. Apesar das dificuldades, que serão certamente mais gravosas em tempos de crise, continua a valer a pena apostar no desenvolvimento regional?
Em tempo de crise, é ainda mais evidente a importância da ação da ADCMoura e das outras organizações da economia social e solidária, que se revelam como verdadeiras bolsas de emprego em zonas de fragilidade económica e de prestação de serviços de proximidade junto dos públicos mais desfavorecidos, realizando projetos de relevante interesse público. As associações de desenvolvimento local são ainda, muitas vezes, as principais reservas de recursos humanos qualificados e de conhecimento que encontramos em locais distantes dos grandes centros urbanos. Aí, o papel que desempenham na animação territorial, na formação pessoal e profissional, no apoio à iniciativa, na transferência de informação e de inovação, entre outros, é insubstituível, embora nem sempre devidamente reconhecido e valorizado.
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Basquetebol profissional em Vendas Novas
A Taça da Liga Profissional de Basquetebol no Pavilhão Municipal de Vendas Novas, nos dias 21 e 22 de janeiro de 2012, com a participação das equipas do F.C.Porto, Ovarense, Barreirense e S.L.Benfica, atual detentor do troféu.
Desporto
Reforços no Futebol Clube de Serpa
O avançado Fábio Pardal, de 26 anos, ex-Desportivo de Beja e o defesa Ivo Cruz, de 22 anos, ex-Moura são os novos reforços da equipa do Serpa, comandada pelo professor Hugo Felício.
Odemira apoia associativismo O Município de Odemira vai distribuir cerca de 175 mil euros pelo movimento associativo desportivo do concelho, composto por 31 clubes e associações, com o objetivo de promover a prática desportiva entre a população local.
Primeira etapa termina hoje no castelo de Beja
Beja na rota do Portugal/Dakar turístico e solidário Termina esta tarde na cidade de Beja a primeira etapa do Portugal/Dakar Challenge, evento que ao longo de quinze dias, e outras tantas tiradas, fará a ligação entre a cidade portuguesa do Cartaxo e a capital senegalesa. Texto Firmino Paixão Fonte e Fotos e Infografia PortugalDakar.com
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projeto Portugal/Dakar nasceu em 2009 com o objetivo de, segundo os promotores, recriar a aventura mítica do Rally Paris/Dakar, sem intuito competitivo mas apenas numa vertente lúdica e turística. Trata-se de um projeto único a nível nacional, com caráter de desafio e sem qualquer variante competitiva que não seja uma simbólica corrida no lago Rosa, no penúltimo dia do evento. Entre as quinze etapas que constituem o percurso, duas disputam-se em território nacional, Cartaxo/Beja e Beja/ Portimão, antes da travessia para o continente africano das 30 equipas inscritas. As tripulações concorrentes estarão no “controlo de chegada” da primeira etapa (haverá um controlo de passagem em Alenquer) junto ao castelo de Beja, cerca das 18 horas. Após o controlo será oferecido às equipas um brinde de boas vindas, com a presença de representantes do executivo do município de Beja. Logo a seguir os veículos percorrerão um circuito pelas principais artérias da capital do Baixo Alentejo. A organização deste evento que tem o lema “A Aventura Mítica Continua Viva” celebrou com o antigo futebolista internacional Paulo Futre, um acordo em que esta, cada vez mais mediática, figura do futebol português, se constitui como “embaixador oficial do Portugal/Dakar Challenge”. O próprio Paulo Futre será o anfitrião das equipas no arranque da cidade do Cartaxo, cabendo-lhe chamar as equipas para o alinhamento de partida da primeira tirada deste desafio e aventura pelas areias e estradões africanos, depois de cumpridas as duas primeiras etapas no nosso país.
O PERCURSO 1.ª Etapa (30/Dez): Cartaxo / Beja; 2.ª Etapa (31/Dez): Beja / Portimão; 3.ª Etapa (01/Jan): Portimão / Rabat 4.ª Etapa (02/Jan): Rabat / Marraquexe; 5.ª Etapa (03/Jan): Marraquexe / Fort Bou Jerif; 6.ª Etapa (04/Jan): Fort Bou Jerif / Desert Camp I; 7.ª Etapa (05/Jan): Desert Camp I / Sahara Desert; 8.ª Etapa (06/Jan): Sahara Desert / Dakhla; 9.ª Etapa (07/Jan): Dia livre; 10.ª Etapa (8/Jan): Dakhla / Arkeiss; 11.ª Etapa (9/Jan): Arkeiss / Teishott; 12.ª Etapa (10/Jan: Teishott / Nouakchott; 13.ª Etapa (11/Jan): Nouakchott / St.Louis; 14.ª Etapa (12/Jan): St.Louis / Lac Rose Camp; 15.ª Etapa (13/Jan): Lac Rose Camp / Dakar.
A componente solidária que está definida, segundo a organização, é um projeto humanitário com intervenção no terreno e ao longo do continente africano, desenvolvida quer pela iniciativa dos próprios participantes, quer pela ação da própria organização, através da parceria celebrada com uma clínica médica. No âmbito da intervenção das equipas que integram o Portugal/Dakar Challenge foi criada uma bolsa de equipamentos escolares e educativos que serão destinadas a estabelecimentos escolares marroquinos antecipadamente referenciados. O suporte humanitário subjacente à organização terá a intervenção de um clínico de medicina dentária e a sua intervenção incidirá na realização de rastreios orais em crianças, oferta de brochuras pedagógicas e de um kit de produtos de higiene oral.
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O treinador Fernando Piçarra, que em novembro último deixou o comando do Moura Atlético Clube é agora o novo técnico do Vasco da Gama da Vidigueira, rendendo Luís Varela. Trata-se do terceiro treinador do clube durante a presente época, que começou a temporada com Hugo Relíquias no banco.
Foi importante que tivéssemos passado primeiro pela fase das grandes dificuldades. O futebol é fértil nessas coisas, mas não há muitas situações em que se resista à falta de resultados.
Sinto orgulho nestes jogadores
O Aljustrelense está a recuperar posições na classificação e, nas hostes mineiras, ainda se pensa num lugar entre os seis primeiros da tabela garantindo a manutenção logo na primeira fase da prova. Texto e foto Firmino Paixão
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Que balanço faz deste período em que esteve a liderar o Mineiro Aljustrelense?
Foi importante que tivéssemos passado primeiro pela fase das grandes dificuldades. O futebol é fértil nessas coisas, mas não há muitas situações em que se resista à falta de resultados. Quando vim para o Aljustrelense sabia as limitações que vinha encontrar, tinha falado com os responsáveis do clube, que me puseram ao corrente dos constrangimentos e das dificuldades que o Aljustrelense atravessava. Depois as jornadas foram passando e os resultados não foram surgindo, na verdade passámos por um momento menos bom. Entretanto a equipa já recebeu alguns reforços...
Conseguimos alguns reforços que fortaleceram um pouco mais o plantel e deram mais alguma qualidade à equipa, mas também devemos sublinhar que temos aqui jogadores bastante experientes, que são da casa, que gostam do clube e que conseguem transmitir o que é a sua mística, e isso é um fator muito importante e determinante na união do grupo. A equipa tinha uma base sólida que vive intensamente o Mineiro...
O futebol e a sua evolução José Saúde
Eduardo Rodrigues quer a manutenção
percurso do Aljustrelense na 3.ª Divisão Nacional, neste tempo de contenção, não tem sido fácil. O treinador Eduardo Rodrigues assume ter conhecido previamente as dificuldades que iria encontrar, mas teve a coragem de não virar as costas ao desafio, apesar da fragilidade do plantel e de os resultados não estarem a corresponder às expetativas. Depois, houve oportunidade para fortalecer o grupo e, no último mês de competição, começaram a surgir os resultados, ou seja a equipa começou a pontuar até fora de casa e a recuperação na tabela é uma realidade. O treinador Eduardo Rodrigues ainda tem esperança que o executivo tricolor lhe disponibilize mais recursos, mas acredita que os objetivos possam ser alcançados ainda na primeira fase do campeonato.
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Eduardo Rodrigues, técnico do Mineiro Reforços troxeram mais qualidade à equipa
Sim, e conseguimos construir um misto com mais qualidade, com os jogadores que vieram e com a experiência e, refira-se, não menos qualidade, dos que estavam cá dentro. Por exemplo o Estebaínha, Nuno Alves, Nelson Raposo, Paulo Serrão, Nuno Martins e o Duarte Patrício, todos eles são atletas da casa, têm sido jogadores incansáveis e tem ajudado bastante o nosso grupo. E o que espera conseguir no futuro?
Pela forma como as coisas correram no último mês e pelo que fizemos nesse período, sinto-me bastante orgulhoso com os meus jogadores. É verdade que podíamos ter ganho ao Fabril, mas entrámos mal no jogo e oferecemos meia parte ao adversário, sofrendo três golos nos primeiros dez minutos. Não é fácil dar a volta a estas coisas. Mas estou muito satisfeito com os meus jogadores, e pelo empenho que tenho sentido da sua parte parece-me que podemos acreditar que será possível recuperar um pouco mais. Temos que acreditar num futuro melhor. Vai manter este plantel ou é ainda possível a vinda de mais reforços?
O plantel continua desequilibrado. Temos alguma qualidade mas continuamos com desequilíbrios. Só temos dezasseis jogadores, mas durante este período de descanso
vamos conversar e tentar melhorara a situação. Se houver possibilidade de melhorar será otimo, mas se não houver essa hipótese vamos trabalhar com a equipa que temos e que nos dá boas garantias para o futuro. Acredita na manutenção do Mineiro?
Sim, gostaria de trabalhar para assegurar a manutenção logo na primeira fase, entrando nos primeiros seis classificados, para ficarmos logo descansados. Mas se não conseguirmos esse importante objetivo certamente que o conseguiremos concretizar depois na segunda fase do campeonato. O campeonato recomeça com uma deslocação a Lagoa, uma equipa que luta pelos mesmos desígnios...
São duas equipas da mesma zona da tabela, que disputarão o jogo com alguns receios. Quem ganhar esse jogo ficará mais perto dos primeiros seis classificados da tabela, e nós vamos lá com esse pensamento porque as coisas nos têm saído bem fora de casa, pelo menos este ano. No novo ano espero que possamos entrar com o pé direito e que as coisas se resolvam logo favoravelmente para que, de uma vez por todas, comecemos a olhar para cima e não só a olhar para baixo.
Em 1925, o futebol bejense iniciou o seu processo com a oficialização da Associação de Futebol de Beja. No ano seguinte, 1926, constituiu-se a primeira direção, sendo o presidente Artur Silva Dias, um homem que assumiu o comando do leme de um barco predestinado a deslindar encrespadas tempestades. O seu trabalho fora árduo e em 1929 deixou o cargo. Do período que mediou os anos de 1930 e 1935 não existem registos oficiais relativamente ao precursor das lides associativas. Em 1936, surgiu à ribalta o Dr. António Fernando Covas Lima que pegou nas rédeas da Associação e lhe transmitiu uma maior consistência no seu conteúdo desportivo. Recuando no tempo, cito que o futebol na velha Pax Júlia foi introduzido na cidade por um grupo de estudantes que em 1906 o deram a conhecer, na sequência do surgimento do desporto-rei em Portugal, no ano de 1888. A sua evolução, porém, conheceu épocas em que a implementação se cruzou com equidistantes opções humanas que revelaram consensuais opiniões quando em causa estava o progresso do jogo da bola no seu contexto geral. Ávido de avanços num dirigismo considerado ancestral, o homem sonhava e perspetivava um futuro próspero. Um sonho que ganhou garras e que, a espaços, se tornou realidade. Hoje, à beira de cruzarmos o novo ano de 2012, reflito: o que será o futuro do futebol bejense? O Desportivo de Beja, bandeira da região do futebol do antigamente, anda pelas ruas da amargura. Os históricos, em geral, permanecem recatados. Não há investimentos. A classe dirigente é cada vez mais escassa. Perdeu-se, em parte, o fulgor do clubismo. O público abandonou os seus lugares cativos. Atualmente só o Moura AC, 2ª divisão nacional, permanece no topo. Aljustrelense e Despertar “arrastam-se” na 3ª. Vive-se, agora, a ênfase do distrital. Até quando?
Diário do Alentejo 30 dezembro 2011
Fernando Piçarra comanda em Vidigueira
Diário do Alentejo 30 dezembro 2011
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Triatlo Técnico Jovem em Castro Verde
A Associação de Atletismo de Beja organiza no próximo dia 14 de janeiro de 2012, na Pista de Atletismo de Castro Verde, o Triatlo Técnico Jovem 2012 e um conjunto de provas extra.
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“BTT Baleizão” em janeiro na Casa do Povo
O Núcleo de BTT da Associação Juventude Baleizoeira apresentará a sua equipa de “BTT Baleizão” no próximo dia 15 de janeiro, pelas 9 horas, na Casa do Povo daquela freguesia.
Faço isto com muito gosto e por me sentir útil à sociedade, não é bem numa vertente de missão, mas lá no fundo está esse objetivo de mudar o mundo.
Clube Natureza de Alvito em crescimento
A Natureza é cenário de campeões Fundado em setembro de 1995, o Clube de Natureza de Alvito tem conhecido um percurso de progressiva diversificação das modalidades e valorização dos seus atletas. Texto e foto Firmino Paixão
T
endo a orientação como modalidade mãe de todas as suas atividades, o Clube de Natureza de Alvito abraçou, desde a sua fundação, o significativo lema “Desporto, Natureza e Aventura no Alentejo” e diz ter as suas portas abertas a quem se preocupe com a vida e com os outros, queira praticar desporto e colaborar com um projeto do tamanho
do mundo. À atividade principal, já acrescentou o triatlo, o pedestrianismo, o BTT, o badmington, a natação, o ténis de mesa e o atletismo, sendo esta, a segunda modalidade do clube e aquela que lhe tem oferecido melhores resultados. O rosto mais visível do projeto é Joaquim Patrício, 63 anos, e que há cerca de 20 chegou ao Alentejo e fez nascer este projeto. Atleta, técnico e dirigente é quem melhor conhece o percurso deste exemplo desportivo na região. O clube atravessa um bom momento, tem sempre os seus atletas entre os primeiros?
Sim, mas não é o mais importante para o clube, gostamos de ter sucesso, mas ele está muito dependente do querer dos atletas. Temos outros sucessos bem mais importantes, nomeadamente ter a população de Alvito e arredores a praticar as modalidades que oferecemos. Temos um projeto que evolve os miúdos entre os sete e os 11 anos, com as escolinhas desportivas, e isso é que é mesmo a essência do desporto que nós queremos. Claro que também temos as outras atividades. No atletismo estamos sempre mais ou menos bem e
Gostamos de ter sucesso, mas ele está muito dependente do querer dos atletas. Temos outros sucessos bem mais importantes, nomeadamente ter a população de Alvito e arredores a praticar as modalidades que oferecemos. fazemos um grande esforço, quer no triatlo, quer na orientação. São modalidades modernas, ligadas à natureza e com outra abertura que, além de mais, são individuais e no Alentejo são as modalidades que devemos privilegiar porque a população é tão pequena que temos que ir por aí. Um conjunto de modalidades que têm a natureza como denominador comum e que também é o desígnio do clube?
Tentamos usufruir da natureza de uma maneira desportiva, daí que tenhamos atividades como o BTT e o pedestrianismo. Até já temos ativo um grupo de caminheiros e no BTT aproveitamos como preparação para a orientação em BTT ou para o triatlo. Fazemos algumas maratonas e colaboramos muito com autarquias e com outras associações desportivas do concelho. Com a natureza em pano de fundo existe um laboratório de campeões?
Não será bem um laboratório. É outra coisa que não se pode designar assim. Diria que é a formação desses homens enquanto atletas e a formação coletiva dentro deste clube, que faz com que aqueles que têm capacidades intrínsecas tenham sucesso no futuro. Efetivamente, tem acontecido inúmeras vezes, mas isso requer muito trabalho, quer da parte dos dirigentes e técnicos, quer da parte dos atletas. E tem sido gratificante para nós, daí que eu esteja
há quase vinte anos nesta região a fazer este trabalho e mantenhome ligado a ele porque vale a pena trabalhar com esses moços que depois se fazem homens. Agora já temos vários licenciados por aí que continuam a praticar, alguns a alto nível. O João Figueiredo é um desses exemplos?
Sim o João “Mega” será, certamente, o melhor orientador nacional. Ao mesmo tempo está a fazer o seu curso de engenheiro mecânico no Instituto Superior Técnico e isso é muito gratificante para mim. Infelizmente o rumo que o País está a levar é que é algo que me deixa deprimido. Ainda esta semana realizamos o Dia do Atletismo com todos os miúdos das escolas e tive a colaboração de seis atletas e exatletas que são licenciados mas que estão todos desempregados. Os recursos procuram-se, aperfeiçoam-se e tornam-se campeões, ao mesmo tempo que se fazem engenheiros, médicos, gestores. É um orgulho...
Olhe, muito orgulho e um grande gosto, porque esses jovens são excecionais, conseguem fazer os seus cursos e continuam a fazer desporto nestas condições, daí que eu tenha um grande orgulho porque consegui que eles crescessem dessa maneira saudável e profícua, porque completam rapidamente os seus cursos. Ainda há algum tempo eram tão pequeninos e agora já são licenciados. Faço isto com muito gosto e por me sentir útil à sociedade, não é bem numa vertente de missão, mas lá no fundo está esse objetivo de mudar o mundo. Os apoios foram sempre escassos e agora vão rareando?
Felizmente aqui em Alvito não acontece muito isso. As coisas estão bem coordenadas em termos económicos e financeiros nestas autarquias e, apesar das grandes quebras nas receitas vindas do Estado, as nossas autarquias vão garantindo um apoio suficiente para podermos cumprir a nossa missão. Gasta-se aquilo que é possível mas para fazer muito e ao menor custo
Sexta-feira, 30 DEZEMBRO 2011 Nº 1549 (II Série)
Diário do Alentejo nº 1549 de 30/12/2011 Única Publicação
ASSOCIAÇÃO HUMANITÁRIA DE BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DE ALMODÔVAR
institucional diversos Diário do Alentejo nº 1549 de 30/12/2011 Única Publicação
CÂMARA MUNICIPAL DE CASTRO VERDE
CONVOCATÓRIA Nos termos da alínea a) do Art°. 37.° dos Estatutos desta Associação e para efeitos do disposto na alínea h) do n.° 2 do Art.º. 36.° e da alínea b), n.° 2 do Art.° 40.º dos mesmos Estatutos, convocam-se de harmonia com o n.° 1 do Art.° 41.° dos já mencionados Estatutos, todos os associados efectivos no pleno gozo dos seus direitos, para a ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA a realizar no próximo dia 30 de Dezembro de 2011, pelas 18 e 30 horas, na sede desta Associação, com a seguinte ORDEM DE TRABALHOS: Primeiro ponto: APRECIAR E VOTAR O PLANO DE ACTIVIDADES E ORÇAMENTO PARA O ANO DE 2012 E PARECER DO CONSELHO FISCAL Segundo ponto: TOMADA DE POSSE DOS ÓRGÃOS SOCIAIS ELEITOS PARA O TRIÉNIO 2012/2014 Não estando presentes a maioria dos associados, no dia e hora designados, a Assembleia funcionará trinta minutos depois, com qualquer número de presenças, conforme determina o n.° 1 do Art.° 42.° dos mesmos Estatutos. Para constar se passou a presente convocatória e outras de igual teor que vão ser afixadas na sede da Associação e outros locais julgados de interesse para o efeito e publicitada conforme determina o já mencionado n.° 1 do Art.° 41.° dos Estatutos da Associação. Almodôvar, 19 de Dezembro de 2011
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EDITAL N.º 98/2011 CONCURSO PÚBLICO PARA VENDA DE PASTAGENS Francisco José Caldeira Duarte, Presidente da Câmara Municipal de Castro Verde: Torna público, nos termos da alínea h) do n.º 2 do art. 68.º da Lei nº 169/99, de 18 de Setembro, com as alterações introduzidas pela Lei nº 5-A/2002, de 11 de Janeiro, que na sequência do seu despacho de 21 de Novembro de 2011, se encontra aberto concurso público para venda de pastagens, em três talhões de terreno, património desta Autarquia, conforme abaixo discriminado.
O Presidente da Mesa da Assembleia Geral, João de Deus Lopes Pereira
1. Local e data limite para apresentação das propostas: As propostas deverão ser entregues até às 17:30 horas do dia 13 de Janeiro de 2012, sob pena de não serem admitidas, na Secção Financeira e Património ou remetidas pelo correio sob registo e com aviso de recepção. 2. Prazo de utilização: Um ano a contar da data da adjudicação. 3. Forma de apresentação e elementos que devem acompanhar a proposta: A proposta devidamente datada e assinada e redigida em língua portuguesa ou acompanhada de tradução devidamente autorizada, deve conter a identificação do proponente (Nome, Morada, N.º Bilhete de Identidade ou Cartão de Cidadão e Número de Identificação Fiscal), bem como o preço proposto, e deverão ser dirigidas ao presidente da Câmara Municipal, em carta fechada, em cujo rosto deverá constar a indicação: “Proposta para compra de pastagem” bem como a identificação do talhão de terreno a que concorre. Não serão consideradas propostas apresentadas com valor inferior ao valor base. 4. Abertura das propostas: A abertura das propostas recebidas terá lugar no Edifício dos Paços do Município – Salão Nobre e realizar-se-á pelas 10 horas do dia útil que se seguir ao expirar do prazo para entrega das propostas. Ao acto público pode assistir qualquer interessado, apenas podendo nele intervir os concorrentes e seus representantes legais, devidamente credenciados. 5. Adjudicação: O critério para a Adjudicação será feito segundo o preço mais alto das propostas apresentadas. Em caso de empate, será aberto, após leitura das propostas, licitação verbal entre os concorrentes presentes, não sendo permitidos lanços inferiores a 20€ (vinte euros). 6. Modalidade de pagamento: No prazo de cinco dias úteis depois da notificação da adjudicação, de uma vez só. Se solicitado por escrito poderá ser efectuado em duas prestações, sendo a primeira paga cinco dias após a notificação da adjudicação e a segunda prestação no semestre seguinte. 7. Interpretação das cláusulas e casos omissos: Qualquer dúvida que seja suscitada na interpretação de algumas cláusulas deste edital, ou verificando-se existirem casos omissos, será a mesma esclarecida, ou suprida a omissão, por despacho do Presidente da Câmara. Para conhecimento geral se publica este e outros de igual teor, aos quais, para os devidos efeitos, vai ser dada a devida publicidade. Castro Verde, 26 de Dezembro de 2011 O Vice-Presidente com competência delegada por despacho do Presidente da Câmara de 02 de Novembro de 2009, António João Fernandes Colaço
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Diário do Alentejo 30 dezembro 2011
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Laboratório de Análises Clínicas de Beja, Lda. Dr. Fernando H. Fernandes Dr. Armindo Miguel R. Gonçalves Horários das 8 às 18 horas; Acordo com beneficiários da Previdência/ARS; ADSE; SAMS; CGD; MIN. JUSTIÇA; GNR; ADM; PSP; Multicare; Advance Care; Médis FAZEM-SE DOMICÍLIOS Rua de Mértola, 86, 1º Rua Sousa Porto, 35-B Telefs. 284324157/ 284325175 Fax 284326470 7800 BEJA
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DR. JAIME LENCASTRE Estomatologista (OM) Ortodontia
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JORGE ARAÚJO Assistente graduado de ginecologia e obstetrícia ULSB/Hospital José Joaquim Fernandes Consultas e ecografia 2ªs, 4ªs, 5ªs e 6ªs feiras, a partir das 14 e 30 horas Marcações pelo tel. 284311790 Rua do Canal, nº 4 - 1º trás 7800-483 BEJA
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DOENÇAS DO SISTEMA Fisiatria – Dr. Carlos Machado Psicologia Educacional – Elsa Silvestre Psicologia Clínica – M. Carmo Gonçalves Tratamentos de Fisioterapia – Classes de Mobilidade – Classes para Incontinência Urinária – Reeducação dos Músculos do Pavimento Pélvico – Reabilitação Pós Mastectomia
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Diário do Alentejo 30 dezembro 2011
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Dr. Sidónio de Souza – Pneumologia/Alergologia/ Desabituação tabágica – H. Pulido Valente
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Familiar – Membro Efectivo da Soc. Port. Terapia Familiar e da Assoc. Port. Terapias Comportamental e Cognitiva Alentejo. Dr. Rogério Guerreiro – Naturopatia Dr. Gaspar Cano – Clínica Geral/ Medicina Familiar Dr.ª Nídia Amorim – Psicomotricidade/Educação Especial e Reabilitação (dificuldades específicas de aprendizagem/ dislexias) Dr. Sérgio Barroso – Oncologia – H. de Beja Drª Margarida Loureiro – Endocrinologia/Diabetes/ Obesidade – Instituto Português de Oncologia de Lisboa Dr. Francisco Fino Correia – Urologia – Rins e Vias Urinárias – H. Beja Dr. Daniel Barrocas – Médico Interno de Psiquiatria –
_______________________________________ Manuel Matias – Isabel Lima – Miguel Oliveira e Castro – Jaime Cruz Maurício
Hospital de Santa Maria Dr. Carlos Monteverde – Chefe de Serviço de Medicina Interna, doenças de estômago, fígado, rins, endoscopia digestiva. Dr.ª Ana Cristina Duarte – Pneumologia/Alergologia
Ecografia | Eco-Doppler Cor | Radiologia Digital Mamografia Digital | TAC | Uro-TC | Dental Scan Densitometria Óssea Nova valência: Colonoscopia Virtual
Respiratória/Apneia do Sono – Assistente Hospitalar Graduada – Consultora de Pneumologia no Hospital de Beja Dr.ª Isabel Martins – Chefe de Serviço de Psiquiatria de Infância e Adolescência/Terapeuta familiar – Centro
Acordos: ADSE; PT-ACS; CGD; Medis, Multicare; SAMS; SAMS-quadros; Allianz; WDA; Humana; Mondial Assistance. Graça Santos Janeiro: Ecografia Obstétrica
Hospitalar do Baixo Alentejo Dr.ª Paula Rodrigues – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr.ª Luísa Guerreiro – Ginecologia/Obstetrícia Dr.ª Ana Montalvão – Hematologia Clínica /Doenças do
Marcações: Telefone: 284 313 330; Fax: 284 313 339; Web: www.crb.pt Rua Afonso de Albuquerque, 7 r/c – 7800-442 Beja e-mail: cardiologiabeja@mail.telepac.pt
Sangue – Assistente Hospitalar – Hospital de Beja Dr.ª Ana Cristina Charraz – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr. Diogo Matos – Dermatologia. Médico interno do Hospital Garcia da Orta. Dr.ª Joana Freitas – Cavitação, Lipoaspiração não invasiva,indolor e não invasivo, acção imediata, redução do tecido adiposo e redução da celulite
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Diário do Alentejo 30 dezembro 2011
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Diário do Alentejo 30 dezembro 2011
AGRADECIMENTO
PARTICIPAÇÃO
Jacinto Fialho Carapeto de Almeida Nasceu 20.06.1937 Faleceu 24.12.2011
Faleceu o Exmo. Sr. Jacinto Fialho Carapeto de Almeida, natural de Selmes, solteiro. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 25, da casa mortuária de Alcaria da Serra para o cemitério local. AGÊNCIA FUNERÁRIA ESPÍRITO SANTO, LDA. Rua Das Graciosas, 7 7960-444 Vila de Frades/Vidigueira Tm.963044570 – Tel. 284441108
Évora
PARTICIPAÇÃO
Francisco Anacleto Raposo “O único valor que considero revolucionário é a bondade, que é o único que conta” (José Saramago) Sua esposa, filho, nora e demais família vêm por e s te m e i o a gra d e c e r a todas as pessoas que se dignaram tomar parte das cerimónias fúnebres, ou q u e d e o u t ra fo r m a s e lhes associaram na dor no funeral que se realizou no dia 16 de Dezembro pelas 16 horas em Santana de Cambas, Distr ito de Mértola. A todos vocês, um grande e sincero Obrigado!
MISSA
António Cristeta Salvadinha
Selmes
PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO
Nasceu 06.05.1932 Faleceu 26.12.2011
Faleceu o Exmo. Sr. António Cristeta Salvadinha, natural de Vimieiro casado com a Exma. Sra. Maria Narcisa Prates. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 27, da capela dos Álamos em Évora para o cemitério do Espinheiro. AGÊNCIA FUNERÁRIA ESPÍRITO SANTO, LDA. Rua Das Graciosas, 7 7960-444 Vila de Frades/Vidigueira Tm.963044570 – Tel. 284441108
Cartório da notária Mariana Raquel Tareco Zorrinho Vieira Lima, sito na Rua Condes da Boavista, n.° 20 em Beja
3º Ano de Eterna Saudade
Sua mãe, irmã e restante família participam que será celebrada missa pelo seu eterno descanso no dia 02/01/2012, na Igreja do Car mo em Beja, às 18h30m, agradecendo desde já a todos os que se dignarem comparecer ao acto religioso.
PARTICIPAÇÃO Selmes
PARTICIPAÇÃO
José Oliveira Esposa, filhos, genros, noras, netos, bisnetos e restante família cumprem o doloroso dever de participar o falecimento do seu ente querido ocorrido no dia 27/12/2011, e na impossibilidade de o fazer pessoalmente agradecem por este meio a todas as pessoas que o acompanharam à sua última morada ou que de outro modo manifestaram o seu pesar.
AGÊNCIA FUNERÁRIA POPULAR BEJENSE, LDA. A Agência mais antiga de Beja Rua António Sardinha, 12 – 7800-447 Beja (frente ao balneário público) Funerais, trasladações e cremações para todo o país e estrangeiro
Preços baixos com facilidades de pagamento Urnas de todos os tipos e preços Trata de toda a documentação relacionada com funerais
Nasceu 17.12.1948 Faleceu 25.12.2011
CARTÓRIO NOTARIAL
JUSTIFICAÇÃO
António Luís Lampreia Aleixo Engrossa
Vila de Frades
José Maria Pavanito Miguinhas
Diário do Alentejo nº 1549 de 30/12/2011 Única Publicação
FUNERAL SOCIAL €379,12 No seu interesse peça-nos orçamento José Oliveira Nasceu 07.03.1920 Faleceu 27.12.2011
Faleceu o Exmo. Sr. José Maria Pavanito Miguinhas, natural de Vila de Frades, Viúvo. O funeral a cargo dest a Ag ê n c i a re a l i zo u - s e no passado dia 26, da casa mor tuár ia de Vila de Frades para o cemitério local.
Faleceu o Exmo. Sr. José Oliveira, natural de Selmes, casado com a Exma. Sra. Maria da Graça Pólvora. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 28, da casa mortuária de Selmes para o cemitério local.
AGÊNCIA FUNERÁRIA ESPÍRITO SANTO, LDA.
AGÊNCIA FUNERÁRIA ESPÍRITO SANTO, LDA.
Rua Das Graciosas, 7 7960-444 Vila de Frades/Vidigueira Tm.963044570 – Tel. 284441108
Rua Das Graciosas, 7 7960-444 Vila de Frades/Vidigueira Tm.963044570 – Tel. 284441108
SERVIÇO PERMANENTE
TIm. 968 051 518 — 965 217 456 Tel. 284 323 555 — 284 322 684
CAMPAS E JAZIGOS DECOR AÇÃO CONSTRUÇÃO CIVIL “DESDE 1800” Rua de Lisboa, 35 / 37 – Beja Estrada do Bairro da Esperança Lote 2 Beja (novo) Telef. 284 323 996 – Tm.914525342
marmoresmata@hotmail.com
DESLOCAÇÕES POR TODO O PAÍS
Certifico narrativamente, para efeito de publicação, que neste Cartório e no livro de notas para escrituras diversas n°90-A, iniciada a fls 62 se encontra exarada uma escritura de justificação notarial, outorgada em 21 de Dezembro de 2011, na qual João Batista Matos, viúvo, residente na Rua Dr. Carlos Moreira , n° 19, em Beringel, concelho de Beja, se declarou, dono e legítimo possuidor do prédio rústico denominado Soeiro, composto de olival, solo subjacente – cultura arvense olival, com área de quatro mil setecentos e cinquenta centiares, sito freguesia de São Brissos, concelho de Beja, inscrito na respectiva matriz, sob o artigo 11 da secção E, com o valor patrimonial para efeitos de IMT e de IS e atribuído de € 732,12; Mais certifico que o referido prédio está descrito na Conservatória do Registo Predial de Beja, sob o número 63 de 6 de Janeiro de 1989, com a aquisição aí registada, a favor de António José Ramos e mulher Ana da Conceição Serrano, de Maria das Dores Cardoso Ramos, viúva, de João Batista Matos, ora outorgante, casado no regime de comunhão geral, com Arménia dos Ramos Cardoso já falecida, de Francisco José Cardoso Ramos, casado com Isabel Pereira Ramos Moita, e de Fernando José Cardoso Rosando casado com Emília Maria Sancho Cascalheira Rosando, conforme Ap 3 de 6 de Janeiro de 1989. Mais certifico que o justificante alega que o citado prédio veio à sua por partilha verbal, feita em data que não sabe precisar por volta do ano de mil novecentos e noventa, com os restantes herdeiros, demais titulares inscritos (encontrando-se ainda no estado de casado com Arménia dos Santos Cardoso sob o regime da comunhão geral, presentemente falecida e da qual o justificante foi único herdeiro) sem que todavia desse facto tenha ficado a dispor a titulo válido para o seu registo, nunca tendo sido realizada a escritura Pública e inexistindo qualquer titulo formal que comprove esta transmissão meramente verbal. Mais certifico que o justificante alega na referida escritura ter adquirido o dito imóvel por usucapião mediante a mencionada partilha feita, há mais de 20 anos e de que não existe titulo, sendo porém certo que tem sempre exercido no prédio os poderes de facto correspondentes ao direito de propriedade, sem interrupção, fruindo como dono as utilidades possíveis, à vista de todos e sem discussão nem oposição de ninguém. Está conforme ao original. Beja,21 de Dezembro de 2011 A notária Assinatura Ilegível
ARRENDA-SE T3 mobilado junto à Biblioteca de Beja. 450 €. Contacto: 966552962
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Bonecas entre Páginas
Para ver de 2 a 28 de janeiro, na Biblioteca Municipal Manuel José do Tojal, em Santiago do Cacém, a exposição de bonecas, da autoria de Paula Estorninho, construídas com massa de moldar. Podes encontrar mais sobre o seu trabalho em http://nopatioazul.blogspot.com/
Quantas vezes já ouviste a expressão pareces um “elefante numa loja de cristais”, a propósito da falta de cuidado ao manusear objetos mais delicados. A fazer justiça a esta frase, a editora Tcharan em parceria com a Vista Alegre, editou “Elefante em Loja de Porcelanas”, escrito por Adélia Carvalho e ilustrado por André da Loba. Um livro que se apresenta em versão trilingue, português, espanhol e inglês. Já deves estar a imaginar que se trata da história de um elefante a que todos apelidam de grande e desajeitado, um verdadeiro perigo para uma loja de porcelanas, mas desengana-te porque a personagem revela-se um animal bastante requintado, a juntar-se a uma série de objetos que ganham vida própria.
Belchior
vinte anos, robusto
mirra
Baltasar
Setenta anos, de cabelos e barbas brancas
incenso
Gaspar
Quarenta anos , mouro, de barba cerrada
SOLUÇÃO | Belchior - setenta anos, de cabelos e barbas brancas - ouro | Baltasar - quarenta anos , mouro, de barba cerrada - mirra | Gaspar - vinte anos, robusto - incenso
A páginas tantas ...
Rei Mago de Joana Mateus
Em terra de cegos quem tem olho é rei. Vamos ver se tens olho para fazer a correspondência correcta
ouro
Dica da semana Depois da passagem do Pai Natal por tua casa de certeza que ficaram por lá papéis, caixas e outros materiais. A pensar nesses materiais decidimos mostrar-te o trabalho de Simão Bolívar, um brasileiro radicado em Portugal, que usa nos seus trabalhos materiais que te são tão familiares. Com a assinatura de “Simão feito à mão” encontras estes brinquedos artesanais de lata que são sem dúvida um convite à brincadeira.
Inspira-te em http://simaofeitoamao.blogspot.com/
Comer Lombo de bacalhau cozido com espetada de couve e puré de grão com pimentos
Boa vida
Filatelia Póvoa do Mar, grande prémio para coleção de história
A
Letras O Retorno Dulce Maria Cardoso Tinta da China PVP: 16,20 euros 272 pág.s
C
om uma escrita fluída, limpída, Dulce Maria Cardoso – outrora “retornada” – escreve, de um fôlego, um livro de memórias, ficcionadas mas não tanto, que se lê, também ele, num fôlego. A ação inicia-se em 1975, ainda antes da independência de Angola, quando, nos bairros habitados por colonos, o medo foi esvaziando as casas, após um início de ano marcado pela esperança na possibilidade da construção interracial de um país novo. Demasiado ódio para processar... Quando meio milhão de pessoas desembarca na “metrópole”, a desconfiança e a hostilidade com que são recebidos os “exploradores dos pretos” tornam óbvio que a guerra e o ódio não terminaram e que o estatuto de “cidadão de segunda” criado pela ditadura não desaparece assim. Aos ardores e inquietações da adolescência, o narrador de O Retorno, Rui, soma a preocupação com a mãe doente, a irmã deprimida, o pai desaparecido, em Angola, e o desgosto pela vida, sem alegria nem conforto, num hotel de cinco estrelas do Estoril onde famílias inteiras vivem apinhadas num único quarto. Há o frio, até então desconhecido e a desadequação das roupas XL em segunda-mão. O borboto é o sucessor da filária, nas vicitudes quotidianas. E há a discriminação, na escola, onde os retornados não têm nome. O Retorno será o livro do ano – ou um dos livros do ano, para conceder à subjetividade das escolhas. Mais importante, será a primeira obra-exorcismo de um país sem memória – ou antes com problemas em lidar com ela – no que aos “dias da ponte aérea” diz respeito. Dulce Maria Cardoso já disse que se tornou escritora para poder escrevê-la. Maria do Carmo Piçarra
coleção de Júlio Maia, “Essa Gesta Gloriosa”, obteve o grande prémio e medalha de ouro (módulo grande), na exposição nacional de filatelia que decorreu no princípio do mês, na Póvoa de Varzim. Esta coleção é uma das melhores coleções temáticas portuguesas de sempre. Tem obtido as mais altas classificações em certames filatélicos um pouco por todo o mundo e ilustra o período áureo da História de Portugal, a expansão ultramarina. Foram ainda atribuídas mais sete medalhas de ouro, das quais três são de módulo grande. De prata dourada foram atribuídas nove, sendo cinco de módulo grande. Foram ainda atribuídas 19 medalhas de prata; destas, 11 são de módulo grande Quanto às medalhas de bronze, foram atribuídas 11, das quais sete de bronze prateado. Para cada um dos cinco dias da exposição, os correios produziram um carimbo especial. O do dia 7, dia da inauguração, reproduz a Gaivota Argentea. O do dia seguinte, reproduz o Farol da Lapa. O Pescador Poveiro, simbolizado pelo busto de Francisco da Silva Sencadas, “O Chião do Liro”, é o motivo do carimbo do dia 9. Para o dia 10 escolheu-se a Lancha Poveira do Alto. A Estação de Correios no Largo Elírio da Nova é o motivo do carimbo do dia do encerramento. Geada de Sousa
Ingredientes para 4 pessoas: 800 gr. de lombos de bacalhau (4x200g cada) q.b. de água 4 dentes de alho com casca q.b. de pimenta preta em grão 1 folha de louro 400 gr. de grão-de-bico q.b. de azeite extravirgem alentejano 1 cebola pequena 1 pimento verde 1 pimento vermelho q.b. de sal marinho 1 ramo de coentros 1 ramo de hortelã da ribeira 1 couve lombardo 4 ovos cozidos q.b. de vinagre de vinho branco
vermelho. Junte o puré de grão. Tempere com um pouco de sal e adicione um pouco de caldo onde o bacalhau cozeu. Envolva os coentros e a hortelã da ribeira picados. Retifique o tempero a gosto.
Confeção do lombo de bacalhau: Demolhe previamente o bacalhau e troque a água várias vezes ao dia. Leve um tacho ao lume com água, dentes de alho (inteiros com a casca), pimenta e o louro. Deixe ferver durante seis minutos. Nesse caldo coza o bacalhau e reserve.
Bom apetite… e bom ano!
Confeção da couve: Leve um tacho ao lume com água e sal e quando começar a ferver coza as folhas de couve. Depois de cozidas, retire-as e passe-as para um recipiente com água e gelo. Escorra as folhas e enrole-as em forma de rolos e depois faça espetadas. Na altura de servir regue com azeite e vinagre.
António Nobre Chefe executivo de cozinha – Hotéis M’AR De AR, Évora
Confeção do puré de grão: Depois de demolhado durante 12 horas coza o grão. Escorra a água e passe o pelo passe vite. Num tacho faça um refogado com azeite, cebola picada, cubos de pimento verde e PUB
MORADIA T3 EM BANDA Área útil: 150,50 m2 Área do terreno: 230,50 m2
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Presépios para ver em Vidigueira até janeiro
São verdadeiras “composições mágicas” os numerosos exemplares de presépios que a artesã Alexandra Graça mostra ao público na exposição temporária “Até ao presépio… pelas minhas mãos”, patente até 8 de janeiro, no Museu Municipal de Vidigueira. Entre o conjunto de obras, destaca-se um presépio temático sobre Vidigueira, especialmente criado para esta exposição, além de outro que evoca o fado, recentemente reconhecido pela Unesco como Património Imaterial da Humanidade.
Fim de semana
Festa de passagem de ano na praça
Beja recebe 2012 em registo de baile de verão
B
eja vai dar as boas-vindas ao novo ano em plena praça da República, numa festa que se quer de “alegria e diversão para todos os gostos e idades”, como adianta a câmara local, que promove a iniciativa. Deixando o registo “100 por cento bejense” que marcou a edição anterior, protagonizada pelos Virgem Suta, o programa de amanhã, sábado, reserva uma oferta de bandas de baile, a inaugurar, a partir das 23 horas, pelos Chave d’Ouro, coletivo que se notabilizou pelo retumbante “Pai da criança (Quem será?)” e que promete, se-
gundo a organização, “quase duas horas de muita música”, intercaladas pelo fogo de artifício que acompanhará as 12 badaladas. Do ambiente de bailarico de verão, já entrados em 2012, a festa prossegue, até às três da manhã, com as rumbas e sevilhanas dos Sonido Andaluz. Para encerrar, entra em cena o DJ Mikas que propõe manter os ânimos até que as pernas deixem e o frio permita. Ao longo da noite, vários restaurantes da cidade vão estar abertos, no coração da cidade e não só, sendo também garantidos bares e zonas aquecidas.
Mercadinho de Natal em Grândola Se deixou algum presente por comprar, ainda está a tempo disso no Mercadinho de Natal promovido pela Câmara Municipal de Grândola, aberto até amanhã, 31, no centro tradicional da vila morena (rua General Humberto Delgado, n.º3), entre as 9 e 30 e as 19 e 30 horas. “Miminhos” de chocolate, doçaria, compotas e mel, bordados, bainhas abertas, tricot, rendas e outros lavores, bem como artesanato em cortiça, madeira e pele, ou ainda velas em cera de abelha, são alguns dos presentes “originais, exclusivos e feitos à mão” que os produtores locais têm à sua espera.
Sopa dos Artistas na Herdade do Freixial A Herdade do Freixial, em São Luís, concelho de Odemira, acolhe até 17 janeiro uma exposição promovida pela associação Sopa dos Artistas. Sofia do Vale (ilustração), Phillipe Peseux (pintura), Rita Morais (cerâmica), Gonçalo Condeixa (escultura), Elza Pereira (joalharia) e Tabea Wimmer (joalharia) são os artistas plásticos representados.
Quarta Série no fim de ano em Mértola Em Mértola, a noite de passagem do ano é no salão dos Bombeiros locais, sendo também pretexto para a celebração do 65.º aniversário do Clube de Futebol Guadiana. Os animadores de serviço são a Orquestra Quarta Série, oriunda de Ervidel e há mais de 20 anos na estrada.
Cante ao Menino em Santa Bárbara Hoje à noite haverá Cante ao Menino, Janeiras e Reis na igreja de Santa Bárbara dos Padrões, em Castro Verde, num espetáculo que tem início pelas 20 e 30 horas e que será protagonizado pelo grupo coral misto da Associação de Cante Alentejano (ACA) Os Cardadores. Às polifonias da região campaniça juntam-se também, neste concerto, as vozes dos Ceifeiros de Cuba e dos Camponeses de Vale de Vargo.
Primeiro bebé do ano terá direito a lugar na administração do Hospital de Beja Diz a lenda que, no seu tempo, José Cid engravidava fãs com o poder da música Antigamente, o primeiro bebé do ano aparecia no telejornal ou na capa do “Correio da Manhã” ao lado da notícia de um assalto a uma ourivesaria e “nascia sempre” na Maternidade Alfredo da Costa porque os média não tinham paciência para sair de Lisboa. Mas agora os tempos são diferentes: aproveitando a remodelação no Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo, o Hospital de Beja oferece ao primeiro bebé do ano um lugar no Conselho de Administração com direito a carro, telemóvel e a lancheira de Bob o Construtor. O objetivo desta medida passa por promover a natalidade. Mas a ARS do Alentejo promete não ficar por aí – já que está a ser criado um kit de estímulo à natalidade, que será disponibilizado a casais sem filhos, composto por um CD de José Cid, uma garrafa de Licor Beirão e o filme erótico alentejano “Barra-me com manteiga de cor”.
A catadupa de notícias sobre a advogada de Mértola, envolvida em casos de falsificação de documentos, tem feito as delícias dos adultos e também irá começar a encantar os miúdos. Aproveitando as histórias incríveis relacionadas com a jurista em causa, a editora “O que tu querias sei eu” está apostada em lançar uma coleção de livros infantis ao estilo da coleção Anita. Os primeiros títulos serão “A Advogada de Mértola e a Escritura Amaldiçoada”, “A Advogada de Mértola no Registo Predial” e “A Advogada de Mértola Bebe Tofina com a Juíza”.
Bejenses seguiram generalidade dos portugueses e entupiram superfícies comerciais a gastar dinheiro que não tinham Agora que o Natal já passou, é tempo de fazer um balanço. É o que está a fazer a Ordem dos Especialistas em Compras de Natal e Cintos de Castidade do Século XVIII. Tivemos acesso ao relatório, que nos revelou números surpreendentes: - Inquérito realizado em superfícies comerciais da região revela que os 85 por cento dos entrevistados compraram mais coisas do que previam porque receiam que o mundo acabe em 2012 (fim do mundo pode ser provocado pelo Armagedão ou pelo Orçamento de Estado).
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ogada saga de adv origem dÁ de mÉrtola ÇÃo a cole fantis de livros in
Balanço do ano 2011 A “Não confirmo, nem desminto”, tal como todos os órgãos de comunicação social em Portugal (incluindo a revista “Mariana”), decidiu eleger (sob a supervisão do Nuno Rogeiro do Séc. XXI – João Gobern) o facto e a figura regionais do ano que agora termina. Ei-los:
- Em média, cada português comprou 35 garrafões de água, 48 bolos-rei e 200 quilos de camarão (a contar já com a passagem de ano). - 68 por cento dos alentejanos aproveitaram promoções do comércio tradicional, apesar de muitas lojas terem as mesmas promoções desde a Era Mesozoica. - 43 por cento dos alentejanos gastaram o saldo dos cartões de crédito e vão pagá-los em 6000 suaves prestações. Depois do Natal, estes cartões só voltarão a ser utilizados para abrir portas emperradas ou barrar marmelada em bolachas Maria. Por outro lado, conseguimos apurar que a “loucura natalícia” chegou até ao Mercado 25 de Abril quando três idosas lutaram numa redoma de vidro pelos últimos oito pães de São Marcos da Ataboeira. “Nunca se sabe o que o futuro reserva e mais vale comprar pão logo até à Páscoa” – confidenciou-nos a vencedora da contenda enquanto sangrava do sobrolho.
Agiotas dizem não explorar trabalhadores asiáticos já que lhes pagam com o 35, 72 e 94 As denúncias do bispo de Beja, D. Vitalino Dantas, de que haveria indícios de trabalho escravo no Alentejo, suscitaram algum desconforto nas autoridades regionais. Ao que parece, explorações agrícolas usam estes trabalhadores como mão de obra barata e a viver em piores condições do que os 15 perus na bagageira de uma Renault 4L que estavam à venda no Mercado 25 de Abril do último sábado. Conseguimos falar com um dos exploradores dos trabalhadores via Twitter através do username agiotacarinhoso75: “É completamente falso que estejam a ser explorados: todos os dias comem o 35, 72 e 94 do restaurante ‘Chop Suey não é Mao’”. E são um exemplo para os outros trabalhadores portugueses, porque não respingam e fazem tudo o que não queremos fazer. Foi por isso que emigraram e não hesitam em trabalhar 68 horas por dia, 15 dias por semana.”
Figura do Ano
Decidimos escolher os paquistaneses que participaram na campanha do PS para as legislativas. No mítico almoço em Beja participaram uns simpáticos, mas desconhecidos, paquistaneses que afirmaram a pés juntos serem do PS desde pequeninos. A participação destes senhores na campanha do PS gerou polémica e, pior do que isso, originou uma série de piadas óbvias envolvendo chamuças e turbantes. Todavia, o correspondente da nossa página em Karachi confirmou-nos que pertenciam à federação local do PS. (Sugestão de Imagem: http://aeiou.expresso.pt/users/0/10/campanha-eleitoral9296.jpg Com a legenda: Consta que paquistaneses chegaram a Beja a seguir o cheiro do Frango de Caril.)
Facto do Ano Depois de anos a levar com o mau cheiro do matadouro, a capital do Baixo Alentejo foi atingida por uma nova vaga odorífera de proporções bíblicas. Os mais religiosos diriam que se tratava do fim do mundo, mas os Maias já têm os direitos de autor para todos os fins do mundo que possam ocorrer em 2012. Consta que o cheiro vem de uma fábrica de azeite em Alvito, com a agravante de não ser azeite com o selo DOP. Também em Sines há problemas a este nível, mas achamos que, como têm o mar mesmo ao pé, não devem rabiar muito.
Inquérito Como vai ser a sua passagem de ano? JORGE PULIDO VALENTE, 56 ANOS Presidente da Câmara de Beja e pessoa que não tem uma célula do PCP no seu organismo
MARISA MAMÃE EU QUERO, 58 ANOS Pessoa que chama “Revelhão” ao “Réveillon”
RENATO FOGO PRESO, 46 ANOS Pessoa que afirmou no Facebook “estar numa relação com um malacueco do Diogo das Farturas”
Olá a todos e a todas. Portanto, obviamente que pretendo passá-la na praça, apesar de ainda não ter tido vagar para ir ao Google descobrir quem são os Sonido Andaluz. Vai ser, portanto, uma festa memorável e bem portuguesa, apesar do Miguel Góis lhe querer dar um nome inglês, mas achei que “Passaging of the year Beja Style Fantastic Wonderful” era um bocadinho rebuscado.
Vai ser memorável, como sempre, mas receio pelo “revelhão” do ano que vem. Desconfio que, com os cortes orçamentais, vamos ter 11 badaladas em vez das habituais 12. Estou com muita vontade de celebrar já que estive presa durante dois dias numa superfície comercial na véspera de Natal, tal era a azáfama. Vou ver o fogo de artifício em Beja. Disseram que se usar aqueles óculos 3D até parece que estou a ver o fogo de artifício no Funchal.
A minha passagem de ano é sempre a mesma coisa: uma taça de amendoins, sento-me em cuecas no sofá, e vejo o Hermanias pela 543.ª vez. Ferro a dormir às 12 e 5 horas e, por vezes, a minha mãe entra no quarto e traz-me um papo-seco com Tulicreme e tapa-me com o cobertor do Homem-Aranha. Mas estou farto disto. Desta vez vou ver os Chave d’Ouro a Beja já que estou na expetativa de finalmente saber quem é o pai da criança.
Nº 1549 (II Série) | 30 dezembro 2011
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RIbanho
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www.diariodoalentejo.pt POR LUCA
Hoje, sexta-feira, o sol vai brilhar em toda a região. A temperatura deverá oscilar entre os 2 e os 14 graus centígrados. Amanhã, sábado, último dia de 2011, o céu deverá estar limpo e no domingo esperam-se algumas nuvens.
Docente do IPBeja lança livro com investigador brasileiro
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Após o término do meu doutoramento lancei o desafio ao colega no sentido de desenvolvermos projetos comuns. Surgiu a ideia deste livro que, em boa hora, chegou a bom termo, graças também à Escolar Editora. As diferenças em termos de referências, geográficas e culturais, não constituíram um impedimento para o trabalho conjunto. Antes reforçaram e enriqueceram o conteúdo do trabalho, graças à dedicação e respeito com que cada um de nós encarou as suas responsabilidades enquanto investigadores. A obra evidencia o potencial do turismo enquanto fator de desenvolvimento regional. Que pistas são dadas?
Existem vários programas que são abordados no livro, de que são exemplo o ST-EP (Sustainable Tourism Eliminating Poverty), que visa a promoção do turismo sustentável, e o projeto Calypso, que visa fomentar o desenvolvimento de iniciativas de turismo PUB
Maior orçamento de sempre em Sines
social, entre outros. Todos estes programas contemplam inúmeras ações que são passíveis de ser aplicadas noutras regiões. Agora cabe aos decisores regionais adotarem e implementarem, ou não, esses princípios. As cidades podem funcionar como produtos turísticos. Em que medida Beja está nesse caminho?
Este livro resulta de uma parceria entre si e o investigador brasileiro Reinaldo Dias. Como surgiu este projeto lusófono?
Victor Figueira 46 anos, natural de Beja
Doutor em Turismo pela Universidade de Évora, com a tese “O turismo inteligente: a cultura e a natureza – O Parque Natural do Vale do Guadiana”, é, desde 1999, docente do ensino superior no IPBeja, sendo responsável científico de várias disciplinas na licenciatura em Turismo e Biologia. Paralelamente à atividade académica, tem estado ligado a projetos de investigação e de intervenção social e comunitária, nomeadamente enquanto consultor para a definição de rotas turísticas centradas nos recursos olivícolas e corresponsável do projeto cultural de matriz territorial “em.cantos”.
Fórum Cultural em Almodôvar As obras de construção do fórum cultural e do parque de campismo e de requalificação do centro histórico e do mercado municipal de Almodôvar são investimentos previstos no orçamento do município para 2012, de 14,3 milhões de euros.
Beja não é “ainda” um destino turístico ançado recentemente, A Responsabilidade Social no Turismo resulta de uma parceria lusófona, entre Reinaldo Dias, professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, no Brasil, e Victor Figueira, docente do Instituto Politécnico de Beja. Uma obra que dá pistas sobre como tirar partido do potencial da atividade turística enquanto fator de inclusão social, combate à pobreza e de desenvolvimento regional.
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A cidade de Beja não tem ainda, do meu ponto de vista pessoal, condições para que a possamos designar de cidade turística e assim constituir-se como um destino. Um município para ser turístico e obter as vantagens decorrentes dessa condição deve compreender que esse conceito está associado a um processo e não a um resultado. A presença de uma infraestrutura como o aeroporto de Beja, se bem enquadrada, poderá ser um fator motivador para que “todos” se envolvam no sentido de reverter a situação. Que sugestões daria aos agentes locais?
No que concerne às administrações, exige-se um tipo de liderança onde prevaleçam características como: o ser aberto ao diálogo, capacidade de articular e gerir consensos, ter visão estratégica, ser minimamente capacitado em gestão e consciente dessa nova dimensão política, económica e social. Aos empresários, uma citação de Kofi Annan “(…)Não estamos a pedir às empresas para fazerem algo diferente da sua atividade normal, estamos a pedir-lhes que façam a sua atividade normal, de forma diferente.” Carla Ferreira
A conclusão das obras de regeneração urbana de Sines é uma das prioridades do município para o próximo ano. Este é um dos projetos que consta do orçamento camarário para 2012, que ascende a um total de 55,5 milhões de euros, o mais elevado da história do município de Sines.
Voto de qualidade em Aljustrel Aljustrel aprovou o orçamento para 2012. A proposta obteve 10 votos a favor dos eleitos do PS e 10 votos contra dos eleitos da CDU, tendo o presidente da Assembleia Municipal exercido o voto de qualidade. Com um valor global de 16, 1 milhões de euros, a autarquia diz que “o documento materializa uma estratégia de desenvolvimento para o concelho de Aljustrel”.
Moura aposta no saneamento O orçamento da Câmara de Moura para 2012 é de 36,6 milhões de euros e inclui a segunda fase de remodelação das redes de águas e esgotos da cidade e intervenções em todas as freguesias rurais do concelho. Através do orçamento para 2012 a autarquia quer racionalizar recursos, melhorar a eficiência dos serviços e consolidar as parcerias com as juntas de freguesia e o movimento associativo do concelho, explica o município.
Odemira vai criar ninho de empresas A requalificação urbana da vila de Odemira, a criação de um ninho de empresas e o apoio à construção de cinco lares são alguns investimentos previstos no orçamento da câmara local para 2012, de 39,3 milhões de euros. O orçamento, com uma redução de 1,3 por cento em relação ao deste ano, já foi aprovado pela Câmara e pela Assembleia Municipal de Odemira.
SEXTA-FEIRA, 30 DEZEMBRO 2011 | Diretor: Paulo Barriga Ano LXXX, N.º 1549 (II Série) | Preço: € 0,90