Edição N.º 1552

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Consulte a agenda cultural diariamente em www.diariodoalentejo.pt

António Raminhos pág. 13

DR

Perdeu-se um jornalista, ganhou-se see um uma barrigada de rir

SEXTA-FEIRA, 20 JANEIRO 2012 | Diretor: Paulo Barriga Ano LXXX, N.º 1552 (II Série) | Preço: € 0,90

Grupos corais defendem maior envolvimento dos cantadores e criticam inoportunidade do processo

Vozes desafinadas na candidatura do cante a património da Humanidade pág. 12

Governo elimina entidades ligadas ao turismo

Com a falta de chuva nos meses de inverno, as pastagens e as culturas de cereais estão já em risco de se perderem. Mas para os agricultores da região, os atrasos na construção do Alqueva ainda vêm agravar mais uma situação “já de si muito preocupante”. pág. 7

A secretária de Estado do Turismo anunciou recentemente a extinção de 17 estruturas de turismo e a criação de cinco super regiões: Norte, Centro, Lisboa, Alentejo e Algarve. O atual presidente da ERT já demonstrou disponibilidade para liderar este novo organismo. pág. 6

JOSÉ SERRANO

Agricultores temem ano de grande seca

O “Diário do Alentejo” inicia esta semana uma longa viagem pelas aldeias e freguesias da região. Começámos por visitar Brinches, a segunda freguesia menos populosa do concelho de Serpa, com pouco mais de um milhar de habitantes. O pretexto foi a corrida aos descodificadores de TDT. Mas a grande realidade é que aqui, junto ao Guadiana, “não há mesmo futuro nenhum para os jovens”.

Págs. 4/5

Brinches: Esta freguesia não é para jovens

PSP e IPBeja criam Polícias Fortes Os efetivos das equipas de intervenção rápida da Polícia de Segurança Pública de Beja estão a ser acompanhados de perto por especialistas em desporto. Strong Cops (Polícias Fortes) é um projeto inovador que visa uma melhor preparação física e mental dos agentes da autoridade. pág. 11

Diário do Alentejo 20 janeiro 2012

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Editorial Maraus

Vice-versa A Câmara Municipal de Ferreira do Alentejo, ciente do seu papel no Conservatório Regional do Baixo Alentejo (CRBA), reafirma que (…) continuará a contribuir para a solução. Os municípios que abandonam ou possam vir a abandonar o CRBA serão o problema e contribuirão negativamente para o futuro desta importante instituição do Baixo Alentejo.

Comunicado da CM de Ferreira do Alentejo, in facebook de Aníbal Costa

Paulo Barriga

Meu querido colega: jamais um município que sempre pagou, e em algumas associações tem vários anos pagos adiantadamente, pode ser o problema do que quer que seja. Um abraço.

O

sítio do “Diário do Alentejo” foi esta semana repetidamente atacado por piratas eletrónicos.

Ao longo de diferentes investidas, os maraus foram arrasando por completo os conteúdos e a forma da nossa página. Ao contrário do que costuma ser usual nestas patifarias, os ácaros, que utilizam a sigla internacional Anonymous, não deixaram qualquer mensagem ou manifesto. Deixaram apenas a seguinte constatação em jeito de escarro: “Sim, vocês foram hackeados”. É evidente que tivemos que retirar a página para manutenção. E vamos aguardar para ver se a coisa terá desenvolvimentos. No final do ano passado, no seguimento ou incremento de diferentes movimentos cívicos contra a usurpação que as pessoas estavam a ser vítimas, demos nas nossas páginas uma reportagem sobre a chegada do movimento Anonymous ao Alentejo. Uma organização sem cerne, dispersa e, por isso mesmo, perigosa e eficaz, que teria como finalidade atacar os recursos eletrónicos dos agentes da corrupção, publicitando os seus podres. Pelos vistos, duas coisas: ou estes tipos acham que o “Diário do Alentejo” está ao serviço do capitalismo selvagem (o que já de si seria uma parvoíce sem fronteiras) ou então não gostaram de aparecer no artigo que aqui demos a ler. E, em retaliação, piratearam-nos. Mas pirateara-nos sem qualquer pinta. O animal que descobriu a nossa password nem bom gosto teve para escolher as fotos das gajas com as quais substituiu alguns dos nossos conteúdos. Mais, as tipas nem suficientemente desnudadas estavam para encher o olho do freguês, como manda a sapatilha. E, como, ainda por cima, se autodenominou hacker, é parvo e usou, por certo, indevidamente a simbologia do movimento Anonymous.

Para maraus destes, estamos a deixar crescer aqui no nosso quintal um valente aloendreiro. Que já está encorpado o suficiente para dali retirarmos umas lindas varas, assim da grossura do cabo de uma boa enxada.

Comentário de Manuel Narra, in facebook de Aníbal Costa

Fotonotícia Parque de campismo. É mesmo verdade. No final da avenida Vasco da Gama, em Beja, existe um parque de campismo. Existe há tantos anos que já ninguém dele se lembra. E principalmente desde que acabaram os futebóis no estádio Flávio Santos, que faz parte do complexo. Em tempos, a Câmara CDU teve a ideia e a vontade de transferir os campistas e os caravanistas para um pedaço da mata onde as pessoas de Beja gostam de ir correr ao fim da tarde. Mas a coisa ficou-se pela vontade. Como do papel parece não haver forma de sair um plano integrado, limpo, condigno e benéfico para esta “rica” zona da cidade. PB Foto de José Serrano

Voz do povo Conhece o novo Acordo Ortográfico?

Inquérito de Ângela Costa

Ana Castilho, 38 anos, cabeleireira (Cabeça Gorda)

Ana Rebocho, 23 anos, empregada de balcão (Quintos)

Fernanda Matias, 37 anos, formanda em serviço de mesas (Salvada)

Ana Branco, 23 anos, trabalhadora rural (Baleizão)

Sim, já ouvi falar mas não sei muito bem o que vai mudar.

Acho que algumas palavras se vão juntar e outras perdem letras, mas não sei muito mais.

Sei o que é o novo Acordo Ortográfico porque tenho uma criança na escola e então tenho que estar a par dessas coisas. Algumas palavras já sei escrever, outras vou aprendendo com o meu filho. Há certas coisas com as quais não concordo porque há muitas palavras a que já estávamos habituados no acordo antigo que agora parece que não encaixam muito bem.

Sim, sei o que é. Antigamente, por exemplo, escrevia-se excepto e agora tiram-se as letras que não dizemos e escreve-se só com as letras que dizemos. Às vezes já vou escrevendo algumas palavras novas.

Sim, sei mais ou menos o que é, mas não concordo muito. Já estávamos habituados a escrever de uma maneira e agora ver as palavras diferentes é complicado, principalmente para os idosos. Algumas coisas vou ter que escrever como no novo acordo, mas outras acho que não, vou usar as palavras como eram antes.

Semana passada

Rede social

QUARTA-FEIRA, DIA 11 VIDIGUEIRA DETIDOS POR FURTO DE COMBUSTÍVEL

QUINTA-FEIRA, DIA 12 MÉRTOLA HOMEM SUSPEITO DE VÁRIOS FURTOS A GNR identificou e constituiu arguido um homem, de 38 anos, suspeito da prática de vários furtos na zona de Mértola e recuperou material roubado, como um cofre de uma igreja, anunciou a força de segurança. Durante a ação o Núcleo de Investigação Criminal da GNR de Almodôvar recuperou equipamento fotográfico, que tinha sido roubado do Campo Arqueológico de Mértola, e um cofre, que havia sido furtado da igreja matriz da vila. O homem foi interrogado em tribunal e prestou Termo de Identidade e Residência (TIR).

DOMINGO, DIA 15 SANTIAGO ENCONTRADO CORPO DE JOVEM O corpo de um jovem na casa dos 20 anos, desaparecido no sábado à tarde nas águas da albufeira da barragem da Daroeira, em Alvalade Sado, Santiago do Cacém, foi encontrado no domingo, às 12 e 06 horas, disse fonte dos bombeiros. Fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Setúbal adiantou à Lusa que o jovem andava com outras duas pessoas numa embarcação de recreio, uma “gaivota”, quando caiu à água, tendo as buscas iniciado de seguida. “O jovem caiu à água e não voltou à superfície, enquanto as outras duas pessoas que andavam com ele na embarcação de recreio, conseguiram chegar à margem em segurança”, indicou a fonte do CDOS. Segundo o CDOS, estiveram no local 24 bombeiros das corporações de Alvalade Sado, Grândola e Sines, apoiados por nove veículos e uma embarcação de socorro.

SEGUNDA-FEIRA, DIA 16 ENSINO SUPERIOR COMEÇOU NOVA FASE DE CANDIDATURA A BOLSAS Os estudantes que ingressaram este ano letivo pela primeira vez no Ensino Superior têm uma nova oportunidade para requererem bolsas de estudo. O Ministério da Educação e Ciência decidiu abrir uma nova fase de candidaturas, até ao fim do mês, tanto para o ensino público como privado, e prometeu que futuramente haverá mais celeridade na análise dos pedidos dos estudantes. “A progressiva automatização do processo e o aumento da celeridade no carregamento dos dados do aproveitamento escolar por parte das instituições de ensino superior serão algumas medidas a adotar”, segundo o ministério. No próximo ano letivo será reforçada a exigência de aproveitamento escolar para atribuição de bolsa, passando dos atuais 50 por cento para 60 por cento. As candidaturas devem ser formalizadas exclusivamente na plataforma eletrónica da Direção-Geral do Ensino Superior.

SEGUNDA-FEIRA, DIA 16 MORA FLUVIÁRIO ASSUME AUMENTO DO IVA O Fluviário de Mora anunciou que decidiu manter inalterados os preços das entradas ao longo deste ano, apesar do aumento do IVA nas atividades culturais, que passou de seis para 23 por cento.

Segundo o Fluviário, trata-se da terceira vez que a administração do equipamento, propriedade do município de Mora, adota esta medida, depois da subida, “por duas vezes nos últimos dois anos”, da taxa do IVA relativa aos bens de consumo (passou de 20 para 23 por cento). A decisão vai ter como consequência inevitável a “perda de receitas” no final do exercício financeiro de 2012, reconhece o Fluviário, contrapondo que considera preferível assumir “claramente a sua responsabilidade social”.

3 perguntas a Helena Barreto Diretora de Centro Distrital de Segurança Social de Beja

Os cortes orçamentais vão ser feitos em toda a administração pública em prol de um bem comum que é o nosso país. É claro que a tarefa não é fácil.

Artur Fonseca aplaude mas as palmas também são para ele Santiago do Cacém recebeu esta semana a derradeira reposição do espetáculo “Aldeia Nova”, em memória dos 100 anos do nascimento de Manuel da Fonseca. A família estava na plateia. E aplaudiu.

Não se deixe enganar pela antiguidade dos aparelhos É que o rapaz que está de microfone nas mãos é um dos grandes especialistas nas novas tecnologias multimédia. E esta semana foi à ESEB, a convite dos finalistas de Educação e Comunicação Multimédia.

Como encara a recente nomeação para o cargo de diretora do Centro Distrital de Segurança Social de Beja?

Com responsabilidade e força para trabalhar, com uma equipa coesa e responsável. De referir que tive a sorte de encontrar uma casa com bons profissionais.

Num clima de austeridade, a dimensão da solidariedade e da resposta social perante os mais fracos e desfavorecidos é essencial.

A ética social na austeridade significa um grande compromisso político. É o compromisso entre a disciplina orçamental e sensibilidade social.

Este senhor não tira o chapéu às políticas de saúde Este sábado, vindos dos confins de todo o Baixo Alentejo, juntaram-se em Beja centenas de manifestantes contra as políticas de saúde deste governo. O movimento Saúde Plataforma está cada vez mais ativo.

Quais são as suas prioridades?

Aumentar a eficácia e diminuir a burocracia e a redundância para poder dar mais à ação social e aos equipamentos.

Afinal isto sempre lá vai com uma boa conversita Que implicações terão os cortes anunciados pelo Governo no funcionamento do Centro Distrital de Beja?

Os cortes orçamentais vão ser feitos em toda a administração pública em prol de um bem comum que é o nosso país. É claro que a tarefa não é fácil.

Portanto, perante o novo orçamento vamos tentar proceder de uma forma justa ponderada e equitativa.

O importante é incutir valores de solidariedade. A nossa missão enquanto instituição é ajudar, unir esforços no sentido de haver cada vez mais proximidade com a realidade social.

NP

É bom para todos. A Câmara Municipal de Beja tornou à mesa das negociações com a oposição e mostrou outra flexibilidade quanto ao orçamento e às gandes ppções do plano. Agora é só pôr no papel. ÁLVARO BARRIGA

A GNR deteve dois homens, de 31 e 36 anos, em flagrante delito, por furto de combustível em máquinas industriais numa herdade do concelho de Vidigueira, anunciou a força de segurança. Na altura da detenção, que ocorreu na quarta-feira à noite, os dois homens, residentes nas vilas de Vidigueira e Portel, tinham na sua posse 10 jerricans com mais de 200 litros de gasóleo, explica a GNR, em comunicado. Durante a ação, a GNR apreendeu uma viatura ligeira de passageiros usada pelos homens, que foram presentes no Tribunal de Cuba para primeiro interrogatório judicial.

Os capacetes na cabeça não são por medo ao orador Este domingo foi apresentado o novo clube de ciclismo e aventuras de Baleizão. Fez-se um passeio pelos locais mais inacreditáveis do rio Guadiana. E depois a coisa descambou em petiscada, como é óbvio.

Diário do Alentejo 20 janeiro 2012

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Brinches Emigração ou trabalho sazonal no campo são as duas opções possíveis

Esta freguesia não é para jovens Brinches tremeu de medo de ficar sem televisão e fez fila na única loja da aldeia onde se

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esde dezembro que o medo de ficar sem televisão pôs Brinches quase por inteiro em lista de espera para a compra de descodificadores do sinal de TDT (televisão digital terrestre) e antenas. A loja que fornece este tipo de serviços na freguesia do concelho de Serpa é só uma mas o que mais contribuiu para a enchente foi a ideia errada de que o apagão analógico no distrito de Beja teria lugar logo no dia 12 de janeiro. Afinal, não. Será só a 26 de abril. Até lá, quem pode, terá tempo para decidir se opta pela transição para TDT ou se subscreve os serviços de um operador privado de televisão. Ou, tendo já decidido, ganhará tempo para reunir o investimento necessário, que anda à volta dos 100 euros.

Francisco Silva Tacão, 81 anos, está informado de tudo e por isso mantém a calma: “Só vou comprar o descodificador lá para o final de março”. É um dos que se entretém ao sol, encostado ao muro alvo da igreja, no largo do Adro, espaço de reunião por excelência naquela que é a segunda freguesia menos populosa do concelho de Serpa. Com 1 039 residentes, segundo os resultados provisórios do Censos 2011. O simples observar do entra e sai do Café Central e da mercearia vizinha poderia, se dispensássemos os detalhes, substituir a trabalheira dos quadros estatísticos. Os homens matam o tempo no café ou ao olhinho do sol, enquanto o muro onde se encostam não gela; as mulheres deixam-se ver no caminho para a mercearia, mas não se atrevem a atravessar o poial para o outro mundo das cartadas, cerveja, fumo, programas televisivos sobre caça e petiscos. Às quatro da tarde cumprem estes afazeres – estão reformados. Juventude é que nem vê-la, pelo menos até que alguns cheguem do trabalho no campo, o pouco que ainda há para fazer, agora que a campanha da azeitona já vai chegando ao fim.

Do posto que ocupa no muro, o octogenário vai explicando os seus gostos televisivos, ele que andou a projetar cinema ambulante ao longo de 42 anos, percorrendo o País “do

podem comprar descodificadores do sinal de TDT, pensando que o apagão analógico seria para já. Mas este está longe de ser o principal problema desta que é a segunda freguesia menos populosa do concelho de Serpa, com 1 039 residentes, cujas opções de emprego se resumem à cooperativa agrícola, ao centro social e paroquial e ao trabalho sazonal na agricultura. “Para a juventude, não há mesmo futuro nenhum”, vaticinam os mais velhos.

Texto Carla Ferreira Fotos José Serrano

Sol Ainda é de graça e ajuda a matar o tempo no largo do Adro

Algarve a Paredes de Coura”, metade dos quais por conta própria, com o saudoso Cine-Brinchense. Bastam-lhe os quatro canais nacionais em sinal aberto – não pede mais – e só não dispensa o noticiário da RTP 1, “que é o mais sério”. De tudo o mais abdica para que a mulher não perca a sua dose diária de telenovela, que é sagrada. “Desemprego, crise, troika” e a certeza de que a “crise não chega a todo o lado; chega a nós, pequeninos”, tudo isto lhe entra pela sala adentro, via pequeno ecrã, e Francisco Tacão confessa-se “chateado e aborrecido” de tanto se repisar a mesma tecla.

Mas discorrendo sobre a crise em contexto local, Francisco ganha ares de opinion maker em horário nobre,

sustentando uma teoria algo inusitada. “Para lhe dizer a verdade, a crise não bateu muito à porta da freguesia. Noventa por cento das pessoas vive razoavelmente, porque há aqui muita viúva e então o rendimento sobe mais um bocadinho. As mulheres resistem mais, os homens bebem e fumam e depois vão-se embora mais cedo”.

Mas há as reformas baixas, abaixo do limiar da pobreza, e disso pode falar Bento Pito, 67 anos, que se apressa a levantar o braço na fileira do muro da igreja, para que não se pense que em Brinches é tudo um mar de rosas. “E eu?”. Bento Pito leva 260 euros para casa todos os meses, trabalhou no campo e está reformado por

invalidez. Vive sozinho, já não tem pais. “Uns dias como, outros dias não como”, lamenta-se. Falar-lhe em descodificadores e antenas, canais e programas de eleição, é, pois, vazio e despropositado. Bento Pito não tem e não pensa sequer em ter televisão. “A minha televisão é a cama”, conclui.

Vinda de casa a dois passos da mercearia, a aficionada das novelas da TVI Maria Francisca Matado, que já se decidiu pela subscrição de um serviço de televisão, “por causa da Internet” que faz falta à filha, acede à conversa resguardada do frio que faz na rua. É ao calor da sua mesa de estufa que lembra os 15 anos que trabalhou na Alemanha, a vida desafogada que por lá tinha, apesar de operária

têxtil, os “hábitos diferentes” que ganhou e o excelente sistema de saúde, que foi o que teve “mais pena de deixar”. Viúva, com 75 anos, Maria Francisca confessa não sentir a crise na pele, apesar de “ouvir muito as pessoas queixarem-se”. É que os cortes de salários, esses de que tanto se fala, a ela não a afetam “em nada”. “A minha reforma é pequena e eu estou a receber o mesmo que recebia. As coisas compram-se mais caras, por causa do aumento do IVA, mas vou normalizando a coisa, fazendo a minha vida mais ou menos”.

As suas preocupações estão, sim, com o futuro e a juventude. Pensa na neta, a frequentar o 12.º ano em Serpa, e percebe por que é que o seu maior desejo é “abalar para Lisboa”.

“Não há sítios para os mais novos se divertirem e não há emprego. Para a juventude, não há mesmo futuro nenhum”, lamenta.

Luís Charraz, com 33 anos, anda entre a cozinha e o balcão do Café Central atarefado a preparar petiscos e a aviar minis. Um grupo de rapazes chegado do campo arruma-se na sala do fundo e os sucessivos pedidos não o deixam descansar. Ainda bem. É este o seu ganha-pão desde há dois anos e meio, depois de ter estado na Suíça, no setor da hotelaria, ao longo de 12 anos, e de também ele ter passado pela agricultura. Sabe do que fala. “São muito poucas as oportunidades que os jovens têm. A maioria tem que sair, para a emigração, para o Algarve, para Lisboa. E os estudos também não são muitos, por isso não se pode ambicionar grandes profissões”.

O sol já quase se pôs e a fila de anciãos no muro da igreja também se foi desmobilizando. Na televisão do Café Central sintoniza-se um canal especializado em caça, um dos muitos a que se pode aceder a troco de uma assinatura mensal. Um javali em campo aberto tenta esquivar-se dos seus predadores humanos, numa perseguição que entusiasma e reforça os níveis de testosterona presentes na sala. “Jogar às cartas, ir à caça, fazer um petisquinho”, resume Luís Charraz. Não há muito mais a fazer para passar o tempo em Brinches.

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António Lúcio Travessa Presidente da JFde Brinches

Como tem sido a evolução da população de Brinches ao longo da última década?

A nossa freguesia, como tantas outras do concelho de Serpa ou do interior do País, perdeu população.

Cada vez há menos emprego. As pessoas, umas emigram, outras saem para os grandes centros. A maior dificuldade que temos é o emprego e estes governos não têm feito nada para que haja melhoras. No último Censos, temos registado 1 039 residentes; e eleitores são 996. Em relação a 2001, ficámos com menos 100 residentes. E quanto menos população vamos tendo, mais envelhecida ela vai ficando. Com a falta de postos de trabalho, claro que os jovens são obrigados a sair.

No contexto das freguesias do concelho de Serpa, que lugar é que ocupa Brinches em termos populacionais e económicos?

Nós somos uma pequena freguesia. Havia aqui uma grande empresa que empregava à volta de 100 pessoas e hoje essa empresa perdeu-se porque talvez não se tenha modernizado. Era a Mariano Lopes, que laborava azeite e óleos de girassol e de bagaço. Entretanto, nasceu a Cooperativa Agrícola de Brinches, que emprega à volta de 50 e poucas pessoas. É a grande entidade empregadora, juntamente com o lar do Centro Social e Paroquial de Brinches, que empregará à volta de 25 pessoas.

Depois, há a Câmara Municipal de Serpa, que é a maior empregadora do concelho. Possivelmente, emprega à volta de 350 pessoas, sendo que talvez 10 ou 12 pessoas sejam aqui da freguesia.

Neste momento, para que países se dirigem os brinchenses que querem emigrar?

Essencialmente, para França e a Suíça.

Normalmente é para lá que vão os mais jovens, porque realmente não temos aqui trabalho nenhum. Temos a agricultura, que emprega muito pouca gente, algumas pessoas na altura da azeitona, mas nada de significativo. Há pessoas que fazem o seu próprio caminho, há outras que tentam, através de familiares e amigos, encontrar algum posto de trabalho na Suíça. Em termos de investimentos agrícolas, os espanhóis têm comprado as grandes propriedades, investindo na olivicultura. Temos duas propriedades aqui perto, com uma grande extensão de oliveiras, que se calhar são a maior área agrícola da freguesia. Mas é uma atividade que absorve pouca mão-de-obra.

Alguma da freguesia, não muita, e também estrangeiros. Mas são pessoas que estão aqui para a campanha. Por vezes, nem sequer dormem aqui; só os vemos nos olivais.

A central fotovoltaica que está a funcionar em Brinches desde 2007 não beneficiou a freguesia ao nível da criação de emprego?

Penso que não. Acho que trabalha uma pessoa ou duas ali e nem são da freguesia. Na altura, ao longo daqueles meses de construção da central fotovoltaica, criaram-se alguns postos de trabalho aqui em Brinches, mas de momento não.

Brinches em números Brinches é a segunda freguesia menos populosa do concelho de Serpa, com 1 039 residentes, segundo os resultados provisórios do Censos 2011. Destes 501 são homens e 538 mulheres. Na análise por grupos etários, verifica-se que a maior fatia, 496 pessoas, se situa na faixa entre os 25 e os 64 anos, não muito longe do escalão seguinte, os de mais de 65 anos, no qual se encontram inscritas 343 pessoas. As crianças (0-14) são 120 e os jovens (15-24 anos) não vão além dos 80.

Quanto à escolaridade, ressalta o número significativo de analfabetos (311) e dos que apenas frequentaram o 1.º ciclo (342). Apenas 74 terão frequentado o ensino secundário e menos ainda, 28, chegaram ao ensino superior.

Movimento associativo na mesma casa

Cooperativa agrícola é a maior empregadora

Em Brinches a vida associativa funciona sob o mesmo teto, num espaço cedido pela junta de freguesia local. Moto Clube; Associação de Jovens, com a sua secção de futebol; Casa do Povo, que dinamiza o único grupo coral da aldeia; e Banda Filarmónica de Brinches, que recentemente reiniciou a sua atividade, vão permitindo alguma fruição cultural e desportiva na pequena aldeia do concelho de Serpa.

Mas “o movimento associativo já foi mais vivo, havia mais vontade de participação das pessoas”, confessa António Lúcio Travessa, presidente da junta de freguesia local.

A Cooperativa Agrícola de Brinches, que se especializou na produção de azeite virgem e extra de alta qualidade com a marca Flor do Alentejo, é a grande entidade empregadora da freguesia, dando trabalho a cerca de 50 pessoas. Seguem-se o lar do Centro Social e Paroquial de Brinches, que emprega à volta de 25 pessoas, e a Câmara Municipal de Serpa, na qual trabalharão pouco mais de uma dezena. A funcionar desde 2007, a central fotovoltaica ali instalada não beneficiou a freguesia ao nível da criação de emprego.

06 Diário do Alentejo 20 janeiro 2012

Pólo Turístico do Litoral Alentejano concorda

Atual Moura: caça, pesca e biodiversidade O primeiro curso da Escola Nacional de Caça, Pesca e Biodiversidade, em Moura, deverá começar em breve para sensibilizar guardas e gestores de caça para boas práticas na área cinegética. O curso, com “caráter exploratório”, deverá começar “durante este mês ou no início de fevereiro”, disse Antónia Baião, coordenadora da Comoiprel – Cooperativa Mourense de Interesse Público de Responsabilidade Limitada, promotora da escola. Segundo a responsável, há muitos interessados em frequentar o curso, que se destina a guardas e gestores de caça do concelho de Moura e será subordinado ao tema “Sensibilização e Boas Práticas” na área da caça. Além do curso, a Comoiprel, no âmbito do processo de dinamização da escola, vai promover este ano várias ações, como um salão de caça e pesca durante a feira Olivomoura 2012, que irá decorrer em maio, e o segundo Encontro Cinegético do Concelho de Moura. A Comoiprel irá participar na 1.ª Feira de Caça e Pesca da Tomina, promovida pela Comissão de Festas da Tomina e que irá decorrer entre os dias 10 e 12 de fevereiro em Santo Aleixo da Restauração, no concelho de Moura.

Entrudo em Vidigueira A Câmara Municipal de Vidigueira vai assinalar o já tradicional Entrudo com um desfile, a 19 de fevereiro, que contará com a participação das escolas, associações e população do concelho. A autarquia convida assim todos os interessados a participar na iniciativa e a prepararem os disfarces. As inscrições serão oportunamente divulgadas.

Caça em Selmes O Festival Gastronómico Sabores da Caça vai decorrer de 3 a 5 de fevereiro na freguesia de Selmes, no concelho de Vidigueira. A iniciativa, que inclui exposições, atividades de caça e espetáculos musicais, é organizada pela Junta de Freguesia de Selmes, com o apoio da Câmara Municipal de Vidigueira.

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O presidente do Pólo de Desenvolvimento Turístico do Litoral Alentejano, Carlos Beato, também revelou que concorda “genericamente” com o novo modelo de reorganização do turismo. Contudo, o responsável frisou esperar que, neste novo modelo, “o trabalho que tem sido feito para afirmar cada vez mais” a costa alentejana “não se desbarate, nem vá por água abaixo”.

é o númetro de empresários, que juntamente com mais de uma dezena de associações empresariais do setor e as três entidades regionais de turismo que atuam no Alentejo, integram a Agência Regional de Promoção Turística do Alentejo.

Governo extingue pólos e entidades do setor turístico

Ceia da Silva disponível para liderar nova região do Alentejo Cecília Meireles, secretária de Estado do Turismo, anunciou a extinção de 17 estruturas de turismo e a criação de cinco regiões coincidentes com as NUTS II. Ceia da Silva, presidente da Entidade Regional de Turismo (ERT) do Alentejo, subscreve “na íntegra” a proposta do Governo e mostra-se, desde já, “disponível” para liderar o organismo a ser criado para o Alentejo.

Texto Aníbal Fernandes

C

eia da Silva disse ao “Diário do Alentejo” que está “disponível” para liderar o organismo a ser criado, “caso seja essa a vontade de autarquias e privados”, que segundo o atual presidente da ERT Alentejo “devem ter uma forte participação” na nova estrutura.

Vai ser necessário esperar pela publicação dos diplomas, mas a secretária de Estado, em entrevista ao semanário “Expresso”, manifestou a intenção de no segundo semestre a nova estrutura organizacional já estar a funcionar.

Trata-se de um corte radical com o modelo atual que é composto por seis pólos (Douro, Serra da Estrela, Oeste, Alqugeva, Litoral Alentejano e Porto Santo), cinco entidades regionais de turismo (ERT) e mais seis agências regionais de promoção turística (ARPT), num total de 17 organismos. As cinco novas regiões de turismo, que terão como base as unidades territoriais

estatísticas NUT II (Norte, Centro, Lisboa, Alentejo e Algarve), irão ficar responsáveis pela estruturação da oferta e da promoção interna e externa, até agora na mão das ARPT. A secretária de Estado reconhece que as agências são organismos de direito privado, e, como tal, não podem ser extintas pelo Governo. No entanto, na prática, se deixarem de contar com as verbas do Turismo de Portugal acabam por ficar sem financiamento. Em declarações ao “Expresso”, Cecília Meireles afirma que a manutenção destas agências “ficará ao critério dos associados, e as novas estruturas têm autonomia para estabelecer relações com agências privadas, se assim o entenderem”.

Ceia da Silva disse ao “DA” que a solução agora proposta “recebeu os contributos” da ERT Alentejo, que “estão plenamente espelhados nesta reforma” e apresenta “todas as condições para

“É importante que os privados continuem a ter uma posição muito firme em termos da promoção global do território”, bem como uma “forte ligação às autarquias” Ceia da Silva

estruturar o destino Alentejo”.

O responsável da ERT Alentejo explicou à Lusa que, neste novo modelo, cada região de turismo será “uma entidade muito local e regional” centrada “na ligação ao território”, o que é “muito importante” para a afirmação do setor turístico. “É importante que os privados continuem a ter uma posição muito firme em termos da promoção global do território”, bem como uma “forte ligação às autarquias em tudo o que tenha a ver com a criação do produto, a sistematização da oferta, o apoio ao investimento e a novos investimentos”, afirma Ceia da Silva, que, devido à atual conjuntura económica, concorda que as novas regiões de turismo tenham apenas três dirigentes eleitos por entidade, e só um deles remunerado.

“Apenas um dirigente para uma área será pouco, o desejável seriam dois, mas, nestes tempos de contenção, ninguém pode ficar de parte desse esforço de racionalização”, disse o presidente da ERT Alentejo.

A secretária de Estado adiantou, em conferência de imprensa, que o objetivo desta reestruturação é obter, já este ano, uma poupança de 30 por cento, face aos gastos de 2011.

Agência Regional de Promoção Turística do Alentejo “vai continuar”

A

Agência Regional de Promoção Turística do Alentejo (Arpta), em comunicado, considera que “qualquer que seja o novo modelo de organização regional do turismo, deve ser esta associação a contratar a promoção interna e externa com a nova região de turismo que for criada para o Alentejo”.

A nota, assinada por Vítor Fernandez da Silva, assegura que a associação “vai continuar” e lembra que a Arpta “é constituída por cerca de 170 empresários, mais de uma dezena de associações empresariais do setor e as três entidades regionais de turismo que atuam no Alentejo”.

O presidente da direção escreve que esta estrutura, com quase oito anos de existência, é a “casa comum dos agentes turísticos do Alentejo” e “a única associação transversal a todo o tipo de

empresas e entidades que integram o universo do turismo à escala da região”, sendo a “plataforma em que o público e o privado interagem na elaboração da promoção turística externa da região”.

A direção da Arpta diz que “os resultados alcançados como agente dinamizador da promoção internacional do Alentejo levam a concluir ser fundamental a manutenção desta associação, para que a dinâmica e o entrosamento conseguidos não se percam”.

Para 2012, o Plano de Promoção Externa Regional do Alentejo “já está contratado” com o Turismo de Portugal, e os projetos apresentados às entidades gestoras dos fundos comunitários “aprovados”, lê-se no comunicado, que termina garantindo que “a atividade promocional da Arpta para o ano em curso não sofrerá qualquer alteração”.

A ACOS – Agricultores do Sul, organizadora da Ovibeja, e a Casa do Azeite – Associação do Azeite de Portugal, lançaram o 2.º Concurso Internacional de Azeite Virgem Extra – Prémio Ovibeja para distinguir azeites de excelência. Após o “sucesso” da primeira edição, a organização pretende que o concurso, “o único de âmbito internacional realizado

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em Portugal”, seja “uma referência” ao nível dos vários concursos de azeite virgem extra que se organizam anualmente no mundo. Para uma “maior diversidade de concorrentes”, a organização vai “estimular” a participação de azeites dos principais países produtores europeus e dos novos países produtores da América Latina.

Não é normal deixar correr as coisas sem dizer nada aos agricultores e a todas as entidades que estão envolvidas neste processo. Terá que haver forçosamente uma definição a muito curto prazo por parte do Ministério da Agricultura sobre a data em que o Governo tenciona finalizar estas últimas obras do regadio de Alqueva”.

Atraso na conclusão de Alqueva agrava ainda mais a situação

JOSÉ SERRANO

Seca é já uma evidência no Alentejo Nos últimos meses pouco tem chovido no Alentejo. No domingo houve alguma precipitação, mas foi chuva de pouca duração. O sol voltou logo de seguida e, apesar de alguma instabilidade, a meteorologia não prevê ainda o regresso em força da chuva, o que está a fazer aumentar os receios dos agricultores de que este possa ser um ano de seca.

Texto Carlos Júlio

“A

situação é já muito preocupante porque não são só as pastagens e as culturas de cereais que estão em risco. São também as reservas de água, tanto no subsolo como nas charcas e nas barragens particulares que começam a ficar esgotadas. É um ano que se prevê que possa vir a ser muito complicado”, diz ao “Diário do Alentejo”, Manuel Castro e Brito.

Para o presidente da ACOS – Agricultores do Sul esta situação “é tanto mais grave porque já há muitas culturas regadas e à espera do regadio de Alqueva. Até ele ser construído estão a ser regados milhares de hectares a partir dessas charcas e furos que, se a seca continuar, poderão não ter água este ano”.

Castro e Brito recorda que “estas culturas foram feitas com antecipação, contando os agricultores com a água de Alqueva em 2013,

2012 Agricultores esperam um ano de forte seca para a agricultura

o que não vai acontecer. Havia esse compromisso por parte do governo, mas neste momento sabe-se que o prazo não vai ser cumprido, com a agravante de que este governo ainda não apontou uma nova data”.

Nestes últimos anos a “face” da região tem-se alterado. “Foram feitos muitos investimentos, há projetos que neste momento se estão também a realizar, há uma grande carteira de investimentos e de intenções de plantação de culturas à espera da água de Alqueva. Esta situação de indefinição não é

boa para ninguém e é muito prejudicial principalmente numa região que está com graves problemas económicos e de desenvolvimento”, salienta Castro e Brito.

“Não é normal deixar correr as coisas sem dizer nada aos agricultores e a todas as entidades que estão envolvidas neste processo.

Terá que haver forçosamente uma definição a muito curto prazo por parte do Ministério da Agricultura sobre a data em que o Governo tenciona finalizar estas últimas obras do regadio de Alqueva”, diz.

ACOS deixa cair ovinos e caprinos

Agricultores do Sul

A

ACOS, com sede em Beja, foi criada em 1983 com o objetivo de associar os criadores de ovinos e caprinos do sul do País, mas rapidamente viu o seu horizonte crescer e de há muito que reúne agricultores dos mais variados setores de atividade.

Recentemente, a assembleia geral decidiu alterar o nome da associação e também o seu objetivo social. De Associação de Criadores de Ovinos e Caprinos transformou-se em ACOS – Agricultores do Sul, de caráter mais generalista. É esta a nova denominação que já por aí circula, associada também a um novo logotipo.

“Tratou-se apenas de adaptar o nome da associação à sua realidade atual. A associação hoje presta serviços em todos os setores da agricultura, faz formação profissional, presta serviços a entidades

07 Diário do Alentejo 20 janeiro 2012

Ovibeja lança Concurso Internacional de Azeite

terceiras, etc., o que significa que há muito tempo já ultrapassámos o objetivo inicial da ACOS, que era o de associar os produtores de ovinos e caprinos”, explica Castro e Brito, que se mantém à frente da ACOS – Agricultores do Sul. “A associação tem agora um âmbito geral e este nome pretende dar uma imagem daquilo que realmente somos. Começou por ser uma associação de produtores de ovinos e caprinos e foi-se estendendo aos outros setores, aos bovinos, às culturas arvenses, ao regadio, também a diversas prestações de serviços, tornando-se numa associação generalista e que presta serviços a todas as vertentes da agricultura”, refere.

Castro Brito diz que se mantém a sigla ACOS porque “é uma sigla muito conhecida e não fazia sentido acabar com ela”: “Decidimos mantê-la, juntando-lhe a

expressão que melhor nos define hoje que é, de facto, Agricultores do Sul”.

A ACOS – Agricultores do Sul é uma das maiores organizações ligadas ao setor no sul do País, com mais de 1 500 associados, cobrindo uma área geográfica que “engloba todo o sul do Tejo e todas as vertentes agrícolas da região”, refere Castro e Brito, acrescentando que é “sob esta nova denominação que se vai organizar já este ano a 29.ª Ovibeja”.

A Ovibeja é uma das mais conhecidas realizações da ACOS, atraindo a Beja milhares de visitantes para aquela que é também uma das maiores feiras da região. Tem data marcada este ano entre os dias 27 de abril e 1 de maio e, apesar da “crise”, Castro e Brito tem a “expectativa” que a feira decorra com “o sucesso de sempre”. CJ

Almodôvar comparticipa medicamentos a carenciados Os idosos e carenciados do concelho alentejano de Almodôvar (Beja) vão beneficiar de reforços na comparticipação de medicamentos concedida pelo município, que aumentou a percentagem e os montantes anuais máximos da ajuda, anunciou a autarquia. A Câmara de Almodôvar, “atenta às necessidades das populações”, alterou o regulamento do Cartão Almodôvar Solidário, aumentando a comparticipação dos medicamentos concedida aos beneficiários, explica o município em comunicado. Desta forma, a comparticipação de medicamentos aumentou de 40 para 45 por cento e o montante máximo anual da ajuda por pessoa de 150 para 170 euros, precisa o município. Quase 10 anos após a criação do antigo Cartão Municipal do Idoso, que em 2009 deu origem ao Cartão Almodôvar Solidário, o município voltou a aumentar os benefícios concedidos aos beneficiários, o que também tinha feito naquele ano para “aliviar” os efeitos da crise.

O cartão beneficia residentes no concelho de Almodôvar há pelo menos dois anos e que sejam pensionistas com 60 ou mais anos e cujo rendimento mensal não ultrapasse o salário mínimo nacional. Os reformados por invalidez com menos de 60 anos e cujo rendimento mensal não ultrapasse o salário mínimo nacional e os doentes crónicos ou dependentes cujo rendimento mensal do agregado familiar não exceda dois salários mínimos nacionais são também beneficiários do cartão. Além da comparticipação de medicamentos, o cartão atribui outros benefícios, como isenção no pagamento do consumo de água até quatro metros cúbicos e de tarifas de lixo e saneamento. Os portadores do cartão beneficiam também de entradas gratuitas nos campos de futebol do concelho de Almodôvar e de descontos em bilhetes de cinema e bens e serviços no comércio local aderente.

Moura apoia reabilitação de casas de carenciados A Câmara Municipal de Moura atribuiu 10 mil euros para obras de melhoria de duas habitações do concelho e ao abrigo do regulamento de concessão de apoios a estratos sociais desfavorecidos. Um dos apoios, no valor de quatro mil euros, destinou-se à melhoria de uma habitação em Santo Aleixo da Restauração e o outro, de seis mil euros, para a reparação da cobertura de uma habitação no bairro 25 de Abril na cidade de Moura, obras atualmente em curso. Os apoios foram concedidos pelos serviços de ação social do município ao abrigo do regulamento de concessão de apoios a estratos sociais desfavorecidos, que pretende “apoiar pessoas com menores recursos económicos, sobretudo entre a população idosa”.

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JOSÉ FERROLHO

Diário do Alentejo 20 janeiro 2012

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CDU acusa autarca de falso defensor do povo

Amareleja a ferro e fogo Não param as trocas de acusações entre a CDU e o executivo da Junta de Freguesia de Amareleja. As forças políticas estão novamente de costas voltadas e na base da discussão está um comunicado enviado pela CDU, que acusa o atual presidente da junta de “falso defensor do povo”.

A

comissão coordenadora da CDU na freguesia de Amareleja e a Junta de Freguesia de Amareleja voltaram a trocar acusações. Continua a não existir entendimento na terra que é abençoada pelo sol.

A CDU acusa o atual presidente da Junta de Freguesia de Amareleja, António Gonçalves, de ser “um falso defensor do povo”, considerando que “é preciso denunciar os gastos exorbitantes e a forma pouco clara como é gasto o dinheiro da junta de freguesia”.

De acordo com um comunicado da CDU, “o presidente da junta, durante o ano 2010 e parte do ano de 2011, foi fornecedor de 60 por cento dos materiais de construção e outros à junta de freguesia, através das empresas de que é sócio ou dono”.

António Gonçalves, por sua vez, em declarações ao “Diário do Alentejo”, diz: “É pura mentira”. E argumenta: “Uma empresa do qual sou sócio forneceu raríssimas vezes a junta de freguesia, porque não existe mais nenhuma empresa do género na freguesia e para se evitarem ainda mais gastos e deslocações desnecessárias os materiais foram fornecidos por essa empresa; contudo, os valores do fornecimento divulgados pela CDU não são nem de perto nem de longe verdadeiros. Este é um comunicado que, para além de contornos de natureza criminal, contém um conjunto de falsas acusações”. Para o autarca, este comunicado, trata-se, assim, “de

um ataque pessoal”.

A CDU, por sua vez, refere-se também à “engorda da conta bancária” do autarca e António Gonçalves retorque: “A minha conta bancária, fruto da situação atual, só tem vindo é a diminuir”.

No referido comunicado da CDU, pode ainda ler-se: “A Câmara Municipal de Moura já pagou à Junta de Freguesia de Amareleja, ao abrigo do protocolo assinado, mais de 171 mil euros”. A CDU garante, no entanto, que “a junta de freguesia investiu apenas 21 243, 08 euros” e pergunta: “Onde está o resto do dinheiro?”.

Relativamente a esta matéria, António Gonçalves volta a frisar que “este é um comunicado calunioso e provocatório”, defendendo que “a Câmara de Moura quer quebrar o protocolo prejudicando ainda mais o povo de Amareleja”.

A oposição acusa ainda, entre outras matérias, o autarca de ter votado contra todos os projetos previstos para a Amareleja, considerando também que “a junta de freguesia, em dois anos de mandato, recebeu rendas da central fotovoltaica (mais de 180 000 euros)” e não investiu o dinheiro. “Haverá alguém desta terra que consiga apontar uma obra feita pela junta de freguesia que justifique esse dinheiro”, pode ler-se no comunicado.

“Era preciso mais de 30 páginas para responder às calúnias que estão expressas neste comunicado”, acusa António Gonçalves, defendendo que “se trata de uma matéria demasiado grave que precisa de ser debatida olhos nos olhos e em local próprio”. Neste sentido, entendeu o executivo da Junta de Freguesia de Amareleja convocar uma assembleia de freguesia extraordinária. “Aí, perante a população e os seus representantes, tudo será esclarecido”, diz. Bruna Soares

A Câmara Municipal de Vidigueira entregou, em todas as localidades do concelho, cerca de 50 cabazes alimentares a famílias carenciadas, constituídos por diversos produtos como mel, compotas, azeite, vinho, bolo-rei, bolos secos, laranjas, pão, enchidos, queijos e leite. Para “concretizar esta iniciativa”, a autarquia contou “com uma forte colaboração de empresas/produtores locais, cujo contributo foi superior ao de anos anteriores”, refere.

Câmara de Mértola promove ações de sensibilização sobre segurança A Câmara Municipal de Mértola, em colaboração com a GNR – Destacamento Territorial de Almodôvar, vai promover durante este ano, nas freguesias de São João dos Caldeireiros, Mértola e Corte do Pinto, várias ações de sensibilização sobre segurança junto da população

idosa. As ações decorrerão entre janeiro e março, estando a primeira agendada para o próximo dia 26 na freguesia de S. João dos Caldeireiros, nos centros culturais de Penilhos (14 horas) e de Alvares (16 horas). As ações visam “alertar e aconselhar sobre os cuidados a ter em casa e na rua”, esclarece a autarquia, adiantando que “esta é uma problemática com a qual cada vez

09 Diário do Alentejo 20 janeiro 2012

Vidigueira entrega cabazes alimentares

mais os nossos idosos se veem confrontados, especialmente os que vivem mais isolados”. Os idosos “são ensinados a reconhecer os modos e estratégias de atuação dos burlões, as suas características e quem estes escolhem para burlar. São igualmente incentivados a contactar as autoridades sempre que estejam confrontados com situações duvidosas”.

Bombeiros de Alvito aflitos

Protesto contra as políticas de saúde do Governo

Operações de socorro em causa

O aumento das taxas moderadoras, a falta de médicos, a redução de horários de centros de saúde, os limites ao transporte de doentes não urgentes e o fim da comparticipação de alguns medicamentos foram algumas das medidas contestadas por alguma centenas de pessoas num protesto promovido em Beja pela Saúde Plataforma.

JOSÉ FERROLHO

Manifestação promovida em Beja pela Saúde Plataforma

A

lgumas centenas de pessoas protestaram no sábado em Beja contra medidas do Governo na área da saúde, como o aumento das taxas moderadoras, e exigiram um Serviço Nacional de Saúde (SNS) que “cumpra o seu desígnio” com “melhor qualidade”.

A ação de protesto, promovida pela Saúde Plataforma, começou com uma concentração no Jardim do Bacalhau, onde os manifestantes, entre intervenções, empunharam bandeiras negras e cartazes e aprovaram um manifesto com as suas preocupações e reivindicações.

“Pela nossa saúde internem o ministro com urgência”, “Não acabem com o SNS”, “A saúde não é mercadoria”, “Governos limitam o direito à saúde”, “Contra as taxas moderadoras” e “Não aos encerramentos de extensões de centros de saúde” eram algumas das frases dos cartazes.

O aumento das taxas moderadoras, a falta de médicos, a redução de horários de centros de saúde, os limites ao transporte de doentes não urgentes e o fim da comparticipação de alguns medicamentos foram algumas das medidas contestadas.

O protesto serviu também para contestar o eventual fecho da maternidade do Hospital de Beja e de 34 extensões de centros de saúde do distrito e o fim de serviços e o eventual fecho ou privatização do Hospital de Serpa.

Trata-se de medidas “inquietantes” porque vão “incidir sobre populações que têm mais dificuldades em aceder aos cuidados de saúde” e “já começaram a ter consequências no afastamento” de pessoas dos centros de saúde e hospitais, disse João Rocha, da Saúde Plataforma e presidente da Câmara de Serpa (CDU), na sua intervenção.

“Todos os dias temos conhecimento de situações graves de pessoas que estão doentes, mas não se podem deslocar

O

s Bombeiros Voluntários de Alvito atravessam dificuldades financeiras, devido à diminuição de serviços, já tiveram que contrair um empréstimo para pagar dívidas e admitem dispensar pessoal, o que poderá por “em causa” o socorro à população.

“Estamos com dificuldades financeiras”, devido ao “problema grave da redução de serviços”, sobretudo de transporte de doentes, disse à Lusa o presidente da direção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Alvito, António Valério.

Em 2011, os bombeiros de Alvito registaram “uma redução de 22,6 por cento nos serviços prestados, o que tem tido consequências inevitáveis na disponibilidade financeira e de tesouraria” da associação, explicou.

Por outro lado, a verba que a associação recebe da Câmara de Alvito, que era “muito significativa”, foi reduzida em 30 mil euros, disse, explicando que a autarquia foi “obrigada” a diminuir a ajuda, devido ao corte nas transferências do Orçamento do Estado para o município.

“Se não houver melhorias na situação financeira, teremos mesmo que reduzir o pessoal para conseguirmos equilibrar as receitas e as despesas. Não há outra solução”, disse, alertando que a medida, a concretizar-se, poderá provocar “outros problemas”, nomeadamente ao nível do socorro às populações, que “poderá ser posto em causa”.

Devido à situação financeira, a associação também foi “obrigada” a contrair, no passado mês de dezembro, um empréstimo de 30 mil euros junto da banca, para poder “regularizar as dívidas” que tinha, disse.

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Palavra de ordem “A saúde é um direito, sem ela nada feito”

[até unidades de saúde] porque não têm dinheiro para suportar nem as deslocações, nem as consultas e nem tão pouco os tratamentos”, alertou.

João Rocha acusou o Governo de “penalizar o SNS” e de querer “poupar mais de 700 milhões de euros na racionalização dos recursos” no setor “à custa das pessoas que verdadeiramente deles necessitam e que não têm alternativas”.

Trata-se de “uma cilada [ao SNS] para privilegiar o setor privado na área da saúde, que é uma das mais apetecíeis, porque é extremamente rentável”, disse João Rocha.

Após a concentração no jardim, os manifestantes desfilaram a pé, entre palavras de ordem e apitos, até à entrada do recinto do Hospital de Beja, onde

voltaram a concentrar-se.

“A saúde é um direito, sem ela nada feito”, “Com a política de direita a saúde não se endireita”, “As taxas moderadoras são um roubo sem razão” e “Saúde sim, taxas não” foram palavras de ordem entoadas durante o desfile e na concentração junto ao Hospital de Beja.

A concentração neste local durou enquanto uma delegação da Saúde Plataforma se deslocou ao interior do Hospital de Beja para entregar o manifesto à administração da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo.

A Saúde Plataforma foi criada pela câmara, pela assembleia municipal e pelas juntas de freguesia de Serpa para contestar a redução de serviços no hospital local, e, entretanto, foi alargada.

Câmara de Aljustrel atribui 30 bolsas de estudo

Diário do Alentejo 20 janeiro 2012

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A Câmara Municipal de Aljustrel deliberou atribuir/renovar 30 bolsas de estudo destinadas a alunos do concelho matriculados no ensino superior no presente ano letivo (2011/2012). A concessão de bolsas de estudo visa “proporcionar apoio aos estudantes que, em virtude da sua situação económica, têm dificuldades em prosseguir os estudos nos

Ferreira contra abandono do conservatório A Câmara de Ferreira do Alentejo, “apesar das grandes dificuldades financeiras que os municípios atravessam e das fortes limitações e restrições à sua atividade”, não aceita “que o abandono de municípios [do Conservatório Regional do Baixo Alentejo – CRBA] seja solução para a resolução do que quer que

estabelecimentos de ensino superior”, esclarece a autarquia, adiantado que a atribuição de bolsas de estudo é “um modo de estimular a frequência em cursos superiores, melhorando o tecido académico do concelho de Aljustrel, contribuindo, assim, para um maior e mais equilibrado desenvolvimento social, económico e cultura”.

seja”, e afirma que “que tais situações serão, elas sim, causadoras de perturbação e agravamento das condições económicas e financeiras do conservatório”. Em comunicado de imprensa, a autarquia reafirma “que continuará presente no conservatório, contribuindo para o seu funcionamento, na medida das suas possibilidades” e que “desenvolverá esforços para que

este projeto de grande importância cultural e abrangência regional perdure por muito tempo e continue a prestar um importante serviço ao Baixo Alentejo”. “Os municípios que abandonam ou possam vir a abandonar o CRBA serão o problema e contribuirão negativamente para o futuro desta importante instituição do Baixo Alentejo”, conclui.

Proposta vai ao encontro das exigências da oposição

Ministério Público não avança

Câmara de Beja recua

Orçamento fora do tribunal

A

Câmara de Beja apresentou aos representantes dos partidos com assento na Assembleia Municipal (AM) uma proposta de alteração ao orçamento para 2012, orçamento esse que tinha sido chumbado na última reunião da assembleia com os votos contra da maioria CDU e do Bloco de Esquerda, a abstenção do PSD e os votos a favor dos deputados do PS. De acordo com o presidente da autarquia, a proposta inclui alterações que vão “ao encontro” das “exigências” da CDU e do BE e que tinham levado ambas as forças políticas a votar contra e a chumbar a primeira versão

do orçamento. Pulido Valente considera que “se imperar o bom senso, o sentido de responsabilidade e a boafé e não houver uma tática políticopartidária” da oposição, “há condições para o orçamento ser aprovado”.

A proposta de alteração já não inclui o corte de cinco por cento nas transferências para as juntas de freguesia do concelho, cujas verbas vão depender do número de habitantes por freguesia e segundo os dados do Censos 2011, “cumprindo” os protocolos assinados. O valor do orçamento para a AM, que, na primeira proposta, era de 45 mil euros, será reforçado com uma verba para pagar aos deputados

municipais as senhas de presença em dívida e relativas a 2011.

O representante do grupo da CDU, Rodeia Machado, e o deputado do BE, José Pedro Oliveira, disseram que a proposta foi apresentada “verbalmente” pelo executivo PS e, por isso, vão aguardar o envio do documento por escrito para o poderem “analisar” e só depois tomarão posição. “Parece haver uma abertura” do executivo PS e, “se a proposta de alteração da câmara for efetivamente ao encontro das exigências da CDU, estamos disponíveis para avaliá-las e, eventualmente, alterar a nossa posição”, disse Machado.

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O

Ministério Público decidiu não avançar para tribunal com a participação da Câmara Municipal de Beja (PS) contra a Assembleia Municipal, de maioria CDU, por ter chumbado o orçamento camarário para este ano.

O Ministério Público “considerou que não deveria avançar para tribunal com o processo” da participação, que tinha sido apresentada pela autarquia, após a Assembleia Municipal de Beja ter chumbado o orçamento, adiantou à Lusa o autarca socialista Pulido Valente. No entanto, o Ministério Público considerou que a Câmara de

Beja poderá avançar com o processo em tribunal “se assim o entender”, o que a autarquia não irá fazer, porque “não tem, nem nunca teve, a intenção de processar a Assembleia Municipal”, disse Pulido Valente. “Nunca foi esse o objetivo”, frisou o autarca, referindo que a Câmara de Beja foi “obrigada por lei” a participar ao Ministério Público o “problema” do chumbo do orçamento para este ano.

Segundo o autarca, a “responsabilidade” do chumbo do orçamento “não é da Câmara de Beja, mas sim da Assembleia Municipal”, que “não o aprovou em tempo oportuno”.

A Câmara Municipal de Mértola promove até domingo, dia 21, a iniciativa Movimento BYB, com o objetivo “de fomentar a atividade desportiva e o convívio”. Body combat, yoga e BTT foram as modalidades escolhidas. Hoje, sexta-feira, é a vez dos participantes experimentarem body combat, pelas 18 horas, no

Câmara de Moura requalifica espaços públicos de bairro As obras de requalificação de espaços públicos do bairro da Mouraria, na cidade de Moura, arrancam este mês e deverão terminar em julho, num investimento do

pavilhão desportivo municipal. Amanhã, sábado, pelas 10 horas, terá lugar um passeio familiar de BTT, que levará os participantes à zona da Bombeira, junto ao rio Guadiana. Os interessados podem inscrever-se no Espaço Jovem, no Posto de Informação Turística e na Divisão de Cultura, Desporto e Turismo.

município de quase 649 mil euros. A empreitada inclui a repavimentação das ruas do bairro com vários tipos de revestimentos, para criar espaços públicos diferentes, a redefinição e pavimentação com lajedo de granito do largo da Mouraria e a

PSP e IPBeja juntos em projeto inovador

Polícias Fortes em Beja Os treinos das equipas de intervenção rápida da PSP de Beja estão a ser orientados e acompanhados por especialistas em desporto. Strong Cops está no terreno e é projeto inovador e um exemplo de cooperação entre duas instituições da cidade.

Texto Bruna Soares Ilustração Paulo Monteiro

A

Brigada de Intervenção Rápida da Esquadra de Intervenção e Fiscalização Policial do Comando de Beja da PSP conta com o Instituto Politécnico de Beja para formar Strong Cops, que é o mesmo que dizer Polícias Fortes.

O projeto, que se pode renovar anualmente, e que foi apresentado oficialmente através da assinatura de um protocolo, durante a semana passada, tem como objetivo orientar cientificamente e acompanhar o treino físico das equipas de intervenção rápida da PSP de Beja.

As equipas, compostas no total por 32 elementos, são acompanhadas por especialistas em desporto do Laboratório de Apoio à Atividade Física e Saúde da Escola Superior de Educação de Beja (ESEB).

“Trata-se de colocar uma comunidade científica [IPBeja] a apoiar e a orientar os treinos das equipas”, explica Nuno Loureiro, do Laboratório de Apoio à Atividade Física e Saúde da ESEB. A intenção é melhorar a condição física e técnica dos agentes e a necessidade, essa, foi identificada pela PSP que pediu apoio ao IPBeja. Os resultados, de acordo com Nuno Loureiro, “têm sido muito positivos” e o PUB

protocolo continua a funcionar porque “a PSP reconhece a eficácia do projeto”.

Cada equipa é regularmente acompanhada, sendo feita uma avaliação da condição física. Os especialistas encarregam-se da prescrição e do acompanhamento de exercícios de treino de cada um dos elementos. “Um dos treinos, realizado na ESEB, é acompanhado. Durante a semana, os agentes contam ainda com mais um treino prescrito, que se realiza no ginásio da PSP. São, no entanto, incentivados a realizar ainda mais dois treinos autónomos”, afirma Nuno Loureiro.

Para o especialista em desporto, “este é sem dúvida um projeto inovador e pioneiro em Portugal”. E acrescenta: “É único no País e a nível europeu também é um exemplo, uma vez que apresenta uma forte ligação ao mundo académico”. E, neste sentido, segundo Nuno Loureiro, “não está posta de parte a possibilidade de o expandir a outras forças”.

Em declarações à Lusa, o comandante distrital da PSP, superintendente António Viola da Silva, lembrou que “toda a preparação física do pessoal é orientada por um corpo científico e não pela polícia”, considerando que a constante preparação física dos agentes é “muito importante” para a intervenção “eficaz” da PSP. “É importante que as equipas de intervenção rápida sejam respeitadas quando atuam”, disse o comandante da PSP, lembrando que quando a esquadra foi formada “sempre que os elementos atuavam de forma mais musculada havia uma reação física ao pessoal da PSP e confrontos físicos”, o que atualmente “raramente acontece”, porque “as pessoas já perceberam que a polícia está mais preparada para fazer cumprir a lei”.

11 Diário do Alentejo 20 janeiro 2012

Movimento BYP promove atividades desportivas

reformulação dos sistemas de drenagem e encaminhamento de águas. A intervenção inclui ainda a substituição de iluminação pública e de cabos e infraestruturas de via aérea por outros de via subterrânea e a introdução de iluminação decorativa.

Diário do Alentejo 20 janeiro 2012

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Aluna de 97 anos de Grândola conclui 6.º ano

Oitenta e cinco anos após ter concluído a 4.ª classe, Vitalina de Almeida, a aluna mais idosa da Universidade Sénior de Grândola, com 97 anos de idade, decidiu concluir o 6.º ano de escolaridade no Centro Novas Oportunidades da Escola Secundária António Inácio da Cruz. “Dona de uma vitalidade

Sala da Hora do Conto da Biblioteca de Santiago tem um novo cenário A sala da hora do conto na Biblioteca Municipal Manuel da Fonseca, em Santiago do Cacém, volta a transformar-se num “cantinho de histórias” com cenários diferentes. A inauguração da nova decoração e temática está marcada para amanhã, sábado, pelas 15 e 30 horas. “Contigo Conto Histórias” é o tema da “remodelada” sala

incrível e de uma curiosidade ainda maior”, segundo adianta a Câmara Municipal de Grândola em comunicado de imprensa, “D. Vitalina é aluna da Universidade Sénior há tês anos”, frequentando atualmente “as aulas de informática, gerontomotricidade, amadurecer com saúde e cultura geral”.

onde se recordam histórias tradicionais e outras suscitadas pelas personagens que integram o novo cenário. A aposta da Biblioteca Municipal Manuel da Fonseca é “o de criar espaços temáticos dentro de uma única sala, que podem ser usados em simultâneo, ou não, pelas técnicas da biblioteca que contam histórias”. A sala da hora do conto está aberta a todos os utentes da biblioteca, famílias e escolas.

Candidatura do cante a Património Cultural Imaterial da Humanidade

As vozes que não se fazem ouvir No próximo dia 30 de março, Paris receberá uma delegação representativa do cante alentejano onde será a entregue a candidatura a Património Cultural Imaterial da Humanidade da Unesco. A pouco mais de dois meses do passo final de todo o processo, que conhecerá o seu desfecho em outubro de 2013, há quem defenda que a candidatura deveria ser feita de outra forma, com um maior envolvimento dos verdadeiros intervenientes do cante.

Texto Marco Monteiro Cândido Ilustração Susa Monteiro

J

osé Francisco Colaço é uma dessas vozes. Para o fundador e primeiro presidente da associação de cante alentejano MODA, o processo de candidatura em curso deveria ter sido mais amadurecido, incorporando dentro do mesmo o maior número possível de pessoas, individualidades e personalidades do Alentejo, ligadas, direta ou indiretamente, ao cante alentejano. “Não quero estar a problematizar a questão, trata-se de trazer uma mais-valia, de ainda poder-se corrigir alguma coisa que podia ter sido feita de outra forma”.

A candidatura do cante alentejano a Património Cultural Imaterial da Humanidade da Unesco, a mesma classificação com que o fado foi recentemente distinguido, está a ser patrocinada pela Câmara Municipal de Serpa e pela Entidade Regional de Turismo do Alentejo. Para além da Confraria do Cante Alentejano, a promotora do processo, surgiu pelo caminho, um caminho que vai a meio e que começou em outubro passado, a colaboração da associação MODA e da Casa do Alentejo. Para José Francisco Colaço é estranho que os municípios, que “ao longo de décadas têm tido um trabalho de grande dedicação e que têm sido um dos suportes do cante em todo o Alentejo, tenham sido marginalizados” em todo este processo. “Foram convocados para uma reunião na Casa do Alentejo, em cima da hora, quando deveriam fazer parte e integrar a própria organização”. O atual presidente da assembleia geral da MODA, associação que representa mais de 50 grupos corais, refere que a presença desta na candidatura teve que ser quase imposta, “porque a ideia era que a MODA ficasse de fora”. “ Não foi considerada um parceiro incontornável e só mais tarde é que foi contactada”.

Para José Francisco Colaço, a candidatura do cante deveria ter, igualmente, incluído personalidades “que têm sido porta-vozes da cultura alentejana”. “Sem querer estar a citar muitos nomes, mas a moda ‘Menina estás

à janela’, se não fosse o Vitorino, não era tão conhecida como o é a nível nacional. O cante propriamente dito ganhou alguma relevância a nível nacional graças a algumas vozes que, constato, não foram tidas em consideração”.

O que dizem os cantadores José Roque faz parte dos Ceifeiros de Cuba há quase 23 anos, grupo coral alentejano que existe desde 1933.

Sobre a possibilidade de o cante vir a ser considerado património imaterial da humanidade, José defende que é muito importante o reconhecimento internacional, sublinhando, no entanto, que isso também deve acontecer “dentro de portas”. “Primeiro, e para não pôr o carro à frente dos bois, o cante teve que ser reconhecido como património de interesse municipal, através das autarquias e, depois sim, candidatá-lo a nível internacional”.

Para o cantador dos Ceifeiros de Cuba, que está ciente das dificuldades da promoção desta candidatura, o importante é defender tudo o que dignifique e valorize o cante, “independentemente do veículo dessa transmissão”. “Caso a candidatura vença, a vitória tem que ser de todos os alentejanos. Algumas pessoas defendem que há muita gente do cante que não faz parte desta candidatura, nomeadamente através das suas comissões.

“É estranho que os municípios, que ao longo de décadas têm tido um trabalho de grande dedicação e que têm sido um dos suportes do cante em todo o Alentejo, tenham sido marginalizados em todo este processo”.

E eu também concordo. Se o processo se iniciou assim, da parte de uma câmara municipal com a região de turismo, há que haver a preocupação também de incluir os cantadores e executantes desta arte”.

Pedro Mestre, do Grupo Coral e Etnogáfico Os Cardadores da Sete, apesar de colaborar com a candidatura, considera, também, que se pôs “o carro à frente dos bois”. Para o ensaiador de diversos grupos corais, não se pode comparar o cante ao fado, considerando que “esta não é a altura ideal

para se lançar uma candidatura”. Até porque uma candidatura do fado foi preparada ao longo de sete anos e a do cante está a ser preparada em seis meses. “Se a Unesco tiver a sensibilidade de considerar o cante património da humanidade, eu pergunto depois: o que é que o cante vai lucrar com isso? Será que depois vamos ver jovens a cantar? Vamos ver o cante nas ruas dos povos?”.

Sensibilizar o povo para gostar e ouvir o cante alentejano, para um maior envolvimento, esse sim, deveria ter sido um trabalho prévio a ser feito. “A associação MODA quis fazer essa candidatura. Tentou fazê-la, com a ajuda do Ministério da Cultura em Évora, arranjou um movimento muito grande, mas não passou dali. Parou, morreu na casca”.

Sobre o movimento que está em curso, Pedro Mestre mostra-se revoltado quando “envolvem a política” neste processo. “As câmaras e os políticos têm que ser um todo. Há que esquecer a política e gostar do cante para que as câmaras municipais sejam parceiras nessa candidatura. Mas não fazer política com isso, porque isso é que me revolta”.

O mais importante, assegura Pedro Mestre com um sorriso nos olhos, é que o futuro está garantido. “Enquanto houver alentejanos a sério, haverá cante alentejano”.

DR

A Câmara de Beja lançou uma agenda cultural mensal em formato eletrónico, a “B”, que pode ser consultada on line ou descarregada a partir do sítio de Internet do município e disponibiliza a programação cultural da cidade. A “B” pretende “colocar à distância de um clique toda a informação de âmbito cultural e de lazer de uma forma

apelativa e de acesso fácil”, explica o município, referindo que a agenda pode ser “folheada on line” ou descarregada e guardada no computador ou telemóvel. Segundo o município, a comunidade pode partilhar informações e iniciativas a incluir na agenda, desde que as envie para o endereço de correio eletrónico comunicacao@cm-beja.pt

13 Diário do Alentejo 20 janeiro 2012

Beja lança agenda cultural em formato eletrónico

Perfil “A mãe queria uma menina, o pai um Mercedes 200 D, mas devido às ancas estreitas da mulher contentou-se com o rapaz”.

António Raminhos lança O Amor não tem hora marcada... exceto nos classificados

De jornalista a palhaço António não era o filho preferido dos Raminhos, um casal alentejano ra-

C

omo é que tudo começou? “Ora bem, eu era jornalista e fui para o fantástico mundo do desemprego em 2004. A publicação onde trabalhava, o jornal ‘A Capital’, fechou”, conta ao “Diário do Alentejo”. Diz o povo que não há mal que por bem não venha, e mais uma vez acertou. “As idas constantes ao centro de emprego deram-me várias ideias para textos humorísticos. Comecei a escrever um blog e enviei mails a vários comediantes do ‘Levanta-te e Ri’. Um dos que respondeu foi o Carlos Moura, que quis logo marcar até um café para conversarmos. Até pensei que esta malta da televisão quer é outras coisas, mas no caso dele era mesmo conversar sobre comédia. É um rapaz bem casado e tudo!

Claro que estou a brincar... mas a partir daí fui começando a fazer comédia”.

Os Raminhos vieram de baixo. A família de António é originária de Beja e de Vidigueira. “Passaram pela Póvoa de Santa Iria e depois, mais tarde, instalaram-se pela bela localidade dos Olivais. Não sei se pelo facto de serem alentejanos sentiram o apelo das oliveiras e, consequentemente, por locais com muitos raminhos vá”. Quando o moço António trocou o jornalismo pelo humor os pais não acharam piada. Hoje estão conformados. “A minha mãe diz: ‘Filho, se é isso que gostas continua’. O meu pai agora aceita melhor. Ele dizia ‘Filho, acho que deves fazer isso, mas algo seguro’. Mas agora já não fala tanto nisso. Diz: ‘Andei eu a investir num jornalista, saiu-me um palhaço”, confessou o humorista ao blog “Rua de Baixo”.

António Raminhos especializou-se em stand-up comedy, género em que o humorista está sozinho em palco, geralmente de pé. “O meu primeiro espetáculo de stand-up comedy

dicado na Grande Lisboa. “A mãe queria uma menina, o pai um Mercedes 200 D, mas devido às ancas estreitas da mulher contentou-se com o rapaz”. Cresceu em sabedoria e, porque desde cedo “mostrou a sua queda para pensamentos idiotas e associações mentais ridículas”, meteu-se no humor. António Raminhos, de 32 anos, humorista com raízes alentejanas, é presença regular na televisão, na imprensa escrita. O título do livro que lançou recentemente, O Amor não tem hora marcada…exceto nos classificados, diz tudo sobre a sua idoneidade moral.

Texto Alberto Franco

foi, curiosamente, numa Sexta-Feira Santa! E deve ter sido logo abençoada, porque as coisas têm corrido bem. Mesmo quando, às vezes, falo mal da Igreja Deus não me castiga nem nada... para já”.

Que os alentejanos têm humor ninguém duvida. Mas pode falar-se num sentido de humor próprio? “Acho que há duas regiões do País, por assim dizer, onde o sentido de humor está bem vincado: Alentejo e Grande Porto”, diz António Raminhos. “E acho que se pode também falar num sentido de humor alentejano. É um humor sublime, irónico, satírico e sarcástico. Daquelas piadas para entalar os outros e deixá-los sem resposta”.

Depois daquela Sexta-Feira Santa, Raminhos caiu nas graças do público e viciou-se. O amigo Carlos Moura bem o avisou – “Tu vais meter-te nisto e vai ser como a heroína, ao primeiro chute ficas viciado” –, mas António assumiu a dependência. Uma série de espetáculos e programas de televisão

deram-lhe popularidade. “A minha estreia em televisão foi no ‘Sempre em Pé’, na RTP2.

Enviei um vídeo de stand-up, gostaram e convidaram-me para a estreia. Já conhecia o apresentador, mas fiz questão que ele não soubesse até ao último momento, não gosto cá de qualquer tipo de ajuda. Aliás, acho que é característica dos alentejanos, somos compadres, mas não gostamos de compadrio e amiguismo. Depois quando surgiu o “5 para a Meia-Noite”, como era a mesma produtora e as mesmas pessoas, que já conheciam o meu trabalho, resolveram convidar-me para guionista e depois para ator”.

Um bom humorista faz rir as pessoas, certo, mas será que isso basta? “Pronto!

Pronto, para além disso, acho que um bom humorista trabalha, está sempre à procura de piadas e, na minha opinião, tem de ter sempre um nervoso extremo antes de entrar em palco! Sempre consciente de a coisa pode correr mal”. Raminhos cria as suas

personagens a partir da realidade. “Umas são sugestões minhas, outras são ideias de outros e depois desenvolvidas por mim, como por exemplo o maestro António Raminhos de Almeida, que foi ideia do realizador André Ferreira. O agricultor/homem indignado foi ideia minha baseada na realidade (como o são muitas personagens).

Vi uma reportagem de um homem indignado com um nevão e porque o limpa-neves só tinha aparecido... depois do nevão! A realidade é a melhor ficção!”. São essas as suas personagens preferidas ou, como os bons pais de família, Raminhos gosta de todas?

“Exatamente essas e todas as mais parvas como o revisor na série ‘Hercule Pachecot’, o João Bigorne, um viciado em droga, o vidente Germano, etc...”.

Nos dias que correm, o humorista continua “com os espetáculos de stand-up comedy por todo o País”: “Estou a promover também o meu primeiro, e se calhar único, livro O Amor não tem hora marcada… exceto nos classificados, editado pela Cego, Surdo e Mudo, que reúne as crónicas que escrevia para a revista masculina ‘Maxmen’.

Faço parte do programa ‘Canela Até ao Pescoço’, na Benfica Tv, onde falamos mal de todos... Benfica incluído. E o ‘5 para a Meia-Noite’ prepara-se para regressar”. E de Alentejo, como vamos? “Vou algumas vezes a Beja, buscar uns pastéis de nata das Maltesinhas... espero que esta publicidade me valha uma caixa, pelo menos. Gostava de ir mais à Vidigueira, que é perto, onde tenho família também de quem gosto muito.

E depois vou visitar os meus pais e irmã, que estão na costa vicentina, em Almograve, perto de Vila Nova de Milfontes”.

Diário do Alentejo 20 janeiro 2012

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Para além do óbvio forrobodó de tachos que toda esta trapalhada revela – mas que é um clássico da nossa democracia –, a novidade trágica de toda esta história é esta: Passos Coelho julga que governa mas não, está é a ser governado, Pedro Tadeu, “Diário de Notícias”, 17 de janeiro de 2011

Opinião

Abortem-se as políticas retrógradas, antes que elas assassinem o País!

Marcos Aguiar Licenciado em Psicologia

S

egundo estatísticas oficiais, desde meados da década de 90 que os índices de criminalidade estão em queda nos Estados Unidos da América (EUA). O fenómeno manteve-se, independentemente das circunstâncias sociais e económicas e dos governos em funções – republicanos ou democratas. Estes indicadores, aparentemente paradoxais, contrariam as teorias mainstream defensoras de que, inevitavelmente, os crimes aumentam proporcionalmente ao crescimento da instabilidade socioeconómica.

Recentemente, o prodígio da economia Steven Levitt veio avançar uma explicação plausível para este surpreendente progresso. O economista, sustentado em dados empíricos, defende a tese revolucionária de que a legalização da interrupção voluntária da gravidez (IVG), legislada nos anos 70 nos EUA, foi a grande responsável pela enorme diminuição da criminalidade no país dos cowboys. Segundo ele, a redução do número de filhos indesejados, sujeitos a condições precárias de vida durante a infância, levou, a partir dos anos 90, ao surgimento de novas gerações de jovens com menores problemas de integração social e, logo, menos propensas a comportamentos criminosos. As conclusões de Levitt indicam que os impactos de algumas políticas progressistas, que rompem com paradigmas vigentes, apesar de gerarem inevitáveis conflitos com as classes conservadoras, acabam, mais tarde ou mais cedo, por produzir efeitos sociais significativos.

Dito isto, chegamos ao tema central desta crónica (que, aparentemente, nada tem a ver com o exposto atrás): O Governo de Portugal prepara-se para extinguir a iniciativa Novas Oportunidades. É um facto! Esta decisão sustenta-se, basicamente, num preconceito ideológico da direita ultraconservadora, avessa à mudança, que entende o sistema educativo como um joeiro social, que deve cristalizar a posição de cada cidadão na sociedade, e não como um direito universal, promotor fundamental da igualdade de oportunidades e da mobilidade social. Foi com base neste pressuposto que se arquitetou, igualmente, a morte do Plano Tecnológico, do programa E-Escolas, do incremento do investimento em ciência e tecnologia, entre outras medidas de enorme impacto desenvolvidas nos últimos anos. Assim, sem reflexão ou debate prévio, se estão a destruir tantas conquistas positivas, concretizadas no terreno por pessoas competentes e empenhadas – professores, investigadores, entre outros.

Neste momento (janeiro de 2012), centenas e centenas de profissionais altamente qualificados, integrados em centros novas oportunidades por todo o País, foram já despedidos, deixando milhares de cidadãos com os seus processos de qualificação escolar e profissional suspensos sine die. Mas que sentido faz destruir anos de trabalho com ótimos resultados e em alinhamento com as boas-práticas recomendadas por organizações internacionais como a OCDE, ainda mais quando a alternativa que se propõe significa retroceder aos anos 80, aos tristes tempos da formação profissional da CEE e dos milhões desbaratados sem resultados palpáveis para o País?

Há uma possibilidade, não sei se grande, se pequena, de o CANTE ALENTEJANO se estabelecer como Património da Humanidade.

Há, pelo menos, uma tentativa forte, de apresentar junto da Unesco uma candidatura que assim o reconheça. Pelo que, apesar das diferentes rivalidades existentes, é importante estarmos agora todos juntos. PB

E uma boa parte dos portugueses, sofrendo embora a implacabilidade dos sacrifícios, amparava aflições e privações na confiança quase física de que “assim” talvez valesse a pena. Sucede que foi sobre este “assim” (…) que caiu agora o trovão da desconfiança, consubstanciado num assassino “afinal”: afinal são todos iguais, quando se rata de “pôr lá a malta amiga”. Maria João Avilez, “Público”, 17 de janeiro de 2011

Apesar de hoje se saber, sem margem para dúvidas, que o atraso que nos separa dos países mais desenvolvidos radica, em grande medida, no insuficiente nível de qualificação da população portuguesa, o nosso governo insiste em não ultrapassar os seus preconceitos (como fizeram os políticos americanos em relação à IVG), afirmando que temos que andar para trás para podermos avançar – absurdo! Aceito que pode não ser fácil compreender, à vista desarmada, a dimensão do erro trágico em que estamos a incorrer, mas, a não se agir agora, daqui a alguns anos a “poeira” irá dissipar-se e todos veremos claramente o resultado da nossa inércia em relação aos retrocessos impostos pelos atuais governantes.

A solução, perante tamanha falta de visão e ausência generalizada de debate sério, parece ser só uma: abortem-se as políticas retrógradas, antes que elas assassinem o País!

Um novo ano, mais dificuldades João Machado Gestor de empresas

N

este novo ano que agora se iniciou poderíamos desejar que a nossa vida melhorasse, mas, de uma maneira geral, o acordo da troika não o irá permitir.

Este vai ser o ano de todas as dificuldades, em que a equidade foi esquecida e no qual passaram a existir dois tipos de portugueses, aqueles que recebem os subsídios de férias e natal e os outros que não os recebem.

Está a criar-se uma clivagem complicada na sociedade portuguesa, colocando os portugueses uns contra os outros, num clima de hostilidade sem precedentes.

Não entendo como pode ser possível, num contexto difícil, que o Banco de Portugal, por uma questão de ética, não “congele” também os subsídios de férias e natal, e que assistamos impávidos e serenos à saída de empresas do País, colocando a sua sede em países cuja política fiscal é mais atrativa.

Em países como o Brasil, por exemplo, incentivou-se o aparecimento de uma classe média que é um dos motores da economia, e na Europa os governos alicerçados em políticas neoliberais estão a tentar acabar com essa mesma classe média.

Sinceramente, não compreendo, assim como não entendo muitos pseudo-economistas deste país quando dizem que a austeridade é o único caminho. Não o é definitivamente. É o momento de apostar nas pessoas e na sua capacidade de trabalho, não lhes retirando direitos, criando melhores condições de trabalho.

Todos temos de ter consciência das dificuldades mas estas não foram criadas pelos trabalhadores, mas sim pelos decisores políticos, esses que hoje passam incólumes aos efeitos reais desta crise, pois sempre conseguem arranjar em Portugal, ou no estrangeiro, cargos por nomeação em instituições e empresas.

O problema é que os nossos governantes “não entenderam” que a corda já se encontrava esticada demais, para o comum dos portugueses, e iremos assistir a situações de desespero e a um aumento significativo da criminalidade.

Não entendo este país e estas práticas de malvadez contra os seus, contra os mais desfavorecidos.

Sinceramente não entendo como ninguém compreendeu os efeitos do euro e de toda esta trapalhada europeia, em que os principais beneficiados são a Alemanha e a França. Note-se

que a Alemanha encerrou o ano com um recorde histórico quanto ao número de pessoas com emprego. Definitivamente, andamos todos a pagar o desenvolvimento de outros países.

Só me lembro de dizer uma coisa: eu não quero esta Europa.

Quero uma Europa solidária e não uma esclavagista que permite tudo.

Absolutamente, NÃO.

Os abutres Francisco Orelha Presidente da Câmara Municipal de Cuba

P

assaram vários meses desde a data em que o PSD, com a anuência do Partido Comunista e do Bloco de Esquerda, chumbou o PEC 4.

Essa ação teve um papel preponderante para a queda do governo do Partido Socialista liderado pelo engenheiro José Sócrates.

Uma das figuras mais influentes e determinantes dentro da estrutura do PSD, visando o derrube do governo e do engenheiro Sócrates, foi o excelentíssimo senhor doutor Eduardo Catroga. Recordo que essa figura proeminente da vida portuguesa, numa atitude de arrogância política sem limites e sem qualquer contenção nas palavras, acusou e voltou a acusar o engenheiro Sócrates de ser o único responsável pelo que de mau aconteceu ao País nos últimos seis anos de governação. Só faltou afirmar que o dito engenheiro Sócrates era o responsável pela crise mundial e era sua a culpa do que se passava em Espanha, Itália, Irlanda, Grécia, etc.

Terá o dr. Eduardo Catroga esquecido que também ele foi ministro das Finanças numa época em que se gastaram dinheiros públicos como nunca, contribuindo sobremaneira para o aumento da dívida externa de Portugal? Seria saudável se informasse os portugueses das operações financeiras que executou nessa altura e quais as importâncias envolvidas… para podermos constatar qual a sua quota-parte de responsabilidade no “monstro”.

Decorridos vários meses sobre a reprovação do PEC 4, será legítimo a qualquer português questionar quantos PEC já aprovámos desde essa data até hoje.

Uma das bandeiras do dr. Eduardo Catroga nas negociações com a troika assentou na premissa inquestionável de “exterminar as nacionalizações”… relembro a TAP, a RTP, a EDP, As Águas de Portugal, etc.

Após cumprir o seu objetivo de derrubar o governo e negociar com a troika ausentou-se por uns tempos… certamente para preparar o seu futuro!

Eis que… aí o temos de novo. Regressou à ribalta para ocupar um cargo de nomeação como gestor na EDP… com um vencimento anual de 630 000 euros… o que corresponde a um vencimento mensal de 45 000 euros, que acumula com a sua condição de pensionista, são mais 9 600 euros. Atrás dele ou ao lado, quiçá, lá foram mais cinco… com ordenados idênticos ou muito próximos.

Tudo isto se passa num país em crise, à beira da “banca rota”, com uma taxa de desemprego como nunca, a atingir os 13 por cento, com milhares de jovens à procura do primeiro emprego e os mais felizardos com um ordenado mínimo de 485 euros. Quanto a mim tudo isto é um insulto aos portugueses. Neste país existe um bando de abutres que nos vão comendo a pouca carne que ainda está agarrada aos ossos. É tempo de dizer BASTA de abusos. É tempo de ter maior respeito por aqueles que ainda tentam sobreviver, porque também eles são portugueses.

15 O sítio eletrónico do “DA” foi esta semana severamente atacado por piratas informáticos. Supostamente do movimento ANONYMOUS. O que é perfeitamente perverso em relação ao manifesto do próprio movimento. Caso seja este o rumo a seguir pela dita cidadania participativa na Net, estamos fora. E abertamente contra. PB

Há 50 anos Donde a vista pode beber os horizontes da planície...

D

esaparecidas das páginas do jornal as notícias da “invasão” de Goa e do “assalto” ao quartel do Regimento de Infantaria 3, em Beja, o “Diário do Alentejo” voltava-se nesses meados de janeiro de 1962 para as questões locais, menos problemáticas face à Censura fascista.

No “Varandim da Cidade”, um certo J.A.M. (certamente o jovem José António Moedas) abordava um tema ainda hoje bem atual: “Embora o progresso da cidade se esteja a processar numa área diferente e ‘antípoda’, relegando-o para um plano secundário, o antigo Terreirinho das Peças, um interessante miradoiro citadino e curioso varandim donde a vista pode beber os horizontes esfumados da planície, continua a ser passeio predilecto para muita gente – especialmente os moradores naquele populoso bairro.

Acresce ainda que o Terreirinho das Peças, além de lugar de grande tradição histórica, é vizinho das ruínas do arco de Avis que, outrora, foi porta de saída para as regiões alto-alentejanas, o que concita, naturalmente, a atenção do viandante.

Pois, conforme agora nos informam alguns leitores, o referido largo oferece um lamentável e desabonatório aspecto no que diz respeito à sua limpeza.

Um dos leitores comentou assim o caso: ‘Constroem-se tantos jardins e parques na cidade e por que não se há-de modernizar o Terreirinho, dando-lhe um aspecto condigno e que recolha a impressão favorável do visitante’...

A sugestão não nos parece fora de propósito e, já agora, a título de informação, recordemos que, neste jornal, um camarada sugeriu, há anos, a reinstalação, no Terreirinho, das peças que lhe deram o nome e parecem ser (essas ou outras) as que se encontram no Castelo.”

Dias depois, outro dos habituais colunistas do vespertino bejense, M.G. (Melo Garrido), sempre no “Varandim da Cidade”, referia-se, “uma vez mais, à grande e prejudicial demora que continua a verificar-se na instalação de novos telefones requisitados em Beja”. E escrevia: “A propósito, informa-nos agora a Administração Geral dos C.T.T. que ‘está em fabrico o material necessário para a ampliação da rede desta cidade, pelo que se espera resolver o problema num futuro relativamente próximo’.

Cumpre-nos registar e agradecer esta informação. Só lamentaremos o tom de certo modo vago que a caracteriza. Isto porque o problema em foco é daqueles que de há muito devia estar satisfatoriamente resolvido. Enfim...”.

Carlos Lopes Pereira

Diário do Alentejo 20 janeiro 2012

O Governo pretende acabar com as diferentes entidades que tratam das questões do TURISMO. E criar, no continente, apenas cinco grandes regiões turísticas: Norte, Centro, Lisboa, Alentejo e Algarve. Não é que, em termos de investimento, a coisa vá mudar muito.

Mas coloca um ponto final numa certa rebaldaria agora existente. PB

Portugal jamais viveu propriamente em regime de vacas gordas.

Mas agora deixou morrer as próprias vacas magras, João Paulo Guerra, “Diário Económico”, 16 de janeiro de 2011

Efeméride Efeméride Janeiro de 1923, em Beja

Tomada de posse da nova câmara e atentado à bomba à casa do bispo

Poemário Beja Maria do Céu Ribeiro

J

Beja cidade invicta De brasão cunhada de touro, Que mártir na defesa do povo, Foi oferenda à ameaçadora víbora!

Sob tua bandeira lutaram, Monumentos caíram e se ergueram, Às mãos de bravos guerreiros, Cujas armas e espadas romperam! ... Mas das lágrimas e do sangue manchada, Do luto e da esperança perdida, Surge a bandeira de novo, resgatada, Como estandarte pela vida!

Teu castelo torre ao vento, Farol das estrelas no firmamento!...

Evoca no alto aos Deuses, A pátria dos vultos de outrora, Onde as vozes perdidas no tempo Ecoam num tempo de agora...

Beja cidade invicta, Em cada esquina assinalada De amores e histórias de vida Nos meus passos palmilhada... ... Da Praça da República Onde a mesma foi implantada!

Do convento da Conceição Cartas de amor jubiladas!... ... Dos meus passos de menina Às pegadas de Mulher Levo aromas em cada esquina, Sabores nas ruas cruzadas, Que se fundem em meu ser No rastilho das caminhadas...

Beja do Alentejo Rainha Em meu peito incrustada, Trono de espigas douradas Bastão da cidade que é minha!

Poesia Laudemira Alda Guerreiro

É o teatro variável Onde se desenvolvem Diversos temas Cuja atração principal É o conteúdo dos poemas São folhas de emoção Que se escrevem num momento São palavras inventadas Saídas do pensamento É o desejo de se expressar É a mente unida à solidão Numa linguagem que seduz E enternece o coração

Quantas palavras bonitas Desfilam na nossa mente Umas passam a correr Outras param na nossa frente!

Nesta folha imaculadamente branca Passeia o munda da imaginação Passeiam palavras de alegria Outras cheias de solidão!

Poesia! É o mundo da imaginação E um reflexo do sol Sob as palavras É fantasia!

aneiro de 1923, por determinação legal, os eleitos locais, os chamados corpos administrativos, escolhidos pelo povo nas eleições de 15 de novembro de 1922, reúnem para eleger entre si a Mesa do Senado e a Comissão Executiva da Câmara Municipal. Embora as eleições tivessem sido ganhas pelo Partido Democrático, a Mesa do Senado integra também eleitos do Partido Liberal, num contexto em que decorre a fusão deste partido com o Partido Reconstituinte de Álvaro de Castro, o que irá dar origem ao Partido Republicano Nacionalista.

Eis a constituição do Senado Bejense: três eleitos do Partido Democrático (incluindo a presidência) – Henrique Silva, Carlos Moreira e Deodato Ramos Martins – e igual número de eleitos do Partido Liberal – Francisco da Costa Rosa, Amândio José Rogado e Sebastião Palma.

No que se refere à Comissão Executiva, as coisas já se passam de maneira diferente, sendo todos os vereadores eleitos do Partido Democrático – Ezequiel Soveral Rodrigues (presidente), José de Matos (viação e obras), Francisco Maria Pinheiro (matadouro), António Francisco Palma (mercados e feiras) Victor Hugo Rousseau (limpeza e águas), Oliveira Jacinto (cemitério e jardins) e António Mata (iluminação).

Pouco tempo após a tomada de posse dos novos corpos administrativos do município bejense, mais concretamente na noite de 18 de janeiro de 1923, pelas 23 horas, segundo a imprensa da época, é lançada uma bomba de dinamite contra a residência do recente empossado bispo de Beja, D. José do Patrocínio Dias.

Ainda segundo os jornais da altura, a bomba teria danificado a porta, quebrando os vidros quer da habitação do prelado, quer das casas vizinhas. Dado o enorme estrondo provocado pela explosão, parte da população acorreu ao lugar do atentado, cujos responsáveis não foram encontrados.

O atentado é prontamente condenado pelos partidos republicanos e, ao que tudo indica, não cria dificuldades de relacionamento entre o bispo e as figuras republicanas da cidade. Aliás, o jornal “Ala Esquerda”, órgão do Partido Republicano da Esquerda Democrática, tem o mesmo título de um periódico que durante muitos anos é editado pela diocese de Beja.

Constantino Piçarra

Diário do Alentejo 20 janeiro 2012

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❝ Páginas esquecidas

Silva Teles, por exemplo, conheceu um estudantinho aplicado e medíocre, que se chamava José Valentim Fialho deAlmeida; há ainda talvez quem se recorde dum moço de botica reservado e triste; e, o que é mais extraordinário, de outro Fialho respeitoso, que não podia suportar o exagero alheio, e de outro, noctâmbulo e feroz, com risadas estrídulas de sarcasmo”.

Em memória de

Fialho d’Almeida De Raul Brandão (1867-1930)

“(…) E maior! Ficou maior! A sua obra só tem outra que se lhe compare, a de Camilo. (…) Boas noites, meu príncipe, és um homem, o homem e todo o homem!”

Raul Brandão MARÇO 1903 (1)

F

ialho não é este janota de pálio rico, com uma jóia tão grande que parece falsa na gravata de veludo. Fialho era outro estranho tipo, intratável e pobre, com o pêlo ralo e a boca enorme cheia de sarcasmo. Um príncipe de gabinardo, que fazia cair as peças do alto do galinheiro, a um gesto seu irrespeitoso. Seguia-o a malta atónita de matulas suspeitos e jornalistas de ocasião, que deslumbrou de sonho e atascou em sonho.

– Fialho! Fialho!... – Esses aplaudiram-no e amaram-no...

Esquecidos do frio e da pobreza, não despegavam os olhos daquele sonho desconforme. – Fialho! Fialho!... – Depois sumia-se num terceiro andar, ou procurava os pobres que não pedem: só a mão sai da noite e implora. Havia uma velha – nunca mais me esquece – ali à porta do Montepio, que fazia parte do muro alto e espesso, e a quem ele, ao dar-lhe esmola, afagava a cabeça... Depois, amargo, feroz, insuportável, ei-lo tornava com sarcasmos, transtornando as figuras decorativas, cheias de veneras, que à sua voz desatavam às cambalhotas como palhaços. Vi-o exasperado, vi-o atordoado de frases, como quem quer fugir ao próprio fantasma. Vi-o mergulhar numa absorção dolorosa, e desaparecer na noite em correrias que duravam até de manhã pelos bairros escusos ou pelas azinhagas de crime, num debate perpétuo de que saía lívido, exausto, e com a máscara transtornada. Este que fala do seu vinho: – Livros?... O que eu trato de editar é um vinhinho branco lá de Cuba... – este que vem, de quando em quando, a Lisboa deslumbrar-nos com um novo e horrível fato, é outro Fialho, que talvez tenha saudades dessa vida absurda de outros tempos...

Fialho! Fialho!... Pronuncio este nome e diante de mim desfila o assombro, panfletos, a obscenidade e o génio – farrapos arrancados a ferro e tão vivos que mal ouso tocar-lhes – o estoiro duma bexiga de entrudo – ironia e esgares. E logo gritos! e agora gritos!... Ouço a dor, sinto a dor, sinto-a sempre através da forma imprevista, duma audácia e dum ritmo incomparável, escorrendo sonho, aflição, miséria, sintoa até nos ímpetos de mau gosto, nos pontapés aos leitores surpreendidos e irritados. Está diante de mim aquela boca enorme, aquela figura de gabinardo e chapéu mole que nas noites de tristeza e abandono me dizia: – O que eu sofri! o que eu sofri... – Vejo-o sempre invejar o barqueiro louro e sardento de que fala nos Gatos, belo como

um efebo à proa do seu barco. – Como eu queria ter saúde e ser forte! – Deu-lhe Deus o mais rico quinhão que imaginar-se pode, a língua incomparável para exprimir a quimera e a dor, e esse macaco sem fé esbanjou-a com o mais absoluto impudor: serviu-lhe para a chacota. Transtornou tudo, engrandeceu tudo, riu-se de tudo. As descrições perderam a proporção, as figuras a realidade, transformadas em figuras de dor ou de grotesco; a própria cidade ressurgiu a uma tinta lívida de antemanhã, com a casaria a escorrer vício e aspectos tétricos... E isto sim, mas isto criou-o ele de pobreza e desespero, criou-o de gritos que nunca ninguém lhe ouviu. – E maior! ficou maior! A sua obra só tem outra que se lhe compare, a de Camilo. Exigem-lhe um livro harmónico — Os Cavadores.

Porque é que toda a gente reclama dos outros aquilo de que eles são incapazes? A obra de Fialho não podia ser senão esta aos arrancos e enorme. Fialho via os pormenores através duma lente, e deturpava tudo, deformava tudo, dando génio à própria obscenidade. Nunca conheceu Barjona(2), nunca viu

Barjona, e, com duas ou três anedotas, criou uma figura com um relevo que falta ao medíocre Barjona da realidade. Precisou sempre de se exagerar para se encontrar. Sacrificou o seu melhor amigo a um dito, é certo, mas começou por se sacrificar a si próprio. Foi sempre o primeiro a sofrer. Houve tempo em que alguém o definiu um doente com inveja das doenças dos outros... Desatou então a gargalhar com lágrimas nos olhos.

Perdeu o pé. Arrancou as asas disformes ao Sonho e rojou-as com maldade no enxurro. – Encharcou-as de lama e empoouas de estrelas... O vestido ficou mas era o dum espectro... Não nos podemos medir todos pela mesma craveira. Fialho tem de tudo na alma: a casa de hóspedes, a existência reles de estudante, a pobreza, as mil saburras, os pequenos nadas que gastam, desgastam, e transformam, e uma alma vibrátil, um feixe de nervos (capaz de tempestades que se domam com uma palavra) ligado a uma enchente de sonho e a um orgulho doentio, como os que sentem dentro de si, e o suportam, um mundo desconhecido e nunca dantes navegado. Fialho, se o virassem do avesso,, escorria ternura... É também um tímido capaz de todas as audácia audácias, e que sai da doença e do isolamento com deescá sespero e escárnio.

Esta figura tão conhecida de todos nós, exa expressão da sua alma. Ainda hoje ninnão é a exacta guém se eentende...

Silva Teles, por exemplo, conheceu um estudantinho aplic aplicado e medíocre, que se chamava José Valentim d Fialho deAlmeida; há ainda talvez quem se recorde mo de botica reservado e triste; e, o que é mais dum moço extraordi extraordinário, de outro Fialho respeitoso, que não posupor o exagero alheio, e de outro, noctâmbulo e dia suportar feroz, com risadas estrídulas de sarcasmo – e de outro, de outro maior, de outro espectro, que vem aqui sentarse a meu lado na sua trágica mudez. No fundo talvez aqu fosse dor. No fundo, bem no fundo, quando tudo aquilo irrompia numa frase cruel, não era aos outros que dilacerava, era a si próprio que se dilacerava, e tão a sério que todos o víamos sangrar. Reparem: pouco a pouco a figura ra range de dor.

Arfa através da sua obra. É o filho do professor de instrução primária, daquele homem severo, de quem baixinh – O meu pai foi duro! O meu pai foi tão dizia baixinho: duro! Era um hhomem sem ternura... – É o praticante de botica alheado e transido, tr o neto deformado de cavadores, que inveja a socieda sociedade distante, e que só aos ímpetos se atreve a enchê-la de sarc sarcasmos.

Que inveja o grande escritor, o desgraçado Fialho, o homem de génio que passou a vida a fazer chacota das veneras, das aca academias, das elegâncias, dos grotescos cobertos de ppatacos – que lhe faziam falta? Tanta tinta, tan tanto desespero calcado e recalcado, tanta contradição e pobreza, e uma luta de noites e noites de que sai amarfanhado – e com páginas soberbas! Mas tu não vês que no dia em que te roçares por eles estás perdido,

como no dia em que a cobra perde o veneno? Vai-se-te o melhor do teu génio... – Não, eu rio-me, eu sofro... – Tantas páginas belas! – Se soubesses como isso se paga! – Então explicate... – Não posso, não sei. Até dos ídolos postiços que deito abaixo me ficam saudades... Nem eu próprio sei o que quero.

– Pobre Camilo, que estoirou a cabeça de desespero; pobre Antero, exilado e em debate com uma sombra com que não podia arcar; pobre Fialho, pobre cavador de génio, em perpétua discussão com os seus mortos, em luta consigo e com os outros e no fundo um reverente – foi-o sempre – saindo em farrapos deste inferno a que se chama a vida!...

Da sua existência oculta faz parte uma figura de dor, calcada e recalcada, sobre a qual outra se encarniça com desespero. Talvez seja a verdadeira... Contentemo-nos em fixar duas ou três aparências, apontando neste canhenho algumas anedotas frívolas... Se ele pudesse gritar, gritava ainda. Dessa figura contraditória restam farrapos – mas que farrapos! dessa luta suprema existem vestígios, que nunca encarei sem espanto... Vi-o algumas vezes ao amanhecer num 3.° andar no Arco do Bandeira, quando ele caía exausto sobre a banca de tortura, à luz dum candeeiro de petróleo, com um frasco de álcool ao lado e o cobertor enrodilhado nos pés. A máscara lívida estava de todo mudada. Era outro! era outro! Surpreendi-o em noites, nos giros sem destino pela Graça, pela Penha, pelo Monte – quando o seu dedo apontava boqueirões de treva, tropéis de casaria, sítios ermos onde duas ou três oliveiras torcidas se ajuntam para concertar um crime, ou, pior ainda, nas horas de amargo descalabro, em que, dorido e sem frases, procurava fugir de si próprio para muito longe. Não queria então que ninguém o seguisse nas caminhadas que duravam até ao dia – ele e a dor, ele e a noite! Amigos, silêncio. * * * m-me preso oito anos – O que eu sofri! – dizia ele. – Tiveram-me scola do Exército, na numa botica ali na Bemposta, ao pé da Escola idade em que queria viver. Estragaram-mee a vida, encheram-me de desespero. Quando me soltaram, não imagina a mide, ser forte!... O que nha alegria! Podia ter sido outro... Ter saúde, ins mandou-me eseu sofri! Duma vez, no Repórter, o Martins crever um artigo sobre uma quermesse de fidalgas. Fui e fiz uma troça, e ele rasgou-me os linguados naa cara. Para me vingar, tirando um bocado às noites, escrevi um artigo formidáão em que essas peivel para publicar em folheto. Era na ocasião dorreiras arranjavam um bazar para os pobres, que rendeu caso um galego que oitocentos mil réis. Ora eu descobri por acaso se juntava com outros e tiravam todas ass semanas meio dia ital dar cigarros aos de ganho, para irem ao domingo ao hospital doentes, penteá-los, cortar-lhes as unhas, untar-lhes a cabeça rba de passa-piolho, com banha de porco. E um velho, de barba mem de poucas falas. que está sempre no Largo de Camões. Homem Tratou-me mal. Tive pronto o folheto em que comparava essas os e infâmias, com mulheres, cheias de snobismo, de adultérios esse santo desconhecido... Imagine... Perdi o artigo. ira E depois, falando da mulher de Oliveira Martins: – Não era a mulher que convi-nha àquele homem. E ele subordinavase-lhe. Foi ela que o fez confessar à hora da morte. Contou-me o Sousa Martins que a sacudira de ao pé de si ao morrer... * * * G…(3), antigo companheiro de Fialho, sepultado hoje no fundo duma biblioteca, diz assim a propósito da livraria do grande escritor*: irgens. São apenas “Eu chamo a estes livros as onze mil virgens.

quatro mil volumes ou pouco mais, mas – vai surpreendêlo esta minúcia – estão aqui todos por abrir. Há aqui Balzac e Zola, Eça e Ibanez, os Goncourt e Ponson du Terrail.

Fialho tinha muito Ponson na sua biblioteca. Esta literatura de costureiras e guarda-portões era para as grandes horas amarguradas”.

Era. A ele e a outros grandes espíritos basta-lhes o próprio drama. Antero, nos dias aziagos de Vila do Conde, tiritado num sofá, só lia Gaboriau. Para tragédia chegava-lhe a sua.

“O Fialho tinha uma admiração extraordinária pela obra camiliana. Imagine que até num livro da mocidade pôs uma dedicatória a Camilo, em que dizia: ‘acabo de ler toda a sua obra’. E quase nada lera a esse tempo... Afora as obras portuguesas, na biblioteca de Fialho só há volumes em espanhol e em francês. Nos últimos anos merecera-lhe uma atenção particular a literatura espanhola”.

E a propósito de Fialho íntimo assevera: “O Fialho, que tinha grandes rasgos generosos e perversidades femininas – repito-o, não era bem o Fialho que se vê através dos seus livros admiráveis. Era outro. As suas irreverências das páginas rubras eram fundamentalmente apenas o ódio do plebeu que inveja o fidalgo. Sim, porque ele invejava a sociedade na sua fase demolidora só porque não tinha nela um lugar. Uma infantilidade de homem de génio”.

E explica: “Como se sabe o Fialho não tinha meios nem fortuna nem ascendências nobres. Fez a sua vida ali no “Martinho”, vivia de noite e era um blagueur incorrigível, e apesar de valer bem os seis milhões de portugueses que existem sobre esse solo, a Monarquia, o Paço, os conselheiros, não lhe achavam qualidades para triunfar nessa sociedade formalizada e cheia de convencionalismos. Está explicado o Fialho dos Gatos – foi

17 Diário do Alentejo 20 janeiro 2012

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“O Fialho tinha uma admiração extraordinária pela obra camiliana. Imagine que até num livro da mocidade pôs uma dedicatória a Camilo, em que dizia: ‘acabo de ler toda a sua obra’. E quase nada lera a esse tempo... Afora as obras portuguesas, na biblioteca de Fialho só há volumes em espanhol e em francês”.

a revolta. Meteu-lhes medo – oh sim, um medo terrível com as suas blagues sangrentas – fazia-os passar de largo, mas ainda mais se afastou do ancien régime. Entre os republicanos, onde se lançou de alma e coração, sentiu-se depois desconsiderado. O Fialho continuava a ser... o blagueur. Nunca lhe deram um cargo de confiança. Que pena teve o Fialho de não ficar na Comissão da subscrição nacional aquando do ultimatum!”.

E termina com esta nota inédita: “Sabe que Fialho era um orador. Nunca ouviu dizer talvez que ele fizesse um discurso? Mas ouvi-lhe eu muitos, todos os dias, durante longos anos. A sua timidez invencível nunca o deixou falar em público apesar de, como ninguém, sentir a necessidade do aplauso. Muita vez me disse que desejaria ser actor, ser um grande actor, para ouvir bem de perto o som das palmas com que o saudariam, para viver intensamente, ruidosamente, uma grande hora de triunfo. Tinha coisas o Fialho...

Registe esta nota curiosa, pois muito poucos a sabem: era soberbo orando alucinado para um auditório de três amigos íntimos no alto da Avenida, ou noite alta à beira do Tejo”. * * * À figura que se senta ao pé de mim falta-lhe talvez a rigidez das estátuas. O gabinardo, reparem, está amachucado e encardido, a fisionomia retrai-se no escuro e só a boca se salienta, enorme e prestes a escorraçar-nos com gritos e apupos. Atravessou a vida: foi injusto, foi cruel por vezes, foi amargo. Desatou a rir para não chorar. Atordoou-se com sarcasmos e frases. Foi incoerente. Obedeceu ao impulso. Não se pôde furtar a sentimentos que vêm do fundo dos fundos e nos deixam prostrados, reclamando da morte que nos apaenfim enfim! – o primeiro dia de descanso bem gavora – enfim! nho, ao term termo desta discussão que nunca cessa e em que nos despedaçam sem nos compreendermos a nós próprios despedaçamos, mai aos outros... Toda a sua alma, que deixou fragquanto mais mentada em várias figuras, em todas as páginas dos seus lire vros, nos retratos, nos tipos, nas paisagens, no Manuel, em Guilherme de Azevedo ou na manhã do Tejo, se condensa enfim nesta boca amarga capaz ainda de nos fulminar de cólera ou de ac acusar bem alto a vida que lhe foi impiedosa...

E assim qque te vejo ao pé de mim, com detritos, escorrências, tã grande, tão vivo, tão humano, que para sintetilama, mas tão zar a tua vida vida, só me servem as palavras com que um espectador ilustre saúda o Hamlet no fim da representação: – Boas noites, meu príncipe príncipe, és um homem, o homem e todo o homem!

Recolha Luís Amaro Notas: 1 – Datadas, Datadas a abrir, de “Março-1903”, estas páginas, extraordinariamente reveladoras, co comparticipam de dois tempos: o de oito anos antes da morte de Fialho – em Cuba, a 4 de Março de 1911 – e o de julho-dezembro de 1918, quan o texto saiu na revista portuense “A Águia”, n.º 79 – 81, p.5quando 14 (cf. José Carlos Seabra Pereira, “Registo de Variantes”, in Raul B Brandão, Memórias – t.I, Lisboa, Relógio d’Água, 1998, p.255).

A 1.ª edição de Memórias foi da “Renascença Portuguesa”, P Porto, 1919: a casa editora d’A Águia, e, por sinal, a que lanço os primeiros livros do poeta Mário Beirão, em 1913, 1915, çou 191 e 1923: O Último Lusíada, Ausente, Lusitânia, Pastorais, 1917 respe respectivamente.

2 – Barjona de Freitas (1834-1900), figura proeminente da política monárqu na sua época, tão conturbada, talvez como a nossa. monárquica, 3 – Gua Gualdino Gomes (1857-1948), bibliotecário da Biblioteca Nacional e ob bastava-lhe “a palavra [oral] para fascinar quem o ouve”, no escritor sem obra, dizer de Aquilin Aquilino Ribeiro ao dedicar-lhe os contos da Estrada de Santiago, em 1922. Espírito ccrítico lucidíssimo, dele me disse, um dia, Manuel da Fonseca: “Ouvi-lo é como ler uma página de Eça de Queirós”. Ainda vislumbrei Gualdino, várias vezes, no Chiado, em Lisboa.

Juvenis do Odemirense jogam em Amora

Diário do Alentejo 20 janeiro 2012

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Os juvenis do Odemirense jogam no domingo em Amora, uma partida fundamental para a sua manutenção no campeonato nacional. A equipa parte para esta última jornada em lugar de permanência, mas ameaçada pelo Barreirense e Olhanense.

Futebol juvenil Campeonato Nacional de Juniores (19.ª jornada): Desportivo Portugal-Atlético, 3-1; U.Montemor-Estoril, 1-2; Despertar-BM Almada, 1-4; Internacional-Olhanense, 1-1; Farense-Oeiras, 0-1; Lusitano-Imortal, 2-2. Líder: Estoril, 44 pontos. 11º Despertar, 14. Próxima jornada (21/1): Olhanense -Despertar.

BTT em Aljustrel A Câmara Municipal de Aljustrel está a promover passeios de BTT abertos à população e com inscrições gratuitas, com percursos aproximados a 35 quilómetros e passagem pelas freguesias do concelho. Os convívios realizam-se no primeiro domingo de cada mês, pelas 9 horas, com partida junto à câmara.

Desporto

Campeonato Nacional de Juvenis (21.ª jornada): Barreirense-Cova da Piedade, 1-0; O Elvas-V.Setúbal, 0-4; Olhanense-Imortal, 0-0; Odemirense-Oeiras, 0-5; U.Montemor-Amora, 1-0; Casa Pia-Estoril, 1-3.Líder: Casa Pia, 52 pontos. 7.º Odemirense, 26. Próxima jornada (22/1): Amora-Odemirense.

Campeonato Nacional de Iniciados (19.ª jornada): Lusitano VRSA-Barreirense, 3-0; Lagos-V.Setúbal, 0-3; Olhanense-Imortal, 1-1; Despertar-Juventude, 2-1; Louletano -Castrense, 5-0; Lusitano Évora-Odeáxere, 0-1. Líder: V.Setúbal, 39 pontos. 7.º Despertar, 25. 10.º Castrense, 17. Próxima jornada (22/1): Castrense-Despertar.

Campeonato Distrital de Juniores (8.ª jornada): Amarelejense-Odemirense, 0-1; Aljustrelense-Almodôvar, 2-1; Vasco da Gama-Castrense, 1-1; São Domingos -Piense, 3-1; Desportivo de Beja-Moura, 0-3.

Líder: Moura, 22 pontos. Próxima jornada (21/1). Moura-Amarelejense; Odemirense -Aljustrelense; Almodôvar-Vasco da Gama; Castrense-São Domingos; Piense-Desportivo de Beja.

Campeonato Distrital de Juvenis (2.ª jornada): Desportivo de Beja-Aldenovense, 1-0; Boavista-Aljustrelense, 0-2; Castrense-Despertar, 0-6; Sporting de Cuba-Moura, 0-4. Líder: Despertar, 6 pontos. Próxima jornada (22/1): Despertar-Desportivo de Beja; Aldenovense-Aljustrelense; Moura-Castrense; Boavista-Sporting de Cuba.

3.ª Divisão Líder Farense sentiu dificuldade em ultrapassar o Despertar, último classificado

Mineiros sobem na classificação

A manutenção ali tão perto…

O Mineiro Aljustrelense joga em Messines e o Despertar viaja para o terreno do União de Montemor. Jogos difíceis, mas os mineiros têm vocação para ganhar fora.

ma vitória em São Bartolomeu de Messines, no próximo domingo, pode colocar o Mineiro Aljustrelense na primeira metade da tabela classificativa, ou seja, em zona de manutenção automática na 3.ª Divisão Nacional.

A equipa de Eduardo Rodrigues tem feito uma fantástica recuperação na tabela e o primeiro

objetivo está cada vez mais perto. A equipa tem sido heroína, tem mostrado vocação para ganhar pontos em terreno alheio e não perde há cinco jogos.

Tem caráter esta equipa de Eduardo Rodrigues, técnico que não virou as costas às adversidades com que se deparou no início da temporada e está perto de conseguir a primeira meta, a promoção automática, porque numa segunda fase ainda há, também, uma segunda oportunidade.

No último domingo venceram tangencialmente a formação do Redondo, com um golo de Valdemar Mané obtido já a meio do segundo tempo, o que revela que nesta altura todas as equipas que visitam os tricolores vêm alertadas para a sua capacidade de lutar pelos pontos.

O Despertar vai jogar em Montemor-o-Novo.

Um jogo difícil, como todos daqui para a frente.

Mas não entrará em campo derrotado e pode muito bem regressar com pontos, como fez em Messines. No domingo foi visitado pelo líder e perdeu por um golo.

O Farense comanda o campeonato com 10 pontos de vantagem, mas em Beja encontrou forte oposição dos despertarianos, ainda assim a revelarem mais uma vez incapacidade para defenderem a inviolabilidade das suas redes até ao apito final do árbitro. Está melhor esta equipa de Filipe Felizardo, que, pegando nas suas próprias palavras, “está a fazer formação em competição”, mas é a conquista dos pontos que segura as equipas na tabela e isso os bejenses não têm sido capazes de fazer.

Nacional 2.ª Divisão 15.ª jornada

Nacional 3.ª Divisão 14.ª Jornada

Distrital 1.ª Divisão 14.ª jornada

At. Reguengos-Monsanto .................................................2-2 Louletano-Carregado ........................................................2-2 Fátima-Sertanense .............................................................3-2 Pinhalnovense-Torreense .................................................1-2 Juventude Évora-Tourizense ............................................2-1 Mafra-Oriental .................................................................... 1-0 Caldas-1.º Dezembro ......................................................... 0-2 Est. Vendas Novas-Moura .................................................2-1

Lagoa-Fabril ........................................................................ 0-2 Quarteirense-Pescadores .................................................2-1 Sesimbra-Messinense ....................................................... 0-0 Aljustrelense-Redondense .............................................. 1-0 Esp.Lagos-U.Montemor ....................................................2-2 Despertar-Farense ..............................................................0-1

FC Serpa-Aldenovense ......................................................2-1 Panoias-Castrense ............................................................. 0-0 Almodôvar-Desportivo de Beja ...................................... 2-0 S.Marcos-Sp. Cuba ..............................................................3-2 Guadiana-Rosairense .........................................................1-3 Vasco da Gama-Odemirense............................................6-1 Milfontes-Ferreirense ....................................................... 3-0

Texto e foto Firmino Paixão

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Torreense Oriental Fátima E. Vendas Novas Carregado Pinhalnovense Louletano Mafra Sertanense 1.º Dezembro Moura At. Reguengos Juventude Évora Tourizense Monsanto Caldas

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9 9 8 8 7 8 6 5 6 5 4 3 4 3 2 2

4 3 3 3 5 1 5 7 3 4 3 5 2 5 7 2

2 3 4 4 3 6 4 3 6 6 8 7 9 7 6 11

27-12 31-10 23-17 25-14 26-19 22-19 15-13 15-9 20-19 12-12 15-32 14-24 16-24 13-22 12-20 7-27

31 30 27 27 26 25 23 22 21 19 15 14 14 14 13 8

Próxima jornada (22/01/2012): Caldas-Estrela Vendas Novas, Mafra-1.º Dezembro, Juventude Évora-Oriental, Pinhalnovense-Tourizense, Fátima-Torreense, Louletano-Sertanense, At. Reguengos-Carregado, Monsanto-Moura.

Farense Esp.Lagos Fabril U.Montemor Quarteirense Pescadores Aljustrelense Sesimbra Messinense Lagoa Redondense Despertar

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0 4 5 6 6 6 6 4 6 7 9 12

33-9 27-17 25-19 15-13 17-17 18-17 20-21 16-15 14-17 9-16 14-19 5-33

36 26 25 22 22 20 20 20 18 15 13 2

Castrense Milfontes FC Serpa Rosairense Ferreirense Panoias Vasco da Gama Odemirense Almodôvar Aldenovense Desportivo S.Marcos Guadiana Sp. Cuba

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3 1 4 3 3 3 1 1 3 0 3 3 1 1

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35-5 31-12 20-12 20-17 21-19 17-21 30-20 20-22 24-22 16-16 17-20 14-35 17-43 15-33

36 31 25 24 24 21 19 19 18 18 15 12 10 7

Próxima jornada (22/01/2012): Redondense-Lagoa, Messi-

Próxima jornada (22/01/2012): Aldenovense-S.Marcos, Desp.

nense-Aljustrelense, Pescadores-Esp.Lagos, U.Montemor-Despertar, Farense-Sesimbra, Fabril-Quarteirense.

Beja-FC Serpa, Ferreirense-Almodôvar, Castrense-Guadiana, Rosairense-Vasco da Gama, Odemirense-Milfontes, Sp. Cuba -Panoias.

Campeonato Distrital de Iniciados (12.ª jornada): Ourique-Amarelejense, 1-2; Bairro da Conceição-Odemirense, 1-2; Ferreirense-Desportivo de Beja, 1-10; Moura-Despertar, 1-1; Guadiana-Almodôvar, 3-2; Negrilhos-Milfontes, 0-1. Líder: Desportivo de Beja, 33 pontos. Próxima jornada (22/1): Serpa-Ourique; Amarelejense-Bairro da Conceição; Odemirense-Ferreirense; Desportivo de Beja-Moura; Despertar-Guadiana; Almodôvar-Negrilhos.

Campeonato Distrital de Infantis – Série A (15.ª jornada): Alvito-Sporting de Cuba, 3-4; Ferreirense-Beringelense, 6-2; Vasco da Gama-Despertar A, 1-4. Líder: Despertar A, 33 pontos. Próxima jornada (21/1): Sporting de Cuba-Bairro da Conceição; Beringelense-Alvito; Sporting de Beja-Ferreirense. Série B (11.ª jornada): Serpa-São Domingos, 2-2; Aldenovense-Moura, 0-9; Despertar B-Piense, 4-1; Barrancos-Santo Aleixo, 3-3. Líder: Moura, 28 pontos. Próxima jornada (21/1): São Domingos-Aldenovense; Guadiana-Serpa; Moura-Despertar B; Piense-Barrancos. Série C (11.ª jornada): Milfontes-Almodôvar, 3-2; Rio Moinhos -Ourique, 9-1; Boavista-Odemirense, 1-8; Renascente-Castrense, 0-8. Líder: Operário de Rio de Moinhos, 27 pontos. Próxima jornada (21/1): Almodôvar-Rio de Moinhos; Aljustrelense-Milfontes; Ourique-Boavista; Odemirense-Renascente.

Campeonato Distrital de Benjamins (11.ª jornada) Série A: Figueirense-Sporting Cuba, 2-6; Sporting Beja-Ferreirense, 1-2; Despertar A-Beringelense, 4-0; Alvito -Benfica Beja, 5-4. Líder: Ferreirense, 27 pontos. Próxima jornada (21/1): Sporting de Cuba-Sporting de Beja; Vasco da Gama-Figueirense; Ferreirense-Despertar A; Beringelense-Alvito. Série B: Desportivo Beja-Bairro da Conceição, 0-6; Piense -Despertar B, 0--11; Guadiana-Aldenovense, 6-7; Moura-Amarelejense, 5-0. Líder: Despertar B, 30 pontos. Próxima jornada (21/1): Bairro da Conceição-Piense; Serpa-Desportivo de Beja; Despertar B- Guadiana; Aldenovense-Moura. Série C: Castrense -Odemirense, 4-3; Rosairense-Milfontes, 0-14; Ourique-Panoias, 4-0; Aljustrelense -Renascente, 3-3. Líder: Renascente de São Teotónio, 28 pontos. Próxima jornada (21/1):Odemirense-Rosairense; Almodôvar-Castrense; Milfontes-Ourique; Panóias -Aljustrelense.

Campeonato Distrital de Futsal (7.ª jornada): A.Surdos Beja-I.P.Beja, 1-22; N.S. Moura-Almodovarense, 7-6; Alfundão -A lcoforado, 6 - 4; V.N. S.Bento-Vi la Ruiva, 6-3. Líder: Instituto Politécnico de Beja, 16 pontos. Próxima jornada (20/1): I.P.Beja-Almodovarense; Sporting Moura-Alcoforado; Alfundão-Vila Ruiva; A.Surdos Beja-V.N.S.Bento.

Campeonato Dis trital de Futebol Feminino (8.ª jornada): Benfica Castro Verde-Ourique, 4-1; Benfica Almodôvar-Aljustrelense, 0-14; Serpa-Odemirense, 2-2.

Líder: Aljustrelense, 19 pontos. Próxima jornada (28/1): Serpa-Benfica Castro Verde; Ourique-Benfica Almodôvar; Odemirense-Aljustrelense.

O jovem técnico Joaquim Rodeia, que na última temporada conduziu o Sporting de Cuba ao escalão principal da AFBeja, está de regresso ao clube, após a saída de João Barbeiro, que já sucedera a António Rolim, ambos vitimados pelos maus resultados da equipa.

O líder joga em São Luís: Saboia ainda está na corrida Na 2.ª Divisão cumpre-se amanhã, sábado, a 13.ª jornada, assinalada com a deslocação do Piense ao terreno do São Luís, onde precisa de ganhar para se manter na frente. O Sanluizense ainda só venceu por duas vezes nos cinco jogos que fez no seu recinto, 1-0 ao Amarelejense e 3-2 ao Barrancos.

Com o Amarelejense de folga é o Cabeça Gorda que maior interesse tem num eventual desliza do conjunto de José Manuel Rações, sendo que terá,

naturalmente, que ganhar ao Saboia. Os jogos completos da ronda 13 são: Cabeça Gorda-Saboia; Barrancos-Negrilhos; Sanluizense-Piense; Vale de Vargo-Renascente; Messejanense-Ourique; Alvorada-Bairro da Conceição.

Classificação: 1.º Piense, 25 pontos. 2.º Amarelejense, 24. 3.º Cabeça Gorda, 24. 4.º Saboia, 22. 5.º Bairro da Conceição, 20. 6.º Renascente, 19. 7.º Messejanense, 16. 8.º Vale de Vargo, 13. 9.º Ourique, 12. 10.º Alvorada, 11.

11.º Sanluizense, 10. 12.º Barrancos, 5. 13.º Negrilhos, 3.

Odemirense recebe o Milfontes

E o rio Mira vai cheio...

O

derby entre as duas equipas do litoral alentejano cujas vilas são banhadas pelo rio Mira é o jogo mais importante da jornada do próximo domingo.

Na próxima semana regressam os campeonatos distritais, com o escalão principal a cumprir a 15.ª jornada, segunda da metade complementar de um campeonato que tem sido dominado pelo Castrense, a formação que melhor se apetrechou para os desafios da subida à terceira divisão nacional, objetivo que também assumiu desde logo.

O líder da prova tem jogo teoricamente fácil no seu terreno, com a visita

do Guadiana, por isso as atenções viramse para o litoral onde se joga o derby do rio Mira, entre as equipas do Odemirense e do Milfontes, porque é lá que está o segundo classificado do campeonato e único concorrente que ainda ameaça de alguma forma a caminha do Castrense para o título.

Confirmando o favoritismo do conjunto de Francisco Fernandes, e caso o Milfontes não pontue no Municipal de Odemira, a diferença entre as duas equipas aumentará para oito pontos, um diferencial bastante confortável para a equipa de Castro Verde encarar o resto do campeonato. O terceiro

classificado joga em Beja com o Desportivo, tentando pontuar para manter o lugar, muito ameaçado pelo Ferreirense e pelo Rosairense.

Cá por baixo, o Sporting de Cuba vai estrear o terceiro técnico da temporada, Joaquim Rodeia, responsável pelo regresso dos leões ao escalão principal na última época. Sucede a João Barbeiro e António Rolim e terá pela frente a formação do Panoias. O Guadiana visita o líder e o São Marcos desloca-se a Vila Nova de São Bento, onde chegou há pouco Carlos Simão para dar mais fôlego à turma local. FP

Taça Distrito de Beja

Bairro da Conceição eliminou o Guadiana de Mértola O afastamento do Desportivo de Beja pelo Vasco da Gama da Vidigueira e o triunfo do Bairro da Conceição sobre o Guadiana de Mértola foram os desfechos menos previsíveis da 1.ª eliminatória da Taça Distrito de Beja.

José António Carapinha Lindeza

O

José António é, seguramente, um dos desportistas com o currículo mais rico e diversificado de quantos têm colaborado nesta rubrica. Médio ofensivo, com um futebol rendilhado e eficaz perfumou de qualidade muitos estádios alentejanos. Surgiu no Desportivo de Beja, que ajudou duas vezes a subir de divisão, passou pelo Vasco da Gama de Sines (mais uma subida), Juventude de Évora (duas épocas na 2.ª divisão), Esperança de Lagos (uma temporada na 2.ª divisão), O Elvas (duas épocas na 2.ª divisão e uma na 1.ª divisão nacional) e Estrela de Portalegre (duas épocas na 2.ª divisão). Já como treinador subiu o Ferreirense à 3.ª divisão e assinou igual feito no Castrense (mesmo saindo antes da época terminar). Treinou o Desportivo das Neves (1.ª distrital), esteve três épocas no Alfundão (que subiu à 1.ª distrital) e permaneceu durante duas temporadas à frente dos juniores do Desportivo de Beja (uma promoção ao escalão nacional). Aos 58 anos, com uma experiência no futebol que seria uma mais valia para qualquer clube, José António está, atualmente, sem atividade desportiva.

(2) SPORTING DE CUBA/PANOIAS O Panoias tem feito uma época muito regular, por isso, merece o meu favoritismo.

(1) CASTRENSE/GUADIANA O Castrense é a equipa mais regular do campeonato e vencerá sem dificuldade.

Texto e foto Firmino Paixão

B

eja foi o epicentro dos principais tremores da primeira eliminatória da Taça Distrito de Beja. Foi na capital do distrito que caíram duas das 10 equipas da primeira divisão que estiveram em prova nesta ronda de taça, em que não se inscreveu a totalidade dos clubes que disputam provas seniores e cujo enquadramento para sorteio deixou sete formações de fora desta jornada inicial.

O Bairro da Conceição vestiu fato de gala para receber um adversário do escalão principal e conseguiu afastar o Guadiana de Mértola, de escalão superior ao seu, ainda que permaneça nos lugares mais modestos do seu campeonato, o que não retira valor ao brilharete dos únicos e verdadeiros “tomba gigantes” desta eliminatória.

Na mesma cidade, mas dois quilómetros para oeste, o Desportivo de Beja recebeu, num palco que não é o seu habitual recinto de jogos, um Vasco da Gama que o novo técnico Fernando Piçarra conduziu à segunda vitória consecutiva, tendo como consequência direta o afastamento dos bejenses desta prova complementar da AFBeja. Tem que se registar a goleada do Castrense, porque oito golos são sempre um feito invulgar, mas a diferença de valores entre as equipas em confronto deixava antever um desfecho desnivelado. O Milfontes poupou e venceu o Ourique por magro um a zero, já

Hoje palpito eu...

(X) ROSAIRENSE/VASCO DA GAMA O Vasco da Gama está a crescer desde que mudou de treinador e justificará o empate (2) ODEMIRENSE/MILFONTES O Milfontes tem uma grande equipa e está a fazer um bom campeonato.

Taça Distrito de Beja O Bairro da Conceição eliminou o Guadiana e foi o “tomba gigantes” da Taça

o Panoias cumpriu ante a difícil equipa de São Teotónio. O Amarelejense recebeu o Negrilhos e ganhou com a facilidade que os números revelam.

Carlos Simão estreou-se com uma vitória sobre o vizinho Piense.

O Rosairense sentiu dificuldade para bater o São Marcos, e, finalmente, o Alvorada deu excelente réplica em Ferreira do Alentejo, não evitando sair derrotado. Marcaram-se 31 golos, o Castrense foi responsável por oito e o seu avançado Facaia marcou metade deles. Ganharam todos os visitados, com exceção do Desportivo de Beja que, a par do Guadiana, foram as duas equipas do primeiro escalão que já saíram da prova. O Bairro da Conceição, herói desta ronda, e o Amarelejense foram os sobreviventes da

segunda divisão distrital. As equipas apuradas para a segunda eliminatória são o Milfontes, Panoias, Amarelejense, Bairro da Conceição, Aldenovense, Vasco da Gama, Castrense e Rosairense, a quem se juntarão as sete que estiveram dispensadas desta etapa inicial e que são as seguintes: Almodôvar, Odemirense, Sporting de Cuba, Serpa, Cabeça Gorda, Saboia e Messejanense.

Resultados da 1.ª eliminatória: Milfontes-Ourique, 1-0; Panoias-Renascente, 3-0; Amarelejense-Negrilhos, 4-1; Bairro da Conceição-Guadiana, 1-0; Aldenovense-Piense, 2-0; Desportivo de Beja-Vasco da Gama, 2-3; Castrense-Vale de Vargo, 8-0; Rosairense-São Marcos, 1-0; Ferreirense-Alvorada, 3-2.

(1) FERREIRENSE/ALMODÔVAR O Ferreirense é favorito, está a lutar pelo 2.º lugar e tem feito uma época regular (2) DESPORTIVO DE BEJA/SERPA O Desportivo de Beja atravessa uma fase muito difícil no campeonato, o Serpa ganha.

(1) ALDENOVENSE/SÃO MARCOS Apesar do seu rendimento intermitente, o Aldenovense tem capacidade para vencer.

19 Diário do Alentejo 20 janeiro 2012

Joaquim Rodeia de regresso ao Sp. de Cuba

Diário do Alentejo 20 janeiro 2012

20

Resultado da Taça Fundação Inatel

Agenda – 21.22 janeiro – Série A (11.ª jornada): Malavado-Bemposta; Cercalense-Longueira; Soneguense-Campo Redondo. Série B (10.ª jornada): Garvão-Pereirense; Relíquias-Amoreiras Gare; Colense-Luzianes Gare; Naveredondense-Santaclarense. Série C (10.ª jornada): São Matias-Penedo Gordo; Faro do AlentejoMombeja; Jungeiros-Beringelense; Figueirense-Santa Vitória. Série D (10.ª jornada): Salvadense-Serpense; Neves-Louredense; Brinches-Sobral D’Adiça; Ficalho-Quintos. Série E (10.ª jornada): Santa Clara-a-Nova-Sanjoanense; Sete-Trindade; lcariense-Albernoense; Almodovarense-Aldeia dos Fernandes.

Atletismo: Triatlo em Castro Verde A Associação de Atletismo de Beja realizou na Pista de Atletismo de Castro Verde o Triatlo Técnico Jovem Distrital, reunião atlética que contou com cerca de 60 atletas em vários escalões de clubes do distrito. Os vencedores foram os seguintes: infantis – femininos: Ana Braga (BAC); masculinos:

Bernardo Colaço (Entradense); iniciados – femininos: Mariana Sousa (Entradense); masculinos: Gonçalo Ferreira (BNSC); juvenis – femininos: Rosário Silva (NARM); masculinos: Diogo Luz (Neves); opcional iniciados – femininos: Isabel Braz (BAC); masculinos: Filipe Silva (BNSC).

Equipas: 1.º BNSConceição. 2. º J.D.Neves. 3.º SRD Entradense.

Presidente do Moura critica jogadores

“A margem de erro está a diminuir” À medida que o campeonato avança e a equipa não consegue estabilizar-se em lugar seguro na tabela de pontos vão surgindo focos de contestação no seio da massa associativa do Moura Atlético Clube.

Texto e foto Firmino Paixão

A

derrota em casa com o Atlético de Reguengos (3-0), num jogo em que os mourenses eram francamente favoritos, levou o presidente do clube, Hélder Mamede, a referir, em entrevista à Rádio Planície de Moura, que os jogadores não deram tudo nesse jogo, e que a margem de erro estava a diminuir, exigindo uma vitória na deslo-

cação a Vendas Novas, o que também não aconteceu. Dezenas de adeptos abandonaram o estádio com o jogo ainda em curso, em claro sinal de protesto com o desempenho da equipa.

Carlos Ventura, o atual treinador, em declarações ao “Diário do Alentejo”, disse: “Com o Reguengos estávamos com alguma ilusão em ganhar o jogo e os nossos adeptos também, e quando assim não é, quando se perde, e por três bolas como foi o caso, os nossos adeptos mostraram alguma desilusão. Eu compreendo o sentimento das pessoas porque também sou sócio, a nossa ideia é sempre fazer mais e melhor, vamos continuar a trabalhar mais e melhor de maneira a elevarmos o nome do Moura Atlético Clube”.

O técnico acredita na manutenção

e sustenta: “Estes jogadores dão tudo por tudo, às vezes as coisas não saem bem, nem sempre saem como nós queremos, mas só podemos dizer que eles são trabalhadores sérios e honestos. E a responsabilidade pelas derrotas é sempre minha”. No entanto, nas últimas duas derrotas sobrou alguma responsabilidade para as equipas de arbitragem, com se depreende desta justificação de Ventura: “Torna-se mais difícil e quando temos a infelicidade de apanhar alguém que apita faltas que nem sequer existem e as marca dentro da área, assim ainda se torna mais complexo. Temos que dizer que o Alentejo, por enquanto, ainda é Portugal”.

O plantel mourense e a equipa de apoio médico sofreram reajustes,

Obrigados a pontuar em Monsanto

O

Moura vai jogar em Monsanto e o que nesta altura se pode pedia à equipa é que pontue. Ganhar seria ouro sobre azul, mas pelo menos que não perca mais este jogo. O adversário é teoricamente menos cotado, é verdade que joga em casa, mas como os mourenses estavam obrigados a ganhar em Vendas Novas e não conseguiram podem agora responder positivamente ao repto da sua direção. As águas andam agitadas e uma pressão excessiva sobre o plantel pode descontrolar a ansiedade. Tudo na vida tem conta, peso e medida, e as exigências que se fazem dever ser realistas. A Moura tem que ganhar todos os jogos em casa e pontuar o máximo fora de casa. É esta a receita para a manutenção. Mas em casa tem esbanjado pontos com equipas do seu campeonato e assim não “levará a carta a Garcia…”. FP

indiciando algum rompimento com o passado recente, mas Carlos Ventura fala apenas da equipa: “Saiu primeiro o Hugo Firmino, que já teria um acordo com o Torreense, depois saíram o Mário Verdades, o Ivo Cruz e o Pavel Vieira. Havia um entendimento com a direção para que se precisássemos de reforços alguém teria que sair e entendemos que esses eram jogadores a dispensar, para irmos buscar atletas que nos dessem outras garantias, o Artur Lourenço, o Bruno Gomes, o Rodinhas e ainda vamos poder contar com o Hugo Seixas. Foi isto que aconteceu com as alterações no plantel”.

O executivo e o técnico estão em sintonia, apenas o plantel está debaixo de fogo e Ventura sublinha: “Seja eu, ou outra pessoa qualquer que esteja a treinar a equipa, o pensamento é sempre o mesmo, dignificar o clube porque também somos sócios e gostamos do Moura, a direção comigo está sempre à vontade”. E acentua: “É importante manter o clube neste escalão, ainda não estivemos abaixo da linha de água e ainda somos daqueles clubes sérios que existem em Portugal, porque honramos as nossas obrigações e nestas alturas menos boas é que nós temos que ter a frieza necessária para refletirmos e tentarmos retificar no futuro”. Mas o tempo vai escasseando e a margem de erro diminuindo.

Andebol

Zona Azul joga amanhã em Sines

O

Andebol Clube de Sines e a Zona Azul, de Beja, encontram-se amanhã, sábado, no pavilhão municipal daquela cidade do litoral alentejano, pelas 18 horas, para disputarem a 16.ª jornada do Nacional da 3.ª Divisão de Seniores Masculinos, zona sul, prova que os bejenses lideram com seis pontos de vantagem (e mais um jogo) sobre as equipas do Boa Hora e do Torrense, quando faltam sete jornadas para o termo da primeira fase.

Do fim de semana veio essa vitória em casa por cinco golos de vantagem (30/25) sobre o Lagoa Andebol Clube, num jogo complicado para o líder.

A Zona Azul é francamente favorita no jogo de Sines, já que joga em casa do lanterna vermelha, e o triunfo é o único resultado que suportará a

vantagem sobre os rivais mais diretos, que também jogam fora de casa.

Amanhã joga-se também a 14.ª e última jornada da 1.ª fase do Nacional da 1.ª Divisão de Iniciados Masculinos, onde o CCPSerpa procura a manutenção, cabendo-lhe jogar em casa com o Torrense. Na jornada anterior perderam no Alto do Moinho (Lisboa) por diferença de nove golos (31/20).

Outros resultados – Nacional de Iniciados 2.ª Divisão: Évora-Ponte Sor, 33-31: Redondo-Zona Azul, 19-51. Nacional de Infantis Masculinos: Zona Azul-Ponte Sor, 20-16. Zona Azul-Évora, 21-21 e Ponte Sor-CCPSerpa, 12-8. Nacional de Juvenis Masculinos 2.ª Divisão: CCPSerpa-Redondo, 40-16; Vasco da Gama-Portalegre, 39-23; Évora-Zona Azul, 25-37. FP

Andebol Zona Azul não teve jogo fácil frente aos algarvios do Lagoa

A Taça José Saúde

Numa viagem meteórica pelo mundo do desporto generalista do distrito de Beja e centralizando, em particular, o fenómeno futebolístico, recuo no tempo e trago à estampa a 1.ª Taça, denominada Associação Bombeiros Voluntários de Beja, disputada na longínqua época de 1924/25 e ganha pelo Despertar Sporting Clube. Estava-se então numa fase embrionária do jogo da bola, ficando a certeza que o velho “Rasga” foi o primeiro emblema que ergueu o troféu no futebol sul alentejano. Com o evoluir da modalidade, a que acresce o ordenamento de novos clubes, a AF Beja é, tal como sempre o assumiu, a entidade oficial que organiza a calendarização da prova, sendo que, anualmente, leva ao púlpito a textura desportiva ao seio dos seus filiados. Os clubes, não obstante a sua dimensão e as divisões onde militam, travam amistosos encontros e o público, generoso, agradece. Serve este pequeno introito para aplaudir a 1.ª eliminatória da Taça do Distrito de Beja, em seniores, que ocorreu no pretérito fim de semana e que, a meu ver, não trouxe surpresas de maior. Aliás, os resultados constatados deixam transparecer que o fator casa predominou.

Ressalve-se, contudo, que o Vasco da Gama da Vidigueira furou a lógica ao vencer (2-3), em Beja, o Desportivo. Por outro lado destaque-se, também, que em Vila Nova de São Bento, num derby sempre exuberante, o Aldenovense, que levava já algumas jornadas de sequeiro, venceu (20) o vizinho Piense a disputar, atualmente, o campeonato da II divisão.

A curiosidade é a entrada, com o pé direito, do novo treinador, Carlos Simão, num clube onde trabalha pela primeira vez e teve como vaticino um jogo da Taça.

Mais uma motivadora experiência para Simão averbar no seu já vasto curriculum. Tanto mais que o Aldenovense é, sem dúvida, um dos históricos do futebol bejense.

Após um longo período de interrupção, regressa no próximo fim de semana a fase inter-regional do Campeonato Nacional da 2.ª Divisão de Basquetebol, zona sul, disputando-se 8.ª jornada, que levará a equipa do Beja Basket Clube ao Pavilhão D. Bosco, em Évora, para defrontar o conjunto dos Salesianos, atual líder da prova.

Hóquei em patins: Grândola recebe o Estremoz Disputa-se amanhã, sábado, a décima primeira e última jornada da primeira volta do Nacional de Hóquei em Patins da 3.ª Divisão, cuja zona sul tem sido inteiramente dominada pelo Hóquei de Grândola, equipa que amanhã joga no seu pavilhão com a

Campeonato do Alentejo de Minis em Andebol

formação do Estremoz (18 horas). O Castrense viaja para o Seixal, o Aljustrelense folga e o Hóquei de Santiago joga em casa com a Juventude Salesiana. No fim de semana jogou-se a décima ronda, que terminou com os seguintes resultados: Estremoz-Santiago, 2-2; Salesiana-Lisbonense, 2-3; Lobinhos-Seixal, 0-1; Castrense-

O Campeonato do Alentejo de Minis Masculinos em Andebol regressa amanhã com a realização da 3.ª jornada e os jogos: Évora Andebol Clube-Zona Azul e CCP Serpa-GE Ponte de Sor.

21 Diário do Alentejo 20 janeiro 2012

Campeonato Nacional da 2.ª Divisão de Basquetebol

-Azeitonense, 5-5; Boliqueime-Aljustrelense, 4-1. Folgou o Hóquei de Grândola, que lidera isolado. O Hóquei Vasco da Gama, de Sines, que em partida relativa à 11.ª jornada do Nacional da 2.º Divisão perdeu em casa com o Sesimbra por 3/9, desloca-se amanhã ao recinto do Algés (18 horas).

Eu hei de ir para lá pedalar...

Ó terra baleizoeira! Ó BTT Baleizão!

Aí está uma nova equipa para o já numeroso pelotão alentejano. A primeira pedalada da BTT Baleizão foi dada com simbolismo junto à estátua de Catarina Eufémia.

Texto e foto Firmino Paixão

O

gosto pela natureza e uma certa cumplicidade com o sentimento de ruralidade estimularam a criação de mais uma equipa de BTT, uma modalidade em estado de graça, que reúne já alguns milhares de adeptos na região alentejana e que, a partir de agora, pode contar com mais uma equipa, a BTT Baleizão, nascida o seio da Associação Juventude Baleizoeira, coletividade fundada há 15 anos e que aos poucos vem diversificando a sua atividade através da criação de núcleos.

Jorge Góis, membro do executivo da associação justifica assim o aparecimento da BTT Baleizão: “Isto é fruto da nossa ruralidade, do nosso gosto pelo campo, vivemos muito com o rio, com os cogumelos e com os agriões, esta nossa relação com a natureza estimula-nos, começámos com as motos, também andávamos de bicicleta, mas estávamos mais desorganizados, e à medida que fomos criando alguma estrutura física, porque isto também o requer, começámos a partilhar experiências no BTT, e como era uma

Agenda O primeiro Passeio BTT Baleizão deverá ter lugar no dia 10 de junho

vivência que já tinha muitos aderentes, pensámos que seria bom organizarmo-nos”. Jorge Góis anuncia o primeiro objetivo: “Tentarmos proporcionar aos outros, na nossa casa, aquilo que eles nos oferecem quando participamos nas outras organizações. Queremos mostrar a nossa freguesia, as nossas potencialidades e ao mesmo tempo retribuirmos a boa receção que temos nos outros lados, porque isto já é uma grande família”.

Quanto à equipa, diz: “Somos todos amadores, nunca estivemos enquadrados noutras equipas,

participávamos individualmente noutros convívios, mas inscrevíamo-nos como BTT Baleizão mesmo sem equipa formada.

Agora sim, arranjámos alguns patrocínios, adquirimos equipamento e, pé ante pé, vamos tentar progredir nesta área. Somos 12 elementos e o menos jovem até sou eu”, revela Jorge Góis. E acrescentou: “Está praticamente decidido que a nossa grande organização vai ser no segundo fim de semana de junho, este ano será no dia 10, não queremos associar o evento ao feriado, mas ao fim de semana

mais próximo, porque a junta de freguesia também tem outras atividades culturais e nós acedemos porque a junta também tem colaborado connosco. Se tudo correr, como esperamos, no próximo dia 10 de junho teremos então o 1.º Passeio BTT Baleizão”.

A Juventude Baleizoeira, referiu Jorge Góis, “é uma associação que já existe há algum tempo, está registada desde 1996 e tem por objetivo ajudar os jovens, encaminhá-los, ensinar-lhes a gerir uma associação, para que mais tarde estejam preparados para gerir

outras instituições e, até no próprio trabalho, ajuda-os na sua organização”. Esta direção, acentua, “está neste projeto há pouco mais de dois anos e embora se mantenha o mesmo objetivo, a frente de intervenção passou a ser diferente”: “Resolvemos criar vários núcleos dentro da própria associação, já temos um núcleo de todoo-terreno, que este ano organizará o 3.º passeio para o pessoal dos jipes, e como dentro da associação existiam alguns amigos que gostavam do BTT organizámos mais um núcleo, que está hoje a nascer. Estamos a dar um passo de cada vez, temos projetado instalar a nossa sede, mas daremos um passo de cada vez, entramos com estes projetos no início da crise, mas a obra está a andar”.

Jorge Góis lembrou ainda: “Hoje quisemos dizer às outras equipas da região que a BTT Baleizão entrou para a essa já vasta comunidade. Tivemos uma partida simbólica junto à estátua da Catarina Eufémia antes de irmos para o campo para um percurso com cerca de 37 quilómetros, com chuva, mas o BTT é uma atividade de aventura e de desafios e como não há batismos sem água, ela que venha, porque será bem recebida, como nós esperamos ser no universo desta modalidade onde o BTT Baleizão está a dar as primeiras pedaladas”.

Modelismo náutico no Parque da Cidade de Beja

Open Regional com 30 barcos

O

Participação Entre os concorrentes está o campeão europeu de 2010

lago do Parque da Cidade de Beja recebe amanhã, sábado, o Open Regional Sul 2012 em modelismo náutico, prova em que estão inscritas cerca de três dezenas de embarcações e que apura o campeão regional sul da especialidade. É a primeira fez que este plano de água bejense recebe uma competição desta natureza, mas já lhe foram reconhecidas condições ideais para a prática da modalidade e potencial para a realização de futuras provas de modelismo náutico.

A organização deste evento é

da responsabilidade dos velejadores da zona sul, com o apoio da Câmara Municipal de Beja e do Fórum PTnauticmodel, sendo que as classificações deste open serão determinantes, também, para o ranking de seleção para o apuramento de participantes do Europeu de 2012, que se realizará em Espanha.

O programa do Open Regional Sul inicia-se às 9 e 30 horas com a confirmação de inscrições e verificação dos barcos, seguindo-se, pelas 11 horas, um briefing e o início das provas. A última regata

está agendada para as 17 horas e às 17 e 30 horas serão consagrados os vencedores. Entre os concorrentes estará o velejador João Prates (Vela 25, na embarcação Vaitapé II), que foi campeão europeu da modalidade em 2010.

O calendário competitivo contempla ainda mais quatro provas, o Open Regional do Centro (25/2), Open Regional da Madeira (24 e 25/3), Open Regional Norte (14/4) e Open Nacional (12 e 13/5), antes da prova de seleção para o europeu, marcada para 2 de junho. FP

saúde

Sexta-feira, 20 JANEIRO 2012 Nº 1552 (II Série)

22

Análises Clínicas

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Medicina dentária ▼ Dr.ª Heloisa Alves Proença Médica Dentista Directora Clínica da novaclinica

Laboratório de Análises Clínicas de Beja, Lda. Dr. Fernando H. Fernandes Dr. Armindo Miguel R. Gonçalves Horários das 8 às 18 horas; Acordo com beneficiários da Previdência/ARS; ADSE; SAMS; CGD; MIN. JUSTIÇA; GNR; ADM; PSP; Multicare; Advance Care; Médis FAZEM-SE DOMICÍLIOS Rua de Mértola, 86, 1º Rua Sousa Porto, 35-B Telefs. 284324157/ 284325175 Fax 284326470 7800 BEJA

Cardiologia

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RUI MIGUEL CONDUTO Cardiologista - Assistente de Cardiologia do Hospital SAMS CONSULTAS 5ªs feiras CARDIOLUXOR Clínica Cardiológica Av. República, 101, 2ºA-C-D Edifício Luxor, 1050-190 Lisboa Tel. 217993338 www.cardioluxor.com Sábados R. Heróis de Dadrá, nº 5 Telef. 284/327175 – BEJA MARCAÇÕES das 17 às 19.30 horas pelo tel. 284322973 ou tm. 914874486

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(Diplomada pela Escola Superior de Medicina Dentária de Lisboa)

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JORGE ARAÚJO Assistente graduado de ginecologia e obstetrícia ULSB/Hospital José Joaquim Fernandes Consultas e ecografia 2ªs, 4ªs, 5ªs e 6ªs feiras, a partir das 14 e 30 horas Marcações pelo tel. 284311790 Rua do Canal, nº 4 - 1º trás 7800-483 BEJA

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Tel. 284320749

Oftalmologia

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HORÁRIO: Das 11 às 12.30 horas e das 14 às 18 horas pelo tel. 218481447 (Lisboa) ou Em Beja no dia das consultas às quartas-feiras Pelo tel. 284329134, depois das 14.30 horas na Rua Manuel António de Brito, nº 4 – 1º frente 7800-544 Beja (Edifício do Instituto do Coração, Frente ao Continente) Clínica Geral

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Consultas a partir das 14 horas Praça Diogo Fernandes, 23 - 1º F (Jardim do Bacalhau) Telef. 284322527 BEJA

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Diário do Alentejo 20 janeiro 2012

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Dr. Sidónio de Souza – Pneumologia/Alergologia/ Desabituação tabágica – H. Pulido Valente Dr. Fernando Pimentel – Reumatologia – Medicina Desportiva – Instituto Português de Reumatologia de Lisboa Dr.ª Verónica Túbal – Nutricionismo – H. de Beja Dr.ª Sandra Martins – Terapia da Fala – H. de Beja Dr. Francisco Barrocas – Psicologia Clínica/Terapia Familiar – Membro Efectivo da Soc. Port. Terapia Familiar e da Assoc. Port. Terapias Comportamental e Cognitiva (Lisboa) – Assistente Principal – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo.

Dr. Rogério Guerreiro – Naturopatia Dr. Gaspar Cano – Clínica Geral/ Medicina Familiar Dr.ª Nídia Amorim – Psicomotricidade/Educação Especial e Reabilitação (dificuldades específicas de aprendizagem/ dislexias) Dr. Sérgio Barroso – Oncologia – H. de Beja Drª Margarida Loureiro – Endocrinologia/Diabetes/ Obesidade – Instituto Português de Oncologia de Lisboa Dr. Francisco Fino Correia – Urologia – Rins e Vias Urinárias – H. Beja Dr. Daniel Barrocas – Médico Interno de Psiquiatria – Hospital de Santa Maria Dr. Carlos Monteverde – Chefe de Serviço de Medicina Interna, doenças de estômago, fígado, rins, endoscopia digestiva.

Dr.ª Ana Cristina Duarte – Pneumologia/Alergologia Respiratória/Apneia do Sono – Assistente Hospitalar Graduada – Consultora de Pneumologia no Hospital de Beja Dr.ª Isabel Martins – Chefe de Serviço de Psiquiatria de Infância e Adolescência/Terapeuta familiar – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo Dr.ª Paula Rodrigues – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr.ª Luísa Guerreiro – Ginecologia/Obstetrícia Dr.ª Ana Montalvão – Hematologia Clínica /Doenças do Sangue – Assistente Hospitalar – Hospital de Beja Dr.ª Ana Cristina Charraz – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr. Diogo Matos – Dermatologia. Médico interno do Hospital Garcia da Orta.

Dr. José Janeiro – Medicina Geral e Familiar – Atestados: Carta de condução; uso e porte de arma e caçador.

Dr.ª Joana Freitas – Cavitação, Lipoaspiração não invasiva,indolor e não invasivo, acção imediata, redução do tecido adiposo e redução da celulite Dr.ª Ana Margarida Soares – Terapia da Fala - Habilitação/ Reabilitação da linguagem e fala. Perturbação da leitura e escrita específica e não específica. Voz/Fluência.

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Diário do Alentejo 20 janeiro 2012

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Diário do Alentejo nº 1552 de 20/01/2012 2.ª Publicação PEDRO BRANDÃO Agente de Execução C.P. 3877

ANÚNCIO

Tribunal Judicial de Moura - Secção Única Acção Executiva Processo n.° 129/05.9TBMRA-A Exequente: Francisco Póvoa & Helena, Lda Executados: José Manuel Santa Rita Serrano e Maria João Cruz de Quintanilha Mendonça Santa Rita FAZEM-SE SABER que nos autos acima identificados se encontra designado o dia 1 de Fevereiro de 2012, pelas 10:00 horas, no Tribunal acima identificado, para abertura de propostas que sejam entregues até esse momento na Secretaria do mesmo, pelos interessados na compra do seguinte bem: Prédio Urbano, propriedade horizontal, sito na Rua de São Luís, Lote 47 - 1° Esq, em Moura (Santo Agostinho), em cuja matriz se acha inscrito sob o artigo 2817-D, descrito na Conservatória do Registo Predial de Moura sob a ficha 701/19871106, Moura (Santo Agostinho).

O bem pertence aos Executados: JOSÉ MANUEL SANTA RITA SERRANO, NIF: 188304770, MARIA JOÃO CRUZ DE QUINTANILHA MENDONÇA SANTA RITA, NIF: 104162325.

VALOR BASE: 71.785,71€ Será aceite a proposta de melhor preço acima do valor de 50.250,00€, correspondente a 70% do Valor Base.

Nos termos do artigo 897° n.° 1 do CPC, os proponentes devem juntar à sua proposta, como caução, cheque visado à ordem do agente de execução, no montante correspondente a 20% do valor base do bem, ou garantia bancária, no mesmo valor. É Fiel Depositário que o mostrará a pedido os executados José Manuel Santa Rita Serrano e Maria João Cruz de Quintanilha Mendonça Santa Rita, residentes na Urbanização Mourasol, Lote 47, 1° Esq. Moura.

O Agente de Execução, Céd Prof. 3877 Pedro Brandão

Diário do Alentejo nº 1552 de 20/01/2012 2.ª Publicação PEDRO BRANDÃO Agente de Execução C.P. 3877

ANÚNCIO Tribunal Judicial de Serpa - Secção Única Acção Executiva Processo n.° 280/06.8TBSRP-A Exequente: Banco Santander Totta, S.A. Executada: Deolinda Raquel Nunes Tormenta FAZEM-SE SABER que nos autos acima identificados se encontra designado o dia 1 de Fevereiro de 2012, pelas 14:30 horas, no Tribunal acima identificado, para abertura de propostas que sejam entregues até esse momento na Secretaria do mesmo, pelos interessados na compra do seguinte bem: Prédio Urbano, propriedade total, sito no Largo do Adro, n.° 8, em Brinches, em cuja matriz se acha inscrito sob o artigo 996, descrito na Conservatória do Registo Predial de Serpa sob a ficha 384/19890602, Brinches - Serpa, sito no Largo do Adro n.° 8.

O bem pertence à Executada: DEOLINDA RAQUEL NUNES TORMENTA, NIF: 171458907, residente na Rua Lucinda do Carmo, n.° 16 - 1° dt., em Lisboa VALOR BASE: 80.000,00 € Será aceite a proposta de melhor preço acima do valor de 56.000,00€, correspondente a 70% do Valor Base. É Fiel depositário que o mostrará a pedido a executada Deolínda Raquel Nunes Tormenta.

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ORAÇÃO DOS AFLITOS Aflita se viu a Virgem aos pés de Jesus. Aflita me vejo eu, valei-me mão de Jesus. Confio em Deus com todas as minhas forças, por isso peço que me ilumine os meus caminhos, concedendo-me a graça que tanto desejo. (Faça o pedido). Mande publicar no 3.º dia e observe o que acontecerá no quarto dia.

Agradeço a graça recebida.

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ANÚNCIO Tribunal Judicial de Moura - Secção Única Acção Executiva Processo n.° 838/O6TBBJA Exequente: RHR - Construções, Lda Executados: Albertino Mendonça Gaidão

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FAZEM-SE SABER que nos autos acima identificados se encontra designado o dia 1 de Fevereiro de 2012, pelas 09:45 horas, no Tribunal acima identificado, para abertura de propostas que sejam entregues até esse momento na Secretaria do mesmo, pelos interessados na compra do seguinte bem: Verba 1 - Prédio urbano, em regime de propriedade horizontal, descrito sob a inscrição 712/251187 - AB, da freguesia Porches, concelho de Lagoa, Artigo matricial n°1581 - AB - Lagoa, sito na Urbanização Quinta das Palmeiras, Bloco G-1-1, 3° andar, Apartamento C, no sitio das Senhora das Rochas em Porches - 70% de 250.000,00€ (175.000,00€) Verba 2 - Prédio Misto, denominado de CARVALHAL, descrito sob a inscrição 2068/20070309, da freguesia de Pias, concelho de Serpa. Artigo matricial n° 57- G Rústico e 1858 Urbano - Serpa - 70% de 400.000,00€ (280.000,00€) Os bens pertencem ao Executado: ALBERTINO MENDONÇA GAIDÃO, NIF: 136790178.

VALOR BASE: 650.000,00€ Será aceite a proposta de melhor preço acima do valor de 455.000,00€, correspondente a 70% do Valor Base.

Nos termos do artigo 897° n.° 1 do CPC, os proponentes devem juntar à sua proposta, como caução, cheque visado à ordem do agente de execução, no montante correspondente a 20% do valor base do bem, ou garantia bancária, no mesmo valor. É Fiel Depositário que o mostrará a pedido o executado Albertino Mendonça Gaidão, residente na Rua da Parreira, n.° 41 - 1° Drt. em Moura.

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Maria Vitória Amaro

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NOTÁRIA DE OURIQUE

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Diário do Alentejo 20 janeiro 2012

Serpa Vale do Poço

Serpa

CERTIFICADO Certifico, para fins de publicação, que no dia quatro de Janeiro do ano dois mil e doze, no Cartório Notarial de Ourique, a folhas quarenta e sete e seguintes, do Livro de Notas Para Escrituras Diversas número Quarenta e Sete-D, se encontra exarada uma escritura de Justificação, na qual José Geraldo Duarte e mulher Maria Antónia Guerreiro Duarte, casados segundo o regime de comunhão de adquiridos, ambos naturais da freguesia do Rosário, concelho de Almodôvar, onde residem na Rua do Moinho, n°5, N.I.F.s 134 352 653 e 175 087 580, se declaram donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, do seguinte prédio: Urbano, sito na Rua do Moinho, n°5, freguesia do Rosário, concelho de Almodôvar, constituído por um compartimento destinado a arrecadação, com a área coberta de treze virgula vinte metros quadrados, confrontando do norte, sul e poente com José Geraldo Duarte e do nascente com João Mateus, inscrito na matriz, em nome do justificante marido, sob o artigo 896, com o valor patrimonial de €920,00, a que atribuem igual valor, omisso na Conservatória do Registo Predial de Almodôvar.

Que os justificantes não possuem qualquer título para efectuar o registo a seu favor, deste prédio, na Conservatória, embora sempre tenham estado, há mais de vinte e cinco anos, na detenção e fruição do citado prédio, o qual veio à sua posse por doação, feita a ambos pelos pais do justificante marido, Manuel Duarte e mulher Augusta Maria Geraldo, casados que foram segundo o regime de comunhão geral de bens e residentes na freguesia do Rosário, concelho de Almodôvar, em dia que não podem precisar, mas no mês de Dezembro de mil novecentos e oitenta e seis, não tendo tal doação sido reduzida a escritura pública, mas que desde logo entraram na posse e fruição do prédio, em nome próprio, posse que assim detêm há mais de vinte e cinco anos, sem interrupção ou ocultação de quem quer que seja, de modo a poder ser conhecida por todo aquele que pudesse ter interesse em contrariá-la.

Esta posse assim mantida e exercida, foi-o sempre em seu próprio nome e interesse, e traduziu-se nos factos materiais conducentes ao integral aproveitamento de todas as utilidades do prédio designadamente, utilizando-o, fazendo as necessárias obras de conservação e pagando os respectivos impostos. É assim tal posse pacífica, pública e contínua e durando há mais de vinte anos, facultando-lhes a aquisição do direito de propriedade do citado prédio por USUCAPIÃO, direito que pela sua própria natureza, não pode ser comprovado por qualquer título formal extrajudicial.

Nestes termos, e não tendo qualquer outra possibilidade de levar o seu direito ao registo, vêm justificá-lo nos termos legais.

Está conforme o original Cartório Notarial de Ourique, da Notária, Maria Vitória Amaro, aos quatro de Janeiro de 2012.

A Notária, Maria Vitória Amaro

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E A MINHA ALMA, HÁ-DE-SE ABRIR TAMBÉM COMO UMA FLOR, TÃO DOCE COMO OS FAVOS, TÃO ALTA COMO A DOR, TÃO RUBRA COMO OS CRAVOS.” Ary dos Santos

ASSEMBLEIA DE FREGUESIA DE AMARELEJA

António Branco Angelino, Presidente da Assembleia de Freguesia de Amareleja, Concelho de Moura, usando da competência que me confere a lei, e nos termos do Artigo 13.° da Lei 169/99 de 18 de Setembro, com a redacção que lhe foi dada pela Lei n.° 67/2007 de 31 de Dezembro, CONVOCO a Assembleia desta freguesia para uma sessão EXTRAORDINÁRIA, a realizar no dia 28/01/2012 pelas 21H00 horas, na CASA DO POVO DE AMARELEJA, com a seguinte ordem de trabalhos: Única: Avaliação da acção desenvolvida pelo executivo da junta de freguesia no actual mandato.

Em conformidade com o n.° 1 do artigo 12.º da referida Lei, a esta sessão, podem assistir e intervir nas discussões sem direito a voto, os membros do executivo da Junta de Freguesia.

Para conhecimento geral se publica o presente Edital e outros de igual teor que vão ser afixados nos lugares de estilo.

Amareleja, 16 de Janeiro de 2012 O Presidente da Assembleia de Freguesia, António Branco Angelino

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A sua família participa a todas as pessoas de suas relações e amizade que será celebrada missa pela sua ente querida no dia 22/01/2012, domingo, pelas 9.00 horas na Capela do Convento das Carmelitas em Beja, agradecendo desde já a todos que nela participarem.

PARTICIPAÇÃO, AGRADECIMENTO E MISSA 30º DIA

Joaquim Maria Lucas Roque Nasceu 27.02.1940 Faleceu 15.01.2012

Faleceu o Exmo. Sr. Joaquim Maria Lucas Roque, natural de Vila de Frades, solteiro.

O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 16, da casa mortuária de Vila de Frades para o cemitério local. À família enlutada apresentamos as nossas condolências.

AGÊNCIA FUNERÁRIA ESPÍRITO SANTO, LDA. Rua Das Graciosas, 7 7960-444 Vila de Frades/Vidigueira Tm.963044570 – Tel. 284441108

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É com enorme pesar e solidários na dor da família que participamos o falecimento da Sra. Maria Inácia Gomes de 89 anos, viúva.

O funeral a cargo desta Funerária realizou-se no passado dia 15 de Janeiro da Igreja de Vale do Poço para o cemitério de Vales Mortos. À família enlutada expressamos os nossos sentidos pêsames.

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É com enorme pesar e solidários na dor da família que participamos o falecimento da Sra. Agripina da Conceição Gomes Neca de 88 anos.

O funeral a cargo desta Funerária realizou-se no passado dia 12 de Janeiro da Casa Mortuária de Serpa para o cemitério local. À família enlutada expressamos os nossos sentidos pêsames.

Funerária Central de Serpa, Lda. Diário do Alentejo nº 1552 de 20/01/2012 Única Publicação

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Filhos, netos, bisnetos e restantes familiares de Alda Francisca Féria Palma Ferreira Lima, cumprem o doloroso dever de participar o seu falecimento ocorrido no dia 21/12/2011, e por impossibilidade de o fazer individualmente, agradecem por este meio a todas as pessoas que a acompanharam à sua última morada ou que de outra forma lhes manifestaram o seu pesar.

Mais informam que será celebrada missa pelo seu eterno descanso no dia 21 de Janeiro, sábado, às 18.30 horas na Igreja do Carmo em Beja, agradecendo desde já a todos os que a ela compareçam.

Maria dos Prazeres Garrido Marido, filha, genro e netas mandam celebrar uma missa pela sua ente querida após o 5º ano do seu falecimento, no dia 22 de Janeiro de 2012, domingo, às 12.00 horas na Igreja do Carmo em Beja.

Antecipadamente agradecem a familiares e amigos que se associem a este piedoso acto.

necrologia

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Diário do Alentejo 20 janeiro 2012

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Elvira da Conceição Mourinha

Ana da Conceição Chorão

Faleceu a 12.01.2012 É com pesar que participamos o falecimento da Sra. D. Elvira da Conceição Mourinha, de 92 anos, viúva, natural de Serpa. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no dia 13.01.2012 pelas 12.00 horas, da Casa Mortuária de Serpa para o cemitério local.

Apresentamos à família as cordiais condolências.

Faleceu a 16.01.2012 É com pesar que participamos o falecimento da Sra. D. Ana da Conceição Chorão, de 89 anos, solteira, natural de Serpa. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no dia 17.01.2012 pelas 15.00 horas, da Casa Mortuária de Serpa para o cemitério local.

Apresentamos à família as cordiais condolências.

Serpa PARTICIPAÇÃO

Serpa PARTICIPAÇÃO

Francisco Cabecinhas

Maria José Velhinho Afonso

Faleceu a 13.01.2012 É com pesar que participamos o falecimento da Sr. Francisco Cabecinhas, de 91 anos, natural de Serpa, casado com a Sra. D. Ermelinda da Conceição Charraz. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no dia 14.01/2012 pelas 11.00 horas, da Casa Mortuária de Serpa para o cemitério local.

Apresentamos à família as cordiais condolências.

Faleceu a 15.01.2012 É com pesar que participamos o falecimento da Sra. D. Maria José Velhinho Afonso, de 70 anos, natural de Serpa, casada com o Sr. José António Janeiro Júnior. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no dia 16.01.2012 pelas 16.00 horas, da Casa Mortuária de Serpa para o cemitério de Baleizão.

Apresentamos à família as cordiais condolências.

www.funerariapax-julia.pt E-mail: geral@funerariapax-julia.pt Funerais – Cremações – Trasladações - Exumações – Artigos Religiosos

PENEDO GORDO

BERINGEL

†. Faleceu a Exma. Sra. D. MARIA VITÓRIA GONÇALVES DA CONCEIÇÃO CAMPINAS, de 90 anos, natural de Cabeça Gorda - Beja, casada com o Exmo. Sr. António Manuel Campinas. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 13, da Casa Mortuária de Beringel, para o cemitério local.

NOSSA SENHORA DAS NEVES

†. Faleceu a Exma. Sra. D.

†. Faleceu a Exma. Sra. D. ANA VITÓRIA AUGUSTA, de 86 anos, natural de Santiago Maior – Beja, viúva. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 13, da Casa Mortuária do Penedo Gordo, para o cemitério local.

BEJA

BEJA

BEJA

†. Faleceu a Exma. Sra. D.

†. Faleceu o Exmo. Sr.

LEONOR VAZ FERRO COSTA, de 88 anos, natural de Ferreira do Alentejo, viúva.

O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 13, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

ANTÓNIO BATISTA DAS DORES, de 86 anos, natural de Santa Clara de Louredo Beja, viúvo. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 14, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

QUINTOS

SERPA / BEJA

†. Faleceu a Exma. Sra. D. MARIA AUGUSTA CATARINO MENDES, de 65 anos natural de Almodôvar, casada com o Exmo. Sr. Augusto Mendes. O funeral a cargo desta Agência realizouse no passado dia 16, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

†. Faleceu o Exmo. Sr. JOSÉ DA CRUZ PAIXÃO, de 84 anos, natural de Salvada Beja, casado com a Exma.

Sra. D. Maria Francisca. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 16, da Casa Mortuária de Quintos, para o cemitério local.

†. Faleceu a Exma. Sra. D.

AMÉLIA MARIA RAMOS, de 90 anos, natural de Salvador – Beja, viúva. O funeral a cargo desta Agência realizouse no passado dia 15, da Casa Mortuária de Nossa Senhora das Neves, para o cemitério local.

BEJA

BEJA

BEJA

BEJA

ISABEL MARIA ALVAREZ MARQUEZ MADEIRA, de 82 anos natural de Espanha, viúva. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 18, das Casas Mortuárias de Serpa, para Jazigo de Família no cemitério de Beja.

AGÊNCIA FUNERÁRIA SERPENSE, LDA Gerência: António Coelho | Tm. 963 085 442 – Tel. 284 549 315 | Rua das Cruzes, 14-A – 7830-344 SERPA

†. Faleceu a Exma. Sra. D.

†. Faleceu a Exma. Sra. D.

†. Faleceu a Exma. Sra. D.

†. Faleceu a Exma. Sra. D.

MARIANA CARVALHO CHEIRA, de 85 anos natural de Baleizão - Beja, solteira. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 19, da Igreja Paroquial do Carmo, para o cemitério de Beja.

LÚCIA PROENÇA CARVALHINHO RAMOS, de 85 anos, natural de Salvador Beja, viúva. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 19, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

EMÍLIA DA ENCARNAÇÃO, de 85 anos, natural de São Martinho das Amoreiras Odemira, viúva. O funeral a cargo desta Agência realizouse no passado dia 19, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

ENGRÁCIA MARIA GONÇALVES, de 84 anos, natural de Reliquias Odemira, solteira. O funeral a cargo desta Agência realizouse no passado dia 20, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério de Ferreira do Alentejo, onde foi cremada.

Vila Nova de S. Bento

Vila Nova de S. Bento

Faleceu o Exmo. Sr. Manuel José Esteves Louro de 94 anos solteiro, natural de Aldeia Nova de S. Bento.

O funeral, a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 16 de Janeiro da casa mortuária de Vila Nova de S. Bento para o cemitério local.

Fa l e c e u a E x m a . S r a .

Gertrudes Maria Soares de 83 anos casada com, Joaquim Custódio Chicharo, natural de Aldeia Nova de S. Bento. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 17 de Janeiro da casa mortuária de Vila Nova de S. Bento para o cemitério local.

Às famílias enlutadas apresentamos as nossas mais sinceras condolências.

Consulte esta secção em www.funerariapax-julia.pt CAMPAS E JAZIGOS DECOR AÇÃO CONSTRUÇÃO CIVIL “DESDE 1800” Rua de Lisboa, 35 / 37 – Beja | Estrada do Bairro da Esperança Lote 2 Beja (novo) Telef. 284 323 996 – Tm.914525342

AGÊNCIA FUNERÁRIA BARRADAS, LDA.

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A páginas tantas ...

Dica da semana

Aproveita e vê o livro no seu interior em http://www.youtube.com/watch? v=VYjvbwNnVeg&feature=playe r_embedded#! #

ILUSTRAÇÕES DE HOTO CERAMICA | http://hotoceramica.tumblr.com/

Hoje levamos-te a conhecer o trabalho fabuloso de uma artista portuguesa, Maria Rita, que desde cedo percebeu que a escultura era a sua vocação. Começou aos 11 anos a trabalhar o barro e hoje dá vida aos livros e papéis antigos como só ela o consegue. Para conheceres o seu trabalho vai a http://www.mariarita.com/, mas nada melhorr que ver ao vivo e podes fazê-lo na Storytailors em Lisboa..

Era uma vez uma menina que todos conheciam pelo capuz de veludo vermelho.

Toda a gente lhe chamava o Capuchinho Vermelho.

(Re)descobre uma das mais conhecidas histórias do imaginário infantil, recontada por Louise Rowe, numa versão pop-up com maravilhosas ilustrações que saltam das páginas!

Com tantas árvores o Capuchinho conseguiu esconder-se do Lobo Mau. Tenta tu encontrá-lo.

Aproveita esta ideia, cria a tua floresta e os dois personagens da história.

Esconde o Capuchinho o melhor que conseguires e convida um amigo a descobri-lo.

27 Diário do Alentejo 20 janeiro 2012

A ilustradora Margarida Botelho trabalhou durante um mês com uma comunidade rural na Índia na reflorestação de Sadhana. Com as crianças locais criou um sistema solidário de troca que deu origem a um exercício de comércio justo. Desse projecto nasceram postais lindíssimos feitos à mão. Mas este ano começou mal para estas crianças quando um ciclone arrasou com quase toda a infra-estrutura. Para ajudar basta adquirir um ou mais destes postais. Mais informações em http://www.margaridabotelho

MARIA RITA | ALICE

Postais que ajudam a reconstruir

28 Diário do Alentejo 20 janeiro 2012

O Jackie é um cão jovem (com cerca de um ano), muito bem disposto e brincalhão, que procura uma família definitiva. É de porte pequeno, tem pouco mais que cinco quilos, no entanto, é elétrico e precisa de atenção.

Será vacinado e desparasitado antes da adoção. Venham conhecer este amigo encantador ao Cantinho dos Animais de Beja. Contactos: 962432844; sofiagoncalves.769@hotmail.com

Letras

Boa vida

O cinema em Portugal – os documentários industriais de 1933 a 1985

Comer Migas de pão com carne de porco frita Ingredientes para 4 pessoas: 400 gr. de entrecosto; 400 gr. de perna de porco; 200 gr. de toucinho; 80 gr. de linguiça de porco alentejana; 6 dentes de alho; 40 gr. de massa de pimentão; 100 gr. de banha de porco; q.b. de sal grosso; 1 kg de pão alentejano (do dia anterior); q.b. de laranja (facultativo).

Confeção: Corte o entrecosto, a perna de porco e o toucinho em bocados e reserve.

Entretanto, num almofariz, pise os alhos com sal para obter um piso. Junte a massa de pimentão ao mesmo e barre toda a carne.

Reserve no frigorífico de um dia para o outro.

Numa frigideira coloque a banha de porco e leve ao lume. Quando esta estiver quente frite as carnes.

Nessa mesma gordura frite também a linguiça cortada às rodelas e reserve.

Corte o pão em fatias finas e coloque-as num tacho. Regue com um pouco de água bem quente e deixe ensopar um pouco. Com a ajuda de uma colher mexe-se o pão até ficar uma massa.

Com um passador de rede passa-se o pingo da carne.

Leve o tacho com o pão a lume brando, junte um pouco do pingo da carne e envolva com uma colher. Tempere com sal se necessário.

As migas estão prontas quando começarem a descolar-se das paredes do tacho formando uma bola. Faça alguns movimentos com o tacho até o pão ficar um pouco tostado.

Pingo – gordura resultante da fritura das carnes.

Piso – é um termo que se utiliza na cozinha alentejana.

António Nobre Chefe executivo de cozinha – Hotéis M’AR De AR, Évora

Filatelia Plano de emissões para 2012

E

mbora ainda sem datas e sem franquias, os Correios divulgaram no final do ano passado o plano de emissões filatélicas para este ano. Serão emitidas 23 séries de selos e duas de etiquetas de impressão de franquia automática (EIFAs).

Selos: “Academia Militar – 175 Anos” (tal como informámos na semana passada, esta série foi posta em circulação no dia 11); “Guimarães – Capital Europeia da Cultura 2012”; “Aqui há Selo”; “Festas Tradicionais Portuguesas” (emissão base – 2.º grupo); “A Palavra e a Imagem”; “Vultos da História e da Cultura”; “Obras e Engenheiros”; “Rio Douro”; “Fajãs – Açores”; “Levadas – Madeira”; “Europa 2012 – Visite…”; “1.º Salão dos Humoristas – Centenário”; “Campeonato Europeu de Futebol”; “Instituto de Ciências Sociais – 50 Anos”; “Jogos Olímpicos e Paralímpicos”; “Trânsito Solar de Vénus 2012”; “Fado” (2.º grupo); “Catedrais Portuguesas” (1.º grupo); “Erasmus – 25 Anos”; “Comunicar a Cores”; “Sabores do Ar e do Fogo”; “Emissão Conjunta Portugal-Brasil”; e “Correio Escolar”. EIFAs: “2012, Ano Internacional das Cooperativas” e “2012, Ano Internacional da Energia Sustentável para todos”.

Em nota incluída no folheto, os Correios informam que este plano pode não ser definitivo, isto é, pode ser alterado se surgirem circunstâncias que tal aconselhem.

Como acontece desde há muitos anos, os Correios estão disponíveis para a receção de sugestões para os temas dos selos a emitir no próximo ano. Convidamos pois todos os leitores a enviarem as suas sugestões até ao dia 31 de março para os seguintes endereços: Direção de Filatelia-Edifício CTT; av. D. João II, lote 1.12.03, 4.º; 1999-001 – Lisboa ou para o mail sofia.c.almeida@ctt.pt.

Geada de Sousa

A

lém das ficções premiadas internacionalmente – e que por isso lhes garantiram notoriedade em Portugal – algumas grandes figuras do cinema novo português filmaram documentários industriais que permanecem invisíveis e desconhecidos.

Género com pouca projeção no País, guarda uma série de tesouros que o autor, Paulo Miguel Martins, visionou no Arquivo Nacional de Imagens em Movimento e sobre os quais se documentou aprofundamente na Torre do Tombo. O resultado é uma panorâmica muito bem escrita e estruturada sobre a história do cinema documental português e que inclui um “plano aproximado” de alguns filmes: “Bodas de ouro da Empresa Fabril do Norte”, filmado por Abel Escoto e realizado por César Guerra Leal, “O pão”, filmado e realizado por Manoel de Oliveira – que se inicia com cante alentejano –, “O trabalho de um povo”, realizado por João Mendes, e “As palavras e as pedras”, também filmado por Abel Escoto e realizado por Fernando Lopes. Recémchegado de Londres, onde fora estudar cinema, Lopes tinha ganho notoriedade com a curta-metragem que realizara, em 1961, sobre Évora, “As pedras e o tempo”, e o êxito de público e crítica rendeu-lhe novo contrato, para filmar um documentário sobre a empresa de cabos Cel-Cat. A obra integra ainda uma apreciação geral sobre o documentário industrial português feita com base em depoimentos dos realizadores, entre os quais Faria de Almeida, Fernando Lopes, Alfredo Tropa e António Macedo. Quanto a Paulo Miguel Martins é professor e crítico de cinema além de autor de ficção.

Maria do Carmo Piçarra

Paulo Miguel Martins Imprensa Nacional Casa da Moeda PVP: 20 euros; 318 págs.

Petiscos Mais peixe

C

ontinuemos no peixe, teremos tempo para a carne, na matança, Carnaval e Páscoa que se aproximam. O peixe acabado de pescar e imediatamente cozinhado, seja qual seja o peixe e a forma de cozinhar, é normalmente bom. Por outro lado os melhores e mais saborosos peixes – que normalmente são também os mais caros – ainda que tratado por “autores” de enorme prestígio, chefes com nome, reputação e mérito, se não estiverem frescos, são praticamente intragáveis.

Diz-se que há umas maneiras de disfarçar. Há mas para os verdadeiros apreciadores, peixe fresco não é uma premissa, é uma das poucas condições “sine quibus none” de avaliação. Assim sendo, como é que se resolve o problema dos peixes congelados? Há bons? É uma questão de técnica? Tem a ver com o estado do produto no momento em que se processa, pelo frio, o animal? É um pouco de tudo isso. Em primeiro lugar o congelamento tem que ser efetuado quando o peixe ainda está vivo ou quase, moribundo, digamos assim. Também é necessário que a máquina, a que se chama túnel de frio ou de congelação, que produz o frio seja suficientemente potente para o levar até temperaturas muito baixas – muito, muito baixas, na casa dos 40 graus negativos – e finalmente, depois de congelado, a temperatura tem que se manter uniforme e alguns graus, mesmo que poucos, abaixo de zero. Finalmente, descongelado uma vez, é definitivo, não pode ser recongelado.

Vamos lá então trabalhar com o que temos. Um bom peixe congelado, pode ser pescada. Vamos fazer filetes, a quantidade será conforme o tamanho da pescada, obviamente. Pode-se aproveitar os rabos e as barrigas para fazer um outro prato, como, por exemplo, vieiras de pescada com creme.

Temos portanto aqui os lombos da pescada. Esta, deve ser escamada e arrepiada com sal grosso umas duas horas antes, se forem três não será demais. Em seguida tire a pele, e corte-a em duas metades, o que tornará mais fácil o trabalho seguinte. Retire também a espinha central e as pequenas espinhas, verificando se a carne ficou completamente limpa.

Guarde a cabeça e as espinhas à parte e coza-as, ficando com esse caldo depois de devidamente filtrado. Com as duas metades da pescada sem pele, corte os filetes, não muito grossos, e coloque-os num recipiente. Pode enrola-los previamente com um palito que espeta um camarão descascado.

Tempere-os com sal grosso, pimenta moída e sumo de limão.

Deixe-os marinar durante duas horas. Meta-os dentro do caldo do peixe, já coado, a cozer. Quando cozinhados, tire-os para fora, com jeito, de ixe-os quase arrefecer e retire-lhes o palito.

Na água onde eles cozeram deite quatro colheres de leite gordo em pó, uma colher de queijo ralado e três colheres de farinha, previamente desfeita. Mais cinco colheres de puré de tomate. Sem outra referência são sempre colheres de sopa. Bate-se. Quando estiver pronto fica um creme rosado, onde em seguida se deitam os filetes.

Ponha numa forma redonda, de buraco, um bom puré de batata.

Na hora de servir desenforme e dentro do buraco central coloque os filetes que aqueceu previamente. Poderá polvilhar com um pouco de salsa picada.

Voltou-se a beber vinho branco, durante uns anos só se bebia tinto, beber branco era, praticamente, não ser bom chefe de família.

Aproveite este prato para provar o branco do ano, bem fresco.

António Almodôvar

29 Diário do Alentejo 20 janeiro 2012

BD Novidades editoriais

P

ela Lombard: La Mort d’une Bête (série “Les Carnets de Darwin”) por Sylvain Runberg e Eduardo Ocafia; Lolika-1, por Brrémaud e Giovanni Rigano; Le Trou Noir Finnacier (série “l.R.$. / AlI Watcher”), por Desberg e Bourgne; Le Vent Mauvais (série “Résistances”), por Jean-Christophe Derrien e Claude Plumail; Le Douceur de I’Enfer/1, por O. Grenson; e Trauma (série “Synchone”), por Vincent Delmas e Riccardo Crosa.

Pela Delcourt: 10 Jours en Mai (série “Les Combatants”), por Laurent Rullier e Hervë Duphot.

Pela Pedranocharco: Li Moonface, por Fernando Relvas.

Pela Asa: Os Chuis, por Jeanfevre, Sulpice e Cazenove; Os Funcionários, por Béka e Bloz; Tudo Sobre Pepe, Tudo Sobre os Romanos-l e Tudo Sobre Panoramix, segundo Goscinny e Uderzo; Os Bombeiros, por Cazenove e Stédo; Os Informáticos, por Reymès e Tarlon; e Os Comerciais por Bloz, Plumeri e Boitelle.

Pela Panini Comics: o especial n.° 500 da popular revista “Mónica”.

Jazz Andy Middleton “Between Worlds”

D

epois de um percurso académico bem nutrido de bolsas e prémios (chegou a ser galardoado como “Outstanding Jazz Soloist”, pela revista norte-americana “Downbeat”, em 1987) e de duas décadas a integrar o frenético panorama nova-iorquino, o saxofonista Andy Middleton decidiu, em 2006, fixar-se no velho continente, mais concretamente em Viena. O nome deste disco em quarteto (que, diga-se, não é o seu trabalho mais recente, uma vez que há um registo posterior em trio) alude precisamente a esse conflito interior entre o já não ser totalmente americano e o não ser europeu... Middleton – que ao longo do seu trajeto já tocou com gente tão distinta como Lionel Hampton, Maria Schneider, Dave Holland, John Abercrombie e Ralph Towner, entre muitos outros – reforça com “Between Worlds” os seus predicados não só como instrumentista tecnicamente apetrechado, mas sobretudo como um compositor e arranjador de ideias bem definidas. Conhecedor da tradição do jazz, surge aqui claramente inspirado por ela, mas consegue encontrar o seu próprio caminho, através de uma escrita sóbria e assertiva. Cotando-se Andy Middleton sempre num plano acessí“Between Worlds” vel, oscilando entre o vigoAndy Middleton roso no tenor e o lírico no (saxofones tenor e soprano), soprano – acabo por preTino Derado (piano), feri-lo nesta última vertente Paul Imm (contrabaixo) –, assina momentos que se e Alan Jones (bateria). elevam acima da mediaEditora: Prova Records nia. Para além da surpresa Ano: 2011 que se revelou o pianista Tino Derado, completam o quarteto uma equipa rítmica segura composta pelo contrabaixista Paul Imm e pelo baterista Alan Jones. O disco começa soalheiro com “Emergence” e “Kahlenberg” (uma referência à célebre montanha que se avista da capital austríaca), onde Middleton se mostra afirmativo e de forte personalidade saxofonística. Em “A Tangled Web” volta ao soprano e exibe o seu lado mais recatado, muito bem acolitado pelo pianista. Mais à frente surgem outros momentos que justificam audição, como o elegante “Those Who Remember” e o mais nervoso “Breathing Room”. Porém, momentos menos conseguidos como “Night Sounds” ou “5 Billion and Counting” acabam por estragar a média. Ainda assim, “Between Worlds” é um disco com potencial para agradar a uma alargada faixa de jazzófilos e que, não sendo deslumbrante, acaba por não comprometer.

António Branco

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Meu adeus Aqui termina hoje esta minha rubrica, iniciada em agosto de 2006. Um grande e reconhecido abraço a todos os que me acompanharam desde então. E, quem sabe, talvez seja uma pausa para descanso…

Luiz Beira

Diário do Alentejo 20 janeiro 2012

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Nuno Colaço, psicólogo clínico natural de Beja, lança amanhã, sábado, na Biblioteca de Beja, o livro Eu sei! Ser preto no branco, que será introduzido por Avelino Matias e António Paulino numa sessão com início pelas 17 horas. A obra conta a história de Pedro, um gestor que, aos 40 anos, atingiu grande parte dos objetivos a que se propôs, facto que não o livrou de uma crise depressiva. É aqui que o encontramos nesta viagem sobre “o mundo silencioso e misterioso entre um paciente e o seu psicólogo”, numa obra que questiona o saber e o saber fazer dos psicólogos e que, simultaneamente, sugere “uma nova e ousada perspetiva sobre o funcionamento psicológico”, além de “uma proposta de compreensão e ação sobre o psiquismo humano”.

Psicólogo Nuno Colaço apresenta livro em Beja

Fim de semana Arquitetura de Carlos Ganhão nas Oficinas

Espetáculo de aniversário amanhã, sábado, no Pax Julia Teatro Municipal

É inaugurada hoje, sexta-feira, no espaço Oficinas, em Aljustrel, a exposição de arquitetura “Aljustrel – Século XXI – 10 Projetos Sociais”, de Carlos Ganhão. A mostra, que abre ao público a partir das 18 horas, reúne uma dezena de trabalhos de arquitetura que representam a “conclusão de mais de cinco anos de trabalho, desenvolvido com conhecimento das necessidades locais e que mais não pretendem que mostrar as potencialidades de transformação urbana, mais urgente nuns projetos do que noutros”, como refere o autor no catálogo da mostra. A exposição vai manter-se patente até 11 de fevereiro.

Três décadas de Trigo Limpo

São Sebastião celebrado em Castro, Moura e Serpa Cumpre-se hoje, sexta-feira, mais uma edição da tradicional Feira de São Sebastião ou Feira do Pau-Roxo, como vulgarmente é conhecida pelas gentes de Castro Verde. No Rossio do Santo, junto ao templo que lhe dá o nome – a ermida de São Sebastião – esta feira é uma oportunidade para se encontrar, no meio da parafernália de roupas e acessórios da modernidade, também as árvores de fruto, as hortaliças, os queijos, e os enchidos, bem como a tão famosa cenoura roxa (pau-roxo), e os agasalhos quentes para o inverno.

São Sebastião é também celebrado este fim de semana em diversas festividades por todo o distrito, nomeadamente em Moura e Safara, e em Vale de Vargo, no concelho de Serpa.

C

hegaram a ter 30 espetáculos marcados para o mês de agosto e foram poster da revista “TV Guia”, que registou a sua primeira atuação à frente das câmaras, nesses anos em que televisão era sinónimo de RTP. Haveriam de voltar mais vezes, tornando célebres temas ainda hoje sabidos de cor, como “Mariazinha” e “Maria Capitua”. São os Trigo Limpo, cumprem 30 anos, e oferecem à cidade de Beja um espetáculo comemorativo que terá lugar amanhã, sábado, no Pax Julia Teatro Municipal, a partir das 21 e 30 horas, com as participações de Jorge Serafim, Trigo Limpinho, Miguel Camões Martins e Bacoustic.

Um evento para agradecer, a todos quantos os apoiaram; para recordar três décadas de atuações, entre os “lares de terceira idade e os palcos mais solenes”; e para “cantar o nosso Alentejo”. É isso que propõe esta mítica banda, que pôs a tradição musical alentejana a soar fora de portas,

juntando às vozes um acompanhamento instrumental inusitado, com recurso ao acordeão, cavaquinho, violas, bombo e ferrinhos, e até mesmo à bateria, ao trompete ou ao sintetizador. “Basta tão-só que se juntem a nós e que todos cantemos o nosso Alentejo. Sejam nossos parceiros na alegria que sentimos quando disseram que tínhamos que estar convosco. Assim, o cantar tem mais sentido”, apelam, lembrando um percurso que deu vários frutos, entre eles os seguintes sete discos: “Campos do Alentejo”, “Agora…

Assobia-lhe às Botas”, “Contraste”, “Recordações”, “Luar de agosto”, “Horizontes” e “Loucura Alentejana”.

Os outrora “bons rapazes e raparigas, afinadinhos na igreja” são hoje, confessam, “um grupo de cidadãos que aposta que o valor do trabalho e dedicação, quando digno e honesto, deixa sempre semente”. Assim, convidam, “se num ontem fomos reconhecidos, estamos certos que ainda hoje muitos estão connosco”.

Teatro Fórum de Moura no palco da Casa da Cultura O Teatro Fórum de Moura vai estar hoje, sexta-feira, pelas 21 e 30 horas, no palco da Casa da Cultura de Beja, com a peça “Ascensão e Queda da Cidade São Cifrão”. Após a estreia em Moura, no último mês de novembro, e de apresentações nas cidades de Coimbra e Porto, a produção encontra-se atualmente em digressão nacional, tendo já passado por Lisboa, Almada e Évora.

O espetáculo é inspirado no original de Brecth, “A Ascensão e Queda da Cidade de Mahagonny”, e trata-se de mais uma incursão da companhia na obra do dramaturgo alemão produzida no decorrer da Grande Depressão de 1929.

Serão de cante alentejano em Castro Verde O Cineteatro Municipal de Castro Verde propõe para amanhã, sábado, a partir das 21 e 30 horas, um serão de cante alentejano que dá pelo nome de “O cante e as palavras”. O encontro, anualmente promovido pela associação de cante Os Ganhões, promove a união entre a poesia e a música tradicional, reafirmando este “traço cultural que, desde sempre, tem intrínseca uma imensa ânsia de mudança e inquietude social mas, acima de tudo, o amor à terra”.

Participam no evento os grupos corais Os Caldeireiros de São João, Amigos do Barreiro e Os Ganhões de Castro Verde, além dos músicos Paulo Ribeiro (voz e guitarra) e César Silveira (piano) e dos alunos do 1º. ciclo do ensino básico.

Paco Bandeira, o músico natural de Elvas, autor de todas as bandas sonoras de telenovelas da década de noventa – tempo em que as novelas portuguesas não tinham mulheres nuas nos genéricos, nem atrizes pagas com implantes de silicone – está a enfrentar acusações de violência doméstica. “São calúnias infundadas que só pretendem denegrir o álbum que não lancei e os concertos que não dou há montes de tempo. Podem massacrar-me como quiserem que eu vou continuar a não produzir música como os Trovante ou os Delfins, mas continuarei a andar por aí”, afirmou o músico.

31 Diário do Alentejo 20 janeiro 2012

a afirma paco bandeir ncia domÉstica es de violÊ musical que acusaÇÕ ir carreira u r t s e d m e pod te hÁ anos que nÃo exis

facebook.com/naoconfirmonemdesminto

Futuro centro comercial às portas de Beja poderá vir a ser uma megastore maçónica O centro comercial que-ia-ser-construído-e-que-afinaljá-não-vai-mas-parece- que-afinal-avança poderá ter um novo destino: ser transformado numa megastore maçónica. Depois da Loja Mozart e da Loja Broa de Mel aparece a Megastore Maçónica Paco Bandeira. O empreendimento terá como música de fundo “A ternura dos 40”, tocada 24 horas por dia. Já o ritual de iniciação inclui levar com uma guitarra acústica na moleirinha e cantar o hino da megastore – uma versão do “Ó Elvas, Ó Elvas” que conseguimos obter após vários apertos de mão ma-

Assalto em Montes Velhos investigado pelo CSI de São João de Negrilhos Pensava que era só nas grandes cidades que acontecem roubos violentos? Engana-se. No passado fim de semana um café em Montes Velhos (Aljustrel) foi assaltado com recurso a armas de fogo e catanas, o que indignou um morador, que nos pediu anonimato: “É uma vergonha o que aconteceu nesta terra. Lá por sermos do interior não merecemos assaltos a sério? Usar uma catana é tão 2000! Eles são assaltantes ou membros de uma milícia indonésia em Timor-Leste?

Ainda se ameaçassem com um canivete suíço, sabíamos que tinham investido no assalto, mas assim é uma coisa mesmo pobretanas. Pior do que isto só ser assaltado com uma fisga. Acho que somos dignos de uma coisa melhor… E se fizessem carjacking à carrinha do pão do sr. Meireles? Aí sentíamo-nos mais respeitados… Aquela carrinha de caixa aberta Bedford de 1979 ainda dá 45 km/h nas subidas…”.

Segundo apurámos, o crime já está a ser investigado pela PJ, pelo CSI de São João de Negrilhos e pelo Jack Bauer de Messejana.

çónicos, envergando nada mais que um avental com um compasso por cima da cara de Paco Bandeira. Deixamos-vos o hino da megastore: Eu nasci maçon No seio da fraternidade E vejo como é bom Praticar a igualdade O pessoal da maçonaria Está em todos os recantos É amigo da tesouraria E todos sentem os seus efeitos Eu nasci maçon Ao pé da fronteira com Espanha Filosofo com chamon Na megastore já ninguém o estranha

Autarcas da região alteram PDM do Facebook para melhorarem pontuações no Farmville Segundo estudo realizado por sinais de fumo, 4,7 em cada cinco autarcas da região usam o Facebook como ferramenta de comunicação com os cidadãos e também para ver vídeos de gatinhos e cãezinhos enroscados dentro de uma pantufa. Contudo, esta aparente aproximação às redes sociais esconde motivos obscuros: há autarcas tão viciados no jogo Farmville que já alteram o PDM (plano diretor municipal) do Facebook para obter mais terrenos com o objetivo de aumentar os lucros das colheitas do jogo. Apurámos, também, que empreiteiros começaram a ser “pressionados” por elementos do MafiaWars com a técnica dos “sapatos de cimento” ou da “cabeça de cavalo na cama” para que não construam em terrenos cultiváveis.

Maçonaria, maçonaria, Estou aqui pra proclamar Não há melhor projeto Pois sinto grande afeto Pelo arquiteto O Grande Arquiteto O Grande Arquiteto O Grande Arquiteto (4 X)

Inquérito Já comprou o seu descodificador de Televisão Digital Terrestre (TDT)?

JOAQUINA ANTI PULGAS, 72 ANOS Hair stylist (vulgo cabeleireira), residente em Alvito, especializada em gatos

ARLETE DUM DUM, 84 ANOS Pessoa que já teve duas overdoses com caramelos de Badajoz

EDUARDO MISTOLIN, 36 ANOS Pessoa com o queixo do formato da proa do cruzeiro que se afundou em Itália

Já comprei e funciona muito bem. Mas o meu sonho era sintonizar o descodificador com aqueles médiuns da SIC que descobriram que o Carlos Castro foi assassinado. Que argúcia! É que eu precisava que pessoas assim viessem cá a casa e encontrassem o meu gato, o Piruças. Apesar de ter 23 anos e estar paralisado do pescoço para cima é muito mexido. Ando há dois anos para lhe servir os whiskas com sabor a broa de milho.

Ainda não, quem me trata disso é o meu filho. Ele diz que como isto está mau devemos esperar pelo modelo que seja descodificador de TDT e que faça hemodiálise, pois assim matamos dois coelhos de uma cajadada só. Entretanto, vou vendo o “Preço Certo” enquanto espero que o meu filho me compre o rim que preciso no mercado negro. Estou em lista de espera para transplante desde 1994 e só devo conseguir operação em 2086. Mas estou otimista, acho que vou ser operada em 2051. Sou uma pessoa com muita força e energia positiva.

Já comprei e quero agradecer ao estado português por nos fazer aderir à Televisão Digital Terrestre. Na minha zona ainda não há sinal, mas já me avisaram que quando cortarem o sinal analógico de televisão o Malato desaparece da televisão! É verdade, não é? Também me disseram que, com a TDT, quando o Rodrigues dos Santos pisca o olho no final do “Telejornal” já não desaparece uma espécie em vias de extinção do outro lado do globo. Tão bom! Fico contente pelos melros de cabeça amarela e bico de chave Philips.

Nº 1552 (II Série) | 20 janeiro 2012

FUNDADO A 1/6/1932 POR CARLOS DAS DORES MARQUES E MANUEL ANTÓNIO ENGANA PROPRIEDADE DA AMBAAL – ASSOCIAÇÃO DE MUNICÍPIOS DO BAIXO ALENTEJO E ALENTEJO LITORAL Presidente do Conselho Directivo José Maria Pós-de-Mina | PRACETA RAINHA D. LEONOR, 1, 7800-431 BEJA | Publicidade e assinaturas TEL 284 310 164 FAX 284 240 881 comercial@diariodoalentejo.pt Direcção e redacção TEL 284 310 165 FAX 284 240 881 jornal@diariodoalentejo.pt | Assinaturas País € 28,62 (anual) € 19,08 (semestral) Estrangeiro € 30,32 (anual) € 20,21 (semestral) Director Paulo Barriga (CP2092) | Redacção Bruna Soares (CP 8083), Carla Ferreira (CP4010), Nélia Pedrosa (CP3586), Ângela Costa (estagiária) Fotografia José Ferrolho, José Serrano | Cartoons e Ilustração Luca, Paulo Monteiro, Susa Monteiro | Colaboradores da Redacção Alberto Franco, Aníbal Fernandes, Carlos Júlio, Firmino Paixão, Marco Monteiro Cândido | Provedor do Leitor João Mário Caldeira | Colunistas Aníbal Coutinho, António Almodôvar, António Branco, António Nobre, Carlos Lopes Pereira, Constantino Piçarra, Francisco Pratas, Geada de Sousa, José Saúde, Rute Reimão | Opinião Ana Paula Figueira, Bruno Ferreira, Cristina Taquelim, Daniel Mantinhas, Filipe Pombeiro, Francisco Marques, João Machado, João Madeira, José Manuel Basso, Luís Afonso, Luís Covas Lima, Luís Pedro Nunes, Manuel António do Rosário, Marcos Aguiar, Maria Graça Carvalho, Martinho Marques, Nuno Figueiredo Publicidade e assinaturas Ana Neves | Paginação Antónia Bernardo, Aurora Correia, Cláudia Serafim | DTP/Informática Miguel Medalha Projecto Gráfico Alémtudo, Design e Comunicação (alemtudo@sapo.pt) Depósito Legal Nº 29 738/89 | Nº de Registo do título 100 585 | ISSN 1646-9232 Nº de Pessoa Colectiva 501 144 587 Tiragem semanal 6000 Exemplares Impressão Grafedisport, SA – Queluz de Baixo | Distribuição VASP

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www.diariodoalentejo.pt POR LUCA

Hoje, sexta-feira, o sol vai brilhar em toda a região.

A temperatura oscilará entre os seis e os 17 graus centígrados. Amanhã, sábado, prevê-se céu limpo e no domingo também não são esperadas nuvens.

Bejense à frente do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro

“Fico chocada com a ausência de visão para Beja”

É

portuguesa, e bejense, a atual curadora-assistente do Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio de Janeiro, uma das mais importantes instituições culturais do Brasil. À “cidade maravilhosa” Marta Mestre aportou com o objetivo de organizar uma programação sobre as trocas culturais contemporâneas no Atlântico Sul, e acabou por ser convidada pelo curador do MAM para integrar a sua equipa. “Não hesitei em ficar”, confessa, depois de um ano e meio a acompanhar de perto o trabalho dos artistas brasileiros de hoje, uma produção que rivaliza com o que se faz na Europa e nos EUA, mesmo se ainda há pouco tempo era tida como terceiro-mundista. Um país que atravessa anos de pujança económica, em contraste com o irmão europeu que parece ter já saído “de qualquer desenvolvimento possível”.

Como surgiu esta oportunidade de integrar a equipa do Museu de Arte Moderna desta grande metrópole brasileira?

Cheguei ao Rio de Janeiro com o objetivo de organizar uma programação sobre as trocas culturais contemporâneas no Atlântico Sul. Realizámos no MAM, com o apoio do Ministério da Cultura do Brasil, iniciativas muito interessantes que reuniram pessoas de várias áreas: arte, design, curadoria, economia criativa, antropologia e literatura, etc. Acabei por receber um convite do curador do MAM para integrar a sua equipa e não hesitei em ficar.

Até ao momento, quais têm sido os grandes desafios desta tarefa?

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Um dos principais desafios tem sido tomar conhecimento do trabalho dos artistas e instituições culturais brasileiras, que é muito diverso e extremamente rico.

Que época atravessa a criação artística no Brasil, nestes anos de pujança económica?

Marta Mestre,

32 anos, natural de Beja Cursou História de Arte, na Universidade Nova de Lisboa e, mais tarde, especializou-se em Cultura e Comunicação/Museologia com um mestrado na Université d’Avignon et des Pays de Vaucluse, em França.

Coordenou, entre 2005 e 2008, o Centro de Artes de Sines, dirigindo a programação do centro de exposições, auditório e serviço educativo. Tem igualmente trabalhado regularmente em projetos culturais e de curadoria, entre os quais “Cinema em Cartaz” (Faro Capital da Cultura, 2005, e Lisboa, 2007); Bienal de São Tomé e Príncipe (São Tomé, 2008); e “Terceira Metade”, para o MAM-Rio.

Nos últimos anos o valor de mercado dos artistas brasileiros duplicou ou mesmo triplicou. Existe uma expetativa muito forte na capacidade de afirmação da economia brasileira que influencia mercado, colecionadores e instituições internacionais a comprar.

Aquilo que ainda há bem pouco tempo era visto como uma cultura exótica, periférica ou mesmo de “terceiro mundo” agora rivaliza com os EUA e a Europa.

Que vista tem sobre Portugal e o continente europeu desde a “cidade maravilhosa” e que principais contrastes encontra entre estas duas realidades?

Há coisas que são iguais em todo o lado, seja no Rio de Janeiro, seja em Beja. Há é uma diferença que afastará estas duas realidades para sempre. Nos próximos anos o Brasil vai consolidar-se como a potência económica que já demonstra ser, mesmo que continue a ter um conjunto de índices que afetam o seu desenvolvimento, e é talvez aqui que o seu modelo de desenvolvimento nos seja estranho. Mas se olharmos para a realidade das cidades portuguesas e do País, facilmente percebemos que já saímos de qualquer desenvolvimento possível. Cada vez que vou a Beja fico chocada com a ausência total de uma visão para a cidade. Carla Ferreira

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Pedro Mira volta a ganhar Festival de Escultura no Gelo A equipa portuguesa liderada pelo escultor Pedro Mira, descendente de redondenses e a residir há mais de uma década em Vila Alva, Cuba, venceu pela segunda vez consecutiva o Festival de Escultura no Gelo de Londres com a figura de um praticante de snowboard invertido. Por causa do lento descongelar do gelo, a dupla feita com o irlandês Niall Magee só terminou a peça no sábado à tarde, pouco tempo antes da avaliação pelo júri.

A equipa começou a esculpir a figura na sexta-feira de manhã, 13, com a ajuda de uma motosserra e cinzéis. A competição de equipas, que contou com outros sete concorrentes, tinha por tema os desportos de inverno dos Jogos Olímpicos, tendo sido pedido que fosse uma figura. No ano passado, Pedro Mira e Magee conquistaram o primeiro lugar com uma série de figuras de diferentes tamanhos, uma interpretação do lema “Love London”. A quarta edição do Festival de Escultura no Gelo de Londres realizou-se em Canary Wharf, zona rodeada de prédios de escritórios no leste da cidade. Pedro Mira tem representado Portugal em várias competições de escultura de gelo e areia no estrangeiro.

António Zambujo iniciou digressão por seis palcos franceses O músico bejense António Zambujo iniciou na quarta-feira uma digressão por seis palcos franceses para apresentar “Guia”, editado em abril de 2010 e considerado um dos 10 melhores álbuns de 2010 na área das músicas do mundo, pela revista britânica “Songlines”. De França o intérprete segue para a Suécia.“Além dos temas do ‘Guia’, que serão centrais, irei recuperar repertório dos anteriores álbuns, nomeadamente de ‘Outro Sentido’”, disse António Zambujo à Lusa. Zambujo tem desenvolvido uma expressão que tem como base o cante alentejano, que foi o seu berço, como natural de Beja, e o fado, mas que também integra o jazz, a música popular brasileira e a música africana.