Ediçao N.º 1554

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JOSÉ FERROLHO

Não confirmo nem desminto a página de humor do “DA” também está no Facebook

Vitalina de Almeida Aos 97 anos quer completar o 6.º ano nas Novas Oportunidades

págs. 16/17

SEXTA-FEIRA, 3 FEVEREIRO 2012 | Diretor: Paulo Barriga Ano LXXX, N.º 1554 (II Série) | Preço: € 0,90

Luta de gerações no Nerbe JOSÉ SERRANO

pág. 9

Governo encerra seis tribunais no Alentejo As comarcas de Almodôvar, Sines, Portel, Arraiolos, Avis e Nisa vão ser extintas ao abrigo dos acordos com a troika. Para o presidente da Câmara de Almodôvar trata-se de mais um “contributo para a desertificação”. As competências deste tribunal passarão para Mértola. pág. 7

Freguesias e Câmara de Beja em rota de colisão Termina hoje o prazo dado à edilidade bejense, por 14 das 18 juntas de freguesia do concelho, para o pagamento das verbas do Protocolo de Delegação de Competências.

A câmara promete “pagar em breve”, mas as freguesias desconfiam e agendaram uma manifestação para hoje. pág. 8

Diz a moda que Vila de Frades já não tem abades, mas que tem adegas que são catedrais. E diz a revisão do mapa administrativo que esta vila, que já foi concelho, pode deixar de ser freguesia, em virtude da proximidade com Vidigueira. A população não vê com maus olhos a mudança da junta para São Cucufate. págs. 4/5

TDT chega com sinal fraco a Odemira Apesar de a Anacom garantir que a rede cobre 100 por cento do País, o presidente da Câmara de Odemira garante que cerca de um quarto do território do seu concelho recebe um sinal “fraco ou inexistente” desde que, a 23 de janeiro, foi desligado o emissor televisivo da Fóia (Monchique). pág. 12

Vila de Frades: perder a junta nem a feijões

João Barradas leva água a África e à Ásia Engenheiro agrícola, com origens em Amareleja, desenvolveu, na República Checa, um sistema informático que está a ser utilizado por agricultores e técnicos de hidráulica em várias partes do mundo na produção de bens alimentares a baixo custo para as populações locais. pág. 13

Diário do Alentejo 3 fevereiro 2012

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Editorial Muda

Vice-versa A Câmara de Odemira, em comunicado, afirma que o deputado do PSD Mário Simões escolheu “o caminho do desprezo pelo Poder Local”, ao visitar recentemente a extensão de saúde de Vila Nova de Milfontes sem contractar o executivo municipal e ao anunciar a viabilidade da construção de um novo equipamento do género. Projeto que a Câmara de Odemira diz já dispor. Pelo que “não admite” que o deputado “vá anunciando decisões”, tanto mais que os terrenos apontados por Mário Simões até pertencem à autarquia.

Paulo Barriga

D

izem que é cega, surda e muda, a justiça. Não a justiça que naturalmente emana das relações humanas. A justiça que distingue culturalmente e socialmente o bem e o mal. Mas antes a justiça que é feita pelo próprio Homem para garantir essa igualdade, retidão e equidade nas sociedades.

A justiça legislativa, normativa, que é feita pelos políticos e aplicada nos tribunais, portanto. E é dessa, que se apresenta com uma venda nos olhos, uma balança em perfeito equilíbrio e uma espada punitiva, que se diz que é cega, surda e muda. Só que em Portugal, essa justiça do direito, parece não sofrer de surdez, nem de cegueira, nem de mudez, como, sem escândalo, se pôde constatar no arrastar até á prescrição de dezenas de processos onde nadam os tubarões.

Ou como se observou na triste abertura do ano judicial, essa espécie de luta de galos de naifas bem afiadas. Para além de não ser cega, nem surda, nem muda, a justiça portuguesa não muda. Naquilo que é fundamental, não muda. Para além do desrespeito pelos cidadãos que é a medida governamental de fechar alguns tribunais do interior, como o de Almodôvar, nada com substância mudará na justiça em Portugal, o único país dito “decente” “onde não existe um único político na gaiola. A justiça, a nossa justiça, é a justiça dos ricos e dos poderosos. É a justiça da eterna demora. É a justiça do chico-espertismo e dos patos bravos que, em nenhuma outra instância como na justiça, manifestam alegre, descarada e impunemente a sua manhosice. Que é uma das muitas formas rascas de se denominar um “bom advogado”. Um “bom advogado”, quanto mais caro melhor, é imbatível em Portugal. Ainda que a “justiça” não esteja do seu lado, um “bom advogado” vence sempre na justiça. De recurso em recurso. De cifrão em cifrão. De prescrição em prescrição. Até à impunidade total. Enquanto esta justiça não mudar, nunca haverá verdadeiro respeito pela justiça. Pelos seus agentes. Pelas instituições em geral. E assim, a justiça, a nossa, jam jamais deixará de ser mero me assunto de tabloide tablo ou de rasca con conversa de taberna.

José Alberto Guerreiro

Em reação, a comissão política da secção de Odemira do PSD “lamenta e repudia a posição da autarquia” e diz que a visita de Simões a Milfontes partiu de um convite do presidente da junta local. E que a sua proposta é válida, ao contrário da que a autarquia pretende implementar, uma vez que, em tempos de crise, não será fácil ao município arranjar este ano perto de 800 mil euros.

Mário Simões

Fotonotícia

Caritas Diocesana de Beja. Inaugurou ontem, dia 2, a nova sede da Caritas de Beja. Em termos geográficos foi apenas uma mudança para o outro lado da rua Afonso Lopes Vieira. Mas em termos de condições, foi uma mudança da noite para o dia. Uma boa notícia numa altura em que esta, e outras instituições de solidariedade social, não têm mãos a medir no apoio aos mais carenciados. Teresa Chaves, na foto, é apenas o rosto mais visível de uma equipa que se preocupa com os que menos têm. PB Foto de José Serrano

Voz do povo Quais as mudanças verificadas com o aumento do IVA?

Inquérito de Ângela Costa

Jorge Loução, 48 anos, chefe e proprietário do restaurante Espelho de Água

Ismael Pereira, 37 anos, proprietário da Adega 25 de Abril

Ricardo Barrocas, 32 anos, proprietário do restaurante El Chali

Alzira Tomás, 52 anos, proprietária do restaurante e pizzaria Salada de Frutas

Não aumentei muito os preços.

A estratégia que adotei foi retirar da ementa aqueles pratos mais caros e que já se vendiam menos e aumentei os 10 por cento só nos pratos mais vendáveis. Eram pratos de 14, 15 euros e agora tenho só pratos de nove, 10 euros, que são os que se vendem. O aumento do IVA para já não se sente, vamos sentir daqui a três meses, quando começarmos a pagar. O cliente é que já nota. Há uma pequena diferença nos preços, mas muito pequena. Também a minha clientela é de classe média, então não nota muito.

Nota-se uma quebra de clientes e não é só pela crise, o aumento do IVA também ajudou. Ainda não subi os preços e mesmo assim nota-se bastante a quebra. Gostava que isto não afetasse muito o negócio, mas acho que vai afetar.

Não há volta a dar. Tudo junto, a crise e os aumentos de IVA, não vai ser fácil. Noto uma quebra que ronda os 50 por cento. De outubro para cá só tem piorado e em janeiro piorou ainda mais.

O aumento de preços não é a nosso favor, é um imposto a mais que temos que pagar ao Estado.

Nota-se uma quebra efetiva de clientes e acredito que não é só pelo aumento do IVA. Suportei durante este mês a diferença mas agora tenho que fazer alterações no menu. Não dá para aguentar. Dez por cento a mais no IVA é insuportável. Posteriormente, para combater isto, terá que se fazer redução de custos. Neste momento ainda não estou a pensar nisso, mas se for necessário terei que fazer redução de pessoal.

O aumento do IVA foi um retrocesso. As pessoas fazem contas e em vez de beberem sumos bebem água. Até agora ainda não toquei nos preços, mas já estou a tratar disso. O reajuste é mínimo, é só mesmo aquilo que o IVA nos põe porque a margem de lucro desapareceu toda. Aumentamos os preços mas não ganhamos nada com isso. Nós tínhamos uma carteira de clientes diários que fazia o movimento da casa. Muita dessa clientela passou a vir só uma ou duas vezes por semana e muitos desapareceram. Vamos sobrevivendo. Não se pode desistir.

Semana passada

Rede social

QUINTA-FEIRA, DIA 26 MÉRTOLA UNIVERSIDADE SÉNIOR ABRIU PORTAS

DIA 29 DE JANEIRO BEJA CASIMIRO SANTOS E MARIA DA FÉ INTEGRAM CONSELHO NACIONAL DA CGTP Casimiro Santos, coordenador da União de Sindicatos do Distrito de Beja, e Maria da Fé Carvalho, coordenadora do Sindicato de Professores da Zona Sul, integram o novo conselho nacional da CGTP, órgão composto por 147 sindicalistas. Beja mantém os dois quadros no conselho nacional da Intersindical. Casimiro Santos, em declarações à Rádio Pax, afirma que as mudanças na CGTP são “naturais”. O líder da União de Sindicatos do Distrito de Beja adianta que do congresso do fim de semana saiu a “reafirmação da CGTP” e da “luta” contra as políticas do Governo.

SEGUNDA-FEIRA, DIA 30 MOURA SANTO AMADOR CONTESTA EXTINÇÃO DE FREGUESIA Cerca de uma centena de habitantes da freguesia de Santo Amador, Moura, deslocaram-se a Lisboa, à presidência do Conselho de Ministros, para entregar ao ministro Adjunto Miguel Relvas um documento aprovado pela Assembleia de Freguesia e pela Junta de Freguesia de Santo Amador a propor alterações ao Documento Verde de Reforma da Administração Local, com especial enfoque “para a necessidade de valorizar a vontade das populações quando se trate de extinguir freguesias”. Uma representação do grupo foi recebida por um assessor do secretário de Estado da Administração Local, “que informou que o Governo está a preparar legislação sobre a matéria, que ainda não se encontra concluída”. Até ao final do mês, adianta a Junta de Freguesia de Santo Amador, será organizada “uma assembleia popular para uma reflexão conjunta sobre novas formas de contestação e luta”.

TERÇA-FEIRA, DIA 31 ALJUSTREL SINDICATO ACUSA EMPRESAS DE DESPEDIREM TRABALHADORES NA SOMINCOR Duas empresas que desenvolvem a sua atividade dentro da Somincor despediram mais de uma centena de trabalhadores, diz o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira (STIM), para quem este é um “número preocupante”. Jacinto Anacleto, coordenador do STIM, frisa, em declarações à Rádio Pax, que em alguns casos existe “ilegalidade” pois há trabalhadores que foram para além dos três anos de contrato a termo quando, segundo a lei, deveriam ter passado para o quadro. De acordo com o mesmo responsável, estas são empresas “economicamente bem de saúde”, o que para Jacinto Anacleto torna “ainda mais difícil compreender a situação”. O mesmo responsável refere que o sindicato já foi contacto por alguns trabalhadores. O STIM admite a possibilidade de recorrer para os tribunais.

QUARTA-FEIRA, DIA 1 SINES ASSINATURA DE PROTOCOLOS DE COLABORAÇÃO A Repsol Polímeros, a Câmara Municipal de Sines e 16 coletividades do concelho assinaram protocolos de colaboração relativos a 2011. O montante dos apoios a atribuir pela empresa totaliza os 40 mil euros.

3 perguntas a Paulo Barros Trindade

Presidente do conselho de administração da Fundação Odemira

No castelo que os bejenses não podem perder de vista

Qual o balanço que faz do primeiro ano de implantação de “A Vida Vale – Um projeto pela vida”, destinado à população idosa de Saboia?

Os resultados superaram as nossas melhores expetativas, pelo que o balanço é claramente positivo. Tínhamos o objetivo de intervir junto de 100 pessoas, durante esta fase piloto, que ocupou o primeiro ano do projeto, mas a população alvo acabou por duplicar face à estimativa inicial. Era importante testarmos as várias iniciativas que tínhamos programado para verificarmos da sua adequabilidade à população alvo, sendo que se verificou ser necessário investir mais em certas iniciativas, em detrimento de outras, com menor aceitação. Atividades com grande aceitação foram as aulas de ioga do riso ou o projeto do grupo coral. O maior entrave foi claramente o problema do transporte, que, no fundo, é também uma das principais causas para o maior isolamento desta população.

Estão de regresso os passeios pelos pormenores artísticos e urbanísticos de Beja. Uma boa iniciativa para dar a conhecer uma cidade tantas vezes mal classificada de “desinteressante”.

Empreste lá aí a colher que eu mesmo faço o reboco Terminou com “sucesso”, segundo a câmara bejense, a primeira semana aberta na freguesia de Trindade. Oportunidade para conhecer os verdadeiros problemas da ruralidade.

CM SINES

A Universidade Sénior de Mértola abriu as portas na semana passada. A primeira aula teve lugar em Corte do Pinto, com a disciplina de ginástica sénior, e contou com a participação de 14 alunos. A universidade sénior é um projeto solidário, baseado no voluntariado, promovido pela Escola Profissional Alsud e pela Câmara de Mértola. Tem como objetivo “oferecer um conjunto de disciplinas/atividades para os cidadãos com mais de 50 anos, disponíveis para a aprendizagem ao longo da vida” e funcionará com um leque de formadores em regime de voluntariado. Em breve, a universidade sénior espera conseguir também “a participação individual dos alunos seniores como formadores em áreas em que acumularam conhecimento e saber a longo da vida”. Nos próximos dias está também previsto o arranque da universidade em Mina de São Domingos, Monte Gato e Mértola.

Quantas pessoas abrange até ao momento nas suas várias vertentes?

A população alvo já ascende a duas centenas de idosos, na sua grande maioria com mais de 70 anos. Foram efetuadas 240 visitas domiciliárias, em que um psicólogo e a unidade de saúde móvel se deslocavam junto das populações para dar apoio ao nível da saúde física e mental. Nas atividades de caráter lúdico, cultural e formativas desenvolvidas em Saboia participam semanalmente 30 pessoas. No final do ano passado iniciámos uma atividade nova: a alfabetização teve início em novembro, com idades compreendias entre os 65 e os 98 anos. Nos montes isolados temos 95 idosos, estamos muito perto de chegar aos 100 por cento da população.

Quais as metas traçadas para este segundo ano de atividade?

A segunda fase do projeto, que será a fase de maturação, terá início a 1 de março com dois marcos: a inauguração do Centro Comunitário de Vale Touriz, que funcionará como sede do projeto, e a sua expansão para quatro novas freguesias: Santa Clara, Luzianes, Pereiras e São Martinho das Amoreiras. Aquilo que se pretende é que o projeto esteja definitivamente localizado no centro do território de intervenção, constituindo um espaço aberto a toda a comunidade local, ainda que com atividades direcionadas especificamente para os mais idosos. Pretende-se atingir uma população alvo mínima de 500 pessoas, mantendo o mesmo tipo de atividades já desenvolvidas e complementadas com outras. Nélia Pedrosa

Tinha a nossa idade, será que temos o seu espírito?

Na passada sexta, em Sines, leram-se partes do Diário de Anne Frank e, na biblioteca, viu-se a exposição “Anne Frank: uma história para hoje”. Para que a memória se não apague.

Quem não tem vontade de sorrir com um cheque destes?

A Missão Sorriso doou mais de 43 mil euros à Ulsba, para esta promover junto das crianças hábitos alimentares saudáveis e a prática de atividade física “Lancheira sorriso em movimento”.

Isto é apenas uma pausa, a ginástica vem já a seguir A Universidade Sénior de Mértola abriu no passado dia 26. No primeiro dia de aulas, em Corte do Pinto, compareceram 14 alunos para uma aula de ginástica. As outras matérias ficam para depois.

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❝ Vila de Frades

“Isto está muito mal. Querem tirar-nos tudo. A junta de freguesia está aqui há anos e anos. Primeiro vieram com a conversa da crise e agora é a vez de se virarem para a junta de freguesia”. Faustino Janeirinho

Sede de freguesia em São Cucufate para evitar extinção

Perder a junta nem a feijões Vila de Frades não quer deixar de ser freguesia. Já basta ter deixado de

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manhã, fria como tantas outras, faz os homens, que já têm idade suficiente para não cumprir horário, sentarem-se nos bancos de madeira. Desviam-se das copas das árvores e fogem da sombra. Procuram um lugar ao sol.

Tudo parece sereno em Vila de Frades, no concelho de Vidigueira, e o silêncio apenas é interrompido pelo barulho dos carros que passam na estrada, embora a velocidade reduzida, e pelas conversas dos homens que se habituaram a ir até ao largo para pôr a conversa em dia.

O tema, porém, nestes dias é só um: a possível extinção da junta de freguesia.

Um cartaz, de cor preta, alerta: “A Junta de Freguesia de Vila de Frades é contra a extinção de freguesias”. “É a junta e é o povo”, garante Faustino Janeirinho. E o repto para a conversa está, mais uma vez, lançado.

Faustino Janeirinho puxa a trela ao cão que passeia. Faz um intervalo no tema e alerta: “Nunca vi um cão tão curioso como este”. O cão, de nome Tico, na verdade, gosta mais de passear do que estar parado. Volta ao assunto e considera: “Isto está muito mal. Querem tirar-nos tudo. A junta de freguesia está aqui há anos e anos. Primeiro vieram com a conversa da crise e agora é a vez de se virarem para a junta de freguesia”.

A crise também é aqui muitas vezes motivo de dissertação, mas, como dizem os homens que “matam” o tempo em Vila de Frades, “isto está tudo ligado”, até porque, em sua opinião, “uma coisa leva à outra”.

“Lembram-se sempre é de cortar nos mais pequeninos”, acusa um dos intervenientes, de braços cruzados e com o olhar fixo no horizonte.

“Isto já esteve bom, mas agora está muito mau, tanto para os mais velhos, como para os mais novos, que não têm emprego”, diz Faustino. As dificuldades, porém, para estes homens de opinião, não se restringem aos limites da freguesia.

O problema, esse, é “global”.

O largo, mesmo que por breves instantes, volta a ser o centro do mundo e, logo ali ao lado, as mulheres de avental e luvas enfiadas limpam a igreja que orgulha os habitantes da terra.

“Isto mais parece uma catedral”, avisa Elvira Marques, enquanto o detergente se espalha pelos degraus principais. Joga a água e esfrega.

“Fazemos isto com muito gosto. Temos de preservar o que é nosso”, explica a mulher, a quem o esforço do trabalho lhe fez passar o frio.

As mulheres que andam de vassoura e panos erguidos, tal como zelam pela preservação da igreja, também se erguem no que à defesa da junta de freguesia diz respeito. “Temos de lutar para não nos tirarem este serviço que tanta falta

ser sede de concelho. O assunto é tema de conversa nas ruas da terra e a ele, inevitavelmente, juntam-se tantos outros, como a crise, a troika, o Governo e a fé, até porque, como dizem os homens da terra, “isto está tudo ligado” e “uma coisa leva à outra”. Para já, em Vila de Frades, mandam os que lá estão e a ideia do executivo da terra de mudar a sede de freguesia para as ruínas romanas de São Cucufate, trocando as voltas à reforma da administração local, parece ser bem recebida pelo povo.

Texto Bruna Soares Fotos José Serrano

Adega Carrasco Local para pôr a conversa em dia e debater problemas da freguesia e não só

nos faz”, diz Elvira.

A reforma administrativa local não é bem encarada por estas bandas e a culpa, essa, segundo as mulheres, é “da troika”. “A troika manda e nós obedecemos. Não me parece que isso seja o correto”, considera Elvira. E acrescenta: “Já há tantos impostos, ao menos deixem ficar a junta de freguesia que faz muita falta à população”.

Dentro da igreja ouve-se o canto das mulheres, que trabalham de gosto. Raquel Maia, uma das crentes, lamenta que “a vida esteja cada vez mais difícil”. E afirma: “Estas medidas que o

Governo tem tomado não têm ajudado o povo”, questionando: “Os casais cada vez mais evitam ter filhos e como fica o futuro deste país?”.

Raquel Maia sabe do que fala. Chegou a ter a sala da catequese cheia. Hoje apenas duas crianças a frequentam. Para esta mulher de fé, “são os homens, mais do que nunca, que têm de se respeitar e ajudar”. Estará também a fé em crise? Raquel Maia garante que “ao domingo a igreja enche” e que “as pessoas cada vez mais precisam de crer em Deus”.

As medidas de austeridade e a atuação do Governo também são alvo de análise deste

grupo de mulheres. “Em tempo de eleições prometem muito, mas não podem apregoar vinho e vender vinagre”, lembra a crente.

E vinho é algo que esta freguesia conhece, e muito, ou não fosse esta a capital do vinho de talha. À porta da Carrasco Horticultura Adega, como não poderia deixar de ser, o senhor Carrasco e mais um grupo de amigos também procuram o sol, que reflete nas paredes caiadas a cal. Sentado e entretido com uma chave de fendas, José Carrasco cumprimenta quem passa. Vila de Frades tem sido, nos últimos dias, motivo de notícia e aqui debate-se a intenção do executivo da junta de freguesia, que consiste em mudar a sede para a villa romana de São Cucufate, ficando, assim, a mais de três quilómetros da sede do município, evitando a extinção.

“Se não tivermos outra opção terá de ser”, considera José Carrasco, lembrando que “Vila de Frades já foi, em tempos, sede de concelho”. “Não podemos deixar de ser freguesia”, completa Carlos José, que sai daquela que é conhecida como a adega mais funda de Vila de Frades para se juntar à conversa. Consigo traz a sua mulher, que não tem clientes para atender.

A rivalidade entre Vila de Frades e Vidigueira fica bem vincada. E, embora seja muito mais o que as une do que as separa, quando se trata da defesa da freguesia, para os seus habitantes, Vila de Frades fica sempre em primeiro lugar. “Esta é uma terra muito bonita e cheia de tradição”, diz Carrasco. “Se deixarmos de ser freguesia passa tudo a pertencer a Vidigueira”, acusa Carlos José, acrescentando “São Cucufate também nos pertence. Se formos obrigados teremos de mudar a sede da junta para lá”. O grupo é unânime e concorda com a maneira encontrada para dar a volta à questão, desde que o pólo da autarquia se mantenha no mesmo sítio, sem que seja necessário recorrer-se a transportes.

“Esta é a terra de Fialho de Almeida. Temos cá crianças e jovens, e por isso não podemos deixar as coisas morrerem. É certo que já fomos mais, mas não podemos esmorecer, embora isto esteja muito, muito mau”, diz Carlos José. José Carrasco concorda e diz que “o pior é a falta de emprego”, recordando que “já existiram muito mais adegas em Vila de Frades”.

“Se calhar os jovens têm de se virar novamente para o campo”, consideram os homens.

A hora de almoço vai chegando e com ela a fome aperta e as ruas de Vila de Frades vão ficando despovoadas de gente. As crianças saem da escola e os homens do largo voltam a marcar encontro lá mais para o meio da tarde.

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Luís Amado Presidente da Junta de Freguesia de Vila de Frades

Vitifrades potencia vinho de talha A associação Vitifrades nasceu em 1998, em Vila de Frades, com o intuito de promover, dignificar e valorizar o vinho de talha, o produto mais enraizado na história e vivências da freguesia. A associação organiza anualmente as Festas Báquicas, juntando produtores e visitantes, mas também dando destaque a outros produtos emblemáticos da região, como o pão e a doçaria. Em 2009 lançou no mercado o primeiro vinho de talha comercializado, nomeadamente em talhinhas de barro de 0,75 l. Em maio de 2011 disponibilizou pela primeira vez, a nível nacional, um vinho numa garrafa em forma de amphora romana. Até agora, este é o único vinho de talha DOC alentejano certificado pela Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA).

O que implica a possível extinção da Junta de Freguesia de Vila de Frades?

Significaria perder o poder local de proximidade que a população tem aos seus eleitos. É a junta de freguesia que assegura também uma série de serviços, colaborando com outras entidades. Mas, essencialmente, é perder a identidade que Vila de Frades tem. Esta terra tem mais de 750 anos de história.

A freguesia comemora este ano os 500 anos do segundo foral. É esta freguesia que tem o único monumento nacional do concelho: São Cucufate. Vila de Frades tem ainda associada a figura de Fialho de Almeida e tem o vinho de talha. Considero, assim, que é a freguesia do concelho que tem mais potencial a nível turístico. Achamos que perder uma freguesia destas apenas por 900 metros é ridículo, uma vez que a sede da junta está situada a menos de três quilómetros da sede do município.

Não concorda, então, com a reforma administrativa local?

Tenho dito que não sou contra esta reforma administrativa. Sou a favor desta reforma, mas sou contra a forma como está a ser feita. No nosso país as freguesias, queiramos ou não, são o parente pobre da política nacional. Entendemos que queríamos participar nesta reforma administrativa e, para tentarmos dar a volta à situação, pensámos em mudar a sede da junta de freguesia para as ruínas de São Cucufate. Desta forma a sede da junta ficaria a mais de três quilómetros da sede do município e eliminava-se o critério que aponta para a extinção de uma freguesia que esteja a menos de três quilómetros da sede do município. Achámos que este seria o único caminho, uma vez que consideramos errado este tipo de critério.

Tem Avondo para quebrar o marasmo A Junta de Freguesia de Vila de Frades promove, desde 2005, a semana cultural Tem Avondo. O objetivo é oferecer uma diversidade cultural com qualidade e diferente daquilo que se costuma realizar, envolvendo a comunidade local, convidando-a a ser parte integrante e figurante nas atividades desenvolvidas. Esta iniciativa é normalmente realizada na última semana de junho, para coincidir com o encerramento do ano letivo.

E é possível?

São Cucufate é o único monumento nacional do concelho A villa romana de São Cucufate é o único monumento nacional do concelho de Vidigueira e está na freguesia de Vila de Frades. As suas origens estão associadas à época romana, altura em que foi instalada uma villa no centro de uma exploração agrícola. No entanto, acredita-se que a sua ocupação inicial remonta à Idade de Ferro.

Foram, contudo, as realizações do período romano que marcaram este sítio. Com algumas descontinuidades, transformações e adaptações, a ocupação deste mesmo espaço prolongou-se até aos finais do século XVIII. No período muçulmano (séculos X ou XI) estabeleceu-se no edifício uma comunidade de frades que ali viveu possivelmente até à segunda metade do século XII, tendo São Cucufate por seu padroeiro.

Fialho de Almeida: o filho da terra Fialho de Almeida nasceu a 7 de maio de 1857, em Vila de Frades. Mas aos nove anos partiu para Lisboa, para estudar no Colégio Europeu, que teve que abandonar aos 15 anos, por dificuldades financeiras da família, tendo-se empregado como ajudante numa farmácia de Lisboa. Acabou, no entanto, por estudar medicina, mas cedo abandonou essa prática para se dedicar quase exclusivamente à escrita. Casou e instalou-se em Cuba.

Morreu no dia 4 de março de 1911, com 53 anos de idade, em Cuba, onde está sepultado. Vila de Frades assinalou o centenário da morte de Fialho de Almeida, em 2011, com o objetivo de homenagear o filho da terra, mas também com a intenção de afirmar e valorizar a obra do escritor.

A Direção Regional de Cultura ainda não nos deu resposta, mas achamos que será possível. Em nossa opinião, faz sentido a mudança ser efetuada para São Cucufate, porque foi lá que nasceu a freguesia. Se não mudarmos para São Cucufate iremos mudar para outro sítio qualquer.

A freguesia tem possibilidades de crescimento e desenvolvimento?

Vila de Frades, nos últimos censos, perdeu apenas 1,8 por cento da sua população. Contamos com 942 habitantes. Esta é uma freguesia que tem a seu encargo uma população maioritariamente idosa, mas esta é uma terra para jovens. A freguesia geograficamente está muito bem situada e depois temos uma grande potencialidade: o vinho de talha. Este produto tem sido o motor económico desta freguesia e a Vitifrades tem-lhe dado uma nova dinâmica. As pessoas visitam Vila de Frades para consumir o vinho, que é apresentado como produto de excelência nos nossos restaurantes, que são muitos e de qualidade. Temos ainda inúmeras potencialidades turísticas, tendo em conta os vários monumentos que podem ser visitados, sem esquecer, claro, a figura de Fialho de Almeida.

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Beja associa-se à campanha nacional Aorta é Vida

O auditório dos serviços comuns do Instituto Politécnico de Beja recebe no dia 23, pelas 14 horas, uma sessão de esclarecimento sobre aneurismas da aorta abdominal, promovida pela campanha Aorta é Vida, em parceria com a Universidade Sénior de Beja – um projeto da câmara municipal local. A entrada é gratuita e está aberta a toda a população. A iniciativa

será conduzida pela médica Ana Catarina Garcia, cirurgiã vascular do Hospital de Santa Marta. A campanha Aorta é Vida é uma iniciativa da Sociedade Portuguesa de Angiologia e Cirurgia Vascular e da Sociedade Portuguesa de Cirurgia Cardio-Torácica e Vascular, com o apoio da Associação Portuguesa de Médicos de Clínica Geral.

Atual Encontro de autarcas do PS do distrito de Beja

Ferreira do Alentejo quer integrar grupo de trabalho para o aeroporto

“Não faz nenhum sentido extinguir freguesias no mundo rural.

Nós já somos tão poucos, temos acesso a tão pouca coisa, que muitas vezes o único elo de ligação do cidadão à administração pública é a junta de freguesia”. A afirmação é de Pedro do Carmo, presidente da Câmara de Ourique, no encontro de autarcas do PS do distrito de Beja, realizado no domingo naquela vila.

Texto Carlos Júlio

D

urante todo o dia várias dezenas de eleitos nas listas do PS debateram o Documento Verde da Reforma da Administração Local e concluíram que “não é um documento sério, uma vez que vai agravar ainda mais a divisão dos portugueses em cidadãos de primeira e cidadãos de segunda”.

No final do encontro, Pedro do Carmo sublinhou que em “todo o debate não encontrámos quaisquer prós para a extinção de freguesias, e muito menos para a extinção de municípios”.

O autarca de Ourique disse que esta é uma “reforma centralista de um governo profundamente

centralista que quer continuar a centralizar cada vez mais o poder no Terreiro do Paço e abandonando as pessoas, as freguesias e os municípios do interior”.

Pedro do Carmo referiu que “é falsa a ideia que o Governo tenta fazer passar de que as freguesias e os municípios são sorvedouros de dinheiro”, considerando que, no caso das freguesias, elas “fazem de tudo sem gastarem dinheiro ao Estado. São verdadeiras lojas do cidadão que servem as populações

nas mais diversas áreas”.

“Neste momento o que está a acontecer é o abandono do interior, seja na área da saúde, da educação, dos transportes”, disse o autarca, dando o exemplo da TDT (televisão digital terrestre) que deixou vários “montes” do concelho sem televisão. “Há cidadãos que ficaram sem acesso ao sinal e, em alguns montes isolados, vão ter que recorrer a uma antena parabólica que custa 200 euros, quase o valor da reforma

DR

A Câmara Municipal de Ferreira do Alentejo solicitou ao Governo a sua inclusão no grupo de trabalho que irá definir soluções para o desenvolvimento do aeroporto de Beja, dada a importância da infraestrutura para o concelho.

O presidente da câmara, Aníbal Costa, explica, em comunicado de imprensa, que foi enviado na segunda-feira um ofício a solicitar a inclusão da autarquia ao secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro.

O autarca recorda que o desafio relativo à criação de um grupo de trabalho para definir “soluções de consenso” para o desenvolvimento do aeroporto de Beja foi lançado pelo próprio secretário de Estado, numa reunião a 19 de dezembro.

Assim, tendo em conta a “influência direta do empreendimento do aeroporto no território municipal de Ferreira do Alentejo” e a “vontade demonstrada pelo município na afirmação estratégica deste pilar de desenvolvimento da região”, a câmara solicita a sua inclusão no grupo de trabalho. Contudo, até ao momento, este grupo de trabalho ainda não foi criado, tendo inclusive a Associação de Municípios do Baixo Alentejo e Alentejo Litoral (Ambaal) exigido ao Governo, no dia 11 de janeiro, que avançasse com a constituição do mesmo. “É preciso urgência na criação do grupo de trabalho para que possa começar a estudar o projeto do aeroporto de Beja e apresentar as suas propostas”, disse então à Lusa o presidente da Ambaal, José Maria Pós-de-Mina. O município de Ferreira do Alentejo enumera, no comunicado, as principais ações que desenvolveu desde 2009 relacionadas com o aeroporto, com destaque para o primeiro voo internacional a partir da infraestrutura, a 14 de abril do ano passado, com destino a Cabo Verde. A realização de várias reuniões, com a embaixada de Cabo Verde em Portugal, com a delegação no mesmo país da Aicep Portugal Global e outras empresas e com operadores turísticos, foram outros dos passos desenvolvidos pela autarquia. “Ferreira do Alentejo tem desenvolvido atividade de relevo na promoção de pequenas iniciativas que, conjuntamente, contribuirão para solidificar o futuro ‘cluster’ aeronáutico regional”, acrescenta a câmara.

Juntas de freguesia rurais são lojas do cidadão

Seguro e Pedro do Carmo Autarcas do PS reuniram-se em Ourique

que recebem. Isto não é sério, é tratar os cidadãos de modo desigual”.

Neste encontro, em que participaram muitos presidentes de câmara, vereadores e membros das assembleias municipais e de freguesia do PS no distrito de Beja, estiveram também presentes o vice-presidente da Associação Nacional de Municípios e presidente da Câmara de Melgaço.

Rui Solheiro, o deputado José Junqueiro e Carlos Beato, presidente da Câmara de Grândola e do Conselho da Região Alentejo.

O encontro foi encerrado pelo secretário-geral do PS, António José Seguro (ver caixa).

Do debate, em que se confrontaram diversas opiniões sobre a reforma do Poder Local e das alterações à lei eleitoral, os autarcas do PS concluíram que “a reforma da administração local é necessária, mas tem que ser feita com tempo, com diálogo e com a participação das pessoas, mas essencialmente com critérios justos. E considerar as freguesias rurais e urbanas da mesma maneira é um critério desigual, que separa o interior do litoral”, disse Pedro do Carmo.

António José Seguro diz que Governo não pode abandonar o interior

O

secretário-geral do PS, António José Seguro, encerrou o encontro de autarcas do distrito de Beja com a mensagem de que “para além da austeridade” é preciso “promover o crescimento e o emprego”.

Sobre a reforma administrativa, o líder do PS disse que sempre foi “contra a extinção de freguesias rurais”, acrescentando que não se pode aceitar que “a política do corte, por tudo e por nada, seja a melhor política para resolver os problemas do País.”

“Nós não podemos abandonar as

pessoas, as pessoas que resistiram, que quiseram ficar nas suas terras, merecem do Estado o respeito pela sua dignidade. E merecem que o Estado num momento difícil da vida nacional não as abandone”, referiu António José Seguro.

Seguro disse que existe “uma estratégia deliberada para desertificar ainda mais o interior, que já está muito desertificado, com dois terços da população a viver numa grande cidade entre Braga e Setúbal. Qual é a política deste governo?

Desertificar ainda mais, propor que se extingam freguesias rurais, concelhos do

interior, hospitais, centros de saúde ou tribunais”.

Acusando o Governo de estar de “braços caídos” e de ter “desistido de Portugal”, o líder do PS concluiu dizendo que o seu partido é “favorável a uma reforma do Poder Local”, mas é preciso que seja “uma reforma de baixo para cima, que não seja imposta às populações a partir do Terreiro do Paço e que tenha em conta aquilo que o País tem de melhor, que são as pessoas e que valem o mesmo, quer vivam em Lisboa, quer vivam em Ourique. CJ

Chega hoje ao fim, sexta-feira, a I Semana Aberta na freguesia de Trindade, promovida pela Câmara Municipal de Beja. O programa para o dia de hoje reserva uma sessão de atendimento e apoio técnico e visita aos equipamentos e espaços de atividades culturais (a partir das 14 horas); uma preleção sobre valores naturais da freguesia, com apresentação de imagens,

EMAS inicia implementação dos planos de segurança de água A EMAS – Empresa Municipal de Água e Saneamento de Beja, em colaboração com a Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (Ersar), integrou um grupo pioneiro de entidades gestoras que, a nível nacional, esta a proceder à aplicação dos planos de

por Dinis Cortes (17 horas); a atuação dos grupos corais Serões na Aldeia e do Centro Social do Lidador (17 e 30 horas); um lanche convívio (18 e 30 horas); e a apresentação do vídeo da peça “Auto de Natal da Trindade”, resultante do trabalho da Biblioteca Andarilha no âmbito da tradição oral e literatura tradicional – Divisão de Bibliotecas (21 horas).

segurança de água. Os referidos planos em sistemas públicos de abastecimento são considerados “um instrumento essencial para a salvaguarda da fiabilidade do serviço prestado, prevendo atempadamente as medidas a tomar em caso de ocorrências anómalas de fenómenos naturais ou provocados”. A primeira fase da implementação dos planos na EMAS,

07 Diário do Alentejo 3 fevereiro 2012

Semana Aberta na freguesia de Trindade chega ao fim

com a coordenação do gabinete de controlo e qualidade da empresa, concluiu-se “com uma auditoria de avaliação pela Ersar que registou com bastante agrado as medidas implementadas, as intervenções ao nível do sistema piloto utilizado e a contribuição clara para a garantia da qualidade da água fornecida”, adianta a empresa municipal.

Governo extingue seis comarcas no Alentejo

Almodôvar contra fecho do tribunal O presidente da Câmara de Almodôvar está “em total oposição ao encerramento” do tribunal no seu concelho. Esta comarca, tal como a de Sines, faz parte de uma lista de 47 concelhos que, segundo proposta do Governo, irão ficar sem tribunal de primeira instância.

Texto Aníbal Fernandes

A

ntónio Sebastião teve conhecimento, no sábado, pela comunicação social, das intenções do Governo em relação ao novo mapa judiciário e, em declarações ao “Diário do Alentejo”, disse que apesar de ainda “estar a tentar obter mais informações sobre o assunto”, está “em total oposição ao encerramento do tribunal de Almodôvar”.

No imediato, o autarca vai pedir uma audiência à ministra da Justiça, para apresentar os argumentos que contrariam os pressupostos que estão na base desta proposta do Governo. A saber: Almodôvar tem mais população

que Mértola e o último censos revela uma diminuição de oito por cento no seu concelho, contra 16 por cento, no concelho vizinho; existe um número significativo de almodovarenses a mais de uma hora de distância de Mértola, e a estrada nacional que liga as duas localidades está “num péssimo estado”; o autarca está convencido que o tribunal de Almodôvar tem mais processos que Mértola, e muito acima dos 250 apontados pela ministra como os mínimos necessários para manter os serviços; acresce que o tribunal (juiz e delegado) já estão a funcionar agregados ao tribunal de Mértola e a juíza reside em Almodôvar.

O presidente do município almodovarense, o único no distrito de Beja liderado pelo PSD, diz que “o tribunal está a funcionar há anos, de borla, em instalações da câmara, e toda a manutenção tem sido assegurada pelo município”, não havendo, por isso, custos – para além dos vencimentos dos funcionários –, a ser suportados pelo Ministério da Justiça.

António Sebastião e Manuel Coelho Interior e litoral na mesma luta

Para o autarca, a efetivar-se esta decisão, será mais “um contributo para a desertificação” do interior, a contra ciclo dos investimentos previstos para o concelho, que “perspetivam um aumento populacional”.

António Sebastião adianta ainda que o Ministério da Justiça tem na sua posse uma proposta da Câmara de Almodôvar para a mudança de instalações do tribunal, sem custos adicionais para o

Estado, e da qual estão à espera de resposta.

Segundo a ministra, esta proposta resulta da imposição da troika e do estudo “Ensaio para a reorganização da estrutura judiciária”, elaborado pela Direção-geral da Administração da Justiça, que identificou quase meia centena de tribunais de comarca com menos de 250 processos por ano.

Para além dos dois casos já

citados, no Alentejo serão ainda afetados os concelhos de Portel, agregado a Reg uengos de Monsaraz; Arraiolos (Montemor-o-Novo); Avis (Fronteira); e Nisa (Castelo de Vide).

A extinção dos tribunais tem como objetivo a redução de despesas, nomeadamente de manutenção dos edifícios, mas o ministério de Paula Teixeira da Cruz ainda não quantificou a verba a poupar.

Manuel Coelho, presidente da Câmara de Sines, em declarações à Lusa, manifestou-se “surpreso” e inquieto” com a decisão do Governo em acabar, naquele concelho do litoral alentejano, com os tribunais de Família e Menores, deslocados para Santiago do Cacém, e com a transferência do Tribunal do Trabalho para Setúbal.

Na ocasião, o autarca lembrou que estes dois tribunais foram criados na anterior reforma judicial, com a criação da comarca-piloto do litoral alentejano, em 2009, obedecendo a “uma lógica de proximidade e de eficiência do exercício da justiça”.

CDU votou contra

Executivo PS da Câmara de Beja aprova nova versão do orçamento

O

executivo PS da Câmara de Beja aprovou uma nova versão do orçamento para este ano com os votos contra da oposição CDU, a força maioritária na Assembleia Municipal e que tinha chumbado o primeiro documento.

A nova versão, que inclui alterações, nomeadamente na verba para as juntas de freguesia, a principal questão que “divide” socialistas e comunistas, foi aprovada na quinta-feira da semana passada, numa reunião extraordinária da Câmara de Beja, pelos quatro eleitos do executivo PS e os votos contra dos três vereadores da oposição CDU. O novo orçamento contempla

“a maioria” das propostas da CDU e “todas” as do Bloco de Esquerda, as forças políticas que tinham chumbado a primeira versão do documento na Assembleia Municipal no final de 2011, disse à Lusa o presidente da Câmara de Beja, Pulido Valente.

No entanto, disse, não houve acordo entre o executivo e a CDU em relação à verba para as juntas de freguesia do concelho e, por isso, “não vale a pena criar falsas expetativas” em relação à eventual aprovação da nova versão do orçamento na próxima reunião da Assembleia Municipal de Beja, no final de fevereiro.

“A CDU nunca teve intenção de viabilizar o orçamento para

este ano e está a criar dificuldades para votar contra”, acusou, referindo que o executivo PS já se “resignou” e está “preparado para gerir a câmara com base no orçamento de 2011 e com as dificuldades, os constrangimentos e os prejuízos que isso trará para as freguesias e os munícipes” do concelho.

A primeira versão do orçamento da Câmara de Beja foi chumbada no final de 2011 pela Assembleia Municipal, com os votos contra da maioria CDU e do Bloco de Esquerda, a abstenção do PSD e os votos a favor do PS. Na semana passada, o executivo PS apresentou a representantes dos partidos da Assembleia

Municipal uma proposta de alteração ao orçamento, nomeadamente ao nível da verba para as juntas de freguesia, uma das razões que levaram a CDU a votar contra a primeira versão do documento.

Os eleitos da CDU na Câmara e na Assembleia Municipal de Beja rejeitaram a proposta de alteração, considerando que é “mais penalizadora para as freguesias rurais”, e, na reunião de quinta-feira, apresentaram uma proposta alternativa e pediram o adiamento da votação do orçamento para uma próxima reunião, o que foi rejeitado pelo executivo PS. O executivo PS da Câmara de Beja teve uma “atitude arrogante e prepotente” e uma “postura

enquistada e acantonada”, acusou a CDU, em comunicado de imprensa.

Segundo os comunistas, a maioria PS, “ao apressar e forçar” a votação da nova versão do orçamento sem demonstrar “abertura” para analisar a proposta da CDU, “afastou a possibilidade de aproximar posições e de ir ao encontro das necessidades das freguesias e das populações”.

Contactado pela Lusa, o líder do grupo da CDU na Assembleia Municipa l de Beja, Rodeia Machado, disse que os eleitos comunistas ainda não decidiram qual será o seu sentido de voto em relação à nova versão do orçamento da câmara para este ano.

Diário do Alentejo 3 fevereiro 2012

08

Mário Soares apresenta livro em Ourique

Mário Soares, antigo primeiro-ministro e Presidente da República, apresenta hoje, sexta-feira, a partir das 21 horas, na Biblioteca Municipal de Ourique, a sua obra Um Político Assume-se. A obra é um ensaio autobiográfico, político e ideológico de Mário Soares, “uma das figuras políticas mais marcantes da história

Beja prepara 25 de Abril Beja comemora, este ano, o 25 de Abril. O anúncio foi feito pelo grupo de trabalho da Assembleia Municipal de Beja responsável pelas comemorações da efeméride. O grupo reuniu-se na terça-feira de modo a preparar as celebrações do 38.º

ExpoBarrancos começa a 30 de março A IV edição da Feira de Presunto e Enchidos, em Barrancos, terá lugar nos dias 30, 31 de março e 1 de abril. A “grande feira da raia”, como a organização lhe chama, é uma montra privilegiada dos melhores presuntos e enchidos produzidos de forma tradicional quer em Portugal, quer em Espanha.

Nova carreira serve Hospital do Litoral Na passada quarta-feira, dia 1 de fevereiro, uma nova carreira diária da Rodoviária do Alentejo começou a circular com início no bairro da Formiguinha, em Santiago do Cacém, e términus no bairro da Atalaia, em Vila Nova de Santo André, de onde partirá no sentido contrário. O percurso inclui o circuito completo dentro do Hospital do Litoral Alentejano, tem a duração de uma hora, inicia-se às 7 horas e termina às 18 horas, com uma pausa para almoço.

Jornadas Comunitárias de Enfermagem em Beja Decorrem até hoje, sexta-feira, as II Jornadas Comunitárias de Enfermagem, no auditório do IPBeja.

Nas jornadas, subordinadas ao tema “Novos tempos, novos desafios, novas estratégias”, segundo a organização, serão “abordados temas de grande relevo na panorâmica atual da saúde comunitária”. O objetivo é que sejam um espaço de importante reflexão e que representem um desafio para uma saúde mais justa e equitativa.

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da história contemporânea de Portugal e da Europa”, realça a câmara municipal local. A apresentação, que incluirá uma sessão de autógrafos, insere-se num conjunto de atividades de apresentação de livros com a presença de autores que a biblioteca tem vindo a realizar desde a sua inauguração, em abril de 2010.

aniversário da Revolução dos Cravos. Um espetáculo musical, protagonizado por bandas da região, na noite de 24 de abril, na praça da República ou no Pax Julia Teatro Municipal, consoante as condições atmosféricas, e um espetáculo de fogo-de-artifício de curta duração

são algumas das atividades previstas. Está ainda prevista uma sessão solene, que contará com um momento musical do Conservatório Regional de Beja, bem como várias atividades desportivas, que se realizarão na manhã do dia 25.

Sem pagamento manifestação realizar-se-á hoje

Braço de ferro entre freguesias e Câmara de Beja Catorze das 18 freguesias do concelho de Beja reuniramse e exigem à Câmara de Beja “o pagamento das verbas do Protocolo de Delegação de Competências”. A autarquia garante que “vai pagar em breve”, mas não “na data imposta pelos presidentes de junta”, até porque garante que “a situação já foi explicada aos autarcas”. Na quarta-feira, até ao fecho desta edição, mantinha-se a posição das freguesias levarem a cabo uma manifestação, agendada para hoje, sexta-feira.

A

Câmara Municipal de Beja informou as juntas de freguesia do concelho que não poderia efetuar os pagamentos relativos às verbas do Protocolo de Delegação de Competências, uma vez que o orçamento para 2012 foi reprovado.

No dia 25 de janeiro, no edifício das juntas de freguesia da cidade, 14 das 18 freguesias do concelho de Beja reuniram-se e deliberaram “exigir do presidente da Câmara Municipal de Beja o pagamento das verbas correspondentes ao protocolo”, estabelecendo os autarcas um limite

para o pagamento: ontem, dia 2.

Aquando da reunião, ficou ainda decidido que se a Câmara Municipal de Beja não cumprisse o imposto pelas freguesias realizar-se-ia uma manifestação pública na praça da República.

Agendada para o dia de hoje, sexta-feira, 3.

Na quarta-feira, dia de fecho desta edição, o “Diário do Alentejo” contatou Álvaro Nobre, presidente da Junta de Freguesia de Cabeça Gorda, um dos autarcas presentes na reunião, que esperava ver o pagamento efetuado até quintafeira. “As juntas de freguesia já

pagaram e é preciso que a câmara proceda à transferência das verbas devidas”, afirmou.

Pulido Valente, presidente da Câmara Municipal de Beja, por sua vez, garantiu: “O executivo já esteve reunido com os presidentes de junta e já lhes deu conhecimento de toda a situação, estando os senhores autarcas esclarecidos. Os senhores presidentes sabem que a autarquia está a resolver a situação”. E acrescentou: “Vamos pagar em breve e isso já foi anunciado, mas não vai ser na quinta-feira. Quisemos encontrar uma forma legal de pagar às freguesias”, disse. Para o autarca,

neste sentido, “não se justifica qualquer manifestação”, uma vez que os presidentes “estão por dentro de toda a situação”, considerando, no entanto: “Mas têm toda a legitimidade para, se entenderem, realizarem a manifestação, não somos contra qualquer tipo de protesto”.

“Exigimos que o protocolo seja cumprido. Já prestámos os serviços, até porque as populações não podem ficar sem eles”, defende Álvaro Nobre, que considera que “a não aprovação do orçamento não pode condicionar as transferências para as freguesias”.

Pulido Valente, porém, considera: “Não houve aprovação do orçamento e não podemos dar continuidade ao protocolo.

As transferências vão ser feitas, mas tendo por base outra forma”.

Na quarta-feira as freguesias mantinham a mesma posição de efetuar, hoje, sexta-feira, uma manifestação, caso não se verificasse o pagamento. “Se não resolverem efetuar o pagamento, vamos exigi-lo novamente na sexta-feira, com a nossa presença em frente à Câmara Municipal de Beja, e recorrendo a palavras de ordem”, garantiu Álvaro Nobre.

O deputado do PS eleito pelo círculo de Beja, Pita Ameixa, acusou o Governo, o PSD e o CDS-PP de estarem “apostados em estragar o Alqueva” e reclamou “outra atitude e um caminho positivo” para o projeto e para a agricultura portuguesa. “O Governo e os partidos que o

Câmara de Santiago cede instalações ao União Sport Club A Câmara Municipal de Santiago do Cacém cedeu a título gratuito parte das instalações da antiga escola primária da avenida ao União Sport Club para nova sede do clube. A assinatura do contrato de comodato e inauguração

suportam (PSD e CDS) estão decisivamente apostados em estragar o Alqueva, em descredibilizar a agricultura nacional e em humilhar os agricultores alentejanos, já acusados de incapazes de desenvolver uma agricultura de regadio”, refere o deputado, em comunicado.

da nova sede do União está agendada para amanhã, sábado, pelas 11 horas. A parte cedida corresponde a duas salas no rés do chão e duas salas no primeiro andar da ala norte. O contrato é celebrado pelo prazo de sete anos, renovável automaticamente por períodos de um ano, se nenhuma das partes o tiver

09 Diário do Alentejo 3 fevereiro 2012

Ameixa acusa Governo de “estragar” Alqueva

denunciado, com a antecedência mínima de 60 dias. O presidente da direção do clube, Vítor Louricho, diz que o novo espaço irá “proporcionar mais-valias”. “Foi instalado um pequeno bar e uma sala de convívio onde se pode confraternizar, garantindo assim algumas receitas”, adiantou.

Luís Serrano e Filipe Pombeiro vão a votos a 9 de fevereiro

Confronto de gerações no Nerbe A próxima quinta-feira, dia 9, pode significar uma mudança de rumo nos destinos do Núcleo Empresarial da Região de Beja/ Associação Empresarial do Baixo Alentejo e Litoral (Nerbe/ /Aebal). O ato eleitoral para encontrar os órgãos sociais para o triénio 2012/2014 tem, pela primeira vez na história da associação, duas listas em disputa. De um lado, a lista encabeçada por Luís Serrano, presidente desde 2003; do outro, Filipe Pombeiro, vogal da direção ainda em funções.

Texto Marco Monteiro Cândido

A

lista liderada por Filipe Pombeiro, que representa a empresa Sul Account, da qual é um dos sócios, pretende ser uma lufada de ar fresco na associação dos empresários, algo que, na sua opinião, a direção em exercício já não consegue ser. “A lista já lá está há algum tempo e nós pensamos que quando as pessoas estão demasiado tempo nas direções das instituições perdem alguma acutilância, alguma perseverança e alguma motivação. No último mandato isso foi evidente e por isso apresentamos agora um projeto bem sustentado para o Nerbe”. Quando instado a especificar em que sentido é que a, ainda, direção do Nerbe perdeu acutilância, Filipe Pombeiro é politicamente correto, afirmando que o importante não é o que “a atual direção fez e podia ter feito”, mas sim o que a sua lista candidata poderá fazer e quais os projetos que tem. “O Nerbe tem que

estar, cada vez mais, focado nos associados. Existe todo um retorno que deve ser dado tendo em conta as quotas que os associados pagam e, nesse sentido, pensamos que há uma oferta de serviços que tem que ser desenvolvida”.

Pela primeira vez na história do Nerbe, criado em 1987, duas listas concorrem à eleição dos órgãos sociais. O que poderia significar uma cisão na união dos empresários do distrito ou visões distintas de diferentes gerações, nada mais é, para Filipe Pombeiro, do que o funcionamento normal e saudável das instituições. “Vejo-o como uma pluralidade de ideias que tem que ser discutida. É algo absolutamente normal que exista debate de ideias, que exista renovação nas equipas. Os empresários da região, cada vez mais, têm dificuldades e têm que ter ajuda para as resolver. O Nerbe é um organismo importantíssimo para ajudar

nessa resolução de questões e desta vez em concreto houve uma série de pessoas que se disponibilizaram em prol de um projeto diferente e renovado”.

Como o sócio da Sul Account frisa ao longo do seu discurso, o objetivo do seu projeto é aproximar o Nerbe dos associados, focando a sua ação nestes. E, mais do que pensar no que se poderia ter feito, é pensar no que se poderá fazer. No entanto, Filipe Pombeiro lá acrescenta que o Nerbe tem estado muito focado, nos últimos anos, na formação profissional, havendo “todo um leque de outros préstimos que têm que ser feitos, através de projetos sustentados para apoiar os empresários da região”.

Luís Serrano está prestes a terminar o terceiro mandato à frente dos destinos do Nerbe. Estando na corrida para os próximos três anos, e caso a sua lista seja a vencedora, há projetos para avançar, que Luís Serrano tem esperança que avancem, apesar da conjuntura económica que praticamente parou o País. “O nosso projeto é continuar a melhorar o próprio Nerbe, servir o melhor possível os sócios e a região. Temos vários projetos para avançar, agora dizer que temos um projeto que de certeza vai avançar, não. Eu não gosto de dizer coisas que não

Nós pensamos que quando as pessoas estão demasiado tempo nas direções das instituições perdem alguma acutilância, alguma perseverança e alguma motivação.

Filipe Pombeiro

O nosso projeto é continuar a melhorar o próprio Nerbe, servir o melhor possível os sócios e a região. Temos vários projetos para avançar, agora dizer que temos um projeto que de certeza vai avançar, não.

Luís Serrano

tenho a certeza. As dificuldades do País são muito grandes e está tudo um bocado parado no desenvolvimento. Temos ideias, temos projetos, mas ter a certeza do que pode ou não avançar é complicado”.

Para o presidente do Nerbe desde 2003, o facto de haver mais uma lista a concorrer às próximas eleições é normal. “Em democracia é assim. As pessoas pensaram em fazer uma lista, tudo bem. O que é preciso é que quem ganhar faça o melhor. São pessoas de bem, como nós somos, e até é bom, espevita as coisas. E vê-se que os jovens também estão com vontade de avançar. Acho muito bem e concordo plenamente que haja uma lista concorrente à nossa”.

Separados pelas listas que concorrem às eleições e pela diferença de idades, Luís Serrano e Filipe Pombeiro estão de acordo em algumas coisas: a conjuntura que se atravessa é má; o setor empresarial do Baixo Alentejo e, particularmente, de Beja atravessa um momento difícil; acreditam que podem contribuir para um setor e para um Nerbe mais fortes; e acreditam que no dia 9, apesar da vitória só estar garantida após a contagem dos votos, podem ganhar. Neste último ponto, depois da próxima quintafeira, só um terá razão.

Grupo FDO desiste da construção do Vivaci

Beja já não vai ter o primeiro grande centro comercial do Baixo Alentejo

O

grupo FDO vai desinvestir no setor do retalho, o que irá inviabilizar a construção do Vivaci Beja, que seria o primeiro grande centro comercial do Baixo Alentejo, revelou à Lusa o promotor do projeto.

“No âmbito da revisão e da reorientação do seu plano estratégico, o Grupo FDO desinvestirá no setor do retalho, inviabilizando, consequentemente, o desenvolvimento do

projeto Vivaci Beja”, refere, em comunicado, a administração da FDO Imobiliária, do Grupo FDO. Em declarações à Lusa, o presidente da Câmara Municipal de Beja, Pulido Valente, manifestou “tristeza” e “algum desalento” por a FDO Imobiliária não avançar com o projeto do Vivaci Beja.

No entanto, disse, a FDO Imobiliária já comunicou à autarquia que quer “vender” o

projeto do Vivaci Beja e, para tal, está “à procura de um interessado na aquisição”.

Esta intenção “deixa-me com a esperança de que haja outro promotor que fique com o projeto e avance” com a construção do centro comercial, disse o autarca, referindo que “estão reunidas as condições para o projeto poder ter sucesso na região”.

A construção do Vivaci Beja, que implicaria um investimento

de 30 milhões de euros, sofreu vários atrasos e deveria arrancar este ano para ser inaugurado no final de 2013, segundo as últimas previsões do promotor.

O Vivaci Beja deveria “nascer” na estrada das Apolinárias, na zona nordeste de Beja, perto da rotunda do Itinerário Principal 8, importante via de acesso à cidade.

O centro comercial teria uma área bruta de construção total de

quase 50 mil metros quadrados e uma área bruta locável de cerca de 20 500 metros quadrados, quase 100 lojas, quatro salas de cinema, um supermercado, restaurantes e 800 lugares de estacionamento.

Atualmente, a FDO Imobiliária, através da marca Vivaci, tem em operação e funcionamento três centros comerciais, os Vivaci da Guarda, das Caldas da Rainha e da Maia.

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Diário do Alentejo 3 fevereiro 2012

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Alqueva investiu 17,1 milhões de euros

Produção ínfima nas mini-hídricas As cinco centrais mini-hídricas do projeto Alqueva, que implicaram um investimento de 17,1 milhões de euros, praticamente não produziram energia, porque ainda não foi necessário transferir água para reforçar as albufeiras onde estão instaladas.

A

s centrais localizadas junto das albufeiras de Alvito, Odivelas, Pisão, Roxo e Serpa, no distrito de Beja, estão “em fase de exploração” e “aptas a produzir energia”, disse à Lusa fonte da Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA).

No entanto, “apenas produzem energia” quando é transferida água das albufeiras de Alqueva e do Pedrógão para as albufeiras onde estão instaladas e através dos adutores em que estão inseridas, explicou.

“As produções, muito baixas, registadas” nas centrais devem-se ao facto de não ter havido, desde que foram construídas, “necessidade” de transferir água para “reforço” dos caudais naturais afluentes das cinco albufeiras, justificou.

Por outro lado, para que as centrais pudessem produzir energia com a água armazenada nas albufeiras teriam que estar equipadas com grupos reversíveis, mas estudos concluíram que tal não seria “economicamente viável”.

No entanto, frisou, a “viabilidade económica” das mini-hídricas é “justificada” pelo investimento ainda a realizar em infraestruturas do projeto e “a previsível evolução dos caudais a transferir”.

“Ocorrerão, certamente, alguns anos” em que as centrais não produzirão energia por “não ser necessário reforçar” as albufeiras, admitiu.

Mas, lembrou, no caso do Roxo, desde que a barragem e o regadio foram construídos, “poucos foram os anos em que não houve restrições ao consumo da água armazenada” na albufeira.

A central do Pisão, em exploração há mais de três anos e com uma produção anual estimada de 2,05 gigawatts por hora (GWh), ainda só produziu 0,0017 GWh. A central do Roxo, em exploração há ano e meio e com uma produção anual estimada de 4,45 GWh, ainda só produziu 0,01 GWh. As mini-hídricas de Alvito, Odivelas e Serpa, em exploração há mais de um ano e com produções anuais estimadas de 8,5, 14,72 e 2,39 GWh, ainda só produziram 0,14, 0,023 e 0,0071 GWh, respetivamente.

Segundo a fonte, as mini-hídricas “não são centrais para produção constante” de energia e foram construídas para “reduzir os custos associados” e “acrescentar rentabilidade” ao processo de transferência de água das albufeiras de Alqueva e Pedrógão e para outras inseridas no empreendimento de Alqueva.

Por isso, “a maior ou menor produção” de cada central “depende, em cada ano”, da necessidade de transferir água para as albufeiras de Alvito, Odivelas, Pisão, Roxo e Serpa.

A transferência depende dos caudais naturais das albufeiras, que, por sua vez, dependem dos anos hidrológicos e dos consumos com “abastecimento público, industrial e, fundamentalmente, agrícola”.

“Nos últimos dois anos, as afluências próprias das albufeiras têm sido suficientes” para os consumos verificados e, por isso, não tem havido necessidade de transferir água das albufeiras de Alqueva e Pedrógão, disse a fonte.

A Biblioteca Municipal de Aljustrel inaugura no próximo dia 8, quarta-feira, pelas 17 e 30 horas, uma exposição dedicada ao género feminino. “Aspetos históricos dos movimentos feministas” apresenta a evolução, as lutas e a determinação feminina em conquistar a sua emancipação, através de um conjunto de

Reforço financeiro de mais de um milhão e 800 mil euros para o Alentejo Sudoeste A autoridade de gestão do Proder atribuiu um reforço financeiro de 1 858 022,31 euros ao GAL AL SUD gerido pela Esdime – Agência para o Desenvolvimento Local do Alentejo Sudoeste.

De acordo com a entidade, “este reforço resulta da atribuição

documentos que “escrevem” a história das conquistas femininas ao longo dos séculos, entre eles selos, pinturas, livros e fotografias.

Patente ao público até dia 28, a mostra é promovida pela Câmara Municipal de Aljustrel em parceria com a Associação Lusófona para o Desenvolvimento do Conhecimento.

da reserva de eficiência do Programa para o Eixo Leader do Proder, reserva esta atribuída a pouco mais de metade dos grupos de ação local de Portugal Continental, em função de critérios de execução e de eficiência na implementação do programa”. Este reforço “será agora colocado à disposição dos promotores empresariais e institucionais, no âmbito das

11 Diário do Alentejo 3 fevereiro 2012

Aljustrel mostra história dos movimentos feministas

medidas 3.1. e 3.2. nos concursos a abrir a partir de 2012, para o financiamento de novos projetos na região”, esclarece a Esdime, que relembra que no âmbito dos dois concursos já realizados pelo GAL AL SUD Esdime, entre 2009 e 2011, “foi possível aprovar o financiamento de 65 projetos com uma ajuda pública de 5,2 milhões de euros”.

O País já está em seca meteorológica

Tempo seco ameaça agricultura Um relatório do Instituto de Meteorologia, divulgado na terça-feira, revela que o País já está em seca meteorológica e que o mês de fevereiro promete agravar a situação. No Alentejo, a situação ameaça tornar-se extrema. Muitos agricultores recordam o ano de 2005 e antecipam prejuízos, principalmente nos cereais e na pecuária.

D

ezembro foi pouco chuvoso e em janeiro do céu apenas caiu um sétimo da água que seria de esperar. O futuro imediato não promete grandes alterações, o que está a deixar os agricultores alentejanos preocupados. Há 15 dias, Bernardo Albino, presidente da Associação de Cereais, em declarações à TSF, dizia que se não chovesse

durante duas semanas as culturas de trigo, aveia e cevada poderiam estar em perigo. O pior cenário concretizou-se.

Também Sebastião Rodrigues, representante no Baixo Alentejo da Confederação de Agricultors Portugueses, na mesma altura, previa a necessidade de recorrer a rações para alimentar os animais, uma vez que nos

campos as pastagens já rareiam.

José Mira Potes, um agricultor ouvido pela SIC, na semana passada, confirmou que as barragens das explorações agrícolas estão a menos de meio e nas pastagens “não têm humidade suficiente”. “O solo tem défice de água, estamos a fazer pó em janeiro”, lamentou.

Rui Pedro Amante vê igualmente com preocupação o futuro: “O problema é daqui para a frente”, disse, acrescentando que “agora é que as plantas vão necessitar de mais água”.

Orlando Borges, presidente do Instituto Nacional da Água (Inag), em declarações à Lusa, após ter

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“O perímetro de regadio da barragem de Odivelas, na bacia do Guadiana, poderá ter a necessidade de algum reforço”.

reunido com a Comissão de Gestão das Albufeiras, revelou que nas barragens que apoiam a agricultura “as situações estão dentro do que são os valores normais para a época, com exceção do perímetro de regadio da barragem de Odivelas, na bacia do Guadiana, que poderá ter a necessidade de algum reforço”. Isso será feito “libertando volumes de água” e outras barragens para compensar o défice, explicou.

O responsável do Inag garantiu ainda que “não há regime de exceção” para Espanha e que os caudais acordados estão “completamente a ser cumpridos”.

Diário do Alentejo 3 fevereiro 2012

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Odemira atribui 30 bolsas de estudo

A Câmara de Odemira vai atribuir o valor total de 52 380 euros a 30 bolsas de estudo a alunos do concelho que frequentam o ensino superior. Com esta atribuição, a autarquia pretende “apoiar a continuação dos estudos a jovens com dificuldades económicas e colaborar na formação de quadros técnicos superiores, naturais ou residentes no concelho, contribuindo para um maior

e mais equilibrado desenvolvimento social, económico e cultural”. Os alunos beneficiados receberão o valor equivalente a 40 por cento do salário mínimo nacional, durante o período de nove meses, pago trimestralmente. A atribuição das bolsas tem duas modalidades: uma por carência económica, outra por aproveitamento excecional.

Migração para TDT está a decorrer com “alguma tranquilidade” A migração para a TDT está a decorrer “com alguma tranquilidade” e como a Anacom “esperava”, disse Eduardo Cardadeiro, frisando que, até ao final da semana passada, “menos de um por cento das pessoas que tiveram que migrar ligaram para a linha de atendimento da TDT” a reportar problemas. “Não estou a dizer que apenas um por cento das famílias tiveram problemas”, porque, “se calhar, houve outras que também tiveram e não telefonaram”, mas, “ainda assim, é um indicador muito importante do nível de problemas que as pessoas têm tido”, disse.

Anacom garante que rede cobre 100 por cento do País

O presidente da Câmara Municipal de Odemira denunciou no final da semana passada que cerca de um quarto do território do concelho, onde vivem “quatro mil pessoas”, a maioria idosos isolados, está “com problemas” para receber o sinal da televisão digital terrestre (TDT). “As coisas estão muito más. Temos um conjunto de freguesias muito afetado” e “as pessoas, mesmo comprando os aparelhos [descodificadores], estão com problemas de ligação”, disse José Alberto Guerreiro à Lusa.

JOSÉ FERROLHO

Um quarto do concelho de Odemira com sinal “fraco ou inexistente” de TDT

O

demira é um dos concelhos onde a TDT substituiu o sinal analógico de televisão, com o desligamento, no dia 23 de janeiro, do emissor da Fóia (Algarve) e de vários retransmissores.

Segundo o autarca, o sinal de TDT “é fraco ou inexistente” em “cerca de 25 por cento do território”, afetando sobretudo as freguesias serranas de São Teotónio, São Luís e Saboia, com “cerca de quatro mil” habitantes.

José Alberto Guerreiro manifestou-se “muito preocupado” com a situação porque, apesar da “orografia difícil” do concelho, com zonas de serra, o processo da TDT “foi preparado durante meses”.

“Avisámos a Anacom – Autoridade

Cardadeiro Administrador afirma que ou as famílias estão numa zona com sinal TDT ou estão numa zona coberta por satélite

Nacional de Comunicações de que tínhamos algumas zonas em que receávamos que isto viesse a acontecer. As entidades sabiam e, por isso, a situação não é admissível”, afiançou.

Dada a “dimensão do problema”, o que tem de ser feito, defendeu, é “a colocação de antenas retransmissoras em Saboia, São Luís e São Teotónio”, porque “não se pode exigir a todas estas

pessoas, que têm poucos recursos e vivem da sua reforma, que comprem pratos [de satélite]”, frisou. O autarca salientou ainda que a maioria da população do concelho, referenciado pela elevada taxa de suicídio, é “idosa, vive isolada e a televisão é a grande companhia”.

Entretanto, num encontro com a comunicação social realizado em Beja na sexta-feira,

após ter reunido com autarcas do Baixo Alentejo e Alentejo Litoral, o administrador da Anacom com o pelouro da TDT, Eduardo Cardadeiro, garantiu que a rede de TDT cobre 100 por cento do País, por via terreste ou satélite, e, por isso, não pode haver situações de sinal fraco ou inexistente.

Por isso, “não há problemas” de sinal fraco e sem qualidade ou inexistente, porque, agora, “das duas

uma: ou as famílias estão numa zona em que têm sinal de televisão digital terrestre, e o recebem com qualidade, ou estão numa zona em que o recebem por satélite com qualidade”.

Nesta lógica, eventuais casos de sinal de TDT “fraco ou inexistente”, como os denunciados pelo presidente da Câmara de Odemira, poderão dever-se ao facto de as pessoas estarem preparadas para receber a TDT via terrestre, mas estão numa zona em que a receção é feita por satélite.

“Cem por cento da população portuguesa, em qualquer ponto do território, tem acesso a televisão de forma gratuita, suportando, naturalmente, os custos com a adaptação [à TDT], e sem necessidade de subscrever televisão paga”, o que “não acontecia com a televisão analógica”, insistiu Eduardo Cardadeiro.

Segundo o responsável, a PT, o operador responsável por instalar a rede TDT e no âmbito das suas obrigações, “está disponível para fazer reforço de cobertura em algumas sedes de concelho onde o nível de cobertura TDT era mais baixo”. No entanto, “a PT não está obrigada a fazer nenhum reforço de cobertura face àquilo que já está instalado”, frisou, referindo que, fora das obrigações da PT, os municípios e o operador podem “acordar” o reforço de cobertura em determinadas zonas.

Os 50 postos de turismo da região vão ter mesas interativas de conteúdo informativo

Alentejo promete “revolucionar” atendimento turístico na Europa

A

Turismo do Alentejo vai equipar os 50 postos de turismo dos 47 concelhos da região com mesas interativas de conteúdo informativo, numa iniciativa que promete “revolucionar” o atendimento turístico na Europa. “É uma revolução total do atendimento turístico na Europa”,

disse o presidente da Turismo do Alentejo, Ceia da Silva, em declarações à Lusa.

O projeto, denominado Rede de Informação Turística do Alentejo (RITA), tem como objetivo melhorar a qualidade do atendimento turístico, de uma forma “interativa”.

A Rede de Informação Turística

do Alentejo consiste em equipar 50 postos de turismo de 47 concelhos do Alentejo com mesas interativas que fornecem informações, como “onde comer”, “onde dormir”, “o que fazer”, “o que visitar”, meteorologia, eventos e rotas.

De acordo com a Entidade Regional de Turismo (ERT) do Alentejo, estes

equipamentos, com pormenores estéticos alusivos à região, tais como a utilização da cortiça, de formas fluidas ou da predominância de cores neutras que remetem para as planícies alentejanas, apresentam uma ergonomia e funcionalidade especialmente adaptadas a qualquer utilizador ou localização.

Este projeto será desenvolvido pela empresa Edigma, que desenvolverá a estrutura das mesas interativas, a tecnologia e uma plataforma colaborativa comum aos postos de turismo, ao passo que a empresa InfoPortugal é responsável pelos conteúdos digitais de geo-localização.

13 Diário do Alentejo 3 fevereiro 2012

❝ Entrevista

Penso que Portugal está a preparar o meu regresso (risos). Costumo dizer em tom de brincadeira, entre amigos, que me encontro no exílio, a aguardar condições económicas, sociais e políticas propícias ao meu regresso”.

João Barradas, professor e investigador na University of Life Sciences de Praga

Um alentejano na República Checa Por que se fixou na República Checa?

A minha relação com a República Checa vem desde os meus tempos de faculdade quando, no ano letivo de 2001/2002 e ao abrigo do programa Erasmus, estudei na Czech University of Life Sciences Prague, que viria a ser o meu local de trabalho quase 10 anos depois.

Qual a atividade e projetos que aí desenvolve?

Estou a lecionar a cadeira de Crop and Irrigation Systems Management, relacionada com hidráulica aplicada a sistemas de rega e prossigo os meus estudos de doutoramento ligados a este tema, no qual desenvolvo igualmente algum trabalho de investigação no departamento de recursos hídricos da Faculdade de Agronomia.

Nascido em Algés, há 34 anos, mas criado em Amareleja, João Barradas é professor e investigador na University of Life Sciences de Praga, na República Checa.

Engenheiro agrícola formado na Universidade de Évora, tem como especialidade a hidráulica aplicada a sistemas de rega, área em que desenvolveu um sistema informático original que está a ser utilizado por agricultores e técnicos de várias partes do mundo. “Estamos envolvidos em alguns projetos internacionais em África e na Ásia, onde no futuro pensamos ver esta aplicação a ser largamente aplicada, o que será certamente uma mais-valia na produção de bens alimentares a baixo custo para as populações locais”, afirmou ao “Diário do Alentejo”.

Embora goste de viver na República Checa, sente a falta do sol e da comida portuguesa. Admite trabalhar em Portugal, desde que haja um projeto que o alicie a voltar e de preferência ao seu Alentejo.

Texto Alberto Franco Foto DR

Desenvolveu um sistema informático pioneiro relacionado com a irrigação agrícola.

Em que consiste exatamente?

O desenvolvimento desse sistema surgiu como resposta a uma necessidade minha a nível profissional quando, após concluir a licenciatura na Universidade de Évora, me dediquei à gestão da rega de uma exploração familiar em Amareleja, onde trabalhei com diversas culturas regadas, nomeadamente vinha, olival e melão. O problema com que me deparei na altura foi que, embora existissem metodologias e bastante informação teórica disponível sobre rega de culturas, quando chegava à aplicação prática dessas metodologias tudo se complicava. Ao ponto de, em alguns casos particulares, nada do que encontrava escrito parecia fazer sentido. Não pelas metodologias estarem erradas, mas porque existe uma imensidão de fatores em jogo (dados culturais, edáficos e climáticos) que não podem de forma alguma ser desprezados. O técnico deve então recorrer aos algoritmos adequados para processar toda esta informação ou utilizar um software informático que o faça por ele. Rapidamente me dei conta que os programas de gestão da rega disponíveis, embora respondendo bastante bem aos cenários de rega de aspersão, falhavam redondamente em cenários de rega por gota a gota.

Como levou à prática o projeto?

Tive oportunidade de assistir a diversas palestras e fazer cursos práticos extracurriculares sobre o tema e de trocar experiências com colegas. Daí conclui que não há verdadeiramente um consenso no que se refere à prática da rega, visto cada um defender a sua forma. Para além disso, aqueles que conseguem melhores resultados tendem a manter em segredo as suas metodologias. No meu entender, a mais-valia

que me esteja a queixar, em Portugal também não vivia mal mas aqui creio que a relação qualidade/custo de vida é bastante mais vantajosa. Em Portugal tinha a sensação que o dinheiro desaparecia num ápice, mesmo quando trabalhei como engenheiro para uma grande empresa nacional, com um salário bastante razoável. Já na República Checa o dinheiro parece durar o dobro do tempo. Para além disso, os checos têm um excelente sistema de saúde, que me tem impressionado bastante pela qualidade do serviço e competência do pessoal.

De Portugal sinto principalmente falta da boa comida, do calor e da luz do sol.

Quais os seus planos profissionais?

Confesso que a minha carreira se tem construído não movida por ambições mas antes por motivações. Quando comecei este projeto tinha por objetivo satisfazer as minhas próprias necessidades enquanto engenheiro agrónomo.

Aconteceu tudo muito rapidamente: num mês dei por mim a passar os dias fechado em casa, a escrever códigos de programação, a criar um projeto que ninguém percebia muito bem a que se destinava, por vezes diziam-me a brincar que era apenas uma desculpa para não trabalhar (risos). Passados uns meses estava a ser convidado para lecionar numa universidade membro da ELLS (European League of Life Sciences). Não posso dizer os planos que faço para o futuro, mas apenas que no presente estou a acabar o meu doutoramento e a preparar alguns projetos internacionais que envolvem a aplicação prática do sistema que desenvolvi.

Pensa regressar a Portugal?

do simulador que desenvolvi é que ele próprio não obriga a seguir um método específico, pelo contrário, aceita a simulação de diversos cenários, calculando todas as vantagens e inconvenientes que daí possam advir, sugerindo ajustes e, sobretudo, guiando o técnico de rega no sentido de alcançar os seus objetivos específicos. Resumindo, procura desmistificar o segredo do sucesso, que mais não é do que saber prescindir de umas coisas para obter outras e saber tirar o máximo partido dos recursos hídricos e fertilizantes disponíveis. Isto foi apenas o começo de todo este projeto. Mais tarde viria a acrescentar três módulos adicionais, um laboratório virtual de hidráulica, um system designer e um simulador de fertirrega que permite a elaboração dos dispendiosos adubos

líquidos a partir de sais nutritivos sólidos bastante mais baratos, doseando-os corretamente por forma a obter a máxima produção com a utilização do mínimo de fertilizante.

A sua experiência internacional tem sido positiva?

Sim, tem sido bastante positiva. Estamos envolvidos em alguns projetos internacionais em África e na Ásia, onde no futuro pensamos ver esta aplicação a ser largamente aplicada, o que será certamente uma mais-valia na produção de bens alimentares a baixo custo para as populações locais.

Como se vive na República Checa?

Vive-se bem, pelo menos eu vivo (risos). Não

Penso que Portugal está a preparar o meu regresso (risos). Costumo dizer em tom de brincadeira, entre amigos, que me encontro no exílio, a aguardar condições económicas, sociais e políticas propícias ao meu regresso. Falando mais a sério, eu vim parar à República Checa porque houve um interesse quer da minha parte, na proposta que me fez a universidade, quer da parte desta no projeto que lhes apresentei. Estou aqui como poderia estar noutro lugar onde me fossem facultados os recursos e os meios para desenvolver um trabalho válido, consistente e com potencial de transformação efetiva da realidade, que é onde reside a minha realização profissional. Não posso dizer que me encontro a preparar o meu regresso, pois considero Portugal como apenas mais um lugar entre tantos outros onde poderei um dia desenvolver a minha atividade profissional. Assim haja um projeto que me alicie a voltar e de preferência ao meu Alentejo.

Diário do Alentejo 3 fevereiro 2012

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Que agora também já se cante por um grupo em Évora há uns anitos, levado para lá por gente de Beja, tem a sua piada, mas daí até terem qualquer legitimidade de representação, alto lá! Isso aí é outra conversa. Luciano Caetano da Rosa, “Alentejo Popular”, 26 de janeiro de 2011

Opinião

Canto às vozes no interior de uma polémica Paulo Lima Antropólogo

P

repara-se, por estes dias, a candidatura do cante alentejano a Património Cultural Imaterial da Humanidade.

Isto é falado há cerca de uma dúzia de anos. Vários intervenientes e várias instituições a isso tentaram abalançar-se. Todas, até hoje, ficaram pelo caminho.

Pela primeira vez, está a construir-se um caminho. E, pela primeira vez, tal tornou-se nacional: no nosso país já não se tem dúvidas que qualquer dia se vai enviar uma candidatura para Paris, dando forma a esta vontade. É claro que isto implica escolhas, significa decidir que é isto e não é aquilo. E implica assumir um plano de salvaguarda para o cante.

Começam a surgir críticas. E é bom que surjam. Mas que estas tenham substância. Que entendam a matéria de que aqui se trata.

A primeira tem a ver com o objecto a candidatar: o que estamos a candidatar? Depois, os parâmetros que se têm que seguir com a construção desta mesma candidatura. E, por último, como construir uma estratégia de salvaguarda. Importa não confundir esta palavra com preservação. Falamos de pessoas, não de antiguidades. A prática é imaterial, tem detentores e não proprietários, modifica-se cada vez que se usa.

Podemos não concordar com o recorte do que estamos a candidatar. Ir mais além, colocar outras práticas musicais... Talvez que tenham razão.

Mas importa, antes de mais, e antes de criticar, saber o que é património imaterial, o que implica esta candidatura, a sua aceitação, e consequente integração na lista da Unesco. As responsabilidades que nos cabem.

E basta dizer que até hoje ninguém tratou da inscrição do cante alentejano no Inventário Nacional do Património Imaterial.

Primeiro passo que há muito devia estar feito e concluído.

Leio que muitos críticos evocam a candidatura do fado. Bom... importa conhecer esse processo para o comparar.

Não é possivelmente uma candidatura perfeita, até é curto o tempo para a apresentar. São discutíveis as fronteiras do património que ora se candidata. Mas, diga-se, com franqueza, que uma alternativa interessante ainda não li. O que vou lendo é de um profundo desconhecimento das matérias que esta candidatura tem que tratar. Tem aspectos que pessoalmente não concordo. Mas está no terreno. Há que procurar conhecer para a discutir. Houve já um encontro na Casa do Alentejo. Com espaço para discussão. Importava que esta se iniciasse aí. Não aconteceu, infelizmente.

Gostaria apenas de deixar uma questão, uma cínica questão, e a única que interessa: quem se habilita a construir um plano de salvaguarda para o cante alentejano, pragmático, implementá-lo e daqui a sete anos defende-lo perante a Unesco? Repito pragmático. Ou seja, exequível, conhecendo perfeitamente as forças e as tensões que a região apresenta?

Esta é a pergunta nuclear que agora, ou quando se entregar a candidatura, tem que se estar habilitado a responder. Tudo o resto é conversa. Legítima, mas é conversa.

Ou, de forma mais simples, e usando palavras de outros, todas as palavras que deveriam salvar o cante já foram ditas, só falta agora salvar o cante.

Há grupos económicos em Portugal que mantêm intatos os seus privilégios desde os tempos da monarquia. (…) Sabem que mais importante do que ter o poder na mão é ter a mão no poder. Paulo Morais, “Correio da Manhã”, 31 de janeiro de 2011

O Governo se quer evitar o colapso de muitos municípios terá que abrir créditos a longo prazo com juros a taxas muito reduzidas. E, além disso, terá que rever pela positiva o apoio financeiro às autarquias. Madeira Piçarra, “Diário do Sul”, 31 de janeiro de 2011

Obituário “Do Contra” António Tavares d’Almeida Serpa

Esta é (será?) a derradeira crónica que António Tavares de Almeida fará chegar ao “Diário do Alentejo”. O fundador do Museu do Relógio, em Serpa, faleceu no passado dia 24 de janeiro.

Nosso colaborador regular, Tavares de Almeida é uma figura incontornável da cultura alentejana e nacional, colecionista meticuloso, juntou na cidade de Serpa um dos mais importantes conjuntos relojoeiros de que há memória em Portugal, fruto da sua abnegada dedicação nas últimas quatro décadas. Tavares de Almeida foi a cremar, em Elvas, na quinta-feira da semana passada. E aqui a sua última crónica, a sua crítica, o seu gosto pelas viagens e pela aventura, o seu humor mordaz e tantas vezes incompreendido. O “Diário do Alentejo” dirige à família enlutada o seu mais sentido pesar. PB

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urante 10 anos juntei dinheiro para ir visitar os três impérios contemporâneos: Estados Unidos da América, China e Rússia. O que vi nestes três grandes países deixou-me muito desgostoso com a época que estamos a viver. Nos três impérios existem milhões de alcoólicos, drogados, prostitutas, ladrões e marginais que nunca estudaram, porque não quiseram, também nunca trabalharam, porque dizem que são “do contra”! Esta gente vive em guetos que por vezes nem a polícia tem lá entrada.

Há dois anos fui visitar de novo Moscovo (Rússia) e Helsínquia (Finlândia). Fiquei horror i z ado c om o que vi nestas cidades: são milhares de jovens entre os 15 e 30 anos que, por sua iniciativa, saíram de casa dos pais, não querem estudar, nem trabalhar. Vivem de roubar, do álcool, de droga, da prostituição e da marginalidade. Também se consideram “do contra” e quase sempre a favor de um sistema ou regime de anarquia. Em Helsínquia fui com uma guia dar uma volta à cidade e perguntei se esta gente se dedicava a fazer artesanato, ao qual a guia respondeu-me que não. São “profissionais de distúrbios”, que são contratados em toda a Europa para irem puxar fogo a cidades como Paris, Madrid, Lisboa e muitas outras.

Têm contactos em todo o mundo e são todos de extrema-esquerda, nunca tendo trabalhado nem estudado. Ironicamente muitas vezes são filhos de gente abastada e com formação superior. Também na capital finlandesa – cidade extraordinariamente rica – há muita falta mão de obra em inúmeros trabalhos operários, mas, no entanto, esta

juventude opta pelo ócio e as suas famílias mensalmente cedem-lhes dinheiro (aproximadamente 500 euros/mês) para que estes jovens não morram à fome por sua própria culpa e falta de iniciativa laboral.

Já em Moscovo a situação é diferente: continua a ver-se milhares de jovens com os mesmos vícios dos seus vizinhos finlandeses, só que na Rússia o ordenado médio é cerca de 100 euros/mês – na nossa moeda. Ora, por conseguinte, os seus pais/familiares não os podem ajudar em nada. Infelizmente no nosso pequeno país também existem guetos idênticos com problemas e vícios semelhantes… e também a nossa polícia não tem lá entrada.

Pelos meus cálculos, na grande Lisboa, Porto, Setúbal e Algarve deverão existir cerca de 350 000 indivíduos “do contra”, que optam por viver exclusivamente do subsídio de desemprego que o restante povo paga em impostos. Será justo ou será injusto? Cada um interprete como quiser!

De toda a desgraça que está difundir-se por todo o mundo (até já chegou a países como o Canadá e Austrália – países que não conheço), questiono-me quase que diariamente como é que a sociedade civil e política vai resolver este gravíssimo problema social? A boa notícia desta opinião é que em vez de termos 700 000 desempregados temos 350 000 que verdadeiramente andam em procura ativa de trabalho. Quanto aos outros 350 000 gostava que houvesse uma solução. Eu, pessoalmente, vejo o caso de difícil resolução.

Professora Suzete

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rofessora Suzete Foi assim que sempre a conhecemos. Era assim que sucessivas gerações de jovens aljustrelenses a cumprimentavam nas ruas. Suzete da Conceição Páscoa faleceu na passada sexta-feira, vítima de doença prolongada, e o “Diário do Alentejo” presta-lha hoje, aqui, esta singela mas justa homenagem.

Suzete Páscoa nasceu a 12 de novembro de 1939 em Ferreira do Alentejo. Mas foi na vila de Aljustrel que exerceu a sua profissão e onde desempenhou diferentes cargos políticos. Foi presidente da Assembleia de Freguesia de Aljustrel entre 1982 e 1989, presidente da Junta de Freguesia de Aljustrel entre 1993 e 1997 e vereadora na Câmara de Aljustrel entre 1997 e 2001, onde se destacou pelo seu hu ma nismo, dedicação à causa pública e à sua cidadania.

Suzete da Conceição Páscoa era viúva de António Alexandre Raposo, antigo diretor do “Diário do Alentejo”.

A Câmara Municipal de Aljustrel, em sua memória, deliberou colocar a bandeira do município a meia haste no dia 27 de janeiro. O “DA” apresenta as suas mais sinceras e sentidas condolências à família enlutada. PB

Diário do Alentejo 3 fevereiro 2012

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Há 50 anos Câmara de Beja organiza emigração

Iconografia pacense

I

ntitulada “Sintoma grave”, rezava assim a “Nota do Dia” – que funcionava como editorial do vespertino bejense – da edição de 31 de janeiro de 1961 do “Diário do Alentejo”: “O sintoma é grave, na verdade, e não pode deixar de impressionar os dirigentes, que procuram debelar, pelos meios que têm ao seu alcance, a crise agrícola em que o País se debate e cujas consequências ninguém pode prever. Já não é apenas o trabalhador rural do Norte que emigra, criando sérias dificuldades ao lavrador, que se vê a braços com uma terrível escassez de mãode-obra na altura das fainas agrícolas.

Cabe agora a vez aos alentejanos, aos naturais de uma província onde o surto emigratório era menos acentuado, de procurar no estrangeiro os meios de subsistência que não podem angariar no seu próprio País. O êxodo oficializou-se, a ponto de a Câmara Municipal de Beja, uma das regiões mais afectadas pela crise rural, ter aberto uma inscrição para agricultores que queiram exercer a sua actividade em França, um país que, a despeito das lutas políticas em que se vê envolvido, ainda proporciona trabalho remunerador não só aos seus filhos mas aos filhos de outros países onde reina a ordem e se aspira, permanentemente, a um nível de vida melhor. Isto quer simplesmente dizer que, por mais esforços que se tenham feito, e continuem a fazer-se, nesse sentido, ainda não foi possível criar entre nós as condições que hão-de permitir a solução dos problemas agrícolas, evitando as graves repercussões que estão a ter na vida das classes rurais, cujo poder de compra continua a ser diminuto. Na hora da integração económica europeia, que está em plena efectivação, os minutos contam cada vez mais e um atraso do relógio pode sernos fatal, quando tivermos de entrar em competição com outras economias mais progressivas e mais bem apetrechadas do que a nossa para a luta da concorrência”.

Com isto se comprova que o ministro Relvas e outros génios atualmente na governança do País tiveram precursores ao advogar, como solução para o empobrecimento galopante do País, que os portugueses devem sair da sua “zona de conforto” (o desemprego, os baixos salários, as reformas de miséria, os altos impostos, a brutal subida dos preços da saúde, da educação, dos transportes, da eletricidade, da habitação...) e emigrar. Pelos vistos, há meio século – quando o surto emigratório no Alentejo se intensificou – a Câmara Municipal de Beja já organizava a inscrição de agricultores que quisessem “exercer a sua actividade em França”, como forma de escapar aos crimes da ditadura fascista...

Carlos Lopes Pereira

O grande capitel adossado compósito/coríntio de Pax Ivlia e a sua contextualização arqueológica

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spécime único do espólio arqueológico do Museu Regional de Beja (MRB), o grande capitel adossado compósito/coríntio (designação nossa) d’“Os Infantes”, constituído por dois blocos marmóreos sobrepostos, com as dimensões máximas de um metro de altura, por 1,7 metros de largura e 1,6 metros de profundidade, é não só um dos maiores capitéis do Império Romano como associa, esculpidos no mesmo elemento arquitetónico, as ordens compósita e coríntia, particularidade que lhe confere maior raridade. Desde a sua descoberta fortuita, em 1982 – com artigo nosso publicado neste jornal, em 19831, levantamento desenhístico, fotográfico e acompanhamento permanente até à sua exposição pública nas arcadas exteriores do MRB – que dedicamos uma atenção especial não só ao seu contexto arqueológico como também a todos os achados que antes ou depois se realizaram nas proximidades.

Como veremos, as características dos diferentes achados, situados entre as ruas do Touro, dos Infantes, antiga da Torrinha e abside da igreja de São João Batista2, aliadas às referências setecentistas sobre a quantidade e qualidade dos materiais encontrados, permitem-nos avançar, seguramente, para algo de comum entre a maioria deles.

Os dados não mentem. Se na rua dos Infantes n.º 16, em 1982, além do supracitado capitel, se encontrou um outro, coríntio de folhas lisas, semelhante ao que, também fortuitamente, se descobriu, em agosto de 2005, na rua do Touro, logo seguido de uma espetacular cabeça de touro, semelhante às duas que se expõem no MRB, provenientes da abside de São João, à da torre sineira camarária e a uma outra mais mutilada embutida numa torre da muralha da rua capitão João Francisco de Sousa, na mesma freguesia, a somar ainda a um fragmento significativo de outra cabeça similar, oriunda do antigo Paço Episcopal, em maio de 1995, parece haver um fio condutor a ligar todos estes elementos provavelmente num programa construtivo. No local onde se descobriu o grande capitel adossado compósito/coríntio, lá ficaram in situ blocos aparelhados, justapostos, do que poderá ser parte do podium do edifício que o integrava, ao lado subsiste um grande fragmento de fuste liso com cerca de 85 a 90 centímetros de diâmetro (semelhante ao do MRB), cuja função seria a de suportar um capitel pleno, de coluna, portanto, talvez, um dos grandes capiteis compósitos como os dois encontrados na rua do Touro e nas Portas de Aljustrel (também expostos no museu). A somar a estes elementos arquitetónicos, conserva o MRB duas grandes cornijas encontradas na rua do Touro3, assim como restam ainda na praça de armas do castelo alguns troços de maior dimensão de um entablamento com trabalho de cinzel semelhante. Em suma, o edifício que integrasse o todo ou somente uma parte deste espólio deveria ser grandioso, significativo dada a grandeza dos elementos utilizados, provavelmente um Arco de Triunfo, cuja tentativa de reconstituição já ensaiámos, posicionado no extremo leste do fórum. Contudo, esse

ensaio integrou somente os capiteis compósitos, compósito/coríntio, as cabeças de touro como elementos de friso e as cornijas, além dos fustes e há outras possibilidades de “encaixe” destes elementos e dos capiteis coríntios de folhas lisas, se não num Arco de Triunfo, pelo menos num edifício ainda não identificado, a Cúria ou o Capitólio.

Do templo recentemente redescoberto – nas prospeções do fórum romano realizadas por Conceição Lopes, avaliado como um dos maiores da península hispânica, para grande satisfação dos bejenses e da importância histórica de Pax Julia – é que não devem ser os elementos que referimos, cujo contexto nos parece, até pelo seu estado de conservação, substancialmente diferente. Não é de estranhar a “limpeza” que durante centenas de anos tomou conta da pedreira em que os vindouros (nomeadamente desde a ocupação islâmica à presença cristã, de Leão e portuguesa) transformaram a envolvência do templo, pois muito deve ter sido o que se construiu e destruiu, desde a muralha aos edifícios religiosos e civis, num tempo em que a cidade mudava de mãos com frequência.

Regressando ao capitel compósito/coríntio, no propósito de mostrar ao leitor, não uma nova tentativa de reconstituição da sua funcionalidade, que ficará para a próxima semana, mas um edifício real onde um capitel totalmente compósito, com características algo semelhantes, assenta sobre pilares e colunas, integrando a Porta de Adriano em Éfeso, na Turquia. A partir daqui podemos imaginar melhor a monumentalidade do edifício romano de Beja então existente entre as ruas do Touro e dos Infantes.

Para finalizar, o grande capitel bejense apresenta pormenores notáveis na sua conceção, além de juntar dois estilos distintos, o compósito e o coríntio, distintos até na proporção adequada a cada uma das ordens arquitetónicas. A compósita é a de maior notoriedade, numa espécie de barroco romano, maior volumetria e expressão plástica, tudo é grandioso, para se ver de longe, frontalmente, na parte da pilastra adossada, enquanto o meio capitel, à esquerda, expande e horizontaliza os óvulos do equino para que se possam observar de um ângulo inferior, mais próximo (detalhe que nos ajuda a perceber melhor a sua posição quase exata no edifício); por outro lado, a economia de meios, própria da praxis romana, permite que se ganhe tempo e dinheiro, deixando somente esboçados, por vezes lisos, os pormenores que não se distinguem do solo. Do lado coríntio, o capitel de pilastra adossado tem menor altura, correspondendo a uma área de proporção diferente, como dissemos, no mesmo edifício, apresentando também, próximo da junção com os blocos de encaixe na parede, elementos decorativos, folhas, caules, hélices, rosetas, por concluir, dada a penumbra que no local de origem os envolvia. Esclarece-se também o leitor que este extraordinário capitel é datável do final século I d. C., da dinastia dos Flávios, conforme cronologia proposta por Antonieta Ribeiro4.

1 BORRELA, Leonel –“Os capitéis romanos da rua dos Infantes”. In “Diário do Alentejo” de 15 de janeiro de 1983; “Restos Monumentais de Pax Julia (IV), in “Diário do Alentejo” de 8 de maio de 1998; 2 BORRELA, Leonel – “Igreja de São João Batista I, II e III”, in “Diário do Alentejo” de 22 e 29 de setembro e 13 de outubro de 1995; “Iconografia Pacense” – Exposição Documental do autor realizada, no Museu Regional de Beja, entre dezembro de 1995 e janeiro de 1996.

Edição de pequeno folheto 3 VIANA, Abel – “Notas históricas, arqueológicas e etnográficas do Baixo-Alentejo”. In “Arquivo de Beja”. Beja: CMB, 1956. Vol. XIII, p.146-147.

4 RIBEIRO, Maria Antonieta Brandão S. – “Capitéis romanos de Beja”. Beja: CMB, 1999. pp.145-160

Leonel Borrela

Diário do Alentejo 3 fevereiro 2012

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❝ Reportagem

Foi-nos dito que no final do mês de janeiro seriam conhecidos os resultados das candidaturas e que só haveria disponibilidade financeira para aprovação de 60 por cento. O que dará, na prática, uma aprovação que ronda os 220, 240 CNO, num universo inicial, que era de 440, dos quais muitos já fecharam automaticamente no final do ano”.

Renata Veríssimo

CNO da Esdime dispensou equipa em novembro e mantém-se em “serviços mínimos”

Os centros Novas Oportunidades (CNO) da região que escaparam à vaga de encerramentos, pouco antes de terminar o ano, vivem dias de indefinição. Continuam à espera de uma resposta às candidaturas para financiamento até agosto próximo, altura em que a tutela pretende pôr no terreno uma reorganização da rede nacional no sentido de “atender prioritariamente ao ensino profissional”. Um programa de qualificação que, controvérsias à parte, tem permitido a velhos e a novos “despertar para a aprendizagem ao longo da vida”.

PAULO MONTEIRO

Centros Novas Oportunidades com futuro por definir

Texto Carla Ferreira Fotos José Ferrolho

D

epois de uma vida a transformar peças de tecido em fatos de homem, Vitalina de Almeida não esperava que o seu maior desafio ainda estivesse por chegar. Debruçada sobre o teclado, numa sala que divide com os colegas da Universidade Sénior de Grândola (USG), debate-se com a tarefa de copiar “O meu primeiro texto em word”. Saem-lhe minúsculas em vez de maiúsculas, há letras que ficam para trás, impacienta-se mas começa de novo, uma e outra vez, e assim aprende como se apagam os erros e em que tecla se fazem os espaços. É incansável e obstinada. Tanto que, aos 97 anos, está inscrita no Centro Novas Oportunidades local para concluir o 6.º ano de escolaridade, um desafio proposto pelos responsáveis da USG que aceitou sem muitas hesitações.

Nasceu em 1914, em Sines, filha de um operário corticeiro e de uma doméstica, e, já em Grândola, deixou a escola com a quarta classe feita para aprender o ofício de costureira, o “melhor” que se podia arranjar para

as “moças pobres nessa altura”. “Mas fui sempre uma pessoa que gostava de ter estudado porque gosto muito de ler”, confessa, elegendo obras como A Morgadinha dos Canaviais, de Júlio Dinis, ou “os livros de José Saramago”.

Viúva há 18 anos e sem filhos, Vitalina nunca se apegou ao sofá nem à televisão e muito menos às más-línguas. Há quem a censure pela inesgotável

sede de saber, mas ela responde-lhes com ironia: “Parece que não vale a pena ser velha e esperta, é melhor ser velha e parva”.

Nunca pensou voltar aos bancos de escola, até que uma amiga lhe sugeriu a universidade sénior e aí encontrou outra forma de ocupar o tempo e os pensamentos, que dedicava (e ainda dedica) à renda e aos trabalhos de costura.

“O que mais me tem dado gosto são os computadores, mas eu é que não vou lá”, confessa, modesta, ao lembrar o que já aprendeu em dois anos de universidade sénior, além de história e património, cultura geral, ginástica e dança. “Eu gosto sempre de aprender. Às vezes até me aborrece ser assim”, graceja, informando que já começaram as reuniões com os formadores, duas vezes por semana, ali mesmo, na USG, fruto de um protocolo entre ambas as entidades.

Uma história de vida e um conjunto de experiências para reconhecer, validar e certificar, passo a passo, com calma. “Dizem que é até maio. Se eu não morrer até lá…”, escarnece.

Vitalina de Almeida não personifica, de todo, o perfil do adulto que se dirige aos centros Novas Oportunidades. Mas talvez seja um bom exemplo do “despertar para a aprendizagem ao longo da vida”, aquele que parece ser um dos principais impactos desta iniciativa governamental que vive dias de indefinição, depois do anúncio de reorganização da rede nacional no sentido de “atender prioritariamente ao ensino profissional”. Em Ferreira do Alentejo, o Centro Novas Oportunidades (CNO) da Esdime – Agência para o Desenvolvimento no Alentejo Sudoeste encontra-se em “serviços mínimos”, depois de a equipa ter sido dispensada no final de novembro último, por falta de garantias de financiamento para o período entre janeiro e agosto de 2012. “No dia 30 de dezembro, a tutela fez chegar um email a todos os CNO a informar que poderíamos continuar em atividade durante o mês de janeiro e cabimentar essas despesas no excedente do ano 2011. Este email veio tarde e a más horas”, lembra Renata Veríssimo, coordenadora do

Diário do Alentejo 3 fevereiro 2012

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centro, informando que, de momento, apenas sabe o que lhe foi dito numa reunião que decorreu no último dia 11 de janeiro entre a tutela e outras duas associações de desenvolvimento local do Sul do País, a Rota do Guadiana, de Serpa, e a algarvia In Loco.

“Foi-nos dito que o mais tardar no final do mês de janeiro seriam conhecidos os resultados das candidaturas efetuadas e que só haveria disponibilidade financeira para aprovação de 60 por cento. O que dará, na prática, uma aprovação que ronda os 220, 240 CNO, num universo inicial, que era de 440, dos quais muitos já fecharam automaticamente no final do ano”.

Entretanto, mais de uma centena de adultos em processo de qualificação, a grande maioria do concelho de Ferreira do Alentejo, aguardam uma resposta do centro para definir se continuam por ali ou se terão que transferir os seus processos para outros centros que se mantenham, caso a candidatura do CNO da Esdime não venha a ser aprovada. Uma interrupção que pode deitar por terra toda a motivação e determinação conquistadas até então. É que, alerta Renata Veríssimo, “só por si, motivar adultos para processos de qualificação não é tarefa fácil.

Os adultos têm vidas complicadas, as profissões, os filhos e, muitas vezes, a qualificação é sempre o que fica em último lugar”.

Em Serpa, o CNO da associação Rota do Guadiana continua a funcionar com uma “equipa mínima” de nove elementos, aguardando uma decisão quanto à candidatura apresentada, a 12 de dezembro, para o que se considera ser um “período intercalar” de oito meses, entre janeiro e agosto, até que a tutela apresente uma alternativa. “O mês de janeiro está assegurado, eles já garantiram que asseguravam. O problema vai ser se por acaso o nosso centro não for contemplado.

Aí vamos ter que ver o que fazemos com o pessoal”, admite Filomena Machado, coordenadora do Centro @prender + de Serpa, que não quer acreditar que as associações de desenvolvimento local não estejam contempladas na rede que for definida depois de agosto. “Como é que no futuro estes serviços vão ser desenhados, não sabemos, mas não há dúvida de que fazem falta e que se se perderem é um retrocesso enorme, em termos de educação, que já se sabe que é o principal fator em termos de desenvolvimento humano”. Para já, com cerca de 450 processos de adultos em curso, o CNO de Serpa está a funcionar “praticamente em pleno”.

Ambas as estruturas fazem parte da rede de CNO do Baixo Alentejo, neste momento com uma dezena de centros ainda em atividade. E defendem a sua razão de existir, contra uma série de ideias feitas que se foram enraizando. “Nós não distribuímos certificados e diplomas. Os CNO são a porta de entrada para toda e qualquer oferta de qualificação, escolar e profissional. No nosso caso, só 40 por cento das pessoas que se inscrevem é que entram para processos de reconhecimento, validação e certificação de competências

Vitalina de Almeida, 97 anos Está inscrita no Centro Novas Oportunidades local para concluir o 6.º ano de escolaridade, um desafio proposto pelos responsáveis da Universidade Sénior de Grândola que aceitou sem muitas hesitações.

[RVCC]. São a ‘nata’. Os restantes são encaminhados para outro tipo de oferta, como os cursos de educação e formação de adultos e os cursos de dupla certificação, entre outros”, sustenta Renata Veríssimo.

Carlos Jordão, de 38 anos e atualmente responsável pela paginação das publicações municipais de Ferreira do Alentejo, é um caso emblemático desta ‘nata’. Tinha o 10.º ano completo e uma experiência de vida e profissional vasta, que lhe permitiu ver reconhecidas todas as competências que o referencial para o ensino secundário exige.

Estudante de Arte e Design no Liceu de Beja, saiu da escola para criar o seu próprio gabinete de desenho de construção civil, geriu a carpintaria do pai durante vários anos e tomou conta de uma loja de cozinhas, coordenando uma equipa de elementos de várias nacionalidades. Obteve o diploma do 12.º ano em setembro último, depois de um ano e meio de processo de RVCC, e hoje, além de auferir uma remuneração mais compatível com as suas habilitações, já coloca em cima da mesa a hipótese de prosseguir estudos superiores. “Sinto-me realizado pessoalmente e abri os meus horizontes. O ensino superior agora já é algo que me parece mais fácil, mais acessível, e dantes estava fora de questão”, conclui.

Carlos Jordão, 38 anos Viu reconhecidas no certificado do 12.º ano as competências que foi ganhando em várias vivências e actividades profissionais. Hoje já se atreve a pensar no ensino superior.

Diário do Alentejo 3 fevereiro 2012

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Guimarães cede Targino ao Vitória de Setúbal

Tiago Targino deixou Guimarães e vai jogar em Setúbal, por empréstimo, até ao final da época.

Targino iniciou-se no futebol no Desportivo de Beja, de onde saiu para a cidade berço com apenas 15 anos. No ano passado falou-se num possível interesse do Benfica no atleta alentejano, mas uma lesão deitou tudo a perder. Com esta cedência, é a terceira vez que Targino é emprestado, tendo alinhado entre 2007 e 2009 no Manisaspor, da Turquia, e no Randers, da Dinamarca.

Desporto

Moura carregado de esperança Texto Firmino Paixão

C

omeçou bem a era de Joaquim Mendes à frente do Moura. Uma vitória magra, com uma exibição não muito bem conseguida, mas assegurando os três pontos indispensáveis à recuperação na

tabela. Depois, os adversários daquela zona da classificação não pontuaram e a equipa saiu de novo da zona de despromoção.

O jogo do próximo domingo é de grande dificuldade, porque se disputa no terreno do terceiro classificado, que está a escassos três pontos do líder Torreense. Contudo, Joaquim Mendes é um técnico com carisma, tem todo o plantel disponível e recebeu o reforço Miguel Serôdio. A surpresa da jornada foi a derrota caseira do Vendas Novas perante o Mafra, o Juventude foi goleado em Sintra e o Reguengos perdeu pela margem mínima na Sertã.

Campeonato Distrital de Juniores (Jogo em atraso da 7.ª jornada): Piense-Vasco da Gama, 1-0. Líder: Moura, 22 pontos. Próxima jornada (4/2): Amarelejense-Aljustrelense; Odemirense-Vasco da Gama; A lmodôvar-São Domingos; Castrense-Desportivo de Beja; Moura-Piense.

Vive-se uma era de esperança em Moura e o executivo tudo tem feito para corresponder aos anseios dos sócios. Honra lhe seja feita, porque não tem regateado esforços para tentar segurar o clube na 2.ª Divisão Nacional.

Começaram a temporada com o técnico Fernando Piçarra, treinador que tinha trazido a equipa da 3.ª Divisão, a quem sucedeu Carlos Ventura, um dos quadros do clube, e, no domingo, estreou-se então Joaquim Mendes, um treinador que já subiu várias equipas algarvias a outras divisões e que ainda na época passada passou pelo Mineiro Aljustrelense.

Despertar voltou a pontuar

Não há duas sem três

E

se o Despertar pontuasse no domingo em Quarteira? E se o Aljustrelense trouxer pontos da sua deslocação a Montemor no próximo domingo? Tudo pode acontecer!

Mais dois jogos fora de casa para as equipas sul alentejanas. Quarteira é o próximo destino do Despertar, depois dos empates em Montemor e com os Pescadores, em casa, no domingo. A turma algarvia reparte o segundo lugar e vem de uma vitória em Lagos. Não vai ser adversário fácil, mas não há duas sem três.

A verdade é que nos últimos quatro jogos o Despertar empatou três, e dois deles em casa alheia.

O Aljustrelense tem tarefa mais simplificada. Visita o União de Montemor, um terreno difícil mas de onde os despertarianos trouxeram recentemente um ponto. Então e o Mineiro não será capaz de ali conseguir um brilharete?

O conjunto de Eduardo Rodrigues até tem mostrado vocação para pontuar fora de casa. No domingo empatou em casa com o líder, pior teria sido a derrota, mas tudo está em aberto, porque

a equipa está a menos dois pontos da primeira formação em lugar de manutenção automática.

E ainda faltam muitas jornadas para poder trepar mais alguns lugares.

O União de Montemor é a equipa alentejana melhor posicionada na série F, com o seu 5.º lugar, mas nota-se que está a alternar bons e maus resultados. O Mineiro é nono, com 20 pontos.

O Redondense está a cair, perdeu no domingo em casa e já é o penúltimo, com 13 pontos, mais nove do que o Despertar, que fecha a pauta e já vive sob o espectro da despromoção. FP

Nacional 2.ª Divisão 17.ª jornada

Nacional 3.ª Divisão 16.ª Jornada

Distrital 1.ª Divisão 16.ª jornada

Moura-Caldas ...................................................................... 1-0 E. Vendas Novas-Mafra ......................................................0-1 1.º Dezembro-Juventude Évora...................................... 3-0 Oriental-Pinhalnovense ....................................................2-1 Tourizense-Fátima ............................................................. 0-0 Torreense-Louletano ........................................................ 3-0 Sertanense-At. Reguengos ............................................. 1-0 Carregado-Monsanto ....................................................... 4-0

Redondense-Fabril .............................................................0-1 Esp.Lagos-Quarteirense ....................................................0-1 Aljustrelense-Farense ........................................................2-2 Lagoa-Messinense ..............................................................0-1 Despertar-Pescadores ...................................................... 0-0 Sesimbra-U.Montemor ......................................................2-2

S.Marcos-Desp.Beja ........................................................... 1-0 Guadiana-Panoias...............................................................0-1 FC Serpa-Ferreirense ..........................................................1-3 Aldenovense-Sp.Cuba ...................................................... 3-0 Vasco da Gama-Castrense ................................................1-3 Milfontes-Rosairense .........................................................2-1 Almodôvar-Odemirense .................................................. 0-0

Torreense Oriental Carregado Fátima Mafra E. V. Novas Pinhalnovense Louletano Sertanense 1.º Dezembro Moura Juventude Évora Monsanto Tourizense At. Reguengos Caldas

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17 17 17 17 17 17 17 17 17 17 17 17 17 17 17 17

10 10 9 8 7 8 9 7 7 6 5 5 3 3 3 2

5 3 5 5 7 4 1 5 3 4 3 2 7 6 5 3

2 4 3 4 3 5 7 5 7 7 9 10 7 8 9 12

30-12 33-12 33-20 23-17 17-9 26-16 26-22 17-17 22-21 15-13 16-34 17-27 14-24 14-25 15-28 8-29

35 33 32 29 28 28 28 26 24 22 18 17 16 15 14 9

Próxima jornada (5/2/2012): Mafra-Caldas, Juventude ÉvoraEstrela Vendas Novas, Pinhalnovense-1.º Dezembro, FátimaOriental, Louletano-Tourizense, At. Reguengos-Torreense, Monsanto-Sertanense, Carregado-Moura.

Farense Quarteirense Fabril Esp.Lagos U.Montemor Messinense Pescadores Aljustrelense Sesimbra Lagoa Redondense Despertar

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16 16 16 16 16 16 16 16 16 16 16 16

12 9 9 8 8 7 6 6 5 5 4 0

4 1 1 3 2 3 4 3 6 3 1 3

0 6 6 5 6 6 6 7 5 8 11 13

37-11 21-18 27-22 28-19 18-15 18-18 19-18 23-26 18-19 11-17 14-22 5-34

40 28 28 27 26 24 22 21 21 18 13 3

Próxima jornada (5/02/2012): Pescadores-Sesimbra, Quarteirense-Despertar, U.Montemor-Aljustrelense, Farense-Lagoa, Messinense-Redondense, Fabril-Esp.Lagos.

Castrense Milfontes Ferreirense FC Serpa Panoias Aldenovense Rosairense Vasco da Gama Odemirense Almodôvar S.Marcos Desp.Beja Guadiana Sp.Cuba

Campeonato Nacional de Juniores (21.ª jornada): Estoril-Desportivo Portugal, 2-1; Atlético-BM Almada, 2-2; U.Montemor-Olhanense, 1-3; Despertar-Oeiras, 0-1; Internacional-Imortal, 1-0; Farense -Lusitano, 5-2. Líder: Estoril, 48 pontos.

11.º Despertar, 14. Próxima jornada (4/2): BM Almada-Estoril; Olhanense-Atlético; Oeiras-U.Montemor; Imortal-Despertar; Lusitano-Internacional; Desportivo Portugal-Farense.

Campeonato Nacional de Iniciados (21.ª jornada): V.Setúbal-Lusitano VRSA; Barreirense-Imortal; Lagos-Juventude; Olhanense-Castrense; Despertar-Odeáxere; Lusitano-Louletano. Próxima jor nada (5/2): Imor ta l-V. Set úba l; Juventude-Barreirense; Castrense-Lagos, Odeáxere-Olhanense; Lusitano-Despertar; Lusitano VRSA-Louletano.

Uma nova era em terras de Salúquia

O novo ciclo do Moura Atlético Clube começou com o técnico Joaquim Mendes no banco e com um triunfo sobre o Caldas. No domingo vão jogar no Carregado.

Futebol juvenil

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16 16 16 16 16 16 16 16 16 16 16 16 16 16

13 12 9 8 8 8 7 7 6 5 4 4 3 2

3 1 3 4 3 0 3 1 2 4 3 3 1 1

0 3 4 4 5 8 6 8 8 7 9 9 12 13

39-6 34-14 30-22 23-16 20-21 22-17 21-22 34-23 20-23 26-27 16-38 18-23 17-45 15-38

42 37 30 28 27 24 24 22 20 19 15 15 10 7

Próxima jornada (12/02/2012): Desp.Beja-Aldenovense, Ferreirense-S.Marcos, Odemirense-FC Serpa, Panoias-Vasco da Gama, Castrense-Milfontes, Rosairense-Almodôvar, Sp.CubaGuadiana.

Campeonato Distrital de Juvenis (4.ª jornada): Desportivo de Beja-Moura; Aljustrelense-Despertar; Aldenovense -Boavista; Castrense-Sporting de Cuba.

Próxima jornada (5/2): Sporting de CubaDesportivo de Beja; Moura-Aljustrelense; Despertar-Aldenovense; Boavista-Castrense.

Campeonato Distrital de Infantis Série A (17.ª jornada): Operário-Sporting de Cuba, 1-13; Bairro da Conceição -Beringelense, 5-4; Alvito-Sporting Beja, 2-6; Ferreirense-Despertar A, 1-18. Líder: Despertar A, 36 pontos. Próxima jornada (4/2): Beringelense-Operário; Sporting Beja-Bairro da Conceição; Despertar A-Alvito; Vasco da Gama-Ferreirense.

Série B (13.ª jornada): Despertar B-São Domingos, 11-2; Aldenovense-Guadiana, 1-3; Barrancos-Moura, 1-6; Santo Aleixo-Piense, 8-0. Líder: Moura, 34 pontos.

Próxima jornada (4/2): São Domingos-Barrancos; Guadiana-Despertar; Serpa-Aldenovense; Moura-Santo Aleixo. Série C (13.ª jornada): Boavista-Almodôvar, 0-8; Operário-Aljustrelense, 13-0; Renascente-Ourique, 2-2; Castrense-Odemirense, 1-0. Líder: Operário Rio Moinhos, 33 pontos. Próxima jornada (4/2): Almodôvar-Renascente; Aljustrelense-Boavista; Milfontes-Operário; Ourique-Castrense.

Campeonato Distrital de Benjamins (13.ª jornada) Série A: Despertar A-Sporting de Cuba, 2-3; Sporting Beja-Vasco da Gama, 7-0; Alvito-Ferreirense, 0-16; Benfica Beja-Beringelense, 4-1. Líder: Ferreirense, 33 pontos. Próxima jornada (28/1): Despertar A-Sporting de Cuba; Sporting Beja-Vasco da Gama; Alvito -Ferreirense; Benfica Beja-Beringelense.

Série B: Guadiana-Bairro da Conceição, 1-5; Piense-Serpa, 1-2; Moura-Despertar B, 0-6; Amarelejense-Aldenovense, 3-4.

Líder: Despertar B, 36 pontos. Próxima jornada (4/2): Bairro da Conceição-Moura; Serpa-Guadiana; Desportivo de Beja -Piense; Despertar-Amarelejense. Série C: Ourique-Odemirense, 2-4; Rosairense-Almodôvar, 1-14; Aljustrelense-Milfontes, 5-2; Renascente-Panóias. 21-1. Líder: Renascente S.Teotónio, 31 pontos. Próxima jornada (4/2): Odemirense-Aljustrelense; Almodôvar-Ourique; Castrense-Rosairense; Milfontes-Renascente.

Campeonato Distrital de Futebol F eminino: (9 .ª jornada) : Serpa -Benfica Castro Verde, 2-1; Ourique -Benfica Almodôvar, 7-0; Odemirense -Aljustrelense, 2-3. Líder: Aljustrelense, 22 pontos. Próxima jornada (4/2): Benfica Castro Verde-Odemirense; Benf ica Almodôvar-Serpa; Aljustrelense-Ourique.

Taça Distrito de Beja em Futsal (5.ª jornada) Série A: IP Beja-Sporting Moura, 6-5; Alfundão-Alcoforado, 4-3. Líder: IP Beja, 10 pontos. Próxima jornada (24/2): Sporting Moura-Alcoforado; Alfundão-I.P.Beja. Série B: Almodovarense-VNS Bento, 6-10; Vila Ruiva-ASBeja, 14-1. Líder: VNS Bento, 15 pontos. Próxima jornada (24/2): VNSBento-ASBeja; Vila Ruiva-Almodovarense.

Agenda - 4 e 5/Fevº/12 – Série A (13.ª jornada): Soneguense-Malavado; Cavaleiro-Campo Redondo; Cercalense-Bemposta. Série B (12.ª jornada): Naveredondense-Amoreiras Gare; Colense-Garvão; Santaclarense-Luzianes; Relíquias-Pereirense. Série C (12.ª jornada): Figueirense-Mombeja; Jungeiros-São Matias; Santa Vitória-Beringelense; Faro do Alentejo-Penedo Gordo. Série D (12.ª jornada): Neves-Quintos; Salvadense-Brinches; Louredense-Serpense; Ficalho-Sobral d’Adiça. Série E (12.ª jornada): Santa Clara-a-Nova-Albernoense; Almodovarense-Sete; Sanjoanense-Aldeia de Fernandes; Alcariense-Trindade.

Junta de Grândola promove duas provas de atletismo A Junta de Freguesia de Grândola realiza na manhã de domingo, dia 5, pelas principais artérias da vila, o X Grande Prémio Junta de Freguesia de Grândola/Circuito José Afonso, em simultâneo com a VIII Corrida Miúdos e Graúdos, “continuando a apostar na promoção da prática desportiva apesar dos cortes orçamentais” a que foi sujeita. No X Grande Prémio/Circuito José Afonso são esperados, de acordo com a autarquia, cerca de 800 participantes, que irão percorrer 10 quilómetros. A prova

destina-se a atletas de ambos os sexos, divididos pelas categorias de seniores e veteranos, estando aberta a atletas federados, com partida marcada para as 10 e 30 horas, no Complexo Desportivo Municipal José Afonso. A Corrida Miúdos e Graúdos, uma prova aberta com uma extensão de 700 metros, tem partida e chegada também no complexo. A participação na prova é livre, sem escalões, com a única obrigatoriedade de presença conjunta de um adulto e uma criança que terá de se manter durante todas as fases da prova.

Castrense venceu em Vidigueira

Mais um passo rumo ao título O Castrense passou com distinção no teste de Vidigueira, onde o Vasco da Gama não foi feliz. O Milfontes ganhou ao Rosairense e não desarma na perseguição ao líder.

Texto e foto Firmino Paixão

O

jogo da jornada teve várias incidências, desde logo a que mais se lamenta, é a lesão de dois atletas do Vasco da Gama no lance entre ambos, azar que pode ter influenciado o desfecho final. Depois a primeira derrota de Fernando Piçarra enquanto treinador da equipa de Vidigueira, finalmente a denúncia do técnico do Castrense, Francisco Fernandes, de que os jogos de maior grau de exigência não estão a ser dirigidos pelos juízes mais qualificados. E pôs o dedo na ferida…

Em Milfontes a turma local ganhou e mantém a diferença de cinco pontos para o líder, pelo menos até à próxima ronda, em que ambos se encontrarão em Castro Verde.

Distrital da 1.ª Divisão José Feio marcou para o Vasco da Gama mas o Castrense voou mais alto

Surpreendente triunfo do Ferreirense em Serpa, conquistando o terceiro lugar; depois o jogo de São Marcos, onde o Desportivo perdeu e entrou no trio que fecha a tabela de pontos.

Mantém-se a irregularidade do Cuba, que perdeu, naturalmente, em Vila Nova de São Bento, a inconsistência do Guadiana, que voltou a perder em casa, enquanto o São Marcos

procura emergir. O Almodôvar e o Odemirense, que empataram entre si, posicionam-se na segunda metade da pauta, lugar nada condicente com o que deles se esperava.

Favoritos cumpriram objetivos

F

Ficou tudo como estava...

oi uma jornada sem grande impacto na classificação do campeonato, em que as equipas favoritas cumpriram os objetivos. Porém, destaca-se o triunfo do Ourique em Vale de Vargo e o empate do Bairro da Conceição em Messejana, que penaliza os bejenses com dois pon-

tos que seria de extrema importância conquistar. Mantém-se a indecisão em torno da liderança, pelo menos até à próxima jornada, altura em que os dois primeiros jogarão em Pias.

Resultados da 14.ª jornada: Alvorada-Amarelejense, 1-0; Messejanense-Bairro da Conceição, 1-1; Vale

de Vargo-Ourique, 1-2; Sanluizense–Renascente, 2-4; Barrancos-Piense, 2-4; Cabeça Gorda-Negrilhos, 4-1.

Folgou o Saboia. Classificação: 1.º Cabeça Gorda, 30 pontos. 2.º Piense, 28. 3.º Amarelejense, 24. 4.º Bairro da Conceição, 24. 5.º Renascente, 23. 6.º Saboia, 22. 7.º Ourique, 18.

8.º Messejanense, 17. 9.º Alvorada,

14. 10.º Vale de Vargo, 14. 11.º Sanluizense, 13. 12.º Barrancos, 6.

13.º Negrilhos, 4.

Próxima jornada (11/2): Amarelejense-Messejanense; Bairro da Conceição-Vale de Vargo; Ourique-Sanluizense; Renascente-Barrancos; Piense-Cabeça Gorda; Negrilhos-Saboia. Folga o Alvorada.

Taça Distrito de Beja

Festa da Taça em Cabeça Gorda

J

oga-se no domingo a 2.ª eliminatória da Taça Distrito de Beja, motivo pelo qual se interrompem os dois campeonatos regionais. Estão em prova 16 equipas, numa época em que nem todos os clubes se inscreveram na prova, pelo que teremos oito jogos para todos os gostos e em várias latitudes do distrito. Apenas

em três das partidas se encontram equipas do primeiro escalão: em Panoias, com a visita do Milfontes, em Odemirense, para onde descerá o Sporting de Cuba, e em Vidigueira, com uma grande partida com a visita do Sporting Ferreirense. Depois temos o Castrense de visita a Cabeça Gorda, um jogo rodeado de alguns

motivos de interesse, entre eles, o regresso de Francisco Fernandes à sua terra natal para defrontar um clube que, por certo, lhe dirá muito.

Nas restantes partidas intervêm equipas das duas divisões, sendo que teremos o Almodôvar a jogar no Bairro da Conceição, o Aldenovense recebe o Saboia, o Serpa joga em casa com o Messejanense e o Rosairense

recebe o Amarelejense. Ou seja, em nenhum dos jogos estarão apenas equipas da segunda divisão.

Jogos da 2.ª eliminatória: SerpaMessejanense; Panoias-Milfontes; Rosairense-Amarelejense; Odemirense-Sporting de Cuba; AldenovenseSaboia; Cabeça Gorda-Castrense; Vasco da Gama-Ferreirense e Bairro da Conceição-Almodôvar.

19 Diário do Alentejo 3 fevereiro 2012

Taça Fundação Inatel: agenda

Afinal o Despertar procura reforços Este “cromo” era jornalista…

Firmino Paixão

A edição da revista “Sábado” de 26 de janeiro relata uma divertida reportagem de um candidato a futebolista que, em dezembro passado, assim que abriu o mercado de transferências, tentou ser contratado por um clube de futebol.

Tentou a sua sorte em clubes dos escalões distritais e nacionais, que tinham em comum a particularidade de ocupar o último lugar das respetivas provas, logo, evidente necessidade de reforços. Um desses clubes foi o Despertar Sporting Clube, de Beja, e o candidato a jogador era Tiago Carrasco, jornalista da revista semanal da Cofina.

O potencial reforço dos bejenses refere ter telefonado ao presidente do clube, Mariano Baião, aludindo ter jogado em Malveira da Serra e no Bobadelense. Face a estas credenciais, Baião foi perentório: “Venha já hoje e, se mostrar valor, podemos inscrevê-lo até ao fim de dezembro”, lê-se na reportagem. À chegada a Beja era esperado pelo presidente e pelo treinador Filipe Felizardo a quem fora prometido um potencial craque vindo de Lisboa.

Jogava a “trinco”, disse o jogador, ou, melhor, o jornalista da “Sábado”, que assistiu à palestra que antecedeu o treino e na qual o técnico até pôs o lugar à disposição, revela a peça jornalística, argumentando que “a despromoção já é certa, mas temos de continuar a lutar pela primeira vitória no campeonato”.

Durante o treino, Tiago Carrasco ainda teve um golo nos pés, mas o remate saiu tão frouxo que ouviu logo um piropo de um potencial colega de equipa: “Mister, troque de bola que esta está vazia”. E aqui morreram as esperanças de Tiago Carrasco assinar pelo Despertar e assegurar os 150 euros mensais que (ficou a saber ordenado e tudo) o clube paga e Mariano Baião ficou sem um cromo para a sua caderneta.

Este era jornalista…

Raid BTT “Por terras de mato”

Diário do Alentejo 3 fevereiro 2012

20

O BTT Ferrobico, secção do Clube Desportivo e Recreativo de Cabeça Gorda, realizará no dia 27 de maio naquela freguesia o VIII Raid BTT Terras de Mato – Troféu João Bento.

O mestre Zé José Saúde

Prova de corta-mato em Beja Realiza-se amanhã, em Beja, o Campeonato Distrital de Corta Mato por Escalões, prova organizada pela Associação de Atletismo de Beja, que decorrerá nos terrenos anexos ao Complexo Desportivo Fernando Mamede e piscina coberta. As provas destinam-se a atletas federados, populares ou do desporto escolar, disputam-se nos escalões de benjamins a veteranos e terão início pelas 15 horas.

2.ª Gala dos campeões da Associação Regional do Baixo Alentejo

Pesca desportiva está a evoluir A Associação Regional do Baixo Alentejo de Pesca De spor tiva or ganizou a sua gala dos campeões da 2011/2012 no parque de feiras e exposições de Grândola.

Texto e foto Firmino Paixão

C

erca de uma centena de pescadores de competição que representam clubes filiados na Associação Regional do Baixo Alentejo de Pesca Desportiva (Arbapd) reuniram-se na Vila Morena com o objetivo de testemunhar a consagração dos melhores atletas da época desportiva 2011/2012, nas variantes de pesca desportiva de mar e de água doce. Um evento que marcou o encerramento oficial dessa temporada competitiva e que o presidente da Arbapd, Manuel Vicente Ranhola, qualificou com nota positiva: “A campanha foi ótima, já organizámos os campeonatos com 1.ª e 2.ª divisões, correu tudo de uma forma satisfatória, com muita participação, embora tenha que lamentar que alguns atletas começam os campeonatos e não os concluem, quando não obtêm as melhores classificações desinteressam-se e não chegam ao fim.

Mas realizámos todos os campeonatos que estavam planificados”.

A organização dos campeonatos nas suas duas variantes, e em vários concursos para cada uma delas, exige uma elevada logística e uma dinâmica que só uma estrutura forte leva a bom termo, concordou o dirigente, mas aqui surge o segundo lamento: “Efetivamente exige uma estrutura muito dinâmica e a associação debate-se com falta de colaboração da maior parte dos elementos que integram os seus corpos sociais e estamos a falar de cerca de 30 elementos.

Gostaria de ter mais gente a ajudar a fazer todas estas provas, é pena que as pessoas se alheiem da vida associativa porque assim são sempre os mesmos a executar as tarefas. Nas próximas eleições terei que alertar possíveis listas candidatas para que consigam maior

Pesca desportiva O campeão de clubes em pesca de mar foi a Juventude Melidense

dinâmica e um leque mais alargado de colaboradores para que se leve esta nau a bom porto”.

A realização da gala dos campeões em Grândola, um concelho que está de frente para o mar e de costas para os planos de água doce, terá, por certo, um significado especial. Manuel Ranhola explicou que “Grândola é uma terra que tem um impacto determinante na vida da associação”. E adiantou: “É aqui nesta costa maravilhosa que temos o setor mais pujante da associação que é a pesca CAMPEÕES Pesca de mar – 1.ª Divisão Seniores: Anastácio Costa (Os Vilas/Santo André). 1.ª Divisão Veteranos: Evaristo Mendes (APD/ /Grândola). 2.ª Divisão Seniores: Luís Anastácio (Barbatana/ /Grândola). 1.ª Divisão Juvenis: André Marques (APD/Grândola).

Pesca à boia – Seniores 1.ª Divisão: Sérgio Guerreiro (Os Vilas/ /Santo André). 1.ª Divisão Clubes: Juventude Melidense. Pesca água doce – 1.ª Divisão Seniores: António Nunes (Capba/ /Alvito). 2.ª Divisão Seniores: Pedro Lopes (Capba/Alvito). Esperanças: David Prata (Cmapcd/ /Moura). Juniores: Luís Fernandes (Capba/Alvito). Juvenis: José Silva (Cmapcd/Moura). Clubes: Casa do Benfica de Beja.

de mar. Por estranho que pareça, sendo nós uma associação do interior, neste momento temos mais dinâmica e mais concorrentes na pesca de mar do que ao nível da água doce. Isto é significativo, por isso premiámos Grândola com esta gala devido ao aumento significativo de pescadores que temos nesta faixa litoral, mas também é verdade que variamos anualmente o local do evento”. E lembrou ainda: “Na época passada estivemos em Alvito, num clube de pesca de rio, este ano viemos para o mar. No próximo ano estaremos em Serpa, mantendo esta tradição de alternância”.

Sobre a presença de altos dirigentes federativos, Ranhola confessou: “Registo com muito agrado as presenças de Carlos Batista, que preside à área de mar, e de Vítor Marques, que preside ao setor de água doce. O presidente da Federação lamentou não poder estar aqui presente porque está numa outra ação que tem a ver com a implementação de cursos de formação sob a jurisdição da federação, mas fomos premiados com a companhia de outros altos dirigentes que sempre nos acompanharam e nunca deixaram de incentivar esta associação a trabalhar cada vez com maior

dinâmica, porque nós temos crescido todos os anos, ao contrário das outras associações do País”.

E, justificando essa afirmação, revelou: “No mar temos mais pescadores, em água doce temos uma ligeira quebra nos campeonatos de ciprinídeos, nomeadamente à carpa e ao barbo, estamos a subir nos campeonatos de achigãs, mas temos que admitir que não crescemos mais devido às grandes dificuldades financeiras que todos atravessamos e que se refletem na pesca desportiva, como não podia deixar de ser”.

Manuel Ranhola considera que o pescador desportivo é cada vez mais um elemento preservador das espécies, explicando: “Cada vez há mais pescadores a fazer o catch and release (pegar ou largar), ou seja, a captura das espécies e a sua devolução ao meio ambiente, como se verifica muito na pesca ao achigã embarcada ou de margem, onde existe uma grande preocupação em preservar as espécies e devolve-las à água após a pesagem. Na outra pesca, também estamos bem, porque usamos mangas com três metros de comprimento para dentro de água, que mantêm o peixe vivo.

Mas a solidariedade dos pescadores para com o meio ambiente é cada vez maior”, conclui.

Curvo-me, humildemente, ante os saberes ancestrais dos mais velhos. A história, na sua génese, é constituída por feitos que sempre marcaram gerações transversais de uma humanidade que paulatinamente evoluiu no tempo e no espaço. O desporto assenta, exemplarmente, em ávidas razões que preenchem as nossas almas. Recentemente tive o privilégio em travar uma cordial conversa com o mestre Zé. Mas quem é, afinal, o mestre Zé? Questionar-se-á o leitor. Eu digo: trata-se de um cidadão português, alentejano de gema, natural de Trindade, com 86 anos e cujo registo de nascimento diz-nos que se trata de José Romão Simão. Facilitemos a tarefa e sejamos incisivos, sublinhando que o mestre Zé é o pai de José Romão, antigo jogador de futebol do Despertar, Desportivo de Beja, Vitória de Guimarães, entre outros emblemas, sendo que como treinador o seu curriculum é merecedor de louváveis admirações; do Carlos Simão, antigo jogador de futebol e também treinador, e de António Simão, um conceituado columbófilo bejense. O mestre Zé foi antigamente jogador de futebol. Jogou no Trindade e conta histórias inolvidáveis, na primeira pessoa, que levam mais de 65 anos. Bebi narrações que muito me extasiaram.

Falou-me dos velhos derbys com as equipas de Albernoa, do Boavista (Santa Clara do Louredo), do Penedo Gordo, da Cabeça Gorda e outras. Das malandrices protagonizadas entre jogadores no interior das quatro linhas; do tempo em que as balizas eram demarcadas por dois paus (postes) e o travessão (barra) por um fio de cordel que originava um balançar constante levado a efeito por mãos alheias e suscetível a alteração de resultados; as viagens feitas em carros puxados por parelhas de mulas; a ida às tabernas para o desejado petisco em finais dos jogos, enfim, um rol de circunstâncias diametralmente opostas às por ora constatadas, acentua, e com razão, o mestre Zé.

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A Federação Português de Patinagem decidiu que os campeonatos nacionais de patinagem artística nas categorias de infantis, cadetes e juvenis terão lugar no Pavilhão Municipal de Castro Verde, nos dias 19 e 20 de maio. A decisão surgiu na sequência de uma candidatura apresentada pela secção de patinagem do Futebol Clube Castrense.

BTT Maratona BTT em Grândola A Maratona de BTT Grândola 100 (G100), uma das provas mais participadas e competitivas que se realizam no Sul do País, já está marcada para o dia 1 de abril.

A competição será constituída por uma maratona de crosse country com cerca de 90 quilómetros e uma prova lúdica com cerca de 50, coincidindo também

Diário do Alentejo 3 fevereiro 2012

Patinagem artística em Castro Verde

com a realização do Campeonato Regional XCM da Associação de Ciclismo de Setúbal, sendo esta prova destinada a atletas federados nas categorias de elites, sub/23 e veteranos. As inscrições já estão abertas e decorrem até ao dia 18 de março. A organização pertence ao Rodas Clube de Grândola e terá o apoio das autarquias do concelho.

Atletismo do Bairro da Nossa Senhora da Conceição é bem sucedido

Uma aposta na oferta formativa Fundada há cerca de sete anos, a secção de atletismo do Centro de Cultura e Desporto do Bairro de Nossa Senhora da Conceição já forma campeões nacionais.

a formação connosco como infantil, passou por todos os outros escalões, é júnior e foi campeão nacional de provas combinadas na época passada e vice-campeão nacional dos 100 metros. O Filipe Silva começou há dois anos, é um infantil bastante promissor, que se tem destacado em todas as provas do ranking da categoria que lidera, mas o importante é que se afirme no processo formativo e técnico em termos de carreira e não com os resultados como o objetivo final.

Texto e foto Firmino Paixão

A

modalidade chegou ao Bairro de Nossa Senhora da Conceição pela mão de Hugo Sioga, após uma cisão na Zona Azul. Iniciaram a atividade na época desportiva 2005/006, com um reduzido número de atletas que acompanharam o técnico e, nas últimas temporadas, tem registado um crescimento notório e consolidado. Atualmente conta com cerca de 25 atletas federados, outros ainda em processo de filiação, e, neste momento, com um terço da época concluída, atravessam uma fase bastante ativa com presenças constantes em competições nacionais. Hugo Sioga partilha com o “Diário do Alentejo” as vivências de um projeto jovem, mas de suprema qualidade.

A evolução tem sido positiva?

Sim, principalmente na questão qualitativa. A nossa preocupação é consolidarmos o grupo que temos, muitos dos atletas iniciaram-se como infantis, o seu processo formativo veio desde essa altura e, neste momento, já são juniores e seniores e estão à vista os resultados que têm obtido. Apostamos na continuidade daquilo que tem sido a oferta formativa e em termos competitivos isso reflete-se favoravelmente na prestação de alguns dos atletas.

Preferem as disciplinas técnicas ao meio fundo e fundo?

Isso tem um pouco a ver com a

Numa escala virtual que lugar ocupa o BNSC no atletismo regional?

Bairro Nossa Senhora da Conceição Hugo Sioga lidera secção de atletismo

motivação dos atletas. Apercebemo-nos que as disciplinas técnicas oferecem uma mais-valia em termos de aprendizagem motora e a motivação deles vai um pouco para aí, saltar, lançar e correr é a essência do atletismo. A formação que os atletas fazem é multidisciplinar, e como temos vindo a crescer temos tido a preocupação de os formar em função daquilo que são as várias áreas da modalidade, não descurando a participação em provas de corta-mato e de estrada. Mas achamos que a aprendizagem deve assentar mais no modelo de disciplinas técnicas, porque são inerentes a gestos específicos da modalidade, que têm repercussão ao nível dos escalões.

Participam em muitas provas fora do distrito?

A oferta competitiva no distrito é muito reduzida e muitas vezes vamos a provas de outros distritos porque a oferta é muito superior e com uma modalidade individual sente-se necessidade de competir com

adversários da mesma valia técnica ou superior que nos permitam evoluir. Mas cumprimos também o calendário de provas da Associação de Beja e orientamos os nossos objetivos nesse sentido, exceto provas como o Campeonato Nacional de Clubes ou provas do calendário nacional que coincidam com provas regionais.

O investimento tem que ser mais significativo...

O apoio que temos são as pessoas do clube. A direção apoiou-nos sempre em tudo o que tem sido a nossa atividade, mas também as outras pessoas que fazem parte da família da secção, como os pais dos atletas. A atividade é suportada pelos subsídios institucionais e pelo contributo que os pais dos atletas dão. Não passamos ao lado das dificuldades que o País atravessa, mas toda a atividade da época está equacionada em termos orçamentais. É possível destacar alguns atletas com grande potencial?

O Henrique Água Doce, que iniciou

Sou um pouco suspeito para falar nisso, mas sempre direi que desde há dois ou três anos a esta parte temos conseguido os nossos objetivos de revalidar os títulos nos escalões de formação, temos tido alguma mais-valia com a presença em provas nacionais que nos permitem perceber em termos nacionais onde é que podemos estar, e sinónimo disso foi a nossa primeira participação, no último fim de semana, embora a título de experiência, no Campeonato Nacional de Clubes, onde estiveram cerca de 100 equipas.

Pedia-lhe que deitasse um olhar sobre o atletismo regional...

Qualitativamente ainda nos vamos batendo de igual para igual e com alguns níveis acima da média, comparando com as condições que temos.

Mas com as restrições que atualmente existem e os problemas associados ao investimento, não é fácil dizermos que o futuro será muito risonho nos próximos anos. Mas estou convicto de que quem trabalha no terreno tem vontade para desenvolver o trabalho. Pela nossa parte queremos fazê-lo e estamos cá com vontade para mais.

Atletismo

10.º Grande Prémio Dr. Carlos Gradiz

A

Câmara Municipal de Cuba, enquanto organizadora do evento, agendou para o dia 24 de março a realização do 10.º Grande Prémio de Atletismo Dr. Carlos Gradiz,

prova que homenageia a figura do antigo atleta de craveira nacional que, embora tenha nascido na República Democrática do Congo, passou grande parte da sua vida na vila de Cuba, tendo represen-

tado o clube local e formado muitos atletas que atingiram lugares de destaque no atletismo nacional com a camisola dos leões de Cuba.

Carlos Gradiz, psicólogo de profissão, hoje com 68 anos, ainda

acompanha de perto a modalidade, tendo por diversas ocasiões integrado os corpos sociais da Associação de Atletismo de Beja, órgão de qual foi um dos fundadores e o seu primeiro presidente.

Hóquei Um Hóquei de Grândola de luxo Joga-se amanhã, sábado, a 12.ª jornada do Nacional da 3.ª Divisão em Hóquei em Patins, uma ronda em que as duas equipas do distrito de Beja terão jogos fora de portas.

O Aljustrelense estará em Azeitão e o Castrense no recinto do Lisbonense. Quanto às restantes formações alentejanas, começando pelo líder categórico da prova, o Hóquei de Grândola jogará de novo em casa com o Salesiana e por certo para reforçar a liderança. O Hóquei de Santiago joga em casa com Os Lobinhos e o Estremoz vai folgar. Num olhar sobre a ronda do fim de semana fica o registo do magro triunfo do líder sobre o Estremoz (5/4), da derrota caseira sofrida pelo Santiago ante o Salesiana (5/9) e da goleada que o Castrense sofreu no pavilhão do seixal (6/1). O Aljustrelense folgou nesta jornada. Próxima jornada (4/2): Azeitonense-Aljustrelense; Seixal-Boliqueime; Lisbonense-Castrense; H.Santiago-Lobinhos; H.Grândola-Salesiana. Folga o Estremoz.

No Nacional da 2.ª Divisão, zona Sul, cumpriu-se a 13.ª jornada e o H.C.Vasco da Gama, de Sines, conseguiu um surpreendente empate no recinto da Académica de Coimbra (5/5). A equipa sineense volta amanhã ao seu pavilhão para jogar com o Nafarros.

Basquetebol BBC em Reguengos de Monsaraz O Beja Basquetebol Clube desloca-se amanhã a Reguengos de Monsaraz para disputar com o atlético local a partida referente à 10.ª Jornada do Nacional de Basquetebol da 2.ª Divisão. O jogo ganha particular interesse sobretudo depois do excelente triunfo que os bejenses conseguiram no recinto dos Salesianos, que projetou a equipa para os lugares cimeiros da tabela. O jogo realiza-se às 17 horas no Pavilhão de Reguengos. No fim de semana o BBC cumpriu jornada de descanso face à desistência do Barreirense, adversário que tinha agendado para essa ronda.

saúde

Sexta-feira, 3 FEVEREIRO 2012 Nº 1554 (II Série)

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Análises Clínicas

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Medicina dentária ▼ Dr.ª Heloisa Alves Proença Médica Dentista Directora Clínica da novaclinica

Laboratório de Análises Clínicas de Beja, Lda. Dr. Fernando H. Fernandes Dr. Armindo Miguel R. Gonçalves Horários das 8 às 18 horas; Acordo com beneficiários da Previdência/ARS; ADSE; SAMS; CGD; MIN. JUSTIÇA; GNR; ADM; PSP; Multicare; Advance Care; Médis FAZEM-SE DOMICÍLIOS Rua de Mértola, 86, 1º Rua Sousa Porto, 35-B Telefs. 284324157/ 284325175 Fax 284326470 7800 BEJA

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RUI MIGUEL CONDUTO Cardiologista - Assistente de Cardiologia do Hospital SAMS CONSULTAS 5ªs feiras CARDIOLUXOR Clínica Cardiológica Av. República, 101, 2ºA-C-D Edifício Luxor, 1050-190 Lisboa Tel. 217993338 www.cardioluxor.com Sábados R. Heróis de Dadrá, nº 5 Telef. 284/327175 – BEJA MARCAÇÕES das 17 às 19.30 horas pelo tel. 284322973 ou tm. 914874486

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Psicologia Clínica Psicoterapeuta e Terapeuta Familiar Membro Efectivo da Sociedade Portuguesa de Terapia Familiar e da Associação Portuguesa de Terapias Comportamental e Cognitiva – Lisboa Beja: CLINIPAX, Rua Zeca Afonso, nº 6 - 1º-B, 7800-522 Beja Tel./Fax 284322503 TM. 917716528 Albufeira: OFICINA DOS MIMOS – CENTRO DE DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA E DA FAMÍLIA DO SUL, Quinta da Correeira, Lote 49, 8200-112 Albufeira Tel. 289541802 Tm. 969420725

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JORGE ARAÚJO Assistente graduado de ginecologia e obstetrícia ULSB/Hospital José Joaquim Fernandes Consultas e ecografia 2ªs, 4ªs, 5ªs e 6ªs feiras, a partir das 14 e 30 horas Marcações pelo tel. 284311790 Rua do Canal, nº 4 - 1º trás 7800-483 BEJA

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DR. MAURO FREITAS VALE MÉDICO DENTISTA

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GASPAR CANO MÉDICO ESPECIALISTA EM CLÍNICA GERAL/ MEDICINA FAMILIAR Marcações a partir das 14 horas Tel. 284322503 Clinipax Rua Zeca Afonso, nº 6-1º B – BEJA

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Psicologia

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CÉLIA CAVACO Oftalmologista pelo Instituto Dr. Gama Pinto – Lisboa Assistente graduada do serviço de oftalmologia do Hospital José Joaquim Fernandes – Beja Marcações de consultas de 2ª a 6ª feira, entre as 15 e as 18 horas Rua Dr. Aresta Branco, nº 47 7800-310 BEJA Tel. 284326728 Tm. 969320100

Consultas a partir das 14 horas Praça Diogo Fernandes, 23 - 1º F (Jardim do Bacalhau) Telef. 284322527 BEJA

Hematologia

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UROLOGISTA

Hospital de Beja Doenças de Rins e Vias Urinárias Consultas às 6ªs feiras na Policlínica de S. Paulo Rua Cidade S. Paulo, 29 Marcações pelo telef. 284328023

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TERAPEUTA DA FALA

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saúde

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Diário do Alentejo 3 fevereiro 2012

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Clínica Médico-Dentária de S. FRANCISCO, LDA. Gerência de Fernanda Faustino Acordos: SAMS, ADMG, PSP, A.D.M.E., Portugal Telecom e Advancecare Rua General Morais Sarmento, nº 18, r/chão; TEL. 284327260 7800-064 BEJA

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CENTRO DE IMAGIOLOGIA DO BAIXO ALENTEJO ECOGRAFIA – Geral, Endocavitária, Osteoarticular, Ecodoppler TAC – Corpo, Neuroradiologia, Osteoarticular, Dentalscan Mamografia e Ecografia Mamária Ortopantomografia Electrocardiograma com relatório António Lopes – Aurora Alves – Helena Martelo – Montes Palma – Maria João Hrotko – Médicos Radiologistas –

Dr. Sidónio de Souza – Pneumologia/Alergologia/ Desabituação tabágica – H. Pulido Valente Dr. Fernando Pimentel – Reumatologia – Medicina Desportiva – Instituto Português de Reumatologia de Lisboa Dr.ª Verónica Túbal – Nutricionismo – H. de Beja Dr.ª Sandra Martins – Terapia da Fala – H. de Beja Dr. Francisco Barrocas – Psicologia Clínica/Terapia Familiar – Membro Efectivo da Soc. Port. Terapia Familiar e da Assoc. Port. Terapias Comportamental e Cognitiva (Lisboa) – Assistente Principal – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo.

Dr. Rogério Guerreiro – Medicina preventiva – Tratamento inovador para deixar de fumar Dr. Gaspar Cano – Clínica Geral/ Medicina Familiar Dr.ª Nídia Amorim – Psicomotricidade/Educação Especial e Reabilitação (dificuldades específicas de aprendizagem/ dislexias) Dr. Sérgio Barroso – Oncologia – H. de Beja Drª Margarida Loureiro – Endocrinologia/Diabetes/ Obesidade – Instituto Português de Oncologia de Lisboa Dr. Francisco Fino Correia – Urologia – Rins e Vias Urinárias – H. Beja Dr. Daniel Barrocas – Médico Interno de Psiquiatria – Hospital de Santa Maria Dr. Carlos Monteverde – Chefe de Serviço de Medicina Interna, doenças de estômago, fígado, rins, endoscopia digestiva.

Dr.ª Ana Cristina Duarte – Pneumologia/Alergologia Respiratória/Apneia do Sono – Assistente Hospitalar Graduada – Consultora de Pneumologia no Hospital de Beja Dr.ª Isabel Martins – Chefe de Serviço de Psiquiatria de Infância e Adolescência/Terapeuta familiar – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo Dr.ª Paula Rodrigues – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr.ª Luísa Guerreiro – Ginecologia/Obstetrícia Dr.ª Ana Montalvão – Hematologia Clínica /Doenças do Sangue – Assistente Hospitalar – Hospital de Beja Dr.ª Ana Cristina Charraz – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr. Diogo Matos – Dermatologia. Médico interno do Hospital Garcia da Orta.

Dr.ª Joana Freitas – Cavitação, Lipoaspiração não invasiva,indolor e não invasivo, acção imediata, redução do tecido adiposo e redução da celulite Dr.ª Ana Margarida Soares – Terapia da Fala - Habilitação/ Reabilitação da linguagem e fala. Perturbação da leitura e escrita específica e não específica. Voz/Fluência.

Dr.ª Maria João Dores – Técnica Superior de Educação Especial e Reabilitação/Psicomotricidade. Perturbações do Desenvolvimento; Educação Especial; Reabilitação; Gerontomotricidade.

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Horário: de 2ª a 6ª feira, das 8 às 19 horas e aos sábados, das 8 às 13 horas

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Diário do Alentejo 3 fevereiro 2012

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Diário do Alentejo nº 1554 de 03/02/2012 2.ª Publicação

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– Dou explicações de Espanhol – Faço traduções com o par Português/ Espanhol Contacto: 934047165 linguas.iberia@gmail.com

Processo: 211/10.0TBCUB Divisão de Coisa Comum Requerente: Maria Fátima Pavanito Lemos Campaniço Requerido: Deolinda Rosa Noronha Campaniço e outro(s)...

Correm éditos de 20 dias para citação dos credores desconhecidos que gozem de garantia real sobre os bens abaixo indicados, para reclamarem o pagamento dos respetivos créditos pelo produto de tais bens, no prazo de 15 dias, findo o dos éditos, que se começará a contar da data da segunda e última publicação do anúncio, em que são: Requerente: Maria Fátima Pavanito Lemos Campaniço, domicílio: Rua Ramiro Correia, N° 22-RIC, Vila de Frades, 7960-458 VILA DE FRADES. Requerido: Deolinda Rosa Noronha Campaniço, estado civil: Desconhecido, domicílio: Rua Prof. Cristo Fragoso, Lote 14, Vila de Frades, 7960-000 VILA DE FRADES Requerido: Joaquim José Vermelhudo, estado civil: Desconhecido, domicílio: Rua Prof. Cristo Fragoso, Lote 14, Vila de Frades, 7960-000 VILA DE FRADES Requerido: Paula Maria Noronha Campaniço, estado civil: Desconhecido, domicílio: Estada de Portel, 56, Vidigueira, 7960-214 VIDIGUEIRA Requerido: Joaquim António Carrujo Carapeto, estado civil: Desconhecido, domicílio: Estada de Portel, 56, Vidigueira, 7960-214 VIDIGUEIRA Bem: Um terreno situado a S. Brás, freguesia e concelho de Vidigueira, descrito na Conservatória do Registo Predial de Vidigueira sob o n° 8843, inscrito na matriz predial rústica sob o art° 437 da Secção D, com a área de 0, 1250 ha, confrontando a Norte e Sul com Manuel Joaquim Carapeto, a Nascente com Fernando António Covas e a Poente com José Domingos Pires.

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Diário do Alentejo 3 fevereiro 2012

MISSA DO 30º DIA

Beja

Serpa PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO

Funerais – Cremações – Trasladações - Exumações – Artigos Religiosos

MINA DA JULIANA / SANTA VITÓRIA

BEJA

TRIGACHES

Natália Augusta Teresa Madeira de Mira

†. Faleceu a Exma. Sra. D. FRANCISCA DEODATO FRANCO GUIOMAR, de 87 anos, natural de Salvador Beja, viúva. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 28 de Janeiro, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

†. Faleceu o Exmo. Sr. MANUEL JOSÉ LANÇA PEREIRA, de 85 anos, natural de Santa Vitória Beja, casado com a Exma.

Sra. D. Manuela da Costa Marcelino. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 29 de Janeiro, da Casa Mortuária de Mina da Juliana, para o cemitério de Santa Vitória.

†. Faleceu a Exma. Sra. D. CATARINA ZEFERINA FAIAS, de 93 anos, natural de Beringel - Beja, viúva. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 30 de Janeiro, da Casa Mortuária de Trigaches, para o cemitério local.

Vidigueira PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO

CABEÇA GORDA

BEJA

†. Faleceu a Exma. Sra. D. EUGÉNIA ROSA PINHEIRO PINTO DA SILVA, de 77 anos, natural de Vila Chão do Marão - Amarante, casada com o Exmo. Sr. Caetano da Silva Pires. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 30 de Janeiro, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

†. Faleceu a Exma. Sra. D. ILDA MARIA CANDEIAS MARUJO GRILO, de 56 anos, natural de São João dos Caldeireiros - Mértola, casada com o Exmo. Sr. José Marujo Grilo. O funeral a cargo desta Agência realizouse no passado dia 01 de Fevereiro, da Casa Mortuária de Cabeça Gorda, para o cemitério local.

Por lapso, foi publicado, na semana passada, que a hora da missa do 30.º dia, realizada ontem, dia 02/02/2012, era às 15 horas. No entanto, a cerimónia religiosa realizou-se pelas 18 e 30 horas. Pelos danos causados à família e amigos, pedimos as nossas mais sinceras desculpas.

Às famílias enlutadas apresentamos as nossas mais sinceras condolências.

Consulte esta secção em www.funerariapax-julia.pt

Vitorino José Marques Caeiro Faleceu em 06/02/2008 4º Ano de Eterna Saudade

Querido filho, já passaram 4 anos sem a tua presença física, amiga, mas a tua imagem e memória continua sempre bem viva e presente, no coração dos teus pais amigos que nunca te esquecem, as saudades e a dor, essa aumenta cada dia que passamos sem ti.

Teus Pais, António e Inácia.

Selmes PARTICIPAÇÃO

Maria José Carrujo Batuca

Inácio do Cabo

Faleceu em 26/01/2012

Seus filhos e restante família, cumprem o doloroso dever de participar o falecimento do seu ente querido ocorrido no dia 26/01/2012 e na impossibilidade de o fazer individualmente, vêm por este meio, agradecer a todas as pessoas que o acompanharam à sua última morada e a todos aqueles que de outra forma, lhes testemunharam o seu pesar.

Nasceu 04.01.1923 Faleceu 01.02.2012

Faleceu o Exmo. Sr. Inácio do Cabo, natural de Selmes, casado com a Exma. Sra. Maria Jacinta Ruas.

O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 2, da casa mortuária de Selmes para o cemitério local. À família enlutada apresentamos as nossas condolências AGÊNCIA FUNERÁRIA ESPÍRITO SANTO, LDA.

Rua Das Graciosas, 7 7960-444 Vila de Frades/Vidigueira Tm.963044570 – Tel. 284441108

António Carlos Cortez Tavares D’ Almeida Esposa, filhos e demais família, cumprem o doloroso dever de participar o falecimento do seu ente querido, António Carlos Cortez Tavares D’Almeida de 63 anos, no dia 24 de Janeiro de 2012.

A família agradece ás pessoas que o acompanharam ou que de qualquer forma manifestaram o seu pesar.

A família reconhecidamente, agradece ás enfermeiras e auxiliares do Hospital de Dia, assim como a todo o pessoal de enfermagem e auxiliares do 6º Piso do Hospital de Beja, pelo carinho demonstrado. Um agradecimento muito especial á Dr.ª Ana Cristina Duarte. Agradecemos também àqueles amigos que em todos os momentos possíveis fizeram aquilo que fazem os verdadeiros amigos.

Um bem-haja.

AGÊNCIA FUNERÁRIA SERPENSE, LDA Gerência: António Coelho Tm. 963 085 442 Tel. 284 549 315 | Rua das Cruzes, 14-A 7830-344 SERPA

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Faleceu em 07/02/2011 1º Ano de Eterna Saudade

Pe r to d e e s c o l a s,

Pais, avós, irmão, tios, primos e restante família, participam a todas as pessoas de suas relações e amizade que será celebrada missa pelo eterno descanso do seu ente querido, no dia 07/02/2012, às 18.30 horas, na Igreja da Sé em Beja, agradecendo desde já a todos os que nela participem.

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Diário do Alentejo 3 fevereiro 2012

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lapso a à beira do co Imprensa de Bej iro à diocese”. prejuízo fi nance se multiplicam traz “grande tesouraria que o social da Problemas de s de comunicaçã por todos os órgão

s fecho de algun à pode levar ao cidade. O que dimentos nos que resistirem títulos e a despe . pág. 6/7 e editorial seca publicitária

JOSÉ SERRANO

de foi o bispo a dar o mote 84.º aniversário O primeiro l semana do Beja. Que na Beja” revelou que o jorna de do “Notícias

Conceição e Alcarias: o futuro não mora aqui

caderneta Despertar tem bola” de “cromos da quan-

autocolantes. Tantos vas São 245 cromos respeti e elementos das tos os jogadores época, que, na presente de equipas técnicas tar Sporting Clube representam o Desper os aos mais graúdos.

Beja. Dos mais pequeneuros e a carteirinha 3,5 A caderneta custa os. Pág. 21 cêntim 50 de cromos

Alcarias. Duas Conceição e a freguesia. Oitent aldeias. Uma que resistem e seis habitantes autoestrada que à tentação da ali ao lado. Nesta passa mesmo nossas terras, nova viagem pelas da a” emátic levámos a “probl despovoada mais troika até à de Ourique. Que das freguesias ilhada entre afinal fica na encruz Verde. Lá, Aljustrel e Castro comanda o é que onde o silênci os dias.

Págs. 4/5

r CDU admite volta to men a chumbar orça

da clara para os eleitos A questão é muito Municipal de Beja: CDU na Assembleia s para as freguesias caso as verbas inscrita as às de 2011, o orça- o. não sejam idêntic a torna a levar chumbdo mento da Câmar também dos lados As críticas chegam da. pág. 7 Bloco de Esquer

e Concertação divid tejanos sindicalistas alen

pouco de Beja estão muito assiCGTP e UGT de fundamentos da acordo quanto aos a UGT tação Social. Para ente natura da Concer subscrição “claram se tratou-se de uma Já a CGTP diz que va”. defensi sem de ordem esso civilizacional” trata de um “retroc 8 precedentes. pág.

Onde estiver, quando quiseral

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Scriptorium móvel é uma oficina de criação de livros e está a cargo de João Lizardo. Tu estás convidado entre os dias 6 e 11 deste mês a criares o teu próprio livro. Mais informações em http://www.cm-santiagocacem.pt ou na Biblioteca Municipal de Santiago do Cacém.

Dica da semana A dica desta semana foi tirada de um blog espanhol que tem como principal objectivo o reciclar, claro, mas brincando.

Diverte-te a criar as tuas personagens e para isso só vais precisar de rolhas, balões e um marcador de acetato.

Podes encontrar mais dicas em http://reciclandoenlaescuela. blogspot.com/

Parece que o frio vai apertar e em força, por isso o mais natural é que não possas ir brincar para a rua.

Um corredor, fita adesiva e alguma habilidade e a diversão está garantida.

A páginas tantas ...

Crictor, de Tomi Ungerer, fala-nos de uma pequena cidade francesa onde vivia uma senhora já bastante velha de nome Louise Bodot.

Certo dia o carteiro trouxe-lhe uma encomenda um pouco estranha vinda de um filho que estava em África a estudar répteis.

Uma caixa em formato de O que continha uma enorme serpente. Com um grande sentido de humor, o autor transforma este bicho num fiel animal de estimação, resultando numa estranha combinação entre o exotismo africano e o requinte da antiquada sociedade francesa.

Assistimos assim a uma vida social intensa desta jiboia, que passa por ir à escola a tomar um refresco numa esplanada. No final, e num acto heroico, ela torna-se reconhecida por toda a cidade.

27 D Diário do Alentejo 3 fevereiro 2012

Cria o teu livro em Santiago do Cacém

28 Diário do Alentejo 3 Fevereiro 2012

A Ferreirinha é uma cadelinha adulta, mas com a força e a vontade de viver de uma jovem. Apesar de ter sido abandonada e deixada na rua num estado lastimável, recuperou e procura uma família definitiva. Esta menina de porte pequeno tem uma doença designada leishmaniose canina, que apanhou através de uma picada de mosquito, mas pode ter uma vida completamente normal

necessitando apenas de uma medicação diária (comprimido), cujos custos não são muito dispendiosos (menos de cinco euros mensais).Ela é dócil e muito simpática, está esterilizada e vacinada. Já conquistou todos os voluntários do canil mas falta-lhe o conforto de um verdadeiro lar. Venham conhecê-la ao Cantinho dos Animais de Beja.ontactos: 962432844; sofiagoncalves.769@hotmail.com

Boa vida Comer Vitela estufada com puré de batata e salada Ingredientes: 2 kg. de vitela para estufar; 3 cebolas grandes; 4 dentes de alho; 200 gr. de bacon cortado em cubos; 2 colheres de sopa com azeite; 50 gr. de banha; 3 colheres de sopa de vinagre de vinho; 2 cravos de cabecinha; 1 ramo de salsa; 6 dl. de vinho branco; q.b. de pimenta preta moída; q.b. de sal grosso; q.b. de água.

Confeção: Cortar em cubos e temperar a carne com sal e pimenta, envolvendo-a com o bacon.

Num tacho aquece-se a banha e o azeite. Aloura-se a carne juntamente com as cebolas às rodelas finas e os alhos picados. Junta-se o vinagre, os cravos de cabecinha, a salsa e o vinho.

Deixa-se cozinhar em lume brando e acrescenta-se água até cobrir a carne.

Quando a carne estiver estufada retire-a e passe o molho pela varinha mágica.

Retifique os temperos.

Coloque a carne numa travessa e o molho por cima e sirva acompanhado com puré de batata e salada a seu gosto. Polvilhe com salsa picada e bom apetite…

António Nobre Chefe executivo de cozinha – Hotéis M’AR De AR, Évora

Jazz André Carvalho “Hajime”

N

os anos mais recentes, também no contrabaixo o panorama jazzístico nacional tem frutificado. Músicos como Hugo Antunes, João Hasselberg, João Custódio ou Hugo Carvalhais, só para nomear alguns, têm injetado sangue novo ao nível do maior dos cordofones. A este rol veio juntar-se André Carvalho (Lisboa, 1981), músico que já tinha despertado a nossa atenção por via do seu trabalho na European Movement Jazz Orchestra (a não perder o disco deste coletivo multinacional, gravado na edição de 2010 dos Encontros Internacionais de Jazz de Coimbra e editado no ano passado pela Clean Feed). Licenciado em Informática, estava fadado para uma vida entre bites e bytes, mas alterou as configurações do destino e, por volta dos vinte e poucos anos, deu azo a outra das suas paixões: a música. Primeiro “Hajime” no baixo elétrico e mais Zé Maria (saxofones tarde no contrabaixo, ditenor e soprano), Bruno Santos (guitarra), vidindo a sua atividade Filipe Melo (piano), entre o jazz e a música André Carvalho clássica.

Se o soubermos (contrabaixo), um praticante de karaté, João Rijo (bateria) + deixamos de estranhar Mariana Norton (voz).

Editora: TOAP/OJM o título do disco que asAno: 2011 sinala a sua estreia como líder: “Hajime” é um vocábulo japonês que significa “começar” e que ritualmente marca o início de um combate. Formado em 2008, este quinteto completa-se com nomes que já inscreveram o seu nome no jazz nacional: o saxofonista Zé Maria (mais uma vez em ótima forma), o guitarrista Bruno Santos, o pianista Filipe Melo e o baterista João Rijo. Revelando-se um instrumentista valoroso, o que realmente avulta da audição de “Hajime” é a elegância das composições (assina a totalidade), sem agitações particulares e melodicamente apuradas (“Charlie 8”, “22 Margaridas”). Em “E Porque Não?” emprega o arco naquele que talvez seja o momento que exala uma mais declarada “portugalidade”. Introduzida por um belo solo de contrabaixo, “O Mágico e o Duque” parece assumir-se como pilar central de todo o disco. Também “À Margem dos Binómios”, de onde sobressaem o fender rhodes e a melódica de Melo e os eficazes uníssonos entre a guitarra e o saxofone soprano, está entre os melhores momentos. A cantora Mariana Norton junta o seu canto sem palavras a “Postkarte”, conferindo a esta peça um colorido muito especial. A estreia conseguida de um músico com grande potencial e de quem iremos continuar a seguir as pisadas.

António Branco

Sofia Marrecas Ferreira Porto Editora 184 págs.

PVP: 14,40 euros

Letras Às vezes o mar não chega

A

s mulheres de Sofia sabem os segredos do cante, das ervas que curam ou dão tempero mas, sobretudo, sabem do sofrimento. É uma cultura matriarcal a que este romance evoca numa trama que tem como cenário de fundo o Alentejo. Trata-se do Alentejo em que a paisagem estéril não é só fruto das lavras profundas e do arranque do montado para ceder terreno ao proclamado “Celeiro da Nação”, através das campanhas do trigo promovidas pelo Estado Novo. É o Alentejo tornado deserto pela circunstância e dor das mulheres dobradas pelos latifundiários e logo postas de parte, após o desejo satisfeito.

Vitória, Eugénia e Violante, irmãs, partilham um amor calado por Leonardo, latifundiário e atualização de marialva, que cuida da terra, é respeitado, não força mulheres mas vibra com a sedução delas – embora talvez menos do que vibra com a lide dos touros e o maneio das éguas. Ambrósia, uma cigana sem idade, conhece o segredo dessa obsessão familiar e prevê que tudo acabará com uma nuvem de fumo. Amália, uma menina que já nasceu adulta, confia à boneca Contratempo as tristezas de quem vê tudo mas tudo guarda, em solidão.

O registo fatalista de Sofia Marrecos Ferreira aproxima-se do realismo mágico – só não é mágico efetivamente porque todas as assombrações e acontecimentos que enuncia radicam efetivamente na natureza do Alentejo e das pessoas que lhe dão alma. É o conhecimento profundo da região que anima as páginas do livro, escrito com fluidez, resgatando-o dos excessos românticos. Um senão: a do sacrifício da densidade dos personagens masculinos, demasiado esquemáticos para contrapor a tanta paixão e desencanto feminino.

Maria do Carmo Piçarra

Filatelia Mostra filatélica homenageia mestre Manuel Cabanas

A

secção de colecionismo da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila Real de Santo António vai organizar, com a colaboração da Liga de Amigos de Manuel Cabanas, uma mostra filatélica, de 11 a 18 deste mês.

O certame decorrerá no Arquivo Histórico Municipal de Vila Real de Santo António, Torreão Sul, sito da avenida da República.

Esta é uma forma de homenagear o mestre Manuel Cabanas que, se ainda estivesse entre nós, festejaria no dia da inauguração o seu 110.º aniversário natalício.

Da sua multifacetada vida que abrangeu o sindicalismo e a política, destacamos uma outra faceta, a do artista. Foi um mestre em xilogravura, tendo-se realçado neste campo pela enorme quantidade de obras que executou para os mais ilustres vultos da cultura portugueses do seu tempo. Foi um verdadeiro autodidata na sua arte.

A sua intensa atividade artística no campo da gravura em madeira alterou por completo as técnicas até então utilizadas, tornando-o uma referência no meio artístico dos anos 30 do século passado.

Mesmo durante as suas passagens pela prisão, por motivos políticos, não deixou de produzir arte, satisfazendo assim os muitos pedidos que tinha em carteira.

Foi ferroviário, sindicalista, político, deputado, mas, sobretudo, foi humano. Faleceu em Faro a 25 de maio de 1995, tinha então 92 anos.

No catálogo do certame, Luís Romão, presidente da junta de freguesia da cidade, assina um artigo biográfico sobre o homenageado. Num outro, Matoso Galveias, presidente da secção colecionismo, fala-nos dos selos republicanos.

Ilustrações: selo e o carimbo emitidos para o acontecimento. A data do carimbo (dia 2) não está correta, será corrigida para dia 11.

Geada de Sousa

A Câmara Municipal de Ferreira do Alentejo está a limpar o lago do jardim municipal da vila para lhe dar “mais vida”, através da criação de um novo ecossistema, que será constituído por fauna e flora autóctone. A limpeza está a decorrer em colaboração com o Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos da Universidade

Beja recebe Seminário Nacional Eco-Escolas 2012 A edição deste ano do Seminário Nacional Eco-Escolas vai decorrer entre hoje, sexta-feira, e domingo, em Beja, para divulgar novos projetos e iniciativas e debater a metodologia e as estratégias do programa Eco-Escolas 2011/2012. O seminário, promovido pela Associação Bandeira Azul da Europa e dirigido a professores e profissionais ligados à

do Porto, no âmbito da campanha nacional “Charcos com Vida”. Além da limpeza, o projeto prevê a construção de abrigos subaquáticos e a criação de pequenas ilhas junto às margens e uma parceria com as escolas do concelho com vista à participação dos mais novos na manutenção do “novo” lago.

educação ambiental e ao desenvolvimento sustentável, vai decorrer no Pax Julia Teatro Municipal e contará com cerca de 400 participantes. O Eco-Escolas é um programa internacional vocacionado para a educação ambiental e a cidadania e visa “encorajar ações e reconhecer o trabalho desenvolvido pela escola em benefício do ambiente”, explica a Câmara Municipal de Beja.

Petiscos Moleja, a volúpia do sangue

O

que é que se sabe sobre a moleja? Não muito. Mas sabe-se que não tem origem nos usos muçulmanos, caso raro nas nossas tradições alentejanas. É feita de sangue e este era um alimento impuro, ainda por cima de porco, condição que provoca uma dupla rejeição. É no entanto uma receita antiga. Desde que há memória do abate doméstico do porco que se sabe que este prestativo animal é consumido por inteiro, nomeadamente o sangue. Aliás, nós somos fartos consumidores de sangue, do das galinhas, perus e mesmo gado ovino. E claro, da lampreia.

Do porco esventrado limpam-se as vísceras intestinais e sobram alguns ossos bem limpos, o resto é para comer. Também se sabe que existem vários nomes para este concerto gastronómico.

De facto, com pequenas variações na combinação dos seus ingredientes, pode-se chamar surraburra, tefina ou rexina. Em Beja e PUB

29 Diário do Alentejo 3 Fevereiro 2012

Ferreira dá “mais vida” ao lago do jardim municipal

nos seus termos, chamava-se, e chama-se, moleja.

O sangue recolhe-se ainda quente quando borbulha na garganta do animal, fremente na aflição da morte que avizinha, para dentro dum pequeno alguidar com vinagre e sal, agitando-se então vigorosamente com uma colher de pau.

Este prato faz-se para ser consumido no próprio dia da

matança, ao almoço. É para isso que se tiram da carcaça os pulmões – ditos bofes – o coração e o fígado, de que se vai utilizar uma parte, o resto vai para iscas. Recolhe-se o rissol na cavidade abdominal, uma banha sólida de cor branca. Aquece-se até se liquefazer. Cortam-se então as carnes e fritam-se nesta gordura, com alho e louro.

Depois de frita, retira-se a carne e põe-se água que se deixa ferver. A pouco e pouco vai-se deitando o sangue a que se junta cominhos, mais um pouco de vinagre e sal. O sangue não deve talhar, para tal mexe-se ininterruptamente sem deixar, agora, entrar em fervura.

Serve-se muito quente em cima de fatias de pão. Acompanha com as carnes e laranja cortada em rodelas finas. É prato com um gosto único, curiosamente, há quem tenha, desde sempre, tido oportunidade de o provar e não gosta, por outro lado já vi pessoas, sem qualquer experiência ou contacto anterior com a moleja, gostarem imediatamente.

Porém, ninguém gosta um bocadinho deste prato de sangue.

Ou se gosta muito ou se detesta.

Um dia destes será a sua vez de experimentar. Pode ser que tenha sorte, pode ser que goste.

António Almodôvar

Diário do Alentejo 3 fevereiro 2012

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Filipa Pais e João Paulo Esteves da Silva em Évora

A Fundação Eugénio de Almeida já arrancou com a temporada de música Melodea 2012, que tem como denominador comum o jazz nas suas mais variadas vertentes. Depois de Adriana, no início de janeiro, com “O que tinha que ser”, segue-se já amanhã, sábado, o “duo imprevisto” formado por Filipa Pais, uma das mais reconhecidas vozes femininas da música popular portuguesa, e João Paulo Esteves da Silva, compositor e pianista. Um “concerto único que confere um novo ritmo e ambiência à música tradicional portuguesa”, no palco do Fórum Eugénio de Almeida, em Évora, a partir das 21 e 30 horas de amanhã.

Fim de semana

Mário Elias inspira programação na Vila Museu

Os dias da arte em Mértola

A

té 12 de fevereiro, Mértola vai ser palco de um conjunto de atividades culturais tendo como denominador comum a vida e obra de Mário Elias, poeta e pintor da terra, recentemente falecido. A iniciativa municipal dá pelo nome de Arte Non Stop e pretende ser “um espaço privilegiado de acesso às várias artes”, contendo na sua programação várias oficinas de pintura, duas delas a decorrer ainda hoje, sexta-feira, pelas 10 e pelas 14 e 30 horas, na Casa das Artes Mário Elias. O fim de semana reserva ainda a visita guiada “Circuito da Arte”, agendada para as

10 horas de domingo, dia 5, um périplo que une vários pontos de interesse artístico da Vila Museu. A partida é feita na Casa das Artes Mário Elias, onde está patente uma exposição retrospetiva sobre o trabalho do artista mertolense, seguindo-se um percurso por conjuntos escultóricos da vila (tribunal, centro de saúde, rotunda, largos Vasco da Gama, da Alcachofra e Luís de Camões, e átrio da Câmara), pelo ateliê de joalharia de Nádia Torres e pelo Convento de São Francisco, espaço que acolhe em residência artistas de todo o mundo. Também no domingo, pelas 16 e 30 horas,

está prevista uma oficina de ballet, no Cineteatro Marques Duque.

Ao longo da semana, destacam-se ainda, para o dia 8, a tertúlia “Mário Elias. Vida e Obra”, promovida pelo grupo de teatro Wadi Actos (21 e 30 horas, Casa das Artes Mário Elias), o filme “Tráfico”, de João Botelho, na noite seguinte (21 horas, no Cineteatro), oficinas de cinema de animação, nos dias 11 e 12, e a exibição do filme “Contrato”, de Nicolau Breyner, agendada para o último dia. No sábado, 11, há concerto de jazz no cineteatro com o Fest Colours Quartet.

Sabores da Caça provam-se em Selmes Selmes inaugura hoje, sexta-feira, a partir das 18 e 30 horas, mais uma edição do Festival Gastronómico Sabores da Caça, três dias de exposições, comes e bebes nas tasquinhas, atividades em torno da caça e espetáculos. Para a noite de abertura está prevista a atuação dos Sonido Andaluz, que apresentam um espetáculo de fusão entre o fado e o flamenco com o nome sugestivo “Entre Alfama y Triana”.

Amanhã, sábado, atua no pavilhão de espetáculos o grupo Improvisos do Sul e, no domingo, os Sol do Guadiana.

“Zacarella” em exposição na Bedeteca de Beja

Miniaturas em cortiça no Museu da Ruralidade

Marco da BD em Portugal na década de 70, a revista “Zacarella” vai ser recordada em três exposições patentes a partir de amanhã, sábado, e até dia 29, na Bedeteca de Beja (Casa da Cultura), enquadrando-se na programação do “Mês do Terror”. “Zacarella – Uma revista que marcou uma época”, é uma mostra de BD com reproduções de pranchas realizadas por Al Williamson, Esteban Maroto e Frank Frazetta, entre outros, enquanto “O fantástico Carlos Alberto Santos” reúne várias capas da revista “Zacarella” e reproduções de algumas das ilustrações interiores assinadas pelo autor. A tríade é completada com a mostra coletiva de desenho “Zacarella vista por vários autores”.

Um moinho de velas esticadas, um homem charruando, a apanha da azeitona ou uma matança de porco. Eis alguns dos quadros do mundo rural que o moiral José António Silva Brito tem patentes no Museu da Ruralidade, em Entradas, até ao final do próximo mês de abril, na mostra “Quadros do Rural e do Real”. Um conjunto de miniaturas em cortiça que se completa entre aquilo que via “em moço” e o que hoje ainda se mantém a salvo do esquecimento, esculpidas nos dias em que está sozinho na malhada ou nas noites solitárias junto ao gado. Para visitar de terça (entre as 14 e as 18 horas) a domingo (das 10 às 12 e 30 horas; e das 14 às 18 horas).

O provável encerramento do Tribunal de Almodôvar, integrado na reforma do mapa judiciário, está a ser visto como uma oportunidade de negócio pelo franchising da justiça, em particular da empresa A Casa de Julgamentos Salomónicos. À distância de um click, os litigantes terão acesso a um serviço de justiça rápida com a garantia de qualidade do mítico rei Salomão. Entre os produtos disponíveis destacam-se: o divórcio instantâneo e solúvel, o processo por fraude eletrónica, digital e analógica e as defesas oficiosas ao domicílio.

31 Diário do Alentejo 3 fevereiro 2012

nal to do tribu encerramen ar visto de almodÔv unidade como oport ising pelo franch s julgamento d’ a casa de s salomÓnico

facebook.com/naoconfirmonemdesminto

FDO já não construirá shopping center: Pulido Valente culpa o executivo anterior, o aquecimento global e o comandante do Costa Concordia

Já se registaram os primeiros desacatos em Beja depois da decisão da FDO

Crise que afeta bombeiros pode levar a combate de incêndios com recurso a chichizinho Notícias recentes sobre as dificuldades financeiras dos Bombeiros de Alvito estão a levantar dúvidas sobre a capacidade dos soldados da paz em levar a cabo a sua missão. Falámos com um bombeiro, especialista em partos de ambulância e penta campeão da descida do varão, que nos explicou como é que se podem ultrapassar estas dificuldades: “Agora, no inverno, até não é grave, só temos de levar para o hospital as pessoas que comem, em média, três quilos de açúcar diários no Natal e rezar para que não neve, pois não temos limpa neves, só umas pás de plástico compradas na feira que os nossos filhos usam na praia. No verão é que vão ser elas.

Sem dinheiro para gasolina, não há modo de usar as viaturas... Depois, quando há dinheiro para gasolina, não há para mudar o óleo... A única hipótese é ir beber água ao quartel, depois ir a correr para os incêndios e fazer um chichizinho para o fogo. Ali o Alberto apagou sozinho um incêndio num prédio devoluto só com chichi – o magano tem a bexiga do tamanho de uma betoneira. Outra técnica já usada no passado é espremermos as t-shirts ensopadas em suor para cima do fogo, mas isso chamusca-nos sempre os pelos dos braços e faz-nos perder a concentração, porque o cheiro a leitão assado dá-nos sempre fome...”.

A notícia caiu em Beja como uma bomba: a FDO Imobiliária já não vai construir o shopping center à entrada da cidade. O desespero tomou conta dos bejenses que choram o facto de não poderem exibir os seus fatos de treino roxo fluorescente nos corredores de uma superfície comercial ao domingo. O presidente da Câmara Municipal de Beja sente-se revoltado com esta decisão, já que o centro comercial estava praticamente garantido.

Na autarquia suspeita-se de sabotagem, e os principais suspeitos são o executivo anterior, o aquecimento global, a célula do PCP na câmara, o gajo dos anúncios do Continente e o comandante do Costa Concordia. Por outro lado, o comércio tradicional da cidade canta vitória, pois assim tem hipótese de sobreviver durante mais duas semanas.

Idosos nas zonas raianas sem sinal de TDT sintonizam emissão com uma mão na TV e outra a apontar para o emissor mais próximo

Idosos mais desesperados tentam ligações da candonga

Apesar de a Anacom insistir com a ideia de que todo o País está coberto com a rede da TDT (televisão digital terrestre), chegam à nossa delegação em Santo Aleixo da Restauração relatos de idosos que não conseguem aceder ao novo serviço de televisão. Aqueles que ainda não tiveram de vender um rim para comprar um descodificador têm de recorrer a outras técnicas para poderem ver televisão, como é o caso da senhora Luísa Onda Média: “Ando muito desolada, a televisão é a minha companhia. O meu filho não me visita há tanto tempo que já nem me lembro do nome dele. Só lhe chamo de ‘coisinho’, veja lá. Ainda houve uma altura em que consegui apanhar um canal das Testemunhas de Jeová, mas um dia fui dar sangue e perdi a emissão. Devem ter ficado chateados comigo. Agora, só consigo ver televisão com um braço em cima do televisor e o outro apontado para o emissor do Mendro. Apanho uns canais espanhóis e as transmissões de rádio da GNR. Às vezes consigo ouvi-los a jogar à moeda no quartel, mas fora isso...”.

Identificado gene responsável pela mania de só se beber cafés nas bombas de gasolina Promete ser um facto científico ao nível da descoberta da penicilina ou das técnicas de confeção do chouriço de sangue alentejano: cientistas identificaram um gene responsável pela mania que as pessoas têm de beber cafés nas bombas de gasolina. Uma investigação conjunta Não confirmo, nem desminto/Estádio Dr. Flávio Santos/Cafés Camelo apurou que esse gene leva as pessoas a lamentarem-se pelos cafés/pastelarias que estão às moscas no centro histórico, mas a não fazerem-se rogadas em beber o terceiro café durante o segundo pequeno-almoço num dos postos de abastecimento de combustível da cidade de Beja. Está ainda por comprovar se se trata do mesmo gene responsável pelo facto de as pessoas criticarem as lojas dos chineses e fazerem compras nesses estabelecimentos com uma frequência tridiária.

Inquérito Com o aumento do custo da eletricidade o que faz para poupar energia?

GREGÓRIO DISJUNTOR, 43 ANOS Talhante profissional e calista aos fins de semana e feriados

Lá na minha casa fui buscar uns petromaxes que usava no campismo. Aquilo dá uma luz assim bué acesa: eu moro em Santo Amador e os tipos do porto de Sines pensam que a minha luz é o farol que regula a navegação. Poupa-se muito, só é pena os mosquitos que invadem a casa: o que poupo na luz gasto em inseticidas.

OLINDA ALTA TENSÃO, 36 ANOS Mãe de quatro filhos e pessoa com o sistema nervoso de um hamster

HÉLIO FICHA TRIPLA, 31 ANOS Pessoa que tem a cara do Al Gore tatuada na nádega esquerda

Tem sido difícil poupar na luz já que tenho filhos em idade escolar. Depois das aulas, da equitação, da natação, do ballet, das explicações de mandarim, do andebol e das aulas de trombone, eles ainda têm de estudar quando chegam a casa. Eu deito-me à mesma hora que eles e levanto-me duas horas depois, às sete da manhã! Tenho o olho esquerdo a piscar desde que comecei a falar consigo? Foi uma coisa que me entrou para dentro do olho. Agora peço desculpa, mas tenho que ir dobrar e passar os filhos a ferro e levar a roupa à escola.

Não tenho qualquer problema a esse nível pois a minha casa é autossuficiente. A água vem do poço, o gás vem do meu primo Arlindo que tem problemas intestinais e a luz vem da energia gerada pela bicicleta a ser pedalada pelo macaco. O animal é estimulado através de uma vara atada à bicicleta com uma banana na ponta para que ele não perca a motivação. Quando quero ir à casa de banho à noite é só acender o archote com duas pedras.

Nº 1554 (II Série) | 3 fevereiro 2012

FUNDADO A 1/6/1932 POR CARLOS DAS DORES MARQUES E MANUEL ANTÓNIO ENGANA PROPRIEDADE DA AMBAAL – ASSOCIAÇÃO DE MUNICÍPIOS DO BAIXO ALENTEJO E ALENTEJO LITORAL Presidente do Conselho Directivo José Maria Pós-de-Mina | PRACETA RAINHA D. LEONOR, 1, 7800-431 BEJA | Publicidade e assinaturas TEL 284 310 164 FAX 284 240 881 comercial@diariodoalentejo.pt Direcção e redacção TEL 284 310 165 FAX 284 240 881 jornal@diariodoalentejo.pt | Assinaturas País € 28,62 (anual) € 19,08 (semestral) Estrangeiro € 30,32 (anual) € 20,21 (semestral) Director Paulo Barriga (CP2092) | Redacção Bruna Soares (CP 8083), Carla Ferreira (CP4010), Nélia Pedrosa (CP3586), Ângela Costa (estagiária) Fotografia José Ferrolho, José Serrano | Cartoons e Ilustração Luca, Paulo Monteiro, Susa Monteiro | Colaboradores da Redacção Alberto Franco, Aníbal Fernandes, Carlos Júlio, Firmino Paixão, Marco Monteiro Cândido | Provedor do Leitor João Mário Caldeira | Colunistas Aníbal Coutinho, António Almodôvar, António Branco, António Nobre, Carlos Lopes Pereira, Constantino Piçarra, Francisco Pratas, Geada de Sousa, José Saúde, Rute Reimão | Opinião Ana Paula Figueira, Bruno Ferreira, Cristina Taquelim, Daniel Mantinhas, Filipe Pombeiro, Francisco Marques, João Machado, João Madeira, José Manuel Basso, Luís Afonso, Luís Covas Lima, Luís Pedro Nunes, Manuel António do Rosário, Marcos Aguiar, Maria Graça Carvalho, Martinho Marques, Nuno Figueiredo Publicidade e assinaturas Ana Neves | Paginação Antónia Bernardo, Aurora Correia, Cláudia Serafim | DTP/Informática Miguel Medalha Projecto Gráfico Alémtudo, Design e Comunicação (alemtudo@sapo.pt) Depósito Legal Nº 29 738/89 | Nº de Registo do título 100 585 | ISSN 1646-9232 Nº de Pessoa Colectiva 501 144 587 Tiragem semanal 6000 Exemplares Impressão Grafedisport, SA – Queluz de Baixo | Distribuição VASP

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Hoje, sexta-feira, o céu vai estar limpo, mas prevêse um dia muito frio em toda a região, uma vez que as temperaturas vão oscilar entre os -3º e os 10º. Amanhã, sábado, continuam as temperaturas baixas e no domingo espera-se sol.

Sofia Marrecas Ferreira lança sexto romance

O Alentejo como personagem

E

m Às Vezes o Mar não Chega, o novo e sexto romance de Sofia Marrecas Ferreira, a autora volta ao território alentejano e aos seus costumes e crenças, desta feita numa homenagem assumida a uma região a que está ligada por raízes familiares seculares. A obra conta a história de três irmãs apaixonadas pelo mesmo homem, da adolescente e solitária Amália, e de Ambrósia, “uma mulher velha como um século”, cuja solidez e força são uma referência à terra, também ela uma personagem.

Assume neste novo romance uma “homenagem a uma terra e a uma cultura” – a do Alentejo – mas esta não é a primeira vez que situa um livro seu neste território. Porquê esta recorrência?

Este meu sexto romance tem como pano de fundo, mais uma vez, o Alentejo, e isso deve-se ao facto de sentir por esta região um imenso carinho e de aqui sempre ter reconhecido uma capacidade de resistência e de sobrevivência notáveis. Por outro lado, conheço bem o Alentejo, já que parte da minha família era originária daqui. Há uma sensação de infinito, de vertigem, de liberdade e de abismo, não só dada pelo clima difícil, como pela eternidade das searas que o Homem trabalha duramente, num combate desigual.

O ser humano adquire aqui uma dimensão muito particular uma vez que, apesar da imensidão do espaço, encontra-se preso por razões de subsistência ou de falta de alternativas a uma terra muitas vezes ingrata.

E é justamente esta força e esta paisagem que procuro transmitir nos meus livros.

Quem é esta grande família que tem como refúgio o Alentejo e de que forma é que a região, também ela, assume a condição de personagem?

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Sofia Marrecas Ferreira, 51 anos, natural de Moatize, Moçambique

Estudou Línguas e Literaturas Românicas na Universidade de Lisboa, licenciou-se na Universidade de São Paulo, Brasil, e obteve o mestrado no King’s College, em Londres, com a tese “O Lisboeta Queirosiano”. Estreou-se nos livros com Mulheres de Sombra, distinguido com o Prémio Máxima de Revelação, ao qual se seguem Uma História de Família, Da Cor dos seus Olhos, Só por Amor e Sangue da Terra.

Divide o tempo entre Londres, onde reside, e Lisboa. E dedica ao Alentejo um “amor” que vai beber a raízes familiares, aqui mergulhadas “desde o ano de 1400 aproximadamente”.

Trata-se da história de três irmãs. A mais velha trabalha na Casa das Mulheres, um antigo orfanato, cura maleitas, e queima os espíritos maus da terra. A irmã do meio faz bolos, o que é a sua maneira de distribuir afeto à sua volta. E a mais nova, casada, trabalha num centro geriátrico em Lisboa. Esta última tem uma filha, Amália, e é através dela que vamos assistir à trama do livro e à luta entre sentimentos contrários, como o ódio e o amor. O Alentejo assume a condição de personagem na figura representada por Ambrósia, uma mulher “velha como um século e grande como um gigante”. A sua solidez e a sua força são uma referência à terra. É através deste espaço e desta personagem que é introduzida uma dimensão poética em que as crenças, as lendas, e o carácter por vezes mágico das relações com a natureza constituem um dado importante, pela simples razão de esta parte do Alentejo ainda permanecer um território pouco “poluído” pelo mundo moderno.

O amor e a paixão, tal como em o Sangue da Terra, voltam a ser o ponto de partida. É um tema inescapável?

O amor e a paixão são próprios da natureza humana, como o é também a amizade. O mundo dos afetos sempre fez parte integrante do ser humano: é ele que mobiliza causas, permite atingir metas, ultrapassar fronteiras e dar sentido à vida. O amor ou a paixão que as três irmãs nutrem pelo chamado “fidalgo” são emoções muito fortes, expressas de forma completamente diferente: um amor físico, um amor terno e dedicado ou uma saudade do passado. É um modo de viver, é o que lhes dá força e esperança, o que as liberta da sua rotina, e dá sentido ao seu dia a dia.

Carla Ferreira

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Aljustrel assinala 150 anos do nascimento de Brito Camacho Os 150 anos do nascimento de Manuel de Brito Camacho, político ligado à I República, vão ser assinalados ao longo deste ano em Aljustrel, concelho onde nasceu, com o arranque das comemorações agendado para o próximo dia 12. Nesse dia, precisamente a data de nascimento de Manuel de Brito Camacho, que também se distinguiu como médico, jornalista e escritor, o município promove uma caminhada, uma sessão solene e um concerto pelo Grupo de Metais da Sociedade Musical de Instrução e Recreio Aljustrelense. Ao longo do ano, estão ainda programados um colóquio sobre a vida e obra daquela personalidade e uma exposição, entre outras iniciativas.

Violoncelista carioca atua em Sines O violoncelista brasileiro Márcio Carneiro vai estar amanhã, sábado, a partir das 19 horas, no auditório do Centro de Artes de Sines, para um concerto a solo com repertório barroco. Nascido no Rio de Janeiro, Márcio Carneiro começou os seus estudos musicais aos seis anos, estudou no continente europeu com o famoso violoncelista André Navarra e conquistou em Moscovo, em 1978, o primeiro prémio do Concurso Internacional Tchaikovsky, que marcou o início de uma carreira fulgurante como concertista e pedagogo. “Tanto o público como a crítica louvam a beleza e a cor do seu som, a perfeição da sua técnica e a autenticidade de estilos”, explica a organização, uma parceria entre a Câmara Municipal de Sines e Associação Pró-Artes de Sines.

Noite revivalista “Remember Infantes” repete-se em Beja O espaço Os Infantes, dinamizado pela companhia de teatro bejense Lendias d’Encantar, promove uma segunda noite revivalista já amanhã, sábado. Cocas, Rui Eugénio e José Carlos são os DJ de serviço em mais um serão “Remember Infantes”, que propõe recordar o que se fazia vibrar os bejenses na pista de dança ao longo das décadas de 70, 80 e 90.