Ediçao N.º 1558

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Toda a opinião, semana a semana, no “Diário do Alentejo”

Frutos e sementes de D. Manuel Falcão Ruy Ventura O Alentejo não pode perder as suas vozes Ceia da Silva Lugares de Zeca e de nós Viriato Teles Uma agenda para o Baixo Alentejo Pedro do Carmo

págs. 12 a 14

O “DA” está no canal 475 5 3 3 do MEO SEXTA-FEIRA, 2 MARÇO 2012 | Diretor: Paulo Barriga Ano LXXX, N.º 1558 (II Série) | Preço: € 0,90

Governo torna à solução Portela + 1 mas prefere as bases militares de Alverca, Montijo ou Sintra

Aeroporto de Beja cada vez mais longe de Lisboa devido às acessibilidades Entrevista exclusiva

Alqueva:

“Promessa irresponsável” para 2013, diz Assunção Cristas

Peroguarda A terra do povo que canta

pág. 6

JOSÉ FERROLHO

Esta fo foi a terra que Giacometti escolheu para descansar. O escolhe investigador corso que se deixou investig enamorar pela cultura popular enamo portuguesa quis ficar por aqui. portug Para sempre. se Encantado pelas suas gentes, pela sua cultura, pela sua memória, pelo cante. Numa altura memór em qu que os cantares do Alentejo são candidatos c a Património da H Humanidade, tornámos a Peroguarda. págs. 2/3 Perogu

Museu como âncora patrimonial de Beja Joaquim Caetano, conceituado especialista em arte antiga, esclarece em entrevista exclusiva ao “DA” que o Museu Regional deve ser “o grande centro interpretativo da cidade” e que, pela qualidade do seu espólio, a cidade e a região não podem aceitar o seu encerramento, apesar da instituição estar numa verdadeira encruzilhada. págs. 16/17

CDU deixa de passar orçamento de Beja orçame

Candidatura do cante reúne-se amanhã em Serpa

À segunda foi de vez. Graças à abstenção da maioria mai CDU na Assembleia Municipal Municipal, o orçamento da Câmara de Beja foi viabilizado. Tudo porque o executivo PS recuou nas verbas a destinar às juntas de freguesia. Bloco de Esquerda votou v contra e PSD voltou a abster-se. pág. 10

A precisamente um mês da data limite para a entrega da candidatura do cante a Património Cultural Imaterial da Humanidade, o “DA” entrevista Carlos Laranjo Medeiros, presidente da Comissão Executiva, que desvaloriza a saída de Rui Vieira Nery e que reconhece que esta é a ocasião mais propícia para avançar. pág. 7

JOSÉ FERROLHO

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Diário do Alentejo 2 março 2012

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Editorial Emigrar

Vice-versa “O Governo e os partidos que o suportam estão decisivamente apostados em estragar o Alqueva, em descredibilizar a agricultura nacional e em humilhar os agricultores alentejanos, já acusados de incapazes de desenvolver uma agricultura de regadio”. Luís Pita Ameixa, deputado do PS

Paulo Barriga

“Não é politicamente honesto que Pita Ameixa, com a sua ‘imensa’ influência político-partidária, nunca tivesse conseguido que a CCDR do Alentejo, e os ‘autóctones socialistas’ que por lá andavam, tivessem cuidado de que a Embraer viesse para Beja ou que a eletrificação da linha férrea para Beja fosse prioritária”.

O

aeroporto de Beja foi a maior aldrabice que nos pregaram nos últimos anos. Não foi a única. Nem para aí para ao pé. Mas foi a maior, a mais rija e bem metida trapaça desde que forjaram Cavaco Silva para a política, sem exceção de todos os inventores de Portugal que se lhe seguiram. Nem a conclusão de Alqueva supera o logro de um dia acontecer um aeroporto civil na base militar que os alemães em tempos construíram em Beja. O aeroporto está feito. Maneirinho. Barato. Coisa que dá jeito em qualquer parte do mundo. Menos aqui. Porque aqui, enjeitados, nada dá jeito. As pessoas não sabem, mas este governo tem um secretário de Estado que trata destas arrelias e aborrecimentos. Um visionário. Como tantos outros profetas que o antecederam, observou que a aerogare da Portela já não dá conta do recado aéreo de Lisboa. Pelo que será necessário construir, de raiz, uma nova infraestrutura nalguma base militar já existente. Mas na de Beja não, diz ele, porque não dá muito jeito a modos das fracas acessibilidades. Como se não tivesse sido o seu próprio Governo, ele próprio, há meses atrás, a permitir com impunidade a paragem das obras da autoestrada que nos deixaria mais perto da capital. Como se não soubesse que, sem custos por aí além, poderia começar a operar em Beja já amanhã. Mas os amanhãs assim costumam cantar. E isso é coisa que a jovem guarda governamental não está interessada em escutar. Já a empresa que supostamente dirige o aeroporto de Beja, a ANA, acha que isto só lá vai para 2017. Ou assim. Quando o turismo de massas dizimar a costa alentejana e algum parvo quiser levantar hotéis de grande calibre em redor de Alqueva. Como tal não irá acontecer, para o bem e para o mal, o melhor será, entretanto, transformar o aeroporto num estaleiro de aviões. E pronto. Não há turismo, nem charme, nem passarinhos, mas há mão de obra mecânica com fartura. À sua vez, os militares andam a deixar-se enamorar pelos coreanos do sul que aqui querem instalar uma base militar. Porreira. Com jatos supersónicos impecáveis. E tudo o resto que os asiáticos não querem lá na sua própria terra. O aeroporto de Beja transformou-se numa aldrabice como não há memória. Numa trapalhada. E só a parca visão deste governo pode deixar de enxergar como seria bom para a sua própria política – e para o país que quer destruir – avançar para Beja. Agora. E em força. Abrindo um aeroporto. Uma porta para o mundo. Por onde todos teríamos a possibilidade de passar. Sem retornar. Não é isso que se pretende? Um país sem gente? Mais barato e dócil?

Mário Simões, deputado do PSD

Fotonotícia Freiras regressam ao museu. Poderia ser só um conjunto de freiras recolhidas no seu convento. Poderia, mas não é. Estas moçoilas, tão bem fardadas, são alunas de um curso profissional da Escola D. Manuel I de Beja e o traje assenta-lhes bem, mas o motivo para que o envergaram ainda lhes assenta melhor: mostrar um pouco da vida de Mariana Alcoforado, desde que entrou no Convento da Nossa Senhora da Conceição. É a juventude a ir para o Museu Regional de Beja, que nos últimos tempos tem sido tão discutido, para mostrar as suas potencialidades. Quem disse que os jovens não se interessam pela sua cidade? BS Foto de José Ferrolho

Voz do povo Em que medida a seca vai afetar o ano agrícola?

Manuel Ribeiro, 49 anos, agricultor

É evidente que vai afetar. Já devia ter chovido. Choveu mais durante o mês de dezembro de 2010 do que neste inverno e isso já está a dificultar seriamente a agricultura. Tenho a certeza que vai haver grandes prejuízos este ano. O que é que se pode fazer? Eu ando a tentar regar a seara mas é muito complicado. Com o preço da eletricidade e dos combustíveis… é um serviço só mesmo por descargo de consciência.

André Carvalho, 44 anos, agricultor e presidente da Junta de Barrancos

A agricultura está de rastos. É sempre tudo com subsídios e mais subsídios, mas os subsídios não trazem água. Gasta-se o dinheiro e não se resolve nada. É um problema grave, mas como é que se resolve? É normal que não chova em dezembro, em janeiro e em fevereiro? Há agricultores que ganharam muito dinheiro nos anos em que choveu e tinham que o ter guardado para agora. Mas se a ministra quer mandar dinheiro, pois que mande. Isto para os agricultores grandes, mas o agricultor pequeno está lixado.

Inquérito de Ângela Costa

Manuel Revez, 52 anos, agricultor

Luís Pena, 52 anos, agricultor

Vai afetar tudo. A nível do terreno, do arvoredo. O solo tem falta de água. Está tudo queimado e as sementeiras de primavera não se conseguem fazer porque não têm humidade. A solução era chover mas não é com santos e benzeduras que vem a água. Quanto a mim os subsídios não resolvem. Sabemos que a agricultura é um bem essencial mas há muitos subsídios com os quais não concordo de maneira nenhuma.

Os cereais não têm água para se desenvolverem e as pastagens ainda pior. O gado já não tem nada para comer. No meu caso, por exemplo, semeei pastagens logo no fim de setembro para no final de novembro o gado andar lá em cima. Já estamos em março e ainda não têm nada para comer. Nos regadios privados os furos e as charcas estão iguais ao mês de agosto do ano passado porque não houve reposição. Está tudo péssimo. É complicado. Por muitas ajudas que os agricultores tenham é muito complicado.


Semana passada

Rede social

QUINTA-FEIRA, DIA 23 ODEMIRA BOMBEIROS LEVANTAM AMEAÇA DE PARALISAÇÃO DEPOIS DE PAGAMENTO DE DÍVIDA A direção dos Bombeiros de Odemira levantou a ameaça de paralisar o transporte de doentes e os serviços de emergência, depois de o Agrupamento de Centros de Saúde (ACS) ter pago uma dívida que tinha à corporação. “O ACS do Litoral Alentejano entregou-nos 64 mil euros de três meses” de serviços prestados, ficando em falta “66 mil de um total de 130 mil euros que estava em atraso”, adiantou à Lusa o presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Odemira, Augusto Inácio Maria. De acordo com o dirigente da corporação, o valor pago pelo ACS do Litoral Alentejano é referente aos serviços prestados pelos Bombeiros de Odemira nos meses de julho, agosto e setembro de 2011.

SEXTA-FEIRA, DIA 24 SANTIAGO TRIBUNAL DECRETA PRISÃO PREVENTIVA PARA SUSPEITOS DE TRÁFICO DE DROGA O Tribunal de Santiago do Cacém decretou a prisão preventiva de quatro dos oito homens detidos no dia 22 no litoral alentejano, por suspeitas de tráfico de droga. Fonte da GNR adiantou à Lusa que quatro dos oito detidos ficam em prisão preventiva a aguardar julgamento e os restantes ficam sujeitos a Termo de Identidade e Residência, mas dois destes terão de se apresentar periodicamente às autoridades da zona de residência. Os oito homens, com idades entre os 18 e os 49 anos, tinham sido detidos nos concelhos de Santiago do Cacém e Sines por suspeitas de tráfico de droga, tendo sido apreendidos cerca de 7,5 quilos de haxixe. Na operação, que envolveu diversos mandados de busca, os militares apreenderam 37 460 doses individuais de haxixe, que representam cerca de 7,5 quilos daquela droga, 19,5 gramas de MDMA e 69,2 gramas de liamba. Além disso, a operação permitiu apreender 4 100 euros em numerário, uma arma de pressão de ar transformada e adaptada para calibre 22, munida de silenciador, uma viatura ligeira de passageiros e 13 telemóveis, entre outros artigos.

DOMINGO, DIA 26 OURIQUE INAUGURADO ESPAÇO SOLIDÁRIO Foi inaugurado o Espaço Solidário de Ourique, que integra várias respostas de apoio social à população do concelho, como uma loja social e um banco alimentar, num investimento de quase 92,5 mil euros. Banco do voluntariado, banco municipal de ajudas técnicas e atendimento de apoio social são as outras respostas do espaço, um projeto promovido pela paróquia em parceria com a câmara municipal e o Contrato Local de Desenvolvimento Social de Ourique. O espaço está situado no antigo edifício da Escola do Carmo, no centro da vila.

SANTIAGO ÁREA DE SERVIÇO PARA AUTOCARAVANAS Uma nova área de serviço para autocaravanas foi inaugurada em Santiago do Cacém para satisfazer uma necessidade antiga dos autocaravanistas que visitam a região do litoral alentejano. A infraestrutura situa-se junto às piscinas municipais da cidade e vai permitir o abastecimento de água, tratamento de detritos químicos e despejo de águas residuais. Com esta nova área de serviço para autocaravanas, adianta a câmara municipal, a cidade “passa a marcar presença nos roteiros internacionais de autocaravanismo”.

SEGUNDA-FEIRA, DIA 26 MÉRTOLA “AUTARQUIA FAMILIARMENTE RESPONSÁVEL” Foi hasteada na Vila Museu a bandeira “Mértola Autarquia Familiarmente Responsável”. O galardão foi atribuído pelo Observatório das Autarquias Familiarmente Responsáveis e tem como objetivo “reconhecer as boas práticas da câmara de Mértola em matéria de política familiar e distinguir de uma forma simbólica o investimento realizado por esta autarquia na construção de uma política integrada de apoio à família”.

3 perguntas a Fátima Carvalho

Docente no Instituto Politécnico de Beja

O que é que se pretendeu com a realização do seminário “Integrated Water Resource Management”, que decorreu recentemente no Politécnico de Beja e que foi ministrado por Ilan Adler, doutorando da University College London?

Os docentes responsáveis pela Unidade Curricular de Gestão de Recursos Hídricos do mestrado de Engenharia do Ambiente (eu e Carlos Sequeira), do IPBeja, pretenderam dar a conhecer aos alunos várias realidades nacionais e internacionais relativas à gestão da água. Simultaneamente pretendem alargar a colaboração com outras instituições internacionais, de modo a permitir a docentes e discentes a mobilidade e a realização de trabalhos conjuntos.

Pequenos grandes “bedeístas” com a SIC Kids Os mais pequenos criadores de banda desenhada de Beja receberam a visita da SIC Kids e mostraram o seu talento, ou não fosse esta uma cidade com “queda” para a BD.

Beja Merece volta a atacar O movimento Beja Merece voltou a reunir as suas tropas no IPBeja. Desta vez não foram só os comboios que vieram à baila. Foi o futuro do Alentejo que esteve em cima da mesa.

Quais as principais conclusões resultantes do mesmo?

O seminário ofereceu aos alunos, e à comunidade em geral, a visão do investigador Ilan Adler sobre os problemas da gestão dos recursos hídricos de uma megacidade cidade com 26 milhões de habitantes, a cidade do México. Foi também focada a gestão da água de pequenos aglomerados rurais ou casas isoladas. Uma das soluções aponta para o uso da água das chuvas e de sanitários secos. No caso de pequenas quintas poderá também reaproveitar-se as águas residuais através da utilização de um biodigestor de plástico tubular de fluxo contínuo com possibilidade de produzir biogás para o uso doméstico e em simultâneo fertilizante agrícola.

Queijo, petiscos e cantoria Serpa foi novamente a capital do queijo por três dias. Cerca de 50 mil, entre forasteiros e gente da terra, fizeram orelhas mocas à crise e foram à feira. Mesmo se só para petiscar e cantar umas modas.

Como caracteriza o Alentejo e o País em termos de gestão de água?

Os lençóis freáticos encontram-se contaminados por nitratos, cloretos e nas zonas mineiras por metais. As águas superficiais, rios e barragens, na sua maioria destinadas à produção de água para consumo humano e à desedentação direta dos animais, apresentam-se contaminadas essencialmente por nutrientes, fósforo e azoto. A gestão dos recursos hídricos no Alentejo e em Portugal terá necessariamente que passar pela reutilização de águas residuais tratadas na rega de culturas como o olival, a vinha e espaços públicos. O aproveitamento de águas das chuvas poderá ser também uma solução a considerar e a somar à da reutilização de águas residuais tratadas. Nélia Pedrosa

Poderá o “amor” salvar o museu? Mariana voltou ao cenário onde terá escrito as famosas cartas ao amado Chamilly. Graças aos alunos de Turismo da D. Manuel, que parecem ter percebido um importante filão em tempos difíceis.

Moura e Nigéria ligados pelo sol Pós-de-Mina fez as honras da casa e recebeu a embaixadora da Nigéria em Portugal. É a energia solar que anda na boca do mundo e que traz interessados a Moura, um verdadeiro lugar ao sol.

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Peroguarda A última morada de Giacometti

A terra do povo que canta Numa altura em que se pretende apresentar a candidatura do cante alentejano a Património Cultural Imaterial da Humanidade da Unesco, Peroguarda, freguesia do concelho de Ferreira do Alentejo, parece indiferente ao processo. Uma aldeia que já foi a mais portuguesa do Baixo Alentejo e que Michel Giacometti escolheu para ficar depois da sua morte, por se ter apaixonado em vida pelos seus habitantes e costumes, mas, principalmente, pelo misterioso cante alentejano. Texto Marco Monteiro Cândido Fotos José Ferrolho

Património “A gente nova não quer saber” do cante

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Giacometti considerava que Peroguarda tinha algo de maravilhoso, de extraordinário, tanto que escolheu a aldeia para sua última morada

onge vão os tempos em que Michel Giacometti, o etnomusicólogo corso que se radicou em Portugal, acompanhado do seu fiel gravador “Nagra”, surgiu nesta terra uma e mais vezes para registar as vozes que ressoavam nas paredes das casas baixas e brancas, como uma reverberação de tempos imemoriais através do cante. Diz, quem privou com Giacometti, que este preferia o verdadeiro cante alentejano. Não o que acontecia perfilado e ordeiro, mas o que emanava da verdadeira alma alentejana, e que muitas vez surgia nas tabernas, nas vendas, entre um copo de vinho e outro. Giacometti considerava que Peroguarda tinha algo de maravilhoso, de extraordinário, tanto que escolheu a aldeia para sua última morada, logo ele, que conheceu e percorreu o País como poucos na época. Mas hoje, o cantar é diferente. Menor, por falta de gente nova e que se interesse e por excesso de gente velha que vai desaparecendo sem ter a quem transmitir o testemunho imaterial do cante. Na praça de nome pomposo, que mais não é do que um largo daqueles que estavam sempre cheios de gente antigamente e que povoam o imaginário de muitos alentejanos quando pensam nas suas terras, ouve-se um linguajar estranho. As roupas não os denunciam, vestidos que estão iguais a tantos outros. Talvez a tez morena e o facto de serem novos, muito mais novos do que a maioria da população, envelhecida. São romenos, um grupo de meia dúzia que aproveita o sol de inverno prolongado, estirando-se e aquecendo-se, encostados às mesas e bancos de madeira da pequena praça, emoldurados por sebes bem

tratadas de folhagem verde. São alguns dos estrangeiros que vão chegando ao concelho de Ferreira do Alentejo para trabalhar nos trabalhos do campo. Por agora não têm trabalho. E por isso, esperam. Os membros do grupo conversam entre si e com algumas senhoras sentadas por ali, todas elas com idades acima dos 60 anos. Fernanda Lança é uma delas. Natural de Vidigueira, vive em Peroguarda há já 40 anos. Gosta da terra. Simpática, asseada e com pessoas muito amigas, mas lamenta as portas cada vez mais fechadas. “Há muito pouca gente, está muito desabitada. É quase tudo gente reformada. Não há trabalho. O principal fator é esse e as pessoas têm que procurar noutro lado. Porque, casas, há aí muitas. Não estão é habitadas”. Fernanda Lança considera que o cante ainda está enraizado na terra que escolheu para viver, fruto dos dois grupos corais que ainda existem, Alma Alentejana e As Margaridas. Apesar de ter ouvido falar vagamente na televisão na candidatura do cante a Património da Humanidade e de a considerar importante, Fernanda lá vai dizendo que “a gente nova não quer saber disso”. “Em morrendo as pessoas de idade, acaba. É bom que fique em cassetes ou discos, porque a respeito de gente nova, não querem”. Vanda Maria Coroa está sentada no mesmo grupo que ocupa um pouco da tarde a conversar no banco da praça. Com 74 anos, considera que a vida na aldeia é muito diferente do que foi. Apesar das menores condições de outrora, a felicidade e a relação entre as pessoas eram outras. “No passado, vivia tudo mais ou menos igual. Agora é diferente. Umas têm mais do que outras, a

vida faz diferença. Quem tem mais não liga a quem tem menos. Antigamente, tudo vivia bem. Tudo com fome, mas tínhamos uma vida alegre. Agora temos fartura, mas temos uma vida triste”. Alegria que havia, também, por se cantar muito na aldeia. Vanda Coroa, que ainda canta no grupo coral As Margaridas, recorda-se bem. “Sempre se cantou. Havia aí um grupo que era o Alma Alentejana. Esse grupo há muitos anos que existe, mas agora também está a descair. As pessoas são muito idosas e já não têm idade para andarem a cantar aqui e além”. E se a tristeza é uma constante da vida moderna, a falta de gente nova em Peroguarda ajuda a isso mesmo. “Os novos são os menos, os idosos são os mais. Os novos casam, vão daqui para fora. Vão ficando os velhotes”. Sobre o futuro, Vanda não tem grandes dúvidas. “O futuro da minha terra vai morrer. Vai morrendo aos poucos. Vai-se acabando tudo. Este largo era o largo mais bonito de Peroguarda. Era aqui que faziam as festas, os bailes de São João, de Santa Maria, quando eu era moça nova. Agora está tudo morto. Tudo tem um fim e a minha aldeia vai ter um fim triste”.

Com ar bem disposto e caricato, José Ventura, de 65 anos, vai observando o que o rodeia, sentado num banco à parte das senhoras. Nascido e criado em Ferreira do Alentejo, está em Peroguarda desde que casou, já lá vão 51 anos. E ao longo deste tempo a aldeia foi mudando. A principal diferença é na relação entre as pessoas, pior agora que antigamente, e a falta de gente. “Hoje as pessoas não são tão amigas. Deviam ajudar-se uns outros, os que vivem melhor, porque a nossa obrigação é essa. E não há trabalhos. As pessoas novas veem que isto não dá futuro a ninguém e piram-se para o Algarve, para Lisboa, para sítios onde se safam e não querem saber disto. Daqui por 20 anos é o deserto, há de haver aí cobras e lagartos”. À entrada da aldeia, António Revez está sentado num banco, olhando para a estrada que vem da sede de concelho. Também natural de Peroguarda, acha que a aldeia tem mais movimento e está mais bem arranjada do que antigamente, mas por outro lado tem muito menos gente. “Antigamente o trabalho era um. Hoje as pessoas não vão para o campo trabalhar. Foram para Lisboa, para outros sítios, para as fábricas. Estamos metade do pessoal. Enquanto o estudante não pensar que tem que trabalhar no campo, não se vai a lado nenhum”. Em Peroguarda não há quem não saiba, mesmo que vagamente, quem foi Michel Giacometti e o que o levou à aldeia por diversas vezes: o interesse em ouvir, ver e gravar os cantares e os costumes de antigamente. Se viesse hoje, com o “Nagra”, gravar no largo principal da aldeia, talvez ficasse surpreendido com o romeno que é falado na aldeia mais portuguesa do Baixo Alentejo.


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José Coroa Presidente da Junta de Freguesia de Peroguarda

Sendo presidente da junta desde 1989, como tem evoluído a freguesia de Peroguarda ao longo destes anos?

A evolução tem sido boa. No aspeto paisagístico e de condições de vida das pessoas teve uma evolução, nestes últimos 10, 12 anos, muito positiva. Em termos de trabalho e emprego também tem sido positivo porque apareceram os espanhóis na herdade da Zambujeira que criaram 70 ou 80 hectares de laranjas o que dá sempre muito trabalho. Presentemente, na época da fruta, andam ali à volta de 300, 400 pessoas, que têm que vir de fora. Temos a vantagem dos citrinos e temos aqui a herdade do Pinheiro, que toda a gente conhece e que emprega muita gente anualmente. Quanto às instalações, também foi tudo praticamente construído nos últimos anos. O edifício da junta foi ampliado, o posto médico foi construído de raiz e o centro cultural também. Em termos de instalações e condições de vida para as pessoas temos procurado dar o melhor que podemos. A saúde é que, no último ano, há alturas em que estamos duas, três semanas, sem médico. Ultimamente já vai em cinco meses. Mas isso é uma situação que não está na nossa mão.

Michel Giacometti e Peroguarda À entrada da aldeia fica o cemitério. Um cemitério como tantos outros, com espaço ainda por preencher nas entranhas da terra, mas esperando por aqueles que hão de chegar. Do lado esquerdo, quando se entra pelo portão principal, uma lápide discreta, mas invulgar na branquidão encardida do tempo comum a todas as outras, sobressai serenamente. Pela sua forma e simplicidade, pela sua cor e pelo nome que encerra: Michel Giacometti. O etnomusicólogo nascido na Córsega em 1929, e que faleceu em Faro em 1990, escolheu Peroguarda como a sua última morada. O encanto de Giacometti por esta aldeia nasceu ao longo das deambulações que fez pelo País, gravando e registando os sons de uma tradição musical e cultural, que hoje poderiam não existir como legado para o futuro, se um estrangeiro de barbas não tivesse calcorreado montes, planícies e serranias. A Peroguarda foi pelo cante, que o encantava, mas voltou muitas vezes pelos amigos que criou. Virgínia Dias, camponesa de uma vida, e o marido, eram os grandes amigos de Giacometti. Hoje com 76 anos e uma voz doce e serena, Virgínia Dias recorda com carinho esses tempos. “Ele vinha muitas vezes, como dizia, visitar os amigos. Ele foi uma pessoa que se afeiçoou muito aos amigos. Numa das últimas vezes que esteve em minha casa disse: ‘Ainda venho morar para junto dos meus amigos’. E eu pensei que era mesmo porque ele queria vir morar para Peroguarda. Ainda veio mais duas vezes e tornou-me a dizer o mesmo. Depois, em novembro, veio para cá”. Virgínia Dias não sabe ao certo o que fez o etnomusicólogo enamorar-se por Peroguarda, se foram as amizades que criou, se foi a compreensão que encontrou, até porque não era homem de muitas falas. No entanto, falar-se de Peroguarda é falar-se de Giacometti. E falar-se deste corso é falar-se da aldeia branca de casas baixinhas.

E como reage a população a esta falta de médico?

Vão-se desenrascando, como se costuma dizer. Vão ali ao centro, vêm buscar as receitas, enfim, é assim que se vão desenrascando. Mas consultas não têm. Já comunicámos isso à nova presidente do conselho de administração [da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo], porque há dificuldades para as pessoas. É o mal de todas as aldeias. As pessoas são idosas, os transportes públicos praticamente não existem, com um de manhã e outro à tarde. Agora estamos a aguardar resposta desta nova administração. O principal problema apontado pela população é a falta de pessoas e de trabalho em Peroguarda…

Falta de trabalho não direi. Agora é que está chegando aqui. A malta da minha idade e pouco mais nova, a maior parte dela trabalha na construção civil e de há um ano e tal para cá é que tem vindo a descair. Quanto ao resto do trabalho, a mão de obra que há aqui é para o trabalho rural. O que existe é o trabalho no campo e a malta para ter alguma hipótese marcha para outros lados. E a junta não tem hipóteses de criar postos de trabalho. Como é que vê o futuro da freguesia?

O futuro não o vejo muito risonho. Se se concretizar a extinção da freguesia, o fechar da escola e o fechar do posto médico, ainda a coisa se complica mais. Agora, esperemos que estas coisas não se concretizem, mas não temos a certeza disso. As pessoas vão à procura de melhores condições, criam lá raízes e por lá vão ficando. Se não houver alguém que modifique a política para o interior, para que as pessoas se comecem a fixar cá, não vejo isto muito bem. Mas não é só aqui, isto é praticamente em todas as freguesias.

Os cantares da terra O cante é mantido na aldeia por dois grupos corais: Alma Alentejana, misto, e As Margaridas, feminino. O primeiro foi fundando em 1936, apresentando-se em público pela primeira em 1938, no concurso das aldeias típicas. O grupo Alma Alentejana teve a sua atividade suspensa no primeiros anos da década de 1980, tendo sido reativado em 1988, pelos 50 anos, existindo até hoje. Os seus trajes são diversificados, ao contrário de outros grupos, e retratam os varejadores, as azeitoneiras, os ceifeiros, os domingueiros, os pastores e as mondadeiras. O grupo coral feminino As Margaridas foi fundado em 1997, tendo este nome em homenagem à padroeira da terra, Santa Margarida. O grupo surgiu da vontade de algumas mulheres que frequentaram a escola de adultos, onde aprenderam a ler e escrever, contando hoje com cerca de 20 elementos.

A aldeia mais portuguesa do Baixo Alentejo Corria o ano de 1938, em pleno Estado Novo, e Peroguarda foi distinguida como a “Aldeia Mais Portuguesa da Província do Baixo Alentejo”. O Concurso Nacional das Aldeias de Portugal, organizado pelo Secretariado de Propaganda Nacional, distinguiu Peroguarda como a mais típica da região, tendo disputado o título diretamente com a aldeia de Salvada, no concelho de Beja. No concurso, que tinha o objetivo de ser bienal mas que nunca mais se realizou, Peroguarda teve que apresentar “a maior resistência oferecida a decomposições e influências estranhas e o estado de conservação no mais elevado grau de pureza” em aspetos como a habitação; o mobiliário e alfaia doméstica; o trajo; as artes e indústrias populares; as formas de comércio; os meios de transporte; as demonstrações culturais; e a fisionomia topográfica e panorâmica. Ainda hoje, à entrada da aldeia, lá está a placa com a data de 30 de setembro de 1938, a consagrar eternamente Peroguarda como a mais portuguesa do Baixo Alentejo.


❝ Atual

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[Devido à falta de chuva], quase não houve erva este inverno e a pouca que houve já foi consumida e, por isso, os criadores têm vindo a esgotar as reservas de forragem conservada e estão a chegar à fase em que vão ter que começar a comprar forragens ou rações no mercado”. João Madeira, Faaba

Assunção Cristas Ministra da Agricultura

Seca está a por em risco pastagens e culturas de cereais

Portugal pede ajuda à Europa O Ministério da Agricultura está a fazer “um levantamento dos prejuízos já existentes e dos que previsivelmente vão ocorrer” se se mantiver a situação de seca no País, disse Assunção Cristas à margem da cerimónia de inauguração da eletrificação de casas e explorações agrícolas na serra de Serpa. Texto Carlos Júlio Foto José Serrano

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oncluído este “primeiro relatório” vão ser acionados os “mecanismos de ajuda” comunitários em Bruxelas. “Vai haver um conselho de agricultura mais para o final de março, onde vamos falar desta matéria e equacionar já a hipótese de acionar mecanismos europeus, nomeadamente para antecipar ajudas. Antes vamos ter o conselho de ambiente, no dia 9, e já pedimos para inscrever na agenda a informação sobre a situação de Portugal”, acrescentou a ministra. Assunção Cristas disse estar a “acompanhar as preocupações” do mundo rural, que percebem “a angústia de muitos que veem o céu sem chover e que já não têm pasto para os animais” e que irão “pedir a flexibilização de tudo daquilo que for possível para podermos responder a essas situações”. Segundo a ministra, algumas das medidas que poderão ser tomadas a curto prazo passam pela “f lexibilização das

regras das medidas agroambientais e do encabeçamento dos animais”, mas é preciso “termos dados muitos concretos, porque não podemos dizer a Bruxelas apenas que não chove e que temos prejuízos. Temos que dizer onde é que estão esses prejuízos, quais são em concreto e é esse trabalho de colher toda a informação que tem sido feito”. Palavras da ministra da Agricultura à margem da cerimónia de inauguração da eletrificação de casas e explorações agrícolas na serra de Serpa e em que esteve acompanhado pelo presidente executivo da EDP, António Mexia, e pelo presidente da

Câmara Municipal de Serpa, João Rocha. A partir de agora, e depois de longos anos de espera, 60 casas isoladas e explorações agrícolas situadas na serra de Serpa já têm eletricidade, num investimento de cinco milhões de euros que, até ao final do ano, conta “levar a luz” a 246 clientes. A primeira fase do projeto, que permitiu instalar 62 quilómetros de redes de baixa e média tensão e 26 postos de transformação, está concluída. A segunda fase está já em marcha e, até ao final do ano, serão instalados mais 150 quilómetros de linhas, levando energia elétrica a mais de 186 explorações agrícolas.

Continua sem chover Agricultores temem que a seca arruine as culturas de cereais e pastagens

Apoio financeiro para a agricultura é urgente

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Os agricultores do Baixo Alentejo anunciaram que vão avançar com uma queixa contra o Estado por incumprimento da conclusão do regadio de Alqueva em 2013...

Em primeiro lugar, Alqueva para 2013 foi uma promessa irresponsável do anterior governo. Alqueva foi feita até agora com recurso à dívida. Ou seja, usaram-se fundos comunitários por um lado mas, por outro lado, o dinheiro nacional foi sempre posto lá utilizando a dívida. Neste momento a EDIA tem 600 milhões de euros de dívida e paga 18 milhões de euros por ano de juros dessa dívida. Este governo tem um compromisso que é concluir Alqueva e isto é muito claro para nós. Mas qual é o prazo para a conclusão da obra de Alqueva?

Câmara de Beja apela ao Governo para intervir rapidamente

Câmara de Beja (PS) defendeu no final da semana passada ser “imperioso e urgente” o Governo tomar medidas para minimizar “os efeitos nefastos” da seca na região, como um programa financeiro de apoio aos agricultores mais afetados. A tomada de posição do município, aprovada, por unanimidade, na última reunião de câmara, foi enviada à comunicação social e vai ser remetida ao Governo, à Assembleia da República e ao Presidente da República. O município justifica a posição referindo que a situação de seca “extrema e severa” que afeta a região “agrava, significativa e preocupantemente, as já de si difíceis condições de trabalho e de vida dos

Alqueva em 2013 foi “promessa irresponsável”

agricultores, com repercussões negativas em todo o tecido socioeconómico”. No documento, a Câmara de Beja sugere também ao Governo para iniciar “a preparação de um plano de contingência, a nível agrícola e de abastecimento de água às populações, que permita fazer face ao agudizar da situação, caso a seca perdure”. O município pede também ao Governo para visitar a região, com o objetivo de “avaliar” a situação no terreno e “analisar as medidas imediatas a tomar”, e que “proceda a uma avaliação dos prejuízos e desencadeie mecanismos de compensação”. A Câmara de Beja pede ainda ao Governo para que “reveja” a sua “decisão” relativa à conclusão do projeto do Alqueva e “retome, de imediato, a programação

anterior” para que a conclusão do empreendimento aconteça “até 2015”. Através de um requerimento dirigido à ministra da Agricultura, o deputado do PS eleito por Beja, Luís Pita Ameixa, também já se mostrou preocupado com a seca no Baixo Alentejo e pediu ao Governo para dar “uma resposta rápida e efetiva” à situação. O deputado quer saber que avaliação faz o Governo da situação de seca na agricultura, em especial no Baixo Alentejo, e que medidas o Executivo “admite tomar para responder à situação” e em que prazo “planeia agir”. O Governo “deve” aos agricultores “uma palavra”, que “os tranquilize quanto ao futuro deste ano agrícola”.

Depende das condições de financiamento do Estado português e depende também da capacidade que nós tivermos de passar o resto do financiamento de Alqueva do Proder para o Fundo de Coesão. Isso permitirá continuar mais rapidamente a obra porque a parte nacional pode ser composta com o recurso a outro financiamento que não necessariamente o orçamento de estado ou a dívida pública. Esse é para nós um ponto importante até porque permitiria ter mais dinheiro do Proder para ser canalizado para investimentos produtivos, nomeadamente no regadio de Alqueva. Para nós é mais importante ter os 30 mil hectares, que já estão infraestruturados e ainda não estão em produção, a darem sinais de que temos aqui uma nova agricultura do que, a correr e sem dinheiro para tal, continuarmos a construir e a infraestruturar terra sem depois ela vir a ser aproveitada. Os agricultores contestam esses números e dizem também que a taxa de utilização do regadio de Alqueva já supera os 50 por cento e que é das mais altas do País.

Os dados que tenho não correspondem exatamente a esses, mas o mais importante para nós, no campo da hierarquia das prioridades, é pôr em produção aquilo que está infraestruturado, que pode ser regado e que pode rapidamente começar a produzir. Isso é muito mais importante do que continuar a construir hectares que depois não são logo aproveitados. A conclusão da obra de Alqueva vai ficar adiada, pelo menos dois anos, até à entrada em vigor do novo quadro comunitário?

Não. Significa que vamos aproveitar os fundos na medida do possível e no tempo que ainda nos resta de vigência deste quadro comunitário, mas sempre com a preocupação de acomodar o financiamento nacional da forma mais ajustada àquilo que são as nossas condições neste momento. Carlos Júlio


07 Diário do Alentejo 2 março 2012

O ponto forte do cante e da candidatura é ser absolutamente identitário de uma região e de ter caraterísticas polifónicas únicas, bem como um passado cultural e histórico enraizado na comunidade. O cante está vivo, pratica-se e podemos dizer que tem futuro e esse é um dos pontos fortes que nos temos preocupado em demonstrar e sustentar”.

Laranjo desvaloriza saída de Rui Vieira Nery

Falta um mês para a Unesco ouvir cantar à alentejana As autarquias apoiantes da candidatura do cante a Património da Humanidade reúnem-se amanhã, em Serpa, pelas 11 e 30 horas, no Centro Musibéria. São 35 câmaras municipais, representativas de mais de 60 por cento dos municípios com grupos corais do Alentejo. E mais de uma centena de juntas de freguesia. Falta precisamente um mês para que esta proposta seja entregue em Paris, a 30 deste mês, na sede da Unesco, pela Confraria do Cante Alentejano.O “Diário do Alentejo” publica em exclusivo uma entrevista com Carlos Laranjo Medeiros, presidente da comissão executiva, que afirma que o cante “está vivo” e que “é absolutamente identitário da nossa região”. E que esta é a melhor altura para o candidatar a Património da Unesco. Texto Paulo Barriga e Carlos Júlio Foto José Serrano

Quais os argumentos que estão na base da candidatura do cante a Património da Humanidade?

O principal argumento é a estreita correspondência desta manifestação cultural com a definição da Convenção para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial, dado o seu forte reconhecimento pelas comunidades e grupos como parte do seu património cultural, o comprovado processo de transmissão de geração em geração e de adaptação por parte das comunidades à evolução do seu enquadramento socioeconómico, dando-lhes um sentimento de identidade e continuidade. Para a Unesco não está em causa se determinada manifestação cultural tem ou não dimensão mundial, como se comprova pelas mais de 200 manifestações culturais inscritas na lista representativa. Outro elemento importante é o plano de salvaguarda que está a ser construído a partir de uma ampla recolha de sugestões dos grupos corais e dos mais destacados estudiosos do cante alentejano e que julgamos ser garantia da salvaguarda e promoção desta manifestação cultural. Foi já recolhido um impressionante número de declarações de apoio por parte de autarquias (já temos resposta da quase totalidade das câmaras municipais de

municípios onde há grupos de cante), de grupos corais e de pessoas ligadas ao cante. Como elas seguem o modelo da Unesco, exprimem o seu consentimento prévio, livre e informado. Por fim, há a registar que foi há muito iniciado o processo de inscrição no inventário nacional, estando em fase final a preparação do primeiro pedido de inscrição, o que é essencial para a aceitação da candidatura. Quais são os principais pontos fortes e fracos desta candidatura?

O ponto forte do cante e da candidatura é ser absolutamente identitário de uma região e de ter caraterísticas polifónicas únicas, bem como um passado cultural e histórico enraizado na comunidade. O cante está vivo, pratica-se e podemos dizer que tem futuro e esse é um dos pontos fortes que nos temos preocupado em demonstrar e sustentar. O processo vai ser entregue no final deste mês. Qual o calendário até lá? E depois desse dia? Que iniciativas ou que desenvolvimentos do projeto estão previstos pelos promotores para sensibilizarem a opinião pública e a Unesco?

A seu tempo tornaremos público o calendário do que se vai seguir ao dia 30

de março. Contudo, chamo a atenção para o seguinte facto: a atenção que está a ser dada a esta candidatura antes da entregue do dossiê é muito grande e a expectativa também, mas a candidatura do cante não termina no dia 30 de março. Começa a partir daí. Até agora qual tem sido o principal problema para os promotores da candidatura? Alheamento das entidades, falta de meios, dificuldade em reunir apoios, etc..

Não temos tido problemas de apoio. A Câmara de Serpa iniciou o processo, mas mais de 70 por cento dos municípios que têm grupos corais já manifestaram formalmente o apoio à candidatura, após deliberação em reunião do executivo e aprovação nas assembleias municipais. Além disso, temos tido o empenho de entidades oficiais, como o Turismo do Alentejo, de associações, como a MODA, a Casa do Alentejo e a Confraria do Cante e, não menos importante, de muitos grupos corais. Também ao mais alto nível, o Estado Português está com esta candidatura, começando pelo Presidente da República, presidente da Assembleia da República, primeiro-ministro, mas passando também pelo bispo do Porto, pelo presidente da Fundação Gulbenkian, pelo comendador Nabeiro e por muitas outras entidades e personalidades de referência da vida política, social, económica e cultural do Alentejo e do País. Não nos queixamos, portanto. Quanto ao grande público, estamos a receber diariamente muitos apoios no nosso site www.candidaturadocante.com e no Facebook. Considera que esta candidatura está a ser capaz de “unir” os vários protagonistas tão divididos em questões de sensibilidade política, estética, geográfica e cultural?

Nunca conheci nenhum desafio

importante e com sucesso que vivesse de unanimidades surdas e cegas. Felizmente que Portugal vive hoje numa sociedade pluralista onde é possível discordar e até contestar. Dito isto, direi que temos conseguido unir todos os que têm o nosso objetivo: levar a Unesco a inscrever o cante alentejano na lista representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade. E os que, por algum motivo, ainda não estão no projeto e o desejem fazer, as portas estão abertas. Em termos de orçamento: quanto é que vai custar, na globalidade, esta candidatura e como se vai processar o seu financiamento?

O orçamento aprovado para esta candidatura é de 340 mil euros, comparticipados em 80 por cento pelo INAlentejo, sendo o restante suportado pela Câmara Municipal de Serpa (16 por cento) e pelo Turismo do Alentejo (quatro por cento). Que comentário faz à saída e aos argumentos apresentados por Rui Vieira Nery?

Tenho muito respeito pelo professor Rui Vieira Nery e noção dos seus conhecimentos científicos. Foi por isso o quisemos na Comissão Científica. Em finais de dezembro transmitiu-me algumas preocupações e a sua indisponibilidade motivada por um acidente que teve no estrangeiro. Custa-me pessoalmente ir muito além disto porque teria que entrar no comentário à forma como foi feita a divulgação pública de um email que o professor Rui Vieira Nery me enviou mais recentemente e que foi estranhamente divulgado num blogue por alguém alheio à candidatura. Para o fazer teria que tornar públicos os vários emails que com ele troquei sobre esse assunto, que considero privados e me recuso a divulgar. Apenas direi que os motivos alegados pelo professor para a sua

demissão já se verificavam no momento em que o convidámos e aceitou presidir a Comissão Científica. Todas as suas avaliações críticas e sugestões foram tidas em conta e implementadas, estando pois esses motivos ultrapassados. A única novidade é mesmo a sua baixa médica prolongada, argumento que não posso contestar e que respeito. É verdade que há outras demissões na Comissão Científica, como é o caso de Salwa Castelo-Branco?

A professora Salwa Castelo-Branco não apresentou a sua demissão e está a dirigir duas investigações que considero essenciais para a análise e estudo do cante e para a própria candidatura. Confirma que a própria Secretaria de Estado da Cultura está interessada em que haja um adiamento por um ano para a apresentação da candidatura do cante?

Estive recentemente reunido, conjuntamente com os restantes membros da Comissão Executiva, com o senhor secretário de Estado da Cultura que nos manifestou o seu apoio ao trabalho que estamos a fazer e ao calendário proposto. A possibilidade desse adiamento está em cima da mesa?

Se essa decisão viesse a ser tomada não seria certamente por responsabilidade da Comissão Executiva. Não vejo razões objetivas para que isso aconteça e no dia 30 de março teremos o dossiê pronto a ser entregue na Unesco. Também lhe digo que estou convencido de que esta é a melhor oportunidade para o cante de se candidatar e ter sucesso. Se alguém defende que esta candidatura deve ser adiada terá, no futuro, que responder se nunca mais se conseguir candidatar o cante.


Diário do Alentejo 2 março 2012

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Vidigueira promove “Conversas com mais saúde”

A Câmara de Vidigueira está a promover, entre este mês e junho, em todos os centros de convívio do concelho, atividades destinadas à população sénior no âmbito do projeto “Conversas com mais saúde”. O projeto, em parceria com o Centro de Saúde de Vidigueira, inclui sessões de informação e esclarecimento associadas a aulas com exercícios

Instituto Politécnico de Beja realiza conferência internacional Na qualidade de parceiro do Observatório Regional de Turismo do Alentejo, projeto da responsabilidade da Turismo do Alentejo, ERT, o Instituto Politécnico de Beja vai realizar a conferência internacional “USUS 2012 – Turismo & Inovação”, entre os dias 3 e 5 de

práticos e sobre vários temas de interesse para os mais velhos. Viver com artroses: prevenção e tratamento, saúde na mulher, prevenir para não cair, polimedicação, circuito de marcha e equilíbrio, reduzir o sal, aumentar a saúde, diabetes: autovigilância dos pés, cozinha saudável e azeites aromáticos: saber temperar são os temas das sessões.

maio, nas suas instalações. Dirigida aos profissionais do setor mas também ao público em geral, a conferência USUS – ou experiências em latim – tem por objetivo apresentar exemplos internacionais e nacionais de observatórios de turismo e de organizações que, de algum modo, se distingam pela introdução de iniciativas inovadoras no setor do

turismo. A conferência pretende também assinalar o término do período de instalação do Observatório de Turismo do Alentejo, um projeto da Turismo do Alentejo, que conta com os institutos politécnicos de Beja e de Portalegre, a Universidade de Évora e os núcleos empresariais da região como parceiros.

50 mil foram à Feira do Queijo

Movimento Beja Merece organiza “quadratura do desenvolvimento”

“Um sucesso”. É assim que a Câmara Municipal de Serpa descreve a última edição da Feira do Queijo do Alentejo, certame que, segundo as contas oficiais, terá recebido, ao longo do passado fim de semana, “cerca de 50 mil visitantes”. No Pavilhão de Feiras e Exposições, e à revelia da crise, marcaram presença 94 expositores, 39 dos quais dedicados ao queijo de ovelha, representando a região, o queijo Serpa, anfitrião, e diversos tipos de queijos nacionais de renome. No sábado, 25, foi transmitido em direto o programa da RTP “A Festa é Nossa”, com Júlio Isidro, que contou com a participação de diversos grupos e entidades do concelho, ajudando no programa de animação permanente.

Aeroporto de Beja cresce a partir de 2017

Oito praias candidatas às melhores de Portugal A praia das Furnas, Odemira (na categoria Praias de Rios), a Zona Balnear da Tapada Grande, Mértola (na categoria Praias de Albufeiras e Lagoas), as praias de Zambujeira do Mar, Odemira, e de Troia-Mar, Grândola (na categoria Praias Urbanas), a praia de Almograve, Odemira (na categoria Praias de Arribas), a Ilha do Pessegueiro, Sines, e as praias da Comporta, Grândola, e do Carvalhal, Grândola (na categoria Praias de Dunas), são as oito praias do Baixo Alentejo e Alentejo Litoral que integram a lista das 70 pré-finalistas candidatas às sete melhores praias do País, anunciou a organização do concurso 7 Maravilhas de Portugal. A votação para esta lista de pré-finalistas foi realizada por um conselho científico que elegeu 10 praias portuguesas em sete categorias. Até 7 de maio, um conjunto de 21 personalidades irá selecionar três praias por cada categoria, para que o público possa escolher as sete praias vencedoras. A declaração oficial das vencedoras decorrerá em setembro. PUB

O tráfego de passageiros no aeroporto de Beja deverá começar a registar um crescimento “mais forte” a partir de 2017 e, até lá, a “aposta” será a indústria aeronáutica, disse na segunda-feira o responsável da infraestrutura aeroportuária alentejana.

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e tudo correr bem, como esperamos, 2017 será o ano em que poderemos começar a ter um crescimento mais forte do tráfego de passageiros” no aeroporto de Beja com destino ao Alentejo, disse Pedro Beja Neves, da ANA – Aeroportos de Portugal. Segundo o responsável, que falava no seminário “Alentejo 4 - Quadratura do Desenvolvimento”, que decorreu na segunda-feira em Beja, o Alentejo está a afirmar-se

como destino turístico, mas, “para ter aspirações mais altas, tem que aumentar a capacidade hoteleira”. “Há muitos projetos de empreendimentos turísticos em cima da mesa”, sobretudo para as zonas do Alqueva e do litoral alentejano, “mas não há condições para os financiar”, devido à crise. Segundo o responsável, “se tudo correr bem, como se espera, em 2017 podemos começar a ter um número crescente de camas no Alentejo, que pode ser suficientemente atrativo para a região poder, cada vez mais, dinamizar rotas e atrair novas companhias aéreas”. Desta forma, frisou, o aeroporto da cidade alentejana pode “começar a ter um tráfego de passageiros mais sustentado e em função das necessidades do mercado”.

Até 2017, frisou, o aeroporto de Beja “terá que viver de uma valência muito importante”, ou seja, a “apetência” para instalação de negócios ligados à indústria aeronáutica. Nesta lógica, é “absolutamente importante” o projeto da empresa Aeromec, que prevê construir um hangar para manutenção de aviões no aeroporto de Beja, um investimento de cinco milhões de euros, disse. A ANA já está em conversações com outro operador, com vista à instalação de um segundo hangar de manutenção de aviões no aeroporto, adiantou ainda. Segundo Pedro Beja Neves, “é muito importante acarinhar estes projetos e tirar deles o maior partido”, para “pôr o aeroporto de Beja no mapa da manutenção de aeronaves e, por aí, criar mais postos de trabalho e potenciar riqueza”.

Bolsa de Turismo de Lisboa termina no domingo

Alentejo em destaque mostra-se nos céus

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omeçou na quarta-feira, na Feira Internacional de Lisboa (FIL), a 24.ª edição da Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), que apresenta este ano o Brasil e o Alentejo como destinos convidados. Os 513 metros quadrados do “Espaço Alentejo” contam com a presença de 21 municípios e 19 privados, para além de um espaço da Turismo do Alentejo, ERT e outro com Alqueva como tema.

Até ao próximo domingo os milhares de visitantes esperados vão poder contactar com a oferta turística da região, num espaço que foi concebido para divulgar a campanha “O Alentejo Dá-lhe Tudo”. Ceia da Silva, presidente da Turismo do Alentejo, disse ao “Diário do Alentejo” que a presença nestas feiras “é fundamental para chegar ao grande público”, e nem tanto para fazer negócios, que hoje são realizados

noutros fóruns e plataformas. Por isso mesmo, a presença do Alentejo em Lisboa vai extravasar o espaço da FIL e marcar presença em três locais de grande movimento da cidade – Parque Eduardo VII, Parque das Nações e Restelo –, com a instalação de três balões de ar quente disponíveis para quem quiser subir e olhar o horizonte com calma, “dois valores ligados ao Alentejo”, afirma.


A companhia aérea low cost francesa Aigle Azur está interessada em realizar voos para o aeroporto de Beja para transportar turistas de França para o Alentejo, o que deverá acontecer no próximo verão. “A Aigle Azur, que já voa para Lisboa, Porto e Açores, manifestou o interesse em voar para Beja”, adiantou à Lusa o presidente da Agência Regional de Promoção Turística do

Voos charters entre Dusseldorf e Beja adiados para 2013 A operação de 31 voos charters prevista para este ano entre os aeroportos de Dusseldorf e Beja só deverá realizar-se em 2013, avançou à Lusa um responsável do projeto. A operação, que deveria realizar-se entre 15 de abril e 18 de novembro e ser efetuada pelo operador

Alentejo (Arpta), Vítor Silva. Segundo este responsável, a Aigle Azur, “em breve, vai começar a fazer voos dedicados apenas ao Alentejo” e para trazer turistas de França para a região, “mas a partir do aeroporto de Lisboa”. No entanto, “se os voos começarem a correr bem”, a Aigle Azur admite “deslocar a operação” do aeroporto de Lisboa para o de Beja “no próximo verão”, frisou.

turístico alemão Olimar em parceria com o Grupo Vila Vita, “ficou sem efeito”, disse o presidente da Agência Regional de Promoção Turística do Alentejo (Arpta), Vítor Silva. Segundo o responsável, a operação, que envolvia também a Arpta e a ANA – Aeroportos de Portugal, “ficou sem efeito”, porque “não foi possível encontrar um avião dentro

Base Aérea n.º 1 SINTRA

Base Aérea n.º 6 MONTIJO

Base Aérea n.º 5 MONTE REAL

É aqui que estão instalados a Academia da Força Aérea, o Museu do Ar e o Centro de Estudos Aeronáuticos. A distância à capital é de cerca 40 quilómetros que são efetuados em menos de 40 minutos, havendo ainda uma estação ferroviária a 10 quilómetros. A pista tem apenas 1 800 metros e nas extremidades a geografia do terreno não permite ampliações.

Esta infraestrutura da FAP tem por missão a busca e salvamento, vigilância da zona marítima exclusiva e serve ainda de base para as aeronaves que transportam altas individualidades. Está a pouco mais de 20 quilómetros de Lisboa, feitos através da ponte Vasco da Gama (20 minutos aproximadamente). Tem duas pistas (2 187 e 2 448 metros), e apresenta espaço suficiente para a construção de mais pistas e das estruturas de apoio necessárias ao funcionamento de um aeroporto civil.

É nesta base que estão estacionados os F16 da FAP que têm como missão a luta aérea defensiva e ofensiva em cenário de guerra. Tem apenas uma pista com 2 459 metros e dista da capital cerca de 160 quilómetros que podem ser percorridos em entre uma hora e meia e uma hora e quarenta e cinco minutos. O espaço em redor da base permite a ampliação da infraestrutura.

09 Diário do Alentejo 2 março 2012

Franceses da Aigle Azur querem “voar” para Beja

do prazo que o Grupo Vila Vita tinha estabelecido para fechar o acordo”. O avião foi encontrado “mais tarde”, mas o Vila Vita “já tinha estabelecido as rotas” da operação para o aeroporto de Faro, explicou. No entanto, adiantou, o Vila Vita e o Olimar, “já fecharam um acordo verbal” para a realização da operação entre Dusseldorf e Beja em 2013.

Depósito Geral de Material da Força Aérea ALVERCA É uma base de apoio logístico às aeronaves da FAP. A OGMA tem aqui as suas instalações. A pista tem 2 500 metros e o seu grande handicap é não permitir o funcionamento simultâneo com a Portela.

Aeroporto de Beja O terminal de passageiros construído em Beja permite o movimento de 500 passageiros por hora e o terminal de carga está preparado para processar 50 000 toneladas por ano. A pista principal tem 3 450 metros. A distância da capital é o grande problema: cerca de 200 quilómetros que levam mais de duas horas a serem percorridos.

Secretário de Estado desvaloriza aeroporto de Beja

Lisboa sempre longe de mais

U

m estudo encomendado pela Associação Comercial do Porto à Universidade Católica divulgado pelo “Expresso” aponta o Montijo como o local indicado para receber as operações das companhias de baixo custo que operam a partir de Lisboa. A base militar situada na margem sul do Tejo, em frente à capital, “apresenta área suficiente para a implantação de um aeroporto e construção de novas pistas, permitindo desta forma a operação simultânea deste aeródromo com o da Portela”, pode ler-se no documento. No entanto, o secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações valoriza também a hipótese de Sintra, isto antes do grupo de trabalho que integra elementos da Força Aérea, da ANA, da NAV e do Instituto Nacional de Aviação Civil (INAC) ter chegado a uma qualquer conclusão. Numa segunda fase da discussão juntar-se-ão a este grupo operadores e agentes da área do turismo. Ceia da Silva, presidente da Turismo do Alentejo, ERT, contactado pelo “Diário do Alentejo”, diz que não sabe em concreto o que se passa, no entanto, espera poder dar a sua opinião sobre o assunto no âmbito deste grupo de trabalho, a qual será sempre no sentido de chamar a atenção para o facto de o “aeroporto estar construído, e que deve ser feito um esforço para a sua dinamização”. Uma fonte da Rynair, uma das maiores companhias de aviação low cost, citada pelo “Expresso”, explica que o fator decisivo para a escolha de um local para base de

Com o cancelamento do projeto de construção do novo aeroporto internacional de Alcochete, a solução Portela + 1 volta a estar na ordem do dia. Sérgio Monteiro, secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, revelou recentemente que em cima da mesa estão as hipóteses de Alverca, Montijo, Sintra, Monte Real e Beja, mas a infraestrutura alentejana parece estar a perder a corrida, já que o governante afirma “que a acessibilidade é um critério valorativo”. Texto Aníbal Fernandes

operações são as “tarifas baixas”, daí não terem “nenhuma preferência quanto a estas localizações e encontrarem-se disponíveis para considerar e negociar com todas as

mencionadas”. Jorge Pulido Valente, presidente da Câmara de Beja, esteve, no final do ano passado, em Dublin, e conversou com responsáveis da Rynair.

Do encontro, relembra ao “Diário do Alentejo” que a operadora estaria disposta a vir para Beja “se mantivesse também Lisboa como base operacional”. No entanto, a

Autarcas de Beja à espera do secretário de Estado

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19 de dezembro do ano passado, numa reunião em Beja com os autarcas e deputados do distrito, o secretário de Estado lançou o “desafio” para se criar um grupo de trabalho para encontrar “soluções de consenso” com vista ao desenvolvimento do aeroporto de Beja. José Maria Pós-de-Mina, presidente da Câmara de Moura e presidente em exercício da comissão diretiva da Associação de Municípios do Baixo Alentejo e Alentejo Litoral (Ambaal), diz que “continua à espera” que Sérgio Silva Monteiro defina a composição do grupo de trabalho. Em Beja, o secretário de Estado disse, na altura, que a sua proposta não pretendia “apenas ganhar tempo” mas visava “encontrar alternativas para estimular a utilização” do aeroporto e “permitir que a infraestrutura possa ser, de facto, um polo de desenvolvimento”. Perante a discussão da escolha de uma solução complementar ao aeroporto da Portela, Pós-de-Mina considera que a infraestrutura de Beja é a melhor solução pois é aquela que necessita de “um investimento mais baixo”.

hipótese de Beja sozinha não foi descartada pelos irlandeses que faziam depender a sua decisão da atribuição de “compensações”. O autarca bejense diz que “não faz sentido escolher outra localização” que não Beja, e mostra-se convencido que nenhum dos outros locais tem melhores argumentos” do que a capital do Baixo Alentejo. No entender de Jorge Pulido Valente, estamos na presença de uma guerra de lóbis, mas o facto de o aeroporto já estar construído e as acessibilidades estarem com obras em curso e com financiamento garantido devia ser o suficiente “para o Governo escolher Beja”, até porque é a solução mais barata. Aníbal Costa, presidente da Câmara de Ferreira do Alentejo, afina pelo mesmo diapasão. O promotor do primeiro voo comercial efetuado a partir de Beja diz que as reticências que poderiam existir quanto à capacidade da pista suportar aviões de longo curso “foram desfeitas” aquando da ligação efetuada com Cabo Verde, onde se provou que o piso “está em perfeitas condições”. O autarca de Ferreira do Alentejo gostaria de fazer parte do grupo de trabalho já que se sente “mais envolvido do que outros municípios” nesta questão, mas espera que, pelo menos, a Associação de Municípios do Baixo Alentejo e Alentejo Litoral (Ambaal) possa integrar o mesmo para defender os interesses da região. Para além disso, chama a atenção para o facto de as obras entre Santa Margarida do Sado e a capital de distrito terem sido retomadas e lembra que a certificação da pista deve estar por dias.


O auditório da EBI1,2 Frei António das Chagas, em Vidigueira, recebe na próxima segunda-feira, dia 5, pelas 15 horas, um workshop que visa assinalar o Dia Europeu da Igualdade Salarial. De acordo com a Câmara Municipal de Vidigueira, a “existência de desigualdades salariais no setor agroalimentar

Mário Simões é mandatário distrital de Passos Coelho O presidente da distrital de Beja do PSD é o mandatário distrital da candidatura de Pedro Passos Coelho às eleições diretas para o cargo de presidente do PSD, eleições essas marcadas para amanhã, sábado. Mário Simões considera que este convite “é uma honra” que

EMAS em Ourique, Aljustrel e Barrancos No âmbito do cumprimento dos diferentes programas de controlo de qualidade da água de abastecimento, a que os diferentes municípios estão obrigados, o laboratório da Empresa Municipal de Águas e Saneamento de Beja (EMAS) “passou e ser o laboratório contrato para este efeito em Ourique, Aljustrel e Barrancos para todo ano de 2012”, adianta a Câmara de Beja. Ainda de acordo com a autarquia, “desta forma a carteira de trabalho já garantida para o presente ano consolida em definitivo o objetivo de tornar o laboratório da EMAS um parceiro de peso das entidades gestoras de serviços de água da região”. “A competitividade do laboratório da EMAS, relativamente aos demais laboratórios presentes no mercado”, referem os responsáveis, “resulta não apenas do seu posicionamento geográfico, mas também de uma vantagem competitiva fruto das economias de escala conseguidas”. Em relação a Aljustrel o laboratório da EMAS “é igualmente responsável pelo controlo analítico das estações de tratamento de águas residuais e pelas análises realizadas nas piscinas municipais”.

RI3 acolhe Dia da Defesa Nacional Decorre nas instalações do Regimento de Infantaria n.º 3 (RI3), em Beja, a segunda fase das jornadas do Dia da Defesa Nacional (2011/2012), onde estarão presentes os jovens do Alentejo e dos Algarve, com idades a partir dos 18 anos. De acordo com o RI3, “desde que foi instituído como dever militar, nas últimas sete edições, no Centro de Divulgação do RI3, o Dia da Defesa Nacional teve uma participação que rondou os 84 por cento dos convocados”. O Dia da Defesa Nacional é “de carácter obrigatório para a totalidade dos jovens de nacionalidade portuguesa de ambos dos géneros, constituindo, atualmente, o único dever militar a cumprir pelos cidadãos”. PUB

de Vidigueira espoletou um trabalho de proximidade, em curso, com os agricultores do setor do vinho e do azeite, que permitirá evidenciar um conjunto de discrepâncias que importa minimizar e inverter no sentido de alcançar a paridade salarial nesse grupo socioeconómico”.

assume “com a mesma determinação e empenho” com que assumiu “as duas anteriores, hoje com uma dupla responsabilidade”. São ainda mandatários concelhios Ricardo António Monteiro Colaço (Almodôvar), Francisco José D’ Almeida Rato (Aljustrel), Fernando Acácio Vieira de Oliveira (Alvito), João David Rodrigues Araújo (Beja), Rui Duarte

Moreno Nobre da Conceição (Castro Verde), Francisco Barbosa Martins Branco (Ferreira do Alentejo), Humberto Jorge Nixon Ramalho Martins (Moura), Rui Manuel de Brito (Ourique), Carlos Filipe Bernardino da Silva (Odemira), José Luís Mendes da Palma Pires (Serpa) e Maria João Alhinho Caeiro Romana (Vidigueira).

CDU viabiliza orçamento da Câmara de Beja com abstenção

À segunda foi de vez A segunda versão do orçamento da Câmara de Beja (PS) para este ano, de 38,5 milhões de euros, foi aprovada na terça-feira pela Assembleia Municipal, graças à abstenção da maioria CDU, que tinha chumbado a primeira versão do documento.

O

novo orçamento, que inclui alterações, nomeadamente na verba para as juntas de freguesia, a principal questão que divide PS e CDU, foi votado pela Assembleia Municipal de Beja, tendo obtido também a abstenção do PSD, os votos a favor do PS e o voto contra do eleito do Bloco de Esquerda. O líder da bancada da CDU, Rodeia Machado, apesar de considerar que se trata de “um mau orçamento para o concelho de Beja”, justificou a abstenção com o argumento de que é “preferível” a autarquia ter um orçamento para o executivo PS “deixar de se vitimizar”. O líder da bancada do PS, Paulo Arsénio, frisando que “seria demasiado negativo” para Beja se o orçamento não fosse aprovado, congratulou-se com a aprovação, o que vai permitir devolver “a vida normal ao município”. “De facto, não é um bom orçamento”, mas “o problema” é “saber como vai ser cumprido”, disse o eleito do Bloco de Esquerda, José Pedro Oliveira, que também tinha votado contra a primeira versão do documento, defendendo “bom senso” para se discutir a distribuição das verbas para as juntas de freguesia. A abstenção da CDU, que permitiu a provação do documento, é um “presente envenenado” para o executivo PS da Câmara de Beja, que vai ter que cumprir um orçamento que “não é exequível”, disse o líder da

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Vidigueira debate igualdade salarial

Rodeia Machado diz que é “um mau orçamento para o concelho de Beja” e justificou a abstenção com o argumento de que é “preferível” a autarquia ter um orçamento para o executivo PS “deixar de se vitimizar” DR

Diário do Alentejo 2 março 2012

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Paulo Arsénio, que frisou que “seria demasiado negativo” para Beja se o orçamento não fosse aprovado, congratulou-se com a aprovação, o que vai permitir devolver “a vida normal ao município”

bancada do PSD, João Paulo Ramôa. O orçamento “é mau, mas é o possível”, porque “não há possibilidade de apresentar outro”, disse o presidente da Câmara de Beja, Jorge Pulido Valente, lançando um “desafio”. “Se alguém conseguir apresentar outro orçamento, que faça o milagre de manter todos os apoios que a câmara prestava e os compromissos e conseguir pagá-los, passa a santo. Não é presidente de câmara é um santo”, disse o autarca, rematando: “Não tenho vocação para santo”. A primeira versão do orçamento da Câmara de Beja tinha sido chumbada no final de 2011 pela Assembleia Municipal, com os votos contra da maioria CDU e do Bloco de Esquerda, a abstenção do PSD e os votos a favor do PS. Após o chumbo, o executivo PS apresentou a representantes dos partidos da Assembleia Municipal uma proposta de alteração ao orçamento, nomeadamente ao nível da verba para as juntas de freguesia, uma das razões que levaram a CDU e o Bloco de Esquerda a votar contra a primeira versão. A proposta de alteração foi rejeitada pela CDU, que, entretanto, através dos eleitos na Câmara e na Assembleia Municipal, apresentou uma proposta alternativa, que foi rejeitada pelo executivo PS. No final de janeiro, a Câmara de Beja aprovou a nova versão do orçamento, com os votos a favor do executivo PS e os votos contra dos vereadores da oposição CDU. Hoje, os eleitos da CDU, a força maioritária, na Assembleia Municipal, não seguiram o sentido de voto dos vereadores da oposição comunista na autarquia e abstiveram-se, o que permitiu a aprovação do novo orçamento.


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Eleições A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia foi a votos

ASPP alerta para a situação

PSP de Beja com falta de meios Os membros da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP) elegeram a nova direção nacional e os delegados distritais para o próximo milénio. Em Beja, para além das reivindicações de classe, o sindicato pede mais meios para a PSP poder cumprir a sua missão.

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o passado dia 23, em Beja, cerca de 70 por cento dos associados da ASPP foram a votos, o que revela “a vitalidade e força do sindicato”, afirmou ao “Diário do Alentejo” Francisco José Passinhas, secretário nacional e o seu responsável distrital da organização. A única lista que se apresentou a sufrágio obteve 101 votos, tendo-se apurado, ainda, quatro brancos e três nulos. Quanto à votação para os sete delegados de Beja, apresentaram-se às eleições 15 candidatos. Dos eleitos, três foram-no pela primeira vez, o que, para o dirigente Francisco Passinhas, é um “sinal do interesse” dos profissionais da polícia na vida sindical. A nova direção da ASPP tem como pontos fortes a alcançar durante o próximo triénio a progressão na carreira; a atualização dos índices remuneratórios de acordo com o estatuto da polícia e a Lei da Função Pública; a aplicação de um regime especial tendo em conta

a especificidades deste grupo profissional; e a exigência de um serviço de assistência (SAP) na doença digno. Francisco José Passinhas lembra que os profissionais da polícia “não têm férias, folgas e horários certos, nem ganham horas extraordinárias, ao contrário da generalidade dos funcionários públicos”, e quanto ao SAP o sindicalista aponta o dedo a “uma visão economicista que tem levado à degradação do sistema”, afirma. A nível local o sindicato bate-se pelo aumento dos meios técnicos (viaturas e computadores), pela colocação de mais oficiais superiores e pela abertura da nova esquadra na Escola do Salvador o mais rapidamente possível. Passinhas diz que, “apesar do empenho do comandante distrital”, até agora a direção nacional da PSP não tem resolvido o problema, mas mostra-se convencido de que o novo diretor nacional da PSP “está sintonizado” com o problema e que em breve poderá ser possível resolver a questão. Entretanto, os agentes de Beja, com o apoio do comandante, disponibilizaram-se para, nas horas vagas, recuperar o ginásio, uma infraestrutura importante para a manutenção da forma física, garante de operacionalidade individual. AF

8 de Março

Reformados do distrito convidam mulheres a participar

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Federação das Associações de Reformados Pensionista e Idosos do Distrito de Beja (Farpibe/Murpi) “convida todas as mulheres, em especial as reformadas e pensionistas, a comemorarem o Dia Internacional da Mulher [8 de Março], integrando-se nas iniciativas que vierem a ser desenvolvidas, com objetivo de contribuírem com a sua presença e a sua vontade para que homens e mulheres possam vir a ter uma vida mais digna”.

Em comunicado de imprensa a Farpibe adianta que “se é verdade que as mulheres, em muitos países, têm conseguido impor na legislação alguns direitos, tais como salário igual para trabalho igual, direito de voto, direito de, em igualdade com os homens, ocuparem cargos de destaque na governação e na sociedade, de entre muitos outros, não é menos verdade que ainda há um grande caminho a percorrer para a sua completa emancipação”.

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O pavilhão Armindo Peneque, em Aljustrel, acolhe este fim de semana, dias 3 e 4, um encontro de Testemunhas de Jeová, que deverá contar com a presença das várias congregações do Baixo Alentejo e onde são esperadas mais de 800 pessoas.

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Testemunhas de Jeová reúnem-se em Aljustrel


Diário do Alentejo 2 março 2012

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Amanhã, sábado, em Serpa, vão reunir-se as câmaras que acham importante levar o CANTE alentejano até à Unesco, já este mês. Juntas, totalizam mais de sessenta por cento dos municípios onde existem grupos corais. Um número significativo que tenderá a aumentar com o aproximar da candidatura a Património Cultural Imaterial da Humanidade. PB

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O secretário de Estado da tutela acha que, em virtude dos maus acessos, o AEROPORTO DE BEJA dificilmente será escolhido para dar a tal mãozinha que a gare de Lisboa necessita. Isto apesar de a infraestrutura alentejana estar concluída e de a ANA afirmar que tem todas as possibilidades de se desenvolver em pleno a partir de 2017. PB

Opinião

Frutos e sementes de D. Manuel Falcão Ruy Ventura Poeta e ensaísta

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aleceu há poucos dias D. Manuel Franco da Costa de Oliveira Falcão, bispo emérito da Diocese de Beja. Se, para muitos cristãos, o desaparecimento físico deste prelado é assunto que diz apenas respeito aos diocesanos do Baixo Alentejo, para quantos no nosso país costumam lançar um olhar atento sobre o mundo e sobre os homens que o habitam e melhoram a partida deste “pescador de homens” não os deixou indiferentes. No segundo mais extenso bispado português (e também no Patriarcado de Lisboa, onde foi bispo auxiliar), os méritos deste antigo engenheiro serão recordados de forma poliédrica, dada a importância do trabalho pastoral que desenvolveu. Entre os restantes portugueses, se a justiça não for completamente cega, deixará memória duradoura enquanto promotor pioneiro de uma prática consequente de conhecimento, salvaguarda e divulgação do património religioso nacional. Ao fundar, em 1984, o Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja, poucos anos depois de tomar posse plena desse território cristão, o panorama não era animador, para não dizer aterrador: “[…] Diversas igrejas jaziam ao abandono, devido ao desinteresse ou à míngua de recursos, enquanto outras eram alvo de intervenções pouco criteriosas que afetavam a integridade material e cultural tanto da arquitetura como dos bens móveis nela integrados. Em certas circunstâncias, ainda se procedia à venda de obras de arte existentes nas paróquias como uma forma de obtenção de fundos para a reparação do telhado ou para a aquisição de um órgão eletrónico. Ao mesmo tempo, várias imagens seculares eram confiadas a ‘curiosos’ que as pseudo-restauravam com purpurinas e tintas plásticas ou partiam para reparações em oficinas de santeiros do Norte, voltando desfiguradas ou substituídas por réplicas. A questão dos furtos tornava-se também acutilante com a presença de antiquários e colecionadores no terreno que aliciavam tanto os sacristães a venderem como os delinquentes locais a roubarem. E, com o pretexto do abandono, alguns serviços estatais e autárquicos começavam a promover a incorporação nas suas coleções de objetos que se sabia pertencerem à Igreja.” Estas palavras – saídas da mão de José António Falcão, diretor do departamento então criado, onde se mantém até aos nossos dias – não descrevem, infelizmente, factos exclusivos de uma única região portuguesa. O quadro encontrado por D. Manuel correspondia ao que se podia observar um pouco por todo o País, mesmo em zonas a que nunca se poderia colar a etiqueta (cómoda) da “descristianização precoce”, como se tem feito em relação ao distrito de Beja. Como refere aquele historiador da arte no catálogo da exposição “Rosa Mystica – Nossa Senhora na Arte do Sul de Portugal”(Regensburg, 1999-2000), “tal como sucedia em muitas outras áreas do País, a Igreja ainda não tinha despertado então – pelo menos no tocante a uma sensibilização alargada das comunidades – para a necessidade de defender os seus valores com todas as consequências que isso implicava.” O bispo de Beja teve a coragem de pensar de maneira diferente. Tal atitude, movida por clarividência ousada, concretizou-se na ação de uma equipa formada sobretudo por

leigos comprometidos, que desde aí têm sabido olhar para o património histórico e artístico religioso como um fenómeno teológico, filosófico, antropológico e sociológico abrangente e revelador. Pastor enraizado e conhecedor profundo das suas ovelhas e da história delas, revelando um entendimento inteiro da paisagem, do povoamento e das suas tradições espirituais, D. Manuel não se limitou a delegar competências, mas soube acompanhar e estimular a descoberta, a inventariação, a salvaguarda e a divulgação de múltiplas manifestações de um património material e imaterial que é muito mais do que um simples conjunto de “bens culturais”. Por detrás da sua ação direta e indireta esteve a consciência de que a Memória e a Criação, concretizadas em História e Arte, não são apenas fenómenos humanos, ainda que superiores, mas manifestações de um devir e de uma Transcendência que nos leva a Deus. Nos seus fundamentos esteve ainda a assunção de que a Ética e a Estética não devem ser separadas nem na preservação do património histórico e artístico nem no acolhimento que é preciso dar às manifestações válidas da nossa contemporaneidade. Pastor enraizado Consciência e ação parecem e conhecedor ter sido as sementes lançadas à terra portuguesa por D. Manuel profundo das Franco Falcão – e que tão bons suas ovelhas e frutos têm dado na prática mulda história delas, tiplicada e multiplicadora do revelando um departamento por ele criado. entendimento O trabalho vem sendo reconheinteiro da cido dentro e fora de portas – sinal de que não tem sido feito paisagem, do povoamento e das em vão. Nenhuma semente, consuas tradições tudo, se prolonga no tempo se espirituais, D. não partilhar os seus genes. O Manuel não se trabalho do bispo de Beja podelimitou a delegar ria ter ficado confinado às (larcompetências, mas gas) fronteiras da sua diocese. soube acompanhar Tal não parece ter acontecido. Embora lentamente, um pouco e estimular a por todo o País as sementes vindescoberta, a das da antiga Pax Iulia começainventariação, ram a dar origem a novas plana salvaguarda tas. São ainda frágeis, é certo, mas o Espírito Santo não as deie a divulgação xará fenecer. Onde, antes, algude múltiplas mas comissões de Arte Sacra manifestações mandavam esculturas a Braga, de um património a Fátima ou à casa de “habilidomaterial e imaterial sos” (e de lá vinham estrábicas, que é muito mais com estranhos e desajustados do que um simples olhos de vidro, com cabeças noconjunto de “bens vas, sem a policromia original; ou de lá não vinham, porque culturais”. regressavam apenas em cópias nem sempre fiéis), há agora regulamentos de intervenção rigorosos – ainda que a sua aplicação plena se veja prejudicada pela extensão territorial e pela falta de acolhimento de leigos inteligentes, conhecedores e comprometidos. Onde, antes, se demoliam igrejas seculares ou se deitava para o lixo (ou para as mãos de compradores de velharias e antiguidades) peças únicas só porque não caíam no goto de comissões fabriqueiras, de irmandades, de beatas ou de párocos, há agora uma sensibilidade acrescida e, a pouco e pouco, mais atenta e respeitadora. Será ainda pouco – mas Roma e Pavia não se fizeram

num dia. O exemplo de D. Manuel não terá sido a única semente (lembro, por exemplo, o trabalho meritório que tem desenvolvido o Secretariado para os Bens Culturais da Igreja), mas não seremos justos se não dissermos que – por caminhos tortos ou direitos – o bom trabalho de Beja, visível até fora de portas, serviu de adubo ou de água que fez rebentar vontades adormecidas, consciências acomodadas. Seja como for, teve um efeito de bola de neve, que a emulação, em muitos casos, estimulou. O filósofo francês Henri Bergson defendeu sempre que a memória não consiste num regresso ao passado, mas na entrada de uma herança infinita no presente de cada um de nós, tornando-o livre das necessidades da existência e elevando-o até uma vida projetada no futuro, enquanto Esperança. D. Manuel Franco Falcão terá percebido a importância desta doutrina, concretizando-a numa obra exemplar. Isso lhe devemos e deveremos. Isso lhe deve e deverá Portugal.

Lugares de Zeca e de nós Viriato Teles Jornalista

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o contrário do que por vezes nos dizem, o sítio onde nascemos não é necessariamente o mais importante dos nossos lugares. Nós somos, antes de tudo, de onde nos sentimos bem. E foi assim também com José Afonso, cidadão de toda-a-parte e patriota do mundo. Nascido à beira-Vouga, criado entre o Mondego e o Púnguè, moldado pelas trovoadas africanas e pelo sol da Fuzeta, foi a sul que Zeca encontrou o seu norte. (Em parêntesis, deixem-me que vos dê conta da minha convicção de que nenhum outro cantor, antes ou depois dele, foi capaz de descrever com tanto e tão apaixonado rigor a saga do Alentejo do século XX. Cantar Alentejano e Grândola, Vila Morena não são apenas duas belas canções, elas são todo um manual de história – da região e do País – porventura só comparável, nas artes lusas, ao pulsante Levantado do Chão de Saramago, às narrativas magnificentes de Manuel da Fonseca, e – já agora e se me dão licença – às preciosas crónicas de Miguel Serrano). Voltemos a Zeca. A lição maior da sua vida, sabe bem quem o conheceu, não foi sequer a música ou a poesia. Essas são apenas o lado mais imediatamente belo, e com certeza o mais eterno, do legado enorme que nos deixou. Para os que tiveram o privilégio de compartir com ele alguns momentos, o modo de ser e de estar de José Afonso foi o melhor dos ensinamentos. Com ele aprendemos a amar os lugares onde fomos momentaneamente felizes, mas também as pessoas que lhes pertencem. Porque os lugares são as pessoas, e não é possível querer bem àqueles desprezando estas. O Zeca era feito desta argamassa, eterno militante do desassossego, ciente de que a realidade é, como ele dizia, “aquilo que existe, o que nós supomos que existe e o que nós inventamos”. No coração de um homem cabem todos os sonhos do mundo. No coração inquieto de Zeca habita(va)m os afetos partilhados onde quer que alguém lute por uma vida melhor. Não é um lugar unânime, mas é aí que acredito que vale a pena estar. O Zeca, esse, nunca saiu de lá.


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A ministra da Agricultura e das outras coisas todas esteve no Alentejo durante o fim de semana, onde considerou que a conclusão do regadio de ALQUEVA em 2013 foi uma espécie de engano ou de engodo lançado pelos governos de José Sócrates. O problema é que para quem cá vive governo é governo. Palavra é palavra. Seja ele ou ela de que cor for. PB

Ao fim de quase um ano de troika o País está pior do que o previsto e, mais grave ainda, não se vislumbram ao fundo do túnel nem expetativas de crescimento, nem sequer o regresso aos mercados financeiros. Quando se faz bem uma coisa má, não se está a fazer bem. O infortúnio do Governo, o nosso infortúnio, está na singeleza desta verdade. Editorial do “Público”, 29 de fevereiro de 2012

Uma agenda para o Baixo Alentejo Pedro do Carmo Candidato a presidente da ederação do PS/Baixo Alentejo

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maior desafio das lideranças políticas para os próximos anos é o da proteção do interior, incluindo a integridade dos territórios e a qualidade de vida das populações. Muitas vezes nos perdemos em discussões sobre o acessório quando nos deveríamos empenhar no essencial, encontrando soluções para os problemas. Defendo a criação de uma agenda para o Baixo Alentejo, protetora da interioridade e promotora do progresso, em harmonia e respeito pelas diversidades locais. Que atribua força e credibilidade e que resulte de compromissos suprapartidários, numa visão comum de desenvolvimento regional, para cada um dos concelhos e em benefício das pessoas. Sei que o Partido SociaInsisto na lista é na maioria dos casos preocupação de o único reduto de esperança direcionarmos as para muitos cidadãos sem voz, que é o pilar de consnossas políticas trução de políticas globais nas pessoas, de progresso, como são os porque não casos do aeroporto de Beja, há territórios de Alqueva e do porto de com valor sem Sines. pessoas, nem o Mas importa reconhecer que estes projetos, per si, desenvolvimento não conseguirão resolver os se afirma contra problemas de crescimento as comunidades. regional. É importante que É decisivo que a partir das suas potencialio PS mobilize dades e de outras que a renesta nova ideia gião detém possamos dar corpo e forma a uma estrade governação tégia comum de promoção regional outros cultura, das políticas sopartidos e agentes da ciais e de saúde, da agriculda sociedade civil. tura, do ambiente, das acesÉ fundamental sibilidades e da coesão do que conquistemos território, entre outras. Para alcançar este desíga força de uma nio – de proteção da interioregião e a sua ridade – é prioritário defenafirmação der a constituição da região nacional com os do Baixo Alentejo! Com a consensos e o determinação de quem enrespeito por quem tende que esta unidade territorial tem força própria, nela vive e atua. identidades cultural e geográfica e aceitação social, fatores determinantes para o sucesso de um modelo de regionalização progressista e moderno centrado nas pessoas. Insisto na preocupação de direcionarmos as nossas políticas nas pessoas, porque não há territórios com valor sem pessoas, nem o desenvolvimento se afirma contra as comunidades. É decisivo que o PS mobilize nesta nova ideia de

governação regional outros partidos e agentes da sociedade civil. É fundamental que conquistemos a força de uma região e a sua afirmação nacional com os consensos e o respeito por quem nela vive e atua. O nosso compromisso deve ser o de abrir um novo ciclo de políticas e de liderança que coloque os interesses do Baixo Alentejo acima de quaisquer outros, enaltecendo a nobreza da cidadania. É por este desígnio que me empenho, com certeza de que conseguiremos fazer mais e melhor pelo Baixo Alentejo.

O Alentejo não pode perder as suas vozes Ceia da Silva Presidente da Turismo do Alentejo, ERT

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stou perfeitamente tranquilo em relação às considerações que passo a referenciar, porque eu e Carlos Júlio tivemos muitas vezes opiniões diferentes, contraditórias, perspetivas diferenciadas em relação ao mundo que nos rodeia. Há momentos em que sonhamos em transpor as barreiras artificiais da vida e em transformarmo-nos de entrevistados em entrevistadores. Sim, como me apetecia hoje fazer de repórter e perguntar ao Carlos Júlio qual a sensação sentida com esta decisão de suprimir a delegação do Alentejo da TSF? Qual a sensação de cortar uma voz que tantas vezes transportou o Alentejo? Que sabor aqueles prémios terão tido comparados com o ruído seco e abafado do acabou, acabou mesmo! Sim, esta atitude, que não é tão isolada e simples quanto possa parecer, deve merecer a nossa reflexão. Carlos Júlio, exemplo de um jornalismo sério, de caráter e tantas vezes associado ao símbolo azul da TSF, constitui uma das vozes, muitas vezes crítica mas referenciadora, que projetou o nosso Alentejo. Os seus prémios foram os prémios da nossa região, as suas reportagens foram os apontamentos desta terra que ele soube projetar de forma tão viva e com a força única da sua voz. Desaparecer a delegação da TSF, da Lusa, a redução da RDP e RTP, etc., é desaparecer um pouco da nossa alma e força da região. Há momentos em que temos que estar todos unidos, coesos, sem partidarites ou divisionismos na defesa imperiosa e urgente da nossa diferença e da nossa singularidade. Sabem que a única camisola que visto é a do Alentejo. Como dizia Régio, “não sei por onde vou, mas sei que não vou por aí”, e não podemos continuar a perder a “importância” e o relevo que o Alentejo merece e justifica. Perder a delegação da TSF no Alentejo simboliza muito mais do que esse mero ato formal de colocar um carimbo de encerrado numa qualquer porta mais ou menos sombreada; perder a delegação da TSF no Alentejo é perder uma das nossas vozes, perder um dos nossos símbolos, uma das nossas referências. E o Alentejo não pode, não pode mesmo, perder as suas vozes.

Iconografia pacense À memória de Mário Elias, artista eclético, natural de Mértola.

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oubemos no dia 13 de outubro de 2011, através do jornal “Alentejo Popular”, que falecera, dois dias antes, no Hospital de Beja, o nosso amigo Mário Elias, tendo sido sepultado no dia 12 na terra que o viu nascer há 77 anos1. Há vários meses que não nos víamos e nada sabia do seu estado de saúde. Embora não fosse homem cumpridor de regras, quaisquer que elas fossem – chegando até a sua postura social a pôr em debandada muitos dos seus amigos e conhecidos, mas também a atrair muitos outros, motivados pela sua constante irreverência –, seduzia pelas suas cultura literária, experiência de vida e criatividade artística. Narcisista, comunicativo, argumentava filosoficamente as razões do seu ego até quase ao desespero e também, muito inteligentemente, não só ria dos outros como de si próprio, depois dava meia volta, encolhia os ombros, estendia os braços e ficava atormentado, em silêncio, perscrutando tudo em redor, provavelmente analisando mais a sua mente turbilhante, como nos chegou a confessar, do que aquilo que o cercava. Porém, todos estes momentos de solidão eram, aparentemente, breves – outra volta sobre si próprio e já nos mostrava um rosto radiante, de olhos brilhantes, com uma tirada de um dos seus autores favoritos, como Wagner, Dostoievski ou Edgar Allan Poe, este o principal mentor das suas incontornáveis lucubrações e do lado tétrico, mais sério, artístico e original da sua arte, expressa em excelentes gravuras. Mértola soube homenageá-lo em vida. A câmara municipal atribuiu o seu nome a um espaço cultural, a Casa das Artes Mário Elias. Foi poeta, pintor, ensaísta, crítico de arte, ilustrador, etc., mas, acima de tudo, autodidata; colaborou nas revistas e jornais “Flama”, “Século Ilustrado”, “Almanaque Alentejano”, “Sempre Fixe”, “Ridículos”, “Diário do Alentejo” e, entre muitos outros periódicos, destaca-se o “Mensário das Casas do Povo” com artigos de grande qualidade literária, dos melhores que escreveu nos anos sessenta e setenta do século passado. Publicou vários livros: A estética do pessimismo em António Sequeira e Canhenho de um mertolense, entre outros; em 1959 participou na “I Exposição de Desenho Moderno”, em Lisboa, com Almada Negreiros, Francisco Relógio, Manuel Ribeiro de Pavia, Júlio Pomar, Abel Manta e Jorge Barradas; no seguimento de 1964, como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, realizou diversas exposições pelo País, tendo sido estes primeiros 10 anos o seu período mais fértil nas artes e na escrita. Partiu Mário Elias, há pouco mais de quatro meses, tal como havemos de partir um dia, mas, até ao nosso reencontro, a sua amizade, o espírito irrequieto, insatisfeito e contagiante, obriga-nos a render-lhe esta singela homenagem. R.I.P. Cf: dados essenciais in www.alentejopopular.pt; http://www.camertola.pt/article/at%C3%A9-semprem%C3%A1rio-elias1934-2011 1 Texto parcialmente reproduzido no Facebook, no mural do autor, no dia 13 de outubro de 2011.

Leonel Borrela


Diário do Alentejo 2 março 2012

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As consequências da austeridade estão aí, mas não há boa austeridade, como não há uma boa maneira de dar más notícias. Um programa de empobrecimento organizado que é, eufemisticamente, apelidado de “plano de ajustamento”, só poderia ser recessivo. António Costa, “Diário Económico”, 29 de fevereiro de 2012

O anúncio do fim da crise é o ópio dos governantes: suco extraído de certas papoilas é uma boa ajuda para momentos angustiantes. Mas pode causar entorpecimento e alucinação. Paulo Ferreira, “Jornal de Negócios”, 28 de fevereiro de 2012

Cartas Carta aberta ao exmo. sr. presidente da Câmara Municipal de Beja Gonçalo Pereira Diretor da National Geographic-Portugal

Exmo. sr. dr. Jorge Pulido Valente, As notícias recentes que deram conta da vontade da Câmara Municipal de Beja de reduzir o seu contributo financeiro para o orçamento do Museu Regional de Beja (ou Museu Rainha Dona Leonor) – e que, na prática, o inviabilizam – entristecem quem conhece aquele espaço museológico e com ele cooperou na última década. Numa pesquisa rápida, verifico que o espólio ali guardado já foi útil à revista que dirijo em quase uma dezena de ocasiões. Em Beja, concentram-se importantes núcleos romanos e islâmicos que testemunham o papel importante da cidade ao longo dos séculos. Ali está exposto também o único núcleo visigótico do País, tema de uma reportagem em abril de 2008. Vagueando pelas coleções, detemo-nos facilmente no resultado de trabalhos prolíferos de pioneiros como Leite Vasconcelos, Abel Viana ou Estácio da Veiga. Cada um dos 15 mil visitantes anuais do museu tem aliás dois roteiros possíveis: o dos artefactos, que conta um pouco da história da ocupação humana em Portugal; e o dos pioneiros da arqueologia, que testemunha a evolução da prática desta disciplina no último século. Tratando-se de um museu regional e não municipal, o seu orçamento é, como sabe, comparticipado pelas autarquias distritais, cabendo a Beja a maior fatia. Não deixa de ser irónico que o exmo. sr. presidente da autarquia de Beja, à data em que era presidente da Câmara Municipal de Mértola, tenha congelado as comparticipações de Mértola para o museu, alegando que o mesmo não era regional mas sim municipal; eleito em 2009 para a autarquia bejense, admitiu recentemente que lhe parecia mais adequado que fosse a Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo a gerir o espaço. E entretanto a autarquia que v. ex.ª superiormente dirige votou contra o orçamento distrital de 2012, alegando incapacidade de o cumprir. O exmo. sr. presidente da Câmara Municipal de Beja tem dito regularmente que a comparticipação da autarquia para o museu é impossível de suportar, pois não existem verbas que permitam custear esse valor. Permita-me v. ex.ª que o auxilie nesse ponto. Consultando o portal de contratos públicos on line (www. base.gov.pt/default.htm), verifica-se que o município de Beja realizou, de 2008 a 2012, 409 ajustes diretos, no valor de 14,4 milhões de euros. Por uma questão de elementar justiça, limitar-me-ei a apontar a v. ex.ª despesas que resultem de ajustes realizados já no atual mandato. Ora, os cerca de 50 mil euros anuais que a autarquia não consegue comparticipar para o museu poderão porventura ser comparados com os 29 900 euros consagrados aos serviços técnicos para a produção dos eventos da BejaBrava e Beja Kids (setembro de 2011) ou, pelo menos, poder-se-á repensar a oportunidade de investir 15 500 para animações infantis no mesmo evento (outubro de 2011), aos quais se juntam mais 18 800 para o mesmo fim (outubro de 2011). Bem sei que o melhor do mundo são as crianças, mas haverá limites para a abrangência da puericultura. Estou igualmente certo que v. ex.ª, criativo no seu quotidiano, poderá igualmente dispensar os 6 500 euros investidos em criatividade de eventos (agosto de 2011) ou os 7 300 gastos na impressão da revista do município (junho de 2011). Em alternativa, deixando as festas infantis e a criatividade de parte, poderá v. ex.ª. porventura apontar baterias ao vinho. Segundo o mesmo portal, o Beja Wine Night de 2011 consumiu

42 000 euros (junho 2011), um pouco menos do que os 74 950 do Beja Wine Night de 2010 (julho 2010). Em alternativa, temos sempre os 55 800 euros do evento Vinipax (outubro 2010), um valor surpreendentemente parecido com o que não pode ser dedicado ao museu. Se nem no vinho pudermos cortar, podemos eventualmente reduzir o orçamento para o afeto. Penso concretamente nos 74 900 euros dedicados ao importante Festival do Amor (maio de 2011) que, a serem alocados para uma área menos apaixonada, resolveriam o problema do museu para o próximo ano e meio. Beja sofreria bastante – estou certo – com a redução do impacte do seu festival amoroso, mas, em alternativa, manteria expostos durante todo o ano os artefactos que conduzem a maioria dos visitantes à cidade. Creia-me desejoso de continuar a explorar a lista de ajustes diretos do município em busca de soluções que possam poupar o Museu Regional de Beja. Custar-me-ia muito que o museu fosse encerrado mais de um século depois da sua fundação... Sobretudo quando o atual presidente da autarquia é licenciado em História.

Demissão de Rui Vieira Nery Gabinete de Comunicação do Cante Alentejano a Património Imaterial da Humanidade

Com referência à notícia “Rui Vieira Nery demitiu-se da presidência do Conselho Científico do Cante a Património da Humanidade” vimos solicitar a publicação do seguinte esclarecimento: O professor Rui Vieira Nery aceitou presidir à comissão científica da candidatura, tendo-se demitido alegando problemas físicos num primeiro momento e, mais tarde, razões técnicas. As razões técnicas que alega no seu pedido de demissão já se verificavam no momento em que aceitou presidir à comissão. Isto é, o tempo, enquadramento, âmbito e a “paternidade” da candidatura são os mesmos hoje e quando aceitou o cargo. A única alteração tem a ver com o apoio recebido da quase totalidade dos municípios alentejanos e dos grupos corais, que hoje se verifica. Cabe-nos esclarecer que nunca o professor Rui Vieira Nery fez qualquer diligência no sentido de reunir a comissão a que presidiu durante alguns meses. Quando a mesma Comissão Científica reuniu com a Comissão Executiva por iniciativa desta última, o professor Rui Vieira Nery não compareceu nem explicou a sua ausência, apesar dos pedidos para que comparecesse. A ausência do professor Rui Vieira Nery não impediu que os trabalhos de elaboração do dossiê continuassem nem colocaram em causa a elevada qualidade do processo e das personalidades que compõem a comissão. Em nenhum momento, a candidatura tornou públicos quaisquer emails ou correspondência privada entre o professor Rui Vieira Nery e o presidente da Comissão Executiva. Consideramos aliás sintomático que apenas tivesse sido divulgado o email enviado pelo professor Rui Vieira Nery e não os vários emails de resposta e pedidos que lhe foram enviados pela Comissão Executiva desde dezembro. Refira-se que a divulgação do referido email aconteceu em primeiro lugar num blogue pelo autor Carlos Júlio, depois na TSF pelo mesmo jornalista e, finalmente, no “Diário do Alentejo”, onde também colabora o mesmo jornalista, sempre com o mesmo teor.

Estamos enfraquecidos e aterrorizados. O pior ainda não chegou, avisa-nos o Governo, que já desempregou não só milhares de portugueses como a própria generosidade. Baptista-Bastos, “Diário de Notícias”, 29 de fevereiro de 2012

Há 50 anos Da chuva à luz tardia em Santa Vitória

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Durante o fascismo, quando a Censura impedia que os jornais publicassem certos textos incómodos, os jornalistas mais talentosos eram muitas vezes forçados a escrever sobre questões “inofensivas” para assim preencher os espaços criados pelo lápis azul. O tempo era um tema recorrente. Como neste caso, em que Melo Garrido filosofa sobre a chuva e a falta dela, no “Varandim da Cidade” da edição de 2 de março de 1962 do “Diário do Alentejo”: “Chove muito. Pois falemos hoje de chuva. A Primavera antecipada que estava a imperar eclipsou-se e desde há dias que cai água com abundância e frequência e faz um friozinho que provoca arrepios... As andorinhas que já haviam chegado, para o seu estágio normal, mostram-se desorientadas e devem estar arrependidas da pressa que as dominou... A verdade é que não há motivo para queixas ou reclamações contra o presente estado do tempo. Estamos ainda em pleno Inverno, que só findará dentro de quase três semanas. Tudo certo, portanto. E ainda mais certo porque estas chuvadas muito vieram alegrar os ‘homens da terra’ que já estavam alarmados pelo ‘tempo seco’ que fazia e que prejudicava o desenvolvimento das searas. Conformemo-nos, portanto, com a chuva se não a quisermos, antes, saudar. O que seria mais justo...” Na mesma edição e também na primeira página, a “Nota do Dia” dava conta que a luz aparecia tarde em Santa Vitória, assunto mais sério: “A importante freguesia de Santa Vitória foi, recentemente, dotada com o importante e desejado melhoramento da luz eléctrica, o que causou grande e compreensível regozijo entre os seus habitantes. Acontece, porém, que essa alegria se encontra diminuída, pois não só a luz é ligada muito tarde, quando a noite há muito se cerrou, como muitas das lâmpadas que asseguram a iluminação pública estão fundidas e não são substituídas. Pretende-se, por isso, que quem de direito determine as necessárias providências, a fim de que o melhoramento em causa se traduza efectivamente em todos os benefícios que houve em vista proporcionar com a sua inauguração.” Dois pequenos textos que bem podiam ter sido escritos não há 50 anos mas na atualidade. Carlos Lopes Pereira


Diário do Alentejo 2 março 2012

❝ Perfil

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Vim para Portugal simplesmente à aventura. Estive noutros locais do País, mas a beleza natural desta terra acabou por me agradar”.

Uma casa com vista para o rio com cheiro a cacau em Odemira

A argentina que faz chocolate

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ma curva, outra e por fim Odemira. Junto ao rio, no cimo de uma das colinas, onde se contempla a vila, mas também a beleza natural que a envolve, uma casinha branca ergue-se. Bem lá no alto, na parede de cal, sobressai o anúncio: Chocolates de Beatriz. No cartaz uma mulher, que tantos interpretam como sendo uma bruxa, devido ao seu cabelo característico, de avental ao peito e com uma mão na anca e outra na colher de pau, mexe a porção. Mas não se trata de nenhum feitiço, embora muitos já se tenham deixado enfeitiçar pelos chocolates que saem das mãos de Beatriz Bonacalza, argentina que trocou Bariloche, cidade da Patagónia, pelo litoral alentejano. Mas voltando à mulher impressa no cartaz trata-se, apenas e só, de um logotipo que representa na perfeição a fábrica artesanal de chocolate, que se instalou em Odemira, pelas mãos de Beatriz, adoçando a boca de quem passa, vindo de perto ou de longe, na busca do lugar, que embora esteja entre o arvoredo, cheira a cacau. Dentro da casa com teto de madeira, que faz lembrar chocolate branco, pequenas miniaturas preenchem as vitrinas. Umas em forma de quadrado, outras de retângulo. Outras redondas, outras e mais outras, tantas quantas a imaginação permitir.

“Sempre gostei de trabalhar a matéria. Acho que sempre tive uma certa vocação para atividades mais artísticas e o fabrico de chocolate também requer um grande processo criativo”. Sobre a bancada uma pequena roda que derrete o cacau. Pendurados estão os vários utensílios. Os tabuleiros repousam sobre a mesa, enquanto os condimentos sobressaem nas prateleiras. Das janelas da casa do chocolate avista-se sobretudo verde e Beatriz, com um sorriso rasgado, dá a conhecer o seu pequeno reino e conta como chegou até Odemira. “Vim para Portugal simplesmente à aventura. Estive noutros locais do País, mas a beleza natural desta terra acabou por me agradar. Sou agrónoma de formação e arranjei emprego na zona; no entanto, tinha muita vontade de fazer algo que fosse meu. Queria muito trabalhar para mim e não queria abrir simplesmente uma loja”. E não abriu. Dedicou-se aos livros, à Internet, a

Em Odemira, no cimo de uma das colinas, há uma fábrica de chocolate artesanal com vista para o rio. É uma argentina radicada no concelho que os produz e por estas paragens são fáceis de identificar: são os Chocolates de Beatriz. Texto Bruna Soares Fotos José Serrano

formações e, sobretudo, a uma panela, companheira de tantas horas, em casa, experimentando, testando, até porque paciência é algo que felizmente nunca lhe faltou. Deu a provar aos amigos vezes sem conta, apurou as receitas e percebeu que estava no caminho certo. Levou quatro anos a fermentar a ideia e Chocolates de Beatriz só apareceu no mercado há dois anos. O tempo suficiente para ter caído nas delícias de locais e forasteiros. Beatriz chegou, porém, na década de 90 e, embora as saudades da sua terra natal muitas vezes falem mais alto, pensa ficar, até porque é no litoral alentejano que o seu pequeno negócio cresce com muita dedicação, empenho e, como não poderia deixar de ser, criatividade. O desejo de fabricar chocolate até já lhe poderia estar entranhado, uma vez que é natural de uma terra que tem uma forte tradição na fabricação de chocolate artesanal; contudo,

Beatriz Boncalza não sabe se foi esse o fator determinante que a chamou para este mundo. “Só quando me perguntam é que começo a pensar que a ligação à minha terra poderá ter tido influência. Sempre gostei de trabalhar a matéria. Acho que sempre tive uma certa vocação para atividades mais artísticas e o fabrico de chocolate também requer um grande processo criativo”, considera. Beatriz sabe que ainda “tem um longo caminho a percorrer”. “Acho que estamos sempre a aprender mais. Que precisamos de aprender sempre mais”, explica, lembrando que “é preciso ainda experimentar outros sabores, novas combinações e pôr em prática novas ideias”. A qualidade é desde sempre a sua maior preocupação e crê que é precisamente isso que os seus clientes mais reconhecem no seu chocolate. Clientes, estes, que aparecem de toda a parte.

Beatriz não sabe ao certo como pode definir, numa só palavra, o seu produto. Sabe que procura “o sabor simples”. “Este chocolate, antes de ser um vício, é uma tentação”, completa a suíça Catherine, que aprendeu a fazê-lo com Beatriz e que a ajuda na sua fábrica artesanal. Como ponto de partida, aqui, usa-se sempre um chocolate com caráter e aroma atrativo e reconhecível. Chocolate preto, de leite e branco não faltam e os aromas são variados (manteiga de amendoim, café, especiarias, framboesa, gengibre, menta, pasta de avelã e crocante). Chocolate negro com sementes ou frutos secos (desidratados ou cristalizados) são outras das opções. O chocolate para ser trabalhado tem de ser temperado e, segundo Beatriz, “não é fácil” e requere “muitos conhecimentos”, até porque o chocolate quando solidifica “forma cristais” e pode fazê-lo de “seis formas diferentes”. Há, contudo, dois tipos de cristais que importa obter, uma vez que “dão ao chocolate um aspeto brilhante e uma textura suave”. Beatriz continua a sua busca em torno do chocolate na sua casa com vista para o rio, com uma panela por companhia, na estrada que vai para o cemitério, no meio do arvoredo, onde o cheiro a cacau é quem mais impera.


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Nasceu em Beja, em 1962, iniciou a sua carreira de conservador no Museu Nacional de Arte Antiga, em 1991, e foi diretor do Museu de Évora entre os anos de 1999 e 2010, acompanhando um longo processo de obras de remodelação e de restauro de peças, até à sua reabertura ao público. Publicou numerosos artigos sobre a História da Arte em Portugal e hoje dedica-se principalmente ao estudo da pintura dos séculos XV e XVI, como conservador do Museu Nacional de Arte Antiga.

Entrevista

Por muitas escavações que façam, Beja não vai ter uma situação âncora do ponto de vista patrimonial melhor do que o seu museu. Na melhor das hipóteses, acho que talvez a Câmara de Beja queira iniciar uma crise para que se resolva, de uma vez por todas, a situação de enquadramento institucional do museu”.

Joaquim Caetano alerta para o “potencial imenso” do monumento

Museu de Beja deve ser “o grande centro interpretativo da cidade” É grande demais para ser gerido por um único município, mesmo se capital de distrito. Não se ajusta à sua atual moldura institucional, a Assembleia Distrital de Beja. Foi descartado pelo Estado que, prestes a criar uma nova Direção-Geral do Património Cultural, não disse ainda uma palavra sobre a “crise aguda” que ali se vive. O Museu Regional de Beja está numa encruzilhada. E a cidade não pode aceitar a perda de uma instituição que conta a sua própria história por meio de um espólio de riqueza inestimável. O alerta é de Joaquim Caetano, conservador de pintura do Museu Nacional de Arte Antiga e um bejense para quem o Convento da Conceição deve ser tão-só a “âncora” patrimonial e turística da cidade. Texto Carla Ferreira

Como comenta a difícil situação financeira em que se encontra o Museu Regional de Beja, cujo funcionamento e, inclusivamente, a abertura ao público podem estar em causa?

Juridicamente, até me parece uma situação estranha. Para todos os efeitos, os funcionários do museu são funcionários públicos e não me consta que tenha havido muitos casos de funcionários públicos com salários em atraso. É uma situação atípica, e isso também tem a ver com o facto de o museu estar ligado a uma instituição cuja operacionalidade é também hoje bastante difusa. Não há dúvida de que o Museu Regional de Beja deve ser um museu do Estado. As assembleias distritais, antigas juntas distritais, são órgãos colegiais em que as câmaras estão em paridade e, obviamente, têm interesses e um empenhamento diferentes sobre um museu que está na capital de distrito. E isto está a acontecer num timing que é também ele muito complicado. Vai ser criado, no dia 1 de março, a

nova Direção-Geral do Património Cultural, o que quer dizer que, neste preciso momento, aquilo que tem sido o motor da política museológica nos últimos 20 anos está a acabar. E é absolutamente estranho que, em relação a esta situação de crise muito aguda num dos principais museus fora de Lisboa, como é o de Beja, não se oiça uma voz do Instituto dos Museus e da Conservação ou da Rede Portuguesa de Museus. Há aqui um timing que me deixa muito perplexo. No orçamento recentemente aprovado pela Assembleia Distrital de Beja, a própria Câmara de Beja votou contra, ou seja, recusou a comparticipação financeira que lhe cabe. Como classifica esta tomada de posição?

Eu não consigo perceber. O facto de a Câmara de Beja dizer “agora não pagamos” não resolve coisa nenhuma, porque há os funcionários que têm que ser pagos, dada a sua estrutura jurídica. O espólio não pode ser desbaratado, o edifício também não pode

ser deitado abaixo e não creio que a Câmara de Beja seja tão cega que não veja o potencial imenso que aquele museu tem para a cidade. Hoje em dia, já não se fazem museus daqueles. Seria impossível reunir um espólio com aquela riqueza num museu feito de raiz. E cidades como Beja, que se voltam para um turismo cultural de pequena escala, precisam de ter instituições âncora. E por muitas escavações que façam, Beja não vai ter uma situação âncora do ponto de vista patrimonial melhor do que o Convento da Conceição e do que o espólio do seu museu. Eu, na melhor das hipóteses, acho que talvez a Câmara de Beja queira iniciar uma crise para que se resolva, de uma vez por todas, a situação de enquadramento institucional do museu. Porque, em si mesma, esta tomada de posição é um agudizar de um problema, não resolve nada. Consegue sugerir um caminho alternativo?

Houve uma altura em que o Museu Regional de Beja esteve quase para

passar para o Instituto Português de Museus. A meu ver, devia tê-lo feito porque o seu espólio é importantíssimo, mesmo no contexto nacional. Tem um edifício que, em si mesmo, é um edifício fundamental na história da arquitetura portuguesa, tem peças absolutamente fundamentais, uma coleção de pintura ótima, uma coleção de paramentaria ótima; toda aquele mundo da soror Mariana também é uma mais-valia. E tem peças que são obras-primas da arte portuguesa, aqueles andores de prata de São João Batista e de São João Evangelista, a escudela do Pero de Faria… Disse recentemente que o acervo do Museu Regional de Beja é mais valioso do que a Coleção Berardo, exposta no Centro Cultural de Belém…

Não é só uma questão de dinheiro. É possível fazer uma Coleção Berardo se houver dinheiro e se esperarmos três ou quatro anos para que aquele tipo de peças apareçam em leilões


Bem longe do esplendor renascentista

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internacionais. Nada disso é possível com um espólio da natureza do do Museu de Beja. Não só porque são peças que não aparecem, tout court, nos leilões internacionais, mas também porque o Museu de Beja é um museu com muitos sedimentos, que vêm da coleção de Frei Manuel do Cenáculo, da coleção arqueológica que a Câmara de Beja tinha, do Governo Civil, do próprio bispo, além de todas as doações. Que história está na origem do Museu Regional de Beja?

A história do nascimento do Museu de Beja é verdadeiramente uma história cívica. O museu começa a ser criado a partir da força e da dinâmica que Umbelino da Palma cria no jornal “O Bejense”, que é fundado em 1860. Estamos numa altura terrível da história do património na cidade – é a altura das grandes destruições. O Convento da Esperança, parte do Convento da Conceição, as igrejas, como a de São João, e o Hospício de Santo António estavam a ser destruídos. Há toda uma modernização da cidade que corresponde ao advento de uma nova classe dirigente, que se tinha apropriado das terras que eram dos conventos e construído uma nova riqueza. Era uma cidade que se queria de referências modernas, arejada, de certa maneira anticlerical. Mas isso tinha o reverso da destruição patrimonial e “O Bejense” é a voz da cidade contra essa destruição, chamando a atenção para a necessidade de construção de um museu que reunisse e salvaguardasse esse espólio. Esse primeiro museu é criado em 1892. E, depois, temos o século XX com as escavações do Abel Viana, que são feitas em todo o Baixo Alentejo e cujo espólio vai para ali. É uma instituição com 120 anos de história continuada. Ao nível da sua área de estudo, a pintura, quais são as grandes joias da coroa do Museu de Beja?

O meu primeiro artigo, faz este ano 30 anos, foi sobre quatro pinturas do Museu de Beja, pintadas em 1564/65, por António Nogueira, um pintor de Évora. Há pintura flamenga de muito boa qualidade, a “Virgem com o Menino”, de que há várias réplicas, aliás; a “Virgem da Rosa”, do Francisco de Campos, uma peça fundamental; e depois há na pintura do século XVII, da coleção do Frei Manuel do Cenáculo, as pinturas atribuídas ao espanhol José de Ribera… O que é também espantoso no Museu de Beja é a ligação que as peças fazem com

nquanto se reverencia com nostalgia uma cidade romana que foi florescente mas que hoje jaz sob as calçadas, esquece-se que Beja “é um campo de experiências no Renascimento português absolutamente incontornável”. Sem o qual não se pode estudar como se processou a mudança urbanística da Idade Média para a Modernidade, considera Joaquim Caetano. Exemplos disso são o Hospital da Nossa Senhora da Piedade, uma construção manuelina de que já não restam réplicas na capital do País. Segundo o especialista em pintura desse mesmo período (séculos XV e XVI), tais vestígios, que estão à vista de todos – entre a praça da República, que D. Manuel I, duque de Beja, quis “monumentalizar”, e o largo da Conceição – estão “subaproveitados”, quer do ponto de vista “turístico”, quer “referencial”. “As pessoas chegam a Beja e têm uma certa dificuldade em perceber a cidade, a sua evolução. E cada vez mais”, lamenta. Para Caetano, a maleita dá pelo nome de “nega-

o espaço. Podemos ir ao Museu do Azulejo e ver pequenos painéis que nos dão todo um mostruário do que era o hispano-árabe em Portugal, mas temos que ir ao Museu de Beja para ver como isso funciona e se organiza, tudo montado, naquela Sala do Capítulo. É claro que o Museu de Beja precisa de investimento, porque é pequeno para o espólio e tem muito espólio que não se dá muito bem entre si. O museu dava para criar polos dentro da cidade, fazendo um percurso que poderia ser um caso de sucesso e de ancoragem do turismo. Ou seja, o Museu de Beja é um caso que estaria destinado para uma ideia de região, se as regiões tivessem vingado. É o tipo de equipamento que é grande demais para uma câmara, em termos de gestão, e face ao qual o Estado parece que tem sobretudo preocupação em não gastar dinheiro. Tem de haver escolhas e, quando as instituições chegam até nós com uma vida centenária e trazendo atrás de si toda a história de um sítio, é claro que ninguém pode aceitar que de uma forma leviana se faça tábua rasa isso.

ção urbanística do núcleo central”, reflete-se num centro histórico “cada vez mais deserto e degradado” e numa periferia que lhe “voltou completamente as costas”, resultando até em sintomas que afetam a sociabilidade. “Se as pessoas vão viver para longe, andam menos a pé e encontram menos as outras, não param, não conversam. É um espaço que deixou de ser um referencial”, reflete o conservador de pintura. Outras das razões desta “profunda crise”, tanto urbanística como social, prende-se com o distanciamento das elites económicas, e em grande medida também culturais, em relação a uma cidade onde outrora qualquer grande senhor da terra tinha estabelecidos moradia e família, numa continuidade geracional. “Hoje em dia, numa situação em que grande parte da exploração agrícola é de tipo empresarial, não é líquido que isso aconteça. Pode haver facilmente um distanciamento, pelo menos cultural”, remata Joaquim Caetano. CF

Há alguma forma de estas peças serem rentáveis, sem a necessidade de aliená-las?

Os nossos museus nascem de “acidentes” históricos e, desse ponto de vista, as peças chegam-nos carregadas de uma determinada história, não são simplesmente posters, obras de arte descontextualizadas. O que tem que acontecer é, por exemplo, haver uma certa responsabilidade na criação de museus novos. O que aconteceu em muitos casos, até mesmo no Alentejo, foi que os fundos comunitários permitiram um grande apoio para a obra e isso levou câmaras a abalançar-se para fazer projetos novos. Depois as coisas começam a falhar. Houve museus que foram premiados, que já fecharam. Tem que haver uma certa ideia do investimento em continuidade e da rentabilidade cultural que se tira. Por exemplo, é muito interessante do ponto de vista do conhecimento da cidade, as escavações que se fizeram na rua do Sembrano. Agora, não é possível criar um museu em cada escavação que dê semelhantes resultados.

A história do nascimento do Museu de Beja, em 1892, é verdadeiramente uma história cívica. Começa a partir da força e da dinâmica que Umbelino da Palma cria no jornal “O Bejense”.

Sendo natural de Beja, nunca vislumbrou no museu regional um desafio profissional?

Não. Eu, quando saí do Museu de Évora, onde estive 11 anos, fechei a minha carreira na administração de museus. Para ser bem feita, é uma tarefa que se faz com grande prejuízo daquilo que mais me interessa,

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que é estudar pintura dos séculos XV e XVI. Além disso, era um projeto que não ia ter continuidade. O museu tinha acabado a primeira fase das obras e era claro – está a ser – que não ia haver uma segunda fase. O meu retorno ao Museu Nacional de Arte Antiga foi muito importante, porque coincidiu com a possibilidade de fazermos uma grande exposição sobre os primitivos portugueses, que foi um sucesso de público e já teve duas mostras parcelares em Espanha. E, por outro lado, com a criação de um centro de investigação na Universidade de Évora, que teve candidaturas para equipamentos que são hoje essenciais para um avanço qualitativo muitíssimo grande em relação àquilo que sabíamos sobre esta pintura, de um período que corresponde exatamente ao período áureo também de Beja. Há um período para tudo e isto é de facto aquilo que me interessa agora. Em tempos de crise, até que ponto é necessário repensar o papel dos museus?

Vai haver falta de dinheiro sempre, é evidente. Agora, há duas dimensões que têm que colocar-se. Não há nenhum tipo de democracia cultural sem museus. Os museus são diretamente filhos da Revolução Francesa. Nascem porque é necessário pôr à disposição da comunidade, do povo, bens patrimoniais que são relevantes e que estavam apenas nos palácios. A possibilidade de uma pessoa “normal” ver um Ticiano, um Velásquez ou um Nuno Gonçalves deve-se à existência de um museu. Outro aspeto importantíssimo é que os museus existem para conservar, os museus não trabalham com o público deste ano. Daqui a 50, 60 anos, o público desta cidade e deste país deve continuar a fruir destas peças. Há muita falta de dinheiro para a cultura mas, sobretudo, o que tem havido é um malbaratar de dinheiro em projetos que não têm continuidade. Por vezes, os autarcas têm uma espécie de orgulho, talvez natural, em lançar novos projetos, mas esta situação de crise o que nos deve é obrigar a repensar o que são os projetos âncora, o que é que é verdadeiramente importante. E, no caso de Beja, o que temos que pensar é o que se perde, se se perde o museu regional. É óbvio que se pode fazer três dias de glamour a beber vinho no castelo, mas não é isso que dá uma imagem à cidade. Um museu como o de Beja deve ser o grande centro interpretativo da cidade.


Sorteios da Taça Fundação Inatel

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Os sorteios para a segunda fase da Taça Fundação Inatel, em futebol, vão realizar-se na próxima segunda-feira, dia 5, pelas 19 horas, na delegação de Beja daquela fundação. Os jogos estão agendados para o fim de semana seguinte (10/11).

Futebol juvenil Campeonato Distrital de Juniores (12.ª jornada): Amarelejense-São Domingos, 2-0; Aljustrelense-Vasco da Gama, 0-0; Odemirense-Desportivo de Beja, 4-0; Almodôvar-Piense, 2-2; Castrense-Moura, 4-2. Classificação: 1.º Moura, 31 pontos. 2.º Castrense, 28. 3.º Odemirense, 27. 4.º Desportivo de Beja, 24. 5.º Aljustrelense, 14. 6.º São Domingos, 14. 7.º Piense, 13. 8.º Almodôvar, 10. 9.º Vasco da Gama, sete. 10.º Amarelejense, cinco. Próxima jornada (10/3): Desportivo de Beja-Amarelejense; São Domingos-Aljustrelense; Moura-Vasco da Gama; Piense-Odemirense; Castrense-Almodôvar.

Desporto

Campeonato Distrital de Iniciados (17.ª jornada): Almodôvar-Desportivo de Beja, 0-2; Odemirense-Milfontes, 2-1; Negrilhos-Amarelejense; Guadiana-Serpa, 0-3; Moura-Ourique; Ferreirense-Bairro da Conceição, 0-4. Próxima jornada (4/3): Desportivo de Beja-Despertar; Odemirense-Almodôvar; Amarelejense-Milfontes; Serpa-Negrilhos; Ourique-Guadiana; Bairro da Conceição -Moura.

Campeonato Nacional da 2.ª Divisão

Moura no terreno do líder O Moura viaja no domingo para Torres Vedras, onde jogará com o líder Torreense, equipa com a qual sofreu a maior goleada no seu próprio terreno. Texto Firmino Paixão

A

formação mourense joga no domingo o primeiro de uma série de cinco jogos fora de casa que ainda terá pela frente até ao termo do campeonato. A estes juntam-se quatro partidas no seu reduto mas com adversários de elevado grau de dificuldade. O poderoso Torreense

tem liderado durante muitas jornadas, está pressionado de muito perto (dois pontos de diferença) pelo Fátima, pelo que, querendo manter o estatuto de comandante, não poderá facilitar na partida com os alentejanos. Em Reguengos de Monsaraz joga-se uma partida entre duas formações alentejanas, o Atlético local e o Estrela de Vendas Novas, enquanto o Juventude de Évora viaja para Pinhal Novo. Olhando para a tabela classificativa confirma-se o que havíamos adiantado há oito dias, que o Moura não podia perder com os eborenses. Mas perdeu, e por duas bolas a

zero. Consequências? O Juventude, que antes era adversário em luta direta com os mourenses pela manutenção, subiu para o décimo lugar, aumentando para cinco pontos a vantagem para o Moura que caiu para o penúltimo lugar, a cinco pontos da primeira equipa acima da linha de manutenção. O Moura ficou em posição muito difícil para conseguir a manutenção na 2.ª Divisão Nacional. É verdade que faltam nove jogos, matematicamente tudo é possível, mas depois de mais este insucesso caseiro com o Juventude pode ter decidido definitivamente o seu destino: a despromoção.

Campeonato Nacional da 3.ª Divisão

Um derby à medida do Mineiro Um jogo entre equipas vizinhas com motivações diferentes e cujo objetivo diverge. Uma quer ganhar só por ganhar, a outra precisa de vencer para atingir a primeira meta.

Despertar joga no domingo, na cidade de Beja, mais uma partida desta sua odisseia na terceira divisão nacional. Mas, neste caso, o atrativo do jogo é que o adversário será o Mineiro Aljustrelense, equipa que luta de forma muito determinada pela manutenção na terceira divisão logo na primeira fase da

prova e a quem interessa de sobremaneira conquistar os três pontos em disputa. E nesta altura só depende de si próprio, ou seja, de vencer os dois jogos que faltam para o termo desta primeira fase, o de domingo, em Beja, e o seguinte, em casa, com o Sesimbra. O Despertar, que recentemente ficou órfão do seu presidente de muitos anos, tem a seu favor o facto de jogar em casa, mas ao Mineiro não faltará apoio, tem uma massa associativa muito fiel e estará em grande maioria a colorir o Complexo Desportivo Fernando Mamede. O Despertar trouxe há oito dias de Sesimbra a sua décima sexta derrota, pesada, quatro a zero. O Aljustrelense venceu o Esperança de Lagos, numa partida

extremamente difícil, mas onde valeram os golos de Nelson Raposo (a fechar a primeira parte) e de Bruno Conduto (já em tempo de compensação). Para além de conquistarem os três pontos, os tricolores beneficiaram do empate do União de Montemor em Messines e da derrota do Fabril em Faro. O campeonato continua sob liderança do Farense, largamente distanciado do Esperança de Lagos e do Quarteirense, segundo e terceiro classificados, respetivamente. O União de Montemor é a melhor equipa alentejana, no sexto lugar, mas em igualdade de pontos com o Mineiro e com o Messinense. O Redondense e o Despertar fecham a tabela classificativa.

Nacional 2.ª Divisão 21.ª jornada

Nacional 3.ª Divisão 20.ª jornada

Distrital 1.ª Divisão 19.ª jornada

Moura-Juventude Évora ................................................... 0-2 Mafra-Pinhalnovense.........................................................1-1 Caldas-Fátima ..................................................................... 0-3 Est. Vendas Novas-Louletano ..........................................2-1 1.º Dezembro-At. Reguengos ..........................................2-3 Oriental-Monsanto ............................................................ 1-0 Tourizense-Carregado ...................................................... 0-2 Torreense-Sertanense .......................................................1-1

Farense-Fabril ......................................................................3-2 Sesimbra-Despertar .......................................................... 4-0 Redondense-Pescadores ..................................................2-1 Messinense-U.Montemor ................................................ 0-0 Aljustrelense-Esp.Lagos ................................................... 2-0 Lagoa-Quarteirense .......................................................... 2-0

Odemirense-Aldenovense ...............................................2-1 Sp.Cuba-Vasco da Gama....................................................1-5 Rosairense-S.Marcos ......................................................... 7-0 Ferreirense-Desp.Beja .......................................................1-1 Guadiana-Milfontes............................................................0-1 Panoias-Almodôvar ........................................................... 0-5 Castrense-FCSerpa ............................................................ 2-0

Texto Firmino Paixão

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Torreense Fátima Oriental Carregado Pinhalnovense Mafra E. Vendas Novas Sertanense Louletano Juventude Évora 1.º Dezembro Monsanto Tourizense At. Reguengos Moura Caldas

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37-17 32-20 37-14 40-23 32-23 25-14 29-22 26-24 20-21 21-29 20-21 17-28 17-30 21-36 17-43 11-37

43 41 39 39 38 36 31 30 30 24 23 20 19 19 18 11

Farense Esp.Lagos Quarteirense Fabril U.Montemor Sesimbra Messinense Aljustrelense Lagoa Pescadores Redondense Despertar

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50 36 34 32 30 30 29 28 24 23 17 3

Próxima jornada (4/3/2012): Pinhalnovense-Juventude Évora,

Próxima jornada (4/3/2012): U.Montemor-Farense, Pescado-

Fátima-Mafra, Louletano-Caldas, At. Reguengos-Estrela Vendas Novas, Monsanto-1.º Dezembro, Carregado-Oriental, Sertanense-Tourizense, Torreense-Moura.

res-Messinense, Despertar-Aljustrelense, Esp.Lagos-Lagoa, Quarteirense-Redondense, Sesimbra-Fabril.

Castrense Milfontes Ferreirense Vasco da Gama Aldenovense Odemirense FCSerpa Rosairense Panoias Almodôvar Desp.Beja S.Marcos Guadiana Sp.Cuba

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0 3 5 8 9 8 6 7 8 8 10 11 14 16

43-7 37-15 33-30 45-27 30-19 28-25 26-24 31-27 22-30 35-30 20-26 18-49 20-50 16-45

49 44 32 31 30 29 29 28 27 25 19 16 13 7

Próxima jornada (4/3/2012): Ferreirense-Sp.Cuba, Desp.BejaOdemirense, Aldenovense-Rosairense, Almodôvar-Guadiana, FCSerpa-Panoias, S.Marcos-Castrense, Milfontes-Vasco da Gama.

Campeonato Distrital de Infantis – Série A (20.ª jornada): Beringelense-Sporting de Cuba, 7-7; Despertar A-Operário, 23-0; Vasco da Gama-Bairro da Conceição, 11-3. Classificação: 1.º Despertar A, 45 pontos. 2.º Vasco da Gama, 37. 3.º Alvito, 25. 4.º Sporting de Cuba, 23. 5.º Sporting de Beja, 19. 6.º Ferreirense, 16. 7.º Bairro da Conceição, 13. 8.º Beringelense, 13. 9.º Operário, três. Próxima jornada (3/3): Sporting de Cuba- Sporting Beja; Operário-Vasco da Gama; Alvito-Ferreirense. Série B (16.ª jornada): São Domingos-Piense, 2-13; Guadiana-Santo Aleixo, 2-1; Serpa-Barrancos, 0-3; Aldenovense-Despertar, 0-3. Classificação: 1.º Moura, 38 pontos. 2.º Guadiana, 31. 3.º Santo Aleixo, 38. 4.º Barrancos, 25. 5.º Despertar, 20. 6.º Aldenovense, 16. 7.º Piense, 14. 8.º Serpa, 10. 9.º São Domingos, três. Próxima jornada (3/3): Moura-São Domingos; Piense-Guadiana; Santo Aleixo-Serpa; Barrancos-Aldenovense. Série C (16.ª jornada): Almodôvar -Odemirense, 4-3; Aljustrelense-Castrense, 2-4; Milfontes-Renascente, 11-0; Rio de Moinhos-Boavista, 14. Classificação: 1.º Rio de Moinhos, 36. 2.º Castrense, 33. 3.º Almodôvar, 31. 4.º Odemirense, 31. 5.º Milfontes, 27. 6.º Aljustrelense, 15. 7.º Ourique, seis. 8.º Boavista, cinco. 9.º Renascente, quatro. Próxima jornada (3/3): Ourique-Almodôvar; Odemirense-A ljust relense; Cast rense-Mi lfontes; Renascente-Rio de Moinhos. Campeonato Distrital de Benjamins (16.ª jornada) – Série A: Sporting de Cuba-Beringelense, 3-1; Vasco da Gama-Benfica Beja, 6-2; Figueirense-Alvito, 4-6; Sporting Beja-Despertar A, 3-1. Classificação: 1.º Ferreirense, 39 pontos. 2.º Sporting de Cuba, 37. 3.º Sporting Beja, 31. 4.º Alvito, 30. 5.º Despertar, 20. 6.º Vasco da Gama, 16. 7.º Benfica de Beja, 13. 8.º Beringelense, três. 9.º Figueirense, 0. Próxima jornada (3/3): Ferreirense-Sporting de Cuba; Beringelense-Vasco da Gama; Benfica Beja-Figueirense; Alvito-Sporting Beja. Série B: Bairro da Conceição-Aldenovense, 1-4; Serpa-Amarelejense, 3-0; Desportivo de Beja-Moura, 2-4; Piense-Guadiana, 5-4. Classificação: 1.º Despertar, 42 pontos. 2.º Bairro da Conceição, 37. 3.º Aldenovense, 33. 4.º Serpa, 26. 5.º Moura, 20. 6.º Guadiana, 14. 7.º Amarelejense, sete. 8.º Piense, quatro. 9.º Desportivo de Beja, quatro. Próxima jornada (3/3): Despertar B-Bairro da Conceição; Aldenovense-Serpa; Amarelejense-Desportivo de Beja; Moura-Piense. Série C: Odemirense-Panoias, 8-2; Almodôvar-Renascente, 4-5; Castrense -Aljustrelense, 2-1; Rosairense-Ourique, 2-14. Classificação: 1.º Renascente, 37. 2.º Castrense, 36. 3.º Aljustrelense, 31. 4.º Almodôvar, 21. 5.º Odemirense, 21. 6.º Milfontes, 18. 7.º Ourique, 15. 8.º Panoias, seis. 9.º Rosairense, 0. Próxima jornada (3/3): Milfontes-Odemirense; Panóias-Almodôvar; Renascente-Castrense; Aljustrelense-Rosairense. Campeonato Distrital de Futebol Feminino (11.ª jornada): Benfica Almodôvar-Benfica Castro Verde (não se conclui); Aljustrelense-Serpa, 5-0; Ourique-Odemirense, 2-6. Classificação: 1.º Aljustrelense, 28 pontos. 2.º Serpa, 22. 3.º Benfica Castro Verde, 19. 4.º Odemirense, 19. 5.º Ourique, 6. 6.º Benfica Almodôvar, 0. Próxima jornada (10/3): Benfica Castro Verde-Aljustrelense; Odemirense-Benfica Almodôvar; Serpa-Ourique. Taça Distrito de Beja em Futsal (6.ª jornada): Série A: Sporting Moura-Alcoforado, 9-6; Alfundão-I.P.Beja, 5-9. Classificação: 1.º IPBeja, 13 pontos. 2.º Sporting de Moura, 11. 3.º Alfundão, cinco. 4.º Alcoforado, três. Série B: VNSBento-A.Surdos Beja, 11-3; Vila Ruiva-Almodovarense, 3-3. Classificação: 1.º VNSBento, 18 pontos. 2.º Almodovarense, 10. 3.º Vila Ruiva, sete. 4.º A.Surdos Beja, 0. Equipas apuradas para a fase final: IPBeja, Sporting Moura, VNSBento e Almodovarense.


O Sporting Clube de Cuba assinala, no próximo dia 10, o 80.º aniversário da sua fundação com um jantar de gala durante o qual serão distinguidos os agentes do clube que mais se destacaram durante a época.

Hoje palpito eu... Carlos Joaquim Fernandes Venâncio “Ildo”

O

Distrital Ferreirense e Desportivo de Beja igualaram-se na atitude e no resultado

Campeonato Distrital da 1.ª Divisão

Milfontes com teste difícil O segundo lugar não está em risco para a equipa do litoral mas o Vasco da Gama será um adversário de dificuldade elevada para a equipa de Vila Nova de Milfontes. Texto e foto Firmino Paixão

N

o domingo joga-se um derby concelhio em São Marcos da Ataboeira entre a equipa local e o vizinho Castrense, líder invicto do campeonato. O São Marcos necessita de pontuar para afastar o espectro de despromoção, mas vem

de uma derrota muito pesada sofrida no Rosário. Tem a seu favor o piso pelado do Campo de Jogos João Celorico Drago, mas a formação de Francisco Fernandes, que superou sem dificuldade o Serpa, já mostrou ser uma equipa todo-o-terreno. Mais importante do que este duelo entre as duas equipas do concelho de Castro Verde será a partida marcada para o Campo da Foz do Mira, em Vila Nova de Milfontes, o os locais não podem perder para não perderem o líder de vista (estão a cinco pontos de distância), mas onde seguramente Fernando Piçarra tentará que o seu Vasco da Gama descubra o

caminho para a vitória. E tem a seu favor o “pé quente” de José Feio, atual melhor marcador do campeonato após os cinco golos assinados há oito dias em Cuba. Este é, por todos esses motivos, o jogo da jornada. Da ronda anterior, em que se marcaram muitos golos (27), fica o registo para o excelente empate do Desportivo de Beja em Ferreira do Alentejo, as goleadas do Vasco da Gama em Cuba, do Rosairense em casa com o São Marcos e do Almodôvar no terreno do Panoias. O Odemirense interrompeu a série de quatro vitórias consecutivas que o Aldenovense trazia no campeonato.

Campeonato Distrital da 2.ª Divisão

Que grande campeonato... O Saboia derrotou o Piense e o Cabeça Gorda regressou ao comando da prova. Mas que se cuidem porque a pressão sobre os dois primeiros lugares é cada vez maior. Texto Firmino Paixão

E

ste é um dos campeonatos mais competitivos de sempre na segunda divisão distrital. Esperemos que o figurino de série única se mantenha, porque este modelo tem mostrado competitividade, alternância no comando entre duas equipas, o Cabeça Gorda e o Piense, e, mais do que isso, um leque de outras equipas a morderem os calcanhares a estes dois candidatos.

Amanhã, sábado, o atual líder joga em Ourique, uma equipa do meio da tabela mas onde o triunfo do Ferrobico não será “favas contadas”. O Piense tem tarefa mais simplificada pois joga em casa com o Negrilhos, equipa que tem no seu currículo apenas uma vitória (no terreno do Alvorada) e que não deverá oferecer grande resistência ao conjunto de José Manuel Rações. Mas nas contas do campeonato entram também o Amarelejense (goleou o Vale de Vargo no seu próprio terreno), o Bairro da Conceição, que recebe o Barrancos e é favorito (depois da vitória magra em São Luís), o Saboia (venceu o Piense), que jogará em São Teotónio (derrotado na Cabeça Gorda), e a própria equipa do Renascente, ainda na corrida por um dos lugares de acesso ao escalão

principal. Um grande campeonato. Resultados da 16.ª jornada: Messejanense-Alvorada, 0-3; Vale de Vargo-Amarelejense, 0-4; Sanluizense-Bairro da Conceição, 0-1; Barrancos-Ourique, 4-0; Cabeça Gorda-Renascente, 3-1; Saboia-Piense, 1-0. Folgou o Negrilhos. Classificação: 1.º Cabeça Gorda, 33 pontos. 2.º Piense, 31. 3.º Amarelejense, 30. 4.º Bairro da Conceição, 30. 5.º Saboia, 28. 6.º Renascente, 26. 7.º Ourique, 21. 8.º Alvorada, 17. 9.º Messejanense, 17. 10.º Vale de Vargo, 14. 11.º Sanluizense, 13. 12.º Barrancos, nove. 13.º Negrilhos, quatro. Próxima jornada (3/3): Alvorada-Vale de Vargo; Amarelejense-Sanluizense; Bairro da Conceição-Barrancos; Ourique-Cabeça Gorda; Renascente-Saboia; Piense-Negrilhos. Folga o Messejanense.

Ildo tinha 14 anos quando vestiu a camisola do Sport Clube Palmense (AFLisboa) para iniciar uma longa carreira desportiva que o mantém há 52 anos consecutivos ao serviço do futebol. Como jogador representou, obviamente, os clubes da sua terra, o Despertar Sporting Clube e o Desportivo de Beja, mas também o Sport Luanda e Benfica (Angola) e o Mineiro Aljustrelense, tendo ficado ligado a muitos dos êxitos desportivos que hoje fazem parte do rico historial desses clubes e na memória dos seus adeptos. Era um jogador tecnicista, jogava, fazia a equipa jogar, um verdadeiro patrão no miolo do terreno. Quando deixou de jogar depressa enveredou pela carreira de técnico, começando pelas equipas de formação do Desportivo de Beja, clube com o qual conquistou títulos distritais nas categorias de iniciados, juvenis, juniores e seniores. O Ildo também foi treinador das várias equipas de seniores do clube, que disputaram campeonatos nacionais da segunda e da terceira divisão. O profundo conhecimento do fenómeno desportivo e a sua lucidez na análise do futebol regional fizeram com que fosse durante alguns anos comentador residente do programa “Desportivamente”, emitido pela emissora local bejense Rádio Pax, espaço de informação desportiva que foi pioneiro nas rádios locais. Aos 66 anos mantém a sua ligação ao mundo do futebol como assessor administrativo do Clube Desportivo de Beja.

(1) MILFONTES/VASCO DA GAMA São duas boas equipas, mas o fator casa joga a favor do Milfontes. (1) ALMODÔVAR/GUADIANA Favoritismo natural do Almodôvar perante um adversário frágil e desmotivado. (1) SERPA/PANOIAS Não será fácil, mas o Serpa, apresentando o seu melhor plantel, é francamente favorito. (2) SÃO MARCOS/CASTRENSE É um derby entre o líder e uma equipa a fugir à despromoção. Ganha o Castrense. (1) ALDENOVENSE/ROSAIRENSE Não será fácil, mas o Aldenovense, a jogar em casa, só terá o pensamento na vitória. (1) DESPORTIVO DE BEJA/ODEMIRENSE Opção clubista? Talvez. O Desportivo de Beja merece o meu incondicional favoritismo. (1) FERREIRENSE/SPORTING DE CUBA É um curioso jogo entre dois sportingues, mas o de Ferreira do Alentejo é favorito.

19 Diário do Alentejo 2 março 2012

80.º Aniversário do Sporting de Cuba


Diário do Alentejo 2 março 2012

20

BTT Vale das Éguas (Santiago) amanhã

A Associação de Cultura e Recreio dos Moradores de Vale das Éguas, Santiago do Cacém, realiza amanhã, pelas 9 horas, um evento denominado 1.º Passeio BTT Vale das Éguas. Trata-se de um passeio guiado, com a extensão de 20 quilómetros, que tem como pretexto desfrutar da natureza em simultâneo com a prática desportiva.

Andebol José Saúde

Columbofilia A Associação Columbófila do Distrito de Beja realiza no próximo domingo o terceiro e último treino para preparação da Campanha Desportiva 2012, com soltas desde a localidade espanhola de Campanário para a zona Centro Leste e zona Sul (220 quilómetros).

Memorial Ana Rita Amaro André Eugénio (Castrense) no lançamento do dardo

Memorial Ana Rita Amaro Atleta do Castrense no lançamento do peso

O desporto e a sua componente social

A saudade bateu todos os recordes

O

“IV Memorial Ana Rita Amaro”, reunião atlética que a Associação de Atletismo de Beja levou à pista do Complexo Desportivo Fernando Mamede, evocou a memória da antiga atleta da Juventude Desportiva das Neves, falecida em 1 de novembro de 2008, na sequência de um acidente de viação. Dirigentes e técnicos associaram-se à homenagem, num gesto que revela a bondade da atividade desportiva e a solidariedade dos seus agentes. A presença dos pais da Ana Ria acrescentou ao evento maior sentimento, eles que sempre estiveram muito perto da modalidade e da atividade dos filhos (Ana Rita e Ricardo Amaro), sendo o próprio Agnelo Amaro ex-atleta e atual dirigente da modalidade. Os níveis de participação nesta dupla reunião atlética – incluiu o Campeonato Distrital de

Lançamentos Longos – agradaram a Joaquim Casaca, presidente da Associação de Atletismo de Beja. “Tivemos aqui a maioria dos nossos clubes filiados que normalmente comparecem a estas provas. Tivemos ainda a felicidade de poder contar com atletas das associações do Algarve e de Santarém, também um atleta da Guarda, que está em Beja a lecionar e que, habitualmente, participa nas nossas provas”, disse, adiantando que “foi uma boa jornada, quer o campeonato, quer o Memorial Ana Rita Amaro, onde recordamos aquela atleta multidisciplinar que foi um exemplo enquanto esteve entre nós, mas que continua a ser um estímulo para todos”. Alguns dirigentes e técnicos associaram-se à homenagem competindo nas respetivas provas, atitude que Casaca explicou: “Fazemos questão de participar,

embora não obtenhamos grandes marcas, mas o importante é que todos nos associemos a este memorial em homenagem à nossa Ana Amaro”. E lembrou: “Também acontece quando fazemos o Torneio de Lançamentos Carlos Gradiz, em que fazemos questão de participar, eu e todos os outros técnicos, para homenagearmos essa grande figura do atletismo”. Concordando que o desporto é um espaço privilegiado para estas manifestações em que domina o sentimento (e neste caso a saudade de uma antiga atleta), o dirigente disse: “Não só no atletismo, como em todas as outras modalidades, é nosso entendimento que devemos manter este memorial. Para o ano assim será, não estarei como dirigente, mas estarei como atleta e como treinador”, revelou

Casaca, deixando perceber a sua não continuidade na liderança da Associação de Atletismo de Beja. Participaram nas competições 87 atletas, somando 147 participações, tendo estado representados a Zona Azul, de Beja, Beja Atlético, CNAlvito, Castrense, JDNeves, SR Entradense, todos filiados na associação regional, a quem se juntaram a Associação 20 km, de Almeirim (AASantarém), o Centro de Atletismo de Seia (AAGuarda), a ADCPraia da Falésia, CRCD Luzense e o Grupo Desportivo Pic-Nic, de Vila Real de Santo António, todos da Associação de Atletismo do Algarve. Os títulos coletivos foram entregues à Juventude Desportiva das Neves (femininos), com 74 pontos, e ao Beja Atlético Clube (masculinos), com 93 pontos. Firmino Paixão

O examinar de um passado quimérico leva-me a trazer à ribalta a modalidade de andebol. Atesto, porém, que jamais fui um exímio praticante dessas circunstâncias desportivas. Jogava quando o professor de Educação Física Rony, como era conhecido, o exigia. Fui, e sou, adepto do andebol mas como espectador. Aliás, nos corredores apertados de uma memória já cansada pelas agruras que o tempo impõe revejo aqueles velhos derbys entre a Escola Industrial e Comercial de Beja e o Liceu. As moças alindavam-se e os rapazes, vaidosos, embeveciam-se com a sua beleza. O calendário da vida cruzou, entretanto, novos contornos desportivos. Falar de andebol em Beja é elevar a forma como a Zona Azul tem erigido a modalidade numa região onde se destaca, também, o Centro de Cultura e Popular de Serpa (formação) e o Vasco da Gama da Vidigueira, um clube que em épocas recentes atingiu o patamar supremo no andebol nacional em seniores. Revendo, agora, o estado atual do andebol a nível distrital, deparo-me com o excelente primeiro lugar que a Zona Azul ocupa no Nacional da 3.ª Divisão, sendo que o treinador Carlos Guerreiro prepara a equipa para a passagem a uma segunda fase onde os princípios assentam, quiçá, no propósito para um eventual regresso ao escalão secundário. Claro que no contexto deparado tudo são, por ora, meras conjeturas ponderadas num tabuleiro virtual onde registamos, apenas, uma vontade inequívoca do grupo de trabalho que continua a desenvolver esforços que visam um fim talvez sonhado. A realidade diz-nos que o campeonato prossegue, que o estado de graça da equipa prevalece isenta de pressões e a Zona Azul recebeu no sábado, 25, o Náutico do Guadiana e venceu (41-21). Para a história fica, também, a dedicação do professor Bexiga Fialho em prol do desenvolvimento do andebol por estas bandas alentejanas.


Realiza-se amanhã, sábado, pelas 15 horas, em Ferreira do Alentejo, o Campeonato Distrital de Estrada, com partida e meta junto ao edifício da câmara municipal. Castro Verde recebe no domingo, pelas 9 e 30 horas, no pavilhão municipal, o Torneio de Salto em Altura Distrital.

21 Diário do Alentejo 2 março 2012

Campeonato Distrital de Estrada em Ferreira

Tiro aos pratos O Clube de Tiro João Rebelo, de Beja, recebe no dia 25 a 3.ª contagem do Campeonato Regional Sul de Tiro aos Partos, na vertente de fosso olímpico. A organização é do Clube de Caçadores do Baixo Alentejo, com o apoio da Federação Portuguesa de Tiro com Armas de Caça.

Andebol Náutico afogado em Beja A Zona Azul recebeu e venceu folgadamente (40/21) a equipa algarvia do Náutico do Guadiana, de Vila Real de Santo António, mantendo-se no comando da zona Sul do Campeonato Nacional da 3.ª Divisão de Seniores Masculinos. A três jornadas do termo desta fase preliminar da prova, a Zona Azul folgará amanhã, sábado, depois terá uma deslocação a Lagos e fecha com a receção ao Torrense, atual terceiro classificado. A equipa bejense comanda isolada com mais cinco pontos que o Boa Hora e sete que o Torrense, tendo assegurada a qualificação para a segunda fase. No fim de semana o ACSines (último da tabela de pontos) perdeu no pavilhão do Boa Hora (38/17) e amanhã recebe o Oriental.

Serpa no recinto do Passos Manuel O Centro de Cultura Popular de Serpa joga amanhã no pavilhão do Passos Manuel a partida correspondente à 3.ª jornada do Campeonato Nacional da 1.ª Divisão Iniciados Masculinos, depois de no fim de semana ter perdido em Serpa com o Ginásio do Sul (27/32), mantendo-se no último lugar da zona 3 do grupo B, que é comandada pelo Vitória de Setúbal. Outros resultados – Torneio Complementar do Alentejo de Iniciados Masculinos (1.ª jornada): Zona Azul-Vasco da Gama, 30-25: Redondo-Ponte Sor, 13-48. Campeonato Nacional de Infantis Masculinos Zona 9 (2.ª jornada): Évora-Redondo, 34-14; Zona Azul-Inijovem, 22-24. Cruz de Malta-Ponte Sor, 11-21.

Juvenis do CPBeja venceram Sesimbra

Entraram com o stick direito O Clube de Patinagem de Beja tem as suas equipas de iniciados e juvenis a competir nos campeonatos nacionais. Uma época duplamente inédita. Pelo brilho da sua formação e pela ausência da equipa sénior. Texto e foto Firmino Paixão

N

a jornada inaugural os iniciados foram derrotados em Sines, mas os juvenis jogaram em Beja e venceram folgadamente a formação do Sesimbra. Tanto uns como outros asseguram o futuro do hóquei bejense. “Termos duas equipas dos escalões de formação competindo em provas nacionais, é um feito inédito na história do clube”. A revelação é de Carlos Ramos, vice-presidente do Clube de Patinagem de Beja. “Temos muito orgulho nisso, sobretudo numa época em que não tivemos equipa sénior a competir, por isso ainda nos soube melhor este apuramento das equipas de iniciados e de juvenis”, prosseguiu. Carlos Ramos acentuou que o clube está a investir bem na formação e explicou que o trabalho que têm feito nessa área “está evoluindo de ano para ano e

sempre para melhor”: “Trabalhamos todos para isso, é no sentido do sucesso que dirigimos todas as nossas energias”. Quanto às expectativas para as competições onde se enquadram as equipas bejenses, Carlos Ramos assumiu: “Não temos outros objetivos definidos que não seja chegarmos o mais longe que nos deixarem. Sabemos que vamos ter adversários muito fortes, com recursos diferentes e maior capacidade de Campeonato Nacional de Infantis (1.ª jornada): Boliqueime-Oeiras .................. 0-10 H.Grândola-Paço d’Arcos ........ 2-4 Estremoz-Sporting .................. 0-13 Próxima jornada (3/3): Oeiras-H. Grândola; Sporting-Boliqueime; Paço d’Arcos-Estremoz. Campeonato Nacional de Iniciados (1.ª jornada): Cascais-Estremoz...................... 5-5 Paço d’Arcos-Benfica .............. 0-6 Vasco da Gama-CP Beja ........... 5-3 Próxima jornada (4/3): Estremoz-Paço d’Arcos; CP Beja-Cascais; Benfica-Vasco da Gama. Campeonato Nacional de Juvenis (1.ª jornada): Seixal-H.Santiago...................... 7-6 Stuart Carvalhais-Benfica....... 5-6 CPBeja-Sesimbra ...................... 5-2 Próxima jornada (3/3): H-Santiago-Stuart Carvalhais; Sesimbra-Seixal; Benfica-CP Beja.

recrutamento, até com outra tradição nestes patamares competitivos, por isso nós só por estarmos aqui já estamos orgulhoso”. O Alentejo está representado com seis equipas nas provas nacionais de três escalões, o que para o dirigente bejense significa que o hóquei da região está a evoluir: “O trabalho está dando frutos, essa evolução vai tendo visibilidade, também tem melhorado a qualidade no enquadramento técnico e isso só pode dar resultados francamente positivos”, diz. Quanto ao breve regresso da equipa sénior do clube, Ramos confessou que adorava que isso acontecesse: “Trabalhamos para isso, as condições financeiras associadas à crise que o desporto de uma forma geral está a atravessar limitam-nos nessa ambição, mas esse é um objetivo nosso, está nos nossos horizontes concretizá-lo”. O dirigente lembrou ainda: “A cidade tem-nos apoiado e reconhecido o mérito do nosso trabalho. O hóquei em patins não é como o futebol, mas já marcámos os jogos para mais tarde para podermos ter aqui o nosso público, os nossos adeptos e associados. Mas Beja é uma cidade que acarinha e apoia o hóquei em patins”, concluiu.

Hóquei em patins Aljustrelense na Vila Morena Realiza-se amanhã, sábado, a 16.ª jornada do Campeonato Nacional da 3.ª Divisão Zona Sul, ronda que leva a equipa do Mineiro Aljustrelense ao pavilhão do líder, o Hóquei Clube Patinagem de Grândola, ferido que está com a derrota sofrida, a única até ao momento, na última jornada no recinto do Boliqueime. O Castrense, derrotado em casa pelo Estremoz (3/7), desloca-se para Sintra, onde defrontará Os Lobinhos, e o Hóquei de Santiago, que empatou em Aljustrel a quatro golos, joga em casa com o Azeitonense. Apesar da inédita derrota, a equipa de Grândola mantém-se no comando com 37 pontos, o Hóquei de Santiago é quinto e o Aljustrelense e o Castrense estão nos últimos lugares da classificação. Na segunda divisão nacional o líder Sporting esteve de visita a Sines, onde venceu (5/1) categoricamente, mantendo-se no comando do campeonato. O Hóquei Vasco da Gama folga na jornada de amanhã.

Basquetebol E o primeiro lugar tão perto … O Beja Basket Clube perdeu em Quarteira por escassos cinco pontos de diferente (79/74), deixando escapar uma excelente oportunidade de se aproximar dos Salesianos, que nesta 12.ª jornada do Nacional de Basquetebol da 2.ª Divisão também perderam, mas no Pavilhão do Reguengos (58/56). Face à conjugação destes resultados e do triunfo fácil do Ferragudo perante o Tavira (74/37), o BBC baixou para o quarto lugar, mas apenas a dois pontos dos eborenses. O campeonato prossegue, apenas, no próximo dia 10 com a deslocação do BBC a Albufeira. Classificação: 1.º Salesianos, 18 pontos. 2.º Ferragudo, 18. 3.º Reguengos, 17. 4.º Beja BC, 16. 5.º Tubarões, 16. 6.º CB Albufeira, 13.7.º CBTavira, 10 (Ferragudo e Reguengos têm mais um jogo que os Salesianos e que o Beja Basket Clube).

Futsal Baronia venceu em Tavira O Grupo Desportivo da Baronia desceu até Tavira para surpreender a formação dos Sonâmbulos vencendo por 3/2 a partida correspondente à 15.ª jornada do Campeonato Nacional da 3.ª Divisão Série D, numa ronda em que Os Independentes, de Sines, foram derrotados na Portela, por 4/3. Amanhã o Baronia recebe a equipa do Rangel, segunda classificada da série, e Os Independentes jogam em Viana do Alentejo frente ao Sporting local. Os sineenses mantêm o terceiro lugar, a 15 pontos do líder, e o Baronia é o décimo segundo classificado, em zona de despromoção.


saúde

Sexta-feira, 2 MARÇO 2012 Nº 1558 (II Série)

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Análises Clínicas

Medicina dentária ▼

Psicologia

Fisioterapia

Dr.ª Heloisa Alves Proença Médica Dentista

Centro de Fisioterapia S. João Batista

Directora Clínica da novaclinica

Laboratório de Análises Clínicas de Beja, Lda. Dr. Fernando H. Fernandes Dr. Armindo Miguel R. Gonçalves Horários das 8 às 18 horas; Acordo com beneficiários da Previdência/ARS; ADSE; SAMS; CGD; MIN. JUSTIÇA; GNR; ADM; PSP; Multicare; Advance Care; Médis FAZEM-SE DOMICÍLIOS Rua de Mértola, 86, 1º Rua Sousa Porto, 35-B Telefs. 284324157/ 284325175 Fax 284326470 7800 BEJA

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EM BERINGEL Telef 284998261 6ª e sábado das 14 às 20 horas

Oftalmologia ▼

JORGE ARAÚJO Assistente graduado de ginecologia e obstetrícia ULSB/Hospital José Joaquim Fernandes Consultas e ecografia 2ªs, 4ªs, 5ªs e 6ªs feiras, a partir das 14 e 30 horas Marcações pelo tel. 284311790 Rua do Canal, nº 4 - 1º trás 7800-483 BEJA

Estomatologia Cirurgia Maxilo-facial ▼

Oftalmologista pelo Instituto Dr. Gama Pinto – Lisboa Assistente graduada do serviço de oftalmologia do Hospital José Joaquim Fernandes – Beja

MÉDICO DENTISTA

Marcações pelo telefone 284321693 ou no local Rua António Sardinha, 3 1º G 7800 BEJA

Rua Capitão João Francisco

Fisioterapia

Marcações pelo tm. 919788155

Marcações de consultas de 2ª a 6ª feira, entre as 15 e as 18 horas Rua Dr. Aresta Branco, nº 47 7800-310 BEJA Tel. 284326728 Tm. 969320100

DRA. TERESA ESTANISLAU CORREIA Marcação de consultas de dermatologia:

Medicina dentária ▼

Luís Payne Pereira Médico Dentista

HORÁRIO: Das 11 às 12.30 horas e das 14 às 18 horas pelo tel. 218481447 (Lisboa) ou Em Beja no dia das consultas às quartas-feiras Pelo tel. 284329134, depois das 14.30 horas na Rua Manuel António de Brito, nº 4 – 1º frente 7800-544 Beja (Edifício do Instituto do Coração, Frente ao Continente) Hematologia

Consultas em Beja Clínica do Jardim

HEMATOLOGIA CLÍNICA

Praça Diogo Fernandes, nº11 – 2º Tel. 284329975

Doenças do Sangue

ANA MONTALVÃO Assistente Hospitalar

Clínica Dentária

Marcações de 2ª a 6ª feira, das 15 às 19 horas

Dr. José Loff Urgências Prótese fixa e removível Estética dentária Cirurgia oral/ Implantologia Aparelhos fixos e removíveis ▼

VÁRIOS ACORDOS

FERNANDO AREAL

Consultas :de segunda a sexta-feira, das 9 e 30 às 19 horas

MÉDICO Consultor de Psiquiatria

Rua de Mértola, nº 43 – 1º esq. Tel. 284 321 304 Tm. 925651190

Consultório Rua Capitão João Francisco Sousa 56-A 1º esqº 7800-451 BEJA Tel. 284320749

7800-475 BEJA

Terreiro dos Valentes, 4-1ºA 7800-523 BEJA Tel. 284325861 Tm. 964522313

Urologia

AURÉLIO SILVA UROLOGISTA

Hospital de Beja Doenças de Rins e Vias Urinárias Consultas às 6ªs feiras na Policlínica de S. Paulo Rua Cidade S. Paulo, 29 Marcações pelo telef. 284328023

BEJA Otorrinolaringologia ▼ Terapia da Fala ▼

DR. J. S. GALHOZ

FRANCISCO FINO CORREIA

Ouvidos,Nariz, Garganta

MÉDICO UROLOGISTA RINS E VIAS URINÁRIAS

Exames da audição

Prótese/Ortodontia CONSULTAS 2ªs, 3ªs e 5ªs feiras Rua Zeca Afonso, nº 16 F Tel. 284325833

Consultas de 2ª a 6ª

Generalista

Dermatologia

CONSULTAS às 3ªs e 4ªs feiras, a partir das 15 horas MARCAÇÕES pelos telfs.284322387/919911232 Rua Tenente Valadim, 44 7800-073 BEJA

Urologia

DR. MAURO FREITAS VALE

CONSULTAS DE OBESIDADE

Rua do Canal, nº 4 7800 BEJA

DOENÇAS DO SISTEMA NERVOSO

Psiquiatria

Médico Especialista pela Ordem dos Médicos e Ministério de Saúde

Marcações pelo telef. 284325059

HELIODORO SANGUESSUGA

CÉLIA CAVACO

DR. A. FIGUEIREDO LUZ

de Sousa, 56-A – Sala 8

Consultório Centro Médico de Beja Largo D. Nuno Álvares Pereira, 13 – BEJA Tel. 284312230

Chefe de Serviço de Oftalmologia do Hospital de Beja

Acordos com: ACS, CTT, EDP, CGD, SAMS.

Neurologista do Hospital dos Capuchos, Lisboa

DR. JAIME LENCASTRE Estomatologista (OM) Ortodontia

Especialista pela Ordem dos Médicos

DRª CAROLINA ARAÚJO

Dr. José Geraldo Dias

Obesidade

Médico oftalmologista

Consultas de Neurologia

Terreiro dos Valentes, 4 – 1-A 7800-523 BEJA Consultório: Tel. 284325861 Tm. 964522313

Acordos com A.D.S.E., ACSPT, CGD, Medis, Advance Care, Multicare, Seguros Minis. da Justiça, A.D.M.F.A., S.A.M.S. Marcações pelo 284322446; Fax 284326341 R. 25 de Abril, 11 cave esq. – 7800 BEJA

Doenças alérgicas

CONSULTAS EM BEJA 2ª, 4ª e 5ª feira das 14 às 20 horas

Rua António Sardinha, 25r/c dtº Beja

HELENA MANSO

Ginecologia/Obstetrícia

FAUSTO BARATA

Cirurgia Vascular

(Diplomada pela Escola Superior de Medicina Dentária de Lisboa)

Oftalmologia

JOÃO HROTKO

Fisiatria Dr. Carlos Machado Psicologia Educacional Elsa Silvestre Psicologia Clínica M. Carmo Gonçalves Tratamentos de Fisioterapia Classes de Mobilidade Classes para Incontinência Urinária Reeducação dos Músculos do Pavimento Pélvico Reabilitação Pós Mastectomia

Rua Manuel Antó António de Brito n.º n.º 6 – 1.º 1.º frente. 78007800-522 Beja tel. 284 328 100 / fax. 284 328 106

Vários Acordos

Marcações de 2.ª a 6.ª feira a partir das 14 horas Rua Capitão João Francisco de Sousa, n.º 20 7800-451 BEJA Tel. 284324690

Consultas a partir das 14 horas Praça Diogo Fernandes, 23 - 1º F (Jardim do Bacalhau) Telef. 284322527 BEJA

TERAPEUTA DA FALA

CATARINA CHARRUA Consultas e domicílios de 2ª feira a sábado Tm: 967959568


saúde

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Diário do Alentejo 24 fevereiro 2012

PSICOLOGIA ANA CARACÓIS SANTOS – Educação emocional; – Psicoterapia de apoio; – Problemas comportamentais; – Dificuldades de integração escolar; – Orientação vocacional; – Métodos e hábitos de estudo GIP – Gabinete de Intervenção Psicológica Rua Almirante Cândido Reis, 13, 7800-445 BEJA Tel. 284321592

Clínica Médico-Dentária de S. FRANCISCO, LDA. Gerência de Fernanda Faustino Acordos: SAMS, ADMG, PSP, A.D.M.E., Portugal Telecom e Advancecare Rua General Morais Sarmento, nº 18, r/chão; TEL. 284327260 7800-064 BEJA

_______________________________________ Manuel Matias – Isabel Lima – Miguel Oliveira e Castro – Jaime Cruz Maurício Ecografia | Eco-Doppler Cor | Radiologia Digital Mamografia Digital | TAC | Uro-TC | Dental Scan Densitometria Óssea Nova valência: Colonoscopia Virtual Acordos: ADSE; PT-ACS; CGD; Medis, Multicare; SAMS; SAMS-quadros; Allianz; WDA; Humana; Mondial Assistance. Graça Santos Janeiro: Ecografia Obstétrica Marcações: Telefone: 284 313 330; Fax: 284 313 339; Web: www.crb.pt Rua Afonso de Albuquerque, 7 r/c – 7800-442 Beja e-mail: cardiologiabeja@mail.telepac.pt

CENTRO DE IMAGIOLOGIA DO BAIXO ALENTEJO ECOGRAFIA – Geral, Endocavitária, Osteoarticular, Ecodoppler TAC – Corpo, Neuroradiologia, Osteoarticular, Dentalscan Mamografia e Ecografia Mamária Ortopantomografia Electrocardiograma com relatório António Lopes – Aurora Alves – Helena Martelo – Montes Palma – Maria João Hrotko – Médicos Radiologistas –

Dr. Sidónio de Souza – Pneumologia/Alergologia/ Desabituação tabágica – H. Pulido Valente Dr. Fernando Pimentel – Reumatologia – Medicina Desportiva – Instituto Português de Reumatologia de Lisboa Dr.ª Verónica Túbal – Nutricionismo – H. de Beja Dr.ª Sandra Martins – Terapia da Fala – H. de Beja Dr. Francisco Barrocas – Psicologia Clínica/Terapia Familiar – Membro Efectivo da Soc. Port. Terapia Familiar e da Assoc. Port. Terapias Comportamental e Cognitiva (Lisboa) – Assistente Principal – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo. Dr. Rogério Guerreiro – Medicina preventiva – Tratamento inovador para deixar de fumar Dr. Gaspar Cano – Clínica Geral/ Medicina Familiar Dr.ª Nídia Amorim – Psicomotricidade/Educação Especial e Reabilitação (dificuldades específicas de aprendizagem/dislexias) Dr. Sérgio Barroso – Oncologia – H. de Beja Drª Margarida Loureiro – Endocrinologia/ Diabetes/Obesidade – Instituto Português de Oncologia de Lisboa Dr. Francisco Fino Correia – Urologia – Rins e Vias Urinárias – H. Beja Dr. Daniel Barrocas – Médico Interno de Psiquiatria – Hospital de Santa Maria Dr. Carlos Monteverde – Chefe de Serviço de Medicina Interna, doenças de estômago, fígado, rins, endoscopia digestiva. Dr.ª Ana Cristina Duarte – Pneumologia/ Alergologia Respiratória/Apneia do Sono – Assistente Hospitalar Graduada – Consultora de Pneumologia no Hospital de Beja Dr.ª Isabel Martins – Chefe de Serviço de Psiquiatria de Infância e Adolescência/Terapeuta familiar – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo Dr.ª Paula Rodrigues – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr.ª Luísa Guerreiro – Ginecologia/Obstetrícia Dr.ª Ana Montalvão – Hematologia Clínica / Doenças do Sangue – Assistente Hospitalar – Hospital de Beja Dr.ª Ana Cristina Charraz – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr. Diogo Matos – Dermatologia. Médico interno do Hospital Garcia da Orta. Dr.ª Joana Freitas – Cavitação, Lipoaspiração não invasiva,indolor e não invasivo, acção imediata, redução do tecido adiposo e redução da celulite Dr.ª Ana Margarida Soares – Terapia da Fala - Habilitação/Reabilitação da linguagem e fala. Perturbação da leitura e escrita específica e não específica. Voz/Fluência. Dr.ª Maria João Dores – Técnica Superior de Educação Especial e Reabilitação/Psicomotricidade. Perturbações do Desenvolvimento; Educação Especial; Reabilitação; Gerontomotricidade. Enfermeira Maria José Espanhol – Enfermeira especialista em saúde materna/Cuidados de enfermagem na clínica e ao domicílio/Preparação pré e pós parto/amamentação e cuidados ao recémnascido/Imagem corporal da mãe – H. de Beja Marcações diárias pelos tels. 284 322 503 Fax 284 322 503 Tm. 91 7716528 Rua Zeca Afonso, nº 6, 1º B, 7800-522 Beja clinipax@netvisao.pt

Terapia da Fala

Convenções: ADSE, ACS-PT, SAD-GNR, CGD, MEDIS, SSMJ, SADPSP, SAMS, SAMS QUADROS, ADMS, MULTICARE, ADVANCE CARE

Horário: de 2ª a 6ª feira, das 8 às 19 horas e aos sábados, das 8 às 13 horas

Terapeuta da Fala VERA LÚCIA BAIÃO

Av. Fialho de Almeida, nº 2 7800 BEJA Telef. 284318490

Consultas em Beja CLINIBEJA – 2.ª a 6.ª feira Rua António Sardinha, 25, r/c esq.

Tms. 924378886 ou 915529387

Tm. 962557043


institucional diversos

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Diário do Alentejo 2 março 2012 Diário do Alentejo nº 1558 de 02/03/2012 Única Publicação

Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas do Alqueva, S.A.

CITAÇÃO POR EDITAL EXPOSIÇÃO DOS ELEMENTOS PARA APRECIAÇÃO DO PROJECTO DE EMPARCELAMENTO RURAL INTEGRADO DOS COUTOS DE MOURA

A Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas do Alqueva (EDIA), entidade responsável pela elaboração do Projecto de Emparcelamento Rural Integrado dos Coutos de Moura, vem, nos termos do artigo 42º do Decreto-Lei nº 103/90 de 22 de Março, notificar: Alexandre Francisco dos Santos Ortega

Herd de Mário Fernando P Domingos

António dos Reis Baltazar

Herd de Pedro Valente Figueira

António Feliciano Dimas Barão

Herd de Raquel Conceição Figueira

António Joaquim Sales Fonseca

Herd de Rui de Lacerda

António José Albardeiro Ganchinho

Ilda Isabel Chaparro Escoval

António José Rico Esteves Santos

Imotwin - Sociedade Imobiliária Lda

António José Ventinhas

Irene Dinora Pataca Ramalho Goinhas

António Manuel Marquilha Ganchinho

Joana Isabel Félix Torrado

António Mesa Alfaro

João António Formigo

António Pereira Varela

João Batista Cunha Fernandes

Arnaldo José Moedas Casimiro

João Francisco Condeça Abade

Balbina Rita Cuba Martins

João Francisco Prazeres

Bernardina Maria Gomes Paiva Franco

João Miguel do Nascimento V Rosado

Caetano José Clérigo

João Pedro Fernandes Carvalho Batista

Carlos Alberto Costa Nunes Aguiar

Joaquim José dos Reis Esperança

Carlos Manuel Palma Limpo de Lacerda

Joaquim José Fernandes Camacho

Diogo Luís de Matos Grade

Joaquim José Garrido Casimiro

Domingos Sebastião Arsénio Costa

Joaquim José Garrido Pipa

Elisabete do Rosário Barradas Rola

Joaquim Miguel Fustiga

Direcção Geral do Património do Estado

Joaquim Nobre

Estela Maria A J Acabado Branco

Joaquina Maria Garrido Oleirinha

Fernando das Mercês Dias

Herd de Bárbara C Janeiro Rogado

Francisco António Fernandes Falé

Herd de Carlos Uva Cansado

Francisco Garcia Pires Rodrigues

Jorge Manuel Figueira Malato

Francisco Jacinto Vestia

Jorge Manuel M Fernandes Brito

Francisco José dos Santos Silva

José António Ravasco Raposo Deveza

Francisco Luís Fialho

José Fernando Costa Carvalho

Francisco Manuel Roberto

José Fialho Rico

Francisco Maria Inverno

José Francisco Formigo

Guilherme de Jesus Pelica Sales

José Jacinto Ferreira da Silva

Guilhermina Maria Garrido Inverno

José Maria Inverno

Herd de Abel Fialho Rico

José Pedro Pinto

Herd de António Marceliano Fustiga

José Perfeito Clérigo

Herd de Domingos da A Seita Torres

José Rodrigues

Herd de Fernando Nuno C Calheiros

Justino Falé Negreiros Campinos

Herd de Francisco Lopes Nunes

Leopoldo C Ganchinho Prazeres

Herd de Francisco Nunes Prazeres

Liane Rocha de Brito

Herd de João José Fialho

Lídia Esmeralda A G Janeiro Acabado

Herd de Joaquim Augusto Garradas

Luís Manuel da Silva Marques

Herd de José Agostinho Vidal

Luís Manuel Gomes do Prado Quintino

Herd de José Evaristo Cavalo

Luzia Moita Algarvia

Herd de José F Valente Figueira

Manuel António Cenrada Ortega

Herd de José Joaquim Farinho

Manuel Dias Barão

Herd de Manuel Inácio Fustiga

Manuel Joaquim Nogueira

Herd de Mariana Angélica de Almeida

Manuel Joaquim Pato Tiago

Manuel Marques Gafenho

Melo & Companhia Lda

Manuel Moita Tomé

Mercedes V Mascarenhas Filipe Monte

Manuel Santana Júnior

Miguel Ângelo Cenrada Ortega

Marçal Moreira de Freitas

Miguel Laurentino da Silva Júnior

Maria Ana Rato Delgado Mendes

Miguel Maria Ramirez Nunes Garcia

Maria do Carmo Caeiro Carrasco Paes

Otília Maria R Valente Fernandes

Joaquina Maria P Pissarra Serrado

Paulo Jorge Câncio Monteiro

Jorge Luís Alves da Silva

Paulo José Monteiro Mendonça

Maria do Céu F P G Vidal da Gama

Propaval

Maria dos Anjos R Encarnação Viegas

Rodrigo José Correia Raposo

Maria Emídio Barão

Serafina Sanchez Veja

Maria Gabriela Acabado Aiveca

Teresa de Jesus Guerreiro Nunes

Maria Leonor F Pinto Correia Garcia

Tomaz Manuel Acabado

Maria Luiza A de Oliveira Botelho

Vânia Isabel C Cavaco Condeça

Maria Teresa Ramalho

Vicente Pica Serrano

Mário Correia Sampaio

Virgílio de Sousa Fragoso de Lima

Mário Manuel Rodrigues Pato

Virgílio Godinho Fragoso de Lima

Martinho Conceição Guerreiro Correia

Zulmira da Conceição Garrido

1. De 30 de Janeiro a 14 de Março de 2012 , foram submetidos à apreciação e reclamação dos interessados todos os elementos indicados no artigo 13º do diploma atrás citado. Para o efeito foram enviadas notificações a todos os interessados através de cartas registadas com aviso de recepção, de acordo com o disposto nos artigos 41º e 42º do referido diploma. 2. Dado que foram devolvidas as cartas registadas enviadas aos proprietários constantes da lista acima mencionada e não tendo sido possível obter dados adicionais sobre eles, os elementos referidos no artigo 13º estarão novamente expostos para apreciação por estes interessados, nas instalações da Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos durante todos os dias úteis de 05 de Março a 18 de Abril de 2012, das 9:00 às 12:30 h e das 14:00 às 18:00 h. 3. Os proprietários acima referidos ou seus representantes legais, poderão apresentar por escrito as reclamações que entenderem. Estas deverão ser dirigidas à Comissão de Apreciação do Projecto de Emparcelamento Rural Integrado dos Coutos de Moura, com sede na EDIA, Rua Zeca Afonso, 2, 7800-522 Beja, no prazo de 45 dias a contar da data da publicação do Edital (Artº 37º do Decreto-Lei nº 103/90). Das deliberações da Comissão de Apreciação cabe recurso para o Sr. Director Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural, Avª. Afonso Costa nº3, 1949-002 LISBOA, a interpôr no prazo de 15 dias a contar da notificação da deliberação sobre a respectiva reclamação. Vem a EDIA proceder a estas citações, no cumprimento das formalidades vigentes. Beja, 27 de Fevereiro de 2012 O Presidente do Conselho de Administração

Diário do Alentejo nº 1558 de 02/03/2012 1ª Publicação

ASSOCIAÇÃO DE MUNICÍPIOS DO BAIXO ALENTEJO E ALENTEJO LITORAL

Diário do Alentejo nº 1558 de 02/03/2012 Única Publicação

CAIXA DE CRÉDITO AGRÍCOLA MÚTUO DE SÃO TEOTÓNIO CRL

CONVOCATÓRIA DA ASSEMBLEIA GERAL

EDITAL Alienação, através da apresentação de propostas para as seguintes viaturas: Skoda Pick-Up e Renault Kangoo Dando cumprimento ao deliberado por esta Associação na reunião do Conselho Diretivo de 13 de fevereiro de 2012, faz-se público, a alienação, através da apresentação de propostas em carta fechada, dos veículos Skoda Pick-Up e Renault Kangoo, nos seguintes termos: 1. O veículo de marca Skoda, modelo Pick-Up (1.9 a gasóleo), registado em 01-10-1999, na categoria de ligeiro de mercadorias, sem inspeção realizada, será alienado pelo valor mínimo líquido de 1.230,00€ (mil duzentos e trinta euros), iva incluído; O veículo de marca Renault, modelo Kangoo (1.1 Gasolina/GPL), registado em 10-04-2000, na categoria de ligeiro de passageiros, com inspeção realizada, será alienado pelo valor mínimo líquido de 1.845,00€ (mil oitocentos e quarenta e cinco euros), iva incluído; 2. Os veículos serão alienados livres de quaisquer ónus ou encargos; 3. Poderão ser apresentadas propostas até às 15 horas do dia 16 de março de 2012, na sede da AMBAAL – Praceta Rainha D. Leonor, apartado 70, 7800-953 Beja. As propostas poderão ser entregues pessoalmente ou remetidas pelo correio, sob registo e devem ser apresentadas em sobrescrito fechado, identificando no exterior do mesmo o proponente e o veículo, que, por sua vez, é encerrado num sobrescrito dirigido ao Presidente do Conselho Diretivo da AMBAAL. 4. A abertura das propostas será realizada em acto público que terá lugar no dia 19 de março de 2012, às 15 horas, no edifício-sede da AMBAAL, sito na direção referida no ponto 3; 5. As restantes condições de alienação e instrução das propostas estão clausuladas em regulamento, que deverá ser consultado pelos proponentes nos serviços administrativos da AMBAAL, durante as horas de expediente; 6. Os veículos poderão ser vistos, durante as horas de expediente (09h00:12h30/14h00:17h30), na direção referida no ponto 3. Para constar se elaborou o presente EDITAL e outros de igual teor que vão ser afixados nos lugares de estilo. AMBAAL, 13 de fevereiro de 2012. O Presidente do Conselho Diretivo José Maria Prazeres Pós-de-Mina Diário do Alentejo nº 1558 de 02/03/2012 Única Publicação

CASA DO ESTUDANTE

ASSEMBLEIA GERAL CONVOCATÓRIA Nos termos do art.º 40, nºs 1 e 2, dos Estatutos, convocam-se todos os associados da Casa do Estudante para participarem na Assembleia Geral Ordinária a realizar em Beja, no dia 25 de Março de 2012 pelas 9h00m, nas instalações da sede, sito na rua de Moçambique nº10 em Beja, com a seguinte ordem de trabalhos: Ponto um – Apresentação, discussão e votação da Conta de Gerência do Exercício do ano de dois mil e onze, assim como o parecer do Conselho Fiscal; Ponto dois – Outros assuntos do interesse da instituição. Os trabalhos iniciar-se-ão uma hora mais tarde, com qualquer número de associados, se à hora marcada não estiver reunido o quorum legalmente previsto. Beja, 24 de Fevereiro de 2012 O Presidente da Mesa da Assembleia Geral Manuel Rebelo Lança Alves

Nos termos da Legislação em vigor e dos Estatutos da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de São Teotónio CRL, pessoa colectiva n° 501145370 matriculada na Conservatória do Registo Comercial de Odemira sob o mesmo número, com o Capital Social realizado de 17 538 210 € (variável), convoco os Associados da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de S. Teotónio, no pleno gozo dos seus direitos, a reunirem-se, em Assembleia Geral, no dia 17 de Março, pelas 09h30m, na Sede desta Instituição, sita na Rua 25 de Abril, em São Teotónio, para discutir e votar as matérias da seguinte: Ordem de Trabalhos: 1. Apreciação e Votação do Relatório, do Balanço e das Contas do Exercício de 2011 e respectivo Parecer do Conselho FiscaL 2. Outros assuntos. São Teotónio, 25 de Fevereiro de 2012 A Presidente da Mesa da Assembleia-Geral Ana Paula Lopes António Vasques Nota: Se à hora marcada, não estiver presente a maioria dos Associados, a Assembleia reunirá, com qualquer número, uma hora depois, nos termos do estabelecido no art° 25° dos nossos Estatutos.

Diário do Alentejo nº 1558 de 02/03/2012 Única Publicação

ASSOCIAÇÃO HUMANITÁRIA DE BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DE BEJA

ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA CONVOCATÓRIA Para cumprimento do estabelecido na alínea c) do n°. 2, do art°. 41º dos Estatutos, convoco a reunião da Assembleia Ordinária, para o dia 12 de Março de 2012, Segunda-Feira, pelas vinte horas e trinta minutos, na sede da nossa Associação, na Av. Fialho de Almeida, n°.30, nesta cidade com a seguinte ORDEM DE TRABALHOS: Apresentação e votação do Relatório e Contas de Gerência respeitantes ao ano de 2011 e Parecer do Conselho Fiscal. Não comparecendo número legal de sócios à hora marcada, a Assembleia funcionará com qualquer número de sócios, MEIA HORA DEPOIS como determina o n°. 1 de art°. 43°. dos mesmos estatutos. Beja, 10 de Fevereiro de 2012. O Presidente da Mesa da Assembleia Geral José António Jacinto Parrinha

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institucional diversos

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Diário do Alentejo 2 março 2012

Diário do Alentejo nº 1558 de 02/03/2012 Única Publicação

VENDE-SE EM BEJA

EXPLICAÇÕES CAIXA DE CRÉDITO AGRICOLA DE BEJA E MÉRTOLA, C.R.L.

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CONVOCATÓRIA DA ASSEMBLEIA GERAL De harmonia com a Lei e os Estatutos da Caixa de Crédito Agricola de Beja e Mértola, C.R.L., pessoa colectiva nº 501064800, com sede em Largo Eng.º Duarte Pacheco, nº 12, em Beja, matriculada sob o nº 501064800 na Conservatória do Registo Comercial de Beja, convoco os associados, no pleno gozo dos seus direitos, a reunirem-se em Assembleia Geral em sessão ordinária, no dia 20 de Março de 2012, no Balcão de Beringel da Caixa de Crédito Agricola Mútuo de Beja e Mértola, CRL, sito na Praça Dr. Carlos Moreira, nº 14, em Beringel, pelas 17:00 horas, com a seguinte ordem de trabalhos: Ordem de Trabalhos: 1. Discussão e votação do Relatório, Balanço e Contas da Direcção e Parecer do Conselho Fiscal Exercício 2011; 2. Apreciação e votação da Proposta de Aplicação de Resultados; 3. Aprovação dos Pedidos de Exoneração de Associados; 4. Outros Assuntos de interesse para a Assembleia; O Relatório, Balanço e Contas da Direcção relativo ao Exercício de 2011, estará à disposição dos Senhores Associados na sede da Caixa Agrícola às horas normais de expediente, durante os oito dias que antecedem a Assembleia-Geral. Se à hora marcada não estiverem presentes mais de metade dos Associados, a Assembleia reunirá uma hora depois, com qualquer número de sócios presentes. A Assembleia reunirá fora da sede social da Caixa devido à inexistência de sala com condições para a realização desta Assembleia. Beja, 27 de Fevereiro de 2012.

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CCAM de Aljustrel e Almodôvar, CRL

CCAM DE ALJUSTREL E ALMODÔVAR, CRL

CONVOCATÓRIA Conforme o disposto no artº 24º dos Estatutos desta Caixa, convoco a sua Assembleia Geral, para a reunião a realizar no dia 27/03/2012, pelas 15 horas, no auditório da Biblioteca Municipal de Aljustrel, junto às piscinas Municipais, em Aljustrel, com a seguinte ORDEM DE TRABALHOS: 1º Apreciação e votação do Relatório e Contas do Conselho de Administração e do Parecer do Conselho Fiscal, referentes ao Exercício de 2011; 2º Outros assuntos de interesse associativo. Se à hora marcada não estiverem presentes mais de metade dos Sócios, a Assembleia reunirá, uma hora depois, com qualquer número de Sócios presentes. Aljustrel, 27 de Fevereiro de 2012. O Presidente da Mesa da Assembleia Geral Dr. Francisco José Faleiro Baltazar Romano Colaço Diário do Alentejo nº 1558 de 02/03/2012 Única Publicação

Presidente da Mesa da Assembleia-Geral Eng.º Rui Manuel Inácio Garrido

Diário do Alentejo nº 1558 de 02/03/2012 Única Publicação

FREGUESIA DE SELMES

USADO EM BOM ESTADO DE CONSERVAÇÃO

LICENÇA DE FUNCIONAMENTO N.° 1/2010 (*) REGIME DE INSTALAÇÃO E FUNCIONAMENTO DE ESTABELECIMENTOS DE APOIO SOCIAL 1. Identificação do estabelecimento Denominação do estabelecimento: Jardim Infantil Nossa Senhora da Conceição Localização do estabelecimento: Rua Afonso de Albuquerque, n.º 9 C. Postal 7800-442 Beja Localidade: Beja Distrito: Beja Concelho: Beja Freguesia: S. João Batista Telefone: 284322690 Fax: 284322690 e-mail jardim.inf-conceicao@sapo.pt 2. Identificação da entidade gestora Nome completo: Felisbela Tavares Santos Parrinha Limitada Morada: Rua Afonso de Albuquerque, n°9 C. Postal: 7800-442 Beja Localidade: Beja 3. Actividade exercida no estabelecimento Sala de Creche com capacidade para 15 crianças 4. Lotação máxima O estabelecimento pode abranger o número máxImo de 15 (quinze) utentes 5. Emissão Data: 2010/1/20 Assinatura ilegível (*) Emitida ao abrigo do Decreto-Lei n.° 64/2007, de 14 de Março.

OBJECTIVO: VENDA (ACEITA-SE PROPOSTA POR ESCRITO)

PAVILHÃO COM 110M2: • ESTRUTURA EM PERFIS METÁLICOS • PAREDES EXTERIORES EM PAINÉIS ISOTÉRMICOS OUTRAS CONDIÇÕES:

EDITAL Cemitério EXUMAÇÃO DE CADÁVERES ANTÓNIO JOÃO PEDRAS D’AGUILAR, PRESIDENTE DA JUNTA DE FREGUESIA DE SELMES: Faz saber que, de acordo com a deliberação desta Junta de Freguesia, em sua reunião ordinária de 10 de Fevereiro de 2012; Nos termos do art° 13°, do Capitulo IV, do regulamento do Cemitério de Selmes, proceder-se-á á exumação dos covais abaixo mencionados, pelo que se convidam os familiares ou responsáveis pelos falecidos, a entrarem em contacto com a Junta de freguesia de Selmes no prazo de 30 dias, a contar da publicação do presente Edital, a fim de ser acordada a data em que terá lugar a exumação e o destino a dar às ossadas. Decorrido este prazo, sem que os interessados promovam qualquer diligência, será feita a exumação considerando-se abandonadas as ossadas as quais serão depositadas no próprio coval a profundidade superior.

DESMONTAGEM E REMOÇÃO A CARGO DO COMPRADOR VISITAS AO LOCAL: (CONTACTO POR MARCAÇÃO) TEL.: 212288400 (DRA. LISDALIA) FAX: 212288408 DOCAPESCA, PORTOS E LOTAS S.A.

Para constar se passou o presente Edital e outros de igual teor que irão ter a devida publicidade. Freguesia de Selmes, 24 de Fevereiro de 2012 O Presidente António João Pedras D’Aguilar


necrologia diversos

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Diário do Alentejo 2 março 2012

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AGRADECIMENTO E MISSA

PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO

José Leandro Jacinto

Inês Leandro Parreira

1º Mês de Eterna Saudade Filhos, genros, netos e restante família agradecem por este meio a todas as pessoas que estiveram presentes no dia 7 de Fevereiro e o acompanharam à sua última morada. Agradecem também a todos os funcionários do Lar de São Barnabé em Beja que contribuíram para o seu bem estar. Será celebrada missa pelo seu eterno descanso no dia 7 de Março, quarta-feira, na Igreja de São Salvador em Beja, pelas 18h 30m. Que a sua alma descanse em paz.

Nasceu 24/03/1926 Faleceu17/02/2012 Filho, cunhadas (os), sobrinhos e restantes familiares participam a todas as pessoas de suas relações e amizade o falecimento da sua ente querida, e na impossibilidade de o fazer pessoalmente agradecem por este meio, reconhecidamente, a todos os que se dignaram acompanhá-la à sua última morada, assim como aos que participaram na missa do 7º dia realizada em 23/02/2012, ou que de qualquer outra forma manifestaram o seu pesar.

Funerais – Cremações – Trasladações - Exumações – Artigos Religiosos

CABEÇA GORDA

TRINDADE

SANTA CLARA DE LOUREDO

BARREIRO / BEJA

†. Faleceu a Exma. Sra. D.

†. Faleceu o Exmo. Sr. JOSÉ

†. Faleceu a Exma. Sra. D.

†. Faleceu o Exmo. Sr.

MARIA FRANCISCA, de 93 anos, natural de Alcaria Ruiva - Mértola, viúva. O funeral a cargo desta Agência realizouse no passado dia 24 de Fevereiro, da Casa Mortuária da Trindade, para o cemitério local.

FERNANDO MONTEIRO, de 64 anos, natural de Cabeça Gorda - Beja, casado com a Exma. Sra. D. Maria de Assunção Colaço Beijinho. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 24 de Fevereiro, da Casa Mortuária de Cabeça Gorda, para o cemitério local.

MARIA VITÓRIA FRANCISCA DUARTE, de 89 anos, natural de Santa Clara de Louredo - Beja, viúva. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 25 de Fevereiro, da Casa Mortuária de Santa Clara de Louredo, para o cemitério local.

JOAQUIM INÁCIO GRANADEIRO SANTANA, de 47 anos, natural de Portimão, solteiro. O funeral a cargo desta Agência realizouse no passado dia 26 de Fevereiro, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

SALVADA

BERINGEL

BEJA / NOSSA SENHORA DAS NEVES

BEJA

Vidigueira AGRADECIMENTO

†. Faleceu a Exma. Sra. D.

†. Faleceu o Exmo. Sr.

†. Faleceu a Exma. Sra. D.

†. Faleceu o Exmo. Sr.

PALMIRA DUARTE LOPES, de 92 anos, natural de Salvada - Beja, viúva. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 27 de Fevereiro, da Casa Mortuária de Salvada, para o cemitério local.

ANTÓNIO MANUEL CAMPINAS, de 92 anos, natural de Beringel - Beja, viúvo. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 28 de Fevereiro, da Casa Mortuária de Beringel, para o cemitério local.

ANTÓNIA ESCOLÁSTICA MONTES, de 87 anos, natural de Mértola, viúva. O funeral a cargo desta Agência realizouse no passado dia 28 de Fevereiro, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério de Nossa Senhora das Neves.

JOAQUIM CRISPIM DO ESTANQUE, de 94 anos, natural de Nossa Senhora das Neves - Beja, viúvo. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 28 de Fevereiro, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

BALEIZÃO

BEJA / PENEDO GORDO

†. Faleceu o Exmo. Sr.

†. Faleceu o Exmo. Sr.

BALTAZAR FRANCISCO FARELO EFIGÉNIO, de 65 anos, natural de Baleizão Beja, solteiro. O funeral a cargo desta Agência realizouse no passado dia 29 de Fevereiro, da Casa Mortuária de Baleizão, para o cemitério local.

FRANCISCO JORGE, de 94 anos, natural de Mombeja Beja, viúvo. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 01, da Casa Mortuária de Penedo Gordo, para o cemitério de Beja.

Às famílias enlutadas apresentamos as nossas mais sinceras condolências.

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José Maria Freixial Baião Nasceu 05.04.1934 Faleceu 25.02.2012 Sua esposa, filho, nora e restante família na impossibilidade de o fazer pessoalmente agradecem por este meio a todas as pessoas que o acompanharam à sua última morada ou de outro modo manifestaram o seu pesar.

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* O melhor das Amendoeiras em Flor – Trás os Montes – PROGRAMA ESPECIAL Dias 03 e 04 de Março * NOVA OPORTUNIDADE – “ORA VIRA € TROIKA O PASSOS” – Dia 4 de Março no Teatro Maria Vitória * Fim de semana na Serra da Estrela – Visitando: Museu do Pão em Seia – Mangualde – Linhares da Beira – Almoço no “Albertino” em Folgozinho - Torre – Dias 10 e 11 de Março * DISNEY ON ICE – “MUNDOS DE FANTASIA” – DIA 25 DE MARÇO – PAVILHÃO ATLÂNTICO * Na Rota dos Templários – Visitando Vila do Rei – Ferreira do Zêzere – Tomar – Convento de Cristo – Castelo de Almourol – Dia 11 de Março * Fallas de Valência – A grande Festa de Espanha – De 17 a 21 de Março * Festival Internacional do Chocolate em Óbidos – Dia 18 de Março * “JUDY GARLAND – O FIM DO ARCO IRIS” – TEATRO POLITEAMA – DIA 18 DE MARÇO * Fim-de-semana em Coimbra – Com passeio de barco no Mondego e visita ao Mosteiro de Lorvão – De 24 a 25 de Março * Mariscada na Ericeira “Restaurante César” – Dia 25 de Março * Passeio à Serra da Estrela – Dia 25 de Março – NOVA OPORTUNIDADE! * Excursão ao Santuário de Fátima – Dia 25 de Março

* Entre Lendas e Tradições do Norte de Portugal, visita a Marco de Canavezes, Mosteiro de Vila Boa de Quires, Penafiel – De 31/3 a 1/4 * Rota dos Castelos do Guadiana – Juromenha, Alandroal, Terena, Santuário da Boanova, Monsaraz, Mourão – Acompanhamento por um historiador – Dia 1 de Abril * O MELHOR DE LA FÉRIA – CASINO DO ESTORIL – DIA 1 DE ABRIL * PARIS E EURODISNEY – De 4 a 10 de Abril – PROGRAMA DE AUTOCARRO * PARIS E EURODISNEY – De 5 a 9 de Abril – PROGRAMA DE AVIÃO * PÁSCOA EM AMESTERDÃO – De 5 a 9 de Abril * PÁSCOA NO MINHO – SEMANA SANTA EM BRAGA, PÓVOA DE LANHOSO, CALDAS DO GERÊS, S. BENTO DA PORTA ABERTA, PENEDA-GERÊS, GUIMARÃES – De 6 a 9 de Abril * Visita a Mérida – Dia 15 de Abril * Astúrias, Cantábria e Picos da Europa – 21 a 25 de Abril * Madeira – FESTA DA FLOR – De 21 a 25 de Abril * MOSCOVO E SÃO PETERSBURGO – DE 13 A 20 DE JULHO * CRUZEIRO “FIORDES DO NORTE” – De 18 a 26 de Maio * CRUZEIRO “LENDAS DO MEDITERRÂNEO” – De 28 de Setembro a 06 de Outubro

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necrologia

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Diário do Alentejo 2 março 2012

Vila de Frades PARTICIPAÇÃO

Marmelar PARTICIPAÇÃO

Vidigueira PARTICIPAÇÃO

Vidigueira PARTICIPAÇÃO

Vila de Frades PARTICIPAÇÃO

Marmelar PARTICIPAÇÃO

Francisco José Frade Parreira

Joaquim dos Santos Doce André

José Maria Freixial Baião

Faustino António Aleixo da Silva

José Luciano do Alpendre Conqueiro

Bernardino José Galheta Saiote

Nasceu 15.03.1956 Faleceu 23.02.2012

Nasceu 29.11.1952 Faleceu 25.02.2012

Nasceu 05.04.1934 Faleceu 25.02.2012

Nasceu 06.03.1955 Faleceu 26.02.2012

Nasceu 17.01.1938 Faleceu 27.02.2012

Nasceu 10.10.1924 Faleceu 27.02.2012

Faleceu o Exmo. Sr. Francisco José Frade Parreira, natural de Vila de Frades, Solteiro. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 24, da casa mortuária de Vila de Frades para o cemitério local.

Faleceu o Exmo. Sr. Joaquim dos Santos Doce André, natural de Pedrógão, Solteiro. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 26, da casa mortuária de Marmelar para o cemitério local.

Faleceu o Exmo. Sr. José Maria Freixial Baião, natural de Vidigueira, casado com a Exma. Sra. Zita Cordeiro Sebastião Freixial Baião. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 26, da casa mortuária de Vidigueira para o cemitério local.

Faleceu o Exmo. Sr. Faustino António Aleixo da Silva, natural da Sé (Évora), casado com a Exma. Sra. Maria Filomena Narra Martins da Silva. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 27, da casa mortuária de Vidigueira para o cemitério local.

Faleceu o Exmo. Sr. José Luciano Do Alpendre Conqueiro, natural de Vila de Frades casado com a Exma. Sra. Inácia Custódia Lucas Damas Conqueiro. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 28, da casa mortuária de Vila de Frades para o cemitério local.

Fa l e c e u o E x m o. S r. Bernardino José Galheta Saiote natural de S. João Baptista (Moura), casado com a Exma. Sra. Catarina Rosa Saiote Galheta. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 28, da casa mortuária de Marmelar para o cemitério local.

Às famílias enlutadas apresentamos as nossas condolências AGÊNCIA FUNERÁRIA ESPÍRITO SANTO, LDA. Rua Das Graciosas, 7 \ 7960-444 Vila de Frades/Vidigueira Tm.963044570 | Tel. 284441108 Serpa PARTICIPAÇÃO

Vales Mortos PARTICIPAÇÃO

Serpa PARTICIPAÇÃO

Cabeça Gorda PARTICIPAÇÃO

Maria Luísa Alves

Francisco Dias Soares

Domingos Filipe Maurício

Francisco Marujo Açucena

Faleceu a 24.02.2012

Faleceu a 25.02.2012

Faleceu a 26.02.2012

É com pesar que participamos o falecimento do Sr. Francisco Dias Soares, de 77 anos, natural de Serpa, solteiro. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no dia 26/02/2012 pelas 16.30 horas, da Casa Mortuária de Vales Mortos para o cemitério local. Apresentamos à família as cordiais condolências.

É com pesar que participamos o falecimento do Sr. Domingos Filipe Maurício, de 72 anos, natural de Serpa, viúvo. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no dia 26/02/2012 pelas 10.00 horas, da Casa Mortuária de Serpa para o cemitério local. Apresentamos à família as cordiais condolências.

É com pesar que par tic i p a m o s o fa l e c i m e n to do Sr. Francisco Marujo Açucena, de 83 anos, natural de Salvada, casado com a Sra. D. Senhorinha Marques Primo Açucena, velado nas Casas Mortuárias de Beja. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no dia 27/02/2012 pelas 14.00 horas, do Crematório de Ferreira do Alentejo para jazigo familiar no cemitério de Cabeça Gorda. Apresentamos à família as cordiais condolências.

Faleceu a 22.02.2012 É com pesar que participamos o falecimento da Sra. D. Maria Luísa Alves, de 80 anos, natural de Serpa, viúva. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no dia 23/02/2012 pelas 12.00 horas, da Casa Mortuária de Serpa para o cemitério local. Apresentamos à família as cordiais condolências.

AGÊNCIA FUNERÁRIA SERPENSE, LDA Gerência: António Coelho Tm. 963 085 442 | Tel. 284 549 315 | | Rua das Cruzes, 14-A | 7830-344 SERPA

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Vila Nova de S. Bento

Faleceu o Exmo. Sr. João Gonçalves Soares de 86 anos casado com Rosalina da Conceição Charraz, natural de Aldeia Nova de S. Bento. O funeral, a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 26 de Fevereiro da casa mortuária de Vila Nova de S. Bento para o cemitério local.À família enlutada apresentamos as nossas cordiais condolências. AGÊNCIA FUNERÁRIA BARRADAS, LDA.

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Angola – Entradas – Castro Verde PARTICIPAÇÃO, AGRADECIMENTO E MISSA DO 30º DIA

Virgínia Maria Rosa Silva 1919 – 2012 Filhos, noras e netos participam dolorosamente o falecimento da sua ente querida ocorrido no dia 30 de Janeiro, e agradecem muito reconhecidamente todo o apoio dado pelo Sr. Dr. João Maria Féria Colaço, pela Sra. Provedora da Santa Casa da Misericórdia de Serpa, Dra. Mariana Bexiga e por todas as funcionárias do Lar São Francisco de Serpa. Agradecem também à população de Entradas e a todas as pessoas presentes nas ezéquias fúnebres e às que de outra forma nos manifestaram o seu pesar. Participa-se que será celebrada missa no dia 3 de Março às 17.30 horas na Igreja de Nossa Senhora da Esperança em Entradas. A todos a nossa gratidão.

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Diário do Alentejo 2 março 2012

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Fotografia de viagem com Nuno Lobito

Há 29 anos que anda a percorrer e a fotografar o mundo e cumpriu recentemente o seu maior sonho. Depois da Islândia, de onde regressou em novembro último, já não há país no mundo que lhe falte conhecer. Nuno Lobito, viajante e fotógrafo profissional, ministra em Beja, na sala estúdio do Pax Julia Teatro Municipal, a

Boa vida Comer Pernil de porco com poejos Ingredientes para 4 pessoas: 1 kg. de perna de porco, 6 dentes de alho, 1 molho de poejos, q.b. de sal, q.b. de pimenta branca, 80 gr. de banha, 5 dl. de vinho branco, 1 dl. de azeite, q.b. de água. Confeção: Coloque os alhos num almofariz com os poejos e o sal. Esmague muito bem e faça um piso. Junte o azeite e a pimenta. Com esta mistura barre a carne. Coloque-a num tabuleiro de forno, com nozes de banha por cima e o vinho branco. Leve ao forno durante mais ou menos uma hora, à temperatura de 170º C. Vá regando com o próprio molho e adicione um pouco de água. Corte a carne em fatias e regue com o molho. Sirva com batata frita e salada a seu gosto. Bom apetite…

António Nobre Chefe executivo de cozinha – Hotéis M’AR De AR, Évora

Jazz João Firmino Quinteto “A Bolha”

G

ravado ao vivo durante duas noites na edição de 2010 do festival Seixal Jazz (na programação do Seixal Jazz Clube), “A Bolha” marca a estreia discográfica do quinteto liderado pelo guitarrista conimbricense João Firmino. Esta formação transnacional foi criada tendo como cenário o Conservatório de Amesterdão, pólo académico para o qual convergem jovens músicos provenientes de diferentes partes do velho continente. Aos portugueses (Firmino e o contrabaixista João Hasselberg) juntam-se o saxofonista húngaro Sosso Lakatos e, numa associação improvável por estes dias, o pianista grego Spyros Manesis e o baterista germânico Andreas Klein. Às primeiras audições, o disco até parece não revelar nada de particularmente excitante e diferenciador que o distinga do trabalho de um pelotão de outros músicos. Efetivamente, até existem razões objetivas que poderiam concorJoão Firmino Quinteto rer para tal situação, so– “A Bolha” João Firmino (guitarra), bretudo um percurso de Sosso Lakatos (saxofone formação análogo: esalto), Spyros Manesis cola de música local, de(piano), João Hasselberg pois Escola do Hot Clube (contrabaixo), Andreas de Portugal e uma pasKlein (bateria) + Joana Espadinha (voz) sagem pelo estrangeiro. Editora: JACC Records Mas analisando a múAno: 2011 sica com maior profundidade somos confrontados com composições sóbrias e disciplinadas, onde se nota um cuidado equilíbrio na distribuição dos papéis e que ganham com o facto de terem sido gravadas ao vivo e não no ambiente assético de um estúdio. Denotando, por vezes, algum “academismo” em excesso, são essencialmente tempos médios que assentam muito nos jogos entre guitarra e saxofone, com conforto harmónico proporcionado pelo piano e suporte eficaz da secção rítmica. Fica claro que o músico – tecnicamente bem apetrechado – procura uma identidade musical própria e que está no bom caminho para a alcançar e desenvolver. Os momentos mais interessantes encontram-se na peça que dá título ao disco, a mais longa e também a de maior fôlego, com toda a formação a desinibir-se e a potenciar os índices de interação, no dinamismo de “A New Door Opens” e “Frog Race”, e “Spring Potion”, com o canto sem palavras (prática que agora parece estar na moda) de Joana Espadinha e uma superior prestação do pianista Spyros Manesis. Já o lado lírico aproxima-se de domínios mais convencionais. João Firmino exibe significativa margem de progressão e decerto ouviremos falar bastante dele nos próximos anos. António Branco

partir do próximo dia 10, um workshop de fotografia de viagem. A ação tem a duração de 14 horas e vai decorrer aos fins de semana, focando aspetos como os vários estilos fotográficos, o planeamento de uma reportagem de viagem ou as formas corretas de abordar as pessoas em vários cenários.

Letras Últimas Notícias do Sul

E

ntre 1996 e 2001, o escritor chileno Luis Sepúlveda e o fotógrafo argentino Daniel Mordzinski viajaram por um território – a Patagónia argentina – e fixaram, ao seu modo, histórias de um mundo em desaparecimento povoado por pessoas comuns e absolutamente extraordinárias. Últimas Notícias do Sul não é um livro de viagens. É um livro de emoções contadas e reveladas, com o jeito do escritor que não perdeu de vista a importância de contar histórias – as histórias pessoais são o único modo que reconheço de desenhar identidades coletivas – e de um fotógrafo (correspondente do “El Pais” em França) cuja Leica (enfim, entre outras máquinas que usou) não se tornou mais importante que o humanismo que faz o olhar. É um livro com moral este. Enquanto traça percursos – por estradas em que não há voltar atrás, por linhas de um comboio quase fantasma – e retratos de gente simples, anota um mundo agreste, duro, e exposto à violência no neoliberalismo. Sepúlveda diz que deixou repousar as histórias na sua memória para as decantar. Os anos passaram por elas e pelas narrativas que delas foram fazendo aos amigos, à família. Dessa memória decantada emergiu a belíssima história da “senhora dos milagres”, Dona Delia, 95 anos, sorriso doce e mãos que tanto cardam a lã como fazem florir rosas na estepe. Revisitaram-se os mitos da Patagónia numa toada rememorativa proposta por Walter Benjamin – a da narração de uma história dos vencidos. O território por onde viajaram não existe já. São estas as “últimas notícias” captadas por dois homens que se quiseram à imagem do “anjo de Klee” e teimaram em olhar para as ruínas que se amontoaram enquanto o “vento de progresso” teimou em empurrá-los para diante. O livro que resultou é – literalmente – encantador. Maria do Carmo Piçarra

Luis Sepúlveda, Daniel Mordzinski Porto Editora PVP: 14,40 euros 160 págs.

Filatelia O fabrico do pão – moagem (VIII)

A

introdução do pão na alimentação humana remonta à mais alta antiguidade; há já vários milénios, segundo nos ensinam os antropólogos. Foram os romanos quando ocuparam a Península Ibérica que o trouxeram até nós. Terão sido razões várias as que levaram o homem a triturar o grão e a fazer, com a farinha assim obtida, uma espécie de pão, o gurel. Seria certamente nas imediações do próprio local onde o grão foi colhido que os homens de antanho o moíam e coziam. A primeira farinha terá sido obtida pela fricção de duas pedras, uma fixa e outra movel. E, como a imaginação e o engenho do homem não têm limites, depressa inventou o pilão, o pio, a mó de rebolo, a zangarelha e a atafona. Surge depois o aproveitamento das energias naturais; aproveitando a água inventa o rodízio, a azenha e o moinho de maré. Observando a força do vento descobre a forma de a aproveitar e nascem os moinhos de vento. Hoje estes métodos de moagem estão praticamente extintos, pois foram substituídos por modernas fábricas de moagem. Principalmente no Norte do País é vulgar vermos destacar-se na paisagem uma pequena construção – o espigueiro – usada para guardar os cereais enquanto esperam o momento propício para a moagem. Os veículos que podem ser usados no transporte do cereal ou da farinha, os moinhos de vento ou de maré e o espigueiro, encontramse representados em vários produtos filatélicos emitidos pelos correios portugueses. A piladora Bijagó ilustra o selo de $50 da emissão “Assistência” (Guiné) criados pela Portaria 1925, de 11/11/1967. Bibliografia: BARBOFF, Mouette – Terra Mãe –Terra Pão. (Âncora Editora) Pães de Portugal. Suplemento do “Diário de Notícias/Jornal de Notícias”, fevereiro de 2012. Geada de Sousa


Petiscos A pérola do Guadiana

R

efiro-me à lampreia. E fi-lo de propósito porque se há coisa – nestas voltas da culinária regionalista – que me irrita supinamente é dar-me conta da estúpida exaltação que alguns dos nossos compatriotas têm em relação a alguns produtos, a que chamam muito seus, únicos e incomparáveis quando são comuns a Portugal inteiro. Diz-se que a melhor lampreia é a do Minho por causa do frio. Deve ser muito diferente da do Lima, ou da que existe na maioria dos rios do Norte, com menos de meio grau de diferença na temperatura média da água... No Guadiana ainda se fazem boas pescarias desde que chova com regularidade. Infelizmente um ano “normal” de chuva, entre nós, é bicho raro. Ou chove desalmadamente ou não chove de todo. Este ano não tem chovido, não é a primeira vez, não vai ser garantidamente a última. Mas quer haja pouca ou muita lampreia, nada se sabe no resto do País acerca daquela que existe no Alentejo. No que estamos bem acompanhados pelo Ribatejo, onde também se fazem boas capturas. Ignorância dura e crua que faz com que seja facilmente comercializável a lampreia que vem de França, de pior qualidade. “Está deliciosa, vê-se logo que é de Monção!”. De Bordéus e vais com sorte, ó espertinho.

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Mas quer haja pouca ou muita lampreia, nada se sabe no resto do País acerca daquela que existe no Alentejo. No que estamos bem acompanhados pelo Ribatejo, onde também se fazem boas capturas. Mais complicadas são as receitas. Há várias e são de facto diferentes. Mas iniciam-se com três guerras primordiais. A primeira é a opção entre esfolar a lampreia ou limpá-la com sal e água fervente: na zona do Alentejo onde esta se apanha costumava ser esfolada. Hoje as pessoas já não sabem ou não

querem ter essa chatice, donde é quase tudo limpo com água a ferver. Mas o comentário vem logo a seguir “Por acaso o meu pai esfolava-as mas eu já não sei”. A segunda peleja é a do vinho: cozinha-se com vinho maduro ou com vinho verde? Finalmente, cozinha-se tudo em cru ou faz-se um refogado? Eu esfolo a lampreia, cozinho com vinho tinto maduro e faço um refogado, embora ligeiro. Cebola, azeite, toucinho fresco às tiras, alho, cebolinho bravo, salsa, louro, sal, pimenta e – no fim – noz-moscada. Há quem ponha cravo cabecinha e cominhos. Pessoalmente, não aprecio. Faço um refogado não muito forte. Ponho a lampreia já cortada às rodelas de duas polegadas. Quando a lampreia muda de cor, deita-se o vinho, tapa-se, baixa-se o lume e deixa-se cozinhar. Dez minutos antes de estar pronto junta-se o sangue que se aparou para um recipiente com bom vinagre. Serve-se com arroz branco, muito solto e troços de pão frito. O arranjo da lampreia tem que ficar para mais tarde, envolve fotografias e é necessário mais espaço. Lembro só que a cabeça se corta pelo terceiro opérculo, é preciso muito cuidado com o retirar da tripa, para que se não rompa e que o osso da cabeça deve ser extraído. Finalmente, a lampreia é bem lavada, depois de arranjada, com vinho tinto que se guarda e é esse com que cozinha. Mas a marinada – 12 horas ou um pouco mais – é feita com um outro, de preferência branco, que depois não se aproveita. É só para quem gosta. Se não gosta não se esforce: nunca vi ninguém passar a gostar. Experimente o sável, falaremos nisso um dia. Se Deus quiser. António Almodôvar

Diário do Alentejo 2 março 2012

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Música antiga em Mértola no sábado

Diário do Alentejo 2 março 2012

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O Circuito de Música Antiga da Renascença e do Barroco cumpre em Mértola mais um concerto agendado para amanhã, sábado, no Museu de Arte Sacra. Desta feita sobe ao palco, a partir das 21 e 30 horas, o grupo galego Resonet, formado em 1990, em Santiago de Compostela, e especializado na música alusiva ao

Fim de semana Dois fotógrafos bejenses na Casa da Cultura

São inauguradas amanhã, sábado, na Casa da Cultura de Beja, as exposições “Direção Prohibida”, de Álvaro Barriga, e “Imagens Perdidas”, de Pedro Barrocas. Os autores são dois fotógrafos bejenses, apaixonados pela sua região, que mostram nestas coleções de imagens “um trabalho feito de pequenos e grandes pormenores que marcam o fluir da vida e do tempo”. Álvaro Barriga, autor do blogue aldeagar.blogspot.com, tem divulgado o seu trabalho na comunidade de fotógrafos on line olhares. sapo.pt, sítio onde Pedro Barrocas está também representado, assim como em 1000imagens.com. Embora com um percurso e uma identidade próprios, têm a uni-los a “mesma dedicação e paixão pela fotografia”. As exposições abrem portas pelas 18 e 30 horas de amanhã e vão manter-se patentes até 28 de abril.

Companhia A Barraca em Castro Verde

Céu Guerra é D. Maria, a Louca

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aria do Céu Guerra encena e encarna “Dona Maria, A Louca”, uma produção da companhia teatral A Barraca, com texto do dramaturgo brasileiro António Cunha, que sobe amanhã, sábado, a partir das 21 e 30 horas, ao palco do Cineteatro Municipal de Castro Verde. A ação decorre nos finais de 1807, dentro de uma nau que navega ruma ao Brasil. D. Maria, filha de D. José, e primeira mulher a ocupar o trono português, é a rainha portuguesa em fuga das invasões francesas. Chegará em fevereiro de 1808 mas o príncipe regente, seu filho, não autoriza o seu desembarque imediato e D. Maria é, durante dois dias, “uma rainha fechada no mar”, que se ocupa das memórias do que foi a sua ação pública e privada. Mais tarde, a 20 de março de 1816, porá termo à vida ao afogar-se no mar do cais da praça XV, cidade do Rio de Janeiro. “É este o trágico fim da filha de D. José, a primeira mulher a ocupar o trono – ‘uma rainha num reino de homens’ – que tanto fez pelo seu país mas que não conseguiu ultrapassar os conflitos íntimos que as contradições políticas e religiosas do seu tempo lhe criaram”, conclui a sinopse. Em palco, contracenando com Maria do Céu Guerra, estará também o ator Adérito Lopes.

mais antigo trilho de peregrinação europeu. Seguem-se mais dois concertos até ao final do mês. A programação enquadra-se no projeto Oralities, materializado numa parceria internacional entre os municípios de Évora, Idanha-a-Nova, Mértola, Ourense (Espanha), Ravenna (Itália), Birgu (Malta) e Sliven (Bulgária).

História do jazz no espaço Oficinas Arranca hoje, sexta-feira, no espaço Oficinas, em Aljustrel, o curso livre de iniciação à história do jazz “Jazz de A a Z”. A ação, que decorrerá até 4 de maio estruturada em oito sessões, sempre às sextas-feiras, é ministrada por António Branco, dinamizador do Clube de Jazz do Conservatório Regional do Baixo Alentejo. A primeira sessão, pelas 21 e 30 horas, abordará o tema “Dos campos de algodão a Nova Orleães”.

“Votem em mim” sobe ao palco em Ervidel

Carmen Souza nas Cextas de Cultura em Santo André

O grupo de teatro A Voz e o Riso apresenta a produção “Votem em mim” no próximo domingo, 4, pelas 17 horas, no palco do Centro Cultural de Ervidel. A companhia foi criada em 2001, no âmbito de um projeto de teatro sénior, promovido pela Câmara Municipal do Seixal, e propõe recriar neste espetáculo a história de Jurubu e Pimenta, “dois políticos rivais que se odeiam”, através de um elenco de sete personagens que vão desfilar numa atribulada cerimónia de casamento.

“Se há modernidade na música crioula, essa começa em Carmen Souza”. É uma boa definição para introduzir a cantora e compositora de origem cabo-verdiana que visita hoje, sexta-feira, o auditório da Escola Padre António Macedo, em Vila Nova de Santo André, a partir das 22 horas, no âmbito da programação Cextas de Cultura. Em palco, Carmen Souza surgirá acompanhada de Theo Pascal, o baixista e compositor que foi seu cúmplice em “London Acoustic Set”, o mais recente registo discográfico. Para além das novas interpretações do repertório original, o espetáculo, homónimo, inclui ainda versões de “Sous le ciel de Paris”, imortalizado por Edith Piaf, “Sodade” e “Song for my father”.


Rui Vieira Nery demitiu-se da presidência do Conselho Científico do Cante a Património da Humanidade, o que deixou a Câmara de Serpa, principal promotora da candidatura, mais arreliada do que quando se acabam as imperiais no “Lebrinha”. Contudo, a Comissão de Candidatura do Cante recusa-se a baixar os braços e já foi em busca de um novo presidente na Loja Social de Beja: “Estamos fartos de gastar dinheiro que não temos com a candidatura… Isto assim leva-nos à bancarrota! Que moenga! O que nós queremos é apenas um musicólogo a baixo custo e de preferência em segunda mão, que é para não ter manias de grandeza. A única condição obrigatória é que use papillon...”.

31 Diário do Alentejo 2 março 2012

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facebook.com/naoconfirmonemdesminto

Advogado de mulher presa com estupefacientes afirma que a detenção da sua cliente é ilegal pois não eram “bolotas de haxixe” mas sim “boletas de haxixe”

Estudo que revela que o Alentejo está menos barulhento vence prémio “Duh, que novidade!” da revista “Cotonete do Novo Milénio” Um estudo recente revelou que os níveis de ruído no Alentejo estão mais baixos, mas, segundo apurámos, ainda está por descobrir o porquê de tal fenómeno: é por o pessoal estar surdo ou por ter abalado daqui? Falámos com um dos orientadores do projeto, que nos confidenciou em tom exultante após saber que tinha ganho o conceituado prémio “Duh, que novidade!” da revista “Cotonete do Novo Milénio”: “Os resultados do estudo não podiam ser melhores… A qualidade de vida no Alentejo está sempre a subir: o vinho está cada vez melhor, o queijo tem mais qualidade, a paparoca é de comer e chorar por mais, e agora isto… Há muito menos pessoas a queixarem-se do ruído. É verdade que o barulho provocado pelos automóveis baixou drasticamente desde que os combustíveis estão tão caros que sai mais barato abastecer os carros com plutónio, mas o grande ganho está nos idosos, que são menos afetados pelo ruído porque ouvem cada vez pior… Muitos têm a capacidade auditiva de um calhau da Mina de São Domingos ou, na melhor das hipóteses, de um portão num monte”.

Problemas de liquidez na Câmara de Beja atrasam pagamento dos prémios da 17.ª Galeria Aberta e de um prémio de poesia ganho por D. Dinis A Câmara Municipal de Beja ainda não pagou o prémio de 1 600 euros ao vencedor da 17.ª Galeria Aberta. Pulido Valente já afirmou que resolverá esta questão em breve. Contudo, uma investigação conjunta Não confirmo, nem desminto/Antena 2/Júlio Dinis descobriu que não se trata de um caso isolado, já que a autarquia também não terá pago um prémio de poesia ganho por D. Dinis. Consta que D. Dinis estaria envolvido num escândalo relacionado com o seu curso de técnicas trovadorescas, o qual foi concluído num domingo, na Universidade de Salamanca, pondo em causa a credibilidade do galardão. O prémio seria um banho de imersão com água fervida e um feitiço que permitiria chegar aos 25 anos, contrariando a esperança média de vida situada nos 21.

Em bom alentejano: “carraspana” ou “camada”? A Não confirmo, nem desminto inaugura u m seg mento que pretende ajud a r os seus leitores a expressar-se corretamente “Em bom alentejano”. O objetivo é evitar desentendimentos e mostrar a riqueza deste dialeto. Analisemos, então, o primeiro caso. O que dizer quando vemos um bêbado? Que “está com uma carraspana” ou “está com uma camada”. Os dois termos, geralmente, são sinónimos de bebedeira, de alguém que se encontra sob o efeito de bebidas espirituosas, como o vinho ou o café de cevada. “Carraspana” é um termo dúbio, já que também pode significar “gripe”, e, nessa medida, pode considerar-se uma bebedeira de segunda. Já “camada” é um termo claro e objetivo, o que lhe confere outra dimensão – é o equivalente a uma bebedeira fina. Outra possibilidade para se referir a alguém que está num estado ébrio, é dizer que essa pessoa está com “um pau nas ventas”. Contudo, esta expressão só se utiliza em zonas do Alentejo equatorial e para nos referirmos a pessoas de quem não gostamos ou que, quando bebem, ficam mais chatas do que um arrumador a ressacar. Assim nos expressamos “Em bom alentejano”.

O Tribunal de Beja mandou prender, por suspeita de tráfico de droga, uma mulher de 56 anos que teria no seu organismo bolotas de haxixe. Todavia, o advogado da alegada traficante declarou que vai pedir a libertação imediata da sua cliente, já que ela teria, não bolotas de haxixe, mas sim “boletas de haxixe”, produto tipicamente alentejano e que goza de legalidade jurídica, como nos explicou: “Há sobreiros em Barrancos que só produzem boletas de haxixe e ninguém vai lá apreender a árvore. Portanto, não faz sentido fazerem isto à minha cliente. É um produto inofensivo e típico da região. Quem come aquilo fica com alucinações que envolvem ninjas a cantar Whitney Houston, mas tirando isso está tudo bem, como se pode comprovar no estudo académico “As implicações do haxixe no canal retal e restante organismo”. As 125 “boletas de haxixe” expulsas do corpo da suspeita estão expostas na PSP de Beja, numa mesinha, em degradé, da mais pequena para a maior, e já bateu o recorde do Guiness de maior quantidade de droga transportada num corpo, ultrapassando o homem que foi apanhado em Alcácer do Sal com 78 pinhas de cocaína.

Inquérito Vai participar no casting de modelos para o catálogo “Mértola está na moda”? FRANCELINA OUTONO/INVERNO, 44 ANOS Mulher que acha que o lilás é o novo preto

OFÉLIA PRIMAVERA/VERÃO, 125 ANOS Vencedora do concurso miss t-shirt molhada de 5 de Outubro de 1910

FULGÊNCIO PASSERELLE, 26 ANOS Modelo com o sex-appeal de uma caixa de parafusos

Estou a fazer todos os esforços. Comecei a vomitar depois de todas as refeições para caber no vestido de noiva com que me casei. Já perdi três quilos em dois dias. Agora, só peso 135 quilos. Ninguém fica mais sexy do que eu debaixo do Pulo do Lobo, só com um negligé cor de laranja fluorescente. Sim, vê-se tudo, mas o que é bom é para se ver. Mulher quer-se com chicha e não como aquelas magricelas que para espirrar têm que se agarrar a um poste.

Já mandei fotos em biquíni, mas parece que um dos membros do júri até desmaiou de emoção. Olhem que, apesar da idade, estou tão bem conservada como a Betty Grafestein com a vantagem de estar viva. Eu podia ter tido uma grande carreira no mundo da moda. Não me aceitam por ter mais de 65 anos. Não tenho culpa de ter estado presente no momento em que se usou a primeira máquina fotográfica em Mértola. Tomara muitas pindéricas de 95 anos terem as curvas que eu ainda conservo.

Não só vou participar, como vou fazer parte do catálogo. Se Deus quiser será a rampa de lançamento para voos mais altos. O meu sonho é fazer parte do catálogo da “La Redoute” ou, se Deus quiser, da “D-Mail”: tenho o carisma ideal para vender produtos como uma “pinça para saquetas de chá” ou um “galheteiro em spray”. Já dizia a minha tia em “ambas as três vezes” que fiz a quarta classe: “Fulgêncio, tu ‘nascestes’ para a moda!”


Nº 1558 (II Série) | 2 março 2012

FUNDADO A 1/6/1932 POR CARLOS DAS DORES MARQUES E MANUEL ANTÓNIO ENGANA PROPRIEDADE DA AMBAAL – ASSOCIAÇÃO DE MUNICÍPIOS DO BAIXO ALENTEJO E ALENTEJO LITORAL Presidente do Conselho Directivo José Maria Pós-de-Mina | PRACETA RAINHA D. LEONOR, 1, 7800-431 BEJA | Publicidade e assinaturas TEL 284 310 164 FAX 284 240 881 comercial@diariodoalentejo.pt Direcção e redacção TEL 284 310 165 FAX 284 240 881 jornal@diariodoalentejo.pt | Assinaturas País € 28,62 (anual) € 19,08 (semestral) Estrangeiro € 30,32 (anual) € 20,21 (semestral) Director Paulo Barriga (CP2092) | Redacção Bruna Soares (CP 8083), Carla Ferreira (CP4010), Nélia Pedrosa (CP3586), Ângela Costa (estagiária) Fotografia José Ferrolho, José Serrano | Cartoons e Ilustração Luca, Paulo Monteiro, Susa Monteiro | Colaboradores da Redacção Alberto Franco, Aníbal Fernandes, Carlos Júlio, Firmino Paixão, Marco Monteiro Cândido | Provedor do Leitor João Mário Caldeira | Colunistas Aníbal Coutinho, António Almodôvar, António Branco, António Nobre, Carlos Lopes Pereira, Constantino Piçarra, Francisco Pratas, Geada de Sousa, José Saúde, Rute Reimão | Opinião Ana Paula Figueira, Bruno Ferreira, Cristina Taquelim, Daniel Mantinhas, Filipe Pombeiro, Francisco Marques, João Machado, João Madeira, José Manuel Basso, Luís Afonso, Luís Covas Lima, Luís Pedro Nunes, Manuel António do Rosário, Marcos Aguiar, Maria Graça Carvalho, Martinho Marques, Nuno Figueiredo Publicidade e assinaturas Ana Neves | Paginação Antónia Bernardo, Aurora Correia, Cláudia Serafim | DTP/Informática Miguel Medalha Projecto Gráfico Alémtudo, Design e Comunicação (alemtudo@sapo.pt) Depósito Legal Nº 29 738/89 | Nº de Registo do título 100 585 | ISSN 1646-9232 Nº de Pessoa Colectiva 501 144 587 Tiragem semanal 6000 Exemplares Impressão Grafedisport, SA – Queluz de Baixo | Distribuição VASP

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Hoje, sexta-feira, 2, são esperados aguaceiros na região. A temperatura deverá oscilar entre os cinco e os 17 graus centígrados. Amanhã, sábado, prevê-se sol e no domingo o céu deverá estar pouco nublado.

Domitília Soares, especialista em educação fiscal

“Temos um défice de cultura fiscal”

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ditado em março último, Em memória de Saldanha Sanches – Transparência, Justiça e Liberdade é um livro de tributo ao conhecido fiscalista, falecido há menos de dois anos. Natural de Baleizão, Domitília Soares é coautora da obra que reúne os contributos de José Adelino Maltez, Maria José Morgado ou Carlos Pimenta, entre outros “igualmente comprometidos nesta batalha infindável”. O combate travado por Saldanha Sanches deixou sementes para uma nova cultura de moralidade?

Saldanha Sanches trava durante toda a sua vida duros combates, não apenas no campo jurídico e político mas, particularmente, no domínio das finanças públicas portuguesas. As suas ideias ficaram expressas em livros, jornais, revistas, conferências e seminários, mas foi na comunicação social que denunciou as “más práticas” desenvolvidas por alguns “grupos” (elites políticas e sociais), com recurso à corrupção e a “paraísos fiscais”. Desde a sua juventude, Saldanha Sanches foi lançando diversas sementes de liberdade, integridade, justiça fiscal e solidariedade, que as novas gerações, certamente, saberão incorporar nas suas vidas e fazer germinar, privilegiando os interesses do País e dos grupos sociais mais desfavorecidos. Neste livro de tributo identifica um “défice” de cultura fiscal na sociedade portuguesa. Quais são as principais causas deste fenómeno?

A fiscalidade é um instrumento básico para o desenvolvimento económico e social do nosso país. Estima-se que, em 2010, a economia paralela atingiu em Portugal um peso de 24,8 por cento do Produto Interno PUB

Domitília Soares, 62 anos, natural de Baleizão

Frequentou a então Escola Industrial e Comercial de Beja e licenciou-se em Filologia Românica. É mestre em Sociedades e Políticas Europeias, pelo Iscte, sob a orientação do fiscalista José Luís Saldanha Sanches, e exerceu funções públicas, nos ministérios do Trabalho, da Educação e das Finanças. Integrou a Rede de Peritos em Educação Fiscal (Comunidade Iberoamericana) e colaborou no Programa Eurosocial – Setor da Fiscalidade, da União Europeia para a América Latina. É uma das fundadoras da TIAC – Transparência e Integridade – Associação Cívica, ponto de contacto nacional da Transparency International.

Bruto. De uma forma simples, poderíamos dizer que seria necessário, pela via do cumprimento fiscal, aumentar o nível da arrecadação dos impostos, para se tentar alcançar o tão desejado “equilíbrio” e manter a sustentabilidade das finanças públicas. Mas aqui entra o tal “défice” de cultura fiscal dos portugueses. Num estudo empírico que realizámos, este “défice” foi atribuído a uma falha dos poderes públicos e das diversas instituições políticas no desempenho do seu papel exemplar e socializador. Daí que, nestes tempos difíceis, o nosso alerta vá para os nossos governantes e governados, na exigência de um esforço maior no fortalecimento das atitudes de responsabilidade moral, social e fiscal, pela via da formação/educação da cidadania. Só assim poderemos combater os “défices” que atravessam as novas vidas. É fundadora da Transparência e Integridade – Associação Cívica (TIAC), a que Saldanha Sanches também pertenceu. Quais são as formas de intervenção desta estrutura?

A TIAC procura uma mudança positiva de valores na sociedade portuguesa, consciencializando a opinião pública para o problema da corrupção, educando os cidadãos para a justiça, fomentando e apoiando a participação destes no combate à corrupção, acompanhando e compreendendo os problemas que minam a confiança destes nas instituições públicas, produzindo e difundindo um conhecimento exaustivo, sistemático e aplicado sobre a corrupção e o seu controlo. Uma missão que se encontra inscrita na estratégia de uma rede de ONG dedicada ao combate à corrupção sob a coordenação de um secretariado internacional, o Transparency International. Carla Ferreira

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Áurea, Tony Carreira e DJ Bob Sinclar na Ovibeja Áurea, considerada a “artista portuguesa de maior sucesso desde 2010 e eleita artista do ano de 2012 pelos espetadores portugueses da MTV”, Tony Carreira, “o artista português que mais discos vende”, e o DJ Bob Sinclar, “top mundial de dança desde 2007”, são os destaques do cartaz musical da 29.ª edição da Ovibeja, que decorrerá entre os dias 27 de abril e 1 de maio, no Parque de Feiras e Exposições de Beja. Um cartaz que “aposta em quatro dias com artistas diferenciados e de géneros musicais que abrangem um público eclético, generalista e amante de música, animação e festa”, diz a organização. Áurea, uma estreante nos palcos da Ovibeja, atuará na primeira noite, dia 27. Tony Carreira, um repetente, subirá ao palco no dia seguinte, sábado. Bob Sinclar animará a noite do dia 30. O programa integra ainda as atuações da dupla de DJ radialistas da rádio Antena 3 (dia 27); do DJ FUNKyou2 (dia 28); das tunas académicas de Beja e do DJ Frederico Barata (dia 29); e dos DJ André Alves e Frank Maurel (dia 30). A Ovibeja é organizada pela ACOS – Agricultores do Sul e tem este ano como tema central “+ Produção”.

Barrancos debate turismo A Câmara de Barrancos e a Comissão Nacional do Centenário do Turismo em Portugal promovem no dia 16 o congresso “Turismo e Fronteira: perspetivas de desenvolvimento turístico do interior”. O evento, que terá lugar no Cineteatro de Barrancos, pretende “reunir empresários, técnicos, investigadores e comunidade em geral, em torno da problemática do turismo e da sua importância no âmbito do desenvolvimento do interior”. O programa do congresso foi estruturado em dois painéis, com oradores dos dois lados da fronteira: “Valorização do Património e Desenvolvimento Local” (Ana Paula Figueira, Isabel Sabino, Bárbara Pinto, Victor Figueira, Aurora Carapinha e Francisco Chalaça) e “Turismo e Desenvolvimento do Interior” (António Eloy, Leonel Rodrigues, Gloria Pons e Emilio Domingues). De manhã haverá uma visita guiada ao Parque de Natureza de Noudar e ao final da tarde um workshop de corte de presunto.


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