Ediçao N.º 1566

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JOSÉ SERRANO

Amoreiras-Gare A aldeia que nasceu a ver passar comboios

págs. 4/5

SUSA MONTEIRO

SEXTA-FEIRA, 27 ABRIL 2012 | Diretor: Paulo Barriga Ano LXXX, No 1566 (II Série) | Preço: € 0,90

Ovibeja Suplemento especial de oito páginas

Castro e Brito pretende extinguir ExpoBeja

ACOS quer gerir Parque de Feiras págs. 2/3 suplemento

Câmara não tem dinheiro para a Vinipax

Coral de Grândola leva Vila Morena ao Parlamento

A Câmara de Beja está à procura de fontes de financiamento para a realização do evento Experiências a Sul, que inclui, entre outras iniciativas, a Vinipax, a Olivipax e a Beja Gourmet. Caso não sejam encontradas formas de financiamento, nomeadamente através de fundos comunitários, “a autarquia não tem capacidade para responder ao investimento que requer a organização desse evento”, revelou ao “Diário do Alentejo” o vereador Miguel Góis. pág. 6

Assunção Esteves, presidente da Assembleia da República, convidou o Grupo Coral e Etnográfico COOP de Grândola para estar presente no final da cerimónia oficial comemorativa do 25 de Abril. Para entoar o “Grândola Vila Morena”. No Parlamento. O Grupo aceitou o convite e, na quarta-feira, lá esteve a oferecer aos deputados e ao Governo uma mensagem, que também dizem ser “política”. Numa sessão sem militares de Abril. pág. 9

Maria e António há 50 anos atrás do balcão

JOSÉ FERROLHO

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Maria da Luz e António Palheira dividem o mesmo balcão há 50 anos. A mesma idade que tem o seu casamento. Juntos na vida e no comércio. O casal do “Cortiço”, como muita gente os reconhece em Beja, porém, está prestes a reformar-se. O descanso assusta-os. É que “quando se nasce para o balcão, não se pode fazer outra coisa na vida”. E já lá vai meio século entre o restaurante “A Floresta” e a tabacaria “Estrela da Sorte”, passando, naturalmente, pelo típico café “O Cortiço”. pág. 12


Diário do Alentejo 27 abril 2012

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Editorial Resgate

Vice-versa Após a audição de Gabriela Ventura, gestora do Programa de Desenvolvimento Rural (Proder), Mário Simões considerou que “as esperanças de todos aqueles que vincaram de uma forma assertiva e muito firme o propósito de continuar a lutar para que os blocos de rega em falta no projeto Alqueva fossem concluídos” foram renovadas. “Ficámos, assim, a saber que as obras de Alqueva podem continuar sem quebra de ritmo”, acrescentou o deputado do PSD. 12 de abril de 2012

Paulo Barriga

O deputado do PS eleito por Beja, Pita Ameixa, afirmou que o Governo “mostra alguma inversão no seu discurso” relativamente ao projeto de Alqueva. Em nota enviada à comunicação social, Luís Pita Ameixa afirma que o Governo admite a conclusão de Alqueva em 2015, mas de “nada vale se não houver reprogramação do financiamento” e se Alqueva continuar a ser “esbulhado da sua capacidade financeira”.

E

ra palavra que se costumava ouvir nos noticiários. Apenas e raramente. Nas reportagens sobre bandidagem. Pedidos de resgate. Quando muito em notícias sobre navios naufragados. Resgates bem-sucedidos. Palavra dada a malandros e a sequestradores. Ou a bravos heróis. Nos dias que correm, resgate, continua a dar para os dois lados. Mas ao mesmo tempo. Há tanto de vilanagem como de salvação dos aflitos, nos atuais resgates. Há tanto de chantagem como de aparente benevolência, quando se fala em resgatar um país. Como agora acontece com Portugal. Uma nação à deriva que grita por socorro. Mas que acaba por ser socorrida não por uma alma generosa, mas por uma verdadeira quadrilha de raptores. Portugal foi resgatado por um braço e foi-lhe pedido um resgate impagável, pelo outro. Em simultâneo. É o que sempre aconteceu nos mares de piratas. Que hoje têm outro nome, mas a mesma lei: mercados. Portugal está na bancarrota. O Estado faliu. Naufragou. Do alto da torre do navio, capitão e oficiais, atormentados, tentam salvar a pele lançando marujos ao mar. Aos tubarões. Mas o rombo maior é de tal forma evidente que nada salvará a barcaça. E o imediato parece que ainda não se deu conta das restantes pequenas brechas que inviabilizam definitivamente o casco. Reparou que a Madeira metia água. Que os Açores assim-assim. Mas ainda não se apercebeu que cada uma das 308 autarquias do País, cada qual à sua medida e dimensão, também estão cheias de fissuras. E que, lá bem no fundo, necessitam de ser resgatadas por um governo já de si resgatado, sem rota, nem rumo, nem ventos de feição, de mão estendida, na Europa dos pobrezinhos. Exemplo nada inédito nem isolado é o da Câmara Municipal de Beja. Que, a cada mês que passa, vai abrindo rasgos de 200 mil euros na caixa das moedas. Sem receitas próprias, carregada de dívidas, incapaz de cumprir com os seus compromissos, cada vez mais desabonada de dinheiros do Estado, refém da lei dos compromissos e talvez de si própria, a autarquia vai ter que lançar para o ar o seu derradeiro very light. Na esperança que lhe atirem uma boia de salvamento, uma mão. Mas sabendo que ficará irreversivelmente não com uma, mas com as duas mãos atadas. São assim os resgates, hoje, na era da pirataria financeira.

22 de abril de 2012

Fotonotícia

Entre Maastricht e Belfast. Na passada terça-feira a Câmara Municipal de Ferreira do Alentejo, para assinalar o primeiro aniversário do aeroporto de Beja, decidiu levar 95 idosos do concelho até Faro. Foram num avião fretado à companhia aérea TUIFly. O batismo de voo começou alguns minutos após o meio-dia, nas planuras alentejanas, e terminou no Algarve uma hora e picos depois. Foi, por certo, uma aventura notável e inesquecível para os debutantes. Mas o mais curioso da viagem está no painel de chegadas do aeroporto internacional de Faro. Até parece verdade, não fosse apenas mais uma iniciativa isolada. Merecedora, mas isolada. PB Foto de Aníbal Costa

Voz do povo Vai à Ovibeja?

Inquérito de José Serrano

Maria João, 68 anos, reformada bancária

Patrícia, 26 anos, estudante

António Francisco, 32 anos, reformado

Não. Este ano de certeza que não vou. Porque não vou estar cá nessa altura. Já tinha um compromisso marcado e assim não vou mesmo poder ir. Mas conheço a Ovibeja e é sempre a mesma coisa, todos os anos.

Claro que vou à Ovibeja. Primeiro porque vou lá estar a trabalhar, todos os dias. E depois porque penso que as pessoas devem ir a esta feira, participar nesta iniciativa. A Ovibeja é muito importante para o Alentejo se dar a conhecer. E este ano o cartaz é muito bom. É giro, interessante.

Sim, penso ir. A Ovibeja é um encontro anual muito importante para a região do Baixo Alentejo. Esta feira é uma mostra significativa do que o Alentejo tem para oferecer a quem nos visita. Considero que este ano o cartaz dos artistas convidados é bom.

David Rosa, 28 anos, empregado por contra de outrem

Sim vou. Trabalho para uma marca de cerveja que patrocina a feira. Vou lá estar em serviço durante todos os dias do certame. A Ovibeja para mim não é diversão, é mesmo só trabalho. Mas acho o cartaz bom. Acho, sim senhor.


Rede social

A delegação de Beja da Associação de Solidariedade Social dos Professores (ASSP) inaugurou a nova sede, instalada num espaço cedido pela Câmara Municipal de Beja, na antiga escola n.º 4, na rua Infante D. Henrique. Momentos de poesia, música e cante alentejano e um mercadinho com produtos artesanais marcaram o evento.

SEGUNDA-FEIRA, DIA 23 ODEMIRA HOMEM MORRE EM ACIDENTE DE TRABALHO QUANDO OPERAVA MÁQUINA Um homem de 58 anos morreu num acidente de trabalho ocorrido no concelho de Odemira, quando trabalhava com uma máquina de corte de árvores, revelaram à Lusa as autoridades. O “acidente de trabalho”, confirmou à Lusa fonte do Comando Territorial de Beja da GNR, aconteceu num eucaliptal situado entre as localidades de Luzianes e de Amoreiras-Gare, no concelho de Odemira. “O homem, de 58 anos, estava a trabalhar com uma máquina de corte de árvores, quando o veículo tombou para junto da linha-férrea”, disse a fonte policial. A GNR adiantou que, por se tratar de um acidente de trabalho, a Autoridade para as Condições do Trabalho foi contactada para mandar elementos para o local, ficando agora responsável pela respetiva investigação. Sete bombeiros da corporação de Odemira, apoiados por duas viaturas, assim como uma ambulância de suporte imediato de vida do Instituto Nacional de Emergência Médica, foram mobilizados para a ocorrência.

BEJA BISPO ANUNCIA ORDENAÇÃO DE NOVO PADRE E CINCO DIÁCONOS O bispo de Beja anunciou a ordenação de um padre e cinco diáconos permanentes no próximo dia 1 de maio, dia em que a Igreja Católica evoca São José Operário, padroeiro da diocese alentejana. D. António Vitalino disse à agência Ecclesia que os 60 padres ao serviço da diocese, alguns com mais de 80 anos, são “poucos” para a “grandeza do território”, pelo que “a maioria” dos sacerdotes “está sobrecarregada com várias paróquias e múltiplas tarefas”. “Nota-se cansaço e falta de criatividade”, aponta o responsável, salientando que é preciso “corresponsabilizar os cristãos na vida e na missão da Igreja”.

FERREIRA DO ALENTEJO MÁRIO SOARES APRESENTA UM POLÍTICO ASSUME-SE Mário Soares esteve no Centro Cultural Manuel da Fonseca, em Ferreira do Alentejo, para apresentar o seu livro Um político assume-se. A obra, editada em novembro de 2011, explana a visão do autor sobre “quase todo o contraditório e complexo século XX e este começo incerto e tão problemático do atual”, lê-se no prefácio do livro. A sessão, promovida pela Câmara Municipal de Ferreira do Alentejo, integra-se no programa de comemorações do 25 de Abril naquele concelho.

Em que consiste o projeto Com Mais Cuidado, desenvolvido pela Fundação Mapfre e pela Direção-Geral de Saúde?

A Fundação Mapfre lançou, em 2010, o projeto Com Mais Cuidado, com o objetivo de fomentar a prevenção de acidentes domésticos entre as pessoas com mais de 65 anos, através da promoção de hábitos na vida quotidiana que ajudem a prevenir acidentes em casa e que permitam aprender como atuar face a determinadas situações de emergência. A campanha, que tem como principais destinatários profissionais de saúde, idosos e seus familiares, integra a divulgação de materiais práticos e informativos e a realização de ações de formação e sensibilização. A DireçãoGeral da Saúde é, a par com a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, uma das parceiras da Fundação neste programa que visa consolidar uma área do Programa Nacional de Prevenção de Acidentes.

Mesmo assim, a escritora Alice Vieira não deixou de tirar uma bela fotografia à diretora da Biblioteca de Beja e ao benfiquista José Malheiro, autor da biografia sobre o “pantera negra”. Mais uma louvável iniciativa neste mês repleto de livros. CARLOS CALDAS

BEJA ASSOCIAÇÃO DE SOLIDARIEDADE SOCIAL DOS PROFESSORES INAUGUROU SEDE

O Eusébio não veio porque o médico não deixou

Responsável pelo projeto Com Mais Cuidado (Fundação Mapfre)

O senhor que está a falar chama-se Napoleão Mira E é um belíssimo escritor natural de Entradas que acabou de se experimentar no género romance. O livro chama-se Fado e foi apresentado esta semana em Castro Verde, na presença de outro escritor alentejano de referência: Vítor Encarnação. LÊNDIAS D’ENCANTAR

A GNR de Santiago do Cacém deteve um jovem de 22 anos, na terça-feira à tarde, por suspeita de tráfico de droga, tendo sido apreendidas 66 doses de haxixe, revelou hoje a força de segurança. O jovem saiu em liberdade e foi notificado para comparecer em tribunal.

3 perguntas a Inês Silva

De que forma podem ser evitados os acidentes domésticos na terceira idade, que são os que lideram a tabela dos registadosempessoascommaisde65anos?

O projeto estimula a adoção de hábitos de vida mais saudáveis e informa a população idosa sobre quais os cuidados a ter com a saúde para manter o bem-estar e a qualidade de vida para que o corpo responda da melhor maneira possível em caso de acidente. Neste contexto o projeto assenta em dois pilares: uma metodologia baseada numa intervenção comunitária e um conjunto de atividades de promoção da saúde e da segurança, que tenham provado ser efetivos na redução do tipo de acidente a que se dirigem. As divisões da casa podem representar um enorme risco de ocorrência de acidentes para as pessoas idosas: um tapete que não está devidamente fixo com proteção antiderrapante, uma gaveta da cómoda aberta, a porta de um armário ou um fio do telefone solto são situações que podem provocar quedas e traumatismos graves. O projeto alerta para estes e outros perigos. Qual é o balanço que faz dos dois anos do projeto? Há já resultados visíveis decorrentes das ações promovidas?

As ações de formação do projeto de 2011 contabilizaram 490 participantes. Este ano, foi dada a formação em Beja e iremos continuar com a descentralização do projeto. Quanto ao decréscimo de número de casos, é um dado ainda não contabilizado. O projeto é recente, tendo o protocolo com a DGS cerca de oito meses, pelo que no final deste ano já poderemos avançar números. Adiantamos apenas que a adesão às ações de formação e à peça de teatro, que faz parte da campanha, tem sido crescente, o que demonstra a carência a nível nacional de recursos formativos e informativos sobre a temática do envelhecimento, em geral, e da prevenção de acidentes domésticos, em particular. NP

Lembram-se dela? Da Clara Palma, da Rádio Pax? Voz inconfundível da rádio alentejana, Clara Palma lidera agora um projeto musical muito interessante: Cantigas do Baú. Que se apresentou no último sábado, no palco do espaço cultural Os Infantes, em Beja. Com público a aplaudir. VITÓRIA NOBRE

SANTIAGO DO CACÉM JOVEM DETIDO POR POSSE DE DROGA

Abril traz livros, livros e mais livros a todo o Alentejo Aqui um simples olhar sobre a feira do livro de Castro Verde. Mas muitas outras, e boas como a de Moura, decorrem neste momento um pouco por todo o Alentejo. Por todo o País. Num incessante e importante apelo ao livro e à leitura. CMBEJA

SEXTA-FEIRA, DIA 20

FIRMINO PAIXÃO

Semana passada

Estes não se compram. São para ler e para devolver A Câmara Municipal de Beja transferiu-se, durante a passada semana, para Mombeja. Em mais uma Semana Aberta. E para além das questões da política, também levou livros para emprestar aos jovens e menos jovens leitores desta freguesia.

Diário do Alentejo 27 abril 2012

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Diário do Alentejo 27 abril 2012

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O pessoal anda todo aborrecido com isso. Arranjaram aquilo tudo e nunca mais pararam aqui os comboios. Isto era bom. Dava para os carros de praça, as pessoas comiam aí, havia transporte para todo o lado. Agora fechou, quer dizer, os comboios é que não param!”. Luís Arsénio

Amoreiras-Gare

Maio é tempo de festa numa aldeia já com muito pouco para festejar

A gare sem comboios

A

estação está vazia. Imaculadamente vazia. O edifício recuperado, com a brancura das paredes, as letras negras que anunciam Amoreiras – Odemira e os bancos vazios já não cumpre a sua função de embarque e desembarque de passageiros. O silêncio apenas é cortado pela fina lâmina do sibilar serpenteante do comboio. Comboio que não é de alta velocidade, mas que passa a alta velocidade junto a esta terra, que o vê passar. Uma terra onde os comboios paravam e deixaram de parar, mas onde, afinal, ainda param. Sem levar nem deixar passageiros. Paredes-meias com a estação, observando-a olhos nos olhos, fica a Cooperativa do Povo Amoreirense. Assim anunciam as letras garrafais pintadas no tabuado branco debotado que já viu melhores dias. O aspeto é o de um pré-fabricado com muitos anos. Lá dentro, quase um mundo multidimensional que apresenta perante o olhar. Um misto de taberna e mercearia, mas que também vende louças e vidros. Ao balcão, no típico balcão corrido, vão sendo servidos copos de vinho a uns quantos homens encostados. Luís Arsénio, 73 anos, é um dos clientes. Natural de Amoreiras-Gare, andou 50 anos por fora, tendo voltado há cinco. Para este amoreirense, a sua terra evoluiu para pior. E porquê? “Porque havia tabernas por todo o lado. Havia umas 20 ou 22 tabernas por todo o lado e agora só há quatro”. Mais a sério, Luís Arsénio lá explica que é a falta de pessoas e de meios que o levam a dizer que a sua terra está pior. “Era trabalho por todo o lado naquele tempo. Agora não se pode comparar. É muito menos gente”. E por ser assim, o futuro da terra é uma incógnita, mas cada vez mais despovoado. “O que é que a gente há de dizer ao futuro? O futuro está muito mau. A rapaziada nova vai embora para todos os lados, fica aqui meia dúzia de velhos”. Luís Arsénio está encostado ao balcão, na ponta junto à porta, de onde vislumbra a estação vazia. Um assunto sério para esta gente. “O pessoal anda todo aborrecido com isso. Arranjaram aquilo tudo e nunca mais pararam aqui os comboios. Isto era bom. Dava para os carros de praça, as pessoas comiam aí, havia transporte para todo o lado. Agora fechou,

Este fim de semana Amoreiras-Gare recebe as Festas de Maio. Para esta povoação da freguesia de São Martinho das Amoreiras, no concelho de Odemira, este é um momento alto que traz à terra muitas pessoas de fora, ao contrário do comboio e da estação à volta da qual se formou a terra. Texto Marco Monteiro Cândido Fotos José Serrano

quer dizer, os comboios é que não param!”. Ouvindo a conversa dos comboios e do encerramento da estação, Casimiro Valério não resiste a dar a sua opinião, atirando que os comboios param “mas não levam passageiros”. Olhando para a estação vazia e fechada, Casimiro é implacável. “Isto é uma vergonha. Aquele edifício que está além foi arranjado quando fizeram a renovação da linha. Depois fecharam a estação, fecharam o edifício, não tem nada. É uma vergonha, é jogar dinheiro fora”. As mãos de Casimiro Valério acompanham a sua indignação. Enquanto fala, aponta para aquilo que fizeram de mal, na sua opinião. Aponta para o que antes existia, tinha vida. Para o que agora é silêncio e vazio. “Estava aqui um armazém, esborralharam-no, deitaram-no abaixo. Agora, muitas vezes, o comboio para aqui, e não recebe passageiros. Fazem aqui cruzamentos, está aí parado e se houver pessoas que queiram embarcar, não embarcam”. Mais movimento do que a estação de Funcheira, que também está fechada, e do que Saboia, as duas paragens mais próximas, aliado à paragem para cruzamentos que os comboios têm que fazer, tornam incompreensíveis as decisões de fechar a estação e do comboio não parar oficialmente. “Isto é vergonhoso e o pessoal ficou indignado. Mas o alentejano é humilde. Se fosse no Norte, não era assim”. Amoreiras-Gare ganhou o seu nome graças à estação dos caminhos de ferro. Os comboios sempre assumiram e assumem um papel central na vida desta terra, na história desta terra e na sua identidade. Os comboios criaram a terra e agora há o medo de que a falta deles leve ao definhar da povoação. Tal como os comboios foram embora, também as pessoas partem aos poucos. Antónia Inácia Maria, de 76 anos, passou toda a vida em Amoreiras-Gare. E lembra-se bem de outros tempos, com mais gente e mais movimento. “É muito diferente. Está menos família e menos emprego. É uma miséria que é uma desgraça. Não há trabalhos. Há mais é malta nova na escola, mas eles querem fechar a escola, querem fechar tudo”. As doenças, próprias da idade, abatem o ânimo de Antónia Maria, que reflete

no seu discurso as dificuldades das populações idosas que vão mantendo vivas as aldeias alentejanas, com as dificuldades nos acessos aos cuidados de saúde, agravadas, pela ausência do comboio. “Isto é uma miséria”. Na mesma rua onde mora Antónia Inácia Maria, Maria Guerreiro de Matos avança de bata vestida e saco de plástico na mão. O conteúdo do seu alforge dos tempos modernos nunca o revelou, nem a sua fotografia deixou captar. No entanto, com os seus 63 anos, 36 dos quais passados em Amoreiras-Gare, Maria Guerreiro de Matos acha que a vida está pior hoje na sua terra do que quando era nova. “A gente andava mais aí na rua e agora anda com medo. É sempre pessoas atrás da gente, a pedir, e outros que querem roubar. Agora a aldeia sempre está mais desabitada, parece que tem menos pessoas”. Assunto inevitável é o encerramento da estação e os comboios que não param na terra, onde “toda a gente reclama, uma vez que era bom abrir”. Mais uma vez, o acesso aos cuidados de saúde vem à baila, com o transporte a ser mais fácil e económico quando se apanhava o comboio na terra. “Trata-se bem é quem é rico. Quem é pobre não tem, morre ao pé das paredes. Está destinado a isso”. Venceslau Zeferino atravessa calmamente a linha do comboio junto à estação encerrada. A casa onde nasceu e toda a vida viveu fica quase debruçada sobre os carris de ferro de tão perto que está do caminho que leva a Lisboa e ao Algarve. Fumando o seu cigarro feito de tabaco de enrolar, Venceslau, 60 anos acabados de fazer, tem sido um espectador privilegiado dos comboios que paravam, que deixaram de parar e da vida da sua aldeia. “Não está aí quase ninguém. Metade das casas não tem ninguém. Uns têm-se ido embora, outros têm morrido. A malta nova tem-se ido embora”. Sobre o futuro, Venceslau não sabe o que esperar. Mas sempre diz que o mais certo é estar meia dúzia de velhos por Amoreiras-Gare, com tudo fechado. Isto numa terra onde o passar rente do comboio sem parar, sem levar nem trazer passageiros, é como o tempo que passa deixando os mais velhos, cada vez mais velhos, e entregues a si próprios.


Diário do Alentejo 27 abril 2012

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João Pedro Vilhena Presidente da Associação para o Desenvolvimento de Amoreiras-Gare (ADA)

Como é que tem sido o trabalho da vossa associação?

Uma terra criada pelo comboio A povoação de Amoreiras-Gare apresenta, hoje em dia, duas grandes diferenças em relação ao momento da sua criação: por um lado, deixou de se chamar Estação das Amoreiras, para ser designada Amoreiras-Gare; por outro, deixou de ter comboios a parar na terra, aspeto crucial na criação da aldeia. Amoreiras-Gare, na altura Estação das Amoreiras, começou a surgir depois da chegada da linha férrea do Sul a essas paragens, o que aconteceu por volta de 1888. À época, a freguesia de São Martinho das Amoreiras ainda pertencia a Ourique, tendo passado para o concelho de Odemira em 1890. Mas apenas em 1900 a terra nasceu efetivamente, existindo, em 1911, três fogos com cerca de 10 habitantes. Atualmente Amoreiras-Gare tem cerca de 200 habitantes.

Uma das maiores festas do concelho de Odemira Amoreiras-Gare tem vindo a preparar-se para receber, a partir de amanhã, sábado, e até ao próximo dia 1 de maio, as Festas de Maio – IX Feira do Interior do Concelho de Odemira. Durante os quatro dias do certame, onde o artesanato local, os produtos regionais e as tradições culturais são valorizados, Amoreiras-Gare transfigura-se pela quantidade de pessoas que visitam a terra. Para além da programação musical, a realização do colóquio “O interior do Concelho de Odemira – O seu potencial” é um momento importante, onde serão discutidas questões de desenvolvimento, interioridade e isolamento.

O nosso trabalho tem tido duas fases: aquilo que temos conseguido e aquilo que não temos conseguido fazer. Há situações que temos conseguido resolver. Criámos o centro social que não tínhamos. A terra tinha uma série de carências que fomos conseguindo reivindicar junto das autoridades locais, nomeadamente, do município. Temos conseguido beneficiar AmoreirasGare. Mas há algumas situações que têm sido reivindicadas por nós mas que não temos conseguido, especialmente na fixação de jovens. Neste momento um jovem não tem onde se fixar no interior do concelho. No interior, tirando a agricultura, que está em decadência, e duas ou três empresas f lorestais que empregam pessoas, não há facilidade de integrar jovens. Os municípios olham para o litoral, que se desenvolve por si próprio, e o interior não tem possibilidades. Que potencialidades tem esta terra, esta região, para fixar e atrair jovens?

Na ótica do nosso trabalho, pensamos que é uma zona privilegiada porque estamos relativamente perto do IC1. Estamos perto da autoestrada. Temos uma via-férrea, que é uma linha que atravessa o País inteiro, do Porto a Faro. Infelizmente, este é um tema que já há uns quatro anos tentamos reivindicar junto da CP para que o comboio parasse em Amoreiras-Gare. É um potencial, não só ao nível de passageiros, mas também na ótica da implantação de um pequeno pólo industrial. Também temos um turismo de natureza espetacular, com a barragem de Santa Clara a poucos quilómetros, com paisagens espetaculares. É com este o potencial todo que achamos que, ao fixar aqui alguma indústria, podemos ter alguma subsistência. E em relação à questão dos comboios?

A freguesia de São Martinho das Amoreiras São Martinho das Amoreiras é a freguesia à qual pertence Amoreiras-Gare e a Aldeia das Amoreiras, sendo estes, juntamente com Corte Malhão, os principais aglomerados populacionais. Segundo os dados preliminares dos Censos 2011, a freguesia de São Martinho das Amoreiras tem 998 habitantes, ocupando uma área de cerca de 144 quilómetros quadrados. Com uma forte marca de interioridade, é a serrania que caracteriza a paisagem da freguesia, refletindo-se isso mesmo nas atividades económicas mais comuns: agricultura, pecuária, apicultura, olivicultura e extração de cortiça.

A ADA sente-se um bocado melindrada com a situação dos comboios porque tivemos um papel importante. Fomos quase postos de parte em todo o conjunto de iniciativas que o município e as juntas de freguesia do interior fizeram em reivindicação das paragens do comboio e nós fizemos ver isso ao vereador do pelouro. Mostrámos dados concretos que a paragem do comboio que servia o concelho de Odemira era Amoreiras-Gare. Isso não foi tido em conta, acharam por bem que fosse a estação de Saboia. Neste momento Saboia continua a ter pouca gente. Não estou contra esta paragem, mas preferia que o concelho de Odemira beneficiasse de uma paragem que servisse o concelho e as pessoas do concelho. Neste momento continua a ver-se as pessoas a irem apanhar o comboio à Funcheira, no concelho de Ourique.


“Descobrir pequenas histórias” em Beja

Diário do Alentejo 27 abril 2012

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Mel, queijo e pão em Mértola Começa hoje, sexta-feira, em Mértola, a XIV Feira do Mel, Queijo e Pão, uma iniciativa da câmara municipal local, que pretende dar a conhecer o melhor dos produtos tradicionais produzidos no concelho. Para além do mel, queijo e pão, a feira tem nos últimos anos dado a conhecer também outros produtos, como o vinho, as ervas aromáticas e os enchidos. Durante os três dias de certame os produtores dão a conhecer os seus produtos em ambiente de festa, até porque são muitos os momentos musicais que vão acontecer até domingo, último dia do certame. Dia em que chegará também a tradicional feira de abril. A Feira do Mel, Queijo e Pão conta ainda com várias tasquinhas, onde locais e visitantes podem provar algumas das iguarias confecionadas no concelho.

Festival do Petisco chega em outubro Beja vai acolher, entre os dias 5 e 7 de outubro, o Festival do Petisco. O evento será dado a conhecer durante a Ovibeja, nomeadamente através de uma tasquinha que irá servir petiscos no pavilhão institucional. A iniciativa é do Núcleo Empresarial da Região de Beja (Nerbe). O Festival do Petisco, segundo a organização, “pretende explorar o universo dos petiscos, promovendo e valorizando igualmente o que lhes está associado: a bebida, o pão, os acompanhamentos e também as sobremesas”. O evento contará com diversas iniciativas e atividades, destacando-se o festival de gastronomia e a feira de sabores com produtos tradicionais (mel, pão, azeite, doces, ervas aromáticas, azeite, vinhos, enchidos e queijos). Destaque ainda para diversos colóquios e debates sobre a gastronomia regional, para workshops e também para demonstrações de show cooking de gastronomia tradicional.

Colóquio em Cuba aborda relação entre D. João II e Cristóvão Colon A relação entre D. João II e Cristóvão Colon vai ser abordada num colóquio, que vai decorrer a 19 de maio, na vila de Cuba, com a presidente da Academia Portuguesa da História, Maria Manuela Mendonça. O colóquio “D. João II e Cristóvão Colon – que relação?”, organizado pela Associação Cristóvão Colon e pela Câmara de Cuba, está marcado para as 15 horas na Biblioteca Municipal de Cuba.

Câmara de Beja sem capacidade para suportar Experiência a Sul

Vinipax 2012 em dúvida Caso a Câmara de Beja não encontre apoios financeiros, nomeadamente através de fundos comunitários, a edição de 2012 do evento Experiências a Sul, que integra a Vinipax, não se realizará.

JOSÉ SERRANO

Atual

A Câmara Municipal de Beja promove amanhã, sábado, um passeio pelas ruas da cidade para os participantes poderem descobrir pequenas histórias de Beja ao longo de vários períodos e através de palavras da arqueóloga Susana Correia. O ponto de encontro para o início da iniciativa “Passeios de Beja – Ruas com história” está agendado para as 15 horas em frente ao Museu Regional de Beja. Os interessados em participar no passeio poderão inscrever-se através do telefone 284311913 ou do endereço de correio eletrónico turismo@cm-beja.pt.

Texto Nélia Pedrosa

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Câmara Municipal de Beja está à procura de fontes de financiamento para a realização do evento Experiências a Sul, que inclui, entre outras propostas, a Vinipax, a Olivipax e a Beja Gourmet. Caso não sejam encontradas formas de financiamento, nomeadamente através de fundos comunitários, “a autarquia não tem capacidade para responder ao investimento que requer a organização desse evento”, revelou ao “Diário do Alentejo” o vereador Miguel Góis. Tal situação resulta, segundo o autarca, “em grande parte, por um lado, das dificuldades de tesouraria que o município atravessa, e por outro lado, e esse é aquele que efetivamente pesa mais, da questão que é imposta pelo Estado através da lei dos compromissos em que se efetivamente não tivermos capacidade ou receita, para fazer face à despesa, não podemos assumir os compromissos. Dentro desse quadro, e sem financiamento, ficamos automaticamente limitados e impedidos de avançar com o evento”. A câmara tem estabelecido ainda contactos junto de patrocinadores “platinum”, de âmbito nacional e internacional, “mas dado o panorama nacional e internacional que se vive obviamente que as respostas não são as melhores”, diz o autarca. Miguel Góis garante, no entanto, que a autarquia “rejeita baixar a qualidade do evento”: “Se o evento tiver que se realizar será

Experiências a Sul Câmara “rejeita baixar a qualidade do evento”, diz Miguel Góis

com os níveis de qualidade a que habituámos os públicos, seja o público profissional, o consumidor ou o visitante. Estamos convictos de que temos um grande projeto, que marca o panorama regional e nacional, dentro de um segmento que é muito importante para nós, que são os produtos de qualidade, como o vinho, o azeite e a gastronomia, e de que as melhorias que efetuámos ao longo destes últimos dois anos foram significativas e reconhecidas por todos os públicos”. O vereador diz também que se ainda não suspenderam o evento – que habitualmente se realiza no início de outubro – é porque continuam “a acreditar que ainda pode ser possível realizá-lo”. Mas o que permite ter esta “margem de segurança” para ir tentando arranjar financiamento “mesmo com o tempo a passar, ir tentando viabilizar as coisas e garantir que os vários públicos marquem presença”, diz o autarca, é o “excelente

trabalho” que têm desenvolvido ao longo dos anos: “Criámos uma relação de confiança com os produtores e com os participantes”. Andarilhas e BD custam 10 a 15 por cento dos valores habituais A pro-

cura de financiamento comunitário não se restringe, contudo, ao evento Experiências a Sul. De acordo com Miguel Góis, a candidatura inclui outros eventos, como as Palavras Andarilhas, o Festival Internacional de Banda Desenha ou o Festival do Amor. “A programação cultural da cidade de Beja, enquanto fator de desenvolvimento económico e social, está a ser alvo de uma candidatura e da procura de financiamento comunitário para o efeito”, revela. “A Câmara Municipal de Beja, dos eventos programados, está a desistir daqueles para os quais não tem capacidade de resposta e está a reinventar conceitos de outros em que

é possível fazer com qualidade sem desvirtuar o conceito. Vamos ter por exemplo umas Palavras Andarilhas ou um Festival Internacional de Banda Desenhada que custarão 10 a 15 por cento daquilo que custam normalmente, mas que têm formatos que é possível adaptar a uma situação deste género. Num evento como o Experiências a Sul, ou a Vinipax, que requer prestação de serviços e aluguer de equipamento em largas centenas, não se consegue fazer essa reinvenção que se consegue para eventos do domínio imaterial”, esclarece Miguel Góis. Por isso, diz o autarca, “o desafio é grande” e a câmara “está a tentar encontrar a melhor forma para resolver esta situação, que neste momento é uma situação difícil”. “É bom que as pessoas percebam que a situação é mesmo difícil e que as dificuldades pelas quais a câmara municipal passa são graves”, conclui.

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A troika exige uma redução de 15 por cento nos dirigentes municipais, mas o Governo quer atingir o dobro desse número. Pita Ameixa diz que essa pretenção “põe em causa a autonomia do Poder Local” e lembra que “a atual lei já prevê restrições ao número de dirigentes e funcionários”. João Ramos não percebe como numa altura em que “se pretende e anuncia a transferência de mais competências para as autarquias” se quer “reduzir a capacidade dos municípios decidirem quantos dirigentes precisam”, impedindo-os de “definirem estratégias” próprias e prejudicando “a qualidade” dos serviços prestados. O deputado do PS também teme uma “desclassificação” nos recursos humanos das autarquias e antevê a nomeação de “dirigentes subreptícios”.

Diário do Alentejo 27 abril 2012

PSD quer menos dirigentes nas câmaras

“Na maior parte dos casos o candidato derrotado fica subordinado à vontade de quem ganhou e quando não se submete torna-se numa força de bloqueio”.

“São raros os casos de ingovernabilidade ou de queda de executivos municipais, ao contrário do que tem acontecido com sucessivos governos”.

Luís Pita Ameixa

João Ramos

Linhas gerais da proposta de lei eleitoral definidas

PSD propõe vereadores não eleitos A possibilidade de alguns vereadores dos executivos municipais não serem obrigados a subterem-se a votos é uma das novidades da proposta do PSD para a reforma da lei eleitoral autárquica. Luís Pita Ameixa diz que o PS está “aberto a discutir” essa solução. João Ramos, da CDU, recusa e diz que é mais uma regra para “reduzir a escolha direta dos eleitores”. Texto Aníbal Fernandes

A

s linhas gerais da proposta do PSD para alteração da lei eleitoral já se encontram definidas e prontas para negociar com o PS no Parlamento. O fim da eleição direta para a vereação, a redução do número de vereadores, de deputados municipais e de membros das assembleias de freguesia são, a par com a redução do valor das senhas de presença e das ajudas de custo e a redução das mesas de voto em 50 por

cento, pontos que os social-democratas querem discutir com os socialistas, adiantou o “Expresso” na última edição. Luís Pita Ameixa, deputado socialista eleito por Beja, disse ao “Diário do Alentejo” que “há muito” que o PS “é favorável à mudança do sistema eleitoral”. Para o ainda presidente da Federação do Baixo Alentejo do PS, a atual lei “é incoerente face aos outros sistemas eleitorais”, nomeadamente aqueles

dos quais resultam a nomeação dos governos nacionais e autonómicos e dos executivos das juntas de freguesia. Já João Ramos, deputado da CDU, não vê que as alterações propostas possam “aprofundar a democracia”. Antes pelo contrário, a opção de executivos homogéneos (ou monocolores) é uma forma de a oposição ser afastada de momentos importantes na gestão das autarquias e que segundo a atual legislação lhe é assegurado através do “estatuto da oposição”. Por seu lado, Pita Ameixa considera que “a presença da oposição no executivo municipal prejudica a própria oposição, tornando-a cúmplice das suas decisões e retira-lhe capacidade para pensar alternativas”. Para

Mário Simões defende vereadores não eleitos

M

ário Simões, deputado do PSD por Beja, espera “que impere o bom senso político por parte do Partido Socialista, que permita chegar a um consenso alargado não só sobre a lei eleitoral autárquica, mas também “sobre a reforma administrativa”. Aliás o deputado social-democrata disse ao “DA” que o dossiê do Livro Verde tem prioridade sobre a lei eleitoral, matéria sobre a qual, a nível partidário, ainda se procura a redação final da proposta. Se por um lado existe consenso para “uma só candidatura” para câmara e assembleia municipal, a possibilidade de o presidente escolher a sua equipa “fora do âmbito dos eleitos” ainda levanta algumas reticências junto de alguns autarcas do PSD. No entanto, Mário Simões acha que “faz sentido o presidente convidar quem quiser” por razões de confiança política e de reconhecimento profissional. PUB

o deputado socialista, “na maior parte dos casos o candidato derrotado fica subordinado à vontade de quem ganhou e quando não se submete torna-se numa força de bloqueio”, o que impede o normal funcionamento da câmara e respetivos serviços. O deputado comunista recusa que a presença da oposição nos executivos municipais possa ser vista como um empecilho ao bom funcionamento da instituição. “São raros os casos de ingovernabilidade ou de queda de executivos municipais, ao contrário do que tem acontecido com sucessivos governos”, relembra, a propósito o caso de Beja onde existem duas maiorias diferentes: uma no executivo e outra na assembleia municipal.

A possibilidade de o presidente escolher fora da lista de eleitos personalidades para integrarem a vereação municipal tem para Pita Ameixa “perigos e virtualidades”. Por um lado, “alarga-se o leque de escolha e aumenta-se a possibilidade de qualificação”, o que pode ser bom; mas, por outro, “não são obrigados a dar a cara” e a definirem as suas posições. Para o deputado comunista, parte da vereação poder não ser eleita diretamente pelo voto popular é uma clara “redução do direito de escolha” dos eleitores”, e recusa ainda a possibilidade de o presidente poder substituir um vereador a meio do mandato, coisa que a atual lei não contempla. A redução do número de eleitos nas assembleias municipais e de freguesia consegue pôr os dois deputados de acordo. Ambos defendem que a representação deve ser a mais ampla possível, assegurando, proporcionalmente, o direito às minorias de expressarem as suas opiniões. O menor número de assembleias de voto, que consta do documento que o “Expresso” divulgou, é justificada pelo aumento “estrutural” da abstenção, mas para o deputado comunista tal justificação é “falaciosa” e só pode ter um significado: “Menos mesas de votos, é menos hipóteses de as pessoas participarem nas eleições”, acusa.


Anafre promove reunião descentralizada em Almodôvar

Diário do Alentejo 27 abril 2012

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O conselho diretivo da Anafre, a convite da Junta de Freguesia de Almodôvar, realizará a 18 de maio, pelas 15 horas, naquela vila, uma reunião descentralizada. De acordo com a autarquia, “esta reunião revela-se de extrema importância, uma vez que será a primeira depois da grande manifestação realizada em Lisboa por esta associação e por a nova lei de reorganização administrativa ter já sido aprovada”.

Junta de Freguesia de Santa Maria atribui 250 euros mensais ao Museu Regional de Beja O executivo da Junta de Freguesia de Santa Maria da Feira, em Beja, deliberou atribuir um subsídio mensal no valor de 250 euros ao Museu Regional de Beja. O presidente da junta, Vítor Paixão, adianta, em comunicado de imprensa, que tal decisão se deve “às dificuldades financeiras que o Museu Regional de Beja apresenta, e que são do conhecimento público, e ao facto de se tratar de uma instituição de utilidade pública cujo valor cultural e social é inegável e que, embora tenha âmbito distrital, se localiza na área da nossa freguesia”. O subsídio será mantido “até que a situação seja resolvida”.

Criado gabinete de atendimento no âmbito do Projeto de Promoção e Educação para a Saúde

A Escola Secundária c/3.º Ciclo D. Manuel I, em Beja, dispõe desde o início da semana de um gabinete de atendimento no âmbito do Projeto de Promoção e Educação para a Saúde (PES). O novo espaço pretende prestar aconselhamento e apoio aos alunos – mas é extensível a qualquer elemento da comunidade escolar – nas áreas da promoção de estilos de vida saudáveis e integra uma equipa composta por uma médica, uma enfermeira e uma nutricionista, para além dos professores responsáveis pelo projeto.

JOSÉ FERROLHO

Escola D. Manuel I mais saudável

T

eresa Tavares, coordenadora do PES, adianta que o referido gabinete “é um espaço que complementa as atividades desenvolvidas no âmbito da promoção de estilos de vida saudável, uma mais-valia, porque permite fazer um atendimento especializado”, em conjunto com os parceiros da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo. “No caso da nutricionista, por exemplo, será feito o acompanhamento de dietas alimentares prescritas para os alunos necessitados. O gabinete será mais um recurso para o bem-estar dos nossos alunos e para tentar suprir as nossas necessidades”, diz. Numa primeira fase, e uma vez que a abertura do espaço teve

lugar já no terceiro período letivo, o gabinete funcionará “algumas tardes e algumas manhãs consoante a disponibilidade dos elementos do Centro de Saúde e da equipa de professores responsáveis pelo PES”, esclarece a coordenadora. O objetivo para o próximo ano letivo, adianta, é “disponibilizar cada vez mais oferta” à comunidade escolar e “estar aberto [o gabinete] o mais possível”. Apensa ao site da escola está ainda uma página que os alunos podem consultar e “através da

qual podem colocar dúvidas que serão esclarecidas”, acrescenta Teresa Tavares. Para além da coordenadora, a equipa de professores do PES integra mais seis docentes, “das áreas da Biologia e Geologia, com formação em Saúde Escolar, de Educação Física e de Ciências Físico-Químicas”. Existindo há cerca de oito anos, nos moldes atuais, o PES abarca cinco áreas – alimentação saudável/atividade física; educação para a sexualidade e a prevenção das

doenças sexualmente transmissíveis; prevenção do consumo de substâncias psicoativas; prevenção da violência em meio escolar; e ambiente e saúde – e conta com as parcerias dos ministérios da Educação e da Saúde. As atividades, no âmbito das cinco áreas definidas, “são desenvolvidas essencialmente nas aulas de formação cívica, quando os professores as cedem gentilmente”, explica Teresa Tavares, sendo que em alguns casos as sessões são dinamizadas também

pelos alunos do 12.º ano. “Um projeto que temos desenvolvido é a educação para a sexualidade e o que temos feito é criar grupos de trabalho com alunos do 12.º ano que têm, por exemplo, Biologia e que dão o sistema reprodutor, métodos contracetivos e doenças sexualmente transmissíveis, e eles vão dar as sessões aos alunos do 10.º ano”, esclarece a coordenadora. Em termos de balanço, Teresa Tavares diz que o PES “tem sido um projeto muito positivo” e que “tem dado muito gozo desenvolver e coordenar”. Uma das várias atividades desenvolvidas, uma peça de teatro realizada no âmbito do concurso “A minha escola e a prevenção da infeção com o VIH-sida”, organizado pelo Alto Comissariado da Saúde, em parceria com a Coordenação Nacional para a Infeção VIHsida e a Direcção-geral de Inovação e de Desenvolvimento Curricular, foi mesmo distinguida com o prémio de mérito de coordenação do projeto, no valor de 2 500 euros. Posteriormente, ao ser apresentada num fórum de saúde, foi contemplada “com mais 500 euros”. “Logicamente que nuns anos os alunos se empenham mais, noutros anos menos, mas tem sido muito gratificante, porque é uma área a que os alunos acabam por aderir”, conclui. NP

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Diário do Alentejo 27 abril 2012

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Todos estão orgulhosos por o grupo ter sido escolhido para cantar na Assembleia da República

Sessão oficial sem a participação dos militares de Abril

Grupo Coral de Grândola levou 25 de Abril ao Parlamento

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osé Jesus tem 66 anos e é o mestre do Coral de Grândola. Natural do Torrão, diz que canta desde sempre: “Nem me lembro quando comecei”. Ao todo, com a ajuda de quatro elementos do Lousal, que vieram reforçar o grupo, estiveram no Parlamento dúzia e meia de homens, uma verdadeira delegação do “Alentejo profundo” numas comemorações marcadas pela ausência da Associação 25 de Abril e de Mário Soares. O “Diário do Alentejo” assistiu ao último ensaio, antes da partida para Lisboa. Como sempre, o grupo ensaiou nas instalações desativadas da Cooperativa de Consumo de Grândola. Por entre inúmeras fotos e recordações de muitas deslocações a diversos pontos do País, durante os seus 19 anos de existência, é aqui que o grupo ensaia. O reportório para a sessão no Parlamento já está escolhido. Paulo Ribeiro diz que vão cantar “modas” relacionadas com o 25 de Abril, tais como “Grândola, terra bendita”, “Foi Grândola que abriu” e, naturalmente, “Grândola Vila Morena”. Mas se o “ambiente o permitir” levam outra moda na “manga”. “Podemos também cantar o Hino dos Mineiros, que é universal, mas que adaptámos aqui ao concelho de Grândola, que também tinha PUB

O convite veio por telefone. Assunção Esteves, a presidente da Assembleia da República, convidava o Grupo Coral e Etnográfico COOP de Grândola a estar presente no final da cerimónia oficial comemorativa do 25 de Abril para entoar o “Grândola Vila Morena” no Parlamento. O grupo não se fez rogado e na quarta-feira lá esteve a levar uma mensagem, que também dizem ser “política”, aos deputados e ao Governo. Texto Carlos Júlio

minas no Lousal e Canal Caveira”, revela Paulo Ribeiro, dizendo que “está tudo a postos” para a atuação no Parlamento. “Para nós é muito honroso, numa data simbólica como esta, o grupo ter este convite e vamos tentar corresponder da melhor forma”, acrescenta. Este é o sentimento generalizado. Todos estão orgulhosos de o grupo ter sido escolhido para cantar na Assembleia da República. O ensaio é curto. Escolhem-se as vozes, os altos e os pontos, o ritmo das modas e as cantigas que vão ser cantadas. As vozes vão-se aclarando à medida que o ensaio decorre, as tosses secas marcam as pausas. Paulo Ribeiro vai marcando o ritmo, propondo soluções e trocas de vozes, alterando hábito antigos. Todos estes homens cantam há muitos anos e é difícil mudar hábitos e formas de cantar. Mas é da diversidade que nasce o cante e o apelo de Paulo Ribeiro é para que “ponham

emoção na voz” e deem sentido ao que “estão a cantar”. Acabado o ensaio, animam-se as conversas. José Jesus fala do 25 de Abril e da forma, pouco habitual, de como a ele esteve ligado. “Estou reformado da GNR, mas precisamente nesse dia 25 de Abril estava guardando os presos políticos na cadeia de Caxias. Estava lá. Foi tudo muito calmo, não houve ali qualquer problema, uma vez que a operação militar desenvolvia-se em Lisboa, no Rossio e no Terreiro do Paço. Em Caxias decorria tudo como se nada existisse, embora todos soubessem o que se passava pelas comunicações”, diz Jorge Jesus. O agora militante do PCP, condição que assume com naturalidade, acrescenta que esteve em Caxias até ao início de maio de 1974 e que assistiu à libertação dos presos políticos. Diz ainda que nunca sentiu medo. “Ali não era para sentir medo”. Fiel aos valores do 25 de Abril diz

que “a GNR sofreu muito durante a ditadura”: “O povo não sabe, mas é verdade. A ditadura era selvagem com a população em geral, mas era também muito selvagem para com a GNR. Se a população soubesse o que passávamos andava com a GNR ao colo”. Trinta e oito anos passados sobre o 25 de Abril, José Jesus não guarda mágoas, mas considera que “o País está a atravessar um mau bocado”: “Eu tenho as minhas ideias, mas o que é preciso é que alguém nos explique como é que chegámos a esta situação”. Mais direto é Manuel João. Antigo mineiro no Lousal veio reforçar agora o grupo com mais três companheiros. E apresenta-se dizendo: “Sou filho e neto de mineiros, pastores, contrabandistas e cantores”. Foi Manuel João quem escreveu a letra de uma das modas que vai ser cantada em Lisboa. “Independentemente da melodia o cantar alentejano é sempre, para quem o compreende e para quem sente no sangue o sofrimento do povo alentejano, um cantar de luta, de resistência e de intervenção”, sublinha, considerando: “O poder em Portugal quando não é laranja é rosa, quando não é rosa é laranja e chegámos ao ponto em que estamos em que isto não tem ponta por onde se lhe pegue. Não estou nada otimista em relação

ao futuro das minhas filhas e ao futuro deste povo”. Antigo sindicalista, Manuel João refere que é “sempre o povo que paga tudo e depois não vê nada do seu trabalho. Paga sempre quem não tem culpa porque quem tem culpa é quem nos governa”. Manuel João tem hoje 55 anos e viveu o 25 de Abril de 1974 em Lisboa. Diz que na sessão na Assembleia da República se vai sentir a falta dos capitães de Abril. “Sei que o ex-presidente Mário Soares e Manuel Alegre também não vão, mas isso já não me incomoda muito. Mas a falta da Associação 25 de Abril e de Vasco Lourenço, isso sim. Esses homens recordo-os sempre”. A reportagem chega ao fim, a maior parte dos cantadores já deixou a sala de ensaios, outros estão numa sala ao lado a provarem os trajes novos para as próximas atuações. Fatos de trabalho ou fatos domingueiros, próprios das margens do Sado, que são também a marca do Grupo Coral e Etnográfico de Grândola, a vila alentejana cantada por José Afonso e que os militares utilizaram como senha para a operação do 25 de Abril de 1974. Esse “Dia inicial inteiro e limpo/Onde emergimos da noite e do silêncio/E livres habitamos a substância do tempo”, como escreveu Sophia de Mello Breyner Andresen.


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Diário do Alentejo 27 abril 2012

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O Centro de Ciência Viva do Lousal tem 13 monitores a tempo inteiro

Onze mil visitantes no primeiro ano

Centro de Ciência Viva do Lousal

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mina do Lousal, no concelho de Grândola, encerrou em 1988, deixando a população sem alternativas. Alguns mineiros ainda conseguiram trabalho em Neves-Corvo, mas a própria vivência comunitária foi fortemente prejudicada. Na década de 90 surgiu o projeto Relousal através da Fundação Frederic Vegel, que juntou a Sapec (antiga concessionária da mina e proprietária dos edíficios) e a Câmara de Grândola num projeto que visa, através do património e da memó-

ria, valorizar social, económica e arquitetonicamente a aldeia do Lousal Utilizando as antigas instalações de mina foi construído um hotel de charme, um restaurante, um centro de artesanato, com diversas lojas, um museu mineiro e um centro de ciência viva, orientado para os georecursos, inaugurado em junho de 2010 e procurando fazer da ciência um instrumento vivo para o desenvolvimento local, trazendo ao Lousal visitantes e investigadores.

Álvaro Pinto, especialista em mineralogia e técnico superior de Mineralogia e Geologia no Museu Nacional de História Natural e da Ciência, é um dos dois elementos da direção do Centro de Ciência Viva do Lousal, que durante o primeiro ano de funcionamento recebeu 11 mil visitantes. Metade foram pequenos grupos e famílias, a outra metade estudantes que aproveitaram as instalações do centro para diversas atividades e experiências relacionadas com a ciência.

O Centro de Ciência Viva do Lousal tem 13 monitores a tempo inteiro, “o que é significativo em termos locais”, diz Álvaro Pinto, salientando que “mais de 70 por cento dos monitores têm mestrado em áreas tão díspares como a geologia, a física, a química, a engenharia civil e a computação gráfica. É uma equipa eclética que está também a potenciar o Museu Mineiro”. O máximo de visitantes que o centro pode receber diariamente situa-se nas duas centenas, mas

são “muitos os dias em que temos aqui dois ou três autocarros com estudantes e muitos de universidades, sobretudo, espanholas. Todo este movimento tem sido muito importante para o Lousal e, desde que o centro abriu, algum comércio também foi revitalizado”, refere o professor Álvaro Pinto, para quem o projeto do Centro de Ciência Viva do Lousal criou uma dinâmica própria “que está a superar as próprias expectativas iniciais”. Carlos Júlio

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Diário do Alentejo 27 abril 2012

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Vidas

Maria e António, o casal do “Cortiço”

Duas vidas e um balcão Maria da Luz e António Palheira dividem o mesmo balcão há 50 anos. A soma dos anos de matrimónio. Juntos na vida e no comércio. O casal do “Cortiço”, como muita gente os conhece, porém, está prestes a reformar-se. O descanso ainda os assusta. Não sabem se estão preparados para parar. É que “quando se nasce para o balcão, não se pode fazer outra coisa na vida”. Texto Bruna Soares Fotos José Ferrolho

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vida atrás do balcão. Não a conheceram de outra maneira e ainda hoje é assim que a compreendem. Não fosse a idade e as mágoas do corpo e não a trocariam por nada. Maria da Luz e António Palheira dividem há anos sem conta, sem direito a dias de folga, feriado ou férias, o matrimónio e o trabalho. Primeiro no restaurante “A Floresta”, depois no café “O Cortiço” e agora na tabacaria e papelaria “Estrela da Sorte”. Três negócios. Todos na cidade de Beja. “Quando se nasce para o balcão, não se pode fazer outra coisa na vida”, diz sem hesitar António Palheira, enquanto deixa transparecer a emoção de falar da sua atividade. Vê-se a abandonar o balcão? Perguntamos. A reposta, essa, demora a chegar. “Agora tem de ser, mas deixa uma saudade…”. O tempo, em seu entender, para tomar a decisão de deixar o comércio, para quem gosta, “nunca é o apropriado”, mas “a saúde, quando não dá alternativas, obriga à escolha”. Na casa continuam a entrar e a sair clientes, ininterruptamente. É sexta-feira e o povo tenta a sorte nos jogos, pode ser que calhe alguma fortuna no sorteio que andará à roda lá para a noite. António faz uma pausa na conversa. Há clientes para atender ao balcão. Avia maços de tabaco, envelopes para o correio, jornais. Maria da Luz retoma o rumo da conversa. “Agora já chega. A labuta está a ter o seu fim. Já trabalhámos muito. Nunca soubemos o que foi descansar. Nunca fui a uma praia, para passar férias”. Foi a vida que escolheram e, por isso, diz: “Não há lugar para arrependimentos ou lamentações”. A mulher puxa pela memória, enquanto espreita quem entra e quem sai, e conta como tudo começou. “Estava em casa de uma tia em Lisboa e o meu marido era sócio dela. Abriram uma mercearia, depois um restaurante e quando casei já estavam as duas coisas em ação. E assim foi pela vida fora. Fez 50 anos no domingo”. Bodas de

ouro, embora António já conte com 62 anos de balcão. “Nem sempre foi fácil conjugar a vida conjugal e profissional, mas também nunca foi desesperante. Eu sempre fui mais rabugenta e num dia ou outro lá calha uma resposta mais torta”, afirma Maria. António, por sua vez, assegura: “Do meu lado nunca houve problemas, embora eu admita que sou muito rigoroso. Não gosto que falhe nada, mas sempre soubemos separar as coisas muito bem. Tanto que funcionou e continua a funcionar até hoje”. Ambos não sabem como vão encarar o descanso. “Vamos lá ver como vai ser”, diz Maria. António completa: “A nossa reforma vai passar a ser como a dos outros. Temos de pensar a vida. Temos de viver dentro dela e não há outra maneira”. Pudesse ele e não parava. Não saía do seu balcão. “Nunca senti falta de descansar e só faltei ao serviço quando fui obrigado a cumprir serviço militar”, confessa, entre sorrisos. “Mesmo ao domingo eu trabalho. Tenho um bocado de terra e é para lá que vou. Por isso, não digo nada. É ver como as coisas correm. Mas sinto que tenho falta de descansar. Tenho dias que noto que já estou saturada e isso é um sinal muito evidente”, afirma Maria da Luz. E acrescenta: “Com a reforma vou ver se consigo meter as coisas no lugar. Há 50 anos que ando na rua. Chego a casa à noite e só tenho tempo de arranjar qualquer coisa para comer, antes de dormir. Com a reforma a ver se arrumo alguma gaveta. Há 50 anos que não tenho tempo para arrumar uma gaveta”. O convívio com os fregueses, garantem, “É do que vão sentir mais falta”. Até porque, António não deixa margem para dúvidas: “O comércio é o nosso sangue e os clientes o nosso pulsar”. “Já nos passou pela frente, ao longo de todos estes anos, muita gente, várias gerações. Já vimos muita coisa. Há aqueles a quem não ganhamos amizade, mas há outros que nos marcam e que fazem parte

Comércio Maria da Luz e António Palheira dinamizaram vários negócios na cidade de Beja

do nosso dia a dia, da nossa rotina”, conta Maria. “Há gente que nos vai deixar muita saudade”, confessa. Assistiram, sempre juntos, às mudanças que ocorreram no mundo, no País, na cidade. “Notamos a cidade mais vazia. Não há aquele ambiente que existia de pessoal para cá e para lá. De gente por todo o lado”, diz António Palheira. E a explicação para que tal aconteça, em sua opinião, “poderá dever-se à crise. À fase que o País atravessa”.

Maria encosta-se ao balcão, porque as pernas lhe fraquejam. António também se apoia. “Eu já passei por muito. E agora é que sinto. Eu, até então, não sabia que tinham existido crises e tenho 62 anos de balcão”. Maria concorda. Os clientes não param de entrar e sair e o tempo para conversas começa a escassear. Maria senta-se à máquina. É quase sempre aqui que está. António organiza os jornais, a vitrina do tabaco. “Boa tarde, o que vai desejar?”.


13 Diário do Alentejo 27 abril 2012

“Faço tudo ao pormenor e dá muito trabalho. Costumo dizer que esta é uma brincadeira muito séria”.

Francisco Guerreiro é mais conhecido por Vilas

A preto e branco

F

rancisco Guerreiro, mais conhecido por Vilas, perdeu a conta aos anos que desenha. Também não lhe interessam as datas. Interessa-lhe, antes, o traço, a dedicação e a arte. Basta-lhe ter um pouco de papel e uma caneta, que nem precisa de ser especial. Uma qualquer caneta, desde que preta. O resto fica por conta da sua imaginação. O papel também não precisa de ter esta ou aquela gramagem. “Basta-me uma folha de um caderno ou de um bloco que se compram em qualquer papelaria”, conta Francisco Guerreiro, enquanto arregala os olhos de cor verde, que condizem com o casaco que enverga. Só quando organiza uma exposição tem cuidados especiais. “Descobri este jeito para o desenho nos bancos de escola, quando me meteram os lápis à frente”, diz. Depois foi a sua vontade, o seu gosto e a sua paixão e, sobretudo, a sua dedicação que lhe indicaram o caminho. O percurso, porém, não tem sido fácil, e já conta com muitos anos de trabalho. “Julgo que devia existir mais apoios. Tenho feito centenas de desenhos. E não os quero exclusivamente para mim. Faço-os para os outros. Nunca faço nada

Francisco Guerreiro, mais conhecido por Vilas, por ter vivido em Vila Azedo, dedica-se ao desenho há anos sem conta. Sobre a mesa basta-lhe ter uma caneta e um papel, o resto surge pela sua mão. A preto e branco. Texto Bruna Soares

para mim. Mas viver do desenho não é fácil. Se pudesse viver da minha arte não trabalhava para ninguém”, conta, e com um sorriso completa: “Tenho sido sempre empregado. Patrão é que ainda nunca fui”. O Alentejo, as vivências de quem o habita e a fauna da região são o que mais o inspira. “Vivi sempre aqui e esta é a minha realidade. Normalmente passo para o papel o que vejo. Se tivesse vivido noutro sítio talvez desenhasse outras coisas”, explica. Mas a sua mente é fértil e, por vezes, busca outras paragens e outras personagens. África, por exemplo, também se encontra muitas vezes patente nos seus desenhos. “Há coisas que me vão saindo e não sei explicar porque me surgem. Há figuras que são apenas coisas que me ocorrem. Por vezes penso em fazer uma coisa,

mas depois acaba por sair outra. Depende do momento, de como o desenho corre”, diz. Vilas não recorre a qualquer técnica especial, até porque o seu modo de desenhar, a sua arte, nasceu-lhe “naturalmente”. “Nunca tive qualquer formação e também nunca senti necessidade em a ter. Esta, como costumo dizer, é uma arte muito minha e sou eu que procuro e defino a técnica que uso”. Garante que, normalmente, as pessoas gostam dos seus trabalhos; no entanto, embora tenha sempre os desenhos “a preços de saldo”, “nem sempre é possível vendê-los”. Desenha quando lhe apetece e não segue qualquer tipo de rotina. “Tenho feito centenas de desenhos e sempre descontraidamente, sem qualquer imposição.

Às vezes pedem-me e faço. Outras vezes sento-me no café e agarro nos papéis. Ao fim de semana, normalmente, se me apetece, mesmo que seja só na brincadeira, também os faço”. O que também já fez foram algumas exposições, mas, por sua vontade, fazia muitas mais, até porque matéria-prima não lhe falta. Afeiçoou-se ao preto e branco. “São estas as cores de que gosto. Mas já fiz desenhos, sempre a caneta, a cores. Até ando a pensar em fazer coisas diferentes, mas às vezes é preciso que chegue o momento certo e esse momento ainda não chegou”, garante. E acrescenta: “Queria ver se descobria novas técnicas para fazer um desenho do Alentejo, mas um Alentejo diferente. O Alentejo onde não aparecessem os burros, os porcos, as ovelhas, os montes. Queria fazer uma coisa mais modernizada, mas ainda não encontrei aquilo que quero. Pode ser que um dia descubra”. Até lá, continua com os papéis e com as canetas, às voltas. “Nunca gostei de copiar, sempre gostei de criar”. E é isso que continua a fazer. “Faço tudo ao pormenor e dá muito trabalho. Costumo dizer que esta é uma brincadeira muito séria”.


Diário do Alentejo 27 abril 2012

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As poucas propostas que foram feitas [pelo atual Governo] no sentido de estimular o investimento e a criação de riqueza estavam todas condenadas ao fracasso porque foram experimentadas no passado e não inovaram em nada (…) não vejo uma única política que estimule o emprego na realidade, a não ser meia dúzia de chavões que se dizem e que não têm qualquer eficácia (…) o discurso [governamental] é exatamente o mesmo (…) até enjoa. João Paulo Ramôa, presidente da concelhia de Beja do PSD à Rádio Pax, 23 de abril de 2012

Opinião

A cal para caiar o universo Ruy Ventura Poeta e ensaísta

Em tempo de profunda depressão nacional, a OVIBEJA abre hoje as suas portas ao público. Mas não as abre à crise económica que está instalada no nosso país. Pelo menos é o que garante Manuel Castro e Brito, diretor da feira, justificando as suas palavras com o acréscimo do número de expositores na presente edição da Ovibeja. O que, refere, aliado às exposições temáticas e ao cartaz musical, será motivo para esperar verdadeiras enchentes no Parque de Feiras e Exposições de Beja. PB

A intensa relação com o luxo nas sociedades contemporâneas

A O

gostinho da Silva entrou na minha vida tinha eu pouco mais de dezoito anos. Nunca o conheci pessoalmente, mas ao longo de ano e meio mantivemos alguma relação epistolar. Não eram cartas circunstanciais as que fui recebendo do filósofo, mas textos que de uma forma concentrada, aforística, transportavam clarões que ainda hoje me iluminam. É certo que aproveitava, muitas vezes, as circunstâncias da minha correspondência ainda juvenil, mas aproveitava-as para lançar à terra sementes que só muito lentamente foram germinando. Sobre as comunidades linguísticas, económicas e políticas, por exemplo, disse-me em 24/5/1993: “A comunidade certa para Portugal tem agora início da parte do Brasil, […] é ainda imaginação dos do culto [do] Espírito que passaram às Américas no [século] XVI. Comunidade dos Povos de Língua Portuguesa. Um dia iremos mais em frente e seremos uma Comunidade Mundial dos Povos de Línguas Ibéricas. Pense só na extensão disto. Veja só quanto mundo. Das Baleares a Timor […]. Capital? Cada um a tenha dentro de si – e, no mapa, a adore como lhe for próprio em todos os aspetos do concreto e do transcendente.” No final da sua existência, Agostinho da Silva não escondia alguma desilusão em relação ao seu “apostolado”. Chegou a dizer-me: “em Portugal, já se escreveu bastante. Falta agir”. Um dia (17/3/1993), surpreendeu-me com uma máxima que passou a ser um farol, quase uma regra de vida: “O fundamental é que não acabemos por dentro – e o que temos que estabelecer é como vamos viver num mundo tão complicado. Temos que viver plenamente por dentro e daí tirar a cal para caiar o universo.” Este pensamento tinha confirmação nas suas convicções religiosas e no seu olhar sobre a criação humana e divina. A dada altura (22/9/1993) resolveu esclarecer-me: “Toda a religião que vale é apenas a crença que se pode ter seguido que não é demonstrável por matemática, e que é, quanto a mim, a Credibilidade Absoluta, aquilo que é totalmente o de que nós todos temos uma centelha, o sermos todos criadores, mais ou menos apreciados, o que não importa; seja como for, criemos. E para o enjoo que tantas vezes o diário traz, o mesmo remédio que se usa a tudo [?]: Olhar o horizonte e escutar o grito da chegada, mesmo que o não haja.” Cristão com raízes na humildade da doutrina franciscana, ensinou-nos a transcender a existência, a chegar à vida pelo serviço: “A quem jamais me dá ordens / faço o que não apeteço / mas sou contra se alguém manda / pois sirvo, não obedeço.” Em 13/8/1993 fez chegar aos meus olhos talvez o seu maior desejo: “E quem sabe se não seremos todos um dia de uma Ordem Geral dos Irmãos Servidores, que só daqui a muito[s], muito[s] anos tenha estatuto e cuja Regra essencial seja a de nunca mandar, mas servir, e com gosto e com agradecimento.” No dia em que esta aspiração profética se concretizar, terá o mundo um novo paradigma. Chegará então a fraternidade universal, a que muitos chamam a Idade do Espírito Santo. Que assim seja!

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Beja Santos Defesa do consumidor

título parece uma extravagância: o luxo eterno, da idade do sagrado ao tempo das marcas, a modos que assunto exclusivamente interessante para estudiosos, com pouco ou nada a ver com o nosso viver quotidiano. Pois nada é assim, O luxo eterno (por Gilles Lipovetsky e Elyette Roux, Edições 70, 2012) é muito mais que uma viagem à história do luxo, leva-nos a compreender como é que o luxo ganhou tanta popularidade, tem expressão democrática e confere ao consumidor o reconhecimento de que lhe assiste o direito a escolher o supérfluo e o personalizado, a dispor de signos de prestígio. Porque se desenvolve a cultura do luxo, estamos todos mais ou menos envolvidos no culto das marcas e não é por acidente que a expansão da contrafação representa cerca de cinco por cento do comércio mundial. É um facto que estamos a assistir a uma consagração contemporânea do luxo. A discussão entre o que é essencial e o que é supérfluo começou na noite dos tempos. Recorde-se o que William Shakespeare diz na sua tragé“Para toda uma dia “Rei Lear”: “O último dos categoria de mendigos tem sempre qualquer coisa de supérfluo! Reduza-se consumidores a natureza às necessidades de produtos de da natureza e o homem é um grande luxo animal”. (estrelas, ídolos, Com a industrialização maetc.) trata-se não ciça, o luxo muda de forma e tanto de pertencer natureza: surgem os automóveis de prestígio, um topo de a um grupo ou de gama só acessível a um grupo testemunhar um estado de riqueza de eleitos, a alta-costura digna-se fazer algumas concessões mas de exprimir ao pronto-a-vestir, e onde havia uma personalidade criadores verificou-se que essingular, uma tes passaram a pactuar com as classes poderosas e a satisfazeoriginalidade, um rem o snobismo. gosto pessoal E no presente? Os autores liberto de formas avançam com uma observae cenários ção: “O universo do luxo já não convencionais. funciona exclusivamente seHoje, o luxo está gundo a oposição clássica dos mais ao serviço da mais ricos e dos menos ricos, promoção de uma dos dominantes e dos domiimagem pessoal do nados, dos herdeiros e dos novos-ricos. Para toda uma caque uma imagem tegoria de consumidores de de classe”. produtos de grande luxo (estrelas, ídolos, etc.) trata-se não tanto de pertencer a um grupo ou de testemunhar um estado de riqueza mas de exprimir

uma personalidade singular, uma originalidade, um gosto pessoal liberto de formas e cenários convencionais. Hoje, o luxo está mais ao serviço da promoção de uma imagem pessoal do que uma imagem de classe”. É assim que se tem que entender a relação entre o luxo e o individualismo. Os autores analisam igualmente o luxo no feminino e no masculino. O luxo e as marcas no contexto da atual sociedade de consumo são detalhados na evolução relativamente recente das grandes fusões e concentrações dos grupos económicos, isto ao nível das bebidas, da perfumaria, da indumentária, da cosmética, das malas e sacos de luxo. “A moda passa, o estilo fica!”. Quem pratica o luxo privilegia os signos, os códigos, valoriza o sentido, os valores distintivos da marca ou a sua ética. É esse o grande esforço que todo o setor do luxo tem de ter, oferecendo identidade às suas marcas, intensificando o desejo, lançando a cobiça em todos os nichos de negócios. Será esta estrutura que leva os autores a classificarem o luxo na sua medida eterna, a distinção social que os altamente favorecidos anseiam para pairar acima do luxo individual e coletivo.

Crise, criatividade e solidariedade Manuel António Guerreiro do Rosário Padre

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pesar das diferentes visões, abordagens e propostas de solução, parece haver alguma convergência na aceitação da realidade dura e crua da crise que atravessa a sociedade portuguesa (e não só, mas também) e que afeta, em particular, os mais fragilizados, ameaçando deixar sulcos profundos no tecido humano, social e económico, de consequências ainda imprevisíveis, e sem que a solução se vislumbre com clareza. A superação da crise, ou das crises, não passa apenas, penso eu, pelo Estado e por quem governa, por planos ou projetos estratégicos de caráter estrutural ou conjuntural, por opções de cariz meramente económico, mas depende também de nós, simples cidadãos, na medida em que formos capazes de dar à luz novos projetos, ou de conferirmos renovado vigor aos que já existem, e nem sempre foram devidamente valorizados. São, por isso, necessárias iniciativas que invertam a lógica pessimista, que teima em não nos abandonar, gestos ousados, concretos, continuados, de partilha e solidariedade, para além dos ciclos eleitorais e das estratégias de poder, independentemente do espaço reservado nas primeiras páginas dos principais mass media. O nosso ADN de povo e nação tem-se caracterizado, ao longo dos séculos, pela capacidade, quase genial, de fazer das fraquezas forças e de encontrar soluções audazes para problemas que pareciam de solução impossível. Porque não reconhecemos isso e procuramos, de novo em nós, a força, as capacidades e caminhos de esperança e de superação? O nosso ADN, que eu saiba, não se alterou, e se “ontem” os nossos antepassados foram capazes de partir, contra ventos e marés, e os “velhos do Restelo”, porque não seremos nós hoje capazes de vencer e transformar os “Cabos das Tormentas” em “Cabos da Boa Esperança”? Está nas nossas mãos superar o fatalismo e o pessimismo que paralisam, os protecionismos e dependências que infantilizam. Fomos e somos capazes de vencer. Basta querer!


Outra das grandes iniciativas que anualmente ocorrem em Beja, a VINIPAX, é que está em risco de não se realizar este ano. A Câmara Municipal de Beja, entidade organizadora do evento, anda à procura de parceiros para não o deixar cair. Tanto mais que se trata de uma das principais mostras de vinhos do Sul. Mas, segundo o “DA” noticiou há algum tempo, a autarquia ainda nem pagou as despesas referentes à edição do ano passado. PB

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Na última tentativa de reunir os membros da ASSEMBLEIA DISTRITAL DE BEJA, os presidentes da Câmara de Beja e da Assembleia Municipal de Vidigueira encetaram uma das cenas mais tristes de que há memória no associativismo intermunicipal regional. Uma repugnante troca de palavras que por pouco não chegou a vias de facto. E que escurece ainda mais a ideia que as pessoas têm dos políticos e da política. PB

Há 50 anos

Histórias de Abril (4)

A 25 de abril os fascistas ameaçavam o 1.º de Maio

Cartas ao diretor

A cadeira que protege o general

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A minha cidade é uma cidade triste

que dizia o “Diário do Alentejo” há meio século, na edição de 25 de abril de 1962, vinha ainda longe a Revolução dos Cravos? O editorial (“Nota do Dia”), dedicado aos “Soldados da Paz”, sublinhava que “é uma missão abnegada, de puro sacrifício pela vida e bens do semelhante, a missão do bombeiro voluntário”. O texto elogiava o papel desempenhado pela Associação dos Bombeiros Voluntários de Beja e apelava à inscrição de jovens na corporação. A primeira página – na verdade a única com notícias; nas outras três havia continuações dos artigos da “capa”, alguns textos de opinião e, sobretudo, anúncios – incluía as secções habituais: “Beja Dia-a-Dia”, “Notícias de ontem e de hoje pelo País e do estrangeiro”, “Diário de Além-mar” e “Informação desportiva”. Uma informação destacada, intitulada “Regime de trabalho a observar no dia 1 de Maio”, transcrevia na íntegra um comunicado do Ministério das Corporações e Previdência Social. (Um parêntesis para explicar que estavam previstas para esse 1.º de Maio, Dia Internacional do Trabalhadores, greves e manifestações convocadas pelo Partido Comunista Português, na clandestinidade). Rezava então assim o comunicado do governo salazarista, ameaçando e tentando desmobilizar a participação dos trabalhadores nas comemorações (proibidíssimas) do 1.º de Maio: “Comemorando-se tradicionalmente, em algumas empresas fabris e comerciais, o dia litúrgico de São José Operário, que coincide com o dia 1 de Maio, e tendo surgido dúvidas a esse respeito motivadas por uma recente campanha orientada no sentido de evitar tais comemorações ou de lhes emprestar um significado diferente, o Ministério das Corporações comunica não haver qualquer conveniente nos referidos festejos, quando estes se mantenham com as características dos anos anteriores. Convém no entanto esclarecer que toda e qualquer alteração ao regime normal do trabalho, para este efeito julgada indispensável, deverá, de harmonia com a regulamentação em vigor, ser requerida com a necessária antecedência às delegações do Instituto Nacional do Trabalho e Previdência dos respectivos distritos e, em Lisboa, à Direcção-Geral do Trabalho. Este esclarecimento tem em vista evitar a intervenção da Inspecção do Trabalho e o possível levantamento de autos susceptíveis de levar ao encerramento das empresas que procedam de má-fé e ao despedimento definitivo dos trabalhadores que faltem ao cumprimento dos preceitos legais.” Apesar das ameaças dos fascistas, o 1.º de Maio de 1962 foi assinalado em Lisboa e no País com greves e manifestações envolvendo milhares de trabalhadores... Carlos Lopes Pereira

Manuel Dias Horta Beja

No vazio da imaginação, na míngua das competências, na rutura dos cofres públicos e no finito das esperanças, a minha cidade parou no tempo. “Não há dinheiro”, dizem. Irá acabar o mundo? Capital da maior região agrícola do País, cujos agricultores carregam consigo o estigma do subsídio – dependência, negando-lhes a dignidade de contribuírem, tal como os outros parceiros para o desenvolvimento do seu país. É preciso desmistificar este conceito. Um subsídio não é senão o que o Estado soberbo e caloteiro dá com uma mão e retira com as duas. Um comércio f luorescente, mutilado e que já não terá descendentes dos atuais comerciantes. Doutras bandas vieram Quem tem outras sensibilidades. Sem indústria, porque a crise afeta as outras duas atividades. Nem o encanto duma rua velhinha, nem a novidade de uma avenida nova, nem a beleza duma aguarela, de tons fortes, aliviam a angústia da minha cidade. Temos a Ovibeja à porta e vamos todos sorrir.

Portugal sequestrado e a morrer Ramiro Morais Beja

Dias sombrios, noites piores Sofre a terra que um dia foi Portugal Entregue a porcos, bandidos, devoradores Que tanto gosto sentem em espalhar o mal. À guarda e polícia, dos mandantes, Faltam tomates e mais que esses valores Mas se o povo desejar ações maiores, Para esses terá porradas bastantes. – Empobreçam, emigrem, desapareçam, Só assim haverá riqueza e paz, Independente das coisas que aconteçam, Morram os que morram, tanto faz. Pois que venha já o golpe mais fatal E abafe os futeboys e novelas, Quem ficar faça um lindo funeral E que cave muitas covas, porque enchê-las Tratou a corja ministerial Eu já ouço um cantar, sob as estrelas, É o canto do cisne de Portugal.

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eja, junho de 1976. Aquele podia ter sido um domingo igual a tantos outros para os quatro amigos que tinham vindo à cidade ver o futebol: no fim do jogo do Desportivo, no Flávio Santos, passariam pela “Girafa”, onde beberiam umas imperiais antes de regressarem à sua aldeia. Só que, nesse dia, estava marcado um comício de Ramalho Eanes, candidato a ser o primeiro Presidente da República eleito após a conquista da democracia, dois anos antes. Numa época em que a política era vivida com muita paixão, a curiosidade levaria os quatro amigos de Santa Vitória a regressar à sua terra umas horas mais tarde. Pelo sim pelo não deixaram o carro junto ao liceu, a uma distância considerável do local do comício, não fosse a coisa dar (como deu) para o torto. Ao passarem pelas Portas de Mértola encontram um conhecido, militante do PCP, que lhes diz que, por indicação do partido, e para que não houvesse problemas com os seus militantes, estes tinham sido “aconselhados” a ir para o centro de trabalho na rua Ancha. Desse modo estaria também defendido de eventuais ataques que poderiam acontecer numa tarde que se previa atribulada. O local do comício era, logo à partida, propício a confrontos, já que o palco se encontrava no largo dos Duques, onde se concentravam os apoiantes de Eanes, enquanto que num local superior, junto ao largo do Museu, se encontravam os contestatários. Estes eram, na sua maioria, apoiantes da candidatura de Otelo, enquanto que entre os apoiantes de Eanes, se encontravam militantes e simpatizantes do CDS ao MRPP, e à AOC, passando pelo PS e PSD (numa panóplia de ideologias bem estranha). Os confrontos começaram por ser apenas verbais, até que, de um lado e de outro, começam a voar pedras, que ameaçavam a integridade física dos presentes e até a realização do comício. O próprio Eanes, numa calma verdadeiramente olímpica, segura na cadeira onde estava sentado e, para se proteger, coloca-a sobre a cabeça, numa posição muito pouco ortodoxa. Entre palavras de ordem, insultos e pedradas, eis que, de repente, se ouve aquilo que parece ser um tiro, vindo não se sabe bem de onde, e muito menos disparado por quem. Só que, na sequência desse som, surgem (talvez do largo de Santa Maria) dezenas de polícias, equipados com capacetes, escudos e bastões que desatam a subir a rua, dispersando quer os opositores do comício quer os simples mirones. Todos se espalham por tudo quanto é sítio, procurando fugir a umas dolorosas bastonadas: rua dos Infantes, rua do Touro, rua Conde da Boavista, largo de São João. No meio desta confusão encontravam-se os quatro amigos que, não estando em nenhum dos campos em confronto, já que apenas estavam lá para assistir aos acontecimentos, também se viram obrigados a correr à frente da polícia. Quis o destino que, ao passarem em frente às portas do Cineteatro Pax Julia (onde estava a decorrer a sessão da tarde do cinema), um deles ter sido reconhecido pelo porteiro (na altura, contínuo no Liceu de Beja) que se encontrava no interior. Num gesto que deve ter misturado a solidariedade e a pena abriu as portas, por onde se precipitaram os quatro, mais alguns dos que fugiam à polícia. Salvos pela Cultura, podemos, sem quaisquer dúvidas, salientar. Só após um longo período de tempo (entretanto acabara a matiné), é que conseguiram sair do Pax Julia e voltar para a sua aldeia. Desta história, felizmente sem vítimas mortais (como acontecera em abril desse ano, em Beja, e também nessa mesma campanha eleitoral, em Évora), ficam também os processos judiciais abertos a 14 dos contestatários, os quais viriam a ser absolvidos apenas em 1981. E um general de poucas falas e menos sorrisos, que os portugueses conheceram apenas no dia 25 de novembro de 1975 e que viriam a eleger como seu Presidente por duas vezes, exercendo a máxima magistratura política entre 1976 e 1986. José Filipe Murteira

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Beja parece uma unidade militar razoavelmente consistente, numa zona onde existia uma grande tradição antifascista e que apoiou fortemente a campanha eleitoral de Humberto Delgado. Isto desconhecendo-se ainda que existiam no quartel elementos favoráveis à revolta, pois tal só se veio a saber depois.

Entrevista

Hipólito Santos apresenta livro sobre o assalto ao quartel de Beja

A revolta dos “indignados” de 1961 Um livro recentemente lançado vem fazer luz sobre o assalto ao quartel de Beja, na madrugada de 1 de janeiro de 1962, por civis e militares oposicionistas. Escrito por José Hipólito

A intenção era essa... Quando em 1 de janeiro de 1962 o general Humberto Delgado chegou a Beja para assumir a direção da revolta, pensava-se que haveria uma grande movimentação popular, não só no Alentejo como no Ribatejo e noutras zonas tradicionalmente contestatárias do regime, como Lisboa e a margem sul. Previa-se, simultaneamente, a adesão das unidades militares – e com isso o governo seria derrubado.

Santos, A Revolta de Beja descreve os meandros do golpe com base em documentos inéditos e na experiência pessoal do autor. Ao mesmo tempo, pretende fazer justiça aos “bravos de Beja”, que Hipólito Santos compara aos “indignados” dos nossos dias. O “Diário do Entrevista de Alberto Franco

Houve tentativas de recrutamento de revoltosos em Beja?

Os militares implicados na revolta não conheciam em pormenor os planos dos civis. Estes também desconheciam parcialmente a tática dos militares. Essa desconfiança não era, desde logo, um fator de derrota?

Qual a situação da oposição portuguesa em 1961?

A oposição nunca conseguiu unir-se para derrubar o regime. Essa foi sempre uma das suas fraquezas. Mas no final dos anos 50 há um elemento novo, a campanha eleitoral de Humberto Delgado, que veio dar uma feição completamente diferente à oposição. Enquanto até aí ela tinha sido conduzida por um conjunto de personalidades da esquerda e da direita democrática, Delgado levou a oposição à rua. Surgiu uma dinâmica totalmente nova no confronto com a situação. Beja é feita essencialmente por civis não enquadrados politicamente, como os jovens trazidos por Manuel Serra, um antigo militante católico que aparecia junto da juventude com uma linguagem completamente nova. Participaram também elementos ligados ao PCP, das zonas de Almada e do Barreiro, mas que já não estavam de acordo com a forma como o partido estava a conduzir a oposição ao regime. A Revolta de Beja, gizada por Humberto Delgado, veio romper as tradicionais divisões da oposição e colocar-se acima delas.

à revolta, pois tal só se veio a saber depois.

Que eu saiba, existiram apenas contactos entre Manuel Serra e um advogado oposicionista da cidade. No entanto, há indicações de que à hora da revolta estavam grupos em vários cafés e tabernas de Beja, que não sabiam exatamente o que ia acontecer, mas esperavam qualquer coisa…

Alentejo” entrevistou-o. DR

Se o quartel de Beja tivesse sido tomado e as demais ações previstas no plano da revolta de 1961 não tivessem falhado, Salazar teria caído?

Havia medo e uma desconfiança mútua. Como disse um inspetor da PIDE, “a nossa maior vitória foi termos conseguido instalar o medo na sociedade portuguesa”. Toda a gente tinha medo. O capitão Varela Gomes só confiava nos civis que fossem muito politizados. Por sua vez, Manuel Serra desconfiava dos militares. Se estes não o punham ao corrente dos seus planos, ele fazia o mesmo. Isso contribuiu para a derrota, claro. O PCP foi informado da preparação da revolta?

católicos, outros socialistas, anarquistas e comunistas. Ser cooperativista era uma forma de ser da oposição, embora mais disfarçada.

Quais as suas ligações à oposição?

Quem foram os autores do plano da Revolta de Beja?

Eu estava ligado ao movimento cooperativo e ao grupo da revista “Seara Nova”. No cooperativismo encontrava-se gente nova, que se queria posicionar de forma diferente contra o regime. Uns

Foram o Manuel Serra e o general Delgado, que no Brasil, onde estavam exilados, elaboraram o Plano Íkaro, que previa destituir Salazar através de um golpe que juntasse militares e civis. Com isto, o Plano

Íkaro reproduz, de alguma maneira, o Golpe da Sé, em 1959. Com uma diferença: Manuel Serra já não acredita na colaboração dos militares, pois na Sé muitos tinham desistido à última da hora. Porquê a escolha de Beja para local da insurreição?

Na sua versão inicial, o Plano Íkaro previa o ataque a um quartel do Norte, mas chegou-se à conclusão que aí as coisas seriam

difíceis. Procurou-se depois uma unidade no Sul, que permitisse a Humberto Delgado chegar, ocupar o terreno e lançar a sublevação nacional. Beja parece uma unidade militar razoavelmente consistente, numa zona onde existia uma grande tradição antifascista e que apoiou fortemente a campanha eleitoral de Humberto Delgado. Isto desconhecendo-se ainda que existiam no quartel elementos favoráveis

Pela minha parte, informei Herberto Goulart, que eu sabia que era militante do PCP, do que se iria passar. Antes, houve militantes comunistas de Almada e do Barreiro que aderiram à revolta e transmitiram essa informação aos seus “controleiros”. Numa primeira fase estes disseram-lhe que tivessem cuidado, mas que seguissem para a frente. No momento do golpe, porém, o PCP terá dado instruções aos seus militantes para recuarem, o que no caso do grupo de Almada não teve consequências práticas, mas no grupo do Barreiro sim. O que levou esses militantes a envolverem-se no golpe, à revelia do partido?

Estavam contra a linha do PCP.


Cooperativista, político e historiador da resistência

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ascido no Porto, em 1932, José Hipólito Santos entrou para as fileiras do antissalazarismo através do movimento cooperativo. Redator da revista “Seara Nova”, divulgadora dos ideais democráticos e cooperativistas, presidiu ao Ateneu Cooperativo. Pertenceu ao MUD-Juvenil e foi um dos implicados no Golpe da Sé, na madrugada de 11 para 12 de março de 1959, uma tentativa de derrube do poder salazarista que juntou militares e civis católicos. Seguiu-se a participação na revolta de Beja, que lhe valeu 18 meses de prisão, apesar de não ter sido julgado. Exilado em Argel e depois em Paris, Hipólito Santos foi dirigente da LUAR – Liga de Unidade e Ação Revolucionária –, organização antifascista liderada por Palma Inácio, experiência que relatou no seu livro anterior, Felizmente houve a LUAR (2011). Participou no Maio de 68, como membro do comité de ação da École Pratique des Hautes Études (Sorbonne). Regressado a Portugal após o 25 de Abril, envolveu-se novamente na luta política, tendo sido dirigente do PRP. Na vida profissional, o socioeconomista Hipólito Santos lecionou na capital francesa, na Universidade Paris XIII, e em Lisboa, no ISEG e no ISPA. Foi perito das Nações Unidas e membro das redes Alliance Pour Un Monde Responsable, Pluriel et Solidaire e DRD-Démocratiser Radicalement la Démocratie. AF

Nesse momento o partido defendia a coexistência pacífica, por reconhecer que não havia condições em Portugal para qualquer ação armada. A oposição ao regime devia processar-se através de movimentos de massas, greves, etc. Mas havia militantes que não concordavam. A PIDE tinha conhecimento prévio da revolta?

Eu cheguei à conclusão que não. O que se sabia é que Humberto Delgado e o Manuel Serra estavam em Marrocos, e que o general dissera que até ao fim do ano de 1961 derrubaria Salazar. Marrocos estava nessa altura na mira da PIDE, porque era ali que se concentravam as forças anticolonialistas portuguesas. As notícias que corriam apontavam para um desembarque no Algarve de um comando chefiado por Manuel Serra, que teria intenções de se refugiar numa montanha para iniciar a luta armada. Mais ou menos como Fidel Castro fizera em Cuba, na Sierra Maestra. A PIDE levou tão a sério estas informações que entre outubro e dezembro de 1961 criou um dispositivo de segurança nas unidades militares do Sul. Mas nunca lhes passou pela cabeça que estivesse em preparação a tomada do quartel de Beja. Em que circunstâncias se deu a sua prisão?

Eu já era conhecido da PIDE por pertencer à “Seara Nova”. A partir do momento em que soube que o meu irmão, tenente Alexandre Hipólito Santos, tinha aderido à revolta, calcularam logo que eu também estava implicado. Cometi um erro e acabei por ser preso no Barreiro. Os revoltosos foram depois considerados como aventureiros e irresponsáveis….

Viram a sua imagem denegrida por todos. Porque era gente da rua, sem preparação política, ou porque eram militantes do PCP que se deixaram embalar pelas promessas da burguesia, etc. Eu passei um ano e meio com eles, na prisão, e vi que eram pessoas sadias, que se revoltavam espontaneamente contra a prepotência da autoridade, sem se submeterem a ditames partidários. Comparo-os aos “indignados” de hoje: era gente que não aceitava mais a lógica dos partidos e das instituições oposicionistas, mesmo se tinham militado nelas. Estavam indignados com a situação e não a aceitavam.

Um livro contra o “preconceito”

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golpe de Beja enquadrou-se no chamado “Plano Íkaro” – uma operação que visava mobilizar civis e militares para o derrube do regime salazarista. Embora tivesse estado na cidade alentejana, José Hipólito Santos não participou diretamente na insurreição. Teve, no entanto, um papel significativo na sua preparação, ao apresentar ao capitão Varela Gomes o seu irmão, o tenente Alexandre Hipólito Santos, um dos que facilitou a entrada dos revoltosos no quartel de Beja. Com o livro A Revolta de Beja (Âncora Editora), Hipólito Santos pretende não apenas apresentar uma versão fidedigna do golpe, baseada em entrevistas e documentos inéditos, como fazer justiça aos “bravos de Beja” e destruir o “preconceito” que os reduziu a jovens românticos “possuídos pelo aventureirismo”. O ano de 1961 tinha sido péssimo para o governo de Salazar: assalto ao paquete “Santa Maria”, início da guerra colonial, golpe do general Botelho Moniz, assalto a um avião da TAP, ataque da União Indiana a Goa… Exilados no Brasil, o general Humberto Delgado e o militante antifascista Manuel Serra acreditaram que era a altura certa para dar o golpe final na ditadura. Com ajuda de outros oposicionistas, gizaram o Plano Íkaro, mais tarde materializado numa revolta que incluía a tomada do quartel do Regimento de Infantaria n.º 3, em Beja, a sublevação de unidades militares noutras regiões, corte de estradas, ações de agitação em diversas localidades e, finalmente, a entrada no País de Humberto Delgado, que faria uma proclamação. Segundo Hipólito Santos, “havia a convicção generalizada de que bastava atear o fogo num ponto para este se propagar por toda a parte”. Até ao

dia da revolta houve uma morosa preparação, que envolveu a procura de meios logísticos, o recrutamento de civis – havia o “grupo de Almada” e o “grupo do Barreiro” – e as tentativas para conseguir a adesão dos militares. Reticente a princípio, o capitão Varela Gomes acabou por aceitar o comando militar da rebelião. Mas, estranhamente, não conhecia em pormenor os planos de Manuel Serra, chefe dos revoltosos civis, nem este estava totalmente a par da tática do capitão. Depois de duas tentativas abortadas, a 2 e 9 de dezembro, chegou a hora da verdade. Na madrugada chuvosa de 1 de janeiro de 1962 os sublevados entraram facilmente no quartel. Mas uma sucessão de adversidades, das quais a principal foi a perda de Varela Gomes, baleado pelo segundo comandante do regimento, major Calapez, levou ao malogro do golpe. Era Varela Gomes “quem detinha todas as chaves da revolução: era o chefe militar e político, o estratega, quem sabia o que fazer a seguir, quem detinha os contactos dos que deveriam entrar na segunda fase. Nenhum dos outros oficiais tinha autoridade nem força para o secundar”, assinala Hipólito Santos. Por ironia, o carro que conduzia Varela Gomes ao hospital cruzou-se com a viatura em que Humberto Delgado chegava a Beja para comandar a revolução. Já era tarde… Quase minuto a minuto, Hipólito Santos narra a evolução do golpe, desde a rocambolesca perseguição a Calapez, que teve “foros de surrealismo”, até à indecisão resultante “do desespero que se tinha apoderado dos revolucionários”. À derrota seguiu-se “a maior operação repressiva da história do fascismo”, que levou à detenção de centenas de pessoas, entre as quais o próprio autor, que cumpriu 18 meses de prisão. AF

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Diário do Alentejo 27 abril 2012

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1.º Encontro de Citroen’s 2 CV em Beja

Diário do Alentejo 27 abril 2012

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O 1.º Encontro de Citroens 2 CV que hoje se inicia na cidade de Beja, e decorre até ao próximo domingo, é uma iniciativa do Grupo Bicavalista Os Faruk’s de Beja.

Futebol juvenil

Beja Atlético Clube O XII Grande Prémio de Pista do Beja Atlético Clube realiza-se na tarde de amanhã, pelas 15 horas, na pista do Complexo Desportivo Fernando Mamede. Trata-se de uma prova integrada nas comemorações do 25 de Abril.

Desporto

O Moura regressa à 3.ª Divisão Nacional

Quem com ferros mata... Como há muito se previa, o Moura Atlético Clube está oficialmente despromovido e, por ironia, o empate conseguido em Reguengos sentenciou a descida dos locais. Texto Firmino Paixão

M

as importa rebobinar o filme do campeonato, determo-nos na jornada 14, no início do ano, e recordar que a vitória do Atlético de Reguengos

em Moura (3/0) marcou de forma determinante o ciclo negativo que a equipa sul alentejana iniciou a partir daí. No final dessa jornada o Moura ocupava o 11.º lugar, acima da linha de despromoção. À época em que recebeu a equipa de Reguengos, o Moura tinha 15 pontos (4V/3E/8D), agora tem apenas mais nove do que então (6V/6E/17D) e no seu campo só voltou a ganhar ao Caldas e ao Fátima. Chegam os argumentos para mostrar a influência, para além de outros efeitos colaterais,

que esse jogo teve no rendimento da equipa mourense, e lembrar o ditado popular “quem com ferros mata, com ferros morre”. E foi um pouco isso que aconteceu na semana passada no Campo Virgílio Durão onde o Moura, empatando a partida, determinou a descida antecipada do Reguengos, antecipada porque as esperanças eram poucas. No domingo vai a Moura o Estrela de Vendas Novas, uma equipa que começou no topo da tabela, mas se o campeonato se prolongasse haveria de sofrer pela manutenção.

Mineiro volta a jogar em casa

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3.ª Divisão Aljustrelense esteve a perder por 2-0 mas chegou ao empate Distrital 1.ª Divisão 24.ª jornada

At. Reguengos-Moura........................................................3-3 Louletano-Monsanto ........................................................ 1-0 Fátima-Carregado ...............................................................2-1 Pinhalnovense-Sertanense ..............................................1-1 Juventude Évora-Torreense .............................................3-1 Mafra-Tourizense ................................................................2-1 Caldas-Oriental ................................................................... 0-0 Est. Vendas Novas-1.º Dezembro.....................................0-1

Aljustrelense-Farense ........................................................2-2 Quarteirense-Esp. Lagos ...................................................2-2 Sesimbra-Messinense ....................................................... 0-0

Odemirense-Castrense..................................................... 1-0 FCSerpa-Almodôvar ...........................................................0-1 Ferreirense-Panoias .......................................................... 1-0 Rosairense-Sp.Cuba............................................................2-2 S.Marcos-Milfontes ............................................................ 4-6 Aldenovense-Vasco da Gama ..........................................1-3 Desp.Beja-Guadiana ......................................................... 1-0

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17 16 14 16 14 13 10 11 11 9 7 7 5 5 6 3

6 7 11 5 8 7 15 10 4 5 11 10 11 11 6 9

6 6 4 8 7 9 4 8 14 15 11 12 13 13 17 17

49-30 49-17 46-27 47-31 54-38 28-30 33-22 37-31 34-33 29-39 27-34 26-29 31-48 23-41 27-56 17-51

57 55 53 53 50 46 45 43 37 32 32 31 26 26 24 18

Próxima jornada (29/4/2012): Monsanto-At. Reguengos, Carregado-Louletano, Sertanense-Fátima, Torreense-Pinhalnovense, Tourizense-Juventude Évora, Oriental-Mafra, 1.º Dezembro-Caldas, Moura-Estrela Vendas Novas.

Campeonato Distrital de Iniciados (24.ª jornada): Serpa-Amarelejense, 5-0; Ourique-Odemirense, 1-3; Bairro da Conceição-Desportivo de Beja, 0-3; Ferreirense-Despertar, 0-3; Moura-Almodôvar, 0-0; Guadiana-Milfontes, 1-1. Classificação: 1.º Desportivo de Beja, 64 pontos. 2.º Odemirense, 55. 3.º Moura, 50. 4.º Serpa, 44. 5.º Despertar, 39. 6.º Guadiana, 30. 7.º Almodôvar, 29. 8.º Amarelejense, 26. 9.º Milfontes, 23. 10.º Ferreirense, 19. 11.º Bairro da Conceição, 18. 12.º Ourique, oito. 13.º Negrilhos, seis. Próxima jornada (29/4): Amarelejense-Ourique; Odemirense-Bairro da Conceição; Desportivo de Beja-Ferreirense; Despertar-Moura; Almodôvar-Guadiana; Milfontes-Negrilhos. O Desportivo de Beja é campeão distrital e acedeu ao escalão nacional.

Taça Dr. Covas Lima (infantis 4.ª jornada): Série A: Despertar B-Santo Aleixo, 3-4; Aldenovense-Núcleo Sportinguista de Beja, 4-6; Sporting de Cuba-Alvito, 4-1. Classificação: 1.º N.S.Beja, 12. 2.º Santo Aleixo, nove. 3.º Despertar B, seis. 4.º Sporting de Cuba, seis. 5.º Aldenovense, três. 6.º Beringelense, zero. 7.º Alvito, zero. Próxima jornada (28/4): Despertar B-Sporting de Cuba; Aldenovense-Alvito; Beringelense-Santo Aleixo. Série B: Bairro da Conceição-Milfontes, 0-5; Almodôvar-Castrense, 1-3; Ourique-Aljustrelense, 3-3. Classificação: 1.º Castrense, 12. 2.º Almodôvar, sete. 3.º Ourique, sete. 4.º Aljustrelense, cinco. 5.º Milfontes, três. 6.º Bairro da Conceição, zero. Próxima jornada (28/4): Aljustrelense-Bairro da Conceição; Milfontes-Almodôvar; Castrense-Ourique.

Nacional 3.ª Divisão – Subida 5.ª jornada

29 29 29 29 29 29 29 29 29 29 29 29 29 29 29 29

Campeonato Distrital de Juvenis (14.ª jornada): Desportivo de Beja-Boavista, 7-3; Aljustrelense-Castrense, 0-5; Aldenovense-Sporting de Cuba, 0-0; Despertar-Moura, 5-2. Classificação final: 1.º Despertar, 42 pontos. 2.º Desportivo de Beja, 33. 3.º Moura, 27. 4.º Castrense, 21. 5.º Aldenovense, 15. 6.º Sporting de Cuba, 11. 7.º Aljustrelense, nove. 8.º Boavista, sete. O Despertar sagrou-se campeão distrital a acede ao escalão nacional.

Campeonato Distrital de Benjamins (4.ª jornada): Castrense-Ferreirense, 1-6; Aldenovense-Despertar B, 2-6; Renascente-Sporting de Cuba, 1-7. Classificação: 1.º Despertar B, 10 pontos. 2.º Sporting de Cuba, nove. 3.º Ferreirense, sete. 4.º Aldenovense, seis. 5.º Castrense, três. 6.º São Teotónio, zero. Próxima jornada (28/4): Castrense–Aldenovense; Ferreirense-Renascente; Sporting de Cuba-Despertar B.

Nacional 2.ª Divisão 29.ª jornada

Fátima Oriental Torreense Pinhalnovense Carregado Louletano Mafra Sertanense Es. Vendas Novas Juventude Évora Tourizense 1.º Dezembro At. Reguengos Monsanto Moura Caldas

Campeonato Distrital de Juniores - (Jogo em atraso da 16.ª jornada): Amarelejense-Almodôvar, 2-1; Jogo antecipado à 18.ª jornada: Aljustrelense-Odemirense, 1-4. Classificação: 1.º Moura, 46 pontos. 2º Odemirense, 39. 3.º Castrense, 38. 4.º Desportivo de Beja, 25. 5.º Piense, 23. 6.º São Domingos, 20. 7.º Aljustrelense, 18. 8.º Vasco da Gama, 17. 9.º Amarelejense, 12. 10.º Almodôvar, 10. Próxima jornada (28/4): Amarelejense-Moura; Vasco da Gama-Almodôvar; São Domingos-Castrense; Desportivo de Beja-Piense. O Moura já é campeão distrital e acede à 2.ª Divisão Nacional de Juniores.

Campeonato Distrital de Infantis (4.ª jornada): Despertar A-Vasco da Gama, 4-1; Moura-Rio de Moinhos, 8-3; Odemirense-Guadiana, 4-1. Classificação: 1.º Despertar, 10 pontos. 2.º Odemirense, nove. 3.º Moura, quatro. 4.º Rio de Moinhos, quatro. 5.º Guadiana, quatro. 6.º Vasco da Gama, três. Próxima jornada (28/4): Despertar A-Moura; Vasco da Gama-Odemirense; Operário-Odemirense.

A esperança num lugar ao sol plantel do Mineiro Aljustrelense está a passar por tempos difíceis com os problemas financeiros do clube, mas o comportamento em campo tem sido exemplar. A cinco jornadas do termo desta fase final do Nacional da 3.ª Divisão, o Mineiro, que ainda joga três partidas em casa, está a três pontos do segundo lugar, posição que dá acesso imediato à 2.ª Divisão Nacional. A debilidade da tesouraria do clube e a menor assiduidade aos treinos podem deitar a perder esse objetivo, mas no domingo os atletas esquecem o que lhes vai na alma e deixam a pele em campo. Tem sido assim ao longo deste campeonato. Vimo-lo pela última vez há oito dias a empatar o Farense, depois de os algarvios estarem com dois tentos de vantagem. Será assim, estamos certos, no próximo domingo, quando entrarem em campo para defrontar o Esperança de Lagos, porque a eventual conquista de um lugar ao sol passa por mais um triunfo sobre a equipa do barlavento algarvio. FP

Campeonato Nacional de Juniores Fase de manutenção (6.ª jornada): Despertar-Lusitano de Évora, 1-2; União de Montemor-Oeiras, 1-1; Farense-Atlético, 2-0; Imortal-Desportivo Portugal, 0-1. Classificação: 1.º Atlético, 35 pontos. 2.º Oeiras, 30. 3.º Farense, 24. 4.º Lusitano de Évora, 20. 5.º Desportivo Portugal, 18. 6.º Despertar, 16. 7.º Imortal, 12. 8.º União de Montemor, 10. Próxima jornada (1/5): Lusitano de Évora-União de Montemor; Oeiras-Farense; Atlético-Imortal; Desportivo Portugal-Despertar. O Despertar e o União de Montemor já desceram aos regionais.

Farense Quarteirense Sesimbra Aljustrelense Esp. Lagos Messinense

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2 3 2 2 1 0

1 1 2 2 3 1

2 1 1 1 1 4

7-7 9-4 4-3 8-4 5-5 3-13

35 28 26 25 25 18

Próxima jornada (29/4/2012): Quarteirense-Sesimbra, Aljustrelense-Esp. Lagos, Farense-Messinense. Nacional 3.ª Divisão – Manutenção 5.ª jornada Redondense-Pescadores ..................................................2-2 Fabril Barreiro-Despertar SC ............................................4-2 U. Montemor-Lagoa ...........................................................1-1 U. Montemor Fabril Barreiro Lagoa Pescadores Redondense Despertar SC

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3 3 3 2 0 1

2 0 1 1 2 0

0 2 1 2 3 4

10-4 10-10 10-6 9-7 2-8 6-12

26 26 25 19 12 5

Próxima jornada (29/4/2012): Fabril Barreiro-U. Montemor, Redondense-Despertar SC, Pescadores-Lagoa.

Castrense Milfontes Ferreirense Vasco da Gama Aldenovense Odemirense Almodôvar Rosairense FCSerpa Panoias Desp.Beja S.Marcos Guadiana Sp.Cuba

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19 18 13 13 12 11 10 9 9 8 7 6 5 2

4 2 5 1 1 3 5 6 6 5 5 4 3 2

1 4 6 10 11 10 9 9 9 11 12 14 16 20

61-11 54-24 43-38 61-36 41-29 37-35 48-36 41-39 30-34 28-42 27-37 30-68 23-57 19-57

61 56 44 40 37 36 35 33 33 29 26 22 18 8

Próxima jornada 29/4/2012): Castrense-Rosairense, Panoias-Odemirense, Guadiana-Ferreirense, Almodôvar-S.Marcos, Milfontes-Aldenovense, Vasco da Gama-Desp.Beja, FCSerpa -Sp.Cuba.

Taça Joaquim Branco (benjamins 4.ª jornada): Série A: Núcleo Sportinguista de Beja-Alvito, 3-2; Casa Benfica Beja-Bairro da Conceição, 1-5; Vasco da Gama-Moura, 2-4; Serpa-Desportivo de Beja, 8-3. Classificação: 1.º Bairro da Conceição, 12 pontos. 2.º N.S.Beja, nove. 3.º Moura, nove. 4.º Alvito, nove. 5.º Vasco da Gama, três. 6.º Serpa, três. 7.º Beringelense, três. 8.º Desportivo de Beja, zero. 9.º Casa Benfica Beja, zero. Próxima jornada (28/4): Núcleo Sportinguista Beja-Desportivo de Beja; Casa Benfica Beja-Moura; Beringelense-Alvito; Vasco da Gama-Serpa. Série B: Milfontes-Aljustrelense, 2-4; Figueirense-Despertar A, 1-7; Guadiana-Ourique, 6-1; Odemirense-Almodôvar, 4-3. Classificação: 1.º Aljustrelense, 12. 2.º Milfontes, nove. 3.º Despertar, sete. 4.º Odemirense, sete. 5.º Guadiana, seis. 6.º Almodôvar, três. 7.º Ourique, três. 8.º Figueirense, zero. Próxima jornada (28/4): Almodôvar-Milfontes; Aljustrelense-Figueirense; Despertar A-Guadiana; Ourique-Odemirense. Campeonato Distrital de Seniores Femininos (15.ª jornada): Casa Benfica Castro Verde-Odemirense, 2-3; Serpa-Casa Benfica Almodôvar, 160; Ourique-Aljustrelense, 3-3. Classificação final: 1.º Aljustrelense, 38 pontos. 2.º CB Castro Verde, 31. 3.º Serpe, 31. 4.º Odemirense, 22. 5.º Ourique, oito. 6.º C.B.Almodôvar, um. Campeonato Distrital de Futsal (play-off) 1.ª jornada: Almodovarense-Politécnico de Beja, 1-6; Núcleo Sportinguista de Moura-Alcoforado, 5-5 (3-4 gp). Próxima jornada (28/4): Politécnico de Beja-Almodovarense; Alcoforado-Núcleo Sportinguista de Moura.


A equipa do Grupo Desportivo Baronia viaja amanhã até Loures para defrontar a equipa da Portela, líder destacado do Nacional da 3.ª Divisão de Futsal, antevendo-se muitas dificuldades para a formação alentejana, vinda de uma derrota caseira (3/2) com o Messines. Os Independentes de Sines recebem o Louletano, numa partida em que reúnem favoritismo. Na jornada anterior empataram (3/3) no Algarve com a Casa do Benfica de Vila Real de Santo António. Na tabela dos pontos a equipa de Sines mantém um excelente terceiro lugar. O Baronia, já despromovido aos regionais, ocupa o 12.º e antepenúltimo lugar da tabela, ameaçado pela ultrapassagem do Messines.

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António Albino Branco Julião

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Canoagem em Alcácer do Sal A Escola de Karaté Shotokai Murakami-kai, de Alcácer do Sal, promove uma atividade de canoagem no rio Sado, de Rio de Moinhos para São Romão. As aulas terão lugar às terças e quintas-feiras em Alcácer do Sal, às quartas e sextas-feiras no Torrão e às segundas e sábado na Comporta.

Taça Distrito de Beja em juniores e seniores

Os finalistas estão encontrados

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s equipas do Serpa e do Rosairense qualificaram-se para a final da Taça Distrito de Beja na categoria de seniores. Nas meias-finais realizadas no sábado, o Serpa bateu o Almodôvar por 5-1 e o Rosairense ganhou ao Milfontes por 3-2. A equipa do Rosário (Almodôvar) é a atual detentora do troféu. A final realiza-se no dia 13 de maio, no Complexo Desportivo Fernando Mamede, na cidade de Beja. No escalão de juniores também se jogaram no fim de semana as mais-finais que qualificaram para a final as equipas do Moura e do Piense. A final deste escalão joga-se no dia 13 de maio. Firmino Paixão

Hoje palpito eu...

Diário do Alentejo 27 abril 2012

Baronia regressa ao distrital em futsal

Taça Distrito de Beja Futebol Clube de Serpa é um dos finalistas

Julião começou a jogar futebol aos 16 anos, no Despertar, numa categoria que, à época, se chamava de “principiantes”. Corria o ano de 1966 e a grande campanha da seleção lusa no Mundial de Inglaterra mobilizou o interesse dos jovens. Logo nesse ano, integrando uma equipa onde jogava também Fernando Mamede (antes de optar pelo atletismo), foi campeão distrital, título conseguido no antigo Campo do Vale de Oca, em Aljustrel, com um golo de sua autoria. O técnico era António Dionísio, que na época seguinte se mudou para o Desportivo e como ele alguns jogadores, entre eles Julião, para vencerem o distrital de juniores e uma série do nacional, com clubes do Algarve, até serem derrotados pelo Benfica, em fase mais adiantada. Como sénior representou o Desportivo de Beja até aos 28 anos, com uma interrupção para cumprir o serviço militar que o levou à Guiné, onde representou o Sporting de Bissau. Enveredou pela carreira de treinador, primeiro com os iniciados da Zona Azul, depois no Desportivo de Beja, com vários títulos distritais e presenças em fases finais onde recorda que, em duas oportunidades, defrontou o Sporting. Aos 62 anos mantém uma ligação ativa ao futebol, através da equipa de veteranos do Desportivo de Beja.

O tal ponto que falta ao Castrense

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Será um Rosário de pontos?

o regresso do campeonato distrital da 1.ª Divisão, as atenções viram-se para o Estádio 25 de Abril, em Castro Verde, onde a envolvente deve ser uma vez mais de festa, para a celebração do título. Mas estará o Rosairense disposto a colaborar? É que há quinze dias o Odemirense

não esteve pelos ajustes. A equipa do Rosário, moralizada com a qualificação para a final da taça, vai oferecer forte oposição ao Castrense. Por seu lado, a turma do Milfontes, que ainda está na corrida, joga em casa com os Aldenovense. Depois temos a problemática da despromoção entre o Guadiana e o São Marcos,

ambos com jogos difíceis, pelo que a decisão pode ficar adiada para a derradeira ronda. O calendário da 25.ª jornada é o seguinte: Serpa-SportingdeCuba;Almodôvar-SãoMarcos; Milfontes-Aldenovense; Vasco da Gama-Desportivo de Beja; Guadiana-Ferreirense; Panoias-Odemirense e Castrense-Rosairense. FP

Na luta pelo segundo lutar

Amarelejense joga em Pias

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o escalão secundário cumpre-se amanhã, sábado, a 22.ª jornada, com um empolgante jogo entre o Piense e o Amarelejense, importante na arrumação das equipas nos primeiros luga-

res da tabela. O Bairro da Conceição tem viagem difícil para São Teotónio, o Cabeça Gorda joga em casa com o Vale de Vargo e vai manter a liderança. Os restantes jogos são os seguintes:

Barrancos-Sanluizense; Saboia-Messejanense e Negrilhos-Alvorada, o tal jogo de rivalidade entre equipas vizinhas que não entra nas contas do título nem da subida de divisão. FP

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Uma viagem para o Redondo verdadeiro milagre, mas enquanto for matematicamente possível não se lhe pode negar essa oportunidade. O Despertar viaja descontraído, cumprindo calendário, mas certamente fazendo subir a cotação dos três pontos em disputa. No Barreiro foi derrotado mas conseguiu marcar dois golos e o que se lhe pede, no tempo que falta para concluir este compromisso, é que procure cair de pé, ou seja, que

(1) ALMODÔVAR/SÃO MARCOS O São Marcos vai jogar tudo pelos pontos que precisa para se manter neste escalão, mas, no seu terreno, o Almodôvar é uma equipa forte. (1) MILFONTES/ALDENOVENSE O Milfontes não está por acaso no segundo lugar do campeonato. Tem uma equipa com muito valor e a jogar em casa é favorito. (X) VASCO DA GAMA/DESPORTIVO A equipa da Vidigueira tem feito um bom campeonato, mas o Desportivo é sempre uma equipa que, garantida a manutenção, pode surpreender. (X) GUADIANA/FERREIRENSE Fora do seu reduto o Ferreirense tem revelado algumas fragilidades e o Guadiana precisa de pontuar para fugir de uma provável despromoção.

Despertar despromovido aos regionais epois de conhecida a despromoção do Despertar aos campeonatos regionais, é a equipa do Redondo quem procura desesperadamente manter-se no escalão nacional. A vila do Redondo recebe no próximo domingo a equipa do Despertar para mais um jogo desta odisseia que visa a sua permanência na 3.ª Divisão Nacional. O Redondense ainda pode salvar-se, seria um

(1) SERPA/SPORTING DE CUBA O Serpa joga em casa com uma equipa que já desceu de divisão. Tem obrigação de ganhar.

mantenha a dignidade com que encarou este campeonato, apesar das contrariedades que enfrentou. Na mesma época os adeptos do Despertar sofrem com a descida dos seniores e dos juniores de provas nacionais. Algo vai mal no reino dos despertarianos, a começar pela crise diretiva voluntariamente prolongada pelos responsáveis em exercício. Firmino Paixão

(1) PANOIAS /ODEMIRENSE O Panoias entrou muito bem neste campeonato e desejará despedir-se dos seus adeptos com uma vitória. O piso pelado jogará a seu favor. (1) CASTRENSE/ROSAIRENSE Será uma partida interessante de seguir. O Castrense pode festejar o título com os seus adeptos e não deixará escapar essa oportunidade.


Columbofilia: 4.ª prova de meio-fundo de Beja

Diário do Alentejo 27 abril 2012

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Nacional Todo-o-Terreno: BPinhão Racing Team lidera Promoção Os pilotos bejenses Bruno Pinhão/José Caetano (BPinhão Racing Team) levaram o seu Nissan Navara D25 ao primeiro lugar da Classe Promoção do Rali TT Ervideira, em Reguengos der Monsaraz, segunda prova do Campeonato nacional de Todo-o-Terreno

A cidade espanhola de Damiel será o local de solta para a quarta prova na especialidade de meio fundo do calendário competitivo da Associação Columbófila do Distrito de Beja. A linha de voo é de 387 quilómetros e a solta realiza-se em simultâneo para as zonas sul e centro leste.

e Taça TT Pré Classic. O Team BPinhão Racing confirmou assim o primeiro lugar que já obtivera na Baja Carmin Tavira, prova de abertura da temporada, e confirmou, sobretudo, a fiabilidade do carro, esperando que em próximas provas (a terceira prova será o Rali TT Serras do Norte, em 29 e 30 de junho, em Guimarães) mantenha este

excelente desempenho competitivo. A equipa está a fazer a sua primeira temporada oficial em provas do Campeonato Nacional de Todo-o-Terreno e, a avaliar pelos primeiros resultados (liderança da Classe Promoção e Taça TT Pré-Classic após a realização de duas das seis provas do calendário), o projeto está a ser bem sucedido.

Odemira em festa aplaudiu os atletas

Carlos Silva (Sporting) bisou... Os atletas Carlos Silva (Sporting) e Ana Catarina Dias (Núcleo de Odemira) venceram as provas principais do 32.º Circuito de Atletismo Vila de Odemira. Texto e foto Firmino Paixão

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prova, com a participação de cerca de 300 atletas de 27 equipas, entre benjamins e veteranos, foi organizada pelo Núcleo Desportivo e Cultural de Odemira, em parceria com o município local, e estava integrada no programa de comemorações do 25 de Abril. O grande número de concorrentes nos escalões de formação obrigou mesmo à realização de corridas separadas. Na corrida de 10 quilómetros para juniores e seniores masculinos foi José Maduro quem assumiu as despesas da corrida, impondo um andamento rápido que fez a primeira seleção de valores, mas nas últimas duas voltas ao circuito urbano Carlos Silva assumiu o comando e venceu destacado. O bejense Celso Graciano chegou a discutir a terceira posição, cedendo na parte final para os consagrados Timbalari e Vítor Reis. Já o triunfo da odemirense Ana Catarina Dias ficou logo evidente desde o primeiro quilómetro. O sportinguista Carlos Silva disse ao “Diário do Alentejo”: “A prova começou com um andamento muito rápido, tentei ir atrás dos primeiros, ia controlando, mas a duas voltas do fim tentei a minha sorte e consegui ganhar, já ganhei em Odemira duas vezes consecutivas, fico feliz com isso”. Feliz estava Ana Catarina Dias com um triunfo caseiro: “Foi uma boa prova, um bocado dura, sobretudo nas subidas, mas ganhar em casa tem sempre outro sabor. Ataquei no início da prova para avaliar a resposta das

32.º Circuito de Atletismo Vila de Odemira Partida da prova de seniores masculinos

adversárias, porque depois consigo gerir melhor a minha corrida”, diz a atleta. Raul Lourenço, presidente do Núcleo Desportivo e Cultural de Odemira, entidade organizadora, fez o balanço da prova: “Este ano tivemos uma adesão muito forte por parte dos atletas, quer na vertente competitiva como de lazer”. E adiantou: “Há seis anos implementámos a Corrida da Saúde, as pessoas aderem muito a estes programas de atividade física, nomeadamente a corrida e a marcha, e este evento nos últimos anos tem tido muita dinâmica”. O presidente do núcleo acentuou ainda: “Tentamos sempre fazer o melhor, divulgando esta modalidade, através destas parcerias com o município de Odemira, mas temos também uma secção de natação com dois anos de existência e que está a tentar desenvolver-se, vamos fazendo o que podemos porque o associativismo é assim mesmo”. E, por fim, assumiu: “Esta prova tem sofrido algumas reduções por causa dos constrangimentos financeiros, mas isso é geral, mas até agora vamos mantendo o nível que é desejado pela organização e que agrada aos concorrentes”.

Resultados: benjamins A (250m)

– masculinos: 1.º Eduardo Greucu (O.Lagos), 0,39’; femininos: 1.º Lara Silva (Messejana), 0,20. Benjamins B (500m) – masculinos: Mário Batalha (Messejana), 1,22’; femininos; Paula Fraustein(TeamMckay),1,22’.Infantis (1 300m) – masculinos: 1.º Rafael Cruz (GC Sines), 4,11’. Femininos: 1.º Inês Rodrigues (CF Odemirense), 4,47. Iniciados (2 600m) – masculinos: 1.º João Silva (Messejana), 8,28; femininos: 1.º Ana Capeta (Messejana), 9,03. Juvenis (3 900m) – masculinos: 1.º Mussa Djau (Beja AC), 12.44’; femininos: 1.º Maria Rosário Silva (Messejana), 14,33’. Juniores/seniores/veteranos femininos (5 200m): 1.º Ana Catarina Dias (N.Odemira), 18,56. Veteranos I masculinos (6 200m): 1.º Felisberto Reigado (Areias S.João), 16,05’. Veteranos II: 1.º Carlos Alves (Boavista do Pico), 15,36m. Veteranos III: 1.º Amílcar Duarte (Sporting), 16,34’. Veteranos IV: 1.º Silvestre Gomes (Boavista do Pico), 16,29’. Veteranos V: 1.º Joaquim Alves (Alvitejo), 18,27’. Juniores/seniores masculinos (10 000m): 1.º Carlos Silva (Sporting), 22,26’. 2.º José Maduro

(Maduro Atlhetics), 22.36. 3.º Igor Timbalary (Areias S.João), 23.33’. 4.º Vítor Reis (Conforlimpa), 23.44’. 5.º Celso Graciano (Beja AC), 24,18’. 6.º Pedro Poeira (NDCOdemira), 24,29’. Equipas: 1.º NDC Odemira, 123 pontos. 2.º Olímpico Lagos, 94. 3.º NARMessejana, 78. Torneio de Lançamentos Carlos Gradiz em Beja: Um recorde de Liliane Amaro

O recorde distrital obtido pela atleta juvenil Liliane Amaro, da Juventude Desportiva das Neves, na disciplina de triplo salto, foi um dos melhores registos do 15.º Torneio de Lançamentos Dr. Carlos Gradiz, prova organizada pela Associação de Atletismo de Beja na pista do Complexo Desportivo Fernando Mamede. Estiveram em competição 70 atletas (22 femininos e 48 masculinos), representando sete clubes filiados na associação alentejana (Zona Azul BAC, BNSC, Castrense, Entradense, Neves e Escola EB 2/3 Castro Verde), a que se juntaram atletas do Grupo Desportivo Pic-Nic (Algarve) e do Centro de Atletismo de Seia (Guarda).

Hóquei em patins

C

Líder perdeu em Estremoz

om a realização da 22.ª jornada conclui-se o Nacional da 3.ª Divisão (falta apenas apurar o campeão) com a surpresa de o Hóquei de Grândola, vencedor da zona Sul e já promovido ao segundo patamar nacional, ter sido derrotado em Estremoz (5/3)

naquela que foi a sua segunda derrota na prova. O Castrense também se despediu da época com um honroso empate em casa (7/7) com a equipa do Seixal e o Hóquei de Santiago perdeu (4/0) no recinto da Salesiana. O Mineiro Aljustrelense, folgando nesta jornada, já tinha ar-

rumado os patins. Cla ssi f ic aç ão f i na l: 1.º H.Grândola, 52 pontos. 2.º Salesiana, 43. 3.º Boliqueime, 42. 4.º Lisbonense, 39. 5.º Estremoz, 27, 6.º H.Santiago, 24. 7.º Seixal, 23. 8.º Lobinhos, 23. 9.º Azeitonense, 17. 10.º Aljustrelense, 15. 11.º

Castrense, sete. Os dois primeiros classificados subiram de divisão. Na 2.ª Divisão Nacional jogou-se a 24.ª jornada em que o Hóquei Vasco da Gama sofreu uma derrota tangencial (2/1) em Campo de Ourique. Amanhã a equipa de Sines recebe o Oeiras (18 horas).

Abril e o desporto José Saúde

“As portas que Abril abriu”! Uma pequena estrofe de versos lindos que o poeta literalmente entoou. Abril, não obstante o seu conteúdo harmónico, foi também o abrir de portas para o desenvolvimento desportivo em toda a sua amplitude. Recordo os tempos áureos em que o fenómeno desportivo se apresentou como uma vertente sonhada pelos jovens que reclamavam direitos até então inacessíveis. Todavia, a sociedade mudou os seus velhos costumes e a revolução propôs novos desafios. O povo, na sua essência, muniu-se com novos argumentos e trouxe à ribalta o verdadeiro prazer desportivo nas suas mais diversificadas vertentes. Voltemos com a fita do filme atrás e enaltecemos a forma desinteressada como as cidades, vilas e aldeias cresceram ordenadamente a partir da revolução de Abril de 1974. O distrito de Beja foi exímio na construção de infraestruturas que proporcionavam fatores relevantes quer na fundação de novos clubes quer na reativação de velhas agremiações, cujos efetivos fins se protelavam entretanto no tempo. Verificou-se, é certo, uma avalanche de coletividades que franqueou as suas portas a modalidades que, na altura, pareciam destinadas ao esquecimento. A AFBeja dimensionou o seu número de filiados. Começou ténue, é verdade, sendo a competição restrita a “meia dúzia” de clubes que sempre elevaram a prática futebolística ao seu mais alto nível. Hoje a AFBeja é detentora de um elevado número de filiados e atletas que se espalham pelos diversos escalões competitivos. Outras modalidades impuseram, também, valores inquebráveis que as catapultou para dimensões quiçá inimagináveis. Do atletismo, do ciclismo, da columbofilia, do andebol, do basquetebol, da patinagem, da natação, entre outras, chegam-nos momentos de orgulho e de glória. O trabalho autárquico assume-se como notável. Incansável. Basta olharmos o trabalho feito e as infraestruturas que a generalidade dos clubes usufruem. Abril foi, inquestionavelmente, uma alavanca real para o desenvolvimento desportivo regional e nacional.


O Campeonato Regional de Patinagem Livre, pares artísticos e dança (nas categorias de infantis, iniciados, cadetes, juvenis, juniores e seniores), realiza-se nos dias 5 e 6 de maio no Pavilhão Municipal de Castro Verde.

Andebol: Zona Azul recebe Samora Correia Zona Azul e Samora Correia disputam amanhã à tarde, pelas 17 horas, no Pavilhão de Santa Maria, em Beja, o jogo relativo à 4.ª jornada da fase final do Nacional da 3.ª Divisão. Na jornada anterior os bejenses regressaram do Pavilhão do Monte com a 3.ª derrota consecutiva. Efetivamente a equipa parece não

Canoagem na Mina de São Domingos

A Tapa Grande da Mina de São Domingos recebe no dia 13 de maio, pelas 9 e 30 horas, a Taça de Portugal de Maratona (nas categorias de juniores, seniores e veteranos em embarcações C1 e C2, K1 e K2), prova organizada pelo Clube Náutico e Mértola e pela Federação Portuguesa de Canoagem.

ter entrado bem nesta etapa competitiva, no entanto, a derrota mais pesada que sofreu foi com o Boa Hora em casa (sete pontos de diferença). Nos jogos seguintes perdeu apenas por um e dois golos de diferença, o que indicia algum equilíbrio entre as equipas. A série é comandada pelo Boa Hora, com nove pontos. A Zona Azul tem apenas três e está no 6.º e último lugar, mas

21 Diário do Alentejo 27 abril 2012

Campeonato Regional de Patinagem Livre

espera-se que regresse às vitórias já no jogo de amanhã. Outros resultados: Nacional da 3.ª Divisão fase de manutenção: A.C.Sines-Oriental, 23-24; Loures-Redondo, 33-32. Amanhã o Andebol Clube de Sines joga no recinto do Redondo. Nacional 1.ª Divisão iniciados masculinos: Ginásio do Sul-CCP Serpa, 38-29. Amanhã Serpa recebe o Passos Manuel (16 horas).

Jovem tenista é um prodígio da modalidade

Um diamante por lapidar João Durão nasceu em Ferreira do Alentejo no último dia do mês de abril de 1999. Aos sete anos começou a jogar ténis e, cinco anos depois, é uma verdadeira promessa da modalidade. Texto e foto Firmino Paixão

A

cumplicidade entre este menino, que daqui a três dias celebra 13 anos, e a sua treinadora, Ana Rita Nascimento, é notável. Foi uma descoberta da antiga jogadora da seleção nacional feminina de futebol, hoje licenciada em Educação Física e habilitada com o curso de Treinadora do Grau 2 da Federação Portuguesa de Ténis. Enquanto técnica da Academia de Ténis da associação Ferreira Ativa viu este miúdo à volta do court a ensaiar gestos de futebolista e “puxou-o à rede”. Assim começou um processo de descoberta mútua, porque João Durão descobriu um apoio que depressa se assumiu como vértice do triângulo “atleta/ /família/treinadora”, fundamental na sua evolução. João Durão é estudante da Escola Básica José Gomes Ferreira na vila onde nasceu, mas é fora dela que ganha asas para cumprir um sonho: “Gostava de ser jogador profissional, de participar

“O João destaca-se pela garra, pela sua humildade e pela motivação que tem para o ténis”. Ana Rita Nascimento

um dia nos grandes torneios do circuito internacional”. O miúdo “respira ténis por todos os poros”, refere a treinadora. Pudera, ele até confessa que o seu ídolo é Rafael Nadal e gostava de poder um dia jogar com ele. Da treinadora, diz: “Ajuda-me muito e temos uma boa relação, é como se fosse da minha família”. Mas Ana Rita é apenas um dos elementos do staff técnico de João Durão, atualmente a representar o Clube de Ténis de Santo André, onde é orientado pelo Nuno Páscoa. “Tenho orgulho em tudo o que tenho feito nesta modalidade, não posso pensar que já sou um grande campeão, tenho que ser humilde”, sublinha o jovem tenista. Ana Rita fala com entusiasmo do seu pupilo: “No primeiro torneio em que fomos mostrou que tinha algo de especial, capacidades que foi desenvolvendo. O João é um diamante em bruto, estamos a lapidá-lo”, refere. E acrescenta: “Ele destaca-se pela garra, pela sua humildade e pela motivação que tem para o ténis”. A treinadora conta: “Uma vez foi a um torneio em Lisboa onde estava o então selecionar de sub/14 que gostou imenso da atitude dele para a modalidade”. Nessa época esteve um tempo em Lisboa, onde ia treinar duas vezes por semana depois da escola,

regressando a casa tardíssimo: “Se ele não gostasse muito disto não se dispunha a todo esse sacrifício”, diz a treinadora, acentuando: “Para a idade que tem é muito maduro, as participações internacionais têm-no feito crescer enquanto atleta, mas ainda tem uma grande margem de desenvolvimento”. João Durão tem um invejável currículo desportivo: n.º 1 do ranking sub/12, n.º 2 do ranking nacional sub/14 e n.º 67 do ranking europeu sub/14. Atualmente está a competir nas meias-finais do regional de sub/14, com perspetiva de mais um título, em singulares e pares. Ana Rita revela: “O João vai em junho disputar os torneios internacionais de Vilamoura e Portimão e, recentemente, foi convocado para estar na Eslovénia, em maio, com a seleção nacional de sub/14”. O atleta já adquiriu o estatuto de alta competição, facilidade que lhe minimiza eventuais impactos negativos das deslocações ao estrangeiro na vida académica e a treinadora acentua: “Para mim é um desafio gratificante, tenho muito orgulho nele, a motivação dele é contagiante e obriga-nos a estudar cada vez mais a modalidade”. Mas avisa: “A carreira do João tem que ser bem estruturada para não se perder. Está com

12 anos, não sabemos se a curto prazo abrandará, mas ele respira ténis, gosto imenso de o ver jogar, aprendemos muito um com o outro, e ainda estamos em processo de evolução. O João precisa do ténis para viver o seu diaa-dia, porque sem jogar ele fica ansioso”. Habitualmente convocado para as seleções, João Durão “tem várias participações internacionais”: “Os técnicos nacionais observam-nos e têm em conta os resultados, mas a questão é que estas deslocações têm que ser pagas pelos pais, e chegamos a uma parte que é complicada”, diz Ana Rita. E explica: “O João precisava de sair para Espanha ou França, onde estão os melhores tenistas da sua idade, cumprir rigorosamente os métodos de treino de igual para igual”, contudo, “essa logística é dispendiosa”. No futebol, fala a experiência de Ana Rita: “As federações suportam os custos, no ténis, como noutras modalidades individuais, o atleta é que paga tudo”. Por isso, sublinha: “O João precisava agora de alguém que apostasse nele, que o patrocinasse, uma marca, uma empresa que o ajude a triunfar porque assim o atleta corre o risco de se perder por falta de competir a outros níveis mais exigentes”, conclui a treinadora.

Currículo desportivo 2007 – Escalão sub/8 Sete torneios nacionais como vencedor, vencedor do Master de Belas, atleta revelação do Ferreira Ativa. 2008 – Escalão sub/10 Campeão Inter-regional do Masters Plano Nacional Deteção Talentos, 15 torneios nacionais de deteção de talentos como vencedor. 2009 – Escalão sub/12 Campeão regional na variante de singulares e pares, 14 torneios nacionais como vencedor (singulares e pares), atleta do ano da Associação do Alto Alentejo. 2010 Participante assíduo nas seleções regionais de Lisboa e nacionais de sub/12 e sub/14, compete apenas em torneios de nível A e B sub/12 e sub/14, vencedor de oito torneios de nível A e B, vice-campeão dos Masters da Associação de Ténis de Lisboa Sub/12, patrocínio da marca Tecnifibre. 2011/2012 Federado pelo Clube de Ténis de São André com o enquadramento técnico de Nuno Páscoa (Santo André) e de Ana Rita Nascimento (Ferreira do Alentejo), vencedor de torneios de nível A e B no escalão superior sub/14, finalista da Medis Copa Ibérica (grupo juvenil), n.º 2 do ranking sub/14 com 2 600 pontos, patrocínio da marca Babolat. Percurso Internacional Tennis Europe Sub/12, Torneio de Auray (França) 2.ª ronda de singulares e pares, Torneio de Guimarães: vice-campeão singulares e pares, Azores Open: vice-campeão singulares e pares, Passagespoirs: oitavos de final de singulares e pares, Open Benjamins Gradignan-Gironde: oitavos de final singulares e meias-finais pares, Coimbra Tennis Europe: vice-campeão singulares e pares, Tennis Europe Sub/14, entrada direta no quadro principal do Le Petits As, Trabes, França, presença no Winter Cup, na Suécia, integrando a seleção nacional, entrada direta no quadro do Tennis Europe Maia Jovem Sub/14, meias-finais de singulares e quartos-de-final pares no Tennis Europe Azores Open Sub/14, n.º 67 do ranking internacional de sub/14.


saúde

22 Diário do Alentejo 27 abril 2012

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saúde

23 Diário do Alentejo 27 abril 2012

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Dr. Sidónio de Souza – Pneumologia/Alergologia/ Desabituação tabágica – H. Pulido Valente Dr. Fernando Pimentel – Reumatologia – Medicina Desportiva – Instituto Português de Reumatologia de Lisboa Dr.ª Verónica Túbal – Nutricionismo – H. de Beja Dr.ª Sandra Martins – Terapia da Fala – H. de Beja Dr. Francisco Barrocas – Psicologia Clínica/Terapia Familiar – Membro Efectivo da Soc. Port. Terapia Familiar e da Assoc. Port. Terapias Comportamental e Cognitiva (Lisboa) – Assistente Principal – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo. Dr. Rogério Guerreiro – Medicina preventiva – Tratamento inovador para deixar de fumar Dr. Gaspar Cano – Clínica Geral/ Medicina Familiar Dr.ª Nídia Amorim – Psicomotricidade/Educação Especial e Reabilitação (dificuldades específicas de aprendizagem/dislexias) Dr. Sérgio Barroso – Especialista em Oncologia – H. de Beja Drª Margarida Loureiro – Endocrinologia/ Diabetes/Obesidade – Instituto Português de Oncologia de Lisboa Dr. Francisco Fino Correia – Urologia – Rins e Vias Urinárias – H. Beja Dr. Daniel Barrocas – Psiquiatria – Hospital de Évora Dr.ª Lucília Bravo – Psiquiatria H.Beja , Centro Hospitalar de Lisboa (H.Júlio de Matos). Tm 916203481 Dr. Carlos Monteverde – Chefe de Serviço de Medicina Interna, doenças de estômago, fígado, rins, endoscopia digestiva. Dr.ª Ana Cristina Duarte – Pneumologia/ Alergologia Respiratória/Apneia do Sono – Assistente Hospitalar Graduada – Consultora de Pneumologia no Hospital de Beja Dr.ª Isabel Santos – Chefe de Serviço de Psiquiatria de Infância e Adolescência/Terapeuta familiar – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo Dr.ª Paula Rodrigues – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr.ª Luísa Guerreiro – Ginecologia/Obstetrícia Dr.ª Ana Montalvão – Hematologia Clínica / Doenças do Sangue – Assistente Hospitalar – Hospital de Beja Dr.ª Ana Cristina Charraz – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr. Diogo Matos – Dermatologia. Médico interno do Hospital Garcia da Orta. Dr.ª Madalena Espinho – Psicologia da Educação/ Orientação Vocacional Dr.ª Ana Margarida Soares – Terapia da Fala - Habilitação/Reabilitação da linguagem e fala. Perturbação da leitura e escrita específica e não específica. Voz/Fluência. Dr.ª Maria João Dores – Técnica Superior de Educação Especial e Reabilitação/Psicomotricidade. Perturbações do Desenvolvimento; Educação Especial; Reabilitação; Gerontomotricidade. Enfermeira Maria José Espanhol – Enfermeira especialista em saúde materna/Cuidados de enfermagem na clínica e ao domicílio/Preparação pré e pós parto/amamentação e cuidados ao recémnascido/Imagem corporal da mãe – H. de Beja Marcações diárias pelos tels. 284 322 503 Tm. 91 7716528 Rua Zeca Afonso, nº 6, 1º B, 7800-522 Beja Clinipaxmail@gmail.com Terapia da Fala

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Diário do Alentejo n.º 1566 de 27/04/2012 Única Publicação

ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE SERPA

EDITAL Diário do Alentejo n.º 1566 de 27/04/2012 Única Publicação

CENTRO SOCIAL CULTURAL E RECREATIVO DO BAIRRO DA ESPERANÇA

CONVOCATÓRIA Em conformidade com o Art°. 29 alinea b) dos Estatutos que regem o Centro Social Cultural e Recreativo do Bairro da Esperança, convoco a Assembleia Geral, para uma reunião a realizar no dia 8 de Maio (Terça-Feira), nas Instalações do Centro Comunitário, pelas 17:00 horas, com a seguinte: Ordem de Trabalhos: Ponto Um: Alteração dos Estatutos da Entidade. Encontra-se na sede da Entidade os Estatutos para consulta dos interessados. Nota: Em face do Art. 31 n°. 1, não estando na hora marcada o número legal de sócios, a Assembleia funcionará uma hora após com qualquer número de sócios presentes. Beja, 18 de Abril de 2012. O Presidente da Mesa da Assembleia Geral António João Rodeia Machado

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SARA DE GUADALUPE ABRAÇOS ROMÃO, PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE SERPA: TORNA PÚBLICO: de acordo com o estipulado no n.º 3 do artigo 84.º da Lei n.º 169/99, de 18 de Setembro, com a redacção dada pela Lei n.º 5-A/2002, de 11 de janeiro e artigos 16.º e 38.º do Regimento da Assembleia Municipal de Serpa, que no próximo dia 30 de Abril de 2012, pelas 18:00 Horas, na Sala de Sessões da Câmara Municipal realizar-se-á uma sessão ordinária deste Órgão Deliberativo, cuja ordem de trabalhos é a seguinte: 1. PERÍODO DE “ANTES DA ORDEM DO DIA” 1.1 Apreciação e votação da acta n.º 1/2012. 1.2. Resumo do Expediente. 1.3. Intervenção dos membros da Assembleia Municipal. 2. PERÍODO DE “ORDEM DO DIA” 2.1. Relatório da Atividade Municipal (Artigos 53.º e 68.º da Lei n.º 169/99, de 18/09, com a redação da Lei n.º 5-A/2002, de 11 de janeiro) – Relatório n.º 2/2012. 2.2. Conta de Gerência relativa ao ano financeiro de 2011. 2.3. Processo de transformação da AMALGA numa Empresa intermunicipal (E.l.M.) 2.4. Proposta de recrutamento excecional de trabalhador para ocupação de um posto de trabalho previsto e não ocupado no mapa de pessoal de 2012 da Câmara Municipal. 2.5. Procedimento concursal para recrutamento de 20 assistentes operacionais da área funcional de serviços gerais – Retificação da deliberação. 2.6. Repartição de encargos com abertura de procedimentos referente a despesas que dêem lugar a encargo orçamental em mais de um ano económico. 2.7. Proposta de alteração ao Regulamento de Taxas e Outras Receitas Municipais. 2.8. Proposta de alteração ao Código de Posturas e Regulamentos do Município de Serpa. 2.9.Declarações no âmbito da Lei n.º 8/2012, de 21 de Fevereiro. 3. PERÍODO DE “INTERVENÇÃO DO PÚBLICO” E, para constar, se publica o presente edital e outros de igual teor, que vão ser afixados nos locais públicos do costume. Serpa, 19 de abril de 2012 A Presidente da Assembleia Municipal Sara de Guadalupe Abraços Romão

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CONVOCATÓRIA De harmonia com o ponto 5 do Artigo 30º dos Estatutos e ponto 1 do Artigo 60° do Decreto Lei 119/83 de 25 de Fevereiro, convoco a Assembleia Geral Ordinária, desta Santa Casa da Misericórdia de Aljustrel, a reunir no dia sete de Maio de 2012, pelas dezanove horas e trinta minutos, na sede da mesma “Lar da 3.ª idade” na Avenida 1° de Maio n° 4, 7600-010 AIjustrel com a seguinte ordem de trabalhos: 1° - Apreciação e votação das Peças Finais de Apresentação de Contas do exercício de 2011. 2°- Designação dos directores que poderão movimentar as contas bancárias e obriguem a Instituição noutros actos oficiais. 3°- Outros Assuntos de interesse para a SCMA. Não reunindo o número legal de sócios, para a Assembleia Geral poder funcionar, fica a mesma desde já convocada para as vinte horas do mesmo dia, conforme o ponto 2 do Artigo 28° dos Estatutos. Obs: Os documentos relativos às contas de 2011 poderão ser consultados na Secretaria desta Instituição a partir de 03 de Maio de 2012. Aljustrel, 18 de Abril de 2012. O Presidente da Assembleia Geral Luís Maria Bartolomeu Afonso da Palma

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†. Faleceu o Exmo. Sr. JOSÉ CAETANO MAURÍCIO, de 89 anos, natural de Beringel Beja, casado com a Exma. Sra. D. Ana das Dores Lança Maurício. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 20, da Igreja Paroquial do Carmo, para o cemitério de Beja.

†. Faleceu a Exma. Sra. D. IDALINA ROSA FALEIRO CAMPANIÇO FIGUEIRA, de 76 anos, natural de Salvador Beja, viúva. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 21, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

†. Faleceu o Exmo. Sr.

António Domingos Beijinho Lopes 10 Anos de Profunda e Eterna Saudade Esposa, filhos, noras, netos e restante família recordam com imensa saudade a ausência do seu ente querido e participam que mandam celebrar missa pelo seu eterno descanso no dia 28/04/2012, sábado, pelas 18 e 30 horas na Igreja da Sé em Beja, agradecendo desde já a todos os que nela participem.

PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO

MISSA

Alfredo José das Fontes 3º Ano de Eterna Saudade Esposa, filha, genro, netas e restante família, participam a todas as pessoas de suas relações e amizade que será celebrada missa pelo eterno descanso do seu ente querido, no dia 03/05/2012, quinta-feira, às 19 horas na Igreja do Salvador em Beja, agradecendo desde já a todos os que a ela compareçam.

MISSA

Maria Guerreiro Seus filhos cumprem o doloroso dever de participar o falecimento da sua ente querida ocorrido no dia 17/04/2012, e agradecem por este meio a todas as pessoas que a acompanharam à sua última morada ou que de outra forma manifestaram o seu pesar. Expressam também o seu profundo reconhecimento a médicos, enfermeiros e pessoal auxiliar do 4º piso do Hospital de Beja, pelo carinho, dedicação, apoio, disponibilidade e ajuda prestados durante a sua doença e internamento.

PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO

Às famílias enlutadas apresentamos as nossas mais sinceras condolências. Consulte esta secção em www.funerariapax-julia.pt Baleizão

CAMPAS E JAZIGOS DECOR AÇÃO Adolfo António Bexiga 28/04/2012 7º Ano de Eterna Saudade Esposa, filhos, noras e netos recordam com profunda e eterna saudade o sétimo ano de ausência do seu ente querido.

Arsénia Maria Correia Ambrósio 2º Ano de Eterna Saudade Passaram 2 anos de infindável saudade, estarás sempre nos nossos corações. Seu marido, filhos, nora e netos participam a todas as pessoas de suas relações e amizade que será celebrada missa pelo eterno descanso da sua ente querida, no dia 01/05/2012, terça-feira, às 19 horas na Igreja do Salvador em Beja, agradecendo desde já a todos os que comparecerem ao piedoso acto.

Izaltina Maria dos Santos Marido, filhas, genro e netos cumprem o doloroso dever de participar o falecimento da sua ente querida ocorrido no dia 18/04/2012, e na impossibilidade de o fazer individualmente vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que a acompanharam à sua última morada ou que de qualquer forma manifestaram o seu pesar.

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JOAQUIM MATOS DOS SANTOS, de 75 anos, natural de Castro Verde, viúvo. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 23, da Casa Mortuária de Beringel, para o cemitério local.

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Maria Adelaide Lopes Valente 5º Ano de Eterna Saudade Sua família participa a todas as pessoas de suas relações e amizade que será celebrada missa pelo eterno descanso da sua ente querida no dia 01/05/2012, terça-feira, pelas 18.30 horas na Igreja do Carmo em Beja, agradecendo desde já a todos os que comparecerem no piedoso acto.

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Em pequenos quintais passam-se grandes histórias, onde a vida dos vizinhos se confunde com a nossa, e que só um olhar menos atento podia considerar iguais. São, pelo contrário, mil mundos diferentes…Bernardo Carvalho recorreu à caneta de feltro explorando assim a grande variedade cromática que esta técnica lhe proporciona. Até ao dia 30 na Biblioteca Municipal Manuel José do Tojal, em Santo André.

Pais ...

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Como prometido na senama passada, aqui ficam algumas ideias para os pais tornarem as refeições dos filhos bem mais atractivas. Não te esqueças de mostrar estas dicas.

Dica da semana Garatujas! Se calhar não estás a ver o que significa, mas todos nós já fizemos em alguma ocasião um rabisco numa folha de papel, se calhar sem significado nenhum, mas pelo menos divertiu-nos. Garatujas, chega-nos do Brasil num site que tu certamente também vais gostar. Cheio de ideias, dicas, histórias. Um mundo inteiro a descobrir em http://garatujasfantasticas.com ou na página de Facebook com o endereço http:// www.facebook.com/ GaratujasFantasticas. Aprende a fazer os teus próprios carimbos passo a passo. http://vimeo.com/4399495

A páginas tantas ... “Um dia a minha chupeta desapareceu. A minha mãe disse-me que a Lua a tinha levado (…). Eu não acreditava que a Lua fosse uma ladra e procurei a chupeta por toda a casa. Procurei nas gavetas… mas não estava lá. Encontrei uma orelha de Coelho(…)”. Pablo Albo recorre à fantasia e à imaginação para tratar com ternura e humor um tema que tanto para os mais pequenos como para os pais, não é fácil: deixar a chupeta. Esta é uma etapa em que a criança precisa de compreensão para alcançar a meta final e os pais devem ser o seu maior estímulo. Pablo Albo é um autor que nos tem habituado ao modo afectivo como trata algumas pequenas grandes questões. Esta história acaba com a personagem que facilmente se desprende da chupeta sem traumas e de forma voluntária. “— E a chupeta? – disse o Coelho. — Bolas! Esqueci-me de a trazer! Bem… Eu dou-lha. Acho que lhe faz mais falta a ela”.

27 Diário do Alentejo 27 abril 2012

Exposição “O Livro dos Quintais” em Santo André


28 Diário do Alentejo 27 abril 2012

A Anuska é uma cadela jovem, de porte médio e pelo curto. Já está esterilizada. É uma doce menina, muito sociável com cães e também com pessoas, embora ainda demonstre alguma timidez, pois a sua vida não foi fácil até agora… os humanos já lhe fizeram mal. Venham conhecê-la ao Cantinho dos Animais de Beja e deixem-se conquistar pela sua ternura e beleza. Será vacinada e desparasitada antes da adoção. Contactos: 962432844; sofiagoncalves.769@hotmail.com

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Boa vida Comer Feijoada de búzios Ingredientes: 2 kg. de miolo de búzios (já cozidos e congelados), 1 kg. de feijão manteiga, 2 cebolas, 2 dentes de alhos, q.b. de piripiri, 1 kg. de tomate pelado, 1 linguiça de porco alentejano, 100 gr. de presunto, 1,5 dl. de azeite, 1 ramo de salsa, 1 ramo de coentros, sal q.b., pimenta preta moída. Confeção: Deixe o miolo de búzio descongelar de um dia para o outro no frigorífico. Corte os búzios em bocados pequenos. Coza o feijão manteiga depois de demolhado (12 horas) em água com um pouco de sal. Reserve a água. Num tacho faça um refogado com cebola picada, alho e azeite. Deixe alourar a cebola e junte o tomate pelado aos bocados, a linguiça às rodelas, o presunto aos quadradinhos pequenos e a salsa. Deixe refogar bem. Junte os búzios ao refogado e depois cubra com a água. Junte o feijão cozido, mais um pouco da água da cozedura e um pouco de pimenta preta e piripiri. Deixe apurar com o tacho tapado e no momento de servir polvilhe com os coentros picados. Sirva bem quente, e bom apetite…

António Nobre Chefe executivo de cozinha – Hotéis M’AR De AR, Évora

Jazz Gs Quartet “Início”

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e Gileno Santana fosse futebolista, decerto o seu nome já estaria nas bocas do País. Mas não é. É trompetista e dos melhores a apresentar-se atualmente entre nós. O seu trabalho começa, em boa hora, a ser melhor conhecido, sobretudo por via da participação como primeiro trompete na Orquestra Jazz de Matosinhos (OJM) e como instrumentista e arranjador em secções de metais de vários grupos pop. No seu disco de estreia em nome próprio, “Início”, lançado no final do ano passado, apresenta-se, apesar da idade (23 anos), como um músico com um domínio total do seu instrumento, sonoridade límpida e fraseio fluido. Sai-se bem na espinhosa missão de evitar malabarismos virtuosísticos desnecessários, embora este seja ainda um aspeto a amadurecer. As suas composições encontram-se claramente enraizadas na tradição hard-bop, com expetáveis influências da música brasileira. Estamos perante um jazz de recorte sóbrio, que privilegia a componente melódica e do qual não emanam sobressaltos (que, note-se, aqui e ali, talvez fizessem falta). Gileno GS Quartet – “Início” faz-se acompanhar por uma Gileno Santana (trompete, secção rítmica composta fliscorne), Joaquim Rodrigues (piano), José Carlos Barbosa por jovens músicos oriun(contrabaixo), Mário Costa dos da fervilhante cena ja(bateria) + Hamilton de zzística portuense, cujo Holanda (bandolim) e Mário evidente entrosamento cerSantos (saxofone tenor). tamente derivará do facto Editora. Edição de autor Ano: 2011 de se conhecerem bem (foram colegas na Esmae). Se os predicados do baterista Mário Costa já eram conhecidos pela sua participação no disco do trio do contrabaixista Hugo Carvalhais (atenção ao novo “Particula”, prestes a sair na Clean Feed), já o pianista Joaquim Rodrigues e o contrabaixista José Carlos Barbosa são duas novidades a ter em conta. Rodrigues revela-se um pianista capaz de providenciar um suporte harmónico cumpridor, enquanto o homem do cordofone mostra-se um executante seguro e com pulso para sustentar toda a formação. O disco abre com um soalheiro “Aos Meus Amigos”, tempo médio com o saxofone tenor de Mário Santos a destacar-se até que um break dá início ao reino do trompete que se prolongará até final da peça, numa clara afirmação do que o músico é capaz. Em “Falso”, peça da autoria do pianista, é este quem surge em primeiro plano, soltandose como competente improvisador. “Sombra e Água Fresca” constitui-se como o momento com mais intenso sabor a Brasil, com a participação do bandolinista Hamilton de Holanda. Mas acaba por ser Gileno Santana que explorando a luminosidade do fliscorne rubrica outro momento inspirado. A peça fulcral de todo o programa é uma oferta de Hermeto Pascoal, singelamente intitulada “Para GS Quartet”, na qual se reconhecem as coordenadas centrais da abordagem desse seminal enfant terrible da música brasileira. Após um início no qual sobrepõe trompete e fliscorne, fazendo uso dos “multifónicos”, Gileno mostra o seu lado mais livre e inventivo, que espero venha a explorar intensamente no futuro. Uma estreia que justifica plenamente que nos mantenhamos alerta para o que este promissor músico nos venha a oferecer daqui para a frente. António Branco

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em aí o fim do defeso da pesca amadora e a malta prepara-se para voltar aos rios e barragens para tirar de novo uns peixes, preparar uns caldos e umas frituras. Tudo começa cedo na pesca. O amanhecer é o momento por excelência para enganar esses pacíficos e elegantes animais. Os peixes dormitam durante a noite e de manhã tiram a barriga de misérias. A deles e a nossa: é a melhor hora para pescar. O pôr do sol também tem os seus adeptos, por vezes, com bons resultados, mas apanhar o fresco da manhã com os raios do sol nascente a lavarem a penumbra em reflexos dourados sobre as águas, tem uma mística própria. Para o verdadeiro pescador a preparação é muito importante e é talvez dos momentos mais agradáveis de toda a jornada. Entra-se em frenesim: “Não te atrases, vamos no teu carro. Olha que o Sol está a nascer às seis horas”. A escolha do sítio – rio ou barragem – dá as primeiras discussões. Vão ser muitas até ao fim do dia. Prepara-se o farnel. Quem há muito anda nisto sabe que tem que ir preparado. Às vezes o peixe não pica, a opção tem que se outra. São as omeletas, “minis” no gelo, enchidos de casa, azeitonas, bom pão, uma salada de atum, cabeça de borrego assada, enfim, com que passar o tempo. Esticam-se as canas, prendem-se os carretos e prepara-se o estralho. Esta é a ponta da seda onde se compõe o aparelho. Se for à boia, primeiro esta, depois alguns chumbos para a calibrar, depois o anzol. Empatar um anzol é uma operação meticulosa, quando não se é especialista compram-se já prontos. A seguir vai a minhoca, que entretanto protesta vigorosamente. Pudera. “Eh! Malta, vou lançar!”. O nylon corre para fora do carreto com um barulho inconfundível. Plouf! É só esperar, de olho no mais pequeno movimento. Primeiro vê-se um ligeiro toque. Uma espécie de desequilíbrio. “Ah! É a ondulação”. A seguir a boia afunda-se até meio. “É peixe. Façam pouco barulho!”. Agora, as cores brilhantes da cortiça ou do plástico desaparecem e a seda estica, sacudindo a água. A cana dobra até ao meio. Se a embraiagem ficou aberta, o carreto zumbe num tom agudo. Já está, os companheiros aproximam-se, um agarra-se à rede. Dá-se fio, rebobina-se, usa-se a ponta da cana como alavanca. Normalmente, passados alguns minutos vê-se o lombo do peixe brigando por se soltar. A rede resolve o resto. “Que lindo barbo”. Se estiver um caldo de peixe combinado, vai para dentro da cesta, senão volta para a água rapidamente. É um momento único, lançar de novo ao rio um peixe grande, de escamas reluzindo, boca arquejante, debatendo-se com a força que só a luta pela vida traz. Mergulha silenciosamente, dando uma pancada pujante com a barbatana caudal. Dele só sobra um discreto remoinho e a recordação dum lindo animal. “Não vás para longe, para o ano cá estou”. E o caldo? Falaremos nele e nas suas ervas. António Almodôvar


Letras O romancista ingénuo e o sentimental

O romancista ingénuo e o sentimental Orphan Pamuk Editorial Presença

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compilação de seis conferências dadas na Universidade de Harvard pelo Prémio Nobel da Literatura Orphan Pamuk, O romancista ingénuo e o sentimental, é uma leitura estimulante para os amantes de livros e para quem tenha pretensões a escritor. O Nobel turco tomou de Schiller e do seu ensaio “Sobre a poesia ingénua e sentimental” as qualidades referidas para distinguir os escri-

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Filatelia Selo, carimbo e exposição nos 80 anos do “Diário do Alentejo”

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80.º aniversário do “Diário do Alentejo” vai ser assinalado com a realização de uma exposição de filatelia que será organizada pelo núcleo de colecionismo do Centro Cultural e Desportivo do Hospital José Joaquim Fernandes (Ccdhjjf) de 29 de maio a 1 de junho e que decorrerá na sede daquele agrupamento. No dia 1, dia do encerramento da exposição, será lançado em circulação um selo personalizado alusivo à passagem do 80.º aniversário do “Diário do Alentejo”. Um carimbo alusivo ao mesmo tema será também usado nesse mesmo dia, num posto temporário de correio que funcionará no local da exposição, na rua poeta Afonso Lopes Vieira, n.º 15. A organização do evento filatélico emite um sobrescrito comemorativo para a aposição do selo e do carimbo. Todos estes produtos filatélicos terão uma tiragem bastante reduzida, prevendo-se o seu esgotamento no próprio dia do seu lançamento. Já que é o assinalar do aniversário de um jornal que se trata, os organizadores da exposição estão envidando esforços para apresentarem um conjunto de coleções cujo tema também seja a escrita ou os seus produtores. Até ao momento estão asseguradas várias coleções de filatelistas de vários pontos do País, nomeadamente as seguintes: “António Aleixo – o poeta popular”; “Quadras de António Aleixo em Postais de Alberto de Sousa”; “Manuel Cabanas e o seu tempo”; “António Vicente Campinas”; “A Escrita”. Haverá ainda duas coleções sobre literatura portuguesa; uma delas apresentará escritores e excertos de obras suas de prosa ou de poesia, abrangendo a época medieval, época clássica (período quinhentista, literatura dos descobrimentos e poesia e, período seiscentista, prosa e poesia), o período arcádico, e a época moderna nas suas fases romântica, do neorrealismo e do realismo. O último capítulo desta coleção versará a poesia anónima, popular e religiosa, cujo expoente máximo no nosso País foi o grande etnólogo Pedro Homem de Melo. Nota: Nas sugestões para os selos de 2013 publicadas há duas semanas, por lapso indicámos o 50.º aniversário do incêndio do Chiado e do nascimento das primeiras gémeas proveta portuguesas. Não é o 50.º aniversário destes acontecimentos, mas sim o 25º. Pedimos desculpa pelo lapso. Geada de Sousa

tores que se deixam absorver inteiramente pela criação, anulando a sua identidade – os ingénuos – dos que se preservam conscientemente no ato da escrita como a sensibilidade criadora que gera todos os sentidos – sentimental, portanto. Este é o “pretexto” para evocar obras maiores da literatura – desde Ana Karenina a Irmãos Karamazov passando por D. Quixote ou por À procura do tempo perdido –

e os seus autores. Além do comentário sobre a alienação da realidade que um romance potencia no leitor ou o modo como a atenção do leitor pode resistir, sendo seletiva, à disposição do enredo proposta pelo romancista, Pamuk discorre sobre o que considera ser o “centro do romance”: uma visão do mundo proposta pelo autor através das personagens. Marcel Proust, James Joyce, Thomas Mann e Virginia Woolf e as suas técnicas de escrita foram inspiradoras para Pamuk, assume-o. A influência desta escrita modernista ocidental do início do século XX subjaz, portanto, ao olhar de Pamuk sobre o mundo islâmico, e é nesta confluência que se conforma esta visão do mundo particular, que tantos leitores seduz. Maria do Carmo Piçarra

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N.º 11 da revista “Aldraba” lançado na Casa do Alentejo

A Aldraba – Associação do Espaço e Património Popular lança hoje, sexta-feira, na Biblioteca Vítor Paquete, da Casa do Alentejo, o n.º 11 da sua revista semestral, homónima. A sessão de lançamento tem início pelas 19 horas e conta com a intervenção do antropólogo Joaquim Jorge, que falará do “papel que as associações de defesa do património e da cultura podem desempenhar em tempos de crise”. A associação comemora no mesmo dia os seus sete anos de vida, através de um jantar de confraternização a ter lugar no mesmo espaço, após a sessão.

Fim de semana

Grupo Danças Urbanas apresenta-se em Aljustrel

O espaço Oficinas acolhe no domingo, 29, pelas 15 horas, a apresentação pública do grupo Danças História do jazz no espaço Oficinas ArrancaUrbanas hoje, sexta-feira, no espaço de Aljustrel, Oficinas, em Aljustrel, o curso livre de iniciação à história do jazz “Jazz de A a Z”. A ação, que se dará a conhecer que decorrerá até 4 de maio estruturada em oito sessões, sempre às sextas-feiras, através de um espetáculo,é ministrada por António Branco, dinamizador do Clube de Jazz do Conservatório Regional também comemorativo do Baixo Alentejo. A primeira sessão, pelas 21 e 30 horas, abordará o tema “Dos campos do Dia Internacional da de algodão a Nova Orleães”. Dança. Na ocasião, vão igualmente atuar, na condição de convidados, os grupos de hip hop de Vidigueira, chamados Explosion Dancers, e de Odemira.

Feira do Livro de Moura até 1 de maio Inaugurada no último sábado, 21, a 32.ª Feira do Livro de Moura vai prosseguir até 1 de maio no espaço municipal Sheherazade. Para amanhã, sábado, estão previstas as apresentação dos livros A Girafa Maria, de Alexandra Graça, Semana Santa – Endoenças de Safara, de José António Correia, e Sonhar ao Longe, de Jorge Serafim, além da peça de teatro para a infância “A ilha do paraíso”. No domingo, 29, há ateliês de introdução ao Feng Shui e sobre o “poder” do chá, e as produções teatrais “O elefante não entra na jogada” e “Retábulo do Mestre Pedro e D. Quixote”, pela Associação do Imaginário.

“Dois cavalos” encontram-se em Serpa

Quinzena Primavera no Campo Branco cumpre segundo fim de semana

Sean Riley & The Slowriders em Castro Verde

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ucha e Estica”, uma coprodução entre o Truta Teatro e a companhia Ajagato, de Santo André, sobe hoje ao palco do Cineteatro Municipal de Castro Verde, pelas 21 e 30 horas, abrindo o segundo fim de semana da Quinzena Cultural Primavera no Campo Branco, que prossegue até 6 de maio. A peça surpreende a dupla mítica do cinema numa fase de decadência e de impasse. “Num quarto de hotel, evocam e ensaiam obsessivamente os seus filmes à espera de que alguém os convide para uma nova produção”, revela a sinopse. Mas se Bucha procura manter a parceria e recuperar o passado glorioso, Estica sente, por seu turno, que chegou a um momento de rutura, desejando ardentemente mudar de vida. Como resolverá a dupla de cómicos este impasse é o que poderá deslindar esta noite nesta peça que conta com as interpretações de Raul Oliveira e Ricardo Moura.

A festa segue amanhã, sábado, no mesmo espaço mas num registo musical. Os convidados para animar o serão, a partir das 21 e 30 horas, são o quarteto de Coimbra Sean Riley & The Slowriders, que cruzam folk, rock e blues no seu universo musical muito próprio. Depois de “Farewell”, o disco de estreia em 2007, lançaram “Only time will tell”, um par de anos mais tarde e, mais recentemente, “It’s been a long night”, que reúne 11 novas canções “profundamente emotivas e viscerais”. Do programa da Feira do Livro, a decorrer no Jardim do Parque Infantil, destacam-se, ainda hoje, pelas 15 e 30 horas, a apresentação do livro Visita à Aldeia da Terra, da poetisa popular Maria Antonieta Mira, e no domingo, 29, pelas 17 horas, o lançamento de Amor e bondade com cheiro a madressilva, o primeiro livro de ficção da professora universitária Ana Paula Figueira.

Os lendários “dois cavalos” vão reunir-se em Serpa, entre amanhã, sábado, e domingo, para um encontro comemorativo do 30.º aniversário do Clube de 2CV/Dyane de Portugal, que tem o apoio da autarquia local. O evento, que terá lugar no Pavilhão de Feiras e Exposições da cidade, contempla uma exposição retrospetiva da história do 2CV e dos 30 anos de vida do clube, com mostra de várias dezenas de modelos diferentes, milhares de miniaturas, de livros e outros objetos, bem como de peças e de transformadores de 2CV. Além de atuações ao serão, haverá também, amanhã, a 3.ª Demonstração de Pop Cross, e a “finalíssima”, no domingo.


“nà to” nem desmin etes h oferece bil eja!!! ib para a ov

Pensava que nos tínhamos esquecido de si? Nunca, prezado leitor! Fique sabendo que, se aparecer na redação do “Diário do Alentejo” completamente nu, com uma mini numa mão e esta edição do jornal na outra ganha um susto dos membros da redação, bem como uma entrada dupla para a feira. Se comprovar que é fã da nossa página no Facebook, terá ainda direito a uma viagem para a Ovibeja na ambulância do coma alcoólico. Caso não seja fã da página na rede social deverá sentar-se num canto escuro e pensar muito bem sobre o rumo que quer dar à sua vida. Desejamos-lhe uma boa Ovibeja e não se assuste com o capachinho do Tony Carreira!

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ateirmmpo,o pass o conf

facebook.com/naoconfirmonemdesminto

Inquérito Qual é a sua opinião sobre a ponte internacional entre Serpa e Paymogo?

VÍTOR GASPAR, 51 ANOS Ministro de Estado e das Finanças e pessoa que ganhou uma corcunda ao falar com o ministro das Finanças alemão

José Soeiro e Pulido Valente já começaram a treinar

Pulido Valente e José Soeiro assinam pelo Parlamento de Taiwan A última sessão da Assembleia Distrital de Beja ficou marcada por um episódio desagradável: no final da reunião, José Soeiro, presidente da Assembleia Municipal de Vidigueira, e Jorge Pulido Valente, presidente da Câmara de Beja, envolveram-se numa troca de palavras que faria José Manuel Coelho, truculento deputado da assembleia madeirense, dizer: “Estes tipos são lixados!”. Ao que apurámos, tudo começou quando Pulido Valente foi oferecer um copo de água a Soeiro e lhe levou uma Frize com sabor a figo, em vez da Frize com sabor a laranja que tinha sido pedida. A violência verbal tomou conta da assembleia e reproduzimos aqui um excerto daquilo a que mais nenhum blogue ou órgão de comunicação social regional teve acesso: José Soeiro: “Porra, és mesmo má rés, fiz-te um pedido do mais fácil

que há e trazes-me esta zurrapa... pá...”. Pulido Valente: “Olá a todos e a todas. Portanto, o que é que querias? Se me pedisses para ir buscar água do Castello a Moura tinha de ir, não?” José Soeiro: “Deves pensar que és o maior. Querias Beja Capital, todo armado em água Evian, mas não passas de uma aguita do Vidago...”. Pulido Valente: “Daqui a pouco também me chamas ‘reles funcionário’...”. José Soeiro: “Não, que tu não tens categoria para isso. És abaixo de Trotsky, pá! Qualquer dia faço-te a ti o que o Cunhal fez à Zita...”. Pulido Valente: “Portanto, ui, que medinho, pá. Andas aqui todo armado em Bernardino Soares,

Galinhas poedeiras do Alentejo pedem asilo político a Marrocos O não cumprimento das regras comunitárias relativas ao bem-estar animal levou a que as galinhas da região decidissem organizarem--se em grandes grupos e começassem a emigrar para o estreito de Gibraltar, onde pretendem atravessar o mar em poderosos catamarãs com o intuito de pedir asilo político a Marrocos. O seu objetivo é fugir ao anunciado abate de três milhões de galinhas, por viverem em gaiolas subdimensionadas e sem condições, em vez de residirem num T5 de um empreendimento de luxo, com jacuzzi, aquecimento central e capoeiras com wi-fi. Falámos com uma galinha de Beringel que estava a preparar a sua demanda rumo a Marrocos: “Isto é o nosso holocausto! A sério, se conseguíssemos

mas lá fora mamas-as, ‘ouvistes’?”. (Foi nesta altura que Miguel Góis e Rodeia Machado começaram a instigar como os miúdos da escola, gritando “PO-RRA-DA, PO-RRA-DA, PO-RRA-DA!!!”, todavia, os outros presentes conseguiram acalmar os ânimos). Estes acontecimentos que chocaram a região foram também noticiados além fronteiras e não passaram despercebidos ao parlamento de Taiwan, conhecido pelas suas cenas de violência física. Segundo consta, empresários ligados a este organismo asiático já estão em Beja a negociar a possível ida destes dois políticos para aquelas paragens, reconhecendo grande potencial e margem de progressão, nomeadamente em disciplinas tão prestigiantes em reuniões públicas como “o envio de bocas foleiras” e o “arremesso de cadeiras sobre as bancadas”.

pegar numa caneta não iam faltar candidatos a Anne Frank. Desde que vi a minha prima Tininha a correr no quintal com a cabeça cortada que não vivia tão assustada! Nunca pensei ver esta falta de respeito pelas galinhas da região… Aguentamos o calor no verão de tal maneira que quando pomos os ovos já vêm cozidos… Porque escolhemos Marrocos? Porque aquilo parece que só tem descampados, temos muito sítio por onde correr… E quando chegar o Ramadão, como eles têm de jejuar, vamos andar mais descansadas...”. O anúncio desta catástrofe galinácea está também a chocar a comunidade internacional: Angelina Jolie já se deslocou para o estreito de Gibraltar acompanhada pelo seu assistente António Guterres, que por acaso é alto comissário das Nações Unidas para Refugiados. Rumores apontam para a vontade da atriz de adotar duas galinhas, um galo e três pintainhos.

Ainda bem... que me faz essa... pergunta, que é... uma ótima... pergunta. Deixe-me explicar... va-ga-ro-sa-men-te. A ponte... é... uma ótima... oportunidade para... obter mais receitas... para o Estado. Vamos... portajar a ponte... Um espanhol... para passar... na ponte... deverá pagar 10 euros... e trazer... uma... paelha... Para Portugal... é uma grande … oportunidade, já que… esta... permite... emigrar com mais... facilidade. Pronto. Já respondi à sua... pergunta... e consegui fazê-lo... antes do … Natal. O... brigado!

AMÍLCAR VELOCIDADE FURIOSA, 34 ANOS Vendedor de jantes de liga leve e aparelhos auditivos Ya, penso que a ponte é uma cena que é uma grande oportunidade. “Por causa que” assim é mais fácil “fazeremos” aquelas corridas com os nossos bólides, ‘tás a ver... como fazem na ponte Vasco da Gama – Vasco da Gama não era aquele bacano que descobriu o caminho marítimo para Sines, ou lá o que é? Penso que aquilo agora é que vai ser… 100 metros de asfalto do caraças para esticar o meu Peugeot 205 de 40 cavalos com um sistema de som que é mais caro que um carro novo, lol!! Isto do tuning é assim mesmo, uma paixão que só um gajo com o coração do tamanho de um CD pendurado no retrovisor é que percebe!

JULIETA ATHLETIC BILBAO, 46 ANOS Pessoa que cantou no casting dos “Ídolos” a música do Pingo Doce Ai, yo estiou miutio contiente, piá! O que eu guiosto de Espianhia! Assim, fiquio muitio mais pierto de niostros hermanios! Adioro Espianhia, nomeadiamientie o Jiulio Iglesias, os caramielos, o Enriquie Iglesias, o tiorrião de Aliquiantie, a miãe do Enriquie, a sinhoria diona Madaliena Iglesias. Pieço disculpia, pior ainda não fialar muitio biein, es quié aprendi há pioco tiempio. Mas a minha profiessiora diz que yo fialo melhor que o Mourinho porque pielo mienos não piarece que tivi um derriame quandio fialo castellianio. (Esta entrevista foi realizada sem o auxílio do tradutor do Google).


Nº 1566 (II Série) | 27 abril 2012

RIbanho

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Hoje, sexta-feira, podem cair alguns aguaceiros na região. A temperatura deverá oscilar entre os nove e os 17 graus centígrados. Amanhã, sábado, deverá continuar a chuva e no domingo também são esperados aguaceiros.

Patrícia Raposo, realizadora

“Os cineastas lusitanos levam-se muito a sério”

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eis colegas de curso da Escola Superior de Teatro e Cinema conjugaram ideias e talentos para ultrapassar a difícil barreira de chegar à primeira longa-metragem. O coletivo “O que há de novo no amor?”, que fala sobre as vidas sentimentais dos membros de uma banda rock, passou pelo IndieLisboa em Lisboa em 2011, mostrou-se em alguns outros festivais, nacionais e internacionais, e finalmente aterrou no circuito comercial nacional, sendo até ao momento o terceiro filme português mais visto em 2012. A bejense Patrícia Raposo, membro de uma geração empenhada em quebrar o “desencantamento” do público face ao cinema português, é realizadora de uma dessas seis histórias, emprestando ao conjunto a sua visão “otimista” sobre o amor. Com direito a happy ending, claro.

“O que há de novo no amor?” é a primeira longa-metragem de ficção de um grupo de jovens realizadores de que faz parte. Esta particularidade aguçou a curiosidade do público em relação ao filme; como tem sido a recetividade nas salas de cinema?

É, até agora, o terceiro filme português mais visto em 2012. Dito assim parece muito bom mas, na verdade, não é. O público continua desencantado com o cinema português. E, na maioria das vezes, com razão. Mesmo que se tentem abordagens novas. Os cineastas lusitanos levam-se muito a sério. São chatos, fazem filmes chatos. As pessoas deixam de ter vontade de ir ver o que se faz por cá. Justa ou injustamente, os filmes PUB

estrangeiros ainda são os preferidos e nós, os “novos”, a solo ou em grupo, temos de fazer alguma coisa para mudar isso. O filme fala sobre as vidas sentimentais dos membros de uma banda rock, oferecendo seis visões sobre o amor. Qual a perspetiva que oferece na parte que lhe coube realizar?

Patrícia Raposo, 29 anos, natural de Beja

Nasceu em Beja e cresceu na aldeia vizinha de São Matias. Cursou Cinema (áreas de Realização e Direção de Fotografia) na Escola Superior de Teatro e Cinema, na Amadora, e frequentou o Advanced Photography Course, em Amesterdão. Trabalha num call center, “como a maioria dos artistas nacionais”, brinca, e já tem no seu currículo duas curtas-metragens e o último segmento da longa “O que há de novo no amor?”. Vive atualmente em Lisboa e está em fase de desenvolvimento de projetos nas áreas da ficção, fotografia e música. Admite que pretende mudar o mundo com a sua arte e boa vontade e não tem pejo em acreditar que vai conseguir.

A minha perspetiva em relação a estas coisas do amor é mais ou menos otimista e o meu segmento reflete isso mesmo. A história é muito simples e tenta abordar as hesitações e incertezas que nos assaltam e paralisam no início das relações, principalmente as que surgem quando se está a entrar na idade adulta. Mas acaba bem, fiquem descansados. Como descreveria este arranque “coletivo” e de que forma ele foi importante para prosseguir com eventuais projetos individuais. Está a trabalhar em algo de novo neste momento?

Foi, obviamente, uma grande oportunidade. Seria muito mais complicado ter conseguido financiamento sozinha mas, ainda assim, nada está facilitado. Felizmente há muita gente boa, com boas ideias e eu serei só mais uma a tentar a minha sorte. Atualmente estou em processo de escrita de um projeto de humor e espero dar notícias em breve. Será maravilhoso, cheio de graça e irá atrair, finalmente, milhares e milhares de pessoas às salas de cinema. Carla Ferreira Vá, sonhar não custa.

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Cante com “lugar de destaque” na música europeia O musicólogo Rui Vieira Nery exaltou este fim de semana, em Beja, o “lugar de destaque” ocupado pelo cante alentejano no “panorama da música europeia”. O especialista em música antiga, que chegou a presidir à comissão científica da candidatura do cante a Património da Humanidade, falou no sábado, 21, para um auditório cheio na igreja de Nossa Senhora dos Prazeres, no âmbito da conferência “Cum liquida voce et convenientíssima modulatione” (com voz suave e bem modulada), a intervenção de fundo da 8.ª edição do Festival Terras Sem Sombra. Segundo a organização, a cargo do Departamento do Património Histórico e Artístico (DPHA) da Diocese de Beja, Vieira Nery “não ficou indiferente à cultura musical alentejana, aclamando a importância do cante, explicando o seu papel no longo panorama do canto e convidando os espetadores a recuarem no tempo e a reencontrarem as suas origens”. O conferencista apresentou a evolução da música vocal no âmbito do cristianismo – desde o canto gregoriano até ao século XX, em que se transforma “numa poderosa arma de introspeção e reflexão social” – tendo sublinhado que o cante, embora nascido à sombra da tradição religiosa da bacia do Mediterrâneo, ganhou, “pela sua riqueza musical, poética e identitária, uma autonomia muito grande, sem nunca perder as profundas componentes espirituais”. Satisfeito com as palavras do orador e a reação do público presente, o diretor do Terras Sem Sombra – Festival de Música Sacra do Baixo Alentejo, José António Falcão, apelidou a conferência de “um regresso às origens, para compreender o estado atual da arte”. “Foi uma lição que nos iluminou a tarde, num espaço tão ecuménico e cheio de história e cultura, como é o Alentejo”, concluiu.

Festival de BD de Beja já tem data O VIII Festival Internacional de BD de Beja, evento que se tornou incontornável no panorama da nona arte a nível nacional, já tem data marcada. Segundo a organização, da Bedeteca de Beja, que já divulgou o cartaz de 2012, prometendo mais novidades para breve, terá lugar entre 26 de maio e 10 de junho. Novamente assentando arraiais na Casa da Cultura e estendendo os tentáculos a outros pontos do centro histórico da cidade.


Sexta-feira, 27 abril 2012, Nº 1566 (II Série)

Ovibeja

ILUSTRAÇÃO SUSA MONTEIRO

Uma feira de afetos


02 Diário do Alentejo 27 abril 2012

Sempre houve uma pedra no sapato, não só da Câmara de Beja, mas de outras instituições, e eventualmente até de partidos políticos, por existir uma associação empresarial de agricultores que tem um relevo tão grande nos acontecimentos desta região.

Acho que se deve dissolver esta empresa [ExpoBeja] e que deverá haver um acordo onde a câmara municipal cederá a parte que tem no Parque de Feiras e Exposições para a ACOS”.

A Ovibeja abre hoje com a presença do secretário de Estado Carlos Moedas. Membro de um governo que, para o presidente da feira, Manuel Castro e Brito, está a cometer um “erro histórico” sem precedentes ao adiar a finalização do regadio de Alqueva, desviando essas verbas para outras regiões do País. Sob o lema “+ Produção”, a grande feira do Sul, cujo investimento ascende a um milhão de euros, pretende alertar para o peso da agricultura na balança comercial de Portugal e para a necessidade de um maior incremento da produção agrícola nacional. A Ovibeja torna a decorrer no Parque de Feiras e Exposições de Beja, infraestrutura que a ACOS, entidade organizadora do certame, pretende assumir por inteiro e sem a participação da câmara bejense. Entrevista Paulo Barriga Fotos José Ferrolho

Manuel Castro e Brito defende a extinção da ExpoBeja

ACOS quer gerir Parque de Feiras e Exposições de Beja A Ovibeja está a ressentir-se, em termos de número de expositores e expetativa de visitantes, da crise económica e social em que o País está mergulhado?

Parece que não, uma vez que temos mais inscrições de expositores do que no ano passado e configura-se que a feira vá ter um grande sucesso. Temos para cima de mil participações. A Ovibeja é um fenómeno. A feira é muito conhecida e inovadora. Temos inovado e caminhado sempre à frente das outras feiras, trabalhando sempre no sentido dos expositores e dos visitantes serem intervenientes ativos. Penso que esse é o segredo. Nunca perdemos a nossa matriz de feira regional. A Ovibeja não é uma exposição temática, não é uma feira específica, é uma feira na verdadeira aceção do termo. Uma feira é mais do que comprar e vender, é também uma romaria onde se misturam os afetos... A Ovibeja é uma feira muito humana. Quais são as grandes novidades para o presente ano?

Continuamos a fazer exposições sobre os assuntos que mais interessam. Começámos no final dos anos 90 com exposições sobre o Alqueva, a água, o campo, até que chegámos às exposições mais temáticas: o azeite, o vinho… E é aí que

voltámos este ano: exposições, concursos de pecuária, um grande concurso internacional de azeite, onde temos azeites do sul da Europa e também, pela primeira vez, um azeite da América do Sul, do Chile. E isso é importante, dá prestígio à feira e quem vem de fora conhece uma região que agora, com o regadio do Alqueva, é a maior produtora de azeite do País e que utiliza tecnologias de ponta no que diz respeito ao cultivo da oliveira… e foi isso mesmo que fez com que o País se tornasse autossuficiente em azeite. A estrutura essencial da feira não se altera substancialmente de ano para ano e isso, por vezes, é motivo de crítica…

Temos uma teoria: o modelo que vence é o que temos que implementar e não devemos abandonar. O modelo da Ovibeja é inovador porque nas feiras não se faziam colóquios, foi na Ovibeja que isso começou, porque não havia programas, a Ovibeja apareceu como a primeira feira do País com programa, com visitas, com manifestações das várias vertentes… A Ovibeja é uma feira muito liberal e acolhemos aqui todos os projetos, tanto empresariais, como sociais. Pensamos que o modelo está certo. É para ficar e para ser melhorado. A Ovibeja foi a primeira feira com animação noturna. A Ovibeja tem andado à frente deste modelo de feiras que hoje vigora no nosso país. A Ovibeja também tem críticas, essas críticas são bem-vindas, muitas não têm nexo, não ligamos, mas outras são bem acolhidas e a organização tenta sempre melhorar. A ACOS continua a organizar a Ovibeja por conta própria?

Desde o início que a ACOS promove a Ovibeja sozinha, no que diz respeito ao investimento. Obviamente que colabora com várias entidades comerciais e não apenas. O que não podemos é colocar a Ovibeja ao dispor de correntes políticas ou mesmo do Estado. O Estado não tem que meter aqui o bedelho. Fazemos a feira e pomo-la à disposição, em primeiro lugar, dos nossos associados, que são agricultores, de todas as entidades e da população em geral. Quer da nossa região, quer de outras regiões do País, quer mesmo dos nossos vizinhos espanhóis. A feira é muito conhecida, tem sucesso e nunca falha. Chega a altura e tem sempre muito boa prestação.


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Quanto custa organizar uma feira com esta dimensão?

Custa largos milhares de euros, que têm retorno, felizmente. A Ovibeja é o maior investimento pontual que se faz no Sul do País. É um investimento para cinco dias. O valor tem rondado o milhão de euros. Temos conseguido, de alguma maneira, diminuir os orçamentos, sem prejudicar a qualidade da feira, mas não é fácil... É correto afirmar que esta é, cada vez mais, uma feira generalista e cada vez menos ligada ao mundo rural?

Generalista é e do mundo rural também! Cada vez mais. Basta ter atenção ao programa, basta ver a exposição pecuária que temos, inédita no País, basta ver o teor dos colóquios e também a frequência da feira. Que é uma frequência rural, do pouco rural que ainda existe. Há, de facto, uma grande preocupação de não nos despegarmos do mundo rural. Porque esta é uma associação de agricultores. O negócio dos nossos associados está no mundo rural. No entanto, o mundo rural tem todo o direito de ter qualidade, de ser evoluído. O facto de vir à Ovibeja o Bob Sinclar é um benefício para o mundo rural. Quem for à Net percebe que o Bob Sinclair hoje está em Nova Iorque, amanhã em Moscovo… está em todo o mundo e há um dia em que estará na Ovibeja… O azeite e o vinho, em detrimento da pecuária e da agricultura extensiva, estão a ganhar terreno na Ovibeja. Porquê essa aposta?

A Ovibeja é uma feira de negócios. E o azeite é um grande negócio. Mas não esquecemos a pecuária, sabemos perfeitamente que o Alentejo terá que ter sempre culturas em extensivo até porque estão aliadas à qualidade do ambiente e nem toda esta região tem possibilidades de entrar nalguns clusters, como é o vinho e o azeite, que sem dúvida nenhuma são ex-libris desta região. O Alentejo é o maior exportador de vinho e é o maior produtor de azeite e nós estamos no epicentro dessas produções. No que diz respeito às culturas dos cereais de sequeiro: o custo dos fatores de produção e os preços de mercado fazem com que as produções tenham baixado. Os agricultores, como empresários que são, não são parvos e não gostam de perder dinheiro. Esta modificação da paisagem agrícola do Alentejo é de tal forma forte e evidente que a própria designação da entidade que organiza a Ovibeja, a ACOS, foi alterada recentemente para Agricultores do Sul. Qual a razão desta mudança?

A medida foi aprovada em assembleia geral. A ACOS começou como uma associação específica de ovinos e de caprinos. E daí o próprio nome da Ovibeja. À medida do desenrolar do tempo, a ACOS foi ocupando todas as fileiras da agricultura e até das agroindustrias. Neste momento é uma associação que está envolvida em todos os modelos de agricultura e em todas as produções desta região. Não faria sentido ter a designação de “criadores de ovinos”, porque essa não é a realidade. Este ano, o tema da exposição é “+ Produção”. A quem é que é dirigida esta mensagem?

A todos nós. Todos temos que produzir mais. É uma mensagem muito política, mas nada partidária. Obviamente que, para produzir mais, é necessário trabalhar mais, trabalhar com mais afinco. Temos o dever de produzir mais em todos os setores, mas principalmente e também na agricultura. Produzindo na agricultura deixamos de importar alimentos e isso será bom para o País, para a balança de pagamentos de um país que está em bancarrota. Não é preciso andarmos com rodeios: o nosso país está em banca rota, não tem dinheiro e vive dos empréstimos e das ajudas que vêm de fora. Nós temos o sentimento que somos capazes de produzir mais. Estamos a atravessar um período de seca bastante acentuado. Como encara as políticas governamentais para o setor nesta altura?

Nunca tive ilusões das políticas para ajudar as pessoas neste ano de seca. Por uma razão muito simples: o País não tem dinheiro. Deu uma ajuda simbólica à pecuária... Depois fez uns anúncios e aí entrámos na parte da demagogia. Diziam que iam dar não sei quantos milhões… os milhões que vão dar não são nada, são verbas a que temos direito e que estão atrasadas e que vêm da União Europeia, devido à PAC. Quem esperasse outra coisa, estava iludido. Agora, a seca combate-se com a água e para haver mais produção tem que haver água porque, principalmente na nossa região, temos sol, boas temperaturas, temos um clima que se coaduna com o regadio e temos os melhores solos da Península Ibérica. Precisamos é de água e a indefinição em relação ao regadio do Alqueva, quanto a mim, é um crime e um erro histórico, um grande tiro de canhão no pé. Qua análise faz ao desempenho desta superministra que também detém a pasta da Agricultura?

Penso que ela esteve em aprendizagem. Se calhar vai no primeiro ciclo, agora terá que passar para outra fase. Já sabe dizer alguns termos agrícolas, agora terá que pisar o campo, terá que ter os pés no chão e terá que ver que o negócio da agricultura é um negócio que exige muito capital, que exige muito tempo, que é um negócio que dá fruto a longo prazo e que portanto, tem que haver um apoio, mais que não seja moral, aos agricultores e isso não tem acontecido. Pelo contrário, todos estamos recordados da injustiça que é dizer que não podemos regar mais, que há muita terra de regadio que não é aproveitada. Pelo amor de Deus! A água que Alqueva disponibiliza, e uma grande parte ficou disponível há apenas um ano, está a ser utilizada em cerca de 40 por cento. Há perímetros de rega com dezenas e dezenas de anos que nem 30 por cento utilizam, portanto isto é uma enorme ingratidão pelo trabalho e pelo investimento dos agricultores da região. Diz que este governo está a cometer um “erro histórico” em relação ao Alqueva. Quer concretizar?

Sabemos que estamos numa situação muito complicada e não duvido das boas intenções da ministra. Mas ela terá que promover um diálogo mais direto e mais aberto com todos os agricultores. Não é só as confederações de agricultores, porque essas estão lá em Lisboa e quem está no

campo é que sabe o que é e o que custa. Estar a gerir por cima se calhar é o mais fácil. Obviamente que sabemos as influências que as confederações tiveram para que o CDS tivesse ido para o Governo. Volto a dizer que quem está com os pés no chão e a investir nos projetos, nomeadamente no regadio do Alqueva, é que precisa de diálogo e precisa de mostrar o investimento que está feito. Já reuniu com a nova administração da EDIA? Está com expetativas positivas ou continua a achar que não passa de uma empresa de construção que distribui alguns tachos e benefícios?

A EDIA foi criada para desenvolver um projeto de construção e penso que isso não é mau. Parece que até tem desempenhado bem essa função. Bem demais, porque o regadio, quanto a mim, não precisa de novas estradas alcatroadas e de outras asneiras que se fizeram por aí. Agora o dinheiro falta para por a água no terreno para que se possa regar. Houve muito dinheiro mal gasto, como toda a gente sabe. Denunciámos essa situação com todo o direito. Não só como agricultores, mas enquanto pagadores de impostos. Respondendo à pergunta, conheço o novo administrador, conheciu-o há pouco tempo, o resto do staff continua o mesmo, penso que o novo presidente tem vontade para arranjar água, para acorrer às pessoas, principalmente àquelas que já têm os projetos no campo e que estão à espera, e penso que há de facto uma grande dinâmica, mas debate-se com um problema terrível: o corte drástico que o Ministério da Agricultura fez para a medida do regadio de Alqueva. Retiraram 130 milhões de euros e, de facto, com os 97 milhões de euros que ficaram não se consegue terminar o projeto de Alqueva. Tem andado aqui uma grande demagogia em torno de tudo isto. Nós sabemos que fomos prejuducados. Porque este dinheiro continua no Proder, não foi retirado para tapar nenhum buraco, continua lá, só que para outras regiões do País, para outros clientes que

Qualquer dia Beja não tem património. O Museu Regional vai cair, o castelo cairá, enfim… estamos aqui numa situação de emergência onde devemos assumir algumas responsabilidades. A sociedade civil tem a obrigação de assumir algumas responsabilidades em assuntos vitais para Beja e para esta região.

formam o lobby mais forte junto do Ministério da Agricultura. A Ovibeja continua a realizar-se no Parque de Feiras e de Exposições de Beja. Infraestrutura cujos proprietários são a Câmara de Beja e a ACOS. Como estão as relações com a autarquia?

A questão do Parque de Feiras e Exposições é uma questão crónica e o relacionamento da ACOS com a Câmara de Beja acerca do Parque de Feiras e exposições tem sido um romance. Sempre houve uma pedra no sapato, não só da Câmara de Beja, mas de outras instituições, e eventualmente até de partidos políticos, por existir uma associação empresarial de agricultores que tem um relevo tão grande nos acontecimentos desta região. Seria mais útil para todos acompanharmos a dinâmica e estarmos juntos. Mas isso não aconteceu, nem acontece agora. O que temos é um historial e uma atitude saloia. Todos os executivos que passaram por Beja revelaram grandes complexos em relação a nós. Como assim?

O Parque de Feiras e Exposições de Beja foi construído com dinheiros públicos, principalmente dinheiros comunitários. E aí houve uma boa gestão. A câmara fez doações ao Parque de Feiras e Exposições, que foi implementado em duas fases, uma da responsabilidade da ACOS e outra da câmara. Os terrenos eram municipais, foram doados à ACOS para fazer o investimento e a outra parte foi a própria câmara que investiu. O que não correu bem foi o facto de termos sido obrigados a criar uma empresa municipal onde a câmara tem 60 por cento e a ACOS 40 por cento. Conforme as sensibilidades dos presidentes de câmara que passaram, o Parque de Feiras esteve sempre refém desta ditadura. Agora constatamos que a Câmara de Beja também está falida e que não tem possibilidades de satisfazer as suas obrigações na Expobeja. Tem dificuldades em pagar os serviços que a Expobeja lhe presta, tem grandes dificuldades inclusivamente na manutenção de todo o espaço e penso que nós não deveremos deixar cair o Parque de Feiras e Exposições. Qual a solução?

A solução passa por a ACOS assumir essa responsabilidade, para não deixar cair o Parque. Porque foi a ACOS que o criou, não é a ACOS que o quer ver arruinado. E portanto estamos disponíveis para assumir essa obrigação. Está a falar em comprar a participação da câmara?

Acho que se deve dissolver esta empresa [ExpoBeja] e que deverá haver um acordo onde a câmara municipal cederá a parte que tem no Parque de Feiras e Exposições para a ACOS, eventualmente com outros parceiros, assumir a responsabilidade de não deixar cair o Parque de Feiras e Exposições de Beja. Porque qualquer dia Beja não tem património. O Museu Regional vai cair, o castelo cairá, enfim… estamos aqui numa situação de emergência onde devemos assumir algumas responsabilidades. A sociedade civil tem a obrigação de assumir algumas responsabilidades em assuntos vitais para Beja e para esta região.


04 Diรกrio do Alentejo 27 abril 2012


Delta solidária na Ovibeja

A empresa Delta Cafés vai este ano ceder os seus três espaços comerciais na Ovibeja a outras tantas instituições de solidariedade social da cidade. Nomeadamente ao Centro de Paralisia Cerebral de Beja, à Caritas Diocesana e à Cercibeja. Para lá da cedência dos módulos e dos quiosques, a Delta também se compromete em fornecer gratuitamente todos os produtos necessários ao bom funcionamento dos mesmos, nomeadamente café. Assim, a receita da venda de café na Ovibeja será integralmente entregue a estas três instituições.

05 Diário do Alentejo 27 abril 2012

Divulgação e preservação da espécie “Fé nos Burros” é novidade

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Espaço multimédia “Vinhos e Azeites” em exposição interativa

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ma das principais atrações desta edição da Ovibeja é a exposição interativa “Vinhos e Azeites”, dedicada a dois dos mais preciosos néctares da região, que, segundo a organização do certame, “se encontram em grande desenvolvimento e modernização”. “‘Vinhos e Azeites’ é um espaço criado a pensar no consumidor, razão pelo qual os conteúdos serão transmitidos de forma empírica e sensorial”, explica a organização, em comunicado de imprensa. Adiantando que “para além da promoção e mostra de vinhos e azeites, este espaço multimédia tem também uma forte componente didática e interativa”. O que é um bom azeite? Como apreciar uma boa azeitona? Quais os diferentes tipos de vinhos e em que ocasiões devem ser consumidos? Quais os seus benefícios para a saúde? Que impactos económicos e sociais têm estes setores? As respostas, a estas e a muitas outras perguntas, vão ser dadas através de workshops de ciência, demonstrações culinárias, degustações e provas comentadas, tertúlias conduzidas por peritos de renome, entre outras ações. A Casa do Azeite – Associação do Azeite de Portugal, o Conselho Oleícola Internacional (COI), a Comissão Vitivinícola da Região Alentejo, Confraria dos Enófilos do Alentejo e a Fábrica – Centro de Ciência Viva da Aveiro são alguns dos parceiros que colaboram com o evento.

Concurso excedeu as expetativas Prova de melhores azeites do mundo

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ste ano a Ovibeja recebeu 63 azeites de diferentes partes do globo para seleção no II Concurso Internacional de Azeite Virgem Extra – Prémio Ovibeja. O concurso, segundo a organização, excedeu as expetativas. Esta rica mostra vai ser conhecida no dia de inauguração da feira, hoje, sexta-feira. Os visitantes têm a oportunidade de provar, de acordo com a organização, os “melhores azeites do mundo”. Recorde-se que o painel de provadores, que incluiu 23 jurados, nacionais e internacionais, reuniu-se, na passada segunda-feira, para fazer a seleção dos melhores azeites nas três categorias a concurso: frutado verde intenso, frutado verde médio e frutado maduro. O júri do Concurso Prémio Ovibeja, o único no País de âmbito internacional, é composto por provadores de Portugal, Espanha, Itália, Grécia e Chile, todos reconhecidos pelo Conselho Oleícola Internacional.

pensar nos mais novos, no turismo e nas funções terapêuticas, este ano, a organização leva à Ovibeja a iniciativa “Fé nos Burros”. Quatro burros vão passear-se pelo certame e estão agendadas várias iniciativas para as crianças. Uma exposição fotográfica, um filme e um espaço de debate sobre este velho companheiro do homem são outras das atividades previstas. Na Ovibeja as crianças vão poder ajudar a tratar dos burros, como dar de comer, escovar, limpar, enquanto os monitores, sempre presentes, falam sobre a espécie, os diferentes tipos de alimentação, acerca dos cuidados básicos, da fisiologia dos burros, entre outros aspetos curiosos. Segundo a organização, “dado que o burro é um animal dócil, paciente, estável fisicamente e emocionalmente, os familiares podem fazer a reportagem fotográfica das crianças no decorrer do contacto com os animas”. Num outro espaço da Ovibeja os mais novos podem ainda dar passeios de burro, sempre acompanhados com monitores que levam os animais à rédea. Na Ovibeja vai também ser apresentada e debatida a importância da preservação desta espécie e a sua utilização para novas funções, que podem ir desde a integração em atividades de lazer e turismo, manutenção da biodiversidade e até em processos terapêuticos. A iniciativa conta com a participação e colaboração da Associação para o Estudo e Proteção do Gado Asinino, do fotógrafo João Pedro Marnoto e do Município de Alfândega da Fé.

Receitas de eleição apresentadas amanhã 1.ª Mostra de Sopas Tradicionais do Alentejo

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Ovibeja recebe a 1.ª Mostra de Sopas Tradicionais do Alentejo. A organização encontra-se a cargo da Confraria Gastronómica do Alentejo, que conta com a colaboração da ACOS. A mostra apresenta-se amanhã, sábado, altura em que cada participante revela a sua receita de eleição que pode ir da tradicional açorda às sopas de tomate, passando pela poejada de bacalhau com feijão manteiga, sopas de toucinho, feijão com catacuzes e migas de bacalhau com poejos, entre outras. O objetivo da iniciativa é dar “a conhecer aos visitantes a riqueza da gastronomia alentejana”, contribuindo, ao mesmo tempo, “para a preservação do receituário tradicional”. As receitas são confecionadas pelos membros da Confraria Gastronómica do Alentejo e por particulares conhecedores do receituário tradicional alentejano. Pessoa Lopes, membro da confraria e mentor do tema deste ano, explicou que “as sopas tradicionais do Alentejo, confecionadas com produtos de qualidade, com o uso do pão tradicional alentejano, são sopas ricas e muito saudáveis”, que, em sua opinião, “deveriam estar mais presentes nas refeições do dia a dia”. Para preservar a riqueza do receituário tradicional e fazê-la perdurar na história da gastronomia da região, as receitas apresentadas na 1.ª Mostra de Sopas Tradicionais do Alentejo vão ser integradas numa publicação a apresentar e divulgar na edição da Ovibeja do próximo ano.

Conferências e colóquios “+ Produção” é tema central da Ovibeja

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esta edição o lema principal da feira é “+ Produção” e, neste sentido, a feira é palco de apresentações e discussões sobre os principais assuntos da ordem do dia. Segundo a ACOS, “estão convidados governantes, deputados, eurodeputados, técnicos e investigadores para, publicamente, darem a conhecer os seus pontos de vista”. Amanhã, pelas 10 e 30 horas, no auditório do Nerbe, estará em discussão “PAC pós 2013”. O colóquio será presidido pelo secretário de Estado da Agricultura, José Albuquerque. São ainda preletores Luís Santos, deputado ao Parlamento Europeu, Eduadro Dinis, representante do Gabinete de Planeamento e Políticas, e Hugo Almeida, da Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rurual da Comissão Europeia. À tarde, pelas 15 horas, no auditório do Nerbe, decorre a conferência “+ Produção”, que contará com a participação de Gabriela Ventura, gestora do Proder, João Basto, presidente da Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas de Alqueva, e José dos Santos, técnico também da EDIA. O regadio de Alqueva é um dos temas que vai estar em cima da mesa.

Setor hortofrutícola em seminário Ovibeja aproxima Alentejo e Andaluzia

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Agência de Desenvolvimento Regional do Alentejo (Adral), como o apoio da ACOS e do Instituto Politécnico de Beja, organiza, durante a Ovibeja, na segunda-feira, 30, o seminário “Transferência de Tecnologia no Setor Hortofrutícola das Regiões Alentejo e Andaluzia”. O evento, segundo a organização, pretende “promover e divulgar o projeto” e “dar a conhecer as oportunidades e desafios da transferência de tecnologia no setor hortofrutícola”. O objetivo é que centros tecnológicos e empresas da região Alentejo e da Andaluzia possam divulgar a utilização destas tecnologias no setor. A iniciativa enquadra-se no âmbito do projeto “A2 Transfer”, uma iniciativa do Programa Operacional de Cooperação Transfronteiriça Espanha-Portugal (Poctep), que tem como objetivo principal a promoção da transferência de novas tecnologias para a melhoria de processos na indústria agroalimentar. Para a organização, “esta é, sem dúvida, uma oportunidade para estabelecer-se contacto com esta rede transfronteiriça de centros e agentes do conhecimento, tendo os participantes a possibilidade de visitar o espaço A2 Transfer no Pavilhão Institucional do certame”.


06 Diário do Alentejo 27 abril 2012

Segunda a Sábado das 9 às 19h na R. Capitão João Fran. de Sousa, 33, no centro de Beja

...e também na Ovibeja!! facebook.com/mestrecacaulda


07 Diário do Alentejo 27 abril 2012

Aurea, Tony Carreira, tunas e Bob Sinclair animam os serões

27.ª Ovibeja arranca hoje imune à crise “+ Produção” é o mote da 27.ª edição da Ovibeja, a inaugurar hoje à tarde pelo bejense José Moedas, secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro. Um certame que, segundo a ACOS, se ergue imune à crise e que, novamente, promove o debate em torno do mundo rural e o seu futuro, dando espaço aos negócios, exposições, provas e degustações, e, claro, também à música e à festa pela noite fora.

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Ovibeja tem mais uma vez encontro marcado com os alentejanos “de todo o mundo”, entre hoje e a próxima terça-feira, dia 1 de maio, no Parque de Feiras e Exposições da cidade. Uma 27.ª edição, dedicada à premissa “+ Produção”, que se inaugura pelas 15 horas, em cerimónia oficial presidida pelo secretário de Estado Adjunto do primeiroministro, o bejense Carlos Moedas. PUB

Em período de crise, a chamada Grande Feira do Sul parece estar-lhe imune, pelo menos a julgar pela impressão da organização, a cargo da ACOS – Agricultores do Sul, que registou um aumento do número de expositores inscritos. “A feira não é só um projeto, são muitos grandes e pequenos projetos”, refere Manuel Castro e Brito, presidente da ACOS. Assim, ao negócio juntam-se a festa, a música, provas e degustações, exposições temáticas, como a que vai enriquecer a alameda principal da feira, desenvolvendo o tema que lhe serve de mote – “+ Produção” – e, como é da praxe, também o debate sobre o mundo rural e o seu futuro. “PAC Pós 2013” é o tema lançado pela ACOS às 10 e 30 horas de amanhã, sábado, no auditório do Nerbe. Um colóquio presidido pelo secretário de Estado da Agricultura, José Diogo Albuquerque, que terá como oradores Luís Capoulas Santos, deputado europeu,

Eduardo Dinis, do Gabinete de Planeamento e Políticas, e Hugo Almeida, da Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural da Comissão Europeia. No mesmo dia, pelas 15 horas, o debate “+ Produção” coloca em cima da mesa o tema do regadio de Alqueva, com as contribuições de Gabriela Ventura, gestora do Proder, João Basto, presidente da Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA), e de José Filipe Guerreiro dos Santos, técnico da mesma empresa. Entre as novidades propostas pela organização para este ano, merece destaque a iniciativa “Fé nos Burros” que se desdobra em várias possibilidades de contato com este animal dócil e paciente, que tem acompanhado o homem ao longo da história. Atividades dirigidas às crianças, uma exposição fotográfica, um filme e um espaço de debate são as atividades propostas.

Quanto aos espetáculos noturnos, sempre muito aguardados, o leque oferecido vai do pop rock nacional à música romântica ou às sonoridades eletrónicas. Logo na noite de abertura, a cantora Aurea sobe ao palco da arena multiusos, pelas 22 e 30 horas, seguindo-se-lhe a dupla No DJS da Antena 3, numa viagem musical com paragens no reggae, rock, funk soul e disco. Amanhã, sábado, espera-se a multidão feminina do costume para ver Tony Carreira, o mais badalado cantor romântico português da atualidade. O serão prossegue com mais uma dupla de “passadores de música”, os DJ Funkyou2. O desfile continua no domingo, 30, noite que ficará por conta das tunas académicas de Beja e do DJ local Frederico Barata, e termina na segunda-feira, com chave de ouro, convidando para a arena o DJ francês de renome internacional, Bob Sinclair, além dos portugueses André Alves e Frank Maurel.


08 Diรกrio do Alentejo 27 abril 2012


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