Autarcas rejeitam acordo
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Associação Nacional de Municípios em causa pág. 10
SEXTA-FEIRA, 1 JUNHO 2012 | Diretor: Paulo Barriga Ano LXXXI, No 1571 (II Série) | Preço: € 0,90
“DA” lidera audiências no distrito de Beja
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MARIA BARRIGA, 7 ANOS
Hoje fazemos 80 anos 1 de junho Dia Mundial da Criança O “Diário do Alentejo” celebra hoje 80 anos. Uma data bonita. Uma idade bonita. Repleta das histórias que fazem a própria História da nossa região. E por isso somos indiscutivelmente o jornal mais lido no distrito de Beja É avançado na idade, o “DA”. Mas não é, não quer ser, um jornal velho. Pelo que convidámos os nossos leitores mais jovens a participar nesta edição que assinala, por igual, o Dia Mundial da Criança. Que é o que hoje todos nós queremos ser. Crianças repletas de sonhos.
IGAT considera que Câmara de Ourique violou PDM em Garvão A Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAT) declarou nulas as deliberações do executivo municipal de Ourique quanto ao licenciamento para a construção da Unidade de Cuidados Continuados Integrados de Garvão. Um equipamento que começou a funcionar há cerca de um mês mas que ainda não foi oficialmente inaugurado. E que agora pode fechar as portas em definitivo. Isto porque, segundo o relatório da IGAT, foi violado o regulamento do PDM de Ourique. O mesmo já havia acontecido com a instalação da fábrica Montaraz. pág. 7
Nº 1571 (II Série) | 1 junho 2012
Psiquiatras reúnem-se em Serpa e faltam no Hospital de Beja Começou ontem, e termina sábado, em Serpa, o 2.º Congresso da Associação Psiquiátrica do Alentejo (APA). Uma reunião que junta centenas de especialistas da área da saúde mental e onde o suicídio é o tema dominante. Entretanto, na cidade de Beja, no Hospital José Joaquim Fernandes, um edifício novo, espera por especialistas, para evitar que os casos agudos de doentes psiquiátricos tenham de ser encaminhados para Lisboa. Mas não há especialistas que queiram ocupar as vagas. pág. 6
Encontro de Culturas começa amanhã em Serpa pág. 27
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Diário do Alentejo 1 junho 2012
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Jorge Rosa Presidente da Câmara Municipal de Mértola
Após 80 anos a informar o Alentejo, aniversário memorável para qualquer jornal regional, o “Diário do Alentejo” merecia mais. Mais simpatia da região, mais estratégia para o futuro, menos indefinições. Este jornal cumpre uma função informativa e até social importante, embora deva distanciar-se totalmente do poder político, condição essencial para a sua continuidade. Parabéns a todos quantos colaboraram para o 80.º aniversário.
INFOGRAFIA JOSÉ SERRANO
“Diário do Alentejo” líder de audiências. Todas as semanas mais de 28 mil pessoas leem o “Diário do Alentejo”, segundo um estudo da Marktest quanto à audiência de leitores de jornais regionais no distrito de Beja. Um resultado esmagador que deixa a grande distância os restantes títulos que se publicam na região. Segundo este estudo, o “DA” é um jornal verdadeiramente paritário. Os seus leitores dividem-se exatamente em
percentagens iguais entre o sexo masculino e feminino. Já no que toca a idades, há um claro “refrescamento” nos habituais seguidores do jornal. Quase 75 por cento dos nossos leitores têm entre 15 e 54 anos de idade e estão na vida ativa, se bem que o seu poder de compra, reflexo da crise e da região em que nos inserimos, não seja o mais elevado. O “DA” é um jornal com passado e com futuro assegurado. PB
Presidente da Câmara Municipal de Santiago do Cacém
A imprensa regional tem dado um contributo decisivo na promoção da coesão regional, bem como tem sido um estímulo à descentralização. O “Diário do Alentejo”, ao longo dos seus 80 anos de existência, soube implantar-se a nível regional, nacional e junto das comunidades portuguesas, particularmente onde vivem e trabalham alentejanos e é por isso ainda mais importante porque cumpre com a obrigação de divulgar a sua atividade, a promoção cultural, os acontecimentos e a vida na região. Parabéns ao “DA”, que considero um património do Alentejo, reafirmando que não deve ser visto como mais um jornal, mas sim como um órgão com responsabilidades na defesa da região e da profunda ligação às populações, dando prioridade sempre ao serviço público.
03 Diário do Alentejo 1 junho 2012
Vítor Proença
Diário do Alentejo 1 junho 2012
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Carlos Beato
Ao longo dos seus 80 anos de história rica e multifacetada, o “Diário do Alentejo” afirmou-se como um dos órgãos de informação e comunicação mais relevantes da nossa região, contribuindo para a divulgação das potencialidades de um território verdadeiramente de exceção, dando a conhecer o nosso passado coletivo, debatendo amplamente o presente e ajudando a rasgar os caminhos do futuro. Faço votos de que, nos próximos 80 anos da sua vida, o “DA” prossiga a defesa incansável deste Alentejo cada vez mais próspero e qualificado, afirmando continuadamente a sua independência, a sua isenção e tendo como princípio aquele que Salgueiro Maia sempre transportou consigo e transmitiu de modo exemplar: “Servir sem nunca se servir”. Parabéns.
Presidente da Câmara Municipal de Grândola
Entrevista
Jorge Guedes Campos foi o primeiro diretor da segunda série do “DA”
Um jornal com uma missão cívica A medicina trouxe-o ao Alentejo, corria o ano de 1976. Apaixonou-se desde logo pela paisagem, que lhe recordava os espaços livres do seu Moçambique O que motivou a sua ida para Beja?
Como surgiu o convite para dirigir o “Diário do Alentejo”?
O “Diário do Alentejo” foi fundado a 1 de junho de 1932, por Carlos Marques e Manuel António Engana. Este jornal esteve sempre ligado aos interesses da população alentejana, alertando e discutindo as grandes questões desta vasta região e contribuindo ainda para a sua dinamização cultural. É compreensível que a interrupção da sua publicação, a 6 de fevereiro de 1980, tenha criado um enorme vazio na imprensa regional local. Para ultrapassar este cenário, as câmaras municipais do distrito de Beja e de Grândola, Santiago do Cacém e Sines constituíram a associação de municípios que originou as bases materiais para o reaparecimento do “Diário do Alentejo”, a 25 de abril de 1982, em vésperas de completar a 1 de junho os 50 anos de vida. Quanto ao convite para dirigir o jornal, foi-me apresentado por essa extraordinária figura humana, de seriedade, lealdade, inteligência, cultura e amor ao Alentejo, o João Honrado, na altura presidente da Assembleia Municipal de Beja. Conhecedor da importância do reaparecimento do jornal, não podia negar o convite, apesar da minha inexperiência no mundo do jornalismo. Interpretei-o como uma missão cívica. O meu gosto pela leitura e escrita e a apetência pela tertúlia cultural contribuíram para aceitar esta tarefa. Estes aspetos também foram traduzidos no mandato que cumpri como presidente da Assembleia Municipal de Beja, a partir de 10 de janeiro de 1983.
natal, e pelo “extraordinário povo alentejano”. Por “missão cívica”, Jorge Guedes Campos aceitou a direção do “Diário do Alentejo ” quando o jornal reapareceu, em 1982. Dos três anos em que exerceu funções, guarda a memória duma “experiência inesquecível que muito me enriqueceu humanamente, aprendendo muito mais do que o esforço despendido.” Texto Alberto Franco ARQUIVO PESSOAL
Em 1975 terminei no Hospital de Santa Maria o estágio policlínico, após a licenciatura em Medicina na Universidade Clássica de Lisboa. Nessa altura tinha sido criado o Serviço Médico à Periferia, obrigatório para os jovens médicos recém-licenciados. Este serviço transformou completamente a assistência médica, particularmente nas populações carenciadas do interior, e foi um importante motor para a implementação do Serviço Nacional de Saúde. O grupo de médicos do qual fazia parte optou por escolher o concelho de Mértola, em 1976. A minha vinda para o Alentejo foi uma decisão feliz, que me fez recordar os espaços livres de África, onde nasci e que me permitiu conhecer e contactar com este extraordinário povo alentejano, que segundo o poeta José Gomes Ferreira “nunca canta sozinho”. De 1977 a 1983 trabalhei no Hospital Distrital de Beja, onde terminei a especialidade de radiologia, sob orientação do dr. João Manuel Covas Lima.
Que situação se vivia nessa altura na região?
No início da década de 80, o Alentejo apresentava, infelizmente, aspetos negativos, semelhantes aos atuais, nomeadamente, na esfera económico-social. Nesses anos, assistiu-se a uma instabilidade económica, a um acentuado aumento dos combustíveis e da eletricidade bem como ao agravamento do custo de vida. Foram ainda implementadas medidas ruinosas que conduziram ao desmantelamento da incipiente indústria alentejana e da desarticulação da estrutura produtiva agrícola. Ainda nesse período verificou-se uma acentuação do desemprego. Este cenário conduziu à desvalorização da moeda e preparou a entrada do Fundo Monetário Internacional. A atual repetição dos mesmos problemas significa, naturalmente, que não aprendemos com os erros e insistimos na falta de rigor e na ausência de políticas visando o progresso económico, cultural e social. Torna-se evidente que é necessário uma alteração do paradigma político fundamentado unicamente na austeridade e na recessão, com esgotamento dos recursos financeiros. Por outro lado, felizmente, nesses anos havia aspetos positivos, traduzidos, por exemplo, numa maior participação cívica e numa maior discussão ideológica. Estes aspetos ainda se tornam mais evidentes quando comparamos com o cinzentismo e a ausência de ideologias que estruturas sem rosto pretendem atualmente impor à escala global. Os meios que tinha para fazer o jornal eram suficientes?
Apesar das naturais dificuldades, foi possível programar uma cuidadosa renovação gráfica e deve ser referido que o “Diário do Alentejo”, nesta nova fase da sua existência, herdou instalações, maquinaria e fundamentalmente um excecional grupo de profissionais de impressão gráfica e dos serviços administrativos, bem como um pequeno, mas experiente, corpo redatorial. Foi a sua extraordinária dedicação e o apoio material da Associação de Municípios que criaram as condições para o jornal renascer. A composição, impressão, publicidade e assinaturas funcionaram na praça da República, n.º 43. No respeitante à redação, inicialmente funcionou na praça da República e depois transitou para a rua Abel Viana, n.º 1. Qual a composição da equipa?
Quando recomeçou sob a minha direção, em 25 de abril de 1982, o “Diário do
Diário do Alentejo 1 junho 2012
ARQUIVO PESSOAL
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João Paulo Velez Diretor do “DA” entre 1983 e 1989
Razão de existir
O Alentejo” tinha como chefe de redação o Miguel Patrício e como jornalista o Pedro Ferro. Mais tarde regressou ao jornal a que sempre pertenceu, o inesquecível, dedicado e talentoso José Moedas. Ainda refiro o Manuel de Sousa Tavares. O João Paulo Velez integrou esta equipa como diretor-adjunto em abril de 1983 e a 7 de junho de 1985 substituiu-me nas funções de diretor. Foi um grupo fantástico e recordo, particularmente, os que já faleceram. Sem estes jornalistas não tinha sido possível relançar o “Diário do Alentejo” e manter a sua qualidade informativa, literária, de discussão e análise. Para mim, os jornalistas, gráficos, administrativos e todos quantos colaboraram com o jornal foram uma verdadeira família com quem muito aprendi e a quem devo muita amizade. Como se deu a sua saída?
Em setembro de 1983 fui convidado a concorrer para assistente hospitalar no serviço de radiologia do Hospital de Santa Maria, tendo sido posteriormente indicado para organizar uma secção de neurorradiologia. Mais tarde, em 1985, fui nomeado assistente da Faculdade de Medicina de Lisboa e visando o doutoramento para professor da universidade obtive uma bolsa de
Subscrevo o que escrevi a 31 de maio de 1985: “Valeu a pena”. Foi uma experiência inesquecível que muito me enriqueceu humanamente, aprendendo muito mais do que o esforço despendido. Consegui voltar a juntar gente dispersa. A minha discreta colaboração conduziu novamente o “Diário do Alentejo” ao seu prestígio habitual, que se tem reforçado com as direções seguintes.
Médico jornalista
J
orge Guedes Campos nasceu em Moçambique, em 1947, filho de pai ribatejano e mãe da Beira Alta. Queria estudar Direito, mas acabou por tirar Medicina e não se arrependeu. Após o 25 de Abril, o Serviço Médico à Periferia fê-lo conhecer o Alentejo. Apaixonado pela região, trabalhou no hospital de Beja entre 1977 e 1983, onde concluiu a especialidade de radiologia. Mas este não era o único interesse do médico vindo de Moçambique. O seu empenhamento cívico e cultural levou-o a ser convidado para dirigir o “Diário do Alentejo” que, em 1982, se preparava para reaparecer, após dois anos de paragem. “Apesar de gostar muito de ler e escrever, a minha experiência na matéria limitava-se aos jornais escolares que fazia com o hoje jornalista Mário Crespo, meu colega de escola em Moçambique”, confessa. “Mesmo assim, aceitei o desafio.” Numa redação formada por Miguel Patrício, Pedro Ferro, José Moedas e outros, Jorge Guedes Campos crê que devolveu o jornal “ao seu prestígio habitual, que se tem reforçado com as direções seguintes”. A carreira médica, na área da neurorradiologia, e a preparação do doutoramento obrigaram-no a sair de Beja e a passar a direção do “Diário do Alentejo” a João Paulo Velez. Entre outras funções, Jorge Guedes Campos dirige atualmente o serviço de Imagiologia Neurológica do Hospital de Santa Maria e é professor associado convidado da Faculdade de Medicina de Lisboa. Mantém uma forte ligação ao Alentejo, por motivos profissionais e familiares, mas também em homenagem à “experiência inesquecível” que foi dirigir o jornal. Alberto Franco
estudo da Fundação Calouste Gulbenkian para estagiar na Universidade de Western Ontário, no Canadá. Assim, tornou-se impossível manter a direção do jornal que foi assumida pelo João Paulo Velez, na altura diretor-adjunto. Recorda algum episódio desses anos?
Gostaria de recordar as reuniões clínico-imagiológicas no Hospital Distrital de Beja sob a orientação do saudoso dr. João Manuel Covas Lima, que me entusiasmaram a seguir a carreira de radiologia e a permanecer no Alentejo. Outros episódios igualmente importantes foram os espetáculos de aniversário que o “Diário do Alentejo” organizou em 1984, com o Janita Salomé e o Carlos do Carmo, e em 1983 com os Ceifeiros de Cuba, Sérgio Godinho e José Afonso. Penso que o José Afonso, já doente, fez um grande esforço em estar presente, tendo sido a sua última atuação. O nome maior da música portuguesa despediu-se assim do Alentejo que tanto amava. Recordo ainda com emoção o convívio e a tertúlia com o Manuel da Fonseca, o Michel Giacometti, o João Hogan, o João Honrado, o Adriano Correia de Oliveira, o José Colaço, o Carreira Marques, o Rodeia Machado, o Francisco Felgueiras, o Francisco Santos, entre tantos outros amigos que, me perdoem, não serem mencionados. Que balanço faz da experiência como diretor do jornal?
Subscrevo o que escrevi a 31 de maio de 1985: “Valeu a pena”. Foi uma experiência inesquecível que muito me enriqueceu humanamente, aprendendo muito mais do que o esforço despendido. Consegui voltar a juntar gente dispersa. A minha discreta colaboração conduziu novamente o “Diário do Alentejo” ao seu prestígio habitual, que se tem reforçado com as direções seguintes. Congratula-me ver o nosso jornal continuar a defender, intransigentemente, os interesses da região. Por último, esta experiência permitiu-me disfrutar da amizade de muita gente boa da cidade e do nosso Alentejo. Continua a acompanhar o jornal?
Apesar das dificuldades de tempo, derivadas da minha atividade académica e assistencial, tento sempre acompanhar e ler o jornal, aqui em Lisboa e nas cada vez mais frequentes estadias em Beja, por motivos familiares e profissionais. Neste 80.º aniversário desejo as maiores felicidades ao “Diário do Alentejo”, na pessoa do seu diretor.
s jornais estão como as pessoas. Vivem mais. Há tempos atrás andar por cá 80 anos não era para todos, nem sequer para a maioria. A esperança de vida era muito menor, a qualidade da vida vivida muito mais baixa. Mas hoje é assim. Apesar dos dias de cinza que atravessamos, vivemos mais tempo e temos mais capacidade para resistir à idade avançada. Ainda bem que assim é. Vem isto a propósito do “Diário do Alentejo”, jornal referência da extraordinária planície dos sonhos, terra de gerações inconformadas, de gentes simples e dignas. Tive – há já três décadas! – o privilégio de dirigir um título prestigioso que acabara de cair na crise e na falência. À frente de um excecional grupo de profissionais, em que pontuavam figuras com o talento e o labor de José Moedas, Manuel de Sousa Tavares, Pedro Ferro e Miguel Patrício, todos eles já desaparecidos, o desafio era grande. Mas foi possível com a qualidade de todos eles e de numerosos outros colaboradores reconquistar crédito e respeito da opinião pública e começar a trilhar um caminho difícil e árduo de reafirmação de um jornalismo desejoso de mostrar as diferentes cambiantes da vida, um mundo em diferentes cores, sem deixar de proclamar os anseios da região. Faz impressão, confesso-vos, olhar para trás. Ver como quase todos os grandes desígnios acabaram por se concretizar. Escrevíamos muito sobre a conclusão de Alqueva e ela aí está. Mas tantos anos depois, que se tornou mais complicado produzir de forma competitiva em mercados fortemente concorrenciais. Falávamos no aproveitamento multifunções do porto de Sines e aí o temos a abrir-se como a porta da entrada dos navios do canal do Panamá. Mas foi preciso tanto tempo que o seu desenvolvimento tarda em produzir todos os efeitos esperados. Defendia-se a abertura da Base Aérea 11 ao tráfego civil e aí temos o aeroporto de Beja. Mas tão tarde que a crise não deixa atrair visitantes e investidores como talvez fosse possível há 10 ou 15 anos antes. Digamos que, como é sabido, ter razão antes de tempo pode ser um perigo. Acreditamos, apesar de tudo, que o pleno benefício destes empreendimentos acabará por vir ao de cima. Mais tarde que o necessário. Em muitas áreas o progresso foi, todavia, tangível. Os vinhos alentejanos têm excelente qualidade. O turismo desenvolveu-se com belíssimos projetos. Aos campos do Alentejo chegam culturas de perfil exportador, o ensino ganhou expressão nunca vista. Mas os desafios para combater a desertificação do interior, a falta de investimento e a perda de qualidade de vida de setores da população colocam-se todos os dias aos políticos, ao poder local, aos empresários, a cada cidadão. Ao “Diário do Alentejo”, também, pois essa será sempre a sua razão de existir. Por muitos mais anos.
Diário do Alentejo 1 junho 2012
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António Sebastião
O “Diário do Alentejo” tem ao longo destes 80 anos desempenhado um papel relevante na vida da região, na vida política, social, económica, é, portanto, um título com prestígio. Ao comemorar estes 80 anos, devemos pensar em encontrar uma solução que possa viabilizar o futuro do “Diário do Alentejo” e viabilizá-lo no sentido dele poder continuar a desempenhar o seu papel como meio de comunicação social, acarinhado e querido pelas pessoas. O futuro do “DA” não passa necessariamente por uma presença esmagadora dos municípios, passará provavelmente por encontrar outras soluções onde os municípios poderão ou não estar presentes. Estes 80 anos deverão fazer-nos refletir sobre o futuro do jornal e a necessidade de encontrarmos uma posição equilibrada que viabilize esse mesmo futuro.
Presidente da Câmara Municipal de Almodôvar
Atual Filatelia e novos livros nos 80 anos do “DA” O “Diário do Alentejo” comemora, hoje, dia 1, 80 anos e durante este ano várias iniciativas assinalarão a efeméride. A começar pelos vários eventos filatélicos, nomeadamente uma exposição de filatelia, que poderá ser visitada até hoje no CCD do hospital de Beja, e a emissão de um selo e de um carimbo especial evocativos aos 80 anos do “DA”, produtos estes que, segundo Geada de Sousa, colaborador e responsável pela coluna de filatelia do “DA”, “vão dar origem a um sobrescrito de 1.º dia de circulação e de um postal máximo”. Para Geada de Sousa, “o “DA” marca a vida da cidade e da região e merece esta distinção”. Durante este ano de aniversário, também vão ser lançados livros e a apresentação da primeira obra acontece já na segunda-feira, 4, pelas 18 e 30 horas, no “Vovó-Joaquina”, em Beja. Trata-se do novo livro de Ana Paula Figueira, docente e cronista do “Diário do Alentejo”. Caleidoscópio 11211 – colectânea ilustrada de colunas de opinião é uma coletânea ilustrada das colunas de opinião que Ana Paula Figueira escreveu para o “DA” em 2011. O livro conta com ilustração de Pedro Emanuel Santos. “Desde sempre que o ‘DA’ faz parte da minha vida e é com muito orgulho que atualmente assino um espaço de opinião. Diria que, de uma certa forma, esta é também uma outra maneira de lhe prestar a minha homenagem”, diz a autora. Quem também lança um novo livro este ano é Paulo Monteiro e Susa Monteiro, autores de banda desenhada e também colaboradores do “Diário do Alentejo”. Insulações poderá ser apresentado a qualquer momento. O livro compila uma série de ilustrações que foram feitas, propositadamente, em 2011 e 2012, para ilustrar reportagens e notícias do “DA”. Para os autores, este livro também tem “um significado especial”. Primeiro porque “esta é uma maneira de revisitar o próprio jornal e porque assinala os 80 anos do ‘DA’”. E depois porque é um livro feito “em conjunto”, o que lhes dá muito prazer. PUB
Congresso da APA arrancou ontem em Serpa
Faltam psiquiatras em Beja
Começou ontem, e termina sábado, em Serpa, o 2.º Congresso da Associação Psiquiátrica do Alentejo (APA). Entretanto, na cidade de Beja, no Hospital José Joaquim Fernandes, um edifício novo espera por especialistas, para evitar que os casos agudos de doentes psiquiátricos tenham de ser encaminhados para Lisboa.
O
Alentejo é a região do mundo com a mais alta taxa de suicídio. Luiz Gamito, um dos responsáveis pela organização do 2.º Congresso da APA explicou ao “Diário do Alentejo” que “enquanto a taxa não baixar” os psiquiatras têm “a obrigação de dedicar a maior atenção a esta realidade”. Para este especialista, que no sábado
irá moderar o fórum do encontro sobre o tema, e onde participarão ainda Fernando Areal e Mário Jorge, pode “dividir-se o País em duas metades, traçando uma linha em Santarém”. Acima desta linha o problema é residual, mas abaixo, “com maior incidência no Alentejo, os anos passam e a taxa fica, sem que se assista a uma transformação positiva neste importante indicador de saúde pública”. Segundo este especialista, o cenário resulta de “políticas erradas em que o Alentejo tem sido desde sempre preterido”, afirma. Talvez assim se possa compreender a razão pela qual o Hospital José Joaquim Fernandes está a encontrar dificuldades em recrutar especialistas para o seu novo serviço de psiquiatria. É que para Luiz Gamito, não é só a
questão dos vencimentos que determina a falta de especialistas: “O planeamento na colocação de psiquiatras no território nacional não tem tido lógica”, afirma, acrescentando que falta “uma política que promova a colocação de médicos, região a região”. Margarida Silveira, administradora da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo, disse ao jornal “i” que o recrutamento de especialistas é uma prioridade, mas “os médicos não parecem querer vir para o interior”. O edifício encontra-se praticamente pronto e poderá ser inaugurado na primeira quinzena de julho, mas a equipa de psiquiatria a funcionar no hospital não permite internamentos. Assim, apesar de a nova infraestrutura ir começar a facultar consultas, “o internamento só em 2013, por falta de equipa médica”. Para já, irá ser lançado um concurso público, e só depois disso, caso não haja candidaturas, poderão “pedir autorização ao ministro para oferecer mais”, disse ao “i” a responsável da Ulsba. Durante o fim de semana mais de uma centena de especialistas, entre “médicos psiquiatras, clínicos gerais e médicos de família, psicólogos e enfermeiros”, irão debruçar-se, na Junta de Freguesia de Salvador, em Serpa, sobre temas tão variados como “A psiquiatria na crise”; “Psicopatologia: Urbano vs Rural”; ou “A psiquiatria, o futuro e as tecnologias de informação e comunicação”. No entanto, passado o congresso, “sem mais nenhuma outra motivação” os especialistas “ficarão nas grandes cidades. Só virão aqueles que gostem muito…”, avisa Luiz Gamito. Aníbal Fernandes
Pesidente da Câmara Municipal de Barrancos
É uma grande longevidade já de um jornal que tem as suas particularidades, mas penso que tem feito, no cômputo geral, um ótimo trabalho, se bem que ultimamente ande um bocado apagado, penso que há que reativá-lo de novo, porque tem de chegar a mais gente. O universo alentejano não é só o nosso Alentejo, é Lisboa, é a grande Lisboa e outras áreas, onde urge de facto que ele chegue, porque penso que tem de ser um elo de união entre a diáspora alentejana, e até ao momento não o tem sido. Há que rever essas situações todas, se calhar a questão económica também pesa em tudo isto, mas no essencial tem sido um trabalho positivo.
07 Diário do Alentejo 1 junho 2012
António Tereno
António Alexandre Raposo Diretor do “DA” entre 1989 e 1997
“Diário do Alentejo” – 80 anos de intervenção
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A Unidade de Cuidados Continuados Integrados de Garvão foi construída em terrenos cedidos pela Câmara de Ourique, no recinto da feira. No preciso local onde, há perto de seis anos, foi igualmente promovida pela autarquia a construção da fábrica de transformação de porco de raça alentejana, Montaraz, que, segundo a IGAL também viola o PDM de Ourique. Na ocasião, para além da nulidade dos atos do executivo, também foi pedida a aplicação de sanção tutelar contra os elementos do órgão executivo. Com as eleições de outubro de 2009 essa medida prescreveu, mas a ação administrativa ainda decorre no Tribunal Administrativo de Beja. Na ocasião, revela Pedro do Carmo, “sofremos uma denúncia do PSD local que pedia a minha perda de mandato. Agora vejo com grande estupefação, mas sem surpresa, que a história se volta a repetir. Mas tenho a certeza que o tribunal nos dará razão em ambos os caos”. Sem sucesso até ao fecho da presente edição, o “Diário do Alentejo” tentou contactar o diretor da Unidade de Cuidados de Garvão, Reinaldo Soares.
embro-me do “Diário do Alentejo” desde sempre, Somos contemporâneos visto que tenho 75 anos, menos cinco que ele. Com ele aperfeiçoei os meus primeiros conhecimentos de leitura, em casa de meus pais seus assinantes. Aconteceu isto no Monte Grande, freguesia de Rio de Moinhos, concelho de Aljustrel. Cresci, portanto, na companhia do “Diário do Alentejo”. Diariamente, naqueles tempos, era aguardado com ansiedade para uma leitura informativa tão necessária para aqueles que, como nós, viviam iso- Diariamente, lados no campo naqueles tempos, exercendo a sua era aguardado atividade agrícola. com ansiedade Eram tempos du- para uma leitura ros, de trabainformativa lho, de esperança t a m b é m , a o s tão necessária quais o “Diário do para aqueles Alentejo” prestava que, como nós, toda a atenção. viviam isolados Nele se anuncia- no campo vam as herdades exercendo a que estavam para venda ou arrenda- sua atividade mento bem como agrícola. outras situações ligadas ao setor. Era, de facto, um elo muito forte, despertador de oportunidades que, sem ele, passariam despercebidas. Após a adolescência e juventude, e durante elas, mantive-me sempre seu leitor, em circunstâncias diferentes por já viver na sede do concelho. Terá sido este o período menos intenso da relação que mantive com o “Diário do Alentejo”, embora, sempre, com uma grande afetividade. Esta afetividade impôs-me um comportamento, o de estar, sempre, ao lado daqueles que quiseram ultrapassar as crises, várias, porque passou. Lembro-me de ter estado, de alma e coração, ao lado do dr. Henriques Pinheiro para que o “Diário do Alentejo” continuasse a ser a voz intransigente na defesa dos nossos valores, nesta imensa região, que todos amamos – Alentejo. Noutra crise, a que foi resolvida pela Associação de Municípios de Beja, como vereador da Câmara Municipal de Aljustrel, foi-me dada a oportunidade de contribuir na ajuda da sua solução. Enfim, falar do “Diário do Alentejo” é como falar de alguém que nos é muito querido. Aceitei fazê-lo pela circunstância do mesmo não poder ser feito por quem mais merecia esta tarefa – António Alexandre Raposo, seu saudoso diretor, a quem presto a minha sincera homenagem.
Paulo Barriga
Luís Bartolomeu Afonso Palma
IGAT pede nulidade na aprovação da Unidade de Cuidados de Garvão
Câmara de Ourique viola PDM A Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAT) declarou nulas as deliberações do executivo municipal de Ourique quanto ao licenciamento para a construção da Unidade de Cuidados Continuados Integrados de Garvão. Um equipamento que começou a funcionar há cerca de um mês mas que ainda não foi oficialmente inaugurado. E que agora pode fechar as portas em definitivo. Isto porque, segundo o relatório da IGAT, foi violado o regulamento do PDM de Ourique.
O
pedido de nulidade das deliberações da Câmara de Ourique que aprovaram o projeto de arquitetura e o licenciamento do edifício foram agora participadas pela IGAT ao Ministério Público, junto do Tribunal Administrativo e Fiscal de Beja. Estes atos remontam a março e junho de 2009, durante o anterior mandato autárquico, pelo que não será possível aplicar sanções tutelares contra os eleitos. Este tipo de violação do PDM pode levar à perda de mandato dos eleitos envolvidos no processo. Ainda há pouco mais de uma semana, a autarquia ouriquense emitiu uma nota
de imprensa onde salientava que a IGAL tinha procedido a uma “análise exaustiva ao funcionamento” do município, “não tendo encontrado, na conduta dos eleitos, uma única causa de reparo ou censura”. No entanto, segundo o documento a que o “Diário do Alentejo” teve acesso, a IGAL interpôs junto da Procuradoria da República diferentes ações administrativas especiais para declaração da nulidade de atos do executivo municipal e da Assembleia Municipal de Ourique, entre os quais este, referente ao licenciamento de construção da Unidade de Cuidados Continuados de Garvão. Pedro do Carmo, presidente da autarquia ouriquense, já contestou junto do Tribunal Administrativo e Fiscal de Beja as ações movidas pela IGAL e salienta que, “se fosse hoje tornaria a fazer o mesmo e não tenho qualquer dúvida que o tribunal nos dará razão”. As deliberações em causa, prossegue, “foram tomadas com base em relatórios técnicos, pelo que decidi em consciência”. Para mais, salienta Pedro do Carmo, “o que está em causa é um equipamento social que faz muita falta à população e que cria postos de trabalho, numa região onde eles são raros”.
Diário do Alentejo 1 junho 2012
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Pulido Valente
O “Diário do Alentejo” é um património referencial da nossa região. Na verdade, o nosso jornal tem sido ao longo sobretudo dos anos post 25 de Abril não só a voz do Alentejo em termos noticiosos, como também um ativo agente cultural, uma escola de jornalismo e um arquivo histórico vivo e permanentemente atualizado da região e dos seus protagonistas. O seu papel de elo de comunicação e informação com a comunidade alentejana na diáspora é outra vertente que importa salientar. Propriedade da Ambaal, não tem sido fácil ao jornal afirmar a sua independência política nem evitar a sua transformação em boletim supramunicipal. Hoje, fruto de um trabalho de restruturação e modernização realizado nos últimos anos, o “DA” é um verdadeiro jornal regional, profissional, tecnicamente atualizado, dinâmico, criativo e inovador, de que todos nos devemos orgulhar e que devemos preservar e fortificar.
Pesidente da Câmara Municipal de Beja
Carlos Lopes Pereira Diretor do “DA” entre 1997 e 2002
DA, 50 + 30
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stou ligado ao “Diário do Alentejo” há duas décadas. Trabalhei como jornalista, chefe de redação, diretor, editor. Colaboro agora como colunista. Cheguei à praça da República em finais de 1992 para render Miguel Serrano. Na altura ainda conheci José Moedas, em final de carreira e símbolo de uma era, e Francisco Felgueiras, administrador da AMDB, ambos já desaparecidos. Estabeleci laços de camaradagem e amizade com João Honrado, uma das pessoas a quem devemos – além de outras dívidas impagáveis –, a compra do título pelos municípios bejenses e o relançamento do jornal como semanário em 25 de abril de 1982. Ao longo destas duas décadas, o “DA” consolidou o seu prestígio, adotou novas tecnologias, cresceu. Entre 1992 e 2011 trabalhei com diferentes diretores – primeiro António Alexandre Raposo, mais tarde António Brito, Francisco Pacheco, João Matias e Paulo Barriga. Trabalhei com jornalistas como Rafael Rodrigues, Joana Gomes, Paulo Barriga, Francisco Pratas, Firmino Paixão, José Saúde, Carlos Coutinho, Carla Ferreira, Nélia Pedrosa e Bruna Soares. Com fotógrafos como Mariano Martins, Teresa Marujo, José Serrano e José Ferrolho. Com gráficos talentosos como Aníbal Fernandes, com informáticos competentes como Miguel Medalha. Com paginadoras dedicadas como Aurora Correia, Antónia Bernardo, Cláudia Serafim, Teresa Morgado, Carminda Valente, Teresa Brinca. Ao longo desses anos, o “DA” contou com colunistas como Manuel Geraldo (“Policiário”), Manuel Vieira (tauromaquia), Geada de Sousa (filatelia) ou Paulo Monteiro e Luiz Beira (banda desenhada). Com cronistas excelentes como Correia da Fonseca e Santiago Macias, duas das pessoas que melhor escrevem em Portugal. E com muitos outros colaboradores de qualidade. Pelos serviços comerciais passaram José Zambujal, Germinal Correia, Leopoldo Santos, Mariana Spencer, Ana Neves, Carlos Costa. Na gráfica do “DA” – encerrada de forma precipitada – convivi com tipógrafos experientes como Leonel Serafim, António Inácio, Manuel Pedro, Tói Salgado, Vítor Dores, Domingos Gonçalves, Vítor Viegas, gente que amava o jornal que fazia. Estes e tantos outros trabalhadores (uns desaparecidos, alguns reformados, muitos ainda nos seus postos) são construtores de boa parte da história do DA. Presto-lhes homenagem quando festejamos os 80 anos do jornal, 50 como diário privado mais 30 como semanário público. Os atuais trabalhadores – e os municípios proprietários – têm a responsabilidade de prosseguir a caminhada deste notável jornal alentejano. Em tempo de medos e silêncios, de exploração e pilhagem, o “Diário do Alentejo” público e democrático, com uma orientação decente, é mais do que nunca indispensável a Beja e à região.
Ciclo eleitoral no PS começa com novos cadernos eleitorais
Socialistas de Beja perdem metade dos militantes O universo eleitoral dos militantes do PS no distrito de Beja diminuiu para metade, passando de cerca de 1 800 para pouco mais de 900 filiados, depois da limpeza dos cadernos eleitorais que aconteceu recentemente. Foram eliminados militantes que já faleceram, outros que mudaram de residência e outros que deixaram de pagar quotas. Em véspera de eleições para as concelhias e para a distrital, os dois candidatos à presidência da Federação consideram que esta redução do número de militantes no distrito “não vai alterar” significativamente os resultados eleitorais até porque corresponde ao que é “a vida ativa do partido”. Candidatos Pedro do Carmo e Hélder Guerreiro Texto Carlos Júlio
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oje e amanhã realizam-se as eleições para as concelhias do PS e no dia 15 de junho é eleito o novo presidente da distrital e os delegados ao congresso federativo, marcado para 1 de julho em Mértola. Os candidatos à distrital, Pedro do Carmo e Hélder Guerreiro, vão ser confrontados com um universo eleitoral mais reduzido do que aquele que elegeu Pita Ameixa, o presidente cessante, há dois anos. Na altura, os militantes socialistas inscritos nas diversas secções
do PS no distrito de Beja rondavam os 2 500. Os cadernos eleitorais foram agora limpos e revistos e deles constam apenas cerca de 900 militantes. “Ainda está a decorrer o prazo de reclamações, mas o número de militantes, no uso da sua capacidade de elegerem e serem eleitos, deverá situar-se entre os 910 e os 920”, disse ao “Diário do Alentejo” o ainda presidente da distrital, Pita Ameixa, recordando que nas eleições de há dois anos “apesar do
Pita Ameixa deixa a distrital
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ita Ameixa lidera a distrital do PS há 10 anos. Sai agora e considera positiva a existência de duas listas. “Mostra a vitalidade do partido e a democracia, pela sua própria natureza, implica diversidade de opiniões e a existência de diferenças. Vai haver um debate para escolher a melhor proposta e os dois candidatos vão ter oportunidade de se dirigirem diretamente aos militantes do partido”. O ainda líder da distrital do PS não hesita em fazer um balanço do seu mandato. Para Pita Ameixa este balanço divide-se em três patamares, todos eles com resultados positivos. “A nível interno, conseguimos impor um funcionamento democrático e de qualidade nos diversos órgãos do partido, o que nem sempre acontecia. Quando tomei posse do cargo há 10 anos, havia alguma desorganização e algumas falhas na democracia interna do PS no distrito”, refere. “Num outro plano, tivemos durante este período bons resultados eleitorais. O PS cresceu nas autarquias e a nível geral, com oscilações, é verdade, uma vez que estamos abrangidos por conjunturas, mas, em termos gerais, o PS cresceu eleitoralmente na região”, acrescenta. “Em terceiro lugar, julgo que tivemos capacidade política e prestígio para aproveitarmos para o Alentejo e para o distrito de Beja o ciclo em que o PS esteve no governo. Basta dizer que foi em governos do PS que Alqueva e o aeroporto de Beja avançaram, as minas de Aljustrel reabriram, deu-se início à autoestrada Beja-Sines. Conseguimos que tudo isso fosse uma prioridade política do País e do PS e que fossem para a frente. Foram decisões históricas, em cinco ou seis grandes investimentos no Alentejo”, conclui. CJ
universo eleitoral ser maior apenas votaram cerca de 500 pessoas”, o que significa que “já nessa altura muitos dos militantes que perderam agora essa categoria estavam à margem da vida partidária”. Por isso, considera Pita Ameixa, “os resultados eleitorais não vão sofrer nenhuma alteração devido à redução do universo eleitoral”. Pedro do Carmo também partilha esta opinião, embora considere que estes números representam “um claro decréscimo” de militantes do partido no Baixo Alentejo e que o novo presidente terá que fazer um “grande trabalho” para “a adesão de novos militantes” e para “a refiliação” de outros que viram perdida a sua qualidade de militantes por terem quotas em atraso. O atual presidente da Câmara de Ourique, a única secção que viu aumentar o número de filiados, revela que foi criada, paralelamente, uma base de dados onde consta o nome daqueles que foram excluídos por terem quotas em atraso. “É preciso trazê-los de volta para o partido. E apesar da quota ser baixa, se houver vários anos em falta, nesta altura de grandes dificuldades económicas, isso pode pesar no bolso das pessoas”, diz Pedro do Carmo. “Apesar de termos tido novas adesões, a estratégia em Ourique passou por realizarmos iniciativas e encontros anuais em que os militantes pagavam as quotas, evitando assim grandes atrasos”, acrescenta o candidato à distrital do PS, que diz estar seguro da vitória nas eleições de dia 15 de junho. “Havendo dois candidatos é natural que a votação seja muito participada, mas não julgo que os resultados finais sejam muito renhidos. Estou plenamente confiante em que ganho a eleição”, afirma Pedro do Carmo. Confiante na vitória diz estar também Hélder Guerreiro, vereador na Câmara de Odemira. “Espero uma grande mobilização do eleitorado para estas eleições. As sessões que tenho feito têm sido muito participadas, penso que o partido está preparado para dar a vitória a quem estiver melhor colocado para ser o novo presidente da distrital e penso que serei eu o escolhido”, refere Hélder Guerreiro, para quem a diminuição do número de eleitores “significa a limpeza dos cadernos eleitorais de muitas pessoas que já não acompanhavam a vida do partido e traduzem. Muito provavelmente, o que é a vida ativa do PS no distrito”. “É preciso perceber, no entanto, por que é que alguns deixaram de ser militantes e recuperar essas pessoas e, dentro do possível, cativar os que querem estar dentro do Partido Socialista”, diz Hélder Guerreiro, salientando que “tem de ser feito um esforço para aumentar a militância”.
Pesidente da Câmara Municipal de Ourique
É uma referência para a região, uma referência na comunicação, faz parte de todos nós, do nosso quotidiano. Ressalvo também a importância que tem tido a disponibilização on line do arquivo fotográfico do “Diário do Alentejo”, que tem sido uma marca em todos os concelhos. Alguns já não recordam, outros não conheceram, algumas das artérias principais das vilas, alguns rostos. É uma ideia extraordinária, fabulosa e que espelha um pouco o que tem sido o “Diário do Alentejo”, ou seja, é a nossa referência, faz parte da nossa cultura e da nossa identidade.
09 Diário do Alentejo 1 junho 2012
Pedro do Carmo
António José Brito Diretor do “DA” entre 2002 e 2005
Voz da Planície chega a acordo com jornalista O jornalista Teixeira Correia retirou, na passada semana, o pedido de insolvência coerciva que tinha interposto contra a rádio Voz da Planície. Em causa estava o pagamento de salários em atraso e indeminizações que, segundo a direção da estação emissora, foram “integralmente saldados”. Justino Engana salienta que a cooperativa radiofónica “sempre reconheceu os direitos dos trabalhadores dispensados no início do ano” e que os devidos pagamentos “dependiam da disponibilidade financeira para fazer face aos compromissos”. “As nossas dificuldades financeiras são públicas e notórias”, acrescenta o diretor executivo da rádio Voz da Planície. A emissora também liquidou os créditos devidos ao operador técnico Augusto Pinto. Teixeira Correia pertenceu aos quadros na Voz da Planície nos últimos 10 anos.
Escola Fialho de Almeida In Motion “EPFA In Motion” é o nome do projeto que a Escola Profissional Fialho de Almeida (EPFA), de Vidigueira, está a desenvolver desde o início da semana e que chega hoje ao fim. De acordo com os responsáveis, trata-se de um projeto que visa divulgar o “saber fazer” dos alunos “nas mais variadas áreas de formação, os projetos e atividades da escola, bem como reafirmar a sua posição na região”. A EPFA convidou “diversas escolas da região, alunos, professores e pais/encarregados de educação, a visitarem a escola nestes dias e a participarem nas diferentes atividades”. PUB
O coração ao serviço do “DA”
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ou alentejano e sempre gostei de jornais. Ainda gosto de jornais! Gosto de lê-los, folheá-los, olhá-los e imaginá-los. Também gosto de criar jornais e encher de letras aquelas páginas brancas que se vão cultivando, uma a uma, como se fossem uma extensa terra ansiosa. Fazer um jornal não é como fazer um filho. Mas nas manhãs em que lhe tocamos, quando chegam frescos de tinta, parece que estamos a pôr o dedo indicador entre os dedinhos muito pequeninos de um filho. Isso passa logo. Os filhos são a nossa vida e o sentido que nos acarreta para um destino. Os jornais não! Tresandam terrivelmente a efémero. Como se fossem um copo de água. Depois daquelas páginas, bebemos outras páginas e outros nomes. Outras vidas, outras vontades e outros silêncios. Tudo se esbate num ápice… Talvez seja esta a condição estranha e inexplicável que me prende aos jornais. Aos vários jornais, como se fossem pessoas de todas as cores e feições. Gosto
de uns, não gosto de outros. Leio uns, não leio outros. Elogio uns, condeno outros. Mas não me escuso a senti-los. Olhá-los nos olhos e esperar que me olhem nos olhos. Por dentro deste vício terno, tenho andado a ler milhares de jornais. A folheá-los e imaginá-los. A construir alguns e a tentar ajudar outros. Saí-me melhor em certas viagens do que noutras, mas fi-las sempre com afeição sanguínea. Numa delas, pus o meu coração ao serviço do “Diário do Alentejo”. Enlevado e profundamente devoto a um trabalho que durou quase três anos e meio. Com profissionalismo e integridade. Fi-lo com paixão pelo jornalismo e pela minha pátria, num caminho árduo e assente numa ideia, certamente ingénua, que se deixou orientar sem táticas. Não o lamento porque foi uma honra muito grande! Aquela redação, aquelas pessoas, aquelas estórias... nem vocês sabem nem eu o disse algum dia que, estar aqui, nesta casa cheia de laços eternos, foi um privilégio sem alcance. Foram 165 semanas de momentos irrepetíveis, dando o corpo ao manifesto para dignificar o caráter histórico e incontornável e excecional que, em 80 anos de uma existência cheia, prevalece como lugar único das nossas vidas.
Diário do Alentejo 1 junho 2012
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Aníbal Costa Presidente da Câmara Municipal de Ferreira do Alentejo
Em primeiro lugar quero dar os parabéns ao “Diário do Alentejo”. É muito importante que os órgãos de comunicação regionais, como é o caso do “DA”, que é propriedade dos municípios, tentem, na medida do possível, adaptar-se aos novos tempos. É muito importante que os órgãos de comunicação regionais se adaptem cada vez mais também à realidade das redes sociais, da Internet, etc, e nesse sentido era também muito importante que o “DA” pudesse partilhar, como está a fazer com o acervo fotográfico, outros documentos que constituem a memória viva da região, que fazem a história do Baixo Alentejo. O “DA” atravessa grandes dificuldades, como muitas instituições e entidades neste país, os municípios estão interessados, cada vez mais, em que se possa resolver esta situação e que se possa dar uma maior dignidade ao “DA”. Naturalmente que depende de todos a existência de um processo consensual de restruturação para que o próprio jornal possa continuar e ficar bem vivo na memória.
Francisco do Ó Pacheco Diretor do “DA” entre 2005 e 2008
80 lindas primaveras
Nova unidade móvel em Mértola
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nosso “Diário do Alentejo” comemora 80 anos de vida desde a sua fundação no ano longínquo de 1932. Guardei, mas não digo religiosamente, porque não sou religioso, o exemplar quando das bodas de diamante, dos seus 75 anos em 2007, altura em que exercia a função de diretor do jornal, de há muito semanário, mas que se continua a chamar de diário para manter o título com que se fundou. Havia interrompido então as minhas funções de administrador delegado da associação de municípios de Beja, depois Ambaal, que já desempenhava desde 1999, e por decisão do seu conselho de administração, em dezembro de 2005 exerci tais funções de diretor do nosso jornal até janeiro de 2008. Uma experiência riquíssima essa. Como já conhecia as manhas à casa, e que residiam sempre na dicotomia entre municípios muito bem tratados pelo jornal e municípios muito mal tratados jornalisticamente, correspondendo ou procurando fazer corresponder esta situação às identidades político-partidárias em presença, por um lado a dos diretores do jornal e por outro as existentes na associação de municípios, tentei demonstrar que era possível uma relação aberta e franca do diretor com todos os presidentes de câmara municipal, legítimos representantes dos municípios proprietários do jornal. Em primeiro lugar mantendo como mais marcante na linha editorial a defesa da região e das suas premissas de desenvolvimento económico e social onde todos, públicos e privados, se reconheciam. Depois sublinhar a forte identidade cultural da região e das suas gentes, as especificidades e singularidades próprias dos vários territórios que a compõem enquanto fatores de coesão social potenciadores de novos investimentos. Depois o estabelecimento do princípio de que todos os municípios deveriam ver regularmente publicadas nas páginas do “DA” as suas iniciativas, grandes ou pequenas, por forma a que todos se sentissem tratados com justiça, isto é, independentemente de existirem municípios com grande capacidade de produção de informação, que os municípios com pouca notoriedade noticiosa igualmente se revissem nas páginas do seu jornal. Lá que não foi fácil, não foi, nunca é. Que apareceram algumas chatices, claro. Mas que o “Diário do Alentejo” continua a ser indispensável na nossa região na pluralidade política da sua propriedade, não tenho dúvida nenhuma. Aos presidentes das câmaras municipais, ao atual diretor e aos trabalhadores e colaboradores do jornal sinceros parabéns.
Governo anunciou acordo com municípios
Autarcas de Beja contra Fernando Ruas Vinte e oito de maio. À hora do jantar, em direto nas televisões, Miguel Relvas anuncia ter chegado a acordo com a Associação Nacional dos Municípios Portugueses (ANMP) para o lançamento de uma linha de crédito de financiamento às autarquias no valor de mil milhões de euros. Antes, à saída da reunião, Fernando Ruas, presidente da ANMP, confessa, apesar do acordo, “não estar de sorriso rasgado”. Nas horas e dias que se seguiram, dezenas de autarcas, de norte a sul do País, recusam, liminarmente, a proposta do Governo. Texto Aníbal Fernandes
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o dossiê há meses em discussão entre os autarcas e o Governo constava a Lei dos Compromissos, a retenção de cinco por cento do IMI e uma linha de crédito de apoio às autarquias para pagamento de dívidas superiores a 90 dias. Apenas este último ponto obteve uma proposta concreta por parte de Vítor Gaspar e Miguel Relvas, e, mesmo assim, com a condição de os municípios endividados aumentarem todos os impostos e taxas municipais para os níveis máximos, nomeadamente em setores como o “saneamento, água e resíduos”, no IMI e na derrama, e na participação no IRS, cujo o máximo é cinco por cento. Para além disso o Governo exige que os municípios que pretendam aceder a este fundo renunciem a todos os
processos que possam ter interposto ao Estado. “Uma chantagem inadmissível”. É assim que Pulido Valente, presidente da Câmara de Beja, reage aos termos do acordo, acrescentando que não passa de “imposições a troco de nada”. Para José Maria Pós-de-Mina, presidente da Câmara de Moura e presidente em exercício da Associação de Municípios do Baixo Alentejo e Alentejo Litoral (Ambaal), “trata-se de um documento globalmente negativo” que configura “mais um grave ataque à autonomia do Poder Local”. Pós-de-Mina, chamando a atenção para o fato de o acordo ter sido assinado numa “data de triste memória na nossa história”, refere que o valor agora posto à disposição dos municípios “é o que nos últimos anos tem sido sonegado aos municípios”. Pulido Valente confessa-se “muito desiludido” e acusa a ANMP de “estar rendida ao Governo”: “É a capitulação total”, afirma, antecipando que o Conselho Geral que terminou ontem, depois do fecho desta edição, irá “rejeitar o acordo” e “convocar um congresso extraordinário”. Já Pós-de-Mina garante que o objetivo não é fazer “alterações ligeiras” na lei, mas sim “revogá-la”. No que diz respeito ao IMI e à Lei dos Compromissos, também aqui os autarcas não têm motivos para festejar: a retenção dos cinco por cento do IMI mantém-se, e na Lei dos compromissos o Governo apenas manifestou disponibilidade para adequar algumas normas transitórias.
A Câmara Municipal de Mértola apresentou ontem, quinta-feira, a nova Unidade Móvel Médico–Social à população, com uma ação de sensibilização sobre doenças cardiovasculares. A primeira iniciativa da nova unidade móvel contou com a colaboração do Centro de Saúde de Mértola e insere-se no Projeto Mértola +, que assinala o Ano Europeu do Envelhecimento e da Solidariedade entre Gerações. A aquisição da segunda unidade móvel vai permitir, segundo a autarquia, “melhorar os serviços já prestados pela antiga carrinha, possibilitando que estes sejam prestados com maior qualidade, uma vez que a nova viatura dispõe de melhores equipamentos”. A utilização das duas unidades móveis em simultâneo “proporciona, igualmente, que os cuidados de saúde junto dos mais necessitados sejam prestados com maior frequência”, conclui.
Bolsas de estudo em Vidigueira A Câmara Municipal de Vidigueira entrega amanhã, sábado, pelas 15 horas, no centro multifacetado, as bolsas de estudo referentes ao ano letivo de 2011/2012, a 60 estudantes do concelho que frequentam o ensino superior.
Enfermagem no Litoral Alentejo O Hospital do Litoral Alentejano promove entre hoje, sexta-feira, e amanhã, sábado, as III Jornadas de Enfermagem – “Acrescentando Valor aos Cuidados de Saúde no HLA, E.P.E…”, integradas nas comemorações do 8.º aniversário da unidade hospitalar. As jornadas vão decorrer no auditório do hospital, em Santiago do Cacém, e são dirigidas a enfermeiros, alunos de enfermagem, outros alunos e outros profissionais da área da saúde.
Deputado Mário Simões retoma Roteiro Social O deputado do PSD eleito pelo círculo de Beja inicia hoje, sexta-feira, o II Roteiro Social, com uma visita ao Centro Social e Paroquial do Salvador, “associando-se assim às comemorações do Dia Internacional da Criança”. As visitas a instituições de solidariedade social do distrito de Beja terão lugar durante este mês, às segundas e sextas-feiras. De acordo com Mário Simões, “esta iniciativa pretende continuar o levantamento dos problemas sociais que assolam o distrito visitando preferencialmente os concelhos e IPSS que não foram abrangidos no I Roteiro”.
Presidente da Câmara Municipal de Moura
O “Diário do Alentejo” é um jornal de referência no âmbito regional e que também tem projeção nacional. É sempre importante uma data como esta, que é uma idade bonita. É um jornal que tem um grande passado, tem um grande reconhecimento e aquelo que desejo é que possa ter um futuro ainda grande à sua frente.
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José Maria Pós-de-Mina
João Matias Diretor do “DA” entre 2008 e 2010
Mina de São Domingos recebe encontro mineiro Atuações de grupos corais alentejanos, exposições, colóquios, visitas guiadas, jogos tradicionais e documentários vão marcar o 1.º Encontro Mineiro da aldeia de Mina de São Domingos, concelho de Mértola, que vai decorrer nos próximos dias 8 e 9. O Encontro Mineiro de São Domingos pretende “reforçar o nome de Mértola e da Mina de São Domingos como destinos de eleição de turismo cultural e científico” e, desta forma, ser um contributo para o desenvolvimento do concelho de Mértola e das suas populações”, explica o município. O evento, enquadrado no projeto europeu Atlanterra/Green Mines, liderado em Portugal pela Agência de Desenvolvimento Regional do Alentejo, é promovido pela Fundação Serrão Martins em colaboração com a empresa municipal Merturis e a Câmara de Mértola.
Boxerpa promove ação de divulgação A equipa de atletas, o treinador e o psicólogo do Boxerpa (Serpa Team), seção de boxe olímpico, promovem amanhã, sábado, pelas 11 horas, no ginásio Formas Fitness Club, em Moura, um workshop informativo, seguido de aula prática. De acordo com os responsáveis, esta ação de divulgação “visa estender a prática do boxe olímpico pelos ginásios e clubes desportivos do Baixo Alentejo, com o intuito de fazer crescer a prática da modalidade nas vertentes boxe educativo, boxe recreativo e boxe competitivo”. PUB
Um jornal muito grande
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“Diário do Alentejo” tem 80 anos. Para ter chegado a esta idade é preciso ser muito grande, bem maior do que qualquer pessoa que por lá tenha passado. Trabalhei no jornal de 2008 a 2010, há não muito tempo, portanto, contudo, à medida que esse período se vai distanciando, menor parece a minha contribuição. Foram três anos de coisas boas e más, numas sinto orgulho, em outras cometi erros, enfim, três curtos e insignificantes anos para o jornal, mas intensos e importantes para mim. Destaco três momentos desse triénio. O primeiro foi o fecho da gráfica onde o “DA” era feito. Pertencia, tal como o jornal, à Ambaal e, por ausência de investimentos em equipamento feitos nas alturas próprias, foi-se desatualizando e o encerramento tornou-se inevitável. Com este desfecho perdeu-se um símbolo do jornal e de Beja, provavelmente um bom negócio e só não se perderam dezena e meia de postos de trabalho porque os municípios e a Ambaal absorveram os trabalhadores, assumindo
as suas responsabilidades. Julgo que este caso reflete, como outros, a dificuldade em definir estratégias em matérias de interesse regional. Mais tarde, ocorreu um episódio bem mais sério: a aprovação na AR da designada “Lei do pluralismo e da não concentração dos meios de comunicação social”, que obrigava a Ambaal a alienar o jornal e que foi travado por veto presidencial. Neste caso as visões partidárias sobrepuseram-se a qualquer outra lógica, pouco importando que isso colocasse em risco a qualidade e, até, a sobrevivência do jornal. Porém, as disputas partidárias iriam revelar-se ainda mais acesas e chegar mais perto nas eleições autárquicas de 2009. Para o jornal, este período foi apenas mais um entre muitos, para mim, porém, que o vivi pela primeira vez no “DA”, foi muito difícil. Propriedade dos municípios da Ambaal, o jornal é, nestes momentos, colocado com exagerada importância no centro da disputa pelo poder nas autarquias. Vive-se um ambiente de tensão, que exige ponderação e capacidade de resistência. Mas as eleições, como tudo o mais, passam e, como sempre, o “DA” continua o seu caminho, passando pelas pequenas histórias e pela História com a sabedoria que os 80 anos lhe dão. Parabéns!
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Editorial Hoje
Vice-versa A Lei dos Compromissos vai obedecer às especificidades das autarquias locais. Não deixaremos, naturalmente, de a cumprir. Conseguimos que ela atendesse às nossas especificidades que era, afinal, permitir que as operações básicas e fundamentais para o funcionamento de uma câmara não fossem limitadas. Não estamos com o sorriso rasgado, mas conseguimos o acordo. Fernando Ruas, presidente da Associação Nacional dos Municípios Portugueses e da Câmara Municipal de Viseu
Paulo Barriga
O valor agora posto à disposição dos municípios “é o que nos últimos anos lhes tem sido sonegado”. O objetivo não é fazer “alterações ligeiras” na Lei dos Compromissos, mas sim “revogá-la, e não a aplicar”.
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ue dia tão formidável, este, o de hoje. 1 de junho de 2012. Dia Mundial da Criança. Dia do direito ao sonho. Dia a brincar. Dia para brincar. Dia em que surgiu pela primeira vez o “Diário do Alentejo”. Foi há 80 anos. Em Beja. Nasceu precisamente da brincadeira, ou do sonho, de um conjunto de intelectuais e de homens de letras. Em plena ditadura militar. Na antecâmera do Estado Novo. No prelúdio da mais sangrenta das guerras. Na ressaca da maior crise financeira que a Humanidade até então conhecera. Nasceu num dos períodos mais cinzentos da História. Mas nasceu para dar um nadinha de luz ao negrume. Irreverente. Acutilante. Atuante. Frontal. Irónico. A primeira manchete do jornal, imagine-se, intitula-se “A Crise”. Foi em 1932. Bem poderia ter sido hoje. E ao longo destas últimas oito décadas, com alguns avanços e outros tantos recuos, franco e independente se manteve. O “Diário do Alentejo” pertence, desde a primeira hora, a quem o lê. É e sempre foi um jornal do leitor. E não de quem o fabrica. Pertence às pessoas. É com as pessoas que está. É das pessoas, das suas realizações individuais e coletivas, que fala. E por isso manteve ao longo de todos estes anos uma fidelidade inabalável dos seus leitores. Dos seus legítimos proprietários, afinal. Hoje publicamos um estudo de audiências promovido pela Marketest que dá conta da fortaleza dessa relação. O “Diário do Alentejo” tem consigo quase 70 por cento das pessoas que leem jornais regionais no distrito de Beja. Um número que apenas surpreenderá os mais desatentos. Um número que nos dá ainda mais alento para prosseguir. E que apenas confirma oficialmente, cientificamente, a relação quase sanguínea que o “Diário do Alentejo” mantém com a região, com os seus leitores, com os seus dedicados amigos. Uma relação aberta, fraterna e verdadeira. Como o são as relações entre as crianças. Ainda que a brincar. Hoje é o seu dia. Hoje é o nosso dia.
José Maria Pós-de-Mina, presidente da Associação de Municípios do Baixo Alentejo e do Alentejo Litoral e da Câmara Municipal de Moura
Fotonotícia Dream team. Esta foi, por certo, uma das mais entusiasmantes e saudosas equipas de redação do “Diário do Alentejo”. João Paulo Velez, então ainda um jovem jornalista, assumiu a direção do jornal em meados de 1983. Para liderar um grupo de trabalho onde coexistia a experiência e o talento de José Moedas com a irreverência demolidora de Pedro Ferro. A capacidade de trabalho de Miguel Patrício com o estilo moderno e incomparável de Manuel Sousa Tavares. Uma redação de luxo, de primeira água, que fez gigante um pequeno jornal de província, recém-resgatado. Infelizmente, apenas João Paulo Velez é sobrevivo neste dia da festa dos 80 anos do “DA”. Mas a nossa memória e a nossa saudade está com todos eles. Por igual. PB Foto Arquivo “DA”
Voz do povo Costuma ler o “Diário do Alentejo”?
Inquérito de José Serrano
Cascalheira da Silva, 68 anos, reformado do comércio
Paulo Narciso, 45 anos, comerciante
Inácia Isidro, 49 anos, empregada de comércio
Fernanda Pereira, 48 anos, professora
Sou leitor assíduo do “DA”. Desde a meninice que me lembro de o ver e folhear. É um jornal que nos diz muito. Dá-nos as notícias e defende os interesses da nossa região. Espero que nunca acabe. Era bom que noticiasse que o aeroporto finalmente funciona.
Leio o “DA” desde sempre. É um jornal importante. Dá-nos a notícia próxima. E a notícia é tratada por pessoas aqui de Beja. Que conhecem bem a região e a sua realidade. Isso é fundamental. Nem me falem em acabar com o “DA”. Que eu entro já em depressão.
Sim. Sou leitora do “DA “desde que me conheço. Faço a sua leitura semanalmente. O jornal tem muita importância para esta cidade. É uma excelente fonte de informação regional. Uma notícia boa era a da existência de uma empresa que empregasse aqui muita gente.
Às vezes. Não sou uma leitora assídua. Que leia o “DA” todas as semanas. Mas quando os assuntos me interessam leio, sim. O jornal é importante para a cidade. Informa os seus cidadãos. Divulga o que cá se passa. A nível cultural, social.
Rede social
Semana passada QUINTA-FEIRA, DIA 24 BEJA CLONE DE PINHEIRO-WOLLEMI É ÁRVORE DE INTERESSE PÚBLICO O clone de pinheiro-wollemi existente no jardim público de Beja, um tesouro vegetal do tempo dos dinossáurios, que os botânicos julgavam extinto há dois milhões de anos, foi classificado como Árvore de Interesse Público pela Autoridade Florestal Nacional. Segundo a Autoridade Florestal Nacional, a distinção justifica-se por ser “um exemplar único no País e raro no mundo e a sua proteção legal ser essencial à conservação de uma espécie, da qual só existem 100 indivíduos adultos no estado selvagem”, e “por estar em perigo de extinção”. Única na Península Ibérica e uma das poucas na Europa, a árvore, uma das mais antigas e raras do planeta, da qual existem registos fósseis com 90 milhões de anos, é um dos clones reproduzidos a partir dos cerca de 100 exemplares selvagens de pinheiro-wollemi, um fóssil vivo que foi descoberto, por acaso, na Austrália, em 1994. O clone esteve na Escola Superior Agrária de Beja entre outubro de 2005, quando foi adquirido no 1.º leilão de plantas promovido pela sociedade de vendas Sotheby’s, e 2011, ano em que passou a viver no jardim público da cidade.
ELVAS EDIFÍCIO DA MAIS ANTIGA POUSADA DE PORTUGAL ESTÁ À VENDA POR 1 ME O imóvel da ex-pousada de Elvas, a mais antiga do País, está à venda por um “preço de referência” de um milhão de euros e a “pronto pagamento”, confirmou à Lusa fonte da Enatur. De acordo com a mesma fonte, o imóvel da ex-pousada da cidade raiana está à venda desde quinta-feira, tendo o anúncio sido publicado na imprensa. No anúncio é descrito que a ex-pousada de Santa Luzia está instalada num terreno superior a 12 mil metros quadrados, com uma área construída de 2 796 metros quadrados, com piscina, garagens e court de ténis. A pousada encerrou em maio, tendo a comissão de trabalhadores, através de comunicado, explicado que “a maioria dos trabalhadores” do estabelecimento “chegou a acordo” com a empresa, ou para serem “transferidos” para outras unidades da rede, ou através de “rescisões amigáveis”. Em abril, o Grupo Pestana Pousadas (GPP) adiantara à Lusa que a atividade da pousada, com 20 trabalhadores, estava suspensa, devido à “quebra de reservas”. A Pousada de Santa Luzia foi inaugurada a 19 de abril de 1942 e contava com 24 quartos twin e um duplo.
SEXTA-FEIRA, DIA 25 ALMODÔVAR HOMENS ARMADOS ASSALTAM RESIDÊNCIA Dois homens armados assaltaram uma residência isolada próximo de Gomes Aires, no concelho de Almodôvar, tendo furtado dinheiro e cartões de débito e algemado e agredido o proprietário, disse à Lusa fonte da GNR. Segundo a mesma fonte, a vítima, um homem de 56 anos que estava sozinho na habitação, foi assistido no Centro de Saúde de Ourique. Os assaltantes ameaçaram o proprietário da residência com uma arma de fogo e furtaram 100 euros em dinheiro e cartões de débito. A Polícia Judiciária está a investigar o caso.
SEGUNDA-FEIRA, DIA 28 VIDIGUEIRA ADEGA COOPERATIVA AVANÇA COM INVESTIMENTO DE 1,5 MILHÕES DE EUROS A Adega Cooperativa de Vidigueira, Cuba e Alvito deu início às obras de construção de um novo edifício de engarrafamento e armazenagem. O investimento, apoiado pelo Proder – Programa de Desenvolvimento Rural, ronda 1,5 milhões de euros. Os trabalhos iniciaram-se com a decapagem do solo para construção do aterro. As obras deverão ficar concluídas no final deste ano. No quadro deste investimento, a adega vai adquirir uma nova linha de engarrafamento. José Miguel de Almeida, presidente da Adega Cooperativa de Vidigueira, Cuba e Alvito, considera, em declarações à rádio Pax, que é um investimento da “máxima importância” pois vai preparar aquela unidade para as exigências do futuro. As previsões apontam para um crescimento da produção.
6 perguntas a Leonel Serafim Tipógrafo da antiga gráfica do “Diário do Alentejo” Quais são as memórias que guarda da gráfica onde anos a fio foi impresso o “Diário do Alentejo” e que acabou por encerrar?
O turismo fez 100 anos e não se deixou de cantorias Diz quem por lá andou que foi um dia inesquecível para Aljustrel, o passado sábado, com as comemorações do Centenário do Turismo em Portugal. Mas o ponto forte da festa foram mesmo os espetáculos que aconteceram na Pedreira do Plano, apesar do frio.
São as melhores. É certo que também guardo algumas coisas más, mas prefiro falar das boas. Entrei na gráfica tinha 13 anos e estive lá 40 anos. Foi lá que aprendi a minha vida. Foi lá que aprendi a ser homem. Era a minha segunda casa e, neste sentido, só posso ter boas memórias da gráfica e, consequentemente, do “Diário do Alentejo”. Vou comprar este livrinho para ler lá em casa Foi lá que se fez menino e moço. Como eram esses tempos?
Não havia computadores. Eram os tempos do lynotype. A composição era feita à mão, letra por letra. A impressão também não tinha nada a ver com a que existe atualmente. Recordo-me das máquinas com motor e correias. Quando as correias se partiam tínhamos de dar à manivela. A impressão a chumbo. O jornal era diário e tínhamos de o dobrar à mão todos os dias, à noite e à tarde, e depois existiam uns quantos trabalhadores que faziam a distribuição porta a porta na cidade. À noite dois ou três pegavam no jornal e levavam-no também para o correio. O jornal tinha quatro páginas. Mas nessa altura fazíamos um pouco de tudo, desde lavar o chão à impressão.
Inaugurou no passado sábado, mas prossegue até 10 de junho, o VIII Festival Internacional de BD de Beja. Em ano de vacas magras e com orçamento reduzido a zero foi bonito constatar a envolvência que a tribo da banda desenhada tem com este encontro anual.
ViváCuba e o resto não se pode escrever aqui Decorreu durante todo o fim de semana, em diferentes locais da vila de Cuba, muitos deles improváveis, a quarta edição da iniciativa ViváCuba – Livros & Companhia. Um belíssimo encontro em torno do livro, da leitura, das tradições e do cante às vozes.
Tinha, assim, várias funções?
Sim, mas posso dizer que fui sempre impressor. Nos últimos anos é que fui encarregado da oficina. A gráfica era uma boa escola de tipógrafos?
Enquanto existiu foi-o sempre. Formou muita gente. Era uma grande escola, mas, sobretudo, era uma escola que formava homens para a vida. Houve um período em que o jornal deixou de ser editado…
Sim, e nessa altura a gráfica fechou. Aí conhecemos o desemprego. O que sabia era imprimir, mas tive de procurar outras coisas. Carreguei, por exemplo, vários fardos de palha, abri valas e pintei. O “Diário do Alentejo” foi reativado e voltei ao meu posto de trabalho, à minha vida.
Vamos lá a esticar bem essas perninhas Os residentes da Comunidade Terapêutica Horta Nova mostraram esta semana, em Beja, como é importante ocupar os tempos livres com atividade física. A iniciativa leva o nome de Boot Camp – Atividade Física Multidisciplinar e é para repetir.
O que acha que representam estes 80 anos do “Diário do Alentejo” para a região?
Em minha opinião representam muito. Não tenho dúvidas que foi sempre o melhor jornal da região e ainda hoje o continua a ser. São 80 anos de muito trabalho, de muita dedicação, de empenho e muitas estórias. Aliás, o “Diário do Alentejo” é quem conta há 80 anos a história desta região. Bruna Soares
Todos juntos a favor dos mais desfavorecidos Aconteceu esta semana mais uma reunião, com visita à sede da EMAS, da rede social de Beja. Uma estrutura organizativa que envolve o município, as freguesias e dezenas de instituições de solidariedade social e associações do concelho de Beja.
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A Imprensa, que já goza do privilégio de ser o quarto poder do Estado, tem um papel importante a desempenhar na vida das multidões que orienta e assume, por isso mesmo, as responsabilidades inerentes à função especial que desempenha, e que bem orientada pode ser, e deve ser, um fator inestimável para a marcha ascensional, dinâmica do Progresso. Ilídio Perfeito, “Diário do Alentejo”, 1 de junho de 1932
Opinião
Relógio
Luís Covas Lima Bancário
João Rocha Presidente da Câmara Municipal de Serpa
Nos 80 anos do “Diário do Alentejo” há que assinalar um percurso singular mas sempre em estreita ligação com a história da região e dos seus protagonistas. Um percurso nem sempre fácil, com momentos bons e outros mais complicados, mas que alcançou afirmar-se em cada contexto. E que conseguiu ser sempre um jornal vivo, empenhado e comprometido com o seu principal objetivo: informar e defender o desenvolvimento da região. Por tudo, a todos os que já fizeram e a todos os fazem agora este jornal, muitos parabéns.
Inicio estas crónicas no novo diário alentejano com uma sensação de orgulhosa gratidão, um alvoroçado sentimento de ternura e de saudade; e as primeiras palavras que me caem da pena são de saudação à cidade de Beja – a morena cidade onde aprendi a escrever e, pela primeira vez, ouvi a linda e perturbante palavra: Liberdade. Julião Quintinha, “Diário do Alentejo”, 2 de junho de 1932
Carmelo Aires, atual 20 anos depois
Obras da palavra
José Manuel Basso Médico termalista
á dois ou três dias aconteceu-me uma situação curiosa: estava a conversar com uma amiga quando, de súbito, esta é interpelada por alguém que a cumprimenta e a quem ela me apresenta; depois de uma breve troca de dizeres sociais, o indivíduo diz que foi editado e já está à venda o seu primeiro livro de poesia! Demos-lhe os parabéns e desejá-mos-lhe muitas vendas, mas… assim que ele se afastou a minha amiga comentou: “Mais um que não se vai poder ler! Ele pensa que basta saber rimar…”. Hoje a escrita banalizou-se, e são muitos os autores que pensam que o facto de terem um livro editado lhes confere a condição de escritores! Depois, constatase que abundam textos carentes de autenticidade, plenos de metáforas vulgares, sem correspondência com o comum – como se isso lhes conferisse grandiosidade – que em nada honram a Literatura! Miguel Torga, ao seu jeito, classifica-os como “textos rebarbativos…solfas…escritos que respondem a esquemas pré-estabelecidos” bastando “estar ao corrente dos pressupostos e depois verificar se as pedras estão bem colocadas no tabuleiro” quando “a mais rica humanidade só tem uma coisa a dizer, e que apenas se deve esforçar por dizê-la o melhor possível de todas as maneiras possíveis, embora a saber que não há palavras para nenhum absoluto”. Por outro lado, a preocupação dos editores (ou da sua maioria) já pouco tem a ver com a protecção da Língua Portuguesa ou com a divulgação da Literatura, sendo muito mais comercial: interessa vender mais e com menos investimento! Óbvio será dizer que um autor desconhecido que não é referido nos jornais, nas revistas, e não aparece na televisão, tem muitas dificuldades em chamar a atenção de um editor para a sua escrita. Porquê? Simplesmente porque não vende tanto e tão rapidamente como seria desejável! Desta forma, quando se quer “romper” este status quo, a alternativa é procurar subsídios para a publicação da obra que suportem o investimento inicial. Neste caso, o editor como pouco investiu, pouco tem a perder… logo, pouco faz para divulgar a obra! Resultado: sem um suporte de divulgação, no meio de milhares de obras, acaba por não vender ou vender pouco, por mais interessante que seja! Infelizmente, a saga não acaba aqui: quando, por ingenuidade ou desconhecimento, a negociação e a assinatura do contrato de edição são da responsabilidade do próprio autor, salvo raríssimas e honrosas excepções, aquele raramente é cumprido: já é ridículo que ao autor seja concedida uma percentagem mínima do pagamento, e mais ridículo ainda é o não cumprimento desse mesmo pagamento nos prazos devidos. Resta-me ainda uma palavra para os livreiros: confrontados com a concorrência das grandes superfícies, são remetidos para nichos de mercado, de livros e de leitores, e obrigados a trabalhar com margens cada vez menores. Não admira, pois, que seja uma profissão em extinção! E quem perde no meio de tudo isto? Diria que todos, e em particular, a Cultura! Por decisão pessoal, a autora do texto não escreve segundo o Novo Acordo Ortográfico
Ana Paula Figueira Docente do Ensino Superior
O N H
bjeto de utilidade, algumas vezes de decoração e outras de futilidade. Um relógio tem de ser entendido, seja pelos ponteiros e pelo calendário que nem sempre possui, seja por uma beleza estética que lhe é inerente e que nada representa. O relógio marca, queiramos ou não, o tempo e por isso ganha um enorme sentido quando o tempo é escasso e todos os segundos contam. Nestes tempos tão modernos e nocivos, onde nada se paga a pronto, o que conta são os prazos. A prazo – palavra tão comum na atualidade – temos investimento, emprego, recursos e capacidades, ainda que cada vez mais em menor escala. Fora de prazo, temos endividamento, desemprego, desorientação política e social, numa escala cada vez mais crescente. A questão, não é a do relógio que determina o tempo, mas a ausência dele. E por isso, a expressão fora de prazo, que nunca é do nosso agrado, configura um tempo, um espaço, de dificuldades impostas e que não queremos. Poderemos também falar de gerações. Aquelas que anunciaram as novas gerações pelas melhores razões são as mesmas que agora renunciam ou dificultam o crescimento e o esplendor dessas mesmas gerações. Quem tem responsabilidades não pode nem deve afirmar que os jovens portugueses deveriam emigrar e que o desemprego gera uma nova oportunidade. Ainda que ditas num determinado contexto, não se adequam a quem, como as novas gerações, se orgulha do seu país e por ele quer fazer algo. Por isso revoltam e ofendem. Além dos chavões da competitividade e do crescimento económico, o Estado Social é o maior desafio do novo século. Preocupações que devem motivar uma agenda política, onde impere o bom senso, cujo enfoque deverá ser para que os idosos tenham um resto de vida digna, nunca esquecendo a população ativa que é quem verdadeiramente sustenta a Segurança Social, para o fomento da natalidade de modo a contrariar a tendência de uma população cada vez mais envelhecida, para uma Saúde abrangente e de igual acesso e para uma Educação de qualidade e de exigência, pois será ela que, no futuro, marcará a diferença do nosso país. Dentro do prazo e não fora dele suspira-se por um milagre a tempo. O tempo continua a contar e os segundos a escassear. Tivemos duas grandes guerras. O receio é muito grande e adivinha-se que o próximo conf lito seja de uma gravidade tal, que será denominado de conf lito social à escala mundial. Poderá ser esta a terceira grande guerra? Está de parabéns o “Diário do Alentejo” que chega aos 80 anos de vida no Dia Internacional da Criança. Já passou também por muitas dificuldades e sempre soube renascer das cinzas. Com uma tiragem semanal de 6 000 exemplares, faz parte do panorama nacional pela sua distribuição, acolhimento e implantação. A necessidade de se reinventar e adaptar aos novos tempos há muito que teve início, numa tentativa de maior aproximação aos seus fiéis e novos leitores. As entidades vivas da nossa região devem sentir, ajudar e divulgar este emblema que sempre foi um baluarte do nosso Alentejo. Os leitores agradecem.
a edição de 18 de maio do “Diário do Alentejo”, com grande destaque de capa, o novo presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Reg iona l do A lentejo, António Dieb, proclama que: “O nosso grande falhanço tem sido a incapacidade de atrair investimento” e que é preciso encontrar uma estratégia de desenvolvimento que passe pelo “investimento produtivo e gerador de mão de obra qualificada”. 2. Onde é que já ouvimos isso? Quantas vezes e há quanto tempo? Ao longo de mais de 30 anos e a gente de todos os quadrantes políticos. E não só da política. Também do mundo empresarial e dos sindicatos. Alguns alicerçados nos respetivos “cargos” tendencialmente até que a morte os leve. Isto, num século e num tempo em que até Cuba (a de Fidel, não a do vinho alentejano), no aperfeiçoamento do socialismo e na limitação temporal do poder, limita o exercício de cargos em funções institucionais ou partidárias a dois períodos de cinco anos. 3.Há cerca de 20 anos (é verdade, mesmo 20!), num hotel de Portalegre, também já entretanto encerrado), o PCP distrital promovia uma iniciativa política justamente sobre desenvolvimento regional. Num momento (fugidio) de espantosa abertura política deste partido, o “artista principal” do conclave foi, nada mais nada menos, que o presidente da CCRA de então, Carmelo Aires. Que dizia, sem hesitações e sem que alguém o contestasse, ser obrigatório o ciclo seguinte de fundos comunitários ter como destino dominante as infraestruturas para o desenvolvimento económico e projetos de iniciativa económica, tanto privados como de iniciativa do Poder Local ou de instituições de natureza social. Defendia, com grande convicção, que só excecionalmente e com forte justificação outras áreas (infraestruturas básicas e equipamentos da área social) seriam elegíveis. 4.O problema é que no ciclo seguinte (Guterres e seus novos dirigentes da CCRA), em vez de se seguir no caminho apontado por Carmelo, o dinheiro comunitário virou muito pouco para o setor económico. Mesmo muita coisa não elegível no 1.º QCA (ciclo inicial de ajudas da então ainda CEE) passou a sê-lo aparentemente com aprovação às vezes até entusiástica dos atores da região. Os fundos passaram a financiar infantários e escolas, muitas delas entretanto, caricatamente, já encerradas por falta de alunos ou postos médicos, alguns também já sem médicos, enfermeiros ou utentes!!! E equipamentos similares sem qualquer efeito desenvolvimentista... Hoje, em 2012, com frequência, vê-se o logótipo do QREN a patrocinar ou apoiar espetáculos e festarolas locais (sem alcance turístico mínimo) que deveriam comunitária e solidariamente ser pagas pela comunidade local, sempre disponível de resto para comparticipar na ajuda a todo o tipo de obras de índole social. 5.Sobre a questão levantada da “mão de obra qualificada” e (acrescentamos nós) dos vulgarmente designados “quadros” a coisa arrepia ainda mais fino e sobre isso nos propomos opinar proximamente...
Uma edição do jornal não bastaria para dar conta das centenas de COLABORADORES que o “DA” teve ao longo destes 80 anos. Desde os rostos da sua fundação – Carlos Marques, António Manuel Engana, Julião Quintinha – até aos nossos atuais redatores, fotógrafos, paginadores, colonistas. Passando por talentos tantos e tão grandes como Melo Garrido, Manuel da Fonseca, José Moedas, Pedro Ferro, Manuel Tavares, Miguel Patrício, João Paulo Velez ou Miguel Serrano PB
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esses finais de maio de 1962, em vésperas de assinalar 30 anos de existência, o “Diário do Alentejo” mantinha uma orientação editorial dúplice. Nas questões nacionais seguia a linha “oficial” – vivia-se sob uma feroz ditadura e o jornal passava pelo crivo da Censura salazarista – e nos assuntos locais mantinha alguma liberdade de crítica, habilmente aproveitada pelos seus jornalistas. Por exemplo, noticiava em linguagem fascista as comemorações do 36.º aniversário do 28 de Maio, golpe militar que em 1926 derrubou a I República e abriu caminho ao “Estado Novo”. Escrevia na primeira página: “Passa hoje mais um ano – o 36.º – sobre a data do grande acontecimento político na vida da Nação que foi o Movimento Revolucionário do 28 de Maio. A data terá de ser assinalada com o relevo dos grandes momentos históricos, porque essa revolução ‘triunfante sem luta, gloriosa sem sangue’, veio a imprimir novas directrizes políticas á Nação, estabelecendo o regime que, desde então, comanda os destinos da Pátria portuguesa. Assim, como vem sendo tradicional, em vários pontos do País, o ‘28 de Maio’ será recordado através de sessões solenes e algumas inaugurações. (...)”. Em contrapartida, os problemas de Beja eram abordados em geral de forma criativa. Leia-se como o jornalista Melo Garrido, na secção “Varandim da Cidade”, propunha soluções para o estacionamento automóvel na Praça da República, já então a preocupar os cidadãos: “A Praça da República voltou a ser um local muito concorrido, tanto durante o dia como em grande parte da noite, para o que muito concorrem os cafés, esplanadas e algumas pensões que existem ali. Regista, por isso, um constante e intenso movimento de automóveis, cujos proprietários – segundo a informação que um deles nos transmite, em tom de queixa – lutam com grandes dificuldades para estacionar, visto que ambos os lados da praça estão quase sempre ocupados. Alvitra, pois, o mesmo leitor que, a exemplo do que se concede em outras artérias citadinas, se autorize a que as viaturas sejam dispostas de ‘forma oblíqua aos passeios, de modo a ganhar-se espaço e ser possível arrumar um maior número de carros’. Aqui registamos a sugestão, para que ela seja considerada por quem de direito e atendida, no caso de ser possível, claro.” Note-se o tom “respeitoso” da sugestão, à cautela, e o artifício frequentemente utilizado nesta época – sobretudo por Melo Garrido e José António Moedas – de citar um leitor real ou imaginário, em todo o caso nunca identificado, não fosse o diabo tecê-las... Carlos Lopes Pereira
Um jornal não se faz para dentro. Faz-se para fora. Para os LEITORES. Para as pessoas. E foram as pessoas que, milhares todas as semanas, consolidaram o “DA” como líder de audiências na região. Pelo que este também é o dia dos nossos leitores, dos nossos assinantes – que vão desde o Canadá à Austrália – dos nossos anunciantes, dos nossos pontos de venda, que tanta visibilidade nos dão em banca. PB
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Nem sempre foram rosas. Ao longo dos tempos, o “DA” viveu períodos de grande instabilidade e de incerteza. Nos anos 1970, com a falência da sua empresa proprietária, o jornal deixou de publicar-se. Ou vinha a público intermitentemente. Em 1982, as autarquias do Baixo Alentejo, juntas em associação, recuperaram o título e a oficina gráfica. Uma iniciativa ímpar dos municípios. Que teve na frente da carruagem o crer, a teimosia e a obstinação desmedida de um homem: JOÃO HONRADO. PB
Há 50 anos O 28 de Maio e parar na Praça da República
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Diário do Alentejo 1 junho 2012
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Memória Um conto juvenil
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a minha infância e juventude, dois dos meus locais preferidos (entre outros), na aldeia onde nasci e onde vivia, eram a Biblioteca Itinerante n.º 18, da Gulbenkian, que ali se deslocava uma vez por mês e a Casa do Povo, que ficava mesmo em frente à escola primária que frequentei durante três anos (o primeiro foi na escola da estação). À biblioteca ia buscar os livros que o senhor Alberto (Veríssimo) me incentivava a levar (e eram alguns, todos os meses). À Casa do Povo ia ler as publicações que aí chegavam e, de entre todas, duas preferia: a revista semanal “Flama” e o “Diário do Alentejo”. Este último tem acompanhado toda a minha vida. Logo que pude tornei-me seu assinante, o que acontece até hoje. O “Diário do Alentejo” sempre se distinguiu da restante imprensa da chamada “província”. Antes do 25 de Abril fazia parte de um reduzido leque de jornais (como o “Notícias da Amadora”, o “Jornal do Fundão” ou o “Comércio do Funchal”), que ousava enfrentar a censura e a ditadura. Além disso, os seus conteúdos escapavam ao banal registo de casamentos, formaturas e outros eventos locais e, tal como ainda hoje, distinguia-se também por ser um projeto profissional, feito por profissionais. Foi, por isso, muito por “culpa” do “DA” que ganhei o gosto (que ainda mantenho) pela leitura (e pela escrita). Espicaçado por uma professora de Português, colaborei, durante dois anos, no suplemento juvenil do jornal “Época” (que também chegava a Santa Vitória). Experiência que terminou no dia em que soube que esse jornal pertencia ao partido único, a Ação Nacional Popular, sucessor da União Nacional, de Salazar. Estávamos em 1973, tinha 15 anos e começara a frequentar o 6.º ano do Liceu de Beja. Um dia, em outubro ou novembro, entrei timidamente na redação do “Diário do Alentejo”, instalada na praça da República, no mesmo prédio da livraria e da gráfica que o imprimia. Lá estavam o José Moedas e o Manuel Sousa Tavares, de quem admirava os seus escritos. E o diretor, Melo Garrido, a quem me dirigi, falando-lhe do meu gosto pelos jornais, da intenção de ser jornalista e de como gostaria de ver publicado no “Diário do Alentejo” algo da minha autoria. Melo Garrido disse-me, então, para lhe enviar um texto, para ele analisar e decidir sobre a sua publicação. Assim fiz e no dia 23 de dezembro desse ano era publicado um conto com o título “A Moda”. Como forma de homenagear os 80 anos do “Diário do Alentejo”, e todos os profissionais que por ele têm passado, é esse conto que agora volto a publicar. Quase 40 anos depois, à exceção da guerra colonial, que nele estava presente, mantém uma atualidade que a todos nos deve inquietar e interrogar. A Moda Depois de um copo e de uma palmada nas costas, começou a moda. Era o melhor alto da aldeia. Do Alentejo. Até já cantara na rádio. Com o grupo da Casa do Povo. Nesse dia, houve feriado na aldeia. Todos quiseram ouvir cantar os da moda. Entre estes, Toino, o melhor alto de Portugal. O Toino era um tipo com sorte… Sorte malvada, dizia ele. Até já lhe morrera um moço na tropa e agora já lá estava outro. Há anos, ouvindo falar nos que estavam além fronteira, viu-se na mesma situação que eles: um bom carro, um bom par de notas no banco e uma boa vida. Isto, diziam eles, os emigrantes, quando escreviam às mulheres. Os filhos brincavam na lama… Mas que importa isso?
“Tou-me lixando para isto” – disse o Toino, um dia. Um homem é um homem. Iria para a França. Veriam, então, quem era ele. Pediu emprestados os oitos contos para o gajo que os passaria. A ele e a mais três da aldeia. Partiram numa noite chuvosa. “Não chores, mulher” – disse ele à partida – “Verás quem é rico daqui a uns meses”. Beijou os filhos e montou-se no automóvel. Andou com água pelo pescoço. Viu as pontas das carabinas dos guardas. Mas chegou. São (?) e salvo (?) De repente viu-se sozinho em Paris. O passador, logo que chegou à capital francesa, deixou-os à mercê da sorte. Chorou. Como nunca antes o fizera. Nem no enterro do filho que morrera na tropa. Andou aos pontapés. Passou fome. Roubou. Voltou meses depois. Sem “massa”. Dizendo “merci”, debaixo do qual escondia a miséria. Passou a embriagar-se todas as noites. Depois dava pancada na mulher, ao som do choro dos filhos. Não queria trabalhar. Os ricos que o fizessem. Nele, já ninguém punha as mãos em cima. Esteve na cadeia por roubo. Saiu um mês depois. Roto. Sujo. Agora, canta a moda na taberna. Reles. Miserável. Mas isso que interessa? Não é ele o melhor alto do mundo? José Filipe Murteira Professor
Carta ao diretor
“Diário do Alentejo”, terça-feira, 7 de junho de 1932
Onda de assaltos em Cuba Augusto Pinto Cuba
Venho informar-vos que a vila de Cuba está a ser assolada por uma onda de assaltos a residências. Aproveitam o fato de a maioria ser de pessoas que faz desta vila o seu local de repouso, estando o resto do dia ausente. Muitos escolheram a vila pela melhoria de qualidade de vida para si e para os seus filhos, mas esta onda de assaltos começa a preocupar-nos. As entidades competentes têm de tomar uma atitude urgente para acabar com estes acontecimentos e dissuadir os “amigos do alheio” de tais práticas. Só no dia 22 de junho cinco residências foram assaltadas durante o dia, número preocupante para a pacata vila de Cuba. Como já devem ter percebido, eu fui um dos que foi “visitado”, levaram sobretudo ouro e mais nada, mas há situações em que levaram LCD, portáteis, etc...
Feira mostra as “Faces” do interior de Odemira
Diário do Alentejo 1 junho 2012
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Todos os anos, por altura do feriado de 15 de agosto, Saboia cumpre a sua Feira das Atividades Culturais e Económicas (Faces). Um certame que brinca com o próprio nome ao assumir-se “como representante das diferentes ‘faces’ do interior do concelho de Odemira, dando provas do dinamismo da freguesia de Saboia e limítrofes”. Dezenas de expositores de várias atividades económicas, artesanato
ao vivo, debates, cinema, animação e espetáculos musicais, com especial relevo para a música tradicional, têm sido os ingredientes da festa. A organização é da Associação Humanitária D. Ana Pacheco, com o apoio de várias instituições locais, entre elas o município de Odemira e as juntas de freguesia de Saboia, Santa Clara-a-Velha, Luzianes-Gare, S. Teotónio e S. Martinho das Amoreiras.
Saboia
Em 1960, viviam em Saboia 4 136 pessoas; hoje restam 1 157
A agricultura já não é quem mais ordena Saboia empobreceu, diz o povo, unânime. Em dinheiro e gente. Outrora
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dia amanheceu bem quente para o lado interior do concelho de Odemira. Fim de maio a lembrar agosto na forma como o sol queima, inclemente, a paisagem serrana. Vindos da escola, com ares de missão cumprida e sede de ar livre, um grupo de rapazes desce a rua da junta de freguesia, traçando o caminho que nos leva ao coração de Saboia. Deixa-se para trás o largo da igreja de Nossa Senhora da Assunção, de pintura impecável, a azul e branco, mas sem vivalma por perto. Lá mais à frente, soam as primeiras vozes, buzinadelas, carros que estacionam, outros que arrancam, junto aos cafés e outros pequenos comércios da aldeia. Estamos na chamada “praça velha”, antigo mercado hoje transformado num alpendre comunitário, onde os mais velhos se protegem do sol, sentados em bancos de jardim, ou estacionam as fiéis “motorizadas”. No café ao lado, o mais concorrido, passa-se a vista sobre os jornais, discute-se a falta de sinal da Televisão Digital Terrestre, que persiste sem soluções à vista, fala-se no passado, no que Saboia já foi. Terra de importantes casas agrícolas servidas pelo caminho de ferro, que tinha uma imponente estação de correios e até uma sala de cinema, imortalizada em nome de rua, Saboia já teve o seu tempo de pujança económica. Estatísticas de 1960 dão conta da existência de 4 136 habitantes, contra os 1 157 atuais. Não sabemos quantos seriam em 1932, ano do nascimento do “Diário do Alentejo”, mas logo a 9 de julho uma notícia sobre a cerimónia de lançamento da primeira pedra do futuro “dispensário antituberculoso” do concelho de Odemira diz bastante sobre a notoriedade desta “importante freguesia”. É assim que se lhe refere o então jovem diário, mesmo se redigido a mais de uma centena de quilómetros, com os acessos que podemos imaginar há 80 anos atrás. “Saboia cada vez está mais fraca. Em tudo. Não há metade da gente que havia. Havia muito negócio com a agricultura, as pessoas trabalhavam e ganhavam bom dinheiro. Agora não ganham, não gastam”, confirma Manuel da Silva Guerreiro, de 74 anos, que goza agora os anos de reforma depois de toda uma vida a trabalhar no campo. Vive em Portela da Fonte Santa e tem como único luxo as idas e vindas à sede de freguesia, 10 quilómetros que percorre na sua velhinha Famel, para um café e dois dedos de conversa. “A vida é fraca, está tudo muito caro e o dinheiro da reforma não dá. Bebe-se um cafezinho e abalamos”, comenta, elogiando o lar de terceira idade, gerido pela Associação Humanitária D. Ana Pacheco. “Uma coisa boa” que aconteceu à terra, reconhece, não só porque dá emprego
“importante freguesia” e terra de prósperas casas agrícolas servidas pelo caminho de ferro, onde até havia sala de cinema, esta aldeia serrana do concelho de Odemira viu morrer uns e abalar outros tantos, até aos seus atuais 1 157 habitantes. Aos ricos lavradores substitui-se um lar de terceira idade, gerido por uma associação humanitária, que se transformou no maior empregador da zona. Texto Carla Ferreira Fotos José Ferrolho
a muita gente, mas sobretudo porque é a única alternativa para quem já não pode cuidar de si: “Há 50 anos, andavam as pessoas aí de porta em porta, pedindo uma esmolazinha, dormindo em palheiros. E agora não, quem não pode, vai para o lar”. Na mesa ao lado, Acácio Lourenço, de 59 anos, concorda. “É o maior empregador da zona”, diz, saudoso dos tempos em que a “agricultura, os cereais e o gado eram o forte desta região”, com prósperas casas agrícolas como a Casimiro, que “trabalhava com cinco máquinas de debulha e vários tratores agrícolas”. Pai de uma rapariga de 15 anos, o funcionário da Câmara Municipal de Odemira vai adivinhando o futuro da filha, numa “terra onde os empregos estão todos ocupados”. “Se conseguir que ela vá estudar para fora, ela possivelmente já não vai voltar”, lamenta, lembrando o destino de tantos outros, que andam agora pelo vizinho Algarve ou nos arredores de Lisboa. Aurinda Cortes, que encontramos a aviar-se no pequeno comércio, já tem o filho na Marinha, com 25 anos. “Nem sequer pôs a hipótese de ficar cá”, sublinha, confessando que viver em Saboia “é bom, sossegado e calmo”, com a vantagem de estar próximo da barragem de Santa Clara e “não muito longe das praias”. Mas lamentavelmente, tudo isso não chega para ficar quando não há forma de ganhar o pão. “Aqui, tirando as escolas e o lar, não há trabalho em mais lado nenhum. Eu trabalho no lar e parte das outras mulheres de Saboia trabalha nas escolas”, que cobrem desde a infância até ao 3.º ciclo do ensino básico, exemplifica. Na subida íngreme para o lar benemérito de que tanto se fala, cruzamo-nos com Inácia Martins à porta de casa. Prestável, já a meio da casa dos 60, conta que foi ali que trabalhou ao longo dos últimos 14 anos, até fevereiro passado. Está agora reformada, “porque chegou a hora de dar lugar aos novos”, mas há de sempre lembrar-se do antigo posto de trabalho como “das melhores coisas que apareceram aqui nesta aldeia”. Quanto aos anos áureos de Saboia, ela, que chegou à terra bem novinha, vinda de um monte próximo para “servir na casa de um senhor muito rico”, prefere relativizar a sentir saudades. “Se hoje há muita dificuldade, devido à falta de emprego, antigamente havia trabalho, mas não era remunerado, trabalhava-se os dias inteiros, de sol a sol, e ganhava-se pouco ou levava-se um ‘pão de ceia’ para casa, para dar de jantar à mulher e aos filhos. Hoje estamos em crise mas tenho uma vida muito melhor do que tinha antigamente”, remata.
Diário do Alentejo 1 junho 2012
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Manuel Martins Presidente da Junta de Freguesia de Saboia
Em 10 anos (2001-2011), Saboia perdeu 187 habitantes. Como se explica este êxodo?
Saboia sem sinal da Televisão Digital Terrestre Desde janeiro, altura em que foi desligado o emissor da Foia (Algarve), que a freguesia de Saboia, assim como outros locais do concelho de Odemira, estão com problemas na receção do sinal da Televisão Digital Terrestre (TDT). “A aldeia, em si, não tem praticamente sinal nenhum”, denuncia o presidente da junta de freguesia, Manuel Martins, lembrando que já foram enviados vários ofícios para a Anacom e que a resposta foi a garantia de que “90 por cento do território nacional está coberto pela TDT”. A população indigna-se e António Jacinto Bernardo (na foto) dá a cara: “Comprei os aparelhos [descodificadores] e não há sinal. Tantas pessoas que compraram até a antena [satélite] e nada. Só mesmo com os operadores pagos. Em Monchique está igual e lá para cima, para o norte, também”.
O envelhecimento da população, a falta de emprego para fixar jovens, o estado atual do País também. O pouco emprego que havia era ao nível da construção e da agricultura e isso está tudo numa fase decrescente. Quais são as alternativas, fora daqui?
Os mais jovens vão estudar e ficam pelos grandes centros, onde conseguem arranjar emprego. Temos aqui próxima a barragem de Santa Clara, mas até agora, e já lá vão tantos anos, também não se tem aproveitado muito bem para criar emprego. Já se foi mais para o Algarve também, numa altura em que a construção estava em grande força. Entretanto, as pessoas mais idosas vão falecendo e os mais novos deixam de ter ligação à terra e acabam por nem regressar em altura de festas. Perdem as referências. O “Diário do Alentejo”, num das suas primeiras edições, em 1932, refere-se a Saboia como uma “importante freguesia”. Esse estatuto mudou?
Sim. Saboia perdeu muito. Nessa altura, tínhamos o caminho de ferro, a estação Santa Clara-Saboia, e tudo era distribuído a partir daí. Tínhamos também um armeiro, que era o maior do Baixo Alentejo, e uma casa agrícola, a Pacheco, Nobre & Matos, que também era fortíssima, com máquinas de debulha, tratores, moagem. A estação agora até está a funcionar melhor, começaram a parar os comboios aí pelo princípio do ano, o intercidades e o alfa. Em duas horas, estamos em Lisboa e nisso até estamos melhor agora. O problema é haver pouca população… E muito dispersa…
Hoje já se vai concentrando tudo na aldeia ou nos pequenos aglomerados que temos: Nave Redonda, Portela da Fonte Santa, Moitinhas e Vale Touriz. Já os montes vão estando praticamente todos desabitados porque as pessoas têm um certo receio de estar sozinhas e decidem vir para mais próximo da aldeia. Compram casa, alugam ou vêm para o lar. É que, apesar de não estarmos tão longe do Algarve nem das praias aqui do concelho, estamos aqui um pouco escondidos. Não é uma aldeia atravessada por uma estrada – as coisas passam-nos ao lado.
“Diário do Alentejo”, sábado, 9 de julho de 1932
Qual é ainda a base económica da freguesia?
Um pouco de agricultura, a madeira, a cortiça, a pecuária, o lar da Associação Humanitária D. Ana Pacheco, que terá à volta de 50 empregados e que é o maior polo de emprego, as escolas, a junta e o pequeno comércio. Em termos de investimentos no turismo, há poucos, alguns no turismo rural mas pouca coisa. É que esta terra tem empobrecido. As pessoas com dinheiro saíram quase todas para outros meios com mais desenvolvimento.
Projeto “A Vida Vale” decorre há mais de um ano Há quem diga que, de tantas vezes ser dita em momentos de maiores aflições, a frase “qualquer dia mato-me” entrou perigosamente na banalidade. Toda a gente em Saboia conhece alguém que se tenha finado pelas próprias mãos, na família, entre os vizinhos, novos, velhos, pobres, remediados, saudáveis, doentes. “Aqueles que ficam cá, ficam afetados com aquilo. A gente começa a pensar e a dizer uns para os outros: mas seria porquê?”, comenta Manuel da
Silva Guerreiro. Com números que possivelmente não serão tão altos como demonstram as estatísticas oficiais (ler entrevista), a verdade é que Saboia está frequentemente entre as freguesias que registam maior número de suicídios, num concelho, o de Odemira, que detém a mais alta taxa nacional. É nesse sentido que ali está a decorrer, desde fevereiro de 2011, o projeto “A Vida Vale”, promovido pela Fundação Odemira e apostado no combate à solidão e ao isolamento da população mais idosa, através de atividades como o teatro, o canto, o cinema, sessões de conto, trabalhos manuais, dança ou yoga do riso.
E os números do suicídio, que têm a freguesia muito estigmatizada, são mesmo reais?
Não é a realidade. Temos suicídios, sim, mas toda a estatística que aparece apanha quatro freguesias: Santa Clara, Saboia, Pereiras e Luzianes. O posto da GNR está sediado em Saboia e todos os casos são registados como sendo na freguesia. Fizemos um apanhado nos últimos 20 anos e tinham-se suicidado 18 pessoas. Não é pouco mas é menos do que os dados conhecidos, que dão conta de 42 casos, e esse empolamento não tem ajudado em nada a resolver o problema.
Nelson Brito
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Esperemos que o “Diário do Alentejo” continue e reforce aquele que é o seu principal desígnio que é a promoção da região e aquilo que de bom se faz, aquilo que por cá de alguma forma se vai realizando. É importante que as características deste jornal se mantenham e se mantenha também esse seu principal objetivo e esperemos que essa promoção do Alentejo perdure muitas vezes 80 anos. Neste aniversário do “Diário do Alentejo” quero também deixar uma palavra de estímulo e um forte abraço para todos os colaboradores que já estiveram e que estão presentemente nessa casa.
Diário do Alentejo 1 junho 2012
Presidente da Câmara Municipal de Aljustrel
Desporto
Pesca Desportiva A primeira prova do Campeonato Regional de Pesca de Achigã de Margem, organizado pela Associação Regional do Baixo Alentejo de Pesca Desportiva, realiza-se no próximo domingo, dia 3, na Tapada Grande, em Mina de São Domingos.
Futebol juvenil Campeonato Distrital de Iniciados (10.ª jornada): Despertar-Guadiana, 6-2; Moura-Vasco da Gama, 6-4; Odemirense -Rio de Moinhos, 3-1. Classificação final: 1.º Despertar, 26 pontos. 2.º Odemirense, 19. 3.º Moura, 17. 4.º Rio de Moinhos, 12. 5.º Vasco da Gama, seis. 6.º Guadiana, cinco. Campeonato Distrital de Benjamins (10.ª jornada): Castrense-Sporting de Cuba, 6-7; Aldenovense-Ferreirense, 5-9; Renascente-Despertar, 2-8. Classificação final: 1.º Despertar, 28 pontos. 2.º Ferreirense, 22. 3.º Sporting de Cuba, 18. 4.º Aldenovense, 15. 5.º Castrense, seis. 6.º Renascente, zero.
Despertar despediu-se com nova derrota
Uma época para recordar O Despertar Sporting Clube despediu-se da 3.ª Divisão Nacional com uma derrota em casa, por três a zero, com a formação do Fabril do Barreiro.
uma derrota (3/2) no terreno dos Pescadores da Caparica, cujo triunfo não evitou a descida de divisão da formação lisboeta, acompanhada pela equipa do Redondo e pelos bejenses. A estatística global da prova é dividida pelo Farense e pelo Despertar, por motivos diferentes, naturalmente, cabendo aos despertarianos a menções de pior ataque (17 golos), pior defesa (79), menos vitórias (dois) e mais derrotas (26). Uma época para mais tarde recordar.
Texto e foto Firmino Paixão
E
ra um jogo que tinha apenas importância para os barreirenses confirmarem o primeiro lugar na série em que asseguraram a manutenção neste patamar, em conjunto com o União de Montemor e o Lagoa. Foi a 26.ª derrota da equipa bejense nesta temporada, que não manchou a festa de consagração das equipas jovens do clube (benjamins, infantis e juvenis) que após o jogo receberam as suas faixas de campeões e respetivos troféus. Desta ronda de despedida destaca-se a surpreendente vitória do União de Montemor no terreno do Lagoa, confirmando a manutenção já assegurada na jornada anterior ante o Despertar. O Redondense fechou a época, também, com
Nacional 3.ª Divisão – Manutenção 10.ª jornada Pescadores-Redondense ..................................................3-2 Lagoa-U.Montemor............................................................2-3 Despertar-Fabril ................................................................. 0-3
3.ª Divisão O Despertar perdeu com o Fabril na despedida da 3.ª Divisão
Fabril Barreiro U. Montemor Lagoa Pescadores Redondense Despertar SC
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10 10 10 10 10 10
6 6 5 6 0 2
1 2 2 1 4 0
3 2 3 3 6 8
19-16 24-10 20-14 18-12 7-18 10-28
36 35 32 31 14 8
Objetivo conseguido antecipadamente
Uma época para reflexão Foi com um brilhante empate a três bolas, no recinto do Farense, que o Mineiro Aljustrelense fechou a sua temporada desportiva. Texto Firmino Paixão
U
m resultado muito positivo e que mostra, como viemos referindo ao longo do campeonato, que a formação mineira estava à altura dos restan-
tes adversários nesta fase da prova em que o Farense e o Quarteirense conseguiram a promoção à 2.ª Divisão Nacional, mas com os aljustrelenses sempre na corrida, embora lutando contra adversidades que foram para além da sua prestação em campo. O Aljustrelense conseguiu o objetivo de manutenção logo na primeira etapa da prova, numa época que se iniciou com percalços de vária natureza, sobretudo ao nível da formação do plantel e da mudança
de treinador logo nas primeiras jornadas da prova (Eduardo Rodrigues sucedeu a Sério Abreu), mas a intranquilidade voltou a afetar o grupo de trabalho já na parte final da temporada, levando mesmo o plantel a tomar algumas posições mais duras. Foi uma época que exige alguma reflexão. O clube fechou esta etapa da prova na quarta posição (30 pontos), atrás do Farense, Quarteirense e Esperança de Lagos e com vantagem sobre o Sesimbra e o Messinense.
Nacional 3.ª Divisão – Subida 10.ª jornada Farense-Aljustrelense ........................................................3-3 Esp. Lagos-Quarteirense ...................................................3-2 Messinense-Sesimbra ....................................................... 2-0 Farense Quarteirense Esp. Lagos Aljustrelense Sesimbra Messinense
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10 10 10 10 10 10
5 6 4 3 3 1
3 2 3 4 2 2
2 2 3 3 5 7
21-13 17-9 14-10 14-13 6-13 9-23
46 38 34 30 29 22
Distrital da 2.ª Divisão
O Ferrobico é campeão O Cabeça Gorda assegurou o título de Campeão Distrital da 2.ª Divisão e, conjuntamente com o Piense, ascende à divisão principal da AF Beja. Texto Firmino Paixão
F
oi um campeonato memorável. As duas equipas promovidas foram conhecidas nas últimas jornadas da
prova e o título só ficou decidido na última ronda. Mais competitivo do que isto será difícil de reeditar. O Ferrobico precisou de vencer em Saboia para ser campeão e ganhou mesmo. O Piense espreitava um deslize do adversário, sentado no sofá, porque o Sanluizense, seu adversário da última jornada, faltou no 1.º de Maio em Pias, por não conseguir reunir plantel suficiente. Foi pena.
O campeão foi a equipa mais realizadora (76 golos), o Negrilhos teve a pior defesa (67), a melhor foi a do Saboia (17) e o pior ataque foi do Vale de Vargo (22). O Bairro da Conceição fechou o pódio do campeonato, mas sem direito a subida de divisão. Resultados da 26.ª jornada: Saboia-Cabeça Gorda, 1-2; Negrilhos-Barrancos, 4-2; Piense-Sanluizense, 3-0 (falta de comparência dos visitantes); Renascente-Vale
de Vargo, 6-0; Ourique-Messejanense, 1-0; Bairro da Conceição-Alvorada, 5-2. Classificação final: 1.º Cabeça Gorda, 57 pontos. 2º Piense, 55. 3.º Bairro da Conceição, 49. 4.º Saboia, 46. 5º Amarelejense, 45. 6.º Renascente, 39. 7.º Ourique, 33. 8.º Alvorada, 27. 9.º Vale de Vargo, 23. 10.º Sanluizense, 22. 11.º Messejanense, 20. 12.º Barrancos, 19. 13.º Negrilhos, nove.
Presidente da Câmara Municipal de Alvito
O “Diário do Alentejo” tem marcado ao longo destes 80 anos a nossa região em termos informativos e penso que é de extrema importância que se deva manter, aliás, um órgão de comunicação social regional como este é a maneira que os organismos regionais têm de chegar também à população, de fazer chegar as suas informações, as suas opiniões, os eventos que vão acontecendo em cada um dos municípios. Uma pessoa informada é uma pessoa que decide melhor, às vezes as pessoas tomam decisões erradas porque a informação não lhes chega. Mas é preciso que esta transmissão de informação se faça de forma isenta, e eu penso que isso se passa, para que não haja aquela ideia de pegar num diário, que até é propriedade das câmaras, para poder usar como um meio de comunicação de propaganda. Isso nunca deverá acontecer. Deve ser um meio isento, mas que seja profícuo na divulgação das atividades e até das opiniões que os autarcas têm acerca daquilo que se passa na sua região e no País.
Os laureados na XX Gala dos Campeões Campeões distritais: Castrense (1.ª Divisão); Cabeça Gorda (2.ª Divisão); Aljustrelense (futebol feminino); Instituto Politécnico de Beja (futsal); Moura (juniores); Despertar (juvenis); Desportivo de Beja (iniciados), Despertar (infantis); Despertar (benjamins). Taça Distrito de Beja: Serpa (futebol); Aljustrelense (futebol feminino); Moura (juniores); Instituto Politécnico de Beja (futsal). Supertaça: Castrense (seniores); Moura (juniores); Casa do Benfica Castro Verde
(femininos); Núcleo Sportinguista de Moura (futsal). Taça Armando Nascimento (juvenis): Despertar; Taça Dr. Covas Lima (infantis): Clube Desportivo de Santo Aleixo da Restauração. Taça Joaquim Branco (benjamins): Núcleo Sportinguista de Beja. Taças Disciplina: Castrense (1.ª Divisão); Barrancos (2.ª Divisão); Odemirense (juniores); Juventude Boavista (juvenis); Almodôvar (iniciados); Renascente (infantis); Figueirense (benjamins); Ourique (femininos); Alfundão (futsal). Melhores marcadores: 3.ª Divisão: Nelson
19 Diário do Alentejo 1 junho 2012
João Penetra
Raposo (Aljustrelense); 1.ª Divisão – Rui Pepe (Castrense); 2.ª Divisão – António Fradinho (Amarelejense). Femininos – Ana Rita Batista (Aljustrelense). Futsal – Nuno Carapau (NSMoura). Melhores guarda-Redes: 3.ª Divisão: Miguel Cruz (Aljustrelense); 1.ª Divisão – João Candeias (Castrense); 2.ª Divisão – Nuno Jerónimo (Saboia). Árbitros distritais – 1.ª categoria: Bruno Vieira; 2.ª categoria: Hugo Silva; femininos: Marisa Sousa; futsal: David Tripa; assistentes: Valter Canhita; observador: Manuel Costa.
XX Gala dos Campeões da AF Beja
O futebol distrital em traje de gala Depois das emoções vividas dentro das quatro linhas, o tempo é agora de festa, de convívio e de recordação dos melhores momentos de uma época desportiva globalmente bem-sucedida. Texto Firmino Paixão
A
Associação de Futebol de Beja realiza esta noite a sua XX Gala dos Campeões, cerimónia em que distinguem os melhores agentes desportivos da época 2011/2012. A assembleia eleitoral para a recondução do executivo liderado por José Luís Ramalho precederá a festa esperada pelos futebolistas da região. O presidente da Associação de Futebol de Beja, José Luís Ramalho, PUB
antecipa a sua análise à temporada que esta noite terá o seu epílogo: “Felizmente foi uma época sem grandes problemas, podia ter sido melhor, pode sempre ser melhor, mas deixou-nos satisfeitos, apesar de todas as dificuldades existentes e da crise que infelizmente tem afetado não só o País mas também o nosso desporto. As coisas correram razoavelmente bem”. E sustentou: “Os clubes estão a adaptar-se a uma nova realidade que vai lançar grandes desafios e a mensagem que queremos fazer passar aos nossos clubes é que temos que aproveitar esta crise para assumirmos verdadeiramente aquilo de que tanto se fala, que é o futebol formação”. E justifica: “Os tempos agora não são propícios para grandes loucuras”.
Num tempo em que mais do que nunca se justifica apostar nos jovens valores da região, Ramalho afirma: “A formação continua a ser uma forte aposta da associação”. E explica: “Por um lado queremos deixar a mensagem que gostaríamos de ver os jovens a competir por competir, sem aquela competição doentia que por vezes existe e que é má para o desporto e para os nossos jovens, porque não estamos a formá-los apenas como atletas, mas também como homens”. E garante: “Isso é importante, com esta aposta na formação a mensagem que queremos passar aos clubes é que durante a crise aproveitem os jovens, que lhes deem mais oportunidades e voltamos, se calhar, a ver as equipas mais regionais, com mais jogadores da
casa e talvez possamos ter melhores assistências”. O mandato anterior deste executivo foi marcado pela descentralização das grandes finais, potenciando as infraestruturas existentes nos diversos concelhos, uma opção que o presidente da AF Beja considera que “foi uma decisão polémica”, mas da qual não está arrependido: “Apenas existe uma situação que, provavelmente, iremos rever, que é a final da Taça Distrito de Beja, devendo ser marcada logo no início e disputada sempre em Beja”, disse, justificando: “Tenho-me apercebido que para a maioria dos nossos dirigentes, em relação a esta final, a cidade de Beja é um pouco como o Jamor do Alentejo. Nesse sentido iremos marcar esse jogo em definitivo
para Beja, nas outras finais manteremos a descentralização, uma experiência muito boa”. O dirigente lembra ainda: “Este ano estivemos em seis concelhos, por onde passámos foi uma festa, as pessoas gostam e temos tido boas indicações nesse sentido. Mas é também um incentivo para aquelas populações, uma fonte de receita, há mais público e é uma forma de nós ajudarmos os clubes locais”. Reeleito hoje para um novo quadriénio, José Luís Ramalho enumerou os pontos fortes do próximo mandato: “Os objetivos foram já transmitidos aos nossos sócios através de uma carta: concretizarmos o sonho de termos uma sede, mantemos a aposta no futebol jovem, no futebol feminino e no futsal”.
Diário do Alentejo 1 junho 2012
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Francisco Orelha Presidente da Câmara Municipal de Cuba
O que posso dizer do “Diário do Alentejo” é que é um jornal de referência, pelo menos no distrito de Beja, que é onde é mais lido. Desde sempre o “Diário do Alentejo” tem feito chegar às nossas casas a informação da região e isso é bastante importante e acho que o “DA” tem desempenhado muito bem esse papel. Têm existido umas questões, que são conhecidas, que têm por vezes uma envolvência política, o que eu critico. O jornal tem de fazer o seu trabalho com toda a independência, e por vezes tem havido algumas pressões políticas, em virtude de o “Diário do Alentejo” ser propriedade da Ambaal, mas na maioria das ocasiões os jornalistas têm conseguido ultrapassar esse senão, portanto acho que o resultado do trabalho jornalístico que tem sido desenvolvido na nossa região é bastante positivo e espero que se mantenha.
Andebol Zona Azul à vista do pódio A duas jornadas do termo da fase final do Campeonato Nacional da 3.ª Divisão, a Zona Azul está ainda na luta pelo segundo lugar (no primeiro está, de pedra e cal, a equipa do Boa Hora). Aos bejenses pede-se uma vitória em Samora Correia, na ronda de amanhã, em que o Módicus terá pela frente o líder da prova (dificilmente pontuará). Na última jornada recebe o Módicus e, ganhando, alcançaria esse lugar do pódio. Na última semana os bejenses jogaram em casa e venceram o Monte (28/24). Classificação: 1.º Boa Hora, 24 pontos. 2.º
Módicus, 17. 3.º Samora Correia, 15. 4.º Zona Azul, 14. 5.º AD Monte, 13. 6.º Ílhavo, 13. Patinagem distrital de solo dance O Campeonato Distrital de Solo Dance realizase no próximo domingo no Pavilhão Polidesportivo de Serpa e será disputado por patinadores do Aljustrelense, Clube de Patinagem de Beja e Sport Clube Serpa, nos escalões de infantis (cinco), iniciados (três), cadetes (três), juvenis (dois), juniores (um) e seniores (dois).
Futsal Baronia despromovido
Supertaça do Distrito Vitória de Moura
O Campeonato Nacional de Futsal da 3.ª Divisão chegou ao seu termo, numa ronda em que a o Baronia perdeu (4/1) no recinto da Casa do Benfica de Vila Real de Santo António e Os Independentes de Sines sofreram na Quinta do Conde a sua quinta derrota (4/2) no campeonato. A equipa de Sines conclui a prova num honroso terceiro lugar (55 pontos), atrás do Rangel (67) e do Portela (76). O Desportivo da Baronia terminou no 12.º lugar (20 pontos) e está despromovido ao escalão regional.
O Núcleo Sportinguista de Moura venceu a Supertaça de Futsal vencendo a formação do Instituto Politécnico de Beja (4/3), em jogo realizado no Pavilhão Municipal de Vidigueira. A equipa académica, que já tinha conquistado o campeonato e a Taça Distrito de Beja, abriu assim mão da Supertaça para a formação leonina, que, ao longo da época, foi também um dos seus principais opositores (2.º lugar na Taça Distrito e 3.º lugar no campeonato).
Ferreira Ativa organiza Canoe Camping Tour A movimento Ferreira Ativa organiza durante o fim de semana um evento denominado Canoe Camping Tour, que consiste na subida do rio Guadiana entre as localidades de Guerreiros do Rio e de Pomarão. O percurso tem a extensão de 25 quilómetros e os participantes pernoitarão em Alcoutim.
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Bairro NS Conceição Benjanins venceram Taça Joaquim Branco
“Leões de Beja” conquistam Taça Joaquim Branco
Um bom trabalho de formação
O
Núcleo Sportinguista de Beja venceu a Taça Joaquim Branco, na categoria de benjamins, batendo, na final, a equipa do Mineiro Aljustrelense por quatro a zero. O jogo disputou-se no Estádio Municipal de Ferreira do Alentejo e a supremacia nos “leõezinhos de Beja” foi sempre evidente e fica justamente expressa no resultado final. Tiago Morgado, técnico da equipa bejense, justificou a superioridade da sua equipa referindo: “No campeonato não conseguirmos passar à segunda fase, que era o nosso grande objetivo, mas na taça fomos a equipa que melhor futebol praticou, os resultados revelam isso, fizemos uma prova segura, com muitos golos marcados e poucos sofridos”. E prosseguiu: “Nesta final dominá-mos na primeira parte, tivemos as melhores oportunidades, não foi uma partida equilibrada como eu esperava ou esperaria também o técnico do Aljustrelense. Fomos muito superiores e vencemos com muita justiça”. O técnico revelou ainda: “Desta equipa vão subir cinco jogadores para o escalão de infantis, é uma equipa com qualidade, jogam juntos há muitos anos, no próximo ano pensamos que eles ainda evoluirão mais e seremos melhores”. Não hora de reconhecer o mérito, Morgado assume: “Nos últimos anos o núcleo tem feito um trabalho muito bom, terminámos a primeira fase dos campeonatos de benjamins infantis com as duas equipas no terceiro lugar, chegámos a esta final como já tínhamos conseguido na época passada, tudo isto é fruto do bom trabalho que está a ser desenvolvido”, concluiu. Firmino Paixão
institucional diversos
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Diário do Alentejo nº 1571 de 01/06/2012 Única Publicação
COOPCASTRENSE – Cooperativa de Consumo Popular Castrense, CRL
CONVOCATÓRIA Nos termos estipulados nos Estatutos e no Código Cooperativo, convoco a Assembleia Geral da COOPCASTRENSE – Cooperativa de Consumo Popular Castrense, CRL, para reunir em sessão extraordinária, no dia 06 de Junho de 2012 (quarta-feira), pelas 21:00 horas, na sua sede, sita na Rua Alexandre Herculano, 11, em Castro Verde, com a seguinte ordem de trabalhos: PRIMEIRO – Análise da situação da CoopCastrense, Cooperativa de Consumo Popular Castrense, CRL. SEGUNDO – Apresentação, discussão e votação de propostas para o futuro da Actividade da CoopCastrense. NOTA 1: A Assembleia encontra-se legalmente constituída, quando se encontrarem presentes à hora marcada, o número legal de cooperadores estatutariamente previsto, ou trinta minutos depois, com a presença de qualquer número de cooperadores. NOTA 2: Nos termos estatuários apenas poderão participar e votar os sócios da CoopCastrense, pelo que se deverão apresentar do respectivo cartão de sócio ou da sua identificação civil. Castro Verde, 23 de Maio de 2012. O Presidente da Mesa da Assembleia-Geral Sebastião Colaço Canário
Diário do Alentejo nº 1571 de 01/06/2012 Única Publicação
CÂMARA MUNICIPAL DE BEJA
EDITAL RECTIFICAÇÕES DE CABEÇAS E DE BLOCOS (Novos preços) z TESTAGENS z SERVIÇO DE TORNO z SOLDADURAS EM ALUMÍNIO z
Encamisar blocos orçamentos com ou sem material PREÇOS SEM CONCORRÊNCIA
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FAZ-SE PÚBLICO que, no dia 15 de Junho de 2012, pelas 10h30, dos Paços do Concelho, será realizada uma hasta pública para a venda de sucata propriedade deste Município. A sucata é constituída por sucata diversa e contentores metálicos de deposição de resíduos urbanos. A arrematação será feita mediante apresentação de propostas para assegurar o transporte e encaminhamento da sucata, as quais deverão conter a identificação do proponente e do preço oferecido, ser encerradas, em subscrito fechado, com indicação no exterior “PROPOSTA PARA A COMPRA DE SUCATA, PROPRIEDADE DO MUNICÍPIO DE BEJA” e da entidade alienante, o proponente e respectivos endereços e entregues neste Município até às 16 horas do dia 14 de Junho de 2012. A abertura das propostas terá lugar na sessão pública a realizar no Salão Nobre, dos Paços do Concelho. A venda será adjudicada à melhor proposta, entendendo-se esta como a que apresentar o preço mais elevado, reservandose a Câmara Municipal, o direito de não adjudicar, se nenhuma proposta lhe convier. A referida sucata poderá ser examinada pelos possíveis concorrentes no Parque de Materiais desta autarquia todos a dias úteis das 9 horas às 13 horas. O pagamento do lote será feito no prazo de 15 dias, contados a partir da data do acto público em causa. Os bens só podem ser levantados pelos adquirentes quando se encontrem integralmente pagos, no prazo máximo de oito (8) dias a partir da data do pagamento acima referida. O não cumprimento das condições de aquisição implica, para o adquirente, a perda de quaisquer direitos sobre o lote, bem como das importâncias pagas. Apenas poderão apresentar propostas os concorrentes que se encontrem licenciados como operadores de gestão de resíduos, pela Agência Portuguesa do Ambiente, pelo que deverá ser entregue prova documental desta situação. Se entre as propostas apresentadas houver duas ou mais de igual valor, proceder-se-á, em acto contínuo à respectiva abertura, a licitação verbal entre os proponentes ou devidamente apresentados, presumindo-se que desiste o proponente que se recusar a licitar ou que não estiver presente ou devidamente representado Para conhecimento geral se publica o presente edital e outros de igual teor que irão ser afixados nos locais a tal destinados. Beja, 23 de Maio de 2012. O Vereador do Pelouro, José Domingos Negreiros Velez
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saúde
22 Diário do Alentejo 1 junho 2012
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Laboratório de Análises Clínicas de Beja, Lda. Dr. Fernando H. Fernandes Dr. Armindo Miguel R. Gonçalves Horários das 8 às 18 horas; Acordo com beneficiários da Previdência/ARS; ADSE; SAMS; CGD; MIN. JUSTIÇA; GNR; ADM; PSP; Multicare; Advance Care; Médis FAZEM-SE DOMICÍLIOS Rua de Mértola, 86, 1º Rua Sousa Porto, 35-B Telefs. 284324157/ 284325175 Fax 284326470 7800 BEJA
Cardiologia
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RUI MIGUEL CONDUTO Cardiologista - Assistente de Cardiologia do Hospital SAMS CONSULTAS 5ªs feiras CARDIOLUXOR Clínica Cardiológica Av. República, 101, 2ºA-C-D Edifício Luxor, 1050-190 Lisboa Tel. 217993338 www.cardioluxor.com Sábados R. Heróis de Dadrá, nº 5 Telef. 284/327175 – BEJA MARCAÇÕES das 17 às 19.30 horas pelo tel. 284322973 ou tm. 914874486
MARIA JOSÉ BENTO SOUSA e LUÍS MOURA DUARTE
Cardiologistas Especialistas pela Ordem dos Médicos e pelo Hospital de Santa Marta Assistentes de Cardiologia no Hospital de Beja Consultas em Beja Policlínica de S. Paulo Rua Cidade de S. Paulo, 29 Marcações: telef. 284328023 - BEJA
FAUSTO BARATA
ALI IBRAHIM Ginecologia Obstetrícia Assistente Hospitalar Consultas segundas, quartas, quintas e sextas Marcações pelo tel. 284323028
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Clínica Geral
(Diplomada pela Escola Superior de Medicina Dentária de Lisboa)
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Obstetrícia, Ginecologia, Ecografia CONSULTAS 2ªs, 3ªs e 5ªs feiras Rua Zeca Afonso, nº 16 F Tel. 284325833
CLÍNICA MÉDICA DENTÁRIA
JOSÉ BELARMINO, LDA. Rua Bernardo Santareno, nº 10 Telef. 284326965 BEJA
DR. JOSÉ BELARMINO Clínica Geral e Medicina Familiar (Fac. C.M. Lisboa) Implantologia Oral e Prótese sobre Implantes (Universidade de San Pablo-Céu, Madrid)
CONSULTAS EM BEJA 2ª, 4ª e 5ª feira das 14 às 20 horas EM BERINGEL Telef 284998261 6ª e sábado das 14 às 20 horas DR. JAIME LENCASTRE Estomatologista (OM) Ortodontia
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Consultas de 2ª a 6ª
Rua Capitão João Francisco
Generalista
de Sousa, 56-A – Sala 8
DOENÇAS DO SISTEMA NERVOSO
Marcações pelo tm. 919788155
Assistente graduado de ginecologia e obstetrícia
Fisioterapia
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Marcações a partir das 14 horas Tel. 284322503 Clinipax Rua Zeca Afonso, nº 6-1º B – BEJA
MARCAÇÕES pelos telfs.284322387/919911232 Rua Tenente Valadim, 44 7800-073 BEJA
HORÁRIO: Das 11 às 12.30 horas e das 14 às 18 horas pelo tel. 218481447 (Lisboa) ou Em Beja no dia das consultas às quartas-feiras Pelo tel. 284329134, depois das 14.30 horas na Rua Manuel António de Brito, nº 4 – 1º frente 7800-544 Beja (Edifício do Instituto do Coração, Frente ao Continente)
Fisioterapia
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Centro de Fisioterapia S. João Batista Medicina dentária ▼
Fisiatria Dr. Carlos Machado Psicologia Educacional Elsa Silvestre Psicologia Clínica M. Carmo Gonçalves Tratamentos de Fisioterapia Classes de Mobilidade Classes para Incontinência Urinária Reeducação dos Músculos do Pavimento Pélvico Reabilitação Pós Mastectomia
Luís Payne Pereira Médico Dentista
Clínica Dentária
UROLOGISTA
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Dr. José Loff
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2ªs, 4ªs, 5ªs e 6ªs feiras, a partir das 14 e 30 horas Marcações pelo tel. 284311790 Rua do Canal, nº 4 - 1º trás 7800-483 BEJA
Urgências Prótese fixa e removível Estética dentária Cirurgia oral/ Implantologia Aparelhos fixos e removíveis
Marcações pelo telefone 284321693 ou no local
Psiquiatria
Rua António Sardinha, 3 1º G 7800 BEJA
Consultas :de segunda a sexta-feira, das 9 e 30 às 19 horas
MÉDICO DENTISTA
Hospital de Beja Doenças de Rins e Vias Urinárias Consultas às 6ªs feiras na Policlínica de S. Paulo Rua Cidade S. Paulo, 29 Marcações pelo telef. 284328023
BEJA Terapia da Fala
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TERAPEUTA DA FALA
CATARINA CHARRUA
Rua de Mértola, nº 43 – 1º esq.
Prótese/Ortodontia
Urologia
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AURÉLIO SILVA
Praça Diogo Fernandes, nº11 – 2º Tel. 284329975
Acordos com A.D.S.E., ACS-PT, CGD, Medis, Advance Care, Multicare, Seguros Minis. da Justiça, A.D.M.F.A., S.A.M.S.
Cirurgia Maxilo-facial
Urologia
Consultas em Beja Clínica do Jardim
DR. MAURO FREITAS VALE
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DRA. TERESA ESTANISLAU CORREIA Marcação de consultas de dermatologia:
VÁRIOS ACORDOS
Consultas e ecografia
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CONSULTAS às 3ªs e 4ªs feiras, a partir das 15 horas
Estomatologia
ULSB/Hospital José Joaquim Fernandes
Dermatologia Rua do Canal, nº 4 7800 BEJA
MÉDICO ESPECIALISTA EM CLÍNICA GERAL/ MEDICINA FAMILIAR
Marcações pelo 284322446; Fax 284326341 R. 25 de Abril, 11 cave esq. – 7800 BEJA
JORGE ARAÚJO
Tel. 284 321 304 Tm. 925651190 7800-475 BEJA
Consultas e domicílios de 2ª feira a sábado Tm: 967959568
Hematologia
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DR. J. S. GALHOZ
MÉDICO
FRANCISCO FINO CORREIA
Consultor de Psiquiatria
MÉDICO UROLOGISTA RINS E VIAS URINÁRIAS
Consultório Rua Capitão João Francisco Sousa 56-A 1º esqº 7800-451 BEJA Tel. 284320749
Médico Especialista pela Ordem dos Médicos e Ministério da Saúde
CONSULTAS DE OBESIDADE
Acordos com: ACS, CTT, EDP, CGD, SAMS.
HELIODORO SANGUESSUGA
GASPAR CANO
Rua General Morais Sarmento. nº 18, r/chão Telef. 284326841 7800-064 BEJA
FERNANDO AREAL
DR. A. FIGUEIREDO LUZ
Chefe de Serviço de Oftalmologia do Hospital de Beja
Otorrinolaringologia ▼
CLÍNICA MÉDICA ISABEL REINA, LDA.
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Marcações pelo telef. 284325059
Rua António Sardinha, 25r/c dtº Beja
Consultório Centro Médico de Beja Largo D. Nuno Álvares Pereira, 13 – BEJA Tel. 284312230
Técnica de Prótese Dentária
Ginecologia/Obstetrícia
Assistente graduado de Ginecologia e Obstetrícia
Especialista pela Ordem dos Médicos
Neurologista do Hospital dos Capuchos, Lisboa
FERNANDA FAUSTINO
Obesidade
Médico oftalmologista
DRª CAROLINA ARAÚJO
Rua Manuel Antó António de Brito n.º n.º 6 – 1.º 1.º frente. 78007800-522 Beja tel. 284 328 100 / fax. 284 328 106
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JOÃO HROTKO
Directora Clínica da novaclinica Exclusividade em Ortodontia (Aparelhos) Master em Dental Science (Áustria) Investigadora Cientifica - Kanagawa Dental School – Japão Investigadora no Centro de Medicina Forense (Portugal)
Oftalmologia
Marcações de 2.ª a 6.ª feira a partir das 14 horas Rua Capitão João Francisco de Sousa, n.º 20 7800-451 BEJA Tel. 284324690
HEMATOLOGIA CLÍNICA
Ouvidos,Nariz, Garganta
Doenças do Sangue
Exames da audição
Assistente Hospitalar
Consultas a partir das 14 horas Praça Diogo Fernandes, 23 - 1º F (Jardim do Bacalhau) Telef. 284322527 BEJA
Marcações de 2ª a 6ª feira, das 15 às 19 horas
ANA MONTALVÃO
Terreiro dos Valentes, 4-1ºA 7800-523 BEJA Tel. 284325861 Tm. 964522313
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saúde
23 Diário do Alentejo 1 junho 2012
PSICOLOGIA ANA CARACÓIS SANTOS – Educação emocional; – Psicoterapia de apoio; – Problemas comportamentais; – Dificuldades de integração escolar; – Orientação vocacional; – Métodos e hábitos de estudo GIP – Gabinete de Intervenção Psicológica Rua Almirante Cândido Reis, 13, 7800-445 BEJA Tel. 284321592
Clínica Médico-Dentária de S. FRANCISCO, LDA. Gerência de Fernanda Faustino Acordos: SAMS, ADMG, PSP, A.D.M.E., Portugal Telecom e Advancecare Rua General Morais Sarmento, nº 18, r/chão; TEL. 284327260 7800-064 BEJA
_______________________________________ Manuel Matias – Isabel Lima – Miguel Oliveira e Castro – Jaime Cruz Maurício Ecografia | Eco-Doppler Cor | Radiologia Digital Mamografia Digital | TAC | Uro-TC | Dental Scan Densitometria Óssea Nova valência: Colonoscopia Virtual Acordos: ADSE; PT-ACS; CGD; Medis, Multicare; SAMS; SAMS-quadros; Allianz; WDA; Humana; Mondial Assistance. Graça Santos Janeiro: Ecografia Obstétrica Marcações: Telefone: 284 313 330; Fax: 284 313 339; Web: www.crb.pt Rua Afonso de Albuquerque, 7 r/c – 7800-442 Beja e-mail: cradiologiabeja@mail.telepac.pt
CENTRO DE IMAGIOLOGIA DO BAIXO ALENTEJO ECOGRAFIA – Geral, Endocavitária, Osteoarticular, Ecodoppler TAC – Corpo, Neuroradiologia, Osteoarticular, Dentalscan Mamografia e Ecografia Mamária Ortopantomografia Electrocardiograma com relatório António Lopes – Aurora Alves – Helena Martelo – Montes Palma – Maria João Hrotko – Médicos Radiologistas – Convenções: ADSE, ACS-PT, SAD-GNR, CGD, MEDIS, SSMJ, SADPSP, SAMS, SAMS QUADROS, ADMS, MULTICARE, ADVANCE CARE
Horário: de 2ª a 6ª feira, das 8 às 19 horas e aos sábados, das 8 às 13 horas Av. Fialho de Almeida, nº 2 7800 BEJA Telef. 284318490 Tms. 924378886 ou 915529387
Dr. Sidónio de Souza – Pneumologia/ Alergologia/Desabituação tabágica – H. Pulido Valente Dr. Fernando Pimentel – Reumatologia – Medicina Desportiva – Instituto Português de Reumatologia de Lisboa Dr.ª Verónica Túbal – Nutricionismo – H. de Beja Dr.ª Sandra Martins – Terapia da Fala – H. de Beja Dr. Francisco Barrocas – Psicologia Clínica/ Terapia Familiar – Membro Efectivo da Soc. Port. Terapia Familiar e da Assoc. Port. Terapias Comportamental e Cognitiva (Lisboa) – Assistente Principal – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo. Dr. Rogério Guerreiro – Medicina preventiva – Tratamento inovador para deixar de fumar Dr. Gaspar Cano – Clínica Geral/ Medicina Familiar Dr.ª Nídia Amorim – Psicomotricidade/ Educação Especial e Reabilitação (dificuldades específicas de aprendizagem/dislexias) Dr. Sérgio Barroso – Especialista em Oncologia – H. de Beja Drª Margarida Loureiro – Endocrinologia/ Diabetes/Obesidade – Instituto Português de Oncologia de Lisboa Dr. Francisco Fino Correia – Urologia – Rins e Vias Urinárias – H. Beja Dr. Daniel Barrocas – Psiquiatria – Hospital de Évora Dr.ª Lucília Bravo – Psiquiatria H.Beja , Centro Hospi-talar de Lisboa (H.Júlio de Matos). Dr. Carlos Monteverde – Chefe de Serviço de Medicina Interna, doenças de estômago, fígado, rins, endoscopia digestiva. Dr.ª Ana Cristina Duarte – Pneumologia/ Alergologia Respiratória/Apneia do Sono – Assistente Hospitalar Graduada – Consultora de Pneumologia no Hospital de Beja Dr.ª Isabel Santos – Chefe de Serviço de Psiquiatria de Infância e Adolescência/Terapeuta familiar – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo Dr.ª Paula Rodrigues – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr.ª Luísa Guerreiro – Ginecologia/ Obstetrícia Dr.ª Ana Montalvão – Hematologia Clínica / Doenças do Sangue – Assistente Hospitalar – Hospital de Beja Dr.ª Ana Cristina Charraz – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr. Diogo Matos – Dermatologia. Médico interno do Hospital Garcia da Orta. Dr.ª Madalena Espinho – Psicologia da Educação/Orientação Vocacional Dr.ª Ana Margarida Soares – Terapia da Fala - Habilitação/Reabilitação da linguagem e fala. Perturbação da leitura e escrita específica e não específica. Voz/Fluência. Dr.ª Maria João Dores – Técnica Superior de Educação Especial e Reabilitação/ Psicomotricidade. Perturbações do Desenvolvimento; Educação Especial; Reabilitação; Gerontomotricidade. Enfermeira Maria José Espanhol – Enfermeira especialista em saúde materna/Cuidados de enfermagem na clínica e ao domicílio/ Preparação pré e pós parto/amamentação e cuidados ao recém-nascido/Imagem corporal da mãe – H. de Beja Marcações diárias pelos tels. 284 322 503 Tm. 91 7716528 | Tm. 916203481 Rua Zeca Afonso, nº 6, 1º B, 7800-522 Beja Clinipaxmail@gmail.com
medicina geral e familiar Dr. Luís Capela
endocrinologia|diabetes|obesidade Dr.ª Luísa Raimundo
pneumologia|consulta do sono Dr.ª Eulália Semedo
ginecologia|obstetrícia|colposcopia Dr.ª Ana Ladeira
otorrinolaringologia|ORL pediátrica ;ǀĞƌƟŐĞŵͮŽŶĐŽůŽŐŝĂ ĚĂ ĐĂďĞĕĂ Ğ ƉĞƐĐŽĕŽͿ
Dr.ª Dulce Rocha Nunes
Diversos Acordos
psiquiatria e saúde mental Dr. Daniel Barrocas
psicologia clínica Dr.ª Maria João Póvoas
psicologia educacional Dr.ª Silvia Reis
terapia da fala Terapeuta Vera Baião
ĮƐŝŽƚĞƌĂƉŝĂͮƌĞĂďŝůŝƚĂĕĆŽ ;ƉſƐͲ s ͬ ƉſƐͲĐŝƌƵƌŐŝĂͬ ƚƌĂƵŵĂƚŽůŽŐŝĂͬ ĐŝŶĞƐŝŽƚĞƌĂƉŝĂͬ ĐŽůƵŶĂͿ
Terapeuta Fábio Apolinário
cirurgia vascular Dr.ª Helena Manso
ŵĞĚŝĐŝŶĂ ĞƐƚĠƟĐĂ Dr.ª Nídia Abreu
podologia Dr. Joaquim Godinho
medicina dentária Dr. Jaime Capela (implantologia) ƌ͘ǐ ŶĂ ZŝƚĂ ĂƌƌŽƐ ;ŽƌƚŽĚŽŶƟĂͿ Dr. António Albuquerque
prótese dentária Téc. Ana João Godinho
cirurgia maxilo-facial Dr. Luís Loureiro
pediatria do desenvolvimento ƌ͘ǐ ŶĂ ^ŽĮĂ ƌĂŶĐŽ
psicomotricidade|apoio pedagógico Terapeuta Helena Louro
exames audiológicos Audiograma|Timpanograma
ƉƌſƚĞƐĞƐ ĂƵĚŝƟǀĂƐ Manutenção de todas as marcas Rua António Sardinha 23, 7800-447 Beja Telefone: 284 321 517 | Móvel: 961 341 105 | Fax: 284 327 331 clinibeja@gmail.com| www.facebook.com/clinibeja
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institucional diversos
24 Diário do Alentejo 1 junho 2012
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PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO
Funerais – Cremações – Trasladações - Exumações – Artigos Religiosos BEJA
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PENEDO GORDO
†. Faleceu a Exma. Sra. D. GRACIETE MARIA BERNARDO MARTINS SILVA, de 76 anos, natural de Santa Clara-a-Velha, Odemira, viúva. O funeral a cargo desta Agência realizouse no passado dia 24, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.
†. Faleceu o Exmo. Sr. ADRIANO ADELINO BAIÃO RAMOS, de 68 anos, natural de São João Baptista - Beja, casado com a Exma. Sra. D. Amélia da Conceição Ramos. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 24, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.
†. Faleceu a Exma. Sra. D. FRANCISCA BAPTISTA, de 84 anos, natural de Santiago Maior - Beja, solteira. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 24, da Casa Mortuária do Penedo Gordo, para o cemitério local.
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PENEDO GORDO
Faleceu o Exmo. Reverendíssimo Senhor Padre JOAQUIM FATELA, de 84 anos, natural de Meimoa - Penamacor. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 25, da Capela do Seminário de Beja, para o cemitério desta cidade.
†. Faleceu a Exma. Sra. D. IRENE DE JESUS GONÇALVES DUARTE FERRO, de 50 anos, natural de Bogas de Cima - Fundão, casada com o Exmo. Sr. José António Filipe Ferro. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 25, da Casa Mortuária do Penedo Gordo, para o cemitério local.
Irene de Jesus Gonçalves Duarte Ferro Seu marido e filhos cumprem o doloroso dever de participar o seu falecimento no dia 25 de Maio e pretendem por este meio agradecer a presença de todos os seus amigos que a acompanharam até à sua última morada. Um agradecimento especial para toda a equipa do Hospital de Dia onde foi acompanhada nos últimos dois anos e onde encontrou sempre toda a dedicação, simpatia e profissionalismo. Um agradecimento muito especial para a equipa dos cuidados paliativos, constituída pela Dra. Cristina Galvão e pela Enf. Catarina que foram inexcedíveis nos cuidados prestados nos seus últimos momentos de vida. A todos muito obrigado.
NOSSA SENHORA DAS NEVES / BEJA
} †. Faleceu o Exmo. Sr. JOSÉ FRANCISCO ROSA, de 72 anos, natural de Salvador Beja, casado com a Exma. Sra. D. Maria Eulália Silva e Silva Rosa. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 30, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade. †. Faleceu o Exmo. Sr.
MISSA
†.
CARLOS FRANCISCO SERRA PIÇARRA, de 68 anos, natural de São João Baptista - Beja. O funeral a cargo desta Agência realizouse no passado dia 29, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério do Olivais Lisboa, onde foi cremado.
†. Faleceu a Exma. Sra. D. MARIA ENCARNAÇÃO VICENTE, de 70 anos, natural de Santa Clara-a-Nova, Almodôvar, casada com o Exmo. Sr. Florival Mourinho Borges do Côrro. O funeral a cargo desta Agência realizouse no passado dia 29, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.
†. Faleceu a Exma. Sra. D. MARIA LUÍSA PARREIRA CARRAPATO, de 81 anos, natural de Odivelas - Ferreira do Alentejo, viúva. O funeral a cargo desta Agência realizouse no passado dia 30, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.
Às famílias enlutadas apresentamos as nossas mais sinceras condolências.
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Vítor Manuel Álvaro Ruivo
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1º Ano de Eterna Saudade
Vítor, foste um Anjo na terra. Recordamos-te com muita saudade. Mãe, irmã, esposa, filhos, cunhados, sogros, sobrinho, tios e primos participam a todas as pessoas de suas relações e amizade que será celebrada missa pelo eterno descanso do seu ente querido no dia 05/06/2012, terçafeira, às 18.30 horas na Igreja da Sé em Beja, agradecendo desde já a todos os que comparecerem ao acto religioso. Estás sempre entre nós! Dos amigos (1ª Liga)
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Adriano Adelino Baião Ramos Faleceu em 23/05/2012
Sua esposa e filha na impossibilidade de o fazer pessoalmente agradecem por este meio a todos os profissionais de saúde do hospital José Joaquim Fernandes, em Beja, pelo profissionalismo e dedicação demonstrados durante a sua doença e internamento que muito contribuiram para minimizar o seu sofrimento até ao momento de partida, assim como a todas as pessoas que o acompanharam até à sua última morada.
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* Circuito Açoreano – De 4 a 11 de Junho – Terceira, S. Miguel, Faial e Pico * Córdoba, Granada e Sevilha – O CORAÇÃO DE ANDALUZIA – De 7 a 10 de Junho * Cruzeiro no Rio Zêzere, Barragem de Castelo de Bode – Dia 7 de Junho – Alteração de data – Últimos lugares! * Cruzeiro no Douro – Barca D’alva / Régua – NOVIDADE – Dias 9 e 10 de Junho * Festa da Cereja – Cova da Beira – Castelo Branco – Alpedrinha – Fundão – Alcongosta – Covilhã – Dia 16 e 17 de Junho * Tejo Tradicional – Com Passeio de Barco e almoço Regional – Dia 17 de Junho * São João no Porto – A grande Festa no Norte – De 23 a 25 de Junho * Excursão ao Santuário de Fátima – Dia 24 de Junho * À descoberta das Baleares – PALMA DE MAIORCA em Fast Ferry – De 24 de Junho a 01 de Julho * Cruzeiro no Douro – Alto Douro Vinhateiro – Cruzeiro Régua / Pinhão e Passeio de Comboio Pinhão / Régua – De 31 de Junho a 01 de Julho * Estuário do Sado – Dia 1 de Julho – Passeio no Galeão do Sal com almoço rodízio de peixe * Roses – A pérola da Costa Brava – De 7 a 14 de Julho – Empuria Brava, Cadaqués, Figueres, Olot , Banyoles, Pirinéus Orientais, Perpignan * Visita a Peniche e Ilha Berlenga – Dia 8 de Julho * MOSCOVO E SÃO PETERSBURGO – De 13 a 20 de Julho * Córsega e Sardenha – De 14 a 23 de Julho – Marselha, Bastia, Calvi, Corte, Propriano, Bonifácio, Santa Teresa, Olbia, Cagliari, Barumini, Alghero e Ajaccio * Cruzeiro em Sesimbra e Cabo Espichel – Dia 15 de Julho – Almoço caldeirada * Cruzeiro no Rio Guadiana – Dia 22 de Julho – Com almoço e baile a bordo * Recantos do Minho – Barcelos, Costa Verde, Melgaço, Peneda, Guimarães (Capital Europeia da Cultura 2012), Póvoa de Lanhoso, Vale Cávado, Boticas, Chaves, Valpaços, Mirandela, Murça, Sabrosa, Pinhão, Régua, Lamego, Viseu e Caramulo * Cruzeiros no Douro – VÁRIOS PROGRAMAS DISPONÍVEIS TODO O VERÃO! * CRUZEIRO “LENDAS DO MEDITERRÂNEO” – De 28 de Setembro a 06 de Outubro * FÉRIAS EM BENIDORM – JUNHO, JULHO, AGOSTO E SETEMBRO – 10 DIAS – PENSÃO COMPLETA! AUTOCARRO PARA OUTROS DESTINOS, AUTO-FÉRIAS OU DATAS, CONSULTE-NOS! ALUGUER DE AUTOCARROS! VISITE-NOS EM: www.rsi-viagens.com
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Dia Mundial da Criança
Por uma feliz coincidência, o Dia Mundial da Criança comemora-se no mesmo dia do aniversário do “Diário do Alentejo”. Este ano assinalamos 80 anos de existência, e, para além de vários textos evocativos ao longo do jornal, contamos com a valiosa colaboração de alguns dos nossos mais novos leitores.
Ateliês, pinturas faciais e teatro
Diana Tavares Aguiar, 11 anos
Ana Sofia Peneque, 10 anos Nuno Figueira, 11 anos
António Eugénio, 9 anos
Dois ateliês, um de azulejaria e outro de barro, destinados a crianças dos jardins de infância e escolas básicas, são as propostas do Museu Regional de Beja para o dia de hoje, Dia Mundial da Criança. O jardim público de Beja recebe também, durante a manhã, um conjunto de ateliês (arqueologia, plantas aromáticas ou chocolate). Ao longo do dia terão ainda lugar outras atividades como caminhadas, peddypaper e animações de rua. Serpa está a comemorar o Dia da Criança desde ontem, com iniciativas lúdicas e pedagógicas para os mais pequenos. Hoje as festividades concentram-se na sede do concelho, com insufláveis, modelação de balões e animação com palhaços. Para segunda-feira está marcado o BAALnik, que consiste em teatro acompanhado por um piquenique, atividade que junta os alunos que fizeram parte do programa Drama na Educação da companhia Baal17, neste ano letivo. Vidigueira recebe a peça de teatro musical para a infância “Canta-me um Conto”, pelo teatro Arte Pública, pinturas faciais, modelagem de balões, construção de fantoches, tererés e origamis pelos alunos da Escola Profissional Fialho de Almeida (às 11 e às 14 e 30 horas). Um espetáculo musical, pinturas faciais, modelagem de balões e a exibição do filme “Os Marretas” são as atividades propostas pela Câmara de Mértola para hoje. Em Barracos haverá animação infantil com jogos de água e pinturas na piscina municipal (10 horas) e a visualização do filme “O Gato das Botas” (15 horas), seguida de lanche convívio. As comemorações em Moura iniciam se pelas 8 e 30 horas, no iniciam-se centro histórico históri r co e comercial da paarticipação de cidade, com a participação crianças do ensino pré-escolar e do 1.º ciclo. A partir das 18 e 30 horas, na praça Sacadura Cabral, realizam-se diversos ateliês, desportos radicais e um musical com espetáculo musical Avô Cantigas.
Manuel Reimão, 8 anos
Arranca amanhã a Rota da Tabernas, no concelho de Grândola, que se prolongará até ao dia 14 de julho. A Taberna do Agostinho, em Santa Margarida da Serra, é a primeira a receber a visita. Comes e bebes e muita animação.
Fim de semana
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Rota das Tabernas no concelho de Grândola
Ciclo “Vidas de Jazz” começa hoje em Beja O Conservatório Regional do Baixo Alentejo (CRBA), através do seu Clube de Jazz, e a Biblioteca Municipal de Beja organizam o ciclo “Vidas de Jazz”, que pretende dar a conhecer o percurso de algumas figuras que deixaram uma marca indelével em diferentes períodos da história deste género musical: Benny Goodman, Django Reinhardt, Billie Holiday, Miles Davis e John Coltrane. O ciclo será ministrado por António Branco, dinamizador do Clube de Jazz do CRBA, e começa já hoje, sexta-feira.
Música, dança, exposições
Serpa é caldeirão de culturas até ao dia 17
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“Muito ajuda o que não atrapalha” em Castro Verde “Muito ajuda o que não atrapalha” é a mais recente produção da Companhia de Teatro Baal 17, inserida no projeto de Cooperação Transnacional “Rotas sem Barreiras”, promovido pelas associações de desenvolvimento local Esdime e Terras Dentro. O espetáculo poder ser visto hoje, sexta-feira, pelas 21 e 30 horas, em Castro Verde, no Anfiteatro Municipal. Neste espetáculo de rua quatro aspirantes a guias turísticos apresentam as melhores experiências que se podem imaginar. São autênticos especialistas na matéria e agora querem pôr à prova as suas ideias mirabolantes. A escolha é múltipla e poderá conhecer o mundo sem qualquer esforço. Afinal “a melhor maneira de viajar é sentir”, dizem eles (usando as palavras de um poeta).
“Gonçalves Correia – A utopia de um cidadão” na biblioteca de Beja Até ao dia 9, na Biblioteca Municipal de Beja José Saramago, pode ser visitada a exposição “Gonçalves Correia – A utopia de um cidadão”. Uma exposição para revisitar este concidadão bejense do século XX, um homem ímpar e os seus ideais anarco-sindicalistas, onde encontramos o respeito ao próximo, o pacifismo e o amor pela liberdade. A organização encontra-se a cargo da Biblioteca Municipal de Beja, mas contou com a colaboração da família de Gonçalves Correia e com a coordenação científica de Francisca Bicho.
Santa Maria Summer Fest arranca hoje Começa, hoje, sexta-feira, 1, mais uma edição do festival Santa Maria Summer Fest, no anfiteatro exterior da Casa da Cultura de Beja, a partir das 20 horas. Hoje são muitas as bandas que sobem ao palco, mas o destaque vai para Mata Ratos. Corpus Christii, Mindfeeder, Göatfukk, Creation Undone e Reis do Asfalto também tocam no mesmo dia. Amanhã, sábado, é a vez de Heavenwood, Simbiose, For The Glory, RDB, Neoplasmah e Lunae Lumen. O evento contará ainda com zona de bares e os festivaleiros têm direito a campismo gratuito. As entradas no Santa Maria Summer Fest também são gratuitas.
odos os caminhos vão dar a Serpa, a partir de amanhã, sábado, 2, dia de chegada de mais uma edição do festival Encontro de Culturas. O evento, que juntará até ao dia 17 vários artistas, arranca pelas 18 horas, com a inauguração da exposição de fotografia “Territórios EmCantados – Músicas e Danças do Mundo”, no Musibéria – Centro Internacional de Danças e Músicas do Mundo Ibérico. A exposição, no âmbito da enRede, pretende dar a conhecer e partilhar uma amostra das vivências culturais dos municípios, na área da música e da dança, através do registo fotográfico. Os trabalhos apresentados são da autoria de Andrea Gurgel (Natal), Teotônio Roque (Natal), Elderth Theza (São Gonçalo do Rio Abaixo), Stael Azevedo (Itabira) e Maria Moreira (Serpa). A exposição conta com a participação do grupo de percussão No Chilla (Argentina). No domingo, 3, pelas 19 horas, acontece o Show de Sol a Sol, com atuações de Jaime Alem, Nair Cândia, Maíra Baldaia e Aulus Rodrigues e Débora Costa. De 4 a 8, na Biblioteca Municipal Abade Correia da Serra, espaço para uma exposição e demonstração de instrumentos pré-colombianos. Esta é IX edição do festival e o programa, esse, é vasto. De acordo com a Câmara Municipal de Serpa, organizadora do evento, “o objetivo principal é a promoção da cultura enquanto fator de desenvolvimento e de união entre os povos”. Recorde-se que o dia 8 é um dos mais esperados desta edição, uma vez que terá lugar um espetáculo de homenagem a Cesária Évora, que conta com a participação de Tito Paris, Maria Alice, Nancy Vieira e Albertino Évora. Zeca Baleiro sobe ao palco no dia 9 e o dia seguinte é dedicado ao cante. Virgem Suta atua no dia 12 e Magic Slim& The Teardrops no dia 13. Otaya yo chega a Serpa no dia 14 e Camané a 15. No dia 16 é a vez de Luz Casal subir ao palco e, no dia 17, Pablon Alboran encerra os espetáculos na praça da República, sempre às 21 e 30 horas. O Espaço Nora também conta com a atuação de vários grupos musicais.
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Francisco Duarte Presidente da Câmara Municipal de Castro Verde
A prepósito destes 80 anos, deste aniversário, a primeira coisa a fazer é dar os parabéns aos continuadores de uma obra que é fundamental para toda esta região. Penso que um órgão de comunicação social escrito é muito importante, independentemente de todas as tecnologias que agora existem, e que se deve manter. Também dar os parabéns aos atuais agentes do “Diário do Alentejo” e pelo trabalho que têm feito pela região, pelas autarquias, pelas associações, pelas pessoas do Alentejo e demonstrar ao País que nós ainda resistimos e, apesar de sermos cada vez menos, ainda cá estamos e queremos que o Alentejo progrida.
Boa vida Comer Massada de bacalhau com tomate e poejos Ingredientes para 4 pessoas: 400 gr. de massa cotovelo, 400 gr. de tomate maduro (de preferência da horta), 600 gr. de bacalhau demolhado, 2 cebolas médias, 1 dl. de azeite, 3 dentes de alho, 1 copo de vinho branco, 1 folha de louro, 1 molho pequeno de salsa, 1 molho de poejos, q.b. de piripiri, q.b. de sal, q.b. de água.
Confeção: Faça um refogado num tacho com o azeite, cebolas e alhos picados, louro e salsa picada grosseiramente. Quando a cebola estiver dourada junte o tomate limpo de peles e grainhas e picado e um pouco de sal. Adicione o vinho branco e o piripiri. Deixe ferver para o vinho evaporar o álcool. Junte a água suficiente e coza a massa. A meio da cozedura junte o bacalhau cortado aos bocados. Deixe ferver até estar tudo cozido. Coloque os poejos e retifique os temperos a seu gosto. Bom apetite.
António Nobre Chefe executivo de cozinha – Hotéis M’AR De AR, Évora
O mundo do vinho em 10 artigos Queijos e vinhos
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Tal como no vinho, Portugal é fértil na oferta de bons queijos. Continuo, com este alimento rico e saboroso, a série de artigos que desenvolvem os fundamentos básicos da combinação entre a comida e o vinho. O queijo é um alimento formado por uma matriz de proteína (sobretudo a caseína), na qual estão “enjaulados” glóbulos de água e gordura. A forma da estrutura química muda em função do queijo e é decisiva para o acerto das combinações com os vários tipos de vinho. Para a boa convivência com o vinho tranquilo, o estado amolecido, quase derretido das proteínas do queijo é indesejável. Estes queijos de pasta mole (Estrela, Azeitão), filamentada (Mozzarella), fundida (com manteiga, especiarias, ervas) e embolorada (denominados “azuis” como o Stilton ou o Roquefort) cobrem as papilas gustativas de modo profundo, ocultando a bondade sensorial de qualquer vinho. A melhor maridagem é a que potencia a limpeza dessa capa pastosa através do elemento cáustico do vinho: o álcool. Com os queijos de pasta mole, referidos anteriormente, os vinhos fortificados, como o Porto, Moscatel ou Madeira, são a melhor opção; a segunda opção recai nos vinhos tranquilos brancos, Vinho de secos ou doces, porque os taninos Calendário dos tintos não se portam bem com Já se encontra on line estas cadeias alongadas e gorduroe de acesso gratuito sas de proteínas animais. o novo guia “Copo & Guarde a opção do vinho tinto Alma, 319 Melhores para as tipologias semiduras e duVinhos para 2012”. Só tem de entrar em ras, mais pobres em humidade e gorwww.w-anibal.com e dura, sobretudo para os queijos de conferir. No Alentejo pasta cozida (Emmental, Parmesão), um vinho que ficou para os prensados (Flamengo, Ilha, às portas do guia foi Cheddar, Gouda) e para os de cura o tinto IG Alentejano Dom Rafael, de 2009. longa (Terrincho Velho, Nisa). Nestes casos a combinação de texturas e densidade do corpo do vinho encontram maridagem perfeita com a solidez do queijo. Nos queijos frescos, os tintos esmagam pela sua dimensão e os aromas animais e lácteos são adversos. Opte por vinhos brancos, que podem ser jovens ou de guarda, uma vez que a juventude do queijo agradece a parceria com néctares já mais Vinho evoluídos. Pelo contrário, quanto Diário maior for a cura de um queijo, mais jovem deverá ser o vinho com que Um dos vinhos que se casa. Com queijos picantes, opte mais me impressionou por vinhos com mais baixa graduna recente prova ação alcoólica. De um modo geral, cega que deu origem ao meu “Guia Popular o queijo é um alimento gordo pelo de Vinhos”, edição que se justifica a maridagem mais 2012, já nas livrarias e acertada com vinhos brancos, mais nos supermercados, ácidos, o que vai contra os nossos foi o branco IG costumes. Mas, no vinho como na Alentejano Casa de Santa Vitória de 2010. política, sempre chega o dia de faCompra segura em lar claro. qualquer prateleira.
Aníbal Coutinho
Filatelia A “Filatelia” no “Diário do Alentejo”
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raticamente, desde a sua fundação, em 1932, que o “Diário do Alentejo” insere nas suas páginas notícias de índole filatélica. Eram, geralmente, notícias que davam conta de novas emissões de selos portugueses e que eram elaboradas com base nas portarias que as anunciavam. A partir dos primeiros anos da década de 60 estas notícias começaram a aparecer com maior frequência; anunciavam não só as novas emissões de selos portugueses, mas também de outros países, sendo estas sempre acompanhadas da reprodução dos selos que anunciavam. As notícias eram elaboradas a partir de informações prestadas à redação do “Diário do Alentejo” pelo distinto filatelista José Guerreiro de Brito, infelizmente já falecido. Em 1981 o saudoso José Moedas, diretor interino do jornal, convidou o engenheiro Guerreiro de Brito a escrever no “DA”, com regularidade, uma rubrica sobre filatelia. O convite foi aceite. Devido às dificuldades que o jornal então vivia, a primeira “Filatelia” só viu a luz do dia em 23 de junho. A rubrica era quinzenal e nunca foi assinada pelo seu autor. Ainda na primeira metade dos anos 80, a pedido do engenheiro Guerreiro de Brito, a “Filatelia” passou a ser da responsabilidade de Geada Sousa e a sua periodicidade passou a semanal. Por motivos profissionais, a colaboração de Geada Sousa sofreu dois interregnos: um no final dos anos 80 e outro no final dos anos 90. Nestes dois períodos foi substituído pelo filatelista F. Matoso Galveias, que à época residia e exercia a sua atividade profissional em Beja. Como facilmente se depreende, os artigos a publicar eram entregues na redação do jornal e eram escritos à máquina. Por razões várias, às vezes eram escritos à mão; eram autênticos hierógliflos. Tal como acontece desde o início, é (quase) sempre a mesma pessoa que na redação do jornal prepara o texto para publicação. Nos anos 80 foi a Antónia Bernardo, depois a Aurora Correia e presentemente é a Cláudia Serafim. A “Filatelia” tem concorrido às mais diversas exposições oficiais. Aqui deixamos o palmarés já conquistado e que se encontra registado no seu passaporte filatélico: “Iphla 89” – exposição internacional de literatura filatélica – Frankfurt
– abril 1989 – diploma de participação. “S. Mamede 90” – exposição regional – Portalegre – fevereiro 1990 – medalha de bronze prateado. “Gaia 90” – exposição nacional – Vila Nova de Gaia – novembro/dezembro 1990 – medalha de prata. “Philaibéria 91” – exposição luso-espanhola – Vila Nova de Gaia – outubro 1991 –medalha de bronze prateado, 60 pontos. “Lubrapex 92” – exposição luso-brasileira – Lisboa, maio 1992 – medalha de bronze prateado (60). “Ebora 1994” – exposição nacional – Évora – novembro 1994 – bronze prateado (63). “Philaiberia 1995” – bilateral – Silves – julho 1995 – bronze (57). “Lubrapex 1995” – bilateral – São Paulo – setembro/outubro 1995 – bronze prateado (64). “Portimão 1996” – nacional – Portimão – julho 1996 – bronze prateado (63). “Lubrapex 2003” – bilateral – Lisboa – setembro 2003 – prata (68). “Sorocaba004” – nacional de literatura – Brasil – abril 2004 – prata grande + prémio de classe (68). “Philaibéria 2004” – bilateral – Estremoz – outubro 2004 – prata grande (70). “Estremoz 2005” – nacional literatura – Estremoz – outubro 2005 – prata grande (71). “Lubrapex 2006” – bilateral – Rio de Janeiro – outubro/novembro 2006 – vermeil (75). “Ebora 2006” – nacional – Évora – novembro/dezembro 2006 – vermeil (75). “Lipsia 2007” – internacional de literatura – Leipzig – setembro 2007 – prata (66). “Estremoz 2007” – II exposição nacional de literatura – Estremoz – novembro 2007 –prata grande (72). “Efiro 2008” – mundial – Bucareste – junho – bronze prateado (68). “Viana 2008” – nacional – V. Castelo – outubro/novembro 2008 – prata (67). “Lubrapex 2009” – bilateral – Évora – outubro 2009 – prata grande (70). “Portugal 2010” – mundial – Lisboa – outubro de 2010 – bronze prateado (68). Geada de Sousa
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azemos agora oitenta anos, cá a malta, este jornal. Como era o mundo? E o “Mundo”, destes assim em maiúsculas, como temos a mania que é aquele em que vivemos, coitados de nós, tão absolutamente extraordinários que somos. Fiquemo-nos pelas potências, resumindo o impossível de resumir: a Alemanha ainda não era de Hitler, tudo estava pronto para que viesse a ser mas não era, a Itália tinha à frente um palhaço rico vestido de luto que arremedava as virtudes do Império Romano mas que sem o poder dos aliados teutónicos era a galhofa da Europa. Em Inglaterra, Winston Churchill, gordo, de lacinho e fumegante, clamava sozinho, em discursos antológicos, contra o perigo do Eixo. A América recém-falida garantia a pés juntos que as guerras fora do continente americano tinham acabado de vez e no Japão milhões de atarefados súbditos do imperador formigavam diariamente nas fábricas de bombas, aviões modernos e navios de linha. Na Rússia soviética, Estaline esforçava-se por apagar da lista de sucessores todos aqueles que a sua imaginação doentia acreditava puderem vir a disputar-lhe o poder. As purgas desses anos são histórias mal contadas que a influência junto dos média, dos partidos comunistas do sul da Europa, mais dos seus “compagnons de route”, tem conseguido ver afastados das páginas de divulgação geral, não especializada, de jornais e revistas. Em Espanha havia uma república, a segunda, recentemente decretada por vitória em eleições de 1931. O rei Alfonso XIII tinha abandonado o país nesse mesmo dia e os governos republicanos repartiam o seu débil poder nas disputas entre anarquistas, anarcossindicalistas, comunistas, socialistas e mais alguns outros grupos de expressão eleitoral inexistente mas com capacidade
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Quando hoje, o seu neto não gostar da sopa, explique-lhe que o mundo e a realidade são complexos. Explique-lhe que nesta terra que é também a dele, os seus mais próximos, há pouco tempo – são só oitenta anos –, passaram muita fome. Explique-lhe com o coração. Vai ver que ele percebe.
reivindicativa de rua significativa. A Igreja mais retrograda do mundo católico, a espanhola, dividia uma população pobre, andrajosa, ignorante e assustada. Os cavaleiros do Apocalipse espanhol, vestidos de castanho bávaro e negro piemontês, caracoleavam impacientes na procura do seu caudilho. O reputado professor de finanças públicas, António Oliveira Salazar, ainda não era Presidente do Conselho de Ministros – primeiro-ministro – sê-lo-ia um mês mais tarde. A Ditadura Nacional – nome oficial do regime – será mais tarde substituída pelo Estado Novo. Ainda lá não estamos, estamos quase. Vive-se mal, no Portugal desse tempo. Come-se mal e daí a quatro anos, quando rebenta a guerra civil de Espanha, passa-se a comer pouco. A fome então é de falta de alimento, não tinha a utilização político-simbólica que tem nos nossos dias, entre nós. O pão duro, é precioso, não se joga fora às toneladas. Os pratos feitos com pão, açordas, migas, vinagradas, são correntes e o acompanhamento é pouco ou nenhum. As sardinhas chegam da costa em barricas, de salmoura. Os transportes são difíceis, os combustíveis raros e as estradas ruins. Alguns, péssimos, anos agrícolas vêm piorar a situação. Emigra-se para o Brasil, África está fechada, a nossa África de então evita os nacionais, receando estupidamente concorrências impossíveis. “Lá para fora” Portugal manda os degradados, prisioneiros políticos, em levas sucessivas – ainda conheci alguns em Timor. Quando hoje, o seu neto não gostar da sopa, explique-lhe que o mundo e a realidade são complexos. Explique-lhe que nesta terra que é também a dele, os seus mais próximos, há pouco tempo – são só oitenta anos –, passaram muita fome. Explique-lhe com o coração. Vai ver que ele percebe. António Almodôvar
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anÁlise “da” faz psicdistÚrbio r para tratanalidade: o s de per iÁrio” mas chama-se “d semanÁrio na prÁtica É
Uma investigação Não confirmo, nem desminto descobriu que o “DA” está a ser acompanhado por um psicólogo do Clube de Jornalistas e que o ficheiro clínico revela que o jornal demonstra distúrbios de dupla personalidade por ter “Diário” no nome mas na prática ser semanário. Foi um emotivo “Diário do Alentejo” que nos confirmou esta história: “Só quem anda há muitos anos nas rotativas e empilhado nas melhores papelarias é que percebe o meu sofrimento. É muito difícil viver nesta duplicidade! Não é como a revista ‘Sábado’ que se chama assim, mas sai à quinta – é muito pior! Sabe o que é ser gozado pelo ‘DN’ e pelo ‘Sol’? Bocas do jornal ‘i’ ainda aturo, eles vendem menos do que eu… Só quero respeito, e não acabar como ‘A Capital’ ou o ‘Independente’…
facebook.com/naoconfirmonemdesminto
Trabalhadores do “Diário do Alentejo” fazem vaquinha e compram uma camisa nova para Paulo Barriga usar nos editoriais Uma investigação conjunta Não confirmo, nem desminto/La Redoute descobriu que os trabalhadores do “Diário do Alentejo” foram, depois de muitos esforços e idas ao vidente Mokambo, bem sucedidos em convencer o diretor Paulo Barriga a usar outra camisa nos editoriais: “Tínhamos de fazer alguma coisa, não podiaa continuar continuar”,, afirmou-nos fonte do jornal disfarçada com uma gabardine cinzenta e unss óculos da Hello Kitty. “Fizemos de tudo para o convencer – mandámos um email anónimo mo a ameaçá-lo de que, caso não trocasse de indumentária, ndumentária, raptaríamos o senhor que escreve reve os textos de filatelia, e ele nem pestanejou; jou; enviámos uma camisa igual com a etiqueta ueta a dizer ‘made in ditadura sanguinária ia pelas mãos de crianças órfãs e famintas’, e nada… Até que um dia ele chegou ao jornal, nal, fechámos a redação à chave, e fizemos-lhe he a cabeça em água com uma maratona de vídeos dos Nirvana em que eles usam umas mas camisas do mesmo estilo e perguntámos-lhe: mos-lhe: ‘É assim que queres acabar, Paulo?’ lo?’ E ele lá se convenceu, finalmente. Aquela la camisa era tããããããooo 1992… Com uns cobres que juntámos, compramos-lhe esta ta farpela na Feira de Castro. Fica ou não fica ica melhor?”.
Inquérito Vai celebrar os 80 anos do “DA”?
DÁRIO FESTA DE ESPUMA, 68 ANOS Organizador de eventos e pessoa que empresta os suspensórios a Sá Pinto A minha empresa já está a preparar uma grande festa com balões, música ao vivo com o organista Rúben Rubéola, passeios de pónei e degustação de sumos de ameixa. Destaque para o bolo de aniversário com dois metros de altura de onde sairá o presidente da Ambaal a cantar o tema “Congratulations” de Cliff Richard. Por fim, magnífico espetáculo de fogo de artifício chinês – consiste em comprar uma aparelhagem da loja dos chineses, ligá-la à eletricidade e esperar que expluda. Não dura muito tempo…
JOSÉ ANTÓNIO SARAIVA, 64 ANOS Diretor de jornal e pessoa que acha que os homossexuais cospem fogo e morrem quando expostos ao Sol Sou um grande apreciador de imprensa regional. Apesar de ser uma lenda do jornalismo mundial, gosto de descer da minha magnificência e conhecer um pouco do que se faz pela província – leiase, “tudo o que é de fora de Lisboa”. Vou celebrar comprando uma torta da Dan Cake e espetando-lhe 80 velinhas. Muitos parabéns ao “Diário do Alentejo”, em especial à página de humor a que chamamos carinhosamente de “fonte”.
Página de Necrologia lança OPA hostil sobre o “DA” Trata-se de um exclusivo Não confirmo, nem desminto que promete abalar o mundo dos media, da alta finança e das lápides funerárias. A página de necrologia deste jornal está prestes a lançar uma proposta de aquisição sobre o “DA”, como nos relatou o seu advogado: “A minha cliente está farta! Farta de ser o jornal a recolher os louros quando toda a gente sabe que é a necrologia que faz o jornal… Aqueles quatro senhores que costumam vaguear pelas Portas de Mértola a recitar a nossa página sabem do que estamos a falar. Se a página de necrologia fosse transferida para o boletim agrícola do Ministério da Agricultura dedicado ao míldio e ao oídio, aquilo ia vender mais do que pãezinhos quentes num país de terceiro mundo. Se não fosse a minha cliente, as pessoas não socializariam tanto. Deixar-se-ia de ouvir o desbloqueador de conversa mais eficaz às sextas: ‘Olha, sabes quem é que morreu?’”.
Autor da página de humor do “DA” apanhado em orgia violenta com malacuecos do Diogo das Farturas A relação tensa de Miguel Relvas com os jornalistas tem marcado a atualidade nacional. Porém, não foi a jornalista do “Público” ameaçada com a divulgação de dados da sua vida privada quem pagou a fava, mas sim um colaborador deste semanário. Uma fuga de informação de um relatório de Silva Carvalho revelou o que já se suspeitava: o autor da página de humor do “DA” foi apanhado numa orgia violenta com malacuecos do Diogo das Farturas. Consta que o humorista, que foi considerado “o novo Guilherme Leite, mas com cabelo”, estava na cozinha de sua casa a “debulhar” um saco com farturas quando foi interrompido pelo seu nutricionista e uma brigada da ASAE. No momento em que foi apanhado em flagrante, a única desculpa que usou foi: “Não é o que parece, é só sexo, não estou a comer este churro recheado de chocolate…”. E foi exatamente esse churro que nos relatou momentos de horror: “Esse senhor comediante é um selvagem! Tinha o apetite do Malato depois de correr a maratona…”.
PRIMEIRA EDIÇÃO DO “DA”, 80 ANOS Jornal extremamente bem conservado Não sei se me apetece muito festejar, sinceramente. É verdade que estou muito bonito, com um grafismo interessante, sim senhor, mas já na primeira edição há 80 anos o tema era a crise!… Não podemos falar de outras coisas com interesse? O chefe Nobre podia dar uma receita decente de fatias douradas – as minhas ficam todas moles e gordurosas. E aquela página de humor tem a piada de um furúnculo a ser lancetado. Falem de coisas que interessem às pessoas, como a extinção de sapateiros no Vale do Guadiana ou a criação de lamas em Vale de Rocins.
RIbanho
31 Diário do Alentejo 1 junho 2012
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Francisco Pratas começou a colaborar com o “DA” aos 14 anos
O jornalista amante do desporto
Q
uando se conta a história do “Diário do Alentejo” também se conta a história de Francisco Pratas, jornalista, amante do desporto. Passou grande parte da sua vida na redação deste semanário, que em tempos foi diário. Começou a colaborar quando tinha apenas 14 anos, a escrever, como não poderia deixar de ser, sobre “bola”.
que era um elemento de peso, um bom jornalista. Nesta altura, infelizmente, o José Moedas também já estava com alguns problemas de saúde. Friso sempre, e não me canso de o dizer, que, para mim, o José Moedas foi o melhor jornalista que passou pelo “Diário do Alentejo”. Passámos fases muito difíceis. Depois veio o António Raposo para diretor e também o Miguel Serrano. Nessa altura salvámos o jornal. Depois foi sempre andando, umas vezes com mais dificuldades, outras com menos, até aos dias de hoje.
Como se inicia no jornalismo?
É muito engraçado. Sempre tive tendência para o jornalismo. Adorava escrever. Sempre fui benfiquista e lia, ainda nos tempos do liceu, o jornal do meu clube. Comemorava-se o aniversário e enviei um postal a dar os parabéns e eles publicaram o que escrevi. Fiquei cheio de orgulho de mim. Não queria acreditar. Os meus escritos tinham saído no jornal do Benfica. Toda a minha vida escrevi sobre “bola”. Quando começou a colaborar com o “Diário do Alentejo” tinha apenas 14 anos…
É verdade. Ainda estava a estudar e entrei como colaborador. Já na altura tinha uma certa tendência para e escrita e gostava muito de desporto. Passado um tempo fui para Lisboa e levei o José Moedas para o “DA”, que escrevia maravilhosamente bem. O José Moedas esteve lá até ao fim da sua brilhante carreira. Regressei de Lisboa e convidaram-me novamente para o “Diário do Alentejo”. Fui-me mantendo, com o maior entusiasmo. Na altura o “DA” tinha uma boa equipa. Depois passámos uma das piores fases, nomeadamente com a saída do Pedro Ferro, PUB
Como vê este jornal hoje?
Francisco Pratas, 83 anos, natural de Beja
Francisco Pratas sempre se conheceu a gostar de escrever e, neste sentido, a sua vida não podia ter sido outra. Foi escriturário. Foi jornalista. Uma vida dedicada às letras, portanto. Até porque a poesia também lhe está vincada no gosto. E de vez em quando ainda a escreve, quando lhe apetece, sem rotinas, nem pressas. Colaborou com a revista “Voz do Operário”, com a “A Bola” e esteve como jornalista efetivo do “Diário do Alentejo” cerca de 30 anos. No jornalismo dedicou-se ao desporto, uma das suas grandes paixões. Gosta de contar as estórias da sua cidade, de quando era menino e moço, e de dois dedos de conversa, sempre.
É um bom jornal. Se quiserem este jornal mantem-se por muitos e bons anos e sem qualquer dificuldade. Tem um espaço grande de publicidade, que nenhum outro jornal da região tem. O “Diário do Alentejo” tem uma grande história, tem uma grande posição nesta região, sempre o teve. Tem um bom grafismo e tem bons jornalistas. Tem tudo para continuar por muitos e bons anos. Continua a ser o melhor jornal do nosso distrito. Considera que passados 80 anos este continua a ser o jornal dos alentejanos?
O “Diário do Alentejo” ensinou centenas, para não dizer milhares, de alentejanos a ler. E eu tive um exemplo desses em casa. Uma tia minha que não sabia ler. Era uma assinante e ao fim de uns anos sabia ler corretamente. Como é que não pode ser o jornal dos alentejanos? O “Diário do Alentejo” faz parte da história dos alentejanos. Bruna Soares
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Vidigueira inaugura centro multifacetado É inaugurado hoje, sexta-feira, pelas 9 e 30 horas, o Centro Multifacetado de Vidigueira. Hoje assinalam-se também os 500 anos da entrega do Foral a Vidigueira e o Dia Mundial da Criança com diversas atividades para os cerca de 450 alunos do pré-escolar e o 1.º ciclo do Agrupamento de Escolas de Vidigueira e “Jardim da Pequenada”. Do programa destaque para a sessão solene comemorativa dos 500 anos do foral, intervenções de entidades convidadas e atuação do grupo de hip hop – dança medieval (9 e 30 horas), e ainda para leitura de textos e poemas de escritores e poetas de Vidigueira, atuação do grupo dos AECS de cante alentejano e degustação de produtos regionais (10 e 30 horas). A noite termina ao som de um concerto de jazz com Ma.jazz´tick (21 e 15 horas).
Vila de Frades assinala os 500 anos do segundo foral Vila de Frades assinala este ano os 500 anos da atribuição do segundo foral, dado por D. Manuel em 1 de junho de 1512. As comemorações, organizadas pela junta de freguesia, decorrerão durante todo o mês, “com um conjunto de atividades que assinalam essa data, envolvendo acima de tudo a comunidade local”. O ponto alto dos festejos terá lugar na próxima segunda-feira, dia 4, com a sessão solene comemorativa, agendada para as 19 e 30 horas, e que será antecedida pela inauguração, no Museu da Casa do Arco, da exposição “Imagens e personagens”, de Manuel Carvalho. A sessão solene inclui um concerto pela Banda Filarmónica dos Bombeiros Voluntários de Vidigueira.
“XIV cultuneves” arranca na segunda-feira, dia 4 Tem início na próxima segunda-feira, dia 4, mais uma semana cultural e desportiva da Freguesia de Nossa Senhora das Neves, Beja, a XIV CultuNeves, que nesta edição decorrerá até ao dia 10. Os eventos terão lugar no largo da Escola. A XIV CultuNeves, que é organizada pela junta de freguesia em colaboração com outras entidades, “prevê este ano a realização de 21 iniciativas, das quais 17 são culturais e quatro desportivas”.