Ediçao N.º 1572

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JOSÉ SERRANO

Pelo Trilho dos Pescadores No Dia Mundial dos Oceanos descobrimos que há 340 quilómetros para caminhar junto à Costa Vicentina pág. 11

SEXTA-FEIRA, 8 JUNHO 2012 | Diretor: Paulo Barriga Ano LXXXI, No 1572 (II Série) | Preço: € 0,90

Entrevista com José Palma Rita, novo delegado regional do Alentejo do IEFP

Metade dos desempregados inscritos não recebe subsídio págs. 4/5

JOSÉ FERROLHO

10 de Junho - Dia de Portugal

Reportagem em Olivença O pedaço que falta a Portugal

ILUSTRAÇÃO DE SUSA MONTEIRO

Em plena crise de soberania, celebra-se no domingo o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. O “DA” assinala a efeméride percorrendo as ruas de Olivença. O pedaço de Portugal que ficou esquecido para lá da fronteira espanhola. Mas onde a “portugalidade” sobrevive no sentir, na cultura e na língua que também é a de Camões. págs. 2/3

Municípios convocam congresso extraordinário O conselho geral da Associação Nacional de Municípios Portugueses rejeitou, esta semana, o acordo recentemente assinado entre o Governo e a direção da própria ANMP. António Tereno, presidente da Câmara Municipal de Barrancos, com assento neste órgão, afirmou ao “Diário do Alentejo” que está em causa a “autonomia financeira do Poder Local” e que o acordo alcançado é “péssimo negócio” para as autarquias. pág. 7

Governo quer rentabilizar aeroporto de Beja

Obras voltam a parar na autoestrada

O empresário bejense João Paulo Ramôa vai coordenar o grupo de trabalho que o Governo criou esta terça-feira para “definir formas de rentabilização” para o aeroporto de Beja. A equipa é formada por mais seis elementos e tem 90 dias para apresentar propostas e resultados. pág. 7

Os deputados do PS e do PCP eleitos por Beja, Pita Ameixa e João Ramos, denunciaram esta semana uma nova paragem nas obras da A26 e do IP2. Uma situação que também não deixa indiferente o presidente da Câmara de Ferreira do Alentejo que afirma que “este governo não gosta mesmo nada do Baixo Alentejo”. pág. 8


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Pelas marcas arquitetónicas ou pela toponímia, cujos nomes portugueses foram recuperados em 2010, o centro histórico de Olivença faz lembrar uma qualquer vila portuguesa alentejana, não fossem as típicas grades nas portas e janelas, grilhões ainda visíveis da Guerra Civil de Espanha. E o facto de ser espanhola.

Reportagem

Olivença não comemora o Dia de Camões mas fala-lhe a língua

O pedaço de Portugal que nos falta No próximo domingo assinala-se o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. O dia em que se comemora a portugalidade pelo mundo. Em Olivença,

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o pequeno pátio das traseiras da casa, uma lona verde dá alguma frescura ao sítio, fazendo sombra. As plantas de Maria povoam o espaço, sem o encher demasiado. Em cima de uma prateleira, miniaturas de madeira esculpidas por António. Cenas da vida do campo, do trabalho no campo. Cenas que António viu e nas quais participou desde criança. Numa das paredes, duas gaiolas, cada uma com o seu canário. O amarelo é o mais feliz. Ou pelo menos assim parece, pois não para de cantar. Sentados na mesa redonda com toalha de plástico, António e Maria, ambos com 73 anos, vão conversando como sempre o fazem entre si: em português. Algo normal entre este casal, como também o é no bairro onde moram. Entre as vizinhas que se assomam à porta, na mercearia, nas casas, o português conversa-se, usa-se, vive-se. Apenas um pormenor: todos os que o fazem são espanhóis. De gema. A alguns metros do bairro onde vivem António e Maria fica o centro histórico de Olivença. O sol está forte e são poucos os que passam pelo adro de Santa Maria do Castelo, calcorreando a calçada portuguesa ou reparando no brasão português que está numa das paredes da muralha. Ali bem perto, a rua Entre Torres. Ou as ruas dos Poiais e das Atafonas. Mais abaixo, a rua do Poço ou a rua do Postigo. Nomes de ruas. Nomes portugueses. Nomes antigos de ruas em Olivença. Pelas marcas arquitetónicas ou pela toponímia, cujos nomes portugueses foram recuperados em 2010, o centro histórico de Olivença faz lembrar uma qualquer vila portuguesa alentejana, não fossem as típicas grades nas portas e janelas, grilhões ainda visíveis da Guerra Civil de Espanha. E o facto de ser espanhola. Olivença está inserida na província espanhola da Extremadura,

terra de Espanha que nunca deixou de ser de Portugal, não há comemorações. Mas por detrás dos edifícios históricos, dos nomes e das marcas portuguesas, é no sentir das pessoas que Portugal vai vivendo, através da língua, falada como sempre foi. Texto Marco Monteiro Cândido Fotos José Ferrolho

cuja capital é Mérida. Ao mesmo tempo, faz parte do Alto Alentejo. O certo é que a história oliventina escreve-se a dois tempos: o passado e o presente. Em 1801, Olivença foi anexada a Espanha através do Tratado de Badajoz, denunciado por Portugal sete anos mais tarde. Em 1817, após subscrever o Tratado de Viena, Espanha reconhece a soberania de Portugal, comprometendo-se a devolver o território anexado anos antes. O que nunca veio a acontecer. Ao longo dos últimos 200 anos muitos têm sido os argumentos defendidos, esgrimidos, espremidos como laranjas por elementos dos dois países. No entanto, se, a nível formal, Olivença for território português, no quotidiano isso já não acontece e as suas gentes são espanholas. António Gonzalez e Maria Paulo são casados. A conversa começa com António no pátio que tem nas traseiras da sua casa. Maria junta-se um pouco mais tarde, já que dois netos estão em casa e, se não tomar conta deles, não deixam o avô falar descansado. António fica visivelmente feliz. Não por falar português, mas por falar português com portugueses. Natural de Olivença, assim como os 11 irmãos que teve, para António, falar-se em português e da língua portuguesa, é falar-se de afetos e de memórias. Mesmo que não o saiba. “ Eu falo português porque o meu pai me ensinou. O meu pai falava português, assim como a minha mãe, e eu e os meus irmãos também. Naquela altura, aqui na vila, toda a gente falava o português. E eu tenho muito respeito por isso”. O caso de António é simbólico do que acontecia em Olivença até há uns anos. A partir da anexação, o português começou a ser considerado como a língua das pessoas do campo, com menos posses, mais popular. O castelhano, imposto, começou a ser aculturado pelas classes mais


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ricas, num processo que teve início no topo da hierarquia social e que depois se quis ir disseminando por toda a população oliventina. No entanto, e apesar da anexação ter acontecido em 1801, até meio do século XX a maioria das pessoas mais velhas ainda falavam o português como língua primeira. Por ser a língua do povo, de quem tinha poucos estudos e não ia à escola, foi sobrevivendo, enquanto nas escolas era ensinado o castelhano. Ainda hoje, em Olivença, entre pessoas acima dos 65 anos, o português vai subsistindo. E António é o paradigma de tudo isto: 73 anos, tendo trabalhado uma vida inteira no campo, depois de três meses na escola. “Os meus filhos entendem português, mas falam espanhol. Eu e a minha mulher é que falamos sempre em português. Gostamos e é algo da nossa geração, que os nossos pais nos ensinaram. E isso não o perderei em vida”. Maria junta-se à conversa. Apesar de ter um sotaque diferente do marido, fala igualmente português. E lá vai explicando como acontece. “Falamos sempre em português entre os dois, à frente dos filhos e tudo. Só se estivermos com alguém que não fale é que, por respeito, falamos em espanhol entre nós”. Pai de quatro filhos e avô de cinco netos, com mais um a caminho, a infância de António foi diferente da dos seus descendentes. “A minha infância foi a falar português. Com nove anos fui trabalhar para o campo, para termos o que comer. Uma vida desgraçada”. O escudo português aparece amiúde nas paredes. A câmara municipal, o ayuntamiento, tem a porta manuelina a emoldurar-lhe a entrada, um dos postais turísticos da terra. Bem perto, o pelourinho. As casas brancas, o céu azul e o calor assentam em Olivença como um manto que cobre a vila pela hora da sesta. Poucos se veem e esses estão refugiados nas frescas sombras das esplanadas dos restaurantes e cafés. O branco das casas é quase incandescente, refletor que é da luz brilhante do sol que bate. E o calor é tão sufocante, que parece ser o do Alentejo. Só ao fim da tarde a vila voltará a ganhar vida, despertando lentamente como o património cultural português está a despertar,

Só ao fim da tarde a vila voltará a ganhar vida, despertando lentamente como o património cultural português está a despertar, valorizado que está a ser pela associação Além Guadiana. valorizado que está a ser pela associação Além Guadiana (ver caixa). Felipe Fuentes, de 41 anos, pasteleiro de profissão mas a trabalhar atualmente na função pública, é um dos membros da associação. E também ele tem o património português bem vincado na sua vida “Nunca ouvi os meus avós a falarem espanhol. Só falavam português. Os meus

pais não, mas os meus avós sim. Ainda hoje, a minha avó pensa em português”. Felipe fala português por um sentimento de “nostalgia”, de saudades de um passado e de toda uma herança genética de séculos e séculos de portugalidade. “Cada vez que morre um velho, morre a cultura. Conheço pessoas que, na hora da morte, as últimas palavras foram em português”. A terra de chaminés alentejanas

A oito quilómetros de Olivença fica São Bento, como é conhecida a pequena aldeia. Em boa verdade, o nome oficial é San Benito de La Contienda. Mas muitos se referem a ela simplesmente pelo nome luso: São Bento. Com cerca de 500 habitantes, a aldeia tem algum movimento e uma particularidade: quase toda a população fala português, exceção quase feita aos mais novos. Quase feita, porque já vão aprendendo na escola desde pequenos, numa aprendizagem quase bilingue. E quando se diz que falam

português, não é por saberem falar ou poderem falar. É porque, de facto, falam, de forma natural e inata, como uma língua oficializada pelo passar das gerações, convivendo com o castelhano. Na rua, crianças brincam e jogam à bola. A correr, uma camisola branca do Real Madrid com o nome Ronaldo nas costas, prepara-se para marcar um golo. Ali bem perto, sentados a apanhar o fresco de fim de tarde, estão Valentim Rodriguez Pires, de 81 anos, e Zé Pires, de 75, irmãos. Naturais de São Bento, Valentim é o que melhor fala português dos dois, até porque Zé esteve muitos anos em Madrid e o seu português está mais enferrujado e com outra pronúncia. Mas Valentim tem o linguajar de um qualquer alentejano, havendo poucas diferenças, só um leve cantar adocicado de quem é, efetivamente, espanhol. “Aqui, dantes, todos falávamos à portuguesa. Agora é diferente. Em minha casa, as minhas filhas falam em espanhol e

A valorização da herança portuguesa

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esde 2008 que existe em Olivença a associação Além Guadiana, cujo objetivo é preservar a identidade cultural de Olivença, portuguesa durante 500 anos e espanhola há 200. A recuperação de tradições de cariz religioso e popular, encontros com escritores portugueses ou o reavivar da toponímia em português são algumas das iniciativas que tem realizado. Joaquín Fuentes Becerra, 44 anos, é o presidente da associação. Mais do que qualquer pretensão política ou partidária, situação que faz questão de frisar e recusar, a associação a que preside não quer deixar morrer a cultura

portuguesa em Olivença. “Nas últimas décadas tem sido feito um bom trabalho no sentido de recuperar o património monumental de Olivença e ao nível da cultura. Mas ainda se pode fazer muito mais, principalmente na cultura intangível. O maior exemplo do processo de desaparecimento da cultura portuguesa em Olivença é a língua”. Para Joaquín Becerra, a língua é a cultura viva, o veículo das tradições, dos sentimentos, da memória das pessoas. “Apesar de se ensinar português nas escolas, não chega a toda a gente. Devia haver uma estratégia de bilinguismo, já que o português não é uma língua estrangeira em Olivença”.

eu falo à portuguesa. Como os meus irmãos”. De pouco cabelo no alto da cabeça, tez morena e cara sulcada pelas rugas, Valentim tem um ar bem disposto, apesar dos anos que já leva. “Ninguém estranha que eu fale assim. Os mais novos? Não. Percebem o que digo. Não falam, mas entendem”. Mesmo em frente mora Maria Rodriguez Pinto, de 70 anos. Espanhola de cepa, mas portuguesa, alentejana autêntica no falar. Natural de uma pequena aldeia de Olivença, mas poderia ter nascido em qualquer aldeia do Baixo Alentejo, tal é a perfeição do português e a pronúncia alentejana. “Sou espanhola, mas com um poucochinho de Portugal também. Sou espanhola e falo português”. Assim o disse, sem tirar nem pôr, com uma limpidez ímpar. “Tenho um bocadinho de Portugal, como é que não havia de ter, aqui na raia? A minha mãe queria que falasse em português e o meu pai em espanhol. A minha mãe, mais dominante, foi a que conseguiu. As mulheres são mais dominantes e os homens ficam sempre na retranca. Foi assim mesmo que se passou, não é nenhuma mentira, é a pura da verdade”. Maria é otimista quanto ao futuro do português na sua terra. “Há muita gente a falar, isto nunca acaba. E é um orgulho que tenho, saber duas línguas, o português e o espanhol”. O sol já vai descendo. Os campos em volta vão ganhando tonalidades nostálgicas de dourados e castanhos. Em terras de Olivença, duas línguas, duas faces de uma mesma moeda, vão convivendo, ainda muito agarradas ao passado, mas onde Portugal ainda está bem vivo e menos esquecido do que se pensa, muito além das pedras, das casas e do que é material.


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(...) houve duas categorias que sofreram mais com a crise: primeiro os que têm menos qualificações, isto é, a probabilidade de ficarem desempregados é maior para os menos qualificados e a probabilidade de sair da situação de desemprego também é menor para eles. Por outro lado, os jovens foram também um dos segmentos que mais sofreu com a crise, incluindo neste caso os mais qualificados.

Entrevista

No Alentejo há 29 100 pessoas inscritas nos centros de emprego

Metade dos desempregados não recebe subsídio José Palma Rita, 47 anos, é o delegado regional do Alentejo do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), cargo que ue ocupa desde o início do ano. Tem sob a sua responsabilidade todos oss 11 centros de emprego e os cinco nco centros de formação profissional nal da região. Em entrevista ao “Diário Diário do Alentejo”, este quadro doo IEFP de Évora e militante do PSD considera “preocupantes” os números ros do desemprego e diz que é preciso reciso “centrar a formação profissiossiouisinal no acréscimo e na aquisição de competências e não apenas no acréscimo de dieplomas”, como aconteceu no passado recente.. Revela que no Centro de Emprego de Sines está disponível uma proposta de trabalho para 150 engenheiros recém-licenciados, para a Alemanha “que não tem sido fácil preencher”. Texto Carlos Júlio Foto José Ferrolho

A troika esteve agora em Portugal e parece que mostrou surpresa pelos números do desemprego. Há razões para haver surpresa?

Não há dúvida que o crescimento do desemprego nestes últimos tempos foi superior àquilo a que alguma vez assistimos. No caso do Ale j , entre abril de 2011 e Alentejo, abril de 2012 tivemos uma taxa de crescimento do desemprego de 27 por cento, o

que é significativo, sobretudo se olharmos para os sete anos entre 2004 e 2011, com o desemprego já a crescer, em que houve uma subida de 14 por cento. Para além disto, nos primeiros quatro meses deste ano a situação agravou-se com um crescimento de 13 por cento, embora os meses de janeiro, fevereiro e março tenham sido os mais complicados. Em abril e maio o desemprego parou de crescer e estamos nesta altura com 29 100 desempregados inscritos nos centros de emprego do Alentejo. A estrutura do desemprego no Alentejo também se alterou ou mantém-se idêntica ao que já era?

Se olharmos para o desemprego que tínhamos no final de abril vemos que, em termos de género, existe equilíbrio, ou seja, 50 por cento é feminino e 50 por cento é masculino. Antes era mais feminino. Em 2004 as mulheres tinham um peso no desemprego de 60 por cento, donde se pode concluir que os homens foram agora mais afetados pelo desemprego do que as mulheres. E em termos de duração?

Setenta e quatro por cento são pessoas que estão desempregadas há menos de um ano, o que quer dizer que há um peso claro daqueles que perderam o emprego por causa da crise. Noventa por cento dos desempregados estão à procura de um novo emprego e só cerca 10 por cento do primeiro emprego. Quanto à idade, 15 por cento dos desempregados na região são jovens abaixo dos 25 anos. Dadas

as características do Alentejo, quanto a habilitações literárias, temos apenas 8,6 por cento de desempregados com o ensino superior, ou seja, o grande peso continua a ser daqueles que têm menos habilitações. Isto não quer dizer que o número de desempregados com cursos superiores não tenha subido. Cresceu cerca de 43 por cento num ano, mas mesmo assim não tem um peso demasiado preocupante na estrutura do desemprego. O que ainda domina são as baixas qualificações…

Sim. O que nos preocupa mais é o facto de 66 por cento dos desempregados não terem mais do que o 9.º ano de escolaridade. Isto vem confirmar as teorias que indicam que houve duas categorias que sofreram mais com a crise: primeiro os que têm menos qualificações, isto é, a probabilidade de ficarem desempregados é maior para os menos qualificados e a probabilidade de sair da situação de desemprego também é menor para eles. Por outro lado, os jovens foram também um dos segmentos que mais sofreu com a crise, incluindo neste caso os mais qualificados. No Alentejo há diferenciações geográficas no que concerne ao desemprego?

Tirando o litoral alentejano, não há grandes diferenças. O litoral libertou um conjunto de mão de obra qualificada no princípio do ano, que foi responsável em parte por este crescimento do desemprego, nomeadamente pelo fim dos trabalhos de renovação e ampliação das refinarias. É a única zona que destoa no panorama regional. Em todas as outras a situação não varia muito. Há sempre uma grande dicotomia quando se fala do desemprego. São os dados do IEFP, depois são os dados do INE. O número de inscritos nos centros de emprego do Alentejo, sob a tutela do IEFP, representam de facto o desemprego na região ou há muitos desempregados que não estão inscritos nos centros de emprego?

Penso que não. Até pelo volume de desempregados inscritos que temos, julgo que grande parte das pessoas sem emprego está inscrita nos centros. Seja as que já estavam inscritas antes da crise e que, muitas vezes, recorrem a atividades sazonais e depois voltam outra vez ao desemprego, seja aquelas que foram agora despedidas e que estão obrigatoriamente inscritas até para receberem o subsídio de desemprego.


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No Alentejo qual a percentagem de desempregados sem subsídio de desemprego? É elevada?

dando condições e conhecimentos às pessoas para melhorar a sua empregabilidade.

Não tenho os números certos, mas andará à volta dos 50 por cento. Os desempregados são 29 100 e cerca de metade está a receber subsídio de desemprego. A tendência vai ser para que este número tenda a diminuir, porque os períodos de atribuição do subsídio também serão mais curtos.

Mas a formação não está muito parada neste momento?

Quais os setores que foram mais afetados? A construção civil também sofreu uma grande quebra no Alentejo?

A construção civil representa apenas 13,6 por cento dos nossos desempregados. Cinquenta e cinco por cento do desemprego continua a ser do setor dos serviços. A indústria representa 24 por cento dos desempregados e a agricultura 20 por cento. O que corresponde claramente à estrutura económica da região…

Sim, nós temos uma estrutura económica claramente terciarizada, com um grande peso dos serviços, incluindo o setor público e o comércio, que foram os que libertaram mais mão de obra nestes primeiros meses do ano. Ao nível dos licenciados as saídas profissionais também diferem muito consoante os cursos?

No Alentejo, os cursos com maior desemprego são os das áreas da educação (17 por cento); as Ciências Sociais e de Comportamento; as Ciências da Vida; a Economia; a Comunicação e o Marketing; as Ciências da Terra e do Ambiente; a área agrícola… Em contraponto, existem ainda oportunidades de emprego nas áreas das engenharias, não só no País, mas também no estrangeiro. No IEFP cada vez estamos a encarar mais essas ofertas de trabalho no estrangeiro como oportunidades de trabalho com interesse. Por exemplo, temos agora uma oferta de emprego para 150 engenheiros recém-licenciados, feita ao Centro de Emprego de Sines para empresas associadas à Volkswagen e à Porsche, na Alemanha.

A formação profissional está a ser encarada pela nossa parte como uma resposta que é decisiva e estruturante para a saída da crise. E um dos objetivos estratégicos é promover a formação profissional em áreas que sejam áreas de empregabilidade, ao contrário de outros programas de formação profissional que tivemos no passado.

PAULO MONTEIRO

Porque é uma área com peso em algumas engenharias e embora tenha sido feita ao Centro de Emprego de Sines qualquer jovem do País pode concorrer. E, por estranho que pareça, continuamos com dificuldade em preencher este tipo de ofertas de trabalho vindas do estrangeiro e que podem ser ótimas oportunidades dos jovens ganharem currículo e experiência. Há algum tempo surgiu uma outra para 500 engenheiros para a Siemens, no Tagus Park, e continuamos com dificuldade em preencher essas vagas.

Têm, mas não tanto como gostaríamos que

Como tenta o IEFP resolver, então, as necessidades de emprego?

O IEFP trabalha em duas frentes. Trabalha sobre o mercado de emprego, em que não só recebemos as ofertas de emprego como tentamos ajustá-las ao perfil de quem está desempregado, o que nem sempre coincide, e trabalha sobre os desempregados,

E em que áreas vai incidir essa formação? Será feita diretamente pelo IEFP?

A nossa formação depende da capacidade que temos instalada e temos alguma capacidade em áreas como a restauração, a mecatrónica automóvel, etc., em que regularmente fazemos formação porque continuam a ser áreas que o mercado de trabalho absorve. Existem também alguns programas que foram nos últimos anos claramente desvalorizados e que nós estamos a tentar recuperar e que são fundamentais para mantermos a proximidade às empresas. Um deles é a formação pelo sistema de aprendizagem, a jovens entre o 9.º e o 12.º ano de escolaridade, em que parte da formação é dada nos centros de formação e outra nas próprias empresas. Por outro lado temos também apoios, no âmbito da medida Estímulo 2012, aos estágios profissionais e à contratação de desempregados por parte das empresas, que é uma medida muito abrangente e flexível. Pode ser utilizada por empresas de todo o tipo de atividade, desde a agricultura aos serviços, ficando apenas excluída a administração pública. Em termos de futuro, quais as suas expetativas relativamente aos números do desemprego no Alentejo?

Porquê Sines?

No Alentejo as ofertas que recebem têm algum volume significativo?

tivessem. E em alturas de crise, como esta, recebemos menos ofertas do que noutras ocasiões.

Não. Pelo contrário. A formação profissional está a ser encarada pela nossa parte como uma resposta que é decisiva e estruturante para a saída da crise. E um dos objetivos estratégicos é promover a formação profissional em áreas que sejam áreas de empregabilidade, ao contrário de outros programas de formação profissional que tivemos no passado. Por isso temos que centrar a formação profissional no acréscimo e na aquisição de competências e não apenas no acréscimo de diplomas.

Há o dado que já referi de que em abril e maio o desemprego parou de crescer. Pode ser o início de uma tendência ou uma questão pontual. Só o saberemos mais tarde. No entanto, se o comportamento do mercado de trabalho este ano fosse semelhante àquilo que é a regra, daqui para a frente os números do emprego seriam melhores do que nos meses anteriores, isto é, os primeiros meses, tal como os últimos meses do ano, são sempre um pouco mais difíceis, com o emprego a melhorar na primavera e no verão, devido a ofertas de trabalho na área da agricultura, com Odemira e Beja a mexerem já bastante. Na hotelaria, na restauração e nos vários setores ligados ao turismo há também alguma procura, pelo que esperamos uma descida dos números do desemprego pelo menos durante o verão.


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PS preocupado com fecho da Coop Castrense

O PS de Castro Verde encara a “atual situação de encerramento da loja Coop Castrense” com “profunda preocupação”. Em comunicado de imprensa, os socialistas lembram que “em causa estão perto de três dezenas de postos de trabalho” e adiantam que “num cenário de aumento do desemprego no nosso país, e num concelho cuja base económica é pouco diversificada, este encerramento assume

Atual

contornos dramáticos”. “Independentemente das circunstâncias particulares que estiveram na base da atual situação, sobre as quais deverão ser os sócios a exigir cabal esclarecimento, o PS de Castro Verde espera que na assembleia-geral agendada para o efeito surjam soluções que vão ao encontro da manutenção da loja Coop e da salvaguarda da maioria dos postos de trabalho”, conclui.

Certame decorre entre hoje e domingo, 10, em Aljustrel

Villa romana de Pisões temporariamente fechada ao público após reforma da única funcionária A villa romana de Pisões, um dos atrativos turísticos do concelho de Beja, está temporariamente fechada ao público, porque a única funcionária se reformou e não foi substituída “em tempo útil”, disse à Lusa fonte do município. Segundo o vereador da Câmara de Beja Miguel Góis, o fecho da villa deve-se a “motivos de reorganização de recursos humanos da responsabilidade” da Direção Regional de Cultura do Alentejo” (Drcalen), que gere o sítio arqueológico em parceria com o município. A única funcionária da Drcalen que trabalhava na villa há mais de 20 anos e que garantia a abertura ao público do sítio reformou-se e a instituição “não conseguiu” substituí-la “em tempo útil”, explicou o autarca. Por isso, acrescentou, a Drcalen fechou temporariamente a villa e até que seja encontrada uma pessoa para substituir a antiga funcionária e permitir a reabertura do sítio ao público. Apesar de a villa estar fechada, é possível visitar o sítio, mas através de marcação prévia junto da Drcalen ou da Divisão de Turismo da câmara, informou Miguel Góis. Segundo o autarca, a Drcalen está a elaborar um diagnóstico sobre o estado de conservação da villa, que está num “avançado estado de degradação”, apesar de ser classificada como Imóvel de Interesse Público desde 1970. O diagnóstico irá definir medidas para requalificação da villa e respetivas formas de financiamento, explicou. Aproveitando o fecho da villa, a Câmara de Beja irá, “a curto prazo”, fazer “pequenas intervenções”, como limpeza e desmatação do espaço e reimpressão dos painéis informativos, para “minimizar o avançado estado de degradação” do sítio, explicou. Já uma “intervenção de requalificação mais profunda”, que “será sempre da responsabilidade do Estado”, só deverá avançar depois da conclusão do diagnóstico e quando o financiamento necessário estiver assegurado, explicou. Ocupada no período romano entre os séculos I a.C. e IV d.C., a villa romana de Pisões, que foi descoberta em 1967, durante trabalhos agrícolas que colocaram à vista vestígios arqueológicos, é considerada um “importante testemunho” da presença romana no concelho de Beja.

As “novas culturas” regadas, com destaque para a romã, dominam o debate na 12.ª edição da Feira do Campo Alentejano, que abre hoje portas em Aljustrel, espelhando o pulsar económico, cultural e social do concelho em mais de 200 expositores. Um certame marcado pelo “rigor” orçamental, mas sem perder a sua marca de “ponto de encontro” entre aljustrelenses.

JOSÉ SERRANO

Feira do Campo sob o signo do regadio

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ob o signo do regadio, que se alastrará no concelho com a ampliação da rede secundária do Alqueva, a Feira do Campo Alentejano inaugura hoje, sexta-feira, mais uma edição no Parque de Exposições e Feiras de Aljustrel. Até domingo, 10, será a 12.ª e “talvez a mais importante”, considera o presidente do município local, Nelson Brito, lembrando que o “rigor” orçamental exigido em tempos de crise vai permitir demonstrar “todo o potencial e capacidade de resistência do concelho”. Assim, e apesar dos cortes de “monta” em termos orçamentais, aquele que é já considerado um dos mais expressivos eventos agroindustriais a sul do País vai abrir portas com mais de 200 expositores, mantendo intactas as vertentes que lhe têm dado fama: a económica, a recreativa/cultural e a social. Neste leque surge este ano “ainda mais vincada” a tónica na componente agrícola do certame, que terá um espaço de debate privilegiado no âmbito do II Encontro Ibérico do Regadio e da Sustentabilidade, a partir das 10 e 30 horas de hoje. O primeiro painel, ao longo da manhã, será marcado pela exposição de Sevinate Pinto, ex-ministro da Agricultura, sobre o regadio e o desenvolvimento agrícola no concelho de Aljustrel. Na parte da tarde, a propósito das “novas culturas” regadas, será apresentado o projeto Iber Granatum, uma nova sociedade agrícola e industrial luso-espanhola nascida à volta da produção de romã, cultura que está a emergir no concelho de Aljustrel e cuja procura a nível mundial, dizem as estatísticas, tem vindo a crescer a uma média de entre 20 e 30 por cento por ano. O projeto surge da iniciativa de duas entidades, a Associação de Beneficiários do Roxo e a Associação Geral de Empresários de Lepe, da região espanhola de Andaluzia, que vão constituir hoje, oficialmente, uma sociedade comercial luso-espanhola com a finalidade de iniciar uma estratégia de cultivo, comercialização, transformação e marketing.

O projeto Iber Granatum, que será apresentado no âmbito da feira, é uma nova sociedade agrícola e industrial luso-espanhola nascida à volta da produção de romã, cultura que está a emergir no concelho. A Feira do Campo Alentejano é um certame que, ano após ano, se propõe tomar o pulso à saúde económica do concelho e que, como tal, deixa transparecer a sua aposta estratégica na “diversificação”. “Estamos a mudar para uma cultura de regadio, mas estamos a cair novamente no perigo da monocultura, nomeadamente com o olival. É importante que haja uma diversificação das culturas. Para além desta aposta na romã, queremos que o concelho de Aljustrel se constitua uma verdadeira base para os hortícolas, os frutícolas, e para as novas produções que estão a ganhar expressão e mercado a nível

internacional. Já temos o maior amendoal da Europa aqui no concelho de Aljustrel”, defende o autarca. Ao lado dos “novos” produtos, e não esquecendo a tradição, vão estar também importantes emblemas da região, como é o caso do pão, que volta a ter um espaço (Espaço do Pão) e uma programação próprios. Entre um gaspacho coletivo; workshops de confeção de pão, e de pratos e sobremesas à base de pão; e vários show cookings, com cozinheiros de renome nacional, como Carlos Capote, entre outros. Ponto de encontro entre aljustrelenses, residentes e ausentes, que tem atraído à Vila Mineira, ao longo das últimas três edições, uma média que se situa entre os 25 e os 30 mil visitantes, a Feira do Campo Alentejano é também uma demonstração da veia solidária aljustrelense. Três dias que serão aproveitados para dar a conhecer as atividades de vários projetos sociais, nomeadamente a Universidade Sénior, o Animasénior, o Núcleo de Voluntariado e a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Aljustrel, entre outros, num total de 200 pessoas envolvidas. Na ocasião, será também apresentada a nova Unidade Móvel de Saúde do concelho, que em breve entrará em pleno funcionamento. Quanto aos serões e madrugadas musicais, a oferta vai desde Chave d’Ouro e CC (Carlos Coincas), para hoje, até Miguel Gameiro e Jorge Roque, para amanhã, sábado, além dos DJ convidados para animar o Espaço Jovem. Carla Ferreira


A Juventude Socialista de Beja criou o NES IPB – Núcleo de Estudantes Socialistas do Instituto Politécnico de Beja, que visa “dar voz aos estudantes do Instituto Politécnico de Beja, oferecendo-lhes um espaço político de representatividade, debate e partilha de ideias e de aprendizagem mutua”. Para além disso, “pretende-se que com

Baixo Alentejo “tem que encontrar a sua nova centralidade turística” “O Baixo Alentejo tem que encontrar a sua nova centralidade turística”, que deve passar pelo Algarve. Esta foi uma das conclusões saídas de uma mesa redonda promovida pelo deputado do PSD eleito pelo círculo de Beja com o objetivo de debater com várias entidades “a atual

a criação do NES, haja um reforço efetivo da própria estrutura da JS Beja, uma vez que assim poderá estar mais presente nos verdadeiros desafios que o ensino superior apresenta e representa no atual estado do País”. As eleições para a constituição do núcleo realizaram-se na segunda-feira e elegeram como presidente António Semedo.

situação e o futuro do Museu Regional de Beja, bem como os impactos que esta e outras situações estão a ter no turismo da região”. Outra das ideias defendidas foi o desenvolvimento do conceito “Beja Capital da Arte Sacra”. Para o deputado, citado pela rádio Pax, o trabalho que está a ser desenvolvido nesta área “deve ser apoiado e potenciado”. Na sessão foi ainda sugerido,

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Criado Núcleo de Estudantes Socialistas do IPBeja

pela Entidade Regional de Turismo, que se avançasse com “um plano de ordenamento e estratégico do turismo para o Baixo Alentejo”, disse Mário Simões, que adiantou também que o presidente da Assembleia Distrital de Beja vai criar um grupo de trabalho para “refletir” sobre a “constituição de uma entidade de base municipal e associativa para fazer a gestão do museu”.

Governo procura ideias para viabilizar aerogare bejense

Ramôa coordena grupo de trabalho sobre aeroporto

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Conselho geral da ANMP contra acordo com o Governo

“De vitória em vitória, até à derrota final” A maioria dos membros do conselho geral da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), reunidos em Fátima, rejeitou o acordo assinado pelo conselho diretivo, e convocaram um congresso extraordinário para este mês. António Tereno, presidente da Câmara de Barrancos, com assento neste órgão, falou ao “Diário do Alentejo” sobre o “péssimo negócio para os municípios”. Texto Aníbal Fernandes

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om as eleições autárquicas cada vez mais próximas, e um ano após a entrada em funções do Governo PSD/CDS, Pedro Passos Coelho vai enfrentar um congresso extraordinário de municípios, apesar dos dois partidos da coligação governamental terem a maioria das câmaras. Esse facto não impediu que no último conselho geral a proposta de convocação da reunião magna tivesse mais votos do que o memorando de acordo aprovado pelo Governo e pela ANMP, que prevê uma linha de financiamento de mil milhões de

euros para fazer face às dívidas de curto prazo das autarquias. No primeiro caso, 28 membros votaram a favor, 10 contra e 11 abstiveram-se; e no segundo, 23 aprovaram o acordo assinado pela comissão diretiva, 10 rejeitaram-no e 16 abstiveram-se. António Tereno, presente na reunião, disse ao “DA” que ao contrário do que tem sido defendido por Fernando Ruas, presidente da ANMP, este “é um péssimo negócio para os municípios” e mais um passo para o fim da “autonomia financeira do Poder Local”. O presidente da Câmara de Barrancos reclama que o congresso seja marcado “já para junho” e revelou que mesmo alguns autarcas dos partidos do Governo estão contra este memorando. Para além da linha de financiamento já referida, em cima da mesa estão questões como a retenção dos cinco por cento do IMI, a Lei dos Compromissos, as verbas do QREN ou a restruturação das freguesias, pontos que os autarcas consideram ser bloqueadores da atividade municipal. “Estão a tirar-nos tudo e mais alguma coisa”, acusa Tereno, que diz estar “a aparar” no terreno as consequências das políticas

sociais do Governo. O presidente da Câmara de Barrancos alerta ainda para o facto de a lei eleitoral para as autarquias estar a ser preparada “em segredo”, o que não deixa antever nada de bom, e teme que se esteja a entrar numa fase que seja “de vitória em vitória, até à derrota final”. A s s e m bleia s m u nicip ai s n a mira do Governo Os partidos do

Governo querem que os deputados municipais recebam senhas de presença “apenas por sessão”. Neste momento “há uma enorme disparidade de critérios e cada município tem pago à sua maneira”, diz Altino Bessa, deputado do CDS, que quer “clarificar” a situação. A seu ver, “este é o momento oportuno para esclarecer de vez o sentido interpretativo da aplicação da lei em todo o território nacional”, aproveitando a reforma da administração local em curso para conseguir uma redução entre 20 e 30 por cento no valor das senhas de presença. Vários autarcas contactados pelo “DA” acham que esta intenção pode ajudar a agudizar a relação com os municípios.

empresário João Paulo Ramôa vai coordenar o grupo de trabalho que irá definir formas de rentabilização do aeroporto de Beja e que foi criado na terça-feira, 5, por despacho do secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações. Segundo o despacho, publicado em “Diário da República”, além de João Paulo Ramôa, que é militante do PSD, o grupo de trabalho será constituído por mais seis elementos, cada um deles em representação de seis entidades. Trata-se da Força Aérea Portuguesa (FAP), da ANA – Aeroportos de Portugal, da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo, da Entidade Regional de Turismo do Alentejo, da Associação de Municípios do Baixo Alentejo e Alentejo Litoral e da Associação Empresarial do Baixo Alentejo e Litoral Alentejo Litoral. Os elementos representativos de cada uma das seis entidades deverão ser designados nos próximos dias e o grupo terá, desde terça-feira, 90 dias para “dar conhecimento à tutela das principais determinações e recomendações saídas dos trabalhos que levará a cabo”. Segundo o despacho, o grupo de trabalho tem como missão “revisitar os pressupostos de procura que estiveram na base do investimento” feito com a construção do aeroporto de Beja. O grupo terá que “propor formas de rentabilização das vertentes civil e comercial [do aeroporto] adequadas à realidade do mercado” e para as quais exista “uma concreta manifestação de interesse por parte de companhias aéreas e outros agentes económicos” e “viabilidade do ponto de vista técnico, económico e financeiro para equilibrar os custos de operação e manutenção” da infraestrutura. O despacho justifica a criação do grupo de trabalho tendo em conta que “não se concretizaram” as “expectativas de procura que suportaram as decisões relativas” à construção do aeroporto de Beja, que implicou um investimento “avultado”. Segundo o despacho, “atualmente” não existe “uma utilização que explore todo o potencial” do aeroporto de Beja e “permanece disponível uma capacidade aeroportuária que importa ver rentabilizada” para “gerar receitas que compensem os custos inerentes ao seu funcionamento” e “alavancar a economia e o tecido empresarial regional e nacional”. João Paulo Ramôa (PSD) foi governador civil de Beja, entre 2002 e 2005, já presidiu à concelhia e à distrital de Beja dos sociais-democratas e foi vice-presidente da Associação Empresarial do Baixo Alentejo e Litoral Alentejo Litoral.


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População de Selmes contra encerramento da EB1

Perante a possibilidade de a Escola Básica do 1.º Ciclo de Selmes, no concelho de Vidigueira, vir a encerrar, a população da referida freguesia dedidiu criar a comissão “Não ao encerramento da EB1 de Selmes”, que tem como principal objetivo “a apresentação de propostas que viabilizam a continuidade da existência deste

Conselho de administração da Ulsba tomou posse O novo conselho de administração da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (Ulsba) tomou posse na terça-feira, 5. Durante a cerimónia, o secretário de Estado da Saúde, Manuel Teixeira, citado pela rádio Pax, disse ser necessário “fazer melhor

PSD de Ourique diz que Pedro do Carmo “mentiu” A comissão política de Ourique do PSD reagiu com violência contra o autarca local, Pedro do Carmo, acusando-o repetidamente de “mentir” nas declarações que prestou à última edição do “Diário do Alentejo”. Em causa está o relatório da Inspeção-Geral da Administração Local que considera nulos os atos praticados pelo executivo ouriquense quanto ao licenciamento e construção da Unidade de Cuidados Integrados de Garvão, por alegada violação do PDM. O PSD de Ourique diz que Pedro do Carmo “mentiu” porque a aludida inspeção decorreu em 2009 e não em 2011 e porque, na reação ao relatório da IGAT, o autarca tinha dado conta que não havia “uma única causa de reparo ou censura”, na conduta dos eleitos. Pela contradição exposta, o PSD comunica que “a história faz-se com homens e mulheres sérios, honestos, que trabalham e lutam pelo seu povo, ao contrário do senhor, que é incompetente, não tem coragem de assumir as falhas, os seus erros, a sua falta de capacidade para gerir a autarquia”. PUB

estabelecimento de ensino”. A comissão solicitou já uma reunião, com carácter de urgência, à Direção Regional de Educação do Alentejo, assim como um parecer ao Conselho Municipal de Educação e ao conselho geral do Agrupamento de Escolas de Vidigueira. Paralelamente, a comissão está a levar a efeito um abaixo assinado junto da população.

com menos recursos” e referiu que a “situação financeira da Ulsba é muito difícil devido às evoluções menos positivas de 2010 e 2011”. O governante afirmou ainda que é preciso “atalhar isso, sem afetar a população” e disse acreditar que este conselho de administração vai conseguir “equilibrar” a situação financeira da

Ulsba. O conselho de administração é presidido por Margarida Silveira. A equipa integra ainda José Gaspar (vogal executivo), Emília Duro (diretora clínica na área hospitalar), Horácio Feiteiro (diretor clínico na área dos cuidados de saúde primários) e João Guerreiro (enfermeiro-diretor).

Socialistas e comunistas reagem ao fim dos trabalhos na A26 e IP2

Obras na autoestrada voltam a parar

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s deputados Luís Pita Ameixa (PS) e João Ramos (PCP), eleitos por Beja, denunciaram novas paragens na construção da A26, entre Sines e Beja, e no IP2. O deputado socialista afirma, em comunicado enviado à nossa redação, que “desde que o Governo PSD/CDS-PP tomou posse é já a segunda vez que ocorre a paragem das obras” incluídas na subconcessão rodoviária Baixo Alentejo. Já o comunista disse que estes cancelamentos são devido a dívidas de 180 milhões de euros. João Ramos, em outubro de 2011, tinha

questionado o ministro da Economia sobre a situação das obras, e o Governo confirmou, na altura, que as subconcessões poderiam ser alvo de alterações a serem combinadas numa negociação com o consórcio construtor. Os trabalhos viriam a ser retomados há dois meses atrás, de forma mitigada, e agora, segundo os deputados da oposição eleitos por Beja, pararam de vez. Para Pita Ameixa, “a verificação nos locais de que as obras voltaram a parar não augura nada de bom e parece confirmar a desconsideração e o menosprezo do Governo em relação aos projetos de desenvolvimento do Baixo Alentejo”. Também Aníbal Costa, presidente da

Câmara de Ferreira do Alentejo, na página do Facebook, deixou expresso o seu descontentamento: “Primeiro disseram que o aeroporto de Beja não devia ter sido construído, depois foi a falta de financiamento do Alqueva, e, agora, pararam as obras na A26 “, numa altura em que, segundo o autarca, “se continuava a comprar e expropriar terrenos e a contratar mais pessoal para se incrementar o ritmo de construção”. Aníbal Costa conclui que “este governo não gosta mesmo nada do Baixo Alentejo” e, numa crítica ao “desgoverno” do País, lamenta o desperdício de “dinheiro e recursos que penalizam a região”.


Atividades turísticas e desportivas, gastronomia, concertos, espetáculos de teatro, cinema e colóquios marcam a Feira de Turismo Ativo e Desportivo, que decorre até domingo, dia 10, em Vila Nova de Milfontes (Odemira). A feira, promovida pela Câmara de Odemira, com o apoio da Junta de Freguesia de Vila Nova de Milfontes, empresários, associações e população local, visa promover as “potencialidades”

XVI Feira Anual do Idosos em Albernoa Entre os dias 15 e 17, Albernoa recebe a XVI Feira Anual do Idoso, numa organização da junta de freguesia local. Do vasto pograma destaque para a demonstração de exercícios de ginástica, pelo grupo de ginástica da freguesia promovido pela equipa de enfermeiros da Ulsba (dia 15, 18 e 15 horas), festa de

do território de Odemira para o turismo ativo e desportivo. O Torneio Internacional Milfontes Beach Tennis, com a participação de cerca de 50 tenistas de vários países, uma etapa do Campeonato Nacional de Kayak Mar, passeios de barco e canoagem no rio Mira, aulas de surf e bodyboard, colóquios sobre BTT e pedestrianismo e o concerto dos Virgem Suta são algumas das ofertas da feira.

encerramento do ano letivo 2011/2012 da EB1 Albernoa (dia 15, 19 horas), inauguração dos percursos pedestres no âmbito do projeto “Põe-te a mexer em Albernoa” (dia 16, 9 horas) e atuações do Rancho Folclórico de Fronteira, dos grupos de música popular Pérolas do Gilão e Os Trigo Limpinho e do grupo de danças sevilhanas Rosalis (dia 16). O programa reserva ainda uma

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Feira de Turismo Ativo e Desportivo em Milfontes

mostra e concurso de doçaria e gastronomia (dia 16, 19 horas), a atuação dos grupos corais os Bubedanas, Feminino Casa do Povo Nossa Senhora das Neves, Serões da Aldeia, de Trindade, As Douradas Espigas, de Albernoa, e grupo trio Canta Alentejo (dia 17, a partir das 15 horas) e animação musical com Francisco Borges (dia 15, 22 horas) e banda Essência (dia 16, 22 horas).

Biblioteca, salão multifunções e centro de dia

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rês edifícios da rua Longa, outrora centro nevrálgico da vida económica e comercial de Vidigueira, estão agora reunidos no novo Centro Multifacetado, inaugurado no passado dia 1, data em que também se assinalaram os 500 anos da entrega do foral à vila. Trata-se de uma obra que resultou de um projeto de regeneração urbana, no sentido de contrariar o processo de “desertificação” que vinha afetando a zona, que já foi a “mais importante” de Vidigueira, lembra o presidente do município, Manuel Narra. O novo equipamento, que representou um investimento de dois milhões de euros, financiado a 80 por cento por uma candidatura ao InAlentejo, apresentada em 2008, passa a reunir as valências de biblioteca, salão multifunções e centro de dia. O acervo bibliográfico, instalado num edifício “antigo e mais pequeno”, foi todo PUB

ele transferido para o novo espaço, tendo-se-lhe acrescentado a componente multimédia e das novas tecnologias da informação, de que a biblioteca municipal ainda não dispunha. No primeiro andar, o Centro Multifacetado dispõe de um espaço para acolher eventos culturais, que pretende de algum modo recriar e homenagear a dinâmica do Círculo Operário Vidigueirense, sociedade recreativa que ali tinha a sua sede. Este salão funcionará, na maior parte do tempo, “como auditório da câmara municipal”, informa o autarca, recordando o seu debute, na última sextafeira, 1, com uma peça de teatro para a infância e um concerto de jazz. Por último, o Centro Multifacetado acolherá uma valência social, funcionando como centro de dia da câmara municipal e refeitório onde são fornecidas refeições às populações carenciadas.

JOSÉ SERRANO

Novo Centro Multifacetado de Vidigueira


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Solidão, quedas e risco metabólico elevado

Os primeiros passos para a concretização do projeto “Baleizão – Aldeia amiga das pessoas idosas” foram dados em 2010 com a realização de um diagnóstico de saúde à população, no âmbito de uma especialização em enfermagem comunitária, que Luís Rosa frequentava na Escola Superior de Saúde de Beja. As conclusões do diagnóstico vieram confirmar o que já sabia: “Muita tristeza, muita solidão, muita queda, porque as ruas são muito desniveladas e as casas têm normalmente poiais no seu interior, e um risco metabólico muito

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elevado, que é o tal conjunto de várias doenças, obesidade, diabetes, colesterol, hipertensão, problemas coronários, osteoporoses…”, diz, adiantando que o projeto nasceu da sua “vontade pessoal de pôr em prática atividades que contrariem o sedentarismo e contribuam para o envelhecimento ativo da população”. Elaborado o projeto e aprovado pelo conselho de administração da Ulsba, a sua entidade empregadora, Luís Rosa “partiu para o terreno”, contactando os vários parceiros, que se mostraram “de uma abertura extrema”.

é o número de utentes abrangidos atualmente pelo programa de atividade física dirigido a pessoas “com risco metabólico elevado (associações de várias patologias)”.

Projeto contempla classes de ginástica e construção de pedovia e de parque geriátrico

Baleizão é amiga das pessoas idosas Classes de ginástica dirigidas a utentes “com risco metabólico elevado (associações de várias patologias)”, criação de um grupo de voluntariado e a construção de uma pedovia e de um parque geriátrico são alguns projetos que pretendem transformar Baleizão numa “aldeia amiga das pessoas idosas”. Texto Nélia Pedrosa Foto José Serrano

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aleizão é desde março último uma aldeia amiga das pessoas idosas, no âmbito de um projeto promovido pela Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (Ulsba) e que visa “estimular o envelhecimento ativo, através da criação de condições de saúde, participação e segurança, que proporcionem apoio e capacitação, reforçando a qualidade de vida durante o processo de envelhecimento”. O projeto, da autoria do enfermeiro especialista em enfermagem comunitária Luís Rosa e inspirado no Guia Global das Cidades Amigas das Pessoas Idosas da Organização Mundial de Saúde, arrancou há cerca de três meses com um programa de atividade física dirigido a utentes “com risco metabólico elevado (associações de várias patologias)”. Ao todo são 45 pessoas, com mais de 55 anos, divididas em dois grupos com mobilidade diferente, sendo que as aulas, financiadas pela Casa do Povo de Baleizão e pela junta de freguesia local, estão a cargo de uma professora de educação física. “Era tudo pessoal que estava parado. A maior parte destas pessoas tem um risco metabólico muito elevado, tem um conjunto de doenças que já lhes dificulta muito a vida, portanto não são pessoas saudáveis, são pessoas doentes, e eu fui buscar estas pessoas porque acho que são aquelas que mais precisam”, PUB

Envelhecimento ativo O protejo arrancou em março com aulas de ginástica para utentes com risco metabólico elevado

explica Luís Rosa – que há cinco anos integra a equipa de saúde que se desloca a Baleizão –, adiantando que o projeto surgiu na sequência de uma especialização em enfermagem comunitária e de um mestrado na mesma área. Os utentes que frequentam as classes de ginástica foram sujeitos “a uma avaliação inicial do seu estado de saúde” e quinzenalmente perto de 15 participam também na consulta de risco metabólico, realizada em grupo pela equipa de saúde em colaboração com a nutricionista da

Ulsba. Decorridos três meses, o gestor do projeto assegura que os resultados já se fazem sentir. “Nestas consultas já falámos da diabetes, de nutrição, e as pessoas já têm mais noção dos problemas que podem vir a ter e dos cuidados que devem ter com a alimentação. Dizem-nos que se sentem com mais mobilidade, com mais destreza, por causa da ginástica que praticam, e na consulta habitual, onde já iam antes de o projeto ter início, já se nota que há muita gente a perder algum peso”. O projeto “Baleizão – Aldeia amiga das pessoas idosas”, que integra cinco áreas de intervenção – espaços exteriores e edifícios, participação social, apoio comunitário e serviços de saúde, respeito e inclusão social e habitação –, contempla ainda a criação de um grupo de voluntariado que deverá começar a deslocar-se dentro de um mês a casa dos “idosos que se encontram sós”. Nesta fase de arranque serão visitados 15 utentes, mas Luís Rosa garante que “há mais pessoas a necessitar”. Para breve está ainda previsto o início da construção de um parque geriátrico e de uma pedovia com a extensão de um quilómetro, “dois projetos mais ambiciosos”, frisa o enfermeiro. O parque geriátrico, instalado ao lado do parque infantil, permitirá “que os idosos se exercitem em condições de segurança, aproveitando muitas vezes o passeio com os netos, numa perspetiva de estimular as relações entre gerações”, esclarece Luís Rosa. A pedovia possibilitará “que se pratique a marcha em condições ótimas para os idosos que habitualmente

apresentam dificuldades de mobilidade”. “Ainda não há datas para a sua conclusão, mas o que eu quero é que a pedovia e o parque sejam feitos. O que acordámos nas reuniões [com os parceiros do projeto] é que entre a junta de freguesia, que tem máquinas e trabalhadores, e a câmara municipal, que tem máquinas, trabalhadores e materiais, as coisas se iriam fazendo. Há já a promessa de que quando for a semana aberta em Baleizão, promovida pela câmara, a primeira fase da pedovia arrancará”, esclarece o enfermeiro. Em relação ao parque geriátrico, adianta, “já está acordado que a Casa do Povo vai adquirir dois aparelhos e a Juta de Freguesia inicialmente um”: “Não sei se mais tarde conseguiremos mais, mas para já três é ótimo”, acrescenta Luís Rosa, frisando que o projeto “Baleizão – Aldeia amiga das pessoas idosas” beneficia “toda a localidade, não só os idosos”: “O parque geriátrico pode ser utilizado por qualquer pessoa que tenha dificuldades de mobilidade, a pedovia está aberta a toda a gente e se houver arranjos nas ruas a população também beneficia…”. O projeto será avaliado ao fim de seis meses e ao fim de um ano. Luís Rosa espera que os “resultados sejam positivos”, para que consiga “convencer as entidades parceiras” a aumentarem a oferta dos serviços disponibilizados, nomeadamente o número de classes de ginástica. “Para já os grupos estão cheios, estes 45 utentes estão no topo das prioridades, mas há mais pessoas a necessitar”, conclui.


Diário do Alentejo 8 junho 2012

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Dia Mundial dos Oceanos assinala-se hoje

A pé pela Rota Vicentina O “Diário do Alentejo” comemora o Dia Mundial dos Oceanos junto ao Atlântico. Numa viagem pela Rota Vicentina, percurso pedestre inaugurado recentemente, desvendando os trilhos que estão para percorrer a sudoeste. No dia em que se celebram os oceanos só se poderia seguir um caminho: O “Trilho dos Pescadores”. Texto Bruna Soares Fotos José Serrano

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ar, mar a perder de vista. É esta a proposta da Rota Vicentina, um percurso pedestre ao longo da costa sudoeste de Portugal, para quem opta por seguir o “Trilho dos Pescadores”. E no Dia Mundial dos Oceanos, que se assinala hoje, dia 8, o “Diário do Alentejo” embarca nesta viagem, junto Atlântico, a pé. Mas antes, antes da partida, espaço para algumas explicações. “A Rota Vicentina resulta da seleção e sinalização de trilhos e caminhos existentes, utilizados pelas populações locais, que combinados formam um itinerário com mais de 340 quilómetros”, explica a equipa de coordenação da Rota Vicentina. Para já, no entanto, a Rota Vicentina apenas oferece troços assinalados ao longo de 200 quilómetros, entre Santiago do Cacém e Odeceixe. Mas brevemente chegará aos tais 340 quilómetros, estendendo-se até ao cabo de São Vicente. O projeto, que representa um investimento de 540 mil euros, comparticipado por fundos comunitários, conta com a colaboração das associações Casas Brancas e Almargem, municípios locais, Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade, Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, Turismos do Alentejo e Algarve, Polis Litoral Sudoeste e Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal. Formada pelo “Caminho

Histórico” e o “Trilho dos Pescadores”, a Rota Vicentina, segundo a sua equipa de coordenação, “propõe uma vivência única destes dois mundos, entre uma cultura rural viva e autêntica e uma costa surpreendentemente selvagem”. Até porque, “a beleza da paisagem, o património natural, histórico e cultural, os recursos turísticos e a natureza pública dos caminhos foram os principais critérios seguidos no processo de escolha do itinerário”. Sigamos então viagem. Porto Covo, no concelho de Sines, é o local de partida. Junto ao mercado municipal encontramos a primeira indicação. Não há que enganar e descemos ao largo Marquês de Pombal, onde se encontra uma nova informação. E depois outra e, por fim, uma cruz que nos indica que estamos a seguir a direção errada. Voltamos atrás. Percebemos onde nos perdemos e encontramos o caminho certo e ao longe já se avistam os barcos que repousam no pequeno porto. O mar, as arribas, as dunas.

Estamos junto ao mar e a partir de agora é seguir viagem. Estamos sem dúvida no “Trilho dos Pescadores”, com o Atlântico aos pés. No porto não se avistam pescadores. Apenas os barcos que balançam ao sabor da ondulação. O trilho segue, como não poderia deixar de ser, junto ao mar, por caminhos e veredas, entre a fauna e a flora da Costa Vicentina. Quem está em terra, e conhece estas paragens como as palmas da mão, indica o percurso a seguir aos caminhantes. Afinal, é o mesmo caminho tantas vezes usado por pescadores e locais para encurtarem distâncias, para terem acesso a pesqueiros e praias. “Trata-se de um single track que se percorre apenas a pé, ao longo das falésias e mais exigente do ponto de vista físico. Um desafio ao contacto permanente com o vento do mar, à rudeza da paisagem costeira e à presença de uma natureza selvagem e persistente”, explica a equipa da Rota Vicentina. Pelo caminho quatro etapas e cinco

“A Rota Vicentina resulta da seleção e sinalização de trilhos e caminhos existentes, utilizados pelas populações locais, que combinados formam um itinerário com mais de 340 quilómetros”.

percursos complementares. Porto Covo avista-se cada vez mais ao longe e, pelos trilhos, as gaivotas como companhia, o barulho do mar e do vento, que se atravessa entre as plantas autóctones que preenchem o chão. Pelo caminho, outros viajantes, e nas praias os veraneantes a apanhar sol, estendidos à beira mar. Mas quais os objetivos desta Rota Vicentina? São muitos, até porque esta é uma iniciativa que pretende “contribuir de forma inequívoca para um modelo de desenvolvimento sustentável de uma região simultaneamente bem preservada e em rápida evolução”, como explica a equipa que coordena o projeto. E, neste sentido, pode afirmar “a região como destino internacional de turismo de natureza”, “envolver a comunidade (empresários, instituições e habitantes) num projeto de desenvolvimento comum e economicamente viável” e “trazer novos clientes para várias atividades já em funcionamento, potenciando novos negócios e serviços indiretos”. Por fim, permite ainda “controlar pisoteio livre em áreas ambientalmente sensíveis”. Ao longe avista-se a ilha do Pessegueiro e o mar sempre ao lado. A sinalética encontrada ao longo do percurso não deixa margem para dúvidas. É este o caminho que nos levará ao Forte. Uma vez lá chegados há outra placa que deixa perceber quantos quilómetros faltam até Vila Nova de Milfontes: 16,5. Aqui, no entanto, há outra opção de percurso: o “Caminho Histórico”. “Percorre as principais vilas e aldeias num itinerário rural com vários séculos de história. Constituído maioritariamente por caminhos rurais”. Trata-se de uma clássica Grande Rota (GR), totalmente percorrível por BTT, com troços de montado, serra, vales, rios e ribeiras, numa viagem pelo tempo, pela cultura local e pelos trilhos da natureza. Inclui um total de 13 etapas. No dia dos oceanos seguimos viagem, junto ao mar.


Diário do Alentejo 8 junho 2012

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Editorial Portugal

Vice-versa “Sofremos uma denúncia do PSD local que pedia a minha perda de mandato. Agora vejo com grande estupefação, mas sem surpresa, que a história se volta a repetir. Mas tenho a certeza que o tribunal nos dará razão em ambos os casos”. Pedro do Carmo, presidente da Câmara de Ourique, sobre as inspeções da IGAT à autarquia

Paulo Barriga

“Pois é Pedro do Carmo, a história faz-se com homens e mulheres sérios, honestos, que trabalham e lutam pelo seu povo, ao contrário do senhor, que é um incompetente, não tem coragem de assumir as falhas, os seus erros, a sua falta de capacidade para gerir a Autarquia, depois tenta atirar a culpa para cima dos outros”.

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oje é Dia dos Oceanos. Depois de amanhã é Dia de Portugal. Por esta ocasião é impossível não relembrar a grande mentira que nos pregaram todos os governos da Nação da chamada “época de ouro”. De Cavaco, aos fujões Guterres e Barroso. Que nos iludiram, abanando os maços de notas que chegavam de Bruxelas aos fardos, com a ideia de que éramos ricos. Por fim, Portugal descobrira a rota da fortuna. Qual pimenta da Índia, qual ouro do Brasil, quais escravos africanos. Sem botar uma única tábua a flutuar no oceano, Portugal desvendara os labirínticos caminhos para o Eldorado. Que afinal estava aqui tão perto. Bem no coração da Europa. A concretização da Exposição Mundial de Lisboa, em 1998, era o apogeu dessa era de fartura. Portugal mostrava ao mundo a abastança do seu novo novo-riquismo. A sua cegueira. O seu delírio coletivo inspirado no dinheiro fácil mas envenenado que recolhia aos magotes junto dos novos amigos europeus. Numa bebedeira coletiva sem precedentes. Por fim ricos. Por fim membros de pleno direito do restrito clube do “primeiro mundo”. E a todos mostrávamos a nossa suposta vocação atlântica. Um misto de profecia bandarrista, de enublado sebastiânico, de jangada de pedra. Quando, isso sim, tínhamos acabado de trilhar, pela primeira vez na nossa História, os atalhos terrestres para a desgraça. De olhos vendados. E a marchar alegremente sobre a ponte dos rejeitados. Jorge Palma, numa das suas mais sublimes canções, fala disso: Ai Portugal, do que estás à espera? Tens um pé numa galera. E o outro no fundo do mar. Portugal. O sublime promontório onde a Europa nunca se assomou. Longínquo e soalheiro. Onde a Europa nunca se quis assomar. Pobre e demorado. A não ser em tempos de saque. Como agora acontece tão exuberantemente. Portugal com um pé numa galera. Portugal com o outro pé no fundo do mar. Naufragado nas tormentas da velha Europa. Tal como em tempos Sepúlveda sucumbiu nas costas de África.

Rui Brito, presidente da concelhia de Ourique do PSD, em comunicado de imprensa

Fotonotícia

Pinheiro monumental. Ainda é um jovem mas já está classificado entre as árvores mais importantes de Portugal. O pinheiro-wollemi, que está plantado no Jardim Público de Beja, foi recentemente classificado pela Autoridade Florestal Nacional como árvore de interesse público. O que equivale, no património edificado, à classificação de monumento nacional. Isto porque se trata de um exemplar raríssimo no mundo e único em Portugal. Existindo apenas 100 indivíduos adultos da sua espécie em estado selvagem. Uma, mais uma, boa razão para visitar o jardim de Beja, agora que os dias são maiores e mais amenos. PB Foto de José Ferrolho

Voz do povo Faz sentido comemorar o “Dia de Portugal”?

Inquérito de José Serrano

Joaquim Jaca, 63 anos, reformado do comércio

Hugo Viriato, 35 anos, empregado de mesa

Ricardo Borges, 34 anos, irmão franciscano

Lídia Fernandes, 37 anos, desempregada

Acho que sim. Porque são comemorações que já vêm de há muito tempo. Vejo o futuro do País mau, mau. Ninguém se entende. E assim não vamos a parte nenhuma. O Mourinho é quem representa melhor o nosso país.

Faz todo o sentido. É o dia do nosso país, o Dia de Camões, por isso… Vamos ver o que o futuro nos reserva. Mas não sei o que é que isto vai dar. Isto ora anda de trás para a frente, como da frente para trás. Quem melhor simboliza hoje Portugal é o Mourinho.

Sim. Para além de lembramos Camões, festejamos aquilo que é nosso, a nossa nacionalidade. O País está a passar por uma fase menos boa, mas é preciso acreditar num futuro melhor. Siza Vieira é um bom exemplo do que o povo português pode fazer. Tem levado a nossa cultura ao mundo inteiro.

Se servir para reconhecer a diversidade cultural que marca a história portuguesa, sim. O futuro de Portugal é muito incerto. Há muita instabilidade económica. E muito desemprego. Zeca Afonso é uma figura marcante do nosso país. As histórias que inventou há 30 anos continuam atuais.


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Semana passada DIA 1, SEXTA-FEIRA MOURA LIVRO INFANTIL CONTA A VIDA E AS AMEAÇAS DE DUAS ESPÉCIES EM PERIGO O projeto “Habitat Lince Abutre” lançou um livro infantil que conta como é a vida do lince-ibérico e do abutre-preto nos bosques mediterrânicos e que ameaças as duas espécies criticamente em perigo enfrentam em Portugal. O livro As Aventuras de Manchas & Bui, que conta a história do Manchas (um lince-ibérico) e do Bui (um abutre-preto), vai ser distribuído essencialmente a crianças dos 1.º e 2.º ciclos da área de implementação do projeto, ou seja, as zonas de Moura, Mourão e Barrancos, do Vale do Guadiana e da Serra do Caldeirão. Através do livro, pretende-se “sensibilizar os mais novos para as questões ambientais e para a importância da conservação” do lince-ibérico e do abutre-preto e da paisagem mediterrânica, explica a Liga para a Proteção da Natureza (LPN), que coordena o projeto.

ÉVORA TRIBUNAL DECRETA PRISÃO PREVENTIVA DE SUSPEITO DE HOMICÍDIO DE IRMÃ O Tribunal de Instrução Criminal (TIC) de Évora decretou a prisão preventiva do homem suspeito de ter assassinado uma irmã, alegadamente por desavenças relacionadas com partilhas, revelou à Lusa fonte policial. A medida de coação mais grave foi aplicada pelo juiz de instrução criminal, depois do interrogatório realizado no TIC de Évora. O homem, de 42 anos, é suspeito de ter assassinado à facada uma irmã, Ana Bívar, de 51 anos, subdiretora do Instituto de Gestão do Património Arquitetónico e Arqueológico, devido a questões familiares relacionadas com partilhas, depois de ter atropelado a vítima e uma outra irmã, mais nova. Após o crime, ocorrido na quarta-feira, 30 de maio, à noite em Évora, o suspeito encetou fuga, mas entregou-se no dia seguinte num posto da GNR na zona de Alenquer, a sua área de residência, depois de “pressionado por pessoas próximas”, segundo fontes policiais. O homicídio ocorreu depois de o Tribunal de Évora, por iniciativa das duas irmãs, ter revogado uma procuração que o suspeito tinha para representar a mãe em negócios, avançaram as fontes policiais.

DIA 2, SÁBADO SERPA PISCINAS MUNICIPAIS ABRIRAM As piscinas municipais da cidade de Serpa e da vila de Pias abriram ao público no sábado e vão funcionar de terça-feira a domingo entre as 10 e as 19 e 45 horas. Segundo a câmara municipal, trata-se de “uma das melhores notícias para os mais novos e também para os graúdos e famílias”, que, com as piscinas abertas, “passam a ter mais uma alternativa” para os tempos de lazer.

DIA 5, TERÇA-FEIRA OURIQUE CÂMARA COMPARTICIPA MEDICAMENTOS A IDOSOS E CARENCIADOS A Câmara Municipal de Ourique mantém a sua política de apoio social alargada a várias medidas, entre as quais a comparticipação municipal de medicamentos, dirigida a idosos e pensionistas carenciados. A autarquia cumpriu o pagamento de mais uma fase desse projeto, no valor de 26 000 euros, anunciou a mesma. Desta forma, “a Câmara Municipal de Ourique promove um apoio importante na melhoria dos cuidados médicos e tratamentos, num momento em que se acentuam as dificuldades nos rendimentos pessoais da população”. Esta medida “revela uma preocupação constante no apoio social aos cidadãos mais carenciados e é ainda reforçada com outros projetos sociais em curso no município nas áreas da mobilidade e de transporte de doentes a consultas médicas”, conclui.

MONTEMOR HOTEL DO ALENTEJO É O ÚNICO PORTUGUÊS ENTRE OS 50 MELHORES DO MUNDO O hotel L’And Vineyards, de cinco estrelas, situado numa herdade perto de Montemor-o-Novo, é a única unidade portuguesa na lista dos 50 melhores novos hotéis do Mundo para 2012, elaborada por uma revista norte-americana. Na sua edição deste mês, a publicação “Travel and Leisure” divulga a lista dos 50 melhores novos hotéis do Mundo para 2012 (The Best New Hotels 2012), elaborada a partir da votação dos leitores da revista.“Para nós é importante que as revistas de referência do setor do turismo valorizem o projeto L’And Vineyards”, realçou José Cunhal Sendim, diretor executivo da Sousa Cunhal Turismo, que detém o hotel.

3 perguntas a Ana Oliveira

Atriz e formadora. Membro da direção da Ideias em Comum

Quando foi criada a Ideias em Comum e quais são os seus objetivos?

A Ideias em Comum é uma associação cultural criada em Beja, no início deste ano, por um grupo de pessoas que, volta e meia, se encontravam a discutir os desafios e as potencialidades do Alentejo, e em particular de Beja. Considerávamos que podíamos dar o nosso contributo ao nível da dinâmica cultural mas, sobretudo, do incentivo à participação ativa das pessoas na vida da cidade, do trabalho colaborativo e em rede. Acreditamos que trabalhar em conjunto, partilhar ideias, tarefas e responsabilidades é uma forma de perseguirmos propósitos comuns. São esses os nossos principais objetivos: dinamizar atividades culturais, incentivar as pessoas a participar e promover o espaço e as práticas comunitárias enquanto forma de crescimento, da cidade e das pessoas.

Brincar no dia que é para levar muito a sério As crianças do concelho de Beja, entre variadíssimas iniciativas espalhadas pela cidade, comemoraram o seu Dia, 1 de junho, no Jardim Público. E mesmo com a chegada de algumas pingas repentinas, nada impediu que a criançada fizesse o que melhor sabe e pode fazer: brincar!

O “DA” também foi criança no dia certo Foi recatada, a festa, mas foi intenso e sentido o convívio que o “Diário do Alentejo” promoveu no dia da comemoração dos seus 80 anos de existência. Equipa da redação, colaboradores, autarcas e amigos brindaram ao jornal com uma bela taça de tinto Paço do Conde.

Que tipo de atividades vai desenvolver e a que públicos se destinam?

A primeira atividade da associação é um programa de ocupação criativa de tempos livres: “Férias a rasgar”. Terá lugar entre 18 de junho e 13 de julho, em Beja, é dirigido a crianças dos seis aos 14 anos e envolve vários artistas (da dança, teatro, artes plásticas, fotografia, música, etc), sobretudo locais. É a nossa forma de estimular a expressividade e a criatividade dos mais novos e, ao mesmo tempo, de divulgar os artistas locais e também o património da cidade (temos atividades a decorrer em vários espaços históricos). Até ao fim do ano estamos a preparar a realização de dois workshops dirigidos a jovens e adultos (teatro e fotografia), um ciclo de debates a que chamaremos “Conversas em Comum”, com temas em torno de Beja e do Alentejo, um seminário sobre o associativismo e mais “Férias a rasgar” pela altura do Natal. O primeiro debate já está marcado: “Cooperativas para quê? – Perspetivas e desafios do setor cooperativo”. Será no próximo dia 23, pelas 22 horas, n’ Os Infantes.

Mais vale selo do que parece-lo Na passada sexta-feira, os CTT instalaram um posto de correios no CCD do Hospital de Beja. Lá onde havia uma mostra filatélica evocativa dos 80 anos do “Diário do Alentejo”. E onde foi posto a circular um carimbo comemorativo da efeméride e um selo próprio.

Olhar a atualidade por dentro dum caleidoscópio Na passada segunda-feira, na Vovó Joaquina, foi lançado o livro Caleidoscópio 11211, de Ana Paula Figueira. Trata-se de uma coleção com as crónicas que esta nossa colaboradora publicou no “DA” ao longo de 2011. Acompanhadas por belas ilustrações de Pedro Emanuel Santos.

A Ideias em Comum já estabeleceu ou vai estabelecer protocolos de colaboração com outras entidades?

Sim, estamos disponíveis e recetivos à colaboração com outras entidades. Como referi, acreditamos que trabalhar em rede e em processos colaborativos tem um enorme potencial, na medida em que permite que, com o contributo de todos, se faça mais do que uma entidade conseguiria fazer isoladamente. Sabemos também que, nos tempos que correm, e tendo em conta as dificuldades por que passam muitas associações, coletividades e outras organizações, trabalhar em conjunto é fundamental para trilhar novos caminhos para o movimento associativo. Nélia Pedrosa

Crianças de Vidigueira tiveram festa de arromba Não apenas pela celebração efusiva do seu Dia, mas porque a autarquia local inaugurou na passada sexta-feira o Centro Multifacetado. Um espaço cultural e recreativo com funções múltiplas que muito vai enriquecer a população local.

Diário do Alentejo 8 junho 2012

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Diário do Alentejo 8 junho 2012

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Começo a pensar que um imposto sobre figuras tristes e posturas ridículas de dirigentes políticos e sociais poderia contribuir seriamente para a ajudar a equilibrar o défice. Fica a ideia… Amílcar Mourão, “A Planície”, 1 de junho de 2012

Opinião

Um hino ao Português

Borgas e baldas

Luís Covas Lima Bancário

Ruy Ventura Poeta e ensaísta

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Há nove anos que é assim, em SERPA. Aos primeiros dias de junho, a cultura sai à rua com uma intensidade rara no nosso país. E com uma qualidade ímpar. Esta noite há uma homenagem a Cesária Évora, com a participação dos melhores interpretes cabo-verdianos da atualidade. Amanhã toca na praça da República o músico brasileiro Zeca Baleiro. No domingo celebra-se o cante alentejano. É muita coisa boa para ficar em casa. PB

por uma amiga minha, portuguesa que então estudava na Universidade de Paris-Nanterre: “Mas esta gente anda na universidade para estudar ou para passar o tempo em bares, em discotecas, em concertos de música pimba, em desfiles e em carnavais?”.

H F R

oje, sábado, dia 2 de junho, dia em que a Seleção Portuguesa joga contra a Turquia, tarde em que milhares de portugueses se dirigem ao estádio, eu incluído, não esqueço o que se passou no f im de semana passado, altura em que decorreu a campanha do Banco Alimentar Contra a Fome e durante a qual senti um orgulho enorme, quase gigantesco em ser Português – cidadão nascido e criado em Portugal, a trabalhar em Portugal, com família em Portugal, com filhas a estudar em escolas públicas portuguesas e com um objetivo de vida de ver este país crescer para que as minhas filhas não tenham, um dia mais tarde, de partir… Sim, somos um país pequeno, encastrado entre o mar e uma potência bem maior do que nós; sim, somos um país a passar por sérias dificuldades económicas, sociais e até políticas; sim, somos um país onde nem tudo funciona bem, onde muito se reclama e onde muito mais há a fazer para o melhorar… Mas, acima de tudo, somos um país onde a humanidade, o humanismo e a preocupação com o próximo impera! A campanha desse fim de semana do Banco Alimentar Contra a Fome é demonstrativa disso – podemos estar todos a passar por graves e desgastantes dificuldades mas, no momento certo, somos capazes de contribuir para a angariação de quase 3 000 toneladas de alimentos que sabemos irão matar a fome a alguns milhares de cidadãos portugueses, somos capazes de nos juntar no número de 37 mil voluntários para ajudar no esforço de organização desta campanha! Desculpem… mas quando olho para estes números o meu orgulho em ser Português é inversamente proporcional ao tamanho do nosso país! Orgulho-me dos voluntários que trabalharam nesta campanha e de todos aqueles que trabalham em outras das quais não temos conhecimento, porque não são divulgadas! Orgulho-me de todos os idosos que, com o peso da vida e dos dias difíceis, continuam a sorrir, orgulho-me dos jovens que, apesar de perderem as bolsas de estudo, persistem em arranjar um emprego precário para terminarem a sua licenciatura, orgulhome da nossa juventude que, apesar de vislumbrar todas as dificuldades, teima em querer viver e trabalhar em Portugal, orgulho-me de todos aqueles que trabalham, seja no que for, para pôr este país a andar, orgulho-me tremendamente de todos aqueles que, sem culpa alguma, perderam o seu emprego mas não perderam a esperança de um dia virem a conseguir um outro trabalho, seja ele qual for… Orgulho-me de sermos capazes de nos ajudarmos uns aos outros nas piores alturas! Por tudo isso, e por muito mais, orgulho-me em ser Português e esse é um sentimento que teimo em não querer perder! São dias e acontecimentos como estes que contribuem para que eu não perca nunca esse meu sentimento. No fim… desejo ardentemente que muitos portugueses sintam o mesmo que eu e que não deixem nunca de o sentir – o orgulho em ser Português.

az agora um ano que me vi obrigado, por dever familiar, a assistir à “bênção das pastas” celebrada no relvado da Cidade Universitária de Lisboa pelo cardeal-patriarca D. José da Cruz Policarpo. Jurei que nunca mais lá porei os pés. Nem celebração, nem bênção, nem qualquer coisa definida me pareceu tal aglomeração da espécie humana. Missa terá sido, mas para poucos, pois noventa por cento virou-lhe as costas. Festa, talvez, na ingenuidade de quem deita foguetes antes de ter direito à alegria da concretização e de quem esquece, por momentos, que aquele dia não é um fim, mas um começo. Tive a certeza de que a maior parte dos assistentes preferiria estar no mesmo local, mas a assistir a um concerto de certo cantor brejeiro do norte de Portugal, enfrascando umas imperiais e fumando uns charros… Confrontando-me com este cenário, recordei com irónica nostalgia a letra de um “hino do estudante” que os alunos da Escola Superior de Educação de Portalegre costumam entoar: “Os pontos requerem estudo,/ mas tu não estás nessa onda,/ tu só queres é café, é café, é vadiagem.../ É vadiagem pela noite e muitas baldas pelo dia,/ o estudo aperta e o curso é uma utopia.” Não sei se noutras instituições do Ensino Superior os estudantes costumam cantar pérolas deste quilate. Não tenho, contudo, grandes dúvidas ao afirmar que o “espírito académico” apresentado pela letra é comum a uma grande percentagem dos alunos das nossas universidades e institutos politécnicos. Vindos de um clima laxista que se instalou no sistema educativo português, muitos dos jovens que entram no Ensino Superior desejam apenas serem “estudantes”, sem vontade alguma de estudarem. Sabe que o estudo é sinónimo de esforço e exigência – realidades a que não querem adaptar-se, vindos de doze anos de escolaridade em que podem ter “empinado” conteúdos, mas pouco trabalharam para terem um pensamento crítico e informado sobre o mundo que os rodeia. Chamar-me-ão pessimista – mas basta lermos com uma atenção mínima as estatísticas que por aí pululam para chegarmos a estas conclusões. Junto a esta leitura a experiência que guardo dos anos que lecionei no Ensino Superior, recheada de exemplos de alunos cujo único objetivo era a aquisição do “canudo” com o mínimo trabalho - pois à frente da aquisição de um conhecimento enraizado estava sempre uma outra meta: viver a “vida académica”... E qualquer pessoa conhecedora do significado desta expressão sabe quais são os seus sinónimos: “vadiagem pela noite e muitas baldas pelo dia”, como diz a letra acima citada, quantas e quantas vezes com álcool (e drogas) à mistura. Não tomo a nuvem por Juno. Sei que existem milhares de alunos nas nossas universidades e institutos que se esforçam por aprender e enriquecer os seus conhecimentos. De igual modo, o conhecimento que tenho de algumas instituições levame a dizer que as baldas e as borgas dos estudantes são apenas um elemento da face negra da sua existência; há que considerar também a contratação duvidosa de professores, a gestão clientelar de alguns departamentos na elaboração dos currículos dos cursos e na planificação pedagógica das disciplinas. Mas a realidade é o que é e basta conviver uns tempos numa dessas comunidades universitárias para observar comportamentos que confirmam quanto digo (e não sou o único a dizê-lo). Neste âmbito, nunca esquecerei a frase dita há alguns anos

Pedro de Alcântara, o rei Bem-Amado Beja Santos Defesa do consumidor

uben Andresen Leitão (que usava o pseudónimo literário de Ruben A.), romancista, dramaturgo e historiador, é autor de duas obras monumentais da literatura A Torre de Barbela (1964) e O Mundo à Minha Procura (1964/1968). Cedo se sentiu atraído pela personalidade excecional de D. Pedro V que ele classificou como soberano ímpar na história dos Braganças e cuja consciência política devia ser refletida no sistema educativo por nele se sentir o “primeiro homem moderno do nosso país”. D. Pedro V (1837-1861) foi o 32.º rei de Portugal, reinou oito anos e deixou memórias que revelam a sua nobreza de caráter e a sua dedicação à causa pública, sempre movido pelos ideais da industrialização e do progresso do nosso país. O que Ruben Andresen Leitão escreve na sua juventude e que acaba de ser reeditado (D. Pedro V, Um Homem e Um Rei, por Ruben Andresen Leitão, Texto Editores, 2012) é um belo ensaio onde não se esconde a admiração pela personalidade de uma das mais curiosas figuras da história de Portugal, não é uma peça historiográfica, é uma cuidada análise do pensamento e ação do rei Esperançoso, o cognome de D. Pedro V. E não esconde o valor do seu objeto de estudo: “O autor destas linhas pensa que D. Pedro V é o início de um período histórico que vai terminar com as vitórias brilhantes das nossas campanhas africanas; origina-se, se assim podemos dizer, um perfeito ciclo histórico: D. Pedro V, período de criação; D. Luís, período de transição; e Oliveira Martins, período de confirmação imperial e de constante projeção atual. É uma unidade perfeita, onde encontramos princípio, meio e fim”. Foi portanto o fulgor de D. Pedro V que cativou Ruben A. O que fascina Ruben A. em D. Pedro V é o mesmo que nos pode fascinar perante os mesmos problemas crónicos do nosso país: o fomento, a instrução, o exercício da política norteado pelo sentido do bem comum, o sentir-se que o monarca detinha conhecimento e era bem-intencionado, um soldado do progresso, é o fascínio por alguém que vive para além da época em que reinou. É o rei do telégrafo e do caminho de ferro, é o rei do Curso Superior de Letras. E Ruben A. escreve, a propósito do seu reinado: “Era o único homem da nossa terra que possuía as ambições indispensáveis para caminhar firme na linha traçada; era a única pessoa a encarar o futuro tendo fé”. E apela a um reexame deste reinado: “É necessário que D. Pedro V fique situado na nossa história, restituindo à sua exata significação. Quem conhecer a história política da época em que se desenrolou este reinado, certamente ficará horrorizado perante um panorama obscurecido pelas tendências apáticas dos homens. D. Pedro V, no fundo, não se importava muito com os homens da sua época. Estava intimamente ligado ao povo português, mas ao mesmo tempo estava desligado dos políticos da época; e, como a política é que dominava o país, D. Pedro sentia-se assim longe de ser aquilo que desejava”. A imagem do condutor político que continua a ser a aspiração dos portugueses, segundo consta.


Encerra amanhã à noite, no Castelo de Beja, mais uma edição do festival TERRAS SEM SOMBRA. Que em coprodução com o Teatro Nacional de São Carlos oferece, pela voz do ator Luís Miguel Cintra, a Ode a Napoleão Bonaparte, de Schoenberg. A interpretação é da Orquestra Sinfónica Portuguesa, dirigida pelo maestro João Paulo Santos. Trata-se de um momento único que vem fechar com chave de ouro o melhor festival do género que se realiza no País. PB

O caso misterioso da estátua anónima

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abrir junho de 1962, quando o “Diário do Alentejo” assinalava “30 anos de regular publicação”, Cândido Marrecas assinava na primeira página um artigo de opinião intitulado “Ainda a estátua anónima...”. Contava ele que a estátua da rainha Leonor, em Beja, fora solenemente inaugurada no fim do ano de 1958 mas que, “não se sabe por quê, no plinto nunca se disse quem era a figura a que ali se pretendeu render homenagem”. Com o passar dos tempos, apesar dos “comentários burlescos” populares, de que a imprensa regional fez eco, “a estátua permaneceu muda”. Dois anos depois, em 1960, a Direcção Geral dos Monumentos Nacionais, em resposta a mais um reparo do jornal, informou que tinha resolvido já “a colocação da estátua da Rainha Dona Leonor no local definitivo, estando ainda prevista a gravação no plinto de letreiros com a indicação das datas de nascimento e morte da Rainha”. “De então para cá – descrevia o inspirado autor do texto – houve tempo de modificar completamente o aspecto do Largo da Conceição; arrancou-se a calçadinha que lá estava e pôs-se outra branca e monótona, com algumas covas e corcovas que o próximo Inverno revelará; colocaram-se umas bancas ao sol, para se aproveitarem quando houver sombra... tardia; dispuseram-se uns canteirinhos de bom gosto, porque os então existentes eram manifestamente provincianos; a Rainha foi para o seu lugar, de costas para o Mercado, numa posição de repulsa por aquela mancha que ainda conspurca os belos aspectos citadinos”. Cândido Marrecas acrescentava, indignado: “Fez-se tudo isso. Só não houve ainda tempo de pôr um nome à estátua! Vai para quatro anos! Sendo necessário, podemos citar o testemunho insuspeito de alguém que ouviu a um casal de turistas franceses que examinavam o monumento, sem lhe achar um nome que os elucidasse: ‘Est-ce la Dame inconnue?’”. Depois de informar os leitores ter conhecimento de que uma serralharia local teria sido consultada há dois meses “sobre a fundição de umas letras para os tais letreiros previstos”, o articulista concluía, perante “o silêncio que dura ainda” sobre o caso: “Assim, proponho que, entre os amigos da cidade, se faça uma subscriçãozinha para a compra dos letreiros que lá faltam e que os ponhamos nós, em homenagem à memória da piedosa Senhora, cujo nome merece bem que se não esqueça!”. Carlos Lopes Pereira

O ambiente político em OURIQUE aqueceu para lá da temperatura que é aceitável nos climas da urbanidade e da boa educação. Depois de termos publicado na passada semana uma notícia sobre a nulidade de alguns atos da autarquia, vem agora o PSD local acusar repetidamente Pedro do Carmo de “mentir”, rotulando-o de “incompetente”, de falta de honestidade e de coragem para assumir os seus erros. Está bonito, está! PB

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Estamos perante um país em que se empobrece a trabalhar e em que, nos últimos anos, os grupos financeiros tiveram lucros fabulosos (…) não é por acaso que o número de insolvências individuais não para de aumentar. Assim como não se ressentem da crise as vendas de bens de luxo. João Ramos, “Correio Alentejo”, 1 de junho de 2012

Homenagens Francisco Correia das Neves Escritor e jurista

O dr. Celso e o Alentejo Palavras proferidas pelo nosso colaborador Francisco Correia das Neves na sessão solene da entrega das medalhas de mérito, no salão nobre da Câmara Municipal de Beja, no dia do feriado do concelho. Entendeu o município de Beja, em seu bom critério, recordar e homenagear neste dia festivo do concelho a memória e a personalidade do dr. Celso Pinto de Almeida, dando-me ao mesmo tempo o ensejo e gosto de lembrar um amigo, um colega e um cidadão verdadeiramente ilustre e prestigiado. É um gesto agridoce, pois já não o temos aqui em corpo ao nosso lado. E não são os outros que têm de me agradecer, eu é que agradeço esta oportunidade e com ela me sinto louvado. Convivemos muito e julgo tê-lo conhecido bem. Disse já há anos o poeta Carlos Queiroz, um tanto esquecido, que “por dentro das coisas é que as coisas são”. Este juízo é igualmente válido para as pessoas, os cidadãos. Eu conheci-o por dentro. Por fora tinha o seu ar relativamente austero, não ria muito nem falava apressado, criterioso, a sua voz bem colocada e forte, com o passo cadenciado, sem pressa, mas também sem demora, certinho e quase sempre com o dossiê na mão ou debaixo do braço, assim o víamos quase sempre também a caminho do tribunal, das repartições e do escritório, pois também não perdia muito tempo no café. Em todas as áreas da sua vida ele cultivou e geriu-se por três valores e princípios fundamentais: a honradez, a sabedoria e a tolerância; assim fez na vida social, profissional e política. Conheci-o pessoalmente em 1965, quando eu ainda era juiz na comarca de Cuba e, por inerência, membro do tribunal coletivo de Beja, funções que depois deixei e passei a advogar também em Beja. Ele tinha vindo para aqui há poucos anos da comarca de Ourique, onde exercera já funções de notário em Almodôvar e a advocacia na comarca de forma brilhante e respeitado. Aliás, por ali também foi exercendo o professorado sua mulher d. Lucinda Arlete, cidadã igualmente estimável com idêntico aprumo e utilidade social e tornando-se complementares um do outro na sua vida e

formação e até na intervenção cívica e social. Exercendo nós uma profissão, a advocacia, que por natureza se presta ao debate e à divergência e até a particulares dificuldades, fomos opositores muitas vezes e isso permite-me afirmar, com perfeito conhecimento de causa, que ele sempre se pautou por aqueles princípios, o que muitas vezes não acontece. Foi o mesmo na sua intervenção social e política. Dizem os estudiosos que a procura de justiça social é antropológica, uma inerência própria da pessoa humana, em todos os sítios, épocas e comunidades. Celso Pinto de Almeida, dentro da sua ideologia democrática, também lutou por ela. E ainda aí, por ditame do destino, nos encontrámos, divergentes mais na estratégia do que nos propósitos, quando em 1969 nos candidatámos às eleições legislativas, ele integrado no momento político da oposição CDE, eu apoiante de Marcelo Caetano e crente da “primavera política”. E posso garantir que ele nessa campanha e, quanto sei, noutros momentos de afirmação político-social, agiu sempre com elevação, pautado pelos mesmos princípios da honradez, sabedoria e tolerância. Sempre bem preparado e conhecedor, agiu por convicções e o sentimento de justiça, quer na sua atividade política, que aliás chegou a exercer no plano governativo num período muito perturbado após o 25 de Abril de 1974, quer na atividade profissional. Quer numa, quer noutra, nunca o acompanhou a avidez do poder ou do dinheiro ou a proposta duma liberdade irresponsável. Viveu muitos anos no Alentejo e em Beja, vindo da Beira, ao serviço da vida e do trabalho, e, proveito dos outros e da região e sempre sensível às questões sociais. Mas também o foi às belezas e ao pitoresco do Alentejo, em cujas planícies lateja o calor e o “cante”, aos montados do silêncio mas onde se ouve a calhandra e a codorniz, ao seu luar único e às suas cores, os poentes de roxo ou de fogo, sugerindo os de África e também aos seus aromas e sabores do coentro e do orégão, do poejo e da hortelã da ribeira, da lavanda do tomilho e da alfazema ou duma “açorda” a preceito. A contestar um pouco com o seu ar relativamente austero, ele tinha esta alma sensível como eu reconhecia quando, nos intervalos dos afazeres profissionais, mais descontraidamente conversávamos sobre a vida, o Alentejo e a Beira, de onde ambos somos oriundos. Aqui viveu com a família e o

apreço geral, aqui teve alegrias, mas também algumas mágoas profundas. E, como disse, já tinham residido na comarca de Ourique, também distrito de Beja. Eu costumo dizer que a nossa terra são duas: aquela onde nascemos e aquela a que nos dedicámos. Celso Pinto de Almeida foi também um alentejano e um bejense. O seu mérito de cidadão e de jurista já fora oficialmente reconhecido pelo Presidente da República, dr. Jorge Sampaio, ainda em sua vida, há anos, em Beja, onde lhe entregou a respetiva condecoração nas comemorações do 10 de Junho. Por tudo o que fica dito, felicito o município de Beja por esta nobre e merecida iniciativa da atribuição da medalha de mérito municipal a título póstumo ao dr. Celso Pinto de Almeida por serviços relevantes e felicito igualmente a sua família. MARIA JOÃO FIALHO

Há 50 anos

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Diário do Alentejo 8 junho 2012

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Professor Francisco Ganhão Ex-alunos das turmas da Secção Preparatória (EICB)

Os alunos das turmas da Secção Preparatória aos Institutos Comercial e Industrial, do ano letivo de 69/70, da antiga Escola Industrial e Comercial desta cidade – hoje designada Escola Secundária D.Manuel I –, reuniram-se no passado dia 2 do corrente, sábado, num restaurante desta cidade, para homenagearem um dos seus professores daquele ano – o professor Francisco Ganhão. Com este gesto, os antigos alunos, que se deslocaram de vários pontos do País, pretenderam manifestar a sua gratidão ao Mestre, pela exemplaridade da sua ação como professor que soube cativar para a descoberta, o conhecimento e a curiosidade e como cidadão, que lhes transmitiu valores de grande humanidade, contribuindo dessa forma para a construção de cidadãos responsáveis e solidários. Aos antigos alunos, reunidos junto da sua escola, foi ainda proporcionada uma visita guiada às suas renovadas instalações.


Diário do Alentejo 8 junho 2012

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Porto Covo

Terra de mar com poucos pescadores

Aqui, no lugar de Porto Covo Porto Covo espera pela chegada em massa dos turistas. Na terra já parece verão, mas ainda não o é. Ainda há casas para alugar e só ao fim de semana se sente o movimento de quem procura as praias. A pesca já teve melhores dias e poucos saem para o mar. Aqui, no lugar de Porto Covo, a vida segue, enquanto se assa um sargo no braseiro. Texto Bruna Soares Fotos José Serrano

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sol queima quem na praia o procura. Ainda não é verão, mas em Porto Covo, no concelho de Sines, já é como o fosse, ou quase. “Em junho só há movimento ao fim de semana. No domingo quase que se atropelavam uns aos outros. Estava aí muita gente. Durante a semana é fraco. Há pouca gente de férias”, conta José Vilhena. E só pela falta de movimento se explica que ainda não seja verão. As esplanadas já estão montadas. Os menus pendurados e os empregados à porta, mostrando as melhores ofertas da casa. Quem deambula no largo Marquês de Pombal procura, sobretudo, a gelataria e, como não poderia deixar de ser, o caminho para a praia. Mas ainda não é verão. É quase, mas ainda não o é. Até porque nas casas, maioritariamente brancas e de barra azul, ainda se avistam vários letreiros ostentando em letras garrafais: “Aluga-se”. É a espera pelos meses fortes. “Julho e agosto é quando isto mexe mais”, contam os homens, sentados no largo, nos bancos vermelhos e protegidos do sol pelas copas das árvores. José Vilhena trouxe, no entanto, uma sombrinha para se proteger, para o caso do sol lhe trocar as voltas. Com uma colher na mão, para comer um gelado, olha para o largo e comenta: “Já você tinha visto uma coisa destas? Isto é tudo antigo. Tem mais de 500 anos. É tudo feito em pedra e cal”. E rapidamente aponta outras virtudes da terra: “Já viu aqueles prédios ali atrás. Coisa bonita. Prédios lindos”. Na verdade, é assim que explica o progresso na sua terra. “Há muita gente de fora. Há gente de Lisboa que tem cá casa. Isto evoluiu muito. Antigamente era só este largo e pouco mais. Era tudo em terra”. Mas a crise, a tão falada e mal fadada crise, também não está a dar tréguas a Porto Covo. “As casas estão aí quase todas por alugar. Antigamente, por esta altura, já estava tudo alugado. Não há dinheiro. Agora

querem um fim de semana, uma semana, as semanas partidas ao meio e pouco mais”, conta Eugénio Rosa, lembrando, contudo, que também não é “barato” alugar uma casa na terra. Embora a crise, sempre a crise, já tenha obrigado a uma baixa de preços. “Se não baixarem os preços não as alugam”, adianta. Os homens continuam a conversa e só a mudam de sítio. Sentam-se na esplanada do café. Em tempos levavam a vida no mar. Agora apenas o avistam do alto da rua. Eram pescadores, agora já pouco ou nada pescam. “Fui pescador durante 50 anos. Pescava aqui na costa, mas cheguei a ir para Marrocos. Fui pescador por conta de outros e por conta própria. Tive dois barcos. Foi a minha vida. Mas fizeram-nos acabar com a atividade. Muitas restrições. Já ninguém consegue sobreviver do mar”, afirma Francisco Brissos.

Os homens fazem uma pausa e interrogam-se sobre o futuro dos jovens da terra. “Os moços só podiam voltar ao mar se desenvolvessem a pesca com outros sistemas, nomeadamente mais sofisticados. As leis têm de mudar. Quem fez as leis não as soube fazer. Quem as fez não percebe nada de pesca. Já experimentei uma vez fazer caldeirada de peixe com carne e não deu. Misturar uma ministra da Agricultura com pesca também não dá. Ou percebe de uma coisa ou percebe de outra. Ou não percebe de nada”, considera Francisco Brissos. Eugénio Rosa interrompe o raciocínio do antigo pescador e completa: “Não vale a pena. Trabalhámos anos e anos e temos estas reformas lindas. Uma miséria”. Francisco Brissos abana positivamente com a cabeça. Enquanto os homens discutem a vida, Bruno Gervásio, jovem e filho da terra, sobe a rua com um saco de rede numa das mãos.

Lá dentro avistam-se perceves. Foi cedo apanhá-los e agora procura quem os compre. Na outra mão um saco de mexilhão, que felizmente já tem freguês. Bruno apresenta-se descontraído, de calção, chinelos de praia e rastas na cabeça. Está na rua, mas na verdade está em casa. “Nasci e fui aqui criado. Toda a gente me conhece”, começa por dizer. Bruno espera pacientemente pelos futuros clientes na rua mais movimentada de Porto Covo, junto aos antigos pescadores. Apregoa o seu produto, que garante “ser de excelente qualidade”. Enquanto não aparece quem o queira, pede uma cerveja, para refrescar, para passar o tempo e para poder sentar-se na esplanada. “O mar ainda está a dar qualquer coisa. Tenho estes perceves para vender, mas peixe é que está pior”, conta. Bruno quer continuar a viver em Porto Covo e, por enquanto, garante que “a pesca ainda dá para viver”, mas só em conjunto com a “agricultura”. “Sou pescador e agricultor”, diz, com um sorriso. Os turistas, munidos de máquinas fotográficas, continuam a passar. Procuram as falésias, o mar azul, o pequeno porto de pesca. “Conhece a música do Rui Veloso”? “Foi ela que trouxe mais gente para aqui”, afirma. E as gentes da terra honram-se da melodia, tanto que atribuíram o nome de Rui Veloso e Carlos Tê a duas ruas da pequena localidade. Pelo largo deambulam alguns turistas e Joaquim Neves, com a sua cadela ciumenta, a Lassie. “Não gosta que alguém se aproxime de mim”, explica com um sorriso o antigo pescador. Junto à igreja avista quem passa, mas garante: “Isto ainda está fraco, mas vai animar”. “Temos boas praias. Gostam disto”. A cadela volta a rosnar e Joaquim Neves segue a caminhada, não a quer irritar. E a vida continua, aqui, no lugar de Porto Covo.


Diário do Alentejo 8 junho 2012

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Luís Gil Presidente da Junta de Freguesia de Porto Covo Quantas pessoas vivem em Porto Covo?

Ilha do Pessegueiro

Novo parque de merendas

Em frente à ilha do Pessegueiro fica aquela que é conhecida como a praia da ilha, com condições para a prática de windsurf, passeios de barco e pesca desportiva. Junto à praia pode ver-se uma fortaleza do século XVII, em parte destruída pelo terramoto de 1775. Na ilha do Pessegueiro, que inspirou o músico Rui Veloso, que lhe dedicou uma canção, podem ser apreciadas a fortaleza do século XVII, as ruínas de um porto romano e uma capela quinhentista. No verão é possível visitar a ilha em barcos de pesca ou de passeio. Perto da praia da ilha do Pessegueiro existe ainda um parque de campismo.

Recentemente foi inaugurado, em Porto Covo, o Parque de Merendas “Arnaldo Vilhena”. Arnaldo Vilhena, como membro da Assembleia Municipal de Sines, em 1985, foi um dos mentores do processo para a instalação da freguesia de Porto Covo. A freguesia resolveu agora prestar-lhe homenagem. O Parque de Merendas, construído junto ao Jardim Público de Porto Covo, pretende ser “uma zona de lazer, de diversão e de reunião de amigos e familiares”. A infraestrutura está ao dispor da população e dos visitantes desde o dia 1 de maio.

Entre 1 300 e 1 400 pessoas. É uma população que varia. Temos muita gente que trabalha em Sines, que vai e vem. Temos capacidade de habitação para muitas mais pessoas. Há casas que estão fechadas durante a maior parte do ano. A terra perdeu ou ganhou habitantes?

Temos perdido. Todos os anos temos menos residentes e parece que é uma tendência. Pensando que se podia inverter esta situação, fizeram-se algumas coisas, mas que não nutriram efeitos. De facto estamos a perder população. E essa fuga dá-se essencialmente para onde?

Não sei bem para onde. Julgo que seja para Sines e para Vila Nova de Milfontes. Tem muito a ver com a falta de condições que são dadas aos jovens da terra para construírem as suas próprias habitações. O terreno é bastante caro em Porto Covo. É um mercado que não é acessível aos jovens de Porto Covo, que acabam por optar por outras zonas. O mar ainda é o sustento destas gentes?

Já foi. Neste momento, praticamente, não há pescadores profissionais em Porto Covo. Temos um pescador aqui a fazer pesca profissional. Temos depois alguns que a base é mais Sines e que no verão aproveitam para fazer aqui em Porto Covo, devido às condições que tem. Quando chega ao fim do verão vão para Sines. As pessoas estão obrigadas a desistir desta atividade. Temos alguns jovens e, felizmente, vão conseguindo colocar-se em empresas em Sines e, numa fase bastante recente, vários jovens conseguiram trabalho no porto de Sines. No entanto, devo dizer que durante vários anos não fomos muito beneficiados. Os nossos jovens, muitas vezes devido às habilitações que tinham, eram preteridos em relação a pessoas que vinham de outros lados. A população de Porto Covo não beneficiou diretamente com empregos que resultaram do desenvolvimento na zona de Sines. Beneficia, contudo, indiretamente, com o aluguer de algumas casas. Mas Porto Covo tem-se desenvolvido. Tem um novo pavilhão multiusos, há novas habitações…

Porto Covo tem crescido bastante, mas deve ser dito que quase metade das casas de Porto Covo estão fechadas. São propriedade de pessoas que compraram aqui casa e que só cá passam uns dias de vez em quando. E em termos turísticos?

Tradicional Ouriçada

Festas de agosto

A Ouriçada da Páscoa é já uma tradição em Porto Covo. Na verdade, a organização oferece, sempre que o mar o permite, os ouriços e outros mariscos. São sempre servidos petiscos como carapaus fritos com arroz de tomate, feijoada e grelhados no carvão. A baía de Porto Covo, por esta altura, é sempre palco de muita animação, de convívio e de partilha. Ou não fosse esta uma terra à beira mar plantada.

No final de agosto realizam-se as Festas em Honra de Nossa Senhora da Soledade, que podem, no entanto, começar mais cedo, alongando-se os dias de comemorações. Acontecem sempre bailes, concertos, espetáculos e fogo de artifício. A tradicional corrida aos patos na baía ainda continua a realizar-se com a mesma força de outros tempos.

Tem decrescido. Temos cada vez menos gente a passar férias em Porto Covo e isto é um ciclo. Quanto menos pessoas vêm, menos pessoas têm vontade de abrir equipamentos. De facto há uma redução significado. Há muita gente que vem e volta no mesmo dia. Muita gente que passa só um fim de semana. Muita gente que traz o seu farnel e come à beira mar. Acho que isto também tem muito a ver com a crise que o País atravessa.


Despertar organiza torneio de futebol de 7

Diário do Alentejo 8 junho 2012

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Desporto

O Despertar Sporting Clube vai realizar um torneio popular de futebol de 7, a disputar no campo sintético n.º 1 do Complexo Desportivo Fernando Mamede, na cidade de Beja. A prova inicia-se na próxima segunda-feira, dia 11, vai prolongar-se ao longo de quatro semanas e os jogos realizam-se de segunda a sexta-feira.

Andebol Zona Azul recebe o Módicus Zona Azul e Módicus de Sandim jogam amanhã, sábado, pelas 17 horas, no Pavilhão de Santa Maria, em Beja, a 10.ª e última jornada da fase final do Campeonato Nacional de Andebol da 3.ª Divisão. Trata-se de um jogo em que os bejenses apenas cumprem calendário, depois de no passado fim de

semana terem perdido em Samora Correia (por 26/20) e terem sido afastados da possibilidade de chegarem ao terceiro lugar. Já a equipa de Sandim, atualmente no segundo lugar, pode precisar de vencer em Beja para manter essa posição. O Boa Hora lidera a prova, com 25 pontos, a Zona Azul está no 5.º e antepenúltimo lugar, com 15. Seleção AF Beja sub-14 Pedro Varela Diogo Inácio Desportivo de Beja Nuno Almeida Guadiana José Reis Emanuel Tavares João Infante Moura Henrique Vieira Ferreirense Rodrigo Amaro Ourique Pedro Silva Daniel Rosalino Milfontes Gonçalo Dias Castrense Sérgio Encarnação Boavista Filipe Pimenta Pedro Seco Marco Castilho Gonçalo Fradinho Joaquim Silva João Serra Tomás Romão Vasco Caçoila Despertar

António Cachola quer fazer melhor do que no passado

Sub-14 preparam “Lopes da Silva” A Associação de Futebol do Beja vem preparando a sua seleção distrital de sub/14 para o Torneio Nacional Interassociações que este ano se realiza na cidade de Ponta Delgada, nos Açores, entre os próximos dias 23 e 30. Texto e fotos Firmino Paixão

E

ntre as várias etapas de formação já percorridas, sobressai o torneio que a associação bejense organizou em Vidigueira, com a participação das suas congéneres de Algarve, Setúbal e Portalegre (venceu a equipa algarvia). Avaliando a participação bejense nessa competição (4.º lugar), que antecipou outros compromissos a convite das estruturas de Évora (vitória sobre a seleção de Évora (4/2 em Oriola) e do Algarve (torneio a disputar em Olhão), o técnico António Cachola, selecionador da formação bejense,

considerou que foi, apenas, um teste rumo ao Torneio Lopes da Silva e revelou: “A grande observação já foi feita, agora começamos a trabalhar na construção da equipa. Este foi o primeiro teste, podia ter corrido melhor, mas não correu mal”. E acentuou: “O importante é a entrega dos jogadores e as melhorias que temos vindo a registar ao longo do tempo que temos trabalhado juntos. Ainda faltam alguns treinos e alguns jogos até chegarmos ao objetivo final, mas temos esperança que a equipa vá crescendo”. O treinador assume que vai competir com realidades diferentes: “Na verdade, aqui reflete-se bem a realidade do nosso futebol distrital, a grande diferença que existe entre estas equipas e a do nosso distrito. Não será fácil para a equipa de Beja perspetivar grandes resultados, podemos é prometer trabalho sério, sempre a pensarmos na evolução do próprio jogador e proporcionar-lhes nos

Não será fácil para a equipa de Beja perspetivar grandes resultados, podemos é prometer trabalho sério, sempre a pensarmos na evolução do próprio jogador

treinos, e nos jogos, algo que eles, por vezes, nos clubes não fazem, podendo sair daqui alguma maisvalia para esses clubes”, salientou. Referindo-se ao leque de escolhas que compõem a equipa da AF Beja, o técnico afirma: “Esta será a base da equipa que disputará o Torneio Lopes da Silva, poderão existir ainda algumas alterações, saída de jogadores e entrada de outros que também já observámos, não os podemos ter todos em permanência a treinar connosco, mas há possibilidade de este grupo não ficar por aqui”. António Cachola enumera outras etapas de formação já agendadas, dizendo: “A equipa continuará a trabalhar sempre às quartas-feiras em Beja, fizemos um jogo em Oriola contra a equipa de Évora, teremos um torneio em Olhão e esse será o nosso último ensaio antes da presença no Torneio Lopes da Silva”. Perspetivando a competição que, este ano, deixou o Jamor para

se disputar nos Açores, o treinador confessa: “A perspetiva será sempre fazer um pouco melhor do que fizemos no ano passado, sabendo que não é fácil. O primeiro jogo do torneio é sempre decisivo, no ano passado começámos com o Porto que foi finalista, este ano começamos com Lisboa que foi a vencedora do ano passado”. Cachola assinala ainda: “Às vezes o início do torneio pode marcar aquilo que se vai passar a seguir, esperemos que isso não aconteça e que todos desfrutemos da oportunidade de estarmos num torneio deste nível e que seja uma boa montra de observação destes jogadores por outras equipas que lhe possam proporcionar outras experiências. Essa é a motivação que queremos transmitir aos nossos jogadores”, concluiu. O grupo onde se insere a equipa Beja no próximo torneio nacional inclui as equipas de Lisboa, Angra do Heroísmo, Bragança, Madeira e Portalegre.


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A Associação Juvenil Desportiva e Cultural Remoinho, com sede no Bairro dos Moinhos, na cidade de Beja, promoverá durante o mês de julho um conjunto de atividades que designam de “Noites nos Moinhos II”. O certame decorrerá no polidesportivo do bairro e inclui um torneio de futsal, jogo da malha, jogo da sueca, torneios de setas e de matraquilhos. Nos dias 6 e 7 de julho haverá animação musical com bailes e durante o evento também haverá animação para crianças.

Diário do Alentejo 8 junho 2012

Desporto no bairro dos Moinhos em julho

234 232 310 78 180 388 388 414 130 78 387 336 414 78 338 260 232 310 258 208 26 208 78 25 104 52 130 26 52 52 26 50

511 480 587 137 287 603 593 623 195 116 570 471 564 106 449 332 296 392 320 229 28 219 75 24 96 46 96 16 36 31 14 26

2.18 2.06 1.89 1.75 1.59 1.55 1.52 1.50 1.50 1.48 1.47 1.40 1.36 1.35 1.32 1.27 1.27 1.26 1.24 1.10 1.07 1.05 0.96 0.96 0.92 0.88 0.73 0.73 0.69 0.59 0.53 0.52

Classificação ordem pontual

9 9 12 3 7 15 15 16 5 3 15 13 16 3 13 10 9 12 10 8 1 8 3 1 4 2 5 1 2 2 1 2

Média pontos por campeonato

2.00 – – 2.50 – 1.42 1.57 1.30 1.03 – 1.57 2.15 1.80 1.73 – 1.50 – – 1.96 – – 1.07 0.92 – – – 0.80 – – – – –

% Época anterior

2.50 – – – – 1.46 1.50 1.92 1.11 – 1.53 1.53 1.65 1.42 – 2,26 – – 0.30 – – 0.84 1.15 – – – 0.69 – – – – –

% Pontos por jogo

65 – – – – 38 39 50 29 – 40 40 43 37 – 59 – – 8 – – 22 30 – – – 18 – – – – –

Total de pontos

Castrense Aljustrelense Moura AC Despertar CD Neves Almodôvar FC Serpa Ferreirense Desportivo Ourique DC Aldenovense Odemirense V. Gama Vid. Rosairense Piense SC Milfontes Cabeça Gorda Entradense Sp. Cuba Barrancos FC Amarelejense São Marcos CD Panoias Renascente Baleizão Messejanense Guadiana B. Conceição Salvadense Juv. Boavista St.ª Clara São Domingos

% Pts/jogo

Total de jogos

1.º 2.º 3.º 4.º 5.º 6.º 7.º 8.º 9.º 10.º 11.º 12.º 13.º 14.º 15.º 16.º 17.º 18.º 19.º 20.º 21.º 22.º 23.º 24.º 25.º 26.º 27.º 28.º 29.º 30.º 31.º 32.º

Pts

Campeonatos realizados

Clubes

Campeonato 2011/12 26 jornadas

% Época anterior

Classificação

Eduardo Rodrigues, treinador do Aljustrelense

2.14 – – – – 1.56 1.53 1.47 1.59 – 1.46 1.39 1.34 1.32 – 1.16 – – 1.34 – – 1.08 0.86 – – – 0.75 – – – – –

56.7 53.3 49 45.6 41 40.2 39.5 38.9 39 38.6 38 36.2 35.2 35.2 34.5 33.2 32.8 32.6 32 28.6 28 27.3 25 24 24 23 19.2 19 18 15.5 14 13

7.º 8.º 4.º 19.º 15.º 2.º 3.º 1.º 18.º 20.º 5.º 9.º 6.º 21.º 10.º 12.º 14.º 11.º 13.º 16.º 28.º 17.º 24.º 30.º 22.º 25.º 23.º 31.º 26.º 27.º 32.º 29.º

Total de golos M–S 473 – 201 533 – 204 679 – 371 139 – 93 305 – 252 675 – 550 655 – 515 669 – 556 191 – 179 151 – 95 708 – 568 520 – 514 682 – 690 115 – 126 530 – 559 418 – 489 324 – 403 444 – 554 372 – 472 307 – 410 29 – 41 272 – 418 97 – 175 27 – 45 121 – 259 55 – 123 121 – 303 32 – 57 53 – 117 42 –117 24 –69 33 –167

Da época de 1995/96 até 2011/12

As contas do “Distritalão”

D

esde 1995/96, época em que as vitórias passaram a valer três pontos, a AF de Beja organizou 17 campeonatos da 1.ª Divisão Distrital. Nota-se que o Ferreirense e o Vasco da Gama de Vidigueira apenas não disputaram um campeonato: o primeiro por ter estado na 2.ª Distrital; e o segundo por ter disputado uma época a 3.ª Divisão Nacional. Seguem-se o Almodôvar, Serpa e Aldenovense, com 15 campeonatos disputados, cada um. Daqui lançamos a sugestão ou proposta que o clube (ou clubes) que primeiro chegue aos 20 campeonatos receba o prémio ou taça “Persistência ou continuidade”. Se este escriba-autor da tabela anual não chegar até lá, com certeza que teremos alguém do “DA” que com a preciosa ajuda de uma calculadora (e dividindo os pontos pelos jogos dos 14 clubes de cada época) porá os clubes em ordem por percentagem. O mesmo com certeza para a coluna da média de pontos por campeonato. Mas descansai que este, José Alentejano, também é persistente e vai continuando… Que o “Diário do Alentejo” também vá continuando! E por muitos anos. Como era de prever, o Castrense, com bom treinador e bons jogadores, foi campeão. Igualou o Aljustrelense em número de campeonatos, mas como tem melhor percentagem, porque fez mais pontos, está presentemente em primeiro lugar.

O clube de Aljustrel e mais 12 clubes têm menos dois jogos do que deviam ter. A razão disso é porque o campeonato de 1997/98 foi disputado com menos uma equipa. Esse teve 24 jornadas em lugar das normais 26. Ao contrário de todos os outros clubes que têm número par de jogos, o Aldenovense e o Renascente têm número ímpar de jogos. No final (ou fase final) da época de 1995/96 estes dois clubes não jogaram um jogo entre si… Cá por mim não gosto de navios ou jogos fantasmas, não me importo que o jogo faltoso fosse realizado em ar de festa e para endireitar as contas dos jogos. A propósito de outras contas, as despesas desse jogo seriam da AF Beja e a receita seria para a família mais pobre da localidade. O autor achou por bem incluir na tabela quatro clubes com um só campeonato realizado e que percentualmente até estão à frente de outros… Faltou só mencionar dois clubes com um campeonato. Como um deles só fez cinco pontos e o outro clube só amealhou um pontinho, não os incluí por atenção aos seus adeptos. Mas se voltarem à 1.ª Distrital serão incluídos, pois. Portanto, desde a época que nos reportamos, já participaram 34 clubes, parecendo ter entrado dois “novos” clubes por época… José Ramos Caparica, Almada

Eduardo Rodrigues revela fragilidades do Mineiro

Fizeram das fraquezas força É tempo de balanço de uma época em que o Mineiro Aljustrelense passou por alguma instabilidade organizativa, com os jogadores a fazerem greve aos treinos e a reclamarem subsídios em atraso. Texto e foto Firmino Paixão

E

duardo Rodrigues foi o alicerce sobre o qual se construíram os bons resultados desportivos e se disfarçaram as carências estruturais. A equipa assegurou a manutenção na primeira fase da prova, e na etapa complementar a subida de divisão andou ali muito perto. Nesta altura antigos e atuais dirigentes contam espingardas e contabilizam o défice da temporada, só depois se conhecerá um novo projeto diretivo que ponha ordem na casa e satisfaça os compromissos financeiros em atraso. O técnico faz o seu balanço da temporada, mas na hora de olhar o futuro interroga-se sobre uma eventual continuidade em Aljustrel. Qual é o balanço faz da última época?

Penso que conseguimos aquilo que era pretendido – a manutenção – e até bastante cedo, tendo em conta a forma atribulada como a época começou. Tudo ficou a dever-se ao nosso esforço, trabalho, dedicação e empenho. Toda a gente sabe as dificuldades por que passámos e isso deu-nos mais força para trabalharmos todos os dias. Conseguir a manutenção na primeira fase retirou pressão ao plantel?

Naturalmente, e até às duas últimas jornadas ainda estávamos a sonhar com a 2.ª Divisão, embora isso nunca tivesse sido falado, mas a verdade é que andámos lá perto. A segunda divisão nacional chegou a ser uma miragem?

Eu penso que também fomos afastados desse trajeto. Não gosto de falar de arbitragens, mas em Sesimbra foi uma coisa escandalosa, e depois, em casa com o Quarteirense, fomos afastados de uma possível vitória. Os atletas do Mineiro fizeram uma

época de muita coragem…

O sucesso deles deve-se a isso, e sobretudo ao grupo mais veterano. São jogadores com muito caráter, com muita dignidade, que gostam imenso do clube e que deram provas evidentes disso. Estou a lembrar-me do Nelson Raposo, do Estebaínha, do Nuno Alves, do Paulo Serrão, do Duarte, eles souberam transmitir aos mais novos o que é a mística deste clube. Os mais novos trouxeram muita qualidade e também foram importantes para segurar o barco. Com um treinador muito paciente e tolerante para com as dificuldades…

É verdade, e isso resume-se ao facto de em ano e meio de mandato desta direção do clube terem passado por cá cinco treinadores. Se calhar isso diz alguma coisa. Sentiu-se um homem só ou foi um treinador apoiado?

Apesar de todas as dificuldades, o maior apoio que sentimos foram as vitórias e os resultados que conseguimos. Do resto não vale a pena falar, tentaremos resolver cá dentro. Acho que foi muito importante o que conseguimos, num ano em que o Mineiro teve menos orçamento e a duas jornadas do fim, recordo, ainda lutávamos pela subida de divisão. Vai continuar em Aljustrel na próxima época?

Não sei, vão realizar-se eleições para os órgãos sociais do clube e ainda não sei qual é que vai ser o meu futuro. Sairá de Aljustrel mais enriquecido como homem e como treinador?

Sim, os grupos ficam muito mais fortes perante as dificuldades. Quando as coisas correm sempre bem e são corretas por vezes não se constituem grupos tão coesos. Havendo dificuldades, naturalmente que ninguém deseja passar por elas, mas existindo qualidade e a motivação dos recursos humanos sobressaem, foi o que nos aconteceu, tivemos um grupo bastante forte. Soubemos lidar com a situação, aliás, ainda estamos a lidar com ela, mas temos a consciência de que desportivamente a época foi bem-sucedida.


Nacional de Kayak Mar este fim de semana

Diário do Alentejo 8 junho 2012

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A primeira etapa do Campeonato Nacional de Kayak Mar, competição organizada pela Federação Portuguesa de Canoagem, realiza-se no próximo fim de semana, entre Vila Nova de Milfontes e Zambujeira do Mar. A prova terá a distância de 23 quilómetros ao longo da costa e terá início às 10 horas.

Líderes do Despertar José Saúde

Atletismo: Beja no Olímpico Jovem Nacional Decorreu na pista de atletismo de Fátima a 30.ª Final Nacional do Torneio Olímpico Jovem, com a presença de seis centenas de atletas em representação de todas as associações distritais e uma representação de Macau. A prestação dos atletas bejense foi excelente, saldando-se pela conquista de cinco medalhas (Digo Luz, das Neves, com duas de prata; Felipe Silva, do Bairro

da Conceição, com prata; Catarina Abreu, das Neves, com bronze; e Maria do Rosário Silva, do Messejana, com bronze) e a obtenção de sete recordes distritais. Coletivamente a Associação de Atletismo Beja obteve o 11.º lugar, com 197 pontos, não conseguindo assim a manutenção no grupo A. Refira-se que Évora subiu ao grupo A fazendo o percurso inverso de Beja, com 193 pontos, e Portalegre ficou em último lugar com apenas 50 pontos.

Um movimento associativo de jovens para jovens

“Ferreira Ativa” no rumo certo O movimento associativo “Ferreira Ativa” foi fundado em dezembro de 2003 por iniciativa de um grupo de jovens que comungavam do gosto pela prática de desportos de aventura. Texto e foto Firmino Paixão

U

m projeto com um percurso bem-sucedido, abrangente e multidisciplinar, essencialmente dirigido à comunidade ferreirense e privilegiando o contacto com a natureza. Assumindo-se como a segunda entidade mobilizadora do concelho, depois do futebol, a “Ferreira Ativa” já formou campeões com grande visibilidade. O kayak polo é uma modalidade que tem levado para Ferreira do Alentejo competições nacionais e estágios de seleções, mas o sucesso deste movimento juvenil não se limita às atividades aquáticas, como revela o seu presidente, José Diogo Branco. Nove anos depois da fundação, como está o movimento associativo “Ferreira Ativa”?

Ao nível do kayak polo não estamos muito bem, temos poucos atletas, muitos estão deslocados e acabamos por treinar pouco, fazemos por isso, mas gostáva-mos de estar um pouco melhores. Esperemos que no próximo ano possamos contar com mais um ou outro atleta. Mas a vossa atividade não se limita ao kayak polo…

Nas outras modalidades temos o ténis em bom nível, temos o vice-campeão regional de sub/12, temos também seis atletas no bmx freestyle, no campeonato regional do Algarve, também com boas prestações; no BTT não temos competição mas acabamos por participar em muitos passeios e, ao fim ao cabo, também representamos o nosso concelho. No skate temos alguns jovens a praticar e a participar em provas.

Desporto aventura José Diogo Branco, presidente do movimento associativo Ferreira Activa

Às vezes damos um bocado mais de nós para suprirmos certas carências, mas basta-nos ver a satisfação dos nossos jovens quando saem para conhecerem outras paragens e contactar com outros atletas. Esse sentimento não tem preço. não conseguiu o objetivo principal que era os “mínimos” para os Jogos Olímpicos. Temos estado a apoiá-lo, com uma grande ajuda também do município de Ferreira do Alentejo.

Na marcha atlética estão com enorme visibilidade…

A vossa atividade abrange toda a comunidade dispersa pelas várias freguesias?

Temos agora o Dionísio Ventura, que foi representar a seleção de Portugal no Campeonato do Mundo, na Rússia. Acabou por ser o segundo melhor português mas, infelizmente,

Sim, por exemplo, no ano passado realizámos a nossa prova por equipas em BTT em Figueira de Cavaleiros, teve um grande sucesso e esteve na origem da formação de uma equipa

naquela freguesia. Nos safaris fotográficos vamos sempre para as freguesias e tentamos o máximo possível divulgar todas as nossas atividades por todas as freguesias do concelho. O movimento tem também uma vertente de prestador de serviços na organização de eventos...

A prestação de serviços, desde há dois anos, tem sido muito pouca, temos diminuído as nossas receitas. Para além do apoio que o município nos dá, nós procuramos outras receitas, mas a prestação de serviços tem vindo mesmo a diminuir e, este ano, por exemplo, ainda não tivemos nenhum evento, o que nos retira uma fonte de financiamento direto e que terá a ver com a própria crise que o País atravessa, em que as pessoas deixem de procurar essas atividades Têm outras fontes de financiamento?

Acabamos sempre por fazer algumas receitas, as atividades pagam-se a elas próprias, nomeadamente as recreativas. Aquelas que organizamos para toda a comunidade acabam por ser autossuficientes, mas as atividades de competição são também suportadas por esses eventos e pela quotização dos nossos associados. As dificuldades do movimento associativo são cada vez maiores…

São muitas sim, ninguém faz ideia do que é pôr tanta gente a mexer, nós temos cerca de 65 atletas a representar várias modalidades e isso acarreta muitos encargos, por exemplo com inscrições, só ao nível do ténis, temos sempre despesas fixas, depois os veículos, os seguros, é muito difícil pôr esta máquina a funcionar com o pouco que temos. Mas esperamos poder continuar a fazê-lo, com todo o gosto, porque todos os órgãos sociais do clube ocupam os seus tempos livres nisto e esperamos que no futuro seja possível continuarmos a proporcionar estas atividades e todas as modalidades a todas as pessoas do nosso concelho. Qual é a vossa representatividade no movimento associativo local?

Ao nível de dinâmica desportiva do concelho de Ferreira do Alentejo acabamos por ter cinco modalidades, 65 atletas. Acabamos por ter uma grande amplitude de modalidades e de apoios, fazemos questão de apoiar todos os jovens, porque isto é um meio pequeno, todos merecem a nossa atenção e para isso é que trabalhamos. Às vezes damos um bocado mais de nós para suprirmos certas carências, mas basta-nos ver a satisfação dos nossos jovens quando saem para conhecerem outras paragens e contactar com outros atletas. Esse sentimento não tem preço.

Dissecando o conceito da verdade desportiva no palanque do Despertar Sporting Clube ao longo do tempo, existe uma fonte que ainda hoje ergue bem alto o nome do velhinho “Rasga”: o mundo do dirigismo. Nos anos vinte, século passado, o grande orientador de uma aventura que conheceu parâmetros indestrutíveis, chamou-se Manuel Peladinho. O saudoso dirigente utilizou umas precárias instalações de uma antiga vacaria cedidas por Manuel Agostinho Dias, local designado por “Pega Azul”, onde se situa a atual rua Frei Amador Arraias, em Beja, e ali se construíram as bases para o futuro. Narram os anais da história que aquele espaço terá sido a primeira sede oficial da agremiação bejense. Do passado ressalta à estampa gentes cuja entrega ao emblema foi imaculada. Falo, com conhecimento próprio, de José Pereira, meu presidente nos tempos em que enverguei a camisola do clube nos escalões de formação, tratando-se o senhor “Zeca” Pereira um dirigente de caracter inabalável. Cruzo, depois, famílias mais recentes e ressalto, por exemplo, Mariano Baião, último líder, assumindo como verdade indesmentível que no rol de “comandantes da nau” do Despertar exalto Francisco Assunção com inteira justiça. Francisco Assunção foi um presidente que se dedicou de corpo e alma às hostes despertarianas. Fazia da sede a sua segunda residência oficial. O seu poder decisório inabalável. As suas deliberações vivamente aceites. Respeitava e fazia-se respeitar por uma massa associativa que via nele um divino deus. Francisco Assunção era um mestre no dirigismo. De um saber ancestral o Despertar tinha no seu presidente um verdadeiro guerreiro de “armas”. Ficou a sua biografia e a eterna ciência desportiva que enriqueceram gerações vindouras. Luís Mestre é o atual presidente do Despertar SC. Foi, recentemente, eleito. Bemhaja a sua voluntariedade. Acredito nas suas capacidades. Força, senhor presidente o Despertar merece tamanho esforço!


BTT na Rota do Medronho em Amoreiras Gare

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Brisas do Atlântico O município de Odemira promove no próximo domingo a edição 2012 das Brisas do Atlântico, evento que se disputa nas modalidades de cicloturismo, BTT, patinagem, pedestrianismo, atletismo, desporto adaptado e kayak mar. Esta edição tem como causa social ajudar a Associação Movimento 1Euro e as instituições locais de solidariedade social.

Diário do Alentejo 8 junho 2012

O Grupo Desportivo e Recreativo de Amoreiras Gare vai realizar no dia 1 de julho o 6.º Passeio BTT Na Rota do Medronho, simultaneamente a 4.ª prova da Taça do Algarve de XCM e com percursos de 30, 45 e 62 quilómetros.

Milfontes Beach Tennis Open O Torneio Internacional Milfontes Beach Tennis Open decorre entre hoje, sexta-feira, e domingo, dia 10, em Vila Nova de Milfontes, organizado pela Federação Portuguesa de Ténis e pela International Tennis Federation/Beach Tennis Circuit 2012, com o apoio do município de Odemira.

BTT Terras de Mato é uma prova bem-sucedida

A magia de melhorar todos os anos O Raid BTT Terras de Mato juntou cerca de 800 concorrentes e revelou que o espírito desta prova desportiva vai muito para além da presença das bicicletas nos trilhos da região. Texto e foto Firmino Paixão

N

os primeiros dias de abril de 2004 foi criada a secção de BTT e Cicloturismo do Clube Recreativo e Desportivo de Cabeça Gorda. No mês seguinte estavam a organizar o seu primeiro evento, um passeio que reuniu pouco mais de 130 participantes. Oito anos depois, o BTT do Ferrobico pôs de pé a oitava edição do raid Por Terras de Mato, inundando a avenida Alonso Gomes com cerca de 800 bicicletas. Uma organização bem conseguida, por todos elogiada, que desde há quatro anos evoca a memória de um antigo atleta falecido, instituindo o “Troféu João Bento”. Neste rico percurso em prol do desporto de natureza e divulgação da sua terra e da cultura das suas gentes, o clube

leva também a solidariedade para os seus trilhos, organizando eventos com caráter social, destacando-se os que organizaram a favor das vítimas do tsunami de 2005 na Ásia e de uma jovem da região com problemas de saúde. Assim o desporto tem mais encanto. Na primeira linha de concorrentes ao raid 2012, a oitava edição, lá estavam as elites: Vítor Gamito, vencedor da Volta a Portugal em 2000 com a camisola da extinta equipa Porta da Ravessa/Zurich, Hernâni Broco, ainda ciclista profissional da equipa espanhola Caja Rural, ou Sandra Araújo, que é só a campeã nacional de maratonas. Três estrelas a cintilar entre a multidão anónima e multicolorida que, com uma rigorosa pontualidade, se fez às estradas empoeiradas de Cabeça Gorda e freguesias vizinhas. Momentos antes da primeira pedalada, Vítor Gamito lembrou: “É o terceiro ou quarto ano que cá estou. Quando a qualidade dos eventos é grande, como está aqui à vista, gostamos sempre de voltar”. E justificou:

“Eles conseguem fazer uma coisa que é quase magia, conseguem melhorar de um ano para o outro, e o mais curioso é que esta é uma prova em que a maratona é apenas um pretexto para que um grupo de amigos se junte, e um grupo cada vez maior”. Gamito confessou ainda: “Este ano vim na véspera, qualquer dia terei que marcar férias para vir uma semana antes para a Cabeça Gorda, porque realmente vive-se aqui um ambiente incrível e a maratona é apenas uma parte da festa que começa um dia antes e que se prolongará pelo resto da tarde após a prova, por isso temos que pedalar agora um pedacinho para digerirmos tudo o que já comemos e arranjarmos lugar para o que vem a seguir”. Desvalorizando o seu favoritismo quando lhe perguntámos se ia vencer, disse: “Ganhar? Logo se vê!”. E lembrou: “Este ano até tenho aí um colega de profissão, o Hernâni Broco, ele tem um nível que não tem nada a ver com tudo o resto, inclusive eu. Nós somos amadores, desfrutamos da bicicleta, eu treinei muito bem para a

Transportugal, mas já lá vão duas semanas e desde aí praticamente não peguei nela e quando peguei fui atropelado, ainda estou com algumas mazelas, mas o que interessa mesmo é o convívio e que venham aqui grandes nomes como é o caso do Hernâni Broco, que é um dos grandes nomes da Volta a Portugal, como fui eu há 12 anos. Estão aqui duas gerações e isso também é muito bonito no BTT”, concluiu o recente vencedor do Transportugal BTT 2012, uma prova de 1 150 quilómetros (nove etapas) entre Bragança e Sagres. Hernâni Broco, ciclista nascido em Torres Vedras e licenciado em Fisioterapia, falou apenas em “desfrutar um pouco desta paisagem”: “Está um bom dia e devemos aproveitar ao máximo este evento e dar umas boas pedaladas aqui com todos estes amigos”. Sem o objetivo de vencer, Broco disse: “Venho para me divertir e para desfrutar, não venho com o intuito de ganhar, a intenção é usufruir deste ambiente e da bicicleta de montanha, uma vez que já não ando há algum tempo, é nesse

sentido que cá estou. O Vítor Gamito sim, será certamente o ciclista que está melhor preparado e já conhece este evento, eu apenas venho com o espírito de lazer”, concluiu o corredor da Caja Rural, que este ano já correu a Volta ao País Basco e o Grande Prémio Miguel Indurain. Classificações: 75 km femininos: 1.º

Sandra Araújo (Barbo Racing), 3.14.14 h. 2.º Marlene Emídio (Altimetria), 3.54.35. 3.º Inês Trancoso (individual), 4.25.01. 75 km masculinos: 1.º Vítor Gamito (Goldnutricion), 2.39.42 h. 2.º Hernâni Broco (Caja Rural), 2.42.01. 3.º Hugo Espigão (Superbikes), 2.45.10. 45 km femininos: 1.º Sílvia Ferreira (Cegonhas do Sado), 2.17.45 h. 2.º Cristina Costa (Orbea), 2.18.05. 3.º Sónia Carvalho (Superbikes), 2.21.23. 45 km masculinos: 1.º Arménio Rodrigues (Ermidense), 1.43.33 h. 2.º Filipe Coelho (Individual), 1.43.54. 3.º Hélder Silva (Lagoa do Calvo), 1.46.08.


saúde

22 Diário do Alentejo 8 junho 2012

Análises Clínicas

Medicina dentária ▼

Psicologia

Fisioterapia

Dr.ª Heloisa Alves Proença Médica Dentista

Centro de Fisioterapia S. João Batista

Directora Clínica da novaclinica

Laboratório de Análises Clínicas de Beja, Lda. Dr. Fernando H. Fernandes Dr. Armindo Miguel R. Gonçalves Horários das 8 às 18 horas; Acordo com beneficiários da Previdência/ARS; ADSE; SAMS; CGD; MIN. JUSTIÇA; GNR; ADM; PSP; Multicare; Advance Care; Médis FAZEM-SE DOMICÍLIOS Rua de Mértola, 86, 1º Rua Sousa Porto, 35-B Telefs. 284324157/ 284325175 Fax 284326470 7800 BEJA

Cardiologia

RUI MIGUEL CONDUTO Cardiologista - Assistente de Cardiologia do Hospital SAMS CONSULTAS 5ªs feiras CARDIOLUXOR Clínica Cardiológica Av. República, 101, 2ºA-C-D Edifício Luxor, 1050-190 Lisboa Tel. 217993338 www.cardioluxor.com Sábados R. Heróis de Dadrá, nº 5 Telef. 284/327175 – BEJA MARCAÇÕES das 17 às 19.30 horas pelo tel. 284322973 ou tm. 914874486

MARIA JOSÉ BENTO SOUSA e LUÍS MOURA DUARTE

Cardiologistas Especialistas pela Ordem dos Médicos e pelo Hospital de Santa Marta Assistentes de Cardiologia no Hospital de Beja Consultas em Beja Policlínica de S. Paulo Rua Cidade de S. Paulo, 29 Marcações: telef. 284328023 - BEJA

Exclusividade em Ortodontia (Aparelhos) Master em Dental Science (Áustria) Investigadora Cientifica - Kanagawa Dental School – Japão Investigadora no Centro de Medicina Forense (Portugal)

FERNANDA FAUSTINO Técnica de Prótese Dentária

FAUSTO BARATA

ALI IBRAHIM Ginecologia Obstetrícia Assistente Hospitalar Consultas segundas, quartas, quintas e sextas Marcações pelo tel. 284323028

HELENA MANSO

Rua General Morais Sarmento. nº 18, r/chão Telef. 284326841 7800-064 BEJA

CIRURGIA VASCULAR TRATAMENTO DE VARIZES Convenções com PT-ACS

CLÍNICA MÉDICA DENTÁRIA

JOSÉ BELARMINO, LDA. Rua Bernardo Santareno, nº 10 Telef. 284326965 BEJA

DR. JOSÉ BELARMINO Clínica Geral e Medicina Familiar (Fac. C.M. Lisboa) Implantologia Oral e Prótese sobre Implantes (Universidade de San Pablo-Céu, Madrid)

EM BERINGEL Telef 284998261 6ª e sábado das 14 às 20 horas DR. JAIME LENCASTRE Estomatologista (OM) Ortodontia

JORGE ARAÚJO Assistente graduado de ginecologia e obstetrícia ULSB/Hospital José Joaquim Fernandes

Oftalmologia

Neurologia

2ªs, 4ªs, 5ªs e 6ªs feiras, a partir das 14 e 30 horas

CLÍNICA MÉDICA ISABEL REINA, LDA.

Obstetrícia, Ginecologia, Ecografia CONSULTAS 2ªs, 3ªs e 5ªs feiras Rua Zeca Afonso, nº 16 F Tel. 284325833

FERNANDO AREAL MÉDICO

Consultor de Psiquiatria Consultório Rua Capitão João Francisco Sousa 56-A 1º esqº 7800-451 BEJA Tel. 284320749

CONSULTAS DE OBESIDADE

Consultas de 2ª a 6ª

Rua Capitão João Francisco

Generalista

Marcações pelo tm. 919788155

Dermatologia

Fisioterapia

Medicina dentária ▼

Luís Payne Pereira Médico Dentista

UROLOGISTA

Dr. José Loff

Urgências Prótese fixa e removível Estética dentária Cirurgia oral/ Implantologia Aparelhos fixos e removíveis

DR. MAURO FREITAS VALE

VÁRIOS ACORDOS

MÉDICO DENTISTA

Consultas :de segunda a sexta-feira, das 9 e 30 às 19 horas

Rua António Sardinha, 3 1º G 7800 BEJA ▼

Clínica Geral

MÉDICO UROLOGISTA RINS E VIAS URINÁRIAS Marcações de 2.ª a 6.ª feira a partir das 14 horas

Consultas às 6ªs feiras na Policlínica de S. Paulo Rua Cidade S. Paulo, 29 Marcações pelo telef. 284328023

BEJA Terapia da Fala

TERAPEUTA DA FALA

Consultas e domicílios de 2ª feira a sábado Tm: 967959568

Otorrinolaringologia ▼

FRANCISCO FINO CORREIA

Hospital de Beja Doenças de Rins e Vias Urinárias

CATARINA CHARRUA

Rua de Mértola, nº 43 – 1º esq. Tel. 284 321 304 Tm. 925651190 7800-475 BEJA

Marcações pelo telefone 284321693 ou no local

AURÉLIO SILVA

Praça Diogo Fernandes, nº11 – 2º Tel. 284329975

Clínica Dentária

HORÁRIO: Das 11 às 12.30 horas e das 14 às 18 horas pelo tel. 218481447 (Lisboa) ou Em Beja no dia das consultas às quartas-feiras Pelo tel. 284329134, depois das 14.30 horas na Rua Manuel António de Brito, nº 4 – 1º frente 7800-544 Beja (Edifício do Instituto do Coração, Frente ao Continente) Urologia

Consultas em Beja Clínica do Jardim

CONSULTAS às 3ªs e 4ªs feiras, a partir das 15 horas MARCAÇÕES pelos telfs.284322387/919911232 Rua Tenente Valadim, 44 7800-073 BEJA

DRA. TERESA ESTANISLAU CORREIA Marcação de consultas de dermatologia:

DOENÇAS DO SISTEMA NERVOSO

Rua Capitão João Francisco de Sousa, n.º 20 7800-451 BEJA Tel. 284324690

Rua do Canal, nº 4 7800 BEJA

HELIODORO SANGUESSUGA

Urologia

Médico Especialista pela Ordem dos Médicos e Ministério da Saúde

Marcações pelo telef. 284325059

Prótese/Ortodontia

Marcações pelo tel. 284311790 Rua do Canal, nº 4 - 1º trás 7800-483 BEJA

DR. A. FIGUEIREDO LUZ

de Sousa, 56-A – Sala 8

Consultório Centro Médico de Beja Largo D. Nuno Álvares Pereira, 13 – BEJA Tel. 284312230

Marcações de consultas de 2ª a 6ª feira, entre as 15 e as 18 horas Rua Dr. Aresta Branco, nº 47 7800-310 BEJA Tel. 284326728 Tm. 969320100

Chefe de Serviço de Oftalmologia do Hospital de Beja

Acordos com: ACS, CTT, EDP, CGD, SAMS.

Neurologista do Hospital dos Capuchos, Lisboa

CÉLIA CAVACO

Assistente graduada do serviço de oftalmologia do Hospital José Joaquim Fernandes – Beja

Especialista pela Ordem dos Médicos

DRª CAROLINA ARAÚJO

Obesidade

Médico oftalmologista

Consultas de Neurologia

Estomatologia Cirurgia Maxilo-facial

Consultas e ecografia

Psiquiatria

CONSULTÓRIOS: Beja Praça António Raposo Tavares, 12, 7800-426 BEJA Tel. 284 313 270 Évora CDI – Praça Dr. Rosado da Fonseca, 8, Urb. Horta dos Telhais, 7000 Évora Tel. 266749740

Acordos com A.D.S.E., ACSPT, CGD, Medis, Advance Care, Multicare, Seguros Minis. da Justiça, A.D.M.F.A., S.A.M.S. Marcações pelo 284322446; Fax 284326341 R. 25 de Abril, 11 cave esq. – 7800 BEJA

Oftalmologista pelo Instituto Dr. Gama Pinto – Lisboa

CONSULTAS EM BEJA 2ª, 4ª e 5ª feira das 14 às 20 horas

Rua António Sardinha, 25r/c dtº Beja

(Diplomada pela Escola Superior de Medicina Dentária de Lisboa)

Ginecologia/Obstetrícia

Assistente graduado de Ginecologia e Obstetrícia

Cirurgia Vascular

Oftalmologia

JOÃO HROTKO

Fisiatria Dr. Carlos Machado Psicologia Educacional Elsa Silvestre Psicologia Clínica M. Carmo Gonçalves Tratamentos de Fisioterapia Classes de Mobilidade Classes para Incontinência Urinária Reeducação dos Músculos do Pavimento Pélvico Reabilitação Pós Mastectomia

Rua Manuel Antó António de Brito n.º n.º 6 – 1.º 1.º frente. 78007800-522 Beja tel. 284 328 100 / fax. 284 328 106

Vários Acordos

GASPAR CANO

DR. J. S. GALHOZ Ouvidos,Nariz, Garganta

MÉDICO ESPECIALISTA EM CLÍNICA GERAL/ MEDICINA FAMILIAR

Exames da audição

Marcações a partir das 14 horas Tel. 284322503 Clinipax Rua Zeca Afonso, nº 6-1º B – BEJA

Consultas a partir das 14 horas Praça Diogo Fernandes, 23 - 1º F (Jardim do Bacalhau) Telef. 284322527 BEJA


saúde

23 Diário do Alentejo 8 junho 2012

PSICOLOGIA ANA CARACÓIS SANTOS – Educação emocional; – Psicoterapia de apoio; – Problemas comportamentais; – Dificuldades de integração escolar; – Orientação vocacional; – Métodos e hábitos de estudo GIP – Gabinete de Intervenção Psicológica Rua Almirante Cândido Reis, 13, 7800-445 BEJA Tel. 284321592

Clínica Médico-Dentária de S. FRANCISCO, LDA. Gerência de Fernanda Faustino Acordos: SAMS, ADMG, PSP, A.D.M.E., Portugal Telecom e Advancecare Rua General Morais Sarmento, nº 18, r/chão; TEL. 284327260 7800-064 BEJA

_______________________________________ Manuel Matias – Isabel Lima – Miguel Oliveira e Castro – Jaime Cruz Maurício Ecografia | Eco-Doppler Cor | Radiologia Digital Mamografia Digital | TAC | Uro-TC | Dental Scan Densitometria Óssea Nova valência: Colonoscopia Virtual Acordos: ADSE; PT-ACS; CGD; Medis, Multicare; SAMS; SAMS-quadros; Allianz; WDA; Humana; Mondial Assistance. Graça Santos Janeiro: Ecografia Obstétrica Marcações: Telefone: 284 313 330; Fax: 284 313 339; Web: www.crb.pt Rua Afonso de Albuquerque, 7 r/c – 7800-442 Beja e-mail: cradiologiabeja@mail.telepac.pt

CENTRO DE IMAGIOLOGIA DO BAIXO ALENTEJO ECOGRAFIA – Geral, Endocavitária, Osteoarticular, Ecodoppler TAC – Corpo, Neuroradiologia, Osteoarticular, Dentalscan Mamografia e Ecografia Mamária Ortopantomografia Electrocardiograma com relatório António Lopes – Aurora Alves – Helena Martelo – Montes Palma – Maria João Hrotko – Médicos Radiologistas –

Dr. Sidónio de Souza – Pneumologia/ Alergologia/Desabituação tabágica – H. Pulido Valente Dr. Fernando Pimentel – Reumatologia – Medicina Desportiva – Instituto Português de Reumatologia de Lisboa Dr.ª Verónica Túbal – Nutricionismo – H. de Beja Dr.ª Sandra Martins – Terapia da Fala – H. de Beja Dr. Francisco Barrocas – Psicologia Clínica/ Terapia Familiar – Membro Efectivo da Soc. Port. Terapia Familiar e da Assoc. Port. Terapias Comportamental e Cognitiva (Lisboa) – Assistente Principal – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo. Dr. Rogério Guerreiro – Medicina preventiva – Tratamento inovador para deixar de fumar Dr. Gaspar Cano – Clínica Geral/ Medicina Familiar Dr.ª Nídia Amorim – Psicomotricidade/Educação Especial e Reabilitação (dificuldades específicas de aprendizagem/dislexias) Dr. Sérgio Barroso – Especialista em Oncologia – H. de Beja Drª Margarida Loureiro – Endocrinologia/ Diabetes/Obesidade – Instituto Português de Oncologia de Lisboa Dr. Francisco Fino Correia – Urologia – Rins e Vias Urinárias – H. Beja Dr. Daniel Barrocas – Psiquiatria – Hospital de Évora Dr.ª Lucília Bravo – Psiquiatria H.Beja , Centro Hospi-talar de Lisboa (H.Júlio de Matos). Dr. Carlos Monteverde – Chefe de Serviço de Medicina Interna, doenças de estômago, fígado, rins, endoscopia digestiva. Dr.ª Ana Cristina Duarte – Pneumologia/ Alergologia Respiratória/Apneia do Sono – Assistente Hospitalar Graduada – Consultora de Pneumologia no Hospital de Beja Dr.ª Isabel Santos – Chefe de Serviço de Psiquiatria de Infância e Adolescência/Terapeuta familiar – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo Dr.ª Paula Rodrigues – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr.ª Luísa Guerreiro – Ginecologia/Obstetrícia Dr.ª Ana Montalvão – Hematologia Clínica / Doenças do Sangue – Assistente Hospitalar – Hospital de Beja Dr.ª Ana Cristina Charraz – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr. Diogo Matos – Dermatologia. Médico interno do Hospital Garcia da Orta. Dr.ª Madalena Espinho – Psicologia da Educação/Orientação Vocacional Dr.ª Ana Margarida Soares – Terapia da Fala - Habilitação/Reabilitação da linguagem e fala. Perturbação da leitura e escrita específica e não específica. Voz/Fluência. Dr.ª Maria João Dores – Técnica Superior de Educação Especial e Reabilitação/ Psicomotricidade. Perturbações do Desenvolvimento; Educação Especial; Reabilitação; Gerontomotricidade. Enfermeira Maria José Espanhol – Enfermeira especialista em saúde materna/Cuidados de enfermagem na clínica e ao domicílio/Preparação pré e pós parto/amamentação e cuidados ao recémnascido/Imagem corporal da mãe – H. de Beja Marcações diárias pelos tels. 284 322 503 Tm. 91 7716528 | Tm. 916203481 Rua Zeca Afonso, nº 6, 1º B, 7800-522 Beja Clinipaxmail@gmail.com

ADVANCE CARE

Horário: de 2ª a 6ª feira, das 8 às 19 horas e aos sábados, das 8 às 13 horas

Dr. Luís Capela

endocrinologia|diabetes|obesidade Dr.ª Luísa Raimundo

pneumologia|consulta do sono Dr.ª Eulália Semedo

ginecologia|obstetrícia|colposcopia Dr.ª Ana Ladeira

otorrinolaringologia|ORL pediátrica ;ǀĞƌƟŐĞŵͮŽŶĐŽůŽŐŝĂ ĚĂ ĐĂďĞĕĂ Ğ ƉĞƐĐŽĕŽͿ

Dr.ª Dulce Rocha Nunes

Diversos Acordos

psiquiatria e saúde mental Dr. Daniel Barrocas

psicologia clínica Dr.ª Maria João Póvoas

psicologia educacional Dr.ª Silvia Reis

terapia da fala Terapeuta Vera Baião

ĮƐŝŽƚĞƌĂƉŝĂͮƌĞĂďŝůŝƚĂĕĆŽ ;ƉſƐͲ s ͬ ƉſƐͲĐŝƌƵƌŐŝĂͬ ƚƌĂƵŵĂƚŽůŽŐŝĂͬ ĐŝŶĞƐŝŽƚĞƌĂƉŝĂͬ ĐŽůƵŶĂͿ

Terapeuta Fábio Apolinário

cirurgia vascular Dr.ª Helena Manso

ŵĞĚŝĐŝŶĂ ĞƐƚĠƟĐĂ Dr.ª Nídia Abreu

podologia Dr. Joaquim Godinho

medicina dentária Dr. Jaime Capela (implantologia) ƌ͘ǐ ŶĂ ZŝƚĂ ĂƌƌŽƐ ;ŽƌƚŽĚŽŶƟĂͿ Dr. António Albuquerque

prótese dentária Téc. Ana João Godinho

cirurgia maxilo-facial Dr. Luís Loureiro

pediatria do desenvolvimento ƌ͘ǐ ŶĂ ^ŽĮĂ ƌĂŶĐŽ Terapia da Fala

psicomotricidade|apoio pedagógico Terapeuta Helena Louro

Convenções: ADSE, ACS-PT, SAD-GNR, CGD, MEDIS, SSMJ, SADPSP, SAMS, SAMS QUADROS, ADMS, MULTICARE,

medicina geral e familiar

Terapeuta da Fala VERA LÚCIA BAIÃO

Av. Fialho de Almeida, nº 2 7800 BEJA Telef. 284318490

Consultas em Beja CLINIBEJA – 2.ª a 6.ª feira Rua António Sardinha, 25, r/c esq.

Tms. 924378886 ou 915529387

Tm. 962557043

exames audiológicos Audiograma|Timpanograma

ƉƌſƚĞƐĞƐ ĂƵĚŝƟǀĂƐ Manutenção de todas as marcas Rua António Sardinha 23, 7800-447 Beja Telefone: 284 321 517 | Móvel: 961 341 105 | Fax: 284 327 331 clinibeja@gmail.com| www.facebook.com/clinibeja

www.clinibeja.com


institucional diversos

24 Diário do Alentejo 8 junho 2012 Diário do Alentejo n.º 1572 de 08/06/2012 única Publicação

Diário do Alentejo n.º 1572 de 08/06/2012 2.ª Publicação

Tribunal Judicial de Moura Secção Única

CÂMARA MUNICIPAL DE CASTRO VERDE

ANÚNCIO EDITAL N.º 54/2012 CONCURSO PÚBLICO PARA VENDA DE CORTIÇA NA ÁRVORE Francisco José Caldeira Duarte, Presidente da Câmara Municipal de Castro Verde: Torna público, que na sequência do seu despacho, datado de 4 de Junho de 2012, se encontra aberto concurso público para venda de cortiça na árvore. A alienação de cortiça na árvore é relativa a 14 sobreiros existentes na sua propriedade rústica denominada “Geraldes”, nas proximidades da localidade dos Geraldos. 1. Principais obrigações do adjudicatário: a) O adjudicatário deverá executar os trabalhos de descortiçamento, transporte e armazenamento de cortiça. b) O adjudicatário responde por quaisquer danos e prejuízos causados pelo descortiçamento, transporte e armazenamento da cortiça no pessoal que executa os trabalhos, bem como a terceiros e nas infraestruturas existentes. c) O adjudicatário terá que zelar pela não danificação das árvores; d) O adjudicatário é o único responsável pela preparação, planeamento e coordenação de todos os trabalhos necessários ao descortiçamento; e) Ficam a cargo do adjudicatário todas as despesas inerentes à elaboração das propostas, ao pagamento de quaisquer obrigações fiscais e outras que resultem do descortiçamento e venda de cortiça e do transporte e pesagem da mesma; 2. Local e data limite para apresentação das propostas: As propostas deverão ser entregues até às 17:30 horas do dia 14 de Junho de 2012, sob pena de não serem admitidas, na Secção Financeira e Património ou remetidas pelo correio sob registo e com aviso de receção. 3. Forma de apresentação e elementos que devem acompanhar a proposta: A proposta devidamente datada e assinada e redigida em língua portuguesa ou acompanhada de tradução devidamente autorizada, deve conter a identificação do proponente (Nome, Morada, N.º Bilhete de Identidade ou Cartão de Cidadão e Número de Identificação Fiscal), bem como o preço proposto, e deverão ser dirigidas ao presidente da Câmara Municipal, em carta fechada, em cujo rosto deverá constar a indicação: “Proposta para compra de cortiça na árvore (14 sobreiros)”. 4. Abertura das propostas: A abertura das propostas recebidas terá lugar no Edifício dos Paços do Município – Salão Nobre e realizar-se-á pelas 10 horas do dia útil que se seguir ao expirar do prazo para entrega das mesmas. Ao ato público pode assistir qualquer interessado, apenas podendo nele intervir os concorrentes e seus representantes legais, devidamente credenciados. 5. Adjudicação: O critério para a Adjudicação será feito segundo o preço mais alto das propostas apresentadas. Em caso de empate, será aberto, após leitura das mesmas, licitação verbal entre os concorrentes presentes, não sendo permitidos lanços inferiores a 20€ (vinte euros). A Câmara Municipal de Castro Verde, reserva-se o direito de não adjudicar, se entender que nenhuma das propostas apresentadas satisfaz os seus interesses, não resultando daí para a Câmara Municipal qualquer responsabilidade ou deveres de indemnizar os proponentes seja a que título for. 6. Modalidade de pagamento: O pagamento deve ser efetuado numa única prestação, no prazo de 8 (oito) dias úteis após a notificação da adjudicação. 7. Interpretação das cláusulas e casos omissos: Qualquer dúvida que seja suscitada na interpretação de algumas cláusulas deste edital, ou verificando-se existirem casos omissos, será a mesma esclarecida, ou suprida a omissão, por despacho do Presidente da Câmara. Para conhecimento geral se publica este e outros de igual teor, aos quais, para os devidos efeitos, vai ser dada a devida publicidade. Castro Verde, 4 de Junho de 2012 O Presidente, Francisco José Caldeira Duarte, Arq.

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25 Diário do Alentejo 8 junho 2012 Rua da Cadeia Velha, 16-22 - 7800-143 BEJA Telefone: 284311300 * Telefax: 284311309 www.funerariapaxjulia.pt E-mail: geral@funerariapaxjulia.pt

PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO

Funerais – Cremações – Trasladações - Exumações – Artigos Religiosos

Luísa da Conceição Pires Alves 1º Ano de Eterna Saudade …continuas a existir nos nossos corações… Marido, filhos e pais participam a todas as pessoas de suas relações e amizade, que será celebrada missa pelo eterno descanso da sua ente querida no dia 18/06/2012, segunda-feira, às 18.00 horas na Igreja Matriz de Beringel, agradecendo desde já a todos os que comparecerem ao acto religioso.

Joaquina Rosa Tecedeira Filhos, netos, noras, sobrinhas e restante família cumprem o doloroso dever de participar o falecimento da sua ente querida ocorrido no dia 28/05/2012, e na impossibilidade de o fazer individualmente vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que a acompanharam à sua última morada ou que de outra forma manifestaram o seu pesar.

Serpa PARTICIPAÇÃO

Selmes AGRADECIMENTO

(RETIFICAÇÃO) BEJA

NOSSA SENHORA DAS NEVES / BEJA

BEJA

SANTA CLARA DE LOUREDO

†. Faleceu o Exmo. Sr.

†. Faleceu o Exmo. Sr. JOSÉ

†. Faleceu a Exma. Sra. D.

†. Faleceu o Exmo. Sr. JOÃO

JACINTO MANUEL PENACHO, de 72 anos, natural de Nossa Senhora das Neves - Beja, casado com a Exma. Sra. D. Maria de Fátima do Sacramento Penacho. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 22 de Maio, da Igreja Paroquial do Carmo, para o cemitério de Beja.

FRANCISCO ROSA, de 72 anos, natural de Salvador Beja, casado com a Exma. Sra. D. Maria Eulália Silva e Silva Rosa. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 30 de Maio, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

CLOTILDE ROSÁRIO MURTEIRA AIRES, de 83 anos, natural de Santa Vitória - Beja, solteira. O funeral a cargo desta Agência realizouse no passado dia 31 de Maio, da Igreja Paroquial do Carmo, para o cemitério de Beja.

DA CRUZ GASPAR JÚNIOR, de 89 anos, natural de Santa Clara de Louredo - Beja, viúvo. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 2, da Casa Mortuária de Santa Clara de Louredo, para o cemitério local.

BEJA

SANTA CLARA DE LOUREDO

BEJA

MOMBEJA

†. Faleceu o Exmo. Sr. FRANCISCO FERNANDES CONDUTO, de 75 anos, natural de Mombeja - Beja, casado com a Exma. Sra. D. Maria Antónia Fialho Conduto. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 2, da Casa Mortuária de Mombeja, para o cemitério local.

(Retifica-se uma vez que erradamente se publicou o local de saída e cemitério do Penedo Gordo, pelo facto pedimos desculpa à família) BEJA

†. Faleceu a Exma. Sra. D. MARIA JOAQUINA DA CONCEIÇÃO FIGUEIRA, de 67 anos, natural de Santa Vitória - Beja, casada com o Exmo. Sr. Joaquim Januário Figueira. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 5, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

†. Faleceu a Exma. Sra. D. ANA ISABEL MORAIS ALHINHO, de 58 anos, natural de Beja. O funeral a cargo desta Agência realizouse no passado dia 5, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

†. Faleceu a Exma. Sra. D. CAROLINA BAPTISTA DA MATA, de 93 anos, natural de Santa Clara de Louredo – Beja, viúva O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 6, da Casa Mortuária de Santa Clara de Louredo, para o cemitério local.

Às famílias enlutadas apresentamos as nossas mais sinceras condolências.

†. Faleceu a Exma. Sra. D. MARIA JOSÉ MARQUES PEREIRA, de 62 anos, natural de Moçambique. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 6, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

Consulte esta secção em www.funerariapax-julia.pt

Faleceu a 05.06.2012

Nasceu 30.05.1934 Faleceu 05.06.2012 Sua família na impossibilidade de o fazer pessoalmente agradecem por este meio a todas as pessoas que a acompanharam á sua última morada ou de outro modo manifestaram o seu pesar.

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Marido, filhos e restante família cumprem o doloroso dever de participar o falecimento da sua ente querida ocorrido no dia 26/05/2012, e na impossibilidade de o fazer pessoalmente agradecem por este meio a todas as pessoas que a acompanharam à sua última morada ou que de outra forma manifestaram o seu pesar.

Faleceu em 18/04/2012 Sua mulher e filhos, na impossibilidade de o fazer pessoalmente, agradecem por este meio a todas as pessoas que acompanharam o seu ente querido à sua última morada, ou que de outra forma lhes manifestaram o seu pesar.

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É com pesar que participamos o falecimento do Sr. António Manuel Caracóis, de 71 anos, natural de Serpa, casado com a Sra. D. Maria de Lurdes Furão. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no dia 07/06/2012 pelas 10.00 horas, da Casa Mortuária de Serpa para o cemitério local. Apresentamos à família as cordiais condolências

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Diário do Alentejo 8 junho 2012

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Além …, pode ser longe ou perto, além pretende ende ser um “intervalo” na leitura ção mostrar aqui alguns trabalhos deste jornal. Pode, pois, ser visto com calma. É nossa intenção de pessoas ligadas a este sul. Gostávamos que, uma vez por mês, esta página fosse vista o, que seja simples como respirar: como quem recebe uma carta desenhada. Para além disto, além... pode estar alguém.

À espera do teu amor que é o meu de fingir que tenho saudades dum futuro que se ri de mim esta verdade que já não me serve de ter andado a dançar o tango comigo até que se apagou a lua tanto tempo perdido em ti e a vida a fugir dos meus sonhos

Quando cheguei já este mundo cá estava tudo o que fiz foi andar no sentido contrário ao da multidão

Ando a contar indecências ao meu anjo da guarda - Está um lindo dia para sair à rua Disfarçado de vento e passear por entre as saias das raparigas

Salada de frutas O teu corpo de maçã à espera de ser trincada O teu sorriso de avelã e os teus olhos tão doces de tangerina quase aposto que um só beijo faz estalar os teus lábios de romã

A minha contribuição para o desGoverno e para a crise Portugal é o país da cunha A “cunha” é considerada negativa 1 boa “cunha” é uma ajuda… Sugiro pois mudar-se para Portugal é o país da ajuda...

A um poeta andava sempre com sementes nos bolsos até que um dia floriu

além n.º 3: TEXTO Henrique Matos; IMAGENS Leonor Venâncio e Rui A. Pereira.


Pais...

queijinhos individuais e sementes para os olhos.

Realiza-se hoje, em Vila Nova de Milfontes, um concurso de papagaios. Pretende-se com esta iniciativa que os participantes tenham primor, originalidade e criatividade na elaboração dos papagaios, promovendo a homenagem aos aviadores António Jacinto de Brito Pais, José Manuel Sarmento de Beires e Manuel Gouveia e ao seu feito histórico. Papagaios de várias cores soltos ao vento.

27 Diário do Alentejo 8 junho 2012

Concurso de papagaios em Milfontes

A páginas tantas ... “Aqui perto, dois quintais abaixo e uma eira à esquerda, fica uma velha casa que está abandonada desde sempre ou, pelo menos, desde que me lembro de a ver. É muito parecida com as restantes casas das redondezas: janelas pequenas e uma porta a um palmo do chão e, no piso de cima, janelas maiores em madeira pintada. Da parte de trás, voltada para o que foi o quintal, fica uma escada de pedra com o resto de um corrimão de ferro que termina numa varanda pequena a segurar o telhado. Foi aí, num dos quartos do primeiro andar, que a história aconteceu já lá vai algum tempo...”. Texto de Nuno Casimiro e ilustrações de João Vaz de Carvalho, com a chancela da Bags of Books.

Agora não há desculpas para não comer queijo e até tu podes fazer estas caras divertidas

Dica da semana O jogo desta semana baseia-se no trabalho do artista Jim Noonan e combina ciência com arte. Para criares este pêndulo-aerógrafo aconselhamos-te a assistires ao vídeo pois será mais fácil seguir cada passo http://www. marthastewart.com/894554/ pendulum-painting?xsc=eml_ crd_2012_05_04&om_ rid=NsiuSU&om_mid=_BPo8XvB8d9Cl4k

A dica desta semana foge ao habitual e dá-te um filme, melhor dizendo, o trailer do filme “O Sapateiro” realizado por David Doutel e Vasco Sá, (Monstra – Melhor Filme Português/SPA Vasco Granja). Se gostas de animação aproveita e vai seguindo de perto a equipa que promete mostrar imagens do making of em http://www.osapateiro.com/trailer/index.html


28 Diário do Alentejo 8 junho 2012

O Floquinho é um lindo e jovem cão de porte médio. Foi encontrado na rua a precisar de cuidados médicos numa pata e num dos olhos e está a recuperar numa família de acolhimento temporário. É cego do olho direito, mas isso não interfere na sua qualidade de vida. Quanto estiver recuperado irá ser vacinado e poderá ser adotado. Procura-se uma família que trate o Floquinho como ele merece. Irá ser um companheiro e amigo excecional. Contactos: 962432844; sofiagoncalves.769@hotmail.com

Boa vida Comer Vitela estufada com feijãoverde e pão alentejano torrado Ingredientes para 4 pessoas: 1 kg. de vitela para cozer, 1 kg. de feijão-verde, 200 gr. de presunto, 4 dl. de vinho branco, 1 dl. de azeite, 1 folha de louro, 3 cebolas, 4 dentes, q.b. de sal, q.b. de colorau, q.b. de pimenta branca moída, 1 pão alentejano. Confeção: Corte a carne aos quadrados com mais ou menos três centímetros. Corte o presunto aos cubos pequenos. Num tacho coloque cebolas picadas, alhos picados, a folha de louro e o azeite. Deixe refogar um pouco. Junte a carne e o presunto e deixe cozinhar. Adicione o vinho branco e deixe ferver até evaporar o álcool. De seguida cubra a carne com água e tempere com sal e pimenta branca. Deixe cozinhar lentamente, com o tacho tapado. Quando a carne estiver quase cozida junte o feijãoverde cortado às tiras e o colorau. Retifique o tempero e sirva acompanhada com o pão torrado. Bom apetite…

António Nobre Chefe executivo de cozinha – Hotéis M’AR De AR, Évora

Jazz Guimarães Jazz/Toap Coletivo “Vol. V”

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pesar de ser em 2012 que Guimarães é Capital Europeia da Cultura (CEC), foi no ano passado que o Guimarães Jazz completou um aniversário redondo. Vinte anos. Duas décadas que indubitavelmente guindaram o evento vimaranense ao pódio dos mais relevantes festivais de jazz em Portugal. Com Ivo Martins ao leme, o Guimarães Jazz tem sabido, como talvez nenhum outro festival de jazz entre nós, combinar múltiplas tendências do jazz da atualidade, com uma coerência e uma regularidade notáveis. Mas em 2011 cumpriu-se também o sexto ano da celebrada parceria estabelecida entre a organização do festival e a editora Tone of a Pitch (TOAP) que contempla a apresentação única, em cada edição, de uma formação especialmente criada para o efeito (o TOAP Coletivo, concebido por André Fernandes), cuja atuação é gravada e o respetivo registo discográfico apresentado na edição do ano seguinte. Como frisa o diretor artístico do Guimarães Jazz nas notas que acompanham o disco, o momento comemorativo foi aproveitado para se operar uma “alteração estraGuimarães Jazz / TOAP tégica na correlação de forças” na Coletivo – “Vol. V” formação a apresentar. Se nas ediJulian Argüelles ções anteriores fora evidente uma (saxofones tenor forte presença de músicos nortee soprano), André americanos associados ao catálogo Fernandes (guitarra), Mário Laginha (piano, da TOAP, em 2010 a formação conFender Rhodes), Nelson tou maioritariamente com músiCascais (contrabaixo) e cos portugueses – um verdadeiro Marcos Cavaleiro (bateria). all-stars que integra representantes Editora: TOAP/OJM de vários gerações do jazz nacional Ano: 2011 (o guitarrista André Fernandes, o pianista Mário Laginha, o contrabaixista Nelson Cascais e o baterista Marcos Cavaleiro) – e por um outro músico há muito presença habitual entre nós, o saxofonista britânico Julian Argüelles. A ocasião foi aproveitada para a apresentação de novas composições pelos membros do grupo, sendo nelas detetáveis traços distintivos das várias (vincadas) personalidades artísticas presentes. Um jazz de feição claramente europeia, complexo, de grande rigor formal e recorte sóbrio. Como momentos mais interessantes, há a destacar, desde logo, a peça que abre o programa, “Toaps”, original de Laginha, inventiva dos pontos de vista rítmico e melódico. “Float”, de Fernandes, também incluída em “Motor”, traznos uma deliciosa melodia, potenciada pela sonoridade límpida de Argüelles no soprano. O dinamismo de “Triality” é marcado pelo canto altivo do saxofonista (aqui em tenor) e pelo pianismo cristalino de Laginha. Em “Bipolar Banana Cake” – outro tema incluído no mais recente disco do guitarrista, numa versão que, aliás, prefiro a esta – é Cavaleiro, em grande forma, a mostrar os seus predicados enquanto baterista de primeira linha. Nota ainda para “Outra Gaveta”, da autoria do pianista, que parece conter elementos que a aproximam de uma certa “portugalidade”. “A Life Long Moment” é uma balada de contornos clássicos, plena de lirismo e delicadeza. Aguardemos o que em ano de CEC esta parceria nos reserva. António Branco

Filatelia Matraquilhos pela primeira vez em selos

P

ara assinalar o “Campeonato Europeu de Futebol”, os correios puseram em circulação, no passado dia 4, uma emissão composta de um selo e de um bloco com as franquias de 0,68 e 2,50 €. Tanto os selos como os quatro carimbos de 1.º dia de circulação mostram-nos a mesa e bonecos do jogo de matraquilhos. No texto de apresentação da emissão pode ler-se: “A história do jogo de matraquilhos resume-se e extingue-se no imaginário coletivo de confronto popular. Neste universo, todos nós podemos ser talentosos jogadores de futebol, marcar golos memoráveis ou fazer grandes defesas. A tradicional mesa de madeira é reinventada e transforma-se num estádio de multidões que vivem o momento do golo, o desafio de chegar mais longe, o confronto entre equipas há muito rivais. Por tudo isto, este jogo, que desde as suas origens reúne grande número de adeptos e de apaixonados pelo futebol, foi o escolhido para, numa emissão de selos, retratar a seleção portuguesa e enaltecer o seu apuramento para o Campeonato Europeu de Futebol que este ano se realiza na Polónia e na Ucrânia”. Esta não foi a única emissão desta semana, pois, no dia 5, entrou em circulação a emissão “Fajãs – Açores”, com quatro selos (€0,32; €0,68; €0,80 €2,00) e dois blocos com um selo cada (€1,75 e €2,30). A ilustração da “Filatelia” é a página de apresentação da pagela anunciadora da emissão. Geada de Sousa

Philip Roth D. Quixote PVP 16,90 euros 425 págs.

Letras Goodbye, Columbus e cinco contos

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coleção de ficções que foi a estreia editorial, em 1959, do escritor norte-americano Philip Roth é finalmente publicada em Portugal. Inclui o romance que lhe dá o título e ainda cinco contos: “A conversão dos judeus”, “O defensor da fé”, “Epstein”, “Não se conhece um homem pela canção que canta” e “Eli, o fanático”. Um enorme sucesso crítico, com ele Roth ganhou, nos EUA, o National Book Award for Fiction, e impôs-se como escritor promissor. Goodbye Columbine seria uma história de paixão juvenil quase inocente não fosse ser sobretudo um olhar irreverente e sem rodeios sobre a vida dos judeus da classe média americana. O olhar de Roth é mediado pelo de Neil Klugman, um bibliotecário de Newark, que narra a história. Quanto ao olhar de Neil ele é turvado pela visão de Brenda Patimkin, uma estudante judia que vive com a família, abastada, em Short Hills, um subúrbio fino. Após um encontro na piscina do clube frequentando por judeus, Neil e Brenda envolvem-se rapidamente numa relação apaixonada. Neil é recebido em casa dos Patimkin, sempre consciente da diferença social entre ele e a namorada, registando todos os aspetos da mesma mas sucumbindo sempre à paixão por Brenda. A paixão intensa é posta, finalmente, à prova com o aproximar do final das férias escolares mas o mais notável do romance é precisamente o olhar cru e límpido de Roth/Neil sobre a vida (e o assimilacionismo) dos judeus de classe média na terra das oportunidades. Maria do Carmo Piçarra


29 Diário do Alentejo 8 junho 2012

Petiscos Touros

O

s touros comem-se. Pois, os touros de lide, os das touradas. Por estranho que tal pareça, há muita gente, e gente interessada que assiste empenhadamente ao espetáculo da “fiesta”, que não sabe o que acontece aos touros depois de serem corridos. Em Espanha é fácil imaginar: “los toros” são mortos na praça para gáudio dos aficionados e com a irritação dos chamados “defensores dos animais”. Defensores que, claro, como nunca viram depenar aves, por vezes ainda vivas, com parafina a ferver, acham delicioso um franguinho no churrasco. “Os touros é que não, não pode ser” – dizem eles – mas, evidentemente, isso é por causa das políticas e não dos bichinhos, propriamente ditos. Os touros de lide vivem cerca de sessenta meses disfrutando de liberdade e em espaço aberto. Os touros de carne – passam-se a chamar bois – são abatidos aos dezoitos meses e, quando em engorda, vivem em condições que tenho vergonha de transcrever. Em Portugal os touros bravos seguem diretamente para o matadouro onde são abatidos com rapidez porque se der tempo a levantar febre, motivada pelo cansaço, stress e feridas, a carne já não poderá ser utilizada para fins culinários. A carne é muito rija, são animais adultos, habituados ao exercício, e carregada de adrenalina. Tem de ser tratada como seriam peças de caça, com as características de animais selvagens. Deixemos então as partes nobres que podem ter tratamento semelhante às dos gamos, javalis e veados e façamos um antigo prato do campo, feijão branco com mão de touro bravo. Adquira uma mão de touro. Deixe ser um talhante a tratar disso, compre-a já raspada e lavada. Demolhe um litro de feijão branco e coza-o, da forma habitual. Coza a mão com sal, demoradamente. Reserve ambos. Faça um refogado com dois decilitros de azeite, duas cebolas e quatro dentes de alho. Quando a cebola começar a alourar junte cento e vinte gramas de toucinho entremeado, quatro cenouras em rodelas, um belo ramo de coentros rudemente cortado e um chouriço de carne fatiado e sem pele. Apure bem. Junte então, ao refogado, a mão de touro, desossada, e o feijão. Tempere de sal e pimenta preta, abundante. Acrescente um copinho de vinho branco. Deixe apurar de novo. Se necessário regue com um pouco do caldo de cozer o feijão. A carne deve estar totalmente gelatinosa, há quem não goste da textura. Se não for esse o seu caso verá que a mistura do feijão e dessa carne provoca uma sensação gustativa impar. Por isso, um vinho tinto encorpado é indispensável. Renda homenagem ao animal. Pode ter dado que fazer, com bravura e nobreza, a dois ou três cavalos, um cavaleiro, oito moços de forcados e dois campinos.

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Notícias de Beja

A Planície

Correio do Alentejo

Diário do Alentejo

António Almodôvar

Fonte: Marktest. Relatório de resultados da imprensa regional no período compreendido entre abril de 2010 e março de 2011

A carne é muito rija, são animais adultos, habituados ao exercício, e carregada de adrenalina. Tem de ser tratada como seriam peças de caça, com as características de animais selvagens.

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30 Diário do Alentejo 8 junho 2012

Mostra de Teatro de Santo André cumpre terceiro fim de semana

“Os juramentos indiscretos”, pelo Teatro dos Aloés, abre hoje, pelas 22 horas, no palco da Escola Secundária Padre António Macedo, o terceiro fim de semana da 13.ª Mostra Internacional de Teatro de Santo André, que decorre até ao próximo dia 17. O espetáculo da noite de amanhã, “Volfrâmio”, fica a cargo da Estação Teatral da Beira Interior”; e o do serão de domingo, 10, que dá pelo nome de “Édipo”, é uma proposta da Companhia do Chapitô.

Fim de semana Sérgio Godinho ilustrado em Castro Verde

Cesária Évora homenageada hoje em Serpa

Inaugurada na terça-feira, 5, com a presença do músico, a exposição “Sérgio Godinho e as 40 Ilustrações” vai manter-se patente no Fórum Municipal de Castro Verde até ao próximo dia 3 de julho. Uma celebração dos 40 anos de canções daquele que é um dos mais consagrados cantautores portugueses, materializada em quatro dezenas de ilustrações inspiradas em outras tantas letras. “Lisboa que amanhece”, “Balada da Rita”, “Arranja-me um emprego” ou “Com um brilhozinho nos olhos” são alguns dos temas e personagens que ganham existência de papel pelas mãos de nomes como André Carrilho, Catarina Valadas, Gémeo Luís, Teresa Lima ou Susa Monteiro.

É ao som do semba, das coladeras e das mornas que Cesária Évora, a grande diva da música de Cabo Verde, será lembrada hoje, sexta-feira, no palco da praça da República, em Serpa, a partir das 21 e 30 horas. O concerto, protagonizado por Tito Paris, Nancy Vieira, Maria Alice e Albertino Évora, é um dos que preenche a programação do segundo fim de semana do IX Encontro de Culturas, que prossegue amanhã, sábado, com o brasileiro Zeca Baleiro e, no domingo, 10, com um dia especialmente dedicado ao cante alentejano.

Marianado Alcoforado no palco do Pax Julia A “paixão” de Marianano Alcoforado, História jazz no espaço Oficinas Arranca hoje, sexta-feira, espaço a freira em do Convento Conceição, vertida nas àfamosas cartas volta o Oficinas, Aljustrel, da o curso livre de iniciação históriacinco do jazz “Jazzque de deram A a Z”. Aa ação, mundo tendoaté como o oficial Chamilly, vai ser hoje, em que decorrerá 4 dedestinatário maio estruturada emfrancês oito sessões, sempre às relembrada sextas-feiras, é miBeja, a por partir das 22Branco, horas, dinamizador no palco do Pax Julia Teatro Uma produção nistrada António do Clube de JazzMunicipal. do Conservatório Regionalda – Companhia Teatropelas de Beja, MarianaoAlcoforado” é um modoHomlet/Seara Baixo Alentejo. A primeirade sessão, 21 e“A30paixão horas,de abordará tema “Dos campos interpretado por Luísa Costa com encenação de David Silva. denólogo algodão a Nova Orleães”.

Quinto concerto do Festival Terras Sem Sombra 2012

Luís Miguel Cintra recita Schoenberg em Beja

A

igreja de Santiago Maior – Sé para o comum dos bejenses – ali bem junto ao emblemático castelo, é o cenário escolhido para acolher amanhã, sábado, pelas 21 e 30 horas, o quinto concerto da oitava edição do Festival Terras Sem Sombra, que decorre desde março subordinado ao mote “com voz suave e bem modulada”. Trata-se da obra “Ó Nobre Liberdade!”, uma ode a Napoleão composta pelo austríaco Arnold Schoenberg, que será interpretada pela Orquestra Sinfónica Portuguesa, com direção musical de João Paulo Santos, ficando a voz recitante a cargo do reconhecido ator e encenador Luís Miguel Cintra, distinguido este ano com o prémio de Melhor Ator de Teatro, pela Sociedade Portuguesa de Autores. O espetáculo, assente na interpretação que Schoenberg fez da ode que Byron dedicou a Napoleão, em 1814, após a abdicação deste enquanto imperador, integra ainda,

num segundo momento, a obra “Guzmán el Bueno”, de Tomás de Iriarte, que evoca aquele que é considerado um dos heróis da história espanhola, tendo-se evidenciado como guerreiro durante a Reconquista. “Ó Nobre Liberdade!” é uma coprodução entre o festival de música sacra do Baixo Alentejo e o Teatro Nacional de São Carlos, contando ainda com o apoio da embaixada de Espanha e do município de Beja. Na manhã de domingo, 10, pelas 10 e 30 horas, artistas, organizadores e espetadores do Terras Sem Sombra associam-se aos especialistas da salvaguarda da biodiversidade e a voluntários da comunidade local para uma ação na herdade da Apariça, em São Matias, concelho de Beja, dedicada às abetardas, uma das espécies mais emblemáticas da região. A herdade da Apariça é “uma referência mítica da agricultura alentejana, hoje reforçada pela componente ambiental”, sublinha a organização.

Paulo Ribeiro apresenta segundo álbum no Barreiro Depois da Fábrica do Braço de Prata, em Lisboa, o músico bejense Paulo Ribeiro leva amanhã, sábado, o seu mais recente trabalho, “No Silêncio das Casas”, ao Be Jazz Café, no Barreiro. O concerto, que tem início pelas 23 horas, é uma apresentação do seu segundo álbum de originais a solo, que contou com a participação especial das vozes de Viviane, Zeca Medeiros e Sara Corte-Real (coros), para além da contribuição, no acordeão, de Celina da Piedade e das colaborações de Mário Delgado (guitarras), Valter Rolo (piano), José Canha (contrabaixo), e Jorge Moniz (bateria e percussões).


Preparado para mais uma edição do “Em Bom Alentejano”? Força aí! Que dizer: “Está uma abafura que não se pode!” ou “Está uma calma que não se pode!”? Vejamos: “abafura” refere-se àquele calor sem sol, que nos faz transpirar ao mesmo tempo que tomamos um banho de água fria; “calma” refere-se ao calor abrasador de 43 graus à sombra, mas com sol – aquele que permite fritar ovos em cima de uma folha de alumínio ou utilizar o chão do terraço como fogão industrial. Assim, “Está uma abafura que não se pode!” deve ser dito quando temos a camisa agarrada ao corpo e transpiramos por todos os poros, incluindo as pálpebras; “Está uma calma que não se pode!” deve ser dito quando o calor é tal que nem precisamos de lume para acender um cigarro. Assim se fala “Em Bom Alentejano”!

31 Diário do Alentejo 8 junho 2012

“em bom ” alentejano abafura ou calma?

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Linha de crédito para municípios: Governo diz que é a melhor invenção a seguir à da roda e do fogo Foi celebrado, há poucos dias, um acordo entre o Governo e a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) que permite a criação de uma linha de crédito às autarquias portuguesas. O onvencido de Governo está convencido que este crédito pode salvar ias da muitas autarquias ue região, sendo que êm para isso estas têm odos de renunciar a todos os processos quee rposto possam ter interposto m ao Estado – além as disso, os autarcas da região serão ar obrigados a beijar os pés de Miguell Relvas e de Vítorr Gaspar mesmo que ulé. tresandem a chulé. el este “É inqualificável rou acordo”, vociferou is um autarca mais ria ir exaltado.“Preferia lavar uma casa de banho beja só portátil na Ovibeja com um pacote de lenços,

em vez de me rebaixar a esses senhores! Quanto ao IMI e à derrama, fica tudo igual!? Este acordo foi a pior coisa que aconteceu aos municípios desde a

praga de feiras medievais que anda por aí. Não há terra que não faça uma feira medieval dedicada a temas tão bonitos como a Santa Inquisição ou o escorbuto!”. Governo recorre à velha técnica de pegar pelos tornozelos e sacudir até ao último cêntimo

Inquérito Vai acompanhar o Euro 2012?

H HUMBERTO PRESSÃO ALTA, 34 ANOS PPessoa que acredita que Portugal tem boas hipóteses de chegar llonge na competição, nomeadamente à Ucrânia V mas não tenho grande esperança na nossa seleção, digo-lhe Vou, jjá. Os jogadores parecem-me mais cansados do que o João Gobern qquando vai da sala para a cozinha. E o Paulo Bento insiste em jogaddores que não dão garantias capilares, nem desportivas. O Miguel VVeloso, por exemplo, tem o penteado de uma rola africana e o tallento futebolístico de uma rola africana. Mas se o Ronaldo marccar penaltis com a mestria com que atira modelos ao Tejo, temos hhipóteses…

JJORGE JESUS, 58 ANOS TTreinador do Benfica e pessoa que é conhecida ccomo Richard Gere da Amadora

Silva Carvalho tinha relatório sobre Mariana Alcoforado: “Era viciada em barrigas de freira e estava sempre agarrada ao iPad”

80 anos do “Diário do Alentejo” : balanço e números

Continua a polémica em torno de Miguel Relvas e das secretas. Segundo notícias saídas a público, existem relatórios “secretos”, os quais terão sido escritos por ex-espiões com acesso às mais modernas e ardilosas técnicas de espionagem, como o google.pt, o google.com, o bing.com e a Wikipedia, sobre figuras da sociedade portuguesa, nomeadamente Pinto Balsemão, o diretor do “Expresso” e o tesoureiro da revista “Tratores e Charruas”. Mas ao que apurámos, a lista de personalidades espiadas inclui também alguns nomes da região, como Mariana Alcoforado: o relatório sobre a autora d’ “As cartas portuguesas” afirma que Mariana era viciada em barrigas de freira e passava o tempo agarrada ao iPad a ver vídeos da Rihanna e de bebés em fraldas a dançar merengue. Para além disso, lavava as ceroulas do Marquês de Chamilly à mão com OMO na sua cela e participava nas diversas ações promovidas pelo Banco Alimentar. Fonte anónima, com nome de código 0,07 – Ordem para Chibar, garantiu-nos ainda que nas próximas semanas serão divulgados factos sobre outras figuras da região como José Romão – que treinou o Real Madrid e fez a viagem de Vasco da Gama para a Índia numa 4L – e Mário Beirão – que escreveu poemas para serem musicados por Lara Li e Elvis Presley.

No passado dia 1 de junho celebrou-se o 80.º aniversário do “DA”. A data foi assinalada com um grandioso espetáculo de anãs cuspidoras de fogo do Nepal, o grupo de dança de A-do-Pinto que recriou o assalto ao quartel de Beja em ballet e um brunch nas instalações do “DA”, em que se destacou a ausência do chefe Nobre, que teria ficado de fazer uma demonstração, cozinhando torresmos do rissol de fricassé em cama de espinafres salteados com uma redução de tinto de Albernoa. O senhor da Filatelia ainda se disponibilizou para fazer ovos mexidos com salsichas, mas não era a mesma coisa... A título de curiosidade foram ainda divulgados, na última edição do jornal, alguns números e estatísticas que convém analisar e completar com o último estudo da Marktest, o qual revelou que: – O “DA” tem 28 000 leitores regulares – sendo que 0.33 por cento lê o jornal em cuecas e 24,7 por cento utiliza a página de humor para apanhar o cocó do cão quando vai à rua; – O assinante que vive na Austrália recebe primeiro o jornal do que os assinantes de Barrancos; – O autor da página de humor se abarbatou a 98.6 por cento das queijadas de amêndoa presentes no brunch.

V claro. Quem me conhece sabe que sou uma pessoa que respira Vou, ffutebol 72 horas por dia. É preciso ter calma, estes jogos de “perparação”, “forem” só jogos de “perparação”. Eu “acardito” que Portugal pode chegar longe como os nosso “descubrideiros” quando “forem” de cacilheiro rumo à Índia, às Berlengas e à Zambujeira do Mar.

ANTÓNIO JOSÉ SEGURO, 50 ANOS Líder do PS e criador do conceito “abstenção violenta” Dia 9 lá estarei para assistir ao primeiro jogo contra a Alemanha. Estou convencido de que daremos uma lição à senhora Merkel. Se os jogadores demonstrarem uma garra equivalente àquela que exibo no Parlamento, levam uma cabazada… Eu sei que não parece, mas comigo ninguém faz farinha. Sou tão mauzão que no outro dia tirei uma pen da porta USB do meu computador sem desinstalar primeiro. Estão a ver? Pumba! Incha, neoliberal Bill Gates!


Nº 1572 (II Série) | 8 junho 2012

RIbanho

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Hoje, sexta-feira, o sol deverá brilhar em toda a região. A temperatura oscilará entre 12 e os 26 graus centígrados. Amanhã, sábado, não são esperadas nuvens e no domingo o céu deverá estar limpo.

Tiago Conceição vence SkillsPortugal

Encontro Mineiro de São Domingos

A “brincar” a sério às profissões

Atuações de grupos corais alentejanos, exposições, colóquios, visitas guiadas, jogos tradicionais e documentários vão marcar o 1.º Encontro Mineiro da aldeia de Mina de São Domingos, concelho de Mértola, que vai decorrer entre hoje, sexta-feira, e amanhã. O Encontro Mineiro de São Domingos visa “reforçar o nome de Mértola e da Mina de São Domingos como destinos de eleição de turismo cultural e científico” e, desta forma, ser um contributo para o desenvolvimento do concelho de Mértola e das suas populações”, explica a Câmara Municipal de Mértola. O evento, enquadrado no projeto europeu Atlanterra/ /Green Mines, liderado em Portugal pela Agência de Desenvolvimento Regional do Alentejo, é promovido pela Fundação Serrão Martins em colaboração com a empresa municipal Merturis e a Câmara de Mértola.

D

epois de uma primeira medalha de ouro, arrecadada há um ano em Ponta Delgada, Açores, o alvitense Tiago Conceição regressou recentemente ao pódio do Campeonato Nacional das Profissões, conquistando em Faro mais um primeiro lugar na saída profissional de Web Design. Uma prova que desafiou 240 jovens a simular situações reais em 44 profissões diferentes, num mercado de trabalho em versão faz-de-conta.

Aplicações de Sistemas Operativos e talvez programação robótica. Tem orientado em Alvito a oficina “Dúvidas e dicas”, para ajuda no uso da Internet. Como tem sido a experiência?

O que representam, para si, esta prova e esta vitória?

O SkillsPortugal representa não só uma prova mas também uma experiência única onde se convive e conhece pessoas de todo o País. Devido à partilha de ideias e convívio acabamos sempre por levar algum conhecimento em outras áreas, o que contribui para a nossa experiência de vida. Em relação à vitória, é bom a nível profissional e poderá abrir portas a propostas de trabalho mais ambiciosas. Mas todos os participantes saíram vencedores; só o facto de disputar este campeonato e de tentar dar o melhor já constitui uma vitória para todos. Em que área se destacou e de que forma isso representa um “ensaio” ou uma antecipação sobre aquilo que quer fazer no futuro, em termos profissionais?

A minha participação é em Web Design, não por ser a minha área de eleição mas sim pela experiência que tenho. Embora tenha adquirido formação na área de design e programação, sempre fui um autodidata e a grande maioria dos conhecimentos na área foram adquiridos desta forma. Mas, nesta prova, a componente de programação é superior à do design, o que faz com que seja mais uma prova de Web Developer. No futuro gostava de seguir uma área de programação, Web ou PUB

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Tiago Conceição,

21 anos, natural de Alvito Tendo concluído o 12.º ano na Escola Profissional de Alvito, como técnico de Informática de Gestão, Tiago Conceição está agora a finalizar, na Estig, em Beja, o curso de especialização tecnológica Projeto e Instalação de Redes Locais de Computadores. Uma possível porta de entrada para a licenciatura em Engenharia Informática e para o mundo da programação. Entretanto, o jovem informático vai usando o tempo livre para partilhar o que sabe com o público mais velho. Dinamiza, como voluntário, a oficina “Dúvidas e dicas”, a decorrer em Alvito, onde ensina tudo que há a saber sobre o uso da Internet

Inicialmente houve uma pequena formação de informática em Alvito, para ensinar a usar a Internet. Um dia, uma senhora de idade trouxe o portátil à minha casa porque estava com algumas dúvidas. Entretanto, eu pedi que ela fosse ao “ambiente de trabalho” e a senhora, sorrindo, fez uma cara de espanto dizendo que não sabia o que era. Explicou-me então que, nessas aulas, só tinha aprendido a ir ao Skype, ao email e pouco mais. Ao ouvir isto apercebi-me que tinham começado num nível acima sem sequer adquirirem as bases essenciais. Uns dias depois, falei com as pessoas e perguntei se gostariam de continuar, começando do princípio e com tempo. Com pessoas dispostas a aprender, dirigi-me à Junta de Freguesia de Alvito e voluntariei-me para dar aulas todos os sábados e domingos, duas horas por dia. Tem sido uma experiência positiva; de facto foram estas pessoas que me cativaram pela força de vontade e me levaram a dar este passo. A próxima etapa será na Bélgica, em outubro próximo, no III Campeonato Europeu das Profissões. Quais são as expetativas?

São animadoras. Trata-se de uma prova mais competitiva e difícil de ganhar. No entanto, e como sempre, darei o meu melhor. O próprio formato participativo será diferente – trabalharei em equipa. Independentemente da classificação obtida, será com certeza uma vivência única. Fica a promessa do esforço, do estudo, da perseverança e de que tudo farei com vista à obtenção do melhor resultado. Carla Ferreira

Beldroegas n’ As Ervas da Baronia Costeletas de borrego na grelha com migas de beldroegas, açorda de beldroegas com queijo de cabra ou feijão de azeite com beldroegas são algumas das propostas do Ciclo Gastronómico “As Ervas da Baronia” dedicado às beldroegas que decorre entre os dias 11 e 17 no concelho de Alvito, numa organização da câmara municipal. A iniciativa, que vai na sexta edição, conta com a participação de 10 restaurantes – “A Markádia”, “O Buraco da Zorra”, “O Feio”, Pousada Castelo de Alvito, “O Fernando”, A Avenida”, “O Bica Nova”, “O Camões”, “O Casão” e “Os Sabores da Baronia”.

Semana do Molusco em Odemira Cataplana de amêijoas, arroz de polvo ou espetadas de lulas são alguns dos pratos que podem ser provados em 10 restaurantes do concelho de Odemira durante a Semana Gastronómica do Molusco, que termina no domingo. A iniciativa, promovida pela Câmara de Odemira, abrange restaurantes nas localidades de Boavista dos Pinheiros, Brejão, Cavaleiro, Odemira, Vila Nova de Milfontes e Zambujeira do Mar. Através da Semana Gastronómica do Molusco, a Câmara de Odemira pretende “incentivar a utilização gastronómica dos moluscos capturados na região” e que considera serem “produtos com enorme qualidade”.


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