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JOSÉ FERROLHO
Paulo Ribeiro Depois dos Baile Popular o cantautor bejense volta aos discos a solo com “No silêncio das casas” pág. 12
SEXTA-FEIRA, 15 JUNHO 2012 | Diretor: Paulo Barriga Ano LXXXI, No 1573 (II Série) | Preço: € 0,90
João Paulo Ramôa lidera grupo de trabalho sobre aerogare bejense
“Até agora o aeroporto de Beja tem vivido de fogachos” Preservar a estepe cerealífera para travar a desertificação
JOSÉ SERRANO
JOSÉ FERROLHO
pág. 7 e editorial
Todos os dias morre gente no IP2 As palavras, duras, são de Manuel Narra. O presidente da Câmara Municipal de Vidigueira pede “responsabilidades” pela nova e “inadmissível” interrupção nas obras do IP2, entre Évora e Ourique. Críticas que também se fazem ouvir no município de Ferreira do Alentejo pela nova paragem nos trabalhos de construção da A23. pág. 6
No próximo domingo assinala-se o Dia Mundial do Combate à Seca e à Desertificação. Uma data que toca de perto a região alentejana, duplamente fustigada pelo clima seco e, historicamente, pelas más práticas agrícolas. O “DA” foi ao Vale Gonçalinho aprender como a solução deste flagelo pode passar pela preservação da natureza.págs. 13/15
Camané, Luz Casal e Alborán em Serpa
Temperar a solidão com ervas em Vila Nova
Termina em Serpa este fim de semana mais uma edição dos Encontros de Cultura. E termina em grande com as atuações, na praça da República, de Camané, na sexta, de Luz Casal, no sábado, e de Pablo Alborán, que não deixará de chamar Carminho para interpretar o grande sucesso ibérico do momento: “Perdóname”. pág. 30
Vila Nova da Baronia já não tem barões, mas tem gente que se orgulha da sua terra. A agricultura já teve outra pujança e a indústria nunca chegou, mas mantém-se a linha férrea que marca o ritmo da terra. Em Baronia há uma boa mão cheia de crianças. E os jovens que podem por lá vão ficando. Principalmente agora, que se celebram as “Ervas da Baronia”. págs. 4/5
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Editorial Sete Paulo Barriga
Vice-versa Ninguém pode ser a favor de um país de gente pobre onde não se ganha bem a vida. O nosso futuro não é esse, nem nenhuma política pode ser baseada nesse argumento. Agora, de facto, em Portugal, os salários têm descido, já desde há mais de um ano. E porquê? Porque estamos numa situação muito difícil, muito complicada, há muito desemprego, e, realmente, algum realismo, alguma moderação – o que não pode senão ser um fator de ajustamento mais rápido que permite à economia crescer mais depressa. Isto é uma coisa que ajuda o País no momento difícil que atravessamos. António Borges, economista e conselheiro do Governo, in TSF
V
ivemos num país deveras complicado. Sinuoso. Bara lhado. Não há muito, o Governo da Nação, quase clandestinamente, sem fazer ondas, nem estudos de viabilidade, nem ideia do que realmente fazia, construiu um aeroporto em Beja. Uma obra barata, para o efeito, mas de grande interesse para a região. Isto se neste mundo existisse alguém com interesse na própria obra barata, sem sustentabilidade prévia, sem acessibilidades, longe do inerente mundo. Certo é que, ao contrário de todos os ensinamentos da história da democracia em Portugal, um Governo construiu uma obra com algum fôlego em Beja. Um aeroporto. Não uma escola, não um quartel de bombeiros, não um lago com repuxo. Um aeroporto. Pequenino, mas à séria. Um aeroporto que, tirando algumas excursões e voos patrocinados, tem estado às moscas. Por falta de estratégia, terão concluído, por fim, os governantes pátrios. E nisto criaram, e bem, um grupo de trabalho para, em três meses, germinar ideias que possam viabilizar a infraestrutura. Entram no grupo: a tropa, que é dona da pista que incompreensivelmente ainda está por certificar, a ANA, que é dona da casa, e a Ccdra, que é dona da política. A estes se juntam o turismo, as autarquias em associação e os empresários locais. No cockpit, um empresário bejense da esfera do partido do Governo. O grupo dos sete. Cuja primeira grande provação será precisamente justificar porque são sete e não oito, ou nove, ou 10, ou 11, tantos são os pretendentes excluídos que já se manifestaram. E, principalmente, chamar a si, por que ali não mora, gente que sabe realmente do assunto: os operadores internacionais, as companhias de voos económicos, os verdadeiros especialistas em aviação civil e em aeronáutica. É que este pode vir a ser, na verdade, o primeiro grande voo a partir de Beja. Um voo coletivo. Porque até aqui, por falta de visão estratégica, temos voado muito baixinho. Como na anedota do crocodilo.
Nem Portugal nem a Europa construirão um projeto de união e coesão apenas a partir dos princípios económicos e financeiros. Foi por ter esquecido muitos dos valores morais, éticos e religiosos, e a confiança exagerada no progresso material, o consumismo, o luxo e o desperdício, que cavaram mais o fosso das desigualdades entre portugueses e provocaram o colapso da economia nacional e mundial. D. António Vitalino Dantas, Bispo de Beja, in rádio Pax
Fotonotícia
Kazantip já se ergue em Alqueva. Lá para os lados de Moura já se trabalha de sol a sol. E mesmo que chova esta gente não para. Há uma verdadeira cidade em construção e, embora as paletes possam enganar a um primeiro olhar, as terraplanagens não o desmentem. 1 000 000 metros quadrados para erguer Kazantip, o maior festival de música eletrónica do mundo. Espaço suficiente, diz a organização, para se dançar sem parar durante cinco semanas. Sim, cinco semanas. Mais de mil DJ a desassossegar as margens calmas de Alqueva. Non stop, dia e noite. Em julho, prometem, nem se perceberá que o chão, afinal, eram só paletes. BS Foto DR
Voz do povo Quem vai à final do Campeonato Europeu de Futebol?
Inquérito de José Serrano
João Gouveia, 37 anos, professor
Miguel Reina, 34 anos, professor
Arlindo Silva, 45 anos, empresário
Teresa Serrano, 35 anos, consultora alimentar
A Alemanha e a Espanha. Acho que vai ganhar a Alemanha por 2-0. Penso que a nossa seleção não teve sorte nenhuma no primeiro jogo. Infelizmente somos capazes de ficar por aqui. De qualquer forma espero que o País anime com os próximos jogos da equipa portuguesa.
A minha previsão é Holanda/ /Alemanha. E vai ganhar a Alemanha por 2-0. Acho que o desempenho da nossa seleção vai ser mau. Os nossos jogadores preocupam-se demasiado com os penteados e com os carros que têm. Enfim, com coisas fúteis. É a meu ver a pior seleção nacional dos últimos anos.
A final vai ser Alemanha/ /Rússia. Ganha a Alemanha. Agora o resultado é que já não sei. A nossa seleção é eliminada já agora. Não vai passar à próxima fase. O desempenho da seleção é igual ao do País. Estamos todos na mó de baixo.
Não percebo muito de futebol, não é a minha especialidade. Mas gostava que a final fosse Portugal contra Espanha. E como penso que temos de ser otimistas, é claro que é Portugal quem vai ganhar. Por 2-1.Temos de ser confiantes e acreditar na nossa equipa.
Rede social
Semana passada DIA 10, DOMINGO BEJA PRISÃO PREVENTIVA PARA CINCO DOS 10 SUSPEITOS DE TRÁFICO DE DROGA O Tribunal de Beja determinou a prisão preventiva de cinco homens, das 10 pessoas detidas na semana passada pela PSP, por suspeita de tráfico de droga. Aos outros cinco detidos, três homens e duas mulheres, o tribunal determinou como medida de coação apresentações periódicas na PSP. Segundo fonte policial os suspeitos foram detidos nos passados dias 6 e 7 pela PSP de Beja, por suspeita de tráfico de droga, durante uma operação da força de segurança de combate ao tráfico na cidade. A operação envolveu 11 buscas domiciliárias, resultantes de uma investigação que decorria há cerca de quatro meses. Nas 10 buscas domiciliárias, efetuadas no dia 6, a força de segurança deteve sete homens e duas mulheres, com idades entre os 25 e 49 anos, e apreendeu mais de 830 doses de várias drogas. Entre a droga apreendida contam-se 510 doses de haxixe, 174 doses de MDMA (ecstasy) e 1,28 gramas de outras anfetaminas, 96 doses de heroína, 51 doses de cocaína e uma dose de liamba. Além da droga, a PSP apreendeu uma arma de fogo transformada para calibre .22, 605 euros em notas, três automóveis, um motociclo, vários artigos de informática e relógios que se suspeita terem sido furtados. Na busca domiciliária efetuada no dia 7 a força de segurança deteve um homem, de 26 anos, suspeito de tráfico de droga, ao qual foram apreendidas 1 280 doses de haxixe e cocaína.
DIA 8, SEXTA-FEIRA SINES INCÊNDIO FLORESTAL DEVASTA ÁREA DE PINHAL E SOBREIROS Um incêndio florestal devastou uma área significativa de pinhal e sobreiros no concelho de Sines, disse à Lusa fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Setúbal. Segundo a mesma fonte, o incêndio iniciou-se na zona de Casoto e foi combatido por 85 bombeiros, apoiados por 30 veículos e um helicóptero. O comandante do CDOS de Setúbal, Dinis de Jesus, indicou à Lusa que o incêndio chegou a lavrar em duas frentes e que não esteve em perigo qualquer habitação.
SERPA GNR DETÉM HOMEM QUE ALEGADAMENTE SE DEDICAVA AO CULTIVO DE CANNABIS A GNR deteve em Serpa um homem de 61 anos que alegadamente se dedicava ao cultivo de cannabis, disse à Lusa fonte daquela força de segurança. Segundo a mesma fonte, foram apreendidos ao suspeito oito pés de cannabis, de várias dimensões, tendo o maior cerca de 1,20 metros. A fonte da força de segurança indicou que o homem foi posto em liberdade e, posteriormente, interrogado na qualidade de arguido por militares da GNR, passando o caso para processo comum, com as investigações a cargo da Guarda Nacional Republicana.
DIA 13, QUARTA-FEIRA MOURA EMPRESA LÓGICA NA MAIOR FEIRA EUROPEIA DE ENERGIA FOTOVOLTAICA A empresa municipal Lógica, de Moura, está a participar na edição deste ano da InterSolar, a maior feira da Europa na área da energia fotovoltaica, que arrancou na quarta-feira na cidade alemã de Munique. Segundo a Câmara de Moura, a divulgação do laboratório fotovoltaico da Lógica e a realização de contactos e reuniões com potenciais clientes são os principais objetivos da participação da empresa. A presença na feira “reveste-se de particular importância” numa altura em que está “na fase final” o processo de acreditação internacional da Lógica, que visa a entrada da empresa no mercado global da certificação de produtos e materiais da indústria fotovoltaica, frisa o município.
4 perguntas a Geada de Sousa Secretário da direção da Associação Humanitária dos Dadores de Beja Como têm vindo a decorrer em termos de adesão as colheitas de sangue promovidas pela Associação Humanitária dos Dadores de Beja?
Dentro dos condicionalismos da nossa região – a fraca densidade populacional e o envelhecimento da população – tem sido boa; não notamos diminuição de presenças nas brigadas que efetuamos. Fatores vários contribuem para que numa ou noutra ocasião as reservas de sangue atinjam um ponto mais ou menos crítico. A falta de informação e algum comodismo por parte dos potenciais dadores contribuem para esta situação. Em sentido contrário, temos as situações em que uma qualquer figura mediática precisa de sangue para ele, ou para um dos seus familiares, ou em que os responsáveis por esta área da saúde fazem um apelo público à doação de sangue. Este ano a associação já fez 19 brigadas em vários concelhos, de que resultaram cerca de 800 dádivas.
Casa cheia. Melhor, praça cheia. Poucas mais pessoas caberiam na praça da República, em Serpa. Ir buscar uma garrafa de água ou um copo era tarefa díficil, mas é assim que é bonito: a praça cheia, cheia de gente a celebrar a cultura. Encontros de Cultura de pedra e cal.
A marcha é linda... Santo António foi o culpado de toda esta gente ensaiar semanas a fio, para na noite de 12, véspera de feriado municipal em Aljustrel, sair à rua para bailar. Esta é marcha de Aljustrel, mas pela avenida muitas mais passaram alegres e contentes a desfilar.
Quem são atualmente os principais dadores da associação?
São predominantemente indivíduos do sexo masculino, entre os 35 e 55 anos. Começa já a ter um certo peso o grupo de menos de 30 anos. Dadores propriamente ditos a Associação Humanitária dos Dadores de Beja tem à volta de 2 000, infelizmente nem todos são dadores regulares; alguns são bastante irregulares.
Quem diz que os miúdos não gostam de ler? Estão contentes estes miúdos na festa do Livro e da Leitura em Almodôvar. Quem diz que as crianças e os jovens não gostam de ler? A prova de que um dedo de conversa também pode puxar por um livro. Afinal, todos os pretextos são bons. Para tão boa causa.
Que comentário lhe merece a alteração legal na isenção das taxas moderadoras para dadores de sangue que estipula isenções apenas nos serviços prestados nos centros de saúde, pondo fim às isenções nas consultas hospitalares?
Gostemos ou não, a perda desta regalia está em sintonia com a política de cortes do atual governo. Como ex-dador de sangue não me choca a retirada desta isenção nos cuidados diferenciados. Uma dádiva é uma dádiva, não é uma permuta de qualquer bem. Repare-se que a isenção continua nos cuidados primários e se, eventualmente, destes serviços o dador for enviado ao hospital a isenção mantém-se.
A música sacra foi ao castelo O castelo, símbolo maior da cidade de Beja, foi o sítio escolhido para acolher mais um concerto do Festival Terras Sem Sombra. Não poderia ser diferente. Este é um dos melhores palcos. E que bonito estava o castelo. E que bons que foram os concertos.
Qual é o balanço que faz das quatro décadas de existência da associação, assinaladas no início do ano?
A existência deste tipo de associações é indispensável às sociedades modernas. Elas prestam, voluntariamente, um serviço que o Estado não sabe fazer. Só um voluntário é capaz de fazer um verdadeiro trabalho de sensibilização nesta área da saúde. É o que temos feito desde 18 de fevereiro de 1972, o que muito nos orgulha, pois desde então temos ajudado muitos milhares de pessoas sem qualquer discriminação étnica ou religiosa. NP
Moedas esteve em Beja em conferência do PSD Carlos Moedas, secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro, voltou à sua terra natal. Esteve em Beja, numa conferência do PSD, o partido que representa. O partido do seu governo. Consolidação, crescimento e coesão foi o que se procurou debater.
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“Futuramente pode ser um dormitório periférico de Beja e Évora. Temos boas acessibilidades e as pessoas deslocam-se com facilidade”. Francisco Santos, habitante de Vila Nova da Baronia
Vila Nova da Baronia
A agricultura é escassa e a indústria aqui não chegou
Terra de gente, comboios e ervas Vila Nova da Baronia já não tem barões, mas tem gentes que se orgu-
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vento embala as copas das árvores. Em junho a planície já se pinta de dourado e ao longe, lá no alto, no topo do depósito da água, que se encosta à linha férrea, que repousa após a passagem dos comboios, pode ler-se: Vila Nova da Baronia. As cancelas estão abertas. O comboio só voltará a passar às 13 e 30 horas e os carros atravessam a linha. Os miúdos aceleram nas suas bicicletas, rua abaixo. Uma artéria, outra, mais outra e o largo da igreja, imponente, em honra de Nossa Senhora de Assunção. As mulheres de bata envergada e luvas de borracha limpam o átrio. As vassouras retiram as poeiras do chão e em seguida as esfregonas ensopam-no de água. Esfregam uma e outra vez. As vezes necessárias para que a igreja, a sua igreja, fique ainda mais apresentável aos olhos dos filhos da terra e, sobretudo, aos olhos dos turistas. As zeladoras do templo são, porém, de poucas palavras. Não se distraem nas tarefas e a conversa, essa, fica para outra hora. Que é o mesmo que dizer para outro dia. No mesmo largo, no largo Manuel Francisco Fialho, passam atarefados os que procuram o correio, a junta de freguesia, a farmácia. Mas o corrupio não é grande. Pela manhã são muitos os que estão a trabalhar na terra, mas também fora das suas fronteiras. “Cada vez mais é preciso sair daqui para trabalhar. Não há empregos”, conta José Mira, enquanto admira quem entra e sai do correio. O tempo e a idade levaram-lhe a boa audição. As palavras já as custa a ouvir e o “diabo do
lham da sua terra. A agricultura já teve outra pujança e a indústria aqui não chegou, mas mantém-se a linha férrea que marca o ritmo da terra, a cada passagem do comboio. Em Baronia há uma boa mão cheia de crianças e os jovens que podem ficam na terra, mas tantos outros há que têm de procurar outras paragens para morar. Texto Bruna Soares Fotos José Serrano
vento”, como lhe chama, parece levá-las ainda para mais longe. Prefere, então, ficar a ver quem passa e termina a conversa. Francisco Santos é um dos que já está despachado das cartas. Tem 59 anos, mas viveu 30 fora do seu torrão natal. “Esta é a minha terra. Sinto-me cá bem. Vivi em Lisboa, mas gosto de estar cá e regressei”, explica. O homem, de bigode aprumado, continua a prosa e fala dos progressos da sua vila, mas reconhece que até ela não chegou a indústria e que a agricultura, por estas paragens, já teve melhores dias. E tudo se resume afinal a poucas palavras: aqui pouco trabalho já há. “É difícil fixar os jovens”, diz. Mas depressa acrescenta: “Futuramente pode ser um dormitório periférico de Beja e Évora. Temos boas acessibilidades e as pessoas deslocam-se com facilidade. Não me importo nada que seja um dormitório, porque se as pessoas trabalham em Lisboa e moram em Loures, aqui
ainda mais rapidamente se chega a Beja e a Évora. Ao fim de semana as pessoas acabam por cá estar, por conviver e acabam por gastar e evoluir a terra”. A vila fica a escassos quilómetros de Alvito. Um concelho pequeno, mas com duas vilas. Alvito e Vila Nova da Baronia. “Alvito também tem pouca indústria e não consegue acolher muita gente em termos de empregabilidade”, adianta Joaquim Aires, que se encosta à parede de cal branca, junto ao alcatrão que escondeu em tempos já idos a terra da rua. Os sinos anunciam a chegada de uma nova hora. E o som espalha-se pela vila. “Este é um viver pacato. É muito sossegado. Muito saudável. Vive-se bem em Vila Nova da Baronia”, garante Joaquim Aires. Na praça da República os bancos rodeiam o pelourinho e neles sentam-se vários homens que matam o tempo até à hora
de almoço. Da parte da tarde logo se verá. “Estamos aqui em assembleia. Conversamos e fazemos vida assim. Não é nada mau. Em algum lado temos de passar o tempo”, conta Manuel Carvalheira. No banco à frente estão Manuel Camilo e Leonardo Carracha em amena cavaqueira. Manuel foi tratorista. Leonardo pastor. “Vila Nova da Baronia é uma rica madrasta. Acareia toda a gente”, começa por dizer Manuel Camilo. Leonardo Carracha concorda e conta: “Assim me aconteceu a mim. Todos os que vêm de fora já não abalam. É uma bela madrasta que já me perfilhou”. São poucas as crianças que se avistam, mas os homens garantem: “Há aí uma boa mão cheia delas”. “Os jovens, uns vão-se embora e outros ficam”, completam. Até porque, Manuel Camilo lembra: “Antes ainda se guardava ovelhas, porcos, vacas. Agora já não há nada disso. Apenas se plantam ervas para os animais”. As ervas trazem à conversa o famoso ciclo gastronómico “As Ervas da Baronia”. “Carrasquinhas, catacuzes, beldroegas. Os restaurantes fazem essas açordas e vem muita gente provar, mas a família de fora é que vem fazer esse trabalho, porque nós cá estamos fartos delas [ervas]. Nós vamos ao campo e apanhamos”, diz Manuel Camilo, enquanto Leonardo Carracha lamenta que o campo esteja todo vedado. Rua acima vai Maria Genoveva que resume numa só frase a sua vila. “É uma terra de fazer inveja a muitas outras”. O horário avança e o comboio está quase a passar.
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Joaquim Santos
Presidente da Junta de Freguesia de Vila Nova da Baronia
A população de Vila Nova de Baronia tem-se mantido?
Tem diminuído. Habitam em Vila Nova da Baronia cerca de 1 245 pessoas. Vila Nova da Baronia não foge ao que acontece no resto do País, nomeadamente em meio rural. Debatemo-nos com o problema de tantas outras freguesias: a desertificação. Temos uma taxa muito elevada de envelhecimento e não existem empregos suficientes na freguesia para fixar os jovens. No entanto, considero que não somos das piores freguesias, no que a esta matéria diz respeito, uma vez que muita gente, depois de se reformar, regressa à sua terra natal. Mas tem esperança de mesmo assim conseguir fixar os jovens?
Tenho alguma. Temos de ter esperança. Pode ser que existam postos de trabalho para eles, nomeadamente na agricultura. A construção civil acolhia muitos jovens, mas também está em decadência.
Património Vila Nova da Baronia conta, no seu centro histórico, com um património edificado significativo. Para além de um conjunto de igrejas erguidas nos séculos XVI e XVII, onde se destaca a igreja Matriz, pode ainda apreciar-se o policromado dos azulejos seiscentistas da igreja de Nossa Senhora da Conceição e os restos do revestimento fresquista da igreja da Misericórdia. No entanto, muitos outros apontamentos arquitetónicos podem ser apreciados ao percorrerem-se as ruas da terra. Destaque ainda para as ermidas que circundam o povoado: Sant’Águeda, São Pedro e Santo António. Em Vila Nova da Baronia podem também ser vistos vários portais manuelinos, bem como três passos, onde se apresentam as estações da via sacra. O pelourinho mantém-se imponente na praça da República.
A linha férrea continua a marcar a vida desta terra. Está em risco de sofrer cortes, designadamente no que aos comboios diz respeito?
Para já não temos qualquer informação nesse sentido. Mas há algum tempo tivemos de reivindicar. Estamos a lutar, todos os autarcas da zona, para a eletrificação da linha, de modo a que esta se torne mais viável e moderna. A retirada do intercidades afetou-nos e estamos a tentar retomá-lo para toda esta zona. O comboio é um meio de transporte muito forte e está ligado à vida desta freguesia. Quais são as principais dificuldades da freguesia?
Neste momento sentimos algumas dificuldades. Até há um ano tínhamos uma taxa muito grande de apoios e agora todos os meses temos de cortar apoios e revogar pedidos que nos são feitos. Não conseguimos e com muita tristeza nossa não podemos ajudar. A parte social também nos preocupa. Temos casais já com alguma carência económica nesta freguesia. Esta era uma das coisas que nunca queria dizer, mas tenho, infelizmente, de o dizer. E a agricultura?
Muito pouca gente trabalha na parte da agricultura. Tínhamos propriedades que empregavam alguns casais e isso representava muito para a freguesia. Agora apenas empregam uma ou outra pessoa. Está a decorrer o ciclo gastronómico “Ervas da Baronia”…
Esta iniciativa consegue atrair pessoas, nomeadamente aos restaurantes. A Câmara de Alvito está a fazer estas iniciativas e está a fazê-lo muito bem. Muita gente vem provar as ervas [pratos confecionados à base de ervas] que são nossa tradição.
“As Ervas da Baronia”
Feira Anual em julho
O ciclo gastronómico “As Ervas da Baronia” já começou e prolongar-se-á até ao dia 17, domingo. Todos os anos o concelho de Alvito dá a conhecer a gastronomia da terra e as ervas são quem mais ordena. Com o mote “À mesa com a natureza” poderão ser apreciados, pelo sexto ano consecutivo, nos restaurantes participantes do concelho, sabores únicos, nomeadamente costeletas de borrego na grelha com migas de beldroegas, açorda de beldroegas com queijo de cabra ou feijão de azeite com beldroegas.
Vila Nova da Baronia, no concelho de Alvito, todos os anos celebra a sua feira anual, que se realiza no terceiro fim de semana de julho. Esta é uma oportunidade para juntar os filhos da terra, mas também os muitos forasteiros que chegam à freguesia por ocasião das festas. A tradição ainda é o que era e, para além das bancas de venda, há muita animação.
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Cuba comemora santos populares
A Comissão de Festas da Paróquia de S.Vicente de Cuba apresenta hoje, sexta-feira, pelas 22 horas, uma atuação da marcha da Junta de Freguesia de Cuba – marcha de S. Vicente e promove um arraial que será abrilhantado pelo cantor Pedro Santo. Amanhã, sábado, pelas 21 e 30 horas, a marcha popular do Fidalgo fará a sua apresentação no largo do Fidalgo. Como convidada desfilará
também a marcha da Junta de Freguesia de Vila de Frades. No final do desfile haverá arraial com a banda Aliança. No âmbito das comemorações dos santos populares, a Junta de Freguesia de Cuba organiza no próximo dia 30 um desfile de marchas populares, que deverá contar com a participação, entre outras, das marchas de S.Vicente de Cuba, do Fidalgo de Cuba e de S.Vicente de Lisboa.
JOSÉ SERRANO
Atual Escola Secundária D. Manuel I promove Festa da Saúde A Escola Secundária c/ 3.º ciclo celebrou esta semana “os dias da saúde”, com um conjunto de atividades que envolveram toda a comunidade escolar. Do vasto programa destaque para a apresentação dos trabalhos que os alunos desenvolveram no âmbito das sessões de prevenção do consumo de substâncias psicoativas, ministradas nas aulas de formação cívica pelas docentes Dores Sardinha e Teresa Tavares; a representação pelo 10.º A da peça de teatro “Pisar o risco… é um risco”, ensaiada nas aulas de formação cívica; a apresentação pelo Clube e Oficina de Música de algumas músicas, entre elas “Diz não às drogas”, com letra da docente Ana Castro; e a atuação dos alunos do 10.º B e C que cantaram uma canção e um rap com letras da sua autoria. Ana Rolim, do 8.º B, foi ainda anunciada como a vencedora do concurso do logotipo do Projeto de Promoção e Educação para a Saúde (PES), desenvolvido nas aulas de educação visual. As comemorações terminaram com a realização do 1.º Peddypaper da Saúde, que contou com a participação de 15 equipas de alunos.
Faceco regressa a 20 de julho A 22.ª edição da Faceco – Feira das Atividades Culturais e Económicas do Concelho de Odemira está agendada para os dias 20, 21 e 22 de julho, em São Teotónio, com forte aposta na mostra dos setores económico e cultural. O certame é organizado pela Câmara Municipal de Odemira e pela Junta de Freguesia de São Teotónio. No programa cultural destaque para os espetáculos com José Cid (dia 21), bandas rock locais (dia 20) e banda Uxu Kalhus (dia 22). Pelo recinto passarão os grupos corais e de cantares do concelho, grupos de teatro amador locais, Banda Filarmónica de Odemira e animação de rua. PUB
Suspensão das obras no IP2 e IP8 suscitam críticas de autarcas
“Todos os dias morre gente entre Évora e Ourique” A suspensão das obras da futura A23 – no atual traçado do IP8 – e no IP2, denunciada na última edição do “Diário do Alentejo” pela voz dos deputados Luís Pita Ameixa (PS) e João Ramos (PCP), tem levantado uma onda de críticas na região. Manuel Narra alerta que por razões de segurança praticamente “todos os dias morre gente na estrada entre Évora e Ourique”, considerando tal “inadmissível” e exigindo que “alguém seja responsabilizado”. Texto Anibal Fernandes
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esde que as obras começaram há a assinalar “entre oito e 10 acidentes com vítimas mortais”, no percurso Vidigueira-Portel, revela o presidente da Câmara de Vidigueira, relembrando que este troço era seguro antes do início dos trabalhos. Segundo o autarca, “a falta de financiamento junto da banca” por parte dos
empreiteiros é o motivo invocado pelo Governo para a suspensão dos trabalhos. Manuel Narra lembra que os sucessivos atrasos “estão a pôr em causa o desenvolvimento económico dos concelhos da região”, mas, mais importante do que isso, é “a perda de vidas” de pessoas que “podiam contribuir para o crescimento da sua terra”. Também o presidente da Câmara de
Ferreira do Alentejo acusa o Governo de “falta de liderança” e desafia-o a decidir, “de uma vez por todas” se as obras são ou não fundamentais para “potenciar outros investimentos na região”. Para Aníbal Costa, “tem de haver um sinal claro de que a obra é para concluir”. Segundo o autarca, “não faz sentido parar as obras, quando já estão no terreno muitos milhões de euros pagos pelos contribuintes”, e a infraestrutura é essencial para, por exemplo, viabilizar o aeroporto de Beja, cujo grupo de trabalho foi recentemente constituído. O que não se pode é voltar “10 anos atrás” e começar a discutir tudo de novo, incluindo o “perfil” da via, diz Aníbal Costa, que exige “coerência” ao Executivo.
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Deputados comentam grupo de trabalho Os deputados eleitos por Beja, citados pela rádio Voz da Planície, têm diferentes perspetivas em relação à composição do grupo de trabalho para o estudo da viabilidade do aeroporto de Beja. Mário Simões, do PSD, saúda a inclusão de um representante da Força
Aérea Portuguesa (FAP), tendo em conta as negociações a decorrer com o governo sul-coreano para a utilização da base aérea como centro de instrução para pilotos militares. Já os deputados do PS e PCP, respetivamente, Luís Pita Ameixa e João Ramos criticam a demora na formalização do grupo de trabalho (seis
meses). O deputado comunista congratula-se com o facto de os autarcas da região estarem representados e aguarda pelo relatório. Já Luís Pita Ameixa vê “pendor político” na escolha do coordenador e afirma ser um erro a ausência da Câmara de Beja, no que vê um “certo revanchismo”.
Grupo de trabalho tem três meses para viabilizar aeroporto
“Prudência” e “ponderação” são as palavras de ordem do grupo de trabalho sobre o aeroporto de Beja que foi criado no passado dia 5, por despacho do secretário de Estado das Obras Públicas. João Paulo Ramôa, empresário bejense com ligações ao partido do Governo, coordena uma equipa que tem três meses para procurar ideias no sentido de “dinamizar com sustentabilidade” a estrutura aeroportuária bejense.
JOSÉ FERROLHO
Ramôa contra projetos megalómanos
Texto Paulo Barriga
H
ércules teve 12 trabalhos, mas o grupo que agora está incumbido de “revisitar os pressupostos de procura que estiveram na base do investimento” no aeroporto de Beja, segundo o despacho governamental, tem apenas três. Numa primeira fase, segundo João Paulo Ramôa, “vamos recolher toda a informação e estudos dispersos que existam”. Depois, prossegue, “iremos escutar, à porta fechada, as pessoas que ao longo deste tempo têm refletido sobre o tema”. Por fim, “nas últimas duas semanas iremos redigir um documento breve, com cinco ou seis páginas, do qual serei eu próprio o relator, com as conclusões a que chegarmos”. Este grupo de trabalho, para o qual ainda não foram nomeados os representantes do Força Aérea
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Portuguesa, da ANA e da Ccdra, começará a trabalhar nos próximos dias. Mas Ramôa não tem dúvidas que esta é “uma tarefa que deveria ter sido implementada há 10 anos”: “A questão da viabilidade do aeroporto de Beja nunca esteve na ordem do dia. Andámos uma década a discutir coisas menores e pontuais. Ou seja: primeiro construíram a ponte e só depois é que andaram à procura da água para lhe passar por baixo”. Para evitar erros do passado, Ramôa exige “prudência” a todos os envolvidos no processo. “No início”, revela o antigo governador civil de Beja, “foi incrementada a ideia que o
aeroporto iria desde logo trazer consigo o desenvolvimento da região. As expetativas estavam muito altas, mas, como não foi feito o trabalho de casa, o projeto começou a ser ridicularizado a nível nacional”. E por isso mesmo pede recato e contenção. Para já, acredita o empresário, “estão neste grupo as entidades que devem estar”. Numa clara alusão aos “excluídos”, nomeadamente os municípios de Beja e de Ferreira do Alentejo, que já manifestaram publicamente o seu desapontamento. “É muito importante que agora não tornemos a dar tiros nos próprios pés. O projeto nunca
“Temos é que assentar os pés no chão e vender o nosso aeroporto com coerência. Porque até agora, o aeroporto de Beja tem vivido de fogachos”.
irá avançar grandiosamente, como muitos pensam ou sugerem, não entraremos em ideias megalómanas, mas sim na construção de um projeto muito objetivo e pragmático”. Pelo que, concluí, “a discussão não pode ser emocional do ponto de vista político”. Apesar de ainda não estarem definidos todos os membros do grupo de trabalho – sabe-se que José Maria Pós-de-Mina representará os municípios, Ceia da Silva o turismo e Filipe Pombeiro os empresários locais –, João Paulo Ramôa não deixa de sublinhar algumas linhas do que poderão vir a ser as conclusões finais do relatório. Nomeadamente a “constituição de uma estrutura que leve à concretização plena do projeto, uma entidade promotora do aeroporto, tarefa que foi atribuída à ANA, mas para a qual não tem vocação”. E “a definitiva certificação total da pista de aterragem que ainda hoje não existe”. Quanto ao passado, Ramôa reconhece que foram desperdiçadas “oportunidades muito importantes, como é o caso da instalação em Évora da construtora aeronáutica brasileira Embraer, mas outros investimentos do género aparecerão no futuro. Temos é que assentar os pés no chão e vender o nosso aeroporto com coerência. Porque até agora, o aeroporto de Beja tem vivido de fogachos”.
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Assembleia Municipal de Mértola contra a extinção de duas freguesias
Odemira preside associação de municípios para a gestão da água pública do Alentejo O presidente da Câmara Municipal de Odemira, José Alberto Guerreiro, preside desde o dia 31 de maio à Amgap – Associação de Municípios para a Gestão da Água Pública do Alentejo, Empresa Intermunicipal, que reúne 21 municípios alentejanos para a
CDU acusa executivo PS de utilizar indevidamente cartões de crédito Os vereadores da CDU acusam o Executivo PS de “utilização indevida dos cartões de crédito do município de Beja”. Em comunicado de imprensa, os vereadores da oposição afirmam que “os números de 2011 [respeitantes aos cartões de crédito], ainda que com alguma contenção, comparativamente a 2010, continuam caprichosamente elevados, dando razão ao que defendemos desde o início deste processo de que os montantes disponíveis eram um incentivo ao despesismo”. Por outro lado, “depois de uma análise detalhada efetuada aos documentos comprovativos de despesa (faturas), referentes aos anos de 2010, 2011 e 2012, foi possível identificar algumas situações que indiciam a utilização indevida dos mesmos por parte de alguns membros do executivo”, adiantam os vereadores, dando como exemplo o facto de, das inúmeras viagens efetuadas pelo presidente da câmara pagas com o cartão do município, o valor de “duas viagens a Londres e Estrasburgo, respetivamente”, ter sido reposto por Pulido Valente, “em ambos os casos, com um cheque pessoal”. “Confrontado com esta situação Pulido Valente afirmou em reunião de câmara que estas viagens foram efetuadas no âmbito da Associação Nacional de Municípios e que esta entidade por não poder pagar diretamente à câmara pagava-lhe a ele e ele repunha a verba à câmara. Se eram viagens efetuadas em representação de outra entidade nunca a Câmara de Beja deveria ter financiado essas despesas. Acresce a isto o facto de a reposição com cheque pessoal não cobrir a totalidade das despesas no que à primeira situação diz respeito”, concluem.
João Magalhães dá nome ao pavilhão municipal de Beja A Câmara de Beja decidiu atribuir ao pavilhão municipal da cidade o nome de João Serra Magalhães, um desportista que dedicou a sua vida à promoção da prática desportiva.
A Assembleia Municipal de Mértola aprovou, por unanimidade, a tomada de posição sobre a reorganização administrativa apresentada pelo presidente do município. Em causa está a nova proposta da lei da reorganização administrativa autárquica, “que prevê a extinção de duas freguesias no concelho, sendo que esta medida ainda é mais gravosa do que o previsto no Documento Verde, que propunha a extinção de uma freguesia”,
gestão e exploração do sistema integrado de abastecimento de água em alta e de saneamento de águas residuais, numa parceria pública com o Estado. A Amgap e o Estado, através da holding Águas de Portugal (AdP), criaram a sociedade anónima Águas Públicas do Alentejo (AgdA, SA), com sede em Beja, “para gerir a parceria e o sistema”. A Amgap detém 49 por cento do capital
refere a câmara. Na tomada de posição o edil mertolense realça que esta nova medida “é um ataque ao poder democrático, que vai aprofundar as assimetrias territoriais, com uma clara perda para as populações, que perdem a proximidade com os órgãos, perdem identidade territorial, perdem um apoio social muito importante e determinante para a sua qualidade de vida, potenciando a desertificação e o abandono das populações”.
social e a AdP 51 por cento. Até ao final de 2015, “serão investidos 227 milhões de euros, com 70 por cento de comparticipação de fundos comunitários, num sistema integrado para melhorar e gerir o abastecimento de água em alta e o saneamento de águas residuais, que beneficiará cerca de 250 mil habitantes”, esclarecem os responsáveis.
PCP apresentou ontem na AR projeto de resolução
“Correto aproveitamento” de Alqueva Estava prevista para ontem, quinta-feira, a apresentação no Parlamento, por parte do PCP, de um projeto de resolução que recomenda ao Governo medidas para o “correto aproveitamento” do Alqueva, como a elaboração de um plano estratégico para a zona de influência do empreendimento.
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projeto do grupo parlamentar do PCP foi apresentado na quarta-feira pelo deputado comunista eleito pelo círculo de Beja, João Ramos, numa conferência de imprensa realizada na cidade. Segundo o deputado, o projeto recomenda 13 medidas com vista ao “correto aproveitamento” do Alqueva e que o Governo poderá tomar para que, “de uma vez por todas, ponha o projeto e a região a dar o contributo que podem dar para o País”. Uma das principais medidas recomendadas pelo PCP é a elaboração de um plano estratégico de desenvolvimento para a zona de influência do Alqueva e
“em estreita colaboração com as instituições representativas da região”. “Estratégia é o que tem faltado ao projeto” e “é bem patente a falta de um rumo definido” para Alqueva, disse João Ramos, referindo que o projeto recomenda também a criação de um conselho de avaliação e acompanhamento do plano “com poderes deliberativos” e no qual “tenham assento as principais instituições da representativas da região”. O projeto recomenda também ao Governo a criação de um banco de terras do Estado, que permita sobretudo a jovens agricultores, trabalhadores e pequenos agricultores terem acesso à terra. “É imperiosa uma rápida intervenção do Estado” para pôr fim “à especulação que se continua a verificar com a venda das terras beneficiadas pelo investimento público e se avance com a criação de um banco de terras”, lê-se no projeto. O PCP recomenda ao Governo para simplificar, desburocratizar e agilizar a aprovação de projetos agrícolas no âmbito do empreendimento do Alqueva,
através da criação de uma comissão multidisciplinar de avaliação e acompanhamento dos projetos e com poder deliberativo. A criação de um fundo especial de apoio à diversificação de culturas e à implementação de indústrias agroalimentares na região e assegurar um preço da água adequado à atividade agrícola são outras das recomendações do projeto. O PCP recomenda também ao Governo que avalie a possibilidade de ligar o sistema do Alqueva às barragens do Monte da Rocha (Ourique) e de Lucefecit (Alandroal) para viabilizar os respetivos perímetros de rega e, no caso da primeira, para reforçar o abastecimento público para consumo humano. O projeto recomenda ainda várias medidas sobre mecanismos de apoio e proteção de culturas, questões ambientais e de organização dos agricultores, como criar e atribuir a competência de promoção do uso da terra e de acompanhamento da transformação da exploração de sequeiro para regadio.
Socialistas querem Alqueva concluída em 2015
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PS pede cronograma das obras ao Governo
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PS vai pedir ao Governo o cronograma com indicação concreta das fontes de financiamento das obras do Alqueva para “verificar a exequibilidade” da conclusão do projeto em 2015 como anunciado pelo Executivo. Em comunicado, o deputado socialista eleito por Beja, Luís Pita Ameixa, justifica o pedido, que será feito no Parlamento, alegando que, após o anúncio do Governo, “é preciso concretizar o ´quando’ e o ´como’ das obras que falta realizar”. A conclusão do projeto Alqueva, inicialmente prevista para 2025, foi revista pelo anterior governo PS para 2015 e, depois, antecipada para 2013, o que o atual Executivo PSD-CDS/PP já disse que “não é possível”. No passado dia 30 de abril, em Beja, o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho,
assumiu o compromisso do Governo de concluir as obras em 2015. Segundo Luís Pita Ameixa, 2015 “já constituirá um atraso de dois anos em relação ao previsto” pelo anterior governo PS para a conclusão do projeto Alqueva. Por outro lado, refere o deputado, “desde que o atual Governo PSD-CDS/PP tomou posse, nada foi feito em termos de continuidade do lançamento de obras”, o que “fica a marcar um ano perdido devido à manifesta impreparação e incapacidade da ministra da Agricultura”, Assunção Cristas. Luís Pita Ameixa lembra que o atual Governo, através de Assunção Cristas, “começou a anunciar que não havia dinheiro para a conclusão do regadio de Alqueva e, com desfaçatez, foi retirando as verbas que existiam
adjudicadas ao projeto”. Agora, continua o deputado, a ministra “veio afirmar que o Alqueva é ´um dos fortes pilares que sustentam um processo de desenvolvimento integrado’ para a região e o projeto será concluído até 2015”. “Isso é positivo, pois está a vir ao caminho certo, mas tal só foi possível devido ao protesto e aos argumentos da razão do PS e de outras entidades regionais, designadamente das associações representativas da agricultura”, refere o parlamentar. O deputado mostra, contudo, “preocupação” por o bloco de rega Roxo-Sado “estar a ser abandonado” do projeto, o que inviabilizará os regadios de Rio de Moinho e de Vale de Zebro e a ligação de Alqueva ao sistema de Campilhas e a Morgavel, em Sines.
Representantes de 12 organismos nacionais e estrangeiros da área da energia vão participar num workshop sobre os desafios energéticos das infraestruturas de megaciência, como o telescópio radioastronómico SKA, nos próximos dias 20 e 21 em Moura. O workshop “Os desafios energéticos das infraestruturas de megaciência: o exemplo do projeto SKA”, organizado pela empresa municipal Lógica, de Moura, em parceria com o
Arecba e freguesias de Beja promovem ações de sensibilização sobre eficácia energética A Agência Regional de Energia do Centro e Baixo Alentejo (Arecba) e a Associação de Freguesias da Cidade de Beja estão a promover desde terça-feira, dia 12, nos bairros residenciais da cidade, “atividades de sensibilização em torno da eficiência energética”.
Instituto de Telecomunicações de Aveiro, inclui debates de temas como os desafios energéticos do projeto SKA e visitas, nomeadamente à Central Solar Fotovoltaica de Amareleja (Moura). O projeto SKA visa a instalação de um telescópio radioastronómico na África do Sul (dois terços das infraestruturas) e na Austrália (um terço), sendo que alguns protótipos vão ser instalados e testados na Herdade da Contenda, em Moura.
Esta ação surge na sequência de uma outra, realizada no dia 29 de maio, nas portas de Mértola em Beja, “na qual foi possível contactar com mais de 300 cidadãos, oferecendo informação sobre eficiência energética e lâmpadas economizadoras, em número de 900”, esclarecem os responsáveis, que lembram que “a eficiência energética constitui um dos grandes pilares de redução
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Workshop em Moura debate desafios de infraestruturas de megaciência
de custos para famílias e instituições”. As próximas ações terão lugar no bairro da Conceição (hoje, sexta-feira, 17 horas), praça Fernando Lopes Graça (hoje, sexta-feira,18 horas), largo de Santo Amaro (sábado, 9 horas), largo dos Duques de Beja (sábado, 10 horas), Jardim do Bacalhau (sábado, 11 horas) e bairro Social Beja I (dia 18, 18 horas).
Município bejense “repudia totalmente o acordo”
Beja considera “ilegítima” posição da ANMP e pede congresso extraordinário
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Câmara de Beja considerou esta semana “ilegítima” a posição do presidente da Associação Nacional dos Municípios Portugueses no acordo com o Governo para pagamento de dívidas e exigiu um congresso extraordinário para as autarquias tomarem uma posição coletiva. Numa tomada de posição aprovada na terça-feira em reunião de câmara, o município de Beja “repudia totalmente o acordo” e “manifesta o seu descontentamento pela posição assumida ilegitimamente pelo presidente da ANMP”. No documento, o município “exige a convocatória urgente de um congresso PUB
extraordinário” da ANMP para que “todos os municípios” possam pronunciar-se e “tomar uma posição coletiva” sobre o acordo. Segundo a posição da Câmara de Beja, o Governo, “a coberto da crise” e “com a cumplicidade irresponsável e não legitimada da ANMP”, “desferiu mais um profundo golpe no poder local democrático” e “na sua autonomia”. O Governo “desferiu” também “mais um profundo golpe” na “capacidade das autarquias continuarem a assegurar o exercício pleno das suas competências e responsabilidades na satisfação das necessidades das suas populações e no desenvolvimento local e regional”, refere a posição.
No passado dia 28 de maio, o Governo e a ANMP acordaram uma linha de crédito de mil milhões de euros para permitir o pagamento de dívidas a curto prazo das autarquias vencidas num prazo de 90 dias. Três dias depois, a 31 de maio, o conselho geral da ANMP aprovou o acordo, resultante das conversações entre a direção e o Governo, e a convocação de um congresso extraordinário, ainda sem data, mas para fazer “uma avaliação extraordinária do que é o poder local”. Entre outras matérias, o acordo prevê, como condição prévia de candidatura ao Programa de Apoio à Economia Local, que disponibiliza a linha de crédito, que as autarquias têm que
desistir de qualquer processo judicial contra o Estado ou de providências cautelares que tenha interposto em áreas ou matérias tuteladas pelo memorando, como o Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI). O acordo prevê também que os municípios, sobretudo os que apresentavam desequilíbrio estrutural a 31 de dezembro de 2011, estão obrigados, no período abrangido pelo programa, a reduzir a despesa e a aumentar a receita, fixando as taxas máximas do IMI e da derrama e da participação no IRS. Por outro lado, os municípios devem maximizar os preços cobrados, “através da reapreciação dos tarifários”, e otimizar a racionalizar taxas.
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Freguesia de Santo Agostinho entregou prémios de mérito escolar
A Junta de Freguesia de Santo Agostinho, em Moura, entregou esta semana os prémios de mérito escolar referentes ao ano letivo 2011/2012. Gheorghe Alexandru Olariu, da EB1 do Fojo, e Rita Marques Lavadinho e José Guilherme Fabela Rodrigues Telo, da EB1 da Porta-Nova, foram eleitos os melhores alunos do presente ano letivo. O melhor aluno da EB1 do Fojo recebeu 200 euros em material escolar e os dois melhores alunos da EB1 da Porta-Nova 100 euros cada um.
Seminário “Olivicultura: Fertilidade e Rega” No âmbito do Proder – Redes Temáticas, a Confederação Nacional de Jovens Agricultores e do Desenvolvimento Rural (CNJ), em parceria com a Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Serpa (Epdrs), promove no próximo dia 19, a partir das 14 e 30 horas, o seminário “Olivicultura – Fertilidade e Rega”, que
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parecem indicar que é na cultura do olival que essa transformação está a acontecer de forma mais pronunciada do que noutros tipos de culturas. Isso acontece não só na conversão de sequeiro para regadio como também em número de novas plantações”. O seminário contará com as participações de José Manuel Nunes, Jorge Maia e Pepe Gonzalez Ocaña.
Eleições para a Federação Distrital do PS são hoje
Iscte promove conferência sobre empreendedorismo no Baixo Alentejo “Empreendedorismo – Que Desafios para o Desenvolvimento do (Baixo) Alentejo?” é o título de uma conferência que terá lugar hoje, sexta-feira, a partir das 9 e 30 horas, no auditório da Biblioteca Municipal de Beja. O evento é promovido pelo Iscte – Instituto Universitário de Lisboa no âmbito das comemorações do seu 40.º aniversário. A conferência contará com as intervenções do presidente da Câmara Municipal de Beja, Jorge Pulido Valente; Cristina Almeida, do Iscte – IUL; Filipe Pombeiro, presidente do Nerbe; Luís Luz, coordenador do projeto Myfarm.com do Instituto Politécnico de Beja; Jorge Salvador, técnico superior da Câmara Municipal de Vidigueira; Célia Dias, sócia-gerente da empresa Mestre Cacau; António Silvestre Ferreira, proprietário da herdade Vale da Rosa; e Jorge Benvinda, empresário e vocalista da banda Virgem Suta.
terá lugar na sala de conferências da escola. Com esta iniciativa, os parceiros pretendem “divulgar junto dos alunos e de todos os interessados localmente o conhecimento produzido que se refira às mudanças introduzidas pelas disponibilidades de água na região, mas também a melhor maneira de aproveitar esses recursos”. A organização lembra que “notícias recentes
Pedro do Carmo e Hélder Guerreiro vão a votos
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edro do Carmo, presidente da Câmara de Ourique, e Hélder Guerreiro, vereador na Câmara de Odemira, são os dois candidatos à substituição de Luís Pita Ameixa no cargo de presidente da Federação Distrital do PS, cujas eleições estão marcadas para hoje, sexta-feira. As eleições para a distrital vão decorrer em todas as secções do PS, em paralelo com a eleição dos delegados ao congresso federativo distrital marcado para dia 1 de julho, em Mértola. Depois de Pita Ameixa ter conduzido
durante uma década os destinos do PS no distrito de Beja, a campanha decorreu de forma intensa e participada, com ambos os candidatos a considerarem que o eleitorado socialista “saberá julgar” o trabalho realizado por cada uma das candidaturas. Numa mensagem aos cerca de 900 filiados no PS no distrito de Beja com capacidade eleitoral, Pedro do Carmo – que é o primeiro subscritor da moção “Força PS! Somos o Baixo Alentejo!” – afirma pretender “um novo ciclo na liderança do Partido Socialista na região, onde todos
os militantes participarão e farão parte das soluções do futuro, a favor das pessoas e do Baixo Alentejo” e diz que é preciso gerar “novas ideias para que o Partido Socialista lidere a agenda política”. Hélder Guerreiro, por seu turno, subscreve a moção “Afirmar o Baixo Alentejo” e diz esperar uma “grande afluência” às urnas. Em comunicado, o vereador da Câmara de Odemira escreve que “vamos vencer porque a nossa candidatura conseguiu cimentar, junto dos militantes, uma mobilização e uma energia positiva de vitória que ninguém vai conseguir parar”. CJ
Piscinas Municipais de Vidigueira reabrem no domingo
Piscina de Aljustrel reabre hoje A Piscina Municipal de Aljustrel reabre hoje, sexta-feira, ao público. Para amanhã, sábado, está agendado um festival aquático, a partir das 10 horas. Trata-se, de acordo com a câmara municipal local, “de uma grande festa aquática com insufláveis gigantes e animação
musical”. Durante a restante época balnear, lembra a autarquia, os utilizadores podem usufruir “de uma piscina com cerca de 1 000m2, de um tanque de aprendizagem e de outro para bebés”. A piscina “dispõe ainda de um posto médico, biblioteca com jornais diários e livros de vários géneros literários”, para além
Mais 350 beneficiários de RSI em três meses, só em Beja
Desemprego sobe 29,1 por cento
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desemprego registado em maio nos centros de emprego da região do Alentejo subiu acima dos 29 por cento, comparativamente ao mesmo mês de 2011. Os dados revelados pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) dão conta de 27 917 inscritos, mais 6 287 do que há um ano. No entanto, face ao mês de abril, assistiu-se a uma redução de 4,1 por cento no número de inscrições, um cenário habitual devido ao trabalho sazonal. As ofertas de emprego subiram 12,4 por cento em relação ao mês anterior, mas
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desceram 4,2 por cento quando comparadas com o mês homólogo. Quanto aos beneficiários do Rendimento Social de Inserção (RSI), entre dezembro de 2011 e março de 2012, assistiu-se, em todo o Alentejo, a um aumento de 576 casos, atingindo o total de 16 211 indivíduos, informou a Secretaria de Estado da Segurança Social. Em Beja passou-se de 6 013 beneficiários para 6 364, um aumento de 4,9 por cento; em Évora a subida foi de 5,8 por cento (4 459/4 718); e em Portalegre assistiu-se a um recuo de 0,7 por cento, de 5 163 pra 5 129.
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As Piscinas Municipais de Vidigueira reabrem no próximo domingo, dia 17, para mais uma época balnear. O equipamento estará aberto de terça-feira a domingo, entre as 10 e as 20 horas, encerrando à segunda-feira para limpeza. No primeiro dia de abertura as entradas são gratuitas.
“de áreas específicas para deficientes, uma área de espectadores com bancada descoberta para 200 lugares sentados, bar, restaurante e centenas de metros quadrados de relva e sombras”. A piscina funciona de terça a domingo, das 10 às 20 horas. O festival aquático tem entradas livres.
Câmara de Odemira está mais simplificada
Jovens cientistas na Escola Secundária de Odemira
A Câmara Municipal de Odemira lançou em 2010 o Programa de Simplificação Administrativa Municipal, Odemira Simplifica, cujo balanço de primeiro ano de implementação “superou as expetativas”, adianta. Em 2011 “foram concretizados cinco projetos e 23 medidas, com o objetivo de melhorar a satisfação dos munícipes, empresas, associações ou coletividades”. Para 2012 foram desenhadas 20 medidas e dois projetos, “com destaque para a intranet municipal, já implementada, a certificação de qualidade e a desmaterialização dos processos de gestão de várias áreas de ação municipal (apoio escolar, atendimento, cartão social, gestão de coletividades, protocolos e reclamações) ”. No final do primeiro semestre deste ano, “o programa conhece bom nível de execução”, refere a câmara. O programa prevê a implementação de projetos transversais à organização e de medidas sectoriais em três áreas de intervenção.
Seis jovens alunos da Escola Secundária Dr. Manuel Candeias Gonçalves, de Odemira, conquistaram o 2.º prémio e uma menção honrosa no 20.º Concurso de Jovens Cientistas, que decorreu no âmbito da Mostra Nacional de Ciência, no Museu da Eletricidade, em Lisboa. O 2.º prémio, no valor de 1 200 euros, foi atribuído ao projeto “Impacto da flora invasora nos ecossistemas ribeirinhos em Odemira”, da autoria dos alunos Lúcia Martins, Daniel Silva e Marlieke Pronk e que, juntamente com o 1.º prémio (de Arouca, distrito de Aveiro), irão representar Portugal na final europeia, no 24.º Concurso Europeu para Jovens Cientistas, que decorrerá entre 21 e 26 de setembro, em Bratislava, Eslováquia. O projeto “Recuperação de áreas invadidas por acacia longifolia em Odemira”, da autoria de Ana Correia, Milene Ramires e Mónica Raposo, recebeu uma menção honrosa. Os dois projetos distinguidos vão ainda representar Portugal na Genius Olympiad 2012.
Feira de São João na vila de Colos de 22 e 24
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Mostras de gado, máquinas agrícolas, produtos locais e artesanato, workshops e espetáculos de música vão marcar a tradicional Feira de São João da vila de Colos (Odemira), que vai decorrer entre os próximos dias 22 e 24. A feira, que “aposta na dinamização do setor pecuário” e em mostrar os produtos locais, é promovida pela junta de freguesia e pela associação para o desenvolvimento da freguesia de Colos, com o apoio de outras entidades.
Música
“No silêncio das casas” já teve dois concertos de apresentação
Paulo Ribeiro em versão caseira e intimista O segundo álbum de originais do cantautor bejense surge depois de uma década de espera deliberada pelos “cúmplices certos”. Nomes como Sara Côrte-Real, nos coros, Celina da Piedade, no acordeão, Viviane ou Zeca Medeiros, com quem interpreta dois duetos. Mais contido no plano instrumental e de temperamento “outonal”, “No silêncio das casas” revela um Paulo Ribeiro também letrista, produtor e arranjador. Texto Carla Ferreira Foto José Ferrolho
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ma década depois de “Aqui tão perto do sol”, Paulo Ribeiro deixa a largueza da planície alentejana e o apelo dos elementos da natureza para se refugiar na intimidade do lar, em silêncio. Talvez repousado naquela “salinha
de jantar” que era a da avó Mariana e que poderia bem ser a sala de outra qualquer matriarca. Estão lá as “loiças antigas”, as “duas velas sempre acesas”, “Nossa Senhora das Dores” e uma fé que se reacende sempre que a esperança se perde. Cantautor bejense, que todos recordam como vocalista dos já extintos Anonimato, Paulo Ribeiro esperou uma década por um segundo álbum de originais, que leva o selo da Heaven Sound. Esperou mas não desesperou. Limitou-se a respeitar o tempo certo das coisas. Integrou projetos paralelos – Mosto, Baile Popular, o espetáculo “Aldeia Nova”, uma homenagem a Manuel da Fonseca de que foi autor e diretor artístico – e foi ao encontro ou deixou-se encontrar pelos “cúmplices certos”, outros músicos que entendessem este “silêncio das casas” que dá nome ao disco. Foi assim que chegou a Sara Côrte-Real, voz residente de Os
Assessores, banda que acompanha Sérgio Godinho; a Celina da Piedade, acordeonista do Cinema Ensemble, de Rodrigo Leão; à cantora Viviane, com quem partilha o tema “O teu nome” com poema de Alexandre O’Neil; ou a Zeca Medeiros, o músico açoriano que empresta a voz áspera à faixa “Noite Luarenta”, um segundo dueto em torno das palavas do poeta António Gancho. Na banda deste trabalho “mais contido” em termos instrumentais estão nomes como Mário Delgado (guitarras), Valter Rolo (piano), José Canha (contrabaixo) e Jorge Moniz (bateria e percussões). “Levei algum tempo a encontrar as pessoas certas mas preferi esperar até encontrá-las”, confessa o músico, cujas “urgências” de criação se têm sucedido num ritmo autónomo do mercado discográfico. “Devemos lançar um disco quando temos alguma coisa para dizer”, defende. E viver, já agora. Assimilar
aprendizagens, assumir talentos, aventurar-se. “É um disco que reflete uma série de vivências resultantes de uma certa maturidade. Não conseguiria de certeza fazer este disco quando tinha 20 anos”, comenta, sublinhando que esta é a primeira vez em que assume também, em parceria, a componente da produção e arranjos musicais. Além da poética. Em 12 temas, apenas os dois já referidos não têm a assinatura de Paulo Ribeiro. Por comparação com o seu primeiro trabalho a solo, “um disco de exteriores”, “No silêncio das casas” é um projeto que vai beber de uma fonte criativa mais íntima, onde moram as reflexões e os balanços pessoais, numa alternância entre uma evidente “carga melancólica” e os laivos “de esperança e luminosidade” que nos são oferecidos em algumas canções. Está lá o amor – como contorná-lo? –, estão lá as ruturas, as memórias de infância, e questões
tão universais como o que é isto da vida e que papel nos cabe aqui, afinal. No fundo, concretiza, “eu não falo de coisas desconhecidas e nesse sentido é um disco que se aproxima das pessoas, que se liga profundamente aos outros. É um disco humanista, se quisermos”. Depois de uma primeira apresentação na Fábrica do Braço de Prata, em Lisboa, ainda em maio, e de uma outra, há dias, no Be Jazz Café, Barreiro, “No silêncio das casas” tem já concerto confirmado em Beja, no próximo dia 22 de setembro, no âmbito da programação do Pax Julia Teatro Municipal. A natureza “outonal” do álbum determinará depois uma digressão por várias salas da região, uma vez terminado o verão. Para já, fica uma dica do autor em jeito de “modo de usar”: “É um disco para se ir ouvindo, não é para se ouvir. Tem uma unidade, não são peças desirmanadas que se possam separar”.
O Cineteatro Marques Duque, em Mértola, recebe amanhã, sábado, mais um seminário dedicado à caça, cujos destaques são a perdiz vermelha, o coelho bravo e o lince ibérico no concelho. O seminário está organizado em cinco painéis que “irão abordar o futuro destas espécies, as doenças que as afetam e a caça em campo”. Em debate estão também “a rola turca e o impacto da introdução do lince ibérico no Parque Natural do Vale do Guadiana”. A organização do seminário é da responsabilidade da Câmara Municipal de Mértola e da Fencaça.
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Seminário em Mértola debate perdiz vermelha, coelho bravo e lince ibérico
DR
Reportagem
“A conservação é ainda vista como um entrave ao desenvolvimento e produtividade”
Preservação da biodiversidade alentejana com um longo caminho a percorrer Se a palavra abetarda não lhe é familiar, aflija-se. Sendo a mais pesada das aves europeias, mas também uma das mais difíceis de observar, as abetardas contam atualmente em Portugal com uma população de apenas 1 400 indivíduos, pelo que se tem observado um crescente no que toca à preservação desta espécie em vias de extinção. Texto Ema Pimenta
A
s alterações às práticas agrícolas, a caça furtiva e os cabos de alta tensão são apontados como os principais fatores para a quebra exponencial da população de abetardas que se tem observado desde o século XIX, chegando aos dias de hoje com apenas 40 mil aves em todo o mundo. A educação para a prática de
uma atividade agrícola sustentável e de coabitação com as espécies residentes torna-se essencial quando se observa por parte dos agricultores um abandono das áreas de pousio e o aumento dos regadios, o aumento da densidade do gado, ou a aposta na mecanização agrícola e utilização de pesticida, práticas que têm diretas e severas repercussões nas populações de abetardas. Invertendo a tendência, os agricultores incluídos na Zona de Proteção Especial (ZPE) de Cuba adotaram, desde 2009, um conjunto de medidas para compatibilizar a produção agrícola com a conservação de aves estepárias, como a abertarda e o sisão, ao abrigo do acordo assinado com o Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e Ordenamento do Território (GPP, ICNB, DRAP
Alentejo), EDIA e duas organizações não governamentais de ambiente (SPEA e LPN). Com vista a monitorizar os progressos, o ICNB e a LPN abraçaram o mote do, então a decorrer, Festival Terras Sem Sombra, e promoveram no dia 10 de junho uma ação de sensibilização na herdade da Apariça, uma das mais significativas áreas agrícolas da região de Beja, estendida ao longo de 2 000 hectares. A sinalização de cercas para que se tornem mais visíveis para as aves em voo (potenciando desta forma uma redução da mortalidade por colisão), a construção de passagens para as abetardas nas vedações de gado e a colocação de ninhos artificiais para o francelho (pequeno falcão migrador) foram gestos simbólicos de sensibilização para um comportamento mais sustentável
As alterações às práticas agrícolas, a caça furtiva e os cabos de alta tensão são apontados como os principais fatores para a quebra exponencial da população de abetardas que se tem observado desde o século XIX
e consciente por parte dos agricultores face a esta causa. Encimado pelo Conde de Ripalda, D. Amalio de Marichalarb, presidente do Fórum Mundial para a Sustentabilidade, e com ao presença alegórica do ator Luís Miguel Cintra – recém-nomeado “Melhor ator de teatro” pela Sociedade Portuguesa de Autores (SPA), – estas “pequenas medidas” visam provar que é verdadeiramente possível desenvolver práticas de regadio ou de sequeiro com altos níveis de rentabilidade, em compatibilização com a conservação de aves estepárias. Há ainda um longo caminho a percorrer mas tem sido evidente um esforço positivo no sentido de reverter a situação até então observada, numa altura em que a conservação, infelizmente, é ainda vista como um entrave ao desenvolvimento e produtividade.
Sisão
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(Tetrax tetrax)
Vulnerável Em Portugal, a quase totalidade da população está concentrada na região do Alentejo, com uma estimativa de aproximadamente 17 500 machos reprodutores.
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A região do Campo Branco oscila entre a produção de cereais e o pastoreio de gado em regime extensivo, o que “garante que estas aves aqui continuem a existir” Rita Alcazar
LPN protege aves ameaçadas combatendo desertificação
Não há abetardas sem Campo Branco No domingo, 17, assinala-se o Dia Mundial do Combate à Seca e à Desertificação.
S
e hoje os Jogos Concelhios de Castro Verde têm como mascote uma abetarda desportista, sinal de que a “rainha da estepe” continua bem viva e de saúde, é porque uma rara conjugação de esforços teve lugar há perto de duas décadas, impedindo a florestação com eucalipto de uma vasta área agrícola, então nas mãos da indústria do papel. Desencadeada por uma g ç não-governamental, g , a Liga g organização para a Proteção da Natureza (LPN), a intervenção teve a adesão dos decisores políticos, locais e nacionais, o apoio financeiro da Europa comunitária e mais tarde também o aval dos agricultores do Campo Branco, hoje mais de 150 envolvidos.
Uma data que diz muito à região alentejana, duplamente fustigada pela inclemência do clima e por recentes más práticas agrícolas que culminaram na famosa Campanha do Trigo. E também um pretexto para uma visita ao Centro de Educação Ambiental do Vale Gonçalinho, quartel-general da Liga para a Proteção da Natureza em Castro Verde, a partir do qual zela pela manutenção de espécies p tão vulneráveis como a abetarda,, o sisão ou o ppeneireiro-das-torres, e do habitatt que partilham. A provar que conservação da natureza e combate à desertificação são duas faces da mesma moeda. Texto Carla Ferreira Fotos José Ferrolho
Uma tão “invulgar” concertação de interesses que já por várias vezes o Plano Zonal de Castro Verde, medida agroambiental elaborada especificamente para aquela região e em vigor desde 1995, “foi levado a Bruxelas como exemplo de uma muito boa ligação entre a conservação da natureza e a agricultura”, lembra a bióloga Rita Alcazar, coordenadora do Centro de Educação Ambiental do Vale Gonçalinho (Ceavg), a funcionar há 12 anos numa herdade a poucos quilómetros da vila de Castro Verde. É importante não esquecer que praticar uma agricultura compatível com a conservação do património natural implica assumir compromissos que trazem custos adicionais aos
Cria de peneireiro-das-torres
Peneireiro-das-torres
Abetarda
(Falco naumanni)
(Otis tarda)
Vulnerável Em Portugal, o peneireiro-das-torres nidifica maioritariamente no Baixo Alentejo. A Zona de Proteção Especial (ZPE) de Castro Verde alberga 80 por cento da população portuguesa.
Em perigo É a maior ave voadora da Europa, podendo os machos adultos chegar aos 14 quilogramas. No Campo Branco, a população de abetardas tem vindo a aumentar e, em 2011, registaram-se cerca de 1 300 aves que correspondem a cerca de 85 por cento da população nacional.
agricultores, além de alguma perda de rendimento, que o Plano Zonal, enquanto instrumento financeiro, se propôs cobrir. É no Ceavg, um monte “ecológico” implantado bem no coração da estepe cerealífera alentejana, que a LPN tem montado o seu quartel-general a partir do qual zela pela manutenção de aves estepárias, espécies tão vulneráveis como a emblemática abetarda e os não menos carismáticos sisão e peneireiro-das-torres, assim como do habitat que partilham. Um trabalho já por diversas vezes premiado (projeto LIFE Estepárias), mas cujo reconhecimento maior é sentido na evolução, para o dobro e em alguns casos para o triplo, das populações ameaçadas. “Em 1997 tínhamos à volta de 400 abetardas na região e neste momento andamos nas 1 300, o que corresponde a cerca de 85 por cento da população nacional”, contabiliza a bióloga, orgulhosa, descrevendo as particularidades desta que está registada como a maior ave voadora da Europa: “Têm um comportamento social bastante marcado. São muito interessantes as paradas nupciais exuberantes que os machos executam para cativar as fémeas, logo no princípio da primavera”. Num contínuo de quase 60 mil hectares de planície, uma extensão ímpar em território português e, muito provavelmente, também a nível do continente europeu, a região do Campo Branco oscila entre a produção de cereais e o pastoreio de gado em regime extensivo, o que “garante que estas aves aqui continuem a existir”, assegura Rita Alcazar. E, diríamos nós, quase com o estatuto de santuário nacional. É que, acrescenta a cientista, “esta é a comunidade de aves terrestres com maior proporção de espécies ameaçadas que nós temos em Portugal, e resulta justamente deste equilíbrio entre pastagens e cereal”. Está então justificada a segunda frente de trabalho da LPN em Castro Verde. Além da proteção das aves, com medidas de que é exemplo a construção de torres para os peneireiros nidificarem (na foto), os “condomínios de luxo” como se lhes refere a brincar, há que pensar também na “conservação do solo”. Tanto mais por se tratar de uma zona de elevada suscetibilidade à seca e desertificação, cujos solos empobreceram significativamente, ficando ainda mais vulneráveis à erosão, depois da famosa Campanha do Trigo, a partir dos anos 30 do século XX. Daí que a própria LPN tenha optado por engrossar o número de agricultores que operam na região. Adquiriu seis propriedades agrícolas e, numa espécie de “campo experimental” com 1 800 hectares,
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tem proposto aos “colegas” soluções para promover a reversão de processos como a desertificação e a perda de biodiversidade, visando em última instância o desenvolvimento sustentável. Rita Alcazar exalta uma técnica inovadora no combate à desertificação, que consistiu na “injeção” de lamas provenientes da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Castro Verde em profundidade no solo, como forma de acelerar a formação do solo “em cerca de 10 vezes” e melhorar as suas características físicas e químicas. Medidas para reduzir a erosão do solo, como a sementeira direta, ou para minimizar o risco de seca, como o desenvolvimento de charcas e bebedouros ou uma maior preservação das linhas de água, têm sido igualmente testadas e sugeridas. Outro aspeto que não pode ser esquecido, dada a sua crescente expressão, é o ecoturismo enquanto alternativa de desenvolvimento local sustentável. “Há uma procura bastante elevada de turistas para observar estas aves no seu habitat natural e é um número que tem vindo a crescer, sobretudo de visitantes estrangeiros e na sua maioria oriundos do Reino Unido”, informa Rita Alcazar. O Ceavg funciona assim como polo de acolhimento destes “turistas altamente especializados, que sabem muito bem o que querem ver”. E que depois se espalham pelas unidades hoteleiras da região, usufruindo de outras ofertas patrimoniais e provando, como conclui a bióloga, que as “aves também podem trazer algum retorno financeiro”, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida das populações locais. Se a desertificação é, como ficou declarado na convenção das Nações Unidas de combate ao fenómeno, “a degradação da terra nas regiões áridas, semiáridas e sub-húmidas secas, resultante de vários fatores, entre eles as variações climáticas e as atividades humanas”, então há pelo menos uma variável que pode ser controlada. Projeções assentes em dados climáticos (Atlas Climático das Aves Nidificantes na Europa, de 2007), indicam que o Baixo Alentejo poderá tornar-se “inadequado” para espécies como a abetarda e o sisão, que tenderão a migrar para norte. A coordenadora do Ceavg, pela parte que lhe toca, não arrisca cenários futuros. Prefere antes falar do que sabe e ser otimista: “Se nós conseguirmos continuar a trabalhar positivamente em termos de sustentabilidade, preservando o solo e minimizando o despovoamento, ou seja, na parte que nós conseguimos controlar, eu creio que conseguiremos manter este tipo de ecossistema e de habitat aqui na região”.
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[Contra a Alemanha] dá-me ideia que perdemos (é na primeira pessoa do plural, não é?). Depois ouvi o Paulo Bento a explicar que sucede sempre jogarmos bem e perdermos. Não percebi, mas eu não percebo nada de futebol. Fernanda Câncio, “Diário de Notícias”, 12 de junho de 2012
Opinião
Troika – Um ano depois… Filipe Fialho Pombeiro Economista
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Foi ontem que se celebrou o Dia Mundial do DADOR DE SANGUE. Foi ontem, é hoje, deveria de ser todos os dias, o Dia do Dador de Sangue. Esse ser altruísta, abnegado, anónimo que, por impulso próprio, se dedica a salvar vidas. Qualquer vida. Pena é que nem aqui o Governo tenha tido um pingo de bom-senso, ao retirar a isenção das taxas moderadoras na saúde a quem tanto dá. PB
Sou sensível ao argumento de que os portugueses precisam de uma alegria, mas temo que um bom desempenho possa “alienar” ainda mais os “tugas” dos problemas do País e das trapalhadas e omissões do Governo. E se há alguém que seguramente não merece que Portugal vá longe, é Miguel Relvas. João d’Espiney, “Público”, 12 de junho de 2012
Uma nota final para o aumento do IVA na restauração: foi um erro crasso e urge ser corrigido. É a estocada final a um setor em quebra e um convite à evasão fiscal. As únicas consequências que terá serão a falência das empresas, o aumento abismal do desemprego e a diminuição de receita fiscal.
tempo passa, de facto, muito depressa mas neste caso não se pode dizer que não demos pelo tempo passar. A intervenção deste triunvirato e as medidas governamentais seguidas de acordo com o memorando fizeram-se notar, e de que maneira, na vida das pessoas. E o qual é o balanço que se
6 de junho de 1944, o dia mais longo para o derrube de Hitler
pode fazer? Do meu ponto de vista, e quase como em tudo na vida, existem fatores de sucesso e outros com consequências trágicas para as empresas e para as pessoas. É certo, inevitável e até bastante importante que se controle o défice e que se fizesse um esforço de consolidação orçamental, na senda do previsto no acordo, não só para garantir a sustentabilidade do País, mas também para dar um imagem de responsabilidade para com os mercados. E aí, de uma forma geral, os objetivos foram cumpridos, alguns deles até acima das expetativas, o que é de louvar. Também a melhoria da nossa balança comercial, dando especial enfoque no aumento significativo das nossas exportações, é um aspeto muito positivo e que se deve realçar. Por outro lado, quando todo o País reclama pelo crescimento económico e pelo combate ao desemprego eis que surge um pacote de medidas para promover o empreendedorismo e a contratação de trabalhadores, tentando contrariar principalmente o desemprego jovem. Então e o que é que correu mal? A convergência foi feita à custa de medidas de austeridade, subidas de impostos e diminuição do rendimento disponível das famílias. Tinha de ser assim? Tinha, mas deveria ter sido de forma mais suave e gradual. Quando se avança com um pacote destes tem de se ter a noção de que vai existir uma contração enorme do consumo interno (que também explica parte do equilíbrio da balança comercial). Esta contração tem um efeito nefasto na economia, nas empresas que não são exportadoras e muitas acabam mesmo por não resistir e fechar. É o chamado ajustamento. Mas este ajustamento, que se pensava que iria apenas afetar as empresas não viáveis, sem estrutura, que fazem concorrência às demais, foi muito mais longe do que se pensava e hoje afeta milhares de empresas que eram viáveis e que mantinham muitos postos de trabalho. É aqui que, na minha opinião, reside o cerne da questão, o problema do desemprego não se resolve dando incentivos à contratação porque não existe nas empresas trabalho nem liquidez para contratar, tem de se resolver a montante acabando com os fatores que levam a que diariamente fechem dezenas de empresas, aquelas que eram responsáveis pela maioria do emprego em Portugal. O crescimento do País não se resolve unicamente por via da exportação. Apenas 18 000 empresas em Portugal são exportadoras e por muito que outras sigam o seu exemplo muitas não o poderão fazer, e é também necessário que a economia interna seja forte. E aqui é importantíssimo resolver o problema do financiamento das empresas. Não é admissível que enquanto a banca fecha a porta às empresas aumente exponencialmente o financiamento às empresas, em especial ao setor dos transportes. Chega-se ao ridículo de existir procura, encomendas feitas sem hipótese de serem satisfeitas porque as empresas não têm liquidez para comprar as matérias-primas necessárias.
Dia Mais Longo por Cornelius Ryan, Casa das Letras, 2012, continua a ser um relato fresco, vibrante e comovente de tudo o que se passou no Dia D. Este livro é inegavelmente um clássico, lê-se com o mesmo empolgamento como há 60 anos atrás. Cornelius Ryan especializou-se no relato suportado pela história oral dos protagonistas e por minuciosa investigação nos arquivos especializados. Ryan foi buscar o título do livro a uma observação do marechal Rommel ao seu ajudante de campo: “Acredite-me, as primeiras 24 horas da invasão serão decisivas… Delas dependerá o destino da Alemanha… Tanto para os Aliados como para nós esse será o dia mais longo”. Com efeito, a Operação Overlord começou 15 minutos depois da meia-noite desse dia 6 de junho, homens cuidadosamente escolhidos e pertencentes a divisões aerotransportadas partiram para que um conjunto de batedores fosse balizar as zonas onde desceriam os para-quedistas e onde aterrariam os planadores que transportavam a infantaria. A batalha da Normandia estava em curso, estendeu-se por cinco praias com os nomes Utah, Omaha, Gold, Juno e Sword. Competia ao marechal Rommel o comando da mais terrível batalha da sua carreira, mais de meio milhão de homens mantinham a Muralha do Atlântico, defendendo cerca de 1 500 km de costa, desde os diques da holanda até às praias meridionais da Bretanha. As condições atmosféricas sobre a Mancha eram péssimas, os exércitos alemães andavam azafamados a colocar obstáculos pelas praias, seria um trabalho insano até 20 de julho. Rommel preparou-se para viajar com dois objetivos: celebrar o aniversário de casamento em casa e partir ao encontro de Hitler. Como num romance, embrincam-se factos do lado dos Aliados e do lado dos alemães: as escutas; a espionagem dos submarinos de algibeira junto à costa normanda; um criador de palavras cruzadas inglês é interrogado porque em maio usara a palavra Overlord; o ambiente no quartel-general aliado; a apresentação do dispositivo invasor; o ambiente dentro das manchas, milhares e milhares de soldados encharcados a aguardar o início da missão; a estupefação dos civis franceses quando, depois dos bombardeamentos veem chegar os planadores; a deteção da segunda mensagem que anunciava o princípio da invasão, a continuação do poema de Verlaine: “Blessent mon coeur d’une langueur monotone”. Os alemães desconfiam, pensam de tratar-se de uma manobra de diversão, o mesmo se passará com Hitler. O ponto fulcral da obra é o desembarque, com peripécias espantosas, praias cheias de sangue, contingentes militares perdidos, os exércitos alemães vacilantes nuns casos, outros corajosamente nas praias, atrás de canhões e metralhadoras. Na generalidade dos casos, a resistência alemã irá ser batida ao longo do dia. O 7.º Exército alemão irá intervir tardiamente, em muitos
Beja Santos Defesa do consumidor
casos não poderá resistir à avalanche demolidora da artilharia norte-americana e britânica. Rommel está de volta. O dia fora muito longo, não se podia suster a invasão, mês e meio depois os Aliados estarão em Paris, a ofensiva é imparável. Impressiona muito ler este livro, repito, resistiu às rugas do tempo, é grandioso na sua simplicidade. Alguém escreveu que se tratava de “Um memorial vivo para os homens que morreram nesse dia numa narrativa emocionante e aterrorizadora”. É verdade que outros vieram repor com mais cuidado a parte alemã, mas a saga contada por Cornelius Ryan é portentosa pelos cuidados expostos numa gesta gloriosa onde os sobreviventes puderam depor e confirmar as vicissitudes desse dia muito longo que contribuiu, a prazo, para o fim do Terceiro Reich.
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Jovens e velhos Ana Paula Figueira Docente do ensino superior
Parlamento Europeu considerou 2012 como o Ano Europeu do Envelhecimento Activo e da Solidariedade entre Gerações. Parece-me pois, muito oportuno, falar de juventude e de velhice… e de saudade e de esperança, os dois marcos que delimitam o presente de cada vida, com enfases normalmente distintos, trate-se de um jovem ou de um velho. Os jovens são, naturalmente, egoístas e egocêntricos, centram os pensamentos e desafios em si próprios, pensam que são eternos e, por isso, falam da morte mas não pensam nela; esta é a altura mais propícia para se aprender… a ser sábio, de preferência! Pelo contrário, os velhos são altruístas, já passaram por inúmeras experiências que lhes deverão ter conferido a tal sabedoria que, a seguir, deve ser posta em prática… a busca incessante da verdade perde importância e é substituída pelo encontro com o Amor, como princípio; pensam na morte sem necessidade de falar dela: já perceberam que o fim vai chegar e necessitam, pois, de procurar uma outra eternidade, que ofereça um sentido ao seu dia a dia e a tudo aquilo que, de bom e mau, os rodeia. Envelhecer é, pois, um processo incontornável e natural, cuja consciência começa quando se percebe que tudo é efémero! Os anos passam e o corpo envelhece: surgem as rugas, as dores e as maleitas… e a consciência que se é um ser mortal! O envelhecimento da alma pode, ou não, acompanhar este processo, e é neste ponto exactamente que quero chamar a atenção dos meus leitores: só se envelhece, verdadeiramente, quando a alma perde a memória e não busca o desejo e o prazer! Contenta-se com as recordações e, eventualmente, com a vaidade! Cada dia é, tão-somente, mais um dia, sem inesperados, surpresas ou imprevistos… bons ou maus! Por tudo isto, no ano que agora se comemora, e que pretende significar “para as pessoas mais velhas a oportunidade de continuarem a trabalhar e partilharem as suas experiências, de continuarem a desempenhar um papel activo na sociedade e de viverem as suas vidas de maneira saudável, independente e preenchida”, apelo a que encarem o envelhecimento, aprendendo sempre muitas coisas, tal como Sólon insistentemente repetia; se a saudade aumenta, a esperança (seja no que for) não pode diminuir! É isso que faz a diferença entre estar vivo ou morto… em vida! Por decisão pessoal, a autora do texto não escreve segundo o Novo Acordo Ortográfico
E no domingo assinala-se o Dia Mundial Contra a Seca e a Desertificação. Nesta edição do “DA”, em vez de politizarmos a questão, decidimos ver com os nossos próprios olhos o trabalho minucioso que, nesta matéria, está a ser feito no VALE GONÇALINHO e também fomos em busca das abetardas com a família do Terras Sem Sombra. PB
Há 50 anos A “Brasília Portuguesa” em Milfontes
“U
m comunicado da P.I.D.E. sobre os recentes acontecimentos com estudantes” era o título de uma lacónica notícia que o “Diário do Alentejo” publicava ao alto da primeira página da edição de 13 de junho de 1962. Seis linhas a uma coluna completavam a informação: “Segundo tornou público a Polícia Internacional e de Defesa do Estado, nos recentes tumultos e greves da massa estudantil houve participação activa de elementos do Partido Comunista Português.” Mais nada. Por esses dias, o jornal incluía pequenas informações locais e regionais (“Incêndio numa seara da freguesia de Ervidel”, “Descarrilou ontem à saída de Vendas Novas o ‘rápido’ Beja-Lisboa”, “Foi pescado no rio Guadiana um barbo com 14 quilos”), do País (“O aniversário da eleição presidencial do Sr. Almirante Américo Tomás”, “[O engenheiro Jorge Jardim] Agraciado com o Grande Oficialato da Ordem do Império”, “A memória de Júlio Dantas evocada na Academia das Ciências”) e do estrangeiro (“O Iraque e os Estados Unidos cortaram relações diplomáticas”, “Kennedy dá explicações sobre a sua administração”, “O ‘Exército secreto’ [na Argélia] chegou ao paroxismo do crime: envenenar crianças”). E havia, com honras de “Nota do Dia”, uma notícia com “muito de imprevisto, mesmo de sensacional”, que “não peca por fantasista” e que o jornal garantia ser “exacta, assentando em informações absolutamente seguras”: “Perto de Vila Nova de Milfontes vai ser construída a ‘Brasília Portuguesa’”. Ora leiam: “(...) Uma iniciativa, que marca pela originalidade, que visa certamente a objectivo comerciais mas que nem por isso deixa de interessar grandemente ao futuro, á valorização do Baixo Alentejo, vai dotar a nossa província com uma pequena cidade cem por cento moderna, uma cidade que será uma autêntica réplica da nova capital do Brasil – Brasília. Esclareçamos: um grupo de capitalistas brasileiros, inspirado na ideia da edificação, no seu país, da ‘Nova Goa’, decidiu-se a construir em Portugal uma ‘Nova Brasília’. A escolha, ao cabo de vários estudos, incidiu numa área a cerca de 4 quilómetros da praia de Vila Nova de Milfontes. Imediatamente se iniciaram as negociações para a compra dos terrenos, que já foram concretizadas, estando garantida a aquisição de 140 hectares. Vai agora ser levantada a planta topográfica, para a elaboração do respectivo projecto, que incluirá a construção de bairros residenciais, hotéis, piscinas e até, ao que consta, um Palácio de Imprensa. Por outro lado, será construída uma auto-estrada de acesso á ‘cidadezinha’, que terá duas pistas. (...)” Um brevíssimo comentário, meio século depois: as vigarices em torno da especulação imobiliária, mascaradas de “projectos de desenvolvimento” e amplamente publicitadas pela imprensa, já são antigas também no Alentejo... Carlos Lopes Pereira
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Há municípios, Beja e Ferreira, para já, que, com alguma razão, se sentem excluídos do grupo de trabalho que o Governo, na passada semana, criou para repensar o AEROPORTO de Beja. Embora estas e todas as demais autarquias do Baixo Alentejo estejam representadas pela sua associação, a Ambaal. E neste assunto, como noutros de igual importância para a região, o que é necessário é menos conversa e mais ação. PB
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Quem tem juízo, sabe muito bem que o circo em que a Seleção é passeada antes das competições, a diarreia patriótica de que é alvo e o exibicionismo ridículo em que os jogadores se deleitam, não sei se prejudica ou não a concentração, mas que vai irritando cada vez mais, isso vai. Miguel Sousa tavares, “A Bola”, 12 de junho de 2012
Cartas ao diretor A história não se apaga Manuel Dias Horta Beja
É universalmente aceite que quanto maior for a distância temporal do observador ao facto histórico, maior será a nitidez interpretativa desse facto e maior será, também, a verosimilhança com o que teria acontecido. Assim, estaremos já, em condições de avaliar o desempenho das Forças Armadas Portuguesas (expurgadas dos que fugiram, de SUVs, de outras bandalheiras e até de vendilhões do templo e da alma), numa guerra que mantiveram durante 13 anos. Lá fora o serviço está feito, basta constatar o elogio de outras congéneres à maneira como os portugueses conduziram o conflito, como utilizaram a tática e a estratégia numa guerra onde se mata e se foge. Cá dentro, a honra e o respeito pelas suas Forças Armadas é testemunhado na proliferação de lápides, obeliscos, estátuas e monumentos que se levantam por esse país fora e onde se respeita a memória dos que pereceram ao serviço da sua Pátria. Inexplicavelmente, nesta cidade onde coabitam alegremente cristãos novos e velhos paroquianos esta temática parece ter sido bloqueada. Louvo e saúdo a meia dúzia de cidadãos que em seu nome ou das instituições que representam romperam com um descabido e assaloiado “orgulhosamente sós” e patrocinam o levantamento dum monumento ao valoroso soldado português. Desejo que o barco onde navegam estes cidadãos de Beja não encalhe nem pare e que o monumento seja em breve uma realidade, colocado num jardim, numa avenida, ou, por ventura, numa rotunda. Vi-os desfilar no dia de Portugal, com garbo, como sempre. Eram os moços do meu tempo, a geração da guerra. Fizemos o que devíamos ter feito, fomos os soldados de Portugal. Que dignidade! Bendita Pátria!... Por cada Conde Andeiro, por cada Miguel de Vasconcelos, houve sempre um Mestre de Avis ou um Duque de Bragança e assim será. Sem complexos, honremos, pois, os nossos antepassados.
“Diário do Alentejo” 1 Francisco Raimundo Beja
do Alentejo”. Em 1932, quando o jornal nasceu, teria eu nove ou 10 anos, mas lembro-me perfeitamente de na farmácia Moura, da nossa terra, ouvir o dr. António Lopes Guerra (que provavelmente não seria ainda médico) comentar o aparecimento do “Diário do Alentejo”. Depois… como esquecer os artigos do Julião Quintinha, que foi o colaborador mais assíduo e mais literário – no melhor sentido! – do seu diário? Como esquecer M. de Melo Garrido, ao lado de quem me iniciei – pobre repórter-criança! – no “jornalismo”?... Enfim, apresso-me a mandar-lhe um comovido abraço amigo e desejo que continue à frente do “Diário do Alentejo”, a realizar números magníficos como o que recebi agora. Abraço e muitos parabéns.
O selo Luís Dinis Beja
Beja está de parabéns! Herdou do antigo executivo a intenção de se transformar em cidade moderna, cidade limpa, cidade de avenidas, jardins e arruamentos do mais fino mármore. Está de parabéns, ainda que, por aqui e ali, sejam visíveis fortes danos nesta caríssima pedra de Trigaches; ainda que, aqui e ali, se encontre um ou outro dejeto no chão. Está de parabéns porque se tornou muito moderna, esqueceu o seu passado mais glorioso e tem o seu museu regional completamente lançado a um destino incerto. Uma cidade inteiramente de parabéns, que se volta hoje em dia para festivais modernos, onde se prova muito e bebe pouco vinho. Se esta era a cidade que um dia o povo pretendeu? Aí a têm, orgulhosamente moderna, capital de distrito, que se importa pouco com necrópoles, com silos árabes, com museus, com castelos, porque tudo isto são trapos velhos, trapos gastos, trapos sem interesse. Beja e os seus ilustres habitantes estão realmente de parabéns, conseguiram criar uma capital de distrito sem comboio, sem futuro e sem passado. Estarão alguns a pensar, então e o selo? Comprar um selo é e sempre foi um gesto simples e ainda necessário, mesmo em cidades modernas, mas estamos mesmo de parabéns porque em Beja comprar um selo é tarefa quase impossível, sinal inequívoco da mais requintada modernidade.
Olivença Manuel Jesus Sánchez Fernández (ou Fernandes) Catalunha
Pela homenagem do 80.º aniversário do jornal “Diário do Alentejo” tenho o prazer de vir por este meio felicitá-lo por esta gloriosa data, desejando que o “Diário do Alentejo” tenha uma longa vida. Com os meus melhores cumprimentos, desejando boa saúde.
“Diário do Alentejo” 2 Francisco Amaro Massamá
Estou inibido, por motivos técnicos que escapam à minha ignorância, de mandar telegramas e por isso lhe escrevo estas linhas de felicitações pelos 80 anos do seu “Diário
Os meus parabéns pela reportagem sobre Olivença. Sou catalão de origens oliventinas e membro fundador do “Além Guadiana” (cujo blogue giro). Estudei os subdialetos oliventinos (o espanhol estremenho oliventino e o português alentejano oliventino). Quanto ao que escreve no jornal, só uma coisa: os oliventinos em geral (e, deles, quase todos os oliventinos lusófonos) não são “espanhóis de gema” nem “de cepa”. Os oliventinos são espanhóis de origem portuguesa ou portugueses espanholizados (ou portugueses espanhóis ou espanhóis portugueses). Repare só nos apelidos: apelidos portugueses espanholizados. Quer dizer, os nossos avós eram portugueses quase todos. O que mudou não foi a população: mudou a raia.
Ação de formação em futsal no IPBeja
Diário do Alentejo 15 junho 2012
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O gabinete de apoio às atividades desportivas do Instituto Politécnico de Beja organiza amanhã, sábado, uma ação de formação de futsal, denominada “Organização de jogo: ofensiva/defensiva”, que será ministrada por Jorge Braz, selecionador nacional da modalidade. O evento decorrerá no Pavilhão da Escola de Santa Maria, entre as 9 e 30 e as 12 e 30 horas, e tem o apoio da Associação de Futebol de Beja.
Sub/14 em Olhão A seleção sub/14 da Associação de Futebol de Beja participou com as seleções do Algarve e de Setúbal, e ainda com o Olhanense, no torneio Olhão da Restauração – 2012. A equipa bejense perdeu com a seleção algarvia (1/0) e empatou a uma bola com o Olhanense (4/6 gp), classificando-se no quarto lugar. A AF Algarve venceu o torneio.
Desporto Atletismo Paulo Gomes venceu no Mendro Paulo Gomes (individual) ganhou a 26.ª Escalada do Mendro, cumprindo o percurso de 10 quilómetros com o registo de 36,56’, menos 7’’ que o portalegrense Bruno Paixão e menos 1,06’ que Carlos Silva, do Sporting Clube de Portugal. Foi o terceiro triunfo de Paulo Gomes nesta competição, em que estavam inscritos cerca de 350 atletas (só 333 concluíram a prova) em representação de 26 equipas. Paralelamente realizaram-se provas para os escalões jovens e uma caminhada de sete quilómetros, elevando os níveis de adesão a cerca de 800 participantes. No final da prova, pontuável para o Circuito Nacional de Montanha 2012, Paulo Gomes referiu: “É uma prova muito bonita, é pena não conseguirmos apreciar a paisagem como devíamos, mas temos que ir concentrados na competição. Já venci esta prova por três vezes, mas só duas é que valeram, porque na terceira houve um erro da organização, por causa de um engano de percurso, e foi-me retirada a vitória, por isso vinha com muita vontade de ganhar a terceira e esta foi limpa”. O atleta achou a prova “muito dura, muito competitiva”: “Os adversários que aqui estiveram são muito fortes e especialistas neste tipo de terreno, mas acabei por impor a minha superioridade na parte final e ganhei”. Destaque ainda para o segundo lugar do portalegrense Bruno Paixão, que superou o credenciado sportinguista Carlos Silva. O melhor atleta do distrito de Beja foi João “Mega” Figueiredo, do Clube Natureza de Alvito, que entrou no 9.º lugar, três lugares acima do seu colega de equipa Carlos Papacinza, campeão distrital de montanha.
Andebol Zona Azul venceu na despedida A Zona Azul concluiu o Nacional da 3.ª Divisão de Seniores Masculinos com um triunfo sobre a formação do Módicus de Sandim (26/24). Chegou ao fim uma temporada em que a equipa bejense foi muito bem-sucedida na primeira fase da prova, terminando no primeiro lugar, e menos feliz na fase final, já em confronto com um calendário que obrigou a equipa a deslocações muito difíceis para jogar contra adversários de outros recursos. A classificação final foi a seguinte: 1.º Boa Hora, 28 pontos; 2.º Módicus, 21; 3.º Ílhavo, 19; 4.º Samora Correia, 19; 5.º Zona Azul, 18; e 6.º Monte, 15.
Campeonato Nacional de Kayak Mar K2 do Naútico de Milfontes (Sérgio JesusNuno Silva) ficou em terceiro lugar na regata
K2 de Milfontes no pódio do nacional de kayak mar
O sonho da internacionalização O Campeonato Nacional de Kayak Mar, prova organizada pelo Clube Náutico de Milfontes e pela Federação Portuguesa de Canoagem, decorreu entre a praia da Franquia, em Vila Nova de Milfontes, e a praia da Zambujeira (Entrada da Barca). Texto e foto Firmino Paixão
U
ma competição de 23 quilómetros em linha de costa com influência da corrente marítima e do vento, disputada em 15 regatas para as categorias de K1 e K2 nos escalões de juniores, seniores e veteranos (123 embarcações). O Clube Naval de Sesimbra venceu coletivamente. O Clube Fluvial Odemirense e o Clube Naval de Milfontes foram as duas coletividades alentejanas em competição, destacando-se o terceiro lugar obtido pela tripulação Sérgio Jesus/Nuno Silva (Milfontes) em K2 sénior. O vice-presidente da Federação Portuguesa de Canoagem, Vítor Félix, revelou que a competição foi muito bem-sucedida relativamente àquilo que eram as expectativas: “O balanço final é bastante positivo, no ano passado já tínhamos feito aqui a Taça de Portugal, numa versão mais
curta, com K1 e K2 no mesmo dia. O campeonato nacional já no ano passado teve este formato, um dia os K1, embarcações monolugares, e no segundo dia o K2, embarcações bilugares. Tivemos dois dias excelentes, se bem que com condições diferentes. No sábado tivemos o mar com bastante ondulação mas havia sol, na segunda jornada havia nevoeiro mas o mar tinha melhores condições”. Não tendo as condições de visibilidade sido as ideais, o dirigente revelou, contudo, que a segurança nunca esteve em causa: “Tivemos alguns receios na hora da partida, face às condições meteorológicas, que não permitiam muita visibilidade, mas tivemos o aval na Polícia Marítima que nos permitiu fazer a prova em excelentes condições de segurança, essas eram as principais preocupações da federação e também do clube organizador, o Clube Náutico de Milfontes, que também está de parabéns e também o município de Odemira que deu um excelente apoio à organização”. Porque a prova se inseriu também nas Brisas do Atlântico, Vítor Félix sustentou que esta modalidade voltará à costa alentejana nos próximos anos: “É uma excelente parceria porque esta prova foi inserida
numa organização mais vasta, multidisciplinar que consegue trazer aqui milhares de pessoas num fim de semana”. O presidente do Clube Náutico de Milfontes, Francisco Aires, partilhou da mesma opinião, comentando positivamente a organização que o seu clube liderou: “Acho que as coisas correm todas muito bem”. E disse: “É uma prova em que os atletas têm que contar com as adversidades do mar, que às vezes dá mais competitividade às regatas, mas entendemos que foi uma boa promoção da nossa região e das excelentes condições naturais que dispomos para estas realizações. A prova está a crescer, quer em número de atletas quer em qualidade, e isso deixa-nos felizes”. O objetivo do Náutico de Milfontes é manter estas organizações: “Queremos manter uma ligação que nos permita ir aqui realizando provas e tentarmos crescer, para podermos aqui receber provas de nível internacional. A ideia que temos é essa, vamos ver como é que esses processos se desenvolvem no futuro”, diz o presidente. Na hora de contabilizar os apoios, Francisco Aires confessou: “São organizações pesadas ao nível logístico, mas a Câmara
Municipal de Odemira tem-se empenhado muito em que tudo corra bem. Tivemos ainda o apoio da federação, das equipas de resgate do Instituto de Socorros a Náufragos, da Polícia Marítima e dos corpos de Bombeiros de Odemira e Milfontes. O nosso clube também esteve no ativo, todos fizemos o melhor que sabíamos e podíamos, daí as coisas terem corrido bem”. Avaliando a prestação dos seus atletas, o dirigente disse: “O Náutico de Milfontes tem cerca de 80 atletas, não só nesta disciplina, e neste campeonato nacional tivemos nas regatas de K1 um atleta em 5.º lugar, no K2 fizemos 3.º lugar e um 6.º no K2 misto”. E concluiu: “Vamos tentando melhorar a nossa qualidade, quer ao nível do Clube Náutico de Milfontes (6.º lugar no campeonato), quer no Fluvial de Odemira (15.º lugar), que são os dois clubes que praticam estas modalidades no nosso concelho”. Resultados K1 sénior: 5.º Nuno Brandão (Milfontes); 12.º Sérgio Jesus (Milfontes); 13.º Nuno Silva (Milfontes); 22.º Filipe Correia (Odemirense). K2 sénior: 3.º Sérgio Jesus/Nuno Silva (Milfontes); K2 misto: 7.º Maria Luís/Miguel Amador (Milfontes).
Os Campeonatos Distritais de Infantis e Juvenis (a realizar amanhã) e os Campeonatos Distritais Absolutos e Veteranos (no domingo) encerram o calendário competitivo 2012 da Associação de Atletismo de Beja, ainda que alguns atletas prossigam a sua preparação tendo em vista os Nacionais de Juniores, Sub/23 e Campeonatos de Portugal. As duas reuniões terão lugar na pista de atletismo Fernando Mamede.
Atletismo Luís Feiteira venceu Brisas O atleta Luís Feiteira (individual) venceu a edição 2012 das Brisas do Atlântico percorrendo os 20 quilómetros entre Almograve e Zambujeira no tempo de 1.01.17h. João Cruz (11.º) e Rui Fontes (14.º), ambos do Beja Atlético Clube, foram os melhores atletas do distrito. No setor feminino a vitória sorriu à atleta Anabela Tavares (Águias Unidas), com o registo de 1.16.49h. Concluíram a prova cerca de uma centena de atletas. Resultados de outros escalões: veteranos 1 – 1.º Luís Lima (Oeiras). Veteranos
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Atletismo Distritais de infantis e juvenis
2: 1.º José Inácio (Reboleira). Veteranos 3: 1.º Alexandre Soares (Porto Salvo). Veteranos 4: 1.º Silvestre Gomes (Odimarq). Veteranos 5: 1.º José Inocêncio (individual). Veteranos femininos: 1.º Alice Basílio (Mafra). Desporto adaptado – cegos: 1.º Nuno Alves (Alto do Moinho); amblíopes: 1.º Jorge Pina (Carmanal); surdos: 1.º Messias Dias (individual); mentais: 1.º Paulo Pinheiro (Maratona): cadeira de rodas: 1.º Eduardo Bacalhau (individual). Estafetas mistas: 1.º NDC Odemira (Pedro Poeira, Fábio Batista, Raul Lourenço e Ana Catarina).
O desporto, o convívio e o espírito de missão
Brisas de solidariedade nas ondas do Atlântico Mais de um milhar de pessoas participaram nas Brisas do Atlântico 2012, evento multidisciplinar organizado pela Câmara Municipal de Odemira sob o lema “Um percurso, uma corrida, um convívio, uma preocupação, uma missão”. Texto e fotos Firmino Paixão
U
m mar de gente a caminhar, a correr, a pedalar, a patinar e a remar entre Almograve e Zambujeira do Mar. É este o retrato fiel de mais uma edição das Brisas do Atlântico, que terminaram com um animado convívio entre todos os par-
ticipantes. Uma verdadeira festa do desporto no litoral alentejano. Hélder Guerreiro, vice-presidente do município de Odemira, comungou dessa ideia: “Claro que este é um evento organizado muito mais numa lógica de festa, porque acaba por ter um elevado número de participantes que vêm pelo passeio, pelo convívio e pela prática de hábitos saudáveis de vida, muito mais forte do que propriamente a vertente competitiva”. E sublinhando a elevada participação, revelou: “Este ano, do ponto de vista do número de inscritos nas Brisas do Atlântico, tivemos mais do que no ano passado, ultrapassámos os 1 100 concorrentes”.
O menu desportivo do evento foi variado – patinagem de velocidade, cicloturismo, BTT, atletismo, desporto adaptado, pedestrianismo e kayak mar –, tendo o autarca frisado: “Temos a participação das federações, o que é ótimo. É uma área onde queremos continuar a melhorar e as Brisas do Atlântico são claramente uma prova desportiva em que nós mais queremos apostar no futuro, pelas condições que tem, pela natureza que tem, pluridisciplinar, por ser uma festa, no dia 10 de junho, que é importante para celebramos Portugal e os portugueses”. As Brisas do Atlântico têm, desde o seu início, um espírito de
Atletismo
Caminhada
Patinagem de velocidade
Desporto adaptado
ajuda a causas sociais e o vereador do pelouro afirmou: “A grande adesão das pessoas a esta festa é porque as Brisas têm uma componente de missão na área social. A verba das inscrições nunca foi para os cofres da câmara municipal, foi sempre para uma causa e, na lógica de termos também a participação das pessoas, dos cinco euros de inscrição um reverte para a Associação 1 Euro para causas a nível nacional e os outros quatro revertem para causas locais”. E revelou: “Neste caso reverteu para o projeto de construção do lar da Associação de Paralisia Cerebral de Odemira. Toda a verba apurada será para eles. Esperemos que para o ano apareçam mais
projetos, porque é nesta senda de missão e de boas práticas que nós queremos continuar com o desporto em Odemira”. “No futuro queremos que este evento continue a crescer e com isso aumentarmos também a qualidade daquilo que temos para oferecer às pessoas que nos visitam só porque existem as Brisas do Atlântico”, concluiu Hélder Guerreiro. Uma prova que alia o lazer à competição, e o convívio à solidariedade, com exemplos de boas práticas desportivas. São elos muito bem-sucedidos, perfumados pela maresia da magnífica orla atlântica, entre Almograve e Zambujeira.
Raid BTT Cidade de Beja no dia 24
Diário do Alentejo 15 junho 2012
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O V Raid BTT Cidade de Beja, organizado pelo Despertar Sporting Clube, realiza-se no próximo dia 24, com quatro versões competitivas: mini raid (partida 8 e 30 horas, na junto da sede do clube), percurso familiar 25 quilómetros (9 horas), percurso 2 – 50 quilómetros (9 horas) e percurso 1 – 80 quilómetros (9 horas). As inscrições são limitadas a 300 participantes.
Aldenovense, estreia internacional José Saúde
Arbitragem - Os árbitros Bruno Vieira e André Baltazar, representantes do conselho regional de arbitragem da AF Beja, ficaram aptos nos exames de promoção aos quadros nacionais. As provas de acesso tiveram lugar na cidade de Tomar.
“Árbitro do ano” da AF Beja já está na 3.ª Divisão Nacional
Um sorriso para dentro do campo O árbitro Bruno Vieira, do conselho regional de arbitragem da AF Beja, ficou “apto” nos exames de acesso ao quadro nacional da 3.ª categoria, sucesso que partilhou com o outro candidato bejense, André Baltazar. Texto e foto Firmino Paixão
B
runo Vieira nasceu em Beja há cerca de 23 anos e desde muito novo teve o exemplo do pai na dedicação à causa da arbitragem. Começou a dirigir jogos de futebol apenas com 15 anos. Na época 2011/2012 foi o melhor classificado do escalão principal da AF Beja, o “Árbitro do ano”. Esta semana conseguiu, na cidade de Tomar, o apuramento para a 3.ª categoria nacional. Um jovem licenciado em Gestão de Empresas, com um futuro muito promissor na arbitragem nacional, que perfilha a ideia de profissionalização. Tudo começou por influência do seu pai?
Sim, a minha opção pela arbitragem foi mais por influência do meu pai e do meu tio do que por qualquer outra razão. Gostava de jogar futebol, como todos os rapazes, ainda hoje gosto, cheguei a jogar no Despertar, no Desportivo e no Bairro da Conceição, mas o bichinho da arbitragem falou mais alto. Como foi o seu percurso até aqui?
Foi um percurso difícil, principalmente nos primeiros anos. Iniciei-me aos 15 anos, era um árbitro jovem, só apitava jogos de formação e era árbitro assistente. O bichinho pedia-me para ir lá para dentro apitar os jogos, até que aos 18 anos recebi o convite do Dinis Gorjão para ser seu assistente no nacional. Aceitei com muito agrado e a partir daí assumi o meu percurso. Houve muitos obstáculos pelo caminho?
Alguns. Ser filho do Jaime Vieira não ajudou, os observadores exigiam mais de mim, eu tinha que ser melhor que os outros, porque era filho de um árbitro, que agora é observador e internacional de hóquei em patins. Eu tinha que me superar, sentia que exigiam mais de mim do que dos outros, mas nunca deixei de trabalhar e de me esforçar por ser filho de um árbitro.
Perseguia a distinção “Árbitro do ano”?
Era um objetivo que eu perseguia há cerca de três anos. No ano em que subi com o Dinis Gorjão, fui ao acesso e fiquei em 2.º lugar, mas ainda bem que não fiquei no nacional. Na altura fiquei triste, mas com o tempo fui percebendo que ainda era cedo e teria que trabalhar mais. No ano passado tentei ficar em primeiro, não fui capaz, tive as dificuldades d cu dades pe ca o, algumas peloo caminho, or causa do curso académico. até por Ficou a 82 centésimas do pleno (19,08 valores). es). Enganou-se a colocar algumas vírgulas?
Não (risos), risos), foram mesmo as bonificaçõess nos testes. É muito importante o trabalho dos observadores, zes pensamos que por termos às vezes ores notas somos nós a subir, melhores sso passa também pelas bomas isso ações nos testes e nas provas nificações s. físicas. Com se revê como árbitro? Tolerante, disciplinador? plinador?
O ponto nto forte que me caracteriza é a ira como me relaciono e a empamaneira ue crio com os jogadores. Isso na tia que visão Nacional será complicado, 3.ª Divisão m juiz que tenho muito contacto sou um físico com os jogadores, face à de empatia que existe, grande mas no patamar nacionall não
posso fazer isso, vou ter que corrigir esse aspeto, não será difícil porque não se conhecem os jogadores. A internacionalização é uma meta distante?
Isso é o sonho de qualquer árbitro. Mas até lá há outras metas para ir ultrapassando. Agora pensamos na terceira divisão, que sabemos que tem os dias contados. Descem cerca de dois terços dos áárbitros, b t os, só sobem sobe 50 à 2.ª. categoria. Será uma época difícil, mas não limitará a minha ambição. Se voltar cá abaixo hei de arranjar forças para subir novamente.
Mário Alves, Rosa Santos, Veiga Trigo, Bruno Vieira. Como lhe soa esta sequência?
(Risos) Soa-me bem. Mas é complicado pedirmos tanto tendo tão pouco no sítio onde estamos. É muito difícil chegar a estes patamares. Eu confio nas minhas capacidades, mas isto não depende só de nós, há muito fatores a influenciar estas coisas. OB O Bruno u ote tem ta também bé ocu o curso sodeá de árbib tro de hóquei em patins…
É verdade, e tenho também o curso de árbitro de futsal. Mas agora só exerço no futebol. O hóquei em patins foi mais um bichinho do meu pai, não é uma modalidade que me motive muito. O que vai mudar no Bruno Vieira que conhecemos?
Naturalmente que algumas coisas terão que mudar, mas continuarei a ser a pessoa humilde que sempre fui, com um bom relacionamento com toda a gente. Levarei um sorriso comigo para dentro do campo, farei o que mais gosto e sairei de consciência tranquila.
Aldeia Nova de São Bento, hoje vila, é uma urbe onde o futebol ditou parâmetros sempre inimagináveis. Na década de 1920, do século passado, um grupo de rapazes, todos estudantes, levaram para a localidade alentejana o chamado jogo da bola. Reza a história que o grupo terá fundado o Aldenovense Foot-Ball Clube, sendo a sua iniciativa extensiva a jovens que exerciam funções laborais em áreas distintas. Proliferaram então grupos populares enquadrados com as respetivas profissões: sapateiros, trabalhadores rurais, caixeiros, barbeiros, entre outros. Nesta fase áurea, conta o fenómeno futebolístico regional de Beja que no mês de fevereiro de 1924 o Aldenovense foi de abalada até à vizinha Paimogo, povoação fronteiriça espanhola, e brindou a turma anfitriã com a volumosa marca de 8-0. Um estrondo na altura. Todavia, a novidade não se ficava por aí já que o derby assumiu, também, um carácter especial, ficando o registo que o Aldenovense foi o primeiro clube do distrito a disputar um jogo “internacional”. O feito, aliás, mereceu honras de Espanha, sendo os jogadores aldenovenses conduzidos ao rubro. A comitiva foi presenteada com uma semana de festa, o que levou os familiares dos atletas portugueses a recorrerem às autoridades para saberem alvíssaras dos seus entes queridos. Comentava-se, à época, que o apronto foi depois obsequiado com uma banda de música, bailes, beberetes e uma festa de arromba. O regresso à aldeia francamente ovacionado, não obstante as silhuetas dos jovens jogadores evidenciarem um cansaço determinantemente percetível. Ainda assim os seus corpos joviais adaptaram-se ao rigor das noitadas e às vicissitudes de um tempo sem tempo. Da proeza ficou o batismo internacional do Aldenovense no palco do futebol além-fronteiras. Resumindo: direi com plena convicção que o atual Atlético Aldenovense, fundado pelo capitão Alcino Pires, é um clube com tradições e com um historial já longo.
O Centro de Cultura de Desporto do Bairro da Conceição organiza entre hoje, sexta-feira, e 7 de julho o 1.º Torneio de Futebol de 8, competição a disputar por 16 equipas divididas em quatro grupos.
Eleições no Bairro da Conceição no dia 22
O Centro de Cultura e Desporto do Bairro da Conceição reúne-se no próximo dia 22, pelas 18 e 30 horas, na sua sede social, em assembleia-geral, para eleição de novos órgãos sociais para o biénio 2012/2014.
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1.º Torneio de Futebol de 8 disputado por 16 equipas
XII Maratona de Futsal O Núcleo de Árbitros Armando Nascimento, de Beja, promove nos próximos dias 23 e 24 a décima segunda edição da sua já tradicional maratona de futsal. A prova é aberta a todos os escalões, entre petizes e veteranos. As inscrições decorrem até ao dia 22.
A realidade dos clubes do interior alentejano
“As pessoas são cada vez menos” O Clube de Futebol de Santo Aleixo da Restauração surpreendeu-nos nesta época com a conquista da Taça Dr. Covas Lima, na categoria de infantis. Texto e foto Firmino Paixão
F
undado em 1975, o Clube de Futebol de Santo Aleixo da Restauração tem, nos últimos anos, privilegiado a melhoria das suas infraestruturas e dedicado a atividade à formação de jovens desportistas. Sem atividade ao nível do futebol sénior, por opção, o clube está sedeado numa freguesia com pouco mais de 800 habitantes e a poucos quilómetros da fronteira com o país vizinho. A equipa de iniciados conquistou este ano a Taça Dr. Covas Lima, dando repentina visibilidade ao clube. Uma história escrita por uma dúzia de miúdos, com idades entre os 12 e 13 anos, que o patrono da prova, se esti-
vesse entre nós, teria orgulho em conhecer. Jorge Machado, presidente do Clube de Santo Aleixo da Restauração, mostra um pouco do que é a realidade de um pequeno clube de uma freguesia no interior da região alentejana. O Santo Aleixo tem andado um pouco afastado das grandes competições do futebol distrital…
Talvez. Em 2007 formámos esta direção que está em exercício e temos vindo a trabalhar em prol do desenvolvimento do clube. Temos um projeto a médio/longo prazo para dotar o clube de melhores meios. Já adquirimos uma carrinha para transporte dos atletas, já fizemos obras de beneficiação e alargamento dos balneários do campo de futebol, enfim, vamos fazendo algumas coisas para melhorar as infraestruturas. Tem sido essa a opção. E no plano desportivo?
Neste período já participámos por duas épocas no Campeonato Distrital de Juniores, sempre com boas classificações, entre o quarto e o sexto lugares, entre clubes de vilas e cidades. É muito bom, porque nós somos uma aldeia, mas tivemos sempre boas classificações. E nesta época os nossos infantis brilharam na Taça Dr. Covas Lima. O futebol sénior não é uma prioridade?
Não, por agora não pensamos nisso, essencialmente por questões financeiras. As coisas não estão bem e nós não temos dinheiro para suportar as despesas com um campeonato da segunda divisão distrital. E teriam jogadores para isso?
Na freguesia não, mas no concelho talvez conseguíssemos. Mas não temos condições financeiras. Tem que se pagar a árbitros, tem que se
pagar o policiamento, e nós não temos suporte financeiro para isso. Entretanto os infantis fizeram um brilharete…
Esta equipa já vem trabalhando junta há três anos, juntaram-se ainda em benjamins, depois nos infantis e por aí fora. Este ano foi o segundo ano de infantis, na próxima época vamos inscrevê-los em iniciados. Estes miúdos serão o futuro do Santo Aleixo?
Talvez, nós vamos tentar levá-los até ao escalão de juniores, depois logo se vê. Na próxima época faremos mais uma equipa de infantis, manteremos os iniciados, vamos dar continuidade a este trabalho. Temos uma sede, um campo de futebol com boas condições, mas isto dá tudo muito trabalho e as pessoas são cada vez menos. As dificuldades são enormes, as pessoas não têm emprego, vão-se
embora. Temos cerca de 120 sócios, mas é muito complicado fazer uma equipa de futebol, só apostando nestes escalões de futebol de 7. As dificuldades são maiores que os apoios?
Nem por isso. Temos que agradecer muito à Câmara Municipal de Moura, que nos tem ajudado, a junta de freguesia também contribui e os adeptos, quando vão ao futebol, sempre deixam um “eurinho” para as despesas. Financeiramente não estamos mal, apesar dos investimentos recentes que fizemos. O que me pediria se eu lhe pudesse dar uma boa ajuda?
Assim de repente é difícil dar-lhe a melhor resposta, mas, olhe, um campo sintético, por exemplo. Ajudava-nos muito e dava mais qualidade ao futebol destes miúdos.
saúde
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23 Diário do Alentejo 15 junho 2012
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Clínica Médico-Dentária de S. FRANCISCO, LDA. Gerência de Fernanda Faustino Acordos: SAMS, ADMG, PSP, A.D.M.E., Portugal Telecom e Advancecare Rua General Morais Sarmento, nº 18, r/chão; TEL. 284327260 7800-064 BEJA
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CENTRO DE IMAGIOLOGIA DO BAIXO ALENTEJO ECOGRAFIA – Geral, Endocavitária, Osteoarticular, Ecodoppler TAC – Corpo, Neuroradiologia, Osteoarticular, Dentalscan Mamografia e Ecografia Mamária Ortopantomografia Electrocardiograma com relatório António Lopes – Aurora Alves – Helena Martelo – Montes Palma – Maria João Hrotko – Médicos Radiologistas – Convenções: ADSE, ACS-PT, SAD-GNR, CGD, MEDIS, SSMJ, SADPSP, SAMS, SAMS QUADROS, ADMS, MULTICARE, ADVANCE CARE
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Dr. Sidónio de Souza – Pneumologia/ Alergologia/Desabituação tabágica – H. Pulido Valente Dr. Fernando Pimentel – Reumatologia – Medicina Desportiva – Instituto Português de Reumatologia de Lisboa Dr.ª Verónica Túbal – Nutricionismo – H. de Beja Dr.ª Sandra Martins – Terapia da Fala – H. de Beja Dr. Francisco Barrocas – Psicologia Clínica/ Terapia Familiar – Membro Efectivo da Soc. Port. Terapia Familiar e da Assoc. Port. Terapias Comportamental e Cognitiva (Lisboa) – Assistente Principal – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo. Dr. Rogério Guerreiro – Medicina preventiva – Tratamento inovador para deixar de fumar Dr. Gaspar Cano – Clínica Geral/ Medicina Familiar Dr.ª Nídia Amorim – Psicomotricidade/ Educação Especial e Reabilitação (dificuldades específicas de aprendizagem/dislexias) Dr. Sérgio Barroso – Especialista em Oncologia – H. de Beja Drª Margarida Loureiro – Endocrinologia/ Diabetes/Obesidade – Instituto Português de Oncologia de Lisboa Dr. Francisco Fino Correia – Urologia – Rins e Vias Urinárias – H. Beja Dr. Daniel Barrocas – Psiquiatria – Hospital de Évora Dr.ª Lucília Bravo – Psiquiatria H.Beja , Centro Hospi-talar de Lisboa (H.Júlio de Matos). Dr. Carlos Monteverde – Chefe de Serviço de Medicina Interna, doenças de estômago, fígado, rins, endoscopia digestiva. Dr.ª Ana Cristina Duarte – Pneumologia/ Alergologia Respiratória/Apneia do Sono – Assistente Hospitalar Graduada – Consultora de Pneumologia no Hospital de Beja Dr.ª Isabel Santos – Chefe de Serviço de Psiquiatria de Infância e Adolescência/Terapeuta familiar – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo Dr.ª Paula Rodrigues – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr.ª Luísa Guerreiro – Ginecologia/ Obstetrícia Dr.ª Ana Montalvão – Hematologia Clínica / Doenças do Sangue – Assistente Hospitalar – Hospital de Beja Dr.ª Ana Cristina Charraz – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr. Diogo Matos – Dermatologia. Médico interno do Hospital Garcia da Orta. Dr.ª Madalena Espinho – Psicologia da Educação/Orientação Vocacional Dr.ª Ana Margarida Soares – Terapia da Fala - Habilitação/Reabilitação da linguagem e fala. Perturbação da leitura e escrita específica e não específica. Voz/Fluência. Dr.ª Maria João Dores – Técnica Superior de Educação Especial e Reabilitação/ Psicomotricidade. Perturbações do Desenvolvimento; Educação Especial; Reabilitação; Gerontomotricidade. Enfermeira Maria José Espanhol – Enfermeira especialista em saúde materna/Cuidados de enfermagem na clínica e ao domicílio/ Preparação pré e pós parto/amamentação e cuidados ao recém-nascido/Imagem corporal da mãe – H. de Beja Marcações diárias pelos tels. 284 322 503 Tm. 91 7716528 | Tm. 916203481 Rua Zeca Afonso, nº 6, 1º B, 7800-522 Beja Clinipaxmail@gmail.com
medicina geral e familiar Dr. Luís Capela
endocrinologia|diabetes|obesidade Dr.ª Luísa Raimundo
pneumologia|consulta do sono Dr.ª Eulália Semedo
ginecologia|obstetrícia|colposcopia Dr.ª Ana Ladeira
otorrinolaringologia|ORL pediátrica ;ǀĞƌƟŐĞŵͮŽŶĐŽůŽŐŝĂ ĚĂ ĐĂďĞĕĂ Ğ ƉĞƐĐŽĕŽͿ
Dr.ª Dulce Rocha Nunes
Diversos Acordos
psiquiatria e saúde mental Dr. Daniel Barrocas
psicologia clínica Dr.ª Maria João Póvoas
psicologia educacional Dr.ª Silvia Reis
terapia da fala Terapeuta Vera Baião
ĮƐŝŽƚĞƌĂƉŝĂͮƌĞĂďŝůŝƚĂĕĆŽ ;ƉſƐͲ s ͬ ƉſƐͲĐŝƌƵƌŐŝĂͬ ƚƌĂƵŵĂƚŽůŽŐŝĂͬ ĐŝŶĞƐŝŽƚĞƌĂƉŝĂͬ ĐŽůƵŶĂͿ
Terapeuta Fábio Apolinário
cirurgia vascular Dr.ª Helena Manso
ŵĞĚŝĐŝŶĂ ĞƐƚĠƟĐĂ Dr.ª Nídia Abreu
podologia Dr. Joaquim Godinho
medicina dentária Dr. Jaime Capela (implantologia) ƌ͘ǐ ŶĂ ZŝƚĂ ĂƌƌŽƐ ;ŽƌƚŽĚŽŶƟĂͿ Dr. António Albuquerque
prótese dentária Téc. Ana João Godinho
cirurgia maxilo-facial Dr. Luís Loureiro
pediatria do desenvolvimento ƌ͘ǐ ŶĂ ^ŽĮĂ ƌĂŶĐŽ
psicomotricidade|apoio pedagógico Terapeuta Helena Louro
exames audiológicos Audiograma|Timpanograma
ƉƌſƚĞƐĞƐ ĂƵĚŝƟǀĂƐ Manutenção de todas as marcas Rua António Sardinha 23, 7800-447 Beja Telefone: 284 321 517 | Móvel: 961 341 105 | Fax: 284 327 331 clinibeja@gmail.com| www.facebook.com/clinibeja
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Diário do Alentejo 15 junho 2012
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Diário do Alentejo n.º 1573 de 15/06/2012 Única Publicação
COOPERATIVA DE CONSUMO DE MONTES VELHOS,C.R.L
CONVOCATÓRIA Nos termos do disposto no artigo 25° dos estatutos, convoco a Assembleia Geral desta Cooperativa a reunir em sessão ordinária, a realizar no próximo dia 18 de Junho de 2012, pelas 19.30 horas na sede desta Cooperativa, sita na Estrada Municipal em Montes Velhos, com a seguinte ordem de trabalhos: – Apresentação, discussão e aprovação das Contas e Balanço do ano de 2011. – Apreciação Geral do Exercício. NOTA: Se, à hora marcada para a reunião, não estiverem presentes mais de metade dos cooperadores com direito a voto, ou seus representantes devidamente credenciados, a Assembleia Geral reunirá, com qualquer número de cooperadores uma hora depois. (art.27° 1 e 2 dos estatutos). Montes Velhos, 12 de Junho de 2012. O Presidente da Mesa da Assembleia Geral Valdemiro Da Silva Sales
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Os avós paternos de Sofia Isabel Costa Dias vêm agradecer publicamente a todo o pessoal da Associação Caminho Suave, em especial à drª Idalina e à drª Cláudia Pereira, que muito amavelmente contribuiram com a oferta de uma cadeira de rodas, que irá proporcionar melhor qualidade de vida à Sofia.
Não desespere, o prof. KADER com o poder espiritual, aconselha e ajuda em pouco tempo, com sabedoria e êxito em casos: Amorosos . negócio . emprego . mau-olhado . inveja . sorte protecção . doenças espirituais . impotência sexual . frigidez . afastamento e aproximação de pessoas amadas CONSULTA NA PRESENÇA OU DISTÂNCIA Consultas de 2ª a sábado atende das 9.00H às 21.00H Telfs.: 284105861 / 962999950 Praceta Mestre Joaquim Mata, n.º 2 – 1.º esqº | 7800-027 BEJA
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25 Diário do Alentejo 15 junho 2012
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Funerais – Cremações – Trasladações - Exumações – Artigos Religiosos
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†. Faleceu a Exma. Sra. D.
†. Faleceu a Exma. Sra. D.
†. Faleceu o Exmo. Sr. JOSÉ
MARIA ANTÓNIA TAVARES TORRÃO, de 81 anos, natural de Beringel - Beja, casada com o Exmo. Sr. José Francisco Faias. O funeral a cargo desta Agência realizouse no passado dia 07, da Casa Mortuária de Trigaches, para o cemitério local.
ARCEOLINDA DA CONCEIÇÃO LUZIA DOS SANTOS MARTINS, de 76 anos, natural de Santa Vitória - Beja, casada com o Exmo. Sr. Tito de Oliveira Martins. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 9, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério de Santa Vitória.
MANUEL CORREIA DE BRITO, de 54 anos, natural de São Sebastião da Pedreira - Lisboa, solteiro. O funeral a cargo desta Agência realizouse no passado dia 10, da Igreja Paroquial do Carmo, para o cemitério de Beja.
BEJA
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†. Faleceu a Exma. Sra. D.
†. Faleceu a Exma. Sra. D.
MARIA DA CONCEIÇÃO ROSA, de 79 anos, natural de Alcântara - Lisboa, viúva. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 12, da Igreja Paroquial do Carmo, para o cemitério de Beja.
MARIANA GOMES COELHO GUERREIRO, de 78 anos, natural de Castro Verde. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 13, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.
†. Faleceu o Exmo. Sr. JOSÉ ANTÓNIO DAS NEVES GALHOZ, de 91 anos, natural de Mértola, casado com a Exma. Sra. D. Maria Aliete Farinho das Dores. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 13, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.
Às famílias enlutadas apresentamos as nossas mais sinceras condolências. Consulte esta secção em www.funerariapax-julia.pt VENDE-SE QUARTEIRA
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Luísa da Conceição Pires Alves 1º Ano de Eterna Saudade …continuas a existir nos nossos corações… Marido, filhos e pais participam a todas as pessoas de suas relações e amizade, que será celebrada missa pelo eterno descanso da sua ente querida no dia 18/06/2012, segunda-feira, às 18.00 horas na Igreja Matriz de Beringel, agradecendo desde já a todos os que comparecerem ao acto religioso.
16/06/2006 Partiste cedo demais Jamais te esqueceremos O amor é mais forte que a morte E o nosso amor por ti será eterno Descansa em paz A família informa que será celebrada missa pelo eterno descanso do seu ente querido, no dia 16/06/2012, sábado, pelas 18.00 horas na Igreja de São Francisco em Vidigueira, agradecendo desde já a todos que se dignarem assistir ao piedoso acto.
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Sua esposa e filhos agradecem por este meio a familiares e amigos a solidariedade demonstrada neste momento de dor e partida, bem como a todos que o acompanharam à sua última morada ou que de outra forma manifestaram o seu pesar. Mais expressam o seu especial reconhecimento aos seus amigos Sra. D. São Honrado e Sr. Serafim e Bombeiros de Beja por todo o apoio prestado. Também à Sra. Dra. Cristina Galvão dos cuidados paliativos, à enfermeira Catarina e às estagiarias a sua profunda gratidão por toda a ajuda que lhe deram nos cuidados finais. Informam que será celebrada missa no dia 21 de Junho, às 19.00 horas na igreja do Carmo em Beja.
ASSINATURA Praceta Rainha D. Leonor, Nº 1 – Apartado 70 - 7801-953 BEJA • Tel 284 310 164 • E-mail publicidade@diariodoalentejo.pt Redacção: Tel 284 310 165 • E-mail jornal@diariodoalentejo.pt Desejo assinar o Diário do Alentejo, com início em _______________, na modalidade que abaixo assinalo: Assinatura Anual (52 edições):
País: 28,62 €
Estrangeiro: 30,32 €
Assinatura Semestral (26 edições):
País: 19,08 €
Estrangeiro: 20,21 €
Envio Cheque/Vale Nº___________________ do Banco _____________________________________ Efectuei Transferência Bancária para o NIB 0010 00001832 8230002 78 no dia ___________________ Nome _______________________________________________________________________________ Morada ______________________________________________________________________________ Localidade ___________________________________________________________________________
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Joaquim António das Dores Chiado Sua mulher, filha e genro participam a todas as pessoas de suas relações e amizade que será celebrada missa pelo eterno descanso do seu ente querido no dia 17/06/2012, domingo, pelas 18.30 horas na Igreja da Sé em Beja, agradecendo desde já a todos os que comparecerem ao piedoso acto.
VENDE-SE Borregos e borregas de raças puras (Ile de France/ Merino Alemão) ao preço do abate. Contactar tm. 914039880
Idália Manuela Janeiro Carriço Gonçalves Faleceu em 14/05/2012 Sua família, na impossibilidade de o fazer pessoalmente, agradece por este meio a todos os que acompanharam a sua ente querida até à sua última morada. Vem, ainda por este meio, informar a celebração de missa de 1º mês no dia 20/06/2012 pelas 19.00 horas na Igreja Matriz de Cuba.
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Correio do Alentejo
Diário do Alentejo
É o número de leitores que todas as semanas lê o “Diário do Alentejo” na sua versão papel. No facebook, todos os dias, mais de 4 000 leitores seguem a atualidade regional na página do “DA”
Fonte: Marktest. Relatório de resultados da imprensa regional no período compreendido entre abril de 2010 e março de 2011
www.diariodoalentejo.pt
facebook.com/diariodoalentejo
Para o público jovem, a Biblioteca Municipal de Odemira convida os interessados a efetuar a sua inscrição para participar no workshop de iniciação à guitarra. Destinado a jovens entre os 10 e os 18 anos e orientado por Guilherme Campos e Pedro Marques. Dia 30, pelas 15 horas.
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Pais...
É difícil encontrar um pequenote que não goste de salsichas, mas mesmo assim podem chegar à mesa de uma forma bem mais divertida.
A páginas tantas... O tigre na rua é o mais recente livro publicado pela Bruáa e conta com textos de vários autores e com ilustrações de Serge Bloch. É com este livro que a Bruáa se lança no campo da poesia, considerando que é sem dúvida uma porta aberta para este estilo literário, visto que as antologias de poesia portuguesa para a infância são raras e as traduções de poesia estrangeira são quase inexistentes. Uma recolha de poemas oriundos de vários países como Cuba, Argentina, Venezuela, entre outros, onde o humor e riso substituem uma época de caras sisudas.
Num exercício de perguntas e não de respostas, leva pequenos e graúdos a deleitarem-se com este livro e a porem de lado o preconceito em relação à poesia.
O jogo que te trazemos hoje além de fácil execução pode tornar-se uma peça para grandes aventuras. Basta alguns jornais, fita adesiva e um agrafador. Segue as imagens e diverte-te. Retirado no site http://www.modernparentsmessykids.com
Dica da semana Achámos que devias dar uma vista de olhos no site do ilustrador Serge Bloch, porque vais poder ver uma infinidade de suportes diferentes onde a ilustração se pode aplicar, nomeadamente em pequenas animações. http://www.sergebloch.net/
27 Diário do Alentejo 15 junho 2012
Workshop de guitarra em Odemira
28 Diário do Alentejo 15 junho 2012
O Huguinho é um cão jovem de porte pequeno recém-chegado ao canil. É muito bonito, tem pelo comprido, mas foi tosquiado para evitar infestações e suportar melhor o calor. Procura-se uma família que o queira adotar ou acolher provisoriamente até encontrarmos um lar definitivo. Venham conhecer este doce e simpático amigo de quatro patas ao Cantinho dos Animais de Beja. Contactos: 962432844; sofiagoncalves.769@hotmail.com
Letras Teoria geral do esquecimento
Boa vida Comer Frango no churrasco Ingredientes para 1 frango: 1 frango, 60 gr. de banha de porco, 3 colheres de sopa com azeite, 1 colher de sopa com vinagre, 4 dentes de alho, q.b. de sal, q.b. de piripiri, q.b. de salada a seu gosto.
Confeção: Comece por abrir o frango pelas costas. Lave em água corrente e dê uns golpes com a faca na parte da pele. Tempere com sal, alhos picados, vinagre, azeite, piripiri e por fim barre com a banha derretida. Reserve no frigorífico de um dia para o outro. Leve a grelhar se possível no carvão e acompanhe com uma salada a seu gosto. Bom apetite…
António Nobre Chefe executivo de cozinha – Hotéis M’AR De AR, Évora
O mundo do vinho em 10 artigos Doces e vinhos
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São vários os motivos para que as maridagens de sobremesas doces com vinho resultem em fracasso. O primeiro tem a ver com a ordem de serviço que, sabiamente, coloca os pratos doces no final da refeição. É evidente que este último elo da dieta alimentar encontra menos disponibilidade física por parte do consumidor. Por outro lado, a presença ao longo de séculos das ordens religiosas deixou um espólio de doçaria conventual altamente calórica e proteica, com a liderança de açúcar e ovos. O açúcar pertence à família dos hidratos de carbono simples, fornecedor de “calorias vazias”, isto é, com poucos nutrientes mas muitas calorias. Os ovos são importantes fornecedores de proteínas. No final da refeição, a combinação destes compostos com outros “pesos-pesados” como farinha, óleos e outros lípidos ou cacau pode ser encarada como uma provocação de um dos sete pecados mortais: a gula. Vinho de Outro motivo de reflexão é que após uma Calendário refeição contendo gorduras, proteínas e hidratos de carbono a velocidade de absorção Já se encontra on line do álcool diminui três vezes quando compae de acesso gratuito rado a uma situação de consumo com o estôo novo guia “Copo & mago vazio. Para fazer os cálculos, saiba que Alma, 319 Melhores Vinhos para 2012”. a taxa de eliminação do etanol (álcool etílico) Só tem de entrar em num homem de 70 kg. é, aproximadamente, www.w-anibal.com e 15 gr. (cerca de 20 ml.) de etanol por hora, o conferir. No Alentejo que corresponde, aproximadamente, a 170 um vinho que tem ml. de vinho tranquilo. sempre brilhado nesta seleção é o branco Ainda está em forma? Então não há meIG Alentejano Quinta lhor proposta para confeções doces do que do Carmo, de 2011. vinhos doces. Um vinho seco tem liderança gustativa do sabor amargo que se amplifica ao contactar com a sobremesa doce e esta, por seu lado, parece mais doce ainda. Para diluir a capa alimentar que cobre as papilas gustativas depois de uma refeição e, sobretudo, durante a fruição de sobremesas com ovos, o elemento natural do vinho que remove e limpa as proteínas filamentosas é, tal como em nossa casa, o álcool, logo secundado pela acidez que atua mais ao nível das gorduras. Estamos no domínio dos vinhos fortificados, onde Portugal brilha mais alto do que o resto do mundo. Se a sobremesa doce tiver algum tanino, por exemplo, do chocolate (cacau) ou de fruta fresca, Vinho Diário então a opção é clara: vinho do Porto Ruby (ou frutado), se possível das categorias esUm dos vinhos que peciais L.B.V. ou Vintage. A fruta vermemais me impressionou lha e de caroço normalmente não domina na recente prova cega uma sobremesa doce, mas se assim for, a que irá dar origem ao meu “Guia Popular de eleição de vinhos escuros (como alguns liVinhos”, edição 2013, corosos alentejanos) continua a levar a medisponível em setembro lhor. Para o domínio do ovo conventual e da nas livrarias e nos fruta branca e tropical, o melhor namoro é supermercados, foi oxidativo. Entramos no mundo, do vinho o rosé IG Alentejano Ravessa de 2011. Madeira, do Porto Tawny (ou alourado) e do Compra segura em Moscatel. qualquer prateleira.
Aníbal Coutinho
udovica tem medo do céu desde sempre. Reclusa em casa por opção, vive com a irmã e com a irmã parte, de Aveiro para Angola, quando esta aceita casar-se com um colono. Em Luanda, Ludovica vive perto do céu, num prédio de muitos andares, e aí se empareda quando a família desaparece em vésperas da independência e os ajustes de contas tomam conta das ruas. Assim vive, 30 anos, inscrevendo, a carvão, o seu diário íntimo nas paredes da casa enquanto vai queimando livros para cozinhar. Um cão, Fantasma, faz-lhe companhia e assombra o prédio. Até que há um menino que sobe por um andaime e derruba a parede com que Ludo se encerrou. Lê-lhe os livros que ela salvou do fogo mas que a perda de visão não a deixa ler. Há outras personagens [algumas já conhecidas dos leitores de Agualusa] cujas histórias o escritor vai entrosando, de maneira encantatória, limpída, fluída, nesta Teoria geral do esquecimento, livro com nome de ensaio mas que é um romance mágico. A ironia alivia a fixação do racismo, da intolerância ideológica, nesta obra que, a pretexto de revelar as histórias extraordinárias que tem para contar, faz uma panorâmica da existência de um país ainda recente, Angola, em que há muitas paredes por derrubar. Amor e redenção numa belíssima história do escritor angolano José Eduardo Agualusa. Particularmente notável, o diário de Ludovica. Maria do Carmo Piçarra
Filatelia Os Galitos realizam exposição multilateral
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secção filatélica e numismática do Clube dos Galitos (de Aveiro) vai realizar a XXII exposição filatélica nacional, que é também, em simultâneo, uma exposição multilateral, pois, para além dos filatelistas portugueses, está aberta aos filatelistas da Croácia e da Grécia. A exposição, que é a mais importante deste ano em Portugal, terá lugar no Museu Marítimo de Ílhavo de 2 a 7 de outubro. São admitidas na exposição coleções de todas as classes filatélicas. Para além das habituais classes, foram criadas três sub-classes especiais destinadas a coleções de filatelia temática, de maximafilia, classe aberta e classe um quadro que versem temas marítimos. No boletim de divulgação pode ler-se um interessante artigo sobre José Maria Fialho Macedo, comerciante filatélico que esteve na origem da criação desta secção cultural dos Galitos de Aveiro. As inscrições terminam a 16 de julho e devem ser enviadas à comissão organizadora da exposição filatélica Ílhavo – 2012, praça Dr. Joaquim Melo Freitas,3; 3800-158 Aveiro. Quaisquer esclarecimentos podem ser pedidos a: ilhavo2012@ galitos.pt Clube filatélico realiza leilão
José Eduardo Agualusa D. Quixote PVP: 15,90 euros 248 págs.
Amanhã, a partir das 10 horas, no Hotel Roma, o Clube Filatélico de Portugal realiza o seu 29.º leilão. Dos 3 230 lotes do catálogo, destacamos os primeiros 142, todos eles pertencentes à coleção do dr. Pedro Gonçalves Grade, coleção que conquistou as mais altas classificações nas exposições onde competiu. Deste conjunto realçamos o lote n.º 100. Trata-se de de um bloco de nove selos de 1$00, Lusíadas, lilás vermelho, (Afinsa 525), que é o maior múltiplo conhecido deste selo. O catálogo pode ser consultado em www.cfportugal.pt Geada de Sousa
Petiscos Oliveira Salazar e uns senhores que trabalhavam com ele
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inda hoje se discute como se vai chamar e ficar na História o regime que Portugal teve durante quatro décadas e mais uns trocos. Fascismo é curto dum lado e sobra do outro. Estado Novo é insuficiente. Foi, independentemente da classificação que se lhe atribua, um regime ditatorial, nacionalista e fortemente musculado pelo domínio do governo sobre as forças armadas e militarizadas. E, seria indispensável, pela existência duma polícia política. Esta polícia política condicionou a vivência quotidiana dos milhares de cidadãos destoantes dos ditames superiores. Junto dos opositores militantes, por sua causa reinou o medo, a aflição de estar, o incómodo permanente, a fome e o estorvo das vidas clandestinas, as famílias separadas, as insónias delirantes na espectativa do iminente “Estás preso!”. Nem sempre se chamou PIDE mas foi por PIDE que ficou conhecida. Agora, quase quarenta anos depois – quarenta anos é uma vida – há cada vez menos pessoas que dela se lembrem. Morreram entretanto essas pessoas que foram cruamente espancadas, assustadas, condicionadas por inimagináveis processos que se aprendiam com os profissionais experientes da Alemanha nacionalsocialista e da União soviética de Estaline. Só me lembro dos de Beja. Por educação, eu detestava tais homenzinhos mas nunca me passaria pela cabeça meter-me com um ou ser apanhado, mais do que em conversas de café – na parte final já dava para conversas
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Era gente sinistra. Mal enfarpelados de cinzento, fatos comprados a metro, a escolher em dois tamanhos, grande e pequeno, gravatas pretas, estreitas, fumadores mal-encarados, cabelo penteado com brilhantina barata, ex-militares de baixa graduação, era gente insolente no olhar e petulante na fala.
semipúblicas – a dizer mal do regime. Tinha medo. Era gente sinistra. Mal enfarpelados de cinzento, fatos comprados a metro, a escolher em dois tamanhos, grande e pequeno, gravatas pretas, estreitas, fumadores mal-encarados, cabelo penteado com brilhantina barata, ex-militares de baixa graduação, era gente insolente no olhar e petulante na fala. Já nos anos setenta, um dia levantei a voz a um. Mas era no chamado Ultramar, província de Timor, eu era oficial do exército e ainda por cima estava cheio de razão. Todas as vantagens estavam do meu lado. Mesmo assim não foi simples, essa troca palavras, tal o pavor que aquele “Sou inspetor da DGS” provocava. “Mas o bom do Doutor Salazar – tão bonzinho que ele era – não sabia, coitadinho!”, ouve-se de vez em quando dizer, por vezes, com um indisfarçável sotaque “achim”. Sabia, mandava e todas as ordens, instruções e diretivas eram dele. Desde o conhecido “par de tabefes a tempo” às rigorosas normas de execução permanente no tratamento do dossier Humberto Delgado. Foi por isso, Excelentíssimo Senhor Major-General Dom Januário Torgal Ferreira, que quando me dei conta que Vossa Excelência Reverendíssima comparou o moço que leva agora o cargo de primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, ao ditador Salazar, fiquei preocupado. Tratar-se-ia duma questão de má informação? Aquilo que Salazar foi, era-lhe tão estranho e longínquo que se permitia fazer esta disparatada comparação? Ou foi somente a manifestação de mal-estar que escapou num curto impulso? Em qualquer dos casos proponho-lhe uma revisão do texto. Talvez com desculpas. Sobretudo por respeito às Forças Armadas. Para as pessoas não pensarem que à frente do Ordinariato Castrense está um tontinho senil ou, ainda pior, alguém que se sentiu quando lhe foram mexer na pensão – pela qual tem muito estima – e respondeu alarvemente com um coice desmedido. António Almodôvar
Diário do Alentejo 15 junho 2012
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À conversa sobre Gonçalves Correia em Beja
A cidade de Pax Julia recebe, amanhã, sábado, no auditório da biblioteca municipal, pelas 17 e 30 horas, mais uma iniciativa “Conversas com B de Beja”. Desta vez os oradores vão estar à conversa sobre Gonçalves Correia, caixeiro-viajante. A conversa, sobre este concidadão bejense do século XX, que seguiu como mote o
Fim de semana
pacifismo, o respeito ao próximo, o amor pela liberdade e os ideias anarcossindicalistas, vai juntar Constantino Piçarra, Daniel Nobre Mendes, Francisca Bicho e João Honrado em palestra. A organização da conferência “À conversa sobre Gonçalves Correia” encontra-se a cargo da Biblioteca Municipal de Beja José Saramago.
História do jazz no espaço Oficinaspeça Arranca sexta-feira, espaço Teatro Meridional apresenta emhoje, Santo Andréno Acontece Oficinas,hoje, em Aljustrel, o curso livre deAndré, iniciação à históriadedoSantiago jazz “JazzdodeCacém, A a Z”. aAanteação, sexta-feira, em Santo no concelho que decorrerá atéda4 peça de maio estruturada em oito sessões,Ibrahim sempreeàsassextas-feiras, é mi-estreia do Teatro Meridional “O Senhor Flores do Corão”. A nistrada ante-estreia por António encontra-se Branco, dinamizador Clube dehoras Jazz do Conservatório agendadadopara as 22 e insere-se na 13.ªRegional Mostra do BaixoInternacional Alentejo. A primeira sessão, pelasAndré. 21 e 30 horas, abordará o tema “Dos campos de Teatro de Santo de algodão a Nova Orleães”.
Encontros de Cultura terminam no domingo
Camané, Luz Casal e Alborán dão música a Serpa
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ncerra, em Serpa, este fim de semana, a IX edição dos Encontros de Cultura. O evento juntou vários artistas na Cidade Branca e hoje, sexta-feira, é a vez de Camané mostrar o seu fado. Aquele que foi eleito pela crítica especializada, após a edição de “Uma Noite de Fados”, como a voz mais representativa da nova geração do fado sobe ao palco da praça da República pelas 21 e 30 horas. Amanhã, sábado, é a vez de Luz Casal trazer os sons latinos e rock da vizinha Espanha. Luz Casal tem 13 álbuns editados e duas compilações de sucesso. Recorde-se que, em 1992, a cantora foi convidada por Pedro Almodóvar para fazer parte da banda sonora do filme “Saltos Altos”, com o tema “Piensa em Mi”, oportunidade que a catapultou para a ribalta internacional. Seguiram-se espetáculos com Peter Gabriel, Sting e Jackson Browne, entre outros, tendo ainda feito parcerias com artistas como Rui Veloso, Paco de Lucía, Chris Barron e Javier Limón. Luz Casal dá ritmo à praça da República pelas 21 e 30 horas. A maior enchente, porém, espera-se com a chegada de Pablo Alborán, no domingo, dia de encerramento dos Encontros de Cultura. O menino bonito da música espanhola faz sucesso em terras lusas e do outro lado da fronteira e, este ano, promete trazer ainda mais espanhóis a Serpa. Passou apenas um ano, após a edição do seu primeiro álbum, e, neste breve espaço de tempo, Pablo Alborán converteu-se em muito mais do que uma revelação. Com sete discos de platina, é o artista que mais discos vendeu em Espanha em 2011. A fadista Carminho, portuguesa, também contribuiu para o seu sucesso, nomeadamente com a sua participação no tema “Perdóname”. O famoso dueto é conhecido de portugueses e espanhóis e Pablo Alborán está na linha da frente da tabela de discos portuguesa, tendo vendido mais de 40 mil unidades. Espera-se assim um encerramento com muita gente a brindar às diferentes culturas em Serpa.
Espetáculo de dança pelos alunos do Conservatório Os alunos de Dança do Conservatório Regional do Baixo Alentejo apresentam amanhã, sábado, 16, o espetáculo final do ano. O espetáculo “A minha escola é um passo de dança” começa pelas 21 e 30 horas, no Pax Julia Teatro Municipal. As entradas têm o preço simbólico de dois euros.
Esculturas dedicadas a Amália Rodrigues Está patente na sala polivalente da Fundação Odemira a exposição de esculturas “O mês das cerejas”, da autoria da artista Xica Efigénio, artista residente em São Teotónio, no concelho de Odemira. Esta exposição surge como uma forma de homenagear Amália Rodrigues, celebrando a forte amizade que a escultora tinha com a fadista. São oito as esculturas em pedra que estão em exposição e que podem ser apreciadas.
Teatro Fórum de Moura inicia digressão de verão O Teatro Fórum de Moura – Associação inicia a sua digressão de verão já hoje, sexta-feira, em Santo Aleixo da Restauração, no concelho de Moura. A produção “Alto e Para o Trabalho!” tem início pelas 22 horas e promete revelar verdades inquestionáveis. Segundo a associação, “este é o primeiro espetáculo ao contrário do Teatro Fórum de Moura”. O espetáculo será ao ar livre e, este ano, “terá algumas diferenças ao nível cenográfico e dramatúrgico”. Amanhã, sábado, a produção muda-se para Safara.
Na última edição do “Diário do Alentejo”, o novo delegado do IEFP revelou que metade dos desempregados não recebe qualquer subsídio. Uma investigação conjunta Não confirmo, nem desminto/Prós e Contras/Nutella descobriu que a outra metade dos desempregados não só não recebe qualquer subsídio, como começou a receber um bilhete de avião para sair do País. O desempregado pode escolher qualquer país do mundo que tedesempreg be nha um crescimento económico superior ao de Portugal, o que inclui alguns países da África Subsariana e duas ruas em Sines onde a coisa ainda ce e r metade dos e d ta e m sÍdio, outra mexe. Segundo dados do INE, no topo dos países escolhidos pelos desempregados portugueses estão o Brasil – pela proximidade linguística e do recebe sub sair do paÍs a r pa o ià av e d e t e Chimarrão; Angola – pela proximidade linguística e do Mantorras; e a China – pela proximidade de porco agridoce e dos turnos de 72 horas. bilh
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alentejao dos nÃo
facebook.com/naoconfirmonemdesminto
Câmara de Beja ganha medalha de prata pelo Simplex Autárquico e promete lutar pela de ouro nos Jogos Olímpicos de Londres
Inquérito Vai à XVI Feira Anual do Idoso em Albernoa?
A Câmara Municipal de Beja foi distinguida pela Agência para a Modernização Administrativa com a medalha de prata pela implementação de 94 por cento das medidas do programa Simplex Autárquico. Todavia, a autarquia não pretende ficar por aqui e já planeia voos mais altos: a câmara pretende obter mais medalhas, sendo que, para o efeito, enviará uma delegação aos Jogos Olímpicos de Londres – para os mais distraídos, Londres é aquela terra um pouco maior que Entradas que já teve uma ligação semanal com o aeroporto de Beja. “Estamos muito esperançados com a nossa participação nos Jogos Olímpicos”, afirmou fonte da autarquia. “Sempre é uma maneira de o vereador Góis praticar o inglês, sem ser na Beja Wine Night, se bem que, aqui para nós, quando se bebe um copinho de vinho deixa de haver barreiras linguísticas...”. E acrescentou: “Temos boas hipóteses de trazer mais medalhas para a cidade… Um funcionário nosso é grande candidato à medalha de ouro em Minesweeper e uma das estagiárias é a nossa esperança na categoria fotocópias: consegue fazer cópias de balancetes ao mesmo tempo que manda SMS ao namorado. Nos 100 metros barreiras da categoria fotocópias em A4 será imbatível!”.
UMBELINO GERIATRIA, 93 ANOS Pessoa que diz “salchicha” em vez de salsicha Já sou um participante habitual. Há uma data de tempo que sou idoso e se tudo correr bem vou continuar assim por muitos anos, apesar das cataratas, verrugas e calos do tamanho de bombons Mon Chéri. Vou a estas coisas porque é importante manter o espírito jovem… Quanto melhor tivermos a cabeça, melhor tratamos do nosso corpo. Se as duas coisas não funcionam em conjunto, ficamos mal! Veja o José Hermano Saraiva: ele ainda apresenta televisão, mesmo estando morto por dentro há mais de 15 anos...
JORGE AMOR DE MÃE, 81 ANOS Malabarista com sacas de cimento Claro, tenho de ir. Sou organizador do jogo da malha. Contudo, este ano vamos apimentar as coisas. Vamos jogar à malha com arrastadeiras do lar. Em termos de aerodinâmica é um espetáculo digno de se ver. Estou certo que vai correr melhor do que no ano passado, quando jogámos à malha com gatinhos. Raio dos bichos, pá...! Fiquei com o braço todo arranhado e quando aterravam faziam muito barulho, não sei porquê... Isto para não falar das minhas ceroulas que ficaram cheias de pelos.
DUQUESA DE ALBA, 86 ANOS Pessoa que tomava chá com a rainha Santa Isabel Hombre, fui convidada e vou com todo o gosto. Será uma boa oportunidade para contar a minha história e apresentar a minha autobiografia em 60 volumes. Participarei nas inúmeras atividades, desde que o meu marido vá comigo. Ele sabe como me há de fazer reanimação cardíaca, está habituado. De resto, estou para aqui rebiteza, graças à minha anca em pladur.
Aeroporto de Beja: Grupo de trabalho tem 90 dias para demonstrar que é possível rentabilizar aeroporto e descobrir a cura para o cancro
Oferta de emprego: Ruínas de Pisões procuram nova funcionária que tenha vivido na época romana A Não confirmo, nem desminto, em mais uma das suas demandas de serviço público, decidiu divulgar um anúncio de emprego que lhe foi enviado por uma empresa de trabalho temporário, a Precário XXI, em que é pedido um novo funcionário para trabalhar nas ruínas de Pisões – recorde-se que o local se encontra encerrado porque a funcionária se reformou e agora vai depauperar ainda mais os cofres da Segurança Social, a não ser que tenha feito um PPR, demonstrando, assim, tratar-se de uma pessoa que pensa no futuro. Fonte ligada ao processo confidenciou-nos que está esperançada na contratação de um novo funcionário, mas, caso tal não seja possível, já se estão a equacionar alternativas, como rebocar as ruínas ou alugar o espaço a estudantes da Escola Superior Agrária.
Foi criado um grupo de trabalho que terá a responsabilidade de demonstrar ao Executivo, no prazo de 90 dias, formas de rentabilizar o aeroporto de Beja. Todavia, ao que apurámos, o mesmo grupo terá, para além disso, de descobrir uma nova cura para o cancro e uma receita infalível para remover nódoas de polpa de tomate de vestidos de seda. O grupo será liderado por João Paulo Ramôa, e será constituído por outras figuras/instituições como a ANA, a FAP, a Ambaal, a Liga de Dadores de Sangue de Selmes, o Núcleo de Estudos do Mar de Santo Aleixo da Restauração, Maria de Lurdes Modesto, Luís Piçarra, Pedro Granger, a Teresa, a Luísa, o Pedro, o Chico, o João, o Caracol, o Faial, Prokofiev, Cláudio Ramos, Brites de Almeida e um dos miúdos do “Verão Azul” que não acabou na droga. Aliás, foi este último que nos garantiu que algumas das ideias avançadas para a rentabilização daquele espaço incluem a “utilização da pista como ringue de hóquei no gelo, aproveitando a geada que nela cai de manhã” ou o “aluguer do terminal para a realização de convenções da Igreja Maná”.
Nº 1573 (II Série) | 15 junho 2012
RIbanho
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Hoje, sexta-feira, 15, o céu deverá estar limpo. A temperatura oscilará entre os 13 e os 30 graus. Amanhã, sábado, o sol deverá brilhar em toda a região e no domingo também não são esperadas nuvens.
Francisco Ceia, homem do teatro, das canções e, agora, da escrita
Grupos corais debatem candidatura do cante
Janelas que se abrem Andaste pelo teatro, és músico e agora aventuras-te pela escrita. Foi um impulso ou algo mais pensado e mais antigo em ti?
Corria o ano de 1977, frequentava o curso de Teatro no Centro Cultural de Évora (Cendrev). Um dia desatei a escrever num caderno de papel quadriculado uma estória… de rajada três ou quatro capítulos… mas era o tempo em que, num inebriante desatino, pulsava o coração das ruas deste país, os peixes voadores dançavam na linha de todos os horizontes… o caderno… foi esquecido… e o primeiro ímpeto de gizar um livro, esboroou-se… permaneceu a convicção: um dia, como dizia a minha avó, quando for… soará! Este “jogo de janelas” tem várias centenas de páginas. Que estória ou que estórias estão aqui presentes?
O Jogo de Janelas, percorre mais de 400 páginas, mas são muitas mais as que se abrem e fecham…se aqui escrevesse a estória, ou todas as estórias como sugere a pergunta, teria de reescrever o que escrevi, bom… nem o espaço reservado à entrevista o permitia, e pior…as pessoas já não me compravam o livro…o que seria uma pena, e uma lamentável perda para ambas as partes! A poesia há muito que se libertou da rima. Mas este é um livro, em princípio em prosa, mas com rima paralela. Afinal PUB
estamos a falar de um livro cheio de musicalidade. É poesia ou é prosa?
Francisco Ceia natural de Portalegre
Francisco Ceia iniciou–se como ator de teatro em 1976, em Évora, e fundou três anos depois em Portalegre, a sua terra natal, o grupo de teatro profissional “O Semeador”. Por essa altura editou o primeiro disco, numa carreira de cantor que se estende por uma dezena de álbuns. No ano passado começou a escrever um livro, recentemente publicado pela Colibri. São mais de 400 palavras num “jogo de janelas”, rimado e ritmado, entre a poesia e a prosa. Entretanto, na gaveta continuam mais de duas dezenas de cantigas “prontas a gravar”, mas sem editor.
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A poesia é liberdade…rimas são cores sonoras, possíveis jogos, de quem pinta frases…como voa uma andorinha… ou trina um rouxinol…iguais na diferença…mas livres! Pergunta um: Onde vamos engavetar este livro? Qual o género…estilo…o tema, é imprescindível uma sinopse, um esclarecedor e apelativo subtítulo; será poesia… prosa… ou, digo eu: Poesiprosa!? Quantas vezes na pergunta, encontra cada um, a sua resposta… “Afinal, estamos a falar de um livro cheio de musicalidade”. Este é um livro com um búzio (?) na capa. Reconhece-se nele algo do Alentejo?
Viste um búzio!? Um disse montanha… outro rio…outro ainda vórtice…alguém falou: luz e sombra…! O Alentejo também anda por lá… o Alentejo pode ser o mundo…o Alentejo é um mundo! Tu és um músico com um trabalho reconhecido. Este livro é uma pausa na atividade musical ou o início de um novo modo de expressão?
O livro Jogo de Janelas foi…, e está a ser, um estímulo… amanhã, ou daqui a umas semanas ou meses, sento-me de novo frente a uma folha branca, pego no lápis… Entretanto, gostava muito de editar as duas dezenas de canções originais que espreitam de outra janela... Carlos Júlio
No quadro da candidatura do cante alentejano a Património Cultural Imaterial da Humanidade/Unesco, a comissão executiva promove amanhã, sábado, pelas 15 horas, no Instituto Politécnico de Beja, com as direções dos grupos, um encontro/debate denominado “Grupos corais debatem candidatura do cante”. A iniciativa visa “contribuir para um maior aprofundamento da candidatura junto dos grupos corais e para apresentar e debater a caracterização desta manifestação cultural tal como será apresentada à Unesco, bem como o plano de salvaguarda”. Participam no encontro, por parte da comissão executiva, João Rocha, presidente da Câmara Municipal de Serpa; João Proença, presidente da direção da Casa do Alentejo; Joaquim Soares, presidente da direção da MODA; Francisco Torrão, presidente da direção da Confraria do Cante; Paulo Lima, antropólogo; e Vito Carioca, presidente do Instituto Politécnico de Beja.
Abertas inscrições para Bienal de Artes Plásticas de Vidigueira Os artistas nacionais e estrangeiros interessados em participar na 8.ª Bienal de Artes Plásticas – Salão das Artes, promovida pela Câmara Municipal de Vidigueira, podem inscrever-se e enviar as obras de pintura ou escultura a concurso até ao dia 31 de agosto. Segundo o regulamento, os temas e as técnicas de execução são livres e cada artista pode apresentar até dois trabalhos originais nas modalidades de pintura ou escultura, datados a partir de 2010 e não premiados noutros concursos. A exposição dos trabalhos e a entrega dos quatro prémios irão decorrer durante o mês de setembro. Este ano, além de um prémio de aquisição da obra no valor de mil euros para os vencedores de cada uma das duas modalidades, serão entregues outros dois prémios para pintura e/ou escultura, ou seja, o prémio “Salão das Artes”, de mil euros, e o prémio especial para o trabalho mais arrojado e inovador, de 500 euros.