Ediçao N.º 1575

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Todos os sabores do Alentejo dentro de uma panela O admirável mundo de Idália Carvoeiras

JOSÉ SERRANO

pág. 13

SEXTA-FEIRA, 29 JUNHO 2012 | Diretor: Paulo Barriga Ano LXXXI, N.o 1575 (II Série) | Preço: € 0,90

Excetuando o setor agrícola grande parte das cooperativas estão insolvidas ou à beira da falência

Movimento cooperativo do distrito de Beja vive tempos difíceis JOSÉ FERROLHO

JOSÉ SERRANO

págs. 6/7

Um museu feito de rocha e de memórias habitadas Alcaria dos Javazes. Terra de pedra junto à ribeira do Vascão. Mértola. Onde agora foi inaugurado um núcleo museológico para não deixar morrer a memória. págs. 4/5

Estado torna a adiar encerramento da EDAB O maior acionista da EDAB tornou a impedir a extinção desta empresa. Que, sem utilidade, implica gastos mensais de 100 mil euros ao erário público. pág. 8

Todos juntos no congresso do PS Apesar da vitória para a Federação do Baixo Alentejo do PS, Pedro do Carmo chegou a acordo com Hélder Guerreiro no sentido de apresentarem listas conjuntas aos diversos órgãos federativos. pág. 9 A maioria das pessoas conhece-as em Beja como as irmãs de Santa Maria, devido à casa que têm no largo que recebe o mesmo nome, mas, na verdade, são as irmãs da Congregação das Oblatas do Divino Coração. Tem a seu cargo a gestão do Patronato de Santo António e, para além do apoio à infância, aventura-se agora no apoio permanente aos mais idosos. págs. 16/17

Patronato de Santo António: Depois das crianças, os velhos


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Editorial Branco

Vice-versa “Todos os estudos apontam [para] a revisão do objeto ainda não construído e [o redesenho de] um novo troço em formato de itinerário principal, aproveitando as obras de arte e desvios já construídos, por forma a desviar o tráfego das povoações e encurtando assim a distância entre Beja e a autoestrada”. Comunicado do PSD Beja sobre o IP8

Paulo Barriga

O presidente da Câmara de Ferreira do Alentejo considera a autoestrada entre Beja e Sines uma obra “emblemática” e “estruturante”. Para o autarca, o recuo para o formato IP “condiciona por completo os outros empreendimentos, como Alqueva e o aeroporto”.

N

ão existe nada mais libertador do que ter pela frente uma folha de papel em branco. E nela podermos escrever ou desenhar ou riscar aquilo que nos percorre as veias. Atirar contra ela todos os fantasmas, todas as ilusões, que nos assolam a alma. As nossas inquietações. As nossas divagações. Os nossos devaneios. Angústias. Realizações. Aflições. Paixões. A nossa saudade. A folha em branco, imaculada ainda, já dizia Ernest Hemingway, é também ela uma prisão, a mais cruel das opressões, talvez. As quatro paredes de uma cela solitária e silenciosa. Mas contaminá-la com algo nosso, corrompê-la com as nossas letras, ainda que aparentemente pouco ou nada possam dizer, é de facto um exercício de liberdade incomparável. É o momento exato onde passamos de carcereiros de nós próprios, de angustiados opressores, a seres imensamente livres. E foram mais ou menos estas palavras que me ocorreram na passada sexta-feira. Defronte de uma plateia de reclusos do Estabelecimento Prisional de Beja. Homens batidos pela dureza da vida, assolados pela injustiça, alguns, e os outros pela desilusão, que ali estavam à procura de um nadinha de liberdade. Ou de esperança, pelo menos. A ideia deles – e por isso lá fui com o José Serrano, fotorrepórter, e com a Aurora Correia, paginadora – é fazer um jornal na prisão. E a nossa ideia é ajudá-los a fazer um jornal na prisão. E antes mesmo de passarmos à prática falámos dos jornais, dos outros, dos de cá de fora, que apenas mostram desgraças e promiscuidades entre os diversos poderes do Estado. E a ganância pela posse do dinheiro. A análise é deles. Dos presos que querem ser jornalistas. Jornalistas diferentes dos jornalistas ditos a valer. Mais capazes e honestos e justos e íntegros. Porque, afinal, um jornal é uma coisa séria demais para ser levado com tanta e tamanha leviandade. Um jornal, preencher as páginas em branco de um jornal, é um exercício de liberdade incomparável. Foi o que eu ingenuamente lhes disse. Como se eles não soubessem disso. E não o sentissem desmedidamente mais do que eu.

Aníbal Costa, in rádio Pax

Fotonotícia

Um século de vida. Chama-se Rosa Sousa. Mora em Baleizão. E acaba de completar 100 anos de vida. Na foto está com uma das filhas, Mariana, e com uma das bisnetas, Catarina. Mas ao todo teve quatro filhos, que geraram oito netos, 14 bisnetos e quatro trisnetos. Uma família grande que resulta da grande e longa vida de Rosa de Sousa. Não é todos os dias que se celebram 100 anos. E por isso o “Diário do Alentejo” quis associar-se a esta festa de aniversário. Especialmente porque estamos a assinalar, em 2012, o Ano Europeu do Envelhecimento Ativo e da Solidariedade entre Gerações. Parabéns, 100 vezes, D. Rosa. PB Foto de José Serrano

Voz do povo Vai de férias este verão?

Inquérito de José Serrano

Gertrudes Jorge, 51 anos, auxiliar de educação

Rosalina Gervásio, 53 anos, educadora de infância

Henrique Medeiros, 53 anos, publicitário

Januário Faneco, 65 anos, reformado do comércio

Não. Com os ordenados que ganhamos, não temos possibilidades de ir de férias. Podemos ir um fim de semana ou outro a Portimão, não mais do que isso. Fazemos férias cá dentro. De casa. Gostava de ir aos Açores. Essas seriam as minhas férias de sonho. Pode ser que um dia…

Sim. Vou 10 dias para Faro. Tenho lá a minha filha a estudar. Assim aproveito a casa que lhe arrendámos para fazer férias. Com a família. Enquanto ela lá estiver usufruímos de uns dias de verão. Gostava muito de fazer um passeio. A Cabo Verde.

Sim. Vou todos os anos para o Algarve. Para o parque de campismo de Ferragudo. Tenho lá uma vivenda com rodas, onde geralmente passo três semanas de agosto. Gostava muito de ir até à Escócia. Jogar golfe.

Não. Não tenho possibilidades económicas para ir de férias. Estou reformado e a reforma é pequena. Mas quando trabalhava ia. As condições que tinha eram outras, mais favoráveis. Gostava de ir ao Brasil. Acho que aquilo por lá é muito bonito.


Rede social

Semana passada DIA 21, QUINTA-FEIRA ALENTEJO REGIÃO MARCA PRESENÇA NO PORTO PARA ATRAIR VISITANTES O Turismo do Alentejo inaugurou no Porto uma mostra de produtos e serviços da região para atrair turistas da área metropolitana, o segundo maior mercado emissor para o Alentejo. A exibição decorre até ao dia 6 de julho no Palacete dos Viscondes de Balsemão, na praça Carlos Alberto, e inclui provas de vinhos, de queijos, mostras de olaria, artesanato, bem como apresentações acerca do setor hoteleiro do Alentejo, que, no âmbito da campanha “O Alentejo dá-lhe tudo”, tem em vigor a oferta de na compra de três noites consecutivas, uma delas ser gratuita.“Os dados que temos do nosso observatório indicam-nos que esta área do País é claramente o segundo mercado emissor para o Alentejo a seguir à área metropolitana de Lisboa, sendo que, em termos de estadia média, o turista que viaja do Norte para o Alentejo passa mais dias”, disse o presidente do Turismo do Alentejo, Ceia da Silva. A dependência do Alentejo do mercado interno combinado com o espanhol é de 85 por cento, afirmou Ceia da Silva, destacando que a intenção dos operadores da região, que aderiram na maioria à campanha, é que, apesar da crise, as pessoas não deixem de fazer férias: “Se pensar que vai seis dias e só terá despesa de quatro, há aqui um contributo para que as pessoas não deixem de fazer as suas férias”.

ALCÁCER DO SAL REBENTAMENTO DE MULTIBANCO DESTRUIU BALNEÁRIO E DANIFICOU VIATURAS O assalto a uma caixa multibanco em Santa Susana (Alcácer do Sal) foi consumado com recurso a explosão, que destruiu um balneário público e provocou danos em três viaturas, segundo o autarca local. “É a primeira vez que isto acontece, mas já tinham existido duas tentativas, uma com recurso a um maçarico e outra com outros materiais”, adiantou à Lusa o presidente da Junta de Freguesia de Santa Susana, Paulo Jacinto. Desta vez, segundo o autarca, os assaltantes conseguiram consumar o assalto e “destruíram um balneário público, onde está instalada a caixa multibanco”, infraestrutura que “há poucos dias” tinha recebido obras com “a colocação de um telhado novo”. A caixa multibanco foi assaltada de madrugada, por volta das 3 e 40 horas. Após a explosão, os assaltantes, “em segundos, carregaram as caixas com o dinheiro a puseram-se em fuga”, relatou o presidente da junta. Num parque de estacionamento contíguo, acrescentou, a explosão “provocou danos em três automóveis”, sendo que um deles “ficou pronto para ir para a sucata”, porque o impacto e os estilhaços “partiram vidros e amolgaram portas”.

DIA 23, SÁBADO MOURA MENINO DE DOIS ANOS MORRE AFOGADO EM PISCINA PARTICULAR Um menino de dois anos morreu no sábado vítima de afogamento na piscina de uma quinta particular localizada perto de Moura, no distrito de Beja, revelaram à Lusa fontes dos bombeiros e da GNR. Fonte do Comando Distrital de Operações e Socorro (CDOS) de Beja adiantou que o alerta para o afogamento foi dado cerca das 14 e 30, tendo a criança sido transportada para o centro de saúde de Moura. “O óbito foi declarado no centro de saúde”, indicou a mesma fonte. No local, estiveram bombeiros da corporação de Moura e uma ambulância de suporte imediato de vida (SIV) do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).

ODEMIRA CONVÍVIO MOTARD SOLIDÁRIO COM MILITAR DA GNR PARAPLÉGICO Os Amigos Motards de Odemira – Lontras do Mira promoveram o 11.º Convívio Motard no Parque das Águas, em Boavista dos Pinheiros, no concelho de Odemira, e parte dos fundos recolhidos servirão para ajudar um militar da GNR paraplégico. Por cada entrada para o convívio vendida, os Amigos Motards de Odemira vão doar 50 cêntimos para ajudar Filipe Cerqueira, militar da GNR de Amarante, de 27 anos, a comprar uma viatura adaptada à sua condição física. Há um ano, quando se preparava fisicamente para concorrer ao curso de cabos da GNR, Filipe Cerqueira sofreu um “grave” acidente de bicicleta, que o deixou paraplégico. Com a ajuda de várias pessoas e da Segurança Social, Filipe Cerqueira fez tratamentos de reabilitação, foi reintegrado no serviço, adaptou a sua casa e dispõe de uma cadeira de rodas, mas, para se tornar autónomo, precisa de uma viatura adaptada à sua condição física, o que, atualmente, não pode adquirir, “devido às suas limitações financeiras”.

3 perguntas a Ana Custódio

Presidente da direção da Pegada no Futuro – Associação Quando é que foi constituída a Pegada no Futuro – Associação e com que objetivo?

A associação não tem fins lucrativos e foi constituída a 22 março de 2011, por vontade de um grupo de alunas dos Ateliês Permanentes da Casa da Cultura. Tem como objetivos divulgar e organizar eventos de cariz educativo e de crescimento pessoal, junto de crianças, jovens, adultos e seniores. Formar pessoas em todas as vertentes do conhecimento, principalmente artístico, mas também técnico e teórico, assim como na descoberta do Eu, são os principais objetivos da nossa associação. Tudo isto foi possível levar a cabo graças ao precioso apoio da Câmara Municipal de Beja que celebrou connosco um protocolo de parceria, bem como à ajuda de muitos outros amigos que oferecem um pouco de si para nos ajudar. Para além disto, criámos um posto de trabalho para o motor de todos os ateliês: a ceramista Maria Santos, assim como a prestação de serviços por parte dos outros monitores. Que atividades desenvolve e a quem se destinam?

A associação desenvolve a sua atividade em diferentes áreas, nomeadamente na cerâmica, azulejaria de corda seca, contemporânea e de aresta, fusing, mosaico e batik, onde a Maria Santos é a monitora, dando seguimento ao que já se fazia. Criaram-se três novos ateliês: de ilustração científica e de artes e multimédia, com a monitora Ana Lopes, assim como o de desenho e pintura, com o monitor Miguel Pires. Os ateliês estão abertos a todos os interessados, desde que maiores de 16 e até aos “96 anos” de idade e que queiram aprender algo de diferente. Continuamos a desenvolver os ateliês de verão para crianças e jovens dos seis aos 14 anos até ao final do mês de agosto, mantendo a parceria com os ateliês da Câmara Municipal de Beja, a decorrer no mesmo espaço.

Dias quentes e aulas de yoga em Beja Foram muitos os que foram, apesar das temperaturas altas que se fizeram sentir durante o fim de semana passado, pela primeira vez, ou não, experimentar uma aula de yoga. Beja, no coração do Alentejo, foi a anfitriã do Dia Mundial do Yoga.

Mértola a comemorar as festas da vila Mértola cantou e dançou que se fartou. O povo saiu à rua para comemorar as festas da vila e as noites, essas, foram longas. Os Expensive Soul e os Oquestrada foram os verdadeiros culpados de tanta animação. Música noite dentro, atividades dia fora.

Vai uma cambalhota? Um dia dedicado à ginástica. Trampolins, cavaletes e muitas cambalhotas. Um dia em cheio, repleto de atividades e muita animação. A mente gosta e o corpo agradece. Foi assim o Festival Primeiras Cambalhotas, em Sines. A criançada adorou.

Viva o Santo António, viva o São João... Santos populares pedem dança e festa. E o povo de Sines sabe que uma dança puxa sempre outra e mais outra. O castelo, símbolo maior da cidade, transformou-se num arraial popular. Até que houve música, houve gente a rodopiar. À roda do mastro.

A Casa da Cultura tem patente até ao final do mês uma exposição de artes plásticas promovida pela Pegada no Futuro. Que tipos de trabalhos integra e o que se pretendeu com a sua organização?

Tal como sempre se fez, no final das atividades dos Ateliês Permanentes expõem-se os trabalhos feitos pelos alunos de modo a que todos possam ter o prazer de ver estes trabalhos verdadeiramente surpreendentes, uma vez que estamos a falar de pessoas comuns, que sempre tiveram atividades muito distintas das artes plásticas. Nélia Pedrosa

O Terras Sem Sombra foi à horta Terminou em Castro Verde a oitava edição do festival de arte sacra. O Terras Sem Sombra foi mais uma vez um sucesso e o triângulo música-património-biodiversidade revelou-se uma aposta em cheio.

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Alcaria dos Javazes

Um museu nas margens da ribeira do Vascão

A povoação feita de pedra e rocha Na zona sul do concelho de Mértola fica Alcaria dos Javazes. Terra pequena, de

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lcaria dos Javazes está no cimo de um monte. Um monte como tantos outros que circundam este outro. À distância de um olhar, breve mas suficientemente absorvente para a respiração ser sustida, tal é a amplitude do que surge perante o olhar, está o fim do Alentejo e os primórdios do Algarve. Parceiros inseparáveis, separados pela ribeira do Vascão, linha que separa o lado de lá do lado de cá. De um lado, o concelho de Mértola, do outro, o de Alcoutim. Alentejo e Algarve, lado a lado, enleados, num tango sinuoso e escaldante. O fio condutor, a ribeira do Vascão, que os separa e os une. Rasgando montes e rocha, num vale de vida rodeado de terra árida. O vale da ribeira rasga os montes e montes sem ninguém. Só sol, calor, tudo em tons de castanhos e verdes escuros, que o azul da água não corre por aqui agora. Ou corre muito pouco. E vento. Muito vento. Suão. A cerca de três quilómetros da sede de freguesia, Espírito Santo, Alcaria dos Javazes é, como lhe chama quem a habita, o monte. Casas de pedra, todas em pedra, exceção feita aos telhados. Mesmo o pavimento que cobre as ruas, em cimento, esconde as rochas brutas que estiveram na génese desta aldeia. À entrada da povoação, muros de pedra, casas com pedra. Pedra, pedra, pedra. Aldeia de rocha, construída em rocha, sobre rocha. Sentado num banco de branco sujo e gasto está José João, de 79 anos. Umas das poucas, pouquíssimas pessoas, que se avistam nas ruas de cimento do monte. Sentado num banco, num largo onde não se vê ninguém, onde não passa ninguém, José João olha para o relógio, vê o tempo a passar, que é o que tem de mais certo. Olhará, porventura, mais por hábito do que por real necessidade de saber a quantas anda. Nascido numa outra povoação bem perto dali, Zambujal, foi em pequeno para a Alcaria e por ali foi ficando até hoje, numa terra bem diferente do que era. “Não tem metade da família que tinha. Uns têm morrido, outros vão-se embora. Isto era um povo com 60 ou 70 moradores e hoje podem estar para aí 25”. Longe vão os tempos em que José João não parava, trabalhando, numa vida cheia de trabalho e vazia de tantas outras coisas. Hoje, o trabalho já lá vai, e o tempo vai-se acumulando, hora após hora. “Os meus dias passei sempre trabalhando. Agora é que já não posso, já não faço nada. Trabalhei aqui bastante, nos lavradores, e depois meti-me por minha conta. Cheguei a ter 340 cabras. Depois vendi as cabras e fiquei com cento e tal ovelhas. Agora vendi as ovelhas porque estou arrumado”. O Núcleo Museológico de Alcaria dos

pouca gente, mas onde foi inaugurado recentemente um núcleo museológico que se espera que atraia alguns visitantes, mas, principalmente, que não deixe morrer a memória daquelas gentes. Texto Marco Monteiro Cândido Fotos José Ferrolho

Javazes, inaugurado no passado 21, reúne objetos e peças da vida quotidiana das gentes daquelas terras, reunidas por Orlando José. Com 69 anos, filho de naturais da terra, depois de uma vida inteira divida entre Lisboa e Porto, regressou de vez à terra que o acolheu ao longo da sua infância e com a qual cresceu ao longo de uma vida, para mostrar o passado a quem não o viveu e, assim, construir o presente. O espaço do núcleo, pertença da câmara de Mértola, divide-se entre a sala de exposições e uma casa típica completamente restaurada. Entre uma e outra, um pátio, com poço e forno de lenha. Lá dentro, objetos, memórias dos antepassados, cedidos por Orlando. Mas o que levou a este resultado? “Começou quando eu, que sou um apaixonado por coleções, consegui a primeira peça e me apaixonei por ela. Um colecionador é assim mesmo: quando tem uma, tem duas e quando tem duas, nunca mais para. Portanto, começa nisso. E isso é há muito tempo. Se calhar, eu era miúdo”. Com 69 anos, Orlando José voltou à terra onde nunca esteve de forma permanente, mas que, de uma forma ou outra, sempre o esteve. A paixão com que fala do local, das gentes, dos hábitos, dos costumes, da ribeira do Vascão, é notória. E é neste

local que se sente bem. “Sempre que cá vinha guardava peças, encontrava peças, achava peças, davam-me peças. Por volta de 2000 pensei que devia encontrar instalações para preservar e mostrar com alguma dignidade todas estas peças”. A partir daí, a Câmara Municipal de Mértola propôs a Orlando José a assinatura de um protocolo de cedência de espólio, sendo exposto numa das antigas casas do monte. O que está à vista é uma pequena amostra do acervo do núcleo, constituído por cerca e 1 200 peças, recolhidas ao longo de uma vida. Esta é uma das formas de perpetuar a memória de uma terra que cada vez tem menos gente e Orlando José está consciente disso. “Estas aldeias estão hoje a ter uma outra utilidade e a entrar numa outra direção que é a do turismo. Os residentes e os naturais são cada vez menos. As pessoas vão envelhecendo, vão desaparecendo. Os mais novos vêm por afinidades, mas vêm pouco. Vêm pelas férias, mandam recuperar as suas casas que lhes ficaram de herança dos seus antepassados”. E hoje tudo está diferente. “Eu ainda me lembro quando as casas eram quase todas em pedra, quando os pavimentos não eram cimentados e era muito difícil as pessoas caminharem logo que o sol

Alcaria dos Javazes À entrada da povoação, muros de pedra, casas com pedra. Pedra, pedra, pedra

se punha. Quando não existia luz elétrica e, muito menos, água canalizada. E quando ainda a estrada ainda não existia ou, pelo menos, quando começou a ser feita”. O ar quente e abafado afastam as, poucas, pessoas da Alcaria dos Javazes das ruas. Não se vê vivalma. Casas e portas e janelas fechadas. Nalgumas repousarão os seus habitantes. Noutras aguarda-se por mais um fim de semana ou por mais umas férias. Maria Eduarda Lopes, de 43 anos, é das pouquíssimas pessoas que se avistam. “Viver aqui é muito bom porque é um monte muito sossegado. Podemos descansar depois de um dia de trabalho, sem barulho, sem nada disso. Vive-se bem. É um monte pequenino mas muito bonito”. Sendo uma das pessoas mais novas a viver em Alcaria dos Javazes, Maria Eduarda considera que a vida é um pouco solitária, até porque a maioria da população é envelhecida e pouca, alterando-se este cenário ao fim de semana. “Já há aqui muitas casas feitas novas que as pessoas vêm ao fim de semana para cá, nas férias quando vão para a praia. Muitas pessoas já fazem isso. É um bocadinho solitário mas já vai havendo muita coisa. Já se vai vendo mais movimento”. À entrada da aldeia fica o edifício da antiga escola primária. Sede da sociedade recreativa e cultural local, onde está o único café do monte, são mais as vezes em que está fechada do que aberta. O movimento, ou a falta dele, não justifica a abertura de portas. José Manuel Costa abriu as portas hoje, por breves momentos. Apesar de ser novo, é das pessoas com mais anos de Alcaria dos Javazes. Dos seus 52 anos, só dois não foram passados no monte, em 1981 e 1982, quando esteve na tropa, levando meio século de Alcaria. Alguém que conhece bem as diferenças do monte de hoje para o monte de outrora. “Para mim, o viver é melhor, mas é mais isolado, porque temos menos gente. Eu fui para a tropa, voltei, o pessoal foi desaparecendo, desaparecendo e, hoje, mocidade não há. Há pouca gente, muito pouca gente”. A falta de emprego, agente fixador de pessoas, é sempre a principal causa da partida dos conterrâneos e o monte não é exceção. Mesmo assim, algumas casas vão sendo recuperadas na povoação, muitas delas por intermédio de Orlando José que tem cativado pessoas de diversos pontos do País para a Alcaria. E são essas que vão dando algum movimento à terra. Entretanto, José João entra na antiga escola primária. Vem beber um café. Com adoçante. Fartou-se de estar sentado no banco, a olhar para o largo vazio, olhando o relógio à espera da hora que nunca mais chegava.


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Cláudia Arsénio Presidente da Junta de Freguesia do Espírito Santo

Como é que tem sido até agora o seu mandato?

Tem sido muito difícil. Temos tido muitas dificuldades a vários níveis. A nossa freguesia, em termos de área no concelho de Mértola, é uma das maiores, mas em termos de população temos muito poucas pessoas e as pessoas residentes são muito envelhecidas. E temos muitas localidades. E em termos de apoios do Estado houve muitos cortes.

A origem de Alcaria dos Javazes Apesar de não ser referida nos livros de História ao longo dos tempos, a povoação de Alcaria dos Javazes, Al-jauza, aparece mencionada num texto do século XII, como tendo sido o local de refúgio, em 1144, do chefe militar islâmico Ibn Qasi. Esta informação está presente num dos painíes do Núcleo Museológioco de Alcaria dos Javazes, resultante da pesquisa do arqueólogo Santiago Macias.

Quais são as maiores necessidades a que a junta de freguesia tem que fazer face?

Ao nível das obras e a parte social. É uma junta onde a população é muito envelhecida e a nível social temos muitas carências e muitos pedidos. Nós tentamos sempre, com os meios que temos, ajudar. As pessoas encaram a junta de freguesia como uma entidade, não só administrativa, mas também humana e social. As maiores dificuldades têm sido na gestão do orçamento porque o apoio social que dávamos, reparar um telhado, ver um chão, uma parede ou uma pintura, agora não temos essa possibilidade. O apoio que dávamos a famílias carenciadas tem estado um pouco mais reduzido, mas estamos a tentar combater essa carência económica aumentando as atividades. Um dos grandes problemas é a falta de pessoas novas…

Falta de pessoas novas e as que estão cá estão numa situação muito difícil porque estão a ficar desempregadas. Só nesta semana já vamos ter mais três desempregados, o que para a nossa freguesia é muito. E no último mês aumentou muito o número de desempregados, onde vieram mais quatro pessoas.

A ribeira do Vascão A pouca distância da Alcaria dos Javazes, cerca de dois quilómetros em linha reta, fica a ribeira do Vascão. Fonte de vida, a que traz nas suas águas e a que proporcionou, em tempos, aos habitantes da região, tem ainda um papel importante na fauna e flora da região. Limite natural, em quase toda a sua extensão, entre o Alentejo e o Algarve, nasce a 550 metros de altitude, percorrendo cerca de 69 quilómetro da nascente até à foz, desaguando no Guadiana.

Qual é a principal atividade económica da freguesia?

Praticamente não é nada. Temos algumas associações de caça, temos uma padaria, temos cafés e as associações recreativas. Na agricultura, em termos de freguesia, uma ou duas pessoas é que se estão a dedicar a isso como atividade. E como é que se pode inverter esta situação?

Em termos de turismo há alguma iniciativa. Durante a época da caça também há algum dinamismo nas associações. Para além de trazer cá pessoas que investem nessas associações, dá a conhecer a freguesia e durante aqueles meses há muito movimento ao fim de semana.

A freguesia do Espírito Santo Alcaria dos Javazes pertence à freguesia do Espírito Santo no concelho de Mértola. Sendo uma das maiores freguesias em área do concelho, cerca de 134 quilómetros quadrados, tem uma população residente de 360 habitantes. É constituída por 12 povoações: Álamo, Alcaria de Javazes, Besteiros, Bicada, Espírito Santo, Mesquita, Moinhos de Vento de Baixo, Roncão, Roncão de Cima, Sedas, Vicentes e Zambujal. Na sede de freguesia começam hoje as Festas do Espírito Santo, prolongando-se até domingo, culminando na procissão em honra do Divino Espírito Santo.


Os sete mandamentos cooperativos

Diário do Alentejo 29 junho 2012

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1.º Adesão voluntária e livre 2.º Gestão democrática pelos membros 3.º Participação económica dos membros 4.º Autonomia e independência 5.º Educação, formação e informação 6.º Intercooperação

Atual

7.º Interesse pela comunidade

Dia Internacional das Cooperativas é assinalado a 7 de julho

Cooperar em tempos de crise “Empresas de propriedade comum e democraticamente geridas”, as estruturas que vulgarmente conhecemos como cooperativas fizeram o seu percurso no distrito de Beja, desde o setor agrícola, a partir dos anos 50, até aos mais variados setores da sociedade no boom cooperativo que se seguiu à Revolução de Abril. A uma semana do Dia Internacional das Cooperativas e no ano que a ONU consagrou ao setor, o “Diário do Alentejo” foi saber como se coopera em Beja em tempo de vacas magras e o que sobra das convicções originais do movimento. Texto Carla Ferreira Ilustração Susa Monteiro

E

m 1978, funcionavam ou acabavam de fundar-se em Portugal 32 uniões de cooperativas agrícolas. Mais três uniões e uma federação no setor habitacional. E ainda uma federação no ramo do consumo, Fenacoop, a que ainda hoje persiste, além de duas dezenas de uniões na área da produção. Viviam-se anos de explosão no setor cooperativo, cuja filosofia não podia espelhar melhor o espírito e a letra da Constituição acabada de parir pelos novos poderes saídos da Revolução de Abril. A República Portuguesa, declarava o texto refundador, propunha-se, enquanto Estado democrático, “assegurar a transição para o socialismo mediante a criação de condições para o exercício democrático do poder pelas classes trabalhadoras”. Um novo quadro ideológico, de forte pendor “anticapitalista”, que servia por esses dias de incubadora a várias formas de “participação coletiva como via para a resolução de problemas comuns”, como lembra o historiador alentejano Constantino Piçarra. É neste contexto, logo em dezembro de 1975, que surge a Cooperativa de Produção e Consumo Proletário Alentejano, cujo primeiro “posto de distribuição” abre portas na praça Diogo Fernandes, em Beja, servindo 280 associados. A comissão diretiva provisória era clara nos seus propósitos: “Distribuir os produtos aos associados, PUB

em especial os de primeira necessidade, aos mais baixos preços”. São também criados, nesse mesmo ano de arranque, 10 postos de trabalho efetivos, sete dos quais ocupados por desempregados em “difíceis condições de vida”, como lembra a resenha histórica da estrutura que, em 2005, alcança o estatuto de terceira maior cooperativa de consumo do País. Os últimos dados conhecidos, de 2008, dão conta de 9 500 cooperadores, como resultado também, entretanto, da aquisição de várias outras estruturas cooperativas da região, nomeadamente em Aljustrel, Vidigueira, Vila de Frades, Alcaria da Serra e Portel. Mas nem todas surgiram por empurrão ideológico. Ou, pelo menos, não diretamente. Muitas delas brotaram por pura “necessidade”, dada a “fuga de patrões” que se seguiu ao 25 de Abril, como ressalva o especialista em História do século XX. Na cidade de Beja, há o caso bem emblemático, e, de resto, de sobrevivência algo insólita no seu ramo, a hotelaria, do café histórico Luiz da Rocha, que ressurge em 1976 como cooperativa. “A entidade patronal acabou por nos fazer uma venda simbólica da casa, porque não foi capaz de responder às exigências dos trabalhadores e porque teve também um pouco de medo da situação política de então”, recorda António Leandro, presidente da direção da cooperativa, explicando que já havia ordenados em atraso e outras reivindicações que os quatro sócios iniciais “sentiam que não tinham capacidade de suportar”. “Então abdicaram da casa mas muito amigavelmente, sem situações de força, e passaram a ser nossos clientes a partir dessa data”, acrescenta, dando conta dos atuais 31 cooperadores, todos eles trabalhadores que “colaboram na gestão e ajudam a encontrar soluções para os problemas da casa”. “Aqui as pessoas não se limitam a cumprir o horário e a ir embora”, distingue o responsável. Cooperativas que nascem do “capitalismo” nos campos Amainada a poeira pós-revo-

lucionária, também em Beja, e igualmente desde o centro histórico da cidade, uma rádio local nascida da “vontade de um grupo informal de cidadãos” deixa o estatuto de

Nem todas as cooperativas surgiram por empurrão ideológico. Ou, pelo menos, não diretamente. Muitas delas brotaram por pura “necessidade”, dada a “fuga de patrões” que se seguiu ao 25 de Abril. Na cidade de Beja, há o caso bem emblemático, e, de resto, de sobrevivência algo insólita no seu ramo, a hotelaria, do café histórico Luiz da Rocha, que ressurge em 1976 como cooperativa. “pirata” e, em 22 de maio de 1989, vê ser-lhe atribuído o alvará de radiodifusão. A emissora, que viria a chamar-se Voz da Planície (RVP), assume também o modelo de cooperativa, neste caso de natureza cultural, visando “promover os valores e interesses da região, das suas gentes e instituições”, através de uma aposta na componente lúdica mas também na informativa. “A RVP foi pioneira na promoção de cursos profissionais para formação de jornalistas em rádio”, lembra Telo Faria, da direção da cooperativa de animação radiofónica, explicando que a opção por este modelo de gestão, além de obedecer à “tendência” vigente no período de legalização das rádios locais, se prendeu com o facto de, na opinião dos seus fundadores, ser o que “melhor se adaptava ao espírito” que havia presidido à criação da rádio. Atualmente com perto de 80 cooperadores, a RVP orgulha-se de “nunca ter renegado” os princípios cooperativistas (ver no topo da

página) “ao contrário de muitas outras que surgiram para dar corpo ao movimento das rádios locais”, alerta o dirigente. Mas haverá que recuar uns bons anos para chegar à génese do cooperativismo no distrito de Beja, que vamos encontrar associada ao setor agrícola. A partir da década de 50 e de uma forma mais acentuada ao longo dos anos 60, há dois fenómenos que se entrecruzam. Por um lado, um incremento do “capitalismo” nos campos, também associado à mecanização; por outro, o crescimento das grandes cidades, com Lisboa à cabeça, à custa do enorme êxodo que sofrem as zonas rurais, de que o Alentejo é um exemplo evidente. O aumento do consumo urbano exerce assim pressão sobre os proprietários agrícolas que acabarão por encontrar, no modelo cooperativo, “uma forma de fazer os investimentos necessários, nomeadamente em termos de aquisição de maquinaria e de criação de estruturas de comercialização, sem grandes esforços, dividindo por vários”, observa o historiador Constantino Piçarra. No entanto, e apesar da coincidência no tempo, estas cooperativas não são filhas da doutrina do escritor e filósofo António Sérgio, que a partir de 1951, nas páginas do “Boletim Cooperativista”, se converte no grande pensador das bases do movimento a nível nacional. “António Sérgio queria um setor cooperativo que permitisse às pessoas, no quadro do capitalismo, viver o socialismo. Era uma espécie de experiência de socialismo que nada tem a ver com este tipo de cooperativa que começa a aparecer no Alentejo na década de 50 e que reproduz, antes, a estrutura corporativa que coexiste, ao nível das casas do povo e dos grémios da lavoura. Elas são controladas e servem os interesses dos grandes e médios proprietários, embora delas também beneficiassem os pequenos, pela garantia de escoamento da sua produção”, esclarece o historiador. Desses anos data a estrutura que hoje conhecemos graças aos apreciados “País das Uvas”, “Vila dos Gamas” ou “Vila de Frades”, entre outras marcas de vinhos DOC (Denominação de Origem Controlada). Tendo começado a produzir em 1963, os viticultores da zona, abrigados sob o mesmo


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teto da Adega Cooperativa de Vidigueira, Cuba e Alvito, “criaram as condições para o desenvolvimento e reconhecimento da vitivinicultura da região”, dentro do modelo “mais adequado” à estrutura fundiária destes três concelhos, cuja média de área de vinha por produtor é “inferior a quatro hectares”, reconhece o atual presidente da direção, José Miguel Pires d’Almeida. Atualmente com 340 associados, a adega recebe e transforma em média sete milhões de quilos de uva, com uma correspondente volumetria associada de 5, 1 milhões de litros de vinho. Mas sem descurar, ao nível da gestão, os sete princípios cooperativos, uma espécie de mandamentos sagrados do setor. Pires d’Almeida sublinha, por exemplo, no âmbito do sexto princípio – a “intercooperação” – o estabelecimento “de forma ativa” de parcerias, quer com outras cooperativas, quer com empresas e outras instituições, como é o caso da participação no Fórum de Empresários do Concelho de Vidigueira. No que respeita ao “interesse pela comunidade” (sétimo princípio), o responsável ressalta o apoio a “dezenas de instituições de caráter desportivo, cultural, social, etc, no desenvolvimento das iniciativas previstas nos seus domínios de atividade”. “Esta é uma área de atuação que planeamos com especial atenção e contamos, já no próximo ano, ter novidades neste âmbito”, adianta Pires d’Almeida. Também no caso da Cooperativa Agrícola

de Moura e Barrancos (CAMB) foram os motivos de “ordem operacional e comercial” que ditaram o seu aparecimento, em 1954. Transformar e comercializar nas “melhores condições possíveis”; comprar e fornecer fatores de produção “a preços competitivos” parecem ter sido as alavancas necessárias à criação da estrutura que é hoje a maior produtora nacional de azeite, tendo no Azeite de Moura DOP (Denominação de Origem Protegida) o seu maior emblema. João Ribeiro, técnico da CAMB, fala de um universo de cerca de quatro mil cooperadores (1200 dos quais olivicultores) e de uma obediência, que se mantém, ao Código Cooperativo: “Em assembleia geral, independentemente da sua dimensão, cada cooperador tem direito a um voto; ao nível da gestão, os resultados líquidos são imputados ao valor das produções dos cooperadores”. Apoio técnico nas explorações e auxílio nas papeladas de candidatura às ajudas comunitárias são mais dois benefícios apontados pelo técnico como decorrentes do modelo cooperativista. Proletário Alentejano insolvente, Luiz da Rocha a “50 por cento” Em período de crise

generalizada que grassa cegamente por todos os setores da sociedade, as cooperativas também foram apanhadas na enxurrada. E cada uma agarra-se como pode para se manter à tona, enfrentando um “quadro ideológico avesso, em que a obtenção do lucro é a medida de todas as coisas, e uma legislação

que o que facilita é o empreendedorismo”, como defende o historiador Constantino Piçarra. Medalha de Mérito Municipal em 1993, a Proletário Alentejano foi, no último dia 4 de maio, declarada insolvente pelo Tribunal Judicial de Beja, realizando-se a primeira assembleia geral de credores já na próxima terça-feira, dia 3, na qual a direção da cooperativa bejense apresentará um plano de viabilização. Pretende-se com isso “garantir, a curto prazo, o funcionamento da loja de Beja e a manutenção dos atuais postos de trabalho”, confirmou ao “Diário do Alentejo” José Filipe Murteira, vice-presidente da direção. Para fazer face a uma “redução significativa das receitas de publicidade”, fonte principal de financiamento da emissora, a rádio Voz da Planície já procedeu à diminuição dos custos de funcionamento e a medidas “mais dolorosas” como a própria redução do quadro de pessoal, explica Telo Faria. A direção acredita na manutenção e revitalização do projeto e reconhece que começam já a vislumbrar-se os “primeiros sinais de equilíbrio estrutural”. A pensar no futuro, adianta o responsável, foi lançada recentemente uma campanha de angariação de novos cooperadores, como forma de “trazer à cooperativa gente nova, e com novas ideias” e de fortalecer o capital social da instituição. Na história do Luiz da Rocha enquanto cooperativa, António Leandro não consegue

encontrar um período comparável ao atual. “Estamos a trabalhar a 50 por cento”, lamenta, apontando as obras nas Portas de Mértola como a “cereja em cima do bolo”, que tem sido a “combinação de crises” dos últimos anos: a global, a do País, a que afeta o próprio centro histórico da cidade. Assim se explica que a distribuição igualitária de exedentes por todos os cooperadores, como era prática usual da casa, não aconteça há “muitos anos”. “Nem é previsível que aconteça tão cedo”, profetiza. Do setor agrícola, chegam melhores notícias. A situação financeira da Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos é “saudável e sólida”, avalia João Ribeiro, dando conta dos investimentos feitos nos últimos anos “ao nível da transformação industrial, de forma a dar resposta às produções dos cooperadores, às exigências do mercado e a melhorias ao nível da eficiência”. No caso da Adega Cooperativa de Vidigueira, Cuba e Alvito, a crise obrigou a uma reprogramação de investimentos mas não impediu que se esteja a avançar com a fase final do projeto Proder respeitante à instalação de uma nova linha de engarrafamento, cujo montante de investimento ultrapassa 1, 5 milhões de euros. Para José Miguel Pires d’Almeida, o melhor reajustamento que pode ser feito para garantir a sustentabilidade futura da instituição que dirige é “crescer” – “em qualidade, em volume de produção, em volume de vendas, sempre de forma sustentada”.


CDU promove encontro concelhio em Ervidel

Diário do Alentejo 29 junho 2012

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A comissão coordenadora da Coligação Democrática Unitária do concelho de Aljustrel leva a efeito amanhã, sábado, a partir das 10 horas, no Centro Cultural Freguesia de Unidade, em Ervidel (Aljustrel), um encontro concelhio que visa “debater várias vertentes relacionadas com o trabalho desenvolvido pelos comunistas e seus aliados e perspetivar algumas linhas de ação para o futuro próximo”.

Cimbal diz que suspensão das obras do IP2 e IP8 é “prejudicial para a região” A Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo (Cimbal) pediu esta semana esclarecimentos ao Governo sobre as suas “reais intenções” em relação à subconcessão Baixo Alentejo, manifestando-se preocupada com a

paragem nas obras da A26 e do IP2. Segundo a posição da Cimbal, aprovada na última reunião do seu conselho executivo e expressa num comunicado, a paragem nas obras de construção da A26, entre Sines e Beja, e de requalificação do IP2, nos troços São Manços/Beja e Beja/Castro Verde, é “prejudicial para a região”. No

documento, a Cimbal, que reúne 13 dos 14 municípios do distrito de Beja, seis PS, seis CDU e um PSD, sublinha “a necessidade de prosseguimento urgente das obras” e defende que “qualquer alteração a efetuar” no traçado da A26 “deve ter em conta a opinião das autarquias respetivas”.

Assembleia-geral da EDAB adiada para 17 de agosto

Não há duas sem três O Estado, acionista maioritário na Empresa de Desenvolvimento do Aeroporto de Beja (EDAB) impediu, na última assembleia-geral da empresa, que o orçamento de extinção fosse aprovado, de acordo com o que tinha sido decidido em setembro de 2011, por proposta do próprio Estado. As associações de municípios e empresarial do Baixo Alentejo e Alentejo Litoral responsabilizaram esta semana o Governo pelas “implicações financeiras” deste adiamento que custa 100 mil euros mensais ao erário público. Jorge Pulido Valente, presidente da assembleia-geral da EDAB, acusa o Governo de ser incapaz de extinguir a empresa, e o deputado do PSD, Mário Simões, também criticou o “impasse” do Estado nesta matéria. Texto Aníbal Fernandes com Lusa Foto José Ferrolho

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Associação de Municípios do Baixo Alentejo e Alentejo Litoral (A mba a l) e d a A ssoc iaç ão Empresarial do Baixo Alentejo e Litoral (Nerbe/Aebal), que são acionistas da EDAB e detém, respetivamente, 10 e 2,5 por cento do capital da empresa, responsabilizam, num comunicado conjunto, o acionista maioritário da EDAB, o Estado, “pelas implicações financeiras decorrentes dos sucessivos adiamentos da assembleia-geral” da empresa para decidir a extinção definitiva. Pulido Valente, em declarações à Lusa, alertou para o facto de “numa altura em que os recursos financeiros do país são PUB

vez alegando que “não podia pronunciar-se” sobre o orçamento de extinção da EDAB, porque “não o tinha”, explicou. A justificação do representante do Estado “não corresponde à verdade”, porque o orçamento de extinção da EDAB tinha sido entregue pelo administrador liquidatário da empresa a todos os elementos que participaram na reunião de 22 de maio, disse. “São desculpas sem sentido”, porque “é o próprio Estado que dá instruções ao administrador liquidatário da EDAB”, frisou Jorge Pulido Valente, referindo que “não se percebe” porque na reunião de quinta-feira “não se procedeu à extinção” da empresa. Mário Simões critica “impasse” Também

Impasse Governo torna a adiar a extinção da Empresa de Desenvolvimento do Aeroporto de Beja

tão escassos, é escandaloso a EDAB estar a acumular 100 mil euros de prejuízos por mês, porque o acionista maioritário, o Estado, não tem vontade nem capacidade para extinguir definitivamente a empresa”. Desde 22 de setembro de 2011, quando a assembleia-geral, por proposta do Estado, aprovou a dissolução da EDAB, que devia ter sido liquidada até ao final de 2011, a empresa já acumulou “quase um milhão de euros” de prejuízos, frisou o também presidente socialista da Câmara de Beja, mostrando-se “indignado” com a situação, que considerou “gravíssima”. Na quinta-feira da semana passada, o

Nerbe/Aebal e a Ambaal votaram contra a suspensão da segunda parte da assembleia-geral da EDAB por iniciativa do representante do Estado e “manifestaram o seu protesto e a sua indignação pela interrupção dos trabalhos”. Segundo a Ambaal e o Nerbe/Aebal, “todos os acionistas minoritários” da EDAB “invocaram a urgência da realização de uma reunião geral de acionistas, em que o Estado se faça representar, para debater a situação atual da EDAB e o processo de extinção da empresa”. No entanto, a situação “vai manter-se, pelo menos, até ao final do próximo mês de agosto”, porque o Estado, através do seu representante, propôs para dia 17 daquele mês a terceira parte da reunião da assembleia-geral para decidir a extinção definitiva da EDAB e após ter suspendido os trabalhos das duas primeiras partes. “Isto é ridículo”. “Já será a terceira parte da reunião da assembleia-geral, porque o Estado não toma as decisões que deve tomar e, mais grave, não dá qualquer explicação aos outros acionistas da EDAB, desrespeitando-os”, lamentou. Segundo Jorge Pulido Valente, na segunda parte da reunião que decorreu na quinta-feira, 21, devia ter sido aprovado “um documento fundamental, o orçamento de extinção da EDAB”, que tinha sido entregue na primeira parte da reunião a 22 de maio. No entanto, na quinta-feira, os acionistas da EDAB foram “surpreendidos” pela posição do representante do Estado, que voltou as suspender os trabalhos, desta

o deputado do PSD eleito pelo distrito de Beja criticou no início da semana o “impasse” do Estado na extinção da Empresa de Desenvolvimento do Aeroporto de Beja (EDAB), exigindo ao Governo “orientações concretas” para resolver a situação. Em declarações à Lusa, após o envio de um comunicado, Mário Simões adiantou que vai exigir aos acionistas que “estão a protelar a extinção da EDAB”, ou seja, o acionista maioritário, o Estado, e outros acionistas ligados ao Estado, que “superem rapidamente o contencioso existente”. Mário Simões pediu à secretária de Estado do Tesouro e das Finanças, Maria Luís Albuquerque, para dar ao representante do Estado na EDAB “orientações concretas para resolver a situação” da extinção da empresa. Segundo o deputado, esta situação está a ter “efeitos” na vida dos ex-trabalhadores da empresa, que ainda não receberam as indeminizações relativas às rescisões dos seus contratos por mútuo acordo. Os ex-trabalhadores aceitaram “de boa-fé” os termos dos acordos propostos pela da EDAB “partindo do pressuposto que, no máximo de 30 dias, teriam as suas indeminizações”, o que ainda “não aconteceu”, explicou, referindo que há pessoas que “ficaram desempregadas”. A EDAB, que foi criada em 2000 para construir o aeroporto de Beja, é detida em 82,5 por cento pelo Estado, através da Direção Geral do Tesouro, além da Ambaal e do Nerbe/Aebal. A Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo, a Aicep Global Parques e a Administração do Porto de Sines todas com 1,25 por cento, são os restantes acionistas da empresa.


A Câmara de Beja deu início à sexta edição da iniciativa Semana Aberta nas freguesias rurais do concelho, que decorre em Trigaches e São Brissos, com várias iniciativas lúdicas, culturais e sociais. A iniciativa visa “uma aproximação cada vez mais efetiva” entre o executivo e os serviços da autarquia e os munícipes, explica o município, referindo que a sexta edição inclui iniciativas desenvolvidas por serviços da câmara em colaboração com as juntas de freguesias e as populações de Trigaches e de São Brissos.

Presidente da Câmara de Ourique preocupado por “atraso” na mobilização de helicóptero O presidente do município de Ourique manifestou-se esta semana preocupado pelo “atraso” na mobilização para o concelho de um helicóptero de

combate a incêndios florestais, alertando para uma eventual “tragédia”, se o meio aéreo for “desviado”. “Estou preocupado porque, se este meio aéreo falhar, se for deslocalizado ou desviado para outra área, será uma tragédia porque os meios terrestres que temos não

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Câmara de Beja promove Semana Aberta em Trigaches e São Brissos

vão chegar”, frisou Pedro do Carmo. O autarca divulgou na segunda-feira já ter enviado um ofício, dirigido ao Comandante Nacional de Operações de Socorro da Autoridade Nacional de Proteção Civil, Vítor Vaz Pinto, dando conta das suas “sérias preocupações”.

Concluído o processo de renovação dos órgãos socialistas do Baixo Alentejo

Listas conjuntas no congresso do PS

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edro do Carmo e Hélder Guerreiro chegaram a acordo para a apresentação de listas conjuntas aos diversos órgãos da Federação do Baixo Alentejo do Partido Socialista a serem eleitos no congresso federativo distrital marcado para este domingo em Mértola. A Comissão Política Distrital, o órgão mais importante e representativo da federação, será composta por 34 apoiantes da moção de Pedro do Carmo (eleito há 15 dias para a presidência da federação) e por 27 apoiantes da moção de Hélder Guerreiro, respeitando a proporcionalidade que “se verificou nas urnas”, revelou o novo líder federativo ao “Diário do Alentejo”. Para Pedro do Carmo, a apresentação de listas conjuntas “é um bom sinal” de que o “partido saiu mais fortalecido, coeso e unido destas eleições”. PUB

“A campanha já acabou, houve respeito democrático entre todos os candidatos e ficou patente a grande maturidade política dos militantes do PS na região. Houve dois candidatos, mas agora há muito trabalho em comum para fazer”, considera Pedro do Carmo. O também presidente da Câmara de Ourique refere que este acordo diz respeito à Comissão Politica Distrital, à Comissão de Fiscalização Económica e à Comissão de Jurisdição, “mas deixa de fora o Secretariado Distrital que será escolhido por mim, a partir da Comissão Política, uma vez que vai ser o órgão executivo do partido, com quem trabalharei todos os dias e que terá que ter a minha total confiança política e pessoal”, diz. Com o congresso federativo deste domingo fica concluído no PS do Baixo Alentejo o processo de renovação dos órgãos regionais (concelhios e distritais).

Pedro do Carmo promete “uma liderança mais próxima dos militantes e das pessoas e também mais próxima das estruturas concelhias”: “Quero trazer inovação e modernizar a forma como se faz política. Pretendo assumir compromissos fortes com os militantes do partido, mas não só. Também com as populações e os cidadãos em geral”. Para que tal aconteça, refere que vai desenvolver “uma agenda para o Baixo Alentejo” para a qual pretende “convidar até outros partidos políticos para discutimos e nos batermos pela região e criar um fórum de análise regional, divido por setores temáticos, em que vão participar técnicos do PS e outras pessoas qualificadas mesmo que não tenham militância no partido”. No horizonte partidário o grande desafio mais imediato será o das eleições autárquicas de outubro do próximo ano. Pedro do Carmo diz ter as suas “próprias metas”, mas considera que “ainda

é cedo para falar sobre isso”. Revela que já tem definida a entrega de pelouros no secretariado do partido, “nomeadamente o relativo ao acompanhamento autárquico”, e que pretende estabelecer “uma maior responsabilização dos autarcas” com a criação de uma “carta de princípios” e de um “código de conduta e de boas práticas”. “A questão das autárquicas vai colocar-se sobretudo depois das férias e a rentrée será naturalmente dedicada às eleições locais do próximo ano. É preciso, no entanto, estarmos atentos às alterações previstas à lei eleitoral, bem como à tentativa de extinção de freguesias e ao facto da não recandidatura, por imperativos legais, de alguns presidentes de câmara no distrito. Tudo coisas que temos que levar em linha de conta”, realça, reafirmando que o PS do distrito de Beja “está absolutamente contra a extinção de quaisquer freguesias rurais”. Carlos Júlio


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Marchas populares em Odemira

O 2.º Encontro de Marchas Populares de Odemira está agendado para a noite de hoje, sexta-feira, no anfiteatro do Cerro do Peguinho, a partir das 21 horas. Participarão sete marchas promovidas pelas coletividades e escolas do concelho, numa iniciativa da Câmara de Odemira e da Junta de Freguesia de São Salvador. O espetáculo terá início às 21 horas, com entradas livres.

Serpa apoia reabilitações em habitações do concelho

Concelho de Odemira vai ter oito cantinas socias

Doze famílias assinaram esta semana contratos para apoio à reabilitação da habitação no âmbito das candidaturas ao Regulamento Municipal de Apoio à Reabilitação da Habitação no Concelho de Serpa. As obras desta 2.ª fase das candidaturas, orçamentadas em cerca de 70 mil euros, irão arrancar em agosto e abrangem habitações em Pias, Serpa e Vale de Vargo, esclarece a Câmara Municipal de Serpa. Durante a primeira fase, que decorreu durante 2011, foram apoiadas 12 famílias “com a realização de obras mediante apoio técnico através da cedência de materiais e execução direta das obras”. Através do referido apoio a autarquia “promove uma abordagem social, ao encontro das necessidades dos seus munícipes com maiores carências, consciente da atual conjuntura económica e social e preocupada com a existência de habitações com reduzidas condições de habitabilidade.

Vão ser criadas no concelho de Odemira oito cantinas sociais, que irão fornecer refeições gratuitas às famílias carenciadas. As cantinas inserem-se na Rede Solidária de Cantinas Sociais, através do Programa de Emergência Alimentar, em resultado de protocolos estabelecidos entre o Centro Distrital de Segurança Social de Beja e várias instituições particulares de solidariedade social (IPSS). O protocolo estabelece apoios estatais para que as instituições sirvam, nas suas cantinas, refeições diárias gratuitas às famílias mais carenciadas da região. As cantinas serão asseguradas pela Associação Humanitária D. Ana Pacheco (Saboia), Associação de Reformados e Idosos da Freguesia de São Teotónio, Associação de Solidariedade Social Vila Nova de Milfontes/ infantário Lápis de Cor Sonhador. Casa do Povo de São Martinho das Amoreiras, Casa do Povo de São Luís, Casa do Povo de Relíquias, Infantário Nossa Senhora da Piedade (Odemira) e Santa Casa da Misericórdia de Odemira.

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Cães e gatos com fome As dificuldades chegam também ao tratamento veterinário aos animais

Canil e gatil de Castro em dificuldades

130 animais sem alimentação

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Associação Canil e Gatil os Rafeiritos do Alentejo (Acgra), associação licenciada para servir de abrigo a cães e gatos e sedeada na Estação de Ourique, Castro Verde, está a passar por grandes dificuldades para conseguir comprar comida para os animais. Até ao fecho desta edição, e segundo a presidente da Acgra, Mariana Mamede, a ração para os cerca de 130 cães que a associação alberga tinha acabado no passado dia 17. A alimentação dos caninos tem sido assegurada pela própria presidente. “Enquanto houver dinheiro no bolso, vai-se comprando”. O canil e gatil, que abrange os concelhos de Castro Verde, Ourique, Aljustrel e Ourique, recolhe, trata e dá albergue a muitos animais, sendo o maior número proveniente do concelho de Aljustrel. “Eu não posso contar com as autarquias, tirando as de Castro Verde e de Ourique.

A de Almodôvar desligou-se de nós, pura e simplesmente, nem responde às nossas cartas. E a de Aljustrel, tenho travado uma luta com eles, nem tem estado a cumprir com aquilo que nos prometeu. Temos um protocolo assinado, se o querem rescindir, deviam fazê-lo por escrito e não dizer que não podiam”. Segundo Mariana Mamede, manter o canil e gatil aberto é uma luta constante. “Deus tem-me ajudado. Há sempre, quando nos está a faltar alimentação, uma mão amiga que aqui chega e diz: toma lá”. A presidente, apesar dos gastos fixos e abundantes por mês, em especial com a água, diz não querer dinheiro para pagar as contas, mas sim alimentação para os animais. “Em média, gastam-se 1 200 euros por mês em ração, fora a comida húmida, a comida especial para alguns cachorros e para alguns doentes”.

Instituição bejense adere aos painéis solares

Caritas com “energias verdes”

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Caritas Diocesana de Beja aderiu às “energias verdes”, com a ligação de painéis solares de microprodução na Comunidade Terapêutica Horta Nova, valência para tratamento de toxicodependentes e alcoólicos do sexo masculino. De acordo com os responsáveis, “a ligação efetiva de painéis solares de microprodução à rede elétrica nacional para produção e venda de energia é o culminar de um processo iniciado há cerca de seis meses com vista ao uso de energias renováveis nesta resposta social, situada na freguesia de Nossa Senhora das Neves”. No âmbito da responsabilidade social da Caritas Diocesana de Beja, adianta a instituição, “a promoção da energia solar num país como Portugal, e em particular no Alentejo, onde o número total de horas de sol é um dos mais elevados da Europa, é um dever de cidadania e uma oportunidade única de rentabilizar os meios, reduzindo os custos e ajudar o

meio ambiente”. Esta iniciativa resulta de uma candidatura elaborada pela Caritas Diocesana de Beja a um projeto da Certiel – Associação Certificadora de Instalações Elétricas, em parceria com a Associação Entrajuda “que ofereceu unidades de microprodução a 30 instituições particulares de solidariedade social (IPSS), no âmbito da campanha de sensibilização ‘Usar bem a energia é um dever de cidadania’”. As unidades de microprodução permitirão à Caritas ser produtora de energia elétrica. A energia produzida pelos painéis solares fotovoltaicos, “que convertem a energia da luz do sol em energia elétrica, será toda vendida à rede, que pagará mensalmente o valor dessa eletricidade à Caritas Diocesana de Beja, permitindo que esta receita seja canalizada para todo o trabalho social que até ao momento é desenvolvido na Diocese de Beja”.


Feira de produtos e artesanato em Messejana

Câmara de Mértola organiza passeio de barco para idosos do concelho A Câmara Municipal de Mértola promove hoje, sexta-feira, mais um passeio de barco para idosos e reformados do concelho. Os participantes navegarão de Vila Real

de Santo António à Ilha de Tavira. Durante o dia os idosos do concelho “podem desfrutar da paisagem da costa algarvia e da animação a bordo, onde está incluída a sardinhada, oferta do município”, esclarece a autarquia, adiantando que o passeio de barco “é

Sudoeste tem cartaz fechado

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System, um coletivo de DJ criado em paralelo aos Gorillaz, e que interpretará alguns dos temas mais conhecidos deste grupo. Este coletivo habitualmente apresenta-se atrás de uma tela, dando protagonismo às personagens animadas do Gorillaz e à projeção de imagens de outros artistas cuja música é convocada pelos DJ. Outra das novidades do Sudoeste será a apresentação de Jamaica Legends, com Sly & Robbie, Ernest Ranglin e Monty Alexander, todos juntos em palco para celebrar os 50 anos da independência da Jamaica. O quarteto tem andado em digressão e, antes de Zambujeira do Mar, estará, já no próximo fim de semana, no festival MED Loulé. O regresso acontecerá em agosto, no dia 3. Todos eles se juntam aos já anunciados

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mais uma das atividades com o objetivo de promover o convívio e lutar contra o isolamento”. A atividade, que incluiu um primeiro passeio ontem, quinta-feira, contou com a colaboração das juntas de freguesia do concelho.

David Guetta, Gorillaz Sound System e Jamaica Legends

DJ francês David Guetta, o coletivo Gorillaz Sound System e os Jamaica Legends vão atuar em agosto, no festival Sudoeste TMN, perto de Zambujeira do Mar, e cujo 16.º cartaz foi apresentado na terça-feira em Lisboa. O festival decorrerá de 1 a 5 de agosto, na herdade da Casa Branca, um recinto que dispõe de espaço para campismo, próxima da vila de Zambujeira do Mar, Odemira. De acordo com a promotora Música no Coração, o DJ e produtor francês David Guetta, que tem tido presença assídua no Sudoeste, ficará encarregado de fechar a 16.ª edição, “vincando a sua posição de DJ internacional residente do festival”. Além de David Guetta, o Sudoeste TMN contará com a estreia dos Gorillaz Sound

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A praça 1.º de Julho, em Messejana, acolhe amanhã, sábado, a partir das 19 horas, numa organização da Esdime, uma feira de produtos e artesanato. O evento integra uma feira da ladra; barracas de produtos; comidas, bebidas e animação; e atividades para crianças.

concertos do Sudoeste TMN com The Roots, Eddie Vedder – vocalista dos Pearl Jam que se estreia a solo em Portugal – , com os regressos de Ben Harper, Lee “Scratch” Perry”, Best Coast, The Vaccines e Two Doors Cinema Club, as estreias de Jessie J, Ben Howard e dos premiados Calle 13. Destaque ainda para os Xutos & Pontapés, quase nos 35 anos de carreira, que tocam no dia 4 de agosto, e outros nomes de relevo da recente música portuguesa: Orelha Negra, DJ Ride e Throes + The Shine. Em 2011, o festival contou com nomes como Snoop Dogg, Kanye West, Deolinda, Janelle Monáe e The National, e com 175 mil espetadores nos quatro dias de atuações.

Jovens de Vidigueira debatem plano estratégico do concelho A Câmara Municipal de Vidigueira, através do Gabinete de Apoio à Juventude, realiza amanhã, sábado, pelas 18 horas, no salão do Centro Multifacetado de Novas Tecnologias, uma reunião/discussão com os jovens do concelho sobre o Plano Estratégico de Desenvolvimento de Vidigueira. O plano estratégico é um documento que “visa a definição das principais linhas orientadoras e dos caminhos que a nível do município devem ser seguidos para alcançar o desejado desenvolvimento económico e social, dentro de uma perspetiva de um concelho cada vez mais sustentável”, esclarece a autarquia.

São Pedro em Vidigueira Vidigueira recebe hoje, sexta-feira, a partir das 20 e 30 horas, um desfile de marchas populares seguido de atuação no Centro Multifacetado, animação com Manuel António e sardinhada. A iniciativa é da responsabilidade da câmara municipal local.


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ADPM promove workshops em Beja

A Associação de Defesa do Património de Mértola (ADPM) promove durante o mês de julho um conjunto de workshops destinados a crianças/jovens com idades entre os 13 e os 17 anos. Língua Gestual Portuguesa, Primeiros Socorros, Defesa Pessoal, Castelhano, Inglês e Italiano são as propostas da associação. As sessões irão decorrer nas instalações da ADPM em Beja. As inscrições deverão ser feitas até à próxima segunda-feira, dia 2 de julho.

Programa Férias Jovens arranca em Vidigueira O Programa Férias Jovens 2012, promovido pela Câmara Municipal de Vidigueira, arranca na próxima semana, disponibilizando um vasto conjunto de atividades destinado às crianças e jovens do concelho com idades entre os cinco e os 12 anos. A iniciativa tem como objetivo

“ocupar de uma forma saudável e divertida os tempos livres das férias de verão, proporcionando aos mais novos uma aprendizagem de competências motoras, psicomotoras e sociais, através da participação em diversas atividades entre as quais desportos coletivos, atividades na piscina, dança, artes plásticas, oficinas de ambiente, música,

comunicação e proteção civil, expressão corporal e passeios temáticos”. No âmbito deste programa, foi igualmente criado o Cartão Férias Jovens que permite aos jovens, com mais de 13 anos, “terem também acesso às atividades, para além da utilização livre das piscinas municipais e dos campos de ténis”.

Intercâmbio entre jovens de Serpa e França Jovens portugueses do concelho de Serpa e franceses da região de Pays de la Loire vão participar num intercâmbio, que vai decorrer na Cidade Branca entre 10 e 17 de julho, no âmbito do programa Juventude em Ação. O intercâmbio, sobre o tema “Aprendizagem Intercultural através das Artes”, envolve jovens com idades entre os 13 e os 17 anos e é promovido pela Rota do Guadiana – Associação de Desenvolvimento Integrado e pela Associação “Familles Rurales”. Além de proporcionar momentos de convívio e troca de conhecimentos entre os jovens, o intercâmbio inclui várias atividades, como ateliês, teatro, astronomia, desporto e jogos e a produção de um espetáculo, que será apresentado a 16 de julho. José Luís Peixoto

Embaixadores da América Latina em Santiago do Cacém Os embaixadores da Argentina, Cuba, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai deslocam-se hoje, sexta-feira, a Santiago do Cacém para se inteirarem das potencialidades do concelho. A delegação de embaixadores da América Latina em Portugal, o presidente e secretário-geral do Instituto para a Promoção e Desenvolvimento da América Latina e o presidente da Turismo do Alentejo, Ceia da Silva, serão recebidos pelo presidente da Câmara Municipal de Santiago do Cacém, Vítor Proença, às 11 horas, na sala de sessões da autarquia. Vítor Proença classifica esta visita dos embaixadores como uma “janela de oportunidades para mostrar as enormes potencialidades de Santiago do Cacém em mais uma iniciativa da autarquia para captar investimento estrangeiro para o concelho”.

Políticos de São Tomé e Brasil visitaram Moura Jaime Martins, deputado federal brasileiro, visitou Moura na semana passada, com o objetivo “de se inteirar acerca das experiências desenvolvidas no concelho na área das energias renováveis”. O congressista, que foi recebido na câmara por José Maria Pós-de-Mina, visitou a fábrica de painéis solares MFS e o laboratório de energia solar fotovoltaica da empresa Lógica. Também recentemente uma delegação da Câmara Distrital de Lembá, em São Tomé e Príncipe, constituída pelo seu presidente, Afonso Pereira, e por dois vereadores, participaram em reuniões de trabalho com eleitos municipais de Moura, visitarem a escola profissional onde estudam alunos provenientes do seu país e várias empresas do concelho.

João Monge

Manuel Gusmão

Antologia reúne 50 autores alentejanos

Um grande poema chamado Alentejo Poemas de 50 autores nascidos ou residentes no Alentejo foram reunidos num volume antológico apresentado esta semana, em Almada. Segundo o seu organizador, Eduardo Raposo, A Nova Antologia de Poetas Alentejanos dá espaço a um conjunto de vozes “que são parte integrante dum Alentejo que não deve nem pode abdicar da sua identidade e memória”. Texto Alberto Franco

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udo começou em 20 04, em Montemor-o-Novo. Um grupo de quatro amigos que tinham em comum o gosto pela poesia assentou na necessidade de organizar uma antologia de poetas alentejanos que atualizasse a recolha Poetas Alentejanos do Século XX, coordenada e editada por Francisco Dias da Costa, em 1984. Constantino Cortes, Maria Lascas, Manuela Rosa e Eduardo Raposo, assim se chamavam os quatro amigos, dedicaram cerca de três anos a um primeiro esforço de identificação de poetas, de recolha e seleção de versos. Depois a equipa alargou-se. “Houve reuniões com Paulo Lima, Constantino Piçarra, Martinho Marques, Francisco Naia, João Honrado, Vítor Encarnação, Janita Salomé, Henrique Silva e Paulo Barriga”, conta Eduardo Raposo ao “Diário do Alentejo”. Em finais de 2006, “com a recolha quase completamente realizada e uma parte da seleção feita, a equipa

interrompeu a atividade, por razões pessoais”. Recomeçaram cerca de um ano depois, agora com o contributo de César Pires, editor da revista “Memória Alentejana”. Em finais de 2008, prossegue Eduardo Raposo, “estávamos a enviar aos autores as provas dos seus trabalhos e em inícios de 2009 a antologia estava pronta a sair”. Contudo, outro impedimento surgiu. “A editora 100Luz, de Castro Verde, teve dificuldades em angariar apoios e o projeto ficou parado”. Raposo contatou então Fernando Mão de Ferro, da editora Colibri, “que tem tido um papel ímpar, quase missionário, na divulgação do que se escreve no e sobre o Alentejo”. Fernando Mão de Ferro aceitou o desafio de editar o trabalho agora lançado, que tem o patrocínio da Direção Regional de Cultura do Alentejo, dos municípios de Montemor-o-Novo e Vila Viçosa e das juntas de freguesia do Laranjeiro e Costa de Caparica. Segundo o organizador, a antologia inclui um conjunto de poemas “heterogéneo, multifacetado, onde encontramos uma grande variedade de forma e de temas”. Estão presentes cantautores e escritores de canções como Paulo Ribeiro, Janita Salomé, Vitorino, Francisco Naia, João Cágado e João Monge, mas também “nomes decisivos das letras portuguesas e conhecidos do grande público”, como José Luís Peixoto e Manuel Gusmão, ou poetas que se notabilizaram noutras áreas, casos de António Ventura, Manuela

Parreira da Silva, Monarca Pinheiro, José Orta, Francisco do Ó Pacheco e António Murteira. Não faltam versos de “figuras que são uma referência e novos valores da região”, nomeadamente Paulo Barriga, António Manuel Revez, A. Jorge Serafim, Henrique Matos, Arlinda Mártires, Miguel Rego e Vítor Encarnação, e também de alguns que, não sendo naturais do Alentejo, aqui se radicaram, como Fernando S. de Sousa e Teresa Cuco. Tentou-se que esta fosse uma antologia “representativa do todo o Alentejo, onde houvesse lugar para os poetas alentejanos, quer fossem os mediáticos ou quase desconhecidos, quer fossem excelentes ou não, mas que se assumem como poetas”, explica Eduardo Raposo. São mais de três centenas os poemas incluídos, que exibem sensibilidades e visões diversas sobre o universo transtagano. “Decidimos não incluir os poetas populares, que, pela quantidade e diversidade e pela importância na cultura alentejana e portuguesa, têm o seu lugar muito próprio” noutro contexto. Como sa lienta Urbano Tavares Rodrigues, no breve prefácio da obra, ela fica “como fruto de uma aturada pesquisa, tentativa, por vezes bem lograda, de compreensão mais funda do Alentejo e das suas vozes”. A capa e a contracapa, bem como grande parte das ilustrações, têm a assinatura do pintor alentejano Manuel Casa Branca, sendo igualmente de destacar as ilustrações de Luís Ferreira.


Diário do Alentejo 29 junho 2012

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Perfil

Cozinheira por gosto e convicção vence primeiro prémio das sopas da Ovibeja

Pratos de panela pelas mãos de Idália É conhecida pelos seus bons pratos de panela, mas Idália Carvoeiras, na cozinha, faz um pouco de tudo. Gosta da sua profissão e não se vê noutra. Conhecida pelos seus dotes culinários, a cozinheira diz que o segredo é simples. Produtos frescos, tradicionais, dedicação e muito amor e prazer naquilo que se faz. A cozinha é sempre o sítio que lhe faz falta. Texto Bruna Soares Fotos José Serrano

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dália Carvoeiras é cozinheira e não poderia ser outra coisa. Não há, na verdade, profissão que lhe encaixe tão perfeitamente quanto esta. Na vida, por necessidade, pelas circunstâncias, fez, porém, um pouco de tudo. Andou no campo, mas é junto do fogão, junto das suas panelas, que se sente bem. Com as mãos na massa, nas hortaliças, nas carnes, nos peixes. E se provas fossem necessárias, bastaria apresentar as diversas distinções que foi colecionando, segundos, terceiros e até, recentemente, um primeiro prémio na 1.ª Mostra de Sopas Tradicionais do Alentejo. Atualmente dirige a cozinha do rrestaurante Ilha do Peixe, em Beja, e foi lá que a encontramos, de toca envergada e farda vingo sem branca, imaculada, sem um vingo, nódoas. O dia começou cedo e sobre a me mesa redest de pousam os pepinos, que terão o destino pa de serem cortados aos cubos. Farão parte an um gaspacho. É verão e os 41 graus anunciados para o dia aguçam a sua procura. “É um prato bastante procurado nesta época” coépoca”, p dimeça por Idáli Carzer Idália voeiras. “Comecei nesta vida muito cedo. c A minha mãe, a miTo nha avó. Todas as mulheres dda família cozinhavam cozinh e eu iniciei-me iniciei-m rapidamen pidamente na cozinha. Prim meiro po por obri obrigação. Dep Depois por gosto”, g lembra, enquanto afasta as facas aafiadas e as desloca para cima da tábua tábua, marcada pelos cortes, uma e outra vez, v de tantas vezes acolher e servir de su suporte para o corte dos legumes. “Isto é o que eu gosto de fazer. Tenho um prazer imenso em coz cozinhar e como o faço por gosto os pratos prato acabam por sair bem, ao meu e ao aagrado de quem os prova e aprova”, diz co com orgulho a mulher que não se vê em outro ou lugar a não ser com a barriga no fogão. A cozinheira de mão cheia, como é conhecida na cidade, garante que o que gosta mais de fazer são os “pratos “pra de

panela”. “São, sem dúvida, a minha especialidade. No concurso de sopas, por exemplo, apresentei feijão branco com tengarrinhas e catacuzes. Gosto destes pratos antigos e com tradição”. A identidade e a gastronomia da região estão-lhe vincadas no corpo, na alma e no paladar. “Utilizo produtos regionais. Gosto do que é nosso. Não recorro a caldos de galinha, de vegetais pré-feitos e a essas misturas. Prefiro utilizar os sabores originais. Temos boas ervas aromáticas, bons produtos, que acho um desperdício desvalorizá-los, até porque são eles que apuram os meus pratos”. A base, ou o segredo, garante, está sempre no refugado que faz. “Tenho sempre por base um bom refugado. Há quem não faça assim, eu faço e até agora não me tenho saído mal”, diz com um sorriso largo na face. Investiu, dentro das suas possibilidades, na cozinha. “Fiz alguns cursos. Fiz até onde a minha escolaridade me permitiu. Tenho pena de não ter ido mais longe, mas as minhas possibilidades também não são muitas. Fiz este percurso com muito esforço e dedicação e, embora ambicione chegar sempre mais longe, por vezes, basta-me o reconhecimento de quem come a minha comida. Sei que as pessoas gostam e que reconhecem o meu trabalho”, afirma, para rapidamente acrescentar: “Já trabalhei noutros restaurantes da cidade. Agora, estou aqui. O meio é pequeno e é difícil. Gostaria também de ensinar este meu ofício a mais pessoas, mas até agora não tive junto a mim quem quisesse aprender”, conta. Mete o melhor de si, aquilo que de melhor tem, ao serviço da cozinha, ao serviço da gastronomia e, sempre que possível, ao serviço da preservação da cozinha tradicional alentejana. “Não me dá gozo nenhum fazer um bitoque, mas muitas vezes tenho de o fazer”, diz. Basta darem-lhe os produtos frescos, os ingredientes certos e rapidamente elabora um prato, à sua maneira, à maneira que aprendeu e que com esforço apurou ao longo dos anos. “Sempre que vou a um restaurante e provo algo que gosto. Venho para casa e apuro o prato. Consigo distinguir os ingredientes e depois faço à minha vontade”. É que para além de uma boa cozinheira, Idália Carvoeiras também é um bom garfo. Pretende ir o mais longe possível, porque vontade, essa, não lhe falta e jeito também não. As provas estão dadas. A nabiça está lavada e pronta para ir para a panela. Idália vai para o fogão, junto das panelas, que é lá que gosta de estar.


Diário do Alentejo 29 junho 2012

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Prefiro uma sociedade de cidadãos interventivos de peito aberto a uma sociedade de denunciantes acobardados. A prova está na mesquinhez dos poderes ao fugir-lhe o pé para a sordidez ao aliciarem, vai-não-vai, os cidadãos para a delação anónima. Lembram-me tempos de má memória. Isidoro de Machede, http://acincotons.blogspot.pt/, 27 de junho de 2012

Opinião

Cada um por si e a economia por todos Marcos Aguiar Licenciado em Psicologia

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oje, na Europa, vivemos numa sociedade profundamente egoísta e niilista, em que cada um tenta safar-se a si mesmo, relativizando valores como liberdade, igualdade e solidariedade, princípios fundadores da visão dos grandes homens – como Jean Monnet e Robert Schuman – que estiveram na origem da congregação de países a que vamos chamando União Europeia. Nutrimos igualmente sentimentos de superioridade em relação a outros povos – que apelidamos de subdesenvolvidos – convencidos da supremacia da nossa sociedade consumista e globalizada, que se alimenta, ironicamente, desse mesmo individualismo e desprezo pelo próximo. Arrogantes, tornámo-nos vítimas do nosso preconceito – e como os portugueses o estão a sentir na própria pele. A Europa não pode ser um Não queremos mero aglomerado de 500 mimais ouvir falar de lhões de almas largadas à sua défice público, de sorte. A essência da humajuros da dívida ou nidade assenta tanto na perceção que cada um tem de si ratings financeiros. mesmo, como nos resultaNão somos dos das relações que estabenúmeros, somos lecemos uns com os outros. Acreditamos que estamos ampessoas e só queremos paz. Não parados, quando, efetivamente, percebemos nada grande parte do tempo, estamos sozinhos no meio da mulde economia, não tidão. E por isso, nós, europeus, queremos perceber aparecemos tristes aos olhos nada de economia dos povos ditos subdesenvolvidos. Tornámo-nos tristes, mee temos raiva dos dindo o tamanho da nossa feque percebem licidade mais pela dimensão da de economia, nossa conta bancária do que, mas erram por exemplo, pela quantidade sempre as suas e qualidade de amigos que teprofecias. Juntos mos. Uma tristeza! De forma a conseguir convi(e cada um por si) ver com as suas idiossincrasias desacreditemos e contradições, o velho contieste novo Deus, nente inventou um novo Deus antes que ele – chamou-lhe ECONOMIA. acabe com a Antes dizia-se: “cada um por si humanidade e Deus por todos”. Hoje a doutrina é: “cada um por si e a ecoque resiste em nomia por todos”. E pobres dos todos nós. que não tenham fé neste novo Deus – como nós portugueses e gregos – porque é de fé que se trata e nada mais. Se não, como se explica que ao culto selvagem do capital, que está a levar à ruina a economia e a sociedade europeia, se tenha respondido com ainda mais largueza para a ditadura dos mercados? É fé! Só pode ser fé, porque sabedoria não é certamente. A religião do dinheiro vive na firme crença de que o seu modelo é o único destino possível para a Europa e para o

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O PATRONATO DE SANTO ANTÓNIO, em Beja, casa das monjas oblatas, é um exemplo acabado de boa gestão de recursos, de capacidade de investimento e qualidade na prestação de serviços no campo social. Para além das diferentes ações e intervenções que esta casa vinha a fazer ao longo dos tempos com crianças e jovens, chegou agora a vez de apostarem num lar para a terceira idade. Numa região envelhecida e com tanta carência deste tipo de valências. PB

O ministro Gaspar, tal como o primeiro Passos, têm vindo a dizer que não estão previstas mais medidas de austeridade. Mas, há sempre, o memorando tem que ser cumprido, o mesmo é dizer que haverá. Quando? Não estão ainda definidas. Talvez para a semana, principalmente se ganharmos o Euro do futebol para aproveitar a euforia da vitória. Rafael Rodrigues, http://rentearelva.blogspot.pt/, 27 de junho de 2012

Mundo. Sem qualquer tipo de prova ou critério objetivo de verificação, chantageiam-nos com as suas ideias e levanos a venerar as fontes que as veiculam. Se é a troika que manda… Se são as agências de rating que avaliam… Se a Merkel e o Gaspar o dizem… Só fé e nada mais que fé! Chega de devoção. Queimem-se os templos do luxo delirante. Derrubem-se os altares enfeitados de dinheiro virtual. Rasguem-se os livros sagrados pejados de algarismos e julguem-se os sacerdotes do pilim. Não queremos mais ouvir falar de défice público, de juros da dívida ou ratings financeiros. Não somos números, somos pessoas e só queremos paz. Não percebemos nada de economia, não queremos perceber nada de economia e temos raiva dos que percebem de economia, mas erram sempre as suas profecias. Juntos (e cada um por si) desacreditemos este novo Deus, antes que ele acabe com a humanidade que resiste em todos nós.

Gonçalves Correia Filipe Nunes Arqueólogo

individual, bem para lá da cidadania encerrada em cartilhas de direitos e deveres, mas antes refletindo essa característica do anarquismo que valoriza a prática do individuo, negando a subjugação pelo coletivo da organização militante, a fórmula que se impôs aos seus tempos de ação anarquista. Depois assinalar como o seu pensamento se ramifica hoje na principal linha de força do anarquismo dito verde. E aí sobretudo porque Gonçalves Correia, ao postular a relação com a natureza, não reduz essas preocupações num grupo veganista de direitos de animais (menos ainda a um partido dos animais), ou na espiritualidade new age de uma qualquer comunidade inacessível. O grande marco da sua vida que foi a Comuna da Luz (1917) assentava em viver a ruralidade como um projeto de autonomia, pondo em prática novas formas e relações de viver em comunidade. Viver no “aqui e agora” a anarquia. A procura dessa autonomia antiautoritária, quebrando com o salariato e a propriedade privada, não isolava a comuna, mas antes requeria a ação com os demais vizinhos, pois de uma ideia de transformação social se tratava. O outro lado da potencialidade individual de Gonçalves Correia é pois a potencialidade da comunidade.

C O

hegado ao Alentejo há uns anos atrás foi-me apresentado por edições da Câmara de Castro Verde, Gonçalves Correia. O nome desse anarquista de longas barbas veio a intitular um coletivo informal que de Ferreira do Alentejo a Aljustrel, amiúde levaram a cabo iniciativas anarquistas, como hoje a revista “Alambique”. As recentes atividades da Biblioteca de Beja em seu torno exemplificam as razões dessa designação para um projeto de difusão libertária a partir do Baixo Alentejo. Não há melhor senha para estabelecer uma ponte com as gerações dos nossos pais e avós, do que a sua invocação. Ao contrário da memória das balas de José Luís da Costa, vingando a derrota da Comuna da Luz de Gonçalves Correia, Deve-se sobretudo ou do regicida Alfredo Luís da esse consenso, e Costa de Casével, cujas evocações requerem contextualizar a tolerância à sua normalidade então da ação diexcentricidade, reta violenta, já a memória de à sua postura Gonçalves Correia é algo que tolstoiana, que não incomoda. Facto que se se cruza na deve à natureza da sua filosoética cristã, pela fia humana. Figura respeitada, da esquerda à direita republiideia do amor, cana de Beja, o “perigoso coda bondade e da partilha entre todos munista” depois vigiado pela ditadura fascista, não requeos seres vivos. A reu por parte dessas várias ausua memória não toridades a perseguição assassão as revoltas sina que outros conheceram, pois foi acima de tudo um pendas balas, mas sador que agiu individualmente do pacifismo. e não por via da organização anarcossindicalista com quem mantinha laços. Deve-se sobretudo esse consenso, e tolerância à sua excentricidade, à sua postura tolstoiana, que se cruza na ética cristã, pela ideia do amor, da bondade e da partilha entre todos os seres vivos. A sua memória não são as revoltas das balas, mas do pacifismo. Mas creio que o que devemos hoje a Gonçalves Correia é acabar com uma evocação memorialista que não incomoda… Antes frisar o exemplo da potencialidade

O Concílio e o Sínodo Manuel António Guerreiro do Rosário Padre

papa Bento XVI convocou a Igreja para um “Ano da Fé”, a iniciar em 11 de outubro deste ano, para assinalar os 50 anos da Abertura do Concílio Vaticano II, e os 20 anos da promulgação do Catecismo da Igreja Católica. O Concílio é, sem dúvida, o mais importante acontecimento eclesial dos nossos tempos, pela renovação interna operada na Igreja e pelo estabelecimento de uma nova e construtiva relação entre Igreja e Mundo. Vem esta introdução a propósito do Sínodo que, em boa hora, o bispo de Beja, D. António Vitalino Dantas, entendeu propor a toda a Igreja Diocesana. À semelhança do Concílio, este Sínodo deve ajudar a Igreja de Beja a renovar-se internamente e, em simultâneo, a estabelecer uma nova e mais frutuosa relação com o Alentejo. Para tal, julgo que a Igreja de Beja, tal como aconteceu na Igreja Universal com o Vaticano II, se deve colocar na atitude humilde de quem também quer ouvir e aprender com a sociedade alentejana, acolhendo os desafios que ela lhe coloca. Esta postura creio não ser fácil, mas julgo ser a mais verdadeira e eficaz, pois é grande a tentação, no Alentejo e em todo o Mundo, da Igreja se fechar sobre si própria, falar uma linguagem codificada, dirigida predominantemente aos “praticantes”, exercer uma pastoral de “manutenção” e não de “evangelização”, que não tenha em conta, como diria o papa João Paulo II, “o homem concreto, real, histórico”. A missão da Igreja, à semelhança e continuidade com a ação de Jesus, não deve excluir ninguém, mesmo os aparentemente mais distantes. Há muita gente, apelidada pelo papa João XXIII de “pessoas de boa vontade”, que, pela verdade da existência que vivem e dos valores que incarnam, têm muito a dar e a receber da Igreja. Um dos maiores apóstolos, S. Paulo, antes de se converter perseguia cristãos. Espero e desejo, por isso, que o Sínodo seja uma ocasião autêntica de renovação da Igreja de Beja, chamada a ser Sal e Luz neste Alentejo.


O movimento cooperativo, excluindo as entidades agrícolas que foram criadas ainda antes do 25 de Abril, está a passar por dificuldades nunca vistas. As principais COOPERATIVAS de Beja, a de consumo e a de habitação, estão com processos de insolvência aos ombros. As restantes tentam sobreviver como podem, numa altura de crise profunda e num clima adverso ao próprio estatuto cooperativo. PB

Há 50 anos Um protesto magoado e silencioso

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ó a 28 de junho de 1962 o “Diário do Alentejo” publicou um número especial comemorativo dos 30 anos do jornal, celebrado no dia 1 desse mês. A capa dessa edição de 32 páginas (habitualmente eram quatro), a maior parte delas de publicidade, inseria duas gravuras a azul de Carlos Marques, um editorial sobre o aniversário (não assinado, sendo, portanto, da responsabilidade do então “director, editor e proprietário”, Manuel António Engana), um pequeno texto de José Gonçalves Rodrigues (“Um ano mais, na jornada”) felicitando “director e corpo redactorial” e um artigo de opinião intitulado “Condição número um”, do jornalista M. de Melo Garrido. Pena corajosa nas condições do fascismo, Melo Garrido refletia há meio século sobre o seu ofício: “(...) O jornalista que queira honrar a sua profissão não pode, de facto, limitar-se a uma atitude passiva perante aquilo que ele julga que está errado, é injusto ou fere o interesse geral. A sua voz deve sempre fazer-se ouvir, nestas conjunturas, recusando-se a comparticipar nos coros monocórdicos que amiúde surgem entoando louvores de duvidosa sinceridade. A pena do jornalista é uma arma. Uma arma de combate compreensivo, leal, mesmo tolerante; mas de um combate que não pode admitir medo, conformismo, ou capitulação perante ameaças ou promessas... Bem bastam, para fazerem desmerecer e até desvirtuar a acção do jornalista, outras forças exteriores e imperiosas contra as quais ele não pode lutar senão mantendo bem vivo um magoado e silencioso protesto. Claro que essa independência moral que reputamos como a qualidade número um do jornalista não dispensa uma outra preocupação que, em caso algum, deverá ser postergada, porque faz parte integrante e absoluta dela: a imparcialidade. O jornalista pode e deve defender os seus princípios, as suas próprias opiniões. Pode mesmo combater as ideias adversas, Mas terá de fazê-lo sempre dentro dos princípios que a dignidade da sua profissão exige: com energia, com veemência, mas sem descontrole de termos, sem torcer a verdade dos factos; e mantendo, constantemente, mesmo quando não lhe dêem troco idêntico, o respeito pelo contraditor. O bom e o mau não podem ter para ele quaisquer rótulos de partidarismos e de cores, nem a sua apreciação estar sujeita a simpatias pessoais. Terá, por isso, que tecer elogios a adversários e dirigir censuras a amigos, o que lhe acarretará ataques dum e doutro lado. Mas não poderá submeter-se ao sabor ou á violência dessas recriminações, mantendo firme a linha de isenção e de imparcialidade em que deverá orientar sempre o seu trabalho. Tanto nos momentos em que se vê incensado como noutros em que vilipendiado. Será este o único processo que tem para se impor ao respeito do público. (...)” Carlos Lopes Pereira

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Não há forma de os POLÍTICOS que as populações do distrito de Beja elegem para a Assembleia da República terem um nadinha de pudor e de consideração pelo seu eleitorado. Isto especialmente no que respeita aos partidos de governo. As promessas iniciais são sempre muitas e fartas, mas quando chega a hora da verdade, as posições tomadas vão sempre atrás da “voz do dono” e nunca de acordo com os verdadeiros interesses da região. PB

15 Diário do Alentejo 29 junho 2012

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Mas agora afinal verifica-se que tudo isto é possível com a “Constituição que temos”, como pejorativamente se dizia. Das três uma, ou a Constituição mudou sem nós sabermos, ou não era o que as sumidades do direito constitucional diziam que era, ou então não vale nada, existir ou não é a mesma coisa. JPP, http://abrupto.blogspot.pt/, 25 de junho de 2012

Documento 12 Fugas das Prisões de Salazar Jaime Serra

Ao apresentar este livro, em primeiro lugar desejo, daqui de Beja, onde os trabalhadores e o povo sofreram durante o regime fascista a exploração e a repressão mais violenta, saudar todo o povo alentejano que tão elevada contribuição deu, com a sua luta, para o derrube da ditadura fascista. Catarina Eufémia é disso um exemplo imorredouro. O livro que hoje aqui apresentamos, 12 Fugas das prisões de Salazar, é de grande oportunidade para o esclarecimento das atuais e futuras gerações sobre este importante aspeto da atividade do Partido na luta contra o regime salazarista. Isto é tanto mais importante dado que se assiste, por parte da comunicação social, a uma campanha de desinformação sobre o que foi o regime fascista, ao qual chamam simplesmente o “antigo regime” ou o “regime anterior”, apagando o papel do Partido na luta pela sua liquidação. Nesta campanha, participam não só os escribas do regime como também pretensos “historiadores independentes” que a pretexto de “guardar a memória” mais não fazem senão deturpa-la. O tipo de organização que estas fugas exigiam, quer dentro das cCadeias quer no exterior, implicava também a existência de uma organização política clandestina no exterior. Pelas razões conhecidas, só o Partido Comunista Português, como partido revolucionário da classe operária, estava em condições de o fazer. Também no interior das cadeias, a preparação de uma fuga exigia a formação de um organismo restrito, composto pelos camaradas mais responsáveis e com mais experiência nesta matéria. Este organismo devia proceder ao estudo das condições gerais da cadeia em questão, das eventuais falhas do sistema de segurança, da personalidade dos carcereiros, se estes eram ou não permeáveis à sua neutralização ou mesmo à colaboração, etc. Quando se chegava à existência de um plano de fuga adequado à situação, montava-se uma ligação com o Partido no exterior, por formas secretas e cifradas, com o objetivo de

coordenar as ações a realizar tanto no interior como no exterior. A fuga coletiva da fortaleza de Peniche em 3 de janeiro de 1960 foi um exemplo perfeito dessa coordenação. A situação política, económica e social atual é de grande gravidade. A ditadura fascista, derrubada com a Revolução de 25 de Abril, deu lugar à ditadura do grande capital aliado ao imperialismo. Vivemos a época da crise geral do capitalismo, o qual, para sobreviver, procura por todos os meios espoliar os trabalhadores dos direitos conquistados ao longo de anos e anos de luta. Submetendo-se às imposições do grande capital, dos interesses instalados e da sinistra troika, o Governo cria cada vez mais impostos e os produtos de primeira necessidade aumentam sem cessar. Os jovens não têm perspetiva duma vida independente, todos os dias encerram mais empresas e o desemprego aumenta todos os dias, ultrapassando já mais de um milhão de trabalhadores. Para agravar ainda mais esta situação, o Governo aumenta as horas de trabalho, rouba nos salários e nas horas extraordinárias, assim como nas reformas e rouba também o subsídio de férias e de Natal, fora o que está para vir, segundo dizem! Por tudo isto, e como era inevitável, a luta dos trabalhadores e do povo intensifica-se por todas as formas legais e constitucionais. Aumentam as manifestações, sucedem-se as greves setoriais e gerais as quais mobilizam milhões de pessoas. Mas isto não chega. Numa situação como a atual, inevitavelmente que com o evoluir da situação, os trabalhadores e o povo serão empurrados para outras formas de luta extra constitucionais e violentas. A teoria marxista afirma que “a violência é a parteira da História”. Ora, a vida mostra que tal teoria mantém toda a atualidade e assim, a violência revolucionária é inevitável para mudar o estado de coisas existentes. De resto a História do nosso povo aí está para o demonstrar: Desde a luta de D. Afonso Henriques pela independência nacional,

até à Revolução de Abril, as grandes mudanças fizeram-se pela violência. Camaradas: O Partido tem de estar atento ao evoluir da situação para poder, de acordo com tal evolução, orientar os trabalhadores e o povo na melhor direção. Estamos certos de que, com a nossa luta, a breve ou médio prazo, c on s e g u i remos c on s t r u i r u m a Democracia Avançada a caminho do Socialismo e do Comunismo. Viva O Partido Comunista Português! Texto lido pelo autor durante a apresentação do livro 12 fugas das prisões de Salazar, na Biblioteca José Saramago, em Beja.

Carta ao diretor “Petiscos” de António Almodôvar António Bento Martins Mina de São Domingos

Não tenho que concordar ou discordar (mas concordo!) com tudo que nos conta no seu artigo do jornal da edição acima, pois conheci o doutor Salazar por ouvir falar dele. Nasci e vivi na Mina de São Domingos durante o seu longo consulado e guardo a impressão de que não me fez mal, nem mesmo no meu período de “fascismo” – 50 anos miseravelmente vividos, no seio (um quarto) destinado ao mineiro meu pai e à sua numerosa família: contei nove membros, seis raparigas e três rapazes, um dos quais era eu. Isto não é, de forma alguma, para me comparar com o dom Januário, que deve ter vivido nesse tempo em que, recordo, conheci os efeitos do dito fascismo e também, já agora, as ilusões do oculto, forçadamente oculto, comunismo, entre eles se dizia “o Diabo que escolha”…“Escolhi eu o fascismo, de 10 escudos/pionada, o melhor que se me oferecia! – e não foi certamente o caso do ilustre bispo ou general. Veja-se: eu sou um limitado pensionista de 391,86 euros e não choro... ou comparo o dr. Passos Coelho com o falecido doutor Salazar! Pois é, são muito democratas e profundamente religiosos mas ofendem que se fartam quando lhes mexem no bolso... Desculpar-me-á o autor do citado artigo, ao qual me reporto com todo o respeito e máxima consideração, assim como ao nosso estimado e competente diretor!


16 Diário do Alentejo 29 junho 2012

Sentimos que as pessoas que nos conhecem nos sentem como sendo as suas irmãs. Os alentejanos são pessoas que têm fé. Acho que falta é mais prática religiosa”.

Reportagem

Gestoras do Patronato de Santo António

As irmãs oblatas de Beja A maioria das pessoas conhece-as em Beja com as irmãs de Santa Maria,

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Patronato de Santo António, instituição particular de solidariedade social, está ao serviço da comunidade bejense há anos. Instalou-se num antigo convento e o edifício foi restaurado pela Congregação das Oblatas do Divino Coração nos anos 50. Ainda hoje é a congregação que se encarrega da sua gestão. Mas se durante anos funcionou como escola primária, atualmente conta com as valências de creche e pré-escolar e irá ainda, brevemente, abrir as suas portas aos mais idosos. Um lar com capacidade para 40 utentes. Trata-se do Lar D. José do Patrocínio Dias e, segundo a Congregação das Oblatas do Divino Coração, não poderia ter outro nome. E a explicação, essa, é simples: a congregação surgiu no coração do Alentejo, nomeadamente durante o movimento de restauração da Diocese de Beja, impulsionada pelo seu fundador, o bispo D. José Patrocínio Dias. Mas quem são estas irmãs oblatas, que, passados tantos anos, continuam a alimentar o projeto social do Patronato de Santo António? Oblatas “são as ofertas a Deus, Pão e Vinho”. Oblatas são “mulheres que se

devido à casa que têm no largo que recebe o mesmo nome, mas, na verdade, são as irmãs da Congregação das Oblatas do Divino Coração. Tem a seu cargo a gestão do Patronato de Santo António, entre outras valências na região, e, para além do apoio à infância, aventura-se agora no apoio permanente aos mais idosos. Uma congregação nascida no Alentejo. Uma congregação de mulheres que se ofereceram à igreja, à diocese, à região. Texto Bruna Soares Fotos José Serrano

oferecem à Igreja”. Oblatas “são irmãs que se oferecem a uma diocese”. Oblatas do Divino Coração porque o são “do Divino afeto, nos caminhos do mundo, na história de toda a Igreja, na Igreja de Beja”. Esta semana a irmã Maria do Céu Valério, superiora-geral, apesar das portas da instituição de solidariedade social estarem sempre abertas a quem as procura, convidou o “Diário do Alentejo” e entrar e deu a conhecer a história, a vida do patronato,

Apoio à infância Seis salas de creche e seis salas de pré-escolar asseguram auxílio às famílias

mas também da congregação que esteve na base da sua fundação e ainda o gere. “Este trabalho nunca é de uma pessoa. É de um grupo. Estamos aqui três irmãs e todos os outros funcionários são colaboradores leigos”, começa por explicar a irmã Maria do Céu Valério. E acrescenta: “O D. José do Patrocínio Dias foi um grande restaurador da diocese e, entre outras coisas, fundou a Congregação das Oblatas do Divino Coração. Antigamente o Patronato de Santo António

era um convento e depois da expulsão das ordens religiosas o governo ficou com o edifício. D. José conseguiu que devolvessem este espaço à Igreja para que aqui fosse constituída uma obra social”. Obra social, esta, que se prepara para crescer. “Quando abriu esta era uma casa só para as raparigas mais desfavorecidas, que vivia dos donativos dos lavradores da região. Deixavam sacos de feijão e grão à porta. As irmãs contam que, na altura, se num dia se comia grão, no outro comia-se feijão. Mais tarde abriu-se a escola, porque existia a necessidade das raparigas frequentarem as aulas. Depois foi crescendo e começou a sentir-se a necessidade de se receber mais crianças e já antes do 25 de Abril se tinha conseguido abrir o jardim de infância”, conta a irmã. A creche chegou em 1998. “Havia muita procura de creche e as salas estavam cedidas ao Ministério da Educação. Quando a escola saiu daqui, nomeadamente para Santa Maria, conseguimos dar resposta a mais crianças. Neste momento temos seis

Até onde a vista alcança O edifício do Patronato de Santo António tem v


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Pátio do Patronato de Santo António Duas das três irmãs que gerem a instituição particular de solidariedade social

salas em creche e seis em pré-escolar”. E como surge o lar? “Queríamos abranger os idosos. A nossa preocupação é sempre a de ajudar as famílias”, diz. Até porque, de acordo com a irmã Céu, como é conhecida na cidade, “a congregação acabou sempre por estar ligada à terceira idade”. “Estávamos num lar, mas tínhamos falta de irmãs e não conseguíamos dar resposta a todas as solicitações”. “Tínhamos espaço. Tínhamos vontade e achávamos muito importante proporcionar este encontro entre crianças e idosos e resolvemos apresentar a candidatura ao

vista privilegiada para a cidade de Beja e para a planície

InAlentejo”, avança. Encontro que poderá, se tudo correr bem, acontecer já em setembro, com a inauguração do lar. Um investimento de 2 070 000 euros, financiado em 70 por cento por fundos comunitários e em 30 por cento pela Congregação das Oblatas do Divino Coração. Desde 1926, ano em que D. José do Patrocínio Dias chamou ao paço um grupo de seis jovens mulheres, falando-lhes da necessidade que a diocese tinha de encontrar pessoas que tornassem a sua vida oferta à Igreja, que as irmãs oblatas agarraram uma vida espiritual intensa, tendo

por base a ação social e a missão evangelizadora. Passados tantos anos, os trabalhos e obras que lhe foram confiados pela diocese continuam de pedra e cal e, de acordo com a irmã Céu, “este é um trabalho, uma vida compensadora”. As irmãs garantem que mantêm a sua total disponibilidade, sempre em prol do próximo, do amor ao outro. “Nunca nos aventurámos muito para fora. Sempre fizemos muita falta no Alentejo. A Congregação das Oblatas do Divino Coração não é muito conhecida, porque o nosso trabalho tem sempre sido feito maioritariamente nesta região.

Antigo convento D. José do Patrocínio Dias conseguiu que o edifício fosse devolvido à Igreja

Dirigimos também, por exemplo, o Jardim de Infância Nossa Senhora da Piedade, em Odemira. Mas temos, como todas as congregações, falta de vocações”, adianta a superiora-geral. A congregação, neste momento, conta com 14 irmãs, distribuídas entre Beja, Odemira, Almada e Fátima. “Sentimos que as pessoas que nos conhecem nos sentem como sendo as suas irmãs. Os alentejanos são pessoas que têm fé. Acho que falta é mais prática religiosa”, diz, e, apesar da falta de vocações, garante: “Olhamos para esta congregação e para o seu futuro com grande esperança”.


Torneio José Carlos Dias em Cabeça Gorda

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Desporto

O Clube Recreativo e Desportivo de Cabeça Gorda vai organizar, a partir do dia 3 de julho, no relvado do Campo José Agostinho de Matos, o 4.º Torneio de Futebol 7 “José Carlos Dias”. A competição é limitada a 16 equipas. O torneio é apoiado pela Câmara Municipal de Beja e pela Junta de Freguesia de Cabeça Gorda.

AF Beja no Lopes da Silva – A seleção sub/14 da AF Beja que está nos Açores a disputar o Torneio Nacional de Futebol Interassociações perdeu os primeiros três jogos que disputou. Os resultados foram os seguintes: Beja-Lisboa, 0-1; Bragança-Beja,2-1; Beja-Madeira, 0-1. Os bejenses jogarão ainda com as equipas de Portalegre e Angra do Heroísmo.

Europeu de canoagem de velocidade Bruno Afonso (Clube Náutico de Mértola) é um dos alentejanos no europeu

Atletas de Odemira e Milfontes no Europeu de Canoagem

A pagaiar nas águas do sucesso Os atletas Inês Esteves e Carlos Marques (ambos do Náutico de Milfontes) e Bruno Afonso (Náutico do Guadiana) são os três alentejanos integrados na seleção nacional de canoagem de velocidade que disputará os Campeonatos da Europa de Juniores e Sub/23, que se realizam em Montemor-o-Velho, entre os dias 11 e 15 de julho. Texto e foto Firmino Paixão

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rata-se do primeiro europeu de velocidade organizado em território nacional e com sinais de sucesso para a canoagem alentejana, colocando, inicialmente, quatro atletas na lista de convocados do selecionar Riszard Hoppe. No entanto, por motivo de lesão, Ana Guerreiro, do Clube Náutico de Mértola, já está afastada do estágio que desde o passado dia 2 decorre no Centro Nacional de Alto Rendimento em Montemor-o-Velho. Bruno Afonso interrompeu esse estágio, por

motivos académicos, e o “Diário do Alentejo” foi encontrá-lo pagaiando nas águas do Guadiana, onde desaguam todos os sonhos deste jovem de Mértola, que espera ter sucesso na prova internacional que se avizinha. O Bruno nasceu na Vila Museu há 18 anos, estuda no 12.º ano na área de ciências tecnológicas e herdou o gosto pela canoagem do seu tio, Humberto Afonso, o primeiro atleta que andou de canoa no Clube Náutico de Mértola. A par dos objetivos académicos, que não descura, é um dos melhores alunos da turma, e acha que a canoagem “é um desporto apetecível nesta época do ano e a partir dessa experiência, tendo o Guadiana aqui tão perto” nasceu o seu gosto pela canoagem”. “Esta será a minha primeira experiência em provas internacionais, sinto algum nervosismo, mas acho que é normal, ao mesmo tempo sinto-me confiante, apesar de não ser muito experiente, mas isso também não é tudo e sei que com esforço e dedicação se ultrapassam muitos obstáculos”, adiantou o jovem.

Bruno Afonso vai competir em C1 500 m (canoa monologar) e C2 1000 m (canoa bilugar) e quanto às expectativas “o primeiro objetivo” será qualificar-se para a final: “Já era muito bom, vou lutar por isso e espero conseguir, é um orgulho representar o nosso país, é sempre gratificante sentirmos que se fomos escolhidos é porque estamos entre os melhores”. Uma medalha, um lugar no pódio? “É algo muito difícil, mas é sempre bom podermos sonhar porque não é nada que seja impossível, vamos ver…”, refere o atleta multidisciplinar que este ano já venceu a Taça de Portugal de Maratonas, face à sua versatilidade: “Sou um atleta de pista, mas considero-me um atleta com uma resistência acima da média”. Um jovem atleta bem-sucedido, Bruno Afonso considera: “Tenho muita dedicação à modalidade, são muitas horas de esforço, de treino e de dedicação, e de grande apoio da estrutura técnica e dirigente do Náutico de Mértola, além da família e dos amigos, tudo isso tem sido de extrema importância”. Carlos Viegas, presidente do

Náutico do Guadiana, explica que esta participação internacional do Bruno “é fruto do trabalho do clube, dos atletas, dos treinadores, mas, fundamentalmente, dos atletas”: “O Bruno é um miúdo extremamente dedicado, com características fantásticas de persistência e capacidade de trabalho, é um atleta absolutamente exemplar e que nos deixa cheios de orgulho”. Quanto aos resultados esperados, Viegas diz: “A grande surpresa é o Bruno ter sido selecionado para uma regata individual, sempre aliciante para um atleta, significa o reconhecimento dos técnicos nacionais à qualidade que ele tem e também em C2, com outro atleta de grande qualidade. A nossa expectativa é que eles façam o melhor, e isso é poderem chegar a uma final onde tudo pode acontecer”. Sobre o impedimento da Ana Guerreiro, referiu: “Está lesionada, seria uma oportunidade importante para ela. Não é uma lesão grave mas é aborrecida, porque surgiu num

momento de preparação da equipa nacional”. Francisco Aires, presidente do Clube Náutico de Milfontes, também evidenciou o orgulho pela participação dos seus atletas Carlos Marques e Inês Esteves no campeonato da Europa, revelando: “Isto é fruto do bom trabalho e do excelente enquadramento que têm tido no clube”. E sublinhou: “Ambos têm tido outras presenças internacionais. Esta chamada à seleção nacional é sempre importante para o clube, porquanto lhe dá visibilidade e mostra o que de bom tem sido feito” na foz do Rio Mira. Quanto aos objetivos transportados pela comitiva de Milfontes, sublinhou: “Uma medalha, um lugar no pódio, é o desejo de todos os que lá estão. Nem todos vão conseguir, mas é a ambição de todos eles”. O dirigente comentou ainda a presença de Inês Esteves como suplente na comitiva aos Jogos Olímpicos de Londres 2012, dizendo: “Tudo dependerá dos resultados que ela obtiver no Europeu”.


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O Clube de Patinagem de Beja promove amanhã, pelas 15 e 30 horas, a edição 2012 do Memorial “João Magalhães”, evento que evoca a memória do fundador do clube e que, este ano, terá como momento nobre a cerimónia de atribuição do nome do homenageado ao Pavilhão Municipal de Beja, espaço que acolherá a iniciativa.

Diário do Alentejo 29 junho 2012

Memorial “João Magalhães” em Beja

Ultra Maratona Atlântica – A Câmara Municipal de Grândola apresenta amanhã, sábado, pelas 18 horas, em Troia, a edição 2012 da Ultra Maratona Atlântica. O campeão olímpico Carlos Lopes, que apadrinha a prova, vai estar na cerimónia, durante a qual será exibida a instalação vídeo “Projeto UMA” com a presença dos autores, Carlos Gomes (arquiteto e realizador) e Fran Lopez Reys (artista visual e realizador).

Moura Desportos Clube está a regressar à atividade

O regresso sustentado na qualidade No ano em que celebrou 60 anos de existência, o Moura Desportos Clube tenta dar mais um impulso de vitalidade na prática desportiva para que foi direcionado pelos seus fundadores, João Peres e José Maria Vartegoso, o hóquei em patins e a patinagem artística.

também não vamos contrariar essa tendência. Queremos que o hóquei e a patinagem artística evoluam de uma forma consolidada e com qualidade e é esse o caminho que queremos e estamos a percorrer. O clube mantém muitos sócios ou eles foram ficando pelo caminho?

Face aos sucessivos ciclos de inatividade do clube, naturalmente que os sócios se foram perdendo, mas esse é outro processo em que estamos empenhados, contactando antigos sócios para retomarem essa qualidade e tentando que se associem novas pessoas ao clube, porque um clube só fará sentido se tiver atletas, sócios e dirigentes.

Texto e foto Firmino Paixão

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Existe algum equilíbrio entre as dificuldades e os apoios que existem à volta do clube?

Moura Desportos Clube Patinadoras do clube já se exibem MOURA DESPORTOS CLUBE

existência do clube tem sido caracterizada por alguns ciclos de inatividade, o mais grave dos quais durou cerca de 25 anos e terminou no ano de 1984. Em tempos mais próximos abriu-se mais um ciclo de hibernação que durou nove anos, do qual o Moura Desportos Clube está agora despertando lentamente, repondo a prática das atividades que outrora o projetaram, a si e à cidade de Moura, da qual se considera mais do que um símbolo, uma marca. António Miguel Ramos, nosso interlocutor, é um dos rostos deste novo ciclo de atividade do Moura Desportos Clube. Antigo atleta, dirigente e técnico da equipa de formação que está a dar as primeiras “stickadas” na projeção deste símbolo desportivo da Cidade de Salúquia.

O hóquei em patins é uma modalidade onde o investimento em material tem algum significado, depois, Moura é uma cidade do interior, onde o tecido empresarial é débil. As dificuldades, naturalmente, são muitas mas, neste momento, contamos com o apoio da Câmara Municipal de Moura e de alguns associados. O hóquei em patins tem tradição em Moura e isso é mais do que um argumento para que o clube estabilize?

Uma idade bonita, um percurso atribulado …

Fui jogador do clube há cerca de 30 anos. Por motivos profissionais tive que deixar a modalidade e voltei agora, depois de o clube ter estado nove anos parado surgiu de novo a oportunidade de o relançarmos. Apresentaram-me o novo projeto, achei interessante e com mais alguns antigos atletas, quer da disciplina de hóquei em patins quer da área de patinagem artística, estamos a trabalhar nele. Há dois anos que este trabalho se iniciou, está já a dar os seus frutos e, com o tempo, pensamos ser bem-sucedidos. Qual é a substância desse novo projeto?

Neste momento o clube já tem cinco técnicos na área da formação, com o Curso de Nível 1 concluído há pouco mais de um mês. Daqui para a frente prevê-se que haja um aumento substancial no número

Moura desde sempre que esteve no panorama desportivo do Baixo Alentejo nesta modalidade e quanto mais equipas existirem maior será o nível competitivo e a qualidade do hóquei praticado na nossa região.

Moura Desportos Clube Equipa de benjamins

Em tempos mais próximos abriu-se mais um ciclo de hibernação que durou nove anos, do qual o Moura Desportos Clube está agora despertando lentamente

de atletas e que, com a evolução do tempo e com a cadência natural de escalões, possamos vir a organizar uma equipa no escalão de seniores como já existiu no passado. Começaram, e bem, pelos alicerces…

Estamos numa fase de recrutamento e num tempo de formação. Estamos a promover a iniciação à patinagem artística para as atletas que já temos no clube, estamos simultaneamente com a iniciação ao hóquei em patins, através de uma equipa de benjamins que já participou este ano no Torneio

de Encerramento da Associação de Patinagem do Alentejo. Quantos atletas já patinam em Moura?

O Moura Desportos Clube já conseguiu, até ao momento, reunir cerca de 50 atletas, entre as disciplinas de hóquei em patins e patinagem artística. A patinagem de velocidade não está nos vossos objetivos?

Não, as corridas em patins, que hoje se chamam de patinagem de velocidade, nunca foram uma tradição no Moura Desportos Clube e

Como estão a recrutar os novos atletas?

Não tem sido fácil, já estamos a planear workshops de apresentação do clube e das modalidades para sensibilizarmos os jovens e, no início do novo ano letivo, estamos a pensar ir às escolas apresentar o clube e deixar a nossa mensagem de que precisamos de jovens para as nossas equipas. O que mais desejamos é que cada vez venham mais jovens ter connosco, para que possamos ter equipas capazes de regressarmos às competições, porque é isso que nos move e que motiva os nossos atletas.


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Torneio em futsal do Grupo Desportivo de Messejana

O Grupo Desportivo Messejanense promove a partir do dia 6 de julho o 13.º Torneio de Futsal. Serão atribuídos prémios individuais ao melhor guarda-redes, melhor marcador, prémio disciplina e um troféu de participação a todas as equipas. As inscrições encerram amanhã.

Torneio em Vila Ruiva – O Grupo Desportivo de Vila Ruiva organiza a partir do dia 9 de julho o 6.º Torneio de Futsal Outdoor, competição limitada a 16 equipas, com prémios para o melhor marcador, guarda-redes menos batido e troféu disciplina. As inscrições decorrem até ao dia 6 de julho.

V Raid BTT Cidade de Beja 150 concorrentes cantaram parabéns ao Despertar

Despertar festejou 92 anos com V Raid BTT Cidade de Beja

Vamos lá saindo, por esses trilhos fora... O V Raid BTT Cidade de Beja juntou centena e meia de participantes que cantaram em coro os parabéns ao clube aniversariante. Dignificar o clube e potenciar os valores culturais e ambientais da região são os objetivos dos promotores. Texto e foto Firmino Paixão

O

Despertar Sporting Clube comemorou no domingo 92 anos de existência, celebração que teria passado despercebida, mesmo a muitos despertarianos, não fosse a realização da quinta edição do Raid BTT Cidade de Beja, organizada pela secção da modalidade existente no clube bejense. Os parabéns soaram pelas vozes de um coro com cerca de centena e meia de desportistas que alinharam à partida para a quinta edição do raid BTT. Um raid de “mangas arregaçadas” face à pequena dimensão do pelotão, comparativamente com outras organizações que temos visto aqui bem perto, mas a realização do Bike Tour 2012, na ponte Vasco da Gama, terá sido uma concorrente forte para a organização

bejense. Bartolomeu Guerreiro, seccionista de BTT do Despertar, justificou: “O número de participantes foi um pouco limitada, temos consciência disso, a nossa estrutura logística também não está preparada para muito mais, ainda que possamos receber até 200 inscrições, mas as temperaturas elevadas, infelizmente, devem ter afastado algumas pessoas”. Falar de BTT é falar de desporto natureza e cada organização potencia aquilo que tem de melhor e mais à mão para mostrar a quem vem de fora. O raid do Despertar não fugiu à regra e a organização referiu: “Vamos percorrer muitos trilhos do nosso concelho e em várias vertentes, vamos mostrar grandes olivais, campos de girassol, ribeiras e riachos com canaviais, alguns singletracks (trilhos estreitos de forte interação com a natureza) e vamos mostrar às pessoas o pulmão da nossa cidade que é a mata junto ao Parque da Cidade onde faremos a chegada do raid”, revelou Bartolomeu Guerreiro. O objetivo da prova, segundo o dirigente, é: “Dignificar este clube que hoje faz precisamente 92 anos, é uma idade muito bonita, a

secção de BTT tem apenas cinco anos, vamos mostrar a nossa cidade e a nossa gastronomia às pessoas que nos visitam e proporcionar-lhes um dia de convívio, e deixamos o nosso apreço às pessoas que vieram de mais longe até ao nosso Alentejo, para se divertirem connosco fazendo aquilo que gostam que é a prática do BTT, desfrutando do ambiente natural que lhes vamos proporcionar”. O fotógrafo estava lá… João Pereira tem 52 anos de idade e 15 de prática de BTT. Pode dizer-se que “já foi apanhado grande”, mas é uma figura já carismática no pelotão das provas de ciclismo em todo-oterreno. Colaborador da BTT TV, desdobra-se em cumprimentos de acolhimento a que vem de longe e às vedetas que, inúmeras vezes, integram o pelotão anónimo. João está em todas: “E não vou a mais porque, às vezes, há muitas provas em simultâneo no mesmo fim de semana e temos que nos dividir. A nossa equipa tem quatro elementos e procuramos estar em todas, mas nem sempre conseguimos”, refere o empresário bejense. Figura incontornável nas provas

da modalidade, justifica a sua dedicação ao BTT lembrando: “Criámos um grupo em Beja que teve algumas dificuldades em se organizar e acabou por se desvanecer, depois, através do Nuno Amaral, com a revista da ‘Bike Magazine’, formámos a nossa equipa. Mais tarde veio o site da BTT TV. Nestes últimos tempos é isso que nos tem movimentado mais no acompanhamento das provas”. Sem nenhuma preocupação competitiva nas provas em que participa, até porque assume: “Não consigo acompanhar as provas na sua totalidade, não faço nenhuma preparação especial [mas aconselha a que os atletas tenham preocupações com a alimentação e acompanhamento médico, a par do treino regular], mas já tenho muitos anos disto, e divirto-me fotografando as provas, os concorrentes, os melhores momentos dos convívios”. João Pereira explicou ainda: “O amor que tenho por isso é a relação entre o BTT e a fotografia, uma coisa sem a outra não teria qualquer piada. É isso que me tem mantido no BTT, pelos menos desde há 15 anos”. Até quando? “Olha, até que Deus queira...”.

Razia José Saúde

A razia sofrida pelos filiados do Conselho Regional de Arbitragem da AF Beja nos quadros nacionais deixa antever preocupação. Trata-se de um caso esporádico, admitimos, no entanto não deixemos de concordar que a avalanche de despromoções pressupõe inquietação. A autenticidade deste dado obedece a pressupostas agitações que nos conduzem a um mundo real onde a bota não joga com a perdigota. Reconhecendo a diminuta dimensão de Beja na arbitragem nacional, e internacional, relembro que em tempos recentes o conselho deteve nas suas fileiras dois árbitros internacionais – Rosa Santos e Veiga Trigo –, que se afiguravam como dois modelos máximos na arte de bem apitar. Em gerações anteriores Mário Alves espelhou, também, o seu dom mor no seio dos homens do apito. Hoje constatamos que na tribo sul alentejana Tiago Canário foi despromovido da 2.ª para a 3.ª categoria nacional, Marco Trombinhas, Edgar Gaspar, João Constantino e David Tomé receberam o passaporte que os traz de volta aos regionais, e Daniel Lança foi recambiado da 2.ª para a 3.ª categoria nacional em futsal. O revés observado, na minha ótica, é deveras demolidor. Colocar-se-á na pauta dos enigmas algumas interrogações: o que se passa, afinal, com os árbitros de Beja? Serão estes diferentes no saber em conduzir um jogo em relação aos seus congéneres de outros conselhos? Será o seu acompanhamento diferente? Teórica e tecnicamente não correspondem ao que deles é exigido? Não, é e será sempre a minha resposta. Sei que os dirigentes esforçam-se para acompanhar com eficácia os seus filiados. Sei, porque também já fui dirigente da classe, que os nomes dos líderes exercem uma certa dose de empatia numa família algo restrita. Fala-se de influências. De compadrios. De notas duvidosas. Constroem-se os mitos. Os conselhos mais fortes impõem regras. Beja, em contrapartida, depara-se com a triste realidade: razia.


Classificações: Elites/20 voltas (48 km): 1.º João Portela (CB Almodôvar), 1.19.32 h; 2.º David Costa (CC Litoral Alentejano), 1.19.46; 3.º Carlos Faria (individual), 1.19.46. Média do vencedor: 36,211 km/h. Veteranos A/20 voltas (48 km): 1.º Gualdim Carvalho (CC Litoral Alentejano), 1.19.32 h. 2.º Carlos Carapinha (ASC Reguengos), 1.19.35; 3.º João Santos (ASC Reguengos),

A Câmara Municipal de Beja vai promover no próximo mês de julho as “Férias de verão 2012”, um programa que contemplará atividades recreativas, desportivas e culturais, ateliês temáticos, visitas guiadas e desportos radicais, destinadas a crianças e jovens com idades entre os seis e os 14 anos. O programa decorrerá diariamente, de segunda-feira a sexta-feira, entre as 9 e das 17 horas.

1.19.46. Média 36.211 km/h. Veteranos B/12 voltas (28,8 km): 1.º Vítor Faria (CB Almodôvar), 47,02m; 2.º Duarte Azenha (Pinabike), 47,18. 3.º Luís Gomes (CC Litoral Alentejano), 48,44. Média do vencedor: 36,740 km/h. Veteranos C/12 voltas (28,8 km): 1.º João Marques (CC Paio Pires), 47,23m; 2.º Francisco Romão (ASC Reguengos), 50.03; 3.º Pedro Alves (CC Centro), 50.03. Média

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Férias de verão 2012 em Beja

do vencedor: 36,469 km/h. Populares <40 anos/ oito voltas (17,5 km): 1.º Nelson Lopes, 32,11m; 2.º Pedro Dias, 32.11; 3.º Luís Barradas, 32,11. Populares> 40 anos/oito voltas (17,5 km): 1.º Francisco Viana, 32.15; 2.º Rui Serrazina, 32.15. 3.º Eduardo Vaquinhas, 32.21. Equipas: 1.º CB Almodôvar, seis pontos. 2.º CC Litoral Alentejano, seis. 3.º Atlético Sport Clube, sete.

Benfiquistas de Grândola repõem Circuito Jorge Nunes

As pedaladas da tradição grandolense A Casa do Benfica de Grândola decidiu repor no bastante rico e vasto calendário de eventos desportivos da Vila Morena o Prémio Jorge Nunes em ciclismo, homenageando um antigo ciclista do Benfica natural da terra. Texto e foto Firmino Paixão

U

m circuito urbano com a extensão de 2,4 quilómetros desenhado numa das principais artérias de Grândola, a avenida Jorge Nunes, toponímia dedicada a um antigo médico, homónimo do ex-ciclista homenageado. A prova foi aberta às categorias de populares, elites e veteranos, teve o apoio logístico do município de Grândola e técnico da Associação de Ciclismo de Setúbal e Comissão de Juízes e Cronometristas de Santarém. Concorreram mais de seis dezenas de ciclistas nas várias categorias, a título individual e em representação de sete equipas, entre elas as alentejanas da Casa do Benfica de Almodôvar, Clube de Ciclismo do Litoral Alentejano, de Grândola, e Atlético Sport Clube, de Reguengos de Monsaraz. No plano competitivo, e apesar da forte oposição dos corredores da equipa local, a Casa do Benfica de Almodôvar conseguiu ganhar em dois escalões e vencer a prova coletivamente. João Portela e Vítor Faria, ambos da equipa almodovarense, ganharam as corridas de elites e veteranos B, respetivamente. Gualdim Carvalho (CC Litoral Alentejo) triunfou em veteranos A e João Marques (Paio Pires) venceu a prova de veteranos B. Na corrida para populares, Nelson Lopes ganhou o escalão de seniores e, em veteranos, o triunfo foi de Francisco Viana, da equipa do Centro Recreativo de Santa Vitória/Beja, que está em fase de organização e se apresentará no dia 17 de julho naquela freguesia do concelho de Beja. David Santos, presidente da Casa do Benfica de Grândola, disse ao “Diário do Alentejo” que “foi uma homenagem justíssima a um antigo corredor do Sport Lisboa e Benfica, que, não tendo

Prémio Jorge Nunes João Portela (Casa do Benfica de Almoôvar) a vencer a corrida de elites

Concorreram mais de seis dezenas de ciclistas nas várias categorias, a título individual e em representação de sete equipas, entre elas as alentejanas da Casa do Benfica de Almodôvar, Clube de Ciclismo do Litoral Alentejano, de Grândola, e Atlético Sport Clube, de Reguengos de Monsaraz.

corrido muitos anos, correu o suficiente para poder merecer estar aqui hoje a receber esta justa homenagem, o primeiro prémio de ciclismo que a Casa do Benfica de Grândola organizou”. E lembrou que, simultaneamente, se fez uma reposição dos circuitos que no passado se realizavam em Grândola: “Esta foi uma réplica dos circuitos que aconteciam em Grândola nas décadas de 50 e 60 e que se perderam com o tempo. São coisas que vivem muito à volta da carolice. Havia um homem em Grândola muito entusiasta do ciclismo, que era o Francisco Marta Maru, falecido há uns anos, e era esse homem que fazia com que os circuitos acontecessem em Grândola. Isso morreu com ele. Neste momento a Casa do Benfica está a tentar ressuscitar este circuito e fazer com que o SLB fique mais dignificado com estes eventos”, referiu o dirigente dos benfiquistas. E

afirmou ainda: “Vamos continuar com esta iniciativa, talvez noutra época do ano, porque o tempo nesta altura está muito quente, vamos pensar em abril ou maio que é mais fresco”. E aludindo à inexistência de uma equipa de ciclismo no Benfica lembrou: “O Sport Lisboa e Benfica, efetivamente, não foi muito feliz com as equipas de ciclismo, mas mandou uma embaixada. A Benfica TV veio cobrir este evento, sinal de que no Benfica também gostam de ciclismo”, concluiu. Jorge Nunes, o antigo ciclista alvo da homenagem, hoje administrador de uma entidade bancária, confessou: “É com orgulho que aqui estou, embora não considere isto uma homenagem, acho que foi mais um pretexto para que se fizesse esse circuito aqui na avenida, mas, de qualquer forma, agradeço a ideia e o esforço das pessoas que se dedicaram a isto,

os dirigentes da Casa do Benfica de Grândola”. Jorge Nunes insistiu ainda: “Entendo que foi um bom pretexto para se retomar este circuito na avenida Jorge Nunes e ainda bem que assim foi, porque era um circuito tradicional que se fazia todos os anos em Grândola, uma prova após a Volta a Portugal e uma segunda mais tarde, para atletas amadores, como este de hoje”. E lembrou esses tempos: “Assim que se começou a falar nisto, recordei a forma como eu uma vez me comportei nessa prova, tinha ali um sinal que era talismã, eram 25 voltas e eu ganhei 22, de cinco em cinco voltas havia um prémio e eu ganhei-os todos, apanhei um ritmo que começava a sprintar num determinado sítio e era bem-sucedido. São recordações que ficam e que não conseguimos esquecer. Ainda bem que é assim”.


saúde

22 Diário do Alentejo 29 junho 2012

Análises Clínicas

Medicina dentária ▼

Psicologia

Imunoalergologia

Dr. José Geraldo Dias

Dr.ª Heloisa Alves Proença Médica Dentista Directora Clínica da novaclinica

Laboratório de Análises Clínicas de Beja, Lda. Dr. Fernando H. Fernandes Dr. Armindo Miguel R. Gonçalves Horários das 8 às 18 horas; Acordo com beneficiários da Previdência/ARS; ADSE; SAMS; CGD; MIN. JUSTIÇA; GNR; ADM; PSP; Multicare; Advance Care; Médis FAZEM-SE DOMICÍLIOS Rua de Mértola, 86, 1º Rua Sousa Porto, 35-B Telefs. 284324157/ 284325175 Fax 284326470 7800 BEJA

Cardiologia

RUI MIGUEL CONDUTO Cardiologista - Assistente de Cardiologia do Hospital SAMS CONSULTAS 5ªs feiras CARDIOLUXOR Clínica Cardiológica Av. República, 101, 2ºA-C-D Edifício Luxor, 1050-190 Lisboa Tel. 217993338 www.cardioluxor.com Sábados R. Heróis de Dadrá, nº 5 Telef. 284/327175 – BEJA MARCAÇÕES das 17 às 19.30 horas pelo tel. 284322973 ou tm. 914874486

MARIA JOSÉ BENTO SOUSA e LUÍS MOURA DUARTE

Cardiologistas Especialistas pela Ordem dos Médicos e pelo Hospital de Santa Marta Assistentes de Cardiologia no Hospital de Beja Consultas em Beja Policlínica de S. Paulo Rua Cidade de S. Paulo, 29 Marcações: telef. 284328023 - BEJA

FAUSTO BARATA

ALI IBRAHIM Ginecologia Obstetrícia Assistente Hospitalar Consultas segundas, quartas, quintas e sextas Marcações pelo tel. 284323028

Vários Acordos

Clínica Geral

(Diplomada pela Escola Superior de Medicina Dentária de Lisboa)

Obesidade

HELIODORO SANGUESSUGA

LUZ Médico

Especialista pela Ordem dos Médicos

Especialista

Chefe de Serviço de Oftalmologia do Hospital de Beja

dos Médicos

pela Ordem e Ministério da Saúde Generalista

Acordos com: ACS, CTT, EDP, CGD, SAMS.

CONSULTAS DE OBESIDADE

Rua Capitão João Francisco

Marcações pelo telef. 284325059

de Sousa, 56-A – Sala 8

Rua do Canal, nº 4 7800 BEJA

pelo tm. 919788155

Fisioterapia

Dermatologia

Marcações

DOENÇAS DO SISTEMA NERVOSO

GASPAR CANO

Rua General Morais Sarmento. nº 18, r/chão Telef. 284326841 7800-064 BEJA

Rua Bernardo Santareno, nº 10 Telef. 284326965 BEJA

DR. JOSÉ BELARMINO Clínica Geral e Medicina Familiar (Fac. C.M. Lisboa) Implantologia Oral e Prótese sobre Implantes (Universidade de San Pablo-Céu, Madrid)

CONSULTAS EM BEJA 2ª, 4ª e 5ª feira das 14 às 20 horas EM BERINGEL Telef 284998261 6ª e sábado das 14 às 20 horas DR. JAIME LENCASTRE Estomatologista (OM) Ortodontia

DRA. TERESA ESTANISLAU CORREIA

às 3ªs e 4ªs feiras, a partir das 15 horas

Marcações a partir das 14 horas Tel. 284322503 Clinipax Rua Zeca Afonso, nº 6-1º B – BEJA

JOSÉ BELARMINO, LDA.

MARCAÇÕES pelos telfs.284322387/919911232 Rua Tenente Valadim, 44

Marcação de consultas de dermatologia:

7800-073 BEJA

Fisioterapia

Centro de Fisioterapia S. João Batista Fisiatria Dr. Carlos Machado Drª Ana Teresa Gaspar Psicologia Educacional Drª Elsa Silvestre Psicologia Clínica Drª M. Carmo Gonçalves Tratamentos de Fisioterapia Classes de Mobilidade Classes para Incontinência Urinária Reeducação do Pavimento Pélvico Reabilitação Pós Mastectomia Hidroterapia/Classes no meio aquático

Medicina dentária ▼

Luís Payne Pereira Médico Dentista

Assistente graduado de ginecologia e obstetrícia

Cirurgia Maxilo-facial

Clínica Dentária

Clínica do Jardim Praça Diogo Fernandes, nº11 – 2º

Acordos com A.D.S.E., CGD, Medis, Advance Care, Multicare, Allianze, Seguros/Acidentes de trabalho, A.D.M., S.A.M.S.

Estomatologia

ULSB/Hospital José Joaquim Fernandes

2ªs, 4ªs, 5ªs e 6ªs feiras, a partir das 14 e 30 horas Marcações pelo tel. 284311790 Rua do Canal, nº 4 - 1º trás 7800-483 BEJA

Marcações pelo telefone 284321693 ou no local

Psiquiatria

Rua António Sardinha, 3 1º G 7800 BEJA

Obstetrícia, Ginecologia, Ecografia CONSULTAS 2ªs, 3ªs e 5ªs feiras Rua Zeca Afonso, nº 16 F Tel. 284325833

FERNANDO AREAL

Tel. 284329975

Urologia

AURÉLIO SILVA UROLOGISTA

Hospital de Beja Doenças de Rins e Vias Urinárias Consultas às 6ªs feiras na Policlínica de S. Paulo

MÉDICO DENTISTA

Urgências Prótese fixa e removível Estética dentária Cirurgia oral/ Implantologia Aparelhos fixos e removíveis VÁRIOS ACORDOS Consultas :de segunda a sexta-feira, das 9 e 30 às 19 horas Rua de Mértola, nº 43 – 1º esq.

Prótese/Ortodontia

Urologia

Rua Cidade S. Paulo, 29 Marcações pelo telef. 284328023

Tel. 284 321 304 Tm. 925651190

BEJA

7800-475 BEJA

DR. J. S. GALHOZ

MÉDICO

FRANCISCO FINO CORREIA

Consultor de Psiquiatria

MÉDICO UROLOGISTA RINS E VIAS URINÁRIAS

Consultório Rua Capitão João Francisco Sousa 56-A 1º esqº 7800-451 BEJA Tel. 284320749

Dr. José Loff

DR. MAURO FREITAS VALE

Consultas e ecografia

HORÁRIO: Das 11 às 12.30 horas e das 14 às 18 horas pelo tel. 218481447 (Lisboa) ou Em Beja no dia das consultas às quartas-feiras Pelo tel. 284329134, depois das 14.30 horas na Rua Manuel António de Brito, nº 4 – 1º frente 7800-544 Beja (Edifício do Instituto do Coração, Frente ao Continente)

Consultas em Beja

Marcações pelo 284322446; Fax 284326341 R. 25 de Abril, 11 cave esq. – 7800 BEJA

JORGE ARAÚJO

CONSULTAS

MÉDICO ESPECIALISTA EM CLÍNICA GERAL/ MEDICINA FAMILIAR

CLÍNICA MÉDICA DENTÁRIA

Otorrinolaringologia

CLÍNICA MÉDICA ISABEL REINA, LDA.

DR. A. FIGUEIREDO

Consultas de 2ª a 6ª

FERNANDA FAUSTINO

Rua António Sardinha, 25r/c dtº Beja

Consultório: Tel. 284325861 Tm. 964522313

Técnica de Prótese Dentária

Médico oftalmologista

Terreiro dos Valentes, 4 – 1-A – 7800-523 BEJA

Rua Manuel Antó António de Brito n.º n.º 6 – 1.º 1.º frente. 78007800-522 Beja tel. 284 328 100 / fax. 284 328 106

Oftalmologia

JOÃO HROTKO

Doenças alérgicas

Exclusividade em Ortodontia (Aparelhos) Master em Dental Science (Áustria) Investigadora Cientifica - Kanagawa Dental School – Japão Investigadora no Centro de Medicina Forense (Portugal)

Ginecologia/Obstetrícia

Assistente graduado de Ginecologia e Obstetrícia

Marcações de 2.ª a 6.ª feira a partir das 14 horas Rua Capitão João Francisco de Sousa, n.º 20 7800-451 BEJA Tel. 284324690

Ouvidos,Nariz, Garganta Exames da audição Consultas a partir das 14 horas Praça Diogo Fernandes, 23 - 1º F (Jardim do Bacalhau) Telef. 284322527 BEJA


saúde

23 Diário do Alentejo 29 junho 2012

PSICOLOGIA ANA CARACÓIS SANTOS – Educação emocional; – Psicoterapia de apoio; – Problemas comportamentais; – Dificuldades de integração escolar; – Orientação vocacional; – Métodos e hábitos de estudo GIP – Gabinete de Intervenção Psicológica Rua Almirante Cândido Reis, 13, 7800-445 BEJA Tel. 284321592

Clínica Médico-Dentária de S. FRANCISCO, LDA. Gerência de Fernanda Faustino Acordos: SAMS, ADMG, PSP, A.D.M.E., Portugal Telecom e Advancecare Rua General Morais Sarmento, nº 18, r/chão; TEL. 284327260 7800-064 BEJA

_______________________________________ Manuel Matias – Isabel Lima – Miguel Oliveira e Castro – Jaime Cruz Maurício Ecografia | Eco-Doppler Cor | Radiologia Digital Mamografia Digital | TAC | Uro-TC | Dental Scan Densitometria Óssea Nova valência: Colonoscopia Virtual Acordos: ADSE; PT-ACS; CGD; Medis, Multicare; SAMS; SAMS-quadros; Allianz; WDA; Humana; Mondial Assistance. Graça Santos Janeiro: Ecografia Obstétrica Marcações: Telefone: 284 313 330; Fax: 284 313 339; Web: www.crb.pt Rua Afonso de Albuquerque, 7 r/c – 7800-442 Beja e-mail: cradiologiabeja@mail.telepac.pt

CENTRO DE IMAGIOLOGIA DO BAIXO ALENTEJO ECOGRAFIA – Geral, Endocavitária, Osteoarticular, Ecodoppler TAC – Corpo, Neuroradiologia, Osteoarticular, Dentalscan Mamografia e Ecografia Mamária Ortopantomografia Electrocardiograma com relatório António Lopes – Aurora Alves – Helena Martelo – Montes Palma – Maria João Hrotko – Médicos Radiologistas – Convenções: ADSE, ACS-PT, SAD-GNR, CGD, MEDIS, SSMJ, SADPSP, SAMS, SAMS QUADROS, ADMS, MULTICARE,

Dr. Sidónio de Souza – Pneumologia/ Alergologia/Desabituação tabágica – H. Pulido Valente Dr. Fernando Pimentel – Reumatologia – Medicina Desportiva – Instituto Português de Reumatologia de Lisboa Dr.ª Verónica Túbal – Nutricionismo – H. de Beja Dr.ª Sandra Martins – Terapia da Fala – H. de Beja Dr. Francisco Barrocas – Psicologia Clínica/ Terapia Familiar – Membro Efectivo da Soc. Port. Terapia Familiar e da Assoc. Port. Terapias Comportamental e Cognitiva (Lisboa) – Assistente Principal – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo. Dr. Rogério Guerreiro – Medicina preventiva – Tratamento inovador para deixar de fumar Dr. Gaspar Cano – Clínica Geral/ Medicina Familiar Dr.ª Nídia Amorim – Psicomotricidade/ Educação Especial e Reabilitação (dificuldades específicas de aprendizagem/dislexias) Dr. Sérgio Barroso – Especialista em Oncologia – H. de Beja Drª Margarida Loureiro – Endocrinologia/ Diabetes/Obesidade – Instituto Português de Oncologia de Lisboa Dr. Francisco Fino Correia – Urologia – Rins e Vias Urinárias – H. Beja Dr. Daniel Barrocas – Psiquiatria – Hospital de Évora Dr.ª Lucília Bravo – Psiquiatria H.Beja , Centro Hospi-talar de Lisboa (H.Júlio de Matos). Dr. Carlos Monteverde – Chefe de Serviço de Medicina Interna, doenças de estômago, fígado, rins, endoscopia digestiva. Dr.ª Ana Cristina Duarte – Pneumologia/ Alergologia Respiratória/Apneia do Sono – Assistente Hospitalar Graduada – Consultora de Pneumologia no Hospital de Beja Dr.ª Isabel Santos – Chefe de Serviço de Psiquiatria de Infância e Adolescência/Terapeuta familiar – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo Dr.ª Paula Rodrigues – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr.ª Luísa Guerreiro – Ginecologia/ Obstetrícia Dr. Jorge Araújo – Ecografias Obstétricas Dr.ª Ana Montalvão – Hematologia Clínica / Doenças do Sangue – Assistente Hospitalar – Hospital de Beja Dr.ª Ana Cristina Charraz – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr. Diogo Matos – Dermatologia. Médico interno do Hospital Garcia da Orta. Dr.ª Madalena Espinho – Psicologia da Educação/Orientação Vocacional Dr.ª Ana Margarida Soares – Terapia da Fala - Habilitação/Reabilitação da linguagem e fala. Perturbação da leitura e escrita específica e não específica. Voz/Fluência. Dr.ª Maria João Dores – Técnica Superior de Educação Especial e Reabilitação/ Psicomotricidade. Perturbações do Desenvolvimento; Educação Especial; Reabilitação; Gerontomotricidade. Enfermeira Maria José Espanhol – Enfermeira especialista em saúde materna/Cuidados de enfermagem na clínica e ao domicílio/ Preparação pré e pós parto/amamentação e cuidados ao recém-nascido/Imagem corporal da mãe – H. de Beja

ADVANCE CARE

Horário: de 2ª a 6ª feira, das 8 às 19 horas e aos sábados, das 8 às 13 horas Av. Fialho de Almeida, nº 2 7800 BEJA Telef. 284318490 Tms. 924378886 ou 915529387

Marcações diárias pelos tels. 284 322 503 Tm. 91 7716528 | Tm. 916203481 Rua Zeca Afonso, nº 6, 1º B, 7800-522 Beja Clinipaxmail@gmail.com

medicina geral e familiar Dr. Luís Capela

endocrinologia|diabetes|obesidade Dr.ª Luísa Raimundo

pneumologia|consulta do sono Dr.ª Eulália Semedo

ginecologia|obstetrícia|colposcopia Dr.ª Ana Ladeira

otorrinolaringologia|ORL pediátrica ;ǀĞƌƟŐĞŵͮŽŶĐŽůŽŐŝĂ ĚĂ ĐĂďĞĕĂ Ğ ƉĞƐĐŽĕŽͿ

Dr.ª Dulce Rocha Nunes

Diversos Acordos

psiquiatria e saúde mental Dr. Daniel Barrocas

psicologia clínica Dr.ª Maria João Póvoas

psicologia educacional Dr.ª Silvia Reis

terapia da fala Terapeuta Vera Baião

ĮƐŝŽƚĞƌĂƉŝĂͮƌĞĂďŝůŝƚĂĕĆŽ ;ƉſƐͲ s ͬ ƉſƐͲĐŝƌƵƌŐŝĂͬ ƚƌĂƵŵĂƚŽůŽŐŝĂͬ ĐŝŶĞƐŝŽƚĞƌĂƉŝĂͬ ĐŽůƵŶĂͿ

Terapeuta Fábio Apolinário

cirurgia vascular Dr.ª Helena Manso

ŵĞĚŝĐŝŶĂ ĞƐƚĠƟĐĂ Dr.ª Nídia Abreu

podologia Dr. Joaquim Godinho

medicina dentária Dr. Jaime Capela (implantologia) ƌ͘ǐ ŶĂ ZŝƚĂ ĂƌƌŽƐ ;ŽƌƚŽĚŽŶƟĂͿ Dr. António Albuquerque

prótese dentária Téc. Ana João Godinho

cirurgia maxilo-facial Dr. Luís Loureiro

pediatria do desenvolvimento ƌ͘ǐ ŶĂ ^ŽĮĂ ƌĂŶĐŽ

psicomotricidade|apoio pedagógico Terapeuta Helena Louro

exames audiológicos Audiograma|Timpanograma

ƉƌſƚĞƐĞƐ ĂƵĚŝƟǀĂƐ Manutenção de todas as marcas Rua António Sardinha 23, 7800-447 Beja Telefone: 284 321 517 | Móvel: 961 341 105 | Fax: 284 327 331 clinibeja@gmail.com| www.facebook.com/clinibeja

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institucional diversos

24 Diário do Alentejo 29 junho 2012 Diário do Alentejo nº 1575 de 29/06/2012 Única Publicação

Diário do Alentejo nº 1575 de 29/06/2012 Única Publicação

Diário do Alentejo nº 1575 de 29/06/2012 1.ª Publicação

Notário Pedro Nunes Rodrigues

TRIBUNAL JUDICIAL DE BEJA 1° Juízo

ANÚNCIO Processo: 718/12.5TBBJA Interdição / Inabilitação Requerente: Ministério Público Requerido: Justina Borges Pica N/Referência: 2304134 Data: 14-06-2012 Faz-se saber que foi distribuída neste tribunal, a ação de Interdição/ Inabilitação em que é requerido Justina Borges Pica, com residência em domicílio: Mansão de S. José, Rua de S.Gregório, N° 15, Beja, 7800-058 Beja, para efeito de ser decretada a sua interdição por anomalia psíquica. O Juiz de Direito, Dr(a). Ana Marta Crespo O Oficial de Justiça, Odete Sousa

RAINHA SANTA ISABEL, VIAGENS E TURISMO LDA RNAVT 2045 EDIFÍCIO DE SANTA CATARINA, 12 | 7000-516 ÉVORA TEL: 266 747 871 / FAX: 266 747 873 MAIL: info.evora@rsi-viagens.com O SEU AGENTE LOCAL PARA RESERVAS: D-VIAGEM RUA DO VALE N.º 24 LOJA 1 | 7800-490 BEJA | TEL: 284 325 688 MAIL: beja.1263@d-viagem.com

* São João no Porto – A grande Festa no Norte – De 23 a 25 de Junho * Excursão ao Santuário de Fátima – Dia 24 de Junho * À descoberta das Baleares – PALMA DE MAIORCA em Fast Ferry – De 24 de Junho a 01 de Julho * Cruzeiro no Douro – Alto Douro Vinhateiro – Cruzeiro Régua / Pinhão e Passeio de Comboio Pinhão / Régua – De 31 de Junho a 01 de Julho * Estuário do Sado – Dia 1 de Julho – Passeio no Galeão do Sal com almoço rodízio de peixe * Roses – A pérola da Costa Brava – De 7 a 14 de Julho – Empuria Brava, Cadaqués, Figueres, Olot , Banyoles, Pirinéus Orientais, Perpignan * Visita a Peniche e Ilha Berlenga – Dia 8 de Julho * MOSCOVO E SÃO PETERSBURGO – De 13 a 20 de Julho * Córsega e Sardenha – De 14 a 23 de Julho – Marselha, Bastia, Calvi, Corte, Propriano, Bonifácio, Santa Teresa, Olbia, Cagliari, Barumini, Alghero e Ajaccio * Cruzeiro em Sesimbra e Cabo Espichel – Dia 15 de Julho – Almoço caldeirada * Cruzeiro no Rio Guadiana – Dia 22 de Julho – Com almoço e baile a bordo * Recantos do Minho – Barcelos, Costa Verde, Melgaço, Peneda, Guimarães (Capital Europeia da Cultura 2012), Braga, Feira de Barcelos – a mais antiga de Portugal - De 22 a 26 de Julho * O melhor do Sul de França – De 2 a 10 de Agosto – Languedoc, Roussillon, Provença, Côte D’Azur * Norte das Tradições – Porto, Guimarães, Póvoa de Lanhoso, Vale Cávado, Boticas, Chaves, Valpaços, Mirandela, Murça, Sabrosa, Pinhão, Régua, Lamego, Viseu e Caramulo – De 4 a 8 de Agosto * BENELUX e VALE DO RENO – Visitando: Tours - Brugges - Bruxelas - Roterdão - Haia - Amesterdão - Colónia - Bona - Cruzeiro no Reno - Luxemburgo Paris - Programa de Autocarro – De 04 a 15 de Agosto * BENELUX e VALE DO RENO – Visitando: Brugges - Bruxelas - Roterdão Haia - Amesterdão - Colónia - Bona - Cruzeiro no Reno - Luxemburgo - Paris Programa de Avião - De 06 a 13 de Agosto * BARCELONA e VALÊNCIA - Grandes Cidades de Espanha – De 11 a 15 de Agosto * SÃO MIGUEL - O melhor dos Açores – De 15 a 19 de Agosto * Festas da Senhora da Agonia em VIANA DO CASTELO - De 17 a 20 de Agosto * Cruzeiros no Douro – VÁRIOS PROGRAMAS DISPONÍVEIS TODO O VERÃO! * CRUZEIRO “LENDAS DO MEDITERRÂNEO” – De 28 de Setembro a 06 de Outubro * FÉRIAS EM BENIDORM – JULHO, AGOSTO E SETEMBRO – 10 DIAS – PENSÃO COMPLETA! AUTOCARRO PARA OUTROS DESTINOS, AUTO-FÉRIAS OU DATAS, CONSULTE-NOS! ALUGUER DE AUTOCARROS! VISITE-NOS EM: www.rsi-viagens.com

Certifico, para efeitos de publicação: Que neste Cartório de Lisboa, do Notário Pedro Alexandre Barreiros Nunes Rodrigues, sito na Rua Mouzinho da Silveira, número trinte e dois, primeiro andar, foi outorgada em trinta de Abril de dois mil e doze, a folhas cinquenta e uma do livro de notas para escrituras diversas número cento e cinquenta e um-A, uma escritura de justificação na qual Adelina Maria Vizeu, viúva, natural da freguesia de Santana de Cambas, concelho de Mértola, residente da Rua da Amizade, letra B, porta C, Lavradio, no Barreiro, NIF 145.799.026, declarou que é com exclusão de outrem dona e legítima possuidora do prédio urbano sito em Monte do Costa, freguesia de Santana de Cambas, concelho de Mértola, descrito na Conservatória do Registo Predial de Mértola sob o número novecentos e oitenta e cinco da dita freguesia, com a aquisição registada, em comum e sem determinação de parte ou direito a favor de Adelina Maria Vizeu, casada com Francisco Rodrigues Revez no regime da comunhão geral, Ana Maria Vizeu casada com António Frernandes Martins no regime da comunhão geral, Ana Maria Vizeu Sequeira Moreira casada com Ângelo João Assunção Moreira no regime de comunhão de adquiridos, Augusto Vizeu Barão, casado com Almerinda Vilas Boas Barão no regime da comunhão geral, Catarina Vizeu Barão, viúva e Severino Barão Vizeu, viúvo, nos termos da inscrição correspondente à apresentação nove de vinte e seis de Maio de mil novecentos e noventa e quatro, inscrito na matriz predial urbana sob o artigo 25 da mesma freguesia, com o valor patrimonial de 802,20€. Que este prédio veio à sua posse por lhe ter ficado adjudicado mediante partilha de herança verbal de seus pais, António Vizeu e Adelina Maria Barão, ocorrida conjuntamente com os demais herdeiros, em meados do ano de mil novecentos e setenta e um, em dia e mês que não pode precisar. Que desde a data da referida partilha verbal que a justificante, Adelina Maria Vizeu, tomou posse do identificado prédio urbano, ainda que a partilha da herança nunca tenha sido reduzida a escritura pública por lhe ser impossível reunir os demais herdeiros porque, além das moradas indicadas na Certidão de Registo Predial serem insuficientes, desconhece por completo o paradeiros dos demais herdeiros, não conseguindo desta forma, contactar qualquer deles ou mesmo, caso haja ocorrido algum óbito, os seus herdeiros se os houver. Que, desde aquele ano de mil novecentos e setenta o um, que a justificante, tem possuído o mencionado prédio urbano, em nome próprio, sem qualquer oposição de quem quer que fosse, posse que durante mais de vinte anos exerceu e continua a exercer, sem interrupção nem suspensão, com conhecimento de toda a gente, sendo por isso uma posse pacifica, continua e pública, exercendo todos os direitos que definem a qualidade do proprietária, pois além de pagar as respectivas contribuições, sempre utilizou o prédio como seu, recebendo seus amigos e demais familiares e procedendo a todas as obras de manutenção necessárias às boas condições da sua utilização. Que esta posse em nome próprio, pacifica, continua e pública, conduziu à aquisição do identificado imóvel pela usucapião, o que invoca para estabelecimento de novo trato sucessivo, dada a forma de aquisição não poder ser comprovada por qualquer outro título formal ao seu alcance. Lisboa, 30 de Abril de 2012.

TRIBUNAL JUDICIAL DE SERPA Secção Única

ANÚNCIO Processo: 128/12.4TBSRP (Carta Precatória (Distribuída) Cabeça de Casal: Maria do Carmo Rações Carajota e outro(s) ... Interessado: Francisco Manuel Rações Carajota e outro(s) ... Processo de origem: Processo n° 17448/09.8T2SNT do Comarca da Grande Lisboa-Noroeste, Sintra - Juízo de Média Instância Cível- 2a Secção N/Referência: 518417 Data: 19-06-2012 Nos autos acima identificados foi designado o dia 09-07-2012, pelas 15:00 horas, neste Tribunal, para a abertura de propostas, que sejam entregues até esse momento, na Secretaria deste Tribunal, pelos interessados na compra does) seguinte(s) bem/bens: Prédio urbano destinado a habitação, sito na Rua do Forte, n.” 20, em Serpa, com r/chão e quintal, composto de 3 divisões, com área de 85, 1400 m2, descrito na conservatória do registo Predial de Serpa sob o n. ° 3551, da freguesia de Serpa - Santa Maria, constante de fls. 2 do livro B-I0 e inscrito na matriz predial urbana sob o artigo 1412 da mesma freguesia com o valor patrimonial de 22.900,00€. Interessados nos autos de inventário: Cabeça de Casal: Maria do Carmo Rações Carajota, profissão: Desconhecida ou sem Profissão, estado civil: Viúvo, nacional de Portugal, domicílio: Trav. das Lopas, N° 5- C/v- Esq”, Cacém, 2735-374 Agualva; Inventariado: Manuel de Jesus Pelado Carajote, Interessado: Francisco Manuel Rações Carajota, profissão: Desconhecida ou sem Profissão, nacional de Portugal, , domicílio: Trav. das Lopas, N° 5- C’esq”, Cacém, 2735-374 Cacém Interessado: José Manuel Rações Carajote, profissão: Ladrilhador, estado civil: Casado (regime: Desconhecido), nascido(a) em 01-05-1962, natural de Portugal, concelho de Sintra, freguesia de Agualva [Sintra], nacional de Portugal, , BI - 7106912, domicílio: Travessa das Lopas, N° 5, C/v Esq”, Cacém, 2735-374 Cacém, Interessado: António Francisco Casadinho Carajote, domicílio: Rua do Forte N° 20, Serpa, 7830-419 Serpa. O bem está na posse de António Francisco Casadinho Carajote, que o está a usar e fruir. O bem tem como valor base € 49.135,00. Nota: No caso de venda mediante proposta em carta fechada, em Execução Comum (instaurada em data igual ou posterior a 15/09/2003) os proponentes devem juntar à sua proposta, como caução, um cheque visado, à ordem do Solicitador de Execução ou, na sua falta, da secretaria, no montante correspondente a 20% do valor base dos bens ou garantia bancária no mesmo valor (n° 1 ao Art° 897° do CPC). O Juiz de Direito, Dr(a). Carina Sofia Nabais Martins O Oficial de Justiça, José Ramos

A notária em substituição, Susana Ribeiro de Brito Valle

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25 Diário do Alentejo 29 junho 2012

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FRANCISCO JOSÉ CALDEIRA DUARTE, PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DO CONCELHO DE CASTRO VERDE. Torna Público, que esta Câmara em sua reunião realizada no dia 20 do corrente mês, após ter decorrido as formalidades legais, aprovou nos termos do artigo 27º do Decreto-Lei nº 555/99, de 16 de Dezembro, na redação conferida pelo Decreto-Lei nº 26/2010 de 30 de Março, o aditamento ao alvará de loteamento nº 1/1989, em nome de Joana Afilhado Escorrega Afonso, contribuinte fiscal nº 109516591, residente na Rua de Almodôvar nº 44 em Castro Verde, através do qual são autorizadas as alterações que constam da constituição de um novo lote nº5 no logradouro do actual lote 4, sitos na Rua de Almodôvar em Castro Verde, passam assim a ter as seguintes características: Lote nº 4 – com a área de 2.597,50 m2, sendo 143,26 m2 em área coberta em edifício de habitação, com dois pisos acima da cota de soleira e um abaixo e 2.464,24 m2 de área descoberta em logradouro, sito na Rua de Almodôvar nº 44 em Castro Verde, inscrito na matriz predial urbana da respetiva freguesia, sob o art.4611 e descrito na Conservatória do Registo Predial de Castro Verde, sob o número 862/19890316. Lote nº 5 – com a área de 1503 m2, área máxima de implantação e construção de 150 m2, destinado á construção de habitação, nº de pisos acima da cota de soleira 1, admitindo a possibilidade de semi-cave apenas para estacionamento, aproveitando a inclinação natural do terreno, sito na Rua de Almodôvar em Castro Verde, ficando a confrontar a norte com Joana Afilhado Escorrega e Manuel Diogo Lança, sul com Américo Carvalho Silvério, nascente com a Rua de Almodôvar e a poente com Jorge Manuel Alves São Pedro, presentemente fazendo ainda parte do art.º 4611 e do descrito numero 862/19890316-Castro Verde. Área abrangida pelo Plano Diretor Municipal em Loteamento Urbano. Não têm qualquer incidência nos restantes parâmetros urbanísticos e mantêm-se o anteriormente aprovado no processo de loteamento urbano nº 4/1988. Para constar se publica este e outros de igual teor que vão ser afixados nos lugares públicos do costume, sede da Junta de Freguesia de Castro Verde, bem como num jornal de âmbito Regional. Paços do Município de Castro Verde, aos vinte e dois dias do mês de junho de dois mil e doze.

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*A assinatura será renovada automaticamente, salvo vontade expressa em contrário* Cheques ou Vales Postais deverão ser emitidos a:

AMBAAL – Associação de Municípios do Baixo Alentejo e Alentejo Litoral


necrologia

26 Diário do Alentejo 29 junho 2012

São Matias MISSA

Rua da Cadeia Velha, 16-22 - 7800-143 BEJA Telefone: 284311300 * Telefax: 284311309 www.funerariapaxjulia.pt E-mail: geral@funerariapaxjulia.pt

Jungeiros PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO

Funerais – Cremações – Trasladações - Exumações – Artigos Religiosos

BEJA / AMARELEJA

SANTA CLARA DE LOUREDO / BEJA

BERINGEL

Fernanda Isabel Curva Ameixa

†. Faleceu a Exma. Senhora D. MARIANA BATISTA BRANQUINHO, de 71 anos, natural de Amareleja - Moura, viúva. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 22, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério da Amareleja.

†. Faleceu a Exma. Senhora D. ALICE AUGUSTA D'OLIVEIRA, de 89 anos, natural de Santa Maria da Feira - Beja, solteira. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 23, da Casa Mortuária de Santa Clara de Louredo, para o cemitério de Beja.

D. MARIA JOSEFA DE CARVALHO LANÇA DO Ó, de 97 anos, natural de Beringel - Beja, viúva. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 24, da Casa Mortuária de Beringel, para o cemitério local.

BERINGEL

BEJA

BEJA

†. Faleceu o Exmo. Senhor SR. ANTÓNIO GONÇALVES GODINHO, de 88 anos, natural de Santa Bárbara de Padrões - Castro Verde, casado com a Exma. Sra. D. Ana da Conceição. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 25, de Casa Mortuária de Beringel, para o cemitério de local.

†. Faleceu a Exma. Senhora D. MARIA JOAQUINA, de 82 anos, natural de Pereiro Alcoutim, viúva. O funeral a cargo desta Agência realizouse no passado dia 25, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

†. Faleceu a Exma. Senhora

Nanda Partiste sem uma palavra, sem um sorriso, sem uma lágrima, sem um abraço, sem um beijo, sem um adeus, sem um lamento. Partiste…sem mim. Deixaste tantas perguntas, tantos anseios, tantas incertezas, tantas saudades, deixaste tanto vazio. Levaste um pedaço da minha alma, do meu coração, da minha ilusão, da minha vida, levaste um pedaço de mim mesma. Partiste e chorei, chorei pela tua vida, pela tua falta, pelos teus sonhos, chorei de tantas saudades tuas, e de tanto chorar por ti chorei por mim mesma. Nanda, descansa na nuvem branca do jardim do silêncio. Será realizada missa dia 8 de Julho (dia do aniversário), às 12.00 horas, na Igreja do Carmo em Beja.

Selmes MISSA

PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO

José Oliveira

Mariana Bravo dos Reis

†. Faleceu a Exma. Senhora D. MARIA ELISABETE EMÍDIO SILVESTRE GUIOMAR, de 70 anos, natural de São João Baptista Beja, casada com o Exmo. Sr. Francisco Nunes Rodrigues Guiomar. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 26, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério de Ferreira do Alentejo, onde foi cremada.

A família participa a todas as pessoas de suas relações e amizade que será celebrada missa pelo eterno descanso do seu ente querido no dia 01/07/2012, domingo, às 20.00 horas na Igreja Matriz de Selmes, agradecendo desde já a todos os que se dignarem comparecer.

N – 03-04-1926 F – 18-06-2012

Filhos, genro, netas e restantes familiares participam a todas as pessoas de suas relações e amizade o falecimento da sua ente querida. Agradecem reconhecidamente a todos os que se dignaram acompanhála à sua última morada ou que de qualquer outra forma lhes manifestaram o seu pesar.

BEJA / SANTA VITÓRIA

Maria Lizete Hilário Teixeira Seu esposo, filhos, nora, genro, netos e restante família participam o falecimento da sua ente querida, aos 71 anos, ocorrido no dia 20/06/2012, e na impossibilidade de o fazer individualmente vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que a acompanharam à sua última morada ou que de outra forma manifestaram o seu pesar.

Beja MISSA

Jorge Manuel Aleixo Rosado Baptista 1º Ano de Eterna Saudade Irmã, esposa, filhos, cunhados, sobrinhos, primos e restante família participam a todas as pessoas de suas relações e amizade que será celebrada missa pelo eterno descanso do seu ente querido no dia 07/07/2012, sábado, às 18.30 horas na Igreja do Carmo em Beja, agradecendo desde já a todos os que nela participem.

MISSA

†. Faleceu o Exmo. Senhor

Às famílias enlutadas apresentamos as nossas mais sinceras condolências.

SR. JÚLIO JERÓNIMO DA CONCEIÇÃO, de 65 anos, natural de Santa Vitória Beja. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 27, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério de Ferreira do Alentejo, onde foi cremado.

Consulte esta secção em www.funerariapax-julia.pt

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Agradeço ao Dr. Sousa Martins continuar a proteger-me a mim e à minha família. ARMM

Agradeço a S. Judas Tadeu as boas graças concedidas. ARMM

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DESLOCAÇÕES POR TODO O PAÍS

Mariana Batista Branquinho 05.08.1940 a 21.06.2012 Depois de vários meses de luta, a nossa mãe não resistiu à (última) recaída de uma doença impiedosamente prolongada. Manteve a esperança enquanto lhe foi possível. Somente quando as debilidades físicas se comprovaram irreversíveis, evidenciou a resignação de quem lutava contra o impossível.Teve-nos sempre a seu lado e, à sua maneira, teve oportunidade de se despedir de cada um de nós. Gostamos de pensar que partiu tranquila e sem lamentações. Mas conforta-nos saber, sobretudo, que partiu com aquele módico de felicidade que é dado aos que partem junto dos que amam. Nesta que pretendemos que seja uma evocação, falamos da mulher, da mãe, da sogra e sobretudo da avó, aquele que, estamos certos, foi o papel que melhor representou e o que mais alegria trouxe à sua vida. Era pelas netas que os seus olhos já doentes continuavam a brilhar; era pelas netas que o seu rosto já inerte se iluminava e, apenas por elas, num esforço derradeiro, tentou mostrar-se forte e confiante quase até ao final. A nós, os filhos, amava-nos para além de todas as diferenças. E às noras unia-a uma irredutível amizade que se explica apenas com uma palavra: respeito. Mas há um dever que se nos impõe aqui cumprir – o da gratidão. Por isso, e em nome da família, queremos agradecer, em primeiro lugar e muito especialmente, aos profissionais de saúde que, ao longo dos últimos meses, partilharam esta luta connosco e que, mesmo nos momentos mais difíceis, tiveram sempre uma palavra de conforto, de amizade, de esperança. Referimo-nos concretamente à Equipa Comunitária de Suporte em Cuidados Paliativos Beja +, na pessoa da Sra. Dra. Cristina Galvão, e dos Sres. Enfermeiros Catarina Pazes e Pedro Costa; às Equipas de Apoio Domiciliário da Cáritas Diocesanas de Beja e à Sra. Dra. Ana Soeiro e ainda à Sra. Enfermeira Anjos Isidro. Todos foram incansáveis na prestação dos cuidados médicos, no acompanhamento e no apoio diários, na disponibilidade pessoal, mas foram, sobretudo, suportes humanos, pessoas incríveis que nunca esqueceremos e a quem estamos profunda e sinceramente agradecidos. Por último, mas não menos importantes, um agradecimento a todos os que nestes últimos dias choraram a nossa mãe e que fizeram questão de a acompanhar. BEM HAJAM!

Maria Bárbara Varela Charrua 5º Ano de Eterna Saudade Querida mãe, Cinco anos se passaram sobre o teu falecimento. A tua ausência sinto-a cada vez mais e as saudades são cada vez maiores.Tento ultrapassar estes sentimentos com a força que me dás, com as recordações excelentes que me deixaste e por ter o privilégio de teres sido minha mãe. Foste a melhor mãe do mundo. Hei-de repeti-lo sempre. Ainda é pouco por tudo o que fizeste por mim. Bem hajas! Descansa em paz! Com um enorme beijo desta tua filha que jamais te esquecerá, Mariana Filha, genro e netos informam que será celebrada missa no dia 03/07/2012, terça-feira, às 18 e 30 horas na Igreja da Sé em Beja.


Até 13 de julho venha até ao edifício do paços do concelho ver a exposição no âmbito do programa Beja Eco Pólis desenvolvido por alguns meninos da nossa terra. Saiba mais em www.cm-beja.pt

27 Diário do Alentejo 29 junho 2012

“A cidade que quero ter quando crescer – Beja 2020”

Pais

Dica da semana

Para os que gostam das maluquices do Phineas e do Ferb um lanche que pode ter lá dentro tudo o que lhes passe pela cabeça.

Se gostas de histórias de aventura onde o mistério é uma constante, deixamos-te aqui uma ideia para poderes falar com o teu melhor amigo(a) e sempre de forma secreta. Criado por Thomas Jefferson, secretário de estado de George Washington para proteger as mensagens do presidente, esta roda consiste no conjunto de 26 elos onde estão escritas as letras do alfabeto, mas só uma das linhas é que faz sentido e é preciso descobrir qual. Podes fazer as tuas rodas de madeira ou outro material. Com uma ou duas destas rodas podes começar a tua aventura. Assiste a este vídeo para perceberes melhor como funciona http://vimeo.com/43819008

Pela tua mão

Uma ideia fácil que te dá a hipótese de criares carimbos originais e diferentes. Vais precisar de rolhas, cola e claro botões. É hora de revirar as caixas das avós à procura dos mais antigos, porque são os mais bonitos.

O brincar é um site de jogos. Vais encontrar aventura, ação, desporto, multiplayer, jogos para usares bem a cabeça e testar a tua habilidade. Há jogos que são educativos. Espero que gostem do brincar. É muito divertido. http://www.brincar.pt/ R, 9 anos

A páginas tantas ... De certeza que já ouviste os teus pais, amigos, professores, ou mesmo na televisão falar da crise. Numa altura em que só se fala em crise, crise e mais crise, podes perguntar mas afinal o que é essa coisa que tanto aflige os adultos? Este livro explica. E explica com uma versão “para miúdos de direita” e “para miúdos de esquerda”. A diferença está no apetite voraz dos ursos pelo mel, que aqui é visto como o défice, ou numa visão da “esquerda”, nas abelhas que são os mercados, vistos como agentes especulativos. Temos então o mel como o produto que leva a esta discussão e as explicações para o estado a que o País chegou mudam bastante consoante o ponto de vista favorito do leitor e o sentido da leitura. Um livro com um toque de humor no traço de Nuno Saraiva e texto de João Miguel Tavares.

Se segues as últimas tendências do mundo da música, certamente já ouviste falar de uma boysband britânica chamada One Direction. O grupo é formado por cinco rapazes – Louis Tomlinson, Niall Horan, Zayn Malik, Liam Payne e Harry Styles – que, em 2010, participaram individualmente num concurso de música transmitido na televisão, o X factor UK, e acabaram, por intermédio do júri, por se juntarem numa banda, concluindo a competição em terceiro lugar. Desde que lançaram o seu primeiro single, ”What makes you beautiful” (já disponível em Portugal), o número de directioners (nome adoptado pelos fãs) tem aumentado vertiginosamente e têm tido grande sucesso, particularmente entre o público feminino. Se este artigo te aguçou a curiosidade, aproveita e visita o seu site oficial: http://www.onedirectionmusic. com/gb/home/ ou então procura-os no youtube. Mafalda Fernandes, 15 anos


28 Diário do Alentejo 29 junho 2012

O Ruca é um cão muito jovem, com menos de um ano de idade, de porte grande. Procura uma família que o adote para sempre e que lhe dê o carinho e a atenção que merece. É muito dócil e sociável. Para além de ser muito bonito, vai ser um amigo inseparável e defensor da família. Venham conhecê-lo ao Cantinho dos Animais de Beja.Contactos: 962432844; sofiagoncalves.769@hotmail.com

Boa vida Comer Frango do campo no tacho Ingredientes: 1 frango do campo, 200 gr. de presunto, 100 gr. de manteiga, 6 dentes de alho, 4 tomates maduros e limpos de peles e grainhas, 1 dl. de aguardente velha, 1 dl. de vinho do Porto, 2 dl. de vinho branco alentejano, 1 molho de salsa, sal q.b., pimenta q.b., 1 dl. de azeite, água q.b.. Confeção: Corte o frango em bocados e tempere com os dentes de alho pisados com o sal. Deixe estar com este tempero de um dia para o outro. Coloque-o no tacho com todos os ingredientes acima indicados e cubra com água. Leve ao lume até levantar fervura e coloque a tampa. Deixe cozinhar lentamente e retifique o tempero. Acompanhe com batatas fritas caseiras e salada mista. Nota: Pode cozinhar com frango de aviário, leva menos tempo a cozinhar, mas o sabor não é tão bom.

António Nobre Chefe executivo de cozinha – Hotéis M’AR De AR, Évora

Beber Cuidado com as temperaturas

Q

uando se toma cerveja a regra de serviço na restauração e nas nossas casas é consensual: a cerveja bebe-se fria; e com razão, o frio faz com que o gás dissolvido se escape mais lentamente, possibilitando uma melhor degustação. Tal como a cerveja, e ao contrário do que se pratica em Portugal, nenhum vinho deve ser consumido à temperatura ambiente. Os vinhos brancos e rosados devem ser servidos entre nove e 11 graus e os tintos entre 16 e 18 graus, ou seja, os vinhos tintos devem ser refrigerados! (Atenção à temperatura dos próprios copos). O vinho contém álcool e outros compostos que se evaporam facilmente. Ao servirmos a uma temperatura elevada, estamos a reduzir ou a piorar a maior parte dos compostos nobres que Vinho de caracterizam o aroma e o gosto Calendário do vinho; é o que se passa à temperatura ambiente, que nos resJá se encontra on line taurantes e em casa, está quase e de acesso gratuito sempre acima dos 22 graus. O o novo guia “Copo & vinho torna-se plano na boca, Alma, 319 Melhores Vinhos para 2012”. quente no nariz, fazendo lemSó tem de entrar em brar uma sopa; e eu até gosto www.w-anibal.com e muito de sopas, mas o tempo das conferir. No Alentejo sopas de vinho – conhecidas por um vinho que tem sopas de cavalo cansado – já persempre brilhado nesta seleção é o branco IG tence à história. Alentejano Senses, No verão o serviço do viAlvarinho, de 2011. nho tinto e dos vinhos fortificados, como o Porto, o Madeira ou os Moscatéis, é ainda mais sofrível. Peço ao leitor que contribua para esta mudança de atitude: sempre que lhe propuserem uma garrafa de vinho tinto que não se encontre refrigerada para a temperatura de serviço, peça um recipiente com gelo e exija a colocação do seu tinto no gelo ou água gelada durante cinco a 10 minutos. Na maioria dos restaurantes nacionais, provavelmente, terá que lidar com o sarcasmo e o discurso obsoleto de algum “profesVinho Diário sor encartado”, do mais ilustre entre os empregados, ou mesmo Um dos vinhos que do próprio dono do estabelecimais me impressionou mento. Tente explicar com os arna recente prova cega gumentos que aqui lhe transmito que irá dar origem ao meu “Guia Popular de e, se não se importar, proponha Vinhos, edição 2013”, que o “professor” prove um pouco disponível em setembro do vinho na temperatura correta. nas livrarias e nos Também pode propor que, nesse supermercados, foi restaurante, passem a comprar o rosé IG Alentejano Pousio de 2011. este seu “Diário do Alentejo” e a Compra segura em ler estas crónicas. qualquer prateleira.

Aníbal Coutinho

Letras Escutando o rumor da vida / Solidões em brasa

U

rbano Tavares Rodrigues, 89 anos, 60 anos de carreira literária. Nas suas páginas escreveu o Alentejo, as suas gentes e paisagens. Contou também Lisboa e um universo cosmopolita que, como escritor e professor universitário, conheceu nas suas viagens pelo mundo. Nos anos 60 do século XX, a resistência política atirou-o, várias vezes, para a prisão. Nos contos que agora publica, Escutando o rumor da vida e Solidões em brasa, é, porém, outro mundo – um “mundo em agonia” – que fixa. Um mundo desprovido de mundo porque é um mundo em que não há esfera pública nem política. É um mundo esvaziado – mundo global que se deslumbra com o seu cosmopolitismo – e um mundo de personagens que se esvaziam num amor que consome – algumas encontram o amor mas não lhes chega para fazerem dele vida e ética, ligação ao mundo no sentido que lhe dá Hannah Arendt. Cosmopolitismo e sexo. Um sexo superficial, feito da “montagem” de experiências que podiam ser bem um mosaico de experiências soft-porn [haverá quem lhe chame erotismo mas o erotismo não é, parece-me, fogo que arde assim, sem troca, sem partilha nem investimento]. A escrita dos contos é direta, frases curtas, ao ritmo destas existências feitas numa voragem de experiências. De resto são muitas as personagens que se cruzam, que se tocam – na verdade, em geral tocam-se sem se encontrar – e cujas vidas vão entretecendo os dois novos contos de Tavares Rodrigues. A busca de amor que se consome em sexo, um esvaimento que é a busca de um sentido para a vida. É esse o rumorar das solidões contemporâneas na escrita do escritor alentejano. Maria do Carmo Piçarra

Urbano Tavares Rodrigues Dom Quixote PVP: 12,90 euros 142 págs.

Filatelia AAC homenageia as suas secções culturais

A

secção filatélica (SF) da Associação Académica de Coimbra editou um número especial, o 24.º, da sua revista “Cábula Filatélica”, que é dedicada às secções culturais da AAC. Prevê-se a edição, no próximo ano, de um número semelhante, dedicado às secções desportivas da AAC. Lê-se no editorial que “A Cultura das secções existentes deve ser realçada, incentivada e enaltecida, neste caso particular, com uma homenagem filatélica. Com este projeto propomos ilustrar cada uma das secções com selos, carimbos comemorativos ou outras peças filatélicas relacionadas com a sua atividade. Foi dada especial prioridade à filatelia portuguesa, rica em material filatélico de grande qualidade”, aliás a intervenção cultural da AAC (...) é riquíssima em quantidade, em variedade e em qualidade. Algumas das secções culturais e organismos autónomos são dos melhores que há a nível nacional na sua área. Sem querer distinguir ninguém, torna-se imperioso salientar o incansável e enorme trabalho de divulgação da canção de Coimbra da secção de fado e dos seus vários grupos integrantes, a qualidade dos eventos e da formação da secção fotográfica, a história e abertura para o exterior da RUC, a qualidade do jornal “A Cabra” da secção de jornalismo, o apoio anónimo do SOS Estudante, os eventos do CEC, o trabalho laborioso para o bem comum do Ciaac, o mediatismo da tvAAC, as particularidades das secções gastronómicas, defesa de direitos humanos, culturas lusófonas, Sesla, SAC e grupo ecológico e as especificidades e simpatia da secção de yoga (...). Além da SF, com os seus vários carimbos comemorativos, também o CEC teve dois carimbos comemorativos específicos dos seus eventos, que são belos exemplares de carimbos temáticos de cinema. As atividades da SF da AAC podem ser consultadas em http://filatelica.aac.uc.pt/ e em http://sfaac-filatelia.blogspot.pt/ Geada de Sousa


Petiscos Paella A cozinha ao ar livre

M

oro a não mais dum quilómetro do perímetro urbano de Beja, a caminho de Vila Azedo, e temos à porta quarenta e cinco graus centigrados. Sempre foi assim mas parece que agora temos menos capacidade para suportar estes excessos. São as ventoinhas, os ares condicionados, os frigoríficos e lá se foram as nossas defesas naturais. São estes os grandes dias para no fresco – relativo, já se sabe – dum alpendre, ou duma ida à costa alentejana se cozinhar ao ar livre. Para o que aqui trago hoje é necessário ferramentas próprias. Essas ditas, antigamente, só se compravam em Sevilha e agora há com fartura e baratas aqui no Rosal. Refiro-me a uma “paelheira”, uma frigideira muito larga e baixa, que tem que ser acompanhada dum fogão próprio, com as voltas da saída do gás a acompanharem a dimensão do instrumento. Com tampa. Era um prato popular de Valência, hoje é um ícone de Espanha. Prepare, em azeite, um refogado com uma cebola e dois dentes de alho picados. Aqueça um litro de caldo de peixe bem forte a que juntou dois decilitros de vinho branco muito seco e depois de quente dissolva quarenta fios de açafrão verdadeiro. Este açafrão é caro mas vale a pena, o melhor é comprar também em Espanha. Guarde.

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Para o que aqui trago hoje é necessário ferramentas próprias. Essas ditas, antigamente, só se compravam em Sevilha e agora há com fartura e baratas aqui no Rosal. Refiro-me a uma “paelheira”, uma frigideira muito larga e baixa, que tem que ser acompanhada dum fogão próprio

Numa outra frigideira – está a trabalhar na “paelheira” – frite ligeiramente meio quilo de gambas, já descascadas, em duas colheres de sopa de azeite. Frite também, depois de esfregados com alho, oito pedaços de frango, idênticos de tamanho. Reserve tudo. Lave bem meio quilo de arroz. Eu usaria, a título excecional, arroz “agulha”, para conseguir a textura de arroz que é mais próprio deste do que do “carolino”. A textura, neste prato, é muito importante. Deite-o na “paelheira”, onde está a cebola refogada e polvilhe, ao de leve, com colorau. Adicione um terço do caldo e leve a ferver. Marque vinte e cinco minutos num cronómetro que se ouça. Quando o caldo tiver sido absorvido – dez minutos, por aí – junte mais um terço e disponha duzentos e cinquenta gramas de mexilhão arranjado – ou amêijoas se preferir – as gambas e cem gramas de ervilhas. Quando o caldo desaparecer pela segunda vez, acrescente o último terço de caldo e mais o frango. Sacuda tudo vigorosamente pelas asas da “paelheira”. Repita a operação várias vezes. Corte duzentos gramas de pimento vermelho e verde, já assado, em tiras finas. Disponha por cima, decorando. Ao soar dos vinte e cinco minutos o arroz e todos os ingredientes da “paella” tem obrigação de estar prontos. Mesmo que não tenha utilizado mexilhões, meia dúzia deles, abertos na chapa, para dar cor, ficam sempre bem. Tape, com tampa própria, e enrole em jornais, mais dez minutos. Pinte com um pouco de salsa, muito picada. Em Espanha, mesmo nos dias de muito calor, acompanha-se com vinho tinto. António Almodôvar

Diário do Alentejo 29 junho 2012

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Entradas celebra 500 anos de foral

Diário do Alentejo 29 junho 2012

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Cumpre-se no domingo, dia 1, cinco séculos sobre a doação do foral, por D. Manuel I, à vila de Entradas, concelho que entretanto se extinguiu. A efeméride é celebrada numa sessão solene que terá lugar pelas 16 horas, no centro recreativo local, contemplando uma assembleia de freguesia extraordinária e a palestra “O foral de Entradas”, pelo professor Alves da Costa.

Fim de semana

Comédia “Os Portas” no Teatro Pax Julia

Almeno Gonçalves, António Melo, Fernando Ferrão e Pedro Teixeira são os quatro atores que vão amanhã pisar o palco do Pax Julia Teatro Municipal, em Beja, multiplicando-se em várias personagens sem nunca saírem de cena. Quatro rapazes, quatro raparigas, quatro porteiros da noite, e ainda um DJ, um punk e outras criaturas que se cruzam em noites frenéticas são os personagens que ilustram “o antes e o depois das saídas noturnas” nesta comédia que fala de solidão, de encontros sexuais fortuitos ou só mesmo de pura diversão. O encontro com “Os Portas” está marcado para as 21 e 30 horas.

Castro Verde comemora feriado municipal

Eroscópio de regresso no espaço Os Infantes O projeto Eroscópio, que nasceu em Beja em 2004, reencontra-se amanhã ao serão no espaço Os Infantes, para voltar a dar música e voz aos poemas de Jorge de Sena, Natália Correia, Al Berto, Nuno Júdice, José Luís Peixoto e Manuel Alegre, entre muitos outros. Aos fundadores e autores da ideia, o músico Paulo Ribeiro, que tem a seu cargo a guitarra acústica, e o ator António Revez, intérprete dos temas, juntam-se Marco Cesário, na bateria, Manuel Nobre, no baixo, César Silveira, no piano e teclados, e ainda os convidados especiais João Vitorino e João Rosa (guitarras elétricas), ambos da banda bejense Ho-Chi-Minh, e João Nobre (baixo), dos Da Weasel. O desfile de palavras musicadas tem como denominador comum o amor e o erotismo, criando aquilo que se designou como “um universo poético de alma portuguesa”.

Sebastião Resende fotografa Alqueva Inaugurada no último dia 23, a exposição de fotografia de Sebastião Resende “Sem Retorno”, vai manter-se patente ao público no Museu da Luz até ao próximo dia 23 de setembro. A mostra tem origem nas recolhas efetuadas pelo fotógrafo em várias visitas realizadas à barragem de Alqueva quando, em 2010, a sua albufeira atingiu pela primeira vez o nível máximo e foram efetuadas descargas, mobilizando pessoas de todo o País para assistir a esse momento. Nestas imagens a força da água, contida pela barragem e depois liberta pelos seus descarregadores, é o elemento central de uma exposição que apresenta fotografias de grande formato, impressas com tintas pigmentadas sobre papel de algodão. Sebastião Resende participou em mais de 120 exposições coletivas e realizou 23 individuais.

Amor Electro e Anjos nas Festas da Vila

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astro Verde comemora hoje, sexta-feira, o seu feriado municipal e abre portas, no largo da Feira, a um fim de semana de festa, à volta dos bares, restaurantes, insufláveis, divertimentos de feira, concertos e bailes. As chamadas Festas da Vila têm este ano como principais atrações a banda Amor Electro, que atua hoje pelas 23 horas, aquecendo as pernas para o baile que se prolongará pela noite dentro, e os irmãos Sérgio e Nelson Rosado, os conhecidos Anjos, cuja atuação está prevista para amanhã, a partir das 23 e 30 horas, igualmente seguida de bailarico. Dos primeiros, liderados pela voz de Marisa Liz, podemos esperar um concerto de apresentação do álbum de estreia “Cai o Carmo e a Trindade”, trabalho bem familiar dos ouvidos dos portugueses, ou não tivesse ele permanecido durante sete semanas no primeiro lugar dos tops nacionais. Dos segundos, os temas novos do recente “Virar a página” (2009) e alguns “clássicos” como “Quero voltar”, “Olhar de uma só vez”, “Haja o que houver” ou “Porquê”, músicas que qualquer fã que se preze não vai deixar de querer ouvir. No domingo, 1, para terminar, as Festas da Vila oferecem um arraial popular com um baile animado por Fábio Lagarto.

O touro e a cobra por José Rabaça Gaspar José Rabaça Gaspar andou a investigar “sobre a identidade cultural das gentes de Beja” e o que daí resultou é o livro que será lançado hoje, sexta-feira, no auditório da EDIA, a partir das 18 horas. Lendas de Beja – O Touro e a Cobra e outras Lendas é uma edição da Bubok e um desafio do autor para uma “reflexão crítica”, ou seja, para uma “leitura atenta dos valores culturais tradicionais que definem a identidade de um povo, a fim de conseguirmos uma tomada de consciência que nos permita uma intervenção cívica válida, na sociedade em que vivemos”.


31 Diário do Alentejo 29 junho 2012

Celebrou-se a 24 de junho um encontro no estádio Fernando Mamede para celebrar o Dia Mundial do Yoga. Reuniram-se mais de 1 000 participantes, entre entusiastas e estreantes no yoga, e foram estes últimos que marcaram o dia… até hoje: “Houve pessoal que se entusiasmou tanto com as posições mais complicadas que ainda hoje está a ser desenleado. Um rapaz estava tão mal tratado que tiveram de chamar a equipa de desencarceramento dos bombeiros só para lhe tirar o pé de trás da cabeça… E uma senhora de mais idade ficou sem circulação na perna esquerda e teve de voltar para casa ao pé-coxinho”, confidenciou um dos presentes.

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“D’ Abalada”: conheça os melhores destinos para as suas férias A Não confirmo, nem desminto orgulha-se de apresentar a sua rubrica de verão, “D’ Abalada”, em que serão apresentados magníficos destinos de férias, tanto em Portugal, como no estrangeiro. No fundo, este espaço, que pretende ser mais do que um mero roteiro, será uma perspetiva alentejana sobre o mundo, pelo que prometemos mostrar locais de qualidade para os quais não é necessário levar vacinas antes de partir, e em que a probabilidade de trazer doenças infetocontagioso é diminuta. E como queremos o melhor para os nossos leitores, decidimos colocá-los nas mãos de um profissional com décadas, e quiçá, anos de experiência, o famoso gerente da agência de viagens “Sem Retorno”, Jeremias Bon Voyage – um homem ligeiramente estúpido, moderadamente xenófobo e totalmente idiota. “Olá a todos. O destino que vos proponho hoje é a Andaluzia. Aconselho-vos a viajar de carro: é a melhor maneira de parar, conhecer cada povoação e andar um pouco para aliviar as dores nos rins provocadas pela ingestão de café espanhol – daquele com sabor a inseticida biológico. Quem partir do Baixo Alentejo deverá ir pelo Rosal de la Frontera e ser portador de um frasco de gás pimenta para o caso de ser abordado por um indivíduo chamado Emílio (para lidar com este sujeito, um pé de cabra também é uma possibilidade a ter em conta). Aqui, os amantes da natureza e os leitores com signos de terra e água deverão seguir caminho para Aracena, para visitar as Grutas de las Maravillas, uma obra-prima da natureza que possibilitará um passeio subterrâneo

de 45 minutos onde poderão desfrutar de um paraíso de rochas, lagos interiores, pouca ventilação e a hipótese de sair de lá com uma doença respiratória por causa da humidade. Este é o único local no mundo com o selo de aprovação dos mineiros chilenos. Já os radicais e os leitores com signos de fogo e ar deverão seguir para a Isla Mágica, um parque temático que tem uma montanha russa espetacular… Imaginem o que é ir numa automotora, de Beja a Lisboa, com transbordo em Casa Branca, mas em dois minutos e sem cheiro a urina. Para além disso, a automotora que eles têm lá está montada nuns carris que foram projetados e montados por tipos viciados em LSD. O objetivo é terminar a viagem com os órgãos no mesmo sítio e não ser atingido por nenhum vómito projetado. Para comer, aconselho-vos a tortilha, o gaspacho (parecido com o alentejano, mas bem pior) e o Torrão de Alicante (exceto se tiverem uma prótese dentária). - Pontos positivos: as espanholas, que, tendencialmente, fazem topless na praia! - Pontos negativos: café, Panrico (obra do Diabo) e o cheiro a paelha fora do prazo. Além disso, aquilo está cheio de espanhóis que comem as sílabas...

AMARELEJA

BEJA

INFERNO

ORELHAS DO PM

Haveria muito mais a dizer sobre esta região, mas foi só isto que encontrei no Wikipedia. Para mais informações, visite o sitevascolourinhotodonu.com”. SAHARA

Lançada em Beja a campanha de verão “Adote um psiquiatra!”” As recentes notícias que deram conta da falta de psiquiatras na região fizeram com que a sociedade civil tomasse uma atitude. Perante nte a promessa de que o Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental poderá começar a funcionar já a partir de julho em Beja, será lançada uma campanha anha de sensibilização para os milhares de psiquiatras abandonados pelo País fora. “Adote um psiquiatra!” é o mote desta iniciativa, como nos explicou uma ma das organizadoras: “Sentimos muita a falta do departamento. Noutras regiões abandonam os psiquiatras ao Deus dará, mas aqui temos de os preservar… var… Portanto, assim que encontrar um psiquiatra na rua a oferecer receitas de xanax aos transeuntes, pegue nele e leve-o para casa: ofereça-lhe roupa lavada, comida e uma assinatura da revista ‘Camisas de força de veludo’. Muito importante: não os deixem comer depois da meia-noite, nem os molhe com om água benta, pois ficam maus como as cobras. E, sempre que possível, leve-os ao jardim, para que eles possam brincar com outros psiquiatras da sua idade…”. de…”.

DUBAI

Inquérito Com que então está calorzinho, hein? LIONEL FOGAÇA, 77 ANOS Pessoa que só corta as unhas dos pés quando começam a romper as meias Você chama isto calor? Isto não é nada! Eu ainda sou do tempo em que, quando estava muito calor, um tipo vestido de cor de laranja pegava fogo. Na guerra em Moçambique apanhei dias com 60 graus, meu menino… Nem valia a pena cozinhar as gambas, bastava ir à água que já vinham cozidas. Pior do que isso só na Amareleja: foi aí que um dia apanhei uma insolação de tal ordem que, para onde quer que olhasse, só via a Eunice Muñoz a fazer acrobacias em cima de uma Famel em chamas!

BENEDITA ENCALORADA D’ EL SOL, 49 ANOS Pessoa que usa as placas solares da central fotovoltaica de Amareleja para se bronzear Que pergunta mais possidónia, credo. Não se lembrava de outra pergunta menos óbvia? Isso é como perguntar se está contente pela lesão do Postiga – e a resposta é sim! É claro que está calor, meus Deus! Já não suava tanto desde que tive de sair da herdade dos meus pais em 75… Uns senhores vieram a correr atrás de nós com umas enxadas na mão, e não sei quê… Já agora, alerta laranja? Não podem mudar as cores dos alertas, tipo “hoje, Beja está em alerta magenta com laivos de fuschia”! Assim o calor tinha logo outro charme, ‘tá a ver?

FAUSTO REACENDIMENTO, 34 ANOS Promotor da candidatura do calor alentejano a Património Imaterial da Humanidade Está calor e ainda bem! É da maneira que Beja tem grande projeção internacional! Já viu que nas notícias se fala sempre de Beja por esta altura? “Subidas da temperatura em todo o País, a capital de distrito mais quente será… Beja!”. Há outras capitais que almejam este galardão, como Santarém, com as suas faenas e os seus fatos de campino, sempre com a mania. Queriam eles ter um calor asfixiante e infernal com esta categoria! Portanto, se gostas do calor do Alentejo, subscreve a nossa candidatura “Pela preservação do calor alentejano e o restabelecimento dos incêndios florestais de nível mundial” em afrontamentosdanatureza.org.


Nº 1575 (II Série) | 29 junho 2012

RIbanho

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Hoje, sexta-feira, o céu vai estar limpo e as temperaturas vão oscilar entre os 15 e os 28 graus centígrados. Amanhã, sábado, o sol deverá brilhar em toda a região e no domingo não são esperadas nuvens.

Afonso Cruz lança novo romance

Jesus Cristo bebia cerveja passa-se no Alentejo. Em que medida é que o território que habitas foi, ou não, determinante para esta narrativa?

O Alentejo, que é onde vivo, é parte fundamental do meu quotidiano, e isso faz com que seja mais fácil extrair algumas coisas do dia a dia e transformá-las em palavras. É o campo, o Alentejo rural, que caracteriza e dá o ambiente que pretendi para este romance. Acho que há alguma solidão, acho que há sempre grandes distâncias a percorrer e tudo é longe. Isso tem as suas marcas nas personagens cuja paisagem se reflete por dentro. As suas almas também são um monte isolado, afastadas de quase tudo. Há poucos meses “encarnaste” Manuel da Fonseca, a propósito da comemoração do centenário do seu nascimento. Apesar das distâncias, será que existem pontos em comum entre ti e Manuel da Fonseca?

Acho que não existem muitos pontos comuns em termos formais, no estilo de escrita e no modo como usamos a linguagem. Mas tento aproximar-me dele em termos humanos e sociais. Especialmente em temas que eram recorrentes em Manuel da Fonseca. Espero que também consiga fazer refletir sobre a pobreza e a injustiça, sobre o modo como algumas pessoas acabam por aceitar toda a iniquidade a que são sujeitas, e o façam quase com voluntarismo ou abnegação. E um dia, se decidem tomar uma atitude ou revoltar-se, frequentemente são mal sucedidas ou violentas. Por vezes contra outros, ou, o que é mais comum, contra si mesmas. Segundo a generalidade da crítica especializada, és um dos nomes grandes da nova geração de romancistas portugueses. Para além da questão geracional haverá algo comum a estes escritores? Com quem te identificas mais? PUB

DR

“Jesus Cristo bebia cerveja”

Afonso Cruz

41 anos, natural de Figueira da Foz Escritor, realizador de filmes de animação, ilustrador, músico e produtor de cerveja: um verdadeiro homem dos sete instrumentos. E se o povo diz que “quem muitos burros toca, algum fica para trás”, neste caso engana-se. Em junho, Afonso Cruz, o escritor, viu chegar aos escaparates o seu novo romance Jesus Cristo bebia cerveja e mais um volume da Enciclopédia da Estória Universal (edições Alfaguara); o músico, integrando a banda de blues Soaked Lamb, lançou no Ritz Club, em Lisboa, o novo CD “Evergreens”; e o cervejeiro prepara-se para introduzir no mercado uma malte ao estilo dos monges trapistas, temperada com coentros e mel. Há quatro anos mudou-se de armas e bagagens para o concelho de Sousel, Alto Alentejo. Entretanto, tem acumulado prémios, atrás de prémios, e Valter Hugo Mãe já ameaçou dar pancada a quem se atrever a não ler os seus livros.

Há sempre pontos comuns. Vivemos a mesma época, com os mesmos estímulos, apesar das diferentes vozes e formas de expressão. E eu acabo por me identificar não apenas com os que escrevem como eu, mas também com todos os que o fazem de modo radicalmente diferente, pois gostaria de ser capaz de fazer o mesmo, de conseguir exibir características que não tenho – mas que admiro – ou que não me são naturais. Além disso, alguns deles são meus amigos e isso também me aproxima da sua escrita de um modo mais intenso. Há ainda que acrescentar um enorme agradecimento ao Valter Hugo Mãe, pelas palavras elogiosas que escreveu na cinta que envolve o livro Jesus Cristo Bebia Cerveja. O Valter chegou a prometer espancar quem não lesse aquilo que eu escrevo. Falemos de cerveja. Jesus bebia mesmo cerveja ou isso é uma treta que inventaste?

É muito provável que Cristo bebesse cerveja. Era a bebida alcoólica mais comum, consumida por todos, inclusive crianças. Por essa altura, importavam-se do Egito grandes quantidades de cerveja. Também é importante ter em consideração que as bebidas fermentadas não tinham fronteiras tão definidas como têm hoje e seria normal encontrar cevada misturada com frutos em proporções variáveis, além de muitos outros ingredientes que hoje são incomuns neste tipo de bebidas, como especiarias, plantas medicinais, carne, grãos e sementes. A cerveja, que não tinha muitas das características da cerveja que bebemos hoje – basta referir que um dos seus principais ingredientes, o lúpulo, não era utilizado – era omnipresente no Médio Oriente, pelo menos desde que existem cidades e sociedades sedentárias. No livro Fome, de Elise Blackwell, pode ler-se sobre os babilónios: “(...) a cevada permanecia o centro do seu regime alimentar, e nas trocas preferiam cevada à prata. Aníbal Fernandes

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Noites na Nora em julho com 14 espetáculos de música e teatro Os concertos de Julie and the Carjackers, Fernando Tordo, Contracorrente, Martin, Osso Vaidoso e Jazzafari Unit e oito espetáculos de teatro marcam a edição deste ano do Festival Noites na Nora, a realizar em julho, em Serpa. “A necessidade de reduzir a atividade em geral”, devido a cortes nos apoios, e “a exigência de outras atividades” da Baal 17 levaram a companhia a “encurtar” o festival em 2011 e “cada vez mais faz sentido não alargar muito mais do que duas semanas”, explicou. Segundo Marco Ferreira, o 13.º Noites na Nora mantém a “fórmula” e aposta em espetáculos de teatro e concertos de bandas, projetos e vozes das “novas tendências” da música nacional e de “uma grande voz da história da música portuguesa”, que este ano será Fernando Tordo. O festival, que “celebra a cultura como uma festa”, inclui este ano seis concertos e oito peças de teatro, algumas com dança, música ou comédia à mistura e uma delas resultante de uma residência artística, para transformar o Espaço da Nora, no centro histórico de Serpa, num “caldeirão cultural”. Os concertos dos Contracorrente, que recuperam músicas de intervenção e resistência, dia 6, de Martim, o contrabaixista de B. Fachada, dia 7, e de Osso Vaidoso, o novo projeto de Ana Deus e Alexandre Soares, que, na década de 1990, integraram a banda Três Tristes Tigres, dia 13, são os primeiros três espetáculos de música previstos. Seguem-se os concertos dos Julie and the Carjackers, uma mistura de rock-folk com influências de música tropical, exótica e jazz, dia 14, do projeto Jazzfari Unit, do jovem cantor Jazzafari, “uma das poucas vozes masculinas a afirmarem-se” atualmente no jazz português, dia 20, e de Fernando Tordo, dia 21, a fechar o festival. “Muito ajuda o que não atrapalha”, pela Baal 17, dia 8, “MalEmpregados”, pelo grupo D’Orfeu, dia 10, “Médico à força”, pelo grupo Jangada Teatro, dia 11, e “Farsas per musica”, pelo Teatro das Beiras, dia 12, são as primeiras quatro peças de teatro programadas. “La Nave Va”, pelo grupo de teatro espanhol Connexiones.3, dia 17, “Conta-me outros Fados”, pelo AL-MaSRAH Teatro, dia 18, “A Bailarina vai às compras”, pelo grupo Entretanto Teatro, dia 19, são outras peças de teatro previstas. No dia 15, o festival apresenta a peça de teatro “Oliveira”, o resultado da residência artística que o “Sou Movimento e Arte” em colaboração com 11 pessoas da comunidade de Serpa criaram este ano para o Noites na Nora tendo como ponto de partida a oliveira.


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