Edição nº 1576

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Seis alunos do clube de ciências da Escola Secundária de Odemira foram distinguidos com medalhas de prata e bronze em Nova Iorque. pág. 12

Ao abrigo do Programa de Emergência Alimentar foram recentemente criadas no distrito de Beja 41 cantinas para pessoas carenciadas. pág. 6

Por proposta da Associação de Patinagem do Alentejo, o pavilhão gimnodesportivo de Beja passou a chamar-se João Serra Magalhães. pág. 18

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Cantinas sociais contra a crise

MARINA GUERREIRO

Jovens cientistas de João Magalhães Odemira brilham nos EUA no pavilhão de Beja

Gostar da música alentejana pág. 13 SEXTA-FEIRA, 6 JULHO 2012 | Diretor: Paulo Barriga Ano LXXXI, N.o 1576 (II Série) | Preço: € 0,90

A pré-campanha eleitoral arrancou em força a mais de um ano antes das Autárquicas 2013

Independentes preparam candidaturas à Câmara de Beja JOSÉ FERROLHO

pág. 7 pág. 8/9

Ainda há pastores

Poucos mas alegres em São Pedro de Sólis

JOSÉ FERROLHO

Pertence ao concelho de Mértola, mas fica a escassos quilómetros de Almodôvar, esta pequena freguesia que se diz especialista em tomatadas e vinagradas. O grande problema é descobrir o caminho para lá chegar. págs. 4/5

Pelo segundo ano consecutivo, por alturas do início de verão, juntaram-se em São Pedro de Solis os moirais das planícies do Sul. Trata-se do único encontro de pastores do Alentejo. Numa altura em que cada vez há menos animais e pastagens e gente que saiba levar os animais às devidas pastagens. Cada vez são mais raros de encontrar, mas ainda há quem resista debaixo da pelica, do capote e dos safões. págs. 16/17


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Editorial Touro

Vice-versa Os vereadores da CDU da Câmara de Beja [exigiram] que o presidente da autarquia explique porque mandou os serviços camarários pagar uma multa por ter faltado, sem justificação, a uma audiência no tribunal da cidade. In “Público”, 4 de julho de 2012

Paulo Barriga

[Jorge Pulido Valente alegou] que a sua ausência em tribunal se deveu a compromissos “inadiáveis referentes ao exercício de funções como presidente da câmara”. O autarca referiu que depois de consultado o gabinete jurídico, este lhe comunicou não dever ser ele “pessoalmente a assumir o pagamento da referida multa”.

A

cidade de Beja luta contra uma inexplicável e cada vez mais acentuada falta de identidade. Falta de genuinidade. De amor-próprio. De autoestima. Ainda este mês, um inquérito da Deco Proteste avaliou as capitais de distrito do País. Um estudo focado no ponto de vista dos seus habitantes sobre um vasto conjunto de critérios como o emprego, a saúde, o ambiente, a cultura ou a mobilidade. Beja não aparece no topo de nenhum deles. Aliás, no conjunto, os bejenses acham a sua cidade péssima para viver. E essa situação não advém do concreto. Beja, é, de facto, uma cidade com bastante qualidade de vida. Tranquila. Pacata. Segura. As questões que desmotivam os seus cidadãos não se colocam do ponto de vista material. Mas antes do lado da emoção. Dos afetos. Da memória coletiva. Hoje, os bejenses rejeitam a sua cidade porque ela já nada lhes diz. Já não a conhecem. Não aconteceu a necessária transição cultural, identitária e sentimental entre gerações. Partiu-se o elo. E os despojos que hoje restam de Beja são meros e cada vez mais apagados relatos de um tempo ausente. Que não se revelam no presente. Nem deixam qualquer margem de manobra para o futuro. Beja já não existe. Porque os bejenses deixaram de querê-la. De a amar. De a descobrir. De a sentir. Excluindo, talvez, a Ovibeja, nenhum outro estímulo é capaz de agitar o âmago dos bejenses em função da sua terra. Beja necessita de tornar urgentemente aos seus símbolos maiores, à sua identidade, à sua história, aos seus poetas. O espírito de Mariana Alcoforado vagueia nas ruínas do Convento da Conceição. Os amores de Almutâmide estão devassados num monumento patético e abandonado. As águias reais já não circundam a torre do castelo. A praça da República é um reles parque de estacionamento. E era lá, no centro da praça, num irrepetível chão de calçada portuguesa, que estava desenhada a cabeça de um touro. O touro da lenda de Beja. O touro da nossa identidade, o nosso símbolo maior, como referiu José Rabaça Gaspar, esta semana, na apresentação do livro Lendas de Beja. O símbolo maior da própria Europa. Que agora está tão atingida na sua génese cultural, como Beja moribunda está.

Idem

Fotonotícia

Salva pelo gongo. Nesta terça-feira realizou-se no Tribunal de Beja a assembleia de credores da cooperativa de consumo Proletário Alentejano. A sala de audiências foi curta para receber os funcionários e os credores que reclamaram, até à data, perto de quatro milhões de euros. Mas, ao contrário do que a administradora de insolvência propôs, a inviabilidade da empresa, o juiz de turno concedeu à última da hora mais dois meses para se encontrar um plano de recuperação que sustente a muito difícil sobrevivência desta tradicional instituição bejense. A direção agradece, por certo, com o coração na boca. E o homem do fraque à porta. PB Foto de José Ferrolho

Voz do povo Costuma ouvir as rádios locais?

Inquérito de José Serrano

Ana Balhote, 43 anos, cantoneira de limpeza

Acácio Moita, 85 anos, comerciante

Mariana Cruz, 75 anos, doméstica

Cláudia Bráulia, 35 anos, técnica psicossocial

Às vezes ouço a Rádio Voz da Planície. Mas é pouco. Só ao domingo, quando estou a arrumar a casa. Que é quando tenho mais vagar. Gosto de ouvir programas musicais. Com músicas de ranchos folclóricos. É o que eu mais gosto de ouvir.

Costumo sim senhor. Mas esporadicamente. Ouço a Rádio Voz da Planície e outra de que não me lembro o nome. Gosto de ouvir programas noticiosos. Sobretudo de política local. E os relatos do futebol distrital. Sigo o Desportivo de Beja. Sou sócio do clube há mais de 50 anos.

De vez em quando oiço. A maior parte das vezes sintonizo a Rádio Voz da Planície. Gosto de ouvir programas de informação. As notícias da região interessam-me bastante. E as do País também. E gosto muito de ouvir música. Sobretudo os cantares alentejanos.

Não. Não costumo ouvir porque só passam publicidade. É o tempo todo a publicitarem lojas e mais isto e mais aquilo. É muito raro passarem música. Para me cativarem como ouvinte têm de ter mais espaços musicais. Entretanto vou ouvindo rádios nacionais como a RFM e a M80.


Rede social

Semana passada DIA 28, QUINTA-FEIRA ALJUSTREL UNIVERSIDADE SÉNIOR CELEBROU FIM DO ANO LETIVO COM FESTA Os alunos da Universidade Sénior e do projeto “Animasénior” de Aljustrel celebraram o fim do ano letivo com uma festa, que incluiu uma exposição, espetáculos de teatro, música e poesia, um almoço e uma matiné numa discoteca. A festa começou com a inauguração da exposição de trabalhos realizados pelos cerca de 250 alunos, com mais de 50 anos, que participaram, ao longo do ano letivo, nas atividades da Universidade Sénior e do “AnimaSénior”. Durante a festa, foi ainda entregue o livro Saberes e Sabores Escondidos às 62 pessoas do projeto “Animasénior” que participaram na recolha das 115 receitas tradicionais do Alentejo que constam naquela obra de culinária.

ODEMIRA SUSPEITO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E POSSE DE ARMAS COM MEDIDA DE COAÇÃO MAIS LEVE Um homem detido na zona de Vila Nova de Milfontes, Odemira, por suspeita de violência doméstica e posse de armas ilegais, ficou sujeito a Termo de Identidade e Residência (TIR), disse fonte da GNR. A mesma fonte adiantou à Lusa que o homem, de 37 anos, foi posto em liberdade, sujeito a TIR e com a proibição de contactar por qualquer meio com a mulher. A detenção do homem e a apreensão de armas decorreram na sequência de uma busca domiciliária, no âmbito de um inquérito sobre violência doméstica, alegadamente exercida pelo detido sobre a mulher. Segundo a fonte da GNR, foram apreendidas três armas ilegais, uma caçadeira calibre 12 milímetros e duas carabinas de ar comprimido.

DIA 2 DE JULHO, SEGUNDA-FEIRA GRÂNDOLA COMPORTA É A PRAIA MAIS ACESSÍVEL A praia da Comporta, no concelho de Grândola, é “a mais acessível do País”, realçou o município, dando conta de que a bandeira “Praia Acessível, Praia para Todos” já foi hasteada naquela zona balnear. A bandeira resulta do primeiro lugar alcançado pela Comporta na 3.ª edição do Prémio “Praia + Acessível”, relativa à época balnear de 2011, que premeia as práticas desenvolvidas pelos concessionários para promover condições de acessibilidade às pessoas com mobilidade condicionada. Nesta zona balnear, acrescenta o município, existe estacionamento e instalações sanitárias dedicados às pessoas com mobilidade reduzida, que dispõem também de equipamentos de assistência a banhos, rampas de acesso ao passadiço e passadeira acrílica, entre outras valências.

MÉRTOLA PRAIA FLUVIAL DA MINA COM BANDEIRAS AZUL E DE QUALIDADE DE OURO A Bandeira Azul e a bandeira de Praia com Qualidade de Ouro 2012 foram hasteadas pela primeira vez na praia da albufeira da Tapada Grande da Mina de São Domingos, no concelho de Mértola. A câmara municipal lembra que a Bandeira Azul “é um símbolo de qualidade atribuído anualmente às praias e marinas” e “distingue o esforço da câmara municipal e entidades parceiras em tornar possível a coexistência do desenvolvimento local a par do respeito pelo ambiente”. A bandeira de Praia com Qualidade de Ouro 2012 é atribuída anualmente pela Quercus às praias com melhor qualidade da água”. A praia fluvial passa agora a contar com quatro galardões: Bandeira Azul, Praia com Qualidade de Ouro 2012, Praia Acessível e Praia Saudável.

DIA 3 DE JULHO, TERÇA-FEIRA BEJA MOVIMENTO “BEJA MERECE” QUER REUNIÃO “URGENTE” COM O GOVERNO O Movimento “Beja Merece”, criado em defesa das ligações ferroviárias diretas Beja-Lisboa-Beja e da eletrificação da Linha do Alentejo até Beja, quer “pressionar” o Governo para que avancem projetos como o aeroporto, as infraestruturas rodoviárias (IP8 e IP2) e a eletrificação da ferrovia, noticia a Rádio Pax. O Alentejo está em “estado de coma” e o Governo, ao parar as obras, “desligou as máquinas”, diz Florival Baiôa, líder do movimento. Florival Baiôa afirma que o movimento quer ser recebido pelo Governo “com caráter de urgência” e admite que não tem sido possível chegar ao Ministério da Economia e à Secretaria de Estado dos Transportes devido a uma alegada “estratégia política nova” do executivo PSD/CDS-PP.

3 perguntas a José Farinho Presidente da Desejo de Mudança Associação Juvenil

A Desejo de Mudança Associação tem na sua origem um movimento de apoio a Teresa, uma jovem de Beja a quem foi diagnosticada uma leucemia aguda. Como é que se dá essa passagem e o que é que mudou no trabalho que vinham desenvolvendo?

Começámosem2009,quandoumgrupo de jovens decidiu apelar e informar que ser dador de medula óssea não custava nada. Fomos o movimento “Derrotar a Leucemia”, com o qual angariámos centenas de novos dadores de medula e fundos para instituições ligadas à doença e divulgámos boas práticas. A passagem de movimento para associação acontece com o apoio da professora Natália Quinta-Queimada, que acompanhou o nosso trabalho desde o início, e da direção da Escola Secundária D. Manuel I de Beja. O trabalho começa a mudar porque passou a existir uma equipa fixa e um plano de atividades. Agora todos temos uma função, e temos de a saber gerir.

Ana Paula Figueira com o seu livro em Lisboa Ana Paula Figueira, colaboradora do “DA” e docente, continua a apresentar o seu mais recente livro Caleidoscópio 11211 – colectânea ilustrada de colunas de opinião. Prossegue o aniversário dos 80 anos do “DA”, desta feita em Lisboa.

Uma carrinha cheia de alfaces Cerca de 150 alfaces. Todas para os utentes da Loja Social de Ferreira do Alentejo. Tenrinhas e saborosas. Fresquinhas. Diretamente da horta do projeto MyFarm.com. Uma horta real através da Internet. A equipa e a sua colheita farta.

A associação presta atualmente apoio a duas instituições da cidade: a Buganvília e o Lar Nobre Freire. Que tipo de apoio é prestado e que critérios estiveram na base da escolha dessas entidades?

A escolha foi feita com base num grande debate que a nossa associação fez com todas as instituições de solidariedade da cidade para perceber como funcionavam. Decidimos ajudar instituições de vários públicos-alvo e assim optámos por começar a prestar pequenos apoios na Buganvília e no Lar Nobre Freire. Na primeiraconseguimosarranjarumaprofessora para dar apoio ao estudo às crianças de 1.º ciclo que necessitem, tentamos ajudar com a oferta de produtos alimentares e de higiene e estão duas jovens a praticar voluntariado na instituição. Na segunda conseguimos que um professor de educação física se disponibilizasse para fazer atividades de ginástica com os idosos, que se têm revelado um sucesso, e oferecemos uma cadeira de rodas. Queoutrasatividades/recolhadefundos estão previstas a curto/médio prazo?

A recolha de fundos tem sido complicada. Estamos em tempos difíceis e as atividades de angariação de fundos vão ter de mudar. Pretendemos no futuro organizar atividades diferentes. Já temos pensadas algumas, como uma viagem para jovens da Casa Pia, organizar mais um debate com algumas instituições de solidariedade para perceber se algo mudou, fazer um encontro de associações, isto é, juntar a nossa associação com uma outra “Associação Juventude e Ação”, de outros tempos, e perceber como se praticava a solidariedade e como se pratica agora. Vamos também estudar a possibilidade de começar a apoiar outras instituições. Apelo ainda à angariação de sócios (desejodemudanca.blogspot.com). NP

Seniores de Aljustrel em festa de fim de ano letivo Os seniores de Aljustrel festejaram o encerramento do ano letivo da Universidade Sénior e das atividades do programa AnimaSénior. Depois do estudo, da atividade física, que venha a almoçarada, que venha a festa. Em setembro há mais.

500 anos da entrega do foral a Messejana A praça de Messejana ficou ainda mais bonita. O povo saiu à rua para comemorar os 500 do foral e a torre do relógio ostenta agora uma placa evocativa à data. Para que no futuro a memória não se desvaneça. A presidente da junta fez as honras da casa.

“Os Portas” no palco do Pax Julia “Os Portas” chegaram ao Pax Julia, em Beja. Multiplicaram-se em várias personagens sem nunca saírem de cena. O antes e o depois das saídas noturnas em palco. Uma comédia que fez rir, até doer a barriga, quem assitiu.

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Esta é uma terra bonita e boa. É a minha freguesia e isso basta-me para gostar de cá estar”. Porfírio Filipe

São Pedro de Sólis

A meio caminho entre Almodôvar e Mértola

Poucos, mas alegres

A

manhã acorda pintalgada de nuvens. O sol, entre uma nuvem e outra, insiste em espreitar, mas o tempo não fez deste um dia típico de verão. O vento sopra e as temperaturas mais baixas dão tréguas, mesmo que seja por pouco tempo, à região. Ainda assim, os carros insistem em passar na ponte sobre o Guadiana, em Mértola, onde quase todos os caminhos levam ao Algarve e, inevitavelmente, às praias de areia fina. O destino, porém, desta nossa viagem é outro. São Pedro de Sólis, freguesia mertolense que espreita o olho a Almodôvar, ou não fosse esta uma terra de fronteira entre um concelho e outro. Na estrada, contudo, não se avistam placas que indiquem o caminho para São Pedro de Sólis. Pegamos no mapa e o melhor caminho a percorrer, segundo as indicações, é por Alcaria Longa. Uma curva, outra e estamos na direção errada. Voltamos a Alcaria. Mais uma volta à aldeia, mais umas indicações recolhidas junto dos poucos que se avistam por estas paragens e novamente a direção errada. Uma e outra vez. E nenhuma placa para São Pedro de Sólis. Depois de muitas voltas, muitas indicações, entre avanços e recuos e, depois de abandonarmos definitivamente o alcatrão, seguimos viagem pelo caminho de terra batida. Por sinal este é o caminho correto. E aqui, sim, começam a avistar-se placas que anunciam: “Bem-vindo à freguesia de São Pedro de Sólis”. Um quilómetro, outro e por fim a aldeia. “De Mértola para cá há outro caminho, mas por Almodôvar é mais fácil”, começa por explicar um dos habitantes. Entretanto já uma carrinha apita pelas ruas. Atrás dela seguem vários ciclistas, pequenos e graúdos, que se passeiam alegremente nas suas bicicletas. O povo ouve o alarido e sai à rua. Os pequenos aventuram-se e tiram as mãos do guiador, acenam às famílias, aos conhecidos, aos forasteiros que vieram em busca da Festa da Tomatada e da Vinagrada. Que vieram ao II Encontro de Morais do Sul. Voltam a equilibrar-se, a agarrar o guiador e aceleram até à meta. Missão cumprida. É dia de festa e não há filho da terra que não tenha regressado. As barraquinhas alinham-se e o artesanato, as hortaliças e a doçaria saltam à vista. Sobre as mesas, junto ao bar improvisado, repousam petiscos. E o largo, lugar de encontros, adornado por um mastro e um palco, está cheio de gente que espera pelos tocadores. “Hoje é um dia especial em São Pedro de Sólis. Encontra-se por aqui muita gente. Mas no dia a dia não é assim”, começa por dizer José Rosário, apressando-se a explicar: “Vive aqui pouco mais de um cento. Já não há quem faça moços. Aqui a maioria são reformados. Tudo malta como eu. Tínhamos aí algumas coisas semeadas nas hortas e agora, como se não bastasse, ainda anda aí um coelho que está a comer tudo”. Perguntamos se esta é uma terra

São Pedro de Sólis pertence ao concelho de Mértola, mas fica a escassos quilómetros de Almodôvar e a vida da freguesia divide-se, assim, entre um concelho e outro, consoante as necessidades e os afazeres. Aqui o pão é rei, a agricultura já teve melhores dias e a mina de Neves Corvo sempre ajuda a fixar algumas pessoas. Em dia de festa os filhos da terra regressam, mas mesmo quando estes não estão há uma máxima que norteia as gentes da aldeia: “Poucos, mas alegres”. Texto Bruna Soares Fotos José Ferrolho

Pelas artérias da aldeia Em dia de festa a charrete puxada pela pequeno pónei sai à rua

Juventude Muitos dos jovens procuram oportunidades fora da freguesia e as crianças são poucas

essencialmente agrícola. E a resposta, essa, chega rapidamente e é unanime: “Já foi”. “Na agricultura pouca gente já trabalha. Há é aí uma grande padaria que emprega alguma gente”, explica José Rosário, nado e criado em São Pedro de Sólis. O pão é talvez, por estes tempos, o produto mais emblemático da terra. “Temos um pão de ouro”, dizem os homens que encostam a barriga ao balcão do bar improvisado para as festas. Na verdade, o pão de ouro, de que falam os homens, é mesmo de ouro. Foi recentemente premiado e medalhado. “Estão a ver aquele homem ali com uma caixa de sardinhas na mão? Esse é que é um dos donos da padaria”. Trata-se de José João, que em dia de festa trata das sardinhas do almoço, que será servido mais tarde numa garagem, onde amigos se juntam à mesma mesa e celebram a terra. Antes, claro, já tratou do pão. “Empregamos 19 pessoas. Numa terra pequena como esta já não é nada mau. Hoje, por exemplo, fizemos uns sete mil pães. O nosso pão é famoso. Temos é de distribui-lo por vários sítios. Se fosse só aqui morríamos à fome. Vamos para Lisboa, vamos para o Algarve”, diz o empresário com orgulho no seu ofício. As sardinhas salpicadas de sal, trazidas pelo peixeiro, frescas como elas só, embora esta seja uma terra de interior, têm como destino o assador e, em dia da Festa da Tomatada e da Vinagrada, sobre a mesa encontram-se tomates, pimentos, pepino e pão, muito pão, como não poderia deixar de ser. O dia passa-se ao som do toque do acordeão. Mas quando não há festa como é a vida da aldeia? “É pacata. Cada um nos seus afazeres, cada um entretém-se como pode”, diz Porfírio Filipe, acrescentando: “Esta é uma terra bonita e boa. É a minha freguesia e isso basta-me para gostar de cá estar”. A vida, em São Pedro de Sólis, divide-se entre Mértola e Almodôvar. “Depende do que precisemos fazer. Almodôvar está aqui mais à mão. Mértola, embora seja o nosso concelho, está mais longe. Depende, por isso, dos serviços que necessitamos”, explica António Luís, que espera ainda poder ver mais gente a escolher São Pedro de Sólis para viver. “Há casais que estão a recuperar montes e tudo isso contribui para animar mais a freguesia”, considera. A proximidade à mina de Neves Corvo, dizem os habitantes, “é uma vantagem”. “Há muita gente da zona lá empregada e isso é muito benéfico e ajuda a fixar cá as pessoas”, comenta António Luís. Quanto aos jovens, há poucos e muitos procuram uma vida melhor fora das fronteiras da freguesia, e até da região. As crianças são ainda em menor número e na terra a escola, por falta de quem lá ande em número suficiente, já encerrou. Mas a festa continua, o povo festeja, até porque aqui toda a gente evoca uma máxima: “Somos poucos, mas alegres”.


Diário do Alentejo 6 julho 2012

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José Silvestre

Presidente da Junta de Freguesia de São Pedro de Sólis

Quantos habitantes tem São Pedro de Sólis?

No total, na freguesia, vivem cerca de 220 pessoas. Em São Pedro de Sólis perto de 100 pessoas. O que melhorou ao longo dos tempos na aldeia?

Terra de pão

Até aqui, em certos aspetos, as coisas até têm é piorado. As pessoas vão morrendo e há poucos nascimentos. Mas temos tentado melhorar as coisas. Temos tentado unir as pessoas e, em parceria, organizámos, por exemplo, esta festa. Há mais de 40 anos que não se fazia aqui o Encontro de Moirais. São Pedro de Sólis recebia este encontro e essa é a nossa grande aposta. Queremos juntar as pessoas.

O pão de São Pedro de Sólis é famoso e recentemente foi premiado com uma medalha de ouro. É a indústria da panificação que anima a terra e que leva o seu nome além-fronteiras. A padaria da terra é a maior empregadora da aldeia, dando trabalho a 19 pessoas. O pão de São Pedro de Sólis chega a vários locais do País, destacando-se o Algarve e a região de Lisboa. Numa das entradas da aldeia uma chaminé alta e imponente apresenta-se a quem chega e no chão avista-se a lenha que aquece o forno onde coze este famoso pão, que não esquece a sua vertente tradicional. Um verdadeiro pão alentejano.

Esta era uma terra essencialmente agrícola. Como está a agricultura na freguesia?

Património

Era, mas neste momento existe muito pouca. Os homens desinteressaram-se da agricultura. Esta é uma freguesia que vive agora maioritariamente das padarias. Temos uma padaria na nossa aldeia que tem a medalha de ouro e isso é muito bom. É um nível muito bom. Como é que acha que se podem melhorar ainda mais as condições de vida em São Pedro de Sólis?

Precisávamos que se fixassem aqui investimentos. Não temos nada nesta freguesia. Temos a mina a 14 quilómetros, que sempre emprega algumas pessoas, mas faltam investimentos nesta terra. Existem alguns projetos previstos para a terra?

Não. Não temos capital para fazer grandes coisas. Vamos tentando animar as pessoas, proporcionando encontros. No ano passado realizámos aqui o I Encontro de Morais e correu muito bem. Este ano temos aqui as pessoas da terra e muitas vieram de propósito, o que é muito bom. Há muitas casas fechadas na freguesia?

Sim, há. No entanto, agora, muita gente está a recuperá-las e as pessoas que estão fora vêm passar cá o fim de semana e as férias.

A igreja de São Pedro de Sólis é composta por corpo central, de uma nave, com cobertura de duas águas em madeira com interessantes arcos torais quebrados a dividir o seu comprimento. A capela-mor é inscrita na nave, destacando-se pela sua cobertura em abóbada de ogivas. Apesar da nítida feição rural do corpo original, denota maior esforço artístico quer na cabeceira quer no campanário que lhe foi adossado posteriormente, uma torre de planta quadrangular. Em São Pedro de Sólis, no concelho de Mértola, pode ainda ser visto um cruzeiro barroco, mas com características populares, datado do século XVIII.

Encontro de Moiras do Sul e Festa da Tomatada e da Vinagrada Esta é já uma das celebrações mais significativas da terra, e embora só vá na sua segunda edição, tem a capacidade de fazer retornar às origens os filhos da terra, dispersos pela diáspora. O primeiro ano revelou-se um sucesso e no segundo ano da edição, que aconteceu no sábado passado, comprovaram-se as potencialidades da iniciativa. Cada vez com mais participantes, esta é uma oportunidade para celebrar a terra, mas também a sua identidade, as suas vivências e as suas tradições. São Pedro de Sólis, após 40 anos, volta a receber os moirais, que antigamente aí se reuniam pelo Dia de São Pedro. A iniciativa, para além da junta de freguesia, conta com a organização da Associação de Defesa do Património de Mértola (ADPM).

Esta é uma das junta de freguesia que está em risco?

Está como outra qualquer. Somos das freguesias mais pequenas do concelho, mas a nossa grande vantagem, ou desvantagem, não se sabe, é estarmos longe da sede de freguesia do concelho. Somos a freguesia mais distante e, tendo em conta esse aspeto, pode ser que possamos fugir à extinção. Esse critério tem de ser tido em conta. A nossa freguesia é muito envelhecida e as pessoas aqui deslocam-se à freguesia e ainda conseguem fazer o que têm falta.

Veja esta reportagem em vídeo no Canal MEO 475533 ou em www.diariodoalentejo.pt


Caritas de Beja é parceira em projeto nacional de bolsas de estudo

Diário do Alentejo 6 julho 2012

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Atual

A Caritas Diocesana de Beja é mais uma vez parceira e representante no distrito de Beja do projeto “Bebida Solidário”, um projeto da SIC Esperança em parceria com a Vitalis que visa a criação de bolsas escolares que permitirão a crianças e jovens do 1.º e 2.º ciclo do ensino básico, em situação de carência económica comprovada, terem acesso ao material escolar necessário para começarem o novo ano letivo. As inscrições deverão ser entregues à Caritas até 3 de agosto. As

Os números O maior número de refeições é fornecido no concelho de Beja (176 refeições por cinco IPSS), seguindose Odemira (144 refeições, oito IPSS), Moura (98 refeições, três IPSS), Serpa (88 refeições, seis IPSS), Aljustrel (48 refeições, cinco IPSS), Ferreira do Alentejo (46 refeições, duas

candidaturas pré-selecionadas serão avaliadas pela SIC Esperança. A decisão de atribuição das bolsas será comunicada a 3 de setembro através do site da SIC Esperança. Os candidatos deverão apresentar comprovativo de inscrição na escola e relatório escolar do ano passado; comprovativo de rendimentos; comprovativo da inscrição no centro de emprego, no caso dos desempregados; último IRS; comprovativo de despesas mensais; e declaração do abono de família.

IPSS), Vidigueira (41 refeições, duas IPSS), Mértola (40 refeições, três IPSS) e Almodôvar (40 refeições, uma IPSS), Castro Verde (35 refeições, duas IPSS), Ourique (28 refeições, duas IPSS), Cuba (25 refeições, duas IPSS) e Alvito (13 refeições, duas IPSS).

Centro Distrital da Segurança Social assinou protocolos com 41 IPSS

Quarenta e uma cantinas sociais foram criadas no distrito de Beja, ao abrigo do Programa de Emergência Alimentar, promovido pelo Governo, permitindo fornecer 822 refeições diárias, sete dias por semana, a “pessoas e agregados familiares em situação de grave carência económica e social”.

JOSÉ SERRANO/ARQUIVO

Cantinas sociais de Beja fornecem 822 refeições diárias a carenciados

Texto Nélia Pedrosa

A

s cantinas funcionam em 41 instituições particulares de solidariedade social (IPSS) de 13 concelhos do distrito, através de um protocolo de colaboração assinado no dia 18 do passado mês de junho com o Centro Distrital de Beja da Segurança Social. De acordo com o centro distrital, as IPSS foram selecionadas tendo em conta “a capacidade instalada no que respeita a cozinhas e meios de deslocação, capacidade para fornecer o serviço todos os dias da semana com cobertura de almoço e jantar e a rede de atuação territorial das instituições”. “A proposta, devidamente fundamentada, foi submetida à apreciação das entidades representativas das instituições em sede de Comissão de Acompanhamento dos Protocolos de Cooperação”, adiantam os responsáveis, acrescentando que “competirá às instituições aferir da condição sociofamiliar das pessoas/famílias e da situação de carência, sendo que deverá ser dada especial atenção aos idosos com baixos rendimentos, famílias expostas ao fenómeno do desemprego, famílias com filhos a cargo, pessoas com deficiência e pessoas com dificuldade em ingressar no mercado de trabalho, e situações de emergência temporária (calamidades públicas ou situações de despejo ou doença)”. As pessoas poderão requerer o apoio “diretamente junto das instituições, serem identificadas pela instituição e, ainda, serem encaminhadas por serviços da comunidade”.

Programa temporário De acordo com o PUB

Protocolo No distrito de Beja são 41 as IPSS que assinaram acordos com o Centro Distrital de Beja da Segurança Social

Governo, “para já, este é um programa temporário, que se vai estender até ao final do mês de dezembro”, sendo depois novamente avaliado, “para se verificar a sua continuação ou necessidade de ajustamentos”. Por ocasião do lançamento do programa, o ministro da Solidariedade e Segurança Social, Pedro Mota Soares, afirmou que a rede de cantinas sociais seria uma resposta nacional às carências das famílias, “que não passaria pela construção de novos equipamentos, mas antes pela maximização do que já existe no terreno”. Entretanto, o secretário de Estado da Segurança Social disse esta semana

As pessoas poderão requerer o apoio “diretamente junto das instituições, serem identificadas pela instituição e, ainda, serem encaminhadas por serviços da comunidade”.

acreditar que seja ainda este Governo a fazer regredir o número de cantinas sociais, que estão a ser criadas “como resposta a uma situação excecional” do País. “Isso seria uma extraordinária notícia e eu acredito que – não sei se eu como secretário de Estado – mas este governo terá oportunidade de fazer regredir esta resposta que estamos a dar a uma situação excecional”, disse Marco António Costa à Lusa. “Acima de tudo, contamos que o esforço coletivo que estamos a fazer com o País devolva novamente aos portugueses uma soberania total e uma capacidade de autodeterminarem o seu futuro sem sujeições”, acrescentou.


A Câmara Municipal de Ferreira do Alentejo tem expostos no átrio do 1.º andar da biblioteca municipal vários painéis com as novas delimitações urbanas do concelho, com “o intuito de abrir o processo de revisão do PDM – Plano Diretor Municipal de Ferreira do Alentejo à participação da população”. Nas propostas “estão identificadas as diferentes categorias de solo urbano, quer as correspondentes a espaços já urbanizados, os chamados espaços consolidados e/ou infraestruturados, quer as correspondentes a espaços que se destinem a urbanização futura, os chamados espaços programados”, esclarece a autarquia.

PSD de Beja vai a votos este sábado Mário Simões encabeça a única lista aos órgãos distritais do PSD, nas eleições que se realizam este sábado. “Continuar a trabalhar com empenho para reforçar o PSD no distrito” é o que promete aos militantes social democratas. Em declarações ao “DA”, Mário Simões disse que hoje “o PSD tem outra credibilidade” fruto de “uma política

de proximidade” que permitiu “alterar o quadro político na região e eleger um deputado” nas últimas legislativas. Como tarefa mais imediata apresentam-se as autárquicas, ocasião para, segundo o presidente da distrital laranja, “o PSD ver o seu peso reforçado, quer com mais eleitos e mandatos” quer com a conquista de uma câmara “para além da Almodôvar”. Nas eleições de amanhã,

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PDM de Ferreira do Alentejo em processo de revisão

Mário Simões apresenta como vice-presidentes João Pedro Caeiro e Humberto Martins. Para a mesa da assembleia os nomes propostos são o de João Paulo Ramôa e António Sebastião, enquanto José Gaspar presidirá ao conselho de jurisdição e João Roberto vai dirigir o gabinete de estudos. Para o conselho estratégico apresenta-se Carlos Valente e para o conselho de opinião Luís Peres de Sousa.

Autárquicas de 2013 já mexem com a política bejense

Independentes vão a jogo em Beja Jorge Pulido Valente já pôs as cartas na mesa das eleições autárquicas de 2013. PCP e PSD esperam pelo fim das férias, para mostrar o jogo. No entanto, tudo leva a crer que terão mais um parceiro à mesa. Um grupo de independentes tem-se reunido para “refletir”, e, lá mais para o outono, pode surgir um movimento que apoie uma candidatura independente à câmara da capital do Baixo Alentejo. Texto Aníbal Fernandes e Paulo Barriga Ilustração Susa Monteiro

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m grupo “crescente” de cidadãos tem vindo a reunir-se com o propósito de “ref letir” sobre o passado, o presente e o futuro da cidade de Beja, soube o “Diário do lentejo” junto de um dos impulsionadores destes encontros. Segundo a mesma fonte, que pediu o anonimato por o “grupo ser ainda de carater informal, e portanto, não ter porta-voz”, a “insatisfação” existente com a gestão municipal justifica a criação de uma alternativa que possa “contribuir para alterar a situação e lutar contra o afastamento das pessoas da política”. O “período depressivo” que a cidade atravessa, motivado por razões externas mas também “por razões locais”; o facto de nos “últimos dois mandatos” as forças políticas vencedoras terem apresentado programas eleitorais “ambiciosos” e de difícil concretização; o “confronto” entre o PS e o PCP; e a situação financeira “complicada” são as razões pelas quais este grupo de bejenses pretende entrar no jogo. Segundo o elemento que falou com o “Diário do Alentejo”, o grupo “não tem nada contra os partidos” e pretende assumir um “compromisso exclusivamente com o concelho” e mobilizar “os descrentes” da política. Nas conversas “Por Beja com todos” têm participado ex-autarcas e outras pessoas “da direita à esquerda”, mas com clara predominância de ex-ativistas e apoiantes dos partidos de esquerda e de movimentos de cidadãos.

Independentes vezes dois Mas as candida-

turas independentes podem não ficar por aqui. O “Diário do Alentejo” sabe que, na passada semana, um grupo de socialistas, numa reunião mensal informal, realizada em Trindade, levantou questões sobre o exercício do mandato presidido por Jorge Pulido Valente, e deixou em aberto

a possibilidade, “caso não haja uma mudança de atitude” no tempo que resta até às autárquicas, de promoverem uma lista de independentes na área do Partido Socialista. Pedro do Carmo, o novo presidente da distrital do PS, que na última edição do “Diário do Alentejo” defendeu que “a questão das autárquicas vai colocar-se sobretudo depois das férias”, veio na semana passada, em entrevista ao “Correio do Alentejo”, avalizar o nome de Jorge Pulido Valente para o município de Beja, dizendo que o atual presidente da câmara só não será candidato “se o próprio não quisesse

continuar”. Contatado esta semana pelo “Diário do Alentejo”, o presidente da Câmara de Ourique não se mostrou “interessado” em prestar declarações. “PCP não está na expetativa” Apesar de

as eleições serem só daqui a mais de um ano, os comunistas “não estão na expetativa”, disse ao “Diário do Alentejo” Miguel Madeira, membro do Comité Central do PCP e da Direção da Organização Regional do Alentejo (DORA). Segundo este dirigente partidário, o PCP “fará a seu tempo a preparação da batalha eleitoral” mas no imediato o partido e os seus eleitos “estão

com as populações, a par e passo” na luta contra a “ofensiva do PS e PSD contra o Poder Local democrático, os cortes às autarquias, a extinção de freguesias e as alterações à Lei Eleitoral”, garantiu. Miguel Madeira, referindo-se à Câmara de Beja, disse que no “momento oportuno” os comunistas de forma “normal e profundamente necessária” traçarão os objetivos para “devolver a esperança, com trabalho, honestidade e competência” aos bejenses, classificando a atual vereação do PS como um autêntico “desastre”. Putativos ca ndidatos do PCP à Câmara de Beja é que não faltam. Há já alguns meses que Rodeia Machado, exdeputado e líder da bancada da CDU na Assembleia Municipal de Beja, se mostrou publicamente disponível para avançar. Se bem que, no interior do partido, as preferências recaiam mais em autarcas que, pela imposição do limite de mandatos, não se podem recandidatar nos seus municípios de origem: João Rocha, Serpa, e José Maria Pós-de-Mina, Moura. Outro dos nomes falados para os lados da rua Ancha é o do antigo deputado comunista José Soeiro. Ramôa, Falcão e Sebastião “são três bons nomes” Mário Simões, presidente da distri-

tal de Beja do PSD, perante a possibilidade de José António Falcão, João Paulo Ramôa ou António Sebastião liderarem a candidatura social-democrata à Câmara de Beja, considera que “são três bons nomes”, mas não exclui outras possibilidades. O deputado lembrou que segundo os estatutos do partido será a “comissão concelhia a escolher o nome” cabendo à distrital “acompanhar e validar” o mesmo. Mário Simões vê nas próximas eleições um novo quadro político que abre “uma janela de oportunidade” para um bom resultado do PSD, já que “o eleitorado já teve a experiência de uma governação comunista, que, apesar de algumas virtualidades,” teve o seu tempo, e o exercício do atual executivo socialista “defraudou as suas expetativas”. Quanto à possibilidade de se apresentarem a escrutínio listas de independentes, o deputado do PSD por Beja diz respeitar, mas não vive “preocupado com isso”. Até porque, enquanto vereador da Câmara de Alvito, há cerca de sete anos atrás, o executivo de independentes que então geriu aquele município mostrou “pouca consistência e preparação” para a tarefa.


Comércio, artesanato e produtos locais no Mercado Municipal de Odemira

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Casa do Professor de Aljustrel promove troca de manuais escolares A Casa do Professor do Concelho de Aljustrel, com o apoio da câmara municipal e a colaboração das juntas de freguesia, vai promover pelo terceiro ano consecutivo a troca de manuais escolares. Esta iniciativa, que foi recebida, nos anos anteriores, “com

O O Mercado Municipal de Odemira volta a encher-se a animação amanhã, sábado, entre as 9 e as 19 horas, com a presença de comerciantes, artesãos e produtores locais, para promoção e venda dos seus produtos e serviços. Para além da presença de cerca de 40 expositores, haverá workshops de espuma vinílica acetinada (às 15 horas) e de manicura (às 16 e 30 horas).

grande sucesso junto da população”, permitiu recolher e redistribuir “um grande número de manuais”, adiantam os organizadores, que “apelam novamente à participação de todos para que se possa ajudar e servir o maior número de alunos do concelho, independentemente da sua condição socioeconómica”. Os manuais “devem ser entregues, com

A câmara municipal promove desde o mês de maio a iniciativa “Vila no Mercado”, através da qual são disponibilizados, gratuitamente, no primeiro sábado de cada mês, espaços de venda para os comerciantes e produtores locais no mercado municipal. Com esta iniciativa, a autarquia pretende “dinamizar o comércio local e valorizar os produtos e o artesanato locais”.

a maior brevidade possível, nas juntas de freguesia da localidade, para que se possa proceder à troca dos mesmos a tempo do começo das aulas” e “deverão estar em boas condições pois servirão de instrumentos de trabalho e de estudo para outros alunos”, esclarecem ainda os responsáveis pela campanha.

CDU acusa Câmara de Beja de ameaçar famílias que não paguem refeições escolares

Execuções fiscais para pais com dívidas

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CDU acusou esta semana a Câmara de Beja (PS) de ameaçar com execuções fiscais pais de alunos do ensino básico, a maioria carenciados, caso não paguem dívidas de refeições escolares, mas o município diz que cumpre a lei. A Câmara de Beja “contactou, recentemente, 21 encarregados de educação para pagarem, no prazo de 10 dias, dívidas relativas a refeições” dos educandos em escolas públicas do ensino básico e pré-escolar, porque “caso contrário, ser-lhe-ão instaurados processos de execução fiscal”, disse à Lusa a vereadora da oposição PUB

CDU no município, Maria de Jesus Ramires. Trata-se de uma “ameaça intolerável”, porque “a maioria, 15 dos 21”, contactados são encarregados de educação de alunos carenciados e beneficiários de apoios de ação social escolar e “há casos de casais em que ambos os membros estão desempregados”, frisou. Segundo a vereadora, há casos de encarregados de educação de alunos no escalão de apoio A e, por isso, estão isentos de pagar refeições, mas as dívidas reportam-se a períodos em que estavam no escalão B e só pagavam metade do valor das refeições.

O vereador da Câmara de Beja, José Velez, confirmou os contactos, mas negou tratar-se de ameaças e explicou que o município atuou em casos “extremos” e “cumprindo a lei”. Trata-se de “contactos já extremos e depois de terem sido enviadas várias comunicações em que não houve resposta ou houve incumprimento” de acordos para pagar as dívidas, explicou. “Estas situações só são levantadas após alguma insistência dos serviços e em casos de dívidas relativamente longas e o município, de acordo com a lei, tem de atuar”, frisou. Confrontado com casos de alunos

carenciados reportados pela vereadora da CDU, José Velez disse que o município tem de atuar “de uma forma equilibrada e idónea em relação a todos os casos”. Há casos de encarregados de educação que “têm possibilidades de pagar, mas não pagam, porque não querem” e de outros que, “devido à crise, deixaram de ter condições para pagar”, explicou José Velez. Maria de Jesus Ramires defendeu que a Câmara de Beja “devia analisar previamente os casos”, porque “muitos devem-se à degradação da situação financeira dos encarregados de educação”, e propôs “a suspensão de

todos os processos acionados” para os casos serem analisados. “Há casos de pobreza envergonhada que a câmara desconhece e dos quais só toma conhecimento depois de levantar os processos, o que leva os encarregados de educação a indicarem as suas situações”, explicou José Velez. Segundo o autarca, “independentemente do que possa vir a acontecer, as crianças não irão ser prejudicadas e não deixarão de ter acesso às refeições, a não ser de casos extremos de pais que têm condições financeiras e não pagam porque não querem”.


A Universidade Sénior de Aljustrel (USA) tem a decorrer até ao próximo dia 27 o período de inscrições ou renovações. Para se inscrever, os alunos deverão pagar uma propina trimestral, por cada disciplina de frequência, cujo valor será afixado pela Câmara Municipal de Aljustrel no início de cada ano letivo. Língua portuguesa, inglês, saúde, história local e património, cidadania, psicologia, artes decorativas/pintura, cidadania, psicologia, informática, atividade física, teatro, música e yoga são as disciplinas que vão

Alteração a regulamento em discussão pública em Odemira A discussão pública da alteração da componente industrial do regulamento do loteamento municipal de Boavista dos Pinheiros, no concelho de Odemira, está a decorrer até ao próximo dia 23. O processo referente à alteração ao loteamento encontra-se disponível para consulta no Balcão Único e no sítio da Internet da Câmara

ser lecionadas a partir do mês de setembro. A USA, promovida pela câmara municipal, “destina-se a todos os adultos, com idade igual ou superior a 50 anos, independentemente do nível de escolaridade, desde que possuam robustez física e psíquica adequada à realização das atividades e aceitem os princípios e normas de funcionamento da USA”, esclarece a autarquia. O regulamento pode ser consultado no site da câmara ou diretamente no gabinete de ação social do município.

de Odemira e, até dia 23, os interessados poderão apresentar observações e sugestões ou obter esclarecimentos por escrito. Segundo o município, através da alteração, o município pretende atualizar o regulamento face às novas exigências resultantes do aparecimento de um conjunto de atividades de tipologia não exclusivamente industrial e à necessidade de adaptação dos espaços disponíveis.

Providência cautelar obriga Câmara de Moura a recuar

Amareleja ganha em tribunal Continua o braço de ferro que opõe a Junta de Freguesia de Amareleja à Câmara e à Assembleia Municipal de Moura. O Tribunal Administrativo e Fiscal de Beja aceitou a providência cautelar interposta pela Junta de Freguesia de Amareleja, suspendendo assim a deliberação da Assembleia Municipal de Moura, de 16 de dezembro, que denunciou unilateralmente o protocolo de transferência de competências celebrado entre as duas autarquias. A Câmara de Moura já veio dizer que vai recorrer desta decisão.

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António José Valadas Gonçalves Presidente da JF de Amareleja, eleito por um movimento de independentes

“Não temos guerrilha com ninguém” Esta era uma decisão que a junta já esperava?

Sim. Já esperávamos que o tribunal nos viesse dar razão. Esta decisão é de uma grande importância porque vem pôr fim a uma situação de injustiça que os fregueses de Amareleja estavam a viver relativamente aos outros cidadãos do concelho. A Câmara de Moura já anunciou que vai recorrer da decisão. Que efeitos práticos poderá ter esta providência cautelar?

A sentença proferida pelo tribunal obriga a câmara a assumir os seus compromissos e, mesmo que haja recurso, não é suspensivo da decisão. A sentença é clara: o protocolo é para cumprir.

Texto Carlos Júlio

caso remonta ao final do ano passado quando as relações entre a Câmara de Moura (CDU) e a Junta de Freguesia de Amareleja (eleita por uma lista de independentes) se degradaram a tal ponto que a câmara propôs à assembleia municipal a suspensão do protocolo de delegação de competências, incluindo os apoios financeiros nele contidos. Em comunicado assinado pelo seu presidente, António Valadas Gonçalves, a Junta de Freguesia de Amareleja congratula-se com esta decisão e refere “que o atual presidente da câmara municipal fica obrigado a cumprir integralmente o protocolo em causa, designadamente, na parte em que atribuía uma verba – a exemplo das restantes freguesias – para investimento global”. Segundo o presidente da junta de freguesia, o protocolo em causa foi objeto de “denúncia abusiva e discriminatória” e a decisão do tribunal, “apesar de estar ainda a decorrer o processo principal” que

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Universidade Sénior de Aljustrel com inscrições abertas

Amareleja Presidente da junta diz que fregueses estão a viver uma situação de injustiça

opõe as duas autarquias, “traduz-se numa importante vitória para quem não aceitou ceder a uma atitude de clara e deliberada discriminação e perseguição políticas, tal como, aliás, o próprio presidente da câmara acabou por ter de admitir, uma vez que não existiu qualquer conduta por parte da junta de freguesia que justificasse ver esse protocolo denunciado e a freguesia de Amareleja ser a única afastada dos apoios concedidos a todas as freguesias rurais do concelho”. Por último, António Gonçalves salienta que “esta atitude do presidente da câmara, e da maioria que o sustenta, de tentar discriminar o povo da freguesia de Amareleja persiste, com a decisão de excluir apenas esta freguesia do apoio económico concedido às freguesias rurais que se continha no anterior protocolo, cuja denúncia foi agora suspensa”. Também através de um comunicado, a Câmara de Moura já anunciou que vai

“recorrer para instâncias superiores” da decisão do tribunal. A autarquia liderada por José Pós-de-Mina relembra que “estando ainda pendente a ação principal, o processo não se encontra esgotado”. Em novembro do ano passado, a Câmara de Moura justificava a decisão de propor a suspensão do protocolo, pelo facto de “desde há dois anos, e independentemente de dificuldades existentes no seu integral cumprimento, que se reconhecem”, este ter “sido usado pela junta de freguesia para criar um clima de guerrilha com a câmara municipal”. Nessa altura, a autarquia de Moura disse ainda lamentar as “atitudes manifestadas” dias antes, durante uma reunião realizada em Amareleja, pelo presidente da junta de freguesia, “marcadas por palavras menos próprias dirigidas ao presidente da câmara”, que acabou por abandonar a sessão.

Durante o período em que o protocolo não esteve em vigor a junta foi muito prejudicada?

Na prática, por imperativos legais, apesar do protocolo ter sido denunciado no final do ano passado, os efeitos práticos desta suspensão só começaram no princípio de maio, pelo que não foram muito grandes. A câmara tem-nos pago algum dinheiro atrasado e tem neste momento em dívida à junta cerca de 80 mil euros. Será possível a câmara e a junta encontrarem pontes de diálogo que normalizem as relações?

Da nossa parte não há nenhuma guerrilha, como por vezes se diz. A junta de freguesia defende os interesses da população de Amareleja e está contra quem os combate. Achamos que a câmara deveria defender também os interesses de Amareleja, porque somos todos cidadãos do concelho, mas não o tem feito. Nós fomos votados e conseguimos a maioria absoluta com uma lista de independentes contra três partidos, o que significa que fomos eleitos e que estamos cá para defender os interesses de Amareleja e para que a população da freguesia não seja discriminada relativamente ao resto do concelho. As relações são sempre boas se esses interesses forem defendidos. CJ


PJ detém em Beja suspeito de abuso sexual de criança

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O A Polícia Judiciária (PJ) anunciou na quarta-feira que deteve um homem de 36 anos suspeito dos crimes de abuso sexual de uma criança e de ato sexual de relevo com uma adolescente na zona de Beja. O suspeito terá praticado atos sexuais com duas menores, de 14 e 17 anos, filhas da companheira com quem vivia, em períodos entre os finais de 2011 e o início deste ano, na habitação onde residiam na zona de Beja, explica a PJ, em comunicado.

Vila de São Teotónio recria feira antiga Recuar no tempo e recriar uma feira à moda dos anos 40/50 é a proposta da Junta de Freguesia de São Teotónio para o dia de amanhã, sábado, a partir das 15 horas, no largo do Quintalão. Vendedores de artesanato, de galinhas e ovos e de poemas, tascas com petiscos e copos, são alguns dos ingredientes.

Com esta iniciativa a junta de freguesia pretende “fazer reviver as tradições e costumes antigos, que remontam às décadas de 40/50, com atividades, trajes e ambiência daquela época”. As entradas são livres. Para tornar este evento mais real, a organização “desafia a população local e visitantes a participarem na feira antiga, tirando do armário as roupas e

acessórios de outros tempos para viver uma tarde diferente, numa verdadeira viagem no tempo”. O programa reserva ainda uma tertúlia literária com poetas populares, a participação do Grupo de Teatro Cabanita e jogos tradicionais. A partir das 14 horas decorrerá uma palestra sobre a História de São Teotónio, pelo historiador António Martins Quaresma.

Projeto de investigação cancelado por falta de apoio municipal

Estação arqueológica do Outeiro do Circo em stand-by Depois de quatro campanhas de escavação e a preparar-se para uma nova fase de intervenções, o projeto de investigação arqueológica dedicado ao Outeiro do Circo, entre Mombeja e Beringel, foi cancelado por “falta de apoio por parte da Câmara Municipal de Beja”, explicaram os seus responsáveis, Miguel Serra e Eduardo Porfírio, numa recente declaração pública.

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ovoado fortificado do Bronze Final cuja dimensão estimada – perto de 17 hectares – faz dele um dos maiores da época no sul peninsular, o Outeiro do Circo tem vindo a ser estudado desde 2008 PUB

com o apoio de várias instituições, entre elas a Câmara de Beja, “no papel de principal parceira do projeto”, a quem foi solicitado novo apoio em janeiro último. “Após um longo período sem resposta em relação a este pedido, fomos informados no dia 15 de junho que a Câmara Municipal de Beja não estaria em condições de confirmar os apoios para o presente ano”, justificam os arqueólogos, adiantando que o arranque de um novo projeto teria que ser sempre organizado em tempo útil, “pelo que a resposta da Câmara Municipal de Beja apenas veio confirmar aquilo que já sabíamos ser inevitável”. A equipa pretendia encetar nestes meses

de verão uma “nova fase de investigação do sítio e da região onde se insere”, que pressupunha “um aumento da área de intervenção, com naturais consequências em termos de novos conhecimentos científicos, criação de espaços visitáveis, incremento das ações de divulgação e educação patrimonial, entre outras”. Tudo isto, acrescenta, “cabimentado de acordo com os mesmos custos da fase anterior, através de uma otimização e rentabilização dos meios colocados à disposição da equipa científica”. Miguel Serra e Eduardo Porfírio exaltam ainda o “impacto deste projeto junto da comunidade local” e por isso garantem que não tencionam desistir dele, nem

cancelar as atividades já agendadas ou em fase de organização, “mesmo sem os apoios desejáveis”. “Entre julho e outubro iremos realizar algumas visitas organizadas, ações de formação e oficinas de arqueologia experimental”, garantem. Já este fim de semana, amanhã, sábado, o Outeiro do Circo receberá a visita do Grupo de Amigos do Museu Nacional de Arqueologia, no âmbito de uma jornada de dois dias pela região de Beja. A visita, pela manhã, será complementada com uma mostra de artesanato em Mombeja e com a atuação do Grupo Coral Feminino de Mombeja, a que se seguirá um almoço na Associação de Solidariedade Mombejense.


A Câmara Municipal de Aljustrel promove amanhã, sábado, um passeio de BTT noturno pelo interior do concelho, com um percurso rural de cerca de 25 quilómetros e aberto a “todos os amantes” da modalidade com mais de 12 anos. Os interessados em participar terão de se inscrever diretamente no local de partida, marcada para as 20 horas junto ao edifício dos Paços do Concelho. O passeio, que habitualmente se realiza no primeiro domingo de cada mês, este mês vai decorrer à noite, “quando as temperaturas são mais apelativas para a prática desportiva”, diz a autarquia.

Campanha “O meu livro foi o teu livro” arrancou esta semana Em maré de gestão apertada dos orçamentos familiares, a criatividade aguça-se em todas as frentes. Esta semana arrancou, por iniciativa da Biblioteca Municipal de Beja e da Loja Social Entre (e) Ajude, a campanha “O meu livro foi o teu livro”, para, dizem os promotores, “redistribuição de livros escolares com memória”. A entrega de manuais, que deverão contar com

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Passeio de BTT noturno no sábado pelo interior de Aljustrel

menos de três anos e estar em bom estado de conservação, prossegue até 15 de setembro na biblioteca municipal da cidade (durante o seu horário normal de funcionamento) e na Loja Social (Mercado Municipal). A recolha (mediante inscrição prévia através do endereço entreeajude_lojasocial@hotmail.com) fazse apenas na Loja Social e começa a partir de 15 de agosto, às segundas, quartas e sextas, entre as 10 e as 13 horas.

Música, património e biodiversidade

Prémio Terras Sem Sombra entregue em Grândola Amanhã, sábado, em Grândola, será entregue o Prémio Internacional Terras Sem Sombra. A cerimónia contará com a presença de Carlos Moedas, secretário de Estado Adjunto do Primeiro-Ministro. São três as individualidades laureadas nas categorias de “Promoção da Música”, “Investigação do Património Cultural” e “Conservação da Biodiversidade”.

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organização do Festival Terras Sem Sombra, da responsabilidade do Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja, institui, no ano passado, o Prémio Internacional Terras Sem Sombra, com o objetivo de homenagear pessoas PUB

ou instituições que se tenham destacado a nível internacional, nomeadamente nas áreas que compõem o triângulo de ação do festival: música, património e biodiversidade. Este ano cabe a Grândola acolher a entrega do Prémio Internacional Terras Sem Sombra, que serão entregues a três individualidades laureadas nas categorias de “Promoção da Música”, “Investigação do Património Cultural” e “Conservação da Biodiversidade”. A cerimónia contará com a presença de Carlos Moedas, secretário de Estado Adjunto do Primeiro-Ministro, que entrega o prémio a Dimitra Theodossiou, soprano grega, a Maria Helena Pinto, museóloga e investigadora portuguesa, e a Miguel Ángel Simón,

biólogo espanhol. Os galardões serão entregues pelas 18 e 30 horas, no Auditório Municipal de Grândola. O prémio, de acordo com a organização, consta de “um diploma” e de “uma obra de arte encomendada a um artista português”. Este ano foi escolhida a designer Beatriz Horta Correia. “Estes prémios distinguem a carreira de três grandes figuras da cultura e da ciência europeias, cuja ação assumiu influência muito significativa nas áreas que o festival tem vindo a promover ao longo dos seus quase dez anos de existência”, explica José António Falcão, diretor-geral do Terras Sem Sombra. A intenção é ainda, segundo José António Falcão, “chamar a atenção para a importância

da persistência e da qualificação técnica em serviços do maior relevo para a sociedade”. Até porque, “no seu todo, o exemplo pode revelar-se, aqui, decisivo.” De acordo com a organização, a cerimónia reúne os principais intervenientes no festival, a cujo conselho de curadores preside Armando Sevinate Pinto, ex-ministro da Agricultura e assessor do Presidente da República. Refere ainda que “esta é também a ocasião para o diretor artístico, Paolo Pinamonti, fazer uma primeira avaliação da temporada, nomeadamente no que diz respeito a 2012”. Um ano que, para a organização do Terras Sem Sombra, “apesar da crise”, se caracterizou “pelo crescimento do projeto”, no que diz respeito à “programação”.


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Biografia de Leonel Cameirinha editada este mês A biografia de Leonel Cameirinha, “um empreendedor nato, que se tornou o mais importante empresário do distrito de Beja”, escrita pelo jornalista António José Brito, vai ser lançada este mês. Cameirinha – a biografia, que será lançada no âmbito das celebrações dos 60 anos de vida empresarial de Cameirinha, conta a história da vida do empresário, com um percurso feito no comércio de automóveis e na hotelaria e que atualmente, com 86 anos, é “um dos principais produtores de vinho e azeite do Baixo Alentejo”. A obra, a primeira publicada pela editora Jota CBS, apresenta “uma intensa viagem” pela vida de Cameirinha, “desde a infância feliz na cidade de Beja e na escola, os laços familiares e o significativo grupo empresarial que construiu a partir do zero”, explica o autor do livro, António José Brito, também diretor do jornal “Correio Alentejo”, de Beja. A passagem pela política, a presença em várias associações de Beja, a relação com figuras da região e do País são outros pontos do livro, que também revela “segredos que nunca foram revelados” e uma “interessante coleção de fotografias pessoais”.

“Viagem com jovens” de Mértola rumo a Moscovo Um total de 55 jovens dos 16 aos 30 anos residentes no concelho de Mértola poderão participar na tradicional “Viagem com jovens” promovida pelo município e que este ano se realiza em outubro, tendo como destino a capital russa, Moscovo. A viagem irá realizar-se entre 4 e 8 de outubro e as inscrições estão a decorrer até ao próximo dia 13 na Divisão de Cultura, Desporto e Turismo da Câmara de Mértola. Cada inscrição deverá ser efetuada pelo próprio participante ou pelo respetivo encarregado de educação, caso se trate de um menor de idade, e as informações detalhadas estão em www.cm-mertola.pt PUB

Genius Olympiad 2012 Alunos de Odemira representaram Portugal nesta competição mundial nos EUA

Seis alunos do Clube Bigeo distinguidos com prata e bronze

Jovens cientistas de Odemira premiados nos EUA Com um longo historial de distinções, o Bigeo – Clube de Ciências da Escola Secundária Dr. Manuel Candeias Gonçalves, em Odemira, recebeu desta feita as medalhas de prata e de bronze no Genius Olympiad 2012, competição mundial de projetos escolares no âmbito do ambiente, que terminou na sexta-feira, dia 29, no Estado de Nova Iorque. Texto Carla Ferreira

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Bigeo – Clube de Ciências da Escola Secundária Dr. Manuel Ca ndeias Gonça lves, em Odemira, coordenado pela docente Paula Canha, foi mais uma vez distinguido num evento internacional em que representou Portugal. Desta feita, foram seis os alunos distinguidos com as medalhas de prata e de bronze no Genius Olympiad 2012, competição mundial

de projetos escolares no âmbito do ambiente, que terminou na sexta-feira, dia 29, no Estado de Nova Iorque, Estados Unidos. Entre os 248 trabalhos concorrentes, provenientes de mais de 30 países, o projeto “Impacto da flora invasora nos ecossistemas ribeirinhos em Odemira”, da autoria de Lúcia Martins, Daniel Silva e Marlieke Pronk, recebeu uma medalha de prata, enquanto que o trabalho “Recuperação das áreas invadidas por Acacia longifólia em Odemira”, elaborado por Ana Correia, Milene Ramires e Mónica Raposo foi galardoado com uma medalha de bronze. O Clube Bigeo tem já um longo historial de prémios desde 2002, destacando-se, entre os mais recentes, uma medalha de prata na Feira Mundial de Ciência e Tecnologia I – Sweep 2008, em Houston, Texas, uma medalha de bronze na edição seguinte da mesma competição, o

terceiro prémio na final do Concurso Europeu de Jovens Cientistas, em 2010, e o segundo lugar e menção honrosa no Concurso de Jovens Cientistas, em 2012, precisamente com os projetos agora distinguidos. O projeto “Impacto da f lora invasora nos ecossistemas ribeirinhos em Odemira” teve como objetivo estudar a inf luência da acácia (espécie exótica, de origem australiana) na biodiversidade dos ecossistemas ribeirinhos, selecionando como indicadores dois grupos biológicos: plantas e artrópodes. Por seu turno, o trabalho “Recuperação das áreas invadidas por Acacia longifólia em Odemira” investigou formas de controlar o reaparecimento do acacial numa área recentemente cortada nas dunas do litoral de Odemira, dada a ameaça que esta espécie invasora representa para uma planta endémica muito rara, a Plantago almogravensis.

1,57 gramas por cada tonelada de minério

Canadianos descobrem ouro no Alentejo

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empresa canadiana Colt Resources, que desenvolve prospeções de ouro no Alentejo, indicou na terça-feira que uma estimativa independente aponta para concentrações daquele metal na ordem dos 1,57 gramas por tonelada, na zona de Boa-Fé (Évora). Segundo a empresa canadiana, estes dados fazem parte da estimativa inicial de recursos, feita pela empresa independente SRK Consulting, para os depósitos da Chaminé e de Casas Novas, inseridos no projeto de prospeção de ouro na Boa-Fé, concelho de Évora. Nestes dois depósitos, a SRK estimou que

os recursos minerais (toda a jazida, incluindo a terra, rocha ou outros componentes) rondem os 4,23 milhões de toneladas, sendo a concentração de ouro indicada em 1,57 gramas por tonelada. A Colt Resources, no mesmo comunicado, refere ainda que os dados desta empresa independente indicam que em “209 mil toneladas” adicionais a concentração de ouro estimada pode ser superior, atingindo os 2,36 gramas por tonelada. Tendo em atenção estes indicadores, a empresa refere que as zonas com concentrações de ouro inferiores a 0,40 é que não devem ser exploradas.


A candidatura do Cante Alentejano a Património Imaterial da Humanidade vai ser promovida amanhã, em Lisboa, através de um desfile de grupos corais por algumas das artérias centrais da capital. “A iniciativa é uma forma de dar a conhecer o cante junto dos numerosos turistas estrangeiros que nesta altura estão em Lisboa e de salientar os méritos desta nossa expressão musical”, afirmou ao “Diário do Alentejo” João Proença, membro da comissão executiva da candidatura e presidente da Casa do

Alentejo. João Proença garante que “não se trata duma forma de pressionar o Ministério dos Negócios Estrangeiros”, organismo a quem compete a apresentação formal da candidatura, “mas sim de reafirmar a nossa intenção de que o processo prossiga”. De acordo com o mesmo responsável, está já confirmada a presença de 40 grupos, que desfilarão pela rua Augusta, rua do Carmo, rua Barros Queirós e Portas de Santo Antão, a partir das 18 e 30 horas. Após o desfile, haverá uma atuação conjunta, no Rossio. AF

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Cante alentejano invade Lisboa no sábado

Moda da Padeirinha José Rosa Valente e Paulo Colaço filmados em Aljustrel

Cante alentejano e campaniça também representados no canal de vídeos

A música alentejana a gostar dela própria O realizador Tiago Pereira, grande mentor do projeto A Música Portuguesa a Gostar dela Própria, quer fazer um filme que resgate, a tempo, a história da viola campaniça. Para tal, já anunciou que vai lançar, possivelmente ainda este mês, uma campanha de angariação de fundos que suportem o projeto. Depois da chamarrita, nos Açores, a “causa” da campaniça ganha forma. Texto Carla Ferreira Foto Marina Guerreiro

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de tal maneira recorrente a comparação, que hoje já brinca quando lhe chamam o “Michel Giacometti do século XXI”. Não sem no entanto fazer as devidas ressalvas: “Chamam-me isso porque eu ando pelo País todo, mas eu não sou cientista. Interessa-me a recolha como amostra sonora que eu depois posso usar, remisturar”. Tiago Pereira é de difícil rotulação. Realizador/visualista que se tem dedicado, numa abordagem contemporânea, ao registo das manifestações do património imaterial português, sobretudo de natureza musical, é talvez a definição que melhor se lhe pode aplicar. Hoje o seu nome está sobretudo colado ao projeto A Música Portuguesa a Gostar dela Própria (Mpagdp), uma espécie de videoteca virtual que arrancou em janeiro de 2011, e que atualmente já conta com mais de 700

entradas que espelham a imensa variedade e riqueza da paisagem musical nacional. Um espólio que não escolhe géneros, regiões ou idades, de tal maneira que lá cabem nomes como Noiserv ou as Adufeiras de Monsanto. E que é registado à margem das salas de espetáculo: na rua, no campo, em terraços, em salas de estar, em quintais. Mas houve um caminho prévio ao Mpagdp e vários projetos paralelos. Depois das primeiras recolhas de sons na rua – “um senhor que imitava o som dos acordeões, em Odeceixe” – andou por Trás-os-Montes a filmar os burros de Miranda, gravou o músico B Fachada num diálogo urbano/rural com as cantadeiras de Caçarelhos, foi arrecadando prémios entretanto, realizou “Sinfonia Imaterial” sob encomenda do Inatel, depois de dois meses a percorrer o País, continente e ilhas. E inevitavelmente, nestas e noutras andanças, cruzou-se com o cante alentejano, sobretudo através das vozes das mulheres, e com a viola campaniça. É esse lado do cante que está sobretudo representado no canal Mpagdp. As Camponesas de Castro Verde vestidas a rigor, de braço dado com três jovens evidentemente urbanas, como cartas fora do baralho; os tocadores de campaniça Pedro Mestre e Manuel Bento, duas gerações em diálogo, num campo verde algures em Santa Clara do Louredo; José Rosa Valente e o sobrinho, Paulo Colaço, numa “Moda da Padeirinha” a duas vozes, captada em Aljustrel, no que parece ser um quintal. Aí encontrou Tiago Pereira

uma “causa” nova. Mal acabou de estrear “Não me importava morrer se houvesse guitarras no céu”, um documentário sobre a chamarrita, um baile tradicional dos Açores que ainda se dança de forma espontânea, e já assumiu publicamente a missão de “contar a história” da viola campaniça, antes que desapareçam as mãos enrugadas que a dedilham e constroem. Não por falta de quem lhe dê continuidade, e o realizador não deixa de sublinhar o “trabalho ímpar” que tem sido feito pelo jovem tocador Pedro Mestre, com quem, aliás, partilha a ideia do filme. Mas porque, concretiza, “não podemos ficar só com o legado dos novos, é preciso também registar a memória dos antigos”. Uma verdadeira “luta contra o tempo” que não admite esperas por períodos de maior abundância. Daí a ideia de lançar um crowdfunding (financiamento coletivo), através de uma plataforma própria na net, apelando a todos os que acreditam que o projeto é pertinente. “Não dá para uma pessoa ficar em casa à espera que alguém se lembre que é importante apostar no património imaterial português. Se os fundos não existem, se esta coisa gigante da crise faz com que as pessoas se fechem cada vez mais para apoios, então nós temos de ir à luta de outra forma”, afirma, convicto. Em pleno périplo de apresentações do documentário sobre a chamarrita, financiado pelo Governo Regional dos Açores, e acabado de chegar de Montemor-o-Novo, onde andou a filmar para o vídeo/concerto “A Música de Montemor a gostar dela própria remistura-se”,

a convite da autarquia local, Tiago Pereira parece não ter horas diárias que cheguem para mais esta “causa”, a da campaniça. Mas tem. Garante que vai fazer das tripas coração para lançar ainda este mês o vídeo explicativo sobre o objeto da campanha de angariação de fundos. Num país onde tem vindo a confirmar, quilómetro após quilómetro, uma relação “muito rica” das pessoas com a música, Tiago Pereira reserva ao Alentejo um lugar um pouco à parte, pela capacidade de preservar do folclorismo as suas tradições musicais. “O cante nunca morreu. Não ficou sacralizado e fossilizado nos ranchos, não deixou de ser uma coisa da comunidade. É algo que ainda está muito presente na vida das pessoas”, observa. E dá o exemplo “marcante” de José Rosa Valente, intérprete e guardião de um “repertório que não acaba” e que, como se não bastasse, “canta como ninguém”. Entretanto, quem quiser pode ir acompanhando em http://amusicaportuguesaagostardelapropria.org/ alguma da música que se anda a fazer em território baixo alentejano.“Não a que sai nos jornais e vende discos”, salvaguarda o realizador, “mas a que é feita pelas pessoas que cantam porque estão vivas e assim celebram a vida através da música”. Além do cantador de Aljustrel, também lá estão as vozes femininas dos grupos Terras de Catarina, de Baleizão, e As Rosinhas, de Santa Clara do Louredo, uma proposta de cante alentejano em versão rap, pela jovem Leila Martins, e até os roqueiros alternativos Balão Dirigível, a ecoar frenéticas guitarradas pela planície bejense.


Diário do Alentejo 6 julho 2012

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Os bancos padecem de uma espécie de doença grave e altamente contagiosa, que afeta sobretudo as famílias com crédito à habitação: quando um aumenta os encargos, todos os outros vão atrás. Cláudia Maia, “Dinheiro & Direitos”, julho/agosto 2012

Opinião

Palavras, oiço-as, leio-as, escrevo-as, mas desconfio Martinho Marques Poeta

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screvo, mas, se calhar, eu não devia fazê-lo. Sinto hoje e cada vez mais a fraqueza dos efeitos da palavra. Vai já muito longe o tempo em que “faziam efeito” as palavras das benzeduras contra o distorcido ou contra o mau olhado ou as fervorosas súplicas a Santa Bárbara para o afugentamento das faíscas que vêm

nas trovoadas. Sinto hoje e cada vez mais que, através da palavra, não vem chuva, não se repele faísca, não se esvai cataclismo. Com ela, frequentemente, vende-se banha da cobra, espetam-se dedos nos olhos e nos ouvidos dos outros e transmitem-se mentiras ganhadoras de eleições. Mas, sendo preciso usá-la nos meus textos, tão esporádicos, que não me importo que os digam sazonais, preocupome bastante com a produtividade da palavra – neste período em que impera a palavra produtividade. Pensando nela e em tudo o que nos vem envolvendo, limito-me a condensar umas tantas confissões e a acrescentálas a outras que terei feito na última aparição nestas páginas, que não sei bem quando foi, mas que deve ter sido numa altura em que ainda fazia muito frio, apesar de ser quente já então a discussão sobre a imoralidade muito pouco sustentável desta fase da história dos seres a que, injusta ou justamente, é comum chamar humanos. Começo por confessar que continua a espantar-me a geral produtividade do poder político – que verbalmente está com evidência procedendo à salvação do País, da Europa e do Planeta. Desde há muito com frequentes e numerosas palavras. Tão produtivo é, que o número de palavras que produz diariamente (até para anunciar a eficácia dos remédios aplicados) só deve ser excedido pelo número de pobres, de falências e de desempregados que produz em idêntico período. Permitam-me que confesse também a sinceridade de não crer que quem defende que o que move o mundo é a maximização do lucro possa integrar um governo se não for para ajudar a maximizar proveitos da sua nuvem de interesses económicos. Concedendo a quem o integra o benefício da coerência, por que razão haveria de ter prática que invista contra a teoria que aceita? Deixem-me que aponte, a quem justificar os lucros sem limites pelo riscos assumidos, que, quando o Estado garante às sagradas (e, que eu saiba, por enquanto intocáveis) parcerias, determinados proventos, há lucros e não há riscos. Ou antes, ambos existem, mas não são para os mesmos uns e outros. Os lucros são dos privados. Os riscos são de nós todos. Consintam-me que constate esta tendência do poder em tratar mal o trabalho e o descanso, excluindo ao mesmo tempo trabalhadores e folgas e que constate também que, para ter trabalho e isentar-se da penalização do corte de 1/6 dos vencimentos anuais, tem vindo a ser preferível tirar um curso superior de inscrição em partidos que governam do que qualquer outro curso, incluindo os melhores dos mestrados e os mais elevados dos doutoramentos. E, depois de constatar, concedam-me que conteste que um qualquer possa ficar ilibado da tentativa de controlar

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O CLUBE DE CIÊNCIAS DA ESCOLA SECUNDÁRIA DR. MANUEL GONÇALVES, em Odemira, que é coordenado pela professora Paula Canha, voltou a dar cartas a nível internacional. Desta feita, seis dos seus alunos foram distinguidos com medalhas de prata e de bronze num encontro internacional sobre projetos escolares no âmbito do ambiente que terminou na última sexta-feira, em Nova Iorque. E ainda querem que eles emigrem? PB

Parece-me que alguém no ministério de Nuno Crato, não sei se o próprio ministro, com tanto corte de orçamento, tanto professor a despedir e tanta reforma curricular congeminada em gabinetes secretos, acabou a perder o sentido da realidade”. Pedro Tadeu, “Diário de Notícias”, 3 de julho de 2012

a palavra (que possa negar a sua) só porque quem o iliba é quem o próprio nomeou para o efeito. Sobre palavras, gostava de também escrever aqui que ser austero é uma coisa e ser suspenso de viver é outra; que austeros deviam ser os que continuam sendo esbanjadores, à custa de quem não pode esbanjar o que não possui e a quem se subtrai o pouco para tornar superior o que antes já era muito; que, se a desgraça de um povo já é viver a juros, morrer a juros deve ser desgraça extremamente maior; que os maiores apóstolos daquilo a que têm chamado “austeridade”, mas que merece palavras mais espinhosas do que esta, procedem como se cressem numa economia próspera com muitos investidores e poucos consumidores e estão sempre preparados para aplicar segunda “austeridade” no combate aos efeitos da primeira “austeridade”. Deixem também recordar que, à nascença, pode-se logo ficar credor ou devedor, conforme o estado do estado onde se tenha a sorte ou o azar de nascer, ainda que palavras importantes digam que “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos”, que “Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade” e que “Todos os seres humanos podem invocar os direitos e as liberdades proclamados na presente Declaração, sem distinção alguma, nomeadamente de raça, de cor, de sexo, de língua, de religião, de opinião política ou outra, de origem naDeixem também cional ou social, de fortuna, de recordar que, à nascimento ou de qualquer ounascença, pode-se tra situação”. logo ficar credor ou Tudo isto porque talvez, ser devedor, conforme humano, por enquanto, não o estado do estado seja condição suficiente para lhe ser concedida nenhuma esonde se tenha a pécie de crédito, a menos que sorte ou o azar pague juros impagáveis. de nascer, ainda Mas será que é necessário que palavras desperdiçar a palavra a descreimportantes digam ver evidências? As palavras que são utilique “Todos os zadas, as práticas que lhes são seres humanos correspondentes e os resultados nascem livres de tudo parecem tornar tão fáe iguais em ceis ao cidadão comum as condignidade e em clusões, que eu devia, pelo medireitos”, que nos, hesitar antes de me deitar a “Dotados de razão escrever fosse o que fosse. Escrevi, mas, se calhar, eu e de consciência, não devia fazê-lo. Saturei-me devem agir uns de palavras e da falta de palapara com os outros vra. Com risco de ter de ouvir: em espírito de “estás parvo, pedras é pouco!”, fraternidade” e que cada vez mais, às palavras, prefiro de longe as pedras e, às po“Todos os seres lidas, as outras. É que não me humanos podem invocar os direitos arremessam só palavras. E não creio que seja apenas com pae as liberdades lavras que me defendo das peproclamados dras que me arremessam. na presente Com o caminho que isto leva, até não me admiraria que o Declaração, sem Serviço Nacional de Saúde em distinção alguma breve desse lugar a um Serviço Caseiro de Benzeduras, que consistisse em ser tão consistente como se atirasse pedras, por só fazer tratamento com palavras.

Estradas, camiões e comboios José Manuel Basso Médico termalista

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nosso artigo anterior apontava para, desta vez, analisarmos o problema (no desenvolvimento da região) da valorização do “tecido humano” e, em particular, os designados “quadros”, isto é, aqueles que, aos vários níveis, desenvolvem funções de direção, nomeadamente em organismos do estado (local e central). Para honrar a condição em que o diretor nos coloca, apresentando o opinador como “médico termalista”, ao lermos a última newsletter (bem comprida) da Turismo do Alentejo, sem uma linha sobre promoção termal, em junho, quando se gastaram na região, no setor, seguramente qualquer coisa que se aproxima dos 50 milhões de euros, a vontade foi denunciar este escândalo (por omissão...). Bem, mas não perde pela demora, face à gravidade da situação... Vamos falar, conforme o título, dos camiões (tantos, demais) que circulam nas nossas estradas em consequência de anos e anos de desvalorização do comboio como meio de transporte mais adequado para as mercadorias. Muitas das nossas vias férreas, também e especialmente aqui na região, estão pior do que há 50 anos atrás… O investimento realizado no aproveitamento dos fundos europeus teve forte desequilíbrio entre construção e beneficiação de estradas e ferrovias. Por opção política e pressão de vários tipos de lóbis foi assim. Ninguém pode, de forma séria, negar a significativa melhoria das nossas estradas nos últimos quase 30 anos. Só foi pena o dinheiro utilizado não ter dado (também) a devida atenção aos comboios. Efetivamente, nos países mais desenvolvidos da União Europeia, o comboio assume papel primordial no transporte de passageiros (servindo comodidade e velocidade atrativas) e mercadorias. Além das vantagens económicas e (mais importante) ambientais, uma aposta séria na ferrovia tirava essa avalanche de camiões que encharcam as nossas estradas e levam, pelas dificuldades de circulação que provocam, muitos atores locais a, apressada e erradamente, aspirarem e mesmo reclamarem mais e mais autoestradas, mesmo onde o tráfego automóvel é bastante reduzido. O fundamental é garantir, com linhas modernizadas, ligação em tempo razoável entre as capitais de distrito do Alentejo e, subegionalmente, entre as outras localidades economicamente mais importantes. Importa ainda garantir ligação articulada entre as estações de comboio e as povoações mais próximas, por carreiras públicas acessíveis aos cidadãos. Não se pode descurar também ligações de comboio em condições (de velocidade e conforto) para serem alternativa aos “expressos” nas viagens para Lisboa. Sem descurar, nos termos e oportunidade adequados para a luta a travar ser vitoriosa, a retoma do que deve ser bandeira alentejana a não deixar cair em meia-haste – a construção do TGV e espaço de apoio logístico que, muitos quilómetros em redor de Elvas/Caia/Badajoz, seguramente irá gerar reordenamento urbanístico, fixar população, proporcionar emprego...


A mais de um ano da realização das próximas ELEIÇÕES para as autarquias locais, o ambiente político começa a aquecer na cidade de Beja. O atual presidente do município, Pulido Valente, do PS, já anunciou a sua recandidatura. O PCP quer recuperar o município e anda em grande labuta interna para chegar a um consenso. No PSD há pelo menos três candidatos na grelha de partida. E fala-se na possibilidade de aparecerem duas listas de independentes. A coisa está ao rubro. PB

Há 50 anos Duas irmãs em Vale de Vargos e as “feras”

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abrir a edição de 3 de julho de 1962, o “Diário do Alentejo” transcrevia um artigo do “Democracia do Sul”, de Évora, “chamando para o grave assunto exposto a atenção das entidades competentes”. O texto, intitulado “O que é isto?”, é um retrato desses tempos: “De Vale de Vargos [sic], concelho de Serpa, chegam-nos notícias alarmantes. Em todo o País há mais de 6.500 regentes de ensino que, ganhando pouco mais de 20$00 por dia, sacrificam toda uma vida, perdidas por esses descampados, ministrando um ensino para que não estão preparadas, arrostando com dificuldades de toda a ordem que vão desde a debilidade da economia doméstica á precariedade das instalações dos postos escolares e da sua própria residência. Por tudo isso e embora se reconheça que a criança tem direito a professores competentes, no mais lato sentido do vocábulo, admiramos a figura da nossa regente de ensino no que ela representa de luta honesta pelo direito á vida. Pois, na freguesia de Vale de Vargos existe um posto de ensino no chamado Monte do Mota. A regente, que pouco mais terá que vinte anos, vive ali com uma irmãzinha de nove. De dia, as lides domésticas e o ensino roubam-lhes todo o tempo. De noite dormem as duas irmãs num casinhoto anexo ao posto. Não sabem manejar armas nem têm dinheiro para as comprar. Há poucos dias as duas irmãs foram atacadas pelas ‘feras’. Eram altas horas da madrugada e dormiam o sono merecido por um dia de trabalho. A jovem regente tem uma conduta que não admite a mais pequena dúvida sobre a sua respeitabilidade e idoneidade moral. Eram altas horas da madrugada quando as duas irmãs foram sobressaltadas por estrondosos pontapés que arrombaram a porta da casa em que se encontravam sózinhas. Pegando nas roupas, fugiram pelas traseiras da casa, no momento em que os cinco senhores, que reconheceram, já se encontravam dentro da mesma. Espavoridas, foram pedir abrigo a um monte que fica a 300 metros do posto. No outro dia, Vale de Vargos mostrou-se indignada com o criminoso objectivo dos cinco assaltantes da jovem regente do Monte do Mota. A ideia de roubo é inadmissível, dado que os assaltantes não precisam e é sobejamente conhecida a pobreza da jovem regente. Vale de Vargos continua à espera... mas receia esperar eternamente. Parece que nada aconteceu no Monte do Mota. Ao Ministério da Educação Nacional compete averiguar este caso, providenciando no sentido de evitar que a impunidade venha a encorajar novos casos nos muitos Montes do Mota que por aí há.” Carlos Lopes Pereira

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O Centro Distrital de Beja da Segurança Social acaba de assinar protocolos com mais de quatro dezenas de IPSS do distrito. A ideia é que as cantinas destas instituições possam fornecer 822 REFEIÇÕES DIÁRIAS a pessoas carenciadas do distrito. Uma iniciativa louvável, numa altura em que o desemprego e a pobreza alastram na região como até à data não havia memória. Nomeadamente após o 25 de Abril de 1974. PB

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A verdade é uma coisa simples: a vida não é formatável pela troika. A esperança também não. A vontade de viver também não. Há uma outra coisa, igualmente simples, que os financeiros e os especialistas no cash-flow e nos mercados ainda não se deram conta: a malta nova (muito em especial essa) está a ficar farta disto. Os desempregados também. Os que são explorados com salários indignos também. Santiago Macias, http://avenidadasaluquia34.blogspot.pt/, 1 de julho de 2012

Carta ao diretor O barbeiro e a Vila Morena Francisco Pratas Beja

O “Diário do Alentejo”, o meu jornal de sempre, continua a interferir na minha vida, independentemente do meu afastamento. Desta feita trata-se de um simpático trabalho do meu antigo companheiro de lides, Rafael Rodrigues, impresso neste mesmo jornal na sua edição de 22 de junho, com uma curiosa entrevista ao mais antigo barbeiro de Grândola. Só que nessa folha de imprensa vem, involuntariamente, encamisado um sopro de saudade que, desde logo, se me atirou à cara. Então não é que o senhor entrevistado é, nada mais, nada menos, que Eduardo Correia, natural de Beja e que durante anos foi meu barbeiro, ao tempo, na melhor barbearia da cidade, vis à vis com a “meia laranja”, numas Portas de Mértola ainda compostas dos mais modernos estabelecimentos da cidade e clientela que se visse. Com Eduardo Correia, mais três ou quatro amigos, nos juntávamos nas noites de sábado (as barbearias fechavam às 23 horas) e daí vaguearmos ao acaso pelas ruas mortas da nossa terra sonhando, quiçá, com moiras encantadas ou coisa semelhante; o Eduardo Correia, o Isidro Rato (com o pai preso no Tarrafal), o António Duarte (o mais simpático ourives de Beja) e o Chico Pratas, autor destas apressadas linhas, cobrindo horas e comendo açordas monas aqui e ali até às tantas da madrugada. Numa dessas noites, numa projetada viajem a Lisboa para assistirmos no dia seguinte a um Benfica-Belenenses no velho campo do “Glorioso”, ficámo-nos pelas proximidades de Ferreira do Alentejo, com furos em, pelo menos, três rodas do pequeno carro em que nos faziamos transportar, tal era o estado dos seus pneus que rapidamente esgotaram o stock dos poucos remendos de que o condutor se fazia acompanhar, não fosse o diabo tece-las. Só que o diabo teceu-as e…ficámos na estrada até manhã alta. São bons moços (diziam os velhos do Restelo) mas… têm ideias avançadas). E esta hein! E nós com uma peninha de não nos chamarem retrógrados Uma curiosidade: éramos todos do Benfica, talvez por influência da cor da bandeira que aquele popular clube ostenta nos deixámos arrastar por outros

caminhos. Malandrice… Mas voltemos ao Eduardo Correia. Foi um homem formado numa das melhores sociedades filarmónicas do distrito, a Capricho Bejense, onde, não só foi um exímio músico, como um extraordinário dirigente. Grândola pôde pois acolher no seu ceio, e durante muitos anos, não só um cidadão exemplar e integro, como um homem de “mil saberes”, cozinhados na universidade do povo, que foi é e será sempre a sua Capricho. Um abraço Eduardo, moço da minha idade!

Do indispensável diálogo de gerações José Carlos Albino Messejana

Sendo um desígnio essencial nos tempos presentes, a comunicação entre gerações foi algo que percorreu a minha vida. Em jovem muito conversei e contradisse com pessoas mais velhas, à procura de experiências que me orientassem as posturas. Nos últimos tempos, as relações são dominadas por pessoal com menos 20 anos. Estas permutas têm sido essenciais para ir formulando as minhas intervenções. Mas hoje estas relações, entre diferentes gerações, têm vindo a esvair-se. Sendo que a aceleração das transformações nas vivências sociais têm vindo a extremar formas de estar e ser. Esta quebra intergeracional tem contribuído para a ausência de reais alternativas às crises que nos assolam. A permuta de ideias e propostas dos oito aos 80, com o pensamento nos que estão para vir a este Mundo, é preciso que se estabeleça em toda a sociedade civil organizada, nomeadamente nos partidos políticos. Velhas e novas visões, devidamente conjugadas, serão fator de ir encontrando as vias acertadas para os complexos desafios deste nosso século XXI. Na complementaridade das diferenças faremos caminho, caminhando !

O que foi a CP Luciano Raimundo Beja

A CP (Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses) teve bons administradores (general Raul Esteves, major Mário Costa e dr. Mário Figueiredo) e competentes engenheiros que dirigiam as divisões da exploração matéria e

tração, via e obras e abastecimentos. A CP tinha grandes oficinas, nas principais estações, onde trabalhavam centenas de operários especializados. O maior número de oficinas estava localizado no Entroncamento. A secção de via e obras de Beja realizou grandes obras (no período da 2.ª Guerra Mundial), onde trabalhavam umas centenas de trabalhadores efetivos e suplementares. As grandes obras realizadas foram as seguintes (que foram custeadas pelo Fundo Especial do Estado): variante de Beja, renovação integral da via, entre Santa Vitória, Ervidel e Ourique, terraplanagens da estação de Beja e ampliação das gares e coberturas da estação de Beja. A cidade de Beja foi servida com bons horários de comboios rápidos, com boas composições de carruagens e locomotivas, do tempo dos Caminhos de Ferro do Estado (sul e sueste), que circulavam entre Barreiro e Vila Real de Santo António. Estes comboios vinham sempre com muitos passageiros do Algarve. O encerramento do ramal de Moura, onde circularam modernas automotoras, de fabrico sueco, entre Beja e Moura, prejudicou grandemente as populações de muitas localidades. Este ramal deu muito trabalho, com a aplicação de balastro, porque a linha encontrava-se assente em terra, e também na conservação periódica, na abandonada obra de arte da ponte do Guadiana. A CP possuía, nas principais estações, grandes bairros que eram habitados por famílias de ferroviários. Destacam-se os muitos bairros que existiam na cidade de Entroncamento, que tinham ótimas condições. A CP tinha escolas primárias que eram frequentadas pelos filhos de ferroviários, com boas instalações e bons professores, que eram cedidas pelo Ministério da Educação. Em destaque estava a escola Camões, de Entrocamento, com quatro grandes salas de aula, com quatro professores e um belo edifício de rés-do-chão e 1.º andar, com moradias para todos os professores no 1.º andar. A CP, nas principais estações, tinha postos médicos, com bons médicos e enfermeiros, um sanatório com muita fama, um dispensário e uma farmácia bem abastecida, instalada na estação de Santa Apolónia. Também tinha os melhores médicos especialistas. Os escritórios principais da empresa estavam instalados nas estações de Santa Apolónia e do Rossio, com a administração, direção geral e divisão de vários departamentos, e também havia nas principais estações, circunscrições e secções divididas por zonas (norte, centro e sul). Agora só resta a saudade dos bons tempos que ofereceu a CP.


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Quando éramos novos estes eram os estudos que os nossos pais nos podiam dar. Fazíamos um bocadinho de escola e depois íamos para morais. Para o campo, guardar o gado”. Eduardo Martins

Reportagem

Poucas semelhanças entre hoje e antigamente

Os moirais do Sul O campo está cercado. As ovelhas pastam em terreno delimitado. Os moi-

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s campos maioritariamente despidos de culturas. Na estrada poucos carros ou quase nenhuns. De vez em quando lá há uns pneus que pisam o alcatrão, mas o gado que pasta parece não incomodar-se. Pouco se manifesta. Não arreda. O calor parece levantar-se do chão que se pinta de tons castanhos-claros. A pastagem está seca como o tempo seco que chegou com o fim da primavera. A vedação de arame, segura por paus, castanhos como os torrões que os acolhem, impede que o rebanho chegue à estrada. E só os pássaros, felizes no seu voo, têm a audácia de transpô-la. Ao longe um monte, com a cal descorada pelo tempo, e nem vivalma. Não se avista ninguém. Apenas as ovelhas que pastam indiferentes à pouca falta de movimento. Um silêncio ensurdecedor, apenas quebrado pelos chocalhos e pelo cantar das aves. É este o cenário que muitas vezes os pastores do Sul, ou moirais como preferem ser chamados, encontram. Mas esta vida no campo pouco já se parece com a vida de antigamente. Este acompanhar dos rebanhos em nada se assemelha a tempos antigos. O gado, agora, a bem dizer, pasta em terreno parqueado. O campo está vedado. Encontrámos aqueles que provavelmente serão os últimos morais do Sul, pelo menos na forma como sempre os conhecemos, encostados aos seus cajados, de samarra vestida, noite e dia a guardar o gado, dormindo ao relento. Serão estes, talvez, os últimos guardiões destas nossas, mas ainda mais suas, memórias, embora também já eles se tenham adaptado às mudanças dos tempos, como antigamente se adaptavam à mudança das estações. Encontrámo-los no II Encontro de Moirais do Sul, em São Pedro de Sólis, para que o ofício, para que a memória e a identidade dos guardiões dos territórios do Sul permaneça. E as ovelhas ali ao lado, entre vedações, no campo parqueado, indiferentes aos poucos ruídos que se ouvem na planície, consumidas pelo calor. É que o vento, que mal se sente, também mal se ouve. De pelica vestida, bigode e sobrancelhas fartas, José Guerreiro, moiral quase desde que se lembra, mata a sede e garante que agora, embora as arreliações sejam muitas, “esta vida é muito mais fácil”. “Temos ao dispor outros meios. Agora temos uma carrinha. Uma moto. Antigamente tínhamos um burrinho para andar a ‘cavalo’. Para ir comprar o casqueiro tínhamos de ir de burro e agora vai-se de carrinha”. É de

rais, os guardiões dos territórios do Sul, já não passam o mesmo tempo no campo. Os dias de pastor, hoje, pouco têm a ver com os de outrora. Mas aqui, no Sul, ainda há moirais, com histórias de hoje, de ontem e de antigamente para contar. Texto Bruna Soares Fotos José Ferrolho

Gomes Aires, mas as suas ovelhas pastam no concelho de Mértola. “Tudo em pastagens compradas”, assegura. Setecentas ovelhas, um bom número, em sua opinião. O número suficiente para ele e as suas duas cadelas, a Boneca e a Pióga, darem conta. “Comecei a andar por aqui e por ali. Engatinhando. Sempre junto dos moirais. Depois comecei por minha conta”, explica. E tanto engatinhou que não quer saber de

outra coisa na vida. “Pouco compensa já andar nesta arte. Às vezes andamos à rasca. É mau de dar. Mas eu gosto disto e foi o que aprendi a fazer”, conta. As melhorias na profissão, garante, são muitas. “Passavam-se muitas horas no campo. Víamos o sol nascer e pôr-se. À noite tínhamos uma choupana de atabua e lá dormíamos. Eram tempos difíceis e até de sofrimento. Agora já temos boa malhada,

boa casa. É outra vida”, diz com um sorriso largo de satisfação. A parede pintada a cal acolhe as costas de Eduardo Martins que a ela se encosta para descansar. O homem forte e alto ostenta um chapéu preto na cabeça, adornado por um molho de alecrim. Na mão acha-se uma panela de cor azul salpicada por pintas brancas. Era assim que normalmente saía para o campo. Hoje as coisas são diferentes. “Não foi por gostar que abracei durante algum tempo esta profissão. Quando éramos novos estes eram os estudos que os nossos pais nos podiam dar. Fazíamos um bocadinho de escola e depois íamos para morais. Para o campo, guardar o gado”, diz o antigo pastor. Para rapidamente acrescentar: “Quando as ovelhas tinham os borreguinhos no campo, em dias de frio e chuva, cheguei a enrolar os borregos nas mantas onde dormia, para que não morressem com frio. Eram outros tempos”. Os jovens, segundo os moirais, andam longe desta profissão, embora ainda se encontre quem queira guardar gado. “É preciso é aprenderem com os mais velhos. É fácil de aprender, mas precisa de prática e, sobretudo, de vocação”, afirma Eduardo Martins. Faz uma pausa e mata a sede levando a boca ao púcaro de barro. Deixa a água de lado e questiona: “Está calor, não está?”. Eduardo aquece a voz, que o corpo já está aquecido que baste. “Está calor, não está?”, repete. Uma e outra vez. “O pastor alentejano/ tem seu cão por companhia/ nos campos do Alentejo/ onde passa noite e dia”. É esta a música que ecoa. Até porque é a que lhe diz mais respeito, a si e aos seus colegas de ofício. “Um moiral que não tenha um cãozinho não faz nada de uma ovelha”, debatem os homens. E rapidamente José Guerreiro se recorda da Boneca e da Pióga. “Um cão macaco para voltar o gado e um rafeiro para espantar as raposas e os bichos bravos”. Encostado ao seu cajado está António Manuel, que transporta ao ombro uma manta castanha e creme, típica da região, onde tantas vezes se aqueceu. António está longe de passar o mesmo tempo que passava no campo. “Vou de manhã ver o gado e como tenho as cercas volto depois à tarde”. António é pastor há 25 anos. “Tinha de andar desde manhã à noite atrás do gado. Tenho 80 ovelhas que já não me dão o mesmo trabalho de antigamente. No tempo do nascimento dos borregos é que dão mais. É que um pastor também é um bocadinho veterinário”, anuncia, para o caso


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“Temos ao dispor outros meios. Agora temos uma carrinha. Uma moto. Antigamente tínhamos um burrinho para andar a ‘cavalo’. Para ir comprar o casqueiro tínhamos de ir de burro e agora vai-se de carrinha”. José Guerreiro

de haver algum distraído, que pouco saiba desta profissão. As mãos não lhe escondem a dureza do trabalho no campo. Umas rugas saltam rapidamente à vista, nas mãos, mas também na face, que denunciam as longas horas ao sol, ao frio e tantas vezes à chuva. “Nunca tive ninguém na família que gostasse de gado, mas a minha tendência foi sempre para aqui. Quando me considerei

alguém dediquei-me ao gado. Comecei a trabalhar para lavradores e quando recebia as férias guardava o dinheirinho para comprar o meu rebanho”, lembra. Tal como lembra aquela noite em que pensou que “morria no campo”. “Estava na cabana de atabua e de junco e começou a cair neve. Tornou-se muito pesado e pensei de tudo ir tombar em cima de mim. Mas depois até não teve muita dúvida. Foi a noite mais dolorosa da

minha vida”. E quanto à solidão desta profissão? “É solitária e não é. Para os outros pode parecer que sim, mas para nós nem é tanto. Rapidamente nos habituamos à vida no campo”, diz António Manuel. E explica: “Isto os gostos é que fazem as coisas. É como outra coisa qualquer. Temos gosto naquilo que fazemos. Temos o gado para juntar, para cuidar e entretemo-nos”.

António garante que conhece uma boa parte do seu rebanho, de tantas horas que o acompanha. “Às vezes distingo as ovelhas pelo berrar. Pode parecer uma coisa estranha, porque para as pessoas berram todas de igual modo, mas é verdade. Há características nos animais que aprendemos a reparar. Às vezes estou em casa e oiço uma berrar. Sei que é a ovelha tal”. Os pastores desafiam a memória. Lembram uma e outra vez os tempos antigos e a conclusão a que chegam é que os dias de hoje já pouco são parecidos com os de antigamente. Os dias na sua profissão são outros, mas se sentem uma certa nostalgia, também sentem alívio. O II Encontro de Moiras do Sul é uma oportunidade única para olhar para o passado, mas também para o futuro destes homens e dos futuros pastores. E a organização, essa, partiu da Associação de Defesa do Património de Mértola, em parceria com a Junta de Freguesia de São Pedro de Sólis. “O dia de São Pedro é o dia dos moirais. Antigamente era o dia escolhido para o convívio, para o encontro e para os pastores se ‘concertarem’, como dizem, com os patrões. Esta terra acolhe o nome de São Pedro e, neste sentido, surgiu a ideia de voltar a realizar aqui esse encontro anual”, explica Jorge Revez, presidente da ADPM. Os pastores retomaram a tradição do Dia de São Pedro; no entanto, ao mesmo tempo, pretendem relembrar a sua importância nestes territórios rurais. “Por um lado, são eles, melhor do que ninguém, que simbolizam este território. São eles que todos os dias andam no campo. São eles que, melhor do que nós, por exemplo, se apercebem das alterações que ocorrem no campo. No que diz respeito às alterações climáticas é interessante notar que muitas vezes eles sentem, pressentem e transmitem aquilo que as investigações uns anos mais tarde acabam por confirmar. É muito importante, assim, este encontro, nomeadamente para a preservação da identidade, para a autoestima e até para o desenvolvimento destes territórios”, diz o presidente da ADPM. A rua larga continua a acolher moirais e a maneira como se encontra encostado ao cajado, uma destreza ganha pela rotina, bastaria para identificar José Francisco como um moiral experiente. “Sou moiral deste moço e hei de andar nesta vida até que possa”, avisa. Mil e trezentas ovelhas a seu cargo. “Já foram mais, mas agora são só estas. Ensinei aos que pude esta profissão, mas acabei por não ensinar a ninguém. Davam uma ajuda, mas depressa se fartavam. Os moços agora já não querem saber do gado e até têm mais facilidades do que antigamente. Têm tudo mais a favor nesta profissão”, defende o pastor. No campo o mesmo silêncio. Quando uma ou outra ovelha se move lá se escutam os chocalhos, lá se levanta um pouco de pó. O gado continua a pastar e o moiral, até que o rebanho encha a barriga, poucas preocupações tem. O campo está cercado.


Benfica B e Nacional solidários com Cercibeja

Diário do Alentejo 6 julho 2012

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A equipa B do Benfica e o Nacional da Madeira disputam no próximo dia 25, na cidade de Beja, uma partida de caráter particular e de solidariedade para com a Cercibej – Cooperativa de Educação e Reabilitação de Cidadãos Inadaptados. O jogo realiza-se no Complexo Desportivo Fernando Mamede, pelas 19 horas.

Desporto

Medalhas para Beja Os atletas Diogo Luz e Sara Inácio, ambos da Juventude Desportiva das Neves, conquistaram medalhas de prata e bronze nos Campeonatos Nacionais de Juvenis realizados em Abrantes. Diogo Luz foi segundo no lançamento do peso 5kg, com 15,19 m, novo recorde distrital, venceu a medalha de bronze no salto em altura com 1,88 m e ficou em 4.º nacional nos 300 m barreiras, com 40,46”. Sara Inácio conquistou a medalha de prata nos 800m, com o registo de 2´.18,81”.

João Serra Magalhães já tem o nome no Pavilhão Municipal de Beja

Um momento nobre e emotivo O município de Beja redenominou o Pavilhão Municipal de Beja com o nome de João Serra Magalhães, por proposta da Associação de Patinagem do Alentejo. Texto e foto Firmino Paixão

S

into-me muito orgulhosa, é uma alegria muito grande testemunhar tudo isto apesar da tristeza interior, mas quero ver se sou suficientemente forte para viver este momento. Lamento que ele hoje não esteja aqui. Fez em vida tudo aquilo que gostava, é pena que não esteja aqui hoje em pessoa a receber esta homenagem”, disse Maria Luísa Magalhães, viúva de João Serra Magalhães, figura impar da patinagem alentejana, sócio de mérito n.º 1 da Associação de Patinagem do Alentejo (APA) e sócio de mérito n.º 100 da Federação Portuguesa da Modalidade, pelo seu contributo no engrandecimento do desporto e como reconhecimento pela obra que deixou no Clube de Patinagem de Beja, que lhe dedicou mais uma edição do seu “Memorial”. “É pena que ele não esteja cá para ver”, repetiu Maria Luísa Magalhães, tentando conter a emoção: “Foi uma vida inteira dedicada à patinagem, em solteiro, depois de casado, privou-me muitas vezes da companhia dele para vir para aqui e para andar com os miúdos. Era o que ele gostava, eu própria colaborei muito nisso, era na minha casa que se lavavam os equipamentos, era lá a sede do clube enquanto não conseguiram arranjar uma casa”, confidenciou a viúva do homenageado. O presidente da Câmara Municipal de Beja, Jorge Pulido Valente, que partilhou com Luísa Magalhães o descerramento da placa toponímica, considerou, por sua vez: “É uma homenagem muito justa e muito merecida, pecará, talvez, por tardia mas mais vale tarde do que nunca. A semente que ele deixou está aqui hoje bem patente, com tantos miúdos e graúdos. Certamente que essa semente manterá os ciclos de germinação e dará muito mais frutos”. E acrescentou: “Toda a gente que aqui entrar deparará com a nova denominação do pavilhão e os que conheceram João Magalhães recordá-lo-ão, os outros hão de questionar quem era e perceberão que foi uma grande figura da cidade e da região, que fez um trabalho exemplar, de que nós todos nos devemos orgulhar, e que esperamos tenha continuidade naqueles que foram, digamos, os seus herdeiros”. Nuno Palma Ferro, presidente da APA, lembrou que “este dia marca o fim de um percurso em que associação muito se

Pavilhão João Serra Magalhães em Beja Jorge Pulido Valente, presidente da Câmara e Maria Luisa Magalhães na cerimónia

“João Magalhães representa para mim paixão e reconhecimento pelo mérito, porque só com estes sentimentos é que podemos ter esta moldura humana e esta dimensão que podemos testemunhar. É esta paixão, este mérito, esta lição de vida que ele nos deixou que eu quero transmitir aos meus filhos que aqui patinam hoje”

empenhou”. “Marca o fim deste tempo de espera e marca o início de um novo tempo, onde a vivência e aquilo que o João Magalhães nos deixou certamente nos inspirará”. Palma Ferro afirmou ainda: “Paz e amor são as duas melhores palavras que existem no mundo, o desporto tem-nas e o João Magalhães trouxe-as até nós também”. E acrescentou: “A nossa terra, que tem fama de ser ingrata para os seus, não o foi. Estamos muito contentes por isso, estamos inundados de paz”. Evocando o percurso do homenageado, Palma Ferro ainda disse: “Eu podia adjetivar tudo aquilo que foi a obra João Magalhães, mas vou apenas alicerçá-la em dois pilares que considero essenciais. João Magalhães representa para mim paixão e reconhecimento pelo mérito, porque só com estes sentimentos é que podemos ter esta moldura humana e esta dimensão que podemos testemunhar. É esta paixão, este mérito, esta lição de vida que ele nos deixou que eu quero transmitir aos meus filhos que aqui patinam hoje, porque, seguramente, que nos próximos tempos nos farão muita falta”. E a concluir disse ainda: “Esta cerimónia é justa e merecida, há muito tempo que esperávamos por ela. Vem no seguimento de uma outra que há uns tempos foi feita em Aljustrel a Armindo Peneque, personagens muito similares, e

eu até poderia dizer que João Magalhães e Armindo Peneque, onde quer que estejam, mas a 37 quilómetros de distância um do outro, estarão, por certo, a organizar um Beja/ Mineiro em hóquei em patins”. Reinaldo Castilho, antigo presidente da APA, também comungou no mérito da homenagem: “É justíssima, outra coisa nunca poderia ser por tudo aquilo que ele realizou e desejou. Está a concretizar-se a continuação daquilo que era o seu ideal e nós estamos aqui todos precisamente para o homenagear”. E acrescentou: “Infelizmente partiu cedo demais, mas para nós tem uma grande importância ver que a obra que ele iniciou está viva e cada vez mais grandiosa”. O sucessor de João Magalhães na presidência do Clube de Patinagem de Beja disse também: “Orgulho em presidir a esta clube sintoo desde sempre, sobretudo nestes últimos seis anos, infelizmente por motivo da perda do João Magalhães, mas hoje, especialmente, estou muito contente, muito orgulhoso, por tudo o que mostrámos durante este memorial. Mas a melhor homenagem que lhe podemos prestar é continuarmos com esta atividade, termos muitas crianças e muitos jovens a patinar, e esse é o nosso objetivo, porque era esse o ideal do João Magalhães”. Uma homenagem muito justa, um momento muito nobre e emotivo.


Um empate com a equipa de Angra do Heroísmo foi o melhor resultado conseguido pela seleção sub-14 da AF Beja, que esteve nos Açores a disputar o Torneio Nacional de Futebol Interassociações, ganho pela AF Lisboa ao bater (1/0) a sua congénere do Porto na final do torneio. Os resultados da equipa bejense foram os seguintes: Beja-Lisboa, 0-1; Bragança-Beja, 2-1; Beja-Madeira, 0-1. Beja-Portalegre, 1-2 e Angra do Heroísmo-Beja, 1-1.

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AF Beja no Lopes da Silva em sub-14

São Francisco da Serra O 6º. Grande Prémio de Atletismo “Nossa Senhora do Livramento”, de São Francisco da Serra, realiza-se amanhã, sábado, pelas 19 horas. Trata-se de uma prova organizada pelo Grupo Desportivo e Recreativo de São Francisco da Serra com o apoio da junta de freguesia local e da Câmara Municipal de Santiago do Cacém. A prova tem um percurso de 9 000 metros e, em simultâneo, realiza-se uma caminhada com cerca de 5 000 metros.

Casa do Benfica de Almodôvar pedala para o sucesso

União da equipa e o orgulho benfiquista Fazendo justiça ao emblema e confirmando o mérito do “glorioso”, a equipa de ciclismo da Casa do Benfica de Almodôvar pedala numa rota de sucesso, assinando mais uma temporada de grandes vitórias.

olhamos à dimensão da dádiva, porque todos mostram boa disponibilidade em contribuir para que possamos andar na estrada. É por eles todos que nós estamos na estrada com a maior das vontades e esperamos que este trabalho continue no próximo ano e com o mesmo sucesso.

Texto e foto Firmino Paixão

rancisco Camacho, treinador da equipa, revela o percurso competitivo da formação encarnada e deixa a receita do sucesso, prometendo novos triunfos dos corredores que lidera. Com presença assídua em todas as provas nacionais do calendário de amadores e corridas na vizinha Espanha, a equipa benfiquista está a projetar o seu concelho e a dignificar a modalidade e a honrar a mística benfiquista.

F

Como caracteriza a equipa de ciclistas que tem na estrada?

A equipa está a fazer uma grande temporada, quer em Portugal quer no país vizinho?

O ciclismo a este nível amador está bem dinamizado e tem capacidade competitiva?

Pensamos que a época está de facto a correr bem. A Casa do Benfica de Almodôvar e todos os nossos patrocinadores têm desenvolvido todos os esforços para que possamos ter um mínimo de condições para que os resultados apareçam ao longo da época. Esta época, de certa forma, temnos corrido bem. Não está ainda como nós desejaríamos, mas ainda temos muitas corridas para fazer. Já temos alguns primeiros lugares, mas como calculará a ambição do Benfica é sempre andar na frente, mas vamos esperar, a época é longa.

Temos um bom lote de atletas, todos trabalham muito bem para o coletivo. Temos seis ciclistas na estrada e dois a fazer BTT, de vez em quando os do BTT vêm juntar-se a nós, mas o bloco que eu e o Henrique Revês formámos, e que trazemos na estrada, é muito completo e homogéneo. É isso que se quer e sublinho que existe um ambiente espetacular entre todos nós.

Sucesso Equipa de Ciclismo da Casa do Benfica de Almodôvar No vosso calendário estão todas as provas nacionais na categoria de masters?

Sim, todas as provas nacionais de norte a sul do País e participámos, inclusive, numa prova em Espanha, que tivemos o privilégio de ganhar através do nosso atleta João Portela, num pelotão com 180 corredores masters, o que achamos muito dignificante. Estivemos recentemente nos Açores com o nosso atleta Rui Rodrigues, ganhámos uma etapa e duas camisolas. No Prémio Jorge Nunes, em Grândola,

também tivemos duas vitórias. Estamos na senda do êxito, é para isso que trabalhamos semana a semana. E qual é a receita para todo esse sucesso?

Primeiro que tudo, todos nós que estamos aqui na Casa do Benfica temos o maior orgulho em andar com este símbolo ao peito. Depois, é a união que existe no grupo e não só. Estamos muito bem enquadrados pelo Henrique Revês, que é o nosso diretor desportivo, que se esforça em prol

da equipa tentando que as coisas corram minimamente bem e nós depois, no plano desportivo, fazemos o resto, que é dar o melhor contributo competitivo. Dinamizando a modalidade e divulgando a Casa do Benfica de Almodôvar e os vossos patrocinadores?

É evidente que tudo fazemos para isso. A referência principal é a Casa do Benfica de Almodôvar e a terra em si, mas justamente também aqueles que contribuem, com muito ou pouco. Não

Tem capacidade mas falta realmente um impulso. Aquele impulso que todos esperávamos que fosse dado pelos órgãos de comunicação social, que os jornais e a televisão acompanhassem um pouco mais a modalidade a este nível, e isso não tem acontecido. Bastava só que aparecessem de vez em quando e divulgassem esta ou aquela corrida, dando-lhe mais visibilidade. Seria excelente, não só para a Casa do Benfica de Almodôvar como, de uma forma mais global, para a modalidade e até para o público que é entusiasta do ciclismo.

Ciclismo

Volta ao Alentejo 2013 terá cinco dias A Volta ao Alentejo em Bicicleta poderá, em 2013, ser alargada para o antigo figurino de cinco dias e cinco etapas, abrangendo assim um maior número de concelhos da região alentejana. Texto Firmino Paixão

A

revelação é de Jorge Nunes, presidente do conselho de administração da Caixa de Crédito da Costa Azul, um dos principais patrocinadores da prova em 2012 e que manterá o apoio à prova: “Vamos manter com certeza, não só porque eu sou um adepto do ciclismo, mas porque nós temos por princípio colaborar

no desenvolvimento local em tudo aquilo que tiver a ver com as mais diversas atividades, as questões sociais, a saúde, o desporto, é uma obrigação que está contemplada nos nossos estatutos, mas também na nossa forma de ser e de estar, por isso esse investimento está perfeitamente enquadrado”. Jorge Nunes reforçou ainda:

“Vamos manter a nossa ligação à Volta ao Alentejo e até lhe posso dar uma novidade, não depende só de nós, como é óbvio, mas as coisas estão encaminhadas para que a Volta ao Alentejo em 2013 tenha mais um dia de prova e, sendo assim, vamos abranger mais localidades e mais concelhos”. E concluiu dizendo: “O saldo

anterior foi muito positivo e se não fossemos nós corria-se o risco de a prova se desmoronar. Agora acho que isso já não vai acontecer, já coloquei a questão à CA Seguros, que também vai colaborar connosco e, se os municípios dos diversos concelhos também colaborarem, temos garantida a Volta ao Alentejo em Bicicleta com mais um dia”.


Diário do Alentejo 6 julho 2012

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Escola Municipal de Natação em Barrancos

A Câmara Municipal de Barrancos está a desenvolver o programa Escola Municipal de Natação 2012, ação que tem como objetivo geral a adaptação ao meio aquático, ensino e aprendizagem da natação para crianças, jovens e adultos, com idade mínima de três anos. As aulas decorrem entre terça e sexta-feira, das 9 e 30 às 12 horas e das 19 às 20 horas.

Benvinda, figura mítica José Saúde

Gala da patinagem A Associação de Patinagem do Alentejo assinala os 35 anos da patinagem alentejana com uma gala onde vai homenagear algumas personalidades ligadas à modalidade e exibir um vídeo evocativo do percurso de mais de três décadas de atividade na região. O evento realiza-se hoje, sexta-feira, pelas 21 e 30 horas, no auditório do Instituto Politécnico de Beja.

António Casaca faz avaliação positiva ao atletismo regional

As grandes conquistas do atletismo regional António Casaca, presidente da Associação de Atletismo de Beja, é perentório na afirmação de que a modalidade tem evoluído positivamente em todas as suas vertentes. Texto e foto Firmino Paixão

E

m vésperas de concluir o seu mandato, já anunciou a decisão de não se recandidatar e apoiará uma eventual candidatura do atual diretor técnico regional, António Machado. Casaca faz uma abordagem séria ao atual estado da modalidade e elege e construção da Pista Sintética Fernando Mamede como o pilar fundamental para o crescimento e requalificação do atletismo regional. Atletismo regional António Casaca com Fernando Mota, presidente da Federação de Atletismo de Portugal Foi uma época bem-sucedida em termos de resultados e de participação de atletas em provas?

O balanço que eu faço, e é uma opinião de que a direção comunga, é que administrativos e em termos desportivos a época foi positiva, apesar das expectativas pessimistas que tínhamos no início e que nos obrigaram a fazer alguns cortes, nomeadamente nos campeonatos distritais, em que realizámos as jornadas num só dia, para reduzirmos as despesas com ajuizamento. Há atletas ainda a competir em provas nacionais?

Terminou o nosso calendário distrital e, felizmente para nós, porque revela que há qualidade, que existe trabalho e que o futuro é promissor, pois apesar das grandes dificuldades com o piso sintético da pista, conseguimos colocar atletas com os mínimos para os campeonatos nacionais dos vários escalões e para os Campeonatos de Portugal. Uma temporada com bons registos competitivos e alguns recordes?

Foram estabelecidos 67 novos recordes distritais, alguns foram batidos e, pouco tempo depois, ultrapassados pelo mesmo ou por

outro atleta, demonstrando a evolução que existe. Em termos de clubes, filiámos o Ourique e o Guadiana de Mértola, mas o Sporting de Cuba, este ano, não se filiou. Tivemos 354 atletas filiados, um número que aumentou substancialmente relativamente à época anterior.

atividade?

Obrigou-nos a refletir e a trabalhar mais. Apesar de tudo realizámos os nossos campeonatos, cativámos para as nossas provas um número significativo de atletas, e isso é mérito dos clubes que fizeram um belíssimo trabalho, quer na formação, quer na presença nos eventos.

É possível melhorar esses índices?

Esse trabalho tem sido desenvolvido de forma excelente pelo diretor técnico regional, António Machado, que procura muito o contacto com as escolas, com os professores e com os setores de desporto das autarquias. Tem sido um excelente trabalho e a qualquer momento podem surgir novos núcleos em Serpa e Almodôvar. Valida a afirmação de que o atletismo regional tem vindo a ganhar qualidade?

Tem ganho muita qualidade e tem aumentado o número de atletas. Importa sublinhar que se existir uma maior aproximação entre a trilogia formada pelos clubes, autarquias e a escola, com o apoio da associação, certamente que teremos mais atletas a praticar. Os constrangimentos provocados pela crise limitaram esta

Acredita numa solução rápida para a beneficiação do piso da pista Fernando Mamede?

Já ouvi alguém dizer em voz baixa para esquecermos o piso da pista. Não posso confirmar, nem desmentir, mas é uma ideia que se pretende passar cá para fora. Discordo totalmente disso. A remodelação do piso da pista sintética dependerá da vontade política, porque, vendo bem, não será a autarquia a custear integralmente as despesas, suportará apenas 20 por cento e através do QREN, até 2013, pode candidatar-se a essas verbas. O seu mandato vai terminar em setembro. Recandidata-se?

Não serei candidato a um novo mandato. Tenho 12 anos de trabalho árduo como diretor técnico, dirigente, juiz de atletismo, treinador e condutor, depois mais quatro anos de presidente da associação

em que continuei a trabalhar e não me limitei a entregar medalhas, aliás, nunca ninguém se lembrou de me convidar para isso. São 16 anos e já chega. Manterei a minha atividade de atleta, treinador e juiz. É uma decisão irreversível. Apoiaria a candidatura de algum elemento dos atuais corpos sociais?

Apoiarei qualquer um deles que queira avançar e até já foi sugerido o nome do atual diretor técnico, António Machado, pela sua formação, pela sua maneira de ser e pelo diálogo que mantém em todos os agentes da modalidade, escolas e autarquias. Seria um bom candidato. Sai consciente de ter conduzido a nau a bom porto?

Há sempre aspetos positivos e outros negativos, mas o grande momento foi, há 12 anos, a construção da pista de atletismo de Beja. Foi a melhor conquista do atletismo distrital, por isso digo que há 15 anos atrás lutávamos pela sua construção, o Alentejo era a única região do País que não tinha pista e a partir daí os nossos atletas começaram a evoluir a ter grandes presenças nacionais e internacionais.

Nos tempos em que o futebol, em Beja, assumia perfis literalmente opostos da realidade atual, sendo comum as multidões ao estádio Flávio dos Santos em dia de jogo, existiram figuras míticas que o povo jamais esquecerá. Nesse rol de personagens havia uma peculiar adepta que enriqueceu a minha estima face à sua assiduidade nos desafios do Desportivo de Beja. Era habitual deparamonos com a senhora estimulando a rapaziada na bancada para aplaudirem os “artistas” em campo. Os jogadores mereciam-lhe uma dedicação especial e eram aclamados com enfâse. Esta senhora, que muito respeitei, e respeito, é a Benvinda. Uma mulher de armas, com um coração enorme, que a dada altura da sua vida se dedicou em acompanhar o clube do seu coração: o Desportivo. A Benvinda teve o condão de saber conviver com as dificuldades. A sua vida não foi fácil. Comeu o pão que o diabo amassou. Os filhos (dois homens e uma mulher) preencheram-lhe a vida. Criou-os. Fê-los adultos. A Benvinda brincava com coisas sérias. Era divertida. Brincalhona. Respeitadora e respeitada. Falava dos assuntos em claro. Sem maldade. À sua passagem pelas ruas da cidade havia sempre uma nova para contar e a rapaziada delirava com enormes gargalhadas. Em épocas carnavalescas tinha sempre uma na mão. Recentemente revi uma fotografia de uma equipa do Desportivo da época 1970/71. A foto foi tirada no final de um jogo em que o clube bejense recebeu o Atlético Clube de Portugal e lá está a Benvinda erguendo um cartaz que dizia: “Desportivo vamos à Taça”. Ganhámos (3-1) e ficou a certeza que nessa época, em que eu próprio fazia parte do 11, o Desportivo de Beja foi considerado o “tomba gigantes” da taça, tendo em conta que defrontámos uma equipa de escalão superior. Hoje, já octogenária, Benvinda vive num lar em Beja.


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Clube Bejense dos Amadores de Pesca Desportiva Pescadores desportivos já preservam as espécies e o ambiente

Modalidade tem em Beja um clube de referência

Pesca desportiva precisa de união O Clube Bejense dos Amadores de Pesca Desportiva (Cbapd), fundado há mais de 60 anos (1959), tem sobrevivido às vicissitudes do tempo e afirma-se como uma das boas referências da pesca desportiva alentejana.

sócios, mas as dificuldades são tremendas, temos um problema com a juventude que está um pouco alheada de um desporto que é muito saudável. Os apoios são suficientes?

Texto e fotos Firmino Paixão

A

ntónio Geraldo, há poucos meses na presidência do clube, revela as dificuldades do dia a dia de uma coletividade que promove uma modalidade com a dupla vertente de lazer e competição, apela à união entre os pescadores das diversas coletividades e deixa o repto para um projeto que possa ancorar a pesca desportiva ao desenvolvimento da região. O Clube Bejense dos Amadores de Pesca Desportiva continua a ser uma referência?

Continua a ser uma boa referência na pesca desportiva do Alentejo e estamos a tentar que o clube não morra, porque é muito difícil arranjarmos pessoas com tempo para isto. Um clube destes requer alguma disponibilidade. A direção é composta por 16 elementos mas, geralmente, são cinco ou seis que fazem com que isto ande, nomeadamente a equipa técnica, que tem mais o trabalho de campo na organização das provas. Aumentou o número de associados?

Recentemente entraram mais alguns

António Geraldo: “Era importante desenvolvermos um projeto intermunicipal para a criação de uma pista, porque num raio de ação de 50 quilómetros temos inúmeros clubes que potenciariam esse retorno económico para a região”.

Os apoios das entidades são muito poucos. Recebemos do município cerca de 800 euros referentes ao ano de 2011. A receita de quotização é fraca, compreendemos que as pessoas também não podem mais, temos cerca de 300 sócios, mas só pouco mais de 100 é que pagam a quotização. Também concessionámos a exploração do bar, sempre é mais uma fonte de receita. Que provas organizam?

Temos um campeonato intersócios onde podem competir pescadores de outros clubes. Depois temos a prova rainha, inserida nas festas da cidade, o Grande Prémio Cidade de Beja, uma prova de grande envergadura que chegou a ter 200 ou 300 concorrentes e este ano teve pouco mais de 30. Tudo isto é porque as pessoas ao nível de clubes e associações estão um pouco desunidas, facto que eu tenho dificuldade em compreender. A pesca desportiva tem evoluído?

Tem evoluído muito. Face ao novo regime jurídico, a Federação Portuguesa de Pesca Desportiva teve que formar juízes e treinadores, por isso, ao nível competitivo, a modalidade está a evoluir

no sentido de nos equipararmos com as melhores potências. Mas nós precisamos de mais união entre os agentes da modalidade. Os jovens não procuram muito esta modalidade?

Não temos muitos jovens a pescar e temos poucas condições para isso. Há outros clubes com apoios institucionais mais substanciais e qualquer deslocação que façam têm apoio nos transportes. Nós pagamos o transporte do nosso bolso. O clube paga cerca de 3 000 euros de inscrições à federação em atletas que eram para terem representado o clube a nível nacional e alguns deles foram para o Norte passar um fim de semana e nem as provas fizeram. Enquanto eu for presidente quem quiser ser federado paga a sua taxa de filiação. Um concurso de pesca sem uma boa montra de prémios já não é atrativo?

A pesca tem duas variantes: o tipo de pescador que pesca por prazer e os “caça troféus”. Quem participa nos concursos como federado está em competição e todos querem ganhar, mas se for um concurso particular já temos prémios monetários e às vezes artigos de pesca que já têm um preço interessante. Temos que distinguir esses dois tipos de competição. O pescador atual preocupa-se com o ambiente e a preservação das espécies...

Claro, se não for assim chegamos a uma altura em que chegamos a um plano de água e para além de não termos espécies para pescar nem sequer conseguimos estar bem connosco próprios. A associação regional tem defendido bem os interesses da modalidade?

Vejo que os dirigentes da associação têm estado a fazer o melhor que sabem e o melhor que podem atendendo às condições que nós temos. Muitas coisas continuam a não ser perfeitas, mas quando temos projetos para desenvolver precisamos da união e apoio de todos, senão dificilmente se atingem essas metas. Não consigo perceber como é que num meio destes há tantas intrigas. A pesca desportiva já é uma atividade cara?

Enquanto competição amadora já é cara e se optarmos pela alta competição é caríssima. Mas este desporto bem aproveitado e apoiado pelas autarquias teria um retorno económico de que as pessoas ainda não se aperceberam. Temos todas as condições para isso, mas falta-nos uma pista. A de Pedrógão está geograficamente bem colocada, mas o nível da albufeira está sempre a variar. Era importante desenvolvermos um projeto intermunicipal para a criação de uma pista, porque num raio de ação de 50 quilómetros temos inúmeros clubes que potenciariam esse retorno económico para a região.


saúde

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CONSULTAS EM BEJA 2ª, 4ª e 5ª feira das 14 às 20 horas EM BERINGEL Telef 284998261 6ª e sábado das 14 às 20 horas DR. JAIME LENCASTRE Estomatologista (OM) Ortodontia

JORGE ARAÚJO

Oftalmologia

CÉLIA CAVACO

Assistente graduada do serviço de oftalmologia do Hospital José Joaquim Fernandes – Beja Marcações de consultas de 2ª a 6ª feira, entre as 15 e as 18 horas Rua Dr. Aresta Branco, nº 47 7800-310 BEJA Tel. 284326728 Tm. 969320100

Clínica Geral

Obstetrícia, Ginecologia, Ecografia

Neurologia

CONSULTAS 2ªs, 3ªs e 5ªs feiras Rua Zeca Afonso, nº 16 F Tel. 284325833

Consultor de Psiquiatria Consultório Rua Capitão João Francisco Sousa 56-A 1º esqº 7800-451 BEJA Tel. 284320749

HELIODORO SANGUESSUGA DOENÇAS DO SISTEMA NERVOSO CONSULTAS às 3ªs e 4ªs feiras, a partir das 15 horas MARCAÇÕES pelos telfs.284322387/919911232 Rua Tenente Valadim, 44 7800-073 BEJA

Especialista

Chefe de Serviço de Oftalmologia do Hospital de Beja

dos Médicos

pela Ordem e Ministério da Saúde Generalista

Consultas de 2ª a 6ª

CONSULTAS DE OBESIDADE

Acordos com: ACS, CTT, EDP, CGD, SAMS.

Rua Capitão João Francisco

Marcações pelo telef. 284325059

de Sousa, 56-A – Sala 8

Rua do Canal, nº 4 7800 BEJA

pelo tm. 919788155

Marcações

Fisioterapia

Dermatologia

DRA. TERESA ESTANISLAU CORREIA Marcação de consultas de dermatologia:

Medicina dentária

Luís Payne Pereira

HORÁRIO: Das 11 às 12.30 horas e das 14 às 18 horas pelo tel. 218481447 (Lisboa) ou Em Beja no dia das consultas às quartas-feiras Pelo tel. 284329134, depois das 14.30 horas na Rua Manuel António de Brito, nº 4 – 1º frente 7800-544 Beja (Edifício do Instituto do Coração, Frente ao Continente) Clínica Dentária

Dr. José Loff Consultas em Beja

Urgências Prótese fixa e removível Estética dentária Cirurgia oral/ Implantologia Aparelhos fixos e removíveis

Clínica do Jardim Praça Diogo Fernandes, nº11 – 2º Tel. 284329975

VÁRIOS ACORDOS Urologia

AURÉLIO SILVA ▼

MÉDICO DENTISTA

2ªs, 4ªs, 5ªs e 6ªs feiras, a partir das 14 e 30 horas Marcações pelo tel. 284311790 Rua do Canal, nº 4 - 1º trás 7800-483 BEJA

MÉDICO

Médico

Médico Dentista

DR. MAURO FREITAS VALE

Consultas e ecografia

DR. A. FIGUEIREDO

Especialista pela Ordem dos Médicos

GASPAR CANO

Marcações a partir das 14 horas Tel. 284322503 Clinipax Rua Zeca Afonso, nº 6-1º B – BEJA

LUZ

MÉDICO ESPECIALISTA EM CLÍNICA GERAL/ MEDICINA FAMILIAR

Obesidade

Médico oftalmologista

Acordos com A.D.S.E., CGD, Medis, Advance Care, Multicare, Allianze, Seguros/Acidentes de trabalho, A.D.M., S.A.M.S. Marcações pelo 284322446; Fax 284326341 R. 25 de Abril, 11 cave esq. – 7800 BEJA

Estomatologia Cirurgia Maxilo-facial

ULSB/Hospital José Joaquim Fernandes

FERNANDO AREAL

JOÃO HROTKO

Fisiatria Dr. Carlos Machado Drª Ana Teresa Gaspar Psicologia Educacional Drª Elsa Silvestre Psicologia Clínica Drª M. Carmo Gonçalves Tratamentos de Fisioterapia Classes de Mobilidade Classes para Incontinência Urinária Reeducação do Pavimento Pélvico Reabilitação Pós Mastectomia Hidroterapia/Classes no meio aquático

Hospital de Beja Doenças de Rins e Vias Urinárias Consultas às 6ªs feiras na Policlínica de S. Paulo

Prótese/Ortodontia

Rua Cidade S. Paulo, 29 Marcações pelo telef. 284328023

Marcações pelo telefone 284321693 ou no local Rua António Sardinha, 3 1º G 7800 BEJA

BEJA

Consultas :de segunda a sexta-feira, das 9 e 30 às 19 horas Rua de Mértola, nº 43 – 1º esq. Tel. 284 321 304 Tm. 925651190 7800-475 BEJA

Hematologia

HEMATOLOGIA CLÍNICA Doenças do Sangue

ANA MONTALVÃO Assistente Hospitalar Marcações de 2ª a 6ª feira, das 15 às 19 horas Terreiro dos Valentes, 4-1ºA 7800-523 BEJA Tel. 284325861 Tm. 964522313

Urologia

CLÍNICA MÉDICA ISABEL REINA, LDA.

Oftalmologia

UROLOGISTA

Assistente graduado de ginecologia e obstetrícia

Psiquiatria

CONSULTÓRIOS: Beja Praça António Raposo Tavares, 12, 7800-426 BEJA Tel. 284 313 270 Évora CDI – Praça Dr. Rosado da Fonseca, 8, Urb. Horta dos Telhais, 7000 Évora Tel. 266749740

Oftalmologista pelo Instituto Dr. Gama Pinto – Lisboa

Rua António Sardinha, 25r/c dtº Beja

(Diplomada pela Escola Superior de Medicina Dentária de Lisboa)

Ginecologia/Obstetrícia

Assistente graduado de Ginecologia e Obstetrícia

Cirurgia Vascular

CLÍNICA MÉDICA DENTÁRIA

Otorrinolaringologia

FRANCISCO FINO CORREIA

DR. J. S. GALHOZ

MÉDICO UROLOGISTA RINS E VIAS URINÁRIAS

Ouvidos,Nariz, Garganta

Marcações de 2.ª a 6.ª feira a partir das 14 horas

Exames da audição

Rua Capitão João Francisco de Sousa, n.º 20 7800-451 BEJA Tel. 284324690

Consultas a partir das 14 horas Praça Diogo Fernandes, 23 - 1º F (Jardim do Bacalhau) Telef. 284322527 BEJA


saúde

23 Diário do Alentejo 6 julho 2012

PSICOLOGIA ANA CARACÓIS SANTOS – Educação emocional; – Psicoterapia de apoio; – Problemas comportamentais; – Dificuldades de integração escolar; – Orientação vocacional; – Métodos e hábitos de estudo GIP – Gabinete de Intervenção Psicológica Rua Almirante Cândido Reis, 13, 7800-445 BEJA Tel. 284321592

Clínica Médico-Dentária de S. FRANCISCO, LDA. Gerência de Fernanda Faustino Acordos: SAMS, ADMG, PSP, A.D.M.E., Portugal Telecom e Advancecare Rua General Morais Sarmento, nº 18, r/chão; TEL. 284327260 7800-064 BEJA

_______________________________________ Manuel Matias – Isabel Lima – Miguel Oliveira e Castro – Jaime Cruz Maurício Ecografia | Eco-Doppler Cor | Radiologia Digital Mamografia Digital | TAC | Uro-TC | Dental Scan Densitometria Óssea Nova valência: Colonoscopia Virtual Acordos: ADSE; PT-ACS; CGD; Medis, Multicare; SAMS; SAMS-quadros; Allianz; WDA; Humana; Mondial Assistance. Graça Santos Janeiro: Ecografia Obstétrica Marcações: Telefone: 284 313 330; Fax: 284 313 339; Web: www.crb.pt Rua Afonso de Albuquerque, 7 r/c – 7800-442 Beja e-mail: cradiologiabeja@mail.telepac.pt

CENTRO DE IMAGIOLOGIA DO BAIXO ALENTEJO ECOGRAFIA – Geral, Endocavitária, Osteoarticular, Ecodoppler TAC – Corpo, Neuroradiologia, Osteoarticular, Dentalscan Mamografia e Ecografia Mamária Ortopantomografia Electrocardiograma com relatório António Lopes – Aurora Alves – Helena Martelo – Montes Palma – Maria João Hrotko – Médicos Radiologistas –

Dr. Sidónio de Souza – Pneumologia/Alergologia/ Desabituação tabágica – H. Pulido Valente Dr. Fernando Pimentel – Reumatologia – Medicina Desportiva – Instituto Português de Reumatologia de Lisboa Dr.ª Verónica Túbal – Nutricionismo – H. de Beja Dr.ª Sandra Martins – Terapia da Fala – H. de Beja Dr. Francisco Barrocas – Psicologia Clínica/ Terapia Familiar – Membro Efectivo da Soc. Port. Terapia Familiar e da Assoc. Port. Terapias Comportamental e Cognitiva (Lisboa) – Assistente Principal – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo. Dr. Rogério Guerreiro – Medicina preventiva – Tratamento inovador para deixar de fumar Dr. Gaspar Cano – Clínica Geral/ Medicina Familiar Dr.ª Nídia Amorim – Psicomotricidade/Educação Especial e Reabilitação (dificuldades específicas de aprendizagem/dislexias) Dr. Sérgio Barroso – Especialista em Oncologia – H. de Beja Drª Margarida Loureiro – Endocrinologia/ Diabetes/Obesidade – Instituto Português de Oncologia de Lisboa Dr. Francisco Fino Correia – Urologia – Rins e Vias Urinárias – H. Beja Dr. Daniel Barrocas – Psiquiatria – Hospital de Évora Dr.ª Lucília Bravo – Psiquiatria H.Beja , Centro Hospi-talar de Lisboa (H.Júlio de Matos). Dr. Carlos Monteverde – Chefe de Serviço de Medicina Interna, doenças de estômago, fígado, rins, endoscopia digestiva. Dr.ª Ana Cristina Duarte – Pneumologia/ Alergologia Respiratória/Apneia do Sono – Assistente Hospitalar Graduada – Consultora de Pneumologia no Hospital de Beja Dr.ª Isabel Santos – Chefe de Serviço de Psiquiatria de Infância e Adolescência/Terapeuta familiar – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo Dr.ª Paula Rodrigues – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr.ª Luísa Guerreiro – Ginecologia/Obstetrícia Dr. Jorge Araújo – Ecografias Obstétricas Dr.ª Ana Montalvão – Hematologia Clínica / Doenças do Sangue – Assistente Hospitalar – Hospital de Beja Dr.ª Ana Cristina Charraz – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr. Diogo Matos – Dermatologia. Médico interno do Hospital Garcia da Orta. Dr.ª Madalena Espinho – Psicologia da Educação/Orientação Vocacional Dr.ª Ana Margarida Soares – Terapia da Fala - Habilitação/Reabilitação da linguagem e fala. Perturbação da leitura e escrita específica e não específica. Voz/Fluência. Dr.ª Maria João Dores – Técnica Superior de Educação Especial e Reabilitação/ Psicomotricidade. Perturbações do Desenvolvimento; Educação Especial; Reabilitação; Gerontomotricidade. Enfermeira Maria José Espanhol – Enfermeira especialista em saúde materna/Cuidados de enfermagem na clínica e ao domicílio/Preparação pré e pós parto/amamentação e cuidados ao recémnascido/Imagem corporal da mãe – H. de Beja Marcações diárias pelos tels. 284 322 503 Tm. 91 7716528 | Tm. 916203481 Rua Zeca Afonso, nº 6, 1º B, 7800-522 Beja Clinipaxmail@gmail.com

ADVANCE CARE

Horário: de 2ª a 6ª feira, das 8 às 19 horas e aos sábados, das 8 às 13 horas

Dr. Luís Capela

endocrinologia|diabetes|obesidade Dr.ª Luísa Raimundo

pneumologia|consulta do sono Dr.ª Eulália Semedo

ginecologia|obstetrícia|colposcopia Dr.ª Ana Ladeira

otorrinolaringologia|ORL pediátrica ;ǀĞƌƟŐĞŵͮŽŶĐŽůŽŐŝĂ ĚĂ ĐĂďĞĕĂ Ğ ƉĞƐĐŽĕŽͿ

Dr.ª Dulce Rocha Nunes

Diversos Acordos

psiquiatria e saúde mental Dr. Daniel Barrocas

psicologia clínica Dr.ª Maria João Póvoas

psicologia educacional Dr.ª Silvia Reis

terapia da fala Terapeuta Vera Baião

ĮƐŝŽƚĞƌĂƉŝĂͮƌĞĂďŝůŝƚĂĕĆŽ ;ƉſƐͲ s ͬ ƉſƐͲĐŝƌƵƌŐŝĂͬ ƚƌĂƵŵĂƚŽůŽŐŝĂͬ ĐŝŶĞƐŝŽƚĞƌĂƉŝĂͬ ĐŽůƵŶĂͿ

Terapeuta Fábio Apolinário

cirurgia vascular Dr.ª Helena Manso

ŵĞĚŝĐŝŶĂ ĞƐƚĠƟĐĂ Dr.ª Nídia Abreu

podologia Dr. Joaquim Godinho

medicina dentária Dr. Jaime Capela (implantologia) ƌ͘ǐ ŶĂ ZŝƚĂ ĂƌƌŽƐ ;ŽƌƚŽĚŽŶƟĂͿ Dr. António Albuquerque

prótese dentária Téc. Ana João Godinho

cirurgia maxilo-facial Dr. Luís Loureiro

pediatria do desenvolvimento ƌ͘ǐ ŶĂ ^ŽĮĂ ƌĂŶĐŽ Terapia da Fala

psicomotricidade|apoio pedagógico Terapeuta Helena Louro

Convenções: ADSE, ACS-PT, SAD-GNR, CGD, MEDIS, SSMJ, SADPSP, SAMS, SAMS QUADROS, ADMS, MULTICARE,

medicina geral e familiar

Terapeuta da Fala VERA LÚCIA BAIÃO

Av. Fialho de Almeida, nº 2 7800 BEJA Telef. 284318490

Consultas em Beja CLINIBEJA – 2.ª a 6.ª feira Rua António Sardinha, 25, r/c esq.

Tms. 924378886 ou 915529387

Tm. 962557043

exames audiológicos Audiograma|Timpanograma

ƉƌſƚĞƐĞƐ ĂƵĚŝƟǀĂƐ Manutenção de todas as marcas Rua António Sardinha 23, 7800-447 Beja Telefone: 284 321 517 | Móvel: 961 341 105 | Fax: 284 327 331 clinibeja@gmail.com| www.facebook.com/clinibeja

www.clinibeja.com


institucional diversos

Diário do Alentejo 6 julho 2012 Diário do Alentejo nº 1576 de 06/07/2012 Única Publicação

Diário do Alentejo nº 1576 de 06/07/2012 Única Publicação

CARTÓRIO PRIVADO DE ODEMIRA

A cargo da Notária Ana Paula Lopes António Vasques CERTIFICO, para fins de publicação que foi lavrada neste Cartório Notarial, no dia de hoje, de folhas quatro a folhas seis verso do Livro de Notas para Escrituras Diversas número “Cento e Setenta e Quatro - E”, escritura de Justificação, na qual: José Maria António e mulher Natália Martins José, casados sob o regime de comunhão geral de bens, residentes em Foros das Quintas, Caixa Postal 1527, Boavista dos Pinheiros, Odemira, contribuintes fiscais números 134 649 052 e 101 008 490, que são donos e legítimos possuidores do seguinte imóvel: Prédio urbano, situado em Foros das Quintas, freguesia de Boavista dos Pinheiros, concelho de Odemira, composto de casa de rés-do-chão, para habitação, com a superfície coberta de noventa e dois virgula quarenta metros quadrados e arramada com sessenta e três virgula vinte e seis metros quadrados; inscrito na respectiva matriz, em nome do justificante sob o artigo 1082, com o valor patrimonial de 685,97€, a confrontar a Norte, Sul, Nascente e Poente com Maria da Luz Santa Bárbara de Almeida e Filipa Margarida Santa Bárbara Caracóis; não descrito na Conservatória do Registo Predial de Odemira, ao qual atribuem valor igual ao patrimonial; Que a parcela de terreno que serve de assento a este imóvel é a desanexar do prédio misto, denominado “Quinta das Cativas”, situado na freguesia de Boavista dos Pinheiros, concelho de Odemira, inscrito na respectiva matriz predial rústica sob o artigo 9 da Secção C e na matriz predial urbana sob o artigo 638 da freguesia de Odemira (Santa Maria), descrito na Conservatória do Registo Predial de Odemira sob o número vinte da freguesia de Santa Maria, onde se encontra registada a aquisição a favor das ora terceiras outorgantes conforme inscrições Ap. dois de trinta e um de Março de mil novecentos e setenta e dois; Ap. um de vinte e um de Dezembro de mil novecentos e oitenta e quatro e Ap. quatro de vinte e um de Fevereiro de mil novecentos e noventa e dois; Que este imóvel veio à sua posse por compra meramente verbal, feita a Emídia Maria ou Emídia Maria Domingos e marido António João Nobre, residentes que foram em Nascedios, Odemira e Madalena Maria ou Madalena Maria Domingos e marido Joaquim Francisco Gonçalves, residentes que foram em Portelinha, Odemira, em dia e mês que não podem precisar do ano de mil novecentos e sessenta e cinco, não tendo nunca sido celebrada a competente escritura de compra e venda. Que, assim, possuem o identificado prédio há cerca de quarenta e sete anos, em nome próprio, de boa fé, na convicção de serem os únicos donos e plenamente convencidos de que não lesavam quaisquer direitos de outrém, à vista de toda a gente e sem a menor oposição de quem quer que fosse desde o inicio dessa posse, a qual sempre exerceram sem interrupção, habitando-o, fazendo obras de conservação e restauro, retirando dele todas as suas utilidades, suportando todos os seus encargos, tudo, como fazem os verdadeiros donos. Trata-se, por conseguinte, de uma posse exercida em nome próprio, de uma forma pública, contínua e pacífica. Que, dado o modo de aquisição invocado se encontram impossibilitados de comprovar o seu direito de propriedade plena pelos meios extrajudiciais normais. Está conforme, nada havendo na parte omitida além ou em contrário do que se certifica. Odemira, 26 de Junho de 2012. A Notária Ana Paula Lopes António Vasques

Diário do Alentejo nº 1576 de 06/07/2012 Única Publicação

CARTÓRIO PRIVADO DE ODEMIRA

CERTIFICO, para fins de publicação que foi lavrada neste Cartório Notarial, no dia de hoje, de folhas onze a folhas catorze verso do Livro de Notas para Escrituras Diversas número “Cento e Setenta e Quatro - E”, escritura de Justificação, na qual: António Maria da Conceição e mulher Maria de Jesus Guerreiro Maria, casados sob o regime de comunhão geral de bens, residentes em Quinta dos Cativos, Boavista dos Pinheiros, Odemira, contribuintes fiscais números 114 397 724 e 176 332 030, que são donos e legítimos possuidores dos seguintes imóveis: UM - Prédio urbano, situado em Boavista dos Pinheiros, freguesia de Boavista dos Pinheiros, concelho de Odemira, composto de casa de rés-do-chão, para habitação, com a superfície coberta de noventa e três virgula noventa e cinco metros quadrados, inscrito na respectiva matriz, em nome do justificante sob o artigo 140 da dita freguesia, com o valor patrimonial de 3.959,85€, a confrontar a Norte e Poente com Terras das “Quintas”; Sul com Casa da Declarante e Nascente com Caminho Público; não descrito na Conservatória do Registo Predial de Odemira, ao qual atribuem valor igual ao patrimonial; DOIS - Prédio urbano, situado em Boavista dos Pinheiros, freguesia de Boavista dos Pinheiros, concelho de Odemira, composto de casa de rés-do-chão, para habitação, com a superfície coberta de setenta e três virgula noventa e cinco metros quadrados, inscrito na respectiva matriz, em nome do justificante sob o artigo 141 da dita freguesia, com o valor patrimonial de 3.394,14€, a confrontar a Norte e Sul com Casas da Declarante; Nascente com Caminho Público e Poente com Terras das “Quintas”; não descrito na Conservatória do Registo Predial de Odemira, ao qual atribuem valor igual ao patrimonial; TRÊS - Prédio urbano, situado em Palézinho da Quinta, Boavista dos Pinheiros, freguesia de Boavista dos Pinheiros, concelho de Odemira, composto de casa de rés-do-chão, para habitação, com a superfície coberta de cinquenta e nove vírgula cinquenta e dois metros quadrados, inscrito na respectiva matriz, em nome do justificante sob o artigo 1081 da dita freguesia, com o valor patrimonial de 774,33€, a confrontar redondamente com terras de Maria da Luz Santa Bárbara de Almeida e Filipa Margarida Santa Bárbara Caracóis, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Odemira, ao qual atribuem valor igual ao patrimonial. Que as parcelas de terreno que servem de assento a cada um destes imóveis são a desanexar do prédio misto, denominado “Quinta das Cativas”, situado na freguesia de Boavista dos Pinheiros, concelho de Odemira, inscrito na respectiva matriz predial rústica sob o artigo 9 da Secção C e na matriz predial urbana sob o artigo 638 da freguesia de Odemira (Santa Maria), descrito na Conservatória do Registo Predial de Odemira sob o número vinte da freguesia de Santa Maria, onde se encontra registada a aquisição a favor das ora terceiras outorgantes conforme inscrições Ap. dois de trinta e um de Março de mil novecentos e setenta e dois; Ap. um de vinte e um de Dezembro de mil novecentos e oitenta e quatro e Ap. quatro de vinte e um de Fevereiro de mil novecentos e noventa e dois; Que estes imóveis vieram à sua posse por compra meramente verbal, feita a Mariana Vitória Pereira, viúva, residente que foi em Quinta dos Cativos, Boavista dos Pinheiros, Odemira, em dia e mês que não podem precisar do ano de mil novecentos e oitenta e oito, não tendo nunca sido celebrada a competente escritura de compra e venda. Que, assim, possuem os identificados prédios há cerca de vinte e quatro anos, em nome próprio, de boa fé, na convicção de serem os únicos donos e plenamente convencidos de que não lesavam quaisquer direitos de outrem, à vista de toda a gente e sem a menor oposição de quem quer que fosse desde o inicio dessa posse, a qual sempre exerceram sem interrupção, fazendo obras de conservação e restauro, retirando deles todas as suas utilidades, suportando todos os seus encargos, tudo como fazem os verdadeiros donos. Trata-se, por conseguinte, de uma posse exercida em nome próprio, de uma forma pública, contínua e pacifica. Que, dado o modo de aquisição invocado se encontram impossibilitados de comprovar o seu direito de propriedade plena pelos meios extrajudiciais normais. Está conforme, nada havendo na parte omitida além ou em contrário do que se certifica. Odemira, 26 de Junho de 2012. A Notária Ana Paula Lopes António Vasques

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Diário do Alentejo nº 1576 de 06/07/2012 2.ª Publicação

CERTIFICO, para fins de publicação que foi lavrada neste Cartório Notarial, no dia de hoje, de folhas sete a folhas dez do Livro de Notas para Escrituras Diversas número “Cento e Setenta e Quatro - E”, escritura de Justificação, na qual: A) Vítor Manuel Martins António e mulher Elsa Maria da Silva Guerreiro Martins, casados sob o regime de comunhão de adquiridos, naturais, residente em Bairro Social, lote 38, Boavista dos Pinheiros, Odemira, contribuintes fiscais números 155 342 347 e 191 535 427, B) Teodora Maria Martins Domingos, viúva, residente em Portas do Transval, Odemira, contribuinte fiscal número 109 547 101; Que são donos e legítimos possuidores na proporção de metade para cada um, do seguinte imóvel: Prédio urbano, situado em Foros das Quintas, freguesia de Boavista dos Pinheiros, concelho de Odemira, composto de casa de rés-do-chão, para habitação, com a superfície coberta de cento e sessenta e quatro vírgula sessenta metros quadrados, inscrito na respectiva matriz, em nome de Florêncio Martins cabeça de casal da herança de, sob o artigo 806, com o valor patrimonial de 41.686,75€, a confrontar a Norte, Sul e Poente com Foros das Quintas e a Nascente com Rua Pública; não descrito na Conservatória do Registo Predial de Odemira, ao qual atribuem valor igual ao patrimonial; Que a parcela de terreno que serve de assento a este imóvel é a desanexar do prédio misto, denominado “Quinta das Cativas”, situado na freguesia de Boavista dos Pinheiros, concelho de Odemira, inscrito na respectiva matriz predial rústica sob o artigo 9 da Secção C e na matriz predial urbana sob o artigo 638 da freguesia de Odemira (Santa Maria), descrito na Conservatória do Registo Predial de Odemira sob o número vinte da freguesia de Santa Maria, onde se encontra registada a aquisição a favor das ora terceiras outorgantes conforme inscrições Ap. dois de trinta e um de Março de mil novecentos e setenta e dois; Ap. um de vinte e um de Dezembro de mil novecentos e oitenta e quatro e Ap. quatro de vinte e um de Fevereiro de mil novecentos e noventa e dois; Que a quota parte de metade deste imóvel veio à posse do primeiro outorgante, identificado na alínea A) por doação verbal em dia e mês que não pode precisar do ano de mil novecentos e noventa, feita por sua avó, Adélia Maria Martins, filha de Florêncio Martins, que por sua vez, havia também doado verbalmente à filha Adélia, em dia e mês que não pode precisar do ano de mil novecentos e sessenta e nove, altura em que o referido Florêncio Martins, pai da primeira outorgante identificada na alínea B), doou a esta também verbalmente metade do referido imóvel, sendo aquela ainda solteira, não tendo nunca sido celebradas as competentes escrituras de doação; Que, assim, possuem o identificado prédio há cerca de quarenta e três anos, em nome próprio, de boa fé, na convicção de serem os únicos donos e plenamente convencidos de que não lesavam quaisquer direitos de outrem, á vista de toda a gente e sem a menor oposição de quem quer que fosse desde o inicio dessa posse, a qual sempre exerceram sem interrupção, habitando-o, fazendo obras de conservação e restauro, retirando dele todas as suas utilidades, suportando todos os seus encargos, tudo como fazem os verdadeiros donos. Trata-se, por conseguinte, de uma posse exercida em nome próprio, de uma forma pública, contínua e pacífica. Que, dado o modo de aquisição invocado se encontram impossibilitados de comprovar o seu direito de propriedade plena pelos meios extrajudiciais normais. Está conforme, nada havendo na parte omitida além ou em contrário do que se certifica. Odemira, 26 de Junho de 2012. A Notária Ana Paula Lopes António Vasques

TRIBUNAL JUDICIAL DE SERPA Secção Única

ANÚNCIO Processo: 128/12.4TBSRP (Carta Precatória (Distribuída) Cabeça de Casal: Maria do Carmo Rações Carajota e outro(s) ... Interessado: Francisco Manuel Rações Carajota e outro(s) ... Processo de origem: Processo n° 17448/09.8T2SNT do Comarca da Grande Lisboa-Noroeste, Sintra - Juízo de Média Instância Cível- 2a Secção N/Referência: 518417 Data: 19-06-2012 Nos autos acima identificados foi designado o dia 09-07-2012, pelas 15:00 horas, neste Tribunal, para a abertura de propostas, que sejam entregues até esse momento, na Secretaria deste Tribunal, pelos interessados na compra does) seguinte(s) bem/bens: Prédio urbano destinado a habitação, sito na Rua do Forte, n.” 20, em Serpa, com r/chão e quintal, composto de 3 divisões, com área de 85, 1400 m2, descrito na conservatória do registo Predial de Serpa sob o n. ° 3551, da freguesia de Serpa - Santa Maria, constante de fls. 2 do livro B-I0 e inscrito na matriz predial urbana sob o artigo 1412 da mesma freguesia com o valor patrimonial de 22.900,00€. Interessados nos autos de inventário: Cabeça de Casal: Maria do Carmo Rações Carajota, profissão: Desconhecida ou sem Profissão, estado civil: Viúvo, nacional de Portugal, domicílio: Trav. das Lopas, N° 5- C/v- Esq”, Cacém, 2735-374 Agualva; Inventariado: Manuel de Jesus Pelado Carajote, Interessado: Francisco Manuel Rações Carajota, profissão: Desconhecida ou sem Profissão, nacional de Portugal, , domicílio:Trav. das Lopas, N° 5- C’esq”, Cacém, 2735-374 Cacém Interessado: José Manuel Rações Carajote, profissão: Ladrilhador, estado civil: Casado (regime: Desconhecido), nascido(a) em 01-05-1962, natural de Portugal, concelho de Sintra, freguesia de Agualva [Sintra], nacional de Portugal, , BI - 7106912, domicílio: Travessa das Lopas, N° 5, C/v Esq”, Cacém, 2735-374 Cacém, Interessado: António Francisco Casadinho Carajote, domicílio: Rua do Forte N° 20, Serpa, 7830-419 Serpa. O bem está na posse de António Francisco Casadinho Carajote, que o está a usar e fruir. O bem tem como valor base € 49.135,00. Nota: No caso de venda mediante proposta em carta fechada, em Execução Comum (instaurada em data igual ou posterior a 15/09/2003) os proponentes devem juntar à sua proposta, como caução, um cheque visado, à ordem do Solicitador de Execução ou, na sua falta, da secretaria, no montante correspondente a 20% do valor base dos bens ou garantia bancária no mesmo valor (n° 1 ao Art° 897° do CPC). O Juiz de Direito, Dr(a). Carina Sofia Nabais Martins O Oficial de Justiça, José Ramos

*Promoção*

A cargo da Notária Ana Paula Lopes António Vasques

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26 Diário do Alentejo 6 julho 2012

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Serpa PARTICIPAÇÃO

Funerais – Cremações – Trasladações - Exumações – Artigos Religiosos

Analdina de Jesus Olho Azul Vaquinhas Serafim 4º Ano de Eterna Saudade Marido, irmão, cunhados, sobrinhos e restante família participam a todas as pessoas de suas relações e amizade que será celebrada missa pelo eterno descanso da sua ente querida no dia 09/07/2012, segunda-feira, às 18.30 h na Igreja do Salvador em Beja, agradecendo desde já a todos os que nela participem.

António Pedro Pereira Pires Esposa, filha, genro, netas e restante família cumprem o doloroso dever de participar o falecimento do seu ente querido ocorrido no dia 24/06/2012, e na impossibilidade de o fazer individualmente vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que o acompanharam à sua última morada ou que de qualquer forma manifestaram o seu pesar.

Vila de Frades AGRADECIMENTO

AGRADECIMENTO

Hortense da Palma Carrasco Lopes Ferreira Faleceu a 28.06.2012 É com pesar que participamos o falecimento da Sra. D. Hortense da Palma Carrasco Lopes Ferreira, de 86 anos, natural de Serpa, viúva. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no dia 29/06/2012 pelas 10.00 horas, da Casa Mortuária de Serpa para o cemitério local. Apresentamos à família as cordiais condolências.

SALVADA

NOSSA SENHORA DAS NEVES

BEJA

†. Faleceu o Exmo. Senhor

†. Faleceu o Exmo. Senhor SR. FRANCISCO HILÁRIO PALMA, de 69 anos, natural de São Miguel do Pinheiro Mértola, solteiro. O funeral a cargo desta Agência realizouse no passado dia 29, da Casa Mortuária de Nossa Senhora das Neves, para o cemitério local.

†. Faleceu o Exmo. Senhor

SR. ANTÓNIO ROSA PAIXÃO BRAIZINHA, de 74 anos, natural de Salvada Beja, casado com a Exma. Sra. D. Cecília da Palma Picado. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 28, da Casa Mortuária de Salvada, para o cemitério local..

SR. ANTÓNIO JOSÉ LUIZ, de 84 anos, natural de Salvador - Beja, viúvo. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 30, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

SALVADA

MINA DA JULIANA / SANTA VITÓRIA

BEJA

†. Faleceu a Exma. Senhora D. MARIA CUSTÓDIA SOEIRO, de 82 anos, natural de Salvada - Beja, viúva. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 02, de Casa Mortuária de Salvada, para o cemitério local.

†. Faleceu o Exmo. Senhor SR. JOSÉ PRUDÊNCIO, de 88 anos, natural de Santa Vitória - Beja, viúvo. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 03, de Casa Mortuária de Mina da Juliana, para o cemitério de Santa Vitória. .

†. Faleceu a Exma. Senhora

AGÊNCIA FUNERÁRIA SERPENSE, LDA Gerência: António Coelho | Tm. 963 085 442 – Tel. 284 549 315 Rua das Cruzes, 14-A – 7830-344 SERPA

Ana Gomes Parreira

A família de Maria Josefa de Carvalho Lança do Ó, vem publicamente agradecer o apoio, dedicação, profissionalismo e qualidades humanas que a equipa comunitária de suporte em cuidados paliativos da U.L.S.B.A., constituída pelas Ex.mas Sr.as Dr.ª Cristina Galvão, Enf.ª Catarina e Enf.º Pedro, sempre demonstraram durante a fase terminal da vida da sua familiar. Pelo apoio dado à doente e à família, os nossos agradecimentos. Bem-haja.

Nasceu 05.06.1994 Faleceu 28.06.2012 Sua família na impossibilidade de o fazer pessoalmente agradecem por este meio a todas as pessoas que a acompanharam à sua última morada ou de outro modo manifestaram o seu pesar.

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Partiste há 4 meses para uma viagem sem regresso. Ficou a saudade, e um vazio que jamais será preenchido. Mas não morreste, porque só morre quem é esquecido. Será celebrada missa pelo seu eterno descanso, no dia 09/07/12 na Igreja da Sé em Beja, pelas 18.30 horas. Tua filha, M.M.

no centro da cidade, arrendada, boa oportuidade para investimento. 100.000€.

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António Maria Coelho Guerreiro

Carlos da Silva Sousa

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Ferreira do Alentejo PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO

Sua esposa, filhas e restante família vêm por este meio par ticipar o falecimento deste grande Homem, bom amigo e agradecer a todas as pessoas, a todas as Corporações de Bombeiros em especial à Direção, Comando e Bombeiros de Ferreira do Alentejo que o acompanharam à sua última morada ou que de alguma forma lhes manifestaram o seu pesar. O nosso muito obrigado a todos os Amigo

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D. ANA PAULA SERRA VIEIRA DIOGO, de 41 anos, natural de Santiago Maior Beja, casada com o Exmo. Sr. Joaquim Manuel Costa Diogo. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 04, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

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†. Faleceu o Exmo. Senhor

Às famílias enlutadas apresentamos as nossas mais sinceras condolências.

SR. JOÃO MANUEL DE JESUS RENTA, de 67 anos, natural de Vila Franca de Xira, casado com a Exma. Sra. D. Graciete Rosa Cachapela Renta. O funeral a cargo desta Agência realizouse no passado dia 05, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

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Pais

A páginas tantas...

Dica da semana Para os meninos que são relutantes a comer fruta, um arco-íris para a tornar mais apetecível.

À solta

Com o calor que se tem feito sentir, sabe mesmo bem comer gelados, por isso aproveita e guarda os paus para poderes fazer esta catapulta. Precisas ainda de alguns elásticos para que funcione perfeitamente.

A dica desta semana é sobre o trabalho de André da Loba, um dos nomes de uma nova geração de ilustradores portugueses que conta acima de tudo com uma criatividade impar. Vale a pena espreitares o site onde podes ver não só alguns dos livros em que participou como algumas pequenas animações que podem bem ser o clique para tu começares a fazer pequenos filmes com os teus desenhos. http://andredaloba.com/

Quando Teodoro Encolheu é considerado um livro de culto, de um ilustrador de culto, para qualquer idade, e agora em português pelas mãos da Livros Horizonte com tradução de Carla Maia de Almeida. Teodoro está a encolher, tropeça nas calças e já não chega à prateleira onde guarda os doces. Aos poucos e poucos foi encolhendo de tal forma que à noite percebeu que nem conseguia chegar à mesa para comer. E, pior ainda, não há um único adulto que se preocupe com isso. Teodoro encontrou a solução debaixo da cama, mas um problema nunca vem só… Uma história misteriosa escrita por Florence Parry Heide e ilustrada por Edward Gorey, que nos faz mergulhar num universo inquietante, mas divertido.

27 Diário do Alentejo 6 julho 2012

Materiais reciclados para construir no Museu Jorge Vieira

Pela tua mão O Vitória já tinha dado este livro como uma dica de leitura, mas chegou-nos pela mão da Rita , de nove anos este texto que agora publicamos. Obrigada e continuem a enviar. O livro O Princípio fala-nos de uma guerra. Quando a guerra acabou os habitantes ficaram sem casa e tiveram de ir viver para o carro. O bom foi poder viajar mais. Aos poucos também a roupa foi desaparecendo, mas eles encararam isso como uma coisa boa, porque havia menos roupa para lavar. Tomavam banho no rio com a roupa que traziam e deitavam-se ao sol para se secarem. A noite trazia barulhos assustadores, mas era uma forma de dormirmos pertinho uns dos outros. Não havia livros porque tinham ardido e isso fazia com que nos sentíssemos tristes. Um dia alguém começou a brincar. Ouviu-se uma gargalhada e depois mais e outra. Um velho cozinheiro começou a falar das suas receitas e pelo menos nessa tarde matou-nos a fome com as suas palavras. Estávamos vivos e isso era o que importava. Era o princípio de algo.


28 Diário do Alentejo 6 julho 2012

A Olívia é uma cadela jovem, cruzada de galgo, muito bonita e sociável. Foi encontrada abandonada, perto do rio Guadiana, completamente subnutrida e com uma ferida aberta que lhe abrangia quase toda a cabeça. Apesar de tudo sobreviveu e continua a acreditar nos humanos. É muito meiga e enérgica. Procura uma família cinco estrelas que a adote para sempre. Venham conhecê-la ao Cantinhos dos Animais de Beja.Está esterilizada, vacinada e desparasitada. Contactos: 962432844; sofiagoncalves.769@hotmail.com

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Boa vida Comer Sopa de feijão branco com espinafres, safio e conquilhas Ingredientes para 4 pessoas: 400 gr. de feijão branco, 1 mol ho g r a nde de espinafres, 1 cebola, 4 dentes de alho, 1 dl. Azeite, 1 colher de sopa de colorau, 1 molho pequeno de coentros, 1 kg. de safio cortado às postas, q.b. de sal, q.b. de pimenta, 1 kg. de conquilhas, 1 pão caseiro de véspera. Confeção: Faça um refogado com azeite, cebola picada, alho picado e louro. Deixe refogar até a cebola ficar loura. Entretanto coza o feijão que ficou 24 horas de molho. Junte o feijão ao refogado e os espinafres. Deixe levantar fervura e junte o safio, o colorau e sal. Quando estes estiverem quase cozidos, junte as conquilhas e os coentros picados e deixe ferver. Retifique os temperos a seu gosto. Sirva sobre as fatias de pão e bom apetite…

António Nobre Chefe executivo de cozinha – Hotéis M’AR De AR, Évora

V

Jazz André Fernandes “Motor”

A

ndré Fernandes (n. 1976) é uma das principais forças motrizes do jazz que se faz em Portugal por estes dias. Vai para 10 anos – quando fundou a editora Tone of a Pitch (TOAP) e editou o seu primeiro disco na condição de líder – que é presença marcante e indispensável no panorama jazzístico nacional. A sua participação em diversos projetos, sobretudo naqueles em que assume a direção, tem vindo a guindá-lo para um lugar cimeiro no cada vez mais dinâmico e multidimensional jazz luso. Alfacinha de gema, Fernandes estudou na Escola de Jazz do Hot Clube de Portugal, antes de empreender uma estada de três anos no Berklee College of Music, em Boston, de onde se mudou de armas e bagagens para Nova Iorque. Regressou a Portugal e não mais parou. Já com seis álbuns em nome próprio e um com o projeto sPiLL, entre outras aventuras, o guitarrista tem vindo a apresentarse em variados contextos, acompanhando e sendo acompanhado por outros nomes grados do jazz nacional e internacional. “Motor”, o mais recente disco, não descolando do trabalho anterior, abre novos e desafiantes horizontes à sua música. Nele, o guitarrista surge acompanhado por uma formação verdadeiramente all-stars: André Fernandes – “Motor” a um quarteto-base que se completa André Fernandes com o malogrado pianista Bernardo (guitarra), Bernardo Sassetti (então em grande forma, a reSassetti (piano, fender velar-se, como já o sabíamos, o comrhodes), Demian Cabaud panheiro harmónico ideal para o gui(contrabaixo) e Marcos Cavaleiro (bateria) + tarrista), o contrabaixista Demian José Pedro Coelho Cabaud e o baterista Marcos Cavaleiro (saxofones tenor e (quarteto que rodara ao vivo antes da soprano, clarinete baixo) gravação do disco sob a designação e Susana Santos Silva “Box”), junta-se o saxofonista e clari(trompete, fliscorne). Editora: TOAP/OJM netista José Pedro Coelho e a trompeAno: 2012 tista Susana Santos Silva. Em “Motor” estão claramente patentes os traços fundamentais a que nos habituámos na escrita equilibrada e imediatamente reconhecível de Fernandes, que evidencia sempre um cuidado particular na gestão de tensões entre composição e improvisação e uma vincada elegância formal. A música que escutamos extravasa as fronteiras do jazz e mostra abertura para outros domínios, como o rock, o funk ou o drum´n´bass, com os quais estabelece fecundos laços criativos. A faixa de abertura, “Flying Girl”, funciona logo como uma declaração de intenções: Sasseti introduz tranquilamente ao piano, juntando-se o groove transmitido pela seção rítmica, que servirá de base de sustentação para as improvisações entrelaçadas de Fernandes e Coelho. “Northern Wind”, de grande densidade dramática (foi escrita pouco depois da morte do pianista finlandês Jarmo Savolainen), é marcada por uma atmosfera hipnótica proporcionada pelos sopros. “Afeghan Trouper” é mais elétrica, evocando certos ambientes “milesianos”, com Sassetti notável no fender rhodes e Cavaleiro ritmicamente fulgurante. A belíssima “Float”, com uma batida insinuante, conta com solos inspiradíssimos de Sassetti e Fernandes. “Tomboy”, em versão mais agitada do que a que surge em “Devil´s Dress”, a estreia discográfica de Susana Santos Silva, regista um dos apontamentos mais brilhantes do guitarrista. Um disco merecedor dos maiores encómios, com lugar desde já garantido na lista dos melhores de 2012. António Branco

asco, 35 anos, não esteve para chatear-se quando se tratou de salvar um amor. E Alexandra tornou-se objeto da vingança de Vasco sobre as mulheres porque estava a jeito. Vizinha de Vasco rende-se aos avanços (e sobretudo aos recuos) dele enquanto o procura seduzir, sem qualquer trunfo ou hipótese de ser bem sucedida, porque prefere ler como sinais de interesse masculino as manipulações de um Don Juan invertido – que não retira qualquer prazer em seduzir Alexandra mas sim em alimentar para repudiar a sedução desta. No primeiro romance do jornalista Pedro Boucherie Mendes ainda há Guicas, bonita, rica, cleptomaníaca, insatisfeita; Sofia, que não esquece Vasco e se tornou uma mulher amarga, que vive mal na sua pele, e o marido desta, Quico, que a trai com Mafalda a qual não olha a meios para fazer a sua escalada social. Quando um tarólogo – que não é – Zé Luís se cruza com todos eles nada será como dantes. Boucherie Mendes é que é igual a si próprio e recorre ao sentido crítico apurado para, sem maneirismos, retratar um universo em que há muito de autocomplacência, materialismo e ausência de valores. Somos nós “agora” portanto. As suas personagens são deixam de ter algo de caricatura de figuras que os portugueses gostam de “consumir” nas revistas sociais ou através da televisão. Há quem tinha escrito que o resultado é hilariante. Talvez fosse hilariante se Almodóvar se encarregasse de fazer uma versão cinematográfica de Agora ao jeito de “Mulheres à beira de um ataque de nervos”. Sem essa perspetiva, para quem faz zapping pelos canais televisivos ou folheia os jornais nacionais o que se impõe é um retrato mordaz da banalização da sedução, da saturação que o consumo – até à autofagia – provoca e da indulgência geral para com a mentira e o roubo. Maria do Carmo Piçarra

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Filatelia Lubrapex vai decorrer no Brasil

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X X I E x posição Fi latélica Luso-Brasileira vai decorrer de 10 a 17 de novembro na cidade de São Paulo. Vejamos o que o presidente da comissão organizadora, Geraldo de Andrade Ribeiro Jr, escreveu para a apresentação do certame: “A Filatelia, arte e ciência do colecionismo de selos postais, proporciona uma integração cultural e educacional singular, mantendo-se por mais de um século como um segmento cultural representativo, resistindo a transformações técnológicas e culturais e se renovando constantemente para se manter como o entretenimento mais popular em todo o mundo. A Lubrapex é o mais antigo evento filatélico bi-nacional em todo o mundo, bem como o mais antigo evento cultural contínuo Brasil – Portugal, realizando-se desde 1966 e logo irá completar 50 anos de existência, de congraçamento, de amizade luso-brasileira, por uma Filatelia sadia, uma Filatelia para todos. Pela terceira vez a tradicional exposição Luso-Brasileira, Lubrapex, se realiza em São Paulo, principal estado filatélico, com o maior número de clubes e filatelistas e com o maior índice percentual de realizações filatélicas. São Paulo volta a organizar uma exposição de porte, pois aqui realizamos a Lubrapex 1974, a Lubrapex 1995 e voltamos prazerosamente a organizá-la, velando pela sua manutenção, como nossos antecessores o fizeram, apesar de todas as dificuldades e sacrifícios inerentes a este tipo de evento. A Lubrapex 2012 tem a sua organização a cargo da Federação Brasileira de Filatelia, com a colaboração da Federação Portuguesa de Filatelia, reunirá o que há de melhor da Filatelia do Brasil, de Portugal e do Uruguai, como país convidado”. Notícias sobre a Lubrapex podem ser colhidas em: http://www.abrafite. com.br/lubrapex_2012.htm Geada de Sousa


A iniciativa 4.ªs à Noite está de regresso ao anfiteatro da Piscina Municipal de Aljustrel. Depois da festa do Centro de Animação Infantil Municipal, que inaugurou na quarta-feira, dia 4, a edição deste ano, o programa reserva para o próximo dia 11 uma passagem de modelos denominada “Aljustrel Moda Jovem”. Um espetáculo de música e dança africanas intitulado “Semente” é a proposta para o dia 18. Na última quarta-feira

Os nossos chefes Alcoforado

O

mestre Manuel Pedro serviu durante mais de 30 anos no restaurante que criou. Restaurante Alcoforado, ali mesmo em frente do Pax Julia, o velho cinema e teatro da cidade de Beja. Os tempos vão de crise e as idades já não são as mesmas: convidou alguém para o substituir na gerência da casa. O que na prática quer dizer na cozinha e no serviço de mesas. Doyna Kosykh veio de longe, onde a Ucrânia beija as fronteiras latinas, a Moldávia e a Roménia. Quando o “paraíso socialista” se transformou num antro de miséria, por comparação finalmente possível com os malandros dos capitalistas, houve quem resolvesse mudar-se. Está cá há 10 anos, sempre no ramo da restauração. Começou como uma humilde ajudante, ganhou mais tarde as estrelas de cozinheira e passou a encabeçar alguns projetos. Deixou a filha – entretanto os filhos, Helena, Svetlana e Elias, também vieram – num desses projetos e aceitou a responsabilidade, a convite do mestre Manuel, do restaurante Alcoforado. Ela é uma moça do Leste, forte, clara, expressiva. Imagina-se estar sempre pronta a trabalhar, se a mandassem apertar parafusos também ia. Como todos sabemos, nem toda a gente que vem do “frio”

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Alcoforado Encerra à segunda-feira Largo de São João – frente ao Pax-Julia – Beja Preço médio 9 € Não fumadores tel. 284 326 308 tm. 966 431 664

do mês, dia 25, os alunos das danças de salão de Aljustrel dividem o palco com os alunos da Capricho Bejense para um espetáculo de danças de salão. Os espetáculos têm lugar às 22 horas. Recorde-se que a iniciativa 4.ªs à Noite “é uma atividade de cariz lúdico, que se realiza, todas as quartas-feiras, durante os meses de julho e agosto, com espetáculos de dança, música e teatro”, diz a câmara municipal local, a entidade promotora.

traz esta disposição. Provou-se, para começar, uma boa sopa de beldroegas, com queijo fresco e ovo escalfado, bem feita. Vieram depois iscas, que como eram para prova vinham sem “elas” – as batatas cozidas –, falha rapidamente corrigida, carne de porco frita com tomate e borrego assado no forno. Carnes tratadas com aprumo. Há, nesta lista, três bacalhaus com destaque para o bacalhau à Braz. É um claro piscar de olho aos nuestros hermanos que se encontrem de passagem. É claramente uma ementa de características culinárias do Sul. Gaspacho com jaquinzinhos, língua de porco, costeletas de borrego, sopa de cação, carne de porco com amêijoas, peças de porco preto para grelhar, para além do que já referimos. Acabámos com uma carne de vaca estufada e acabada no forno, uma delícia, com batatas fritas suficientemente “potáveis”, considerando o que para aí corre. Há fruta da época, bom melão, melancia, cerejas e doces conventuais. Assim se vê que nem sempre são precisos grandes empreendimentos na área da restauração, às vezes, a aparente modéstia da casa esconde a resposta gastronómica mais autêntica, a bom preço e com simpatia. Bebeu-se vinho alentejano, branco, muito fresco e com um preço atraente. Desejo-lhe boa sorte, Doyna. E lembre-se, as crises são como as andorinhas, tão depressam chegam como se vão! António Almodôvar

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4.ªs à Noite no anfiteatro da Piscina Municipal de Aljustrel


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Adiafa de regresso a Beja

O grupo de música popular Adiafa, que deu que falar com “As meninas da ribeira do Sado”, está hoje de regresso aos concertos em casa, numa atuação que terá lugar no Teatro Pax Julia, a partir das 21 e 30 horas. O grupo aproveita a ocasião para apresentar a sua nova formação – Zé Emídio, António Santos, Luís Espinho, João Paulo, Joaquim Simões, Eduardo

Fim de semana

Espinho e Bernardo Emídio – e, com a participação especial do grupo coral Os Bubedanas, fará uma viagem pelo seu já vasto repertório. Seis anos a divulgar o cante alentejano e a contribuir para a recuperação do seu instrumento de cordas tradicional – a viola campaniça – plasmados nos álbuns “Adiafa”, “Tá o balho armado” e “Não há vagar”.

Maria “novo talento” na hoje, viola dedilhada A joHistória do jazzInfante, no espaço Oficinas Arranca sexta-feira, no espaço MariaoInfante apresenta-se aodo público, na capela gótica da Oficinas, emvem Aljustrel, curso livre de iniciaçãoamanhã à história jazz “Jazz de A a Z”. A ação, Pousada de São Francisco, em Beja, num recital como “novo talento” do que decorrerá até 4 de maio estruturada em oito sessões, sempre às sextas-feiras, é miRegional do Baixo Maria é alunaRegional de viola nistrada porConservatório António Branco, dinamizador do Alentejo. Clube de Jazz doInfante Conservatório dedilhada e tem vindo a ser preparada pelo professor Juan Carlos León. O do Baixo Alentejo. A primeira sessão, pelas 21 e 30 horas, abordará o tema “Dos campos recital tem início pelas 18 horas. de algodão a Nova Orleães”.

Festival prossegue em Serpa até dia 21

Ervançum acolhe música do Brasil e Cabo Verde

1.º Mercado Livre de Beja no largo do Museu

Arrumada à beira do Ardila mas a pensar no mundo, a aldeia de Santo Amador, no concelho de Moura, inaugura esta noite mais uma edição do festival cultural Ervançum, dedicada ao Brasil e a Cabo Verde. A abertura oficial está agendada para as 19 horas, com uma visita guiada ao projeto “Aldeia Poema”, com direção artística de Pedro Penilo, e atuação dos grupos corais da terra. À noite, a partir das 23 e 30 horas, atuam as bandas Guents dy Rincon (Cabo Verde) e Rogerinho do Acordeon e Forró de Lampião (Brasil). Amanhã, sábado, sobem ao palco os brasileiros Olodum Maré e Escola de Samba Bota no Rego, além dos repetentes Guents dy Rincon, de Cabo Verde.

“Traga o que já não usa, para venda ou troca” é a proposta da associação juvenil Arruaça, que promove o 1.º Mercado Livre de Beja, a decorrer ao longo do dia de amanhã, sábado, entre as 9 e as 20 horas, no largo do Museu Regional. Os organizadores apostam no comércio de artigos em segunda mão, uma tendência que tem vindo a ganhar terreno a nível nacional, como forma de atenuar a “falta de poder de compra, que é cada vez maior”. A oferta vai desde a roupa aos CD, passando pelo calçado, livros, artesanato e decoração, que serão vendidos a “um preço justo”. As inscrições, gratuitas, podem ser feitas através do endereço de email ajarruaca@gmail.com.

Exposição de artesanato bejense na biblioteca

Festival TassJazz encerra amanhã com Herb Geller

Inaugurada na segunda-feira, 2, a exposição “Artesanato, um olhar sobre o Alentejo”, vai manter-se patente na Biblioteca Municipal de Beja até ao próximo dia 14. Trata-se de uma mostra de artesanato e exposição bibliográfica que conta com a contribuição de vários artesãos bejenses, especialistas no trabalho da cortiça, barro ou madeira. O projeto enquadra-se no trabalho que a Biblioteca Municipal de Beja vem desenvolvendo no sentido da “divulgação das artes e cultura alentejana, em especial da cidade de Beja”.

Grandes nomes da cena internacional do jazz podem ainda ser vistos gratuitamente em Odemira, entre hoje e amanhã, na 9.ª edição do Festival Tass Jazz, que arrancou ontem, quinta-feira, no Cerro do Peguinho. Hoje ao serão (22 horas) atuará o Laurent Filipe 4teto, liderado pelo compositor, produtor e trompetista português. A noite de amanhã, sábado, abre pelas 21 e 30 horas, com a iniciativa “À conversa com… o maestro Jorge Costa Pinto”, um dos fundadores do Hot Clube de Portugal, e prossegue com o saxofonista Herb Geller, um dos expoentes do estilo West Coast jazz.

Noites na Nora abre hoje

É

como o mote “Resistir é uma forma de existir”, numa homenagem à música de intervenção, que arranca hoje à noite, em Serpa, a 13.ª edição do Festival Noites na Nora. Uma programação a cargo da companhia Baal 17 que promete refrescar as noites quentes do verão alentejano com seis concertos e oito peças de teatro até ao próximo dia 21. A receita repete-se no diálogo entre as novas tendências da música nacional e os nomes históricos, de que Fernando Tordo é este ano o representante, depois de Carlos Mendes na edição de 2011. Para a noite de abertura foram convidados os Contracorrente (na foto), um coletivo que assume como missão resgatar da memória as músicas e as vozes de resistência que marcaram a história do século XX, como o chileno Victor Jara, o argelino Idir ou o brasileiro Chico Buarque. Do estúdio do “Cinco para a Meia Noite”, que divide com Nilton às sextas-feiras, Martim, o contrabaixista, dá um pulo até à Nora para animar a noite de amanhã, sábado. Traz David Pires (bateria) e António Quintino (baixo) por companhia e propõe-se apresentar “Em banho Maria”, o seu novo disco, agora “que deu em cantautor”, depois de ter tocado com B Fachada ou a com a dupla Homens da Luta. O fim de semana inaugural termina com a companhia anfitriã, no domingo, 8, a apresentar em casa a nova peça, “Muito ajuda quem não atrapalha”, que já correu a região no âmbito do projeto de cooperação transnacional “Rotas sem Barreiras”, promotor de um turismo ao alcance de todos, portadores de deficiência incluídos.


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O western português “Estrada de Palha” está a causar sensação no mundo da 7.ª Arte. O filme foi rodado na serra da Estrela e, sobretudo, no Alto Alentejo, o que pode abrir a porta a um novo conceito cinematográfico: depois dos “Western spaghetti” – filmes de cowboys realizados por italianos – chegam os “Western migas de entrecosto” – filmes de cowboys realizados no Alentejo e em que os atores só comem migas nos intervalos das filmagens. Trata-se ainda de um conceito embrionário, mas que promete fazer furor no cinema nacional, já que, quando comparado com qualquer filme do Manoel de Oliveira, “Estrada de Palha” parece um videoclip dos Prodigy.

Diário do Alentejo 6 julho 2012

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Inquérito O Festival do Sudoeste tem o cartaz fechado. O que acha do cartaz deste ano?

EDUARDO OPTIMUS ALIVE, 32 ANOS Crítico musical da revista “Oficinas Auto da Freguesia de Quintos” Fraquinho, muito fraquinho. Falta lá uma Romana, um Michel Teló, mesmo uns Trigo Limpinhos, qualquer coisa que animasse o pessoal. Na única vez que fui ao Sudoeste estava tanto calor que o Marilyn Manson derreteu um bocado em palco. Tiveram de o enxertar com aquela gosma de que ele é feito. Agora, para que é que vou a esse festival quando há tão bom entretenimento na minha cidade? O festival de verão da Voz da Planície foi um sucesso! Iran Costa e José Reza no mesmo palco?! Oh filho, eu dizia que dava em ma-lu-ca!

HUMBERTO SUPER BOCK SUPER ROCK, 45 ANOS Reputado melómano que sobreviveu a um melanoma O cartaz parece-me jeitoso, se bem que tenho saudades de rever outros grandes artistas que passaram por aqui: nunca mais me esqueço da versão do “Lá vai a cegonha” dos Massive Attack ou do “Lírio Roxo” interpretado pelos Placebo. Isso sim, grandes artistas! Gostava muito que viesse cá a Annie Lennox… Adorava vê-la atuar, mesmo quando parece que sofreu uma intoxicação alimentar. A minha música favorita dela é aquela dedicada a Ficalho. Arrepio-me quando ela canta: uuaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaiii!!!

ELISETE MARÉS VIVAS, 68 ANOS Pessoa que está a tentar livrar-se do vício em Lauroderme O quê? Nem me fale desse festival! Agora todos os anos levamos com os Xutos? Eles estão para este festival como a Ivete Sangalo está para o Rock in Rio, com a vantagem de que o Tim tem menos celulite nas coxas. Ando farta do Sudoeste e dessa juventude que por aí anda, com as suas tendas de campismo e as sandálias de enfiar no pé. A “espalhar uma mensagem de paz, amor e convívio…”. Tretas! A única coisa que os miúdos dessa idade sabem espalhar é clamídia!

Livro sobre Cameirinha lançado este mês será o primeiro de 125 volumes

Será publicada na biografia um exemplar inédito de uma nota de mil escudos com a efígie do comendador – um produto exclusivo da Planeta DeAgostini

Será lançada, durante este mês, uma biografia de Leonel Cameirinha, da autoria de António José Brito, jornalista e diretor do “Correio Alentejo”. Esta iniciativa pretende assinalar o aniversário do grupo liderado pelo comendador, cujo primeiro negócio, tal como noticiámos nesta página, foi a venda de pedras para o Castelo de Beja. Ao que apurámos, a obra completa terá versões em português, tétum, aramaico e línguas khoisans, aquelas línguas africanas com os estalidos da língua. A vida do empresário bejense foi de tal modo preenchida que a biografia será dividida em 125 volumes, com títulos como: Cameirinha Aprende a Fazer Vinhos com os Romanos; Cameirinha e a Primeira Reunião com Armand Peugeot; Cameirinha e os Negócios com El-Rei D. Dinis; e Cameirinha na Política: do Marquês de Pombal a Jorge Sampaio. De referir ainda que, durante a apresentação, será feita uma recriação histórica do primeiro telefonema que o empresário recebeu da parte de Alexander Graham Bell.

Beja é a 16.ª melhor cidade do País para viver e promete não descer para a segunda divisão Um estudo da DECO (a Associação de Defesa do Consumidor e não o futebolista que ainda joga com recurso a um andarilho) elaborou um estudo sobre as melhores cidades do País para viver. Viseu ficou em 1.º lugar, destacando-se pela rede viária, espaços verdes e a extrema qualidade da tinta para o cabelo usada pelo seu autarca. A cidade de Setúbal ficou em último lugar, destacando-se nas categorias “Onde se come melhorrr sarrrdinha e carrrapau frrrito” e “Cidade que merrrece todo o rrrespeito pois foi aí que nasceu o Toy”. Já a capital do Baixo Alentejo ficou num dececionante 16.º lugar, todavia os autarcas prometem ir à luta: “A consternação por esta classificação é muita, pois consideramos que Beja tem capacidade para muito mais, inclusive permanecer na primeira divisão e, quem sabe, ir a uma prova da UEFA…”, como nos confidenciou fonte da câmara. Apesar da má prestação, Beja foi reconhecida nas categorias de “Melhor cidade para entrar em stress no trânsito, apesar de haver pouquíssimo tráfego” e “Melhor cidade para quem aprecia odores vindos de matadouros, lagares e bagaceiros”.

Em Bom Alentejano “Já as mamou” ou “Foi enxertado”? Caro leitor, eis mais uma edição de “Em Bom Alentejano”, a rubrica que já é um sucesso no Pomarão e no Canadá. Passemos, pois, à análise de mais uma dificuldade linguística. Qual das expressões é a mais correta: “Já as mamou” ou “Foi enxertado”? Regra geral, significam o mesmo, ou seja, que alguém foi alvo de uma agressão física, ou por ter ficado a dever dinheiro de um prato de caracóis, ou porque tentou apalpar a prima que veio de Lisboa e tem a mania, como se pode observar nas frases: “Olha, o bicho d’um raio já as mamou que é para não se armar em cão” ou “Parece que o burcalho foi enxertado e ainda levou poucas”. Todavia, o seu significado não se fica por aqui, já que também se pode dizer “Bebi uma mini a mais, e a parede chumbou-me o capot do Range Rover que foi enxertado pelo bate-chapas”. Estas não são, contudo, as únicas expressões relativas a esta temática. Caso pretenda variar o seu vocabulário e mostrar que é um verdadeiro conhecedor do magnânimo dialeto alentejano, poderá sempre dizer: “O magano levou uma vardascada” – levou no toutiço com uma vara – ou “Se me chateias, levas uma fuêrada nos cornos…” – se me continuas a maçar, inflijo-te uma pancada forte e eficaz na cachola. Assim se fala “Em Bom Alentejano”.


Nº 1576 (II Série) | 6 julho 2012

RIbanho

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Hoje, sexta-feira, 6, o sol deverá brilhar em toda a região. A temperatura vai oscilar entre os 11 e os 30 graus centígrados. Amanhã, sábado, o céu vai estar limpo e no domingo também não se esperam nuvens.

António Vilhena lança novo livro de poesia

“Compromisso divino” com o Alentejo

A

ntónio Vilhena saiu de Beja, em 1984, rumo a Coimbra para cursar Psicologia e por lá ficou enredado nas teias da vida académica e pública. O Alentejo, sendo uma “primeira pele”, ficou-lhe para sempre e, aqui e ali, vai-se assomando nos poemas. Como em Canto Imperecível das Aves, acabado de lançar, que tem uma apresentação agendada para Beja no próximo dia 29 de setembro, na biblioteca municipal.

uma espécie de silêncio que atravessa a minha existência, alimenta-me. Em todas as circunstâncias faço sempre questão de promover a minha cidade, Beja: na cultura, na política e na literatura. Ser alentejano é um compromisso quase divino, onde se respiram os elementos primordiais de uma existência única e intransmissível. Tem em Natália Correia uma grande referência. Fale-me um pouco do seu projeto em torno da obra da poetisa.

Esteve seis anos sem publicar e regressa agora com um livro de poesia. Que vivências se encontram aí traduzidas?

Canto Imperecível das Aves é uma paleta de vivências onde se derramou o tempo que me ajudou a esculpir a dúvida. Ao longo da viagem, os dias ficaram curtos, as noites ocultaram os sons da intemporalidade e, quando os poemas se adensaram à pele do poeta, o resultado foi dilatar a disponibilidade, a tolerância e uma infinita paciência onde me aconchego. Cada poema deste livro é mais que a soma dos versos, esconde as alegorias da vida e as metáforas do desencanto. Mas a luz que atravessa as palavras reencontra, sempre, a esperança como uma madrugada iniciática. Dedica ao seu Alentejo natal um capítulo do novo livro. De que forma se lhe refere? Apenas como uma memória, uma matriz?

O Alentejo é a minha primeira pele, não se gasta dentro de mim. Quando saí, em 1984, tive sempre uma vaga esperança de poder voltar. Mas o empenhamento académico, a vida pública e o exercício da cidadania exigiram-me compromissos que não podia recusar. Não me considero ausente da planície, porque esta cultura do Sul nada-me nas veias, é PUB

António Vilhena

51 anos, natural de Beja

É psicólogo, vereador na Câmara Municipal de Coimbra, estudioso da cultura e literatura clássicas e, além disso, autor de várias obras, a maioria na área da poesia. Entre Do Ventre da Terra (1987) e Mais Felizes que o Sonho (1996), que antecedeu o recentíssimo Canto Imperecível das Aves. É também investigador convidado no Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, onde atualmente trabalha numa tese sobre a obra O Progresso de Édipo, de Natália Correia.

A minha convivência com Natália Correia foi marcante. Uma vez, era eu da direção geral da Associação Académica de Coimbra (1987), ano do centenário, organizei umas conferências nacionais sobre Timor Leste, em Coimbra, que foram determinantes para a construção de uma frente política contra o invasor, a Indonésia. Foi neste contexto que conheci Natália Correia, em Lisboa, no Botequim, que ficava no largo da Graça. Depois foi uma longa cumplicidade até 1993, ano do seu falecimento. Hoje trabalho numa tese, no Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, sobre a obra O Progresso de Édipo (1957). Como se conjugam poesia e política?

Costumo dizer que a política fica mais rica se lhe emprestarmos o olhar literário. Um político culto não pode ignorar autores clássicos como Tucídides, Platão, Péricles, Ésquilo, Sófocles ou Eurípides. O que parece faltar neste tempo é espessura cultural a quem faz política. Como vereador na Câmara de Coimbra, tento “contaminar” todas as minhas decisões com o melhor da nossa matriz cultural Carla Ferreira

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Carminho, Paulo Gonzo e The Gift na Facal O concelho de Almodôvar volta a mostrar todas as suas potencialidades na Facal – Feira de Artes e Cultura de Almodôvar. O certame, que já vai na XVII edição, abre portas hoje, sexta-feira, 6, pelas 18 horas, e prolongar-se-á até domingo, dia 8. Uma sessão solene marcará a abertura, seguindo-se uma visita pelo recinto da feira. O certame, ano após ano, reserva espaço para o artesanato, para os produtos regionais, para a doçaria, para as tasquinhas, mas também para os pavilhões institucionais e de serviços. E, este ano, segundo a organização, a Câmara Municipal de Almodôvar, não será exceção. A crise não afastou os expositores, que prometem fazer desta uma grande edição. A Facal caracteriza-se, sobretudo, por ser um espaço privilegiado de encontro e esta é, sem dúvida, a oportunidade para juntar os filhos da terra e os muitos forasteiros que optam por visitar o concelho pela altura da feira. Estão, assim, reunidos todos os ingredientes para celebrar o concelho de Almodôvar e, consequentemente, a região e as suas tradições. A animação é sempre uma constante na Facal e, este ano, a organização preparou um cartaz que pretende ir ao encontro de todos os públicos, agradando a pequenos e a graúdos. Já hoje, sexta-feira, pelas 21 e 30 horas, sobe ao palco 2 o Grupo Coral e Instrumental da Câmara Municipal de Almodôvar. Ainda no palco 2, pelas 22 e 30 horas, haverá espaço para uma demonstração de dança. O momento alto da noite, porém, acontece com a atuação de Carminho, no Palco 1, pelas 23 horas. O primeiro dia da Facal encerra com o DJ Rui Porto Nunes. Amanhã, sábado, acontece, pelas 18 horas, o colóquio “Valorização dos Recursos Silvestres do Mediterrâneo” e, pelas 21 e 30, é a vez das tunas académicas subirem ao palco 2. Paulo Gonzo dá música à Facal pelas 23 horas e o DJ Massive Child encerra o segundo dia de certame. No domingo, dia 8, há lugar para o colóquio “Percursos Pedestres de Almodôvar” e, pelas 22 horas, para o concerto da banda RoadSide Business, no palco 2. Os The Gift encerram a XVII edição da Facal. Durante os três dias de festa, de acordo com a organização, há ainda lugar para “várias atividades no espaço da feira, para desportos radicais e muitas surpresas”.


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