Re Regressar a casa com o Alentejo na bagagem co pág. 10
JOSÉ FERROLHO
Erasmus mostra Beja ao mundo Era
SEXTA-FEIRA, 20 JULHO 2012 | Diretor: Paulo Barriga Ano LXXXI, N.o 1578 (II Série) | Preço: € 0,90
Empresa mineira de Neves-Corvo pode investir 700 milhões de euros nos próximos cinco anos
Sindicato acusa Somincor de discriminar grevistas e acidentados Beja é a capital nacional do futebol de rua Começa hoje, em Beja, a final nacional do Torneio de Futebol de Rua, competição que a Associação Cais organiza há nove anos consecutivos. A equipa do FutEsperança, constituída no decorrer do projeto “Inclusão com Arte”, do Centro de Cultura e Recreio do Bairro da Esperança, representa a cidade anfitriã. E esperança na vitória é coisa que não falta aos rapazes do bairro, nesta competição que pretende combater a pobreza extrema e a exclusão social. pág. 19
Pais preocupados mobilizaram-se e a smart shop p “Olhos Mágicos” acabou por ser alvo de uma operação policial. O proprietário não presta declarações e a PSP de Beja está neste momento a averiguar se as substâncias apreendidas se enquadram ou não na tabela nacional de drogas proibidas, recentemente revista. Em causa estão consumidores entre os 13 e os 17 anos. págs. 6/7
JOSÉ FERROLHO
Selmes teme pelo fecho da escola básica
págs. 4/5
Castelo de Moura tem novo museu de armaria A cidade de Moura foi recentemente dotada de um novo espaço museológico. Trata-se do núcleo de armaria, instalado na torre de menagem do castelo, que pela primeira vez está aberta ao público. A este projeto somou-se a recuperação do espaço da alcáçova. pág. 12
Músicas do Mundo desde ontem em Sines São 36 os concertos do 14.º Festival de Músicas do Mundo, que ontem arrancou no castelo de Sines. E esta noite, a viagem começa em Portugal, com os Osso Vaidoso, e termina no México, ao som do ensemble Los Mezcaleros de la Sierra. pág. 30
Voando nas asas das drogas legais
PAULO MONTEIRO
pág. 8
Diário do Alentejo 20 julho 2012
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Editorial No fundo
Vice-versa “A proposta da Comissão de Reavaliação da Rede Nacional de Emergência e Urgência para o encerramento de 16 serviços de urgência – nos quais se incluiu Serpa – “é uma proposta e apenas uma proposta. Está a ser avaliada pelos serviços (ARS) e levará em conta autarquias e especificidades regionais e locais”. Paulo Macedo, ministro da Saúde, citado pela Lusa
Paulo Barriga
O
ministro Álvaro Pereira e o presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal vieram ao Alentejo fazer a festa. Na passada sexta-feira. Vieram escutar da boca do presidente da Somincor que esta empresa irá investir 130 milhões de euros até 2013. Nas minas de Neves-Corvo. E que, se a coisa correr bem, poderão ser perto de 700, os milhões que a empresa canadiana Lundin Mining, concessionária do couto mineiro, enterrará por debaixo de Castro Verde e Almodôvar nos próximos cinco anos. O que garantirá ali, disseram, a exploração de cobre até 2021 e a de zinco até 2029. Uma boa notícia, esta, a da manutenção por mais alguns anos de perto de um milhar de postos de trabalho numa região tão parca em empregos como a nossa. E num período económico tão marafado como o que vivemos. Resta agora saber quais as contrapartidas e os custos que este negócio trará para o Estado português. E em que estado ficará a região do Campo Branco depois de terminar a corrida ao eldorado. É que por muito significativo e importante que seja o investimento, a mineração é uma indústria muito especial e bem diversa das restantes. Um olival é um olival. Aproveita o ciclo natural para dar azeitona ano após ano. Poderá esgotar a terra, é um facto, e até deixar algumas mazelas por contaminação dos aquíferos. Mas nada que a própria natureza não se encarregue de restabelecer em alguns invernos. Já uma mina obriga a outros ciclos. Por muito elementar, básica até, que seja a observação, sempre que se extrai uma riqueza do subsolo, empobrece-se. É um paradoxo incorrigível. O minério é uma fonte esgotável. Não se replanta. É uma abastança precária e finita. E é com algum desconforto que o vemos abalar em vagonetas para fora do País, retirado definitivamente das entranhas da nossa terra por empresas estrangeiras. A grande dúvida é saber se valerá a pena. Para já, em termos económicos e sociais, numa zona muito restrita e demarcada, sim. Mas o que será de Castro Verde e de Almodôvar depois de 2029? Terras de monoeconomia. Que vivem quase em exclusivo das minas. Que não diversificaram o seu tecido empresarial. E que ficam mais pobres a cada petardo que rebenta lá no fundo. Apenas com a certeza de que um dia a coisa acabará. E que lhes restará apenas os escombros e os rejeitados. E uma bela e eternamente contaminada paisagem lunar. No fundo, foi assim em g Foi asSão Domingos. sim no Lousal e em Caveira. Foi aassim-assimemAlj Aljustrel. Lembram-se Lembram-se?
O vice-presidente da Câmara de Serpa estranha as conclusões do estudo, e afirma que “não faz sentido” a proposta que consta do relatório, pois a urgência básica foi prometida mas nunca foi aberta em Serpa. Tomé Pires, citado pela Rádio Pax
Fotonotícia Onde para o Paulo Portas? Estava anunciado e até fizeram uma placa com o nome dele, na lavaria de zinco das minas de Neves-Corvo. Mas à última da hora, o ministro dos Negócios Estrangeiros resolveu não aparecer. Quem esteve presente foi o ministro da Economia. Que ouviu o presidente da Somincor a anunciar novo investimento de 130 milhões de euros em 2013. E, talvez, perto de 700 milhões nos próximos cinco anos. Mas também escutou o presidente da Câmara de Castro Verde a pedir ao Governo o cumprimento da Lei das Finanças Locais e a diversificação da economia num concelho ultradependente da mineração. PB Foto de José Ferrolho
Voz do povo Dá-se bem com o calor de Beja?
Inquérito de José Serrano
Leonor Abreu, 60 anos, técnica de análises clínicas
José Cândido Rosa, 77 anos, reformado (trabalhador rural)
Francisco Pesseguina, 81 anos, reformado (comerciante)
Muito mal. Tenho muitas alergias e quanto mais seco é o clima pior. Combato o calor usando roupas frescas e bebendo muita água. E ligo as ventoinhas em casa. Já me acostumei a ter que suportar estas temperaturas todos os anos. Mas gosto muito mais do inverno.
Não senhor. E nos dias abafados ainda é pior. Ainda um dia destes estive ali no jardim do Bacalhau um bocado aparvalhado. Estava ali um velhote que caiu para o lado. Teve que vir a ambulância. No inverno estou sempre rijo. Mas com o calor sinto-me afadigado.
É muito calor. Mas com a idade que tenho já me vou acostumando. Ainda assim parece-me sempre que cada novo verão é mais quente que o do ano anterior. Para melhor o suportar, não há nada como sombra e água fresca. E uma chuveirada de vez em quando.
António Figueira, 84 anos, reformado (motorista)
Não me dou eu nem ninguém. Com as temperaturas a ultrapassar os 40 graus é impossível sentir-me bem. O que é que eu posso fazer? Manter-me à sombra e perto da ventoinha. Antigamente ainda era pior. Quando se apanhavam estes calores na ceifa. E na monda.
Rede social
Semana passada QUINTA-FEIRA, DIA 12 SINES PJ INVESTIGA 15 INCÊNDIOS FLORESTAIS POR SUSPEITA DE FOGO POSTO Um terço dos incêndios ocorridos no concelho de Sines, desde o início deste ano, está a ser investigado pela Polícia Judiciária (PJ), por suspeita de fogo posto, revelou à Lusa fonte da GNR. De acordo com a mesma fonte, nos primeiros seis meses desde ano, registaram-se no concelho de Sines “45 ocorrências de fogo” florestal, 15 das quais com suspeita de dolo. Os casos em que se suspeita de fogo posto estão a ser investigados pela PJ, afirmou a fonte. As restantes ocorrências resultaram de negligência, queimas e alfaias agrícolas, entre outras causas, havendo também um número de fogos com origem indeterminada.
DIA 16, SEGUNDA-FEIRA BEJA CÂMARA PROMOVE “SEMANA ABERTA” EM QUINTOS A Câmara de Beja deu início esta semana à sétima edição da iniciativa “Semana Aberta” na freguesia de Quintos, com várias iniciativas lúdicas, culturais e sociais. A iniciativa visa “uma aproximação cada vez mais efetiva” entre o executivo e os serviços da autarquia e os munícipes, explica o município, referindo que a sétima edição inclui iniciativas desenvolvidas por serviços da câmara em colaboração com a junta de freguesia e a população de Quintos.
SINES ARMADOR MSC PORTUGAL AMEAÇA SAIR SE PORTO PERDER AUTONOMIA O presidente da filial portuguesa da Mediterranean Shipping Company (MSC), grupo armador suíço, manifestou-se “bastante preocupado” com a hipótese de o porto de Sines perder a autonomia e ser integrado numa holding nacional ou regional. Em declarações à Lusa, Carlos Vasconcelos considerou o porto de Sines “muito eficiente e bem gerido”, com uma preocupação no “constante aperfeiçoamento”, pelo que, “se isto for posto em causa, a MSC deve reequacionar se continua a apostar em Sines ou muda para outros portos”, afirmou. De acordo com o gestor, atualmente, o armador suíço faz nove escalas no porto alentejano e tem projetos para aumentar este número. Contudo, a empresa, que também faz escalas em Lisboa e em Leixões, considera que a perda de autonomia na gestão pode ser negativa e recusa operar num porto “com problemas”. Para o presidente da MSC Portugal, o modelo proposto pelo Governo, que prevê a centralização da gestão dos portos portugueses em uma ou duas infraestruturas, pode acarretar o “aumento das faturas portuárias e a redução da eficiência”. Segundo Carlos Vasconcelos, que é também presidente da Comunidade Portuária de Sines, esta é uma preocupação partilhada por “todas as grandes empresas” instaladas no porto.
TERÇA-FEIRA, DIA 17 OURIQUE VOLUNTÁRIOS CAIAM “PITORESCA” ALDEIA DAS ALCARIAS Voluntários caiaram casas e muros abandonados da Aldeia das Alcarias, através de uma iniciativa para embelezar a aldeia, “uma das mais pitorescas” do concelho de Ourique, muito envelhecida e com poucos habitantes. A iniciativa “Vamos caiar a Aldeia” é promovida pela Junta de Freguesia da Conceição em parceria com o Núcleo de Voluntariado e o apoio da Câmara de Ourique.
DIA 13, SEXTA-FEIRA VIDIGUEIRA COOPERATIVA CONTRATA MÉDICO PARA CENTRO DE SAÚDE A Cooperativa Vitigéria assinou um protocolo com a Câmara de Vidigueira e a Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo para colocar um médico no centro de saúde da vila e colmatar a falta de clínicos no concelho. Através do protocolo e da contratação do clínico, a equipa de médicos do Centro de Saúde de Vidigueira “vê reforçada a sua capacidade de intervenção junto das populações e a qualidade dos serviços prestados”, explica a autarquia. O protocolo é válido até que o Ministério da Saúde coloque um médico no centro de saúde.
3 perguntas a Camarate Campos
Presidente da direção do Centro Operativo de Tecnologia do Regadio Foi eleito em abril último presidente da direção do COTR. Qual é o seu projeto para o centro?
Pretende-se que o COTR esteja cada vez mais ligado aos agricultores e suas associações, assessorando de forma próxima aqueles que mais necessitam da clara experiência deste centro tecnológico: os novos beneficiários do regadio. Independentemente de continuar a existir um núcleo do COTR responsável pela investigação e novas práticas, tecnologias e conhecimento, será fundamental assumir uma nova estratégia para o exterior, intimamente relacionada com o que também se pode apelidar de a nova estratégia para Alqueva e para a EDIA, entidade gestora do projeto: maximização e potenciação do regadio numa ótica de pleno aproveitamento do projeto. E mais do que nunca o COTR deverá assumir-se como um parceiro privilegiado desta orientação. Maior responsabilização e envolvimento dos agricultores e associações na definição da estratégia do COTR. Sinal inequívoco dessa estratégia, a presença de três associações na nova direção e apenas dois organismos ligados ao Ministério da Agricultura (Drapal e EDIA). A direção anterior tinha definido como fundamental a diversificação da prestação de serviços do COTR, para áreas como espaços verdes e campos de golfe, com vista a aumentar as receitas. Esta é também uma aposta da nova direção?
A atual direção entende que a área de assistência técnica aos agricultores é a razão fundamental da existência do COTR, e como tal os maiores esforços serão para aí canalizados. O Programa Nacional para o Uso Eficiente da Água, coordenado pela Agência Portuguesa do Ambiente, realça que é no setor agrícola que existe um desperdício significativo de água com perdas que podem atingir nalguns casos 70 por cento. Deste modo, não poderemos meter a cabeça na areia esquecendo este grave problema. De qualquer modo, não iremos descurar a possibilidade de nos candidatarmos a alguns projetos no âmbito da poupança da água para espaços verdes, turísticos e urbanos.
Todos juntos somos poucos pelas Palavras Andarilhas Se tudo correr pelo melhor, entre 30 de agosto e 1 de setembro haverá palavras Andarilhas em Beja. Na passada sexta-feira, um grupo de artistas, de amigos, juntou-se no Pax Julia para angariar verbas. Na foto o coral misto Serões d’Aldeia.
Em Serpa, nestes dias, têm andado todos à Nora Termina este fim de semana a 12.ª edição do festival Noites na Nora, em Serpa. Uma última oportunidade para visitar o mais interessante e inesperado festival de verão do Alentejo. Os meninos que dançam estão a homenagear uma árvore: a oliveira.
Um mar de gente nas despedidas a Nossa Senhora do Carmo Decorreram no último fim de semana as festas em honra de Nossa Senhora do Carmo, em Moura. Um dos momentos altos da vida social mourense e um reencontro imperdível para os naturais e amigos daquela cidade da Margem Esquerda do Guadiana.
O filho deste homem chama-se Laura. E depois? O grupo de teatro do Clube PT levou à cena no último sábado, no Pax Julia, uma comédia de costumes adaptada do clássico americano “O meu filho chama-se Laura”. As relações humanas elevadas ao mais alto nível do riso e da paródia.
Como comenta o adiamento do prazo de conclusão do projeto de Alqueva?
Embora não se conheça com profundidade todas as alterações que estão propostas na conclusão das obras, a situação que o País atravessa torna necessário priorizar as áreas de regadio que serão postas de imediato ao serviço dos agricultores, não entendendo como tal que se trate de um adiamento, mas apenas de uma reorientação e reprogramação das áreas a regar.
O “Diário do Alentejo” foi dar uma voltinha ao Porto Ao palácio das Cardosas. Lá, onde Ana Paula Figueira fez mais uma apresentação pública do seu livro com as crónicas publicadas no “Diário do Alentejo” em 2011. E com o embalo que a coisa leva, é de esperar nova coletânia lá para o ano que vem.
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Hoje não tem nada. O pão vem da Vidigueira, do Pedrógão. Mercearias sempre há umas quantas, mas essas chegam para o que a gente ganha, e até gastamos muito” Mariana Fialho
Selmes
Junta e comissão criada pela população já se reuniram com a Direção Regional de Educação
Contra o encerramento da escola básica
U
ma faixa negra colocada na fachada da Escola Básica do 1.º Ciclo com a frase “Não ao meu encerramento”, ladeada pelos nomes dos jovens alunos que a frequentam, não deixa margem para dúvidas. A população da freguesia de Selmes luta por estes dias contra a possibilidade do estabelecimento de ensino poder vir a encerrar já no próximo ano letivo e de os meninos serem obrigados a deslocarem-se para a sede de concelho, Vidigueira, que fica a cerca de oito quilómetros – aliás como já acontece com as crianças do lugar de Alcaria da Serra, cuja escola fechou há alguns anos. A freguesia, que já pertenceu “ao termo de Beja” e ao concelho de Cuba (entre 1782 e 1854) e que se destaca pelas seis estações de via-sacra, nichos construídos em alvenaria, “únicos no concelho”, que “constituem os pontos de passagem da procissão do Senhor dos Passos”, tem vindo a ser despojada de pessoas que, sem emprego, partem à procura de melhores condições de vida, à semelhança do que acontece em tantas outras aldeias por esse país fora. O encerramento da escola, a concretizar-se, diz a população, agravará ainda mais a situação, votando a aldeia ao abandono, num momento em que depositam grandes esperanças no tão famigerado regadio (ver entrevista). Inácio Pestana, de 62 anos, ex-operador de máquinas agrícolas, atualmente reformado por invalidez, teme que o encerramento da escola possa ditar o fim de outros serviços ainda existentes em Selmes. “Já tentaram encerrar a junta de freguesia e se encerrarem a escola ao fim de um dia ou dois fecham a extensão de saúde. Terá que ir tudo para a Vidigueira, mas o centro de saúde de Vidigueira está às moscas, vai lá o médico duas ou três horas, por isso tem que ir tudo para Beja. Beja é o descargo. Se aquela [escola] fechar, no dia de amanhã é a outra [creche e pré-primária, que ocupa um outro edifício] e depois muitas coisas por aí fora”, afirma o avô de duas meninas em idade escolar, que, logo pela manhã, se refugia na sombra proporcionada pelas árvores do largo em frente ao Centro de Dia de Selmes. “Por que é que a escola com 18 alunos fecha e com 19 já não e até se arranjam duas turmas”, questiona-se, sem conseguir encontrar uma justificação lógica: “São as tais leis que vão estando podres. As minhas duas netas andam aqui, terão que ir para a Vidigueira. Uma gaiata com sete anos vai para a Vidigueira e anda lá aos descaídos, como é óbvio”, diz ainda o reformado que aguarda agora notícias vindas da Direção Regional de Educação do Alentejo, que já recebeu a junta de freguesia e a comissão de cidadãos “Não ao encerramento da EB1 de Selmes”. “Dizem que são precisas mais quatro crianças para chegar ao número previsto [estipulado legalmente]. A batalha não está vencida”. No interior de um das cinco mercearias da aldeia que ainda resistem à falta de gente, e à crise
A freguesia de Selmes, que já pertenceu “ao termo de Beja” e ao concelho de Cuba e que se destaca pelas seis estações de via-sacra, nichos construídos em alvenaria, “únicos no concelho”, que “constituem os pontos de passagem da procissão do Senhor dos Passos”, tem vindo a ser despojada de pessoas que, sem emprego, partem à procura de melhores condições de vida. O encerramento da EB1, a concretizar-se, diz a população, agravará ainda mais a situação, votando a aldeia ao abandono, num momento em que depositam grandes esperanças no tão famigerado regadio. Texto Nélia Pedrosa Fotos José Ferrolho
População Na última década a freguesia perdeu perto de uma centena de habitantes
Lei Para se manter aberta a escola tem que ter no mínimo 19 matrículas
– nos últimos anos encerraram três –, Mariana Fialho aproveita para dar dois dedos de conversa enquanto foge do calor já insuportável que se faz sentir às 11 da manhã. Aos 76 anos, e com uma vida de trabalho dividida entre o campo e o serviço a dias “para as senhoras de Beja”, lembra-se perfeitamente dos tempos em que “havia muitos moços na escola” e “sapateiro, barbeiro, padaria, um lagar”, na aldeia. “Tinha, hoje não tem nada. O pão vem da Vidigueira, do Pedrógão. Mercearias sempre há umas quantas, mas essas chegam para o que a gente ganha, e até gastamos muito”, diz, ao mesmo tempo que lamenta o decréscimo populacional que se tem vindo a verificar ao longo dos anos, principalmente de jovens. Com o encerramento da escola, acrescenta, “desaparecem as crianças”, o que “é muito mau”, porque a aldeia “está muito envelhecida”. Não muito longe da loja onde Mariana Fialho retempera energias antes de se fazer ao caminho até casa, Mariana Capito, de 57 anos, proprietária de uma outra mercearia – a única centenária da aldeia – recorda também o tempo em que ela, e mais tarde os dois filhos – hoje com 37 e 26 anos –, frequentavam a escola. “No meu tempo sei que na escola de cima [designação que dão à atual EB1] eram duas salas e estavam as duas cheias e lá em baixo [o edifício que alberga a creche e pré-escolar] também eram duas salas e também estavam cheias. Quatro salas cheias, se calhar cento e tal moços. No tempo dos meus filhos já havia menos, mas eram muitos ainda”. Numa aldeia onde já são “tão poucos”, diz, “se levarem as crianças ficamos aqui tristes”. É que sem emprego em vista na região, muitos acabam “por abalar”. “Falta muita gente e muito trabalho, há muitas pessoas desempregadas, muitas mesmo, jovens é tudo, e pessoas de meia-idade, que ainda não estão em idade de reforma. Isto era uma zona de agricultura e de construção. Construção já não há e agricultura há muito pouca”. “É tudo mecânico, regas automáticas, há trabalho mas não leva mão de obra”, apressa-se a acrescentar o marido de Mariana, José Capito, dois anos mais velho. Rosária Borracha, de 37 anos, a trabalhar há dois anos no Centro de Dia de Selmes, conhece bem esta realidade. Trabalhou durante anos em “montes” nas imediações de Selmes, “um trabalho duro, mas divertido”, que “hoje já não existe”, devido à proliferação de maquinaria. Mais tarde frequentou dois cursos de formação, um de seis meses, outro de dois anos, este último de geriatria e que lhe permitiu ter acesso ao emprego atual. “Faz falta mais trabalho, há muita gente desempregada, da minha idade e também mais velhos”. Quanto ao possível encerramento da EB1, acredita que o mesmo levará a “aldeia a perder muita coisa”: “Em lugar de virem cá mais pessoas vêm menos. A escola faz falta, tudo faz falta”.
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António d’Aguilar Presidente da Junta de Freguesia de Selmes
Existe a possibilidade de a EB1 poder vir a encerrar no próximo ano letivo. Que repercussões poderão advir desse encerramento?
Pontos de interesse turístico
Se isso vier a acontecer ficaremos todos mais pobres. Numa altura em que estamos a pedir às pessoa para virem residir nas nossas aldeias, onde estamos todos os anos a perder residentes, se vamos fechar a escola algumas pessoas vão pensar duas vezes. Isto também numa altura em que todos pensamos que a nossa freguesia se irá desenvolver nos próximos anos, porque temos terras férteis, e neste momento muitas delas já estão a ser regadas. Nós, autarcas, temos a obrigação de trabalhar junto das populações para que o fecho não aconteça e fazer ver aos nossos governantes que uma escola por não ter 19 alunos não deve fechar.
Para além dos seis nichos que se encontram espalhados pela aldeia (ver texto principal), destaca-se ainda, como pontos de interesse turístico, a igreja Matriz de Santa Catarina, cuja construção “parece datar do século XVIII”. A sua fachada caiu em 1817 e foi reconstruída em 1874. “O altar-mor e quatro altares laterais são os principais elementos decorativos”. Nas imediações de Selmes, no Monte da Cegonha, pode encontrar-se a villa romana, que “conheceu um percurso de crescimento, sucesso e abandono”. Na outra extremidade da aldeia, e “dando acesso ao caminho para Pedrógão, galgando a ribeira de Selmes, ergue-se a velha ponte, formando um pitoresco conjunto rústico”, datada, provavelmente, do século XVI.
Que medidas foram tomadas para evitar o fecho?
A junta de freguesia enviou uma carta à senhora diretora regional de Educação do Alentejo a mostrar o nosso descontentamento. De seguida a população criou uma comissão, de que também faço parte, e escreveu à senhora diretora. Ela recebeu-nos em Évora e o que nos disse é que a lei seria para cumprir, porque se a escola não tem 19 alunos então é para fechar. Mas neste momento já temos 19 matrículas, portanto estamos a pensar que não vai fechar, todos trabalhamos para isso. Quantos habitantes tem a freguesia de Selmes, de acordo com o Censos 2011?
Temos à volta de 900 habitantes. Temos vindo a perder pessoas ano após ano. Cerca de 60 por cento terá mais de 65 anos e os outros 40 por cento são adultos e jovens, sendo que jovens são à vontade de 15 por cento. Comparando com o Censos 2001 desceu um pouco, à volta de 100 pessoas. Mas tudo aponta para que a situação se inverta com o desenvolvimento da nossa zona, que é efetivamente agrícola. Para além da agricultura, a que outros setores de atividade de dedica a população em idade ativa?
A maior parte é na agricultura, que já não é de sequeiro como se fazia há muitos anos, embora ainda se semeie algum trigo e alguma cevada. Mas temos muitos olivais, é verdade que a maior parte é dos espanhóis, mas eles sempre estão a dar algum trabalho às pessoas. Temos muita área de vinha, também algumas adegas particulares, que vão dando algum trabalho. Até Beja também se deslocam algumas pessoas, para trabalhar no comércio e na indústria. Quais são os principais problemas da freguesia?
De há um ano, ano e meio, para cá é o desemprego. Alguns jovens estão desempregos e alguns desempregados não têm direito ao subsídio e isso preocupa-nos bastante. Estávamos a ver que a porta da extensão de saúde também ia fechar, devido à aposentação do médico. Felizmente não vai, porque a Câmara de Vidigueira contratou um médico cubano que irá permanecer na freguesia até que venha o médico contratado pelo Governo, que não se sabe quanto tempo é que irá demorar.
Festival Gastronómico Sabores da Caça passa a realizar-se de dois em dois anos A par das tradicionais festividades de verão, em honra das padroeiras de Selmes (Santa Catarina) e de Alcaria da Serra (Nossa Senhora das Relíquias), eventos propícios “ao encontro com a família e com os amigos”, o Festival Gastronómico Sabores da Caça, que se realiza em fevereiro, é responsável por levar anualmente à freguesia “milhares de pessoas”, garante o presidente da junta. “O desporto da caça envolve muita gente, mesmo em tempos difíceis como estes. Há caçadores com algum poder de compra e há homens que se deslocam de todo o País para virem ao festival”, diz António d’Aguilar, acrescentando
que “são três dias de festa, onde participam quase todas as associações” e em que as propostas vão das montarias às largadas de perdizes, passando pelos espetáculos e pelas tasquinhas com petiscos à base de caça. Apesar de movimentar “muita gente”, “as restrições atuais” obrigam a que o certame passe realizar-se de dois em dois anos, estando assim prevista a próxima edição, a sétima, para 2014. “Em 2013 não iremos ter, a não ser que para aí haja um benfeitor, a não ser que a Câmara de Vidigueira nos ofereça mais qualquer coisa, porque como se realiza em fevereiro os pavilhões que acolhem o festival têm de ser totalmente cobertos, o que absolve quase todo o dinheiro que nos é dado pela câmara, e se a câmara não participasse nós não poderíamos fazer isso”.
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Na turma do meu filho, havia colegas que lá iam de vez em quando e o que eles diziam é que compravam chupa-chupas e que havia uns que davam ‘pedrada’ e outros que não. Não sei o que é que isto quer dizer, mas estamos a falar de meninos de 13 e 14 anos”. Mãe de um aluno da Escola Secundária D. Manuel I
Atual
“Alarmismo social” levou a PSP/ASAE à única smart shop de Beja
Drogas legais preocupam comunidade escolar Alguns pais mobilizaram-se entre si e tomaram medidas para que o consumo de drogas legais por parte dos mais novos, sobre o qual proliferavam relatos, fosse prevenido. Consideram um “escândalo” que uma loja como a “Olhos Mágicos”, recentemente alvo de uma operação de apreensão, possa “abrir impunemente”. O proprietário não presta declarações sobre o que vende e a PSP está neste momento a averiguar se as substâncias apreendidas se enquadram ou não tabela nacional de substâncias proibidas, recentemente revista. Texto Carla Ferreira Ilustração Paulo Monteiro
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preocupação instalou-se entre pais e professores, mal a smart shop “Olhos Mágicos” abriu portas em Beja, em finais de 2011. A oferta de substâncias que prometem excitantes “viagens”, sem ultrapassar as fronteiras da lei e a preços relativamente acessíveis, parece ter aguçado a curiosidade, sobretudo dos mais jovens, ávidos de experiências. À boca pequena, vem-se comentando entre vizinhos do estabelecimento, junto à gare rodoviária da cidade, as romarias de adolescentes e os visíveis estados alterados de alguns, entre quebras de tensão e até mesmo
episódios de desmaio, com necessidade de ajuda médica. Ao longo do último mês, denúncias de pais preocupados foram-se avolumando na esquadra de Beja da PSP, algumas delas dando conta de jovens atendidos nas Urgências do Hospital de Beja, por supostamente terem consumido produtos provenientes da referida loja. “O alarmismo social levou-nos a dar conhecimento ao Ministério Público, que determinou uma operação conjunta com a ASAE [Autoridade de Seg ura nça A li menta r e E c onóm ic a] d e f i s c a l i z ação àquele estabelecimento”,
confirma o subcomissário Paulo Graça, comandante da esquadra bejense. O que aconteceu na manhã do último dia 5 foi a apreensão de “vários artigos por parte da PSP, para posteriormente apurar, em laboratório, qual a sua natureza e se estão ou não dentro da legalidade”, explica o subcomissário, adiantando que “está a decorrer um inquérito” nesse sentido. Por parte da ASAE, foram de imediato identificadas “várias situações contraordenacionais”, o caso de produtos sem instruções disponíveis em português. Outras eventuais irregularidades serão “apuradas posteriormente” com base na análise dos artigos apreendidos, havendo, no entanto, suspeitas de “infrações criminais”. Para já, como esclarece Paulo Graça, não é possível avançar se os referidos produtos são “ilegais ou não, porque ainda está a decorrer essa perícia”, mas as denúncias recebidas dizem respeito, garantidamente, a menores – “jovens entre os 13 e os 17 anos”. O “Diá r io do A lentejo”
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visitou entretanto o estabelecimento para obter esclarecimentos acerca dos artigos comercializados mas, dada a veemente recusa por parte do proprietário, restringiu-se à informação disponível na respetiva loja on line, em www.olhosmagicos. pt. Para aceder à galeria de produtos, cujas categorias, na sua maioria, estão identificadas em inglês – como “herbal incense” (incenso de ervas), “plant feeders” (fertilizantes) ou “bath salts” (sais de banho) – o visitante deverá previamente confirmar com um clique se tem mais de 18 anos. No grupo dos fertilizantes, podemos encontrar um dos produtos “mais populares” da loja, as cápsulas “Druids Fantasy”, descritas como “uma das mais fortes jornadas legais disponíveis”. A descrição do artigo oferece informações sobre a composição, adverte que “uma leve náusea é comum após a ingestão, mas deve passar” e desaconselha o consumo a grávidas e a doentes cardíacos. Entre os ingredientes estão a glória-da-manhã (Ipomoea violacea) que, segundo uma conhecida loja congénere, a holandesa “Azarius”, “é uma fonte natural de amida de ácido lisérgico (LSA), uma substância quimicamente relacionada com o LSD e que tem um efeito psicadélico”. Cada embalagem, com seis cápsulas, custa 10 euros. O fenómeno do comércio de “drogas legais” não é novo em território nacional. Na sequência da pioneira “Cogumelo Mágico”, que abriu em Aveiro, em 2007, licenciada como ervanária especializada, muitas outras se estabeleceram em vários pontos do País, envolvidas em menor ou maior polémica. Entre os artigos disponíveis, encontram-se drogas sintéticas, psicoativas, que não constam da lista nacional de substâncias proibidas, recentemente revista, e cujo risco para o consumidor é considerado elevado pelas autoridades, já que se desconhece a sua proveniência e processo de fabrico. Em Beja, a “Olhos Mágicos” – que entretanto abriu uma segunda loja em Évora e que brevemente estará também em Vila Nova de Milfontes – causou alarme desde logo nas escolas. Teresa Sousa Tavares, coordenadora do projeto de Promoção
Vários consumos e cada vez mais cedo
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oordenadora do projeto de Promoção e Educação para a Saúde na Escola Secundária D. Manuel I, a docente Teresa Sousa Tavares está atualmente a desenvolver uma investigação, no âmbito de uma tese de doutoramento, sobre os consumos nocivos dos jovens do 9.º ao 12.º ano em escolas de todo o distrito de Beja. O questionário aplicado, no ano letivo de 2010/2011, obteve 501 respostas e permite chegar a algumas conclusões preliminares. “Cada vez mais os jovens consomem mais cedo e há uma tendência para os policonsumos”, revela a investigadora. O álcool, que configura um “consumo bastante generalizado” é a substância que vem à cabeça, quase sempre em associação com outras, como o tabaco, que se segue em quantidade de consumo, e outras que os jovens consomem “facilmente”, como a cannabis. “Muitas vezes, iniciando-se um consumo de álcool acaba-se por se consumir outras substâncias”, sintetiza, concluindo que a iniciação nas substâncias psicoativas é “precoce”, não há dúvidas, e que há mesmo uma tendência para se ter os primeiros consumos “por volta dos 12 anos”.
e Educação para a Saúde na Secundária D. Manuel I, viu-se pressionada a antecipar para o início do segundo período escolar as sessões de sensibilização sobre consumos nocivos que estavam previstas apenas para o terceiro. “Houve três mães de alunos de uma turma do 7.º ano que falaram comigo pessoalmente, mas sei que houve mais encarregados de educação que se reuniram devido a esta preocupação, contactando posteriormente com a respetiva diretora de turma, que falou com os alunos e comigo”, lembra a docente, que, justamente, está a desenvolver uma investigação, no âmbito de estudos de doutoramento, sobre os consumos dos jovens entre o 9.º e o 12.º ano no distrito de Beja (ver caixa). Através
Na sequência da pioneira “Cogumelo Mágico”, que abriu em Aveiro, em 2007, muitas outras smart shops se estabeleceram em vários pontos do País. Entre os artigos disponíveis, encontram-se drogas sintéticas, psicoativas, que não constam da lista nacional de substâncias proibidas, e cujo risco para o consumidor é considerado elevado pelas autoridades, já que se desconhece a sua proveniência e processo de fabrico.
dos alunos, a docente deu-se conta, em primeiro lugar, que eles “não tinham muita noção dos efeitos e das consequências do consumo destas substâncias – se eram lícitas não poderiam ser grandemente nocivas”, e, depois, que “não havia o mínimo de controlo em termos de acesso”. “Qualquer aluno, desde o 7.º ao 12.º ano poderia fazêlo”, acrescenta, sublinhando “alguma banalização” do seu uso “entre os jovens”. Alertada por outras mães, Laura (nome fictício), representante dos encarregados de educação numa turma do 7.º ano, também na D. Manuel I, abordou o assunto em conselho de turma e a escola interveio “imediatamente”. “Na turma do meu filho, havia colegas que lá iam de vez em quando e o que eles diziam é que compravam chupa-chupas e que havia uns que davam ‘pedrada’ e outros que não. Não sei o que é que isto quer dizer, mas estamos a falar de meninos de 13 e 14 anos”. Laura soube de um episódio de desmaio de um aluno em plena aula, noutra escola da cidade, mas assegura que “entre nós”, ou seja, no 7.º ano da D. Manuel I “não houve até o momento nenhum caso grave”, apenas “um comportamento um pouco aéreo e falta de concentração nas aulas”. A porta-voz dos pais considera um “escândalo” que uma loja desta natureza “possa abrir impunemente” dado o desconhecimento que existe em relação às substâncias transacionadas. “São produtos não catalogados, feitos em qualquer vão de escada. Nós sabemos o efeito de um charro e a degradação rápida de quem consome cocaína ou heroína. Mas a ideia que eu e alguns pais temos é este género de produtos podem ser consumidos durante mais tempo, mantendo-se uma vida normal, sem que ninguém dê por isso e sem sabermos que efeito é que isso tem no organismo”, conclui. O “Diário do Alentejo” tentou também confirmar, junto do Hospital de Beja, a entrada recente no seu serviço de urgências de adolescentes vítimas deste tipo de consumos, segundo informações da PSP. Mas, até ao fecho da presente edição (quarta-feira, dia 18), não obteve qualquer esclarecimento por parte da respetiva direção clínica.
Diário do Alentejo 20 julho 2012
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Neves-Corvo até 2029 Jacinto Anacleto Mineiros reunem-se hoje em plenário para discutir novas regras da lei laboral
Penalizações para grevistas e para trabalhadores acidentados
Somincor discrimina trabalhadores Jacinto Anacleto é o coordenador do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira. Mas no dia em que o ministro da Economia visitou a Somincor não compareceu. Estava em Espanha a apoiar a luta dos mineiros vizinhos. No entanto, afirma, perentoriamente, estar satisfeito com as notícias de novos investimentos em Neves-Corvo e com o prolongamento da atividade mineira até 2029. O problema, diz, são as discriminações que a administração da mina exerce sobre os trabalhadores. E a questão da nova lei laboral. Que prevê o corte de 50 por cento no trabalho suplementar. Situação que os mineiros nunca aceitarão. Ontem houve reunião com a administração. Hoje há plenário de trabalhadores na Somincor. Uma empresa que deveria ser nacionalizada para ajudar o País a sair da crise, reclama o sindicalista. Texto Paulo Barriga Fotos José Ferrolho Pedir a um governo como este que atualmente existe em Portugal a nacionalização de uma empresa como a Somincor é quase uma provocação…
Claro que não é provocação nenhuma! A nacionalização da empresa não é nenhum bicho papão. Há relativamente pouco tempo, 51 por cento dos capitais eram portugueses. Na nossa opinião, tendo em conta a crise que o País atravessa e tendo em conta os fabulosos lucros que os canadianos levam de Portugal, seria uma solução muito benéfica para a nossa economia. Na ocasião, fomos contra a privatização. Tínhamos razão. Enquanto o nosso país estiver sob resgate poderia abrir-se uma janela para que esta empresa fosse nacionalizada, para ajudar a economia portuguesa nesse esforço. Que comentário lhe merece a recente visita do ministro da Economia às minas de Neves-Corvo?
A Somincor prevê investir nos próximos
cinco anos entre 300 e 700 milhões de euros. Já em 2013 vai investir cerca de 130 milhões. Somos obviamente a favor de tudo o que vier para bem da região e do País. Se o Estado português pretender estudar a hipótese de dar para aqui alguns incentivos financeiros e alguns benefícios fiscais, que eles se façam repercutir nos trabalhadores. Porque são eles que arrancam a riqueza debaixo da terra. E uma empresa que, unilateralmente, atualizou os salários abaixo da inflação verificada em 2011, que penaliza os seus trabalhadores por serem vítimas de acidentes de trabalho no que toca à atribuição de prémios de produção mensais e uma empresa que discrimina trabalhadores por aderirem às greves gerais, se tiver que receber dinheiros do Estado, eles que vão para os trabalhadores. Em que aspeto é que a Somincor discrimina trabalhadores?
Há um prémio mensal, que é calculado por objetivos, e os trabalhadores que aderiram às greves gerais de 2010 e 2011 viram o seu prémio totalmente cortado. Ainda admitíamos que esse prémio de produção não fosse atribuído no dia da greve. Se o trabalhador não produz apenas um dia nesse mês é de toda a justiça que lhe sejam atribuídos os restantes dias. A Somincor é tida como uma empresa exemplar. Mas essa parece não ser a opinião do sindicato…
Transparece cá para fora que está tudo bem e que há paz social. Mas não é bem assim, tendo em conta aquilo que já referi. Por outro lado, quero referir que quem nos dera a nós que existissem muitas empresas destas aqui na região. São empresas que criam emprego, não o podemos esconder, mas temos esses fatores que, de alguma forma, nos atrapalham a vida. Em relação, por exemplo, às alterações da lei laboral, que entrarão em vigor em agosto, as empresas que têm capacidade para tal deveriam deixar as coisas como estão. As alterações não são impositivas para as empresas. No que respeita ao
trabalho suplementar, se a Somincor passar a pagar metade daquilo que agora paga, os trabalhadores não vão aceitar e vão resistir não fazendo esse trabalho. E a empresa necessita muito disso. Qual é a situação da mina de Aljustrel neste momento?
Está a laborar. Ainda não atingiu a velocidade de cruzeiro. Já lá estão cerca de 650 trabalhadores. O que é bom. Contudo, também há ali muitas, muitas irregularidades. Ainda as alterações à lei laboral não estão em vigor e ali já se pratica o não pagamento de trabalho noturno ou o não pagamento de feriados, em troca de um ordenado de cerca de mil euros. Isto para alguns trabalhadores. Porque há trabalhadores no fundo da mina a ganhar 575 euros. Estas situações não podem existir e têm que ser ajustadas. A Inspeção do Trabalho tem sido chamada a intervir e não temos conhecimento que alguma vez o tenha feito. O sindicato que representa esteve em Espanha a apoiar a luta dos mineiros espanhóis. Que imagem traz dessa manifestação?
Trago uma imagem de firmeza. Aqueles trabalhadores estão unidos. O povo de Espanha está com eles. Nunca tinha visto uma manifestação tão grande na minha vida e ando no movimento sindical já há muitos anos. Transmitimos aos nossos companheiros uma mensagem de ânimo e de força para enfrentarem a dura luta que estão a travar. Há sete mineiros em luta no fundo de duas minas há mais de 50 dias. Quisemos fazerlhes uma visita, mas não nos foi autorizado. Só quem vai ao fundo da mina é o médico e o pessoal que lhes leva alimentos. Acredito que vão levar por diante as suas pretensões. A imprensa portuguesa tem dado pouco destaque a isto. Mas o que está a acontecer em Espanha são imposições de medidas cozinhadas na União Europeia. E nós temos algum receio que elas se alastrem a Portugal.
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ram para ter sido dois, mas apenas apareceu um: o ministro da Economia. Paulo Portas também constava no protocolo da visita governamental às minas de Neves-Corvo, que se realizou na passada sexta-feira. Mas de seu, apenas ficou o nome numa placa alusiva que a administração da empresa já não foi a tempo de corrigir. Pelo que não teve a oportunidade de escutar as palavras de Michael Hulmes, presidente da Somincor, que traziam a boa nova de um investimento de 130 milhões de euros durante o próximo ano. E de um putativo investimento entre 300 e 700 milhões nos próximos cinco anos. O que fará aumentar a longevidade da mina pelo menos até 2029, na extração de zinco. Álvaro Santos Pereira salientou o “empenho” que o Governo está a depositar no setor mineiro em Portugal. O ministro fez-se acompanhar pelo presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (Aicep) que sublinhou o facto de, durante a presente operação financeira, poderem ser admitidos em Neves-Corvo 68 novos trabalhadores, “além de um considerável número de postos de trabalho indiretos durante a fase de expansão” e exploração do jazigo do Lombador. O que Pedro Reis não referiu foi quais os incentivos financeiros e os benefícios fiscais que a empresa canadiana Lunding Mining, proprietária da Somincor, vai beneficiar com esta operação. No entanto, referiu o presidente da Aicep, o Estado “vai estudar a forma de apoiar o investimento”. Na cerimónia que antecedeu a descida ao poço da mina, o presidente da Câmara de Castro Verde aproveitou a oportunidade para relembrar a comitiva que o incumprimento da lei das Finanças Locais e a Lei dos Compromissos estão a asfixiar as autarquias. E que, apesar da importância dos investimentos na Somincor, o seu concelho carece de diversificar o tecido económico, pois os “recursos minerais são finitos”. Quem recusou o convite da Somincor foi o presidente da Câmara de Almodôvar, que se vê excluída do “direito a receber a derrama lançada sobre os lucros tributáveis daquela empresa, na parte em que se situa no seu concelho”. PB
A Câmara Municipal de Beja, no âmbito do programa do Simplex Autárquico, aderiu ao projeto “A Minha Rua”. De acordo com a autarquia, “o projeto apresenta-se como uma ferramenta interativa de enorme utilidade pública, que permite ao cidadão reportar as mais variadas ocorrências que vai observando na sua cidade, bairro ou rua (como iluminação, jardins, passeios, sinalética, veículos abandonados, recolha de lixo, entre outras situações), de forma simples, cómoda e sem quaisquer custos”. Com este projeto, a câmara pretende “estar mais próxima dos munícipes e, em cooperação com os mesmos, assumir um papel mais ativo e participativo na resolução dos problemas locais e, assim, contribuir, para uma melhoria da qualidade de vida de todos”.
Adesão à greve na ordem dos 50 por cento, diz administração da Ulsba O conselho de administração da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (Ulsba) – que integra o Hospital José Joaquim Fernandes (Beja), o Hospital de São Paulo (Serpa) e o Agrupamento de Centros de Saúde do Baixo Alentejo, com exceção do
Centro de Saúde de Odemira – fala em taxas de adesão à greve dos médicos 56 por cento nas duas unidades hospitalares, 50 por cento nos centros de saúde e de 53 por cento no conjunto da unidade no primeiro dia, 11. Em nota de imprensa, os responsáveis adiantam que dos 80 médicos escalados nos dois hospitais, 45 fizeram greve e dos 61 médicos
escalados nos centros de saúde 30 fizeram greve. A administração adianta ainda que “das 241 consultas programadas, foram efetuadas 204 e das 14 cirurgias programadas foram efetuadas duas”. No segundo dia de greve, 12, a taxa de adesão foi de 46,5 por cento nos hospitais, 43,4 por cento nos centros de aúde e 45,11 no total da Ulsba.
Primeiro-ministro destaca aumento das exportações
ANTÓNIO CARRAPATO
Passos vaiado em Borba Pedro Passos Coelho foi recebido esta segunda-feira em Borba por uma centena de manifestantes, convocados pela CGTP, que vaiaram o primeiro-ministro, acusando o Governo de “roubar” os salários e os subsídios aos portugueses. Passos Coelho esteve nessa cidade alentejana para presidir à sessão de abertura do “Global Stone”, um congresso internacional dedicado ao setor da pedra natural, que reuniu 120 participantes de 11 países, e à cerimónia de lançamento da primeira pedra de um novo centro para deficientes profundos da União das Misericórdias Portuguesas.
Protestos Manifestantes esperaram Passos Coelho após um congresso sobre rochas ornamentais Texto Carlos Júlio com Lusa
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em nunca se referir aos protestos, Passos Coelho destacou a “redução” da necessidade de financiamento da economia portuguesa, que atinge “atualmente os 3,5 por cento do PIB”, dizendo que “para quem ainda há um ano atrás esteve a dois passos da bancarrota, isto é, de não ter dinheiro para cumprir os seus compromissos externos e internos, nós conseguimos, em pouco mais de um ano, reduzir significativamente as nossas necessidades adicionais de financiamento da economia”. O primeiro-ministro sublinhou ainda que Portugal tem conseguido aumentar o peso das exportações, sobretudo no último ano e meio. “É o resultado da capacidade que as nossas empresas têm mostrado para, em condições de grande adversidade, se voltarem para o exterior e conseguirem colocar lá fora o que não conseguem colocar cá dentro”, concluiu. Ao deixar as instalações do Cevalor (Centro Tecnológico para o Aproveitamento
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e Valorização das Rochas Ornamentais e Industriais), em Borba, onde decorria o congresso, Pedro Passos Coelho foi de novo vaiado, tendo mesmo um dos manifestantes tentado pontapear o carro onde seguia o primeiro-ministro. Os manifestantes empunhavam cartazes e gritavam palavras de ordem contra o Governo, contra o corte nos salários e nos subsídios e contra a intervenção da troika . “O FMI não manda aqui”, “Os salários a baixar e os lucros a aumentar” e “Com Passos a mandar, o País vai-se afundar” foram algumas das frases entoadas pelos manifestantes. Ainda no concelho de Borba, Passos Coelho presidiu à cerimónia de lançamento da primeira pedra de um centro de deficientes profundos, da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), já em construção, na freguesia de Rio de Moinhos. Aí, Passos Coelho disse que o Estado deve ser “um elemento pivô numa ação de proteção social”, durante o período em que a economia
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Projeto “A minha rua” permite aos cidadãos de Beja reportarem ocorrências
“nos permita voltar a crescer”, uma vez que “em momentos de crise económica e social, os que estão em condições de maior vulnerabilidade são sempre mais duramente atingidos”. O presidente da UMP, Manuel Lemos, justificou a construção deste novo centro com as “cerca de 400 pessoas que há em lista de espera, sobretudo crianças”, nas duas unidades já existentes, uma em Fátima e outra em Viseu. Este centro inclui um lar residencial, que pode receber 76 pessoas com grau de deficiência elevado, e um centro de atividades ocupacionais que pode acolher 50 utentes. Manuel Lemos destacou ainda o facto de este ser o terceiro centro deste tipo, da UMP, e o primeiro no Alentejo, que poderá dar resposta à procura mais a sul do País. A escolha de Borba, de acordo com o responsável, deve-se ao facto de a União das Misericórdias ter um terreno disponível no concelho, que foi doado à instituição por um benemérito local, Luís da Silva, e, em homenagem ao doador, este centro vai ter o seu nome.
Greve dos médicos em Beja foi “um êxito” A adesão dos médicos de Beja à greve realizada nos dias 11 e 12 foi “um êxito”, disse ao “Diário do Alentejo” Telo Faria, da FNAM – Federação Nacional dos Médicos. No Hospital José Joaquim Fernandes a adesão, nos dois dias, foi de “aproximadamente 96 por cento”, não fugindo “muito da média nacional”. No Centro de Saúde 1 “foi de 100 por cento no primeiro dia e de noventa e pouco por cento no segundo dia. No Centro de Sáude 2 foi de cerca de 50 por cento nos dois dias”. “Foi a segunda vez, que me lembre, em que houve uma greve que teve o apoio das duas organizações sindicais e da ordem da classe, e os resultados foram inclusivamente superiores àqueles verificados nos anos 80, em 1986, salvo erro, quando houve uma greve com as mesmas características”, acrescentou o clínico, realçando que esta greve teve a particularidade “de ter o apoio de todos os colegas independente das suas áreas políticas”. Para além disso, disse, “há uma coisa muito interessante, que é o facto de, de todos os colegas, os que estavam mais entusiasmados, que mais aderiram, que mais se movimentaram, que mais estavam de corpo e alma na greve, foram os mais novos. Muitas vezes acontece que são os mais velhos, talvez por razões históricas, que mais se mobilizam. Desta vez estiveram todos mobilizados mas houve uma grande força, uma grande presença, da parte dos colegas mais jovens, o que se compreende porque no funco uma parte das reivindicações tem a ver com o futuro de nós todos e são os jovens que são os mais afetados”. Entre as reivindicações da greve, adianta Telo Faria, está “a luta pelas carreiras médicas, desmanteladas todos os anos pelos sucessivos governos; o facto de o Governo pretender que os contratos dos colegas sejam feitos não por hospitais mas por empresas, contatos por horas, pelo mais baixo preço, deixando de haver aquilo que é fundamental na medicina, que é a relação médico/doente; contra a elevação das taxas moderadoras; e, no fundo, contra toda a degradação do Serviço Nacional de Saúde”.
Câmara de Beja vai cria zona de lazer fluvial em Quintos
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A Câmara Municipal de Beja vai criar uma zona de lazer fluvial junto às azenhas do Guadiana, em Quintos. De acordo com o presidente da autarquia, Jorge Pulido Valente, a câmara vai melhorar o acesso ao rio e beneficiar a zona das azenhas, com o objetivo de “chamar as pessoas para perto do rio”.
Licenciados e mestres vão dinamizar aldeias ribeirinhas de Alqueva Um projeto quer fixar, durante nove meses, 15 jovens licenciados e mestres em cinco aldeias ribeirinhas do Alqueva para procurarem soluções e criarem negócios capazes de dinamizar a economia das localidades e as potencialidades criadas pela albufeira. O projeto
“Aldeias Ribeirinhas do Grande Lago Alqueva”, que deverá arrancar no mês de setembro, abrange quatro aldeias do distrito de Évora – Capelins (Alandroal), Luz (Mourão), Alqueva (Portel) e Campinho (Reguengos de Monsaraz) e uma do distrito de Beja – Povoa de São Miguel/Estrela (Moura). A Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA), uma das
Lena Kamrowski “Para mim este local [castelo] faz-me sentir em casa”
entidades promotoras, a par com a Associação Transfronteiriça dos Municípios das Terras do Grande Lago Alqueva, explica que o projeto pretende procurar “soluções inovadoras e sustentáveis” para “dinamizar económica, social e culturalmente” as aldeias e “as potencialidades criadas pelo grande lago “. As candidaturas estão abertas até ao próximo dia 31.
Petr Dedicik “A minha experiência em Beja foi fantástica”
Ao fim de cinco meses jovens do programa Erasmus regressam a casa
Um pouco de Alentejo na bagagem Em março deste ano, cerca de 40 alunos dos mais diversos países chegaram a Beja ao abrigo do programa Erasmus. Nessa altura, o “Diário do Alentejo” falou com alguns deles, perspetivando o tempo que passariam em Beja. Agora, cinco meses passados e quando os que não partiram estão quase a fazê-lo, dois deles fazem o balanço deste tempo, de como lhes encheu as medidas das expectativas e valeu a pena. Texto Marco Monteiro Cândido Fotos José Ferrolho
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torre de menagem do castelo de Beja domina a paisagem. Quem chega à cidade, vindo de qualquer direção, avista, quilómetros antes, aquela que serve de farol à navegação pelas planícies, de ligação a quem chega e a quem parte. Talvez tenha sido isso que marcou Lena Kamrowski, estudante alemã de 24 anos feitos em Portugal, que chegou a Beja no início de março, no programa, de intercâmbio estudantil internacional, Erasmus. Talvez seja isso que leva Lena Kamrowski a eleger o castelo de Beja como o seu local favorito na cidade alentejana. E é aí mesmo que marca encontro com o “Diário do Alentejo” para fazer o balanço de cinco meses de Beja e Portugal, para onde veio como
a primeira aluna, ao abrigo de Erasmus, a tirar mestrado no Instituto Politécnico de Beja (IPB). “Para mim, este local faz-me sentir em casa. Estive aqui logo na primeira semana, a mostrá-lo à minha família”. Lena, que voltará para a Alemanha no final deste mês, viajando de autocaravana durante quatro semanas até chegar a casa, fala com agrado dos tempos que passou e ainda vai passando em Beja. Se, a nível académico, as coisas têm vindo a correr bem, tal não é alheio à adaptação social ter sido fácil e de forma integrada na cidade. “Tem corrido tudo muito bem. Encontrei um apartamento agradável, conheci pessoas para além dos estudantes de Erasmus, apesar de me sentir muito confortável com eles. E na escola foi bom. Os professores receberam-me bem, de forma calorosa, e no Patronato, onde estagiei, aprendi muito”. Os estudos de Lena, na Alemanha, terminarão no ano que vem e depois começará a dar aulas, tornando-se professora do estado alemão durante, pelo menos, três anos. Em março, Petr Dedicik chegou da República Checa para estudar gestão de sistemas de segurança no IPB. O facto de ser a instituição de ensino superior com o plano de estudos mais parecido com o da sua universidade foi o primeiro chamariz para Beja. O clima de Portugal, o segundo. Petr, ao contrário de Lena, já voltou para casa. E para
ele, o tempo que passou em terras alentejanas foi muito bom. “A minha experiência em Beja foi fantástica. A principal razão foram as pessoas, uma vez que conheci estudantes de 12 países diferentes e, consequentemente, 12 culturas diferentes”. À distância de alguns meses desde que chegou, Petr continua a pensar que a escolha de Beja (e de Portugal) foi bem feita, apesar de pensar inicialmente que a cidade fosse maior e com mais coisas para ver. No entanto, a curiosidade de conhecer um país que se revelou, como suspeitou, completamente diferente da sua República Checa, valeu a pena. Opinião distinta tem Lena. Para ela, Beja é uma cidade grande, uma vez que vem de uma pequena vila alemã, mas que ao mesmo tempo tem a particularidade de se conseguirem ver os limites, o fim da cidade em qualquer direção. “Gosto muito de fazer jogging fora da cidade, à volta, e da paisagem do campo aqui tão perto”. A vida calma é outro dos aspetos que Lena destaca desta sua passagem por Beja. “As pessoas têm tempo umas para as outras, adoram estar nos pequenos cafés a conviver. Na Alemanha é muito diferente”. Uma das coisas que Petr Dedicik menos gostou em Beja e de, uma forma geral, em Portugal, foi da sujidade nas ruas, algo muito diferente, segundo o próprio, da sua República Checa. “Eu não podia ir para a escola sem estar
sempre a olhar para o chão. Não é habitual no meu país, pelo menos tanto, haver papéis e lixo pelas ruas”. Petr aponta também o facto dos alunos portugueses falarem muito pouco inglês, o que prejudicou a integração dos estudantes estrangeiros e o relacionamento entre todos. “Não sei se foi por não quererem ou por não saberem, mas o nosso relacionamento poderia ter sido melhor se falassem”. Mais uma vez, Lena tem uma opinião distinta em relação aos alunos do IPB. “Os alunos voluntários de Beja estiveram sempre lá para nós. Ajudaram-nos sempre que surgiu algum problema e passaram muito tempo connosco. E foram fantásticos porque passaram o seu tempo livre connosco, a ajudar-nos.”. Cinco meses depois da chegada a Beja, com Lena quase a partir e Petr já na sua terra, e apesar das visões diferentes em relação a este tempo, Portugal é algo que lhes fica gravado no livro das memórias. Seja pela costa atlântica que tanto fascinou Petr ou pelo estilo de vida que agradou a Lena, ambos dizem que o período de Erasmus em Beja valeu a pena e voltariam a repeti-lo. Lena, por estes dias, prepara-se para voltar de autocaravana com o namorado para a Alemanha. Visitará mais locais em Portugal, antes de partir rumo a Espanha. No entanto, não descarta, no futuro, voltar para dar aulas numa escola alemã em Lisboa.
11 Diรกrio do Alentejo 20 julho 2012 PUB
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Pela primeira vez na sua vida a torre de menagem está aberta ao público. Em tempos, era local de acesso restrito. Depois, quando perdeu funções na área do poder, passou a fazer parte de um espaço degradado (o castelo) e ninguém lá ia. No fundo, é uma forma de devolver mais um espaço à população” Santiago Macias, arqueólogo e vereador da Câmara de Moura
CMM
800
anos de história. As escavações arqueológicas no castelo de Moura abrangem cinco momentos que vão desde o período islâmico até ao século XVIII.
Mais 15 anos a escavar
A
Torre de menagem Por fim a fortificação mourense deixou de ser um espaço abandonado e degradado
Castelo de Moura tem novo museu de armaria
Às armas! A cidade de Moura foi recentemente dotada de um novo espaço museológico. Trata-se do núcleo de armaria, instalado na torre de menagem do castelo, que pela primeira vez está aberta ao público. A este projeto somou-se a recuperação do espaço da alcáçova. Texto Alberto Franco
“U
m momento de grande importância para a história da cidade e do concelho”. É assim que o vereador Santiago Macias qualifica os recentes trabalhos no perímetro do castelo de Moura, que incluem a criação de um núcleo museológico na torre de menagem e a reabilitação da alcáçova. “Pela primeira vez na sua vida a torre de menagem está aberta ao público. Em tempos, era local de acesso restrito. Depois, quando perdeu funções na área do poder, passou a fazer parte de um espaço degradado (o castelo) e ninguém lá ia. No fundo, é uma forma de devolver mais um espaço à população”, salienta aquele responsável. O núcleo museológico é dedicado à armaria e nele pode ser apreciado um importante espólio de armas dos séculos XVI a XVIII, designadamente espadas, punhais e pistolas. “São materiais que faziam, e fazem,
parte do espólio do Museu Municipal. Essas peças, no caso de museus como o de Moura, chegam ao local quase sempre integrando um legado. Ou como oferta. A compra de peças é uma exceção nos pequenos museus”, explica Santiago Macias. A par da exposição de objetos, os visitantes encontram ainda “uma explicação sobre os monumentos militares de Moura. Esse trabalho foi desenvolvido pela minha colega Marisa Bacalhau, do Museu de Moura”. Instado a apontar uma peça com especial significado, Santiago Macias, que é também um reconhecido historiador e arqueólogo, prefere enfatizar o valor do local em que o núcleo museológico está inserido. “A peça a destacar é a própria torre, um excecional exemplar de arquitetura militar dos fins da Idade Média.” O espaço pode ser visitado das 9 e 30 às 12 e 30 e das 16 às 20 horas. Na alcáçova do castelo “foi feita uma repavimentação geral e foram criadas condições de acesso à torre. Estando em curso escavações arqueológicas, foram instaladas baias de proteção e colocadas imagens que permitem aos visitantes ter uma ideia, ainda que esquemática, do que estão a ver. A intervenção que ali vemos foi concretizada a partir de 2006”. O recinto agora recuperado será sobretudo utilizado como
espaço de lazer, podendo servir para espetáculos como aquele que o Teatro Fórum de Moura ali montou, há dois anos. O projeto de musealização da torre de menagem foi da autoria de Mariano Piçarra, designer da Fundação Gulbenkian. “Na alcáçova intervieram, em diferentes momentos, e de diferentes formas, o arquiteto José Custódio, o arquiteto Nuno Moquenco, a arquiteta Patrícia Novo e o engenheiro José Martinho”. Entretanto, “está em curso o processo final de iluminação das muralhas, da autoria da arquiteta Maria João Pinto-Coelho, que será inaugurado lá mais para o fim do ano”. O processo de musealização da torre de menagem foi moroso, tendo conhecido desde o seu início, em 1988, contratempos diversos. “Foi suspenso pela edilidade que ganhou as eleições de 1989”, recorda Santiago Macias. “As razões da paragem são várias: a vereação não estava interessada no projeto, nem no castelo, nem no património cultural. Confesso que até 1997 dei o caso por encerrado e pensei ‘isto nunca se fará’. A partir de 1997 começa a desenvolver-se o projeto de reabilitação do castelo. E depois de 2006 dá-se o arranque final. Um processo lento e marcado por muitas dificuldades. Que, aliás, nos ensinam imenso”.
s sucessivas campanhas de escavações arqueológicas no castelo de Moura têm proporcionado achados interessantes e contribuído para um melhor conhecimento do passado mourense. Segundo Santiago Macias, “as escavações desenvolvem-se em dois locais: na alcáçova, onde retomaremos (o José Gonçalo, a Vanessa Gaspar e eu) os trabalhos em 2013. Temos uma sucessão de ocupações em cinco momentos: período islâmico, século XIV, alcáçova de Duarte Darmas, aquartelamento dos séculos XVII-XVIII e construções oitocentistas. Uns 800 anos de História. Na zona do futuro posto de turismo temos em curso escavações que durarão até final de outubro. A cronologia é sensivelmente a mesma da alcáçova, mas teremos novidades para apresentar, dentro de uns meses”. As escavações no castelo de Moura juntam entidades como o Centro de Estudos Arqueológicos das Universidades de Coimbra e Porto e o Campo Arqueológico de Mértola, que têm apoiado a investigação. Há pouco dias, a Junta de Freguesia de São João Batista, em Moura, e o Campo Arqueológico de Mértola assinaram um protocolo de colaboração que se traduzirá no financiamento de análises de carbono 14. Nas previsões de Santiago Macias, as escavações deverão prolongar-se por mais 10 ou 15 anos.
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Perfil
A sala de jogos de várias gerações da cidade de Beja
O Constantino que é o “Costa” da Casa dos Arcos A Casa dos Arcos, conhecida casa de jogos da cidade de Beja, mantém-se no ativo. Já
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uma das ruas mais emblemáticas do centro histórico de Beja, na rua do Sembrano, há uma casa não menos emblemática. A Casa dos Arcos, cuja história se confunde com a própria história do seu proprietário. Constantino Rosa, mais conhecido por “Costa”. “O nome era um pouco comprido e resolveram abreviá-lo”, começa por explicar. Habituou-se a ser tratado assim e garante: “Na cidade se falarem do Constantino ninguém sabe. Mas se perguntarem pelo ‘Costa’, pelo ‘Costa’ da Casa dos Arcos, todos sabem identificar”. E, na verdade, é mais difícil encontrar na cidade quem não o conheça do que o contrário. Começou a trabalhar na Casa dos Arcos, ainda hoje casa de jogos, na altura dirigida pelo seu pai, com apenas 10 anos. Não perdeu, porém, a conta ao tempo. “Estou aqui há 50 anos”. Não fez outra coisa na vida. Não soube o que foi outro trabalho e sem hesitação ou rodeios assegura: “Não me arrependo. Tive aqui momentos extraordinários. É claro que aos 10 anos não tinha gosto em aqui estar, mas rapidamente o ganhei. Criei aqui os meus filhos. Esta casa é a minha história de vida, faz parte da história da minha família. Como posso arrepender-me?”. Cinquenta anos, como diz Constantino, é quase toda uma vida. Sobraram-lhe 10 anos para a meninice. “Fiz a quarta classe e vim para aqui. Fazia cá falta”, conta. Não havia tempo, nem na vida havia lugar para lamentações. A Casa dos Arcos sempre funcionou como casa de jogos.
lá vão 50 anos e ao balcão, ao serviço dos clientes, sempre esteve um rosto. O rosto de Constantino, que aqui se fez menino, moço e homem. Ah, o Constantino Rosa é o “Costa”. O “Costa” da Casa dos Arcos. Texto Bruna Soares Fotos José Ferrolho
“Foi-o sempre”, diz. “Na altura do meu pai era sala de jogos e casa de pasto. Ainda se manteve assim uns anos comigo. Depois as coisas modificaram-se e ficou assim”. Uma casa de jogos. Repleta de mesas de bilhar, de snooker,r de matraquilhos, de ping pongg e mais. As máquinas de jogos, flippers e do género, embora ainda algumas lá se avistem, já não funcionam. Estão desligadas da corrente. “Já ninguém procura este tipo de jogos”, adianta Constantino. “As coisas modificaram-se bastante. Chegaram as consolas, os computadores. Ninguém já mete moedas nestas máquinas”, conclui, para depressa arrumar o assunto. Constantino acompanhou várias gerações da cidade de Beja e é com um sorriso nos lábios que conta: “Às vezes chegam aí rapazes que me perguntam se conheço os seus pais. Explicam-me
quem é e rapidamente lhes respondo: ‘sim, conheço os vossos pais e também os vossos avós’”. A Casa dos Arcos, como ainda hoje se mantém, abriu em 1962. E é fácil perceber porque ganhou este nome. A sala ampla, quase a perder de vista, repleta de jogos, toda ela é composta por arcadas. “Esta sempre foi uma casa de referência para a juventude da cidade e não só”, considera o proprietário. Os anos 80, contudo, em sua opinião, foram, sem dúvida, os anos de ouro da casa. “Foi extraordinário”, recorda. O negócio hoje sofre do
mesmo mal de muitos outros. “Há cada vez menos dinheiro. As pessoas saem cada vez menos e gastam cada vez menos”, confessa. E acrescenta: “Mantenho-me por muito amor à camisola”. Até porque, tem a certeza de que esta é uma casa que marcou as “vivências de muita gente” e que, à sua maneira, “acaba por ser também um símbolo da cidade”. Antigamente organizaram-se aqui grandes torneios de bilhar e de matraquilhos. Constantino, no entanto, sempre se direcionou mais g embora também para o ping pong, goste de matraquilhos. “Quando era miúdo não chegava bem à mesa e colocava uma caixa de cartão para ficar mais alto”, conta. Hoje encosta-se a ela. E continua sempre pronto para bater umas bolas. Que se junte ao jogo quem vier por bem. Garante que vai estar na Casa dos Arcos, na casa que guarda em cada parede a sua história, a história da sua vida, até que possa. E tem um sonho, embora saiba que este, talvez, seja um sonho difícil de concretizarse. “Gostava que a Casa dos Arcos jamais fechasse”, diz, emocionado. Se fosse com um filho seu à frente, tanto melhor.
Diário do Alentejo 20 julho 2012
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No próximo ano letivo, no ensino superior, o que está a dar são os cursos de engenharia. Volta Sócrates, estás perdoado. Rute Reimão e Aníbal Fernandes, Elias – o sem-abrigo, “Jornal de Notícias”, 16 de julho de 2012
Opinião
Euro 2012: golos, política e polvo à Opalenica - Parte II Bruno Ferreira Humorista
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as por que é que as nossas vedetas internacionais teimam em não se afirmar definitivamente ao serv iço d a seleç ão? Ronaldo fatura miúdas e golos com fartura em Madrid, onde é campeão, a par de Coentrão e Pepe; as tatuagens de Meireles dão-lhe cor no Chelsea, onde conquistou a Champions; Bruno Alves é campeão de pancada mas também o é em título no Zenit de São Petersburgo. Contudo, na seleção não há troféus. Por muito que me custe, esta sequência de factos confere razão a Passos Coelho. Qual é o traço comum a todos estes jogadores de sucesso lá fora? É que estão lá fora. Talvez o segredo para o êxito seja mesmo emigrar. Aliás, já Álvares Cabral, ou Vasco da Gama, foram emigrantes de sucesso. E até mesmo Luiz de Camões escolheu sair do País para escrever os Lusíadas, numa gruta, em Macau. Mas este campeonato da Europa, talvez pelo calor que o acompanhou, trouxe uma suculenta silly season fora de época. Nas lides televisivas, a SIC liderou a noite do último jogo lusitano e até enviou para Madrid o Hugo Alcântara. Numa espécie de promoção, o repórter dos fait divers de Carnaxide trocou o calor dos incêndios portugueses e os banhos das agulhetas dos bombeiros pelos 40 graus das Portas del Sol e um banho de multidão na capital espanhola. Por todos os canais reinou a exploração do culto da imagem dos jogadores levada ao limite. Eu não tenho nada contra o culto da imagem, sobretudo se for a imagem de uma moça gira e boa. Que não foi o caso. Tudo serviu para encher: diários do europeu, reportagens sobre o pré-antepós-sub-vice-estágio dos jogadores em Óbidos, desfiles, almoços, apresentações, receções, campanhas publicitárias, os carros do plantel, apontamentos sobre os ingredientes da mousse de chocolate que os jogadores comeriam depois de jantar, o tipo de feno preferido dos cavalos que puxaram as charretes, reportagens sobre as estranhas razões que levaram bombeiros e enfermeiros a não poderem ver os jogos, ou ainda quantos níveis do “Mortal Combat” o Miguel Veloso consegue completar em meia hora, a marca do verniz anti quebra que o Quaresma usa nas unhas, ou o nível de acidez do xixi do Custódio. Este foi também o Euro Gafes 2012. A começar pela receção do PR à seleção, quando Ronaldo tratou o chefe de Estado por você. O País comentou, mas Cavaco não terá sequer notado, uma vez que se fosse ele o jogador, e o craque o Presidente, o boliqueimense CS7 trataria exatamente da mesma forma o madeirense PR7. São coisas que lhes estão no sangue. Mas houve mais: a jornalista espanhola Sara Carbonero, namorada de Casillas, perguntou a Iniesta, no flash interview após a vitória contra Portugal, se o jogador espanhol gostaria de ter marcado um dos penaltis. Iniesta tinha marcado o segundo. Um último caso: na entrevista de Paulo Bento à RTP, Sandra Sousa conseguiu tratar duas vezes o selecionador por Carlos, e uma vez por Paulo Zé. Bento, tal como Iniesta, não pestanejou. São coisas de campeões.
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É uma boa notícia para a região e para o País. A empresa concessionária das minas de NEVES-CORVO anunciou na passada semana um investimento na ordem dos 130 milhões de euros, que irá prolongar por mais alguns anos a vida útil do complexo mineiro e a manutenção dos atuais trabalhadores. E, de repente, a mineração voltou a ser uma opção “estratégica” para o Governo de Portugal e uma oportunidade única para os estrangeiros que nela investem. PB
Relvas (PIM!) não é apenas uma vergonha para o seu amigo Passos Coelho, para o PSD ou para o Governo – o que me deixaria sem cuidado. Relvas (PIM!) é um embaraço para os políticos e para a democracia que permite tais figurões. Esta é a única razão por que seria conveniente que alguém o raspasse rapidamente da sola do sapato antes que faça maiores estragos. José Vítor Malheiros, “Público”, 17 de julho de 2012
Uma das maiores polémicas em torno do campeonato foram os gastos com a seleção. O futebol mexe com muito dinheiro, tal como Vítor Gaspar, sendo que este último, no entanto, está mais acostumado a pedi-lo emprestado. As despesas nacionais foram as mais elevadas de todas as seleções presentes e ascenderam a 33 174€ por dia. A campeã do mundo e bicampeã da Europa despendeu 4 700€. E parece que não ficaram numa pensão. Com uma equipa de 23 jogadores que vale no mercado 361 milhões de euros, e com a campanha da seleção neste Europeu, a FPF arrecadou da UEFA 15,5 milhões. Humebrto Coelho, vice-presidente da FPF já disse que os impostos são tributados em Portugal. É a federação em contra ciclo com a Jerónimo Martins. Bem, e posto isto, que venha o Mundial 2014!
recomendado pela “Morena”. Os produtos regionais do concelho são de exceção. Azeite, doçaria regional, enchidos, mel, pão, queijo Serpa e vinho. A dinâmica da agenda cultural não fica atrás. Habitualmente contempla festas e feiras, desporto, museus, música, cante alentejano, leitura, teatro e artesanato. Tudo isto sem esquecer a proximidade ao rio. A hospitalidade e a simpatia desta gente encanta e o Monte da Morena encantou-me a mim e aos meus!
Vá para fora cá dentro, sem dúvida!
ntusiasma ver a luta dos mineiros nas Astúrias. Também aqui “a mina” permanece como o sustento no dia a dia de Castro Verde, Aljustrel, etc. Mas entre estas “comunidades mineiras” das montanhas e da planície, há hoje mineiros e mineiros. Da mesma forma que os mineiros asturianos nos mostram que há lutas de trabalhadores… e lutas de trabalhadores. Primeira diferença. Nas Astúrias está em causa o carvão e um plano de desmantelamento desse setor energético que implicou um conjunto de ajudas à sua reconversão. Mas em hora de canalizar o dinheiro da crise para os bancos dá-se uma diminuição de mais de 50 por cento nessas ajudas. O fim das minas anunciado ressurge como o abismo para essas populações. Por cá é o cobre e zinco e, pelo contrário, prometem-se abrir mais minas. No campo o cobre vai-se indo, e a China e outros “emergentes” aceleram na máquina do progresso a todo o custo. Segunda diferença. O peso mítico da luta mineira. Nas Astúrias a memória de 1934, e outras lutas, não se fica pela evocação histórica. O presente ultrapassa o passado, pois não o esqueceu. Mas hoje no Alentejo o passado parece ter enterrado o presente. Em 1922 os mineiros de Aljustrel recebiam a solidariedade de outros trabalhadores, mitigando a fome dos seus filhos, e em 2012 os mineiros ingleses anunciam o fundo de apoio aos mineiros asturianos. De que solidariedade poderíamos esperar hoje dos mineiros alentejanos? E sobretudo de que lutas? Nas Astúrias os rostos tapados, o fogo e as pedras são a força da luta, pondo de lado o sindicalismo de palanque e da lei e ordem que de tanto conhecermos já enjoa. É real o imaginário combativo do mineiro asturiano, num sindicalismo de base e em comunidade, participativo e não reduzido à mera delegação sindical que distribuiu bandeiras vermelhas para desfilar na avenida. O mineiro da montanha luta pelo pão em cima da mesa, o mineiro da planície cala e come o que por agora há em abundância. Mas não esqueçamos o que lhes é comum: a vida destas “comunidades mineiras” é ditada pelos apetites da indústria voraz, e só perante o fim anunciado da mesma se questiona como as mesmas determinam a capacidade de autonomia dessas vidas. Na firme luta asturiana joga-se em parte o reivindicar dessa autonomia, enfrentando as decisões da economia mundial. E é essa também a questão eternamente adiada do mineiro alentejano, cuja “paz social” negociada entre sindicatos e multinacionais é subscrita e enraizada nas espectativas de um estilo de vida, onde os “prémios de produção” ou as “horas extras” são as principais reivindicações dos mineiros. O que se passará se lhes for ditada a “reconversão”, o fim das minas?
Luís Covas Lima Bancário
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m fim de semana diferente e simplesmente fantástico. O Monte da Morena, situado numa paisagem deslumbrante, configura uma alternativa excelente dentro de uma proposta de turismo que se enquadra numa propriedade agrícola localizada em Serpa. Esta associação de que resulta o agroturismo tem um potencial incrível quando aplicada com saber, condimentos e sabores. Dessa simbiose resulta uma oportunidade de lazer e de bem-estar, onde os conhecimentos que se adquirem nos transformam – velhos e novos – em verdadeiros aprendizes daquilo que temos e que nunca reconhecemos. Mas, neste caso concreto, o Monte da Morena é muito mais do que isso. A requalificação do espaço preservou e prolongou a sua traça original. De um lado a parte agrícola extremamente bem cuidada, do outro uma iniciativa feliz para turismo, baseada num conjunto de casinhas de cariz profundamente alentejano, onde impera a tradição e a traça arquitetónica da região. Os seus proprietários não se ficaram por aqui. Homenagearam ainda o seu concelho. Batizaram as casinhas com o nome das freguesias do concelho de Serpa. São sete. Brinches, Pias, Salvador, Santa Maria, Vale de Vargo, Vila Nova de São Bento e Vila Verde de Ficalho estão presentes e contribuem para a consolidação de uma união que resulta num quadro ímpar onde o Alentejo impera. Dos bonitos e harmoniosos alpendres vislumbra-se uma vista de cortar a respiração para a imensa planície. O silêncio e o sossego estão de mãos dadas e complementam um espaço onde o tempo parece parar. O pôr do sol é magnífico, a linha do horizonte é ténue para tamanha e tão grande beleza. Pela curta distância a Serpa (cerca de um quilómetro) existem motivos mais do que suficientes para uma escapadela. Esta cidade, que ainda tem um delicioso “sabor” a vila, tem os ingredientes ideais para isso – o casario impecável e vestido de branco, a torre do relógio, a igreja de Santa Maria, as escadas com o mesmo nome, a porta de entrada nas muralhas, o aqueduto, o castelo e claro, o Museu do Relógio. A gastronomia é excelente. O café/restaurante “Engrola” é prova disso. Não esqueço a açorda de coentros com ovo escalfado e pescada ou bacalhau. Foi-me
Comunidades Mineiras Filipe Nunes Arqueólogo
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As SMART SHOPS são uma realidade recente em Portugal. Em Beja abriu a primeira no final do ano passado. São lojas que vendem drogas sintéticas que escapam às listagens das substâncias consideradas ilegais. Mas que podem provocar graves danos a quem as consome. Principalmente aos jovens. Todos os anos aparecem dezenas de novas substâncias nas margens da lei. Num verdadeiro e perigoso jogo do gato e do rato. PB
Há 50 anos Elogios à Capricho e críticas aos telefones
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s artigos de opinião, em geral sobre assuntos locais ou regionais, assinados pelos seus principais jornalistas, davam mais qualidade ao “Diário do Alentejo” nos anos Sessenta do século XX. Na edição de 17 de julho de 1962, no “Varandim da Cidade”, M. G. (Melo Garrido) elogiava a Capricho Bejense: “Passou anteontem a data do 46.º aniversário da Sociedade Filarmónica Capricho Bejense. Queremos assinalar a efeméride, porque se trata de uma agremiação que, dentro da sua feição acentuadamente popular e da invariável modéstia dos seus recursos, tem a seu crédito uma valiosa obra no campo artístico e cultural. Várias e magníficas realizações a cidade lhe deve, sob esse aspecto. Bastaria só a circunstância de ser a sua banda de música a única que existe em Beja para conferir à ‘Capricho’ uma posição de especial realce na vida citadina. Mas a sua acção tem sido mais vasta, tem-se traduzido noutros empreendimentos de grande interesse e utilidade, identificando-se perfeitamente com o desenvolvimento intelectual da população bejense. Não se efectuaram nesta altura os festejos habituais do aniversário da ‘Capricho’ porque os seus dirigentes resolveram fazê-los coincidir com a inauguração dos novos fardamentos da sua filarmónica (uma ardente e já antiga aspiração que só agora foi possível concretizar) e ela está ainda dependente da indispensável aprovação oficial. Logo que esta seja dada, cumprir-se-á certamente um luzido e vasto programa, a respeitar uma tradição de que a ‘Capricho’ justamente se orgulha e que conquistou de há muito a franca simpatia da nossa cidade.” A par dos elogios, havia também críticas. A edição do dia seguinte abria com uma curta “Nota do Dia”, não assinada, intitulada “Não melhora o serviço telefónico em Beja”: “Eis um importante problema local que, longe de qualquer melhoria, tende a agravar-se. Invocar-se-ão para tal facto as rotineiras e pouco convincentes alegações de ordem burocrática. Mas a realidade é esta: em Beja não há só falta de telefones; há também deficiências enormes no funcionamento dos poucos, relativamente, que existem. Principalmente nas ligações com Lisboa que chegam a demorar horas, mesmo quando as chamadas se transformam em urgentes, pagando o dobro da taxa normal. É uma situação que deve ser resolvida urgente e eficazmente, pois que dela resultam altos e, por vezes, irreparáveis prejuízos para o público. O ‘slogan’ não vá, telefone, começa a ter em Beja um formal desmentido...”. Carlos Lopes Pereira
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Ainda há nada de tempo, Fernando Caeiros, competente autarca em Castro Verde durante 32 anos, profícuo conhecedor da realidade política, económica e social do Alentejo, foi corrido do programa Inalentejo pelo governo de MIGUEL RELVAS por não possuir uma licenciatura ou algo equivalente. Vexame que apenas terá equivalência com o pronto e inadiável afastamento do Governo do sr. dr. relvas. PB
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– As candidaturas ao ensino superior começam hoje. Há grande entusiasmo entre os candidatos: se entrarem, daqui a três anos alguns podem estar licenciados. – Três anos? – Numa perspetiva sem equivalências, claro. Luís Afonso, Bartoon, “Público”, 16 de julho de 2012
Cartas ao diretor Na senda da crise António Bento Martins Mina de São Domingos
Falar dela não é coisa fácil, simplesmente porque, da nossa, legada pelos governos, fala gente de grande sabedoria, os verdadeiros doutores da crise e, doutoras ainda, grandes especialistas, que aparecem em tudo o que é comu-nicação social, nas televisões principalmente, que alarmam e deixam espantados os incautos ouvintes, como soa dizer-se, é fartar, “vilanagem!”. Vejam só os nomes que a gente já aprendeu, como crise económica (tem a ver com a pobreza), e, a seguir, a fome, ambos estreitamente ligados e usados como armas de arremesso contra os famintos nacionais que nunca antes haviam sido tratados com tantas atenções, exceto nos tempos “fascistas” entre as quais se contava o “bodo aos pobres”, de tanto sucesso naqueles tempos em que a aparência humana era a do “tuberculoso”... Agora nem tanto assim, com a fartura de comida, até já engordam… Mas entre os nomes que a crise usa existe uma a fazer furor: austeridade, cujos efeitos não sei se não irão provocar a queda do Governo; isto se, muito rapidamente, já optaram por outra palavra mágica lançada para seio do povo, o crescimento, que está a ter mais êxito do que a própria seleção nacional de futebol, só que a malta do desporto ainda não viu… É que, salvo melhor opinião, eu, um dos sobreviventes do tempo antigo, tanto quanto completei 85 anos penso – coisa esquisita esta a de pensar, ainda por cima com o exame da quarta classe apenas –, mas penso que já tivemos “campeões” da austeridade, tais como Margaret Tatcher outrora e atualmente a Angela, ambas tendo feito progredir o seu país, com medidas que a gente não gosta, não falando, desculpas de omissão, no caso do nosso “execrável” dr. António d’Oliveira Salazar! Tenho a impressão, se não a certeza, que esta do crescimento levará água no bico, se não vejamos: quem mais apregoa a palavra crescimento são certos senhores – grandes massas, grandes reservas monetárias... sabe-se lá onde as foram “captar” (num país tão pobre!), mas há certamente quem saiba… Vá lá, “abram os cordões à bolsa” e ponham o crescimento a funcionar e
assim, com toda a segurança, com os dinheiros que são nossos, de Portugal, para nos salvar – temos fome, senhores do capital; não estejam à espera dos euros da Europa, que não hão de vir, muito menos sob os auspícios da sra. Merkel? – apesar de ser grande amiga do nosso Passos Coelho, por quem até parece sentir um certo ciúme, talvez por ser ela uma amiga rica e prendada!
Nas dúvidas, desafiemos as encruzilhadas José Carlos Albino Messejana
Ao longo da vida tenho tido certezas e dúvidas. Penso que os tempos e modos das certezas tenham sido menos enriquecedoras. Nas dúvidas, acho, sempre encontrei desafios e caminhos, mesmo que estreitos e longínquos. Mas a dúvida nada tem que significar imobilismo. A dúvida deve ser um tónico para a reflexão, geradora de ação. Direi que podemos ter a certeza da dúvida. Hoje, contudo, as dúvidas são duma dimensão e substância que, penso, nunca vivi. Sabendo que a idade pode não ajudar, considero que nunca vi tanto “o Mundo de pernas para o ar”, sem que não houvesse “ginásticas” para o endireitar (sem conotações ideológicas). Mesmo olhando para a História, cheia de desastres e revoluções, não vislumbro encruzilhadas como as atuais. A profundidade e velocidade das mudanças, aos mais diversos níveis, nos locais, nas regiões, nos países, nos continentes e no mundo, deixaram-nos desarmados. Nas armas, estratégias, métodos e visões futuras. Mas há princípios humanistas que se mantêm totalmente atuais. E na base desses princípios devemos beber e realizar reflexões e ações. Desbravar as encruzilhadas terá que ser o desígnio. E perante a fragilização destes princípios e um certo embrutecimento de muitas pessoas e populações, provocados pelo domínio do “Bezero de Ouro” e endeusamento do dinheirocapital, a procura de caminhos terá que assentar na divulgação-promoçãoassunção dos valores da “Liberdade, Fraternidade e Igualdade” entre todos os cidadãos. Este, penso que é o percurso a fazer, sem apelos a velhas “bandeiras” e “forças” inexistentes, com inovação, ousadia e inteligência. Complexa, desafiante e prolongada caminhada, mas, penso, a que nos poderá ir vencendo positivamente as encruzilhada que temos pela frente.
Ah!… Marquês, Marquês, volta cá outra vez Manuel Dias Horta Beja
Vem ver o que fizeram à minha cidade. Atingiram-na no ponto mais vulnerável – no coração (vulgo portas de Mértola). Esventraram-na, abriram valas e valetas, abriram buracos que não tapam, há montes de terra por todos os lados. As pessoas nem têm espaço para circular, por isso não passam nem ultrapassam. O que demais rico possuía o espaço – a sua calçada – já lhe foi surripiada. Assustador é o ritmo a que corre a obra. Com a velocidade atual, nem para o fim do século. Mas o mais preocupante, ainda, é que a maior parte das pessoas nem sabe o que vai sair dali. Oxalá não seja uma nova versão do Polis de má memória. Tu, que sem dinheiro, levantaste uma cidade nova nos escombros da catástrofe de 1755, vem dizer a esta gente que os direitos e as obrigações do dono e do tomador da obra são para cumprir. Gostava que explicasses aos meus conterrâneos que as cidades se amam, como amamos as nossas residências, era nelas que consumíamos as nossas pequenas poupanças, mas também eram elas que nos transmitiam o sentimento de posse o orgulho de dizer “a minha casa ou a minha casinha”. E a honra que não se tinha em mostrar a nossa casa a familiares ou amigos!? Meu caro Marquês tinha mais correspondência para ti. Mas por cá andamos em crise. Temos que poupar no papel, pois. Diz-se que não há dinheiro. Para nada. Mesmo assim, vou abusar da paciência do leitor e do diretor e prometer-te que para a próxima contar-te-ei que lá para os lados e acessos ao Mira Serra e Falcões, há anos que as tampas dos coletores das águas pluviais têm uma enorme folga na cintura em ferro que as sustenta e que pisadas pelas rodas dos veículos, são 24 horas sobre 24 horas de ribombar de trovões. Dizem que na câmara estão surdos e também há quem acrescente que não veem e não têm o olfato apurado porque ainda ninguém viu no jardim do Bacalhau uma poça de água por onde se passeiam ratos e ratazanas, se refrescam pombos e pombas e se banham caninos e felinos e donde exalam odores nauseabundos.
Diário do Alentejo 20 julho 2012
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Nuno Veiga. Nasceu em Elvas, em 1973. Inicia o seu percurso profissional na imprensa regional e conclui o curso de Comunicação Social na Escola Profissional e o curso de Aperfeiçoamento em Imprensa no Cenjor, em Lisboa. Atualmente é correspondente da agência Lusa no Alentejo. É também colaborador regular dos jornais “Correio da Manhã”, “Record”, “A Bola”, “Visão” e “Visão e Viagens”.
Fotorreportagem É a principal rua comercial de Portalegre. Ou melhor: era! Tal como aconteceu com todas as ruas das lojas, de todos os centros históricos deste país, esta é uma artéria morta, num corpo urbano já sem vida. As fotos que hoje aqui reproduzimos são ainda o embrião, uma primeira leitura, de um vasto projeto ao abrigo do qual uma dúzia de fotógrafos de imprensa retratam o ano da crise em todas as regiões do País. A iniciativa tem um nome cabalístico: “12.12.12”. Como obscuro e indecifrável é o definhar das cidades na era dos supermercados. Nuno Veiga é o homem que espreita para dentro da máquina, observando a crise no Alentejo. O fotojornalista da agência Lusa oferece-nos uma visão dura, cruel, quase perversa do pequeno comércio tradicional alentejano. E lá mais para o final do ano, este e os restantes olhares sobre a crise aparecerão em livro e andarão em mostra pelo País a fora. Será no dia 12. Do 12. De 2012. Texto Paulo Barriga Fotos Nuno Veiga
Diรกrio do Alentejo 20 julho 2012
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Carlos Piteira no Mineiro Aljustrelense
Diário do Alentejo 20 julho 2012
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A comissão administrativa do Mineiro Aljustrelense, liderada por António Godinho Gonçalves, elegeu o treinador Carlos Piteira para orientar a equipa tricolor no próximo Campeonato Nacional da 3.ª Divisão.
Desporto
Clube Fluvial Odemirense é um histórico da canoagem alentejana
O rio Mira vai cheio… Fundado no primeiro dia de julho de 1984, o Clube Fluvial Odemirense deu continuidade à Escola de Remo e Canoagem Odemirense (ERCO), entidade ligada à antiga Direção Geral dos Desportos. Texto e foto Firmino Paixão
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objetivo foi sempre o de atrair os jovens para a prática da canoagem aproveitando o magnífico recurso natural que é o rio Mira. Vinte e oito anos depois, e após algumas marés menos favoráveis à sua atividade, o Fluvial Odemirense procura um novo rumo. O atual presidente do clube, Filipe Correia, antigo praticante da modalidade, fala com entusiasmo de um novo percurso, de um futuro mais promissor e lamenta a falta de recursos humanos para que o caudal de sucesso não seja maior. Nos anos 80 Odemira era a capital da canoagem no sul do País…
Nós temos provas disso. O senhor Ilídio Soares, o grande fundador da canoagem no Alentejo, levou uns barcos para Mértola e eles criaram o Clube Náutico. Entretanto surgiu o clube de Milfontes, não intervimos tanto, mas também demos uma ajudinha. Mas a canoagem no Alentejo nasceu em Odemira e nós éramos bons naquilo que fazíamos. Hoje já não é assim. Passaram muitos anos desde então, o clube perdeu atletas e sócios e eu próprio também tive que sair de Odemira. Mas voltou para o leme do Fluvial?
Quando voltei entendi que o clube tinha falta de mais dinâmica e pegámos nisto mesmo sem atletas, agora já temos 12 a treinar regularmente. Não começámos do zero porque tínhamos os equipamentos, mas recomeçámos sem atletas e sem sócios. Adquirimos um veículo com atrelado, barcos de competição mais modernos e temos em curso um projeto ao Proder para renovarmos o material e darmos o passo em direção ao século XXI. O clube tem um percurso bem-sucedido?
Com altos e baixos como todos os clubes neste país. Neste momento somos o sexto clube mais velho em atividade no nosso País. É importante para uma vila como Odemira, demonstra bem o sucesso e a qualidade do trabalho feito nesses 28 anos.
Direção Filipe Correia, presidente do Clube Fluvial Odemirense
ficamos honrados por isso e sentimo-nos bem com esse estatuto. O clube tem as vertentes competitiva e de lazer?
Nós separamos as duas atividades, mas estamos cá pela competição. As ações de lazer são pontuais, acontecem uma vez por mês, e a competição é diária, é isso que nos permite manter o clube aberto, realizar as nossas atividades e manter a chama acesa e viva. Gostamos muito de proporcionar as atividades a grupos, a escolas, respondemos a todas as solicitações, mas o nosso objetivo principal é a competição. Como caracteriza os vossos atletas?
Temos 12 atletas, com idades entre os 14 e os 45 anos, não são muitos, mas é o que temos. Participam em todas as provas dos calendários regional e nacional, deslocamo-nos a todo o lado. Disputamos as provas de velocidade, fundo e maratonas, essas são aquelas em que participamos mais, mas já vamos fazendo algumas provas de kayak mar, o que não fazemos é kayak pólo. Não têm escalões de formação?
O Fluvial Odemirense é um elo com o rio Mira?
O Clube Fluvial Odemirense é, efetivamente, a porta de entrada para o rio Mira. Procuram-nos muito com esse sentido,
O nosso processo formativo tem um problema que é a disponibilidade de treinadores, ou outras pessoas, que queiram estar com os miúdos na água, porque ainda
existe o estigma de que o rio é perigoso. Eu não acho que seja perigoso, a canoagem em Odemira é mais segura do que fazer ciclismo na estrada, se usar o colete, que é obrigatório, e respeitar as regras. Se as regras forem cumpridas na íntegra, é um desporto muito seguro. E os apoios são suficientes para a atividade?
Em ano de crise não nos podemos queixar. Estamos com um projeto ao Proder, vamos substituir todo o nosso material, é importante porque em seis anos de trabalho conseguimos renovar duas ou três frotas de barcos e isso é significativo. O ginásio também vai ser remodelado através desse projeto. Temos todas as condições para receber os miúdos que queiram vir para a canoagem ou estrangeiros que queiram vir cá treinar, temos todas as condições para os receber e promovermos atividades no mar, em barragem ou no rio Mira. Quais são as necessidades mais prementes?
O que nos falta são recursos humanos. Faltam-nos treinadores para podermos alargar as nossas atividades. Se tivermos um grupo de iniciação que treina dois ou três dias por semana, e um de competição que treina quatro a cinco dias por semana, não temos recursos para isso, somos poucos
Não começámos do zero porque tínhamos os equipamentos, mas recomeçámos sem atletas e sem sócios. Adquirimos um veículo com atrelado, barcos de competição mais modernos e temos em curso um projeto ao Proder para renovarmos o material e darmos o passo em direção ao século XXI. e quantos mais miúdos vierem mais se nota essa carência. O rio Mira vai cheio e o Fluvial lá do outro lado…
O rio Mira vai cheio em termos de ambição e de projetos, mas não vai muito cheio em termos de recursos humanos, que são fundamentais para um desporto com estas características. Vamos remando contra a maré, mas desistir não faz parte do nosso lema.
A atleta Liliane Amaro (JD Neves) conquistou a medalha de prata na prova de salto em comprimento (5,76m), nos Campeonatos Nacionais de Esperanças (sub/23) disputados no Pombal. A atleta participou ainda nas provas de 100m (4.ª na 1.ª meia final, 12.75’’) e 200 m (4.ª na 1.ª meia final, 26.62’’). Teresa Mestre (Entradense) competiu na final dos 100 m/b, obtendo o 4.º lugar com o registo de 15.69’’. O atleta sénior da Zona Azul, Pedro Fontes, esteve no Estádio 1.º de Maio, em Lisboa, onde venceu a prova de 400m planos com o tempo de 49.90’’.
19 Diário do Alentejo 20 julho 2012
Medalha de prata para Beja
As equipas em competição no futebol de rua Centro Cais (Lisboa); Alcatruz (Tavira); Inclusão pela Arte (Beja); Internato Santo António (Portalegre); O Companheiro (Lisboa); Perkursos (São Miguel/Açores); Desporto para Todos (Madeira); Criar-T (Seixal), Obra do Frei Gil (Coimbra); Florinhas do Vouga (Aveiro); Capacitar PE (Gondomar); Casa de Trabalho Salazar (Bragança); Casa dos Rapazes (Viana do Castelo); Cáritas (Viseu); Solar do Mimo (Seia); ASAL (Leiria).
Torneio Nacional de Futebol de Rua começou hoje em Beja
Inclusão com esperança na vitória final A equipa bejense do FutEsperança, representativa do projeto “Inclusão com Arte”, do Centro de Cultura e Recreio do Bairro da Esperança, iniciou hoje, sexta-feira, em Beja, a sua participação na 9.ª final nacional do Torneio de Futebol de Rua, organizada pela Associação Cais. Texto e foto Firmino Paixão
É
com um elevado nível de motivação e uma forte esperança em chegar à vitória, que os miúdos da equipa FutEsperança, do Centro de Cultura e Recreio do Bairro da Esperança, de Beja, começaram hoje a competir na edição 2012 da final nacional de Futebol de Rua. Jogam em casa, esperam o apoio e carinho do público bejense. A equipa formou-se a partir do projeto “Inclusão pela Arte”, que existe em Beja desde 2007, financiado pelo Programa Escolhas, e que está a percorrer até final deste ano a sua quarta geração. O projeto Futebol de Rua é uma competição inclusiva, uma estratégia inovadora no combate à pobreza extrema e à exclusão social. Anabela Matado, licenciada em Serviço Social, que lidera o projeto “Inclusão pela Arte”, esclarece que “o grande objetivo é incluir crianças e jovens dos seis aos 24 anos e as suas respetivas famílias, que vivam em contextos difíceis e problemáticos, neste caso, intervimos no Bairro da Esperança e Bairro das Pedreiras, trabalhamos com essas duas comunidades”. A técnica revelou ainda: “Temos conseguido atingir os objetivos a que nos propusemos. Inicialmente não foi fácil a nossa integração e aceitação nas comunidades em que intervimos, mas a partir do momento em que começaram a perceber a nossa lógica e o nosso grande objetivo passámos a ser bem aceites”. Não contemplando outras atividades de caráter desportivo, Anabela Matado sublinhou: “O futebol de rua é a única atividade desportiva integrada neste programa, temos outros ateliês, mas na área do desporto apenas o futebol”. Relativamente aos apoios recebidos, disse: “O nosso projeto é um consórcio constituído por nove entidades locais, nomeadamente a Junta de Freguesia de Santa Maria, que tem sido uma mais-valia, o município de Beja, que está connosco desde 2007, a nossa entidade formadora e gestora que é o Centro Comunitário do Bairro da Esperança, que tem sido extraordinária connosco, a Solim – Associação de Solidariedade Imigrante, o Politécnico de Beja, o Agrupamento de Escolas de Santa Maria, a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens e a Alentejo XXI”.
Equipa de Beja Vítor Besugo (treinador), Ivan Guerreiro, David Coxilha, Fábio Coxilha, Luís Vultos, Bruno Cavaco. Luís Cavaco, André Correia, Flávio Pereira, Eduardo Coxilha e Tiago Correia.
Anabela Matado sublinhou a nobreza do desafio que lidera dizendo: “Todos os dias vivenciamos histórias de vida extraordinárias, realidades que pensávamos impossíveis de existirem em pleno século XXI mas, na verdade, existem. O facto de nós existirmos e estarmos centrados mesmo no núcleo do bairro tem sido uma mais-valia para estes jovens que, sem o nosso apoio, e do consórcio que está por detrás do projeto, certamente não teriam estas respostas, nomeadamente o futebol de rua em que desde 2007 têm vindo a participar”. Sendo que a essência destes projetos de inclusão passa pela mudança comportamental, a coordenadora afirmou que isso tem sido conseguido, explicando em que sentido as vidas deles estão a mudar: “Para já, em termos de comportamento de vivência, o facto de saírem daqui, de conhecerem outras realidades, outros jovens que também vivenciam problemas no seu dia-a-dia, tem sido uma mais-valia para todos eles”. Motivação para a vitória Vítor Besugo é o treinador da equipa bejense. Entrou no projeto há escassos cinco meses mas está otimista: “Em finais anteriores eles têm lutado sempre pelos lugares de topo, este ano a final disputa-se em Beja, a equipa terá o apoio
do bairro e da cidade e isso é uma motivação importante”. O técnico adiantou ainda: “Desde que souberam que a final seria em Beja têm-se aplicado mais nos treinos. Temos treinado no polidesportivo do Bairro dos Moinhos, à chuva e ao sol, trabalham com muita intensidade e dedicação, querem ganhar este torneio para oferecer a vitória a todas as pessoas que com eles trabalham e que lhes proporcionam estas experiências”. O treinador sublinhou a enorme disponibilidade dos atletas: “Já conhecia muitos deles por terem trabalhado comigo nos escalões de formação do Desportivo de Beja. São atletas que qualquer treinador gosta de ter na sua equipa, dão tudo para ganhar e não gostam de perder, quando não ganham temos que os compreender. Estão com grande expectativa, para o torneio só podem competir oito, serão os melhores e tentarão vencer”, reiterou. A chamada de um dos seus jogadores à seleção nacional não surpreenderia Vítor Besugo, que lembrou que “no ano passado o Flávio Pereira esteve no Brasil com a seleção nacional”: “Este ano temos três ou quatro atletas com valor para lá estarem, só pode ir um e o Flávio não pode voltar a ser convocado porque já teve uma presença, mas espero que um deles esteja no México em outubro”, concluiu.
Programa SEXTA-FEIRA, DIA 20 9 horas – desfile de abertura; 9 e 45 horas – intervenções institucionais; 10 horas – jogo de abertura: CM Beja vs Voluntários Das 10 e 30 às 12 e das 17 às 21 horas – jogos. SÁBADO, DIA 21 Das 9 às 12 e das 17 às 20 e 30 horas – jogos. DOMINGO, DIA 22 Das 9 às 12 horas – jogos; 15 horas – meias-finais; 15 e 45 horas – apuramento 3.º e 4.º lugares; 16 e 15 horas – final; 17 horas – encerramento.
O percurso: entre as praias de Melides e Bico das Lulas
Diário do Alentejo 20 julho 2012
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Praia de Melides (km 0), praia da Aberta Nova (km 5,5), praia da Galé (km 8,5), praia do Pinheiro da Cruz (km 14,5), praia do Pego (km 18,5), praia do Carvalhal (km 20), praia da Comporta (km 28,5), Soltróia (km 37,5), Troia Meta (km 43).
2008 – 1.º Eusébio Rosa (3.14.03 h); 1.ª Verónica Correia (4.20.57h). 2007 – 1.º Eusébio Rosa (2.51.11h)); 1.ª Chantal Xervelle (3.44.55h). 2006 – 1.º Pedro Pessoa (3.15.58 h); 1.ª Amélia Costa (4.56.30 h). 2005 – 1.º Pedro Pessoa (3.11.21.h); 1.ª Chantal Xervelle (4.26.48 h).
FOTO DE ARQUIVO
Quadro de honra (masculino e feminino) 2011 – 1.º Eusébio Rosa (3.08.01h); 1.ª Gema Borgas (3.42.44h). 2010 – 1.º Eusébio Rosa (3.00.40h); 1.ª Chantal Xervelle (4.22.56h). 2009 – 1.º Custódio António (3.03.41h); 1.ª Chantal Xervelle (3.57.32h).
Participação Estão inscritos cerca de 400 atletas entre eles 16 estrangeiros
43 quilómetros entre a praia de Melides e Bico das Lulas, em Troia
Pelas praias do mar nós vamos... A 8.ª edição da Ultra Maratona Atlântica realiza-se no próximo domingo, 21, com partida da praia de Melides e chegada à praia do Bico das Lulas, em Troia. Texto Firmino Paixão
O
s cerca de 400 atletas inscritos irão passar, sempre à beira mar, pelas praias da Aberta Nova, Galé, Pinheiro da Cruz, Pego, Carvalhal, Comporta, Soltróia, num percurso que tem a extensão de 43 quilómetros, e que será integralmente acompanhado pelo padrinho da prova, o atleta olímpico Carlos Lopes. Trata-se de uma prova única em Portugal e na Europa, considerada de elite, face aos níveis de exigência e sacrifício a que os atletas são sujeitos durante a corrida. A organização é da Câmara Municipal de Grândola, autarquia que aposta neste certame de forte componente desportiva e competitiva, mas também na vertente de divulgação paisagística e das potencialidades turísticas da “frente atlântica” do concelho, a maior extensão de praia do País e a terceira maior do mundo.
Carlos Beato, presidente do município de Grândola, lembrou: “Esta prova de 43 quilómetros em areal junto ao oceano Atlântico é única na Europa e uma das poucas que se realizam no mundo”. E acrescentou: “Tem sido uma grande aposta também do município de Grândola na afirmação de um território único e de excelência que está incluído nas ‘7 Maravilhas de Portugal’ com duas praias, e nós, com esta prova, queremos promover o desporto, mas queremos também promover o ambiente e a natureza, mas queremos ainda que a Ultra Maratona Atlântica possa contribuir para afirmar de uma forma única, quase que se pode dizer assim, um território de excelência como é o da costa alentejana e do concelho de Grândola”. O autarca sublinhou aquilo que diz ser “a forma hospitaleira e fraterna” como sabem “receber as pessoas”, “a riqueza da nossa gastronomia, o nosso povo, as nossas praias, a nossa planície e a nossa serra e, simultaneamente, todas as preocupações que temos com a preservação do ambiente”. Carlos Beato acentuou ainda: “O padrinho desta prova é uma figura do mundo, o campeão olímpico Carlos Lopes, que continuará a apadrinhar a Ultra Maratona Atlântica e que está sempre
presente no decorrer da prova e, este ano, vamos mais uma vez bater o recorde de participantes, pelo que pensamos que a Ultra Maratona Atlântica 2012 será, mesmo em tempo de crise, um grande baluarte, um grande sinal, uma grande aposta de que, mesmo num cenário de dificuldades, nunca devemos baixar os braços, devemos, isso sim, procurar o sucesso e os bons resultados”. O autarca da Vila Morena salientou que a prova, para além de registar um número crescente de atletas inscritos, tem aumentando o número de estrangeiros: “No ano passado tivemos oito inscrições de atletas estrangeiros e este ano vamos ter mais, o que significa que esta prova única, temos que dizer isto, esta prova única, é dura, é muito difícil, mas também é congregadora de uma forma de estar na vida, é também uma forma de como Zeca Afonso falou do povo de Grândola, Vila Morena, em maio de 74”, concluiu Carlos Beato, numa inevitável evocação do poeta e músico que imortalizou aquela vila do litoral alentejano, através da canção “Grândola Vila Morena”, mas que também trauteou, em “Canto Moço”, “Somos filhos da madrugada, pelas praias do mar nos vamos…”, tal como farão as quatro
centenas de atletas que, no domingo, partem para esta magnífica aventura pela orla do litoral alentejano. Quatrocentos atletas inscritos Estão
inscritos cerca de 400 atletas, entre eles 16 estrangeiros (de origens tão diversas como Itália, Espanha, Inglaterra, França, Bélgica e Brasil). No setor feminino concorrem 40 atletas (sete estrangeiras), repartidas pelos escalões de seniores e veteranos. Todos eles representam cerca de 70 clubes. A saída de Melides está marcada para as 9 horas da manhã e a chegada à meta três horas depois para os primeiros atletas masculinos e cerca de quatro horas para os femininos. O recorde da prova, no setor masculino, está em 2.51.11 horas e foi conseguido por Eusébio Rosa em 15 de julho de 2007, com a camisola do Sport União Caparica. No setor feminino a melhor marca pertence à espanhola Gema Borgas, que em 17 de julho de 2011 fez o registo de 3.42.44 horas representando o Playas de Castellon. Ambos estão inscritos na edição deste ano e, naturalmente, entre os favoritos ao triunfo, bem como a belga Chantal Xervelle (vencedora de quatro das edições) ou Custódio António (venceu em 2009).
Preocupante José Saúde
A máquina do tempo ditou sempre imprevisibilidades impensáveis. Recordo os tempos em que a columbofilia se expandia pela mais recôndita urbe do distrito de Beja. É certo que a modalidade permanece implementada no desporto regional bejense, todavia o seu enfâse de outrora perdeu alguma fogosidade. A família columbófila desbarata fulgor em cada época desportiva e a situação é preocupante. A crise socioeconómica vivida na comunidade dita limitações que impõem restrições acrescidas. Neste contexto, é perfeitamente aceitável que o momento pela qual passa a columbofilia sul alentejana se depare com um infinito mundo de inquietações. Lembro a sua ascensão. O lugar ilustre que Beja ocupou no panorama nacional. Exposições semânticas de pombos-correios que nos enchiam de orgulho. Reconheço que a celeridade doutros tempos resvalou para uma perda de notáveis columbófilos. Dizem-me que em cada época desportiva há sempre gente a atirar a toalha ao chão. Os custos são elevados. As vitaminas e as rações encareceram. Os métodos, e sistemas, alteram-se. Por outro lado há sempre gente a queixar-se que os alados do vizinho criam mal-estar. Reclamam direitos de privacidade. Esquecem-se, porém, que para trás ficaram décadas de aceitação. Olvidam-se, entretanto, realidades equidistantes. O columbófilo desespera. Desiste. Lamenta as limitações proporcionadas por uma modalidade que sempre lhe preencheu a alma. Todavia, os resistentes desafiam as dificuldades e seguem em frente. Até quando? Não se sabe. Deparo-me com a renúncia de apaixonados que conviveram ao longo de muitos anos com as suas colónias. O seu trabalho diário na preparação dos atletas fora imaculado. Ficou a experiência acumulada. Os que restam continuam a evidenciar classe. Saber. Determinação. Colocam pombos nos píncaros nacionais e internacionais. Bem-haja a vossa coragem e atitude. Preocupante é a aceitação daqueles que vão, infelizmente, ficando pelo caminho.
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O XXXIII Torneio de Futsal “Mineiro no Coração” inicia-se no próximo dia 27, numa organização do Mineiro Aljustrelense apoiada pelo município, Junta de Freguesia e TLA Rádio. As inscrições terminam no final do dia de hoje.
Diário do Alentejo 20 julho 2012
Futsal em Aljustrel com inscrições abertas
Europeu de Canoagem O Campeonato da Europa de Canoagem (juniores e sub/23) terminou em Coimbra com a conquista de duas medalhas de bronze para Portugal. Os três atletas alentejanos que fizeram parte da seleção nacional conseguiram a presença nas finais das regatas em que participaram. Carlos Marques (CN Milfontes) ficou em 6.º lugar da final B de K1 500m, Inês Esteves (CN Milfontes) fez um 7.º lugar na final A de K1 200 m e Bruno Afonso (CN Mértola) terminou a Final B de C1 500m em 8.º lugar e na final A de C2 1000m, onde esteve com Nuno Quintela, a embarcação concluiu a prova no 9.º lugar.
Maratona de pesca em Santa Clara O Clube Bejense dos Amadores de Pesca Desportiva organiza no dia 1 de setembro, na Concessão de Pesca de Santa Clara de Louredo, uma “maratona de pesca à americana” (dupla de pescadores com seis horas de prova). A concentração está marcada para as 6 e 30 horas na sede do clube.
Câmara de Beja promove caminhada
PALAVRA A equipa do Ciclocrescente Associação de Ciclismo de Santa Vitória
Um ciclo crescente no desporto de Santa Vitória
Onde o ciclismo tem tradição... A Associação Ciclocrescente nasceu para enquadrar os inúmeros utilizadores de bicicleta que foram surgindo na freguesia de Santa Vitória, mas espera consolidar o projeto e honrar a tradição da terra. Texto e foto Firmino Paixão
A
pedalar pela competição ou pelo convívio, a pedalar pela saúde ou pelo bemestar, pedalando pelo desenvolvimento de uma terra onde o ciclismo tem tanta tradição e tantos filhos que foram ilustres praticantes da modalidade. É na praça central da aldeia que o pelotão afina as máquinas e ensaia as suas primeiras pedaladas, um espaço com a toponímia do médico Francisco Mira. A cerca de 50 metros fica a rua Ilídio do Rosário, esse mítico ciclista que a par de Lagarto, José Jacinto Rosa ou Manuel Lopes, o “Águinhas” (que correu duas Voltas a Portugal pelo Louletano), fizeram história no ciclismo e deram nome à terra. O centro de cultura e recreio já estava de portas abertas para servir o café da manhã e o frenesim das bicicletas aumentava à medida que o sol de levantava entre as encostas das bandas de Beja. A atividade desportiva na aldeia já não é nova mas a associação foi
constituída em outubro de 2011, revelou a presidente, também ciclista, Rute Merêncio, de 34 anos, assistente familiar na área da geriatria: “A ideia construiu-se a partir de uma prova de estrada que alguns dos nossos ciclistas fizeram em setembro do ano passado, em Évora. Ficou o gosto e a decisão de se aventurarem pelo ciclismo. Depois angariámos nomes para uma direção e partimos para a legalização da associação, logo no dia 4 de outubro de 2011 fizemos a escritura, nem demorámos um mês, para não esmorecer o entusiasmo”. Porquê o nome de Ciclocrescente? “Foi um nome que estava disponível no Registo Nacional de Pessoas Coletivas quando fomos registar a associação e foi esse nome que ficou. Tem um pouco a ver com o ciclismo e também com a ambição crescente que temos em que a associação tenha sucesso”, revelou a dirigente. A verdade é que o movimento tem feito jus à designação, confirmou Rute Merêncio: “Desde que o clube surgiu muita gente se juntou ao nosso projeto, pessoas que não andavam de bicicleta e que já estão na estrada connosco, e até alguns investimentos em material”. E sublinhou: “O nosso objetivo é, basicamente, manter todos estes entusiastas a andar de bicicleta e arranjarmos mais adeptos. Já fizemos a nossa prova de BTT, que
correu muito bem, tendo em conta que era a primeira vez. E em setembro vamos também organizar o 1.º Passeio de Cicloturismo, em homenagem a Ilídio do Rosário”. Por outro lado, a associação tem ainda atletas a competir em provas de estrada: “A última em que estivemos foi o Circuito de Grândola, em que o Francisco Viana conseguiu o primeiro lugar do seu escalão”, recordou Rute Merêncio. A aquisição de uma carrinha, “mesmo velhinha”, e a abertura de uma sede são os grandes projetos que se apontam ao mandato da presidente recentemente eleita: “O antigo presidente demitiu-se, não tinha tempo para se dedicar a isto como ele queria, e eu assumi o cargo no dia 16 de junho”. As ajudas rareiam mas a dirigente adiantou que têm “o apoio incondicional da junta de freguesia, da quotização dos 22 sócios, do comércio local e do centro de cultura e desporto local”, para além de algumas verbas que arranjam com a organização dos passeios, com os quais, aliás, vão mobilizando a gente da terra: “Tivemos a nossa prova de BTT no dia 3 de junho e foi muito engraçado porque não estava à espera de ver tanta afluência de povo. Tínhamos a praça cheia a apoiar-nos, coisa que não se vê noutras freguesias que já têm BTT há algum
tempo. Foi espetacular, as pessoas espalharam-se pelas ruas a aplaudir e isso enche-nos de orgulho”. Agora falta incentivar a juventude da freguesia, que tem cerca de 600 habitantes. “Temos por aí muitos jovens, mas vamos tentar recrutar miúdos na faixa entre os 11 e os 15 anos para eles tomaram o gosto. De resto só existe o futebol e quem não joga frequenta os cafés, é assim a nossa juventude”, diz Rute Merêncio. Mas a associação pode ter uma boa intervenção social, “pondo mais gente da terra a andar de bicicleta e tentar levar o nome da Ciclocrescente o mais longe possível, projetar a associação a nível distrital, quem sabe se nacional”. Francisco Viana, antigo jogador de futebol, natural da terra, comunga da mesma ideia: “Queremos incentivar a rapaziada a fazer desporto, mas tudo isto começou numa brincadeira de amigos que andavam de bicicleta e pensaram formar um clube, esperamos que isto não pare porque os apoios são poucos, mas vamos tentar construir uma coisa bonita aqui na nossa terra”, justifica o agora ciclista (já venceu uma prova de veteranos em Grândola), a quem os anos não pesam: “Estou bem, comecei a praticar desporto com 12 anos e hoje, aos 50, ainda me sinto com o espírito jovem”.
A divisão de Desporto da Câmara Municipal de Beja realiza hoje, sexta-feira, pelas 20 e 30 horas, um atividade de pedestrianismo denominada “Caminhada Olímpica – 8 Mil Passos”, evento inserido no projeto Caminhar com + Saúde. A concentração será no Parque da Cidade.
Futebol solidário a favor da Cercibeja As equipas Nacional da Madeira e Benfica B disputam na próxima terça-feira, pelas 19 horas, no Complexo Desportivo Fernando Mamede, em Beja, um jogo de caráter particular cuja receita reverte para a construção do Lar Residencial Vidas Coloridas II, da Cercibeja.
Vítor Madeira em Santo André O treinador bejense Vítor Madeira vai esta época comandar a equipa do Estrela de Santo André, clube que disputa o Campeonato Distrital da 2.ª Divisão da Associação de Futebol de Setúbal.
Moura Atlético regressa ao trabalho A equipa do Moura Atlético Clube regressou esta semana ao trabalho sob orientação do treinador Joaquim Mendes e com um plantel de 20 jogadores, para prepararem a próxima temporada. Face à desistência de algumas equipas do Nacional da 2.ª Divisão, em Moura existe ainda a esperança na repescagem da equipa para ocupar uma dessas vagas.
saúde
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Oftalmologia
Acordos com A.D.S.E., CGD, Medis, Advance Care, Multicare, Allianze, Seguros/Acidentes de trabalho, A.D.M., S.A.M.S. Marcações pelo 284322446; Fax 284326341 R. 25 de Abril, 11 cave esq. – 7800 BEJA
Oftalmologista pelo Instituto Dr. Gama Pinto – Lisboa
Rua António Sardinha, 25r/c dtº Beja
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(Diplomada pela Escola Superior de Medicina Dentária de Lisboa)
Ginecologia/Obstetrícia
Assistente graduado de Ginecologia e Obstetrícia
Fisiatria Dr. Carlos Machado Drª Ana Teresa Gaspar Psicologia Educacional Drª Elsa Silvestre Psicologia Clínica Drª M. Carmo Gonçalves Tratamentos de Fisioterapia Classes de Mobilidade Classes para Incontinência Urinária Reeducação do Pavimento Pélvico Reabilitação Pós Mastectomia Hidroterapia/Classes no meio aquático
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MÉDICO UROLOGISTA RINS E VIAS URINÁRIAS
Ouvidos,Nariz, Garganta
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Exames da audição
Rua Capitão João Francisco de Sousa, n.º 20 7800-451 BEJA Tel. 284324690
Consultas a partir das 14 horas Praça Diogo Fernandes, 23 - 1º F (Jardim do Bacalhau) Telef. 284322527 BEJA
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saúde
23 Diário do Alentejo 20 julho 2012
PSICOLOGIA ANA CARACÓIS SANTOS – Educação emocional; – Psicoterapia de apoio; – Problemas comportamentais; – Dificuldades de integração escolar; – Orientação vocacional; – Métodos e hábitos de estudo GIP – Gabinete de Intervenção Psicológica Rua Almirante Cândido Reis, 13, 7800-445 BEJA Tel. 284321592
Clínica Médico-Dentária de S. FRANCISCO, LDA. Gerência de Fernanda Faustino Acordos: SAMS, ADMG, PSP, A.D.M.E., Portugal Telecom e Advancecare Rua General Morais Sarmento, nº 18, r/chão; TEL. 284327260 7800-064 BEJA
_______________________________________ Manuel Matias – Isabel Lima – Miguel Oliveira e Castro – Jaime Cruz Maurício Ecografia | Eco-Doppler Cor | Radiologia Digital Mamografia Digital | TAC | Uro-TC | Dental Scan Densitometria Óssea Nova valência: Colonoscopia Virtual Acordos: ADSE; PT-ACS; CGD; Medis, Multicare; SAMS; SAMS-quadros; Allianz; WDA; Humana; Mondial Assistance. Graça Santos Janeiro: Ecografia Obstétrica Marcações: Telefone: 284 313 330; Fax: 284 313 339; Web: www.crb.pt Rua Afonso de Albuquerque, 7 r/c – 7800-442 Beja e-mail: cradiologiabeja@mail.telepac.pt
CENTRO DE IMAGIOLOGIA DO BAIXO ALENTEJO ECOGRAFIA – Geral, Endocavitária, Osteoarticular, Ecodoppler TAC – Corpo, Neuroradiologia, Osteoarticular, Dentalscan Mamografia e Ecografia Mamária Ortopantomografia Electrocardiograma com relatório António Lopes – Aurora Alves – Helena Martelo – Montes Palma – Maria João Hrotko – Médicos Radiologistas –
Dr. Sidónio de Souza – Pneumologia/Alergologia/ Desabituação tabágica – H. Pulido Valente Dr. Fernando Pimentel – Reumatologia – Medicina Desportiva – Instituto Português de Reumatologia de Lisboa Dr.ª Verónica Túbal – Nutricionismo – H. de Beja Dr.ª Sandra Martins – Terapia da Fala – H. de Beja Dr. Francisco Barrocas – Psicologia Clínica/ Terapia Familiar – Membro Efectivo da Soc. Port. Terapia Familiar e da Assoc. Port. Terapias Comportamental e Cognitiva (Lisboa) – Assistente Principal – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo. Dr. Rogério Guerreiro – Medicina preventiva – Tratamento inovador para deixar de fumar Dr. Gaspar Cano – Clínica Geral/ Medicina Familiar Dr.ª Nídia Amorim – Psicomotricidade/Educação Especial e Reabilitação (dificuldades específicas de aprendizagem/dislexias) Dr. Sérgio Barroso – Especialista em Oncologia – H. de Beja Drª Margarida Loureiro – Endocrinologia/ Diabetes/Obesidade – Instituto Português de Oncologia de Lisboa Dr. Francisco Fino Correia – Urologia – Rins e Vias Urinárias – H. Beja Dr. Daniel Barrocas – Psiquiatria – Hospital de Évora Dr.ª Lucília Bravo – Psiquiatria H.Beja , Centro Hospi-talar de Lisboa (H.Júlio de Matos). Dr. Carlos Monteverde – Chefe de Serviço de Medicina Interna, doenças de estômago, fígado, rins, endoscopia digestiva. Dr.ª Ana Cristina Duarte – Pneumologia/ Alergologia Respiratória/Apneia do Sono – Assistente Hospitalar Graduada – Consultora de Pneumologia no Hospital de Beja Dr.ª Isabel Santos – Chefe de Serviço de Psiquiatria de Infância e Adolescência/Terapeuta familiar – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo Dr.ª Paula Rodrigues – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr.ª Luísa Guerreiro – Ginecologia/Obstetrícia Dr. Jorge Araújo – Ecografias Obstétricas Dr.ª Ana Montalvão – Hematologia Clínica / Doenças do Sangue – Assistente Hospitalar – Hospital de Beja Dr.ª Ana Cristina Charraz – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr. Diogo Matos – Dermatologia. Médico interno do Hospital Garcia da Orta. Dr.ª Madalena Espinho – Psicologia da Educação/Orientação Vocacional Dr.ª Ana Margarida Soares – Terapia da Fala - Habilitação/Reabilitação da linguagem e fala. Perturbação da leitura e escrita específica e não específica. Voz/Fluência. Dr.ª Maria João Dores – Técnica Superior de Educação Especial e Reabilitação/ Psicomotricidade. Perturbações do Desenvolvimento; Educação Especial; Reabilitação; Gerontomotricidade. Enfermeira Maria José Espanhol – Enfermeira especialista em saúde materna/Cuidados de enfermagem na clínica e ao domicílio/Preparação pré e pós parto/amamentação e cuidados ao recémnascido/Imagem corporal da mãe – H. de Beja Marcações diárias pelos tels. 284 322 503 Tm. 91 7716528 | Tm. 916203481 Rua Zeca Afonso, nº 6, 1º B, 7800-522 Beja Clinipaxmail@gmail.com
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Horário: de 2ª a 6ª feira, das 8 às 19 horas e aos sábados, das 8 às 13 horas Av. Fialho de Almeida, nº 2 7800 BEJA Telef. 284318490 Tms. 924378886 ou 915529387
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endocrinologia|diabetes|obesidade Dr.ª Luísa Raimundo
pneumologia|consulta do sono Dr.ª Eulália Semedo
ginecologia|obstetrícia|colposcopia Dr.ª Ana Ladeira
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Dr.ª Dulce Rocha Nunes
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psiquiatria e saúde mental Dr. Daniel Barrocas
psicologia clínica Dr.ª Maria João Póvoas
psicologia educacional Dr.ª Silvia Reis
terapia da fala Terapeuta Vera Baião
ĮƐŝŽƚĞƌĂƉŝĂͮƌĞĂďŝůŝƚĂĕĆŽ ;ƉſƐͲ s ͬ ƉſƐͲĐŝƌƵƌŐŝĂͬ ƚƌĂƵŵĂƚŽůŽŐŝĂͬ ĐŝŶĞƐŝŽƚĞƌĂƉŝĂͬ ĐŽůƵŶĂͿ
Terapeuta Fábio Apolinário
cirurgia vascular Dr.ª Helena Manso
ŵĞĚŝĐŝŶĂ ĞƐƚĠƟĐĂ Dr.ª Nídia Abreu
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medicina dentária Dr. Jaime Capela (implantologia) ƌ͘ǐ ŶĂ ZŝƚĂ ĂƌƌŽƐ ;ŽƌƚŽĚŽŶƟĂͿ Dr. António Albuquerque
prótese dentária Téc. Ana João Godinho
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psicomotricidade|apoio pedagógico Terapeuta Helena Louro
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institucional diversos
Diário do Alentejo n.º 1578 de 20/07/2012 2.ª Publicação
MINISTÉRIO DAS FINANÇAS AUTORIDADE TRIBUTÁRIA E ADUANEIRA SERVIÇO DE FINANÇAS DE BEJA
ÉDITOS DE 30 DIAS, ANÚNCIO PARA VENDA JUDICIAL POR LEILÃO ELECTRONICO E CITAÇÃO DE CREDORES MANUEL JOSÉ BORRACHA PÓLVORA, Chefe do Serviço de Finanças de Beja, faz público que por este Serviço de Finanças correm éditos de trinta dias, citando a executada Carazona – Águas de Mesa Lda, Contribuinte Fiscal nº 501.101.462, com última sede conhecida em Herdade da Carazona - Cabeça Gorda, executada nos Processos de Execução Fiscal nºs 0248200901015010, 0248200901023993, 0248201001015176, 0248201001039563 e 0248201101023128 , deste Serviço de Finanças, por dívidas de IMI e IVA, no montante total de € 2.676,05, ao qual acrescem os juros de mora e custas a contar nos termos da Lei, para no prazo de 30 (trinta) dias, imediatamente após os trinta dias do presente édito, e contados a partir da última publicação, pagar na Secção de Cobrança deste Serviço de Finanças, mediante guias a solicitar neste Serviço de Finanças, a dívida acima mencionada. Mais Fica citado que, para garantir o pagamento da dívida em questão, foi penhorado ao executado, acima mencionado, o bem que se identifica em seguida e que se não pagar a referida dívida dentro daquele prazo ou deduzir oposição, procederá este Serviço de Finanças à sua venda judicial por leilão electrónico, nos termos do art.º 248º do Código de Procedimento e de Processo Tributário, para o que já se encontra designado o dia 23 de Outubro de 2012, pelas 10,00 horas, neste Serviço de Finanças. BEM PENHORADO Identificação do Prédio: Prédio rústico denominado “ Herdade da Carazona de Baixo “, com a área total de 1,200000 ha, inscrito na matriz predial rústica da freguesia de Cabeça Gorda, Concelho de Beja, sob o artigo 6 da secção “H” e descrito na Conservatória do Registo Predial de Beja sob o nº 346/19910826. O valor base a anunciar para venda é de € 13.941,93, de acordo com o disposto no nº 4 do artigo 250º do Código de Procedimento e de Processo Tributário, que corresponde a 70% do valor fixado nos termos do nº 1 do mesmo artigo. É fiel depositário do mencionado bem o Sr. Álvaro Manuel da Silva Nobre, na qualidade de presidente da Freguesia de Cabeça Gorda, com sede na Praça Magalhães Lima nº6 – Cabeça Gorda, telefone: 284947294, que deverá mostrá-lo a quem pretenda examiná-lo. As propostas deverão ser apresentadas via Internet, mediante acesso ao “Portal das Finanças”, e autenticação enquanto utilizador registado, em www.portaldasfinanças.gov.pt na opção “Venda de bens penhorados”, ou seguindo consecutivamente as opções “Cidadãos”, “Outros Serviços”, “Venda Electrónica de Bens” e “Leilão Electrónico”. A licitação a apresentar deve ser de valor igual ou superior ao valor base da venda e superior a qualquer das licitações anteriormente apresentadas para essa venda. O prazo para licitação tem início no dia 2012-10-08, pelas 10,00 horas, e termina no dia 2012-10-23, às 10,00 horas. As propostas, uma vez submetidas, não podem ser retiradas, salvo disposição legal em contrário. No dia e hora designados para o termo do leilão, o Chefe de Finanças decide sobre a adjudicação do bem (artº 6º da portaria nº 219/2011). A totalidade do preço deverá ser depositada, à ordem do órgão de execução fiscal, no prazo de 15 dias, contados do termo do prazo de entrega das propostas, mediante guia a solicitar junto do órgão de execução fiscal, sob pena das sanções previstas (256º/1/e) CPPT). No caso de montante superior a 500 unidades de conta, e mediante requerimento fundamentado, entregue no prazo de 5 dias, contados do termo do prazo de entrega de propostas, poderá ser autorizado o depósito mencionado no parágrafo anterior, de apenas uma parte do preço, não inferior a um terço e o restante em, até 8 meses (256º/1/f) CPPT). A venda pode ainda estar sujeita ao pagamento dos impostos que se mostrem devidos, nomeadamente o Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis, o Imposto sobre O Valor Acrescentado ou outros. Ficam por este meio citados, de harmonia com o disposto no nº 2 do artigo 239º do Código de Procedimento e de Processo Tributário, quaisquer credores desconhecidos que gozem de garantia real sobre o bem penhorado, bem como os sucessores dos credores preferentes, para reclamarem os seus créditos no prazo de 15 (quinze) dias, findos os 20 (vinte) dias a contar da 2ª publicação do presente anuncio. E para constar, se passou o presente Edital / Anúncio e outros de igual teor que vão ser afixados nos lugares indicados por lei. Serviço de Finanças de Beja, aos vinte dias de Junho de 2012. O Chefe de Finanças Manuel José Borracha Pólvora
RAINHA SANTA ISABEL, VIAGENS E TURISMO LDA RNAVT 2045 EDIFÍCIO DE SANTA CATARINA, 12 | 7000-516 ÉVORA TEL: 266 747 871 / FAX: 266 747 873 MAIL: info.evora@rsi-viagens.com O SEU AGENTE LOCAL PARA RESERVAS: D-VIAGEM RUA DO VALE N.º 24 LOJA 1 | 7800-490 BEJA | TEL: 284 325 688 MAIL: beja.1263@d-viagem.com
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CEDE-SE
VENDA BEJA Falência de JOSÉ MARIA DA COSTA MIRA ALMODOVAR FLORENTINO MATOS LUIS, Liquidatário Judicial, com escritório na Avenida Almirante Gago Coutinho, 48-A - 1700-031 LISBOA, nomeado nos Autos de Falência nº. 254/04.3TBBJA a correr termos pelo 2º. Juízo do Tribunal Judicial de Beja, em que foi declarado falido JOSÉ MARIA DA COSTA MIRA ALMODOVAR, faz saber que, na sequência do deliberado pela Comissão de Credores, vai proceder à venda no estado físico e jurídico em que se encontram, por negociação particular e por meio de propostas que serão remetidas em carta fechada, dos seguintes imóveis: Verba nº. 1 1/2 do prédio “misto” denominado “Monte Adiante”, sito na freguesia de Cabeça Gorda, descrito na Conservatória do Registo Predial de Beja sob a ficha nº. 00251/190689, composto por uma parte rústica (artº. matricial nº. 3 da Secção G1) e outra urbana (artº. matricial 595), com a área total de 150.4750 ha., pelo valor (base de licitação) de ..................... 158.900,00 € Verba nº. 2 1/2 do prédio misto – Herdade do Picamilho, sito na freguesia de Santa Clara de Louredo, descrito na Conservatória do Registo Predial de Beja sob a ficha nº. 00084/190689, composto por uma parte rústica (artº. matricial nº. 7 da Secção E) e outra urbana ( artºs. matriciais nºs. 233 e 234), com a área total de 229,9389 ha., pelo valor (base de licitação) de ........ 243.600,00 € Verba nº. 3 1/3 do prédio “urbano” denominado “Moinho do Poço”, sito na freguesia de Santiago Maior, descrito na Conservatória do Registo Predial de Beja sob a ficha nº. 00729/070292, c/ a s.c. de 1237 m2 e s.d. de 65 m2., pelo valor (base de licitação de ............................. 3.150,00 € Verba nº. 4 1/3 do prédio “urbano” denominado “Herdade do Monte Carril”, sito na freguesia de Santiago Maior, descrito na Conservatória do Registo Predial de Beja sob a ficha nº. 00730/070292, c/ a área de 246 m2., pelo valor (base de licitação) de ................ 630,00 € Verba nº. 5 1/3 do prédio “urbano” situado à “Herdade do Monte Carril”, sito na freguesia de Santiago Maior, descrito na Conservatória do Registo Predial de Beja sob a ficha nº. 00733/070292, c/ a área de 146 m2., pelo valor (base de licitação) de..................... 350,00 € Verba nº. 6 1/3 do prédio “misto” denominado “Herdade da Almocreva”, (no qual se situa “O Sítio Arqueológico de Pisões”, classificado de interesse público pelo Dec.-Lei nº. 251/70, publicado no Diário do Governo nº. 129, de 3 de Julho), sito na freguesia de Santiago Maior, descrito na Conservatória do Registo Predial de Beja sob a ficha nº. 00726/070292, composto por uma parte rústica (artºs. matriciais nº. 3 da Secção C e 28 da Secção E – c/ 657,5725 ha) e outra urbana (artºs. matriciais 209, 2057, 2058, 2059 e 2060 – c/ 2.928 m2)., pelo valor (base de licitação) de ................ 1.150.000,00 € Verba nº. 8 1/3 do prédio “urbano” situado à “Herdade do Monte Carril”, sito na freguesia de Santiago Maior, descrito na Conservatória do Registo Predial de Beja sob a ficha nº. 00732/070292, c/ a área de 172 m2., pelo valor (base de licitação) de ........................... 420,00 € Verba nº. 9 1/3 do prédio “urbano” situado à antiga “Herdade da Torre de Carrilho”, sito na freguesia de Santiago Maior, descrito na Conservatória do Registo Predial de Beja sob a ficha nº. 00727/070292, c/ a área de 189 m2., pelo valor (base de licitação) de ............ 455,00 € Verba nº. 10 1/3 do prédio “urbano” denominado “Herdade da Chanoca”, sito na freguesia de Santa Vitória, descrito na Conservatória do Registo Predial de Beja sob a ficha nº. 00327/070292, c/ a área de 200 m2., pelo valor (base de licitação) de ............................... 490,00 € Para efeito da apresentação das propostas, os bens podem ser vistos mediante marcação pelos telefones 218406953 ou 917247040. REGULAMENTO: • As propostas serão remetidas, até ao dia 27 / 07 / 2012, que inclui a data do registo de expedição dos CTT, remetidas em envelope fechado, por sua vez introduzido em carta registada, dirigida ao Liquidatário Judicial da falência de JOSÉ MARIA DA COSTA MIRA ALMODOVAR, Florentino Matos Luis, com escritório na Avenida Almirante Gago Coutinho, nº. 48-A, 1700-031 LISBOA, Telef. 218406953. • As propostas deverão ser de valor igual ou superior ao de base de licitação e deverão conter: nome ou denominação completa da entidade proponente; morada ou sede social; número de contribuinte ou de pessoa colectiva; representante, em caso de pessoa colectiva, indicação de telefone e/ou fax de contacto e valor oferecido por extenso, bem como a identificação da(s) verba(s) a que se reporta(m). • A abertura das propostas realizar-se-à no dia 31 / 07 / 2012, pelas 14H30, no Tribunal Judicial de Beja, perante o Liquidatário Judicial e a Comissão de Credores, onde deverão comparecer os proponentes, condição para que as s/ propostas sejam aceites. Serão excluídas as propostas que não contenham todos os elementos solicitados. • Desde que exista mais que um proponente com propostas válidas serão os mesmos convidados a licitarem entre si a compra dos bens, cujo valor base de licitação será o da melhor proposta recebida, o que se fará nas mesmas instalações pelas 15H00 do referido dia 31 / 07 / 2012. • Se os bens identificados sob as verbas n.ºs 1, 2, 3, 4, 5, 8, 9 e 10 forem adjudicados, o promitente comprador entregará um cheque no valor de 20% do preço, devendo fornecer no prazo de 8 (oito) dias os seguintes documentos: Certidão do Registo Comercial (caso de pessoa colectiva); fotocópia do cartão de pessoa colectiva ou nº. fiscal de contribuinte; Bilhete de Identidade do comprador ou do representante da pessoa colectiva; • No que concerne: à verba n.º 6, “1/3 da Herdade de Almocreva”, as propostas apresentadas deverão ser acompanhadas, a título de caução, dum chque visado, emitido à ordem da massa falida, no montante correspondente a 20% do valor proposto; e às verbas n.ºs 1, 2, 3, 4, 5, 8, 9 e 10, também se recebem propostas por valor inferior ao anunciado, no entanto, caso tal se venha a verificar, estas ficam condicionadas à aceitação da Comissão de Credores • A competente escritura de compra e venda será realizada no prazo máximo de 60 dias, após a data da licitação, em data, hora e local a notificar ao comprador, devendo este, até 10 dias antes da celebração da mesma depositar à ordem da massa falida na C. G. D. o valor remanescente ainda em falta. • Se não for possível realizar a escritura por razões imputáveis ao promitente comprador, este perderá o sinal entregue. • Serão de conta do comprador todos os encargos legais decorrentes da compra, designadamente o IMT, escritura e registos. São igualmente por conta do comprador os encargos de emolumentos com o cancelamento dos ónus existentes. • Caberá ao Meretíssimo Juíz do processo de falência, a resolução de todas e quaisquer questões surgidas, que não estejam contempladas no presente regulamento. O Liquidatário Judicial Florentino Matos Luis
25 Diário do Alentejo 20 julho 2012
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26 Diário do Alentejo 20 julho 2012 Diário do Alentejo nº 1578 de 20/07/2012 Única Publicação
UNIDADE COLECTIVA DE PRODUÇÃO AGRO-PECUÁRIA FREGUESIA SEM MEDO, CRL
Rua da Cadeia Velha, 16-22 - 7800-143 BEJA Telefone: 284311300 * Telefax: 284311309 www.funerariapaxjulia.pt E-mail: geral@funerariapaxjulia.pt
Serpa – Beja PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO
Funerais – Cremações – Trasladações - Exumações – Artigos Religiosos TRIGACHES
BEJA
BEJA
PENEDO GORDO
†. Faleceu o Exmo. Senhor
†. Faleceu a Exma. Sra. D. MARIA BÁRBARA BRAVO NUNES MOURATO MONGE, de 62 anos, natural de São Marcos da Ataboeira - Castro Verde, casada com o Exmo. Sr. Manuel António Mourato Monge. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 13, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.
†. Faleceu o Exmo. Senhor JÚLIO MANUEL, de 81 anos, natural de Espírito Santo Mértola, viúvo. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 13, das Casas Mortuárias de Beja para o cemitério desta cidade.
†. Faleceu o Exmo. Senhor
JOSÉ FRANCISCO DA SILVA, de 71 anos, natural de Beringel - Beja, casado com a Exma. Sra. D. Palmira de Jesus Descalço Galhano. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 13, da Casa Mortuária de Trigaches, para o cemitério local.
BEJA/PENEDO GORDO
BERINGEL
BEJA
BEJA
†. Faleceu a Exma. Sra. D. ANA ROSA BARROCAS, de 78 anos, natural de Santa Maria da Feira - Beja, viúva.. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 14, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério de Penedo Gordo.
†. Faleceu o Exmo. Senhor
†. Faleceu a Exma. Sra. D. MARIA JOSÉ CAROLINA FIGUEIREDO, de 87 anos, natural de Santa Maria da Feira - Beja, solteira. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 16, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.
†. Faleceu o Exmo. Senhor
VERA CRUZ/PORTEL
BEJA
CONVOCATÓRIA Nos termos estabelecidos no Art° 49, alíneas b) c) e d) do Código Cooperativo, convoco a assembleia geral da Unidade Colectiva de Produção Freguesia Sem Medo, C.R.L. para reunir em sessão ordinária no próximo dia 28 de Julho de 2012 (Sábado) pelas 10:00 horas, na sala da Junta de Freguesia em Alcaria Ruiva, pelo motivo da sede sita em Vale de Açor de Baixo ainda estar ocupada ilegalmente, com a seguinte ordem de trabalhos: 1. Apreciação, discussão e votação do Relatório, Balanço e contas da Direcção e Parecer do Conselho Fiscal, referentes ao ano de 2011; 2. Apreciação e votação do Orçamento e Plano de Actividades para o exercício seguinte; 3. Outros assuntos de interesse. Nota: A Assembleia encontra-se legalmente constituída, quando se encontrarem à hora marcada, o número legal de cooperadores estatutariamente previsto, ou uma hora depois, com a presença de qualquer número de cooperadores. Vale de Açor de Baixo, Julho de 2012. O Presidente da Mesa da Assembleia-Geral António Francisco da Silva
Diário do Alentejo nº 1578 de 20/07/2012 Única Publicação
Berta D’Oliveira Abraços N. 27.09.1914 – F. 09.07.2012 Seus filhos, nora, genros, netos, bisnetos e restante família cumprem o doloroso dever de participar o falecimento da sua ente querida, e na impossibilidade de o fazer individualmente vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que a acompanharam à sua última morada ou que de qualquer forma manifestaram o seu pesar.
CARTÓRIO NOTARIAL DE SINTRA Notário Celso dos Santos
CERTIFICADO Celso dos Santos, notário do Cartório Notarial, sito na Rua João de Deus, 23-A, em Sintra: CERTIFICO, para efeitos de publicação, que por escritura de 10 de Julho de 2012, a folhas 84 do livro de notas 309, deste Cartório, os senhores, ENGRÁCIA MARTINS HORTA e marido AUGUSTO DA PALMA RAMOS, residentes em Monte dos Alves, Santana de Cambas, Mértola, declararam serem donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, da totalidade do prédio rústico denominada Chaparral, com 45,2125, hectares, na freguesia de Santana de Cambas, concelho de Mértola, inscrito na matriz sob o artigo 2 da Secção N, prédio este do qual apenas uma quarta parte se encontra registada em seu nome. Invocaram a USUCAPIÃO como causa da sua aquisição dos restantes três quartos do móvel por estarem na posse em nome próprio, contínua, pública e pacífica, desde finais de 1966. ESTÁ CONFORME. Sintra, 10 de Julho de 2012. O Notário, Celso dos Santos
PARTICIPAÇÃO, AGRADECIMENTO E MISSA DE 7º DIA
MISSA
Diamantino José Condeça Sua esposa, suas filhas, filhos, genros, noras, netas e netos agradecem a todo o pessoal da Unidade de Cuidados Continuados de Garvão, pelo respeito, amor, carinho, alegria, amizade e muito profissionalismo com que sempre o trataram.
Faleceu em 13/07/2012 Suas filhas, genros e netos agradecem reconhecidamente a todas as pessoas que se dignaram assistir ao funeral da sua ente querida, ou que de qualquer forma manifestaram o seu pesar. Agradecemos de uma forma muito particular aos médicos, enfermeiros e pessoal auxiliar do Serviço de Urgência do Hospital de Beja, todo o apoio e atenção demonstrados de forma tão calorosa e humana, durante o período do seu internamento. Também o nosso muito obrigado, a todos os funcionários da Mansão de São José, que de uma ou outra forma estiveram presentes na vida da nossa familiar. Par ticipamos ainda que será celebrada missa pelo seu eterno descanso no dia 22/07/2012, domingo, às 10.00 horas na Igreja de penedo Gordo.
†. Faleceu a Exma. Sra. D. MARIA FIALHO DORES, de 88 anos, natural de Vera Cruz - Portel, viúva. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 16, da Casa Mortuária de Vera Cruz, para o cemitério local.
†. Faleceu a Exma. Sra. D. MARIA JOSÉ DA COSTA GUERRA MOURÃO FAIAS, de 84 anos, natural de Santa Vitória - Beja, viúva. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 17 das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.
ANTÓNIO FRANCISCO BARRIGA, de 87 anos, natural de Vila de Frades – Vidigueira. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 16, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.
Às famílias enlutadas apresentamos as nossas mais sinceras condolências.
Consulte esta secção em www.funerariapax-julia.pt
Vidigueira MISSA
Ana Rosa Barrocas
ANTÓNIO MARQUES JACINTO, de 64 anos, natural de Salvador - Serpa, casado com a Exma. Sra. D. Cesaltina Teixeira Orta. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 16 da Casa Mortuária de Beringel, para o cemitério local.
JOSÉ PEDRO MARTINS, de 89 anos, natural de Santiago Maior - Beja, viúvo. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 14, da Casa Mortuária de Penedo Gordo para o cemitério local.
MISSA
PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO
António Henrique Campos Quinta Queimada Campaniço
Maria Bárbara Bravo Nunes Mourato Monge
17 Anos de Eterna Saudade
Marido, filhos, noras e genro cumprem o doloroso dever de participar o falecimento da sua ente querida ocorrido no dia 12/07/2012, e na impossibilidade de o fazer individualmente vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que a acompanharam à sua última morada ou que de qualquer forma manifestaram o seu pesar.
Beja PARTICIPAÇÃO
Carlos Manuel Hilário Dias Gonçalves Aleixo 10º Ano de Eterna Saudade Será celebrada missa pelo seu eterno descanso no dia 20/07/2012, sexta-feira, pelas 18 e 30 horas na Igreja do Carmo, em Beja.
AGRADECIMENTO Francisco Galamba Guerreiro, filho de Francisco Mateus Sebastião, vem por este meio agradecer a todo o pessoal do Lar Nobre Freire em Beja, em especial à Dra. Cidália, pelo profissionalismo, disponibilidade, dedicação, apoio e ajuda prestados ao seu pai, durante a sua estadia na Instituição.
José Augusto Maldonado 1º Ano de Eterna Saudade Sua esposa, filhos, noras e netos participam a todas as pessoas de suas relações e amizade que será celebrada missa pelo eterno descanso do seu ente querido no dia 24/07/2012, terça-feira, às 10.00 horas na Igreja da Misericórdia em Vidigueira, agradecendo desde já a todos os que nela participem.
VENDE-SE BEJA Apartamento T1, frente ao Parque de Feiras e Exposições. Contactar tm. 962644730
Toi, Faz 17 anos que saíste para não mais voltares, pois alguém te fez partir para sempre, mas para nós continuas bem presente, todos os dias, todas as horas entre nós… Seus pais e irmãs participam que será rezada missa pelo seu eterno descanso no dia 26/07/2012, quintafeira, às 19 horas na Igreja do Salvador em Beja, agradecendo desde já a todas as pessoas que compareçam no piedoso acto.
Participamos o falecimento do Exmo. Sr. FRANCISCO MANUEL NOBRE RAMOS ocorrido no dia 17/07/2012, de 57 anos, solteiro, natural de Beja. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no dia 18/07/2012, das Casas Mortuárias de Beja para o cemitério local. A toda a família apresentamos os nossos sinceros pêsames.
VENDE-SE 90 hectares de pastagem. Contactar tm. 969002695
AGÊNCIA FUNERÁRIA DO POVO, LDA. Rua da Cadeia Velha, 15 e 19 | 7800-143 BEJA | Tel. 284311170 | Tm. 914905679 | 966453121
Pais
Comer bem e de uma forma saudável é tudo o que os pais desejam, por isso aqui fica mais uma ideia para um bom lanche.
À solta
Com garrafas de detergentes podes criar casas fantásticas para os teus bonecos, sejam eles fadas ou soldadinhos.
Se és aficionado pelo skate, não podes perder a inauguração do Skateparque no Cercal, amanhã, 21, pelas 10 horas, onde vais assistir a alguns dos melhores atletas nacionais de inline, skate e bmx. A equipa da Academia dos Patins também vai brilhar. Mais informação em http://www.cm-santiagocacem.pt
27 Diário do Alentejo 20 julho 2012
Skateparque é inaugurado amanhã no Cercal do Alentejo
A páginas tantas... O escritor José Luís Peixoto estreou-se na literatura para a infância com o livro A Mãe Que Chovia, e mais uma vez mostrou ser um grande homem das letras. O protagonista da história é filho da chuva e com uma mãe tão precisa a todos, o rapaz vê-se obrigado a aprender a viver com essa partilha. Uma partilha que se mostra difícil e que só o amor incondicional de uma mãe ajuda a ultrapassar. Um livro de uma ternura invulgar e de uma simplicidade ao mesmo tempo desarmante. Um livro para ser lido a dois onde o texto dá lugar a conversas e a momentos de ligação entre uma mãe e um filho. Um mundo partilhado a dois e cheio de metáforas. “Eu tenho a certeza de ti, tu tens a certeza de mim”.
Pela tua mão
Dica da semana A dica desta semana dá-te a conhecer o trabalho do português Alexandre Farto, conhecido pelos seus rostos esculpidos em tantas paredes pelo mundo fora e, claro, também em Portugal. Nasceu em Lisboa em 1987, mas escolheu a University of the Arts em Londres para estudar. Em 2011 desenvolveu uma técnica usando explosivos, graffiti, restos de cartazes e metal enferrujado para criar os seus famosoa retrato. Podes ver mais trabalhos em http://www.alexandrefarto.com/Walls
Esta nova aventura de O Diário de um Banana começa com uma zanga entre Greg Heffley e Rowley Jefferson. Greg resolve procurar um novo melhor amigo. O que mais o irrita é ficar com os livros da escola das outras pessoas, e um livro passado por 10 pessoas não ajuda nada. Greg sentia-se sortudo por ter ficado com o livro de Jordan Júri, pois o Jordan é pessoa mais popular a seguir ao seu ano. Em determinada altura todos estavam a divertir-se mais do que o Greg, por isso resolveu que a melhor forma de contrariar essa impressão era mostrar que também ele se estava a divertir. Resolveu criar uma festa só que foi apanhado pela mãe. De qualquer modo a ideia de colocar fotos na Internet também não ia resultar porque a mãe é contra a invasão da privacidade. A história continua com uma audição para um anúncio aos gelados “Brisa de pêssego”, só que Greg não consegue ser selecionado e tenta boicotar as outras audições, mas sem sucesso. O nascimento do irmão mais novo veio roubar a atenção da família, deixando-o um bocado triste. Por outro lado a bisavó, visto que ele se aproxima da adolescência, resolveu falar com ele sobre o crescimento, mas será que Greg conseguirá ultrapassar esta fase mesmo com os conselhos da bisavó? João, 11 anos
28 Diário do Alentejo 20 julho 2012
A Tulipa é uma cachorra muito bonita com cerca de sete meses. Gosta de brincar e é simpática com todas as pessoas e outros cães. No canil, com pouco liberdade, não consegue ser feliz. Precisa de uma família que lhe dê carinho, a leve a passear e a quem se possa dedicar. Venham conhecê-la ao Cantinho dos Animais de Beja. Está desparasitada. Será vacinada e esterilizada antes da adoção. Contactos: 962432844; sofiagoncalves.769@hotmail.com
Letras O último solteiro
Boa vida Comer Costeletas de porco panadas Ingredientes para 4 pessoas: 8 costeletas de porco, 4 dentes de alho, q.b. de pimenta branca moída, q.b. de coentros moídos, q.b. de sal grosso, sumo de 2 limões, 3 ovos, q.b. de pão ralado, óleo para fritar. Preparação: Batem-se as costeletas com o martelo dos bifes e temperam-se com sal, pimenta, coentros moídos, alhos picados e sumo de limão. Deixe nesta marinada quatro horas. Passam-se por pão ralado, ovos batidos e novamente pão ralado. Levam-se ao lume numa frigideira com óleo quente e fritam-se. Escorrer em papel absorvente. Acompanhe com batata frita caseira e salada. Bom apetite…
António Nobre Chefe executivo de cozinha – Hotéis M’AR De AR, Évora
J
Jazz Iago Fernández “Agromando”
E
ntre os músicos que nos últimos anos têm vindo a emergir do dinâmico panorama jazzístico na Galiza, um dos que justamente tem logrado obter maior reconhecimento é Iago Fernández. Depois de ter deixado a sua marca importante em cerca de uma dezena de discos produzidos dos dois lados da fronteira (como “Sound Colors” de Jesús Santandreu ou “Guruka” de Nelson Cascais, só para citar dois dos mais relevantes), o jovem baterista natural de Cangas apresenta agora o seu primeiro disco em nome próprio, na Free Code Jazz Records, editora que se tem destacado na promoção dos novos valores do jazz galego. Se já conhecíamos o baterista versátil e seguro, capaz de moldar a sua abordagem às diferentes formações que integra – seja por via de uma sustentação rítmica mais física ou de apontamentos de maior delicadeza – “Agromando” mostra agora também os seus predicados enquanto compositor. Excetuando três (repescadas à pop, à música brasileira e ao cancioneiro norte-americano), todas as peças incluídas no programa são de sua autoria e revelam uma diversidade de vias estéticas que, apesar de se perceber poIago Fernández derem resultar de um processo de – “Agromando” busca de uma identidade própria, Iago Fernández (bateria), Demian Cabaud há que sublinhar como positiva. (contrabaixo), Xan Para este disco, Fernández arrolou Campos (piano e fender um conjunto de músicos que bem rhodes), André Fernandes conhece e que lhe dão as garantias (guitarras elétrica e de que necessita. A um quintetoacústica), Virxilio da Silva (guitarra elétrica) e Zé base que se completa com o conPedro (saxofone tenor) + trabaixista Demian Cabaud (cada João Mortágua (saxofones vez mais decisivo para o resultado tenor e soprano) e Baptiste global das gravações em que partiTecher (trombone). cipa), o pianista Xan Campos (tamEditora: Free Code Jazz Records bém ele um nome em clara ascenAno: 2011 são), o guitarrista André Fernandes e o saxofonista José Pedro Coelho, juntam-se, pontualmente, um segundo guitarrista, Virxilio da Silva, João Mortágua, nos saxofones alto e soprano, e o trombonista Baptiste Techer. A função abre com “Truk´o”, com os dois guitarristas em elétrico despique. Logo a seguir, em “Bilobiana”, tudo acalma para se escutar o lirismo do saxofone de Coelho, bem acolitado pelo clarividente suporte harmónico proporcionado pelo piano de Xan Campos. Mas os principais pólos de interesse estão em “Lume en Aizkorri”, com toda a sua tensão dramática, da qual emana o notável trabalho de filigrana do líder. A moda das versões dos Radiohead parece não ter acabado, mas é injusto obnubilar-se a relevância da transformação operada em “Pyramid Song”, com uma superior prestação do trombonista. O lado mais desafiante e ousado da personalidade musical de Fernández revela-se “La Supuesta E.e.L.M”. No soprano, João Mortágua arrebata os louros em “Omitsa´t”. Francamente menos interessantes são as leituras de “Oceano” (de Djavan) e do velhinho standard de Irving Kahal e Sammy Fain, “I´ll Be Seeing You”. Aguardemos pelos próximos capítulos para saber que caminhos quer trilhar este promissor músico. António Branco
untamente com Tama Janowitz e Bret Easton Ellis, Jay McInerney é um dos autores que redefiniram a literatura americana nos anos 80. O último solteiro, o seu segundo livro de contos – editado originalmente em 2009 e que a Teorema editou em Portugal no início do ano – reúne uma dúzia de contos publicados em revistas prestigiadas como a “New Yorker”, que têm em comum fixarem os amores – ou antes, os desamores – e a vida dos privilegiados de Manhattan. McInerney escreve muito bem mas para os leitores menos interessados em histórias de amores traídos entre a classe alta de Nova Iorque a sucessão poderá tornar-se repetitiva. A menos que a ironia os resgate. E essa ironia – e um certo surrealismo, como sucede no conto do homem que faz psicanálise há um ano e se esquecera de contar que ele e a mulher dormiam com uma porca de 70 quilos entre eles – é servida em doses generosas. Mesmo quando os contos poderiam ser contos morais. É o caso do conto “Amo-te querido”, em torno da união de um casal após o 11 de setembro, que fixa um estado temporário de intensificação da relação para logo mostrar o regresso à autoindulgência do marido e a banalização do aborto como reação da mulher. É, em literatura, o triunfo da ironia sobre a possibilidade de moral. É Manhattan que McInerney escreve, lembro. Cocaína, festas, homens que só saem com modelos, dinheiro, são o universo descrito com constância por McInerney. Parece não haver redenção para Manhattan – a não ser na ironia. Maria do Carmo Piçarra
Jay McInerney Teorema 256 págs. 21,90 euros
Filatelia Singular homenagem a filatelista
A
emissão de um selo do tema poupança foi a ideia que um grupo de amigos pôs em prática para homenagear um dos seus pares que passou à situação de reformado no passado dia 12. O homena geado, F. Matoso Galveias, um dos filatelistas a quem a filatelia, da cidade Beja em particular e nacional em geral, muito deve, iniciou a sua atividade bancária no Montepio Geral em Lisboa, em 1972. Sempre como trabalhador desta instituição, em novembro de 1981 fixou-se em Beja até à sua transferência para Tavira em maio de 1998, tendo um ano depois iniciado funções no balcão de Vila Real de Santo António, lugar que oficialmente deixou na passada semana. O selo que os colegas produziram para a homenagem mostra os vários pelicanos que o Montepio foi adaptando a cada época, desde o ano da sua fundação, em 1844. Para a ocasião foi editada uma carteira (duplo A4) que contém um texto sobre o homenageado, uma folha completa de selos e os dados técnicos. A ilustração da contracapa mostra-nos um bombeiro, atividade a que também, em regime de coluntariado, o Matoso Galveias se dedicou. F e s t a s Tr adicio nais P o r t u g u e s a s
Entra hoje em circulação o 2.º grupo da emissão base “Festas Tradicionais Portuguesas”. Os cinco selos desta série são dedicados a: “Festas Populares” (selo de 0,05 €); “Festa de Santo António de Lisboa” (0,32); “Festa do Espírito Santo, Açores” (0,47); “Carnaval de Ílhavo” (0,68); e “Feira da Golegã” (0,80). O desenho, tal como aconteceu com o 1.º grupo desta emissão base, é do ateliê Whitestudio. O 1.º grupo desta emissão, que entrou em circulação em 21 de fevereiro do ano passado, também teve cinco exemplares, dedicados a: “Festas Tradicionais” (selo de 0,10 €); “Festa dos Tabuleiros de Tomar” (0,32); “Festa de S. João, Porto” (0,47); “Carnaval de Loulé” (0,68); e “Festa da Flor, Madeira” (0,80). Geada de Sousa
Petiscos Moluscos meus
A
s lulas, os polvos, as sépias, os calamares e os outros bichos de semelhante talhe e família proporcionam pratos tão admiráveis quanto variados, de gosto e de elaboração. Pratos de verão, para agora. Hoje, irei deixar de fora os polvos e os chocos. Aqueles porque valem só por si uma prolongada cavaqueira – têla-emos um dia destes –, estes porque o mais relevante que lhes conheço são os filetes e não se pode falar neles sem que conversemos também sobre o arroz. Tomate, coentros, grelos, espinafres, pimentos a darem substância a este aprazível cereal? São temas longos. Sobram-nos então as lulas. O que não é mau porque, mesmo assim, há muito de que falar. Comecemos então pelo animal em si. Tem o aspeto que todos conhecemos e que é tão repugnante aos olhos duma parte importante dos cidadãos do Norte da Europa, com especial destaque para os súbditos de sua majestade a Rainha Isabel II. Tenho amigos ingleses – do tempo em que exportava carvão para o Reino Unido – e já os vi entrar em pânico perante a hipótese de comerem umas inofensivas lulas de tomate com arroz. Depois, e esta é a parte interessante, de terem devorado ruidosamente um dúzia de ostras, que não só estavam vivas como se saracoteavam convulsivamente com o sumo de limão que lhes foi vertido. Antigamente só havia, que se desse notícia, um tipo de lulas: lulas. Agora nunca mais acaba. Para a receita que sugiro as lulas adequadas são
PUB
Tenho amigos ingleses – do tempo em que exportava carvão para o Reino Unido – e já os vi entrar em pânico perante a hipótese de comerem umas inofensivas lulas de tomate com arroz. Depois, e esta é a parte interessante, de terem devorado ruidosamente um dúzia de ostras, que não só estavam vivas como se saracoteavam convulsivamente com o sumo de limão que lhes foi vertido.
as que têm cerca dez centímetros de comprimento, mais as pernas. Pequenas e frescas são melhores. Lavam-se, separam-se as pernas do corpo, lavam-se muito bem mais de uma vez, virando o capuz do avesso, tiram-se as asinhas, que se vão aproveitar, cortam-se os pequenos bicos de papagaio, tira-se a chapa calcária quando há – não deite fora, é bom para os pássaros de gaiola – e finalmente põem-se de salmoura com leite gordo, pimenta e salsa. Um bom par de horas. Agora, faz-se um refogado de azeite com cebola, alho e salsa. Quando apurado, cortam-se as pernas das lulas em pequenos troços e vão a estufar com o refogado, a que se junta presunto entremeado, igualmente cortado aos pedaços. À parte, assaram-se pimentos verdes e vermelhos e quando o estufado estiver quase pronto acrescenta-se-lhe algumas, poucas, pequenas fatias das duas variedades, com uma polegada de tamanho. A operação que se segue é o segredo da receita. Viram-se as lulas com o interior para fora – obviamente o exterior para dentro – e enchem-se, moderadamente, com o refogado. Dá-se-lhes em seguida uma fritura ligeira em azeite. As bocas das lulas fecham e fecham com força sem precisarem de palito, desde que os sacos não estejam exageradamente cheios. Prepara-se então outro refogado com azeite, cebola e alho picados, e tomate, sem pele, salsa, sal e pimenta. Até estar bem forte. Põem-se as lulas e um copinho de vinho branco seco. Apura de novo e apura bem. Viram-se as lulas quando for preciso. Se necessário acrescenta-se mais vinho. É acabado em tabuleiro próprio, no forno, regando sempre bem com o molho. Acompanha com batata e feijão cozidos. O molho deve ser abundante.. António Almodôvar
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Ervidel põe juventude em festa
Inaugurada na segunda-feira, 16, a V Semana da Juventude em Ervidel vai prolongar-se até domingo, 22, com atividades “que vão ao encontro das preferências e propostas” dos jovens da freguesia, como explica a junta local. Danças urbanas (centro cultural), o concurso “A tua cara não me é estranha” (jardim da Liberdade) e a Festa dos Anos 80 (centro cultural) preenchem o programa de hoje, sexta-feira. Amanhã, segue-se um torneio de paintball, um concerto com os Shokes com Tinta e Mc Arshavin e a Festa da Espuma. No domingo, as festas encerram com uma prática de tiro ao arco e zarabatana, insufláveis e pinturas faciais.
Fim de semana Fernando Tordo encerra Noites na Nora As noites puseram-se agora mais quentes mas as da Nora, em Serpa, vão ter mesmo que chegar ao fim. Para o fim de semana de encerramento do festival, organizado pela companhia de teatro Baal 17, preveem-se ainda as atuações de Jazzfari Unit (hoje, sexta-feira), quarteto cuja voz é uma das poucas masculinas a afirmarem-se presentemente no panorama do jazz nacional; e de Fernando Tordo (amanhã, sábado), num espetáculo intitulado “Por este andar”, entre novos temas do futuro álbum e os clássicos que ninguém deixará de querer ouvir, como “Tourada”, “Cavalo à solta” ou “Estrela da Tarde”. Sempre pelas 22 e 30 horas.
Encontro de corais em Figueira dos Cavaleiros As festas anuais da freguesia de Figueira dos Cavaleiros (Ferreira do Alentejo) decorrem este fim de semana, organizadas pelo grupo coral Os Rurais. No primeiro dia dos festejos, hoje, sexta-feira, decorre a iniciativa Serões da Aldeia, seguida de um baile com Nani Silva. Amanhã, sábado, cumpre-se o já tradicional encontro de grupos corais, este ano com a presença de nove coletivos: Instrumental Infantil de Figueira de Cavaleiros; Os Alentejanos da Damaia; Alentejano de Tunes; As Madrigais de Vila Nova de São Bento; As Flores de Abril de Granja, Mourão, As Papoilas do Fogueteiro; Ecos de Quinta do Conde; e Bombos de Benfeita, Arganil, além dos anfitriões.
Teatro clássico Integrada no Festival deespaço Teatro História do jazzem no Miróbriga espaço Oficinas Arranca hoje,Internacional sexta-feira, no Clássico – Festea, a Associação Cultural Thiasos, da Universidade de Coimbra, Oficinas, em Aljustrel, o curso livre de iniciação à história do jazz “Jazz de A a Z”. Aleva ação,à cena amanhã, sábado, no sítio arqueológico de Miróbriga, em Santiago do Cacém, que decorrerá até 4 de maio estruturada em oito sessões, sempre às sextas-feiras, é mi-a comédiapor “A Sogra”, autor dinamizador clássico Terêncio, dramaturgo e poeta romano. ARegional organinistrada Antóniodo Branco, do Clube de Jazz do Conservatório zação é da Liga dos Amigos do Sítio Arqueológico de Miróbriga (Lasam). O espetáculo do Baixo Alentejo. A primeira sessão, pelas 21 e 30 horas, abordará o tema “Dos campos tem início pelas horas. de algodão a Nova19Orleães”.
Festival Músicas do Mundo arrancou ontem em Sines
Volta ao globo em 36 concertos
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omeça em Portugal e termina no México a segunda noite do Festival Músicas do Mundo (FMM), cuja 14.ª edição arrancou ontem, quinta-feira, no sítio do costume, o castelo de Sines, prometendo um total de 36 concertos até ao próximo dia 28. De território nacional para esta que continua a ser, segundo o presidente da câmara local, Manuel Coelho, a “grande festa da música e da confraternização cosmopolita”, chegam os Osso Vaidoso, dupla que junta Ana Deus (Três Tristes Tigres) e Alexandre Soares (GNR) num projeto em que ressalta a canção “como grande forma poética contemporânea”. Com eles, pelas 19 horas, dá-se hoje início a um serão para o qual também estão convidados o ensemble Al-Madar, formado no seio da New York Arabic Orchestra e dirigido pelo libanês Bassam Saba; a banda europeia de rock progressivo L’Enfance Rouge, que se une à voz do tunisino Lotfi Bouchnak, “um dos maiores cantores árabes vivos”; os finlandeses Frigg (na foto), que pisam um território algures “entre a folk nórdica, o bluegrass americano e a música celta”; e, para terminar, já depois das duas da madrugada, Clorofila, que
integra o coletivo de DJ Nortec Collective, junta-se ao ensemble de metais Los Mezcaleros de la Sierra. Uma fusão entre a música de dança e os sons tradicionais do norte do México no encerramento da segunda noite de FMM. Amanhã, sábado, é mais uma vez a uma banda nacional, os Dead Combo, que cabem as honras de abertura do serão, numa atuação conjunta, pela primeira vez, com o americano Marc Ribot, tido como um dos melhores guitarristas do mundo. De seguida, passam pelo palco do castelo Oumou Sangaré (Mali) e Béla Fleck (EUA), num encontro entre “o maior banjoísta da atualidade” e uma cantora que “mudou a música africana e o papel que nela ocupam as mulheres”; o guitarrista Marc Ribot e o seu projeto Los Cubanos Postizos, assente num repertório latino-americano; o coletivo suíço Imperial Tiger Orchestra, aqui liderado pela voz convidada de Hamelmal Abate, “rainha da canção etíope”; e ainda os sul-africanos Shangaan Electro, responsáveis pela transformação digital desta música de dança tradicional (shangaan) a “mais de 180 batidas por minuto”.
A autarquia bejense pretende doar aos bombeiros rádios de telecomunicações do município que não estão a ser utilizados e que podem ser úteis aos soldados da paz. No entanto, uma investigação conjunta Não confirmo, nem desminto/Rádio Singa/ /Rádio Terapia descobriu que o equipamento não estará nas melhores condições, como nos explicou Rodeia Machado, presidente dos bombeiros: “Tinha de ser coisa do senhor Pulido. O equipamento é tão velho que ainda dá para ouvir emissões do Despertar. Aliás, esta traquitana só apanha emissões da onda média da Renascença! Não posso ter os meus homens distraídos com a oração do terço… O que é que vai ser quando transmitirem a maratona de Frei Hermano da Câmara? Pá, não posso com o Pulido! Agarrem-me, agarrem-me que eu candidato-me!”.
31 Diário do Alentejo 20 julho 2012
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facebook.com/naoconfirmonemdesminto
“D’ Abalada”: Lisboa, a capital do império
Na próxima visita ao Alentejo, Passos equaciona vir disfarçado de camponesa de grupo coral alentejano para fugir das vaias
Passos Coelho vaiado em Borba PM quer taxar insultos de acordo com grau de violência verbal Na passada segunda-feira, Passos Coelho foi vaiado numa visita a Borba, por cerca de 100 pessoas, que, convocadas pela União dos Sindicatos do Distrito de Évora, gritaram palavras de ordem contra as políticas governamentais. Este foi apenas mais um protesto. Contudo, segundo apurámos, a sucessão de impropérios com que membros do Governo são brindados durante as deslocações oficiais já fez com que o Executivo veja estas vaias como uma oportunidade. Fonte próxima
Inquérito
do PM confidenciou-nos que o Governo pretende taxar os insultos de acordo com o grau de violência verbal. Deste modo, ofensas entre “ladrão” e “piegas é a tua prima” serão taxadas à taxa reduzida do IVA; provocações entre “inconstitucional é a tua tia” e “vai passear o teu penteadinho à f***-se para o raio que te parta” serão taxadas à taxa intermédia do IVA; e insultos entre “africanista de Massamá” e “Miguel Relvas” serão taxados à taxa máxima do IVA.
Caro leitor, a Não confirmo, nem desminto tem o prazer de o deleitar com mais uma edição da rubrica de viagens “D’Abalada”. Depois de uma edição dedicada à Andaluzia, escolhemos um destino nacional: Lisboa, a capital do País, a cidade das sete colinas, e, mais importante, a cidade onde o Malato trabalha. Mais uma vez, a rubrica é da inteira responsabilidade de Jeremias Bon Voyage, gerente da Agência de Viagens Sem Retorno e vencedor do prémio de melhor gestor na área de turismo para pigmeus albinos. “Boas! Está tudo bem consigo, caro leitor? Não que me interesse muito, mas disseram-me para ser mais simpático, e assim… Hoje quero falar-vos de Lisboa, a nossa capital, que foi o ponto de partida de muitos dos nossos descobridores, e o ponto de chegada de especiarias, de escravos, da febre-amarela e de doenças sexualmente transmissíveis. A melhor maneira de chegar lá é ir de carro. Contudo, se tem medo de alturas, não ande na ponte 25 de Abril, que é quase tão alta como o Altinho em Serpa. Em alternativa, vá até Cacilhas, na margem sul, e apanhe o barco até ao cais do Sodré. Caso tenha medo de alturas e fobia à água, há um desviozinho muito jeitoso que fica ali para Arronches. Ao chegar a Lisboa evite comunicar a um autóctone a sua naturalidade. A primeira tendência do lisboeta é contar logo uma piada de alentejanos ou, pior ainda, imitar o seu sotaque com uma entoação que normalmente se assemelha mais a um cigano com prisão de ventre. Caso caia nesse erro, sorria e afaste-se muito devagarinho, sem mostrar medo, mesmo que a sua vontade seja abater o lisboeta como se se tratasse de
um cavalo com a perna partida. Tenha pena dessa pessoa e lembre-se que mesmo um cavalo com a perna partida consegue ter mais piada. Está na capital… Divirta-se! Aproveite para passear pelos bairros tradicionais, porém, não o faça em junho, especialmente por alturas do Santo António: que é uma desculpa que eles arranjaram para festejar nas ruas, comer sardinha assada à bruta e vomitar no Bairro Alto. Se bem que, segundo consta, qualquer altura é boa para vomitar no Bairro Alto. Não se esqueça, também, de ir a Belém. Aí, pode visitar o Mosteiro dos Jerónimos (um local duas vezes maior do que a igreja do Carmo, em Beja), o Centro Cultural de Belém (uma casa toda em mármore, tipo jazigo do cemitério, mas em grande) e o mítico Pastéis de Belém, um local intemporal onde se fazem os verdadeiros pastéis de nata (aqueles da diabetes tipo 1). Se se lembrar de ir a Sintra, não deixe de comer umas queijadas locais (inseridas na categoria diabetes tipo 2). Todavia, é conveniente levar um colete à prova de bala. Pontos positivos: O rio Tejo, que é bonito, mesmo quando amanda um cheiro estranho. Aí é possível pescar tainhas com 12 guelras e três caudas – muitas delas oriundas da zona industrial do Barreiro. Pontos negativos: Os arrumadores, os drogados, os arrumadores drogados, os drogados arrumadores, a possibilidade de ter de andar muito a pé devido à 154.ª greve dos transportes daquela semana e o cheiro a sovaco no metro na hora de ponta – nunca desejará tanto ter sinusite. Haveria muito mais a dizer sobre esta cidade, mas, sinceramente, não tenho vontade. Da última vez que lá fui bati com o carro no eixo norte-sul e gamaram-me a carteira no elétrico 28. Para saber mais consulte o site 7colinasdoinferno.org. Aviso: Caso decida deslocar-se ao Chiado não se assuste se encontrar um heterossexual…
Jovem, já consumiste drogas sintéticas de uma smart shop?
LÚCIO SANTOS DASS, 18 ANOS Pessoa que não consegue terminar uma frase desde que frequenta smart shops
PATRÍCIA ÓPIO, 16 ANOS Jovem que afirma ter encontrado Jesus depois de ter saído de uma smart shop. Pessoalmente.
Ya, tipo, é uma cena que, pá, coiso… tipo, uma cena em que um gajo está muito bem e de repente está, tipo, numa dimensão, tipo, assim, sabes… Só é pena que a substância não dê, tipo, para um gajo, tipo, acabar uma cena, tipo, como quando está a emitir sons com a boca e tem de dizer algo que, pá, coiso… tipo… assim… estás a ver?
Consumo, de vez em quando, mas só na época dos exames. Ajuda-me bué a estudar e assim. Agora que estou no 12.º ano é que percebi o que é uma subtração e que dois mais dois dá quatro e não 22. A Português já sei que Cesário Verde era um poeta e que não tinha aquele apelido por ser do Sporting. Vejo tudo com mais clareza e tenho outra visão do mundo. Por exemplo, só agora percebi que os meus pais se divorciaram quando eu tinha seis anos…
BENTO HAXIXE, 42 ANOS Adolescente em espírito Consumi e não tive problemas. Agora vivemos nesta democracia fascizante que quer controlar tudo… Eu decido o que quero meter no meu organismo, seja drogas, gomas de morango ou muitos, mas mesmo muitos, conguitos… O corpo é meu, a escolha é minha. Consumi vários tipos de substâncias, mas a minha favorita era um fertilizante. Comprei tanto daquilo que quase podia abrir um stand agrícola na Ovibeja. E comigo, como vê, está tudo bem. O quê? Este girassol na parte de trás do joelho? Isto é normal…
Nº 1578 (II Série) | 20 julho 2012
RIbanho
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O tempo mantém-se quente mas a partir de hoje, sexta-feira, prevêse uma descida de temperatura, que oscilará os 17 e os 34 graus. O cenário de verão ameno não vai alterar-se no sábado e no domingo.
Romance histórico recria o cavaleiro Gonçalo Mendes da Maia
O Lidador de Joseia Matos Mira
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os baloiços do Jardim Público de Beja Joseia Matos Mira apaixonou-se, ainda menina, pelo tal cavaleiro que, já nonagenário, terá enfrentado os mouros até a morte na planície de Beja. Gonçalo Mendes da Maia, a figura retratada a azul e branco no conhecido painel de azulejos, é agora a personagem principal de O Fronteiro do Sul, o seu mais recente romance. Um herói do passado ao qual os portugueses de hoje poderão ir buscar a “força e o orgulho” que lhes falta em tempos de perda de soberania. O Fronteiro do Sul é uma obra que romanceia a história de Gonçalo Mendes da Maia, o Lidador, muito caro à cidade de Beja. Por que escolheu esta figura da história nacional?
Tendo sido criada em Beja, em menina apaixonei-me pela figura de Gonçalo Mendes da Maia, porque havia, no Jardim Público, um painel de azulejos retratando a batalha em que este morreu. Era um painel que estava mesmo em frente aos baloiços e a minha mãe dizia que era o Gonçalo Mendes da Maia, que tinha morrido aos 95 anos, a lutar contra os mouros na planície de Beja – era o fronteiro de Beja. Os meus romances e os meus contos estão muito ligados, a maior parte deles, ao Alentejo. Achei que era uma outra oportunidade de falar do Alentejo. Porque embora seja do norte, Gonçalo Mendes da Maia acaba por ser também uma figura alentejana. Que tipo de cavaleiro é Gonçalo Mendes da Maia na sua versão ficcionada?
É o meu Gonçalo Mendes da Maia, respeitando os factos históricos e acrescentando factos romanescos – porque isso é que é o verdadeiro romance histórico. Sabemos que era um homem forte, façanhudo, mas a sua personalidade, as suas paixões, o que ele PUB
Joseia Matos Mira natural de Baleizão
É licenciada em Filologia Românica, pela Faculdade de Letras de Lisboa, e viveu em Montreal, Canadá, a partir de 1974, após o doutoramento na Universidade de McGill, onde lecionou Literatura Francesa. Em Portugal, passou pelos ensinos secundário e universitário, ensinando tradução, literatura e cultura portuguesa mas é à escrita que, atualmente, se dedica em exclusivo. Tem publicadas mais de uma dezena de obras, entre poesia, conto e romance. Os dias invisíveis, Joana Campeoa e O tempo dos deuses insanos são os seus mais recentes livros de maior fôlego.
sentia, como era o seu coração, a sua alma, disso pouco se sabe. Foi isso que eu tentei recriar. Este é um Gonçalo Mendes da Maia batalhador, amigo de D. Afonso Henriques, ansioso por fazer daquele condado uma nação, mas ao mesmo tempo um homem que amou desesperadamente uma judia, cheio de ternura pela filha e que tinha uma relação extraordinária, não com um cristão como ele, mas com um mouro que ele tornou seu escudeiro. No romance, ele não morre na batalha, fica debaixo do corpo de outro e o escudeiro é que aparece, quando tudo se silencia já ao cair da noite, levando-o nos braços. É esse Gonçalo que, quase a morrer, vai vendo através do escudeiro o que será o Portugal do futuro. E que diz ainda: “vamos a eles, vamos a eles!”. Há aqui uma luta entre o bem e o mal, como se houvesse uma força que pretendesse que Portugal fosse nação e cumprisse um destino, e outra que proibisse isso. E Gonçalo Mendes da Maia está no meio dessa luta, é tentado para matar o seu rei, mas não se deixa dominar. Nos tempos que atravessamos, ganha mais sentido lembrar os heróis da fundação de Portugal?
Claro que sim. Portugal é a primeira nação-Estado da Europa. E por manigâncias várias, este pequeno grande país, que foi independente, que foi soberano, que foi rei dos mares, que fez a primeira globalização, está a tornar-se uma colónia dos antigos colonizados e de outros colonizadores, essencialmente da Alemanha. Agora é muito mais importante falar nisto, para que não se esqueça, para que a memória não se apague, para que os portugueses não tenham vergonha de ser portugueses; para que possamos, com o exemplo daqueles que tiveram tanta força, nós, que estamos meio adormecidos, criar uma outra força e orgulho. Carla Ferreira
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Pecuária com “forte presença” na 22.ª Faceco, em São Teotónio Espaço de negócio, convívio, lazer e debate, a Faceco – Feira das Atividades Culturais e Económicas do Concelho de Odemira abre hoje portas em São Teotónio pela 22.ª edição, convidando os visitantes a conhecer as potencialidades do território, com destaque para os produtos regionais e setor primário. “A agricultura, sobretudo na vertente da horticultura, a produção florestal, extração de cortiça e a criação de gado bovino e caprino são importantes áreas de negócio” representadas no certame, confirma a Câmara de Odemira, entidade organizadora. A “forte presença” do setor pecuário será garantidamente uma das marcas da feira do litoral alentejano, que contempla os concursos Nacional de Raça Bovina Limousine, Regional da Raça Bovina Holstein Frísia e Regional da Cabra Charnequeira.Até domingo, 22, estão também agendados vários colóquios e mesas redondas, promovendo a discussão e o conhecimento sobre assuntos de relevância para o concelho. Hoje, sexta-feira, a partir das 11 horas, decorre uma sessão de esclarecimento sobre “Identificação eletrónica de pequenos ruminantes”, prevendo-se, pelas 15 horas, o arranque do colóquio “Os metais em Odemira, da Idade do Ferro à atualidade”, que está enquadrado no tema que inspira este ano o Pavilhão de Artesanato, onde serão privilegiados as artes e ofícios tradicionais que têm o metal como matéria-prima. Amanhã, sábado, decorrerão as mesas redondas “As artes e ofícios tradicionais como empresas” (11 horas), com o intuito incentivar o desenvolvimento do artesanato enquanto modelo de negócio, e “As cooperativas como exemplos de abordagem ao território e ao desenvolvimento regional” (15 horas), no âmbito das comemorações do Ano Internacional das Cooperativas. Para domingo (11 horas), ficou reservado o colóquio “Ambiente 2020”, que incidirá sobre a produção de energia de fonte renovável, a eficiência energética e a capacidade das atividades silvo-pastoris contribuírem para as metas estabelecidas pelo Pacote Energia-Clima, aprovado em 2008 pelo Parlamento Europeu. Dentro da oferta musical, destacam-se a atuação, hoje à noite, das bandas locais Fax Rock, Rock Never Ends e Fil Costa. Ao palco principal sobem ainda o veterano da música ligeira José Cid (amanhã) e a banda folk rock Uxu Kalhus (domingo).