Ediçao N.º 1581

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Carlos Piteira Novo treinador do Mineiro pede solidariedade entre equipa e adeptos pág. 19

SEXTA-FEIRA, 10 AGOSTO 2012 | Diretor: Paulo Barriga Ano LXXXI, N.o 1581 (II Série) | Preço: € 0,90

Associações desportivas do concelho de Beja vão receber menos 100 mil euros do que em 2011

CDU diz que câmara “asfixia” clubes PS justifica com “quebra de receitas” JOSÉ SERRANO

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A planície a banhos em Monte Gordo

No sotavento algarvio há um lugar que continua, ano após ano, verão após verão, a atrair dezenas de alentejanos. Monte Gordo. E a culpa, essa, é da distância, da imensidão do areal, da proximidade a Espanha, da água quente do mar. Mas, sobretudo, do gosto, do gosto que se enraizou nas gentes que não deixam de ir àquela que é já considerada a praia mais alentejana do Algarve. págs. 10/11

Utentes de Serpa contra Jovens dinamizam fecho das urgências aldeias de Alqueva

Ervidel recusa-se a ficar sem GNR

A comissão de utentes de saúde de Serpa promove no dia 31 deste mês uma ação de protesto contra o eventual fecho das urgências e em defesa da instalação do Serviço de Urgência Básica (SUB) no hospital da cidade. A Câmara de Serpa também já solicitou uma reunião com o Ministério da Saúde para obter esclarecimentos sobre o eventual fecho. pág. 6

Por estes dias fala-se no eventual encerramento do posto da GNR de Ervidel que, segundo a junta de freguesia, num espaço de 12 anos, passou “de mais de 10 efetivos para apenas três, o que é manifestamente insuficiente”. O comando daquela força de segurança já assegurou “que não existe por parte da tutela informação que prenuncie o encerramento de qualquer posto da GNR no concelho”. págs. 4/5

Este domingo, 12 de agosto, assinala-se por todo o mundo o Dia Internacional da Juventude. Com o tema “Construir um Mundo Melhor: Parcerias com a Juventude”, o lema pode aplicar-se ao que se espera que 15 jovens estagiários façam, a partir de setembro, nas aldeias ribeirinhas de Alqueva, no âmbito de um projeto lançado pela Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva. pág. 8


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Editorial Sovacos

Vice-versa “Na reunião de câmara de dia 12 de dezembro de 2011, em que foram discutidas em pormenor as Grandes Opções do Plano e Orçamento para 2012, ficou claro um conjunto de opções sobre este assunto, tendo sido dadas garantias que o apoio ao movimento associativo se mantinha no pressuposto dos valores de 2011”. Comunicado dos vereadores do PCP na Câmara de Beja

Paulo Barriga

“Não é por uma rubrica do orçamento ter uma determinada verba que se tem de a gastar. As decisões que o município toma têm por base uma boa gestão orçamental”.

N

ão há fenómeno de massas mais intrigante do que este. Pelo menos aqui, no que respeita à nossa região. Mal chega agosto e toma-te lá, que aqui vão eles para Monte Gordo. Monte Gordo é apenas a designação particular para toda a gigantesca baia que vai desde o pico da areia de Vila Real de Santo António até aos inícios da ria Formosa. Uma bela e quentinha banheira de água salgada e de areia pejada de conquilhas. Então para as famelgas de Beja, é um ver se te avias. Há até uma velha anedota que fala nisso. Monte Gordo é o único local do mundo onde os bejenses conseguem queimar os sovacos. De tanto acenarem uns aos outros. Repetida e efusivamente. Talvez a autarquia tenha razão quando se diz empenhada, ou pelo menos interessada, em fundar uma praia nas azenhas de Quintos. Talvez o que falte mesmo a esta cidade, como no início do século XX faltou a Messejana, seja mesmo isso: uma praia. Uma bela praia onde, com despudor, o bejense possa exibir a sua barriguinha, a sua chanata, o seu verdadeiro eu revolto no açúcar das bolinhas de Berlim. É que não é preciso muito, basta percorrer com os olhos o portfólio fotográfico que o José Serrano hoje nos oferece nas páginas centrais, para percebermos como a cidade se finou. E como, ao inverso, os seus habitantes ressuscitam bruscamente nos areais de Monte Gordo. Beja perdeu toda e qualquer pinga de sociabilidade. Mas os bejenses, roscando os pés nas conquilhas de Monte Gordo, tornam-se verdadeiros comunicadores, verdadeiros animais sociais. Como nos conta a jornalista Bruna Soares nas cavaqueiras que com eles lá teve e que agora nos desvenda em reportagem. As imperiais que não se bebem nas esplanadas da cidade são vingadas solenemente nas cadeiras de Monte Gordo. As conversas que ficam dentro das casas de Beja são intensamente arejadas pela maresia do sotavento. Os sorrisos que Beja parece já não merecer estão colados com Araldite nas faces dos veraneantes que galgam o calçadão de Monte Gordo, de trás para diante, uma e outra vez, pela noite dentro. O amuo coletivo que lhes conhecemos apenas ali é capaz de dar lugar ao resplendor da alegria. Alegria. É isso que Monte Gordo, debaixo de insondável mistério, sob uma qualquer sombrinha de praia, oferece aos bejenses. Coisa que lhes falta durante todo o ano na sua cidade. Alegria. Será que isto se resolve construindo uma praia no Guadiana?

Miguel Góis, vereador na Câmara de Beja

Fotonotícia Sai um capilé. Toda a gente sabe (pelo menos os que cá vivem) que o calor que faz em Beja não faz em mais lado nenhum. Sobretudo em agosto, onde o maldito nos persegue sem abébias, o dia inteiro. O dia inteiro, sim senhor. Porque nem quando o sol se esconde, o molesto nos dá tréguas. E para tentar escapar dele, e da inveja dos que estão de férias, nada como sair para a rua. Porque em casa ainda está mais quente que lá fora. E assim, rumam os grupos de amigos, os casais de namorados e as famílias de mão dada até à beira mar. Ou ao que cá se pode encontrar mais parecido com tal. Que à noite é o Parque da Cidade, com o seu oceano de calmaria. Perdão, com o seu lago de mansidão. Que reflete a luz da lua quando a há e todas as noites as luzes do bar Cais da Planície. Onde se bebe uma águinha fresca ou um capilé com muito gelo e uma rodela de limão. A ver se refrescamos. E esquecermos que de férias estão os outros. Texto e foto José Serrano

Voz do povo …e Portugal nos Jogos Olímpicos?

Inquérito de José Serrano

João Campaniço 41 anos, desempregado

João Franco 30 anos, desempregado

Carlos Correia 49 anos, carpinteiro

João Palma 59 anos, funcionário dos CTT

Está dentro do expetável. Não tem sido a melhor participação. Nem a pior. Gostei particularmente da atitude dos atletas da maratona feminina, da canoagem e do ping-pong. A deceção foi o judo. Não podemos pedir grandes resultados quando o incentivo à prática desportiva nas escolas é cada vez menor.

Acho que tem sido uma participação positiva. Ainda que não se tenham conseguido, até agora, os melhores resultados em termos de medalhas. Já houve, no entanto, algumas conquistas. Têm sido batidos alguns recordes pessoais e nacionais. E ainda temos atletas em competição.

Tem corrido mal. A participação tem sido péssima. Os atletas prepararam-se de uma maneira que não tem dado resultados. Tem saído tudo errado. Algo se passa. O Estado devia ajudar mais os atletas. E não ajuda. Era importante para toda a gente ouvir o hino nacional. O hino motiva-nos.

A participação da comitiva portuguesa tem sido fraca. A preparação dos nossos atletas fica muito aquém em relação à dos outros países. Talvez os métodos de treino não sejam os melhores. O Estado devia ajudar mais as equipas. As medalhas que se ganham são importantes. Evidenciam o país que as conquista.


Rede social

Semana passada DIA 2, QUINTA-FEIRA ALJUSTREL DETIDOS JOVENS POR TRÁFICO A GNR de Aljustrel deteve dois jovens, de 17 e 24 anos, por suspeita de tráfico de droga. Segundo a guarda, os detidos tinham 201 doses de haxixe e 23,30 gramas de liamba quando foram abordados pelos militares.

DIA 4, SÁBADO MÉRTOLA CÂMARA INAUGUROU SANEAMENTO E ARRUAMENTOS EM CORVOS A Câmara de Mértola inaugurou as obras de saneamento e arruamentos em Corvos, após um investimento superior a um milhão de euros, “em prol da melhoria da qualidade de vida dos habitantes da localidade”. No mesmo dia, foi também inaugurado o parque sénior de Corvos, um projeto da responsabilidade da Junta de Freguesia de Mértola.

DIA 6, SEGUNDA-FEIRA BEJA OBRAS NO PAVILHÃO DO PESCADO DO MERCADO MUNICIPAL ARRANCARAM As obras de requalificação da cobertura do pavilhão do pescado do Mercado Municipal de Beja arrancaram na segunda-feira, num investimento de 99 545 euros, para “corrigir uma situação de segurança física e alimentar” e permitir aos comerciantes prestar um melhor serviço. Segundo a Câmara Municipal de Beja, promotora da obra, a empreitada é “importante e urgente” e inclui impermeabilização, isolamento térmico e substituição de telhas, reboco e pintura de tetos e paredes interiores do pavilhão e transferência de equipamentos de frio e AVAC dos talhos do interior da zona a remodelar para o exterior. Para “minimizar a perturbação do normal funcionamento do mercado”, a obra, prevista durar 75 dias, será executada de forma faseada e irá implicar “alguns ajustamentos” na ocupação de bancas do pavilhão do pescado e a deslocação de alguns vendedores para o pavilhão de frutas e legumes, explicou o município.

MÉRTOLA REGULAMENTO DE ARRENDAMENTO SOCIAL COMEÇA A VIGORAR ESTE MÊS Foi publicado em “Diário da República” o Regulamento Municipal de Atribuição e Gestão do Parque Habitacional de Arrendamento Social de Mértola. As novas regras que determinam o arrendamento de habitação social entram em vigor dentro de duas semanas. No preâmbulo do regulamento, o município de Mértola frisa que “tem procurado intervir no âmbito da requalificação do parque de habitação social do concelho, com o objetivo de resolver e ou atenuar os fenómenos de carência económica/questões sociais de modo a dignificar as condições de vida dos agregados familiares visados”. A autarquia considera necessário “definir as condições de acesso e critérios de seleção para atribuição aos agregados familiares com fracos recursos financeiros/problemas sociais uma habitação adequada e condigna”, dada a atual conjuntura económica e a lacuna existente na regulamentação municipal.

ODEMIRA GNR DETÉM 23 SUSPEITOS DE TRÁFICO NAS IMEDIAÇÕES DO FESTIVAL SUDOESTE A GNR anunciou a detenção de 23 suspeitos de tráfico de estupefacientes, nos últimos dias, nas imediações do Festival Sudoeste TMN, no concelho de Odemira, tendo apreendido haxixe, canábis, cocaína, heroína, MDMA e ecstasy. Fonte do Comando Territorial de Beja da GNR adiantou à Lusa que os 23 suspeitos, todos do sexo masculino, têm idades “entre os 19 e os 30 anos”. As detenções aconteceram no âmbito de uma operação da GNR, entre quarta-feira e domingo, por ocasião da realização, nessas mesmas datas, da 16.ª edição do Festival Sudoeste TMN, na Zambujeira do Mar (Odemira). Além dos 23 detidos por suspeitas de tráfico de droga, já presentes a tribunal e libertados sob Termo de Identidade e Residência, a GNR revelou ter elaborado 63 autos de contraordenação por consumo de estupefacientes. No global, os militares apreenderam 428,35 gramas de haxixe, 115,91 gramas de canábis, 10,7 gramas de cocaína e 0,8 gramas de heroína. A GNR apreendeu ainda 1,1 gramas de MDMA e 67 comprimidos de ecstasy, assim como cerca de mil euros em dinheiro e uma balança digital de precisão. A operação envolveu, ao longo dos cinco dias, 294 militares.

3 perguntas a António Leandro

Presidente da direção da cooperativa que detém o Luiz da Rocha Como está a decorrer o negócio tendo em conta o atual contexto de crise económica?

Está extremamente condicionado pela situação económica que se vive. Nós aqui estamos a sofrer o efeito de um conjunto de crises, é a crise global, a do centro histórico e a provocada pelas obras nas Portas de Mértola. É evidente que isso se reflete no negócio. A crise do centro histórico já dura há mais de uma década, nós já estávamos habituados a lidar com ela, agora o que veio acentuar, e de que maneira, a situação de crise foram as obras das Portas de Mértola que nos transportaram para um volume de negócios de cerca de 50 por cento do que era habitual. A crise provocada pelas obras é mais violenta que as outras duas juntas.

Workshop de pequenos grandes escultores Construções na areia. Um balde, uma pá e muita imaginação. Foi assim em Sines, na praia Vasco da Gama. Os miúdos foram para a areia e o escultor Pedro Mira deu-lhes umas dicas. No fim modelações para todos os gostos e um dia em cheio.

Os Ex-Oriente Lux estão de volta Os Ex Oriente Lux, banda bejense, voltaram a juntar-se. Estão de volta e a Cafetaria do Pax Julia Teatro Municipal foi o local escolhido para a atuação. O grupo nascido em 1985 voltou a dar música aos bejenses, e ainda por cima à borla.

No seu entender, de que forma é que o impacto das obras poderia ser atenuado?

Todos compreendemos que as obras são necessárias e que têm que ser feitas. Ninguém está contra as obras. Contestamos fortemente é o modo, o ritmo, a lentidão impressionante com que isso está a ser feito nesta zona da cidade, que é, e sempre foi, o coração comercial de Beja e onde ainda há um núcleo vivo de comércio tradicional. A maneira como se estão a encarar as obras está a contribuir para que o comércio desta zona leve uma machadada que pode ser fatal. Nós conhecemos situações em outros pontos do País em que obras feitas nestas zonas têm um ritmo e uma dinâmica que não têm nada a ver com o que se está a fazer aqui. As obras tinham sido programadas para acabarem em setembro, estamos a um mês desse prazo e isto não está a meio. As obras não podiam levar tanto tempo, porque este ritmo é que está a matar as casas comerciais. Estávamos preparados para sofrer uma quebra grande no negócio, mas não contávamos era com um espaço de tempo tão prolongado. Uma pessoa já não se sujeita ao ritual de atravessar este deserto de areia e buracos para vir tomar uma bica e comer um bolo.

Teatro do Mar na cidade olímpica O Teatro do Mar, Companhia de Teatro de Sines, apresentou-se em Londres, Inglaterra, a convite do Royal National Theatre. Três dias a apresentar o seu espetáculo “Nusquam”. O teatro português na cidade olímpica. Uma estreia em grande.

Votam na nossa praia? A Câmara Municipal de Odemira aproveitou o Festival Sudoeste para promover a candidatura da praia das Furnas – Rio e Zambujeira do Mar à iniciativa 7 Maravilhas. Uma equipa grande que não se cansou de apregoar os encantos das praias do concelho.

QuefuturoantevêparaoLuizdaRocha? Existe o risco de poder vir a fechar?

Surgiram uns rumores no Facebook, mas isso não está nos nossos horizontes. Trabalham aqui 40 pessoas, seria uma situação dramática. Como não faço futurologia não quer dizer que isso não venha a acontecer, mas não está nos nossos horizontes. É verdade que atravessamos uma fase má, mas isso não é exclusivo do Luiz da Rocha, é comum a todas as casas comerciais, a todas as empresas do País, e muito especialmente aqui na zona das Portas de Mértola. Vamos lutar para superar isto e temos a certeza que vamos conseguir. Nélia Pedrosa

Dançar e cantar até cair no Sudoeste Foram muitos os que foram ouvir músicas a sudoeste. Durante quatro dias encheram a herdade da Casa Branca, em Zambujeira do Mar. Cantaram e pularam que se fartaram. Fizeram a festa com a certeza de que para o ano, lá para os lados de Odemira, há mais.

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Ervidel

Ervidel é um cantinho excelente, é um privilégio morar aqui. Não é uma terra complicada, onde haja grande desordem, é uma aldeia pacata, mas a GNR faz sempre falta”. Paulo Piassab

Guarda diz que não existe “informação que prenuncie o encerramento”

A pacata aldeia que recusa ficar sem GNR

Segurança População diz que existência da GNR impõe respeito

Ervidel luta “há mais de 10 anos” contra “o encerramento ou agenciamento a terceiros da estação dos Correios” existente na aldeia. A construção na sede de concelho de um novo agrupamento escolar com capacidade para mais de 300 alunos também preocupa os eleitos na junta de freguesia, uma vez que “abre a porta ao encerramento generalizado das escolas rurais do concelho”. Por estes dias fala-se no eventual encerramento do posto da GNR que, segundo a autarquia, num espaço de 12 anos, passou “de mais de 10 efetivos para apenas três, o que é manifestamente insuficiente”. Texto Nélia Pedrosa Fotos José Serrano

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entado na soleira da porta da pequena mercearia centenária, nas suas mãos há quase 40 anos, João Torres, de 71, lê o jornal para passar o tempo. O fraco movimento assim lho permite. O negócio está “mortíssimo”, “já não dá nada” e não raras vezes “consome” uma parte da “pouca reforma” do septuagenário. “Estou aqui para estar entretido, para não estar lá no café bebendo as minhas cervejas”, diz, resignado. Por estes dias já só vende “praticamente frutas”, nada “de muito valor”. E é por isso que não teme pela segurança da sua loja, caso o tão falado encerramento do posto da GNR de Ervidel – a aldeia mais distante da sede do concelho, Aljustrel, e o núcleo rural mais populoso – se venha a concretizar. Mas não deixa de o preocupar a possibilidade de a aldeia ficar sem força de segurança. A presença da GNR sempre impõe respeito, diz, ainda para mais nos dias que correm, com “a juventude a não respeitar ninguém”, apesar de Ervidel não registar atualmente “tantos problemas, tantos desacatos”. “Já houve mais. Os jovens, não sei se por causa de não terem emprego, o que faziam aí era roubos. Havia muito roubo, agora já há muito tempo que não. Havia alguns elementos aqui da terra, que hoje já cá não estão, que eram as causas de muita coisa que havia aí”. Já Patrícia Santos, a jovem proprietária do café/restaurante A Praça, localizado quase em frente à pequena mercearia centenária de

Em luta O possível encerramento de um serviço público em Ervidel já não é novidade

João Torres, sempre que se fala do eventual encerramento do posto, não consegue deixar de pensar no assalto ocorrido há cerca de dois anos no seu espaço comercial. Um assalto que causou prejuízos “que ascenderam aos três mil euros”. Levaram “o tabaco todo, café, bebidas alcoólicas” e o “mealheiro” com o montante para “a nova cozinha do restaurante”. Se assim foi havendo um posto na aldeia, diz, com o possível fecho Patrícia teme o pior. “Já sabia dessa possibilidade [encerramento], eu lido aqui muito com eles [militares da GNR], porque vêm beber café e às vezes buscar comida e, por acaso, já me tinham alertado para isso. Vamos ficar pior do que estamos. Com o posto as pessoas sempre têm mais respeito, em fechando é pior, é muito mau”. Junto à esplanada do café, acabado de chegar de um turno nas minas de Neves-Corvo (Castro Verde), Paulo Piassab, de 32 anos, reforça a ideia. “A criminalidade no Baixo Alentejo ocorre em terras que não têm um único guarda, temos o caso de Montes Velhos [lugar da freguesia de São João de Negrilhos, também no concelho de Aljustrel]. A taxa de criminalidade dispara que é uma coisa louca. As pessoas não têm trabalho e acabam por optar por um caminho mais ruim”, diz o condutor/manobrador que trabalha na Somincor há dois anos. Patrícia Soares confirma: “Aqui à volta há muitos [assaltos], muitos. Em Montes Velhos

então… Nós vamos ouvindo falar de tantos lugares. Em Ferreira [do Alentejo] também é só assaltos, abalou dali a GNR para Figueira de Cavaleiros e as coisas pioraram”. “Ervidel é um cantinho excelente, é um privilégio morar aqui. Não é uma terra complicada, onde haja grande desordem, é uma aldeia pacata, mas a GNR faz sempre falta. Não havendo posto a criminalidade aparece mais depressa, sem dúvida nenhuma”, acrescenta Paulo Piassab, que condena todo e qualquer encerramento de serviços públicos. “Parece que o Alentejo é para parar, não dá para compreender, não há investimentos, não há nada, estão a tirar-nos o pouco que temos. Se nos vão tirar o posto da GNR, as escolas, o posto dos Correios, então ficamos com o quê? Podem também tirar a Internet e ficamos isolados do mundo. Não queremos o fecho da GNR, mas ainda aguentamos, mas o encerramento da escola é que vai deixar as pessoas um pouco mais revoltadas. As crianças teriam que ir para Aljustrel [a 14 quilómetros]. Crianças de seis, sete anos, a apanharem o autocarro de manhã, a passarem o dia todo fora de casa, é complicado”. O possível encerramento de um serviço público em Ervidel já não é novidade. A população luta há “mais de 10 anos” contra “o encerramento ou agenciamento a terceiros da estação dos Correios” existente na aldeia, diz o presidente da junta de freguesia. E a construção na sede de concelho de um

novo agrupamento escolar com capacidade para mais de 300 alunos também preocupa os eleitos, uma vez que, dizem, “abre a porta ao encerramento generalizado das escolas rurais do concelho”. “Já há muito tempo que se fala no encerramento do posto da GNR, mas em concreto não sei de nada, mas acho mal, faz sempre falta. Se o posto também fechar logo temos a aldeia morta. Não deviam fechar os serviços, nem juntas de freguesia, nem correio, nem nada, faz tudo falta, principalmente a autoridade”, diz Etelvina Silva, de 53 anos, proprietária de um minimercado há 26, para logo acrescentar que “não é que em Ervidel se passe muita coisa, mas o que se ouve na comunicação social é que há roubos em todo o lado e às vezes são mais os estragos que fazem do que aquilo que levam”. No mesmo dia em que realizámos esta reportagem o presidente da Câmara Municipal de Aljustrel reuniu-se com o comandante territorial de Beja da GNR e com o comandante do Destacamento Territorial para, entre outros assuntos, analisar “a evolução das questões de segurança no concelho de Aljustrel e a articulação com a estrutura local da GNR”. Num comunicado enviado no dia seguinte, 3, a autarquia refere que “o comando da GNR confirmou que não existe por parte da tutela informação que prenuncie o encerramento de qualquer posto da GNR no concelho de Aljustrel”.


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Manuel Nobre Presidente da Junta de Freguesia de Ervidel

Existe a possibilidade de o posto da GNR de Ervidel poder vir a encerrar. Que repercussões poderão advir deste encerramento?

A segurança das populações e dos seus bens é uma preocupação da junta e um dos objetivos da GNR. É com este espírito que há largas décadas Ervidel se habituou e tem sabido valorizar o papel desta força de segurança, que tem funcionado como elemento dissuasor e preventivo no que concerne à segurança pública. Sendo Ervidel a aldeia mais distante da sede do concelho e o núcleo rural mais populoso, não entendemos a progressiva redução de efetivos no posto à velocidade de quase um por ano desde 2000. Ervidel é uma freguesia essencialmente agrícola, que num futuro próximo irá dispor de uma importante infraestrutura agrícola, com a introdução do perímetro de rega, para além de se encontrar entre importantes eixos rodoviários, assim, preocupa-nos qualquer redução dos já insuficientes efetivos ou dos horários de funcionamento, pois não aceitamos que se pense em transformar o posto em uma espécie de delegação que só servirá para atender telefones. Que medidas já foram tomadas para evitar o seu fecho?

Núcleo Rural mostra “ciclo do grão” Nas instalações de um antigo lagar de azeite, já desativado e que serviu mais tarde como oficina de depósito de materiais da junta de freguesia, fica situado o Núcleo Rural de Ervidel, que integra o Museu Municipal de Aljustrel. O núcleo apresenta aos visitantes, de acordo com o Museu Municipal, diversos núcleos. A reconstituição de uma casa rural com cozinha e quarto de dormir; um núcleo dedicado à apicultura; e um núcleo maior sobre o “ciclo do grão”. O espólio exposto “resulta de recolhas de material etnográfico, efetuadas no concelho, e da aquisição, por parte da Câmara Municipal de Aljustrel, da coleção de um lavrador local, José Ramires Saraiva, que ao longo da sua vida foi guardando diversas alfaias agrícolas que iam sendo substituídas por maquinarias mais evoluídas”. No âmbito dos pontos de interesse, destaque ainda para as adegas, para o centro cultural que possui em anexo um lagar de azeite de meados do séc. XX, para as características chaminés, para a barragem do Roxo ou para o património edificado, nomeadamente a ermida de São Pedro (século XVII) e a igreja Matriz (século XVI-XVIII).

Estamos a acompanhar com atenção a situação, as condições de funcionamento desta unidade, bem como a eventualidade da redução de efetivos ou a míngua dos serviços prestados. Assim que tenhamos algum dado oficial que vise reduzir a presença da GNR ou os serviços de proximidade, agiremos firmemente ao lado da população, reivindicando e garantindo a sua segurança e dos seus bens. Quantos habitantes tem Ervidel, de acordo com o Censos 2011?

Ervidel é uma terra que tem perdido população, como a generalidade das aldeias e vilas do interior do País, devido à falta de emprego e às oportunidades que as grandes cidades sempre prometeram. Desde a década de 60, época em que tínhamos mais de seis mil habitantes, que a população começou a decrescer. O Censos 2011 confirma esta realidade, caracteriza a nossa freguesia como a que na última década mais decresceu no concelho de Aljustrel. Hoje temos cerca de mil habitantes, facto que poderá dever-se à proximidade com Beja. A que setores se dedica a população ativa?

O setor dos serviços em Beja e a atividade mineira são as áreas que mais contribuem para o emprego, no entanto há outros setores que absorvem mão de obra, mas em menor número, como o serviço social, a agricultura ou a construção civil. Quais são os principais problemas de Ervidel?

Ervidel não foge à regra, à semelhança das freguesias rurais do interior do País, o envelhecimento da população, a fixação dos jovens e a falta de emprego são os principais problemas com que nos debatemos. Os sucessivos governos e as suas políticas têm contribuído para o agravamento destas questões e o interior do País tem vindo a ser fortemente prejudicado em detrimento dos grandes centros urbanos.

Vin&Cultura aposta na valorização do mundo rural Ervidel recebe todos os anos em novembro a Vin&Cultura, um evento que é considerado um dos mais importantes do concelho de Aljustrel. “Este certame, que já tem 10 anos de existência, é também uma referência a nível regional, desde logo pela sua particularidade enquanto evento que associa a cultura tradicional a uma importante atividade económica característica da nossa freguesia, a vitivinicultura”, explica o presidente da junta, Manuel Nobre, adiantando que o evento “constitui uma afirmação das potencialidades específicas da freguesia e uma aposta na valorização do mundo rural, sabendo aliar a tradição à modernidade como incentivo à produção da vinha, do vinho e do setor agrícola em geral, enquanto importantes fatores de criação de riqueza”. A rota das adegas, um dos vários atrativos, “é um momento único e de ímpar genuinidade, em que se pode provar os vinhos dos diferentes produtores”, sendo que por esta altura “algumas famílias abrem as suas adegas aos visitantes”. Existe também “a oportunidade de observar a produção artesanal de azeite no antigo lagar de Ervidel, a laborar nesta ocasião pela junta de freguesia” e “a animação que envolve as ruas desta aldeia completa, harmoniosamente, o ambiente que se vive por estes dias, enriquecidos com vários espetáculos musicais na adega coletiva, atuações de grupos corais e etnográficos”, num programa onde não faltam também “os petiscos tradicionais e as barraquinhas de produtos regionais”, conclui o autarca.


Diário do Alentejo 10 agosto 2012

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Obras na Loja Social de Ferreira do Alentejo

Atual Médicos cubanos entraram ao serviço no Baixo Alentejo Sete dos 17 médicos cubanos destinados a prestar cuidados nos serviços de saúde do Alentejo Litoral iniciaram funções no final da semana passada, depois de credenciados pela Ordem dos Médicos (OM), anunciou a Administração Regional de Saúde (ARS) do Alentejo. O diretor do Agrupamento de Centros de Saúde do Alentejo Litoral (Acesal), Paulo Espiga, confirmou à Lusa que os novos clínicos “já estão a dar consultas”, embora “ainda com o apoio de colegas” e “numa fase de integração e habituação”. No início de julho, o responsável pelo agrupamento de centros de saúde tinha reconhecido que mais de 44 mil habitantes do litoral alentejano estavam sem médico de família. A situação nos concelhos de Alcácer do Sal, Grândola, Odemira, Santiago do Cacém e Sines tinha-se agravado quando, no final de junho, os 12 médicos cubanos que ainda exerciam funções regressaram a Cuba, após o período de três anos contratado. De acordo com a ARS do Alentejo, está previsto que, no decorrer deste mês, “mais 10 médicos de nacionalidade cubana entrem em funções, assim que obtenham aproveitamento na avaliação que decorrerá, em breve, na OM”. Também na Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (Ulsba) entraram em funções quatro médicos cubanos, que ficaram colocados nos centros de saúde atualmente com maior carência de clínicos, nomeadamente em Moura, Ferreira do Alentejo e Almodôvar.

“Curtir sem cair” contra o álcool e drogas em Grândola “Curtir sem Cair” é o mote de uma campanha de sensibilização contra o consumo excessivo de álcool e outras drogas que assinala, em Grândola, o Dia Internacional da Juventude. Pelo 4.º ano consecutivo, a iniciativa é promovida pela câmara, em parceria com diversas entidades, e pretende alertar consciências ao som de música para dançar. Uma das iniciativas, amanhã, sábado, vai transformar a rua Infante D. Henrique (mais conhecida pela rua dos bares) num “palco” para várias ações de sensibilização, ao som da música do Dj Miguel Angelo.

O edifício da loja social da Câmara Municipal de Ferreira do Alentejo está a ser submetido a obras de melhoramento, divulgou a autarquia, revelando que, durante a empreitada, este serviço funciona no edifício da Divisão de Ação Social, Educação e Formação. A loja social tem como objetivo elevar as condições

de vida de pessoas em situação de vulnerabilidade social, através da atribuição de um leque variado de bens. Vestuário, calçado, eletrodomésticos, material informático, mobílias, livros e brinquedos são alguns dos artigos disponibilizados pelo serviço, que já apoiou 669 pessoas.

MODA com novo presidente e apostas para 2012-2013 Francisco Lourenço Teixeira foi eleito presidente da MODA – Associação de Cante Alentejano, entidade com sede em Cuba e parceira da candidatura do Cante a Património Imaterial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco). Segundo a entidade, no presente biénio de 2012-2013, as apostas dos novos corpos sociais vão passar pelo reforço do trabalho com os grupos corais e em

relação aos aspetos fundamentais do cante. A MODA revela também a intenção de constituir um conselho consultivo, “constituído por individualidades com reconhecido trabalho de carácter técnico, científico ou outro no âmbito do cante alentejano”. Este conselho terá como objetivo apoiar as atividades da associação e dos grupos corais e “ajudar a abrir perspetivas sobre os caminhos para o cante no presente e no futuro”, acrescenta a MODA.

Câmara de Serpa quer explicações do Ministério da Saúde

Utentes protestam contra eventual fecho das urgências promovida pela Câmara, pela Assembleia Municipal e pelas juntas de freguesia do concelho de Serpa. Câmara quer explicações do Ministério da Saúde A Câmara

Protesto Utentes criaram comissão para promover várias iniciativas em defesa do serviço de urgência

A comissão de utentes de saúde de Serpa promove no dia 31 deste mês uma ação de protesto contra o eventual fecho das urgências e em defesa da instalação do Serviço de Urgência Básica (SUB) no hospital da cidade.

O

protesto servirá “essencialmente” para contestar o proposto encerramento das urgências e defender a instalação do “prometido” SUB no Hospital de São Paulo, em Serpa, diz Palmira Guerreiro, da recém-criada Comissão de Utentes da Saúde e Outros Serviços Públicos do Concelho de Serpa. Os utentes “não aceitam” a proposta de fecho das urgências do hospital de Serpa e, por isso, criaram a comissão, para promover várias iniciativas em defesa do serviço e da unidade de saúde, como o protesto do dia 31, explicou. A comissão para a reavaliação da Rede Nacional de Emergência e Urgência propôs ao Governo o encerramento de 16 serviços de urgência classificados como tal num despacho de 2008, entre os quais o SUB de Serpa. No entanto, não existe, porque ainda não foi criado, nenhum SUB em Serpa,

onde funciona um Serviço de Urgência Avançada (SUA) no hospital da cidade. Por esta razão, disse Palmira Guerreiro, a comissão de utentes “estranha” a proposta de fecho de um serviço que, “na prática, não existe”, apesar de estar prometido e ser reivindicado, e “receia” que leve à não instalação do SUB e ao fecho do SUA que existe em Serpa. Segundo Palmira Guerreiro, a realização do protesto, cujos local e hora estão por definir, foi decidida na última reunião da comissão de utentes, após a maioria PSD/CDS-PP na Assembleia da República ter chumbado, no passado dia 25 de junho, três projetos de resolução sobre o Hospital de Serpa. Os projetos de resolução, um do PCP, um do Partido Ecologista “Os Verdes” e outro do Bloco de Esquerda, eram baseados numa petição em defesa da manutenção e da reposição de serviços e da instalação do

A comissão de utentes “estranha” a proposta de fecho de um serviço que, “na prática, não existe”, apesar de estar prometido e ser reivindicado, e “receia” que leve à não instalação do SUB e ao fecho do SUA que existe em Serpa.

SUB no hospital da cidade. A pet ição, que reu niu cerca de 4 500 assinaturas, foi

de Serpa pediu entretanto, com “caráter de urgência”, uma reunião com o Ministério da Saúde para obter esclarecimentos sobre o eventual fecho das urgências do hospital. A autarquia refere, em comunicado, que pretende “esclarecer a repercussão do estudo do Governo que recomenda o encerramento dos Serviços de Urgência do Hospital de São Paulo”. “Temos dúvidas, em relação a este estudo, e queremos reunir com o ministério, com caráter de urgência, para ficarmos esclarecidos”, afirmou à Lusa Tomé Pires, vice-presidente da autarquia. “A SUB foi anunciada em 2008, mas nunca foi implementada. Logo, se mandam fechar uma coisa que não está aberta, isso suscita dúvidas”, argumentou Tomé Pires. O município pretende saber, “tendo por base o estudo, se a intenção do Governo é nunca vir a implementar a SUB ou acabar mesmo com o Serviço de Urgência Avançada” do hospital. “E queremos também saber qual o futuro do Hospital de São Paulo, porque se a unidade não tiver os outros serviços todos por trás, a urgência não pode funcionar”, frisou. No mesmo comunicado, a Câmara de Serpa manifesta o seu “total desacordo” em relação às conclusões do estudo do Governo, contrapondo que “não estão a ser tidos em conta os interesses das populações”. A concretizar-se a medida, pode ler-se, os habitantes “ficariam ainda mais desprotegidos e vulneráveis, numa região onde estão a ser encerrados progressivamente muitos dos serviços públicos fundamentais”.


O Comando Distrital de Beja da Polícia de Segurança Pública, no âmbito de um processo de investigação levado a efeito pela sua Esquadra de Investigação Criminal, relativamente a um furto em interior de residência, constituiu arguidos dois indivíduos do sexo masculino, com 16 e 24 anos de idade. De acordo com a força de

segurança, da referida ação policial resultou também “a apreensão de uma arma de pressão de ar, 216 munições calibre ponto 22, seis munições 6,335 mm e várias peças de vestuário”. A PSP adianta que se mantêm em curso “diligências no sentido de se recuperarem outros objetos/valores, produto do furto em questão”.

07 Diário do Alentejo 10 agosto 2012

PSP constitui dois arguidos por furto a residência

Aljustrel troca entradas nas piscinas por bens alimentares Durante o mês de agosto, altura em que se assinala o Dia Internacional da Solidariedade, a Câmara Municipal de Aljustrel promove “uma iniciativa inédita” de modo a “alimentar” o banco de alimentos da loja social. Assim, a cada terça-feira deste mês as entradas na Piscina Municipal de Aljustrel são gratuitas, mediante a entrega de um bem alimentar. Os utentes poderão “trocar” a sua entrada “por pacotes de arroz, massa, leite, farinha, açúcar, bolachas ou por uma garrafa de óleo, azeite ou ainda conservas, salsichas, feijão, grão, cereais, entre outros”, adianta a autarquia.

Câmara de Beja corta nos apoios aos clubes desportivos

CDU acusa PS de “asfixia” do movimento associativo Os clubes desportivos de Beja vão receber de apoios camarários, em 2012, cerca de metade da verba atribuída no ano anterior. A oposição do PCP não concorda e apresentou uma proposta na reunião do executivo camarário no sentido de serem respeitados os “compromissos assumidos” quer aquando da discussão das Grandes Opções do Plano e Orçamento, em dezembro de 2011, quer em fevereiro deste ano, quando foi aprovado, em Assembleia Municipal, o Plano de Atividades e Orçamento. Texto Aníbal Fernandes

M

iguel Ramalho, vereador do PCP na Câmara de Beja, acusa o executivo socialista de faltar ao compromisso assumido pelos socialistas e de cortar “mais de 50 por cento” das verbas – anunciado pelo exe-

cutivo – que estariam destinadas para o apoio ao movimento associativo desportivo. O vereador da oposição lembra ao “Diário do Alentejo” que à redução de 100 mil euros tem de se juntar o corte nos apoios às atividades desporti-

vas pontuais “que desaparecem”. Miguel Góis, vereador do PS com a tutela do movimento associativo, confrontado com estas declarações, disse ao “DA” que “não é por uma rubrica do orçamento ter uma determinada verba que se tem de a gastar. As decisões que o município toma têm por base uma boa gestão orçamental”. O vereador socialista justifica o corte com a “quebra de receitas, nomeadamente do IMI”, e com o facto de a Lei dos Compromissos não permitir “o que se fazia no passado” e que levou o município “à situação de défice financeiro em que se encontra”.

Mas Miguel Ramalho argumenta que os constrangimentos financeiros da Câmara de Beja “não são diferentes de outros municípios do distrito” e refere, nomeadamente “os casos de Serpa, Moura e Castro Verde, onde o corte não ultrapassou os cinco por cento, e Vidigueira, onde nem sequer existiu corte”. Para o vereador comunista, esta política configura “a asfixia” do movimento associativo desportivo e prescreve-lhe uma “morte lenta” e “caso a CDU não levantasse o problema” estaria previsto “um corte total”. Segundo Miguel Ramalho, em maio “a presidente

da junta de freguesia de Santa Vitória foi informada disso”, e, posteriormente, em junho, “numa reunião interna com chefes de serviço”, o presidente reiterou a mesma intenção. Miguel Góis diz que lamenta “a postura demagógica e destrutiva” do PCP, a quem gostava de ver ajudar na busca de “soluções construtivas”. Questionado pelo “DA” sobre a abrangência dos cortes nos outros setores do associativismo concelhio – ao qual no último ano foram distribuídos cerca de 40 mil euros – o vereador disse ser ainda cedo para avançar com números.

Contra aplicação do Código de Trabalho

O

s t raba l hadores d a Somincor, reunidos em plenários que terminaram já na madrugada de quarta-feira, “reafirmaram a sua disponibilidade” para prosseguir com a greve ao trabalho suplementar em protesto contra a intenção de a administração aplicar as normas do novo código do trabalho, disse ao “Diário do Alentejo” Jacinto Anacleto, do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira (STIM). O sindicalista lembra que a legislação que entrou em vigor no início de agosto “não é vinculativa” e, como tal, “as empresas não são obrigadas a adotar o novo código de trabalho”, acrescentando que no caso concreto da Somincor “nada o justifica”, uma vez que tem tido “lucros fabulosos, não se tratando, portanto, de uma empresa em situação difícil”. Os trabalhadores exigem que a empresa mantenha o descanso compensatório resultante do trabalho suplementar e as repetivas

JOSÉ FERROLHO

Mineiros de Neves-Corvo em greve ao trabalho extraordinário

Protesto Trabalhadores exigem que a empresa mantenha o descanso compensatório resultante do trabalho suplementar

percentagens atuais de acréscimo. O sindicato reuniu-se com a administração no início desta semana, e aí foram informados da intenção

de reduzir o pagamento das horas extraordinárias a metade do que estava acordado. Na primeira hora extra, o valor a pagar terá um

acréscimo de 25 por cento (contra os anteriores 50 por cento) e de 37,5 por cento nas horas seguintes (contra os anteriores 70 por cento).

Acresce que é intenção da Somincor “rasgar um acordo negociado e em vigor na empresa” que concede aos trabalhadores, em quatro feriados especiais (1 de janeiro, 1 de maio, 24 e 25 de dezembro), o pagamento a 300 por cento, mais o dia de descanso, disse Jacinto Anacleto. Mas os cortes não se ficam por aqui: a partir de 2013 os trabalhadores das minas de Neves-Corvo terão menos três dias de férias. O anúncio destas medidas criou um clima de contestação, e, no passado fim de semana, mesmo sem pré-aviso de greve, mais de 90 por cento dos trabalhadores recusaram-se a fazer horas extra, diz o STIM, em comunicado. Jacinto Anacleto quer que, “em face da luta, a administração reconsidere” e que não avance para “a implementação de um horário de laboração contínua, com folgas rotativas”. O líder sindical lembra que este sistema já foi utilizado na Somincor e “traz tristes memórias”, como o aumento de acidentes de trabalho e a perda de produtividade. AF


Câmara de Serpa oferece manuais escolares

A Câmara Municipal de Serpa vai oferecer, pelo quinto ano consecutivo, os manuais escolares a todos os alunos do 1.º ciclo do ensino básico do concelho. A iniciativa vai beneficiar cerca de 600 alunos e tem um custo previsto de 22 000 euros. A aquisição dos manuais será feita nas livrarias e papelarias do concelho, à semelhança dos anos anteriores. Esta é uma medida que se insere “na política de educação que tem vindo a ser seguida

pelo município, e da qual fazem parte a componente de apoio à família no ensino pré-escolar, a realização de ATL durante as férias letivas, e o apoio aos transportes escolares”. Ao nível dos auxílios económicos, a câmara “apoia as famílias carenciadas nas refeições e na aquisição de material escolar, para os escalões A e B, correspondendo o escalão A ao pagamento na totalidade do valor da refeição diária e o escalão B a 50 por cento do valor da refeição”.

JOSÉ SERRANO

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Dia Internacional da Juventude comemora-se no domingo

Jovens e aldeias ligados por um fio de água Este domingo, 12 de agosto, assinala-se por todo o mundo o Dia Internacional da Juventude. Com o tema “Construir um Mundo Melhor: Parcerias com a Juventude”, o lema pode aplicar-se ao que se espera que 15 jovens estagiários façam, a partir de setembro, nas aldeias ribeirinhas do Alqueva. Texto Marco Monteiro Cândido

A

construção da barragem de Alqueva, mais precisamente o encerramento das comportas e o enchimento da albufeira, mudou completamente, a partir de 2002, o aspeto das paisagens circundantes. Muita terra ficou debaixo de água. Muita terra que antes não tinha água por perto passou a têla. Desde que a barragem começou a encher, e encheu completamente, tornando-se o maior lago artificial da Europa, com 250 quilómetros quadrados de água quando na cota máxima, a paisagem mudou drasticamente. Mas não só. Foi também o viver das populações, as esperanças que ganharam novo fôlego, as perspetivas de amanhãs melhores que redobraram. Dez anos depois, o ganho para essas populações ribeirinhas vai sendo adiado. Pelo contrário, vão perdendo população e vão perdendo anos, à medida que estes vão correndo, como o Guadiana outrora corria. Numa tentativa de dinamizar as aldeias ribeirinhas do Alqueva, preservando o que há de preservar e dinamizando o que há para

dinamizar, a Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA) lançou recentemente um projeto para atrair jovens qualificados para a região, num projeto semelhante e inspirado pelo de Querença, no Algarve. A iniciativa, em parceria com a Associação Transfronteiriça dos Municípios das Terras do Grande Lago Alqueva (Atmtgla), pretende procurar soluções para dinamizar o território e as potencialidades criadas pelo Alqueva, valorizando os ativos endógenos e da cultura local de cinco aldeias ribeirinhas da região. A saber: Capelins (Alandroal), Póvoa de São Miguel (Moura), Luz (Mourão), Alqueva (Portel) e Campinho (Reguengos de Monsaraz). Serão 15 estagiários, cujo processo de seleção está a decorrer, que a partir de setembro estarão nas aldeias durante nove meses. As áreas de formação pretendidas vão do turismo ao deporto, passando por engenharia alimentar, agronomia ou marketing e animação sociocultural. Capelins é uma dessas aldeias ribeirinhas. A que fica mais a norte, das cinco. Freguesia do concelho de Alandroal, tem cerca de 530 habitantes, numa área de 86 quilómetros quadrados, sendo também conhecida por Santo António, uma espécie de nome alternativo ao nome oficial. Arlindo Dias é o presidente da junta de freguesia local e considera que a ida dos jovens para a sua freguesia é uma mais-valia, não só para a sua terra, como para os próprios jovens. “Há que agarrar esta oportunidade para que estas freguesias rurais tenham

perspetivas mais globais e não a curto prazo”. O entusiasmo em torno da ida dos jovens para Capelins é normal e ansiado. Freguesia rural, envelhecida como tantas outras, é pensando, também, no futuro que pretende receber os estagiários de braços abertos. “Vamos beneficiar do conhecimento que vão trazer, apesar do investimento não estar fácil. Mas a freguesia vai ganhar com a vinda deles e eles também ficarão mais enriquecidos”. Póvoa de São Miguel, no concelho de Moura, é outra das aldeias que fazem parte do projeto, integrando também a Estrela, aldeia da mesma freguesia. Para o presidente da junta de freguesia de Póvoa de São Miguel, Rui Almeida, este é um projeto “interessante e benéfico”. “É benéfico para as populações e para as pessoas que acabam os cursos e não têm emprego. É também uma porta aberta para esses jovens que acabam as suas licenciaturas”. Quanto à continuação que o projeto terá, Rui Almeida sublinha que não se pode garantir de que haverá seguimento daqui a um ano, devido aos cortes orçamentais que as freguesias rurais têm sofrido. “Acredito que alguns estagiários poderão continuar, onde os trabalhos se poderão aproveitar e haverá um esforço por parte das freguesias para que se possa dar continuidade”. Durante os nove meses de estágio, os participantes no projeto deverão “envolver-se na vida das aldeias, perceber e entender as suas potencialidades, trocar conhecimentos e, tendo por base o desenvolvimento das suas competências, criar projetos empresariais numa

perspetiva sustentável e de longo prazo”, segundo o que se pode ler no documento de divulgação dos estágios. Para Rui Almeida é isto que faz sentido acontecer e que as populações, ao mesmo tempo, desejam. “Tudo o que é a vinda de gente jovem, dinâmica, com vontade de trabalhar, gente com ideias diferentes, é sempre bem--vinda e a população recebe sempre essa gente de braços abertos. Até porque o objetivo também é o de haver um intercâmbio com as populações e, dessa forma, também estão ansiosos”. No concelho de Reguengos de Monsaraz, a aldeia do Campinho também está à espera que setembro chegue e, com ele, jovens que dinamizem a terra, criem valor e mais-valias, como é notório no discurso do presidente da junta de freguesia, Luís Fonseca. “Nós esperamos muito. Em termos de divulgação de todo este potencial que existe junto ao grande lago do Alqueva, nomeadamente, a cultura das populações, é muito bom”. Luís Fonseca acredita que o trabalho gerado poderá ser o embrião de pequenas e médias empresas no futuro e que, possivelmente, seja esse um caminho para ultrapassar a crise instalada. “Talvez seja a partir deste tipo de projetos que se possa fazer o relançamento. A intenção é essa, que os estagiários deixem montado o que seria uma empresa para funcionar por contra de outros ou eles próprios criarem a sua empresa”. Sobre a expectativa das pessoas do Campinho, pouco há a dizer. “Estão desejando que isto comece”.


Revisão do PDM de Aljustrel termina no início de 2013 A Câmara de Aljustrel anunciou que o processo de revisão do Plano Diretor Municipal (PDM), o “mais importante instrumento” de planeamento e ordenamento do território do concelho, deverá terminar no primeiro

Os bares e a discoteca de Ferreira do Alentejo vão poder estar abertos até mais tarde, durante os sábados deste mês, tendo o município autorizado o fecho de portas às 4 e às 6 horas, respetivamente. “Os bares, os cafés e a discoteca dão, apesar da crise económica, um contributo muito importante na promoção e dinamização da vila, nomeadamente na organização de atividades de âmbito cultural”, e para “uma maior dinâmica e envolvência social”, realça a Câmara de Ferreira do Alentejo. Por isso, divulga a autarquia, estes estabelecimentos vão poder encerrar mais tarde nos dias 11, 18 e 25 deste mês.

trimestre de 2013. Segundo o município, a proposta de revisão do PDM, elaborada pela autarquia em articulação com organismos da administração central e local, foi apresentada à comissão de acompanhamento na Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do

Alentejo. Após a aprovação final pela CCDR do Alentejo e pela Assembleia Municipal de Aljustrel, o plano entrará em vigor com a publicação em Diário da República, num processo que, estima o município, deverá ficar concluído no primeiro trimestre do próximo ano.

Só agosto pode “salvar” o verão

Afluência ao campismo do Alentejo em queda

A

pesar de ser mais barato acampar do que ficar em hotéis, a afluência aos parques de campismo alentejanos tem registado uma queda e só o mês de agosto pode “salvar” o verão, disseram responsáveis do setor à Lusa. Custódio d’Oliveira, administrador do Camping Porto Covo, situado na localidade balnear do concelho de Sines, não tinha “as melhores” expetativas para este verão, tendo em conta a “conjuntura adversa” que Portugal atravessa, mas estava “esperançado” de que os parques de campismo “não PUB

fossem dos mais afetados”. Contudo, no mês de julho, registou uma redução da ocupação na ordem dos oito por cento, em relação ao mesmo período do ano anterior, apesar de, nestes primeiros dias de agosto, ter já “o parque praticamente lotado, como vem sendo habitual”. O administrador referiu ainda uma “certa retração nos consumos no restaurante, bar e salão de jogos”. No Zmar, um parque de campismo “amigo do ambiente” situado a poucos quilómetros de Zambujeira do Mar (Odemira), também se

sentiu uma diminuição dos gastos dos clientes. Segundo o administrador, Francisco de Mello-Breyner, até houve um “aumento de 20 por cento de pessoas hospedadas”, em relação ao ano passado, contudo, para a mesma estadia média de quatro ou cinco dias, “a faturação desceu 10 por cento”. “As pessoas procuram, porque o produto é bom, mas não gastam tanto em alimentação e em diversão, porque não têm dinheiro”, explicou, referindo que o empreendimento poderá ter de equacionar “reduzir

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Bares e discoteca de Ferreira fecham mais tarde

custos”. Já Acúrcio Leal, proprietário do Camping Zambujeira, à entrada de Zambujeira do Mar, estimou “um aumento de frequência entre seis e sete por cento” desde 1 de abril, acompanhado de “uma ligeira melhoria em termos de faturação”, embora admita que aumentou “um pouco” os preços. Apesar de não saber as razões que levaram as pessoas a procurar mais o seu parque de campismo, sugeriu que poderia ser por se tratar de um alojamento “mais em conta”.

Criadores de Porco Alentejano constroem nova sede A Associação de Criadores de Porco Alentejano (ACPA) já começou a construir uma nova sede, em Ourique, a partir da requalificação de um edifício antigo no centro da vila, num investimento de 173 761 euros. O projeto resulta de uma parceria entre a câmara, que cedeu o edifício, a ACPA e os seus associados, que contribuíram com donativos para garantir o valor da comparticipação nacional da obra, que é cofinanciada em 74 556 euros por fundos comunitários. Através da nova sede, a ACPA vai poder “melhorar” as condições de trabalho, “reforçar a qualidade dos serviços prestados aos associados e ao desenvolvimento das políticas de preservação e promoção do mundo rural” e “afirmar a localização da sede em Ourique”.


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“Vou estar por cá 15 dias. Venho sempre, normalmente, para o mesmo sítio. Isto acaba por ser um ponto de encontro”. João Grileiro

Reportagem

Destino de famílias alentejanas verão, após verão

A planície a banhos em Monte Gordo No sotavento algarvio há um lugar que continua, ano após ano, verão após verão, a atrair dezenas de alentejanos. Monte Gordo. E a culpa, essa,

N

a estrada, em direção a Mértola, que segue rumo ao Algarve, passam os carros repletos de famílias que procuram um lugar ao sol, um lugar ainda mais ao sul. As bagageiras, carregadas de baldes para fazer castelos na areia e de malas, não deixam dúvidas. Chegou agosto e é tempo de férias. Uns preparam-se para ausentar-se uma semana. Outros 15 dias. E tantos outros há que nos meses de calor por lá ficam à beira mar estendidos. Mas onde? Naquela que é já considerada a praia mais alentejana do Algarve. Monte Gordo. Todos os anos repete-se a romaria. Passa-se a ponte sobre o Guadiana e diz-se adeus à planície dourada. Tudo por uns dias de descanso na praia de água quente e de areal a perder de vista. Beja por estes dias é uma cidade mais vazia de gente e a explicação, essa, surge rapidamente: “Está tudo na praia”, dizem. Enquanto tantos outros acrescentam: “Foram de férias para Monte Gordo”. Sempre Monte Gordo. Esta continua a ser a praia preferida de muitos alentejanos, principalmente do interior. Mas não são só as gentes de Beja que por ela se continuam a encantar, verão após verão. Muita gente de Serpa, Moura, Barrancos e Mértola também a escolhem como destino. Mas se por aí fossemos teríamos ainda de acrescentar mais concelhos à lista. E se antigamente o principal argumento apresentado para a escolha era a distância, hoje em dia já não é só esse o motivo da ida. E que o gosto de ir para Monte Gordo enraizou-se. Seguimos viagem. Entre curvas, o Baixo Alentejo fica cada vez mais para trás. Grande parte do troço foi requalificado e na estrada, que todos lembram ter estado em pior estado, continuam a passar os “montegordinos” por uma semana, 15 dias ou até mais. Consoante o tempo disponível e a carteira. Um quilómetro, outro e mais outro. Os cafés à beira de estrada convidam a uma água. É cedo e as minis são servidas em maior número à tarde. O sol quente não dá tréguas. E na estrada seguem os que morrem de desejo por um banho. Lá, em Monte Gordo, o local de chegada. Castro Marim, Vila Real de Santo António e, por fim, Monte Gordo. O pinhal a perder de vista. Os carros vagarosos, como quem os conduz, os miúdos nas bicicletas rumo ao mar. O parque de campismo repleto de caravanas e tendas. Veraneantes de toalha às costas e guarda-sol na mão.

é da distância, da imensidão do areal, da proximidade a Espanha, da água quente do mar. Mas, sobretudo, do gosto, do gosto que se enraizou nas gentes que não deixam de ir àquela que é já considerada a praia mais alentejana do Algarve. Monte Gordo é, afinal, um ponto de encontro. O ponto de encontro dos que para lá se habituaram a ir de férias, quando o sol quente não dá tréguas à planície dourada. Texto Bruna Soares Fotos José Serrano

Chegámos. Procuramos por alentejanos e a tarefa não é difícil. “Monte Gordo está cheio de alentejanos e espanhóis”, diz um dos transeuntes. E só num parque de estacionamento pago, que dizem estar a afastar gente de Monte Gordo, se consegue arranjar lugar para o carro. As esplanadas estão cheias de gente de calção e chinelos de dedo. E lá à frente avista-se uma série de toldos vermelhos. Trata-se da concessão de Rui Justo, o homem que aluga mais toldos e sombrinhas a alentejanos. “Estou aqui há 30 anos. Conheço muita gente de um ano para o outro e desde sempre que alugo toldos a alentejanos”, confirma. E rapidamente diz: “Temos 115 toldos e esta é conhecida por ser a concessão dos alentejanos. Pelo menos 50 por cento dos meus toldos, neste momento, estão preenchidos por alentejanos. Gente de Beja, Mértola, Évora. De tantos lados”. O sr. Rui, como é conhecido por estas paragens, garante, contudo, “que agosto, ao contrário do que era esperado, está mais fraco”. Lembra, no entanto: “Os alentejanos ajudam muito o turismo de Monte Gordo. Esta é, sem dúvida, a sua praia”. E a comprová-lo está o número de pessoas do Alentejo que se senta na esplanada da sua concessão e que se estendem nas cadeiras, à sombra dos toldos, enquanto os miúdos fazem castelos e buracos a perder de vista na areia. Mas porque continuam muitos alentejanos a eleger esta como a sua praia? Para Rui Justino, a explicação é simples: “Esta é a praia que continua a ficar mais perto de muitas localidades, como Mértola, Beja, Serpa, Moura e até Barrancos. A estrada está melhor e depois porque esta é a melhor praia da Europa. Não há outra igual a esta. É uma praia muito sossegada. É ótima para as crianças e a temperatura da água é bastante agradável. Depois há ainda a extensão de areal. Por que não frisar também a apanha da conquilha e a proximidade a Espanha?”, diz, entre sorrisos. Entretanto mais gente chega à praia e procura um toldo. Rui termina a conversa. Na esplanada senta-se um grupo de alentejanos. Aqui encontra-se gente de Beja, Serpa, Aljustrel e Vidigueira. E mais uma vez se comprova que a tarefa de encontrar alentejanos em Monte Gordo não é difícil. Diamantino Silva, de Aljustrel, já quase perdeu a conta aos anos que vai para Monte Gordo. “Julgo que há cerca de 20 anos”, diz.


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“É uma praia muito sossegada. É ótima para as crianças e a temperatura da água é bastante agradável. Depois há ainda a extensão de areal. Por que não frisar também a apanha da conquilha e a proximidade a Espanha?”. Rui Justo

E a escolha, essa, começou por dever-se “à temperatura da água”, que é “mais quentinha” nesta zona. “Ia muito para a costa alentejana, nomeadamente para Vila Nova de Milfontes. Mas fazia-me mal ao reumático”. Começou por fazer campismo. Recentemente mudou-se para um apartamento, mas o gosto pela natureza ainda lá está e, como se não bastasse, tem um neto que adora acampar. “Se calhar para o ano voltamos ao parque”. Ao Parque de Campismo de Monte Gordo, claro. João Grileiro, de Beja, por sua vez, prepara-se para deixar o areal e sentar-se na esplanada. “Costumo vir para Monte Gordo. Há 10 anos que passo cá as minhas férias”. Mete a toalha ao ombro e enfia os chinelos. Está na hora de refrescar a garganta. “As pessoas gostam muito disto. A praia é boa para os miúdos. Não há rochas e o mar é calmo”, assegura, acrescentando: “Vou estar por cá 15 dias. Venho sempre, normalmente, para o mesmo sítio. Isto acaba por ser um ponto de encontro”.

E Monte Gordo afinal é mesmo isso. Um ponto de encontro, de amigos, de velhos e novos conhecidos. “Acabamos por confraternizar e é bastante agradável passar cá estes dias”, conta João. A mesma opinião tem Alda Frazão, também vinda de Beja. “Venho para cá desde os meus 13/14 anos. Adoro esta praia. Monte Gordo faz sempre parte das férias. É uma boa oportunidade para encontrar e rever amigos”. Alda também opta sempre pela mesma zona da praia. “Funciona como uma tradição. Normalmente as pessoas que encontramos são as mesmas. Conhecemonos e é bom”. Quem está no toldo, na sombrinha ao lado, são os mesmos vizinhos do ano passado e do anterior, e de tantos anos. Alda espreita os miúdos que correm pela praia. Com crianças na praia o tempo para conversas escasseia e passa a “bola” a José Lopes, até porque de bolas é ele que percebe. É de Mértola, mas durante o verão muda-se para Monte Gordo, a sua praia de eleição,

para vender bolas de Berlim. “Não há melhor praia no Algarve para fazer isto”, garante. E até aqui, no negócio, Monte Gordo, para os alentejanos, parecer superar os outros destinos. Mas este ano o “comércio está mais fraco”, adianta José, que é conhecido em toda a praia como o “Zéiii”. “Lá está, sou alentejano e ainda por cima gaguejo um pouco”, conta entre sorrisos rasgados. “Estamos a viver uma das piores crises de sempre e este ano já não se vendem bolas de Berlim com creme na praia, o que arruinou o negócio à brava”, conta. José, ao contrário da maioria dos outros alentejanos, escolhe Monte Gordo para trabalhar. “Preciso de fazê-lo. Compensa vir para aqui. Durante o ano estudo. Estou a tirar o meu curso em Tomar e no verão desço mais a sul para trabalhar”. E quem se cruza com ele na praia esboça, inevitavelmente, um sorriso. “A técnica para vender bolas é muita simpatia e divertimento, até porque tristezas não pagam dívidas. A alegria

compensa”, diz o mertolense. Por onde passa “Zéiii” anuncia: “Bolinhas de Berlim, quanto mais vender, melhor para mim”. O freguês acha graça. José esboça um sorriso, arregala os olhos verdes e segue caminho. O vendedor já tem os seus clientes fixos, de uns anos para os outros. E muitos, claro, são alentejanos. “Há muitos alentejanos em Monte Gordo. Acabamos por nos sentir em casa. Aos fins de semana aumenta o número de pessoas da nossa região que escolhem esta praia”, confirma. No ano passado chegou a percorrer num só dia 25 quilómetros na areia. Este ano ainda não repetiu o feito. “É a crise. As pessoas consomem também menos bolas de Berlim”. Primeiro foi o vir, depois o hábito e agora é o gosto. Monte Gordo continua a ser a praia mais alentejana do Algarve. E se dúvidas houvesse bastaria continuar a percorrer o areal, as esplanadas, os supermercados, os restaurantes, as avenidas. E a água do mar? Um “caldinho”.


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Perfil O

sonho estava prestes a cumprir-se. Em maio de 1954, o aspirante a novilheiro Joaquim Triana ia vestir pela primeira vez o traje de luces, e logo na praça de Beja, sua terra natal. O precioso traje seria oferecido por dois jornalistas do “Diário do Alentejo”, José Moedas e Melo Garrido, como prova de amizade por um jovem que, apesar das dificuldades, não desistia do desejo de ser toureiro. À última hora tudo se frustrou. Triana adoeceu com gravidade, facto que somado à sua idade já relativamente avançada deitou por terra as ilusões do moço alentejano. Joaquim Triana, ou Joaquim Manuel Agostinho Nota, é hoje um cidadão de 72 anos, residente no concelho de Sintra. Alentejano de alma e coração, recorda com juvenil entusiasmo a sua aventura taurina. “Tinha 14 anos quando assisti à primeira corrida de toiros, em Beja. Ao ver tourear o Diamantino Vizeu, imóvel, delirantemente aplaudido pelo público, disse para comigo que aquela ia ser a minha profissão”. Pouco tempo depois “veio viver para Beja um rapaz chamado Arnaldo, que tinha sido novilheiro na Golegã. Sabendo que existiam na cidade alguns rapazes interessados em romper como toureiros, começou a dar aulas num casão perto da rua 1.º de Dezembro, onde eu morava. Foi ali que recebi as primeiras lições e aprendi a manejar o capote e a muleta”, recorda. Quando se achou capaz pediu a Brito Paes que o deixasse enfrentar uma bezerra na sua ganadaria em Montes Velhos, perto de Aljustrel: “Nos primeiros passes estive bem. Senti-me eufórico ao ver como a bezerra seguia a muleta e me obedecia. Acabou por me ‘agarrar’ e rasgou-me as calças, mas apesar disso senti-me feliz. Agradei tanto que outros ganadeiros da região, como o senhor Cabral Ascensão, de Brinches, me arranjaram outras reses para lidar”. O empresário da praça de Beja, esse, deu-lhe o nome artístico: “Pôs-me Triana porque dizia que eu me parecia com o Gitanillo de Triana, um grande toureiro espanhol. E Triana fiquei até hoje”. Nas Portas de Mértola começou então a falar-se de um miúdo que trabalhava no Hotel Bejense e que tinha jeito para toureiro. “Eu era muito popular”, conta Joaquim Triana. “Como não gostava de estudar, fiquei-me pela quarta classe e fui trabalhar para o Hotel-Café Bejense. Atendia ao balcão, fazia recados, etc. Lá em casa éramos sete irmãos e os ganhos do meu pai, que era barbeiro e sapateiro, eram escassos. Foi nessa fase que tive os primeiros contactos com o José Moedas. Ele ia muito a uma barbearia onde eu também parava. Quando soube dos meus sonhos começou a chamar-me, por brincadeira, ‘toureiro de inverno’.” Um dia “apareceu na dita barbearia o senhor Passanha, que me disse que um toiro da sua ganadaria ia ser lidado em Beringel. ‘Não queres lá ir experimentar?’ desafiou-me. Comecei por negar, pois eu ainda não tinha lidado novilhos, quanto mais toiros… Mas falei com o

Há 50 anos, Joaquim Triana era uma figura popular em Beja. Queria ser toureiro, e jeito não lhe faltava. Andou a aprender por Lisboa, colheu triunfos no Alentejo e noutras regiões, mas a tropa e a guerra colonial frustraram os seus sonhos. Ficou a memória da aventura, que hoje o septuagenário Triana recorda emocionado. Texto Alberto Franco

Bejense Joaquim Triana sonhava com traje de luces

As memórias de um ex-aspirante a toureiro

meu mestre, o Arnaldo, e lá fui a caminho de Beringel, num táxi”, adianta. O passanha “era um toiraço imponente. Dava voltas à arena, ninguém o conseguia parar. Por precaução, pedi ao Lagartixa, que era um toureiro cómico muito popular, que se o toiro me ‘agarrasse’ me fosse de lá tirar”. Não foi preciso: “Toureei-o de capote à verónica e por gaoneras. Com a muleta, aguentei-o em três passes estatuários, sem me mexer. O público estava louco. Saí em ombros e deram-me três contos e tal, que em 1954 era dinheiro”. O cachet foi gasto em roupa. “Fui à loja do Barros e comprei um fato, duas camisas e um par de sapatos. E ainda dei 500 escudos ao Lagartixa. Ao saber deste êxito, o José Moedas deu-me um grande abraço e prometeu ajudar-me no que pudesse”. Chegou uma altura em que Beja já pouco

tinha para ensinar ao moço aspirante a matador. “Para progredir, tinha de ir para Lisboa. E fui. Com 16 anos, inscrevi-me na escola taurina do Grupo Setor 1. Fiquei a viver em casa de uma prima, e, para pagar as aulas, trabalhava de noite no bar Império, na rua do Benformoso”. Como aluno da escola, “participei em espetáculos nas praças de Abiúl, Sobral de Monte Agraço e Figueira da Foz. Nesta última saí em ombros. Toureei também em Moura, numa garraiada de homenagem ao ‘Rei dos Ciganos’, Marcelino Cabeça”. Os triunfos de Joaquim Triana podiam ter continuado se as obrigações militares não lhe tivessem batido à porta. “Os problemas começaram quando fui apurado para a tropa, em 1960. Estive na Póvoa de Varzim, onde ainda conseguia treinar, na praça de

toiros que lá existe. Mas, em maio de 1961, fui enviado para Angola e as coisas complicaram-se ainda mais”. Uma só vez tem o jovem alentejano a oportunidade de fazer o gosto ao dedo: “Toureei em Malange, em 22 de setembro de 1963, com o cavaleiro Ribeiro da Costa, o matador Joaquim Marques e os aspirantes a novilheiros Manuel Roxo e António José. Os outros militares não sabiam que o Joaquim Triana anunciado na rádio era eu. Ficaram admiradíssimos quando me viram na praça. Fui muito aplaudido e só não saí em ombros por respeito ao maestro Joaquim Marques”. Entretanto, nas páginas do “Diário do Alentejo”, José Moedas ia dando notícias do seu amigo toureiro. “Pois o Triana, soldado português nas planícies da África misteriosa (‘Fome não temos tido. A sede e o pó é que são os nossos maiores inimigos...’), escreveu agora para toda a gente. Para os seus amigos e para os seus colegas. Escreveu para a ‘Meia-Laranja’. Diz o Joaquim Triana muita coisa acertada e muita ingenuidade que o seu coração ainda infantil lhe dita. Diz uma grande verdade: ‘É preciso muita paciência, muita descontração. Aqui todos temos de ser valentes mesmo com um bocado de medo à mistura’”. Já a pensar na volta, Moedas alvitrava: “O Triana, quando regressar, há de ter a merecida consagração à sua valentia. Sugerimos talvez a realização de uma novilhada em sua homenagem. Sim, porque então havemos de ver um Triana ainda mais afoito e corajoso. Não há toiro, por mais bravo, que se possa comparar a uma noite longa e misteriosa passada de olhos cravados na espessura do capim...”. Vinte e nove meses depois, em novembro de 1963, Triana regressou à sua cidade, mais velho, mas ainda com ganas de recomeçar. “Retomei os treinos logo em janeiro, na ganadaria do dr. Brito Paes. José Moedas e Melo Garrido disponibilizaram-se a colaborar na montagem de uma novilhada em que eu participaria, a realizar em maio, pela Feira de São Lourenço. Pensavam também em oferecer-me um traje de luces, o que me entusiasmou ainda mais”. Mas as luzes não chegaram a acender-se. Triana adoeceu, sentia-se fraco, com problemas intestinais e de fígado. “Os médicos diagnosticaram-me uma hepatite, que levaria pelo menos um ano a curar. Como já estava com 24 anos, acabei por desistir”. Voltou para Lisboa. “Consegui um emprego na firma de vinhos Borges & Irmão, onde trabalhei 40 anos. Casei, tive dois filhos e hoje estou reformado. Mas nunca perdi o amor pela minha terra, nem a paixão pelos toiros”. Ainda que não o confesse, Joaquim Triana continua a sonhar com o seu traje de luces. Aquele com que devia ter saído à arena de Beja, pela Feira de São Lourenço, para saudar com verónicas e gaoneras um bravo novilho, e que a vida e os seus descaminhos não deixaram acontecer.


Ã

É uma boa notícia, a que dá conta da intenção da Câmara Municipal de Beja de estar com vontade de restaurar, reabilitar e reanimar o MERCADO MUNICIPAL. Trata-se de um belíssimo equipamento, agora desaproveitado e sem dignidade, situado bem no coração da cidade. Boas ideias para aquele espaço precisam-se. Beja, afinal, merece! PB

13 Diário do Alentejo 10 agosto 2012

(...) O endividamento dos privados continua a espelhar a era do crédito fácil e barato e o ajustamento à nova realidade demorará tempo e vai exigir sofrimento. A menos que a austeridade alivie e se conceda mais tempo para o ajustamento, um número crescente de portugueses não conseguirá furtar-se ao incumprimento. Editorial do “Público”, 7 agosto de 2012

Opinião

Fadiga por compaixão Beja Santos Defesa do Consumidor

porventura a primeira obra sobre o assunto escrito em português, revela-se do maior interesse a todos os envolvidos com a promoção da saúde daqueles que promovem a saúde.

A N

fadiga por compaixão é uma síndrome caraterizada por uma fadiga física e emocional resultante da compaixão que os profissionais de saúde vivenciam no seu trabalho com pessoas que estão em sofrimento físico e/ou mental. E a razão para a ocorrência deste fenómeno pode ser descrita de uma forma bem simples: esses profissionais (que, de forma geral, vivenciam ou escutam relatos de dor, medo e sofrimento) podem acabar sentindo dores, medos, e sofrendo muito simplesmente porque se importam com aqueles que eles cuidam ou tratam. Por ser uma síndrome específica daqueles que lidam com a dor e o sofrimento, a fadiga por compaixão atinge uma grande maioria de profissionais de saúde sujeitos a um desgaste natural com o sofrimento alheio, pois tal proteção não é possível e nem é desejável que ocorra em todas as situações. O que se vem a revelar é que frequentemente esses profissionais acabam desenvolvendo as suas próprias estratégias para lidar com o custo de ajudar. Seja como for, apesar dessas estratégias permitirem que os profissionais continuem atuando, na maioria das vezes não são estratégias saudáveis, e fazem com que os profissionais continuem trabalhando sem se dar conta de como a sua saúde está a ser afetada. Fadiga por compaixão, o sofrimento dos profissionais em saúde, por Kennyston Lago e Wanderley Codo (Editora Vozes, 2011), é uma obra que tem o intuito de introduzir a discussão e o estudo desta síndrome. Já se sabia que existe o stresse por compaixão; a noção de fadiga por compaixão é uma consequência comportamental e emocional natural da tomada de conhecimento acerca do sofrimento alheio. Na sua base está a manifestação de stresse, a tensão ocasionada pelo ato de ajudar/socorrer ou de querer ajudar/socorrer uma pessoa em sofrimento. É graças à empatia que partilhamos afetos, que procedemos a identificações e que gozamos de flexibilidade mental para adotar uma perspetiva subjetiva do outro. Com efeito, dispomos de um mecanismo básico de partilha de emoções, trata-se de um mecanismo essencial às interações sociais, graças a ele associamo-nos, mesmo somaticamente, às respostas de outra pessoa que cuidamos. Com a evolução da medicalização da morte, o profissional de saúde é submetido a duras provas da sua empatia e compaixão. E os autores explicam a natureza do transtorno do stresse pós-traumático que é um dos riscos praticamente incontornáveis de profissionais de saúde, pois quanto mais envolvido está o terapeuta na vida do paciente mais possivelmente se encontrará vulnerável. E discreteiam sobre várias definições sobre síndromes e respetivos sintomas físicos de que são alvo os profissionais de saúde. É uma longa abordagem que conduz à compreensão de que a fadiga por compaixão não se esgota na fadiga fisiológica e não se refere apenas às mudanças cognitivas e simbólicas decorrentes da exposição à dor e ao sofrimento. Os autores fizeram um conjunto de entrevistas a profissionais para ilustrar alguns aspetos da fadiga por compaixão e revelam os seus resultados neste livro. Concluem dizendo que os profissionais de saúde devem dispor de um acompanhamento psicológico que os ajude a lidar de forma saudável com todas as questões ligadas ao viver e ao morrer, e são categóricos: “Precisamos de cuidar de quem cuida, afinal quem cuida também necessita de cuidado”. Este livro é

A arder

Filipe Nunes Arqueólogo

o Baixo Alentejo fumegavam no ar, no final do mês passado, os incêndios vindos dos cerros algarvios do Caldeirão. A serra ardia e a gente da serra, que não é nem do Algarve, nem do Alentejo, mas da serra, sentia que se lhes queimava a alma. Nos dias que foram passando as chamas aumentavam na mesma medida criminosa que aumentava a descoordenação ao combate. Votados ao esquecimento do litoral turístico, as populações da serra colhiam a prova final de que a desertificação humana que os rodeia no dia a dia, fruto das mudanças de rumo na vida social e da subsistência económica que décadas antes as levaram a descer às praias betuminosas do desenvolvimento e do consumo fácil, resultava agora numa desertificação de terra queimada. Condenando uma paisagem, tida como desprovida de gente e de outros seres vivos, cuja milenar dinâmica e interação entre o homem e natureza não encaixa na lógica urgente do lucro imediato e na reapropriação desse imenso território pelas fileiras depredadoras da economia, como seja a reincidente indústria do eucalipto. Da gente da serra, pois não é por ser montanheira que anda de olhos tapados, aflorava de imediato nas conversas nubladas pelo fogo e pela mágoa, as coincidências de arderem hectares e hectares de terras compradas pouco tempo antes pela Portucel, ou como a oportuna faísca que ardera a serra poderia iluminar o futuro da indústria da celulose perante a acalorada proposta do Governo que pretende que a área ardida deixe de ter que ser reflorestada com árvores da mesma espécie, podendo ser replantada com eucaliptos. Esse decreto-lei permitirá a arborização de pequenas parcelas até cinco hectares e a rearborização de parcelas até 10 hectares, “com qualquer espécie vegetal”, mediante uma simples comunicação prévia ao Instituto da Conservação da Natureza e Floresta, cuja falta de resposta em 30 dias implica o seu deferimento tácito. Neste cenário e em terra queimada, entre a falta de forças em recomeçar tudo de novo, sentida naturalmente na maioria destas pessoas nos seus finais de vida, e na ausência dos filhos e herdeiros, a indústria do eucalipto poderá dar por fim o ultimo golpe onde vier a assentar. Com este novo passo legislativo, em nome dessa retoma agrícola e florestal assente no princípio que condenou a paisagem do sul português – e de ruralidade no seu todo – que é a de servir o proprietário absentista e as monoproduções industrializadas, cairá por terra a herança e em boa parte a lição dessa gente da serra. Cairá por terra a evidente riqueza da cortiça – pé de meia dessas pessoas e da economia nacional – como dos recursos silvestres característicos do Baixo Alentejo e serra algarvia (alfarroba, cogumelos, ervas silvestres, medronho e plantas aromáticas e medicinais), anunciados em programas de desenvolvimento local e regional e que continuaremos a ouvir falar como promessas ou puxando o lustre a um jogo de forças económicas viciadas à partida. Da mesma forma perderá terreno o contraponto da oferta ao que chegam de fora em busca de um território natural e humano único, vivido nas diferentes

escalas que oscilam entre o barranco de uma ribeira e a contemplação dos seus cerros enrugados, face à invasão massificada do turismo algarvio (como é exemplo a recente investida em Vale do Freixo, Loulé). Antes que tudo arda, o que urge resgatar é, antes de mais, a serra e a milenar vida que a caracterizou, que, como descreveu Cláudio Torres, se enredou em “todo um emaranhado de pequenas comunidades que escapam à dependência direta desses senhores e que conseguem refugiar-se num velho sistema autonómico de sobrevivência”.

As áreas artísticas na educação em Portugal Francisco Marques Músico

A

ntes de ter início o próximo ano letivo parece-me que é chegado o momento de fazer uma reflexão sobre a estrutura que se pretende implementar em termos de educação em Portugal no que se refere ao ensino artístico no básico e até no secundário. Penso que é ponto assente para todos aqueles que estão ligados ao ensino que existe uma necessidade de democratizar a sério o ensino artístico em Portugal. Como já tenho referido em artigos anteriores, não me parece que as pseudo-soluções até aqui encontradas não passam disso mesmo – de formas fáceis e engenhosas de atirar areia para os olhos dos mais distraídos, fazendolhes crer que as artes estão ao alcance de todos aqueles que frequentam as nossas escolas e que a tutela está a cumprir com o que está estabelecido ao nível dos curricula definidos e aprovados. Na realidade não é isso que se passa. Continuamos a ter as áreas artísticas tratadas como atividades de enriquecimento curricular (as conhecidas AEC) e atualmente a extinção das áreas curriculares não disciplinares não teve qualquer influência na carga horária das disciplinas artísticas. Há no entanto que pensar seriamente em proporcionar a todas as crianças um contacto com a área artística ao longo da sua formação de caráter geral, que em Portugal deveria ocorrer durante a escolaridade obrigatória, desde o ensino pré-escolar ao secundário, passando pelo ensino básico (1.º, 2.º e 3.º ciclos). Tenho consciência da pouca valorização que a família ainda atribui a esta área. Tenho também presente que só há bem pouco tempo os professores começaram a ter uma formação mais séria e com resultados mais efetivos para poderem trabalhar esta área com os seus alunos. Mas não teremos todos que tentar inverter esta tendência e em especial, para que isso possa alguma vez acontecer, não deverá ser a tutela a dar o primeiro passo? Por tudo o que referi, dedico estas palavras a todos aqueles que ainda não pensam assim. Espero que possam compreender a importância da valorização desta área dos curricula, para que nos possamos unir e consequentemente fazer ver aos nossos dirigentes que é preciso mudar, como forma de procurar novas propostas e soluções para os problemas que é urgente resolver. Vamos todos valorizar mais a presença das áreas artísticas no nosso sistema de ensino, pois estou certo de que juntos iremos conseguir e num futuro não tão distante poderemos ter crianças mais sensíveis para apreciar e até fazer arte.


Diário do Alentejo 10 agosto 2012

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À EDP não lhe chega o poder de cortar o abastecimento, deixando os devedores a candeeiro de petróleo. Precisa de mais. Precisa da divulgação de uma lista completa dessa gente para que tenham vergonha das suas dívidas. Para que o vizinho do lado tenha conhecimento e lhe diga, qualquer coisa do género: o meu filho não brinca com o teu porque tu deves 83 euros à EDP. Tomás Lopes, “I”, 6 de agosto de 2012

Â

Continua a luta pela abertura, em Serpa, de um serviço de URGÊNCIAS HOSPITALARES. E estas, por muito localizadas que sejam, nunca são lutas particulares. São de todos os que amam, habitam e gostam de viver condignamente na nossa terra. O assombroso da questão é que o Governo parece querer encerrar um equipamento… que nunca existiu. Propriamente. PB

Com as sucessivas injecções de capital nos bancos, um pouco por todo o lado, a classe política ficou sob pressão. Por um lado os políticos sabem que não podem abandonar a banca à sua sorte; não há crescimento sem bancos capitalizados (v.g. Japão nos anos 90); por outro, sabem que não é fácil explicar isso aos contribuintes, porque é do seu bolso que sai o dinheiro para meter nos bancos. Camilo Loureiro, “negócios on line”, 6 de agosto de 2012

Poemário O último beijo

Filho,

Arsénio Guerreiro Colaço

Maria do Céu Ribeiro

Sou filho de uma rosa Casei com uma rosa Com muito amor e paixão. Foi minha fiel companheira Tenho rosas no coração A minha vida inteira.

Em meu ventre encarnado no amor, Foste por Deus escolhido, Minha dádiva, botão em flor!

São duas rosas são Estão vivas no meu coração Sinto o calor dos seus beijos Os carinhos no meu rosto Com amor muito gosto e prazer. A primeira, carinhos de mãe A segunda, fiel amiga e mulher. Uma rosa linda e formosa Passa por mim, sorrio. Com ar de paixão Faz-me uma carícia, um gracejo Olha para mim e assim Nasceu o nosso primeiro beijo. São rosas são De várias cores Ao meio vejo Uma amarela. O primeiro beijo Não sei se fui eu Ou se foi ela. Na rua te encontrei Amei-te, sem te conhecer. Mas só senti total prazer Quando te beijei.

Semente a germinar nessa doce gestação, No compasso da fusão e de corações alinhados, auscultava o teu palpitar de passarinho assustado... ...E assim, de magia adornados, Na candura dos afectos, Perdíamo-nos nos labirintos Dos nossos jardins secretos... Nesse doce paraíso, De histórias de encantar Brincando às escondidas Aprendemos o verbo Amar!... Filho Pureza de lírio orvalhado, Centelha de chama viva! Amor em meu peito aninhado Intemporalmente! P´ra além da vida!

A solidão Feliciana

Como uma flor silvestre Cresci à beira do rio Folha rude, fruto agreste Exposta ao sol e ao frio

Um pouco depois, Como estávamos sós, Esquecemo-nos de nós. Naquele momento, Beijámo-nos os dois Ao mesmo tempo.

Com meu coração vazio Na mente sonhos sem fim Naqueles campos sombrios Eu tinha pena de mim

Não importa como é, Gosto dela mesmo assim. Vejo nela uma flor, Igual às do meu jardim.

Mas foi Deus que assim o quiz Ele promete e não falta Hoje sinto-me feliz, mas não esquecendo a raiz Como luzes da ribalta O cantar dos passarinhos A água a correr da fonte Era o repicar dos sinos Da catedral do meu monte

Vem meu amor vem Eu bem te vejo Eu sei que sentes O mesmo desejo. Vem! Vamos abraçar Vamos recordar O nosso primeiro E o último beijo. Vem, amor vem! No além estou bem. Um pouco depois, Eternamente, Os dois.

Se… Rita Nascimento

Se quase apanhei o que nunca caiu, Se nunca agarrei o que quase apanhei, Se sonhei a vida e nunca a vivi, Se sorri para mim e nunca me olhei… O que quase caiu no nunca ficou, O que apanhei, no quase, talvez, Sorrindo para a vida aqui continuo, Sorrindo para mim só mais uma vez!

Há 50 anos A gentil, frágil e encantadora Marilyn e a verticalidade

A

curta notícia lá estava estampada na primeira página da edição de 6 de agosto de 1962 do “Diário do Alentejo”: “Marylin Monroe, a famosa estrela de Hollywood, foi ontem encontrada morta em virtude de ter tomado uma dose excessiva de soporíferos, segundo informou a repartição do Coroner. O informador disse que ‘miss Monroe faleceu na sua casa de Brentwood e acrescentou que foi encontrada desfalecida pela sua governante’.” Dias depois, a 10, um adjetivado texto, intitulado “A tragédia das vedetas” e assinado por M. A. S., que habitualmente comentava questões internacionais, tinha também honras de capa: “Toda a Imprensa mundial se tem ocupado, largamente, da recente morte, em Hollywood, da famosa vedeta de cinema Marylin Monroe, que era uma gentil mulher ainda jovem e que todos consideravam uma artista encantadora. Ao lado do seu leito de morte estava um frasco com comprimidos; mas ainda não se sabe se morreu por ter ingerido, involuntariamente, demasiados medicamentos, ou se se trata de um suicídio. Marylin Monroe era uma actriz tão formosa como voluntariosa e tinha seus caprichos e irregularidades de procedimento e atitudes. Devido a essas irregularidades, que se reflectiam na sua vida profissional, tivera, há tempo, um incidente na empresa onde ultimamente trabalhava, sendo dispensada de continuar a interpretar um filme, de que era protagonista. Não é de presumir que esse incidente tivesse dado causa a suicídio. Era uma mulher rica e com largo futuro, dado o encanto que irradiava. Todavia não possuía o equilíbrio indispensável para se aguentar ‘verticalmente’ no alto meio artístico para onde o seu encanto pessoal (ainda mais do que o seu talento) a projectara. (...) Os meios cinematográficos, mais do que outros meios sociais, criam estas pequenas ‘deusas’, que no fundo são pobres bonecos, movidos por cordelinhos, que se quebram ao menor descuido, por falta de consistência... São frágeis... Enaltecem-lhes e exageram os seus encantos. Fazem-nas milionárias e dão-lhes celebridade. Mas não lhes dão humanidade. Vítimas do seu falso esplendor, as pobres vedetas, quando se encontram com os grandes dramas da vida, podem morrer de neurastenia... Não sabem viver a vida das criaturas normais. São ‘estrelas’ que pairam muito alto, longe do mundo dos outros seres humanos; e os seus caprichos muitas vezes são caprichos mortais...”. Carlos Lopes Pereira


Os deputados do PS e do PSD eleitos por Beja andam danados. Um com o outro. Nos últimos dias têm bombardeado a opinião pública com uma série de comunicados e de contra-argumentos de uma dureza pouco vista nas supostamente urbanas águas da política. E muitas das alegações chegam a roçar o insulto. Acho que SIMÕES e AMEIXA não tornam a almoçar juntos tão cedo. Mas deviam. PB

15 Diário do Alentejo 10 agosto 2012

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Continuo a achar que, da parte da ANA a nível nacional, tem havido pouca consideração pelo aeroporto. Leva demasiado tempo a responder às solicitações e não tem uma visão de discriminação positiva relativamente a este aeroporto. Jorge Pulido Valente, “Correio Alentejo”, 3 de agosto de 2012

(...) No que concerne às infraestruturas, houve também grandes exageros: em autoestradas de Portugal. Portugal está hoje bem acima da média da União Europeia. Os excessos da construção resultam, em grande parte, da prevalência dos interesses corporativos sobre os interesses do País e da grande influência do lóbi do imobiliário e da construção sobre os decisores políticos. Vítor Cóias “Diário de Notícias”, 7 agosto de 2012

Cartas ao diretor O futuro das ruínas de Pisões Luís Amado Presidente da Junta de Freguesia de Vila de Frades

Estive a ler atentamente a notícia do “Diário do Alentejo” relacionada com o encerramento temporário das ruínas de Pisões no concelho de Beja e trouxe-me à lembrança uma história passada a papel químico nos finais do ano de 2007, nas ruínas romanas de São Cucufate, em Vila de Frades, onde um dos intervenientes era o mesmo, o então Igespar, hoje Drcal, e do outro lado a Junta de Freguesia de Vila de Frades e a Câmara Municipal de Vidigueira. As notícias davam conta naquela altura, tal como esta, que as ruínas de São Cucufate, monumento nacional, estavam encerradas temporariamente por falta de pessoal, porque as duas pessoas que lá estavam terminavam os seus vínculos contratais e não foram substituídas, ao contrário da pessoa de Pisões, que se aposentou. Naquela altura, nos primeiros dias de 2008, resolvemos conversar com o então diretor regional do Igespar, dr. José Nascimento, que nada nos adiantou, arrastando-se as ruínas de São Cucufate e o Museu da Casa do Arco para uma situação de encerramento e sem solução à vista. Foi aí que nos batemos junto da comunicação social e alguns meses depois voltámos a sentar-nos à mesa já com a nova diretora, a arquiteta Aurora Carapinha, e tudo foi diferente. Apresentámos uma proposta de gestão tripartida entre a direção regional e as duas autarquias locais, em que os funcionários eram colocados pelas três entidades, uns dos quadros, outros ao abrigo dos programas do Instituto do Emprego e Formação Profissional, pessoas que receberam formação para poder fazer atendimento ao público. As despesas de funcionamento das ruínas e museu são por conta da direção regional e as manutenções

regulares são por conta das autarquias e já fez quatro anos que estes dois equipamentos se encontram regularmente abertos – foi a 1 de junho de 2008 –, e foram milhares os visitantes que por lá passaram, com algumas atividades lá desenvolvidas e dezenas de exposições de artistas locais, e isto só foi possível porque houve vontade de todas as partes de abrir os equipamentos. Hoje congratulo-me com o normal funcionamentos dos mesmos há quatro anos consecutivos e certamente que para Pisões vão ter de seguir o mesmo caminho e sentar à mesa a Drcal, a Câmara Municipal de Beja e ainda a Junta de Freguesia de Santiago Maior. Só assim será possível termos no nosso distrito mais um equipamento desta qualidade aberto regularmente sem os sobressaltos habituais.

Padre Fatela Lília Guerreiro Beja

Decorreu no cemitério de Beja, no dia 22 de julho, junto à campa do senhor padre Joaquim Fatela, uma pequena homenagem promovida por um grupo de alguns antigos educandos da Casa do Estudante. Contactada a direção da Casa do Estudante, esta confirmou o momento de homenagem, mas lamenta que os antigos educandos e promotores da iniciativa tenham, certamente por lapso, convidado alguns membros dos corpos sociais e associados da associação para uma hora diferente daquela em que decorreu o ato. Relativamente à instituição, mais nos disse fonte da direção da Casa do Estudante que esta está a trabalhar para honrar os compromissos assumidos aquando do encerramento do lar de infância e juventude e que o recomeço, para breve, desta obra social irá requerer o apoio de toda a comunidade ativa que tem demonstrado a vontade de ver o futuro de uma obra que tanto marcou a vivência individual e a de um país. A região de Beja precisa dos filhos desta obra. O momento de desalento, as dificuldades pelas quais tantas famílias passam, é o motivo para que possamos fazer algo. Os outrora educandos da Casa do

Estudante, hoje homens e mulheres de ação, manterão ativo o lema de verdade do seu fundador: “A nossa vida depende só de uma lei: amar!”.

É mais um atraso de vida Diamantino António Funcheira

Até os passarinhos ficaram muito tristes, deixaram de voar à beira da linha que liga Beja à Funcheira, pela seguinte razão: por nunca mais verem passar, nem ouvirem a apitar, os comboios. Agora é uma tristeza para as avezinhas. Mais tristes ficaram os passageiros de uma dezena de localidades que ficaram sem transporte de comboio de Beja à Funcheira (ida e volta). O maior interesse para as pessoas era ir à cidade de Beja tratar de assuntos oficiais e ver pessoas doentes ao hospital – está escrito na Bíblia que devemos visitar os doentes com amor e carinho. Todos os governos de direita castigam sempre os mais fracos (...). Querem que as pessoas vivam no isolamento!

“Vai-se andando…!” MJSR Beja

Beja, cidade natal, cidade onde a minha história se construiu e acontece, por isso, o ritual social do cumprimento, é constante. Todos nos conhecemos, mesmo quando não sabemos quem é o outro ou a outra com que nos cruzamos. E nesses cruzamentos em deslocação, pela urbe, “vai-se andando…” é a expressão quotidianamente ouvida sempre que interpelamos alguém relativamente à vida em geral, à vida profissional ou à vida mais pessoal e privada. Alguém que através de um regionalismo linguístico, o gerúndio, exprime uma forma de estar e de ver o mundo que identifica uma cultura proficiente e cheia de sabedoria. Sabedoria secular que os alentejanos transportam nos genes e que se aplica aos

tempos de ‘crise’, como os que actualmente vivemos, através de expressões que constituem das melhores traduções para a interpretar e nela (sobre)viver. O tom como é referida a expressão mostra a polissemia, a multiplicidade de sentidos que se lhe pode atribuir: “Vai-se andando.”, a assertividade perante a vida, a vida a ser encarada de frente; “Vai-se andando…”, a vislumbrar-se a dúvida, a incerteza, a insegurança; “Vai-se andando!”, a vida que não deixa de surpreender! Estes são alguns dos sentidos, entre muitos outros, que poderemos escrutinar. Em todos não encontro o sentido da resignação, não liga com o “andando”. Mais se sente o contrário, o não conformismo, face aos tempos difíceis, que, como outros que já ocorreram, também hão-de passar. A perpassar todos os sentidos da expressão, imersa na profunda sabedoria popular, subjaz a ideia de que apesar de tudo “vai-se andando”, como garante de uma dignidade humana e de uma vida decente que se procura preservar, contra todos os ventos e eventos mais adversos. E, é neste sentir, muitas vezes não racionalizado, transmitido por quem profere a expressão, que radica a esperança de que a decência continue a fazer parte do nosso quotidiano, mesmo quando ela não se encontra presente em muitas das esferas públicas. “Vai-se andando” no sentido de se preservar uma sociedade decente (Margalit 1996)1, isto é, uma sociedade que se caracteriza pelo facto de que as suas instituições não humilham os indivíduos. E que quando os indivíduos se sentem humilhados, seguindo o autor referido, é porque possuem boas razões para afirmar que o seu auto-respeito foi ferido. Logo, identificadas as circunstâncias e os actores (indivíduos ou instituições) da humilhação, pode-se, e deve-se, atribuir-se-lhes responsabilidades no sentido de se exigir que deixem de agir dessa maneira e que eliminem as circunstâncias humilhantes. Eis, pois, outro dos sentidos e força da expressão “Vai-se andando”, a ser racionalizado e conscientizado. 1

Margalit, A. (1996). The Decent Society. Cambridge: Harvard University Press

Texto escrito com grafia anterior ao Acordo Ortográfico.

Haja saúde ambiental Bisfenol-A? Não obrigado! Projeto de educação para a saúde no âmbito do curso de Saúde Ambiental do IP Beja

OLÁ ISABEL. TAMBÉM VIESTE ÀS COMPRAS? VIM COMPRAR UMA CAIXA DE PLÁSTICO PARA GUARDAR COMIDA.

NÃO SABES QUE ALGUNS PLÁSTICOS TÊM BISFENOL-A? O QUE É ISSO?

O BISFENOL-A É UM QUÍMICO QUE EXISTE EM ALGUNS PLÁSTICOS E PODE SER PERIGOSO PARA A SAÚDE, ESPECIALMENTE DAS CRIANÇAS.

Coordenção Raquel Santos e Rogério Nunes Texto Ana Machado e Stephanie Gouveia Desenho Patrícia Correia

NÃO FAZIA IDEIA! ENTÃO NÃO LEVO A CAIXA. PODES LEVAR DESDE QUE NÃO TENHA O SÍMBOLO PC (POLICARBONATO) NA CAIXA, QUE SIGNIFICA QUE CONTÉM BISFENOL-A, OU ENTÃO PODES LEVAR DE VIDRO!

MAS AS DE VIDRO NÃO FAZEM MAL? NÃO! NÃO TÊM BISFENOL-A.


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Pela manhã, Beja, 5 de agosto de 2012. O primeiro domingo do mês do deserto, de entre todos os meses desérticos que por cá se passam.

Diário do Alentejo 10 agosto 2012

Não se vislumbra vivalma nas ruas. A cidade não acorda. E quando acordar, tardiamente, há de dar uma volta para o lado. Na cama. E tornar a adormecer. Agora talvez um pouquinho mais a sul. Talvez em Monte Gordo, ou assim. Talvez. Ou talvez apenas prossiga a dormitar por detrás das persianas. Texto PB Fotos José Serrano

Portfólio


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Ana Cabecinha “marcha” amanhã

Diário do Alentejo 10 agosto 2012

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A prova de 20 quilómetros marcha atlética em que participa a atleta alentejana Ana Cabecinha, nos Jogos Olímpicos Londres 2012, disputa-se na tarde de amanhã, sábado, pelas 17 horas, no Olympic Park The Mall. A representação portuguesa é constituída por Ana Cabecinha, Inês Henriques e Vera Santos. O recorde mundial da distância é de 1.25.08 h (pertença da russa Vera Sokolova) e o recorde olímpico está em 1.26.31 h, conseguido por Olga Kaniskina (Rússia) há quatro anos, em Pequim. O melhor registo de Ana Cabecinha na distância é 1.27.46 h. conseguido em Pequim 2008.

Desporto

BTT em Vidigueira Os Bombeiros Voluntários de Vidigueira, em parceria com a Associação Trilhos de Baco, realizam nos próximos dias 18 e 19 mais uma edição do Raid BTT Trilhos de Baco. O programa inclui um passeio guiado noturno com a extensão de 25 quilómetros e um raid com três percursos de 25, 40 e 70 quilómetros.

Taça de Portugal abre a época desportiva 2012/13 no próximo dia 26

Vasco da Gama descobre o caminho para a 3.ª Divisão O Vasco da Gama de Vidigueira fará nesta época a sua estreia oficial na 3.ª Divisão Nacional, em tempo de profundas mudanças estruturais nos quadros competitivos do futebol português.

Na primeira eliminatória da Taça de Portugal (dia 26, às 17 horas) jogarão: Oriental-Juventude de Évora; União de MontemorOliveira de Frades; AljustrelenseAt lético de Reg uengos; S ac avenen s e -Monte Tr igo; Barreiro-Moura; Vasco da GamaTaipas; Castrense-Elétrico.

Texto e foto Firmino Paixão

C

om muitos clubes a renunciarem à sua participação em competições nacionais, devido a constrangimentos financeiros, a época começará oficialmente dentro de 15 dias, com a novidade do Vasco da Gama de Vidigueira ter aceite o convite da Federação Portuguesa de Futebol para preencher uma das vagas em aberto na 3ª. Divisão Nacional, juntando-se ao Aljustrelense, Castrense e Moura. A equipa vidigueirense foi a segunda escolha federativa, depois de o Milfontes, segundo classificado do último distrital, ter renunciado a competir naquela que será a derradeira edição do Campeonato Nacional da 3.ª Divisão. Taça de Portugal, a festa do futebol

A primeira eliminatória da Taça de Portugal, tida como a festa do futebol para os emblemas de menor dimensão, abre a época oficial para o denominado futebol amador, e vai disputar-se no próximo dia 26, uma semana antes do início dos campeonatos nacionais da 2.ª e 3.ª divisões. Concorrem 130 clubes, das duas divisões, sendo que 30 deles ficaram isentos da eliminatória inaugural. As equipas alentejanas estarão todas em prova e algumas até jogam entre si, como acontecerá em Castro Verde, onde a equipa local vai receber a formação do Elétrico de Ponte de Sor, e em Aljustrel, com os “mineiros” como anfitriões do Atlético de Reguengos, na época passada despromovidos do escalão secundário. Ao Vasco da Gama de Vidigueira caberá receber os Caçadores de Taipas (concelho de Guimarães), equipa da série A da 3.ª Divisão Nacional. Já o Moura Atlético

Vasco da Gama joga em Castro Verde Há muito que não se reu-

3.ª Divisão Futebol nacional regressa com a primeira eliminatória da Taça de Portugal

Clube, também despromovido na época anterior da 2.ª Divisão, viajará para a ilha Terceira, onde na freguesia de Porto Judeu, no concelho de Angra do Heroísmo, encontrará o Sport Clube Barreiro, da 3.ª Divisão Série Açores.

Temos assim que, das quatro equipas do distrito de Beja três delas jogarão em casa e com adversários do mesmo escalão, e só os mourenses atravessarão o Atlântico levando na bagagem alguma dose de favoritismo para

se qualificarem para a ronda seguinte. Realce para um dos jogos desta eliminatória da taça, aquele que junta o União de Leiria e o Boavista, duas equipas que ainda não há muito tempo rodavam na elite do futebol português.

Formação nos nacionais

A

o nível dos escalões de formação a Associação de Futebol de Beja estará representada por cinco equipas: o Moura (campeão distrital) no nacional de juniores, o Odemirense (manteve-se na última temporada) e o Despertar (campeão distrital) em juvenis e o Desportivo de Beja (campeão distrital) e o Despertar (assegurou a manutenção na última época) no nacional de iniciados. Os calendários das primeiras jornadas em cada um dos escalões são os seguintes: Juniores A/2.ª Divisão – série E 1.ª jornada (1/9/2012): Louletano-Oeiras; Olímpico do Montijo-Farense; Lusitano de Évora-Barreirense; Moura-Beira Mar de Almada; Atlético-Lusitano VRSA. Juvenis – série E 1.ª jornada (19/8/2012): Vitória de Setúbal-Beira Mar de Almada; Louletano-Imortal; Estoril Praia-Odemirense; Cova da Piedade-Lusitano de Évora; Despertar-Oeiras. Iniciados – série G 1.ª jornada (9/9/2012): Olhanense-Desportivo de Beja; Lusitano VRSA-São Luís; Imortal-Louletano; Despertar-Esperança de Lagos; Odiáxere-Vitória de Setúbal.

niam quatro equipas do distrito de Beja na série F da 3.ª Divisão Nacional. Mas a junção do quarteto sul alentejano não resulta de fatores evolutivos no futebol regional, antes pelo contrário, resulta do mérito do Castrense que foi campeão na época passada, da manutenção do Aljustrelense, da despromoção do Moura da 2.ª Divisão e da repescagem administrativa do Vasco da Gama. O calendário da prova primou em agendar para a jornada inaugural a presença do Vasco da Gama em Castro Verde, a deslocação do Mineiro até Monte Trigo, enquanto o Moura fica em casa para receber a formação do Sesimbra. Quanto aos outros derbys regionais, o Aljustrelense receberá o Vasco da Gama na 7.ª jornada (4/11), o Castrense na 11.ª (16/12) e o Moura na 21.ª (em março de 2013). A equipa de Castro Verde, que abre a época com o Vasco da Gama, receberá o Moura à 15.ª jornada (20/1/13) e o Aljustrelense na 22.ª e última ronda (10/03/2013). Quanto ao Moura, vai jogar em casa com o Castrense à 4.ª jornada (7/10), com o Aljustrelense na 10.ª (em 9/12) e com o Vasco da Gama na 22.ª, no final de março de 2013. Por último, a equipa do Vasco da Gama receberá o Moura e o Castrense em jornadas consecutivas (11.ª e 12.ª), a 16 e 29 de dezembro, e o Aljustrelense na 18.ª jornada, a 10 de fevereiro do próximo ano. Na 1.ª jornada da 3.ª Divisão Nacional (dia 2 de setembro) jogarão: Juventude-Reguengos; Lagoa-Esperança de Lagos; Monte Trigo-Aljustrelense; Castrense-Vasco da Gama; Moura-Sesimbra; União de Montemor-Lusitano VRSA.


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A Câmara Municipal de Mértola promove nos próximos dias 15 a 19, na Mina de São Domingos e na serra de Alçaria Ruiva, a edição 2012 do evento Mértola Radical. O certame inclui o 15.º Encontro Internacional de Parapente, Paramotor e Voos Bilugar, além de provas de chalenge, BTT, aqua trampolim, go fly (salto negativo) e caminhadas ambientais.

Jogos de preparação: 4/agosto: Juventude-Aljustrelense, 0-1; 11/agosto: Aljustrelense-Juventude; 15/agosto: Esperança Lagos/Aljustrelense; 18/agosto (apresentação aos sócios): Aljustrelense-União de Montemor.

Diário do Alentejo 10 agosto 2012

Mértola Radical 2012 na Mina de São Domingos

Plantel Guarda-redes: Miguel Cruz e Fábio Reis; defesas: Carlos Estebainha, André Nascimento, Paulo Serrão, Nuno Alves, Bruno Miguel, Marcos João Ferraz (ex-Alvorada) e João Franco (ex-Negrilhos); médios: Carlos Borges, Rafael Nogueira, José Mestre (ex-Panoias), Joel Reis (ex-Odemirense), Rubenilson (ex-Almodôvar), Nelson Raposo e Nuno Martins (ex-Almodôvar). Avançado: José Luís Estebainha.

Carlos Piteira pede solidariedade entre a equipa e os adeptos do Mineiro

“Temos os melhores adeptos do Alentejo” Vinte anos depois de ter vestido a camisola tricolor como jogador do Mineiro Aljustrelense, Carlos Piteira assume as funções de treinador para orientar a equipa no próximo Nacional da 3.ª Divisão. Texto e foto Firmino Paixão

C

arlos Piteira conhece o clube e sabe que assume o lugar de treinador num tempo de “vacas magras”. Por isso, forçar o núcleo duro da equipa, forvai reforçar mado pelos jogadores da terra, com jovens dos da formação que nunca tiveoriundos ram a sua oportunidade no Mineiro. O técnicoo revela que as pessoas que estão ar atenuar as dificuldades vivia tentar elo Aljustrelense lhe pediram das pelo ajuda para orientar a equipa na próemporada, convite que aceitou xima temporada, com muito agrado. É um clube que já entou como jogador e onde rerepresentou gressa 20 anos depois.

apoiado por pessoas que amam o seu clube e sofrem por ele. A camisola do Mineiro é respeitada em qualquer campo onde entre. Depois, porque o futebol é um espetáculo, os sócios e os adeptos do Mineiro são pessoas que gostam de futebol e permitem um excelente enquadramento, contribuindo com o seu entusiasmo para que o futebol tenha ainda mais magia. Propomo-nos a fazer um trabalho sério, digno, com muito

rigor e com muita disciplina, mas acima de tudo para dignificar ao máximo o nome do Aljustrelense. Está familiarizado com o clube, na última temporada assistiu a muitos jogos da equipa…

Conheço bem a equipa e os jogadores do Mineiro, sei que as coisas não serão fáceis, o clube atravessa uma fase muito complicada,

Vai ter que blindar o balneário dos problemas de que o clube está a recuperar?

Trabalhamos nesse sentido, regressámos uma semana mais cedo do que era previsível para termos mais tranquilidade. Os jogadores compreenderão que é dentro do nosso balneário que resolveremos os nossos problemas. Temos que constituir um grupo forte, as grandes equipas fazem-se com um grande espírito de grupo, trabalhando, lutando, fazendo das fraquezas forças para superarmos as dificuldades. É nessa linha que estamos a trabalhar. A camisola que vestimos transmite-nos muita ambição e muita dignidade. Temos que ser solidários entre nós e com a massa associativa, porque, com todo o respeito por todas elas, a do Mineiro é a melhor do nosso Alentejo.

Foi o facto de já ter representado o Mineiro ro como jogador que pesou na decisão o de ambos os lados?

É um clube que me marcou bastante, depoiss também vivo em Aljustrel e quero ajudar o Mineiro a fazer uma boa época, ue venha muita gente ao estádio. O para que clube tem uma massa associativa muito boa e vamos fazer uma aposta muito forte nos jovens da terra para que, turo, possamos ter um no futuro, plantel,l, pelo menos, com 80 nto de jogadores da por cento rmação. sua formação. O Mineiro eiro é um histórico do futebol desta região. É um orgulho rgulho defender este emblema? ma?

É um orgulho, m clube é um com um pass a d o br ie, um lhante, clube que tem quase os de 80 anos ncia, existência, que tem uma mística muito forte e é

depois a conjuntura económica difícil que o País atravessa, para além do futebol, também não ajuda. Não desistiremos de lutar mas vamos fazer uma aposta muito forte na formação, esse é o caminho, não se pode abdicar disso. O clube tem que criar alguma sustentabilidade para o futuro, por isso vamos recrutar os jovens que foram nossos juniores e andam aí por outros clubes da região, para regressarem a Aljustrel e ajudarem-nos neste momento difícil.

Que plantel sobrou da época passada?

CARLOS MANU MANUEL ORELHA PITEIRA 39 anos, nascido em 4 de Cuba julho de 1973, em Cub

Clubes que represe representou: Sporting de Cuba, D Desportivo de Beja, Aljustrelense, Cam Campomaiorense, Sanjoanense, Felgu Felgueiras, Sporting da Covilhã, Marco de Canavezes. Sete subidas de divisão como jogador: Desportivo de Beja (3.ª Divisão, 2.ª B e Divisão de Honra); Campomaiorense 1.ª Divisão), Imortal (2.ª de Honra B à 1. (3.ª à 2.ª B e 2.ª B à de Honra), Marco Canavezes (2.ª B à de Honra) Percurso como ttreinador: Desportivo de Beja, B Castrense, Odemirense O Od emirense e A Aljustrelense

Temos nove jogadores que vêm da época passada, são atletas que sentem a camisola, acham que este é também o momento de ajudarem o clube e disponibilizaram-se para no momento menos bom do Mineiro darem o seu contributo. É um gesto nobre, este de darem a cara pelo clube que representaram durante tantos anos e que também os projetou no futebol. É uma atitude bonita desses atletas e eu, pessoalmente, fico muito agradecido por ter a colaboração desses jogadores que não abandonaram o Mineiro neste momento difícil. Quais os objetivos desportivos?

Fazermos o melhor possível e que a equipa jogue um futebol que agrade à massa associativa, com garra, com dinâmica e, acima de tudo, com respeito pela camisola que vestem. Será um campeonato difícil, mas nós temos muita ambição e eu acredito muito nestes jovens. Já fiz este trabalho em Castro Verde, deu frutos, vamos tentar aqui em Aljustrel com toda a nossa experiência, incutindo esse espírito nos miúdos, dando-lhes agora a oportunidade que nunca tiveram.


Pesca desportiva em Santa Margarida do Sado

Diário do Alentejo 10 agosto 2012

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A Associação de Pesca Desportiva de Santa Margarida do Sado, constituída oficialmente no passado dia 13 de julho, revela-se como um novo pólo mobilizador da população do concelho de Ferreira do Alentejo para a prática da pesca desportiva, pretendendo ao mesmo tempo dinamizar a localidade de Santa Margarida do Sado.

Copa Alentejo Florival Graça e João Fernandes (do Clube Desportivo de Beja) são os promotores da iniciativa

Copa Alentejo em futebol infantil decorrerá em quatro cidades

Um “mundialito” à alentejana Sinais de um tempo novo, ou melhor, de um Clube Desportivo de Beja diferente, a caminho da regeneração do seu passado recente e de modernização da sua filosofia. Texto e foto Firmino Paixão

A

Escola de Futebol Beja, do Clube Desportivo, é um dos principais impulsionadores de um torneio de futebol juvenil que reunirá equipas alentejanas dos distritos de Beja, Évora, Portalegre e Setúbal e, por isso mesmo, denominada Copa Alentejo. A competição destina-se aos escalões etários de infantis, benjamins, traquinas e petizes e estarão em prova 128 equipas para disputarem 210 jogos com a envolvência de cerca de 1 500 jovens atletas com idades entre os cinco e os 12 anos. Um “mundialito” à alentejana, assume a organização bejense, onde Paulo Graça e João Fernandes – membros da comissão administrativa do Clube Desportivo de Beja – são os principais promotores. Trata-se de “um projeto inovador”, adiantam os organizadores: “Nunca houve uma organização deste tipo. Em tempo algum houve um evento desportivo na área do futebol juvenil, que juntasse os três distritos do Alentejo e atribuísse um título, ainda que virtual, de campeão do

Alentejo. O evento fará com que o desporto da nossa região se desenvolva e que os miúdos que passam por ele ganhem mais e melhores competência”. O modelo competitivo “será uma referência no panorama desportivo da formação no Alentejo” e tem semelhança com outras copas que se fazem por aí mas, sublinha Paulo Graça, “é pioneiro no envolvimento das equipas alentejanas de quatro distritos jogando entre elas, o que em situações normais nunca acontecerá”. O torneio assenta principalmente na parceria com a empresa Imagem4, organizadora de outros eventos semelhantes no País, a quem se juntaram o Desportivo de Beja, O Elvas Clube Alentejano de Desportos, o Grupo Desportivo e Recreativo da Afeiteira (Vendas Novas) e o Lusitano Ginásio Clube (Évora), cujas cidades serão sedes nas várias etapas competitivas da I Copa Alentejo. No final do torneio, acentuam os promotores, “serão encontrados os campeões do Alentejo, e quem vencer o respetivo escalão terá como prémio a presença em Lisboa na Belém Cup, com a inscrição gratuita, podendo competir com equipas como o Real Madrid, o Milão e outras da mesma grandeza mundial”. Um aliciante para todos jovens que tiverem oportunidade de participar na copa

(e as inscrições serão limitadas), um projeto que tendo o objetivo de “preencher um vazio competitivo entre equipas alentejanas, ao nível dos escalões de formação, tem, simultaneamente, uma vertente lúdica, porque permite que os atletas e os familiares que os acompanham conheçam outras localidades da região”, adianta Paulo Graça. O dirigente revela que, para além do grande protagonismo da Imagem4, os parceiros das restantes sedes competitivas estão empenhados na organização e que existiu franca disponibilidade e colaboração do município de Beja, da Associação de Futebol de Beja e de empresas locais, “que aderiram reconhecendo a bondade da iniciativa e a projeção que dará à cidade”. E refere ainda: “Uma iniciativa deste nível põe o nosso desporto na ribalta, por isso os nossos parceiros ficaram surpreendidos por nós termos surgido com este evento, porque isto acarreta uma grande logística, no entanto temos tudo acautelado”. O critério na escolha das quatro sedes competitivas assentou na realidade geográfica, “porque são pontos centrais na região onde existem clubes com algum nome e historial além de as cidades oferecerem boas infraestruturas e condições de logística”, diz Paulo Graça, adiantando que na origem

do projeto esteve a Imagem 4, fazendo a ponte com os vários parceiros, nomeadamente com o Departamento de Futebol Juvenil do Desportivo de Beja, “em face, também, do sucesso que tiveram os eventos que no ano passado organizámos, e isso levou a que as pessoas reconhecessem o mérito da nossa organização”. Sem benefícios diretos de natureza financeira para o clube, os promotores referem: “Isso agora não é relevante, o importante é fazermos com que as nossas crianças pratiquem desporto, que se divirtam e que a cidade também tenha alguma visibilidade”. A Copa Alentejo pretende implantar-se no calendário competitivo da região, sendo que, nesta edição, a cidade de Beja receberá a cerimónia de abertura e a 1.ª jornada do torneio, seguindo-se Vendas Novas, Elvas e Évora. No último dia de competição a capital do Baixo Alentejo consagrará os campeões da região e promoverá a cerimónia de encerramento, que a organização pretende que seja “uma verdadeira festa do desporto”, que está a merecer grande entusiasmo nos meios desportivos dos três distritos do Alentejo e das equipas alentejanas no distrito de Setúbal, a quem esta I Copa Alentejo – Torneio de Futebol Juvenil se abre como modelo inédito de convívio e competição.

Indecisão José Saúde

Com a segunda divisão distrital a atravessar um período de indecisão, a direção da AF Beja, ao que tudo indica, mantém-se na expectativa quanto à evolução de um campeonato que contava com duas séries. A encruzilhada das dúvidas por ora deparadas afirma-se como uma peculiar realidade e os dirigentes dos clubes, fidedignos responsáveis “em levar a carta a Garcia”, são pessoas que se deparam, agora, com um rol de problemas que os fazem repensar se o seu emblema terá, ou não, capacidades monetárias para arcar com os custos da equipa sénior. Nesta perspetiva, os dirigentes associativos aguardam pelas respostas dos filiados que, entretanto, mantêm um invulnerável silêncio. A quebra de apoios, sobretudo autárquicos, ditam as regras de uma tesouraria vulnerável, e nas contas do deve e do haver os responsáveis concluem que as receitas não superam as despesas. É pois percetível que a realização do campeonato da segunda divisão da AF Beja para a época 2012/2013, em modelos conhecidos, se mantenha na corda bamba. Sabemos que existem dúvidas, e muitas, sobre o número de participantes. Alguns já anunciaram que não vão continuar. Outros gizam os últimos retoques financeiros. Fazem contas. Planeiam. Decidem. Por outro lado temos conhecimento que o futebol dos mais novos na AF Beja dimensiona-se a bom ritmo. Bem-haja esse empenho. O futsal contará com 11 equipas para a próxima época e o futebol feminino apresentará nove. Quanto à primeira divisão regional, a dúvida subsiste sobre a quantidade de equipas participantes. Ou seja: iremos ter um campeonato onde o número de participantes será superior aos anteriores ou tudo passará, apenas, com uma série no escalão secundário, mantendo-se a estrutura administrativa das épocas antecedentes? Uma indecisão que passará, creio, com uma reunião entre os responsáveis associativos e os diretores dos clubes. Aguardemos.


A Escola de Taekwondo de Canhestros vai promover, entre os dias 13 e 31, aulas especiais para promoção da modalidade, abertas à população do concelho. As ações de dinamização do taekwondo decorrerão no Parque de Lazer da Fonte Nova às segundas e quartas-feiras (das 19 às 20 e 30 horas) e no Centro Cultural de Canhestros aos sábados (das 11 às 13 horas).

Campeão nacional de basquetebol é de Sines

O basquetebolista Gonçalo Naves, natural de Sines, conquistou o título de campeão nacional sub/16 com a camisola do Sport Lisboa e Benfica, na primeira época em que representou o clube encarnado. Oriundo do Clube Amigos do Basket de Grândola, o jovem sineense já na época 2009/2010 tinha sido campeão nacional pela seleção de Setúbal.

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Taekwondo aberto à população em Canhestros

Clube Náutico de Milfontes Os atletas Mateus Luís e Pedro Rosa, do Clube Náutico de Milfontes, sagraram-se vice-campeões nacionais de iniciados, na especialidade de K2, após a última das três provas do Campeonato Nacional de Esperanças, que decorreu em Ois da Ribeira (Águeda). Os dois atletas de Milfontes (ambos com 11 anos) já em 2010 tinham conquistado o título nacional em K12. Destaque ainda para o infantil Gonçalo Gamito, que obteve o 5.º lugar na regata de K1, uma das mais competitivas desta terceira prova do campeonato. Coletivamente o Clube Náutico de Milfontes obteve o 15.º lugar.

Campanha columbófila bejense 2012 foi disputada “asa a asa”

Os altos voos dos campeões Terá sido a campanha mais equilibrada dos últimos anos, mas também aquela em que se perderam mais aves em circunstâncias de temperaturas anormalmente elevadas.

m calendário com 29 concursos extremamente competitivos nas especialidades de velocidade, meio fundo, fundo e grande fundo (antecedidos de cinco treinos), sempre com soltas da vizinha Espanha. A solta com menor percurso teve 220 quilómetros em linha de voo (prova de velocidade) e a mais distante 900 quilómetros (grande fundo).

A nobreza nos pombos enquanto atletas de uma fidelidade impar e o seu esforço no seu regresso ao pombal de origem é o que move os columbófilos que investem uma vida nesta modalidade nem sempre compreendida, nem acarinhada. Durante a campanha 2012 da Associação Columbófila de Beja, os atletas voaram cerca de 12 400 quilómetros em 14 concursos de velocidade, sete de meio fundo, cinco de fundo e três de grande fundo. Com vencedores diversificados (só Ludgero Inácio, das Asas Fernandense, acumulou os títulos de velocidade e meio fundo), os mais regulares em todas as vertentes foram José Ameixa (Asas de Beja) e a Dupla de Entradas (Asas Verdes, de Castro Verde).

Columbofilia Dupla de Entradas (Paulo Bárbara e Manuel Nobre Carvalho) foi campeã absoluta na zona sul

CLASSIFICAÇÕES ZONA CENTRO LESTE Velocidade 1.º José Henriques Santos (SC Serpa) 2.º José Manuel Lampreia (SC Serpa) 3.º José Bernardo Marujo (Zona Azul) Anilhas Ouro: José Bernardo Marujo (Zona Azul) Prata: Travessa & Filho (SCPias) Bronze: Ernesto & José Luís (Asas Beja)

Borrachos 1.º Mauro Machado (SC Pias) 2.º Ernesto & José Luís (Asas Beja) 3.º Bruno Helena (Asas Beja) Anilhas Ouro: Jurassik Park (SCMourense) Prata: Jaime Silva (Asas Beja) Bronze: Serrano/Brito/Colaço: (Asas Beja)

ZONA SUL Velocidade 1.º Ludgero Inácio (Asas Fernandense) 2.º Nídio Costa (Asas Fernandense) 3.º António Coelho (Asas Verdes) Anilhas Ouro: António Coelho (Asas Verdes) Prata: Ludgero Inácio (Asas Fernandense) Bronze: Ludgero Inácio (Asas Fernandense)

Borrachos 1.º Família Mourão (Estrela Alentejana) 2.º Cartucho & Vinagre (Asas Almodôvar) 3.º João Manuel Coelho (Asas Verdes) Anilhas Ouro: Família Mourão (Estrela Alentejana) Prata: Ludgero Inácio (Asas Fernandense) Bronze: Jorge Prima (Asas do Litoral)

Meio fundo 1.º Rui Vilalva (Asas Beja) 2.º José Tomás Ameixa (Asas Beja) 3.º Chaveiro & Páscoa (Zona Azul) Anilhas Ouro: Nuno/Rato/Isabel (Asas Beja) Prata: Jurassic Park (SC Mourense) Bronze: Francisco Romeiro (SC Pias)

Yearlings 1.º José Lampreia (CRD Cabeça Gorda) 2.º Rui Vilalva (Asas de Beja) 3.º Imãos Serrano/Luís Brito (Asas Beja) Anilhas Ouro: Pombal Superstars (Asas Beja) Prata: Irmãos Serrano/Luís Brito (Asas Beja) Bronze: Luís do Rosário (Asas de Beja)

Meio fundo 1.º Ludgero Inácio (Asas Fernandense) 2.º Os Inseparáveis (SC Aljustrelense) 3.º Dupla de Entradas (SC Asas Verdes) Anilhas Ouro: Os Inseparáveis (SC Aljustrelense) Prata: Ludgero Inácio (Asas Fernandense) Bronze: Ludgero Inácio (Asas Fernandense)

Yearlings 1.º Dupla de Entradas (Asas Verdes) 2.º Álvaro Esteves (Asas Verdes) 3.º Francisco Soares (Asas Verdes) Anilhas Ouro: Dupla de Entradas (Asas Verdes) Prata: António Paulino (Asas Verdes) Bronze: Álvaro Estevens (Asas Verdes)

Fundo 1.º Bruno Helena (Asas Beja) 2.º António Reboco (SC Serpa) 3.º José Lampreia (Cabeça Gorda) Anilhas Ouro: Bruno Helena (Asas Beja) Prata: Bruno Helena (Asas Beja) Bronze: Joaquim Manzaca (SC Cuba)

Campeões por coletividade: Asas de Beja – José Ameixa Zona Azul Beja – José Marujo SC Pias – Francisco Romeiro CRD Cabeça Gorda – José Lampreia SC Serpa – António Reboco SC Mourense – Jurassik Park SC Vale Vargo – Duarte Farinho SC Cubense – Joaquim Manzaca Asas Alentejanas (Beringel) – Luís Aguiã

Fundo 1.º Asas de Valverde (Estrela Alentejana) 2.º Os Inseparáveis (SC Asas Verdes) 3.º Família Mourão (SC Estrela Alentejana) Anilhas Ouro: Asas de Valverde (Estrela Alentejana) Prata: Os Inseparáveis (SC Aljustrelense) Bronze: António Coelho (Asas Verdes)

Campeões por coletividade: SC Asas Verdes (C. Verde) – Dupla de Entradas SC Ouriquense – Pedro Nobre SC Aljustrelense – Os Inseparáveis SC Est. Alentejana (Ervidel) – Família Mourão Asas Lit. Alent. (B. Pinheiros) – Nelson & Valter CC Asas Fernandense – Tiago Esperança SC Asas Azuis (F.Alentejo) – Armando Alves SC Odemira – Pedro Pereira SC Ferreira do Alentejo – Ilídio Braz

Texto e foto Firmino Paixão

U

Absolutos 1.º José Ameixa (Asas de Beja) 2.º Nuno/Rato/Isabel (Asas Beja) 3.º José Bernardo Marujo (Asas Beja) Anilhas Ouro: Francisco Romeiro (SC Pias) Prata: José Marujo (Zona Azul) Bronze: Nuno/Rato/Isabel (Asas Beja)

Absolutos 1.º Dupla de Entradas (Asas Verdes) 2.º António Coelho (Asas Verdes) 3.º Pedro Nobre (SC Ouriquense) Anilhas Ouro: Ludgero Inácio (Asas Fernandense) Prata: António Coelho (Asas Verdes) Bronze: Ludgero Inácio (Asas Fernandense)

Grande fundo – Campeonato distrital 1.º António Ninhos (SC Mourense) 2.º Os Benitos (SC Serpa) 3.º Luís do Rosário (Asas de Beja) 4.º Luís do Rosário (Asas de Beja) 5.º Júlio & Martins (Asas de Almodôvar)

A palavra aos campeões “Foi uma boa campanha, e ainda podia ter corrido melhor, porque deixámos safar alguns prémios. O nosso objetivo quando entramos em competição é o de ganharmos em todas as frentes, mas não foi possível, também temos que dar mérito aos nossos adversários. Foi uma campanha muito difícil, muito dura”. Paulo Bárbara/Manuel Nobre (Dupla de Entradas). Campeões distritais absolutos 2012 na zona sul, campeões de yerlings com anilha de ouro na categoria. Campeões da Sociedade Columbófila Asas Verdes, de Castro Verde. “A campanha podia ter corrido melhor, estive na iminência de ganhar outros campeonatos, mas há sempre aquelas provas que saem fora daquilo que é o contexto da nossa programação. Mas a regularidade manteve-se e é isso que interessa porque quando se disputam campeonatos columbófilos de tanto valor temos que estar preparados para isso”. José Tomás Ameixa (Asas de Beja). Campeão distrital absoluto zona centro leste; vice-campeão distrital de meio fundo; campeão da coletividade Asas de Beja.


saúde

22 Diário do Alentejo 10 agosto 2012

Análises Clínicas

Medicina dentária

Psicologia

Dr.ª Heloisa Alves Proença Médica Dentista

Laboratório de Análises Clínicas de Beja, Lda. Dr. Fernando H. Fernandes Dr. Armindo Miguel R. Gonçalves Horários das 8 às 18 horas; Acordo com beneficiários da Previdência/ARS; ADSE; SAMS; CGD; MIN. JUSTIÇA; GNR; ADM; PSP; Multicare; Advance Care; Médis FAZEM-SE DOMICÍLIOS Rua de Mértola, 86, 1º Rua Sousa Porto, 35-B Telefs. 284324157/ 284325175 Fax 284326470 7800 BEJA

Cardiologia

RUI MIGUEL CONDUTO Cardiologista - Assistente de Cardiologia do Hospital SAMS CONSULTAS 5ªs feiras CARDIOLUXOR Clínica Cardiológica Av. República, 101, 2ºA-C-D Edifício Luxor, 1050-190 Lisboa Tel. 217993338 www.cardioluxor.com Sábados R. Heróis de Dadrá, nº 5 Telef. 284/327175 – BEJA MARCAÇÕES das 17 às 19.30 horas pelo tel. 284322973 ou tm. 914874486

MARIA JOSÉ BENTO SOUSA e LUÍS MOURA DUARTE

Cardiologistas Especialistas pela Ordem dos Médicos e pelo Hospital de Santa Marta Assistentes de Cardiologia no Hospital de Beja Consultas em Beja Policlínica de S. Paulo Rua Cidade de S. Paulo, 29 Marcações: telef. 284328023 - BEJA

Neurologia

Directora Clínica da novaclinica

HELIODORO SANGUESSUGA

Exclusividade em Ortodontia (Aparelhos) Master em Dental Science (Áustria) Investigadora Cientifica - Kanagawa Dental School – Japão Investigadora no Centro de Medicina Forense (Portugal)

DOENÇAS DO SISTEMA NERVOSO

Rua Manuel Antó António de Brito n.º n.º 6 – 1.º 1.º frente. 78007800-522 Beja tel. 284 328 100 / fax. 284 328 106

CONSULTAS às 3ªs e 4ªs feiras,

Oftalmologia

JOÃO HROTKO

LUZ Médico

Especialista pela Ordem dos Médicos

Especialista

Chefe de Serviço de Oftalmologia do Hospital de Beja

dos Médicos

FERNANDA FAUSTINO

telfs.284322387/919911232

Técnica de Prótese Dentária

7800-073 BEJA

e Ministério da Saúde

Clínica Geral

(Diplomada pela Escola Superior de Medicina Dentária de Lisboa)

Generalista

Consultas de 2ª a 6ª

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Acordos com: ACS, CTT, EDP, CGD, SAMS.

Rua Tenente Valadim, 44

Vários Acordos

Rua Capitão João Francisco

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de Sousa, 56-A – Sala 8

Rua do Canal, nº 4 7800 BEJA

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MÉDICO ESPECIALISTA EM CLÍNICA GERAL/MEDICINA FAMILIAR

Rua General Morais Sarmento. nº 18, r/chão Telef. 284326841 7800-064 BEJA

Fisioterapia

Clinipax Rua Zeca Afonso, nº 6-1º B – BEJA

JOSÉ BELARMINO, LDA.

Fisioterapia

Rua Bernardo Santareno, nº 10 Telef. 284326965 BEJA

Centro de Fisioterapia S. João Batista

DR. JOSÉ BELARMINO Clínica Geral e Medicina Familiar (Fac. C.M. Lisboa) Implantologia Oral e Prótese sobre Implantes (Universidade de San Pablo-Céu, Madrid)

CONSULTAS EM BEJA 2ª, 4ª e 5ª feira das 14 às 20 horas EM BERINGEL Telef 284998261 6ª e sábado das 14 às 20 horas DR. JAIME LENCASTRE Estomatologista (OM) Ortodontia

Fisiatria Dr. Carlos Machado Drª Ana Teresa Gaspar Psicologia Educacional Drª Elsa Silvestre Psicologia Clínica Drª M. Carmo Gonçalves Tratamentos de Fisioterapia Classes de Mobilidade Classes para Incontinência Urinária Reeducação do Pavimento Pélvico Reabilitação Pós Mastectomia Hidroterapia/Classes no meio aquático

Medicina dentária

Luís Payne Pereira Médico Dentista

Clínica Dentária

Clínica do Jardim

Acordos com A.D.S.E., CGD, Medis, Advance Care,

Praça Diogo Fernandes, nº11 – 2º

Multicare, Allianze, Seguros/Acidentes de trabalho,

Tel. 284329975

Urologia

Ginecologia Obstetrícia Assistente Hospitalar Consultas segundas, quartas, quintas e sextas Marcações pelo tel. 284323028

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Assistente graduado de ginecologia e obstetrícia

cave esq. – 7800 BEJA

UROLOGISTA

2ªs, 4ªs, 5ªs e 6ªs feiras, a partir das 14 e 30 horas Marcações pelo tel. 284311790 Rua do Canal, nº 4 - 1º trás 7800-483 BEJA

Psiquiatria

Hospital de Beja Doenças de Rins e Vias Urinárias

DR. MAURO FREITAS VALE

Consultas e ecografia

Consultas às 6ªs feiras na Policlínica de S. Paulo

MÉDICO DENTISTA

Urgências Prótese fixa e removível Estética dentária Cirurgia oral/ Implantologia Aparelhos fixos e removíveis VÁRIOS ACORDOS Consultas :de segunda a sexta-feira, das 9 e 30 às 19 horas Rua de Mértola, nº 43 – 1º esq.

Prótese/Ortodontia Marcações pelo telefone 284321693 ou no local

Rua António Sardinha, 25r/c dtº Beja

pelo 284322446; Fax 284326341

Cirurgia Maxilo-facial

Rua António Sardinha, 3 1º G 7800 BEJA

Rua Cidade S. Paulo, 29 Marcações pelo telef. 284328023

Tel. 284 321 304 Tm. 925651190

BEJA

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Otorrinolaringologia

CLÍNICA MÉDICA ISABEL REINA, LDA.

Obstetrícia, Ginecologia, Ecografia CONSULTAS 2ªs, 3ªs e 5ªs feiras Rua Zeca Afonso, nº 16 F Tel. 284325833

FERNANDO AREAL

Urologia

DR. J. S. GALHOZ

MÉDICO

FRANCISCO FINO CORREIA

Consultor de Psiquiatria

MÉDICO UROLOGISTA RINS E VIAS URINÁRIAS

Consultório Rua Capitão João Francisco Sousa 56-A 1º esqº 7800-451 BEJA Tel. 284320749

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Estomatologia

HORÁRIO: Das 11 às 12.30 horas e das 14 às 18 horas pelo tel. 218481447 (Lisboa) ou Em Beja no dia das consultas às quartas-feiras Pelo tel. 284329134, depois das 14.30 horas na Rua Manuel António de Brito, nº 4 – 1º frente 7800-544 Beja (Edifício do Instituto do Coração, Frente ao Continente)

Consultas em Beja

ULSB/Hospital José Joaquim Fernandes

Marcação de consultas de dermatologia:

Marcações

ALI IBRAHIM

Dermatologia

DRA. TERESA ESTANISLAU CORREIA

Marcações a partir das 14 horas Tel. 284322503

CLÍNICA MÉDICA DENTÁRIA

Ginecologia/Obstetrícia

FAUSTO BARATA

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a partir das 15 horas MARCAÇÕES pelos

DR. A. FIGUEIREDO

Médico oftalmologista

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Obesidade

Marcações de 2.ª a 6.ª feira a partir das 14 horas Rua Capitão João Francisco de Sousa, n.º 20 7800-451 BEJA Tel. 284324690

Ouvidos,Nariz, Garganta Exames da audição Consultas a partir das 14 horas Praça Diogo Fernandes, 23 - 1º F (Jardim do Bacalhau) Telef. 284322527 BEJA


saúde

23 Diário do Alentejo 10 agosto 2012

PSICOLOGIA ANA CARACÓIS SANTOS – Educação emocional; – Psicoterapia de apoio; – Problemas comportamentais; – Dificuldades de integração escolar; – Orientação vocacional; – Métodos e hábitos de estudo GIP – Gabinete de Intervenção Psicológica Rua Almirante Cândido Reis, 13, 7800-445 BEJA Tel. 284321592

_______________________________________ Manuel Matias – Isabel Lima – Miguel Oliveira e Castro – Jaime Cruz Maurício Ecografia | Eco-Doppler Cor | Radiologia Digital Mamografia Digital | TAC | Uro-TC | Dental Scan Densitometria Óssea Nova valência: Colonoscopia Virtual Acordos: ADSE; PT-ACS; CGD; Medis, Multicare; SAMS; SAMS-quadros; Allianz; WDA; Humana; Mondial Assistance. Graça Santos Janeiro: Ecografia Obstétrica Marcações: Telefone: 284 313 330; Fax: 284 313 339; Web: www.crb.pt Rua Afonso de Albuquerque, 7 r/c – 7800-442 Beja e-mail: cradiologiabeja@mail.telepac.pt

CENTRO DE IMAGIOLOGIA DO BAIXO ALENTEJO ECOGRAFIA – Geral, Endocavitária, Osteoarticular, Ecodoppler TAC – Corpo, Neuroradiologia, Osteoarticular, Dentalscan Mamografia e Ecografia Mamária Ortopantomografia

António Lopes – Aurora Alves – Helena Martelo – Montes Palma – Maria João Hrotko – Médicos Radiologistas –

Dr. Sidónio de Souza – Pneumologia/Alergologia/ Desabituação tabágica – H. Pulido Valente Dr. Fernando Pimentel – Reumatologia – Medicina Desportiva – Instituto Português de Reumatologia de Lisboa Dr.ª Verónica Túbal – Nutricionismo – H. de Beja Dr.ª Sandra Martins – Terapia da Fala – H. de Beja Dr. Francisco Barrocas – Psicologia Clínica/Terapia Familiar – Membro Efectivo da Soc. Port. Terapia Familiar e da Assoc. Port. Terapias Comportamental e Cognitiva (Lisboa) – Assistente Principal – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo. Dr. Rogério Guerreiro – Medicina preventiva – Tratamento inovador para deixar de fumar Dr. Gaspar Cano – Clínica Geral/ Medicina Familiar Dr.ª Nídia Amorim – Psicomotricidade/Educação Especial e Reabilitação (dificuldades específicas de aprendizagem/dislexias) Dr. Sérgio Barroso – Especialista em Oncologia – H. de Beja Drª Margarida Loureiro – Endocrinologia/Diabetes/ Obesidade – Instituto Português de Oncologia de Lisboa Dr. Francisco Fino Correia – Urologia – Rins e Vias Urinárias – H. Beja Dr. Daniel Barrocas – Psiquiatria – Hospital de Évora Dr.ª Lucília Bravo – Psiquiatria H.Beja , Centro Hospitalar de Lisboa (H.Júlio de Matos). Dr. Carlos Monteverde – Chefe de Serviço de Medicina Interna, doenças de estômago, fígado, rins, endoscopia digestiva. Dr.ª Ana Cristina Duarte – Pneumologia/ Alergologia Respiratória/Apneia do Sono – Assistente Hospitalar Graduada – Consultora de Pneumologia no Hospital de Beja Dr.ª Isabel Santos – Chefe de Serviço de Psiquiatria de Infância e Adolescência/Terapeuta familiar – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo Dr.ª Paula Rodrigues – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr.ª Luísa Guerreiro – Ginecologia/Obstetrícia Dr. Jorge Araújo – Ecografias Obstétricas Dr.ª Ana Montalvão – Hematologia Clínica /Doenças do Sangue – Assistente Hospitalar – Hospital de Beja Dr.ª Ana Cristina Charraz – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr. Diogo Matos – Dermatologia. Médico interno do Hospital Garcia da Orta. Dr.ª Madalena Espinho – Psicologia da Educação/ Orientação Vocacional Dr.ª Ana Margarida Soares – Terapia da Fala - Habilitação/Reabilitação da linguagem e fala. Perturbação da leitura e escrita específica e não específica. Voz/Fluência. Dr.ª Maria João Dores – Técnica Superior de Educação Especial e Reabilitação/Psicomotricidade. Perturbações do Desenvolvimento; Educação Especial; Reabilitação; Gerontomotricidade. Enfermeira Maria José Espanhol – Enfermeira especialista em saúde materna/Cuidados de enfermagem na clínica e ao domicílio/Preparação pré e pós parto/amamentação e cuidados ao recémnascido/Imagem corporal da mãe – H. de Beja Marcações diárias pelos tels. 284 322 503 Tm. 91 7716528 | Tm. 916203481 Rua Zeca Afonso, nº 6, 1º B, 7800-522 Beja Clinipaxmail@gmail.com

medicina geral e familiar Dr. Luís Capela

endocrinologia|diabetes|obesidade Dr.ª Luísa Raimundo

pneumologia|consulta do sono Dr.ª Eulália Semedo

ginecologia|obstetrícia|colposcopia Dr.ª Ana Ladeira

otorrinolaringologia|ORL pediátrica ;ǀĞƌƟŐĞŵͮŽŶĐŽůŽŐŝĂ ĚĂ ĐĂďĞĕĂ Ğ ƉĞƐĐŽĕŽͿ

Dr.ª Dulce Rocha Nunes

Diversos Acordos

psiquiatria e saúde mental Dr. Daniel Barrocas

psicologia clínica Dr.ª Maria João Póvoas

psicologia educacional Dr.ª Silvia Reis

terapia da fala Terapeuta Vera Baião

ĮƐŝŽƚĞƌĂƉŝĂͮƌĞĂďŝůŝƚĂĕĆŽ ;ƉſƐͲ s ͬ ƉſƐͲĐŝƌƵƌŐŝĂͬ ƚƌĂƵŵĂƚŽůŽŐŝĂͬ ĐŝŶĞƐŝŽƚĞƌĂƉŝĂͬ ĐŽůƵŶĂͿ

Terapeuta Fábio Apolinário

cirurgia vascular Dr.ª Helena Manso

ŵĞĚŝĐŝŶĂ ĞƐƚĠƟĐĂ Dr.ª Nídia Abreu

podologia Dr. Joaquim Godinho

medicina dentária Dr. Jaime Capela (implantologia) ƌ͘ǐ ŶĂ ZŝƚĂ ĂƌƌŽƐ ;ŽƌƚŽĚŽŶƟĂͿ Dr. António Albuquerque

prótese dentária Téc. Ana João Godinho

cirurgia maxilo-facial Dr. Luís Loureiro

Convenções: ADSE, ACS-PT, SAD-GNR, CGD, MEDIS, SSMJ, SAD-PSP, SAMS, SAMS QUADROS, ADMS, MULTICARE, ADVANCE CARE Horário: de 2ª a 6ª feira, das 8 às 19 horas e aos sábados, das 8 às 13 horas Av. Fialho de Almeida, nº 2 7800 BEJA

Telef. 284318490 Tms. 960284030 ou 915529387

Clínica Médico-Dentária de S. FRANCISCO, LDA. Gerência de Fernanda Faustino Acordos: SAMS, ADMG, PSP, A.D.M.E., Portugal Telecom e Advancecare Rua General Morais Sarmento, nº 18, r/chão; TEL. 284327260 7800-064 BEJA

pediatria do desenvolvimento ƌ͘ǐ ŶĂ ^ŽĮĂ ƌĂŶĐŽ

psicomotricidade|apoio pedagógico Terapeuta Helena Louro

exames audiológicos Audiograma|Timpanograma

ƉƌſƚĞƐĞƐ ĂƵĚŝƟǀĂƐ Manutenção de todas as marcas Rua António Sardinha 23, 7800-447 Beja Telefone: 284 321 517 | Móvel: 961 341 105 | Fax: 284 327 331 clinibeja@gmail.com| www.facebook.com/clinibeja

www.clinibeja.com


institucional diversos

24 Diário do Alentejo 10 agosto 2012

Diário do Alentejo n.º 1581 de 10/08/2012 Única Publicação

Diário do Alentejo n.º 1581 de 10/08/2012 1.ª Publicação

MINISTÉRIO DA ECONOMIA E DO EMPREGO DIREÇÃO GERAL DE ENERGIA E GEOLOGIA

AVISO Faz-se público, nos termos e para efeitos das disposições conjugadas cons¬tantes do art° 24° e do n° 3 do art° 16° do Decreto-Lei n° 88/90 de 16 de Março e do n° 1 do art° 1° do Decreto-Lei n° 181/70, de 28 de Abril, que ALMINA – Minas do Alentejo, SA, requereu a alteração da área da concessão C-9 “ALJUSTREL”, de enxofre, cobre, zinco, chumbo e prata, localizada no concelho de Aljustrel e distrito de Beja, ficando a corresponder-lhe uma área de 1875,9784 hectares, delimitada pela poligonal cujos vértices, se indicam seguidamente, em coordenadas Hayford-Gauss, DATUM 73, (Melriça) VÉRTICE MERIDIANA (m) PERPENDICULAR (m) 1 -5201,600 -198185,800 2 -2206,387 -195326,236 3 -1766, 908 -195846,769 4 -410,122 -200540,517 5 -3877, 174 -201437,586 6 -5403,665 -199914,335 Convidam-se todos os interessados a apresentar reclamações, por escrito e devidamente fundamentadas, no prazo de 30 dias a contar da data da publicação do presente Aviso, no Diário da República. O pedido está patente para consulta dentro das horas de expediente, na Direcção de Serviços de Minas e Pedreiras da Direcção Geral de Energia e Geologia, sita na Ava 5 de Outubro, n° 87, 5° Andar, 1069-039 LISBOA, entidade para quem devem ser remetidas as reclamações. O presente aviso e planta de localização estão também disponíveis na página eletrónica desta Direção Geral. Direção Geral de Energia e Geologia, em 30 de julho de 2012. O subdiretor geral Carlos A.A.Caxaria

28 000

EDITAL N.º 29/2012 ABERTURA DA 1.ª FASE DE CANDIDATURAS ALIENAÇÃO DE LOTES 18 LOTES DE TERRENO NO LOTEAMENTO DO POÇO DA FIGUEIRA MANUEL LUÍS DA ROSA NARRA, PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE VIDIGUEIRA, TORNA PÚBLICO em cumprimento do disposto no n.º 1 do artigo 91.º da Lei n.º 169/99, de 18 de Setembro, na redação da Lei n.º 5-A/2002, de 11 de Janeiro, que, em conformidade com a deliberação de Câmara Municipal de Vidigueira, tomada em reunião ordinária realizada no dia 21 de Dezembro de 2011, encontra-se aberta a 1.ª fase de candidaturas para alienação de 18 lotes de terreno, para construção urbana, no Loteamento do Poço da Figueira, freguesia e concelho de Vidigueira, identificados no quadro seguinte:

(*) Y=Índice constante no Plano de Urbanização de Vidigueira em vigor à data do licenciamento do projeto. O Regulamento de alienação de lotes destinados a habitação no Loteamento do Poço da Figueira, bem como o Regulamento do Loteamento Urbano do Poço da Figueira que define as regras de construção, devem ser consultados na Subunidade de Gestão e Planeamento Urbanístico da Câmara Municipal, sita na Rua da Malheira, em Vidigueira, todos os dias úteis, das 9h00 às 17h30, ou na página da internet do Município em www.cm-vidigueira.pt (em Apoio ao Munícipe l Normas e Regulamentos l Ambiente, Urbanismo e Ordenamento do Território).

Notícias de Beja

A Planície

Correio do Alentejo

Diário do Alentejo

É o número de leitores que todas as semanas lê o “Diário do Alentejo” na sua versão papel. No Facebook, todos os dias, mais de 4 000 leitores seguem a atualidade regional na página do “DA”.

CÂMARA MUNICIPAL DE VIDIGUEIRA

Fonte: Marktest. Relatório de resultados da imprensa regional no período compreendido entre abril de 2010 e março de 2011

www.diariodoalentejo.pt facebook.com/diariodoalentejo

A hasta pública terá lugar no dia 03 de setembro de 2012, pelas 11h00, na Sala de Sessões da Câmara Municipal de Vidigueira. Em cumprimento da deliberação de Câmara Municipal acima mencionada, o preço base de licitação dos lotes é de €120/m2 (cento e vinte euros por metro quadrado) e os lanços mínimos no valor de €100 (cem euros). Para constar se publica este e outros de igual teor, os quais irão ser afixados nos lugares públicos do costume. E eu, Dr. Francisco Caipirra, Chefe da Divisão de Administração Municipal, o subscrevo. Paços do Município de Vidigueira, 2 de agosto de 2012. O Presidente da Câmara Municipal, Manuel Luís da Rosa Narra


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Diário do Alentejo nº 1581 de 10/08/2012 2.ª Publicação

25 Diário do Alentejo 10 agosto 2012

Diário do Alentejo n.º 1581 de 10/08/2012 Única Publicação

TRIBUNAL JUDICIAL DE MOURA Secção Única

ANÚNCIO Processo: 412/11.4TBMRA Divórcio Sem Consentimento do Outro Cônjuge Autor: António Bolrão Cipriano Réu: Cremilde dos Santos Reina N/Referência: 693824 Nos autos acima identificados correm éditos de 30 dias, contados da data da segunda e última publicação do anúncio, citando a ré Cremilde dos Santos Reina, com última residência conhecida em domicílio: Cantinas de Magula, Cidade de Xai Xai, Província de Gaza Moçambique, para no prazo de 30 dias, decorrido que seja o dos éditos, contestar, querendo, a presente acção, com a indicação de que a falta de contestação não importa a confissão dos factos articulados pelo autor e que em substância o pedido consiste em decretar o divórcio entre o Autor e a Ré supra identificados tudo como melhor consta do duplicado da petição inicial que se encontra nesta Secretaria, à disposição do citando. Fica advertido de que é obrigatória a constituição de mandatário judicial. Moura, 06-07-2012 O Juiz de Direito, Dr(a). Rui Miguel Fonseca Machado O Oficial de Justiça, Joaquim Infante

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Diário do Alentejo n.º 1581 de 10/08/2012 Única Publicação

CÂMARA MUNICIPAL DE CASTRO VERDE

EDITAL N.º 80/2012 CONCURSO PÚBLICO PARA ARRENDAMENTO DE TRÊS ESPAÇOS PARA OFICINAS / LOJAS DESTINADOS A ARTESÃOS, NO CENTRO DE PROMOÇÃO DO PATRIMÓNIO E TURISMO Francisco José Caldeira Duarte, Presidente da Câmara Municipal de Castro Verde: Faz saber que, de harmonia com a deliberação tomada em reunião ordinária desta Câmara Municipal, realizada no dia 1 de Agosto de 2012, se encontra aberto concurso público para arrendamento de três espaços para oficinas / lojas destinados a artesãos, no centro de promoção do património e turismo, sito na Rua de Mértola, em Castro Verde. 1. Local e data limite para apresentação das propostas: As propostas deverão ser entregues até às 17.30 horas do dia 31 de Agosto de 2012, sob pena de não serem admitidas, na Secção Financeira e Património ou remetidas pelo correio sob registo e com aviso de receção. 2. Processo de concurso: O Programa de Concurso e Caderno de Encargos podem ser consultados na secção Financeira e Património, durante as horas normais de expediente: das 9:00 h às 12:30 h e das 14:00 h às 17:30 h ou na página da Internet do município: www.cm-castroverde.pt 3. Documentos que devem acompanhar a proposta: Os que vêm referidos no art. 6.º do Programa de Concurso. 4. Valor da Renda mensal por oficina / loja: 60,00 €/mês. 5. Adjudicação: A adjudicação é feita ao concorrente que tiver apresentado a proposta que melhor se enquadre na filosofia do funcionamento do Centro de Promoção de Património e Turismo, de acordo com os critérios mencionados no art.º 10.º. do programa de concurso 6. Prazo pelo qual é celebrado o contrato de arrendamento: Um ano a contar da data de celebração do concurso, podendo renovar-se por períodos sucessivos de um ano se nenhuma das partes se tiver oposto à renovação do mesmo. 7. Outras condições: As demais condições de adjudicação da cessão da exploração do estabelecimento comercial constam no caderno de encargos do concurso. Município de Castro Verde, 2 de agosto de 2012.

MUNICÍPIO DE CUBA Câmara Municipal

AVISO ACTIVIDADES DE ENRIQUECIMENTO CURRICULAR DESTINADA AO 1.º CICLO DO ENSINO BÁSICO NO AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE CUBA Para os devidos e legais efeitos torna-se público que, por despacho do Vice -Presidente da Câmara datado de 06 de agosto de 2012, encontram-se a decorrer vários processos de seleção para recrutamento de professores no âmbito das Atividades de Enriquecimento Curricular, no 1.º Ciclo do ensino básico no agrupamento de escolas de Cuba, ao abrigo do Dec.-Lei n.º 212/2009, de 03 de Setembro, conjugado com o Regime de contrato de trabalho em funções públicas, aprovado pela lei n.º 59/2008, de 11 de setembro, art.s 93, al) i) e art. 142º. As seguintes ofertas de trabalho estão disponibilizadas, no sítio da internet da Câmara Municipal de Cuba, entre os dias 13 e 16 de Agosto de 2012: Concursos a) – Recrutamento de um professor para o ensino do Inglês,– Horário de 18 horas semanais de exercício de funções (período letivo - 15 h e período não letivo – 3h); – Remuneração base mensal ilíquida: 543.60, € para licenciados com habilitações profissionais ou próprias para a docência; – Remuneração base mensal ilíquida: 384.68, € para os restantes casos; Concursos b) – Recrutamento de três professores para o ensino da atividade lúdico-expressivas - três horários de 11 horas semanais de exercício de funções (período letivo - 9 h e período não letivo – 2h); – Remuneração base mensal ilíquida: 332.20 €; Concurso c) - Recrutamento de dois professores para o ensino da atividade física e desportiva – dois horários de 12 horas semanais de exercício de funções (período letivo - 10 h e período não letivo – 2h); - Remuneração mensal ilíquida: 362.40 €; (A remuneração mensal dos lugares a concurso é a correspondente ao vencimento base do índice 126, da carreira de educadores e professores dos ensinos básico e secundário, para licenciados com habilitação profissional ou própria para a docência e, pelo índice 89, para os restantes casos, ambos de acordo com as horas semanais de exercício de funções). 2- Conteúdo Funcional – Tarefas inerentes ao ensino das atividades postas a concurso, no 1.º Ciclo do ensino Básico. 3- Local de trabalho – Escolas do 1.º Ciclo do Ensino Básico do Agrupamento de Escolas de Cuba. 4 – Critérios de seleção: a ) Habilitação de acordo com o perfil enunciado no despacho n.º 8683/2011, de 28 de Junho – até 30 pontos; b) Tempo de serviço em dias, no exercício da atividade de enriquecimento curricular a que concorre, até ao final do ano letivo 2011/2012 – até 40 pontos; c) Tempo de serviço (em dias) na no exercício de atividade de docente, até ao final do ano letivo do ano 2011/2012 – 30 pontos; Critérios de desempate: a) - Classificação Profissional/Final de curso; b) - Data de Nascimento (no formato ddmmaa), tendo prioridade os candidatos mais velhos; 5 – Formalização das candidaturas: As candidaturas deverão ser formalizadas na aplicação informática concebida pela Direção Geral da Administração Escolar (DGAE), cujo acesso é efetuado através do sítio da internet do município de Cuba – www.cm-cuba. pt , durante o prazo acima fixado. Simultaneamente deverão os candidatos enviar os comprovativos do tempo referido em cada um dos critérios, para o e-mail: srh@cm-cuba.pt 6 – Listas de Ordenação e aceitação da colocação: será elaborada e disponibilizada na plataforma SIGHRE, uma lista de ordenação contendo os candidatos que cumpram os requisitos e perfil exigidos, sendo notificado o candidato classificado em 1.º lugar, o qual deve comunicar a aceitação do lugar, por via, eletrónica, nos 2 dias úteis seguintes ao da comunicação. Paços do Município de Cuba, 7 de agosto de 2012 O Vice - Presidente da Câmara, Carlos José Maltez Almeida

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O Presidente, / Francisco José Caldeira Duarte, Arq. /

Contactar tm. 967155844/967993133


necrologia

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Baleizão PARTICIPAÇÃO

MISSA

Manuel Ameixinha Baia

1.º Ano de Dor e Saudade “A vida dos mortos está na memória dos vivos”. A família informa que será celebrada missa no dia de Santa Maria, 15/08/2012, na Igreja do Convento das Carmelitas, às 9 horas, em Beja, e na Igreja de S. Pedro do Mar, às 19 horas, em

João da Silva Leitão

É com pesar que participamos o falecimento do Sr. Manuel Ameixinha Baia, de 64 anos, natural de Serpa, solteiro. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no dia 07/08/2012, pelas 17 horas, do Hospital de Beja para o cemitério de Serpa. Apresentamos à família as cordiais condolências.

Quarteira.

Vale dos Mortos PARTICIPAÇÃO

AGÊNCIA FUNERÁRIA SERPENSE, LDA Gerência: António Coelho Tm. 963 085 442 – Tel. 284 549 315 Rua das Cruzes, 14-A – 7830-344 SERPA

BEJA PARTICIPAÇÃO

Manuel Amaro Gonçalves

É com pesar que participa-

Faleceu a 02.08.2012 É com pesar que participamos o falecimento do Sr. Manuel Amaro Gonçalves, de 46 anos, natural de Aldeia Nova de S. Bento, solteiro. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no dia 04/08/2012, pelas 11 horas, da Casa Mortuária de Vale dos Mortos para o cemitério local. Apresentamos à família as

mos o falecimento da Sra.

cordiais condolências.

Berta das Neves Estevens Faleceu a 04.08.2012

Berta das Neves Estevens, de 93 anos, natural de Santiago do Cacém, viúva. O funeral a cargo desta Agência realizouse no dia 05/08/2012, pelas 15 horas, da Casa Mortuária

AGÊNCIA FUNERÁRIA SERPENSE, LDA Gerência: António Coelho Tm. 963 085 442 – Tel. 284 549 315 Rua das Cruzes, 14-A – 7830-344 SERPA

de Beja para o cemitério local. Apresentamos à família as cordiais condolências.

BEJA MISSA E AGRADECIMENTO

AGÊNCIA FUNERÁRIA SERPENSE, LDA

CONVOCATÓRIA Assembleia Geral Extraordinária CASA DO ESTUDANTE Nos termos do nº 1 do art.º 39 e do nº 1 e nº 3 do art.º 40º dos Estatutos da Casa do Estudante convocam-se todos os associados da Casa do Estudante para participarem na Assembleia Geral Extraordinária a realizar-se no dia 26 de Agosto de 2012 pelas 09:30h nas Instalações da sede, na Rua de Moçambique nº10 em Beja, com a seguinte ordem de trabalhos: Ponto um: Análise e deliberação sobre a situação da Hipoteca Voluntária a favor do Banco Comercial Português S.A.; Ponto dois: Análise e deliberação sobre a proposta de alienação de bens da instituição: viatura ligeira de passageiros – Lancia 5 lugares; Ponto três: Outros assuntos do interesse da instituição. Os trabalhos iniciar-se-ão uma hora mais tarde com qualquer número de associados, se à hora marcada não estiver reunido o quórum legalmente previsto. Beja, 8 de Agosto de 2012 O Presidente da Assembleia Geral (Manuel Rebelo Lança Alves)

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Maria José Carolina Figueiredo 30.º Dia de Eterna Saudade Seus familiares, na impossibilidade de o fazer pessoalmente, vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que acompanharam a sua ente querida à sua última morada ou que de outro modo manifestaram o seu pesar e participam que será celebrada missa pelo seu eterno descanso no dia 04/08/2012 pelas 18 e 30 horas na Igreja da Sé em Beja, agradecendo desde já a todas as pessoas que nela participem.


A Sociedade Filarmónica Capricho Bejense, em Beja, acolhe sessões de yoga para crianças. Toda as segundas e quartas-feiras há aulas dedicadas inteiramente aos mais pequeninos.

Pais

A gelatina é um alimento rico e nutritivo. Feito sobre uma base de laranja ou de outra fruta é, de certeza, um divertimento redobrado na hora de comer.

Dica da semana Uma ideia para reutilizares alguns materiais. A ideia original é da empresa “Monkey Business” fundada em 1994.

Pela tua mão Depois de uma visita ao Egito em busca do mapa desaparecido de Kilmore Cove, Jason e Rick regressam da porta do tempo. Planeiam recuperar o mapa a Olivía Newtow, mas sem sucesso. Olívia descobre que na casa dos espelhos, casa de um antigo inventor, Petter Dedalus, há uma porta do tempo. Será que ainda há muitas portas para descobrir? Sara, 11 anos

A páginas tantas... Depois de Contos do mundo a dupla Tim Bowley e Óscar Villán apresentam Não há como escapar. Um conjunto de 10 histórias. De amores. De humores. De ambições. Todas elas protagonizadas por criaturas mágicas, mais ou menos solitárias, e até membros da realeza juntam-se nesta narrativa ora de aventuras emocionantes, ora de terríveis lendas sobre a morte. Tudo com o traço de Óscar Villán que já nos tinha deliciado com muitos outros livros como A Zebra Camila. Vê mais em http://ovillan.com/

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Yoga para crianças na Capricho Bejense


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A Luzia é uma doce cadela perdigueira, sénior, que ainda procura uma oportunidade de ser feliz. É sociável com outros cães e muito dócil com as pessoas. Será uma ótima companheira, meiga, de toda a família. Será esterilizada e vacinada antes da adoção. Venham conhecê-la ao Cantinho dos Animais de Beja. Contactos: 962432844; sofiagoncalves.769@hotmail.com

Boa vida Comer Filetes de salmão no forno perfumados com poejos Ingredientes para 4 pessoas: 8 filetes de salmão fresco, 4 dentes de alho, sumo de 2 limões, 1 folha de louro, 3 dl. de leite, q.b. de pimenta branca, q.b. de sal grosso, 100 gr. de manteiga sem sal, 1 molho de poejos frescos, q.b. de azeitonas pretas, q.b. de vinagre, batatas e legumes a seu gosto para acompanhar. Confeção: Num pirex coloque os filetes de salmão e tempere-os com sal, pimenta, alho, leite, sumo dos limões e louro. Deixe no frigorífico de um dia para o outro. Coloque nozes de manteiga por cima dos filetes e leve ao forno bem quente, até ficarem com um tom de dourados. Quase no final regue com um pouco de vinagre e polvilhe com poejos picados. Enfeite com azeitonas pretas. Retifique os temperos e sirva com batata e legumes cozidos.

Beber

Vinho bem velhinho

Q

uem se interessa pela história do vinho sabe que todos os livros e cursos apontam o extremo oriental da Europa mediterrânea como o berço da vinha. Os dados são ilustrados por hieróglifos do antigo Egito e por ânforas de gregos e fenícios. E se o outro extremo do mediterrâneo – Portugal – tiver sido o verdadeiro berço da vinha? Esta tese tem sido levantada com o suporte científico de equipas universitárias que descobriram 20 povoamentos de videiras silvestres, sobretudo nas bacias do Guadiana, Almansor, Ponsul e Sado, com mais de 10 000 anos de datação. O mais extraordinário desta descoberta é que os estudos moleculares efetuados comprovam uma maior proximidade genética entre as castas (ou variedades) atuais e essas videiras silvestres agora descobertas, relativamente às videiras do mediterrâneo oriental que pensávamos originais, o que é considerado um bom indicador contra a corrente atual de importação para a Iberia de videiras do Oriente pelos mercadores fenícios. Nos últimos anos, Portugal tem feito um trabalho assinalável de valorização da rica diversidade das castas ou variedades de uva para vinho existentes em Portugal. Num esforço conjunto das universidades e empresas, e com o apoio de instituições públicas, foi constituída a Associação Portuguesa para a Diversidade da Videira. Perto de três centenas de castas estão identificadas e um esforço dedicado está em curso para preservar a biodiversidade e combater o impacto da perda genética que a compra desregrada de materiais de propagação (enxertos) industrializados e homogéneos pode induzir numa cultura que tem que conviver que diferentes microclimas e com pragas e doenças que, através de novos surgimentos ou mutações, podem levar à extinção de uma espécie, como já aconteceu repetidamente. A seleção de um clone-super-videira pode ser fantástico para as doenças e para o rendimentos hoje existentes mas, se perdermos a variabilidade genética que foi ganha ao longo de centenas de anos, o risco de concentrarmos a aposta num só clone pode hipotecar o futuro de uma atividade económica vital para a maioria das famílias portuguesas. O Instituto Alemão do Vinho cruza os continentes à procura de diversidade genética para a casta branca Riesling que chegou quase ao risco de extinção na Alemanha. Sabia que a casta Trincadeira, tão dominante nos vinhos do Alentejo, afinal é originária de Lisboa? Aníbal Coutinho

Bom apetite...

António Nobre Chefe executivo de cozinha – Hotéis M’AR De AR, Évora

Vinho de Calendário Já se encontra on line e de acesso gratuito o novo guia “Copo & Alma, 319 Melhores Vinhos para 2012”. Só tem de entrar em www.w-anibal.com e conferir. No Alentejo um vinho que tem sempre brilhado nesta seleção é o Branco DO Alentejo, Esporão, Reserva, de 2011.

Vinho Diário Um dos vinhos que mais me impressionou na recente prova cega que irá dar origem ao meu “Guia Popular de Vinhos”, edição 2013, disponível em setembro nas livrarias e nos supermercados, foi o tinto IG Alentejano Barrão de 2010. Compra segura em qualquer prateleira.

Filatelia O pão artesanal – variedades (X)

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ontam-se por dezenas os vários tipos de pão. Cada comunidade dá-lhe o seu cunho característico, cunho este que se revela não só na forma e no tamanho, mas também no seu conteúdo e sabor. O opúsculo destacável “Pães de Portugal”, que foi disponibilizado gratuitamente em meados de fevereiro deste ano, pelos jornais “Diário de Notícias” e “Jornal de Notícias”, apresenta-nos os 24 tipos de pão que se seguem: broas do Alto Minho, bica, pão de Padronelo, broa do Porto, pão de centeio de Chaves, padas, sêmea da Beira Alta, molete, biju, regueifas, redondo, broa de Avintes, trigamilha, pão de testa algarvio, pão da Mealhada, pão saloio, cacetes de Beira Baixa, papo-seco de Lisboa, pão alentejano, pão ribatejano, pão de água dos Açores, tibornas, pão de quartos da Covilhã e bolo de caco da Madeira. A etnógrafa Mouette Barboff, na sua obra A Tradição do pão em Portugal (Clube do Colecionador dos Correios, 2011), junta mais 11 tipos a esta lista: o pão flor, o pão extra, o pão de segunda, o pão especial, o pão espanhol, a pinha, a mimosa, o boné, o pão de coroa, o pão de Viana e o de Pádua. Esta obra é disponibilizada conjuntamente com todos os selos emitidos sobre este tema; neste caso os selos mostram-nos os 14 tipos de pão que se seguem: carcaça, pão de Mafra, pão de quartos, pão da Mealhada, pão alentejano, bolo do caco, pão de milho, broa, broa de Avintes, pão de centeio, regueifa, padas, pão com chouriço e pão de testa. Não se pense que este imenso cardápio panífero fica por aqui. Na Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira ainda encontramos mais algumas variedades. A ilustração mostra-nos a padeira (Afinsa 2271 e 2562). (continua) Geada de Sousa


Petiscos Creme de natas com alface e camarão

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hamam-lhe cocktail, o que quer dizer na elegante linguagem de Sua Graciosa Majestade rabo-de-galo ou, aligeirando, cauda-de-galo. Enfim, eles lá sabem. Temos assim “creme de natas com alface e camarão” e só com o nome fica o segredo da receita a descoberto. Ao contrário do que parece – porque quando se fala de marisco, a malta, desconfiada, joga logo a mão à carteira – esta receita é das mais baratas dentro do seu género. Porque o camarão é vendido ao tamanho e se os maiores são caríssimos e se destinam a ser grelhados, os mais pequenos são pouco dispendiosos e dão para fazer este tipo de combinações. Já me esquecia, pelo menos nos camarões, por enquanto, evite a aquacultura. Compram-se então camarões pequenos, congelados e baratos. Cozem-se, espera-se que arrefeçam e descascam-se. Quem entender pode ainda abri-los ao meio e tirar, dentro do possível, a tripa escura. Deu trabalho? Deu, mas está pronto. Como se disse acima, esta receita não tem maionese. Este é – digamos assim – o seu segredo. Leva nata, ketchup e um vinho “fino”, seco. Na prática, o ideal em bebida alcoólica para este fim é um vinho espanhol do Gerês, mas um bom vinho Moscatel de Setúbal serve perfeitamente.

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Porque o camarão é vendido ao tamanho e se os maiores são caríssimos e se destinam a ser grelhados, os mais pequenos são pouco dispendiosos e dão para fazer este tipo de combinações. Já me esquecia, pelo menos nos camarões, por enquanto, evite a aquacultura.

Faz-se uma mistura destas: metade de natas – melhor se forem mais consistentes –, um quarto de ketchup e, finalmente, um quarto de Moscatel. Mas há tanta variedade de natas como há de ketchup como há de Moscatel. Tirando estas indicações base que dei tem de ser o meu estimado leitor a ir compondo esta melodia. Tem que sair um creme com pouca espessura, ligeiramente rosado, com um forte aroma a Moscatel e sem saber nem a ketchup nem a nata. Concluamos. Noz-moscada e pimenta preta acabadas de rapar, menos pimenta, mais noz. Molho inglês de preferência do original. Molho de malagueta sem óleos nem azeites. Já disse muitas vezes porquê: têm tendência a criar ranço. Um dia falaremos longamente sobre isso. Finalmente sal, por que não marinho? Junta-se o camarão, dá-se uma ou duas voltas com a colher de pau. Como é que se sabe que está bom? Lambe-se a colher. Se necessário, retificam-se os temperos. Vai para o frigorífico. Entretanto comprou-se boa alface, daquela que é quase branca e que tem o gélido nome do letal instrumento de desastre do Titanic. Digamos assim para evitar a menção, sempre desagradável, a marcas. Corta-se em juliana fina. Frigorífico com ela. Serve-se diretamente para a mesa em taças apropriadas – isto na prática quer dizer que será as que tiver em casa –, com a alface em baixo e o creme com os camarões em cima. Se lhe sobrarem camarões pendure um da borda da taça com a cabeça por descascar. Fica bonito. Merece espumante, olhe, e já agora do bom. Há português, é desse! António Almodôvar

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“Momentos desconhecidos” na biblioteca de Grândola

A Biblioteca Municipal de Grândola apresenta até ao 1 de setembro “Momentos Desconhecidos”, uma exposição de fotografia de Sónia Afonso. Sónia Afonso reside em Tóquio e é fotógrafa amadora. Do seu trabalho salienta-se a autoria de uma das fotos da campanha publicitária “L’Éssence Balenciaga Fragance”. A exposição de fotografia “Momentos Desconhecidos” tem entrada livre.

Fim de semana Ourique dá-se a conhecer em exposição Está patente, na Sala Polivalente da Biblioteca Municipal de Ourique, a exposição “Ourique, Património e Paisagem Urbana”. A exposição foi concebida e realizada pelo Centro de Arqueologia Caetano de Mello Beirão por ocasião das Jornadas Europeias do Património de 2011. A exposição convida a uma visita por cada uma das freguesias do concelho.

Faces mostra-se em Saboia O interior do concelho de Odemira vai estar em festa, entre amanhã, sábado, e quarta-feira, com mais uma edição da Faces – Feira das Atividades Culturais e Económicas de Saboia. À semelhança das edições anteriores, a Faces contará com dezenas de expositores de várias atividades económicas e com uma forte componente de artesanato, com diversos artesãos daquela zona do concelho a trabalhar ao vivo. Será também um espaço de debate, animação e convívio, com inúmeros espetáculos musicais, com especial relevo para a música tradicional. A inauguração oficial está agendada para amanhã, sábado, pelas 16 horas.

Festas prolongam-se até quarta-feira

“Messejana Real” nas festas de Santa Maria

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s tradicionais festas de Santa Maria, em Messejana, no concelho ç do ano pasp de Aljustrel, voltam a cumprir-se. À semelhança sado, a vila típica alentejana, de casas brancas com barra azul, ica. A festa “Messejana Real” volta a apostar numa recriação histórica. oltará a visitar a vila, acompachega às ruas da terra e D. Sebastião voltará nhado da sua corte. ongar-se-ão por mais dias. Na Este ano as festas, no entanto, prolongar-se-ão verdade, começam já hoje, sexta-feira, e só terminam na quarta-feira, icial acontece esta noite, pelas dia 15, feriado nacional. A abertura oficial 21 horas, seguindo-se a inauguração e a visita à exposição “Arte Sacra, Trajes e Aventais”. A noite de hoje é ainda dedicada aos mais jovens e o Dj UKA dará música a todos os que comparecerem. ntece um dos ponAmanhã, sábado, pelas 18 horas, acontece tos altos das festas, com a passagem do cortejo real e a tão esperada chegada de D. Sebastião. El rei, após falar ao povo de Messejana e cumprimentar as famílias da terra, jantará com os nobres da vila. Pelas 22 e 30 horas há folguedo na praça 1.º de Julho, bem como a apresentação de ”, que foi filmado planos inéditos do filme “Al Fachada”, ite há karaoke na durante as festas do ano passado. À noite praça, junto às tasquinhas, com o Kj Gabriel e, como manda a tradição, realiza-se a garraiada. No domingo D. Sebastião assiste à missa na igreja Matriz (18 horas), seguindo-se uma demonstração de falcoaria e armas e jogos tradicionais. Pelas 22 horas há julgamento público no pelourinho. A noite termina com um baile da época. O dia de segunda-feira volta a ser dedicado aos mais novos, tendo a organização, que se encontra a cargo da Câmara Municipal de Aljustrel, da Juntaa ntide Freguesia de Messejana e de outras entidades, agendado um concerto (Sound Makers) e uma noite jovem com o Dj Sample. stas religiosas e a Na terça-feira o dia começa com festas ão é levada para o imagem de Nossa Senhora da Assunção campo. O dia ficará ainda marcado pelaa missa que se reunção, por um aliza na igreja de Nossa Senhora da Assunção, cortejo automóvel, que acompanhará o regresso da tballl e imagem à vila, por um torneio de paintball por um baile. O último dia das festas conta com a tradicional procissão e a não menos tra-dicional corrida de toiros. Acontece ainda uma homenagem a Manuel Ruas, antigo presidente da Junta de Freguesia de Messejana.

Recriação dos banhos na costa de Santo André A Festa de São Romão, que continua a decorrer até amanhã, sábado, na costa de Santo André, no concelho de Santiago do Cacém, recria a ida à praia da população que residia nas freguesias rurais do concelho. Amanhã os elementos do Rancho Folclórico da Queimada vão a banhos e a festa, essa, promete continuar com muita animação.


Estudo revela que cerca de metade das empresas da região está com a corda no pescoço, enquanto a outra metade está entre a espada e a parede, com os bolsos rotos, estrangulada financeiramente e sem dinheiro para mandar cantar um cego. Serpa disponibiliza portal do munícipe na Internet. Os seus usuários poderão aceder a vários serviços municipais, apresentar reclamações ou sugestões, jogar sudoku, lançar petições contra a tortura de andorinhas africanas, ir ao Messenger e descarregar o álbum da Ana Sofia Varela.

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notÍcias de rodapÉ

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Junta de Freguesia de Vila Nova de Milfontes leva idosos à praia em Quarteira porque nunca viram o mar.

facebook.com/naoconfirmonemdesminto

Professores no desemprego: Docentes arranjam trabalho na herdade do Prof. Contratado Safari Park As medidas implementadas pelo Governo – como a fusão de escolas, aumento do número de alunos por turma, revisão curricular e a infeção dos professores com ébola e poliomielite para experiências científicas – estão a lançar docentes para o desemprego. Estima-se que, só na região, 300 professores contratados possam ficar sem trabalho. No entanto, uma investigação conjunta Não confirmo, nem desminto/Ana Avoila/Prof. Pardal descobriu que está a ser construído um empreendimento que poderá albergar todos estes docentes. Falámos com o promotor deste projeto: “Trata-se da herdade do Prof. Contratado Safari Park, uma espécie de Badoca, mas só com professores contratados. No nosso espaço, os visitantes poderão realizar um safari por toda a herdade, durante o qual verão professores a viver em grupo ou isoladamente, a interagir com a natureza, a gozar uma depressão ou a realizar atividades em áreas de projeto… Também teremos um espaço batizado ‘Poço do Concurso’, onde dois professores lutarão até à morte por um lugar no quadro – os docentes poderão usar como arma um esquadro ou um exemplar d’ Os Lusíadas. Destaque ainda para o número aquático em que professores de Matemática e Português farão as mais variadas acrobacias numa piscina cheia de atas, pautas, justificações de falta e relatórios vários – ganha quem utilizar mais truques para evitar a morte por afogamento burocrático! A não perder!”.

Última Hora: Troca de acusações pública entre Pita Ameixa e Mário Simões gera corrida a enciclopédias e dicionários É do conhecimento geral que os deputados Pita Ameixa (PS) e Mário Simões (PSD) têm trocado acusações constantes sobre grandes questões da Humanidade, como a barragem de Alqueva, se o gaspacho alentejano devia levar cebola ou não, ou mesmo se o Benfica devia contratar um defesa-esquerdo ou um ponta de lança. Todavia, a mais recente disputa entre ambos, considerada a mais enigmática de sempre, teve reais consequências para uma parte significativa da população da capital baixo alentejana: uma corrida sem precedentes a dicionários e enciclopédias na biblioteca municipal e livrarias, e muitas horas de espera para consultar dicionários que estão em exposição em grandes superfícies comerciais. Tudo começou quando o deputado socialista afirmou que o atual Governo tinha uma “sanha persecutória contra Beja e o Baixo Alentejo”, acrescentando que as políticas do Governo iriam remeter a região para tempos de “subdesenvolvimento dantesco, mergulhando o Alentejo em rios de lava fervilhante” e que “a este governo apraz tanto o Baixo Alentejo como um militante do CDS rejubila com a Festa do Avante”. Mário Simões já reagiu, pedindo “decoro” a Pita Ameixa, recordando que “a ‘sanha persecutória’ já vinha dos tempos do governo anterior” e que quando “o atual executivo quis introduzir algo de excelsa qualidade – uma política de ‘desdém reacionário’ – o PS votou contra”.

Corte no abastecimento de água: Moradores de montes em Ferreira do Alentejo contratam Moisés para travessia do deserto A Câmara de Ferreira do Alentejo decidiu suspender o abastecimento de água a oito montes do concelho, por considerar que havia situações de abuso no consumo da mesma, como nos explicou fonte da autarquia: “Havia pessoas que usavam a água para regar plantas e dar de beber aos animais. Outros até tinham o desplante de usar a água para um chap chap no bidé. Assim, levam com um garrafanito de cinco litros e já não se safam mal…”. Os moradores dos montes, porém, já se insurgiram contra esta medida: “É claro que nos cria grande transtorno… Já tivemos de contratar Moisés para atravessarmos o deserto para ir buscar água, possivelmente à praia da Mina de São Domingos. Tem ideia do cachet que estas personagens bíblicas pedem? Uma fortuna! E agora, como é que tomamos três banhos de imersão diários? Já não bastava terem acabado com o abastecimento de leite de burra…”.

Inquérito Ferreira do Zêzere está a tentar bater o recorde do Guiness da maior omeleta do mundo. Que recordes do Guiness poderíamos alcançar na nossa região?

RÓMULO EXTRA-VIRGEM, 62 ANOS Mister Lagar de Varas do Fojo 1975 Por mim, devíamos tentar bater o recorde do Guiness da apanha da azeitona deitados. É uma tradição regional… O meu bisavô dedicou-se a isso, bem como o meu avô. O meu pai também se dedicou a essa atividade, mas, como os tempos eram difíceis, teve de arranjar um part-time como decorador de interiores. É uma tradição que está a morrer… O problema é que os mais novos não querem saber disso para nada: só querem jogar playstation e comprar “azeitonas” nas smartshops.

ÁGUA FRESCA ? É JÁ ALI . . . IRMÃ GERTRUDES ENCHARCADA, 55 ANOS Groupie do padre Borga Devíamos fazer o maior toucinho do céu de sempre. A receita é simples e os velhotes do nosso lar podiam ajudar. Só precisamos de 10 000 gemas de ovos e 500 quilos de amêndoas. Os idosos com problemas de memória podiam partir os ovos – em menos de nada esquecem-se das dores nas articulações. Os utentes que sofrem de tremores ficam encarregados de lascar as amêndoas – só precisam de uma faca, uma sala com espaço e óculos de segurança. Com o poder da oração, do trabalho e das reguadas no lombo a coisa fazia-se.

DIONÍSIO BORRACHO, 42 ANOS Columbófilo e apreciador de caracóis de escabeche A região tinha todas as condições para fazer a maior largada de pombos de todos os tempos... Só precisamos de 25 638 pombos para bater o anterior recorde de 25 637. A largada podia fazer-se da praça da República. Além disso, se déssemos alpista fora do prazo aos pombos, também batíamos o recorde de maior descarga intestinal aviária, que pertence às avestruzes do Bangladesh. Assim, matávamos dois coelhos de uma cajadada só… Era só vantagens: fertilizávamos os terrenos e batíamos o recorde de maior réplica de um quadro de Jackson Pollock.


Nº 1581 (II Série) | 10 agosto 2012

RIbanho

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Hoje, sexta-feira, espera-se céu pouco nublado. A temperatura oscilará entre os 20 e os 40 graus centígrados. Amanhã, sábado, e domingo o sol deverá brilhar em toda a região, mas prevê-se uma pequena descida da temperatura.

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Manuel Espada vence concurso internacional

Na arquitetura com paixão

U

m grupo de arquitetos portugueses ganhou recentemente um concurso internacional de arquitetura e nesta equipa de ouro há um ferreirense. Chama-se Manuel Espada. Depois da consagração, segue-se a participação na Bienal de Veneza, em Itália. Mas o jovem arquiteto, que anda nas bocas do mundo, como não poderia deixar de ser, só quer continuar a fazer o que mais gosta: arquitetura.

Como se trata de um concurso de ideias, da parte da associação internacional Architecture for Humanity, é extremamente complicado isso acontecer. Aliás, não é esse o seu objetivo primordial. O que pretendem é a discussão de problemas reais, sempre com uma base cívica como ideologia. No entanto, na minha opinião, não seria uma situação totalmente utópica, visto toda a matriz do projeto se basear numa recuperação e requalificação do que já existe.

Faz parte da equipa que ganhou o concurso internacional de arquitetura Open Architecture Challenge: [UN]Restricted Access. Como se chega a este feito tão jovem?

Com uma paixão enorme pela arquitetura e com um grupo de amigos ao meu lado que tem o mesmo prazer que eu. O projeto foi o vencedor entre outros 500 participantes oriundos de 70 países. Foi ainda o preferido de um júri composto por 33 profissionais. O que significa este prémio para si, mas inevitavelmente também para a região e para o País?

Representa o reconhecimento do trabalho que venho a desenvolver há aproximadamente oito anos, que devido ao problema económico que atravessamos em Portugal tem-se vindo a tornar cada vez mais difícil de concretizar. Este reconhecimento acaba por trazer uma carga de confiança extra para continuar. Para a região e para o País sinceramente não sei. Espero, porventura, que deixe algum sentimento de orgulho a todos os alentejanos, assim como a todos os portugueses. A proposta apresentada visa a transformação de um edifício militar, nomeadamente da 5.ª bateria da Trafaria. Acha que esta proposta pode sair do papel? PUB

Segue-se agora a exposição deste trabalho na Bienal de Veneza. É a cereja no topo do bolo? O que espera encontrar?

Manuel Espada 31 anos, Ferreira do Alentejo

É jovem. Trabalha há cerca de oito anos e licenciou-se em Arquitetura. Conta com vários projetos e colaborações. Participou ainda em vários concursos e pretende, agora, poder ir para fora do País. O objetivo: ganhar ainda mais experiência profissional. Vai participar brevemente na Bienal de Veneza, em Itália. Passou por vários ateliês de arquitetura e atualmente trabalha em Lisboa. LX Arq., Arquitetos Associados é o seu empregador.

Sim. Acho que qualquer arquiteto do mundo teria imenso prazer em ter uma oportunidade destas. Trata-se do evento europeu de maior projeção a nível arquitetónico e artístico. É um orgulho enorme estar presente. Espero encontrar uma plataforma de oportunidades e contactos que me permitam num futuro imediato abrir portas para possíveis colaborações fora do País. Poder expor as minhas ideias e conceitos num evento destes é, sem dúvida, algo que quero aproveitar ao máximo. Quais os objetivos do jovem arquiteto que já anda nas bocas do mundo?

Quero continuar a fazer aquilo que sei e mais gosto: arquitetura. Apenas consegui uma maneira mais imediata de poder mostrar o meu trabalho. Em suma, e como já referi, talvez o meu objetivo principal neste momento passe por tentar adquirir o máximo de experiência fora do País, para voltar um dia mais tarde, e poder ajudar no desenvolvimento e crescimento deste sítio que tanto amo. Bruna Soares

Planície Mediterrânica de 14 a 16 de setembro A Planície Mediterrânica já tem data marcada. Acontece em Castro Verde de 14 a 16 de setembro. Integrada na rede cultural do Festival Sete Sóis Sete Luas, que este ano comemora a sua vigésima edição, a Planície Mediterrânica volta a brindar aos sons e culturas do mediterrâneo. A organização, mais uma vez, encontra-se a cargo da Câmara Municipal de Castro Verde, Associação Sete Sóis Sete Luas e Associação Pédexumbo, em colaboração com as associações e coletividades do concelho. Para já, estão garantidos concertos, bailes, exposições, oficinas de dança, gastronomia e animação de rua. De acordo com a organização, este ano, já estão confirmadas duas produções originais do festival. 7 Luas. Orkestra.20º (mediterrâneo) é um projeto que reúne Shlomo Deshet (Israel), Luís Peixoto (Portugal), Agus Barandiaran (País Basco), Mara Aranda (Valência) e Mário Incudine (Sicília). Foi criado propositadamente para celebrar a vigésima edição do festival e leva a Castro Verde um reportório que reúne musicais tradicionais, composições originais e novos arranjos de temas já editados, visitando a música popular portuguesa, os ritmos do País Basco e do sul da Itália, as melodias árabes e sefarditas ou a música valenciana. Orient7Sóis (mediterrâneo) trata-se da nova criação artística original do Sete Sóis Sete Luas, liderada por Rão Kyao, que surge do trabalho conjunto de seis artistas provenientes do oriente do mare nostrum: Croácia, França, Grécia, Portugal e Roménia. Nas artes plásticas, destaque para Moss (França), que terá patente durante o festival um conjunto de esculturas em madeira. Konstantinos Ignatiadis (Grécia) é outro dos nomes presentes nesta edição. Destaque ainda para “Incêndio”, o espetáculo da Companhia de Teatro de Rua L’Avalot.


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