Edição nº 1582

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José Ameixa Um dos mais antigos e carismáticos columbófilos do distrito de Beja pág. 20

SEXTA-FEIRA, 17 AGOSTO 2012 | Diretor: Paulo Barriga Ano LXXXI, N.o 1582 (II Série) | Preço: € 0,90

Descoberta a Casa da Moeda JOSÉ SERRANO

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Igreja de Santiago à Luz do dia em Moura As obras para a construção do posto de turismo de Moura vieram revelar estruturas desconhecidas que numa primeira fase levaram à remodelação do projeto, mas que, com o continuar das escavações, vieram pôr a nu importantes “espaços públicos” medievais, nomeadamente uma rua da primeira metade do século XIII e, finalmente, a igreja de Santiago. pág. 6

Milfontes de olhos postos no Mira

O turismo é por estes dias, e muitos mais,omotordeVilaNovadeMilfontes e, este ano, apesar da crise, a terra está cheia, cheia de turistas que procuram a baía, as praias de areia fina, a calma e a beleza da terra. Há os que se agradam com a chegada do movimento, mas tantos outros há que já esperam pelo fim de setembro. A comunidade, essa, continua a voltar-se para o rio e dele continua a tirar partido. De olhos postos no Mira. págs. 4/5

IPBeja mantém valor das propinas O Instituto Politécnico de Beja anunciou recentemente que vai manter o valor das propinas para o próximo ano letivo. Em declarações ao “Diário do Alentejo”, Vito Carioca, presidente do politécnico, afirmou que “o instituto tem a noção exata das condições em que se encontram as famílias, mas também todo o País”. E, neste sentido, pretende “contribuir, dentro do possível, para minimizar esta situação”. pág. 6

Fotógrafos de Beja lutam contra a crise No próximo domingo, dia 19, assinala-se o Dia Mundial da Fotografia. Não fosse o “amor pela profissão”, o “bichinho da fotografia”, o facto de “ser uma forma de arte”, e pouco ou nada haveria para comemorar, dizem ao “Diário do Alentejo” alguns proprietários de lojas de fotografia existentes na cidade de Beja. págs. 10/11


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Editorial Polegares

Vice-versa “O empreiteiro começou a obra [do edifício sustentável]. A câmara de Beja não pagava ao empreiteiro. Dos quatro autos de medição apresentados mensal e sucessivamente desde outubro de 2011, apenas o primeiro foi pago pelo município. Como a câmara não pagava ao empreiteiro, não podia solicitar pagamento de verbas ao InAlentejo e por isso viu anulado o contrato do financiamento, mais de dois milhões de euros!” Comunicado dos vereadores da CDU na Câmara de Beja

Paulo Barriga

O autarca socialista justifica a anulação da empreitada que ali estava a decorrer e que estava orçada em 3,230 milhões de euros com a “incapacidade revelada” pelo empreiteiro para executar a obra, “desde o seu início” (…) e refuta as acusações de “incumprimento das obrigações contratuais perante o empreiteiro, não pagando nas datas de vencimento, nem posteriormente, os trabalhos executados e aceites”.

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screver com os polegares é como escrever com os pés. Dizia um delicioso inteletual pátrio sobre o advento das SMS e das resta ntes escr itas produ zidas nos aparelhos de telemóvel. Penso que a repulsa tinha muito mais a ver com os conteúdos grafados, com as abreviaturas, com a invenção, afinal, de uma nova escrita. Imediata. Ag ra mat ica l. Si mplesmente utilitária. E despojada de toda e qualquer religiosidade literária. Porque escrever com os polegares, por si só, não revela qualquer ação criminal, deplorável, de lesa Língua. É apenas um recurso pouco natural, par vo, desajeitado de comunicar. Mas também um g ra nde desenra sc a nço. Ta l como agora, neste preciso instante, me acontece. Não se vislumbram computadores nem Internet nas falésias mais próximas. E a solução para este texto chegar a tempo e horas às páginas do jornal foi esta: amacacar este conjunto de palavras, marteladas letra a letra com o “pai de todos”, no raio das miseravelmente minúsculas teclas do telemóvel. Quanto ao conteúdo... Bom essa é outra história. Parte gorda do artigo já se foi com a polegarização da escrita. A estação parva do jornalismo no seu melhor, dirão os leitores mais apressados. Talvez com razão. O resto do texto estava previsto para qualquer coisa que tivesse a ver com férias. Com a Zambujeira do Mar, que por cá me vai tendo ano após ano. Com o verão. Ou com as coisas que apenas ao verão são dadas. Como por exemplo... A arqueologia. Essa ciência exata da ilusão do passado. Essa aventura essencialmente de veraneio que nos ajuda a aclarar os nebulosos invernos da História. Esse bem cada vez mais raro e escasso que nos ajuda a descobrir a nós próprios. Como agora acontece nas cercanias de Reguengos, na praça central de Beja. Ou na alcáçova do castelo de Moura. Esta edição do “DA” fala nisso. Sem ser com os polegares.

Jorge Pulido Valente, presidente da Câmara de Beja, citado pelo “Público”

Fotonotícia

Todos prá piscina. Este ano até nem tem sido dos mais quentes. Está quentinho sim senhor, mas ainda assim nada de especial. Tirando obviamente um ou outro dia em que até custa pensar, comer, dormir, pensar outra vez e quase todos e quaisquer verbos que possamos congeminar, o tempo até tem estado fresquinho. Que é o que nós por cá dizemos quando a temperatura não vai para além dos 35 graus celsius. Ainda assim ir à piscina é um clássico refrescante enraizado nos bejenses. Esta prática tem o seu início desde tenra idade e prolonga-se vida adiante. Começamos a mergulhar agarrados às mãos dos pais, dos tios e dos avós (que são os que têm mais tempo, mais paciência e mais vontade de nos oferecer as primeiras experiências radicais e as mais inesquecíveis). Depois largamos-lhes as mãos e submergimos sozinhos. Com os amigos com as namoradas, com as mulheres, com os filhos e com os netos. Dá-se a volta completa num instantinho. Da dos pequeninos para os oitenta centímetros, para o metro e vinte, para os quatro metros, para a dos pequeninos outra vez. Este ano até nem tem sido dos mais quentes. Mas aquela relva molhada debaixo dos nossos pés sabe sempre tão bem. Texto de José Serrano Foto de José Ferrolho

Voz do povo …e a sua fotografia preferida é? (Dia 19 é Dia Mundial da Fotografia)

Inquérito de José Serrano

Manuel Marques, 67 anos, aposentado dos CTT

Gisette Silva, 61 anos, reformada

David Silva, 31 anos, encenador

Marta Rosa, 37 anos, professora

A fotografia que está à entrada da minha casa. Em cima do móvel. O dia do meu casamento. Foi tirada numa rua de Beja por um fotógrafo profissional. Há 34 anos. Estou eu ao lado da minha mulher. Os dois vestidos de noivos. Sorridentes e felizes. Ela muito bonita. E eu com muito cabelo, que é coisa que hoje não tenho.

Uma fotografia que tenho na minha sala. Daquelas que são as pessoas mais importantes na minha vida. Os meus dois netos. O Lucas com nove anos e a Nicole com sete. É uma fotografia recente que lhe tiraram há dois anos. Na escola Mário Beirão. Ele está com aquele sorriso malandreco. E ela está muito engraçada também.

Uma fotografia da minha irmã. Tirada no jardim público de Sines. Há mais de 30 anos, no carnaval. Ela pequenina vestida de anjo. De pé, com as mãos unidas a segurar o terço. As asas de papel feitas pela minha mãe. Aquela imagem reporta-me para a minha infância. E acompanha-me para onde quer que eu vá.

Uma fotografia que tenho da minha filha. Ainda ela era bebé. Foi o meu marido que lha tirou num dia de verão. Há para aí quatro anos. Está ela no nosso quintal muito sorridente agarrada à avó. De vestidinho e cabelo muito curto. Essa fotografia representa uma fase muito marcante da minha vida.


Rede social

Semana passada DIA 9, QUINTA-FEIRA ALQUEVA GRUPO LIDERADO POR ROQUETTE APRESENTOU INSOLVÊNCIA DE EMPRESAS A Sociedade Alentejana de Investimento e Participações (SAIP), liderada pelo empresário José Roquette, apresentou em tribunal pedidos de insolvência de quatro empresas, que já tiveram distribuição judicial, mas ainda não chegaram ao juiz de turno. Os pedidos de insolvência deram entrada no Tribunal de Reguengos de Monsaraz, concelho onde estava a “nascer” o projeto turístico Roncão d’El Rei, nas margens do Alqueva e promovido pela SAIP. A SAIP, Sgps, S.A. e a SAIP Turismo – Sociedade Alentejana de Investimento e Promoção, S.A., a Monte das Areias – Gestão Cinegética e Turística, S.A. e a Sociedade Imobiliária Lagoa do Alqueva, S.A. são as empresas insolventes do grupo.

SANTIAGO CAMIÃO DERRAMA LIXO PERIGOSO NA RUA, CÂMARA VAI PARTICIPAR AO MP Um camião de transporte de lixo industrial perigoso derramou nafta e lamas em várias ruas da cidade de Santiago do Cacém. O incidente deixou indignado o presidente da Câmara, Vítor Proença, que anunciou que vai participar o caso ao Ministério Público. “Devem ser imputadas responsabilidades civis e criminais”, sustentou à Lusa, vincando que se trata de “matéria viscosa que entra no sistema pluvial”. “É um risco tremendo”, assinalou. O diretor da Proteção Civil Municipal, Fernando Dinis, disse que se tratou de lixo produzido pela indústria petroquímica de Sines e que está depositado em aterro, tendo como destino final a incineração num dos centros de tratamento de resíduos industriais perigosos da Chamusca. O Comando Distrital de Operações de Socorro do Distrito de Setúbal precisou que o derrame de resíduos ocorreu na via pública, numa extensão de três quilómetros. Ao longo de pouco mais de dois quilómetros foram apenas salpicos, ressalvou. As operações de remoção estiveram a cargo de duas empresas contratadas pela Câmara de Santiago, tendo as ruas afetadas sido cortadas ao trânsito. “O camião não devia ter passado pela cidade”, enfatizou o presidente da Câmara de Santiago do Cacém, Vítor Proença, que culpa a Estradas de Portugal por ter “retirado a sinalização que proibia o transporte de matérias perigosas no perímetro urbano”.

DIA 13, SEGUNDA-FEIRA VIDIGUEIRA SUSPEITO DE ESFAQUEAR JOVEM EM PEDRÓGÃO GRANDE CONSTITUÍDO ARGUIDO O homem de 32 anos que, no domingo à noite, 12, alegadamente esfaqueou um jovem em Pedrógão, no concelho de Vidigueira, que se encontra “livre de perigo”, já foi constituído arguido. Fonte do Comando Territorial de Beja da GNR avançou que o presumível agressor “dirigiu-se hoje [segunda-feira] ao posto da GNR e foi constituído arguido”. Para justificar o sucedido, o homem alegou, primeiro, “ter sido vítima de ofensas à sua integridade física”, tendo, “daí, resultado a sua ação”. O caso aconteceu durante as festas de Pedrógão, quando um jovem, de 25 anos, foi esfaqueado, sofrendo “uma perfuração no tórax”. O mesmo atacante também agrediu o pai do jovem, de 54 anos, que “foi vítima de um ligeiro corte no pescoço”. O incidente, de acordo com o Comando Geral da GNR, terá sido suscitado por um desentendimento entre os intervenientes. O jovem esfaqueado foi entretanto transferido do Hospital de Beja para o de São José, em Lisboa, para “observação pela cirurgia torácica”, revelou fonte hospitalar.

ALQUEVA PS RECLAMA “AÇÕES NECESSÁRIAS” DO GOVERNO PARA AVANÇO DO RONCÃO D’EL REI O presidente da Federação Distrital de Évora do PS, José Bravo Nico, exigiu ao Governo que “assuma as suas responsabilidades políticas” e promova “as ações necessárias” para a concretização do investimento turístico no projeto Roncão d’El Rei, nas margens do Alqueva. Em comunicado, a propósito do pedido de insolvência do grupo promotor do projeto, liderado por José Roquette, o dirigente socialista apela a “todos os envolvidos” para que encontrem “uma solução que viabilize o investimento, garanta o financiamento e os financiadores e contribua para o desenvolvimento do Alentejo”. “O Alentejo e o interior do país não podem perder estas oportunidades de desenvolvimento e reclamam, do Governo português, uma atitude de respeito e consideração para com todos os que aqui vivem, trabalham e tentam investir”, argumenta.

3 perguntas a Manuel Almodôvar Cabo do Grupo de Forcados Amadores de Beja

A Câmara Municipal de Beja declarou a tauromaquia como Património Cultural Imaterial de Interesse Municipal. Que comentário lhe merece esta decisão?

Já há alguns anos que diversos grupos organizados entenderam opor-se à realização de espetáculos que envolvam touros de lide. Estão no seu mais pleno direito. Infelizmente a forma como, por vezes, expressam essa sua opção não cumpre as regras elementares de convivência cívica. Em determinado momento, sobretudo no Norte de Portugal, onde de facto a tradição da lide taurina é menos arreigada do que no Sul, houve câmaras municipais que interditaram estes espetáculos. O que agora estamos a assistir é a uma posição contrária por parte de algumas câmaras do Centro e Sul, quase 40, que com esta sua atitude afirmam publicamente que aqui se pratica e respeita a “festa brava”, nas suas diferentes formas e modalidades. Toureio a pé, a cavalo, forcados, forcão no Sabugal, touros de morte em Barrancos, condução de touros e cabrestos no Ribatejo, largadas em diversas povoações no Alentejo e vacadas para o povo em festas e romarias. É tão só isto o que quer dizer este pomposo nome. Em que medida é que esse reconhecimento pode ser benéfico para o trabalho desenvolvido pelo Grupo de Forcados Amadores de Beja?

Tudo o que refletir o apoio, expresso de qualquer forma e não necessariamente monetário, do município às atividades de quem transporta e apresenta o nome de Beja por esse País fora – e também em Espanha – é bem-vindo. Todos os anos o nome de Beja tem surgido a este propósito na televisão – corridas transmitidas. As modalidades desportivas do concelho, por quem obviamente temos o maior respeito, dirão possivelmente, e muito bem, exatamente o mesmo. Como é que está a decorrer a vossa temporada tauromáquica?

A crise passa por todo o lado. Este ano já nos desmarcaram praticamente, depois de tudo estar organizado, cerca de uma dezena de corridas. Mas estamos bem, já estivemos em várias corridas pelo País. No nosso caso, acrescendo a estas dificuldades, que são gerais, verificouse uma incompreensível atitude por parte do empresário da Praça de Beja que nos forçou a recusar ali atuar. Os grupos de forcados amadores são gente honrada. O de Beja também. Aproveito para citar o inesquecível Vasco Santana: “Empresários há muitos!”. Acrescento, e há uns bons, outros nem por isso. Nélia Pedrosa

Messejana vestida a rigor Messejana entrou na máquina do tempo e voltou aos tempos da realeza. O povo vestiu-se a rigor para receber a visita de D. Sebastião e era ver os moços e as moças a desfilarem cheios de orgulho. Foram longos os dias, mas mais longas foram ainda as noites.

Alvalade ao ritmo do verão A noite estava quente e as gentes de Alvalade do Sado, no concelho de Santiago do Cacém, não se fizeram rogadas e saíram à rua. Saíram para dançar e ficar ainda com mais calor. Nada que uma água ou uma cerveja fresquinha não resolva. Na Fonte da Bica Summer Party.

Há sardinhas no jardim público Cheira a sardinhas. Em todo o lado. É o tempo delas e as gentes de Aljustrel, amigas do Sport Clube Mineiro Aljustrelense, resolveram utilizar o jardim público e fazer lá uma grande sardinhada. E foi comer até fartar. As sardinhas, boas e pequeninas.

Um banho e um livro em Almodôvar Os livros saíram da biblioteca de Almodôvar e foram até à piscina. Pequenos e graúdos deram um mergulho na água da grande banheira da terra, mas também nas letras. É caso para dizer: se as pessoas não vão ter com os livros, vão os livros até elas.

Teatro Fórum de Moura foi à praia O Teatro Fórum de Moura foi ao Festival Ria Fest. “Alto e Para o Trabalho” apresentou-se na praia de Faro. A companhia mudou-se de malas e bagagens e trocou a planície por uns dias para ir ver as praias algarvias.

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Vila Nova de Milfontes Turismo é o motor de desenvolvimento da terra

De olhos postos no Mira O turismo é por estes dias, e muitos mais, o motor de Vila Nova de Milfontes e, este ano, apesar da crise, a terra está cheia, cheia de turistas que procu-

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nevoeiro que cobre a baía de Vila Nova de Milfontes, no concelho de Odemira, esvai-se lentamente. Os banhistas dão graças por mais um dia de sol. E ao mesmo ritmo que a neblina desaparece, erguem-se chapéus de sol, uns atrás dos outros, que preenchem o areal, de ambos os lados do rio. Os barcos balançam consoante a ondulação. Esperam por tripulantes e, enquanto isso não acontece, na ponte sobre o Mira passam os carros repletos de turistas. A terra, na verdade, está cheia de gente. Cheia de gente de fora, que escolheu a localidade para passar as suas férias. Esta é a altura de excelência para o comércio, mas a chegada dos turistas, como em tudo na vida, agrada a uns, mas desanima outros. Desanima os que estão ávidos pela vinda dos dias mais calmos, mais serenos, e que, naturalmente, não têm nenhum negócio, nenhuma casa para alugar. Maria da Conceição é uma das muitas pessoas da terra que vive do turismo e espera no cais, todos os dias, pelos que queiram atravessar o rio na sua embarcação. Promove viagens de ida e volta, entre as margens do Mira. “Faço este trabalho há muitos anos. Desde 1990 que o faço sozinha. O meu pai fazia este trabalho ainda quando não existia a ponte. Era um serviço que fazia falta, hoje existe mais para os turistas, que procuram este meio de transporte”, explica. Agosto é, por norma, o mês forte do turismo em Vila Nova de Milfontes, mas este ano, segundo as gentes da terra, notam-se mais estrangeiros e menos portugueses. “Estão cá muitos espanhóis, mas também estão franceses, suíços e belgas”, diz Maria da Conceição. António Francisco, que navega no rio desde criança, concorda. É ele que conduz a embarcação de Maria da Conceição. E se no verão não tem mãos a medir, no tempo frio as coisas são diferentes. “De inverno joga-se às cartas, está-se no café e espera-se pelo ano seguinte”, afirma, mas depressa acrescenta: “No entanto, também há muita coisa para fazer, como reparações e pinturas. Há que preparar a época balnear seguinte”. Enquanto conduz a embarcação, vislumbra o rio e não tem dúvidas: “Há hoje menos atividades do que há 30 anos, nomeadamente no que ao rio diz respeito, mas mesmo assim ainda há alguma coisa”. E lembra: “Construíam-se aqui barcos e

ram a baía, as praias de areia fina, a calma e a beleza da terra. Há os que se agradam com a chegada do movimento, mas tantos outros há que já esperam pelo fim de setembro. A comunidade, essa, continua a voltar-se para o rio e dele continua a tirar partido. De olhos postos no Mira. Texto Bruna Soares Fotos José Serrano

entravam embarcações de grande porte, carregados de cereal e carvão. Era um rio muito navegável, muito movimentado, com navios de grande porte. Os tempos modificaram-se. Agora o rio está mais virado para o turismo”. O turismo, sempre o turismo. E quem também espera pela chegada de turistas é Sérgio Manuel. Tem uma empresa que promove pesca desportiva em mar alto e passeios no Mira, mas também junto à costa. “Esta costa está muito bem situada para todo o tipo de animação turística. É uma costa muito rica em peixe, mas a observação de golfinhos será, sem dúvida, uma aposta futura”, adianta. Para Sérgio Manuel, em Vila Nova de Milfontes, “há boa oferta” e, sobretudo, “há oferta de muita qualidade”. E, neste sentido, sem hesitação, afirma: “Há cada vez mais gente a trocar o Algarve por este destino. As pessoas gostam desta calma”. E calma é algo que Joaquim Pereira, que divide o seu tempo entre Lisboa e Vila Nova de Milfontes, espera encontrar por estas paragens a partir de setembro. “De inverno aqui é tudo bom. A partir do mês que vem isto é um paraíso”, considera. Joaquim arranja o peixe que posteriormente será colocado na frigideira para ser servido com um arroz de tomate e uma salada. É que peixe é algo que estas águas ainda dão. Joaquim costuma pescar à cana e garante: “Neste momento há pouco peixe porque há muito limo”. E explica: “Para o consumo daqui ainda há peixe suficiente, mas está caríssimo. E este mês ainda está mais. Está tudo cheio de gente e isso faz disparar os preços. Próximo do fim de semana aumenta ainda mais. Um quilo de sardinhas num dia custa oito euros e à sexta-feira chega aos 10”. Está quase na hora de almoço. E na casa de D’Irene, assim batizada por um alemão, está quase na hora do petisco. É aqui que encontramos Norberto Vicente, uma das figuras mais carismáticas da terra. Está reformado e lembra o dia em que um tubarão entrou no rio. Foi há muito tempo, ainda Norberto andava à escola. A terra, em sua opinião, entretanto, “alterou-se muito”. “Antes chegava-se ao forte e acabava a estrada. Era tudo junto à praia. Isto está muito modificado. Eram 400 pessoas, agora, há aí muita gente. Estamos cá umas seis mil”. Faz uma pausa, puxa um cigarro e de olhos postos no rio conclui: “Isto modificou-se muito, mas continua a ser uma terra linda”.


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José Gabriel Lourenço Presidente da Junta de Freguesia de Vila Nova de Milfontes

Vila Nova de Milfontes não sofre do mesmo mal que muitas freguesias: a perda de população…

As praias de Vila Nova de Milfontes

Forte de São Clemente

As praias de Vila Nova de Milfontes situam-se em plena foz do Mira, nomeadamente na margem norte do rio. Conhecidas pela fraca ondulação e pelo acesso fácil, tanto a praia da Franquia, como a praia do Farol, têm instalações de apoio. Destaque ainda para outras praias da freguesia que cativam cada vez mais visitantes: Malhão e Aivados.

O Forte de São Clemente, erguido sobre a vila piscatória, na margem direita do rio Mira, tinha a função de proteção do seu porto e o acesso a Odemira das incursões de piratas oriundos do Norte d’África. O forte, de planta poligonal, aproximadamente quadrangular, foi erguido no estilo maneirista, com o baluarte voltado para a foz do rio. Hoje continua a ser local de romaria, procurado por todos os que visitam a terra.

Porto de pesca O porto de pesca de Vila Nova de Milfontes, conhecido como “o portinho do canal”, continua a ser um dos ex-líbris da freguesia. Local de chegada e saída de pescadores, ainda hoje serve de sustento a algumas famílias. À chegada os visitantes podem aproveitar o miradouro e desfrutar de uma ampla vista sobre o mar. Os acessos são bons e há ainda nas proximidades oferta de restauração, com vista privilegiada sobre o oceano.

Sim, não sofre. Tenho estado a analisar o Censos, desde o primeiro (1864) até ao último (2011). O concelho de Odemira, por exemplo, em 1950 contava com 44 000 habitantes e hoje tem 26 000. Vila Nova de Milfontes no primeiro Censo tinha 683 habitantes e hoje chega aos 5 065 residentes. Temos características muito especiais e há inclusive pessoas que atingiram a idade de reforma e vêm para cá morar. O concelho de Odemira não perdeu população porque Vila Nova cresceu cerca de 24 por cento. O fenómeno da desertificação, no entanto, vem desde os anos 50. Não é de todo recente. São muitas as restrições impostas pelo facto de a freguesia estar em pleno Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina?

A história é um bocado complicada. Acompanhei este processo desde o início. Participei na instalação e definição do parque natural. Julgo que participei até à sexta ou sétima proposta da discussão do regulamento, mas era incrível como todas aquelas propostas eram exageradamente fundamentalistas em relação à realidade local. Não tinham qualquer noção do que era esta zona. Esta faixa litoral, de Sines até ao Burgau. Não tiveram a preocupação de perceber que, independentemente de ser Alentejo ou Algarve, havia aqui uma particularidade: uma economia de subsistência familiar. Várias microeconomias e Vila Nova de Milfontes não era exceção. O património que nós tínhamos e continuamos a ter sempre foi defendido pelas populações, e ninguém mais que elas o quer preservar. Mas julgo que estamos numa fase de viragem e pela primeira vez se está a perceber que tem de haver uma aposta nesta faixa. O nome que foi dado a esta terra acaba por ser curioso…

Desde pequeno que oiço dizer que Vila Nova de Milfontes era a terra das três mentiras. Não é vila, não é nova e não tem mil fontes. Esta é a história que quem está de fora conta. No entanto, para nós, aquela que é verdade, e que correspondia à realidade, é que Milfontes era a terra de três “B”. A família que tivesse um brejo, um burro e um bote era autossuficiente. Podia viver da pesca, da terra e o burro dava para as duas atividades. A praia Furnas – Rio é uma das candidatas a 7 Maravilhas – Praias de Portugal. Que importância tem esta distinção para Vila Nova de Milfontes, e também para o concelho?

Para o concelho é extramente importante. Vila Nova de Milfontes faz parte do todo. A praia de Furnas – Rio pertence à freguesia de Longueira/ /Almograve. A freguesia de Vila Nova de Milfontes é só até ao meio do rio. Mas esta praia só é importante porque está numa das margens do rio Mira e porque tem Vila Nova de Milfontes do outro lado. A sua beleza vem um pouco daí. As potencialidades do concelho de Odemira, no entanto, não se ficam só pelo litoral, passam muito também pelo interior. Talvez a atribuição deste galardão provocasse em muita gente a curiosidade de visitar o concelho.


06 Diário do Alentejo 17 agosto 2012

Santiago Macias Arqueólogo, vereador na Câmara Municipal de Moura

Igreja de Santiago: o momento Kim-Il-Sung de uma carreira

Atual

Arqueólogos descobrem templo do século XIV

Igreja de Santiago à luz do dia em Moura Sabia-se por textos dos séculos XIV e XVI da existência de duas igrejas no interior do castelo de Moura, mas ao contrário do templo que está hoje integrado no convento, tinha-se perdido o rasto da de Santiago.

A

s obras para a construção do posto de turismo vieram revelar estruturas desconhecidas, que numa primeira fase levaram à remodelação do projeto, mas que, com o continuar das escavações, vieram pôr a nu importantes “espaços públicos” medievais, nomeadamente uma rua da primeira metade do século XIII e, finalmente, a igreja de Santiago. Vanessa Gaspar, José Gonçalo Valente e Santiago Macias (que escreve na coluna ao lado) são os arqueólogos responsáveis pelas escavações, sendo que o último também é vereador na Câmara Municipal de Moura. Ao “Diário do Alentejo”, Macias revelou que em determinada altura dos trabalhos “numa antiga zona agricultada e sem construção desde o século XVI”, perante a descoberta de materiais cada vez mais

Castelo de Moura Escavações vão continuar

interessantes, se depararam com um série de muros, que posteriormente vieram a perceber “ser um espaço religioso”. Tal conclusão foi possível visto junto a uma das alas da construção, pelo lado exterior, terem sido identificadas uma série de sepulturas datadas do século XV. A quantidade e o facto de se encontrarem dispostas na ala oriental,

normalmente aquela onde se situa o altar, veio confirmar a hipótese de se estar perante o que restava da igreja de Santiago. Perante isso, os arqueólogos decidiram “alargar significativamente” o espaço de escavações, que depois de devidamente estudadas serão integradas no projeto do posto de turismo, de forma a poderem ser visitadas. AF

Vito Carioca otimista em relação ao próximo ano letivo

IPBeja mantém valor das propinas

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Instituto Politécnico de Beja (IPBeja) anunciou recentemente que vai manter o valor das propinas para o próximo ano letivo. A decisão foi tomada em reunião de Conselho de Gestão e, em declarações ao “Diário do Alentejo”, Vito Carioca, presidente do IPBeja, afirmou que “o instituto tem a noção exata das condições em que se encontram as famílias, mas também todo o País”. E, neste sentido, pretende “contribuir, dentro do possível, para minimizar esta situação”, até porque “encontrando-se as famílias com mais dificuldades, os alunos acabam também por sofrer as consequências de toda esta situação”. O IPBeja garante, assim, aos estudantes, que no 1.º ciclo de estudos (licenciatura) o valor anual da propina se fixa nos 780 euros. No que diz ao respeito ao 2.º ciclo (mestrado), o

valor é de 950 euros. Já nos Cursos de Especialização Tecnológica (CET) a propina mantém-se nos 500 euros. “O desenvolvimento do País só acontece quando todas as pessoas têm acesso à cultura, à educação. É por isto que nos continuaremos a debater”, diz o presidente do IPBeja. A decisão foi tomada por unanimidade e o IPBeja vai ainda permitir aos alunos pagamentos faseados. “Faremos tudo para que os nossos alunos não desistam. Defendemos o ensino obrigatório para todos os portugueses e, neste sentido, queremos fazer parte da solução”, garante Vito Carioca. Para compensar alguma falta de receita que poderá advir do não aumento de propinas, o IPBeja esta a analisar todas as situações e a pedir esforços a toda a comunidade do IPBeja. “Temos de poupar. Temos de gerir o politécnico como se da nossa casa se tratasse

e, neste sentido, estamos a solicitar às pessoas que tenha atenção a alguns gastos desnecessários. Tem de se poupar ainda mais”, defende o presidente do IPBeja. Embora considere que “é quase impossível cortar mais”. No que diz respeito ao próximo ano letivo, Vito Carioca defende: “Sou um otimista e o IPBeja vai saber enfrentar e estar à altura de todos os desafios”. E acrescenta: “As nossas expectativas são sempre positivas”. Vito Carioca lembra ainda que o instituto “apostou num programa de divulgação, levado a cabo pelo Gabinete de Comunicação e Imagem, muito bem estruturado”. “Definimos muito bem as estratégias a adotar e, dentro das dificuldades que encontraremos certamente, acredito que não haverá uma grande oscilação em relação ao ano letivo transato”. Bruna Soares

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uando a Lígia me enviou a sms com o texto “a moeda da ue 9 é um dinheiro de D. Afonso IV (1325-1357)” quase íamos (a Vanessa, o José Gonçalo e eu) tendo um badagaio com a emoção. Comecemos, contudo, pelo princípio. A Lígia Rafael é uma colega e amiga que se disponibilizou a fazer a limpeza e estabilização de uma moeda, encontrada junto a um muro de um vasto compartimento que estava a ser escavado no castelo de Moura. De repente tudo fazia sentido: os muros fortes, o pavimento argamassado, o pequeno quadrilátero junto à parede este, os enterramentos no exterior do edifício. Se o conjunto de elementos parecia apontar para a presença de uma igreja associada a uma necrópole ainda nos custava a acreditar que pudéssemos estar em presença de um templo medieval. A moeda do séc. XIV no interior do altar ajudou a afastar dúvidas, os ceitis de D. Afonso V pertencentes aos enterramentos do exterior vieram dar solidez a uma hipótese que não sonharíamos à partida. Acabávamos de identificar a igreja de Santiago, referida na documentação medieval mas que estava, até à data, por localizar. É quase um milagre que, ante as sucessivas obras no castelo de Moura, concretizadas ao longo de vários séculos, tenha sobrevivido uma parte importante da cidade medieval. A igreja é bonita? Nem por isso. É uma simples nave, bem pobrezinha, benza-a Deus. Nada de decoração, nada de elementos arquitetónicos elaborados. Uma nave e nada mais. Talvez mais interessante, do ponto de vista histórico, por isso mesmo. Até porque o ascetismo com que o espaço foi pensado vai a par com o austeridade dos dias que vivemos… Verdade se diga que, apesar das referências escritas, várias vezes duvidámos da existência da igreja de Santiago, ao ponto de pensarmos ser a alusão ao templo fruto de um qualquer equívoco. A localização é, contudo, perfeita: dentro do perímetro fortificado e junto à porta da alcáçova. Estamos perto, muito perto, do local da antiga mesquita de Moura. As sacralizações destas são, por norma, feitas através do nome de Santa Maria, mas os exemplos de locais de culto muçulmanos convertidos em igrejas de S. João, do Espírito Santo ou, até, de Santiago não faltam. Encontrar uma mesquita no meio dos restos dos enterramentos cristãos e numa área muito refeita após meados do século XIII seria ter uma sorte pouco comum. Provavelmente, não teremos essa fortuna. Como sugeriu uma amiga “ainda vão dizer que inventaste o nome da igreja, só para ser o teu”. É pouco provável que o digam, mas essa parte é aquela que ao José Gonçalo, à Vanessa e a mim menos interessa. A campanha está ganha e o modelo da ocupação medieval do castelo fica, a cada dia, mais claro. Esse é o dado essencial. Texto publicado em avenidasalúqia34.blogspot.pt


Beja aprova regulamento do Conselho Consultivo Municipal da Juventude A Câmara Municipal de Beja aprovou o regulamento do Conselho Consultivo Municipal da Juventude, o qual deverá entrar em funcionamento no último trimestre deste ano. “Este é mais um passo do município no que toca ao aumento da participação pública na gestão municipal,

nomeadamente da juventude do concelho”, realça o município. O Conselho Municipal da Juventude é o órgão consultivo do município sobre matérias relacionadas com a política de juventude e contará com a participação das associações juvenis do concelho, associações de estudantes, juventudes partidárias, entre outras entidades.

Arqueólogos mostram-se à cidade de Beja no outono

Escavações arqueológicas serão retomadas em breve

A

s escavações arqueológicas que estão a decorrer junto à rua da Moeda têm sido pródigas em revelações. A equipa da Universidade de Coimbra, chefiada pela arqueóloga Conceição Lopes, pretende que o projeto “Onde a Cidade se Encontra com a Sua Construção” dê lugar a um grande evento na praça da República, no princípio do outono, para “que a construção venha ao encontro da cidade”, disse ao “Diário do Alentejo” a responsável. Notícias recentemente vindas a público dão conta da descoberta de indícios de que a localização da Casa da Moeda, que remonta ao primeiro quartel do século XVI, possa ser no espaço onde funcionavam os antigos serviços técnicos do município.

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O presidente da Câmara Municipal de Aljustrel, Nelson Brito, reivindicou junto da Estradas de Portugal a construção da variante à vila que é sede do concelho, garantindo que a via “melhoraria em muito a segurança rodoviária”. Esta mesma segurança, afiançou, “é colocada todos os dias em causa pelo enorme volume de tráfego, principalmente de pesados, que cruza o centro da vila”, podendo a situação ser resolvida com a construção da variante. O tema foi discutido durante uma reunião com a direção da delegação regional de Beja da Estradas de Portugal, na qual foi ainda feita a análise de questões relacionadas com a avaliação das estradas, pontes ou cruzamentos no concelho.

Conceição Lopes confirmou ao “DA” que os achados que se encontram em fase de validação podem vir a confirmar esta hipótese e que, ainda este ano, pretende “chamar as pessoas da cidade” para mostrar os resultados do trabalho até agora efetuado. Os trabalhos de campo, entretanto suspensos, “vão ser retomados antes do fim de agosto”, revelou a arqueóloga. Recorde-se que os trabalhos estão a ser desenvolvidos no espaço onde está previsto nascer o edifício sustentável que, entretanto, viu as obras serem suspensas depois de o InAlentejo ter anulado o contrato de financiamento e de a Câmara Municipal de Beja ter cancelado a empreitada devido

Diário do Alentejo 17 agosto 2012

Câmara de Aljustrel quer construção de variante à vila

à “incapacidade” do empreiteiro para concluir a obra, disse Jorge Pulido Valente ao “Público”. O presidente do município revelou ainda na última reunião do executivo que após a resolução da rescisão do contrato com o empreiteiro, que contesta a decisão, pretende aprovar um projeto “profundamente reformulado” e promover uma nova candidatura de financiamento ao Banco Europeu de Investimento. As razões apontadas são de duas ordens: por questões económicas (o projeto original estava orçamentado em 3 232 milhões de euros); e por no espaço em causa se terem descoberto “importantes vestígios arqueológicos”. AF

Andoni Canela expõe “Terras de Linces” em Beja A Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA) promove, em colaboração com a Câmara Municipal de Beja, a exposição de fotografia “Terra de Linces”, da autoria do fotógrafo Andoni Canela, que será inaugurada na próxima quarta-feira, dia 22, pelas 18 horas, no castelo de Beja. Trata-se, de acordo com os promotores, “de uma exposição que compreende um conjunto de fotografias verdadeiramente espetaculares de linces-ibéricos Lynx pardinus em liberdade, no seu habitat natural, a qual está em itinerância desde 2010 por vários espaços em Portugal e Espanha, tendo já ultrapassado os 200 000 visitantes”. Andoni Canela é um fotógrafo profissional de nacionalidade espanhola especializado em fotografia de Natureza. Vencedor de diversos prémios, o seu trabalho ilustra mais de 30 reportagens da revista National Geographic, em diferentes edições publicadas em Espanha, Portugal, Itália e França, para além de trabalhos igualmente publicados noutras edições de prestígio como BBC Wildlife, Geo, Newsweek, La Vanguardia ou The Sunday Times.

JOSÉ FERROLHO

Serpa apoia jovens criadores

Escavações Os trabalhos serão retomados ainda este mês

CDU critica cancelamento das obras do edifício sustentável

“Consenso para minimizar prejuízos”

O

s vereadores da CDU na Câmara de Beja apelam, em comunicado, “ao bom senso para remediar as consequências do cancelamento do financiamento de um projeto emblemático, em pleno coração da cidade”, o edifício sustentável no local onde funcionaram os serviços técnicos do município e a gráfica do “Diário do Alentejo”, na praça da República. Num documento em que passam em resumo todo o processo, os comunistas vêm,

em defesa do empreiteiro, acusar a câmara de não ter respeitado “quatro atos de medição apresentados” e apenas ter pago o primeiro, o que impediu o construtor de “solicitar pagamento de verbas ao InAlentejo e por isso viu anulado o contrato de financiamento”, lê-se no documento divulgado na passada terça-feira. Em consequência disto a CCDR Alentejo, em junho, comunicou ao município que a operação se encontrava em “incumprimento”, mas sugeria à Câmara

de Beja para se “pronunciar por escrito no âmbito do Código de Procedimento Administrativo”. Tal prerrogativa, segundo os vereadores comunistas, não foi exercida pelo executivo. Com o financiamento e o empréstimo do Banco Europeu de Investimento (BEI) anulados por “laxismo e irresponsabilidade” do executivo, resta, segundo a CDU, a “procura de consenso entre as partes envolvidas para que se venham a minimizar ao máximo” os prejuízos. AF

A Câmara Municipal de Serpa, através do Musibéria – Centro Internacional de Músicas e Danças do Mundo Ibérico, convida jovens criadores a candidatarem-se a apoios para o desenvolvimento dos seus projetos na área da música, dança ou artes plásticas. Podem candidatar-se jovens criadores e investigadores de qualquer nacionalidade, tendo como requisito obrigatório o conhecimento do português escrito e falado e idade mínima de 18 anos e máxima de 30 anos. As inscrições encontram-se abertas até ao dia 31. Os apoios substanciam-se na atribuição de subsídios, alojamento, estadia, bem como cedência de materiais, recursos e condições técnicas necessários ao desenvolvimento criativo de um projeto durante o ano académico 2012-2013. A iniciativa é promovida em conjunto com a Fundación Antonio Gala para Jóvenes Creadores, Universidade de Salamanca, Fundação Robinson, Fundação Eugénio de Almeida e Centro de Estudos Ibéricos, no âmbito do Programa Operacional de Cooperação Transfronteiriça Espanha Portugal 2007-2013 e cofinanciado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.

Vidigueira mostra tradições O Museu Municipal de Vidigueira tem patente ao público, até ao dia 2 de setembro, a exposição “Tradições populares portuguesas: cantar, dançar, trajar”. Propriedade do Museu Municipal de Ferreira do Alentejo, a mostra é constituída “por um conjunto de manequins com trajes representativos das várias regiões do País, acompanhada de textos e de imagens com eles relacionados”. A cedência da exposição integra-se no protocolo de colaboração entre os vários membros da Rede de Museus do Distrito de Beja.


Diário do Alentejo 17 agosto 2012

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Vidigueira recebe Serões ao Fresco

No âmbito do programa Serões ao Fresco, a Câmara Municipal de Vidigueira está a promover diversas iniciativas, proporcionando à população “uma oferta cultural que integra um conjunto de espetáculos, nas áreas da música e teatro”. A autarquia pretende também “rentabilizar o espaço ao ar livre do Centro Multifacetado de Novas Tecnologia de Vidigueira, recentemente inaugurado, e criar hábitos de um consumo cultural regular”. O espetáculo de música tradicional “Cant’ai”, na quinta-feira, dia 23, pelas 21 e 30 horas, é a próxima proposta dos Serões ao Fresco.

Câmara de Aljustrel aprova normas do Cartão Jovem Munícipe A Câmara Municipal de Aljustrel aprovou, em reunião camarária, as normas do Cartão Jovem Munícipe, que confere vários benefícios aos jovens do concelho. Habitação, empreendedorismo, ambiente, compras no comércio local, desporto e cultura são algumas das áreas em que o cartão proporciona vantagens aos seus portadores.

Novo centro escolar de Ourique não está pronto

Entidade Regional lança terceira edição dos prémios “Turismo do Alentejo” Pelo terceiro ano consecutivo, a Entidade Regional de Turismo lança os prémios “Turismo do Alentejo” que, na edição 2012, conta com sete categorias a concurso, nomeadamente “melhor empreendimento turístico, melhor animação turística, melhor turismo rural, melhor enoturismo, melhor evento, melhor gastronomia e melhor projeto público”. A iniciativa, dirigida aos agentes públicos ou privados que desenvolvam projetos de interesse turístico na região, tem por objetivo “distinguir e divulgar a excelência e inovação da oferta que, de modo geral, tem contribuído para projetar e afirmar o destino nos mercados”. As candidaturas devem ser apresentadas entre os dias 19 e 28 de setembro, através do preenchimento do formulário disponível em www.visitalentejo.pt. O anúncio dos vencedores e a entrega dos galardões está prevista para outubro.

Exposição em Odemira mostra “Versões de um Amor de Perdição” Uma exposição bibliográfica intitulada “Versões de um Amor de Perdição” vai estar patente na Biblioteca Municipal José Saramago, em Odemira, entre os dias 23 de agosto e 12 de setembro. A mostra coincide com o ano em que se assinalam os 150 anos da publicação da obra Amor de Perdição, da autoria de Camilo Castelo Branco.“A Biblioteca Municipal de Odemira apresenta uma exposição bibliográfica sobre a obra de um dos escritores marcantes da literatura portuguesa”, realça a câmara municipal local. A iniciativa conta com a colaboração da Biblioteca da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, que cedeu as obras expostas. PUB

Escola de Panoias vai permanecer aberta

A

escola do 1.º ciclo do Ensino Básico de Pa noias, em Ourique, com 20 alunos e que o Ministério da Educação previa encerrar, vai continuar aberta no próximo ano letivo, anunciou no final da semana passada o município. O presidente da Câmara Municipal de Ourique, Pedro do Carmo, explicou que a autarquia chegou a acordo com o ministério em virtude de o novo Centro Escolar em construção na sede de concelho não estar pronto. “O centro escolar, num investimento de um milhão de euros e com capacidade para cerca de 200 alunos, ainda está em construção. As obras ficam prontas em 2013 e, por isso, a escola de Panoias não fecha neste ano letivo”, frisou. Segundo o autarca, a escola do 1.º ciclo do Ensino Básico de Panoias, a cerca de 15 quilómetros da sede de concelho, é frequentada por “20 alunos, do pré-escolar ao quarto ano”. Estas crianças, em caso de fecho, “teriam de ser transferidas para um estabelecimento com melhores condições”, afiançou o presidente da câmara. “Para a escola encerrar, teríamos que levar os alunos para um estabelecimento melhor, o que, neste momento, com as obras ainda em curso no centro escolar, não se verifica. Como tal, a

Alunos Escola é frequentada por 20 crianças

escola não fecha”, congratulou-se. Considerando tratar-se de uma “boa notícia”, Pedro do Carmo admitiu que o Ministério da Educação “foi sensível” aos argumentos do município. “O ministério percebeu, efetivamente, que não é possível deslocar os alunos para escolas que não tenham condições para absorver essas crianças. Compreendemos que é necessário encerrar as escolas, mas também temos que ter condições para os alunos”, argumentou. O Ministério da Educação anun-

ciou, a 23 de julho, que vão fechar no próximo ano letivo 239 do 1.º ciclo do Ensino Básico, num processo que irá continuar em 2013. Segundo o ministério, “em todos os casos”, os fechos de escolas “decorrem em articulação com as respetivas autarquias, atendendo à melhoria da qualidade do ensino”. No Alentejo, está previsto o fecho de uma dezena de estabelecimentos, um dos quais o de Panoias, que é agora, na prática e de forma temporária, subtraído desta lista.

Bispo de Beja falou para milhares de peregrinos em Fátima

“Indiferentes” também são o “grande perigo”, diz Vitalino Dantas

O

bispo de Beja defendeu, durante a homilia da primeira eucaristia da peregrinação de 12 e 13 de agosto, em Fátima, que “o grande perigo” da atualidade “não são apenas os fanáticos religiosos, mas também os indiferentes, sem razões profundas do sentido das suas vidas, vazias de sentido, de amor e respeito ao próximo”. Para Vitalino Dantas, que é o vogal da Comissão Episcopal da Pastoral Social e da Mobilidade Humana, “os que se tomam a si mesmos como referência última de tudo são perigosos”.

Falando para milhares de peregrinos reunidos em Fátima, o bispo de Beja alertou para a necessidade de “liberdade” para a movimentação das pessoas, apelando ao respeito pelas crenças religiosas de todos, mas exortando fortemente os cristãos a darem testemunho da sua fé. Reconhecendo a existência de “muitas situações de ruturas familiares e de esperanças desiludidas”, o bispo defendeu que “quem acredita em Jesus Cristo não se desiludirá jamais”. António Vitalino deixou ainda uma mensagem de conforto para “os que

sofrem com a atual crise económica, social e ética”. Vitalino Dantas considerou, também, que os cristãos têm necessidade de “aferir a qualidade” da sua fé e fortalecê-la, “para que não dobrem os joelhos diante dos ídolos (…) que desviam do cumprimento dos mandamentos, da prática da justiça, da verdade, do perdão, do amor fraterno” e empurram “pelos caminhos da maledicência, da inveja, da cólera, do azedume, da mentira, da cobiça, da opressão da dignidade dos semelhantes”.


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JOSÉ FERROLHO

Diário do Alentejo 17 agosto 2012

A Câmara Municipal de Vidigueira está a promover no concelho o programa Turismo Solidário, organizado pela Fundação Inatel, que consiste “numa inovadora modalidade de turismo que permite aos participantes usufruírem de um período de férias turístico-cultural, em família, na unidade hoteleira do Inatel no Luso”, entre 2 e 7 de setembro. As inscrições para este programa podem ser feitas até hoje, sexta-feira, junto do Serviço de Ação Social da Câmara Municipal de Vidigueira, juntas de freguesia e centros de convívio.

Alqueva Muitos são e têm sido os projetos turísticos em torno das águas do maior lago artificial da Europa

Investimentos em Alqueva

“O potencial não acabou agora” Um dos maiores investimentos previstos para as terras em torno de Alqueva, o empreendimento Roncão D’El Rey, da Sociedade Alentejana de Investimento e Participações liderada por José Roquette, foi notícia nos últimos dias por ter dado entrada com um processo de insolvência no tribunal de Reguengos de Monsaraz. O não financiamento por parte da Caixa Geral de Depósitos, por alegada falta de garantias bancárias, levou a que o investimento, que geraria cerca de 500 postos de trabalhos diretos e indiretos, conhecesse um forte contratempo na sua concretização. Algo que não compromete o investimento na região, segundo os responsáveis pelo turismo. Texto Marco Monteiro Cândido

A

pesar do revés naquele que era considerado como um dos mais importantes projetos para Alqueva, e que “causa alguma apreensão do ponto de vista do desenvolvimento de toda a região”, o presidente do Turismo do Alentejo, António Ceia da Silva, revela que este é um processo “a que estava atento”. “Nós sabemos que, hoje em dia, é cada vez mais difícil encontrar um financiamento para a economia portuguesa em Portugal e, inclusivamente, na Europa”. Tendo em conta o cenário presente de contenção económica, António Ceia da Silva refere que a Turismo do Alentejo, ERT iniciou, há uns meses, um projeto de criação de uma missão empresarial direcionada para os Emirados Árabes Unidos e para o Brasil, e que deverá acontecer no final de 2012, início de 2013. “Serão os próprios empresários que vão participar e temos vindo a preparar um

dossiê de investimento, de oportunidade de investimento, porque temos consciência de que há muitos projetos, alguns que estão no terreno e que necessitam de parcerias financeiras, e outros, de grande qualidade, que fizeram a via-sacra do ponto de vista das questões administrativas e que estão na fase final das aprovações e dos licenciamentos, que, neste momento, necessitam de capital”. No entanto, o presidente da Turismo do Alentejo realça que o Alqueva não se resume

a estes projetos, uma vez que o trabalho na região tem sido feito de há anos para cá. “Ao longo de muitos anos, houve muitos investidores que apostaram naquela zona. Que têm os seus projetos há muitos anos, construídos e edificados nas terras banhadas hoje pelo Alqueva”. Para Ceia da Silva, no Alqueva “há um potencial enorme e o potencial não acabou agora”. Segundo dados do Turismo Terras do Grande Lago Alqueva (Ttgla), quase todos os

Os projetos de Alqueva Muitos são e têm sido os projetos turísticos em torno das águas de Alqueva. Sem contar com inúmeros projetos de turismo rural e agroturismo de pequenas dimensões, as terras em torno do grande lago continuam a atrair investimento, público e privado. Concelho Moura

Promotor Sociedade Agrícola da Defesa de S. Brás

Projeto Herdade da Defesa de S. Brás

Reguengos de Monsaraz

Sociedade Alentejana de Investimentos e Participações, SGPS

Roncão D’ El Rey

Reguengos de Monsaraz

Proprietário: José António Uva

Herdade do Barrocal

Reguengos de Monsaraz

Aprigius, S.A., Grupo Imoholding

Vila Lago Monsaraz Golf & Nautic Resort

Alandroal

Parceria entre a Câmara Municipal do Alandroal (51%) e privados (49%)

Fortaleza da Juromenha (UT1)

Mourão

Sousa Cunhal – SGPS, SA

Herdade do Mercador

Mourão

Guadiana Parque – Compra e venda de imóveis, SA – Grupo Bernardino Gomes/Hotéis Real

Herdade das Ferrarias

Cuba, Portel

Placan – Sociedade de Construções e urbanizações, Lda

Herdade da Cegonha

concelhos tocados pela albufeira de Alqueva têm projetos turísticos de dimensão considerável previstos, apesar das diferentes fases em que se encontram (ver caixa). Contudo, o presidente do Ttgla, Francisco Chalaça, vê com desagrado a situação em torno do empreendimento Roncão D’El Rey. “Era um projeto estruturante, um projeto que liderava um conjunto de outros que estariam em fase de implementação. Já tinha obra física no terreno, tinha um número de empregabilidade alto, um volume de investimento também alto e, como tal, era um projeto sinalizador e extremamente importante”. Francisco Chalaça alinha pela mesma bitola de Ceia da Silva, convicto que está de que o destino Alqueva não será posto em causa pelo contratempo de um projeto, acreditando que, reunidas as condições financeiras, retomará a sua marcha normal. “Isto deverá ser motivo de reflexão por parte dos nossos governantes sobre o papel que deve ter o banco público no apoio ao desenvolvimento, às nossas empresas e aos nossos empresários. A Caixa Geral de Depósitos não pode colocar-se no mercado como a restante banca privada, até porque estamos a falar de um projeto que já tinha passado por um crivo rigoroso”. Apesar do contratempo, o presidente da Ttgla sublinha que este deve ser entendido no contexto que o País vive, já que, noutro momento, seria apoiado e financiado. António Ceia da Silva, por seu turno, também não está desanimado, apreensivo sim, mas não desanimado. “Eu estaria desanimado se o projeto terminasse. O projeto ainda estava numa fase embrionária. O importante é que há outras iniciativas que se estão a desenvolver e que mesmo aquele se volte a erguer e a encontrar os parceiros desejáveis”.


Diário do Alentejo 17 agosto 2012

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Reportagem

Fotógrafos de Beja lutam contra a crise na era do digital

Casamentos e fotos de estúdio

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o próximo domingo, dia 19, assinala-se o Dia Mundial da Fotografia. Não fosse o “amor pela profissão”, o “bichinho da fotografia”, o facto de “ser uma forma de arte”, e pouco ou nada haveria para comemorar, dizem ao “Diário do Alentejo” alguns proprietários de lojas de fotografia existentes na cidade de Beja. Nos últimos anos a fotografia digital levou à diminuição da procura da revelação fotográfica ou de acessórios e material fotográfico, obrigando estes profissionais a investimentos de modo a responderem às novas necessidades do mercado. Mais recentemente, e atendendo às características do atual contexto económico, o fraco poder de compra das famílias tem vindo a refletir-se nos serviços solicitados. “A fotografia nunca esteve tão em moda como agora, mas no que toca a ter um retorno financeiro para os lojistas, não tem qualquer tipo de retorno”. Manuel Bráulia, 41 anos, fotógrafo há 25 anos e sócio-gerente da Foto Star, espaço fundado em 1958 pelo pai, diz que atualmente existe “uma independência do fotógrafo dito amador em relação às casas de fotografia”, graças ao advento da fotografia digital. “A partir da era digital qualquer fotógrafo tem tudo o que precisa em casa. Tem, digamos, um laboratório virtual no qual manuseia as fotografias, daí que não tenha uma dependência em relação à loja. O serviço de fotografia para

Maria Helena Favinha

A fotografia digital levou à diminuição da procura da revelação fotográfica ou de acessórios e material fotográfico, obrigando os profissionais a investimentos de modo a responderem às novas necessidades do mercado. Mais recentemente, e atendendo às características do atual contexto económico, o fraco poder de compra das famílias tem vindo a refletir-se nos serviços solicitados. Texto Nélia Pedrosa Fotos José Serrano

o cliente amador decaiu muito. O puro amador, que antigamente chegava ao verão e revelava três, quatro rolos, das férias, isso desapareceu”. E com a diminuição significativa das revelações de rolos de fotografia analógica e respetiva impressão, decresceram igualmente as vendas de molduras ou de álbuns, entre outros produtos. No caso da Foto Star, que sempre fez serviço de casamentos, a componente ligada à fotografia analógica “representava 50 a 60 por cento”, mas Manuel Bráulia acredita que “haverá lojas em que essa dependência seria de 70, 80 por cento, visto que praticamente não faziam casamentos”. Atualmente a reportagem de eventos como “casamentos, festas de finalistas, batizados,

festas de ballet ou entregas de pastas” é responsável por “uma grande fatia dos lucros” da Foto Star, diz Manuel Bráulia, apesar de se assistir também a quebras significativas nesse segmento. “A quebra normal, a chamada quebra dos 60, 70 por cento, que há em tudo, e que tem a ver com a conjuntura atual”. O jovem gerente recorda que há “três, quatro anos podia fazer 40, 50 casamentos”: “Agora se ficar pelos 15, 20, se calhar considero-me de muito sucesso”. Fotografias de estúdio, principalmente com crianças, “também ainda se vai fazendo alguma coisa”. Saturação do mercado na área dos casamentos São também a reportagem e a fotografia

Luís Luzia

de estúdio que suportam nos dias de hoje uma das duas lojas José Espinho & Filhas, situada no centro histórico da cidade. A outra, instalada numa grande superfície comercial, “é uma loja essencialmente de serviços e venda de equipamento”, diz José Espinho, 56 anos, fotógrafo profissional desde 1974 e proprietário há 16. “O trabalho de estúdio mantem-se, fazem-se menos grandes ampliações, no entanto, hoje é normal uma criança nos primeiros dois anos de vida vir tirar fotografias todos os meses, isto no meu caso concreto. Depois há a gama dos 15, 20 anos, aquele sonho de serem modelos, com a criação do book”. E com o trabalho de estúdio, realça o sócio-gerente, há “todo um complemento”, que pode ir da simples moldura ao brinde personalizado. No que toca às reportagens, nomeadamente casamentos, tem-se vindo a registar um decréscimo “devido à crise”, mas também à saturação do mercado. “Há uma oferta muito grande, mas eu não considero que seja concorrência porque depois vejo os trabalhos finais e não têm nada a ver com aquilo que eu faço”, diz o fotógrafo, adiantando que a crise também se sente no setor “de venda de equipamentos e alguns serviços”, dado que “a função pública tinha uma quota de mercado muito significativa” na sua loja. Com o surgimento do digital, que, segundo José Espinho, “tornou a fotografia acessível a


Diário do Alentejo 17 agosto 2012

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praticamente toda a gente”, embora com níveis de qualidade bastante distintos, também nas suas lojas “a revelação do rolo praticamente acabou” e mesmo que se façam serviços de impressão de fotos digitais, estas são sempre em menor número comparativamente às revelações analógicas. “Antigamente faziamse todas as fotografias que se tiravam e agora não. Agora a pessoa tira e vê logo, depois coloca no computador, e quando manda imprimir já sabe o que é que quer. O rolo tinha aquela magia de esperar pela revelação para ver o que é que se tinha feito. Essa magia da fotografia, do tirar, do ter que se saber tirar, acabou. Hoje a pessoa tira, se está clara, repete, faz mais escura…”. A saída encontrada por Sérgio Carocinho, 36 anos, fotógrafo há duas décadas, para contornar a quebra significativa do número de revelações de rolos de fotografia analógica e da venda de todo o material associado, foi apostar na reportagem, principalmente de casamentos, e nas fotografias de estúdio, invertendo assim o peso que aqueles serviços tinham na faturação da sua loja, a Foto Baltazar, de que é proprietário há quatro anos. “Fazemos poucas impressões de fotografia, o rolo analógico acabou. Temos provavelmente a revelação de um rolo por mês, nem tanto. Os produtos de loja, como molduras, álbuns, já é muito raro vendermos. Essa parte representava, talvez, 75 por cento das receitas. Neste momento virámo-nos para outras áreas, tivemos que fazer com que os restantes 25 por cento [reportagens e estúdio] passassem a 75 por cento”. “Neste momento estou mais dedicado aos casamentos, é a minha área forte”, diz, adiantando que em termos de negócio não se pode queixar. As fotografias de estúdio, à semelhança do que acontece na Foto Star e na José Espinho & Filhas, têm no topo da lista dos fotografados as crianças, às quais se seguem os adolescentes, na sua grande maioria aspirantes a modelos.

José Espinho

Sérgio Carocinho

Menos fotografias tipo passe devido ao cartão do cidadão Luís Luzia, 45 anos, proprietário

da Foto Luzia há 17, apostou, por sua vez, na oferta de serviços que não estão ao alcance do consumidor comum, “como reproduções, retoques de fotografias digitais ou recuperação de fotografias antigas”. Na componente de estúdio “também ainda se vai fazendo alguma coisa, principalmente de crianças”: “Tivemos que avançar para o digital, tivemos que ir para as novas tecnologias, se não já não estávamos cá, isto já tinha fechado. Porque as pessoas já só têm digital, ninguém utiliza o filme. Fomos obrigados a desmobilizar as máquinas de revelação porque os químicos iam perdendo propriedades, porque eram pouco usados. Agora, os poucos rolos que aparecem enviamos para o laboratório, mas já não leva a meia hora que levava, leva mais tempo”, diz Luís Luzia, fotógrafo desde os 16 anos. Dentro dos serviços prestados, destacam-se ainda as fotografias tipo passe que, no entanto, com a criação do cartão do cidadão, “são cada vez menos”. “O sistema que foi introduzido nos registos [civis] também nos tirou

Manuel Bráulia

esse trabalho, que era o nosso ganha-pão, de maneira que não sei em que é que estão a pensar, se calhar em acabar com isto…”. A contribuir para o fraco negócio, diz o fotógrafo, está ainda a tão falada crise e as obras nas portas de Mértola: “As obras também prejudicam, as pessoas vêm menos para aqui”. As fotografias tipo passe eram igualmente uma componente bastante importante da faturação da Foto Favinha, diz Maria Helena Favinha, fotógrafa profissional desde 1964. “As fotografias para documentos representavam uma percentagem significativa, não digo que ao longo do dia se fizessem uns 50 por cento de identificações, mas era muito bom. Vinham oito, nove, 10 pessoas, no mínimo, era bastante compensador, agora não vem ninguém ou vem um às vezes de dois em dois dias, ou de três em três dias”. As reportagens de casamento e as fotografias de estúdio também já não têm o peso que tinham. Maria Helena aponta o dedo à crise e à fotografia digital. “Não há motivos para festejar nada. Isto está muito mau. Os clientes não vêm às lojas, o digital acabou com os fotógrafos. Vê-se ao longo do País quantas lojas têm fechado. É claro que o digital permitiu que entrássemos noutros campos, mas acabou com as revelações, que também eram muito significativas. E com o digital as pessoas acabam por colocar as fotografias no computador e também não as imprimem. Os pais contentam-se em ver as fotografias dos filhos no computador, as crianças deixaram de ter o álbum personalizado, que os acompanhava ao longo da vida, desde que nasciam…”. A fotógrafa considera, no entanto, que “mesmo com a crise”, o serviço de fotografias tipo passe, “teria sempre saída”, “porque toda a gente precisa do bilhete de identidade, do passaporte, de renovar documentos”. Em relação aos casamentos, Maria Helena Favinha recorda o início de carreira, em que “fazia 100 casamentos por ano”. “Agora se fizer 10 já fico muito satisfeita”, adianta a proprietária, frisando que a diminuição de serviço no caso concreto não se deve exclusivamente à crise mas também aos gostos pessoais dos potenciais clientes “que também vão mudando” e “à concorrência desleal”: “Nós mantemos os mesmos preços há cinco ou seis anos, e há colegas que baixaram os preços para valores impraticáveis, preços que não se faziam há mais de 10 anos. Assim não vale a pena, para vender fotografias ao desbarato estou em casa”, adianta a fotógrafa, que detém uma outra loja na cidade de Serpa, onde “o cenário” não é muito diferente. “A continuar assim dentro de pouco tempo é para fechar, mais mês, menos mês, vamos deixar passar o verão, vamos ver, é um remar contra a maré”. Também Luís Luzia não antevê “um futuro muito animador” para as lojas de fotografia – “Talvez melhore quando a crise acabar um dia, vamos ver”. Já para Manuel Bráulia não restam dúvidas de que as lojas deverão dar lugar “a showrooms, uma casa de exposições, de mostra de trabalhos, onde alguém aceita as marcações de serviços, serviços de excelência”, como já existe “em certos países”, como “por exemplo no Reino Unido”.


Diário do Alentejo 17 agosto 2012

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História

Arqueologia

As primeiras foram encontradas no ano passado, mas só foram mostradas ontem, na Herdade dos Perdigões. São 20 figuras humanas de marfim, únicas em Portugal. Agora há que as estudar para saber que função tinham. Texto Lucinda Canelas com Marta Portocarrero Exclusivo “Público”/”Diário do Alentejo”

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ão de marfim, cabem na palma da mão e têm pormenores delicados, que surpreendem. António Valera, o arqueólogo que dirige as escavações na Herdade dos Perdigões, em Reguengos de Monsaraz, fala com entusiasmo das estatuetas de marfim que ontem apresentou aos jornalistas como “descoberta única” em Portugal. “Difunde-se muito a ideia de que o homem pré-histórico era rude, um brutamontes, graças ao cinema”, diz Valera. “Mas o que povoados como o dos Perdigões mostram, com toda a sua simbiose com o mundo natural, é algo que estas esculturas vêm reforçar – nesta Pré-História havia um grande grau de sofisticação que está muito longe do preconceito.” Com 4 500 anos, as 20 esculturas em miniatura (com tamanho entre os 12 e os 15 centímetros), “pelo menos nove das quais muito realistas”, começaram a aparecer no ano passado, quando os arqueólogos escavavam um fosso onde, depois de cremados, foram depositados vários corpos. Para os investigadores da Era, a empresa que há 15 anos trabalha nos Perdigões, a herdade que a Finagra (actual Esporão S.A.) comprou para plantar vinha, mas que acabou por transformar num campo arqueológico com 16 hectares, encontrar representações humanas de marfim, “com grande qualidade estética e de execução”, foi “emocionante”, embora não tenha sido uma surpresa completa. Estatuetas semelhantes são relativamente frequentes na Andaluzia, região com a qual o Sul do país forma uma unidade territorial na Pré-História. Como escavaram apenas uma área muito reduzida deste complexo arqueológico em que descobriram já mais de 500 peças e fragmentos de marfim, entre elas algumas representações de animais muito pormenorizadas, Valera e a sua equipa acreditavam que, mais cedo ou mais tarde, poderiam vir a dar com esculturas antropomórficas. “O que surpreendeu foi o rigor realista de algumas das figuras, que terá

exigido grande capacidade técnica”, explica. Para Vítor Gonçalves, catedrático da Faculdade de Letras de Lisboa, especialista em Pré-História, a grande singularidade das estatuetas humanas dos Perdigões é simplesmente o facto de terem sobrevivido milhares de anos às agressões do solo alentejano. “Temos poucas figurações antropomórficas de marfim na Pré-História portuguesa, mas ainda menos no Alentejo, porque lá a terra é tão ácida que destrói tudo”, explicou ao “Público” pelo telefone, não tendo visto ainda ao vivo as peças da herdade. A descoberta, que considera “impressionante”, é para este arqueólogo mais uma das originalidades dos Perdigões, a juntar ao facto de ser um “complexo mágico-religioso alentejano em que os sepulcros não são antas”. Conhecido desde 1983, o sítio dos Perdigões só começou a ser escavado em 1997, depois de um estudo geotérmico, que fez uma espécie de radiografia à paisagem, ter identificado uma série de fossos concêntricos, mais ou menos circulares, e outras estruturas: possíveis cabanas, silos e sepulturas. O que os trabalhos têm revelado nos últimos anos, explica Valera, é que o povoado, que começou por ser construído por comunidades neolíticas (c.5500 anos), teria grande importância na região, tendo sido, possivelmente, lugar de festas cerimoniais e de rituais associados ao culto dos mortos. O cromeleque perto da necrópole, já fora dos limites do povoado, reforça esta teoria. “Estas povoações, das antigas sociedades camponesas, eram já capazes de construir obras públicas de envergadura, como estes fossos. Identificámos 12 e fizemos sondagens em quatro. Para fazer estes quatro estimamos que terão sido retiradas 60 mil toneladas de rocha, impressionante para as ferramentas rudimentares da época”, diz Valera. Em seguida, os arqueólogos vão aprofundar os estudos dos materiais nas valas e nas sepulturas com a ajuda de antropólogos

FOTOS CEDIDAS POR ERA

Estatuetas descobertas no Alentejo têm 4 500 anos e cabem na palma da mão da Universidade de Coimbra e fazer sondagens nos fossos para determinar a idade de cada um e a dinâmica de ocupação do povoado. Pelo meio, há que continuar a analisar as “miniesculturas”. Para já as perguntas são muitas e as certezas quase nulas. Porque são tão realistas numa altura em que a representação da figura humana é essencialmente estilizada, como prova a maioria das 20 estatuetas? Serão deuses? Porque têm algumas o género tão bem definido e outras são assexuadas? Têm o corpo esguio, com as nádegas e o tronco bem delineados, nariz e orelhas definidas, tatuagens faciais, cabelos a cobrirem as costas, olhos grandes que poderiam ter incrustações e as mãos sobre a barriga, segurando o que parece ser um bastão. “Nesta fase só podemos lançar hipóteses, especular”, reconhece Valera. “São todas muito parecidas e o facto de serem realistas faz-nos pensar que podem querer comunicar uma ideia muito específica. A própria postura do corpo pode ter um significado, como quando nos ajoelhamos na igreja. Podem representar um estatuto social, um grupo dentro da comunidade ou até mesmo uma família.” Mas também podem ser divindades, teoria que parece mais provável a Vítor Gonçalves, que conhece as estatuetas da Andaluzia. “Muitas das representações humanas neste período, como as das placas de xisto portuguesas, estão ligadas à deusa-mãe. Depois, progressivamente, chegamos a outras de um deus jovem.” Os arqueólogos dos Perdigões vão também estudar o marfim de que são feitas. Dos 500 fragmentos encontrados nos Perdigões analisaram apenas 15 e concluíram que se trata de marfim de elefante africano, o que prova que o povoado mantinha contactos com regiões distantes. Mas entre os restantes pode haver elefante asiático, marfim fóssil (de quando havia elefantes na Península) e até osso de outros animais, explica Valera. Na península de Lisboa, acrescenta Gonçalves, já foram encontrados fragmentos de cachalote. Muitos dos enigmas das esculturas dos Perdigões vão ficar por decifrar, diz o director das escavações, mas os problemas que elas colocam, associados às práticas funerárias, sobre a concepção do corpo são só por si fascinantes. E se para o homem que viveu no Alentejo pré-histórico o corpo não fosse uma unidade? “É difícil saber o que vai na cabeça das pessoas de há 5 000 anos.” Mas vale a pena pensar nisso.


Passam os dias de papo esticado ao sol. Muitas vezes são criticados por inoperância. Mas quando o perigo espreita, lá estão eles, os NADADORES SALVADORES. Ou banheiros, como se preferir. Este ano já os vi a devolver a vida a uma jovem, nas perigosas correntes da Zambujeira. Obrigado! PB

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(…) o grande perigo da atualidade não são apenas os fanáticos religiosos, mas também os indiferentes, sem razões profundas do sentido das suas vidas, vazias de sentido, de amor e respeito ao próximo. António Vitalino Dantas, bispo de Beja, Lusa, 12 de agosto de 2012

Opinião

Valorizem o trabalho, por favor! Ana Paula Figueira Docente do ensino superior

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ês de Agosto ou o mês de férias para muitos indivíduos empregados… Numa altura em que se ouve dizer que os Portugueses trabalham pouco, li na Net esta fantástica frase: “O que é fundamental é que estejam continuamente a preparar-nos para garantir a nossa empregabilidade”. Quem assim o afirma parece entender que algo ou alguma entidade – talvez, o Estado, por via da Escola – deva oferecer uma formação, necessária e continuamente adequada, que garanta o emprego às pessoas. Infelizmente, em tudo na vida e hoje em particular, não há garantias de coisa nenhuma; depois, não se podem usar as palavras “emprego” e “trabalho” como se tivessem o mesmo significado quando têm significados diferentes… Resumidamente, o trabalho faz parte de qualquer sociedade na medida em que é responsável pela produção dos bens de consumo. Envolve a transformação da natureza através do uso de capacidades físicas ou intelectuais de cada um. Por isso, o desempenho de uma mesma tarefa pode ter um melhor ou pior resultado em função da pessoa que a está a desempenhar. Tem uma conotação cultural que é variável de acordo com a organização social e política da sociedade em causa; esta condiciona o conVolto, pois, ceito, a classificação e o valor do trabalho. Mas é sempre àquilo que me parece essencial: o trabalho que produz riqueza, independentemente da forma a valorização como a sociedade está organido trabalho zada ou da época, o que releva individual e o a sua importância. O mesmo já reconhecimento não se pode afirmar relativamente ao emprego. Trata-se de da dignidade um conceito recente e implica de quem uma relação de troca com um efectivamente carácter mais ou menos estátrabalha! vel: o trabalhador (que realiza Talvez este possa o trabalho) vende a sua “força” ser o princípio de ao empregador (que organiza o trabalho) e recebe como contrauma longa e dura partida um determinado salátransformação… rio. Assim, numa breve, curta e crua síntese: nenhuma sociedade pode funcionar e organizar-se sem o trabalho; todavia, isso pode acontecer sem o emprego. A forma como o trabalho é interpretado e valorizado tem sido alvo de entendimentos diferentes ao longo dos tempos e das sociedades. Este é um tema fascinante e sobre o qual muito se poderá escrever. Contudo, terei de restringir-me apenas a

mais algumas linhas e tomar como base a minha existência: ainda muito pequena, lembro-me com perfeição de ouvir as pessoas referirem-se ao trabalho – fosse qual fosse a profissão – com orgulho e distinção. “Fulano é muito bom rapaz e um excelente trabalhador”. O trabalho tinha o cunho individual de quem o produzia. Sensivelmente a partir da década de 60, com a mecanização, o trabalho começou a descaracterizar-se e a perder o toque do mestre: quem soubesse operar devidamente com a máquina, fazia o trabalho, com a vantagem de ser mais rápido! Com a chegada dos anos 80, as escolas comerciais e industriais foram afastadas e o ensino foi massificado. Recordo a entrevista que o prof. António José Saraiva deu em 1976 onde afirmou o seguinte: “Hoje, o que há ao nível universitário são reivindicações do tipo comer lagosta no lugar de sardinha, ou seja, obter o diploma mais depressa e com mais facilidade. Isto é uma herança de um longo passado, a que eu chamo de diplomacracia. (…) Quer dizer, é o sistema antigo de aspirações que vem à superfície, que rompe os diques, mas o pessoal não quer ser mais nada senão aquilo que eram os que dominavam anteriormente o Estado e a burguesia. O ideal neste momento em Portugal não é abolir os doutores, mas sim que todos sejam doutores”. Hoje, convivemos com alguns novos sinais de mudança: já nenhum curso oferece as garantias de antes (o número de licenciados aumentou exponencialmente) sendo, cada vez mais, as características individuais que fazem a diferença; rendidos às facilidades da máquina, mais uma vez é a capacidade de inovação do operador que pode marcar a distinção. Mas não podemos escamotear a situação: isto é uma “pescadinha de rabo na boca”! A Europa atravessa um período muito difícil o que, estrutural e conjunturalmente, cria enormes dificuldades a todos. É fácil falar e apelar ao empreendedorismo, abordar as oportunidades que a crise também pode colocar… mas é muito difícil pôr em prática ideias quando quase não há dinheiro sequer para, no entretanto, dar de comer aos filhos e à família… Volto, pois, àquilo que me parece essencial: a valorização do trabalho individual e o reconhecimento da dignidade de quem efectivamente trabalha! Talvez este possa ser o princípio de uma longa e dura transformação… Por decisão pessoal, a autora do texto não escreve segundo o Novo Acordo Ortográfico

Um amor de verão Bruno Ferreira Humorista

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m mês de temperaturas cálidas, praias amontoadas de gente que há um ano estava no Brasil a fazer vida de rico, e piscinas com cloro e chichi, venho falar de um amor, que não é só de verão. Não estou a falar da minha mulher, nem muito menos de alguma outra com quem a ande a enganar, apesar de muitas vezes também me enganar com este amor de verão. Esta é uma paixão antiga, que vem do tempo das borbulhas de acne e dos óculos de massa. Falo da menina Língua Portuguesa, de quem sou amante, já desde os tempos em que as noites de agosto ainda eram de calor sufocante. Arranjaram-lhe um marido à pressa, daqueles casamentos de conveniência, chamado senhor Acordo Ortográfico. E a Língua Portuguesa deixou de poder passear-se por aí com o ar leve, mas altivo, que a caracterizava. Mas pior do que isso, a Língua Portuguesa anda a ser traída. Mais grave ainda, é alvo de violência doméstica. Não é uma Maria-vai-com-as-outras, a Língua Portuguesa. Mas

entra-nos em casa e anda na boca de toda a gente. E é aí que são cometidas as piores agressões. É engraçado constatar que os abusos à Língua Portuguesa acontecem por vagas. São como modas. Apesar de às vezes parecer mais difícil cometer algumas das traições do que resistir-lhes. Não pretende esta crónica ser uma espécie de manual do João Catatau, mas da Língua Portuguesa. Até porque muitos portugueses não conduzem, mas quase todos têm de falar. Claro que também há os que conduzem mal, mas esses a polícia sempre pode prender por condução perigosa, ao invés dos que colocam a Língua Portuguesa em perigo. Por isso, como é que isto tudo começou? Vá, agora os caros leitores tentem adivinhar antes de ler. Ora aí está. Portanto, ilustre leitora, deixe de se armar em viúva Porcina. E ao leitor relembro-lhe que não é o Odorico de Paraguaçú. Desculpem a antiguidade dos personagens, mas são os mais recentes representantes de novelas brasileiras de que agora, assim de repente, me lembro. Vamos aos casos práticos: há uma dezena de anos atrás, não se dizia, por exemplo (e porque estamos em mês de férias), “vou lá em cima buscar a boia”. Se a boia está lá em cima, “vou lá acima buscá-la”. O mesmo para “cheguei na praia”. Se já está na praia, então é porque “chegou à praia”. Outra facada noveleira tão comum na Língua Portuguesa é esta: o traidor anda a escolher o restaurante para jantar em Albufeira, e exclama: “Olha! Ali tem boas sardinhas!”. Mas quem é que tem? O Ali? Babá? Ou o restaurante? Se o restaurante tem boas sardinhas, é porque há lá boas sardinhas. Logo, seria tão mais fácil, e galanteador para com a Língua Portuguesa, dizer “Ali há boas sardinhas”. O verbo haver, quando se emprega com o significado de “existir” é impessoal, não tem pessoa, sujeito: “Ali há boas sardinhas”. Mais um exemplo frequente de ofensa à Língua Portuguesa: Mas pior do que as placas que pululam por isso, a Língua cada vez mais janelas e varanPortuguesa anda das deste país dizendo “Vende” a ser traída. Mais ou “Arrenda”. Mas quem é que vende ou arrenda? A casa? E a grave ainda, é casa vende ou arrenda o quê? alvo de violência O proprietário? Se a casa se doméstica. Não vende, ela vende-se. E quem a é uma Maria-vaivende é o seu proprietário. Que com-as-outras, a se casou. E nunca, que casou. E Língua Portuguesa. por falar nisso, quando o avião partiu, ele descolou. Foi-se emMas entra-nos bora. Não se lhe partiram as em casa e anda asas, ou quaisquer outras pena boca de toda a ças. Mas se foi esse o caso, engente. E é aí que tão o avião partiu-se. são cometidas as É sensual, a Língua Porpiores agressões. tuguesa. E não queremos que se lhe parta o encanto. É uma mulher difícil porque se dá ao respeito, mas também é quente, escorregadia, permite trocadilhos, caminhos enviesados. Por que é que em vez dos atropelos, não flartamos todos com ela? Imagine o leitor um imenso bacanal de 10 milhões numa festa de prazeres libidinosos com a sintaxe, numa cálida noite de verão. Tem… Há imagem mais poética?


Diário do Alentejo 17 agosto 2012

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Os milhares de atletas que competiram em Londres, com melhores ou piores resultados, geniais ou medianos, esforçados ou tocados pelo azar, são a razão maior desta prova universal e do seu espírito. Portugal, que trouxe uma só medalha, algumas boas provas e muitas interrogações, tem agora de pensar melhor no seu futuro olímpico. Se o quiser, claro. Editorial, “Público”, 13 de agosto de 2012

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Tudo na mesma, como a lesma, no que se refere ao COMBATE AOS FOGOS em Portugal. O incêndio gigantesco de Tavira e São Brás poderia ter sido abreviado. Todos os especialistas o dizem. Apenas o Governo parece ainda ter dúvidas quanto à descoordenação dos meios no terreno. E toca a pedir nova perícia para que a culpa, como é hábito, venha a morrer solteira. PB

Se persistir uma lógica de resort, se continuarmos a ancorar projetos em campos de golfe (golfe com temperaturas a roçar o negativo no inverno e a passar os 40º no verão?), se insistirmos nos mega-investimentos, se acharmos que o aeroporto de Beja vai alimentar esse turismo e que assim o turismo se tornará uma mola para a riqueza da região, a conclusão é simples: nada aconteceu e nada acontecerá. Santiago Macias, blogue “Avenida da Salúquia 34”, dia 12 de agosto de 2012

Horror turístico Filipe Nunes Arqueólogo

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este “querido mês de agosto” estamos em plena época de férias. Altura devidamente calendarizada para enganar a rotina do ano, para logo a retomar com as baterias recarregadas. Desejada época do ano, em que a latência do sol nos leva a mergulhar nas águas e caminhos de lazer e deste modo a mergulhar coletivamente entre os banhos de outros tantos… É então que a desejada fuga se encontra com o horror turístico. Torna-se difícil e penoso acabar por reconhecer o desencanto da evasão e da almejada pausa, muito menos a nós próprios, mas uma coisa é descansar o espírito, outra coisa é engana-lo e mante-lo em modo de pausa. Não posso por isso deixar de refletir em plena época veraneante nessa condição que nos faz a nós todos turistas. Não se trata de ridicularizar gratuitamente o turista e aquilo em que se tornaram as nossas férias, mas de tentar entender o grande logro a que vamos, quando genuinamente partimos do desejo do escape, que em última instância mais não é do que procurar a felicidade de sermos livres. O que a partir daí nos leva inevitavelA “compensação mente a olhar para a que diterapêutica” em que se tornaram as zem ser a grande vocação nacional, e a grande aposta para férias para o turista o Alentejo: o turismo. – o adoentado e A condição de turista – ulstressado desta trapassando o receio em nos assumirmos como tal, apelisociedade – nada dando sobranceiramente apemais produz que nas “os de fora” – carrega em um álbum de si o reconhecimento da mais fotografias repleto plena vitória desta nossa civino Facebook, lização industrializada e uraferindo o dever banizada. Desta sociedade capitalista e de consumo decumprido ou galanteando cada senfreado. Nascida outrora vez mais as proezas dos ímpetos românticos da burguesia viajante em busca alcançadas nas do imaginário exótico, da naprogramadas tureza virgem, do folclore e do aventuras passado, essas mesmas imagens continuam a servir como “radicais” junto da natureza “pura” diretrizes do turismo em todo o mundo e a guiar a sua força e do ambiente motriz, que é basicamente o ecológico, mas desejo humano de libertarasseado. se do seu quotidiano (olha-se aos títulos da imprensa de viagens: “Fugas”, “Evasões”…). Semelhantes desejos aspiram a ser perigosos, pelo que cedo foram disciplinados no quadro maquinal que enforma o mundo laboral, recarregando-nos como máquinas e com tempo contado, como sobretudo cedo se revelaram

extremamente proveitosos ao sistema que move essa fuga. Nesse quadro nasceu a indústria do turismo, de que mais não somos do que consumidores e colaboradores simultaneamente. E mais nenhuma outra indústria conseguiu a proeza de tornar o seu objeto de oferta o inverso do objetivo daquele que o procura: o turismo é o reflexo fiel da sociedade de que o turista pretende evadir-se. Para ordenar e lucrar com esse ímpeto de evasão, o turismo definiu-se como um produto empacotado de coisas e experiências a ver, que à semelhança da diversidade da realidade internáutica não para de aumentar. E desde a invenção do guia turístico a oferta do lazer e das férias tornou-se cada vez mais condicionada à produção em série e à lógica das massas (o que a sopinha de massas humanas das nossas praias bem o testemunha). Foi essa “turistificação” do território que remeteu, face às potencialidades ambientais únicas de Portugal, este país à condição de empregados de mesa ou à tendência geriátrica e acolhedora dos reformados da Europa do norte. Nesse mesmo cenário as nossas férias rapidamente correm o risco de equivalerem a uma experiência de quartel, refletindo como nenhuma outro momento, a orgânica consumista e totalitária da sociedade: é a mobilização geral decretada em agosto, são os quarteis generais – do parque de campismo, do festival, ao resort de luxo – movendo compassadamente os movimentos da tropa em sandálias, a hábitos e comportamentos que de tão pré-determinados que estão impedem a transgressão para lá dos espaços estandardizados do verão e sobretudo a subversão desse valor tão inerente ao espirito de férias: o tempo “livre”. A “compensação terapêutica” em que se tornaram as férias para o turista – o adoentado e stressado desta sociedade – nada mais produz que um álbum de fotografias repleto no Facebook, aferindo o dever cumprido ou galanteando cada vez mais as proezas alcançadas nas programadas aventuras “radicais” junto da natureza “pura” e do ambiente ecológico, mas asseado. E a grande conquista das férias parece jogar-se mais no relato difundido nas redes sociais impessoais, em jeito de competição com aqueles sortudos que vendem as suas viagens aos media e ao mercado de ilusão de que vive afinal de contas o turismo. É nesses termos em que o meu espírito se vê inquietado com o horror turístico, quando na verdade só pedia descanso. Pior mesmo é que vivendo naquele que é oficialmente determinado como terra de potencial turístico – neste Alentejo já ali, do litoral atlântico ao litoral do grande lago – todo o resto do ano passarei a ver como esse futuro inegável cai nas mãos da indústria turística que nada mais vende senão aquilo que contribui a destruir. Toda a terra compete pelo turista, tudo sendo consumido, da natureza ao humano. Qualquer vila é um museu, qualquer campo um parque de atrações. E quanto mais autêntica, mais atrativa é ao discurso folclorisado do turismo. Por isso ele é cada vez mais eco, de natureza cada vez mais natural, cada vez mais rural e cada vez mais típico e tradicional. Este sossego afinal vale ouro, e não faltam vendilhões por uma meia dúzia abonada de promessas de empregos. Devolvo por isso à sensação de horror de tamanha e bem real perspetiva, a noção que é de fuga e de evasão que se alimenta o turista. Desafia-lo a procurar uma fuga permanente, jogar-se-á certamente para lá deste “querido mês de agosto”, mas sobretudo potenciará a que este regresse por cá para vivenciar o seu espaço e tempo de férias de outro modo, compatibilizando o que pode ser um outro Alentejo, não o da oferta turística, mas passo a passo, o da partilha e, então sim, de descoberta e da merecida pausa.

Há 50 anos “Empatocracia” – ou as minúcias e os berbicachos da burocracia

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omo alguma outra imprensa portuguesa desses tempos sombrios, o “Diário do Alentejo” recorria por vezes a um truque para contornar a Censura fascista: transcrevia de outro jornal escritos interessantes que por uma razão qualquer já haviam passado noutras regiões o crivo dos senhores do lápis azul. Assim aconteceu na edição de 18 de agosto de 1962, quando o vespertino bejense reproduziu em “Nota do Dia” um texto do “Diário de Lisboa” que lhe merecia “inteira concordância”. O artigo, cuja transcrição abria a primeira página, intitulava-se “Empatocracia” e abordava uma questão ainda hoje atual: “Um dos aspectos mais antipáticos da resistência em que a nossa burocracia se compraz é aquele que exige um sem número de licenças, vistos e autorizações para a realização de qualquer festa profana, ainda mesmo que tenha fins beneficentes. As dificuldades são tantas e tão insuperáveis que levam, muitas vezes, os organizadores a desistir de iniciativas que tinham os mais simpáticos e recomendáveis objectivos. A omnipotente burocracia prende-se com tais minúcias e berbicachos que os mais pacientes e os mais bem-intencionados desanimam e aqueles que um dia se abalançaram a levar por diante uma ideia generosa ficam de tal modo escarmentados com as exigências e prepotências burocráticas de que foram vítimas que tomam com os seus botões o solene compromisso de nunca mais se meterem noutra. Acerca da inexplicável teimosia e da manifesta impertinência da ‘empatocracia’ nacional, como um ilustre jornalista denominou o aspecto negativo da burocracia portuguesa, temos recebido queixas e muitos pontos do País contra autoridades incompreensíveis e prepotentes que não cessam de levantar complicações quando se pretendem levar a efeito festas que estão na melhor tradição popular e que, a maior parte das vezes, se revestem dos mais nobres propósitos filantrópicos. Não haverá quem tenha suficiente autoridade para pôr termo a esses excessos de zelo que se traduzem pura e simplesmente em abusos de poder e não contribuem, de modo nenhum, para o prestígio da função administrativa, a qual deve atender mais ás necessidades e ás aspirações dos povos do que ao amorpróprio dos pequenos sátrapas que, em vez de as procurar resolver, teimam estupidamente em as contrariar?”. Carlos Lopes Pereira


Sucedem-se as trapalhadas, as desconfianças de trafolhice e o desaparecimento de documentos de Estado no gabinete de Paulo Portas, qundo este era ministro da tropa, no governo do fujão Barroso. Mas se falta papelada que confirme a aldrabice do negócio dos SUBMARINOS, por que não pedi-la ao próprio Portas. Ele mandou copiar tudo quando foi corrido. Lembram-se? PB

15 Diário do Alentejo 17 agosto 2012

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As sucessivas revelações sobre a compra dos submarinos no mandato de Paulo Portas no Ministério da Defesa Nacional levam o padrão de organização e de exigência do Estado português ao nível da anedota. Em causa estava um negócio de centenas de milhões de euros para a aquisição de equipamentos militares. O que não é o mesmo do que comprar carros de bombeiros ou locomotivas para a CP: são operações que exigem zelo, sigilo, ponderação e método na proteção de documentos. Editorial, “Público”,14 de agosto de 2012

Foi um ano a cortar: primeiro o subsídio de Natal, depois as novas tabelas de retenção do IRS, a subida agressiva do IVA, os despedimentos que acabaram em salários mais baixos. Os números chegam agora: desde 2010, quem trabalhava por conta de outrem perdeu 107 euros de salário, um corte histórico que atirou o rendimento disponível para os níveis de 2014. Tudo em nome de uma nova competitividade e contra os vícios de dez anos de expansionismo excessivo do Estado e das empresas. Editorial do “DN”,10 de agosto de 2012

Cartas ao diretor O futebol José Ramos Almada

Certamente que por causa do Europeu se pensa mais no futebol. No mês de junho muito se viu e ouviu na TV acerca deste popular desporto. A boa prestação de Portugal ajudou nesse sentido e, com certeza, que, pelo menos no desporto, possamos ganhar alguma coisa. No sempre desenho do imaginativo Luca, o pastor, por ver muito futebol, pontapeia uma bola (ou uma pedra mais redonda). E eu, cada vez que vejo a bola do neto, sinto desejo de pontapeá-la, não fossem os vidros de casa. É verdade, neste Euro 2012 não se notou qualquer crise: os países apurados receberam milhões, mais ganharam com as vitórias, e o público que foi assistindo aos jogos gastou o que tinha e não tinha em hotéis e mais despesas. (Isto, evidentemente, os amantes que foram à Polónia e Ucrânia). Mas, no futebol de pequenos clubes, amadores de pouco capital, é diferente. E se no desporto profissional já se veem problemas, quanto mais nas categorias inferiores! Há um ano veio escrito no nosso “Diário do Alentejo” que os clubes da II Distrital de Beja estavam de “tanga”! E se os da I Distrital não estão financeiramente bem, quanto pior os clubes da divisão inferior! Talvez por causa da extensão do distrito (o maior do País com 10 239 quilómetros quadrados), o campeonato foi bem chamado de “Distritalão” por alguém do jornal. Ora como cada vez há menos clubes na II Distrital, já não há duas zonas, mas sim só uma, obriga estes clubes a grandes deslocações, como os da I Divisão. Eu, como velho alentejano bejense, tenho uma proposta para a Associação de Beja, para que numa assembleia fosse analisada ou discutida: haver só uma categoria nos clubes associados da I e II divisões. Depois seriam separados geograficamente em duas zonas, talvez oriental e ocidental. Assim todos os clubes fariam viagens

mais pequenas, gastando menos, porque têm muitas outras despesas. Numa segunda fase, seria encontrado o campeão entre os melhores das duas zonas ou grupos. Aliás, a Associação de Vila Real, e penso que a de Portalegre, já fazem assim, e com a continuação da crise sentida outras associações farão o mesmo. A propósito de “outras despesas”, não compreendo por que é que as forças da ordem levam ou ganham dinheiro com clubes pobres amadores, elas (PSP ou GNR) que já recebem do Estado! Sim, porque penso que não recebem mais quando impõem a ordem em aglomeração de pessoas nas ruas ou manifestações. Bem, é melhor ficar por aqui, se não vêm busca-me… ou à AF Beja por ter metido “o pé em ramo verde…”.

Partido Socialista de Cuba e as rendas em atraso

Recentemente foi eleito um novo (nova) presidente do partido, mas no que consta à dívidas os velhos hábitos continuam. Não se compreende como isto é possível, tratando-se de um tão prestigiado partido político, que quer governar na Câmara Municipal de Cuba, com maioria absoluta, e que deveria ser o primeiro a dar o exemplo do bom cumprimento da lei. Talvez que a publicação deste comunicado no vosso semanário alerte os sócios e militantes do PS de Cuba para esta situação, que só prejudica a boa imagem do Partido Socialista.

O correio do Marquês - II Manuel Dias Horta Beja

Maria José Fernandes São Domingos de Rana

A sede do Partido Socialista de Cuba funciona desde abril de 2006 no prédio urbano n.º 26 da rua Álvaro de Castelões, em Cuba. Em 2010 começou a haver atrasos no pagamento mensal da renda, situação que em 2011 se agravou de tal maneira que chegaram a estar cinco meses seguidos sem pagar, apesar de terem sido avisados diversas vezes pelos proprietários do prédio. Este ano a situação está a repetir-se. Cartas e telefonemas para o presidente da concelhia, e para outros membros da direção do PS de Cuba, não resultaram. Empurram de uns para outros a responsabilidade e como resposta aos avisos disseram que iam “pagar quatro meses de renda mas ainda não sabiam quando”! Agora, em 1 de agosto, pagaram mais um mês, referente a março. Em 2012 o PS de Cuba só pagou três meses de renda.

Antes de tudo, parabéns a quem tomou a decisão. Parabéns à cidade, aos seus habitantes e a todos quantos dela gostam. Foi anunciado o início das obras no Mercado Municipal! Haja saúde e bom tempo e voltaremos a este tema. Tenho em meu poder uma carta subscrita pelo sr. Camilo Ferreira Castelo Branco, que foi o primeiro visconde de Correia Botelho, escritor português, romancista crítico, poeta e historiador. Dada a extensão da mesma, é de todo impossível recriá-la no espaço disponibilizado. Vou tentar sintetizá-la até as malhas não cederem (tarefa ingrata para um simples escriba, revolver no texto de um dos maiores escritores portugueses). O conteúdo da carta é todo um libelo ao Marquês de Pombal mimoseando-o com os epítetos de déspota, sanguinário, criminoso e mentiroso, desenvolvendo mais adiante as razões por que usa tal terminologia. Evoca os episódios mais célebres de que foi protagonista o Marquês: o processo dos Távoras, os Jesuítas, o padre Malagarida e até a mentira do garfo. Eis o pregão da sentença que mandou queimar o padre Malagarida: “Vista a sentença dos inquisidores, Ordinário e Deputados

do Santo Ofício…herege da nossa Santa Fé Católica… e vista a disposição de direito… e ordenação em tal caso o condenam a que com baraço e pregão seja levado pelas ruas desta cidade, até à praça do Rossio e que nela morra de garrote e que pois de morto seja seu corpo queimado e reduzido a pó e cinza para que dele e da sua sepultura, não haja memória alguma. E que pague as custas, acrescenta o acórdão”. O condenado apenas tinha de seu o esfarrapado hábito em que o garrotaram. Julgava-se Pombal a primeira pessoa a introduzir o garfo no seu país. Mas não é verdade. Duzentos anos antes de Sebastião José ter nascido já se comia em Portugal com aquele utensílio. “Se isto assim fosse antes de 1745 comia-se sordidamente sem garfos, com os dedos engordurados e as belfas num escorrimento de gemas de ovos, obrigadas em todos os fricassés e empadas. Um jantar de mesa redonda seria uma grande pia de cevados; e as mãos das senhoras besuntadas de salsichas de porco em vez de provocarem beijos, mostrar-se-iam muito reconhecidas ao fino brinde de uma quarta de sabão”. Termina a carta, fazendo uma recomendação “que não cave muito fundo, pois o subsolo é húmido e escorregadio e está cheio de vermes de toda a espécie”.

Altinho eterno Francisco José Parreira

No Altinho sozinho vivo e sonho Cenário mui amplo onde vão as gentes Tão perto do céu ao azul me exponho Mirando paisagem de tantas sementes. Sossego das aves deixa-me risonho Não sei porquê talvez sejam parentes Da sã natureza porque lhe reponho Presenças no monte que estão ausentes. As árvores verdes com muitos raminhos Movidas p’lo vento abanam as folhas Ao toque do sino seguram os ninhos. Os lares das aves são como as bolhas Mirados de baixo todos redondinhos Imitam ermida porque dão recolhas.

Haja saúde ambiental Agrião... é hora do banho Projeto de educação para a saúde no âmbito do curso de Saúde Ambiental do IPBeja

OLÁ MÃE! O QUE ESTÁS A FAZER?

OLÁ! ESTOU A ADIANTAR O JANTAR.

QUERES AJUDA?

QUERO SIM. PODES LAVAR ESSES AGRIÕES?

PORQUÊ?

PORQUE ESTES AGRIÕES SÃO SILVESTRES E PODEM ALOJAR MICROORGANISMOS PRODUTORES DE DOENÇAS. ASSIM, DEVEMOS DESINFETÁ-LOS BEM.

Coordenação Raquel Santos e Rogério Nunes Texto Ana Machado e Stephanie Gouveia Desenho Patrícia Correia

COMO É QUE SE DESINFETAM?

PARA OS AGRIÕES E OUTRAS VERDURAS É SÓ SEGUIR ESTES PASSOS: PRIMEIRO, LAVAR COM ÁGUA CORRENTE PARA TIRAR AS FOLHAS ESTRAGADAS. SEGUNDO, DEITAR 10 GOTAS DE LIXÍVIA NUM LITRO DE ÁGUA DEIXANDO ATUAR ENTRE 15 A 20 MINUTOS. TERCEIRO LAVAR OUTRA VEZ EM ÁGUA CORRENTE.


Diário do Alentejo 17 agosto 2012

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Fotorreportagem Porque nem todas as fotografias que se tiram em reportagem podem ser publicadas, o “Diário do Alentejo” apresenta hoje aos seus leitores uma coleção de seis imagens preteridas por razões de enquadramento, de contexto informativo ou outras. Fazem parte do portfólio que tem vindo a ser constituído pelos fotojornalistas do “DA” sobre as aldeias do distrito de Beja. Uma coleção de retratos que vai de Ficalho a Zambujeira do Mar. Fotos José Ferrolho e José Serrano


Diรกrio do Alentejo 17 agosto 2012

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Ana Cabecinha em 9.º lugar nos jogos olímpicos

Diário do Alentejo 17 agosto 2012

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Ana Cabecinha classificou-se em 9.º lugar da prova de 20 quilómetros marcha nos Jogos Olímpicos de Londres com um registo (1.28.03h) que constitui a melhor marca pessoal do ano. A atleta estará amanhã, sábado, pelas 13 horas, em Baleizão, sua terra natal, onde participará num almoço promovido pela junta de freguesia local e pela Associação de Atletismo de Beja.

Troféu Ramon Carranza O Nacional da Madeira, equipa treinada pelo bejense Pedro Caixinha, que recentemente se exibiu em Beja, terminou a pré-temporada com uma importante vitória no 58.º Troféu Ramon Carranza ao bater na final, em Cadiz, a formação do Rayo Vallecano por 3-1.

Desporto

Fernando Piçarra conhece as diferentes realidades do futebol alentejano

Vasco da Gama fará a pré-época em competição Fundado em 1945, o Clube de Futebol Vasco da Gama, de Vidigueira, vai pela primeira vez no seu historial competir no Campeonato Nacional da 3.ª Divisão. Texto e foto Firmino Paixão

O

clube aceitou um convite da Federação Portuguesa de Futebol para preencher uma das inúmeras vagas provocadas pela desistência de muitos clubes que disputavam provas nacionais e depois de o Milfontes, vice-campeão da AF Beja na época passada, ter declinado. Chegado à Vidigueira a meio da época anterior, o treinador Fernando Piçarra, 52 anos, conduziu a equipa vascaína ao terceiro lugar do Distrital de Beja e assume esta oportunidade de disputarem uma prova nacional como importante para a projeção do clube e da terra, sublinhando que o pior que pode aconte-

cer é voltarem ao lugar onde estavam. A direção do Vasco da Gama renovou a confiança no Fernando para uma segunda temporada?

No final da época passada tínhamos acordado que eu continuaria a treinar o clube, dei a minha palavra às pessoas nesse sentido, entretanto surgiu o convite para o Vasco da Gama disputar a 3.ª Divisão, falei com o presidente, sabíamos que seria uma situação nova cuja decisão teve que ser rápida, e estamos a trabalhar com esse objetivo.

estamos a tentar trabalhar o melhor possível, dentro das possibilidades que temos. O Fernando foi ouvido antes de o Vasco da Gama aceitar?

Sim, eu aconselhei a direção. Parece-me que este campeonato não terá grandes dificuldades, praticamente será uma espécie de “Distritalão”. Temos oito equipas alentejanas, entre Beja e Évora. Repare que teríamos que sair para Odemira e Milfontes, assim vamos a Lagoa e a Lagos, as despesas são praticamente as mesmas.

jogadores, a pouco e pouco vamos ter que tomar decisões e formar a equipa. Como costumo dizer, faremos a pré-época já em competição. O objetivo é conseguir o melhor lugar possível…

Seria um discurso irrealista da minha parte se eu dissesse o contrário. Mas o nosso objetivo também depende muito daquilo que a direção do clube quiser e tiver possibilidade de investir. Vamos tentar ficar nos primeiros seis lugares e depois vamos ver.

Quais são os fatores positivos desta decisão? Teria outro sabor se tivessem subido pela via do título distrital…

A questão não é essa, nós não pedimos nada a ninguém, a federação é que nos convidou a disputar o campeonato. O problema é que foi tudo muito rápido, muito em cima, tínhamos programado o regresso no final de agosto e tivemos que antecipar o início da época. Mas

Principalmente o facto de o Vasco da Gama nunca ter estado na 3.ª Divisão. Será uma boa experiência, sobem apenas duas equipas, sabemos das dificuldades que vamos encontrar, mas será algo de importante para a terra e para o clube, e se o Vasco da Gama descer vem para o mesmo sítio onde estava, portanto não vejo nada de negativo.

FERNANDO PIÇARRA Nascido em Moura, em 15 de dezembro de 1959 (52 anos)

Percurso como jogador: Moura, Académica de Coimbra, Vasco da Gama de Sines, Desportivo de Beja, Moura. Percurso como treinador: Moura, Amarelejense, Piense (três épocas); Barrancos (três épocas e título distrital da 2.ª Divisão em 2007/2008), Moura (duas épocas com subida à 2.ª Divisão Nacional), Vasco da Gama da Vidigueira (duas épocas)

A época teve que ser repensada?

Vamos fazendo isso pouco a pouco. Estamos a tentar melhorar as coisas, sempre dentro da nossa realidade, não queremos ir além daquilo que é possível, não embandeiramos em arco, não entraremos em loucuras, vamos “comer o nosso feijãozinho com arroz” dentro da nossa humildade, com uma equipa competitiva, que entre em campo para nunca sair derrotada. Estamos a ver

Lamentavelmente a 3.ª Divisão vai acabar…

O problema está aí, se fosse mais cedo seria um trabalho mais fácil, mas estamos a duas semanas da Taça de Portugal. Acho que vai ser um campeonato competitivo, as pessoas fazem sempre um esforço e vão um pouco mais além do que podem para tentarem ir o mais longe possível. Mas a grande questão é esta, se houver uma segunda fase para as últimas, o que vão as últimas seis equipas lá fazer, sabendo antecipadamente que descem aos distritais? Mas as regras são estas, temos que viver com elas. Três das equipas competiam na época passada na 2.ª Divisão. Serão os principais candidatos?

É uma resposta que não lhe posso dar, eles é que saberão. Mas é natural que assim seja, são equipas com mais talento, mais experiência, principalmente experientes ao nível da 2.ª e 3.ª divisões. E depois têm outro tipo de orçamento que nós não temos. Mas é importante referir que dentro do campo é que se vê o potencial e a dimensão das equipas. Não sou pessoa de baixar os braços, acredito no meu trabalho e não facilitaremos a vida a ninguém. O futebol amador passa por grandes dificuldades…

Estes são os sinais das mudanças que têm existido a nível global. Costumo dizer que quem não sabe ler vê os bonecos, porque isto é assim, esta conversa que estou aqui a ter podia mudar em 10 minutos se aparecesse dinheiro, cinco ou seis telefonemas e vinham outros tantos jogadores, o problema é que não o temos e assim gerimos a realidade que temos. O futebol é cada vez mais uma indústria. Nem imagina a quantidade de telefonemas de empresários que temos todos os dias.


A divisão de Desporto da Câmara Municipal de Beja associa-se à Meia Maratona RTP Vodafone, que se realiza no dia 30 de setembro, com o propósito de sensibilizar os munícipes para os benefícios da prática da corrida e da caminhada, de acordo com os objetivos do programa de atividade física e saúde – Bejactiva. O município faculta transporte de ida e volta para o evento.

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Correr e caminhar na ponte Vasco da Gama

I Copa Alentejo Torneio de Futebol Juvenil A I Copa Alentejo, torneio que se disputa nas cidades de Beja, Évora, Portalegre e Vendas Novas, entre os dias 15 de setembro e 7 de outubro, tem a sua primeira jornada agendada para Beja, com o seguinte programa: no dia 15 de setembro, das 9 às 19 horas, 1.ª jornada de todas as sedes e escalões; pelas 19 horas terá lugar a cerimónia de abertura com animação e desfile dos participantes. No dia 16 de setembro, das 9 às 19 horas, decorrerá a 2.ª jornada. O evento terá lugar no Complexo Desportivo Fernando Mamede.

Mais do que a viver o presente, o Castrense está a acautelar o seu futuro

Um tempo de olhares distantes Francisco Fernandes foi sempre uma voz crítica sobre os caminhos por onde o futebol, nacional e regional, estava a enveredar. Não se enganou. Texto e foto Firmino Paixão

C

ampeão distrital com o Castrense na última época, assumirá o seu lugar na 3.ª Divisão num ano em que se anuncia o fim deste patamar do futebol português, ou seja, as equipas ou sobem para a 2.ª Divisão Nacional ou regressam ao regional, por isso o treinador do Castrense alerta para a necessidade de os clubes olharem mais profundamente para o futuro e dá o exemplo do Castrense, que, subindo ou não, mantém um plantel da região, competitivo e com grande potencial de progressão. O futebol amador está a morrer?

Infelizmente o futebol amador está em decadência, sabemos que o futebol português de vez em quando tem coisas que ninguém percebe. Todos os anos têm vindo a experimentar alterações, com modelos que nos outros países já tentaram e depois desistiram deles e nós andamos agora a percorrer esse caminho. O futebol amador está a morrer e isso entristece-me muito. Vamos para o último ano de 3.ª Divisão…

Ao que parece será esta a última época, passando a existir uma 2.ª divisão amadora. Mas há cerca de 1 200 praticantes que ficam de fora. Se queremos qualidade temos que perguntar para onde irão todos esses jogadores. É verdade que o distrital pode ganhar mais qualidade, mas os jogadores não cabem em todas as equipas. Outra aberração será o facto de iniciar uma segunda fase do campeonato sabendo que o segundo grupo de seis equipas já está despromovido e que servirá apenas para os clubes gastarem dinheiro. Isto é brincar ao futebol. Sempre alertou para a iminência desta degradação…

Estava a ver que cada vez mais perdíamos qualidade. Há menos jogadores, menos motivação. Vinha falando nisto há muitos anos e não me enganei. Tenho sido uma voz crítica e, neste caso, não gostaria de ter razão, mas a verdade é que vejo as coisas cada vez mais difíceis e mais degradadas. Os jogadores deixaram de sonhar, de ter ambição e gosto pelo jogo. E como, e quando, é que vamos dar a volta a esta situação? As pessoas que decidem não pensam nisto, é tudo feito em cima do joelho, sem diálogo, impondo regras sem ouvirem as pessoas. Como é que o Castrense vai reagir a este cenário?

Independentemente destes ou daqueles objetivos, o Castrense tem um olhar mais para além do presente. Temos que pensar no futuro, nos

próximos dois a três anos, e o Castrense, seja comigo ou com outro treinador, terá que acautelar o futuro. O clube tem condições, tem uma boa direção. O presidente gostava de manter o clube enquadrado numa prova nacional, por isto a equipa deste ano é um pouco projetada para o futuro. Quero uma equipa com determinação, sem medo, ambiciosa, que entre em campo para ganhar. Com alguns reforços?

Não conseguirei ter uma equipa apenas com jogadores do Alentejo porque há posições que não consegui preencher e agora temos que optar por dois ou três jogadores de fora da região. Se não subirem de divisão perde-se o investimento feito até aqui?

Há equipas que fizeram grandes investimentos, inclusive na região, mas o nosso investimento enquadra-se naquilo que são as possibilidades do clube. Vamos para um campeonato atípico, com uma equipa com grande margem de progressão sem limitarmos o pensamento à época em curso, mas olhando já para os próximos anos. Se o Castrense, eventualmente, descesse de divisão ficaria com uma equipa com grande futuro, com média de idades baixa e a maioria da região, um grupo que pode dar muitas alegrias ao clube no futuro. Mas o pensamento está na subida…

FRANCISCO FERNANDES Nascido em Cabeça Gorda (Beja), em 3 de janeiro de 1960 (52 anos)

Percurso como jogador: Desportivo de Beja, Zona Azul, Vitória de Setúbal, União da Madeira, Nacional, Olhanense, União de Santiago do Cacém. Internacional sub/19 Percurso como treinador: Odemirense (duas épocas), Ferreirense, Moura, Desportivo de Beja (quatro épocas), Vasco da Gama Sines (duas épocas), Aljustrelense (cinco épocas), Castrense (três épocas). Títulos: campeão distrital da 1.ª Divisão (com subidas à 3.ª Divisão) pelo Odemirense, Ferreirense, Moura, Aljustrelense e Castrense. Taça Distrito de Beja com o Ferreirense e Moura. Super Taça com o Castrense. Subida do Vasco da Gama de Sines da 3.ª à 2.ª Divisão.

Neste momento não pensamos em descidas ou subidas, pedimos que a equipa entre em campo dando tudo para ganhar, mas nós já temos condições para no futuro chegarmos a uma segunda divisão. Temos que ver a diferença competitiva que existe. O campeão distrital do próximo ano vai para uma 2.º divisão. É um fosso muito grande para uma equipa que não esteja preparada. Naturalmente que desejo a todas as equipas da região o melhor sucesso, cada um trabalha como quer, mas vemos que o Castrense a o Mineiro estão a trabalhar com uma boa base da região, e o Moura, com 15 ou 16 jogadores de fora, se não subir esta época como é que dá continuidade ao trabalho no futuro? Esses jogadores ficam em Moura no distrital? Nunca se falou tanto alentejano na 3.ª Divisão Nacional?

Há muito que eu gostava de ver isto e este ano concretizou-se. No passado falava-se mais algarvio, com todas aquelas nuances que a gente sabe em finais de campeonato. Espero que as equipas se respeitem, que façam bons jogos e que tragam mais gente para os estádios. Desejo que, independentemente das incertezas deste campeonato, seja um ano em que o Alentejo consiga promover os seus jogadores e o seu futebol. Temos qualidade, não somos uns coitadinhos, mas temos que nos unir e tomarmos decisões em conjunto.


Primeira jornada do Nacional de Juvenis

Diário do Alentejo 17 agosto 2012

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A primeira jornada do Campeonato Nacional de Juniores B (juvenis), prova em que competem as equipas do Odemirense e do Despertar, realiza-se no próximo domingo, pelas 11 horas, com os jogos V.Setúbal-Beira Mar Almada; Louletano-Imortal; Estoril Praia-Odemirense; Cova Piedade-Lusitano Évora e Despertar-Oeiras.

Mértola Radical A edição 2012 do evento Mértola Radical, que inclui um diversificado conjunto de atividades de aventura, está a decorrer em Mina de São Domingos, Mértola e Alcaria Ruiva. O programa contempla o 15.º Encontro Internacional de Parapente, paramotor e voos bilugar.

Campeões absolutos de columbofilia analisaram incidências da campanha

“Quando o Ameixa não ganha até os adversários ficam tristes” Os campeonatos regulares de columbofilia disputam-se, entre outras, nas especialidades de velocidade, meio fundo e fundo, com somatório de pontos de cada concorrente a verter para uma pontuação global de regularidade que determina o campeão absoluto. Texto e foto Firmino Paixão

J

osé Ameixa, na zona centro leste, e a Dupla de Entradas, na zona sul, conquistaram esses títulos na campanha columbófila 2012, que acumularam com os das respetivas coletividades. Ambos analisam aqui as suas prestações, comentam o atual momento da modalidade e perspetivam a próxima edição dos campeonatos. O columbófilo bejense, 62 anos, também líder da assembleia-geral da coletividade Asas de Beja, referiu que foi uma boa campanha mas “podia ter sido melhor”: “Há sempre provas que fogem à nossa programação, mas a regularidade manteve-se, isso é que interessa, porque vão surgindo outros bons columbófilos que também temos que felicitar”. L a ment a ndo a s perd a s da época, Ameixa acentuou: “Tivemos uns quantos concursos mais irregulares, com muito calor ou alguma solta que não foi muito bem conseguida, e quando é assim, as vítimas são os grandes pombos que se perdem, aconteceu comigo e com a generalidade dos columbófilos”. Sobre a colónia que gere em conjunto com o filho João, onde tem 120 voadores para concurso e uma reserva de 80 borrachos, José Ameixa referiu: “Os pombos têm correspondido bem, mas há sempre fatores que não controlamos e que tornam as provas mais irregulares, temos que estar preparados para aceitarmos isso desportivamente. Concorro em todas as disciplinas, temos mais pombos fundistas, mas também tenho bons atletas em meio fundo e velocidade. É uma colónia equilibrada”. Ameixa concorda que a

Campeão José Ameixa, um dos mais antigos e carismáticos columbófilos do distrito de Beja

columbofilia não tem passado ao lado da crise, sustentando: “As dificuldades são gerais, aqui ainda conseguimos ter uma grande sociedade como é a Asas de Beja, uma coletividade que, numa altura destas, envia mil e tal pombos para solta é importante, se calhar, será a maior do País, mas ao nível do distrito as coisas enfraqueceram um bocado”. Quanto à próxima época diz: “Vamos ter um campeonato virado para o sul de Espanha, numa linha de voo completamente diferente, vamos ver se os pombos se adaptam bem. Essas mudanças nem sempre resultam, mas isso vai dar um bocado de complexidade à próxima campanha”, acentuou José Ameixa, prometendo: “É para ganhar, mas só se consegue ter sucesso com muito trabalho e o meu filho é um columbófilo exemplar, muito rigoroso, muito preocupado. Quando entramos em

competição é sempre para fazermos o melhor possível, admitindo que os nossos adversários têm o mesmo pensamento”, concluiu. Na vila de Entradas a ambição não é menor. Paulo Bárbara, 46 anos, e Manuel Nobre, 43, formam a dupla que nas duas últimas épocas se tem vindo a impor na coletividade Asas Verdes (Castro Verde). E a próxima? “É outra vez para ganhar, não pode ser de outra maneira”, diz Paulo, perentório: “É sempre assim, procuramos vencer em todas as frentes”. Uma dupla alicerçada na amizade, reforçou o seu portavoz: “Sou amigo de infância do Manuel, ele foi columbófilo primeiro do que eu, mas sempre gostei de pombos. O Manuel não gosta muito deste trabalho, gosta mais de ver chegar os pombos, então estava a pensar abandonar e convidou-me para nos juntarmos, assim foi. Há quatro anos juntámos

os pombos e temos sido uma dupla vencedora, temos três títulos de meio fundo e dois de fundo consecutivos, temos uma fêmea que na época passada foi terceira classificada a nível nacional em sport absoluto”. Um investimento, ao que parece, moderado mas bem-sucedido: “Não investimos muito, isto é mesmo um entretenimento, mas trabalhamos sempre para ganhar. Os produtos para mantermos a colónia em forma são muito caros. Temos entre 80 a 90 pombos voadores e cerca de 120 borrachos e o trabalho é muito, gastam-se muitas horas à volta do pombal”. Quanto à última campanha, Paulo Bárbara assumiu: “Foi muito difícil e sobretudo muito dura. Temperaturas elevadas e ventos desfavoráveis, muitos pombos perdidos. Mas desde que concorro que não me lembro de uma campanha

tão competitiva, com diferenças mínimas entre os concorrentes”. Com uma colónia diversificada, assumem a preferência pelo fundo mas têm pombos “para concorrer em todas as disciplinas”. Paulo Bárbara lembrou: “Ainda não felicitei o meu adversário direto nas Asas Verdes, que era o Carlos Rodrigues. Estava à minha frente mas eu fui mais feliz, meti nove pombos nos primeiros 10 e ganhei, mas deixo-lhe aqui os meus parabéns”. Na zona centro leste venceu José Ameixa, lembrámos… “É um veterano, está tão habituado a ganhar que já nem deve festejar, e quando ele não ganha alguma coisa até os adversários ficam tristes”, brincou Paulo Bárbara, columbófilo das Asas Verdes, adiantando que a sua coletividade está “entre as mais fortes do distrito” e tem “columbófilos com muito valor”.


Ana Cabecinha José Saúde

Maratona Alberto Chaíça exibe a sua camisola dos Jogos Olímpicos de Atenas 2004 (8.º lugar)

Maratonista regressa “à terra”, sempre que pode, em busca de paz

“Chaíça, a treinar, faria melhor” É na travessa do Alto dos Moinhos, em Ervidel, que o maratonista Alberto Chaíça guarda muitos dos símbolos da sua bem-sucedida carreira de atleta. Texto e foto Firmino Paixão

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velho moinho já não tem as velas de outrora, mas a ambição e o orgulho do segundo melhor atleta português certamente que fariam mover as mós e dariam asas aos sonhos do homem humilde, conhecedor da realidade do atletismo português e que chama as coisas pelos nomes. Um campeão. Poucas horas depois de terminar a maratona de Londres dos Jogos Olímpicos, onde não esteve porque ficou a 22 segundos dos mínimos exigidos, Alberto Chaíça, 38 anos, abriunos as portas da sua sala de troféus. Mal refeito dos fracos resultados da representação nacional em Londres e a receber mensagens de amigos a dizer-lhe “Oh Alberto, tu mesmo a treinar farias melhor do que eles”. “Foi duro, e ainda mais duro quando depois se repescam atletas que, na maratona, nem têm o historial que eu tenho, nem deram as alegrias que eu dei ao País”. Assim reagiu Chaíça quando lhe recordámos os 22 segundos que o afastaram de Londres em detrimento de repescados: “É completamente ridículo. Mais uma vez fui um bastardo”. Um mero acaso do destino fez com que Alberto nascesse em Monte da Caparica quando toda a sua família viu a luz do dia na freguesia de Ervidel, mas esta é a sua terra adotiva, o seu porto de

abrigo: “Quando cá venho digo que vou à terra. Inspira-me esta paz e o sossego, passei aqui a minha mocidade”. O atleta do Sport União Caparica (SUC) recorda que “ainda rapazito de escola” fazia os corta-matos escolares: “Não é que na altura gostasse, nessa idade queríamos era jogar à bola, mas quando os fazia era sempre a ganhar”. “Os meus ídolos? Eram Carlos Lopes e Rosa Mota, era pequenino e foram eles que iluminaram a minha estrelinha”. Chaíça começou pelas provas populares e destaca “o Troféu de Almada, uma prova que já não existe, mas de onde saíram muitos Chaíças”, e por ali foi progredindo em provas distritais e alguns títulos regionais. Aos 25 anos tornou-se atleta de alta competição, mas lembra: “Não entrei logo, andei sempre preso por centésimos para ganhar esse estatuto. Quando fiz a transição do SUC para o Maratona Clube de Portugal já andava na roda da alta competição e quando me estreei nos 5 000m fiquei a sete centésimos de me darem uma bolsa de 30 contos”. Mas não deram, por isso Chaíça acusa: “Fui um filho bastardo para a Federação Portuguesa de Atletismo, deixaram-me sempre pendurado por centésimos de segundo, o que é ridículo para um fundista”. O atleta de Ervidel ironiza: “Tem graça que eu comecei no atletismo ao contrário dos outros. Enquanto os jovens entram pelos 800, 1 500, 3 000m, eu era juvenil e já corria os 25 quilómetros jumbo, entre Cascais e Alfragide. Sempre fui um fundista”. E na vida pessoal também o tem sido? “Naturalmente, filho de pais emigrantes, saído de uma

“Nunca baixei os braços, se tiver que ir ainda a uma competição internacional irei, mesmo que tenha 50 anos, agora não abdico mais da minha família como fiz no passado, e levei muito pontapé”.

terra no interior do Alentejo, tudo o que consegui foi a pulso, com muito trabalho e muita dedicação”. Com o coração mais aberto confessou: “Tinha como meta deixar as sapatilhas nestes jogos olímpicos, ia lá dar o meu melhor, não defraudar a minha camisola e a nossa bandeira, como sempre fiz, e não consegui, fiquei triste comigo, magoado com o destino”. Uma desilusão justificada: “Foram 20 anos em que não estive a 100 por cento com a minha família, nem acompanhei o crescimento da minha filha, e todos eles sofreram com isto. Vivemos das alegrias que damos ao País, mas há sempre alguém, que é a família, que se priva de nós”. Soa a renúncia mas o atleta nega: “Nunca baixei os braços, se tiver que ir ainda a uma competição internacional irei, mesmo

que tenha 50 anos, agora não abdico mais da minha família como fiz no passado, e levei muito pontapé. Se não tivesse investido na minha profissão acabava uma carreira de 29 anos num país que tem uma federação e um comité olímpico que não olha para os seus atletas, terminem, ou não, a sua carreira”. Alberto Chaíça correu grandes maratonas, foi 8.º nos Jogos Olímpicos de Atenas, 4.º nos Mundiais de Paris, medalha de prata nos Europeus de Gotemburgo e assume: “Sou o segundo melhor atleta de sempre nas grandes competições, o meu tempo de 2.09,25 ainda é a oitava melhor marca mundial de sempre na maratona, não caí de paraquedas no atletismo, só tenho um homem à minha frente que é o Carlos Lopes, e isso é um orgulho”. E o que leva este homem do atletismo? “As glórias para o meu País e o dinheiro que ganhei. Nenhum atleta tem coragem para dizer isto, mas eu digo. Sempre convivi com o sucesso com humildade, quem me conheceu antes e depois se ter feito o que já fiz vê que sou o mesmo”. Em Ervidel tem um torneio de futebol com o seu nome, mas lamenta a inexistência de uma equipa de atletismo. Alberto Chaíça, fisioterapeuta e maratonista, nasceu no mesmo dia do poeta e romancista português Guerra Junqueiro, e a sua vida será um poema ou um romance? “Tem um pouco de romance com algumas peripécias pelo meio, tenho uma longa história de vida pessoal e desportiva que daria um bom livro, quem sabe se um dia ele não será escrito”.

Conhecia-a há três anos, numa tarde de canícula, onde o objetivo do encontro foi trazer às páginas do “Diário do Alentejo” os propósitos de uma jovem atleta que despontava, marcadamente, na disciplina da marcha feminina. A apresentação recíproca ocorreu na aldeia de cima, junto à igreja de Nossa Senhora da Graça, em Baleizão. Na minha frente estava uma miúda franzina, mas com fibra, de coração enorme, que jamais renegou as suas origens. Disse-me que era de Baleizão e que o Alentejo estava-lhe na alma. Depois de uma longa conversa e tirar ilações sobre a sua voluntariedade no mundo do desporto que um dia abraçou, perspetivei-lhe, de imediato, um futuro risonho, tendo em conta as marcas já alcançadas quer a nível nacional quer internacional. Hoje debruço-me, apaixonadamente, sobre o feito de Ana Cabecinha nas Olimpíadas de Londres 2012, onde conseguiu o nono lugar na maratona dos 20 quilómetros marcha, cortando a meta com o tempo de 1.29’03’’. Neste contexto, é de plena justiça que enaltecemos a sua entrega a uma disciplina atlética que a coloca no “top 10” olímpico. Ana Cabecinha é atleta do Clube Oriental de Pechão e uma referência no atletismo, porém, foi Baleizão a urbe alentejana que literalmente a colocou no berço universal. Perante a inquestionável realidade mundialmente conhecida, Ana Cabecinha será neste sábado, 18, alvo de uma homenagem em Baleizão, sendo que, para além da confraternização à volta de um repasto, haverá também lugar a uma prova de marcha popular onde a internacional portuguesa participará. Elevar ao púlpito os atletas nascidos nesta província sagrada é, sobretudo, enaltecer o sangue que nos corre nas veias quando o timbre averbado ressalta para aqueles que sempre honraram os tons ímpares de uma planície alentejana que recusa, perentoriamente, quedar-se pelo infortúnio. Parabéns, Ana Cabecinha.

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saúde

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saúde

23 Diário do Alentejo 17 agosto 2012

PSICOLOGIA ANA CARACÓIS SANTOS – Educação emocional; – Psicoterapia de apoio; – Problemas comportamentais; – Dificuldades de integração escolar; – Orientação vocacional; – Métodos e hábitos de estudo GIP – Gabinete de Intervenção Psicológica Rua Almirante Cândido Reis, 13, 7800-445 BEJA Tel. 284321592

_______________________________________ Manuel Matias – Isabel Lima – Miguel Oliveira e Castro – Jaime Cruz Maurício Ecografia | Eco-Doppler Cor | Radiologia Digital Mamografia Digital | TAC | Uro-TC | Dental Scan Densitometria Óssea Nova valência: Colonoscopia Virtual Acordos: ADSE; PT-ACS; CGD; Medis, Multicare; SAMS; SAMS-quadros; Allianz; WDA; Humana; Mondial Assistance. Graça Santos Janeiro: Ecografia Obstétrica Marcações: Telefone: 284 313 330; Fax: 284 313 339; Web: www.crb.pt Rua Afonso de Albuquerque, 7 r/c – 7800-442 Beja e-mail: cradiologiabeja@mail.telepac.pt

CENTRO DE IMAGIOLOGIA DO BAIXO ALENTEJO ECOGRAFIA – Geral, Endocavitária, Osteoarticular, Ecodoppler TAC – Corpo, Neuroradiologia, Osteoarticular, Dentalscan Mamografia e Ecografia Mamária Ortopantomografia

António Lopes – Aurora Alves – Helena Martelo – Montes Palma – Maria João Hrotko – Médicos Radiologistas –

Dr. Sidónio de Souza – Pneumologia/Alergologia/ Desabituação tabágica – H. Pulido Valente Dr. Fernando Pimentel – Reumatologia – Medicina Desportiva – Instituto Português de Reumatologia de Lisboa Dr.ª Verónica Túbal – Nutricionismo – H. de Beja Dr.ª Sandra Martins – Terapia da Fala – H. de Beja Dr. Francisco Barrocas – Psicologia Clínica/Terapia Familiar – Membro Efectivo da Soc. Port. Terapia Familiar e da Assoc. Port. Terapias Comportamental e Cognitiva (Lisboa) – Assistente Principal – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo. Dr. Rogério Guerreiro – Medicina preventiva – Tratamento inovador para deixar de fumar Dr. Gaspar Cano – Clínica Geral/ Medicina Familiar Dr.ª Nídia Amorim – Psicomotricidade/Educação Especial e Reabilitação (dificuldades específicas de aprendizagem/dislexias) Dr. Sérgio Barroso – Especialista em Oncologia – H. de Beja Drª Margarida Loureiro – Endocrinologia/Diabetes/ Obesidade – Instituto Português de Oncologia de Lisboa Dr. Francisco Fino Correia – Urologia – Rins e Vias Urinárias – H. Beja Dr. Daniel Barrocas – Psiquiatria – Hospital de Évora Dr.ª Lucília Bravo – Psiquiatria H.Beja , Centro Hospitalar de Lisboa (H.Júlio de Matos). Dr. Carlos Monteverde – Chefe de Serviço de Medicina Interna, doenças de estômago, fígado, rins, endoscopia digestiva. Dr.ª Ana Cristina Duarte – Pneumologia/ Alergologia Respiratória/Apneia do Sono – Assistente Hospitalar Graduada – Consultora de Pneumologia no Hospital de Beja Dr.ª Isabel Santos – Chefe de Serviço de Psiquiatria de Infância e Adolescência/Terapeuta familiar – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo Dr.ª Paula Rodrigues – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr.ª Luísa Guerreiro – Ginecologia/Obstetrícia Dr. Jorge Araújo – Ecografias Obstétricas Dr.ª Ana Montalvão – Hematologia Clínica /Doenças do Sangue – Assistente Hospitalar – Hospital de Beja Dr.ª Ana Cristina Charraz – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr. Diogo Matos – Dermatologia. Médico interno do Hospital Garcia da Orta. Dr.ª Madalena Espinho – Psicologia da Educação/ Orientação Vocacional Dr.ª Ana Margarida Soares – Terapia da Fala - Habilitação/Reabilitação da linguagem e fala. Perturbação da leitura e escrita específica e não específica. Voz/Fluência. Dr.ª Maria João Dores – Técnica Superior de Educação Especial e Reabilitação/Psicomotricidade. Perturbações do Desenvolvimento; Educação Especial; Reabilitação; Gerontomotricidade. Enfermeira Maria José Espanhol – Enfermeira especialista em saúde materna/Cuidados de enfermagem na clínica e ao domicílio/Preparação pré e pós parto/amamentação e cuidados ao recémnascido/Imagem corporal da mãe – H. de Beja Marcações diárias pelos tels. 284 322 503 Tm. 91 7716528 | Tm. 916203481 Rua Zeca Afonso, nº 6, 1º B, 7800-522 Beja Clinipaxmail@gmail.com

medicina geral e familiar Dr. Luís Capela

endocrinologia|diabetes|obesidade Dr.ª Luísa Raimundo

pneumologia|consulta do sono Dr.ª Eulália Semedo

ginecologia|obstetrícia|colposcopia Dr.ª Ana Ladeira

otorrinolaringologia|ORL pediátrica ;ǀĞƌƟŐĞŵͮŽŶĐŽůŽŐŝĂ ĚĂ ĐĂďĞĕĂ Ğ ƉĞƐĐŽĕŽͿ

Dr.ª Dulce Rocha Nunes

Diversos Acordos

psiquiatria e saúde mental Dr. Daniel Barrocas

psicologia clínica Dr.ª Maria João Póvoas

psicologia educacional Dr.ª Silvia Reis

terapia da fala Terapeuta Vera Baião

ĮƐŝŽƚĞƌĂƉŝĂͮƌĞĂďŝůŝƚĂĕĆŽ ;ƉſƐͲ s ͬ ƉſƐͲĐŝƌƵƌŐŝĂͬ ƚƌĂƵŵĂƚŽůŽŐŝĂͬ ĐŝŶĞƐŝŽƚĞƌĂƉŝĂͬ ĐŽůƵŶĂͿ

Terapeuta Fábio Apolinário

cirurgia vascular Dr.ª Helena Manso

ŵĞĚŝĐŝŶĂ ĞƐƚĠƟĐĂ Dr.ª Nídia Abreu

podologia Dr. Joaquim Godinho

medicina dentária Dr. Jaime Capela (implantologia) ƌ͘ǐ ŶĂ ZŝƚĂ ĂƌƌŽƐ ;ŽƌƚŽĚŽŶƟĂͿ Dr. António Albuquerque

prótese dentária Téc. Ana João Godinho

cirurgia maxilo-facial Dr. Luís Loureiro

Convenções: ADSE, ACS-PT, SAD-GNR, CGD, MEDIS, SSMJ, SAD-PSP, SAMS, SAMS QUADROS, ADMS, MULTICARE, ADVANCE CARE Horário: de 2ª a 6ª feira, das 8 às 19 horas e aos sábados, das 8 às 13 horas Av. Fialho de Almeida, nº 2 7800 BEJA

Telef. 284318490 Tms. 960284030 ou 915529387

Clínica Médico-Dentária de S. FRANCISCO, LDA. Gerência de Fernanda Faustino Acordos: SAMS, ADMG, PSP, A.D.M.E., Portugal Telecom e Advancecare Rua General Morais Sarmento, nº 18, r/chão; TEL. 284327260 7800-064 BEJA

pediatria do desenvolvimento ƌ͘ǐ ŶĂ ^ŽĮĂ ƌĂŶĐŽ

psicomotricidade|apoio pedagógico Terapeuta Helena Louro

exames audiológicos Audiograma|Timpanograma

ƉƌſƚĞƐĞƐ ĂƵĚŝƟǀĂƐ Manutenção de todas as marcas Rua António Sardinha 23, 7800-447 Beja Telefone: 284 321 517 | Móvel: 961 341 105 | Fax: 284 327 331 clinibeja@gmail.com| www.facebook.com/clinibeja

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24 Diário do Alentejo 17 agosto 2012

institucional diversos Diário do Alentejo n.º 1582 de 17/08/2012 2.ª Publicação

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EDITAL N.º 29/2012 ABERTURA DA 1.ª FASE DE CANDIDATURAS ALIENAÇÃO DE LOTES 18 LOTES DE TERRENO NO LOTEAMENTO DO POÇO DA FIGUEIRA MANUEL LUÍS DA ROSA NARRA, PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE VIDIGUEIRA, TORNA PÚBLICO em cumprimento do disposto no n.º 1 do artigo 91.º da Lei n.º 169/99, de 18 de Setembro, na redação da Lei n.º 5-A/2002, de 11 de Janeiro, que, em conformidade com a deliberação de Câmara Municipal de Vidigueira, tomada em reunião ordinária realizada no dia 21 de Dezembro de 2011, encontra-se aberta a 1.ª fase de candidaturas para alienação de 18 lotes de terreno, para construção urbana, no Loteamento do Poço da Figueira, freguesia e concelho de Vidigueira, identificados no quadro seguinte:

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Caixa postal 2601 BEJA Tm. 967318516


institucional diversos Diário do Alentejo n.º 1582 de 17/08/2012 Única Publicação

NOTÁRIA MANUELA SEMEDO TENAZINHA Certifico, para efeitos de publicação, nos termos do disposto no artigo cem número um do Código do Notariado, que foi exarada hoje, neste Cartório, no livro número cento e setenta e oito, de notas para escrituras diversas, de folhas noventa e sete, a folhas cem, uma escritura de Justificação e Doações, em que JOSÉ ANTÓNIO GUERREIRO e mulher LUCÍLIA DA PALMA, casados sob o regime da comunhão geral de bens, ambos naturais da freguesia de São Barnabé, concelho de Almodôvar, onde residem no sítio do Cerro das Covas, contribuintes fiscais números 127 095 055 e 169 771 040, declaram: Que são donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, dos sete prédios que se encontram identificados num documento complementar, elaborado nos termos do número um do artigo sessenta e quatro do Código do Notariado, que se arquiva ficando a fazer parte integrante desta escritura. Que o valor atribuído global dos identificados prédios é de seis mil trezentos e vinte nove euros e oitenta e dois cêntimos. Que adquiriram os prédios que agora se encontram identificados no aludido documento complementar sob as verbas números um, três e quatro, em data imprecisa mas que sabem ter sido por volta do ano de mil novecentos e sessenta, por partilha meramente verbal e nunca reduzida a escritura pública, a que procederam conjuntamente com os demais herdeiros e interessados, das heranças abertas por óbito, de seus pais e sogros respectivamente, José António e Teresa de Jesus da Palma, casados segundo o regime da comunhão geral de bens, residentes que foram no referido sitio de Cerro das Covas, falecidos respectivamente em treze de novembro de mil novecentos e cinquenta e sete e dezassete de dezembro de mil novecentos e quarenta e três, tendo os prédios que agora se encontram identificados no aludido documento complementar sob as verbas números um, três e quatro, sido adjudicados aos ora justificantes. Que desde a referida data, portanto há mais de vinte anos, sempre os primeiros outorgantes, têm vindo a possuir os aludidos prédios identificados nas verbas um, três e quatro, habitando o urbano e cultivando e colhendo os frutos nos rústicos, no gozo pleno das utilidades por eles proporcionadas, pagando os respectivos impostos, com ânimo de que exercita direito próprio, sendo reconhecidos como seus donos por toda a gente, fazendo-o de boa fé por ignorar lesar direito alheio, pacificamente porque sem violência, continua e publicamente, à vista e com conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém. Mais declararam que adquiriram o prédio que agora se encontra identificado no aludido documento complementar sob a verba número dois, também em data imprecisa, mas que sabem ter sido por volta do ano de mil novecentos e sessenta e três, por partilha meramente verbal e nunca reduzida a escritura pública, a que procederam conjuntamente com os demais herdeiros e interessados, dos bens da herança aberta por óbito de sua tia Maria da Palma, solteira, maior, residente que foi no referido sitio de Cerro das Covas, falecida no ano de mil novecentos e trinta e cinco, tendo o prédio rústico identificado no aludido documento complementar sob a verba número dois, sido adjudicado aos ora justificantes. Que desde a referida data, portanto há mais de vinte anos, sempre os primeiros outorgantes, têm vindo a possuir o aludido prédio rústico identificado na verba dois do documento complementar, cultivando-o e colhendo os frutos, no gozo pleno das utilidades por ele proporcionadas, com ânimo de

que exercita direito próprio, sendo reconhecidos como seus donos por toda a gente, fazendo-o de boa fé por ignorar lesar direito alheio, pacificamente porque sem violência, continua e publicamente, à vista e com conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém. Mais declararam que adquiriram os prédios que agora se encontram identificados no aludido documento complementar sob as verbas números cinco, seis e sete, também em data imprecisa mas que sabem ter sido por volta do ano de mil novecentos e setenta, por partilha meramente verbal e nunca reduzida a escritura pública, a que procederam conjuntamente com os demais herdeiros e interessados, das heranças abertas por Óbito, respetivamente de seus sogros e pais Manuel António e Maria Francisca, casados segundo o regime da comunhão geral de bens, residentes que foram no sitio da Brunheira, freguesia de São Barnabé, concelho de Almodôvar, falecidos respectivamente em vinte de setembro de mil novecentos e quarenta e um e vinte de junho de mil novecentos e sessenta e oito, tendo os prédios rústicos que se encontram devidamente identificados no aludido documento complementar sob as verbas números cinco, seis e sete, sido adjudicados aos justificantes. Que desde a referida data, portanto há mais de vinte anos, sempre os primeiros outorgantes, têm vindo a possuir os aludidos prédio rústicos identificados sob as verbas cinco, seis e sete, cultivando-os e colhendo os frutos, no gozo pleno das utilidades por eles proporcionadas, pagando os respectivos impostos, com ânimo de que exercita direito próprio, sendo reconhecidos como seus donos por toda a gente, fazendo-o de boa fé por ignorar lesar direito alheio, pacificamente porque sem violência, contínua e publicamente, à vista e com conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém. Que dadas as enunciadas características de tal posse, adquiriram todos os referidos prédios devidamente identificados no documento complementar, por usucapião, título este que, por natureza, não susceptível de ser comprovado pelos meios normais DOCUMENTO COMPLEMENTAR Elaborado nos termos do número um do artigo sessenta e quatro do Código do Notariado, para ficar a instruir a escritura lavrada a folhas noventa e sete, do livro número cento e setenta e oito de notas para escrituras diversas em Loulé, da notária Manuela Maria Palma Nobre Semedo Tenazinha Verba n.º1 Prédio urbano, sito no lugar de Serro das covas, freguesia de S. Barnabé, concelho de Almodôvar, composto de um edifício térreo, destinado a habitação, com urna divisão, sótão e logradouro, confrontando a norte com Lucília Tolosa e Outros, a nascente com Herdeiros de José da Palma, a sul com António Constâncio e a poente com Manuel Amaro, com a área de cinquenta e oito metros quadrados, inscrito na respectiva matriz predial sob o artigo número 1.312, com o valor patrimonial tributário de 6.180,00, Euros – seis mil cento e oitenta euros, igual ao que lhe atribuem, omisso na Conservatória do Registo Predial de Almodôvar. Verba n.º 2 Prédio rústico, sito no lugar de Ribeira de Mira, freguesia de Santa Clara-a-Nova, concelho de Almodôvar, composto de prado natural e solo subjacente com sobreiros, confrontando a norte com Victor António Santos, a nascente com Herdeiros de Maria da Palma, a sul com ribeira e a poente com Manuel Coelho da Palma, com a área de trinta e oito mil metros quadrados, inscrito na respectiva matriz predial sob o artigo número 76 - Secção V, com o valor patrimonial tributário de 33,19 Euros – trinta e três euros e dezanove cêntimos, igual ao que lhe atribuem, omisso na Conservatória do Registo Predial de Almodôvar.

25 Diário do Alentejo 17 agosto 2012

Verba n.º 3 Prédio rústico, sito no Lugar de Cerro das Covas, freguesia do São Barnabé, concelho de Almodôvar, composto de terreno estéril, confrontando a norte com caminho, a nascente com Manuel Alexandre, a sul com Herdeiros de Manuel Afonso e a poente com Manuel Afonso Anastácio, com a área de mil trezentos e cinquenta e sete metros quadrados, inscrito na respectiva matriz predial sob o artigo número 174 – Secção N, com o valor patrimonial tributário de 0,00 Euros – zero euros e zero cêntimos, e o atribuído de 25,00 Euros – vinte e cinco euros, omisso na Conservatória do Registo Predial de Almodôvar. Verba n.º 4 Prédio rústico, sito no lugar de Pedra Riscada do Meio, freguesia de São Barnabé, concelho de Almodôvar, composto de cultura arvense, prado natural e solo subjacente com sobreiros, confrontando a norte com José Manuel Fernandes Guerreiro, a nascente com Artur da Palma, a sul com Antônio Teixeira Nuno e a poente com Antônio Teixeira Nuno e Lucinda Rodrigues Guerreiro com a área de vinte e dois mil metros quadrados, inscrito na respectiva matriz predial sob o artigo número 68 – Secção R, com o valor patrimonial tribuído de 14,96 Euros – catorze euros e noventa e seis cêntimos, igual ao que lhe atribuem, omisso na Conservatória do Registo Predial de Almodôvar. Verba n.º 5 Prédio rústico, sito no lugar de Bolido, freguesia de São Barnabé, concelho de Almodôvar, composto de prado natural, solo subjacente com sobreiros, cultura arvense, oliveiras e cultura arvense de regadio, confrontando a norte e nascente com Herdeiros de Manuel Afonso, a sul com Maria Lisete da Palma Viegas e a poente com Manuel Alexandre e José António Guerreiro, com a área de quarenta mil e quinhentos metros quadrados, inscrito na respectiva matriz predial sob o artigo número 21 – Secção T, com o valor patrimonial tributário de 59,58 Euros – cinquenta e nove euros e cinquenta e oito cêntimos, igual ao que lhe atribuem, omisso na Conservatória do Registo Predial de Almodôvar. Verba n.º 6 Prédio rústico, sito no lugar de Barranco do Brejo Longo, freguesia de São Barnabé, concelho de Almodôvar, composto de cultura arvense e solo subjacente com sobreiros, confrontando a norte com Maria Coelho da Palma, a nascente e sul com Manuel Duarte da Palma, e a poente com Artur da Palma com a área de dez mil metros quadrados, inscrito na respectiva matriz predial sob o artigo número 77 – Secção Z, com o valor patrimonial tributário de 8,42 Euros – oito ouros e quarenta e dois cêntimos, igual ao que lhe atribuem, omisso na Conservatória do Registo Predial de Almodôvar. Verba n.º 7 Prédio rústico, sito no lugar de Courela do Montinho de Baixo, freguesia de São Barnabé, concelho de Almodôvar, composto de cultura arvense e solo subjacente com sobreiros, confrontando a norte com Manuel Duarte da Palma e Herdeiros de Manuel Coelho da Palma, a nascente com Álvaro da Palma e a sul e poente com Amílcar Nunes, com a área de sete mil e quinhentos metros quadrados, inscrito na respectiva matriz predial sob o artigo número 81 – Secção Z, com o valor patrimonial tributário de 8,67 Euros – oito euros e sessenta e sete cêntimos, igual ao que lhe atribuem, omisso na Conservatória do Registo Predial de Almodôvar. Assinaturas Ilegíveis A notária Manuela Maria Palma Nobre Semedo Tenazinha

Notícias de Beja

A Planície

Correio do Alentejo

É o número de leitores que todas as semanas lê o “Diário do Alentejo” na sua versão papel. No facebook, todos os dias, mais de 4 000 leitores seguem a atualidade regional na página do “DA”

Diário do Alentejo

28 000 Fonte: Marktest. Relatório de resultados da imprensa regional no período compreendido entre abril de 2010 e março de 2011

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necrologia diversos

26 Diário do Alentejo 17 agosto 2012

Beja PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO

Beja MISSA E AGRADECIMENTO

Maria José da Silva Mestre

Maria José Carolina Figueiredo

Faleceu a 04/08/2012 Seu esposo, filhos, noras e restante família cumprem o doloroso dever de participar o falecimento da sua ente querida, ocorrido no dia 04/08/2012 e na impossibilidade de o fazer individualmente vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que a acompanharam à sua última morada ou que de outra forma lhes manifestaram o seu pesar.

Vale de Açor MISSA E AGRADECIMENTO

30.º Dia de Eterna Saudade Seus familiares, na impossibilidade de o fazer pessoalmente, vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que acompanharam a sua ente querida à sua última morada ou que de outro modo manifestaram o seu pesar e participam que se realizou missa pelo seu eterno descanso no dia 14/08/2012 pelas 18 e 30 horas, na Igreja da Sé em Beja, agradecendo a todas as pessoas que nela participaram.

Beja

António dos Santos Palma 30.º Dia de Eterna Saudade Diário do Alentejo n.º 1582 de 17/08/2012 Única Publicação

UNIÃO DOS SINDICATOS DE BEJA CONVOCATÓRIA Nos termos do número 1 do artigo 29º e para efeitos do disposto na alínea d) do artigo 25º.dos Estatutos convoca-se o Plenário Eleitoral da União dos Sindicatos do Distrito de Beja/CGTP-IN, para uma reunião, em sessão ordinária, no dia 28 de Setembro de 2012 pelas 09,00 horas, nas instalações do SINDICATO DA INDUSTRIA MINEIRA, Largo do Mineiro, nº 15 – 7600 ALJUSTREL com a seguinte: ORDEM DE TRABALHOS 1. Discussão e deliberação sobre o regulamento de funcionamento do Plenário Eleitoral; 2. Discussão e deliberação sobre o Programa de Acção para o quadriénio 2012/2016; 3. Eleição dos Órgãos Dirigentes da USDBEJA/ CGTP-IN para o quadriénio 2012/2016. Beja, 13 de Agosto de 2012.

Diário do Alentejo n.º 1582 de 17/08/2012 Única Publicação

SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE ALJUSTREL CONVOCATÓRIA De harmonia com #5 do Artigo 30º dos Estatutos, convoco a Assembleia Geral Extraordinária, desta Santa Casa da Misericórdia de Aljustrel, a reunir no dia 27 de Agosto de 2012, pelas dezanove hora e trinta minutos, na sede da mesma “Lar da 3ª Idade” na Avenida 1º de Maio nº 4 7600-010 Aljustrel com a seguinte ordem de trabalhos: 1º- Contração de empréstimo bancário ao abrigo da linha de crédito às Instituições Particulares de Solidariedade Social, para a construção do Novo Lar da 3ª Idade de Aljustrel. 2º - Contração de empréstimo junto de uma Instituição Bancária, para Construção do Novo Lar da 3ª Idade de Aljustrel. 3º- Outros assuntos de interesse para a SCMA. Não reunindo o número legal de sócios, para a Assembleia Geral poder funcionar, fica a mesma desde já convocada para as vinte horas do mesmo dia, conforme o # 2 do Artigo 28º dos Estatutos. Aljustrel, 10 de Agosto de 2012. O Presidente da Assembleia Geral Luís Maria Bartolomeu Afonso da Palma

A Direcção

Seus familiares na impossibilidade de o fazer pessoalmente, vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que acompanharam o seu ente querido à sua última morada ou que de outro modo manifestaram o seu pesar e participam que será celebrada missa pelo seu eterno descanso no dia 24/08/2012, sexta-feira pelas 10 horas, na Igreja de Vale de Açor, Mértola, agradecendo desde já a todas as pessoas que nela participem.

– Dou explicações de Espanhol – Faço traduções com o par Português/ Espanhol Contacto: 934047165 linguas.iberia@gmail.com

CAMPAS E JAZIGOS DECOR AÇÃO CONSTRUÇÃO CIVIL “DESDE 1800” Rua de Lisboa, 35 / 37 Beja Estrada do Bairro da Esperança Lote 2 Beja (novo) Telef. 284 323 996 – Tm.914525342 marmoresmata@hotmail.com

DESLOCAÇÕES POR TODO O PAÍS

2.º Ano de Eterna Saudade Seus irmãos e restante família, cumprem o doloroso dever de participar a todas as pessoas de suas relações e amizade o falecimento do seu ente querido ocorrido no dia 13/08/2010.

Alcaria da Serra AGRADECIMENTO

Beja MISSA E AGRADECIMENTO

Joana Maria Coelho Patrocínio Raminhos Engrácia do Carmo Aurélio Paixão Velhuco 1.º Ano de Eterna Saudade

EXPLICAÇÕES

José Manuel Ragageles Borralho

A família participa a todas as pessoas de suas relações e amizade que será celebrada missa pelo eterno descanso da sua ente querida, no dia 20/08/2012, segunda-feira, pelas 18 e 30 horas na Igreja da Sé em Beja, agradecendo desde já a todas as pessoas que comparecerem no piedoso acto.

Nasceu 15.11.1930 Faleceu 11.08.2012 Seu Esposo, filho e restante família na impossibilidade de o fazer pessoalmente agradecem por este meio a todas as pessoas que a acompanharam á sua última morada ou de outro modo manifestaram o seu pesar.

Agência Funerária Espírito Santo, Lda. Tm.963044570 – Tel. 284441108Rua Das Graciosas, 7 7960-444 Vila de Frades/Vidigueira


As Palavras Andarilhas são uma festa da palavra – lida, escutada, contada – que de dois em dois anos se faz em Beja – a “Cidade dos Contos”. Durante três dias (30 e 31 de agosto e 1 de setembro), os “andarilhos” são convidados a participar em conferências, oficinas, exposições, sessões de narração oral, tertúlias e ações coletivas de mediação da leitura, mas, atenção, há atividades paralelas gratuitas para desfrutar em família.

27 Diário do Alentejo 17 agosto 2012

Cidade de Beja em festa com Palavras Andarilhas

Pais

A páginas tantas... Panquecas – Talvez a tentação seja a de comprar umas já feitas, mas quem o fez sabe que a oferta que o mercado, dá é uma bomba de açúcar. Desafiamos os pais a preparar umas deliciosas panquecas e, claro, a apresentá-las da maneira mais original.

Gatinho e a Bola de Joel Franz Rossel e com ilustrações de Constanze Kitzing, conta-nos a recém-chegada do protagonista desta história a uma nova casa, com novos vizinhos e a difícil adaptação, pois terá que vencer a sua timidez para conseguir fazer novos amigos. Mas parece que uma bola perdida o faz acreditar que poderá vencer este novo desafio sozinho. A insistência da mãe para que ele procure o verdadeiro dono da bola fará com que conheça novos amigos. E é assim que conhece a Pata, o Esquilo, o Coelho e o Ouriço. Um livro que fomenta o sentido de propriedade, de responsabilidade, a convivência e a generosidade face ao individualismo e ao egoísmo. Segue o link para descobrires mais sobre esta ilustradora http://www.constanzevonkitzing. de/

CAMPAS E JAZIGOS DECOR AÇÃO

Dica da semana Beth Curtain é uma artista americana residente na Suíça. Mãe de três crianças sabe o quanto é difícil mantê-las ocupadas sem recorrer à televisão ou aos jogos de computador, por isso o seu blogue está cheio de ideias para pais e filhos fazerem em conjunto. Aproveitem. http://acornpies.blogspot.ch

À solta O trabalho que te mostramos é de Shashank Nimkar, uma estudante indiana da Symbiosis Institute of Design. Aprende e cria as tuas personagens. http://www.behance.net/ SSNimkar


28 Diário do Alentejo 17 agosto 2012

A Twin é uma cadela de porte grande que apareceu perdida/abandonada junto à estrada nacional. Foi recolhida pela associação e entretanto esterilizada. É uma menina meiga, muito sociável com as pessoas… por vezes com outros cães tem comportamento dominante. Devido ao seu tamanho precisa de bastante espaço onde possa fazer exercício. Venham conhecê-la ao Cantinho dos Animais. Será vacinada e desparasitada antes da adoção. Contactos: 962432844; sofiagoncalves.769@hotmail.com

Letras

Boa vida

Gabriela, cravo e canela

Comer

Jazz

Gaspacho pobre à alentejana

Jesper Zeuthen Trio – “Live”

Ingredientes 6 tomates maduros, 3 dentes de alho, 1 cebola, 2 pepinos, 1 pimento vermelho, q.b. de azeite, q.b. de vinagre de vinho branco, 400 gr. de pão do dia anterior, q.b. de sal grosso, q.b. de água bem fria, azeitonas para acompanhar. Preparação Numa tigela colocam-se os dentes de alho com um pouco de sal e pisam-se até ficarem desfeitos. De seguida junte azeite, vinagre e mexa com uma colher. Nesta mistura coloque os tomates sem pele e sem grainhas, pepino descascado sem pevides, pimentos e cebola, tudo cortado aos cubinhos. Adicione água bem fresca e polvilhe com os orégãos. Acrescente mais sal se necessário e retifique os temperos a seu gosto. Entretanto corte o pão aos cubos e sirva tudo misturado com o gaspacho. Sirva de imediato e bom apetite… com um vinho rosé bem fresco. Sugestões Este é um gaspacho pobre, mas para o tornar rico basta acompanhá-lo com presunto, paio, uvas, carapauzinhos fritos, sardinhas assadas, etc…

António Nobre Chefe executivo de cozinha – Hotéis M’AR De AR, Évora

D

epois de se dar a conhecer, no final dos anos 1960, através da sua participação no grupo de jazz-rock Blue Sun, o saxofonista dinamarquês Jesper Zeuthen empreendeu uma relevante carreira, com reflexos sobretudo no norte da Europa. Primeiro no tenor e, a partir de 1977, no alto, desdobrou a sua atividade por diversos projetos e colaborações (o trio Zeuthen/ /Friis/Mazur, WBZ, Det Flyvende Hus ou com a Pierre Dørge´s New Jungle Orchestra), percurso durante o qual burilou uma sonoridade própria e reconhecível, onde, no entanto, é possível descortinar traços remotos de Rollins, Ornette ou Ayler. Em 2008, o saxofonista formou um novo trio, com o contrabaixista Adam Pultz Melbye e o baterista Thomas Præstegaard, dois músicos de créditos firmaJesper Zeuthen dos no panorama do Trio – “Live” Jesper Zeuthen jazz e da música impro(saxofone alto), visada da Dinamarca e Adam Pultz Melbye não só. Um intenso perí(contrabaixo) e Thomas odo de ensaios e concerPræstegaard (bateria) tos conduziu à gravação Editora: Blackout Ano: 2012 de um disco, na primavera de 2009, o primeiro em quase três décadas constituído apenas por composições originais de Zeuthen. Em março do ano passado foi registada uma sequela ao vivo na LiteraturHaus de Copenhaga, que evidencia o elevado nível de coesão e empatia do trio, com o líder em natural posição de destaque, mas onde o trabalho da secção rítmica é absolutamente central para o cômputo do que se escuta. Na peça de abertura, “Husene På Volden”, o saxofonista desenvolve linhas serpenteantes, onde deixa transparecer influências particulares da música do sudoeste asiático. O crescendo de intensidade desemboca num festim de energia, municiado por contrabaixista e baterista. No efervescente “Solajma I Solen”, muito “ayleriano”, Zeuthen exibe a altivez do seu canto, com o contrabaixista a assinar um notável solo. Momentos como “Træet” (com o uso do arco por parte de Melbye e a delicadeza do trabalho de Præstegaard a acentuarem a carga dramática) e “Efter Stormen” deixam a descoberto um outro lado mais lírico e de maior apelo melódico. O disco termina em paz com “Marie På Bænken”, quase uma canção de embalar. António Branco

Nota: António Branco regressa a este espaço em outubro.

A

gosto é mês de centenário do nascimento de Jorge Amado, que – disse outro escritor, Mia Couto – não escreveu só livros, escreveu um país, o Brasil. Para muitos portugueses o contacto com a sua obra começou, precisamente, com a adaptação televisiva, em 1975, de Gabriela, cravo e canela, sobre os amores da mulata doce – que será sempre Sónia Braga - e do sírio Nacib. O livro, numa edição definitiva fixada sob a supervisão do próprio escritor, foi reeditado, entre nós, pela Dom Quixote. Por volta de 1925, e com a riqueza trazida pela cultura do cacau, a cidade de Ilhéus transfigura-se e é este o fundo dos amores da heroína sertaneja com o imigrante. Gabriela é também um momento de viragem na carreira de Amado (é o primeiro livro que publica após deixar o Partido Comunista) que aligeira o registo político das suas primeiras obras para optar por um registo sensualista e sublinhar a mistura rácica na sociedade brasileira. Coronéis e jagunços, prostitutas e imigrantes amam-se, intrigam, engendram artimanhas eróticas e políticas num enredo escrito com ironia e em que o geral e o particular se equilibram. Elogio da sensualidade e liberdade da mulher articula este registo com a fixação dos desafios ao poder dos coronéis numa sociedade tradicional em fase de mudança social e económica. A obra tem mais de meio século – foi editada em 1958 – e a sua qualidade aliada ao sucesso grangearam ao autor os prémios Machado de Assis e Jabuti bem como, em 1961, a eleição de Amado para a Academia Brasileira de Letras. Maria do Carmo Piçarra

Gabriela, cravo e canela Jorge Amado Dom Quixote 464 págs. 16,90 euros

Filatelia O pão bíblico (XI)

S

ão inúmeras as referências bíblicas ao pão; felizmente algumas já se encontram registadas na filatelia portuguesa, como é o caso do Maná, alimento com que Deus alimentou o seu povo a caminho da Terra Prometida . Um dos livros da bíblia sagrada, o do Êxodo, refere que os hebreus, que à época estavam no Egito, perdida a sua influência de outrora, oprimidos e receosos do seu futuro pelas medidas que contra si o faraó tomava, “ergueram até Deus o seu grito de socorro”. Este, ouvindo-os “recordou-se da sua aliança com Abraão, Isac e Jacob” (Êxodo 2 – 23/24), apareceu a Moisés e intruiu-o para falar com o faraó pedindo permissão de saída. Como o faraó se opôs, Deus fez cair sobre o Egito 10 pragas, cada uma mais terrível que a anterior, até que anui ao pedido de Moisés. O livro já referido dá destaque à insatisfação dos hebreus pela incapacidade do deserto em os alimentar. Preocupado com a rebeldia e a falta de fé que sentia no seu povo, Moisés intercedeu junto do Senhor e este fez chover pão – o Maná – alimento que foi indispensável para o bom êxito da travessia. Sobre o Maná, o livro do Êxodo (16 - 11, 1-15, 31-34), refere que “O Senhor disse a Moisés: ‘Eis que vou fazer chover do céu pão para vós. O povo sairá e recolherá em cada dia a porção de um dia. Isto é para o pôr à prova e ver se andará, ou não, na minha lei. (...) e pela manhã havia uma camada de orvalho ao redor do acampamento. A camada de orvalho levantou, e eis que à superfície do deserto havia uma substância fina e granulosa (...) disse-lhes Moisés. Isto é o pão que o Senhor vos deu para comer”’ (...). O selo reproduzido, “Moisés no Deserto – a Apanha do Maná”, é um óleo sobre madeira de André Gonçalves e encontra-se na igeja de Santa Catarina, em Lisboa. (continua) Geada de Sousa


Crónica de verão Algarve, ainda. João Mário Caldeira

S

e todas as aves apontam a Sul, como diz o poeta, porque não nós? Nem que seja uma vez por ano. No verão. Em agosto, que é o mês de todos os portugueses. Partem obstinados, como se cumprissem um mandado dos Céus. Como se a agulha da bússola estivesse virada ao contrário, norteada a Sul. Um apelo do mar? Não só. Também há mar, outro mar, mais cheiroso, batido pelo vento, a oeste. De rochas, de percebes, de algas como tiras de couro verde. Poucos o querem. O Algarve é que é. Em especial a Sotavento, para os do interior. A aspereza do sol, a areia em brasa. A mansidão azul da água, a quentura. A mornidão. A meio da manhã as ruas apinhadas. As mulheres à frente, de chapéu de palha, fato de banho sob o vestido, saco ao ombro, revista sobre o braço, a pele a ansiar pelo castanho do retorno. Eles atrás, sobraçando as sombrinhas, bonés do Benfica a marcar atitude, a águia sobre a testa. Crianças pelo meio, mais ou menos bem dispostas. Descem as ruas em formigueiro, como se do mar brotasse maná. Algarve. Lugar onde há umas dezenas de anos quase nos insultavam quando queríamos comprar peixe na praça ou quando ao balcão, pedíamos uma imperial e um prato de tremoços. Tratados como se fôssemos intrusos. Como se viéssemos roubar qualquer coisa. Aprenderam tarde de mais os que vendiam e hoje alguns torcem a orelha e

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não deita pinga de sangue. Para Sul, como as aves, aí vamos todos. De carro atafulhado. Inventando desculpas para mais uma vez voltar. Os netos, como a desculpa mais bonita para os que são avós. O passado de mais de trinta anos teimando em vir ao nosso encontro. Teimoso. Doloroso. Mértola, Álamo, Alcaria dos Javazes, Sedas, Vascão, Alcoutim, nomes a atropelarem-se uns aos outros na berma da estrada. Retomados ano a ano. Como que gravados a ferro em brasa nas placas. Odeleite, a barragem como primeiro refrigério. A melancolia sempre, sempre, a nosso lado. O sul cada vez mais à mão. Salgado como sempre. A memória nem tanto, perdendo sal ano a ano. O porta-moedas do Zé Joaquim quase esquecido, abrindo-se para participar na conta do prato de conquilhas avaliado em dinheiro velho. Então compadre, como vai isso? Enchia-me a alma a companhia do Manel Madeira, chapéu de palhinha tombado sobre uma banda. Conversas demoradas. Petiscos. Estopeta de atum. Pés de burro. Os bares da praia montados sobre as dunas como portos de salvamento e de encontro. Encerrados desde o primeiro dia se então já investigasse a ASAE. Condenados depois a bem do ambiente. Hoje nem sinal, nem deles nem da presença dos seus donos que só se designavam falar-nos quando aparecíamos, dia após dia. Mesmo assim mal dispostos, como se nos fizessem um favor. Algarvios de raça, à antiga. Gente que se vai perdendo. Há noites em que mal se respira. O vento roda a norte trazendo a fornalha da serra. A brisa do mar desiste, vencida, guardando-se para outra oportunidade. Os mosquitos preparam-se então para o banquete noturno. Mesmo a calhar a pele enrubescida dos migrantes. O sangue à f lor, de bandeja. – As melgas esta noite vão morder, diz uma vizinha da rua que veio do Laranjeiro, casada com um pintor da antiga Setenave. Lá terá aprendido que os impertinentes bichos têm dentes. Sabe-se lá se alguns (ou algumas, porque melgas cheira

mais a feminino) não trocaram o ferrão por dentadura implantada. – Mas eu cá não as deixo morder – acrescenta a vizinha, a mesma – ligo o Exalo e é um descanso, as bichas fogem logo que sentem a exalação. São de temer as noites quentes algarvias. Nelas tudo pode acontecer. Até morderem-nos os mosquitos, como no Laranjeiro. Repetindo experiência anterior, o nosso primeiro-ministro veio veranear para uma casa muito perto da que alugamos todos os anos. Gente simpática, ele e toda a família, cumprimentando e estabelecendo natural relação quando oportuno. A segurança rigorosa que lhes montam, e a que inquestionavelmente têm direito, toca-nos também por tabela. Guarda à porta foi luxo que nunca tivemos. Este ano a segurança parece ter sido reforçada, não vá o diabo tecê-las. O descontentamento lavra por todo o País. Mas esteja o senhor primeiro-ministro descansado: os e as que passam com trajes de praia, sombrinhas às costas, bonés garridos, olhos fitos na auréola do mar, são inofensivos. Guardam as queixas para quando regressarem a casa e deitarem contas à vida. Agora fizeram um investimento, muitos com o dinheiro contado ao cêntimo. Querem sossego. Entretanto o verão vai-se esgueirando em agosto, deixando mais sujo o Algarve. Já de saída, quer se queira, quer não. Mas, ainda assim, ameaçador. O sol em brasa. Os avós invetivando os netos a porem os chapéus. A negarem-lhes na praia mais bolas de Berlim. Eles com modos e perguntas muito velhas, soando como repiques na memória dos avós. O mar trazendo ondas que já se desconhecem, de tão novas. O passado outra vez ao nosso encontro com o regaço pejado de conquilhas, em pratinhos, o vinho branco refulgindo nos copos dos amigos. A saudade a banhos. Mas Algar ve ainda. Quase já o do nosso descontentamento.

Diário do Alentejo 17 agosto 2012

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Amanhã, sábado, dia 18, tem lugar em Zambujeira do Mar, no concelho de Odemira, as festas em honra de Nossa Senhora do Mar. A tradição volta a cumprir-se e a população homenageia a sua padroeira, com vários momentos religiosos, mas também com animação.

Festas em honra de Nossa Senhora do Mar

Fim de semana

História do jazz no espaço Oficinas Arranca hoje, sexta-feira, no espaço Oficinas, em Aljustrel, o curso livre de iniciação à história do jazz “Jazz de A a Z”. A ação, que decorrerá até 4 de maio estruturada em oito sessões, sempre às sextas-feiras, é ministrada por António Branco, dinamizador do Clube de Jazz do Conservatório Regional do Baixo Alentejo. A primeira sessão, pelas 21 e 30 horas, abordará o tema “Dos campos de algodão a Nova Orleães”.

Banda de Nova Iorque em Beja

Teatro no jardim da Liberdade em Ervidel A Junta de Freguesia de Ervidel organiza até ao fim do mês a iniciativa Cesta de Animação. Hoje, sexta-feira, no jardim da Liberdade, o teatro chega à freguesia. “Alto e para o trabalho”, do Teatro Fórum de Moura, sobe ao palco pelas 21 e 30 horas.

Pool Party anima noite de hoje em Aljustrel A Piscina Municipal de Aljustrel acolhe hoje, sexta-feira, a iniciativa Noite Branca Pool Party. A festa começa pelas 22 horas e a noite promete ser animada. O Dj Rui Miguel e o Dj Dual X são os responsáveis por dar muita música a todos os participantes. O evento faz parte do programa Aljustrel Jovem, que foi recentemente criado, e que ocupará os jovens durante todo o ano. A festa acolherá ainda a apresentação do Cartão Jovem Munícipe.

As festas de Santa da Serra começam hoje Começam hoje, sexta-feira, as Festa de Santana da Serra, no concelho de Ourique. As festas têm início com uma corrida de touros à portuguesa e amanhã, sábado, há espaço para um peddy-paper, para uma corrida de carrinhos radicais, para uma corrida à alentejana (porco ensebado),

para um baile e para um espetáculo musical com o duo brasileiro Leo & Leandro. No domingo há várias atividades agendadas, destacando-se um passeio BTT, a atuação de ranchos folclóricos, um desfile equestre, cavalhadas, um baile e vários momentos religiosos.

Exposição de fotografia em Odemira Até amanhã, sábado, está patente na Biblioteca Municipal José Saramago, em Odemira, a exposição “Frágil”, da autoria de José Carlos Martins. O autor dá a conhecer ao público um conjunto de fotografias registadas na zona envolvente da vila de Odemira, onde captou a fragilidade das libélulas no seu habitat.

Noites de Rua Cheia no concelho de Serpa até domingo A iniciativa Noites de Rua Cheia continua a percorrer as várias freguesias do concelho de Serpa e hoje, sexta-feira, em Brinches, pelas 21 e 30 horas, atua o grupo Rastolhice. No mesmo dia, em Pias, o grupo Ardila dá música às gentes da terra. Amanhã, domingo, último dia da iniciativa, há Noites de Rua Cheia em Vila Nova de São Bento (Os Amigos da Pinguinha), Vila Verde de Ficalho (Shokes com Tinta), A do Pinto (Devaneios Filarmónicos) e Mina da Orada (Ecos do Enxoé).

The Last Internacionale no Pax Julia

H

oje, sexta-feira, 17, há música no Pax Julia Teatro Municipal. The Last Internacionale, banda de Nova Iorque, sobe ao palco principal pelas 22 horas. Na verdade, os The Last Internationale são um trio de Nova Iorque com fortes raízes portuguesas, em evidente expansão internacional. As suas atuações explosivas e imprevisíveis são já a imagem de marca da banda, oscilando as sonoridades entre o folk, o blues, o rock’n’roll e o punk. A banda, segundo os especialistas da área, “chega a meter em causa os limites da composição musical tradicional, podendo apresentar, por vezes, melodias soturnas, com instrumentais atípicos e ruidosos, como apenas somente o som das botas a marcar o ritmo das canções”. A música dos The Last Internacionale conta com “solos de guitarra”, “gritos primordiais” e “letras inteligentes e interventivas”. A banda preocupa-se ainda com a crítica social, estando esta sempre presente. O resultado de todas estas influências e diferentes formas de composição, de acordo com a banda, “é um novo som”, “um novo género”. Nada mais, nada menos que “Blues with Boots”. Os The Last Internationale surgem em Nova Iorque em 2009 com a edição de autor de um álbum homónimo. Devido ao sucesso imediato, o disco foi reeditado no mercado americano em 2010. Em junho de 2011 editam o segundo álbum “Choose Your Killer”, registo que capta as raízes profundas do blues e rock’n’roll da banda, e que chegou a Portugal em janeiro de 2012.


Utentes em Serpa que protestam contra o encerramento das Urgências que nunca tiveram, reclamam contra a impossibilidade de esperar por uma consulta de urgência durante seis horas, insurgem-se contra a impossibilidade de processarem alguém por negligência médica e mostram desagrado por não terem possibilidade de estarem na sala de espera e não entenderem nada do que sai dos altifalantes.

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notÍcias de rodapÉ

Ana Cabecinha (natural de Baleizão) teve uma excelente participação nos Jogos Olímpicos, terminando a prova de 20 quilómetros marcha em 9.º lugar. A atleta portuguesa foi das poucas que não desmaiou por causa do tempo: “Só pensava, se faz calor em Londres, como não estará em Beja! Isto é para meninos…”.

facebook.com/naoconfirmonemdesminto

Beja: Executivo congratula-se com descoberta da Casa da Moeda de D. João III pois assim será mais fácil reaprender a cunhar escudos

Inquérito Prezado leitor, achava que era só no “Correio da Manhã” que iria ler inquéritos de verão que não interessam nem ao Menino Jesus? Engana-se, pois a Não confirmo, nem desminto, sempre na vanguarda do que é atual e superficial, apresenta também o seu inquérito de verão. Os nossos entrevistados responderão a três perguntas: 1. A quem não pediria que lhe passasse creme nas costas, mesmo que tivesse queimaduras de 1.º grau? 2. Qual é a sua praia de eleição? 3. O que vai aproveitar para fazer durante as férias que não pôde fazer no resto do ano?

As escavações arqueológicas que decorrem nos terrenos onde se situava o departamento técnico da Câmara de Beja continuam a revelar descobertas surpreendentes. Depois da necrópole islâmica e de uma marquise do tempo dos visigodos, o subsolo bejense apresenta aquela que poderá ter sido a Casa da Moeda do tempo de D. João III – foram descobertas grandes quantidades de moedas, a oficina onde eram cunhadas e uma marmita com arroz de tomate e carapaus fritos ostentando um post it com a mensagem: “Almoço de SAR D. João III, quem lhe tocar mete asco, vai de carrinho com o carrasco”. Um representante do Governo, que já admitiu que o executivo e os mercados financeiros rejubilaram com a descoberta e que até no gabinete de Vítor Gaspar se celebrou o achado com uma garrafa de vinho de mesa, explica o porquê de tais comportamentos: “Perante a hipótese do euro acabar, esta casa representa a possibilidade de reaprendermos a cunhar escudos. Além disso, também nos estamos a tentar afiambrar a todas as moedas de cobre encontradas para financiar os depauperados cofres do Estado…”. Mas as opiniões não ficam por aqui. Fonte da Secretaria de Estado da Numismática afirma que esta descoberta estava escrita nas estrelas: “Isto não pode ser coincidência! Descobrimos estas moedas todas em Beja e no nosso governo está um senhor de Beja cujo apelido é… Moedas! Deus não dorme!”.

JOSÉ ROQUETTE, 75 ANOS Pessoa que teve a coragem de suceder a Santana Lopes na presidência do Sporting 1. Ao presidente da CGD. O pedido de insolvência do Parque Alqueva tem a sua assinatura. 2. Qualquer uma em que as pessoas da CGD que recusaram o financiamento ao Parque Alqueva se estejam a afogar. 3. Se tiver tempo, gostava de puxar fogo à CGD.

Médicos cubanos chegam ao Alentejo numa jangada São 17 os médicos cubanos (daqueles que conseguem curar as cataratas com uma espátula e uma embalagem de Betadine) destinados a prestar cuidados de saúde na nossa região, em particular no Alentejo Litoral e na Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo. Ao que apurámos, os médicos, que vieram diretamente de Cuba numa jangada, chegaram bem, apesar da insolação, da sede e do escorbuto: “O nosso objetivo era ir para a Flórida, mas o sacana do Ramón enganou-se, virou logo na primeira rotunda à direita e aqui estamos… É bem-feita para não voltar a comprar um GPS dos chineses”, afirmou um obstetra da terra de Fidel e Raul Castro. “Estamos muito entusiasmados e gratos por estar no centro da Europa! Estamos a duas horas de Lisboa, a uma do Algarve, a duas de Sevilha, a 12 de Belgrado e a 27 de Jakarta. Também posso adiantar que aproveitámos a viagem para aprender português com as maiores referências de Portugal: José Mourinho e Cristiano Ronaldo. O que é que já sabemos dizer? Frases como: “Onde é que posso fazer a mudança de óleo do meu Ferrari”, “O Jorge Mendes ligou?”, “Eu uso Linic for men”, “Eu não sou convencido, o meu ego é que é grande”, … Foi muito bom, assim já conseguimos ir ao restaurante e não passamos fome, não é?”.

Ervidel: Administração Interna quer reduzir o número e agentes da autoridade a um espantalho vestido de GNR A pretensão de fechar o posto da GNR está a indignar as gentes de Ervidel. Recorde-se que a população vive assustada com alguns delitos registados naquela zona, como o ocorrido há uns meses em Montes Velhos: o assalto com recurso a uma catana fez aquela freguesia do concelho de Aljustrel parecer a linha de Sintra às 3 da manhã depois de um acidente nuclear. Contudo, segundo apurámos, o MAI terá já proposto uma alternativa ao encerramento do posto: a redução do contingente com três efetivos a um espantalho vestido de GNR. “Ao contrário do que se possa pensar, o espantalho representará um elemento disuasor para a bandidagem porque estará equipado com um moderno sensor que deteta movimentações suspeitas e reproduz frases ameaçadores que um GNR normalmente diria, como: “O senhor não viu o sinal de sentido proibido?”, “Dura lex sed lex, meu amigo!”, “O meu amigo até podia ser filho do PR, paga como os outros” ou “Outra boca à Duarte Lima e vai passar a noite ao quartel…”.

MÁRIO SIMÕES, 42 ANOS Deputado do PSD e pessoa que acha que a Luciana devia esmifrar o Yannick até ao último cêntimo 1. Ao deputado Pita Ameixa. É pelo contacto na pele que se apanha o “socratismo”. 2. Barragem de Alvito e praia da Manta Rota 3. Vou ler a Fenomenologia do Ser de Sartre. O PM teve a gentileza de me oferecer a versão para iPad.

TELMO BOLA NÍVEA, 30 ANOS Pessoa que espalhou no Facebook o boato de que Beja vai organizar os Jogos Olímpicos em 2028 1. À Fanny da “Casa dos Segredos”. A sério, já viu aquele vídeo em que ela “canta” uma música em portunhol? Medonho. Pelo menos já sabe dançar alguma coisa: é bom ver que as aulas de expressão corporal com a foca do Zoomarine deram resultado. 2. Monte Gordo, claro. É muito revigorante passar o ano a desejar passar as férias longe de uma data de gente que não suporto e encontrá-la durante as férias. 3. Começar a cortar nos fritos... A bola de Berlim não conta pois não engorda.


Nº 1582 (II Série) | 17 agosto 2012

RIbanho

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Hoje, sexta-feira, são esperadas poucas nuvens e a temperatura oscilará entre os 16 e os 35 graus centígrados. Amanhã, sábado, o céu estará limpo e no domingo o sol deverá brilhar em toda a região, prevendo-se uma subida da temperatura.

Clara Palma e as suas várias atividades

A voz de Cantigas do Baú

C

lara Palma é a voz do projeto bejense Cantigas do Baú, um grupo de música de raiz tradicional. Entrou nesta aventura em 2011 e garante que “está a ser uma experiência de aprendizagem e crescimento pessoal”. A técnica de recursos humanos garante que está de “alma e coração” neste projeto, até porque o importante é que não se perca este património que é de todos.

de raiz tradicional. Considera que há hoje uma maior preocupação em preservar e recuperar as vivências antigas?

Sem dúvida, e a todos os níveis. Penso que a geração a que pertenço tem um desejo enorme de fazer a ponte entre a vivência dos seus avós e o legado que quer deixar às gerações futuras. Muitos jovens estão já contagiados por este desejo de ir ao encontro das raízes da nossa cultura. E esse encontro pode dar-se de diferentes formas, assumindo um cariz mais ou menos conservador, mais ou menos inovador. O importante é que não se perca este património que é de todos.

É o rosto feminino do grupo Cantigas do Baú. É a sua primeira experiência na música? Como surgiu esta vontade?

A música fez sempre parte dos meus interesses pessoais. Em miúda fiz parte de um grupo de mensagem cristã. Foi uma experiência maravilhosa. Também neste projeto assumia as funções de vocalista. Paralelamente escrevia as letras das canções e aventurei-me na construção melódica de alguns dos temas. As Cantigas do Baú assumem um perfil completamente diferente, quer pela maturidade dos elementos do grupo, quer pelo estilo musical. Os músicos Luís Melgueira, João Nunes e Gabriel Costa) já pensavam neste projeto há algum tempo e convidaram-me para integrar o grupo. Para mim foi ouro sobre azul. Traz o Alentejo na voz e agora pode levá-lo, através da música, a muitos mais sítios. Como está a ser esta experiência?

Está a ser uma experiência de aprendizagem e crescimento pessoal. O “baú” da música tradicional tem temas muito belos ao nível das letras. O segredo está na simplicidade das palavras: os sentimentos e a vida assumem configurações pouco usuais noutros estilos musicais. Cantigas do Baú é um grupo de música PUB

E a paixão pela rádio continua a existir?

Clara Palma

43 anos Natural de Monte do Salto, Castro Verde Formou-se em Psicologia Social e fez uma pós-graduação em Gestão de Recursos Humanos por Competências. Trabalha na EDIA há 17 anos e, se primeiro passou pelo Gabinete de Comunicação e Relações Públicas, atualmente desempenha funções na área de Gestão de Recursos Humanos. Foi radialista e chegou, inclusive, a ter carteira de jornalista de imprensa regional. A música sempre fez parte da sua vida e dá voz às Cantigas do Baú. É mãe, esposa e ainda Carmelita Missionária Secular. Uma das suas “missões” é ser catequista de adolescentes. Entre tantas atividades ainda tem tempo para animar a liturgia de sábado à tarde, na Paróquia do Carmo, em Beja.

Quem faz rádio durante algum tempo fica sempre com o “bichinho”. Durante seis anos da minha vida profissional dediquei-me exclusivamente a fazer rádio. Comecei na Rádio Pax, nos bons velhos tempos da pirataria. Depois, mais a sério, trabalhei em animação de programas e cheguei a ter “carteira de jornalista da imprensa regional” num verdadeiro processo de equivalências (risos). Atualmente não posso dizer que faço rádio, mas colaboro com a Rádio Voz da Planície quando me solicitam. Dá para matar a saudade. Onde pode chegar agora na música a técnica de recursos humanos?

O futuro a Deus pertence. Estou de alma e coração nas Cantigas do Baú e o meu futuro musical depende do futuro do grupo. Temos um repertório muito bonito e o meu desejo é que o trabalho que estamos a gravar neste momento tenha boa aceitação e que isso nos permita levar as “nossas” cantigas estrada fora. Bruna Soares

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Feira Histórica e Tradicional de Serpa regressa de 24 a 26 A revolução de 1383-1385 vai estar em destaque na 5.ª edição da Feira Histórica e Tradicional de Serpa, que decorre no centro histórico da cidade, entre os próximos dias 24 e 26. Música, falcoaria, torneios de armas a cavalo, danças palacianas, do povo e do ventre, animação de rua e oficinas são algumas das propostas do evento. O certame inclui ainda uma ceia medieval.

Portugal, Itália e Galiza no Festival Sines em Jazz Kekko Fornarelli Trio, liderado por um dos melhores pianistas e compositores de jazz italianos, abre na próxima quarta-feira, dia 23, pelas 21 e 30 horas, o sexto festival Sines em Jazz, que decorrerá até ao dia 25 no auditório do Centro de Artes. Segue-se, às 22 e 45 horas, Cornettada, trio de bateria, contrabaixo e piano que trabalha repertórios menos conhecidos de Ornette Coleman, “um dos génios do free jazz”. Completa o programa do primeiro dia do festival, à meia-noite, a banda Cró!, oriunda de Vigo, Galiza, uma mistura de “sentimentos” de jazz, música clássica e rock, com vídeo em tempo real. No dia 24 os destaques vão para Kolme, “que apresenta uma nova perspetiva do trio de piano, provavelmente a formação mais marcante na história do jazz pós-bebop” (21 e 30 horas); para Elisa Rodrigues, considerada uma “das vozes mais promissoras do jazz feito em Portugal”, e que será acompanhada pelo pianista Júlio Resende (22 e 45 horas); e para The Mingus Project, com “a participação de cinco dos melhores músicos de jazz a trabalhar em Portugal” (meia-noite). Para o último dia de festival, o programa propõe concertos com RED Trio, “uma formação com amplo reconhecimento internacional e uma abordagem original ao clássico trio de piano” (21 e 30 horas); com um quarteto composto por Joana Sá, Pedro Sousa, Manuel Mota e Margarida Garcia, “alguns dos mais notáveis improvisadores nacionais”, e que fazem a sua primeira atuação pública (22 e 45 horas); e com Kubik, projeto de música eletrónica de Victor Afonso, artista da Guarda com larga experiência no rock, na improvisação e na música experimental (meia-noite). O festival é organizado pela Associação Pro Artes e tem o apoio da Câmara Municipal de Sines.


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