Ediçao Nº 1584

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José Henrique Caeiro O herói que arriscou a vida para salvar duas pessoas

JOSÉ FERROLHO

pág. 10

SEXTA-FEIRA, 31 AGOSTO 2012 | Diretor: Paulo Barriga Ano LXXXI, N.o 1584 (II Série) | Preço: € 0,90

Depois da polémica, crianças acabaram por ser integradas em Mário Beirão, Santiago Maior e Santa Maria

Alunos de etnia cigana dispersos pelos três agrupamentos de Beja JOSÉ FERROLHO

pág. 8

As Palavras estão na rua

JOSÉ SERRANO

Santa Margarida do Sado Viver debaixo do viaduto É em Santa Margarida do Sado que o desconforto pela paragem das obras do IP8 é mais evidente. A meio de construir ficou aquela que seria a nova passagem rodoviária sobre o rio Sado. Dezenas de pilares de sustentação erguem-se agora no ar, sem qualquer utilidade. Anunciando o princípio do fim do sonho. págs. 4/5

Estão na rua, desde ontem, as Palavras Andarilhas – Encontro dos Aprendizes do Contar. Trata-se de um dos mais antigos e participados encontros nacionais em torno da palavra dita. Organizado pela Biblioteca José Saramago, a 12.ª edição das Andarilhas decorre no Jardim Público de Beja até ao próximo domingo. Graças ao voluntarismo de todos os participantes. págs. 6/7

Campo de treino de golfe às portas de Beja Começou por ser uma carolice mas não tarda deverá abrir ao público o primeiro campo de treino de golfe de Beja. A poucos quilómetros da cidade, na estrada de Salvada, Lourenço Mestre, fundador do VC Clube, quer desmistificar a ideia de que o golfe é coisa apenas para os ricos. E promover a modalidade junto das escolas. pág. 12


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Editorial Movimento

Vice-versa O crédito é caro e escasso, mas existe para os bons projetos. No entanto esses não abundam. É preciso criar condições para descer o preço do crédito [isto é, os mercados financeiros abrirem-se para os bancos portugueses] e é preciso que a conjuntura macroeconómica favoreça o investimento, são essas as soluções para o aumento da concessão de crédito. Fonte anónima citada pelo “Diário Económico” após a reunião do ministro Vítor Gaspar com principais banqueiros

Paulo Barriga

O grande dilema das empresas é ter acesso ao crédito. Não há investimentos sem crédito. As empresas com capitais próprios necessitam da alavanca do financiamento para que os seus investimentos sejam melhores. Neste momento as empresas têm o crédito “cortado” e existe muita dificuldade em aceder ao mesmo. É urgente que a banca olhe para a economia e comece a financiar alguns investimentos.

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a semana passada nasceu em Beja, de parto espontâneo, um novo movimento de cidadãos. Este, promovido por gente mais nova, foi dado à luz no Facebook. E, em menos de nada, atingiu mais de cinco mil aderentes. A ideia central do grupo cívico, que até agora ainda não apresentou manifesto, passa pela condenação do abandono das obras nas duas vias que integram a concessão rodoviária do Baixo Alentejo. “Revolta-te por Beja” é o nome desta ação que promete passar muito rapidamente dos “likes” para a rua. O que não é fácil. Uma coisa é fazer revoluções com um clique no rato do computador. Outra é mobilizar gente, em concreto, para a ação. E os movimentos, os verdadeiros, têm a ver com isso mesmo: com ação. Mas não deixa de ser curioso constatar que em Beja, principalmente desde o último mantado da CDU, se sente uma certa deriva social que, a espaços, converge em ações concretas. E essa deriva de massas, de alguma forma apartidária, muitas vezes apolítica, tem a ver com esta espécie de orfandade a que a cidade chegou. E que as pessoas de Beja sentem de forma muito forte. Ou dolorosa. Parece perfeitamente aceitável afirmar que a última eleição para a autarquia partiu desse desconforto e dessa disponibilidade para a mudança. Para o movimento. Nenhum partido ganhou, nem nenhum partido perdeu a Câmara. Houve sim uma necessidade transversal de rutura. Que levou à mudança. E que continua latente no seu insatisfeito íntimo. A bola parece que passou para o lado das pessoas. Definitivamente. Isso notou-se plenamente no movimento “Beja Merece”, que, de alguma forma, se esgotou nos comboios. Ou mesmo com diferentes ações de solidariedade que têm acontecido nos últimos anos. Com a catástrofe na Madeira, com a preservação do Museu Regional ou até mesmo com a salvação das aflitas Palavras Andarilhas. Esta massa insatisfeita e insubmissa e incontrolável atormenta por certo a esfera política. E aquilo que antes eram espingardas contadas transformou-se agora num verdadeiro quebra-cabeças para os partidos tradicionais. Há quem já tenha percebido a existência do fenómeno e se prepare para ir a votos com uma lista de cidadãos nas Autárquicas de 2013. Mas uma coisa é perceber a existência do fenómeno e outra, completamente diferente, é perceber o fenómeno em si. O movimento, esse verdadeiro cavalo selvagem que parece não dar mão a ninguém. É necessário ter inteligência para o domar. Muita inteligência. Ou como dizia de si próprio o escritor norte-americano Mark Twain: “devo ter uma enorme quantidade de inteligência; às vezes até levo uma semana para a colocar em movimento”.

Filipe Pombeiro, presidente do Nerbe/Aebal à Rádio Pax

Fotonotícia

Milho verde. O Alentejo voltou a ser o celeiro da nação. Só que em vez do trigo de sequeiro, a água ajudou a tingir de verde-milho os campos da região. Em apenas quatro anos, a produção de trigo mole desceu mais de 150 mil toneladas. Sendo que agora produzimos apenas 38 mil, um terço daquilo que consumimos. Já em relação ao milho, a coisa pia diferente. De uma existência quase residual desta cultura, o Alentejo passou a disponibilizar mais de 70 mil hectares para a plantação de milho. São os milagres que a água faz. São as possibilidades que Alqueva traz. E este ano espera-se que a produção possa mesmo atingir mais de um milhão de toneladas de bagos de milho. É muita fruta. Melhor, muito cereal. PB Foto de José Serrano

Voz do povo …E se aumentarem novamente os impostos?

Romana Rosa 53 anos, professora

Penso que não temos capacidade económica para um novo aumento de impostos. Se o agravamento se verificar, a situação ficará muito complicada. Estamos a aproximar-nos do fim do que podemos suportar. Tenho já muitas dificuldades em cortar no que quer que seja. É muito difícil conseguir pagar mais. Está tudo caríssimo.

Antónia Mouzinho 47 anos, funcionária da Biblioteca Municipal de Beja

Não há condições para suportar mais impostos. O Governo devia era baixá-los. Para que as empresas consigam sobreviver. E não fechem a todo a hora como a gente vê. Pessoalmente, faço uma grande ginástica orçamental todos os meses. Este ano já tive de recorrer à loja social. Para me facultarem os livros escolares para os meus filhos.

Inquérito de José Serrano

Teresa Ponte 39 anos, arqueóloga

José Baião 44 anos, sociólogo

Acho péssimo. Penso que a solução não está no aumento da receita do Estado, à custa da qualidade de vida dos cidadãos. As classes mais altas ainda podem ter alguma margem de manobra. Mas a classe média está cada vez mais empobrecida. A continuar por este caminho irá desaparecer brevemente.

Está tudo no limite. Uma nova sobrecarga de impostos trará grandes dificuldades. Sobretudo a quem tem menos recursos. Vão existir grandes sacrifícios para que se cumpram os compromissos de cada um. É cada vez mais difícil a população pagar a casa, o carro, a luz, a água e todas as outras despesas do dia a dia.


Rede social

Semana passada SEXTA-FEIRA, DIA 24 CUBA BUSCAS POR SUSPEITAS DE TRÁFICO DE DROGA E FURTOS Quatro homens e uma mulher foram detidos pela GNR por suspeitas de tráfico de droga e furtos, numa operação que envolveu 10 buscas domiciliárias em Cuba (Beja) e em Vila Real de Santo António (Faro).A operação mobilizou perto de 40 militares do Comando Territorial de Beja da GNR. Segundo a GNR, nove buscas decorreram na vila de Cuba, tendo a outra sido realizada em Vila Real de Santo António. Os militares da Guarda apreenderam vários tipos de droga, mais precisamente haxixe, cocaína e heroína, “em pequenas quantidades, que ainda estão a ser apuradas”. Além disso, foram apreendidos à volta de 200 euros supostamente provenientes do tráfico de droga, tendo ainda os militares recuperado alguns dos objetos roubados “nos furtos a residências que são alvo da investigação”.

ALJUSTREL GUIA EMPRESARIAL E COMERCIAL EM PREPARAÇÃO O município de Aljustrel divulgou que está a criar o Guia Empresarial e Comercial do concelho, como forma de promover e divulgar as empresas e o comércio locais. A autarquia esclarece que, através deste suporte informativo, visa “potenciar e estimular uma cultura de aproximação entre as empresas e a comunidade, dar maior visibilidade a estas entidades e divulgar as suas atividades”. Os empresários e comerciantes têm até dia 10 de setembro para confirmarem se os seus negócios constam da base de dados do município, podendo atualizar, de forma gratuita, a informação que pretendam.

FERREIRA DO ALENTEJO LOJA SOCIAL DÁ 450 QUILOS DE PRODUTOS HORTÍCOLAS Cerca de 450 quilos de produtos hortícolas, como cebolas, tomates, cenouras, pepinos ou couves, cultivados no projeto inovador MyFarm.com, foram entregues às 201 famílias beneficiárias da Loja Social de Ferreira do Alentejo. Segundo a câmara municipal, os cerca de 450 quilos de legumes foram divididos por cabazes e disponibilizados às famílias carenciadas apoiadas pela Loja Social. Os produtos hortícolas foram oferecidos, pela empresa Agrobeja, através do MyFarm.com, um projeto inspirado no jogo virtual ‘Farmville’, mas com resultados bem reais. Trata-se de uma iniciativa do Instituto Politécnico de Beja (IPB) que permite gerir hortas reais através da Internet.

SEGUNDA-FEIRA, DIA 27 ODEMIRA GNR DETÉM SUSPEITO DE FURTO A RESIDÊNCIA Um homem, de 34 anos, foi detido pela GNR de Vila Nova de Milfontes, no domingo à noite, por furto numa residência, revelou a força de segurança. O indivíduo “foi surpreendido pelo proprietário” da casa, que o reteve até à chegada dos militares da GNR, tendo agora que ser presente a tribunal.

TERÇA-FEIRA, DIA 28 SERPA PROFISSIONAIS DA GNR SEM FOLGA A Associação dos Profissionais da Guarda afirma que militares da GNR do Alentejo ficaram metade do mês de agosto a trabalhar sem folgar, uma situação considerada “inadmissível e violadora da lei”. Em comunicado divulgado, a Associação dos Profissionais da Guarda (APG-GNR), na região sul, refere que, em Serpa, a realização da “V Feira Histórica e Tradicional”, obrigou a que os profissionais deixassem de usufruir da sua folga semanal neste fim de semana” para garantir a segurança do evento. No caso do Alentejo, são realçadas “as condições físicas de alguns postos, como é o caso de Serpa, em que os profissionais para fazerem a sua higiene têm que atravessar um pátio enrolados numa toalha, com uma frota automóvel envelhecida e [onde] também escasseiam os efetivos”.

4 perguntas a Yves Turquin Managing Director da Transitar O que é o Outplacement?

O outplacement é um serviço business to business, ou seja, é dirigido às empresas, por forma a ajudar os colaboradores desvinculados a encontrar um novo projeto profissional, no menor tempo possível, de uma forma inovadora e diferenciada. Esta solução é muito favorável às empresas por três motivos: os trabalhadores dispensados recebem um apoio importante para reorientarem a sua carreira e regressarem ao mercado de trabalho rapidamente; os trabalhadores que permanecem ficam mais descansados ao verem que a empresa apoia os trabalhadores no momento da saída; e a empresa revela responsabilidade social, o que se traduz numa melhor reputação. A Transitar é uma empresa especializada em outplacement que oferece aos seus clientes serviços na área de transição de carreira.

Andar de bicicleta é muito bom e à noite ainda é melhor Estes são apenas alguns dos muitos participantes do passeio noturno de bicicleta que decorreu ao abrigo do programa Mértola Radical. Um vasto conjunto de iniciativas onde não faltou o parapente ou os desportos náuticos na tapada da Mina.

Hoje a água do mar estava mesmo quentinha A Câmara Municipal de Ferreira do Alentejo está a levar a banhos os idosos de todas as localidades do concelho. Este grupo deu um belo mergulho nas águas quentinhas da praia de São Torpes, Sines, e não quis deixar de fixar o momento.

Em que consiste o apoio prestado num serviço de outplacement?

Um processo de outplacement tem início na altura que uma empresa antecipa reduzir em um ou mais colaboradores a sua força de trabalho. Esta contacta uma empresa de outplacement e faculta os perfis dos eventuais candidatos a desvinculação. É elaborada então uma proposta metodológica em função do perfil dos candidatos que, após a sua desvinculação, recebem o apoio personalizado necessário para a sua recolocação: suporte psicológico, balanço de carreira, criação dum plano de marketing pessoal e execução deste plano (prospeção), preparação das entrevistas, negociação e apoio na integração profissional na nova empresa.

Podes ser mais crescida mas não bailas melhor que eu Dançarinas do ventre participaram na Feira Histórica e Tradicional que animou Serpa no passado fim de semana. Um encontro que todos os anos leva milhares de visitantes à “cidade branca”. E que este ano evocou a revolução de 1383/1385.

Pronto, este ano já não há mal nem maleita que nos pegue Quem deve solicitar os serviços de outplacement?

Estas empresas ajudam o trabalhador desvinculado a reagir face à perda do emprego e acelera o processo de transição através de uma metodologia de marketing pessoal que visa encarar o processo de transição de carreira de forma natural, assemelhando-o a um projeto empresarial.

Cumpriu-se mais uma vez a ancestral tradição do “banho de 29”, em Sines. Diz o povo que quem mergulhar vestido nas águas da baía, no dia 29 de agosto, fica limpo de todos os males do espírito e do físico para o ano inteiro. E ainda por cima é divertido.

Quais os níveis de recolocação de desempregados no distrito de Beja?

Não dispomos atualmente de dados específicos relativos ao distrito de Beja. Contudo, a nível nacional, recolocámos com sucesso 78 por cento dos nossos candidatos de outplacement no mercado de trabalho em 2011. Paulo Barriga

Este moço toca sanfona que se farta Chama-se Kubik, é português, e utiliza instrumentos de fole na produção de composições jazísticas. E esteve em Sines no último sábado, no Festival Sines em Jazz, para mostrar as suas músicas que, afinal, são as suas habilidades.

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Se for construída [A26], talvez no princípio, tire movimento a Santa Margarida do Sado. Mas quem nela andar terá de pagar e não há dinheiro para isso”. António Parreira, habitante de Santa Margarida do Sado

Santa Margarida do Sado

Obras da A26 estão paradas junto à localidade

Uma terra à beira da estrada Santa Margarida do Sado, no concelho de Ferreira do Alentejo, habitou-

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s carros continuam a passar ininterruptamente na estrada. Uns atrás dos outros. Apenas abrandam a velocidade à entrada de Santa Margarida do Sado, a localidade que aprendeu a virar-se para o interior e para o litoral, consoante a necessidade. Pertence ao concelho de Ferreira do Alentejo, mas tem fortes ligações a Grândola, até porque pouco mais de 20 quilómetros separam as duas terras. António Parreira e Avelino Isidro voltam as costas ao trânsito que passa na N259/IP8. Não lhes interessa os que atravessam a localidade e procuram o sentido Beja, Sines, Lisboa, entre tantos outros. Em compensação, admiram o que existe da A26, que entretanto tem os trabalhos suspensos. Da aldeia não é difícil avistar os pilares da nova ponte. Aliás estão ali, à vista de todos, a metros do casario. “Tudo parado. Tudo por acabar”, diz António, enquanto Avelino responde: “Não se vê por aí movimento. Não se avista ali ninguém a trabalhar”. As máquinas, segundo os homens, foram levadas pelos trabalhadores que não voltaram. Depois veio o anúncio da suspensão das obras e acabaram-se as dúvidas. “Se for construída, talvez no princípio, tire movimento a Santa Margarida do Sado”, considera António, mas rapidamente acrescenta: “Quem nela andar terá de pagar e não há dinheiro para isso”. Os carros e os camiões continuam a passar. Quem ousa atravessar a N259 tem de esperar uns minutos. A espera

-se ao movimento que todos os dias cruza a localidade. Na N259/IP8 não há tempos mortos. Um corrupio. Junto à terra começaram a erguer-se as estruturas da A26, mas a obra parou e a autoestrada ficou inacabada. Uma terra com os olhos postos nas estradas. Texto Bruna Soares Fotos José Serrano

necessária para que os semáforos façam parar os condutores. António e Avelino continuam sentados com a colheita que trouxeram das suas hortas aos pés. Couves, cebolas e melancia. As galinhas, que alimentam todos os dias, também foram generosas. Para casa, no balde, ainda levam uns ovinhos. “Entretemo-nos assim. É uma boa ajuda ao sustento”, diz Avelino Isidro. Do outro lado da estrada avistam-se os comércios que a ela se abeiraram, embora sejam em pouco número. Manuel Maria foi um dos que resolveu investir. “O comércio aqui pouco se desenvolveu. Existe o que existia há 20 anos”. Curiosamente, apesar da crise, há hoje, de acordo com Manuel Maria, “mais gente a parar em Santa Margarida do Sado”. E a explicação, essa, em sua opinião, é simples: “Ao longo dos anos aumentou o número de pessoas que têm interesse em deslocar-se para o Alentejo, para o interior”. A paragem na A26 afetou, porém, o negócio de Manuel Maria. “Os fregueses diminuíram. Nota-se menos movimento por estas paragens. Os trabalhadores

sempre circulavam por aqui e consumiam. Vinham com frequência”. Mas a A26, afinal, é, para os comerciantes, como se costuma dizer, “um pau de dois bicos”. “Se for construída diminuiria o movimento na terra, o que traria menos gente aos estabelecimentos”. O comerciante, contudo, tem esperança na qualidade dos produtos e na rotina dos fregueses. “Julgo que alguns clientes continuariam a passar. Tomaram o hábito de cá vir. Temos produtos nossos, como é o caso dos torresmos, empadas, popias e queijadas. São produtos que se vendem muito bem e que agradam às pessoas”. As nuvens dão lugar ao sol e a hora de almoço aproxima-se. Os carros começam a parar. Manuel deixa a conversa e atende ao balcão. Por esta hora, já Emília Ventura, habitante de Santa Margarida do Sado, tem o almoço feito. Descansa à sombra de uma árvore de copa larga. Há mais de 40 anos que conhece este chão. Tomou esta como a sua terra, mas garante que, em muitas coisas, como é o caso do emprego, está pior. “Havia trabalho para todos e hoje não se ganha aqui um tostão. Trabalhei na agricultura, fazia um pouco

de tudo. Se o Estado não desse tanto subsídio a agricultura continuava a dar”, defende. Agora, segundo Emília Ventura, apenas no tempo “da cortiça e da pinha” é que alguém “arranja trabalho”, e temporariamente. A mulher volta a falar da paragem na A26 e adianta: “Agora ainda há aí mais gente desempregada. Não é que trabalhassem lá muitos, mas com a obra parada, ficaram pior”. A mulher reconhece que a autoestrada servia “a região”, no entanto, em sua opinião, muita gente continuaria a optar pela estrada que atravessa Santa Margarida. “As pessoas fogem às portagens”, considera. À sombra de uma outra ár vore, Francisco Umbelino e Silvino Guerreiro matam o tempo, até que a fome aperte e tenham de ir matar o “bicho”. Sentem-se bem em Santa Margarida do Sado e contam que muita gente “tem por cá ficado”. Já houve, segundo dizem, mais trabalho na terra, mas isso foi no tempo em que os campos de arroz empregavam muita gente. “Vieram as máquinas e isso acabou”, diz Francisco. “Há aí alguma coisa, mas pouco”, completa Silvino. A hora de almoço chega e com ela recolhem-se os poucos que se passeiam pelas ruas. Na estrada, na N259/IP8, continuam a passar os carros. E a A26 repousa, inacabada. À espera de melhores dias. O “Diário do Alentejo” tentou contactar, até ao fecho desta edição, quarta-feira, o presidente da Junta de Freguesia de Figueira dos Cavaleiros, à qual pertence a localidade, mas até à data não foi possível.


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Coudelaria de Santa Margarida Na região de Santa Margarida do Sado, nomeadamente no Monte da Sernadinha, existe uma coudelaria que recebe o nome de Santa Margarida. Fundada em 1983, dedica-se à criação de cavalos Puro Sangue Lusitano. De acordo com o site da coudelaria, “com o objetivo de garantir a qualidade ao mais alto nível, selecionou rigorosamente os reprodutores, tais como Universo, Opus-72 e Spartacus, este último produto da coudelaria”. “O grau de exigência posto na escolha das éguas reprodutoras é de igual nível relativamente aos dos reprodutores masculinos”. A Coudelaria de Santa Margarida continua a somar prémios em diversos concursos.

Zona ribeirinha Foram vários os arranjos efetuados na zona ribeirinha. O espaço ajardinado, com parque infantil e de merendas, proporciona aos habitantes e visitantes zonas de lazer. Este local pretende ainda incentivar ao convívio e, ao mesmo tempo, aproximar as pessoas da zona ribeirinha. .

Património A Igreja Matriz de Santa Margarida do Sado, do século XVI, é constituída por nave e capela-mor. Destaca-se pelos elementos romanos funerários que foram encontrados, em forma de pipa, e que atualmente podem ser apreciados no local.


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Não é possível voltar a fazer outras Palavras Andarilhas com este grau de voluntarismo. Nem seria correto. Por isso, há decisões que têm que sair desta edição e que deverão ser assumidas por todos os eleitos, também na Assembleia Municipal”. Cristina Taquelim

Atual

12.ª edição do encontro arrancou ontem e prolonga-se até domingo

Andarilhas “improváveis” convidam Beja a juntar-se à festa dos contos Graças a um voluntarismo que dificilmente voltará a repetir-se, a 12.ª edição das Palavras Andarilhas – Encontro de Aprendizes do Contar, já está no terreno e andará pelo Jardim Público de Beja até domingo, mobilizando perto de 450 participantes. Com uma vertente académica mais atenta ao leitor adulto, a programação reserva, além do tradicional Festival de Narração Oral, também atividades de fim de tarde para chamar o público bejense à tertúlia e à frescura de um espaço verde acabado de reabilitar. Texto Carla Ferreira Fotos José Ferrolho

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como não se cansam de repetir os organizadores, o “improvável” aconteceu mesmo. Apesar da crise financeira, que corta as asas a autarquias e cidadãos, da mudança de data, antes mesmo do arranque de mais um ano letivo, e até de local, com uma transferência para o Jardim Público da cidade, a 12.ª edição das Palavras Andarilhas – Encontro de Aprendizes do Contar, é já uma realidade em Beja desde ontem, quinta-feira, e até domingo, dia 2. E com “uma bomba de programa”, garante Cristina Taquelim, da Biblioteca Municipal de Beja, ainda incrédula com a “mobilização da cidade em

torno do encontro”, um dos fatores que tornou possível a sua realização. Além também, acrescenta, da “grande sustentabilidade” que já alcançou o trabalho da Biblioteca Municipal de Beja, organizadora em parceria com a Associação para a Defesa do Património Cultural da Região de Beja, e de um apoio logístico “total” por parte do município de Beja. Convencida de uma relativa indiferença da cidade face a este evento que, fora de portas, já deu a Beja o epíteto de “cidade dos contos”, a técnica confessa que recebeu uma “grande lição de humildade” ao ver o Teatro Municipal Pax Julia “cheio” por ocasião do espetáculo de angariação de fun-

dos “Um abraço às Andarilhas”, em julho último. “Foi uma resposta bestial, não estávamos à espera, e deu-nos um grande ânimo para levar isto adiante”, diz, recordando também a solidariedade das pequenas empresas locais ou mesmo de particulares, que disponibilizaram as suas casas para acolher alguns dos convidados. Com tudo isto se esboçou e colocou no terreno um programa que decorre desde ontem e que teve o seu arranque com o anúncio do Prémio Leitura Pública Joaquim Figueira Mestre “Numa cidade acordada, uma biblioteca sem sono”, mais uma a juntar a esta edição de novidades


várias. O galardão faz jus aos vários alicerces em que se tem apoiado a ação da biblioteca bejense e, nesse sentido, estabeleceu como primeiros “homenageados” a escritora Luísa Ducla Soares, o contador e mediador de leitura Horácio Santos, a investigadora Isabel Cardigos, e o Grupo do Auto de Natal da Freguesia da Trindade, uma “pérola” do património e identidade locais. O quinto distinguido é o ilustrador André Letria, autor que ofereceu o projeto gráfico do que a partir do ano que vem será a imagem oficial das Palavras Andarilhas. Um programa, dizíamos, que também resulta de alguns compromissos “a médio prazo” entretanto assumidos pelo equipamento bejense e que ficariam por terra caso as Palavras Andarilhas não tivessem lugar. Um deles é o apoio do Instituto Piaget para a edição de um livro, associado a um projeto de promoção da leitura, cuja candidatura já foi aprovada pela Fundação Calouste Gulbenkian. Este projeto “vai permitir-nos trabalhar as primeiras histórias cantadas da oralidade mais ancestral com as crianças do concelho. Foi considerado o melhor projeto que apareceu a concurso este ano na Gulbenkian”, refere Cristina Taquelim, lembrando também o apoio da embaixada do Brasil em Portugal, no âmbito do Ano do Brasil em Portugal, para a vinda a Beja de autores e mediadores de leitura do outro lado do Atlântico. O caso de Marina Colasanti, por exemplo, escritora que conta já com 33 livros no seu percurso, entre poesia, contos e várias obras para o público infantil e infantojuvenil. Centradas este ano no Jardim Público de Beja, as Palavras Andarilhas deverão chegar aos 450 participantes, entre inscritos e convidados, como preveem os organizadores, numa edição que denota algumas inflexões de filosofia, fruto do próprio trabalho no terreno. “As Andarilhas estão a mudar. Começa a haver uma incursão também no mundo da literatura do adulto. Nos últimos dois anos, a Biblioteca Municipal de Beja

SUSA MONTEIRO

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teve que começar a diversificar os seus públicos. Estamos a trabalhar muito com públicos adultos, com públicos com baixas competências leitoras, que não conseguem aguentar, por exemplo, a leitura de um romance mas trabalham muito bem textos de microficção”, justifica a responsável. Além disso, dada a redução da margem de manobra financeira das bibliotecas públicas, há que pensar em apetrechar os respetivos técnicos/mediadores de leitura com instrumentos de trabalho que lhes permitia total autonomia face aos mais variados públicos. “É preciso que o próprio mediador se forme e ele próprio se torne um leitor, caso contrário a rede de leitura pública vai parar, porque as bibliotecas não têm capacidade financeira para trazer quem faça este trabalho”, acrescenta.

Sair do plano académico, promover a tertúlia informal e chamar à festa também a comunidade bejense são outras das premissas desta edição, que tem preparadas várias atividades paralelas, a partir das 18 horas de cada dia do encontro, e também ao longo das manhãs de sábado, amanhã, e de domingo. Entre conversas, tertúlias, sessões de contos para pais e filhos, e vários momentos de animação no Mercadinho Andarilho, ora protagonizados pelo brasileiro Thomás Bakk (O Senhor dos Cordéis), ora pela Andante Associação Artística (Poesia A la Carte), e outros projetos assentes na palavra. “A ideia é que a cidade, a partir das 18 horas, possa vir ao jardim, usufruir daquilo que o jardim tem para oferecer. Não estamos a falar do encontro, para os inscritos, mas sim de atividades abertas ao público

em geral”, explica Cristina Taquelim, em jeito de convite. Ao serão, a partir das 21 e 30 horas e com entrada livre, decorre o Festival de Narração Oral “Eu conto para que tu sonhes”, que este ano faz desfilar nomes como Paulo Condessa, Horácio Santos, Elsa Serra, Benita Prieto, Bruno Batista, António Fontinha, Rodolfo Castro, Jorge Serafim (hoje, sexta-feira), Cláudia Fonseca e Ana Sofia Paiva, José Craveiro, Carlos Marques, Luís Carmelo, Michael Harvey ou Quico Cadaval (amanhã, sábado). Um lote de contadores assíduos das Andarilhas que o público bejense vai também poder apreciar, num registo mais performativo, em várias sessões extra, que serão pagas a um preço simbólico (dois euros) e que terão lugar em auditórios mais pequenos e intimistas, nomeadamente a sala estúdio do Teatro Municipal Pax Julia, a Casa da Cultura, e a cave e o auditório da Biblioteca Municipal. Aqui estão também incluídos vários projetos teatrais bejenses, como “O primeiro milagre do menino Jesus e outros mistérios bufos”, pelo ator Paulo Duarte (amanhã, sábado, pelas 15 horas, no auditório da biblioteca), e “Canta-me um conto”, pela companhia Arte Pública (amanhã, pelas 16 horas, na cave da biblioteca). “Durante este ano, uma parte dos grupos de teatro da cidade ajudou a biblioteca, generosamente, a manter uma programação, e era justo que as Andarilhas lhes dessem visibilidade para eles poderem ser conhecidos por outras bibliotecas e governar a vida”, justifica Cristina Taquelim. Solidariedade, voluntarismo, entreajuda. São estes os grandes emblemas da edição de 2012, que dificilmente poderá repetir este esquema de gestão e funcionamento, “quase associativo”. “Não é possível voltar a fazer outras Palavras Andarilhas com este grau de voluntarismo. Nem seria correto. Por isso, há decisões que têm que sair desta edição e que deverão ser assumidas por todos os eleitos, também na Assembleia Municipal”, avisa a responsável.

Pela fresca “nos canteiros e recantos do jardim”

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té domingo, “nos canteiros e recantos do jardim”, decorrem várias atividades paralelas ao Encontro de Aprendizes do Contar, abertas à comunidade bejense. Ainda hoje, a partir das 18 horas, Mariana Pacheco vai dinamizar a rubrica “Conversas a Modos de Antigamente”, seguindo-se-lhe a apresentação do livro Ó fala que foste fala – décimas de Joaquim Espadinha, de Conceição Ruivo. “Pessoa e heterónimos” é a proposta de leitura do ator Paulo Duarte para o fim de tarde, à mesma hora em que o brasileiro Thomás Bakk estiver a encarnar o seu “senhor dos Cordéis” no Mercadinho Andarilho. A manhã de sábado, dia 1, será pródiga em atividades para pais e filhos, a partir das 10 ho-

ras, e o único inconveniente é mesmo ter que escolher entre o vasto cardápio. “Fora de cena quem não é de cenas”, uma oficina por Miguel Horta, sessões de contos a cargo de Elsa Serra e da dupla Ana Santos e António Fontinha, ou ainda os “Contos Cantados”, por Ana Sofia Paiva e Carlos Marques, são alguns dos desafios lançados a miúdos e graúdos. Para celebrar os 40 anos de escrita da autora Luísa Ducla Soares, as Palavras Andarilhas dedicam-lhe a última manhã do encontro, no domingo, com uma sequência de sessões de contos e leitura em voz alta de textos da autora, pelos narradores e mediadores de leitura presentes, sob o título sugestivo “Luísa na Terra dos Abraços”.


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Santa Maria sem alunos de etnia cigana do bairro das Pedreiras

O melhor e o pior no mesmo mundo É na quarta-feira, 12 de setembro, que começam as aulas no Agrupamento de Escolas de Santa Maria. Estão matriculados 1007 alunos naquele que é conhecido como o gueto escolar para os alunos de etnia cigana de Beja. Um estigma que a diretora do Agrupamento quer ver ultrapassado. Domingas Velez acredita que com trabalho e com projetos inovadores, “todas as diferenças serão superadas”. Numa escola onde mais de metade dos alunos do 2.º e 3.º ciclos frequentam o ensino artístico. Ou onde o melhor e o pior do ensino bejense andam de mãos dadas. Todos os dias. Texto Paulo Barriga Foto José Ferrolho

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o ano passado, por esta altura, Domingas Velez, que é diretora da Escola de Santa Maria há quase duas décadas, estava demissionária. Isto porque o grosso dos alunos de etnia cigana que frequentava as aulas em instalações provisórias no Regimento de Infantaria de Beja tinha sido encaminhado para a sua escola. Contrariando o acordo firmado entre a Direção Regional de Educação do Alentejo (DREA) e as demais escolas da cidade que previa a distribuição destes alunos, em primeira matrícula, pelos diferentes estabelecimentos de ensino. Mas tal não veio a suceder. Apenas uma dezena dos 79 alunos nessa condição acabou por ingressar nos Agrupamentos de Mário Beirão e Santiago Maior. Os restante 69, a grande maioria com idades desfasadas em relação ao ano escolar que frequentam, juntaram-se à já considerável comunidade escolar

cigana de Santa Maria. O que levantou uma onda de protestos por parte da Associação de Pais, que falavam em “guetização da escola”, e na demissão da própria diretora. A área geográfica-pedagógica de Santa Maria contempla as comunidades ciganas do bairro da Esperança (Carmo Velho), rua da Lavoura e bairro João Barbeiro. E o acordo firmado entre os agrupamentos bejenses e a DREA prevê a divisão em partes iguais dos alunos originários do bairro das Pedreiras, que se inscrevam pela primeira vez no pré-escolar ou se matriculem pela primeira vez no 1.º Ano. O que apenas veio a acontecer no ano letivo que agora está à porta. Domingas Velez fala em “justiça”:

“não podíamos ter concentrados na mesma escola todos os alunos que à partida estão sinalizados com o insucesso escolar. Não faz sentido que exista numa mesma cidade uma escola nessas condições, quando todos podemos colaborar na integração e no ensino destes jovens”. Embora a diretora do Agrupamento de Santa Maria reconheça que “este ano as coisas estão melhores. Apesar de alguma relutância inicial, acabou por haver compreensão de todas as partes na aceitação desta distribuição de alunos”. O bairro das Pedreiras pertence agora aos agrupamentos de Mário Beirão e de Santiago Maior. Se bem que o grosso dos alunos deste bairro problemático, que já estava em Santa Maria, prossiga ali os seus estudos. “Verificamos também uma mudança no comportamento destes miúdos”, assegura Domingas Velez, “começaram a frequentar mais a escola, embora, por vezes, tenham comportamentos desviantes, como os têm as outras crianças. Mas quer as famílias, quer os jovens, estão com uma postura mais assertiva. O que não quer dizer que de um momento para o outro os problemas não possam acontecer”. No entanto, prossegue, “não deixamos de ter aqui algumas populações mais complicadas, com fraca apetência para a escola. Mas esse é o nosso grande desafio enquanto prestadores de serviço público: é trabalharmos muito e

“Não podíamos ter concentrados na mesma escola todos os alunos que à partida estão sinalizados com o insucesso escolar. Não faz sentido que exista numa mesma cidade uma escola nessas condições” desenvolvermos projetos para os integrar e para que eles consigam os resultados que os outros conseguem”. Muitos destes alunos frequentam a escola porque “é simplesmente uma garantia para as famílias receberem o Rendimento Social de Inserção”, reconhece Domingas Velez. E esta situação não se prende apenas com os alunos de etnia cigana. Também se aplica a muitas famílias do bairro da Esperança e de algumas freguesias rurais. “O meu maior desejo para este ano letivo”, assegura a diretora de Santa Maria, “é que todas as crianças chegassem alimentadas à escola. Que todas eles tivessem o mínimo essencial que qualquer criança merece e deve ter. Muitas, a única refeição diária que tomam é aqui na escola. Estou a falar no geral, quer na cidade, quer nas freguesias rurais. O ano passado, com o acentuar da crise, identificámos muitos casos de grandes dificuldades económicas e de pobreza envergonhada”. Mas este é apenas o lado negro de uma escola que junta o melhor e o pior do universo educativo bejense. É também em Santa Maria que existe um acordo com o Conservatório Regional do Baixo Alentejo para desenvolver estratégias de ensino articulado na área da música e da dança. Mais de metade dos alunos ali matriculados no 2.º e 3.º ciclos frequentam o ensino artístico. Tiveram que fazer provas de aptidão para prosseguirem esta via de ensino. “É um desafio que vai fazer desenvolver esta cidade na área das artes”, não tem dúvidas Domingas Velez. “Futuramente, esta cidade terá outro dinamismo e outra apetência cultural”. Sem as polémicas de anos anteriores, as aulas começam a 12 de setembro em Santa Maria. Todos o professores do quadro estão colocados com componente letiva. E a escola está a ser decorada e preparada para receber, logo no dia 14, professores e alunos provenientes da Finlândia, Alemanha, Itália, Polónia, Turquia e Reino Unido, ao abrigo do Programa Comenius. Cujo tema central são as lendas fundadoras dos diferentes países e cidades envolvidas neste projeto europeu.


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O Posto Médico de Canhestros, no concelho de Ferreira do Alentejo, vai reabrir. A partir do dia 18 de setembro volta a estar ao serviço da população. O anúncio foi feito pelo município de Ferreira do Alentejo, após reunião com a Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo.

Diário do Alentejo 31 agosto 2012

Posto Médico de Canhestros vai reabrir

Beja quer que Tribunal Administrativo e Fiscal fique O município de Beja aprovou uma posição, por unanimidade, em que repudia a eventual transferência para Portel do Tribunal Administrativo e Fiscal da cidade e solicitou uma reunião urgente à ministra da Justiça para esclarecer esta matéria. O município considera que esta hipótese não deve ser ponderada, nem agora, nem de futuro, exigindo que o Tribunal Administrativo e Fiscal não seja transferido. O município lembra ainda que Beja é a capital de distrito e que tem de contar com este serviço.

Concentração junta população hoje

Pelos serviços de saúde em Serpa Está agendada para hoje, sexta-feira, em Serpa, uma concentração pela manutenção dos serviços de saúde no concelho. O objetivo é dizer não ao encerramento do serviço de urgência e sim à instalação do Serviço de Urgência Básico. A Comissão de Utentes da Saúde de Serpa, organizadora da iniciativa, espera conseguir contar com a população, à semelhança do que já aconteceu anteriormente.

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Comissão de Utentes da Saúde e Outros Serviços Públicos do Concelho de Serpa está contra o “encerramento do serviço de urgência” e a favor da “instalação do Serviço de Urgência Básico” e, neste sentido, convocou uma concentração para hoje, sexta-feira, pelas 18 hoPUB

ras, na praça da República, em Serpa. A Comissão de Utentes da Saúde reivindica o direito à saúde para todos e diz que “não pode aceitar que acabe o serviço de urgência no Hospital de Serpa”, defendendo “a instalação em Serpa do Serviço de Urgência Básico (SUB)”. Serviço este que, segundo a comissão, “foi prometido”, mas que “ainda não foi instalado”. A comissão diz ainda que “é necessária a reposição dos serviços retirados do Hospital de São Paulo, em Serpa, e a manutenção dos existentes”. Até porque, para a Comissão de Utentes de Saúde, “estas revindicações são justas”. “Temos direito a serviços de saúde de proximidade que deem resposta às necessidades da população do concelho”, pode ler-se num comunicado enviado à comunicação social.

“A política de saúde que tem vindo a ser executada tem dificultado cada vez mais o acesso da população do concelho aos serviços de saúde, nomeadamente o encerramento de serviços do Hospital de São Paulo, o aumento das taxas moderadoras e a redução dos transportes não urgentes”, assegura a comissão de utentes, considerando que “esta é uma política de saúde economicista”. “Só a população, com a sua luta, poderá alterar esta situação”, defende, esperando que “os cidadãos do concelho participem ativamente nesta iniciativa em defesa da saúde”. Em declarações ao “Diário do Alentejo”, Palmira Guerreiro, representante da Comissão de Utentes de Serpa, disse que “é preciso não esquecer que, à semelhança do que acontece em muitos concelhos do País,

Serpa tem uma população envelhecida” e que “é preciso ter esta situação em atenção”. Palmira Guerreiro lembra que “esta é uma questão que a todos diz respeito” e que “a população está preocupada”. “Espero, à semelhança daquilo que já aconteceu no passado, que possamos todos, em conjunto, dar uma resposta firme. É preciso fazermos ouvir a nossa voz e as nossas angústias que, infelizmente, neste momento, são muitas”. Esta, de acordo Palmira Guerreiro, “não é uma luta só de alguns. É uma luta de todos, independentemente da idade”. E, neste sentido, depois desta concentração a comissão vai reunir-se, discutir e agendar novas formas de luta. “Não vamos parar. Temos de lutar pelo que temos direito e o acesso à saúde é um direito de todos, sem exceção”.


Diário do Alentejo 31 agosto 2012

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Não sei quanto demorou esta operação. Parece que aquilo se passou tudo num instante. A minha atenção estava toda no salvamento daquelas pessoas e mais nada. Fui bombeiro durante 13 anos. E se consegui salvar estas pessoas foi graças à preparação que lá tive.

José Henrique Caeiro salvou duas pessoas das chamas

Já não há heróis?

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meio da tarde do passado dia 22 deflagrou um incêndio no último andar de um prédio do bairro dos Falcões, em Beja. Uma vela de cheiros terá estado na origem do acidente que apanhou desprevenida uma mulher e um rapaz. As chamas alastraram-se rapidamente e o fumo negro provocou o pânico entre as vítimas e a população que, impotente, assistia ao flagelo. Até que ao local chegou um antigo bombeiro, José Henrique Caeiro, que, com “toda a calma do mundo” conseguiu retirar os sinistrados do terceiro andar onde se encontravam. Os bombeiros chegaram momentos depois, para apagar as chamas. José Henrique Caeiro é um bom cantador de histórias. E agora tem mais uma para contar. Uma história onde ele próprio é o herói central. Embora diga com humildade que “não há heróis. Salvei apenas duas pessoas que estavam numa casa em chamas e isso não faz de mim um herói. Sou apenas um membro da população de Beja que, numa aflição, conseguiu ser útil. Certamente haveria outras pessoas que fariam o mesmo”. Ou talvez não. José Henrique Caeiro, de 47 anos, funcionário da Câmara Municipal de Beja, foi alertado pela esposa para o “enorme cheiro a queimado que vinha da rua”. Vestiu uma camisola e foi “ver o que se passava”. “Quanto lá cheguei já a polícia tinha cortado o trânsito. Foram muito rápidos a acorrer ao local. E eu que moro PUB

a 20 metros do prédio… A primeira coisa que fizeram foi subir as escadas do prédio para arrombar a porta, mas isso era impossível, por causa das chamas e do fumo. Fui com eles, mas tivemos que voltar para trás”. Foi então que “olhei para cima e vejo as pessoas a pedir socorro. Não me lembrei de mais nada. Estava parado ali perto um carro-grua daqueles que usam nas pinturas dos prédios. Comecei a gritar ao pintor para ele trazer o carro, mas aquilo andava tão devagarinho que tivemos de o empurrar. Mas a máquina não conseguia chegar perto da parede. Tivemos então que desviar três carros que ali estavam estacionados, a peso, para o outro lado da rua, para a grua poder encostar. Mas como era muito grande ficou a uma distância de um metro da parede”. Entretanto, na marquise do terceiro andar onde se encontravam as vítimas, o desespero aumentava. “A senhora estava a ficar intoxicada e já tinha queimaduras e começou a fazer tentativas para se atirar da janela. Gritei-lhe para ela ter calma e comecei a subir na grua. Aí pensei que era impossível vir lá de cima sem trazer as pessoas. Mas quando cheguei perto da janela dei com a existência de um estendal da roupa. O que dificultaria a retirada. Pedi um alicate ao operador da grua e cortei os cabos de aço. E só depois consegui chegar perto da senhora. Coloquei uma perna na parede, para

fazer força, e disse para ela se sentar na janela. Estava toda molhada e coberta de fuligem negra. Estava em pânico. E demorou ainda algum tempo até que ganhasse coragem para se atirar para o meu ombro. Mas lá conseguimos”. Depois foi a vez do homem. “Foi mais complicado. Ele tem uma perna amputada, não a conseguia dobrar para subir para o parapeito da janela. Estava em tronco nu e todo ensopado em suor. Estava cheio de medo. Quando lhe joguei as mãos ele ficou agarrado à janela. Ficámos os dois a baloiçar lá no alto. Mas lá consegui dar-lhe um forte puxão e ele veio todo de lado, com as pernas para o ar. Mas foi o melhor que

consegui fazer. Entretanto chegaram os bombeiros com a auto e s c a d a . Informei-os que já não estava ninguém lá em cima”. As pessoas queixam-se na demora da chegada dos bombeiros. Mas José Henrique Caeiro garante que “o tempo é muito relativo. Não sei quanto demorou esta operação. Parece que aquilo se passou tudo num instante. A minha atenção estava toda no salvamento daquelas pessoas e mais nada. Mas uma coisa é certa, fui bombeiro durante 13 anos. Tenho lá grandes amigos. E se consegui salvar estas pessoas foi graças à preparação que lá tive. Nem sempre os carros estão com a chave na ignição e prontos a andar, muitas vezes andam por fora e isto sempre demora algum tempo. Os bombeiros dão sempre o seu melhor, disso não tenho dúvidas”. PB


A Junta de Freguesia de Castro Verde promove até ao dia de hoje, sexta-feira, passeios direcionados aos seniores aposentados da freguesia. Este ano, ao todo, cerca de 250 pessoas visitam o Jardim Zoológico em Lisboa. A iniciativa tem como finalidade proporcionar um momento de lazer aos participantes e fomentar o convívio e interação entre as pessoas.

Roteiro pelo centro histórico de Almodôvar A Câmara Municipal de Almodôvar quer valorizar e dar a conhecer o centro histórico da vila e, neste sentido, convida todos os visitantes e interessados a percorrerem um roteiro turístico que integra seis monumentos. A Igreja Matriz, o Museu Severo Portela, a Igreja da Misericórdia, o Convento de Nossa Senhora da Conceição, a Torre do Relógio e o

Mercado Municipal são as propostas apresentadas pela autarquia. O projeto surgiu da candidatura efetuada pela Câmara Municipal de Almodôvar à Rede Urbana de Património. Para além do catálogo que é oferecido aos visitantes, com explicações sobre os monumentos, há ainda a possibilidade de os forasteiros levarem um tablet, onde podem ver um filme sobre cada um dos monumentos.

GNR levou a cabo operação “Censos Sénior” no distrito de Beja

1.824 idosos sós ou isolados

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GNR identificou 1.824 idosos a viverem sozinhos ou isolados no distrito de Beja, dos quais 12 em situações de risco, sobretudo devido a grande isolamento, deficientes condições de habitação, estado de saúde e falta de acompanhamento. Através da Operação “Censos Sénior”, que permitiu atualizar os registos de idosos residentes nos 14 concelhos do distrito, a GNR sinalizou 1.824 idosos a viverem sozinhos ou em locais isolados, disse à Lusa o capitão Eduardo Lérias, do Comando Territorial de Beja da GNR. Deste total, precisou, 12 vivem em situações de risco, devido a quatro variáveis, ou seja, grande isolamento, deficientes condições de habitabilidade das casas, estado de saúde e falta de acompanhamento PUB

domiciliário. Segundo o capitão Eduardo Lérias, Almodôvar é o concelho onde reside a maior parte (902) dos 1.824 idosos sinalizados, seguindo-se os concelhos de Moura (388), Beja (314), Aljustrel (154) e Odemira (66). A GNR já reportou as situações de risco às entidades competentes, como a Segurança Social, disse, referindo que, após a sinalização, é necessário continuar a acompanhar e a controlar os casos para “prevenir situações graves para a saúde e a própria vida dos idosos”. Por isso, frisou, “a GNR tem um contacto muito próximo com a Segurança Social”, à qual reporta “as situações que detete e que necessitem de intervenção urgente ou de um maior acompanhamento”.

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Idosos de Castro Verde visitam Jardim Zoológico

Por outro lado, a GNR, através da Operação “Residência Segura”, a decorrer desde 18 de junho e até 15 de setembro e especificamente dirigida a locais isolados, visita regularmente e acompanha os idosos em situações de risco ou consideradas críticas. Atualmente, há 14 residências sinalizadas no distrito de Beja, disse Eduardo Lérias, referindo que, após o fim da operação, a GNR vai continuar a acompanhar as situações de risco ou consideradas críticas. Os resultados das ações da GNR dirigidas aos idosos, como a “Operação Residência Segura” e o programa “Idosos em Segurança”, “têm sido extremamente positivos”, frisou o capitão, apontando dois casos de ajuda a idosos.

Feira anima Vale do Poço A Feira Agropecuária Transfronteiriça de Vale do Poço volta a realizar-se, entre os dias 7 e 9 de setembro, e o objetivo do certame continua a ser o mesmo: promover e dinamizar o mundo rural. Esta é a 10.ª edição do certame e a localidade que pertence ao concelho de Mértola e Serpa volta a juntar locais e forasteiros. “O desaparecimento do mundo rural poderá ter consequências dramáticas em regiões do interior onde a agricultura foi, desde tempos imemoriais, a base de sustentação das populações”, alerta o município de Mértola, frisando que o certame aposta em “inverter este fenómeno”. Vale do Poço, segundo a autarquia, é “o coração identitário da Serra de Mértola e Serpa” e o local onde “se reúnem pastores, produtores florestais, apicultores e agricultores”, que aproveitam para conviver e concretizar negócios. “Esta feira irá tentar reproduzir um pouco da ambiência que se vive naquele território”, assegurou a organização do evento à Lusa. O certame inclui mostras gastronómicas, debates, música, jogos tradicionais, exposições de gado e animação variada.


Diário do Alentejo 31 agosto 2012

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Iniciativa

Futuramente poderá abrir ao público em Beja

Um campo de treino de golfe e muita “carolice” Lourenço Mestre pratica golfe, é sócio fundador do VC Clube e sempre teve a vontade de construir um campo de treino. Resolveu fazê-lo na sua propriedade e todos os dias o tenta melhorar. Pretende desmistificar a ideia de que o “golfe é um desporto para ricos” e, futuramente, quer promover a modalidade junto das escolas. O objetivo final? Abrir o seu campo de treino ao público. Texto Bruna Soares Fotos José Serrano

À

s portas da cidade de Beja, a caminho de Salvada, há um Driving Range de caráter particular. Por outras palavras: há um campo de treino de golfe instalado numa propriedade privada, que futuramente poderá abrir portas ao público. Lourenço Mestre, proprietário, resolveu erguê-lo na sua exploração agrícola, Vale de Choupos. É praticante da modalidade e sentiu a necessidade de ter um espaço onde pudesse bater umas bolas. Ele, e os seus amigos e companheiros de clube. Sim, na cidade já há um clube de golfe. Trata-se do VC Golfe, que nasceu da vontade de um grupo de amigos praticantes e amantes da modalidade. E o nome facilmente surgiu. VC são, nada mais, nada menos, que as iniciais de Vale de Choupos. “Tinha este desejo e resolvi erguer o Driving Range. Tinha espaço e fui fazendo aos poucos. A partir daqui fundou-se o clube, que conta com 40 sócios, dos quais 25 já são federados”, conta Lourenço Mestre.

O campo de treino instalou-se em dois hectares. “Havia jogadores em Beja, mas poucos. A divulgação desta modalidade era quase inexistente. Comecei a jogar e sempre desejei construir um campo de treino. Tive esta ideia já há bastantes anos, mas fui adiando até ao dia que tomei a decisão”, diz o amante da modalidade e também presidente do VC Golfe. O objetivo final, porém, é mais abrangente.

“Divulgar a modalidade junto das camadas mais jovens da cidade e do distrito”. “Ainda não está aberto ao público, mas acabam por reunir-se aqui os amigos”, afirma Lourenço Mestre. O praticante, no fundo, pretende também “desmistificar a ideia de que o golfe é uma modalidade elitista”. “É preciso perder-se a imagem que foi formada sobre esta modalidade. Todos pensam que este é um desporto muito caro e apenas ao alcance dos mais ricos. Mas o golfe não tem nada a ver com isso”, garante. Lourenço Mestre posiciona-se na zona dos tapetes. Ajeita a bola, retira um taco e executa o movimento na perfeição. Suavemente dá uma tacada na bola, que alcança a linha dos 75 metros. Usasse ele outro taco e facilmente poderia chegar aos 200. Lourenço participa em vários torneios. É jogador federado e sócio fundador do VC Golfe. “O clube, para já, organiza torneios, promove a modalidade e incentiva as camadas mais jovens a iniciarem-se na prática do golfe”, adianta. O VC Golfe foi criado por escritura pública em fevereiro de 2012, tendo sido aceite como Sócio Efetivo da Federação Portuguesa de Golfe em março do mesmo ano. É, assim, um clube muito recente. Mas Lourenço Mestre garante: “Já conseguimos captar gente. Há gente interessada em abraçar esta modalidade. Há, inclusive, sócios de outros clubes que nos procuram e que estão interessados em pertencer ao VC Golfe. Organizamos torneios que agradam às pessoas. Identificam-se com

a nossa maneira de estar na modalidade e isso cativa-as”. Mas onde organiza o clube estes torneios? Quando se quer mesmo um cenário de jogo procura-se um campo de golfe. “Temos protocolos com dois ou três campos. Vamos desde o Algarve à zona de Troia”, conta. O investimento no Driving Range tem ficado por sua conta. “Já está muita coisa feita, mas é preciso mais. Vai-se fazendo, consoante as possibilidades. Não está relvado, mas tem um prado. Faz-se de acordo com o que se pode. Mas julgo que está uma coisa muito agradável e simpática, que no futuro poderá melhorar”. Até porque, futuramente, o objetivo “é promover a modalidade junto das escolas”. E Lourenço pensa abrir o espaço ao público. “O Alentejo tem muito potencial para a prática desta modalidade, mas infelizmente as coisas não estão fáceis no que ao investimento diz respeito. Estavam previstos vários campos, até pela perspetiva de água de Alqueva”, lembra, acrescentando: “Só os grandes grupos têm possibilidades para fazer um campo de golfe. É necessário um investimento muito grande. Envolve muita gente, manutenção. E se não estiver ligado à hotelaria é difícil”. Lourenço Mestre contenta-se com o seu campo de treinos, que diz ter “sido feito à base de muita carolice”. “Falta aqui ainda muita coisa. O verão é muito severo. Não é uma coisa de luxo, porque o luxo é caro. Poderá ser um espaço de convívio muito agradável em torno desta modalidade. Com professores para ensinarem os miúdos, entre outras coisas”.


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Em menos de uma semana conseguiu juntar mais de cinco mil apoiantes no Facebook, o novo grupo de intervenção cívica “REVOLTA-TE POR BEJA”. Um movimento informal de cidadãos, que faz questão de deixar as bandeirolas partidárias à porta dos debates, e cuja principal motivação se prende com a revolta pelo abandono das obras da concessão rodoviária do Baixo Alentejo. Falta agora passar das palavras aos atos.PB

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Amigos embora esteja afastado da minha cidade há uma dezena de anos, não deixo de preocupar-me. Tenho pena que tanto investimento feito ou prometido esteja esquecido. É de louvar esta iniciativa levada a cabo por gente da minha terra e da minha geração. É isto que a nossa cidade precisa, pessoas ativas. É importante também salientar que na luta pelos interesses da nossa cidade não há cores partidárias. A única coisa que nos une é sermos bejenses. Antes de sermos de algum partido, fação ou religião, nascemos bejenses e é pela nossa cidade que devemos lutar. Ricardo Balsinha, no grupo Revolta-te por Beja, 27 de agosto de 2012

Opinião

Um mau escritor talentoso Ruy Ventura Poeta e ensaista

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o ver, há poucas semanas, um texto de José Saramago no enunciado da prova final de Língua Portuguesa de 6.º ano, recordei um saboroso e muito vertical artigo do filósofo e poeta Paulo Tunhas sobre um ensaio de João Pedro George em torno dos livros de Margarida Rebelo Pinto (p. 43 do n.º 14 da revista “Atlântico”). A dada altura, afirma (e com razão, a meu ver): “[...] Cheguei à conclusão que Saramago é um mau escritor talentoso, uma espécie vulgar. Palavroso, moralista, sem ponta de ironia. Uma opinião, apesar de tudo, ligeiramente melhor do que aquela para a qual, na minha ignorância, eu tendia naturalmente. Leva-se suficientemente a sério para não se entediar a meio da escrita dos livros, e isso permite-lhe um certo élan, naturalmente interdito a espíritos mais voláteis ou simplesmente mais lúcidos.” Como a memória tem coisas que ninguém entende, enquanto lia estas frases recordei uma crónica do crítico e ensaísta Fernando Venâncio, onde – delicada e ironicamente – punha a nu os espanholismos desnecessários que enxameiam as obras do romancista, não como recursos estilísticos, o que seria normal, mas como pés que resvalam para a poça, como descuidos que um bom revisor nunca deveria permitir. Sobre o homem-Saramago reencontrei ainda um artigo de José do Carmo Francisco intitulado: “Será José Saramago um fotógrafo de Estaline? (Crónica para os olhos tristes de Maria Belmira)”, vindo a lume no n.º 29 de suplemento “Fanal” do jornal “O Distrito de Portalegre” (22/11/2002): “[...] O mesmo José Saramago que um dia recebeu um enormíssimo ramo de flores numa homenagem promovida por uma Câmara Municipal no Alentejo e não quis voltar para Lisboa sem primeiro passar pelo Lavre para entregar o ramo à tua mãe para que o destino final daquelas flores fosse a campa do teu irmão João, foi o mesmo que resolveu apagar o nome do teu pai, da tua mãe, da tua irmã e de várias muitas outras pessoas da primeira página do livro Levantado do Chão. E isto mesmo depois de ter assegurado por escrito e por extenso – Sem eles não teria sido escrito este livro. [...] [Este texto] é no fundo um texto de descoberta, de revolta e de repúdio por uma situação de morte civil só comparável à ação dos fotógrafos de Estaline que faziam desaparecer das fotografias várias pessoas inconvenientes e que, só anos depois se viria a saber, não deveriam ter estado ao lado do ‘grande líder’. [...] [...] [Isto] para ir lembrar o ano de 1976 quando tinhas apenas quinze anos de idade e um escritor quase desconhecido entrou pela porta da casa dos teus pais para escrever um livro (Levantado do Chão) e para, muitos anos depois, de modo totalmente inesperado e (para mim) injusto, vir fechar a primeira página desse livro a quem lhe tinha aberto as portas da sua casa e do seu coração.” A pouco e pouco o pano vai caindo. E, não fossem influências de vária ordem – que nada têm que ver com a arte e a literatura, mas com manobras relacionadas com dinheiro e com jogos políticos e pessoais –, mais cairia ainda… Há cada vez mais homens e mulheres que concordam com as palavras do poeta polaco C. Milosz (galardoado justamente com o prémio Nobel). No momento em que Saramago recebia a distinção sueca, não teve papas na língua e quebrou o unanimismo acrítico, afirmando que o autor de Memorial do Convento não passava de “um escritor de segunda ordem”. Fosse o grande

escritor polaco português e chamar-lhe-ia, talvez, com Paulo Tunhas, “um mau escritor talentoso”. Eu encontraria outros adjetivos, mas aqueles que se apresentam são suficientes para qualificar quem viveu e quem escreveu naquele ser humano. Ser famoso, como se deveria saber, é bem diferente de ser importante. E não basta receber o prémio que mais dinheiro oferece para se ser um escritor, um artista, inovador e um ser humano exemplar. Como diz um velho provérbio, nem tudo o que luz é oiro – e às vezes nem prata é.

Um poeta não morre! Ana Paula Figueira Docente do ensino superior

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o dia 12 de Agosto Miguel Torga teria feito 105 anos. Não me apercebi de qualquer menção ao facto, nem na comunicação social nacional – preocupada com o acidente entre o Luisão e o árbitro alemão, Christian Fischer, no jogo particular entre o Dusseldorf e o Benfica – nem nas redes sociais. Talvez a desatenção tenha sido minha… ou será que Portugal – o país que Torga amou profundamente – e os Portugueses (ou a sua maioria) de tanto serem bombardeados com incidentes insólitos, ridículos, fugazes, já perderam definitivamente a noção de Pátria e a Memória? Presumo que Os Bichos e Os Contos da Montanha ainda façam parte das leituras recomendadas pelo Plano Nacional de Leitura… Despertei para a escrita de Torga quando li, pela primeira vez, Os Bichos, recomendado no meu 7.º ano de escolaridade. A partir daí fui descobrindo, no princípio ainda orientada pelos professores do secundário e depois já por iniciativa pessoal, a vastíssima obra deste escritor, poeta e médico, que nos deixou um legado admirável. Nascido Adolfo Correia da Rocha, a partir de 1934, com a publicação da Terceira Voz o poeta inventa-se como Miguel Torga: Miguel, por admiração pelos humanistas Miguel Ângelo, Miguel de Cervantes e Miguel Unamuno; Torga, em reverência a um arbusto, selvagem, cujo valor e resistência está na raiz. Assim, este seu nome, carregado de simbolismo, adivinhava o humanismo telúrico e a fidelidade às raízes que atravessam toda a obra, representativa de vários géneros literários. Quero destacar a escrita diarística e o seu pioneirismo em Portugal, tendo registado cerca de sessenta anos da sua vida. Ler o seu Diário – estendal de dúvidas e gemidos - é um exercício de encontro com a sua visão do mundo, com o homem insubmisso, inquieto, indignado, recto, sincero, com receios e interrogações, que defende veementemente, a autenticidade... Num mundo onde acha que nunca será compreendido. Escreve no dia 4 de Abril de 1991: “Todos me censuram a única virtude que realmente tenho: ser idêntico a mim próprio desde que nasci. Diferente dos mais, não por presunção, mas por condição. Tudo o que digo e faço causa engulhos. Não coincido com a lógica comum, com os hábitos comuns, com os lugares-comuns. Não sei respeitar as aparências”. Recebeu vários prémios literários, de entre os quais, o Prémio Camões em 1989. Na altura afirmou que os seus leitores mereciam-no! Foi proposto duas vezes para o Prémio Nobel da Literatura. Não lhe foi atribuído… Não teve de ser! Recusou sempre “(…) descer à degradação de untar os ferrolhos enferrujados das portas do triunfo. A [sua] fome não [era] de fama, mas de eternidade” (16 de Abril de 1989). Da eternidade que se pode conquistar através da escrita. “Escrever é, como todos os que o homem pratica, um acto inútil. As palavras estão gastas e já foi tudo dito. Pode ter, contudo, algum sentido se nenhuma paixão

ou vaidade ou sofisma empurrar a caneta”. (7 de Março de 1992) Mas também é “ (…) um acto ontológico, que compromete perpetuamente quem o pratica. Que nenhum outro implica tanta responsabilidade e tanto risco, pois que ainda hoje a humanidade tem no banco dos réus quantos se abalançaram a pegar na pena em nome dela. E também não há honra maior nem maior dignidade do que pertencer ao rol desses penitentes à espera do veredicto de cada geração”. (19 de Março de 1992) Numa altura em que abundam autores que “fazem piruetas no palco intelectual”, que recorrem incessantemente a fórmulas de escrita facilitadoras de vendas, legitimados por outros que “afirmam que eles caem de pé”, apenas porque lhes é útil “vender” e difundir essa mensagem, há que distinguir “o trigo do joio” e não esquecer de lembrar (a todos) a “prestável voz fraterna” de Miguel Torga e de mais um punhado de escritores portugueses. Defensores incansáveis “(…) do amor, da verdade e da liberdade, a tríade bendita que justifica a passagem de qualquer homem por este mundo”. Mesmo que seja apenas no dia do seu aniversário. É que… Um poeta não morre! Por decisão pessoal, a autora do texto não escreve segundo o Novo Acordo Ortográfico

O verão e as Festas Manuel António do Rosário Padre

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verão é o período do ano mais profusamente fértil em Festas, para todos os gostos e expressões. As razões podemos decerto encontrá-las no regresso temporário dos portugueses da diáspora, no acréscimo de turistas em solo luso, e, é óbvio, nas férias. Como o tema é demasiado vasto, limitar-me-ei a traçar apenas algumas pinceladas, a partir da minha pena de cristão atento à realidade circundante. Muitas das nossas Festas têm frequentemente na base, qual “cabeça de cartaz”, um Santo Padroeiro, que acaba por ser, no geral, um ilustre desconhecido. Nos programas, é evidente o sincretismo, e é tal a mistura entre o cristão e o pagão, que se torna tarefa hercúlea a destrinça de fronteiras. Este fenómeno não pode ser nem ignorado, nem combatido, antes constitui um desafio a que a Igreja deve responder, sob pena de perder mais um púlpito de onde pode, à semelhança de S. Paulo no Areópago de Atenas, falar às multidões de hoje. O fenómeno não é, por isso, novo, pois o Cristianismo teve ao longo dos seus dois mil anos de história de se adaptar e enfrentar muitos e diversificados cenários nos Continentes e Povos onde se foi implantando. A resposta passou pela inculturação da fé, objetivo sempre desejado embora nem sempre atingido com sucesso. Mas, voltemos ao nosso País. As Festas constituem uma ocasião soberana para congregar pessoas e comunidades, fortalecer sinergias, fomentar a sã competição, gerar dinamismos de vitalidade e de empreendedorismo, criar riqueza, preservar tradições e expressões de identidade, semear a esperança e combater as crises. Para a Igreja elas constituem ainda um desafio, a que podemos justamente incluir no âmbito da Nova Evangelização. Por tudo isto, é desejável que reine um clima de diálogo e entendimento construtivo entre as comissões que promovem estes festejos e as Paróquias, pois as pessoas que se pretende atingir são, na maior parte dos casos, as mesmas. Se assim for, todos beneficiamos.


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Como se quer recuperar a economia, desinvestindo? Há qualquer coisa que não bate certo nesta decisão [de parar as obras do IP2 e IP8]! Mais um tiro nos pés que vem contribuir para o aumento da taxa de desemprego e retardar o desenvolvimento do País e da região Alentejo em particular. E vai ser o rastilho para a decisão final sobre o aeroporto! José Manuel Mestre, no grupo Revolta-te por Beja, 23 de agosto de 2012

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Na passada semana, em cima do fecho da edição do “DA”, incluímos uma fotonotícia de um incêndio que deflagrou num apartamento do bairro dos Falcões, em Beja. Elaborado na fervura do acontecimento, o texto não reportou todos os pormenores do acidente. Principalmente o facto de um simples cidadão, JOSÉ HENRIQUE CAEIRO, ter salvo as duas vítimas do fogo, antes da chegada dos bombeiros ao local. Um verdadeiro herói! PB

Enquanto não acabar a guerra PCP-PS e agora pelos vistos também com a participação do PSD, nunca se conseguirá nada de relevante para a cidade, seja a A26, as ligações ferroviárias diretas a Lisboa, seja o que for. Nuno Zarcos, no grupo Revolta-te por Beja, 27 de agosto de 2012

Há 50 anos

PAULO MONTEIRO

O silêncio dos habitantes do romântico planeta Lua...

N Uma carta e um poema Delmiro Pacheco Amora

Sou natural da nossa linda cidade de Beja, desde 1932, nascido na rua 1.° de dezembro, no n.° 31, que hoje já não existe por ter sido anexado a outra habitação, que ficam bem pertinho do famoso Arco das Portas de Moura. Aí vivi até aos meus 12 anitos por ter saído com o meu querido pai para a Póvoa de Santa Iria, onde estive até 1948, situação criada pelo encerramento da fábrica de moagem junto à estação onde o meu pai trabalhava e voltou a trabalhar até se reformar. A partir desta data, 1948, trabalhei na construção civil como, por exemplo, no novo quartel de Infantaria 3, já como pedreiro, com apenas 17 anos; na Caixa Geral de Depósitos, onde executei todo o trabalho da cantaria (pedras) que estão à vista no edifício às Portas de Mértola; tendo também feito a montagem da estátua da Nossa Senhora no largo do Carmo. Trabalhos que muito orgulho me dão e por ter sido reconhecido por tal feito fui convidado para concorrer para fiscal de obras da Caixa Geral de Depósitos em Lisboa, onde estive nove anos como chefe de equipa, tendo saído a meu pedido em 1971, já com alvará de empreiteiro de obras públicas, e que mantive até 2004 com boas notas por onde executei, dezenas e dezenas de obras, que posso justificar com muitas cartas abonatórias que tenho na minha posse! Tudo isto para dizer o quê? Para dizer que adorei a homenagem que o nosso “Diário do Alentejo” fez ao grande empresário sr. Leonel Cameirinha, senhor que todos os bejenses conhecem e que é realmente um grande bejense pelo que daqui dou os meus parabéns ao nosso jornal porque reconhece os feitos dos bejenses e mostra o seu orgulho publicando esses factos, o que no meu caso muito me satisfez! Ficando mesmo muito contente! No entanto, como leitor do nosso jornal também me sinto orgulhoso por muitos outros bejenses, que desenvolvem as suas atividades noutras áreas, e muitos deles também começaram do nada, como é o meu caso e de tantos outros que estarão espalhados por todo o universo, o nos orgulha a todos, especialmente aqueles que com o seu trabalho vão chegando a bom porto, como foi o meu caso, assunto de que um dia se poderá falar. Hoje, para já, e se for possível, gostaria de ver publicada no nosso jornal uma das quadras que fiz relativas a um ponto de história do meu passado (…). Assim desejando as maiores felicidades para o progresso do nosso jornal me despeço com os meus cumprimentos a todos os trabalhadores desse maravilhoso jornal que o é! “Diário do Alentejo” – parabéns a todos voz, mais uma vez!

Esta é Minha Mote Sou apenas aquilo que sou E mais não precisei de ser E nunca ninguém me contestou Por a minha vida bem resolver 1.ª décima Como operário fui cumpridor No desempenho da minha profissão Tendo sempre muita atenção Em tudo o que fazia, e lhe dar valor Mesmo sem ser engenheiro ou doutor Dei boas provas como pivot Com muita vontade e algum dom E bastante vontade em vencer Muito trabalhei para algo merecer Eu sou apenas aquilo que sou! 2.ª décima Fiz a tropa com muito boa gente Que cumpri com todo o empenho Ouvindo elogios pelo meu desempenho Do comandante e do meu tenente Facto que tenho bem presente Quando às perguntas soube responder Dando origem no que veio a acontecer E que na minha vida tudo veio mudar Indo para a carreira de tiro o tempo acabar E mais não precisei de ser 3.ª décima Depois da tropa, a minha profissão Tendo executado obras com criatividade Melhorando muito e ganhando posição Mostrando a minha vocação e habilidade Desenvolvendo o meu saber com paixão Já com bastante confiança no que sou O meu avanço técnico muito avançou Sentindo muita confiança no que fazia Assim ia seguindo o meu caminho e, dizia Nunca, nunca ninguém me contestou! 4.ª décima Depois, fiscal de obras a empreiteiro Onde fiz um percurso muito bonito É na realidade o que hoje sinto Tendo sido um patrão e companheiro Com alegria em tudo o que fazia, mas sereno Com toda a garra do meu querer Empregando toda a minha vontade e saber Pelo que me considero bastante realizado E razoavelmente bem compensado Por a minha vida bem resolver.

uma das últimas edições de agosto de 1962, um articulista então habitual nas páginas do “Diário do Alentejo” e que assinava com as iniciais M.A.S. comentava na primeira página um artigo saído no “Diário de Notícias”, de Lisboa, sobre a conquista da Lua. Isto, sublinhe-se, nove anos antes do astronauta norte-americano Neil Armstrong – desaparecido há dias – ter pisado pela primeira vez o solo da Lua: “(...) O sr. Camilo Chautemps faz considerações vagas sobre a ‘conquista da Lua’, a propósito da recente proeza realizada pelos cosmonautas russos major Nicolaev e tenente-coronel Popovitch. Na verdade, bastante vagas e ligeiras são as considerações do sr. Camilo Chautemps. Quando lemos o título da sua carta, ‘A conquista da Lua’, tivemos a impressão de que o ilustre articulista internacional, bem relacionado com os meios oficiais dos Estados Unidos, ia fazer alguma revelação concreta sobre a Lua e o modo de vida física e social dos seus habitantes ou acerca dos objetivos dos cientistas quanto aos projetos de chegada e desembarque de cosmonautas naquele romântico planeta. Pura ilusão! Na sua ‘carta’, o sr. Camilo Chautemps não adianta uma palavra e até diz muito menos do que já temos lido acerca de viagens á Lua, apesar de se mostrar muito informado quando afirma: ‘Sabe-se em que consiste essa viagem de exploração, e não se ignora que para a levar a cabo serão necessários três homens, dois deles destinados a descer no satélite e o terceiro a ficar a bordo da nave espacial, a fim de ajudar depois os outros dois a reembarcar’. Mas afinal o que pensam os cientistas que os cosmonautas poderão fazer na Lua? Qual o fim concreto dessa missão ousada? Que ideia se pode fazer do silêncio dos ‘habitantes da Lua’, em face das tentativas dos cientistas da Terra? De nada disto nos fala o sr. Camilo Chautemps. Mas em compensação diz-nos que uma alta entidade científica americana tem a convicção de que ‘os americanos serão os primeiros a chegar á Lua’ – convicção de que não partilha o sr. Camilo Chautemps, por verificar que os russos vão mais avançados nessa matéria, dispondo de mais sólido apetrechamento. Todavia, não deixa de manifestar o seu desejo de que o êxito final (da conquista da Lua) pertença aos países ocidentais, a fim de ser utilizado em fins pacíficos. (...) Mas, infelizmente, não temos esperanças de que a paz nos possa vir da Lua. Se os homens não têm conseguido a paz na Terra, como podemos esperar que façam a pacificação através da Lua? Mais uma grande ilusão!...”. Carlos Lopes Pereira


O programa é vasto, variado e de qualidade assinalável. Este fim de semana decorre em Beja mais uma edição das PALAVRAS ANDARILHAS. Descapitalizado e sem a firmeza financeira de outros tempos, o grande encontro da palavra dita decorre este ano sob o signo do voluntarismo, da solidariedade e da boa vontade. O “DA” está com as Palavras Andarilhas e esta é apenas uma singela homenagem aos incansáveis e criativos trabalhadores da Biblioteca de Beja. PB

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Isolados mas não resignados… Vim para cá [Beja]em 2002 e gostei tanto que fiquei. É pena certas mentes mesquinhas que querem continuar a fechar a cidade (…) mas curiosamente renegam as tradições que são o sangue desta terra. Eduardo Pândega, no grupo Revolta-te por Beja, 26 de agosto de 2012

Afinal os Alentejanos são ativos. Temos uma certa fama de sermos lentos. Tudo aparência. Como diz o provérbio “As aparências iludem”. Estou a gostar do dinamismo [do movimento revolta-te por Beja]. Assim é que tem que ser, lutar pelo sítio que ocupamos. Estava enganada, afinal ainda há jovens dinamizadores, com garra e com espírito de luta. Bem Hajam. Lutem, para terem um amanhã melhor, para vós e para os vossos filhos. Portugal fez uma revolução para nos livrarmos de um ditador. Afinal, passados 35 anos, temos o mesmo peso, aliás pior. Emília Rafael, no grupo Revolta-te por Beja, 25 de agosto de 2012

Cartas ao diretor As árvores morrem de pé Ex-plátano do pátio do Mercado Municipal, Beja

Vivi durante anos asfixiado com todo o meu tronco dentro desta maldita barraca, a garganta apertada com plástico e toda a minha pele cravejada com pregos ferrugentos, dilacerando a minha pobre carne. O bandido do carcereiro (louceiro) nunca me perguntou se me sentia bem ou se teria sede. Resumindo: morri asfixiado e à sede no meio de tantas panelas e potes de barro. Julgo que ninguém comunicou no vosso jornal a minha morte. Como todas as árvores, morri de pé, e como cheguei ao fim do meu martírio, peço-lhe encarecidamente: anuncie-me no vosso jornal e peça às caridosas pessoas para me tirarem do suplício em que tantos anos vivi.

O Correio do Marquês – III

Existem na rua Soveral Rodrigues umas árvores, de cujas folhas e flores se extrai a tília, remédio para enxaquecas, malazengas e também para os nervos. Naquela rua colhiam folhas e flores, não só moradores, como os que vinham de fora. Pois bem, chegaram lá uns senhores da câmara e limparam as árvores até ao ponto a partir do qual já não há braço que permita colher o preparo para o famoso remédio. Na rua General Humberto Delgado, o forte raizedo das frondosas árvores está a levantar as calçadas, a partir lancis e a penetrar pelos quintais dos moradores, onde destrói lajes e entope canalizações. Pelo menos previnam os praticantes de footing que o pavimento é impróprio para aquela prática. E o velhinho estádio Flávio Santos!? Agora, com portas e portões escancarados, de noite e de dia. Local atrativo para a prática a de certos atos, que pudicos e puritanos não só refutam como entendem haver locais mais adequados para o efeito. Mais te informo que para rebater o suez ataque que o tonto do Camilo me moveu (devia andar em crise de paixões ou desilusões) nomeei o sr. Latino Coelho, o sr, Ramalho Ortigão e a sr.ª Agustina Bessa Luís. E mais não digo, por enquanto…

Manuel Dias Horta, Beja

Cidadão de Beja: – Vou-me embora! Vou partir! – Vou para onde vim. Que donde, não sei! Percorri o teu país, meu antigo reino. Muito observei, mas pouco vi. Deduzo que ainda não resolveram a crise de…valores. De passagem para a minha querida Vila Real de Santo António parei na tua cidade. Fui abordado por várias pessoas que desejavam apresentar as suas queixas. Expliquei-lhes que não era provedor de nada, nem de ninguém. No entanto, na câmara estão uns senhores e umas senhoras, com os ordenados em dia, cuja missão é exatamente atenderem os munícipes e resolverem os seus problemas. Pelo bizarro de algumas das queixas, ou pela sua premência, aqui deixo registo:

Desertificação do Alentejo José António Dias, Saboia

Tudo se vai decidindo para o que parece ser um plano de desertificação das aldeias do nosso pobre Alentejo, provocado pelas calamitosas decisões dos nossos governantes, que paulatinamente vão destruindo a qualidade de vida que nelas existia. O que está acontecendo às localidades fora da periferia do litoral, onde esta situação está posta em marcha, é uma evidência que já não pode ser posta em causa. Assim nas localidades, de Pereiras-Gare e Amoreiras-Gare, ao concelho de Odemira já se decretou o encerramento das suas escolas,

esta primeira a funcionar sem interrupção desde 1937, e a segunda pouco depois, estas escolas foram criadas numa época em que os iluminados de agora chamavam de ignorância, agora paradoxalmente, deixam a funcionar o jardim de infância e deslocam os alunos alguns de tenra idade para mais de 13 quilómetros de distância. Ali longe do convívio dos seus familiares e vizinhos, ficam vulneráveis a todos os perigos, que esta época agora chamada de luzes lhes oferece. Disse o Ministro que nenhuma escola fecharia sem o beneplácito dos presidentes de câmara, assim temos que convir que interesses pessoais ou políticos se tenham antecipado, porque de outra maneira não devia acontecer. Mas ainda assim o programa para a desertificação e destruição destas aldeias, onde tudo vai sendo tirado, já passou pelo fecho das estações ferroviárias e com a consequente abolição recente das paragens dos comboios. Era este o único meio de transporte com o mundo exterior, que a maioria das pessoas tinham, também aqui o Ministro disse que ninguém ficaria sem transportes. Durante 97 anos sempre o comboio foi o nosso meio de transporte porque passa precisamente pelo meio destas localidades. Agora a CP alegando fatores financeiros suprimiu as paragens, passando agora os comboios aqui a silvar que até nos parece provocatória. Para fazer crer que não perdemos tudo, foram criadas paragens nos comboios de longo curso em Saboia e Funcheira com o beneplácito das câmaras, porém por verificações feitas sabe-se que em Saboia 90 por cento da utilização dos comboios é feita com pessoas de Pereiras, Luzianes e Amoreiras, porque Saboia e Santa Clara sempre pouco o utilizaram. Somos obrigados a nos deslocarmos a dez quilómetros de distância, porque não temos outro meio de transporte. Será que as paragens em Pereiras, Luzianes e Amoreiras, davam prejuízo à CP? Ou não será os milhares que viajam diariamente nas linhas suburbanas que não pagam bilhete e que a CP não evita, para não falar em outros casos de má gestão.

Porque será que as câmaras se regozijaram com as paragens em Saboia e Funcheira, e não pugnaram para a sua criação nas outras estações. Nós só somos conhecidos quando precisam do nosso voto, ou quando nas repartições públicas se recolhem os impostos. Não compreendemos porque seres humanos que nos governam decidem fazer isto a outros seres humanos, sabemos sim, que somos abandonados, enganados durante um tempo, durante um determinado tempo, mas durante todo o tempo não.

Rangel e território – uma saudação! José Carlos Albino Messejana

Serve esta carta para, vivamente, me congratular com o Artigo de Paulo Rangel, no “Público” de 24/07/2012, intitulado – “D. Dinis sabia e nós não devemos ignorar”. Satisfação redobrada por vir de um deputado europeu da maioria parlamentar atualmente no poder, que suporta Governo e que ignora ou combate qualquer visão sobre o território. Cito, apenas, duas passagens. “A distribuição geográfica tem de obedecer a uma visão do país, a um desígnio territorial da comunidade política”. E, “desde então (D. Barroso) fez esquecer a dimensão transversal da política do território… mas não há, nem pode haver, uma Reforma do Estado sem um sólido e estabilizado pensamento territorial”. Expressando o meu total acordo com o artigo, questiono se o atual Governo, nomeadamente a ministra Cristas e o “coordenador político governamental” dr. Relvas, quer prosseguir estas “sábias ideias”, ou, pelo contrário, fará “ouvidos de mercador”. A bem do País e das suas gentes, esperemos que se acorde para uma “política de território” e se enterre políticas avulsas, descoordenadas, setorialistas e economicistas. Parabéns Deputado Paulo Rangel!

Haja saúde ambiental Alergias Projeto de educação para a saúde no âmbito do curso de Saúde Ambiental do IPBeja OH BECAS, ESTÁS A LARGAR MUITO PÊLO! DEIXA A DONA SACUDIR O TAPETE.

MÃE, É MELHOR ASPIRARES O TAPETE! É NELE QUE ESTÃO ALOJADOS OS ÁCAROS PREJUDICIAIS PARA A SAÚDE.

TENS RAZÃO. ASPIRAR A CASA É O MELHOR. A VASSOURA SÓ LEVANTA PÓ.

SABES QUE O PAI TEM RINITE ALÉRGICA E O PÓ DA CASA SÓ PIORA O SEU ESTADO DE SAÚDE. TENS QUE TER MAIS CUIDADO!

Coordenação Raquel Santos e Rogério Nunes Texto Ana Machado e Stephanie Gouveia Desenho Patrícia Correia

SIM FILHO, VOU AREJAR BEM A CASA E UTILIZAR UM PANO HÚMIDO PARA LIMPAR O PÓ, SUBSTITUINDO ASSIM O ESPANADOR.

MUITO BEM MÃE! VOU ABRIR A JANELA DO MEU QUARTO PARA AREJAR TAMBÉM. COM AS ALERGIAS NÃO SE BRINCA!


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São as imagens da desolação. Por indicação governamental pararam mais uma

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vez as obras na A26. O que levou ao lay-off na empresa construtora, a Tecnovia. E à criação de uma gigantesca e cara serpente de terra e de escombros. Sem qualquer utilidade. Entre Beja e Sines. Texto PB Fotos José Ferrolho

Fotorreportagem


JOSร SERRANO

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Despertar Sporting Clube perdeu em Almada

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Campeonato Nacional de Juvenis (2.ª jornada): Beira Mar de Almada-Despertar, 3-2; Imortal-V.Setúbal, 0-1; Odemirense-Louletano, 0-1; Lusitano de Évora-Estoril, 3-1; Oeiras-Cova da Piedade, 1-0. Líder: V.Setúbal, 6 pontos. 6.º Odemirense, 1. 10.º Despertar, 0. Próxima jornada (9/9): V.Setúbal-Odemirense; Despertar-Cova da Piedade.

Calendário da 1.ª jornada do Campeonato Nacional da 3.ª Divisão (2/9/2012, 17 horas): Juventude-Reguengos; Lagoa-Lagos; Monte Trigo-Aljustrelense; Castrense-Vasco da Gama; Moura-Sesimbra; União de Montemor-Lusitano VRSA.

Desporto

Campeonato Nacional da 3.ª Divisão com oito equipas alentejanas na Série F

3.ª Divisão na hora da despedida... A presente edição do Campeonato Nacional da 3.ª Divisão abre as portas na tarde do próximo domingo, a partir das 17 horas. Será o ano do tudo (subida ao Campeonato Nacional de Seniores) ou nada (despromoção aos distritais). Texto e fotos Firmino Paixão

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ão oito equipas alentejanas (quatro do distrito de Beja). Um número invulgar que não recordamos de ter alguma vez acontecido. A prova terá seis séries, cinco do continente e uma dos Açores e, no final da época (CO n.º 376 da FPF), “sobem ao Campeonato Nacional de Seniores os dois primeiros classificados de cada série” e, inversamente, “descem aos Campeonatos Distritais os clubes classificados do 3.º ao 12.º lugares de cada série”. Depois, o Nacional da 3ª Divisão sairá de cena. Até lá as quatro equipas filiadas na AFBeja vão esgrimir os seus argumentos e, no final, acertam-se as contas. Castrense e Vasco da Gama protagonizam o primeiro derby da temporada, o Moura recebe o Sesimbra e o Aljustrelense viaja para Monte Trigo. Otimismo não falta, mais ou menos moderado, os investimentos estão feitos, vamos então esperar pela avaliação final. Até lá ficam as primeiras ideias dos respetivos técnicos. 3.ª Divisão Valdemar Mané, um dos reforços com que o Vasco da Gama se apresentará no domingo em Castro Verde

“Que seja um bom espetáculo”

“Não entraremos derrotados”

“Com o pensamento na vitória”

“Espero um jogo muito difícil”

Francisco Fernandes Futebol Clube Castrense

Fernando Piçarra Vasco da Gama da Vidigueira

Carlos Piteira Mineiro Aljustrelense

Joaquim Mendes Moura Atlético Clube

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sempre agradável iniciarmos com uma equipa da região, neste caso com o campeão distrital da última temporada. Quanto mais equipas existirem aqui da região a disputar provas nacionais melhor será. É pena que isto dure apenas uma época, mas é o que temos. Daremos o nosso melhor, iremos com o pensamento na vitória, mas os jogos não se ganham antes de começarem. Vamos respeitar o adversário, sabemos que O Castrense tem uma equipa com muito valor, mas não entraremos derrotados”.

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Monte Trigo regressa aos campeonatos nacionais e começa a prova perante o seu público. Será um adversário muito difícil, mas este campeonato não irá ter jogos fáceis. Estamos a preparar as coisas de forma a que essas dificuldades sejam atenuadas, mas iremos para Monte Trigo com uma postura muito séria, muito rigorosa, respeitando muito o nosso adversário, que tem jogadores muitos experientes, com muitas passagens pela 3.ª Divisão, mas quando entrarmos em campo o nosso pensamento só pode estar na vitória”.

erá um bom início de campeonato. Nós queremos ganhar, mas é agradável ficar na história do Vasco da Gama da Vidigueira esta estreia num campeonato nacional jogando com o Castrense, esse registo será sempre recordado ao longo dos anos. Queremos vencer para iniciarmos o campeonato da melhor forma, espero que seja um bom jogo, com muito público, estamos em presença de dois clubes da região e será agradável termos muita gente na bola. E já agora, que seja um bom espetáculo de promoção do futebol”.

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campeonato é a competição em que vamos estar mais centrados; o Sesimbra tem uma equipa muito jovem; é um clube que tem um mercado muito abrangente, uma margem de escolha muito diversificada e jovens com muita qualidade. Espero um jogo difícil, aliás, esperamos dificuldades com todas as equipas que vamos defrontar neste campeonato, desde o primeiro apito do árbitro até ao final de cada jogo temos que estar sempre ao melhor nível, sempre nos limites, para termos sucesso e sermos superiores ao adversário”.


A 1.ª Jornada do Campeonato Nacional de Juniores (2ª Divisão) disputa-se amanhã (17 horas) com o seguinte quadro de jogos: Louletano-Oeiras; Olímpico do Montijo-Farense; Lusitano de Évora-Barreirense; Moura-Beira Mar de Almada; Atlético-Lusitano VRSA.

Taça de Portugal (1.ª Eliminatória) Resultados das equipas alentejanas: Oriental-Juventude de Évora, 2-1; União de Montemor-Oliveira de Frades, 1-0; Aljustrelense-Atlético de Reguengos, 0-1; Sacavenense-Monte Trigo, 3-0; Barreiro(Açores)-Moura, 1-0; Vasco da Gama Vidigueira-Caçadores de Taipas, 3-2; Castrense-Elétrico de Ponte Sôr, 0-2.

Vasco da Gama qualificado para a 2.ª eliminatória da Taça de Portugal

Uma Taça com Vidigueira de honra Uma abertura oficial da época desportiva pouco prometedora para três das quatro equipas que participaram no arranque da Taça de Portugal. Só o Vasco da Gama descobriu o caminho para a 2.ª eliminatória.

Texto e fotos Firmino Paixão

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ue dizer de um clube que, já em tempo de “lavar dos cestos”, foi “vindimado” para participar nas provas nacionais, 3.ª Divisão e Taça de

Portugal, com uma equipa construída à pressa e sem tempo de organizar a sua pré-temporada (o que fará em plena competição) e que perante um adversário de peso, manifestamente superior em termos de recursos despor-

Taça de Portugal Luís Soudo, do Vasco da Gama, em luta pela posse da bola

Taça de Portugal O defesa Vítor Rolim protege a bola mas o Castrense não evitou a derrota

tivos, consegue o estatuto de sobrevivente do futebol bejense na Taça de Portugal? Só pode ser um Vidigueira de honra! O Vasco da Gama mandou para casa a formação dos Caçadores de Taipas, com uma vitória sofrida, mas bem construída, tangencial, mas justa. Numa tarde em que brilharam os “Zés” (José Cláudio, José Feio e José Navas) que marcaram os três golos alentejanos. A primeira equipa a entrar em competição foi o Moura, face à antecipação do jogo que realizou nos Açores, com a formação do Barreiro. Julgava-se que os mourenses pudessem regressar vitoriosos, em face dos bons argumentos que ostentam para esta temporada. Mas com isso não se ganham jogos e o Moura, perdendo por uma bola a zero, em Angra, deixou o heroísmo para os açorianos e regressou a casa afastado da competição. Jogando em casa, o Castrense desejava entrar com o pé direito nesta campanha desportiva, e tinha pela frente uma equipa do mesmo escalão, mas que ainda há pouco tempo rodava em patamar superior, onde ganhou consistência (apesar da juventude) para saber aguardar pelos erros alheios e vencer a partida. Sabemos como Francisco Fernandes desvaloriza esta competição, dita de festa do futebol português para os mais modestos, mas ganha sempre por clubes maiores. Ainda assim, a jogar no seu terreno, o Castrense tinha por obrigação vencer. Outro tanto se dirá do que aconteceu em Aljustrel, entre dois conjuntos da mesma região, os locais à procura de novos rumos e os visitantes, recentemente despromovidos da segunda divisão. Um golo favorável aos visitantes, misturado com críticas dos mineiros à arbitragem, marcou a diferença e decidiu a eliminatória. O Vasco da Gama ficará a conhecer o próximo adversário no dia de hoje (o sorteio está marcado para as 15 e 30 horas).

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Taça José Saúde

Conduz-nos a máquina do tempo ao encontro de verões agrestes, onde os jogos a contar para a primeira eliminatória da Taça de Portugal não davam tréguas aos jovens jogadores entregues ao sucesso. Lembro os inícios das épocas desportivas. Os seus princípios, tal como agora, eram vocacionados para a campanha de uma competição fértil em surpresas. Recordo que a condição física não era a melhor. Porém, a nossa juventude conseguia engendrar forças que permitiam uma entrega total. Vinham, depois, as vitórias saborosas, algumas inesperadas, que levavam os nossos zénites ao rubro. No passado domingo, 26, revivi momentos que continuam a marcar um mapa, já esfarrapado, mas cujo mata-borrão jamais ousará apagar os caminhos outrora trilhados. Numa viagem à terra de Baco, assisti ao desafio entre o Vasco da Gama da Vidigueira e o Caçadores de Taipas e deparei-me com a vitória (3-2) da equipa alentejana. Aliás, o desfecho foi justo e assume a particularidade da equipa de Fernando Piçarra ser o único conjunto da AF Beja a alcançar tamanho feito nesta caminhada inicial das competições nacionais, época 2012/2013. A curiosidade ganha uma outra dimensão quando centramos atenções na derradeira metodologia implementada, agora, pela FPF na nova conjetura global da III divisão, levando a endossar convites aos segundos classificados regionais. Assim, com a nega do Milfontes, coube ao conjunto da Vidigueira aceitar e preparar-se para levar de vencido tamanho arrojo. E a verdade é que os comandados de Piçarra lograram seguir em frente na Taça de Portugal, deixando, numa opinião pessoal, uma boa imagem perante o seu público que satisfez a curiosidade com o evoluir da equipa sobre o magnífico sintético, uma infraestrutura enriquecida pela disponibilidade autárquica, e que deixou os vidigueirenses em êxtase. Que a taça seja, afinal, um bom prenuncio para o campeonato que se avizinha.

Diário do Alentejo 31 agosto 2012

Juniores do Moura AC jogam em casa


Canoagem russa no Náutico de Mértola

Diário do Alentejo 31 agosto 2012

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O Selecionador da Federação de Canoagem da Rússia, Vladimir Parsenovich, esteve esta semana em Mina de São Domingos e Mértola, numa visita de avaliação às condições oferecidas pelo Centro de Estágio do Clube Náutico local, para a eventualidade das equipas nacionais daquele país ali poderem preparar o próximo ciclo olímpico, tendo em vista os Jogos do Rio de Janeiro, em 2016.

Torneio José António Castilho O torneio que a rádio Castrense organiza no início de cada época desportiva distrital passará este ano a designar-se Torneio de Futebol José António Castilho, numa homenagem póstuma àquele antigo colaborador da emissora local. A competição está marcada para 8 e 9 de setembro, com a participação do Castrense, Aljustrelense, Almodôvar e São Marcos.

Juventude Desportiva das Neves sobrevive à crise com bons resultados

Fazer muito tendo tão pouco Manter os bons resultados com um investimento reduzido, preconiza Amílcar Pereira, presidente da Juventude Desportiva das Neves (JDN), clube que tem atenuado as dificuldades com os sucessos desportivos. Texto e foto Firmino Paixão

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histórico dirigente deste clube na freguesia das Neves sublinha a intervenção social da JDN, elogia o papel dos técnicos e atletas, num quadro em que o clube se obriga a reduzir o orçamento e a movimentar menos atletas. Ainda assim, a época passada foi bem sucedida: cinco atletas na ribalta, com 11 medalhas conquistadas. O dirigente revelou que na atual conjuntura, com todas as dificuldades inerentes e com tão poucas verbas para apoiar estes atletas “foi quase uma época invulgar no contexto em que estamos. Foi quase um milagre o que estes cinco atletas conseguiram fazer na última temporada”. Um pouco longe do fulgor do passado mas teimando em manter bons resultados?

Sempre estivemos no desporto para proporcionarmos prática desportiva à juventude, depois, tentando obter resultados de bom nível que projetassem o clube. Mas sempre degrau a degrau, sem forçarmos muito e em consonância com a filosofia dos nossos técnicos. Como a conjuntura entretanto mudou, de há uns anos para cá, temos reduzido despesas e reduzido o nosso fulgor, mas os sucessos desportivos mantêm-se porque ainda temos um lote de atletas com um bom nível e bem enquadrados tecnicamente. Sem comprometerem o prestígio da JDN no atletismo regional?

Fomos durante muitos anos o clube mais representativo, com melhores resultados e mais títulos. Agora já não é bem assim, há outro equilíbrio, porque nós fomos quase obrigados a baixar um pouco a fasquia e os nossos índices desportivos, devido a este quadro de falta de apoios e de patrocínios, numa conjuntura a que tivemos que nos adaptar. E esse foi o passo certo, caso contrário já teríamos acabado.

será fácil. Qualquer prova com os índices que a nossa atingiu já era um investimento elevado. Baixámos o valor dos prémios, mesmo assim a despesa mantinha-se elevada. Só voltaremos a organizá-la com o financiamento garantido, mas hoje não existem apoios para estas atividades pontuais como acontecia no passado. O Grande Prémio foi organizado durante 20 anos consecutivos e foi com muita pena nossa que o retirámos do calendário. A JDN tem a particularidade de recrutar nas instituições de apoio social à juventude…

É um trabalho invulgar e não é apoiado nem reconhecido. Sempre tivemos esse papel, sempre trabalhámos com miúdos da Casa Pia, da Casa do Estudante e agora com miúdas da Fundação Manuel Geraldo. É muito bom vermos jovens com problemas a nível social a singrar no desporto, como, por exemplo, a Sara Inácio e a Elsa Patriarca, miúdas da Fundação que estão a conseguir resultados brilhantes a nível nacional e que um dia poderão ser grandes atletas. É um trabalho gratificante.

Dificilmente o Grande Prémios das Neves será reposto no calendário?

Liliane Abreu, Sara Inácio, Elsa Patriarca, Diogo Luz, Catarina Breu, são os vossos atletas de eleição?

Mantendo-se o atual quadro económico não

Esses foram os atletas que mais se destacaram

na última época. O Diogo Luz conseguiu sete medalhas a nível nacional, um atleta que deu um grande salto mercê de um trabalho sustentado em cinco ou seis anos de atletismo. Os outros atletas também. São quatro Juvenis, só a Liliane é que é Sub/23, e todos podem ainda dar muito à modalidade. Assim eles mantenham a dedicação e nós tenhamos condições para os levar aos campeonatos nacionais. Tenho que sublinhar o papel dos treinadores, Jorge Aniceto e José Silveira, fundamentais neste processo, são pessoas a quem o clube deve muito. Que perspetivas para a próxima época?

Vamos reduzir ainda mais as despesas, tentar manter esta qualidade com o mínimo de atletas. Tentaremos repetir o sucesso da última época, não será fácil, esta foi singular, os atletas estiveram muito bem. Manteremos esta filosofia de obter resultados gastando o mínimo possível. Mas a ambição será sempre grande. Menos apoios equivalem a mais dificuldades?

O nosso orçamento na época anterior era de 20 000 euros, na próxima será de 12 500, o que é isso? Nem dá para o gasóleo, ao preço a que ele está! Estamos a reduzir tudo, é tudo gerido ao mínimo e é assim que temos que fazer porque no atletismo não temos receitas. Os resultados são conseguidos graças ao voluntariado e é nessa base que tentamos que os atletas sejam bem sucedidos e que o clube se projete a nível nacional. Acredita na rápida recuperação da Pista Fernando Mamede?

Todos os dias luto por isso. É um processo que se arrasta há quatro anos, não sei até quando, ficaria muito feliz de voltar a ter em Beja uma pista em condições, mas não vejo que nos próximos tempos isso aconteça. A Associação Regional vai estar em eleições. É o tempo de saber quem apoia quem?

O nosso clube nunca teve pretensões em estar na Associação. Sempre apoiámos quem lá esteve, todos eles fizeram um bom papel, umas vezes melhor outras menos bem, mas todos cumpriram. Certamente que a solução que será encontrada será uma lista que apoiaremos e com a qual estaremos sempre. Apoiaremos quem avançar.


Realizam-se hoje na sede da Associação de Futebol de Beja, pelas 20 e 30 horas, os sorteios das provas regulares (campeonatos de seniores, juniores, juvenis e iniciados e taças de seniores, juniores e juvenis) organizadas por aquele organismo.

Maratona de Pesca Desportiva O Clube Bejense dos Amadores de Pesca Desportiva organiza amanhã, na concessão de Pesca da Barragem de Santa Clara do Louredo (Boavista), uma prova denominada “Maratona à Americana” (seis horas consecutivas de pesca). A concentração está marcada para as 6 e 30 horas na sede do clube.

Formação e avaliação de árbitros em Beja

O Conselho Regional de Arbitragem da AF Beja promove ao longo do dia de amanhã um conjunto de ações de formação e avaliação (com provas físicas e testes teóricos), dirigidas aos árbitros e observadores do seu quadro distrital.

21 Diário do Alentejo 31 agosto 2012

Sorteios da AF Beja realizam-se hoje

Gala dos Campeões A Gala da Associação de Atletismo de Beja, para a habitual distinção dos campeões da época desportiva 2011/2012, realiza-se no próximo dia 8 de setembro, pelas 15 e 30 horas, no Clube de Sargentos da Força Aérea, na cidade de Beja

Pagaia Sul de Beja com atleta no Mundial de kayak

Um bejense na elite do kayak polo É no Cais da Planície que embarcam todos os sonhos do João Roque, um jovem bejense, no vigor dos seus 21 anos, feitos em maio último, que nos próximos dias estará na Polónia a competir no Mundial de Kayak Polo. Texto e foto Firmino Paixão

P

agaiando aqui, pagaiando ali, mas sempre ancorado à Associação Juvenil Pagaia Sul e através do desporto, João Roque está a sair do anonimato e do marasmo que invariavelmente condena a juventude das terras mais interiores. É um jovem desportista bem sucedido, não deixou que a apatia generalizada na sociedade destes tempos lhe sentenciasse o futuro. Lutou com as armas que tinha, as competências que lhe são reconhecidas pelas instâncias superiores da modalidade que abraçou e através da qual vai projetando a Pagaia Sul, associação bejense que lhe permitiu este impulso para múltiplas vivências. Está no kayak polo há apenas quatro anos, e a sua presença em provas internacionais já é interessante. Primeiro num torneio na cidade alemã de Essen, em 2011 no Europeu de Madrid, e agora a gerir as emoções de uma convocatória para o Seleção Nacional de Seniores que, entre os dias 5 e 9 de setembro próximo, disputará o Campeonato do Mundo desta modalidade, na cidade polaca de Poznan. E quem é o João Roque? O seu percurso desportivo começou naturalmente pelo futebol: “Joguei durante quatro épocas no Despertar Sporting Clube, em Juvenil e Júnior, duas épocas no distrital e duas no nacional, fui campeão distrital nos dois escalões”. No plano académico, “fiz o 12.º ano na área da hotelaria mas optei, para já, por não seguir esse caminho”. A opção pela hotelaria, refere o atleta, não foi nem sonho, nem vocação: “Foi o que surgiu no

Kayak polo O bejense João Roque (Pagaia Sul) integra a Seleção Nacional que disputará o mundial em Poznan, Polónia

“Vou lá fora aprender e depois transportar esses ensinamentos à minha equipa para que possamos melhorar os nossos resultados”, confidenciou João Roque

momento e gostei da área e segui por aí durante cinco anos, porque o meu verdadeiro sonho era ser futebolista profissional, mas essa ideia desvaneceu-se quando comecei a estudar hotelaria. Entretanto, quando jogava futebol, descobri o kayak polo, que mais tarde passou a ser a minha modalidade de eleição”. O abandono do futebol, depois dois títulos, tem uma história que o João quis partilhar: “Tive um pequeno problema de

saúde e prescreveram-me um medicamento a que era alérgico e essa incompatibilidade provocou um incidente que podia ter sido grave; deixei de ver, perdia as forças e desfalecia”. O jovem confessou que fazia muito desporto, ginásio, futebol, kayak e, a conselho médico, optou apenas por uma das atividades:“Deixei o futebol, escolhi o kayak polo, era o que eu gostava mais”. Há males que vêm por bem, não é João? “Foi uma opção feliz, cada vez gosto mais da modalidade e estou com bons resultados, referiu o atleta, explicando que começou a praticar kayak polo através de um ateliê de de verão na Associação Juvenil Arruaça: “Eu, o Pedro Mestre e o Sandro Guerreiro, hoje todos atletas da Associação Pagaia Sul (APS)”. Quando soube desta convocatória “reagi com uma felicidade tremenda”. Surpresa? “Talvez não, pelo trabalho que tenho feito, confesso que estava um pouco à espera que pudesse acontecer. Existiu alguma indecisão quanto à minha inclusão na equipa Sub/21, ou na equipa Sénior, porque se lesionou um dos melhores jogadores Sub/21, mas deram-me os parabéns e disseram-me que o meu lugar era na Seleção de Seniores. Fiquei muito feliz por isso, é um passo enorme na minha carreira de atleta, mas também uma responsabilidade maior”, sustenta o atleta. Mas fica também a certeza de que na comitiva se vai falar alentejano porque ao bejense João Roque vai juntar-se o atleta Bruno Leitão

que representa o Fronteirense, ambos na equipa principal. Para eles algo será diferente no futuro, pelo menos a constatação de integrarem o grupo de elite entre os cerca de 150 atletas que a modalidade tem em Portugal. “Vou lá fora aprender e depois transportar esses ensinamentos à minha equipa para que possamos melhorar os nossos resultados”, confidenciou João Roque sem esquecer: “A Associação vai ajudar-me comparticipando com algumas despesas, outras seremos nós a suportar, na verdade, parece mal termos que pagar para representarmos a Seleção do nosso país, mas como temos amor à camisola, não podemos olhar para trás. São oportunidades únicas” compreende o atleta, sublinhando que “por causa dos Jogos Olímpicos a Federação está com algumas dificuldades, então cada atleta tem que ajudar”. O Pedro Mestre e o Sandro Guerreiro, atletas que integraram os estágio, eram potenciais presenças no Mundial, mas, explicou João Roque, “eles estão sem material, é uma modalidade cara, tenho um barco que me custou 600 euros e que teve que ser pago com o meu suor”. O jovem fez questão ainda de realçar o que disse ser “o apoio fantástico da direção da APS, flexibilizando os seus compromissos profissionais no Cais da Planície, onde trabalha atualmente”. Porque afinal, o Associação Pagaia Sul é o seu clube mas, também, a âncora profissional que o prende ao Cais da Planície.


saúde

22 Diário do Alentejo 31 agosto 2012

Análises Clínicas

Medicina dentária

Psicologia

Dr.ª Heloisa Alves Proença Médica Dentista

Dr. Fernando H. Fernandes Dr. Armindo Miguel R. Gonçalves Horários das 8 às 18 horas; Acordo com beneficiários da Previdência/ARS; ADSE; SAMS; CGD; MIN. JUSTIÇA; GNR; ADM; PSP; Multicare; Advance Care; Médis FAZEM-SE DOMICÍLIOS Rua de Mértola, 86, 1º Rua Sousa Porto, 35-B Telefs. 284324157/ 284325175 Fax 284326470 7800 BEJA

Cardiologia

RUI MIGUEL CONDUTO Cardiologista - Assistente de Cardiologia do Hospital SAMS CONSULTAS 5ªs feiras CARDIOLUXOR Clínica Cardiológica Av. República, 101, 2ºA-C-D Edifício Luxor, 1050-190 Lisboa Tel. 217993338 www.cardioluxor.com Sábados R. Heróis de Dadrá, nº 5 Telef. 284/327175 – BEJA MARCAÇÕES das 17 às 19.30 horas pelo tel. 284322973 ou tm. 914874486

MARIA JOSÉ BENTO SOUSA e LUÍS MOURA DUARTE

Cardiologistas Especialistas pela Ordem dos Médicos e pelo Hospital de Santa Marta Assistentes de Cardiologia no Hospital de Beja Consultas em Beja Policlínica de S. Paulo Rua Cidade de S. Paulo, 29 Marcações: telef. 284328023 - BEJA

Exclusividade em Ortodontia (Aparelhos) Master em Dental Science (Áustria) Investigadora Cientifica - Kanagawa Dental School – Japão Investigadora no Centro de Medicina Forense (Portugal)

Assistente graduado de Ginecologia e Obstetrícia

ALI IBRAHIM Ginecologia Obstetrícia Assistente Hospitalar Consultas segundas, quartas, quintas e sextas Marcações pelo tel. 284323028

Clínica Geral

Técnica de Prótese Dentária Vários Acordos

Imunoalergologia

Dr. José Geraldo Dias

Rua General Morais Sarmento. nº 18, r/chão Telef. 284326841 7800-064 BEJA

JOSÉ BELARMINO, LDA. Rua Bernardo Santareno, nº 10 Telef. 284326965 BEJA

DR. JOSÉ BELARMINO Clínica Geral e Medicina Familiar (Fac. C.M. Lisboa) Implantologia Oral e Prótese sobre Implantes (Universidade de San Pablo-Céu, Madrid)

CONSULTAS EM BEJA 2ª, 4ª e 5ª feira das 14 às 20 horas EM BERINGEL Telef 284998261 6ª e sábado das 14 às 20 horas DR. JAIME LENCASTRE Estomatologista (OM) Ortodontia

JORGE ARAÚJO

2ªs, 4ªs, 5ªs e 6ªs feiras, a partir das 14 e 30 horas Marcações pelo tel. 284311790 Rua do Canal, nº 4 - 1º trás 7800-483 BEJA

CLÍNICA MÉDICA ISABEL REINA, LDA.

Obstetrícia, Ginecologia, Ecografia CONSULTAS 2ªs, 3ªs e 5ªs feiras Rua Zeca Afonso, nº 16 F Tel. 284325833

FERNANDO AREAL

Centro de Fisioterapia S. João Batista Fisiatria Dr. Carlos Machado Drª Ana Teresa Gaspar Psicologia Educacional Drª Elsa Silvestre Psicologia Clínica Drª M. Carmo Gonçalves Tratamentos de Fisioterapia Classes de Mobilidade Classes para Incontinência Urinária Reeducação do Pavimento Pélvico Reabilitação Pós Mastectomia Hidroterapia/Classes no meio aquático Acordos com A.D.S.E., CGD, Medis, Advance Care, Multicare, Allianze, Seguros/Acidentes de trabalho, A.D.M., S.A.M.S.

Oftalmologista pelo Instituto Dr. Gama Pinto – Lisboa Assistente graduada do serviço de oftalmologia do Hospital José Joaquim Fernandes – Beja Marcações de consultas de 2ª a 6ª feira, entre as 15 e as 18 horas Rua Dr. Aresta Branco, nº 47 7800-310 BEJA Tel. 284326728 Tm. 969320100 Psiquiatria

Medicina dentária

Praça Diogo Fernandes, nº11 – 2º Tel. 284329975

AURÉLIO SILVA

Consultas às 6ªs feiras na Policlínica de S. Paulo Rua Cidade S. Paulo, 29 Marcações pelo tel. 284328023 BEJA

UROLOGISTA

Hospital de Beja Doenças de Rins e Vias Urinárias Consultas às 6ªs feiras na Policlínica de S. Paulo Rua Cidade S. Paulo, 29 Marcações pelo telef. 284328023

Cirurgia Maxilo-facial

BEJA

Terapia da Fala

MÉDICO DENTISTA

Terapeuta da Fala VERA LÚCIA BAIÃO

Prótese/Ortodontia Marcações pelo telefone 284321693 ou no local

Consultas em Beja CLINIBEJA – 2.ª a 6.ª feira Rua António Sardinha, 25, r/c esq.

Rua António Sardinha, 3 1º G 7800 BEJA

Urologia

FRANCISCO FINO CORREIA

Consultor de Psiquiatria

MÉDICO UROLOGISTA RINS E VIAS URINÁRIAS Marcações de 2.ª a 6.ª feira a partir das 14 horas Rua Capitão João Francisco de Sousa, n.º 20 7800-451 BEJA Tel. 284324690

DRA. TERESA ESTANISLAU CORREIA

Tm. 962557043

HORÁRIO: Das 11 às 12.30 horas e das 14 às 18 horas pelo tel. 218481447 (Lisboa) ou Em Beja no dia das consultas às quartas-feiras Pelo tel. 284329134, depois das 14.30 horas na Rua Manuel António de Brito, nº 4 – 1º frente 7800-544 Beja (Edifício do Instituto do Coração, Frente ao Continente) ▼

Dr. José Loff

Médico Dentista Consultas em Beja Clínica do Jardim

Urologia

Psiquiatra no Hospital de Beja

Dermatologia

Clínica Dentária

Luís Payne Pereira

PARADELA OLIVEIRA

Médico Especialista pela Ordem dos Médicos e Ministério da Saúde Generalista

Marcação de consultas de dermatologia:

CÉLIA CAVACO

MÉDICO

Consultório Rua Capitão João Francisco Sousa 56-A 1º esqº 7800-451 BEJA Tel. 284320749

DR. MAURO FREITAS VALE

Consultas e ecografia

Psiquiatria

Oftalmologia

DR. A. FIGUEIREDO

CONSULTAS DE OBESIDADE

Acordos com: ACS, CTT, EDP, CGD, SAMS. Marcações pelo telef. 284325059 Rua do Canal, nº 4 7800 BEJA

Fisioterapia

Rua Capitão João Francisco de Sousa, 56-A – Sala 8 Marcações pelo tm. 919788155

Clinipax Rua Zeca Afonso, nº 6-1º B – BEJA

Estomatologia

ULSB/Hospital José Joaquim Fernandes

Rua António Sardinha, 25r/c dtº Beja

Fisioterapia

Marcações pelo 284322446; Fax 284326341 R. 25 de Abril, 11 cave esq. – 7800 BEJA

Assistente graduado de ginecologia e obstetrícia

Obesidade

LUZ

Médico oftalmologista

Marcações a partir das 14 horas Tel. 284322503

Terreiro dos Valentes, 4 – 1-A – 7800-523 BEJA Consultório: Tel. 284325861 Tm. 964522313

CLÍNICA MÉDICA DENTÁRIA

JOÃO HROTKO

Consultas de 2ª a 6ª

MÉDICO ESPECIALISTA EM CLÍNICA GERAL/ MEDICINA FAMILIAR

Doenças alérgicas

Chefe de Serviço de Oftalmologia do Hospital de Beja

GASPAR CANO

Oftalmologia

Especialista pela Ordem dos Médicos

CONSULTAS às 3ªs e 4ªs feiras, a partir das 15 horas MARCAÇÕES pelos telfs.284322387/919911232 Rua Tenente Valadim, 44 7800-073 BEJA

FERNANDA FAUSTINO

Ginecologia/Obstetrícia

FAUSTO BARATA

DOENÇAS DO SISTEMA NERVOSO

Rua Manuel Antó António de Brito n.º n.º 6 – 1.º 1.º frente. 78007800-522 Beja tel. 284 328 100 / fax. 284 328 106

(Diplomada pela Escola Superior de Medicina Dentária de Lisboa)

HELIODORO SANGUESSUGA

Directora Clínica da novaclinica

Laboratório de Análises Clínicas de Beja, Lda.

Neurologia

Urgências Prótese fixa e removível Estética dentária Cirurgia oral/ Implantologia Aparelhos fixos e removíveis VÁRIOS ACORDOS Consultas :de segunda a sexta-feira, das 9 e 30 às 19 horas Rua de Mértola, nº 43 – 1º esq. Tel. 284 321 304 Tm. 925651190 7800-475 BEJA

Cirurgia Vascular

HELENA MANSO CIRURGIA VASCULAR TRATAMENTO DE VARIZES Convenções com PT-ACS CONSULTÓRIOS: Beja Praça António Raposo Tavares, 12, 7800-426 BEJA Tel. 284 313 270 Évora CDI – Praça Dr. Rosado da Fonseca, 8, Urb. Horta dos Telhais, 7000 Évora Tel. 266749740

Otorrinolaringologia

DR. J. S. GALHOZ Ouvidos,Nariz, Garganta Exames da audição Consultas a partir das 14 horas Praça Diogo Fernandes, 23 - 1º F (Jardim do Bacalhau) Telef. 284322527 BEJA


saúde

23 Diário do Alentejo 31 agosto 2012

PSICOLOGIA ANA CARACÓIS SANTOS – Educação emocional; – Psicoterapia de apoio; – Problemas comportamentais; – Dificuldades de integração escolar; – Orientação vocacional; – Métodos e hábitos de estudo GIP – Gabinete de Intervenção Psicológica Rua Almirante Cândido Reis, 13, 7800-445 BEJA Tel. 284321592

_______________________________________ Manuel Matias – Isabel Lima – Miguel Oliveira e Castro – Jaime Cruz Maurício Ecografia | Eco-Doppler Cor | Radiologia Digital Mamografia Digital | TAC | Uro-TC | Dental Scan Densitometria Óssea Nova valência: Colonoscopia Virtual Acordos: ADSE; PT-ACS; CGD; Medis, Multicare; SAMS; SAMS-quadros; Allianz; WDA; Humana; Mondial Assistance. Graça Santos Janeiro: Ecografia Obstétrica Marcações: Telefone: 284 313 330; Fax: 284 313 339; Web: www.crb.pt Rua Afonso de Albuquerque, 7 r/c – 7800-442 Beja e-mail: cradiologiabeja@mail.telepac.pt

CENTRO DE IMAGIOLOGIA DO BAIXO ALENTEJO ECOGRAFIA – Geral, Endocavitária, Osteoarticular, Ecodoppler TAC – Corpo, Neuroradiologia, Osteoarticular, Dentalscan Mamografia e Ecografia Mamária Ortopantomografia

António Lopes – Aurora Alves – Helena Martelo – Montes Palma – Maria João Hrotko – Médicos Radiologistas –

Dr. Sidónio de Souza – Pneumologia/Alergologia/ Desabituação tabágica – H. Pulido Valente Dr. Fernando Pimentel – Reumatologia – Medicina Desportiva – Instituto Português de Reumatologia de Lisboa Dr.ª Verónica Túbal – Nutricionismo – H. de Beja Dr.ª Sandra Martins – Terapia da Fala – H. de Beja Dr. Francisco Barrocas – Psicologia Clínica/Terapia Familiar – Membro Efectivo da Soc. Port. Terapia Familiar e da Assoc. Port. Terapias Comportamental e Cognitiva (Lisboa) – Assistente Principal – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo. Dr. Rogério Guerreiro – Medicina preventiva – Tratamento inovador para deixar de fumar Dr. Gaspar Cano – Clínica Geral/ Medicina Familiar Dr.ª Nídia Amorim – Psicomotricidade/Educação Especial e Reabilitação (dificuldades específicas de aprendizagem/dislexias) Dr. Sérgio Barroso – Especialista em Oncologia – H. de Beja Drª Margarida Loureiro – Endocrinologia/Diabetes/ Obesidade – Instituto Português de Oncologia de Lisboa Dr. Francisco Fino Correia – Urologia – Rins e Vias Urinárias – H. Beja Dr. Daniel Barrocas – Psiquiatria – Hospital de Évora Dr.ª Lucília Bravo – Psiquiatria H.Beja , Centro Hospitalar de Lisboa (H.Júlio de Matos). Dr. Carlos Monteverde – Chefe de Serviço de Medicina Interna, doenças de estômago, fígado, rins, endoscopia digestiva. Dr.ª Ana Cristina Duarte – Pneumologia/ Alergologia Respiratória/Apneia do Sono – Assistente Hospitalar Graduada – Consultora de Pneumologia no Hospital de Beja Dr.ª Isabel Santos – Chefe de Serviço de Psiquiatria de Infância e Adolescência/Terapeuta familiar – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo Dr.ª Paula Rodrigues – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr.ª Luísa Guerreiro – Ginecologia/Obstetrícia Dr. Jorge Araújo – Ecografias Obstétricas Dr.ª Ana Montalvão – Hematologia Clínica /Doenças do Sangue – Assistente Hospitalar – Hospital de Beja Dr.ª Ana Cristina Charraz – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr. Diogo Matos – Dermatologia. Médico interno do Hospital Garcia da Orta. Dr.ª Madalena Espinho – Psicologia da Educação/ Orientação Vocacional Dr.ª Ana Margarida Soares – Terapia da Fala - Habilitação/Reabilitação da linguagem e fala. Perturbação da leitura e escrita específica e não específica. Voz/Fluência. Dr.ª Maria João Dores – Técnica Superior de Educação Especial e Reabilitação/Psicomotricidade. Perturbações do Desenvolvimento; Educação Especial; Reabilitação; Gerontomotricidade. Enfermeira Maria José Espanhol – Enfermeira especialista em saúde materna/Cuidados de enfermagem na clínica e ao domicílio/Preparação pré e pós parto/amamentação e cuidados ao recémnascido/Imagem corporal da mãe – H. de Beja Marcações diárias pelos tels. 284 322 503 Tm. 91 7716528 | Tm. 916203481 Rua Zeca Afonso, nº 6, 1º B, 7800-522 Beja Clinipaxmail@gmail.com

medicina geral e familiar Dr. Luís Capela

endocrinologia|diabetes|obesidade Dr.ª Luísa Raimundo

pneumologia|consulta do sono Dr.ª Eulália Semedo

ginecologia|obstetrícia|colposcopia Dr.ª Ana Ladeira

otorrinolaringologia|ORL pediátrica ;ǀĞƌƟŐĞŵͮŽŶĐŽůŽŐŝĂ ĚĂ ĐĂďĞĕĂ Ğ ƉĞƐĐŽĕŽͿ

Dr.ª Dulce Rocha Nunes

Diversos Acordos

psiquiatria e saúde mental Dr. Daniel Barrocas

psicologia clínica Dr.ª Maria João Póvoas

psicologia educacional Dr.ª Silvia Reis

terapia da fala Terapeuta Vera Baião

ĮƐŝŽƚĞƌĂƉŝĂͮƌĞĂďŝůŝƚĂĕĆŽ ;ƉſƐͲ s ͬ ƉſƐͲĐŝƌƵƌŐŝĂͬ ƚƌĂƵŵĂƚŽůŽŐŝĂͬ ĐŝŶĞƐŝŽƚĞƌĂƉŝĂͬ ĐŽůƵŶĂͿ

Terapeuta Fábio Apolinário

cirurgia vascular Dr.ª Helena Manso

ŵĞĚŝĐŝŶĂ ĞƐƚĠƟĐĂ Dr.ª Nídia Abreu

podologia Dr. Joaquim Godinho

medicina dentária Dr. Jaime Capela (implantologia) ƌ͘ǐ ŶĂ ZŝƚĂ ĂƌƌŽƐ ;ŽƌƚŽĚŽŶƟĂͿ Dr. António Albuquerque

prótese dentária Téc. Ana João Godinho

cirurgia maxilo-facial Dr. Luís Loureiro

Convenções: ADSE, ACS-PT, SAD-GNR, CGD, MEDIS, SSMJ, SAD-PSP, SAMS, SAMS QUADROS, ADMS, MULTICARE, ADVANCE CARE Horário: de 2ª a 6ª feira, das 8 às 19 horas e aos sábados, das 8 às 13 horas Av. Fialho de Almeida, nº 2 7800 BEJA

Telef. 284318490 Tms. 960284030 ou 915529387

Clínica Médico-Dentária de S. FRANCISCO, LDA. Gerência de Fernanda Faustino Acordos: SAMS, ADMG, PSP, A.D.M.E., Portugal Telecom e Advancecare Rua General Morais Sarmento, nº 18, r/chão; TEL. 284327260 7800-064 BEJA

pediatria do desenvolvimento ƌ͘ǐ ŶĂ ^ŽĮĂ ƌĂŶĐŽ

psicomotricidade|apoio pedagógico Terapeuta Helena Louro

exames audiológicos Audiograma|Timpanograma

ƉƌſƚĞƐĞƐ ĂƵĚŝƟǀĂƐ Manutenção de todas as marcas Rua António Sardinha 23, 7800-447 Beja Telefone: 284 321 517 | Móvel: 961 341 105 | Fax: 284 327 331 clinibeja@gmail.com| www.facebook.com/clinibeja

www.clinibeja.com


institucional diversos

24 Diário do Alentejo 31 agosto 2012 Diário do Alentejo n.º 1584 de 31/08/2012 1.ª Publicação

PEDRO BRANDÃO Agente de Execução C.P. 3877

ANÚNCIO

Tribunal Judicial de Cuba – Secção Única Acção Executiva Processo n.° 22/09.6TBCUB Exequente: Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Guadiana Interior, CRL Executados: Maria Catarina Calhau Carraça Santos e outros. FAZEM-SE SABER que nos autos acima identificados se encontra designado o dia 19 de Setembro de 2012, pelas 14:30 horas, no Tribunal acima identificado, para abertura de propostas que sejam entregues até esse momento na Secretaria do mesmo, pelos interessados na compra do seguinte bem: Prédio Urbano, propriedade total, sito na Praça da República, em Vila Alva, em cuja matriz se acha inscrito sob o artigo 453, descrito na Conservatória do Registo Predial de Cuba sob a ficha 1163/20030530, Vila Alva. O bem pertence aos Executados: JOAQUIM ANTÓNIO ESTEVENS DOS SANTOS, NIF: 120899921 e MARIA CATARINA CALHAU CARRAÇA DOS SANTOS, NIF: 184243491 VALOR BASE: 67.500,00 € Será aceite a proposta de melhor preço acima do valor de 47.250,00€, correspondente a 70% do Valor Base. Nos termos do artigo 897° n.° 1 do CPC, os proponentes devem juntar à sua proposta, como caução, cheque visado à ordem do agente de execução, no montante correspondente a 20% do valor base do bem, ou garantia bancária, no mesmo valor. É Fiel Depositário que o mostrará a pedido o executado Joaquim António Estevens dos Santos, residente na Rua Afonso Costa, n.° 7, em Vila Alva. O Agente de Execução, Céd Prof. 3877 Pedro Brandão

EXPLICAÇÕES

ASSINATURA

– Dou explicações de Espanhol – Faço traduções com o par Português/ Espanhol Contacto: 934047165 linguas.iberia@gmail.com

ALUGA-SE T1 GRANDE Em Vila Real de Santo António (Monte Gordo), todo equipado. A partir do mês de Setembro. À semana/

Praceta Rainha D. Leonor, Nº 1 – Apartado 70 - 7801-953 BEJA • Tel 284 310 164 • E-mail publicidade@diariodoalentejo.pt Redacção: Tel 284 310 165 • E-mail jornal@diariodoalentejo.pt Desejo assinar o Diário do Alentejo, com início em _______________, na modalidade que abaixo assinalo: Assinatura Anual (52 edições):

País: 28,62 €

Estrangeiro: 30,32 €

Assinatura Semestral (26 edições):

País: 19,08 €

Estrangeiro: 20,21 €

Envio Cheque/Vale Nº___________________ do Banco _____________________________________ Efectuei Transferência Bancária para o NIB 0010 00001832 8230002 78 no dia ___________________

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D. MARGARIDA PEREIRA AURÉLIO ALVES LEAL, de 99 anos, natural de Vila Blanca - Sevilha, viúva. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 26, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

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†. Faleceu o Exmo. Senhor

Às famílias enlutadas apresentamos as nossas mais sinceras condolências.

SR. JOSÉ MARIA GONÇALVES, de 67 anos, natural de Abela - Santiago do Cacém, casado com a Exma. Sra. D. Maria de Fátima dos Reis Regageles. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 29, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

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26 Diário do Alentejo 31 agosto 2012

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Diário do Alentejo

É o número de leitores que todas as semanas lê o “Diário do Alentejo” na sua versão papel. No facebook, todos os dias, mais de 4 000 leitores seguem a atualidade regional na página do “DA”

Fonte: Marktest. Relatório de resultados da imprensa regional no período compreendido entre abril de 2010 e março de 2011

www.diariodoalentejo.pt

facebook.com/diariodoalentejo


O XII encontro das Palavras Andarilhas está mesmo à porta e se por um lado há atividades direcionadas a um público especifico, também as famílias e os mais pequenos não ficaram esquecidos. O melhor é consultar o programa em http:// www.palavrasandarilhas.org/ para veres a oferta disponível. O cartaz deste ano foi feitó por Susa Monteiro que entre outros projetos colabora com o “Diário do Alentejo”.

27 Diário do Alentejo 31 agosto 2012

Temos Palavras Andarilhas para o fim de semana

Pais

Um simples ovo estrelado, mas cheio de imaginação. Para conseguir que a gema fique no sítio desejado o truque é pôr primeiro a clara e quando esta começar a ficar um pouco mais branca colocar a gema. www. cutefoodforkids.com

À solta

A páginas tantas ...

Com pasta de papel podes criar inúmeras personagens. Hoje deixamos-te uma ideia do site “Pinta la Luna” http://pintalaluna. blogspot.com.es/

Já todos conhecem o clássico “Cinderela” do francês Charles Perrault, publicado pela primeira vez em 1697. No entanto em 1983 e pelas mãos do ilustrador Roberto Innocenti recebeu uma nova abordagem. Cenários hiperrealistas que se desenrolam nos loucos anos 20 dão a esta personagem uma nova vida. Publicado agora em Portugal pelas mãos da editora Gato na Lua. Traduzido para português, tens também deste autor “Uma canção de Natal”, de Charles Dickens editado pela Kalandraka. Vale a pena rever estes clássicos fantasticamente reinventados.

Jogo

Dica da semana

Se ainda andas pela praia este jogo é o indicado. Podes fazer dentro do teu balde de praia, mas também podes limitar um espaço na areia onde vais esconder os teus tesouros, mas atenção, o melhor é escolheres objetos que se se perderem não sintas assim tanta falta. É que às vezes a areia prega partidas.

Todas as dicas publicadas nesta secção pretendem não só dar-te a conhecer o trabalho de alguns artistas plásticos, ilustradores ou pessoas ligadas à arte que de uma forma ou outra podem enriquecer o teu conhecimento. Hoje é a vez de Chloé Fleury, uma ilustradora francesa que se apaixonou pelos Estados Unidos aos dez anos e é em São Francisco que desenvolve o seu trabalho quase todo tridimensional feito com cartolinas coloridas que se desdobram em personagens e cenários absolutamente fantásticos. Podes seguir o seu trabalho em http://www.chloefleury.com/ ou através do blog http://blog.chloefleury.com/


28 Diário do Alentejo 31 agosto 2012

A Gogo é uma cadela adulta, de porte médio. Foi recolhida da rua com uma ninhada. Os filhos foram entretanto adotados e a Gogo ainda espera pela sua oportunidade para sair do canil. É muito meiga com as pessoas e também muito tolerante e sociável com outros cães. Já está esterilizada e desparasitada. Será vacinada antes da adoção. Venham conhecê-la ao Cantinho dos Animais de Beja. Contactos: 962432844; sofiagoncalves.769@hotmail.com

Letras A coisa à volta do teu pescoço

Boa vida Comer Costeletas de sardinhas panadas Ingredientes: 12 sardinhas frescas, 3 ovos, q.b. de sal fino, 4 dentes de alho picados, Sumo de 2 limões, q.b. de pão ralado. Confeção: Retiram-se as cabeças às sardinhas, abrem-se no sentido do comprimento pelo lado da barriga e tira-se a espinha. Apara-se as pontas da barriga com a faca. Temperam-se com sal, sumo de limão e alho picado. Ficam a marinar durante uma hora. Passam-se por ovo batido e pão ralado e fritam-se em óleo quente. Retire-as e coloque sobre papel absorvente. Sirva com um arroz de tomate e salada mista a seu gosto. Bom apetite…

António Nobre Chefe executivo de cozinha – Hotéis M’AR De AR, Évora

Filatelia O pão na história de Portugal (XIII)

O

A

nossa história está cheia de episódios ligados ao pão. Alguns já se encontram filatelizados. O nosso rei, D. Sancho I (1154/1211), o “Povoador”, ao estabelecer medidas que visavam a ocupação do território conquistado por seu pai, também teve como objetivo o incremento da agricultura, pois já por essa época os cereais para o fabrico de pão não abundavam por aqui. Lenda, ou realidade, a história pátria fala-nos de alguns episódios ligados ao pão, nomeadamente o Milagre das Rosas, atribuído à Rainha Isabel, esposa de D. Dinis e mais tarde canonizada. E a Deu-la-Deu, durante o cerco a Monção. Segundo os relatos que chegaram até nós, a rainha Isabel tinha por hábito ajudar os pobres, mas escondia do rei tal atividade. Certo dia ao ser por ele indagada sobre o que transportava no regaço, ela, abrindo-o, respondeu “são rosas, Senhor”; de imediato o pão que aí levava para os pobres transformou-se em rosas. Da ardilosa Deu-la-Deu, esposa de Vasco Gomes de Abreu, capitão-mor da praça de Monção, estando o marido ausente e a praça sitiada (1369) pelo exército de Fernando II, durante a primeira das três guerras contra Castela (1369/1371) e, quando a fome já assolava os sitiados, ela, conhecedora do desânimo que também já grassava, devido à fome, nos sitiadores, manda reunir toda a farinha existente na praça, fazer pães e atirá-los pelas ameias ao adversário dizendo-lhes que haveria mais se o desejassem. Tal feito desmoralizou os castelhanos que de seguida levantaram o cerco à praça. Pa r a obst a r à e sc a ssez de produtos agrícolas, que af ligia o reino e que era comum a toda a Europa, o rei D. Fernando (1345/1383) tomou medidas para tentar resolver a situação. Mandou publicar a Lei das Sesmarias (1375) pela qual se pretendia, através de diversas imposições, fixar os trabalhadores rurais nas regiões onde habitavam e obrigar os proprietários de terras a cultivá-las. Anos mais tarde (1385) sobressai a Padeira de Aljubarrota. Segundo a tradição, na guerra que o rei de Castela nos moveu por se achar com direito a ocupar o trono português, vago pela morte de D. Fernando, a portuguesa D. Brites de Almeida, que ficou na história como a Padeira de Aljubarrota, na batalha que se desenrolou nas cercanias desta localidade, terá manejado a pá do seu forno com tal perícia, que à sua conta pôs fora de combate a meia dúzia de castelhanos que a importunaram. A falta de cereais também, século e meio depois, foi uma das razões para o início da expansão ultramarina portuguesa, com a ocupação do norte de África, no reinado de D. João I. Ilustração: Afinsa 429 e carimbo de Monção de 15/08/2007.. (continua) Geada de Sousa

s dois primeiros livros da nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie – A cor do hibisco (Commonwealth Writers’ Prize 2005) e Meio sol amarelo (Orange Prize 2007) – impuseram-na como uma escritora africana brilhante. Fizeram-na ainda figurar na lista da New Yorker dos 20 escritores, com menos de 40 anos, a seguir. A coisa à volta do teu pescoço reúne 12 histórias que denotam as qualidades de contadora de Adichie mas que sobretudo se impõem pela fuga ao artificialismo e pela sensibilidade com que a escritora aborda realidades que conhece bem. Adichie cresceu em Nsukka, uma cidade universitária do sudeste da Nigéria, tendo emigrado com 19 anos para os EUA, onde estudou. A experiência de deslocamento, o seu conhecimento quer da realidade dos gangs de adolescentes quer das lutas políticas e religiosas no seu país e a importância dada à condição da mulher, entrosados com o seu talento para a escrita e a elegância da composição, dão verdade às suas histórias. “Cela um” é uma história sobre como a indulgência com que os universitários nigerianos educam os filhos os despoja de uma moral. A redenção chega, por via do amor, mas a crítica social fica impressa logo no conto que abre o livro. Essa crítica vai surgindo, aqui e ali, assumida e com elegância - como a evocação, em “Imitação”, do modo como os ingleses se apossaram das placas de bronze do Benim. A insegurança feminina, agudizada pela precariedade da condição de imigrante, a perda da intimidade entre companheiros e os laços entre mulheres – que se reconhecem para além das opções religiosas e da condição social (“Uma experiência privada”) – sustentam os contos, emersivos e às vezes comoventes. Maria do Carmo Piçarra

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29 Diรกrio do Alentejo 31 agosto 2012 PUB


30 Diário do Alentejo 31 agosto 2012

King Mokadi animam pátio das Oficinas

Trazendo a música trad-folk para as pistas de dança do meio urbano, com um som que gostam de apelidar de “turbo-trad”, os King Mokadi, para ver hoje, a partir das 22 horas, no pátio do espaço Oficinas, em Aljustrel, reinterpretam a música tradicional, criando novas sonoridades a partir de arranjos europeus, árabes e africanos. King Mokadi é um grupo fundado por músicos e amigos pertencentes à cena musical lisboeta, sendo a sua música o reflexo das origens diversificadas dos seus elementos: África, América, Portugal e Europa.

Fim de semana Entre hoje e segunda, dia 3

Feira de Cuba homenageia Ricardo Landum

É

mais uma vez em torno das atividades económicas locais, gastronomia, espetáculos e vários tipos de animação que Cuba cumpre, a partir de hoje, sexta-feira, mais uma feira anual, este ano a comemorar o seu 79.º aniversário. O certame, que se prolonga até segunda-feira, dia 3, mantém a componente de feira tradicional mas a esta acrescenta-lhe, mais uma vez, novas formas de promoção dos produtos regionais, como é o caso do pão alentejano, rei da 13.ª Festa do Nosso Pão. Local de encontro privilegiado, a Feira Anual de Cuba receberá amanhã, sábado, a 15.ª edição do Convívio-Almoço dos Cubenses Não Residentes, organizado pelo Núcleo dos Amigos da Cuba (NAC) e pelo município local. “É notório o movimento que se regista nos dias do evento e mesmo nos que o antecedem em todo o concelho de Cuba, com as repercussões que tal movimento provoca na dinamização do comércio local, nomeadamente na hotelaria e restauração, fator determinante em alturas de maior constrangimento económico”, lembra a autarquia. Antes deste encontro, pelas 12 horas, decorre uma homenagem a Ricardo Landum, um cubense não residente que muito se tem destacado como músico, autor e compositor, assinando alguns dos maiores êxitos da que se convencionou chamar “música pimba”, os casos de “Afinal Havia Outra”, “Comunhão de Bens”, “Depois de Ti Mais Nada”, “Coisinha Sexy”, “Mãe Querida, Mãe Querida” ou “Já Não Sou Bebé”. A concentração é junto ao Monumento ao Cante Alentejano, numa cerimónia em que será descerrada a placa toponímica da nova rua Ricardo Landum e na qual participam a Banda da Sociedade Filarmónica Cubense 1.º de Dezembro, os grupos corais Os Ceifeiros de Cuba e Flores do Alentejo, além de vários artistas nacionais que se associaram ao tributo, como Tony Carreira, Mickael Carreira, José Malhoa, Toy, Rebecca, Ana Ritta, Graciano Saga e José Reza, entre outros, confirma o município. Nessa mesma noite, pelas 22 e 30 horas, David Antunes & The Midnight Band protagonizam um espetáculo de homenagem ao compositor cubense, e Mickael Carreira (na foto) fará o mesmo no domingo, dia 2, à mesma hora.

Percursos de Verão passam por Santa Maria Entre as quatro freguesias urbanas da cidade de Beja, Santa Maria é a do Nascente. “O sol nasce e percorre-a até à praça da República e ao Museu Rainha D. Leonor, passando pela sua igreja, considerada a mais antiga da cidade”. É esta experiência, conduzida por Marta Páscoa, que o ciclo Percursos de Verão – Beja com História, promovido pelo município local, propõe para o fim da tarde de hoje, sextafeira, com encontro marcado para as 18 horas, no Terreirinho das Peças. A visita guiada, que requere inscrição, tem o preço de sete euros, e desafia os interessados a ver a cidade “com outros olhos, na calma das tardes longas e já mornas”.

Concentração Motard em Vidigueira Adelaide Ferreira na Semana Cultural de Salvada A decorrer desde sábado, 25, a Semana Cultural de Salvada cumpre hoje, sexta-feira, um dos seus momentos mais altos. Pelas 22 horas, a cantora veterana Adelaide Ferreira sobe ao palco do Cine Monumental, inaugurando mais uma noite de festa que prossegue com a Salvada White Night, animada pelos DJ Frederico Barata e Tape. Amanhã, sábado, para encerrar, o lugar de Vale de Rossins recebe, a partir das 19 horas, um arraial popular cujos animadores de serviço são o grupo coral Vozes do Alentejo e o duo musical Sónia e Paulo.

Arranca hoje, sexta-feira, a 14.ª Concentração Motard de Vidigueira, organizada pelo grupo motard local, que se prolonga até domingo, dia 2. Aproveitando a iniciativa, o Núcleo de Voluntariado do concelho promove uma campanha alimentar, denominada Banco Solidário, que desafia os participantes da concentração a contribuir através da compra de vales, “para ajudar quem mais precisa”, sendo que cada vale está associado a um produto alimentar. Também associada ao evento, mantém-se patente até 9 de setembro, no posto de turismo local, a exposição “Sobre rodas em terras de Vasco da Gama”, com material fornecido pelo grupo motard pretendendo mostrar todas as fases e alterações por que passaram, quer o grupo, quer a própria concentração, ao longo das suas existências.


(sim, preza os bÉm gostam m a t e u q Á l por piano) atos a tocar g m o c s o e Íd de v

31 Diário do Alentejo 31 agosto 2012

estamos ! ebook no fac asse do leitor, p

Na semana passada atingimos as 50 edições da “Não confirmo, nem desminto”, facto que não passou despercebido aos mercados financeiros e ao regada com uma palete de panachés e 250 gramas de mortadela autor desta página. Posso avançar que a festa foi rija: houve uma noite de com azeitonas. Mas o melhor estava para vir: ultrapassámos os 300 seguidores na nossa página do Facebook, o que me levou a fazer parapente vestido apenas com uma tanga de leopardo – enfim, o habitual. Aproveito para agradecer aos nossos seguidores e lanço o apelo aos amigos deste jornal no Facebook para que se juntem a nós. A nossa página tem notícias frescas, as melhores fotomontagens, a previsão do tempo para Santo Amador e tremoços depois das 18 horas. Apareçam.

facebook.com/naoconfirmonemdesminto

CRIAÇÃO DE PRAIA EM QUINTOS ABRE CAMINHO PARA A MARINA DE BALEIZÃO A intenção de criar uma zona de lazer de caráter fluvial perto das azenhas de Quintos está a despertar grande interesse junto dos banhistas alentejanos. É que, para além da praia da Mina de S. Domingos, da praia de Messejana e de um tanque da roupa em Alfundão, são poucos os destinos com água que podem ser visitados pelos veraneantes. Na zona de Quintos já começou a ser colocada areia fina, e são cada vez mais os curiosos que acorrem ao local: “Foi uma grande ideia!” – afirmou Lúcio Sem Pé, banhista com boias da Winx. – “A água dá-me quase pelos joelhos, é a loucura! É um sítio ótimo para desportos radicais como o kitesurf ou a batalha naval! Estamos também a organizar o campeonato de saltos para a água – ganha quem tiver menos fraturas expostas!”. Mas a criação desta praia parece ser apenas o início, já que, segundo apurámos, a abertura de um canal de rega do Alqueva para aquela região poderá vir a criar outras oportunidades num futuro próximo: fonte da autarquia garantiu-nos já estarem na calha a criação de uma marina em Baleizão, o renascimento da Beja Aquática, nas Neves, e o establecimento de um porto de recreio em Vila Azedo.

Última hora

Ecce Homo do Museu Regional de Beja exige restauro por octogerária espanhola porque também quer os seus 15 minutos de fama

Foi avistado um tubarão de metro e meio nas praias das Furnas e da Franquia, em Vila Nova de Milfontes, o que provocou algum sobressalto naquela zona. Apesar disso, a calma imperou e os nadadores-salvadores pediram aos banhistas que se retirassem da água, o que fizeram rapidamente, à exceção daqueles que ostentavam queimaduras de 2.º grau devido à exposição solar prolongada. Ao que apurámos, tratava-se de um tubarão ainda adolescente que andaria a vaguear pela zona porque “os alentejanos têm a melhor chicha”, como nos explicou… o próprio tubarão: “Ya, looool, nunca pensei, tipo, haver tanta notícia sobre mim. Só ando por aqui por conselho da minha mãe. Ela disse-me que era melhor vir aqui porque a chicha dos alentejanos é muito mais saborosa do que na generalidade das praias. Parece que têm mais bifidus, proteínas e assim… E o raio da velha, tipo, tinha razão… Eu passava a vida no Algarve e posso-te dizer que as bifas são como a fruta no hipermercado: tipo, por fora têm muito bom aspeto, mas depois vai-se a ver e sabem a esferovite. Looooolada!”.

FUTEBOL: CLUBES QUE DESISTIRAM DOS CAMPEONATOS REGIONAIS ESTÃO A ORGANIZAR UMA LIGA DE SUBBUTEO As dificuldades financeiras estão a afastar os clubes dos campeonatos regionais de futebol. Podemos avançar que, neste momento, graças à falta de apoios, os clubes não conseguem sequer pagar aos jogadores em sandes mistas e coca-cola do LIDL. “É uma situação aflitiva”, declarou um dirigente desportivo. “Nem sequer conseguíamos ir buscar os jogadores a casa. Eles tinham de ir a pé até aos treinos, mesmo os que moravam a 30 km. Ora, quando lá chegavam, já iam tão cansados que não conseguiam treinar. Depois ainda voltar para trás, com as cãibras…”, acrescentou. Mas o bichinho do futebol ainda mexe com os dirigentes, adeptos e atletas que, segundo consta, se preparam para organizar uma liga regional de Subbuteo. Ao que apurámos, será um campeonato com duas voltas, havendo a possibilidade de os jogos terem a lotação máxima de seis espectadores, serem policiados por cães pisteiros da GNR, e terem serviço de catering – diversas roulottes da região já se disponibilizaram para fornecer mini-bifanas e mini-cachorros-quentes. A Liga será transmitida nos canais Sport TV e Sexy Hot.

Inquérito

Tubarão avistado em Vila Nova de Milfontes prefere praias daquela zona, pois “os alentejanos têm a melhor chicha”

Segundo o relatório de qualidade da água do último trimestre, a água de Beja tem qualidade acima da média nacional. Concorda?

FÁBIO H2O, 36 ANOS Tipo do caraças e Dj em casamentos

TATIANA EVIAN, 43 ANOS Pessoa que viu o filme “A Lagoa Azul” 12489 vezes

É evidente que tem! As pessoas passam a vida a queixar-se da qualidade da água mas nem fazem ideia da sorte que têm. Experimentem morar ao pé do rio Trancão e logo veem o que é mau cheiro e achigãs com três cabeças. A água de Beja faz muito bem aos meus dentes – como é que acha que os mantenho tão brancos? Graças à água! Tem um calcário que faz milagres. Agora posso candidatar-me a um emprego com futuro. Basta sorrir e estou automaticamente habilitado a trabalhar como feixe de luz num farol.

Gosto muito da minha cidade, mas a água é um bocadinho intragável. A água é tão dura que, quando faço um guisado, em vez de meter um caldo de carne, tenho de usar uma pastilha de Calgon… E quando tomo banho, limpo-me com a toalha e raspo-me com pedra-pomes para retirar os restos de calcário. Cá em casa só se bebe água do garrafão, ou de um poço mesmo ao lado da mina de Aljustrel… A água vem um bocadinho suja, mas dá para fazer um arroz de coentros espetacular.

MATILDE EVAPORAÇÃO, 26 ANOS Pessoa que acha que o sabonete é uma conspiração capitalista para nos fazer gastar dinheiro Usar água? Mas para quê, man? Para acabar com todos os recursos que a mãe natureza nos oferece? Para quê, quando há alternativas tão boas? Eu, por exemplo, não tomo banho desde o 7.º ano… Limpo-me com folhas de amoreira e saliva do meu golden retriever – sabiam que a boca de um cão é 100 vezes mais limpa do que a boca do homem? Aquilo é praticamente um desinfetante. Portanto, não gastem água. E não abusem de outros recursos como o ar – respirem só quando fizer falta, ‘tá?


Nº 1584 (II Série) | 31 agosto 2012

RIbanho

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www.diariodoalentejo.pt POR LUCA

Hoje, sexta-feira, último dia do mês de agosto, o sol deverá brilhar em toda a região. A temperatura vai oscilar entre os 18 e os 34 graus centígrados. Amanhã, sábado, o céu estará limpo e no domingo também não são esperadas nuvens.

Espanhol, José Torres vive há 10 anos no concelho de Odemira

Enano, o palhaço ativista

P

acifista, Luís Torres guarda uma poderosa arma para mudar o mundo. Ou, pelo menos, por instantes, para afastar o medo e abrir um sorriso no coração dos seus espetadores - nas ruas, em teatros, nos hospitais. “O nariz de palhaço é um bálsamo para todas as injustiças”, acredita este andaluz, de Cádis, que procurou Odemira para ser pai e que assume a tarefa de seu embaixador por onde a arte o leva. Ou seja, por todo o mundo.

costela alentejana não há quem ma tire. Costumo dizer que sou o Palhaço do Alentejo (de interesse turístico internacional). Desde há sete anos que, no verão, rejeito convites do estrangeiro para realizar espetáculos de rua em diversas povoações turísticas do concelho. E é incrível como as pessoas, ano após ano, vêm à procura dos shows do Palhaço Enano, que são parte do programa de verão de muitos turistas e emigrantes portugueses. Qual o seu entendimento pessoal acerca da missão do palhaço no mundo?

Da tradição conhecemos o palhaço pobre e o palhaço rico. Mas o José Luís assume-se como um palhaço ativista. O que é exatamente?

Dentro da tradição identifico-me com o palhaço pobre (Augusto). O termo “ativista” uso-o para mostrar que a nossa linguagem é útil para a sociedade em que vivemos. Os meus espetáculos têm um conteúdo que pode levar a alguma mudança social, e, quando é necessário, denuncio injustiças que vivemos no dia a dia. O nariz de palhaço é um bálsamo para todas as injustiças, uma arma que nunca gera violência, mas sim amor, fraternidade. Nasceu em Cádis, passou por Sevilha e Lisboa, e reside agora no concelho de Odemira. O que o trouxe até aqui?

Resido no concelho de Odemira há 10 anos, numa linda aldeia chamada Troviscais. O que me levou a viver aqui foi a vontade de ser pai e de criar o meu bebé num meio rural, fora da confusão da cidade. Como viajante pelo mundo, em muitos festivais de Teatro de Rua (em mais de 200 cidades de 35 países), levo sempre o nome de Odemira onde vou. Mesmo sendo “espanholito”, a PUB

José Torres 37 anos, natural de Cádis, Espanha

Estudou Trabalho Social, em Sevilha, Artes Circenses, no Chapitô, em Lisboa, e reside há uma década no concelho de Odemira, do qual tem sido um embaixador entusiasta pelas mais de 200 cidades de todo o mundo onde já atuou. “Pai, palhaço, freelancer, formador, encenador, assistente social, palhaço hospitalar e desdramatizador profissional” - é assim que se define quando lhe pedem rótulos. Presidente e diretor artístico da Associação Remédios do Riso, atualmente a realizar visitas regulares no Hospital do Espírito Santo, em Évora, foi também já premiado em diversos festivais internacionais. Um trabalho em várias frentes que pode ser visitado em http://www.enano-free-artist.com.

O palhaço tem muito que dizer na sociedade atual e sobretudo o que mostrar. Nesta vida sobram as palavras (sobretudo dos políticos) e faltam os atos. Sinto que tenho a “obrigação” de mostrar às pessoas que tudo é mais fácil do que parece, que nos querem meter medo, por interesse, que a felicidade não a dá o dinheiro, mas sim ter o coração e os braços abertos para o próximo. Que vida só há uma e não podemos viver em desagrado, mas sim em paz e harmonia, respeitando sempre a mãe terra. O que distingue a rua dos outros palcos onde atua?

É o palco mais difícil e desafiante, daí que sejam poucos os que se atrevem a lá estar. Implica muita imprevisibilidade, situações de improviso; não existe um palco que separe o artista do público, é tudo mais perto, olhos nos olhos. Temos que transformar a rua no nosso palco e tentar fazer com que as pessoas parem o ritmo da sua vida para poder apreciar o espetáculo. Eu chamo-lhe o Teatro da Liberdade – as pessoas não estão habituadas a dar e a ter essa liberdade. Carla Ferreira

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“Revolta-te por Beja” Da Internet para a estrada “Revolta-te por Beja” é o nome de um novo movimento cívico que, em menos de uma semana, conseguiu mais de cinco mil aderentes no Facebook. Trata-se de uma página de debate cujo principal objetivo de discussão se prende com a interrupção das obras nas duas estradas que integram a concessão rodoviária do Baixo Alentejo: o IP2, entre Castro Verde e Évora, e o IP8, entre Beja e Sines. Lançado pelo designer e empresário bejense Pedro do Rosário, este grupo pretende em breve passar das palavras aos atos. Ainda sem ter propriamente um manifesto explícito, Pedro do Rosário afirma que “o interesse principal do grupo se prende com a injustiça e a falta de lógica que está por detrás da paragem das obras em duas estradas fundamentais para o desenvolvimento da região. Não é lógico parar a meio uma autoestrada que já está tão avançada como esta. Quanto é que isto já custou? Quanto vai custar retomar as obras no futuro? Quem vai pagar a fatura?”, questiona um dos líderes do movimento. Entretanto, na última segundafeira, vários aderentes do “Revolta-te por Beja” fizeram a primeira reunião formal do grupo, fora do Facebook, e resolveram concertar “para breve e em data ainda a anunciar uma intervenção social de grande impacto mediático, que ponha o País todo a olhar para esta triste realidade”, revelou Pedro do Rosário. A avaliar pelos comentários e propostas que têm sido deixados na página do grupo no Facebook, não será de estranhar que se adivinhe uma marcha lenta até às obras da autoestrada, a criação de uma portagem virtual na rotunda de Lisboa ou até mesmo a oferta de limonadas em troca de assinaturas da petição que “em breve será publicada pelo movimento e posteriormente entregue a todas as instituições e entidades com responsabilidades políticas nesta situação”. É que para Pedro do Rosário trata-se, de facto, de “uma questão de vontade política. Estamos sempre a ficar para traz nas opções que são tomadas pelos nossos governantes e isso não aceitamos. Seja quem for que estiver no Governo. Aliás, o nosso movimento é cívico, não tem nada a ver com partidos e não queremos misturar política partidária no assunto. Todos podem participar, mas têm que deixar os cartões e as simpatias partidárias à porta”, acrescenta Pedro do Rosário.


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