Edição n.º 1587

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João Basto O gestor que em seis meses revolucionou a empresa de desenvolvimento do Alqueva

JOSÉ FERROLHO

Entrevista nas págs. 4/5

SEXTA-FEIRA, 21 SETEMBRO 2012 | Diretor: Paulo Barriga Ano LXXXI, N.o 1587 (II Série) | Preço: € 0,90

Coro de protestos contra uma medida que visa poupar 338 milhões de euros ao Estado

Governo aventa autoestrada entre Beja e Sines para o caixote do lixo JOSÉ SERRANO

JOSÉ FERROLHO

pág. 10

Laços de fronteira em Sobral da Adiça págs. 16/17

Alvito em defesa do Poder Local democrático pág. 8

Fundado por D. José do Patrocínio Dias na década de 1940, numa altura em que as vocações ou as necessidades empurravam dezenas de jovens para a Igreja, o Seminário Diocesano de Beja é hoje uma sombra do passado. Apesar de frequentado apenas por 11 alunos, o edifício continua a manter a dignidade de outros tempos. E oferece ao público um museu imperdível. págs. 2/3

pág. 7 JOSÉ FERROLHO

À procura de Deus no Seminário de Beja

Famílias alentejanas reutilizam livros escolares

Beja manifestou-se contra a troika Editorial na pág. 12


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é o número de jovens seminaristas que estão a formar-se em Beja para serem os futuros padres da diocese

Reportagem

Seminário Diocesano de Beja com 11 jovens

A fé dos homens

A

manhã acorda com o céu encoberto, mas o tempo quente e abafado parece estar para ficar. Nem um sopro de vento. No Mercado Municipal de Beja nota-se frenesim, embora longe estejam os tempos de verdadeiro movimento. O jardim público espera por visitantes. Mas o destino é outro. O destino é o Seminário Diocesano de Nossa Senhora de Fátima. À entrada vislumbra-se a estátua em honra de D. José do Patrocínio Dias, o bispo soldado, para que não restem dúvidas de quem o fundou. “Só um grande homem e um grande pastor poderia ter apetrechado uma pobre diocese dum edifício elegante, amplo, dotado de belos espaços exteriores e interiores, com condições únicas em todo o Sul de Portugal”, lembra a Diocese de Beja. Remonta aos anos 40, a construção do edifício e ainda hoje é este o local de formação dos futuros padres da Diocese de Beja. Mas, como disse António Vitalino, bispo de Beja, “esta não é apenas escola de aprendizagem sob o ponto de vista intelectual, mas de vida eclesial, em que se cultiva e treina a relação com Deus e com os colegas”.

São jovens e estão todos no Seminário Diocesano de Nossa Senhora de Fátima, em Beja. Ao todo são 11. Serão estes, se na sua caminhada não existirem dúvidas, os futuros padres das paróquias da região. Mas até lá, até que sejam ordenados padres, há um longo percurso a fazer, de estudo, de oração, de formação humana, de formação espiritual e intelectual. Ao serviço de Deus. Texto Bruna Soares Fotos José Ferrolho

O convite a entrar está feito e lá dentro, sobretudo, silêncio. A imagem de Nossa Senhora de Fátima imponente. Imaculada. O porteiro indica o caminho a seguir. Um corredor, outro, as janelas grandes e várias flores no chão. Portas, salas. Tudo grande, tudo amplo. Em tempos justificou-se que assim fosse. Eram muitos os alunos. Hoje são bem menos. “Com mais ou menos estudantes sempre foi aqui que funcionou. Atualmente tem sete alunos residentes.

Houve tempo em que eram 100. No entanto, os seminaristas da Diocese de Beja são 11”, explica o padre João Paulo Domingos, reitor do Seminário Diocesano de Nossa Senhora de Fátima. Onze seminaristas. É este o número de jovens que estão na caminhada, na descoberta para discernimento se a vocação para a sua vida, para o seu futuro, é, ou não, ser padre. Mas por que só sete alunos são residentes? A razão é simples. Beja não tem uma

universidade de Teologia. Os estudos têm de ser prosseguidos em Évora, onde tem sede o Instituto Superior de Teologia, que ajuda à formação de Beja, Évora e Algarve. Em Beja estão os estudantes mais novos, os que estão no ensino secundário, que frequentam as aulas na Escola Diogo de Gouveia, mas também os que são finalistas, os que estão a concluir a tese de mestrado. A juntar a isto existe ainda o ano propedêutico, que funciona no Seminário do Algarve. “Antes da entrada no curso há um ano de preparação, para que não sejam tantas as perplexidades quando se chega ao curso de Teologia”, afirma o padre João Paulo Domingos. Quanto ao facto de o número de jovens a frequentar o Seminário Diocesano de Beja ter diminuído, o reitor considera que “há quem diga que há menos jovens”, lembrando que “em Beja a população envelheceu”. Mas prossegue: “É provável que hoje existam dois principais obstáculos a uma decisão com esta profundidade. Primeiro, as famílias deixaram de ser como eram antes: o local específico mais importante de onde se transmitia a fé. Em segundo lugar,


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é possível que haja um bocadinho de deturpação do que é ser padre. Na minha experiência, nomeadamente no que diz respeito a estas funções de reitor, tenho visto que há a ideia generalizada de que quem vai para padre vai destruir o futuro. Não se vê esta entrega como algo que possa realizar a pessoa, que a possa dignificar. Como algo que possa ser a sua verdadeira vocação”. Os números, porém, na opinião do padre João Paulo Domingos, “são relativos” e, neste sentido, a soma de alunos do Seminário é “muito boa” e dá uma “grande esperança”. Os 11 seminaristas chegaram de vários sítios e escolheram a Diocese de Beja. Vieram de Santa Clara-a-Velha, do concelho de Castelo Branco, de Grândola, do concelho de Castro Daire, de Lisboa, de Portel, de Beja e até do Brasil e da Nigéria. Mas o que é preciso para se ser ordenado padre? “É preciso concluir o 12.º ano e depois é proposto aos jovens que frequentem o ano propedêutico, porque é um ano de discernimento, onde o jovem deve ver bem as motivações pelas quais quer continuar. Depois são necessários seis, sete anos de estudos teológicos, que se realizam entre o Instituto Superior de Teologia em Évora e a Universidade Católica Portuguesa. O Seminário proporciona ainda momentos de formação espiritual, humana, desportiva, musical. Na verdade, um leque variado de atividades formativas que complementam o estudo. Por fim, o senhor bispo decide, ouvindo o Seminário, se devem ou não ser ordenados padres”. Mas antes, antes de tudo isto, está o chamamento do Senhor. A vocação, a fé. O dia no Seminário de Beja começou cedo. Às 7 e 30 horas, com a oração da manhã. Seguiu-se o pequeno-almoço e depois, inevitavelmente, os estudos. Amadeu Lino, 29 anos, é um dos jovens seminaristas que chegaram este ano ao Seminário Diocesano de Beja. Apresenta-se com a barba rigorosamente aparada e o cabelo impecavelmente ordenado. Sai do seu quarto disposto a abraçar as missões que lhe conferiam. “Estive no Seminário Maior de Lamego, até ao 6.º ano, mas por decisão minha sai e interrompi. Fiz uma reflexão durante um ano e, entretanto, resolvi regressar, mas para o Seminário Diocesano de Beja, por sentir que era mais necessário aqui”, explica. Amadeu espera poder agora dedicar-se à sua tese de mestrado. E, até que venha a aprovação final, adianta: “Enquanto isso não acontece estou aqui e o senhor reitor vai-me dando algum trabalho pastoral”. Amadeu Lino vê a sua vida a passar por esta região e afirma: “O ser humano adapta-se facilmente”. Mas o que o fez verdadeiramente seguir por este caminho? “A vocação”, diz sem hesitação. Mas, para que não restem dúvidas, argumenta: “Nós não sabemos quando é que o Senhor nos chamou. Sabemo-lo através do batismo, mas o senhor chama-nos sempre. É uma coisa que vai crescendo, sempre com o apoio

Amadeu Lino Veio de Lamego por sentir que era mais necessário em Beja

Stanley Chuks O jovem negeriano diz sentir-se perfeitamente integrado no Seminário

Padre João Paulo Domingos O reitor do Seminário que acompanha os jovens na sua caminhada

“Nós não sabemos quando é que o Senhor nos chamou. Sabemo-lo através do batismo, mas o senhor chama-nos sempre. É uma coisa que vai crescendo, sempre com o apoio dos pais. Vamos continuando e a Igreja vai-nos mostrando o caminho. Senti que o Senhor me estava a chamar e decidi responder positivamente. É algo que uma pessoa deve fazer totalmente. Não deve haver condicionalismos”. Amadeu Lino

dos pais. Vamos continuando e a Igreja vai-nos mostrando o caminho. Senti que o Senhor me estava a chamar e decidi responder positivamente. É algo que uma pessoa deve fazer totalmente. Não deve haver condicionalismos”. Dúvidas, incertezas é algo que pode surgir nesta caminhada, mas também em outras, e Amadeu Lino teve-as. “Como referi interrompi um ano, por decisão própria. Este ano mostrou-me que não devemos ter medo e que se o tivermos que devemos enfrentá-lo. Temos de aceitar este compromisso totalmente. Temos de nos entregar ao serviço de Deus, ao povo de Deus, para a salvação das almas, que é muito importante”. Amadeu é um dos poucos jovens seminaristas que se encontra nos corredores do Seminário. Os mais novos saíram para as aulas na Escola Diogo de Gouveia e os nervos de manhã foram muitos. O primeiro dia de aulas para alguns e o enfrentar das praxes. Numa das muitas salas de estudo que se encontram espalhadas pelo Seminário está Stanley Chuks, outro jovem seminarista. Chegou da Nigéria não há muito tempo e está empenhado em aprender a língua portuguesa e os progressos, esses, já se notam. “Já falo e percebo muitas coisas, mas ainda me falta saber muito mais”, conta com um sorriso. Quanto à sua integração em Beja, garante que “não poderia estar a correr melhor”. E acrescenta: “Todos me estão a apoiar. Sinto-me muito bem aqui”. Stanley Chuks prepara-se para iniciar os seus estudos em Évora e não tem dúvidas: “Quando o Senhor chama é preciso responder e atender a esse pedido. Quero continuar por este caminho. Não imagino que possa ser de forma diferente”. Os jovens vão uma vez por mês a casa e ao fim de semana aproveitam para ter mais contacto com as paróquias. A oração, essa, está presente sempre. “O Seminário não é uma prisão. Se algum jovem necessitar de se ausentar, pode fazê-lo. Esta é uma casa de formação. É uma família nova formada por todos os que cá estão. Cada um no seu percurso, mas todos com um objetivo comum, que é perceber o que é que Deus pede a cada um de nós”, considera o padre João Paulo Domingos. Novamente o silêncio. Os estudantes recolhem-se aos seus aposentos, às salas de estudo. O convívio ficará para depois, para depois dos afazeres. “É preciso um ato de grande coragem para se dizer na escola, na família que se vem para o Seminário. A vocação é sempre iniciativa de Deus. Se estes jovens se sentem chamados é porque Deus já lhe chegou de alguma maneira, a uns de forma mais clara, a outros menos. Uns com mais certezas, outros com menos. Deus é que dá o primeiro passo, para que nós possamos responder. É um ato de grande responsabilidade. E todas as famílias os apoiam nesta sua decisão, mostram uma grande disponibilidade”, defende o reitor do Seminário. E conclui: “A juventude é assim mesmo. É dada à coragem e às coisas que, às vezes, são contra a corrente”.


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Tanta coisa, numa semana apenas. Primeiro foram os agricultores que, pela voz de Luís Mira Corôa, vieram dizer que as obras de Alqueva estavam paradas por falta de financiamento. Depois veio o secretário de Estado da Agricultura, Diogo Albuquerque, garantir que o projeto vai mesmo até ao fim e que o fim será em 2015, seja qual for a “cor do dinheiro” para o concluir. Por fim, foi o deputado Mário Simões que, na tomada de posse enquanto líder distrital do PSD, mandou um aviso à navegação, ao seu próprio governo, a dizer que Alqueva é o único pilar de desenvolvimento do Baixo Alentejo. Infelizmente parece ter razão, o deputado. PB

Entrevista

Perímetros de rega entre Baleizão e Trindade arrancam até 2013

Governo garante financiamento para Alqueva Está à frente dos destinos da Empresa de Desenvolvimento e Que balanço faz destes primeiros seis meses à frente da EDIA?

Faço um balanço muito positivo. É um projeto sobre o qual tinha enormes expetativas, como conhecedor que já era da região do Alentejo e do Alqueva. A possibilidade de vir a ter responsabilidade na concretização de alguns dos objetivos a que o projeto se propunha deu-me uma satisfação pessoal muito grande. Em que estado encontrou o projeto, em termos de implementação?

Tendo muito boas referências relativamente à equipa da EDIA, não deixei de ficar surpreendido com a sua real qualidade. Trata-se de uma equipa muito jovem, com uma média etária de 40 anos, 50 por cento homens e 50 por cento mulheres, e altamente qualificada. Mais de 80 por cento dos nossos colaboradores têm, pelo menos, a licenciatura. O que faz com que esta seja uma empresa muito qualificada, para dar resposta às exigências que o projeto implica, por um lado, mas que o faz de uma forma muito motivada e muito empenhada. Há claramente um grande identificação de todos com uma causa, que é o Alqueva, e com uma missão, que é promover a riqueza e o desenvolvimento da região. E em termos financeiros e de gestão? A anterior administração era repetidamente rotulada de despesista…

A questão do endividamento da empresa e dos custos a ele associados é uma opção acionista. Depois temos a exploração e o dia a dia da empresa. Até agora, temos implementado uma estratégia de otimização dos recursos disponíveis, nomeadamente dos recursos humanos, que é obviamente a parte mais considerável da nossa estrutura, fazendo uma reafectação interna dos nossos colaboradores a áreas que são estratégicas. Primeiro, reforçámos as nossas equipas de exploração, que estão no terreno e são críticas para o sucesso do empreendimento. São estas equipas que, em conjunto com os agricultores, permitiram que já tivéssemos uma adesão de 60 por cento para o regadio, o que é notável num regadio tão novo como o Alqueva. Por outro lado, realocámos 13 pessoas para o nosso departamento de promoção do regadio que, fundamentalmente, tem duas áreas: uma de captação de investidores e de investimentos para a região, outra para tentar identificar as motivações que estão por detrás do facto

Infraestruturas do Alqueva (EDIA) há apenas seis meses. Tempo suficiente para João Basto garantir que Alqueva “é um sucesso”. Isto dada a elevada adesão dos agricultores ao projeto, cerca de 60 por cento já estão a regar, e porque começam a aparecer cada vez mais investidores interessados na região. Basto garante que as obras do empreendimento estão a decorrer conforme o previsto e que o projeto estará integralmente concluído em 2015. Quando a água para rega chegar a Sines e a 118 mil hectares em todo o Alentejo. Com mais de 80 por cento do projeto concluído, refere, “é tempo para promover o regadio e para captar investidores”. Texto Paulo Barriga Fotos José Ferrolho

de alguns dos beneficiários ainda não terem aderido ao regadio. E nós, com esta informação, podemos ajudar à sua integração dentro do sistema. Esta semana, um dirigente da Federação das Associações de Agricultores do Baixo Alentejo criticou o ritmo lento a que estão a decorrer as obras, alegadamente por falta de financiamento. Reconhece valor a estas críticas?

Nenhuma obra em curso está atrasada por falta de financiamento. As empreitadas têm decorrido de acordo com o cronograma estabelecido pela empresa. Havendo alguns atrasos, eles não tem qualquer tipo de implicação no aspeto mais relevante que é a disponibilização da água aos agricultores. E nesse aspeto, o plano de obras está a decorrer dentro do previsto. Não só as obras que neste momento estão a terminar e que estarão concluídas até ao final do corrente ano, como as novas obras que foram aprovadas na assembleia-geral da empresa que irão arrancar no final deste ano e no princípio de 2013. Como estão as relações entre a EDIA e os agricultores da região?

Na nossa perspetiva, e também contando com o retorno que temos recebido por parte das estruturas dos agricultores, a nossa relação é de proximidade crescente. Temos trabalhado juntos na promoção do Alqueva. Temos trabalhado juntos na divulgação do valor e da relevância estratégica do projeto. Mas, fundamentalmente, temos trabalhado juntos na captação de novos investidores e no sentido de trazer novas oportunidades de negócio aqui para a região. Acho que as relações são muito positivas. Quer dizer que hoje em dia a EDIA é mais uma empresa mais virada para os negócios do que para as obras públicas?

As infraestruturas são um meio para chegarmos a um fim. As infraestruturas permitem uma entrega eficiente da água aos agricultores, que é a função primordial da empresa. Por outro lado, na lógica da promoção do regadio, desenvolvemos também um conjunto de atividades para tentar tirar o máximo partido da água que está disponível e para maximizar a rendibilidade do investimento público que aqui foi realizado. O secretário de Estado da Agricultura disse


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esta semana em Ferreira do Alentejo que já assinou despachos que vão permitir à EDIA lançar os concursos em falta. Falou em disponibilizar 97 milhões de euros do Proder. É suficiente para finalizar o projeto?

Esse anúncio vem confirmar a disponibilidade de financiamento para cobrir as infraestruturas da rede secundária que nós incluímos no nosso plano de investimentos de 2012. É uma excelente notícia, mas vem dentro da linha da estratégia que a tutela definiu para a EDIA. É dinheiro para ser investido ainda durante este ano?

Este montante diz respeito à rede secundária nos perímetros São Pedro/Baleizão, Baleizão/ /Quintos e Cinco Reis/Trindade. Os concursos para estas empreitadas já foram lançados em julho e em agosto e estimamos que as obras arranquem no terreno no final do ano, princípio de 2013.

Um gestor que veio da China

J

oão Basto é o mais jovem dos presidentes do conselho de administração que a EDIA já conheceu. Aos 40 anos de idade, este engenheiro agrónomo com formação e experiência na área da gestão, chegou ao Alentejo em março último. E em apenas seis meses revolucionou por completo a empresa que gere os destinos do Empreendimento de Fins Múltiplos do Alqueva. Antes uma empresa quase integralmente vocacionada para o incremento de infraestruturas no terreno, hoje a EDIA reorientou o seu foco de atuação para a captação de investimentos para a região e para a promoção do desenvolvimento do perímetro de rega. Antes de aceitar o desafio Alqueva, João Cláudio Cabral de Oliveira Basto esteve na China a implementar aquela que é considerada a mais moderna indústria de café em toda a Ásia, da Companhia Industrial de Macau. E já antes tinha sido responsável de negócios para a Europa e Mediterrâneo da CIFO, empresa pertencente ao grupo Heins e diretor de projetos da Mantero. Trabalhou em diferentes empresas de consultadoria e diz que a sua especialidade é “começar projetos do zero ou liderar restruturações de empresas ou de grupos empresarias”. Que é um pouco o que está a acontecer na EDIA, por estes dias. PB

E o dinheiro para as restantes obras programadas para 2014 e 2015?

O financiamento do Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva (EFMA) está baseado em dois fundos. O Proder, para a rede secundária, e o QREN, para a rede primária. Neste momento, como é do conhecimento geral, existem negociações no sentido de promover a transferência da rede primária para o Fundo de Coesão de forma a libertar os fundos necessários para financiar a totalidade do investimento que está em falta e que já é muito pouco. Perto de 80 por cento do empreendimento está feito. Neste momento falta de facto concluir a parte mais visível e que diz respeito aos agricultores, cerca de 50 mil hectares, mas este investimento corresponde apenas a cerca de 20 por cento do investimento global. O presidente da CAP, João Machado, diz que Alqueva deve passar para o QREN. Considera mesmo que isso é viável?

É um trabalho que está a ser desenvolvido conjuntamente com o Governo junto da Comissão Europeia e que está baseado num aspeto fundamental, que tem a ver com as múltiplas valências do empreendimento. Sendo as valências agrícola e energética as duas mais comummente discutidas, a componente ambiental e a componente de abastecimento público são críticas. E foram fundamentais na decisão de se avançar com o projeto Alqueva, tal como ele está concebido. O esforço que está a ser feito junto da Comissão Europeia é no sentido de tentar chamar a atenção para estas valências e fundamentar a argumentação para esta transferência com base nos outros fins do empreendimento que não a agricultura. O que o secretário de Estado da Agricultura veio afirmar em Ferreira do Alentejo foi, se dúvidas houvesse, confirmar o compromisso com o Alqueva. E, nesse sentido, o financiamento da rede secundária pelo Proder já está garantido. Libertando os fundos que anteriormente estavam consignados para o Alqueva,

para os agricultores. Esta transferência é feita com base numa garantia que nunca faltarão os montantes para Alqueva. Existem condições para o regadio de Alqueva estar concluído em 2015? Os agricultores dizem que “nem com um milagre” e que o projeto pode ficar a meio...

Tecnicamente não era possível acabá-lo antes. Quando tomámos posse, a 8 de março de 2012, e analisámos o ponto de situação dos vários projetos que era necessário lançar, nem todos estavam preparados, nem todos estavam terminados. O que fizemos foi olhar para a nossa capacidade de realização, para o trabalho que é necessário fazer antes das empreitadas, e ver qual era o melhor cenário possível para a conclusão do Alqueva. O melhor cenário, tendo em conta a informação que dispúnhamos em março, era 2015. É o tempo que é necessário para preparar os concursos, preparar as candidaturas, arrancar com as empreitadas e acabar a sua construção. Está a falar que em 2015 a água chega a Sines?

Também! É a conclusão do empreendimento tal e qual como ele está concebido: 118 mil hectares. Como é que os agricultores estão a aderir ao projeto?

Neste momento, a taxa de adesão no perímetro é de 60 por cento. Um valor bastante relevante tendo em conta a juventude do projeto. Mais de metade das áreas atualmente disponíveis apenas foram concluídas em 2011 e, mesmo assim, 60 por cento dos agricultores já aderiram, com investimentos privados muito relevantes, o que mostra que a água é o elemento que estava a faltar para que os agricultores alentejanos pudessem dar o salto qualitativo para culturas de valor acrescentado.

Em comparação com outros perímetros de rega do País, estes 60 por cento representam o quê?

O empreendimento do Alqueva está consideravelmente acima da média nacional. Estes níveis de adesão, normalmente, são atingidos nos outros perímetros públicos ao fim de 20 anos de atividade. Ou seja, o Alqueva é um sucesso. A adesão rápida dos agricultores revela que Alqueva já é um sucesso. Cumpre-nos a todos continuar a promover a adesão dos agricultores ao regadio. Foi o próprio João Basto que afirmou à imprensa que cada euro investido pelo Estado gera 4,45 euros de retorno…

Esse valor continua a ser conservador. Neste momento estamos num processo de revisão que, certamente, será para cima desse montante, porque temos estado a coligir mais informação que nos tem ajudado a sentir confortáveis com esta nossa mensagem. Esta PUB

mensagem tem um objetivo muito claro que é mostrar com informação clara e numérica qual o valor que está a ser gerado por Alqueva. Esta perceção é importante para ajudar a criar uma imagem positiva sobre a dinâmica que já existe no território. Segundo as nossas estimativas, cerca de 70 por cento deste valor fica na região. Faz sentido que sejam os regantes a gerir a água do Alqueva?

Neste momento temos em curso um grupo de trabalho e de reflexão no sentido de encontrar o modelo que melhor se adequará ao EFMA. É posição da EDIA que o mais importante é salvaguardar a qualidade do serviço de distribuição de água aos agricultores, de uma forma competitiva. E garantir a integridade e a solidariedade dentro do empreendimento. Não abdicamos de um princípio de solidariedade dentro de Alqueva. Todos os agricultores, independentemente do custo de distribuição de água, deverão pagar o mesmo. Com base nestes pressupostos, se for possível desenhar modelos alternativos aos atualmente em vigor, obviamente que estamos completamente disponíveis para os discutir e para os implementar. Se for o caso. E em relação ao turismo. Afinal parece que tarda em acontecer o tão esperado boom nas margens da barragem… Aliás um dos grandes investimentos, o da Herdade do Roncão d’El-Rei, acabou por cair por falta de financiamento…

O Alqueva como destino turístico ainda está por criar. Do nosso ponto de vista defendemos que o turismo de lago se baseará na conjugação e na convivência de grandes estruturas, que são pilares para a criação de Alqueva como destino turístico, com outras pequenas infraestruturas recreativas e de lazer que se complementem e que permitam criar uma diversidade de pontos de interesse em tornos do lago, que são fundamentais para o desenvolvimento de toda a região. Acreditamos que Alqueva como destino turístico se afirmará no País.


Governo levou mais de 600 professores para o desemprego no distrito, diz PS

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A Federação do Baixo Alentejo do PS considerou esta semana “preocupante e retrógrada” a decisão do Governo de alargar o número de alunos por turma, o que levou para o desemprego “mais de 600” professores no distrito de Beja. Segundo o PS, a decisão, que resulta de uma “visão meramente economicista que não salvaguarda os interesses públicos e constitucionais”, levou também ao “desprestígio” da função de professor e “à má qualidade do ensino” e “afeta o funcionamento do sistema de ensino e prejudica os alunos”.

Atual

Beja está com a nova Carta de Princípios rincípios sobre a praxe

Julgar para além da capa Uma Carta de Princípios sobre a praxe foi apresentada no início do mês em Coimbra. Defender e promover a praxe nacional, que se pretende “justa, idónea e equitativa, sem discriminação de género, credo ou etnia”, foi o mote. Em Beja, alinha-se pela mesma bitola: a praxe serve para integrar. Texto Marco Monteiro Cândido Ilustração Susa Monteiro

T

odos os anos, durante o mês de setembro, o cenário repete-se um pouco por todo o País: milhares de jovens, acabados de garantir o acesso ao ensino superior, rumam a universidades e politécnicos para começar aquela que será uma nova etapa das suas vidas. E, assim, todos os anos, milhares de caloiros iniciam o ano letivo com as habituais praxes que, apesar dos códigos que as regulam em cada academia, se traduzem em práticas de iniciação, que os alunos mais velhos, os veteranos, exercem sobre os mais novos, os caloiros. A praxe em Portugal, que teve origem na academia de Coimbra, tem sido, principalmente nos últimos anos, alvo de contestação por parte de alguns quadrantes da sociedade portuguesa, vista com alguma reserva por ministros que têm tutelado a pasta do Ensino Superior, e denunciada por caloiros, alegando a sua violência, o seu caráter vexatório e humilhante. Com o intuito de modificar esta imagem que a praxe foi adquirindo nos anos recentes, onde têm vindo a público alguns casos mais graves, foi apresentada uma Carta de Princípios sobre a praxe no início do mês, em

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acional de Coimbra, pelo Conselho Nacional nstituição Tradições Académicas, instituição também ela apresentada e que vinha 03. Tornar sendo preparada desde 2003. a praxe mais justa e digna. Este é um dos pilares fundamentais do documento que foi subscrito porr oito acaa, Aveiro, demias do País: Coimbra, ntes e Alto Beira Interior, Trás-os-Montes ia e Porto. Douro, Minho, Évora, Leiria Para o Provedor do Estudante eja do Instituto Politécnico de Be Beja do, tendo (IPBeja), António Semedo, em conta a sua experiênciaa como estudante, mas também a de alguém a unos, as al que zela pelo interesse dos alunos, praxes realizadas no IPBejaa visam a a, de uma integração, de quem chega, utar. “São forma mais completa e salutar. ito a intepraxes que têm como intuito eio da cogração do estudante no seio munidade estudantil, não sendo tão violentas como poderão aparentar ou falar por aí. Por norma, ninguém é obrigado a fazer nada, só faz quem pre com o quer, é voluntarioso e sempre objetivo de integrar”. O facto de a praxe po-der ser algo vexatório levaa a muque as pessoas fora da comunidade académica não a entendam. Para António Semedo, a própria postura que os veteranos têm que ter com os ca-e, um loiros na época de praxe, lavras pouco agressiva e com palavras ue sejam m de ordem, “não significa que agressivos e que façam as coisas por entaram maldade”. “Se as pessoas tentaram olvesaber, perguntarem, envolverem-se um bocadinho no seio erder das praxes, acabam por perder todo e qualquer estigma e perceletamente ber que a realidade é completamente diferente”. ntee desde Provedor do Estudante

fevereiro de 2011, António Semedo confessa que não tem tido queixas em relação às praxes. “O que acontece são desabafos de alguns colegas meus, principalmente nos primeiros dias, porque não conhecem as pessoas, acabando por ver coisas onde elas não existem”. António Semedo tem a opinião de que os veteranos são como os livros, não podem ser julgados pela capa. E que as primeiras impressões, que podem levar a equívocos, são fruto do próprio choque que as pessoas têm m quando chegam a uma terra onde não conhecem ninguém, não têm ami m gos amigos e estão fora do seio familiar. “Há muitas pessoas que mudam de opinião. Quem participa na praxe sabe como ela é feita, como é dirigida

e como é organizada. Quem está fora é que acaba por não compreender, nem perceber como é organizada”. Apesar de não conhecer a Carta de Princípios da praxe, António Semedo sublinha que, ao longo do último ano, o IPBeja trabalhou para a criação de um projeto de regulamento e para a criação de um novo órgão regulador das praxes. No entanto, o o Provedor do Estudante do IPBeja está conf fiante de que o doconfiante cumento apresentado em Coimbra serve o propósito de “melhorar a integração dos alunos, capacitando também quem os recebe”.


A Câmara Municipal de Mértola distribuiu recentemente, de forma gratuita, manuais escolares (de língua portuguesa, matemática e estudo do meio) a todos os alunos do 1.º ciclo, independentemente dos rendimentos do agregado familiar. De acordo com a autarquia, foram abrangidas “todas as sete escolas, tendo sido beneficiados 173 alunos”. O valor desta comparticipação foi de 8.582,43 euros. Esta é uma das várias medidas de apoio no âmbito da educação promovidas pela câmara,

Campanha de recolha da Loja Social de Ferreira do Alentejo termina hoje A “evidente situação económico-financeira que o País atravessa, a situação de carência acrescida que as pessoas vivem, e que é constatada através da Loja Social de Ferreira do Alentejo, e a necessidade de se valorizar a reutilização” levou a Câmara Municipal de Ferreira do Alentejo a

avançar este ano com uma campanha de recolha de manuais escolares usados, explica o presidente da autarquia, Aníbal Costa. A campanha decorre até hoje, sexta-feira, na loja social local e os livros deverão ser entregues a partir da próxima segunda-feira, dia 24. Em declarações ao “Diário do Alentejo”, o autarca disse que ainda não é possível divulgar “o número de livros recolhidos

Bancos de livros diminuem desperdícios

Famílias reutilizam manuais escolares Diminuir o desperdício e os encargos das famílias são os principais objetivos da reutilização de manuais escolares usados, prática que de ano para ano tem vindo a ganhar adeptos entre as famílias do distrito de Beja. Texto Nélia Pedrosa Ilustração Susa Monteiro

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presente edição da campanha “O meu livro foi o teu livro”, lançada há alguns anos pela Câmara Municipal de Beja através da Biblioteca Municipal José Saramago, e que conta este ano com a parceria da loja social local, permitiu até à última terça-feira, dia 18, a redistribuição de 202 manuais escolares usados, satisfazendo, na íntegra ou parcialmente, os pedidos de 56 agregados familiares. Por satisfazer estão solicitações de 10 famílias. À loja social chegaram, no entanto, entre o mês de junho e terça-feira, 1 672 livros, muitos deles já desatualizados – o Governo estabeleceu que os manuais têm atualidade durante seis anos. Esses livros deverão agora ser encaminhados para o Banco Alimentar Contra a Fome de Beja, para a campanha Papel por Alimentos. “Este é um projeto que a biblioteca municipal tem vindo a desenvolver já há alguns anos no sentido de reutilizar livros com memória, com história e valorizar a passagem do livro de mão em mão. Este ano houve um convite por parte da diretora da biblioteca, dr.ª Paula Santos, para que a Loja Social de Beja se associasse, até porque tínhamos a referência e o diagnóstico dos possíveis candidatos a beneficiar dos livros”, explica Laura Rodrigues, a coordenadora do gabinete de desenvolvimento social da autarquia, adiantando, contudo, que “não se trata de um projeto direcionado para grupos específicos”, mas

sendo outros exemplos o apoio à família (refeições e prolongamento de horário) e o serviço de transporte escolar. No que diz respeito a pessoal, “a câmara não aceitou a delegação de competências para a descentralização do pessoal na área educativa, contudo, consciente das necessidades, tem colocadas 13 auxiliares, sete das quais destinadas ao ensino pré-escolar ao abrigo do acordo com a Direção Regional de Educação e Instituto da Solidariedade e Segurança Social”.

“aberto à comunidade”. A “conjuntura atual” e o “aumento de sinalizações de famílias carenciadas” obrigam, no entanto, “a privilegiar as famílias que mais dificilmente têm acesso aos livros escolares”, diz. “As pessoas estão recetivas, do feedback e da avaliação que temos feito com os parceiros do projeto vemos que o mesmo tem tido uma boa aceitação por parte da comunidade em geral. Pela lista de inscrição podemos constatar que não são única e exclusivamente famílias com vulnerabilidade económica, mas famílias que têm preocupações com o ambiente, famílias que querem efetivamente reutilizar os livros no sentido de reduzir o consumo. Temos tido várias surpresas porque efetivamente aqui não há estrato social, existem sim motivações diferentes para as pessoas aderirem a este projeto”, acrescenta a responsável, adiantando que a campanha continua a decorrer. Criado há cerca de três anos, mas a funcionar “a sério” desde 2011, o Banco Gratuito do Livro Escolar de Serpa recebeu até ao momento “entre 800 e 900 livros” e satisfez pedidos de “umas dezenas largas de famílias”, diz o seu fundador, o fotógrafo José de Sousa, pai de crianças em idade escolar e que viu na criação do banco uma forma de contornar as “autênticas fortunas” que se gastam anualmente em livros, “que a seguir vão para o lixo”. Como “não há qualquer registo dos livros que entram, nem dos que saem, nem das pessoas que os levam” – uma das regras do Movimento pela Reutilização dos Livros Escolares, de que o banco de Serpa faz parte – José de Sousa não pode avançar números concretos. “Mas há bastante procura este ano”, contrariamente ao que aconteceu no primeiro ano de arranque do banco – “Houve alguma aceitação mas muito envergonhada, por assim dizer”. No banco também não há

listas de espera – mais uma regra do Movimento pela Reutilização que integra atualmente mais de uma centena de bancos distribuídos pelo País. “Não temos lista de espera, mas tenho muita gente à espera, digo-lhes para passarem diariamente porque todos os dias nos chegam livros, todo os dias se entregam livros, a qualquer momento podem encontrar o que procuram”, adianta o responsável, acrescentando que o banco não satisfaz mais solicitações “porque os livros adotados mudam constantemente”, não respeitando o estipulado – os seis anos. “Não sei se é do interesse escolar, da escola, dos professores, das editoras, se é do Governo. Constantemente, de ano para ano, os livros mudam, as normas não são cumpridas. É porque falta esta informação, é porque falta aquela, o que é certo é que de ano para ano continua a adiar-se

07 Diário do Alentejo 21 setembro 2012

Câmara Municipal de Mértola distribui livros escolares

e a redistribuir, nem o número exato de famílias que irão beneficiar dos mesmos”, uma vez que o balanço da campanha só será feito na próxima semana. “O que podemos dizer é que loja social neste momento beneficia 307 agregados familiares, e destes 307 alguns não terão necessidade dos manuais pelo facto de não terem crianças em idade escolar”.

essa manutenção dos livros”, lamenta José de Sousa, salientando que tem em stock “manuais absolutamente novos, alguns ainda selados”. “Há livros absolutamente novos que não se podem usar. É o mesmo livro, a mesma editora, os mesmos autores, mas agora em vez de ser o Matemática 10 é o Novo Matemática 10”, esclarece. “O balanço é muito positivo principalmente pela maneira como as pessoas já estão a ver o banco de livros, porque olhavam para o banco como o sítio onde o desgraçadinho vai buscar manuais e isso é errado, o mais correto é ser o sítio onde os inteligentes, as pessoas que pensam, vão porque é inteligente reutilizar. Assim como é inteligente e necessário reciclar, é inteligente e necessário reutilizar”, diz o fotógrafo, que mantém o banco, que está instalado no seu espaço comercial (Foto Lusitana), com a

ajuda da mulher e de alguns voluntários, principalmente estudantes. A Casa do Professor do Concelho de Aljustrel, que lançou a campanha de recolha de manuais há três anos, conseguiu este ano, até ao momento, entregar manuais a 82 famílias, se bem que alguns pedidos não tenham sido satisfeitos na íntegra. “Devido às muitas solicitações”, adianta Manuel Pires, presidente da direção da Casa do Professor, optou-se por fazer uma divisão por todas as famílias inscritas, pelo que ainda há muitos livros em falta. “Como a campanha ainda está a decorrer nós continuaremos a contactar essas famílias que já levaram livros para lhes entregar os que estão em falta e que nos vão chegando”, explica o docente, adiantando que este ano se regista um decréscimo de solicitações de manuais, que pode ser explicado por dois fatores: “Há cada vez mais pessoas que fazem a troca entre elas, sem passar pela Casa do Professor. Por outro lado, como este ano com o novo agrupamento de escolas os alunos do 7.º e do 8.º anos passaram todos para a EB2,3 e os do 9.º para a Escola Secundária, cerca de metade dos manuais do 8.º e do 9.º que foram utilizados no ano passado não podem ser utilizados este ano, porque as duas escolas não adotaram os mesmos livros. Penso que as pessoas se aperceberam que devido a isso a Casa do Professor não conseguiria dar resposta a todas as solicitações e tentaram arranjar os livros por outros meios”. Para além dos manuais que podem ser utilizados, a Casa do Professor recolheu até ao momento perto de 1 500 manuais que já não são adotados e que posteriormente entregará a instituições que os farão chegar a outros países. “O objetivo é reutilizar os manuais escolares, não esquecendo a parte pedagógica de fazer ver aos miúdos que um manual não serve só para um ano e que depois se encosta ou se joga fora e também que há muitas pessoas com necessidades. Este ano vamos tentar sensibilizar ainda mais os miúdos e os encarregados de educação para termos mais pessoas a entregar livros, porque o que notamos é que ao nível do 12.º ano já são poucos os que nos chegam. Os miúdos acabam o 12.º ano, vão para a universidade e perdemos um bocado o contacto deles. No final do ano letivo vamos tentar fazer uma campanha de sensibilização no sentido de eles nos deixarem os manuais escolares depois de terminarem os exames”, conclui. A campanha conta com a colaboração da câmara municipal e das juntas de freguesia do concelho.


DR

08 Diário do Alentejo 21 setembro 2012

As “autarquias locais não querem, e não vão aceitar, políticas centralistas inspiradas apenas pela racionalidade económica-financeira, que expulsam de significativas partes do território nacional a maior riqueza e fator de desenvolvimento que elas possuem: o capital humano. Qualquer reorganização alicerçada em agregações e encerramentos terá um efeito nefasto e de arrasto sobre as economias locais que dependem, por falta de alternativas, do emprego público”.

Poder local Autarcas do Alentejo e Setúbal reuniram-se em Alvito

Autarcas do Alentejo e Setúbal reuniram-se em Alvito

“É tempo de tomar decisões” em defesa do poder local As comunidades intermunicipais do Baixo Alentejo (Cimbal), Alentejo Central (Cimac), e Alentejo Litoral (Cimal), em conjunto com a Associação de Municípios da Região de Setúbal (AMRS), reuniram-se na passada terça-feira, 18, no Centro Cultural de Alvito, para debater o papel das autarquias no País, e para aprovar um documento de diagnóstico e de propostas para ser apresentado no XX Congresso (extraordinário) da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), que se realizará a 29 deste mês, em Santarém. Texto Aníbal Fernandes

A

reunião, que contou com dezenas de participantes das três regiões, e ainda com os presidentes de câmara de Avis e do Crato, do distrito de Portalegre, teve como anfitrião João Penetra, presidente da Câmara de Alvito, e como oradores José Maria Pós-de-Mina (presidente do conselho executivo da Cimbal), Alfredo Monteiro (presidente do conselho diretivo da AMRS), Ângelo de Sá (presidente do conselho executivo da Cimac), e Carlos Beato (presidente do conselho executivo da Cimal). Coube a João Penetra, no discurso de boas vindas, iniciar os trabalhos e dar o mote para o tom geral. O presidente da Câmara de Alvito lembrou que as “autarquias são o grande motor do desenvolvimento” do País, e protestou contra a “redução das verbas transferidas para as autarquias” que, em 2012, foram iguais às de sete anos atrás, garantindo que “os autarcas não podem assistir a tudo isto de forma impávida”. Carlos Beato, presidente da Câmara de Grândola, começou por fazer um enquadramento histórico, e recordou que a “história do municipalismo se perde nos tempos e é anterior à nacionalidade”. O autarca, um capitão de Abril, lembrou que a autonomia do poder local democrático resulta da “Revolução dos Cravos” e “é responsável pelas enormes transformações” verificadas em Portugal nas últimas décadas. Beato denunciou a “campanha de descredibilização” de que os

autarcas estão a ser vítimas, tendo como pano de fundo um “ataque sem precedentes ao poder local”, e defendeu que a sua defesa é fundamental para a saída da crise. José Maria Pós-de-Mina, na sua intervenção, referiu que a realização do congresso extraordinário da ANMP – “um acontecimento histórico” – foi proposto e aprovado no conselho geral “ao arrepio da vontade da conselho diretivo”, e criticou o desempenho da estrutura dirigente da associação que se “afastou dos interesses dos municípios”, bem como o atraso na convocação da reunião magna que “deixou espaço para a publicação de legislação prejudicial” à atividade das autarquias. Sangria legislativa “Não temos um problema do poder local em Portugal”, disse o presidente da câmara de Moura, acrescentando que “se hoje há municípios que estão em dificuldades financeiras, elas resultam da atitude da administração central relativamente aos municípios”. O autarca manifestou-se contra “esta sangria legislativa em torno do poder local” e reclamou – citando o treinador da seleção, Paulo Bento – “tranquilidade, para poder dar resposta aos compromissos que assumimos com as populações”. Pós-de-Mina lembrou que o Programa de Apoio à Economia Local que disponibiliza aos municípios uma linha de crédito de mil milhões de euros, corresponde, sensivelmente, ao valor que desde há anos não

é transferido para as autarquias, conforme determina a Lei das Finanças Locais, e é agora disponibilizado a juros de cinco por cento, “quando a Euribor se encontra a um por cento”, acusa. Quanto à Lei dos Compromissos e dos Pagamentos em Atraso, exigiu a sua imediata revogação, enquanto que em relação à chamada Lei dos Dirigentes disse que “não é uma lei dos dirigentes. É uma lei que afeta a estrutura dos municípios” e põe em causa a autonomia do poder local. A nova legislação sobre o setor empresarial local, também foi referida por Pós-de-Mina, para quem estas disposições “vêm limitar e cercear a capacidade de intervenção dos municípios. Encontra-se em discussão um texto para uma nova Lei das Finanças Locais. O presidente da Câmara de Moura mostrou-se convencido de que o que daí resultará será sempre pior do que aquilo que agora existe: “a atual lei, não sendo uma boa lei”, é melhor, mesmo “com as suas cláusulas transitórias”, do que outra qualquer, que será sempre “mais penalizadora para os municípios”, nomeadamente impondo mais instrumentos de controlo e gestão. Para Pós-de-Mina os autarcas não precisam de uma nova lei que “asfixie” a gestão orçamental e financeira dos municípios. “Já temos asfixia que nos baste”, disse reclamando que deixassem trabalhar os autarcas. Congresso da ANMP No próximo

dia 29, em Santarém, estarão em discussão os últimos compromissos assumidos pela atual direção da ANMP, nomeadamente o memorando de entendimento com o Governo, que segundo o autarca de Moura, “têm sido altamente prejudiciais”, defendendo uma participação no encontro de forma a garantir uma “nova atitude” que recuse, denuncie e “exija a revogação” deste conjunto de leis, e, sobretudo, leve a que os autarcas “não fiquem parados” perante a ofensiva

do poder central. “Precisamos de esclarecer os nossos trabalhadores das implicações destas medidas para o poder local. Necessitamos de os mobilizar. Temos de dar um murro na mesa, ter iniciativas concretas para impedir que este processo continue, e mostrar que o poder local tem que ser valorizado e está disposto a contribuir para ajudar Portugal a sair da difícil situação em que se encontra”. Também Alfredo Monteiro Costa, presidente da Câmara do Seixal acusou a ANMP de se “ter afastado dos interesses do municípios” e disse ser necessária uma associação “forte e interventiva”. No mesmo sentido foi o presidente da Câmara de Borba, Ângelo Sá que acusou a ANMP de “ter culpas no cartório” e ser, de alguma forma, conivente com “o maior ataque de sempre ao poder local democrático”. O dirigente da Cimac lançou ainda um alerta: o Governo “não quer acabar só com as freguesias, quer acabar com os concelhos”. Já na fase do debate, Manuel Narra, presidente da Câmara de Vidigueira, questionando a audiência, apontou o dedo aos autarcas, já que para ele também são responsáveis por este estado de coisas, ao não defenderem a valorização do poder local nos congressos dos seus respetivos partidos. Pinto Sá, presidente da Câmara de Montemor-o-Novo, assinalou que se está “perante uma contrarreforma” que irá tentará impor uma “alteração do quadro institucional e constitucional”. António Tereno, presidente da Câmara de Barrancos, e que também faz parte do conselho geral da ANMP, disse que as autarquias “estão a ser atacados por todos os lados” e que “este é o tempo de tomar decisões”. No final do encontro, o documento (ver excertos nesta página) foi posto à votação e aprovado por unanimidade e aclamação.

A Constituição da República Portuguesa refere no n.° 1 do artigo 6.° que “o Estado é unitário e respeita na sua organização e funcionamento o regime autonómico insular e os princípios da subsidiariedade, da autonomia das autarquias locais e da descentralização democrática da administração pública”. A autonomia das autarquias deve ser encarada como o direito e a capacidade efetiva de regulamentar e gerir, tendo em conta a satisfação das necessidades das populações. Nas palavras do Tribunal Constitucional trata-se de “assuntos próprios do círculo local”, ou seja, de assuntos “que têm a sua raiz na comunidade local ou que têm uma relação específica com a comunidade local e que por esta comunidade podem ser tratados de modo autónomo e com responsabilidade própria”. “Entre esses instrumentos da autonomia das autarquias locais contam-se: a) A prerrogativa de estas emanarem normas jurídicas próprias de natureza regulamentar, ainda que devidamente enquadrada legal e constitucionalmente pelos princípios da reserva, precedência e prevalência da lei (autonomia normativa); b) A possibilidade de praticarem atos administrativos próprios com efeitos jurídicos autónomos e imediatos, de incidência individual e concreta (autonomia administrativa); c) A suscetibilidade de disporem de património e receitas próprias (autonomia financeira).” Daqui decorre que não subsistem quaisquer dúvidas de que a Constituição da República Portuguesa consagra o poder local democrático como representante das populações, eleitos por sufrágio direto e universal, com atribuições e competências, património, finanças e mapas de pessoal próprios. A Reforma Administrativa, contida no Livro Verde e na Lei 22/2012, não se adequa às necessidades do País, das regiões e das comunidades locais porque, entre outras razões, ignora, por completo, a mais fundamental reforma a efetuar: a criação das Regiões Administrativas, conforme preceito constitucional; (…) Pretende extinguir freguesias de forma administrativa, à revelia dos interesses das populações, do necessário ordenamento e equilíbrio regional e local, do País (...)


A abertura do primeiro troço de uma ciclovia e de cinco passadeiras, passeios a pé e de bicicleta, jipe, charrete e canoagem e contos e poesias pelas ruas marcam a Semana Europeia da Mobilidade em Serpa, que arrancou no domingo. A iniciativa, promovida pela Câmara de Serpa, termina amanhã, sábado, o que coincide com o Dia Europeu Sem Carros. O tráfego automóvel estará interdito na zona intramuralhas da cidade entre as 8 horas e as 20 horas.

09 Diário do Alentejo 21 setembro 2012

Semana Europeia da Mobilidade em Serpa

Aljustrel comemora Dia Europeu Sem Carros Atividades desportivas, ações de sensibilização, demonstração de veículos elétricos e rastreios de saúde vão marcar as comemorações do Dia Europeu Sem Carros, no sábado, em Aljustrel. As iniciativas, que vão decorrer das 9 horas às 17 horas num troço da avenida da Liberdade, que será fechado ao trânsito, pretendem consciencializar as populações e os decisores para as questões da mobilidade e da qualidade de vida urbana, refere o município.

I Encontro Nacional do Setor do Azeite foi considerado um “sucesso”

Ferreira aposta no azeite como principal bandeira do concelho O município de Ferreira do Alentejo juntou há dias no mesmo espaço perto de 150 produtores, distribuidores e estudiosos do setor no I Encontro Nacional do Azeite, que contou com a presença de Jean-Loius Barjol, diretor executivo do Conselho Oleícola Internacional, entre outras figuras que prestigiaram o evento.

P

erto de 150 pessoas participaram recentemente (último dia 13) no I Encontro Nacional do Setor do Azeite, em Ferreira do Alentejo, um evento que PUB

“deve ter sido provavelmente o melhor encontro temático entre os que dizem respeito ao desenvolvimento económico da nossa região”, considerou Aníbal Reis Costa, presidente da câmara local, a entidade organizadora. Para o “sucesso” deste debate alargado, que juntou no mesmo espaço produtores, distribuidores e também estudiosos, concorreram dois aspetos, segundo sublinha o autarca. Em primeiro lugar, o facto de o município de Ferreira do Alentejo ter conseguido integrar na comissão organizadora “12 entidades ligadas ao setor fortemente empenhadas na divulgação, promoção e valorização do

azeite”. Em segundo, “a importância que, nos últimos cinco, seis anos, o setor do azeite assumiu no nosso território”, o que foi visível através da presença de “todos os agentes locais diretamente relacionados com a produção de azeite”. O autarca lembra também que, neste mesmo horizonte de tempo, Ferreira do Alentejo pôde contar com mais cinco novos lagares de grandes dimensões, fazendo uso das tecnologias mais avançadas e tirando partido de um perímetro de rega, também ele dotado da “tecnologia mais evoluída do mundo”. O encontro contou com a presença do secretário de Estado da

Agricultura, José Diogo Albuquerque, e permitiu abordar questões tão relevantes quanto a aproximação de custos nas diferentes formas de olival, a produtividade no setor da transformação, e ainda o marketing e a valorização das marcas. Sevinate Pinto, consultor da Presidência da República e mediador de debate no encontro, e Jean-Loius Barjol, diretor executivo do Conselho Oleícola Internacional, foram duas das figuras de renome presentes no evento. O executivo municipal de Ferreira do Alentejo está apostado em “dar uma maior visibilidade ao setor e ao território no todo nacional” e é nesse

sentido que recentemente registou, no Instituto Nacional de Propriedade Industrial, a marca Ferreira do Alentejo – Capital do Azeite, um logotipo que constará a partir de agora em todos os documentos oficiais do município. “Durante muito tempo este e outros territórios contíguos foram associados à produção de cereais, a uma agricultura de sequeiro mais tradicional e o que nos parece é que o setor do azeite, que tem e terá ainda maior expressão no concelho de Ferreira do Alentejo, será uma mais-valia para a própria visibilidade que este concelho poderá ter no futuro”, concretiza o autarca. CF


Mário Simões tomou posse na distrital laranja

Diário do Alentejo 21 setembro 2012

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Tomaram posse na segunda-feira, dia 17, os novos órgãos sociais da distrital de Beja do PSD. Mário Simões, reeleito presidente da estrutura em julho passado, com 96 por cento dos votos, diz ter nas autárquicas de 2013 uma das suas prioridades, manifestando a intenção de reforçar no território a base de implantação eleitoral do partido. A assembleia distrital é presidida por João Paulo Ramôa; o conselho de jurisdição é liderado por José Gaspar; e a comissão de auditoria financeira é encabeçada por Fernando Palma.

Aeroporto de Beja poderá reverter para o Estado O caderno de encargos de privatização da ANA – Aeroportos de Portugal “vai incluir, em princípio, uma cláusula que prevê a reversão para o Estado” de qualquer um dos aeroportos geridos pela empresa e que o futuro dono eventualmente não queira explorar,

disse à Lusa João Paulo Ramôa, coordenador do grupo de trabalho. “Se a ANA privatizada tiver uma perspetiva em relação ao aeroporto de Beja que seja contraditória com a da região e não estiver interessada na exploração da valência, o Estado pode chamar outra vez a concessão da infraestrutura para a sua órbita”,

explicou. Nesse caso e porque “a região não pode prescindir” do aeroporto de Beja, uma das várias hipóteses para a gestão da infraestrutura pode passar pela criação de uma entidade pública, que, por exemplo, poderá ser detida pelo Estado e ter a participação de entidades da região, defendeu.

Decisão prevê uma poupança para o Estado de 338 milhões de euros

Governo abandona autoestrada entre Sines e Beja A Estradas de Portugal (EP) anunciou na terça-feira, 18, ter chegado a acordo com a Estradas da Planície, que prevê uma poupança para o Estado de 338 milhões de euros na subconcessão do Baixo Alentejo. A redução traduz-se, entre outras medidas, na retirada da subconcessão e suspensão dos trabalhos de construção dos lanços entre Relvas Verdes e Grândola e entre Santa Maria do Sado e Beja.

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Estradas de Portugal revela que “serão concluídos em perfil de autoestrada as ligações entre Sines e Santo André e entre Sines e Santiago do Cacém, bem como entre a A2 em Grândola Sul e Santa Margarida do Sado”. O presidente da Câmara de Beja considera que a suspensão da construção de lanços da A26 é “uma machadada dramática naquilo que são as pretensões da região em termos de um projeto de desenvolvimento, que contribuiria, e contribuirá, decerto para o desenvolvimento do País” e acusa o Governo de “abandonar por completo aquilo que é um projeto de desenvolvimento coerente para o Baixo Alentejo, uma vez que retirando a frente das acessibilidades, que é uma peça fundamental em todo este

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processo, dificultamos tudo aquilo que está a ser feito nas outras áreas”, como a agrícola, a turística e a industrial, através do Alqueva e do aeroporto de Beja. “É inaceitável que o Governo esteja a tomar estas decisões”, porque, “com o avanço que as obras já têm no terreno”, “não faz qualquer sentido” que “agora se abandone, pura e simplesmente, um investimento que está feito – com certeza que vão ter que pagar esse investimento ao empreiteiro – e ficará votado ao abandono nos próximos anos”, disse Pulido Valente, lembrando que há pilares levantados e tabuleiros colocados nos lanços da A26 agora suspensos. O autarca acusou ainda o secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Sérgio Silva Monteiro, de ter

“enganado” os autarcas na reunião da semana passada com a Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo (Cimbal). Segundo Pulido Valente, Sérgio Silva Monteiro disse que haveria uma diminuição do número de faixas da A26 e retirada de algumas componentes da empreitada, mas “nunca falou, antes pelo contrário”, da suspensão e retirada da subconcessão dos lanços da A26 entre Santa Margarida do Sado e Beja. Segundo Pulido Valente, a câmara vai tomar uma posição de rejeição da solução e defende que autarquias, forças políticas e atores da região devem tomar “uma posição em uníssono” e “outras medidas mais drásticas” para “obrigar o Governo a rever este acordo e voltar a colocar no terreno as obras” da A26, que é “fundamental”. Neste sentido, a Associação de Municípios do Baixo Alentejo e Alentejo Litoral vai reunir-se na próxima semana e deverá analisar o assunto e tomar uma posição, indicou. O presidente da Câmara de Ferreira do Alentejo diz, por sua vez, que o “abandono” da construção dos lanços entre Santa Margarida do Sado e Beja “significa uma completa irracionalidade económica, que, nos tempos que correm, deveria ter sido muito mais pensada e não ter sido tomada de ânimo leve”, isto porque o Governo “desperdiçou meios públicos de muitos milhões de euros” em obras dos lanços da A26 agora suspensos e que “já estão no terreno e não vão ter qualquer tipo de utilização”. Aníbal Costa considera ainda “lamentável que a poupança” de 338 milhões de euros, que a EP diz que o Estado conseguiu com as alterações à subconcessão Baixo Alentejo, “se faça à custa do desenvolvimento da região”. Na prática, diz, “a poupança que se traduz nesta negociação basicamente é jogar muitos milhões de euros e abdicar de uma via fundamental” que iria ligar Sines a Beja e a Autoestrada do Sul (A2) à capital do distrito de Beja. A câmara irá apresentar um foto-relatório ao Governo para o “alertar para as situações lamentáveis”, que estão no terreno, diz o autarca. Também o presidente da Câmara de Sines diz ter ficado “surpreendido e inquieto” com o anúncio e acusa o Governo de “deixar por

resolver ad eternum questões importantíssimas”. Manuel Coelho defende que a poupança conseguida para o Estado se irá traduzir em “perdas na competitividade e em oportunidades de investimento” para o polo industrial e portuário de Sines e lamenta que não haja “visão e sensatez” para concluir, pelo menos, a ligação à A2, em Grândola, vincado que os troços que vão ser concluídos, entre Sines e Santo André e entre Sines e Santiago do Cacém, “não eram necessários”. Para o presidente da Câmara de Santiago do Cacém, as medidas anunciadas são “redutoras”, provocando o “estrangulamento da circulação”, e “extraordinariamente negativas para o desenvolvimento económico e regional”. Vítor Proença entende ainda que “há contradições” no anúncio feito pela EP e lembra as obras que já foram feitas, como terraplanagens e viadutos, bem como os processos de expropriação em curso. O presidente da Associação Empresarial do Baixo Alentejo e Litoral (Nerbe/Aebal) entende que a solução de suspensão dos lanços entre Santa Margarida do Sado e Beja “afasta-se bastante” das necessidades da região e implica que os investimentos em obras já feitas “ficam por aproveitar”. Segundo Filipe Pombeiro, o Nerbe/Aebal não defende “uma autoestrada a todo o custo”, mas sim “uma via que permita à região ter a acessibilidade que necessita” e, nesse sentido, a solução encontrada para a A26 “não é a melhor”. “Suspender obras já em curso, alegadamente por razões de poupança financeira”, diz, por sua vez, a Cimbal, “é um erro grave, que será pago como habitualmente pelas populações e significará mais dificuldades económicas e maior desertificação de vastas áreas do Baixo Alentejo”. Isto, sobretudo, “quando o que se pretende é transformar o IP8 – projetado como uma via estruturante do desenvolvimento económico regional, ligando o Atlântico à fronteira – numa ridícula manta de retalhos, com diferentes perfis, que termina já não em Vila Verde de Ficalho, como se exige, nem sequer em Beja, a capital do distrito, mas a meio caminho, em Santa Margarida do Sado”.


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A extensão de Saúde de Canhestros, no concelho de Ferreira do Alentejo, reabriu na terça-feira, após mais de dois anos fechada para obras, o que tem obrigado utentes a deslocarem-se à sede de concelho para cuidados médicos. Segundo disse à Lusa fonte da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (Ulsba), a extensão, que esteve fechada desde 1 de agosto de 2010, retomou o normal funcionamento com uma equipa composta por uma médica, um enfermeiro e um assistente técnico.

Alvito adere ao projeto “A Minha Rua” A Câmara de Alvito aderiu ao projeto “A Minha Rua”, que permite a cidadãos reportar, através da Internet, vários problemas que detetem no espaço público, como os relacionados com iluminação, sinalética, veículos abandonados ou recolha de lixo. Através do projeto, a Câmara de Alvito pretende “incentivar a participação do munícipe na resolução de problemas”

Diário do Alentejo 21 setembro 2012

Extensão de Saúde de Canhestros reabriu

existentes no espaço público do município, explica a autarquia. Os cidadãos que queiram reportar qualquer situação deverão preencher o formulário disponível nos sítios de Internet da Câmara de Alvito e do Portal do Cidadão (www.portaldocidadao.pt/portal/aminharua) e todos os relatos serão encaminhados para a autarquia, que informará o cidadão sobre o processo de resolução do problema.

Alunos e professores de vários países em Beja

Caldeirão de culturas em Santa Maria O ano letivo arrancou no Agrupamento de Escolas n.º1 de Beja (Santa Maria) com a visita dos parceiros no projeto europeu Comenius “Folk in Europe”. Ao todo 47 pessoas, entre alunos e professores, vindos de Itália, Finlândia, Alemanha, Turquia, Polónia e Reino Unido, visitaram a cidade.

A

iniciativa prolongou-se até à segundafeira passada, tendo os visitantes chegado no dia 12. O balanço, segundo Domingas Velez, diretora do agrupamento, “é muito positivo”, até porque este é um projeto que permite um grande intercâmbio de culturas, de línguas, de hábitos, entre outros. O projeto tem por base muitas questões relacionadas com as tradições, com os costumes e, na visita a Beja, esteve em destaque a Lenda de Beja, uma vez que o projeto também dá a conhecer a história de formação de cada cidade participante. São vários os países envolvidos e, para Domingas Velez, “isso é muito bom, uma vez

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À descoberta da Europa Meninos de vários países europeus visitaram a escola de Santa Maria

que permite à escola, aos alunos e aos professores virarem-se para o exterior”. E acrescenta: “Ter a possibilidade de conhecer o que se faz em escolas de outros países é compensador e,

inclusive, permite que possam retirar-se boas ideias que poderão ser adotadas no futuro”. Para a professora, este tipo de iniciativa, de encontro, permite ainda aos alunos

“exercitarem o inglês”, mas também “aos professores” e até aos “próprios pais”, porque é a forma de todos comunicarem. A comunidade educativa envolveu-se e soube receber os parceiros do projeto de “forma exemplar”, adianta Domingas Velez, sendo que toda a comitiva ficou “muito agradada com o que encontrou em Beja”. “Regressam com uma ideia muito boa das pessoas e da cidade, e isso satisfaz-nos muito”, conclui. Durante vários dias não faltaram workshops de artes plásticas, de expressão dramática, entre tantos outros. As visitas à cidade também aconteceram e os estudantes e professores estrangeiros tiveram a oportunidade de conhecer a capital baixo alentejana, mas também a costa alentejana. Durante o encontro houve uma visita à praia de São Torpes. Não faltaram atividades recreativas e culturais e Domingas Velez lembra: “Ver os alunos entusiasmados e envolvidos, bem como os professores, é muito gratificante”.


Diário do Alentejo 21 setembro 2012

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Editorial 15/9

Vice-versa “Quando se tira dinheiro ao povo falta dinheiro para comprar coisas, quer seja na economia, quer seja nas empresas. Isso depois tem um impacto tremendamente negativo para a atividade económica, que desaparece. Nós não temos instrumentos de estudo em Portugal como muitos países têm. É tudo navegação à vista. Faz, não dá certo, corrige porque não há informação”. Belmiro de Azevedo, 11 de setembro

Paulo Barriga

“Sei que para algumas empresas, incumbentes, bem instaladas e com domínio de mercado, esta medida [TSU] pode representar uma ameaça, uma vez que poderá dar mais força às empresas ágeis e dinâmicas”, que “lutam pela quota do mercado (…) e “infelizmente, sentem mais restrições no acesso ao crédito”.

O

s algarismos em cima representam uma data. À qual falta apenas juntar o ano: 2012. Uma data histórica, esta. A data em que a nova maioria silenciosa saiu à rua. Em Portugal. Em muitas cidades de Portugal. Em Beja, também. Na praça da República. Por onde foram passando, ao longo da tarde de sábado, perto de um milhar de pessoas. Anónimas, isoladas, desalinhadas, despartidarizadas. Mas com um simples objetivo comum: o de quererem as suas vidas de volta. Apenas isso. Não terão sido muitos, os manifestantes. Qualquer organização partidária ou sindical seria certamente capaz de juntar ali, em menos de um farelo, o dobro ou o triplo das pessoas. A gritarem a uma só voz uma qualquer palavra de ordem previamente estabelecida. Enquanto estes, os “desconhecidos” que se juntaram em Beja, não. Não combinaram dizeres entre si. Não ajustaram os discursos. Não concertaram as suas ações. E por isso mesmo, o dia 15 representa um marco histórico para a democracia portuguesa. Porque no meio da praça, das muitas praças de Portugal, havia apenas pessoas. Pessoas que expressaram o seu sentimento de revolta. Cada qual, livremente, partilhou com os restantes a sua experiência pessoal, a sua indignação, o seu estado de alma. E não há nada mais perigoso para o sistema, para todos os agentes que o preservam a qualquer preço, do que a palavra indomável. A palavra sentida e livre e insubmissa. A vontade própria. O livre arbítrio. As democracias, tal como as conhecemos, não estão preparadas para a pluralidade de ideias. Verdadeiramente. É um paradoxo insanável: o sistema que deixa as pessoas votarem em alguns, não gosta da palavra de todos. Talvez porque as palavras doam muito mais do que as cruzes que se riscam de quatro em quatro anos num quadradinho de papel. Talvez porque as palavras digam muito mais do que as sondagens encomendadas. Talvez porque as palavras ainda não paguem imposto e não possam ser sujeitas à austeridade. Essa sim, a austeridade, uma palavra própria da arrogância, do poder autoritário, das ditaduras. Ainda que modernas e disfarçadas de cordeiro. As ditaduras.

Carlos Moedas, 19 de setembro

Fotonotícia Nem autoestrada, nem autocarros. No preciso e vergonhoso dia em que o Governo cuspiu para dentro do prato da sopa a espinha da autoestrada entre Beja e Sines, os trabalhadores da Rodoviária do Alentejo encetaram uma greve por um período de 24 horas. Os trabalhadores desta empresa do Grupo Barraqueiro queixam-se do progressivo empobrecimento dos salários e contra a falta de pagamentos do trabalho extraordinário. Por ocasião do fecho desta edição do “DA” ainda não eram conhecidas as mossas que a paralisação provocou. Mas uma coisa é certa, de amolgadela em amolgadela, lá vai afundando um país chamado Portugal. PB Foto de José Ferrolho

Voz do povo Já participou em alguma manifestação?

Custódia Janeiro 51 anos, bancária

Vital Barradinhas 56 anos, bancário aposentado

Já. A seguir ao 25 de Abril. Era muito jovem. Há vezes que me apetece participar, protestar contra esta situação que o País vive, o aumento constante do custo de vida. As medidas tomadas ainda agravam a crise. Talvez se nos manifestássemos mais, a exemplo de outros países, houvesse uma maior reflexão por parte de quem nos governa.

Já fui a várias manifestações aqui em Beja. Embora a crise exista, julgo que nos devemos manifestar contra estas medidas violentíssimas de austeridade. Que se contrapõem a alguns privilégios que subsistem continuamente. Os protestos na rua, pelo povo, podem mudar situações. Ultimamente temos assistido muito a isso, um pouco por todo o mundo.

Inquérito de José Serrano

Jorge Fernandes 44 anos, engenheiro eletrotécnico

Fui uma vez a uma manifestação em Lisboa. Contestar o encerramento da mina de Aljustrel. Que na altura era ainda do Estado português. Sinto vontade de me manifestar contra a deterioração contínua da vida das pessoas com menos posses. Mas duvido muito da eficácia deste tipo de protestos. Necessitamos de outra revolução, outro 25 de Abril.

Guilhermina Sota 48 anos, ajudante de lar

Ainda não. Mas tenho vontade de protestar. Contra as medidas que levam cada vez mais dinheiro a quem trabalha. Como eu. Mas quando eles tomam uma decisão, e por mais que se labute, é muito difícil fazê-los mudar de ideias. Ainda assim, uma manifestação pode conseguir que os políticos abram os olhos. Para que vejam como o País está.


Rede social

Semana passada

SEXTA-FEIRA, DIA 14 BEJA VINHO ALENTEJANO “VINHAS DA IRA” GANHA MEDALHA DE OURO NA ALEMANHA O vinho tinto regional alentejano “Vinhas da Ira”, colheita de 2008, produzido pela Herdade da Mingorra, em Beja, ganhou a medalha de ouro na edição deste ano do concurso internacional “Mundus Vini” na Alemanha. Após a medalha conquistada este ano no “Mundus Vini”, o “Vinhas da Ira” já conta com 30 medalhas, 12 delas de ouro, sendo “a referência topo de gama” e o vinho “mais premiado” do portefólio da herdade, situada na freguesia da Trindade, e do produtor Henrique Uva.

SÁBADO, DIA 15 OURIQUE ASSALTO POR ESTICÃO A IDOSA NA ESTRADA NACIONAL 263 Três homens, que seguiam num veículo ligeiro, estiveram envolvidos num assalto, por esticão, a uma idosa, na Estrada Nacional 263, no concelho de Ourique, tendo roubado um fio em ouro, disse fonte da GNR. A mesma fonte acrescentou que o roubo ocorreu cerca das 8 e 45 horas, quando a mulher, de 80 anos, efetuava uma caminhada com o marido, junto à Estrada Nacional 263, na zona de Santa Luzia. A fonte da GNR indicou que os assaltantes pararam o veículo junto ao casal e “com a desculpa de pedirem uma informação”, aproximaram-se dos idosos, tendo de seguida “um dos homens arrancado um fio em ouro do pescoço da mulher”, avaliado em cerca de 300 euros. Os assaltantes puseram-se em fuga. A mesma fonte referiu ainda que, de acordo com as indicações do casal, a GNR identificou posteriormente um suspeito, residente na zona de Ourique, continuando a força de segurança a efetuar investigações.

BEJA EX-FUTEBOLISTA MORRE ATROPELADO Um homem de 64 anos faleceu ao final da noite de sábado, em Beja, depois de ter sido colhido mortalmente por um automóvel, noticiou o “Correio da Manhã”. “A vítima, Manuel Magna, pedreiro reformado, era conhecido na região pela alcunha de ‘Torrejão’ e por ter sido futebolista em alguns clubes do distrital de Beja”. Fonte dos Bombeiros disse àquele jornal que o corpo do homem foi recuperado numa valeta da variante que liga Beja a Serpa, já sem vida. “A automobilista que colheu a vítima, quando este atravessava a estrada, só depois de ter parado o carro é que se apercebeu do atropelamento e ficou em choque”.

SEGUNDA-FEIRA, DIA 17 FERREIRA DO ALENTEJO CÂMARA LANÇA MARCA REGISTADA PARA O SETOR DO AZEITE A Câmara Municipal de Ferreira do Alentejo apresentou durante o Encontro Nacional do Setor do Azeite a marca “Ferreira do Alentejo, Capital do Azeite”, divulgou a autarquia. Esta marca registada no Instituto Nacional de Produção Industrial visa, segundo a câmara, “conferir maior importância ao território municipal, fruto da relevância do concelho de Ferreira do Alentejo no setor oleícola”. A autarquia recorda, em comunicado de imprensa, que “em Ferreira do Alentejo, nos últimos cinco anos, começaram a funcionar cinco novos lagares (com grande capacidade de transformação de azeitona e com a tecnologia mais sofisticada do Mundo) possibilitando ao concelho, em pouco tempo, fruto de grandes investimentos aqui realizados no chamado ‘novo olival’, assumir-se como o território municipal com maior quantidade de azeitona transformada”. “Em pouco tempo as marcas de azeite produzido no concelho obtiveram prémios nacionais e internacionais, reconhecendo-se assim a grande qualidade do azeite produzido”, conclui.

3 perguntas a Felicidade Ortega Coordenadora da Unidade de Saúde Pública e do projeto Lancheira Sorriso em Movimento Em que consiste o projeto Lancheira Sorriso em Movimento, apresentado recentemente pela Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (Ulsba)?

O projeto é desenvolvido no âmbito do Programa Nacional de Saúde Escolar e tem como objetivo promover a literacia em saúde nos domínios das escolhas alimentares saudáveis e prática de atividade física em alunos a frequentar o 1.º ciclo na área de abrangência da Ulsba. Propõe-se o desenvolvimento destas temáticas através da promoção de lanches escolares saudáveis e de brincadeiras de recreio que contribuam para o bem-estar cognitivo, afetivo e psicomotor.

Este cartaz ganhou o concurso da manifestação de Beja E não foi o único com piada ou com muita razão que se viu no passado sábado na manifestação “Que se lixe a troika, queremos as nossas vidas”. Um ajuntamento popular que levou perto de um milhar de pessoas à praça da República de Beja.

Primeiro petiscamos, depois vamos aos concertos É já um ritual para a malta mais nova, ou quase uma romaria, o Festival Vidigueira, que nos últimos anos tem decorrido nas piscinas locais. A malta acampa, dá uns mergulhos e escuta uns sons porreiros. Este ano andou por lá o Jorge Palma.

Quantas crianças abrange?

Abrange 639 alunos de 1.º ano dos estabelecimentos de educação e ensino público no ano letivo 2012/2013, dos concelhos de Aljustrel, Almodôvar, Alvito, Barrancos, Beja, Castro Verde, Cuba, Ferreira do Alentejo, Mértola, Moura, Ourique, Serpa e Vidigueira, que serão acompanhados ao longo do seu percurso escolar (do 1.º ao 4.º ano). Que atividades serão desenvolvidas?

As atividades serão desenvolvidas pelas equipas de saúde escolar de cada centro de saúde, compostas por médicos, enfermeiros, higienistas orais, nutricionistas, terapeutas da fala, fisioterapeutas, psicólogos, técnicos de serviço social e técnicos de saúde ambiental. Instituições de saúde, de educação e parceiros do projeto irão até junho de 2016, lado a lado, assegurar duas atividades obrigatórias do projeto: um piquenique sorriso e um almoço sorriso. No primeiro promover-se-á o consumo de pão, leite e fruta nos lanches escolares e no segundo o consumo de sopa e saladas nas refeições, sem esquecer a importância da ingestão de água em vez de refrigerantes ou chás açucarados e da prática de atividade física regular. Para as seis melhores turmas, nos primeiros três anos do projeto, com os melhores resultados em termos de escolhas, teremos a possibilidade de as premiar com um passeio sorriso. No último ano do projeto a turma com melhores resultados em termos de lanches e de brincadeiras de recreio, nos quatro anos, será premiada com o prémio família sorriso e a escola dessa turma com o prémio escola sorriso. Queremos que haja muitos sorrisos na altura da escolha dos lanches e das brincadeiras de recreio, sorrisos dos meninos e seus pais/encarregados de educação, pois acreditamos que esta será uma forma de promover hábitos de vida saudáveis e evitar no futuro a obesidade, doença com consequências (diabetes, hipertensão, hiperlipidémia) que tanto nos preocupam. Nélia Pedrosa

Por causa das luzes é que a fatiota não se vê melhor E que bonita era ela, a fatiota, e todo o aprumo com que os serpenses saíram à rua, no passado fim de semana, para assinalar mais uma edição do Serpa Equestre. Houve passeios e batismos a cavalo e muita animação no centro histórico.

Parece, mas não sou da Cruz Vermelha, não senhor Um cruzado e uma dama da corte na cabeça de mais um cortejo medieval em Alvalade do Sado. Uma iniciativa já na sua décima edição e que este ano serviu também para assinalar os 502 anos do Foral Manuelino daquela localidade do concelho de Santiago.

Não é pela barriguinha que as moças deixam de bailar bem O espetáculo chama-se “Solaris” e as bailarinas pertencem ao Grupo Trebaruna. E estiveram em Beja no passado sábado a mostrar as suas danças que juntam a cultura popular portuguesa com as demais danças do mundo.

Diário do Alentejo 21 setembro 2012

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Diário do Alentejo 21 setembro 2012

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Estas novas medidas apontadas por estes dois gestores para a empresa Portugal, do qual todos somos acionistas, apontam no sentido progressivo de uma resolução do problema laboral. No futuro, as pessoas terão de pagar para trabalhar. É esse o cenário extremamente proveitoso para o Estado. Se um funcionário público, em vez de receber, tiver de pagar um salário ao Governo, de facto é muito melhor e toda a gente fica satisfeita. Manuel João Vieira, “Blitz”, 17 de setembro de 2012

Opinião

As misteriosas mulheres Bruno Ferreira Humorista

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ideia do homem sobre a mulher é muito mais remota do que a narrada naqueles livros em branco que alguém teve a ideia de (não) mandar imprimir há uns anos, com o título Tudo o que os Homens Sabem Sobre as Mulheres. Muito mais além dos simples segredos que ficam para lá da porta do WC feminino, onde elas se trancam aos pares, ou trios, e que têm deixado, por gerações, o mistério a pairar na cabeça dos homens, o mundo feminino esconde tanto de secreto, como de indecifrável. Das grandes questões filosóficas aos mais apoucados pormenores. Vejamos um casal que empreende uma descida matinal no elevador de um hotel com destino à sala de pequeno almoço. O elevador para num andar intermédio onde entra outro casal. Quer as mulheres quer os homens sabem que pelo rabo do olho os homens tentarão olhar, à primeira oportunidade, para os rabos das mulheres dos parceiros da viagem ascensorística. Acontece que os homens, na sua limitada forma de executar duas tarefas em simultâneo, se atrapalham na tentativa de captar o melhor enquadramento do plano enquanto tentam, mais ou menos pateticamente (podia muito bem desfazer-me deste “mais ou menos”, mas tenho também de defender o meu lado da barricada, que neste mundo do y versus x, o homem ainda está no tempo da guerra das trincheiras, ao passo que o feminil exército já possui armamento de visão noturna) passar a imagem de que apenas têm comichão na vista. Durante a descida do elevador, esta é a batalha do entrincheirado: tentar perscrutar o invasor x do espaço fingindo não o fazer para mais ninguém presente nesse mesmo espaço. Para a graduada soldado do exército xx, tudo é mais natural, ligeiro, simples, mas… misterioso. Se por algum motivo – também ele misterioso – o magala do pelotão xy parar para analisar a situação do apertado terreno de batalha vai reparar que a mulher de cada um dos militares menos patenteados nestas coisas não estará certamente a desviar o canto da retina para o representante do sexo oposto do outro par, mas sim para a sua homóloga estratega militar. E este é outro mistério para o despreparado maçarico masculino: porquê? Quando o elevador termina a sua empresa e finalmente aterra com suavidade no andar de saída, os casais saem um depois do outro. E a tática de observação continua. Já sentados em torno de um par de croissants estaladiços e um café escuro, o soldado raso pergunta à general: - Estavas a olhar para o rabo da miúda? - Para o rabo? Que disparate. Estava a ver-lhe os calções. - Eu era incapaz de olhar para o rabo de um tipo para lhe ver os calções, ou o que quer que fosse…então e de que marca eram os calções? - Não sei, mas ficavam-lhe mal com aquele tipo de anca. Para além disso já não se usam. E ela tem um sinal na coxa que pode ser perigoso. Devia ir ao médico. Este pequeno diálogo entabulado em menos de um minuto mostra todo o avanço estratégico-militar da mulher face ao homem. Durante uma descida de meia dúzia de andares na cabina apertada de um elevador ela elabora um tratado semiótico-estilístico que cruza campos tão diversos que vão da moda à medicina passando pela anatomia. É para elas de tenaz complexidade o gesto de escolha de uma toalete, que para o homem se reveste apenas de uma ou duas variáveis: Está frio? Ou, quando muito, Está lavado? Elas vestem-se para se satisfazerem a elas próprias, lembram-se do seu par, mas sobretudo pensam nas análises e avaliações das suas congéneres. Ou então não é nada disto, que afinal de contas eu faço parte

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Beja também teve a sua MANIFESTAÇÃO de desagrado no passado dia 15. Foi na praça da República. Por onde passaram, ao longo da tarde de sábado, perto de um milhar de pessoas. Não é muito. É muitíssima gente. Que saiu à rua numa terra onde a palavra costuma ser privada e a manifestação individual. Esta foi a primeira iniciativa cívica contra as investidas do Governo. A primeira de muitas outras. Adivinha-se.PB

Os problemas são muitos: o Governo não acerta uma previsão, o que pode correr mal corre ainda pior, o caso Relvas deu cabo da moral, a TSU alienou até amigos chegados. E há uma pergunta sem resposta ainda: se não é pela TSU, ou seja, se não é pelos salários, corta-se por onde? Manuel Queiroz, “Diário de Notícias”, 17 de setembro de 2012

do corpo inepto de infantaria no que respeita a questões do foro comportamental feminino. Contudo, se tratarmos bem o planeta, ainda temos mais alguns milhões de anos para descobrir este e outros segredos das (para ler em português do Brasil, e em tom de título de filme) … mulheres misteriosas!

As lâminas de barbear e as crises Francisco Pratas Jornalista

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Hands on approach Ana Paula Figueira Docente do ensino superior

epois do enjoo que o tratamento do caso da licenciatura do ministro Relvas me tem vindo a provocar, já não consigo ler as piadas igualmente parvas que circulam nas redes sociais e que agora têm como móbil a idosa e o pseudo-restauro do fresco exposto na igreja do Santuário da Misericórdia em Borja; também não consigo compreender o tempo de antena que os média estão a atribuir a esta situação ridícula quando existem tantas perguntas (relevo algumas de foro político, por exemplo) importantes que não são devidamente abordadas e respondidas… Aguardam-nos mais medidas de austeridade? Os juros portugueses vão continuar a cair? A Espanha vai ser resgatada? A Grécia vai sair do Euro? Bem sei que o humor é uma importante ferramenta social mas apesar de hoje em Portugal (parecer) ser fácil fazer seja o que for, sendo mais “facilitador” “cair em graça do que ser engraçado”, para fazer humor – mesmo que seja corrosivo e não agregador – é preciso ser inteligente! Caso contrário, são diarreias verborreicas com alusões gastas, repetitivas e populistas! Que provocam um riso fácil a muitos, especialmente a quem, também, pouco mais exige de si próprio. Retórica, que agrada a um “povo de palradores” que gosta de se pôr “em bicos dos pés em qualquer parlamento” e que aprecia “o verbo de encher”. Gente que vive de convenções e, por isso, facilmente se escandaliza; ao contrário, como pouco conhece a convicção, tem dificuldade em se indignar. E a diferença está no acto: aquele que se escandaliza, faz muito barulho, gera ruído… mas pouco ou nada concretiza atribuindo a culpa a factores exteriores a si mesmo que o impedem de fazer; o que se indigna, contrapõe, põe as “mãos na massa”, rasga caminho e concretiza alternativas! Dá corpo àquilo em que acredita, às suas convicções! É neste contexto que hoje, passados dois anos sobre a conclusão do projecto, resolvi falar do “em.cantos”. Perdoem-me a vaidade, mas foi de facto um verdadeiro encanto poder trabalhar em parceria com os 14 municípios do distrito de Beja. Durante os 11 meses de duração da iniciativa foram percorridos cerca de 5000 quilómetros, promovidas 30 horas de debate, envolvidos mais de uma centena de convidados, de entre os quais cerca de 20 figuras públicas, mais de meia centena de empresas/organizações locais; participaram cerca de duas dezenas de grupos musicais e artísticos da região, foram realizadas 19 exposições de pintura, escultura… e ainda reunimos 3260 euros na gala “em.cantos”, que foram doados integralmente à Liga Portuguesa contra o Cancro! Assinalo que este projecto não foi candidato a qualquer programa de financiamento externo… Lamentavelmente, o nosso trabalho não conseguiu, nunca, chamar a atenção de qualquer televisão nacional! Assim mesmo, digam-me caros leitores, se não faz mais quem quer do que quem pode! Por isso, menos conversa e mais acção! É o País que precisa e o lema é: “Hands on approach”. Por decisão pessoal, a autora do texto não escreve segundo o Novo Acordo Ortográfico

o ato de me barbear, olhando o instrumento cortante de que me ia servir, atentei nas estreitas lâminas que o constituem para, de imediato, me saltar à memória a história de uma lâmina com que muitos anos antes, quando ainda imberbe, iniciei esta tarefa de me barbear. Era a idade adulta a dar sinais de si. Surge-me então, a história da lâmina. Comecemos: A exemplo de outros rapazes mais adultos, num qualquer dia da minha ainda jovem vida lá fui à loja do senhor João Galamba, ali às Portas de Moura, quiçá até um pouco envergonhado, comprar um pacotinho de lâminas, não mais que três, que só não me ocorre o seu preço. É verdade que ainda me faltava o pó branco que provocaria a espuma para completar a tarefa desta minha primeira depilação. Lembrei-me, no entanto, que o sabonete faria o mesmo efeito, e a coisa... ficava mais económica. Pois foi assim, com uma pequena chapa de metal, a qual encaixada num frágil aparelho de material plástico que havia lá por casa, coisa talvez do meu saudoso pai, e num ápice estava apto para, ao outro dia de manhã, encetar essa minha higiénica e difícil operação. E naturalmente foi o que fiz, e até com inesperado êxito. Verdade é também que já sabia um pouco da poda. E não admirava que assim fosse, para quem levava dias inteiros na barbearia do Zé Casimiro, uma das mais conhecidas do bairro, apreciando o cantar dos canários e, simultaneamente, admirando o avanço e recuo das forças aliadas, no seu caminho para a libertação de Paris, desenhada esta rota com pequenas brochas pintadas a vermelho, num “mapa-mundo” fixada numa das paredes daquele estabelecimento. De tanta barba que vi fazer, acabei também por aprender alguma coisa. Mas a história aqui é outra, embora falemos do mesmo material. Ora bem, tal como agora, o País estava a atravessar uma crise económica de que, como diziam os mais velhos, não havia memória, já que vinha de séculos. Por esse tempo a nossa sociedade constituía-se pôr três classes sociais distintas: ricos, pobres e pobrezinhos, estes em maior número. No entanto, embora com mais ou menos dificuldades, todos, pior ou melhor, íamos passando as “passas do Algarve” que, juro, não eram dias de praia. Mas vamos à história das lâminas. Tive um amigo que, por esse tempo, estava a servir tropa na também alentejana cidade de Estremoz. Numa certa altura, este amigo teve licença. A muito custo arranjou uns tostões e veio passar uns dias à terra. Entre as muitas conversas que sempre trocávamos, veio à baila a compra das lâminas, até porque eu tive que ir comprar um pacotinho dessas, não mais do que 15 tostões, e este surpreendeu-me ao ensinar-me um segredo para aguentar por muito mais tempo as lâminas de que me servia. E dizia-me ele: “Tu podes muito bem obrigar as lâminas a durar, cada uma delas, mais que o dobro do tempo que lhe está destinado. É simples! Quando as lâminas começarem a dar sinal que já raspam mais do que aquilo que cortam, metes uma de cada vez, naturalmente, num copo de vidro e com um dedo fricciona-a, várias vezes, no interior do dito copo, até concluíres que esta saia de lá como nova”. E esta hein? E não é que resultou! O fio da lâmina submetido àquela amoladela vinha mais afinado que o original. Desta pequena economia, vali-me durante alguns anos.


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Diário do Alentejo 21 setembro 2012

Desde o 25 de Abril de 1974 que nenhum GOVERNO da nação 15 recebeu tão grandiosa manifestação de desagrado como este que por cá, por enquanto, pontua. As medidas austeras que estão a ser programadas para aniquilar quem trabalha e quem já trabalhou são um verdadeiro crime de lesa-Pátria. E o roubo prossegue sem que os nossos governantes atuem onde devem: nos locais onde para o dinheiro. Nos locais onde foi criada a crise, afinal. PB

A manifestação de Beja decorreu de forma pacífica e civilizada. E foi um verdadeiro exercício de cidadania, espontâneo, despido das camisolas partidárias. Onde as pessoas, de forma genuína, falaram das suas experiências pessoais e do mal coletivo que assola o País. Livremente. E por isso se estranha que outros MOVIMENTOS que por Beja atualmente decorrem não se tenham associado. É na rua que as vozes se fazem ouvir. Com mais força.PB

Mas é preciso não menosprezar o poder dos simples. Não estamos mais no quadro do Estado Novo, quando a população analfabeta e desinformada não dispunha de referências para se comparar (…) e parece que, a partir daqui, só os simples, afinal, podem ser a voz autêntica que avisa os outros antes que também caiam. Lídia Jorge, “Público”, 17 de setembro de 2012

Cartas ao diretor As sete amoreiras da rua D. Frei M. do Cenáculo Anónimo Beja

Tal como o nosso camarada ex-plátano, do pátio do mercado municipal, fazemos mais um pedido de compreensão, pelos direitos dos nossos defuntos: trata-se das nossas quatro companheiras falecidas já há algum tempo. Morreram como todas nós, sempre de pé, mas à sede, estando o Alqueva aqui tão perto. Lamentamos que tivessem deixado metade dos corpos das nossas defuntas no local, sem respeito pela nossa classe e, ao mesmo tempo, fazendo do largo um cemitério degradado. Mais pedimos para alertar aos condutores que estacionam os carros no local para terem o cuidado de não baterem nos restos dos seus corpos, pois, se assim for, não faltarão ossos espalhados e isso seria para nós uma grande afronta. As nossas vizinhas laranjeiras têm mais sorte pois lá lhes vão regando o pé.

Poemário Estrada da vida António Machado Palhais

Mote Mais um dia que passou Mais uma esperança perdida Mais uma fo1ha virou No calendário da vida Mais um passo nesta estrada Que andamos a percorrer Desde o nosso alvorecer Até ao fim da jornada Nesta dura caminhada Que o destino nos ditou A sorte nos preparou Este fardo tão pesado Mais um suspiro foi dado Mais um dia que passou Este caminho é incerto Não se lhe conhece o fim Será bom será ruim? Será longe será perto? Alguém dormindo ou desperto Buscará nele guarida Pode ser folga merecida Mas se for desilusão Terá qualquer coração Mais uma esperança perdida Não se pode adivinhar O que à frente nos espera Se é verdade ou se é quimera

Nota: o nosso ex-camarada plátano, do pátio do mercado municipal, lá continua com toda aquela m… pendurada no seu pobre corpo morto. Os gatos pingados destinados ao serviço da nossa etnia estarão também no desemprego? Com os nossos agradecimentos, desde já fazemos o convite, para nos visitar na próxima primavera para provar as mesmas amoras (brancas e pretas).

Não governo em função das reações de rua disse Passos. Estas suas palavras permitem-nos compreender quanto é insensível às dificuldades e à miséria por que passam muitos portugueses, velhos e novos. É urgente abrir a caça ao coelho. É urgente dar voz ao povo para se operar uma mudança governativa que respeite os direitos dos trabalhadores e da Constituição. O povo está na rua, vamos ver se desta vez o coelho já o ouve. Se não o fizer, ele próprio acabará na rua…

O povo está na rua Footing, andar a butes Passos Coelho disse há dias que não governava ou caminhar em função das reações de rua. Não acredito que José Fernando Batista Aljustrel

a sua arrogada surdez vá por diante. Neste preciso momento em que escrevo há muitos milhares de pessoas nas ruas a mostrar o seu descontentamento, a sua revolta e desespero pelas medidas anunciadas, que trazem mais desemprego e miséria. O primeiro-ministro de Portugal tem que ver e ouvir o que se passa na rua. Afinal, não foi o povo que o elegeu, o mesmo povo que se manifesta na rua? Caso contrário, governa só em função da troika? Do capital? Dos patrões? Destes últimos não, a avaliar pelo que se tem ouvido ao longo da semana.

Ninguém consegue alcançar É sempre bom recordar O que ficou para trás ficou Quem perdeu ou quem ganhou Com derrotas ou vitórias Pois neste álbum de memórias Mais uma folha tolha virou Nesta aventura interessante Que a natureza nos traz Nem toda a gente é capaz De caminhar sempre avante Vai ficando mais distante O momento da partida Se a missão foi bem cumprida É segredo bem guardado Pois foi tudo registado No calendário da vida

Portugal não vai em cantigas Eduardo Franco

Fui à manifestação em Beja Fui eu e outros para lá Fomos áà manifestação em Beja Giroflé? Interessa termos estado lá! O que fomos lá fazer? Fui por ti, Giroflá! Ser Português por Portugal

Manuel Dias Horta Beja

Definitivamente, a população desta cidade que eu amo rendeu-se ao footing, estrangeirismo diretamente importado do fabricante. Os ingleses, que já dominaram o mundo e depois o dividiram, deixando o lindo serviço que está à vista – guerras e conflitos territoriais, depois de escorraçados dos mares onde pilhavam e roubavam, arranjaram o negócio da exportação de vocábulos e ainda nos querem impor as suas unidades de medida. Não queiram,

Evitar que isto fique ainda mais mal! Dizem que foram lá Cravos, outros Rosas. São flores de todo um Portugal! Apenas muda a forma e a cor Mas continuam pétalas da flor Nacional Para que foram lá Cravos e Rosas? Porque plantados no jardim Criavam raízes de indolência visceral Sim, raízes à “terra” e à esperança por Portugal Foi para a menina Ana? Sim, para eles, o futuro Nacional. E para nós cada vez mais presentes Por levar no coração o teu nome, Portugal.

À minha cidade de Beja Delmiro Pacheco

Mote Beja é a minha cidade Com o seu jardim e o castelo Pelo que por ambos tenho vaidade Sendo sempre, uma alegria em vê-los! Da Planície é a rainha E também dos grandes trigais Que cada vez me encantas mais Ó linda cidade minha Tu és a minha estrelinha Que eu adoro da tenra idade

portugueses, medir a gasolina em galões e o ferragial lá na aldeia em acres em vez de hectares. O caminhar a pé, recomendado por primas e primos, comadres e compadres, e confirmado por médicos, é um exercício saudável desentorpece os músculos e ativa a circulação (não a do dinheiro, porque esse não há para nada). Praticado por cavalheiros e senhoras de todas as faixas etárias, além do efeito profilático tem outras virtudes: haja neblina matinal ou não, a cidade é acordada pelo encanto dos agudos e dos graves das vozes femininas que se dirigem para o local apropriado, agora impróprio para o efeito. São as senhoras quem cumpre com maior rigor os preceitos do caminhar, além de adequado equipamento, harmonioso movimento de pernas e braços, tronco direito, olhar em frente e peito também para a frente e eis à vista certas reminiscências do passado. Os homens, desbragados e barrigudos, não atingem a mesma performance, fazem chichi por detrás dos eucaliptos e à tarde, numa esplanada, anulam o esforço da manhã. Na minha cidade não abundam artistas nem peças de arte e as poucas existentes são votadas ao abandono ou à destruição de alguém irresponsável. Veja-se o estado em que se encontra o painel de azulejos pintado por Carlos Marques no muro junto à porta da piscina.

Recordando com muita saudade A minha infância tão linda E que de tudo me recordo ainda Beja é a minha cidade 2.ª E os seus campos são, uma maravilha Lindos e férteis de considerar Não esquecendo as suas piscinas Que nos convidam para refrescar E saltar da prancha mais acima Com a certeza de um bom dia passar Onde tudo se afigura tratado com zelo O que não me canso de admirar E que tudo o que tem é de louvar Como o seu jardim e o castelo 3.ª A sua vista parcial é linda a valer Que eu acho que não há igual Como é o seu lado nascente, ó amanhecer! Que é, lindo de ver, com o casario a brilhar Pelo sol que de madrugadas os vêm aquecer E fazendo todas as cores realçarem O que me leva, a dizer, de verdade Que foi aqui que brinquei à minha vontade Crescendo e correndo com todo o prazer Pelo que por ambos, tenho vaidade 4.ª Mas também tem um lindo jardim Que se visita com muito prazer E que tem muitas, muitas flores para ver Que são das mais lindas que já vi Desde, os cravos, às rosas, e o jasmim Com tudo, tudo como sempre o conheci Muito bem cuidadas e com muito zelo Com os canteiros bem floridos e belos Que me fazem lembrar as visitas que lhe fiz Sendo sempre, uma alegria em vê-los


Diário do Alentejo 21 setembro 2012

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Sobral da Adiça

Menos de quatro quilómetros separam a aldeia de Espanha

Memórias de cheias e de amizades transfronteiriças “Andámos todos no contrabando e fomos criados com a Guerra de Espanha”.

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o largo da Igreja, ainda deserto de gente, ouve-se ao longe a gaita do amola-tesouras. Antigamente, costumava ser prenúncio de chuva mas o céu azul, de onde chega um calor que já queima, e ainda nem são 11 da manhã, não dá sinais de que vá esvair-se em água. Em Sobral da Adiça, terra versada em matéria de cheias, diz o povo que até isso mudou. Os homens das rodas de afiar já não adivinham o tempo e também já não chegam em bicicletas. Este que agora percorre lentamente o largo desafogado fá-lo numa carrinha comercial branca, equipada com altifalante. E cumprimenta conhecidos mais do que vende serviços. De bicicleta de regresso a casa cruza agora o largo José Lente Coelho, de 82 anos. “É sempre assim que ando. Não sei ler, nem sei guiar”, justifica-se, lembrando com nostalgia os tempos em que Sobral da Adiça “era o povo com mais trabalho que havia aqui à volta”, por conta dos olivais e dos lagares. Hoje a agricultura “dá mas é já pouco” e os que são substituídos pelas máquinas de varejar dividem-se entre o “fundo de desemprego” e a emigração. Mas também já não da forma como José o fez, ao longo de 20 anos, na Suíça: “Andei na construção civil, no campo, mas fui para lá com contrato. Agora é um tiro no escuro, não sabem ao que é que vão”. Sem desmontar a bicicleta, José pede ajuda ao vizinho Agostinho Tubal, mais velho sete anos, para recordar os piores anos de cheias, provocados pelo cíclico transbordo da ribeira da Perna Seca, que atravessa a freguesia do concelho de Moura. “Tem causado problemas graves. As casas chegam a ficar com um metro e meio de água”, assegura o primeiro, enquanto que Agostinho, antigo sapateiro como já o pai o era – e reputado poeta repentista, acrescente-se – lembra “a maior cheia de sempre, num dia 18 de janeiro”, de que não se recorda o ano mas que deverá ter sido há coisa de meio século. “A água saiu do leito, havia uma ponte antiga, feita com alvenaria e pedras, e essa ponte foi derrubada”. Às memórias das enxurradas juntam-se também as dos laços com Espanha, ali a menos de quatro quilómetros, entre o simples negócio e a solidariedade natural entre vizinhos. Quando estalou a guerra civil, tinha Agostinho 13 anos. Antes disso, ele e “muitos outros rapazes” faziam quase diariamente gazeta às manhãs de escola para ir ao lado de lá comprar pão mais barato. “Andámos todos no contrabando e fomos criados com a Guerra de Espanha”, confirma a irmã, Maria José Batista, uma “menina” de 90 anos, ou não tivesse sido ela, como diz orgulhosamente, “a pessoa mais

Quem o diz é a nonagenária Maria José Batista, mais conhecida por Maria Pequenina, mas a sua experiência estende-se a toda uma geração de sobralenses. Povo vizinho de uma ribeira caprichosa, que já deu trabalho a muita gente das redondezas, por conta da agricultura e das minas, hoje está encolhido de gente e de oportunidades. A junta de freguesia e uma associação de apoio a idosos são as maiores empregadoras. Texto Carla Ferreira Fotos José Serrano

pequenina que nasceu em Portugal”. Os ventos de Espanha também trouxeram amores e desgostos. Como a morte de Isabelinha, que vinha ao Sobral pedir esmola, “lá dos serros da Negrita”, e caiu morta numa manhã, às mãos de um soldado. “Era a guerra, a tirania/Matavam quem não merecia, fosse velho ou rapaz/Não deixavam nada atrás, ali toda a gente morria./ Fiquei muito comovido/ Tinha-lhe um amor profundo, que a cara de Isabelinha/Com os olhos que ela tinha/Era a mais linda do mundo”, regista o poeta no seu vasto repertório sabido de memória. Voltemos então novamente à ribeira, agora desde a varanda de António Trigo e Dolores Garcias, numa fiada de casas iguais, todas com a entrada “levantada” como medida de proteção face às águas. São seus vizinhos desde sempre, mesmo antes de terem decidido unir-se em matrimónio, já lá vão 62 anos. Decorrem ainda, depois de quase um ano de obra, os trabalhos de regularização do curso de água, uma intervenção que consiste, segundo a Câmara de Moura, no “alargamento e reperfilamento do leito da ribeira e de um seu afluente, a ribeira de Vale de Cordeiro” e que promete “solucionar” o problema das cheias no inverno. De onde António e Dolores se assomam pode ver-se o estaleiro da obra na sua plenitude: trabalhadores, retroescavadoras, entulho, as pontes de betão armado, em arco, ainda frescas. O “resultado disto”, acredita António, só se verá “quando houver aí uma grande cheia”. Para já, continua, o que se pode ver é que “isto está muito atrasado, muito mesmo. Há aí três ou quatro semanas que isto tem andado meio parado; dizem para aí que o dinheiro é pouco”. António sabe do ofício. Foi pedreiro – na terra natal, em Lisboa e também na Suíça, ao longo de 10 anos. E lembra-se dos tempos em que Sobral era um povo próspero, com mais de quatro mil habitantes. “Havia fartura de tudo, trabalhava-se no campo, havia muitas lojas, alguns 14 ou 15 lagares, e trabalhava aqui muita gente de todos os lados. Já pode ver a diferença: hoje tudo vive do fundo de desemprego e da reforma”. Um “povo rico”, sublinha, que, nos tempos negros da guerra civil vizinha, chegou a “alimentar os espanhóis”. Ele próprio o fez carregando farinha na companhia da mãe e é também por causa do pão, ou da falta dele, que a mulher, Dolores, teve padrinhos de batismo e um nome espanhóis. Hoje os “compadres” são menos mas as visitas continuam, sobretudo de lá para cá. Para comprar combustíveis mais baratos ou encontrar trabalho, na construção e nos vários comércios de Rosal de la Frontera.


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João Diniz Presidente da Junta de Freguesia de Sobral da Adiça

Em 2001, Sobral da Adiça registava 1 046 habitantes. Para que números apontam as estatísticas mais recentes?

O Censos de 2011 registou uma população de 1 013 habitantes na nossa freguesia, ou seja, menos 30 residentes do que há 10 anos. Sobral da Adiça foi a freguesia do concelho de Moura que menos população perdeu na última década, com uma redução que ficou muito abaixo da média do concelho. Penso que esta realidade decorre do facto de ainda ser possível manter um significativo número de postos de trabalho na agricultura, particularmente no olival, nas pequenas indústrias existentes, e na atividade de uma IPSS, a Associação Sobralense de Apoio a Idosos, que é a maior empregadora da freguesia, logo a seguir à junta, que mantém oito colaboradores nos seus quadros. Muitos dos mais velhos passaram pela experiência da emigração. Está a acontecer o mesmo com as gerações mais novas?

Uma ribeira que faz má vizinhança Tão históricas como as relações com Espanha são as cheias que assaltam Sobral da Adiça nos invernos mais chuvosos, sendo que a sua dimensão e frequência são hoje maiores do que no passado. O diagnóstico está feito, descreve o presidente da junta local, João Diniz: “Resultam de uma bacia hidrográfica enorme que leva a que todas as chuvas caídas deste lado da fronteira se vão concentrar nas duas ribeiras que convergem dentro do Sobral e, muito principalmente, ao facto de quase todos os terrenos dessa bacia se encontrarem incultos, o que leva a uma maior rapidez na escorrência das águas. Antigamente, quando havia invernos muito chuvosos e aconteciam grandes trovoadas, também havia cheias, mas não com a dimensão e frequência atual”. As grandes cheias de novembro de 1997, e

várias inundações posteriores “de muita gravidade”, prossegue o autarca, levaram então a Câmara Municipal de Moura a decidir, “face à imobilidade do poder central”, chamar a si a responsabilidade de uma intervenção de grande monta ao nível da regularização do leito da ribeira no interior da localidade. Obras que acabaram por arrancar em outubro/novembro de 2011 e cujo prazo de conclusão estava agendado para um ano depois. Porém, como se pode verificar no local, o fim dos trabalhos não parece vir a ser uma realidade tão cedo. “Neste momento, por razões que terão a ver com a situação financeira da empresa responsável, os trabalhos, apesar de continuarem, têm vindo a atrasar-se”, ressalva João Diniz, surpreendendo-se, por isso, com afirmações recentes reproduzidas no jornal “A Planície”, segundo as quais a intervenção estaria pronta no final do presente mês. “Oxalá assim fosse”, conclui.

O Censos de 1961 mostra que aqui residiam, então, mais de 3 000 pessoas, mas nos anos 60 e 70 uma percentagem muito significativa foi obrigada a procurar a sua vida no estrangeiro. Tinham fechado recentemente as Minas da Preguiça, que empregavam centenas de trabalhadores, e a falta de trabalho levou muitos sobralenses a emigrar, principalmente para países europeus. Outros procuraram emprego nas indústrias que floresciam na zona de Lisboa e foram abandonando os campos, como aconteceu, aliás, por todo o Alentejo. Hoje em dia, os mais jovens ainda procuram no estrangeiro a solução para a falta de trabalho e continuam a emigrar, mas as condições nos países que procuram também vão sendo cada vez mais precárias. O setor primário ainda continua a ser a maior fonte de rendimento das gentes de Sobral da Adiça?

A agricultura tradicional representa, cada vez menos, a base de sustento para as famílias. Algumas explorações pecuárias de caráter intensivo e extensivo vão assegurando emprego para diversos agregados, mas, sem sombra de dúvida, a olivicultura é a atividade que gera mais riqueza e emprego na freguesia. Depois, temos algumas pequenas explorações na área do regadio, apesar de Alqueva nos ter ignorado, cultura de produtos biológicos, com grande qualidade mas pequena escala, e a embrionária produção de ervas aromáticas e medicinais. Sobral da Adiça está a poucos quilómetros de Espanha, o que possibilitou uma relação histórica com o povo vizinho. Como tem evoluído essa ligação?

São 3,5 quilómetros até à fronteira e sete até à localidade mais próxima. Os tempos áureos em que o contrabando era uma importante fonte de receita para os povos dos dois lados já terminaram, mas existe um relacionamento excelente com os espanhóis do Rosal de la Frontera, os mais próximos. Porém, o impacto desta proximidade vai-se resumindo a vários portugueses que têm o seu trabalho do outro lado da fronteira; são muito menos os espanhóis que trabalham do lado de cá. É, sobretudo, ao nível das emoções que se verificam maiores afinidades. É interessante avaliar o elevado número de casamentos entre súbditos dos dois países.

Passado mineiro Adiça, nome antigo para mina de ouro, forma parte do topónimo dado a esta localidade do concelho de Moura onde a exploração mineira (Minas da Preguiça) já foi ganha-pão para centenas de trabalhadores num passado recente. Com um património edificado que se esgota praticamente nos edifícios religiosos – igreja paroquial, no interior da localidade; ermida de São Pedro, onde se realiza anualmente uma importante romaria; e igreja da Coroada, sede da antiga freguesia, extinta em 1855 – Sobral da Adiça tem na serra que lhe dá o nome o seu principal ex-libris. Com várias potencialidades “ainda por explorar”, entre grutas, pontos de miradouro, locais de interesse arqueológico e o Parque de Merendas do Gargalão, sublinha o presidente da junta de freguesia local.


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Futebol juvenil

Diário do Alentejo 21 setembro 2012

Campeonato Nacional de Juniores 2.ª Divisão série E 3.ª jornada: Oeiras-Farense, 3-1; Louletano-Barreirense, 1-1; Olímpico Montijo-BM Almada, 0-1; Lusitano Évora-Lusitano VRSA, 5-1; Atlético-Moura, 4-1. Classificação: 1.º Oeiras e BM Almada, nove pontos. 3.º Atlético, seis. 4.º Barreirense, cinco. 4.º Lusitano Évora, quatro. 6.º Olímpico Montijo, Farense e Lusitano VRSA, três. 9.º Louletano, um. 10.º Moura, zero. Próxima jornada (22/9): Farense-Atlético; Barreirense-Oeiras; BM Almada-Atlético; Lusitano VRSA-Olímpico Montijo; Moura-Lusitano Évora.

Desporto

Campeonato Nacional de Juvenis – série E – 4.ª jornada (9/9): Imortal-Despertar, 1-1; Odemirense-BM Almada, 0-1; Lusitano Évora-V.Setúbal, 2-0; Oeiras-Louletano, 2-1; C.Piedade-Estoril, 2-0. Classificação: 1.º Oeiras, 12. 2.º V.Setúbal e Louletano, nove pontos. 4.º C Piedade e Lusitano Évora, sete. 6.º BM Almada, seis. 7.º Imortal, quatro. 8.º Odemirense, Estoril e Despertar, um. Próxima jornada (14/10): Imortal-Odemirense; BM Almada-Lusitano Évora; V.Setúbal-Oeiras; Louletano-C.Piedade; Despertar-Estoril.

Campeonato Nacional de Iniciados – série G – 2ª. jornada: Desportivo Beja-Odiáxere, 1-0; São Luís-Olhanense, 0-3; Louletano-Lusitano VRSA, 5-0; Esperança Lagos-Imortal, 2-4; V. Setúbal-Despertar, 4-0. Classificação: 1.º V.Setúbal, Olhanense e Imortal, seis pontos. 4.º, Louletano, Esperança Lagos, Desportivo Beja e Lusitano VRSA, três. 8.º São Luís, Despertar e Odiáxere, zero. Próxima jornada (23/9): Desportivo Beja-São Luís; Olhanense-Louletano; Lusitano VRSA-Esperança Lagos; Imortal-V.Setúbal; Odiáxere-Despertar.

Campeonato Distrital de Infantis A Associação de Futebol de Beja realizou os sorteios para o Campeonato Distrital de Infantis, prova em que participam 27 clubes, divididos em três séries e com início marcado para 13 de outubro. O enquadramento da primeira jornada é o seguinte: Série A: NSBeja-Vasco da Gama, Sporting Cuba-Alvito, Despertar A-Bairro da Conceição, Alvorada-Desportivo Beja. Folga: Ferreirense. Série B: Operário-Amarelejense, Aldenovense-Guadiana, Piense-Despertar B, Serpa-Casa Benfica Beja. Folga: Moura. Série C: Renascente-Aljustrelense, Milfontes A-Milfontes B, Castrense A-Castrense B, Boavista-Almodôvar. Folga: Odemirense.

A equipa de iniciados do Desportivo de Beja lutará pela manutenção

“Uma lufada de ar fresco” No ano em que o futebol juvenil do Desportivo de Beja regressou às provas nacionais, os iniciados são os primeiros embaixadores do clube.

recrutar jogadores em Ferreira do Alentejo, Cuba e Castro Verde, é um pouco dispendioso para o orçamento do clube mas, com o esforço de todos e o apoio dos adeptos, poderá ser ultrapassado.

Texto e fotos Firmino Paixão Começaram em Olhão e com uma derrota pesada…

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ma derrota pesada em Olhão e um triunfo tangencial em casa com o Odiáxere é o caminho já percorrido pela equipa de iniciados do Clube Desportivo de Beja no regresso do histórico emblema bejense às competições nacionais. A equipa é orientada pelo jovem José Inverno, que aqui refere as dificuldades de um grupo de trabalho ambicioso e com expectativas elevadas. O treinador sublinha a importância da manutenção da equipa neste patamar para a sustentabilidade do projeto de regeneração do futebol juvenil do clube. O que pode o Desportivo rtivo de Beja fazer neste campeonato nacional al de iniciados?

Esta equipa foi quasee toda formada de novo, tro jogadores que tranficaram três ou quatro sitaram do plantel que no ano passado foi or isso, as expectativas campeão distrital, por de todos nós, direçãoo e equipa técnica e atletas, é que façamos um bom campeonato, ndo jogo a jogo porque tentarmos ir pensando a prova vai ser longaa e amealharmos o máximo de pontos que nos permita garantir a manutenção. Esse é um objetivo que não devem perder de vista?

É um objetivo que impus à equipa, para einos nos tornemos que em todos os treinos mpetitivos para cada vez mais competitivos amos ser forque nos jogos possamos tes e termos a melhorr prestação possível. A qualidade o plantel ntel garante que as metas sejam atingíveis?

Entraram agora mais ores dois ou três jogadores lanque tornaram o plantel mais homogéneoo e sso equilibrado, por isso mos acredito que podemos fazer algo de bom neste ções campeonato. As opções ade de escolha na cidade ide Beja são muito lim mitadas, existem apenas quatro clubes, pelo que não temos muito por onde escolher. Tivemos que

Sabemos que nesta série estão duas equipas muito poderosas, o Olhanense e o Vitória de Setúbal. São clubes com outros recursos e com um bom historial no escalão de iniciados, onde asseguram sempre a sua manutenção e passam às fases seguintes. O nosso campeonato começou com a vitória sobre o Odiáxere que, essa sim, é uma equipa do nosso campeonato. Desportivo de Beja Iniciados voltam a jogar em casa, no domingo, com o São Luís, de Faro

“A rivalidade entre Despertar e Desportivo é uma tradição, mas acho que neste campeonato temos que nos unir e tentarmos ser todos bem-sucedidos”.

Têm dois jogos seguidos em casa, depois do Odiáxere vem aí o São Luís. É para voltar a ganhar?

Os jogos nunca estão ganhos por antecipação, primeiro temos que os disputar e esperar pelas suas incidências. Mas esperamos que a sorte do jogo esteja do nosso lado, porque naquilo que é o nosso trabalho estamos a cumprir. Não conhecemos a equipa do São Luís, mas esperamos um bom resultado. Uma série com sete equipas do Algarve, os dois rivais de Beja e o Setúbal. Uma prova onde predominam os algarvios…

Esperemos que as duas equipas de Beja consigam a manutenção e que no próximo ano entre uma terceira para reforçar a posição da AFBeja e diminuir esse predomínio das equipas algarvias. A rivalidade entre Despertar e Desportivo é uma tradição, mas acho que neste campeonato temos que nos unir e tentarmos ser todos bem-sucedidos. A manutenção do Desportivo é essencial para o reforço do seu projeto de formação?

Era muito importante, essencial mesmo, porque daria maior sustentabilidade ao projeto que, há cerca de ano e meio, está a ser desenvolvido por esta comissão administrativa. Seria uma lufada de ar fresco que permitiria maior aproximação das pessoas, sócios e adeptos ao Clube Desportivo de Beja. Este ano o clube já vai competir em todos os escalões de formação?

Estou há três anos no clube e temos andado sempre a formar equipas novas, porque não tínhamos a formação anterior a dar suporte às nossas equipas. Foi como se tivéssemos de começar tudo de novo. Nos próximos tempos já teremos uma base mais alargada oriunda da nossa formação, a pouco e pouco estamos a conseguir.


Realiza-se no próximo dia 13 de outubro, em Aljustrel, a Gala da Columbofilia para entrega de prémios da campanha desportiva 2012. O evento é organizado pela Associação Columbófila do Distrito de Beja em parceria com a Sociedade Columbófila Aljustrelense.

Seleção nacional feminina de futebol

As jogadoras Joana Assunção (Casa do Benfica de Castro Verde) e Marta Bernardo (Odemirense) foram convocadas para um estágio da seleção nacional feminina de sub/19 que decorerrá em Rio Maior entre os próximos dias 24 e 27. O objetivo desta seleção é a qualificação para o Europeu de 2013.

Resultados da 1.ª jornada da Copa Alentejo: Petizes: Lusitano de Évora, 8-CDBeja A, 3; CBenfica Beja, 3-CDBeja B, 6. Traquinas: CDBeja A, 6-CDBeja B, 5; CDBeja B, 6-Afeiteira B, 1. Afeiteira, 2-Lusitano de Évora, 4. Benjamins: CBenfica Beja, 8-Santa Vitória, 1; CDBeja A, 3-Alvito, 4; Afeiteira, 6-Ferreirense A, 0; Afeiteira, 0-Ferreirense B, 14. Ferreirense, 0-Lusitano de Évora, 7. Infantis: CDBeja A, 1-Alvito, 7; Ferreirense, 0-Lusitano Évora, 4; Afeiteira, 6-CDBeja B, 1.

A Copa Alentejo prossegue amanhã e domingo em Vendas Novas

Dinâmica forte para o Desportivo A Copa Alentejo 2012 Torneio de Futebol Infantil, que reúne cerca de três dezenas de equipas dos distritos de Beja e Évora, teve o seu início no Complexo Desportivo Fernando Mamede, na cidade de Beja. Texto e fotos Firmino Paixão

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oi em clima de festa que teve início a primeira edição da Copa Alentejo em Futebol Infantil, um convívio competitivo que reúne cerca de 300 jovens atletas, nas categorias de petizes, traquinas, benjamins e infantis, oriundos de clubes dos distritos de Évora e Beja. Não se inscreveram equipas de Portalegre, nem clubes do litoral alentejano abrangidos pela AFSetúbal, pelo que se esvazia um pouco a intenção de encontrar campeões do Alentejo. Trata-se de uma organização conjunta da empresa Imagem 4, Clube Desportivo de Beja, Grupo Desportivo Afeiteira, Lusitano de Évora e Clube Desportivo de Alvito. O presidente da Câmara de Beja, Jorge Pulido Valente, deu as boas vindas às delegações presentes e agradeceu às entidades que organizaram, apoiaram e estão a participar, por todo o esforço que fizeram para que a Copa Alentejo tivesse tido sucesso “num ambiente de convívio tão importante e com uma moldura humana tão agradável”. O autarca deixou ainda “um reconhecimento público aos dirigentes e técnicos dos clubes, mas também uma palavra de estímulo aos pais que acompanham sempre estes jovens”, porque, disse, “é extraordinariamente agradável ver tantos jovens a praticar desporto com este entusiasmo, o que nos dá a garantia que o futuro será certamente melhor”. Vasco Nascimento, líder da comissão administrativa do clube que acolheu esta primeira fase da prova, afirmou: “O Desportivo de Beja é um agente que permite a prática desportiva na região, essa é a nossa vocação”. E lembrou: “Não é um novo Desportivo, porque estamos a falar de um clube

Copa Alentejo Jogo entre petizes do Desportivo de Beja

Copa Alentejo Miúdos de Sta. Vitória associaram-se à festa do futebol juvenil

Copa Alentejo Casa do Benfica de Beja está a competir com os mais jovens

Copa Alentejo Jovens do Lusitano de Évora brilham

com 96 anos, mas é uma nova postura que esta comissão tem assumido desde sempre”. O dirigente afirmou ainda: “Era nosso objetivo termos todos os escalões em competição, já o conseguimos este ano, queremos dar uma dinâmica forte à escola de futebol e com esta iniciativa estamos no caminho certo”. O líder do Desportivo de Beja desvalorizou a ausência de outros clubes da cidade na iniciativa, afirmando: “Nós fizemos o nosso trabalho em parceria com uma empresa muito experiente na organização destes eventos, estamos abertos a que numa próxima edição os clubes nossos vizinhos estejam cá, mas registamos a presença de clubes de Évora e Vendas Novas, cidades mais distantes de Beja, o que para nós é um agrado. Este foi o primeiro ano, naturalmente que em próximas edições teremos mais jovens e mais clubes”. Na procura de outras opiniões, o “Diário do Alentejo” ouviu também José Rui, técnico do Lusitano de Évora, que afirmou: “Esta é uma iniciativa muito importante, sobretudo neste início de época desportiva. A Copa Alentejo é uma boa oportunidade para juntar as equipas da região alentejana, um convívio muito importante para os miúdos e uma grande visibilidade para estas equipas de formação. A organização está de parabéns e nós temos muito gosto em participar”. “Um convívio extraordinário entre os jovens atletas, técnicos e com uma boa presença dos familiares dos miúdos, é realmente uma excelente organização, uma iniciativa muito louvável”, considerou, por sua vez, António Mateus, treinador do Grupo Desportivo e Recreativo de Afeiteira (Vendas Novas). O treinador acentuou ainda: “É uma iniciativa muito importante para os jovens, nós andamos todos aqui por carolice e entramos nestas brincadeiras, digamos assim, para que os nossos jovens tenham uma boa formação ao nível desportivo e social”, concluiu. No próximo fim de semana a cidade de Vendas Novas recebe a 2.ª jornada.

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O pombal centenário (ao Luís do Rosário) Firmino Paixão

A existência do pombo-correio remonta a mais de 6 500 anos antes de Cristo. A nobreza desta ave e as suas invulgares características de orientação que lhe possibilitam o regresso de longínquas distâncias ao seu pombal de adução permitiram-lhe ocupar um lugar de relevo em todas as civilizações. Há notícias da utilização destas aves mensageiras durante a Idade Média, para anunciar as subidas ao trono de alguns monarcas, também da sua utilização em ações de paz durante as duas guerras mundiais ou ainda na organização de serviços postais regulares. Em Portugal, onde deverão existir cerca de quatro milhões e meio de pombos-correios, a ave foi, em pleno século XIX, considerada de “utilidade pública”. A columbofilia é, atualmente, o segundo desporto mais praticado em Portugal a seguir ao futebol, estando recenseadas cerca de 18 000 famílias de praticantes. É uma atividade transversal a muitas gerações, sucessivamente transmitida de pais para filhos e para netos. O columbófilo tem com as suas aves uma inefável cumplicidade e uma incomensurável estimação. Uma relação merecedora da admiração e respeito de todos nós. Paralelamente existem nas cidades os denominados “pombos vadios”, com uma reprodução descontrolada, que infestam e conspurcam edifícios públicos, ao contrário dos pombos protegidos por lei – pombo-correio – que têm um exigente controlo higiénico e sanitário pela parte do seu criador. Na cidade de Beja existirão alguns milhares destas aves vadias num incontrolável ciclo reprodutivo com as consequências nefastas que se adivinham e que cuja exterminação é dificultada pelas adeptos da sua proteção. Não se confunda, no entanto, a utilidade e a nobreza de um pombo-correio com aves bravias, inúteis e potenciadoras de transmissão de pragas. A coabitação de pombais em aglomerados urbanos não é pacífica, a questão não é nova, mas é geradora de muitas incompreensões e conflitos que aconselham prudência e bom senso, sobretudo se estiver em causa a quebra do elo profundamente sentimental que existe entre o columbófilo e os seus pombos. A última vítima foi um dos mais antigos columbófilos do distrito de Beja, senão do País, com uma atividade centenária e já herdada do progenitor, sentenciado a desmantelar o habitat dos seus alados, sobre o qual consumiu toda uma vida de amor e paixão. Um exemplo de dedicação a uma causa. Um exemplo de dignidade no momento da resignação. Bem-haja!

Diário do Alentejo 21 setembro 2012

Gala da columbofilia em Aljustrel em outubro


Diário do Alentejo 21 setembro 2012

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Ana Cabecinha em 2.º lugar na China

A atleta alentejana Ana Cabecinha classificou-se em 2.º lugar na prova de 10 km marcha da final do Challenge Mundial de Marcha Atlética disputada na China. A prova foi ganha pela chinesa Liu Hong que concluiu os 10 km em 43,18’, menos 13 segundos que Ana Cabecinha (43,31’).

Maratona BTT em Castro Verde

A associação 100 Trilhos realiza no próximo domingo, dia 23, mais uma edição da Maratona BTT de Castro Verde, prova com três percursos com a extensão de 25, 40 e 70 quilómetros. A partida será dada pelas 9 horas no Parque da Liberdade, em Castro Verde.

Atletismo em eleições Os novos órgãos sociais da Associação de Atletismo de Beja (lista liderada por Joaquim Brás) para o biénio 2012/2014 foram eleitos por maioria. Votaram sete clubes (seis presenciais e um por correspondência), sendo recolhidos 79 votos (76 favoráveis e três brancos). A tomada de posse realiza-se hoje, sexta-feira, às 19 horas, na Casa da Cultura de Beja.

Desportivo e Rosairense isentos Taça Distrito de Beja foi sorteada A primeira eliminatória da Taça Distrito de Beja realiza-se no próximo dia 18 de novembro, com a participação restrita às 14 equipas que vão competir na 1.ª Divisão distrital (esta época não se disputa o campeonato secundário) e já é conhecido o quadro completo dos jogos, sendo que as equipas do Desportivo de Beja e do Rosairense ficaram isentas desta fase passando de imediato à segunda eliminatória. Os jogos são: Odemirense -Piense; Amarelejense -Almodôvar; Aldenovense -Bairro da Conceição; Guadiana-Sporting Cuba; Milfontes-São Marcos; Cabeça Gorda-Serpa.

3.ª Divisão Nacional regressa no domingo Castrense e Moura jogam fora No próximo domingo, e após um interregno de duas semanas, regressa o Nacional da 3.ª Divisão, com a realização da segunda jornada. Recordamos que o distrito de Beja tem quatro clubes nesta prova. Aljustrelense, Moura e Vasco da Gama começaram com vitórias, o Castrense perdeu na jornada inaugural. No próximo domingo teremos duas equipas a jogar no seu terreno, o Aljustrelense que recebe a formação do Lagoa (vem de uma derrota caseira com o Lagos) e o Vasco da Gama que joga em casa com o Monte Trigo (também derrotado em casa do Aljustrelense na jornada anterior). O Moura desce até ao Algarve para defrontar o Vila Real de Santo António (que vem de uma derrota em Montemor) e o Castrense terá uma difícil deslocação para o histórico Estádio da Vila Amália, em Sesimbra. O quadro completo de jogos desta 2.ª jornada é o seguinte: Reguengos -UMontemor; Esperança Lagos -Juventude; Aljustrelense -Lagoa; Vasco da Gama-Monte Trigo; Sesimbra-Castrense; Lusitano VRSA-Moura.

Taça de Portugal Aragão, o guarda-redes do Vasco da Gama, foi um dos melhores em campo

Clube vidigueirense perdeu (0-3) e saiu da Taça de Portugal

O Vasco da Gama naufragou A aventura do Vasco da Gama, de Vidigueira, na Taça de Portugal terminou com uma derrota natural, perante uma equipa de escalão superior. Texto Firmino Paixão Foto Rui Contente

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riunfo natural do Santa Clara que durante a primeira parte foi claramente superior ao adversário, período em que o Vasco da Gama chegou apenas duas vezes à baliza do francês Brice Niclos. Logo aos oito minutos os visitantes inauguraram o marcador, e à passagem da meia hora aumentaram a vantagem, em ambos os casos em lances de bola parada. Aragão com um punhado de boas defesas evitou males maiores para a equipa alentejana. No início do segundo período, Piçarra mexeu na equipa, que passou a jogar de igual para igual com os açorianos, mas sem concretizar algumas oportunidades que criou. O Santa Clara beneficiou de uma grande penalidade (78’) em que o guarda-redes Aragão negou o golo a Porcellis, mas o avançado que viria a fechar a contagem em tempo de compensação num ressalto em que a bola foi devolvida pelo poste. Um triunfo justo dos insulares num jogo em que a equipa alentejana merecia, pelo menos, o golo de honra. O treinador local, Fernando Piçarra,

Estádio Municipal de Vidigueira Árbitro: João Ferreira (Setúbal) Auxiliares: Luís Ramos (bancada), Valter Pereira (peão) e Miguel Jacob (4.º árbitro)

Vasco Santa da Gama Clara

João Aragão José Verdades (Gato, 45’) José Maria Navas Hugo Baltazar Diogo Bonito (Covas, 45’) Abílio Teixeira (cap) José Cláudio (Vitinho, 85’) Pavel Vieira Aldemar Mané José Feio Mário Verdades. Fernando Piçarra

Brice Niclos Paulo Monteiro Luiz Carlos Marco Lança Tony (Diogo Tavares, 57’) Pedro Pacheco (cap), Alex (Platini, 82’) Godinho; Rafael Porcellis Ruizinho (Hugo Rego, 63’ e Sérginho. Luís Miguel

Ao intervalo: 0-2 Marcadores: 0-1 Paulo Monteiro (8’), 0-2 Porcellis (30’), 0-3 Porcellis (90+1). Disciplina: amarelos a José Maria Navas, (49’), Ruizinho (60’), Luiz Carlos (62’), Alex (80´).

comentou as incidências da partida referindo: “Aconteceu aquilo que eu não queria, avisei os meus jogadores para terem algum cuidado na fase inicial do jogo, acabámos por sofrer um golo aos oito minutos, foi muito cedo, ainda segurámos as coisas até à meia-hora, quando sofremos outro golo de bola parada”. O técnico adiantou ainda: “Ao intervalo disse aos jogadores que tínhamos que acreditar e tentar fazer o 2-1 para entrarmos no jogo. Tivemos várias vezes essa hipótese, não conseguimos, na minha opinião fizemos uma excelente segunda parte, jogando de igual para igual com uma equipa que tem dois meses de treino e que treina duas vezes por dia porque são profissionais”. Piçarra lembrou ainda: “Na segunda parte podíamos ter feito, pelo menos, um golo, mas eles também podiam ter marcado, o jogo foi muito dividido, mas foi uma boa partida de futebol”. E assumiu: “Ganhou a melhor equipa, não vou estar com rodeios, mas isto serviu, foi um bom teste à capacidade dos meus jogadores e saio daqui muito contente com eles porque é uma equipa nova que treina há quatro semanas e se bateu muito bem. Demos uma boa réplica a uma equipa forte”. E a concluir deixou o aviso: “Não vamos apanhar equipas destas até ao final do campeonato, mas penso que temos equipa para ganhar a qualquer adversário do nosso campeonato”.


Sobre rodas José Saúde

Rali Nerbe/Aebal Cidade de Beja António Lampreia (piloto) e António Morais (navegador) na hora da consagração no rali

Rali Nerbe/Aebal Cidade de Beja garantido em 2013, com novidades

“Fiz tudo o que o carro exigiu” O piloto bejense António Lampreia venceu o Rali Nerbe/Aebal Cidade de Beja ao volante do seu Ford Escort Cosworth, conseguindo um triunfo que, há algumas edições desta prova desportiva, lhe escapava. Texto e foto Firmino Paixão

A

dupla António Lampreia/António Morais conseguiu uma importante vitória na edição 2012 do Rali Cidade de Beja, afirmando-se Lampreia como o segundo piloto a ganhar a prova bejense depois de, há oito anos, a vitória ter sorrido a Pedro Charneca. O triunfo do Ford Escort de Lampreia começou a desenhar-se logo na primeira prova especial classificativa (PEC1) que venceu com o registo 8,23.8’ para os 13,2 quilómetros. Na segunda passagem pelo troço desenhado entre Cabeça Gorda e Vale de Rocins, o piloto bejense retirou 11 segundos ao tempo inicial e voltou a ganhar, assumindo a liderança do rali, que concluiu com um novo e melhor registo no PEC3 (8,10.9’) ainda que à sua frente neste troço tenham ficado o Mitsubishi de Márcio Marreiros/Pedro Conde (8,06.6) e o Mitsubishi Lancer de Luís Nunes/Paulo Costa (8.04,4), que ganharam esta prova especial. Feitas as contas, Lampreia subiu ao lugar mais alto do pódio com um registo final de 24.46.08’, menos 7,3s que Marreiros e 9,1s que Luís Nunes. A prova pontuava para o Campeonato Regional de Ralis Sul e contou com a presença de 20 pilotos, seis dos quais ficaram pelo caminho por avarias mecânicas. Na hora de festejar o triunfo, Lampreia comentou: “Correu tudo bem, o fator saúde ainda não estava no melhor mas o carro portou-se bem e eu tive que acompanhar aquilo que o carro me exigiu. Era uma vitória que há muitos anos perseguia, porque é o rali da minha terra, tenho ganho outros, mas fazia questão de ganhar também este”. O piloto concordou que esta vitória tem um significado especial: “Nasci em Beja, tenho aqui

muitos amigos, muita gente que me apoia e hoje andei nos limites, porque o carro me permitiu e consegui esta vitória que me deixa muito feliz, tivemos que suar um bocadinho, andei nos meus limites para a idade que tenho, mas os ralis são mesmo assim, hoje correu tudo como eu esperava e como procurava há muitos anos”. António Lampreia confessou ainda: “Estive para não competir porque tinha uma intervenção cirúrgica à coluna já marcada, mas cancelei a operação e pensei primeiro vou fazer o rali da minha cidade e depois logo se vê, por isso ainda estou mais feliz”. O piloto vencedor avaliou a prova dizendo: “O troço é muito rápido e eu tenho uma caixa de seis velocidades, andei sempre muito a fundo, acho que já não tenho coração para o que o carro me pede, mas o troço é muito giro, tem muitos saltos, mas correu muito bem. Tenho este carro há 10 anos e parecia que ainda não o conhecia bem mas hoje acho que eu e o carro fizemos aquilo que está à vista, mas foi muito difícil porque competimos contra carros com tecnologia mais adiantada que o nosso, nomeadamente os Mitsubishi”. Francisco Afonso, dirigente do Aero Clube de Beja e diretor do rali, disse: “O triunfo de António Lampreia foi justo e muito bom para a cidade, importante para ele, também, que já merecia esta vitória”. No rescaldo da prova revelou: “Há muito tempo que não via tanta afluência de público nos troços, a nível de segurança foi excelente, houve muitas avarias porque também estava muito calor, as mecânicas ressentiram-se das elevadas temperaturas e tivemos algumas desistências por avarias mecânicas”. Avaliando a parceria com o Núcleo Empresarial de Beja (Nerbe/Aebal), o dirigente afirmou: “Os indicadores apontam para o sucesso da parceria, estamos contentes com os nossos parceiros e eles já nos demonstraram que estão contentes connosco”. Opinião semelhante tem o vice-presidente do Nerbe, Luís Borba: “Estamos muitos satisfeitos e por variadíssimos motivos, primeiro porque foi uma prova que correu impecavelmente, sem

acidentes a lamentar, segundo, e desculpem-me o bairrismo, ganhou um piloto de Beja, o que é fantástico. Parabéns ao Lampreia, foi ótimo que ele tivesse ganho porque já o merecia. Depois, e obviamente, porque foi uma festa participada pelas nossas gentes, com aficionados que vieram de longe a participarem com o mesmo espírito”. Luís Borba destacou ainda: “Também de fizeram negócios à volta do evento, na hotelaria e na restauração, porque esse é o papel de uma associação empresarial, demos um tiro no muge, pusemonos ao lado de pessoas ousadas, empreendedoras e que fizeram uma excelente prova. Nós só demos um pouco mais de projeção”. Confirmando a continuidade da parceira adiantou: “Para o ano este rali terá que ser ainda melhor, naturalmente com a parceria do Nerbe, e, se calhar, com dois dias de prova e uma especial noturna. Vamos já trabalhar nisso a partir de segunda-feira”, concluiu. Classificações: 1.º António Lampreia/António

Morais (Ford Escort Cosworth), 24.26.8’. 2.º Márcio Marreiros/PedroConde (Mitsubishi Evo VI), 24.54.1. 3.º Luís Nunes/Paulo Costa (Mitsubishi Lancer), 24.55.9. 4.º Ruben Tabalo/Rui Serra (Ford Escort Cosworth), 25.11.8. 5.º Jorge Rego/Afonso José (Citroën AX), 25.21.0. 6.º Marco Ferreira/José Teixeira (Citroën Saxo), 25.30.3. Rali Flor do Alentejo Cidade de Serpa A secção de

motorismo da Sociedade Reguenguense organiza este fim de semana, dias 22 e 23, o Rali Flor do Alentejo Cidade de Serpa, prova que terá uma extensão total de 100,05 quilómetros, com cinco provas especiais de classificação, uma em alcatrão e quatro em terra batia. Amanhã, sábado, realiza-se a super especial noturna com partida do primeiro concorrente marcada para as 21 horas, junto ao Terminal Rodoviário de Serpa. No domingo disputam-se as restantes quatro provas cronometradas, nas imediações de Santa Iria e Vale dos Mortos, como inícios previstos para as 10 e 35, 11 e 05, 12 e 42 e 13 e 12 horas.

O universo da patinagem sempre preencheu o meu ego num cosmos onde o desporto se assume como um condão prioritário nesta minha longevidade humana que conscientemente admito ir já longa. Recordo noites imperais dos famosos campeonatos do mundo de hóquei em patins. Do malabarismo de gerações de portugueses que levaram à tribuna infindáveis circunstâncias que fizeram de Portugal um país de condições sublimes na arte de bem patinar. Assisti no último sábado à final do Campeonato Europeu de Hóquei e conjeturei ápices de um passado que trouxe de novo à estampa o saber de gentes que sempre viveram de forma entusiasmante o hóquei. Jogo de emoções, pavilhão de Paredes a transbordar, os telespectadores entusiasmados pelo espetáculo e Portugal a seis segundos do final a deixar fugir o título para Espanha. Viveram-se instantes de autêntico delírio e recordou-se, certamente, o hóquei de antigamente. Claro que a patinagem ganhou, paulatinamente, um justo espaço. As associações dimensionaram-se. Ganharam coro. Reclamam justeza. Sei que os dirigentes estão divididos em redimensionaram para quatro ou cinco associações que abranjam o território nacional. Fala-se que o problema está em juntar o Minho ao Porto. Deixemos, no entanto, essa luta de poleiros à parte e falemos no nosso contexto. Falemos na Associação do Alentejo que na próxima assembleia geral da federação – 30 de outubro – será certamente reforçada pelo Algarve. Ou seja, no futuro próximo iremos ter o regresso da Associação do Alentejo e Algarve que contemplará um espaço demográfico donde se poderão colher usufrutos de maior capacidade financeira. Setúbal, por enquanto, mantém-se firme nas suas opções. Fala-se que os interesses pessoais são mais fortes. Ditam parâmetros onde o individual se sobrepõem ao coletivo, dizem. Sobre rodas está a associação alentejana que tem Nuno Palma Ferro como líder de uma equipa que jamais renegou a sua entrega ao trabalho.

Diário do Alentejo 21 setembro 2012

21


saúde

22 Diário do Alentejo 21 setembro 2012

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Dr.ª Heloisa Alves Proença Médica Dentista

Dr. Fernando H. Fernandes Dr. Armindo Miguel R. Gonçalves Horários das 8 às 18 horas; Acordo com beneficiários da Previdência/ARS; ADSE; SAMS; CGD; MIN. JUSTIÇA; GNR; ADM; PSP; Multicare; Advance Care; Médis FAZEM-SE DOMICÍLIOS Rua de Mértola, 86, 1º Rua Sousa Porto, 35-B Telefs. 284324157/ 284325175 Fax 284326470 7800 BEJA

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Ouvidos,Nariz, Garganta Exames da audição Consultas a partir das 14 horas Praça Diogo Fernandes, 23 - 1º F (Jardim do Bacalhau) Telef. 284322527 BEJA


saúde PSICOLOGIA ANA CARACÓIS SANTOS – Educação emocional; – Psicoterapia de apoio; – Problemas comportamentais; – Dificuldades de integração escolar; – Orientação vocacional; – Métodos e hábitos de estudo GIP – Gabinete de Intervenção Psicológica Rua Almirante Cândido Reis, 13, 7800-445 BEJA Tel. 284321592

_______________________________________ Manuel Matias – Isabel Lima – Miguel Oliveira e Castro – Jaime Cruz Maurício Ecografia | Eco-Doppler Cor | Radiologia Digital Mamografia Digital | TAC | Uro-TC | Dental Scan Densitometria Óssea Nova valência: Colonoscopia Virtual Acordos: ADSE; PT-ACS; CGD; Medis, Multicare; SAMS; SAMS-quadros; Allianz; WDA; Humana; Mondial Assistance. Graça Santos Janeiro: Ecografia Obstétrica Marcações: Telefone: 284 313 330; Fax: 284 313 339; Web: www.crb.pt Rua Afonso de Albuquerque, 7 r/c – 7800-442 Beja e-mail: cradiologiabeja@mail.telepac.pt

CENTRO DE IMAGIOLOGIA DO BAIXO ALENTEJO ECOGRAFIA – Geral, Endocavitária, Osteoarticular, Ecodoppler TAC – Corpo, Neuroradiologia, Osteoarticular, Dentalscan Mamografia e Ecografia Mamária Ortopantomografia

António Lopes – Aurora Alves – Helena Martelo – Montes Palma – Maria João Hrotko – Médicos Radiologistas – Convenções: ADSE, ACS-PT, SAD-GNR, CGD, MEDIS, SSMJ, SAD-PSP, SAMS, SAMS QUADROS, ADMS, MULTICARE, ADVANCE CARE Horário: de 2ª a 6ª feira, das 8 às 19 horas e aos sábados, das 8 às 13 horas Av. Fialho de Almeida, nº 2 7800 BEJA

Telef. 284318490 Tms. 960284030 ou 915529387

Dr. Sidónio de Souza – Pneumologia/Alergologia/ Desabituação tabágica – H. Pulido Valente Dr. Fernando Pimentel – Reumatologia – Medicina Desportiva – Instituto Português de Reumatologia de Lisboa Dr.ª Verónica Túbal – Nutricionismo – H. de Beja Dr.ª Sandra Martins – Terapia da Fala – H. de Beja Dr. Francisco Barrocas – Psicologia Clínica/Terapia Familiar – Membro Efectivo da Soc. Port. Terapia Familiar e da Assoc. Port. Terapias Comportamental e Cognitiva (Lisboa) – Assistente Principal – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo. Dr. Rogério Guerreiro – Medicina preventiva – Tratamento inovador para deixar de fumar Dr. Gaspar Cano – Clínica Geral/ Medicina Familiar Dr.ª Nídia Amorim – Psicomotricidade/Educação Especial e Reabilitação (dificuldades específicas de aprendizagem/dislexias) Dr. Sérgio Barroso – Especialista em Oncologia – H. de Beja Drª Margarida Loureiro – Endocrinologia/Diabetes/ Obesidade – Instituto Português de Oncologia de Lisboa Dr. Francisco Fino Correia – Urologia – Rins e Vias Urinárias – H. Beja Dr. Daniel Barrocas – Psiquiatria – Hospital de Évora Dr.ª Lucília Bravo – Psiquiatria H.Beja , Centro Hospitalar de Lisboa (H.Júlio de Matos). Dr. Carlos Monteverde – Chefe de Serviço de Medicina Interna, doenças de estômago, fígado, rins, endoscopia digestiva. Dr.ª Ana Cristina Duarte – Pneumologia/ Alergologia Respiratória/Apneia do Sono – Assistente Hospitalar Graduada – Consultora de Pneumologia no Hospital de Beja Dr.ª Isabel Santos – Chefe de Serviço de Psiquiatria de Infância e Adolescência/Terapeuta familiar – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo Dr.ª Paula Rodrigues – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr.ª Luísa Guerreiro – Ginecologia/Obstetrícia Dr. Luís Mestre – Senologia (doenças da mama) – Hospital da Cuf – Infante Santo Dr. Jorge Araújo – Ecografias Obstétricas Dr.ª Ana Montalvão – Hematologia Clínica /Doenças do Sangue – Assistente Hospitalar – Hospital de Beja Dr.ª Ana Cristina Charraz – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr. Diogo Matos – Dermatologia. Médico interno do Hospital Garcia da Orta. Dr.ª Madalena Espinho – Psicologia da Educação/ Orientação Vocacional Dr.ª Ana Margarida Soares – Terapia da Fala - Habilitação/Reabilitação da linguagem e fala. Perturbação da leitura e escrita específica e não específica. Voz/Fluência. Dr.ª Maria João Dores – Técnica Superior de Educação Especial e Reabilitação/Psicomotricidade. Perturbações do Desenvolvimento; Educação Especial; Reabilitação; Gerontomotricidade. Enfermeira Maria José Espanhol – Enfermeira especialista em saúde materna/Cuidados de enfermagem na clínica e ao domicílio/Preparação pré e pós parto/amamentação e cuidados ao recémnascido/Imagem corporal da mãe – H. de Beja Marcações diárias pelos tels. 284 322 503 Tm. 91 7716528 | Tm. 916203481 Rua Zeca Afonso, nº 6, 1º B, 7800-522 Beja Clinipaxmail@gmail.com

Clínica Médico-Dentária de S. FRANCISCO, LDA. Gerência de Fernanda Faustino Acordos: SAMS, ADMG, PSP, A.D.M.E., Portugal Telecom e Advancecare Rua General Morais Sarmento, nº 18, r/chão; TEL. 284327260 7800-064 BEJA

23 Diário do Alentejo 21 setembro 2012


institucional diversos

24 Diário do Alentejo 21 setembro 2012 Diário do Alentejo n.º 1587 de 21/09/2012 Única Publicação

Diário do Alentejo n.º 1587 de 21/09/2012 Única Publicação

Maria Vitória Amaro Notária de Ourique

CERTIFICADO Certifico, para fins de publicação, que no dia sete de Setembro do ano dois mil e doze, no Cartório Notarial em Ourique a folhas oitenta e seguintes, do Livro de Notas Para Escrituras Diversas número Quarenta e Nove-D, se encontra exarada uma escritura de Justificação, na qual Manuel da Palma e mulher Adelina Martins Duarte, casados segundo o regime de comunhão geral de bens, naturais, ele da freguesia de São Barnabé, concelho de Almodôvar e ela da freguesia de Alte, concelho de Loulé, residentes no Monte dos Cansados, freguesia de São Barnabé, concelho de Almodôvar, N.I.Fs.138 847 070 e 138 847 037, se declaram donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, dos seguintes prédios situados na freguesia de São Barnabé, concelho de Almodôvar: a)-Urbano, sito no Monte dos Cansados, constituído por quatro divisões, destinado a habitação, com a superfície coberta de cento e cinquenta e oito vírgula noventa e um metros quadrados confrontando do norte com via pública e dos restantes lados com Manuel da Palma inscrito na respectiva matriz em nome do justificante marido sob o artigo 657, com o valor patrimonial de €21.010,00, igual ao atribuído. b)-Urbano, sito no Monte dos Cansados, constituído por uma divisão, destinado a habitação, com a superfície coberta de quarenta e oito vírgula zero seis metros quadrados, confrontando do norte com via pública e dos restantes lados com Manuel da Palma, inscrito na respectiva matriz em nome do outorgante marido sob o artigo 1363, com o valor patrimonial de €7.310,00, igual ao atribuído, omissos na Conservatória do Registo Predial de Almodôvar. Que os justificantes não possuem qualquer título para efectuar o registo a seu favor, destes prédios, na Conservatória, embora sempre tenham estado, há mais de cinquenta anos, na detenção e fruição dos citados prédios, os quais vieram à sua posse por doação, feita a estes, pelos tios do justificante marido, Isabel Guerreiro e marido António Duarte, casados segundo o regime de comunhão geral de bens, residentes que foram no Monte Cansado, freguesia de São Barnabé, concelho de Almodôvar, em dia que não podem precisar, mas no mês de Dezembro, de mil novecentos e sessenta e dois, não tendo tal doação sido reduzida a escritura pública, mas que desde logo entraram na posse e fruição dos prédios, em nome próprio, posse que assim detêm há mais de cinquenta anos, sem interrupção ou ocultação de quem quer que seja, de modo a poder ser conhecida por todo aquele que pudesse ter interesse em contrariá-la. Esta posse assim mantida e exercida, foi-o sempre em seu próprio nome e interesse, e traduziu-se nos factos materiais conducentes ao integral aproveitamento de todas as utilidades dos prédios designadamente utilizando-os, fazendo as necessárias obras de conservação, e pagando os respectivos impostos. É assim tal posse pacífica, pública e contínua e durando há mais de vinte anos, facultando-lhes a aquisição do direito de propriedade dos citados prédios por USUCAPIÃO, direito que pela sua própria natureza, não pode ser comprovado por qualquer título formal extrajudicial. Nestes termos, e não tendo qualquer outra possibilidade de levar o seu direito ao registo vêm justificá-los nos termos legais. Está conforme o original. Cartório Notarial em Ourique, da Notária, Maria Vitória Amaro, aos sete de Setembro de 2012. A Notária, Maria Vitória Amaro

ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE SERPA

EDITAL JOSÉ FILIPE NOGUEIRA ESTEVENS, 1.º SECRETÁRIO DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE SERPA. TORNA PÚBLICO: de acordo com o estipulado no n.º 3 do artigo 84.º da Lei n.º 169/99, de 18 de setembro, com a redacção dada pela Lei n.º 5-A/2002, de 11 de janeiro e artigos 16.º e 38º do Regimento da Assembleia Municipal de Serpa, que no próximo dia 28 de setembro de 2012, pelas 18:00 Horas, na Sala de Sessões da Câmara Municipal realizar-se-á uma sessão ordinária deste Órgão Deliberativo, cuja ordem de trabalhos é a seguinte: 1. PERÍODO DE “ANTES DA ORDEM DO DIA” 1.1. Apreciação e votação da ata n.º 3/2012 1.2. Resumo do Expediente 1.3. Intervenção dos membros da Assembleia Municipal 2. PERÍODO DE “ORDEM DO DIA” 2.1. Relatório da Atividade Municipal (Artigos 53.º e 68.º da Lei n.º 169/99, de 18/09, com a redação da Lei n.º 5-A/2002, de 11 de janeiro) – Relatório n.º 4/2012 2.2. Projeto de regulamento da Biblioteca Municipal Abade Correia da Serra 3. PERÍODO DE “INTERVENCÃO DO PÚBLICO” E, para constar, se publica o presente edital e outros de igual teor, que vão ser afixados nos locais públicos do costume. Serpa, 19 de setembro de 2012.

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institucional diversos Diário do Alentejo n.º 1587 de 21/09/2012 Única Publicação

25 Diário do Alentejo 21 setembro 2012 Diário do Alentejo n.º 1587 de 21/09/2012 Única Publicação

Santa Casa da Misericórdia de Ourique ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA

CONVOCATÓRIA Nos termos do disposto nos n°s. 1 e 2 do art° 40º e n°. 3 do art°. 39° do Compromisso da Santa Casa da Misericórdia de Ourique, para efeitos do nº 1 do art°. 29° e da alínea a) do nº 2 do art° 39° já referido, convoco a Assembleia Geral Extraordinária da Irmandade da Santa Casa, para uma reunião a realizar no próximo dia 1 de Outubro de 2012 (Segunda-Feira), pelas 19:30H, no salão do Centro Comunitário para a 3ª Idade, com a seguinte: Ordem de Trabalhos 1. Consulta à Assembleia Geral sobre o reconhecimento de admissibilidade de recandidatura dos Irmãos que integram os atuais Corpos Sociais para o triénio 2013 a 2015, nos termos do n°. 1 do art°. 29° do Compromisso e do n°. 4 do art°. 57 do Dec-lei n°. 119/83 de 25 de Fevereiro. 2. Eleição dos Corpos Sociais para o triénio 2013/2015. (Mesa da Assembleia Geral, Mesa Administrativa e Conselho Fiscal) Se no dia e à hora designados nesta convocatória não estiver presente mais de metade dos Irmãos com direito a voto, terá a mesma lugar uma hora depois, em segunda convocação, com qualquer número de presentes, nos termos do n° 1 do art° 41° do Compromisso. Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Ourique, 17 de Setembro de 2012 O Presidente da Mesa da Assembleia Geral José Bartolomeu Drago de Oliveira Rato

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Concurso para Exploração do Restaurante Encontra-se aberto o período para a apresentação de proposta para exploração do restaurante do NERBE/AEBAL: • Localização: Restaurante do NERBE/AEBAL, sito na Rua Cidade S.Paulo em Beja, • Espaço completamente remodelado, mobilado e equipado • Composto por: sala de refeições, bar, cozinha, sanitários e arrecadações • Facilidade de estacionamento • Data prevista de entrada em funcionamento: 15 Outubro 2012 Os interessados deverão até ao dia 30 de Setembro, entregar a sua proposta financeira, em carta fechada dirigida à Direção. Par além da proposta financeira, será considerado o melhor projeto de exploração e dinamização do espaço. NERBE/AEBAL-Associação Empresarial do Baixo Alentejo e Litoral Rua Cidade de S.Paulo Apartado 274 7801-904 Beja Telef: 284311350 Fax: 284311351 http://www.nerbe.pt e-mail: nerbe@mail.telepac.pt

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necrologia diversos

26 Diário do Alentejo 21 setembro 2012

Cabeça Gorda MISSA

Vila Verde de Ficalho

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Manuel Claudino Lampreia Dias 2.º Ano de Eterna Saudade Filho, partiste cedo demais Jamais te esqueceremos O amor é mais forte que a morte E o nosso amor por ti será eterno Dos pais A família informa que será

Faleceu o sr. José Francisco Peres Laneiro, de 41 anos, solteiro, natural de Vila Verde de Ficalho. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 13 de setembro da casa mortuária de Vila Verde de Ficalho para o cemitério local. À família enlutada apresentamos as nossas cordiais condolências.

celebrada missa pelo eterno AGÊNCIA FUNERÁRIA BARRADAS, LDA.

descanso do seu ente querido no dia 25/09/2012, terçafeira, às 9 horas, no Convento das Carmelitas, em Beja.

Rua do Outeiro nº 21 Vila Nova de S. Bento Telm: 967026828 - 967026517

BALEIZÃO

BEJA

BEJA

†. Faleceu o Exmo. Senhor

†. Faleceu a Exma. Senhora

†. Faleceu a Exma. Senhora

SR. ANTÓNIO CESÁRIO FERRO CARRILHO, de 75 anos, natural de Baleizão Beja, casado com a Exma. Sra. D. Maria Constança Patrício Carrilho. O funeral a cargo desta Agência realizouse no passado dia 13, da Casa Mortuária de Baleizão, para o cemitério local.

D. CONSTANÇA DIAS, de 99 anos, natural de Santa Vitória - Beja, viúva. O funeral a cargo desta Agência realizouse no passado dia 14, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

D. MARIA DO ROSÁRIO, de 93 anos, natural de Sobreira Formosa * Proença-a-Nova, viúva. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 14, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

CABEÇA GORDA / TRINDADE

BEJA

BEJA

†. Faleceu a Exma. Senhora

†. Faleceu o Exmo. Senhor

†. Faleceu a Exma. Senhora

D. VITÓRIA FRANCISCA FIGUEIRA, de 96 anos, natural de Trindade - Beja, viúva. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 14, de Casa Mortuária de Trindade, para o cemitério local.

SR. MANUEL ANTÓNIO MAGNA, de 64 anos, natural de Santa Maria da Feira Beja. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 18, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

D. FRANCISCA ANASTÁCIA GIL, de 92 anos, natural de Santana de Cambas Mértola, viúva. O funeral a cargo desta Agência realizouse no passado dia 19, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

BERINGEL

BEJA

Diário do Alentejo n.º 1587 de 21/09/2012 Única Publicação

TRIBUNAL JUDICIAL DE BEJA 2° Juízo

ANÚNCIO Processo: 1032/12.1TBBJA Interdição / Inabilitação Requerente: Ministério Público Requerido: Vera Lúcia Serra Santos Sousa N/Referência: 2365155 Data: 12-09-2012 Faz-se saber que foi distribuída neste tribunal, a ação de Interdição/Inabilitação em que é requerida Vera Lúcia Serra Santos Sousa, com residência em domicilio: Rua Manuel Gomes Serrano N° 2, R/C, Beja, 7800-165 BEJA, para efeito de ser decretada a sua interdição por Anomalia Psíquica. A Juiz de Direito, Dr(a). Celine Alves O Oficial de Justiça, Maria Cândida Nogueira

AOS CONSTRUTORES E OUTROS INTERESSADOS Vendo casa térrea em Beja com 200 m2, necessitando de recuperação. Muito bem localizada (zona histórica).

†. Faleceu a Exma. Senhora

†. Faleceu o Exmo. Senhor

D. MARIA ANA PELADO BICHINHO, de 76 anos, natural de Beringel - Beja, viúva. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 19, da Casa Mortuária de Beringel, para o cemitério local.

SR. ANTÓNIO SILVESTRE DE SOUSA, de 95 anos, natural de Cabeça Gorda Beja. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 20, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

Às famílias enlutadas apresentamos as nossas mais sinceras condolências.

Preço acessível. Óptima oportunidade. Contactar tm. 926237235

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Setembro é o mês da cultura no concelho de Odemira. O evento Odemira Cultural tem como objetivo promover a cultura do concelho, o seu património oral, artístico e patrimonial e adicionar-lhe diferentes manifestações culturais. Ao longo do mês de setembro Odemira abre as portas para receber artistas locais e do mundo. Claro que os mais pequenos também têm o seu espaço. Consulta o programa em http://www. cm-odemira.pt

Pais

27 Diário do Alentejo 21 setembro 2012

Odemira em festa durante o mês de setembro

Se te despertámos a curiosidade existem no mercado alguns destes filmes:

A páginas tantas...

Com o começo da escola o tempo parece ter encurtado, e em certa medida é verdade pois há novos afazeres, mas que isso não se traduza numa desculpa para não continuar a preparar lanches apetitosos e divertidos para os seus filhos. Aproveitem.

Nas próximas semanas vamos dando-te dicas para brincares ao dia das bruxas.

Dica da semana Se gostas de computadores e de brincar com as fotos que tiras, tens aqui a solução para substituir o Photoshop. O programa picmonkey fornece-te inúmeras ferramentas para modificares as tuas imagens e podes fazer tudo on line sem ter de o descarregar. Podes até simular filmes antigos. Vai até http://www.picmonkey.com/ e experimenta tudo. Vais de certeza divertir-te. A ideia do filme mudo foi retirada do site http://salsapie.blogspot.pt

Baseado nos filmes do cineasta francês Buster Keaton, Monsieur (senhor) Hullot, interpretado pelo ator Jacques Tati é agora transportado para o mundo dos livros e já está disponível através da editora Kalandraka, O Papagaio do senhor Hullot. Este é o primeiro livro de uma série em que o autor e ilustrador David Merveille homenageia Tati, um homem desastrado, distraído, ingénuo e completamente inadaptado à vida moderna. Uma figura peculiar que se mostra quase sempre de gabardina, meias às riscas, guarda chuva e um cachimbo. Um livro cheio de humor que o leitor vai descobrindo à medida do seu longo passeio por Paris. Se queres tentar a tua sorte e ganhar um destes livros vai ao blog http://criacria. com/2012/09/16/passatempo-o-papagaio-de-monsieur-hulot-de-david-merveille/, porque existem cinco livros para os primeiros leitores. Deixamos-te aqui três links no youtube para visualizares um pouco destes filmes http://www.youtube.com/watch?v=xPmJuKAi9z4 &feature=player_embedded http://www.youtube.com/watch?v=Zfcpwf3w6bU &feature=player_embedded http://www.youtube.com/watch?v=ZO3SIkso0QQ &feature=player_embedded

À solta

Para os mais pequeninos chega o drama dos atacadores e para muitos é um passo difícil, por isso deixamos aqui aos pais uma ideia simples e que temos a certeza que vai ajudar. Podem ainda desenhar os pés dos seus filhos.


Diário do Alentejo 21 setembro 2012

28

Mercado Livre de Beja cumpre segunda edição

“No início da nova estação, traga o que já não lhe faz falta, para venda ou troca, que poderá ser útil para outros”. Eis a convocatória para a segunda edição do Mercado Livre de Beja, uma organização da associação Arruaça, que decorrerá ao longo de todo o dia de amanhã, sábado (entre as 9 e as 20 horas), no Largo do Museu Regional de Beja. Roupa, calçado, livros, artesanato, artigos de decoração, CD, produtos biológicos são algumas das ofertas desta “feira da ladra” bejense que, para além das vendas, também promete música, comes e bebes, vinho e castanhas, “se já as houver”

Boa vida Comer Codornizes fritas Ingredientes: 4 codornizes, 4 dentes de alho, 1 folha de louro, q.b. de azeite, q.b. de sal grosso, q.b. de vinho branco, q.b. de pimenta branca, q.b. de piripiri, q.b. de vinagre de vinho branco, Confeção: Depois das codornizes limpas, cortar aos bocados e temperar com alhos laminados, louro, sal, pimenta e vinho branco a cobrir a carne. Deixar repousar algumas horas. Numa frigideira coloque o azeite e quando estiver quente frite as codornizes de ambos os lados sem deixar queimar. Adicione a marinada e deixe cozinhar até o álcool evaporar. No final regue com um pouco de vinagre. Bom apetite…

António Nobre Chefe executivo de cozinha – Hotéis M’AR De AR, Évora

Filatelia A Algarpex é na próxima semana

A

Algarpex – 2012 III Exposição de Filatelia do Algarve é inaugurada às 16 e 30 horas do próximo dia 27, em Faro. Decorre em simultâneo, até ao dia 4 de outubro, em três locais diferentes: Estação de Correios do Carmo, Hotel Faro e Museu Municipal de Faro. Em exposição estarão 25 coleções de diversas classes; deste conjunto, sete são de filatelistas andaluzes. No dia 27 haverá a inauguração nos três locais da exposição. Dia 28, na Casa do Povo de Estói, haverá um encontro de colecionadores. No dia 29 de manhã terá lugar a receção aos colecionadores. A oportunidade será aproveitada para os expositores fazerem a apresentação das coleções. Haverá beberete e um almoço convívio. Durante a tarde será proporcionado um passeio aos colecionadores presentes, por vários locais histórico/culturais da região. Será dedicada atenção especial aos alunos das escolas EB1 do município de Faro, para os quais serão organizadas visitas guiadas aos três locais da exposição. O Núcleo de Filatelia de Faro, entidade organizadora do evento, mandou emitir dois selos personalizados, de idêntica imagem, Taxa N e Taxa E, ou seja, para as correspondências do 1.º escalão (até 20 gr.) para Portugal e para o estrangeiro. A organização também negociou com os CTT a elaboração de uma carteira temática sobre o Algarve, contendo os 15 selos a seguir discriminados e um inteiro postal: Estádio Algarve (2004); Portugal Faro/Loulé (2004); Emissão conjunta Portugal Espanha (2006) – Ponte de Vila Real de Santo António; Herança romana em Portugal (2006) – Mosaico do Oceano em Faro; Faróis de Portugal (2006) – Farol do Cabo de S. Vicente; Emissão conjunta Portugal Marrocos (2007) – Castelo de Silves; 7 Maravilhas de Portugal (2007) – Fortaleza de Sagres; Pontes e Obras de Arte (2008) – Ponte do Arade; Pão tradicional (2009); 50 Anos Instituto Hidrográfico (2010) – Barco com Cabo de S. Vicente à vista; Festas populares (2011) – Carnaval de Loulé; Milreu (2011); Alcalar (2011); Catedral de Faro (2012); Catedral de Silves (2012); Bilhete postal do centenário do Turismo em Portugal. A carteira terá um classificador onde serão inseridos os selos e uma pasta de emissão com o rótulo igual ao selo personalizado taxa Europa, sendo que o valor final da carteira é de 8,94 euros (valor facial do material filatélico). A maioria dos selos da carteira ainda está em circulação. Os dois selos personalizados (a ilustração desta página) serão dispensados aos interessados a 1,50 o de taxa N e 2 euros o de taxa E. Para ser usado no dia da inauguração, os correios também emitiram um carimbo comemorativo, para ser usado no dia 27, alusivo à exposição e ao Dia Mundial do Turismo, efeméride que se assinala nesse mesmo dia. Para além dos habituais elementos de ordem técnica, o catálogo contém os artigos “O Algarve em selos no Séc. XXI”, de Sérgio Pedro, e “O Centenário do Turismo em Portugal”, de Ricardo Brito. Em virtude das carteiras disponíveis para venda pelos CTT serem em número reduzido, apenas 60 unidades, se o leitor estiver interessado na sua aquisição pode pedi-la para o seguinte endereço: nucleofilateliafaro@gmail.com Geada de Sousa

Milan Kundera D. Quixote 380 págs. 18,90 euros

Letras A vida não é aqui

E

nquanto Jaromil crescia no ventre de sua mãe esta desejava com as todas as forças do seu ser que o filho, concebido sem ser desejado pelo pai, se fizésse homem à imagem do deus Apolo. Ser mãe encheu a mulher de um amor nunca antes conhecido, nunca depois repetido. Jaromil cresce, portanto, animado pela crença da sua excecionalidade – uma excecionalidade que a mãe sempre lhe atribuiu e que o acompanha, como uma sombra, em todos os momentos. Tal como uma longa linhagem de poetas (entre eles, Shelley, Mayakovsky, Rimbaud) e escritores – comenta Kundera – o poeta checo que protagoniza este romance vem de uma casa dominada por uma mulher. Tal será determinante na sua vida e, naturalmente, na sua poesia. Mas o poeta cresce também num país sem liberdade política e toda a relação de Jaromil com a sua mãe e com a realidade e o seu modo de lidar com estas circunstâncias se constitui como uma metáfora, irónica, sobre o processo todo a criação artística. A banalidade do ser que, animado pela crença na sua excecionalidade e do seu mundo interior, a impõe (à excecionalidade) em apontamentos sobre o mundo estrutura todo o romance. A vida não é aqui, reeditada pela Dom Quixote com uma capa da autoria do próprio Kundera, é uma das obras mais importantes do escritor nascido na antiga Checoslováquia e, desde 1981, com nacionalidade francesa (dois anos antes, foi-lhe retirada a própria nacionalidade). Irónica, muito bem escrita, absorvente, esta obra, publicada originalmente em 1969, decorre sobre um fundo que é o da II Guerra Mundial e do pós-guerra, com as alterações políticas subsequentes e respetivas implicações no percurso do poeta-protagonista em que alguns quiseram ver um retrato do próprio Kundera. Prémio Médicis para melhor romance estrangeiro em 1973. Maria do Carmo Piçarra


29 Diário do Alentejo 21 setembro 2012

Notícias de Beja

A Planície

Correio do Alentejo

É o número de leitores que todas as semanas lê o “Diário do Alentejo” na sua versão papel. No facebook, todos os dias, mais de 4 000 leitores seguem a atualidade regional na página do “DA”

Diário do Alentejo

28 000 Fonte: Marktest. Relatório de resultados da imprensa regional no período compreendido entre abril de 2010 e março de 2011

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Diário do Alentejo 21 setembro 2012

30

Xutos e Jorge Palma despedem-se do verão na Zambujeira

Zambujeira do Mar vai amanhã despedir-se do verão com uma festa ao pôr do sol, animada por um elenco de luxo. Xutos & Pontapés, Jorge Palma, Companheiros de Aventura, Vicente Palma e Devaneio, entre outros, vão estar a partir das 17 horas no miradouro junto à capela de Nossa Senhora do Mar, para celebrar o equinócio de outono e partilhar velhos temas entre amigos.

Fim de semana Passeios “à volta” de Beja Desta feita os Passeios de Beja vão andar “à volta” da cidade, por caminhos, hortas e poços, lembrando um passado, não tão recuado, em que a capital de distrito era um aglomerado essencialmente agrícola. “À volta de Beja – caminhos, hortas e poços” é exatamente a proposta deste ciclo para a reentrada depois das férias de verão. O encontro está marcado para as 17 horas de amanhã, sábado, em frente à igreja de Santo Amaro, seguindo-se um percurso de autocarro, guiado por Marta Páscoa.

Vidigueira acolhe mais uma Bienal de Artes Plásticas É já amanhã, sábado, pelas 16 e 30 horas, a inauguração da

VIII Bienal de Artes Plásticas de Vidigueira. A mostra de pintura e escultura ficará patente, até 21 de outubro, em vários espaços da vila: átrio da câmara municipal, posto de turismo, centro multifacetado, salão da junta de freguesia e na antiga Escola Profissional Fialho de Almeida. A organização é do município local, estando representados mais de 100 artistas nacionais e internacionais (Argentina, Brasil, Espanha e Japão), com cerca de 270 obras a concurso.

“Memória de Cheiros Esquecidos” na Biblioteca de Cuba Inaugurada no passado dia 10, continua ainda patente, até ao próximo dia 29, na Biblioteca Municipal de Cuba, a exposição “Memória de Cheiros Esquecidos”, uma

“No silêncio das casas” para conhecer amanhã, em Beja

Paulo Ribeiro apresenta novo álbum “em casa”

História do jazz no espaço Oficinas Arranca hoje, sexta-feira, no espaço Oficinas, em Aljustrel, o curso livre de iniciação à história do jazz “Jazz de A a Z”. A ação, que decorrerá até 4 de maio estruturada em oito sessões, sempre às sextas-feiras, é ministrada por António Branco, dinamizador do Clube de Jazz do Conservatório Regional do Baixo Alentejo. A primeira sessão, pelas 21 e 30 horas, abordará o tema “Dos campos de algodão a Nova Orleães”.

mostra de etnobotânica que resultou de um programa de interação com os habitantes de Vila Alva, freguesia daquele concelho. Numa primeira fase, foram identificadas 12 espécies botânicas da flora local, na sua relação com um dos 12 meses, de acordo com a sua sazonalidade. Às plantas e aos meses juntaram-se 12 pessoas “ainda com uma memória presente da vida ligada à natureza”, a quem foi pedido, por fim, que recordassem a receita de um prato, da dieta tradicional, a partir da planta que lhes tinha sido atribuída. A partir desta interação foram criados 24 painéis, que reúnem ilustrações e informação científica sobre as espécies, assim como fotografias, dados biográficos e as receitas partilhadas. A exposição conta ainda com um herbário com amostras das espécies que foi possível tratar e reunir.

O

músico bejense Paulo Ribeiro apresenta amanhã, “em casa”, o seu segundo álbum de originais, “No silêncio das casas”, um trabalho em que se revela também como produtor, arranjador e letrista – em 12 temas apenas dois não levam a sua assinatura. O concerto vai ter lugar a partir das 21 e 30 horas, no Pax Julia Teatro Municipal, tendo como convidados Viviane, Zeca Medeiros e Fernando Pardal, outro músico da cidade, três das vozes que participaram na gravação do disco que sucede a “Aqui tão perto do sol”, lançado há uma década. “Mais contido” em termos instrumentais, este trabalho conta com as colaborações de Mário Delgado (guitarras), Valter Rolo (piano), José Canha (contrabaixo) e Jorge Moniz (bateria e percussões), os últimos três também cúmplices no trabalho de produção. As participações especiais são de Sara Côrte-Real, voz residente de Os Assessores, banda que acompanha Sérgio Godinho; Celina da Piedade, acordeonista do Cinema Ensemble, de Rodrigo Leão; Viviane, cuja voz surge no tema “O teu nome”, com poema de Alexandre O’Neil; e de Zeca Medeiros, músico e realizador açoriano que empresta a voz à faixa “Noite Luarenta”, um segundo dueto em torno das palavras do poeta António Gancho. “No silêncio das casas” tem a etiqueta da Heaven Sound, tendo sido gravado por Fernando Gomes no estúdio Gravisom, em Lisboa, e misturado por João Martins Sela (Xutos & Pontapés, Da Weasel, Rio Grande) no Bed and Breakfast Studio, em Vendas Novas. Um disco de temperamento “outonal” e intimista que, não por acaso, se apresenta em Beja no dia em que o verão se despede.


e agricultor ue fazÊ-lo porq a recusam-se s e et b as de dia “as consult a” n u rt estÃo uma fo

O elevado preço do milho está a levar muitos americanos a alimentar as suas vacas com guloseimas, por ser muito mais barato. Ao que apurámos, esta nova técnica também foi posta em prática por agricultores alentejanos que se arrependeram muito rapidamente, como nos explicou Valdemar Alcatra: “É caso para dizer que o barato sai caro! A minha vaca mais velha, a Malhada, ficou logo com uma crise de diabetes do piorio... Depois, começou a passar a vida ao pé das ovelhas e a passear ao pé da ribanceira – mais tarde percebi que ficou cega, tadinha... Pior mesmo só a Mimosa: ficou viciada em Carte D’ Or e só queria chocolates com um toque de pimenta. Sabe o que é que aconteceu? Os dentes caíram-lhe todos! E a magana não queria uma placa! Teve de colocar implantes!... E para lhes tentar dar palha outra vez? Já não querem, claro! Nem com açúcar por cima, nem nada. Agora com a chegada do outono, vou gastar uma fortuna em Mon Chéri…”.

31 Diário do Alentejo 21 setembro 2012

comeÇaram americanos ces acas com do v s a r a t n e os a alim s alentejan

facebook.com/naoconfirmonemdesminto

Inquérito Foi feito um

relatório para definir uma nova estratégia para o aeroporto de Beja. Qual é que deve ser o futuro do empreendimento?

Exclusivo Não confirmo, nem desminto: Casa dos Segredos também vai ter versão alentejana! Começou no passado fim de semana mais uma edição da Casa dos Segredos, reality-show da TVI em que há grandes possibilidades de se reduzir a atividade cerebral. Mas, ao que apurámos, o canal de Queluz não irá ficar por aqui e já está a preparar uma edição especial de famosos a realizar no Alentejo. A nossa página teve acesso à lista de participantes e divulga-a em primeira mão, bem como os segredos dos seus intervenientes.

• Não curto franceses. (Mariana Alcoforado, freira a full-time) • Quando quero evitar o Vítor Gaspar, finjo que estou com a troika ao telefone (Carlos Moedas, batizado pelos senhores da troika por Charles Coins)

JOÃO PAULO RAMÔA, 51 ANOS Ex-governador civil Creio que o aeroporto de Beja tem especificidades muito próprias, ao contrário dos aeroportos de Lisboa, Faro, Porto e Marmelar. Deve-se apostar no conceito de “aeroporto indústria” e atrair indústrias ligadas à aeronáutica. Todavia, também se pode apostar nas vertentes, “aeroporto mulher a dias”, “aeroporto estivador”, “aeroporto stripper masculino” e “aeroporto operador de telemarketing”. Enfim, dá para tudo, é um empreendimento com inúmeras valências, que pode trabalhar em pó-laboral e também faz domicílios.

• No dia dos meus anos vou ao McDonald’s. (Maria de Lurdes Modesto, bom garfo) • O meu primeiro animal de estimação

• Aprendi a nadar na praia de Quintos.

foi um triceratops

(Pulido Valente, autarca aquático)

(Cameirinha, empresário de longa data)

• Sou o único apoiante de Passos Coelho no dis-

• Também disparei acidentalmente sobre a Laura

trito de Beja. (Mário Simões, deputado laranja)

Palmer (Tenente “Mãozinha Leve” Carrajola)

• O meu sonho era mudar de nome.

• Tenho um boneco voodoo de Pulido Valente (Rodeia

(Pita Ameixa, deputado rosa)

Machado, deputado da Assembleia Municipal)

ESTUDO SOBRE SEXO REVELA QUE ALENTEJANOS SÃO QUEM MAIS COMPRA VASELINA QUANDO GOVERNO ANUNCIA NOVAS MEDIDAS DE AUSTERIDADE O semanário “Expresso” está a publicar um grande inquérito sobre os hábitos sexuais dos portugueses. Durante o estudo, conduzido pela GFK, foram inquiridos 1220 indivíduos, entre os quais alguns alentejanos. Saiba, em primeira mão, como vemos o sexo.

MANIFESTAÇÃODE15DESETEMBRO:MÃESDEALGUNSELEMENTOSDOEXECUTIVO PREFEREM DIZER QUE OS FILHOS SÃO TRAFICANTES DE DROGA POIS É MELHOR ACEITE SOCIALMENTE Realizaram-se, um pouco por todo o País, no passado dia 15, um conjunto de manifestações contra as medidas de austeridade preconizadas pelo Governo de Passos Coelho. Em Beja, cerca de 50 pessoas acorreram à praça da República para gritar palavras de ordem contra o Executivo, como “Não atires à Cristas um ovo, antes deporta-a para o Kosovo” ou “Queremos dinheiritos p’ra ir à praia em Quintos!”. A manifestação, que reuniu 500 pessoas em Beja, ficou ainda marcada pelo cartaz, “Coelho, nã vales um pintêlho”, o que prova duas coisas: primeiro, as ofensas em alentejano têm outro status; segundo, é bom ver que alguém se deu ao trabalho de ver a cotação internacional do pintelho no Financial Times. Entre as cerca de 5 000 pessoas que mostraram publicamente o seu descontentamento, esteve também presente uma bandeira da República Espanhola, trazida por alguém que se enganou na manifestação em cerca de 75 anos. Finalmente, destaque ainda para a manifestação que juntou 50 mil bejenses à porta do consulado de Beja em Monte Gordo.

• 6% dos alentejanos perderam a virgindade na Ovibeja. • 0,34% das alentejanas engravidaram só de ouvir o José Cid . • 16% dos baixo alentejanos ouvem música do André Sardet durante o ato sexual (ou quando estão com tendências suicidas) . • 4% dos bejenses só pretende voltar a ter relações sexuais quando acabarem as obras nas Portas de Mértola. • 7,32% têm relações sexuais a ver o programa do Malato. • 6,45% têm fantasias eróticas com o porco doce do Luiz da Rocha. • 5,21% acham que “cluster aeronáutico” é uma posição do Kama Sutra. • 3,25% nunca se masturbaram por receio de cegueira ou aparecimento de pelos nas palmas das mãos. • 2,25% acreditam que o orgasmo feminino é uma conspiração da CIA e da Mossad. • 4,6% são bissexuais, ou seja, têm relações sexuais duas vezes por ano. • 97,6% compram boião de vaselina quando Vítor Gaspar fala na televisão ou joga o Sporting.

SÉRGIO SILVA MONTEIRO, 38 ANOS Secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes, Comunicações e centros de mesa Foi feito um relatório? Sobre o aeroporto de Beja? Mas há lá um aeroporto? Beja é em Portugal? Pensei que os angolanos tinham comprado essa terra. Se eu já li o relatório? Tenho o PC avariado, não consigo ver os mails. Foi enviado pelo correio? Mas o nosso carteiro adoeceu com gripe espanhola, lamento. Foi enviado por pombo-correio? Ui, mas isto aqui à volta é só caçadores… Deve estar a cozer num tacho, mais o relatório. O quê? Má vontade do Governo? Nãããããõooo, de modo nenhum… ahhh…. Olhe, estou a ouvi-lo muito mal, rrrrrgrggrgr, é uma barulheira aqui na capital desde que o Marquês tem duas rotundas… rgrgrggrggr …. informamos o estimado cliente que o seu saldo não lhe permite efetuar mais chamadas…

AEROPORTO DE BEJA Empreendimento com um esgotamento nervoso Olhe, não sei, nem me interessa. Só quero é estar no meu cantinho, tomar as vitaminas e ler o último livro do Nicholas Sparks. Ando farto de servir de arma de arremesso político... Mas o que mais custa é ser chamado de elefante branco! Chateia-me por duas razões: primeiro, porque perdi peso graças à Depuralina; e segundo, porque o branco faz-me gordo! Só peço respeito… E acabem lá com as piadinhas sobre mim. Agora, se não se importam, vou ver a minha novela e beber um leitinho morno para dormir melhor, ‘tá?


Nº 1587 (II Série) | 21 setembro 2012

RIbanho

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www.diariodoalentejo.pt POR LUCA

Hoje, sexta-feira, esperam-se poucas nuvens em toda a região e a temperatura deverá oscilar entre os 19 e os 27 graus centígrados. Amanhã, sábado, o céu deve apresentar-se limpo e no domingo o sol também irá brilhar.

Investigador premiado por estudo sobre a Mina de São Domingos

As elites e a pobreza

anos regrediu-se muito em termos éticos no que toca à proteção social, e o pobre voltou a ser acusado da sua situação.

N

um estudo recentemente distinguido com o Prémio Cooperação e Solidariedade António Sérgio, o assistente social Miguel Bento chega à conclusão de que não se alterou muito a forma como as elites portuguesas procuram “regular” a pobreza. “À medida que os níveis de proteção social pública diminuem, crescem os movimentos de filantropia ou de caridade. Foi assim no passado, e é assim no presente”, sintetiza o investigador.

O que encontrou de mais relevante nesta investigação e de que forma foi, ou não, surpreendido?

Como resumiria para o leitor comum o estudo “Vida e Morte numa Mina do Alentejo”?

A investigação incidiu sobre a dinâmica das estruturas de provisão social que emergiram no território de influência mineira, praticamente toda a denominada margem esquerda do concelho de Mértola, nomeadamente as sociedades cooperativas, as mutualidades formais e informais ou ainda os grémios da I República. Por outro lado, o estudo procura traçar algumas analogias entre a primeira metade do século XX e a atualidade, sobretudo no que toca ao modo como as elites sempre procuraram regular os problemas sociais, como por exemplo a pobreza. É interessante verificar que, à medida que os níveis de proteção social pública diminuem, crescem os movimentos de filantropia ou de caridade. Foi assim no passado, e é assim no presente. Atente-se que, quando o Estado Novo anulou a legislação republicana dos seguros sociais ou de outros direitos, criou em muitas vilas e cidades um movimento conhecido pela União das Senhoras da Caridade. Mais recentemente, quando o neoliberalismo começou a desmantelar o Estado Social, começaram a surgir como cogumelos os grupos de voluntariado e as lojas sociais. Afinal, as coisas não mudaram assim tanto e até as cantinas sociais do Estado Novo estão de volta. Nem sequer lhes mudaram o nome. Nos últimos PUB

Miguel Bento, 49 anos, natural de Alcaria Ruiva

Enquanto assistente social tem colaborado como técnico ou dirigente associativo em diversos projetos sociais, nomeadamente em Serpa e Mértola. Fez estudos de pós-graduação em Desenvolvimento Local e é mestre em Serviço Social, sendo docente do Instituto Politécnico de Beja. De momento desenvolve estudos de doutoramento no Iscte, centrando-se numa investigação em torno da prática profissional dos assistentes sociais na sua relação com as políticas sociais ao nível do Poder Local. Foi também vice-presidente da Câmara Municipal de Mértola pela CDU e atualmente é um dos eleitos na Assembleia Municipal pela mesma força política.

Fui surpreendido com um aspeto que é talvez o mais interessante de toda a investigação, e que tem a ver com a denominada Questão Social que se desenvolveu no mundo ocidental no final do século XIX, com a Revolução Industrial, e que em Portugal teve como campo de eclosão os territórios mineiros. Isso foi particularmente evidente em São Domingos, muito por via das tais associações da agora denominada economia social, como foi o caso das mutualidades. Tal aconteceu por várias razões, mas sobretudo pela forte influência das correntes anarquistas e socialistas no seio do operariado mineiro, e pelo facto de aquele complexo mineiro-industrial ser explorada por uma empresa inglesa que transpôs para ali a organização capitalista-industrial do centro e norte europeus, com todas as suas contradições sociopolíticas. Este prémio pretende promover a economia social e as suas organizações. De que falamos quando falamos em economia social e que lugar tem ela nos dias de hoje?

Falamos de um conjunto de organizações que se situam entre a economia privada e a estatal, sendo que os eventuais lucros da sua ação revertem a favor dessas próprias estruturas, sendo reinvestidos em atividades de desenvolvimento social. Historicamente, Portugal tem uma enorme tradição neste tipo de estruturas e o seu peso económico é crescente. Nalgumas regiões do interior raiano, as instituições particulares de solidariedade social (IPSS) são já as principais entidades empregadoras, onde a par da resolução dos problemas sociais se cria emprego. Carla Ferreira

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Baixo Guadiana promove-se num encontro entre Mértola e Alcoutim Tendo como elemento agregador o rio Guadiana, a Associação de Defesa do Património de Mértola (ADPM) está a promover desde o último sábado, 15, e até domingo, 23, o Encontro do Grande Rio do Sul, “que pretende incentivar e promover o potencial turístico deste emblemático recanto do território português”. O projeto é cofinanciado pelo INAlentejo, Eixo 5 – Promoção e Capacitação Institucional, e com ele a ADPM “espera motivar os visitantes e turistas a descobrir os encantos do Baixo Guadiana, levando-os a navegar por estas paisagens mágicas, dando a conhecer a qualidade do seu património natural e cultural, a par da irresistível gastronomia local”. Entre Mértola – a vila e as suas freguesias e lugares – e Alcoutim, vizinho algarvio, o encontro integra um conjunto de ações culturais, educacionais, empresariais, gastronómicas e formativas, dirigidas ao público em geral. Hoje mesmo, a partir das 10 horas, reúne-se no cais fluvial de Mértola o Clube dos Pequenos Navegadores, para atividades com escolas na ecoteca “Saramugo”. Às 21 horas, no Centro de Estudos Islâmicos e do Mediterrâneo, o arqueólogo Cláudio Torres protagonizará uma conversa sobre “Mértola, porto da antiga via fluvial e terra de pescadores”, que também reservará momentos musicais. O dia de amanhã, sábado, reserva a animação de rua “A voar se brinca”, pelo Teatro Acert, no largo Vasco da Gama, uma corrida de canoas e o ateliê “Nós de marinheiro”, ambos no cais fluvial, local onde também pelas 22 horas se estreia “Pulsar”, um espetáculo de dança com a colaboração da população do concelho de Mértola e do Grupo Coral Guadiana. Uma hora e meia mais tarde, o músico Júlio Pereira apresenta o espetáculo “Geografias”. Para encerrar, no domingo, o encontro muda-se para o Pomarão, onde haverá um encontro de embarcações, conversas sobre a pesca e os pescadores e partilha de histórias e contos sobre o rio, e uma degustação de produtos locais, ainda no âmbito do encontro de embarcações e com animação a cargo do acordeonista Tó Manel. O evento integra ainda a Semana da Gastronomia Ribeirinha e a Mostra de Produtos Turísticos, para além de ter reunido ontem, dia 20, vários especialistas em turismo e desenvolvimento local, a nível nacional e internacional, no âmbito do seminário “Desenvolvimento sustentável do Baixo Guadiana e turismo: uma relação simbiótica”.


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