Os Bubedanas JOSÉ SFERROLHO
Miúdos que querem reinventar o cante alentejano pág. 12
SEXTA-FEIRA, 19 OUTUBRO 2012 | Diretor: Paulo Barriga Ano LXXXI, N.o 1591 (II Série) | Preço: € 0,90
Região necessita de uma vintena de clínicos, reconhece Margarida Silveira, da Ulsba
Médicos recusam vir para o Baixo Alentejo JOSÉ SERRANO
Entrevista nas págs. 6, 7 e 8
A água não afastou o deserto na aldeia da Estrela Já lhe chamaram a “Estrela da companhia”, a esta aldeia ribeirinha que todos apontavam como exemplo das potencialidades turísticas de Alqueva. Mas passada uma década sobre o encerramento das comportas, a aldeia da Estrela permanece adormecida. Os investimentos anunciados nunca saíram do papel. E o que por ali há de novo é muita água, um ancoradouro e um parque de merendas. págs. 4/5 PUB
A agricultura está a mudar no Alentejo Reportagem nas págs. 16/17
Mau cheiro da fábrica de Alvito não é tóxico pág. 9
Almodôvar e Odemira deixam cair freguesias pág. 10 e editorial
Há feira em Castro Verde e em Mértola págs. 11 e 30
Diário do Alentejo 19 outubro 2012
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Editorial À deriva
Vice-versa Para Luís Ameixa, deputado do PS, a proposta de Orçamento do Estado para 2013 não apresenta “medidas para facilitar a vida das empresas, para criar emprego e estimular a economia”. Já João Ramos, do PCP, considera que o documento aponta para que o investimento público no Alentejo seja “o menor” do País, o que e vai “agravar, e muito, as condições para que as pessoas possam continuar na região”. “agra o”. Luís Pita Ameixa e João Ramos, in Rádio Pax
Paulo Barriga
Mário Simões, deputado do PSD, vê no OE aspetos “importantes”, com “impacto” no distrito de Beja, nomeadamente na “aposta nas zonas de baixa densidade” com “medidas concretas para potenciar economicamente estas zonas”, bem como no “reforço de políticas de promoção de emprego e de combate ao desemprego”. Na agricultura, o deputado social-democrata destaca a “operacionalização da bolsa de terras, a regularização dos seguros agrícolas e a boa execução do Proder”.
O
PSD e o CDS, na sua incansável e persistente empreitada de deitar abaixo o edifício do Estado, fizeram aprovar na Assembleia da República a Lei 22/2012. Não, estimado leitor, não se trata de qualquer tipo de iniciativa que vá ao bolso do povo, como é costume, ou que tenha reflexo nas contas públicas. Trata-se da chamada reorganização administrativa territorial autárquica. O tal diploma que, até ao final do ano, pretende extinguir cerca de um milhar de freguesias portuguesas. Não fosse tão séria e desonesta e obscena, esta lei até poderia ser motivo para galhofa, palhaceira que ela é na sua essência. Num qualquer gabinete de Lisboa, meia dúzia de tecnocratas iluminados andam neste momento de regra e esquadro na mão a reinventar o mapa de Portugal. Cortando aqui, juntando acolá, sem terem qualquer tipo de sentimento de solidariedade ou de justiça, principalmente em relação às freguesias do interior. Pensarão eles, se é que se pode chamar “pensar” ao atentado que estão a cometer, que as freguesias de Santo Aleixo da Restauração ou de Gomes Aires são entidades supérfluas e dispendiosas. De salientar, em primeiro, que mais esta medida que a troika impôs ao País, para além de parva, implica apenas 0,1 por cento do Orçamento de Estado. Uma verba tão insignificativa que só em certas mentes perversas paga ou justifica o abandono, o empobrecimento e o desconsolo que trará às freguesias rurais a extinguir. Já de si pobres, desconsoladas e abandonadas. Agrupar duas ou mesmo três freguesias nas grandes cidades até pode ser uma medida aceitável. Mas fulminar freguesias em locais envelhecidos, onde as pessoas não têm meios financeiros, nem saúde, nem transportes para se deslocarem é um crime hediondo. Isto sem contar com o papel fundamental que estas entidades desempenham ao nível da assistência social de proximidade, ao nível da resolução dos problemas imediatos das populações, ao nível da humanização das relações de vizinhança. Primeiro fecharam os postos da GNR, depois fecharam as escolas primárias, hoje fecham as juntas de freguesia… Amanhã fecham as próprias aldeias. E Portugal, cada vez mais concêntrico, litoralizado, prosseguirá à deriva rumo ao abismo. Isto se nós não tomarmos conta do leme ou não colocarmos o arrais na linha, claro.
Mário Simões, in Rádio Pax
Fotonotícia
Isto era para ter sido uma autoestrada. Apesar de o Governo ter mandado suspender as obras na finada A26, as forças vivas da região não desarmam. Autarcas, empresários e representantes de diferentes entidades locais e regionais visitaram recentemente o estaleiro a céu aberto que está em exibição entre Beja e Santa Margarida do Sado. Um primeiro prenúncio para novas ações de sensibilização e protesto que se adivinham. Já no próximo dia 27 vai haver buzinão e marcha lenta no IP8 e IP2. Depois se verá. PB Foto de José Ferrolho
Voz do povo Acha que o Governo sobrevive a este Orçamento do Estado?
Inquérito de José Serrano
Mariana Cano, professora
Raul Bule, 33 anos, diretor de produção
José Calvário, 41 anos, empresário
Ana Isabel, 40 anos, desempregada
Penso que não. Eu desejo que não sobreviva. E olhe que contra mim falo, pois infelizmente faço parte do grupo de pessoas que votou neste governo. Dei aulas durante 14 anos e este ano não consegui ficar colocada. A alternativa da minha geração e das gerações futuras não pode passar só pela emigração, como sugere o primeiro-ministro.
O Orçamento do Estado só o é, de facto, depois de votado favoravelmente na Assembleia da República. Acho difícil esta proposta ser aprovada. Mas se for, os objetivos apontados pelo Governo terão de aparecer num prazo relativamente curto. Caso contrário é plausível que caia. A austeridade é inevitável. Mas a que custo? É preciso ter cuidado.
Julgo que não tem nenhumas hipóteses. O povo perdeu toda e qualquer esperança nas pessoas que estão no Governo. A contestação vai aumentar de tom de dia para dia. A própria coligação já demonstra ter divergências internas. E no estado em que o País está, o Presidente da República já devia ter tomado uma atitude. Mas acredito que o povo vai vencer.
O Governo vai cair. Estas medidas retiram, por completo, o poder de compra do povo. E o povo é a base deste país. Têm que o saber ouvir. As pessoas começam a ficar desesperadas. Qualquer dia nem para a alimentação há dinheiro. A revolta é crescente. Não se pode tirar o pão da boca das pessoas. A crise não pode ser combatida desta forma.
Rede social
Semana passada QUARTA-FEIRA, DIA 10 VIDIGUEIRA TIROTEIO EM ALCARIA DA SERRA Quatro homens estiveram envolvidos num tiroteio no concelho de Vidigueira, que não causou feridos, informou a GNR, adiantando que foram apreendidas duas armas de caça e que a Polícia Judiciária está a investigar o incidente. A rixa terá sido provocada por alegadas divergências entre proprietários de terras daquela zona e uma associação de caça. Os homens foram levados para o posto da GNR, em Vidigueira, onde foram identificados. O caso foi entregue à PJ, tendo o perímetro do local da ocorrência sido isolado por militares da Guarda Nacional Republicana.
BEJA INDUSTRIAIS DE AERONÁUTICA NO AEROPORTO O aeroporto de Beja recebeu uma visita dos participantes da Convenção Anual da Associação Europeia das Indústrias de Aeronáutica, Espaço e Defesa. No dia anterior, os municípios de Alvito, Beja, Cuba, Ferreira do Alentejo e Vidigueira assinaram uma parceria geoestratégica para a promoção do aeroporto e da região envolvente e para reforçar a rede local de estruturas e serviços.
QUINTA-FEIRA, DIA 11 FERREIRA DO ALENTEJO OURIVESARIA ASSALTADA Artigos em ouro, num valor não revelado, foram roubados de uma ourivesaria em Ferreira do Alentejo, num assalto perpetrado por três homens armados e encapuzados. O assalto ocorreu cerca das 12 horas, quando os homens, armados com duas caçadeiras e um revólver, entraram na ourivesaria, situada na rua Serpa Pinto. Os assaltantes ameaçaram a funcionária de serviço e roubaram artigos em ouro. Após o desfalque, os três homens, segundo relatos de uma testemunha, fugiram numa carrinha de cor escura. O caso já foi entregue à Polícia Judiciária para investigação.
4 perguntas a David Marques Presidente da Esdime – Agência para o Desenvolvimento Local no Alentejo Sudoeste Como surge a criação de uma filial da Esdime em Cabo Verde?
A criação da filial da Esdime (a formalizar na visita ao território que vai decorrer daqui a duas semanas) resulta, por um lado, de uma necessidade formal, no quadro do processo de acreditação e certificação da atividade formativa que a Esdime tem prevista para a ilha do Fogo, no curto prazo, cofinanciada pela linha de cooperação Leader (Proder). Por outro lado, é uma consequência natural da aposta na intervenção da Esdime em Cabo Verde, na resposta a necessidades e a oportunidades identificadas, em estreita colaboração com as entidades parceiras locais. Este passo permitirá aprofundar a ação de cooperação internacional para o desenvolvimento, em áreas como a formação e a promoção do empreendedorismo.
I Festa Azul recebeu D. Duarte Pio D. Duarte Pio, duque de Bragança, veio a Beja. Mais propriamente à I Festa Azul, que tem como objetivo “a defesa e preservação dos costumes e tradições da região alentejana”. Duarte Pio assistiu à recriação do batizado do embaixador do rei do Congo.
Cultura junta-se à resistência Todos juntos, mais uma vez, na praça da República contra a troika. Desta feita unidos pela cultura. E foram muitos os que passaram pela praça. Todos a uma só voz. Uma manifestação cultural. O lema? “A cultura junta-se à resistência”.
Qual é a principal aposta desta filial?
BAIXO ALENTEJO ENTIDADES VISITAM OBRAS ABANDONADAS DO IP8 E IP2 Diferentes entidades da região, no âmbito das ações aprovadas na reunião do passado dia 2 de outubro, visitaram as obras abandonadas do IP8 e IP2. Uma primeira iniciativa que antecede a marcha lenta que está agendada para o próximo dia 27.
BEJA MEDIADORES CIGANOS REÚNEM-SE A maioria dos mediadores ciganos do distrito de Beja reuniu-se para analisar a Estratégia Nacional para a Integração das Comunidades Ciganas. Onde concluíram que a habitação, a saúde, a educação e o emprego são fatores determinantes para a inclusão das comunidades ciganas.
ALENTEJO AUTARCAS EM FRANÇA A Esdime e a Rota do Guadiana promoveram a visita de uma delegação de autarcas de Aljustrel, Almodôvar, Ferreira do Alentejo, Ourique e Moura, à região de Poitou-Charentes, em França. O objetivo da visita é permitir o conhecimento de projetos e iniciativas de promoção do empreendedorismo e da dinâmica económica local, promovidos pelas autarquias francesas. A iniciativa enquadra-se na Rede Europeia de apoio ao Empreendedorismo em Meio Local.
SÁBADO, DIA 13 BEJA A CULTURA JUNTA-SE À RESISTÊNCIA Não teve a afluência esperada, a manifestação que o movimento “Que se lixe a troika! Queremos as nossas vidas de volta” agendou para a tarde de sábado, em Beja. Ainda assim, algumas centenas de pessoas rumaram à praça da República para escutar as palavras, a poesia e a música que mais de 35 artistas da região proporcionaram aos manifestantes. O compositor Paulo Ribeiro foi um dos intervenientes: “Qualquer manifestação artística também é uma forma de intervir socialmente e de mostrar indignação e revolta perante o atual estado de coisas. Ninguém, nem os artistas, pode ficar impávido e sereno”, disse aos jornalistas.
A principal aposta desta filial, no curto prazo, passa pela formação de formadores e pela formação técnica em áreas como o turismo, energia, agricultura e transformação agroalimentar. A promoção e sensibilização sobre direitos e do empreendedorismo são outras áreas de trabalho no domínio da qualificação em que pretendemos investir nesta primeira fase. Vamos recorrer a protocolos já subscritos com empresas locais e com outras da nossa região, bem como a fontes de financiamento específicas para à cooperação.
Ferreira solidária regressa para o ano E toda esta gente, de jornal na mão, participa em mais uma atividade da iniciativa Ferreira Solidária. Muitos, para que se afirme a solidariedade e a coesão social no concelho. Ao todo 12 dias repletos de debates, intercâmbios e muita animação. Para o ano há mais.
A partir desta iniciativa podem surgir novas ações neste território?
Acreditamos que este passo poderá permitir a realização de novas ações no território, de acordo com o diagnóstico estratégico que se está a realizar neste momento. Esta presença será uma mais-valia, sobretudo em termos de continuidade e proximidade com as entidades públicas e privadas que trabalham em parceria com a Esdime e com os seus parceiros em Portugal, destacando em particular o município de Ferreira do Alentejo.
Fruta para as crianças e jovens de Aljustrel Já comeste fruta hoje? Foi a pergunta que se impôs às crianças e jovens do concelho de Aljustrel. E foram muitos os que acarretaram a sugestão no Dia Mundial da Alimentação, que foi assinalado pelo Agrupamento de Escolas de Aljustrel.
Qual é o papel que esta agência de desenvolvimento local pode e deve desempenhar em Cabo Verde?
A Esdime não pretende duplicar intervenções, reconhecendo a elevada dinâmica de cooperação já existente em Cabo Verde. Disponibiliza a experiência própria, sobretudo em áreas como a formação e promoção da dinâmica empresarial, e pretende favorecer a ligação entre os territórios – Baixo Alentejo/Cabo Verde – nos domínios da cooperação económica e da qualificação. O intercâmbio de estágios é uma linha de atuação em análise. Bruna Soares
Misses desfilaram no Pax Julia As modelos finalistas do Miss European Portugal 2012 desfilaram em Beja, mais propriamente no Pax Julia Teatro Municipal. Na passerelle as últimas tendências de moda de alguns espaços comerciais da região. A moda em Beja.
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Estrela
Plano de pormenor foi aprovado em agosto, 10 anos após o enchimento da barragem
À espera do prometido desenvolvimento
A
pelidada de “Estrela da companhia” por se apresentar, no conjunto das 16 aldeias ribeirinhas da zona de Alqueva, como aquela que melhores potencialidades tem em termos turísticos, a Estrela, povoação da freguesia de Póvoa de São Miguel, no concelho de Moura, aguarda ainda pelo prometido desenvolvimento. Uma década após o encerramento das comportas e enchimento da albufeira de Alqueva e da transformação da aldeia em península, os empreendimentos turísticos apregoados nos primeiros anos ainda não “saíram do papel” – as infraestruturas edificadas ao longo dos últimos 10 anos resumem-se a um ancoradouro e a um parque de merendas, situado à entrada da aldeia. A aprovação em agosto último do Plano de Pormenor da Aldeia da Estrela, que se destina a “orientar o futuro crescimento físico da aldeia, essencialmente enquadrando a previsível procura turística”, parece estar a reavivar a esperança perdida. Mas não para todos. Apoiada na vedação que delimita o quintal situado nas traseiras de sua casa, Maria José Estevens, de 76 anos, aponta para o que resta do “monte das Lebres”, para o pouco que não ficou submerso pelas águas de Alqueva. A propriedade, uma herança de família e de onde Maria José e o marido, Elviro Paio, retiravam grande parte do seu sustento, “foi vendida por quase nada”, assim como “todo o gado” existente na herdade, diz. “Chegávamos a ir ao monte três vezes ao dia. Tínhamos lá éguas, galinhas, perus, cabras, ovelhas, que criávamos para vender. Semeávamos também trigo, aveia, cevada, também para venda. A EDIA [Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva] tirou-nos o monte, pagou-nos quase nada e agora ficámos aqui metidos neste isolamento e estamos mal. Deram-nos 800 contos, como é que nos governamos com isso vinte e tal anos? Foi pouco dinheiro”. Os dias são agora passados em casa, no quintal, a cuidar “de quatro ovelhinhas”, criadas para consumo próprio, e de 12 gatos. Maria José não consegue encontrar aspetos positivos na transformação da Estrela em aldeia ribeirinha: “Para o nosso lado não melhorou nada, nadinha”, reforça, adiantando que o que a aldeia precisa é de emprego, para “ninguém ter de emigrar”, como lhe aconteceu a si, ao marido e às duas filhas, que ainda vivem na Suíça. “Falava-se que se fazia um hotel aqui, que se fazia não sei o quê ali. Agora saiu o plano de pormenor, foi aprovado, mas já não acredito nisso”, até porque, relembra, “as pessoas novas vão-se todas embora”, uma vez que na aldeia “não se podem governar”: “Nós, que já somos
É uma das 16 aldeias ribeirinhas da zona de Alqueva, mas a única a ficar numa península, daí que seja considerada como aquela que tem melhores potencialidades em termos turísticos. Mas, 10 anos após o enchimento da albufeira, os empreendimentos turísticos apregoados para a aldeia da Estrela ainda não “saíram do papel”. Resta aguardar pelo plano de pormenor, aprovado recentemente, e que visa “orientar o futuro crescimento físico da aldeia, essencialmente enquadrando a previsível procura turística”. Texto Nélia Pedrosa Fotos José Serrano
Maria José “A EDIA tirou-nos o monte, pagou-nos quase nada e ficámos neste isolamento”
velhos, vamos comendo da reforma. Muita gente diz que a Estrela é muito bonita, é sim senhora, que é um povo muito bem arranjadinho, isso é verdade, mas as pessoas abalam, ficam aí as portas fechadas”. A estória do casal Joaquim Coito e Maria Limpo, ambos na casa dos oitenta, assemelha-se em muitos aspetos à de Maria José e Elviro. As pastagens arrendadas onde “andavam 12 cabrinhas e 80 ovelhas”, assim como o monte [da Águia], onde moraram durante alguns anos, ficaram debaixo de água. “Nós comprávamos as pastagens às pessoas que tinham aí terra e que não tinham bichos, era assim que nos governávamos, e agora governamo-nos do quê, governamo-nos da água? A água não dá comida à gente e a gente também não a bebe daí. Eu gosto de água, nós tínhamos aqui um rio muito bonito, o Guadiana, chegava
muito bem”, diz Maria Limpo olhando para a imensidão de água à sua frente, ao mesmo tempo que vai recordando os tempos em que de “cestos ou alguidares” à cabeça, ou de “burrinho com o seu alforge”, as mulheres iam lavar a roupa “lá à ribeira”. Por vontade de Joaquim teriam continuado a trabalhar na pecuária, em Santo Amador, “que tem boas terras para o gado”, mas “a idade muito avançada” de ambos – na ocasião já septuagenários – não lhes permitiu seguir o exemplo de tantos outros que, vivendo do setor, foram obrigados a procurar trabalho noutras herdades da região, assim que os campos nas redondezas começaram a ser inundados. “Ficámos piores 30 mil vezes. Era para fazerem mais um cais de barcos, piscinas, e essas coisas todas, ainda não está nada feito. Nada melhorou, pelo contrário. Estamos
no meio da água e não há nada feito. No verão vem muita gente, mas de que serve? Não têm onde comer, está tudo fechado”, lamenta Joaquim. A “Cozinha da Terra”, situada a caminho do ancoradouro, onde atracam os barcos de recreio vindos da marina da Amieira – outra das aldeias ribeirinhas –, é de momento o único restaurante aberto na aldeia. Mas Ana Rico, 51 anos, proprietária do espaço com o marido Domingos – o chef –, não sabe por quanto tempo mais. Há cerca de três anos decidiram encerrar um restaurante em Reguengos de Monsaraz e apostar tudo na aldeia que os viu nascer. “Abrimos este [restaurante] pensando na barragem, só que a barragem foi uma ilusão”. Ana não esconde o desalento. E só não regressa à Suíça, país onde esteve emigrada com o marido cerca de duas dezenas de anos, por causa dos problemas de saúde do pai. Os turistas surgem em maior número nos meses de verão. Agora, que já é outono, “na maior parte dos dias não há ninguém [no restaurante]”, diz. “No verão é que temos mais pessoas, quando vêm os barcos da marina da Amieira, ou quando vem alguma excursão, mas isto agora está complicado, no ano passado havia mais gente”. Por isso, acrescenta, o balanço destes três anos só pode ser “fraco”: “Em Reguengos era diferente, não tem nada a ver. Agora aprovaram o plano [de pormenor], pode ser que venha a ser alguma coisa de bom, vamos ver, espero que sim, mas não se sabe. Se quiserem fazer podem fazer muito, ainda têm tempo para isso”. Inácio Banha, de 49 anos, dona do minimercado Banha, localizado em frente à igreja Matriz de Nossa Senhora da Estrela, só espera é que “não demorem os mesmos anos que demoraram a fazer o plano de pormenor”, porque assim arriscam-se a “não encontrar aqui ninguém”, diz com o seu ar bem-disposto. “Foi muita conversa, muita coisa, hotéis, tanta coisa que já nem sequer me lembro. Tive esperança quando a barragem encheu. Isto ficou tão bonito, com muita gente a visitar a aldeia, mas agora não se vê futuro, faltam infraestruturas para as pessoas, porque os visitantes gostam de ficar aqui a dormir, mas chegam e só veem água, não há mais nada para visitar”. E isso na aldeia que é considerada o verdadeiro “espelho de água”, a verdadeira “a aldeia ribeirinha”, “uma das aldeias mais bonitas que aqui há”, relembra: “Um presidente da EDIA que conheci dizia isso. Temos que ver que a Estrela é uma planície, e quando a albufeira chega à cota máxima é lindo ver-se a água, de verdade. Mas nós vamos ficando tristes porque não se vê nada a crescer, nada”.
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Rui Almeida Presidente da Junta de Freguesia de Póvoa de São Miguel
Ser uma das 16 aldeias ribeirinhas tem sido benéfico para a Estrela?
Tem sido benéfico no sentido de dar a conhecer o nome da aldeia. A nível de desenvolvimento não trouxe benefício nenhum. O Plano de Pormenor da Aldeia da Estrela foi aprovado em agosto último, 10 anos após a inauguração da barragem de Alqueva. No seu entender, o que é que isso representa para o futuro da aldeia?
Sempre af irmei que o Pla no de Pormenor da Aldeia da Estrela era a chave para o desenvolvimento da aldeia. No entanto lamentamos que tivesse levado 10 anos a ser aprovado, pois a situação que o País atravessa atualmente é muito diferente da que era há cinco, seis ou sete anos atrás. Hoje praticamente está tudo parado a nível de investimentos. A Estrela é uma das cinco povoações abrangidas pelo projeto “Aldeias Ribeirinhas do Grande Lago Alqueva” que será desenvolvido por recém-licenciados e que visa dinamizar as referidas aldeias. A equipa de estagiários já está a trabalhar? Que projetos vão ser desenvolvidos?
Sim, a Estrela e a Póvoa de São Miguel estão inseridas neste projeto. Os estagiários ainda não estão colocados mas penso que em breve estarão a trabalhar. O projeto é interessante para ambas as partes, pois irá dar emprego a jovens desempregados, ao mesmo tempo que irá beneficiar a freguesia em projetos na área do turismo, agricultura e alguma indústria, como é o caso do fabrico de pão, queijos e enchidos. Quantos habitantes tem a Estrela de acordo com o Censos 2011 e como se caracterizam em termos demográficos?
A população residente da aldeia da Estrela ronda os 100 habitantes. É uma população muito idosa. Os jovens tiveram de sair para países como a Suíça e a Alemanha. A que setores de atividade se dedica atualmente a população em idade ativa?
Sem qualquer indústria, com uma agricultura praticamente de subsistência, que apenas emprega algumas pessoas em trabalhos sazonais, com a água da barragem praticamente nos logradouros das suas casas, pouco mais haverá a fazer do que pescar. Infelizmente!
Plano de pormenor “é crucial para o futuro da aldeia da Estrela” O Plano de Pormenor da Aldeia da Estrela, aprovado em agosto último pela câmara e assembleia municipais de Moura, é “uma peça crucial para o futuro da aldeia da Estrela”, diz o vereador Santiago Macias. “Não só por ser um instrumento obrigatório, como por permitir um ordenamento tanto da aldeia atual, criando condições para o seu melhoramento, como por permitir encarar de forma harmoniosa novas áreas de crescimento”, esclarece o autarca, salientando, no entanto, que a câmara “não considera este processo como estando ‘fechado’”. Assim, apesar da recente aprovação, adianta Santiago Macias, a autarquia “vai, dentro de uma ou duas semanas, levar a cabo nova ronda de conversações com os proprietários, no sentido de clarificar o que ainda houver a clarificar”. Em relação ao tempo que o plano de pormenor levou a ser elaborado, o vereador adianta que “rondou uma dezena de anos”, mas diz “que a sua concretização não se arrastou”, contrariamente ao que referem alguns habitantes da aldeia. “Fazer um plano para toda uma aldeia é uma tarefa complexa, que envolveu mais de uma centena de proprietários e que implicou prolongadas, e nem sempre fáceis negociações. Já na fase
final do plano, em 2010, foi pedido à câmara que fizesse uma alteração, no sentido de haver um ligeiro aumento da capacidade edificativa por parte dos proprietários. Como essa não é uma tarefa de corta e cola houve a necessidade de elaborar novamente os cálculos referentes a toda a aldeia. Não se diga, portanto, que houve um arrastar, mas antes a procura de soluções que procurassem satisfazer o maior número possível de habitantes”, diz o autarca, acrescentando que os projetos anunciados para a aldeia, casos do hotel, das piscinas e da praia fluvial, “são para avançar, como é lógico”. “Ninguém faz planos para meter na gaveta. Há dificuldades nos tempos mais próximos? Ninguém o nega, até pelos valores que a concretização deste plano envolve, qualquer coisa como 30 milhões de euros”. Atualmente, avança Santiago Macias, não existem investidores “que se tenham proposto executar a globalidade do plano”, mas a câmara “encara favoravelmente uma concretização faseada das intervenções previstas”. O autarca sublinha ainda que, “apesar de todas as dificuldades e contrariedades, a câmara tem continuado a atuar, muitas vezes para lá daquilo que tinham sido os compromissos iniciais. Como é o caso da reabilitação da igreja, compromisso por nós assumido, uma vez que a EDIA não cumpriu”.
Diário do Alentejo 19 outubro 2012
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2 900 Entrevista
é o número de utentes de saúde do Baixo Alentejo que não têm médico de família
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Pode até parecer chocante estarmos a falar de remunerações quando há tantos portugueses a passarem mal. Agora há uma coisa que lhe digo: ou queremos médicos no interior ou não queremos.
Existem, neste momento, 2 900 utentes do Baixo Alentejo sem médico de família. A grande maioria dos quais no concelho de Almodôvar. Os concursos lançados pela Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (Ulsba) e pelo próprio Ministério da Saúde ficam repetidamente desertos. Uma situação que, de acordo com Margarida Silveira, se deve à baixa remuneração que é oferecida aos novos médicos e à falta de atratividade da própria região. Para além da medicina geral e familiar, segundo a presidente do conselho de administração da Ulsba, existem na região carências ao nível da anestesia, psiquiatria, cardiologia, obstetrícia, pediatria e medicina interna. Nesta longa entrevista exclusiva ao “DA”, Margarida Silveira revela ainda que a diabetes, a hipertensão arterial e as doenças do foro mental são as que mais afetam os alentejanos. Quanto à saúde financeira da Ulsba, a administradora hospitalar reconhece a existência de uma dívida a fornecedores superior a 34 milhões de euros. E que mais de metade do orçamento, que este ano foi de 90 milhões de euros, vai para despesas com os salários e os encargos sociais dos 1 760 trabalhadores que fazem da Ulsba o maior empregador da região. Texto Paulo Barriga Fotos José Serrano
Concursos para admissão de clínicos ficam repetidamente desertos
Baixo Alentejo precisa de 20 médicos Em que estado encontrou esta unidade quando chegou? Que diagnóstico faz aos serviços de saúde do Baixo Alentejo em geral?
A Ulsba foi criada em outubro de 2008. Quatro anos para criar e consolidar uma entidade com esta complexidade do ponto de vista da integração dos vários níveis de cuidados, de muitos trabalhadores, de culturas organizacionais diferentes, não é tempo suficiente. Diria que, do ponto de vista da integração administrativa, em muitas áreas, ela está feita. Precisa de melhoramentos, precisa que façamos ainda alguma reengenharia de processos, que façamos ainda alguma melhoria e otimização de recursos na área administrativa e nas áreas de suporte. No que diz respeito à integração informativa e à integração clínica há um imenso trabalho para fazer. Muito trabalho de aproximação entre os profissionais. A Ulsba enquadra no seu mapa de pessoal 1 760 pessoas, de muitos grupos profissionais. E depois, temos que reforçar a medicina geral e familiar e temo-lo feito, através de
recrutamento de médicos. Uma grande prioridade nossa é o reforço da medicina geral e familiar. Queremos que todos os nossos doentes tenham um médico de família. E neste momento não têm?
Neste momento, num universo de 131 mil utentes, temos 2 900 que não têm médico de família. O concelho que está pior, que tem 2 600 utentes sem médico de família, é Almodôvar. Isto é, sem médico de família específico, uma vez que os doentes estão distribuídos e são sempre atendidos. Só no concelho de Almodôvar é que se verifica esse problema?
Temos outras situações, mas muito pontuais. Em Almodôvar precisávamos de mais um médico de medicina geral e familiar, mas vamos precisar de mais. Nos próximos dois anos vão aposentar-se seis médicos. Tivemos autorização da tutela para celebrar contratos
individuais de trabalho com médicos de medicina geral e familiar, mas o concurso ficou deserto. O Ministério da Saúde também promoveu a abertura de procedimentos concursais a nível nacional, para o interior, onde também tivemos vagas e os concursos ficaram desertos. Depois ainda temos uma situação que não ajuda muito que é, para além da dificuldade de conseguirmos trazer médicos de medicina geral e familiar bem como de outras especialidades hospitalares, os que vêm querem ficar em Beja. Mas nós precisamos deles é fora de Beja. O que é que vamos continuar a fazer? Vamos continuar a identificar as nossas necessidades e vamos continuar a bater-nos pelo recrutamento e pela fixação de médicos de medicina geral e familiar. Qual a razão de os concursos para médicos ficarem repetidamente desertos? Isso tem a ver com a baixa remuneração destes médicos?
Tem a ver com vários fatores e não só com a
baixa remuneração. Digamos que o distrito, porventura a cidade de Beja, não será suficientemente atrativo para fixar profissionais, designadamente médicos, é uma leitura que eu faço, e faço-a decorrente da minha experiência. Acha que deve haver discriminação positiva em relação aos vencimentos dos médicos?
No contexto que agora estamos a viver, se calhar pode até parecer chocante estarmos a falar de remunerações quando há tantos portugueses a passarem mal. Agora há uma coisa que lhe digo: ou queremos médicos no interior ou não queremos. E portanto eu acho que, porventura, para situações comprovadas de elevada carência nalgumas especialidades poderia, eventualmente, haver uma discriminação positiva transitória, num período de cinco, 10 anos, do ponto de vista salarial. Mas atenção, isto que estou a dizer é apenas uma opinião minha, é uma opinião pessoal.
Em termos de saúde pública, se tivesse que fazer uma análise, como classificaria a população do Baixo Alentejo?
Digamos que as características de morbilidade da nossa população não são muito diferentes do resto do Alentejo. Temos uma população muito envelhecida, 25 por cento da nossa população está acima dos 75 anos. Temos uma grande incidência de diabetes, hipertensão e depois temos problemas também na área da saúde mental. Vamos constituir grupos de trabalho que vão trabalhar a integração clínica ao nível do tratamento das principais patologias. É isso que nos propomos fazer. Segundo a Associação de Psiquiatria do Alentejo esta é talvez a região do mundo que tem mais casos de suicídio, no entanto o Hospital de Beja tem uma ala de tratamento psiquiátrico que está concluída e não consegue recrutar clínicos nesta área.
Bom, vamos ver, não seria para já tão radical. Tão radical porque temos os concursos para recrutamentos de médicos a decorrer. Esses concursos não ficaram desertos?
Não, os concursos de psiquiatria não ficaram desertos. Não estão é ainda concluídos e até tiveram candidatos. Chamo a atenção para o seguinte: o distrito de Beja é o único do País onde não existe uma única cama para um doente agudo de psiquiatria. Isto faz com que os nossos doentes, quando estão em situação aguda do foro da psiquiatria e da saúde mental, tenham de ser deslocalizados para hospitais de Lisboa, com tudo o que isto acarreta de custos económicos e sociais. A atual situação do País está a agravar este tipo de doenças?
Parece que as doenças de saúde do foro mental já estão a aumentar, designadamente a depressão. Portanto, mais uma razão para estarmos atentos e reforçarmos estes cuidados. Desde o dia 26 de janeiro que não parámos de tentar recrutar médicos psiquiatras. Nós precisamos de mais três médicos de psiquiatria de adultos e de um médico pedopsiquiatra. É o mínimo para pormos a funcionar como deve de ser o departamento no ambulatório, na comunidade e no internamento. Fizemos muitos contactos. Estamos com alguma esperança porque tivemos candidatos interessados em vir trabalhar connosco. Acho que isto é um sinal muito bom e é um sinal de esperança. Quanto custou este equipamento?
Dois milhões e trezentos mil euros, a obra em si. PUB
34 E depois temos um financiamento para equipamento. É uma obra que poderá chegar aos três milhões. E portanto a nossa ideia é otimizar o melhor possível todo aquele espaço físico. Para além da psiquiatria, e já falámos também na medicina geral e familiar, quais são as outras especialidades carenciadas?
As especialidades que consideramos altamente carenciadas são anestesia, cardiologia, obstetrícia, pediatria e medicina interna, na vertente de cuidados intensivos. Quantos médicos faltam à Ulsba para estar a funcionar em pleno?
Isso varia muito em função das especialidades. Na cardiologia precisávamos de um a dois médicos, na anestesia recrutámos agora um médico e precisávamos de recrutar outro. Temos cinco anestesistas, precisávamos de pelo menos mais cinco a sete. Na obstetrícia também precisávamos de reforçar com pelo menos mais três médicos. Na medicina interna, na parte de cuidados intensivos, mais um médico. Três médicos para psiquiatria de adultos, um médico pedopsiquiatra, outro endocrinologista. Faltam-nos perto de duas dezenas de médicos.
milhões de euros é o valor da dívida da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo aos fornecedores
O distrito de Beja é o único do País onde não existe uma única cama para um doente agudo de psiquiatria. Isto faz com que os nossos doentes, quando estão em situação aguda do foro da psiquiatria e da saúde mental, tenham de ser deslocalizados para Lisboa.
À volta de 90 milhões. Temos outras receitas próprias. Ainda assim com receitas próprias não chega?
Não. Porque temos uma estrutura de custos muito rígida, muito pesada.
O tempo de espera é muito variável. Há especialidades onde não temos lista de espera. Estamos a reforçar duas especialidades onde identificámos lista de espera: oftalmologia e ortopedia. Encontrámos, no caso da ortopedia, uma lista de espera que nos preocupa, uma vez que ultrapassa os três, quatros meses. Na oftalmologia a mesma coisa. Depois, nas outras especialidades, de uma maneira geral, não há lista de espera, são respeitados os tempos. Até podemos ter pessoas em tempo de espera mas não estão necessariamente fora do tempo clinicamente aceite para serem intervencionadas. Tivemos que fazer ajustamentos à contratualização interna de produção da atividade hospitalar cirúrgica com os diretores dos serviços envolvidos: cirurgia, oftalmologia e ortopedia. Temos sempre de nos enquadrar no atual contexto de disponibilidades financeiras na Ulsba, que é um contexto de uma situação económica e financeira muito difícil. O que quer dizer com muito difícil? Qual o montante da dívida da Ulsba?
A nossa dívida a fornecedores, no caso presente, é de 34 milhões e 269 mil euros, incluindo 20
milhões e 474 mil euros ainda de dívida reportada a 31 de dezembro de 2011. Recebemos um reforço de verba, como receberam todas as instituições do SNS, que pagou 38,5 por cento do stock de dívida que tínhamos a fornecedores a 31 de dezembro de 2011. Recebemos cerca de 17 milhões e 104 mil euros e ficámos ainda com um remanescente de dívida de 20 milhões e 474 mil euros. Estamos na expectativa de receber um reforço de financiamento, por via do Ministério da Saúde, relativamente à dívida do exercício presente, que tem a ver com o problema do nosso subfinanciamento. Fizemos um plano de ajustamento, que apresentámos ao Ministério da Saúde, para dois, três anos. Estamos a aguardar a sua discussão e a sua aprovação. Como sabe, somos financiados por capitação e tivemos um financiamento para o ano de 2012 de cerca de 78 milhões de euros, que é insuficiente para os encargos que temos. Tiveram financiamento de 78 milhões de euros. Qual é o montante total do orçamento?
Em relação às consultas externas, qual é o tempo médio de espera atualmente?
E em relação às cirurgias?
Diário do Alentejo 19 outubro 2012
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07
Temos uma população muito envelhecida, 25 por cento da nossa população está acima dos 75 anos. Temos uma grande incidência de diabetes, hipertensão e depois temos problemas também na área da saúde mental.
E como é que pensa aligeirar essa estrutura?
Com várias medidas, sendo que a maioria delas não são de curto prazo, são medidas de médio/ /longo prazo. Fizemos um plano de ajustamento. Já estamos a executar o exercício económico e financeiro que pressupõe a redução em 10 por cento dos custos operacionais. Portanto, o orçamento de 2012 já foi feito com o pressuposto de redução de 10 por cento dos custos operacionais e estamos a cumprir.
Pagamos em salários e encargos sociais, por mês, quatro milhões de euros. Os nossos custos com recursos humanos significam à volta de 57 por cento do nosso orçamento.
Esses 10 por cento devem-se a quê?
Há uma medida que teve uma repercussão imediata muito direta, que foi o não pagamento do subsídio de férias e de Natal. Pagamos em salários e encargos sociais, por mês, quatro milhões de euros, portanto isto tem um grande impacto. Os nossos custos com recursos humanos significam à volta de 57 por cento do nosso orçamento. E isso passa por fazermos renegociações de contratos, reajustamentos na área de recursos humanos, melhor otimização da capacidade instalada ao nível dos Meios Complementares de Diagnóstico e Terapêuticos. Todas estas medidas são medidas que contribuirão para, pensamos nós, reduzir custos diretos e gerar mais eficiência ao nível da Ulsba.
Diário do Alentejo 19 outubro 2012
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uma conclusão dessas.
Qual a solução para o serviço de urgências do hospital de São Paulo em Serpa? Sempre vai fechar entre as zero e as oito horas?
Mas vai reforçar a qualidade com as mesmas pessoas?
Gostava, primeiro, de fazer um esclarecimento: não existe nenhum serviço de urgência no Hospital de Serpa. É uma questão de pormenores de linguagem…
Não é pormenor de linguagem, nem é semântica. Temos de ser rigorosos naquilo que dizemos. Não temos um serviço de urgência no Hospital de Serpa. O que temos é um serviço de urgência avançado, que funciona, de facto, 24 sobre 24 horas e que tem uma equipa permanente: médico, enfermeiro, assistente operacional e um administrativo. Em relação a Serpa entendemos que não se justifica, do ponto de vista assistencial, um serviço de urgência básico. O que temos lá é, de facto, um pouco mais do que uma consulta de recurso e menos que um serviço de urgência básico. Afinal sempre é uma questão de semântica…
Não, não é uma questão de semântica: é uma questão de honestidade, porque um serviço de urgência básico tem de ter 24 sobre 24 horas dois médicos e Serpa tem apenas um. Daí lhe chamarmos serviço de urgência avançado. Temos de ver qual é o movimento assistencial que temos em Serpa. E temos de perceber que temos Serpa com bom acesso a Beja, a menos de 60 minutos de uma urgência médico-cirúrgica. E isto tem a ver com o que são as normas definidas a nível nacional por peritos médicos. E, portanto, este conselho de administração tem estado a reavaliar a situação de Serpa e realmente é verdade que existe a possibilidade de vir a ser reduzido o serviço durante a noite, porque temos uma fraquíssima assistência. Fraquíssima assistência quer dizer o quê?
2,6 doentes por noite. Não queremos desproteger a população de Serpa, de maneira nenhuma, o que queremos é que a população de Serpa seja bem tratada na comunidade e no seu centro de saúde. Até temos populações no distrito de Beja muito mais distantes que Serpa, onde foram retirados os serviços de atendimento permanente PUB
ao utente e fizeram-se consultas de recurso ou de reforço. Agora, compete-nos a nós, como conselho de administração, analisar os dados, fazer a nossa reflexão e dar o nosso parecer. Não queremos desproteger as pessoas. De maneira nenhuma. Mas queremos que os recursos que temos para a Ulsba sejam melhor distribuídos e o mais equitativamente possível, estou a falar até dos recursos financeiros. E em relação às urgências do Hospital de Beja?
O que se passa no nosso serviço de urgência, estamos a falar de um serviço de urgência médicocirúrgico, é um pouco o espelho, infelizmente, do que se passa na generalidade dos serviços de urgência a nível nacional. Temos um número muito significativo de utentes não referenciados que procuram o nosso serviço. E esse é um problema que temos de resolver. Temos consciência que mais de 25 por cento dos doentes que acorrem ao nosso serviço de urgência são doentes que não tinham qualquer razão, entre aspas, para cá vir. Temos de trabalhar a referenciação para o serviço de urgência. Estamos a reforçar as ofertas. Vamos fazer uma campanha de divulgação das ofertas que temos nos cuidados primários. Quando comecei por dizer que tínhamos de reforçar a medicina geral e familiar, e que tínhamos de tratar as pessoas na comunidade, era precisamente para elas não virem aqui ao serviço de urgência. Porque se elas tiverem um médico de família, se tiverem o acolhimento do médico, do enfermeiro e de outros técnicos, se as pessoas forem acompanhadas pela sua equipa de saúde na comunidade, elas vêm muito menos à urgência.
Em relação a Serpa entendemos que não se justifica, do ponto de vista assistencial, um serviço de urgência básico. O que temos lá é, de fato, um pouco mais do que uma consulta de recurso e menos que um serviço de urgência básico. fluxos. Depois, temos a fazer um trabalho de organização no serviço de urgência. Estamos, digamos, a lançar um pouco as bases para uma reorganização do serviço de urgência. Essa reorganização passa por vários aspetos. Passa por reforçar a qualidade da prestação que é oferecida no serviço de urgência. Como é que isso é feito? É feito através de uma melhor organização das equipas do serviço de urgência e de uma melhor qualidade dos profissionais que trabalham no serviço de urgência. Estamos a fazer uma reavaliação dos nossos profissionais, designadamente dos médicos que trabalham no serviço de urgência. Temos de oferecer mais qualidade no serviço de urgência.
Mas não é apenas esse o problema...
Está a dizer, portanto, que a qualidade dos médicos…
Primeiro temos de identificar os fluxos e ver o que é que podemos fazer para desviar esses
Não estou a dizer isso. Estou a dizer que temos de reforçar a qualidade, nem permito que tire
No âmbito da reorganização que estamos a preconizar para o serviço de urgência, designadamente com ajustamentos ao nível das equipas médicas, queremos reforçar a qualidade da prestação clínica. Esse reforço da qualidade da prestação clínica é fundamental até para os doentes seguirem e fluírem. Estamos a reforçar, nessa matéria, a reorganização das equipas, estamos a trabalhar em protocolos clínicos que queremos implementar ao nível do serviço de urgência, na área dos meios complementares de diagnóstico e terapêutico, naturalmente que discutidos e consensualizados com os diretores de serviço. Não temos possibilidade de intervir no espaço físico porque existem limitações. Tem de haver também uma maior articulação entre a direção do serviço de urgência e as direções dos serviços para que os doentes que têm necessidade de serem encaminhados para os pisos o possam fazer em tempo útil, porque não devem ficar no serviço de urgência. Reconhece que há doentes que passam vários dias no serviço de urgência?
Repare, isso são situações que acontecem normalmente quando temos os picos da gripe. É verdade que por vezes isso acontece, porque temos uma afluência brutal ao serviço de urgência. Depois temos uma população muito envelhecida que, por norma, vai ocupar as camas de medicina onde há limitações de espaço e acabam por ficar indevidamente mais dias no serviço de urgência, porque às vezes não há como os colocar no serviço de medicina. Muitos dos nossos doentes têm alta clínica mas não têm alta social, porque depois não têm uma resposta social em casa ou na comunidade. Isto está tudo ligado. Como é que se trabalha melhor? Organizando melhor o serviço de urgência, organizando melhor a interação entre o serviço de urgência e os serviços de internamento das várias especialidades e trabalhando mais com a comunidade. Entrevista integral em www.diariodoalentejo.pt
Atual
Santos na Misericórdia de Ourique O antigo autarca e deputado do PSD, José Raul dos Santos, foi eleito, no passado dia 1, provedor da Santa casa da Misericórdia de Ourique para o triénio 2013-2015. José Bartolomeu Rato assumirá a presidência da mesa da Assembleia-Geral e Victor Manuel Dias o Conselho Fiscal. “A atual crise financeira, económica e social, com os condicionalismos de que a mesma se reveste, é o primeiro grande desafio” que se coloca aos novos corpos gerentes.
Ucasul, em Alvito, pretende reduzir tempo de laboração
Mau cheiro que afeta Beja não será tóxico Face ao aumento da área de olival na região, a fábrica da Ucasul, em Alvito, não tem capacidade para laborar de imediato todos os resíduos que lhe chegam. Como tal, recorre ao “armazenamento do bagaço de azeitona em lagoas”, situação que faz acelerar o processo de fermentação desta biomassa, causando o cheiro que bem se conhece. A Quercus está a estudar o assunto mas não acredita na toxicidade destas emissões. Texto Carla Ferreira
“IP8/A26 – Acabem-me porra” Este é um dos slogans que a Juventude Socialista do Baixo Alentejo fez espalhar em cartazes ao longo das obras inacabadas da falecida autoestrada de Beja. Uma “expressão tipicamente alentejana”, segundo um comunicado da JS, que significa “indignação pela não conclusão desta importante obra”. No mesmo documento, os jovens socialistas do Baixo Alentejo informam que enviaram uma carta ao secretário de Estado Carlos Moedas para “chamar a atenção” deste governante para o estado em que ficou a via e para a importância de que ela se reveste para o desenvolvimento da região.
Pita Ameixa na Primeira Comissão O deputado socialista eleito pelo círculo eleitoral de Beja, Luís Pita Ameixa, foi na passada semana designado pelo Grupo Parlamentar do Partido Socialista para coordenar os deputados deste grupo na Primeira Comissão Parlamentar Permanente da Assembleia da República. Esta comissão tem competências em matéria de assuntos constitucionais, direitos, liberdades e garantias, abrangendo, designadamente, as áreas de governação da Administração Interna e da Justiça.
CDU contra abandono das obras no IP8 O grupo da CDU na Assembleia Municipal de Beja viu aprovada, com três votos contra, uma moção onde “repudia frontalmente” o abandono das obras no IP8 e IP2, por tal decisão “ir ao arrepio de tudo o que foi prometido pelo atual Governo e por considerar que as populações desta região do País sofrerão um novo revés quanto ao desenvolvimento há tanto desejado”.
Bloco exige demissão do Governo O deputado municipal do Bloco de Esquerda fez aprovar, em reunião da Assembleia Municipal de Beja, uma moção onde é exigida “a demissão do XIX Governo Constitucional, assente na moribunda coligação PSDCDS”. Esta moção foi aprovada por maioria, mas contou com quatro votos contra e 13 abstenções.
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Encontrados milhares de peixes mortos em Pedrógão Foram encontrados milhares de peixes mortos na albufeira da barragem de Pedrógão, no concelho de Vidigueira. Segundo o Comando Territorial de Beja da GNR, “os peixes começaram a ser encontrados numa zona da albufeira situada na herdade do Sobroso, perto da aldeia de Marmelar”. A causa da morte “ainda está a ser apurada”, mas o mais provável é que tenha sido provocada “pelo aumento da temperatura da água e pela falta de oxigénio”. A Quercus informa que “é uma situação que normalmente se pode verificar nesta altura do ano”, apontando, sem ter conhecimento ainda da causa, que “a falta de oxigênio pode ser, de facto, uma hipótese”. A operação de recolha dos peixes mortos ficou a cargo da Administração da Região Hidrográfica (ARH) do Alentejo, da Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA) e da Câmara de Vidigueira.
Almodôvar não perde tribunal De acordo com a proposta final para a reforma judiciária, apresentada esta semana pelo Ministério da Justiça, o tribunal de Almodôvar manter-se-á aberto. O novo documento, que está a ser divulgado aos municípios, reduz de 54 para 49 os tribunais a encerrar, mas também prevê uma redução nas extensões locais de atendimento ao público, com oficiais de justiça, de 27 para 23. No distrito de Beja, apenas Mértola contará com este tipo de instalação onde, para além do pessoal, disponibiliza o acesso integral ao sistema de informação do tribunal.
A Acos – Agricultores do Sul, à semelhança do que já aconteceu em 2011, tem abertas inscrições para uma ação de formação destinadas às pequenas e médias empresas sobre o uso eficiente da água e gestão agrícola. A ação inclui 30 horas de formação e 72 de consultoria que se desenvolvem nas próprias instalações das empresas participantes.
Diário do Alentejo 19 outubro 2012
ACOS promove bom uso da água
O
cheiro intenso a azeite que já se tornou companhia, quase diária, das populações de concelhos como os de Beja, Alvito, Cuba, Ferreira do Alentejo, e até de Serpa e Moura, deverá ter origem no processo de fermentação do bagaço de azeitona e não no fumo originado pela queima e secagem deste subproduto do setor olivícola. Quem o diz é Carlos Martins, diretor fabril da União de Cooperativas Agrícolas do Sul (Ucasul), que detém em Alvito a maior unidade de transformação de bagaço de azeitona da região, e que por isso tem sido apontada como origem do omnipresente cheiro a lagar. “O cheiro deve-se essencialmente aos processos de fermentação, o que está associado, naturalmente, ao aumento da quantidade de olival na região e ao facto de a Ucasul ser a única unidade com capacidade para tratar 75 por cento dos resíduos olivícolas do Alentejo todo”, explica o responsável, garantindo que não PUB
estão em causa substâncias nocivas para a saúde pública e que a unidade opera na mais perfeita legalidade. “Somos verificados por entidades acreditadas pelo próprio Estado; a CCDR Alentejo e a Direção Regional do Ambiente estão a par de tudo; e a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) tem conhecimento dos resultados das análises das emissões. Nós temos tudo dentro da legalidade”, assegura o responsável. A verdade é que o cenário se alterou radicalmente ao longo dos últimos cinco anos. “Laborávamos entre 30 a 40 mil toneladas por campanha e, nesta última, de 2011-2012, que estamos a acabar por estes dias, recebemos 204 mil toneladas de bagaço”, explica Carlos Martins, admitindo que a unidade não tem “capacidade dinâmica” para laborar todos os resíduos que lhe chegam e que, como tal, é necessário recorrer ao “armazenamento do bagaço em lagoas”. “São quantidades enormes, sujeitas à luz do sol, o que desencadeia um processo de fermentação e de adulteração dos cheiros, porque estamos a falar de matéria orgânica, biomassa”, acrescenta. O responsável admite o incómodo causado pelo cheiro e manifesta o seu “empenho para as que as coisas melhorem”. A solução, para já, não sendo possível alterar a fonte de combustível (em Espanha, a secagem é feita com recurso ao gás natural), passa pela “redução do tempo de laboração”, para evitar que as companhas se prolonguem pelo verão. Já este ano, a unidade esteve quase quatro meses sem laborar, de forma a fazer “atualizações
de equipamentos e ajustes de processos” face ao volume de bagaço de azeitona recebido. “Hoje estamos mais bem preparados do que dantes, mas por isso tivemos que prolongar a campanha até outubro”, justifica o diretor fabril, explicando a grande prioridade da Ucasul para os próximos tempos. “O nosso objetivo é, até maio/junho, ter o bagaço todo laborado para que depois possamos passar o verão já sem bagaço nas lagoas e já sem processos de fermentação indesejáveis”. O que, “tudo indica” já poderá suceder na próxima campanha, a dias de começar, permitindo ter o “problema do cheiro perfeitamente resolvido”. Entretanto, no núcleo regional da Quercus tem-se intensificado, sobretudo ao longo das duas últimas semanas, o número de queixas e pedidos de esclarecimento sobre esta matéria. José Paulo Martins, que dirige o núcleo da associação ambientalista na região, informa que “todos os dias há queixas, por telefone, por escrito”, e de concelhos como Beja, Serpa, Moura, Ferreira do Alentejo e Alvito. De momento, a Quercus está tentar reunir “informação técnica” acerca do processo de queima do bagaço de azeitona, para poder esclarecer devidamente os queixosos, alguns deles receosos de perigos para a saúde. Ainda que sem dados concretos, José Paulo Martins diz ter a “noção de que não há perigosidade – em princípio não se tratará de nada tóxico ”, mas tal não anula o “incómodo” do cheiro, que é bem real e presente no quotidiano, e face ao qual devem ser ponderadas “opções técnicas”.
Diário do Alentejo 19 outubro 2012
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Ordem dos Médicos ensina a dar más notícias
A sede distrital de Beja da Ordem dos Médicos recebe hoje, sexta-feira, pelas 21 horas, mais uma sessão do ciclo “Conversas na Ordem”. As médicas Isabel Galriça Neto e Cristina Galvão vão dissertar sobre o tema “como dar uma má notícia”. Para depois desta sessão está agendada uma festa convívio que assinala o terceiro aniversário da inauguração da sede bejense da Ordem dos Médicos.
EMAS no Encontro Nacional de Saneamento Básico A Empresa Municipal de Águas e Saneamento de Beja participou no 15.º Encontro Nacional de Saneamento Básico, que decorreu em Évora, entre os dias 10 e 12. Com o objetivo de promover a discussão e o intercâmbio de experiências entre os profissionais do setor, o congresso versou o tema da reorganização para a sustentabilidade das águas e resíduos. No decurso do encontro, o laboratório da EMAS esteve igualmente presente na área de exposições, dando a conhecer o seu trabalho junto dos seus principais clientes: as entidades gestoras de serviços de águas.
Só Almodôvar e Odemira aprovaram extinção
Freguesias protestam em Beja no dia 27
T
erminou, no passado dia 15, o prazo para as assembleias municipais se pronunciarem sobre a proposta de reorganização administrativa do território que visa a extinção de cerca de mil freguesias em todo o País. Em Beja, apenas Odemira e Almodôvar aprovaram propostas para enviar à unidade técnica que funciona junto da Assembleia da República. Dia 27, em Beja, promovida pela Anafre, terá lugar uma concentração para contestar a extinção das freguesias. Em Odemira, o Partido Socialista apresentou e fez aprovar na Assembleia Municipal (AM), no passado dia 10, uma proposta que extingue as freguesias de Zambujeira do Mar, Bicos, Pereiras-Gare e funde as duas da sede do concelho, São Salvador e Santa Maria. A comissão concelhia do PCP, partido que na AM apresentou uma proposta para a manutenção das 17 freguesias existentes, acusa os PUB
socialistas de terem decidido com base em “critérios eleitoralistas, prejudicando gravemente as populações”. Os comunistas, em comunicado, lembram que as freguesias que o “PS propõe extinguir e fundir são todas da CDU”, e acusa os presidentes de junta socialistas de “faltarem à palavra” e de “atirarem para o lixo as decisões tomadas nos órgãos para os quais foram eleitos”. O “Diário do Alentejo” tentou, sem sucesso, até ao fecho da edição, contactar o presidente da Câmara de Odemira. Almodôvar também aprova A Assembleia
Municipal de Almodôvar, em finais de setembro, tinha igualmente aprovado a agregação de freguesias, tendo decidido propor à unidade técnica a criação de duas novas autarquias, cujas designações passarão a ser União de Freguesias de Santa Clara-a-Nova e Gomes
Aires e União de Freguesias de Almodôvar e Senhora da Graça dos Padrões, cada uma com sede na primeira localidade citada. Na ocasião, o presidente da Assembleia Municipal de Almodôvar, Francisco Teixeira, garantiu à comunicação social que aquela decisão respeitava “inteiramente o sentido das populações”. Segundo o autarca, “a grande maioria da população dessas freguesias esteve presente nas reuniões onde foram apresentadas as alternativas de agregação àquelas freguesias com as freguesias limítrofes”. Entretanto, a concelhia de Almodôvar do PS, em comunicado, manifestou-se “frontalmente contra a extinção de duas freguesias”. Fernando Teixeira Guerreiro, presidente da concelhia socialista, critica a inflexibilidade do Governo para negociar e aponta o dedo aos dirigentes do PSD local por “terem aceitado passivamente a situação”.
Protesto em Beja no dia 27 No próximo dia 27
terá lugar em todo o País uma ação de protesto, promovida pela Plataforma Nacional Contra a Extinção de Freguesias, e à qual aderiu a delegação de Beja da Associação Nacional de Freguesias (Anafre). Álvaro Nobre, coordenador distrital desta associação, adiantou ao “Diário do Alentejo” que em Beja a concentração será realizada durante a tarde, num espaço público, com horário e local a definir. Dos mais de 200 municípios sobre a mira da reorganização administrativa territorial autárquica, menos de um terço das assembleias municipais aprovaram propostas de redução de freguesias. Neste momento, cabe à unidade técnica apresentar propostas de reorganização para os municípios que não se manifestaram no prazo de 20 dias. AF
Diário do Alentejo 19 outubro 2012
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Prémio Manuel da Fonseca
95 por cento do território está afetado à prática cinegética
Mértola “capital da caça”
E
ste fim de semana há Feira da Caça em Mértola. Um certame cinegético que, a par de Bragança e de Santarém, está entre os três mais concorridos que se realizam em Portugal. E não é para menos. Perto de 95 por cento do território do concelho de Mértola está cartografado com zonas de caça turísticas ou associativas. Uma prática que dá emprego, de forma direta, a mais de uma centena de pessoas. E que traz á região largos milhares de visitantes todos os anos. Para Jorge Rosa, presidente da Câmara de Mértola, “ a caça é uma atividade fundamental para a economia do concelho e uma PUB
das suas maiores fontes de riqueza”. E por isso, há três anos a esta parte, “a autarquia resolveu celebrar a caça num encontro que tem vindo a crescer a cada ano que passa”. A presente edição, a terceira, conta com 65 expositores, sem incluir as tradicionais tasquinhas de petiscos. Uma das novidades da presente edição prende-se com a promoção de uma “ilha” onde estarão presentes oito expositores de produtos tradicionais do concelho. Também novidade é a programação cultural noturna (ver programa na página 30) que levará o visitante pela noite dentro. Mas é durante o dia que decorrem as principais
iniciativas do certame. Nomeadamente as exposições de fauna viva, as animações de rua e os diferentes colóquios e conferências. De onde se destaca o colóquio “Introdução do lince ibérico no concelho de Mértola” ou “O papel da mulher na caça”. Durante todo o fim de semana, na “capital da caça”, como lhe chama Jorge Rosa, há oportunidade para participar em montadas ao javali, para assistir a demonstrações de cães e de falcoaria e tiro aos pratos. Amanhã pela manhã está agendada a 3.ª Taça Ibérica de S. Humberto e, no domingo, o 3.º Campeonato Nacional de Caça de Salto, a que se segue uma corrida de galgos.
Rui Manuel Oliveira Herbom é o vencedor da presente edição do Prémio Nacional do Conto Manuel da Fonseca, com a obra O Prazer dos Estranhos. O concurso literário, que admitiu 46 originais de autores lusófonos, é amanhã, pelas 16 horas, entregue na Biblioteca Municipal Manuel da Fonseca de Santiago do Cacém. O prémio foi instituído pela câmara local e, esta nona edição, teve como júri o jornalista João Morales, José Correia Tavares, da Associação Portuguesa de Escritores, e a professora Helena Cabral. O prémio foi atribuído por unanimidade.
Jorge Serafim em Vidigueira O humorista e contador de histórias bejense Jorge Serafim apresenta o seu primeiro livro infanto-juvenil, Sonhar ao Longe, este sábado, pelas 16 horas, no Centro Multifacetado de Novas Tecnologias de Vidigueira.
Diário do Alentejo 19 outubro 2012
RUI NETO ALGARVIO
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Cante Substituíram os safões pelas calças de ganga e trocaram a solenidade dos chapéus pretos, de aba, pela simplicidade das boinas. Mas não se resume à estética a “causa” de Os Bubedanas, grupo coral de jovens bejenses que vem conquistando fãs de todas as idades desde há perto de um ano. Querem “rejuvenescer o cante” ao perpetuar um cancioneiro que beberam com o leite materno. Texto Carla Ferreira
Os Bubedanas, jovem grupo coral de Beja
A
Os novos arautos do cante
pouco meses de entregar a sua candidatura à Unesco, depois de mais de um ano de preparação, o cante alentejano conhece por estes dias um fenómeno que, porventura, será até mais simbólico do que um eventual reconhecimento mundial deste património imaterial. Por vontade própria, sem vínculos a planos de salvaguarda ou a projetos escolares, um grupo de amigos adolescentes de Beja decidiu formar um grupo coral e fez do “rejuvenescimento do cante” uma “causa” muito séria. Isto apesar do prazer que lhes dá cantar como já cantavam os seus avós. Tão séria e prazerosa, a um tempo, que sem grande esforço vêm conquistando fãs a olhos vistos e ainda nem concluíram um ano de existência. Entre os seus pares, criaram a “moda” do cante quando há bem PUB
pouco tempo cantar à alentejana era visto como “coisa de velhos”. Junto dos veteranos, que se emocionam ao verem-se perpetuados em caras tão imberbes, são tratados como “reis”. São Os Bubedanas. Duas dezenas de amigos, com idades entre os 15 e os 20 anos, quase todos a estudar na Escola Secundária Diogo de Gouveia, em Beja. “Amigos, acima de tudo, antes de sermos um grupo coral”, ressalva Bernardo Espinho, que frequenta o 11.º ano na área de Humanidades e é um fã entusiasta do Grupo Coral e Etnográfico da Casa do Povo de Serpa. Uma admiração que é partilhada, sem hesitações, pelos companheiros de grupo. “Nunca cantámos ao lado deles mas esperamos que isso aconteça futuramente”, deseja Fábio Palma, também colega de turma de Bernardo na Diogo de Gouveia.
Naturalmente, as modas que ouviam na infância começaram a surgir nos jantares de sexta-feira e o hábito foi-se enraizando. “Estávamos ali, bebíamos um copito e começávamos a cantar”, lembra Fábio. Também por “brincadeira” participaram num concurso de talentos promovido pela Associação Juvenil Desejo de Mudança, na Escola Secundária D. Manuel I, e conquistaram o primeiro prémio. “Foi a 16 de dezembro de 2011. Levámos a ‘Gotinha de água’ e o ‘Montinho’”. Sabem a data de cor porque foi a partir daí que “isto começou a tornar-se um pouco mais sério”, sublinha Fábio. A porta abriu-se para numerosos convites e, desde então, os Bubedanas já percorreram grande parte do Alentejo e preparam para novembro a sua terceira atuação no Pax Julia, em Beja, “um palco para nós muito importante”, dizem. Fizeram entretanto também duas aparições na RTP1, a última delas há dias no programa “5 para a meia noite”, interpretando uma versão da “Gotinha de água” com uma letra (fornecida pela produção) em que se satiriza um tal de “Vitorzinho” e as suas medidas para “limpar as nossas carteiras”. Aprenderam os versos na viagem de autocarro para Lisboa e o direto correu bastante bem, apesar dos ensaios “catastróficos”, já em estúdio. No dia seguinte, uma terça-feira, o professor de Bernardo e Fábio dispensou-os da primeira aula. “Sem nós pedirmos”, realçam os colegas, gratos. “Sinto-me preso ao cante” Se lhes perguntam
onde mais gostam de atuar, a resposta é insólita, tal como o é toda história do grupo, se tivermos em conta as suas idades e a sua origem urbana. “É nas festas de aniversário dos grupos corais que mais gostamos de atuar, porque sentimo-nos integrados. Há muitas pessoas que vão a esses aniversários só para nos verem. São pessoas que cantam desde pequenas mas nunca tiveram a oportunidade que nós temos de formar um grupo e sair, ir à televisão, sair nos jornais. Essas pessoas têm muito orgulho em nós”, conta Bernardo, o alto do grupo. Mas a verdade é que foi a estreia na RTP1,
em abril último, no programa “Portugal no Coração”, que os fez sair da bolha local para o mundo. E é na página própria que mantêm no Facebook, e onde já acumularam 1152 “gostos”, que Os Bubedanas vão tendo noção de como as suas modas estão a ser recebidas onde quer que se espraia a diáspora alentejana. “Lembro-me de um comentário de um senhor emigrante no Canadá. Disse que tinha gostado muito de nos ver na televisão e deu força para nós continuarmos a cantar”, exemplifica Rui Reis, também aluno do 11.º ano no Liceu de Beja, consciente da “responsabilidade” que já pesa sobre o jovem coral. “As pessoas vêm falar connosco para continuarmos com este projeto, para não deixar isto acabar. Porque os grupos que nós vemos aí é de pessoal muito mais velho do que nós, pessoas que às vezes tentam levar os filhos e os netos para os grupos, mas que normalmente não conseguem”, acrescenta. A “equipa” é coesa e determinada, apesar da inconstância inerente à idade, e para tal também contribui o trabalho de um “mister” muito querido. Luís Espinho, pai de Bernardo e uma das vozes dos Adiafa, conduz os ensaios às sextas-feiras e faz também as vezes de manager. “É uma ajuda preciosa”, elogia Fábio, o mesmo que quer deixar esclarecidos alguns “mal-entendidos” a que se presta o nome do grupo. “Bubedanas não define a nossa essência enquanto grupo. Nunca fomos bêbedos para nenhum concerto ou ensaio, da mesma forma que quem vai a um concerto dos Xutos & Pontapés não está à espera de ver tudo aos chutos e pontapés”. O futuro será sempre uma incógnita mas estes jovens, que cantam à alentejana onde quer que calha – “nos intervalos das aulas, nas idas ao café” – querem que o seu não se faça desligado do cante. “O cante é algo que nos desperta muita emoção. Só quem canta é que sabe o que é estar em cima de um palco e poder transmitir isso. Eu sinto-me preso ao cante mas é uma coisa boa. Posso um dia abalar de Beja mas sei que, sempre que voltar, o cante vai cá estar sempre presente”, confessa Fábio.
13 Diário do Alentejo 19 outubro 2012 PUB
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Diário do Alentejo 19 outubro 2012
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Mas o OE para 2013 é o orçamento da injustiça absoluta e do efeito sufocante geral. Ninguém descobrirá uma novidade, por mais contas que se faça, que destoe do espetro obscuro da destruição. É um fado de uma nota só, um caso raro de insensatez. José Reis, “Público”, 16 de outubro de 2012
Opinião
Hannibal Vítor Gaspar Lecter Bruno Ferreira Humorista
“A
i, que esta vida é um horror”, dizem os portugueses por estes dias na rua. E parece mesmo que estamos a viver um filme de terror. Mas este raciocínio levanta uma dúvida: Quem serão os maiores vilões? Serão os infames personagens da sétima arte, ou os nossos próprios governantes? Comecemos pelo clássico de Kubrick, “Laranja Mecânica” (UK, 1971, de Stanley Kubrick, com Malcolm McDowell) - e aqui o trocadilho frutícola surge por mero acaso. Quem será o mais impiedoso tirano? Alex, o jovem que chefia um gangue sem escrúpulos e que abusa apenas por prazer dos mais indefesos, praticando autênticos atos assassinos e massacres por onde passa? Ou Passos Coelho, o jovem que chefia um governo com cada vez menos escrúpulos e que abusa daqueles que menos se podem defender, praticando autênticos atos assassinos nas carteiras por onde passa? No filme, Alex e os seus malfeitores invadem uma casa onde golpeiam um escritor e estupram a sua mulher, enquanto o líder canta o “Singin’ in the Rain”, de Gene Kelly. Na vida real do País, a quadrilha de Passos invade a casa de 10 milhões de pessoas, golpeiam-lhes os ordenados e violam-lhes o IMI enquanto o líder canta com emoção, no Tivoli, a “Nini dos Meus 15 Anos”, de Paulo Carvalho. Mas há mais. O primeiro-ministro não está sozinho e tem como homem de confiança o seu cruel ministro das Finanças. Qual “Hannibal Lecter” (EUA, 2001, de Ridley Scott, com Anthony Hopkins), Vítor Gaspar reveste-se de uma fina educação e demonstra permanentemente uma calma e um autocontrolo aparentemente inofensivos. Mas é justamente aí que reside a sua letal e silenciosa ameaça. Da mesma forma que Lecter, ao impor um tom de voz híper-controlado, faz com que cada palavra que lhe sai da boca seja lancinante como uma lâmina, também Gaspar provoca uma sensação hipnótica capaz de deixar petrificado de pavor e sem reação o mais mouco dos seus ouvintes. E assim, de um momento para o outro, é ver ordenados esventrados, um desemprego sangrento, a crise a crepitar. A Vítor só lhe falta o açaime. No Excel. Coelho, Vítor e companhia fazem-nos recordar os melhores filmes de terror de todos os tempos. Grandes sucessos de bilheteira como “A Noite dos Mortos Vivos” (EUA, 1968, de George A. Romero, com Keith Wayne), todos nós, depois de vermos aumentados o IRS, as taxas moderadoras ou a TSU. E, em especial para os baixo alentejanos, o “Assalto ao Aeroporto” (EUA, 1990, de Renny Harlin, com Bruce Willis) – o de Beja, pois claro –, ou ainda o “Terror na Autoestrada” (EUA, 1986, de Robert Harmon, com Rutger Hauer), que bem poderia ser a A26 com destino a Beja, e que não passa agora de um monte de entulho abandonado. São tantas as fitas em que o povo português se pode rever. E sempre no papel de vítima, bem mais realista. Mas está a faltar a referência a um dos maiores clássicos do cinema de horror. Falo do estudante de ciências naturais, “Victor Frankenstein” (EUA, 1931, de James
Ã
Chamam-lhes “BUBEDANAS”. Mas não lhe olhem ao nome, nem à idade. O nome apareceu por acaso. A idade é simplesmente a que têm: entre 15 e 20 anos. Mas quem os ouve cantar as modas do cancioneiro tradicional alentejano nem acredita. Este grupo de miúdos do Liceu de Beja e da Secundária D. Manuel é apenas fenomenal. Porque está umbilicalmente ligado à cultura da sua terra. E porque encetou uma verdadeira reconversão do cante. É ouvir para crer. PB
A classe política, os economistas, os líderes morais dão, todos os dias, razões para ser deflagrada a violência que Passos Coelho disse, no Parlamento, recear. No dia em que começasse tudo à estalada havia pretexto para sitiar o País e impor, à cacetada de polícia de choque, a política do empobrecimento generalizado dos portugueses. A quem interessa, pergunto, que andemos à estalada? Pedro Tadeu, “Diário de Notícias”, 16 de outubro de 2012
Whale, com Boris Karloff), que numa noite de tempestade deu vida a um monstro no seu laboratório. O que Mary Shelley nunca escreveu no seu romance é que das várias tentativas falhadas antes de chegar ao lendário ser gigantesco, o jovem estudante produziu uma besta que teve de abortar, um ser que fazia a sua famosa criatura parecer o calimero, e ao qual chamou Frankantónio Borges. São azares… E termino com uma incursão por outro género cinematográfico, o dos adultos, apenas para formular o desejo de que todas estas arrepiantes medidas não deixem a população do País “Arrebentada Por Todos os Lados” (BRA, 2005, de M.Max, com Jú Pantera).
Alentejo cigano Filipe Nunes Arqueólogo
N
este Alentejo em que escolhi viver, sinto que a tamanha sorte de coabitar nos seus vastos horizontes choca com um Alentejo fechado, pela ausência da multidão de gentes e culturas diferentes e onde a intolerância ao “outro” tão pouco carece que aqui voltássemos a ter a diversidade das mourarias históricas: manifesta-se no Alentejo cigano. Séculos de distância encerram os mesmos seres humanos que aqui sempre viveram nas “famílias da terra” e nos “ciganos”. Neste fim de semana, o Baixo Alentejo celebra o seu grande encontro na Feira de Castro. E não há feira sem ciganos, pois para esta ser a grande feira do Sul, ela é a feira do Alentejo cigano. Nestes dias as ruas de Castro Verde abrem-se na multidão de gentes de todos os tipos e feitios, e entre todos eles o cigano sente-se em casa. Nestes dias o Alentejo é esse horizonte aberto que a natureza dita e o homem teima em contrariar. A casa porém anda às avessas. Mais ainda numa altura em que na crise o medo reina, nos controla e quebra os movimentos, proporcionando deixar cair a inteligência e a razão, para redirecionar a raiva contra o cigano lá de casa. Por isso a profunda discriminação dos ciganos no Alentejo tornou-se no exemplo recorrente quando se fala de racismo em Portugal. Vejam-se os sapos à vista em lojas, cafés ou serviços públicos, como outrora se contavam as estrelas de David nas vestes do holocausto. O paralelo é exagero, mas provocatório o suficiente para questionar e contrariar esse virar de costas que pauta a relação com o cigano. Um barril de pólvora traçável ao longo da história, que não escusa igualmente os ciganos, quando na condição de indigência e autoexclusão reiteram a perversão da igualdade social. A questão resume-se, como qualquer forma de racismo se reduz, na perceção do “outro” e das suas diferenças por parte dos grupos dominantes, pelo que o problema nasce na forma como nos relacionarmos, fazendo dos binómios “integração/exclusão social” e “deveres e direitos” os palavrões chave. Acontece que o modo como nos relacionamos, impôs às minorias o que o sociólogo José Gabriel P. Bastos chamou de “aculturação antagonista”. Isto é “o desprezo pelo outro, que impede a sua assimilação, mas concretiza-se em estratégias que promovem a marginalização social, cultural e moral dos grupos desprezados, bem como o aumento da diferenciação social e a emergência de conflitos interétnicos que podem ir em crescendo e se tornar insanáveis, se
os dominantes não mudarem de estratégia”. E a estratégia de integração não admite outra coisa que não seja civilizar e normalizar o cigano a comportamentos, hábitos e expectativas padronizadas na cartilha de deveres e direitos, nascida de uma história cultural e política, à qual os ciganos foram afastados, e sem nunca ter havido lugar a que esta se cruzasse com a sua própria e diversa cartilha de deveres e direitos. Por outro lado, ao racismo vem acoplado o adiado conflito entre ricos e pobres, adiado precisamente pela tensão da miséria que divide estes últimos e privilegia os primeiros que a promovem. Os alentejanos da Vidigueira não ficam nem mais ricos nem menos pobres por perseguirem os ciganos. Os bejenses não ficam mais seguros por erguerem um muro à volta do gueto cigano, nem tão pouco os pais e os professores que os querem em turmas só para ciganos. Mas todos eles certamente sentem-se mais alentejanos, e no perigoso eugenismo, mais limpos e mais certos da sua superioridade identitária. Um racismo primário, que determina que “eles” não podem ser cá da terra como “nós”, sendo vítimas de si próprios por não quererem ser como “nós”. A isso sobrevive o cigano afastando-se, e nessa crescente conflituosidade deixam ambos de ver as identidades comuns e o passado que partilham, tal como é a Feira de Castro. É pois desde logo básico que há que perder o medo para falar de igual para igual, reconhecendo à partida como este é um problema historicamente produzido pelo Poder, e sobretudo desfazer essa identidade cultural homogénea como matriz nas nossas vidas. E poderão as práticas assistenciais resolver alguma coisa? Podem os remendos do Rendimento Social de Inserção, ou meras exigências das salas de aula, levar a alguma mudança? No fim de contas, a pergunta é não tanto se está a ser feito o mínimo necessário para a “integração” dos ciganos, mas qual o alcance em ser “integrados”… Responder com a autoexclusão, alimenta a culpabilização da vítima e a discriminação para todos aqueles ciganos que desejam realmente essa integração nos nossos parâmetros. Mas questionar a “integração” deve significar pôr em causa a relação de submissão ao grupo dominante. Nesse sentido a relação que desejamos estabelecer entre “nós “ e “eles”, passa pela vontade de construir não apenas uma plataforma de convivência, mas um novo paradigma de entendimento que rompa com o modelo de funcionamento da sociedade, centralizado na conceção de uma “cidadania” ditada, emanada e vigiada pelo Estado. Cabe perguntar, quando tudo à nossa volta se desmorona em crises sociais e pessoais, como não podemos valorizar o sentido da coesão assente na família alargada, elemento fundamental da comunidade cigana; em valorizar o sentido da afinidade que sustenta todo a identidade cigana e que dispensa líderes exteriores. Que afinidades temos nós com governantes e bancários? Que conclusões podem ser retiradas dessa capacidade de coesão e da virtude do relacionamento não delegado e das decisões tomadas a nível grupal? E o que dizer acerca do resgate do nosso tempo e da educação dos nossos filhos aos valores mercantilistas da carreira e ascensão económica e social, face aos valores do grupo e da família? Não há porém que romantizar essa aproximação, uma vez que não faz sentido que parta de um só lado. E não são poucas as mudanças a apontar de dentro da cultura cigana, pois os seus fundamentos não são menos imunes de desigualdades e poderes coercitivos próprios, nomeadamente na relação de género. Mas nessa aproximação que não haja em cada encontro o constante desejo do similar, e de assimilar, mas da diversidade e da associação recíproca que nos permita celebrar todas as Feiras de Castro que estão para vir.
Neste fim de semana todos os caminhos vão dar a MÉRTOLA e a CASTRO VERDE. Na vila museu decorre a terceira edição da Feira da Caça, uma iniciativa repleta de iniciativas e que visa elevar aquela que é, por certo, uma das mais importantes fontes de riqueza daquele concelho. Já no campo branco é tempo de Feira de Castro. A feira de todas as tradições, de todas as memórias e de todos os afetos desta nossa região. PB
Há 50 anos “Um sortilégio afectivo nas pessoas da região”...
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texto que se segue, com pequenas alterações, podia bem ter sido escrito por um jovem jornalista dos nossos dias para a edição desta semana do “Diário do Alentejo”. Mas não: da autoria de Caetano Meneses, tem meio século de idade e foi publicado a de 12 de outubro de 1962 no então diário bejense. Intitulado “A Feira de Castro”, mantém toda a atualidade, interesse e frescura, mesmo para os leitores menos idosos. Ora vejam: “Não vem positivamente das calendas gregas, mas é tão antiga que não raro se ouve, no seu termo, quando se querem referir a qualquer velharia ou novidade ressabida, que ‘isso é mais antigo que a Feira de Castro’... E fica marcada a idade da coisa! Poderá o indivíduo estar em cascos de rolha, poderá mesmo esquecer-se da sua idade ou da idade dos seus, mas esquecer-se que a Feira de Castro se faz ao terceiro domingo de Outubro, não acredito. Arreigou-se-lhe na querença como um estigma e, curioso, chega a ter bastas vezes funções de calendário: ‘há três feiras’, ‘no mês da feira’, etc.. A Feira de Castro exerce como que um sortilégio afectivo nas pessoas da região. A escolha da sua data – início das sementeiras e das montanheiras – e a sua situação privilegiada, servindo todo o vasto enclave do Campo de Ourique, que se estende da cordilheira algarvia e contrafortes da Serra de Arocha nas raias da Andaluzia às praias oceânicas de Sines e Vila Nova de Milfontes, granjearam-lhe uma importância que, pelo volume e diversidade de negócios, a impuseram como umas das primeiras se não a primeira feira do país. Instituída por Filipe II, há 400 anos, para ocorrer às despesas com a reedificação da igreja de Nossa Senhora dos Remédios, foi talvez a única feira importante que entre nós se não vestiu ainda de sécia nova e se mantém fielmente agarrada às tradições das feiras alentejanas. Creio firmemente que este facto lhe deu o foral de simpatia que goza em todo o distrito e que desta sorte a distingue das demais. Não sei, porém, se se poderá aguentar no seu pedestal de tradicionalista cem por cento. Seria interessante, sem dúvida nenhuma. Os quatro séculos que nos separam da sua fundação foram objecto de uma evolução que se acentuou duma maneira notória nos últimos 20 anos e que briga, indubitavelmente, com a talha tradicional, cerceando apanágios e mutilando feições que, embora gratas aos nossos corações, se não coadunam já com o ritmo de velocidade imposto pelo frenesim da vida moderna. (...) As feiras de agora tendem decididamente a standartizar-se (que me desculpem os filólogos a irreverência!) e será neste sentido que terão de ser orientadas pelas edilidades locais as que ganharam esporas de sobrevivência na corrida do tempo.” (...) Carlos Lopes Pereira
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Todos sabemos como a agricultura é o pilar fundamental para o desenvolvimento presente e futuro do Baixo Alentejo. Todos reconhecemos como é importante o estabelecimento na região de empresas que produzam e nos tragam riqueza. Mas todos exigimos que estes novos investidores respeitem escrupulosamente as BOAS PRÁTICAS AMBIENTAIS. PB
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O Orçamento tem um responsável técnico, o ministro das Finanças, e um responsável político, o primeiro-ministro. Concentremo-nos no primeiro. Quem é ele? De onde vem? A resposta tem de passar pela análise das ligações do ministro das Finanças ao setor financeiro. Olhemos para o primeiro-ministro e atendamos a quem beneficia diretamente com a alternativa que escolheu. Vamos dar ao mesmo lado. Pedro lains, “Público”, 16 de outubro de 2012
Cartas ao diretor proporcionarmos oportunidades, Batatinhas abrindo-lhes as portas a quem têm direito. fritas No entanto, não devemos esqueManuel Dias Horta Beja
Batatinhas fritas são como as cartas de amor. Quem as não tem? Batatinhas fritas – acompanhamento institucional do bife à casa. Se as desejar, em determinados restaurantes, deve observar que não se importa de esperar que as descasquem, que as fritem em azeite luso-espanhol e em recipiente adequado. Caso contrário pregam-lhe com a contrafação, argumentando que já estão descascadas e fritas, e não deixam cheiros na cozinha. Se insistir, arrisca-se a que ponham em causa o estado das suas papilas gustativas. Batatinhas fritas é também a designação genérica daquilo que políticos, sem vergonha na cara, nos pedem, depois de termos avalizado as mentiras que nos impingiram, quando há eleições legislativas ou autárquicas. Ainda não se convenceram que o voto é nosso e que o entregaremos a quem o mereça. Para obviar estas questões, foi criado na Holanda um organismo que analisa, quando em campanhas eleitorais, as propostas de partidos ou de políticos não permitindo promessas irreais. Oremos para que este organismo seja implementado no nosso país, rapidamente, para nos vermos livres de políticos sem estatura, de boys, e de inteligências subalternas.
Um Portugal melhor Manuel José Felício Vargas Aljustrel
Que a situação do País está bastante difícil já todos sabemos. Importa agora criar empregabilidade através de concursos criteriosos, onde prevaleça a transparência e se valorize o mérito, para terminar o secretismo dos empregos/oferta. Paralelamente ao desenvolvimento económico, devemos racionalizar a despesa e reforçar o combate à economia paralela, que tem aumentado ano após ano. Os jovens são a mola impulsionadora do “futuro”, se lhes
cer os nossos idosos, que são vítimas de uma sociedade que nunca conheceu no passado, e agora no presente, o valor do seu trabalho, e que com a política da proximidade, proporcionar-lhes-á uma vida com mais dignidade. É altura dos governantes pedirem inspiração às ninfas do Tejo para resolverem este imbróglio da excessiva austeridade, pois numa democracia o voto não lhes dá legitimidade para reprimir o povo. Seria motivo de orgulho, para esse mesmo povo, se o desempenho desta classe senhorial fosse de verticalidade e nunca de resignação perante os credores internacionais. E que o fosso das desigualdades não nos colocasse na cauda da União Europeia. É necessário uma lufada de ar fresco nesta crise, tanto ao nível económico bem como ao nível dos valores, e acreditar que ainda é possível construir um Portugal melhor.
Salvar o País António Bento Martins Mina de São Domingos
As mais recentes manifestações de rua, em Lisboa, tornadas possíveis graças aos milagres da Internet, são tidas em geral por reações genuínas do povo, o “melhor do mundo”, na expressão, um tanto ingénua, do atual ministro das Finanças. Logo ali, sem tirar nem pôr, chamado como de ministro “pantomineiro”, palavra de um deputado, em plena AR, querendo ele significar, deduzo, que o ministro ali vai para nos contar pantominas… Ou seja, mentiras! Por este exemplo, não justificado, quem, confiante, dá crédito ao que lhe é dado ouvir das intervenções de alguns deputados? Sabe-se como eles falam e o povo sempre acredita embora se saiba que o “palavreado”, fácil e enganador, que eles debitam rindo-se para “dentro”, pode levar os mais crédulos a confiar-lhes o seu o seu voto e a dar-lhes o acesso às cómodas cadeiras do poder; então, aqui, sim, eles falam para o povo porventura mais parvo do País! Não é pouca gente, da nossa pobre gente, entre a qual me incluo, os que se sentem ludibriados, frente à
TV, alimentando as suas ilusões num Cristo que não virá... Então, culpas para cima do nosso primeiro-ministro, como se dele viesse a salvação, na hora de crise, que nos afeta, a nós, vítimas principais, que nem de ilusões podemos já viver. Isto para pensar que tal crise, dos mais variados tons, deve dispor de responsáveis sérios no seu seio... Não pode ser, não pode mesmo ser, que seja um primeiro-ministro, acabado de chegar há alguns meses, cheio de espetacular entusiasmo e vontade de servir, a ser chamado a responder, por culpas graves (cometidas por outros, ao que parece), de altos responsáveis, que vemos aparecer na TV, acusando os inocentes, os quais, se calhar, acabarão por cair nas ganas dos tais que, segundo a velha frase, “comem tudo e não deixam nada”. Onde foi que já ouvimos isto?
Zona Azul Reinaldo Louro Beja
Comprei hoje pela manhã [5 de outubro] na banca o “DA” e só agora a oportunidade surgiu para o ler. Face à necessidade de esclarecer a incorreção no texto ou na entrevista realizada por Firmino Paixão ao presidente Vasco Cordeiro, como leitor e sócio da Acrza solicitava, se possível, a devida e justificada verdade dos factos: “As bases da Zona Azul foram lançadas antes do 25 de Abril, no ano de 1973; houve um movimento dos jovens moradores das Alcaçarias”, lê-se. Por coincidência dos factos, um desses jovens era eu próprio, mais cerca de 10 ou 12 jovens. Cito alguns: os atuais professores Damião Rocha Baião e Bexiga Fialho, Serrano, Fresco, Januário, Cacito, Carlos André, Teixeira Correia e outros. E a nossa atividade com apenas o nome de Zona Azul teve o seu início em 1969/70 com as cores azuis na camisola e calções por nós compradas. Participávamos em todos os torneios de futebol de sala, futebol de 11, basquetebol e andebol de 7, no Liceu, Escola Industrial, Seminário e ringue do Jardim Público. Isto jamais aconteceu no ano de 1973. Basta citar como exemplo que o grande catalisador organizativo e emblemático Joaquim Alves dos Santos (Kinito) até jogava basquetebol contra nós pelos CTT (atual PT). A bem da verdade da história da Acrza.
Diário do Alentejo 19 outubro 2012
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Reportagem
Água permite diversificação de culturas
Nova agricultura em solo alentejano
Condeço Pereira Este chão já acolheu papoila e este ano deverá acolher novamente. Dez hectares
O regadio abriu portas a uma nova agricultura em solo alentejano. São várias as culturas que estão a surgir e muitas mais podem vir a instalar-se. Romã, cebola, clementinas, papoila e amendoal são apenas algumas das que já estão na região e com boas perspetivas de desenvolvimento. A caminho estão, por exemplo, mais hortícolas, amendoins, figueiras e mais nogueiras. Sem esquecer o olival, a vinha e os cereais, tanto em sequeiro como em regadio. A culpa é do clima, dos bons solos e da garantia de água.
Cebola Cultura está em desenvolvimento na região e os resultados estão a surpreender
Texto Bruna Soares Fotos José Serrano
A
perspetiva e a garantia de água, vinda de Alqueva, mas também a necessidade de diversificar as culturas, trouxeram à região uma nova agricultura. Pelos campos, antes salpicados maioritariamente de laivos dourados, tal era a abundância de cereal, avistam-se agora mais tonalidades, consoante a cultura que acolhem. O verde, porém, predomina. É inegável que este chão acolhe centenas de pés de oliveiras. O olival em extensivo propagou-se. Mas a vinha também ornamenta o território. Este ano, porém, há uma cultura que superou todas as expetativas, sobretudo pelo rendimento que alcançou. É o milho a dar lucro. E a explicação é simples. As variedades têm um peso muito grande e as produções têm vindo a aumentar. Mas, de facto, este ano, o que aconteceu foi um aumento do preço do milho, que foi para valores que há muito não atingia. A seca que afetou os Estados Unidos e a Rússia ajudou a que os preços subissem e que dessem mais rendimento aos agricultores. Mas há mais, muitos mais. A terra baixo alentejana acolhe hoje diversas culturas, umas em estudo de adaptação, outras com resultados surpreendentes. Outras ainda em franca expansão. E há também tantas outras que aqui ambicionam florescer. É o caso do amendoim. E a culpa, essa, mais uma vez, é da existência de água, dos bons solos e do calor. A PepsiCo, multinacional americana, quer tornar-se autossuficiente na produção de amendoim no mercado europeu e encontrou na região excelentes condições, tendo já sido apresentado aos agricultores, no início do mês, através da EDIA – Empresa de Desenvolvimento de Infraestruturas do Alqueva e da Torriba – Organização de Produtores de Hortofrutícolas, o projeto “A
cultura de amendoim na área de influência de Alqueva”. “Trata-se de um projeto pioneiro”, garante a EDIA, em comunicado enviado. E acrescenta: “Diminuindo a dependência relativamente ao continente americano, a PepsiCo pretende adquirir um maior controle da matéria-prima e um menor impacto em termos da pegada de carbono”. Para a EDIA, “a plantação de amendoim é uma alternativa às culturas já existentes na área de influência de Alqueva, conciliável com a rotação das culturas próprias da região, apresentando-se como uma oportunidade para os agricultores”. O projeto, denominado Euronuts, passou por uma fase experimental de dois anos, levada a cabo em colaboração com a Torriba, que instalou e acompanhou cerca de 320 hectares no Ribatejo e Alentejo. “Os resultados comprovaram a viabilidade da plantação”, garantem os responsáveis. “A escolha de Portugal para desenvolver este projeto prende-se com questões edafoclimaticas e com a presença de um tecido produtivo profissional e dinâmico, organizado e predisposto a agarrar novos desafios”, dizem. Quem também está disposto a agarrar novos desafios são os produtores de romã, cultura que também está em desenvolvimento na região. João Pacheco, jovem, encontrou no fruto uma oportunidade de negócio. Tinha olival, mas resolveu apostar fortemente na romã. Entre Aljustrel e Messejana desenvolve o seu pomar. João Pacheco, 33 anos, e com muita vontade de criar o seu próprio destino, é um dos agricultores que faz parte de um projeto mais ambicioso, que já começa a dar os primeiros passos. O desenvolvimento
Amendoal Produção cresce na região e novos investimentos estão previstos
Milho A cultura em destaque este ano. Superou todas as expetativas pelo rendimento que alcançou
Diário do Alentejo 19 outubro 2012
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João Pacheco Começou a estudar o produto e resolveu investir na romã. Conta com sete hectares, mas já pensa estender a produção aos 15 hectares
de um projeto transfronteiriço no âmbito da competitividade do sistema económico. “A Câmara Municipal de Aljustrel estabeleceu um protocolo de colaboração com o ayutamiento de Lepe (Andaluzia, Espanha) e foram efetuadas visitas às regiões, em parceria com a Associação de Beneficiários do Roxo. Efetuaram-se ainda muitos contactos com a Agelepe (associação de empresários de Lepe) e começou a pensar-se em arranjar uma cultura que nos pudesse unir. Espanha tem poucas áreas regadas e esta zona do perímetro de rega do Roxo tornou-se, assim, atrativa. Surgiu, então, a ideia da romã”, explica António Parreira, presidente da Associação de Beneficiários do Roxo. E acrescenta: “Atualmente já foi criada a Ibergranatum. Que vão ser duas empresas. Uma em Espanha e outra em Portugal. Iremos ter 50 por cento de capital da empresa espanhola. E eles terão 50 por cento de capital da empresa portuguesa”. Trata-se, assim, de uma sociedade agrícola e industrial Aljustrel-Lepe. E já são vários os agricultores interessados em começar a produzir romã. Lembra-se de João Pacheco? Foi o primeiro a iniciar-se.“Comecei a estudar o produto e resolvi investir. Entusiasmei-me com esta cultura. Temos todas as condições e não produzimos romã. Há apoios para jovens agricultores e resolvi correr este risco relativamente controlado”, garante. E até agora não se arrependeu. É engenheiro florestal de formação e dedica-se a tempo inteiro à agricultura. Espera colher os frutos no próximo ano. Para já conta com sete hectares de romã, mas já pensa estender a produção aos 15. “A romã é uma cultura tradicional da nossa região. Não há horta ou monte que não tenha uma romãzeira, no entanto, nunca foi explorada como tal”, lembra o presidente da Associação de Beneficiários do Roxo. Panorama, esse, que também está a mudar, até porque o fruto é cada vez mais procurado, nomeadamente por ser rico em antioxidantes. E que mais está a crescer nesta região? A cultura da cebola. A sua produção está em
desenvolvimento e os resultados estão a surpreender até os mais pessimistas. É o sequeiro, mais uma vez, a dar lugar ao regadio. “Resolvemos avançar com a cultura da cebola e curiosamente conseguimos melhores produções que na Golegã. Toda a gente está espantada com as produções de cebola que conseguimos no Roxo. Temos produções que, em média, rondam as 70 toneladas. Houve produções de 80 toneladas por hectare, o que foi muito bom. Ninguém estava à espera destas produções, nem os próprios técnicos que trabalham em cebola no Ribatejo há vários anos. Acredito, por isto, que é possível”, diz António Parreira. Lembrando, no entanto, que “só o produzir não chega”. “É preciso arranjar estruturas para conservar, para embalar e para colocar no mercado”. Até porque, em sua opinião, seja para o romã ou para a cebola, “é preciso atrair agroindústria para a região”. Na herdade Fernando-Espanha, na freguesia de Quintos, em Beja, também se planta cebola, embora a água de Alqueva ainda não tenha aqui chegado. “Esperamos que chegue em 2015, para não estarmos tão limitados”. Condeço Pereira, proprietário, espera regar 200 hectares, dedicando-se a diversas culturas. “A cebola requer muita água. Temos um contrato com uma empresa da zona de Badajoz e a produção é paga. É tudo feito por nós, mas dão-nos apoio na sementeira, na colheita e no transporte. Toda esta produção vai para Espanha”, diz o agricultor. E acrescenta: “Há gente a apostar na cebola, mas o grande problema é que não temos estruturas de comercialização, daí muita da produção da região ir para Espanha”. Para Condeço Pereira, “os solos da região são bons para quase todas as plantações. O clima também é bom e existindo água é normal que surjam muitas mais culturas”, diz. Como a produção de papoila, a que também se dedica. “Não conhecia esta cultura. A única coisa que sabia era o que via nos filmes. Fui convidado por uma empresa inglesa, uma multinacional
“Os solos da região são bons para quase todas as plantações. O clima também é bom e existindo água é normal que surjam muitas mais culturas”. Condeço Pereira, agricultor
que quer fazer uma experiência, onde pretende verificar se a cultura da papoila é rentável aqui. Há dois anos que se faz e, segundo eles, os resultados são muito animadores”, diz. Para rapidamente acrescentar: “A sementeira é mais complicada nesta cultura. A semente é muito miúda, sensível. Se for muito enterrada não nasce. De resto é uma cultura normal, como outra qualquer. Necessita de água e calor, daí PUB
estarem a apostar na sua produção nesta região”, diz, adiantando, contudo, que os agricultores que estão neste projeto pioneiro ainda “não estão informados sobre os resultados económicos”. A empresa paga um valor fixo. Não sabemos qual o valor da produção. É tudo para converter em morfina e por isso ainda não temos conhecimento de valores”, conclui. Para já, tem 10 hectares de papoila e este ano não pretende baixar a fasquia. “Encarregam-se da colheita e transportam a produção, que tem de ser carregada em contentores especiais. Cerca de 15 agricultores, entre Beja, Serpa e Ferreira do Alentejo, estão a produzir papoila”, garante. O “Diário do Alentejo” foi ainda informado de que em solo alentejano, contudo, há mais a surgir. Com o regadio a extensão de amendoal está a aumentar, estão a colher-se clementinas com algum sucesso e as hortícolas podem ser a aposta futura, tendo por base o caso de sucesso da cebola. A caminho está ainda a plantação de figueiras e de mais nogueiras. É, assim, uma nova agricultura que surge em terras regadas.
Diário do Alentejo 19 outubro 2012
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Campeonato Nacional de Seniores em andebol
A 2.ª jornada do Campeonato Nacional de Seniores Masculinos 3.ª Divisão (a 1.ª jornada ficou suspensa) foi bem-sucedida para a Zona Azul, que venceu em Lagos (17/18), e para o CCP Serpa, que ganhou em Sines (15/26). Amanhã cumpre-se a 3.ª jornada, com os jogos: Zona Azul-Náutico, Redondo-Lacobrigense e Costa D’Oiro-AC Sines. Folga o CCP Serpa.
Desporto H
ugo Rolim começou a sua carreira desportiva no Centro de Cultura e Desporto do Bairro da Conceição, fazendo ponte no Despertar antes de chegar o Desportivo de Beja. Neste percurso formativo foi campeão distrital em todos os escalões e participou em vários campeonatos nacionais, até atingir o escalão sénior, ainda no Desportivo, clube de onde saiu para o Santa Vitória, iniciando aí um périplo por vários clubes: Beringelense, Ficalho, Alvorada, Bairro da Conceição e Cabeça Gorda. Habilitado com o curso de Treinador de 2.º Grau FPF-UEFA B, Hugo Rolim estreou-se no banco do Cabeça Gorda, treinando também o Futebol Clube de Serpa, antes de chegar ao Desportivo de Beja onde hoje, com 36 anos, cumpre a sua segunda temporada.
Os Independentes de Sines perderam em casa com o União de Montemor (3-4) em jogo relativo à jornada de abertura do Nacional da 3.ª Divisão de Futsal, ronda em que o Sporting de Viana empatou (3-3) no recinto das Oficinas de São José. Amanhã os Independentes visitam os Indefetíveis (Alhos Vedros) e o Sporting de Viana recebe a equipa de Alte.
Futebol feminino O Campeonato Distrital de Seniores Femininos, competição organizada pela AF Beja, inicia-se na tarde de amanhã, sábado, com a participação de sete equipas. A ronda inaugural tem os seguintes jogos: Ourique-Serpa; Vasco da Gama-CB Castro Verde e Almansor-Odemirense.
Castrense conquista primeiro ponto em Montemor-o-Novo
Hoje palpito eu... Hugo Rolim
Campeonato Nacional da 3.ª Divisão de Futsal
Moura na frente, pois claro... O Aljustrelense e o Vasco da Gama perderam, o Castrense empatou no terreno do então líder, e o Moura ceifou os três pontos em Monte Trigo e já lidera a série F da 3.ª Divisão Nacional. Texto Firmino Paixão
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ão surpreenderam as derrotas tangenciais do Vasco da Gama e do Aljustrelense, em terrenos considerados difíceis e perante adversários com outro potencial futebolístico. O Vasco da Gama sofreu um golo logo nos momentos iniciais da partida e toda a estratégia de Fernando Piçarra teve que ser reformulada. O Mineiro não conseguiu marcar antes do adversário e já no dealbar da partida, reduzido numericamente por expulsão de Marcos, viu a sua tarefa ainda mais compli-
cada. Surpresa sim, em Montemor-o-Novo, onde o Castrense se reabilitou da goleada sofrida em Moura com um importante empate num campo onde até ao momento reinava o líder da prova. Um ponto conquistado pela equipa de Mário Tomé que pode, assim o esperamos, significar o arranque da equipa de Castro Verde para um resto de temporada pautado pela tranquilidade. E as surpresas ficaram por aqui, porque o triunfo do Moura em Monte Trigo era um desfecho esperado. A qualidade da equipa que o técnico Joaquim Mendes ancorou em Moura para vencer o desafio da subida de divisão obriga a que se lhe atribua favoritismo em todos os jogos, porque o objetivo é bem claro. E a posição de líder tem, exatamente, esse significado. O campeonato regressa, apenas a 28 deste mês, para dar lugar a mais uma eliminatória da Taça de Portugal.
(X) AL DENOVENSE/ODEMIRENSE O Aldenovense tentará, jogando em casa, alcançar o atual líder do campeonato, no entanto o Odemirense está a fazer o melhor arranque da prova e tudo fará para continuar invicto.
(2) BAIRRO DA CONCEIÇÃO/PIENSE Jogar em casa pode não ser argumento suficiente para o Bairro levar a melhor sobre a experiente equipa de Pias, que pode fazer valer o talento dos seus jogadores para vencer em Beja. (1) GUADIANA/CABEÇA GORDA Certamente que o Guadiana lutará até ao limite para conseguir, no seu reduto, a primeira vitória, perante um rival que tentará somar mais pontos aos conseguidos na jornada anterior.
Moura Esp. Lagos U. Montemor At. Reguengos Juventude Évora Aljustrelense Sesimbra Vasco da Gama Lagoa Lusitano VRSA Monte Trigo Castrense
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5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5
4 3 3 3 2 2 2 2 1 1 1 0
0 2 2 1 1 1 1 0 2 1 0 1
1 0 0 1 2 2 2 3 2 3 4 4
14-4 6-1 6-3 6-3 5-6 5-3 5-7 9-9 6-10 7-13 9-10 4-13
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12 11 11 10 7 7 7 6 5 4 3 1
Próxima jornada (28/10/2012): Aljustrelense-U. Montemor, Vasco da Gama- Esp. Lagos, Sesimbra-At. Reguengos, Lusitano VRSA-Juventude Évora, Moura-Lagoa, Castrense-Monte Trigo.
Amarelejense-Aldenovense.............................................1-2 Desp. Beja-Serpa .................................................................1-3 Almodôvar-Praia Milfontes ..............................................2-1 Sp. Cuba-Rosairense.......................................................... 0-0 Piense-São Marcos ............................................................. 2-0 Cabeça Gorda-Bairro da Conceição .............................. 2-0 Odemirense-Guadiana ..................................................... 3-0 Odemirense Rosairense Almodôvar Piense Aldenovense Serpa São Marcos Cabeça Gorda Praia Milfontes Bairro da Conceição Sp. Cuba Amarelejense Desp. Beja Guadiana
(2) MILFONTES/DESPORTIVO DE BEJA Para ser coerente comigo e com os meus jogadores, sabendo desde logo o valor do Milfontes, acredito que a minha equipa vai conseguir vencer e iniciar um ciclo vitorioso.
(X) S. MARCOS/SPORTING DE CUBA O São Marcos tem uma equipa com jogadores muito experientes ao contrário do Cuba, onde predomina a juventude, fatores que podem equilibrar o desfecho do jogo.
Esp. Lagos-Aljustrelense .................................................. 1-0 At. Reguengos-Vasco da Gama........................................2-1 Juventude Évora-Sesimbra.............................................. 2-0 Lagoa-Lusitano VRSA.........................................................2-2 Monte Trigo-Moura ........................................................... 0-2 U. Montemor-Castrense ................................................... 0-0
1.ª Divisão – AF Beja 3.ª jornada
(1) SERPA/AMARELEJENSE A conquista da primeira vitória, na jornada anterior, poderá ser fator para que o Serpa, com as suas mais-valias individuais, possa conseguir novo triunfo perante um adversário ainda em adaptação à primeira divisão distrital.
(1) ROSAIRENSE/ALMODÔVAR O Rosairense soma ao bom arranque na prova o reencontro com o seu anterior treinador e o fator casa, para não deixar escapar os três pontos, ainda que o Almodôvar esteja a atravessar um bom momento.
3.ª Divisão – Série F 5.ª jornada
1.ª Divisão AF Beja O Serpa mostrou ter mais argumentos que o Desportivo e levou os três pontos
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3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3
3 2 2 2 2 1 1 1 1 1 0 0 0 0
0 1 1 0 0 2 1 1 0 0 2 1 1 0
0 0 0 1 1 0 1 1 2 2 1 2 2 3
6-0 7-2 5-3 7-4 4-3 4-2 3-4 3-5 5-5 3-4 0-3 1-4 1-4 2-8
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9 7 7 6 6 5 4 4 3 3 2 1 1 0
Próxima jornada (21/10/2012): Aldenovense-Odemirense, Serpa-Amarelejense, Praia Milfontes-Desp. Beja, Rosairense -Almodôvar, São Marcos-Sp. Cuba, Bairro da Conceição-Piense, Guadiana-Cabeça Gorda.
Odemirense, só com vitórias, isola-se no comando do “Distritalão”
Sopram bons ventos do litoral Sem fazer alarde de grandes promessas, o Odemirense venceu os jogos que disputou e, discretamente, isolou-se na frente do campeonato. Os ventos do litoral trouxeram mais um candidato? Texto e foto Firmino Paixão
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amos para já olhar para o futuro e a próxima jornada do campeonato oferece-nos esse grande jogo entre o Aldenovense e o Odemirense, duas equipas
tidas como favoritas, ainda que não o tenham assumido, contrariamente ao que fez, tão claramente, o Milfontes. Vila Nova de São Bento recebe o “jogo da jornada”, que concorre com o derby do Rosário, onde os locais recebem a formação da sede de concelho, o Desportivo de Almodôvar, dois conjuntos que entraram bem na prova e que repartem ambos o segundo lugar, a dois pontos do líder. O terceiro jogo, com prognóstico mais reservado, joga-se em Serpa, não por questionarmos o valor dos locais, mas pelo potencial do Amarelejense para poder sur-
preender. Os restantes jogos que completam a quarta jornada são de vaticínio favorável aos visitados, exceção para aquele em que o Piense, atual quarto classificado, visita o Bairro da Conceição. Da ronda anterior, em que se marcaram 17 golos, sobressai, ou talvez não, a derrota do Milfontes em Almodôvar, segunda em três jogos, que deixa a equipa do Mira a seis pontos do líder. Na estreia do novo treinador do Rosairense, Luís Pires, e por aquilo que a equipa já fez, era expectável um desfecho diferente do que o empate sem golos.
Realiza-se amanhã, sábado, em Albernoa, o I Torneio de Futebol Fernando Jonas Mateus, competição organizada pelo Futebol Clube Albernoense em que intervêm também as equipas do Desportivo da Sete e da Associação Cultural e Desportiva do Penedo Gordo. Os jogos iniciam-se às 15 horas.
IV Escalada de São Gens, amanhã, em Serpa
A Associação de Atletismo de Beja e a Câmara Municipal de Serpa realizam amanhã, sábado, pelas 15 horas, na cidade de Serpa, uma prova de estrada denominada “IV Escalada de São Gens – Serpa Terra Forte”, competição pontuável para o Campeonato Distrital de Montanha por Escalão. A prova abre oficialmente a época desportiva nesta modalidade.
19 Diário do Alentejo 19 outubro 2012
Homenagem a Fernando Jonas Mateus em Albernoa
Futebol juvenil
Estádio Flávio dos Santos Município de Beja garante que no verão de 2013 o estádio terá um aspecto diferente
Parque Flávio dos Santos vai ser um espaço multidisciplinar
Espaço “de memória coletiva” Inaugurado em 1952 com a denominação de Estádio Municipal Engenheiro Frederico Ulrich, será o eterno depositário de tantas tardes de glória do desporto bejense.
seria sempre privilegiado para utilização pelas pessoas. Agora vamos levar por diante um projeto de requalificação diferente, mas cujo conceito se mantém exatamente o mesmo, que é devolver aquele espaço às pessoas.
Texto e foto Firmino Paixão
F
oi ali que nasceram as grandes glórias do futebol sul alentejano, foi ali também que o modesto Cabeça Gorda afastou o poderoso Penafiel da Taça de Portugal, como era ali que chegavam as etapas da Volta a Portugal em Bicicleta. Redenominado em 1975 em homenagem ao médico Flávio dos Santos, o estádio bejense, um projeto com uma dimensão futurista que hoje está ao abandono, vai ser em breve alvo de uma intervenção que visa democratizar o espaço e devolvê-lo à população da cidade. As obras devem estar concluídas em maio de 2013, assegura Miguel Góis, vereador do pelouro de desporto do município de Beja.
Qual é o tipo de intervenção que está projetado?
Uma intervenção que vai permitir transformar o espaço numa zona para a prática de desporto informal e para o lazer. Vamos requalificar o espaço, sobretudo ao nível do antigo perímetro de jogo e zona envolvente, transformando-o num espaço multifuncional com diversos campos de jogo e diversas zonas de atividade seja física, seja de lazer. Depois, ao nível do património edificado já temos, neste momento, um conjunto de associações de cariz cultural e desportivo ali alojado, procurando dinamizar o local. Que modalidades vão ser permitidas praticar?
O Estádio Municipal Flávio dos Santos está ao abandono. Para quando a sua devolução à cidade?
A grande ideia que está por trás da requalificação daquele espaço é, efetivamente, devolvê-lo às pessoas. É um espaço que tem uma memória coletiva social e cultural brutal, que todos nós devemos respeitar. Desde o primeiro momento em que tomámos posse temos querido intervir, em primeira instância através de um projeto muito mais ambicioso do que aquele que vamos agora levar por diante. Um espaço intimamente ligado à história do desporto bejense…
A nossa intenção foi sempre preservar a memória do Flávio dos Santos, aliás, esse foi mesmo o bom motivo da ideia inicial. Em todas as intervenções que fossem feitas seria sempre preservada a bancada e o perímetro de área de jogo
O projeto ainda será discutido publicamente, mas estamos a prever entre 12 a 14 modalidades naquele perímetro. Estamos a falar de campos de futebol de 7, de ténis, futebol mini, skate, futebol de praia, voleibol de praia, BMX. Estamos a trabalhar com a Federação Portuguesa de Mini Golfe vendo a possibilidade de ali instalar esta modalidade, a componente da escalada será difícil por questões de segurança, estamos a avaliar a sua inclusão. Teremos também basquetebol, possivelmente o ténis de mesa, com equipamentos próprios para exterior e um circuito de manutenção. Estamos confiantes na devolução do espaço às pessoas, fazendo algo que tem sido um défice em Beja, que é podermos servir todos os gostos. Uma réplica do polémico Beja Air Discovery Park que também previa esse tipo de atividades?
Polémica que para nós não existiu, porque foi uma proposta que recebemos do exterior, como tantas outras que estamos sempre a receber. Isso era um parque temático que não tem rigorosamente nada a ver com isto, são coisas completamente diferentes. Temos que ter sempre presente quais são as nossas reais capacidades e os pés bem assentes no chão, mas temos sonhado e existe o sonho de devolver o Flávio dos Santos às pessoas. Vamos fazê-lo de uma forma humilde, singela, mas que permita a sua utilização da parte de toda a gente. Um projeto exequível a curto prazo ou ainda um processo de intenções?
Este projeto será uma realidade, se não existirem imprevistos de maior, até maio de 2013, que é quando o tempo já permite atividades ao ar livre. Os custos reais são baixos, a forma como foi pensado teve também por base a contenção de custos. Queremos mostrar que com pouco dinheiro, mas com empenho e criatividade, se conseguem fazer coisas bonitas. Cerca de 70 por cento desta obra será executada por meios próprios, por isso, a sua viabilidade financeira está assegurada. Será quase tão dispendiosa a pintura da bancada como o resto de execução do projeto. Ele está concluído e vamos pô-lo à discussão das pessoas. É importante que o façamos, às vezes estamos imbuídos de um espírito de missão e por vezes não nos apercebemos de alguns pormenores. Beja precisa também de um bom pavilhão multidisciplinar…
O concelho de Beja precisa de mais condições que permitam melhorar a qualidade de vida das populações. Neste momento, com toda a frontalidade, apesar de gostarmos de ter um projeto dessa envergadura, ele é impossível. Não podemos dizer que sim, quando a realidade não é essa.
Campeonato Distrital de Benjamins (1.ª jornada) Série A: Desportivo de Beja-Ferreirense A, 1-9; Alvito-Figueirense, (adiado 22/12); Bairro Conceição-Sporting Cuba, 3-9; Vasco da Gama-Aljustrelense, 4-5. Folgou o Despertar A. Líderes: Figueirense, Ferreirense, Cuba e Aljustrelense, três pontos. Próxima jornada (20/10): Ferreirense A-Alvito; Figueirense-B.º Conceição; Cuba-Vasco da Gama; Aljustrelense-Despertar A. Folga: Desp.Beja. Série B: Sobral da Adiça-Despertar B (adiado 15/12); CB Beja-Moura, 2-11; Santo Aleixo-Piense, 6-1; Ferreirense B-NSBeja, 0-13. Folgou o Serpa. Líderes: NSBeja, Moura e Santo Aleixo, três pontos. Próxima jornada (20/10): Despertar B-CB Beja; NS Beja-Sobral da Adiça; Serpa-Santo Aleixo; Piense-Ferreirense B. Folga o Moura. Série C: Almodôvar-Odemirense, 2-7; São Marcos-Boavista, 8-1; Milfontes A-Milfontes B, 1-13; Ourique-Rosairense, 17-0; Castrense-Renascente, 7-1. Líderes: Ourique, Milfontes, São Marcos, Castrense e Odemirense, três pontos. Próxima jornada (20/10): Ode mirense-São Marcos; Renascente -Almodôvar; Boavista-Milfontes A; Milfontes B-Ourique; Rosairense-Castrense. Campeonato Distrital de Infantis (1.ª jornada) Série A: NS Beja-Vasco da Gama (adiado 23/10); Sporting Cuba-Alvito, 2-6; Despertar A-Bairro Conceição, 8-1; AlvoradaDesportivo Beja, 6-1. Folgou o Ferreirense. Líderes. Despertar, Alvorada e Alvito, três pontos. Próxima jornada (20/10): Vasco da Gama-Cuba; Alvito-Despertar A; B.º Conceição-Alvorada; Desp.Beja-Ferreirense. Folga o NS Beja. Série B: Operário-Amarelejense, 2-7; A ldenovense-Guadiana, 1-6; Piense -Despertar B, 0-5; Serpa-CB Beja, 13-1. Folgou o Moura. Líderes: Serpa, Amarelejense, Guadiana e Despertar, três pontos. Próxima jornada (20/10): Amarelejense-Aldenovense; Guadiana-Piense; Despertar B-Serpa; CB Beja-Moura. Folga o Operário. Série C: Renascente-Aljustrelense. 1-3; Milfontes A-Milfontes B, (adiado 18/10); Castrense A-Castrense B, 10-0; Boavista-Almodôvar, 1-4. Folgou o Odemirense. Líderes: Castrense A, A lmodôvar e Aljustrelense, três pontos. Próxima jornada (20/10): Aljustrelense-Milfontes A; Milfontes B-Castrense A; Castrense B-Boavista; Almodôvar-Odemirense. Folga o Renascente. Campeonato Distrital de Futsal (1.º jornada) NS Moura-Vasco da Gama, 9-4; Vila Ruiva-Politécnico de Beja, 8-4; AD VNS Bento-Desportivo de Beja, 0-3; Alcoforado-Ferreirense, 3-3; Baronia-Luzerna, 6-1; Almodovarense-Safara, 13-0. Folgou o Barrancos. Líderes: Almodovarense, NS Moura, Baronia, Vila Ruiva e Desp.Beja, três pontos. Próxima jornada (19/10): IP Beja-NS Moura; Desp.Beja-Vila Ruiva; Ferreirense-ADVN São Bento; Luzerna-Alcoforado; Safara-Baronia; Barrancos-Almodovarense. Folga o Vasco da Gama. Campeonato Nacional de Iniciados Série G (6.ª jornada): Louletano-Odiáxere, 4-0; Lagos-São Luís, 2-1; V. Setúbal-Desportivo Beja, 8-0; Despertar-Olhanense, 2-2; Imortal-Lusitano VRSA, 4-1. Líder: Olhanense, 16 pontos. 8.º Despertar, quatro. 9.º Desp.Beja, três. Próxima Jornada (21/10): Desportivo de Beja-Despertar. Campeonato Nacional de Juvenis Série E (5.ª jornada): Louletano-C.Piedade, 2-1; BM Almada-Lusitano, 1-1; V.Setúbal-Oeiras, 2-1; Imortal-Odemirense, 2-1; Despertar-Estoril, 0-1. Líderes: Setúbal, Oeiras e Louletano, 12 pontos. 9.º Odemirense, um. 10.º Despertar, um. Próxima jornada (21/10): Odemirense-Despertar.
Auto Fest Alvalade 2012, amanhã
Diário do Alentejo 19 outubro 2012
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A Junta de Freguesia de Alvalade organiza amanhã, sábado, uma iniciativa denominada “Auto Fest Alvalade 2012”, que inclui um batismo de kart, um raly workshop e uma gincana de automóveis antigos. A receita do evento reverte para os Bombeiros Voluntários de Alvalade. A organização tem o apoio do município de Santiago do Cacém e do Clube de Automóveis Antigos da Costa Azul.
Andebol em Serpa José Saúde
Milfontes Equipa do litoral que esta época persegue o título da AF Beja
Treinador do Milfontes assume claramente a candidatura
“Vamos vencer o campeonato!” Uma equipa recheada de jogadores de reconhecido valor e um técnico com uma ilimitada ambição são os argumentos do Milfontes para assumir a candidatura ao título. Texto e foto Firmino Paixão
O
treinador do Milfontes, Fernando Candeias, assume abertamente que a sua equipa é candidata ao título da 1.ª Divisão da AF Beja, ao mesmo tempo que tece repetidas críticas à comunicação social do distrito por não lhe reconhecer protagonismo, nem o mérito da equipa que comanda, na medida em que o próprio acha que são credores. Por isso, assegura, “queremos ser campeões” e “tudo faremos para aparecer mais nos jornais”. O clube rejeitou o convite (administrativo) para assumir, na época em curso, a 3.ª Divisão por não poder jogar no seu campo, mas fonte próxima do Praia de Milfontes assegura que se forem campeões na próxima época terão um campo novo. O Milfontes é o mais forte candidato ao título?
O Milfontes é um candidato a ganhar todos os jogos. Por aquilo que temos feito nos últimos quatro ou cinco anos, pela capacidade que nós sabemos que o plantel tem, a equipa técnica e a direção, penso que é mais do que merecido, e por tudo o que fizemos até agora e que é pouco difundido pelos jornais do nosso distrito, pois estamos lá numa extrema. Mas vamos mostrar ao distrito que nós temos mais
capacidade do que aquilo que pensam e vamos vencer este campeonato. Nos últimos anos, no campeonato como na taça distrito, o Milfontes tem “morrido na praia”…
Sim. Pelo que temos feito, se calhar, se fossemos outra equipa qualquer, seríamos endeusados. No Milfontes não se passa isso, estamos um bocadinho fora do centro de decisão, mas aquilo que temos feito está à vista de toda a gente e este ano a nossa proposta é fazermos ainda melhor. Temos capacidade e sabemos que, em momentos de dúvidas, se for contra nós, essas dúvidas desaparecem. Temos também que lutar contra isso, mas não temos medo de dizer que queremos ser campeões. O Milfontes já tinha um plantel de reconhecido valor e reforçou-se com mais jogadores de grande qualidade…
Para mim é o melhor plantel, porque tivemos 18 permanências. É uma grande satisfação saber que tantos jogadores acreditam em mim e na direção. Depois, tivemos a felicidade de ir buscar mais três jogadores que ainda trouxeram mais qualidade ao plantel. Mas não somos nenhuns heróis, não contamos com facilidades, sabemos que será muito difícil, mas confiamos na nossa capacidade. Será um grande desafio para todos nós. Mas não estão sozinhos...
Naturalmente, não somos os únicos candidatos ao título, há outras equipas que investiram muito mais do que nós, mas muito mais mesmo. Os jogadores
que temos não estão cá por dinheiro. É por acreditarem que é possível, mas nunca pelo dinheiro. E, por esse aspeto, não temos mais responsabilidade do que os outros, a não ser por aquilo que fizemos nos últimos anos e que vocês também são os primeiros, de vez em quando e poucas vezes, a dar-nos algum mérito, penso que deviam dar mais vezes, mas nós vamos fazer por aparecer mais vezes nos jornais. Quem são os outros candidatos que podem concorrer com o Milfontes?
Pensoqueexistemquatrooucincoequipas que ambicionam e têm legitimidade para serem candidatos. Na minha opinião, posso referir o Aldenovense, o Almodôvar, o Odemirense, o próprio Serpa. São boas equipas, com jogadores bastante experientes e jogadores com
Percurso do CD Praia de Milfontes 2008/2009 - 3.º lugar no campeonato - Derrotado na 2.ª eliminatória da Taça Distrito de Beja (3-1 Desportivo de Beja) 2009/2010 - 6.º lugar no campeonato - Derrotado na 1.ª eliminatória da Taça Distrito de Beja (3-2 Odemirense) 2010/2011 - 7.º lugar no campeonato - Finalista vencido da Taça Distrito de Beja (3-2 Rosairense) 2011/2012 - 2.º lugar no campeonato - Derrotado nas meias-finais da Taça Distrito de Beja (3-2 Rosairense).
valor e provas dadas. São estas as equipas que eu penso que podem lutar pelo título neste campeonato. Mas isso é no campo da suposição. Da nossa parte, contem connosco. Já na época anterior animámos o campeonato, senão ele teria acabado à primeira volta, nunca falaram disso, nunca vi nenhuma referência, mas este ano temos uma palavra a dizer. O clube declinou o convite para assumir uma vaga na 3.ª Divisão Nacional. Foi ouvido e concordou com essa decisão?
Estou à vontade para dizer que, para mim, era indiferente. Fui ouvido, estive sempre solidário com a direção do clube, porque sabia que este plantel tinha valor para jogar na 3.ª Divisão, não para garantir a manutenção, porque seria extremamente difícil, mas para fazer uma boa figura se o clube o desejasse. Contudo, é muito mais aliciante aquilo a que nos propusemos, queremos vencer dentro do campo, aceitamos que é uma opção mais arriscada, mas a sorte protege os audazes e nós andamos à procura dela. Se o Milfontes subir ao patamar nacional precisará de um novo campo para jogar. Há perspetivas disso poder acontecer?
Isso terá que perguntar às entidades responsáveis. Penso que era importante que as entidades envolvidas dissessem o que se passa, se o Milfontes terá, ou não, um novo campo de futebol para jogar, no caso de subir de divisão. Mas não sou eu que lhe vou dizer isso.
O andebol de formação em Serpa é uma realidade vincadamente reconhecida. O Centro Cultural e Popular de Serpa é a coletividade que dá rosto a uma modalidade que tende a evoluir no tempo, com resultados desportivos que colocam os serpenses no auge. Lembro que nas últimas cinco épocas a equipa de iniciados se bateu, e bem, a nível nacional com excelentes participações. Como consequência de um trabalho onde se colheram resultados deveras positivos, é agora a equipa de juvenis, treinada por António Baião, que disputa o campeonato nacional. No pretérito sábado, numa viagem pelos muitos canais que a televisão proporciona aos seus visitantes, fixei-me no canal Benfica onde assisti ao jogo de juvenis entre o SL Benfica e o CCP de Serpa. O resultado (41-19) pareceu-me desajustado. Os serpenses, a meu ver, poderiam ter feito muito melhor, caso não lhes tivesse assistido uma desconcentração que, a dada altura, se verificou declaradamente. Claro que o encontro disputado em pleno coração da sumptuosa catedral encarnada não trouxe, em princípio, condicionantes acrescidas, apenas se verificaram falhas que acabaram por dilatar o marcador. Este pequeno introito conduz o amante do desporto a tempos idos, onde a virtualidade desportiva trazia para os jovens da província razões de uma competição que se assumia completamente desigual e sobretudo difícil de atingir. Os palcos eram substancialmente diferenciados e os métodos de trabalho, embora equidistantes, enveredavam pelo mesmo diapasão. Porém, os emblemas e o peso das camisolas marcavam a diferença. O sonho dos jovens quedava-se pela competição regional. Na atualidade, o conteúdo desportivo evoluiu. Os clubes trabalham com métodos desportivos abrangentes. António Baião, técnico de andebol do CCP de Serpa, debita conhecimentos aos seus jovens andebolistas que deixa a urbe serpense, e o Alentejo, no púlpito da modalidade e com direitos televisivos.
institucional diversos Diário do Alentejo n.º 1591 de 19/10/2012 Única Publicação
Diário do Alentejo n.º 1591 de 19/10/2012 Única Publicação
CENTRO DE PARALISIA CEREBRAL DE BEJA
LICENÇA DE FUNCIONAMENTO N.° 2/2012
CONVOCATÓRIA Nos termos da lei e dos Estatutos, convoca-se a Assembleia Geral Ordinária do Centro de Paralisia Cerebral de Beja, para o próximo dia 14-11-2012, pelas 17h00, na sede do Centro de Paralisia Cerebral de Beja, na Rua Cidade de S. Paulo, com a seguinte ordem de trabalhos: 1. Informações. 2. Apreciação e Aprovação da Conta de Exploração Previsional e Orçamento de investimentos e Desinvestimentos e Plano de Acção para 2013. Se às 17h00 não estiver presente a maioria dos sócios a Assembleia Geral fica desde já convocada para as 18h00 do mesmo dia 14-11-2012, e no mesmo local, funcionando e deliberando com os sócios presentes conforme estabelecido nos Estatutos. Beja 15 de Outubro de 2012. O Presidente da Assembleia Geral José Pinheiro Monge
VENDE-SE Exploração agrícola Rio de Moinhos/Aljustrel 144,5 ha (divididos em 5 parcelas juntas), vedada,
2 charcas + furos, será abrangida pelo plano de rega do Alqueva na última fase de construção.
REGIME DE INSTALAÇÃO E FUNCIONAMENTO DE ESTABELECIMENTOS DE APOIO SOCIAL 1. Identificação do estabelecimento Denominação do estabelecimento: GPS – Gerar, Percorrer, Socializar Localização do estabelecimento: Quinta Horta da Nora C. Postal: 7780-030 Castro Verde Localidade: Castro Verde Distrito: Beja Concelho: Castro Verde Freguesia: Castro Verde 2. Identificação da entidade gestora Nome completo: FAMSER – Associação de Apoio a Famílias Desfavorecidas Morada: Rua Adriano Correia de Oliveira, 6 C. Postal; 7780-139 Castro Verde Localidade: Castro Verde 3. Actividade exercida no estabelecimento Lar de Infância e Juventude 4. Lotação máxima O estabelecimento pode abranger o número máximo de 40 (quarenta) utentes. 5. Emissão: Data: 2012/10/03
Contactar pelos tms. 968589504 ou 917824571
Assinatura ilegível
SERPA
21 Diário do Alentejo 19 outubro 2012 Diário do Alentejo n.º 1591 de 19/10/2012 Única Publicação
AUTORIZAÇÃO PROVISÓRIA DE FUNCIONAMENTO N.° 3/2012
REGIME DE INSTALAÇÃO E FUNCIONAMENTO DE ESTABELECIMENTOS DE APOIO SOCIAL 1. Identificação do estabelecimento Denominação do estabelecimento: Centro de Apoio a Idosos de Moreanes Localização do estabelecimento: Moreanes C. Postal: 7750-409 Santana de Cambas Localidade: Moreanes Distrito: Beja Concelho: Mértola Freguesia: Santana de Cambas Telefone: 286 655 394 Fax: 286 655 394 e-mail: moreanes@sapo.pt 2. Identificação da entidade gestora Nome completo: Centro de Apoio a Idosos de Moreanes Morada: Moreanes Cx Postal 1900 C. Postal: 7750-409 Santana de Cambas Localidade: Moreanes 3. Actividade exercida no estabelecimento Estrutura Residencial para Pessoas Idosas 4. Lotação máxima O estabelecimento pode abranger o número máximo de 20 (vinte) utentes. 5. Condições a satisfazer (Não aplicável a instituições particulares de solidariedade social ou equiparadas ou outras instituições sem fins lucrativos a abranger por acordo de cooperação) 6. Emissão e prazo de validade Documento válido de 2012/10/03 a 2013/04/01 (cento e oitenta dias renovável por igual período até à celebração do acordo de cooperação) Data 2012/10/03 Assinatura ilegível
Vende-se loja 40 m2, centro comercial. Av. da
VENDE-SE Nossa Senhora das Neves Casa térrea a precisar de obras, com 80 m2 de construção e 198 m2 área
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saúde
22 Diário do Alentejo 19 outubro 2012
Análises Clínicas
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Medicina dentária
▼
Psicologia
Dr.ª Heloisa Alves Proença Médica Dentista
Dr. Fernando H. Fernandes Dr. Armindo Miguel R. Gonçalves Horários das 8 às 18 horas; Acordo com beneficiários da Previdência/ARS; ADSE; SAMS; CGD; MIN. JUSTIÇA; GNR; ADM; PSP; Multicare; Advance Care; Médis FAZEM-SE DOMICÍLIOS Rua de Mértola, 86, 1º Rua Sousa Porto, 35-B Telefs. 284324157/ 284325175 Fax 284326470 7800 BEJA
Cardiologia
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RUI MIGUEL CONDUTO Cardiologista - Assistente de Cardiologia do Hospital SAMS CONSULTAS 5ªs feiras CARDIOLUXOR Clínica Cardiológica Av. República, 101, 2ºA-C-D Edifício Luxor, 1050-190 Lisboa Tel. 217993338 www.cardioluxor.com Sábados R. Heróis de Dadrá, nº 5 Telef. 284/327175 – BEJA MARCAÇÕES das 17 às 19.30 horas pelo tel. 284322973 ou tm. 914874486
MARIA JOSÉ BENTO SOUSA e LUÍS MOURA DUARTE
Cardiologistas Especialistas pela Ordem dos Médicos e pelo Hospital de Santa Marta Assistentes de Cardiologia no Hospital de Beja Consultas em Beja Policlínica de S. Paulo Rua Cidade de S. Paulo, 29 Marcações: telef. 284328023 - BEJA
Exclusividade em Ortodontia (Aparelhos) Master em Dental Science (Áustria) Investigadora Cientifica - Kanagawa Dental School – Japão Investigadora no Centro de Medicina Forense (Portugal)
FAUSTO BARATA
ALI IBRAHIM Ginecologia Obstetrícia Assistente Hospitalar Consultas segundas, quartas, quintas e sextas Marcações pelo tel. 284323028
Oftalmologia
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JOÃO HROTKO
Obesidade
DR. A. FIGUEIREDO LUZ
Médico oftalmologista
Médico
Especialista pela Ordem dos Médicos
Especialista
Chefe de Serviço de Oftalmologia do Hospital de Beja
dos Médicos
pela Ordem e Ministério da Saúde
FERNANDA FAUSTINO
Generalista
Consultas de 2ª a 6ª
às 3ªs e 4ªs feiras,
CONSULTAS DE OBESIDADE Acordos com: ACS, CTT, EDP, CGD, SAMS.
a partir das 15 horas
Técnica de Prótese Dentária
Rua Capitão João Francisco de Sousa, 56-A – Sala 8
Vários Acordos
Fisioterapia
(Diplomada pela Escola Superior de Medicina Dentária de Lisboa)
▼
Centro de Fisioterapia S. João Batista
Rua General Morais Sarmento. nº 18, r/chão Telef. 284326841 7800-064 BEJA
Marcações pelo telef. 284325059
Marcações
MARCAÇÕES pelos telfs.284322387/919911232 Rua Tenente Valadim, 44
Rua do Canal, nº 4 7800 BEJA
Fisioterapia
▼
7800-073 BEJA Clínica Geral
Dermatologia ▼
GASPAR CANO
Dr. Carlos Machado Drª Ana Teresa Gaspar Psicologia Educacional
JOSÉ BELARMINO, LDA. Rua Bernardo Santareno, nº 10 Telef. 284326965 BEJA
Drª M. Carmo Gonçalves
MÉDICO ESPECIALISTA EM CLÍNICA GERAL/ MEDICINA FAMILIAR
DR. JOSÉ BELARMINO Clínica Geral e Medicina Familiar (Fac. C.M. Lisboa) Implantologia Oral e Prótese sobre Implantes (Universidade de San Pablo-Céu, Madrid)
Tratamentos
Marcações a partir
de Fisioterapia
das 14 horas Tel. 284322503
Drª Elsa Silvestre Psicologia Clínica
Clinipax
Urinária
Rua Zeca Afonso,
Reeducação do Pavimento
nº 6-1º B – BEJA
Medicina dentária
Pélvico CONSULTAS EM BEJA 2ª, 4ª e 5ª feira das 14 às 20 horas
Reabilitação
Psiquiatria
DR. JAIME LENCASTRE Estomatologista (OM) Ortodontia
▼
▼
Luís Payne Pereira Médico Dentista
Hidroterapia/Classes no meio aquático
PARADELA OLIVEIRA
Consultas em Beja
Acordos com A.D.S.E., CGD,
Psiquiatra no Hospital
Clínica do Jardim
Medis, Advance Care,
de Beja
Praça Diogo Fernandes, nº11 – 2º Tel. 284329975
Multicare, Allianze, Seguros/Acidentes
Consultas às 6ªs feiras
de trabalho, A.D.M., S.A.M.S.
na Policlínica de S. Paulo
Marcações pelo 284322446;
Rua Cidade S. Paulo, 29
Assistente graduado de ginecologia e obstetrícia
R. 25 de Abril, 11
Marcações pelo tel.
cave esq. – 7800 BEJA
284328023 BEJA
Estomatologia
ULSB/Hospital José Joaquim Fernandes
Cirurgia Maxilo-facial
Urologia
▼
UROLOGISTA
Hospital de Beja Doenças de Rins e Vias Urinárias
DR. MAURO FREITAS VALE
Consultas e ecografia 2ªs, 4ªs, 5ªs e 6ªs feiras, a partir das 14 e 30 horas Marcações pelo tel. 284311790 Rua do Canal, nº 4 - 1º trás 7800-483 BEJA
Urgências Prótese fixa e removível Estética dentária Cirurgia oral/ Implantologia Aparelhos fixos e removíveis VÁRIOS ACORDOS Consultas :de segunda
Consultas às 6ªs feiras na Policlínica de S. Paulo
MÉDICO DENTISTA
Prótese/Ortodontia
Rua Cidade S. Paulo, 29 Marcações pelo telef. 284328023
Marcações pelo telefone 284321693 ou no local
▼
a sexta-feira, das 9 e 30 às 19 horas Rua de Mértola, nº 43 – 1º esq.
BEJA
Rua António Sardinha, 3 1º G 7800 BEJA
Obstetrícia, Ginecologia, Ecografia CONSULTAS 2ªs, 3ªs e 5ªs feiras Rua Zeca Afonso, nº 16 F Tel. 284325833
FERNANDO AREAL
Urologia
Tel. 284 321 304 Tm. 925651190 7800-475 BEJA
▼
DR. J. S. GALHOZ
MÉDICO
FRANCISCO FINO CORREIA
Consultor de Psiquiatria
MÉDICO UROLOGISTA RINS E VIAS URINÁRIAS
Consultório Rua Capitão João Francisco Sousa 56-A 1º esqº 7800-451 BEJA Tel. 284320749
▼
Dr. José Loff
AURÉLIO SILVA
▼
HORÁRIO: Das 11 às 12.30 horas e das 14 às 18 horas pelo tel. 218481447 (Lisboa) ou Em Beja no dia das consultas às quartas-feiras Pelo tel. 284329134, depois das 14.30 horas na Rua Manuel António de Brito, nº 4 – 1º frente 7800-544 Beja (Edifício do Instituto do Coração, Frente ao Continente)
Clínica Dentária
Fax 284326341
JORGE ARAÚJO
Psiquiatria
▼
Pós Mastectomia
EM BERINGEL Telef 284998261 6ª e sábado das 14 às 20 horas
Marcação de consultas de dermatologia:
Classes de Mobilidade Classes para Incontinência
▼
DRA. TERESA ESTANISLAU CORREIA
Fisiatria
CLÍNICA MÉDICA DENTÁRIA
pelo tm. 919788155
Otorrinolaringologia
CLÍNICA MÉDICA ISABEL REINA, LDA.
▼
CONSULTAS
Rua António Sardinha, 25r/c dtº Beja
DOENÇAS DO SISTEMA NERVOSO
Rua Manuel Antó António de Brito n.º n.º 6 – 1.º 1.º frente. 78007800-522 Beja tel. 284 328 100 / fax. 284 328 106
Ginecologia/Obstetrícia
Assistente graduado de Ginecologia e Obstetrícia
▼
HELIODORO SANGUESSUGA
Directora Clínica da novaclinica
Laboratório de Análises Clínicas de Beja, Lda.
Neurologia
▼
Marcações de 2.ª a 6.ª feira a partir das 14 horas Rua Capitão João Francisco de Sousa, n.º 20 7800-451 BEJA Tel. 284324690
Ouvidos,Nariz, Garganta Exames da audição Consultas a partir das 14 horas Praça Diogo Fernandes, 23 - 1º F (Jardim do Bacalhau) Telef. 284322527 BEJA
▼
saúde
23 Diário do Alentejo 19 outubro 2012
PSICOLOGIA ANA CARACÓIS SANTOS – Educação emocional; – Psicoterapia de apoio; – Problemas comportamentais; – Dificuldades de integração escolar; – Orientação vocacional; – Métodos e hábitos de estudo GIP – Gabinete de Intervenção Psicológica Rua Almirante Cândido Reis, 13, 7800-445 BEJA Tel. 284321592
_______________________________________ Manuel Matias – Isabel Lima – Miguel Oliveira e Castro – Jaime Cruz Maurício Ecografia | Eco-Doppler Cor | Radiologia Digital Mamografia Digital | TAC | Uro-TC | Dental Scan Densitometria Óssea Nova valência: Colonoscopia Virtual Acordos: ADSE; PT-ACS; CGD; Medis, Multicare; SAMS; SAMS-quadros; Allianz; WDA; Humana; Mondial Assistance. Graça Santos Janeiro: Ecografia Obstétrica Marcações: Telefone: 284 313 330; Fax: 284 313 339; Web: www.crb.pt Rua Afonso de Albuquerque, 7 r/c – 7800-442 Beja e-mail: cradiologiabeja@mail.telepac.pt
CENTRO DE IMAGIOLOGIA DO BAIXO ALENTEJO ECOGRAFIA – Geral, Endocavitária, Osteoarticular, Ecodoppler TAC – Corpo, Neuroradiologia, Osteoarticular, Dentalscan Mamografia e Ecografia Mamária Ortopantomografia
Dr. Sidónio de Souza – Pneumologia/Alergologia/ Desabituação tabágica – H. Pulido Valente Dr. Fernando Pimentel – Reumatologia – Medicina Desportiva – Instituto Português de Reumatologia de Lisboa Dr.ª Verónica Túbal – Nutricionismo – H. de Beja Dr.ª Sandra Martins – Terapia da Fala – H. de Beja Dr. Francisco Barrocas – Psicologia Clínica/Terapia Familiar – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo. Dr. Rogério Guerreiro – Medicina preventiva – Tratamento inovador para deixar de fumar Dr. Gaspar Cano – Clínica Geral/ Medicina Familiar Dr.ª Nídia Amorim – Psicomotricidade/Educação Especial e Reabilitação Dr. Sérgio Barroso – Especialista em Oncologia – H. de Beja Drª Margarida Loureiro – Endocrinologia/Diabetes/ Obesidade – Instituto Português de Oncologia de Lisboa Dr. Francisco Fino Correia – Urologia – Rins e Vias Urinárias – H. Beja Dr. Daniel Barrocas – Psiquiatria – Hospital de Évora Dr.ª Lucília Bravo – Psiquiatria H.Beja , Centro Hospitalar de Lisboa (H.Júlio de Matos). Dr. Carlos Monteverde – Medicina Interna, doenças de estômago, fígado, rins, endoscopia digestiva. Dr.ª Ana Cristina Duarte – Pneumologia/ Alergologia Respiratória/Apneia do Sono Dr.ª Isabel Santos – Psiquiatria de Infância e Adolescência/Terapeuta familiar – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo Dr.ª Paula Rodrigues – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr.ª Luísa Guerreiro – Ginecologia/Obstetrícia Dr. Luís Mestre – Senologia (doenças da mama) – Hospital da Cuf – Infante Santo Dr. Jorge Araújo – Ecografias Obstétricas Dr.ª Ana Montalvão – Hematologia Clínica /Doenças do Sangue – Hospital de Beja Dr.ª Ana Cristina Charraz – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr. Diogo Matos – Dermatologia – Hospital Garcia da Orta. Dr.ª Madalena Espinho – Psicologia da Educação/ Orientação Vocacional Dr.ª Ana Margarida Soares – Terapia da Fala Dr.ª Maria João Dores – Psicomotricidade/Educação Especial e Reabilitação Enfermeira Maria José Espanhol – Enfermeira especialista em saúde materna/Cuidados de enfermagem na clínica e ao domicílio/Preparação pré e pós parto/amamentação e cuidados ao recémnascido/Imagem corporal da mãe – H. de Beja Marcações diárias pelos tels. 284 322 503 Tm. 91 7716528 | Tm. 916203481 Rua Zeca Afonso, nº 6, 1º B, 7800-522 Beja Clinipaxmail@gmail.com www.clinipax.pt
Clínica Médico-Dentária de S. FRANCISCO, LDA. Gerência de Fernanda Faustino
António Lopes – Aurora Alves – Helena Martelo – Montes Palma – Maria João Hrotko – Médicos Radiologistas – Convenções: ADSE, ACS-PT, SAD-GNR, CGD, MEDIS, SSMJ, SAD-PSP, SAMS, SAMS QUADROS, ADMS, MULTICARE, ADVANCE CARE Horário: de 2ª a 6ª feira, das 8 às 19 horas e aos sábados, das 8 às 13 horas Av. Fialho de Almeida, nº 2 7800 BEJA
Telef. 284318490 Tms. 960284030 ou 915529387
Acordos: SAMS, ADMG, PSP, A.D.M.E., Portugal Telecom e Advancecare
Rua General Morais Sarmento, nº 18, r/chão; TEL. 284327260 7800-064 BEJA Medicina alternativa
CRISTINA CARDOSO Naturóloga * Acupunctura * Osteopatia * Massagem Terapêutica * Homeopatia Dores na coluna; escolioses; Torcicolos; Entorses; Ciáticas; Hérnias discais; Dores de cabeça; Excesso de peso, etc.. Praça Diogo Fernandes, nº 23, 1º andar, 7800 BEJA (Junto ao Jardim do Bacalhau) Marcações: 966 959 973
▼
institucional diversos
24 Diário do Alentejo 19 outubro 2012
Diário do Alentejo n.º 1591 de 19/10/2012 Única Publicação
CENTRO SOCIAL DOS MONTES ALTOS
CONVOCATÓRIA Em conformidade com a alínea b) do artigo 29 dos estatutos, conjugado com a alínea a), convoco os associados do Centro Social dos Montes Altos, a reunirem em Assembleia-geral ordinária, no dia 15 de Dezembro de 2012, pelas 13:30 horas, na sede da Instituição, a qual terá a seguinte ordem de trabalhos: 1. Discussão e Aprovação da Memória Descritiva da Conta de Exploração Previsional e Orçamento de Investimentos e Desinvestimentos para o ano de 2013. 2. Eleição dos Corpos Sociais do Centro Social dos Montes Altos, para o triénio 2013-2015. a) Apresentação das candidaturas será até às 17:00 horas do dia 30 de Novembro de 2012, na secretaria da Instituição. b) Eleição dos corpos sociais decorrerá entre as 15:00 e as 17:30 horas do dia 15 de Dezembro de 2012. 3. Diversos. Informações: Não comparecendo o número legal de sócios efectuar-se-á a Assembleia pelas 14:30 horas com qualquer número de sócios.
Especialista de problemas de amor Astrólogo Curandeiro
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O mais importante da Astrologia é obter resultados bons, rápidos e garantidos a 100%. Dotado de poderes, ajuda a resolver problemas difíceis ou graves em 7 dias, como: Amor, Insucesso, Depressão, Negócios, Injustiças, Casamento, Impotência Sexual, Maus Olhados, Doenças Espirituais, Sorte nas Candidaturas, Desporto, Exames e Protecção contra perigos como acidentes em todas as circunstâncias, aproxima e afasta pessoas amadas, com rapidez total. Se quer prender uma vida nova e pôr fim a tudo o que o preocupa, não perca tempo, contacte o Dr. Câmara e ele tratará do seu problema com eficácia e honestidade.
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Consultas à distância e pessoalmente TODOS OS DIAS DAS 8 ÀS 21 HORAS Tel. 284105675 Tm. 968729608/933311859 Rua Escritor Julião Quintinha, nº 42 – A – 1º BEJA – ALENTEJO
O Presidente da Assembleia-geral Manuel Esperança Diogo Martins
Sede e Armazém Parque Industrial – Rua da Metalúrgica Alentejana, n.º 15 7800-007 BEJA Tel.: 284 327 979 l Fax 284 327 993 e-mail: alumipax@gmail.com www.alumipax.pt
ARRENDA-SE Espaço comercial com 400 m2 (ex-restaurante Marisbeja). Contactar pelo tm. 919906397
necrologia diversos
25 Diário do Alentejo 19 outubro 2012
Serpa PARTICIPAÇÃO
Rua da Cadeia Velha, 16-22 - 7800-143 BEJA Telefone: 284311300 * Telefax: 284311309 www.funerariapaxjulia.pt E-mail: geral@funerariapaxjulia.pt Funerais – Cremações – Trasladações - Exumações – Artigos Religiosos
BEJA
BEJA
BEJA
†. Faleceu o Exmo. Senhor
†. Faleceu o Exmo. Senhor
†. Faleceu o Exmo. Senhor
SR. MANUEL FRANCISCO GUERREIRO MENDES GUIA, de 60 anos, natural de Salvador - Beja, solteiro. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 11, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.
SR. ANTÓNIO LUÍS TEIXEIRA, de 89 anos, natural de Vila Real, casado com a Exma. Sra. D. Emília Simenta de Carvalho Teixeira. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 13, da Igreja Paroquial do Carmo, para o cemitério de Beja.
LUCIANO PERDIGÃO DE VILHENA CAPÊTO, de 91 anos, natural de Aljustrel, casado com Exma. Sra. D. Maria da Conceição Mendes Sequeira Vilhena Capêto. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 15, da Igreja Paroquial do Carmo, para o cemitério de Beja.
Januário Afonso É com pesar que participamos o falecimento do Sr. Januário Afonso, ocorrido no dia 15/10/2012, de 90 anos, casado com a Sra. D. Ana Maria da Palma, natural da freguesia de Santa Maria – Serpa. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no dia 16/10/2012, pelas 12 horas, da Casa Mortuária de Serpa para o cemitério local. Apresentamos à família as cordiais condolências.
Diário do Alentejo n.º 1591 de 19/10/2012 Única Publicação
CARTÓRIO NOTARIAL DE SERPA
EXTRACTO Certifico para efeitos de publicação que, no dia 17 de Outubro de 2012, iniciada a folhas 137 do livro de notas número 32 - A, deste Cartório, foi lavrada uma escritura de justificação, pela qual: JOSÉ MOITA COLAÇO DA LUZ, NIF 148.686.435 e mulher LUZIA MANUELA AFONSO PERES COLAÇO DA LUZ, NIF 191.061.352, casados no regime da comunhão de adquiridos, naturais da freguesia de Pias, concelho de Serpa, onde residem na Rua de São Bento, número 16, alegam que são donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, do prédio rústico de cultura arvense de sequeiro com a área de dois mil setecentos e cinquenta centiares, denominado “Cova da Vacada”, sito na freguesia de Pias, concelho de Serpa, que confronta do norte com: Francisco Carrasco Baião Afonso e outro, do sul com Joaquim Teles dos Santos Braga e outro, do nascente com João Luís Vitória Ramalho, pelo poente com Maria de Fátima Carrasco Caeiro, inscrito na matriz sob o artigo 849, da secção R, com o valor patrimonial tributário para efeitos de IMT de € 313,01, a que atribuem igual valor, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Serpa. Que o identificado imóvel veio à sua posse por o haverem adquirido em dia e mês que ignoram do ano de mil novecentos e noventa e um, por doação verbal efectuada por Manuel Moita Peres e Luzia Rosa Grou Afonso, casados no regime da comunhão geral, residentes que foram na citada freguesia de Pias, não tendo, todavia, sido celebrada a respectiva escritura Que, porém, desde aquele ano de mil novecentos e noventa e um e sem interrupção, os justificantes entraram na posse do referido prédio rústico, cultivando-o, usufruindo todas as suas utilidades e suportando os respectivos impostos e encargos, tendo adquirido e mantido a sua posse sem a menor oposição de quem quer que fosse e com conhecimento de toda a gente, agindo sempre por forma correspondente ao exercício do direito de propriedade, tendo por isso uma posse pública, pacífica, contínua e de boa-fé, que dura há mais de vinte anos, pelo que o adquiriram por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição documento algum que lhes permita fazer a prova do seu direito de propriedade. Que, desta forma, justificam a aquisição do mencionado imóvel por usucapião. Está conforme o original. Cartório Notarial de Serpa, a cargo da Notária Joana Raquel Prior Neto, dezassete de Outubro de dois mil e doze A Notária, Joana Prior
BEJA / ENTRADAS
AGÊNCIA FUNERÁRIA SERPENSE, LDA Gerência: António Coelho Tm. 963 085 442 – Tel. 284 549 315 Rua das Cruzes, 14-A – 7830-344 SERPA
Nossa Senhora das Neves MISSA
†. Faleceu o Exmo. Senhor
Às famílias enlutadas apresentamos as nossas mais sinceras condolências.
SR. ARNALDO CAETANO ROSA, de 86 anos, natural de São Marcos da Ataboeira Castro Verde, viúvo. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 16, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério de Entradas.
Consulte esta secção em www.funerariapax-julia.pt
Joaquim Manuel Espada Burrica
Vila de Frades AGRADECIMENTO
AGRADECIMENTO E MISSA DE 30.º DIA
1.º Ano de Eterna Saudade Recordamos-te sempre com muita saudade e com o vazio que nada preenche. De tua esposa e filhos Será celebrada missa pelo seu eterno descanso no dia 22 de outubro, segundafeira, pelas 18 e 30 horas, na Igreja da Sé, em Beja. A família agradece desde já a todas as pessoas que nela participarem.
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Maria Teresa de Matos Nogueira Nasceu a 02.05.1921 Faleceu a 15.10.2012 Sua família, na impossibilidade de o fazer pessoalmente, agradece por este meio a todas as pessoas que a acompanharam à sua última morada ou que de outro modo manifestaram o seu pesar. Agradece ainda por este meio ao Centro Social e Pa ro q u i a l d o S a lva d o r, em Beja, pelo Empenho e Humanismo demonstrados durante o período que nesta instituição permaneceu.
AGÊNCIA FUNERÁRIA ESPÍRITO SANTO, LDA. Tm.963044570 – Tel. 284441108 Rua Das Graciosas, 7 7960-444 Vila de Frades/Vidigueira
A família de José Augusto de Mira Galvão, na impossibilidade de o fazer pessoalmente, agradece reconhecidamente por este meio a todas as pessoas que se dignaram acompanhar o seu ente querido à sua última morada ou que de outro modo expressaram o seu pesar. Será celebrada missa pelo seu eterno descanso no dia 23/10/2012, terça-feira, às 18 e 30 horas, na Igreja do Carmo, em Beja. A família agradece desde já a todos os que nela participarem.
26 Diário do Alentejo 19 outubro 2012
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Empresas
A fábrica Mestre Cacau, com sede em Beja, começou recentemente a vender para a Polónia e, sobretudo, para Espanha, onde todos os meses chegam cerca de 100 quilos de bombons alentejanos. Em tempo de austeridade, também a Mestre Cacau notou a crise no bolso dos seus clientes. Ainda assim, a empresa está a colaborar num projeto, financiado pelo Proder, avaliado em cerca de 100 mil euros, que tem por objetivo desenvolver produtos inovadores, com recurso a produtos tradicionais, nomeadamente o medronho.
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Mestre Cacau: Chocolates e bombons com sabor a Alentejo
Vidigueira regista aumento de produção de vinho A Adega Cooperativa de Vidigueira, Cuba e Alvito regista um aumento de produção face ao ano passado. Em declarações à Rádio Pax, o presidente da adega adiantou que este ano “atingiram-se os 8,5 milhões de quilos de uva, mais um milhão de quilos do que em 2011”. O aumento da produção “deve-se à inexistência de problemas fitossanitários e à entrada de novos sócios na adega”, realça José Miguel de Almeida. De acordo com o mesmo responsável, as análises realizadas aos mostos apontam para uma boa qualidade dos vinhos.
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Casa Maria Vitória é PME Líder 2012 Com sede em Alcáçovas, a empresa Maria Vitória Batista Santos Xavier & Filhos, Lda., foi distinguida pelo Iapmei – Instituto de Apoio às Pequenas e Médias empresas, no âmbito do programa Finicresce, como PME Líder 2012. Este estatuto é apenas atribuído a empresas que demonstrem ter perfis de desempenho superior aos mais diversos níveis, pelo que a distinção é o reconhecimento pelo trabalho desenvolvido pela Casa Maria Vitória. Numa altura em que o País atravessa sérias dificuldades, esta distinção assume particular significado, sendo o resultado do esforço e dedicação de todos os colaboradores, fornecedores e clientes. A Câmara Municipal de Viana do Alentejo felicita a empresa pelo seu desempenho e prémio recebido e deseja que este reconhecimento seja mais um passo para o seu crescimento, o que revela uma maisvalia para o desenvolvimento económico do concelho.
Casa de Santa Vitória apresenta novos vinhos
Numa exploração agrícola perto de Serpa
Dekalb promove 29 novas qualidades de milho Através de diferentes práticas culturais estão semeadas 29 variedades distintas de milho, numa área que abrange 48 hectares, próxima de Serpa. Publireportagem Sandra Sanches
F
oi no passado dia 9 que a Monsanto/ /Dekalb realizou um dia de campo próximo de Serpa, onde promoveu várias qualidades de milho ali semeadas, numa área que ronda os 48 hectares. Com a presença de vários agricultores e de algumas entidades, como a EDIA e a A CANO, logo pela manhã, a Dekalb, academia de estudos pertencente à empresa Monsanto, iniciou a apresentação do projeto que está a desenvolver perto de Serpa. O mesmo permite estudar e ensaiar todos os fatores exteriores ao potencial genético das variedades de milho ali semeadas. A companhia Monsanto assume-se assim como uma indústria multinacional de agricultura e biotecnológica. Com sede nos Estados Unidos, a Monsanto tem hoje maioritariamente capital francês. Considerada líder mundial na produção de herbicidas, é também um
dos grandes produtores de sementes geneticamente modificadas, a que vulgarmente chamamos transgénicos. É neste sentido que, para além da vertente do melhoramento genético das variedades, a Monsanto está fortemente empenhada em estudar todos os fatores de campo alheios ao potencial genético das variedades que podem influenciar as produções. Para tal e para “produzir mais mas com menos”, desenvolveram a academia Dekalb, a fim de ensinar e aprender a controlar todos os fatores como as regas, densidades de sementeira, fertilizações e adaptação varietal. É certo que o Alqueva está a proporcionar uma mudança nos campos do Alentejo, dando a possibilidade aos agricultores de enveredarem pelo regadio e, neste sentido, a Dekalb está certa de que a cultura do milho será a mais propícia para iniciar o regadio naquelas terras, pois trata-se de um cereal e as explorações agrícolas têm condições mínimas para iniciar o regadio com esta cultura. Em terrenos agrícolas situados junto à cidade de Serpa, a Monsanto/Dekalb desenvolveu este projeto com o propósito de explorar e de estudar esta cultura para
depois divulgar as práticas agronómicas e culturais do milho junto dos agricultores do perímetro de rega do Alqueva. É possível visualizar-se a perfeita adaptação do cultivo à região bem como a possibilidade de ver as características de cada híbrido de milho no mega ensaio. “Dependemos da agricultura e do duro trabalho dos agricultores e juntos estamos comprometidos com o desenvolvimento de uma agricultura sustentável”, disse uma técnica especialista da Monsanto. Esta visão passa essencialmente por cobrir as necessidades da crescente população mundial, protegendo e preservando o planeta terra e a ajudar a “melhorar a qualidade de vida no mundo inteiro”. Visualizadas 15 variedades de milho, a Dekalb está tão certa do trabalho que desenvolve que até lança desafios aos agricultores mais corajosos. Segundo a mesma, “se encontrar uma variedade que produza mais, pagamos-lhe a diferença de produção”. É certo que para este estudo e análise de resultados existem algumas condições prévias que deverão ser estabelecidas entre a Dekalb e o agricultor, que passam pela sementeira e pela colheita até à bonificação.
Fundada em 2002, e atualmente com cerca de 127 hectares de vinha e 150 de olival, a casa de Santa Vitória, empresa do Grupo Vila Galé, apresenta vinhos early harvest 2012 e monovarietais, dando especial destaque à casta da Bairrada, a baga produzida agora no Alentejo. Habitualmente é a casa de Santa Vitória o primeiro produtor a colocar os vinhos brancos do ano no mercado e o primeiro a apresentar as novas colheitas. Entre os vinhos em destaque nesta apresentação, salientam-se o early harvest Versátil Branco 2012, o Santa Vitória Reserva Tinto 2011, o Santa Vitória Grande Reserva 2008 e os monovarietais Alicante Bouschet 2009 e Baga 2010.
Vouchers de A Vida é Bela recusados Hotéis, centros de beleza e restaurantes estão a recusar vouchers de A Vida é Bela, por falta de pagamento, uma situação que a empresa não confirma, embora reconheça dificuldades por causa da diminuição do consumo. A Vida é Bela explicou que, “tal como a maioria das empresas nacionais, está a adaptar-se ao decréscimo do mercado de consumo, ao dilatamento dos prazos de recebimento e às alterações da banca”. A empresa esclarece, contudo, que o número de reclamações que tem é residual e que no caso de terem fundamento “é política da marca encontrar sempre alternativas para o cliente ou, no limite, reembolsá-lo”. A Deco tem recebido queixas de clientes (e não de parceiros, por serem estabelecimentos comerciais e não consumidores) que não conseguem marcar a “experiência” que compraram à empresa A Vida é Bela.
Diário do Alentejo 19 outubro 2012
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Outubro é mês da fotografia em Beja
Cerca de 60 fotógrafos expõem em Beja até ao final do mês e uma das exposições que talvez capte mais a tua atenção prende-se à temática do bullying e do desfecho trágico que aconteceu em Mirandela. A par desta e de outras exposições de fotografia, decorrem ainda debates, conversas, e em especial uma exposição de BD que homenageia a arte da fotografia. Com a tua escola ou com os teus pais o importante é que não percas esta oportunidade.
Pais
Ainda na versão da comemoração do Halloween um pequeno lanche onde o queijo é rei. Ou melhor, vassoura.
À solta Cheias de pormenores, desde as expressões que lhes conferem através de grandes olhos até aos adereços que os completam. Conseguem com restos da natureza transportar-nos para ela de uma forma mágica, com um equilíbrio estético único e surpreendente. Benamai e Rui Filipe são quem dão vida aos “Amigos do Monstro” https://www.facebook. com/pages/Amigos-doMonstro/183715831739332
Da grande tela Quase em vésperas da grande noite de Halloween, Tim Burton presenteia-nos com um novo filme, “Frankenweenie”. Para os curiosos da animação fiquem a saber que este filme foi realizado em stop motion 3D e todo a preto e branco. A animação conta-nos a história de Victor que é visto pelos adultos como uma criança um bocado estranha. O que tem de meigo e sossegado tem de génio. Criador de filmes um tanto bizarros vê-se abalado com a morte do seu cão Sparky. E se já ouviste falar no Dr. Frankenstein, vais ver aqui a transformação de Victor que tenta trazer de volta à vida o seu cão através da animação. Um filme que promete ser tão divertido como emocionante. Podes ver o trailer em http://movies.yahoo.com/video/ymovies-6393699/frankenweenie-teaser-trailer-28477628.html
Dica da semana Ann Wood é uma artista nova iorquina que centra o seu trabalho na pintura, desenho, mas, essencialmente, na criação de bonecos. Uma das características do seu trabalho é a utilização de materiais que encontra na natureza, como materiais antigos, mostrando uma forte ligação com as histórias que cada um tem por trás. Conhece mais do seu trabalho no flickr http:// www.flickr.com/photos/annwood e na sua página oficial http://www.annwood.net/
Letras A ilha
Boa vida Comer Feijoada de lulas com coentros
Filatelia Grande Prémio Ílhavo 2012 para Portugal
Ingredientes para seis pessoas: 600 gr. de feijão branco; 2 kg. de lulas; 2 cebolas; 4 dentes de alho; 1 dl. de azeite; 1 folha de louro; 2 cenouras; 2 dl. de vinho branco; 3 tomates maduros sem pele nem grainhas; 1 pimento verde; 1 molho de coentros; q.b. de sal e pimenta moída. Confeção: Depois de demolhado o feijão em água durante 12 horas, coze-se numa panela de pressão. Faz-se um refogado com as cebolas e os alhos picados no azeite e a folha de louro. Adiciona-se o vinho branco e junta-se o tomate. Deixa-se ferver um pouco e juntam-se as lulas cortadas às rodelas finas, as cenouras às rodelas e um pouco de água da cozedura do feijão. Quando elas estiverem cozidas, junte o pimento às tiras e de seguida o feijão. Deixe cozinhar até apurar. Retifique os temperos e no momento de servir polvilhe com os coentros picados.
António Nobre Chefe executivo de cozinha – Hotéis M’AR De AR, Évora
O
grande prémio da Exposição Nacional Multilateral Ílhavo 2912 foi atribuído à coleção “Portugal and Colonies pre Stamp Period”, de Luís Manuel Moreira Barreiros. Esta coleção obteve 96 pontos a que corresponde a medalha de “ouro grande”. Para além de Portugal, a exposição também foi aberta a filatelistas da Grécia que participaram com oito coleções e da Croácia com 25. Dos 12 prémios de classe, nove foram conquistados por coleções portuguesas e três por coleções gregas. Veja-se no quadro que se segue a distribuição das medalhas por metal e por país: Distribuição de medalhas Metal/País
Portugal
Grécia
Ouro Grande Ouro Prata Dourada Grande Prata Dourada Prata Grande Prata Bronze Prateado
6 9 9 8 8 9 5
4 4
Bronze
3
Total
57
8
Croácia 3 2 8 1 9 1 1
16
25
Os prémios de classe atribuídos às coleções portuguesas distinguiram: “D. Luís I – Emissões Estampadas e de Provisório”, com o prémio Filatelia Tradicional; “Inteiros Postais da Monarquia dos Açores e da Madeira”, com o prémio Inteiros Postais; ”Portuguese Airmail”, prémio Aerofilatelia/Astrofilia; ”O Mundo de Baco”, prémio Filatelia Temática; “As Forças Armadas no contexto da Guerra e da Paz”, prémio Maximafilia; e “Do sonho à realidade”, prémio Classe Aberta. Os dois prémios Juventude foram atribuídos a “A Pomba Mensageira” (classe A) e “O Presépio – da origem à tradição” (classe B).
A Grécia obteve com a coleção “Inselpost the Germany military postal service of the Aegean Island during 1944-45” o prémio História Postal; “Lettera arrivata per mare”, o prémio Um Quadro; e “The 1906 Olympic issue”, o prémio Literatura Filatélica. A Literatura Filatélica teve no total 18 participações, sendo sete de Portugal, oito da Croácia e três da Grécia. Obteve-se para Portugal uma medalha de “prata dourada” (revista “Selos & Moedas” da Secção Filatélica e Numismática do Clube Galitos (Aveiro); duas medalhas de “prata” (módulo grande); três de “prata” e uma de “bronze prateado”. A “Filatelia” do “Diário do Alentejo” não concorreu a esta exposição. Troféu Dias Ferreira é para a semana De 20 a 27
deste mês, o Clube Filatélico de Portugal (CFP) realiza a 6.ª edição do Troféu Comendador Dias Ferreira. A exposição, na qual só participam sócios do clube, decorre na biblioteca da Junta de Freguesia dos Anjos, sita na rua Maria da Fonte, ao bairro Andrade, em Lisboa. Tal como tem acontecido nos anteriores certames dedicados a Dias Ferreira, o CFP emitiu um selo personalizado e os correios produziram um carimbo especial, ambos representando o homenageado, que estarão à disposição de todos no dia 27. A oportunidade é aproveitada pelo CFP para festejar, neste mesmo dia, com um jantar/convívio, o seu 69.º aniversário e fazer a entrega da medalha de ouro a um dos seus sócios que acaba de completar 50 anos de filiação no clube e 13 medalhas de prata aos sócios que completaram 25 anos. Os selos que ilustram a filatelia são da emissão dedicada ao fado (2.º grupo), emitida na semana passada. Geada de Sousa
O
professor Viktor Arkenasi mistura-se com a classe média que, de tostões contados, se aloja num hotel que não cumpre as promessas de luxo que outrora fez. A costa é a da Dalmácia; o local, uma pequena estância balnear. Arkenasi está em fuga – da amante e da mulher abandonadas, da filha, das suas relações e até do seu trabalho, como professor de grego antigo. Tudo, nos últimos meses, parece (des)organizar-se em torno da sua busca de uma resposta para a grande questão da sua existência: o que procura e lhe escapa inexoravelmente na entrega à paixão? O que existe para além da consumação do desejo? Que vazio existencial é suprido através da ação? O sentido da vida, pois. Nascido em 1900 em Kassa (atual Eslováquia, então Húngria) o escritor húngaro Márai só a partir da dédaca de 90 do século XX foi descoberto como um dos grandes autores do leste europeu e considerado o maior romancista húngaro. O seu antifascismo, primeiro, e o seu liberalismo (a defesa do livre arbítrio e liberdade de expressão que sempre sustentou) fez dele um crítico do comunismo. Logo em 1948 deixou o seu país e após um período de exílio em Itália acabou por radicar-se nos EUA onde – após a morte da mulher e tendo de continuar a escrever (foi jornalista) para conseguir sustentar-se – veio a suicidar-se em 1989. O seu estilo claro, muito preciso e realista serve uma escrita muito visual e intemporal. Não é raro que as traduções do seu trabalho mereçam reparo por não respeitarem a riqueza de variações linguísticas usadas por Márai. Assinale-se positivamente o facto deste original ter sido traduzido diretamente do húngaro por Piroska Felkai. Maria do Carmo Piçarra
Sándor Márai D. Quixote 156 págs. 12,51 euros
29 Diário do Alentejo 19 outubro 2012
A Zorba é uma cadela muito jovem, de porte grande. É muito sociável e, por ser nova, gosta muito de brincar com as pessoas e com outros cães. No canil a Zorba não pode ser feliz como merece… Em breve será esterilizada e vacinada. Já está desparasitada. Venham conhecer a Zorba ao Cantinho dos Animais. Contactos: 962432844 sofiagoncalves.769@hotmail.com
Diário do Alentejo 19 outubro 2012
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Paulo Ribeiro apresenta novo disco em Grândola
Na próxima segunda-feira, cumprem-se 468 anos sobre a atribuição da carta de foral a Grândola. O concelho está em festa desde o início do mês, reservando mais duas iniciativas comemorativas para este domingo, 21. Logo pelas 18 horas, o Coreto, no centro histórico da vila (jardim Dr. Júlio do Rosário Costa) acolhe o Quinteto de Metais da Associação Contemporaneus, com “Broadway
Fim de semana
& Hollywood”, um espetáculo da Direção Regional de Cultura do Alentejo. À noite, a partir das 21 e 30 horas, o músico bejense Paulo Ribeiro sobe ao palco do Cine Granadeiro para mais uma apresentação do seu segundo álbum de originais, “No Silêncio das Casas”. O disco conta com as participações especiais de Viviane, em “O Teu Nome”, e de Zeca Medeiros, em “Noite Luarenta”.
História do Contos jazz no para espaço Oficinas hoje,Ainda sexta-feira, no espaço pais e filhosArranca em Beja no âmbito das Oficinas, em Aljustrel, o curso livre de iniciaçãoencontro à história do jazzdecorreu “Jazz de A em a Z”. setemA ação, XII Palavras Andarilhas, que que decorrerá atébro 4 deúltimo, maio estruturada em oito sessões,de sempre sextas-feiras, é mia Biblioteca Municipal Beja às acolhe hoje, sextanistrada por António dinamizador de Jazz Conservatório feira,Branco, mais uma Estafetado deClube Contos. No do programa, está Regional prevista do Baixo Alentejo. A primeira pelaspara 21 epais 30 horas, abordará o tema “Dos uma sessão sessão, de contos e filhos, a partir das 18campos horas. de algodão a Nova Orleães”.
Mercado secular repete-se entre amanhã e domingo
Cante e campaniça na Feira de Castro
E
Grandes mestres da pintura em Serpa Inauguradas no passado dia 13, as mostras “Grandes mestres nas edições do Centro Português de Serigrafia” e “Rodrigo Germano – exposição individual de pintura” vão manter-se patentes no Ateliê Galeria Margarida de Araújo, em Serpa, até 24 de novembro. A coletiva inclui obras de artistas portugueses consagrados que, no seu conjunto, representam um núcleo de referência da atividade editorial do Centro Português de Serigrafia. António Carmo, Carlos Calvet, Cruzeiro Seixas, David de Almeida, Espiga Pinto, Eurico, Francisco Relógio, Marçal, Mário Cesariny, Martins Correia, Noronha da Costa, Raul Perez e Rico Sequeira são os nomes cujas obras podem ser apreciadas ou mesmo adquiridas nesta exposição. Rodrigo Germano é, por seu turno, um jovem pintor emergente e arquiteto cuja obra espelha “uma descoberta interior” e pretende ser “uma interpretação do que o rodeia”.
ao terceiro fim de semana de outubro chega a Feira de Castro. É assim desde sempre e será também assim entre amanhã, sábado, e domingo, em mais uma edição onde não faltarão as bancas espalhadas pelas artérias da vila, os pregões, o fumo das castanhas e do polvo assados, a música ensurdecedora dos carrosséis e da pista dos carros de choque, os frutos secos, e, claro, também o trinar da campaniça e as vozes dos corais. Apontada como a “última grande feira tradicional do Sul”, a Feira de Castro tem conseguido manter a sua matriz medieval, sem renegar o que há de novo neste século XXI da globalização: gentes, mercadorias, formas de encontro e de convívio. Assim, como aperitivo, ainda antes da chegada das enchentes de visitantes, sobe ainda hoje, sexta-feira, ao palco do Cineteatro Municipal de Castro Verde, pelas 21 e 30 horas, o Campaniça Trio com Banda. Depois, no sábado, pela praça da República e ruas da feira, haverá uma arruada de bandas filarmónicas (11 horas e 14 horas) a cargo da
Sociedade Recreativa e Filarmónica 1.º de Janeiro e Filarmónica da Associação Cultural de Vila Real de Santo António. Pelas 15 horas, segue-se uma demonstração de danças da serra algarvia, com a atuação, na praça da República, do Rancho Folclórico da Serra do Caldeirão e, uma hora mais tarde, arranca mais um encontro de corais alentejanos Planície a Cantar. O desfile, onde participam nove agrupamentos, entre a região e a área da Grande Lisboa, faz-se entre a rua D. Afonso I e a praça da Liberdade, numa organização da Associação de Cante Os Cardadores e a Cortiçol. Para o serão de sábado, há duas opções. O XXII Encontro de Tocadores de Viola Campaniça e Cantadores de Despique e Baldão, com início pelas 21 horas na Associação de Caçadores das Sesmarias (antiga Taberna Bravo). E um concerto por Arlindo Costa (ex-Canto Chão) e Grupo Toques da Terra Branca, agendado para as 21 e 30 horas, no cineteatro municipal.
Passeios de Beja vai ao Trilho Geológico Amanhã, sábado, o ciclo Passeios de Beja vai ao jardim público da cidade para uma visita pelo Trilho Geológico, a partir das 17 horas, um percurso de 200 metros onde cada metro palmilhado equivale a cinco milhões de anos. Guiados por João Matos, os visitantes vão observar as principais formações rochosas do Alentejo, como o minério de cobre de Neves-Corvo, o mármore de Trigaches, o xisto de Barrancos, o arenito carbonatado de Alfundão com fósseis de ostras e o gabro de Beja. Planeado como um projeto de divulgação das geociências junto do grande público e das escolas, o Trilho Geológico contempla “fragmentos da história geológica do sul de Portugal, nos últimos mil milhões de anos”.
Caça celebrada em Mértola Arranca hoje, pelas 15 horas, com uma demonstração de caça ao coelho com cachorros, a III Feira da Caça de Mértola, um certame que decorre até domingo, 21, com várias iniciativas representativas do setor cinegético: demonstrações de cães de parar e de falcoaria/cetraria, corrida de galgos, montaria ao javali e tiro aos pratos, para além da 3.ª Taça Ibérica Santo Huberto de Mértola. Na componente musical, destacam-se as atuações do Grupo Coral Guadiana de Mértola e dos Bacoustic (hoje); do grupo jovem coral Os Bubedanas e do já consagrado Toy (amanhã, sábado); e ainda do grupo de sevilhanas O som do Tacão e do grupo coral Os Caldeireiros de São João (domingo).
A multinacional americana PepsiCo quer plantar amendoim na zona do Alqueva e anda a incentivar os agricultores da região a cultivar esta iguaria. Quem não achou muito jeito a este “Cluster da Alcagoita” foi o executivo de Passos Coelho que tem outros planos para a região. Uma investigação conjunta da nossa página com o engenheiro Sousa Veloso descobriu que o Governo é frontalmente contra esta opção já que pretende usar aqueles terrenos para plantar… euros! Foi o próprio autor do programa “TV Rural” que nos explicou como é que funciona: “O terreno é particularmente indicado para o cultivo de notas de 20 e 50 euros – é seco, com muita exposição solar, adequado para ser regado com lágrimas de idosos que ganham reformas de miséria e adubado com estrume legislativo. É mais fértil para a criação de euros do que os bolsos de Cristiano Ronaldo ou o descampado nas traseiras da sede do BPN”, explicou.
31 Diário do Alentejo 19 outubro 2012
pede governo im res o lt agricu endoins m a m e de plantar acional para multin e pois prefer americana s o m eur que plante
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Grupo Parlamentar do PS adquire uns reles Range Rover Sport, Porsche Cayenne Turbo e dois tanques de guerra Lamborghini para conseguir fazer a estrada até Barrancos
Beja: jovem carenciado que receber bolsa da ANA Aeroportos também vai ser privatizado Está previsto para breve o início do processo de privatização da ANA Aeroportos (empresa irmã da ANA Portos de Recreio, ANA Estações e Apeadeiros e da ANA Faria e os Queijinhos Frescos). Todavia, enquanto o mesmo não começa, a empresa pública que gere os aeroportos portugueses decidiu atribuir bolsas de estudo a jovens carenciados, sendo que uma delas será destinada a Beja. Ao que apurámos, a bolsa é de 3 000 euros e será paga em 360 prestações mensais ou senhas de refeição na Base Aérea n.º 11. Só serão aceites as candidaturas dos alunos que cumpram os seguintes requisitos: tenham menos de 20 anos e média igual ou superior a 14 valores; no ano letivo transato tenham frequentado uma escola da região ou a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts; tenham um sinal de nascença na nádega esquerda com a forma de uma queijada de requeijão; falem inglês, mandarim ou aramaico; o seu tipo de sangue seja ARh+; estejam disponíveis para ser privatizados; e os pais sejam uns pobretanas de todo o tamanho e detentores do rendimento médio inferior ao salário mínimo nacional da Namíbia. O prazo de entrega das candidaturas termina a 30 de fevereiro.
Depois de Barack Obama com problemas no Afeganistão e União Europeia a ferro e fogo, Comité Nobel equaciona entregar Nobel da Paz a Pulido Valente e Miguel Ramalho As decisões do Comité Nobel no que se refere à atribuição do Prémio Nobel da Paz sempre estiveram envoltas em polémica, sobretudo nos últimos anos: Barack Obama recebeu o galardão apesar de estar num conflito no Afeganistão; a União Europeia recebeu o prémio quando o Sul da Europa está a ferro e fogo. Mas o inacreditável poderá acontecer no próximo ano – segundo o nosso correspondente na Escandinávia, o Comité Nobel está a considerar atribuir o Nobel da Paz a Pulido Valente e a Miguel Ramalho que, depois da confrontação de proporções épicas com pontapés nas canelas e dedos com cuspo no ouvido, poderão, caso façam
as pazes, transmitir ao mundo inteiro a ideia de que a paz e concórdia são possíveis, mesmo nos casos mais extremos. Especialistas no conflito israelo-palestiniano já estão em Beja para observar a evolução das negociações na Assembleia Municipal. Por outro lado, como é hábito nestas ocasiões, as casas de apostas já estão a lucrar com as melhores hipóteses para ganhar o galardão, segundo nos indicou um apostador anónimo: “Nunca pensei, mas os políticos alentejanos estão bem colocados nas apostas… Estão mesmo à frente de outros candidatos, como os Super Dragões, o Luisão ou a Teresa Guilherme”.
Inquérito Acompanhou a visita de D. Duarte a Beja?
BENEDITA VIOLANTE LENCASTRE RAINHA SANTA ISABEL SAXE-COBURGO E BRAGANÇA DE LAREDO 55 anos, monárquica querida Ouça, mas é claro que acompanhámos, foi uma honra ter SAR a visitar a nossa região, e não sei quê… Foi um acontecimento que encheu de orgulho os monárquicos baixo alentejanos e olhe que ainda somos para cima de quatro, ‘tá a ver? Posso até avançar que D. Duarte adorou comer a porca doce do Luiz da Rocha – até tinha maminhas de massapão como as da Kate Middleton!
BANDEIRANTE RAPOSO TAVARES 414 anos, pessoa que quando vai ao Brasil, nem que seja por 15 dias, fica a falar como o Ricardo Pereira Queria pedjir djisculpa pelo meu sotaqui, quasi nem mi lembro como si fala alentejano. Essi negócio dji rei é muito careta meissmo… É como a cassetchi, já ninguém usa. Por isso eu deixei a terrinha e fico no Brasiu. Tenho um negócio dji padaria (sim, é clichê…), mas está funcionando: brasileiro gosssta do pão dji São Miguéu do Pinheiro prá caramba, viu? Voltar a Portugau? Cada veizz que vejo as notchícias sobre Portugau fico que nem na foto: pe-tri-fica-dô!
A semana passada ficou marcada pelas notícias que davam conta dos gastos com os carros do Grupo Parlamentar do PS na Assembl eia da República. Contudo, ao contrário do que foi noticiado, os socialist as não optaram por nenhum Audi A5, mas sim por outros modelos mais em conta, como nos explicou fonte anónima (Zorrinho) do grupo parlame ntar: “Escolhemos as viaturas de acordo com as nossas necessidades. Como queremos ir a Barrancos, que tem uns acessos ao nível da Guiné-Conacri, decidimos apostar em viaturas todo-o-terreno… E garanto-lhe que fica muito mais em conta, para nosso prejuízo – sabe o que custa viajar num veículo sem bluetooth ou acesso à net? Tem noção do que é viajar no inverno sem bancos aquecidos? Um suplício! Um deputado da nação não pode andar num carro qualquer… O ego do José Lello nem sequer cabe num Clio, por amor da santa!”, afirmou.
NUNO DA CÂMARA PEREIRA 61 anos, senhor que tinha um cavalo ruço que se chamava Gingão Eu não acompanho nada do que esse senhor faz, pois não me representa enquanto monárquico. Todos sabem que eu é que deveria ser o pretendente ao trono… Basta analisar os documentos históricos: a minha tetra-tetra-tetra avó era mulher a dias do rei D. Sebastião (muito macho, adorava touradas!). Os dois tiveram um caso secreto do qual nasceu o meu tetra-tetra avô. O problema é que o rei foi para Alcácer-Quibir e ela ficou com a criança nos braços. Ainda por cima estava a recibos verdes, não lhe fizeram contrato e teve de emigrar para a Dinamarca para embalar chocolates brancos. Pá, só não vê quem não quer!
Nº 1591 (II Série) | 19 outubro 2012
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quadro de honra É um poeta ligado à terra, às pessoas, à memória das pessoas, às sensações e aos sentidos. Luís Filipe Maçarico lançou ontem no Museu da Ruralidade, em Entradas, o seu décimo quarto livro de poesias: Transumância das pequenas coisas. São 23 poemas onde o poeta, que completa 60 anos a 29 de outubro, tece uma profunda reflexão sobre a “caminhada da vida”. Uma vida sempre ligada à sua terra natal, o Alentejo, sempre ligada às gentes da sua terra, à sua história, à sua cultura, à sua maneira de ver o mundo. À sua mundividência e à sua fraterna e contemplativa espiritualidade.
Novo livro de Luís Maçarico apresentado em Entradas
O regresso do poeta do silêncio contribuindo para preservar a memória daquelas práticas numa investigação em livro, que proporcionou um Museu; Castro Verde, campo fecundo para a Poesia, graças ao presidente Francisco Duarte, ao vereador Paulo Nascimento e ao amigo-poeta Miguel Rego, que fizeram com que as asas do sonho, não ficassem na gaveta das utopias. Felizmente, são inúmeros os sítios, onde vivi e a poesia irrompeu. Creio que haverá muito pouco terreno, entre a serra de S. Mamede e os confins de Almodôvar e Ourique, onde não fiz um verso.
Que transumâncias são estas que agora convergiram neste livro?
É o insistente percurso, rumo a horizontes de liberdade. É a vontade de viver, onde haja indícios de harmonia. É a busca da respiração, à escala humana, num território onde seja possível concretizar sonhos. É a tentativa de aperfeiçoamento, nesta curta passagem. Que se faz com ideais, palavras, mas também com afetos e luta, por uma existência equilibrada e feliz. Este verão, não fiquei um único fim de semana em casa. De Monchique a Évora, de Montejunto a Viana do Castelo e de Odeceixe à Gardunha, a poesia seguiu sempre comigo, pastoreando gestos, emoções, e o espírito dos lugares. O Luís Filipe Maçarico é um poeta da terra e dos sentidos. É correto afirmar que o Alentejo, a cultura telúrica alentejana, espreita sempre por detrás da sua poesia?
O silêncio é um dos meus alicerces. Desde miúdo que estar só não me desestabiliza. Os desmedidos horizontes são mais inspiradores. Por isso, o sol, o pão, o vinho, o cante, o prazer de uma sombra ou de uma amizade, todas as palavras terrosas e a poesia do Manuel da Fonseca me são vitais. O Alentejo faz parte do ADN do meu imaginário. Évora, urbe à qual regresso, frequentemente e é rumor de vozes, com refrigérios para a alma; Beja, percorrida vezes sem conta, para ver florir o sorriso dos amigos; Mértola, terra amada, com aquele Festival único, permitindo viver dias poéticos, entre a multidão, foi a última universidade: por lá concluí o melhor curso, frequentado em fruição absoluta, com colegas, professores e população, inesquecíveis; Santana de Cambas, na raia dos contrabandistas, PUB
Luís Filipe Maçarico 60 anos, natural de Évora Poeta e ensaísta, Luís Filipe Maçarico fez publicar 14 livros de poesia desde 1991, altura em que deu à estampa Da água e do vento. É técnico superior na Câmara de Lisboa e dedica boa parte do seu tempo livre ao associativismo. É mestre em antropologia e história. Publicou sete livros nestas áreas do conhecimento, entre os quais Aldrabas e batentes de porta – Uma reflexão sobre o património impercetível.
Para além de poeta também é ensaísta na área da antropologia e da história. Que futuro, que esperança, consegue descortinar para o homem que habita este território histórico e cultural que é o Alentejo?
Se houver sabedoria, para manter o equilíbrio entre a terra, as gentes e os bichos, se o património identitário marcar uma forte presença no quotidiano, o Alentejo poderá ser um bom lugar para viver. Assim, os alentejanos saibam criar riqueza, unindo esforços para não deixar morrer o sonho. Conforme revela a autora do prefácio a este livro, a professora Maria Antonieta Garcia, o Luís Maçarico é um poeta que “sonha fraternizar o mundo”. Acha mesmo que ainda sobra espaço para a fraternidade no mundo em que vivemos?
Nunca, como hoje a partilha foi tão premente, – entre amigos, nas coletividades, nas autarquias, nas ruas, contrariando os déspotas, que tudo inventam para nos desumanizar, para nos fazer acreditar que o umbigo é quem mais ordena! Paulo Barriga
Hoje, sexta-feira, o céu deverá apresentar períodos de muito nublado. A temperatura oscilará entre os nove e os 17 graus centígrados. Amanhã, sábado, o sol vai brilhar, mas no domingo regressam as nuvens.
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Azeite no festival “Alentejo das Gastronomias Mediterrânicas” O azeite, um dos produtos de excelência da região alentejana, é o protagonista da terceira edição do Festival Internacional “Alentejo das Gastronomias Mediterrânicas”, que está a decorrer em Portalegre até ao próximo domingo, dia 21. O certame é organizado pela Entidade Regional de Turismo (ERT) do Alentejo e tem como objetivos valorizar a gastronomia, os produtos tradicionais e a cozinha e culturas do mediterrâneo. Depois de as duas anteriores edições se terem realizado em Évora e Beja, em 2010 e 2011, respetivamente, é agora a vez da cidade de Portalegre acolher o evento. Com o azeite como foco das atenções desta terceira edição, o “Alentejo das Gastronomias Mediterrânicas” integra a Conferência Internacional “Olivoturismo: um novo produto turístico para o Alentejo”; o workshop “O Azeite: o ouro líquido do mediterrâneo que distingue a nossa gastronomia”, cujo principal público-alvo vão ser os estudantes da área de hotelaria e turismo; a Semana das Comidas de Azeite, uma iniciativa que “desafia os restaurantes da região a confecionar pratos inspirados” naquele produto; e a “Festa das Gastronomias Mediterrânicas”, que vai oferecer aulas de culinária, cozinha de degustação, showcooking e o Mercado dos Sabores Alentejanos. Segundo a Turismo do Alentejo, este festival internacional “tem vindo a afirmar-se como um importante palco de divulgação da gastronomia de tradição mediterrânica na região”.
Zarcos apresenta noite de concertos na Casa da Cultura A Zarcos – Associação de Músicos de Beja promove no dia 26, na Casa da Cultura de Beja, uma noite de concertos que deverá contar com as atuações das bandas Ho-Chi-Minh (Beja), Mindlock (Faro) e Birth Signs (Loulé). O evento tem como principal objetivo a angariação de fundos para a Associação de Músicos de Beja, “de modo a que esta possa trabalhar nos pontos fundamentais da sua missão”, nomeadamente “a reabilitação de espaços existentes destinados a funcionar como salas de ensaio para os músicos da cidade”. Esta é uma necessidade que a Zarcos “vê como prioritária no incentivo à prática da música e ao espírito criativo na cidade de Beja”. Os concertos têm início agendado para as 22 horas.