Ediçao Nº 1594

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Livro

Humor

Já lemos o último de Rui Cardoso Martins

Exportar para a Alemanha uvas com o dobro das grainhas

pág. 29

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SEXTA-FEIRA, 9 NOVEMBRO 2012 | Diretor: Paulo Barriga Ano LXXXI, N.o 1594 (II Série) | Preço: € 0,90

Entre janeiro e setembro de 2012 apenas nasceram 844 crianças na região

Taxa de natalidade recua seis por cento no distrito de Beja JOSÉ FERROLHO

Manuel Monge: Um general no labirinto da política

Em busca de São Martinho nas adegas de Vila Alva págs. 4/5 JOSÉ FERROLHO

FRANCISCO PALMA CARVALHO

pág. 9

Paulo Monteiro: O herói principal do festival de BD da Amadora págs. 16/17

Foi o último governador civil de Beja. E uma das primeiras vítimas da chamada “refundação” do Estado. Manuel Monge, general de cavalaria, militar de Abril, diz que já tem idade para ter juízo no que respeita à política ativa. No entanto, aos 74 anos, no seu refúgio rural de Belmeque, Vale de Vargo, não deixa de observar que o País está numa “curva apertada” da sua história democrática. págs. 6/7

O estado deplorável a que chegaram os postos da GNR pág. 10

Produção de azeitona cai 30 por cento em Moura pág. 12


Diário do Alentejo 9 novembro 2012

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Editorial Lágrimas

Vice-versa “O senhor presidente da Câmara de Ferreira do Alentejo entendeu meter o Estado Português em tribunal, escolhendo a ação burocrática em detrimento da mobilização das pessoas, na defesa dos seus direitos e interesses, deixando para os tribunais aquilo que igualmente é da responsabilidade de todos”. Paulo Conde, comissão concelhia do PCP de Ferreira do Alentejo

Paulo Barriga

O presidente da Câmara de Ferreira do Alentejo considera “absurdo” que o PCP diga que a autarquia tem duas formas de atuar. O autarca assegura que o município tem feito “tudo o que está ao seu alcance” para resolver este problema.

P

or estes dias completam-se 150 anos da primeira edição do romance Amor de Perdição, de Camilo Castelo Branco. Uma data que a Câmara Municipal do Porto assinalou, de forma inédita, com a atribuição do título da obra ao largo fronteiro à Cadeia da Relação, onde supostamente Camilo, em apenas 15 dias, terá imaginado a impossibilidade do amor entre Simão Botelho e Teresa Albuquerque. Já em Lisboa, o Centro Cultural de Belém dedicou uma semana inteirinha à mais celebrada obra do romantismo literário português. Amor de Perdição, que muitos entendem como uma revisitação ao jeito lusitano da peça Romeu e Julieta, de Shakespeare, é uma novela literária que tem tanto de simplicidade e de desadorno quanto de ímpeto galopante e de imprevisibilidade. A história passa-se no atual laranjistão, Viseu, – onde mais poderia ser? – e revela a paixão entre dois jovens de famílias distintas e desavindas, que tudo farão para demolir os seus enamorados intentos. Bom, mas isso qualquer leitor que tenha passado pelos bancos da escola sabe. O que talvez não saiba é que, no prefácio à quinta edição do livro, Camilo, já muito acossado pelas investidas dos recém-chegados pregadores do realismo, com Eça de Queirós à cabeça, escreveu o vaticínio que aqui nos traz: “Se, por virtude da metempsicose, eu reaparecer na sociedade do século XXI, talvez me regozije de ver outra vez as lágrimas em moda nos braços da retórica, e esta 5.ª edição do Amor de Perdição quase esgotada”. Um malandro bem-humorado, o Camilo. Quanto ao sucesso da sua obra, nem vale a pena chocalhar, centenas e não apenas cinco que são as edições que lhe passaram por cima. Já quanto às lágrimas tornarem a estar em moda nos braços da retórica, a coisa pia mais fino. É que nem com os mais requintados devaneios da transmigração Camilo poderia ter adivinhado quão certeira seria a sua piada profética. Nunca, como hoje, a metáfora camiliana do impedimento amoroso foi tão apropriada. Só que os protagonistas agora são outros: o Governo da nação e o povo por inteiro. Sendo que o Governo faz o papel de falso amante e de pai tirano, ao mesmo tempo e no mesmo ato. E, pese embora as lágrimas tenham voltado a estar na moda, elas descem apenas pela face do amante traído e despedaçado. Cujo destino dramático não poderá deixar de ser outro que não a clausura ou o degredo. Volta, Camilo, que estás perdoado.

Aníbal Costa, citado pela Rádio Pax

Fotonotícia

Por Beja com todos. No passado sábado foi oficialmente inaugurado um novo movimento cívico por Beja. Trata-se de um grupo de cidadãos, com origem em diversas sensibilidades políticas, que pretende debater e intervir no futuro da cidade e da região. Embora tenha sido apresentado como um movimento para o futuro, os seus representantes não descartam a possibilidade de apresentarem, já em outubro próximo, uma lista de candidatos à Câmara Municipal de Beja. José Lopes Guerreiro, antigo autarca do PCP na região, é o rosto principal deste grupo. E, certamente, um dos putativos adversários de Jorge Pulido Valente ao concurso pela autarquia bejense. PB Foto de José Serrano

Voz do povo Tem cuidados com a sua alimentação?

(ontem, 8 de novembro, comemorou-se o Dia Europeu da Alimentação) Inquérito de José Serrano

Manuel Brito, 66 anos, reformado

Vítor Custódio, 51 anos, técnico administrativo

Helena Guerreiro, 54 anos, comerciante

Vanda Reis, 48 anos, funcionária pública

Tenho alguns cuidados, sim. Evito comer gorduras e sobretudo alimentos fritos. Tenho a preocupação de comer peixe grelhado quase todos os dias, acompanhado de muitos vegetais. Quando era mais novo não tinha estes hábitos saudáveis em relação à alimentação. Comia de tudo sem pensar muito nisso. Agora, já com uma certa idade, tomo atenção ao que como.

Evito comer, ou como com moderação, fritos, enchidos, queijos. Alimentos e formas de cozinhar que elevem o colesterol. Que é o que mais me preocupa, a par com a obesidade. Deixei de fumar e engordei bastante. Por isso agora como alimentos mais saudáveis, em menor quantidade e várias vezes ao dia. E tempero com pouco sal. É uma questão de hábito.

Há alturas em que fico com a ideia que devia ter mais cuidado. Porque tenho o colesterol muito alto. Por vezes exagero nos alimentos que mais gosto: o pão, a manteiga e os queijos. Mas como muito peixe. E opto quase sempre por grelhar os alimentos. E há ocasiões em que faço um esforço para não cair na tentação de comer doces em demasia.

Sim. Foi sempre um hábito de família. Está assimilado há muito. Mas posso dizer que a preocupação em comer saudável aumentou quando tive as minhas filhas. Reduzi os fritos e como mais frutas e legumes. Mas como de tudo um pouco. Não vou é a correr fazer rissóis ou coisas com muita gordura. Nem como mousse de chocolate todos os dias. Não exagero.


Rede social

Semana passada SEXTA-FEIRA, DIA 2 BEJA JOVEM AGRIDE RAPARIGA ALEGANDO TER VISTO “O MAL” Uma rapariga foi agredida com uma chave de fendas no pescoço, em Beja, por um jovem, que alegou ter visto “o mal” na vítima, tendo sido detido pela PSP. O agressor está “completamente alucinado” e diz que “é um ser superior” e viu na vítima “o mal”, relatou a subcomissária Maria do Céu Silva, do Comando de Beja da PSP, referindo que o jovem “não estava normal” quando foi detido, ou seja, “estava transtornado e até transpirava”. A agressão ocorreu junto de um autocarro na gare de Beja da Rodoviária do Alentejo e depois de uma discussão entre os jovens, explicou a subcomissária, referindo que, “aparentemente, não há nenhuma ligação” entre o agressor e a vítima. Segundo relatos de testemunhas, explicou a responsável, o agressor, de 24 anos, de Faro e estudante da Universidade de Évora, tinha entrado, nesta cidade, num autocarro, que passou por Beja, onde parou para a entrada de passageiros, entre os quais a vítima. Após ter entrado no autocarro, a vítima, de 21 anos, de Silves e estudante do Instituto Politécnico de Beja, sentou-se perto do agressor e ambos começaram a discutir, contou a subcomissária. Entretanto, continuou, a vítima saiu do autocarro e, enquanto falava com o motorista, o agressor saiu “disparado” da viatura e “começou a olhar para ela e, de repente, espetou-lhe a chave de fendas no pescoço, na zona da traqueia”. Após a agressão, o agressor foi detido pela PSP e a vítima foi transportada para o Hospital de Beja. Segundo fonte do Hospital de Beja, a vítima tinha “uma ferida perfurante no pescoço” e estava “estável”.

DOMINGO, DIA 4 VIDIGUEIRA DESPISTE DE VEÍCULO FAZ UM MORTO Uma mulher morreu e a sua irmã sofreu ferimentos leves, na sequência do despiste de um veículo ligeiro, no IP2, entre Portel e Vidigueira. Fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Évora adiantou à Lusa que a mulher que sofreu ferimentos foi transportada para o Hospital Distrital de Beja e que o corpo da vítima mortal foi encaminhado para o Gabinete de Medicina Legal também do hospital de Beja, para ser efetuada a autópsia. De acordo com fonte do Destacamento de Trânsito de Évora, as duas irmãs, com idades entre os 50 e 60 anos, são naturais de Vidigueira e residentes em Beja. Estiveram envolvidos no socorro ao acidente 10 operacionais dos Bombeiros Voluntários de Portel, apoiados por quatro veículos, uma viatura Suporte Imediato de Vida (SIV), de Moura, e um helicóptero do INEM.

ODEMIRA MENINA ALEMÃ SALVA NA ZAMBUJEIRA DÁ NOME A PROJETO DE PREVENÇÃO A Associação de Nadadores Salvadores do Litoral Alentejano (Resgate) decidiu dar ao seu projeto de prevenção de afogamentos o nome Zora Lutz, de uma menina alemã resgatada por banhistas na Zambujeira do Mar (Odemira), no início de outubro. Após o final da época balnear, a 15 de setembro, a Resgate iniciou um programa de voluntariado na costa alentejana, para o qual se ofereceram seis jovens nadadores-salvadores do concelho de Odemira. “A Resgate fornece o equipamento, que tem de andar com eles no carro”, enquanto os nadadores-salvadores têm de ter “o telefone sempre ligado” e estar disponíveis para, “ao toque do telemóvel, correr para uma praia para socorrer alguém”, explicou António Mestre, o presidente da associação. O projeto foi posto à prova pela primeira vez a 3 de outubro, quando duas crianças de nacionalidade alemã foram arrastadas pela corrente na praia da Zambujeira.Quando dois voluntários da Resgate chegaram à praia, as crianças já tinham sido resgatadas do mar por três elementos da associação de bodyboard local, mas Zora Lutz, de 15 anos, encontrava-se inanimada. Segundo António Mestre, os nadadores-salvadores “iniciaram imediatamente a reanimação” da menina e foi isso que “fez a diferença entre a Zora morrer e a Zora viver”.

TERÇA-FEIRA, DIA 6 ALVITO CADÁVER DE IDOSO DESAPARECIDO ENCONTRADO EM RIBEIRA O cadáver de um idoso, de 78 anos, que estava desaparecido desde segunda-feira à noite, em Alvito, foi encontrado na terça-feira à tarde numa ribeira perto da vila. Segundo o Comando de Beja da GNR, o cadáver foi encontrado pela guarda, que está a tentar apurar as causas da morte.

3 perguntas a Bernardo Loff

Médico responsável pela consulta de diabetologia do Hospital de Beja Assinala-se no dia 14 o Dia Mundial da Diabetes. Quantas pessoas com diabetes existem no Baixo Alentejo?

Segundo o Relatório Anual do Observatório Nacional da Diabetes, a prevalência da diabetes em 2010 era de 12,4 por cento na população portuguesa entre os 20-79 anos, o que corresponde a 991 mil indivíduos; destes, sete por cento são diabéticos conhecidos e 5,4 por cento não sabem que têm a doença. No Baixo Alentejo em 2010 existiam cerca de 9 700 diabéticos diagnosticados, o que corresponde a 7,2 por cento, ligeiramente acima da média nacional. Estes números têm vindo a aumentar todos os anos, quer no País, quer no Baixo Alentejo. É uma situação preocupante, pois a diabetes aumenta o risco de doença e de morte por enfarte do miocárdio e trombose cerebral, de amputação dos membros inferiores, de cegueira e de entrada em diálise, para além dos custos sociais e económicos aumentados para o diabético, para a sua família e para a sociedade.

Sines voltou a ser a capital da dança Depois do sucesso de anos anteriores, Sines voltou a receber a competição nacional de Danças de Salão e Latino-americanas. Um certame que é considerado como um dos melhores do género no País e o mais concorrido pelo número de dançarinos em prova.

Para contrariar a crise Uma produção que pretende “contrariar a crise” com vários “números hilariantes”. Assim se anunciava o espetáculo “Crise, riso e Facebook”, que levou ao palco do Pax Julia a atriz veterana Florbela Queiroz e o diseur Nuno Miguel Henriques, o autor da produção.

Quais são as causas da doença e os principais grupos de risco?

O aumento da prevalência da diabetes tipo 2 deve-se a estilos de vida não saudáveis: redução da atividade física e erros alimentares (alimentação muito calórica, devido ao consumo exagerado de gorduras e de açúcares de absorção rápida, contidos em bolos, doces e bebidas açucaradas). Estes dois fatores contribuem para a obesidade, que constitui o principal fator de risco para o desenvolvimento da diabetes tipo 2. A sua prevalência vai aumentando com a idade; estando a população portuguesa cada vez mais envelhecida, tal como no Alentejo, é natural que o número de diabéticos vá aumentando. Assim, as principais causas são a obesidade, o sedentarismo e a idade superior a 45 anos. Sendo uma doença com forte carga genética, as pessoas que têm familiares diabéticos estão também em risco. Um outro grupo de risco é constituído pelas mulheres que tiveram diabetes diagnosticada durante a gravidez ou que tiveram um bebé com mais de quatro quilos ao nascer.

V Encontro de História do Alentejo Litoral, em Sines “Alentejo Litoral: espaço e tempo e crises” foi o tema escolhido para o V Encontro de História do Alentejo Litoral, um evento que já vai tendo lugar no panorama cultural da região e que este ano teve como cenário o Centro Emmerico Nunes e a Capela da Misericórdia.

Comandante dos Bombeiros de Ferreira toma posse António Gomes é o novo comandante dos Bombeiros Voluntários de Ferreira do Alentejo. A cerimónia decorreu no último sábado, no quartel dos “soldados da paz”. António Gomes, de 52 anos de idade, ocupava o cargo de forma interina há cerca de um ano.

Considera que a população do distrito está suficientemente informada sobre a doença, nomeadamente sobre as causas e os grupos de risco?

Não existem dados objetivos sobre o grau de informação da população do distrito de Beja acerca das causas e dos grupos de risco. Os médicos de família e os enfermeiros dos centros de saúde são imprescindíveis para essa informação durante as consultas médicas e de enfermagem. As autarquias têm também promovido periodicamente ações para a promoção da saúde dirigidas às populações e têm criado condições para a prática da atividade física. NP

Escola Profissional de Alvito na Feira dos Santos A Escola Profissional de Alvito esteve presente em mais uma edição da Feira dos Santos. Durante quatro dias os alunos das áreas de restauração e informática puderam demonstrar as competências adquiridas no âmbito da sua formação.

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Vila Alva A

geada cobriu os campos e as nuvens deram, finalmente, lugar ao sol. Os homens procuram um lugar que os aqueça. Fogem da sombra e observam o movimento, embora pelas ruas estreitas e compridas de Vila Alva, no concelho de Cuba, pouca gente se aviste. “A malta agora anda na apanha da azeitona”, diz um dos transeuntes. Para rapidamente acrescentar: “A época da vindima já passou”. Ou não fosse esta uma terra célebre pelas suas adegas, embora muitas, na verdade a maioria, já tenham fechado portas ao público. E só as abram em dias especiais, como o São Martinho, e para os amigos e família, para provar o vinho novo e petiscar. O São Martinho é comemoração antiga por estas paragens e, segundo os habitantes, “já há muitos anos que acontece”. “Há tantos anos que ainda as castanhas não tinham cá chegado. Isso das castanhas é coisa mais moderna”, lembra Manuel Pernicha, enquanto folheia o jornal que todas as manhãs lhe dá as notícias frescas do dia. Agasalha-se, porque o tempo arrefeceu, e prossegue a conversa: “O São Martinho é dia de petiscos. Linguiça assada, chouriços. O vinho caseiro, por tradição, era provado nesse dia e era aí que começava a sua venda a granel. Qualquer família improvisava uma banca no quintal e vendia vinho. Tudo mudou”. O dia 11, domingo, este ano, em Vila Alva, também merece petisco à moda antiga. Faz-se o lume e prova-se o vinho da talha. “Juntamos os amigos, a família e comemoramos. Não há nada oficial. Faz parte das nossas vivências e é uma oportunidade para nos reunirmos”, diz o filho de Manuel Pernicha, José Francisco, que herdou do pai o gosto pela produção de vinho, até porque também não era difícil de acontecer. Praticamente todas as pessoas na terra se encontravam ligadas à vinha. “Fazia-se em Vila Alva, de facto, muito vinho, mas isso tem vindo a desaparecer”, conta José Francisco. E de boca em boca chega a explicação: “Muitos papéis, muitas exigências, muitas ‘dores de cabeça’”. A burocracia, a legislação, na verdade, afastou as pessoas da terra da produção. “É mais fácil levarmos as uvas para a cooperativa e depois lá fazem o vinho”, explica José Francisco.

No São Martinho prova-se o vinho

Terra de património e tradição Vila Alva é conhecida pela qualidade dos seus vinhos, pelas adegas, que ainda hoje se encontram, embora a maioria já tenha fechado portas, e pelo número invulgar de igrejas e capelas que se contam. Uma terra com um património riquíssimo, embora alguns dos filhos da terra sejam obrigados a partir. Cerca de 500 pessosas, que já esperam pela chegada do São Martinho, com a tradição vincada no corpo. É tempo de provar o vinho novo. Texto Bruna Soares Fotos José Ferrolho

Talhas, que já perderam a conta à idade, é algo que se encontra rapidamente em Vila Alva, mas muitas já saíram da terra. “Vila Alva tinha mais de 100 adegas e existiam adegas com mais de 50 talhas. Metade destas talhas estão no Algarve, nos campos de golfe, e outras foram partidas. Enfim… as pessoas foram sendo obrigadas, por causa das restrições impostas, a deixar a produção e muitas desfizeram-se das talhas, inclusive ao desbarato”, afirma José Francisco. No campo avistam-se as videiras despidas de fruto e quem caminha pelas ruas rapidamente se apercebe do vasto património da aldeia. Igrejas e capelas em número invulgar. Conta a história que este era lugar de eleição do clero e dos nobres e que por tal preferência ganhou benefícios a nível cultural e artístico. “Gostavam disto e fizeram aí muita coisa que perdura até hoje. Dá-me que fazer como os antigos faziam coisas tão grandiosas e com menos recursos que agora”, conta Manuel Batista, 75 anos feitos, e uma vida passada em Vila Alva. A agricultura, garante, sempre foi o “sustento deste torrão”, e ainda hoje “dá de comer a muitos filhos da terra”. “Havia aqui muita família. Barbearias existiam aqui três, para não falar em carpinteiros e abegões. Mas os mais velhos deixaram de trabalhar, outros morreram e a malta nova, como isto está, tem de procurar vida noutro lugar”, diz Manuel. À entrada, o chafariz com lavadouro ainda tem serventia. As mulheres passam com o alguidar da roupa suja e o sabão em punho. Mergulham as vestes na água e esfregam uma e outra vez sobre a pedra, não há frio que as demova e nos varais repousa o vestuário que espera que o sol o enxugue. Os turistas, atraídos pelo património da aldeia, também aqui chegam de vez em quando. Passeiam-se junto às igrejas e procuram o miradouro, de onde se vislumbra Vila Alva, a planície e até onde a vista alcançar. E os cafés, aos poucos, começam a receber clientes e ninguém pede uma cerveja. Todos querem um copo de vinho. “Seja jovem, seja velho, aqui bebe-se vinho. Esta é uma terra de vinho”, diz Manuel. E resume: “Desta terra saem ‘pomadas’ extraordinárias”. Os copos elevam-se e o líquido branco desce goela abaixo. Tudo num só trago.


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João Arvanas presidente da Junta de Freguesia de Vila Alva

Quais são as principais dificuldades de uma freguesia que conta com pouco mais de 500 habitantes?

São muitas. As verbas são cada vez menores e os cortes sentem-se, e de que maneira. Julgo que se passa em Vila Alva o mesmo que se passa em muitas freguesias deste País. Tentamos fazer o melhor que podemos, mas nem sempre é fácil. Temos como critério pagar primeiro a quem devemos e aos funcionários. Não queremos descurar os nossos compromissos.

Feirinha Gastronómica de Vila Alva No terceiro fim de semana de agosto realiza-se em Vila Alva a Feirinha Gastronómica. O evento é organizado pela Junta de Freguesia de Vila Alva e tem como principal objetivo promover e divulgar os produtos locais tradicionais, dando-se destaque ao vinho artesanal, à doçaria, ao mel, aos enchidos, aos queijos e aos pratos típicos regionais.

Estão previstos alguns projetos para a freguesia?

Quando se conta com tão pouco dinheiro não se pode pensar em grandes projetos. Faz-se o dia a dia. Não podemos prometer o que não conseguimos cumprir. Vila Alva tem um vasto património. Poderia ser melhor aproveitado?

Contamos com um vasto e um riquíssimo património. Poderia, sem dúvida, ser melhor aproveitado, no entanto, voltamos à mesma questão: a falta de disponibilidade financeira. É impossível à junta de freguesia e à Santa Casa da Misericórdia ter alguém a tempo inteiro, ou mesmo só a meio tempo, direcionado para esta área. As dificuldades são muitas e, neste momento, é de todo impossível. O turismo poderia ser fundamental para o desenvolvimento da freguesia?

Penso que sim. Poderia dinamizar em muito a freguesia. Somos, de facto, uma freguesia que merece visita. Houvesse investimento e as coisas poderiam alterar-se para melhor, mas o País atravessa uma situação muito difícil.

As adegas, também características de Vila Alva, têm fechado…

Sim, a grande maioria. Funciona uma ou outra. Colocaram-se muitas exigências e as pessoas não tiveram condições para conseguir responder a todas. A situação foi-se modificando e complicando cada vez mais. Muitas adegas tiveram de fechar portas. As dificuldades são muitas e foram-se, infelizmente, fechando portas. É possível manter a população?

Gostaríamos muito de poder contribuir para isso. Fazemos o melhor que podemos. Gostaríamos de não ver mais gente a sair da nossa freguesia, mas temos noção de que, por exemplo, para os mais jovens as coisas complicam-se, nomeadamente no que diz respeito à procura de emprego. Se conseguirmos manter a população é muito bom, até porque há pessoas que estão a regressar à terra, o que também nos anima. Agora, o nosso grande desejo é que a população possa aumentar.

Museu de Arte Sacra e Arqueologia O Museu de Ar te Sacra e Arqueologia da Santa Casa da Misericórdia de Vila Alva é um dos locais a visitar na freguesia. Conta com peças dos períodos Pré-histórico, Romano e Medieval e os visitantes podem apreciar, entre outras peças, os ex-votos e as bandeiras da procissão das Endoenças. As visitas precisam, contudo, de marcação prévia.

Património Vila Alva conta com várias igrejas e capelas, destacando-se a igreja de Nossa Senhora da Visitação, a ermida de Santo António, a igreja da Misericórdia, a capela de Nosso Senhor dos Passos e a capela de São João. Destaque ainda para as antas de Vila Alva, que estão incluídas no roteiro turístico do concelho. O casario típico alentejano de arquitetura popular faz com que Vila Alva seja considera a aldeia mais típica do concelho de Cuba. As adegas também são ponto obrigatório de visita, bem como o chafariz com lavadouro e o miradouro.


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Chegámos a uma situação tal que este Governo não se revê no País e este país não se revê no Governo. O Governo não tem apoio político e social para continuar a governar.

Entrevista

Manuel Monge foi o último governador civil do distrito de Beja

Um general na “apertada curva da História” Enquanto militar de Abril, moderado, que se debateu pela democracia, como observa o atual momento político e social que estamos a viver em Portugal?

Com grande preocupação, mas não com inteira surpresa. Chegámos a uma situação tal que este Governo não se revê no País e este país não se revê no Governo. O Governo não tem apoio político e social para continuar a governar. As manifestações sucedem-se, os ministros são vaiados, não podem ir a lado nenhum, o Parlamento corre o risco de ser sitiado, o mal-estar contra o Governo já se projeta sobre todos os políticos e, portanto, isto é uma situação em que o poder e os dirigentes estão completamente dissociados do País numa democracia interrompida. E isto é gravíssimo. Quer dizer que estamos num beco sem saída?

Não estamos num beco sem saída, estamos numa curva apertada da nossa história democrática em que é necessário gente que tenha a coragem de tomar medidas, não direi radicais, mas de grande coragem. Não basta que o Governo tenha o apoio de um ou outro partido. Se as confederações de trabalhadores e de empresários estiverem todas contra o Governo, é impossível governar. Isto, no meu entendimento, passa pela criação de uma cartilha, em que todos aqueles que a aceitem têm que dar a sua contribuição, desde as forças sociais e do trabalho até às forças políticas da oposição. Está a falar numa espécie de governo de salvação nacional?

Chamemos-lhe o que se quiser. O problema que se põe é que o nosso governo já não governa, está apenas a cumprir o que a troika lhe manda fazer. Fala-se em governo, mas hoje somos infelizmente paus mandados do poder externo. Isto está pior do que no tempo dos Filipes, em que o rei era estrangeiro mas nunca tirou de cá os dirigentes portugueses. Os tempos presentes são terríveis para a soberania. O povo é soberano. Mas no nosso país o soberano é estrangeiro.

Diz que já tem idade para ter juízo, no que respeita ao seu envolvimento na política ativa. Aos 74 anos de idade, Manuel Monge, o último governador civil do distrito de Beja, dedica os seus dias à agricultura e à pecuária. “Refugiou-se” na herdade de Belmeque, Vale de Vargo, Serpa, e é daí, encostado às serranias da Adiça, que olha com desconforto para Portugal e para a Europa. “Sairmos da Europa”, acredita, “ é condenarmo-nos a nós próprios a 30 anos de pobreza. Só que a Europa vai a seguir”. Crítico convicto das políticas seguidas pelo atual Governo, Manuel Monge acredita que o País “está pior do que no tempo dos Filipes” e que Portugal não se revê na equipa de Passos Coelho: “estamos numa curva apertada da nossa história democrática”. Defensor acérrimo do poder local democrático, Monge observa como o povo foi empurrado para o seu próprio labirinto. General na reserva, militar de Abril com quatro campanhas em África e uma em Macau, o antigo governador civil de Beja vive hoje rodeado de memórias, retirado no sossego do campo, sempre com o gato Otelo por perto: “chamei-lhe assim porque é simpático mas não de confiança”. Texto Paulo Barriga Fotos Francisco Palma Carvalho

Como encara as manifestações de protesto dentro das próprias Forças Armadas?

Os militares mais velhos, como eu, são sempre relativamente conservadores nas questões de disciplina. Acho que as manifestações têm razão de ser. No entanto, não concordo que os militares sejam exuberantes na manifestação do seu descontentamento. Os militares têm os seus chefes. E os chefes é que têm de levar o sentimento das Forças Armadas e as suas preocupações junto do Governo. Quando isso é feito fora da cadeia hierárquica, algo vai mal no reino da Dinamarca. Parece que a política regressou em força aos quartéis…

Regressou, mas não façamos aqui qualquer tipo de comparação com a situação que antecedeu o 25 de Abril. A política regressou aos quartéis, é preciso ter cuidado, porque o 25 de Abril começou com uma pretensão corporativa e depois é que mudou para uma opção política. O que hoje acontece é uma política absolutamente obtusa. Estão a mexer em coisas sem o mínimo de cuidado, sem saber o que se está a fazer e que pode amputar gravemente as Forças Armadas. E isso provoca um grande mal-estar. Mas, que eu saiba, é apenas isso. Não há aqui nada de natureza pré-revolucionária como connosco havia. Saiu com muita mágoa do Governo Civil?

Não, não saí com mágoa nenhuma, porque estava preparado para sair quando acabou a primeira legislatura. Depois fui confrontado com várias pressões para que ficasse e acabei por ficar. Mas tinha tudo preparado para me ir embora, mesmo que o Partido Socialista ganhasse as eleições. Acho é que o processo foi mal feito. Voltámos a uma política centralista em que deixou de haver interlocutores ao nível regional. Julgo que foi um grande disparate. Na altura fez-se como os nazis fizeram com os judeus: ações de desacreditação em torno dos governadores civis, esses fulanos terríveis e parasitas, esse cancro que tanto dinheiro


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custava ao Estado. E como essa ação foi feita com eficácia, hoje não é politicamente correto dizer que foi um perfeito disparate. Fala-se muito hoje na refundação do Estado. É correto afirmar que os governadores civis, na altura considerados “ativos tóxicos”, foram as primeiras vítimas desta dita refundação?

Julgo que sim. Os militares têm sempre pelo Estado um especialíssimo respeito, porque os militares ao Estado chamam Pátria e juram morrer por ela no princípio da sua vida profissional. O “refundar” a gente não sabe o que é. Sabemos o que é fundar. Não sou daquelas pessoas que pensam que a Constituição deve ser um documento imóvel e durar até sempre. Acho que não. A Constituição deve acompanhar também o andamento da sociedade. Agora uma coisa é a defesa de remodelações ou de reformulações no nosso aparelho legal, na nossa Constituição, outra é a destruição completa de um Estado que tem uma determinada matriz humanista, em que as pessoas contam e não os cifrões. Portanto, não sei o que é isto de refundar. Aquilo que sei é que esta política de austeridade excessiva não dá resultado. E não dá resultado em Portugal, como não deu resultado na Argentina, como não deu resultado na Grécia. É um apologista do poder de proximidade. Aliás, é um grande defensor da regionalização administrativa do País, embora se oponha a uma regionalização política. Quer concretizar melhor?

Costumava dizer a brincar que não haveria regionalização enquanto o Mário Soares fosse vivo. Enquanto professor de democracia, o Mário Soares é antirregionalização. E porquê? Porque o País, pela sua dimensão, pela sua morfologia, pela sua homogeneidade, não precisa de ser regionalizado em termos políticos, no sentido de distribuição de alguns poderes. Sou um grande admirador do poder local democrático. Acho que o poder autárquico fez imenso pelo nosso país desde o 25 de Abril. Em todas as regiões do país, com autarcas de todas as cores políticas, fez-se realmente um trabalho notável. Em termos constitucionais as regiões são as megas autarquias, a última autarquia, como era defendido pelos municipalistas antigos. Falo da constituição de entidades autárquicas não desenhadas no Terreiro do Paço, mas antes com a associação livre de municípios de baixo para cima. Tentou-se fazer isso com as chamadas comunidades intermunicipais.

Mas ali houve interesses estranhos e aquilo correu mal e acabou por não se chegar ao que se pretendia. Acho que sendo os municípios importantes, as associações dos mesmos também são importantes. E isso já existe. No nosso caso, temos uma entidade regional importante, com história, coração, que é o Baixo Alentejo. O Baixo Alentejo é uma entidade regional com alma e com uma idiossincrasia própria, que poderá ser uma região. Isto, do meu ponto de vista, não exige que haja um mini- -governo e um mini-parlamento. Que opinião tem sobre a reorganização administrativa do território que está em curso, nomeadamente com a extinção de freguesias?

O que é necessário e fundamental é que o poder autárquico se possa exercer junto dos cidadãos. E quando a distância impede que isso aconteça, não podemos estar a olhar para o número de pessoas que vive aqui ou acolá. Já que o poder central está cada vez mais longe, pelo menos que o poder autárquico não abandone as populações. Mas não sou fundamentalista. Acho que algumas poderiam ser aglutinadas. Em Barcelos, salvo erro, existem mais de 70 freguesias. É óbvio que aqui existem freguesias a mais. Agora no nosso Alentejo, se não me engano, são 99 freguesias. Considero que tem de ser salvaguardada a questão da proximidade. Como é que observa este recuo ou mesmo abandono de algumas obras e projetos estruturantes para a nossa região?

Com grande preocupação. Em relação ao IP8, aqui sinto-me com particular autoridade para falar porque fui dos que defendi que a autoestrada devia ser só até Beja, com grande escândalo para as pessoas de Serpa, o meu concelho. Não se justificava, pelo trânsito que havia, que o IP8 saísse com perfil de autoestrada de Beja para a fronteira. Sempre defendi que a autoestrada era indispensável não apenas para Beja, mas fundamentalmente para o aeroporto. Aliás, está também na moda dizer mal do aeroporto. O aeroporto de Beja custou menos de sete milhões de euros a Portugal. Depois teve 20 e tal milhões comparticipados pela União Europeia. Fazer um aeroporto por sete milhões de euros é “amendoins”. Houve várias coisas que emperraram o funcionamento do aeroporto. Mas o aeroporto, a prazo, irá ter utilidade, é fatal que venha a ter utilidade. Ora bem, a autoestrada era fundamental para que o aeroporto tivesse uma porta

Portugal só se salva se a Europa se salvar. Mas se Portugal não se salvar a Europa também se não salva. Sairmos da Europa é condenarmo-nos a nós próprios a 30 anos de pobreza. Só que a Europa vai a seguir. de saída para o litoral. No fundo, se repararmos, até podemos discutir que poderá haver autoestradas a mais noutros sítios. No nosso Baixo Alentejo não há mais nenhuma. Só aquela que nos atravessa para o Algarve. Uma coisa é dizermos a gente não pode, vamos reformular isto, vamos fazer a autoestrada não em dois anos mas em sete ou seis ou cinco ou quatro, aquilo que for possível. Outra coisa é vir dizer que a autoestrada não faz falta. Isso é procurar condenar-nos a uma interioridade e impedir o desenvolvimento do território. Dentro do mesmo espírito deve ver-se o que se passou em relação a Alqueva. Se o nosso futuro for austeridade, for não produzirmos nada, voltarmos a ir de alparcatas atrás das cabras, não precisamos de regar. Agora se queremos produzir, se queremos chegar à Europa com os nossos produtos que nesta altura têm condições ótimas porque temos condições climáticas especialíssimas para podermos produzir os chamados primores, aí precisamos da água do Alqueva. Afirmou em tempos que já tinha

idade para ter juízo, isto quanto à sua participação na política ativa. Não deve ser fácil conter o ímpeto nos tempos que correm…

Pois, sabe, as pessoas têm que ter a noção da sua capacidade participativa. Nunca na vida me passou pela cabeça ser governador civil. Quando fui convidado, em 2005, era algo que estava já fora do meu horizonte. De qualquer maneira, era uma forma de cooperar com a minha terra, de procurar ajudar as minhas gentes e aceitei de muito bom gosto essa situação. Só que depois as coisas passam. Muitas pessoas queriam que concorresse às eleições autárquicas. Isso agora já não! Tenho 74 anos. O Mário Soares concorreu à Presidência já tinha mais de 80. Do meu ponto de vista, fez mal. Acho que tudo tem a sua época. O Mário Soares é hoje uma pessoa incontornável na vida pública portuguesa, como o é Adriano Moreira. Não é por acaso que agora aparecem a falar, preocupados, Mário Soares, Jorge Sampaio, Ramalho Eanes… São os senadores, são pessoas, como é óbvio, que não têm de ter participação ativa, são pessoas que pensam e a sua palavra tem peso. Julgo que quando se chega a uma determinada idade, deve ter-se uma ação de magistério de influência e já não de magistério de execução. Uma última pergunta de retórica para um convicto seguidor de António Spínola: Portugal, e o Futuro?

Isto que eu vou dizer não é para fugir à resposta. Mas o problema é tão grande que em termos militares já não se resolve com um exército, mas com uma coligação. O que é que eu quero dizer com isto? Que o problema de Portugal é tão mau que ou se resolve ao nível europeu ou não se resolve. Nós somos, digamos, a linha da frente de uma crise que tem ao nosso lado a Grécia, a Irlanda, a Espanha… Quando comecei a andar nas coisas

da agricultura, o problema da Europa é que tinha uma montanha de manteiga e um lago de leite. Éramos híper produtores. E passámos a ser deficitários em tudo. Nenhum país ou continente se desenvolveu antes de ter desenvolvido a sua capacidade primária, as suas indústrias de natureza primária, a sua agricultura. Temos de voltar a produzir. Portugal está metido neste grande imbróglio. Portugal só se salva se a Europa se salvar. Mas se Portugal não se salvar a Europa também se não salva. Sairmos da Europa é condenarmonos a nós próprios a 30 anos de pobreza. Só que a Europa vai a seguir. Não é que o mal de todos seja o consolo de tolos. A maior crítica que faço a este Governo tem a ver com a lógica do bom aluno. Mas o bom aluno não é o aluno submisso. O bom aluno é aquele que interpela o professor e que põe problemas, isto se o professor tiver categoria. O sul da Europa precisava de se ter juntado mais cedo. Agora já não é só o sul, agora é toda a Europa que está em grandes dificuldades. Portugal precisa de ampliar a representatividade de quem toma decisões, mas as decisões precisam de ser muito mais partilhadas por aqueles que vão ser por elas atingidos. Não iria tão longe como Jerónimo de Sousa, quando diz que este Governo põe em causa a democracia. Não a põe em termos formais, mas põe em termos da sua capacidade de participação. Não porque queira, mas porque não sabe fazer melhor. Não podemos ir para a solução de matar a troika, dizer que não pagamos, nada dessas coisas. Temos é que renegociar a dívida, temos que renegociar o tempo da mesma dívida, temos que falar com os outros países nas mesmas condições do que nós para fazermos uma frente comum de defesa da Europa, do modelo social da Europa. Portugal, que futuro? Temos de aumentar a nossa representatividade, aumentar a nossa participação, e aumentar a generosidade, porque todos têm de perder alguma coisa. O PCP tem que perder alguma coisa da sua doutrina, o PS tem que perder alguma coisa das suas queixas, o CDS tem pouco a perder, porque joga com grande facilidade, o PSD tem que perceber que não foi para isso que foi eleito e tem que procurar cumprir a sua missão no Governo, porque foi realmente eleito e tem essa legitimidade. Mas as suas decisões têm de ser mais participadas pelo povo. Mas infelizmente o povo já não é soberano, a soberania já é partilhada com o protetorado de quem nos manda para cá o dinheiro.


Câmara de Beja inaugura hortas urbanas

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A Câmara Municipal de Beja inaugura amanhã, sábado, pelas 15 horas, na Associação Sociocultural do Bairro do Pelame, na Urbanização Quinta del Rei, as hortas urbanas. O programa inclui a apresentação do projeto e de parcerias e esclarecimento de dúvidas, o sorteiro público de atribuição dos lotes, a assinatura de contrato e entrega de pastas e chaves e um passeio pelo local.

Movimento “Por Beja com Todos”

Projeto alternativo e independente O movimento “Por Beja com Todos” já foi oficialmente apresentado, com a intenção de mobilizar todos os que queiram exercer a sua cidadania ativa em prol de um concelho melhor. Constituído por cidadãos de diversas proveniências quer tornar-se num projeto alternativo independente a longo prazo.

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JOSÉ SERRANO

movimento “Por Beja com Todos” apresentou no sábado passado o seu manifesto. O objetivo? “Ter um concelho mais ativo, participativo e amigo das pessoas, das empresas e do ambiente”. O movimento considera que “Beja vive uma depressão como há muito não se sentia” e que “esta situação aconselha um grande debate que, para além dos partidos políticos, envolva e mobilize todos os que queiram exercer a sua cidadania ativa e contribuir para novos caminhos capazes de relançar a esperança num concelho melhor”. O movimento, que tem como coordenador Lopes Guerreiro, e que no dia da apresentação contava com 44 subscritores, tenciona

constituir-se numa “plataforma de intervenção cidadã ativa” e afirmar-se “pela positiva”. Trata-se, assim, segundo os subscritores, de “um projeto alternativo independente e plural”. Não está excluída uma candidatura à Câmara Municipal de Beja nas próximas eleições autárquicas e Lopes Guerreiro, aquando da apresentação do movimento, considerou: “É importante apoiar e promover candidaturas autárquicas no concelho”. No manifesto pode ler-se que “Por Beja com Todos” terá como objetivos eleitorais “somar e multiplicar votos, através do combate à abstenção e da mobilização dos que, não se acomodando perante o estado a que o concelho e o município chegaram, se mostrem dispostos a trabalhar e a unir esforços para a sua recuperação e desenvolvimento sustentado”. O movimento defende ainda “um poder local autónomo, responsável, com uma gestão rigorosa e participada, facilitadora, fomentadora e cooperante”. “Por Beja com Todos” quer que Beja seja um concelho “onde interesse investir, se possa trabalhar, apeteça viver e dê prazer conhecer e visitar”.

Lopes Guerreiro Coordenador do movimento não exclui candidatura à Câmara de Beja PUB

JOSÉ SERRANO

Atual

PCP Governo “é um perigo para a sobrevivência do regime democrático constitucional”

Jerónimo de Sousa em Beja

Refundação “é fraude ideológica” O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, participou, no sábado passado, num comício em Beja e teceu várias críticas ao Governo, considerando que a presença do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, e do líder do CDS-PP, Paulo Portas, “à frente do Governo, já não é apenas uma ameaça às condições de vida, mas tornou-se um perigo para a sobrevivência do próprio regime democrático constitucional”.

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erónimo de Sousa, perante uma plateia repleta, disse: “Não se trata apenas da gravidade das medidas violentíssimas” do Orçamento do Estado (OE) para 2013, que “é filho do pacto de agressão” assinado por PS, PSD e CDS-PP, mas também do “projeto que se desenha, metodicamente elaborado e pensado, de liquidação a sangue frio do regime democrático de Abril consagrado na Constituição”. Para o líder comunista, no debate do OE para 2013, no Parlamento, “ficou muito claro” que Pedro Passos Coelho e Paulo Portas “consideram que é hora de dar a estocada final no projeto de democracia constitucionalmente consagrado, concretizando uma velha aspiração da direita portuguesa”, acrescentando que “o rumo que o País segue é cada vez mais preocupante e o programa que o Governo PSD/CDS-PP executa, em estreita articulação com a troika estrangeira, que se arroga dona do País e do destino dos portugueses, assume contornos

crescentemente perigosos e sinistros”. Jerónimo de Sousa considerou a “operação de refundação do Estado”, anunciada por Pedro Passos Coelho, uma “grande fraude ideológica”, que “assenta na ideia de que o País está perante um único dilema: o de aumentar impostos ou cortar nas funções sociais do Estado”. Trata-se de “um falso e fraudulento dilema, que sonega a verdadeira solução para os problemas do País” disse Jerónimo de Sousa, alertando: “Não haja ilusões. Ou se põe fim a este governo, a esta política, a este pacto de agressão, ou eles acabam com o País”. Jerónimo de Sousa reagiu ainda à resposta do secretário-geral do PS, António José Seguro, à carta que o primeiro-ministro lhe tinha enviado, propondo um consenso para a “refundação” do programa de ajustamento. “Parece que Passos escreveu uma carta a Seguro. Parece que Seguro respondeu com outra carta. Diz a comunicação social: uma carta dura. Não sabemos se é dura se é mole, o que sabemos é que, mais do que uma carta dura, a este plano de subversão do regime democrático, o que era importante era ouvir o PS dizer não e estar disposto a combater connosco [PCP] na defesa do regime democrático consagrado na Constituição da República”, disse. Jerónimo de Sousa acusou também o ministro das finanças, Vítor Gaspar, de “uma grande intrujice”, por ter comparado a aplicação do memorando da troika a uma “maratona”.


A Caritas Diocesana de Beja, “em comunhão com as orientações” do bispo D. Vitalino Dantas, programou para o “Ano da fé” um conjunto de encontros mensais para os seus colaboradores, abertos à comunidade, com o objetivo “de partilhar e aprofundar as razões da nossa fé”. A iniciativa conta com a colaboração de Maria Cortez de Lobão, licenciada em Teologia. A primeira sessão terá lugar hoje, sexta-feira, entre as 16 e 30 e as 18 horas.

Município de Moura reforça cooperação com África e Brasil A Câmara Municipal de Moura e a empresa municipal Lógica estão a procurar reforçar e diversificar a cooperação no sector da energia solar fotovoltaica com o Brasil e com países africanos. Nesse sentido, o presidente da Câmara Municipal de Moura e do conselho de administração da Lógica, José Maria Pós-de-Mina, encontra-se

na República de São Tomé e Príncipe, onde permanecerá até à próxima segunda-feira, 12, depois de ter visitado a República de Angola, entre os dias 4 a 7. Recentemente o autarca deslocou-se a Brasília, capital do Brasil, “onde contatou empresários e entidades federais e estaduais brasileiras e consolidou perspetivas já antes abertas de uma frutífera atividade da Lógica no Brasil”. Por outro lado, e

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Caritas de Beja promove o “Ano da fé”

na sequência de diversas visitas a Moura da embaixadora da Nigéria em Portugal e de empresários nigerianos, e dos contatos então encetados, “encontra-se neste momento naquele país da África Ocidental uma equipa técnica da Lógica a concretizar um projeto de energia solar fotovoltaica numa aldeia nigeriana e a desenvolver diligências para outros projetos nesta área”, refere a autarquia.

Apenas nasceram 844 crianças entre janeiro e setembro

Natalidade baixa seis por cento no distrito de Beja Entre janeiro e setembro deste ano foram realizados 844 testes do pezinho referentes ao distrito de Beja, menos 54 do que em igual período de 2011. No entanto, os números do Baixo Alentejo são os que menos descem no cômputo geral da região alentejana. Em Portugal, a taxa de natalidade é a mais baixa dos últimos 60 anos. Texto Aníbal Fernandes

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os primeiros nove meses de 2012, em Portugal, apenas foram realizados 67 mil testes do pezinho, menos 6 500 do que no ano anterior, revelou Laura Vilarinho, diretora da Unidade de Rastreio Neonatal do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA). Este número permite antever que, este ano, a barreira dos 100 mil

nascimentos não será atingida, o que para a responsável pelo Programa Nacional de Diagnóstico Precoce se revela “muito preocupante”. No distrito de Beja a tendência da natalidade é em tudo semelhante à que se verifica no resto do País. Até ao mês de setembro deste ano assistiu-se a um recuo de cerca de seis por cento nos nascimentos, tendo sido efetuados 844 testes do pezinho, contra os 896 contabilizados no mesmo período do ano passado. Os números revelam um crescimento negativo consistente da taxa de natalidade no País e na região nos últimos 30 anos. Os dados agora anunciados, quando comparados com os do mesmo período de há uma década, mostram um decréscimo de 8,1 por cento de nascimentos em Beja, enquanto em Évora a descida é de 22,8 por cento (1 052/940),

Deputado do PSD contra subida do IVA

Mário Simões solidário com empresários da restauração

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deputado do PSD eleito pelo círculo de Beja diz estar solidário com os empresários do setor da restauração, que contestam o aumento da subida do IVA na sua atividade. No decorrer de uma reunião realizada entre Mário Simões e representantes do núcleo de Beja do Movimento Nacional de Empresários da Restauração, “o movimento chamou a atenção para o facto deste aumento ter um impacto negativo no setor, nomeadamente na redução do volume de negócios e consequentemente no encerramento de mais de 30 mil empresas e extinção de cerca de 100 mil postos de trabalho, a que acresce o aumento na despesa da segurança social”, dados que “estão suportados num estudo realizado por duas consultoras independentes,

a Pricewaterhousecooper e a Espanha & associados”. O deputado considera que estes “são dados muito preocupantes e que devem ser analisados com atenção redobrada por parte do Ministério das Finanças e neste momento, em particular, pelos deputados da Comissão Parlamentar de Orçamento e Finanças” e assumiu perante os representantes “o compromisso de que tudo vai fazer para sensibilizar o Ministério das Finanças e os deputados, para que sejam introduzidas correções no Orçamento do Estado para 2013, em sede de especialidade, que contemplem medidas de discriminação positiva tal como acontece com a hotelaria, relembrando que a restauração é também um dos suportes estruturantes do turismo”.

e em Portalegre de 11,4 por cento (587/543). No total, nos três distritos alentejanos, até setembro de 2002, tinham sido realizados 2 815 testes do pezinho, enquanto este ano, em igual período, apenas foram contabilizados 2 327, um recuo de 17,4 por cento. Os números aqui revelados foram obtidos através do Programa Nacional de Diagnóstico Precoce, vulgarmente designado por “teste do pezinho”, uma análise realizada através de uma amostra de sangue colhida no pé da criança entre o terceiro e sexto dia de vida, e que permite despistar 25 doenças de forma precoce. Menos nascimentos, menos população O

Instituto Nacional de Estatística, num relatório divulgado em junho, dizia que entre dezembro de 2010 e dezembro de 2011 a população portuguesa tinha perdido 30 317 indivíduos, passando de 10 572 157 para 10 541 840, um PUB

crescimento negativo de 0,29 por cento, para o qual contribui o “saldo natural negativo de 5 986 indivíduos”, a diferença entre o número de mortes e de nascimentos. Os dados agora avançados a partir do registo do “teste do pezinho” permitem constatar que este ano o saldo natural poderá voltar a ser negativo. Portugal é o país da União Europeia onde a taxa de natalidade mais baixou na última década. Segundo dados do Eurostat publicados em 2010, entre 1999 e 2009 este número decresceu 19,7 por cento, taxa apenas superada pela Alemanha. Ainda referente a 2009, as estatísticas europeias indicam que o número de filhos por cada mulher em idade fértil ficou pelos 1,32. No entanto, o número subiu para 1,36 e 1,35, respetivamente, em 2010 e 2011. O mesmo estudo indica que a idade média com que as mulheres tinham o seu primeiro filho se situava nos 28,6 anos.


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Agentes da PSP de Beja protestam em Lisboa

Governo autoriza a promoção de 3 115 militares da GNR O Governo autorizou na segunda-feira a promoção de 3 115 militares da GNR, indicou fonte sindical, depois de ter determinado, em outubro, 1 067 promoções na PSP. Em declarações à Lusa, o presidente da Associação Socioprofissional Independente da Guarda

Cerca de cinco mil agentes, segundo a Associação Profissional dos Profissionais de Polícia (ASPP), participaram na passada terça-feira, em Lisboa, numa manifestação para protestar contra os cortes previstos no Orçamento do Estado para 2013, e que segundo a ASPP levará a uma perda de direitos. Uma delegação de polícias das esquadras de Beja e Moura participou no desfile, que começou no largo Camões

e terminou junto à Assembleia da República, onde os manifestantes empunharam bandeiras e gritaram “Passos, escuta, os polícias estão em luta”, entre outras palavras de ordem. O presidente da ASPP, Paulo Rodrigues, disse à Lusa que esta foi a “maior manifestação de sempre”, organizada pela estrutura sindical, justificando o protesto com “a desmotivação” da classe.

(Aspig/GNR), José Alho, disse que 1 431 militares são promovidos de guarda a guarda principal, 896 de guarda ou guarda principal a cabo e 351 de cabo a cabo-chefe. Segundo a mesma fonte, 89 militares da GNR são promovidos de cabo-chefe a cabo-mor, 151 de 2.º sargento a 1.º sargento e 197 de 1.º sargento a sargento-ajudante. Em

comunicado, a Aspig/GNR congratula-se com o despacho conjunto dos ministros da Administração Interna e das Finanças, assinado na segunda-feira, depois de ter alertado “para o mal-estar de centenas de militares da GNR, causado pelas promoções em atraso para vagas existentes em 2010”.

APG visitou 19 instalações no distrito

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Postos da GNR “precisam urgentemente” de obras “Falta de efetivos” nos postos da GNR, “degradação e falta de condições de habitabilidade de muitas das instalações” e existência de “viaturas envelhecidas” foram as principais carências detetadas recentemente por representantes da delegação regional do sul da Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR) após uma visita a “19 instalações” no distrito de Beja.

E

m declarações ao “Diário do Alentejo”, o coordenador da delegação sul afirmou que “as condições [dos postos]” visitados “não são as melhores”, até porque na sua maioria são instalações que “foram adaptadas” para acolher os profissionais da guarda não proporcionando, assim, em alguns casos, “condições mínimas de conforto”. No caso do posto de Serpa, adianta António Barreira, as casas de banho não estão integradas no edifício, obrigando os profissionais que pernoitem no mesmo “a atravessarem um pátio descoberto para se deslocarem à casa de banho, para fazerem a sua higiene pessoal”, o que “no inverno, com chuva, é desagradável”. O posto de Mértola, por sua vez, funciona “numa parte das instalações do tribunal”, não dispondo de camaratas suficientes para albergar os profissionais. “Os elementos mais novos, geralmente os que estão longe da família, tiveram de arrendar uma casa porque não há condições para todos”, adianta o responsável. Já em Odemira, “embora seja destacamento”, as instalações “não têm as condições necessárias”, e em Cuba, “de todos o caso menos grave”, são “necessárias intervenções pequenas”. Em relação ao posto de Vidigueira, é preocupante, adianta António Barreira, o facto de o edifício ter à sua volta um número elevado de viaturas apreendidas, o que, “em caso de incêndio”, dificultará “a entrada de carros dos bombeiros”, colocando assim “as instalações e os profissionais em perigo”. “Alguns postos precisam urgentemente de reparos ou de serem substituídos pela construção de novos edifícios. Mas se conseguirmos fazer alguns remendos já é

um grande avanço, não ficamos muito satisfeitos mas já ficamos mais satisfeitos do que estamos”, diz António Barreira, salientando, no entanto, que a preocupação da APG/GNR não é só com os profissionais da guarda, mas que se estende à população. “Pensamos também na melhoria das condições para os utentes. Queremos que os postos tenham uma imagem positiva para quem nos procura para apresentar uma queixa, por exemplo”. Em relação ao parque automóvel, o coordenador refere que existem viaturas “com mais de 10 anos de serviço” e “400 mil quilómetros”, o que coloca em causa “não só a segurança de quem as utiliza – os profissionais – mas também das próprias populações”. Com vista a encontrar “soluções conjuntas de intervenção junto da tutela”, sobretudo no que diz respeito “às instalações e às suas condições de funcionamento”, a APG/GNR solicitou reuniões com representantes das câmaras de Alvito, Beja, Cuba, Mértola, Odemira e Serpa. “Vamos pedir às câmaras que nos auxiliem no sentido de alertar a tutela para as necessidades urgentes de obras ou de construção de novos postos. O que pretendemos é que as pessoas que têm algum poder de decisão olhem para o distrito não apenas como um local de passagem para quando vão para o Algarve mas também como um local onde existem profissionais a trabalhar”, conclui António Barreira. Em decla rações ao “Diá rio do Alentejo”, o oficial de relações públicas do Comando Territorial de Beja da GNR, capitão Eduardo Lérias, assegurou que o comando “tem feito um esforço muito grande, em conjunto com as autarquias, para que através de fundos comunitários seja possível fazer as reabilitações dos quartéis”, isto porque, adianta, “a maioria dos quartéis não é da propriedade da GNR mas sim das autarquias”. Em relação a todos os outros postos que precisam de intervenções, mas que não são pertença das autarquias, o responsável adianta que o comando “tem feito também um esforço para melhorar as condições dos profissionais”. Nélia Pedrosa


A banda portuguesa The Black Mamba atua no próximo dia 16, a partir das 22 horas, no espaço Oficinas de Formação e Animação Cultural de Aljustrel, para apresentar o homónimo álbum de estreia. Criada em 2010, a banda de Pedro Tatanka (voz e guitarra), Ciro Cruz (baixista) e Miguel Casais (baterista), que mistura soul, blues e funk, editou este ano o álbum de estreia “The Black Mamba”.

ERT quer criar marca e marketing para o azeite A Turismo do Alentejo desafiou produtores de azeite e associações do setor para se unirem e desenvolverem um novo produto turístico baseado na fileira do azeite, o olivoturismo, revelou o presidente da entidade. “Tal como sucedeu com os vinhos, queremos um caminho similar em relação aos azeites”, realçou o presidente

da Entidade Regional de Turismo (ERT) do Alentejo, Ceia da Silva, em declarações à Lusa. O presidente da ERT considerou que a fileira do azeite teve “uma dinâmica brutal”, do ponto de vista agrícola, ao longo dos últimos “seis ou sete anos”, mas é o momento para o setor se lançar na área do turismo. Ceia da Silva defendeu que o olivoturismo “é um produto que pode vir a ser construído e alicerçado

nos próximos dois ou três anos”, sendo “importante” envolver os produtores e os agentes ligados ao setor para serem criadas “dinâmicas específicas”. “Queremos criar a marca e o marketing dos azeites do Alentejo e estruturar a oferta e o produto”, disse, destacando a necessidade de serem criados novos produtos, como SPA de azeite, e roteiros pelos lagares da região.

Enoturismo em Beja...

Malhadinha Nova É a única candidata do Baixo Alentejo à categoria de “Melhor Enoturismo”

60 projetos a concurso

Prémios “Turismo do Alentejo” Quase 60 projetos, mais 15 do que em 2011, disputam as sete categorias da 3.ª edição dos Prémios “Turismo do Alentejo”, promovidos pela Entidade Regional de Turismo (ERT) e cujos vencedores são anunciados no dia 23.

A

iniciativa, dirigida aos agentes públicos ou privados que desenvolvam projetos de interesse turístico no Alentejo, tem por objetivo “distinguir e divulgar a excelência da oferta que, de modo geral, tem contribuído para afirmar o destino nos mercados”, explica a ERT. A esta 3.ª edição, foram candidatados 57 projetos, distribuídos pelas sete categorias em apreciação: “Melhor Empreendimento Turístico”, “Melhor Turismo Rural”, “Melhor Animação Turístico”, “Melhor Enoturismo”, “Melhor Evento”, “Melhor Gastronomia” e “Melhor Projeto Público”. Os vencedores, escolhidos por um júri de seis elementos, vão ser anunciados numa cerimónia, no dia 23, no Casino de Troia (Grândola). Na gala, segundo a ERT, vão ainda ser revelados três prémios extraconcurso, o Prémio “Agência Regional de Promoção Turística Externa do Alentejo”, o Prémio Especial “Turismo do Alentejo” e o Prémio “Comunicação Alentejo”. “O facto de, nesta edição, o número de candidaturas ter aumentado denota que, apesar das adversidades económicas do país, os ‘players’ [agentes] do Alentejo continuam a apostar na competitividade, na qualidade e na qualificação da oferta como fatores de diferenciação”, realçou o presidente

da Turismo do Alentejo, Ceia da Silva. Duas unidades hoteleiras de Alter do Chão, a Varandas de Alter e o Hotel Convento de Alter, assim como o L’AND Vineyards Resort (Montemor-o-Novo), o Évora Hotel e o Troia Design Hotel disputam o “selo” de “Melhor Empreendimento Turístico”. Para “Melhor Turismo Rural”, o júri vai decidir entre o Monte do Xisto Hotel Rural e o Monte do Giestal, ambos no concelho de Santiago do Cacém, a Imani Country House (Évora), a herdade do Touril (Odemira) e a Casa do Colégio Velho (Vila Viçosa). A categoria de “Melhor Enoturismo” tem a concurso as unidades da Cartuxa, da Fundação Eugénio de Almeida (Évora), e do Esporão (Reguengos de Monsaraz) e a herdade da Malhadinha Nova (Beja). Monte Selvagem (Montemor-o-Novo), herdade da Mata (Viana do Alentejo), Carvalhal Surf School e Blue & Green Moments (Grândola), Trilhos do Sudoeste (Odemira/Sines), “Vamos fazer as Onze” do município de Borba e Mundo Montado – Turismo Responsável no Alentejo (Odemira) concorrem na “Melhor Animação Turística”. A categoria com mais projetos é a de “Melhor Evento”, com um total de 21 candidatos, cinco deles de Beja, quatro de Viana do Alentejo, dois de Grândola e os restantes de Évora, Sines, Serpa, Vila Viçosa, Estremoz, Elvas ou Campo Maior, entre outros concelhos. Sete restaurantes alentejanos vão “bater-se” pelo galardão de “Melhor Gastronomia”, sendo o de “Melhor Projeto Público” disputado por igual número de candidatos.

A Câmara Municipal de Beja promove amanhã, sábado, no âmbito das comemorações do dia Europeu do Enoturismo, mais uma edição do Passeios na Natureza, intitulado “Por vinhas e adegas”. Desta vez a caminhada decorre na herdade da Malhadinha, num percurso de seis quilómetros, onde será possível apreciar as vinhas e toda a envolvente da adega. As inscrições estão limitadas a 35 pessoas e podem ser efetuadas no posto de turismo. Diversas herdades do concelho associaram-se também às comemorações, apresentando propostas bem diversificadas. Hoje, sexta-feira, é dia aberto na herdade do Vau, estando agendada para às 16 horas uma visita e prova de vinhos. A adega do Monte Novo e Figueirinha prepara uma pequena degustação de vinhos e azeites aos visitantes entre hoje e domingo, 11. A herdade dos Grous propõe visitas guiadas na sua adega e uma prova de vinho com castanhas assadas no domingo. Na Vila Galé/Casa de Santa Vitória a aposta passa por uma proposta de estadia no hotel rural, mas também pela visita guiada à adega também no domingo. O programa proposto pela autarquia inclui ainda a exibição do filme “As horas do Douro” (Pax Julia, dia 13), seguindo-se uma conversa com Joana Pontes, que realizou e PUB

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Banda The Black Mamba atua em Aljustrel

escreveu o argumento a meias com António Barreto, que também marcará presença; uma palestra a cargo de Roberto Perez no âmbito da iniciativa “Música com Vinho” (dia 15); um curso de iniciação à prova de vinho (dia 17); e jantares vínicos nos restaurantes de Beja (de 23 a 25).

... e também em Vidigueira A Câmara Municipal de Vidigueira associa-se a mais uma edição do Dia Europeu do Enoturismo, apresentando “um programa que agrega a cultura e a tradição das gentes de Vidigueira à identidade do vinho e aos produtos locais”. Do vasto programa destaque para as provas e venda de vinhos de talha no posto de turismo (dia 11), para os Jantares Eno Gastronómicos nos restaurantes A Cascata, O Raposo, O Vermelhudo, O Trilho, Charrua e País das Uvas (dias 10 e 11), para as visitas guiadas às adegas do concelho (dias 10 e 11) e para a comemoração do São Martinho na Adega da Vitifrades, numa organização da Associação de Desenvolvimento Local Vitifrades. Nos dias 17 e 18 terá ainda lugar o BTT “São Martinho no País das Uvas”, organizado pelos Trilhos de Baco, e até dia 14 o posto de turismo tem patente ao público a exposição “O Nascer do Vinho-Apontamentos de uma Arte”.


Diário do Alentejo 9 novembro 2012

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Caixa de Crédito de Beja e Mértola distingue mérito escolar e atribui prémios aos alunos

A Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Beja e Mértola entrega amanhã, sábado, no auditório do Nerbe, prémios escolares, numa iniciativa que tem como objetivo “incentivar os alunos que melhores resultados obtiveram no ano letivo transato”. Segundo os responsáveis, a iniciativa integra-se “também na vertente/missão social” que a entidade bancária “assume há muito, uma vez que criou este prémio em 2007, através de protocolos com sete escolas dos concelhos de Beja e Mértola, atribuindo um prémio monetário de 2 000 euros por escola, tendo como propósito premiar o mérito dos alunos”. A cerimónia está agendada para as 10 horas.

Detido suspeito de assalto de banco em Ferreira do Alentejo Foi detido no início da tarde de quarta-feira, 7, um homem suspeito de ter assaltado nesse mesmo dia, ao final da manhã, uma dependência bancária do Millennium em Ferreira do Alentejo. De acordo com o “Jornal de Notícias”, o suspeito “é um habitante local que está relacionado com o tráfico de droga”. Da dependência terão sido levados cerca de 300 euros.

Menos 30 por cento da azeitona recebida na anterior campanha

Depois de um ano “record” em termos de produção, a Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos enceta mais uma campanha olivícola prevendo uma quebra de 30 por cento, com um incontornável aumento do preço do azeite. A safra será, no entanto, de “muito boa qualidade”.

JOSÉ FERROLHO

Cooperativa de Moura prevê quebra na produção

São Teotónio, no concelho de Odemira, recebe este fim de semana, dias 10 e 11, o Festival do Milho e do Feijão, cujas entradas são pagas com bens alimentares que reverterão para a campanha “Odemira Solidária”. O evento decorrerá no pavilhão A4 da Faceco, entre as 14 e as 23 horas de sábado, dia 10, e entre as 12 e as 18 horas de domingo, dia 11. A iniciativa nasce da vontade da Comissão Social InterFreguesias de São Teotónio/Zambujeira do Mar, com o apoio do município de Odemira, “de promover uma atividade cujos fundos revertam a favor da campanha ‘Odemira Solidária’”.

Alentejo assume presidência da Euroace O Alentejo vai assumir no início do próximo ano a presidência da Euroace, a primeira euroç-região de natureza tripartida na fronteira hispano-portuguesa e que engloba as regiões do Alentejo e Centro de Portugal e a Estremadura espanhola. O Alentejo vai suceder à Estremadura, que tem presidido a euro-região desde a sua criação, em 2009, e irá assumir o cargo durante o conselho plenário da Euroace, que decorrerá no início de 2013 em data a definir.

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Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos já encetou, na segunda-feira, 5, nova campanha da azeitona mas as perspetivas para a temporada de 2012/2013 apontam para uma quebra de 30 por cento na produção. Isto depois de um ano em que se registou uma “produção record”, com a receção de 37, 5 milhões de quilos de azeitona, o equivalente a um aumento de 17 por cento em relação à anterior campanha. Um fenómeno que o responsável operacional, João Ribeiro, explica com o facto de “grande parte dos nossos olivais, aqui da região de Moura, serem tradicionais, de sequeiro”, o que, associado “à falta de chuva no segundo semestre de 2011 e no ano de 2012 ocasionou uma quebra de produção”. Por outro lado, acrescenta, “há sempre um efeito de contrassafra no ano seguinte ao de uma campanha com uma produção record”. Feitas as contas, prevê-se a entrada, na Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos, de um volume que oscilará entre os 25 e os 26 milhões de quilos de azeitona. A campanha olivícola avizinha-se,

Festival do Milho e do Feijão em São Teotónio

Laboratório da EMAS de Beja melhora interface de disponibilização de dados Azeitona Cooperativa receberá, este ano, entre 25 e 26 milhões de quilos

no entanto, de “muito boa qualidade” no que à azeitona diz respeito. Por um lado, porque “foi um ano em que não houve, no nosso caso, uma grande pressão ao nível da principal praga, que é a mosca da azeitona” e, por outro, porque “normalmente, em anos secos, intensificam-se alguns atributos do azeite, produzindo-se azeites mais intensos em termos de sabores e de aromas”, ressalva João Ribeiro. O responsável avisa também que a quebra de produção não é um exclusivo do território português, facto que tem tido repercussões no preço do azeite no

mercado internacional, com uma subida “entre 30 a 40 por cento de julho para cá”. Ou seja, será inevitável “um aumento generalizado dos preços” mas com os necessários “limites”, tendo em conta “o período difícil que estamos a viver em termos económicos”. A Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos era, pelo menos até à campanha olivícola de 2011/2012, o maior produtor português de azeite, detendo uma quota de 10 por cento da produção nacional. CF

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Depois de consolidado o processo de acreditação do laboratório da EMAS de Beja, “um garante fundamental da qualidade e fiabilidade dos serviços”, a nova aposta “passa agora necessariamente pela rapidez e facilidade em disponibilizar os resultados aos principais clientes”, refere a empresa, acrescentando que “o acesso rápido e fiável aos dados é hoje um fator de competitividade e de diferenciação positiva que o laboratório da EMAS não podia deixar de explorar”.

Cimal promove sessão sobre mobilidade e acessibilidade em Sines A Cimal – Comunidade Intermunicipal do Alentejo Litoral promove hoje, sexta-feira, em Sines, uma ação de sensibilização sobre mobilidade e acessibilidade. A sessão, destinada aos técnicos e agentes públicos e privados que trabalham e desenvolvem o território, decorre das 9 e 30 às 12 e 30 horas e das 14 às 17 horas na sala de sessões da autarquia.

Grândola espera conquistar mais de 10 mil amantes de chocolate

JOSÉ CÂNDIDO CHÍCHARO & FILHO, LDA.

Rua D. Afonso III, Ed. Toyota, Apart 76 7800-050 Beja Tel. 351284311410/12 Fax 351 284 311 419 jcctoyota@mail.telepac.pt FRANCISCO FERNANDES (chefe de vendas) Telemóvel +351 961 338 937

Mais de 10 mil visitantes são esperados na Feira de Chocolate, que arrancou ontem, quinta-feira, em Grândola, para saborear, apreciar e aprender a tirar o melhor partido deste doce manjar, divulgou a câmara municipal local. Ricardo Campaniço, vereador do Turismo, explicou que a realização deste evento em novembro visa “combater a sazonalidade do turismo” e proporcionar “mais um incremento ao comércio local”, que atravessa uma “crise grande”. O autarca considerou que a Feira de Chocolate, organizada pela autarquia pelo sexto ano consecutivo, “é uma aposta ganha”. Com um orçamento de 30 mil euros, o evento conta este ano com 60 expositores.


Sines lança programa de educação ambiental nas escolas Lançado no final de outubro o Programa de Educação Ambiental (PEA) de Sines para o ano letivo 2012/2013 destina-se a mais de 800 alunos do ensino préescolar e 1.º ciclo. O PEA é promovido pela câmara municipal

As obras de requalificação da Ermida de São Sebastião, em Ferreira do Alentejo, já arrancaram, num investimento de 51 400 euros, que vai permitir recuperar o monumento, que irá funcionar como um polo do museu municipal da vila. Segundo a Câmara de Ferreira do Alentejo, a requalificação da ermida, um “importante” monumento do património do concelho, só se tornou possível após a autarquia ter comprado o edifício ao Estado por 6 800 euros. A compra e as obras de requalificação da ermida são financiadas pelo programa comunitário INAlentejo, no âmbito do projeto “Reabilitação Urbana de Ferreira do Alentejo”, promovido pelo município.

local e “pretende despertar as consciências dos mais jovens para a importância da preservação do meio ambiente e poupança dos nossos recursos”, apostando num conjunto sistematizado de iniciativas nas escolas – sessões teóricas e palestras, visualização de filmes e documentários, ateliês

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Ferreira do Alentejo requalifica Ermida de São Sebastião

práticos e atividades no terreno – coordenadas por técnicos da autarquia, em colaboração com os docentes. O PEA é desenvolvido pela autarquia desde 2008, sendo renovado no início de cada ano letivo, de acordo com as necessidades formativas dos alunos.

Moura, Mourão, Barrancos e Vale do Guadiana

LPN cria rede de campos para alimentar abutre-preto no sudeste alentejano

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Liga para a Proteção da Natureza (LPN) está a criar campos de alimentação para abutre-preto no sudeste alentejano para permitir à ave necrófaga, “criticamente em perigo”, estabelecer-se e voltar a reproduzir-se na região. A rede de campos de alimentação para aves necrófagas está a ser criada no âmbito do Projeto LIFE – Natureza “Promoção do Habitat do Lince-ibérico e do Abutre-preto no Sudeste de Portugal” e já tem quatro campos licenciados e a funcionar nas regiões de Moura, Mourão e Barrancos e do Vale do Guadiana, explica a LPN. A utilização dos quatro campos por abutres-pretos já foi confirmada, sublinha a LPN,

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referindo que “em breve” mais locais integrarão a rede, que irá disponibilizar alimento para o abutre-preto e pretende “melhorar as condições para a alimentação e o estabelecimento” da ave no sudeste alentejano. Através da rede e de outras medidas de conservação do abutre-preto, que estão a ser desenvolvidas, o projeto espera que a ave, “criticamente em perigo”, possa, “num futuro próximo”, ter condições para voltar a reproduzir-se no sudeste alentejano, frisa a LPN. Segundo a LPN, os campos de alimentação da rede consistem em pequenas áreas devidamente vedadas e acessíveis apenas a aves necrófagas e são criados em colaboração com propriedades ou zonas de caça públicas e privadas,

“tirando partido das carcaças e subprodutos das explorações pecuárias e da atividade cinegética”. Os campos “obedecem a rigorosos procedimentos sanitários e de gestão e monitorização”, para que “possam contribuir para a melhoria da disponibilidade alimentar do abutre-preto sem colocarem em causa a saúde pública”, sublinha a LPN. A LPN frisa que os campos da rede são licenciados de acordo com a legislação nacional e comunitária, estão em “total articulação com os sistemas oficiais de recolha e eliminação de subprodutos animais” e irão contribuir para os objetivos da Estratégia para a Conservação das Aves Necrófagas de Portugal atualmente em

preparação. O projeto LIFE – Natureza “Promoção do Habitat do Lince-ibérico e do Abutre-preto no sudeste de Portugal” pretende contribuir para a melhoria das condições de sobrevivência e de reprodução do lince-ibérico e do abutre-preto, “duas espécies criticamente em perigo e com importantes funções no ecossistema no sudeste de Portugal, beneficiando ainda outras espécies ameaçadas de extinção”. Coordenado pela LPN, o projeto, que conta com a parceria de várias instituições públicas e privadas, arrancou em janeiro de 2010 e termina em dezembro de 2013 e é cofinanciado em 75 por cento pelo Programa LIFE – Natureza da Comissão Europeia.


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Já não se trata de ser de direita ou de esquerda… Trata-se apenas de uma questão de decência… Pôr a hipótese de baixar 10 ou mesmo que seja seis por cento no subsídio de desemprego é de uma tal desumanidade que escasseiam as palavras para a descrever. Maria do Céu Pires, “Brados do Alentejo”, 1 de novembro de 2012

Opinião

A norma e a crise Ruy Ventura Poeta e ensaísta

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ão é nova a teoria de que tudo, no mundo, oscila entre a norma e a crise. Podemos ver neste movimento a afirmação de Eça de Queirós, segundo a qual a História é uma velhota que se repete sem cessar, ou essoutra visão do devir humano em que os acontecimentos surgem sob o símbolo do pêndulo. Ou seja, periodicamente há uma repetição modificada de convulsões e pacificações, de disforias e euforias, de depressões e acalmias. Houve mesmo quem, a partir desta conceção da História, teorizasse o percurso das revoluções científicas, sublinhando que a passagem de uma norma a outra norma (ou seja, de um paradigma a outro paradigma) só se faz através de períodos mais ou menos dilatados de crise e de intensa discussão. Se olharmos atentamente, sem paixão mas com interesse, para tudo quanto se vem passando no mundo ocidental, sobretudo nos países sujeitos a uma penúria financeira (entre os quais, Portugal), não é difícil perceber que se inicia, agora de forma generalizada, um período de transição nas relações sociais, políticas e económicas. O paradigma anterior estilhaçou. O que era normal deixou de o ser. Há muito que vozes autorizadas e clarividentes o vinham anunciando, algumas delas há mais de um século. Mas foi preciso que a norma vigente – suportada não pela dignidade humana, mas pelo império do dinheiro, dos jogos financeiros e das suas diabólicas seduções e intenções – rebentasse, para que todos nos movimentássemos e começássemos a agir. É esta a crise – e não apenas a falta de dinheiro nas nossas contas bancárias. Há quem lhe chame “crise de valores” – e não está mal visto. Creio que ela não cessará enquanto os seres humanos não mudarem por completo as suas relações com a natureza, com a memória, com os seus semelhantes, com o poder político e social, com o trabalho, com a educação, com a saúde, com o dinheiro, com tudo quando os rodeia, os eleva e os limita. A maioria dos nossos concidadãos, por enquanto, ainda reivindica apenas uma “devolução”, a devolução de um tempo dourado em que não faltava numerário (próprio ou emprestado) para tudo e mais alguma coisa. Mas, a pouco e pouco, vão-se ouvindo frases que desejam uma mudança verdadeira e completa. Infelizmente, a miopia, a falta de conhecimento da História ou a maldade leva muitos dos autores dessas reivindicações a misturarem realidade com ficção, a desejarem (consciente ou inconscientemente) o regresso a “soluções” que, de forma direta ou indireta, deram nascimento a algumas das maiores monstruosidades políticas e sociais dos últimos cento e cinquenta anos. Lembro o comunismo nas suas várias expressões localizadas e, obviamente, o nazismo e outras formas de poder tirânico mais ou menos evidentes. É preciso ter muito cuidado neste tempo em que “Ninguém sabe que coisa quer. / Ninguém conhece que alma tem, / Nem o que é mal nem o que é bem.” (Fernando Pessoa). Angustia-nos termos consciência de que este período de crise ou de transição poderá ser mais longo do que se espera. Mais tarde ou mais cedo, afetará, assim o creio, todos os países que têm vivido sob o mesmo paradigma (mesmo aqueles que agora se apresentam como “credores”), norma em que o ter estrangulou o ser. A resistência deve ser feita tendo em conta a memória ou lembrança do que nos

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A Câmara Municipal de Beja, à semelhança do que acontece um pouco por todo o Alentejo, acaba de disponibilizar vários talhões de terra para a implementação de HORTAS URBANAS de cariz social. Trata-se de uma boa medida, oportuna, que pode ajudar algumas famílias a produzirem parte do seu próprio sustento, em tempos de vacas magras. Como é de louvar este novo “movimento” que relança o bom uso e o cultivo da terra. PB

Esta semana andou na baila a palavra refundação. Afinal, de que precisa o nosso país? De uma refundação ou de uma organização mais transparente, participada e responsável? Queremos mais Estado ou mais iniciativa particular, mais impostos para alimentar um estado absorvente e omnipresente ou menos carga fiscal com cidadãos mais intervenientes e corresponsáveis pelo bem comum? António Vitalino Dantas, “Notícias de Beja”, 1 de novembro de 2012

antecedeu e cessou e um olhar virado para o futuro, esperançoso. Se necessário, não deveremos ter medo de “abdicar” para sermos outra vez “reis” do nosso destino. Talvez tenhamos de admitir as palavras de Teixeira de Pascoaes, ditas em 1925: “[…] estamos numa época caótica e de transição, de que há de nascer uma nova harmonia social, para além de quaisquer formas de governo, que não me interessam. […] É preciso […] que se dê um grande renascimento religioso, porque só pela religião, pela Fé em Deus, se pode redimir a Humanidade”.

O melhor povo do mundo

sua função face à causa pública. A personagem monocórdica sugere um debate público, imagine-se, entre o que o Estado pode assegurar e o que a sociedade está disposta a pagar. Valha-nos a paciência. Resta-nos o “melhor povo do mundo”.

O pão nosso de cada dia Francisco Pratas Jornalista

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Luís Covas Lima Bancário

vida não deveria ser vivida com o lema “um dia de cada vez”, mas esse é o modo de pensar e de viver que desgraçadamente nos impuseram. A vida, esse caminho percorrido por etapas, é profícuo na aprendizagem e no conhecimento. O percurso é de sobremaneira valorizado quando ultrapassadas as dificuldades com que nos deparamos. Nos dias que correm, mesmo que se queira, não se consegue e as preocupações são mais do que muitas. O memorandum, ou melhor, os entendimentos que nos são impostos e as restrições que nos são exigidas, segundo os nossos governantes, não nos oferecem qualquer espaço de manobra, nem alternativas. Independentemente dos tais “avanços e recuos”, qual processo iterativo de tentativa e erro, o exercício mais notável que nos deram a conhecer é como transformar um projeto de dois terços para a despesa e um terço para a receita em 80 por cento para a receita e 20 por cento para a despesa. Configura um descalabro de uma balança que tende para um resultado nada equilibrado. Uma inversão que subverte qualquer princípio de equidade e de humanismo, ainda que nos digam que é o cenário possível face ao programa de ajustamento em curso. Tudo isto se passa com o “melhor povo do mundo”. É jocoso e indecoroso. O epíteto de melhor do mundo não deve gozar com quem trabalha, trabalhou e, acima de tudo, com quem não tem trabalho. Só falta qualquer dia virem dizer-nos que o “melhor povo do mundo” tem o melhor IRS do mundo. Seria motivador, não obstante caracterizada por um acento monocórdico em frente a uma qualquer câmara de televisão, que surgisse um personagem que, paciente e melodicamente, nos explicasse que a sua missão daqui em diante seria negociar, com quem nos financia, um plano B. Tendo como substância uma maior maturidade no prazo de pagamento e não descurando um período de carência nos juros, serviria para aliviar uma austeridade asfixiante que sufoca aquele que é o “melhor povo do mundo” e que já não aguenta mais. Fatalmente, para o “melhor povo do mundo”, existe um Orçamento do Estado para aprovar em breve, já com uma matriz definida e inflexível perante qualquer tentativa de negociação. Finalmente, preocupados com a despesa, por ser o epicentro da próxima avaliação da troika, despertam agora para nos falar da necessidade de uma reforma profunda do Estado. A tal, que nunca aconteceu, e implicará que uma redução da despesa pública passará por alterar a própria estrutura do Estado e essencialmente a

meu jovem leitor sabia que, nos princípios dos anos quarenta, o bom pão alentejano só podia ser vendido nas padarias e que noutros locais era expressamente proibido? Que para comprovar a sua legalidade, antes da respetiva cozedura, teria que ser carimbado? É verdade! Para esse efeito usava-se um carimbo de ferro com a sigla da IGA (Intendência Geral dos Abastecimentos) e com ele os amassadores, ou quem os substituísse, carimbavam à boca do forno os pães ali amassados. Assim, cada fornada do dia era submetida a essa obrigada operação, qual carta postal em via de emissão, com vista a que o produto em causa não fosse substituído por um outro pão qualquer, que pudesse facilmente entrar na rede do contrabando ou do “mercado negro” e saísse do País com a facilidade que se receava. Esta apurada fiscalização decorreu mais rigorosamente nos finais dos anos trinta, com a Guerra Civil de Espanha no seu apogeu. E com as consequências próprias de uma peleja militar deste tipo, num país como o dos nossos vizinhos, onde tudo faltava e tudo se trocava, até a dignidade das pessoas. A verdade é que por aqui, neste “Portugal à beira-mar plantado”, na “paz podre” de que Salazar tanto se orgulhava e era a vergonha e o sofrimento de tantos, as coisas não iam bem melhores. E o pão começava também a escassear particularmente nas casas das famílias mais carenciadas. Assim, o governo determinava rigorosa fiscalização em tudo o que fosse do ramo alimentar e, neste caso particular, do pão, mandando-o carimbar como forma legal de fabrico e à vista de quem o adquirisse. Por esses recuados tempos, o autor destas apressadas linhas (não teria mais que 10 ou 11 anos), vivia com uma tia-avó, já com adiantados aninhos. Nesse tempo, a velhinha mais bonita que conheci até aos dias de hoje, e a quem minha mãe, com o meu acordo, permitiu que eu por ali ficasse uns tempos a fazer-lhe companhia. O que veio a acontecer até à minha idade adulta. A minha casa era próxima de uma padaria com forno anexo, com cujos padeiros mantinha um bom relacionamento. Assim, e para evitar que a minha velhota se levantasse ainda de madrugada, escapando a demoras nas “bichas” e outros incómodos, combinei com os padeiros as regras de um jogo por mim proposto. E assim veio a acontecer. Mal chegava à hora combinada (seis horas da manhã), estava eu a carimbar na cabeça do pão e à boca do forno a primeira fornada para, uma hora depois, e sem mais engulhos, ter em meu poder o pão fresco do dia. Depois de o pagar à empregada da padaria responsável pela sua venda, saía com ele debaixo do braço e com um sorriso gaiato para quantos ainda ficavam na bicha. E regressava a casa para dormir algumas merecidas horas.


A notícia não é nova mas, mesmo requentada, não deixa de ser apreensiva. Muitos QUARTÉIS e postos da GNR e da PSP estão uma lástima. As condições de que desfrutam os agentes da autoridade, na grande maioria dos casos, são inadmissíveis. Isto para não falar da falta de equipamentos e das viaturas de serviço que são, em regra, verdadeiros chaços velhos. A falta de dignidade e de respeito para com os agentes polícias é gritante. E isso assusta. PB

Crónica Alentejano, retrato à la minuta

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Nascem cada vez menos CRIANÇAS EM PORTUGAL. Este ano, pela primeira vez, o número de óbitos é superior ao número de nascimentos. E isto deve-se muito ao refluxo da imigração e ao novo êxodo emigratório, em simultâneo. E não apenas a razões de circunstâncias culturais. Numa aritmética simplista, e tendo como base estes números, daqui a três séculos o “bicho” português estaria extinto. PB

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As medidas de austeridade que têm sido impostas pelos inefáveis decisores da troika só podem resultar, mais cedo ou mais tarde, numa espiral de falências e no consequente descalabro de toda a economia, esquecendo-se tão ínclitos decisores que os falidos não podem pagar os brutais impostos porque já não ganham para sobreviver, quanto mais para pagar juros usurários. Raul Oliveira, “O Lema”, 1ª. quinzena de novembro de 2012

João Mário Caldeira

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eparem nele quando se dirige para a venda, despida a roupa de trabalho. A ponta da cara lavada, o chapéu um tudo nada caído sobre os olhos. Parece levar o rei na barriga. Caminha devagar, pois não vai tirar o pai da forca. O compasso da passada também tem a ver com a postura. Entra de cabeça baixa, saudando quem está, fingindo que não vê ninguém. A salva é quase um resmungo, coisa que não lhe afeta a compostura. Ficam mal grandes cortesias. A taberna é coisa de homens, campo sobretudo de afirmação. Em casa recebeu as habituais admoestações da mulher e ainda vem embezerrado. Ela não perde pela aspereza, mesmo que não haja motivos. Anda cansada da lida, dos filhos, de uma vida sem parança. Atormenta-a pensar ainda na ceia que está por fazer. Por isso descarrega nele, afoita, protegida por tudo o que já fez e ainda lhe falta fazer. Ele cala-se, desejoso de se raspar. Não quer arranjar motivos que lhe impeçam a saída. Quando entra na taberna procura disfarçar a turvação. O que se passa em particular não é para ali chamado. Tem consciência do real poder da mulher, da dureza da sua vida ao leme da casa, mas mesmo reconhecendo-o, quer que os outros saibam que lá em casa manda ele. “A minha, bem quer levantar cabelo, mas eu corto-lhe o pio!...”, dirá na primeira circunstância. Com naturalidade mal disfarçada, encosta-se ao balcão de cigarro aceso, atento aos que entram à espera de companhia. Nada desta encenação faria sentido se o nosso homem não fosse peça de um coletivo a que tem que prestar contas. Se só entrasse na venda para beber um copo, pagá-lo e sair, não precisaria de se preocupar. Todavia ele tem outros compromissos. O alentejano não entra na taberna só com o dinheiro para um copo. Seria de estranhar. Se não chega para dois, faz um arco frente à porta e aguarda para outra ocasião. Tanto como beber precisa de conviver. Por isso procura parceiro. Mesmo só trocando com ele meia dúzia de palavras. O importante é ter alguém ao pé de si. Compartir. O homem que não pode conviver, mata-se. Quantos alentejanos não penduraram a sua solidão nos braços de um sobreiro, imolando-se por se sentirem desprezados! O espaço é tão grande e tão vazio que o homem não aguenta sozinho. Só o coletivo ampara. Por isso aguarda junto ao balcão a chegada de camaradas. O taberneiro não lhe liga nenhuma. Só lhe chegará ao pé quando o vir acompanhado e mesmo assim só quando o chamarem com respeito, porque não é criado de ninguém, como repete amiúde. A altivez é uma das facetas do homem da região, fruto de uma revolta que vem de há muito e que ele bebeu com o leite. A sua reserva só se esbate com a intimidade. Na venda, depois das primeiras “rodadas” (termo que já de si pressupõe o coletivo) o relacionamento entre o grupo vai ganhando fluidez. Desperta o gozo do momento partilhado, o desfrute da súcia afetiva. A celebração. Os herméticos silêncios dos homens esvaem-se à volta do petisco com os amigos. Por isso, as rodadas não são mais do que laços que eles atam a copo. A mesa do petisco é um círculo de comunhão desenhado a vinho. Não tardará que dali resulte a piada, a “parte” ou o “caso” acerca disto ou daquilo. Coisas, em geral, do conhecimento de todos, passadas entre eles. O cante só romperá em momentos mais solenes, de mais sentimento. À rigidez do alentejano macambúzio, sucede então o vivaz narrador de histórias, sofisticado e contido. Ninguém lhe acharia graça se se armasse em bom da fita, assenhoreando-se da conversa, num paleio pegado. Só se aprecia quem zela pela moderação, tempero tão essencial como os coentros na açorda. E só tem piada aquilo que se subentende, que se diz com um mínimo de palavras. É uma exigência cultural em que, entre outras coisas, se inclui a “espora”, rodada suplementar de vinho paga por um dos comparsas já depois das contas feitas. Uma espécie de desafio. Não demora que um deles corresponda pagando a “esporinha”, um outro insista na “da abalada” e outro ainda na “da sossega”. E mais respostas haverá se o grupo for grande. Em matemática, o conjunto de rodadas seria uma adição. No Alentejo é um prolongamento. Nesses prolongados convívios se reconhece o homem local, fruto de um coletivo a que pertence de parte inteira. Quando o vemos dar o braço aos companheiros (até para cantar) não é fraqueza, mas gesto solidário que vem do antigamente. Um reforço de laços para ele essenciais, especialmente agora que novas ameaças pairam sobre o sítio onde nasceu.

Carta Portugal, quem tu eras e quem tu és! Francisco Orelha Presidente da Câmara Municipal de Cuba

Portugal orgulha-se do seu passado histórico como também eu tenho muito orgulho em ser português. Um país com mais de oito séculos de história, que deu novos mundos ao mundo, um país de grandes poetas, escritores, navegadores, descobridores. Neste pequeno retângulo à beira mar plantado na costa ocidental da Europa, um grande império, que se estendeu à África, à Índia, à Ásia e às Américas. À época tudo foi conseguido com inteligência, muita coragem e grande capacidade de trabalho. Só não conseguiram a perfeição porque não há seres humanos perfeitos. Fizeram-se experiências políticas dos reinados à República, até que chegou Abril de 1974. Todos nós acreditámos que tinha chegado a hora de fazer correções, acabar com a injustiça social, apostar no desenvolvimento económico, conquistar a liberdade e acabar com uma ditadura que estava instalada há mais de 50 anos, tudo visando a melhoria da qualidade de vida das populações. A euforia e a alegria das pessoas chegaram às ruas mas por pouco tempo (e depois de tudo mais nada, já dizia a canção), só restou a liberdade e a democracia reposta em 25 de novembro que culminou com eleições livres e democráticas. Mas para a história ficaram 15 anos de incertezas, de destruição do tecido económico do País, a venda das reservas de ouro, até que chegámos à bancarrota, e daí para cá só restou a liberdade de opinião e de expressão. Nunca mais conseguimos equilibrar as contas públicas, desenvolver a economia do País, tornámo-nos pedintes e mendigos da Europa. Restou-nos continuar a contrair empréstimos com juros elevados e, como todos sabemos, que à base de hipoteca ninguém arranja fortuna, regressámos de novo à bancarrota. O pior é que a situação agora é mais complicada, não temos moeda para desvalorizar, estamos incluídos numa crise mundial onde também está a Espanha, um dos nossos maiores parceiros económicos, o que torna tudo ainda mais difícil. Não obstante todas estas dificuldades, destruímos o setor empresarial na área das pequenas e médias empresas e o Governo encarregou-se de decapitar a classe média, que é um dos pilares da economia de qualquer país. Não sendo eu um especialista nestas questões e tendo humildade para o reconhecer, a minha experiência de vida leva-me a acreditar que esta dívida que contraímos vai durar mais de um século a pagar e 10 anos

a suavizar. Responsáveis por esta situação em que nos encontramos fomos todos, desde o cidadão comum a todos os governos porque gastámos e consumimos acima das nossas possibilidades. E então chegados aqui, como é que podemos sair desta situação? Não me parece nada fácil, como atrás referi, só com muita coragem política em acabar de vez com a podridão da alta corrupção, o tráfico de influências, o “intermediarismo” na venda de património do Estado, nomeadamente da TAP, ANA, EDP, GALP, PT, Caixa Geral de Depósitos, RTP, Águas de Portugal, vencimentos milionários, consultadorias e assessorias ao Governo e em aquisições de equipamentos de grande monta, para já não falar no BPN. Portugal é um pomar de muita fruta podre. É necessário um desinfestante eficiente e eficaz para combater as pragas como também as ervas daninhas que se vão apoderando de alguma matéria orgânica que sustenta o pomar. E nós por cá, alentejanos de modas lentas, estamos tramados com eles. Não nos ligam nenhuma porque somos poucos, vivemos no interior, e os votos não têm expressão. Então o melhor é acabar com eles ou levá-los para o litoral e em último caso emigrar, como aconselha o primeiro-ministro. Para nos complicarem ainda mais a vida, extinguem freguesias, acabaram com o representante do Governo na região, o governador civil, encerraram escolas, postos de saúde, e estão a preparar um ataque feroz às câmaras municipais, tentando tirar poder e competências transferindo-as para as comunidades intermunicipais. Pararam as obras do Alqueva, da autoestrada Sines-Beja e do IP2, o que mais nos irá acontecer? Aguardamos pelos próximos episódios. Quero terminar este meu desabafo destacando duas personalidades que muito fizeram pelo Alentejo, o engenheiro António Guterres e o engenheiro José Sócrates. Tenho consciência de que muitos não vão estar de acordo comigo, mas há evidências que são bem demonstrativas e que passo a referir: – A construção da barragem do Alqueva só foi possível no mandato do engenheiro António Guterres, quando afirmou que a mesma iria ser construída com ou sem fundos comunitários e foi isso que veio a acontecer. – O engenheiro José Sócrates deu continuidade ao projeto de Fins Múltiplos de Alqueva e reduziu o tempo da sua conclusão em 10 anos, construiu o Aeroporto Internacional de Beja, iniciou a construção da autoestrada Sines-Beja-Espanha, iniciou as obras de remodelação do IP2, procedeu à remodelação de escolas, conseguiu trazer para Évora uma fábrica de construção de aviões, a Embraer, investimentos nunca vistos nesta região do País que devem ser reconhecidos por todos e ninguém os pode ignorar. E até amanhã que é outro dia!


Diário do Alentejo 9 novembro 2012

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Homenagem

Assumiu-se como autor de BD tardiamente mas está agora a colher os frutos da maturidade. Paulo Monteiro, também diretor da Bedeteca de Beja e do Festival Internacional de BD da cidade, arrecadou, no ano passado, o troféu para o Melhor Álbum Português do Amadora BD com O Amor Infinito que te Tenho e o festival convidou-o para ser o autor em destaque na sua 23.ª edição, que ainda está a decorrer. Fomos visitá-lo num domingo, entre autógrafos e visitas guiadas. E descobrimos um homem que tem em Beja o seu “centro do mundo” e que rejubila quando o julgam – e são muitos – alentejano. Texto Carla Ferreira Fotos José Ferrolho

Paulo Monteiro no 23.º Amadora BD

De Beja com vista para o mundo

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asco já chegou tarde mas não ficará de mãos a abanar. Desde as três da tarde que Paulo Monteiro está a desenhar exemplares do seu primeiro e único álbum no piso inferior do Fórum Luís de Camões, na Amadora. Lenta e cuidadosamente, como é seu timbre, procura exprimir, através do traço, o justo agradecimento a quem o lê ou a quem o escolheu entre muitos, por uma inexplicável empatia. Na sala, um pouco escura, só iluminada pela luz dos candeeiros individuais, alinha-se uma fila de mesas onde os leitores podem conhecer, cara a cara, os criadores das histórias que os comovem, encantam, desafiam, intrigam ou, o que não é pouco, entretêm. “Arrumado” entre o francês Fabrice Neaud e o brasileiro SAMA, Paulo Monteiro ultima os pormenores de mais um autógrafo, a caneta preta, e Vasco, que traz o filho num carrinho de bebé, apanha-o já de saída para uma visita guiada, no piso superior. É então que o autor lhe pede o nome e a morada, garantindo a expedição do exemplar au-

tografado pelo correio. Junto ao livro de Vasco – que conheceu o traço de Paulo Monteiro ali mesmo, no Amadora BD, e ficou “entusiasmado” com o que viu – seguem outros debaixo do braço. É prática corrente, garante Paulo: “A BD exige muita entrega e normalmente tem pouco retorno; não abre os noticiários e nem sequer é uma arte que confira um grande estatuto. Mas a entrega é tão grande que tem que refletir-se na relação com as pessoas que nos leem. Faz sentido que leve livros para casa para fazer uma coisa especial e depois enviar pelo correio. Faz sentido porque vem na sequência da tal entrega que tem que existir antes”. Depois das “centenas” de exposições de BD e de outras artes que já organizou, sobretudo enquanto diretor da Bedeteca de Beja e do Festival Internacional de BD da cidade, que já cumpriu oito edições, Paulo Monteiro experimenta agora a sensação de estar sob a luz dos holofotes na condição de autor em destaque do 23.º Amadora BD, que encerra no domingo, 11, depois de

duas semanas de programação. Justamente a grande referência nacional no que à BD diz respeito e num ano dedicado à temática da autobiografia. “Estar deste lado é fantástico”, confessa, feliz, enquanto se apressa para fumar um cigarro antes de subir ao recinto onde está montada a exposição que o festival lhe dedicou. Sobre a sua obra, de uma forma geral, mas com especial ênfase no álbum O Amor Infinito que te Tenho, distinguido há um ano, ali mesmo, com o troféu para o Melhor Álbum Português. Pedro Mota, divulgador de BD que será o “moderador” da visita guiada, já veio avisar que está na hora. Pouco passa das 16 horas e já há gente a aguardar. O mesmo “público adulto” com quem costuma trocar umas palavras em cada sessão de autógrafos, desde que o álbum viu a luz do dia, em 2010, pelas Edições Polvo. “As pessoas dizem-me sempre que, de alguma forma, se reviram nalgumas histórias. Sentir que existe gente do lado de lá da folha é uma sensação muito boa”, comenta, e dá o arranque ao percurso pelas três

salas que são um espelho da sua obra e muito também de si próprio. A começar pela ambiência de “monte alentejano” – o chão, avermelhado, a fazer lembrar os pavimentos rústicos em almagre; as paredes, enrugadas, como se acumulassem várias camadas de cal – que é uma clara afirmação identitária. “Eu escolhi realmente Beja para viver. Beja está-me no sangue e fico mesmo muito feliz pelo facto de muitas pessoas – muitas mesmo – pensarem que eu sou alentejano”. A verdade é que Paulo Monteiro veio ao mundo muitos quilómetros a norte, em Vila Nova de Gaia, tendo cruzado o Tejo, para sul, apenas em 1991, quando terminou a licenciatura em Letras, na Universidade de Lisboa. Chegou com uma bolsa de investigação no Museu Regional de Beja sobre o arqueólogo Abel Viana e hoje, passados mais de 20 anos, garante que não arreda pé, nem mesmo se o aliciarem com uma vida em Florença, onde teria um trabalho “espetacular” na área da BD, como já aconteceu. Sofre


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da “síndrome da falta da torre de menagem”, maleita que costuma atacar muitos bejenses naturais, e vive pacificamente com isso. Como autobiográfica que é, a exposição dá conta de vários momentos na vida e obra do autor, não só através de pranchas publicadas, esboços, estudos, cartazes, ilustrações para artigos de jornal (com destaque para o seu trabalho no “Diário do Alentejo”) ou pinturas, como também por meio dos objetos que levou de casa. “Tenho ali algumas coisas que me são muito preciosas: os desenhos do Manuel, o meu filho; conchas da praia, esqueletos de lulas, pinhas, folhetos e postais de viagens; bilhetes, muitos bilhetes, sou um colecionador de bilhetes… É uma espécie de roteiro de pequenas coisas que me trazem memórias muito boas”. E também lá moram uma guitarra velhinha, companheira dos tempos em que fazia animação em lares de idosos; as suas referências na área da poesia (Pablo Neruda, Carlos Drummond de Andrade, Eugénio de Andrade e Cendrars), arte que cultivou nos três fanzines que escreveu e publicou (“Poemas”, “Poemas a Andar de Carro” e “Poemas Japoneses”); e ainda os livros da adolescência, entre O Apelo da Selva, de Jack London, do qual ainda sabe passagens de cor, até aos álbuns de BD, que eram “e ainda são, uma janela aberta para o mundo”. “De manhã, estava na Amazónia; à tarde, já estava na Sibéria; e, à noite, com um bocadinho de sorte, ainda dava um pulinho até ao Alasca”, recorda, arrancando um sorriso nostálgico aos visitantes. Mesmo diante de desconhecidos, Paulo Monteiro não esconde o quanto “assustadora”, apesar de “apaixonante”, pode ser a BD, para quem sempre se perspetivou como autor no futuro. Assim se explica o tempo que levou até à publicação do primeiro álbum, que reúne 10 histórias, desenhadas entre 2005 e 2010. Não só pelas “horas de dedicação” que a nona arte exige, como também pela “vivência” que é preciso ganhar antes de se ter algo de substancial para contar. E por muito que as aprecie, Paulo Monteiro não queria ficar-se pelas histórias de aventuras. “Estas são todas histórias muito intimistas, algumas até afloram a morte, que é um tema sério, ou seja, são temáticas que exigem uma certa vivência que eu, aos 17 anos, não tinha”. Assim surgem “Porque este é o meu ofício”, num adeus ao pai, ou “A tua guerra acabou”, uma homenagem ao avô, também ele

Novo álbum, Estrela, já está escrito

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suc e s s o a lc a nçado pelo álbum O Amor Infinito que te Tenho, que no próximo ano será editado no Reino Unido, Irlanda, Brasil, França, Polónia e Espanha, vai muito além das expetativas mais desvairadas do próprio autor, que, na verdade, só queria “fazer um livro, mais nada, e trabalhar nos próximos”. Hoje sente que “está tudo em aberto enquanto autor” e entretanto já tem completamente escrita a história de Estrela, um projeto com perto de 130 pranchas (a sua maior história tem oito) que possivelmente será o seu próximo álbum. Editores interessados já existem, o que falta agora é “começar a desenhar”. Com conclusão prevista para o f inal de 2015, desvenda, trata-se da “história de um homem que não gosta de pessoas, que não tem especia l empatia por ninguém, e cuja perspetiva é passar pela vida e morrer, porque acha isto desinteressante”. E que, “de repente se apaixona e se apercebe de que a vida vale a pena por uma série de pormenores”, conclui. CF

colecionador, mas de víveres e outras coisas úteis, sempre a pensar numa possível guerra – ambas contextualizadas com fotografias de família, a preto e branco, ficção e realidade lado a lado. Ou ainda “Para lá dos montes”, talvez a narrativa mais reveladora do próprio autor e da sua relação com o mundo, a partir do seu centro – Beja. Numa carrinha com o depósito atestado, o protagonista, “livre como um homem deve ser”, percorre as várias

saídas da cidade, bem identificáveis nas pranchas, e vislumbra a partir daí possíveis caminhos. Para Serpa, abre-se a Europa, a partir de Espanha; para Sines, o Atlântico e as Américas; rumo a Lisboa, o norte e a “irmã Galiza”; em direção ao Algarve, o continente africano. Mas o homem, satisfeito de mundo imaginado, prefere a mesa do costume, no café Imperial, onde se satisfaz com pão, azeitonas, vinho e o voo dos pardais. Tal autor,

tal personagem: “Todos os sítios são o centro do mundo, todos, e Beja também. Funciona um pouco como uma barriga de mãe, um sítio sempre seguro de onde se pode imaginar outras paragens”. Terminada a visita, seguem-se as felicitações da praxe e algumas perguntas de quem quer saber mais sobre o “ofício de contar histórias desenhadas entre cigarros”, palavras do próprio. Há ainda tempo para uma entrevista a uma

televisão local e eis que está terminado mais um domingo enquanto autor em destaque no Amadora BD. Em Lisboa espera-o o autocarro de regresso a casa. Com sorte, ainda desenhará algum esboço no bilhete ou noutro papel avulso que estiver à mão, como é costume. Mas o mais provável é que não resista ao sono. Entre o trabalho e os muitos interesses que tem, sobra-lhe a madrugada para desenhar, e “estes intervalos dão bastante jeito”, brinca.


Policiamento desportivo entra hoje em vigor

Diário do Alentejo 9 novembro 2012

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Entra hoje em vigor o Decreto-Lei nº 216/2012 que define que os clubes passam a estar isentos de quererem policiamento para espetáculos desportivos, realizados em recinto, em que intervenham equipas de juvenis e de escalões etários inferiores, a menos que os promotores o desejem, ficando responsáveis pelos respetivos encargos.

Desporto

Futebol juvenil

AFBeja ocupou nova sede A Associação de Futebol de Beja, que até agora estava instalada na rua Pablo Neruda, mudou esta semana todos os seus serviços para um imóvel recentemente adquirido por aquele organismo, sito na rua Eça de Queiroz, n.º 6, na cidade de Beja.

3.ª Divisão – Série F 7.ª jornada Aljustrelense-Vasco da Gama ......................................... 0-0 Esp. Lagos-Sesimbra...........................................................7-1 At. Reguengos-Lusitano VRSA.........................................1-1 Juventude Évora-Moura....................................................1-1 Lagoa-Castrense .................................................................1-2 U. Montemor-Monte Trigo ............................................... 7-0

Esp. Lagos U. Montemor Moura At. Reguengos Juventude Évora Aljustrelense Vasco da Gama Sesimbra Castrense Lagoa Lusitano VRSA Monte Trigo

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0 0 1 1 2 2 3 3 4 3 4 6

15-4 13-3 16-6 8-5 8-7 5-3 11-11 7-15 8-14 8-13 8-16 9-19

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Próxima jornada (11/11/2012): Vasco da Gama-U. Montemor,

3.ª Divisão Vasco da Gama da Vidigueira conquistou um ponto muito precioso em Aljustrel

Sesimbra-Aljustrelense, Lusitano VRSA-Esp. Lagos, Moura-At. Reguengos, Castrense-Juventude Évora, Monte Trigo-Lagoa.

Castro recebe o Juventude de Évora para confirmar a recuperação

Castrense já surpreende O Moura e o Aljustrelense mantêm -se na primeira metade da tabela, o Vasco da Gama espreita uma vaga e o Castrense sinaliza a recuperação. Texto e foto Firmino Paixão

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ogo grande em Vidigueira com a presença do União de Montemor, um dos líderes da Série F da 3.ª Divisão, que será recebido por um Vasco da Gama seguramente moralizado com o empate trazido,

há oito dias, de Aljustrel, e na iminência de poder assumir o estatuto entre as primeiras seis equipas da tabela (aquelas que no final da 1.ª fase jogarão para a subida de divisão). O Mineiro Aljustrelense, com o plantel fragilizado por diversas lesões, segue para Sesimbra, onde a turma local, há oito dias cilindrada pelo Esperança de Lagos, quererá mostrar aos seus fiéis adeptos que a derrota pesada foi um mero acidente no final da Via do Infante. O Moura, desalojado do comando por via do empate em Évora, que, não sendo um mau

resultado, fez a equipa cair dois degraus na tabela, volta a casa para receber o Reguengos. Velhos conhecidos, da 2.ª Divisão e de particulares entre ambos, estão separados por dois pontos, com vantagem dos mourenses, que não podem perder mais pontos no seu reduto. Por último, e às vezes estes são os primeiros, uma nota para o Castrense que terá uma partida, seguramente difícil, frente ao Juventude de Évora, mas num percurso de evidente recuperação, após duas vitórias consecutivas, pode muito bem surpreender os eborenses.

Campeonato Distrital de Benjamins (4.ª jornada): Série A: Ferreirense A-Vasco Gama, 6-4; Desportivo Beja-Bairro da Conceição, 2-5; Figueirense-Despertar, 0-16; Sporting Cuba-Aljustrelense, 2-1. Folgou o Alvito. Líder: Ferreirense, 12 pontos. Próxima jornada (10/11): Despertar A-Ferreirense A; Vasco Gama-Desportivo Beja; Bairro da Conceição-Alvito; Aljustrelense-Figueirense. Folga o Sporting Cuba. Série B: Despertar B-Santo Aleixo, 1-11; CBBeja-NS Beja, 3-10; Moura-Ferreirense B, 5-0; Serpa-Piense, 7-2. Folgou o Sobral da Adiça. Líder: Santo Aleixo, 12 pontos. Próxima jornada (10/11): Ferreirense-B-Despertar B; Santo Aleixo-Sobral da Adiça; Piense-Moura; NS Beja-Serpa. Folga a CBBeja. Série C: Odemirense-Ourique, 4-4; Almodôvar--Milfontes A, 10-1; São Marcos-Renascente, 4-5; Boavista-Castrense, 0-12; Milfontes B-Rosairense (adiado. Líder: Castrense, nove pontos. Próxima jornada (10/11): Castrense-Odemirense; Ourique-Almodôvar; Milfontes A-São Marcos; Rosairense-Boavista; Renascente-Milfontes B. Campeonato Distrital de Infantis (4.ª jornada): Série A: Vasco Gama-Alvorada, 6-3; NS Beja-Despertar A, 0-3; Alvito-Ferreirense, 5-3; Bairro da Conceição-Desportivo Beja, 5-1. Líder: Despertar A, 12 pontos. Próxima jornada (10/11): Ferreirense-Vasco Gama; Alvorada-NS Beja; Despertar A-Sporting Cuba. Série B: Amarelejense-Serpa, 6-1; Operário-Piense, 2-7; Guadiana-Moura (adiado); Despertar B-CB Beja, 11-0. Líder: Amarelejense, 12 pontos. Próxima jornada (10/11): Moura-Amarelejense; Serpa -Opera rio; Piense-Aldenovense; CB Beja-Gua diana. Série C: Aljustrelense-Boavista, 3-1; Renascente-Cas trense A, 3-3; Milfontes B-Odemirense, 3-4; Castrense B-Almodôvar, 0-11. Líder: Odemirense, nove pontos. Próxima jornada (10/11): Odemirense-Aljus trelense; Boavista-Renascente; Castrense A-Milfontes A; Almodôvar-Milfontes B. Campeonato Distrital de Iniciados (3.ª jornada): Amarelejense-Ourique, 5-0; Odemirense -Vasco Gama, 1-0; Bairro da Conceição-Serpa, 2-4; Despertar-Milfontes, 0-4; Rio Moinhos-Moura, 2-2; Folgaram Guadiana e Cuba. Líder: Odemirense, nove pontos. Próxima jornada (11/11): Vasco Gama-Ama relejense; Serpa-Odemirense; Milfontes -Bairro da Conceiçao; Moura-Despertar. Folgam: Rio de Moinhos e Ourique. Taça Armando Nascimento – Juvenis (1.ª jornada): Desportivo Beja-Despertar, 3-1; Castrense-Moura, 2-0; Serpa-Almodovar, 4-1. Folgou o Aljustrelense. Líder: Serpa, três pontos. Próxima jornada (11/11): Almodôvar-Des portivo Beja; Aljustrelense-Castrense; Moura-Serpa. Campeonato Distrital de Juniores (2.ª jornada): Despertar-Cabeça Gorda, 3-0; Odemirense-Vasco Gama, 2-0; Aldenovense - -So bral da Adiça, 5-0; Castrense-Desportivo Beja, 5-0. Líder: Aldenovense, seis pontos. Próxima jornada (10/11): Sobral da Adiça- -Despertar; Cabeça Gorda-Vasco Gama; Desportivo Beja-Aldenovense; Odemirense-Castrense.

Almodôvar ganhou em Beja e isolou-se no comando

Campeonato Nacional de Iniciados (10.ª jornada): Louletano-Despertar, 3-2; Desportivo Beja-Lusitano VRSA, 1-1. Líder: V.Setúbal, 21 pontos. 7.º Despertar, 10. 9.º Desp.Beja, quatro. Próxima jornada (11/11): Desportivo Beja-Olhanense; Lagos-Despertar.

Um invulgar derby bejense

Campeonato Nacional de Juvenis (8.ª jornada): Odemirense-C.Piedade, 1-4; V.Setúbal-Despertar, 5-0. Líder: V.Setubal, 22 pontos. 9.º Odemirense, cinco. 10.º Despertar, quatro. Próxima jornada (11/11): Odemirense-Estoril; Oeiras-Despertar.

A história dos derbies bejenses tem sido escrita por tonalidades diferentes do azul que veste o Bairro da Conceição e do vermelho que enverga o Desportivo. Texto Firmino Paixão

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as esta é a realidade. As duas equipas são protagonistas de uma partida que, sendo invulgar, é sinal dos tempos que correm. Este será, no entanto, apenas um pormenor marginal à sétima jornada do “Distritalão”. O jogo grande disputa-se, pela segunda semana consecutiva, na cidade de Serpa, onde os locais, depois de terem derrubado o Odemirense do primeiro lugar, vão agora medir forças com o Milfontes. Contudo, a jornada encerra mais duas partidas interessantes, como a

deslocação do Piense a Odemira e a visita do Rosairense a Vila Nova de São Bento. São jogos que podem mexer com a arrumação das equipas na tabela. O Amarelejense, embalado com o triunfo no Rosário, recebe o São Marcos, ainda a sarar as feridas da derrota caseira com o Desportivo de Beja. O Sporting de Cuba não perde há duas jornadas e recebe o Cabeça Gorda, e o líder joga em casa com o Guadiana, atual lanterna vermelha. Na jornada anterior sobressaíram as vitórias, fora de casa, do Amarelejense, Sporting de Cuba e Desportivo de Beja, num quadro de resultados que produziu apenas 14 golos e em que o resultado mais expressivo foi conseguido pelo Desportivo de Beja no pelado de São Marcos da Ataboeira.

1.ª Divisão – AF Beja 6.ª jornada Serpa-Odemirense ............................................................ 1-0 Praia Milfontes-Aldenovense.......................................... 2-0 Rosairense-Amarelejense .................................................0-1 São Marcos-Desp. Beja...................................................... 0-3 Bairro da Conceição-Almodôvar .....................................1-2 Guadiana-Sp. Cuba .............................................................1-3 Cabeça Gorda-Piense........................................................ 0-0 Almodôvar Serpa Odemirense Piense Rosairense Praia Milfontes Sp. Cuba Aldenovense São Marcos Desp. Beja Cabeça Gorda Bairro da Conceição Amarelejense Guadiana

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14-5 10-2 9-3 16-5 12-7 11-7 6-8 5-8 7-13 5-8 5-9 5-8 4-11 5-20

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Próxima jornada (11/11/2012): Serpa-Praia Milfontes, Aldenovense-Rosairense, Amarelejense-São Marcos, Desp. BejaBairro da Conceição, Almodôvar-Guadiana, Sp. Cuba-Cabeça Gorda, Odemirense-Piense.

Campeonato Nacional de Juniores (8.ª jornada): Moura-Farense, 1-3 Líder: Oeiras, 24 pontos. 10.º Moura, quatro. Próxima jornada (10/11): Barreirense-Moura. Campeonato Distrital de Futsal (4.ª jornada): Desportivo Beja-Vasco Gama, 3-4; Ferreirense-NS Moura, 2-0; Luzerna-Vila Ruiva, 3-5; Safara -ADVNS Bento, 4-4; Barrancos-Alcoforado, 2-8; Almodovarense-Baronia, 2-3. Folgou o IP Beja. Líder: Baronia, 12 pontos. Próxima jornada (9/11): IP Beja-Desportivo Beja; Vasco Gama-Ferreirense; NS MouraLuzerna; Vila Ruiva-Safara; ADVNS Bento-Barrancos; Alcoforado-Almodovarense. Folga o Baronia. Campeonato Distrital de Seniores Femininos (3.ª jornada): Almansor-Serpa, 2-1; Vasco Gama-Ou rique, 7-4; CB Almodôvar-CB Castro Verde, 0-27. Líder: CBCastro Verde, nove pontos. Próxima jornada (10/11): Serpa-CB Almodôvar; Ourique-Almansor; CB Castro Verde-Odemirense. Folga o Vasco da Gama.


Série A – UAI Ficalho-Salvadense, 5-1; Quintos -Pedrogão, 1-0; Sobral da Adiça–Brinches, 1-1. Folgou o Luso Serpense. Líder: UAI Ficalho, três pontos. Próxima jornada (10/11): Luso Serpense-UAI Ficalho; Sobral da Adiça-Quintos; Salvadense-Brinches. Folga o Pedrógão.

Série B – São Matias -Lou redense, 0-3; Faro Alentejo-Penedo Gordo, 1-0; Neves–AC Cuba, 1-2. Folgou o Beringelense. Líder: Louredense, três pontos. Próxima jornada (10/11): Beringelense-São Matias; AC Cuba-Penedo Gordo; Louredense-Neves. Folga o Faro do Alentejo.

Série C – Messejanense -Vale da Oca, 1-5; Alvorada-Figueirense, 2-1; Jungeiros-Mom beja, 3-1; Folgou o Santa Vitória. Líder: Vale de Ova, três pontos. Próxima jornada (10/11): Santa Vitória-Messejanense; Figuei rense-Jungeiros; Vale da Oca-Alvorada. Folga o Mombeja.

Série D – Albernoense-Alcariense, 4-1; Fernandes -Se te, 2-0; Trindade-Sanjoanense, 4 - 0. Líder : Trin dade, três pontos. Próxima jornada (10/11): Sanjoanense-Sete; Trindade-Al bernoense; Alcariense -Fernandes.

Derby entre Serpa e Zona Azul O Centro de Cultura Popular de Serpa perdeu no Redondo (39/21) em jogo relativo à 5.ª jornada do Nacional da 3.ª Divisão de Andebol, ronda em que a Zona Azul não atuou por ter

Série E – Cercalense-Luzianes, 0-1; Colos-Soneguense, 0-4; Relíquias–Santa Luzia, 5-3; Folgou o Amoreiras Gare. Líder: Soneguense, três pontos. Próxima jornada (10/11): Amoreiras-Relíquias; Luzianes-Colense; Santa Luzia-Cercalense. Folga o Soneguense.

Série F – Bemposta-Malavado, 1-1; Cavaleiro-Milfontes, 0-0; Saboia-Campo Redondo, 5-0. Folgou o Boavista. Líder: Saboia, três pontos. Próxima jornada (10/11): Boavista-Bemposta; Campo Redondo-Cavaleiro; Malavado-Saboia. Folga o Milfontes.

Série G – Santa Clara-a-Nova-Pereirense (não se realizou); Serrano--Naveredondense,4-0; Santaclarense-Almodovarense, 13-0. Líder: Santaclarense, três pontos. Próxima jornada (10/11): Santa Clara-a-Nova-Santaclarense; Almovarense-Naveredondense; Pereirense-Serrano.

adiado para 15 de dezembro a receção ao ACSines. Amanhã, sábado, disputa-se o derby entre o CCCP Serpa e a Zona Azul, marcado para as 17 horas, no Pavilhão Carlos Pinhão, em Serpa.

Treinador do Almodôvar entende que subir de divisão seria suicídio

“Não vamos hipotecar o futuro” O Clube Desportivo de Almodôvar, atual líder do Campeonato Distrital da 1.ª Divisão da AFBeja, é uma das duas equipas ainda invictas na prova.

sabemos que o clube que suba agora de divisão pode hipotecar os próximos anos e nós temos que pensar no presente, mas também no futuro.

Texto e foto Firmino Paixão

Já pontuou com os presumíveis candidatos, sinais de uma equipa com grande capacidade?

S

em assumir o objetivo de subida de divisão, apesar da grande qualidade das infraestruturas de que dispõe e do histórico de épocas bem sucedidas no futebol regional, o Almodôvar consolidou a sua posição no topo da tabela. O treinador David Guerreiro, de 28 anos, que este ano assumiu a liderança da equipa, após quatro temporadas no Rosairense, quer apenas chegar ao final da época e, olhando para trás, concluir que o seu trabalho teve mérito. Com uma carreira de futebolista feita ao serviço do Padernense, já conhece bem a realidade do futebol alentejano, onde na primeira época em que chegou foi campeão distrital da 2.ª Divisão. Na semana em que o Almodôvar se destacou no primeiro lugar do campeonato, o treinador fala da nova realidade que está a viver. O que espera deste novo desafio como técnico do Almodôvar?

Espero que seja uma boa oa temporada, que ias, até agora tem consigamos muitas vitórias, e, até ao resto da corrido bem e espero que, tados se manteépoca, estes bons resultados nham. Ainda estamos naa sexta jornada, faltam muitos jogos paraa concluir o campeonato, naturalmente que estar já na frente é sempre melhor do que ir em segundo ou terceiro, mas sabemos que o campeonato está ainda muito precoce e que temos que trabalharr muito para continuarmos nos lugares de cima. O Almodôvar é um dos os can didatos?

Não! O Almodôvar é um candidato a fazer o me-lhor possível, a ganhar o maior número de jogos. No fim faremos as contas e avaliaremos como a época nos correu. Não assumimos nada e penso até que a equipa que subir de divisão pode, eventualmente, cometer um suicídio. Claro que toda a gente quer as ficar em primeiro, mas

Foram jogos que nos correram bem. No início da época apanhámos logo as equipas que, teoricamente, são mais difíceis. Fomos bem-sucedidos mas isso não quer dizer nada. Às vezes temos partidas em que julgamos que a vitória está assegurada e são esses que nos criam grandes dificuldades. Sabemos que temos uma boa equipa, que temos feito bons resultados com equipas consideradas candidatas e que as pessoas olham para nós pensando que isto já está ganho.

equipas valem sempre pelo seu coletivo. Claro que se conseguirmos pôr as individualidades ao serviço do grupo, será melhor ainda, mas o mérito da nossa equipa está no coletivo. É uma equipa muito jovem, que ainda está em crescimento e a assimilar ideias novas, e temos alguns jogadores mais experientes que nos oferecem alguma tranquilidade.

O Almodôvar tem, de facto, excelentes condições. Ao nível de uma prova distrital é um clube que tem infraestruturas de grande qualidade. Estou satisfeito, penso que os jogadores também estão contentes e temos também uma nova direção que está a trabalhar muito bem. Temos tudo para fazermos uma época engraçada. Quem são os seus candidatos?

Não, não é assim! Temos os pés bem assentes no chão, queremos continuar a trabalhar, treino após treino, jogo após jogo, e veremos o que nos trará o futuro, quero pensar que no final da época olharemos para trás e concluiremos que fizemos uma boa época, independentemente do lugar em que ficarmos.

Para mim, os candidatos são o Milfontes e o Aldenovense. Foram equipas que se assumiram como tal e, se o fizeram, é porque sabem o que lá têm e a forma como estão a trabalhar para lá chegar. Agora estão um pouco mais atrás de nós mas, com o decorrer do campeonato, certamente que se aproximarão dos lugares cimeiros. Se assumiram esse estatuto será porque têm condições e convicção para isso, no final é que vamos ver.

O futebol é um jogo coletivo e, para mim, as grandes

19

Celso Ramos

O

s prognósticos para a sétima jornada do Distrital da AFBeja são assinados por um jovem e muito promissor treinador do futebol regional que aos poucos, e com extrema discrição, se vai afirmando. Celso Ramos, enquanto jogador das camadas de jovens, representou o Moura, o Piense e o Serpa, ali fazendo a sua estreia como atleta sénior. Foi com naturalidade que mais tarde representou o Piense Sporting Clube, emblema a quem o seu progenitor, Guilhermino, deu muitas tardes de glória. Não será difícil adivinhar a elevada honra com que Celso, hoje com 35 anos, entrou um dia no 1.º de Maio, em Pias, equipado com a camisola listada a preto e branco. No seu percurso como jogador sénior representou ainda o Atlético de Brinches, o Desportivo das Neves e, finalmente, o Cabeça Gorda. Iniciou a carreira de treinador no Piense, como adjunto de Hugo Felício, que acompanhou durante uma época, “emancipando-se” no ano seguinte como técnico principal do Cabeça Gorda, onde permanece há três épocas consecutivas, clube que na passada temporada conduziu ao título da 2.ª Divisão Distrital.

E que tem excelentes condições e apoios para poder trabalhar?

E não é esse o sentimento atual da equipa?

Tem um plantel com algumas individualidades ou prevalece o valor do coletivo?

Hoje palpito eu...

Diário do Alentejo 9 novembro 2012

Taça Fundação Inatel – 1.ª jornada

Que objetivos tem o Almodôvar na Taça Distrito de Beja, em que joga a primeira eliminatória em Amareleja?

Na taça são jogos a eliminar, quem perder sai logo e continua quem ganhar, por isso, o objetivo do Almodôvar só pode ser ganhar o máximo possível de eliminatórias e ver onde conseguiremos chegar. Não teremos um jogo fácil, o Amarelejense é uma equipa forte em casa, nos jogos de taça as equipas não pensam em pontos e superam-se para ganhar. O projeto do Almodôvar é mais ambicioso que o do Rosairense, onde esteve durante quatro épocas?

É um projeto diferente, achei que o ciclo no Rosário ficou cumprido e entendo que com o tipo de condições que tínhamos até fizemos um excelente trabalho – jogadores, direção e eu próprio. Este ano surgiu este convite, achei que era uma boa altura para mudar, experimentar outra coisa e ver se conseguimos dar continuidade ao trabalho dos últimos anos.

(1) SERPA/MILFONTES O Serpa, a correr por fora, já está em segundo, e com a ajuda do seu público não deve perder a oportunidade de deixar o candidato Milfontes a sete pontos. (X) ALDENOVENSE/ROSAIRENSE São duas equipas derrotadas na última ronda, sendo mais surpreendente a do Rosairense, que apostará em trazer pontos de Vila Nova para minimizar os estragos. Jogo muito equilibrado. (X) AMARELEJENSE/SÃO MARCOS Moralizada pela surpreendente vitória no Rosário, a equipa da casa estará mais forte, mas os experientes homens de São Marcos também quererão vencer para recuperarem os pontos perdidos em casa. (1) DESPORTIVO DE BEJA/BAIRRO DA CONCEIÇÃO Mais uma equipa que ainda não tinha ganho e venceu logo num campo difícil como o de São Marcos. A moral está em cima e a equipa do Bairro não deve ter a vida facilitada. (1) ALMODÔVAR/GUADIANA Jogo de extremos. O Almodôvar, líder do campeonato, ganhando distanciase dos principais perseguidores, pois estes jogam entre si. Certamente que não vai perder essa oportunidade. (2) SPORTING DE CUBA /CABEÇA GORDA Num campo difícil, mas mantendo o nível exibicional que tem demonstrado nos últimos jogos, o Ferrobico vai trazer os três pontos da vila de Cuba. (1) ODEMIRENSE/PIENSE Depois da primeira derro t a, o Odemirense, perante o seu público, vai lutar, e muito, pela conquista dos três pontos, mas o Piense terá uma palavra a dizer e os visitados não terão pela frente um jogo fácil.


Diário do Alentejo 9 novembro 2012

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Beja Basket Clube no Nacional

O Campeonato Nacional de Basquetebol da 2.ª Divisão inicia-se no próximo fim de semana com o Beja Basket Clube a deslocar-se no domingo ao pavilhão do Portimonense. Os restantes jogos da ronda inaugural são os seguintes: Ferragudo-Quarteira e Reguengos-Imortal.

Hóquei do Castrense na Madeira amanhã

A equipa de Castrense joga amanhã no Pavilhão Sidónio Serpa, na Madeira, com a formação do Marítimo, uma partida a contar para a 5.ª jornada do Nacional da 3.ª Divisão de Hóquei em Patins. Na mesma ronda, o Hóquei de Santiago joga em casa com o Vialonga e o Estremoz desloca-se a Boliqueime.

Passeio BTT O Sporting Clube Figueirense organiza no próximo dia 17 o IV Passeio BTT Figueira de Cavaleiros, com concentração marcada para as 8 horas junto ao salão de festas local. A iniciativa é apoiada pela junta de freguesia local e pela Câmara de Ferreira do Alentejo.

Intempérie impediu a realização das provas de atletismo e caminhada

Beja em Movimento, mas pouco... O mau tempo obrigou ao emagrecimento do programa de atividades do evento Beja em Movimento, organizado pela Associação Portuguesa Movimento contra a Obesidade (MCO). Texto e foto Firmino Paixão

O

temporal que se abateu sobre a região levou ao cancelamento da Corrida pelos Valores da Vida e do Passeio Pedestre pela Cidade de Beja, iniciativas incluídas no programa da segunda edição da Beja em Movimento, deixando, apenas, realizar a 2.ª maratona BTT Luta Contra a Obesidade, ainda que o número de ciclistas que pedalaram por um estilo de vida saudável ficasse aquém do esperado pela organização. Terão sido poucos, mas bons, porque o pelotão integrou Vítor Gamito, vencedor do seletivo Transportugal 2012, e Celina Carpinteiro, campeã nacional de fundo em elites e vencedora da Taça de Portugal de Maratonas. “Infelizmente o tempo não ajudou e não conseguimos o objetivo principal que era reunir a população da cidade em torno da prática do exercício físico”, referiu Filipe Matias, de 34 anos, presidente da MCO, assegurando que a associação manterá a cruzada conta a obesidade: “Esse é o objetivo principal, alertar a

Maratona BTT Luta Contra a Obesidade teve Vítor Gamito e Celina Carpinteiro no pelotão

população para a criação de estilos de vida saudáveis, como forma de prevenir e combater a obesidade”. O ex-concorrente ao programa televisivo “Peso Pesado” lembrou ainda o caráter solidário da iniciativa, garantindo: “Uma parte da receita reverte para Luís André, para adquirir uma cadeira e tentarmos ajudá-lo a concretizar o seu sonho de vir a participar nos Jogos Paralímpicos”. Filipe Matias assegurou também: “Beja será sempre o ponto de referência do MCO, que aqui tem sede e no próximo ano cá estaremos

de novo”, apesar de estar em conversações com os municípios de Portimão e Guimarães para ali realizar iniciativas semelhantes em 2013. “As coisas estão difíceis, os apoios são poucos, isto é uma carolice minha, mas não desistirei”, afirmou o organizador. Vítor Gamito, de 42 anos, vencedor da Volta a Portugal em Bicicleta em 2000, sublinhou que o Beja em Movimento “é uma iniciativa de louvar, numa região em que não existem muitas atividades desportivas associadas a alguma causa, por isso, o Filipe Matias

está de parabéns por ter conseguido apoios para, mais uma vez, estarmos aqui”. Celina Carpinteiro atleta do BTT/Loulé/BPI, de 32 anos, professora de Ciências, recordou: “Temos apoiado estas iniciativas do Filipe Matias com muito agrado e eu, acima de tudo, como professora que sou, não podia deixar de me associar a esta iniciativa de Beja em Movimento, um evento para jovens e menos jovens, e não será por falta de atividades que as pessoas não virão fazer um bocadinho de exercício físico”.

Luís André quer participar nos Jogos Paralímpicos

Um sonho por concretizar

N

ão obstante os constrangimentos com que a organização se debateu, face às difíceis condições climatéricas, o Beja em Movimento 2012 teve como pano de fundo a solidariedade com o antigo atleta Luís André, de 39 anos, natural de Ourique, que, na primeira pessoa, conta a sua história de vida: “Tive um acidente de moto em 1995 e fiquei paraplégico, mas tenho uma vida ativa, procuro ocupar o meu

tempo, tanto no trabalho, como no lazer e no desporto”. Já o fazia antes de ter o acidente, revelou: “Estava um pouco ligado ao futebol e ao ciclismo, mas os acidentes provocam mudanças nas nossas vidas, a possibilidade de prática desportiva foi uma delas, o futebol teve que ficar de parte, o ciclismo também, dediquei-me ao mergulho, tirei alguns cursos e consegui o certificado, mas o ciclismo vivia cá

dentro, é uma paixão, e há cerca de um ano voltei a pensar no ciclismo”, garantiu. E adiantou: “Atualmente estou a treinar para o Campeonato Nacional em Ciclismo Adaptado, treino numa bicicleta emprestada pela Associação Salvador, e estamos com uma campanha de angariação de fundos, porque uma bicicleta com essas características custa entre três e quatro mil euros”. Luís André revelou

ter falado com Filipe Matias sobre o seu sonho: “Ele está a ajudar-me nesse sentido, com um pouco de cada um, mas todos juntos, pode ser que consigamos alguma coisa”, afirmou, otimista e com a convicção de que “é preciso manter esta força e esta esperança, nunca devemos desesperar”. Uma história de vida em que a fé se sobrepõe à adversidade. Firmino Paixão

Um gesto nobre José Saúde

As antigas rixas que pressupunham efémeras rivalidades desportivas têm aberto caminho para a legitimação de um respeito intrínseco entre velhos rivais. Aliás, olho à lupa o universo da bola e a sua imagem transmite-me múltiplos sinais de esperança. Admito, pois, que as velhas animosidades exequíveis e os seus desusados costumes terão, porventura, os dias contados. Beja, e toda a sua área territorial, gozou outrora de um despesismo clubístico que paulatinamente tende em contrariar antigas quezílias que marcaram eras desportivas. Longe vão os tempos em que os emblemas em confronto sobre o retângulo de jogo eram prenúncios de desgarradas lutas, verbais sobretudo, entre alegados adeptos sectários. Sonhava-se com o velho derby ao longo da semana e levava-se à letra iras acumuladas. Atualmente são os miúdos que dão excelentes exemplos de unidade e sobretudo de um intrínseco espírito que o adversário não deve ser visto como um alvo a abater mas tão-só como um próspero companheiro que naquela ocasião enverga uma outra camisola, sabendo-se, porém, que o querer de ambos passa objetivamente pela almejada vitória. No pretérito domingo assisti ao jogo de juvenis entre o Desportivo de Beja e o Despertar, ficando surpreso pela atitude dos jogadores em campo, quer ao longo da partida quer no seu início. Não se tratou de uma falácia mas de uma pura realidade que eu próprio encaixei como uma veracidade obtida. Após se auscultar o apito do árbitro que indicou a apresentação oficial das equipas e os recíprocos cumprimentos dos atletas sobre o sintético, os jogadores de ambos os conjuntos dirigiram-se aos bancos adversários e houve interagidas saudações. Um gesto nobre dos “putos” que deveria, por inerência de uma prática desportiva salutar, estender-se ao cosmos dos adultos. O repto fica lançado e nobreza do gesto registada!


institucional diversos VENDE-SE

21 Diário do Alentejo 9 novembro 2012 Diário do Alentejo n.º 1594 de 09/11/2012 1.ª Publicação

Lenha para laTRIBUNAL JUDICIAL DE BEJA

reiras, salamandras e carvão. Entregas ao domicílio. Contactar pelos tms. 969078857 ou 969978606 Diário do Alentejo n.º 1594 de 09/11/2012 Única Publicação

2.° Juízo

ANÚNCIO

Processo: 430/07.7TBBJA-B Incumprimento das Responsabilidades Parentais Requerente: Nelson João Carvalho Teixeira Requerido: Lisramber Patrícia de Jesus da Siveira Nos autos acima identiticados, correm éditos dc 30 dias, contados da data da segunda e última publicação do anúncio. notificando Requerido: Lisramber Patrícia de Jesus da Siveira, domicílio: Travessa Almeida Garret, N.º 2 – 2.° Andar, Beja., 7800-000 Beja, com última residência conhecida na morada indicada para no prazo de 10 dias, decorrido que seja o dos éditos, alegar, querendo, o que tiver por conveniente, nos termos e para os efeitos do art.° 181.° n°.2 da OTM. O duplicado da petição inicial encontra-se nesta Secretaria, à disposição do citando. Fica advertida de que não é obrigatória a constituição de mandatário judicial, salvo na fase de recurso. Beja, 09/12/2011. N /Referência: 2146575 A Juiz de Direito Dr. Ana Marta Crespo A Oficial de Justiça, Maria da Conceição Horta

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Conforme o disposto no art.° 24° dos Estatutos desta Caixa, convoco a sua Assembleia Geral, para a reunião a realizar no dia 12/12/2012, pelas 15 horas, no auditório da Biblioteca Municipal de Aljustrel, junto às Piscinas Municipais, em Aljustrel, com a seguinte ordem de trabalhos: 1.° Apreciação e votação do Plano de Actividades e Orçamento para o Exercício de 2013; 2.° Eleição do Conselho de Administração, Conselho Fiscal e Mesa da Assembleia Geral; 3.° Tomada de posse dos Órgãos Sociais eleitos; 4.° Designação do Revisor Oficial de Contas, por proposta do Conselho Fiscal eleito e empossado; 5.° Tomada de posse do Revisor Oficial de Contas; 6.° Deliberação sobre a política de remuneração dos Órgãos Sociais para 2013; 7.° Outros assuntos de interesse associativo. Se à hora marcada não estiverem presentes mais de metade dos sócios, a Assembleia reunirá, uma hora depois, com qualquer número de sócios presentes. Aljustrel, 9 de Novembro de 2012

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Nos termos da lei e dos Estatutos, convoca-se a Assembleia Geral Extraordinária do Centro de Paralisia Cerebral de Beja, para o próximo dia 22-11-2012, pelas 17h00, na sede do Centro de Paralisia Cerebral de Beja, na Rua Cidade de S. Paulo, com a seguinte ordem de trabalhos: Ponto Único – Discussão e votação de pedido de autorização da Direcção para candidatura a terceiro mandato consecutivo de dois membros da Direcção, por inconveniência de proceder à sua substituição. Se às 17h00 não estiver presente a maioria dos sócios a Assembleia Geral Estraordinária fica desde já convocada para as 18h00 do mesmo dia 22-11-2012, e no mesmo local, funcionando e deliberando com os sócios presentes conforme estabelecido nos Estatutos. Beja, 6 de Novembro de 2012. O Presidente da Assembleia Geral José Pinheiro Monge

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O Presidente da Mesa da Assembleia Geral Dr. Francisco José Faleiro Baltazar Romano Colaço

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22 Diário do Alentejo 9 novembro 2012

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23 Diário do Alentejo 9 novembro 2012

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24 Diário do Alentejo 9 novembro 2012 Diário do Alentejo n.º 1594 de 09/11/2012 Única Publicação

Diário do Alentejo n.º 1594 de 09/11/2012 Única Publicação

Diário do Alentejo n.º 1594 de 09/11/2012 Única Publicação

JUSTIFICAÇÃO

CASA DO ESTUDANTE

Cartório Notarial de Beja

ASSEMBLEIA GERAL CONVOCATÓRIA Nos termos do art.º 40, nºs 1 e 2, dos Estatutos, convocam-se todos os associados da Casa do Estudante para participarem na Assembleia Geral Ordinária a realizar em Beja, no dia 25 de Novembro de 2012 pelas 9h30m, nas instalações da sede, sito na rua de Moçambique nº10 em Beja, com a seguinte ordem de trabalhos: 1 – Apreciar e votar o Orçamento e Programa de Acção, elaborados pela Direção para o ano de 2013, bem como o Parecer do Concelho Fiscal. 2 – Tratar de outros assuntos de interesse para a Associação. Os trabalhos iniciar-se-ão uma hora mais tarde, com qualquer número de associados, se à hora marcada não estiver reunido o quórum legalmente previsto. Beja, 5 de novembro de 2012. O Presidente da Mesa da Assembleia Geral Manuel Rebelo Lança Alves

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COOPERATIVA DE CONSUMO DE MARMELAR, CRL

CONVOCATÓRIA Nos termos do n.°1 da artigo 21.°, dos Estatutos, convoco a Assembleia Geral da Cooperativa de Consumo de Marmelar, CRL, em sessão ordinária, no próximo dia 29 de Novembro de 2012, pelas 20h30m, na sua sede, com a seguinte ordem de trabalhos: 1. Apreciar e votar o orçamento e o piano de actividades para o exercício de 2013; 2. Outros assuntos do interesse da Cooperativa. Se à hora marcada não estiverem presentes mais de metade dos associados com direito a voto, a Assembleia reunirá 1 hora depois com qualquer número de associados. O Presidente da Mesa da Assembleia Geral José Joaquim Negas Baetas

CÂMARA MUNICIPAL DE BEJA

EDITAL Jorge Pulido Valente, Presidente da Câmara Municipal de Beja, em cumprimento da deliberação do respetivo órgão executivo, de 24 de Outubro de 2012, faz saber, publicamente, que se encontra aberto concurso público, por 30 dias, para exploração de quiosque amovível, a título precário, em regime de concessão, a instalar no Parque Industrial da cidade de Beja, em espaço do domínio público, destinando-se a exploração de cafetaria, com possibilidade de venda de jornais e revistas, sem serviço de restauração, nas seguintes condições: Os concorrentes apresentarão um requerimento exposto e, em anexo, uma proposta em carta fechada, em cujo sobrescrito é identificado o concurso, dirigido ao Presidente da Câmara, onde constará uma declaração do concorrente com o valor da renda mensal, que se propõe pagar até ao dia 8 de cada mês, a que disser respeito, sendo que o valor mínimo da renda é de cinquenta euros. São condições essenciais da concessão: A área de implantação do quiosque não poderá exceder 18m2, com possibilidade de esplanada com área até 18m2; O contrato de concessão terá uma duração inicial de cinco anos, findos os quais, renovar-se-á, sucessiva e automaticamente por períodos de um ano, se nenhuma das partes não denunciar o contrato com a antecedência mínima de dois meses, em relação ao seu termo ou ao da sua renovação. Forma de procedimento: No requerimento exposto, o concorrente identifica-se e declara que aceita todas as condições de exploração que lhe forem indicadas pelo Município de Beja, entre outras, o horário de funcionamento, respeito pelas regras de asseio do espaço ocupado e do espaço envolvente, declarando também que nada deve ao Município de Beja e bem assim, ao Estado Português. Juntamente com o requerimento anexa uma pequena planta com as caraterísticas do quiosque em conformidade com o projeto paisagista de requalificação, disponível para consulta, nas horas de expediente, no serviço municipal, GPD, sito no edifício sede do município à Praça da República. Recolhidos todos os requerimentos e documentos anexos, será marcada uma reunião pública, cuja data e hora serão comunicadas aos concorrentes, onde serão abertos os sobrescritos perante um júri, a nomear pelo Presidente da Câmara, e que analisará as propostas e proporá a escolha do adjudicatário, sendo que a concessão será atribuída ao concorrente que oferecer a renda mais elevada. No caso de empate, recorrer-se-á a uma licitação pública entre os concorrentes empatados, sendo que os lanços admitidos não poderão ser inferiores a 20 euros. Outras condições, entre outras, são nomeadamente, as seguintes: todas as despesas de aquisição do equipamento, incluindo a aquisição do próprio quiosque e respetiva conservação, as ligações de água, luz, telefone e outras indispensáveis à exploração do estabelecimento, serão da conta e risco do concessionário; todas as diligências administrativas indispensáveis ao licenciamento do estabelecimento serão de conta e risco do concessionário. Todo o procedimento administrativo prévio à realização do contrato será conduzido pelo serviço municipal, designado por GPD, Gabinete de Planeamento e Desenvolvimento. Findo o procedimento concursal, será outorgado um contrato escrito entre as partes, a preparar no Gabinete Jurídico do Município de Beja, tendo em conta as condições referidas e, aplicando-se, com as necessárias adaptações, o disposto no artigo 407º e seguintes, relativos às concessões, do Código dos Contratos Públicos e ainda as condições relativas à instalação de quiosques amovíveis, aprovadas pela Câmara Municipal em 9 de dezembro de 1987 e pela Assembleia Municipal em 30 de dezembro de 1987. Para os devidos efeitos, se declara que foi observado o disposto no artigo 64º, nº 1, al. f) da Lei 169/99, de 18 de Setembro. Para constar se produziu este edital e outros de igual teor que serão afixados, publicamente, nos lugares de estilo e no respetivo sítio, na Internet, deste Município, durante 5 dias, nos 10 dias subsequentes à tomada da decisão, nos termos do artigo 91º, nº 1, da Lei 169/99, de 18 de Setembro, com as alterações, que, entretanto, foram introduzidas. Paços do Concelho do Município de Beja, 25 de Outubro de 2012. O Presidente da Câmara Municipal de Beja Jorge Pulido Valente, Dr.

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Rua Conde da Boavista, n°20 Notária: Lic Mariana Raquel Tareco Zorrinho Vieira Lima Certifico narrativamente, para efeitos de publicação que, neste cartório e no livro de notas para escrituras diversas número 95-A, de folhas 51 a folhas 53, se encontra exarada uma escritura de justificação notarial, outorgada hoje, na qual José António Palma Dias, NIF 176430954, casado sob o regime de comunhão de adquiridos com Maria Clara Matos das Neves, NIF 152556540, residente na Rua Terra da Porta Bloco A-2° Dt°, Arcena, Alverca do Ribatejo, Vila Franca de Xira, se declara com exclusão de outrem, dono e legítimo possuidor do seguinte imóvel: a) Prédio urbano, sito em Vargens, freguesia de S. Sebastião dos Carros, concelho de Mértola, destinado a habitação com a área coberta de quarenta e sete metros quadrados, a confrontar a norte com Fabião Horta, sul com José Sequeira, nascente com Manuel Sequeira e poente com a via publica, descrito na Conservatória do Registo Predial de Mértola sob o número oitocentos e trinta e sete, de oito de Junho de dois mil e doze, inscrito na matriz respetiva sob o artigo 465, com a aquisição aí registada na mencionada Conservatória, metade em nome da Fazenda Nacional pela Apresentação oitenta e sete, de catorze de Fevereiro de mil novecentos e quarenta e seis e a outra metade a favor do outorgante. b) Metade deste prédio inscrito a favor da Fazenda Nacional, veio à posse dos seus avós Manuel Dias e Arminda Maria dos Santos casados sob o regime de comunhão geral e residentes em Montes Vargens, freguesia de S. Sebastião dos Carros, por arrematação efetuada em vinte e quatro de Abril de mil novecentos e quarenta e oito, conforme certidão emitida pelo Serviço de Fianças dê Mértola em dezoito de Junho de dois mil e doze, comprovativa da referida aquisição através do auto de arrematação número cento e cinquenta e oito de mil novecentos e quarenta e oito; Mais certifico, que o justificante alega na referida escritura ter adquirido metade do referido prédio por usucapião, mediante doação meramente verbal, que lhe foi feita por seus avós, Manuel Dias e Arminda Maria dos Santos, já falecidos, no ano de mil novecentos e oitenta e dois, em dia e mês que não sabe precisar, da mencionada fração, sem que no entanto ficasse a dispor de titulo formal que lhe permita o respetivo registo na citada Conservatória, sendo porém certo que tem sempre exercido no prédio os poderes de facto correspondentes ao direito de propriedade, sem interrupção, fruindo como donos as utilidades possíveis à vista de todos e sem discussão nem oposição de ninguém. Está conforme o original na parte a que me reporto. Beja, dois de Novembro de dois mil e doze. A Notária Mariana Raquel Tareco Zorrinho Vieira Lima

Diário do Alentejo n.º 1594 de 09/11/2012 Única Publicação

EXTRACTO CONSERVATÓRIA DO REGISTO CIVIL, PREDIAL, COMERCIAL E CARTÓRIO NOTARIAL DE CUBA A cargo da Notária: Maria de La Salete Monteiro Cardoso Certifico para efeitos de publicação, que por escritura de Justificação de 30/10/2012 e iniciada a fls. 23, do livro de notas para escrituras diversas n.° 88-C, deste Cartório MARTA DA SOLEDADE COSTA LOBO ROSA CORREIA MARCIANO e marido BARTOLOMEU CORREIA MARCIANO, casados sob o regime de comunhão geral, ela natural da freguesia de Beja (Santiago Maior), concelho de Beja e ele da freguesia e concelho de Mértola, residentes na Travessa do Pombal, n.° 7, Salvada, Beja, declaram que são donos e legítimos possuidores com exclusão de outrem, de UM/ QUARTO, do imóvel a seguir identificado, o qual se encontra inscrito na matriz respectiva em nome de Vera Marciano Damásio Ribeiro. PRÉDIO RÚSTICO, denominado Charneca, sito no lugar e freguesia de Salvada, concelho de Beja, com a área de cinco vírgula quatrocentos e setenta e cinco hectares, descrito na competente Conservatória do Registo Predial sob o número 462, daquela freguesia, da Conservatória do Registo Predial de Beja, inscrito na matriz predial respectiva a favor de Vera Marciano Damásio Ribeiro sob os artigos 407, 408 e 411, todos da secção B, com os valores patrimoniais para efeitos de IMT correspondentes de €4626,58, €5058,81 e €6341,92, e com o valor atribuído à fracção de um/quarto de quatro mil e seis euros e oitenta e três cêntimos. Que a fracção deste prédio veio à posse dos justificantes por doação verbal feita à justificante mulher da tia, Maria da Soledade Lampreia Costa Lobo, solteira, maior, residente que foi na Rua Carlos Pinhão, n.° 2, r/ ch., esq.°, em Beja, a qual faleceu sem descendentes. Que esta doação ocorreu em data que não sabem, precisar, mas que terá sido no ano de mil novecentos e setenta e sete. Que a restante parte do imóvel sempre pertenceu a pessoas da sua família, sendo, actualmente, proprietária dos restantes três/ quartos a sua sobrinha, Vera Marciano Damásio Ribeiro, conforme inscrição de aquisição registada pela Ap. 1763 de 2012/01/23. Que a partir daquele ano entraram na posse e fruição da fracção do mencionado prédio, o qual exploram desde essa data, juntamente com os demais comproprietários que foram sucedendo na titularidade do prédio e, mais recentemente, com a sua referida sobrinha. Que pagam os respectivos impostos, procedem à sua limpeza e cultivo, à colheita dos frutos, usufruindo, assim, de todas as utilidades por ele proporcionadas. Que exercem esta posse de forma ostensiva, em nome próprio, à vista e com conhecimento de toda a gente, sem violência e sem oposição ou discussão de ninguém, procedendo como seu donos e senhores, de forma correspondente ao exercício do direito de propriedade. Que exerceram uma posse pacifica, contínua e pública, e isto por prazo superior a vinte anos. Que, dadas as características desta posse, adquiriram o mencionado imóvel por USUCAPIÃO, título este que, por natureza, não é susceptível de ser comprovado pelos meios normais. Está conforme o original. Cartório Notarial de Cuba, 30 de Outubro de 2012. A Ajudante, Assinatura ilegível

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NOSSA SENHORA DAS NEVES

BEJA

†. Faleceu o Exmo. Senhor

†. Faleceu a Exma. Senhora

SR. JOSÉ JOÃO JÚNIOR, de 84 anos, natural de Nossa Senhora das Neves - Beja, solteiro. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 02, de Casa Mortuária de Nossa Senhora das Neves, para o cemitério local.

D. CARMINA MARIA CAETANO, de 78 anos, natural de Alcaria Ruiva Mértola, viúva. O funeral a cargo desta Agência realizouse no passado dia 02, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

Às famílias enlutadas apresentamos as nossas mais sinceras condolências.

Consulte esta secção em www.funerariapax-julia.pt Serpa PARTICIPAÇÃO

José Manuel Rodrigues Palma

25 Diário do Alentejo 9 novembro 2012

MISSA 30.º DIA

PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO

Maria Julieta T. D. Perianes Palma (Majú)

Faleceu em 01/11/2012

Faleceu em 26/10/2012

Esposa e filhos, na impossibilidade de o fazerem pessoalmente, agradecem por este meio a todas as pessoas que acompanharam o seu ente querido à sua última morada ou que de outra forma manifestaram o seu pesar. Agradecem também, muito reconhecidamente, à dra. Ana Cristina Duarte, e a todo o pessoal do Hospital de Dia e 6.º piso do Hospital de Beja, pelo carinho que sempre demonstraram durante a sua doença e internamento.

As famílias Perianes Palma, Tavares Dórea e Von Berbert convidam para a missa de 30.º dia do falecimento de sua querida Majú, esposa do dr. Jaime Palma, filha do director do Diário de Ilhéus (Bahia) dr. Francisco Dórea, neta do coronel da guarda nacional Misael Tavares (Brasil), bisneta do barão Von Berbert, desbravador do sertão Bahiano, que se realiza no próximo sábado, às 18 horas, na Igreja de Santa Maria, agradecendo a presença amiga.

Beja – Abela PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO

Maria Patrocínia Mestre É com pesar que participamos o falecimento da Sra. D. Maria Patrocínia Mestre, ocorrido no dia 03/11/2012, de 80 anos, viúva, natural da freguesia de Alçaria Ruiva – Mértola. O funeral a cargo desta agência realizou-se no dia 04/11/2012 pelas 10 e 15 horas, da Casa Mortuária de Serpa para o cemitério local. Apresentamos à família as cordiais condolências.

AGÊNCIA FUNERÁRIA SERPENSE, LDA Gerência: António Coelho Tm. 963 085 442 – Tel. 284 549 315 | Rua das Cruzes, 14-A – 7830-344 SERPA

Diário do Alentejo n.º 1594 de 09/11/2012 Única Publicação

COOPERATIVA DE PRODUÇÃO E CONSUMO PROLETÁRIO ALENTEJANO, CRL

Assembleia Geral Extraordinária CONVOCATÓRIA Em conformidade e ao abrigo dos artigos 17º, 18º, 20º (nº4) e 21º dos Estatutos da Cooperativa de Produção e Consumo Proletário Alentejano, CRL, com sede em Beja, convoco, também por solicitação da Direcção, a Assembleia Geral Extraordinária para o dia 21 de Novembro de 2012 (Quarta Feira) às 20.30 horas, com lugar nas instalações da Cooperativa no Largo dos Duques em Beja, com a seguinte Ordem de Trabalhos: 1 .Informação sobre a situação actual e perspectivas da Cooperativa Proletário Alentejano. Obs: Se, à hora marcada para a reunião, não se verificar um número de presenças superior a metade do número de cooperadores, a Assembleia Geral reunirá com qualquer número de cooperadores, meia hora depois. Beja, em 06 de Novembro de 2012 O Presidente da Mesa da Assembleia Geral Manuel Guerreiro dos Reis

Dulce Maria Ventura Esposo, filho, nora, netos, bisnetos e restante família cumprem o doloroso dever de participar o falecimento da sua ente querida ocorrido no dia 04/11/2012, e na impossibilidade de o fazerem individualmente vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que a acompanharam à sua última morada ou que de outra forma manifestaram o seu pesar.

Diário do Alentejo n.º 1594 de 09/11/2012 Única Publicação

SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE VILA ALVA

Com todo o nosso amor, foste e serás sempre uma grande mulher. Nunca te esqueceremos. Estás sempre nos nossos corações. Eterna saudade e descansa em paz. Filhos, genros, nora, netos e restante família de Carmina Maria Caetano agradecem reconhecidamente a todos os que se dignaram acompanhar o funeral da sua familiar, bem como a todas as pessoas que demonstraram o seu carinho e amizade.

Vidigueira PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO

Hermínia Avrilete Pereira Cordeiro Filho, nora, netos e restante família cumprem o doloroso dever de participar o falecimento da sua ente querida ocorrido no dia 06/11/2012, e na impossibilidade de o fazerem individualmente vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que a acompanharam à sua última morada ou que de outra forma manifestaram o seu pesar.

LAR DA 3.ª IDADE MUSEU DE ARTE SACRA E ARQUEOLOGIA

CONVOCATÓRIA Convocam-se todos os membros da Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Vila Alva, para uma Assembleia Geral Ordinária, a realizar no próximo dia 24 de Novembro de 2012, pelas 20 horas, no edifício do Salão de Festas de Vila Alva, com a seguinte ordem de trabalhos: 1. Apresentação, Discussão e Votação do Orçamento e Plano de Atividades para o ano de 2013; 2. Candidaturas ao PRODER (Lar de 3~ Idade e Museu de Arte Sacra e Arqueologia de Vila Alva) - reconhecimento da importância socioeconómica para a população local (freguesia e concelho) e para a preservação do património sob a sua tutela; 3. Outros Assuntos do Interesse para a Misericórdia; Se à hora marcada não estiverem presentes mais de metade dos irmãos, a Assembleia reunirá meia hora depois, em segunda convocatória desde que estejam presentes pelo menos um quarto dos irmãos. Vila Alva, 28 de Outubro de 2012 Pelo Presidente da Mesa da Assembleia Geral O 1.º Secretário da Mesa da Assembleia Geral Joaquim Miguel Pires Parreira A 2.ª Secretária da Mesa da Assembleia Geral Maria Vitória Silva Pratas

Vidigueira PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO

Maria José Quítalo Ramalho Nasceu: 22-09-1946 Faleceu: 04-11-2012

Irmã, filha, genro e restante família cumprem o doloroso dever de participar o falecimento da sua ente querida ocorrido no dia 04/11/2012. Na impossibilidade de o fazerem individualmente agradecem a todas as pessoas que a acompanharam à sua última morada ou que de outra forma manifestaram o seu pesar.


26 Diário do Alentejo 9 novembro 2012

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Notícias de Beja

A Planície

Correio do Alentejo

Diário do Alentejo

Fonte: Marktest. Relatório de resultados da imprensa regional no período compreendido entre abril de 2010 e março de 2011

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O concelho de Ferreira do Alentejo já dispõe de 12 rolhões instalados em ecopontos situados em áreas junto a cafés e restaurantes, destinados à recolha diferenciada de rolhas de cortiça para posterior reciclagem. Segundo a Câmara de Ferreira do Alentejo, cinco dos 12 rolhões estão instalados na vila e os restantes sete nas localidades de Olhas, Canhestros, Peroguarda, Alfundão, Odivelas, Figueira dos Cavaleiros e Santa Margarida do Sado. Os rolhões foram instalados pela empresa intermunicipal Ambilital – Investimentos Ambientais no Alentejo e no âmbito do projeto “Ferreira Sustentável”, dinamizado pela autarquia.

27 Diário do Alentejo 9 novembro 2012

Concelho de Ferreira do Alentejo já dispõe de 12 rolhões

Empresas Nerbe e IPBeja desenvolvem parceria para aproximar “academia das empresas”

Pela P Pe elaa pri rimeeir ira ra ve v z um con onju nju junt nto alaarrga alar al gado do de prod do prrod odut dut utor orres eess dee uma d ma reeg giiãão vi viti tiivi vinííco cola la reun re niu iu-se iu-s -sse n nu um eesspa paçço o alarrggaado do par ara aap pre resseent ntar ar oss seu us p prro od duttos os e daarr a conh co nhec ecer er a qu uaalliid daade de que ue oss caarrrac o aacctteeri rizzaa, a, p prrom moven ovveen ndo do o te terr errrrittór ório o com omo u um ma ma reegi gião ão o tam ambém bé de bé de vin nh ho os..

Aproximar o estabelecimento de ensino às empresas e estreitar a relação entre ambas é o grande objetivo da nova parceria estabelecida entre o Nerbe e o Instituto Politécnico de Beja (IPBeja). O projeto está a ser desenvolvido ao nível da licenciatura em Turismo do politécnico e na prática traduz-se “na realização de visitas de trabalho às empresas dos alunos que frequentam unidades curriculares nas áreas de marketing e inovação”. O objetivo é que, em ambiente laboral, os alunos conheçam e interajam com os empresários e funcionários, sendo a realidade de cada uma das empresas visitadas um estudo de caso.

Apostar na qualidade e unir esforços é o caminho

Vinhos da costa alentejana conquistam mercado nacional De forma a dar a conhecer a qualidade que caracteriza os vinhos da região da costa alentejana, a herdade das Barradas da Serra, em Grândola, acolheu no passado dia 26 de outubro 10 produtores de vinho da região, num certame que contou com a presença, entre outras entidades organizadoras do evento, da Entidade Regional de Turismo do Alentejo Litoral, Associação de Desenvolvimento do Litoral Alentejano, Câmara Municipal de Grândola e das comissões vitivinícolas das regiões de Setúbal e do Alentejo. Publireportagem Sandra Sanches

C

om a cooperação dos produtores de vinhos, realizou-se então o I Encontro de Produtores de Vinhos da Costa Alentejana que, até à data, têm vindo a conquistar espaço no mercado vitivinícola nacional. Sendo ainda necessário viabilizar a sua imagem de qualidade junto dos potenciais clientes consumidores e profissionais do setor, o evento foi o momento abrangente que serviu para dar a conhecer a qualidade que os caracteriza. Segundo Miguel Palma, representante dos produtores da costa alentejana, “o que se tem procurado com os projectos vitivinícolas da região é o posicionamento do vinho regional enquanto um produto de qualidade, reconhecido não só a nível nacional como internacional, que projeta o que de melhor se faz na costa alentejana

para além da vocação turística e da gastronomia tradicional”. É notável que o enoturismo está em forte crescimento, há um grande número de turistas que se desloca não apenas para provar vinhos diferentes mas também para visitar as vinhas e suas adegas e no território da costa alentejana convivem duas regiões de produção nacional: quatro municípios a norte, Alcácer do Sal, Grândola, Santiago do Cacém e Sines, pertencentes à Comissão Vitivinícola Regional da Península de Setúbal; e o município de Odemira, pertencente à Comissão Vitivinícola Regional do Alentejo. São sem dúvida regiões com uma realidade muito específica, sendo que os vinhos ali produzidos têm também características próprias a que não é alheia a proximidade do oceano Atlântico. Segundo afirma Miguel Palma, “é o aspeto diferenciador dos vinhos produzidos no litoral, demarcando-se dos que são provenientes do interior alentejano, sendo esta uma influência positiva na qualidade do vinho”. O representante da Comissão Vitivinícola da Região do Alentejo, Tiago Caravana, refere que “desde a década de 90 até à atualidade evoluiu-se de 45 para cerca de 270 produtores de vinho cuja procura no mercado regional tornou-se maior que a oferta”. E é um facto que nos últimos anos tem-se assistido a uma evolução positiva relativamente à produção de vinho na costa alentejana. No entanto, as entidades presentes no certame entendem ser necessário associar a promoção dos vários produtos da região de forma a

que os mesmos contribuam para uma maior notoriedade do território. O potencial turístico da costa alentejana é evidente, mas é ainda de algum modo “ostracizado”, segundo diz José Eduardo, da Herdade das Cortes de Cima, sendo fundamental conciliar os recursos existentes de modo a potenciar e valorizar toda a região. Cientes de que existe ainda um longo caminho a percorrer, os produtores do setor admitem continuar a apostar na qualidade e unir esforços numa promoção conjunta e com impacto, a fim de que a costa alentejana seja em breve um marco incontornável no sector vitivinícola a nível nacional e internacional. Vinhos com elegância, biodiversidade, frutados, fáceis de beber, frescos, com acidezes raras, modernos, florais, equilibrados, vinhos de tradição, são características específicas que não passam ao lado dos vinhos ali produzidos, descritos pelos produtores das várias herdades. Pretendem assim que o mesmo seja conhecido internacionalmente de forma a aumentarem o número de exportações e dinamizarem, acima de tudo, a região da costa alentejana que por si só já oferece uma gastronomia tradicional aliada a uma vocação turística atrativa. O evento contou com a presença da herdade das Soberanas, herdade do Portocarro, herdade da Monteira, herdade da Comporta, Brejinho da Costa, monte das Serenadas, Pinheiro da Cruz, herdade do Cebolal, herdade dos Nascedios e herdade Cortes de Cima.

Telma Bolinhas vende produtos tradicionais alimentares em Beja A Associação Nacional de Direito ao Crédito (ANDC) dá a conhecer o microcrédito como forma de criação do próprio emprego e como uma das medidas de combate ao desemprego. Quem o confirma é a empresária Telma Bolinhas, que resolveu abrir uma loja de produtos tradicionais alentejanos, no centro da cidade de Beja. Na impossibilidade de conseguir emprego na sua área de formação, Psicologia, Telma Bolinhas decidiu apostar no espaço “Sabores do Alentejo”, com recurso ao microcrédito.

Monte do Menir exporta mais de metade da sua produção de ervas aromáticas A plantação de um pequeno olival na pacata serra da Barrada, entre as localidades da Barrada e Outeiro, freguesia de Monsaraz, foi a primeira etapa do projeto de agricultura biológica da família Cunha. Seis anos depois, o negócio desta sociedade familiar, Monte do Menir, evoluiu para as ervas aromáticas e medicinais e hoje já exporta mais de metade da sua produção. Dedica-se essencialmente ao cultivo de lúcia-lima, segurelha, tomilho-limão e erva-príncipe, entre outras, numa área que ocupa mais de um hectare. A escolha destas ervas deve-se, segundo António Cunha, “ao resultado de uma série de experiências com diversas espécies, o que nos permitiu verificar quais as que melhor se adaptavam ao solo, clima e posicionamento no mercado”. As plantas são cultivadas de acordo com os princípios da agricultura biológica, tirando o melhor proveito dos recursos naturais e preservando o ambiente.


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“Não faças aos outros” chega ao Pax Julia

No dia 29, às 14 e 30 horas, no Pax Julia Teatro Municipal, em Beja, a peça “Não faças aos outros” é levada a cena pelos atores Alexandre Silva e Pedro Górgia. Uma peça que não podia estar mais actual, visto que aborda o cyberbulling. É um modo de alertar os alunos e as crianças em geral para as questões da segurança on line, porque, ao contrário do bulling, este, na maioria das vezes, não tem rosto. Mas é de uma forma lúdica que o tema chega aos mais pequenos.

Pais

Dica da semana

A páginas tantas... Já uma vez sugerimos que os pais preparassem umas sandes com as personagens do Phineas e Ferb. Para que as meninas não fiquem de fora, duas ideias para as suas sandes.

À solta Não são os pássaros de Diana Herrera, mas são uma sugestão para os mais pequenos construírem os seus pássaros ou insetos. Aproveitem.

Como a temática da página centrou-se em pássaros, não podíamos deixar de falar no mais recente título da Kalandraka, Aves, de Maria Julia Dias Garrido e David Daniel Álvares Hernández. Aves venceu a 5.ª edição do Prémio Internacional Compostela, na categoria de álbuns ilustrados. A mestria do traço de David Hernández transporta-nos para uma grande metáfora da história da humanidade. As aves representam as ambições das pessoas. A vontade de chegar mais além. De voar. Mostra-nos também que nem sempre as boas intenções tomam o rumo certo e muitas vezes tornam-se perversas. No entanto uma lufada de ar fresco transporta-nos para uma esperança que permanece sempre na linha do horizonte. Se quiseres conhecer mais sobre a obra deste artista mexicano digita o link http://escamasdeplata.blogspot.mx/

Diana Beltran Herrera é uma jovem artista colombiana que cedo percebeu o caminho que iria seguir. Com formação em Design Indústrial, passou também pelo curso de pintura experimental ainda em Bogotá. De malas partiu para a Finlândia onde fez um curso de cerâmica. Encontrou na natureza fonte de inspiração para o seu trabalho. Ensinou-a que as coisas mudam, ganham novas formas, crescem até encontrarem o seu lugar no universo. Deixou de lado a pintura e a cerâmica e dedicou-se a esculpir em papel. Pelo seu lado temporal e frágil. A fragilidade do material em nada transparece na sua obra. Podem ver mais em http://www.ppiinnee.com/


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Letras Se fosse fácil era para os outros

Boa vida Comer Ovos de tomatada Ingredientes: 12 ovos; 2 tomates maduros; 1 cebola picada; 2 dentes de alho picados; 0,5 dl. de azeite; q.b. de sal. Confeção: Coloca-se a cebola, o alho e o azeite num tacho e refoga-se. Quando esta estiver murcha, junte o tomate picado sem pele, sem sementes e sal. Numa tigela bata os ovos que, por fim, se juntam ao refogado. Mexa e não os deixe ficar muito secos. Sirva com fatias de pão fritas ou torradas.

António Nobre Chefe executivo de cozinha – Hotéis M’AR De AR, Évora

Filatelia Lubrapex 2012 é inaugurada amanhã

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inaugurada amanhã, sábado, na cidade de São Paulo, a Lubrapex 2012, XXI Exposição Filatélica Luso-Brasileira. O certame, o maior evento filatélico de língua portuguesa, encerra no dia 18 e decorre no Prédio Histórico dos Correios, localizado na avenida São João daquela cidade brasileira, cidade que acolheu este mesmo evento em 1974 e 1995. As exposições Lubrapex são as mais antigas exposições filatélicas, bilaterais, realizadas em todo o mundo; decorrem regularmente desde 1966. Na edição deste ano participa como convidado o Uruguai. Das 211 coleções presentes, 169 são de filatelistas do Brasil, 10 do Uruguai e 32 de Portugal. É a seguinte a nossa participação: Classe tradicional: D. Luís I – selos estampados, emissões de 1880 a 1893 – provas e ensaios de Claudino Pereira; Cape Vert – first issues de Júlio Maia; Study of the Stamp D. Carlos Mouchon issue de Rui Alves; Emissão Camilo Castelo Branco de António Cristóvão. Aerofilia: LZ 127 “Graf Zeppelin” Grande Paquete Voador 1928 – 1937 de José Oliveira da Costa. Inteiros postais: King Manuel II – Postal stationery specialized collection de José Santos Pereira. Temática: O Mundo de Baco de Maria Liseta Barros; Um olhar sobre o Futuro Sustentável de Paulo Ferreira Sousa; Essa Gesta Gloriosa de Júlio Maia; A família no mundo contemporâneo de Eduardo Rocha Laurindo; Ser Criança de Florival Rio. Maximafilia: As Forças Armadas no contexto da Guerra e da Paz de José Ribeiro Marques. Juventude: Os Faróis – Sentinelas dos Oceanos de David Morim; Mamíferos terrestres de Inês Marques Delgado; Fauna – o cão, o gato e o cavalo de Henrique Marques Delgado; A vida aquática de José Eduardo Cruz e Silva; Vida de Rei Henrique Leonardo Bento Afonso; A pomba mensageira de Gonçalo Silva Barros Miranda Lima; A vida do campo de Diogo Reis Lima Torres; Desporto rei de João Carlos da Silva Peixoto. Literatura filatélica: Artigos filatélicos de 2011 e 2012 de Américo Rebelo; A Ideia de Europa nos Selos Portugueses de João Rui Pita, Isabel Valente e Ana Isabel Martins; História e Filatelia I – I Jornadas de História e Filatelia de Isabel Valente e João Rui Pita; História e Filatelia II – Portugal e a Europa: uma história contada através dos selos portugueses de Isabel Valente e João Rui Pita; Artigos semanais do jornal “Correio da Manhã” de José Pires dos Santos; Revista “Selos e Moedas” da Secção Filatélica e Numismática do Clube dos Galitos; República (Popular) de Moçambique – as Alterações Toponímicas e os Carimbos dos Correios (website) de Jorge Fernandes; Artigos sobre filatelia de Jorge Fernandes. Um quadro: A gloriosa dinastia de Avis de José Carlos Fernandes; A locomotiva a vapor – História do monstro de Jorge Fernandes; Recordar a Europa em nove séculos de Joaquim Lopes Ribeiro; A Epopeia (do Gigante) Dornier DO-X 1930 – 1933. No total a participação lusa ocupará 103 quadros. Do corpo de jurados fazem parte seis peritos portugueses nomeados pela Federação Portuguesa de Filatelia (FPF): Rui Mendes, João Violante, Eduardo Sousa, Marcial Passos, José Manuel Pereira e João Soeiro. O comissário nacional é Vítor Jacinto. A Lubrapex 2012 tem a sua organização a cargo da Federação Brasileira de Filatelia, com a colaboração da FPF, que se fará representar pelo seu presidente da direção, Pedro Vaz Pereira. Informações podem ser recolhidas em www.abrafite.com.br/mapa_lubrapex2012.htm ou através do endereço da comissão organizadora (Febraf) – imprensa@fefiesp.com.br A ilustração do artigo é o lote n.º 786 do 56.º leilão do Núcleo Filatélico do Ateneu Comercial do Porto. Trata-se de uma quadra do selo de 10r., verde azul, tipo II, p. liso médio, d.12½, CE49 de 1879-80 – D. Luís I. Fita direita. Novas cores. Certificado Inexfip. Preço base: 1 000. O catálogo pode ser consultado em www.nfacp.com Geada de Sousa

uatro amigos portugueses (um quinto reunir-se-lhes-á), a viver situações delicadas, apanham o avião para os EUA e iniciam uma travessia pelo território que se torna progressivamente mais desesperada e que, paradoxalmente, os vai acuando à medida que o horizonte alarga. Uma circunstância dolorosa espoleta a ação. Ou, pelo menos, explica a raiz de uma fuga de si. No dia do aniversário da mulher do narrador, já falecida, uma carta do hospital em que esta morreu dá-lhe os parabéns. O banco dela envia-lhe também um cartão de crédito. O capitalismo não processa a dor, não há humanidade possível num processo criado de modo a não deter-se perante os próprios factos, que não assimila. Esse cartão de crédito será, pois, motor desse movimento para a frente, mergulho numa realidade outra em que ser estrangeiro se torna mera circunstância externalizada e não condição necessária. A viagem, ao jeito da de outras duas amigas, as Thelma e Louise de Ridley Scott, é pretexto para conversas em que se discorre sobre ciência e filosofia mas também para a evocação de memórias do narrador. Muitas dessas memórias, de infância, remetem para o Alentejo. As memórias “alentejanas” do jornalista (e autor de dois romances antes deste), Rui Cardoso Martins, nascido em Portalegre em 1967, são, aliás, uma constante na sua obra. Se fosse fácil era para os outros é uma obra dolorosa, em que a amizade exorciza a solidão mas não resgata penas – como na vida, aliás. A escrita de Cardoso Martins, assente desde sempre na atenção ao pormenor, essa, continua a ser servida pela fineza do espírito do autor. Maria do Carmo Piçarra

Rui Cardoso Martins Dom Quixote 248 págs. 14,90 euros

Diário do Alentejo 9 novembro 2012

O Travolta é um cão jovem, de porte grande, que chegou há pouco tempo ao canil. É de raça indefinida mas a pelagem tem semelhanças a um pastor alemão. É muito sociável com as pessoas. Com outros cães por vezes parece desconfiado, mas consegue interagir sem problemas com as fêmeas. Será vacinado e desparasitado antes da adoção. Venham conhecer o Travolta ao Cantinho dos Animais. Contactos: 962432844 sofiagoncalves.769@hotmail.com

Desidério Lázaro (saxofones tenor e soprano), Afonso Pais (guitarra – canal esquerdo), João Firmino (guitarra – canal direito), Francisco Brito (contrabaixo) e Joel Silva (bateria). Editora: Sintoma Records Ano: 2012

Jazz Desidério Lázaro “Samsara”

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ois anos depois de uma conseguida estreia (em formato de trio) com “Rotina Impermanente” (JACC Records), o saxofonista tavirense Desidério Lázaro regressa com “Samsara” e dá claramente um importante passo em frente no seu processo de afirmação como um dos mais sólidos valores da nova geração de músicos de jazz em Portugal. Se no primeiro disco já se insinuavam ideias muito válidas e que permitiam vislumbrar um futuro promissor, tal é plenamente confirmado neste segundo registo, mais coeso e equilibrado, editado pela Sintoma Records (novo selo que fundou com o guitarrista João Firmino). A sua escrita continua elegante e ambiciosa (aguçando a expetativa de saber como será para formações mais alargadas), admitindo graus de liberdade que lhe conferem uma riqueza digna de nota. Todas as composições apresentadas são de sua autoria, havendo nelas nitidamente um refinar de processos, um aclarar de horizontes que fazem deste um disco deveras interessante. Expandindo a formação para quinteto – com a pouco habitual no género inclusão de duas guitarras (Afonso Pais e João Firmino), contrabaixo (o jovem Francisco Brito continua a mostrar que é um músico com um grande futuro à sua frente) e bateria (Joel Silva substitui, e bem, no posto, Luís Candeias) – Lázaro experimenta novas e diversificadas soluções com sucesso, continuando, porém, patentes as referências “coltraneanas” que vêm caracterizando a sua abordagem, acrescentando-lhes outras enriquecedoras matizes. A abrir, a placidez da peça que dá título ao disco, exemplo maior de maturidade, seguindo-se “Aceita”, outra peça de atmosfera tranquila, com Lázaro excelente no soprano. No plano dos tempos lentos, destaca-se ainda a balada “Andreia”. Em “Controle”, com uma excelente melodia desenhada pelo saxofonista (em tenor), assume particular relevância a prestação do contrabaixista. “Decisões” evidencia um travo declaradamente rock, com os uníssonos entre o saxofone e as guitarras a resultarem bem. A melodia apelativa de “Despertador” e o groove contagiante de “Seven” completam um disco que importa escutar ao detalhe. Desidério Lázaro é um valor mais do que seguro do jazz nacional, sendo legítimo esperar-se sempre mais. António Branco


Pedro Abrunhosa e Comité Caviar amanhã no Pax Julia

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Pedro Abrunhosa sobe amanhã, sábado, ao placo do Pax Julia Teatro Municipal, em Beja, acompanhado pela sua nova banda intitulada Comité Caviar e que é formada por Marco Nunes (guitarras), Cláudio Souto (piano), Miguel Barros (baixo) e Pedro Martins (bateria). O espetáculo, em digressão por todo o País e que Pedro Abrunhosa apelidou de “Canções”, tem início agendado para as 21 e 30 horas.

Fim de semana Nova Antologia de Poetas Alentejanos apresentada em Castro Verde

Noémia Cruz e Cláudia Guerreiro expõem trabalhos em cerâmica e desenhos

Aljustrel inaugura exposição no feminino e sobre o feminino

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espaço Oficinas de Formação e Animação Cultural de Aljustrel inaugura hoje, sexta-feira, pelas 18 horas, a exposição de cerâmica e desenho “Isto é o meu corpo”, da autoria de Noémia Cruz e Cláudia Guerreiro. A mostra, que empresta o título a uma frase bíblica, mas também a uma escultura de Noémia Cruz, “irá ter o corpo humano como fio condutor, sobretudo no feminino, algo que tem sido determinante no desenvolvimento do trabalho destas duas artistas”, adianta a câmara municipal local. Noémia Cruz, autora de um conjunto de esculturas, nomeadamente em terracota, “tem participado em inúmeras iniciativas e exposições”. Licenciada em Escultura, trabalhou com o escultor Jorge Vieira, e integrou a direção artística do Museu Jorge Vieira, em Beja. As obras que apresenta, na exposição em Aljustrel, foram realizadas entre 1979, caso de “isto é o meu corpo I”, e

2011, ano em que concretizou o projeto os meus “Bonecos”. Cláudia Guerreiro é formada em Escultura “mas é o desenho que mais a fascina, não como mera passagem para a escultura, mas como obra perfeitamente autónoma”. Nesta exposição irá mostrar “retratos de figuras femininas ligadas às artes plásticas, com as quais tem uma relação de amizade”. Também para esta artista “o corpo ocupa especial importância na criação dos seus trabalhos”. Em obras anteriores, onde o desenho é predominante, “o seu discurso segue igualmente uma linha subversiva”. Cláudia Guerreiro é conhecida como ilustradora, “mas também como música pois o resto do tempo toca baixo no grupo Linda Martini”, conclui a autarquia. A mostra estará patente ao público até ao dia 30 de novembro.

É apresentado hoje, sexta-feira, pelas 21 e 30 horas, na Biblioteca Municipal Manuel da Fonseca de Castro Verde, a obra Nova Antologia dos Poetas Alentejanos, coordenada pelo investigador Eduardo Raposo e com prefácio de Urbano Tavares Rodrigues. O livro reúne cerca de 300 poemas de 50 poetas, “entre eles alguns nomes consagrados como José Luís Peixoto, mas também dezenas de outros que, não tão conhecidos, têm no texto poético e no Alentejo um espaço privilegiado para as suas criações, como é o caso de um conjunto de gente com laços fortes à Biblioteca Municipal Manuel da Fonseca, de que são exemplo Vítor Encarnação, Miguel Rego e Manuela Parreira da Silva, entre outros”, refere a Câmara Municipal de Castro Verde. A apresentação contará com a atuação de cantautores como Nuno do Ó e Paulo Ribeiro, entre outros.

Sandra Manuel expõe “cromos da bola” em Beja “Cromos da Bola”, uma exposição de caricaturas em acrílico sobre tela, da autoria de Sandra Manuel, é inaugurada manhã, sábado, pelas 16 horas, no Espelho d’Água, em Beja. A mostra pode ser vista até ao dia 31 de dezembro.

Alcácer recebe concerto de órgão a quatro mãos A igreja de Santiago, em Alcácer do Sal, recebe domingo, dia 11, pelas 16 e 30 horas, um concerto de órgão a quatro mãos apresentado por Patrizia Giliberti e Rafael Reis, integrado no programa “Música nas Igrejas – Concertos de Órgão”. O referido programa – que contempla a realização de concertos de órgão em diversas igrejas da região Alentejo – resulta da parceria entre a Direção Regional de Cultura do Alentejo, Fundação da Casa de Bragança – Paço Ducal de Vila Viçosa e Cabido da Sé de Évora, contando com o apoio da Câmara Municipal de Alcácer do Sal e Paróquia de Santiago.

EDIA mostra “Arte Numa Perspetiva Diferente” Inaugurada ontem, quinta-feira, pode ser vista na galeria da EDIA – Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva, em Beja, até ao dia 14 de dezembro, a 11.ª edição da exposição “Arte Numa Perspetiva Diferente”, que reúne trabalhos dos utentes do Centro de Paralisia Cerebral de Beja. Este é um projeto apadrinhado pela EDIA, no âmbito da sua política de responsabilidade social “que, ao longo dos últimos 11 anos, se tem vindo a afirmar como um dos estímulos ao desenvolvimento intelectual dos utentes do Centro de Paralisia Cerebral de Beja”, esclarece a empresa, adiantando que “ano após ano, estes jovens desenvolvem trabalhos que preenchem as paredes da galeria da EDIA, no que se considera já um ritual”. Os trabalhos, adianta a EDIA, “resultam de vivências e emoções não espartilhadas por quaisquer limites. São gestos de admiração, solidariedade e paixão traduzidos para a tela num singular tipo de pintura onde predominam as cores fortes e a generosidade das formas”. “O circo”, a “Mona Lisa”, o “Pica-pau Amarelo”, a “Cantora de Ópera” ou o “Cristiano Ronaldo” são alguns dos 23 quadros em exposição, cuja receita reverterá para o Centro de Paralisia Cerebral de Beja.

Carlos António apresenta “Quietude” em Beja “Quietude” é o título da exposição de Carlos António que é inaugurada amanhã, sábado, pelas 17 horas, no espaço Os Escudeiros – Galeria Municipal de Beja. A mostra poderá ser apreciada até ao dia 15 de dezembro.


“Não confirmo, nem desminto”/Berlim – Depois de Angela Merkel ter afirmado que a Europa precisava de mais cinco anos de austeridade, as reações não se fizeram esperar. Mais do que os políticos, foi a sociedade civil nacional que se mostrou mais indignada, a começar por algumas empresas exportadoras, como a Herdade do Vale da Rosa. Depois de iniciar a exportação de uvas sem grainhas para a China, a Alemanha também vai receber uvas com características… especiais: a fruta terá o dobro das grainhas habituais numa uva normal, obrigando os alemães a cuspir frequentemente e a frequentar o dentista, já que as grainhas terão a textura de berlindes. As uvas a exportar terão sabores a revista “Bravo” da década de 90, a cerveja preta e a pneu Continental.

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rdade vale e h : e d a id r auste om orta uvas c a p x e a s o r a d r grainhas pa o dobro das ha como a aleman retaliaÇÃo

facebook.com/naoconfirmonemdesminto

Merkel visita Portugal: alentejanos preparam queimada de CD dos Modern Talking como forma de protesto É já na próxima segunda-feira que a chanceler alemã e embaixadora do último círculo do inferno de Dante, Angela Merkel, visita Portugal. Por todo o País multiplicar-se-ão formas de protesto, que incluem faixas negras estendidas nas varandas, manifestações e catapultas cheias de iogurte de baunilha do LIDL apontadas para a líder alemã, e o Alentejo não será exceção, estando já preparada uma queimada de CD dos Modern Talking (a maior ofensiva alemã desde a 2.ª Grande Guerra), dos Scorpions e dos Milli Vanilli. Todavia, ao que apurámos, a Quercus está contra esta forma de protesto, como nos revelou fonte da organização ambiental: “Será uma catástrofe ambiental, da qual dificilmente recuperaremos… Esta queimada será responsável pela maior emissão de gases prejudiciais para a atmosfera em solo nacional e, quiçá, talvez no mundo! Nem a cimenteira da Arrábida teria capacidade para queimar resíduos tóxicos desta magnitude… Acham os EUA uma nação sem consciência ambiental por não adotar o protocolo de Quioto? Então preparem-se, porque iremos ultrapassá-los em larga escala…”. Mas estas poderão não ser as únicas formas de mostrar descontentamento com a situação atual – caso a Alemanha não recue na sua demanda pela austeridade, há já milícias portuguesas organizadas com o objetivo de raptar aquela que é grande referência da cultura pop alemã: David Hasselhoff. Depois do rapto, exigir-se-á um resgate de 78 mil milhões de euros.

Câmara de Beja prepara orçamento para 2013 com tinta invisível Uma editora argentina, com o objetivo de estimular a leitura das obras que divulga, decidiu, recentemente, apostar na publicação de livros impressos com tinta invisível que desaparece ao fim de 90 dias. Este conceito inovador de literatura, que reúne um número considerável de fãs, já cruzou o Atlântico e chegou à região. Segundo apurámos, o executivo da Câmara de Beja está a preparar o orçamento para o ano que vem recorrendo a esta técnica. “O objetivo é fazer com que o mesmo só tenha validade jurídica durante 90 dias e abra a possibilidade de fazer outro orçamento a meio do ano, nem que seja num guardanapo cheio de nódoas de caldo verde. Isto tem tudo para dar certo, e acreditamos piamente nisto, até porque o software associado a esta técnica vem com um corretor ortográfico inteligente feito exclusivamente para a autarquia bejense e pré-programado para corrigir determinados conjuntos de palavras automaticamente. Posso adiantar os seguintes: ‘Miguel Ramalho’ para ‘força de bloqueio’, ‘Miguel Góis’ para ‘Michael Góis’, ‘Rodeia Machado’ para ‘o senhor que gostava de se candidatar’ e ‘obras nas Portas de Mértola’ para ‘fim do mundo’. E a impressora também é especial: trata-se do mesmo modelo que imprimiu o diploma de Miguel Relvas, as letras das canções dos Ban e as ideias políticas de António José Seguro”, revelou-nos fonte da autarquia.

Ataca agora, Trovão!

Inquérito Hoje comemora-se o Dia Internacional contra o Fascismo e o Antissemitismo. Como o vai celebrar?

FÁBIO AMARGUINHA, 42 ANOS Pessoa que trabalha no ramo das raspadinhas Um dia dedicado ao antissemitismo é o que a Humanidade precisa: já é tempo de erradicar os somíticos desta vida, pá! A crise não é desculpa para tudo! O meu primo Xavier, por exemplo, é o rei dos somíticos. Apesar de ganhar o ordenado mínimo, e levar aquela vida de fausto típica das pessoas que ganham o ordenado mínimo, não é capaz de pagar uma rodada no bar. Sempre com a mania, “ah, não posso, tenho que dar de comer aos filhos…”.

Extinção da ExpoBeja: ACOS responde com largada de touros nos paços do concelho A Câmara Municipal de Beja decidiu, em reunião, extinguir a ExpoBeja, empresa que gere o Parque de Feiras e Exposições de Beja, e é detida em 60 por cento pela autarquia e em 40 por cento pela ACOS, associação que organiza a Ovibeja naquele espaço. Esta decisão ainda terá que ser aprovada em assembleia municipal (sem porrada), mas a ACOS não vai esperar para afirmar a sua posição, como nos afirmou o próprio presidente da associação, Castro e Brito: “Não aceitamos este tipo de decisão sem sermos consultados. Temos de discutir com a câmara de forma diplomática. Assim, anuncio que vamos fazer uma largada de touros nos paços do concelho, e isto é porque eu tenho muita paciência e estou calmo, apesar do desrespeito de que temos sido alvo. Também estamos a equacionar meter um DJ à porta da câmara a passar a música do Crazy Frog 24 horas por dia caso a decisão não seja revista…”, declarou. Já a câmara não rejeita a possibilidade de a ACOS gerir o espaço desde que a Ovibeja passe a integrar outros eventos, passando a chamar-se “Ovibeja Wine Night Festival de BD Vinipax e Palavras Andarilhas”.

ANNE FRANK Pessoa que não curte nazis É daqueles dias como o Natal, devia ser celebrado todos os dias. A memória não prescreve! Desse tempo só recordo duas coisas boas: a primeira foi ter saído daquele maldito sotão – já não podia com as correntes de ar, andava sempre constipada; a segunda foi ter ido para um sítio mais amplo… Pelo menos já não batia com a cabeça numa viga de madeira quando me levantava da cama...

SANDRO CAXIAS, 75 ANOS Autor do livro de culinária 1001 maneiras antifascistas de cozinhar bacalhau Eu luto para que todos os dias sejam contra o fascismo! Eu lutei contra o fascismo português, mas ao contrário daqueles supostos “antifascistas” que andam por aí a contar histórias da carochinha, eu prejudiquei a PIDE como ninguém: entrei muitas vezes à socapa no quartel deles e até fui menino para riscar os discos do Tony de Matos. Os tipos passavam-se! Mas a minha maior façanha foi quando troquei a manteiga sem sal que comiam ao pequeno-almoço por manteiga com sal: lixei-lhes a tensão arterial durante quase dois dias, pá!!


Nº 1594 (II Série) | 9 novembro 2012

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quadro de honra Carlos Campaniço, escritor natural de Safara, recebeu recentemente o Prémio Literário Cidade de Almada 2012 com o romance original Os demónios de Álvaro Cobra. Uma distinção que considera “um estímulo” para a sua carreira literária e “não uma coroa de glória”. A obra, “que retrata a condição humana do século XIX, num Alentejo parado de novidades, onde a imaginação de um homem quebra barreiras impostas pela sociedade”, foi escolhida para “integrar o plano editorial do Grupo Leya, sob a coordenação editorial de Maria do Rosário Pedreira, sendo editada no início do próximo ano”.

Para hoje, sexta-feira, assim como para o fim de semana, prevê-se céu pouco nublado, com temperaturas entre os seis e os 16 graus centígrados.

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Carlos Campaniço recebe prémio literário

Uma homenagem ao Alentejo novidades, onde a imaginação de um homem quebra barreiras impostas pela sociedade.

Recebeu recentemente o Prémio Literário Cidade de Almada 2012 com o romance original Os demónios de Álvaro Cobra. Que significado tem para si este reconhecimento?

Sendo um prémio importante no panorama literário português e atribuído por um júri de reconhecido mérito, tenho de estar, obviamente, satisfeito, conquanto o considere um estímulo para a minha carreira literária e não uma coroa de glória. Mas, sobretudo, é um prémio que considero coletivo; um prémio que partilho com a minha família e amigos e com os meus conterrâneos. Considero que estes prémios são importantes nas carreiras dos escritores, mas não determinantes. Por exemplo, desde maio que foi acordado que esta obra será editada por uma das maiores editoras portuguesas. Pensar-se-á que poderá ser uma sequência de ser uma obra premiada, mas não é, porque o prémio foi decidido em outubro. Pode desvendar um pouco quem é Álvaro Cobra, o personagem principal, e com que demónios se depara?

Não queria explicar pormenores sobre esta personagem e sobre as suas ações porque isso tiraria toda a curiosidade sobre o livro, mas posso desvendar que Álvaro Cobra é um homem singular, que se debate com as suas inumanidades e acontecimentos inexplicáveis, o que leva a que para uns seja santo para outros bruxo. Porém, o livro retrata também a condição humana do século XIX, num Alentejo parado de PUB

Nesta sua obra agora premiada a narrativa decorre numa aldeia alentejana do século XIX. Já no romance Molinos, publicado em 2007, levava o leitor ao Portugal profundo de 1946, a uma pequena localidade situada no coração do Alentejo. Sendo alentejano, é inevitável que as suas estórias tenham como cenário a região?

Carlos Campaniço 39 anos Natural de Safara, Moura Carlos Campaniço é licenciado em Línguas e Literaturas Modernas – ramo Estudos Portugueses e mestre em Culturas Árabe e Islâmica e o Mediterrâneo, pela Universidade do Algarve. A residir em Faro há 17 anos é atualmente diretor de programação do Auditório Municipal de Olhão. Edita a sua primeira obra, Molinos, em 2007. Em 2008 publica o seu primeiro e único ensaio, Da Serra de Molinos ao Rif Marroquino. Analogias e Mitos, resultante do seu estudo de mestrado. Em 2009 edita A Ilha das Duas Primaveras. No ano passado termina Os Demónios de Álvaro Cobra, obra que foi “escolhida para integrar o plano editorial do Grupo Leya” e que será editada no início de 2013.

A criatividade dos livros é minha, mas tudo o resto que os compõe pertence àqueles com quem convivi (e convivo) e me ensinaram as coisas que sei. Somos homens e mulheres de cultura e a cultura é-nos legada por aqueles que nos precedem. É aqui que aparece o Alentejo e particularmente a aldeia de Safara. O que sou e como sou devo-o àquilo que recebi da minha família e da minha aldeia, Safara. Embora viva fisicamente fora do Alentejo há 17 anos, a grande paixão que me liga ao Alentejo, a identificação que sinto com tudo o que é do Alentejo, leva-me a que transporte a ação para esta região, podendo isto ser encarado como uma homenagem. No romance Molinos, criei uma aldeia fictícia de nome Molinos, em Os Demónios de Álvaro Cobra inventei a aldeia de Medinas, mas ambos os casos são aldeias supostamente perto de Safara, onde nelas se vive a realidade das aldeias alentejanas. Se isto é uma inevitabilidade? Direi que é uma forma de paixão! Nélia Pedrosa

Comemorações do Dia do IPBeja e abertura solene do ano académico Assinala-se hoje, sexta-feira, o Dia do IPBeja e a abertura solene do ano académico. As comemorações terão lugar a partir das 9 e 30 horas, no auditório do IPBeja, e incluem, para além das habituais intervenções, uma conferência sobre “Startups e empreendedorismo”, por António Lucena de Faria, um momento musical com o grupo Mineiros de Aljustrel, a inauguração de uma exposição de António Duro, na Galeria AoLado, uma homenagem a colaboradores, a entrega de bolsas de mérito aos alunos do politécnico e a inauguração do edifício da Escola Superior de Tecnologia e Gestão.

Teatro Fórum de Moura estreia “Os Infernos de Joane Parvo” O Teatro Fórum de Moura estreia na próxima quinta-feira, dia 15, pelas 21 e 30 horas, no Cineteatro Caridade, na cidade de Moura, a sua nova produção intitulada “Os Infernos de Joane Parvo”. A peça estará em cena no mesmo espaço também nos dias 16 e 17, às 21 e 30 horas, para o público em geral, e nos dias 21, 22 e 23, com sessões às 10 e 30 e às 14 e 30 horas, para público escolar (organizado). Joane O Parvo “é a famosa personagem de Gil Vicente particularmente conhecida pela sua burlesca prestação em ‘O Auto da Barca do Inferno’. Todavia, ao contrário das inúmeras personagens-tipo que participam nas peças de Gil Vicente, sabemos muito pouco sobre a vida e os interesses da classe que Joane o Parvo representa”, refere o Teatro Fórum de Moura, adiantando que “é portanto a história dos ‘parvos’ que Joane O Parvo, agora nosso contemporâneo, nos irá contar nesta peça. Uma história que ‘vem quase desde o princípio do mundo’. Uma história cómicotrágica que colocará várias épocas, mitos e pontos de vista em confronto e da qual nem Gil Vicente sairá ileso”. “Os Infernos de Joane Parvo”, com texto, encenação e imagem de Jorge Feliciano e produção executiva de Andreia Egas e Vítor Alegria, é interpretado por Luís Mouzinho.


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