Ediçao N.º 1598

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Vânia Naia

As Ceifeiras

Esta rapariga ainda vai dar que falar

O cante alentejano no “Chão” de Entradas

pág. 32

pág. 13

SEXTA-FEIRA, 7 DEZEMBRO 2012 | Diretor: Paulo Barriga Ano LXXXI, N.o 1598 (II Série) | Preço: € 0,90

Governo “esqueceu-se” de incluir terminal civil bejense no negócio dos aeroportos

Aeroporto de Beja fora do caderno de encargos da privatização da ANA JOSÉ SERRANO

Editorial e pág. 10

Em vez de trigo agora semeia-se modas em Entradas

Graça Carvalho, a bejense que anda a abrir horizontes na Europa

PAULO MONTEIRO

págs. 4/5

O drama das Lajes na memória da abalada dos alemães de Beja Há vinho novo em Vila de Frades e Amareleja pág. 30

Cruz Vermelha vai abrir novo lar de idosos em antigo edifício da Refer pág. 11

MARTIN LAHOUSSE

págs. 16/17

Entrevista de fundo à eurodeputada do PSD no preciso dia em que o Parlamento Europeu votou, por unanimidade, o texto final do programa Horizonte 2020. Um documento redigido pela bejense Maria da Graça Carvalho com vista a apoiar a investigação e a inovação no período de 2014-2020. Uma espécie de “programa contra a crise”, acredita. págs. 6 a 8


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Editorial Entrevistas

Vice-versa “Este processo em nada mexe, toca ou altera quaisquer realidades ligadas ao número de trabalhadores das freguesias, pelo que falar em ‘extinção de cerca de dois mil postos de trabalho’ não é mais senão um exercício de demagogia e desinformação próprio de quem não possui quaisquer argumentos para contrariar um processo que entrou agora na sua etapa final”. Nota do gabinete do ministro Miguel Relvas, em 14 de novembro de 2012

Paulo Barriga

A

entrevista transcrita é dos géneros mais complexos e delicados do jornalismo impresso. Da simplicidade do processo (o registo gravado das palavras do entrevistado) à conversão da voz em palavras escritas vai um passo colossal. Pelo meio, por razões de vício na expressão oral, caem milhares de partículas informativas. E, muitas vezes, por razão de carência de espaço físico, pode ficar pelo caminho outro sem-número de “pormenores” significantes. A entrevista de imprensa é, por certo, o mais ingrato dos exercícios da prática jornalística. Esta semana, o “Diário do Alentejo” publica cinco entrevistas diferentes. Uma delas, longa. Escutámos em Bruxelas Maria da Graça Carvalho. Numa conversa onde a eurodeputada bejense nos alerta para a urgência de criar um plano de desenvolvimento para o Alentejo. Para que saibamos o que nos falta, com o que contamos e para onde queremos ir. Mas diz também que nem ela, nem a União Europeia, percebem por que carga de água foi parar o investimento da Embraer a Évora, quando Beja já tinha um aeroporto concluído. Ninguém percebe, aliás, patavina sobre este aeroporto. Outra entrevista: na passada semana falámos com o diretor do aeroporto. Pedro Beja Neves foi perentório a afirmar que o aeroporto de Beja seria integrado no pacote de privatização da ANA. Mais, o Governo criou um grupo de trabalho para estudar os melhores mecanismos para desenvolver o aeroporto civil de Beja. Esta equipa deixou claro que a infraestrutura aeroportuária bejense deveria integrar o caderno de encargos de privatização da ANA. Certo é que, por vícios de expressão ou por falta de espaço, como por vezes acontece nas entrevistas, a Presidência do Conselho de Ministros esqueceu-se de incluir o aeroporto, este que aqui plantaram em Beja, no dito caderno de encargos. Onde o interesse nacional se fica pelo “desenvolvimento dos aeroportos de Lisboa, Porto, Faro e das regiões Autónomas”. Outra entrevista: Em outubro último, dizia ao “DA” o secretário de Estado Carlos Moedas que o aeroporto de Beja devia ser olhado como parte de um todo nacional e que “o Governo terá isso em consideração no âmbito do processo de privatização da ANA que está em curso”. A entrevista transcrita é dos géneros mais frágeis do jornalismo impresso. As palavras parece que não gostam de ficar agarradas ao papel. Para sempre. Muitas vezes parecem vermes contorcidos. Em permanente metamorfose. Apenas estão bem onde não estão. Apenas são o que não são.

O secretário de Estado da Administração Local, Paulo Júlio, admite que a reforma das freguesias pode provocar um excesso de funcionários autárquicos e que estes podem vir a ser recolocados ou dispensados. Entrevista à Antena 1, 5 de dezembro de 2012

Fotonotícia

Há bens que vêm por mal. As instalações que albergam o Museu Regional de Beja, o convento de Nossa Senhora da Conceição, estão num estado de degradação sem precedentes. Nomeadamente a sala onde costuma estar dependurada a bela e rara coleção de pintura flamenga. A situação é do conhecimento geral da população e dos políticos. Ainda há dias por lá andaram os eleitos da CDU por Beja. Mas enquanto não há uma tomada de posição firme e definitiva sobre este monumento, eis que o Museu da Presidência da República requisitou, temporariamente, várias obras de arte antiga ao Museu de Beja. Para uma exposição que estará patente em Lisboa até 8 de janeiro. Sem goteiras no telhado. Nem infiltrações nas paredes. PB Foto de José Serrano

Voz do povo Costuma comunicar através de SMS?

(a primeira mensagem por telemóvel foi enviada há 20 anos) Inquérito de José Serrano

Luís Romano, 34 anos, operador de portagem

Ana Rodrigues, 18 anos, estudante

Anabela Nascimento, 35 anos, técnica de biblioteca

Tatiana Dias, 19 anos, estudante

Muito raramente. Talvez envie duas, três mensagens por semana. Só coisas muito simples: um “estou aqui “ou “estou ali”. Sou um utilizador da comunicação telefónica clássica, por voz. Continuo a achar mais prático conversar do que estar a escrever no teclado do telemóvel. O SMS que mais gostei de receber foi-me enviado pela minha mulher. Mas não vou revelar o conteúdo.

Envio SMS ao longo de todo o dia. Sou capaz de escrever diariamente umas 60 mensagens. Para os amigos, para os meus pais e para o namorado. É uma forma muito fácil, rápida e económica de comunicar à distância. Embora seja mais impessoal e mais fria que uma conversa telefónica. O SMS a dizer que tinha entrado na faculdade foi o que mais gostei de receber até hoje.

Sim. É habitual enviar pelo menos um SMS por dia. Utilizo as mensagens para transmitir informação simples e direta, através de textos curtos. E normalmente para comunicar com a família ou com os amigos. É uma forma de comunicação mais rápida e económica mas nunca tão completa como uma chamada telefónica. A falar acabamos por dizer sempre mais.

Muito. Durante todo o dia. Desde que me levanto até que me deito. Porque são gratuitas, envio diariamente talvez mais de 100 SMS. Escrevo já sem olhar para o teclado. O que me permite estar a conversar com os meus pais ou amigos ao mesmo tempo que comunico com outras pessoas. Contudo, penso que as mensagens escondem emoções que só a voz consegue transmitir.


Rede social

Semana passada SEXTA-FEIRA, DIA 30 BEJA DOIS IDOSOS BURLADOS POR FALSOS FUNCIONÁRIOS DA SEGURANÇA SOCIAL Dois idosos foram burlados na sexta-feira, no distrito de Beja, por dois homens que se fizeram passar por funcionários da Segurança Social, disse à Lusa fonte da GNR. Segundo a mesma fonte, uma das burlas ocorreu em Moinhos de Vento, concelho de Almodôvar, tendo os dois suspeitos, com idades a rondar os 40 anos, levado 500 euros a um idoso com o argumento de “melhorar a sua reforma”. Em Montes Velhos, concelho de Aljustrel, dois homens com as mesmas características e utilizando a mesma argumentação levaram 700 euros a uma idosa, também na sexta-feira. De acordo com a fonte da GNR, pela descrição feita pelas vítimas, as burlas devem ter sido praticadas pelos mesmos suspeitos.

DOMINGO, DIA 2 BEJA BANCO ALIMENTAR RECOLHE MAIS DE 36 MIL QUILOS O Banco Alimentar Contra a Fome de Beja recolheu na última campanha, realizada nos dias 1 e 2 com o apoio de 1 100 voluntários, 36 305 quilos de alimentos nas superfícies comerciais dos concelhos de Aljustrel, Almodôvar, Alvito, Beja, Castro Verde, Cuba, Ferreira do Alentejo, Moura, Ourique, Serpa e Vidigueira e que vão permitir apoiar 3 000 pessoas através das 36 instituições beneficiárias do banco, esclarece a direção. Em comunicado de imprensa, o Banco Alimentar Contra a Fome de Beja salienta ainda que sem “a cooperação de toda a população, das instituições públicas e privadas e das forças de segurança do distrito que fizeram a recolha” e dos voluntários, a campanha “não teria corrido tão satisfatoriamente”. Até ao próximo domingo, 9, decorrem ainda duas campanhas de recolha de alimentos: a Campanha-Vale disponível nos supermercados; e a Campanha-Online disponível em www.alimentestaideia.net .

SEGUNDA-FEIRA, DIA 3 MOURA ÁRVORE DE NATAL “APELA” AO ENVELHECIMENTO ATIVO E À SOLIDARIEDADE Uma “Árvore de Natal da Partilha”, construída através de materiais recicláveis e dedicada ao envelhecimento ativo e à solidariedade entre gerações, foi erguida no largo General Humberto Delgado, em Moura. A árvore de Natal foi criada com a colaboração da comunidade educativa, utentes de instituições de solidariedade social e população em geral, no âmbito do projeto “Reciclartes”, desenvolvido por três espaços lúdico-pedagógicos da Câmara de Moura. Através da árvore, centenas de crianças, pais, docentes e população em geral querem transmitir “a mensagem de que é preciso aproximar cada vez mais as diferentes gerações” e lançar um “apelo ao envelhecimento ativo, usando o pleno exercício da cidadania”.

QUARTA-FEIRA, DIA 5 MÉRTOLA CÂMARA CELEBRA 500 ANOS DO FORAL MANUELINO COM PUBLICAÇÃO A Câmara de Mértola celebrou os 500 anos da atribuição do Foral Manuelino à vila com o lançamento de uma publicação alusiva à efeméride, Os 500 anos do foral manuelino de Mértola, da autoria de Joaquim Boiça e Maria de Fátima Barros. Durante a cerimónia comemorativa procedeu-se ainda à entrega de um elemento evocativo do foral a todas as juntas de freguesia do concelho.

BEJA HERÓIS À MODA DA BOLA – VERSÃO ENCARNADA APRESENTADO NO CABANITA O livro Heróis à Moda da Bola – Versão Encarnada, da autoria do escritor e benfiquista alentejano Luís Miguel Ricardo e que inclui uma história ficcionada, um dicionário de “futebolês” e um top das “melhores frases” de futebol dedicados ao Benfica, foi apresentado em Beja, na Barbearia Cabanita. O dicionário do livro inclui quase mil entradas, entre expressões utilizadas por comentadores desportivos, jogadores, treinadores e dirigentes do Benfica e locais e datas que marcaram a história do clube. Já o top inclui 30 das “melhores frases de sempre” ditas ou escritas por gente da bola sobre o Benfica, como “gaffes memoráveis ou pérolas verdadeiramente únicas”.

3 perguntas a Joaquim Gonçalves

Proprietário da livraria A das Artes, em Sines

Por altura de mais uma comemoração do Dia das Livrarias, como vai o negócio na A das Artes?

A comemoração do Dia das Livrarias parece-me uma efeméride antecipada, um quase canto do cisne em relação a este tipo de comércio. Uma livraria, hoje, principalmente em centros urbanos de pequena/média dimensão, não é um negócio mas um serviço público que, como tal, deveria ser reconhecido. Porque, de negócio, já nada subsiste. Quem são atualmente os principais clientes e que tipo de livros adquirem?

Não posso dizer que, atualmente, haja “principais” clientes da livraria. Já foram as bibliotecas – escolares e municipais – que, regra geral e infelizmente, deixaram de ter dinheiro para o “luxo” dos livros. De resto, ao balcão, vendem-se maioritariamente os livros que têm publicidade. Um bom livro, se a não tiver, está condenado à prateleira e, posteriormente, à guilhotina, como em tempos que, cada vez mais, são recordados. Por que será? Lamentavelmente, a generalidade dos livros que têm a tal publicidade não poderão, no meu modesto entender, estar inseridos nas prateleiras de “literatura”.

Beja foi anfitriã da “Corrida Solidária Mais Louca do Mundo” Beja acolheu a grande partida das equipas que participam na expedição Portugal Marrocos Challenge, que tem como assinatura “A Corrida Solidária Mais Louca do Mundo”, e que termina no domingo, dia 9. A iniciativa tem como missão solidária a Associação Laço.

Círculo Taurino em mais um jantar de final de temporada O Círculo Taurino do Alentejo realizou o seu jantar de final de temporada, onde marcaram presença duas dezenas de sócios e o antigo forcado João Patinhas. Durante o evento foi decidido distinguir individualidades ou entidades que promovam a festa brava no Baixo Alentejo e que este ano serão: Ganadaria Brito Paes, Câmara de Beja e Cercibeja.

Feirinha de Natal 2012 de portas abertas No antigo Posto de Turismo de Santiago do Cacém é possível descobrir inúmeras propostas de artesanato, que vão das artes e ofícios mais tradicionais ao artesanato moderno, com uma ênfase especial nas artes decorativas. O objetivo é apoiar o artesanato e o comércio tradicional.

Que futuro antevê para as livrarias ditas tradicionais, tendo em conta nomeadamente o atual contexto económico e o aparecimento dos livros digitais?

O atual contexto económico, mas também social, é fruto de políticas de pessoas. Quem aposta em esvaziar as localidades de tudo o que aproxime as pessoas; acabar com a vizinhança; concentrar pessoas em caixotes e comércio e serviços num grande caixotão, onde tudo se faz e tudo se transaciona; enriquece uns poucos e empobrece, em todos os sentidos, a população em geral que, desta forma, fica cada vez mais sozinha, triste, pobre. O livro digital é, claro, uma outra grande ameaça. Assim, presumo o futuro das livrarias tradicionais: se o proprietário tiver dinheiro para gastar, sem grandes encargos e sem estar sujeito a retorno, continuarão. Caso contrário, tal como aconteceu com as lojas de discos, estão condenadas a figurar apenas na memória. Sobra a esperança, ténue, muito ténue, de que, ainda a tempo, haja quem, com poder, perceba o serviço público que é uma livraria. Nélia Pedrosa

“Sonoridades & Sabores” no interior de Odemira Música tradicional e petiscos continuam a animar as tardes e serões das localidades do interior de Odemira, no âmbito do evento “Sonoridades & Sabores”, com o objetivo de tentar “reavivar tradições antigas e divulgar a gastronomia e cantares populares” da região.

Bombeiros de Sines comemoraram 69.º aniversário A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Sines comemorou o seu 69.º aniversário. Uma comemoração que teve como um dos pontos altos a visita ao novo quartel, uma obra orçada em 800 mil euros, e que será inaugurado no dia 2 de fevereiro do próximo ano.

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Entradas

Falta de emprego preocupa

Terra de tradição, terra de cante

O

caminho, via IP2, leva até Entradas. Os campos avistam-se cobertos de geada. E o sol, apesar das temperaturas que pouco sobem no termómetro, insiste em derreter o manto branco, que aos poucos dá lugar ao verde. Na rua de Mértola, ou não passasse antigamente na terra a via que ligava o porto fluvial de Mértola ao interior do Baixo Alentejo, nos bancos de madeira, senta-se uma mão cheia de homens. Todos reformados ou aposentados. No chão, deitado sobre as pedras irregulares da calçada, está o “Benfica”. Cão de ninguém e afinal cão de todos. “Não tem dono e tem uma série deles”, avança um dos homens. Enquanto outro explica: “Todos lhes dão o que comer. E isso é o que interessa. Não passa fome. Faz-nos companhia e nós a ele”. Um dia dorme aqui, outro dia ali. Agora, deita-se ao sol, pouco preocupado com a sua intensidade. Ao contrário de Luís Marcelino, que ostenta uma sombrinha aberta. “Este sol é terrível para as constipações”, diz com a sabedoria dos 83 anos que carrega. “Esta era uma terra de muita agricultura, mas vai morrendo. Já pouco se semeia. É a mina que ainda mantém a terra. Anda aí uma mão cheia de homens lá a trabalhar”, conta Luís Marcelino, que passa a vida entre um banco e outro. “É assim que nos entretemos. Uma vez aqui, outra vez ali. Também já trabalhámos muito, já demos muito. Agora conversamos”. Tantos outros há que, garante, ainda se entretém com o cante, à roda de uma mesa,

Entradas, no concelho de Castro Verde, continua a ser uma terra de tradições vincadas. Aqui, o cante, seja organizado ou por improviso, ainda se escuta, tanto nas vozes das mulheres como na dos homens. E não há nascido em Entradas, segundo a população, que não se orgulhe da sua terra, mesmo que dela tenha de ter saído, em busca de melhores condições de vida. Mas, como diz o ditado, “bom filho a casa torna”. A Entradas, à entrada do Campo Branco. Texto Bruna Soares Fotos José Serrano

com um copo de vinho e muito convívio à mistura. “Eu nunca soube cantar. Nunca pertenci a nenhum grupo coral. Foi coisa que nunca soube fazer”, conta. Mas depressa avança: “Os homens cantam, mas são as mulheres agora que cantarolam mais”. E retira a mão do bolso, a que não agarra a sombrinha, e aponta: “Ali mais a baixo está uma das mulheres do grupo”. Refere-se ao grupo coral As Ceifeiras e a Bárbara Tomé, que atrás do balcão da sua pequena mercearia avia um freguês. “Infelizmente há poucos homens a cantar. Não sei se não têm coragem para formar novamente um grupo ou se não têm vontade. Mas Entradas tem boas vozes. Vivo cá há 30 anos e sempre notei isso. Às vezes estou na minha casa e oiço-os a cantar na taberna e fico a apreciar a sua qualidade”. Entra um novo freguês e Bárbara Tomé

População Existência de vários serviços agrada entradenses

regressa ao balcão. Lineu Guerra agarra no assunto. “Em tempo os homens cantavam num grupo. Acabaram Os Ceifeiros começaram As Ceifeiras. Uns emigraram e outros desistiram. E acabou-se o cante dos homens. Fiz parte disso”, diz. Agora canta quando lhe apetece, sem dia ou hora marcada. “É quando calha. Isto faz parte de nós”, conclui. As ruas, ora estreitas, ora largas, levam às igrejas da terra. Francisca Marquês passa no largo e rapidamente aponta aquele que, em sua opinião, é o maior problema da terra: “A falta de gente”. “Tenho dois filhos e estão os dois na Suíça. Há muita gente emigrada. Os trabalhos foram acabando, isto cada vez está pior e as pessoas têm de sair”, confessa. Mas se há os que partem, também há os que regressam. É o caso de Gabriel

Cante Mulheres preservam tradição e património

Fernandes. “Resolvi regressar a esta terra. Vivi em Entradas há mais de 20 anos. Depois fui para a zona Oeste e agora voltei. Esta terra, no entanto, está muito diferente. Está tudo mais arranjando. Há muita coisa feita de novo. Antes ainda era mais rural”, afirma. E rapidamente enumera algumas das valências da vila, como a biblioteca e o museu da ruralidade. E é precisamente no largo que começam a juntar-se as mulheres que, como os homens dizem, cantarolam as modas de outros tempos, mas também dos tempos atuais. As mulheres que tomaram a dianteira do cante na terra. E quando se fala na candidatura do cante a Património Imaterial da Humanidade todas afirmam positivamente com a cabeça, o cante é tão merecedor de tal distinção, que dúvidas aqui não as há. O relógio marca 12 e 30 horas e os carros começam a passar com mais frequência. A hora de almoço traz muitos a casa, depois da labuta da manhã. As crianças saem da escola e muitos avós esperam-nas ansiosos, como se os braços não lhe chegassem para as afagar. Enquanto isso, Custódia Madeira, segue rua acima em direção à farmácia e diz: “Felizmente esta é uma terra que ainda tem cá um pouco de tudo. Estamos bem servidos. É uma terra muito jeitosa e todos nos orgulhamos dela”. E para trás deixa a avenida, com o espaço ajardinado, tal como descreve uma das modas alusivas à terra. E o dia segue em Entradas, à entrada do Campo Branco, ali no concelho de Castro Verde.


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António Jerónimo Presidente da Junta de Freguesia de Entradas

Entradas continua a ser uma terra essencialmente agrícola?

A atividade agrícola continua a ser uma das principais atividades da freguesia, a par da pecuária. No entanto, aparecem já outros setores de atividade fundamentais para a empregabilidade, como o apoio à terceira idade, a construção civil, os serviços da Câmara Municipal de Castro Verde e a mina de Neves-Corvo.

Museu da Ruralidade Quais as principais dificuldades que enfrenta?

Neste momento temos três grandes preocupações. A questão da falta de emprego na região começa a ser preocupante, principalmente para as mulheres e para os mais jovens, que na maior parte dos casos têm que abandonar as suas raízes para conseguirem um emprego, de acordo com as habilitações que possuem, e que dificilmente voltarão um dia ao lugar que os viu nascer. Por outro lado, preocupa-me, neste momento, a rapidez com que o atual governo propõe o encerramento de serviços públicos, nestes meios mais rurais do interior, nomeadamente escolas, postos dos CTT, postos médicos e, mais recentemente, o encerramento das juntas de freguesia, que levará certamente a um aceleramento da desertificação do interior do País, como é o caso de Entradas. Em terceiro lugar, mas não por ser a menos preocupante, todas as questões relacionadas com a área social, desde o apoio aos mais idosos e doentes até ao apoio às famílias mais carenciadas que aumentam de dia para dia.

Entradas acolhe o Museu da Ruralidade, que assume, segundo informação disponibilizada, “um importante papel na salvaguarda do património imaterial do Campo Branco e, em particular, na criação de um espaço de diálogo entre o património material e imaterial, perspetivando a salvaguarda e o estudo da especificidade cultural e social deste território situado entre as faldas das serras algarvias e os barros de Beja”. Localizado na rua de Santa Madalena, numa área de aproximadamente 500 metros quadrados, este espaço divide-se em três áreas expositivas: a zona de exposições temporárias, onde estão patentes algumas alfaias agrícolas e objetos representativos da ruralidade campaniça, a zona de exposições semipermanentes, onde se pode visitar uma oficina do ferreiro, o espólio do último abegão de Castro Verde e algumas miniaturas de alfaias agrícolas, e uma área particularmente vocacionada à oralidade (Núcleo da Oralidade), tendo como pano de fundo a Feira de Castro e a viola campaniça, enquanto manifestações singulares do património imaterial da região.

É possível fixar os jovens e atrair mais gente?

A junta de freguesia e a Câmara de Castro Verde têm procurado melhorar os serviços públicos prestados à população de Entradas, nomeadamente com a criação de infraestruturas essenciais ao crescimento e formação dos nossos jovens. Temos procurado atrair jovens para esta localidade, disponibilizando lotes para habitação a baixos custos, mas a questão fundamental, e difícil de combater, é a do emprego. A falta de investimento por parte do poder central e a dificuldade de acesso ao crédito, por parte de algumas empresas que estão sediadas ou que poderiam exercer a sua atividade económica na região, leva a que os nossos jovens tenham de procurar outras paragens. Muitos deles são obrigados a emigrar. Segundo o último Censos, quantos habitantes tem Entradas? Perdeu população?

Entradas tem 649 habitantes, tendo perdido, entre 2001 e 2011, 125 habitantes. Existem alguns projetos previstos para a freguesia?

Em 2013 pensamos poder remodelar o edifício onde funciona atualmente a sede da Sociedade Recreativa e Desportiva Entradense, reabilitar a rua da Horta e iniciar a construção de uma nova sede para a junta de freguesia, que, julgamos nós, será uma mais-valia para toda a população, pois, para além da melhoria dos serviços já existentes, torna-a muito mais dinâmica e poderá oferecer outro tipo de serviços até agora inexistentes. Também a instituição Lar Frei Manoel das Entradas irá construir mais uma infraestrutura para a valência de internamento em lar, que é essencial.

Património natural A freguesia de Entradas é rica ao nível do património natural. Na verdade, as aves estepárias encontram aqui o seu habitat natural e, na última década, segundo informação disponível no site da Câmara Municipal de Castro Verde, “o trabalho desenvolvido por diversas entidades, com especial destaque para as ligadas às práticas agrícolas, tem permitido classificar o território como essencial para a conservação de determinadas espécies, como é o caso da abetarda”, que está na origem da classificação ambiental da quase totalidade do território da freguesia enquanto ZPE – Rede Natura 2000.


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Sei que a própria União Europeia tem indicado à Embraer, uma vez que há financiamentos comunitários envolvidos, que tem de tirar partido do aeroporto de Beja e tem de fazer um cluster com Beja. Aliás, isso está nos próprios planos da Embraer, essa ligação a Beja, porque a União Europeia não só cofinanciou parte do desenvolvimento da Embraer como do aeroporto de Beja. À União Europeia também lhe faz espécie que aqueles dois empreendimentos não estejam ligados.

Entrevista

O Alentejo é uma região que, infelizmente, ou felizmente, neste caso, pelos seus índices ainda baixos, terá acesso a um pacote de financiamento nos fundos estruturais com alguma dimensão.

Graça Carvalho garante que a Embraer tem de tirar partido do aeroporto de Beja

O futuro do Alentejo no Horizonte da Europa No passado dia 28 de novembro a Comissão de Indústria do Parlamento Europeu aprovou por unanimidade o relatório do programa Horizonte 2020. Um documento redigido pela eurodeputada bejense Maria da Graça Carvalho. Que visa estabelecer as prioridades da Europa no campo da investigação e da inovação para o período de 2014-2020. Trata-se de um programa de financiamento para o qual são pedidos 100 mil milhões de euros e que “é crucial para a Europa sair da crise”. O “Diário do Alentejo” esteve presente na votação e falou com a deputada sobre os desafios da Europa, os tempos difíceis que atingem Portugal e o futuro do Alentejo no quadro de uma Europa em crise. Paulo Barriga, em Bruxelas Fotos de Martin Lahousse

O que é e o que representa o programa Horizonte 2020?

É um programa de financiamento da União Europeia destinado à investigação científica, à inovação e ao desenvolvimento tecnológico e industrial, ao qual podem concorrer universidades, centros de investigação, pequenas, médias e grandes empresas, indústrias, organizações não governamentais e associações. Tem como principal objetivo desenvolver o potencial científico na Europa, a competitividade da indústria, e pedir aos cientistas e aos técnicos que desenvolvam soluções para os problemas que mais afligem a Europa neste momento. É uma espécie de programa contra a crise?

É isso mesmo. Enquanto na parte científica e industrial não é definida nenhuma prioridade em concreto, no que se refere aos problemas mais importantes que a Europa tem de enfrentar, é a Comissão, o Parlamento e o Conselho que os

definem. E nós, Parlamento Europeu, elegemos a saúde e o envelhecimento da população, a segurança e a qualidade alimentar, o mar, a floresta, as energias limpas e renováveis, as alterações climáticas, o ambiente, os transportes limpos e sustentáveis e todo um conjunto de medidas que visam uma sociedade inclusiva e inovadora.

concretizar este projeto?

É um programa ambicioso, com um orçamento ainda mais ambicioso. A Comissão Europeia propôs 80 mil milhões euros, o Parlamento subiu a fasquia para os 100 mil milhões, numa altura em que o Conselho está bastante retraído em relação à questão orçamental…

A proposta da Comissão Europeia era, para nós, a fasquia mínima. Qualquer coisa abaixo dos 77 mil milhões significa descer o nível de financiamento para 2013, num programa que é mais ambicioso e que tem mais prioridades. De qualquer das formas, o Parlamento Europeu pode sempre votar contra o orçamento proposto pelo Conselho e aí ficaremos com um orçamento idêntico ao de 2012. Claro que só utilizaremos esta ferramenta em último recurso. Não quer dizer que seja a solução ideal, mas queremos dizer àqueles que querem diminuir o orçamento em 2013 que estamos preparados para acionar esta possibilidade.

Na última proposta do Conselho Europeu foi avançada uma diminuição de 12 por cento em relação ao orçamento da Comissão, que é de 80 mil milhões de euros. Ficaremos, portanto, à volta dos 70 mil milhões.

De que forma pode este Horizonte 2020 ter implicações no Alentejo. A nossa região está preparada para se candidatar a este tipo de projeto?

E consegue-se, com 70 mil milhões de euros,

Penso que sim. Uma das novidades do Horizonte 2020 é que introduzimos o conceito de caminho

para a excelência. E não são apenas as instituições muito conhecidas internacionalmente e de grande massa crítica que devem ser consideradas excelentes. Existe uma parte do orçamento que é dedicada a regiões menos representadas no Programa Quadro, que podem fazer geminações, em que uma instituição de uma região menos representada faz uma aliança com uma instituição que tem bons resultados. E apresentam candidaturas conjuntas. O Alentejo é uma região que, infelizmente, ou felizmente, neste caso, pelos seus índices ainda baixos, terá acesso a um pacote de financiamento nos fundos estruturais com alguma dimensão. Já há números?

Ainda não, porque ainda não temos o número final que vai sair do Conselho. Mas é natural que haja uma ligeira diminuição do que vai para Portugal, em relação ao anterior pacote. Mas as regras agora são diferentes, mais simples. O


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cofinanciamento nacional vai ser menor e há outra coisa: só excecionalmente é que Portugal poderá investir em infraestruturas. Portanto, o financiamento será para projetos que visem o crescimento. Cinquenta por cento do financiamento dos fundos regionais tem de ser utilizado em ciência, inovação, energia e ambiente. Temos massa crítica na nossa região para perceber quais são as nossas necessidades a esse nível?

Estes fundos servem também para fazer as alianças necessárias para criar essa massa crítica. A primeira coisa a fazer, aliás, é um plano regional de inovação em que o Alentejo diz onde é que quer apostar e isso tem de estar pronto dentro em breve. Esse plano tem de ser feito aliando os centros de saber da região, que deveriam estar unidos e a trabalhar em conjunto: a Universidade de Évora, os politécnicos de Beja, Évora e Portalegre. São eles que têm de preparar este programa de inovação, aliados às empresas, às que existem e às que virão a existir, porque o principal objetivo é criar desenvolvimento, criar empresas, criar indústria, porque são os setores que mais contribuem para o crescimento. E isso está a ser feito?

É prioritário fazer esse plano de desenvolvimento, saber quais são as áreas em que vão apostar, a energia com certeza será uma delas, a aeronáutica deverá ser outra, agora com a Embraer instalada em Évora, com o aeroporto de Beja, com todo um cluster que se pode ali implementar com bastante relevância, o turismo, pode-se ligar o setor agrícola com o setor de desenvolvimento empresarial… Essa também foi uma proposta minha. Tivemos de mudar o regulamento financeiro de toda a União Europeia, para que se possam juntar diferentes programas que alinhem pelo mesmo objetivo. De qualquer das formas a questão agrícola é aquela que levanta sempre mais problemas e menos unanimidade a nível da União Europeia…

A questão agrícola levanta mais problemas quanto ao financiamento a fundo perdido. Uma parte do Horizonte 2020 é exatamente para inovação da agricultura e da agroindústria, da segurança alimentar e qualidade alimentar. Vejo, por exemplo, um grande potencial no Alqueva que pode desenvolver toda uma fileira. Que tire partido tanto do ponto de vista agrícola, como turístico e energético. Mas o essencial é começar por ver onde falta estratégia para o Alentejo. Depois desse plano estratégico é que veremos onde temos capacidades e onde elas faltam. Isto é urgente, tem de ser feito já, porque precisamos de ter este plano para negociar os fundos que vão para o Alentejo no próximo QREN.

De qualquer das formas, Portugal cresce, em termos demográficos, mas o Alentejo continua a decrescer…

Mas Portugal não cresce como devia crescer. Para o crescimento económico, para a sustentabilidade de todos os nossos sistemas sociais, precisamos de um crescimento populacional mais sustentável. No Alentejo temos um decréscimo preocupante. E não são apenas os números. Quando caminhamos ao longo de uma aldeia do Alentejo não vemos uma pessoa jovem nem de meia-idade porque os jovens estão todos fora… Como é que se pode combater essa tendência?

Com desenvolvimento, com uma boa orientação dos fundos regionais, em articulação com o Horizonte 2020, com uma boa aplicação dos fundos para a agricultura, que na verdade tragam desenvolvimento, tragam emprego. Isso até agora tem falhado...

Temos apostado muito nas infraestruturas. Portugal tem infraestruturas ótimas… A mais?

Nalguns sítios, a mais. Quando há autoestradas em paralelo… os estádios de futebol, na minha opinião, também estão a mais. O Governo interrompeu há pouco tempo a autoestrada de Beja. Essa estava a mais?

Por acaso acho que a A26 não estava a mais. Porque a estrada existente é perigosa e má. Atrasou-se a construção da autoestrada, veio tarde… Se calhar há excesso em outros locais, mas essa estrada, na minha opinião, devia ser acabada. Também não investimos o suficiente na ferrovia. É uma pena que se tenha degradado a rede existente, mas, em geral, investimos muito em infraestruturas. Eu não sou assim crítica da utilização dos Fundos. É verdade que há alguns setores algo exagerados. Mas houve muitas coisas boas que os Fundos proporcionaram. Para já, parte essencial dessas estradas, depois toda a parte de saneamento básico, tudo o que respeita à qualidade do ar. O que não é suficiente para modernizar um país…

Há algo muito importante onde os financiamentos são meritórios: a educação. Não sei se as pessoas têm noção disso, mas o investimento no ensino superior e na ciência, desde que aderimos, é cofinanciado pela União Europeia. Conseguimos dar um salto muito importante na qualificação, no ensino superior, no número de doutores. Temos jovens muito qualificados à custa de financiamento europeu. Isso foi uma boa aplicação. Agora, pode dizer-me que grande parte deles estão desempregados… E digo mesmo.

O Horizonte 2020 presta especial atenção às alterações demográficas e ao bem-estar. Como observa os resultados definitivos do Censos 2011 que colocam o Alentejo a perder mais de dois por cento da sua população?

Esse é um problema europeu, português e é um problema ainda maior ao nível do Alentejo.

Por acaso acho que a A26 não estava a mais. Porque a estrada existente é perigosa e má. Atrasou-se a construção da autoestrada, veio tarde… Se calhar há excesso em outros locais, mas essa estrada, na minha opinião, devia ser acabada.

Tirando as famílias e os próprios, que devem estar muito tristes, eu talvez seja dos portugueses a quem mais esta situação entristece. Quando estive no Governo, negociei o Programa Operacional para o Ensino Superior, em que foi muito difícil convencer a Comissão Europeia a aceitar, por exemplo, cofinanciar a enfermagem,

Temos de reconhecer que a cidade de Évora tem mais força do que a cidade de Beja. Correram mais depressa, nas negociações [para a instalação da Embraer], apresentaram condições melhores. Só temos que aprender com isso e fazer o mesmo.

Há freguesias que são necessárias, no sentido de não despovoar o território. A coesão territorial é importante e, no Alentejo, isso é óbvio. Há freguesias muito distantes umas das outras, e a freguesia chega a ser o único ponto de algum apoio à população local. Tem de ser visto o território como um todo.

as tecnologias da saúde e a medicina. Mas conseguimos. São cursos muito caros, mas nós optámos por eles. E penso que foi uma boa opção. No quadro do processo de Bolonha, decidimos que as tecnologias da saúde e a enfermagem fossem por uma via científica, cursos mais longos, onde se dão fundamentos científicos na área da saúde. São cursos como não existem na Europa. De facto, é uma vitória, mas agora vemos aviões inteiros partir de Portugal com licenciados nessas áreas.

Custa-me bastante assistir a isso. Foi muito difícil, na altura, convencer a União Europeia a financiar. Após muitas negociações tivemos de justificar que a saúde também é muito importante para a economia, porque os fundos da Europa são mais vocacionados para o desenvolvimento económico e não para as funções essenciais do Estado, isso é responsabilidade de cada Estado membro. Mas ao fim de muita negociação, concordaram em cofinanciar os estágios e os programas dos cursos de enfermagem e de tecnologias da saúde, e agora alguém irá beneficiar, que não as regiões para as quais aqueles financiamentos foram destinados. Estamos a falar das funções essenciais ou fundamentais do Estado ou mesmo sociais. Que análise faz desta iniciativa, proposta pela troika, de ter de reduzir-se em Portugal, quatro mil milhões de euros, cortando precisamente nessas funções fundamentais do Estado?

Eu acho que há, ainda, bastante onde racionalizar no nosso Estado. Mas isso não significa cortar nas funções sociais do Estado. Acho que há muito outsourcing que se fez - eu nunca fiz, utilizava sempre os serviços da administração pública para desenvolver o que era preciso - com contratos muito desvantajosos e caros para o Estado. Quando, na verdade, a função pública tem quadros que podem fazer essas funções, por vezes até mais rapidamente do que sendo contratado fora. Até se pode dizer que tudo somado não é muito, mas temos de começar por algum lado. Depois, há muitas instituições que deixaram de ser direções gerais e passaram a institutos, o que fica muito mais caro ao Estado. Haverá ainda serviços que podem ser reorganizados e fundidos. Portanto, acho que é preciso fazer esse trabalho para ver quanto é que se poupa. Acho também que o corte nas fundações podia ter ido mais além, o mesmo direi das parcerias público-privadas. Está com um discurso em tudo desalinhado com o atual governo PSD.

Não. Acho que estão a tentar fazer o máximo que podem. Agora, há uma coisa de que nós não nos podemos esquecer. Estamos, neste momento, com uma troika a funcionar em Portugal, com o FMI, a Comissão Europeia e o Banco Central Europeu. E o FMI tem uma agenda em todos os países do mundo; não é segredo como atua. E muitas vezes faz-se passar na comunicação social, em Portugal, uma ideia mais suave do FMI e por vezes menos suave da Comissão Europeia. Quando é precisamente ao contrário. A Comissão Europeia é sempre aquela que tenta ajudar, que puxa pelo


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desenvolvimento, só que o FMI tem uma estratégia de comunicação que a Comissão não pode ter, os funcionários da Comissão Europeia, que estão em Portugal, não podem ter estratégia de comunicação, só os comissários é que podem falar para a comunicação social. O FMI não, tem uma estratégia clara de comunicação. Será que conseguimos sobreviver a tudo isto? Será que o português tem essa capacidade de sofrimento e de reconversão?

Temos de utilizar os fundos europeus, já que são os únicos disponíveis, porque a troika não nos dá margem de manobra para termos no Orçamento do Estado investimento. Os fundos que vêm da Europa são os únicos disponíveis para o investimento. Sendo que os fundos têm de ser muito bem utilizados, e muito bem utilizados para as pequenas e médias empresas, para a indústria, no âmbito do Horizonte 2020, e da aplicação dos fundos regionais alinhados com estas prioridades que são definidas na Europa e que também são, neste momento, as prioridades que o Governo de Portugal tem. O ministro da Economia ainda agora disse que os fundos estruturais vão ser todos canalizados para inovação, pequenas e médias empresas, reindustrialização do País, para a competitividade. E esse é o caminho certo. É a componente que falta e que está agora a ser aplicada: utilizar estes fundos europeus para o desenvolvimento para fazer um pouco de contrabalanço à austeridade porque temos de começar a criar as condições para voltar a crescer. Uma das causas defendidas pela professora Maria da Graça Carvalho prende-se com a defesa das regiões desfavorecidas. Como é que classificaria a sua região? O Baixo Alentejo enquadra-se neste conceito de região desfavorecida?

Na definição da União Europeia é uma região desfavorecida. Esta definição é baseada no PIB per capita. Acho, no entanto, que há outros indicadores muito importantes: a qualidade de vida, a paisagem, o bem-estar e, nesse sentido, há um potencial enorme no Alentejo. Agora, é PUB

preciso tirar partido dele. O Alentejo tem muito futuro. Porque há espaço, há um clima bom, há uma terra fértil para a agricultura, há potencial para a energia, do sol, do vento, da biomassa. O Alentejo não está saturado como muitas outras regiões semelhantes da Europa. Costuma dizer que o Alentejo tem um papel de liderança a desempenhar quanto ao futuro energético da Europa. Quer concretizar?

O Alentejo tem muito potencial nas diferentes energias, como atrás referi. E Portugal precisa de se tornar muito mais independente do ponto de vista energético, mesmo para os transportes. Pode e deve ser um fornecedor de energia. O espaço disponível no Alentejo também é muito importante, não é por acaso que a Embraer escolheu o Alentejo para se instalar: necessita de espaço para se desenvolver, há certos setores industriais que precisam de espaço. Por falar na Embraer, faz algum sentido que o anterior Governo socialista tenha investido no aeroporto em Beja e depois tenha patrocinado a instalação da Embraer em Évora?

Eu teria preferido que fosse em Beja, mas eu percebo. A vida é como é… Como assim?

Temos de reconhecer que a cidade de Évora tem mais força do que a cidade de Beja. Correram mais depressa, nas negociações, apresentaram condições melhores. O presidente da Câmara de Évora foi muito dinâmico, ofereceu condições muito boas e foi muito bom a negociar, e portanto isso teve frutos. Não estou a dizer que o anterior presidente de Beja não fosse igualmente dinâmico, mas aqui ganhou quem negociou e quem mais se mexeu, quem ofereceu mais contrapartidas. Só temos que aprender com isso e fazer o mesmo. É tudo uma questão de lobbying?

Não apenas. Ainda há possibilidades em aberto.

Para o crescimento económico, para a sustentabilidade de todos os nossos sistemas sociais, precisamos de um crescimento populacional mais sustentável. No Alentejo temos um decréscimo preocupante. Sei que a própria União Europeia tem indicado à Embraer, uma vez que há financiamentos comunitários envolvidos, que tem de tirar partido do aeroporto de Beja e tem de fazer um cluster com Beja. Aliás, isso está nos próprios planos da Embraer, essa ligação a Beja, porque a União Europeia não só cofinanciou parte do desenvolvimento da Embraer como do aeroporto de Beja. À União Europeia também lhe faz espécie que aqueles dois empreendimentos não estejam ligados. Há ainda muito partido a tirar desse investimento, fazendo a ligação do aeroporto de Beja, fazendo também a ligação do Politécnico com a Universidade de Évora e com a própria Embraer para tirar partido do próximo quadro comunitário. É líder do grupo europeu do PSD do programa rede de autarquias da Europa. Ainda faz sentido falar de uma Europa das regiões, quando os próprios estados membros não se conseguem entender nas mais pequenas questões de pormenor a nível orçamental?

Temos de contrariar essa tendência. Esta continua a ser a Europa das regiões e da diferença. Temos de estar unidos na diversidade e promover o desenvolvimento das regiões. Mais do que nunca, esse tem de ser o projeto da Europa.

Agora, a crise traz sempre tensões. É aquele velho ditado “em casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão”. E isso também se aplica à Europa. Mas a maior parte dos estados são solidários. O maior problema atual da Europa é o euroceticismo do Reino Unido, que se agravou nos últimos anos. Por que é que isso acontece?

Talvez não tenham a visão que anteriores líderes tiveram. É estando dentro que mais se influencia a Europa. O Reino Unido tem tido uma posição muito dura no orçamento, a defender o interesse britânico, cujo único interesse é pagar menos. Mas essa opção não é generalizada. Essencialmente são mais dois estados membros, a Holanda e a Dinamarca, que estão desse lado. De resto, continuamos a ter uma Europa bastante solidária. Estou convencida de que vamos conseguir um pacote equilibrado entre os fundos regionais, a agricultura e os programas de crescimento, que é onde está o Horizonte 2020. Não respondeu à questão das autarquias. Que análise faz a esta proposta do Governo de extinção de mil freguesias até ao final do ano?

É um facto que temos um Estado demasiado grande para a riqueza que produzimos e, portanto, tem de se ir por algum lado. Agora espero que o corte não seja cego, porque há freguesias que são necessárias, no sentido de não despovoar o território. A coesão territorial é importante e, no Alentejo, isso é óbvio. Há freguesias muito distantes umas das outras, e a freguesia chega a ser o único ponto de algum apoio à população local. Tem de ser visto o território como um todo. E, percebendo que temos Estado a mais para a riqueza que produzimos, e se queremos manter as funções sociais, temos de fazer cortes. Mas para que o Estado seja sustentável, não para acabar com o próprio Estado Social. É natural que algumas freguesias, alguns municípios, possam ser agregados. Não estou contra isso, agora a revisão tem de ser feita olhando para o território e olhando para todas as funções que estão nesse território, com algum cuidado, para não o despovoar ainda mais.


A Câmara de Beja vai aderir ao Instituto do Território para integrar um projeto-piloto de inovação na gestão de áreas urbanas, que prevê criar um núcleo na cidade para participar em projetos com vista ao desenvolvimento regional. Segundo a autarquia, o projeto-piloto “pretende criar em Beja um núcleo que participe ativamente” em “estudos, propostas e projetos, que concretizem uma política de desenvolvimento

regional capaz de combater o despovoamento e a depressão económica e social dos territórios de baixa densidade, anulando as assimetrias regionais”. No próximo dia 11, a partir das 15 horas, na Associação Empresarial do Baixo Alentejo e Litoral, em Beja, vai decorrer uma reunião entre a autarquia, o Instituto do Território e parceiros locais, para dar início ao projeto, refere o município.

Infografia

Infografia José Serrano

População cresce 2% graças ao saldo migratório. População residente em Portugal Mais de 80% da população residente 35% concentra-se em três regiões do País: O crescimento da população (206 061 pessoas) Norte (35%), Lisboa (27%) e Centro verificado nos últimos 10 anos deveu-se predomi(22%). A restante população nantemente a um saldo migratório positivo de 188 distribui-se pelas regiões do 22% 652 indivíduos, uma vez que o saldo natural (número Alentejo (7%), Algarve (4%), de nascimentos menos o número de óbitos) contriMadeira (3%) e Açores (2%). buiu apenas com 17 409 pessoas para este crescimento. A região do Alentejo contraria esta tendên2 cia de crescimento e regista um decréscimo de 2,5% Lisboa 27% Açores da sua população na última década. O retrato 7% estatístico da região apresenta indicadores caracteAlentejo rísticos de uma área desertificada, com uma popula3 ção envelhecida e com níveis de escolaridade Madeira Algarve 4% inferiores à média nacional.

Alentejo perde 2,5% de população desde 2001

Censos 2011

Índice de rejuvenescimento da população ativa O índice de rejuvenescimento da população ativa nacional é 94, o que significa que por cada 100 pessoas que saem do mercado de trabalho entram apenas 94. O Alentejo é a região que regista o valor mais baixo: 84.

Norte Centro

Índice de envelhecimento O índice de envelhecimento da população é de 128, o que significa que por cada 100 jovens existem 128 idosos. Os Açores e a Madeira são as únicas regiões do País com mais jovens do que idosos. O Alentejo é a região mais envelhecida do País.

2011

760. 476

-2,5% 779. 759 2001

A região do Alentejo voltou a perder população (2,5%, ou seja, 19 283 pessoas) face a 2001, bem como a região Centro (que perdeu1%). A região Norte manteve a sua população na última década. Apresentaram saldo positivo a região do Algarve(+14%), a Madeira(+9%), Lisboa(+6%) e os Açores(+2%).

Alentejo tem a idade média mais elevada do País A idade média da população aumentou três anos numa década: é agora de 41,8 anos. A idade média das mulheres (43,2 anos) é superior à dos homens (40,3 anos). O Alentejo apresenta a população com a idade média mais elevada de Portugal.

45

100

100

178

128 94

73

84

Média nacional

Alentejo

Média nacional

População de nacionalidade estrangeira É no Algarve que a população estrangeira tem maior expressão, representando cerca de 12% da população da região. Segue-se Lisboa, com 7%, o Alentejo, com 3%, a Madeira e a região Centro com 2%. Nos Açores e na região Norte a população estrangeira representa à volta de 1%. 你好

oi

при віт

Açores

91

Madeira

Alentejo

Analfabetismo A taxa de analfabetismo, expressa pela percentagem de população com 10 ou mais anos que não sabe ler ou escrever, recuou nas últimas décadas, passando de 12% em 1991 para 9% em 2001 e 5% em 2011. Lisboa regista a taxa mais baixa, com 3% de analfabetos. Na situação oposta está o Alentejo, com cerca de 10% de analfabetos. 1,0 0,8 0,6 0,4 0,2 0,0

12%

Algarve

10%

7%

Lisboa

Alentejo

3%

Madeira

2%

Centro

2%

Açores

1%

Norte

1%

Alentejo

5%

Média nacional

Alentejo

População com o 9º. ano de escolaridade 50% da população com 15 ou mais anos completou o 9º. ano. Em Lisboa e na região do Algarve este indicador apresenta valores acima dos 50%. Nas restantes regiões a população com o 9º. ano varia entre os 42% nos Açores e os 46% 50% 42% 44% no Centro. O Alentejo apresenta um valor de 44%. Média nacional

Lisboa

15%

Média nacional

21%

Dimensão média das famílias As famílias são hoje mais pequenas, sendo a sua dimensão média de 2,6. Em 2001 este valor era 2,8. Os Açores, a Madeira e a região Norte, com 3,0 pessoas por família, apresentam os valores mais elevados. Lisboa, Alentejo e Algarve têm as famílias menos numerosas, com 2,4 elementos.

2,6

2,4

Açores

Alentejo

Valores dos encargos com habitação Os encargos por compra de alojamentos têm um valor mensal médio de 395 euros, representando um acréscimo de 35,7% nos últimos 10 anos. O valor médio mensal das rendas de casa é de 235 euros. Os encargos com aquisição de casa própria são cerca de 70% mais elevados do que os encargos com rendas. Encargos por compra

Lisboa Encargos por renda

11% Alentejo Fonte: Instituto Nacional de Estatística.

42

3% Média nacional

População com o ensino superior completo A população com 23 anos ou mais com ensino superior passou de 9% em 2001 para 15% em 2011, tendo o número de diplomados quase duplicado, passando a ser 1 244 742. Desta população 60% são mulheres. Lisboa, com 21%, apresenta o maior número de diplomados do País. O Alentejo apresenta, com 11%, a menor percentagem.

09 Diário do Alentejo 7 dezembro 2012

Câmara de Beja adere ao Instituto do Território

Média nacional

Alentejo

Média nacional

Alentejo


Diário do Alentejo 7 dezembro 2012

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Atual Confraria Gastronómica do Alentejo realiza 35.º Cabido A Confraria Gastronómica do Alentejo realiza no próximo dia 15, no salão nobre da Câmara Municipal de Portalegre, o seu 35.º Cabido Geral, onde serão entronizados mais 11 novos confrades. Fundada em março de 1994, a referida confraria, que tem sede em Évora e “núcleos” em Beja e Portalegre, conta atualmente com 250 confrades.

Mercado retalhista aos sábados no Parque de Feiras

Caderno de encargos para a privatização da empresa não inclui infraestrutura bejense

Durante este mês, e até ao Natal, o Parque de Feiras e Exposições recebe o mercado retalhista todos os sábados, ou seja, nos dias 8, 15 e 22. Habitualmente são apenas realizados dois mercados, no segundo e quarto sábados de cada mês.

Governo vende ANA sem aeroporto de Beja

“Cultura e Luta Mineira em Portugal e Espanha” O Museu da Ruralidade em Entradas (Castro Verde) recebe amanhã, sábado, a partir das 14 e 30 horas, um colóquio subordinado ao tema “Cultura e Luta Mineira em Portugal e Espanha”, que contará com apresentações de Miguel Rego, Inês Fonseca e Rubén Vega García. Do programa da iniciativa consta ainda a apresentação de alguns testemunhos de antigos mineiros.

IPBeja promove campanha de rastreio do VIH/Sida O Gabinete de Apoio Psicopedagógico do Instituto Politécnico de Beja está a promover a campanha de rastreio do VIH/Sida “Contra o Risco…Arrisca!!!”. A iniciativa incluiu a apresentação do estudo nacional “Saúde Sexual e Reprodutiva dos Estudantes Universitários” – HBSC/ Ssreu (Equipa do Projeto Aventura Social) e rastreios nas quatro escolas do instituto, sendo que o próximo, e último, está agendado para o dia 13.

Urgência do Hospital de Beja informa utentes sobre custas O Serviço de Urgência do Hospital de Beja começou no início da semana a entregar aos utentes um documento, de “caráter exclusivamente informativo”, sobre os custos reais dos serviços e cuidados de saúde prestados, “considerando os recursos materiais e humanos utilizados”, à semelhança do que já acontece, desde agosto deste ano, em várias instituições do Serviço Nacional de Saúde.

O Go ver n o, e m r e s olu ç ão d o Conselho de Ministros assinada por Pedro Passos Coelho, publicada em “Diário da República” a 14 de novembro, não incluiu o aeroporto de Beja no caderno de encargos da privatização da ANA. A empresa privada que vencer a operação pública de venda, segundo este documento, terá apenas de se preocupar com “o desenvolvimento dos aeroportos de Lisboa, Porto, Faro e das Regiões Autónomas”. O aeroporto de Beja, neste quadro, poderá reverter, isoladamente, para o Estado. Texto Paulo Barriga Foto José Serrano

U

ma situação que contraria a vontade do próprio diretor do aeroporto de Beja. Pedro Beja Neves, na entrevista que concedeu à última edição do “Diário do Alentejo”, garantiu perentoriamente que o terminal aeroportuário de Beja faria parte do leque de infraestruturas a alienar pelo Estado aquando da venda da ANA. “Não vejo por que é que outra empresa privada que vai comprar a ANA se desmotive do aeroporto de Beja. Só temos exemplos de motivação”, afirmou. Uma garantia que também foi avançada ao “DA” pelo secretário de Estado Adjunto do Primeiro Ministro. Carlos Moedas, em entrevista publicada a 12 de outubro último, assegurou que o aeroporto de Beja deveria “fazer parte do cluster nacional aeronáutico”. E adiantou mesmo que esta infraestrutura “deve ser olhada sobretudo como parte de um

todo integrante da realidade nacional”. “Obviamente”, argumentou, “o Governo terá isso em consideração no âmbito do processo de privatização da ANA que está em curso”. O que, de facto, não veio a acontecer na resolução do Conselho de Ministros n.º 94-A/2012. Aliás, foi o próprio Governo, por despacho do secretário de Estado dos Transportes, Obras Públicas e Comunicações, publicado a 5 de junho de 2012 em “Diário da República”, que promoveu um grupo de trabalho com vista a apresentar soluções e recomendações para o uso futuro e desenvolvimento do aeroporto de Beja. Esta equipa, formada por diferentes entidades regionais e nacionais, foi presidida pelo empresário social-democrata bejense, João Paulo Ramôa. Este grupo de trabalho, em linha com as perspetivas da administração da ANA, concluiu que, numa primeira fase, o aeroporto de Beja deveria apostar fortemente na área industrial. E, desde então, pelo menos quatro empresas na área da mecânica e da reciclagem de aeronaves mostraram interesse em instalar-se em Beja. Como é o caso da Aeromec e da AeroNeo, com investimentos estimados a rondar os 20 milhões de euros. O presidente da Câmara de Beja, Jorge Pulido Valente, chegou mesmo a referir aos jornalistas que o processo de privatização da ANA estava a “atrasar o processo de instalação destas empresas em Beja”, uma vez que não era conhecida a forma como os terrenos iriam ser cedidos a estas unidades industriais, critério imprescindível para a banca fornecer financiamento aos projetos.

Com a desanexação do aeroporto de Beja da parte negociável da ANA é criado um verdadeiro vazio em relação ao futuro desta infraestrutura. A reversão para o Estado tornará ainda mais localizado e desarticulado um aeroporto que tem servido de bola de pingue-pongue entre os últimos dois governos da Nação. João Paulo Ramôa, coordenador do grupo de trabalho para o aeroporto, disse aos jornalistas não acreditar “que os futuros acionistas da ANA não vejam o aeroporto de Beja, na sua perspetiva industrial, como uma mais-valia de negócio”. Mas não deixou de salvaguardar que, se por algum motivo isso não viesse a acontecer, o aeroporto deverá reverter para o Estado “e ter a participação de entidades da região”. Sobre esta matéria, o deputado socialista Luís Pita Ameixa dirigiu ao primeiro-ministro, no passado dia 4 de dezembro, a seguinte pergunta: “Qual a política do Governo para o aeroporto civil de Beja?” Ameixa adiantou ainda que “o abandono do projeto de desenvolvimento do aeroporto de Beja na rede de infraestruras aeroportuárias nacionais, face ao que se passou anteriormente, inclusive com a criação de um grupo de trabalho, parece insólito e cria natural estupefação”. O aeroporto de Beja custou ao Estado 33 milhões de euros e resulta do aproveitamento para fins civis da pista de aviação da Base Aérea n.º 11. O primeiro voo realizou-se para Cabo Verde a 13 de abril de 2011. E, desde então, ocorreram mais cerca de três mil voos a partir da pista alentejana.


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O presidente nacional da Cruz Vermelha Portuguesa, Luís Eduardo da Silva Barbosa, deslocou-se a Beja, no passado dia 28 de novembro, para assinar com a Refer o contrato de cedência das instalações, onde no próximo ano nascerá uma nova residência para a terceira idade. O edifício situa-se na rua D. Afonso III e, em tempos, albergou a Escola Superior de Tecnologia e Gestão. A abertura do novo espaço de apoio a idosos está prevista para o primeiro trimestre de 2014.

Diário do Alentejo 7 dezembro 2012

Cruz Vermelha vai ter novas instalações em Beja

José Tadeu de Freitas Delegado da Cruz Vermelha Portuguesa em Beja

“Estamos a tomar decisões importantes para a cidade de Beja”

Em princípio não. Os postos de trabalho serão os mesmos. Nós hoje já temos a trabalhar nos lares cerca de 50 funcionários, e serão esses que se vão manter na nova estrutura, porque as outras serão para desativar. Numa altura de crise como a que atravessamos, quando se anunciam projetos destes, a grande questão é o financiamento. Já está assegurado?

A Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) assinou com a Refer a cedência de instalações para construir uma residência para a terceira idade. Dado este passo, o que se segue?

Doentes de Beja são referenciados para o Instituto de Reumatologia em Lisboa

ARS do Alentejo não consegue contratar reumatologistas

O

presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Alentejo justificou recentemente a falta de reumatologistas nos hospitais da região com a dificuldade em captá-los, referindo que o número daqueles especialistas em Portugal é “pequeno”. “Não há reumatologistas [nos hospitais do Alentejo] porque, provavelmente, ainda não se conseguiu captar” aquele tipo de especialistas para a região, “uma vez que o número de reumatologistas [em Portugal] é pequeno”, disse à Lusa José Robalo. “Habitualmente”, os hospitais do Alentejo têm médicos especialistas em medicina interna, que “fazem a valência de reumatologia”, explicou, referindo que a ARS do Alentejo, no último pedido que fez para saber o número de especialistas necessários nos hospitais da região, só recebeu um pedido, do Hospital de Évora, para uma vaga de reumatologia. José Robalo reagia às declarações da presidente do Instituto Português de Reumatologia (IPR), Eugénia Simões, que no final da semana passada tinha dito à Lusa que “não há um único reumatologista em todo o Alentejo”, sublinhando tratar-se de uma região onde as doenças reumáticas são muito

prevalentes. Eugénia Simões lamentou a “resistência” da ARS do Alentejo em enviar doentes para o IPR, instituição que há anos recebe utentes do Serviço Nacional de Saúde, cobrando “um preço inferior aos hospitais do Estado”. “Não há nenhum preconceito [da ARS do Alentejo] em relação ao IPR e os doentes que é necessário enviar serão enviados e nós pagamos, que é aquilo que temos feito até agora, mesmo em doentes que têm estado internados”, reagiu José Robalo. Segundo informações apuradas pela Lusa, nenhum dos seis hospitais do Alentejo tem médicos reumatologistas e alguns doentes são tratados por clínicos de medicina interna ou aguardam tratamento, mas nas unidades de Portalegre e Elvas há especialistas em doenças autoimunes, como a artrite reumatoide. A Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo, que integra os hospitais de Beja e Serpa, por exemplo, “nunca” dispôs, “não dispõe” e “não tem que dispor” de reumatologistas, disse à Lusa a presidente da instituição, Margarida da Silveira. Segundo a responsável, os doentes da área de influência da Ulsba quando precisam de consultas de reumatologia “são referenciados para o Instituto de Reumatologia em Lisboa”.

Este contrato vai permitir fazer um projeto de alterações àquele edifício para lá instalar os idosos que temos nas outras duas estruturas, e até outros que apareçam entretanto. A capacidade desta nova estrutura residencial é de cerca de 60 indivíduos – os que temos acordo com a Segurança Social – e vai também continuar a apoiar mais 40, que se encontram em regime domiciliário. Que tipo de equipamentos vai ter a nova residência?

Vai ter todas as condições de uma estrutura residencial, a funcionar durante 24 horas por dia. Vamos assistir a uma melhoria muito significativa das condições. Hoje os utentes estão em dois edifícios muito antigos no centro da cidade, com diversas barreiras arquitetónicas que lhes limita o dia a dia, e vão passar para um sítio com todas as condições, como por exemplo, um jardim. As novas tecnologias também irão permitir que através do skipe, ou de outra ferramenta informática, possam contactar com os seus familiares, até porque muitos deles são de outros distritos. E em termos de funcionários. Vão ter necessidade de contratar mais pessoas?

Ainda não está assegurado. Isso é a segunda fase. A primeira era termos instalações passíveis de serem alteradas e fazermos o projeto, que já está terminado. Agora estamos a tratar do financiamento. Até ao próximo dia 17 encontram-se abertas as candidaturas para o programa InAlentejo, no qual contamos assegurar cerca de 60 por cento do financiamento, sendo que o restante será garantido por fundos próprios da Cruz Vermelha Portuguesa. Já pode avançar com uma data para a entrada em funcionamento da residência?

Contamos que, caso consigamos o financiamento do InAlentejo, durante o primeiro trimestre de 2014 se assista à abertura da nova estrutura. E até lá a instituição continuará a funcionar como até aqui…

Queremos garantir que haja continuidade. Há uma questão fundamental que interessa referir. Nós estamos a tomar decisões importantes, até para a cidade de Beja. Para além dos 53 funcionários, dependem destas estruturas as 60 famílias dos utentes residentes, e outras 40 de idosos, que estão em casa com apoio domiciliário. Com a atual situação do País, se se perdesse este suporte iríamos colocar em risco centena e meia de famílias. Isto é uma coisa muito importante, talvez mais importante do que o dinheiro que se pode investir. Temos mesmo de fazer este esforço, porque caso não mudemos de instalações vai ser muito complicado, a médio prazo, manter os lares a funcionar. AF

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Diário do Alentejo 7 dezembro 2012

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Câmara de Aljustrel promove domingos desportivos para a população

A Câmara de Aljustrel vai promover, ao segundo domingo de cada mês, entre as 10 e as 13 e entre as 14 e as 18 horas, no Pavilhão Municipal de Desporto “Armindo Peneque”, um dia desportivo para o público em geral. Segundo a autarquia, através da prática de atividades desportivas, os munícipes poderão passar um dia animado, reforçando ou criando laços desportivos entre família e amigos, contribuindo também para a melhoria do seu bem-estar e autoestima. No pavilhão serão montados vários minicampos de diferentes modalidades, circuitos para patins, insufláveis, entre outras atividades, e haverá ainda música. Todas as atividades e equipamentos colocados à disposição pelo município irão ter o acompanhamento ou supervisão de técnicos de desporto da autarquia.

Setúbal, Algarve, Baixo Alentejo e Lezíria são as zonas mais afetadas pela crise De acordo com um estudo do Instituto de Ciências Sociais (ICS) apresentado no final da semana passada em Lisboa, a Península de Setúbal, o Algarve, parte do Baixo Alentejo e da Lezíria são as regiões do País mais afetadas pela crise. O estudo “Geografia da Crise”, apresentado pelo

Natal 2012 em Ourique

Cidadãos escolhem candidatos aos órgãos autárquicos para 2013

Compras de Natal em Beja

Passatempo em Mértola Com o objetivo de promover, incentivar de dinamizar as compras de Natal no comércio local da Vila Museu, a Câmara Municipal de Mértola promove até ao dia 21 um passatempo com o lema “Neste Natal encontre o Pai Natal e ganhe vales de compras”. Os prémios “serão atribuídos pelo Pai Natal que estará nas proximidades dos estabelecimentos comerciais da vila, em dias pré-definidos pela autarquia”, e que “irá abordar os clientes e questioná-los sobre o comércio local”.

Moura integra deficientes A Câmara Municipal de Moura e a Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (Appacdm) renovaram no início da semana o protocolo entre as partes que visa a integração de utentes da instituição em serviços da autarquia. Através do protocolo, a autarquia e a Appacdm pretendem “preparar” pessoas com deficiência mental para “a vida ativa e uma integração mais efetiva na sociedade”.

Ferreira contra “extinção” A Câmara de Ferreira do Alentejo decidiu manifestar junto da Assembleia da República a sua “total discordância” com a “extinção” de duas freguesias rurais do concelho, o que terá como “consequências” a “desertificação e a desumanização” do território. A extinção das freguesias rurais de Peroguarda e Canhestros “elimina um importante valor histórico, patrimonial e cultural, assim como uma atividade económica e social essencial ao desenvolvimento das populações”, considera a autarquia.

são mais sensíveis à crise do que as famílias”, revelou. Em apenas cinco anos, a situação das empresas agravou-se em 166 municípios (mais de 60 por cento do total) enquanto a vida das famílias piorou em 79 municípios (28 por cento). Numa análise conjunta de famílias e empresas, a crise atingiu principalmente a Península de Setúbal, o Algarve, parte do Baixo Alentejo e a Lezíria.

Movimento “Por Beja com Todos” em busca de nova gente

Decorre este fim de semana, dias 8 e 9, em Ourique, a recolha de alimentos para o projeto “Campanha de Natal 2012”. A iniciativa é promovida pela câmara municipal e conta com o apoio das juntas de freguesias do concelho e do comércio local.

A Câmara Municipal de Beja lança amanhã, sábado, uma campanha para promover compras de Natal no comércio tradicional, que inclui um espaço onde será possível embrulhar presentes e trocar recibos de compras por cupões para um sorteio. O “Espaço Natal” vai funcionar com o apoio de jovens voluntários entre sábado e 6 janeiro, no antigo posto de turismo de Beja, situado na área abrangida pela campanha, ou seja, a principal zona comercial da cidade, conhecida como as Portas de Mértola.

investigador do ICS e especialista em Geografia João Ferrão, compara a situação das famílias e das empresas nos 278 municípios do continente em dois diferentes períodos: numa época de pré-crise (entre 2005/2007) e na fase inicial da crise (2009/2010). De acordo com a investigação do professor da Universidade de Lisboa e ex-secretário de Estado do Ordenamento do Território, “as empresas

O movimento independente “Por Beja com Todos” começou na segunda -feira a convidar os munícipes a participarem na escolha dos principais candidatos aos órgãos autárquicos do concelho a apoiar pelo movimento nas eleições autárquicas de 2013.

“T

endo em conta a importância atribuída à democracia participativa”, o movimento convida “todos os cidadãos do concelho de Beja a participarem na escolha dos principais candidatos aos órgãos autárquicos” a apoiar pelo movimento, refere o “Por Beja com todos”, em comunicado. O convite à participação dos cidadãos está a ser feito através do “blogue e da página no Facebook do “Por Beja com Todos” e de órgãos de comunicação social, explicou Luís Miguel Ricardo, da comissão dinamizadora do movimento. Durante este mês, explicou, os interessados podem propor, através do correio eletrónico do movimento (porbejacomtodos@gmail.com), nomes de candidatos a candidatos aos cargos de presidente da Câmara e da Assembleia Municipal e de

presidentes das juntas de freguesia de Beja a apoiar pelo “Por Beja com Todos”. Em janeiro, a partir das propostas, com base em critérios definidos e consoante o interesse das pessoas cujos nomes foram propostos para se juntarem ao “Por Beja com Todos” e serem candidatos, os órgãos dirigentes do movimento irão selecionar alguns dos nomes para serem candidatos a candidatos aos órgãos autárquicos, explicou Luís Miguel Ricardo. Em fevereiro, os nomes dos selecionados para candidatos a candidatos pelo movimento irão ser divulgados publicamente e submetidos à votação final dos cidadãos, que será feira através da Internet e, se possível, de uma urna itinerante, explicou. Após a votação, os órgãos dirigentes do movimento irão divulgar os nomes mais votados e que serão os candidatos a apoiar pelo Movimento “Por Beja com todos” a cabeças-de-lista à Câmara, à Assembleia Municipal e às assembleias de freguesia de Beja. O “Por Beja com todos” foi apresentado no passado dia 3 de novembro, em Beja, e pretende construir “um projeto alternativo,

independente, concretizável a quatro anos e ajustado à realidade dos tempos atuais” para o concelho de Beja. Segundo Luís Miguel Ricardo, o processo de criação do movimento começou em abril deste ano, “num encontro de meia dúzia de pessoas”, que “se juntaram para refletir sobre o estado do concelho e a ação da Câmara de Beja”. Do encontro “resultou a necessidade de criar um movimento independente e plural, que promovesse a análise, a reflexão e a discussão do concelho de Beja, tendo ficado “em aberto” a hipótese de uma candidatura independente à autarquia, “assente num verdadeiro projeto alternativo aos dos partidos políticos tradicionais, pautado por ideias, pessoas e convicções provenientes de todos os quadrantes da sociedade”, explicou. Na génese do “Por Beja com todos”, precisou, estiveram o antigo presidente da Câmara de Alvito e ex-militante do PCP José Lopes Guerreiro, que coordena o movimento, o deputado do Bloco de Esquerda na Assembleia Municipal de Beja, José Pedro Oliveira, e a professora Gina Mateus.

Estágios têm a duração de nove meses

Jovens licenciados dinamizam cinco aldeias do Alqueva

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uinze jovens licenciados estão a estagiar, desde segunda-feira e durante nove meses, em cinco aldeias ribeirinhas do Alqueva para criarem negócios capazes de dinamizar a economia das localidades e as potencialidades criadas pela albufeira. At r avé s d o proj e to “A ld e i a s Ribeirinhas do Grande Lago Alqueva”, os jovens foram distribuídos por quatro aldeias do distrito de Évora – Capelins (Alandroal), Luz (Mourão), Alqueva (Portel) e Campinho (Reguengos de Monsaraz) – e uma do distrito de Beja – Povoa de São Miguel/Estrela (Moura). De acordo com a Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA), uma das promotoras, o

projeto pretende procurar “soluções inovadoras e sustentáveis” para “dinamizar económica, social e culturalmente” as aldeias e “as potencialidades criadas pelo Grande Lago Alqueva”. Para tal, os 15 jovens licenciados em várias áreas vão fixar-se durante nove meses nas cinco aldeias, onde, através dos estágios profissionais, irão desenvolver as suas competências e “envolver-se na vida” das localidades para “perceber” as suas potencialidades e criar negócios e projetos empresariais sustentáveis a longo prazo. Os negócios e os projetos empresariais, que deverão potenciar os recursos, a cultura e as tradições locais e ser uma “mais-valia” para as cinco aldeias, terão

de ser criados através de uma “estratégia coerente e fortemente articulada com as populações e os recursos endógenos”. O trabalho desenvolvido pelos 15 jovens licenciados, que irão receber uma bolsa do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), será acompanhado diariamente por um orientador de estágio e apoiado por duas comissões, uma técnica e outra de acompanhamento. O projeto é também promovido pela Associação Transfronteiriça dos Municípios das Terras do Grande Lago Alqueva e tem como parceiros os municípios de Alandroal, Moura, Mourão, Portel e Reguengos de Monsaraz, a Universidade de Évora e a Delegação Regional do Alentejo do IEFP.


Diário do Alentejo 7 dezembro 2012

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Disco

Mértola mostra “Retrospetiva” da pintora belga Luce Heylen

As Ceifeiras de Entradas apresentam o seu primeiro disco. Um disco que integra 12 textos originais de 12 convidados e duas interpretações exclusivas. Uma acompanhada ao piano e outra em dueto com os antigos Ceifeiros da terra. A estreia acontece já amanhã.

A exposição “Retrospetiva”, de Luce Heylen, uma pintora belga residente no concelho de Mértola desde 1992, está patente ao público até ao final do ano na Casa das Artes Mário Elias, em Mértola. Luce Heylen, natural de Meerhout, uma pequena vila rural situada no norte da Bélgica, onde nasceu em 1930, estudou pintura na Academia das Belas Artes de Bruxelas nos anos 60 do século XX e durante as décadas de 70 e 80 participou em várias exposições de pintura naïf.

Texto Bruna Soares Foto José Serrano

As Ceifeiras apresentam “Chão”

O cante das mulheres de Entradas “

C

hão” é o primeiro disco do grupo coral As Ceifeiras, de Entradas. “Foi deste ‘Chão’ que nascemos. É dele que um dia quase todos partimos. É a ele que muitos regressamos e é nele que queremos morrer”. É assim que Napoleão Mira, que ficou com a responsabilidade da produção-executiva do CD, começa por o descrever. E completa: “‘Chão’ é pão, que às vezes sabe a solidão e em tempos de inspiração fazemos dele a nossa canção”. E foi sobre o chão de Entradas que encontrámos As Ceifeiras ansiosas pela chegada do dia de amanhã, sábado, dia de apresentação do seu primeiro trabalho gravado. A cerimónia acontece no Centro Recreativo de Entradas, pelas 17 horas. Bárbara Tomé encarrega-se das apresentações. É ela que toma a dianteira, mas só porque é necessário existir, muitas vezes, uma porta-voz. E para que não restem dúvidas defende: “Alguém tem de representar o grupo em certas tarefas”. E vai direta ao assunto: “As Ceifeiras, no fundo, acabam por ser uma homenagem aos antigos Ceifeiros de Entradas, que, infelizmente, deixaram de cantar em grupo. É extremamente importante preservar o cante. É uma cultura que vem de dentro das pessoas e que faz parte de nós. É um símbolo do Alentejo. Resolvemos associar-nos e preservar este património que é de todos”. E Napoleão Mira reforça a ideia: “Não existe futuro sem memória. Os Ceifeiros, desses idos anos 60, deram lugar a outros, nos anos 80, e passadas outras duas ou três décadas a história repete-se, agora em versão feminina. Se não tivessem

existido Os Ceifeiros, se calhar As Ceifeiras também não teriam nascido”. E os laços são tantos que este disco contempla um “dueto” com os antigos Ceifeiros, a partir de um disco com quase 50 anos. “No primeiro tema procurámos imaginar um reencontro entre ceifeiros e ceifeiras num qualquer entardecer dum desses verãos das nossas vidas. Gosto bastante do resultado e da simbologia dessa virtual passagem de testemunho e de responsabilidade”, adianta Napoleão Mira. O disco é produzido pela Cortiçol – Cooperativa de Informação e Cultura de Castro Verde, até porque As Ceifeiras integram o departamento cultural, e conta com o apoio da Câmara Municipal de Castro Verde e da Junta de Freguesia de Entradas. “Na sua essência este é um disco de modas alentejanas, mas nós, na Cortiçol, não queríamos que fosse apenas isso”, confessa o produtor -executivo. E explica: “Surgiram algumas ideias que colocámos em prática. A primeira foi a de não colocarmos as letras das modas, mas sim convidar 12 pessoas para desconstruírem o poema original e, à sua maneira, o rescreverem num outro ambiente literário, o que, em meu entender, excedeu as expetativas iniciais”. E o desafio foi aceite por Alexandra Contreiras, António Jerónimo, António José Brito, António Lúcio, Carlos Pinto, Fernando Caeiros, Filipe Pratas, José Colaço Guer reiro, Ma ria Lucília Costa, Paulo Barriga, Paulo Nascimento, Vítor Encarnação, José Quirino e João Pestana. Mas há mais. “Ao nível da música, lançámos um desaf io ao

maestro António César, o de criar uma peça para uma das modas. E a escolha recaiu sobre o tema “Verão”. Aqui também fomos surpreendidos pelo resultado da mistura das vozes com o piano, que, se não é o casamento perfeito, é decerto de forte conveniência”. Este disco insere-se nas comemorações dos 500 anos da entrega do foral de Entradas e Bárbara Tomé diz que a efeméride também não foi esquecida. “Na ‘Moda do Foral’ o maestro acompanha-nos com o adufe, que se mistura com o som das nossas botas”. E não esquece quem também está na origem de tudo. “O nosso ensaiador, o David Pereira, tem sido inexcedível. É um bom exemplo do que os jovens da região conseguem fazer pelo património da sua terra. Pelo património de gerações”. O cante volta a estar no centro do mundo, que é Entradas, e a ecoar pelas ancestrais ruas da terra. “O Museu da Ruralidade de Entradas é também o núcleo da oralidade de que o cante faz parte. Agora, com o lançamento deste trabalho discográfico, As Ceifeiras fecham um ciclo, ao mesmo tempo que se escancaram as portas de um outro: o do crescimento e da afirmação do cante das mulheres de Entradas”, considera Napoleão Mira. E conclui: “Este é um momento de afirmação das mulheres de Entradas. Um momento de grande importância para uma pequena vila longe das luzes da ribalta. Para o concelho e para a região também o serão, porque não podemos dissociar uma coisa da outra. Afinal, somos o mesmo povo. Pisamos o mesmo chão. Somos carne do mesmo alguidar, massa do mesmo pão”.

Roberto Santandreu expõe “Reflexões na Patagónia” em Castro Verde “Reflexões na Patagónia” é o título de uma exposição de fotografia da autoria de Roberto Santandreu que pode ser vista no Fórum Municipal de Castro Verde até ao dia 12 de janeiro de 2013. A mostra, uma organização da Câmara de Castro Verde, em parceria com a Câmara de Beja – Galeria dos Escudeiros, é constituída por um conjunto de fotografias baseadas na Patagónia. Trata-se “de um olhar particular do fotógrafo chileno quando regressava das Torres del Paine, magníficas montanhas situadas no sul da cordilheira dos Andes, e se deteve em Puerto Natales, província da Patagónia chilena denominada Última Esperanza. Enquanto esperava para seguir viagem para outra localidade olhou, refletiu e registou o que se lhe afigurava como verdadeiramente interessante”, esclarece a organização. PUB


Diário do Alentejo 7 dezembro 2012

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É preciso lembrar que o ainda controlo sindical das manifestações impede o crescendo da violência e isola grupos extremistas. Na verdade, pelos sindicatos resta a esperança da margem negocial, e o desespero pode ser catalisado em contestação legítima. Filipe Pathé Duarte, “Diário de Notícias”, 5 de dezembro de 2012

Opinião

Turismo não rima com termalismo

Os números vindos a público referentes à estatística do movimento de utilizadores das estâncias termais relativo ao primeiro semestre de 2012 mostra um balanço negativo e uma situação preocupante nos (infelizmente apenas dois) balneários do Alentejo. Em Cabeço de Vide (concelho de Fronteira) a quebra é significativa, caminhando para pouco mais de metade do que já foi. De Nisa, misteriosamente, o inventário estatístico oficial nem faz referência, mas os números que se conseguem conhecer atiram para um recuo de 30 anos! 2. A crise do termalismo é nacional e tem na sua base múltiplos fatores que não cabe escalpelizar neste escrito. Só que a situação do termalismo alentejano (por desatenções, desinteresses e incapacidades, apenas com dois estabelecimentos quando poderiam e deveriam, nesta altura, ser sete) está num estado muito mais gravoso que a média nacional. Contribuem para isso a falta de estratégia global e de cooperação entre as entidades concessionárias, falhas clamorosas de gestão, baixa qualidade de atendimento e atenção aos curistas, intervenção médica não reconhecida como valor acrescentado real pelos utentes mais “experientes”, absoluta ausência de investigação (mesmo a mais básica),política de preços inadequada, etc. 3. No etc. cabe a ausência de uma promoção qualificada do produto. Da responsabilidade, antes do mais, das unidades gestoras, tanto mais que são de natureza pública. Mas muito da falta de atenção (para ser “simpático”) que a Entidade Regional de Turismo manifesta pelo setor, que é dos poucos que pode fixar populações forasteiras por um período médio acima de uma semana, com o que isso pode representar nas economias locais. 4. A propósito do recente desmantelamento de estruturas próprias para a promoção do Alqueva e Alentejo litoral, com a sua previsível integração, a Entidade Regional de Turismo garantiu de imediato (e bem) que não haveria prejuízo para a divulgação dos produtos lazer e balnear (praia). Importa acentuar que, mesmo com a situação atual, nas termas os curistas deslocados permanecem, mediamente,12 dias, tempo superior à estadia na praia nos tempos que correm. 5. É chocante passar os olhos pelas newsletters da Turismo do Alentejo e, meses seguidos, não haver uma referência promocional ao termalismo (por muito elementar que seja). Desta forma, mesmo regionalmente, muita gente julga só poder fazer cura termal no Luso ou em São Pedro do Sul. Infelizmente isto não é exagero! Assim, não se cria uma cultura de valorização do uso (terapêutico e turístico) da água mineral medicinal e de consciencialização do contributo que, como nenhum outro setor, pode dar para animar vários segmentos da vida local e regional. 6. Nos últimos 20 anos, a região recebeu muitos milhões de euros (isso mesmo!) de ajudas nacionais e europeias para desenvolver o termalismo. Tanto dinheiro gasto e os resultados são aqueles que motivam esta reflexão! Porque, sendo verdade, é justo prosseguir na reclamação, desta forma, perde-se moralmente a razão para protestar contra a falta de apoios que o País político centralizado nos concede.

Será que é desta que todos vamos cantar a uma única voz? Esperemos sinceramente que sim. A candidatura do CANTE ALENTEJANO a Património da Humanidade está muito bem encaminhada, foi melhorada e está em marcha o plano de salvaguarda para esta que é a nossa mais profunda e enraizada expressão cultural coletiva. Depois do fado, está na hora de o mundo escutar o cante. PB

O Orçamento do Estado para 2013 é uma mentira. A última avaliação da troika sobre o programa de ajustamento, cujos perigos foram postos em relevo pelo FMI logo a seguir, é outra. E Passos, o pai delas todas, é agora servo de três senhores: Hayek para o consumo interno, Keynes para serviço externo e Gaspar para sempre. Santana Castilho, “Público”, 5 de dezembro de 2012

Idiotia e (in)felicidade Ana Paula Figueira Docente do ensino superior

N 1. José Manuel Basso Médico hidrologista

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ão se espante (…) o leitor de que um qualquer idiota possa, ao mesmo tempo, ser feliz. É até assaz corrente. Há idiotas que se consideram inteligentíssimos, o que é uma forma muito comum de idiotia, e extraem dessa certeza alguma felicidade, aquela maneira de felicidade que consiste em uma pessoa se julgar muito superior às que a rodeiam. O leitor gostaria de ser ministro ou secretário de Estado? Pois fique sabendo que há quem goste, embora – será justo dizê-lo – também há quem o seja a contragosto, por dever partidário ou patriótico. No livro com o fantástico título Uma Coisa em Forma de Assim, Alexandre O’Neill disserta brevemente sobre este tipo de gente que assola cada vez mais a sociedade. Diz o dicionário que um idiota é um indivíduo incapaz de coordenar ideias, um pateta, um parvo, alguém que denota estupidez; se for crente, se não revelar capacidade para questionar o que lhe é apresentado/imposto como verdadeiro, (quando Eis a razão pela – como é sabido - a verqual os idiotas dade não está com ninpodem ser felizes: guém), isto é, se recusar pensar, torna-se fatal. Não não conseguem obstante, há idiotas que perceber – e menos são felizes! Deste modo, ainda compreender a questão fulcral – aliás, – que há vida para explanada por O’Neill – é além da monotonia perceber aquilo que, à pardas próprias vidas, tida, parece ser um contrassenso, ou seja, como do seu umbigo, da é que a idiotia e a felicisua pequenez. Isso dade conseguem conviver oferece-lhes um de uma forma tão harmoindiscutível bemniosa. Pois bem, sendo a estar! E idiotas vida de todos e de cada um infelizes? Também de nós feita de mel e travos e se aceitarmos a felios há! A estes ainda cidade como o sentimento lhes dou crédito! de conformidade entre as condições internas e externas da vida, da congruência entre o indivíduo e o meio social, tal como Pessoa a conceptualiza, diria que a felicidade perfeita não existe, na medida em que é impossível essa correlação realizar-se na sua plenitude. Ficamos, assim, reduzidos a momentos de felicidade, tantos mais quanto menos tomarmos a sério a sorte da Humanidade… Eis a razão pela qual os idiotas podem ser felizes: não conseguem perceber – e menos ainda compreender – que há vida para além da monotonia das próprias vidas, do seu umbigo, da sua pequenez. Isso oferece-lhes um indiscutível bem-estar! E idiotas infelizes? Também os há! A estes ainda lhes dou crédito! No limite, o facto de terem a

consciência de que são idiotas e de que são infelizes o que me parece ser já um princípio para o deixarem de ser. A chave da mudança volta sempre a ser a mesma: rejeitar a inércia e a inépcia de não pensar! De qualquer modo, Alexandre O’Neill continua dizendo: Os idiotas, de modo geral, não fazem um mal por aí além, mas, se detêm poder e chegam a ser felizes em demasia podem tornar-se perigosos. É que um idiota, ainda por cima feliz, ainda por cima com poder, é, quase sempre, um perigo. Oremos. Oremos para que o idiota só muito raramente se sinta feliz. Também, coitado, há-de ter, volta e meia, que sentir-se qualquer coisa. Por decisão pessoal, a autora do texto não escreve segundo o Novo Acordo Ortográfico

Natal é sempre que o homem quer Manuel António Guerreiro do Rosário Padre

É

sobejamente conhecida esta frase, cujo conteúdo subscrevo sem hesitar. O Natal, com efeito, convida-nos a mergulhar dentro do nosso ser e a trazer à tona o que de melhor há em nós, e é certamente muito aquilo que somos capazes de fazer, se abrirmos o coração e percebermos que a felicidade passa também pelo dar e dar-se. Apesar deste ano a crise, pelas suas nefastas e transversais consequências, poder vir a fragilizar a capacidade de partilha de muitos portugueses, há, contudo, sinais desconcertantes que atestam ter aumentado a generosidade e sido superadas as melhores expectativas. Penso poder justamente concluir que esta é a verdadeira e profunda alma do povo português: humanista, solidário, sensível, capaz de se superar a si próprio, em especial nos momentos mais difíceis e exigentes. Como é óbvio, urge ref letir seriamente sobre as causas que nos arrastaram para a crise, missão que deixo para os especialistas. Como cristão que procura estar atento ao que se passa no mundo, penso, porém, dever afirmar que não podemos continuar a ser governados por uma economia sem regras, que não esteja ao serviço do Homem, que o reduza a uma mera variante, qual peça duma despersonalizada, complexa e cega engrenagem. No Evangelho, Cristo previne-nos para a tentação do endeusamento do dinheiro e de tudo o que ele representa. Sem regras e sem valores, corremos o risco de se impor a lei do “vale tudo” e o Homem quase desaparece, torna-se uma coisa, um número, um meio e nunca um fim. Faz, por isso, todo o sentido a afirmação do Papa Bento XVI, na encíclica Caritas in Veritate: o Homem deve estar no centro do desenvolvimento. Convicção já anteriormente defendida por Papa Paulo VI na emblemática frase: o desenvolvimento deve ter como objetivo “o homem todo e todo o homem”. Façamos do Natal ocasião para refletirmos sobre o essencial e o essencial é o Homem. Sem ele não há futuro; há ilusão e mais crises! Um santo Natal.


Ä

E, de repente, os americanos querem levantar voo, definitivamente, da base das Lages. Deixando para trás uma pegada social e económica nunca, por certo, ali anteriormente vista. Não há muitos anos aconteceu o mesmo com a debandada dos alemães da BASE DE BEJA. Cidade que, ainda hoje, em muitos aspetos, procura reidentificar-se consigo própria. PB

Há 50 anos Graçolas de primeira página

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enorme primeira página do “Diário do Alentejo” feito meio século atrás era muito diversificada. Na verdade, era a única com matéria jornalística interessante, já que as três outras eram preenchidas, em geral, com publicidade e informações comerciais ou pessoais (nascimentos, casamentos, aniversários...). A “capa” do jornal (segundo os puristas, uma revista é que tem capa, um jornal tem primeira página...) incluía quase sempre a “Nota do Dia” (uma espécie de editorial), o espaço “Beja Dia-a-dia” (com a coluna de opinião “Varandim da Cidade” e pequenas novidades bejenses), breves do País e do estrangeiro (aqui era onde o lápis da Censura se fazia sentir de forma mais evidente...), o “Diário de Além-mar” (um serviço “informativo” da agência Lusitânia sobre as colónias), noticiário desportivo, artigos de opinião e notícias do Alentejo. Não havia publicidade na primeira página mas duas linhas omnipresentes lembravam aos leitores do então “Jornal da tarde – Porta-voz regionalista” que o vespertino era “Visado pela Comissão de Censura”. Invariavelmente, o jornal publicava também na primeira página “A graça da tarde”, pequena anedota ou dizer com mais ou menos piada, que amenizava a aridez noticiosa e provavelmente ajudava a “tapar buracos” de uma paginação complicada. Ficam alguns exemplos dessas graçolas vespertinas, transcritas das edições dos primeiros dias de dezembro de 1962: “– Mãezinha, que espécie de ave é Colombo? – Colombo não é uma ave, filho! – Ah! Não!? Então porque é que se fala tanto no ovo dele?”. * “Sugere um humorista: Se uma festa feita em honra de um homem é uma homenagem, porque é que a feita a uma mulher não é femenagem?”. * “O juiz interroga o réu: – Você é acusado de roubo e, ainda por cima, com arrombamento. Que diz a isto? – O que é que o senhor juiz queria que fizesse se eu não tinha a chave?”. * “Olha, meu caro, – dizia uma palerma ao amigo – eu quando digo uma asneira sou o primeiro a rir-me dela. – Oh! Que vida alegre tu deves levar...”. * “As crianças tinham sido fotografadas, na aula, em grupo. A professora, para as persuadir a ficarem com uma cópia, dizia: – As meninas pensem como será agradável, mais tarde, quando forem crescidas, ver e dizer: ‘Olha a Ana... Já está casada!’. ‘Ali está o João... é aviador...’. Nisto, no fundo da aula, ouve-se uma vozinha: – Olha, olha a senhora professora... Já morreu!”. Carlos Lopes Pereira

O MUSEU REGIONAL DE BEJA passa por um processo de degradação física, patrimonial, moral inconcebível e a todos os níveis inaceitável. Na sala que guarda as suas principais riquezas, a coleção de arte antiga, não se caminha, navega-se, tal a quantidade de goteiras e infiltrações que a atingem. Ao mesmo tempo que o resto do edifício se esboroa sem que ninguém responsável tenha a dignidade de dizer: basta! PB

15 Diário do Alentejo 7 dezembro 2012

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Como toda a gente, também tenho uma sugestão para reduzir a despesa. Proponho que Portugal venda uma autoestrada para o Porto. Temos três, e não precisamos de todas. Há de haver um país que esteja interessado numa autoestrada para o Porto. Não há nenhuma autoestrada para o Porto no Canadá, por exemplo. Nem na Noruega. (Eu confirmei estes dados.) São países ricos, aos quais uma autoestrada para o Porto pode dar jeito. Fica a proposta. Não é a mais absurda que já vi. Ricardo Araújo Pereira, “Visão”, 29 de novembro de 2012

Cartas ao diretor Doutro modo, não desdenho ver o meu Mau tempo em patrício dar a volta ao texto, qual futebolista de eleição a recuperar a bola a meio campo, Pereiras-Gare mesmo com dois adversários à ilharga, Aníbal Mendes Simão Pereiras-Gare

Passou por aqui hoje, 16 de novembro, uma grande tempestade com muita chuva, acompanhada de muitos trovões e ventos fortes. Santa Bárbara não teve força para impedir a tragédia, porque o demónio mostrou-se mais forte e por vingança cortou a estrada 1 190 que liga esta aldeia ao resto do País. Não se sabendo por agora quanto tempo levarão as entidades competentes a colocarem o nome de “via livre” na estrada municipal 1 190. Já vários jornais publicaram que esta aldeia não é servida por transportes rodoviários e nem ferroviários, adiantando mais: foi pedida a extinção da freguesia de Pereiras-Gare, conforme votação no dia 10 de novembro de 2012, só falta agora o diabo dizer pelas juras feitas, não vos quero aqui.

Limpeza da ribeira Diamantino António Funcheira

deixá-los estatelados na relva e agora só com o guarda redes na frente, este para um lado e bola para outro e é golo. Ah! Se o meu Sporting tivesse um jogador daquele calibre, não contariam anedotas sobre tão eclético clube. Dizem, por aí, os de Évora e outros mais que a nossa cidade tem um aeroporto sem aviões e uma escola sem alunos. Houve, em tempos, uma linda terra de Portugal com importante nó ferroviário que ficou célebre pelos fenómenos e bizarrias lá acontecidas. Num país onde a criatividade rareia por que não desenvolver o humor sustentado? Expurgado de angústias, paixões e tristezas que estes senhores que lá estão nos causam. Deixem passar o humor que ainda não paga IVA nem IRS. Na minha aldeia diz-se pobretes, mas alegretes.

A política do terror Vitor Paixão Beja

É uma vergonha para as entidades responsáveis pela limpeza da ribeira de Gastão, em Funcheira. A referida ribeira encontra-se entupida de arbustos de toda a espécie. Quando da grande cheia, em 16 de novembro de 2010, a ribeira aumentou de volume por causa dos tais arbustos que impediam a passagem da água, dando origem a inundações nas habitações. As entidades responsáveis não têm nenhuma responsabilidade pela segurança das pessoas, o que mais lhes interessa é receberem o dinheiro dos impostos para entregarem aos papões da troika.

Pobretes, mas alegretes Manuel Dias Horta Beja

Dizia o saudoso ator Raul Solnado que o que mais o estimulava, quando estava em cena, era ouvir uma gargalhada espontânea e solitária vinda do silêncio da plateia. Dizia ele que se estabelecia uma empatia entre atores, texto e público. Enfastiam-me aqueles sujeitos que trazem os bolsos cheios com pacotes de anedotas sobre alentejanos, a maior parte delas sem ponta por onde se lhe pegar. E só por uma questão de boa educação é que não se deixam tais sujeitos a falar para os peixinhos.

Corria o ano de 1984 quando foi criado o tão famoso quadro de excedentes (decreto-lei 43/84, de 3 de fevereiro), decorrente da implementação de medidas de racionalização do Estado. Oito anos mais tarde, surge-nos a tão famigerada Lei dos disponíveis, que afinal até era um decreto-lei, nomeadamente o Decreto-Lei n.º 247/92, de 7 de novembro. Com o Decreto-Lei n.º 193/2002, de 25 de setembro, cria-se o tão famoso quadro de supranumerários para finalmente, em 2006, com a lei n.º 53/2006, de 7 de dezembro, ser implementado o regime de mobilidade especial. Tudo em nome de uma melhor e maior racionalização da administração pública, numa perspetiva de melhoria dos serviços do Estado. Porém, essa suposta melhoria inevitavelmente contribuiu e irá continuar a contribuir para a degradação das condições de vida de milhares de portugueses, sem que afinal se vejam efetivamente melhores serviços, mais céleres, mais transparentes, com melhor atendimento. É de todo impossível fazer-se uma reforma séria quando se parte de uma premissa, quando se impõe ab initio uma condição, e essa condição corresponde a quatro mil milhões de euros, quatro mil milhões que representarão a sangria dos serviços públicos, o desespero e desgraça de milhares de trabalhadores da administração pública, o definhar

de milhares de famílias que terão que entregar as suas casas aos bancos, que não terão como sustentar os seus filhos, tudo em nome de menos Estado mas melhor Estado! Vivemos hoje uma realidade em que os serviços exalam um autêntico clima de terror, tempos em que os chefes se isolam em barreiras, umas bem visíveis, físicas, outras invisíveis, artificiais, e nalguns casos, ambas. Tempos em que os regulamentos se criam para intimidar, para ameaçar e não verdadeiramente para regulamentar, tempos em que a solidariedade no emprego, a satisfação, a motivação profissional não são mais do que uma miragem. E não se culpem única e exclusivamente os trabalhadores, pois pese embora haja quem tenha contribuído para que a administração pública em Portugal seja, para muitos, um mau exemplo, de despesismo, de mau atendimento, de comodismo, a maior das responsabilidades vem da classe política, sim dessa classe que se tem servido e continua a servir do Estado, da administração pública, dessa classe que olha a administração como uma área de negócios transacionáveis, que vê a administração como um meio para atingir um fim que passa exclusivamente pela satisfação pessoal e que, afinal, de administração pública pouco ou nada percebem. Sou daqueles que defendem uma reforma da administração pública, que passará inevitavelmente por um decréscimo do número de trabalhadores, mas sou também daqueles que defendem que a essa reforma devem estar subjacentes critérios, que seja feita de forma participada, ponderada e não apressada, em que efetivamente se afira onde se deve cortar, tendo em linha de conta quer a efetiva necessidade dos serviços, quer o nível de produtividade dos seus trabalhadores, e não cortar de forma cega. Restar-nos-á pois aguardar, aguardar que uns senhores estrangeiros façam “a reforma”, porém recuso-me a aceitar que no nosso país não tenhamos profissionais com a qualidade suficiente para levar a cabo tamanho empreendimento; acredito piamente que sim, que os temos, mas o que nos falta são políticos sérios e competentes para liderar e executar um processo de tamanha dimensão! Até fevereiro serão três meses de terror agonizante para muitos, onde meia dúzia de senhores troikistas determinarão o destino de milhares de trabalhadores da administração pública, em nome duma suposta qualidade e eficiência, em nome do crescimento mas promovendo mais e mais austeridade, substituindo-se ao Governo que, ou lhes encomendou o trabalho, ou que cala e consente, incapaz de o fazer e que demonstra uma incompetência gritante a todos os níveis e que mais não faz do que espalhar o terror nos serviços públicos. Bem-vindos ao Planeta Terror, meus amigos!


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Nos anos pico da emigração portuguesa, em que “todos os dias havia pessoas a ir para fora”, ser admitido na base aérea de Beja significava, não só ter emprego, como auferir um salário “muito acima da média” nacional e, em alguns casos, mediante candidatura, ter direito a uma casa ampla e bem equipada, a rendas “muito baixas”. Raquel Franco

Reportagem

Despedida da Força Aérea Alemã foi há 18 anos

Auf wiedersehen Beja É impossível não experimentar um déjà vu ao assistir ao que se passa por estes dias na base das Lajes. O anúncio é oficial: os Estados Unidos vão reduzir ao mínimo a sua presença na ilha Terceira, num processo que poderá colocar 300 açorianos no desemprego. Há 18 anos, feitos precisamente no último mês de setembro, a Força Aérea Alemã despedia-se, em definitivo, da Base Aérea n.º11, encerrando três décadas de uma presença em Beja que deixou marcas na economia local e também nos costumes e mentalidades. 230 trabalhadores portugueses, alentejanos, na altura apontados como “privilegiados”, viram ruir o sonho de uma vida melhor sem ter que sair do País. Texto Carla Ferreira Ilustração Paulo Monteiro

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ma delegação americana esteve há dias em Lisboa para comunicar oficialmente ao governo português que os Estados Unidos pretendem reduzir ao mínimo a sua presença nas Lages, Ilha Terceira, Açores. Trata-se da famosa base n.º 65 da Força Aérea dos EUA, a funcionar desde 1946 com o intuito de apoiar o tráfego no Atlântico e que se converteu, entretanto, na segunda entidade empregadora da ilha, depois do Estado. Dá trabalho a 800 civis portugueses, dos quais cerca de 300 veem agora pairar sobre si a sombra do de-

semprego, numa decisão que foi anunciada como definitiva. As Lajes são a única base estrangeira que ainda resta em território português. Beja também teve a sua e, num passado ainda recente, passou por um processo semelhante, com feridas ainda por sarar para quem viu a sua vida alterada, para melhor, com três décadas de presença alemã. A Base Aérea n.º 11, a que cedeu a pista ao controverso aeroporto de Beja, foi criada por portaria em 1964, ativada em 1967 e construída com a finalidade de corresponder aos acordos bilaterais entre o Estado português e a República Federal da Alemanha (RFA), no sentido de proporcionar “facilidades de treino operacional” para a força aérea daquele país – a então Alemanha Ocidental dos anos da Guerra Fria. Acoplado à base, ocupando uma área de aproximadamente 800 hectares nas imediações da cidade, foise implantando, na parte sudoeste de Beja, uma zona residencial, com 330 habitações e instalações de apoio social. Beja, uma pequena cidade de província de um país em ditadura, e senhora de uma região de planícies parcamente povoada, como convinha aos voos de instrução, abre assim espaço a um bairro onde se reproduz ao pormenor o modo de vida do centro europeu. No Bairro Alemão, como ainda hoje é conhecido, chegarão a ter morada 600 trabalhadores germânicos, entre militares e civis, e alguns dos 230 colaboradores portugueses, recrutados para as mais diversas tarefas – de carpinteiros

a pedreiros, passando por profissionais de saúde, administrativos, pessoal de cozinha, de limpeza e de jardinagem. Tratava-se quase de pôr a funcionar uma cidade dentro da cidade e muitos aproveitaram a oportunidade, colocando os seus talentos ao serviço das Forças Armadas alemãs. Raquel Franco, que desempenhou as funções de tradutora/intérprete, fez parte dessas mais de duas centenas de alentejanos “privilegiados”. Nos anos pico da emigração portuguesa, em que “todos os dias havia pessoas a ir para fora”, ser admitido na base aérea de Beja significava, não só ter emprego, como auferir um salário “muito acima da média” nacional e, em alguns casos, mediante candidatura, ter direito a uma casa ampla e bem equipada, a rendas “muito baixas”. “Eram casas muito boas, casas com quatro quartos, sala, três casas de banho, duas varandas e uma arrecadação na cave. Éramos privilegiados, qualquer que fosse a função que estivéssemos a desempenhar”, lembra, aos 73 anos, na sua sala acanhada de um apartamento de habitação social, em Beja. Há, por isso, uma data que não lhe sai da cabeça: “O dia 30 de setembro de 1994 foi um dos dias mais infelizes da minha vida”. Depois da despedida oficial, em maio, dos serviços administrativos de Defesa da RFA, a atividade era dada por terminada com a entrega de todas as instalações e infraestruturas em setembro do mesmo ano, nesse tal dia aziago. “Fomos ao trabalho para nos despedirmos dos colegas e, nesse dia em que se fecharam as portas definitivamente, recebi pelo meu chefe a notícia de que me ia ser concedida uma condecoração das Forças Armadas alemãs, pelos bons serviços prestados à RFA”. Um reconhecimento de sabor agridoce que lhe haveria de ser entregue, poucos meses depois, pelo próprio embaixador alemão em Portugal, numa cerimónia na Pousada de São Francisco, em Beja. Na fotografia emoldurada, que guarda como uma relíquia, Raquel sorri, luminosa, não fazendo adivinhar os tempos seguintes. “Recebemos a nossa indemnização, as pessoas inscreveram-se no centro de emprego, e algumas arranjaram outros empregos, mas não muitas. Depois, o mais triste disto tudo é que, a partir desse momento, começaram a morrer pessoas – não aguentaram. Ficaram afetados, houve muitos problemas psicológicos que depois derivaram noutras complicações”. A tradutora, que foi surpreendida pelo desemprego aos 55 anos, adianta ainda que não havia qualquer compromisso de que estes trabalhadores pudessem integrar a Força Aérea Portuguesa: “Se houvesse lugar, sim senhor, se não houvesse, cada um amanhava-se como podia”. E, sublinha, “havia gente com 30, 40


anos, rapazes novos ainda. Foi um golpe muito profundo”. No seu caso, a lei permitia-lhe passar automaticamente a uma situação de reforma aos 60 anos, o que acabou por acontecer. Até lá, teve direito ao subsídio de desemprego, uma solução que só respondia a uma parte do problema, a financeira. Formada em germânicas e tendo frequentado um curso no Instituto Goethe, na Alemanha, ainda tentou dar aulas e explicações de alemão, mas não gostou da experiência. “O que eu gostava mesmo era de ser tradutora e intérprete, fazendo a ponte entre os alemães e a sociedade bejense”, realça, ainda que as funções lhe tivessem reservado momentos bem difíceis, de grande tensão, em que se viu também no papel de elemento apaziguador. Como aquela reunião, já na fase final da presença alemã em Beja, em que houve um enfrentamento entre os comandantes português e alemão. “Pelo acordo luso-alemão sobre a utilização da base, o tráfego aéreo era da responsabilidade da Força Aérea Alemã. Estava escrito preto no branco. E o comandante português de então lembrase um dia, sem avisar a parte alemã, de mandar os aviões portugueses para o ar. Ora os alemães, que eram responsáveis pelo controlo do tráfego aéreo, ficaram atónitos, e o comandante das Forças Armadas alemãs mandou os aviões portugueses aterrar e pediu para falar com o comandante português. Nem queira saber. A partir daí as relações foram-se deteriorando, até à rutura, o que, para nós, portugueses, foi muito dramático”. Grandes frequentadores de esplanadas e apreciadores de comida portuguesa Recuando aos

anos 80, chegamos ao período de ouro da era

alemã em Beja. “Houve uma presença mais intensa dos alemães aqui, quando chegaram as aeronaves Alpha-Jet. Nessa altura foram admitidos mais trabalhadores”, recorda Raquel Franco. A instalação da esquadra da Força Aérea Alemã, para cumprimento de missões de treino operacional, vinha na sequência do acordo luso-alemão sobre a utilização da base, assinado em agosto de 1979. E determinou “um desenvolvimento significativo da atividade aérea”, segundo o historial oficial da BA 11. É quando se torna mais visível e quotidiana a existência dos alemães na cidade. Tanto mais que, ao contrário de uma ideia mais ou menos feita que foi circulando, “não eram mundos separados”, defende a antiga funcionária, que se recorda de amizades luso-alemãs que perduraram muito para além das comissões de serviço, normalmente de quatro anos. “Quando eles vieram para cá, ainda o bairro não estava pronto, começaram por integrar-se através das pessoas que lhes alugavam as casas. E há casos de famílias que desenvolveram uma amizade e uma intimidade tal, ao ponto de se visitarem nas férias, aqui e lá”. Sendo numerosa e bem paga, a comunidade estrangeira foi acolhida de braços abertos pelo comércio local que, em alguns casos, se adaptou às exigências dos novos clientes de cabelo louro e olhos azuis. “Iam ao mercado municipal, faziam as suas compras com os seus cestinhos de verga – gostavam muito – e perguntavam às pessoas por que é que não tinham isto e aquilo, especialmente hortaliças, e depois começou a haver espargos, cogumelos, essas coisas que a gente

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ARQUIVO/FRIEDER BAUER

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“Iam ao mercado municipal [na foto], faziam as suas compras com os seus cestinhos de verga – gostavam muito – e perguntavam às pessoas por que é que não tinham isto e aquilo, especialmente hortaliças, e depois começou a haver espargos, cogumelos, essas coisas que a gente normalmente não gastava. O comércio adaptou-se”. normalmente não gastava. O comércio adaptou-se”. Grandes frequentadores de esplanadas, mesmo no inverno, gastavam também grandes somas em tecidos e adereços para as festividades carnavalescas, que duravam cinco dias como em Colónia. E ajudaram a “mudar mentalidades”, reforça Raquel Franco, lembrando que, por exemplo, foram as alemãs as primeiras mulheres a frequentar a piscina municipal de Beja

em biquíni. Além disso e, apesar de terem o seu bairro que lhes dava as condições a que estavam habituados no País de origem, não prescindiam das iguarias portuguesas que se confecionavam fora dele. “Eram grandes consumidores de comida portuguesa” e foi em Cuba, no restaurante Lucas, que escolheram ter uma “segunda casa”, para reuniões e festas. António Borges, o proprietário, que tem o espaço arrendado desde há três anos, recorda com saudade os tempos em que tinha a “casa sempre cheia, todos os dias”: “Aqui é que eles se entretinham, aqui é que vinham fazer os almoços e jantares. Deram nome à casa e a gente ganhava aqui uns tostões”. Por que razão “engraçaram” com o restaurante na vizinha Cuba António Borges não sabe mas do que não tem dúvidas é que “foi pena abalar tanta gente”. Sobretudo para a cidade de Beja, que tinha então “uma outra vida que não tem agora”. Ainda no tempo do marco, faziam prova de um forte poder de compra. Não olhavam a despesas: “O forte deles era o camarão grelhado, mas não como nós. Eles mandavam fazer aos quilos, aos dois e três quilos”. Com o tempo, a confiança estabeleceu-se e a amizade também. “Cheguei a ir de avião com eles, fazer jantares à Alemanha”, lembra. E, ainda hoje, as famílias alemãs que visitam o Algarve nas férias, não dispensam um dia para uma visita a Beja, para “recordar onde moravam”, e um pulinho a Cuba, para matar saudades da comida portuguesa. No Natal, que está aí a chegar, reacendem-se as amizades. Os postais de boas festas com remetente alemão são “aos montes”. “Foi pena terem abalado”, reitera António Borges que, aos 71 anos, tem na vinha a “entretenga” da reforma.

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O “DA” está no canal 475533 do


Rali Vila de Ourique realiza-se no domingo

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O Rali Vila de Ourique, prova pontuável para o Campeonato Regional de Rali do Sul (VSH) 2012, disputar-se no próximo domingo, às 10 horas, numa organização conjunta do Aero Clube de Beja, município de Ourique e Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting. O rali terá uma etapa única, num total de 92,1 quilómetros, com três provas especiais de classificação (45 quilómetros).

Desporto

Torneio de Natal em hóquei em patins A Associação de Patinagem do Alentejo organiza nos próximos dias 15 e 16, no Pavilhão Armindo Peneque, em Aljustrel, o Torneio Interassociação Natal 2012 na categoria de iniciados. A prova será disputada pelas seleções regionais de Lisboa, Setúbal, Alentejo e da vizinha Andaluzia.

Sucessor de Piçarra estreia-se em Vila Real de Santo António

Pratas no banco da Vidigueira 3.ª Divisão – Série F 9.ª jornada Vasco da Gama-Sesimbra..................................................2-2 Aljustrelense-Lusitano VRSA .......................................... 1-0 Esp. Lagos-Moura................................................................2-2 At. Reguengos-Castrense .................................................3-1 Juventude Évora-Monte Trigo ........................................ 0-0 U. Montemor-Lagoa .......................................................... 6-0 U. Montemor Moura Esp. Lagos At. Reguengos Juventude Évora Sesimbra Aljustrelense Vasco da Gama Castrense Monte Trigo Lusitano VRSA Lagoa

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Rei morto, rei posto! No futebol é assim … e o Vasco da Gama de Vidigueira desce para o Algarve com um novo treinador à frente do plantel. Texto Firmino Paixão

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osé Maria Pratas, 30 anos, técnico que orientava a equipa de juniores do Lusitano de Évora, é o sucessor de Fernando Piçarra à frente da equipa do Vasco da Gama de Vidigueira. Piçarra renunciou após o empate em casa com

o Sesimbra (2-2), na última jornada do Nacional da 3.ª Divisão. O jovem Pratas, que já tinha atuado como jogador da formação sul alentejana, teve uma semana para conhecer o plantel e o adversário de domingo pode proporcionar-lhe uma boa estreia. O resto da jornada, como já aqui avançamos, será marcada pelo derby de Moura, entre os locais e o Aljustrelense, e pela partida de Castro Verde entre o Castrense e o Esperança de Lagos. O União de Montemor lidera e recebe o Sesimbra.

VRSA-Vasco da Gama, Moura-Aljustrelense, Castrense-Esp. Lagos, Monte Trigo-At. Reguengos, Lagoa-Juventude Évora.

1.ª Divisão – AF Beja 9.ª jornada Praia Milfontes-Rosairense ...............................................5-1 Serpa-São Marcos .............................................................. 3-0 Aldenovense-Bairro da Conceição .................................4-1 Amarelejense-Guadiana ...................................................3-2 Desp. Beja-Cabeça Gorda ................................................ 2-0 Almodôvar-Piense ............................................................. 3-0 Odemirense-Sp. Cuba ........................................................2-1 J

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Próxima jornada (9/12/2012): Rosairense-Odemirense, São Marcos-Praia Milfontes, Bairro da Conceição-Serpa, Guadiana-Aldenovense, Cabeça Gorda-Amarelejense, Piense-Desp. Beja, Sp. Cuba-Almodôvar.

Fernando Gomes inaugura sede da AF Beja O presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes, presidirá à inauguração das novas instalações da Associação de Futebol de Beja (rua Eça de queirós, n.º6), que se realizará na próxima quarta-feira, dia 12, pelas 16 e 30 horas. O auditório da nova sede receberá o nome de João Covas Lima, em homenagem póstuma ao médico bejense que era dirigente honorário daquele organismo.

Meeting Jovem de Castro Verde A Pista Municipal de Atletismo de Castro Verde acolhe no próximo domingo, pelas 10 horas, o III Meeting Jovem para atletas, populares ou federados, nas categorias de benjamins, iniciados e juvenis. Em simultâneo disputa-se a 2.ª Taça de Benjamins da Associação de Atletismo de Beja, que apoia tecnicamente o evento.

Campeonato Distrital de Infantis (8.ª jornada): Série A – Vasco Gama-Alvito, 1-6; NS Beja-B.º Conceição, 2-1; Sporting Cuba-Desportivo Beja, 5-2; Despertar A-Ferreirense, 4-1. Folgou o Alvorada. Líder: Despertar A, 21 pontos. Próxima jornada (8/12): Alvito-NS Beja; B.º Conceição-Spor ting Cuba; Desportivo Beja-Despertar A. Ferreirense -Al vorada. Folga o Vasco da Gama.Série B – Amarelejense-Guadiana, 4-3; Operário-Despertar B, 0-10; Aldenovense-CB Beja, 15-1; Piense -Moura, 1-7. Folgou o Serpa. Líder: Amarelejense, 21 pontos. Próxima jornada (8/12): Guadiana -Ope rário; Despertar B-Aldenovense; CB Beja-Piense; Moura-Serpa. Folga o Amarelejense. Série C – Aljustrelense-Milfontes B, 0-7; Renascente -Cas trense B, 10-0; Milfontes A-Almodôvar, 1-22; Castrense A-Odemirense, 2-6. Folgou o Boavista. Líder: Odemirense, 21 pontos. Próxima jornada (8/12): Milfontes B-Renascente; Castrense B-Milfontes A; Almodôvar-Castrense A; Odemirense-Boavista. Folga o Aljustrelense.

Taça Armando Nascimento Juvenis (6.ª jornada): Moura-Despertar, 4-2; Serpa-Desportivo Beja, 1-2; Almodôvar-Aljustrelense, 5-0. Folgou o Castrense. Líder: Almodôvar, 9 pontos. Próxima jornada (9/12): Despertar-Aljustrelense; Desportivo Beja-Moura; Castrense-Almodôvar. Folga o Serpa.

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Campeonato Distrital de Benjamins (8ª. jornada): Série A – Ferreirense A-Figueirense, 13-0; Desportivo Beja-Sporting Cuba, 1-6; Alvito-Aljustrelense, 1-9; B.º Conceição-Despertar A, 0-15. Folgou o Vasco da Gama. Líder: Ferreirense, 20 pontos. Próxima jornada (8/12): Figueirense-Desportivo Beja;Sporting Cuba-Alvito; Aljustrelense-B.º Con ceição; Despertar A-Vasco Gama. Folga o Ferreirense. Série B – Despertar B-Moura, 1-3; Sobral da Adiça-Serpa, 0-19; CB Beja-Piense, 2-4; Santo Aleixo-NS Beja, 2-4. Folgou o Ferreirense B. Líder: N.Sportinguista Beja, 18 pontos. Próxima jornada (8/12): NS Beja-Despertar B; Moura-Sobral da Adiça; Serpa-CB Beja; FerreirenseB-Santo Aleixo Folga o Piense. Série C – Odemirense-Boavista, 200; Almodôvar-Milfontes B, 2-5; São Marcos-Rosairense, 12-2; Milfontes A-Castrense, 1-17; Ourique-Renascente, 6-0. Líder: Odemirense, 22 pontos. Próxima jornada (8/12): Renascente-Odemirense; Boavista-Almodôvar; Milfontes B-São Marcos; Rosairense-Milfontes A; Castrense-Ourique.

Campeonato Distrital de Iniciados (7.ª jornada): Vasco Gama-Serpa, 5-0; Ourique-Milfontes, 0-10; Amarelejense-Moura, 0-1; Bº Conceição-Guadiana, 0-2; Despertar-Sporting Cuba, 1-3. Folgaram o Odemirense e o Rio de Moinhos. Líder: Moura, 17 pontos. Próxima jornada (9/12): Milfontes-Vasco Gama; Moura-Ourique; Guadiana-Odemirense; Spor ting Cuba-Bº Conceição; Rio de Moinhos -Despertar.

Próxima jornada (9/12/2012): U. Montemor-Sesimbra, Lusitano

Almodôvar Serpa Praia Milfontes Odemirense Piense Aldenovense Rosairense Sp. Cuba Amarelejense Desp. Beja Bairro da Conceição São Marcos Guadiana Cabeça Gorda

Futebol juvenil

Almodôvar venceu Piense e segurou vantagem

Quarteto da frente joga fora de casa As quatro primeiras equipas da tabela classificativa vão jogar no próximo domingo fora de casa. Um quadro de deslocações de risco diversificado, mas que não põe em causa a liderança do Almodôvar. Texto e foto Firmino Paixão

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saída do líder para o recinto do Sporting de Cuba encerra algum risco, porque a equipa de Joaquim Rodeia ainda não perdeu esta temporada no Amado de Aguilar; ainda assim o diferencial de seis pontos não coloca em perigo imediato o lugar de topo dos almodovarenses. O Serpa, que é segundo na pauta dos pontos e espreita uma eventual escorregadela do conjunto de David Guerreiro, vem a Beja para defrontar o Bairro da Conceição, uma equipa aguerrida no seu relvado, onde, apenas, perdeu com o Almodôvar. Outro jogo empolgante será aquele que se realiza em São Marcos, entre os locais e o Milfontes, que já ali perderam esta época a eliminatória da taça. E que dizer da

visita do Odemirense ao Rosário? Jogo de tripla, talvez. Um pelado, uma equipa que se bate muito bem e um público aguerrido em torno do seu emblema acrescentam dificuldades aos odemirenses. Uma jornada mais tranquila tem o Piense, caído do 3.º para o 5.º posto, jogando em casa com o Desportivo de Beja, que dá sinais de querer subir na tabela. O Aldenovense jogará no terreno do Guadiana e não poderá deixar pontos em Mértola para não se atrasar. O lanterna vermelha joga em casa com o Amarelejense, seguramente uma partida interessante de seguir e com desfecho imprevisível. Perante este quadro, a jornada do fim de semana pode mexer com as equipas do miolo da tabela, nunca com o líder, porque a vantagem de seis pontos tem margem para mais algum tempo. No rescaldo da última ronda, sublinha-se a derrota pesada do Piense, em Almodôvar, e os triunfos gordos do Milfontes e do Aldenovense que, à sua conta, produziram um terço dos golos que a jornada rendeu.

Taça Distrito de Beja em Juniores (1.ª eliminatória): Sobral da Adiça-Desportivo de Beja, 1-2; Cabeça Gorda-Aldenovense, 3-2; Vasco Gama-Castrense, 2-1; Odemirense- Despertar, 1-2. Campeonato Distrital de Seniores Femininos (6.ª jornada): Serpa-CB Castro Verde, 0-2; Ourique-Ode mirense, 2-5; Vasco Gama-CB Almodôvar, 0-23. Folgou o Almansor. Líder: CB Castro Verde, 13 pontos. Próxima jornada (8/12): CB Castro Verde-Ourique; Odemirense-Vasco Gama; CB Almodôvar-Almansor. Campeonato Nacional de Iniciados (13.ª jornada): Desportivo Beja-Louletano, 0-1; Imortal-Despertar, 4-0. Líder: V.Setúbal, 33 pontos. 7.º Despertar, 13. 10.º Desportivo Beja, cinco. Próxima jornada (9/12): Lagos-Desportivo Beja; Despertar-Lusitano VRSA. Campeonato Nacional de Juvenis (13.ª jornada): Despertar-Imortal, 0-1; BM Almada-Odemirense, 5-0. Líder: V.Setúbal, 31 pontos. 9.º Despertar, oito. 10.º Odemirense, cinco. Próxima jor nada (9/12): Odemirense-Imortal; Estoril -Despertar. Campeonato Nacional de Juniores (12.ª jornada): Moura-Atlético, 0-3. Líder: Oeiras, 36 pontos. 10.º Moura, quatro pontos. Próxima jornada (8/12): Lusitano Évora-Moura.


Série A: Sobral da AdiçaSalvadense, 1-2; QuintosFicalho, 0-3; PedrógãoLuso Serpense, 0-1. Folgou o Brinches. Líder: Luso Serpense, 12 pontos. Próxima jornada (8/12): Brinches-Quintos; Luso Serpense-Sobral da Adiça; Ficalho-Pedrógão. Folga o Salvadense.

Série B: AC Cuba-Louredense, 0-3; Penedo Gordo-São Matias, 4-1; Faro AlentejoBeringelense, 0-3. Folgou o Neves. Líder: Loure dense, 12 pontos. Próxima jornada (8/12): Neves-Penedo Gordo; Beringelense-AC Cuba; São Matias-Faro Alentejo. Folga o Louredense.

Série C: Figueirense-Vale da Oca, 1-2; JungeirosMessejanense, 2- 0; Mombeja-Santa Vitória, 0-0. Folgou o Alvorada. Líder: Vale d’Oca, 15 pontos. Próxima jornada (1/12): AlvoradaJungeiros; Santa VitóriaFigueirense; MessejanenseMombeja. Folga o Vale d’Oca.

Série D: SanjoanenseAlcariense, 1-0; AlbernoenseFernandes, 0-1; TrindadeSete, 3-1. Líder: Trindade, 10 pontos. Próxima jornada (8/12): FernandesSanjoanense; AlcarienseTrindade; Sete-Albernoense.

Série E: Luzianes-Santa L u z i a, 5 -1; C o l e n s e Relíquias, 0-1; SoneguenseAmoreiras Gare, 2-4. Folgou o Cercalense. Líder: Luzianes, 12 pontos. Próxima jornada (9/12): Cercalense-Colense; Amoreiras Gare-Luzianes; Relíquias-Soneguense. Folga o Santa Luzia.

Série F: Campo RedondoMalavado, 0-3; CavaleiroBemposta, 0-2; MilfontesBoavista, 11-0. Folgou o Saboia. Líder: Saboia, 10 pontos. Próxima jornada (9/12): Saboia-Cavaleiro; Boavista-Campo Redondo; Bemposta-Milfontes. Folga o Malavado.

Série G: Pereirense-Almodovarense, 8-2; Santaclarense-Naveredondense, 5-2; Santa Clara-a- Nova-Ser rano, 1-1. Líder: Serrano, 10 pontos. Próxima jornada (9/12): Naveredondense-Pereirense; Almodovarense-Sta.Clara-a-Nova; Serrano-Santaclarense.

3.ª Divisão de Andebol A 10.ª jornada do Nacional da 3.ª Divisão em Seniores Masculinos disputa-se na tarde de amanhã com a Zona Azul a jogar no recinto dos Olhanenses e o Serpa no Pavilhão do Lacobrigense. Folga o Sines. Na jornada anterior o Serpa empatou na casa do Náutico (26/26), o Sines venceu em Lagos (21/39) e os bejenses folgaram.

Serpa projeta equipa coesa e estruturada com base na formação

“Os adeptos apoiam-nos bastante” Hugo Felício chegou há duas épocas ao Futebol Clube de Serpa, juntando-se ao presidente João Cofones para um meticuloso trabalho de reabilitação do futebol sénior do clube. Texto e foto Firmino Paixão

N

a época passada a equipa conquistou a Taça Distrito de Beja e foi finalista vencida da Supertaça. Este ano, consumido o primeiro terço do campeonato, está no segundo degrau da tabela classificativa. O objetivo visível é a conquista semanal dos três pontos, a par da formação de uma equipa que interiorize os valores de coesão e sustentabilidade que os responsáveis do clube preconizam e que Felício, 36 anos, aqui revela. O Serpa entrou muito bem neste campeonato…

Penso que a equipa será capaz de fazer um bom campeonato. Procurámos manter a maioria dos jogadores da época passada e tentámos ir buscar mais alguns atletas que se adaptassem ao modelo que nós pensamos para a equipa e para o clube. Tem corrido bem, acho, de facto, que entrámos muito bem na prova e a ideia que temos, ou aquilo que perseguimos no imediato, é fazermos um campeonato tranquilo O que significa o atual segundo lugar da equipa?

Significa, principalmente, que o Serpa tem uma equipa que tenta disputar todos os jogos com os olhos postos na vitória. As coisas têm corrido bem até agora, vamos pensando, apenas, jogo a jogo, e na próxima semana já temos mais uma partida muito complicada no terreno do Bairro da Conceição. Mas vamos tentar ganhar.

e lutarmos pelos pontos. No termo do campeonato, quando se fizerem as contas finais, veremos quem ficará em primeiro lugar, mas nós não temos essa obsessão. Vamos trabalhando bem durante a semana, dando o nosso melhor para chegarmos ao domingo e conseguirmos uma prestação digna que alegre os adeptos e nos satisfaça a nós próprios. O Felício vem trabalhando neste projeto há duas épocas, o trabalho está a revelar-se…

É uma realidade, e não podemos falar apenas da equipa, temos que alargar essa perspetiva ao próprio clube, que está a tentar ganhar nova dinâmica, a tentar criar alguma coesão e sustentabilidade. Essa é a mensagem que temos vindo a passar à equipa, tentando que os jogadores permaneçam de uma época para a outra, que já conheçam as ideias do treinador e que os reforços sejam também atletas que se enquadrem nessa filosofia, tentando dar continuidade a este projeto. O trabalho da formação sem sido bem rentabilizado?

Temos no plantel 17 jogadores de Serpa, depois tletas que eu conhecia e que temos mais seis atletas se adaptavam às nossas ideias. Os jogadores te grupo não terão, apenas, que entrarem neste e, mas terão, também, que que ter qualidade, acterísticas do trabalho que se adaptar às características te clube. pensámos para este Pelo que já viu deste ste campeonato, quem são os seus candidatos?

Quem ganha todos os jogos arrisca-se a ser campeão?

Os candidatos ao título são aquelas equipas que assumiram essa qualidade, por exemplo o Aldenovense e o Milfontes. Penso que são os es que fizeram passar essa únicos dois clubes m outras equipas que esideia. Mas existem tão muito fortes, o campeonato está o. O Almodôvar muito equilibrado. xcelente prova está a fazer uma excelente agem de e veja-se a vantagem seis pontos com que lidera, no entanto,, temos que contar com o Rosairense, com o Piense, o Odemirense, o próprio Serpa, são equipas muito equilibraão das e que darão inal. muita luta até ao final.

Nunca pensámos nisso, o nosso sentimento e o pensamento do nosso coletivo é fazermos o melhor todas as semanas, honrarmos a camisola

A cidade de Serpa, pa, pela tradição que tem e pela ela qualidade

O Serpa está entre os candidatos ao título?

O Serpa é candidato a vencer todos os jogos que disputa. Encaramos todos os jogos com a mesma postura, sempre com o objetivo de vencer, damos sempre o nosso melhor, temos uma equipa empenhada e ambiciosa e, até ao momento, essa estratégia tem sido bem-sucedida. Estamos em segundo lugar na classificação, é uma posição que honra este clube e esta cidade e, na próxima semana, vamos tentar ganhar mais três pontos para consolidar este lugar e se pudermos estar um pouco mais acima tanto melhor.

dos espaços que dispõe, merece estar noutro patamar…

Penso que sim, mas isso envolve muitas outras coisas. Como lhe disse não estamos obcecados com isso. Queremos criar uma equipa coesa que dignifique as cores do Serpa, que em cada jogo seja o orgulho dos seus adeptos e não estamos muito preocupados com subir ou deixar de divisão. Vamos procurando ganhar pontos e depois logo se vê. Os adeptos reveem-se nesse sentimento? Apoiam e acarinham a equipa?

Tendo um plantel com 17 jogadores da terra, obviamente que os adeptos, quando cá vêm ao domingo, vêm ver os miúdos que conhecem e se calhar até viram crescer. É diferente termos aqui uma equipa da casa do que termos uma maioria de fora, portanto os adeptos apoiam-nos bastante e têm sido por força desse apoio e desse carinho que temos conseguido chegar mais longe.

Hoje palpito eu...

19

Manuel Simão

Diário do Alentejo 7 dezembro 2012

Taça Fundação Inatel – 5.ª jornada

E

stamos hoje em presença de um caso muito singular de amor clubista. A primeira aventura futebolística de Manuel Costa Silvestre, antigo guarda-redes, foi com a camisola do clube de São Marcos da Ataboeira, numa equipa que atuava no Inatel. Manuel Silvestre é um nome que dirá pouco a muita gente, mas se falarmos de Manuel Simão, nome que o popularizou no futebol regional, todos reconhecerão o carismático técnico da equipa do concelho de Castro Verde. Há cerca de 20 anos que deixou de jogar e daí para cá encetou um caminho de absoluta dedicação ao clube, tornando-se no treinador do distrito de Beja que há mais tempo está no comando da mesma equipa. Sob a sua orientação o clube conquistou um título da 2.ª Divisão, foi finalista vencido de uma taça distrito e há cerca de 10 anos que se mantém no primeiro escalão. Manuel Simão, hoje com 57 anos, é também dirigente do Futebol Clube de São Marcos, emblema liderado por Manuel Batista, sendo notória a cumplicidade entre ambos na gestão de um plantel onde têm passado grandes nomes do futebol nacional, como, por exemplo, Jorge Cadete, Fernando Mendes e Pitico, retirados dos grandes palcos, mas disponíveis para jogar no pelado de São Marcos da Ataboeira sob a batuta do corajoso técnico que assina os prognósticos da próxima ronda da 1.ª Divisão Distrital de Beja.

(1) ROSAIRENSE/ODEMIRENSE Trata-se de um jogo de duas equipas muito boas, mas a jogar em casa a equipa do Rosário reúne o meu favoritismo. (1) SÃO MARCOS/MILFONTES Será mais uma partida muito complicada para nós, mas como jogamos em casa vamos dar tudo pela vitória, como aconteceu na eliminatória da taça. (2) BAIRRO DA CONCEIÇÃO/SERPA O Bairro da Conceição é uma equipa muito aguerrida quando joga no seu terreno, mas acho que o Serpa tem valor suficiente para ir ganhar a Beja. (2) GUADIANA/ALDENOVENSE O Guadiana vai receber uma dos grandes candidatos ao título, uma equipa que já nos defrontou e que julgo ser capaz de ganhar em Mértola. (1) CABEÇA GORDA/AMARELEJENSE O Cabeça Gorda tem valor suficiente para, beneficiando do facto de jogar no seu terreno, vencer a turma da Amareleja. (2) DESPORTIVO DE BEJA/PIENSE O meu favoritismo vai inteiramente para os visitantes porque sei que o Piense é uma das equipas mais fortes deste campeonato. (X) SPORTING DE CUBA/ALMODÔVAR O Almodôvar é o líder, mas não é fácil jogar no recinto de uma equipa tão aguerrida como o Sporting de Cuba. Vou pelo empate.


Diário do Alentejo 7 dezembro 2012

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Grande Prémio Santa Bárbara em Aljustrel

O 3.º Grande Prémio Santa Bárbara em Atletismo vai realizar-se amanhã, sábado, pelas 9 horas, na vila de Aljustrel. Trata-se de uma prova cujo percurso faz a ligação entre os bairros mineiros de Vale da Oca e São João do Deserto, dirigida a atletas de todos os escalões etários. A organização pertence à junta de freguesia local e ao Núcleo de Atletismo e Recreio de Messejana, em parceria com o município de Aljustrel e o apoio técnico da Associação de Atletismo de Beja.

Inatel José Saúde

Canoagem Os atletas Bruno Afonso (CN Mértola), Carlos Marques e Inês Esteves (ambos do CN Milfontes) estão no Centro de Alto Rendimento de Montemor-o-Velho a cumprir um estágio da equipa nacional de canoagem de sub/23, que se prolongará até próximo dia 15. Os objetivos da seleção serão o Mundial de Weeland (Canadá) e o Europeu em Poznan (Polónia).

Quim tem um trajeto de sucesso a treinar a formação do V. Setúbal

“Quem joga bem ganha mais vezes” Joaquim Manuel Aguiar Serafim, no meio desportivo conhecido por Quim, nasceu em Beja no dia 5 de abril de 1967. Iniciou a sua carreira de futebolista no Desportivo, de onde saiu na década de oitenta para o Vitória de Setúbal, então treinado pelo mítico Manuel de Oliveira. Texto e foto Firmino Paixão

J

ogou futebol até ao final da temporada 2000/2001, enveredando por uma carreira de técnico dos escalões de formação do clube sadino, só interrompida entre 2007 e 2009 para treinar o Odemirense. O treinador bejense, ponte entre o pai, Vladimiro (velha glória do Desportivo de Beja), e os filhos Ricardo Dâmaso (Alcochete) e Alexandre Serafim (júnior do Setúbal), aguarda por um projeto ambicioso que o emancipe como treinador do futebol sénior. “O futebol faz parte da minha vida desde os 12 anos”, refere Quim, assumindo: “Treinar é uma missão bastante bonita, muito abrangente, e quando é feita com paixão e baseada na experiência que adquirimos ao longo de muitos anos pode ser bastante frutuosa. E eu estou à espera de projetos onde possam transmitir estes princípios”. O que é feito do Quim?

Estou num período de pausa, não é voluntária, mas foi uma situação que aconteceu. Tenho 25 anos de Vitória de Setúbal, 22 deles consecutivos, estive dois anos em Odemira e nos últimos três andei dividido entre o treino dos juniores e dos seniores. Foi uma experiência muito boa, que coincidiu também com a entrada da direção de Fernando Oliveira. Conhecemo-nos há muitos anos, ele era o presidente no meu início como jogador em Setúbal.

Quim Antigo jogador do Vitória de Setúbal quer afirmar-se no futebol sénior

assegurando períodos de transição com os seniores. Nos juniores fizemos um trabalho que considero excelente, fomos à fase final do campeonato, onde o clube não estava há nove anos e colocámos três jogadores no plantel principal. Mas o clube também sente a crise, o orçamento foi reduzido, diminuíram os quadros e, como a minha ambição também passa por um projeto ambicioso ao nível de seniores, chegámos a um acordo para a minha saída. Mantém uma enorme cumplicidade com aquele clube?

Sem dúvida, tenho já mais anos de Setúbal do que de Beja, de onde sai com 18 anos. Até agora tenho vivido sempre em Setúbal e estado ligado ao Vitória, um clube centenário onde eu já vivi cerca de um quarto de século. É com bastante orgulho que o refiro, são factos que não se podem apagar, mas agora eu quero projetos mais ambiciosos. Às vezes temos que fazer uma pausa para relançarmos a nossa carreira e darmos asas à nossa ambição.

O último projeto que teve foi na formação do Setúbal?

E a sua formação como treinador?

No final da época passada terminei um trabalho de três anos com os sub/19 e, ao mesmo tempo,

Fiz a minha formação técnica e académica, estou preparado para todos os desafios. Sou finalista da licenciatura

em Motricidade Humana, e como técnico tenho o Uefa Pró, que é o nível máximo que em Portugal corresponde ao 4.º nível. Foi feito no ano passado, no Luso, com uma série de amigos e antigos colegas. Tem sido um percurso de contínua valorização que me faz sentir preparado para outros voos, daí o Vitória perceber a minha ambição. As portas estão abertas, mas eu tenho que seguir a minha vida. No Odemirense liderou um projeto que está a dar frutos…

O Odemirense fez uma boa aposta na formação, mercê das infraestruturas que o município disponibilizou para o concelho, e eu entrei nesse projeto com muito orgulho. Estive lá dois anos, porque, entretanto, surgiu um novo convite para regressar a Setúbal. O Odemirense não subiu porque tinha adversários muito fortes, o Castrense e o Moura, ambos promovidos, mas na terceira época o Piteira aproveitou muito bem os recursos que lá estavam e conseguiu a subida. Julgo que foi um período muito positivo e fico feliz por ter deixado lá a minha marca. Estaria disponível para voltar a treinar um clube da região?

Sem dúvida! É necessário

cortar um pouco a imagem de que o Quim é apenas um treinador dos escalões de formação. Não nego que foi onde ganhei grande tarimba, é ali que evoluímos e escolhemos o nosso caminho. Não descarto nenhuma possibilidade, estou preparado para trabalhar ao mais alto nível, mas sei que nem todos podem começar pelo topo, pelo que, se surgir um projeto interessante, principalmente ao nível dos seniores, não descartaria essa possibilidade, é apenas uma questão de as coisas surgirem. Como treinador privilegia a eficácia ou o espetáculo?

Pela minha vivência do passado, numa cidade muito exigente ao nível do futebol, aprendi a aliar as duas coisas. Os bons resultados são essenciais na vida dos clubes, mas o bom treinador nunca deve descurar o espetáculo, sobretudo para trazer mais gente ao futebol, mas com uma filosofia, e eu tive muitos treinadores (Malcom Allison marcou-me bastante) que me transmitiram isso – quem joga bem ganha mais vezes. E eu, não sendo lírico, sei que os resultados são essenciais, mas um treinador vive, também, da qualidade da impressão digital que deixa na equipa.

Esmiuçando a generalidade do contexto desportivo regional bejense detenho-me perante uma insofismável realidade que conduz o mais singular cidadão a observar prudentemente um facto inquestionável que resvala para a competitividade que o campeonato distrital de futebol do Inatel impõem na presente época – 2012/13. É certo que a interrupção observada na AF Beja com a suspensão da 2.ª divisão franqueou outras portas que pareciam trancadas a uma competição que semanalmente teima em levar ao mais recôndito lugarejo do distrito de Beja, e não só, as emoções do jogo da bola. Tanto mais que os custos constatados pelos emblemas são literalmente assimétricos entre as organizações citadas. Sabendo-se que o momento é de crise generalizada e que os clubes a ela não poderão, tão-pouco deverão, passar imunes, apresenta-se como lógico o elevado número de clubes que acorreram ao Inatel. Numa análise sintética à competição onde prolifera o chamado desporto puramente amador constatamos que a delegação de Beja do Inatel, esta temporada, conta com a participação de 47 equipas, divididas por sete séries, sendo que o rol dos filiados movimenta cerca de 1 200 atletas. A estes dados acresce duas equipas de Faro e uma de Setúbal. Esta real conceção contempla, também, uma prática salutar desportiva para gentes que, por exemplo, se viam arredados do jogo oficial e de uma semântica objetividade pela disputa dos almejados pontos. Para além dessa peleja no interior das quatro linhas, o público assume simultaneamente a sua condição de adepto e não renega a sua originalidade. Esta viagem pelo futebol do Inatel incute-me curiosidade e não desmente uma competição que outrora fez mexer cidades, vilas, aldeias e lugarejos do nosso Alentejo. Hoje, curvo-me ante um altar que voltou a reviver momentos de glória graças à disponibilidade do Inatel.


institucional diversos

21 Diário do Alentejo 7 dezembro 2012

Diário do Alentejo n.º 1598 de 07/12/2012 Única Publicação

CASA DO ALENTEJO

CONVOCATÓRIA ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA Conforme o disposto no artigo 19, nº 1, alínea b) dos Estatutos da Casa do Alentejo, convoco a Assembleia Geral Ordinária, para o dia 12 de Dezembro de 2012 pelas 18:30 horas com os seguintes pontos de ordem de trabalhos: 1. Aprovação do Plano de Actividades e Orçamento para o Ano de 2013 2. Informações Diversas Se nos termos do Art.º 19, nº 2 dos Estatutos não comparecer o número suficiente de Sócios, a Assembleia reunirá em segunda convocatória, com qualquer número de Sócios presentes, uma hora depois da designada pela primeira convocatória. Lisboa, 26 de Novembro de 2012 O Presidente da Mesa da Assembleia Geral Manuel Macaísta Malheiros Diário do Alentejo n.º 1598 de 07/12/2012 Única Publicação

COOPERATIVA AGRÍCOLA DE VIDIGUEIRA, CRL

CONVOCATÓRlA Nos termos do artigo 23.º parágrafo 2.º dos Estatutos, convoco a Assembleia Geral desta Cooperativa, para reunir em sessão ordinária, na sede desta Cooperativa, sita no Bairro Industrial, para o dia 27 de Dezembro de 2012, pelas 17.30 horas, com a seguinte ordem de trabalhos: 1. Apreciar, discutir e votar o Plano de Actividades e Orçamento para o exercício de 2013; 2. Eleições (Corpos Sociais para o triénio 2013/15); 3. Outros assuntos de interesse para a Cooperativa. Vidigueira, 03 de Dezembro de 2012.

Diário do Alentejo n.º 1598 de 07/12/2012 Única Publicação

ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE SERPA

AVISO Revisão do Plano Geral de Urbanização de Serpa SARA DE GUADALUPE ABRAÇOS ROMÃO, Presidente da Assembleia Municipal de Serpa. Em cumprimento do n.º 2 do artigo 149.º do DecretoLei n.º 380/99, de 22 de Setembro, na sua atual redação, torna público que, sob proposta da Câmara Municipal, a Assembleia Municipal de Serpa, em Sessão de 12 de Outubro de 2012 deliberou, nos termos do n.º 1 do artigo 79.º do mesmo Decreto-Lei, aprovar por unanimidade, a Revisão do Plano Geral de Urbanização de Serpa. A Revisão do Plano Geral de Urbanização de Serpa produz efeitos no dia imediatamente a seguir à sua Publicação no Diário da República, onde constará o Regulamento, Carta de Zonamento e Carta de Condicionantes Paços do Município de Serpa, aos quinze dias do mês de Outubro do ano de dois mil e doze. A Presidente da Assembleia Municipal de Serpa, Sara de Guadalupe Abraços Romão

O Presidente da Mesa da Assembleia-Geral José António Batuca Pereira NOTA: Art.° 26.°, n.° 2 - Se à hora marcada para a reunião, não estiverem presentes a maioria dos cooperadores, a assembleia reunirá, com qualquer número, uma hora depois da indicada.

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22 Diário do Alentejo 7 dezembro 2012

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23 Diário do Alentejo 7 dezembro 2012


institucional diversos necrologia

24 Diário do Alentejo 7 dezembro 2012

Diário do Alentejo n.º 1598 de 07/12/2012 Única Publicação

Diário do Alentejo n.º 1598 de 07/12/2012 Única Publicação

COOPERATIVA AGRICOLA DE BERINGEL, C.R.L.

COOPERATIVA AGRICOLA DE BERINGEL, C.R.L.

ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA

ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA

CONVOCATÓRIA

CONVOCATÓRIA

Nos termos do Artº 40, nº 2 dos nossos Estatutos, tenho a honra de convocar V. Exa. para a reunião da Assembleia Geral Ordinária que se realizará no Edifício da Casa do Povo de Beringel, pelas 10.30 horas do dia 28 de Dezembro de 2012. Não se verificando a maioria de presenças exigidas pelos Estatutos, funcionará a Assembleia uma hora mais tarde, no mesmo local com qualquer número de Associados presentes e com a seguinte ORDEM DE TRABALHOS 1) – Apreciação e votação do Orçamento e do Plano de Actividades para o Exercício de 2013. 2) – Outros assuntos do interesse da Cooperativa. Cooperativa Agrícola de Beringel, aos 30 de Novembro de 2012 O Presidente da Assembleia Geral José Eduardo Mira Cruz

Nos termos do Artº 40, nº 2 dos nossos Estatutos, tenho a honra de convocar V. Exa. para a reunião da Assembleia Geral Ordinária que se realizará no Edifício da Casa do Povo de Beringel, pelas 9 horas do dia 28 de Dezembro de 2012. Não se verificando a maioria de presenças exigidas pelos Estatutos, funcionará a Assembleia uma hora mais tarde, no mesmo local com qualquer número de Associados presentes e com a seguinte ORDEM DE TRABALHOS 1) – Apresentação, discussão e votação do Relatório, Balanço e Contas do Exercício de 2011 e o Parecer do Concelho Fiscal. 2) – Outros assuntos do interesse da Cooperativa. Cooperativa Agrícola de Beringel, aos 30 de Novembro de 2012 O Presidente da Assembleia Geral José Eduardo Mira Cruz

Diário do Alentejo n.º 1598 de 07/12/2012 Única Publicação

Diário do Alentejo n.º 1598 de 07/12/2012 Única Publicação

ASSOCIAÇÃO HUMANITÁRIA DOS BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DE OURIQUE

CONVOCATÓRIA Nos termos do Cap. III, Ad° 40, n° 2 alínea b) dos Estatutos desta Associação, convoco todos os sócios em pleno gozo dos seus direitos, para uma Assembleia Geral ordinária, a realizar no Centro de convívio da Câmara Municipal de Ourique, no dia 18 de Dezembro de 2012 (terça-feira), pelas 20 horas, com a seguinte ordem de trabalhos: 1. Leitura, apreciação e aprovação da ata da Assembleia-geral de 29 de Março de 2012; 2. Apresentação, analise e apreciação do Plano de Actividades e Orçamento para o ano de 2013; 3. Outros Assuntos do interesse da Associação De harmonia com o estipulado no art. 42 n° 1 dos estatutos, se à hora marcada a Assembleia Geral não estiver composta pela maioria dos sócios, a mesma funcionará trinta minutos depois com qualquer número, desde que não inferior a três associados efectivos, no mesmo local, e com a mesma ordem de trabalhos. Ourique, 03 de Dezembro de 2012.

Alexandre António Cantigas Rosa, Presidente da Mesa da Assembleia Intermunicipal da CIMAL – Comunidade lntermunicipal do Alentejo Litoral, faz saber, nos termos do art.° 4 do Dec. Lei 54-A/99, de 22 de Fevereiro, que em reunião de 29 de Novembro do ano de 2012, foram aprovados os seguintes documentos: Grandes Opções do Plano 2013 Orçamento 2013 Para constar, se publica o presente que vai ser afixado nos lugares públicos do costume. Grândola, 29 de Novembro de 2012.

O Presidente da Assembleia-geral José Manuel Ramos Mestre

O Presidente da Mesa da Assembleia IntermunicipaI, Alexandre Rosa

COMUNIDADE INTERMUNICIPAL

MISSA

Maria Teresa Mestre do Nascimento Guerreiro 2.º Ano de Eterna Saudade Marido, filho e restante família vêm por este meio comunicar que será celebrada missa pelo eterno descanso da sua ente querida no dia 08/12/2012, sábado, às 18 e 30 horas, na Igreja do Carmo, em Beja, e agradecem antecipadamente a todas as pessoas que comparecerem a este ato religioso.

Diário do Alentejo n.º 1598 de 07/12/2012 Única Publicação

ORGANIZAÇÃO DE PRODUTORES PECUÁRIOS PARA A DEFESA SANITÁRIA DOS RUMINANTES DE SERPA

CONVOCATÓRIA Convoco a Assembleia Geral Ordinária ao abrigo do n.°2 do artigo 9 dos Estatutos da OPP, na Rua da Cadeia Velha n.° 15, às 16:30 horas do dia 20 de Dezembro de 2012, com a seguinte ordem de trabalhos: 1. Aprovação do Plano de Actividades e Orçamento para o ano de 2013. 2. Outros assuntos de interesse, Se à hora marcada para a reunião não estiver presente mais de metade dos associados, esta realizar-se-á uma hora depois com qualquer número de associados. Serpa, 2012-11-26.

ALENTEJO LITORAL

O Presidente da Assembleia Geral Jaime Pascoal Braga

EDITAL

Diário do Alentejo n.º 1598 de 07/12/2012 Única Publicação

ASSINATURA

ARRENDA-SE Espaço com 400 m2 para

Praceta Rainha D. Leonor, Nº 1 – Apartado 70 - 7801-953 BEJA • Tel 284 310 164 • E-mail publicidade@diariodoalentejo.pt Redacção: Tel 284 310 165 • E-mail jornal@diariodoalentejo.pt Desejo assinar o Diário do Alentejo, com início em _______________, na modalidade que abaixo assinalo: Assinatura Anual (52 edições):

País: 28,62 €

Estrangeiro: 30,32 €

Assinatura Semestral (26 edições):

País: 19,08 €

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Envio Cheque/Vale Nº___________________ do Banco _____________________________________

restaurante, ginásio, escola, etc.. (ex-restaurante Marisbeja).

EDITAL O Instituto de Conservação da Natureza e Florestas faz público que nos termos do artº 6.º do regulamento da lei n.º 2097, de 6 de Junho de 1959, aprovado pelo Decreto n.º 44623, de 10 de Outubro de 1962, a KALASTUS – ASSOCIAÇÃO DE PESCADORES, requereu pelo prazo de 10 anos, a concessão de pesca na Albufeira de Terrins, sita na Herdade de Terrins, freguesia de Silveiras, concelho de Montemor-o-Novo. Todas as pessoas singulares ou colectivas que se julguem prejudicadas nos seus direitos devem apresentar a sua reclamação por escrito e devidamente justificada, na Unidade de Gestão Florestal do Alto Alentejo e Alentejo Central – Rua Tenente Raul de Andrade, n.º 1 e 3, 7000-613 Évora, no prazo de 30 dias a contar da data de divulgação deste Edital. Para consulta dos interessados encontra-se no referido serviço o projecto de regulamento, proposto pela entidade requerente para vigorar na área a concessionar.

Contactar pelo tm. 919906397

Efectuei Transferência Bancária para o NIB 0010 00001832 8230002 78 no dia ___________________ Nome _______________________________________________________________________________ Morada ______________________________________________________________________________ Localidade ___________________________________________________________________________

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*A assinatura será renovada automaticamente, salvo vontade expressa em contrário* Cheques ou Vales Postais deverão ser emitidos a:

AMBAAL – Associação de Municípios do Baixo Alentejo e Alentejo Litoral

Contactar pelo tm. 967158787

Évora, 9 de Outubro de 2012. O Director Regional de Florestas do Alentejo Assinatura ilegível


necrologia

25 Diário do Alentejo 7 dezembro 2012

Rua da Cadeia Velha, 16-22 - 7800-143 BEJA Telefone: 284311300 * Telefax: 284311309

www.funerariapaxjulia.pt E-mail: geral@funerariapaxjulia.pt Funerais – Cremações – Trasladações - Exumações – Artigos Religiosos

AGRADECIMENTO E MISSA DO 30.º DIA

Cassilda Martins Marques Parente

ODIVELAS / BERINGEL

CABEÇA GORDA

SUIÇA / BRINCHES

BEJA

SALVADA

†. Faleceu o Exmo. Senhor

†. Faleceu o Exmo. Senhor

†. Faleceu a Exma. Senhora

†. Faleceu o Exmo. Senhor

†. Faleceu o Exmo. Senhor

FERNANDO MODESTO VIEIRA, de 87 anos, natural de Salvador - Beja, Casado com a Exma. Sra. D. Ermelinda dos Santos Crujo Vieira. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 29 de Novembro, da Casa Mortuária de Beringel, para o cemitério local.

FRANCISCO CALVÁRIO, de 77 anos, natural de Cabeça Gorda - Beja, solteiro. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 01, da Casa Mortuária da Cabeça Gorda, para o cemitério local.

D. MARIA ANTÓNIA PASSINHAS SILVA REFACHINHO, de 38 anos, natural de Brinches - Serpa, casada com o Exmo. Sr. Luís Lopes Fialho Refachinho. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 01, da Casa Mortuária de Brinches, para o cemitério local.

JOÃO AUGUSTO LEITÃO DAS DORES, de 77 anos, natural de Salvador - Beja, casado com a Exma. Sra. D. Mariana Rosa Caetano Leitão. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 02, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

JOÃO FRANCISCO GATO, de 78 anos, natural de Salvada - Beja, casado com a Exma. Sra. D. Preciosa Guerreiro Seita. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 03, da Casa Mortuária da Salvada, para o cemitério local.

BEJA

BEJA / PALMELA

BEJA

BEJA

BEJA

†. Faleceu o Exmo. Senhor

†. Faleceu o Exmo. Senhor

†. Faleceu a Exma. Senhora

†. Faleceu o Exmo. Senhor

†. Faleceu o Exmo. Senhor

ANTÓNIO JOSÉ ROUSSEAU, de 80 anos, natural de São João Baptista Beja, casado com a Exma. Sra. D. Maria dos Anjos Marciano Correia Rousseau. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 03, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

ALBERTO DE ALMEIDA CALHEIROS, de 92 anos, natural de São José - Viseu, viúvo. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 04, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério de Palmela.

D. ANA RAMOS MACHADO QUARESMA, de 89 anos, natural de Vale de Vargo Serpa, viúva. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 04, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

ANTÓNIO REBOLO BENTO, de 71 anos, natural de São João Baptista - Beja, solteiro. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 04, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

FRANCISCO GOMES, de 92 anos, natural de Salvada Beja, casado com a Exma. Sra. D. Mariana D'Assunção Coelho. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 05, da Casa Mortuária do Centro Social do Salvador, para o cemitério de Ferreira do Alentejo, onde foi cremado.

BEJA

QUINTOS

ALGODÔR / ALCARIA RUIVA

CABEÇA GORDA

AGRADECIMENTO E MISSA DO 7.º DIA

João Augusto Leitão das Dores

Seu filho vem por este meio agradecer a todas as pessoas que acompanharam a sua ente querida à sua última morada ou que de outro modo manifestaram o seu pesar. Mais participa que será celebrada missa pelo seu eterno descanso no dia 09/12/2012, domingo, pelas 12 horas, na Igreja do Carmo, em Beja, agradecendo desde já a todos os presentes no piedoso ato.

Esposa, filhos, nora, genro e netas agradecem reconhecidamente a todas as pessoas que se dignaram acompanhar o funeral do seu ente querido ou que de outra forma lhes testemunharam o seu pesar. Mais agradecem a todo o pessoal do Lar Nobre Freire, em Beja, e também a todo o pessoal do 4.º piso do Hospital de Beja pela forma humana como trataram o seu ente querido. Participam ainda que será celebrada missa no dia 7/12/2012, sexta-feira, pelas 18 e 30 horas, na Igreja da Sé, em Beja, agradecendo antecipadamente a todos os que se dignarem participar.

Vidigueira AGRADECIMENTO

Serpa PARTICIPAÇÃO

Serpa PARTICIPAÇÃO

Serpa PARTICIPAÇÃO

Serpa PARTICIPAÇÃO

Serpa PARTICIPAÇÃO

Francisca Perpétua Bordalo Janeiro

Maria Joana Sota Piçarra

Luís Francisco Gatinho

José da Rosa Canhita

Margarida Rita Pelado

Maria Graça Abraços Bentes

É com pesar que participamos o falecimento da Sra. D. Maria Joana Sota Piçarra ocorrido no dia 02/12/2012, de 81 anos, viúva, natural da freguesia do Salvador - Serpa. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no dia 04/12/2012 pelas 11.00 horas, da Casa Mortuária de Serpa para o cemitério local. Apresentamos à família as cordiais condolências.

É com pesar que participamos o falecimento do Sr. Luís Francisco Gatinho ocorrido no dia 01/12/2012, de 86 anos, viúvo, natural da freguesia de Vila Verde de Ficalho. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no dia 03/12/2012 pelas 11.30 horas, da Casa Mortuária de Serpa para o cemitério local. Apresentamos à família as cordiais condolências.

É com pesar que participamos o falecimento da sra. D. Margarida Rita Pelado, ocorrido no dia 30/11/2012, de 94 anos, viúva, natural da freguesia de Santa Maria , Serpa. O funeral a cargo desta agência realizou-se no dia 01/12/2012, pelas 15 horas, da Casa Mortuária de Serpa para o cemitério local. Apresentamos à família as cordiais condolências.

É com pesar que participamos o falecimento da sra. D. Maria Graça Abraços Bentes, ocorrido no dia 28/11/2012, de 90 anos, viúva, natural da freguesia de Santa Maria , Serpa. O funeral a cargo desta agência realizou-se no dia 29/11/2012, pelas 10 horas, da Casa Mortuária de Serpa para o cemitério local. Apresentamos à família as cordiais condolências.

Nasceu 22.08.1926 Faleceu 28.11.2012 Sua família, na impossibilidade de o fazer pessoalmente, agradece por este meio a todas as pessoas que a acompanharam à sua última morada ou que de outro modo manifestaram o seu pesar.

AGÊNCIA FUNERÁRIA ESPÍRITO SANTO, LDA. Tm.963044570 – Tel. 284441108 Rua Das Graciosas, 7 7960-444 Vila de Frades/Vidigueira

†. Faleceu a Exma. Senhora

†. Faleceu o Exmo. Senhor

†. Faleceu a Exma. Senhora

†. Faleceu a Exma. Senhora

D. TOMAZINA DA GUADALUPE REBOCHO CHARUTO, de 86 anos, natural de Santa Maria Serpa, casada com o Exmo. Sr. António Jerónimo Charuto. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 05, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

ANTÓNIO DA LANÇA, de 84 anos, natural de Quintos Beja, viúvo. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 05, da Casa Mortuária de Quintos, para o cemitério local.

D. MARIA HERMÍNIA ALEXANDRE, de 61 anos, natural de Alcaria Ruiva Mértola, solteira. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 05, da Capela de Algôdor, para o cemitério de Alcaria Ruiva.

D. LAURETA DE LURDES PEREIRA BENTO, de 69 anos, natural de Alcaria Ruiva - Mértola, viúva. O funeral a cargo desta Agência realizouse no passado dia 06, da Casa Mortuária de Cabeça Gorda, para o cemitério local.

Às famílias enlutadas apresentamos as nossas mais sinceras condolências.

Consulte esta secção em www.funerariapax-julia.pt

É com pesar que participamos o falecimento do sr. José da Rosa Canhita, ocorrido no dia 30/11/2012, de 93 anos, solteiro, natural da freguesia de Salvador, Serpa. O funeral a cargo desta agência realizouse no dia 01/12/2012, pelas 11 horas, da Casa Mortuária de Serpa para o cemitério local. Apresentamos à família as cordiais condolências.

AGÊNCIA FUNERÁRIA SERPENSE, LDA Gerência: António Coelho | Tm. 963 085 442 – Tel. 284 549 315 | Rua das Cruzes, 14-A – 7830-344 SERPA


26 Diário do Alentejo 7 dezembro 2012 PUB

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Desde meados do mês passado que a cidade de Beja conta com um novo espaço comercial: o Pontodoce – Cake Design, uma loja de artigos direcionada para o cake design, onde é possível encontrar todo o tipo de artigos para a confeção e decoração de bolos. A paixão pelo cake design fez com que Maria José Roque, proprietária do espaço, desenvolvesse este projeto totalmente dedicado aos clientes. “Depois de algum tempo

dedicado à área do cake design, o bichinho já era enorme e difícil de controlar”, afirma. A empresária adianta que não comercializa bolos já decorados, nem qualquer outro produto acabado, pois não faz qualquer sentido fazer concorrência aos seus principais clientes. O Pontodoce oferece ainda aos seus clientes formação contínua, particular ou coletiva, e workshops mediante inscrição, com novidades para todo o ano.

27 Diário do Alentejo 7 dezembro 2012

Pontodoce abriu em Beja

Empresas Continente de Beja recebe Tour Popota Natal 2012

EEm m 200 0 5 ho ou uvve a ou usaadi da de ju de un nta tar o Aleen nte tejo tejo jo e o cch hoc ocol olat a e. e Com mo meelh lho orr ccho hocola ho cola co late te bellga ga e co com oss pro odu duto tos os m maaiiss eem mbl blem leem máátttic iicccos oss do A o Allen ente tejo ejo jo a Mestre t Cacau une o meelh hor o do oss doi o s mund mu dos e surpreende os clientes com novos sabores e novas sensações.

Hoje, sexta-feira, o Continente de Beja recebe a visita da Popota, inserida no Tour Popota Natal 2012. A Popota convida todos os seus fãs, miúdos e graúdos, a marcarem presença na loja, onde estão garantidos muitos momentos de diversão e alegria na companhia da mais mediática mascote nacional.

Monte Pardieiro aposta nas ervas aromáticas e medicinais

Chocolate no Alentejo para todos os gostos

Mestre Cacau continua a diversificar oferta De portas abertas desde 2005, e prestes a comemorar dois anos de existência no novo espaço de venda situado no coração da cidade, a Mestre Cacau continua a inovar, apresentando bombons para todos os gostos, com novos sabores e novas sensações, que vão dos mais vulgares aos bombons de aguardente de medronho, mel caramelizado, azeite virgem, manteiga de ovelha, trufa de alecrim ou trufa de aguardente. Publireportagem Sandra Sanches

L

ocalizada no coração da cidade de Beja, numa zona pedonal com a tranquilidade necessária para se estar com amigos e família, a Mestre Cacau, empresa de Célia e João Dias com fábrica instalada em Nossa Senhora das Neves, oferece os mais variados sabores. Com pontos de revenda em vários locais do País, incluindo ilhas e estrangeiro, a Mestre Cacau integra cinco trabalhadores, dois na loja e três na fábrica. Numa ocasião em que se assumiam dois jovens em início de vida, formados mas sem grandes perspetivas de implementarem um negócio nas suas áreas (serviço social e área alimentar) decidiram abrir a Mestre Cacau. Foi numa passagem pela Bélgica que Célia Dias pensou em implementar algo diferente no Alentejo, inexistente até então, tendo encontrado em Bruges várias lojas que se assemelhavam

àquilo que idealizava. Considerando que em Portugal a cultura do chocolate não estava devidamente explorada, decidiu avançar com algo artesanal, criando um espaço onde as pessoas pudessem visualizar o produto a ser confecionado. O facto de João Dias já conhecer alguns produtores de chocolate foi a alavanca para o começo do negócio. O casal passou por Itália, onde comprou os primeiros utensílios, e durante dois anos foi trabalhando em casa, desenvolvendo todo o processo, da confeção ao embalamento. Em 2005 avançaram para o projeto Mestre Cacau, que teve grande aceitação por parte da população. Atualmente trabalham com chocolate belga, que chega em forma de pepita, transformam-no e derretem-no em forma de tablete, ao contrário do que se pensa, pois a matéria-prima do Mestre Cacau não é o cacau, mas sim o chocolate já transformado que depois de derretido e passado por um processo de temperagem permite a moldagem do mesmo. Trabalham o chocolate de leite, preto e branco e, segundo Célia Dias, é dentro do chocolate preto que existem várias origens: de São Tomé à Tanzânia, entre outros contendo várias percentagens de cacau. Sendo o bombom um produto mais moroso a confecionar, requintado, o seu custo é mais elevado. A tablete, mais vulgar, é mais acessível. No entanto, aquando da sua confeção também se recorre a todas as combinações possíveis.

E porque os espanhóis são grandes apreciadores de chocolate, Célia Dias diz que o principal mercado de exportação da Mestre Cacau é o país vizinho, seguindo-se a Roménia e a Polónia. Futuramente os empresários esperam entrar com grande afirmação na Alemanha, existindo já contactos estabelecidos nesse sentido. Questionada sobre o facto de o chocolate alemão ser uma referência segundo os entendidos, Célia Dias salvaguarda-se com as combinações que a Mestre Cacau faz nos seus chocolates: “A tendência deste chocolate é a imagem de marca com a ligação que conseguimos fazer com a região, deixando os sabores vulgares para novas tendências”. Recentemente envolvidos num projeto com a Escola Superior Agrária de Beja, medronho envolvido em chocolate não faltará. Fruto do atual contexto económico, a empresa também sente uma quebra de vendas a nível local. Em relação às exportações, o volume de encomendas é maior, mas com um nível de valores mais baixo. Célia Dias diz que “as encomendas estão mais comedidas”, que sente “uma quebra nas mesmas”, mas que “resta a esperança”. Nada se faz sem o apoio da população e a Mestre Cacau está ciente disso. E aqui fica a desmistificação de um mito: também os clientes opinam relativamente ao chocolate. Célia Dias ouve as sugestões e vai testando o produto. O cliente elogia, valoriza ou não, e fá-los evoluir nesse sentido.

Hortelã, estragão francês, tomilho, segurelha e manjerona são as plantas aromáticas que saem todos os dias do Monte do Pardieiro, na localidade de Messejana (Aljustrel), sobretudo para o mercado internacional. A aventura de António Calapez na área agrícola começou em março último como resultado de um desejo forte por uma atividade que permitisse uma vida simples e partilhada por todos os elementos da família. A escolha pela produção de plantas aromáticas e medicinais deveu-se ao facto de ser uma cultura ainda pouco desenvolvida no País e com grande potencial. Com uma área de cultivo de dois hectares, a produção é totalmente biológica, porque a família Calapez acredita que a longo prazo é a única forma de garantir uma exploração sustentável dos recursos e uma maior qualidade de produtos. E os bons resultados estão à vista, o negócio cresce todos os dias e em breve o cultivo será ampliado para mais do dobro.

Prémio Mourense do Ano 2012 A freguesia de Santo Agostinho, em Moura, tem vindo desde 2004, através do Prémio Mourense do Ano, a distinguir o mérito e o contributo de pessoas e instituições em prol da cidade. Ao longo destes anos têm sido homenageadas pessoas que inspiram pela sua dedicação a uma causa de maior nobreza – Moura e as suas gentes. Este ano o júri entregou o galardão a uma “casa” que é “a menina dos olhos dos mourenses”, a Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos.

Repsol Polímeros apoia entidades de Sines A Repsol Polímeros, S.A. assinou um protocolo de colaboração com a Câmara Municipal de Sines que tem como objetivo apoiar 13 entidades do concelho para o desenvolvimento da sua atividade ao longo de 2013. O valor total do protocolo é de 40 mil euros e insere-se na política de responsabilidade social da Repsol que tem como compromisso apoiar e criar uma relação de benefício mútuo com as comunidades locais, pretendendo desta forma contribuir para o bem-estar destas populações e assumindo assim um compromisso social com aspirações de progresso da sociedade onde se insere.


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Finalistas de Turismo da D.Manuel I promovem festa de Natal

Os finalistas da turma de Turismo da Escola D.Manuel I, em Beja, em conjunto com a comissão de finalistas, promovem no próximo dia 14 uma festa de Natal. O evento, que terá lugar no último dia de aulas do primeiro período letivo, tem como objetivo “ajudar não só os finalistas mas também o Centro de Acolhimento A Buganvília (instituição para crianças dos zero aos 12 anos)”. A festa contará com as participações do Clube de Música Esdmi, grupos de dança do Ginásio KC, Amantes do Cante, Bubedanas, Mafalda Vasques (fado), Rapazes da Música (música anos 80), Duo Sensações e DJ Holl’y.

A páginas tantas...

Pais Queijo, fiambre, mistas, não importa, serão boas de certeza e decoradas assim vão saber ainda melhor.

Pela tua mão Na semana passada lançámos-te o desafio para criares um pai Natal em lego. E já temos um para te mostrar enviado pelo Miguel, de oito anos, que até adicionou neve à imagem. Muitos parabéns. Envia-nos também o teu.

A Kalandraka, dentro da chancela “Livros para sonhar” traz-nos um novo título, A Galinha Ruiva, de Pilar Martínez e Marco Somà. A Galinha Ruiva baseia-se num conto tradicional inglês e aborda uma temática que nunca deixa de estar presente no nosso dia a dia, o esforço e perseverança dão sempre bons frutos, face à preguiça neste caso de um gato e também de um pato. Provavelmente já conheces outros livros deste ilustrador italiano, como o Coelhinho Branco, mas aconselhamos-te a ver o blogue e a deliciares-te com as ilustrações http://marcosoma.blogspot.com.es. Neste livro Marco Somà transporta para os seus animais um ar humanizado, não deixando de mostrar a vida tradicional do campo.

Dica da semana

À solta Temos visto muitas soluções para o aproveitamento das caixas dos ovos, mas esta talvez seja a que mais nos encantou. Aproveita a ideia e põe em prática.

O trabalho que hoje trazemos para a página do Vitória, Vitória é da ceramista Jane Muir. Um cem número de personagens, sem que sejam a personificação de alguém em particular, tornam-se parte integrante de uma paisagem rural ou urbana. Esculturas que por si só criam uma paisagem arquitetural. Podes conhecer mais sobre esta artista na sua página oficial http://janemuir.co.uk/# ou se quiseres ver só imagens de muitos dos seus trabalhos digita Jane Muir ceramics no Google imagens.


Boa vida Perna de borrego assada no tacho

Confeção: Depois de limpa a perna e lavada, coloque num alguidar com todos os temperos acima mencionados (exceto o toucinho). Deixe repousar de um dia para o outro no frigorífico. No dia seguinte coloque a perna de borrego num tacho com tampa que possa ir ao forno, com as tiras de toucinho por cima. Leve a assar em forno médio. A meio da cozedura da perna junte as batatas cortadas aos quartos, envolvendo-as no molho e, se necessário, adicione água. No final borrife com um pouco de vinagre. Acompanhe com uma salada e bom apetite… Nota: Se não tiver um tacho que possa ir ao forno pode fazer num pirex ou num recipiente de barro.

Filatelia Grande Prémio da Lubrapex para Portugal

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Grande Prémio da XXI Exposição Filatélica Luso-Brasileira – 2012, que se realizou no mês passado em São Paulo, foi atribuído à coleção temática portuguesa “Essa Gesta Gloriosa”, de Júlio Pedroso Maia. Esta coleção obteve a classificação de 97 pontos a que corresponde medalha de ouro, módulo grande. À coleção “D. Luís I – Selos Estampados – Emissões de 1880 a 1893 – Provas e Ensaios”, de Claudino Pereira, foi atribuído o Prémio Brasil, com 90 pontos, a que também corresponde medalha de ouro grande. Esta coleção conquistou ainda o prémio da sua classe, Filatelia Tradicional. A nossa participação conquistou vários prémios de classe, nomeadamente os de Filatelia Tradicional, Aerofilatelia, Inteiros Postais, Filatelia Temática, Maximafilia e Juventude. Nesta última classe, os jovens portugueses obtiveram ainda os prémios dos grupos I e II, respeitantes aos grupos etários até 13 anos e dos 13 aos 15 anos. Os prémios de classe atrás referidos distinguiram “LZ 127 Graf Zepelin Grande Paquete Voador 1928-1937” (aerofilatelia), de José Oliveira da Costa; “King Manuel II – Postal stationery specialized collection” (inteiros postais), de José Santos Pereira; “O Mundo de Baco” (filatelia temática), de Maria Liseta Barros; “As Forças Armadas no contexto da Guerra e da Paz” (maximafilia), de José Ribeiro Marques; e “A Pomba Mensageira” (juventude), de Gonçalo Silva Barros Miranda Lima. Divididas por classes filatélicas, vieram para Portugal as seguintes medalhas: Ouro grande: filatelia tradicional (uma), inteiros postais (uma) filatelia temática (duas). Ouro: filatelia tradicional (duas), filatelia temática (uma), maximafilia (uma). Prata dourada grande: aerofilatelia (uma), filatelia temática (uma), juventude (uma) e literatura filatélica (uma). Prata dourada: filatelia temática (uma) e classe um quadro (uma). Prata grande: juventude (quatro) e literatura filatélica (duas). Prata: juventude (uma), literatura filatélica (três) e um quadro (duas). Bronze prateado: juventude (duas) e um quadro (duas). Paulo Dias faz mais um leilão A

António Nobre Chefe executivo de cozinha – Hotéis M’AR De AR, Évora

Letras Nos trópicos sem Corbusier – arquitetura luso-africana no Estado Novo

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Comer

Ingredientes: 1 perna de borrego; 2 dl de vinho tinto alentejano; 2 cebolas; 4 dentes de alho; 1 folha de louro; 1 molho pequeno de salsa; 100 gr. de banha de porco; 1 dl. de azeite; q.b. de sal; q.b. de água (se necessário); q.b. de pimenta branca moída; q.b. de pimentão doce; 200 gr. de toucinho salgado cortado às tiras; 1 kg. de batatas; q.b. de vinagre de vinho branco.

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leiloeira Leilões Paulo Dias realiza no dia 15 (sábado) mais um leilão. Trata-se do seu 57.º leilão, que põe em praça 2 300 lotes que abrangem todas as disciplinas filatélicas. De realçar (entre outros) os lotes 1 409 e 1 410: o primeiro refere-se a um sobrescrito (frente) franquiado com um par do selo de cinco réis preto da emissão Coroa (1875) e outro par de 20 réis bistre da mesma emissão. O segundo é um sobrescrito circulado de Luanda em 14/05/1886 para os Estados Unidos, via Lisboa, franquiado com o selo de 100 réis, lilás claro, também da emissão Coroa. Ilustração: tira de três selos da 1866, D. Luís I, fita curva, não denteados, do selo de 10 réis amarelo laranja (lote 14). O catálogo pode ser visitado em http://www.leiloespdias.pt Geada de Sousa

dição belíssima, amplamente documentada com fotografias, Nos trópicos sem Corbusier divide-se em duas partes que organizam cinco textos sobre a arquitetura concebida e erigida na “África portuguesa” após o “Ato Colonial” de 1930 mas, sobretudo, após o final da II Guerra Mundial quando a construção civil se tornou síntoma do desenvolvimento que o Estado Novo teve que implementar. A primeira parte – “Modernos” – abre com “A tradição em Brazil Buids e o Inquérito à Arquitetura Popular em Portugal”, prossegue com uma reflexão sobre a influência brasileira na construção na “África Portuguesa”, analisa a presença do moderno brasileiro nas exposições de Lisboa e Lobito e como é mostrada a África “moderna” em revistas de referência além de analisar o caso do Bairro Prenda, em Luanda. “E modernos suaves” – título da segunda parte – comenta o caso da Guiné Bissau e do Gabinete de Urbanização Colonial, reflete sobre a casa portuguesa mas ultramarina, olha para as escolas em Angola antes de apurar a africanidade na arquitetura colonial. A obra encerra com o ensaio homónimo que evoca o projeto, não construído, para a Argélia de Le Corbusier em que este assumiu a necessidade de adaptação climatérica da arquitetura moderna às especificidades locais e comenta a busca de uma “portugalidade tropical” de evolução autonóma à tutela corbusiana e por isso contestatária da ideia, vigente, que assume a exclusividade desta na invenção de uma arquitetura tropical. Fundamental para quem se interessa por arquitetura mas também pela luso-tropicalização com o que o Estado Novo reagiu à contestação internacional a Portugal pela manutenção de colónias. Maria do Carmo Piçarra

Ana Vaz Milheiro Relógio d’Água 490 págs. 26 euros

Diário do Alentejo 7 dezembro 2012

A Raissa é uma cadela de porte muito pequeno. Não tem raça definida mas poderá ter alguns traços de podenga. Por ser tão pequena e dócil é ideal para viver em apartamento. Vai ser uma companheira espetacular para toda a família. Já está desparasitada e em breve poderá ser vacinada. Venham conhecê-la ao Cantinho dos Animais de Beja. Contactos: 962432844 sofiagoncalves.769@hotmail.com

José Peixoto / António Quintino – “Volta” José Peixoto (guitarra) e António Quintino (contrabaixo). Editora: JACC Records Ano: 2012

Jazz José Peixoto/ /António Quintino – “Volta”

J

osé Peixoto é conhecido do grande público sobretudo por via da sua colaboração com os Madredeus. Mas a relevância musical do extenso trabalho que tem vindo a ser desenvolvido pelo guitarrista e compositor em muito extravasa e participação no grupo dirigido por Pedro Ayres de Magalhães. Para além de compositor de distinta escrita, Peixoto expressa todo o seu domínio virtuosístico do instrumento, tocando-o como se tratasse de um oud (o tradicional alaúde árabe), ou seja, enquanto instrumento melódico e não harmónico. Já António Quintino é um jovem contrabaixista de créditos firmados no panorama do jazz nacional. O encontro entre ambos dá-se na JACC Records (braço editorial do Jazz Ao Centro Clube, sedeado em Coimbra) depois da conseguida participação de Quintino no mais recente disco do projeto El Fad, liderado pelo guitarrista, “Lunar” (também na JACC Records), onde protagonizavam um promissor dueto na peça “Na esquina, à espreita”. Os dois músicos voltam a encontrar-se neste “Volta”, desenvolvendo uma cumplicidade em torno da linguagem muito pessoal de Peixoto, tão rica em cruzamentos e miscigenações musicais. Com sabor nitidamente mediterrânico (abarcando a sua diversidade cultural, do Alentejo/Algarve, Andaluzia, ao norte de África), “Volta” mostra os dois músicos em verdadeiras manobras de complementaridade artística, não muito habituais, unindo as vozes dos seus dois cordofones de um modo bastante profícuo. Os diálogos estabelecidos pendem mais para um determinado formato “jazzístico” (a aproximar-se de algumas das coordenadas exploradas por Ralph Towner e pelos Oregon) do que para certas formulações “clássicas” por vezes associadas ao trabalho de Peixoto. Atente-se nas belíssimas melodias de “Que sente uma nuvem sozinha no céu?” e “Não mais que um aceno”, no guitarrismo cristalino de “Materno”, no perfume magrebino de “Amarelo Intermitente“ e no dinamismo rítmico de “Há dias que não são fáceis”. “ATL” é um exercício de livre improvisação a três. Particularmente importante é a contribuição, em cinco peças, do baterista/percussionista José Salgueiro (que também integrou o El Fad) ao acrescentar um perfume extra que em muito enriquece o resultado final. Um disco deveras interessante, capaz de atrair cultores de diferentes quadrantes do espetro musical. António Branco


André Nunes, Rui Unas e Aldo Lima levam humor ao Pax Julia

Diário do Alentejo 7 dezembro 2012

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“O que ficamos a saber sobre os homens quando três trintões, amigos de longa data, se vêm forçados a passar cerca de uma hora, juntos, sozinhos, sem distrações e a falar uns com os outros? Serão os homens seres tão complexos como dão a entender quando... bem, na verdade, nunca o dão a entender. Mas do que falam quando as mulheres não os ouvem? Sim, disso. Mas conversam acerca de quê?

Sim, disso. Mas do que falam... Ok, basicamente, só falam disso. Mas já ouviu”. “As mulheres não percebem…”, um espetáculo humorístico, com encenação de José Pedro Gomes e interpretado por André Nunes, Rui Unas e Aldo Lima, sobe amanhã, sábado, ao palco do Pax Julia Teatro Municipal, em Beja. “As mulheres não percebem…”, uma produção UAU, tem início agendado para as 21 e 30 horas.

Capricho Bejense promove II Feira do Livro Usado A Sociedade Filarmónica Capricho Bejense promove este fim de semana, dias 8 e 9, a II Feira do Livro Usado. Para além de livros, CD e DVD usados, estarão à venda licores e compotas caseiras, bijuteria e acessórios de moda.

Fim de semana JORGE FELICIANO

Entre hoje e domingo

Festas Báquicas em Vila de Frades...

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lançamento do vinho de talha “Vitifrades 15 anos”, um espetáculo musical com o Grupo de Cante Alentejano da Escola Musical da Câmara Municipal de Vidigueira e um “Vitifrades de honra” marcam a inauguração oficial da 15.ª edição das Festas Báquicas, agendada para as 19 horas de hoje, sexta-feira, na Sociedade Recreativa União Vilafradense, em Vila de Frades. Até domingo, a Vitifrades, que é promov ida pela Associação de De senvolvimento Local Vitifrades, apresenta um vasto conjunto de propostas,

Espaço Os Infantes recebe “Os Infernos de Joane, o Parvo”, do Teatro Fórum Depois de duas apresentações ontem, quinta-feira, “Os Infernos de Joane, o Parvo”, uma peça cómico-trágica do Teatro Fórum de Moura que conta a história dos “parvos” desde “o princípio do mundo”, regressa hoje ao palco do espaço Os Infantes para mais duas sessões (às 14 e 30 horas para o público escolar e às 22 horas para o público em geral). Na peça, Joane, o Parvo, a “famosa” personagem do dramaturgo português Gil Vicente e “agora nosso contemporâneo”, irá contar a história dos “parvos”, que “vem quase desde o princípio do mundo”, colocando “várias épocas, mitos e pontos de vista em confronto”.

Plano C – o Combate da Cidadania, o mais recente livro do IDP – Instituto da Democracia Portuguesa, é apresentado hoje, sexta-feira, pelas 21 horas, na Biblioteca Municipal de Beja. O encenador Virgílio Castelo e o juiz desembargador Rui Rangel, do IDP, apresentarão a obra de autoria conjunta de 22 autores, entre os quais Ribeiro Telles, Rui Moreira, Frederico Brotas, Gustavo da Cunha e Salgado de Matos, e editada pela Bertrand. O evento contará ainda com a participação de outros membros do IDP, entre os quais o presidente da direção, Mendo Henriques.

Viticultores do Alentejo (Francisco Mata) e da Cooperativa Agrícola de Vidigueira (José Baptista), no sábado, e a realização da tradicional Rota das Adegas, com a presença da Confraria dos Enófilos do Alentejo e animação musical a cargo da Ma’Estig’ama (tuna masculina da Estig, do IPBeja), do grupo de concertinas Os Alegres de Castanheira de Pera e do Grupo de Cante Alentejano e Violas Campaniças de Casével, Castro Verde, no domingo. Durante as Festas Báquicas será ainda possível apreciar duas exposições, uma de fotografia intitulada “15 anos Vitifrades”, patente no recinto da feira, e outra coletiva de pintura e escultura com o título “O Grupo dos Nove”, no Museu Casa do Arco.

e Feira da Vinha em Amareleja

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PAULO MONTEIRO

O combate da cidadania apresentado em Beja

sendo de destacar no plano musical um tributo a António José Pilrito (hoje), as atuações de Improvisos do Sul (hoje), Coparias Big Band (hoje) e grupo Serões do Alentejo (sábado) e uma noite de fados com António Pinto Basto e Gustavo (sábado), acompanhados por José Luís Nobre Costa (guitarra portuguesa) e Francisco Gonçalves (viola de fado). O programa inclui ainda o colóquio “O regadio e o desenvolvimento do concelho de Vidigueira e da região”, que contará com as intervenções de representantes da EDIA – Empresa de Desenvolvimento e Infraestrutura do Alqueva (José Costa Gomes e João Carlos Saião), da Associação Técnica dos

XI Feira da Vinha e do Vinho abre hoje as portas em Amareleja, mostrando até domingo “a excelente qualidade dos vinhos produzido no concelho de Moura”. O evento, que “já tem créditos firmados no panorama das realizações do concelho e da região”, como destaca a organização – a Câmara de Moura e a Junta de Freguesia de Amareleja, terá lugar na Escola das Cancelinas. Os destaques deste primeiro dia de certame vão para o lançamento da segunda edição do livro Amareleja – Rumo à sua história, da autoria do padre João Rodrigues Lobato, e para as atuações dos grupos Vá de Modas, Coral da Sociedade Recreativa Amarelejense, Coral Masculino da Casa do Povo de Amareleja, Coral Feminino da Casa do Povo de Amareleja Espigas Douradas e Tuna Feminina da Universidade de Beja. Amanhã, sábado, terá lugar a tradicional Rota das Adegas, com os grupos corais masculino e feminino da Casa do Povo de Amareleja, e a atuação de Dr. José Pepo, com teatro de fantoches (“O Auto do Curandeiro”), acordeões e histórias contadas. À noite haverá animação a cargo do grupo de concertinas Os Alegres de Castanheira de Pera e fado com Teresa Tapadas, José da Câmara e António Pinto Basto, acompanhados à guitarra portuguesa e à viola por Dinis Lavos e Filipe Vaz da Silva. Do programa para domingo, destaque para uma palestra onde serão debatidos os temas “Oportunidades futuras da vitivinicultura na Margem Esquerda do Guadiana” (Manuel Bio), “Produção de vinhos em climas quentes” (Mário Andrade), “Novo pragmatismo da produção biológica em viticultura” (Luís Peres de Sousa) e “Margem Esquerda do Guadiana: um tesouro da vitivinicultura europeia” (Vergílio Loureiro).


Com o objetivo de ajudar o comércio tradicional da cidade, a câmara bejense lançou uma campanha com o objetivo de levar pessoas às Portas de Mértola para que possam efetuar as suas compras de Natal. “As obras estão quase a acabar, e as pessoas podem circular sem problemas para fazer as compras. Apenas têm de trazer vestuário e outros acessórios adequados para circular no local e enfrentar este inverno chuvoso e frio, como: galochas, capacete, uma retroescavadora e uma liana para atravessar as valas…”, afirmou fonte de água da câmara. As obras de requalificação começaram antes das primeiras invasões árabes, estando a ser feitos todos os esforços para que os bejenses possam desfrutar daquela zona mesmo antes do fim do mundo previsto pelos Maias.

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eja lanÇa b e d a r a m  r c ra estimula a p a h n a p m : ca adicional comÉrcio tras de mÉrtola, ort “venha Às p o se esqueÇa mas nà s!” das galocha

facebook.com/naoconfirmonemdesminto

Em Bom Alentejano: “moenga” ou “xarenga”?

Operação Azeitona Segura GNR revela que azeitonas recuperadas a meliantes revelam sinais de Síndrome de Estocolmo Depois do arrastão de rábanos e da onda de sequestros de hortelã da ribeira, a criminalidade da região tem sido marcada pelo aumento do furto de azeitonas. Criminologistas identificaram algumas das características associadas a este tipo de delitos: “Geralmente, o roubo de azeitonas destina-se à venda para a rede internacional de mau colestrol ou para o mercado negro de azeite espanhol (daquele que também dá para lubrificar o motor do seu automóvel)”, explicou Ludgero Primeira Instância, académico que dirige o estudo sobre a alta criminalidade no mundo agrícola. “Também é interessante poder observar como as azeitonas que são recuperadas revelam sinais claros de Síndrome de Estocolmo – defendem os seus raptores com desculpas do tipo ‘eles só queriam angariar dinheiro para comprar uma PlayStation para o filho’ ou ‘até fui muito bem tratada, deram-me banho de sal e oregãos’, o que nos deixou muito apreensivos”, acrescentou. Preocupadas com esta tendência, as autoridades portuguesas já disponibilizaram apoio às azeitonas, nomeadamente através da criação do Centro de Apoio à Azeitona Retalhada Vitimada e da linha de apoio telefónico Azeitona SOS Extra Virgem.

“Recruta-se Consultor Financeiro”

Moura Maior radiotelescópio do mundo irá permitir procurar emprego nos confins do universo Está prevista para breve a instalação daquele que será o maior radiotelescópio do mundo no concelho de Moura (herdade da Contenda), já que, segundo os especialistas, aquela região oferece as condições ideais para que o instrumento permita visualizar o universo de forma nítida. Esta notícia deixou muito esperançados alguns alentejanos que prometem dar bom uso ao radiotelescópio: “Já tirei uma senha na secção de charcutaria do Intermarché de Moura para usar o aparelhómetro e procurar emprego. Trabalhei em França e na Suíça, e não tenho problemas nenhuns em abalar para o estrangeiro... Até já tenho um visto para trabalhar noutras galáxias. Eu cá faço de tudo!… Só não trabalho para espanhóis e homenzinhos verdes com a cabeça desproporcionada…”, explicou-nos Fausto Lençol, desempregado, enquanto levantava o seu passaporte na Loja dos Chineses. Por outro lado, a CGTP Interplanetária já alertou para as tendências neoliberais dos marcianos e para as falsas ofertas de emprego: “Trabalhadores: se vos oferecerem transporte para os confins do universo numa carrinha de caixa aberta, desconfiem! E se disserem que o Estado Social só funciona bem no planeta P354bloghr afastem-se da pessoa que vos disse isso, sem a olhar nos olhos, pois pode ser um perigoso ET!”, explica um folheto da central sindical.

Está de regresso a nossa rubrica linguística. E não, não se trata de uma tentativa de encher a página devido à falta de assunto, mas sim de despertar os nossos leitores para as grandes problemáticas deste dialeto ancestral que é o alentejano. Muitos erros se cometem em torno das palavras que hoje iremos explorar, pelo que espero sinceramente que este artigo possa trazer alguma luz sobre o problema: “moenga” e “xarenga” – as duas faces da chatice. É verdade que ambas as palavras significam “aborrecimento”, mas em que contextos devem ser utilizadas? “Moenga” remete para o abstrato, como se pode ver neste poema de Al-Mutamid: “Estou aqui em Sevilha/ tal não é a moenga do calor/ /escorre tanto suor até à bilha/ vou precisar de um desumidificador”, pelo que deve ser utilizada apenas em contextos poéticos, filosóficos e matemáticos. Por sua vez, o termo “xarenga” está relacionado com algo palpável, como se pode observar nesta frase proferida por um militar da GNR: “Tal não é a xarenga do carro que não quer pegar! Já não bastava a xarenga do salitre no posto e a xarenga do telhado que desabou?”. A sua utilização deve, pois, restringir-se a tudo o que é corpóreo e real. Atente-se, todavia, que ambos os termos devem ser utilizados com elevados níveis de descontentamento e de sotaque alentejano, sob o risco de parecer um lisboeta com um impedimento na fala. Assim se fala Em Bom Alentejano.

Inquérito Portugal desistiu de participar no Festival Eurovisão da Canção alegando “motivos financeiros”. Concorda com esta decisão?

JÚLIO VINIL, 33 ANOS Pessoa que só ouve a Antena 2

BERNARDINO SISTEMA DE SOM, 46 ANOS Pessoa que tem o sonho secreto de trabalhar como estivador

FLÁVIA VANESSA, 45 ANOS Cantora considerada pela revista “Caça e Pesca” a “nova Valentina Torres”

Estou de acordo, mas acho que Portugal desistiu por outro motivo: amor-próprio. Isto de ficar com menos de oito pontos, atrás de potências musicais como o Azerbeijão ou o Liechtenstein, é coisa para mexer com a nossa autoestima. A intervenção da troika, ao pé disto, é uma cócega! O que precisávamos era de alguém ao nível musical do Armando Gama, mas sem o cabelo do Armando Gama, para termos alguma hipótese de ganhar o festival.

Acho que é uma pena… Perdemos mais uma oportunidade de exportarmos aquilo em que somos bons: cantores que vão buscar o seu nome às hepatites, como o Hélio B ou a Vanda C. Somos o único país com capacidade para chegar lá fora e apresentar alguém a cantar no inglês do Mário Augusto depois de ter lambido uma estátua de gelo... Isto para não falar das cantoras que têm aspeto de quem arranjou o cabelo numa máquina de algodão doce.

Essa decisão é uma perseguição pessoal: não vão à Eurovisão porque não querem que eu ganhe aquilo. É uma injustiça que alguém como eu, que deu tanto à cultura do País, com canções como “Queres lamber o meu Calippo?” ou “Sou o teu forno pré-aquecido”, seja posta de parte. Eu não sou cantora pimba! Eu estudei música no Conservatório de Corte Gafo de Cima! Já agora, aproveito para anunciar que vou fazer uma grande tourné internacional, com passagens por Pias, Brinches e Santo Amador.


Nº 1598 (II Série) | 7 dezembro 2012

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quadro de honra Licenciada em Dança pela Faculdade de Motricidade Humana e com formação pela ACT – Escola Profissional de Atores para Cinema e Televisão, Vânia Naia é atualmente atriz residente da Companhia de Teatro A Barraca, onde chegou pelas mãos do encenador Helder Costa que a convidou para integrar a peça “O mistério da camioneta fantasma”. Desde aí tem vindo a colaborar em várias peças, também sob a orientação de Maria do Céu Guerra e de Rita Lello. Do seu currículo constam ainda alguns trabalhos para televisão, cinema, locuções e dobragens, e, apesar de se sentir bem em qualquer registo, assume que a sua “grande paixão” são as câmaras e as dobragens.

Vânia Naia é atriz residente da companhia A Barraca

Para hoje, sexta-feira, são esperados aguaceiros e temperaturas entre os sete e os 16 graus centígrados. Amanhã, sábado, o céu deverá apresentar-se com períodos de muito nublado e no domingo muito nublado.

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Tem formação superior em Dança pela Faculdade de Motricidade Humana. Como se dá a sua chegada ao grupo de ação teatral A Barraca, onde é atriz residente e onde já trabalhou com Maria do Céu Guerra, Rita Lello e Helder Costa?

Lembro-me em pequenina de estar sempre a cantar e a dançar em frente ao gravador de cassetes ou ao gira-discos. Aos nove anos participei com dois amigos em três festivais infantis da canção regionais, acabando por alcançar o 1.º lugar. Em Beja lá me ia metendo em todas as poucas atividades artísticas existentes na cidade, enquanto estudava. Nunca fui o tipo de criança que sabia o que queria ser quando fosse grande até ao dia em que tive de preencher os papéis para a faculdade e aí surgiu a dança. Concluí a licenciatura na Faculdade de Motricidade Humana, em Lisboa, e por Lisboa fiquei a dar aulas de dança. Mas continuava a faltar qualquer coisa. Tive conhecimento do Grupo de Teatro Académico da Universidade Lusíada e inscrevi-me no mesmo por brincadeira, para saber o que era representar e ver se gostava. O “pior” é que não só gostei, como nesse ano fiz os testes para entrar na ACT – Escola de Atores e no ano letivo seguinte já estava a ter aulas na dita escola, onde estudei durante três anos. Acredito que todos nós temos uma estrelinha porque no fim do 2.º ano da ACT o encenador Helder Costa, da Companhia de Teatro A Barraca, ao ver-me numa peça semiprofissional, “levou-me” para a sua companhia para a peça “O mistério da camioneta fantasma”. Desde aí que tenho vindo a colaborar com A Barraca em peças como “Angel city”, encenada por Rita Lello, “Rumor”, encenada por Maria do Céu Guerra, “As peúgas de Einstein”, encenada por Hélder Costa, e outras. PUB

DR

“A minha grande paixão são as câmaras e as dobragens” sábados às 16 horas e aos domingos às 11 e 30 horas, estando também aberto a marcações durante a semana e digressões pelo País. Para além do teatro, fez cinema, participou em alguns séries de ficção e em videoclips, fez publicidade para televisão e locução e ainda dobragens para a Disney. Em que registo se sente mais à vontade?

Vânia Naia 28 anos Natural de Beja “Pai à força”, de Miguel Guerreiro (RTP); “Portal do tempo”, de Fernando Ávila (TVI); e “República”, de Jorge Paixão da Costa (RTP), são algumas das séries em que participou. No grande ecrã já foi dirigida por Pedro Miguel Resende, André Lourenço e Paulo Valente. Atualmente estou em cena protagonizando a raposa mais matreira e lambisqueira de todos os tempos em “As maravilhosas aventuras de salta-pocinhas”, encenada por Rita Lello, uma adaptação do Romance da Raposa de Aquilino Ribeiro. O espetáculo está em cena aos

Estou sempre a fazer castings e audições e passo a passo lá vou fazendo alguns trabalhos para televisão, cinema, locuções e dobragens. Não saberia escolher dedicar-me a uma, mas a minha grande paixão são as câmaras e as dobragens. As dobragens porque cresci a ver a Disney, e ainda sei as músicas todas dos filmes. As câmaras porque é o que me dá mais gozo fazer. Quero fazer muita ficção e ainda mais cinema, quer aqui quer lá fora. Quais são os seus projetos a curto/médio prazo?

São os mesmos que os de qualquer miúda na minha idade: ser feliz, casar e ter filhos, sempre acompanhada de uma brilhante carreira profissional. Quero experimentar diferentes teatros e companhias, trabalhar com encenadores como Nuno Pino Custódio ou Filipe La Féria, realizadores como António Pedro Vasconcelos, Jorge Paixão da Costa, João Canijo e muitos outros. Quero mergulhar fundo nisto ao lado de colegas como Nuno Lopes, Rita Blanco, Miguel Guilherme ou Herman José. Depois, e pelo meio disto, hei de escrever contos e histórias infantis, fazer mais e mais peças de teatro, mais e mais ficção, mais e mais cinema, explorar um país estrangeiro e morrer muito velhinha na Casa do Artista. Nélia Pedrosa

Casa da Cultura recebe VII Festival de Bandas de Beja Entre hoje e amanhã, dias 7 e 8, a Casa da Cultura recebe mais uma edição do Festival de Bandas de Beja, a sétima, numa organização da Associação Juvenil Arruaça e que junta “14 projetos”, entre bandas “com longos anos de história” e “novas promessas da música da cidade”, sem esquecer “a música mais tradicional”. O cartaz para o primeiro dia de festival integra nomes como A Moda Mãe, Bacoustic, Ex Oriente Lux, Lunae Lumen, Shredded to Pieces, Tam Tam e Tango Paris. Amanhã, sábado, são esperados os Balão Dirigível, Black 7st Avenue, Chá de Empilhadora, Collision Course, Dead Southern Tree, disArma e Ho-Chi-Minh. A organização promete assim “dois dias de muito convívio, boa disposição e música da casa em mais uma edição de um evento que anualmente reúne dezenas de músicos e tem contribuído decisivamente para a criação e produção de cada vez mais e melhor música no concelho”. Durante o festival serão ainda sorteados uma tatuagem e uma guitarra elétrica. As portas abrem às 21 horas.

Zambujo eleito n.º 1 pela “Blitz” O álbum “Quinto”, do bejense António Zambujo, foi eleito pela revista “Blitz” como o melhor disco português de 2012. Em declarações à publicação, António Zambujo disse esperar “que cada disco novo que saia continue a corresponder às expectativas” e que com isso “consigamos continuar a fazer o que mais gostamos: tocar e cantar”. “Fico feliz por todos os que estão nesta lista, principalmente a Carminho, o Miguel Araújo e a Ana Moura (13.º?!), porque são artistas que admiro muito e cuja carreira acompanho de perto. Viva a música portuguesa!”, concluiu Zambujo, que atua hoje, sexta-feira, no Coliseu de Lisboa.


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