Mussa Djau
Em 2013 o futuro não nos escapa
Este miúdo corre que se farta
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Horóscopo
SEXTA-FEIRA, 4 JANEIRO 2013 | Diretor: Paulo Barriga Ano LXXXI, N.o 1602 (II Série) | Preço: € 0,90
Agricultura poderia empregar mais pessoas, diz Casimiro Santos
Há 15 mil desempregados no distrito de Beja JOSÉ SERRANO
JOSÉ SERRANO
Entrevista nas págs. 6/7
São Luís e Relíquias juntas em busca do sol Resolveram apresentar um projeto comum ao Orçamento Participativo de Odemira. Para se tornarem “aldeias solares”. Para já conseguiram 180 mil euros. págs. 8/9
Odivelas Um autocarro contra o isolamento Odivelas é a única freguesia do concelho de Ferreira do Alentejo que não dispõe de transportes públicos fora do período escolar. E por isso acolheu de bom grado o novo transporte social “Ferreira+Perto”. De há um mês a esta parte o isolamento tornouse menor. Especialmente para os beneficiários das medidas sociais criadas pelo município. págs. 4/5
Diário do Alentejo 4 janeiro 2013
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Editorial 13
Vice-versa “A gestão do Museu Regional de Beja não tem sido tratada com seriedade. Demagogia e muito barulho é o que se está a fazer. No caso do Conservatório Regional do Baixo Alentejo, Manuel Narra faz uma grande barulheira, mas não só não resolveu o problema da instituição, como deu à sola, foi-se embora, sobrecarregando os que ficaram” Jorge Pulido Valente, presidente da Câmara de Beja, citado pela Rádio Voz da Planície
Paulo Barriga
Jorge Pulido Valente está habituado a não pagar e a querer mandar em tudo, mas que em democracia não é assim e que não vai andar montado em cima do dinheiro da Câmara de Vidigueira, para se armar em vendedor de ilusões à população de Beja.
E
cá estamos, com o pezinho trémulo, a entrar no décimo terceiro ano do milénio. E os tremeliques não nos vêm propriamente da superstição ou da crendice a que o número 13 está subordinado, mas antes do raciocínio materialista, puro e duro, positivista, dos outros números. Dos números devidos, dos números das contas do Estado, dos números que o diabo carrega. Esta semana iniciamos no “Diário do Alentejo” uma rúbrica de horóscopos. Não é por nada do outro mundo. É apenas porque é giro e divertido. E começamos o ano 13, como é natural, sob o signo do capricórnio. O que é coisa boa. O capricórnio é disciplinado, concentrado, perseverante, concretizador, ambicioso. Tudo aquilo que gostaríamos de ser. Tudo aquilo que nos recusam, como diria o próprio Presidente da República na inauguração oficial do ano 13. Mas o 13, como nos ensina o nosso preconceito ancestral, está associado ao azar, ao negativismo, à fatalidade. Está associado à décima terceira carta do tarot, que é A Morte. No entanto, a morte, esta intrigante morte, nem sempre é aquilo que dela se pensa ou espera. Os especialistas dizem que esta carta sugere renovação e transformação. Que é, por certo, o vaticínio que mais necessitamos por estes tempos. Mudar é uma coisa boa, quando se muda aquilo que é mau. Ainda que com sacrifício. Eram 12 os apóstolos que cearam com Cristo. Ele era o décimo terceiro. O resto da história é conhecida. Não há número mais paradoxal que o 13: leva de veneração a mesma carga que leva de renúncia. Os hindus levantam sempre 13 estátuas de buda nos seus templos. Já os índios mexicanos adoravam 13 cabras sagradas. O misticismo que envolve o número 13 congela os nervos de muita gente por esse mundo afora. Sem razão aparente para tal. A legenda do símbolo do Benfica, leva 13 letras: E pluribus unum. De muitos se faz apenas um. Parece-me que esta, a do Benfica, é a via a seguir. Fazer de muitos, de todos, um apenas. Um Estado apenas, fraterno, igualitário, solidário, sob o signo da carta 13 do tarot. A tal carta maldita que apenas sugere regeneração, mudança, transformação. Que o ano 13 traga isso tudo e, já agora, que traga de volta o décimo terceiro mês. E isto sem qualquer ponta de superstição.
Manuel Narra, presidente da Câmara de Vidigueira, citado pela Rádio Voz da Planície
Fotonotícia Brincar à política a sério. O deputado Mário Simões, do PSD, decidiu dizer de sua justiça sobre o calamitoso estado das estradas por onde se entra e sai de Beja, concedendo uma audiência ao Pai Natal. Que chegou três dias atrasado à cidade, precisamente em virtude do mau estado da rede viária. A ideia é gira, original, e a coisa até teria a sua piada, não fosse o caso de ter sido o próprio partido de Simões a suspender as obras que estavam em curso no IP2 e IP8, deixando em seu lugar verdadeiras picadas africanas. E um vazio completo sobre o retomar dos trabalhos nestes troços fundamentais para o desenvolvimento do interior. Pode ser que, para a próxima, o rato Mickey traga melhores notícias. PB Foto de José Serrano
Voz do povo Como passou a noite de Ano Novo?
Inquérito de José Serrano
Ricardo Dias, 30 anos, trabalhador da PT
Suzete Franco, 68 anos , reformada
José António, 46 anos, funcionário público
Rosa Valadas, 36 anos, empregada de mesa
Jantei em casa com a família. Bacalhau e lombo assado bem regados. Depois rumei até à praça da República, para passar a meia-noite com o pessoal amigo. Numa terra onde as ofertas de diversão são reduzidas os concertos que a câmara municipal disponibilizou foram muito bem-vindos. Choveu um bocadinho mas a verdade é que nem sequer ligámos muito a isso.
Eu julgava que ia passar a noite em casa. Mas um grupo de amigas minhas convenceu-me a sair, e acabei por passar o reveillon no Clube de Sargentos. Foi uma noite um pouco mais animada e divertida que o normal. Dançamos um bocadinho e convivemos. Abrimos o champanhe e comemos bolo-rei. Se tivesse passado sozinha ficava a ver televisão. Era mais triste.
O jantar do dia 31 foi com um grupo de amigos, num restaurante aqui em Beja. Éramos ao todo 21. Há já uns anos que é costume juntarmo-nos à volta da mesa nesta altura. Depois à meia-noite fomos todos para a praça da República. Gostei dos espetáculos musicais mas podia ter havido mais ritmos latinos e brasileiros. Que se proporcionassem mais à dança.
Passei com a minha família. Eu, a minha filha, o marido e mais uns primos. Fomos jantar fora e depois seguimos para o baile da minha terra (Vila Nova de São Bento) para celebrarmos a meia-noite e o novo ano que chegou. E porque esta é uma noite especial dançámos até às quatro da manhã. Ao som de música brasileira e pimba. São as melhores para dançar. Foi uma noite divertida.
Rede social
Semana passada QUINTA-FEIRA, DIA 27 BEJA MYFARM DISTINGUIDO NO PRÉMIO AGRICULTURA 2012 O projeto MyFarm.com recebeu uma menção honrosa no Prémio Agricultura 2012, um galardão que pretende promover os casos de sucesso na área agrícola, agroindustrial e florestal em Portugal. O MyFarm é um projeto do Instituto Politécnico de Beja, coordenado pelo professor Luís Luz, que visa a interação entre agricultores virtuais que, através da Internet, dão indicações aos alunos para tratarem das suas hortas.
SEXTA-FEIRA, DIA 28 CASTRO VERDE BASÍLICA REAL OUVIU CANTAR AO MENINO A Basílica Real de Castro Verde recebeu, pela noite dentro, um concerto de evocação ao Menino, às Janeiras e aos Reis. Numa iniciativa que a autarquia local propôs para “reavivar gestos da tradição oral da região, próprios desta quadra festiva”. Participaram no espetáculo o Grupo Coral Ateneu Mourense, o grupo Cantares de Évora e o coral As Camponesas, de Castro Verde.
ALJUSTREL GNR CAPTURA ASSALTANTE EM FLAGRANTE DELITO A Guarda Nacional Republicana capturou, perto das 4 e 30 horas da madrugada, um indivíduo que tentava assaltar uma residência no bairro do Malpique, em Aljustrel. O suspeito, de 52 anos, foi denunciado por um popular, via telefone, o que levou à rápida intervenção da GNR. O assaltante, em fuga, saltou do primeiro andar da moradia e ainda se tentou esconder num olival próximo do local do assalto frustrado. O homem, que já tem antecedentes criminais pelos mesmos motivos, confessou o crime. Devido a ferimentos numa perna foi conduzido ao Hospital de Beja onde ficou internado para tratamentos.
DOMINGO, DIA 30 BEJA CASAL DETIDO POR POSSE DE DROGA Um homem de 27 anos e uma mulher de 47 foram detidos perto de Beja na posse de 18 gramas de haxixe e cinco gramas de cocaína. O casal possuía ainda 600 euros em dinheiro. As detenções foram efetuadas pelo Núcleo de Investigação Criminal da Guarda Nacional Republicana. Segundo a agência Lusa, os detidos foram presentes a tribunal. O homem saiu em liberdade com termo de identidade e residência. Já a mulher ficou detida preventivamente por ter antecedentes criminais.
SEGUNDA-FEIRA, DIA 31 FERREIRA DO ALENTEJO RIXA PROVOCA DOIS FERIDOS GRAVES Dois homens, de 21 e 45 anos, de nacionalidade estrangeira, envolveram-se em agressões mútuas num casão perto de Ferreira do Alentejo. A rixa provocou ferimentos graves em ambos, tendo sido transportados em estado grave para o Hospital de Beja. Segundo a agência Lusa, o homem de 45 anos foi posteriormente transferido para o Hospital de São José, em Lisboa.
4 perguntas a Ana Baptista
Presidente eleita do Centro de Paralisia Cerebral de Beja
Quais são as grandes linhas de ação desta nova direção do CPCB?
Ano Novo e praça cheia E o ano novo chegou a Beja com a praça da República cheia de gente. Foram três dias de festança, promovida pela Câmara de Beja. Com muitos a pisar o palco e a animar as gentes da cidade, da região e não só.
A mudança ao nível da cultura organizacional, promovendo o envolvimento e a participação ativa dos clientes, familiares, funcionários e sócios; promover uma política de abertura e de comunicação com o exterior, recuperar os espaços físicos do centro e garantir a sustentabilidade financeira do CPCB. Como se encontra a saúde financeira do CPCB?
Atualmente não estou em condições de responder com dados concretos sobre a questão, uma vez que esta direção só entra em funções a 11 de janeiro. O CPCB é uma instituição que tem, ao longo dos tempos, honrado os seus compromissos financeiros atempadamente. Contudo, neste momento existem algumas dívidas a fornecedores que em breve serão liquidadas, uma vez que o fundo de emergência social solicitado pela instituição foi aprovado no mês de dezembro.
Jovens de Ferreira foram a Óbidos Jovens de Ferreira do Alentejo, dos 12 aos 18 anos, visitaram a “Aldeia Natal” em Óbidos. Os jovens repartiram-se em dois grupos e a animação, essa, foi uma constante. E para o ano, dizem, querem mais.
O orçamento para 2013 permite manter todas as valências existentes?
Sim, o orçamento aprovado em Assembleia Geral no mês de novembro contempla todas as valências e respostas sociais existentes, logo permite assegurar o seu funcionamento. Pela primeira vez na história da instituição apareceram duas listas a disputar os órgãos sociais do CPCB. É uma situação que revela divisões internas? O que vai mudar, em concreto, com esta nova equipa?
Pela primeira vez na história da instituição conseguiu-se pôr em prática o conceito de democracia, a existência da opção de escolha, o que até então nunca tinha existido e, na minha perspetiva, isso legitima ainda mais os órgãos sociais eleitos para o triénio de 2013-2015. Apesar da polémica gerada em torno desta situação, parece-me salutar a existência de duas perspetivas diferentes, o que não significa divisões internas. Referindo os funcionários e muitos dos clientes, verificase que esta situação originou uma maior coesão e participação por parte dos mesmos. Mesmo sem estarmos ainda em funções é notório a mudança de atitude, pois temos sido confrontados com muitas propostas de melhoria, o que revela que acreditam, têm vontade de contribuir para este projeto e acederam ao apelo que fizemos ao longo da campanha. O que se pretende mudar é essencialmente a dinâmica da instituição, tornando-a mais solidária, com maior capacidade de comunicação a nível interno e externo e mais visível como instituição de referência ao nível da reabilitação. Colocamos o enfoque numa política orientada para os clientes, colaboradores e demais sócios, tendo sempre como objetivo final a melhoria contínua. Paulo Barriga
”Férias Equestres” em Aljustrel O período de descanso escolar em Aljustrel foi ocupado com aulas de equitação. A iniciativa “Férias Equestres”, promovida pela Associação Equestre Aljustrelense, arrancou sorrisos a mais e a menos experientes.
Vencedores do V Prémio Ibérico de Escultura – Cidade de Serpa E já são conhecidos os vencedores do V Prémio Ibérico de Escultura – Cidade de Serpa. E todos pousaram para a foto, ostentando os galardões. As obras, essas, continuam em exposição e podem ser apreciadas até ao final do mês.
Casa do Natal animou Mina de São Domingos A Mina de São Domingos, no concelho de Mértola, acolheu a Casa do Natal. E foram muitos os que por lá passaram, enquanto esteve de portas abertas. Não faltaram várias atividades, que animaram pequenos e graúdos.
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Diário do Alentejo 4 janeiro 2013
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Odivelas
Freguesia beneficia do novo transporte social do município de Ferreira
Odivelas “mais perto”, mas pouco
E
stá uma bonita tarde de inverno em Odivelas. No largo junto ao Centro de Convívio para Idosos, o sol ainda tem força suficiente para aquecer os bancos e enganar o frio, que virá em força pela noite. Os mais velhos reúnem-se por ali a seguir ao almoço e, por estes dias de pausa letiva, também as crianças, que jogam à bola rasando a árvore de Natal de garrafas de plástico que decora o espaço público. Uma fila de meninos de bibe, encabeçada pela educadora, faz o caminho de volta até ao infantário, um edifício que é parte da própria igreja matriz, com uma torre de relógio que se vislumbra da estrada, azul e branca. Ao portão do infantário, que acolhe 27 crianças, entre a creche e o pré-escolar, encontramos Sandra Raposo, de 37 anos, dona da drogaria da aldeia e, ao que parece, uma dos poucos representantes da faixa dos sub-40. Diz ela, que sempre ali viveu, que a freguesia “perdeu muita gente, especialmente a camada mais jovem”, e que, da sua geração, “poucos ficaram”, não restando já “quase ninguém” das gerações mais novas. São poucos os empregadores da terra e por isso Sandra tem-lhes os nomes na ponta da língua. “Grande parte dos que estão em idade ativa empregam-se na herdade Vale da Rosa, outros na herdade Penique, na Sunfruit, uma sociedade de produção de fruta; e a outra parte trabalha na Tecnovia, que explora uma pedreira aqui perto”, enumera. Patroa de si própria, Sandra confessa que “não é fácil viver do comércio” por estes dias e numa terra onde a população vai minguando. Não é só pela perda de poder de compra, que a todos toca, é também “porque há uma grande tendência para se comprar fora da terra, nas lojas maiores, em Ferreira ou em Beja”, identifica. Ao contrário de Sandra, os filhos de Arantes Careto, um dos frequentadores do largo, fizeram vida longe da terra natal, na Grande Lisboa. “Um tem 43 anos e outro 34; um mora em Mem Martins e outro em Santa Iria da Azóia”, conta, e sentencia: “Se ficassem por aqui, ficavam à espera do quê? Aqui não há futuro e algum que fique por aqui já sabe que tem que ir trabalhar para a agricultura ou para as obras”. Arantes tem 75 anos e regressou há seis da sede de concelho, quando se reformou do ofício de padeiro, que exerceu durante 40 anos. Confirma que a herdade Vale da Rosa, a maior produtora nacional de uva de mesa, “é a grande empregadora” da freguesia, o que até justifica “um autocarro” para transportar os trabalhadores. E “vai cheio, devem ser aí umas 60 ou 70 pessoas, sobretudo mulheres mas também alguns rapazes”, acrescenta. Sendo um dos perímetros de rega da rede do Alqueva, Odivelas e a agricultura de
É a novidade do momento. Odivelas é a única freguesia do concelho Ferreira do Alentejo que não dispõe de transportes públicos fora do período escolar. E por isso acolheu de bom grado o novo transporte social “Ferreira+Perto”, a funcionar há um mês mas apenas para os beneficiários das medidas sociais do município. Uma medida que, sendo benéfica, não faz esquecer outras mazelas, típicas do interior. A perda de população, cerca de 150 pessoas nos últimos 10 anos, e uma frágil rede de emprego, que depende, em grande medida, de três únicas entidades: duas explorações agrícolas e uma pedreira. Texto Carla Ferreira Fotos José Serrano
Sub-40 Sandra Raposo é uma dos poucos representates desta faixa etária
Infantário Paredes meias com a igreja matriz, acolhe 27 crianças, entre a creche e o pré-escolar
iniciativa local não estão de momento a tirar partido da água, nota o septuagenário. “Há os olivais que puseram aí os espanhóis e Figueira dos Cavaleiros também se desenvolveu um bocado, até tem a Feira do Melão. Aqui não, está tudo parado; fazia-se muito tomate e melão nestas terras aqui à volta, que são muito boas, mas as pessoas deixaram de fazer. Talvez por causa da concorrência dos espanhóis, que mandam para cá o tal melão mais barato”, supõe Arantes. O que, sim, tem sido de grande utilidade é o novo transporte social “Ferreira+ Perto”, a funcionar há sensivelmente um mês, gratuitamente, com o objetivo de “aproximar a população e facilitar o acesso dos beneficiários das medidas sociais aos serviços e respostas sociais existentes no concelho”, como explica a Câmara de Ferreira do Alentejo, que disponibiliza o serviço. “Faz muito jeito, já o usei uma vez. É à terça-feira, saímos daqui às 9 e 30 e regressamos às 13 e 30 horas. Os transportes públicos acabaram devido à falta de passageiros e agora temos aqui uma camioneta que funciona de manhã, mas só em tempo de aulas”. Nas instalações da junta de freguesia local, ali ao lado, onde trabalha há 27 anos, Elisete Maia dá também conta da boa adesão ao novo serviço de transporte e brinca dizendo que “está tudo a gostar muito de ir passear a Ferreira às terças-feiras”. Mas, ironia à parte, a verdade é que há aqui uma lacuna a ser preenchida com esta medida social, que só peca por não abranger toda a população. “Aqui quem não tiver carro, está desarmado. Dá muito jeito às pessoas para ir às finanças, à câmara, mas só funciona para os beneficiários do Rendimento Social de Inserção, Loja Social e Serviço de Apoio a Idosos. E os outros também precisam de sair e de fazer os seus governos”, explica. Olga Costa, por seu turno, não sente o impacto da deficiente rede de transportes. Regressa de mês a mês à casa que comprou na terra natal, de onde abalou com 29 anos (tem 67), para trabalhar na Alemanha, numa fábrica de automóveis. Vive agora em Setúbal, “novamente emigrada”, sublinha, e se continua ligada a Odivelas é por motivos afetivos e não práticos. “A aldeia diz-me muito. Volto para matar saudades e sentir paz, calma, porque isto é lindo. Aqui cresci, aqui fiz a minha quarta classe, aqui casei”, confessa, nostálgica, e por isso coloca-se ao lado dos jovens que saem, muitos com bilhete só de ida. “Acho bem que saiam, se tiverem oportunidade. Os reformados talvez vivam melhor aqui do que na cidade, mas para a juventude é muito difícil porque de facto não têm trabalho. E de certeza que eles devem muitas vezes sair com vontade de ficar”, lamenta.
Diário do Alentejo 4 janeiro 2013
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José Borges
Presidente da Junta de Freguesia de Odivelas
Quantos habitantes tem de momento Odivelas e qual tem sido a evolução demográfica na última década?
A freguesia de Odivelas tem de momento mais ou menos 600 habitantes. Nos últimos 10 anos, e de acordo com o Censos 2011, a freguesia de Odivelas perdeu cerca de 150 habitantes. Quais são as principais atividades económicas e empregadores nesta freguesia?
Uma barragem como cartão de vista
A atividade agrícola continua a ser uma das principais atividades da freguesia. No entanto, também existem outras atividades de cariz social, a construção civil, o comércio e a pequena indústria.
Se perguntarmos a vários odivelenses onde vale a pena uma visita no seu território, as respostas não variam: a barragem. É referência para os forasteiros, os que a visitam em maior número, mas também para os locais, embora de momento a prática de banhos seja “desaconselhada”,
pelo Ministério do Ambiente. Ainda assim, sobra a vertente de recreio e lazer, através da prática de pesca e de vários desportos náuticos, sendo possível também usufruir de um parque de merendas e de um bar esplanada, aberto todo o ano, bem como do parque de campismo Markádia, que forma uma península de 10 hectares para no máximo 480 pessoas.
Notou-se aqui um novo impulso no setor agrícola com o regadio de Alqueva; há novos investimentos a surgir nesta área?
Sim. Com o regadio de Alqueva, surgiram novos investimentos na freguesia, nomeadamente a construção de um novo lagar, unidade de bagaço e de uma nova unidade de biomassa no Parque Agroindustrial de Penique. A barragem é o principal ponto de interesse turístico da freguesia. Que tipo de uso lhe dá a população local, por um lado, e os forasteiros, por outro?
A barragem de Odivelas é um ponto de referência para quem nos visita. É um lugar bastante agradável, de grande tranquilidade, de grande beleza, de zonas verdes envolventes e que permite a prática da pesca e de diversos desportos náuticos. É o espaço ideal para todos aqueles que buscam alguma tranquilidade, paz, sossego e contacto com a natureza. Possui também parque de merendas, bar esplanada e o parque de campismo Markádia. Também se encontraram aqui bastantes vestígios da civilização romana. Quais, em concreto, e onde podem ser visitados?
Todos os vestígios relacionados com a civilização romana podem e devem ser visitados no Museu Municipal de Ferreira do Alentejo. Que balanço faz da adesão da população ao serviço de transporte “Ferreira + Perto”, que arrancou há mais ou menos um mês?
O serviço de transporte “Ferreira + Perto” arrancou há mais ou menos um mês e trata-se de um transporte gratuito para os beneficiários do Rendimento Social de Inserção, loja social e todos os reformados. Na freguesia de Odivelas está ao dispor de todos os beneficiários todas as terças-feiras, junto à sede da freguesia. Na minha opinião e apesar do pouco tempo de funcionamento, faço um balanço positivo. No entanto, o problema mais grave e que me preocupa bastante é a falta de transportes públicos fora do período escolar, a que a câmara municipal também tem obrigação de dar uma resposta. Temos pessoas a trabalhar na sede de concelho, em Beja, outras que necessitam diariamente de transporte para tratar de assuntos pessoais e que nestas alturas do ano têm sérias dificuldades para se deslocarem. A freguesia de Odivelas é a única freguesia do concelho que não tem transportes públicos fora do período escolar.
Antigo ponto de passagem das tropas romanas É das mais antigas freguesias de Ferreira do Alentejo, esta que em tempos já pertenceu aos concelhos de Alcácer do Sal e do Torrão. Rica em vestígios do período romano, entre alicerces de construções, cerâmica, moedas, mosaicos, silos e diversas sepulturas, hoje sabe-se que Odivelas era local de passagem da antiga estrada militar do imperador Antonino Pio. Com uma economia tradicionalmente ligada à agricultura e à exploração de pedra de diorito, celebra o seu padroeiro, Santo Estêvão, no terceiro domingo de julho, três dias de festa com procissão e bailes, para agradar aos crentes e aos apenas foliões.
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Apontamos para os 15 mil desempregados no distrito de Beja, desempregados fixos, que se mantêm desempregados há muito tempo. O desempregado, hoje, é um cidadão mais formado e mais jovem. Casimiro Santos
Entrevista
Perto de 40 por cento dos desempregados da região são jovens
“A agricultura da região não está virada para o emprego” A União dos Sindicatos do Distrito de Beja (US (USDB) elegeu recentemente uma nova direção para o quadriénio 2012/2016. Mas a eleição para o secretariado e para o coordenador da organização está marcada apenas para 10 de janeiro. É muito provável que Casimiro Santos prossiga mais quatro anos à frente dos destinos dos sindicat sindicatos afetos à CGTP no distrito de Beja. Nesta entrevista exclusiva, Casimiro Santos alerta para a subida s galopante do desemprego, nomeadamente nos serviços e na agricultura, que já atinge pert perto de 15 mil trabalhadores na região. O sindicalista acusa os agricultores de passadismo e de não ooptarem por culturas geradoras de emprego. E denuncia o uso de mão-de-obra estrangeira barat barata em certas explorações agrícolas, o que está a fazer “baixar a fasquia” em termos de ordenados ordenados. Apesar da crise, revela Casimiro Santos, existem cerca de 12 mil trabalhadores inscritos nos sind sindicatos da USDB. Texto Paulo Barriga Fotos José Serrano
Como classifica 2012 no que toca ao movimento social e sindical?
Foi um ano muito, muito exig exigente. Mas acho que conseguimos, na maior parte dos acasos, demonstrar e valorizar o nosso protesto, ainda que os ataques tivesse tivessem sido muitos. O anterior Governo já vinha numa linha de destruição dos direitos conquistados con pelo 25 de Abril e este Gove Governo prosseguiu esse processo, com a agravante de ter claramen aos cidadãos mentido claramente durante a camp campanha eleitoral, dizendo que ia fazer uma podifer lítica diferente em relação condi às condições de vida das pesso Veio a verifipessoas. car-s que fez precicar-se sam samente o contrário. Por Portanto, foi um ano trabalhoso…
Fo um ano traFoi balh balhoso. Exigiu da c CGTP um conjunto de posições claras e de propostas concretas. Tivemos sempre uma postura de crítica à política seguida pel pelo Governo, mas Nomeadame no que rescom propostas. Nomeadamente peita à forma de ir buscar os quatro mil milhões de euros, sem tornar ain ainda mais difícil a Propu vida dos trabalhadores. Propusemos que fosfortu sem taxadas as grandes fortunas, as negociatas financeiras e um conjunto de situações que valo sem ter sido poderiam recuperar estes valores
necessário o ataque serradíssimo que foi movido contra os direitos dos trabalhadores. Acha que há da parte do Governo um plano ideológico no que respeita à negociação e cumprimento da dívida?
Acho que sim. O que eles querem realmente é provocar uma transformação na sociedade, alterar o nosso estilo de vida, a nossa forma de pensar em relação ao futuro. A perspetiva de qualquer cidadão é a melhoria da sua vida, é criar melhores condições para os seus filhos. A situação que se está a viver é a inversa. Começam já a aparecer bolsas de pessoas com fome, o desemprego continua a crescer de uma forma assustadora, a perspetiva de vida das pessoas acaba por estar um bocado esvaziada… E isto leva ao descrédito e a alguma inércia em relação a algumas coisas. Essa inércia também está a atingir o meio sindical?
O ataque constante aos direitos das pessoas e aos sindicatos leva a que possa haver algum… Não digo um baixar de braços, mas algumas dúvidas em relação ao futuro da parte de alguns. Mas pensamos que os dirigentes e os ativistas da CGTP têm conseguido responder a esses ataques. Não temos tido só derrotas. E a mais recente prova disso está na luta dos trabalhadores na questão da privatização da TAP. Pode haver momentos, ainda assim, em que pensamos sermos impotentes para conseguir dar a volta por cima. Mas também é verdade
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podemos agora abandonar essa ideia e aceitar sermos usados e abusados da forma que o Governo quer. Os sindicatos não perderam já algum controlo sobre as manifestações de rua?
que, hoje em dia, está interiorizado nas pessoas que só se consegue alguma coisa lutando. Quando temos a garantia, a certeza, de que aquilo por que lutamos são direitos inalienáveis, não baixamos os braços facilmente.
um papel social, criar emprego para os jovens e ganhar os jovens para a sua terra. A dificuldade de conseguir emprego na agricultura leva a que os jovens se afastem e comecem a pensar noutras paragens.
Por vezes a CGTP é acusada de fazer a luta pela luta…
Está a dizer que os agricultores mantêm alguns tiques do passado?
Nós não fazemos a luta pela luta. Por vezes somos acusados de só dizermos mal, mas não é verdade: a CGTP tem propostas claras, nomeadamente na concertação social. O ministro das Finanças disse que eram viáveis as propostas da CGTP, simplesmente o que dá a ideia é que ele está mesmo agarrado a um conjunto de medidas que tem de tomar, mesmo que não sejam justas.
É uma questão que ainda continua. É preciso formar os agricultores. Para além da sua função, o agricultor tem de estar integrado numa perspetiva de desenvolvimento da sua própria sociedade e do meio em que está inserido. E nós temos condições para isso. Temos o Alqueva, temos um plano de rega para o Alentejo, mas isso está a servir meia dúzia de pessoas, enquanto a maioria da sociedade à volta não sente o aproveitamento do investimento que foi feito. Daí que era importante introduzir novas culturas que criassem emprego. Ao criar emprego, cria-se riqueza e a riqueza gera movimentação de mercado e condições para que realmente a economia local se desenvolva e dinamize.
Enquanto membro recém-eleito da direção da União de Sindicatos de Beja, quais são as suas principais preocupações para 2013?
As preocupações fundamentais passam pela questão do emprego e pelo desenvolvimento da produção nacional. Estas são as duas linhas fundamentais. A salvaguarda dos direitos adquiridos, nomeadamente à saúde, ao ensino, à segurança social. E em torno disso circula todo um conjunto de preocupações. É possível, neste momento, quantificar o desemprego na nossa região?
É quase impossível, porque todos os dias aumenta. Emprega-se uma pessoa num sítio, desempregam-se várias noutro… Mas apontamos para os 15 mil desempregados no distrito de Beja, desempregados fixos, que se mantêm desempregados há muito tempo. O desempregado, hoje, é um cidadão mais formado e mais jovem. Estimamos que o desemprego jovem deve rondar os 35 a 40 por cento do número total de desempregados. Quais são os setores produtivos mais afetados pelo desemprego?
Os serviços e a agricultura. Há muita gente que poderia estar a trabalhar na agricultura e que neste momento não tem grandes saídas. A agricultura que se está a fazer na nossa região não está virada para o emprego. Mesmo com o regadio, está preparada para a exploração em extensivo. Não se está a tirar partido da possibilidade de converter a agricultura em hortícolas e em frutícolas que poderiam empregar muito mais gente. Os nossos agricultores continuam naquela linha de ganhar o máximo, gastando o mínimo. Na zona em que estamos integrados, a terra tem de desempenhar
Os nossos agricultores continuam naquela linha de ganhar o máximo, gastando o mínimo. Na zona em que estamos integrados, a terra tem de desempenhar um papel social, criar emprego para os jovens e ganhar os jovens para a sua terra.
Essa situação tem implicações ao nível dos trabalhadores locais?
Tem feito baixar o nível salarial aqui na agricultura da região, que nalguns casos deve andar a rondar o mínimo nacional. Há mão-deobra disponível, barata, eles vêm para cá e estão dispostos a receber qualquer dinheiro e até receber comida a troco do trabalho que prestam. E isto faz baixar a fasquia. A nossa posição é a seguinte: um imigrante, em Portugal, deve ser tratado como um trabalhador português normal, sem qualquer tipo de discriminação.
Não respondeu à pergunta.
Toda a gente tem o direito de se manifestar e de se revoltar com a situação. Pode haver situações mais extremas em que pessoas, de forma descontrolada, possam ter determinado tipo de atitudes menos pacíficas. Por vezes até podem estar por detrás de alguns pequenos grupos, como já tem acontecido, podem ser pessoas instrumentalizadas para provocar alguma desavença, alguma discórdia, algum ambiente de desordem, para prejudicar a luta dos trabalhadores que estão organizados nas suas empresas para exigir direitos fundamentais para as pessoas. Estes grupos podem vir, às vezes, baralhar um bocado as coisas. Como é que encara a UGT hoje em dia?
Hoje fala-se muito na exploração do trabalho imigrante nas explorações agrícolas. Tem recebido denúncias neste sentido?
Temos um grupo de trabalho para a área da imigração, embora não seja uma área fácil de lidar. A língua é logo uma barreira grande que temos de comunicação. Depois, é preciso criar uma grande empatia de ligação e contato para conseguir tirar alguma informação a estes trabalhadores. Muitos deles são pessoas que estão isoladas, ninguém sabe como trabalham, quais os rendimentos que obtêm… Sabemos que muitos trabalham sem contratos de trabalho convencionais, trabalham por esquemas que ninguém percebe… Algumas comunidades, nomeadamente a romena, não está integrada minimamente na nossa sociedade e, por vezes, surgem problemas entre eles, uns com os outros… Há algumas situações em que são usados…
É natural que haja gente que possa ter perdido a paciência. Mas as pessoas que lutam por objetivos coletivos, objetivos comuns da sociedade não têm esse problema. Na CGTP, a nossa luta é para construir e não para destruir. Se a gente vai fazer uma luta para destruir aquilo que temos neste momento edificado e construído, estamos, ao fim e ao cabo, a ser contraditórios com aquilo que desejamos e exigimos para nós próprios. Exigimos é o respeito por aquilo que temos e a melhoria de condições de vida para todos, sem discriminação.
Continua a haver muita precaridade no emprego em Beja?
Hoje a precariedade é transversal a todos os setores. Quando há uma reformulação, uma reorganização de uma empresa, os trabalhadores efetivos dessa empresa são normalmente substituídos por trabalhadores precários ou precaríssimos. E, depois, temos aí algumas situações gritantes, como é o caso do call center da PT, em Beja. É uma coisa terrível. Houve alturas que estiveram perto de 500 pessoas ali a trabalhar sem definição da sua vida, com horários altamente flexíveis ou diminuídos. Muitas vezes, quando assinavam o contrato de admissão, assinavam logo uma carta de rescisão voluntária; a todo o momento metiam-nos na rua sem mais nem menos. Ainda vale a pena sair à rua para protestar?
Acho que sim, vale sempre a pena. A luta tem demonstrado que não se ganha tudo, mas sempre se ganha alguma coisa. E se não lutarmos não se ganha nada. Não podemos, de forma alguma, baixar os braços a este ataque fortíssimo que está a ser movido contra os direitos conquistados pelo 25 de Abril. Em que as pessoas tinha uma perspetiva de vida melhor, a perspetiva de um futuro melhor. Não
Normalmente não gosto muito de fazer comentários aos outros, nomeadamente nesta área. Toda a gente conhece a UGT, a forma como surgiu, toda a gente conhece os posicionamentos que a UGT tem tido em cada situação. Na CGTP, por seu lado, estamos solidários, estamos unidos e ao lado daqueles que quiserem lutar connosco de forma organizada por uma sociedade melhor e mais justa para todos. Mas não vê melhorias na UGT?
Não sei. Houve sindicatos da UGT que estiveram connosco nesta última greve geral, contrapondo e contradizendo o próprio secretário-geral da UGT, não sei o que isto significa para a UGT. O povo e os trabalhadores julgarão as atitudes que a UGT tem tomado ao longo dos tempos. A crise tem trazido mais trabalhadores para os sindicatos? Pode dizer quantos sindicalizados tem atualmente a União de Sindicatos do Distrito de Beja?
Neste momento existirão à volta de 12 mil trabalhadores sindicalizados. Tem havido perda de sindicalizados nalguns setores, mas, em contrapartida, tem havido uma grande renovação de associados. Os sindicatos têm sido afetados pela crise. Se o desemprego aumenta, há menos pessoas a trabalhar, certamente algumas eram sindicalizadas. No geral, aqui no distrito de Beja, continuamos a ter uma grande adesão à atividade sindical.
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Há um real envolvimento das pessoas e esperamos que no futuro ainda exista mais. A junção de esforços é fundamental, no nosso caso foi. É a prova de que a união faz a diferença”. Silvestre Martins
Reportagem
Orçamento Participativo de Odemira
Freguesias solares
O
nevoeiro dificulta a visibilidade e o orvalho sobressai sobre as ervas que cobrem a beira da estrada. Uma curva, outra. E mais outra. Uma placa indica o caminho para São Luís, no concelho de Odemira. Freguesia que, em conjunto com a vizinha Relíquias, concorreu ao Orçamento Participativo (OP) do município, que teve em 2012 o maior índice de participação pública e o maior valor de investimento per capita, entre os 28 processos de Orçamento Participativo implementados durante o ano no País. No concelho de Odemira o OP conta apenas com dois anos de vida e o executivo responsabilizou-se em afetar 500 mil euros do orçamento municipal para os projetos propostos e votados pela população. São Luís e Relíquias, em conjunto, concorreram e foram uns dos vencedores. O sol, finalmente, impõem-se, quase à beira de acabar o ano de 2012. Uma nova placa e ao longe São Luís. Um quilómetro, outro e o mercado da freguesia, de paredes de taipa, deixa adivinhar a aposta na sustentabilidade da freguesia. Em São Luís vagueiam os habitantes que compram legumes frescos e que esperam pela carrinha do pão. No parque infantil as crianças divertem-se nos baloiços, munidas de cachecóis e barretes. Silvestre Martins, em representação da Comissão Intersocial de Freguesias, proponente da proposta
Duas freguesias juntaram-se e apresentaram um projeto conjunto ao Orçamento Participativo de Odemira. São Luís e Relíquias, com mesmo sonho e vontade: tornarem-se freguesias solares. Conseguiram e têm a seu cargo um investimento de 180 mil euros. Na calha está a instalação de oito unidades de microgeração de energia elétrica, distribuídas equitativamente pelas duas freguesias. O rendimento será utilizado para promover projetos de âmbito social, cultural, ecológico e comunitário. E esta, segundo os promotores, “é a melhor parte da história”. Texto Bruna Soares Fotos José Serrano
vencedora, desce ao largo. A ele juntam-se Sérgio Maraschin e António Manuel, participantes também no projeto, entre tantos outros. Ou não fosse esse mesmo o objetivo da iniciativa da Câmara de Odemira: a participação, o envolvimento das populações. “Reunimo-nos e decidimos entrar no Orçamento Participativo. O ponto de viragem foi a iniciativa, a vontade de ir para a frente com boas ideias, que beneficiam as freguesias e as populações. A Câmara de Odemira fez uma exposição pública sobre os limites impostos para os projetos e aí percebemos que as propostas deviam dirigir-se a material, serviços e equipamentos. Surgiu-nos, então, a ideia de apostar em painéis solares”, conta Sérgio Maraschin, que já tinha apostado num sistema semelhante que instalou no seu monte, e, por sinal, com bons resultados.
Aldeia sustentável Edifício do mercado construído em taipa
A proposta apresentada, e que foi uma das vencedoras, na verdade, visa a instalação de oito unidades de microgeração de energia elétrica nos edifícios das entidades públicas das juntas de freguesia de São Luís e de Relíquias, distribuídas equitativamente pelas duas freguesias. Ou seja, quatro unidades por freguesia. A ideia surgiu em 2011 e veio sendo trabalhada desde então. “Em sede da Comissão Intersocial de Freguesias foi proposto que fosse apresentada esta ideia, abrangendo assim as duas freguesias (São Luís e Relíquias), de modo a que também fosse aumentado o âmbito do projeto e, consequentemente, fazendo com que a probabilidade de vencer fosse maior”, explica Silvestre Martins. Mas em que consiste cada unidade? “Cada uma será composta por um conjunto de painéis fotovoltaicos, seguidor solar, inversor,
equipamento elétrico de proteção, contador de energia e material elétrico”, avançam. E António Manuel acrescenta: “A energia elétrica produzida pelas unidades será utilizada pelas entidades e/ou serviços públicos e a diferença fornecida à Rede Elétrica Nacional, com as vantagens contempladas na regulamentação existente”. “O rendimento líquido de cada unidade de microgeração será gerido pelas entidades contempladas e/ou pela própria junta de freguesia”, reforça António Manuel. Rendimento, este, que será, segundo Silvestre Martins, “utilizado para promover projetos de âmbito social, cultural, ecológico e comunitário”. E esta, na opinião dos promotores, “é a parte mais interessante do projeto”. “Esta é, sem dúvida, a melhor parte da história, uma vez que é um ativo que continua a dar um fundo de caixa para
os próximos 25 anos, que é a vida útil dos painéis”, diz Sérgio Maraschin. Na calha estão também, como não poderia deixar de ser, “outros projetos de microgeração de energia”. Até porque, como afirma António Manuel: “Se houver aquisição de novos painéis este prazo de 25 anos aumenta, o que é muito bom para ambas as freguesias”. Dentro de parâmetros normais de produção e consumo, cada unidade poderá retornar o investimento total em seis anos. E, segundo os promotores, “o projeto apresenta viabilidade económica e rentabilidade comprovada, podendo trazer reforço financeiro para as entidades públicas”. Mas mais do que o projeto houve a vontade de participar, de ter uma palavra a dizer. E é isso que, neste momento, também orgulha as gentes de ambas as freguesias. “Foi um exemplo fantástico daquilo que é a democracia”, considera Silvestre Martins. “Fazemos parte de pequenas freguesias e normalmente há sempre o receio de que estes projetos tenham menos votação, tendo em conta o número de população. Mas isso não se tem verificado em Odemira. Há um real envolvimento das pessoas e esperamos que no futuro ainda exista mais. A junção de esforços é fundamental, no nosso caso foi. É a prova de que a união faz a diferença”. A instalação destas unidades “servirá de incentivo para a
Casa do Povo de São Luís Será uma das entidades que beneficiará com o projeto
Diário do Alentejo 4 janeiro 2013
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Ricardo R Cardoso Vereador da Câmara Municipal de Odemira Ve
“Impulsionar a participação cívica das pessoas” Como surgiu a ideia de implementar o Orçamento Participativo (OP) em Odemira?
O OP aparece com a nossa preocupação de querer impulsionar a participação cívica das pessoas. Queremos, de facto, integrar a população de Odemira naquilo que são as decisões municipais e fizemos, digamos, uma busca pelas diferentes formas de se poder participar. Encontrámos alguns exemplos de Orçamento Participativo em Portugal e no estrangeiro que nos chamaram a atenção e que achámos que seriam interessantes. Fomos ambiciosos e acabámos por aplicar aquele que é o modelo que mais diz às pessoas. É um modelo deliberativo, em que não basta consultá-las, damos-lhe também a opção de poderem escolher, nomeadamente aquilo que querem e acham mais importante para o concelho. Os projetos vencedores foram atribuídos a freguesias com menos população. É um dado curioso?
Microgeração Instalação de oito unidades conquistou o público votante
comunidade, marcando assim os primeiros passos rumo a um futuro energético e económico mais sustentável, contribuindo simultaneamente para a redução da pegada ecológica das duas freguesias e, consequentemente, do concelho de Odemira”. O investimento é de 180 mil euros. “Qualquer aldeia pode tornar-se totalmente sustentável em nossa opinião. Não é fácil, mas há vontade para que isso possa acontecer”, avança Silvestre Martins, enquanto António Manuel aponta os bons exemplos, como “o mercado municipal”, construído em taipa. São Luís e Relíquias sonham no futuro poderem ser verdadeiras aldeias solares. “Talvez daqui a uns 20 anos possa ser uma realidade. Se todas as casas estivessem completamente independentes energeticamente seria
Rendimento líquido de cada unidade de microgeração será utilizado para promover projetos de âmbito social, cultural e comunitário.
extraordinário”, considera Silvestre Martins. “Sonhar e fazer para que os sonhos aconteçam não custa”, reforça António Manuel.
“Há um grande potencial. Cada casa poderia, futuramente, tornar-se numa unidade produtora. É claro que existe um longo trabalho a fazer”, diz, por sua vez, Sérgio Maraschin. E acrescenta: “Começa-se pela energia, mas há outras vertentes, outros setores. A educação, o apoio médico, o transporte, a produção de comida. Temos de ver a um nível local. Ou até de interdependência, a nível de freguesias. É uma democratização e uma localização, que implica uma mudança de pontos de vista. De como nós nos vemos neste mundo também”. E em São Luís e Relíquias já se pensa no próximo Orçamento Participativo. Tanto assim é que, na primeira semana, após a saída dos resultados, os promotores fizeram a seguinte pergunta: “Que ideia vamos apresentar em 2013?”.
Lembro-me que, em 2011, em Santa Clara, as pessoas interrogaram-se se este não era mais um modelo que só servia para os grandes centros. Pretende-se que este projeto seja municipal. Não tinha receio que este fosse só um projeto para as freguesias com mais população e isso veio a confirmar-se. Tanto em 2011 como em 2012 pequenas povoações do concelho de Odemira conseguiram, através de muita dedicação e empenho, fazer aprovar os seus projetos. Têm chegado à autarquia projetos inovadores?
Sim, há ideias interessantes. Algumas que, de facto, já tinham sido pensadas, mas não para determinado local. E outras que nunca tinham sido equacionadas. Independentemente de os projetos ganharem ou não, as propostas das pessoas também servem para nós, executivo, percebermos que existem coisas que as pessoas desejam, e que nós podemos implementar. Este ano as regras também mudaram um pouco. A urna itinerante foi uma boa experiência?
Desde o início que quisemos ter normas anuais e não um regulamento. Achamos que não há um modelo exemplar. Há OP bons que têm premissas que não se podem colocar em causa, mas têm de ser adaptados, tendo em conta o contexto social, territorial e formativo do público-alvo. E foi isso que fizemos. Tentámos perceber se existiam formas de melhorar este processo e em 2013, certamente, que também vai haver alterações. Tentamos melhorar sempre. A urna itinerante foi um bom exemplo, porque percebemos que num concelho como o nosso, muito extenso, as pessoas tinham dificuldade em deslocar-se à sede de freguesia. Estou a referir-me, claro, às pessoas que não recorriam ao voto on line. O processo de participação é simples?
Sim, e essa foi precisamente a nossa preocupação. Queremos que qualquer cidadão possa participar. Só exigimos duas coisas: a descrição sumária do projeto e o nome de um proponente. Queremos que dos 16 aos 100 anos se possa participar. O número de votantes aumentou. Em 2011 tínhamos tido cerca de 900 votantes, em 2012 ronda os 3500, o que nos parece muito significativo. Há mais gente a ter vontade de participar. Qual é o balanço que faz destes dois anos de OP?
Comissão Intersocial de Freguesias Alguns dos promotores da proposta vencedora
Em minha opinião, esse balanço cabe às pessoas de Odemira. Posso é dizer-lhe que temo-nos esforçado para fazer e dar o nosso melhor. Julgamos que os resultados, de certa forma, falam por si. Sentimo-nos motivados com esta participação e queremos levar o projeto adiante.
LPN realiza inquérito piloto
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Atual
A Liga para a Proteção da Natureza (LPN) vai realizar um inquérito piloto sobre a adesão dos agricultores às medidas agroambientais. A iniciativa conta com a parceria da Confederação dos Agricultores Portugueses (CAP) e da Associação de Agricultores do Campo Branco.
Sines concedeu benefícios fiscais O município de Sines concedeu benefícios fiscais no primeiro ano de vigência da Área de Reabilitação Urbana do Centro Histórico, que representam um montante de 38 275 euros. A informação consta do Relatório de Monitorização da Área de Reabilitação Urbana do Centro Histórico de Sines, apreciado pelos órgãos municipais em dezembro último.
Protesto pode prolongar-se por todo o ano
Serpa aprovou moção A Assembleia Municipal de Serpa aprovou uma moção apresentada pelo Bloco de Esquerda por maioria. A moção “Em Defesa da Democracia Local e Regional” exprime o seu desacordo com “o sistema de governo proposto na Proposta de Lei n.º 104/XII” e exige “um maior papel das assembleias municipais na governação das áreas metropolitanas e comunidades intermunicipais”. E, entre outras matérias, “exige o cumprimento imperativo constitucional da Regionalização”.
Vidigueira em defesa do poder local democrático A bancada da CDU na Assembleia Municipal de Vidigueira apresentou uma moção, defendendo que “em 2012 se assistiu à maior ofensiva contra o poder local democrático”, que foi aprovada por unanimidade. A reforma administrativa do território merece críticas, bem como “a sucessiva descapitalização dos municípios”. As comunidades municipais também constam do documento, bem como a “forte ofensiva de privatizar a água e os resíduos”. Segundo a moção, “a defesa do poder local democrático passa por resistir e impedir a sua descaracterização”.
Greve às horas extra na administração local Trabalhadores da administração local iniciaram uma greve às horas extraordinárias e aos feriados por tempo indeterminado, contra a redução do pagamento do trabalho extra e o consequente impacto da medida nos serviços prestados às populações.
A
greve abrange todos os trabalhadores do setor da administração local, ou seja, funcionários das câmaras, das juntas e de empresas municipais, associações e Sapadores Bombeiros e Polícia Municipal. Seg u ndo o v ice-presidente do Si nd ic ato dos Traba l hadores d a
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novas contratações e com a redução do valor do trabalho extraordinário é “possível que certos serviços entrem em rotura”, da jardinagem ao lixo, das brigadas da água à proteção civil. “A imposição da redução do número de trabalhadores nas câmaras municipais tem um impacto brutal em todos os serviços prestados à população. E é a população que sai afetada”, afirmou. Além disso, o vice-presidente do STAL considerou que estas medidas constituem uma “tentativa deliberada de privatizar” serviços municipais, porque as autarquias têm de recorrer a empresas externas para realizar esses trabalhos.
GNR também patrulha azeitona
Operação “Lagares de Azeite”
Refeitório comunitário em Aljustrel A candidatura para a criação de um refeitório comunitário apresentada ao Programa de Desenvolvimento Rural (Proder) pela Câmara Municipal de Aljustrel foi aprovada. O refeitório vai assegurar o fornecimento de refeições a custo reduzido, ou gratuitamente, a trabalhadores da autarquia, trabalhadores de outras entidades que se encontrem deslocados, beneficiários de prestações sociais que estejam integrados em programas de emprego/inserção e a indivíduos em situação de carência económica.
Administração Local (STAL), José Correia, esta greve às horas extraordinárias e feriados pode prolongar-se por “todo o ano”. José Correia salientou que, com esta greve, os trabalhadores pretendem “demonstrar um descontentamento latente” quanto à redução do valor do trabalho extraordinário, que, com a entrada em vigor do Orçamento do Estado para o próximo ano, “fica equiparado ao valor normal do trabalho”. Por outro lado, o sindicalista alertou para a possível diminuição da qualidade dos serviços prestados à população na administração local, uma vez que sem
A
GNR está a fiscalizar os lagares de azeite, numa operação nacional que visa verificar o cumprimento das normas de funcionamento, desde o licenciamento ao tratamento dos resíduos resultantes do processo de transformação das azeitonas. A operação “Lagares de Azeite”, realizada pelo Serviço de Proteção da Natureza
e do Ambiente arrancou a 15 de novembro e termina a 31 de janeiro. Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), estavam em laboração no País 1.125 lagares em 1995, alguns dos quais encerraram devido às exigências da União Europeia relativamente ao licenciamento e às novas exigências ambientais. Em 2011, estavam em funcionamento 527
destas unidades industriais. Paralelamente à operação “Lagares de Azeite”, a GNR tem também em curso a ação “Azeitona Segura”, que visa o reforço do patrulhamento de proximidade nas explorações agrícolas de todo o País em que decorrem as campanhas da azeitona. Lançada pelo Destacamento de Moura, esta operação foi este ano alastrada a todo o País.
O Aparthotel do Castro, a unidade hoteleira mais antiga do concelho de Castro Verde, fechou portas no passado dia 15 de dezembro. Inaugurado em meados dos anos 80, o estabelecimento tinha a classificação de duas estrelas e tinha 40 apartamentos, contando com 76 camas.
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Aparthotel do Castro fechou portas
Vidigueira apoia empresários locais A Câmara Municipal de Vidigueira vai apoiar financeiramente os empresários locais para a aquisição de programas informáticos certificados, como meio de emissão de faturas, talões ou documentos equivalentes. Recorde-se que entrou em vigor, no dia 1 de janeiro, a nova legislação para o setor. A autarquia vai ainda realizar, em todas as localidades do concelho, sessões de esclarecimento, destinadas a empresários, contabilistas e interessados na matéria. As primeiras sessões acontecem já na segunda-feira, 7, em Vidigueira e Vila de Frades.
Associação Empresarial do Baixo Alentejo e Litoral
Empreender no feminino A Associação Empresarial do Baixo Alentejo e Litoral (Nerbe/Aebal) quer promover o empreendedorismo feminino na região, através de um projeto que vai dar formação e apoios técnico e financeiro a mulheres para criarem as suas próprias empresas.
O
projeto pretende “promover a igualdade de género no ramo empresarial e o empreendedorismo feminino” e “contribuir para a diminuição do desemprego” de mulheres na região, disse à agência Lusa o presidente da Nerbe/ /Aebal, Filipe Pombeiro. Para atingir os objetivos, o “Projeto de apoio à criação de empresas dirigido a mulheres” vai dar formação e apoios técnico e financeiro a mulheres interessadas
em desenvolver os seus próprios negócios, através da criação de microempresas, explicou. Segundo Filipe Pombeiro, o projeto, que se destina a mulheres empregadas ou desempregadas, com escolaridade obrigatória e idades entre os 21 e os 50 anos, só avançará se for aprovada a candidatura já apresentada ao Programa Operacional do Potencial Humano (POPH). No entanto, frisou, as mulheres empreendedoras interessadas em aderir ao projeto já podem candidatar-se e, para tal, deverão preencher e enviar para a Nerbe/ /Aebal a ficha de manifestação de interesse, disponível no sítio de Internet e nas instalações da associação. Segundo a associação, o projeto, se for aprovado, vai decorrer em quatro fases, até
30 de abril de 2014, sendo que a primeira fase inclui uma formação em empreendedorismo, que irá incidir nas áreas de igualdade de género, gestão, relações interpessoais, liderança e tecnologias de informação e comunicação. A segunda fase irá incluir várias ações de tutoria e consultoria para as mulheres empreendedoras elaborarem os planos de negócios das empresas a criar e apoios técnico e jurídico necessários ao arranque dos negócios. A terceira fase contemplará a atribuição de um prémio de cinco mil euros para o arranque de cada empresa e a quarta fase incluirá ações de suporte à criação de redes interempresas, de um portal na Internet e de uma rede de apoio às mulheres empreendedoras.
Indicador concelhio de desenvolvimento económico e social
Barrancos, Castro e Sines com qualidade de vida
F
oi dado a conhecer o Indicador Concelhio de Desenvolvimento Económico e Social de Portugal, desenvolvido pela Universidade da Beira Interior (UBI). Na lista, que pretende avaliar a quali-
dade de vida dos municípios portugueses, o distrito de Beja está representado nos trintas primeiros lugares por Barrancos (17.º posição) e por Castro Verde (24.ª posição). O Baixo Alentejo é também representado por Sines,
que ocupa a 15.ª posição. A terceira edição do estudo, elaborada no último trimestre de 2012, inclui 48 indicadores baseados em dados de 2010 do Instituto Nacional de Estatística (INE) e referentes aos 308 municípios de Portugal.
Insolvências batem recorde em Beja O número de empresas no distrito de Beja que pediram insolvência em 2012 foi de 43. Um aumento de 152,94 por cento, quando comparado com os dados referentes ao ano anterior (17). Esta percentagem é a maior registada a nível nacional, que apresenta um aumento de ocorrências médio de 39 por cento. Em termos absolutos, foi no distrito do Porto que se assistiu ao encerramento de um maior número de empresas, com 1 471 a declararem insolvência (31,11 por cento), seguido por Lisboa com 1 335 falências, mais 38,06 por cento que em 2011. O setor mais atingido foi o do comércio a retalho, com 864 encerramentos em todo o País. Em 2010 o distrito de Beja tinha registado 18 pedidos de insolvência.
Ministro da Saúde começa ano em Beja O ministro da Saúde começou o ano com uma visita ao Hospital José Joaquim Fernandes, em Beja. Na ocasião Paulo Macedo prometeu que, apesar das “dificuldades” esperadas para 2013, o Governo irá “continuar a melhorar a oferta de serviços” na área que tutela, com a abertura de novas unidades. O ministro da Saúde anunciou ainda uma revisão da lista de utentes do Serviço Nacional de Saúde, para que “mais portugueses” tenham acesso a médico de família. “O que queremos é que haja mais médicos de família para o maior número de portugueses e conseguimos isso com o acordo que fizemos com os sindicatos médicos, no sentido de haver um maior número de utentes que vai ser coberto por médicos de família”, explicou.
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12 Diรกrio do Alentejo 4 janeiro 2013 PUB
Foram três noites de grande nível na PRAÇA DA REPÚBLICA de Beja. Não há fome que não dê em fartura. Num ano de vacas magras para a cultura, nomeadamente no concelho, a autarquia resolveu abandonar 2012 com um programa de inegável qualidade. Claro que as críticas à política cultural da autarquia não se fizeram esperar. Mas ver o centro de Beja repleto de gente é sempre uma alegria. PB
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Temos urgentemente de pôr cobro a esta espiral recessiva, em que a redução drástica da procura leva ao encerramento de empresas e ao agravamento do desemprego. Aníbal Cavaco Silva na mensagem de Ano Novo, 1 de janeiro de 2013
Opinião
O lavrador e o rouxinol João Mário Caldeira
(Ao Manuel Madeira, eventual personagem desta história, em mais um aniversário da sua morte)
H
avia um lavrador (não seguramente o da Arada) que tinha a sua lavoura a meia dúzia de quilómetros de uma vila alentejana em terras que herdara dos pais. Além de outros predicados, diferenciava-se da maioria dos seus congéneres pela forma de ser e estar na vida. A começar pela cultura humanística de nível superior, cujo grau o guindou à magistratura, de que se afastou para assumir a condução da casa agrícola por morte algo prematura do ascendente direto. Um dos traços mais marcantes da sua personalidade era ter uma suscetibilidade à flor da pele, fervendo em pouca água, como ali se dizia. Os amigos, não obstante, reconheciam-lhe sensibilidade e simpatia natural e davam de barato os seus destemperos ocasionais, sublinhando a sua desprendida dedicação, a maneira generosa com que os recebia em sua casa, o seu gosto pelo cante e o seu humor refinado. Estando uma tarde Quando por morte dos pais e desfrutando a familiares mais chegados, a casa se esvaziou de conteúdo, o lavrabondade do clima dor passou a habitar nela sozina despedida nho, melancolicamente envolto de um quente em passado, ainda que com fremês de abril, foi quência subisse à cidade onde visurpreendido viam e trabalhavam os filhos e por um rouxinol a mulher. O isolamento a que se obrigava justificava-o pelos afaque, empoleirado zeres agrícolas e pela caça, de numa árvore do quintal, iniciava, a que era muito aficionado, todavia tinha consciência que assim solo, uma singular procedia mais pelo gosto de gopartitura de zar o silêncio que se instalou na primavera. Embora casa, dando-lhe oportunidade familiarizado com de se concentrar na leitura e na meditação. os encantos que, Estando uma tarde desfruamiúde, o campo tando a bondade do clima na deslhe reservava, pedida de um quente mês de abril, o nosso homem foi surpreendido por um rouxinol achou aquilo, não que, empoleirado numa árvore do quintal, iniciava, a solo, uma uma dádiva de singular partitura de primavera. Deus (em que não acreditava) mas um Embora familiarizado com os encantos que, amiúde, o campo lhe presente especial reservava, o nosso homem achou da mãe natureza. aquilo, não uma dádiva de Deus (em que não acreditava) mas um presente especial da mãe natureza. E no mais profundo êxtase, ali ficou no pátio, reclinado na cadeira, agradecido ao generoso flautista que já com a lua bem alta decidiu guardar a pauta e calar o instrumento. Ainda que todos os dias, ao cair da noite, o rouxinol não faltasse no poiso onde montara o coreto, outras coisas mais prosaicas aconteciam no quintal, roubando o sossego ao contemplativo agricultor que tinha pouca paciência para lidar com o que não lhe agradava. Achava o homem, e com razão, que
alguma coisa deveria ser feita contra os ratos que invadiram as arrecadações, com certeza por nelas encontrarem comida, coisa que qualquer bicho não despreza, muito menos os ratos cuja tripa parece não ter fim. Não era, todavia, do desbaste do celeiro que mais se queixava o bom do homem mas do desplante dos bichos que, à boca da noite, vinham apanhar fresco no travejamento do alpendre que ficava sobre o pátio. Era tal o desaforo, tais as corridas e chiadeiras, que acabaram por desassossegar as cadelas de caça habitualmente deitadas ao lado do dono, em respeito profundo pelas suas divagações. Embora ao rouxinol, na hora em que dava o recital, não o perturbasse a insolência dos ratos, era ao lavrador que os bichos faziam mais mossa, pondo-o numa espiral de agitação que se propagava às cadelas que ganiam, de focinho levantado para as vigas da cobertura. Não vendo melhor meio para fazer face aos bichos caretos, o homem valeu-se do que tinha ao seu alcance: uma antiga espingarda de pressão de ar que andava perdida pelos cantos. Atirando aos vultos, na semiobscuridade, muitos dos ratos caíam fulminados no chão, sendo de imediato desfeitos pelas cadelas com uma raiva superior à que a eles despertavam no dono. Mais espantados que dizimados, os insolentes animais deram tréguas por uns dias ao lavrador, que tranquilamente pôde retomar o fresco da tarde a ouvir a ave filomela honrando com trinados o pátio de sua casa. Mas não há bem que sempre dure, nem mal que sempre ature. Voltando um dia da cidade, já noite adiantada, à entrada do quintal o nosso homem dá de novo com as cadelas marradas com as traves do alpendre, o que o fez correr de imediato para a velha espingarda de pressão. Amiudando bem na difusa claridade, conseguiu enxergar, lá em cima, a odiosa sombra sobre a qual apontavam as cadelas. Metendo o vulto na mira, deu ao dedo e disparou. Seguiu-se um baque frouxo no chão. Ao contrário do que faziam com os ratos, as cadelas detiveram-se, fixando o animal exangue. O lavrador ficou gelado. Matara o rouxinol.
Orçamento injusto Jorge Rosa Presidente da CM Mértola
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ssistimos diariamente a conversas que versam o tema Orçamento do Estado para 2013. Comentadores, jornalistas, professores de alto gabarito, os denominados opinion makers, em bom português os “fazedores de opinião”, referindo-se ao mencionado documento com palavras bastante duras, injuriosas, que nos deixam assustados. O OE 2013 já foi aprovado pelo PSD/CDS, no geral, sendo em breve altura para o mesmo se discutir nas especialidades, mas não sem antes o nosso Presidente da República se manifestar. Inconstitucional? Ferido de ilegalidade? Talvez, mas na minha opinião sobretudo injusto, insensível aos problemas sociais, refletindo uma grande desorientação do Governo. Além do impacto, enorme, que o OE terá nas nossas vidas privadas, também na vida pública concelhia este se irá refletir. Em cima de vários PEC, várias contenções e cortes, eis que por via do OE vamos ter mais. Estão criadas regras que nos limitam muito a nossa liberdade autárquica, ou seja autonomia, e que nos vão obrigar a ser “mandados” pelo poder central. Somos obrigados a ter menos funcionários, menos dirigentes, menos gabinete de apoio, menos freguesias, menos dinheiro, mas mais trabalho, maiores competências. Será possível isto? Claro que não. E quem ficará a perder? Todos
os que contam connosco, com a nossa ajuda, todos aqueles a quem fornecemos água, recolhemos o lixo, tratamos de licenças e certidões, reparamos ruas, estradas, damos apoio social, que transportamos, alunos que levamos para as escolas, enfim, melhoramos as condições de vida e de vivência. Também a autarquia de Mértola já fez os seus documentos previsionais, o seu orçamento e plano plurianual de investimentos, tardiamente pois nada sabíamos do OE, mas objetivamente dando maior atenção precisamente às áreas que são mais descuradas no orçamento do Governo. Continuamos a Apesar de manter os apoios na área social, na educação, nos cuidados estarmos a ser com a saúde, tentando ao mácontinuamente ximo proteger quem precisa de “espremidos” na maior apoio. Temos a pretensão nossa autonomia, de manter os eventos, pois precinas nossas samos de manter essa dinâmica capacidades bem como a promoção e divulgação da nossa cultura, patrifinanceiras, nos mónio e identidade enquanto nossos recursos, concelho, mas não esquecemos sempre usados as intervenções estruturais mais em prol do prioritárias, conseguindo, digadesenvolvimento -se a muito custo e num rigor e da melhoria financeiro extremo, lançar algumas obras de arruamentos, das condições pavimentações, saneamento bádo concelho, sico e remodelação duma escola. mantemos um E ainda conseguimos lançar, em rumo, percorremos parceria com a Santa Casa da um caminho Misericórdia, e com o apoio da estratégico, Junta de Freguesia de S. Miguel traçado há alguns do Pinheiro, uma obra, seguramente uma das mais importanpoucos anos, tes deste mandato autárquico, que queremos que é o “Lar das 5 Freguesias”. a todo o custo A muito custo, e por muita inmanter, a bem sistência está lançado o condas populações. curso, duma infraestrutura que vem trazer uma nova dinâmica à parte sul do concelho, mais deprimida, e que por isso vai aproveitar bem este investimento. Queremos minimizar o impacto negativo que o menor apoio do estado central provocará na nossa atividade, estamos concentrados nesse objetivo, apesar de sabermos que algum impacto vamos sofrer, pois é impossível anulá-lo totalmente. Veja-se pois a diferença, ou melhor, leia-se. Em apenas dois parágrafos, curtos, uma tão grande diferença de atuação, de sensibilidade. Apesar de estarmos a ser continuamente “espremidos” na nossa autonomia, nas nossas capacidades financeiras, nos nossos recursos, sempre usados em prol do desenvolvimento e da melhoria das condições do concelho, mantemos um rumo, percorremos um caminho estratégico, traçado há alguns poucos anos, que queremos a todo o custo manter, a bem das populações. É aliás com essa intenção, com esse empenho de manter a dinâmica, que termino, assumindo perante todos que apesar de tudo a nossa atitude perante este concelho e as nossas gentes permanecerá inalterável. Faremos tudo o que pudermos para continuar os apoios, os eventos, as intervenções e obras, a proteção aos cidadãos, às crianças e jovens, aos idosos, à população mais vulnerável. Tentaremos manter as razões pelas quais, e pelo segundo ano consecutivo, obtivemos o reconhecimento de “Autarquia Familiarmente + Responsável”, em 308 que o País tem foram apenas 31 a obter tal distinção. No Alentejo apenas duas, onde Mértola, orgulhosamente se inclui. Fica este compromisso para 2013.
Diário do Alentejo 4 janeiro 2013
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O desemprego é o maior flagelo social dos nossos dias. Casimiro Santos fala nisso na entrevista que hoje dá ao “DA”. Mas também fala do trabalho precário e, novidade, do TRABALHO ESCRAVO a que estão submetidas determinadas comunidades estrangeiras, principalmente em empresas agrícolas da região. Em nome da dignidade, não podemos dar aos outros aquilo que não queremos para nós próprios. PB
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Este PRESIDENTE DA REPÚBLICA é um prato. Diz-se economista de primeira água, mas nunca teve uma palavra ou um vislumbre que alertasse ou antecipasse a crise onde nos ajudou a meter. Diz que as políticas recessivas do Governo são nefastas para o País, mas deixa passar o Orçamento do Estado, sem uma única beliscadela. Aquilo que Cavaco diz raramente é aquilo que Cavaco faz. Ou pensa. PB
A execução do Orçamento irá traduzir-se numa redução do rendimento dos cidadãos, quer através de um forte aumento de impostos quer através de uma diminuição das prestações sociais. Todos serão afetados, mas alguns mais do que outros, o que suscita fundadas dúvidas sobre a justiça na repartição dos sacrifícios. Aníbal Cavaco Silva na mensagem de Ano Novo, 1 de janeiro de 2013
Concorrência desleal ou complementaridade? José Filipe Murteira Professor
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o passado dia 12 de dezembro foi inaugurada a nova sede da Associação de Futebol de Beja. Para além do protocolo inerente a este evento, assistiu-se a uma justa e merecida homenagem ao dr. João Covas Lima (“dr Nana”), ao ser atribuído o seu nome ao auditório desse espaço. De toda a cerimónia, ressaltam, entretanto, as críticas dos presidentes da Associação de Futebol anfitriã e da Federação Portuguesa de Futebol à “concorrência desleal” da Fundação Inatel, que retira clubes às competições associativas para disputarem os campeonatos desta entidade. As declarações do presidente federativo foram até “amplificadas” pela notícia da Lusa e foi assim que, pelo menos através do rodapé da RTP, todo o país delas teve conhecimento (um pequeno aparte, para realçar a importância da componente regional da agência noticiosa, nesta e em outras situações, como a forma de chegar a todo o lado o que se vai passando pelo chamado “país real”). Essas declarações, além de injustas, enfermam até de algum desconhecimento do que se passa na realidade. É que na verdade, não existe nenhuma concorrência, mas sim uma complementaridade, que não é de agora, mas de há muitas décadas, quando o Inatel ainda era a FNAT do Estado Novo. Este é um falso problema, que só agora se coloca e que tem na sua génese uma questão que no desporto, não é exclusiva do futebol e, nesta modalidade, atravessa todas as associações e a própria federação. Falamos da quebra de receitas da maioria dos clubes, provocada, em grande medida, pela redução dos apoios das câmaras municipais e dos patrocinadores, que levou a que esses clubes tivessem de rever a sua participação nas diversas competições. Não é só na AFB que não há 2.ª Divisão, o mesmo acontece, por exemplo, no Algarve e, mesmo em Setúbal, uma das maiores do País, o número de clubes neste escalão é bastante reduzido. O presidente Fernando Gomes também não deve ignorar que, na sua própria “casa”, houve clubes que abdicaram de participar em campeonatos nacionais, preferindo manter-se nos distritais. Em Setúbal aconteceu isso com o Vasco da Gama de Sines, em Beja com o Praia de Milfontes, tal como sucedeu em outros distritos com outras agremiações. Isto para não falar nos clubes que, pura e simplesmente, abandonaram o futebol sénior, mantendo apenas as camadas jovens. Mais estranho ainda foi ouvir esse responsável afirmar que a própria “saúde pública” dos atletas do Inatel “estava em causa”, porque não é obrigatório um seguro de acidentes pessoais, ao contrário do que acontece com os atletas federados. Esta afirmação revela, antes do mais, um desconhecimento da realidade. Basta consultar o site da fundação, para ver que a apólice 10001968 de uma seguradora cobre todos os atletas inscritos na época de 2012/13. E, ao afirmar que a solução para os problemas do futebol passa pela diminuição de custos (de que a não obrigatoriedade do policiamento é já um bom exemplo), fica no ar a interrogação: que irá propor o presidente da FPF ao Secretário de Estado da Segurança Social (que tutela o Inatel) em reunião que diz já ter solicitado, para fazer face a essa “concorrência desleal”? Aumentar as taxas de inscrição? Obrigar os
clubes a pagar as arbitragens? É que, se assim acontecer, ao invés de fazer voltar os clubes às provas associativas, arriscamo-nos a que, no futuro, nem nas associações, nem no Inatel. Isto, sim, seria grave. É que, não obstante as dificuldades e contratempos próprios da competição (por vezes levadas a situações extremas, no Inatel como nos campeonatos mais profissionalizados), o desporto e a cultura fazem parte da matriz dessa fundação, cumprindo um desiderato muito importante, que é assegurar o acesso de milhares de cidadãos às mais variadas atividades socioculturais, com recurso a fundos públicos. No caso do distrito de Beja, há muitos anos que, sem “concorrer” com as provas da AFB, os campeonatos do Inatel são dos que têm mais equipas a participar, com particularidades que interessa realçar. Por exemplo, a flexibilidade que permite que clubes dos distritos de Setúbal (Cercalense e Soneguense) e de Faro (Serrano) possam participar neste distrital, jogando com os seus “vizinhos” de Odemira ou de Almodôvar. Ou ainda o aparecimento de clubes (o Luso Serpense, a AC Cuba, o Vale d’Oca, a Casa do Povo de Milfontes), em localidades onde existem alguns dos históricos do futebol do distrito de Beja, sem que isso ponha em causa estes últimos, já que apenas se dedicam a proporcionar a prática desportiva regular a um conjunto de cidadãos, o que é sempre de louvar. Por outro lado, basta olhar para os clubes dos concelhos de Beja e de Odemira (os que têm mais inscritos no distrital do Inatel), para concluir que a maior parte deles nunca participou e dificilmente participará em campeonatos da AFB. No caso de Beja, é paradigmático o caso do Louredense, clube campeão várias vezes no Inatel, participante nas fases nacionais, com boas equipas, organização e condições para a prática da modalidade e que, por opção própria, É que na verdade, nunca se inscreveu nas provas não existe nenhuma associativas (onde, decerto, concorrência, iria fazer “boa figura”). mas sim uma Ou seja, mais do que procomplementaridade, curar bodes expiatórios no Inatel ou em qualquer ouque não é de tra entidade, o que a federaagora, mas de há ção e as associações terão de muitas décadas, analisar é a forma de estanquando o Inatel car a saída dos clubes, manainda era a FNAT tendo assim o serviço público que prestam à comunidade, do Estado Novo. em particular aos mais jovens. É que, nessa cerimónia, também fiquei atónito, ao ouvir dizer que não é justo que os clubes do Inatel participem nas provas associativas com escalões de formação, já que com estes não têm despesas. Afirmação tão estranha, quanto o facto de há vários anos isso acontecer com alguns clubes, como o Beringelense ou o Figueirense, sem que tal tenha sido alguma vez contestado. Para além disso, convém não esquecer que a federação (e as associações, por via desta) recebe verbas do Orçamento do Estado, parte das quais, precisamente para promover a formação de jovens atletas. Nota final : desde 1996, que faço parte da Mesa da Associação de Futebol de Beja, sendo, no presente mandato, vice presidente desse órgão. Ao longo dos diversos mandatos em que participei, sempre mantive (como atualmente acontece) a solidariedade institucional com os restantes
membros dos diferentes órgãos sociais ( Direção, Conselhos de Arbitragem, Técnico, de Disciplina, etc). O que não significa que, em situações concretas e pontuais, discorde de determinadas posições e decisões. Como é, no caso vertente, designar-se como “concorrência desleal” aquilo que não é mais que a complementaridade entre o futebol organizado pela federação e pelas associações, com o que é promovido pelo Inatel.
A maldade de uma reforma administrativa Ruy Ventura Poeta e ensaísta
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enho de começar este texto recordando os sinónimos da palavra “cobardia”. Se começa por ser falta de força moral, ausência de coragem, rapidamente se transforma em deslealdade, em baixeza, em perversidade e em traição – ou seja, em maldade. A esta perigosa forma de fraqueza (que normalmente caracteriza pessoas, sociedades e regimes que só são fortes perante os fracos), tenho de somar contudo a ignorância – não apenas falta de conhecimento, mas também ausência de instrução, de cultura e de saber. Perigosa estupidez, quando elevada aos cumes da técnica, transforma-se em maldade, numa maldade convencida e sobranceira. A reforma administrativa, recentemente “proposta” ao governo e ao parlamento, não parece dispensar qualquer destes ingredientes. É cobarde – porque é desleal, traidora, perversa e maldosa, ao escolher a adoção de uma violência inusitada contra os fracos, como forma de proteção dos fortes. É ignorante, inculta, iletrada e maldosa – porque a sua conceção (além de critérios financeiros, demográficos e outros que só o diabo conhece), não teve em conta nem a geografia, nem a história, nem a sociologia e muito menos a economia e a política. Tais qualificativos bastariam para lhe atribuirmos o epíteto de “ignóbil porcaria”, não se tratasse ainda de um ato discricionário onde saltam à vista a incompetência técnica, um espírito antidemocrático e um total desprezo pelos mais elementares direitos do ser humano que vive em sociedade. Se este conjunto de documentos não manifesta incompetência, então é, deliberadamente, um exemplo de mentira, o que, a ser verdade, revelaria critérios de atuação política só admissíveis em ditadura ou tirania. Como se explica, por exemplo, que num dos relatórios se proponha a extinção de duas freguesias do concelho de Portalegre (Carreiras e São Julião) porque as respetivas sedes distam apenas cerca de dois quilómetros “sem acidentes orográficos ou outros obstáculos relevantes” pelo meio, quando, na realidade, a distância entre elas é muito maior, tendo a dividi-las montes e serras com reconhecida altitude (num dos casos, o alto de São Mamede, ponto cimeiro a sul do Tejo, com mais de mil metros)? Há, ainda, a admissão de critérios tirados da roleta. Como é possível que, numa sede municipal como Castelo de Vide, só porque tem a sorte de estar num concelho com apenas quatro freguesias, se mantenham três delas no interior de uma vila pequena – e uma cidade com a dimensão de Setúbal, porque tem mais autarquias, seja obrigada a ficar apenas com uma no seu núcleo urbano? Das três, uma: ou houve incompetência, ou houve desleixo, ou houve maldade, maldade substanciada na manipulação de dados como forma de fundamentar o inaceitável. E tudo pago, e decerto bem pago, com o dinheiro dos
Cartas ao diretor Portugal Telecom cobra furto e corta meios de negócio a PME de Beja Alexandra Cortez Beja
contribuintes, tão escasso! Esta reforma é, ainda, antidemocrática. Não respeita qualquer praxe de um regime livre. Afirma, por exemplo, que a pronúncia de uma assembleia municipal pela conservação de todas as freguesias do seu concelho é considerada uma não-pronúncia… Mais grave que isto é, contudo, retirar às populações residentes e proprietárias o direito de se pronunciarem diretamente sobre o seu futuro. Só aos eleitores/contribuintes caberia decidir, num eventual referendo, a manutenção da sua freguesia, a sua junção com outra vizinha e, até, a possibilidade de mudar de município, se essa fosse a vontade maioritária. Quem tem medo da voz do povo? Começo a dar razão àqueles que afirmam que Portugal parece uma democracia, mas na realidade está longe de o ser, seja gerido por socialistas ou por social democratas. Integrada numa estratégia geral de abandono das populações fragilizadas do interior, esta maldosa e injusta “reforma” é, ainda, violentadora dos direitos elementares dos mais fracos. Não pode ser vista isoladamente. É mais um passo da marcha para o abismo do mundo rural, do caminho para a desertificação, que tem levado ao encerramento de maternidades, escolas, centros de saúde, hospitais, postos de correio, tribunais, quartéis, etc.. Há neste momento aldeias que são antecâmaras da morte: só têm casas, total ou parcialmente desabitadas ou arruinadas, lar de idosos, igreja para missas de sufrágio e cemitério. Tudo o mais foi abandonado pelos poderes públicos – o que se acentuará com rapidez se esta reforma for por diante como está. Sendo evidente que pouca poupança trará a extinção de mais de um milhar de freguesias, haveria ainda assim outras formas de reduzir a despesa do estado, nomeadamente nos municípios e noutros serviços supérfluos do Estado. A opção foi, contudo, assassinar num terço das nossas terras o único órgão eleito que serve povoações com escasso acesso a outros meios de ação sócio-política. Valeria a pena reformar com saber a administração da grande faixa litoral e promover medidas que atraíssem mais habitantes ao interior, numa estratégia de discriminação positiva. Mas não é esse o objetivo dos cobardes e velhacos que há muito decidiram esvaziar o interior para melhor o ocuparem e dominarem com “projetos de interesse nacional” que só a eles interessam (assim me confidenciou há cerca de um ano um homem que ocupou o cargo de ministro). Sabem que, do outro lado, terão pouca luta, pois os adversários são pessoas envelhecidas ou cidadãos sem meios para expressarem a sua indignação e a sua revolta. Sabem que, ao seu lado, está a ignorância de uma população urbana que despreza tudo quanto vá além do seu mesquinho mundo exibicionista e consumista… Chegados a este ponto, urge perguntar sem medo se não existirão traidores por obras ou por omissão. Devemos estranhar a falta de ação de alguns políticos, de alguns autarcas que pouco ou nada dizem, pouco ou nada fazem, que talvez de propósito fundamentaram mal as decisões tomadas. Não seria inédito se, mais uma vez, trocassem o bem-estar dos seus conterrâneos por futuros proveitos, por benefícios vindouros retirados da nova organização do território. Pensarão, em segredo, no novo fôlego que ganharão em freguesias refundidas, agora que já não podem concorrer àquela que dominaram durante anos a fio. Há sempre traidores – e nem sempre distantes. É preciso estar alerta. Quanto a nós, simples cidadãos, é importante continuar a lutar, ainda que o pior venha a acontecer. E, se o pior acontecer, transformemos a extinta autarquia numa comunidade. Ou seja, mesmo que a freguesia desapareça, devemos continuar a viver em comum, a trabalhar para o bem comum, fazendo valer os nossos direitos. Será preciso trabalhar para futuro, com os olhos abertos, olhos postos numa identidade que deve ser reconquistada e reinventada como alicerce de um novo e inovador edifício social e convivente.
No passado mês de agosto a AC Condomínios é confrontada com uma fatura referente ao mês de julho no valor de 8 039,70 euros em chamadas internacionais com uma sequência massiva de tal forma que no dia 8 de julho de 2012 o n.º 0056451975441 foi discado 40 vezes com uma cadência totalmente irracional. Veja-se por exemplo que entre as 23:44:44 e as 00:18:58, ou seja em cerca de meia hora, a PT faturou chamadas no valor de 63,943 euros sendo que entre as 00:08:26 e 00:08:35, ou seja em cerca de nove segundos, a PT faturou 14,941 euros, o que revela a existência de uma fraude grosseira com a conivência desta operadora, porque nenhum software seriamente programado poderia permitir tão anacrónico tráfego, a menos que haja interesse nisso, como por exemplo transformar nove segundos em treze minutos e vinte e dois segundos. Até porque a PT sabe que a AC é uma prestadora de serviços local e sem qualquer historial acerca do uso do serviço telefónico internacional. A AC perante tão gritante cobrança, entrou de imediato em contacto com a PT, chamando a atenção para o evento, que à priori só poderia dever-se a um erro de faturação por parte deste operadora. Mas a 11 de setembro de 2012 um email proveniente da PT confirmava que, de facto, as chamadas se teriam realizado, através de um pirata informático e que por isso não assumiria qualquer responsabilidade, uma vez que a central telefónica da AC não foi adquirida nos seus balcões. Perante tão inacreditável justificação, estava assim declarado um furto, tendo-se de imediato apresentado queixa na polícia de investigação criminal de Beja contra desconhecidos. Lamentavelmente concluiu-se, portanto, que a PT só protege quem lhe compra os seus equipamentos, o que viola os termos dos seus próprios contratos, por omissão. Perante esta declaração tão escabrosa a AC recusou o pagamento do furto de origem desconhecida e a PT no dia 31 de outubro, retaliou efetuando o seu primeiro corte do serviço, tendo a AC ficado inibida de fazer chamadas fixas, de fax e do serviço de Internet, ficando assim impedida do uso dos canais tradicionais e avançados de negócio. Para minimizar tais prejuízos, a AC de seguida procurou no mercado alternativas, tendo a operadora concorrente ficado dependente dos bons ofícios da PT para cedência da portabilidade, o que decorridos 22 dias ainda estava por concretizar, ficando assim a AC impedida de retomar os trabalhos dependentes destes meios de comunicação, causando prejuízos. Inclusive o ato retaliatório do corte das comunicações fez correr o boato na cidade de Beja, de que a AC iria fechar portas, o que não era de estranhar dada a crise generalizada em que vivem as pequenas empresas. E daí os utentes da AC se assustaram e os possíveis novos clientes se afastaram, procurando alternativas mais seguras. No entanto a AC ainda que sendo uma pequena empresa com 12 trabalhadoras, deveria merecer maior respeito por este gigante operador monopolista, uma vez que a AC é de boas contas e honrada e está ligada à PT desde 1997 (l5 anos) e a nível de impostos também o é, senão veja-se: em 2011 fez a entrega ao Estado de 42 497 euros em IVA, pagou aos seus colaboradores 126 950 euros em ordenados e teve como resultado líquido uns magros 1 271,76 euros. E para emagrecer ainda mais estes proveitos, aparece agora um tenebroso adamastor empresarial, ameaçando arruinar uma pequena empresária que tal como tantas outras neste País, tenta dia a dia dobrar o cabo da Boa Esperança, porque não sendo uma entidade exportadora não goza do direto à equidade de que tanto se fala neste País. E no entanto a PT conhecendo o momento presente,
mantém o propósito de validar um saque brutal inquinado de dividendos inconfessáveis, assumindo assim a sua condição de intermediária ao branquear a fraude. Sem dúvida que se está na presença de um indigno ato que o mais pobre honrado teria vergonha de cometer, pois não passa pela cabeça de nenhum mortal comparticipar em “burla”. Sem ter que recorrer à velha metáfora “é tão ladrão aquele que vai à horta como o que fica à porta”, cabe à Portugal Telecom tirar as devidas ilações dos seus sistemas informáticos, claramente permissivos em defesa do seu próprio negócio, lícito ou não. É obrigação da PT provar que os seus serviços prestados estão acima de qualquer suspeita e demonstrar ao público em geral que sendo um prestigiado grupo económico, só visa lucros moral e eticamente limpos e uma grande oportunidade para o fazer, é retificar a fatura/recibo n.º 451005095 que veicula uma fraude que desonra a Portugal Telecom. Assim o esperamos!
Nascem 240 agricultores ao mês Francisco Grilo Batista Vila Verde de Ficalho
Estas palavras são da autoria da atual ministra da Agricultura, valendo aquilo que valem, devo alertar a ministra de que se não acelerar este ritmo vai precisar de cerca de 70 anos para colocar no terreno 200 mil novos agricultores nascidos das suas sábias decisões; com todos os prós e os contras desta medida e se a situação da agricultura não fosse tão dramática, o mínimo que se poderia dizer desta medida, é que ela seria um pouco mais que ridícula, o caminho da agricultura portuguesa se ainda formos a tempo terá de ser outro. Valendo o que valem aquelas palavras, elas são no entanto mais do que elucidativas para avaliar o estado de incompetência de quem não percebe patavina do cargo que ocupa e exerce; ou melhor dizendo saberá muito bem exercê-lo, disponibilizando todos os meios ao seu alcance sempre a favor dos que mais têm, ou seja, os ricos. É claro que estou a falar particularmente do Alentejo, daí que melhor seria que a ministra da Agricultura, em vez de dedicar o seu tempo a plantar uns pinheiritos, com a televisão atrás de si para tirar a fotografia para a posteridade, se dedicasse com empenho e seriedade a dar uma volta por estes campos do Alentejo e por estas aldeias alentejanas para poder observar o que resta de um Alentejo e de um povo que no seguimento das conquistas de Abril, soube eliminar o desemprego criando riqueza e com alegria, e vontade de viver soube dar vida e sentido aos campos. Venha agora senhora ministra não para plantar pinheiros ou eucaliptos (porque sabemos que o faz por pura demagogia), mas venha também para falar com o que resta dos pequenos e médios agricultores velhos, doentes e falidos, mas que teimosamente ainda insistem em produzir azeitona ou criar ovelhas para juntar mais uns escassos patacos às suas miseráveis reformas. Venha ouvi-los, eles não comem ninguém, ou então venha fazer uma visitinha às grandes herdades que ficaram fora da zona de influência da barragem do Alqueva para ver com os seus próprios olhos o estado em que se encontram. E antes de tomar as medidas mais ou menos repressivas contra os pequenos e médios agricultores que se ouvem por portas e travessas que vão no sentido de os penalizar por não poderem tratar das suas parcelas, pense em primeiro lugar nas grandes herdades que na maioria dos casos produzem apenas pasto, vacas, cavalos, veados e caça. Nestas condições os seus 240 agricultores fabricados ao mês nem chegariam para as encomendas. Seguindo por estes velhos tenebrosos e silenciosos caminhos, onde até temos medo da nossa sombra, deitemos uma breve olhadela para o interior desse outro Alentejo, que pula e se agita à volta das margens longas e apetitosas da barragem do Alqueva; aí desde há anos que estamos assistindo à plantação desenfreada e que ninguém controla de milhares e milhares de hectares dessa floresta verde a que chamam olivais intensivos ou super intensivos, que mais não são do que potentados agrícolas – tipo colonatos – onde impera apenas a lei do lucro e ondem nem as rolas nem as perdizes têm o direito de entrar, isto para não falar do bicho homem (…).
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Diário do Alentejo 4 janeiro 2013
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Ainda o Ano Europeu para o Envelhecimento Ativo e da Solidariedade entre Gerações. Sob o tema, foram dezenas os trabalhos que apresentámos ao longo de 2012 no “DA”. Mas acima de tudo quisemos registar nas nossas páginas uma verdadeira viagem pelas aldeias envelhecidas da nossa região, num ano em que boa parte delas vai deixar de ser sede de freguesia. Hoje, no seguimento do que apresentámos na nossa última edição, oferecemos o olhar de José Ferrolho nalgumas dessas localidades.
aldeias2012 Fotorreportagem José Ferrolho
Diรกrio do Alentejo 4 janeiro 2013
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Seleção distrital de futsal em Vidigueira
Diário do Alentejo 4 janeiro 2013
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A Seleção Distrital Sub/20 de Futsal concentra-se na próxima terça-feira (20 horas) no Pavilhão de Desportos de Vidigueira, para mais uma etapa de preparação do Torneio Nacional de Futsal Masculinos (Fase Zonal) que se realizará entre 11 e 13 de janeiro em Beja, Serpa e Vidigueira, com a participação de 10 seleções distritais.
Desporto
Hoje palpito eu... Nuno Costa
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Zona Azul e Serpa de regresso O Campeonato Nacional de Seniores Masculinos da 3.ª Divisão em andebol regressa na tarde de amanhã com a realização da 11.ª jornada, ronda em que a Zona Azul recebe o Lagos (Pavilhão de Santa Maria, 17 horas) e o CCP Serpa recebe o Andebol Clube de Sines (Pavilhão Carlos Pinhão, 17 horas). 3.ª Divisão – Série F 12.ª jornada Lusitano VRSA-U. Montemor ..........................................0-1 At. Reguengos-Juventude Évora....................................1-0 Esp. Lagos-Lagoa ...............................................................5-1 Aljustrelense-Monte Trigo ...............................................2-0 Vasco da Gama-Castrense ............................................... 2-1 Sesimbra-Moura.................................................................0-2 U. Montemor Esp. Lagos Moura At. Reguengos Juventude Évora Sesimbra Aljustrelense Vasco da Gama Castrense Monte Trigo Lusitano VRSA Lagoa
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Próxima jornada (6/1/2013): U. Montemor-At. Reguengos, Ju-
3.ª Divisão José Feio, (a marcar o primeiro golo do Vasco da Gama), descobriu o caminho para o triunfo
ventude Évora-Esp. Lagos, Lagoa-Aljustrelense, Monte TrigoVasco da Gama, Castrense-Sesimbra, Moura-Lusitano VRSA.
ascido em Faro, foi com naturalidade que iniciou a sua carreira desportiva nas escolinhas do clube da capital algarvia. O percurso formativo continuou depois no Penha e no Olhanense. Como sénior jogou cinco anos consecutivos nos Salgados, uma época no Moncarapachense e regressou aos Salgados para mais uma temporada. Seguiu-se uma época no Quarteirense, de onde rumou ao Rosairense, equipa onde atua há três temporadas. O atual treinador da equipa do Rosário tem 29 anos, assumiu recentemente o cargo, mas revela outras experiências anteriores, como adjunto de Joaquim Sequeira nos Juvenis do São Luís (Faro) e jogador/treinador do Moncarapachense (duas jornadas). Está época já tinha orientado o Rosairense no período de transição, após a saída de Mário Tomé para o Castrense, e agora, de novo à frente dos destinos da equipa, estreou-se com uma vitória no Bairro da Conceição.
Quatro clubes sul alentejanos podem entrar com o pé direito em 2013
Um novo ano, novos desafios O Castrense joga em casa com o Sesimbra e terá, por certo, o adversário mais complicado das quatro equipas do distrito nesta jornada de abertura do novo ano. Texto Firmino Paixão Foto Rui Contente
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Futebol Clube Castrense, que por muito pouco não trouxe um ponto de Vidigueira, jogará no próximo domingo com a formação do Sesimbra, que ocupa o sexto lugar da tabela e, na última ronda, foi derrotado em casa pelo Moura, interrompendo uma série de quatro partidas sem conhecer a
derrota. A equipa de Mário Tomé não terá uma tarefa fácil, mas acreditamos que, com o apoio do seu público, possa regressar às vitórias e aproximar-se dos adversários diretos que o precedem na tabela. O Moura também joga em casa e os três pontos não lhe devem escapar, porquanto o adversário será o Lusitano de Vila Real, equipa que esta época tem revelado muitas fragilidades, repartindo os últimos lugares com o Lagoa. E será exatamente o Lagoa, lanterna vermelha e equipa mais batida da prova, que receberá o Mineiro Aljustrelense, que está a um passo de entrar no grupo
dos primeiros seis da pauta de pontos, argumento que deverá ser motivador para a vitória dos tricolores. O Vasco da Gama sobe até Monte Trigo, onde a equipa local só venceu um jogo e empatou noutro, pelo que acreditamos que não regressará à Vidigueira sem pontos. No rescaldo da ronda que fechou o ano velho, sobressai o triunfo do Moura no recinto do Sesimbra, também a vitória do Aljustrelense sobre o Monte Trigo e, naturalmente, o equilíbrio competitivo entre Vasco da Gama e Castrense, desfeito já no termo período de descontos, a favor dos donos da casa.
Deslocação arriscada do Almodôvar e derby emocionante em Pias
2013 será o ano do Almodôvar? O Campeonato Distrital da 1.ª Divisão da AFBeja está de regresso no próximo domingo, para se cumprirem os sete jogos que fecham a primeira volta da prova. Texto Firmino Paixão
O
líder tem uma deslocação algo arriscada até à Amareleja, onde os locais se empolgarão para retirar pontos ao “campeão de inverno”. O Campo de Jogos Manuel Baião, em Serpa, receberá uma partida muito interessante, entre a turma local e o Piense, onde estarão em jogo variadíssimas emoções, desde logo o facto de José Manuel Rações, técnico dos visitantes, querer brilhar na sua terra natal. O Rosairense jogará pela primeira vez
em casa com Nuno Costa no banco e, depois do triunfo no Bairro da Conceição, ver-se-á se a mudança de técnico deu, efetivamente, os esperados frutos. O Cabeça Gorda viaja para Milfontes e os locais que se cuidem porque o “Ferrobico” está extremamente motivado. Outro tanto se dirá na deslocação do Sporting de Cuba a Vila Nova de São Bento. Em São Marcos da Ataboeira vão estar duas equipas com ambições semelhantes, onde o fator casa (piso pelado) e a maior experiência dos visitados podem ditar as suas leis. Finalmente, a presença do Odemirense no Complexo Desportivo Fernando Mamede, onde o Desportivo de Beja pode não arranjar argumentos para superar os melhores recursos da turma vinda das margens do rio Mira.
1.ª Divisão – AF Beja 12.ª jornada Cabeça Gorda-Serpa .........................................................3-3 Odemirense-São Marcos ..................................................2-0 Bairro da Conceição-Rosairense ....................................0-1 Guadiana-Praia Milfontes ................................................ 1-2 Piense-Aldenovense ........................................................ 0-0 Sp. Cuba-Amarelejense ....................................................2-0 Almodôvar-Desp. Beja ......................................................5-1 Almodôvar Praia Milfontes Serpa Odemirense Piense Aldenovense Sp. Cuba Rosairense Cabeça Gorda Amarelejense São Marcos Guadiana Desp. Beja Bairro da Conceição
J
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12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12
10 8 6 7 6 5 5 4 2 3 3 3 2 2
2 2 5 2 4 4 3 3 4 1 1 0 3 2
0 2 1 3 2 3 4 5 6 8 8 9 7 8
G
29-10 28-12 22-9 16-9 25-13 19-14 15-13 17-17 18-23 13-23 10-27 14-33 10-19 8-22
(X) SÃO MARCOS/BAIRRO DA CONCEIÇÃO Uma partida equilibrada, entre duas equipas que ainda estão à procura de estabilizar o seu modelo de jogo. (1) ROSAIRENSE /GUADIANA Jogo difícil para a formação do Rosário que não ganha em casa desde a segunda jornada, perante uma equipa que vem subindo de rendimento. (1) MILFONTES/CABEÇA GORDA O Milfontes, na minha opinião, é o principal candidato à subida de divisão, e a jogar em casa tem que fazer jus à ambição e à qualidade do plantel que possui. (X) SERPA/PIENSE Espero que este seja o melhor jogo da ronda. Duas equipas que defendem bem e atacam melhor. O jogo poderá decidir-se através das individualidades. (1) ALDENOVENSE/SPORTING DE CUBA Favoritismo para o Aldenovense, equipa que não perde há seis jogos, embora jogue contra uma das equipas mais aguerridas do campeonato. Vitória caseira, mas suada. (2) AMARELEJENSE/ALMODÔVAR O Almodôvar tem bons atletas e está muito bem orientado. Certamente quer alterar a imagem deixada no jogo da Taça. O Amarelejense tem um contra-ataque perigoso, mas os visitantes sairão vencedores.
P
32 26 23 23 22 19 18 15 10 10 10 9 9 8
Próxima jornada (6/2/2013): São Marcos-Bairro da Conceição, Rosairense-Guadiana, Praia Milfontes-Cabeça Gorda, Serpa -Piense, Aldenovense-Sp. Cuba, Amarelejense-Almodôvar, Desp. Beja-Odemirense.
(2) DESPORTIVO DE BEJA/ODEMIRENSE O Desportivo de Beja é capaz do melhor e do pior. Sempre que sofre golos acaba por perder. O Odemirense, uma das boas equipas em prova, dará uma boa resposta e vencerá em Beja.
A Associação de Futebol de Beja já iniciou o processo de inscrição de jogadores nas categorias de petizes e traquinas, tendo em vista a realização de encontros destas categorias. Os clubes podem inscrever os seus atletas até ao final do corrente mês de janeiro de 2013.
Veteranos do Clube de Patinagem de Beja e Seixal
As equipas de veteranos do Clube de Patinagem de Beja e o Seixal, jogam amanhã no Pavilhão Municipal João Serra Magalhães, na cidade de Beja, uma partida amigável de hóquei em patins, com início marcado para as 19 e 30 horas.
19 Diário do Alentejo 4 janeiro 2013
Enconstro de petizes e traquinas em Beja
Seleção feminina Sub16 da AFBeja prepara Torneio Nacional de 2013
Treinador Ruben Lança já trabalha com a Seleção Sub/16 Feminina
A base de recrutamento é curta A Seleção Sub/16 Feminina, da Associação de Futebol de Beja, realizou um primeiro ensaio tendo em vista as etapas competitivas do ano que agora começa, nomeadamente, o Torneio Nacional Inter Associações. Texto e foto Firmino Paixão
R
uben Lança, técnico responsável pela formação, adiantou que “este ano temos mais tempo para preparar a equipa em termos táticos e para definir um modelo de jogo. Na época passada, dificilmente conseguimos trabalhar
eficazmente esses aspetos”. “As coisas vão mudando, as jogadoras também”, referiu o treinador, alertando que “a base de recrutamento é muito curta, existem apenas seis clubes a competir e o Desporto Escolar, este ano, também tem menos atletas e menos equipas”. Ruben Lança recordou que “a Associação Portuguesa de Mulheres e Desporto fez um trabalho fantástico a este nível, mas os projetos acabam e as coisas vão-se perdendo, por isso, é cada vez mais complicado”. O jovem técnico confia no valor da equipa e sublinha que “existem algumas condicionantes, mas a espinha dorsal da equipa mantém-se. Temos um grupo
fantástico e acho que com mais tempo vamos conseguir trabalhar mais e melhor e representar condignamente a AF Beja”. Os objetivos desportivos para o próximo Torneio Nacional, que deverá realizar-se na Páscoa, são desvalorizados “os resultados, sinceramente, não são o mais importante neste tipo de competições, estamos a formar atletas, o importante é a vertente humana e fortalecer a personalidade”. Mas lembrou: “Na época passada tivemos um percurso fantástico, ninguém esperava, mas nós apresentámo-nos com uma grande qualidade de jogo. Era uma equipa estreante e causou alguma surpresa”. Este
ano? “Esperamos fazer o melhor, estamos a assimilar um novo plano de trabalho, temos jogadoras de segundo ano, mais maduras, com uma atitude competitiva diferente, julgo que voltaremos a fazer um trabalho bem conseguido”. Atletas Convocadas - Odemirense (2): Inês Violinha e Ana Vasques; Casa Benfica Castro Verde (4): Carolina Silva, Jéssica Pacheco, Ana Capeta e Isabel Peixeiro; Casa Benfica Almodôvar (2): Laura Messias e Melina Sousa; Serpa (4): Ana Beja, Maria Marques, Mónica Raposo e Alice Orelhas; Vasco da Gama (2): Ana Leão e Joana Cataluna.
Seleção Sub-14 da AF Beja já prepara o Torneio Nacional Lopes da Silva
Objetivos sociais e desportivos O Gabinete Técnico da Associação de Futebol de Beja está a preparar atempadamente os desafios competitivos que esperam as diversas seleções distritais no ano de 2013. Texto e foto Firmino Paixão
A
primeira convocatória para a Seleção Distrital Sub-14 reuniu, em Beja, cerca de quatro dezenas de jogadores, para uma primeira observação, de Fernando Monteiro e António Cachola, líderes dos projetos Sub-13 e Sub-14 da AF Beja. Cachola referiu que “este conjunto resulta das nossas observações e da opinião dos seus treinadores nos clubes”. É um grupo, necessariamente, numeroso, mas vamos construir uma equipa com 18 jogadores para levar ao Torneio Lopes da Silva. O treinador acentuou: “Começámos um pouco mais cedo, mas há trabalho que vem da época anterior, porque alguns deles estiveram na Seleção Sub-13 do ano passado e já temos uma ideia mais real das suas capacidades. Os miúdos que vimos agora, até podem crescer nos próximos tempos e, até ao mês de maio, teremos oportunidade para avaliar essa evolução”.
Cachola assegurou: “Faremos este trabalho sempre que existam paragens no campeonato, provavelmente na próxima convocatória já não serão tantos, reduziremos à medida que formos caminhando para o momento competitivo para podermos trabalhar melhor aqueles que forem eleitos”. Quantos aos objetivos propostos para a próxima edição do Torneio Inter-Associações Sub-14, lembrou que “os objetivos sociais têm que estar sempre presentes, queremos uma equipa disciplinada, amiga, que honre o nome da AFBeja e que saiba estar à altura dos momentos competitivos”. E completando o raciocínio “queremos também que eles evoluam enquanto homens e que levem daqui alguma aprendizagem para o futuro”. No plano desportivo “gostamos sempre que as coisas nos sorriam, que tenhamos bons resultados e uma boa classificação, mas nem sempre depende apenas de nós, depende também do adversário. Queremos que esta equipa saiba estar em campo, que jogue bom futebol e seja eficaz. Se fizermos isso ficamos mais perto dos bons resultados desportivos, sabendo quanto é difícil para uma equipa deste distrito ficar num lugar de topo entre os primeiros 10”, concluiu o treinador.
Seleção Sub-14 da AFBeja António Cachola na preleção aos jovens jogadores
Diário do Alentejo 4 janeiro 2013
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Hóquei em patins: Castrense recebe o Marítimo
Regressa amanhã também o Nacional da 3.ª Divisão em hóquei em patins, cumprindo-se a 14.ª jornada, com o seguinte quadro de jogos: Vialonga-H.Santiago; Estremoz--Boliqueime; Castrense-Marítimo. Na 2.ª Divisão Nacional joga-se a 13.ª jornada, o Grândola recebe o Alcobacense e o H. Vasco da Gama joga em casa com o Oeiras.
Hóquei em patins: 1.ª eliminatória da Taça de Portugal
A 1.ª eliminatória da Taça de Portugal, em seniores masculinos, marcada para 26 de janeiro, já tem o calendário definido. O Castrense receberá o Hóquei Vasco da Gama, de Sines, o Hóquei de Grândola jogará em casa com o Salesiana, o Estremoz deslocar-se-á a Vialonga e o Hóquei de Santiago ficou isento desta eliminatória.
Grande Prémio do Campo Branco O Campeonato Distrital de Estrada/Grande Prémio do Campo Branco, em atletismo, realiza-se na manhã do próximo domingo, em Castro Verde (10 horas). A prova é aberta a atletas populares e federados em todas as categorias e tem organização conjunta do município de Castro Verde e da Associação de Atletismo de Beja.
Mussa Djau: um diamante a lapidar nas oficinas do Beja Atlético Clube
Ele nasceu para triunfar... Chegou a Portugal há cerca de quatro anos, vindo da longínqua Guiné Bissau. Deixou para trás o amor materno na ilusão de que o progenitor lhe abrisse as portas de um mundo novo. Texto e foto Firmino Paixão
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ma aventura bem-sucedida? Só o futuro o dirá! Mas no princípio nem tudo foram rosas para este jovem imigrante, que em janeiro de 2009 desembarcou em Portugal, então com 13 anos, depois de navegar muitas milhas de ondas revoltas do Atlântico, para vir ao encontro da paz e do amor que o progenitor lhe negou. Os tempestuosos, longos e penosos dias que se seguiram levaram a que o Tribunal de Menores sancionasse a sua entrega à proteção da Casa Pia de Beja, garantindo-lhe a segurança, quiçá o carinho e afeição, que o pai não foi capaz de lhe dar, e aqui nasceu um tempo novo para este miúdo, hoje com 17 anos, aluno do 6.º ano de escolaridade na EB 2,3 de Santa Maria, na cidade de Beja. Mussa Djau é de poucas palavras. Esguio como uma gazela, tem o olhar sereno e ondulado por vagas de tristeza, mas uma forte convicção de que a capacidade atlética que possui, e as qualidades humanas que Deus lhe confiou, serão boas âncoras para a sua felicidade futura. O sucesso de um corta-mato escolar empurrou -o para o atletismo, conta Mussa: “Um amigo que estuda na minha escola sugeriu-me que fosse praticar atletismo, disse-me que seria bom para mim praticar desporto, mas como eu não sabia como o devia fazer deu-me o contacto do Carlos André, o seu treinador no Beja Atlético Clube (BAC). Assim foi, telefonei, marcámos um encontro, comecei a treinar e ganhei logo a primeira prova onde fui, o corta-mato de Alvito, e até agora tem corrido tudo bem”. O dia a dia deste jovem tem como vértices a Casa Pia, a Escola de Santa Maria e a pista Fernando Mamede. Por isso, confessa: “Atualmente sou um jovem feliz, estou a fazer aquilo de que gosto. Estou a estudar e o atletismo trouxe-me também muitas
Mussa Djau Atleta do Beja Atlético Clube é uma grande promessa do atletismo
MUSSA DJAU (Beja Atlético Clube) ÉPOCA 2010/2011
Campeão distrital de corta-mato por escalões Campeão distrital de estrada Campeão distrital 2000 m obstáculos Campeão distrital 3000 m ÉPOCA 2011/2012
Campeão distrital de montanha por escalões Campeão distrital de estrada Campeão distrital juniores 1500 m Campeão distrital juvenis 800 m Campeão distrital de absolutos 1500 m ÉPOCA 2012/2013
Campeão distrital de montanha por escalões Corta-mato de abertura/Crosse dos Cavaleiros Encontro Algarve/Beja/Andaluzia (1.º juvenil) Grande Prémio de Santa Bárbara (1.º juvenil)
alegrias, mas estou a praticar, apenas, há dois anos, ainda tenho de trabalhar muito para conseguir ser um bom atleta”. O esforço do desportista é reconhecido na Casa Pia: “Está tudo a correr bem, as pessoas sabem que eu pratico atletismo, incentivam-me muito a progredir e a aproveitar uma oportunidade que possa garantir ou melhorar o meu futuro”. A outra família está no clube, assinala o jovem: “No Beja Atlético Clube tratam-me muito bem, sou como um filho, acarinham-me, toda a gente gosta de mim, só sairei um dia em que surja uma boa oportunidade, para um clube como o Benfica ou o Sporting, não tenho preferência por nenhum deles, são dois grandes clubes, mas sei que tenho de trabalhar muito para que isso possa acontecer. Terei que continuar a treinar bem para ser um bom atleta de um grande clube, para conseguir uma boa oportunidade na minha vida que me permita ser profissional”.
A ilusão deste jovem é oceânica, tão larga como os mares que navegou até vestir a camisola vermelha do BAC e ganhar os inúmeros títulos que já lhe pertencem, mas a ambição não tem limites: “Os Jogos Olímpicos são o meu grande sonho, acho que serão o sonho de qualquer atleta, mas até lá chegar, se é que um dia o conseguirei atingir, tenho muito que trabalhar”. Mussa Djau teve uma infância humilde e como qualquer jovem africano do seu tempo, não conviveu com as guerras ou conf litos sociais no seu país: “Vim para Portugal em janeiro de 2009, com 13 anos, o meu pai estava cá e eu vim ter com ele”. E depois Mussa? “Não quero contar muito disso, mas houve problemas entre mim e o meu pai, estivemos a viver juntos um ano e tal, as coisas não correram bem e, entretanto, mandaram -me aqui para a Casa Pia, não tive mais contacto com ele”. E a mãe, esse amor negro que ficou para lá do Atlântico, lavando a saudade com as lágrimas do tempo? “A minha mãe ficou na Guiné, eu já tive o contacto dela, agora está perdido, mas tenho amigos em Portugal que talvez me possam ajudar a recuperá-lo, para um dia tentar contactá-la”. O jovem atleta do Beja Atlético Clube tem um invulgar potencial para a modalidade, mérito que refresca com as “muitas saudades da minha mãe e dos outros familiares”: “Tenho boas recordações da minha infância, dos meus amigos e familiares, quem sabe se um dia poderei voltar à Guiné para os visitar, mas regressarei para Portugal, porque aqui está a correr tudo bem”. O atletismo é para Mussa Djau um paliativo essencial ao seu bem-estar: “Um bom contributo para me sentir bem; estou longe da família, mas isso ainda me motiva mais para a minha valorização”. E quando ultrapassa a meta de cada corrida pensa na família e sente “um enorme impulso para trabalhar e superar as dificuldades por que tenho passado”. Mussa corre que se farta, foge do passado, sprinta para o futuro. E vai conseguir. Ele nasceu para triunfar.
100 anos José Saúde
Viajando no tempo, a minha firme convicção desportiva demanda-me para esporádicos laivos que remontam a um período que leva já 100 anos de existência. Recordo que o ano de 1912, em Beja, ficou assinalado pela construção de um retângulo de jogo na antiga eira do Costa Lobo, sendo porém a novidade que o espaço detinha marcações no terreno de jogo, embora não abarcasse as respetivas e usuais balizas. Reza a história do desporto sul alentejano que o usufrutuário desse nostálgico campo era o Grupo Sportivo Bejense. Constata-se, porém, nos registos desses longínquos tempos, que existiram entretanto algumas desavenças, sendo que os dissidentes das eventuais querelas constituíram então o Académico Sport Clube. Um clube que se assumiu depois como a raiz do Football Clube Glória ou Morte, coletividade “paxjuliana” fundada em finais do ano de 1913. Ao longo de 1913 o Sportivo e o Académico, ombreavam na tentativa de chamarem para si os fundamentalismos do futebol na cidade. A rivalidade prevalecia e constata-se que no dia 7 de junho, incluído no programa das Festas da Cidade, os clubes mediram meças. Reconhece-se que estas achas outrora lançadas para a efervescência desportiva, terão sido determinantes para a evolução do futebol em Beja e, logicamente, no distrito. Hoje, 2013, com 100 anos decorridos, assistimos a contornos diametralmente opostos a um passado que se revê, apenas, em genuínas páginas de saudade. Beja, assim como toda a sua região, detém na atualidade infraestruturas desportivas que assumem a justa determinação autárquica em dotar as populações com evidentes modernizações de espaços desportivos, que conduzem o ser humano a uma prática física salutar. Foram, sem dúvida, 100 anos de franca ascensão, principalmente a partir da Revolução de Abril de 1974. Bem-haja, tão felizes iniciativas que jamais se quedaram pelos avarentos trilhos do esquecimento.
institucional diversos
21 Diário do Alentejo 4 janeiro 2013
Desapareceu na noite de passagem de ano
Diário do Alentejo n.º 1602 de 04/01/2013 Única Publicação
JUSTIFICAÇÃO Cartório Notarial de Beja, Rua Conde da Boavista, n.° 20 Notária Lic. Mariana Raquel Tareco Zorrinho Vieira Lima Certifico narrativamente, para efeito de publicação que, neste cartório e no livro de notas para escrituras diversas numero 96-A, de folhas 21 a folhas 23, se encontra exarada uma escritura de justificação notarial, outorgada hoje, na qual Manuel Condeça das Neves, NIF 125772009 e mulher Luzia Maria Gamito, naturais da freguesia de Alfundão, concelho de Ferreira de Alentejo, casados sob o regime da comunhão geral de bens, residentes na Rua da Escola, n° 13, em Alfundão, titulares dos bilhetes de identidade respespectivamente n.°s 859619 de 21 de março de 1957, emitido em Lisboa pelo Arquivo de Identificação Civil e 2379022 de 26 de julho de 1979, emitido em Lisboa pelo CICC, se declararam com exclusão de outrem, donos e legítimos possuidores do seguinte imóvel: Prédio urbano, de rés do chão, destinado a habitação, com a área de duzentos e sessenta e três metros quadrados, situado na Rua da Escola, n° 13, na freguesia de Alfundão, concelho de Ferreira do Alentejo, a confrontar pelo Norte com Ana Curva, Sul com Ilda Alva Rosa, Nascente com via pública e poente com Joaquim Alves Palma, inscrito na respetiva matriz predial em nome do justificante, sob o artigo 420, omisso na Conservatória do Registo Predial de Ferreira do Alentejo, Mais certifico, que os justificantes alegam na referida escritura que o mesmo imóvel veio a sua posse por arrematação feita em hasta pública a Junta de Freguesia de Alfundão, em 25 de fevereiro de 1952, por ele justificante varão no estado de casado sob o regime da comunhão geral com Luzia Maria Gamito Que, desde aquela data entraram na posse do mesmo imóvel, posse que detém desde então sem interrupção ou ocultação de quem quer que seja, não dispondo no entanto, de título formal que lhe permita proceder ao registo, que esta posse em nome próprio, pacífica, continua e pública, conduziu a aquisição do imóvel por usucapião, que invocam, justificando direito de propriedade plena para efeito de registo, dado que esta forma de aquisição não pode ser comprovada por qualquer outro título extrajudicial. Está conforme o original na parte a que me reporto. Beja, vinte de dezembro de dois mil e doze.
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A Notária Mariana Raquel Tareco Zorrinho Vieira Lima
VENDE-SE Diário do Alentejo n.º 1602 de 04/01/2013 Única Publicação
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Diário do Alentejo n.º 1602 de 04/01/2013 Única Publicação
CÂMARA MUNICIPAL DE BEJA
EDITAL JORGE PULIDO VALENTE, PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE BEJA: FAZ PÚBLICO, nos termos do artigo 77º. do Decreto-Lei 380/99, de 22 de setembro, na redação conferida pelo Decreto-Lei nº.46/2009, de 20 de fevereiro, que se encontra aberto por um período de 22 dias úteis, a decorrer entre 21 de dezembro de 2012 e 24 de janeiro de 2013, a discussão pública da alteração ao Plano de Pormenor “Zona de Expansão Poente” - Beja, cujos documentos estão disponíveis para consulta nos seguintes locais: – Instalações dos Serviços Técnicos da Câmara Municipal de Beja – Divisão de Planeamento e Ordenamento – Rua de Angola, nº.5 - Beja; – Página do Município na Internet. As reclamações, observações ou sugestões deverão ser apresentadas por escrito para: Câmara Municipal de Beja – Divisão de Planeamento e Ordenamento – Rua de Angola, nº.5 – 7800-468 Beja. Beja, 17 de dezembro de 2012. O Presidente da Câmara Municipal de Beja Jorge Pulido Valente
Tribunal Judicial de Ferreira do Alentejo Secção Única
ASSINATURA
ANÚNCIO Processo: 322/12.8TBFAL Interdição / Inabilitação Requerente: Ministério Público Requerido: Francisco José Cachopo Vieira N/Referência: 741248 Data: 17-12-2012
Praceta Rainha D. Leonor, Nº 1 – Apartado 70 - 7801-953 BEJA • Tel 284 310 164 • E-mail publicidade@diariodoalentejo.pt Redacção: Tel 284 310 165 • E-mail jornal@diariodoalentejo.pt Desejo assinar o Diário do Alentejo, com início em _______________, na modalidade que abaixo assinalo:
Faz-se saber que foi distribuída neste tribunal, a ação de Interdição/ Inabilitação em que é requerido Francisco José Cachopo Vieira, com residência em domicilio: Rua de Angola, N° 6, 7900-613 Ferreira do Alentejo, para efeito de ser decretada a sua interdição por anomalia psíquica. O Juiz de Direito, Dr. Vitor Maneta A Oficial de Justiça, Eulália Casaca
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22 Diário do Alentejo 4 janeiro 2013
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MÉDICO DENTISTA
Rua Zeca Afonso, nº 16 F Tel. 284325833
Marcações de 2.ª a 6.ª feira a partir das 14 horas Rua Capitão João Francisco de Sousa, n.º 20 7800-451 BEJA Tel. 284324690
▼
DRA. TERESA ESTANISLAU CORREIA
Tm. 962557043
HORÁRIO: Das 11 às 12.30 horas e das 14 às 18 horas pelo tel. 218481447 (Lisboa) ou Em Beja no dia das consultas às quartas-feiras Pelo tel. 284329134, depois das 14.30 horas na Rua Manuel António de Brito, nº 4 – 1º frente 7800-544 Beja (Edifício do Instituto do Coração, Frente ao Continente) ▼
Dr. José Loff
Médico Dentista Consultas em Beja Clínica do Jardim
Marcações pelo telef. 284328023 Cirurgia Maxilo-facial
Dermatologia
Clínica Dentária
AURÉLIO SILVA
Psiquiatra no Hospital de Beja Consultas às 4ªs feiras a partir das 15 horas na Policlínica de S. Paulo Rua Cidade S. Paulo, 29 Marcações pelo tel. 284328023 BEJA
Prótese/Ortodontia
Consultor de Psiquiatria
▼
Luís Payne Pereira
Urologia
CONSULTAS 2ªs, 3ªs e 5ªs feiras
Psiquiatria
Medicina dentária
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PARADELA OLIVEIRA
Médico Especialista pela Ordem dos Médicos e Ministério da Saúde Generalista
Marcação de consultas de dermatologia:
▼
Oftalmologista pelo Instituto Dr. Gama Pinto – Lisboa Assistente graduada do serviço de oftalmologia do Hospital José Joaquim Fernandes – Beja
DR. MAURO FREITAS VALE
284323028 Rua António Sardinha,
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CÉLIA CAVACO
Obstetrícia, Ginecologia, Ecografia
Consultas segundas,
25r/c dtº Beja
Fisioterapia
Oftalmologia
DR. A. FIGUEIREDO
CONSULTAS DE OBESIDADE
Acordos com: ACS, CTT, EDP, CGD, SAMS. Marcações pelo telef. 284325059 Rua do Canal, nº 4 7800 BEJA
Fisioterapia
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Rua Capitão João Francisco de Sousa, 56-A – Sala 8 Marcações pelo tm. 919788155
Clinipax Rua Zeca Afonso, nº 6-1º B – BEJA
Assistente Hospitalar
CLÍNICA MÉDICA DENTÁRIA
▼
Obesidade
LUZ
Médico oftalmologista
Marcações a partir das 14 horas Tel. 284322503
ANA MONTALVÃO
Marcações de 2ª a 6ª feira, das 15 às 19 horas
- Assistente de Cardiologia do Hospital SAMS
JOÃO HROTKO
Consultas de 2ª a 6ª
MÉDICO ESPECIALISTA EM CLÍNICA GERAL/ MEDICINA FAMILIAR
Doenças do Sangue
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Chefe de Serviço de Oftalmologia do Hospital de Beja
GASPAR CANO
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HEMATOLOGIA CLÍNICA
Rua General Morais Sarmento. nº 18, r/chão Telef. 284326841 7800-064 BEJA
RUI MIGUEL CONDUTO Cardiologista
MARIA JOSÉ BENTO SOUSA e LUÍS MOURA DUARTE
Clínica Geral
Técnica de Prótese Dentária
Oftalmologia
Especialista pela Ordem dos Médicos
CONSULTAS às 3ªs e 4ªs feiras, a partir das 15 horas MARCAÇÕES pelos telfs.284322387/919911232 Rua Tenente Valadim, 44 7800-073 BEJA
FERNANDA FAUSTINO
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CONSULTAS 5ªs feiras CARDIOLUXOR Clínica Cardiológica Av. República, 101, 2ºA-C-D Edifício Luxor, 1050-190 Lisboa Tel. 217993338 www.cardioluxor.com Sábados R. Heróis de Dadrá, nº 5 Telef. 284/327175 – BEJA MARCAÇÕES das 17 às 19.30 horas pelo tel. 284322973 ou tm. 914874486
DOENÇAS DO SISTEMA NERVOSO
Rua Manuel Antó António de Brito n.º n.º 6 – 1.º 1.º frente. 78007800-522 Beja tel. 284 328 100 / fax. 284 328 106
Horários das 8 às 18 horas; Acordo com beneficiários da Previdência/ARS; ADSE; SAMS; CGD; MIN. JUSTIÇA; GNR; ADM; PSP; Multicare; Advance Care; Médis FAZEM-SE DOMICÍLIOS Rua de Mértola, 86, 1º Rua Sousa Porto, 35-B Telefs. 284324157/ 284325175 Fax 284326470 7800 BEJA
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HELIODORO SANGUESSUGA
Directora Clínica da novaclinica
Laboratório de Análises Clínicas de Beja, Lda.
Neurologia
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Urgências Prótese fixa e removível Estética dentária Cirurgia oral/ Implantologia Aparelhos fixos e removíveis VÁRIOS ACORDOS Consultas :de segunda a sexta-feira, das 9 e 30 às 19 horas Rua de Mértola, nº 43 – 1º esq. Tel. 284 321 304 Tm. 925651190 7800-475 BEJA
Cirurgia Vascular
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HELENA MANSO CIRURGIA VASCULAR TRATAMENTO DE VARIZES Convenções com PT-ACS CONSULTÓRIOS: Beja Praça António Raposo Tavares, 12, 7800-426 BEJA Tel. 284 313 270 Évora CDI – Praça Dr. Rosado da Fonseca, 8, Urb. Horta dos Telhais, 7000 Évora Tel. 266749740
Otorrinolaringologia
DR. J. S. GALHOZ Ouvidos,Nariz, Garganta Exames da audição Consultas a partir das 14 horas Praça Diogo Fernandes, 23 - 1º F (Jardim do Bacalhau) Telef. 284322527 BEJA
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saúde Campanha de Natal
20% Desconto em explicações de Língua Portuguesa todos os níveis de ensino
Psicologia e Orientação Vocacional Dr.ª Ana Caracóis Santos Formação Profissional | Explicações 1ºciclo ao ensino superior
Ginásio da Educação Da Vinci Rua Almirante Cândido Reis,13 Beja T: 284321592
Manuel Matias – Isabel Lima – Miguel Oliveira e Castro – Jaime Cruz Maurício Ecografia | Eco-Doppler Cor | Radiologia Digital Mamografia Digital | TAC | Uro-TC | Dental Scan Densitometria Óssea Nova valência: Colonoscopia Virtual Acordos: ADSE; PT-ACS; CGD; Medis, Multicare; SAMS; SAMS-quadros; Allianz; WDA; Humana; Mondial Assistance. Graça Santos Janeiro: Ecografia Obstétrica Marcações: Telefone: 284 313 330; Fax: 284 313 339; Web: www.crb.pt Rua Afonso de Albuquerque, 7 r/c – 7800-442 Beja e-mail: cradiologiabeja@mail.telepac.pt
CENTRO DE IMAGIOLOGIA DO BAIXO ALENTEJO ECOGRAFIA – Geral, Endocavitária, Osteoarticular, Ecodoppler TAC – Corpo, Neuroradiologia, Osteoarticular, Dentalscan Mamografia e Ecografia Mamária Ortopantomografia
António Lopes – Aurora Alves – Helena Martelo – Montes Palma – Maria João Hrotko – Médicos Radiologistas – Convenções: ADSE, ACS-PT, SAD-GNR, CGD, MEDIS, SSMJ, SAD-PSP, SAMS, SAMS QUADROS, ADMS, MULTICARE, ADVANCE CARE Horário: de 2ª a 6ª feira, das 8 às 19 horas e aos sábados, das 8 às 13 horas Av. Fialho de Almeida, nº 2 7800 BEJA
Telef. 284318490 Tms. 960284030 ou 915529387
Dr. Sidónio de Souza – Pneumologia/Alergologia/ Desabituação tabágica – H. Pulido Valente Dr. Fernando Pimentel – Reumatologia – Medicina Desportiva – Instituto Português de Reumatologia de Lisboa Dr.ª Verónica Túbal – Nutricionismo – H. de Beja Dr.ª Sandra Martins – Terapia da Fala – H. de Beja Dr. Francisco Barrocas – Psicologia Clínica/Terapia Familiar – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo. Dr. Rogério Guerreiro – Medicina preventiva – Tratamento inovador para deixar de fumar Dr. Gaspar Cano – Clínica Geral/ Medicina Familiar Dr.ª Nídia Amorim – Psicomotricidade/Educação Especial e Reabilitação Dr. Sérgio Barroso – Especialista em Oncologia – H. de Beja Drª Margarida Loureiro – Endocrinologia/Diabetes/ Obesidade – Instituto Português de Oncologia de Lisboa Dr. Francisco Fino Correia – Urologia – Rins e Vias Urinárias – H. Beja Dr. Daniel Barrocas – Psiquiatria – Hospital de Évora Dr.ª Lucília Bravo – Psiquiatria H.Beja , Centro Hospitalar de Lisboa (H.Júlio de Matos). Dr. Carlos Monteverde – Medicina Interna, doenças de estômago, fígado, rins, endoscopia digestiva. Dr.ª Ana Cristina Duarte – Pneumologia/ Alergologia Respiratória/Apneia do Sono Dr.ª Isabel Santos – Psiquiatria de Infância e Adolescência/Terapeuta familiar – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo Dr.ª Paula Rodrigues – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr.ª Luísa Guerreiro – Ginecologia/Obstetrícia Dr. Luís Mestre – Senologia (doenças da mama) – Hospital da Cuf – Infante Santo Dr. Jorge Araújo – Ecografias Obstétricas Dr.ª Ana Montalvão – Hematologia Clínica /Doenças do Sangue – Hospital de Beja Dr.ª Ana Cristina Charraz – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr. Diogo Matos – Dermatologia – Hospital Garcia da Orta. Dr.ª Madalena Espinho – Psicologia da Educação/ Orientação Vocacional Dr.ª Ana Margarida Soares – Terapia da Fala Dr.ª Maria João Dores – Psicomotricidade/Educação Especial e Reabilitação Enfermeira Maria José Espanhol – Enfermeira especialista em saúde materna/Cuidados de enfermagem na clínica e ao domicílio/Preparação pré e pós parto/amamentação e cuidados ao recémnascido/Imagem corporal da mãe – H. de Beja Marcações diárias pelos tels. 284 322 503 Tm. 91 7716528 | Tm. 916203481 Rua Zeca Afonso, nº 6, 1º B, 7800-522 Beja Clinipaxmail@gmail.com www.clinipax.pt
Clínica Médico-Dentária de S. FRANCISCO, LDA. Gerência de Fernanda Faustino Acordos: SAMS, ADMG, PSP, A.D.M.E., Portugal Telecom e Advancecare
Rua General Morais Sarmento, nº 18, r/chão; TEL. 284327260 7800-064 BEJA
23 Diário do Alentejo 4 janeiro 2013
necrologia diversos
24 Diário do Alentejo 4 janeiro 2013
Serpa PARTICIPAÇÃO
Vila Verde de Ficalho PARTICIPAÇÃO
MISSA DE 30º DIA
Rua da Cadeia Velha, 16-22 - 7800-143 BEJA Telefone: 284311300 * Telefax: 284311309 www.funerariapaxjulia.pt E-mail: geral@funerariapaxjulia.pt Funerais – Cremações – Trasladações - Exumações – Artigos Religiosos
É com pesar que participamos o falecimento do Sr. ANTÓNIO MANUEL MOQUENCO ocorrido no dia 27/12/2012, de 90 anos, viúvo, natural da freguesia de Santa Maria - Serpa. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no dia 28/12/2012 pelas 16.00 horas, da Casa Mortuária de Serpa para o cemitério local. Apresentamos à família as cordiais condolências.
É com pesar que participamos o falecimento do Sr. MANUEL RICARDO PARRINHA ocorrido no dia 29/12/2012, de 80 anos, casado com a Sra. D. Maria Moreira Cordeiro, natural da freguesia de Vila Nova de São Bento. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no dia 30/12/2012 pelas 16.15 horas, da Casa Mortuária de Vila Verde de Ficalho para o cemitério local. Apresentamos à família as cordiais condolências.
AGÊNCIA FUNERÁRIA SERPENSE, LDA Gerência: António Coelho Tm. 963 085 442 – Tel. 284 549 315 | Rua das Cruzes, 14-A – 7830-344 SERPA
BEJA
BEJA / NOSSA SENHORA DAS NEVES
SALVADA
†. Faleceu a Exma. Senhora
†. Faleceu a Exma. Senhora
D. ANA TEODORA D'ALEGRIA, de 90 anos, natural de Monforte Monforte, viúva. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 28 de Dezembro, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.
D. CÁRMEN DE LURDES FARIA GOINHAS, de 88 anos, solteira. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 30 de Dezembro, da Igreja do Carmo em Beja, para o cemitério de Nossa Senhora das Neves.
†. Faleceu o Exmo. Senhor JOÃO DA PALMA GRAÇA, de 79 anos, natural de Salvada - Beja, Casado com a Exma. Sra. D. Adelaide Maria Mestre. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 31 de Dezembro, da Casa Mortuária da Salvada, para o cemitério local.
ALBERNÔA
BEJA / PADERNE
ALBERNÔA / SALVADA
†. Faleceu a Exma. Senhora
†. Faleceu a Exma. Senhora
†. Faleceu a Exma. Senhora
D. BÁRBARA MARIA DE MATOS, de 80 anos, natural de Alcaria Ruiva - Mértola, viúva. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 01, da Casa Mortuária de Albernôa, para o cemitério local.
D. LUCRÉCIA DA CONCEIÇÃO VIEIRA, de 73 anos, natural de Paderne Albufeira, viúva. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 02, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério de Paderne - Albufeira.
D. MICAELA ROSA MODESTO, de 100 anos, natural de Salvada - Beja, viúva. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 02, da Casa Mortuária de Albernôa, para o cemitério de Salvada.
Maria Antónia 1º Mês de Eterna Saudade Marido, filho, nora e netos participam a todas as pessoas de suas relações e amizade que será celebrada missa pelo eterno descanso da sua ente querida no dia 06/01/2013, domingo, às 12.00 horas na Igreja do Carmo em Beja, agradecendo desde já a todos os que comparecerem ao acto religioso.
BEJA / ERVIDEL
†. Faleceu o Exmo. Senhor
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Às famílias enlutadas apresentamos as nossas mais sinceras condolências.
JOSÉ MANUEL CACITO ESPADA, de 64 anos, natural de Ervidel - Aljustrel, casado com a Exma. Sra. D. Maria Alice Rodrigues Raposo Espada. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 03, da Casa Mortuária de Ervidel, para o cemitério de Ferreira do Alentejo, onde foi cremado.
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25 Diário do Alentejo 4 janeiro 2013
Todas as semanas os leitores do “Diário do Alentejo” vão ter descontos. Os anúncios desta secção pretendem, por um lado, dar um impulso à economia local e, por outro, ajudar os consumidores neste tempo de crise. Aproveite as oportunidades.
76%
É a percentagem de leitores de jornais que no distrito de Beja todas as semanas leem o “Diário do Alentejo” na sua versão papel. No Facebook, todos os dias, mais de 4 000 leitores seguem a atualidade regional na página do “DA”.
Notícias de Beja
A Planície
Correio do Alentejo
Diário do Alentejo
Fonte: Marktest. Relatório de resultados da imprensa regional no período compreendido entre abril de 2010 e março de 2011
www.diariodoalentejo.pt
facebook.com/diariodoalentejo
Ferreira do Alentejo cria “ninho” para atrair jovens empreendedores
Diário do Alentejo 4 janeiro 2013
26
Com 10 gabinetes, ateliês, salas de formação, um espaço virtual e uma zona de receção, o novo projeto de Ferreira do Alentejo está à espera de quem queira dar sentido prático à palavra “empreendedor”, numa região que quer apostar no emprego e fixar jovens que aceitem verdadeiros desafios para contrariar o conformismo. A pensar no ano difícil que aí vem para os portugueses, em Ferreira do Alentejo, o município aposta agora
tudo no empreendedorismo e desafia os jovens a lançarem o seu próprio negócio. A autarquia, que investiu 720 mil euros num espaço a que chamou Ninho de Empresas, recusa a ideia de ser mais um projeto igual a tantos outros, e pretende que se destaque pelo grau de inovação e criatividade. Ao projeto associaram-se universidades, empresas privadas e entidades bancárias, o que à partida dá garantias de um financiamento mais confortável.
Empresas
Há ouro no Alentejo A empresa canadiana Colt Resources anunciou na passada semana ter descoberto uma “nova zona significativa de ouro” sob o depósito de Chaminé, na concessão da Boa-Fé, concelho de Évora, onde está a realizar prospeções. A empresa diz ter “intercetado diversas áreas ricas em ouro mais perto da superfície”, não só naquele depósito, mas igualmente no de Casas Novas, ambos na concessão da Boa-Fé. Os testes efetuados comprovam a existência de mineralização de ouro localizada centenas de metros abaixo do depósito.
A Ad deeg ga co coop op per erat ativ iva de de Viidi V d gueiraa, Cu uba ba e Alv lvit i o C.R. R L. in nicciio o ou u a su suaa ativid dadee pr pro od dutiva em 196 em 9 3. 3. Con nttaa atualme mente me ntte n co om 340 340 vi 34 viti ticccu ulto orreess da região de Vid diggue u ira ra, a, Cuba ub ba e Alvito. Mantém Ma nttéém m aass m meelh hores ores or es cas a tas da regiiã da ião,, de q qu ue m meerece ce m ce ho h onr nra ra de de dis istinçção ist ão a An nttão ão Vaz, tamb ta mb m bém con onhe nheecida cida ci da ccom om mo “ccas asta ta daa Vid d dig gueeir ira” a”,, p a” prrodu od dut utor tor ora de de um vviin nh ho br bran anco an nco c ímp mpar par, aarr, bem bem com be como co mo a caasstta Tr Trin nccaade adeir deirra, de a, pro rodu odu uto oraa de u um vinh nh ho ttiint nto mu m it ito a om ar o át ático átic ico e tí ic típi típi p co co da re regi ggiião o.
Plantam-se papoilas no Alentejo para fins medicinais
A nova tentação do vinho licoroso
Adega Cooperativa de Vidigueira investe cada vez mais no setor produtivo A Adega Cooperativa de Vidigueira, Cuba e Alvito (Acvca) continua a investir cada vez mais no setor produtivo com o objetivo da melhoria contínua dos seus produtos. Lançou recentemente o vinho licoroso da marca “Vasquinho”, recebe e transforma em média sete milhões de quilos de uva, o que corresponde aproximadamente a cinco milhões de litros de vinho. Fruto destes resultados, a adega tem vindo, nos últimos anos, a fazer investimentos quer em equipamentos de produção e controlo de qualidade, quer em recursos humanos especializados, contando já com uma área de 1 500 hectares de vinha. Publireportagem Sandra Sanches
N
uma altura em que o consumo nacional de vinhos está a reduzir-se e que se perspetiva um ano 2013 de forte recessão no consumo, tem sido imprescindível para a Adega Cooperativa de Vidigueira continuar a criar estratégias
para contornar a situação em Portugal e acentuar as suas vendas no mercado externo. “Quanto maior for a nossa almofada no exterior, melhor estamos capacitados para suportar o que acontecer cá dentro”, diz José Almeida, da Acvca. Para além de marcar terreno no Canadá e em Angola, a adega prepara-se para entrar na China, Brasil e Estados Unidos da América. Com o objetivo de perceber qual o posicionamento pretendido face ao mercado atual para cada uma das linhas de produtos, a Acvca remodelou a sua imagem e possui agora uma nova identidade corporativa. E porque tenta sempre diversificar a todos os níveis, os seus produtos também são merecedores de inovação. Recentemente foi lançado o vinho licoroso da marca “Vasquinho”, numa altura em que a adega considerou importante redefinir o modo de consumo deste vinho, até à data, bastante apreciado. O “Vasquinho” licoroso tem uma “excelente intensidade aromática, frutado, com notas de geleia de frutos vermelhos e figos em calda, sabor amendoado, concentrado e volumoso com alguma compota de ginja e
leve chocolate”, pode ser servido “com gelo e limão, tangerina ou água tónica”. A adega reconhece neste produto um forte potencial para a sua dinâmica comercial, aproximando e diversificando os seus consumidores, bem como os diferentes momentos de consumo. Relativamente aos próximos grandes desafios da Acvca, os mesmos passam essencialmente pela preservação da qualidade e a excelência dos produtos, um dos pilares onde se alicerça a gestão desta adega. “Não há crescimento sem investimento, o que faz com que a adega invista cada vez mais na parte produtiva”, refere José Almeida. Prova deste investimento é precisamente o mais recente projeto, a rondar os cinco milhões de euros, que permitirá uma nova linha de engarrafamento e trabalhará paralelamente com a atual prevendo-se a produção de mais de seis mil garrafas por hora. No espaço haverá também lugar para o armazenamento do produto acabado para expedição e perspetiva-se que toda esta fase de investimento no setor produtivo esteja concluída no primeiro trimestre de 2013.
Com a água de Alqueva a potenciar novas culturas no Alentejo, a Fundação Eugénio de Almeida quer rentabilizar a sua capacidade produtiva com o reforço da aposta no regadio. Entre as novas culturas, a instituição está a trabalhar com uma empresa farmacêutica escocesa, num projeto de plantação de papoila, para produção de morfina. A Fundação Eugénio de Almeida está apostada em rentabilizar o seu vasto património agrícola através de novas culturas. Não se conhecem valores envolvidos no projeto, mas a fundação estima que, em termos globais, o investimento no próximo ano, na área agrícola, em várias culturas, possa chegar aos dois milhões de euros.
Cada euro investido no Alqueva até 2015 vai ter retorno de 4,45 euros O presidente da empresa que gere a barragem do Alqueva, a EDIA referiu na passada semana que “por cada euro do Orçamento do Estado que será investido em Alqueva até 2015 haverá um retorno para a economia nacional de 4,45 euros, o que é bastante considerável numa lógica de investimento publico”.
Grupo de jovens vai viver em aldeias alentejanas para descobrir bons negócios Alentejanos, licenciados e dinâmicos é o que têm em comum os 15 jovens que estavam no desemprego e agora foram selecionados para abraçar este desafio. “Aldeias Ribeirinhas do Grande Lago Alqueva” é o nome do projeto. Para dinamizar a atividade económica no Alqueva, os jovens alentejanos estão a estagiar desde a semana passada em cinco aldeias da zona cujo objetivo é identificar boas oportunidades de negócio ou pequenas iniciativas que possam promover o desenvolvimento regional. Em grupos de três, os jovens, com idade até aos 30, vão viver noves meses em diferentes comunidades para conhecer as suas dinâmicas e potencialidades.
A páginas tantas... “Como explicar-te que as pessoas que amamos morrem, deixam-nos e partem? Como explicar-te que o amor e a alegria fazem parte da vida, tal como a dor e a tristeza? (…) Como explicar-te tudo isto, minha filha? Então conto-te uma história.” É assim que o livro O Comboio inicia a sua viagem pelo mundo de quem parte e pela necessidade de explicar às crianças, essa partida. Desde a antiguidade que as histórias são usadas como fonte de conhecimento e como instrumentos para a compreensão de inúmeras temáticas. As duas autoras italianas, Silvia Santirosi e Chiara Carrer, conseguiram neste livro a delicadeza sobre este tema, tanto pelo texto como pela ilustração. Uma história que mostra que tanto crianças como adultos precisam de tempo para assimilar a dor. O comboio está prestes a partir, ouve-se a última chamada, mas como que um muro invisível impede-nos de embarcar. Com tempo e calma a viagem recomeça.
À solta De certeza que ainda há por aí umas caixas dos presentes que recebeste, por isso pede aos teus pais para te ajudarem a reciclar e a transformar em bons momentos de brincadeira.
Dica da semana Resolvemos trazer para a dica o trabalho da ilustradora do livro O Comboio. Com poucos livros editados em português, conta com um já grande número deles publicados. O “New York Times” atribui todos os anos prémios para os melhores livros infantis e numa lista de dez consta Stephen and the Beetle de Jorge Luján e, claro, ilustrado por Chiara Carrer. Segue o link e viaja pelas fantásticas ilustrações de livros já publicados, dos que estão a ser preparados e de alguns inéditos. http://www.chiaracarrer.com
Pais Com algum tempo pede que te preparem um pouco de chocolate derretido e alguma fruta. Vais sentir como é bom o contraste do doce da fruta com o sabor do chocolate.
27 Diário do Alentejo 4 janeiro 2013
Já alguma vez assististe a um concerto em cima do palco? Pois é isso mesmo que podes fazer se no próximo dia 18 de janeiro se te deslocares ao Cineteatro de Castro Verde. Nesse dia, Anthony John, e a sua guitarra elétrica, será o protagonista deste concerto de pequeno formato, que terá outras sessões, com outros artistas, em fevereiro e março.
Assistir a um concerto em cima do palco
28 Diário do Alentejo 4 janeiro 2013
Letras Os cinemas de Lisboa – um fenómeno urbano do século XX
Boa vida Comer Dourada no forno com louro
Q
Jazz Adriana Miki “Mulata De Arroz”
Ingredientes: Para 4 pessoas douradas com 250 g cada; Q.b. de farinha de trigo; 4 folhas de louro; 2 dl de azeite; 2 cebolas; 2 tomates; 4 dentes de alho; Q.b. de sal; Q.b. de pimenta branca moída; Batatas cozidas; Couves cozidas. Confeção: Depois das douradas escamadas e lavadas temperam-se com sal. Na cavidade onde estavam as tripas, coloque uma folha de louro em cada uma. Envolva as douradas em farinha e um pouco de pimenta. Deixe repousar por 30 minutos. Coloca-se azeite no fundo de um tabuleiro de forno e dispõem-se as douradas. Corta-se a cebola às rodelas e os alhos, tomate esmagado com a mão sem pele e sem sementes, louro e espalha-se sobre o peixe. Junta-se ainda um pouco de água e leva-se ao forno médio, até estar cozinhado. Acompanhe com a batata cozida e as couves. No momento de servir regue tudo com o próprio molho. Bom apetite…
António Nobre Chefe executivo de cozinha – Hotéis M’AR De AR, Évora
Adriana Miki – “Mulata de Arroz” Adriana Miki (voz), Paulo Barros (piano), Desidério Lázaro (saxofones tenor e soprano, clarinete), Sérgio Crestana (baixo) e Joel Silva (bateria) + João Moreira (fliscorne) Editora: Edição de autor/GDA Ano: 2012
N
ascida em São Paulo e com ascendência japonesa, a cantora Adriana Miki foi exposta desde cedo a ambientes musicais. O pai, físico de formação, sempre foi um apaixonado por música (Ella Fitzgerald, Carmen McRae, Sarah Vaughan e Doris Day eram vozes que se escutavam amiúde lá em casa) e a mãe cantava e tocava violão, embora não profissionalmente. Começou a cantar aos 11 anos de idade, tendo estudado num conservatório paulista, tido aulas de canto lírico e frequentado uma escola de teatro. A residir em Portugal há já alguns anos, Miki lançou o seu disco de estreia, “Sashimiki” (Apria Records), em 2008. Depois de uma digressão de sucesso que a levou aos Estados Unidos, Alemanha, Holanda e Espanha, o disco recebeu o galardão de “Best Latin Jazz CD of 2008”, atribuído pelo programa de rádio “Just Jazz” da WNTI (Nova Iorque). O regresso aos discos acontece quatro anos depois, com “Mulata de Arroz”, no qual surge acompanhada pelo pianista Paulo Barros, o saxofonista e clarinetista Desidério Lázaro, o baixista Sérgio Crestana – que também assume a produção e os arranjos – e o baterista Joel Silva. Com uma voz autêntica (mas nem por isso menos sofisticada) e um timbre apurado – livre de inconsequentes trejeitos malabaristas – Adriana Miki navega com igual à vontade pelos territórios do jazz, do samba, da bossa nova, construindo uma identidade vocal particular, que a distancia de outras cantoras. O disco arranca com o dinamismo rítmico de “Tupi na Rede”
(do compositor Leo Minax), que conta com uma excelente prestação do pianista Paulo Barros (com a sua presença segura e ágil na construção harmónica e também em diversos solos, marca decisivamente todas os temas). A atmosfera acalma com a delicadeza de “O Ar pelo Avesso” (outra composição de Minax), um dos momentos mais belos de todo o disco, que conta com uma notável intervenção de Desidério Lázaro em saxofone soprano (instrumento em que, disco após disco, vai ganhado pontos). Inf luências do samba estão bem evidentes no tema-título, no qual a secção rítmica assegura propulsão adequada, acontecendo o mesmo em “Boca”, com o baixo pulsante de Crestana e a bateria irrequieta de Joel Silva em plano de destaque. “Alegriá” (da dupla Miki/Crestana) é uma balada de contornos clássicos e “Carecando” (de Barros) – outros dos píncaros de interesse – revela Miki (a cantar sem palavras) em duelo íntimo com o piano. O disco encerra com uma assertiva versão da popular “Mãe Negra” (com música de Paulo de Carvalho sobre um soberbo poema da subestimada Alda Lara) e a curiosa “Kutsu Ga Naru” (com letra em japonês). “Mulata de Arroz” revela um significativo avanço qualitativo em termos de maturidade e coesão face ao disco de estreia e consubstancia uma proposta que não deixando de ser acessível, é honesta, equilibrada e merecedora de atenção por parte de uma fatia alargada de público. António Branco
ue papel tiveram os cinemas no desenvolvimento de Lisboa? Foi a esta questão que a historiadora de arte Margarida Acciaiuoli procurou dar resposta. A obra organiza-se cronologicamente, ou seja, começa pelo princípio, quando o cinema era uma atracção de feira e como entrou nos salões e se sedentarizou e traça-lhe a história, na cidade, até ao fenómeno das multi-salas. Acciaiuoli evoca a história do Animatógrafo do Rossio, do Chiado-Terrasse, do Olympia, dos salões Foz e Central e explica como os teatros foram reconvertidos em cinema antes de analisar o fenómeno do cinema “entre o ‘templo’ e a ‘fábrica’”. Era a época em que o Tivoli queria ser o “salão de festas” da avenida da Liberdade e o Capitólio trazia elegância ao Parque Mayer mas coexistiam com a realidade dos cinemas de bairro. O caso do Cinema Éden, projectado por Cassiano Branco e hoje transformado em hotel, é particularizado antes de uma panorâmica sobre “as grandes catedrais” do cinema – S. Jorge, Monumental, Império – e sua implantação nas grandes artérias urbanas a par de uma análise da actividade da Cinemateca Nacional e dos cineclubes. Antes de o cinema ter sido encafuado nos centros comerciais, Acciaiuoli mostra como se integrou na expansão da cidade: o Alvalade e a avenida de Roma; o Roma e a praça de Londres; o Restelo e a encosta da Ajuda; o Cinema Lumiar e a Calçada de Carriche, além dos cinemas das Linhas de Sintra e Cascais. Conta-se ainda a história dos cinemas estúdio, o caso, singular, do Quarteto e como foram reconfiguradas as grandes salas à medida que iam acabando os cinemas de bairro. A vitória era dos centros comerciais, quando o cinema perdeu dimensão e o negócio das pipocas passou a ser mais rentável que a venda dos bilhetes. Trata-se de uma obra fundamental para todos os que guardam as memórias do cinema como um lugar de sonhos e recriação de imaginários. A história do último século passou no e pelo cinema. Este livro, documentado com fotos, fixa como o sonho do cinema imaginou a cidade de Lisboa. Maria do Carmo Piçarra
Margarida Acciaiuoli Bizâncio 384 págs 19,90 euros
Ana Maria Baptista Taróloga Contacto para marcação de consultas: 968117086
Capricórnio – (22/12 - 20/01)
Características do signo Planeta Regente – Saturno | Elemento – Terra
O nativo do Capricórnio caracteriza-se pela sua capacidade de concretização, poder de organização, disciplina, perseverança e ambição. É o signo das pessoas metódicas, complexas, persistentes e engenhosas. No campo afetivo é desconfiado mas fiel. Embora inicialmente reservado, necessitará de convívio e confiança para ser um dedicado, leal e colaborador amigo.
Previsões – Semana de 3 a 10 de Janeiro
Filatelia 60 anos do catálogo de IP de Cunha Lamas
O
Clube Filatélico de Portugal (CFP) assinalou, no passado dia 28, o 60.º aniversário da publicação do catálogo de bilhetes-postais de Portugal e Ilhas Adjacentes, de José da Cunha Lamas, em edição dos Serviços Culturais dos CTT. O seu autor, um dos maiores filatelistas portugueses de todos os tempos, à época fazia parte da Comissão do Centenário do Selo Português, aniversário que, como é sabido, ocorreu em 1953 e que culminou com a realização da Exposição Internacional de Filatelia “Lisboa – 53”. No prefácio desta obra pioneira nesta classe filatélica, lê-se que “Portugal comemora em 1953 o primeiro centenário do selo postal e, por notável coincidência, no mesmo ano, completam-se 75 anos desde que apareceram em circulação os seus primeiros bilhetes-postais. Pareceu-me, por isso, interessante dar o devido relevo a este facto, fazendo a história dos bilhetes-postais portugueses e chamando assim a atenção para um ramo da filatelia quase inteiramente desprezado entre nós. Por dificuldade de conseguir os elementos indispensáveis para a história dos bilhetes-postais das nossas Províncias Ultramarinas, nas quais esta fórmula de franquia só apareceu em 1882, na Índia, limitei o meu estudo aos bilhetes-postais emitidos para o Continente e para as Ilhas Adjacentes, abrangendo o período decorrido desde o seu aparecimento em 1 de janeiro de 1878 até 31 de dezembro de 1952, isto é, durante 75 anos completos. A título de introdução, julguei interessante apresentar um resumo da história geral do bilhete-postal, bem como as resoluções dos diversos Congressos Postais e Convenções, referentes ao mesmo assunto. Por comodidade da descrição, os bilhetes-postais de Portugal e Ilhas Adjacentes vão divididos nos seguintes capítulos: I – Bilhetes-postais de relevo; II - D. Luís I, tipo ‘Mouchon’; III - D. Carlos I, 1.ª emissão; IV - ‘Válido 1893’; V – D.
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Carlos tipo ‘Mouchon’; VI - D. Manuel II; VII – Sobrecarga ‘República’; VIII – Bilhetes-postais do tipo ‘Ceres’; IX – Desvalorização da moeda portuguesa; X – Tipo Júlio Alves; XI – Tipo ‘Lusíadas’; XII – Tipo Tudo pela Nação’; XIII – Tipo ‘Caravela’; XIV – Bilhetes-postais comemorativos; XV – Bilhetes-postais ilustrados; XVI – Bilhetes-postais de propaganda (SPP) XVII – Bilhetes-postais de ‘Boas Festas’; XVIII – Conheça a sua Poesia’ ‘Con heça os seus Prosadores’; XIX – I l ha s Adjac ente s (Açores – Madeira); XX – Bilhetes-postais isentos de franquia; X XI – Bilhetes-postais de uso particular; X XII – Reimpressões de bilhetes-postais; X XIII – Bi l hete-posta l da Monarquia do Norte (não emitido)”. Devido à sua muita procura, o catálogo viria a ter uma nova edição, 17 anos depois. Esta edição de 1969 foi igualmente da responsabilidade dos Serviços Cu lt u ra is dos CT T. Nesta nova edição fazse a sua atualização com a continuação dos bilhetes postais emitidos desde 1953 até 1969. Segundo o Brigadeiro Cunha Lamas, esta edição foi uma oportunidade para corrigir alguns lapsos que constavam da edição anterior. O estudo dos bilhetes postais das antigas colónias, que Cunha Lamas efetuou conjuntamente com o historiador António Henriques de Oliveira Marques, só viria a ser publicado em 1986, apesar do estudo ter sido entregue, aos correios, ainda antes da Revolução de Abril. José da Cunha Lamas faleceu no último dia do ano de 1975. O evento evocativo do 60.º aniversário do catálogo decorreu na sede do CFP nos dias 28 e 29, com uma exposição de inteiros postais, formada unicamente por coleções da classe “Um Quadro”. O CFP, no dia 28, também procedeu à emissão de um selo personalizado que reproduz a capa da 1.ª edição do catálogo e que foi obliterado com um carimbo comemorativo. Geada de Sousa
Capricórnio – (22/12 - 20/01) Nesta altura a sua personalidade está centrada, no sentido positivo, naquilo que faz e naquilo que é. Aproveite para colocar as suas leituras em ordem e sinta-se em harmonia consigo e com o mundo. Esta será uma boa altura para poder expressar, com maior objetividade, os seus pontos de vista. O trabalho vai trazer-lhe novos desafios através de projetos importantes. Cuidado com os problemas familiares.
e Aquário – (21/1 - 19/2) Aumentar os seus conhecimentos numa nova área é fundamental nesta nova fase. Tire partido da sua grande capacidade intelectual. Leia e medite sobre novos assuntos e surpreenda quem o rodeia. Preste atenção à comunicação porque uma conversa casual pode subitamente ganhar mais importância. Mude radicalmente a sua relação com o dinheiro. No campo afetivo esta é uma ótima semana para conviver e fazer amizades.
f Peixes – (20/2 - 20/3) Preocupar-se- á em melhorar a sua qualidade de vida: procurará comer menos e melhor, andará mais a pé, abandonará vícios como o tabaco e o álcool, dormirá as horas que o corpo pedir. Deixará de andar cansado, perderá quilos supérfluos e sentir-se-á rejuvenescido. A sua capacidade de iniciativa e de realização estão mais estimuladas, que o leverá a pôr em prática alguns projetos. Procure não confundir os seus desejos de ambição social e profissional com a sua vida sentimental.
g Carneiro – (21/3 - 20/4) As mudanças do novo ano iniciam-se já em janeiro. O otimismo que sentirá será determinante para refrear a sua impulsividade. Os primeiros movimentos passarão pela conquista do conforto e equilíbrio nas relações familiares. Também é uma altura em que a sua atenção está atenta à sua carreira, às suas capacidades profissionais, ao seu papel na sociedade, ou o seu modo de estar na comunidade.
h Touro – (21/4 – 21/5) Nesta primeira semana do ano será dominado pela ansiedade. Inseguro e sem capacidade para reagir, o ponto de viragem surge quando o destino o arrebatar para uma evolução no aspeto profissional com perspetivas otimizadas. Passará por um momento cheio de iniciativas e ideias, conseguindo apoios para as concretizar. Cautela com as finanças. Faça exercício ligeiro e vigie a sua saúde.
i Gémeos – (21/5 – 21/6) Este é um tempo de transformação, o fim de um ciclo em que algo termina provocando em si mudanças significativas, sobretudo do ponto de vista psicológico. É um momento muito particular em que estará mais atento às suas emoções e sentimentos. No entanto, não descurará as questões materiais. A harmonia e o equilíbrio interior desta fase serão fundamentais para gerir os acontecimentos. Uma grande dose de autoconfiança será o fator determinante para a sua vida sentimental.
j Caranguejo – (22/6 – 22/7) Período de harmonia interior. Medite, a introspeção vai ajudá-lo em questões afetivas e materiais. Ocorrerão mudanças sobretudo em termos profissionais. Estas alterações são positivas e vão fazer com que, num futuro próximo, tenha muitos benefícios nos planos que tinha estipulado. No amor, não deixe de aproveitar todo esse charme e capacidade de sedução. Aproveite para cuidar da sua saúde. São aconselháveis exercício físico e uma dieta equilibrada.
k Leão – (23/7 – 23/8) A sua extraordinária força interior vai levá-lo a trabalhar paciente e calmamente na organização do seu dia a dia, no seu trabalho e na sua profissão. É uma altura que chama pelo cumprimento das obrigações e no que lhe diz respeito, com forte sentido de dever, colocará em ordem assuntos adiados por falta de vontade. Reconhecerá as responsabilidades que tem e dará o seu melhor para as cumprir. Esta é uma época favorável ao relacionamento com crianças. Dê mais atenção aos seus filhos.
l Virgem – (24/8 – 23/9) As influências desta fase aumentam a sua criatividade assim como uma maior dedicação aos seus amores e aos seus amigos. Afinal, harmonia será a palavra-chave para si. Organizará reuniões e convívios entre colegas e amigos. Vive uma época de exteriorização dos seus sentimentos em relação aos que ama. A sua força e sedução irão exprimir-se com um entusiasmo e uma energia irresistíveis. Desenvolva a sua atividade social, não decline convites e celebre a vida.
a Balança – (24/9 – 23/10) Necessitará de equilibrar a estrutura do seu ego, o seu sentido de individualidade. Atravessará uma fase de introspeção. Perceberá como o seu passado influencia o seu presente e assim fará uma seleção do que o incomoda, colocando de lado tudo o que lhe retira a energia. Este gesto fá-lo-á ganhar força para enfrentar o futuro. Todo o tipo de comunicação com os outros fluirá com facilidade, será positivo e encorajador.
b Escorpião – (24/10 – 22/11) Logo no início do ano poderá ser afetado por algumas restrições que, devido ao seu desejo de movimento, lhe trarão sentimentos de pessimismo, frustração e limitações na liberdade de ação. Possibilidade de enveredar por uma nova área de estudos. Mantenha a sua mente aberta e adquira o máximo de ensinamentos possível, ou ainda, empreenda uma viagem para um destino surpreendente.
c Sagitário – (23/11 – 21/12) Especialmente afetivo e sedutor, conseguirá expressar com facilidade o valor das suas ideias e convencer os outros a prestar o apoio que necessita para realizar as suas aspirações. Fase de relacionamentos muito profícuos a todos os níveis. Este momento é bom para todo o tipo de acordos de negócios ou financeiros. Energia de novo em alta. Boa altura para valorizar o seu visual; um novo corte de cabelo, uma dieta ou algum exercício físico. Siga a estrela do seu céu interior e brilhe.
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Sinfónica do Exército no Pax Julia
A Banda Sinfónica do Exército dá música à cidade de Beja, num concerto de Ano Novo agendado para amanhã, sábado, pelas 21 e 30 horas, no Teatro Municipal Pax Julia. No domingo, a agenda cultural bejense promete teatro, com a peça “Falar verdade a mentir”, de Almeida Garrett, que será posta em cena no auditório interior da Casa da Cultura pela ContraPalco – Produções de Teatro. O espetáculo tem início pelas 17 horas.
Fim de semana
História do jazz no espaço Oficinas Arranca hoje, sexta-feira, no espaço Oficinas, em Aljustrel, o curso livre de iniciação à história do jazz “Jazz de A a Z”. A ação, que decorrerá até 4 de maio estruturada em oito sessões, sempre às sextas-feiras, é ministrada por António Branco, dinamizador do Clube de Jazz do Conservatório Regional do Baixo Alentejo. A primeira sessão, pelas 21 e 30 horas, abordará o tema “Dos campos de algodão a Nova Orleães”.
Tradição é relembrada em várias aldeias e vilas da região
Depois do Natal, canta-se aos Reis
Tapete de Arraiolos gigante no Museu da Luz Depois de Inglaterra, Irlanda no Norte e Nova Iorque, esta será a primeira vez que o monumental tapete de Arraiolos do artista Carlos Noronha Feio estará exposto em Portugal, no Museu da Luz. A mostra, a inaugurar amanhã, sábado, pelas 15 horas, centra-se nesta peça de 30 metros quadrados, produzida pela Casa dos Tapetes de Arraiolos em 2010, cujo tema é uma “imagem bélica, mas de esperança, ilustrando o momento em que um foguetão está a ser lançado para o espaço, levando consigo produtos que representam uma humanidade una”. Noronha Feio tem vindo, desde 2008, a produzir tapetes de Arraiolos e a expô-los pelo mundo, tendo recebido, para esta peça agora patente no Museu da Luz, o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian no Reino Unido. Antes da inauguração, pelas 11 horas, o artista estará disponível para uma conversa com os visitantes interessados. Mais tarde, será também lançado um jornal da exposição e um documento visual em torno das conversas realizadas com as populações e dos lugares de Arraiolos.
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ascido o Menino, os três Reis Magos fazem caminho para o adorar e presenteá-lo com incenso, ouro e mirra. Uma lenda muito cara à região, que mantém viva a tradição do Cante dos Reis em várias das suas aldeias e vilas. Em Vidigueira, será já amanhã, sábado, pelas 20 e 30 horas, com um desfile que tem início no largo da Cascata, percorrendo vários pontos da vila até culminar na praça da República, junto ao edifício da Câmara Municipal. Participam os corais Os Vindimadores de Vidigueira e Os Ceifeiros de Cuba, numa iniciativa que não dispensa o calor de uma grande fogueira e que será também aproveitada para o anúncio oficial, pelos próprios Reis Magos, do projeto Vidigueira Cidade do Vinho 2013. Juntam-se também à festa os Cantamoda, com cante em ambiente de taberna e vinho a copo, e os grupos de Cante Alentejano da escola de Música de Vidigueira, Amigos do Cante dos Reis de Pedrógão do Alentejo e Improvisos do Sul. No final, haverá prova de bolo-rei e de licoroso local. Também amanhã se canta ao Menino na freguesia de Nossa Senhora das Neves, em Beja, e em Serpa, Moura e Aljustrel. Nas Neves, o serão tem início pelas 21 horas, na igreja paroquial da terra, e convida a população a ouvir as vozes dos grupos corais Os
Amigos do Cante, de Alvito, Alma Alentejana, de Peroguarda, e da Casa do Povo de Nossa Senhora das Neves, o coletivo anfitrião. Em Serpa, prevê-se um “agrupamento espontâneo” na Casa do Cante, com a participação do Grupo Coral e Etnográfico da Casa do Povo, e na vila mineira o concerto acontece na igreja matriz, pelas 21 horas, com a contribuição dos grupos corais e dos coros paroquiais do concelho. Em Moura, por seu turno, haverá também fogueira na praça Sacadura Cabral, local onde o Grupo Coral do Ateneu Mourense atuará para a população, depois de levar os cânticos dos Reis a várias instituições da cidade, designadamente a Appacdm, o Lar de São Francisco e os Bombeiros Voluntários. No local, frente ao Mercado Municipal, a Junta de Freguesia de São João Baptista irá oferecer um bolo-rei gigante aos presentes, e a Câmara Municipal de Moura contribuirá com o vinho abafado. No domingo, 6, é a vez de Ervidel evocar os Reis, num evento organizado pela junta de freguesia local. No Centro Cultural, pelas 17 horas, fazem as honras da casa os grupos corais da Freguesia de Monsaraz, As Margens do Roxo e Flores de Primavera. Uma tarde de celebração onde se pretende “divulgar e preservar a tradição através da música, das letras e dos trajes”.
trabalhadores romenos que vieram para o Alentejo trabalhar na apanha da azeitona tem aumentado, bem como os
relatos de maus tratos e exploração laboral. Todavia, os empresários já vieram desdramatizar esta situação e defenderse das várias acusações. “É uma grande injustiça! Eu não tenho culpa que o Governo não me dê condições para explorar trabalhadores portugueses, por isso tive de começar a explorar lá fora! Eles até são bem tratados, ganham quase um
euro por dia e vivem todos felizes em grupos de 35 numa sala de estar, ali no quentinho! Isso de eles andarem por aí a pedir esmola é só um part-time que arranjaram… Não temos nada com isso… Além disso, com a pobreza que vai haver em 2013 eles é que ainda vão dar esmola aos contribuintes portugueses!”, declarou um empresário.
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Empresários defendem-se da acusação de exploração de trabalhadores romenos afirmando que “se não nos dão condições para explorar cá dentro, temos de explorar lá fora” O número de
facebook.com/naoconfirmonemdesminto
Inquérito Saíste cá uma prenda, Mário!
Quais são as suas resoluções para 2013?
PEDRO PASSOS COELHO 48 ANOS Conhecido no Facebook como marido da Laura As minhas resoluções para o ano novo são muito simples: que Portugal regresse aos mercados, que os portugueses tenham dias menos sofridos e um Natal com mais comida na mesa, e que o Miguel Relvas seja contagiado por uma doença misteriosa, como a gota ou a decência… Enfim, o suficiente para que abandone o Governo pelo próprio pé. Ah, e vou iniciar tratamentos para fortalecer o cabelo… Este cabelo à Luís Represas depois de um incêndio não me favorece nada.
Depois do Pai Natal, Mário Simões irá receber uma visita do Coelho da Páscoa a queixar-se da falta de movimento do aeroporto de Beja Dois dias depois do Natal, o deputado Mário Simões deslocou-se a uma rotunda à entrada de Beja para esperar pelo “Pai Natal”. Esta encenação, que serviu como forma de protesto pelo mau estado em que se encontram as vias de circulação da região, marcou a agenda política da semana passada. Contudo, este tipo de iniciativas do deputado laranja não deverá ficar por aqui: depois de tentar obter o contributo de outras personalidades alegóricas como o Homem do Saco ou o Velho Desdentado, Simões chegou a acordo com o Coelho da Páscoa para que, em 2013, possa protagonizar uma nova encenação sobre o aeroporto de Beja. O “espetáculo” deverá contar com a presença de órgãos de comunicação social e de um Coelho da Páscoa com sotaque da Cabeça Gorda que dirá frases como “Tal não é a moenga do aeroporto, senhor deputado!” ou “Se isto funcionasse conseguia trazer uma carrada de ovos da Páscoa no arieloplano, homem!”.
ANA privatizada por franceses: aeroporto de Beja passa a chamar-se aeroporto Linda de Suza Os franceses da Vinci (que roubaram o nome à banda portuguesa dos anos oitenta cuja vocalista fanhosa cantava músicas sobre antigas colónias portuguesas) venceram o concurso para a privatização da ANA Aeroportos, oferecendo cerca de 3000 milhões de euros pela empresa, quantia que os especialistas em economia apelidam de “cara com’ó caraças”. Isso significa que o aeroporto de Beja irá ser gerido por franceses, o que implicará alterações profundas. Investigação conjunta Não confirmo, nem desminto/Le Figaro/Uma senhora que trabalhou a dias em Lyon descobriu que a Vinci tem grandes planos para o aeroporto alentejano: as refeições servidas naquele espaço consistirão em açordas de alho com pão brioche; à entrada do empreendimento será erigida uma estátua à grande figura de Portugal em França nos últimos 30 anos – Fernando Chalana; a voz de Mário Soares soará nos altifalantes do aeroporto anunciando, no seu francês fluente, as partidas, as chegadas e mais um abaixo-assinado a exigir a queda do Governo, a saída da troika e a demissão de Godinho Lopes; e o aeroporto passará a chamar-se Linda de Suza, em homenagem à cantora natural de Beringel, sendo as portas de embarque rebatizadas de porta Valise en carton (Mala de cartão) e porta Un jour ici, un jour ailleurs (Um dia aqui, um dia alhures).
EMAS não vai aumentar o preço das tarifas para 2013 pois considera que os bejenses pagam água canalizada ao preço da Evian Ao que parece, não se trata de ficção. A EMAS decidiu mesmo manter as tarifas da água em 2013. Segundo consta, a empresa municipal considera ter robustez financeira e técnica para fazer face ao ano que se inicia e admite que os bejenses já pagam o suficiente pela água que consomem. “Achamos que a água de Beja está ao nível, em termos de preço, da Evian, quando ainda há uns anos estava ao nível de uma Carvalhelhos, ou mesmo da do Rio Trancão. Agora, a água não só melhorou na qualidade, como já não sabe a água de lavagem dos pés…”, afirmou fonte da EMAS. Em época de crise e contenção, esta notícia foi acolhida com gáudio e celebrações por toda a região, mas ninguém terá celebrado mais do que a D. Idalete Mineral, que erigiu no seu quintal uma estátua à empresa em pladur. “Assim é que deve ser! Não é preciso aumentar mais… Até porque já aumentou bastante nos últimos meses… Dir-se-ia que a água não vem de uma barragem mas do Jardim do Éden… Só é pena que a água não seja melhorzinha… Ainda se fosse uma água decente, como a Frize com sabor a figo ou a Vidago com sabor a secretos de porco preto…”, declarou.
MARLENE BATATA DOCE, 45 ANOS Pessoa com a força gravitacional de uma lua de Júpiter A minha resolução para o ano que vem é começar a perder peso à séria… Sei que digo isto há 20 anos, mas estou muito melhor do que já tive… Perdi 50 quilos nos últimos 10 anos, só me faltam os outros 150. E eu sei que consigo perdê-los – é só deixar de comer um bolo de aniversário todos os dias… Ainda tentei participar naquele programa dos gordos que dançam, mas quando danço o malhão provoco um terramoto de 7.5 na escala Fernando Mendes. E é verdade que no Natal posso ter abusado um bocadinho da comida – só me conseguiram tirar do sofá puxada por uma Mitsubishi Strakar –, mas de resto só como saladas!
JORGE PULIDO VALENTE, 57 ANOS Presidente da Câmara de Beja Olá a todos e a todas. Portanto, as minhas resoluções para o ano que vem são: portanto, que o museu regional chegue a 2014 sem parecer um edifício do pós-guerra, que haja iluminações de Natal nas ruínas da rua do Sembrano, que os festejos da passagem de ano tenham, pelo menos, seis dias e que contem com a presença de artistas como os Delfins, os Rolling Stones ou mesmo um João Pedro Pais, e, por último, que as Portas de Mértola voltem à normalidade e não se descubra mais uma data de caqueiros do tempo dos Felipes que atravanquem as obras. Portanto, coisas simples…
Nº 1602 (II Série) | 4 janeiro 2013
9 771646 923008
01602
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quadro de honra Está pelos últimos dias, a exposição “Com Ferro e Fogo”, que o artista plástico Francisco Hermenegildo (Gildo) tem patente ao público no Pátio dos Rolins, em Moura. Uma mostra onde a criatividade se alia de forma assombrosa à reutilização de materiais usados, nomeadamente sucata automóvel. Gildo é um escultor autodidata que, desde criança, se dedica à construção de “engenhocas”. Há uma década a esta parte que as engenhocas começaram a resultar em obras de arte. Quase sempre inspiradas pelo sol alentejano e pela pintura da Salvador Dali.
A arte que se faz do lixo
Escultura a ferro e fogo influencia o meu trabalho na escultura, pois são duas coisas distintas, a não ser que tem apenas em comum saírem das minhas mãos peças de arte.
Como e quando despertou para a questão da escultura em ferro?
Desde muito cedo e já na escola primária mostrei sempre grande aptidão para os trabalhos manuais. Sempre gostei de construir peças, objetos e “engenhocas” que inventava e depois punha a funcionar. O gosto pelos trabalhos em metal, aliado à paixão pela arte, facilmente me encaminhou para este tipo de atividade.
Exerce a profissão de eletricista auto e é um autodidata confesso no mundo das artes. Qual é a sua principal fonte de inspiração e que outros artistas plásticos admira ou o influenciam?
Utiliza exclusivamente materiais encontrados em sucatas. Como é que percebe que um qualquer objeto rejeitado pode dar em obra de arte?
Quase todo o material que utilizo provém de sucata auto, mesmo aquelas peças em que não se vê a sucata bem explícita são feitas do aproveitamento de chapas, tubos e de veios que reutilizo. Estou sempre atento ao material e por vezes consigo ver numa ferramenta velha, numa mola ou numa roda dentada parte de uma figura humana, um animal, etc.. Depois é só juntar o puzzle. É colecionador de carros e de outros veículos antigos. Essa paixão reflete-se de alguma forma no seu trabalho artístico?
Os carros e as motas antigas, e também os relógios, são outras das minhas paixões, pois elas também são verdadeiras obras de arte. Eram construídos de uma maneira muito artesanal por verdadeiros artistas. Para restaurar estas peças, também é preciso muita arte e muita paixão. Por vezes levo meses ou até anos a trabalhar num destes projetos, pois muitas peças já não existem no mercado e isso obriga-me desde logo a um longo trabalho de pesquisa para depois as executar manualmente. Mas no final é bastante gratificante ver um veículo com largas dezenas de anos voltar a circular. Acho que este meu hobby em nada PUB
Francisco Hermenegildo (Gildo) 49 anos, natural de Moura É eletricista auto. Mas já foi pintor de automóveis e bate-chapas. Tem, aliás, pelos automóveis e pelos ciclomotores clássicos, uma paixão muito antiga. É colecionador dos veículos que restaura. E com as peças que já não têm uso faz arte. A arte do ferro e do fogo. A arte da reutilização no tempo do desperdício.
A minha principal fonte de inspiração é sem dúvida o mundo que me rodeia, o local onde vivo e principalmente o Alentejo. Grande parte das minhas obras tem qualquer coisa do Alentejo. Se repararmos, o sol está presente em quase todos os trabalhos e nada mais perfeito do que o sol para simbolizar o Alentejo. O meu gosto pela escultura vem também, e por muito incrível que pareça, pelo interesse pela pintura. Vejo sempre algo nas grandes pinturas que depois transponho para o ferro. Algumas das minhas obras também têm algo de “daliniano”, pois Salvador Dali, tal como Picasso, são algumas das minhas influências. Daí o vasto número de trabalhos que tenho executado de esculturas de parede como se de quadros se tratassem. Para além da reciclagem de materiais, também utiliza apenas tintas aquosas sem solventes orgânicos. Pode dizer-se que o seu trabalho respeita por completo o ambiente? Porquê esta opção?
Ao recuperar material que já não tem qualquer utilização estou realmente a favorecer o ambiente e a reduzir os custos de material. Acho que todos temos que pensar um pouco em termos do futuro ambiental. Se juntarmos estes pequenos contributos, conseguimos todos juntos uma grande diminuição da poluição no planeta. Paulo Barriga
Hoje o céu estará limpo e as temperaturas andarão entre os quatro e os 14 graus. Amanhã, sábado, será o dia mais frio do fim semana, prevendo-se dois graus de temperatura mínima e um céu nublado. No domingo, mantêm-se as nuvens e as temperaturas andarão entre os três e os 13 graus.
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Luís Afonso regressa a Aljustrel n’O comboio das cinco O cartunista Luís Afonso regressa à sua terra natal para apresentar, a 11 de janeiro, pelas 18 e 30 horas, no auditório da Biblioteca Municipal de Aljustrel, o seu primeiro livro de inéditos intitulado O comboio das cinco. Esta primeira obra de ficção, não exclusivamente desenhada, cuja personagem principal é Lopes, um escritor/repórter pósmoderno, decorre nos finais dos anos 80 e retrata a história de um professor de geografia humana à espera de um comboio que nunca ninguém viu passar, numa estação perdida e abandonada no Alentejo. O livro, editado pela Abysmo, com forte teor irónico e dimensão lúdica, contém “indicadores de qualidade literária”, repetidamente assinalados à margem das páginas, levando assim os leitores a um menor esforço de leitura, para que não tenham de se “maçar” à procura de uma escrita mais elaborada. É como se o autor estivesse a adaptar a escrita a um tempo em que as pessoas não param para pensar e estão “formatadas” apenas para carregar em botões para dizer “gosto”, sem tentarem perceber o conteúdo das coisas. A apresentação do livro estará a cargo de Jorge Benvinda, músico dos Virgem Suta, e do ator Pedro Lamares. Com uma proposta para a realização de um filme, esta história irá ser levada ao palco do São Luiz, no próximo mês de março, com Pedro Lamares a fazer uma leitura encenada de O comboio das cinco.
Look, Listen & Feel no Instituto Politécnico de Beja Está agendada para a próxima quinta-feira, 10 de janeiro, a partir das 14 horas, a terceira sessão do evento Look, Listen & Feel. Uma iniciativa multimédia sobre publicidade e marketing digital que é promovida pelos alunos do terceiro ano do curso de Comunicação e Educação Multimédia da Escola Superior de Educação. Os trabalhos começam às 14 horas, no auditório do IPBeja, e têm como oradores David Pinheiro, Bernardo Coelho e João Fonseca.