António Sebastião já não é o candidato do PSD a Beja pág. 6
Pedro Paredes avança como independente em Alcácer
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Este VALE
€1,20 Veja como na página 25
na Postos BP Beja
SEXTA-FEIRA, 1 MARÇO 2013 | Diretor: Paulo Barriga Ano LXXXI, N.o 1610 (II Série) | Preço: € 0,90
Capoulas Santos estranha atraso na divulgação dos números da PAC por parte da Comissão
“Tenho sérias dúvidas de que o Governo conclua Alqueva” Agricultores contra gestão da rega do Alqueva pela EDIA pág. 12
Movimento Que se lixe a troika sai à rua também em Beja pág. 11
Hemoglobinopatias: Relatos de quem vive com uma doença rara
JOSÉ SERRANO
Entrevista nas págs. 8 a 10
Torrão Falta trabalho na segunda maior freguesia do País
págs. 16/17
Berço de Bernardim Ribeiro, o autor de Menina e Moça, a primeira novela pastoril da Península Ibérica, Torrão, no concelho de Alcácer do Sal, é sede da segunda maior freguesia do País. Conta atualmente com 2 758 habitantes e, para não destoar do restante interior, tem vindo a perder população. É o que lhe falta, dizem os habitantes. Para além do trabalho, para que mais ninguém tenha de sair. págs. 4/5 PUB
Diário do Alentejo 1 março 2013
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Editorial Básico
Vice-versa “Vou dizer algo que deixará muitas pessoas incrédulas, e admito que até o Paulo Barriga possa esboçar um sorriso, mas a candidatura do António Sebastião é para ganhar a câmara”. Mário Simões, presidente da distrital de Beja do PSD, in “Diário do Alentejo, 18 de janeiro de 2013
Paulo Barriga
António Sebastião já não será o candidato do PSD à presidência da Câmara de Beja, porque “condicionou a sua candidatura à candidatura de uma determinada pessoa a Almodôvar” (…) e “chantageou” o PSD.
A
grande maioria dos alunos que no ano passado frequentou o 9.º ano de escolaridade chumbou em seis dos sete testes intermédios inventados pelo Ministério da Educação. Segundo o Gabinete de Avaliação Educacional, a hecatombe repetiu-se nos testes apresentados aos alunos do ensino secundário. Ou seja: o ensino básico e secundário caíram de podre em Portugal. As consequências deste verdadeiro desastre escolar são fáceis de adivinhar: estamos a preparar uma geração pouco conhecedora, nada interessada, escassa de imaginação e criatividade, desqualificada, desmotivada e incapaz de futuramente se impor no mercado aberto de trabalho. Seria muito difícil encontrar pior notícia que esta no estado em que o País se acha, a contas com os vícios do passado, refém das feras do presente, sebastianicamente sonhador com novos amanhãs que cantam. E que talvez não cantem lá tão bem afinados quanto isso. Mas se as consequências são previsíveis, já as causas desta verdadeira desgraça nacional são óbvias. Cá está o primeiro reflexo, muito sério reflexo e não financeiro, não económico e não apenas social, das políticas de austeridade que sobre nós se abatem. Não vale a pena varrer a poeira para debaixo do tapete, fazendo crer que a educação começa em casa, que os meninos andam à vara larga ou que os professores são mal formados. Este chumbo generalizado dos alunos que frequentam o básico e o secundário é o chumbo generalizado das políticas de educação implementadas por este e pelos anteriores governos da nação. Principalmente no que concerne ao atentado terrorista que os nossos governantes têm movido aos profissionais da educação nos últimos anos. Desacreditando-os. Desmotivando-os. Amesquinhando-os em concursos de roda livre. Burocratizando-os. Vedando -lhes a progressão na carreira. Avaliando-os de forma batoteira. Desestabilizando-os com contratos precários. Descartando-os. Enchendo-lhes as salas de alunos. Aumentando-lhes a carga horária. E, agora, despedindo-os em massa. Ora cá está, portanto, o resultado dos tão apetecidos cortes nas funções sociais do Estado: não empenhamos apenas o presente, vendemos ao desbarato o nosso próprio futuro coletivo. É básico, não é?
João Pedro Caeiro, presidente da concelhia de Beja do PSD, citado pela Lusa, 27 de fevereiro de 2013
Fotonotícia
Pão e queijo, mesa posta é. Diz o povo, vá-se lá saber porquê, que quem come muito queijo, mais cedo ou mais tarde esquecerá onde deixou as botas. Mesmo com elas calçadas. Mas como de provérbios e água benta cada um sabe de si, há quem não tenha nem um assombro de cagaço dos ditos adágios. Pelo menos a julgar pelas multidões de adeptos da bendita bactéria ácido- lática, que rumaram durante três dias ao agora ampliado queijódromo da cidade branca de Serpa. De ovelha, de cabra, de vaca, com mais ou menos cardo, bem curados para cortar de navalha afiada ou de entorna para barrar voluptuosamente o pão, lá se encontravam todos. Convidativos, atraentes e apetecíveis, a piscarem-nos o olho em cada barraquinha bem-posta e a aguçar-nos sem clemência nem brandura o maravilhoso e admirável pecado da gula. Também a televisão lá esteve, o santo domingo inteiro, rendida aos encantos do ajuntamento festivo. E cantaram os de Serpa, os de Vila Nova de São Bento, os de Vale de Vargo, os de Pias… e outros (que agora não me lembro). JS Foto de José Serrano
Voz do povo Vai participar na manifestação do próximo sábado?
Inquérito de José Serrano
Carla Guerreiro 34 anos, administrativa
Margarida Loff 35 anos, assistente dentária
Carminda Valente 50 anos, funcionária pública
João Rocha 32 anos, informático
Não. A política a mim não me interessa. No entanto, considero importante que o povo se manifeste. As pessoas são livres de fazerem o que entenderem. Por mais adesão que a manifestação possa ter, julgo que não trará quaisquer alterações políticas. Apesar de todo o manifesto descontentamento e ineficácia do crescimento económico o Governo parece estar de pedra e cal.
Sim, ponho a hipótese de participar. Enquanto cidadãos temos o direito e o dever de nos expressarmos. A manifestação de 15 de setembro foi um bom exemplo de cidadania participativa. Já vai sendo tempo de a nossa voz se fazer ouvir. Que o Governo se disponha a tratar-nos como pessoas que trabalham, que querem progredir. E não como simples números numa página de papel.
Sim, vou. A grande maioria dos portugueses está profundamente insatisfeita com o governo que tem. O povo deve unir-se e manifestar sem reservas o seu descontentamento. O futuro é incerto para todos e devemos lutar para poder ter uma vida melhor. Fazer ouvir que não se pode continuar a viver assim. Tem de se tentar provocar alterações. A bem do povo português.
As manifestações têm a sua utilidade mas neste momento ainda não penso participar. Todavia, considero importante que o povo se manifeste. A voz do povo é a principal. Uma manifestação pode contribuir para uma revolução estrutural da sociedade. Constituir uma base de mudança. Para que exista um governo em que possamos confiar e que nos dê garantias de um futuro estável.
Rede social DR
Semana passada QUARTA-FEIRA, DIA 20
BEJA PRISÃO PREVENTIVA PARA UM DOS QUATRO SUSPEITOS DE TRÁFICO DE DROGA O Tribunal de Beja decretou a prisão preventiva de um dos quatro suspeitos de envolvimento em crimes de tráfico de droga e, alguns, de furto, que tinham sido detidos pela GNR na segunda-feira, 18, no concelho. Os suspeitos começaram a ser interrogados na terça-feira, 19, no tribunal, o qual decretou que um deles vai aguardar julgamento no Estabelecimento Prisional de Beja, disse à Lusa o oficial de relações públicas do Comando Territorial de Beja da GNR, tenente-coronel Carlos Belchior. Segundo decisão do tribunal, os restantes três suspeitos aguardam julgamento em liberdade, mas ficaram sujeitos a apresentações às autoridades e proibidos de contactarem entre si e terão que se sujeitar a tratamento específico na área da toxicodependência, indicou o oficial. Os suspeitos, entre os 34 e os 43 anos, tinham sido detidos durante quatro buscas domiciliárias na cidade de Beja e nas aldeias de Salvada e de Penedo Gordo, explicou o oficial. Durante as buscas, que foram realizadas no âmbito de um processo que está a ser investigado pelo Núcleo de Investigação Criminal do Destacamento Territorial de Beja da GNR, foram apreendias 166 doses de heroína e 72 sementes de canábis e quatro veículos ligeiros. A GNR apreendeu também uma arma de fogo modificada para calibre.22, uma pressão de ar, um bastão extensível, um punhal, telemóveis e objetos alegadamente relacionados com o tráfico de droga.
SÁBADO, DIA 23 VIDIGUEIRA NOVO ESPAÇO DO GABINETE DE APOIO À JUVENTUDE INAUGURADO A Câmara de Vidigueira inaugurou o novo espaço do Gabinete de Apoio à Juventude, no Centro Multifacetado de Novas Tecnologias. O gabinete, criado pelo Pelouro da Juventude da autarquia, visa promover atividades para fomentar a participação ativa dos jovens no concelho, apoiar o desenvolvimento do associativismo juvenil e promover a transversalidade das políticas municipais orientadas para a juventude nos restantes domínios de intervenção.
ODEMIRA PROJETO PROMOVE INTEGRAÇÃO SOCIAL E CULTURAL DE CRIANÇAS E JOVENS O projeto “ST.E5G”, que pretende “impulsionar a integração social e cultural de crianças e jovens” da freguesia de São Teotónio, no concelho de Odemira, arrancou no sábado. Promovido pela Taipa – Organização Cooperativa para o Desenvolvimento Integrado do Concelho de Odemira, o projeto é financiado pelo programa governamental “Escolhas” e conta com o apoio da Câmara de Odemira.
O Subdepartamento de Artes do Instituto Politécnico de Beja promove entre os dias 5 e 8 de março mais uma edição do Artshots_ Laboratórios de Arte e Comunicação Multimédia. O que é que se pretende com este evento?
O principal objetivo deste evento é contribuir para o posicionamento da formação, no domínio das Artes e da Comunicação Multimédia, como fundamental para o desenvolvimento de um perfil de competências de profissionais que irão atuar no setor das indústrias culturais e criativas. Setor que a própria Comissão Europeia, através do seu Livro Verde – “Realizar o potencial das indústrias culturais e criativas”, reconhece como tendo um enorme potencial para a estratégia Europa 2020. A existência no IPBeja de um curso de licenciatura em Artes Plásticas e Multimédia, com um perfil de competências orientado para as belas artes, e outro em Educação e Comunicação Multimédia mais vocacionado para os audiovisuais e produção dos media, obriga-nos a uma reflexão contínua sobre as necessidade do mercado de trabalho e a adequabilidade das metodologias de ensino que adotamos como resposta a essas necessidades. Dessa reflexão, concluímos que é fundamental ter em conta a formação ao nível do ensino secundário numa lógica de processo formativo que se inicia antes dos alunos ingressarem nos nossos cursos. Assim, esta iniciativa, orientada para workshops dinamizados pelos nossos alunos, permite-nos aferir a qualidade da formação que lecionamos e adequar as metodologias que adotamos.
Baldão, despique e campaniça Em Amoreiras-Gare, Odemira, ouviu-se, no sábado passado, o toque da viola campaniça, despique e baldão. E por lá passaram entusiastas da causa, cantadores, tocadores, investigadores, entre tantos outros. Tudo em prol da preservação da tradição. DR
Pró-diretor do Instituto Politécnico de Beja
Maria Elisa na biblioteca de Beja Maria Elisa Domingues, conhecida jornalista, veio à biblioteca de Beja apresentar o seu livro Amar e Cuidar. Consigo trouxe outras caras conhecidas, que a ajudaram nesta tarefa, e foram muitos os que por lá passaram para conhecer este seu trabalho. DR
QUINTA-FEIRA, DIA 21
3 perguntas a Aldo Passarinho
Meu Futuro 24horas no Pax Julia O projeto Meu Futuro 24horas (MF24) chegou à cidade de Beja, na semana passada. 24 horas non stop e em debate o tema: “Como conseguir emprego/Como ser empreendedor”. O objetivo? Motivar os presentes para criarem as suas oportunidades. DR
Um homem, de 38 anos, foi detido pela GNR em Santiago do Cacém, depois de abastecer o automóvel num posto de combustíveis, alegadamente com “chapas de matrícula falsas”, seguindo-se uma “fuga com condução perigosa”. Segundo revelou a GNR, a detenção aconteceu cerca das 19 e 30 horas de quarta-feira, 20, por militares do posto de Santiago do Cacém daquela força de segurança. “A viatura foi detetada, seguida e intercetada por militares da GNR que, após a abordagem, apreenderam uma pistola de alarme portada pelo indivíduo e uma faca”, assim como “a viatura e respetivas chapas de matrícula falsas”.
Quais são as grandes novidades para a edição deste ano?
Como principais novidades para este ano, destacamos um conjunto de novos workshops e um concurso dirigido aos alunos do ensino secundário subordinado ao tema “Raízes”. Com toda a certeza que os workshops como o de VJ/Vídeo Mapping, Edição de Videoclips e Tattoo Art irão despertar o interesse dos participantes, pela atualidade do discurso e possibilidades que a formação neste domínio oferece. Qual é o balanço que faz desta iniciativa, que se realiza desde 2005?
O interesse manifestado por escolas de norte a sul do País, que se deslocaram até Beja nestes últimos oito anos, com uma participação de mais de 3 000 estudantes, demonstra o reconhecimento e pertinência da nossa oferta formativa. O impacto nos nossos cursos é notório, pois são vários os alunos que optam pelas nossas licenciaturas depois de participarem nestes workshops. Acima de tudo, importa referir que iniciativas como esta contribuem de uma forma activa para a fixação de massa crítica num setor com potencial para uma região onde os setores culturais, aliados à capacidade de produção de bens transaccionáveis, constituem uma enorme mais-valia. Nélia Pedrosa
Quatro mil árvores para plantar em Santo André Todos são poucos para ajudar a reflorestar Vila Nova de Santo André. A primeira plantação já começou e foram muitos os que se juntaram à iniciativa, que, até ao final de 2014, pretende devolver quatro mil árvores à cidade. DR
SANTIAGO DO CACÉM DETIDO POR CONDUZIR VEÍCULO COM CHAPAS DE MATRÍCULA FALSAS
Caleidoscópio na Taberna do Arrufa Caleidoscópio 11211, de Ana Paula Figueira, foi apresentado na Taberna do Arrufa, em Cuba. Mais uma vez a biblioteca municipal promoveu a aproximação à leitura, através de iniciativas que vão ao encontro de potenciais leitores, em ambientes mais informais.
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Diário do Alentejo 1 março 2013
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Torrão O
dia acordou chuvoso. A água, que caiu durante a noite e que não deu tréguas à manhã, encharcou os campos. O alcatrão que cobre o piso da EN2 não é exceção. É esta a estrada que leva até Torrão. E a chuva, essa, não para de cair. Dei xando o concelho de Ferreira do Alentejo para trás, na berma, sobretudo, avistam-se pinheiros e eucaliptos. O gado saiu para pastar, indiferente a qualquer gota de água. Uma vez passados a Odivelas pouco falta para entrar no território do concelho de Alcácer do Sal e, consequentemente, noutro distrito: no de Setúbal. Torrão é sede da segunda maior freguesia do País. Fica a 35 quilómetros de Alcácer do Sal. A 45 quilómetros de Évora, a 53 de Beja e a 87 de Setúbal. E é esta última distância que preocupa muitas vezes a população. Porque é lá, em Setúbal, que está o hospital do distrito. “Temos cá um posto médico. Os médicos são cubanos, mas raramente lá vou. Graças a Deus não tenho precisado. Acontece que quando temos de ir ao hospital temos de ir a Setúbal. Em minha opinião, deveríamos de pertencer a Évora. A distância é muito menor”, afirma João Nunes, habitante de Torrão, enquanto as nuvens dão, embora só por breves momentos, tréguas. João Nunes, junto à estátua de Bernardim Ribeiro, ilustre escritor da terra, motivo de orgulho de todos os nados e criados em Torrão, lamenta a sua má sorte, que é o mesmo que dizer: a falta de trabalho. “Estou desempregado. Trabalhava na construção civil, mas esta área está péssima e era o sustento de muita gente da vila”. A agricultura, a par do comércio, é outro dos sustentos dos habitantes da freguesia. “Ainda há alguma pecuária, mas pouca, nada como antigamente. A agricultura está mais fraca, vieram as máquinas, que roubaram emprego a muita gente. Os olivais espanhóis também pouco trabalho dão. Isto está mau em todo o lado e aqui não é exceção”, argumenta João Nunes. Na paragem de autocarro, embora não estejam à espera de nenhum, nem vão para parte alguma, sentam-se Francisco e António, que têm em comum, para além de habitarem a mesma localidade, o nome “José”.
Falta de trabalho é o que mais preocupa os habitantes
Os dias na segunda maior freguesia do País Torrão é sede da segunda maior freguesia do País. É a terra que viu nascer Bernardim Ribeiro, escritor de Menina e Moça, e quase em cada esquina da vila encontra-se património. Fica a meio caminho de Évora, a meio caminho de Beja, mas pertence ao concelho de Alcácer do Sal e, consequentemente, ao distrito de Setúbal. Torrão conta com 2 758 habitantes e, como muitas freguesias do interior, tem vindo a perder população. É que o que falta em Torrão, segundo os habitantes, também é semelhante ao que acontece em muitos outros sítios do País: trabalho, para que mais ninguém tenha de sair. Texto Bruna Soares Fotos José Serrano
Francisco José abre o guarda-chuva vezes sem conta. “Está ensopado, mas este tempo não o deixa enxugar”, adianta. Já António José, apesar do tempo embrulhado, não retira os óculos de sol. “Estamos reformados e entretemo-nos aqui até à hora de almoço, depois de tarde mais um bocadinho e a vida vai indo assim”, conta António. Na rua, à procura de compradores, segue um casal. Para venda traz espargos. Mas a chuva, que continua a cair, afasta os potenciais clientes. Pouca gente se avista. Francisco volta a pegar na conversa e apetece-lhe falar, antes, do que bonito há para se ver em Torrão. “Temos cá muitas igrejas e volta e meia aparecem aí turistas”, diz, começando a enumera-las: “A igreja de São Fausto, a dos Azinhais, a Matriz, a do Convento…”. Faltando-lhe somar ainda a do Carmo, a ermida de Nossa Senhora do Bom Sucesso, a igreja de São Francisco, a capela de São João da Ponte…e, claro, mais património edificado. E depois existe sempre a margem direita do rio Xarrama (afluente do Sado). Numa das ruas, de casas baixas e brancas, passa Maria Engrácia. “Fiz toda a minha vida nesta terra. Sou nascida, criada, batizada e casada em Torrão. Esta terra evoluiu, mas cada vez há menos pessoal. Já viveu aqui muita gente, mas agora vive muito menos. Cada vez há menos crianças a nascer e há mais velhotes a morrer. Não há trabalho, não há nada, é natural que as pessoas sejam obrigadas a ir para outros sítios, para outras terras e até para o estrangeiro”, diz. Os sinos da igreja tocam e a chuva, por breves momentos que seja, não cai. Os habitantes apressam-se a fazer os serviços. Entram no banco, nas pastelarias, nos supermercados, nos cafés, na junta de freguesia. “Esta é uma terra com algum movimento e até estamos bem servidos de serviços. Bombeiros, posto da GNR, posto médico, biblioteca, piscinas. É uma boa terra, é a nossa terra e gostamos sempre dela”, explica Amândio Pereira, do alto dos seus 81 anos. E da sua terra espera, sobretudo, “mais evolução”. “Tem condições para crescer, assim queiram apostar nela”, argumenta.
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A terra de Bernardim Ribeiro Bernardim Ribeiro, escritor português, nasceu em Torrão, concelho de Alcácer do Sal. Conhecido pela sua obra Menina e Moça, romance editado, segundo fontes, “por três vezes no séc. XVI: 1554 (Ferrara, com o título História de Menina e Moça), 1557-58 (Évora, com o título Saudades) e 1559 (Colónia, a partir da 1.ª edição)”. De Bernardim Ribeiro se diz que foi o introdutor do bucolismo em Portugal.
Património Destacam-se, no que diz respeito ao património, a anta de São Fausto, a estátua do escritor Bernardim Ribeiro (natural de Torrão), a igreja Matriz, a igreja de São Francisco, a capela de São João da Ponte, o povoado calcolítico do monte da Tumba, o obelisco de Algalé, o Palácio dos Viscondes do Torrão, a igreja de São João dos Azinhais e a ermida de Nossa Senhora do Bom Sucesso, entre outros.
Museu Etnográfico do Torrão O Museu Etnográfico do Torrão foi inaugurado em 2006 e pretende privilegiar duas vertentes bastantes importantes para o concelho: o fabrico de pão e a produção de azeite. É igualmente palco de exposições temporárias e de outras iniciativas culturais.
História de Torrão A origem do nome Torrão vem de torrejam, que significa “torre grande”. Segundo informação disponibilizada pela Câmara de Alcácer do Sal, “conta com um grande passado histórico, sendo um povoado do período Neolítico. Foi zona de alguma importância no período dos romanos e esteve também sobre a influência árabe. A libertação deste domínio deu-se em 1217 (quando Alcácer do Sal também foi libertada) e Torrão foi então doado à Ordem de Santiago. A Ordem aforou Torrão em 1260, passando a ser vila da Ordem. Novo foral viria a ser concedido à vila em 1512, por D. Manuel I. Em 1490, D. João II, por altura do casamento do seu filho em Évora, concedeu as rendas de um ano de várias vilas, entre as quais as de Torrão. O concelho foi anexado ao de Alvito, tendo depois transitado para o de Alcácer do Sal, por decreto de 3 de abril de 1871.
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Agora que o trabalho de requalificação dos espaços públicos e das principais infraestruturas está em marcha, gostava de ter tempo para investir em ideias de desenvolvimento. Por isso vou concorrer a um novo mandato”.
Autárquicas2013
João Rocha quer reforçar imagem de Beja
João Rocha é o candidato da CDU à Câmara Municipal de Beja nas próximas eleições autárquicas. A apresentação teve lugar, no sábado passado, na Casa da Cultura. No seu primeiro discurso, enquanto candidato, afirmou: “Beja tem o principal. Só lhe falta uma câmara competente”. Para João Rocha, “é preciso levar adiante um projeto autárquico que vise a defesa da população”, sendo sua intenção impulsionar “a participação, a sustentabilidade e o desenvolvimento económico”. O “histórico” presidente, que liderou Câmara de Serpa durante 33 anos, considerou ainda que “é preciso reforçar a imagem de Beja”, como forma de colocar a cidade “na centralidade que lhe é devida, enquanto capital de distrito”. João Rocha referiu também que se candidata para “desenvolver um projeto realista e com futuro”, convidando todos “a arregaçarem mangas e a trabalharem em conjunto por Beja, pelo concelho e pela região”.
Santiago Macias aposta em continuar trabalho Santiago Macias foi apresentado como candidato da CDU às eleições autárquicas, no sábado passado, no espaço Sheherazade, em Moura. Recorde-se que Santiago Macias pertence ao atual executivo que lidera a Câmara de Moura. O autarca da CDU afirmou, no dia da sua apresentação como cabeça de lista, que pretende “dar continuidade ao trabalho que tem vindo a ser desenvolvido no concelho”. E defendeu: “Vamos continuar a fazer investimentos, a melhorar a vida das populações e, sobretudo, exigir ao poder central, que manifestamente não sabe onde fica Moura, aquilo que são os nossos direitos”. Santiago Macias reforçou que, nesta altura, “se sente perfeitamente preparado para ser presidente da Câmara de Moura” e que acredita que “vai ser eleito”. Relembrando: “É um trabalho de continuidade pessoal e coletiva”.
Sebastião já não é o candidato do PSD em Beja A concelhia de Beja do PSD decidiu não candidatar o atual presidente do município de Almodôvar, António Sebastião, à Câmara de Beja, nas autárquicas deste ano, revelou à Lusa o presidente da estrutura partidária. Segundo João Pedro Caeiro, presidente da concelhia de Beja do PSD, António Sebastião “chantageou” o PSD, porque queria que o candidato social-democrata à presidência da Câmara de Almodôvar fosse o atual vice-presidente do município, João Palma, e não o presidente da concelhia de Almodôvar, Ricardo Colaço. Contactado pela Lusa, António Sebastião escusou-se a prestar declarações sobre o assunto.
PS deixa cair atual presidente e avança com Torres Couto
Pedro Paredes avança como independente em Alcácer Está lançada a confusão no seio do PS de Alcácer do Sal. Pedro Paredes, presidente socialista eleito há dois mandatos consecutivos, foi preterido pelo antigo líder da UGT, Torres Couto. Paredes fala em “manobras de bastidores” que nada abonam em favor do “interesse das populações”. Por isso decidiu avançar com uma lista de independentes a uma câmara que, neste momento, não tem dívidas e paga aos fornecedores no “espaço máximo de 90 dias”. Texto Paulo Barriga Fotos Câmara Municipal de Alcácer do Sal Como classificaria o seu último mandato à frente da Câmara de Alcácer do Sal?
Durante os primeiros anos como autarca considerei como prioridade absoluta a reorganização dos próprios serviços municipais, por forma a reduzir os desperdícios, diminuir custos improdutivos e fomentar uma cultura organizacional orientada para o serviço público e para a resposta às necessidades da população. A partir daí centrei o trabalho do município na requalificação dos espaços públicos, na promoção do concelho e na captação de investimento externo. Como se encontram as finanças do município?
Atualmente, a Câmara Municipal de Alcácer do Sal paga aos seus
gostaria de ter realizado e não conseguiu?
Gostaria de ter tido meios financeiros para investir, ainda mais, na área da educação, da cultura e da investigação científica. Sente que tem o apoio da população?
Se não sentisse já me tinha ido embora. Vai mesmo concorrer a um terceiro mandato, agora como independente, à Câmara de Alcácer?
Agora que o trabalho de requalificação dos espaços públicos e das principais infraestruturas está em marcha, gostava de ter tempo para investir em ideias de desenvolvimento. Por isso vou concorrer a um novo mandato. Sente que foi, de alguma forma, “traído” pelo PS?
As manobras de bastidores não me interessam. Estou aqui para servir o interesse público. Como classifica e encara a candidatura de Torres Couto pelo PS?
O Povo é que vai escolher, no dia das eleições. fornecedores de bens e serviços no espaço máximo de 90 dias. E não tem qualquer tipo de encargos com empréstimos bancários ou outros. Naturalmente que, sobretudo agora, tal situação só é possível com um complicado esforço de contensão de despesas. Qual o valor da dívida da autarquia?
Não existe qualquer dívida. Que obras ou investimentos
Quer clarificar melhor a sua declaração: “O PS desligou-se da terra”?
Os partidos políticos são a base do nosso sistema democrático. No entanto, por vezes, colocam os interesses pessoais e partidários acima do interesse das populações. Concorda com a criação das comunidades intermunicipais ou preferia integrar uma estrutura que abrangesse todo o Baixo Alentejo?
As comunidades intermunicipais já existem. No caso a Comunidade Intermunicipal do Alentejo Litoral tem servido o interesse da região porque, nesse fórum, os presidentes das cinco câmaras que a constituem coordenam projetos, decisões e investimentos. Entrevista realizada por email.
Bisca Lambida
Questiúnculas internas
É sempre aliciante
Proximidade entre eleitores e eleitos
João Espinho
João Machado
Sérgio Fernandes
a minha opinião, o cargo de presidente de câmara é sempre aliciante, seja o candidato uma figura de relevo ou não. Nas localidades de pequena dimensão, como é o caso de Alcácer do Sal, é natural que isso suceda e se ainda tivermos como referência um homem que há muito tempo se encontra afastado das lides políticas, como é Torres Couto, tudo faz mais sentido. Ser presidente de câmara nas pequenas localidades tem, do meu ponto de vista, um atrativo muito concreto e que se centra fundamentalmente em fazer uma política mais direta, de abordagem mais real aos problemas das populações. Sente-se o pulso às dificuldades do dia a dia e o poder para alterar e melhorar as condições de vida da população. É muito gratificante ser presidente de câmara, pelo protagonismo que o lugar também dita, e esse é um atrativo que ninguém pode esconder, até com alguma imodéstia, contudo o que deve ser realçado, nos dias de hoje, é que ser presidente de câmara também não é fácil, na medida em que a lei dos compromissos veio responsabilizar pessoalmente os executivos municipais pelos incumprimentos no pagamento de faturação em atraso e pela inexistência de fundos disponíveis nos municípios. Hoje, ser presidente de câmara é aliciante, mas não deixa de ser também uma enorme preocupação para quem é eleito, pois o que se constata é que os municípios têm cada vez menos capacidade de intervenção face a todas as restrições impostas pela troika.
cada quatro anos, o processo eleitoral autárquico mobiliza para cima de 150 000 cidadãos na qualidade de candidatos aos órgãos das câmaras municipais e juntas de freguesia. Pessoalmente, considero que aquela que é uma das principais características associadas à gestão autárquica é, também, o seu principal aliciante. Refiro-me, claro, à proximidade entre eleitores e eleitos. Proximidade entendida não apenas no sentido físico de conhecimento e identificação dos responsáveis políticos, mas também no que diz respeito ao próprio processo de decisão e ao seu escrutínio público. É esse, creio, também o motivo pelo qual, ao longo das últimas décadas, a participação dos eleitores se mantém a um nível consideravelmente superior ao dos demais atos eleitorais do nosso sistema políticoconstitucional. Ou seja, quando falamos de Poder Local, a gestão da coisa pública é sobretudo a gestão da coisa concreta, suscitando um amplo e genuíno envolvimento das diferentes comunidades locais. Na certeza de que neste ano de 2013, a par das trapalhadas legislativas que ameaçam ensombrar as eleições, o debate político será fortemente condicionado pela difícil situação económico-financeira que o País atravessa e que implica sérias limitações aos orçamentos da generalidade das autarquias. Pelos muitos milhares de candidatos
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esconfio muito dos figurões nacionais que, de um pé para a mão, aterram em pequenas localidades com o intuito de se tornarem autarcas ou deputados, isto é, que desejam um novo trampolim para aceder ao poder e com ele continuar a ter ou a viver das mordomias que, normalmente, estes cargos oferecem. E se desconfio destes paraquedistas, mais desconfio de quem lhes faz o convite para se tornarem cabeças de lista. Será que nestes concelhos não há gente válida para desempenhar o cargo de presidente da câmara? Ou será que este cargo é de tal forma tão pouco aliciante que ninguém lhe quer pegar? Parece-me que os convites a estas figuras “de peso” têm mais a ver com questiúnculas internas dos partidos do que propriamente com a real vontade de ter alguém de indiscutível valor a gerir os destinos de uma autarquia ou a representar uma região no parlamento. No meio destas figuras gradas da vida nacional, temos ainda alguns “pavões” cujos objetivos estão bem camuflados sob as penas das suas “asas”, pois tanto lhes dá serem candidatos em Freixo de Espada à Cinta como na vila mais escondida do interior alentejano. É de desconfiar de tanto amor à causa pública, pelo que, espera-se, o julgamento popular nas eleições não deixe margem para dúvidas: ou se elege o pavão ou então mostra-se o cartão vermelho e devolve-se a ave ao seu habitat de origem. as, que também é Vai um duque de copas, carta vermelha.
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Será o cargo de presidente de câmara, em locais de pequena dimensão, assim tão aliciante para atrair figuras de relevo, como é o caso de Torres Couto, em Alcácer do Sal?
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que, com a sua disponibilidade e entrega, contribuem para que as eleições autárquicas sejam consideradas como uma verdadeira festa da democracia, bato na mesa, com sonora convicção, o ás de ouros.
Estratégia do partido dita escolhas Luís Miguel Ricardo
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stratégia partidária? Protagonismo? Qualidade de vida? Fuga aos espaços políticos de maior stresse?… Cada situação é única. Julgo que numa primeira instância seja a estratégia do partido a ditar as escolhas. Uma figura mediática num espaço discreto pode, com mais facilidade, fazer a diferença no seio da comunidade. Os partidos sabem disso e poderão jogar esses jokers no tabuleiro eleitoral. Se é positivo ou negativo para a população e para o próprio candidato, tudo dependerá das posturas que as partes adotem nessa relação de eleito e eleitor. Se o candidato mediático se apresentar com vontade altruísta de pôr ao serviço da comunidade as competências políticas e pessoais desenvolvidas ao longo da carreira em cenários de intervenção mais complexos, então a população sai a ganhar e a “figura” também. Uns porque beneficiam das ações, outro porque se realiza politicamente no exercício das intervenções. Se o candidato mediático se reger pelo lema do “descaso do guerreiro depois das guerras”, desvalorizando os problemas e minimizando o sseu empenho, então nenhuma das parte partes sairá beneficiada. Uns porque se indignam, indigna outro porque com a indignação dos in indignados não consegue descansar. Em suma, duas du motivações principais poderão estar na hipotética atração das figuras de relevo pelo cargo de presidente de câmara numa pequena autarquia: vontade altru altruísta de fazer a diferença em pr prol da comunidade; vontade egoísta de se retirar dos com complexos palcos da política n nacional e internacional.
08 Diário do Alentejo 1 março 2013
A ser verdade algumas das coisas publicadas na imprensa internacional, isto é um escândalo que tem de ser denunciado. Como é que um país como Portugal sai desta negociação a perder e um país como a França sai com uma situação igual ou a ganhar?
Atual
Capoulas Santos denuncia “escândalo” na negociação da PAC
“Dá impressão de que os números estão a ser martelados pela Comissão” Onze dias depois de o Conselho Europeu ter chegado a um acordo quanto à divisão dos fundos do próximo orçamento comunitário, os números Qual o impacto que o corte no orçamento da União Europeia poderá ter na PAC?
Passados 11 dias do Conselho Europeu, nem o Conselho nem a Comissão forneceram os dados objetivos para cada estado-membro. Portanto, os números disponíveis são os que foram tornados públicos pelo Governo português. Segundo o primeiro-ministro, Portugal perderá cerca de 700 milhões de euros. Uma posição totalmente diferente daquela que propõe o Parlamento Europeu, e em que Portugal teria um ganho positivo de 370 milhões, mesmo tendo por base a proposta da Comissão Europeia que já era 10 por cento mais baixa do que o último orçamento. Esta posição do Conselho não é definitiva, é apenas a posição dos governos, e terá agora de ser confrontada com a do PE de forma a chegarmos a um acordo, uma vez que existe, nesta matéria, obrigatoriedade de codecisão (50 por cento do poder de decisão está no Parlamento, 50 está do lado dos governos). O que me preocupa é que a posição dos governos está muito afastada da do Parlamento, o que significa que, mesmo que qualquer solução negocial convirja para uma posição central, será sempre pior do que aquela que propomos. Para além disso, o acordo do Conselho foi subscrito pelos governos dos 27 países. Ora a maioria dos deputados do Parlamento pertence aos partidos que sustentam esses governos. No caso de Portugal, os deputados do PSD e do CDS-PP estão no Partido Popular Europeu (PPE). Irão eles votar contra o acordo que o seu governo firmou no Conselho e que diz que é bom? Por outro lado, o PPE, bem como os principais partidos, têm vindo reiteradamente a defender a recusa do orçamento. Ou seja, se o Parlamento chumbar o orçamento no ano seguinte temos de viver na base de
oficiais ainda não eram conhecidos. Capoulas Santos, eurodeputado do PS, e relator do Parlamento Europeu para a Reforma da Política Agrícola Comum (PAC), estranha o secretismo que lhe deixa “as maiores das preocupações”. Em entrevista, concedida em Bruxelas aos jornais “Diário do Alentejo” e “Linhas de Elvas”, o ex-ministro da Agricultura do Governo de António Guterres diz que a aposta no regadio deve ser “a primeira das prioridades” para mudar o paradigma da lavoura nacional, mas “tem sérias dúvidas” de que o Governo conclua Alqueva. Entrevista Aníbal Fernandes Fotos JAA/”Linhas de Elvas”
duodécimos e terá de se abrir uma nova negociação. Mas uma nova negociação, em ano de eleições europeias, também terá consequências, porque em algumas matérias é possível viver com duodécimos, mas em outras não. No caso da Agricultura, o chamado “primeiro pilar”, ou seja, os pagamentos diretos (RPU), é possível funcionar por duodécimos com base no orçamento atual. Já que menciona o RPU, esse conceito não vai desaparecer?
Passará a haver um pagamento básico (RPB). Chame-se o que se lhe chamar, RPU ou RPB, será um pagamento por hectare. O nome não é importante, o que interessa é o conteúdo. Mas há uma diferença substantiva. Não é exatamente igual, ou é?
Haverá um pagamento por hectare. A base de cálculo para este pagamento é que é ligeiramente diferente, e terá consequências para os agricultores – uns passarão a receber mais do que recebem agora e outros passarão a receber menos… E os que passarão a receber mais são…
São aqueles que, neste momento, têm um pagamento por hectare situado abaixo da média nacional, que é de 186 euros por hectare. Estima-se que, com esta negociação, a média poderá passar para 200 euros. Todos os agricultores que estão abaixo dos 200 euros por hectare, até 2020, irão, progressivamente, caminhar para esta média. Os que estão acima de 200 euros por hectare vão baixar, tendencialmente, para esta média. Essa era uma das suas propostas há dois anos…
Esta solução tem vantagens e inconvenientes.
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Vantagens para aqueles que recebem menos, mas quem vai pagar são os que recebem mais. E em alguns setores, por razões que vêm do passado, essas ajudas são muito elevadas, o que quer dizer que se houver uma descida muito brusca pode pôr em causa a sua viabilidade. O exemplo mais eloquente é o do tomate que recebe cerca de dois mil euros por hectare. Se houver uma convergência de dois mil para 200 euros, isso significará uma redução drástica que retira viabilidade ao setor. E poderá ser na ordem desses valores?
Segundo a proposta da Comissão pode. O meu relatório propõe – e mereceu um grande apoio do PE – três mecanismos voluntários que permitem aos estados-membros que queiram utilizá-los reduzirem esta descida. Ou seja, um mecanismo travão, que evita, em alguns setores, descidas bruscas até 2020, limitando essa redução até ao máximo de 30 por cento. Estou convencido de que tal será possível negociar com o Conselho. E as ajudas são para todos os setores?
No futuro, o que se preconiza é que sejam por hectare, independentemente daquilo que o agricultor produzir. No entanto, fica aberta a possibilidade de os estados-membros, segundo a proposta do Parlamento, poderem reservar 15 por cento do seu orçamento para pagamentos ligados à produção em setores onde haja risco de abandono da atividade. Será o caso das vacas aleitantes, em Portugal?
Por exemplo. Neste momento, cada produtor recebe um subsídio por cada vaca. No futuro, a Comissão propõe que o agricultor receba um subsídio por hectare, e ter vacas
ou não ter vacas é uma opção sua. Qual é o risco que se corre? Em regiões onde as condições de produção são mais difíceis, os agricultores podem preferir ficar apenas com o subsídio e abandonar a produção de gado bovino, reduzindo a produção do País. De facto, esse risco existe. Cabe aos estados-membros decidirem se é nos bovinos, nos ovinos, se é no leite, ou noutra produção qualquer. Está a falar em 2020, mas há quem fale em 2029…
Não. A crítica que fiz à proposta da Comissão, e que faço agora ao Conselho, é que há duas velocidades. A Comissão quer que os agricultores, dentro de cada país, estejam harmonizados até 2020. Mas a harmonização entre países é só a la longue, não se sabe quando. Querem que em cada país os agricultores recebam a sua média nacional, mas isso não é correto se não houver harmonização a nível comunitário. O ideal é que haja esta dupla convergência em simultâneo, e os países que recebem mais transfiram para os que recebem menos. A Comissão quer basear o RPB nas candidaturas do RPU de 2011, e a proposta do Parlamento aponta para entre 2009 e 2011. Qual é a diferença?
Os agricultores que terão direitos de pagamento, a partir de 2014, são os que, pelo menos, ativaram um direito no passado, para evitar que haja uma corrida aos direitos de pagamento. Se houvesse uma explosão dos direitos de pagamento eles teriam de baixar porque o dinheiro seria o mesmo e a área aumentava. Isso significa que, em Portugal, com um determinado número de hectares elegíveis, o Estado vai ter de ratear os
hectares elegíveis pelos agricultores. E é justo que o faça primeiro pelos agricultores que já estão na atividade. Mas isso não impede que alguém que venda uma propriedade em 2012, mantenha os direitos, e o agricultor que compre a terra fique sem direitos…
Quem pode ativar direitos é quem os detinha entre 2009 e 2011. Eu propus este alargamento, ao contrário da Comissão que queria apenas um ano, porque, por qualquer razão, um agricultor, em determinado ano, pode não o ter ativado. Estamos a falar no passado, não permite que haja fraude, uma vez que os agricultores vão ter de ativar direitos em 2014, e só o poderão fazer aqueles que o ativaram num período de referência anterior.
pilar 25 por cento. Nós temos cerca de 50 por cento em cada pilar e temos um orçamento europeu mais pequeno. Por isso é que nós levamos pancada no segundo. Se esse corte incidisse mais no primeiro, mantínhamos, provavelmente, o envelope e o corte dos 600 milhões não o teríamos referido no segundo pilar. Eu acho que isso foi uma proposta do Conselho que foi ao encontro das pretensões francesas. Aliás, fiquei muito chocado quando vi numa publicação especializada o ministro francês dizer que a França mantém mais ou menos o seu envelope nacional. Como é que a França, que recebe tanto como 18 estados-membros no seu conjunto, mantém o seu envelope, e ainda aumenta o Desenvolvimento Rural, quando países que estão em pior situação perdem, como é o caso de Portugal? O que é que se passou com a Espanha?
Referiu que haverá a possibilidade de haver quem decida não produzir, mas pode alugar essa terra a outro. Nesse caso quem é que recebe? O proprietário ou o rendeiro?
O titular dos direitos tem de os ter associados a uma exploração. Não existem direitos virtuais. Posso vender direitos a um agricultor que tem uma exploração sem direitos, mas os direitos têm de estar sempre associados a uma exploração. Se alguém vendeu os direitos a outro e fica com a terra nua, e se alugar essa terra e o rendeiro não trouxer, ele próprio, direitos, obviamente que não os tem… O presidente do Instituto Superior de Agronomia, Carlos Noé, é muito crítico em relação ao reforço das ajudas neste primeiro pilar…
Eu estou de acordo com ele. Em termos europeus, o primeiro pilar, os pagamentos diretos, representa 75 por cento do orçamento agrícola da União Europeia e o segundo
Não sei. Esse é que é o problema. É que os números não são conhecidos. Sabe-se que houve uma negociação, cada governo fez as suas próprias declarações, mas os números, e a possibilidade de os comparar, passados 11 dias da decisão do Conselho, não estão disponíveis. Eu já questionei o senhor Herman Van Rompuy e a Comissão, mas nada. Dá impressão de que os números estão a ser martelados ou que se está a procurar encontrar uma forma que os justifique, porque devem ter sido negociados ad hoc. E nessa negociação ad hoc parece que há quem se saiu bem e quem se saiu mal. E a ser verdade algumas das coisas publicadas na imprensa internacional, isto é um escândalo que tem de ser denunciado. Como é que um país como Portugal sai desta negociação a perder e um país como a França sai com uma situação igual ou a ganhar? Espero que esta situação não se confirme, mas a ocultação dos números deixa as maiores inquietações.
Menos 500 milhões para o Desenvolvimento Rural
“Tenho sérias dúvidas de que o Governo conclua Alqueva” A ministra Assunção Cristas garantiu que no próximo Quadro Comunitário de Apoio (QCA) existem verbas para concluir Alqueva...
Se a intenção deste governo fosse concluir Alqueva não teria retirado do atual QCA o dinheiro que estava disponível, e que, como é sabido, decidiu utilizar na aprovação de outros projetos. O Governo impediu o ritmo de execução a que a obra estava submetida, e esta interrupção é, ela mesmo, gravosa. Trata-se de projetos que implicam estudos, concursos, contestações
a esses concursos, adjudicações e, muitas vezes, concursos públicos internacionais com prazos alargados. Uma paragem nesta cadeia de procedimentos tem sempre atrasos gigantescos. Primeiro erro inaceitável foi, havendo dinheiro neste QCA, e estando a obra a avançar a um bom ritmo, tê-la suspendido. Ainda por cima sem que, até ao final de 2013, haja qualquer alternativa de financiamento. Lembro que a senhora ministra veio a Bruxelas pedir autorização ao comissário para obter financiamento através
do Fundo de Coesão. Obviamente que não há nenhuma decisão nesse sentido, porque isso vai contra os regulamentos que estão em vigor e, que eu saiba, não há nenhum que esteja a ser alterado, nem a Comissão manifestou intenção de o fazer. Eu li na imprensa que a autorização tinha sido conseguida, mas todos sabemos que não o foi, e se alguém tem dúvidas basta fazer uma pergunta à Comissão e ficará imediatamente esclarecido. A partir de 2014 vamos ter dinheiro no Desenvolvimento Rural, mas serão menos
500 milhões de euros, apesar de o senhor primeiro-ministro e de outros membros do Governo terem anunciado que Portugal tinha um envelope adicional de 500 milhões de euros, o que é completamente destituído de fundamento. Portugal tinha 4,1 mil milhões de euros, passou para 3,6 mil milhões (baixou 500), e dentro desses 3,6 mil milhões tem agora a possibilidade de utilizar 500 milhões sem cofinanciamento nacional. Ou seja, estes 500 milhões não são um envelope adicional. São 500 dentro de um novo envelope que é mais baixo
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“Não me sinto em condições de ser candidato a Évora”
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500 milhões do que o atual. É evidente que isso é bom para o Estado porque não precisa de pôr dinheiro do seu orçamento, mas é mau para o setor porque é menos dinheiro. Esses 15 por cento acresciam ao dinheiro comunitário, e assim não acrescem. No próximo QCA, a senhora ministra, ou o Governo que estiver na altura, terá 3,6 mil milhões de euros, dos quais 25 por cento têm de ser, obrigatoriamente, se a proposta do Parlamento for aprovada, para medidas agroambientais e cinco por cento para o Programa Leader. Os outros 70 por cento são distribuídos pelas medidas que o Governo entender, entre as quais está o regadio. E estará o regadio, espero, apesar de a Comissão também ter proposto que só os novos estados-membros (os que entraram depois de 2004) teriam financiamento para novos regadios. Eu, no Parlamento, consegui fazer aprovar, e por larga maioria, que todos os estados-membros tenham direito a financiamento, e nos contactos que tenho tido com a Comissão ela diz que pode aceitar isto. Estou convencido de que é uma das questões que não será difícil negociar com o Conselho. Portanto se, como eu penso, esta proposta for alterada, nós teremos base legal para a partir de 2014 continuar a fazer novos regadios. E vamos ter orçamento, um orçamento mais pequeno, mas o Governo vai ter de cortar noutras coisas. O que me deixa preocupado é que, tendo no atual QCA mais dinheiro, e tendo essa opção, não o tenha utilizado. Se o não fez agora, com mais dinheiro, tenho sérias dúvidas de que o faça depois, com menos dinheiro para distribuir por todos os outros programas. A mesma situação se passou com a barragem de Veiros?
Aí foi um pouco diferente. Essa, felizmente, já está concluída. Sim, mas está a deitar água fora sem aproveitamento nenhum...
Provavelmente não avançou o perímetro de rega. Eu estive ligado a esse processo, ou seja, lancei esse projeto que estava há muitos anos, como outros, na gaveta. Lancei o concurso para a execução do projeto no final de 2001 e depois, quando o governo do engenheiro Guterres caiu, sucedeu-se o governo do doutor Durão Barroso, que suspendeu o projeto, o qual só foi retomado em 2005 ou 2006. Portanto, a barragem veio a ficar concluída muito recentemente, já na vigência deste governo. Uma barragem é uma componente de um projeto hidroagrícola. A segunda parte do projeto, que normalmente tem um investimento que nunca é inferior ao da barragem, é a rede de rega, a rede de drenagem, caminhos, eletrificação, instalação dos hidrantes, etc. Mas esse é um investimento que faz parte de um sistema de regadio e volta a pôr-se a mesma questão. Dinheiro haverá no futuro QCA. Agora, usando uma expressão muito típica do Alentejo, “quem come em chibo
as últimas semanas o nome de Capoulas Santos tem sido apontado como o preferido de António José Seguro para substituir José Ernesto Oliveira à frente da Câmara de Évora. No entanto, o eurodeputado descartou ao “DA” essa possibilidade. “Ser presidente da Câmara de Évora é uma função que honra qualquer político alentejano, mas eu estou num contexto da minha vida política em que não me sinto em condições de poder aceitar esse desafio”, disse. Capoulas Santos é, neste momento, relator do Parlamento Europeu para a Reforma da Política Agrícola Comum, para ele “o relatório mais importante desta legislatura e que não é fácil ser atribuído a um deputado de um país pequeno”, e que incide sobre quase 40 por cento de todo o orçamento comunitário. Assim, o atual presidente da Assembleia Municipal de Évora não se sente em condições de assumir “uma batalha eleitoral que implica uma grande disponibilidade” e que exigiria abandonar o dossiê da PAC, traindo “a confiança depositada pelos colegas de todos os grupos políticos e de todos os países”, afirma. “É um cargo que muito gostaria de desempenhar, mas, infelizmente, o calendário político não é compatível”, conclui. Quanto à lei da limitação de mandatos, o eurodeputado do PS pensa que “não é por essa via que se combate a corrupção”. “O corrupto é corrupto ao fim de três semanas ou de três meses. Não se é corrupto por estar 12 anos no mesmo cargo”, defende, acrescentando que “estamos num país de gente esclarecida, e quem faz as escolhas é o povo”, como tal, “esse julgamento devia ser o povo a fazê-lo”. No entanto, e apesar de não concordar com a lei, considera que “a partir do momento em que há uma lei que os limita, gostando ou não gostando, temos de a respeitar e não de a fintar”. “Só tenho pena é que aqueles que a fizeram não tenham a coragem de a clarificar no momento próprio. Por que é que estão a deixar criar este tabu, e a endossar esta responsabilidade para os tribunais? Acho que é uma confusão que não abona a favor da democracia”, concretiza.
em que o relançamento da economia se faz através de investimento, se temos dificuldade de recursos financeiros, se estes são recursos financeiros que são da União Europeia, não são nossos... Eu consegui meter no Parlamento Europeu a possibilidade de que estes financiamentos possam ter, para a totalidade do programa, 95 por cento de cofinanciamento comunitário, o que quer dizer que o Estado português tem apenas de pôr cinco. Portanto, nós vamos ter menos dinheiro, vamos poder fazer menos obras, aprovar menos projetos. Isto quando se trata de um setor que, quando entrámos na União Europeia, estava numa situação de grande atraso. Temos vindo a recuperar imenso e agora, felizmente, começa a falar-se de forma positiva na agricultura. Isso deve-se a 30 anos de investimentos estruturais. Acha que os agricultores estão com essa vontade?
não come em bode”, ou seja, se faz no regadio, não fará outras coisas. Eu, de qualquer modo – a minha filosofia sempre foi essa no passado quando tive responsabilidades no governo e continua a ser – acho que, num país como Portugal, em termos de infraestruturas agrícolas, a primeira prioridade tem de ser o regadio. Para mudar o paradigma da nossa agricultura?
Tendo em conta as nossas características climáticas, e o que está feito no Alqueva evidencia bem isso, é completamente diferente fazer uma agricultura de sequeiro, ou usar os recursos de água disponíveis. Essa devia ter sido, sempre, a primeira prioridade e foi pena que este governo tenha interrompido, porque acho que há matérias que devem ter continuidade governativa. Os governos podem mudar, mas não vejo que haja necessidade de alterar as prioridades. Portanto, eu critico muito severamente este governo porque alterou uma prioridade essencial por razões que me pareceram politicamente superficiais. Acho que a única razão foi libertar um envelope financeiro para aprovar pequenos projetos noutras zonas do País que são eleitoralmente mais interessantes para o parceiro mais pequeno da coligação. Disse que o processo negocial da reforma da Política Agrícola Comum, nomeadamente em matéria de Desenvolvimento Rural, é uma questão vital para o futuro da agricultura portuguesa. Significa que uma redução, no caso de a Comissão e o Parlamento assim o entenderem, tornará o panorama mais drástico?
Mal comparado, estamos perante uma situação de uma família que não é rica e que lhe cortam 7,5 por cento do salário. Certamente continuaremos a viver, agora viveremos com mais dificuldades. Num país como o nosso, num momento em que há um problema de crise económica,
Se a intenção deste governo fosse concluir Alqueva não teria retirado do atual QCA o dinheiro que estava disponível, e que, como é sabido, decidiu utilizar na aprovação de outros projetos.
Acho que sim. Muita coisa mudou em Portugal e uma das coisas mais relevantes que mudou foi uma geração de empresários. Nós temos hoje, felizmente, gente muito qualificada, com outra visão empresarial, que domina tecnologias, que tem acesso ao conhecimento e que tem preocupações com o marketing e com a comercialização numa proporção incomparavelmente maior do que tínhamos. Para além disso, demos um salto qualitativo enorme em termos de investimento em infraestruturas. Temos hoje mais regadio, com equipamentos mais sofisticados. Veja-se o que se passa com o Alqueva. É um sistema que está a 50 por cento da sua execução, mas é um sistema que dispõe água sem custos energéticos. O Alqueva precisa daquela primeira bombagem para os Álamos a partir do qual se faz a distribuição por todo o sistema. E tem ainda aquela hipótese de, do Pedrogão para o Alqueva, reaproveitar a água uma vez que é possível gastar energia quando ela é barata e depois vendê-la, nos momentos de ponta, três ou quatro vezes mais cara. Ou seja, é possível ter um sistema que se autofinancie em termos energéticos a partir da base, de forma a que todos os agricultores tenham água sob pressão sem necessidade de gastar energia, o que é uma vantagem competitiva enorme. O recente anúncio do desvio da água para a zona industrial de Sines não tirará recursos à agricultura?
Essa é uma das valências do projeto. Quando o Alqueva foi concebido admitia essa tripla valência: o abastecimento de água às populações, a agricultura e a indústria, em Sines, sendo que o grande consumidor seria a agricultura. Agora resta saber se para isso estão a ser utilizados fundos agrícolas, e, sinceramente, não tenho essa informação. Se assim fosse, seria lamentável, não sei até se seria legal. Provavelmente essa situação estará acautelada, espero…
11 Diário do Alentejo 1 março 2013
O candidato socialista à Câmara Municipal de Castro Verde, António José Brito, considera que a autarquia liderada por Francisco Duarte deve fazer “um esforço maior e mais eficaz na implementação e divulgação do Cartão Social, com o consequente reforço orçamental”. A candidatura do PS em Castro considera “positivas” as medidas anunciadas pela câmara “no sentido de reforçar os apoios às famílias carenciadas do concelho a partir da utilização do Cartão Social”, contudo não pode deixar de assinalar que “passados quatro anos da sua criação e num contexto de forte crise social e económica, o Cartão Social do município beneficie pouco mais de 200 pessoas”, o que considera “insuficiente num concelho onde há uma população tendencialmente envelhecida e com fracos recursos económicos”.
JOSÉ FERROLHO
António José Brito diz que Cartão Social de Castro deve ser “mais eficaz”
Fernando Durão é o candidato do PS à Câmara de Barrancos
Moçambique é a próxima aposta
Qatar, China e Japão interessam-se por Alqueva O Governo está a tentar captar investimentos para a área de regadio de Alqueva, junto do Qatar, da China e do Japão, em conjunto com a Aicep – Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal.
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Qatar, a China e o Japão podem vir a investir em Alqueva, adianta a edição de sábado último do semanário “Expresso”. De acordo com o jornal, o Governo, em conjunto com a Aicep – Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal “está a promover uma ofensiva diplomática junto destes países no sentido de captar investimentos para a aérea de regadio de Alqueva”. No caso do Qatar, as manifestações de interesse vão para as culturas da batata, da cenoura e da cebola.
Segundo a ministra da Agricultura, Assunção Cristas, os representantes diplomáticos do Qatar já receberam um vídeo preparado pela Empresa de Desenvolvido e Infraestruturas do Alqueva (EDIA), que mostra as potencialidades da região, e brevemente a Aicep deverá receber em Portugal uma missão empresarial daquele país. Em relação à China, a ministra reuniu-se recentemente com o vice-primeiro-ministro chinês, que é responsável pela área do desenvolvimento rural, com vista a traçarem uma ação conjunta na área da agricultura. Ainda de acordo com semanário, Alqueva está também na mira de uma empresa agroindustrial japonesa que, segundo a ministra da Agricultura, “está neste momento a procurar oportunidades para o cultivo de tomate”.
Além destes três países, o Governo procura captar investimento para o projeto agrícola de Alqueva em Moçambique, onde a ministra da Agricultura deverá deslocar-se no início deste mês. Ainda no âmbito da ofensiva diplomática de captação de investimento para Alqueva, a EDIA esteve há poucas semanas representada na Fruit Logistica, na Alemanha, considerada a maior feira mundial do setor das frutas e legumes, tendo estabelecido contactos com a Holanda, França e com o país anfitrião do certame. Em curso estão já projetos de uma empresa farmacêutica britânica e de uma empresa espanhola. A primeira vai plantar papoilas para produção de morfina e a segunda vai produzir cebola para a multinacional McDonalds.
Manifestação agendada para amanhã
Beja também sai à rua contra a troika
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eja também adere à manifestação nacional do movimento Que se lixe a troika (QSLT), numa ação de protesto agendada para amanhã, sábado, pelas 16 horas, junto ao largo do Museu e com marcha por algumas ruas do centro da cidade até à praça da República, “onde se fará a concentração final”, pode ler-se num comunicado do grupo local do QSLT. No mesmo documento, assinado por
Ana Ademar, Leopoldina Almeida, Rui Eugénio, Rui Gaibino e Teresa Marujo, é feito um apelo a todos os cidadãos, “com ou sem partido, com ou sem emprego, com ou sem esperança”, bem como a todas “as organizações políticas e militares, movimentos cívicos, sindicatos, partidos, coletividades e grupos informais” para que se juntem à ação de rua e “de forma criativa”, elaborem os seus cartazes
com palavras de ordem. O que está em causa, dizem, é exigir a “demissão do Governo” e também que “o povo seja chamado a decidir a sua vida”. “Resistimos”, concretiza o grupo de cidadãos, “porque esta é a única forma de preservarmos a dignidade e a vida”, e “porque sabemos que há alternativas e que aquilo que nos apresentam como inevitável é na verdade inviável e por isso inaceitável”.
O diretor de Finanças de Moura, Fernando Durão, é o candidato do PS à presidência da Câmara de Barrancos (CDU), no distrito de Beja, nas eleições autárquicas deste ano. Militante do PS, Fernando Durão, de 51 anos, natural e residente em Barrancos, vai tentar “reconquistar” a autarquia que os socialistas perderam para a CDU em 2005. Para as eleições autárquicas de outubro deste ano, Fernando Durão é, até hoje, o único candidato conhecido à presidência da Câmara de Barrancos, a qual é presidida pelo comunista António Tereno, que cumpre o segundo mandato consecutivo. António Tereno já tinha cumprido outros dois mandatos consecutivos, entre 1993, quando foi eleito pela primeira vez, e 2001, ano em que perdeu para o PS a Câmara de Barrancos, a qual recuperou em 2005.
Carlos Valente pelo PSD em Moura nas próximas Autárquicas Carlos Valente, 44 anos, é o candidato do PSD à Câmara Municipal de Moura nas próximas eleições autárquicas. Segundo o PSD, “trata-se de uma aposta forte”. É licenciado em Engenharia Mecânica e conta com um mestrado em Gestão de Marketing. Carlos Valente trabalha na Pionner e, de acordo com os sociais-democratas, “foi gradualmente conquistando novos desafios na empresa. Começou pela função de diretor do Departamento de Qualidade para Portugual, tendo sido depois convidado para desempenhar o cargo a nível europeu”. Na área política, atualmente é presidente do Conselho Estratégico da Distrital do PSD. PUB
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PSD vê com “reserva” gestão da rega nas mãos da EDIA
A Distrital de Beja do PSD reage com “apreensão” e “reserva” à decisão do Ministério da Agricultura, anunciada há uma semana, de atribuir à empresa EDIA a gestão e exploração da rede secundária de rega do Alqueva, até 2020. Isto porque, adianta a estrutura em comunicado, não foi “considerado, em linha de conta, o contributo dos agricultores e das associações que os representam”. A distrital laranja explica também que “sempre se manifestou favorável à gestão da rede secundária pelas
Câmara de Ourique cede edifício para construção de centro de saúde No âmbito da visita do secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde, Fernando Leal da Costa, a Garvão, na passada sexta-feira, 22, o presidente da Câmara Municipal de Ourique, Pedro do Carmo, manifestou a disponibilidade do município para ceder “um edifício em fase de construção,
Furtos de óleo alimentar usado aumentam de forma “exponencial” Os furtos de óleo alimentar usado depositado em óleões têm aumentado de forma “exponencial” este ano no Baixo Alentejo, sobretudo em Beja, onde, em 2012, foram furtados mais de 2 000 litros. Em comunicado de imprensa, a empresa responsável pela recolha e pela posterior venda do resíduo, a Resialentejo, refere que, desde o início deste ano, “tem constatado um aumento exponencial” de furtos de óleo alimentar usado e depositado por empresas e particulares nos oleões de que é proprietária, instalados nos concelhos de Almodôvar, Barrancos, Beja, Castro Verde, Mértola, Moura e Serpa. Apesar de terem ocorrido anteriormente “furtos de pequenas quantidades” de óleo alimentar usado dos oleões instalados nos oito municípios, as quantidades furtadas desde o início deste ano, “principalmente na cidade de Beja, têm sido significativas do ponto de vista económico”, refere a empresa. Os furtos têm-se traduzido na “diminuição” das quantidades de óleo alimentar usado recolhidas, globalmente, nos oleões instalados nos oito municípios, lamenta a empresa, que já apresentou uma queixa contra desconhecidos no Ministério Público de Beja. A Resialentejo estima que tenham sido furtados mais de 2 000 litros de óleo alimentar usado em 2012 só na cidade de Beja, onde estão instalados 15 oleões da empresa. PUB
associações de beneficiários de rega” e recorda que a Assembleia da República aprovou uma recomendação nesse sentido, lamentando, por isso, que tal advertência, vinda de um órgão de soberania, “não tenha sido atendida”. A concluir o comunicado, o PSD de Beja defende “a aplicação de um período transitório na gestão e exploração da rede secundária de rega, por parte da EDIA, que possibilite de forma progressiva a entrega aos agricultores da gestão dos blocos de rega”.
avaliado em 340 mil euros, para o novo centro de saúde de Ourique”. “Considerando as oportunidades de financiamento dos fundos comunitários, torna-se de todo viável a construção de uma infraestrutura fundamental para o concelho de Ourique, sem custo para o erário público”, refere a autarquia em comunicado, frisando que “apesar de ser uma decisão governativa e não
da autarquia, a construção de um novo centro de saúde trata-se de uma oportunidade única proporcionada pelo município de Ourique”. A construção de um novo centro “vem colmatar uma falha existente, já que Ourique é o único caso, no distrito de Beja, sem edifício próprio, sendo que o atual não reúne as condições ideais para profissionais e utentes”, conclui a câmara.
Governo concessiona rega à empresa gestora
Agricultores contra EDIA na gestão da rede secundária do Alqueva A gestão da rede secundária do Alqueva deve ficar a cargo das associações de regantes, que são “os verdadeiros interessados na rega” proporcionada pela barragem, defendeu Castro e Brito, presidente da Federação das Associações de Agricultores do Baixo Alentejo, na sequência do anúncio da concessão, pelo Governo, da referida rede à empresa gestora do projeto de fins múltiplos, a EDIA, até 2020.
O
Governo anunciou há uma semana que vai concessionar a rede secundária do Alqueva à empresa gestora do projeto, a EDIA, até 2020, alegando que só será possível aferir o “melhor modelo” para gerir o empreendimento após consolidado o funcionamento das infraestruturas. Em comunicado, a Secretaria de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural informa que o Governo “vai proceder à formalização do contrato de concessão da rede secundária do Empreendimento de Fins Múltiplos do Alqueva com a Empresa de
Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA) pelo prazo de sete anos”. O que, adianta, “garantirá um período de consolidação adequado, fundamental para a gestão da garantia das obras, a estabilização tendencial do tarifário e a perceção e otimização do funcionamento do empreendimento na sua plenitude”. A tutela defende que só após a conclusão de todas as infraestruturas, prevista para 2015, “e subsequente período de consolidação do seu funcionamento, estará disponível o quadro de indicadores necessários para aferir do melhor modelo para prosseguir com a gestão, a exploração, a manutenção e a conservação do empreendimento”. Contra a decisão já se manifestaram os agricultores da região, reunidos na Federação das Associações de Agricultores do Baixo Alentejo (Faaba). Em declarações à Lusa, o presidente da Faaba, Castro e Brito, disse ter recebido a notícia com “surpresa”, uma vez que recentemente “foi aprovada pelo Governo uma recomendação para a gestão dos perímetros de rega da rede secundária pelas
associações de regantes”. Para Castro e Brito, tal medida “não traz nada de bom, nem de positivo, para a agricultura”, já que a gestão da rede secundária deve ficar a cargo das associações de regantes, que são “os verdadeiros interessados na rega” proporcionada pelo Alqueva. “O que pensamos é que há uma empresa do Estado que está a ter poderes e a substituir-se à atividade privada dos agricultores”, disse ainda o responsável. Também a Federação Nacional de Regantes de Portugal (Fenareg) já contestou, em comunicado, a referida decisão, considerando que “contraria” a lei e “não reconhece a competência” dos agricultores. Ao “entregar a uma empresa pública, que depende do Orçamento do Estado, a exploração e a conservação das infraestruturas secundárias de rega do EFMA”, o Governo “regride” no “princípio” do modelo de gestão de obras de rega pelas associações de regantes e beneficiários, o qual “tem mais de 60 anos e é o mais indicado para a exploração e a conservação dos perímetros de rega coletivos”.
Pedido será feito ao próximo papa
Bispo de Beja vai pedir bispo coadjutor
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bispo de Beja, António Vitalino Dantas, vai pedir ao próximo papa para nomear um bispo coadjutor com direito de sucessão para a diocese. O prelado explicou à Lusa que, após o conclave que vai eleger o sucessor de Bento XVI, irá pedir ao próximo papa para nomear um bispo coadjutor, com quem irá trabalhar durante algum tempo e ao qual irá “passar o testemunho” de bispo de Beja, quando completar 75 anos e pedir a resignação. Um bispo coadjutor é um bispo titular da Igreja Católica com direito de sucessão e que é nomeado para ajudar
e depois substituir um bispo no exercício das suas funções. António Vitalino Dantas, atualmente com 71 anos, explicou ainda que vai pedir a nomeação de um bispo coadjutor para que a sua sucessão decorra “sem vazios”, já que, “normalmente, os processos de nomeação de um bispo demoram cerca de dois anos”. O prelado admitiu que a nomeação de um bispo coadjutor para a Diocese de Beja poderá ocorrer daqui a dois anos, altura em que já terá 73 anos. “Se Deus me der vida e saúde, até completar 75 anos, terei ainda dois anos para trabalhar com o bispo
coadjutor e depois passar-lhe o testemunho”, disse António Vitalino Dantas. O prelado lembrou que o seu pedido de nomeação de um bispo coadjutor tem precedente na Diocese de Beja, já que o seu antecessor, Manuel Falcão, foi nomeado em 1974 bispo coadjutor com direito de sucessão a pedido do anterior bispo de Beja, Manuel dos Santos Rocha, a quem “ajudou imenso” e sucedeu. António Vitalino Dantas foi ordenado em 1996 bispo-auxiliar do Patriarcado de Lisboa, onde esteve até 1999, ano em que foi nomeado bispo de Beja, sucedendo a Manuel Falcão.
13 Diário do Alentejo 1 março 2013
Colaborador do “Diário do Alentejo”
Faleceu António (Ni) Almodôvar
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“Diário do Alentejo” está de luto, Beja está de luto, o Alentejo está de luto. Faleceu, na quarta-feira, dia 27, no Hospital José Joaquim Fernandes, em Beja, o nosso amigo e colaborador Ni Almodôvar. Ni Almodôvar assinava regularmente no “DA”, até que a doença o atingiu, uma crónica sobre gastronomia. O valor indiscutível desta sua desapegada colaboração no “DA” levou a que a Colares Editora se interessasse pela publicação em livro dos seus melhores textos. Uma edição que será apresentada na próxima Ovibeja e cujo projeto estava a ser um bom estímulo para Ni Almodôvar prosseguir a sua luta desigual contra a doença. À família enlutada, e a todos os seus amigos, a equipa do “Diário do Alentejo” endereça as suas mais sentidas condolências. E para que a memória de Ni Almodôvar se perpetue, tomamos a liberdade de publicar por antecipação a nota biográfica que a sua cunhada Conceição Almodôvar preparou para o livro, assim como esta deliciosa aguarela que o amigo Leonel Borrela criou para a mesma edição. PB Nota biográfica de Conceição Almodôvar: Foi-nos pedido para fazer um curriculum do António Joaquim. Entendemos manifestamente insuficiente e cru apresentar apenas a sua história factual. Preferimos, portanto, retratar alguma coisa da sua personalidade e caráter e assim dá-lo a conhecer um pouco, às pessoas que irão ler este livro. Aproveitamos para agradecer a iniciativa. Fazer um curriculum é realmente um trabalho ingrato, quando se trata duma pessoa como o António Joaquim. O que ele fez durante os seus 65 anos de vida é sem dúvida muito importante. Mas mais importante seguramente, é a maneira como o fez, o cunho pessoal que imprimiu a cada atividade, o encanto que conseguiu transmitir às coisas mais simples ou mais triviais. Nasceu em Beja, ou melhor, em Lisboa como era hábito naquela altura. Mas em Beja, terra dos seus Pais, ele estudou, viveu a sua infância, a sua adolescência e a sua vida já adulta. Esteve ausente o tempo suficiente, para tirar o curso de História na Faculdade de Letras de Lisboa e mais dois longos anos passados em Timor. Aí, do outro lado do mundo, fez um grupo de Amigos que perdura até hoje. E eu tive ocasião de presenciar alguns desses reencontros, recheados de amizade, de alegria, de reviver de tempos passados, de velhas histórias, de recordações sem fim… Este é um dos principais traços da sua personalidade. Quem convive com ele, quem tem o privilégio da sua companhia, não fica indiferente. Ele encanta e cativa toda a gente. Entretanto, já casado e com a filha mais velha já nascida, regressou a Beja e realizou o seu sonho. Ir viver para uma Quinta. Não sendo um homem rural por natureza, apreciava a vida no campo, as árvores, os pássaros e as rosas que podava com as suas próprias mãos. Por força da família em que estava inserido, dedicou- se também à
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agricultura, em períodos em que essa atividade trouxe mais preocupações do que bons resultados. Tudo encarou com a serenidade e a calma dos grandes Homens. Foi Presidente do conselho Fiscal da Adega Cooperativa da Vidigueira, Presidente do NERBE, Presidente do Clube Desportivo de Beja, Presidente da Real Associação, membro ativo do CDS-PP, professor de História no Liceu de Beja. Todo este leque tão abrangente e diferenciado de cargos, desempenhou com brio e entusiasmo e em todos estes lugares foi deixando amigos e admiradores. Uns anos depois, já com a segunda filha nascida e o rapaz a caminho, mudou-se para a Quinta da Saudade onde vive até hoje. A Quinta é um lugar mágico para todos, mas principalmente para os seus sete netos, que aí têm tido o privilégio de brincar com cães, pássaros, pavões e de tomar belos banhos, num lindo tanque, nos dias em que o calor mais aperta. A Família foi sempre a sua prioridade. Mas a sua grande paixão são os livros. Ou melhor a leitura. Ao entrar na sua bela sala, ninguém consegue ignorar este facto. As paredes estão forradas de lindas estantes, recheadas de milhares de livros. Livros que foram lidos, relidos, recapitulados, saboreados. Daí a sua cultura. Daí os seus conhecimentos sem fim. Daí o que todos aprendemos com ele. Daí o gosto infinito, que temos na sua companhia. Como também é próprio destes espíritos, há que realçar a sua esmerada educação, a sua delicadeza e afabilidade. Conviver com ele é um verdadeiro privilégio. É um conversador brilhante, requintado nas ideias, extravagante nas opiniões, mas sempre e em todas as circunstâncias, uma pessoa cativante. Recordo com particular carinho o jantar de S. Martinho que todos os anos organiza no Clube da nossa cidade. Depois duma magnifica refeição confeccionada por ele e pelo seu filho Manuel, é um deslumbramento vê-lo aparecer com um grande avental, os seus lindos olhos azuis, o seu belo cabelo já embranquecido e aquele ar de príncipe que toda a gente lhe conhece, para agradecer a presença de todos. O agradecimento será sempre nosso, pelos momentos inesquecíveis que a todos proporciona. Conceição Almodôvar
Av G alia ra t u ç õe it as s
O “DA” está no canal 475533 do
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A INTERNACIONALIZAÇÃO do projeto agrícola de Alqueva parece estar no bom caminho. Notícias recentes dão conta que o projeto está a suscitar bastante interesse junto de investidores do Qatar, China ou Japão. Recorde-se que em marcha estão já projetos de uma multinacional farmacêutica britânica, com a plantação de papoilas para produção de morfina, e de uma empresa espanhola, que produz cebolas para a multinacional McDonalds. NP
A sociedade em rede em que vivemos necessita, na gestão política, da capacidade dos atores institucionais, os políticos, buscarem permanentemente inspiração no que se passa à sua volta e à volta dos protestos, pois será aí algures que as tendências que darão origem à solução se estarão a formar. Gustavo Cardoso, “Público”, 27 de abril
Há 50 anos
Opinião
Contra as candidaturas paraquedistas José Manuel Basso Médico termalista
impossibilitado de se recandidatar em Portugal, apresentar-se como adversário de François Hollande nas próximas eleições à presidência da república francesa?
Não há pior cego do que aquele que não quer ver
1 Q Correspondendo a um sentimento instalado em muitos munícipes de firme vontade de reforço da democracia local e renovação dos seus principais protagonistas, o parlamento nacional aprovou legislação para limitar a três mandatos sucessivos (são 12 anos, caramba!) o exercício de funções de presidentes de câmara e juntas de freguesia. 2. O regime de limitação de mandatos nas instituições políticas (e mesmo nas direções executivas dos partidos) vigora em muitos países e é, indiscutivelmente, um sintoma de pujança democrática e renovadora. Infelizmente, no caso português, além do Presidente da República (aqui, desde o início do regime democrático), o alcance da medida foi demasiado tímido, dela ficando fora muitos dos atores políticos. Aliás, uma medida deste tipo devia aplicar-se, por exemplo, também aos responsáveis máximos de organizações como associações sindicais e empresariais, de que há casos no Alentejo (e não só) em que os cargos parecem de exercício vitalício... 3. A garantia legal da limitação temporária do poder, não sendo obviamente solução só por si, parece-nos uma condição indispensável e salutar para assegurar a renovação dos mandatos, neste caso nas autarquias locais. Aliás, é uma prática corrente em vários países de democracia local bem mais participativa que a nossa (que vem sendo cada vez mais débil). Até em Cuba, no último congresso do Partido Comunista, sem reservas, foi aprovada resolução nesse sentido. 4. À boa maneira portuguesa, fingindo respeitar a lei e o seu espírito, o chicoespertismo de alguns quer fazer vingar a tese de que um presidente de câmara não pode recandidatar-se onde está há (pelo menos) três mandatos a exercer, mas já poderá concorrer ao mesmo cargo num outro concelho. Por razões de circunstância, acompanhámos de perto o trabalho parlamentar que produziu esta norma legal e, sem margem para dúvidas, o que se pretendeu foi impedir, nas circunstâncias definidas, qualquer possibilidade de prosseguir no cargo, fosse em que concelho fosse. Aliás, os principais redatores da lei, com origem no campo do bloco central, ainda estão vivos e afirmam sem tibiezas o que pretenderam limitar. Sem quaisquer nuance. Todo o expediente usado para “dar a volta” à questão não passa de mera (e grave) hipocrisia. 5. É verdade que, já antes, ocorreram fenómenos de “paraquedismo”, com candidatos a presidentes de câmara que pouco (ou nada) tinham a ver com os concelhos onde se apresentavam a eleição. Um dos primeiros (e mais paradigmáticos) casos foi a ida de Santana Lopes (sempre ele!) para a estância da Figueira. Consideramos firmemente que às freguesias e municípios devem apresentar-se como candidatos gente da terra ou que tenha a ver com a terra. É essa uma marca original do poder local, da garantia da identidade dos territórios e das suas gentes... 6. No caso do Alentejo, já nos basta a afronta de impingirem como deputados personalidades que vêm donde calha. Não façam o mesmo nas autarquias. A região está desertificada também no plano humano. Mas não tanto... Em cada concelho e freguesia haverá sempre alguém para, honrosa, bairrística e dedicadamente assegurar a gestão da coisa pública. E depois ainda se pode recorrer, com imaginação e vontade, a uma diáspora que temos com quadros de altíssima experiência... 7. Terminamos, voltando à questão essencial: as leis são para cumprir, sem subterfúgios de conveniência. Vamos caricaturar um pouco: extrapolando a “interpretação” que convém a alguns, na tal tese “territorial” e não a da função, que tal Cavaco Silva,
Ana Paula Figueira Docente do ensino superior
uando soube que a estação arqueológica da Villa de Pisões ia voltar a abrir ao público, fiquei contente: é inconcebível que aquela “peça” patrimonial descoberta em 1967, e classificada como Imóvel de Interesse Público em 1970, se tenha vindo a degradar, por nunca ter tido a devida atenção de quem de direito, em vez de ser justamente preservada e promovida. Contudo, não pude deixar, também, de me sentir incomodada com a solução que as entidades envolvidas – Universidade de Évora, sua proprietária; a Direcção Regional de Cultura do Alentejo, que tutela o sítio; e a Câmara Municipal de Beja, que “não tem responsabilidade directa” sobre a villa – encontraram para resolver o problema: “Família carenciada vai tomar conta da villa romana de Pisões sem contrato nem salário”, noticia o jornal “Público” no dia 16 de Fevereiro. Será que esta família tem a formação adequada para o que lhe é pedido? Bem sei que o objectivo é, segundo a mesma fonte, “garantir a vigilância e a limpeza” do local. Todavia, este não é um local qualquer. E o argumento do mal menor também não me parece que seja a justificação. Será este um exemplo sem mais exemplos, ou será, pelo contrário, o primeiro de muitos outros, similares, que se seguirão pelo país? Veio-me à lembrança a proposta de Petros Doukas, divulgada no seu blogue (Get Greece Back to Work.90+ New Deal II), para reduzir o desemprego na Grécia: os desempregados deveriam ser convidados a trabalhar em regime de voluntariado, sem remuneração… e não, não se reportaria a estágios profissionais... Histriónico, não? Por cá – entendi eu – fomos um pouco mais contidos… o ministro Pedro Mota Soares propôs e viu aprovada em Conselho de Ministros do ano passado a seguinte medida: “os beneficiários do Rendimento Social de Inserção terão de aceitar trabalho de até 15 horas por semana em autarquias e IPSS, sem remuneração. Entidades só pagam o subsídio de almoço, transporte e o seguro.” (“Jornal de Negócios” on line, 23 Agosto 2012). Pensei que ficasse por aí. Mas agora, esta nova “solução consensual”, apresentada como parte do “caminho adequado para que Pisões possa ser valorizada” só veio acentuar as minhas interrogações. Recordei antigos serões em família, quando os meus avós falavam, com amargura, da sua vida neste Alentejo em meados do século passado. Nessa altura, o poder sobre um largo grupo de famílias de trabalhadores agrícolas estava concentrado numa elite; aquelas, para sobreviverem, necessitavam da parcela de terra que lhes era dada por via do arrendamento ou da parceria, e/ou da jorna que ganhavam nas explorações agrícolas de maior dimensão. Trabalhavam árdua e duramente a terra, obedecendo a uma rotina diária e anual o que, para além de outros factores estruturais, condicionava a sua aptidão quanto à criação de estruturas de representação e aumentava o seu grau dependência. De repente, fiquei com a sensação – e medo – de estarmos a trilhar, de novo, esse caminho de escuridão… de desrespeito pelo conceito de direitos humanos, de liberdade de pensamento, de expressão, e de igualdade perante a lei… aquela conquista que a Assembleia Geral das Nações Unidas proclamou a 10 de Dezembro de 1948 com a Declaração Universal dos Direitos Humanos depois de se ter tomado consciência das atrocidades que tiveram lugar no decurso da II Grande Guerra. E pensei que não há pior cego que aquele que não quer ver.
A magana da bruxa foi surrada no Carmo Velho
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m habitual e respeitado articulista do “Diário do Alentejo”, Cândido Marrecas, abria a edição de 28 de fevereiro de 1963 com um escrito intitulado “Cá e lá mais bruxas há”. O homem espantava-se por ainda existirem bruxas “no tempo em que vivemos” e consolava-se por isso não acontecer só em Portugal (“não são apenas coisas nossas”) mas até na civilizada França, segundo testemunhos jornalísticos recentes. Depois de tecer considerações várias sobre bruxas – o texto era enorme, ocupava duas colunas de alto a baixo da primeira página do vespertino – e de as dividir em “bruxas boas” e “bruxas maléficas”, Marrecas contava a estória de um infeliz bejense que queria “livrar-se do bruxedo que arrastava consigo”. Tinha já tentado “todos os remédios e mezinhas de outras bruxas que podiam ter artes de lhe sacudir para fora do corpo aquela alimária malfazeja”. A vítima gastara “o que tinha e o que pediu emprestado. Trazia consigo, sobre o corpo, além de muitos bentinhos, outros emblemas secretos e confusos que têm virtudes de exorcismo e que são como que o antídoto daquela peste que lhe consumia a alma e lhe tornava os dias negros.” Um dia aconselharam-lhe um estratagema que podia ter resultado miraculoso: “Levar consigo a bruxa para um lugar ermo e, aí, desancá-la a pau, até que ela não tivesse forças para novamente se agarrar a ele...”. O homem assim o fez. E sigam agora, com Marrecas, o resto da narrativa: “O sítio escolhido foi o Carmo Velho, longe das antigas pedreiras e do povoado triste que ali se tem acumulado. E quando nesse local solitário se achou a sós com a bruxa, rapou de um arroxo que levava escondido e tratou de surrar a maléfica criatura, gritando tanto quanto podia: ‘anda magana! anda magana!’. Parece que, dum cabeço vizinho, alguém enxergou aquela cena imprevista: um homem colérico que batia com um estadulho sobre o chão pedregoso, gritando a bom gritar. Não me perguntem os senhores como foi que o paciente fez sair de si próprio a ruim alimária, para melhor a poder surrar. Isso não são contas do meu rosário. O que lhes asseguro é que esta história é tão exacta como exacto é eu estar aqui a contá-la, para vosso pasmo e salutar indignação. Triste, não é? Confrangedora é a possibilidade de ainda existirem coisas destas, no tempo em que vivemos. Mas não são apenas ‘coisas nossas’ – consolemo-nos!”. Carlos Lopes Pereira
Por decisão pessoal, a autora do texto não escreve segundo o Novo Acordo Ortográfico
”NI” ALMODÔVAR partiu, e com ele partiu, inevitavelmente, a crónica que assinava no “DA”. Acontece que a palavra escrita, uma vez passada para o papel, é eterna. Tão eterna como a gastronomia, sobretudo a desta região, que gostava de perpetuar. Que o seu entusiasmo, aquando da chegada deste jornal à redação, depois de uma semana de labuta, se continue a multiplicar por aí. BS
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Capoulas Santos, na entrevista hoje publicada no “DA”, defende a aposta no regadio e critica a suspensão das obras de ALQUEVA. O eurodeputado, que é relator do Parlamento Europeu para a reforma da PAC, diz ainda não acreditar que o Governo conclua o projeto, pois “se não o fez agora com mais dinheiro” tem “sérias dúvidas que o faça depois, com menos dinheiro”. AF
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Crónica Ainda a propósito de cães
JOSÉ FERROLHO
Não queremos viver assim. Não deixamos que nos tirem direitos como se fossem esmolas dos poderosos à população. Quando tudo seca e fecha à nossa volta, do comércio a escolas e empresas, quando o desespero sufoca os mais fracos e jovens, não podemos ficar em casa, calados, à espera que o pesadelo acabe. Este governo julga-nos comodistas. Mas não vamos entrar no matadouro de cabeça baixa. É hora de lhes fazer frente, de lhes provar que não somos mercadoria para sacrificar e vender. Luís Rainha, “i”, 27 de abril
João Mário Caldeira
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em um ar, se não triste, pelo menos inexpressivo. Vive na Avenida de Roma, em Lisboa. Mais precisamente num terceiro andar de um prédio sem elevador situado à direita de quem vai da Praça de Londres para Alvalade. Aparece algumas vezes à janela quando o tempo está bom. Só não é extremamente infeliz porque se conformou com a situação dramática de a terem querido fazer feliz ao arrepio do que manda a natureza. Tem hoje a idade provecta de dez anos e algumas cáries. Engordou. Cai-lhe mais pelo, tem uma certa dificuldade em andar e a divisar as imagens da televisão que a ocupam grande parte do tempo. Grace Kelly, como se chama a visada, quase perdeu a condição canina apesar de manter o figurino próprio de um cão, ainda que um tanto adulterado. Está hoje reduzida a alguns caprichos que dificilmente o homem não urbanizado conseguiria entender ou suportar. É um ser inútil, menos para a senhora a quem consola com a sua disponível inutilidade. Ao contrário de um cão vulgar, nunca pisou terra. Nunca disputou nem roeu um osso. Nunca ninguém lhe gritou, muito menos lhe deu um pontapé. Nunca apanhou chuva, nem frio, nem se sujeitou a altas temperaturas. Nunca soube o que é ter fome, poder urinar e defecar onde bem lhe apetece. Desconhece o que é levar uma dentada de outro cão e conformar-se lambendo o local da mordedela. O faro que trouxe de nascença deixou de lhe servir, seja para sua sobrevivência seja para funções essenciais, como por exemplo cheirar o rabo de outro cão para o convencer como parceiro, coisa que nunca lhe passou pela cabeça não só pelo seu isolamento como pela castração a que foi submetida no começo da juventude. Desconhece o que é ter uma ocupação, ónus com que o homem sobrecarregou os animais mas que os torna dignos de admiração e reverência. A caça, a condução e guarda de rebanhos, que eram aptidão dos seus antepassados, são coisas de que nunca ouviu falar. É certo que tem hoje uma função, a de minorar o isolamento da senhora com quem vive, mas para isso bastou não fazer nada, acomodar-se, transverter-se em bibelot. Goza de uma vida de cão ao contrário, tantas são as farturas, comodidades e bizarrias com que é cumulada dia e noite. Grace Kelly é um produto da solidão humana. Um instrumento do desespero de quem se vê desamparado. – Estou só... preciso de companhia... um cão não me levanta ondas... está sempre à mão para uma festa... um carinho... uma conversa em particular... até sobre coisas íntimas que não posso falar com mais ninguém... – pensou D. Carlota quando se decidiu pela compra da sua “menina”. Adquiriu-a numa grande superfície sem saber nada de cães, de preços e muito menos de raças. Viu-a por detrás de uma vitrine iluminada, só, dormindo sobre uma cama de aparas de madeira, ao lado de uma tina com água e de outra com granulado. Tinha o pelo branco, basto, aos caracóis, o nariz negro. – Uma bola de peluche, como ainda hoje refere com ternura mal disfarçada. Engraçou com ela. Só depois confirmou o nome da raça, caniche, designação de que já ouvira falar sem ligar o nome aos cães daquela espécie. A partir daí foi a paixão.
Sem saber minimamente como se cuida de um cachorro, D. Carlota foi obrigada a seguir as instruções escritas que lhe deram no ato da compra, torcendo o nariz a muita coisa, especialmente à alimentação, por não a considerar digna de ninguém, quanto mais da sua “mais que tudo”. – Acho que a infeliz vai enjoar isto... com tanto que há para comer... para saborear... quer de salgados... quer de doces... , lamentava-se olhando depreciativamente para ração que lhe foi aconselhada e que a cadelinha não recusava como era de esperar. No entanto, o veterinário a que recorreu para vacinas e outros cuidados, foi perentório: ou a senhora cumpria as indicações fornecidas ou “a menina” sofreria consequências no futuro, podendo até não chegar à idade adulta. Carlota teve medo e retraiu os ímpetos afetivos que induziam a uma dieta mais a seu gosto. Entretanto começou a frequentar as lojas de produtos para animais tendo adquirido uma panóplia de acessórios que vão do essencial ao absolutamente desnecessário, alguns atingindo por vezes a raia do impensável. De pessoas como a D. Carlota se alimenta o negócio, adaptando-se às mais caricatas fantasias dos fregueses a quem responde com stoks renovados. Os comerciantes do ramo cedo aprenderam que os bichos adotados em habitações citadinas foram a pouco e pouco perdendo as características originais, cedendo às circunstâncias do meio. Transformaram-se em pequenas máquinas manipuláveis e de consumo assegurado. Por isso as lojas dão a D. Carlota tudo o que a sua imaginação precisa para seu consolo e bem-estar da sua “menina”. – A Grace anda tão triste... outro dia até parece que a vi chorar... – Olhe, temos agora um CD com música de entretenimento para cães que dá muito resultado... – Vou levar... – Ela anda a dormir mal... sinto que dá muitas voltas na cama... – Já experimentou os novos colchões?... de sumaúma... encordoados... – Levo um... Para além de uma dúzia de trelas de todas as cores e feitios, de um serviço completo de taças para comida líquida e sólida, de dois ou três recipientes espalhados pela casa com areia para as necessidades de momento, de um trem de escovas próprias para limpar os dentes e de ossos artificiais para trincar, de várias tesouras para corte das unhas, de brinquedos de plástico especial a imitar ratinhos e coelhos, de adereços vários de compostura
como capas de verão e de inverno, tudo D. Carlota compra. Na área da “higiene” então é um vez se te avias de sabões, de champôs, de cremes, de águas de colónia... Grace Kelly teve assim desde pequena o que precisava e não precisava, como parece não ter faltado à célebre personagem de quem herdou o nome e que é muito querida de D. Carlota como se depreende. Só assim se explica que a sensível senhora conserve ainda o número de uma revista, talvez a “Flama”, referente a abril de cinquenta e seis em que a bela diva americana contraiu matrimónio com um ricaço europeu que era príncipe de Mónaco. Para Carlota, Grace foi e continua a ser o ícone imbatível da beleza feminina. Em sua memória, pois que ela acabou por falecer num desastre de automóvel, crismou de Grace Kelly a sua bijou, palavra preferencial com que, por último, a mima a cada momento. No terceiro andar da Avenida de Roma, um andar antigo de quatro assoalhadas, começa cada vez mais a reinar um ambiente cheio de interrogações. A caniche e D. Carlota envelheceram a par. Os dez anos de Kelly e os oitenta e dois da senhora equivalem-se. É como se tivessem nascido no mesmo ano. Ambas sofrem de dores, têm dificuldade em andar e vai-lhes faltando a vista embora, neste caso, D. Carlota use óculos que não se acanha de pôr a Grace quando esta olha para a televisão parecendo não ver bem. A casa, apesar de muitos móveis e de bugigangas sem conta colocados junto às paredes e espaços livres, começa a ser grande de mais. Parece mais vazia e o silêncio invade-a sem pedir licença. Os olhos da senhora detêm-se constantemente em Grace e esta, quando a olha, parece não saber o que dizer-lhe. Na rua, o aspeto que dão ao caminhar já não é o melhor. Há qualquer coisa de comovente ao olhá-las. Grace, apesar de há muito não ter sido tosquiada (D. Carlota não gosta da palavra) de acordo com os cânones de beleza instituídos para a raça, leva ainda na cabeça o laço de seda a condizer com a cor do vestido da companheira. Marcha já ofegante, de língua de fora, ao lado de Carlota que se apoia numa bengala de cabo de marfim e que não vai melhor. A corrente dourada da trela que liga uma à outra só serve de enfeite. É uma espécie de cordão umbilical. Os passos hesitantes das duas, estão já medidos até à pastelaria do lado. – Bom dia senhora D. Carlota e menina Grace... como vão vosselências?... – cumprimenta o empregado da casa quase tão velho como elas, fazendo uma vénia e puxando duas cadeiras para amesendação das recém chegadas. – Isto não vai grande coisa, sr. Januário... – Vão querer o habitual... – avança o empregado ajeitando as pontas do laço preto que ressalta no colarinho da camisa branca. Carlota já não respondeu, preocupada em sentar à mesa a sua bijou, o que só conseguiu depois de algum tempo e esforço. Sentou-se a seguir a seu lado, pondo-lhe ao pescoço um babete debruado a renda. – Cá estão os dois pastelinhos de nata, a taça de aguinha do Luso, a meia de leite, os dois pacotinhos de açúcar e os dois de canela... – curvou-se o empregado, servindo-as. – Obrigado... – agradeceu Carlota. Senhores fotógrafos das cenas típicas de Lisboa deste primeiro quartel do século vinte e um, desçam à Avenida de Roma, Pastelaria “A Primorosa” (fundada em 1953) e disparem as máquinas sem se deixarem emocionar. D. Carlota dá à sua “menina” com uma colherinha de prata pequenas doses da nata de um pastel a que juntou açúcar e canela. O semblante da caniche, de laço vermelho na cabeça, é de enjoo, mas não se mexe. Impávida, abre a boca à chegada da colher. Corre-lhe alguma baba e restos de nata pelo canto dos beiços (talvez melhor, dos lábios) que D. Carlota limpa, pressurosa, com um guardanapo da casa. Chega-lhe depois a taça com água do Luso em que ela mergulha a língua cor-de-rosa produzindo um quase inaudível chape-chape. Segue-se um curto intervalo até a senhora recomeçar de novo com um empenho que se reflete nos trejeitos que lhe afloram ao rosto, especialmente aos lábios cor de carmim. Tudo feito com gestos medidos, como quem ministra sacramentos. Em Lisboa a solidão também se abate, nem que seja à custa da nata dos pastéis.
Núcleo em Beja e espetáculo de angariação de fundos
Diário do Alentejo 1 março 2013
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A Appdh deverá abrir brevemente, na cidade de Beja, o seu primeiro núcleo. A apresentação oficial do mesmo deverá ser feita no decorrer de um espetáculo de angariação de fundos que reverterá para a associação e que terá lugar no dia 18 de abril, pelas 21 horas, no Pax Julia Teatro Municipal. O evento, que surgiu por iniciativa de um grupo de amigos da Appdh, com especial destaque para os Lendias d’ Encantar, deverá contar com as participações de Virgem Suta, Jorge Serafim, Tango
Paris, Fernando Pardal, Adiafa, António Revez, Bruno Ferreira, Em Tom de Fado, Paulo Ribeiro, Caracol Blues e Coro de Câmara de Beja. O núcleo irá disponibilizar, à semelhança do que é feito na sede, “apoio nas questões do emprego, nomeadamente na elaboração de um currículo”, e promover “ateliês de capacitação e ações de formação” destinados aos doentes e aos seus familiares, “que são normalmente pessoas com algumas fragilidades em termos financeiros e sociais”, diz Manuel Pratas.
Reportagem
Associação de Pais e Doentes com Hemoglobinopatias cria núcleo em Beja
Viver com uma doença rara No Hospital de Beja estão referenciados atualmente sete doentes com as
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ivo dia a dia. Penso no dia de amanhã e no depois de amanhã”. Isabel Rosa, 31 anos, natural de Castro Verde, tinha quatro meses quando lhe foi diagnosticada talassémia, uma doença que devido à ausência de glóbulos vermelhos no sangue, em quantidade e qualidade, provoca uma anemia acentuada e muito grave, tornando o doente talassémico “dependente de transfusões de sangue mensais ao longo de toda a sua vida” e dos consequentes tratamentos diários para eliminação do excesso de ferro no organismo que poderá afetar vários órgãos. Pelo pouco que a mãe lhe contou – Isabel nunca quis “saber ao pormenor” todos os primeiros sintomas que levaram ao diagnóstico –, aos quatro meses “tinha falta de apetite, estava muito pálida e chorava os dias inteiros”. Isabel levou a primeira transfusão de sangue logo após o diagnóstico. Até aos 15, 16 anos, altura em que lhe foi retirado o baço, era submetida a transfusões de “três em três semanas”. Atualmente faz de “quatro em quatro ou de cinco em cinco”, dependendo de como se sente. “Nós, os doentes de talassémia, já sentimos quando precisamos de levar uma transfusão”, diz a educadora de infância, atualmente a fazer uma substituição no Agrupamento de Escolas de Colos, sem conseguir esconder algum nervosismo por se aproximar mais uma transfusão (agendada para a última quarta-feira). “É um dia em que me apetecia fechar os olhos, dormir e só acordar à tardinha”. Uma transfusão demora “no máximo duas horas, para não se perderem os componentes” do sangue e Isabel leva sempre duas unidades. Acresce a isso o tratamento para a eliminação do excesso de ferro, com recurso a um medicamento injetável, num processo doloroso, que demora cerca de 10 horas. A talassémia, que pode ser major (que é caso de Isabel Rosa) ou intermédia, é, a par da drepanocitose, também chamada de anemia de células falciformes, a hemoglobinopatia mais comum em Portugal. No caso da drepanocitose existe a produção de uma hemoglobina anormal que, em determinadas situações, modifica os glóbulos vermelhos, “ficando estes com uma forma que se assemelha a uma foice ou lua em quarto minguante”. “Anemia grave, crises dolorosas frequentes e tendência para ter infeções são as manifestações mais visíveis” decorrentes desta situação. Quer uma quer outra “são doenças genéticas hereditárias (não contagiosas), até à data incuráveis e transmitidas aos filhos por ambos os pais”. No caso de ambos os pais serem portadores (não doentes) de uma hemoglobinopatia – talassémia ou drepanocitose –,
formas graves das hemoglobinopatias mais comuns em território nacional – drepanocitose, ou anemia de células falciformes, e talassémia. Duas doenças genéticas hereditárias (não contagiosas), raras, até à data incuráveis e transmitidas aos filhos por ambos os pais. Beja é o distrito alentejano, segundo a Associação Portuguesa de Pais e Doentes com Hemoglobinopatias, com maior número de casos. A referida associação prepara-se para abrir, brevemente, em Beja, o seu primeiro núcleo. Texto Nélia Pedrosa Fotos e infografia José Serrano
existem 25 por cento de probabilidades de a criança ser doente, 50 por cento de ser portadora e 25 por cento de ser saudável. Um portador nunca poderá vir a ser um doente. (ver infografia) No Hospital José Joaquim Fernandes, em Beja, estão referenciados atualmente sete doentes com hemoglobinopatias, adianta Manuel Pratas, presidente da Associação Portuguesa de Pais e Doentes com Hemoglobinopatias (Appdh), constituída em novembro de 1992 e com sede no concelho de Almada. Os sete doentes (quatro com talassémia major, dois com talossodrepanacitose, ou seja, a conjugação entre as duas patologias, e um com drepanocitose) são originários dos concelhos de Beja, Castro Verde, Vidigueira e Serpa. De acordo com Manuel Pratas, que é portador de talassémia e doente de drepanocitose, Beja é o distrito alentejano com maior número de casos. “Em Évora neste momento temos um doente e em Portalegre não temos conhecimento de nenhum”, diz. A nível nacional “existem
cerca de 590 doentes com drepanocitose e 70 com talassémia, entre major e intermédia”. Em média “nascem 13 crianças por ano em Portugal com uma hemoglobinopatia, a maior parte delas com drepanocitose”. Devido à sua baixa prevalência no País, as duas patologias estão classificadas como doenças raras (cujo Dia Mundial se comemorou ontem, quinta-feira). “Na Europa calcula-se que quatro por cento da população tenha uma doença rara, isso segundo dados da Eurordis [aliança não governamental de organizações de pacientes com doenças raras]. E é considerada doença rara quando atinge menos de uma pessoa em cada 2 000 na população. Em Portugal as hemoglobinopatias são consideradas doenças raras por terem poucos doentes”, esclarece o dirigente. Quando ao número de portadores (que não apresentam sintomas nem necessitam de qualquer tratamento), adianta Manuel Pratas, o estudo existente sobre hemoglobinopatias, que remonta a 1991, “refere que um
por cento da população é portadora de uma hemoglobinopatia, sendo que no Alentejo se calculava que cerca de 21 por cento da população pudesse ser portadora de uma hemoglobinopatia, com prevalência para a talassémia, sendo assim o Alentejo uma região de maior prevalência”. A Appdh pretende ainda este ano levar a cabo um novo estudo, em coordenação com a Direcção-Geral de Saúde, as administrações regionais de saúde e o Instituto Ricardo Jorge, entre outros, “para verificar se houve ou não uma mudança em termos de localização dos focos principais de portadores”. De acordo com uma circular normativa da Direcção-Geral da Saúde, que recomenda “a deteção e informação precoce, preferencialmente pré-concecional, de adultos portadores”, as hemoglobinopatias “atingem incidências mais elevadas nas populações de origem mediterrânica, africana e oriental”, sendo que em Portugal as zonas de maior prevalência são o centro e o sul, com especial destaque para os distritos de Beja, Évora, Faro, Leiria, Lisboa, Santarém e Setúbal. “A talassémia chegou a Portugal com a invasão dos Fenícios e que vieram pelos rios, por isso é que só existe até à zona do Mondego, até à zona de Coimbra, e vêse muito no Alentejo e no Algarve. No caso da drepanocitose ela chegou a Portugal através dos africanos que vieram em 1 500 trabalhar para os arrozais do Sado. Enquanto o gene da talassémia é mediterrânico, o gene da drepanocitose vem da zona do Gana, da Etiópia, daquela zona da África Subsariana. Esses trabalhadores africanos, sendo portadores de drepanocitose, portanto não doentes, eram os únicos que conseguiam resistir à malária que havia nos arrozais do Sado. A partir daí disseminou-se com a miscigenação das culturas”, diz Manuel Pratas, salientando que “o problema das doenças raras é que a maior parte delas são hereditárias e normalmente ‘silenciosas’, porque se transmitem de geração em geração sem se dar conta, a não ser quando existe a infeliz coincidência de dois portadores se encontrarem e geraram uma criança doente”. Perante isto, o dirigente chama a atenção para a importância da sensibilização, junto dos profissionais de saúde e da população em geral, para a existência das doenças raras e para as implicações que as mesmas poderão ter a vários níveis. “Existe uma normativa da Direção-Geral de Saúde desde 2004, n.º18, em que diz que todas as jovens em idade fértil e grávidas deverão ser rastreadas para ver se são portadoras ou não, mas esses rastreios dependente muito da sensibilidade dos médicos de família, dos centros de saúde. Já estamos melhor
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“Já estamos calejados”
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arta, de quatro anos feitos em dezembro último, residente em Selmes (Vidigueira), é a doente mais nova dos sete referenciados no Hospital José Joaquim Fernandes. Os primeiros sintomas começaram a manifestar-se tinha a menina oito meses. Febres altas, membros inferiores enfraquecidos. Mas o diagnóstico tardou a chegar. “Os médicos diziam que era febre”, recordam os pais. Depois de um internamento de quinze dias e de vários testes descobriram que Marta tinha drepanocitose. Maria Carapinha e José Coelho nunca tinham ouvido falar da doença. Só sabiam da existência de uma outra doença de sangue na aldeia, “que vulgarmente apelidam de anemia”, a talassémia. Nos dois primeiros anos após o diagnóstico da doença, houve meses em que Marta esteve internada duas vezes, “por causa das dores”, conta Maria Carapinha. Quando se deslocava ao Hospital de Beja “já levava as coisas na mala, porque já sabia qual era a resposta”. Marta não é internada desde dezembro de 2011. Agora que “lida melhor” com a doença da filha, devido à informação que vai adquirindo das muitas pesquisas que faz na Internet, Maria já não recorre tanto ao hospital. “Quando lhe dói a barriga ou tem febre já sei o que é que lhe hei fazer, já estamos calejados”, diz. “Só quando é mesmo grave é que ela tem de ir ao hospital. Quando são crises a sério não há mesmo hipótese de a gente em casa resolver o problema”, acrescenta José, adiantando que Marta já levou uma transfusão de sangue, com um ano de idade, após uma crise “em que chegou ao hospital com a cor de uma gema de ovo”. As crises são agora mais espaçadas, embora sejam sempre imprevisíveis. Quando está com “uma crise muito intensa” Marta queixa-se de dores nos braços, nas pernas, no abdómen. “Naqueles dias em que está mais dores, mais cansada, chega da [pré] escola, abre a cama, deita-se e está lá sossegada”, refere a mãe, acrescentando que é sempre complicado quando algum colega de escola está doente, “porque ela não tem defesas”. Por isso é preciso um cuidado redobrado no inverno. “Neste momento vivemos bem com a doença da Marta, não há problemas grandes, já nos habituámos. Os colegas da Marta sabem que ela se cansa mais que eles e que de vez em quando tem dores de barriga, e a professora já sabe tudo, ao pormenor [sobre a doença], pelo que se houver alguma coisa ela telefona logo”, dizem os pais, que lamentam, apenas, que as deslocações para as consultas de rotina da filha a Lisboa “tenham deixado de ser pagas” e que a falta de informação sobre as hemoglobinopatias crie alguns constrangimentos: “Eu sou segurança e da última vez que a Marta esteve internada, eu trabalhava por turnos e como a minha sogra estava um pouco adoentada, quando eu chegava do trabalho tinha que cuidar do meu filho [de nove anos, são], fazer a lida da casa, isso tudo. Fui perguntar ao meu chefe se podia meter uns dias de férias. Ele olhou para mim e disse-me que era impossível, que tinha que arranjar alguém para ficar com o meu filho. Devia haver uma maior sensibilização”, conclui José Coelho.
Talassémia Isabel Rosa faz transfusões de sangue de quatro ou de cinco em cinco semanas
Nélia Pedrosa
Drepanocitose As “crises” de Marta são agora mais espaçadas
do que há uns anos atrás, mas ainda continua a haver muitos ‘descuidos’, situações que não são identificadas”. Manuel Pratas esclarece, no entanto, que a associação “não quer que as pessoas deixem de ter filhos”: “Não é nada disso, o que dizemos nas nossas ações é que as pessoas devem estar conscientes de que estas realidades existem, principalmente se for em determinadas zonas do País onde a prevalência é elevada, e que caso pensem avançar para uma gravidez que possam fazer o exame, uma simples análise ao sangue, e no caso de serem portadores que falem com o seu médico para que o mesmo possa fazer um aconselhamento genético. O que acontece muitas vezes é que de repente um casal com vinte e poucos anos, que não fez o estudo, não foi identificado como sendo portador, vê-se com um bebé doente nos braços, e isto são doenças muito severas, muitos complicadas de se gerirem no início de uma vida de casal, porque obriga praticamente a que um deles não trabalhe, porque os primeiros anos de vida da criança são passados constantemente em hospitais. Ver um bebé a levar transfusões, a ser picado a toda a hora, a gritar, é muito complicado. Em termos da vida da criança e da família é uma desagregação total”. Estas doenças, precisamente pelo facto de atingirem uma pequena parcela da população, não se tornam tão “apetecíveis” em termos de investigação e carreira, frisa Manuel Pratas, se bem que “a palavra doença rara já começou a entrar nas universidades e nas
As hemoglobinopatias “atingem incidências mais elevadas nas populações de origem mediterrânica, africana e oriental”, sendo que em Portugal as zonas de maior prevalência são o centro e o sul, com especial destaque para os distritos de Beja, Évora, Faro, Leiria, Lisboa, Santarém e Setúbal.
escolhas das especialidades”. Atualmente existem em Portugal cerca de 100 hematologistas, um número “claramente insuficiente”, salienta. Em 2011 e 2012 a Appdh levou a vários hospitais e centros de saúde do País uma mostra itinerante (roadshow), tendo realizado encontros e reuniões com técnicos, estudantes, doentes e familiares, entre outros, com vista a disponibilizar “informação e apoio sobre hemoglobinopatias, nomeadamente na apresentação da vertente mais humana e pessoal do doente e dos seus familiares”. A associação promove ainda com regularidade ações de formação junto de autarquias e estabelecimentos de ensino, com destaque para as universidades. “A nossa função é informar as pessoas, dizer o que é que é viver com uma hemoglobinopatia, e por isso é que eu dou sempre o meu exemplo. É perfeitamente possível viver com uma doença destas até aos 40, 50, 60 anos, coisa que há umas décadas atrás não era possível fazer. Normalmente estes doentes não passavam dos 28, 30 anos, devido à tal acumulação de ferro, que provocava enfartes de miocárdio. Agora já não é assim, e não há que ter receio, mas há que ter consciência de que esta patologia existe”, adianta o presidente da associação. “Consciência” é precisamente o que Isabel Rosa gostaria que “muitas pessoas tivessem”, até para deixarem de “fazer figuras tristes”: “É importante mostrar às pessoas
que estes problemas existem, para tomarem conhecimento destas doenças, para não nos fazerem sentir mal nem ficarem mal vistas. Por exemplo, se estou num grupo de amigos e alguém diz alguma coisa [em relação à doença], se eu estiver bem em vez de dar resposta brinco com a pessoa e quem fica mal vista é ela, não sou eu”, adianta a educadora de infância, reforçando que há pessoas “muito maldosas”, existindo mesmo quem a trate como uma criança, só porque é de estatura pequena: “Há adultos que gozam, pessoas que olham, falam, que dizem ‘ai, é tão pequenina”. Isabel salienta, no entanto, que nunca sentiu qualquer tipo de discriminação por parte dos seus colegas e professores, ao longo de todo o seu percurso escolar, nem em termos profissionais. E quando é vítima de algum comentário menos adequado, acaba por superar a situação com ajuda da “família e dos bons amigos” que tem. O ter uma ocupação profissional, diz, também a ajuda a abstrair-se da sua doença. “Apesar de serem só cinco miúdos na minha sala, consigo estar durante o dia todo abstraída dos meus problemas, porque estou ocupada com eles. Depois quando chego a casa tenho que preparar as coisas para o dia seguinte e então isso ocupa-me imenso tempo. Quando estou de férias ou sem emprego ou é fim de semana e está um dia de chuva, escuro, logicamente que fico mais pensativa, mais em baixo, e penso em coisas que não devia”.
Taça Distrito de Beja joga-se dia 10 de março
Diário do Alentejo 1 março 2013
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As meias-finais da Taça Distrito de Beja em seniores vão disputar-se no próximo dia 10 e os jogos serão os seguintes: Aldenovense-Piense e Rosairense-Cabeça Gorda. O Futebol Clube de Serpa, vencedor da edição 2011/2012 deste troféu, já está fora da competição.
Desporto
Hóquei em patins: Benfica em Castro Verde
O SL Benfica desloca-se a Castro Verde no próximo dia 16 para defrontar o Castrense (única equipa alentejana ainda na prova) em jogo relativo aos 16 avos da Taça de Portugal de Hóquei em Patins. A equipa do Castrense já eliminou o Vasco da Gama de Sines e o Santiago do Cacém, em ambos os casos com recurso ao “golo de ouro”.
Petizes e traquinas A Associação de Futebol de Beja reúne-se esta noite, pelas 20 e 30 horas, na sua sede, com os clubes que inscreveram equipas nos escalões de petizes e traquinas para, em conjunto, planearem um modelo de organização dos encontros desportivos naquelas categorias.
Castrense despromovido, esperança em Aljustrel e Vidigueira
Tempo de grandes emoções Sesimbra-Vasco da Gama................................................. 1-2 Lusitano VRSA-Aljustrelense...........................................0-1 Moura-Esp. Lagos .............................................................. 1-1 Castrense-At. Reguengos ................................................1-0 Monte Trigo-Juventude Évora ........................................ 1-1 Lagoa-U. Montemor ..........................................................0-3 J
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20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20
14 12 10 10 7 6 6 6 5 4 4 1
5 7 8 6 7 7 6 6 3 5 5 5
1 1 2 4 6 7 8 8 12 11 11 14
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41-12 44-13 35-17 25-14 24-23 23-31 25-29 17-17 20-36 19-32 19-32 17-53
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47 43 38 36 28 25 24 24 18 17 17 8
Próxima jornada (3/3/2013): Sesimbra-U. Montemor, Vasco da Gama-Lusitano VRSA, Aljustrelense-Moura, Esp. Lagos-Castrense, At. Reguengos-Monte Trigo, Juventude Évora-Lagoa.
3.ª Divisão O Castrense, (a jogar de preto) já despromovido, conseguiu ultrapassar o Reguengos
Na hora de todas as decisões, e clarificado o futuro do campeonato, esperam-se jogos quentes nas últimas duas jornadas da primeira fase do Nacional da 3.ª Divisão. Texto e foto Firmino Paixão
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estam duas jornadas para que se complete a 1.ª fase do campeonato, após o que as primeiras seis equipas da tabela lutarão (com 50 por cento dos pontos) pela promoção ao novo Campeonato Nacional de Seniores (sobem o 1.º e 2.º clas-
sificado de cada série e os cinco melhores terceiros). As restantes seis ficam oficialmente despromovidas, e, entre as que se mantiverem em competição, duas (1.º e 2.º classificado de cada série) ganham o direito à participação na Taça de Portugal. Assim, temos o Moura indiscutivelmente apurado para a fase de subida, Vasco da Gama e Aljustrelense a um ponto do sexto classificado e o Castrense, irremediavelmente, despromovido. E o que se espera das próximas rondas? O Vasco da Gama tem um jogo fácil com o Lusitano de Vila Real e o Aljustrelense
tem a visita, muito complicada, do Moura. Porque o Sesimbra recebe o líder e pode não pontuar, quer o Vasco, quer o Mineiro, ganhando, podem subir para a primeira metade da tabela. Entretanto, o Castrense tem uma difícil deslocação a Lagos. Na última ronda todos pontuaram, o Aljustrelense ganhou em Vila Real, o Vasco da Gama venceu em Sesimbra e o Castrense bateu o Reguengos. O Moura jogou em casa com o Lagos e dividiram os pontos. Sobe a emoção nesta ponta final da prova, em que as equipas sul alentejanas voltam a jogar entre si, numa fase de grandes decisões.
Faltam sete jornadas para o final da prova
A lotação ficou mais restrita O excecional e claro triunfo do Milfontes, em Vila Nova de São Bento, deixou o Aldenovense no apeadeiro, e o empate do Serpa em Odemira foi prejudicial às duas equipas. Texto Firmino Paixão
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altam sete jornadas para o final da prova e seria demasiado arriscado eliminar candidatos, mas sempre diremos, em função da observação do calendário de cada uma das equipas, que o Almodôvar, o Milfontes e, vá lá, o Odemirense (terá uma ponta final terrível) viajam em primeira classe; Serpa, Piense e Aldenovense nas carruagens da retaguarda. Para já, o líder mantém os quatro pontos de vantagem sobre o Milfontes e terá um jogo em Mértola para ganhar. O Milfontes
terá a visita do Serpa, osso duro de roer, e acabado de pontuar ali ao lado. O Odemirense visita o Pias, equipa que a jogar em casa não é fácil de ultrapassar. O Aldenovense tem uma deslocação ao Rosário, onde terá que pontuar para manter o sexto lugar. Na Cabeça Gorda, a turma local recebe o Cuba, uma partida entre duas equipas muito semelhantes e, em Beja, reata-se o dérbi entre o Bairro da Conceição e o Desportivo. O Amarelejense, com pouco fôlego para deixar o último lugar da tabela, desloca-se ao terreno do São Marcos. Da última ronda o destaque vai, maioritariamente, para o triunfo folgado do Milfontes no terreno do Aldenovense e para o empate do Serpa em Odemira. Muitos golos, tantos como 23, seis em Almodôvar, seis em Odemira e quatro em Amareleja.
1.ª Divisão – AF Beja 19.ª jornada Odemirense-Serpa.............................................................3-3 Aldenovense-Praia Milfontes .........................................0-3 Amarelejense-Rosairense ............................................... 0-4 Desp. Beja-São Marcos...................................................... 1-1 Almodôvar-Bairro da Conceição ....................................5-1 Sp. Cuba-Guadiana ............................................................1-0 Piense-Cabeça Gorda........................................................1-0 Almodôvar Praia Milfontes Odemirense Serpa Piense Aldenovense Rosairense Sp. Cuba Cabeça Gorda São Marcos Guadiana Bairro da Conceição Desp. Beja Amarelejense
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19 19 19 19 19 19 19 19 19 19 19 19 19 19
14 13 12 10 9 8 7 7 5 4 4 3 2 3
4 3 4 7 6 6 6 5 6 3 1 4 7 2
1 3 3 2 4 5 6 7 8 12 14 12 10 14
G
46-20 43-17 34-18 39-20 33-19 35-23 31-26 23-19 34-28 14-45 18-42 13-37 17-32 16-50
Campeonato Distrital de Benjamins (17.ª jornada): Série A: Figueirense-Ferreirense A, 1-12; Sporting Cuba-Desportivo Beja, 0-1; Aljustrelense-Alvito, 8-2; Despertar A-Bairro Conceição, 11-0. Folgou o Vasco Gama. Líder: Ferreirense, 42 pontos. Próxima jornada (2/3): Desportivo Beja-Figueirense; Alvito-Sporting Cuba; Bairro Conceição-Aljustrelense; Vasco Gama-Despertar A. Folga o Ferreirense A. Série B: Moura-Despertar B, 6-3; Serpa-Sobral da Adiça, 10-0; Piense-CB Beja, 4-3. NS Beja-Santo Aleixo, 8-1. Folgou o Ferreirense B. Líder: NS Beja, 45 pontos. Próxima jornada (2/3): Despertar B-NS Beja; Sobral da Adiça -Moura; CB Beja-Serpa; Santo Aleixo-Ferreirense. Folga o Piense. Série C: Boavista-Odemirense, 0-14; Milfontes B-Almodôvar, 0-7; Rosairense -São Marcos, 0-10; Castrense-Milfontes A, 19 -0; Renascente-Ourique, 1-1. Líder: Odemirense, 49 pontos. Próxima jornada (2/3): Odemirense -Renascente; Almodôvar-Boavista; São Marcos-Milfontes B; Milfontes A-Rosairense; Ourique -Castrense. Campeonato Distrital de Infantis (17.ª jornada): Série A: Alvito-Vasco Gama, 3-1; Bairro Conceição-NS Beja, 1-4; Desportivo Beja-Sporting Cuba, 1-7; Ferreirense-Despertar A, 1-2. Folgou o Alvorada. Despertar A, 42 pontos. Próxima jornada (2/3): NS Beja-Alvito; Sporting Cuba-Bairro Conceição; Despertar A-Desportivo Beja; Alvorada-Ferreirense. Folga o Vasco Gama. Série B: Guadiana-Amarelejense, 3-1; Despertar B-Operário, 8-1; CB Beja-Aldenovense, 2-9; Moura-Piense, 8-0. Folgou o Serpa. Líder: Amarelejense, 42 pontos. Próxima jornada (2/3): Operário-Guadiana; Aldenovense-Despertar B; Piense-CB Beja; Serpa-Moura. Folga o Amarelejense. Série C: Milfontes B- Aljustrelense, 6-2; Castrense B-Renascente, 3-4; Almodôvar-Milfontes A, 23-0; Odemirense-Castrense A, 6-3. Folgou o Boavista. Líder: Odemirense, 43 pontos. Próxima jornada (2/3): Odemirense -Renascente; Almodôvar-Boavista; São Marcos-Milfontes B; Milfontes A-Rosairense; Ourique -Castrense.
3.ª Divisão – Série F 20.ª jornada
U. Montemor Moura Esp. Lagos At. Reguengos Juventude Évora Sesimbra Vasco da Gama Aljustrelense Castrense Monte Trigo Lusitano VRSA Lagoa
Futebol juvenil
P
46 42 40 37 33 30 27 26 21 15 13 13 13 11
Próxima jornada (3/3/2013): Praia Milfontes-Serpa, Rosairense-Aldenovense, São Marcos-Amarelejense, Bairro da Conceição-Desp. Beja, Guadiana-Almodôvar, Cabeça Gorda-Sp. Cuba, Piense-Odemirense.
Campeonato Distrital de Iniciados (17.ª jornada): Amarelejense-Vasco Gama, 2-2; Odemirense-Serpa, 4-0; Bairro Conceição-Milfontes, 0-4; Despertar-Moura, 1-4; Sporting Cuba-Guadiana, 3-2. Folgou o Rio de Moinhos. Líder: Moura, 41 pontos. Próxima jornada (3/3): Vasco GamaOurique; Serpa-Amarelejense; Milfontes-Odemirense; Moura-Bairro Conceição; Guadiana-Operário. Folga o Despertar. Campeonato Distrital de Juniores (13.ª jornada): Aldenovense-Despertar, 0-1; Castrense -Vas co Gama, 1-0; Desportivo Beja-Cabeça Gorda, 1-0; Odemirense-Sobral Adiça, 6-0. Líder: Despertar, 30 pontos. Próxima jornada (2/3): Despertar-Odemirense; Vasco Gama-Aldenovense; Cabeça Gorda-Castrense; Sobral da Adiça-Desportivo Beja. Campeonato Distrital de Futebol Feminino (14.ª jornada): Ourique-CB Castro Verde, 1-3; Vasco Gama-Odemirense, 4-6. Folgam o Serpa e a CB Almodôvar. Líder: CB Castro Verde, 34 pontos. Próxima jornada (2/3): Odemirense-CB Almodôvar; Ourique-Vasco Gama. Folgam a CB Castro Verde e o Serpa. Campeonato Distrital de Futsal (15.ª jornada): Vasco Gama-Desportivo Beja, 2-2; NS Moura-Ferreirense, 3-2; Vila Ruiva-Luzerna, 3-8; ADVNS.Bento-Safara, 9-4; Alcoforado-Barrancos, 7-3; Baronia-Almodovarense, 5-5. Folgou o IP Beja. Líder: Baronia, 44 pontos. Próxima jornada (22/2): Ferreirense-Vasco Gama; Safara-Vila Ruiva; Almodovarense-Alcoforado; Desportivo Beja-IP Beja; Barrancos-ADVNS.Bento; Luzerna-NS Moura. Folga o Baronia. Campeonato Nacional de Iniciados (2.ª fase, 5.ª jornada): Lagos-Despertar, 3-4; Lusitano Vila Real-Desportivo Beja, 7-0. Líder: Louletano, 41 pontos; 2.º Despertar, 39. 7.º Desportivo Beja, sete. Próxima jornada (3/3): Despertar-Louletano; Desportivo Beja-São Luís. Campeonato Nacional de Juvenis (2.ª fase, 4.ª jornada): Despertar-Estoril, 2-1; Lusitano -Odemirense, 1-0. Líder: Louletano, 40 pontos. 7.º Despertar, 13. 8.º Odemirense, 12. Próxima jornada (3/3): Despertar-Lusitano Évora; Odemirense-Oeiras. Campeonato Nacional de Juniores (2.ª fase, 3.ª jornada): BM Almada-Moura, 4-0. Líder: Farense, 40 pontos. 8.º Moura, cinco. Próxima jornada (2/3): Moura-Olímpico Montijo.
Série A: 1.º Ficalho, 20 pontos. 2.º Salvadense, 19. 3.º Luso Serpense, 18. 4.º Brinches, 14. 5.º Pedrógão, oito. 6.º Quintos, quatro. 6.º Sobral da Adiça, zero. (desistiu). Série B: 1.º Penedo Gordo, 31 pontos. 2.º Beringelense, 26. 3.º Louredense, 23. 4.º Faro Alentejo, 17. 5.º AC Cuba, 15. 6.º
São Matias, seis. 7.º Neves, três. Série C: 1.º Vale d’Oca, 31. 2.º Santa Vitória, 25. 3.º Jungeiros, 19. 4.º Alvorada, 17. 5.º Figueirense, 16. 6.º Mombeja, nove. 7.º Messejana, dois. Série D: 1.º Trindade, 21 pontos. 2.º Albernoense, 20.
3.º Fernandes, 19. 4.º Sete, 11. 5.º Alcariense, sete. 6.º Sanjoanense, sete. Série E: 1.º Luzianes, 29 pontos. 2.º Amoreiras Gare, 26. 3.º Relíquias, 25. 4.º Cercalense, 18. 5.º Santa Luzia, 10. 6.º Soneguense, 10. 7.º Colense, um. Série F: 1.º Saboia, 32
pontos. 2.º Milfontes, 27. 3.º Malavado, 22. 4.º Bemposta, 14. 5.º Campo Redondo, oito. 6.º Cavaleiro, oito. Boavista Pinheiros, seis. Série G: 1.º Serrano, 22. 2.º Santaclarense, 21. 3.º Santa Clara-a-Nova, 14. 4.º Pereirense, 11. 5.º Naveredondense, 11. 6.º
Almodovarense, três. Taça Fundação Inatel (e q u i p a s a p u r a d a s para a 2.ª fase): Ficalho, Salvadense e Luso Serpense. Penedo Gordo, Beringelense e Louredense. Vale d’ Oca, Santa Vitória e Jungeiros. Trindade, Albernoense e Fernandes. Luzianes
Gare, Amoreiras Gare e Relíquias. Saboia, Milfontes e Malavado. Serrano e Santaclarense. (quatro séries de cinco equipas). Troféu Agência de Beja (e q u i p a s a p u r a d a s): Brinches, Pedrógão e Quintos. Faro do Alentejo, AC Cuba, São Matias e Neves. Alvorada,
Figueirense, Mombeja e Messejana. Sete, Alcariense e Sanjoanense. Cercalense, Santa Luzia, Soneguense e Colense. Bemposta, Campo Redondo, Cavaleiro e Boavista Pinheiros. Santa Clara-a-Nova, Pereirense, Naveredondense e Almodovarense.
Futebol e ciclismo na agenda da Casa do Benfica de Almodôvar
Hoje palpito eu...
19
Manuel Amaral
Diário do Alentejo 1 março 2013
Taça Fundação Inatel – Classificação final
O
s prognósticos vão ficando cada vez mais difíceis, à medida que a prova se aproxima do final e os desfechos se tornam mais imprevisíveis, mas o nosso convidado desta semana, para aqui assinar os prognósticos aos jogos da 20.ª jornada do campeonato distrital da AF Beja, é um homem do futebol. Nascido na cidade de Évora, tem, por isso, um olhar mais amplo e descentralizado sobre o fenómeno desportivo da região alentejana. A sua carreira de futebolista iniciou-se no Juventude de Évora, o mítico clube do “Pátio do Salema”, onde fez o seu percurso formativo até viajar para Angola. Naquela, então, província, prosseguiu a carreira com a camisola do Benfica de Luanda. No regresso a Portugal ingressou no Atlético de Reguengos e, mais tarde, quando adotou a capital do Baixo Alentejo para viver, foi com naturalidade que representou o Desportivo de Beja. Terminou oficialmente a carreira no Desportivo das Neves, mas, ainda hoje, com 60 anos, mantém uma atividade desportiva regular no grupo “Maltinha dos Quarenta” que, sob o lema do convívio, amizade e prática desportiva saudável, mantém em atividade alguns antigos jogadores.
Elas não jogam à Benfica... A equipa feminina da Casa do Benfica de Almodôvar procura afirmar-se no campeonato distrital da AF Beja. Por ora, apenas com derrotas, ocupa o último lugar, mas dos últimos também reza a história. Texto e foto Firmino Paixão
N
ão é caso para confirmarmos a máxima de que “jogam à Benfica”, porque o emblema da águia não anda pelos rodapés das classificações. Mas melhores tempos virão para estas corajosas moçoilas que ainda não lograram conquistar qualquer ponto nos 11 jogos disputados, marcando apenas um golo e acumulando mais de 230 sofridos. Nada que leve o seu treinador, Fernando Rocha, ao desânimo, porque os maus resultados não têm afetado negativamente o grupo: “Não tem existido desmotivação, as atletas gostam muito de jogar futebol, adoram recrear-se com a bola, nem todas treinam, mas conseguimos que algumas o façam. Vamos ver onde isto vai parar”. O técnico refere ainda: “Temos aqui jovens que gostam de jogar futebol e construímos a equipa este ano. Na época passada tínhamos equipa, mas saíram muitas jogadoras. Esta equipa é nova, são jogadoras inexperientes que começaram esta época a jogar e os resultados não têm aparecido, também temos tido algum azar”. As atletas que constituem a equipa são maioritariamente do concelho de Almodôvar: “São miúdas que andam aqui a estudar, temos apenas a Fabiana e a Daniela que são do concelho de Castro Verde, mas as maiores dificuldades vão começar quando chegarem aos 18 anos, vão para as universidades, deixam de poder treinar. Mas eu gostava que este projeto evoluísse porque
gosto muito de trabalhar com este grupo”, assume Fernando Rocha. Mas o insucesso da temporada não irá por em causa este projeto? O treinador diz que não: “No próximo ano faremos uma equipa mais forte, vamos tentar contratar jogadoras de outras terras, ficarão muitas das que cá estão, não sabemos quantas, sabemos que quando namoram começam as dificuldades porque eles às vezes não gostam”. Depois, até que ponto é que a comunidade local se revirá neste projeto, sabendo que são as vitórias que alimentam o ego dos adeptos do futebol? “As pessoas deviam apoiar esta equipa um pouco mais, eu até gostava de poder contar com mais algumas miúdas, mas umas vezes são elas que têm vergonha de jogar, outras vezes são os pais que não permitem, é difícil, gostava de manter uma equipa apenas com miúdas do concelho mas já vi que não é possível”, diz o treinador. No futuro, provavelmente já na próxima temporada, anuncia o treinador, “teremos que ir buscar algumas jogadoras de fora. Já falei com a direção e em princípio vamos tentar reforçar esta equipa na próxima época para colmatar algumas lacunas que temos. Vamos fortalecer o grupo para que os resultados sejam melhores”. “O futebol feminino está numa fase de crescimento mas gostava que existissem mais equipas neste distrito e isso pode começar pelo desempenho das raparigas no desporto escolar”, diz ainda Fernando Rocha, acentuando o exemplo da internacional Ana Capeta como estímulo para que venham mais praticantes: “O exemplo dela pode ser importante, já tive o prazer de a ver jogar, marcou muitos golos à minha equipa. É uma atleta com muita qualidade, movimenta-se, desmarca-se, remata bem, é uma boa atleta e será uma mais-valia para o
nosso distrito”. Quanto à decisão do título, contas onde as benfiquistas de Almodôvar não entram, ele pode pender para a sua congénere de Castro Verde. “Elas sim, têm a melhor equipa do campeonato. Temos outras também fortes, mas a vantagem da CB Castro Verde já é interessante, e nós vamos sair deste campeonato com a maior dignidade. As miúdas gostam de se divertir mas não são muito assíduas aos treinos, há sempre uma desculpa, o frio, a chuva, o namoro, os estudos, e quando assim é …”. Mas o primeiro objetivo, a divulgação da Casa do Benfica de Almodôvar, está cumprido: “É verdade que os recursos são escassos, temos também o ciclismo e isto é tudo feito por amor à camisola, mas o nome anda por aí e esta equipa é uma família”, conclui o treinador almodovarense. Ciclistas na rota do sucesso Na estrada rola também a equipa de ciclismo da representação benfiquista em Almodôvar, mas com sucesso diferente. A equipa já prepara afincadamente a época desportiva e o objetivo é repetir as elevadas performances da temporada anterior, em provas nacionais e na vizinha Espanha, e, se possível, a conquista do nacional de masters (veteranos). A equipa dirigida por Francisco Camacho mantém os ciclistas Vítor Faria, Henrique Janota, João Portela, Celso Pereira, Rui Rodrigues e Bruno Sousa e reforçou-se com David Garrido (ex-Centro de Ciclismo José Maria Nicolau/Cartaxo) e Guilherme Lourenço (ex-Effapel). A par da sua atividade nas provas do calendário da Associação de Ciclismo do Algarve e da Federação Portuguesa de Ciclismo, a Casa do Benfica já agendou para os dias 23 e 24 do corrente mês a realização da Volta ao Concelho de Almodôvar.
(X) MILFONTES/SERPA Parece-me um jogo com algum equilíbrio, pese embora a carreira do Milfontes. O Serpa oferecerá forte oposição. (1) ROSAIRENSE/ALDENOVENSE Prognóstico favorável aos visitados, tendo em conta a motivação de jogarem em casa e as dificuldades criadas pelo próprio recinto. (1) SÃO MARCOS/AMARELEJENSE Como se tem visto, este não é de forma nenhuma o ano do Amarelejense. O São Marcos vencerá a partida. (X) BAIRRO DA CONCEIÇÃO/DESPORTIVO DE BEJA Em condições normais não hesitaria em dar o triunfo ao Desportivo, mas como o clube não passa por uma situação de normalidade, e tendo em conta a característica de dérbi, arrisco o empate. (2) GUADIANA/ALMODÔVAR O Almodôvar já mostrou que não está neste campeonato para brincadeiras, por isso não será neste jogo que vai mudar a sua atitude. (1) CABEÇA GORDA/SPORTING DE CUBA Outro jogo muito interessante, mas o Ferrobico, como lhe é habitual nestas circunstâncias, vai entregar-se de corpo e alma. (X) PIENSE/ODEMIRENSE O Odemirense tem pela frente um sério obstáculo. O Piense não dá tréguas a quem o visita, mas como a equipa de Odemira está moralizada com a posição que ocupa, arrisco mais um empate.
Campeonato Regional de Natação do Alentejo
Diário do Alentejo 1 março 2013
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A Piscina Municipal de Sines Carlos Manafaia acolhe no fim de semana o Campeonato Regional de Natação do Alentejo, competição destinada aos escalões de infantis, juvenis, juniores e seniores. A organização pertence à Associação de Natação do Alentejo e conta com o apoio do município de Sines.
Moura desportiva José Saúde
Voleibol O Moura Volei Clube, derrotado 0/3 pelo Albufeira na ronda inaugural da 2.ª fase do Nacional da 3.ª Divisão, desloca-se amanhã a Santo Tirso para cumprir a segunda jornada. Para o Nacional de Juvenis Masculinos, o Moura antecipou o jogo da 8.ª ronda com o CN Ginástica e venceu 3/1. Amanhã a equipa mourense recebe o SL Benfica (15 horas).
Clube de Patinagem de Beja tem duas jovens equipas em provas nacionais
Vamos formando a competir... O Clube de Patinagem de Beja voltou esta época a qualificar duas equipas, iniciados e juvenis, para os campeonatos nacionais. Uma consequência do bom trabalho feito na formação. Texto e foto Firmino Paixão
“
O
objetivo está mais do que alcançado”, afirma António “Mané” Casti lho: “A meta era a participação no Nacional, e isso foi plenamente conseguido, depois juntámos o título regional e vamos em frente, mas estamos muito limitados, temos poucos jogadores”. O jogo inaugural da equipa nesta fase nacional foi com o Benfica, uma etapa que os técnicos aproveitam para formar em competição: “Tem que ser assim, desde que passámos a competir com as equipas de Setúbal as exigências evoluíram muito”, diz “Mané” Castilho, pormenorizando: “Estarmos no campeonato nacional a competir com equipas como o Benfica e o Paço de Arcos é muito bom para a evolução destes jogadores, sobretudo para perceberem que jogando a este nível têm que ser mais agressivos e jogarem com mais intensidade”. O treinador diz também que “a equipa tem potencial”: “O cinco base não é mau, tem miúdos com
Hóquei em patins Juvenis do Clube de Patinagem de Beja disputam o campeonato nacional
valor, são juvenis de primeiro ano, mas a intensidade já é grande, são 20 minutos cada parte e como não temos jogadores para rodar, torna-se muito complicado ao nível físico”. Os objetivos para esta fase são claros: “Vamos tentar a melhor classificação possível sabendo que o Benfica, o Paço d’Arcos e o Oeiras são equipas de outro campeonato. Vamos apreendendo jogo
a jogo, para os jogadores se divertirem e evoluírem o melhor que puderem”. Importante é sublinhar o mérito do clube, sobretudo do trabalho muito eficaz que está a fazer na formação, e o técnico lembra que “há três ou quatro anos que o clube anda a qualificar as equipas de iniciados e juvenis para o nacional”: “Esse
tem sido o nosso grande objetivo e a partir daí conseguimos aferir que estamos a fazer um bom trabalho, dentro das limitações que temos com miúdos. Conseguimos aumentar as horas de treino, conseguimos ter mais jogos com as equipas de Setúbal e o resultado está à vista, não se pode pedir muito mais”, conclui o treinador.
Sport Clube Odemirense comemora 90 anos de existência
O prestígio de nove décadas Fundado em 1 de março de 1923, o Sport Clube Odemirense sopra hoje, com o brilho e a nobreza que a idade justifica, as velas do seu 90.º aniversário. Texto Firmino Paixão
O
momento é de festa e os 90 anos do clube mais representativo do concelho de Odemira serão assinalados através da realização de uma gala com a participação de outro símbolo daquela terra, o Trio Odemira. O clube conta atualmente com
600 associados, a maior parte dos quais, certamente, comparecerá hoje, pelas 19 horas, no Salão dos Bombeiros Voluntários de Odemira, para se associar à comemorações, num jantar onde se realizará também a cerimónia de entrega de emblemas de ouro e prata aos sócios que completam 50 e 25 anos de antiguidade, respetivamente. O Sport Clube Odemirense movimenta atualmente cerca de centena e meia de futebolistas, enquadrados em 10 equipas, com representações nos escalões de
traquinas, petizes, benjamins, infantis, iniciados, juvenis, juniores, seniores (masculinos e femininos) e veteranos. Conta ainda com uma secção de pesca desportiva e está a preparar a criação de uma secção de bilhar. Ao longo do seu prestigiado historial o Odemirense teve cinco presenças no Campeonato Nacional da 3.ª Divisão, duas épocas no Nacional de Iniciados, uma no Nacional de Juniores e quatro no Campeonato Nacional de Juvenis. Do seu currículo consta também a conquista de
quatro títulos distritais da 1.ª Divisão em seniores, dois títulos distritais da II Divisão em seniores, duas Taças Distrito de Beja em seniores e um em juniores, um título distrital de juniores, três títulos distritais de juvenis, um título distrital de iniciados, um título distrital de infantis, um título distrital de escolas e cinco taças disciplina em diferentes escalões. Parabéns, pois, ao Sport Clube Odemirense por tão glorioso passado e os votos de um futuro, igualmente, conquistador.
A fidelidade ao mundo desportivo assumiu ao longo da história contornos infindáveis em Moura. Gerações transversais recriaram as suas intenções desportivas na velha urbe de Salúquia, sendo que as paixões foram literalmente absorvidas por uma juventude irreverente que jamais baixou os braços aos desafios propostos. Numa viagem pelo tempo, recorro, justamente, a documentos históricos que nos elucidam sobre a temática exposta e que nos diz que o futebol terá surgido naquela terra da Margem Esquerda do Guadiana no ano de 1912. O repto desportivo estava lançado e poucos anos volvidos, 1916, o ciclismo, através de António Maria Baião, era pomposamente apresentado ao povo mourense. Aliás, Moura sempre se apresentou como uma terra solidária nas várias componentes desportivas. E se o MAC (Moura Atlético Clube) é o emblema que dá fulgor às suas gentes, não deixa também de ser verdade que outras modalidades têm elevado o bom nome de Moura a patamares deveras honrosos. Desde o voleibol, passando pelo hóquei, patinagem artística, pesca, natação, futsal, futebol, entre muitas outras conjunturas, são temáticas que nos conduzem a esmiuçar a verdadeira existência de um povo desportivo sempre astuto ante a verdade deparada. A vertente do associativismo em Moura sempre se apresentou como um dado adquirido. O Núcleo Sportinguista de Moura, que se dedica à prática do futsal no campeonato regional da AF Beja, vai em breve lançar-se na modalidade de atletismo. Segundo me foi transmitido de fonte fidedigna, o núcleo já avançou com a inscrição para a Associação e respetiva Federação de Atletismo, pressupondo-se que dentro de 15 dias os atletas estejam prontos para participarem em provas oficiais. Esta iniciativa, por parte de uma corporação mourense, é afinal uma verídica atitude que nos leva a enaltecer o valor das suas gentes. No alto do pedestal lá está Moura desportiva.
institucional diversos Diário do Alentejo n.º 1610 de 01/03/2013 2.ª Publicação PEDRO BRANDÃO Agente de Execução C.P. 3877
ANÚNCIO Tribunal Judicial de Beja – 1.° Juízo Inventário / Partilha de Bens em Casos Especiais Processo n.° 5160-A/1999 Requerente: Francisco José Silvestre Nunes Guiomar e outros Cabeça de Casal: Maria de Fátima Borges Rocha FAZEM-SE SABER que nos autos acima identificados se encontra designado o dia 11 de Março de 2013, pelas 14:00 horas, no Tribunal acima identificado, para abertura de propostas que sejam entregues até esse momento na Secretaria do mesmo, pelos interessados na compra dos seguintes bens: VERBA 1 - Prédio Urbano, propriedade total, sito na Rua Ferreira de Castro, em Beja, em cuja matriz se acha inscrito sob o artigo 2519, descrito na Conservatória do Registo Predial de Beja sob a ficha 965/19951115, Beja (Salvador), Terreno para Construção, Lote n.° 6 70% de 82.500,00€ (57.750,00€) VERBA 2 - Prédio Urbano, propriedade horizontal, sito na Avenida Fialho de Almeida, n.° 66, em Beja, em cuja matriz se acha inscrito sob o artigo 2177 - Fracção H, descrito na Conservatória do Registo Predial de Beja sob a ficha 739/19940214 - H, Beja (Sao Joao Baptista), Rés do Chão destinado a comércio, composto de um compartimento amplo e instalação sanitária - 70% de 72.100,00€ (50.470,00€) VALOR BASE: 154.600,00 € Será aceite a proposta de melhor preço acima do valor de 108.220,00€, correspondente a 70% do Valor Base. Nos termos do artigo 897° n.° 1 do CPC, os proponentes devem juntar à sua proposta, como caução, cheque visado à ordem do agente de execução, no montante correspondente a 20% do valor base do bem, ou garantia bancária, no mesmo valor. É Fiel depositário que o mostrará a pedido a Sra Maria de Fátima Borges Rocha Milene, residente na Rua Florbela Espanca, n.° 34, em Beja.
21 Diário do Alentejo 1 março 2013
Diário do Alentejo n.º 1610 de 01/03/2013 Única Publicação
Diário do Alentejo n.º 1610 de 01/03/2013 Única Publicação
ORGANIZAÇÃO DE PRODUTORES PECUÁRIOS PARA A DEFESA SANITÁRIA DOS RUMINANTES DE SERPA
PUBLICAÇÃO DE EXTRACTO
CONVOCATÓRIA
Certifico para efeitos de publicação, que por escritura outorgada em treze de Fevereiro de dois mil e treze, exarada a folhas dez e seguintes, do Livro de Notas para Escrituras Diversas número Cento e trinta e três- B, deste Cartório: a) MARIANA JANEIRO DE ALMADA, viúva, natural da freguesia de Vila Nova de São Bento, concelho de Serpa, residente na Avenida Alves Redol, número 7, segundo andar esquerdo, freguesia de Belas, concelho de Sintra, NIF 139 141 529; b) LEONOR DE JESUS DE ALMADA NOGUEIRA CARDOSO, casada sob o regime da comunhão de adquiridos, com Paulo Jorge Lopes Cardoso, natural da freguesia de Queluz, concelho de Sintra, residente na Praceta José Gregório de Almeida, número 15, quarto andar C, freguesia de Massamá, concelho de Sintra, NIF 190 327 960, declararam e confirmaram, que são donas e legítimas possuidoras, em comum e sem determinação de parte ou direito, com exclusão de outrem, do prédio rústico sito em Vale de Cardos, freguesia de Vila Verde de Ficalho, concelho de Serpa, descrito na Conservatória do Registo Predial de Serpa sob o número mil seiscentos e cinquenta e sete, da freguesia de Vila Verde de Ficalho e inscrito na respectiva matriz predial rústica em nome de Paulo Jorge Caetano Pereira e de Mariana Janeiro de Almada sob o artigo número 260 da secção E com o correspondente valor patrimonial de noventa e quatro euros e sessenta e cinco cêntimos, a que atribuem igual valor: Que, na verdade, sobre este prédio existe já registo de aquisição de dois terços do mesmo a favor delas primeiras outorgantes, em comum e sem determinação de parte ou direito, nos termos da correspondente apresentação três de dezasseis de Novembro de dois mil e seis, tendo por causa a dissolução da comunhão conjugal e sucessão hereditária por morte de Francisco José Ninhos Nogueira, casado que foi sob o regime da comunhão geral de bens com a ora primeira outorgante melhor identificada na alínea a) e pai da identificada sob a alínea b), referido como sujeito passivo na sobredita inscrição de aquisição: Que, contudo, à data da morte do referido Francisco José Ninhos Nogueira, ocorrida em catorze de Fevereiro de dois mil e um, aquele falecido encontrava-se na posse material e efectiva da totalidade do prédio acima identificado desde, pelo menos, o ano de mil novecentos e sessenta e quatro, inexistindo, contudo, qualquer registo de transmissão, domínio ou mera posse do restante um terço; Que a posse da totalidade do imóvel, como se referiu foi adquirida sem violência ou oposição de quem quer que fosse e exercida ostensivamente, à vista de toda a gente, de forma ininterrupta e em nome próprio, traduzindo-se no aproveitamento pelo mencionado Francisco José Ninhos Nogueira de tudo o que aquele prédio produzia e dele provinha directamente, bem como das rendas e interesses que o mesmo produzia em consequência de relações jurídicas, cultivando-o e fazendo suas as correspondentes colheitas, pagando as contribuições, taxas e impostos devidas por ele, agindo sempre por forma correspondente ao exercício do direito de propriedade, quer usufruindo como tal aquele imóvel, quer suportando os respectivos encargos; Que esta posse em nome próprio, pacífica, contínua e pública, desde o referido ano de mil novecentos e sessenta e quatro. continuada, após o decesso do aludido Francisco José Ninhos Nogueira, pelas ora primeiras outorgantes que, na qualidade de suas únicas herdeiras, nele sucederam, mantida, portanto, há mais de vinte anos, conduziu à aquisição da totalidade do referido prédio por usucapião, modo de aquisição que invocam a seu favor apenas para titularem a aquisição daquela terça parte ainda não inscrita a seu favor, visando tão-somente o registo desta, dado que aquela forma de aquisição não pode ser comprovada por qualquer outro título formal extrajudicial. ESTÁ CONFORME. Lisboa, Cartório Notarial de Júlia Silva, treze de Fevereiro de dois mil e treze. A Notária Assinatura ilegível
Convoco a Assembleia Geral Ordinária ao abrigo do n°2 do artigo 9 dos Estatutos da OPP, nas instalações da OPP de Serpa, para as 17:00 horas do dia 21 de Março de 2013, com a seguinte ordem de trabalhos: 1. Aprovação do Relatório e Contas de 2012 e Parecer do Conselho Fiscal. 2. Expulsão de sócios incumpridores. 3. Outros assuntos de interesse. Se à hora marcada para a reunião não estiver presente mais de metade dos associados, esta realizar-se-á uma hora depois com qualquer número de associados. Serpa, 2013-02-21. O Presidente da Assembleia Geral Jaime Pascoal Braga
O Agente de Execução, Céd Prof. 3877 Pedro Brandão
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Marcações de 2ª a 6ª feira, das 15 às 19 horas
- Assistente de Cardiologia do Hospital SAMS
JOÃO HROTKO
Consultas de 2ª a 6ª
MÉDICO ESPECIALISTA EM CLÍNICA GERAL/ MEDICINA FAMILIAR
Doenças do Sangue
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Chefe de Serviço de Oftalmologia do Hospital de Beja
GASPAR CANO
▼
HEMATOLOGIA CLÍNICA
Rua General Morais Sarmento. nº 18, r/chão Telef. 284326841 7800-064 BEJA
RUI MIGUEL CONDUTO Cardiologista
MARIA JOSÉ BENTO SOUSA e LUÍS MOURA DUARTE
Clínica Geral
Técnica de Prótese Dentária
Oftalmologia
Especialista pela Ordem dos Médicos
CONSULTAS às 3ªs e 4ªs feiras, a partir das 15 horas MARCAÇÕES pelos telfs.284322387/919911232 Rua Tenente Valadim, 44 7800-073 BEJA
FERNANDA FAUSTINO
▼
CONSULTAS 5ªs feiras CARDIOLUXOR Clínica Cardiológica Av. República, 101, 2ºA-C-D Edifício Luxor, 1050-190 Lisboa Tel. 217993338 www.cardioluxor.com Sábados R. Heróis de Dadrá, nº 5 Telef. 284/327175 – BEJA MARCAÇÕES das 17 às 19.30 horas pelo tel. 284322973 ou tm. 914874486
DOENÇAS DO SISTEMA NERVOSO
Rua Manuel Antó António de Brito n.º n.º 6 – 1.º 1.º frente. 78007800-522 Beja tel. 284 328 100 / fax. 284 328 106
Horários das 8 às 18 horas; Acordo com beneficiários da Previdência/ARS; ADSE; SAMS; CGD; MIN. JUSTIÇA; GNR; ADM; PSP; Multicare; Advance Care; Médis FAZEM-SE DOMICÍLIOS Rua de Mértola, 86, 1º Rua Sousa Porto, 35-B Telefs. 284324157/ 284325175 Fax 284326470 7800 BEJA
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HELIODORO SANGUESSUGA
Directora Clínica da novaclinica
Laboratório de Análises Clínicas de Beja, Lda.
Neurologia
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Urgências Prótese fixa e removível Estética dentária Cirurgia oral/ Implantologia Aparelhos fixos e removíveis VÁRIOS ACORDOS Consultas :de segunda a sexta-feira, das 9 e 30 às 19 horas Rua de Mértola, nº 43 – 1º esq. Tel. 284 321 304 Tm. 925651190 7800-475 BEJA
Cirurgia Vascular
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HELENA MANSO CIRURGIA VASCULAR TRATAMENTO DE VARIZES Convenções com PT-ACS CONSULTÓRIOS: Beja Praça António Raposo Tavares, 12, 7800-426 BEJA Tel. 284 313 270 Évora CDI – Praça Dr. Rosado da Fonseca, 8, Urb. Horta dos Telhais, 7000 Évora Tel. 266749740
Otorrinolaringologia
DR. J. S. GALHOZ Ouvidos,Nariz, Garganta Exames da audição Consultas a partir das 14 horas Praça Diogo Fernandes, 23 - 1º F (Jardim do Bacalhau) Telef. 284322527 BEJA
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saúde
Manuel Matias – Isabel Lima – Miguel Oliveira e Castro – Jaime Cruz Maurício Ecografia | Eco-Doppler Cor | Radiologia Digital Mamografia Digital | TAC | Uro-TC | Dental Scan Densitometria Óssea Nova valência: Colonoscopia Virtual Acordos: ADSE; PT-ACS; CGD; Medis, Multicare; SAMS; SAMS-quadros; Allianz; WDA; Humana; Mondial Assistance. Graça Santos Janeiro: Ecografia Obstétrica Marcações: Telefone: 284 313 330; Fax: 284 313 339; Web: www.crb.pt Rua Afonso de Albuquerque, 7 r/c – 7800-442 Beja e-mail: cradiologiabeja@mail.telepac.pt
CENTRO DE IMAGIOLOGIA DO BAIXO ALENTEJO ECOGRAFIA – Geral, Endocavitária, Osteoarticular, Ecodoppler TAC – Corpo, Neuroradiologia, Osteoarticular, Dentalscan Mamografia e Ecografia Mamária Ortopantomografia
António Lopes – Aurora Alves – Helena Martelo – Montes Palma – Maria João Hrotko – Médicos Radiologistas – Convenções: ADSE, ACS-PT, SAD-GNR, CGD, MEDIS, SSMJ, SAD-PSP, SAMS, SAMS QUADROS, ADMS, MULTICARE, ADVANCE CARE Horário: de 2ª a 6ª feira, das 8 às 19 horas e aos sábados, das 8 às 13 horas Av. Fialho de Almeida, nº 2 7800 BEJA
Telef. 284318490 Tms. 960284030 ou 915529387
Dr. Sidónio de Souza – Pneumologia/Alergologia/ Desabituação tabágica – H. Pulido Valente Dr. Fernando Pimentel – Reumatologia – Medicina Desportiva – Instituto Português de Reumatologia de Lisboa Dr.ª Verónica Túbal – Nutricionismo – H. de Beja Dr.ª Sandra Martins – Terapia da Fala – H. de Beja Dr. Francisco Barrocas – Psicologia Clínica/Terapia Familiar – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo. Dr. Rogério Guerreiro – Medicina preventiva – Tratamento inovador para deixar de fumar Dr. Gaspar Cano – Clínica Geral/ Medicina Familiar Dr.ª Nídia Amorim – Psicomotricidade/Educação Especial e Reabilitação Dr. Sérgio Barroso – Especialista em Oncologia – H. de Beja Drª Margarida Loureiro – Endocrinologia/Diabetes/ Obesidade – Instituto Português de Oncologia de Lisboa Dr. Francisco Fino Correia – Urologia – Rins e Vias Urinárias – H. Beja Dr. Daniel Barrocas – Psiquiatria – Hospital de Évora Dr.ª Lucília Bravo – Psiquiatria H.Beja , Centro Hospitalar de Lisboa (H.Júlio de Matos). Dr. Carlos Monteverde – Medicina Interna, doenças de estômago, fígado, rins, endoscopia digestiva. Dr.ª Ana Cristina Duarte – Pneumologia/ Alergologia Respiratória/Apneia do Sono Dr.ª Isabel Santos – Psiquiatria de Infância e Adolescência/Terapeuta familiar – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo Dr.ª Paula Rodrigues – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr.ª Luísa Guerreiro – Ginecologia/Obstetrícia Dr. Luís Mestre – Senologia (doenças da mama) – Hospital da Cuf – Infante Santo Dr. Jorge Araújo – Ecografias Obstétricas Dr.ª Ana Montalvão – Hematologia Clínica /Doenças do Sangue – Hospital de Beja Dr.ª Ana Cristina Charraz – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr. Diogo Matos – Dermatologia – Hospital Garcia da Orta. Dr.ª Madalena Espinho – Psicologia da Educação/ Orientação Vocacional Dr.ª Ana Margarida Soares – Terapia da Fala Dr.ª Maria João Dores – Psicomotricidade/Educação Especial e Reabilitação Enfermeira Maria José Espanhol – Enfermeira especialista em saúde materna/Cuidados de enfermagem na clínica e ao domicílio/Preparação pré e pós parto/amamentação e cuidados ao recémnascido/Imagem corporal da mãe – H. de Beja Marcações diárias pelos tels. 284 322 503 Tm. 91 7716528 | Tm. 916203481 Rua Zeca Afonso, nº 6, 1º B, 7800-522 Beja Clinipaxmail@gmail.com www.clinipax.pt
Clínica Médico-Dentária de S. FRANCISCO, LDA. Gerência de Fernanda Faustino Acordos: SAMS, ADMG, PSP, A.D.M.E., Portugal Telecom e Advancecare
Rua General Morais Sarmento, nº 18, r/chão; TEL. 284327260 7800-064 BEJA
23 Diário do Alentejo 1 março 2013
necrologia diversos
24 Diário do Alentejo 1 março 2013
Rua da Cadeia Velha, 16-22 - 7800-143 BEJA Telefone: 284311300 * Telefax: 284311309
www.funerariapaxjulia.pt E-mail: geral@funerariapaxjulia.pt
AGÊNCIA FUNERÁRIA POPULAR BEJENSE, LDA.
Rua João Conforte, 15 7800-184 Beja Tel.284323555 Tm. 968051518 Tm. 965217456 A AGÊNCIA MAIS ANTIGA DE BEJA
MISSA
Serpa PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO
Funerais – Cremações – Trasladações - Exumações – Artigos Religiosos BEJA
NOSSA SENHORA DAS NEVES
BERINGEL / TRINDADE
CABEÇA GORDA
PARTICIPAÇÃO
António Viriato Silva †. Faleceu a Exma. Senhora D. OLÍMPIA GONÇALVES SANTANA ALMEIDA, de 87 anos, natural de São Clemente - Loulé, viúva. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 22 de Fevereiro, da Casa Mortuária de Nossa Senhora das Neves, para o cemitério local.
†. Faleceu a Exma. Senhora D. VITÓRIA BERNARDA DE SOUSA, de 89 anos, natural de Castro Verde, viúva. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 23 de Fevereiro, das Casas Mortuárias Beja, para o cemitério desta cidade.
†. Faleceu a Exma. Senhora D. ETELVINA ROSA SILVÉRIO, de 90 anos, natural de Pedrógão Vidigueira, viúva. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 24 de Fevereiro, da Casa Mortuária da Cabeça Gorda, para o cemitério local.
†. Faleceu a Exma. Senhora D. JULIETA FRANCISCA DIAS DA CONCEIÇÃO POMBINHO, de 68 anos, natural de Trindade - Beja, casada com o Exmo. Sr. José Pedro Cadete Pombinho. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 25 de Fevereiro, da Casa Mortuária de Beringel, para o cemitério da Trindade.
BEJA
QUINTOS
BEJA
TRINDADE
Evaristo Lourenço Guerra Vimos participar o falecimento do exmo. sr. José Cândido Graça, de 83 anos de idade, viúvo, natural de Salvada, Beja. O funeral realizou-se no passado dia 25/02/2013 da Casa Mortuária de Salvada para o cemitério daquela localidade. Apresentamos à família os sentidos pêsames.
Selmes AGRADECIMENTO †. Faleceu a Exma. Senhora D. JÚLIA DE ALMEIDA CARVALHO, de 97 anos, natural de Santa Maria dos Olivais - Lisboa. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 25 de Fevereiro, da Casa Mortuária do Hospital de Beja, para o cemitério de Beja.
†. Faleceu a Exma. Senhora D. RITA AUGUSTA, de 96 anos, natural de Vila Nova de São Bento - Serpa, viúva. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 26 de Fevereiro, da Casa Mortuária de Quintos, para o cemitério local.
†. Faleceu a Exma. Senhora D. CAROLINA MARIA CHORA DA COSTA, de 91 anos, natural de Santa Maria da Feira - Beja, viúva. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 27 de Fevereiro., das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.
†. Faleceu o Exmo. Senhor MANUEL SEBASTIÃO MALVEIRO, de 75 anos, natural de Trindade - Beja, casado com a Exma. Sra. D. Maria Augusta do Nascimento Malveiro. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 27 de Fevereiro, da Casa Mortuária da Trindade, para o cemitério local.
BEJA
SANTO ANDRÉ / BEJA
SANTA CLARA DE LOUREDO
BEJA
(Zona Industrial de Beja)
2.º – Área coberta 1200 m2 + descoberta 400 m2. Dispõe
†. Faleceu o Exmo. Senhor JOAQUIM FAUSTINO DE SOUSA EUGÉNIO, de 52 anos, natural de Santiago Maior - Beja, solteiro. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 27 de Fevereiro, das Casas Mortuárias Beja, para o cemitério de Ferreira do Alentejo, onde foi cremado.
†. Faleceu o Exmo. Senhor SR. ANTÓNIO MANUEL VILÃO BERNARDO, de 68 anos, natural de Santa Maria da Feira - Beja, casado com a Exma. Sra. D. Mariana Rosa das Dores Reis. O funeral a cargo desta Agência realizouse no passado dia 27 de Fevereiro, da Casa Mortuária de Santa Clara de Louredo, para o cemitério local.
†. Faleceu o Exmo. Senhor
BALEIZÃO
BEJA
BEJA
BEJA / FERREIRA DO ALENTEJO
†. Faleceu a Exma. Senhora D. FELISBERTA ANTÓNIA GONÇALVES, de 93 anos, natural de São João Baptista Beja, viúva. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 28 de Fevereiro, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.
Dr. ANTÓNIO JOAQUIM DA COSTA MIRA ALMODÔVAR, de 65 anos, natural de São João Baptista - Beja, casado com a Exma. Sra. D. Maria de Fátima Candeias Galhardo de Almeida Almodôvar. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 28 de Fevereiro, da Igreja Paroquial do Carmo, para o cemitério de Ferreira do Alentejo, onde foi cremado.
†. Faleceu o Exmo. Senhor SR. JOSÉ LUÍS GOMES PEREIRA, de 77 anos, natural de Figueira dos Cavaleiros - Ferreira do Alentejo, casado com a Exma. Sra. D. Maria Gertrudes dos Santos Pita Montes Pereira. O funeral a cargo desta Agência realizouse no passado dia 28 de Fevereiro, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério de Ferreira do Alentejo.
Às famílias enlutadas apresentamos as nossas mais sinceras condolências. Consulte esta secção em www.funerariapax-julia.pt ou siga-nos em www.facebook.com/funepaxjulia
GNR/CTERBEJA
GNR/CTERBEJA
PROCURA
PROCURA
T2 ou T3 para Casa de Função em Almodôvar. Com cozinha equipada. Prazo de entrega de proposta até 29 de Março de 2013. Contactar pelo tel. 284310770
T2 ou T3 para Casa de Função em Mértola. Com cozinha equipada. Prazo de entrega de proposta até 29 de Março de 2013. Contactar pelo tel. 284310770
Gerência: António Coelho Tm. 963 085 442 – Tel. 284 549 315 Rua das Cruzes, 14-A – 7830-344 SERPA
1.º – Área coberta 800m2 + descoberta 200 m2 (novo)
†. Faleceu o Exmo. Senhor ANTÓNIO JOAQUIM DA CONCEIÇÃO ROCHA, de 68 anos, natural de Salvador Beja, casado com a Exma. Sra. D. Maria Amália Teixeira Monteiro dos Santos Rocha. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 27 de Fevereiro, das Casas Mortuárias Beja, para o cemitério desta cidade.
†. Faleceu o menino HENRIQUE MATEUS GONÇALVES, de 10 anos, natural de Beja, solteiro. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 28 de Fevereiro, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.
AGÊNCIA FUNERÁRIA SERPENSE, LDA
Esposa, filhos, nora, netos, bisneto, irmãos e restante família participam a todas as pessoas de suas relações e amizade que será celebrada missa pelo eterno descanso do seu ente querido no dia 02/03/2013, sábado, às 19 horas, na igreja do Salvador, em Beja. Será também recordada neste ato religioso, com muita e profunda saudade, no 25.º aniversário do seu falecimento, a sua mãe, Maria de Jesus André. A todos os que se dignarem comparecer, agradecem desde já.
ARRENDA-SE OU VENDE-SE 2 ARMAZÉNS
Camila Maria Delgado
†. Faleceu o Exmo. Senhor SR. JOÃO HENRIQUE DIAS, de 94 anos, natural de Ferreira do Alentejo, viúvo. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 28 de Fevereiro, da Casa Mortuária de Baleizão, para o cemitério local.
Esposa, filhas, netos, irmãos, sobrinhos e restante família cumprem o doloroso dever de participar o falecimento da sua ente querida ocorrido no dia 24/02/2013, e na impossibilidade de o fazerem individualmente vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que a acompanharam à sua última morada ou que de outra forma manifestaram o seu pesar.
1.º Ano de Eterna Saudade
Nasceu a 01.01.1924 Faleceu a 26.02.2013 Sua família, na impossibilidade de o fazer pessoalmente, agradece por este meio a todas as pessoas que a acompanharam à sua última morada ou que de outro modo manifestaram o seu pesar.
de sala de reuniões, gabinetes, recepção, wc com acesso a deficientes, zonas de exposição com montra e 2 frentes. Variante de Beja e Parque Industrial. Contactar pelo tm. 917814559
AGÊNCIA FUNERÁRIA ESPÍRITO SANTO, LDA . Tm.963044570 – Tel. 284441108 Rua Das Graciosas, 7 7960-444 Vila de Frades/Vidigueira
MISSA
✝
Maria Sofia Pereira Lynce Seus filhos e restante família comunicam que será celebrada missa pelo 1.º ano do seu falecimento no dia 06/03/2013, quarta-feira, às 18 e 30 horas, na Igreja do Carmo, em Beja.
VENDE-SE Camião em bom estado, marca Mercedes Benz, 153 000km, equipado com tesoura tribasculante, travão eléctrico e conjunto de taipais duplos. Contactar tm. 919379873
AGÊNCIA FUNERÁRIA POPULAR BEJENSE, LDA. A Agência mais antiga de Beja
Rua João Conforte, 15 7800-184 Beja (Junto ao Largo de Santa Maria)
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25 Diário do Alentejo 1 março 2013
Vale €1,20 em abastecimentos superiores a 20 litros
Todas as semanas os leitores do “Diário do Alentejo” vão ter descontos.
descontos atÉ
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6 cÊnt.
Processo: 295-D/2002 Incumprimento das Responsabilidades Parentais Requerente: Maria Antónia Reis da Silva Requerido: Nuno Miguel Branco Lampreia Rosa Nos autos acima identificados, correm éditos de 30 dias, contados da data da segunda e última publicação do anúncio, notificando Requerido: Nuno Miguel Branco Lampreia Rosa, estado civil: Divorciado, nascido(a) em 25-02-1977, freguesia de Salvada (Beja), nacional de Portugal, NIF 208760008, BI - 11417520, Segurança social - 11132032432, domicíilio: Rua Tras Quintais 45, Salvada, Beja, 7800001 Beja, com última residência conhecida na morada indicada para no prazo de 10 dias, decorrido que seja o dos éditos, alegar, querendo, o que tiver por conveniente, nos termos e para os efeitos do art° 181° n°2 da OTM, com a cominação de, nada dizendo no prazo indicado, se considerarem admitidos os factos constantes do requerimento inicial. O duplicado da petição inicial encontra-se nesta Secretaria, à disposição do citando. Fica advertido(a) de que não é obrigatória a constituição de mandatário judicial, salvo na fase de recurso. Beja, 25-02-2013 N/Referência: 2518067 O Juiz de Direito, Dr(a). Celine Álves O Oficial de Justiça João Santos
Diário do Alentejo n.º 1610 de 01/03/2013 Única Publicação
mento (60 lts); 3. Este vale não é acumulável com outras campanhas desconto a decorrer no Posto de Abas-
com cartões: Routex, Azul e de Sócio ACP; 5. Nenhuma
Diário do Alentejo n.º 1610 de 01/03/2013 Única Publicação
ASSEMBLEIA GERAL CONVOCATÓRIA Nos termos do artigo 377º do Código das Sociedades Comerciais, é por este meio convocada a Assembleia-geral Ordinária da Carnovina, Agrupamento de Produtores AgroPecuários, S.A., para reunir no dia 27 de Março de 2013, pelas 15 horas, na sua sede social, com a seguinte ordem de trabalhos: – Ponto Um - Deliberar sobre o Relatório de Gestão e as Contas relativas ao exercício de 2012; – Ponto Dois – Deliberar sobre a proposta de aplicação de resultados; – Ponto Três - Deliberar sobre outros assuntos do interesse da Sociedade. Serão colocados à disposição dos accionistas, na sede social, no prazo legal, as propostas a submeter pelo Conselho de Administração à Assembleia-geral e demais elementos de informação preparatórios. Requisitos da participação e exercício do direito de voto: nos termos do artigo 12º dos Estatutos, a Assembleia-geral é constituída por todos os accionistas titulares de pelo menos cinquenta acções, registadas ou depositadas em seu nome, na sede social ou em instituição de crédito, com a antecedência mínima de dez dias sobre a data da respectiva reunião, correspondendo um voto a cada conjunto de cinquenta acções. Os accionistas possuidores de um número de acções inferior a cinquenta poderão agrupar-se de forma a complementar esse número fazendo-se então representar na Assembleiageral, por qualquer um dos agrupados. Qualquer accionista poderá fazer-se representar por outro accionista ou procurador, mediante carta a apresentar ao presidente da mesa até ao início da Assembleia. Cada accionista, na Assembleia-geral, só poderá representar dois outros accionistas, no máximo. No caso de existirem acções em contitularidade, os contitulares terão de ser representados por um deles ou por representante comum. Beja, 25 Fevereiro de 2013 O Presidente da Mesa da Assembleia-geral José do Rosário Oleiro Maltez
EMPRESA DE DESENVOLVIMENTO E INFRA-ESTRUTURAS DO ALQUEVA, SA.
riores a 20 lts., até um máximo de 3 vales por abasteci-
desconto em combustÍvel
TRIBUNAL JUDICIAL DE BEJA
ANÚNCIO
no ato de pagamento de abastecimentos iguais ou supe-
tecimento; 4. Este vale só é válido para abastecimentos
CARNOVINA, AGRUPAMENTO DE PRODUTORES AGRO-PECUÁRIOS, S.A. 2° Juízo
BP Beja Castilho; 2. Este vale só poderá ser descontado
por litro atÉ 30 de abril
Diário do Alentejo n.º 1610 de 01/03/2013 1.ª Publicação
1. Válido nos Postos BP Beja Luzias, BP Beja Variante e
Diário do Alentejo nº 1558 de 02/03/2012 Única Publicação
em combustíveis cujos pagamentos não sejam efetuados responsabilidade será aceite nos seguintes casos: perda, roubo ou danificação do vale quer tenha sido utilizado ou não; 6. Este vale não pode ser trocado por dinheiro; 7. Válido até 30 de abril de 2013.
Diário do Alentejo n.º 1610 de 01/03/2013 Única Publicação
CASA DO POVO DE S.DOMINGOS
EDITAL Nos termos do Despacho Normativo n° 161/82 de 30 de Junho, D.R. n° 178, I Série, de 4 de Agosto de 1982 e dos Estatutos desta Casa do Povo, avisa-se todos os associados que em 25 do corrente mês tem início o Processo Eleitoral dos Órgãos Sociais da Casa do Povo de S. Domingos, para o triénio 2013/2015, afixando-se conjuntamente a relação de sócios eleitores. S. Domingos, 25 de Janeiro de 2013. A Presidente da Assembleia Geral Assinatura ilegível
Diário do Alentejo n.º 1610 de 01/03/2013 Única Publicação
CASA DO POVO DE S.DOMINGOS
ASSEMBLEIA GERAL CONVOCATÓRIA Nos termos dos Artigos 32° e 33° dos Estatutos, tenho a honra de convocar a Assembleia Geral da Casa do Povo de S. Domingos, para reunir em sessão extraordinária na sua Sede, no dia 28 de março de 2013 (quinta-feira) pelas 20,00 horas. Ordem de trabalhos 1. Comunicação aos sócios do resultado do ato eleitoral para os Órgãos Sociais da Casa do Povo de S. Domingos para o triénio 2013-2015, que decorrerá no dia 28 de março de 2013 no período compreendido entre as 14h e as 19h e 30m. 2. Outros assuntos de interesse da Instituição. Contamos com a vossa participação ativa no ato eleitoral e na Assembleia; S. Domingos, 31 de Janeiro de 2013. A Presidente da Assembleia Geral Assinatura ilegível Nota: nos termos do Artigo 33º dos Estatutos, esta Assembleia funcionará uma hora depois, no mesmo local, com qualquer número de sócios presentes.
Diário do Alentejo n.º 1610 de 01/03/2013 Única Publicação
AVISO Pelo presente torna-se público que já se encontram afixados nas Câmaras Municipais, Juntas de Freguesia e demais locais do estilo os Editais com o tarifário aplicável ao serviço público de fornecimento de água para rega nos seguintes aproveitamentos hidroagrícolas do Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva: Aproveitamento Hidroagrícola de Alfundão Aproveitamento Hidroagrícola de AlvitoPisão Aproveitamento Hidroagrícola de ErvidelBloco 1 Aproveitamento Hidroagrícola do LoureiroAlvito Aproveitamento Hidroagrícola de OradaAmoreira, Brinches e Brinches-Enxoé Aproveitamento Hidroagrícola de Ferreira, Figueira e Valbom Aproveitamento Hidroagrícola de Monte Novo Aproveitamento Hidroagrícola do Pisão Aproveitamento Hidroagrícola de Serpa Os Editais poderão igualmente ser consultados em www.edia.pt
CCAM de Aljustrel e Almodôvar, CRL
CCAM DE ALJUSTREL E ALMODÔVAR, CRL
CONVOCATÓRIA Conforme o disposto no artº 24º dos Estatutos desta Caixa, convoco a sua Assembleia Geral, para a reunião a realizar no dia 20/03/2013, pelas 15 horas, no auditório da Biblioteca Municipal de Aljustrel, junto às piscinas Municipais, em Aljustrel, com a seguinte ORDEM DE TRABALHOS: 1º Apreciação e votação do Relatório e Contas do Conselho de Administração e do Parecer do Conselho Fiscal, referentes ao Exercício de 2012; 2º Deliberação sobre a proposta de aplicação de resultados, referente ao Exercício de 2012; 3º Proceder à apreciação geral da administração e fiscalização da CCAM; 4º Outros assuntos de interesse associativo. Se à hora marcada não estiverem presentes mais de metade dos Sócios, a Assembleia reunirá uma hora depois, com qualquer número de Sócios presentes. Aljustrel, 27 de Fevereiro de 2013. O Presidente da Mesa da Assembleia Geral Dr. Francisco José Faleiro Baltazar Romano Colaço
ASSOCIAÇÃO HUMANITÁRIA DOS BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DE BEJA
ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA
EDITAL Para cumprimento do estabelecido na alínea c) do nº 2, do art°. 41° dos Estatutos, convoco a reunião da Assembleia Ordinária, para o dia 11 de Março de 2013, Segunda-Feira, pelas vinte horas e trinta minutos, na sede da nossa Associação, na Av. Fialho de Almeida, n°.30, nesta cidade com a seguinte ORDEM DE TRABALHOS: 1. Apresentação e votação do Relatório e Contas de Gerência respeitantes ao ano de 2012 e Parecer do Conselho Fiscal. Não comparecendo número legal de sócios à hora marcada, a Assembleia funcionará com qualquer número de sócios, MEIA HORA DEPOIS como determina o n°. 1 do art°. 43°. dos mesmos estatutos. Beja, 11 de Fevereiro de 2013. O Presidente da Mesa da Assembleia Geral José António Jacinto Parrinha
Pax Julia vai ter bilheteira on line
Diário do Alentejo 1 março 2013
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A Câmara Municipal de Beja vai avançar com uma plataforma na Internet que permite aproximar o Pax Julia Teatro Municipal do público. O projeto, inserido no programa de modernização administrativa, possibilita o pedido de reservas e a aquisição de bilhetes a partir de casa. Segundo afirma o vereador Miguel Góis, trata-se de um “salto qualitativo” na prestação dos serviços.
Empresas
Adega da Cartuxa distinguida com dois prémios
O sa sa b bo or in nco on nffundí ndí dívveel dív do d os een n nch cch hidos hi idos id os deevvee--ssee aao op prro roceess sso d dee cur ur a ad dot otaad do pela pela pe l emp mpre ressaa, maas ta m tamb mbém ém aos os seeggrreed do os guaarrd gu daado ado os ao a o lo on ngo go dee vár d vár ária ias ge g raaççõ õeess no liivrro de de rec eceeiita t s, s, onde oss con ondi dime ment ntoss e a exxceelênc lêênc ncia i da ca ia carn rn nee see een nco ont ntrraam, m, daan nd do o for ormaa au um m prro od du utto ut o fiin naall de ssaabo bo orr re requ quiin nta tado do qu uee, um u ma ve vez ez prro ovvad ado o,, é diifí d fíci cil dee esq squeeceer. r
Os vinhos Pera-Manca Tinto 2008 e Scala Coeli 2010, da Adega da Cartuxa, figuram, segundo a “Revista de Vinhos”, entre os melhores vinhos de Portugal de 2012, tendo sido distinguidos com o “Prémio excelência” e “Os melhores em cada região”. Pelo 16.º ano consecutivo, a “Revista de Vinhos” anunciou aqueles que são designados como os “óscares“ do vinho em Portugal, ao nomear os 131 melhores vinhos nacionais das várias regiões vinícolas do País e ao atribuir prémios de excelência a outros 30, considerados “o top do top dos vinhos portugueses”.
Roquevale lança primeiro vinho alentejano classificado como grande reserva
Macau e Europa são alvos pontuais de exportação da empresa
Montaraz disponibiliza produtos “anticrise” A Montaraz de Garvão, empresa que se dedica à transformação de porco alentejano, tem sede em Garvão, no concelho de Ourique. Dispondo de uma unidade industrial com cerca de 2 000 metros quadrados, construída e equipada de acordo com os mais elevados critérios de qualidade, a empresa dedica-se essencialmente ao fabrico de presuntos e paletas IGP Santana da Serra, enchidos de porco alentejano e carne fresca de porco alentejano em cuvetes. Publireportagem Sandra Sanches
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urgiu do sonho de um grupo de produtores de porco alentejano do concelho de Ourique e tornou-se realidade através da visão e persistência do antigo presidente da Associação dos Criadores de Porco Alentejano de Ourique, José Félix, falecido no ano passado. Alguns dos principais criadores e industriais anteriormente responsáveis pela criação da indústria de presuntos de Barrancos uniram-se, com a colaboração da Câmara Municipal de Ourique, e deram vida à Montaraz de Garvão. Um projeto ambicioso que influenciou de forma significativa a economia e o mercado de
trabalho da região e fez com que a empresa optasse por utilizar todas as mais recentes tecnologias, mas sempre dentro dos conceitos que a tradição impõe e assegurando processos produtivos que respeitam todas as normas vigentes, tendo realizado um investimento de cerca de dois milhões de euros. Atualmente é o empresário Rui Carapuça quem dirige a empresa. A Montaraz de Garvão transforma exclusivamente porco de raça alentejana, e na sua linha de carne fresca diz oferecer o melhor corte e especialidade de carne em cuvete, destinada às grandes superfícies. Os principais produtos que caraterizam a empresa são os presuntos e paletas IGP Santana da Serra. Beneficiando da matéria-prima de “alta qualidade e das condições edafo climáticas da região de Garvão”, através de um processo de cura natural (entre os 18 e 24 meses), a Montaraz disponibiliza o melhor pata negra português. Em complemento, a empresa produz ainda todo o tipo de enchidos de porco alentejano, como paios do lombo, paiolas, cupitas, chouriços e farinheiras. Os enchidos destacam-se pelo processo de cura natural sem recurso a fumeiras ou estufagem, apenas beneficiando das excelentes condições climáticas de Garvão. Os presuntos e paletas IGP
Santana da Serra e a carne de porco alentejano têm certificação DOP. A Montaraz de Garvão também exporta os seus produtos, mas apenas para mercados pontuais, como são os casos de Macau e Europa. No entanto, com o objetivo de alargar o mercado além-fonteiras, a empresa marcou presença na edição da Sisab 2013 – Salão Internacional do Setor Alimentar e Bebidas. A conjuntura económica que o País atravessa, prejudicial para todas as atividades e consumidores, também atinge a Montaraz, contudo, através de parcerias que permitem “uma grande distribuição” e da oferta de produtos “anticrise”, cujos valores unitários são mais acessíveis, a empresa tem vindo a conseguir melhorar ano após ano a sua penetração no mercado de forma a poder continuar a crescer. Rui Carapuça acredita que este ano será de facto o mais complicado na curta história da Montaraz de Garvão, mas diz acreditar que com a qualidade da matéria-prima que dispõe, aliada à excelência do processo de fabrico e à aceitação crescente por parte dos clientes, a empresa “irá conseguir resistir e sair mais forte destes tempos difíceis que todos atravessamos”.
A Roquevale, empresa vitivinícola alentejana situada no concelho de Redondo, lançou o primeiro vinho da região classificado como grande reserva, integrado numa gama do produtor que inclui outros quatro rótulos. A Grande Reserva da Roquevale foi lançada oficialmente no Salão Internacional do Setor Alimentar e Bebidas. Segundo refere a enóloga responsável, “este é o primeiro vinho classificado como grande reserva pela Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA), que apenas autorizou esta designação de qualidade no passado mês”. A outra razão que explica a aposta da empresa vitivinícola na grande reserva como “cartão de apresentação” da nova gama é o facto de se tratar de um vinho de 2006. Os outros quatro vinhos da nova gama, destinada a um segmento alto de mercado, são o Reserva Tinto 2007, o Reserva Branco 2011, o Roquevale Red Label Tinto 2001 e o Roquevale White Label Branco 2012.
Ferreira Acontece potencia e valoriza os recursos da comunidade Ferreira do Alentejo vai receber entre os dias 2 e 22 deste mês a primeira edição do Ferreira Acontece, uma iniciativa da Rede de Associações de Ferreira do Alentejo (Recafa), enquadrada no projeto Ferreira Solidária. Pretende-se com o evento “promover a oferta, de forma integrada, de atividades promovidas por diferentes associações, que se propõem trabalhar em parceria e, dessa forma, potenciar e valorizar os recursos da comunidade”. Mostras gastronómicas, teatro, serões de poesia e música popular, caminhadas, passeios de BTT e outras atividades de contato com a natureza e o património local são algumas das propostas.
Margarida Botelho, autora do livro Yara-Iara, vai estar no próximo dia 9 no polo de Entradas, da Biblioteca Municipal de Castro Verde. Esta obra, de que já falámos nesta página, vai ser contada por quem a escreveu com música e outras surpresas. Yara-Iara, conta a história de duas meninas com o mesmo nome vindas de lugares diferentes. Uma é filha da Amazónia, a outra nasceu numa cidade que se poderia chamar Lisboa.
27 Diário do Alentejo 1 março 2013
Yara e Lara apresentado em Castro Verde
Pais Uma ideia para pizzas ou tartes coloridas e que de certeza os miúdos vão adorar.
A páginas tantas... Quando a “Bags of Books” apareceu ficámos deliciados com os livros que propunha publicar. Falámos de alguns, em particular dos livros de Beatrice Alemagna. Hoje voltámos a esta editora com um livro publicado em 2012, Capuchinho Vermelho: Histórias Secretas e outras menos. Não é mais um livro sobre este clássico da literatura infantil, é antes uma compilação de textos coordenada por Sara Reis da Silva e por José António Gomes e conta com 11 nomes, como António Manuel Pacheco, António Mota, Augusto Baptista, Carla Maia de Almeida, Eugénio Roda, Francisco Duarte Mangas, Isabel Minhós Martins, João Manuel Ribeiro, João Pedro Mésseder, Teresa Martinho Marques, Vergílio Alberto Vieira e o ilustrador Gémeo Luís. Um livro que traduz os diferentes percursos literários e as diferentes idades dos autores partindo de um denominador comum, mas que se transfigura em cada leitura.
Dica da semana À solta Continuamos a trazer para a tua página algumas ideias para decorares os ovos da Páscoa e esta da artista Ashley Lynn é, sem dúvida, divertida.
Apesar de não estar à venda em Portugal (pode ser adquirido on line) não podíamos deixar de falar do lançamento feito pela editora espanhola Milimbo de uma edição especial de Hansel e Gretel que tem a magnífica colaboração da ilustradora Blanca Helga. É uma série de cinco caixas que não só trazem o livro, como um conjunto de objetos originais feitos por esta ilustradora. Numa próxima edição prometemos falar mais sobre Blanca Helga.
Diário do Alentejo 1 março 2013
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Câmara de Ourique convida população a criar espetáculo para o 25 de Abril
A Câmara de Ourique vai promover um espetáculo cultural multidisciplinar, intitulado “Cantar a Liberdade”, para comemorar o 39.º aniversário do 25 de Abril e está a convidar a população a participar e a apresentar sugestões de atuações. A iniciativa, aberta à participação de todos, surge da intenção do município de “estimular” a criação de um espetáculo a partir de atuações de pessoas singulares, grupos ou entidades culturais e em vários géneros, como poesia, cante alentejano,
dança e música. A ideia é criar um espetáculo com cerca de uma hora e meia a duas horas de duração, que vai decorrer no próximo dia 24 de abril com atuações de pessoas ou grupos que desejem participar, explica o município. Para tal, a Câmara de Ourique está a convidar a população a apresentar sugestões de atuações e géneros a integrar e a pedir aos interessados em colaborar no espetáculo para que se inscrevam até ao próximo dia 25, junto do gabinete de cultura da autarquia.
Letras
Boa vida Comer
Feijão branco com bacalhau e carrasquinhas Ingredientes para 4 pessoas: 400 gr. de feijão branco; 1 dl. de azeite; q.b. de sal grosso; 4 dentes de alho; 1 folha de louro; 1 cebola grande; 1 molho pequeno de coentros; 3 a 4 molhos de carrasquinhas; 800 gr. de bacalhau (já demolhado e cortado em postas). Confeção: Ponha os feijões de molho de um dia para o outro. Coza os feijões na panela de pressão e reserve. Depois das carrasquinhas arranjadas, lavam-se muito bem em água corrente e cortam-se com mais ou menos oito centímetros de comprimento. Num tacho coloca-se azeite, cebola picada, alhos picados, louro, um pouco de água, sal e as carrasquinhas. Deixa-se cozer em lume brando. Quando as carrasquinhas estiverem quase cozidas “junta-se o feijão cozido, a água da cozedura e o bacalhau”. Por fim coloque os coentros picados e retifique o tempero a seu gosto. Sirva bem quente sobre fatias de pão do dia anterior. Bom apetite… Nota: carrasquinhas ou tengarrinhas são cardos em que os talos são comestíveis, depois de se retirarem as folhas com picos. Em algumas zonas do Alentejo as pessoas refogam as carrasquinhas.
António Nobre Chefe executivo de cozinha – Hotéis M’AR De AR, Évora
Jazz Carlos Mendes Quarteto – “Estórias (oito, por quatro)”
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iz o povo tripeiro, num sotaque dificilmente grafável, que “o Porto é uma nação”. Também no jazz a cidade invicta sempre tem dado cartas, se bem que os panoramas portuense e lisboeta só nos tempos mais recentes – salvas as devidas e honrosas exceções anteriores – têm dado passos concretos no sentido de uma verdadeira aproximação. Ainda assim, subsistem nomes que não são suficientemente conhecidos fora da esfera portuense, com claro prejuízo para os amadores de jazz do resto do País. Um exemplo é Carlos Mendes, músico cujo percurso enquanto guitarrista, compositor e docente fala por si. Nascido em 1964 na cidade da Praia, em Cabo Verde, iniciou aí a sua formação musical. Radicado em Portugal desde 1982, estudou – no que a guitarristas diz respeito – na Escola de Jazz do Porto com Ricardo Fabini e depois com Nuno Ferreira e Afonso Pais na Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo (Esmae), onde se licenciou em 2006 com bolsa de mérito. Bastante rodado no circuito de bares e com apresentações em inúmeros concertos e festivais na zona do Grande Porto, tocou com gente grada do jazz nacional como Carlos Azevedo, Jorge Reis, Mário Santos, Paulo Gomes e Hugo Alves, só para nomear alguns. No final do ano passado, Mendes lançou, pela Numérica, “Estórias (oito, por quatro)”, oito peças interpretadas pelo seu quarteto, que se completa com o pianista Paulo Barros, o contrabaixista Miguel
Ângelo e o baterista Mário Costa. Barros é um nome seguro e de reconhecida valia, que com o seu pianismo ágil marca de forma vincada a sonoridade global do disco. Se o trabalho do baterista é conhecido sobretudo por via da sua participação no grupo de Hugo Carvalhais, com dois excelentes discos na Clean Feed, já o contrabaixista dá-se aqui a conhecer a um nível muito interessante. Este disco reúne composições originais de Mendes (quatro) e Barros (três), a que se junta um conhecido standard. As composições – assumidamente fundadas na tradição do jazz e amadurecidas antes da gravação – constroem-se sobre articulações entre guitarra e piano, que adquirem formas diversas, suportadas por uma secção rítmica que se revela competente e eficaz. A função abre com o balanço vigoroso de “Mitom”, da autoria do pianista, com Carlos Mendes o guitarrista a assumir o (guitarras), Paulo controlo das operações e Barros (piano), Miguel a rubricar um solo insÂngelo (contrabaixo) e Mário Costa (bateria). pirado. “Ostinato”, de atEditora: Numérica mosfera relaxada, mostra Ano: 2012 o contrabaixista na sua melhor intervenção. Mais nervosa, “Broken” atesta os acesos diálogos entre guitarrista e pianista. A “Balada”, plena de melodia, não engana, com Mendes a demandar um registo mais acústico. Mas o centro gravitacional do disco é a conseguida leitura de “Alone Together”, tema clássico de Arthur Schwartz e Howard Dietz (de “Flying Colors”, musical estreado na Broadway em 1932), com toda a formação a exibir bons níveis de interação. Não sendo, de todo, uma pedrada no charco, “Estórias (oito, por quatro)” encerra méritos suficientes para justificar audição. António Branco
Toiros Este fim de semana Olivenza será o rumo de muitos portugueses
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á estamos em contagem decrescente para mais uma Feira Taurina em Olivenza. Se já no sábado, dia 2, a corrida promete com o guerreiro ‘Padilla’, o regresso de Juli, após o grave acidente de viação, e com um toureiro da ‘terra’, Perera, não menores são as expectativas para o domingo. Depois de uma novilhada muito interessante, segue-se uma corrida de artistas: Morante, Manzanares e Talavante. A feira de Olivenza será uma vez mais de luxo, embora com menos um dia do que é habitual. O cartel é forte, e aqui mesmo ao lado, o que certamente fará com que muitos aficionados portugueses do toureio apeado rumem
Florbela Espanca. O espólio de um mito
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ntre 6 e 8 de dezembro de 2011 realizou-se em Vila Viçosa, terra natal da poetisa, o “Colóquio Internacional Florbela Espanca. O espólio de um mito”, que juntou nesta cidade alentejana académicos reputados, escritores, críticos literários e leitores. Uma seleção das comunicações apresentadas foi reunida e publicada na edição especial da Callipole, revista de cultura editada pela câmara local e pela Colibri. Além das análises de especialistas como Nuno Júdice (sobre a Modernidade de Florbela) e António Cândido Franco (A dramatização da saudade em Florbela), à obra vieram somar-se os contributos das escritoras Maria Teresa Horta – que escreveu sobre Florbela sob o signo do fogo – e Lídia Jorge que refletiu sobre “As máscaras do destino”, Contos de Florbela Espanca – Uma Leitura com mitos. A obra da poetisa alentejana continua a ser lida e analisada apaixonadamente, tendo ganho uma dimensão extraordinária nos países de língua portuguesa e sobretudo no Brasil, como comprovam as comunicações apresentadas. Há descobertas a fazer: os estudos apresentados revelam, entre outros, que Florbela se empolgava também com as traduções e um livro de prosa que escreveria por volta de 1927. Esta edição da Callipole é, pois, um excelente pretexto não só para revisitar a poesia mas a obra e os dados biográficos conhecidos, os quais, em 2012, foram alvo de uma abordagem cinematográfica – polémica para os especialistas? – por Vicente Alves do Ó que foi um êxito de público. Maria do Carmo Piçarra
até ao lado de lá da fronteira para assistirem à corrida “integral”. Eis então os cartéis completos da Feira Taurina de Olivenza: Sábado, 2 de março: Toiros de Garcigrande para Juan José Padilla, El Juli e Miguel Angel Perera. Domingo, 3 de março, matinal: Novilhos de El Freixo para José Garrido, Lama de Góngora, Miguel Ángel Silva e Posada de Maravillas. Domingo 3 de março, tarde: Toiros de Zalduendo para Morante de la Puebla, Jose María Manzanares, e Alejandro Talavante. Vítor Morais Besugo
Ana Luísa Vilela, António Cândido Franco, Maria Lúcia Dal Farra, Fabio Mario da Silva (org.) Edições Colibri 362 págs. 20 euros
Ana Maria Baptista – Beja Taróloga – Método Maya Gabinete aberto (Jardim do Bacalhau) Contacto para marcação de consultas: 968117086 Características dos nativos de
Peixes (19 de fevereiro a 20 de março)
Tendem a existir de forma emocional e instintiva. São sonhadores, pacientes e amáveis, mas dificilmente tomam iniciativas para resolver os seus problemas. Sensíveis ao sofrimento dos outros. Dedicam-se a atividades solidárias com empenho e dão sempre mais do que recebem.
Previsões – Semana de 1 a 7 de março
g Carneiro – (21/3 - 20/4) Durante esta semana, os nativos de Carneiro vão sentir uma necessidade de maior liberdade, fazendo da construção de um futuro melhor a sua prioridade neste nomento da sua vida. Por agir pensando nos outros, as suas decisões serão úteis a si e aos que o rodeiam. Esta melhoria da sua vida vai refletir-se a vários níveis, interior e exteriormente. Deixe-se contagiar por esta abundância. Aproveite esta energia para praticar exercício físico. O verão aproxima-se.
Filatelia O pão dos pobres (XV)
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ão muitíssimos os versículos da Bíblia, no Velho e no Novo Testamento, que fazem referência ao pão. Raramente recusado, ele é oferecido quase sempre sem ser pedido. Vejamos dois capítulos do Génesis, ambos ligados à destruição de Sodoma e que envolvem Abraão e Lot: Abraão quando viu três homens desconhecidos em frente à sua tenda, logo lhes ofereceu guarida e lhes disse “vou buscar um bocado de pão e, quando as vossas forças estiverem restauradas” … (18-5). No diálogo que estes caminhantes mantiveram com o patriarca, informaram-no que iam a caminho da cidade de Sodoma para a destruir, devido à conduta indigna dos seus habitantes. Ao chegarem à cidade de Sodoma, Lot, o único homem justo da cidade, ofereceu-lhes abrigo “e preparou pães, que eles comeram”. Como se sabe, Lot e os seus familiares foram poupados à chuva de fogo que se abateu sobre a cidade (19-3 e seguintes). Não andaremos longe da verdade ao afirmar que a generosidade do Homem é tão antiga como ele próprio, pois é certo que, mesmo nos nossos primórdios, não ficaríamos indiferentes perante uma criança que acabava de perder os seus progenitores. O papel de solidariedade foi sempre um dos vários objetivos das ordens religiosas. Uma destas, a Ordem de São Bento, a mais antiga existente em Portugal, pois estabeleceu-se entre nós no século X, entre várias outras obrigações tinha a de dar abrigo e assistência aos pobres. Avançando um pouco mais no tempo, e chegados ao século XIV, damos conta de uma lenda que nos relata o que ficou conhecido por “Milagre das Rosas”. Segundo esta lenda, junto ao castelo de Sabugal, quando a rainha Isabel, esposa do rei D. Dinis, levava, oculto no seu manto, pão para distribuir pelos pobres que a aguardavam é surpreendida pelo seu marido que, interpelando-a, procura saber o que leva no regaço. Surpreendida, a rainha responde-lhe “são rosas, meu senhor” e abre o manto. O rei, surpreendido, vê rosas em pleno mês de janeiro caírem do regaço da sua rainha. O pão que aí levava transformara-se em rosas. É ainda a rainha Santa Isabel, parece que influenciada por São Francisco de Assis (que viveu um século antes), que incentiva
a realização de festividades dedicadas ao Espírito Santo, nas quais o pão, depois de consagrado, era distribuído pelos mais pobres. Pelo menos até ao ponto alto da emigração nos anos 60, do século passado, havia um pouco por todo o Portugal localidades onde existiam, em franca atividade, as mais diversas confrarias (sempre leigas), que tomavam o nome do seu patrono: Confraria do Divino Espírito Santo, do Santíssimo Sacramento, da Virgem Maria ou também de alguns santos. Os seus membros quotizavam-se e o produto era usado para ajudar as famílias mais necessitadas, muitas vezes pela oferta de pão. Nalguns casos e, em famílias muito carenciadas, a confraria ajudava com outros géneros alimentícios e, até, ao pagamento de medicamentos. Num dos exemplos que conhecemos, na Confraria de São Vicente de Paulo, era um dos confrades que comprava a farinha, a amassava, a levava ao forno comunitário e fazia a entrega do pão, na sua própria residência, ou então entregava-o no domicílio do beneficiado, caso este tivesse a sua mobilidade muito reduzida. Refira-se também o Pão-de-Santo António, da responsabilidade dos devotos deste santo, que parece ter origem no pagamento de uma promessa feita por uma mãe, portuguesa, desesperada, ao ver definhar a sua filha, dia após dia, sem que algum remédio a curasse. Com características diferentes, pede-se ainda hoje o pão por Deus. Neste caso, no dia de Todos-os-Santos, dia 1 de novembro, as crianças batem às portas ou saem à rua e pedem “Pão, pão por Deus!” Se antes, este pedido era uma forma de, nesse dia, atenuarem a sua fome, hoje é mais para conseguirem umas guloseimas, guloseimas estas que já estão à espera das crianças, nas localidades onde este costume ainda se pratica. Note-se que qualquer das entidades referidas, Rainha Santa Isabel, São. Bento, São Francisco de Assis, Divino EspíritoSanto, Virgem Maria ou Santo António, já se encontram representados na filatelia portuguesa. Bibliografia: Bíblia Sagrada. Difusora Bíblica, Lisboa/Fátima, 2000 (continua) Geada de Sousa
h Touro – (21/4 – 21/5) Este momento promete trazer aos nativos de Touro muita inspiração e energia positiva. Aproveite este tempo para sentir e definir qual o profundo propósito da sua vida. Ao trabalhar integralmente a sua relação consigo próprio pode também estruturar, de uma forma mais profunda, as suas relações. Dando ordem e sentido às relações humanas que vivemos, podemos transcender-nos e viver o amor. Aproveite para desfrutar dos seus amigos e para namorar.
i Gémeos – (21/5 – 21/6) Otimista e confiante, é como vai sentir-se durante esta semana, o que o fará mais facilmente reconhecer as boas oportunidades que lhe serão oferecidas. Tire um momento para parar, relaxar e ver o que já alcançou na sua vida. Se nasceu nos primeiros dias do signo, conte com acontecimentos surpreendentes e estimulantes. Também as suas transações financeiras serão favorecidas mas utilize de alguma contenção.
j Caranguejo – (22/6 – 22/7) O nativo de Caranguejo vai enfrentar alguns desafios. Se é, por natureza, uma pessoa disciplinada, ser-lhe-á fácil superar estas provas, mas, se este não é o seu caso, a vida vai pedir-lhe mais ordem e contenção, fazendo-o reavaliar os seus objetivos e testar a validade dos caminhos que escolheu.Questione-se com sinceridade e tente transformar, agora com mais consciência, as situações em que não pretende continuar envolvida. Para se sentir melhor fisicamente é importante que deixe de fumar.
k Leão – (23/7 – 23/8) É aconselhado ao forte e corajoso nativo de Leão que leve as coisas com muita calma durante esta próxima semana, pois a conjuntura está a fazer com que as recompensas venham apenas se trabalhar muito afincadamente para as obter. Se for muito claro nas suas intenções, mas tiver simultaneamente uma atitude de trabalho sem expectativas imediatas, verá que o reconhecimento surgirá quando menos esperar.
l Virgem – (24/8 – 23/9) Passará por mudanças muito positivas, que o vão fazer encher-se de boa energia! Acarrete as suas novas responsabilidades com alegria. O seu poder interior passa também para o seu corpo físico, que se encontra em boa forma. Mente e corpo podem agora mais fácil tornar-se num, principalmente se praticar alguma disciplina física nesse sentido, como meditação ou ioga.
a Balança – (24/9 – 23/10) Balança, deixe o sol entrar em si, solte-se, viva ao máximo as energias positivas que o rodeiam! Descontraia-se e aproveite igualmente as novas relações humanas que vai ter oportunidade de viver. Esta semana traz-lhe bons momentos, vividos em plenitude. Este momento permite-lhe igualmente obter uma maior consciência do todo, para que possa usufruir melhor do que tem agora na sua vida.
b Escorpião – (24/10 – 22/11) Durante esta semana poderão surgir ocasiões que poderão dar oportunidade a que desvende algum segredo, o que pode ser algo embaraçoso para si. Todos temos um lado sombrio e, nesta fase, você irá lidar com esse lado das pessoas que estão próximas de si. Evite discussões, aproveitando para trabalhar a compaixão. Por estar agora mais consciente do que o rodeia, este é um bom tempo para avançar na concretização dos seus planos.
c Sagitário – (23/11 – 21/12) Aproveite a semana para aprofundar os seus sentimentos no relacionamento com os outros. Sentirá uma maior paciência para lidar com questões relacionadas com poder, autoridade e responsabilidade. Dedique mais tempo ao conhecimento de si. Tente estudar uma filosofia oriental, pratique uma atividade física profunda ou adote um novo regime alimentar mais saudável. Caso seja possível, experimente algumas terapias de relaxamento, como o ioga.
d Capricórnio – (22/12 – 20/01) Nesta fase, a vida pode mostrar-lhe novos caminhos: confie na sua profunda sabedoria e siga a sua intuição. Lembre-se de que ao manifestar os seus dons, partilhando o melhor de si próprio com os outros, está a fazer deste mundo um local melhor. A sua inteligência e a capacidade de estratégia vão também ajudá-lo a pôr em prática os seus planos nesta nova realidade. Não se esqueça de dar a mão ao próximo, se ele precisar de ajuda para fazer o mesmo.
e Aquário – (21/1 – 19/2) O nativo de Aquário tem grandes desafios mentais pela frente. O fluxo de comunicação entre si e os outros aumenta durante esta altura do mês, pedindo-lhe que preste uma especial atenção ao poder da palavra. Pode debater-se com opiniões diferentes das suas, mas seja cuidadoso na forma de comunicar. Terceiros podem ajudá-lo a clarificar o seu discurso, e esta nova clareza de pensamento pode vir a ajudá-lo no futuro.
f Peixes – (20/2 – 20/3) No início deste mês preste atenção aos aspetos escondidos da sua vida e às mais profundas áreas da sua mente. Sentirá necessidade de tempo para aprofundar o seu conhecimento pessoal, a sós ou com a ajuda de um psicoterapeuta. Este é, de facto, um ótimo tempo para que reflita sobre a sua vida, em toda a sua amplitude. Veja como pode alimentar-se a si e aos outros, desde os níveis físico e mental, aos emocional e espiritual.
Diário do Alentejo 1 março 2013
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Diário do Alentejo 1 março 2013
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A história da Broadway pelos irmãos Feist em Beja
Os irmãos Henrique e Nuno Feist, que assinalam já três décadas de carreira, têm encontro marcado com os bejenses amanhã, sábado, no Teatro Municipal Pax Julia, a partir das 21 e 30 horas. Trata-se do musical “Broadway baby”, que nos conta a história do musical americano através das canções dos seus maiores compositores, de Cole Porter a George Gershwin, passando por Irving Berlin. “Como é que a Broadway nasceu? Por que é que se instalaram dezenas de teatros naquela zona de Nova Iorque?” A estas perguntas responderá Henrique Feist a cantar, acompanhado por Nuno ao piano.
Fim de semana
Centro Cultural de Alvito acolhe obra de Olinda Bonito A alvitense História doexpõe jazza no espaço Oficinas no de espaço Olinda Bonito sua arte no centro culturalArranca da terrahoje, natal,sexta-feira, numa mostra pinOficinas, em Aljustrel, o curso livre de iniciação à história do jazz “Jazz de A a Z”. A ação, tura que se inaugurou há uma semana e que se manterá patente até ao próximo dia 22. decorrerá 4 dealém maiodaestruturada sessões, sempre àscom sextas-feiras, é miAque artista, que, até “para poesia, fazem da oito pintura um encontro a arte”, propõe nistrada por António Clube de local, Jazz dovárias Conservatório Regional nesta exposição, comoBranco, adiantadinamizador uma nota dodomunicípio “telas sobre Alvito, do Baixo Alentejo. A primeira sessão, pelas 21 e 30 horas, abordará o tema “Dos campos paisagens verdes e quentes do Alentejo e também naturezas-mortas e flores em tons de algodão a Nova Orleães”. suaves e delicados, sabendo transmitir a melhor essência da arte da pintura”.
Exposição de Roberto Santandreu na Galeria dos Escudeiros
“O Entertainer” sobe ao palco em Castro “O Entertainer”, da companhia Baal 17, continua em digressão pela região, aportando em Castro Verde hoje à noite, pelas 21 30 horas, no cineteatro municipal. A peça, descrita como uma “tragicomédia frenética”, é uma adaptação do texto “El Animador”, do venezuelano Rodolfo Santana, colocando diante dos olhos do espetador a dupla Carlos e Marcelo. O primeiro é um consumidor ávido e alienado de ficção televisiva; o segundo é o diretor da estação “canal 9”, que Carlos aprendeu a conhecer melhor que ninguém. A trama desencadeia-se quando Carlos, o espetador, rapta Marcelo, o diretor, obrigando-o, sob a ameaça de uma pistola, a vivenciar as ficções que criou, como forma de salvar a própria vida.
Ciclo 8.8.8. prossegue na Capricho Bejense Prossegue entre hoje e domingo, 3, o ciclo 8.8.8. – A Solidão do Espetador, três dias de cinema, textos inéditos e teatro, no palco da Sociedade Capricho Bejense. A organização é da Homlet/ Seara – Companhia de Teatro de Beja, que propõe oito meses de programação, a decorrer desde dezembro e até ao próximo mês de julho, sempre no primeiro fim de semana de cada mês. Hoje, a partir das 21 e 30 horas, exibem-se os filmes “O quarto do pai”, “O retorno” e “Ver no escuro”, com o apoio da Escola Superior de Teatro e Cinema, seguindo-se amanhã, sábado, a noite dos textos inéditos, em torno dos temas “Saudade” (oito poemas) e “Avidez” (oito contos), resultando da colaboração do Didascália – Centro de Recursos Artísticos. No domingo, a partir das 16 horas, há leituras encenadas e monólogos em torno dos textos “A vida é sonho”, de Calderón de la Barca, e “O sonho”, de Strindberg.
Imagens da mítica Patagónia para ver em Beja
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a cidade de Puerto Natales, província da Patagónia chilena denominada Última Esperança, enquanto esperava o autocarro que o levaria até Punta Arenas, Roberto Santandreu registou as imagens que agora podem ser apreciadas na Galeria dos Escudeiros, em Beja, até ao próximo dia 28, depois de uma passagem recente por Castro Verde. Inaugurada há uma semana, “Reflexões na Patagónia” é o resultado das histórias que vieram à memória do autor, chileno mas a residir em Lisboa desde 1975, nas horas de espera que tinha por diante, enquanto percorria as ruas de Puerto Natales. “As poucas horas de que dispunha levaram-me a brin-
car com o tempo em forma de exercício íntimo com a minha câmara”, diz, lembrando as evocações que tal percurso lhe suscitou então: “As imigrações do século XIX, a presença ou ausência indígenas fruto do genocídio ocorrido nesta zona, as insurreições e a Comuna de 1919, organizadas por anarquistas, os aventureiros que por aí haviam passado, assim como famosos bandidos perseguidos por xerifes. Tudo isto conferia àquele ambiente uma atmosfera de mistério semelhante ao de uma povoação do Far-West, dos já longínquos anos de oitocentos”. As imagens, manuscritas em jeito de diário de viagem, revelam uma arquitetura sem pudor no uso das cores, muitas e
vibrantes, como pano de fundo para a passagem das gentes nos seus afazeres quotidianos. Ao caudal de ideias e recordações suscitadas pelo breve percurso, “umas racionais e organizadas, outras espontâneas e caóticas, ligadas à experiência vital”, adianta o fotógrafo, vieram juntar-se também “a história, a poesia, a literatura e as minhas vivências”. E são essas “reflexões”, como bem lembra o título, que o fotógrafo partilha agora com o público bejense num trabalho que resume como um “jogo do tempo, que não é outra coisa senão a metáfora da minha vida”. A mostra pode ser vista na rua dos Escudeiros, n.º 30, de terça a domingo, entre as 14 e as 20 horas.
31 Diário do Alentejo 1 março 2013
Candidatas a Miss Cidade do Vinho Vidigueira 2013 desejam o mesmo que as candidatas a Miss Universo: paz mundial, fim da fome em África, que se arranje o IP2 e que Manuel Narra chegue a primeiro-ministro. Capoulas Santos, embaixador do Congresso Mundial do Presunto, é forte candidato ao cargo máximo da diplomacia da Feira Internacional do Colesterol. facebook.com/naoconfirmonemdesminto
Candidatura de João Rocha à Câmara de Beja apresentada em estilo Harlem Shake As hostes comunistas puderam, finalmente, respirar de alívio. A CDU (coligação do PCP com aquele partido de que faz parte uma deputada na AR que quando fala se consegue ouvir em Santo Amador) apresentou João Rocha, no passado sábado, como candidato à Câmara de Beja. O conclave comunista, que esteve reunido, durante a semana, nas catacumbas da rua da Ancha, decidiu-se pelo ex-autarca de Serpa (dinossáurio autárquico conhecido entre os politólogos com o nome científico de Altinhus Lebrinhae), e anunciou a sua decisão, como é tradicional, com fumo branco, que saiu da chaminé da sede do partido após os membros do conclave terem queimado edições antiquíssimas do “Avante!”. Nas ruas, os comunistas exultaram de alegria, gritando a plenos pulmões: “Habemus Rocham”, expressão em latim que significa: “Parece que o Rodeia Machado vai ter de esperar”. A apresentação do candidato, já realizada na Casa da Cultura, teve a particularidade de ser feita no estilo Harlem Shake, o que conferiu enorme modernidade ao evento e permitiu que o mesmo ficasse registado no livro de recordes do Guiness como “O momento Harlem Shake com maior número de pessoas que acreditam na Reforma Agrária”.
Inquérito O jornal “SOL” (o “Expresso” angolano) revelou que o Hospital de Santa Maria gasta tanto em energia como a cidade de Beja. O que acha?
LUCRÉCIA ESTÉTOSCÓPIO, 72 ANOS Sub-sub-sub-sub-secretária de Estado da Saúde Esse facto só é surpreendente para quem anda distraído... O próprio Hospital de Beja gasta tanta energia como a Papua Nova Guiné ou mesmo um concerto acústico dos Moonspell. Antes, as coisas não eram assim, mas pioraram muito com a chegada dos médicos espanhóis: com a mania das sestas, não aproveitam a luz natural, e depois trabalham até às tantas gastando montes de energia com luzes interiores… Um abuso! Como se fosse necessário luz para uma operação ao apêndice...
LING ZAO FICHA TRIPLA, 64 ANOS Administrador chinês da EDP
Nova tecnologia permite saber se fruta está madura utilizando o telemóvel, mas agricultores alentejanos afirmam já a ter inventado há séculos – chama-se “apalpar a fruta” Quem pensava que a agricultura portuguesa não se estava a modernizar terá de pensar duas vezes. Em Óbidos foi criada uma aplicação para smartphone que irá permitir aos fruticultores saberem quando a fruta está suficientemente madura para ser colhida. Esta “novidade”, contudo, tem sido alvo de enormes críticas por parte de agricultores alentejanos, como nos explicou Gualter Pomar, presidente da Associação Agrícola “Romãs e Diospiros”: “Isso é tudo uma treta! A gente tem essa tecnologia desde sempre… Chama-se ‘apalpar a fruta’! E até temos as nossas próprias aplicações… Chamam-se ‘mãos’, àquelas que utilizamos para pegar na fruta, e ‘nariz’, à que utilizamos para a cheirar... Mas não pense que aqui também não se usa tecnologia de ponta… Por exemplo, o meu iPad tem uma aplicação que se chama iOstomates, que permite saber se os mesmos estão maduros, medir o seu grau de acidez e o teor do seu suco, e que até lhes dá a previsão do signo para o ano inteiro. Mas existem outras, como a iAmer**, que serve para lidar com o estrume: deteta se é de origem suína ou bovina e o tipo de terrenos em que deve ser aplicado, tem uma ligação direta ao Ministério das Finanças (afinal, o Orçamento do Estado tem-nos dado um ca-
madão de fezes) e acompanha, em tempo real, as eleições no Sporting, que aquilo já cheira pior que uma estrebaria no verão...”, declarou.
Acho que os hospitais consomem muita energia. A EDP, sob a nossa administração, vai estar atenta às necessidades do consumidor português. Vamos baixar o preço da tarifa e aceitar pagamentos em géneros alimentícios – podem pagar com o 13, o 41, o 55 e o 90. Queremos apelar à poupança energética e iremos começar por incentivar os jovens nas escolas. Tenho pena que não tenham feito o mesmo quando eu tinha quatro anos e trabalhava na fábrica de disjuntores.
Contigente de romenos na Margem Esquerda proclama independência de Baleizão A grande quantidade de imigrantes romenos que se encontra na nossa região, para trabalhar, sobretudo na apanha da azeitona, tem marcado o quotidiano local. Todavia, ao que apurámos, a presença desta comunidade no Alentejo poderá conhecer um desenvolvimento supreendente, já que um grupo de romenos, residentes em Baleizão, decidiu proclamar a independência daquela povoação, rebatizando-a de República Baleizoeira dos Carpatos. Fontes ligadas ao novo governo revelaram, a quem as conseguiu compreender, que é desejo deste novo país organizar o seu próprio festival da canção e concorrer à Eurovisão (consta que até há um plano para raptar a Tonicha e a Dora), e que a toponímia daquela “antiga” freguesia alentejana já estará, inclusive, a ser alterada: quem se deslocar a Baleizão, poderá, agora, encontar locais como a avenida Ceausescu, a rua Conde Drácula e as travessas Ion Timofte e Nica Panduru. O idioma oficial da novíssima república será aquele espanholês que os romenos falam depois de terem visto maratonas da série “Verão Azul”, e o próximo passo desta recente nação será anexar Quintos e Brinches para formar a tão desejada União das Novas Repúblicas Romenas.
ODETE BANHA DE PORCO, 33 ANOS Pessoa que usa chalotas em todos as refeições incluindo as sobremesas Acho que é uma pergunta que não interessa ao menino Jesus, sinceramente! E se em vez de inquéritos palermas fizesse uma notícia sobre o Festival do Pestisco que se inicia hoje? Eu vou lá estar só para ver o chefe Nobre: sou louca pelo homem! Todas as receitas dele publicadas no “Diário do Alentejo” estão emolduradas na minha sala de jantar... Por ele faço tudo, inclusive despir-me integralmente e besuntar-me toda com ovo; depois deixava-o fritar-me em lume brando e polvilhar-me com açúcar e canela… Seria a sua “fatiazinha parida”… Mas só para ele, que eu não sou nenhuma oferecida.
Nº 1610 (II Série) | 1 março 2013
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quadro de honra Maria Ana Ameixa voltou à escrita. Desta vez, inspirada pelas vivências de uma rua do seu torrão natal: Ferreira do Alentejo. O livro Aconteceu…na Rua da Ladeira, onde se vive, segundo a autora, “a amizade e o respeito pelo outro de uma forma simples e cativante”, vai ser apresentado amanhã, sábado, na própria rua que acolhe o enredo. Os anos 50 revisitados e, em simultâneo, uma homenagem aos mais velhos, para que os mais novos, esses, se inspirem.
Maria Ana Ameixa regressou à escrita
“Uma agradável viagem ao passado”
Na rua da Ladeira vive-se a amizade e o respeito pelo outro de uma forma simples e cativante. A ajuda entre amigos e vizinhos faz-nos regressar a um tempo, não muito longínquo, mas que parece tão distante para quem vive neste início do século XXI. Esta história é uma viagem ao passado? É fácil às pessoas de Ferreira do Alentejo reconhecerem as personagens? E para os leitores de fora das fronteiras do concelho?
Conhecer a história encerrada nas páginas do livro será para as gentes de Ferreira, particularmente os mais velhos, um momento de recordar o passado, em que não faltarão as identificações dos acontecimentos, nem das figuras reais que inspiraram os personagens. Para o público em geral será certamente uma agradável viagem ao passado, em que não faltará emoção e mistério. O que a levou a escrever este livro, que tem a chancela da editora Lugar da Palavra?
A história Aconteceu...na rua da Ladeira surgiu como um desafio colocado por um amigo que me incentivou a colocar todo um conjunto de factos reais, vividos por pessoas que fizeram parte do PUB
Virgem Suta, Zambujo, Xutos, Buraka e The Gift na Ovibeja
passado de Ferreira do Alentejo, numa única história, que imortalizasse tudo quanto escutei aos membros mais velhos da família.
Que aconteceu na rua da Ladeira? Que se vive nessa rua de Ferreira do Alentejo?
De certa forma, pode considerar-se que esta é uma homenagem às gentes de Ferreira e à terra que as acolhe?
Maria Ana Ameixa 45 anos, natural de Ferreira do Alentejo Tem dedicado a sua vida ao ensino. Há 21 anos que é docente na Escola Secundária Diogo de Gouveia, em Beja. É licenciada em Biologia pela Universidade de Coimbra e já fez, em tempos, parte da direção da escola onde trabalha. Exerceu também o cargo de responsável de Agrupamento de Exames Nacionais. Atualmente trabalha com alunos do 10.º e 12.º anos, mas antes dedicou-se aos alunos do 3.º ciclo. Dirigiu vários movimentos na Diocese de Beja e considera-se um membro ativo da sua paróquia.
Hoje, sexta-feira, o céu deverá estar pouco nublado e a temperatura oscilará entre um e os 13 graus centígrados. Amanhã, sábado, esperam-se algumas nuvens e no domingo o céu deverá continuar encoberto.
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É a minha homenagem a tantos homens e mulheres que viveram e sofreram para que a geração a que pertenço possa existir. A história, sendo de ficção, foi construída, na sua maioria, com factos reais que fizeram parte do passado da minha terra, e cuja importância deve ficar registada para inspiração dos mais novos. A apresentação do livro, que acontece no sábado, dia 2, vai revisitar os anos 50, na própria rua da Ladeira, hoje conhecida como rua Eça de Queiroz. É uma maneira de dar a conhecer a história, mesmo até a quem não chegar a ler o livro?
O facto de o lançamento ocorrer na rua onde a trama acontece constitui mais um meio de regressar ao passado, o que será favorecido pela participação de um grupo de teatro. Todos os presentes no momento do lançamento poderão conviver diretamente com personagens da história. Bruna Soares
A assinalar este ano, entre os próximos dias 24 e 28 de abril, o seu 30.º aniversário, a Ovibeja já anunciou o seu cartaz de espetáculos, integrado num programa “ainda mais ambicioso que nas edições anteriores”, revela a organização, da ACOS – Agricultores do Sul. Estão, assim, já confirmadas as atuações dos bejenses Virgem Suta e António Zambujo, logo na noite de abertura, seguindo-se, a 25, os repetentes Xutos & Pontapés e, a 26, os Buraka Som Sistema, já também conhecidos dos “ovibejenses”. A fechar o cartaz de espetáculos da 30.ª Ovibeja sobem ao palco, na noite de sábado, 27, os The Gift, a conhecida banda de Alcobaça formada em 1994. Os DJ vão também animar as muito aguardadas “ovinoites”, numa edição cujo tema central é a água, a propósito da celebração do Ano Internacional da Cooperação para a Água.
Festival do Petisco começa hoje em Beja Beja acolhe a partir de hoje, sexta-feira, o Festival do Petisco. O evento prolonga-se até domingo, nos pavilhões do Nerbe. De acordo com a organização, “consiste numa mostra gastronómica do distrito, onde alguns concelhos vão estar representados com uma tasquinha e uma feira de sabores, com produtos tradicionais do Alentejo”. O evento, porém, contará, para além da vertente do negócio, também com vários momentos musicais, com workshops, momentos culinários, com um concurso do melhor petisco do festival, com atividades para as crianças, entre tantas outras iniciativas. O festival conta com a colaboração de três embaixadores, nomeadamente António Nobre, chefe, Jorge Serafim, contador de histórias, e Jorge Benvinda, músico.
Castro Verde debate Turismo Sustentável no Espaço Rural A Liga para a Proteção da Natureza promove, em Castro Verde, nos dias 6 e 7, o seminário “Turismo Sustentável no Espaço Rural: Experiências de Sucesso em Portugal e na Europa”. O objetivo é divulgar e sistematizar um conjunto de boas práticas ao nível da atividade do turismo em áreas rurais.